Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
1
FARMACOLOGIA: é o estudo da interação que ocorre entre compostos químicos
(medicamentos/ drogas) que interagem /se ligam com o receptor que está presente em uma
célula. Os medicamentos não criam uma função, mas modificam funções pré-existentes; Eles
se ligam nos receptores presentes nas células e mudam o comportamento dessas células e
produzem como uma resposta: EFEITO FARMACOLÓGICO (ele modifica a função da célula, do
tecido, do órgão e do sistema como um todo).
A farmacologia é subdividida:
FARMACOTÉNICA: ato de manipular/produzir um medicamento.
FARMACOTERAPÊUTICA: capacidade de se tratar uma doença utilizando medicamentos.
● Estes podem ser classificados em 2 tipos: alopáticos (medicamentos que são vendidos
na drogaria, são industrializados) e homeopáticos (são manipulados).
IMUNOFARMACOLOGIA: medicamento que tem a capacidade de alterar o sistema
imunológico do paciente.
Ex: paciente faz um transplante e após o transplante tem que utilizar um medicamento que é
imunossupressor para evitar que o paciente tenha rejeição.
Corticoide (imunossupressor) quando paciente possui doenças autoimunes, a fim de que,
controle o sistema imunológico para tratar.
ETNOFARMACOLOGIA: capacidade de perceber substancia/medicamentos caseiras utilizados
pela população. Utilizar crenças populares para tratamento de determinada doença. Ex: chá de
avós que melhoram diarréia. Muitas vezes graças a essas crenças que o medicamento sintético
é produzido.
Farmacognosia: é a capacidade de isolar um princípio ativo e produzir medicamentos a partir
de substâncias naturais, sejam elas: vegetais, minerais ou animais.
Ex: fitoterapia (medicamentos advindos de plantas)
FARMACOGENÉTICA: estuda a variedade interindividual após exposição a medicamentos.
EX: 2 pacientes com DM e o médico receita o diurético (Hidroclorotiazida – Atua
diratamnete nos rins, aumentando a excreção de HCl-, e por osmose, água;
Aumentando também a excreção de K+); Um paciente responde bem e outro não, pois a
resposta varia de pessoa para pessoa, ou seja, pode ser que um tenho mais expressões de
receptores, ou maior metabolização, por exemplo. ||
Forxiga (Dapagliflozina): Inibe SGLT2 [Proteína transportadora que atua na reabsorção da
glicose filtrada pelos rins] nos rins para diminuir captação de glicose (*um paciente pode ter
expressão mais alta de SGLT2 e assim o fármaco agirá mais; ou um pode ter mais enzimas
metabolizadoras que excretarão mais e assim, o efeito farmacológico será menor*)
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
2
FARMACOCINÉTICA: é o estudo do percurso que o medicamento faz no organismo do
paciente desde o momento em que ele é administrado até o momento em que ele é excretado.
A farmacocinética classifica em 5 etapas:
1- Administração: medicamento precisa ser administrado
2- Absorção: atingir a corrente sanguínea
3- Distribuição: distribuído para tecidos e órgãos e atinge seu receptor
4- Biotransformação (ou metabolização)
5- Excreção
FARMACODINÂNICA: estudo do mecanismo de ação/ interação dos medicamentos com
seus receptores; Estuda como o medicamento é capaz de alterar a função celular.
DROGA | MEDICAMENTO | FÁRMACO:
Medicamento é considerado uma droga
Droga: qualquer substância química capaz de alterar o comportamento do organismo.
● Se a droga tiver um efeito benéfico ela pode ser chamada de fármaco. E esse fármaco
pode se tornar um medicamento.
Quando a droga tem efeito maléfico é chamada de veneno ou tóxico. (= Toxicologia)
Um medicamento ou um fármaco pode se tornar um tóxico dependendo da dose, mas
NUNCA um tóxico é capaz de tornar um medicamento.
● Maconha é um tóxico e o é usado para curar convulsão, por exemplo, não é a
maconha, é uma substancia isolada da mesma chamada canabidiol em que o paciente
toma para ter efeito benéfico.
~Farmácia: vende medicamentos industrializados, mas também pode fazer manipulação.
~Drogaria: vende medicamentos industrializados.
DOSE X POSOLOGIA:
● DOSE é a quantidade do medicamento a ser oferecida para o paciente esperando que
se tenha um efeito benéfico. (EX: Captopril: 25mg)
● POSOLOGIA é a dose associada à frequência que aquele medicamento tem que ser
utilizado por dia. (EX: Captopril: 25mg. Tomar 1 comprimido de 8h/8h, em uso
contínuo).
*Na receita tem que ter dose, freqüência posológica e tempo de tratamento*
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
3
~PARACETAMOL = TYLENOL (Fármaco) – É um medicamento hepatotóxico, em
caso de doses >4g/dia. Se tomou o medicamento e a dor não passou, o correto
é esperar 6h para tomar outro, ou, se, realmente, não passar a dor pode tomar
em 4h (evitar).
EFEITO COLATERAL X EFEITO ADVERSO
● Efeito colateral é todo efeito diferente do efeito principal do medicamento.
Ex: Paciente tem alergia e toma antialérgico, mas ao mesmo tempo em que trata
alergia ele causa outros efeitos como, por exemplo, sonolência.
Nem sempre o efeito colateral é ruim, se ele for ruim é chamado de efeito adverso.
● Efeito adverso é o efeito colateral MALÉFICO. Se ele não for ruim pode ser chamado
de efeito colateral.
Ex: Dramin tem como efeito principal para náuseas e vômitos, mas têm pessoas que
tomam para dormir, esse efeito colateral que é o sono do Dramin não é efeito adverso,
é efeito benéfico, dependendo da situação (EX: numa viagem).
Usa efeito colateral do medicamento para tratar um determinado problema.
Ex: Paciente que utiliza diurético (Espironolactona - DIURÉTICO) para tratar Acne, mas
aumenta a diurese (efeito adverso, se não for esperado), mas pode ser apenas efeito
colateral (se for esperado; usar disso para tratar HAS)
● REMÉDIO X MEDICAMENTO:
REMÉDIO é qualquer substância ou ato capaz de aliviar/melhorar/curar/tratar a
condição física e clinica de um paciente. Tudo que fizer com o paciente que ta
melhorando sua patologia é considerado remédio.
Ex: Paracetamol em caso de febre, dor de cabeça, por exemplo.
Ex: Chega em casa depois do trabalho cansado, exausto e deita, esse ato é um
remédio; Ou receber uma massagem, ela também seria um remédio.
MEDICAMENTO também é considerado remédio. Produto farmacêutico/
especialidade que possui em sua composição um princípio ativo + Adjuvantes
Farmacêuticos que podem ser: Excipientes [medicamentos sólidos], ou, Veículos
[medicamentos líquidos].
[ de indústria para indústria pode alterar adjuvantes, que modificam; Muitas pessoas,
por exemplo, apresentam efeito colateral/ reações alérgicas ao adjuvante e não ao
princípio ativo].
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
4
[Todo medicamento é considerado remédio, mas nem todo remédio é um
medicamento. É mais adequado falar medicamento]
EX: Captopril de 25mg de 8h/8h por dia – o Captopril é o princípio ativo, mas 25mg em pó
seria muito pouco, então a fim de, dar volume e corpo ao comprimido colocam junto na
embalagem Adjuvantes Farmacêuticos [talco/ amido/ celulose farmacológicos] que não
possui efeito farmacológico direto, mas são importantes para o efeito do princípio ativo (faz
com que o comprimido se desintegre no local exato do trato gastrointestinal, se não, ele
pode sair intacto nas fezes, sendo assim, não absorvido).
EX: Levotiroxina é um hormônio tiroidiano que trata hipotireoidismo, cada comprimido
possui 50 mcg ; Cada indústria pode ter um nome comercial, mas o importante é o princípio
ativo ser o mesmo. Mas se o paciente começar a tomar, por exemplo, o Puran T4’ ele deve
terminar seu tratamento com o mesmo (medicamentos com concentrações muito
pequenas), pois pode ter diferenças em tempo de absorção, um tipo de adjuvante e etc.
● Forma farmacêutica mais comum são os comprimidos.
Partir ou triturar o comprimido:
Apenas os comprimidos sulcados (com a linha ao meio para cortar) devemser partidos,
pois a indústria farmacêutica garante que àquele comprimido é homogêneo/uniforme
quanto à distribuição do princípio ativo, o que é diferente dos comprimidos não
sulcados.
Deve-se evitar cortar comprimidos que tem formatos irregulares. O que se pode fazer
é cortar, caso for toma o comprimido inteiro.
Algumas pessoas trituram e colocam água para tomar o medicamento, mas o
comprimido tem os adjuvantes que são substancias químicas que quando entram em
contato com água podem sofrer hidrólise, e se o princípio ativo sofre hidrólise, ele
acaba perdendo suas características químicas e sua capacidade de se ligar no receptor,
e se não liga não gera mecanismo de ação e não produz o efeito farmacológico.
Ex: Ritalina [tem que tomar várias vezes ao dia, pois tem liberação rápida] e Ritalina
LA [Liberação Alterada/Prolongada, ou seja, toma de manhã e vai sendo liberado no
trato gastrointestinal aos poucos, e com isso, pode-se tomar menos vezes ao dia], caso
triture e coloque água, ele é alterado e acaba sendo absorvido todo de uma vez.
TARJAS:
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
5
1. SEM TARJA: Podem ser vendidos, dispensados sem prescrição medica.
2. VERMELHA: Há 2 possibilidades :
Medicamento que precisa de receita/prescrição para ser dispensado: só mostra a
receita para o farmacêutico e pega ela de volta.
Medicamento que deve ser vendido com retenção de receita médica: receita tem
que ficar retida na drogaria. Ex: antibióticos.
3. PRETA: Também precisa ter receita retida na drogaria, isso porque esses
medicamentos causam dependência.
4. AMARELA: Medicamentos genéricos.
MEDICAMENTO REFERÊNCIA X GENÉRICO X SIMILAR
● Medicamento Referência: é considerado medicamento inovador, pois surgiu no
mercado [uma indústria desenvolveu] para tratar uma determinada patologia que ate
então não existia no mercado um medicamento com tal mecanismo de ação para
aquela patologia, ou seja, que fazia aquilo que ele faz. Ele tem que ter na sua caixa o
nome comercial, e embaixo o nome do fármaco ou do principio ativo.
A gente sempre preza pelo nome do principio ativo, pq o nome comercial é dado pela
industria (ela poe o nome que ela quiser).
Ex: Amoxil® (Amoxicilina 500g) a indústria que desenvolveu ganha um período de
patente, ou seja, por àquele determinado tempo só ela pode vendê-la; Após a
expiração desse tempo, surge no mercado as cópias [do princípio ativo] desses
medicamentos [Genérico | Similar]
● Medicamento Genérico: é o medicamento que tem o mesmo principio ativo, mesma
dose, a mesma indicação clinica do medicamento referencia. Porém, o genérico não
pode ter nome comercial.
O genérico para provar que é igual ao referencia tem que ter o teste de
Biodisponibilidade [eles têm que ser equivalentes biologicamente, ou seja, a
quantidade de medicamento que atinge a corrente sanguínea tem que ser a mesma;
Pois pode ter a mesma quantidade em um comprimido, mas não é tudo que chega].
O genérico é, portanto, idêntico ao referência. O genérico é uma lei do governo, o
governo que criou o genérico para facilitar o acesso do medicamento ao paciente [25%
mais barato]. O governo isenta as indústrias que produzem o genérico de
determinados impostos, e o referência paga impostos normais.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
6
Então teoricamente o referência e genérico são iguais, tem que ser. Agora, o que
acontece nas indústrias a gente não sabe, há indústrias confiáveis e há aquelas que
não.
~~ Copiou o principio ativo sem nome comercial: genérico~~
Ex: Amoxicilina 500g Genérico
● Medicamento Similar: O mesmo princípio ativo, mesma dose, e colocar o nome
comercial é um similar.
Ex: UniAmox® (Amoxicilina 500g)
Quando o similar foi criado ele não precisava fazer o teste de Biodisponibilidade, e com
isso, o preço era muito barato. A partir de 2003, a ANVISA passou a exigir, até de 2016
as empresas foram cobradas e a partir disso, hoje, todos têm que fazer.
Na bula do similar tem escrito “este medicamento é bioequivalente (EQ) ao referência
tal”.
● TANTO GENÉRICO QUANTO SIMILAR PRECISAM ESTAR BIOEQUIVALENTE AO
REFERÊNCIA [O balconista da farmácia pode trocar um referência por um genérico,
mas não pode genérico por similar, com exceção se o médico colocar “Não aceito
substituição”, o balconista não pode trocar].
● O recomendado é colocar o nome do princípio ativo, pois o paciente fica com leque
de poder escolher entre preferência/ genérico/similar.
DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS
ACASO: Penicilina.
Triagem empírica: é quando faz uma busca aleatória de substância testando para ver se
ela tem alguma atividade.
Extração de fontes naturais*: muitos medicamentos são extraídos de plantas medicinais.
Ex: Morfina [analgésico que foi extraída da planta papoula – Ópio – Móleculas que compõem a
Morfina, sendo assim, é um Opioide].
Modificação molecular*: pega uma molécula, modifica-a e cria um medicamento.
EX: Morfina é um potente analgésico opioide, mas ela tem como principal efeito colateral
depressão respiratória. Então criaram um ANTAGONISTA OPIOIDE que bloqueia o receptor da
Morfina, por exemplo, e não deixa com que a morfina se ligue. Para isso, esse medicamento
que bloqueará o receptor tem que ter uma estrutura química parecida com a morfina para ter
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
7
afinidade com o receptor. Mas ele também não pode ser igual, senão vai ser agonista. Então
eles pegaram uma molécula de morfina, fizeram modificações moleculares de maneira que não
tenha um encaixe perfeito no receptor, ou seja, ela vai ligar e não vai ter um encaixe perfeito,
então vai só ocupar o receptor, e assim não deixa a morfina se ligar (mas também não produz
efeito, pois não teve encaixe perfeito [trata primeiro a depressão respiratória e depois pensa
na dor do paciente]). Então antagonistas são criados a partir da molécula do agonista a partir
de pequenas alterações.
Latenciação: capacidade de se produzir um medicamento chamado pró-fármaco (ou
pró-droga). Este não tem atividade farmacológica direta, não vai direto e liga no receptor, ele
entra em contato com o organismo do paciente e precisa ser biotransformado, ou seja,
metabolizado para se transformar num fármaco ativo.
Então pro fármaco é inativo que é biotransformado em fármaco ativo.
Ex: Prednisona (é um corticóide) que é um anti-inflamatório ou também é usado para tratar
doenças auto imunes [imunossupressor]. Quando o paciente toma um comprimido de
prednisona, ela passa pelo fígado e ali é biotransformada em prednisolona [= fármaco ativo,
produz o efeito farmacológico].
Numa drogaria há os dois: prednisona e prednisolona. Qual a necessidade de ter a
prednisolona no mercado sendo que a prednisona vai se transformar nela? As vezes, um
paciente possui problema hepático e aí a prednisona talvez não se transformaria em
prednisolona.
VANTAGEM de Pró-Fármaco?
♥Duração de ação que é mais prolongada [toma menos – maior adesão ao
tratamento]
♥Menos tóxicos [menos efeito colateral].
♥Não são todos os fármacos que existem na forma de pró-fármaco, são poucos.
Planejamento racional: é o mais difícil. Farmacêuticos na frente do computador estudam
a molécula.
Ex: Captopril [inibidor de ECA] que é para diminuir a PA; A ECA converte angiotensina I em
angiotensina II que tem como função vasoconstrição e aumentar a liberação de aldosterona
(para reter sódio). Os farmacêuticos estudam o sitio ativo da molécula da ECA, quais os
aminoácidos que o formam, já que ECA é uma enzima. A angiotensina I liga no sitio ativo da
ECA e aí a ECA transforma-a em II. Farmacêuticos formularam uma molécula que tenha
afinidade ao sitio ativo da ECA, no caso o captopril se liga no sitio ativo da ECA, a angiotensina I
não consegue ligar, não tendo angiotensina II e, consequentemente, não tendo vasoconstrição.TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
8
ETAPAS PARA DESENVOLVIMENTO DE NOVAS DROGAS
Supondo que a molécula do fármaco já está formada, agora ela precisa passar por várias
etapas/fases de desenvolvimento para que seja disponibilizado para a população.
O medicamento passa por 2 tipos de pesquisas diferentes:
PESQUISA PRÉ-CLÍNICA:
Testa a molécula modelo em animais (ratos, camundongos, coelho, macaco..).
Os objetivos da pesquisa pré-clínica são:
♥ Avaliar uma possível faixa de dosagem para que aquele medicamento possa ser
utilizado com segurança e eficaz..
♥ Testar segurança avaliando possível risco de toxicidade da molécula.
Há 4 tipos de toxicidade principais:
-Toxicidade aguda: Alta dose num período de tempo curto.
-Toxicidade subaguda: continua utilizando doses elevadas, mas num período de tempo
mais prolongado (de 7 a 10 dias).
-Toxicidade crônica: o medicamento é usado em doses baixas, porém por um período
de tempo prolongado.
-Risco de mutagenicidade (está produzindo um medicamento anti-hipertensivo que
realmente reduz a PA do animal, mas no teste pré-clínico visualizou que tem
capacidade de produzir mutação e consequentemente risco de câncer
mutagenicidade evolui para carcinogenicidade) e teratogenicidade (capacidade de
produzir má formação fetal administra o produto em ratas prenhas, por exemplo, por
um período de tempo prolongado durante a gestação e avalia como acontece o
nascimento da sua prole, se houver alguma má formação fetal o medicamento é
considerado teratogênico).
Se o medicamento passar pela etapa pré-clinica e ele não tiver uma toxicidade
acentuada ou se ele tiver uma faixa de dosagem adequada quer dizer que ele foi
aprovado pela fase pré-clínica e agora será testado na fase clínica.
Existem situações que o medicamento, por exemplo, tem uma faixa de dose adequada,
não tem toxicidade aguda subaguda ou crônica acentuada, porem ele é teratogênico, e
ele passa da fase pré-clínica para clinica, Ex: Roacutan [Mas são avisados e tem até que
assinar um contrato de consentimento];
Dependendo do problema que existe na fase pré-clínica, o medicamento não vai para
frente. EX: O medicamento causou uma toxicidade aguda muito alta, acabou com o
fígado do animal, ou durante a toxicidade crônica aconteceu uma lesão renal
irreversível. Se for uma lesão leve o medicamento pode passar para frente, mas aí teria
que colocar na bula: “esse medicamento não pode ser usado em pacientes com
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
9
problemas renais” ou “esse medicamento pode desenvolver problemas renais durante
seu uso crônico”.
PESQUISA CLÍNICA:
♥ É realizada apenas em seres humanos.
♥ Há 4 fases de desenvolvimento do medicamento:
Fase 1: o medicamento é administrado em voluntários saudáveis, com o objetivo
principal de buscar a melhor faixa de dose em seres humanos e o outro objetivo é
testar a segurança desse medicamento.
Começa com um grupo de voluntários com doses mínimas/baixas e aí vai aumentando
gradativamente a dose até que atinja uma dose que produza o mínimo de efeitos
adversos (náuseas, dor gástrica, leve cefaleia). Aí considera essa faixa de dose segura
para os voluntários.
Medicamento passa pela fase 1 e vai passar para a fase 2.
Fase 2: O medicamento é testado em pacientes que tenham a doença para qual o
medicamento esta sendo desenvolvido [geralmente em hospitais].
Objetivo principal: testar a eficácia do medicamento.
Há muitos hospitais que fazem parte da rede de hospitais que fazem ensaio clinico.
Então quando o paciente entra nesse hospital, assina aquela papelada em que existem
termos que consentem a sua participação em pesquisas clínicas. Então se for preciso
que ele tome medicamento para testar uma determinada eficácia ele já está ciente que
ele pode participar desse teste.
O nº (pessoas) não precisa ser grande.
Dentro da fase 2 existem duas subdivisões:
IIA (ensaio aberto): o paciente e o médico sabem que o medicamento está sendo
testado no paciente. Mesmo que o medicamento cause uma melhora no paciente ele
não é considerado eficaz, pq precisa agora passar pela IIB.
IIB (duplo cego): nem o medico nem o paciente sabem para que aquele medicamento
está sendo testado. O paciente sabe desse hospital, sabe que está tomando um
medicamento a ser testado, mas ele não sabe para que. Aqui pode concretizar a
eficácia se o paciente teve uma evolução clinica.
O problema do ensaio aberto é que existe o efeito placebo em que o fator psicológico
conta mais que a resposta terapêutica do medicamento.
O medicamento só é considerado quando passa por IIA e IIB.
Fase 3: O medicamento é testado em um número maior de pacientes. Tem o objetivo
de aprofundar o conhecimento [conhece cerca de 90% do fármaco] sobre o
medicamento, sobre as reações adversas (aumenta a chance de detectar reações
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
10
adversas novas), pois quando aumenta o nº de pessoas aumenta as possibilidades de
respostas.
Quando aumenta o n é possível estudar possíveis casos de interações medicamentosas.
Ex: paciente polimedicado tomou a droga teste e aconteceu interação com o fármaco tal.
Ex: o medicamento tal pode potencializar o efeito do medicamento teste.
Ex: o medicamento tal pode diminuir o efeito da droga teste.
Esse conhecimento sobre interações medicamentosas é o que vai para a bula.
Na fase 3 surgem até novos usos terapêuticos da droga. Ex: Minoxidil (é um
vasodilatador que quando passa no local ele dilata os vasos, aumenta à chegada de
sangue e junto com o sangue os nutrientes que fortalecem); Dessa maneira pode ser
utilizado para crescer pelos, mas ele estava sendo testado para ser anti-hipertensivo.
[Na fase 2 o Minoxidil já era eficaz como um anti-hipertensivo, e na fase 3 perceberam
que ele estava causando como efeito colateral crescimento de pelos].
Quando o medicamento passa pela fase 3, 90% das suas características são conhecidas,
por isso é que na fase 3 o medicamento pode ser liberado, pela ANVISA, para
comercialização.
Fase 4 (fase de FARMACOVIGILÂNCIA ou fase de pós-comercialização): o
medicamento usado pela população continua sendo estudado. Agora vai conhecer os
10% das suas características.
EX: Talidomida que foi um medicamento formulado com o intuito de tratar náuseas e
vômitos em gestantes. Quando ele caiu no mercado, as grávidas que tomaram tiveram
bebês com a Síndrome Focomelia que possui alteração dos membros
superiores-inferiores. Na composição da Talidomida quimicamente existe de 2
isômeros diferentes (isômero R e isômero S). Os testes eram realizados com isômero
isolado que é isômero que tem apenas atividades ante eméticas (só para náuseas e
vômitos), mas durante a produção a indústria farmacêutica importou a talidomida e
durante a importação ela veio com a mistura dos isômeros (R e S) e o isômero S é
extremamente teratogênico.
A talidomida existe hoje para tratamento de hanseníase.
EX: Anfetaminas eram medicamentos usados para tratamento de obesidade, era
bastante eficaz para obesidade, pois inibia o apetite, mas aumenta muito o risco
cardiovascular, e por isso saiu do mercado.
Anfetamina inibe receptação de Serotonina e NA, mas aumenta a atividade do
simpático que libera NA, então paciente que tem hipertensão e usa pode ter AVC,
infarto, o que causou muitas mortes. Até hoje sempre tem votação para ver se volta ou
não esse medicamento.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
11
EX: Microvlar: A indústria na hora de formular o anticoncepcional não colocou o
hormônio [princípio ativo] e deixou só os adjuvantes. Com isso, as Mulheres
engravidaram Erro da indústria.
EX: Acomplia: Para emagrecimento, diz que diminui LDL, circunferência, TG, “um
sonho”, mas que foi suspensa sua venda, pois pode ser que tenha dadoreações
adversas após o uso na população.
EX: Liraglutida (Victosa): Reduz glicemia [DM2], e observaram que estavam
emagrecendo, e com isso, a ANVISA liberou para tratamento de obesidade; mas
detectou-se que uma parcela estava apresentando pancreatite [pode ter sido o gatilho
para desenvolver essa doença] ; Até câncer de bexiga foi observado, mas como o n
estava bom, não foi retirado do mercado.
EX: Cialis (Semelhante ao Viagra): Foi retirado do mercado, pois era falsificado.
Outra importância da farmacovigilância é avaliar se o medicamento é falsificado.
Pelo site da ANVISA há abas para notificação para FARMACOVIGILÂNCIA.
EX: Fosfoetanolamina: “A pílula do Câncer”; Começaram os testes e na Pesquisa
Pré-Clínica detectou-se que houve diminuição de tumor de Camundongo; Na pesquisa
Clínica – FASE 1: COMEÇOU A SER TESTADA EM VOLUNTÁRIOS SAUDÁVEIS.
– FASE 2 : COMEÇOU A SER TESTADA EM VOLUNTÁRIOS DOENTES [observaram que o
medicamento não tinha eficácia em seres humanos]. Ficou apenas entre a Fase 2 e
começo da 3, sendo assim, não poderia ser liberada para a população.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
♥ Administrar o fármaco é preparar e introduzir o medicamento no organismo visando sempre
efeitos terapêuticos [prevenção e tratamento].
♥ Para escolher a melhor via [para aumentar a aderência ao tratamento] existem alguns
fatores que influenciam na escolha da via de administração do medicamento:
Efeito local ou sistêmico. Se tiver local uma das principais vias é a tópica em que o
medicamento é adm sobre a pele ou mucosa. Se for efeito sistêmico a via de adm é
onde o medicamento cai na corrente sanguínea (sistêmica é a capacidade do fármaco
de atingir o sangue e distribuir pelo organismo). O medicamento por via sistêmica não
só liga no receptor no local onde eu quero, mas pode se ligar em vários receptores pelo
corpo todo, então esse fármaco com efeito sistêmico pode produzir mais efeitos
colaterais que o medicamento local.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
12
Propriedades químicas: existem fármacos, por exemplo, que não podem entrar em
contato com o HCl do estomago [então esse fármaco não pode ser utilizado por via oral
e ser triturado], existem medicamentos que não podem entrar em contato com água
do nosso organismo, pois ele sofre hidrolise.
Tempo de inicio de ação do fármaco: necessito que o medicamento tenha inicio de
ação imediato ou não. Se necessitar de inicio de ação rápido seria interessante a via
parenteral [endovenosa], ou sublingual queatingem a corrente sanguínea mais rápido.
Idade do paciente: crianças e idosos que tem dificuldade de engolir comprimidos,
então a via pode até ser oral, mas a forma farmacêutica tem que ser liquida.
Conveniência: O quão conveniente à via de adm é para o paciente.
Ex: via de adm parenteral não é a via mais conveniente para um paciente com medo de
agulha.
Duração do tratamento: quando o paciente tem q usar o medicamento por um
período de tempo prolongado a via parenteral não é indicado pq ela é invasiva. Ex:
paciente com diabetes que precisa tomar injeção (insulina) todos os dias (e varias vezes
ao dia) já que é crônico.
Obediência do paciente ao tratamento medicamentoso: o quão aderente o paciente
é; Tem que mostrar as consequências ao paciente se ele não tomar o medicamento.
EX: Pode ser injetável nesse caso, pois não depende da pessoa para aplicação, e sim de
algum profissional. EX: AMPICILINA [1 comp. 6h/6h por 7 dias] mesmo mecanismo de
ação que a Amoxicilina [1 comp. 8h/8h por 7 dias]. Por isso, a segunda opção é mais
utilizada, pois toma menos vezes ao dia, o que ajuda na aderência ao tratamento.
● Via oral [ou uso interno, uso oral, uso enteral]
É a principal via de adm, a mais segura e conveniente que existe, ou seja, é a mais aceita
pela população. Quando o fármaco é usado por via oral ele pode ter tanto efeito local
quanto efeito sistêmico. A maioria dos medicamentos usados por via oral tem efeito
sistêmico, pois ele passa pelo trato gastrointestinal e é absorvido ou no estômago ou no
intestino, indo para a corrente sanguínea. Mas nem todo medicamento usado por via
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
13
oral tem ação sistêmica, há com efeito local, por exemplo: Eno ou Sonrisal (antiácidos)
são bases que irão reagir com o acido clorídrico do estômago formando água e sal e
neutralizando o excesso do acido clorídrico.
EX: Laxante tem efeito local, no trato gastrointestinal ele amolece as fezes e facilita a sua
eliminação.
Quando o medicamento é utilizado por via oral pode começar a ser absorvido na
mucosa/boca, esôfago, mas os principais são estomago e intestino (a maioria dos
medicamentos são absorvidos no intestino, especificamente, no delgado), até mesmo no
reto.
Pode ser utilizada na foram líquida [solução – o soluto está solubilizado/dissolvido no
solvente ~Já pronta para absorção~ - / suspensão – o soluto é insolúvel no solvente
(EX: utiliza o medicamento e guarda, aí decanta, e para poder utilizar novamente terá
que agitar, senão irá tomar apenas o solvente ~ absorção mais lenta ~ ) - / emulsão /
xarope, elixir], ou, sólida [comprimido, pó, drágea e etc]. A velocidade de absorção
desses fármacos é variável, ou seja, a solução já está pronta para ser absorvido no trato
gastrointestinal, e na forma sólida ele precisa ser quebrado/solubilizado para então ser
absorvido [cerca de 15 min.]
EX: DRÁGEA - Comprimido/matriz possui um revestimento para protege-lo de ações de
agentes externos, e quando tomada precisa se desintegrar ; CÁPSULA – A sua capa é
gelatinosa, sendo assim, mais facilmente digerida.
CONTRAINDICAÇÃO:
-Pacientes com dificuldades de deglutição
-Não é interessante para ser usada em pacientes com náuseas e vômitos. Tem paciente
que engole o comprimido e vomita.
- Pacientes inconscientes ou comatosos.
-Pacientes com doenças no trato gastrointestinal que prejudicam a absorção do
medicamento [paciente que fez redução de estômago / intestino e dessa maneira fica
dificultosa a absorção quanto a um paciente ‘normal’]
-Não é via interessante para se utilizar medicamentos que sofram degradação pelo HCl
ou pelas enzimas gástricas.
DESVANTAGENS:
- Reações adversas gástricas [dores estomacais, vômitos] em alguns pacientes
- Absorção limitada de acordo com suas características químicas e susceptibilidade de ser
destruído pelo pH gástrico e pela presença de enzimas no trato gastrointestinal.
- Via que precisa de colaboração do paciente para o sucesso terapêutico.
~ Na forma líquida por via oral, o paciente pode errar a dose
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
14
CUIDADOS IMPORTANTES
♥ Medidas:
15ml = 1 colher de sopa
10ml = 1colher de sobremesa
5ml = 1 colher de chá
Essas unidades de medidas não são consideradas fidedignas, por isso, as medidas de
medicamentos líquidos têm que ser sempre em ‘ml’, pois o paciente pode utilizar a colher
mais comum, por exemplo, a de sopa para dar um medicamento que seria em uma colher
de sobremesa.
Ex: ♥ Paciente Infantil e a prescrição é 15mg/kg
♥ Na caixa do medicamento está 50mg/ml
♥ Criança tem 20kg
15mg----1kg
x -------- 20kg
x=300mg. A criança tem que receber 300mg desse fármaco, mas no fármaco tem
50mg/ml
quantos ml a criança tem que tomar?
50mg ---- 1ml
300mg----X
X=6ml.
TIPOS DE LIBERAÇÕES NA VIA ORAL
♥ Liberação imediata: medicamento chega no trato gastro intestinal e o principio ativo é
absorvido de uma vez atingindo a corrente sanguínea. Por isso esses medicamentos tem
que ser usados de 8/8h ou 6/6h pq vai chegar uma hora que a concentração plasmática
do principio ativo que chegou no sangue vai caindo, aí tem que tomar outra dose para
subir. Eles tendem a ser tomados mais vezes ao dia
♥ liberação controlada (ou fármacos de liberação ampliada, ou continuada, ou
prolongada): quando esse medicamento chegarao trato gastrointestinal à absorção do
medicamento vai ser gradativa/ao longo do dia, ele não será absorvido de uma vez; esse
medicamento possui adjuvantes que fazem com que esse comprimido seja desintegrado
e vai liberando seu principio ativo durante todo o período do dia.
Há medicamentos que possuem as 2 formas (liberação imediata e retardada).
Ex: Venlafaxina: existe venlafaxina de liberação imediata (posologia: tomar um comp. de
8/8h) e Venlafaxina XR com liberação ampliada (posologia: tomar um comp. uma vez ao
dia).
Ex: Ritalina: existe de liberação imediata e Ritalina LA de liberação ampliada (posologia:
um comp. ao dia).
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
15
Ex: Adalat (nome comercial) ou Nifedipino: existe de liberação imediada (aladat) e
existe de liberação gradativa (Adalat Retard). É um vasodilatador que bloqueia o canal
de Ca²+ no vaso e fica relaxado (anti-hipertensivo).
Nifedipino de ação imediata é pouco usado pq ele causa mais efeitos colaterais como
queda brusca de PA, pq o paciente toma o comprimido, ele é absorvido rapidamente no
intestino, vai para a corrente sanguínea, bloqueia todos os receptores do canal de cálcio
do vaso e o paciente tem uma vasodilatação intensa tenda queda brusca de PA. Paciente
que toma nifedipino de ação imediata se queixa muito de edema maleolar pq devido a
vasodilatação intensa reduz o retorno venoso, o sangue tende a ficar mais nos membros
inferiores, ocorre extravasamento de liquido apresentando edema de membros
inferiores. Paciente tb apresenta taquicardia. O nifedipino retard possui tb esses efeitos
colaterais, mas são bem menores.
VANTAGENS liberação controlada (ampliada, continuada e prolongada):
● Absorção lenta e uniforme ao longo do dia
● Redução da frequência posológica
● Efeito terapêutico mais constante (não tem isso de que vai caindo à concentração e
quando a concentração cair perde o efeito terapêutico) – a concentração plasmática
mantem-se uniforme ao longo do dia.
● Redução da incidência e/ou intensidade dos efeitos colaterais (eliminação do pico de
concentração)
● Maior aderência ao tratamento.
DESVANTAGENS liberação controlada:
● Maior variabilidade da concentração sistêmica
● Medicamento de liberação controlada não pode ser partido/triturado, pois ao invés de
ter liberação controlada ele vai ter liberação imediata (A dose do comprimido é maior e a
trituração do comprimido resulta em liberação rápida) - O paciente pode apresentar
“dumping de dose” que é uma elevação brusca do medicamento na corrente sanguínea
com toxicidade subsequente.
● Alto custo
● Mais convenientes para fármacos de meia vida curta ou para pacientes que usam certos
fármacos (anticonvulsivantes)
Normalmente os medicamentos que existem na forma de liberação controlada são aqueles
que possuem meia vida de eliminação curta (são medicamentos que são eliminados
muito rapidamente do organismo), então demora um tempo curto para ser excretado.
Se é eliminado mais rapidamente, quer dizer que o paciente teria que tomar mais vezes
ao dia, aí a indústria farmacêutica formula esse medicamento com adjuvantes que vão
favorecer a liberação controlada.
Se medicamento tem meia vida de duração longa demora mais pra ser eliminado, então
tem que ser utilizado menos vezes ao dia, então não precisa fazer esse na forma de
liberação controlada porque ele já vai ficar mais tempo no organismo do paciente. Por
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
16
isso não são todos os medicamentos que existem na forma de liberação controlada.
O adjuvante não vai mudar a meia vida dele, vai mudar a velocidade com que o
medicamento vai ser absorvido. O adjuvante faz o comprimido liberar o principio ativo
aos poucos.
● Via Sublingual
Atua no trato gastrointestinal.
Diferente de via oral, o medicamento para ser considerado via oral ele tem que ser
deglutido. Medicamentos para serem utilizados por via sublingual devem ser
administrados apenas por essa via (o mesmo ocorre com oral). Há medicamentos que
foram criados para serem administrados nas duas vias, ele tem formulação que permite
que utilize por qualquer uma das duas vias.
O porquê do efeito mais rápido:
-O medicamento por via sublingual possui dureza menor que oral.
-Região sublingual é uma região altamente vascularizada, tendência é que principio
ativo seja absorvido rápido.
-Epitélio sublingual favorece a absorção do medicamento, pois ele é não
queratinizado.
Fazer higienização oral antes de depositar o medicamento sob a língua [bocejo com
água, pois os restos de alimentos na cavidade oral pode prejudicar a absorção do
medicamento].
EX: Alguns medicamentos como Captopril, em casos de emergência podem ser
colocados na língua, pois possui dureza menor.
● Via Retal
Atua no trato gastrointestinal.
É conveniente para ser usado em crianças, em pacientes com náuseas e vômitos, com
dificuldades de deglutição, inconscientes ou comatosos.
Fármacos usados por via retal podem ter efeito local ou efeito sistêmico.
Ex: Com EFEITO local: LAXANTE - Supositório de glicerina é introduzido na criança, à
glicerina entra em contato com a temperatura corporal, se dissolve e amolece as fezes
e a criança consegue defecar.
Ex: Supositórios com ação sistêmica como os analgésicos - há crianças que tem febre e
ao invés de dar dipirona por via oral usa-se supositório que tem analgésico por via
retal, que vai se dissolver, o principio ativo é liberado, cai na corrente sanguínea e tem
efeito sistêmico.
~ Normalmente supositório é à base de glicerina ou manteiga de cacau amolecendo as
fezes, mas com o passar do tempo, naturalmente, as fezes vão ‘incorporando’.
Obs: Se tomar comprimido a seco ele vai demorar a ser absorvido. O recomendado é
200 ml de água que aumenta muito mais a velocidade de absorção / Cápsula age mais
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
17
rápido que comprimido / Gotas agem mais rápido que comprimido. Drágea age mais
rápido que comprimido.
● Via tópica
Depósito do medicamento pela pele e mucosas.
A maioria dos medicamentos utilizados por via tópica possui ação local, pois a pele
[barreira à passagem de substâncias] possui a última camada queratinizada
(epiderme). E por ela ser queratinizada, várias moléculas do medicamento tem
dificuldade de ultrapassar as camadas e chegar até a derme que é vascularizada.
Mas existem formulações como, por exemplo, os adesivos transdermicos que ao serem
depositados sobre a pele ultrapassam todas as camadas e atingem a derme que é uma
camada vascularizada. Por isso que sempre os fármacos usados por via transdermicas
sempre possuem ação sistêmica.
Obs: Adesivos transdérmicos é diferente de emplasto (para contusões).
Ex: Contraceptivos hormonais. A vantagem dessa via transdermica é que a paciente
não precisa usar o medicamento diariamente, a pessoa cola sobre a pele. A mulher
tem que trocar o adesivo semanalmente. Vem 3 adesivos na caixinha, então ela fica 21
dias com adesivos. No 22º dia ela retira o adesivo e nos 7 dias subsequente que faltam
para completar o ciclo menstrual vai acontecer a sua menstruação.
Ex: Nicotina, para abandonar o habito de fumar. Quando o paciente é dependente do
tabaco ele tem dificuldade de abandonar o habito de fumar pq quando para de fumar a
nicotina do organismo cai drasticamente e não consegue ligar ao receptor do SNC que
é o que da recompensa e sensação de prazer. Existem adesivos de nicotinas com varias
doses de nicotina diferentes, e a dose inicial que vai ser depositada no paciente
depende do numero de cigarros que ele fumava por dia. Por exemplo, se ele fuma 15
cigarros por dia, faz a proporção de quantos mg de nicotina seriam absorvidos, utiliza o
adesivo, nicotina é absorvida, se liga nos receptores e o paciente consegue abandonar
o habito de fumar pq a nicotina ta sendo absorvida na correntesanguínea. Nicotina ta
sendo absorvida, mas o paciente vai deixar de entrar em contato com milhares de
substancias que são tóxicas que estariam presentes no cigarro. A medida que o tempo
passa vai trocando o adesivo por doses menores de nicotina, ate que o paciente
consiga ficar com 0mg de nicotina sem sofrer crise de abstinência. É uma das formas de
tratamento do tabagismo hoje.
Ex: Rivastigmina [tratamento de Alzheimer] – é um inibidor de Acetilcolinesterase; É
bom, pois é usada para que não se esquece da administração do medicamento ou de
doses duplas.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
18
Ex: adesivos transdermicos de analgésicos opioides como o Fentanil (nome do
principio ativo) usados para tratar dores intensas. Ele tem uma potencia de 10 a 100
vezes maior que a morfina [atividade analgésica maior], mesmo sendo da mesma
família. Paciente com câncer no estado terminal com muita dor, é liberado do hospital
com a prescrição do fentanil que é colado na pele do paciente e vai ser absorvido, é
ligado nos receptores opioides e inibe a dor.
Ao colocar o adesivo no paciente é preciso ter 2 cuidados: ou utilizar luva (para o
medicamento não ser absorvido na mão, pq se for pode ter dependência desse
medicamento ou tolerância, ou seja, se precisar desse medicamento no futuro o
cuidador pode estar resistente a ele) ou logo depois de colar o adesivo é necessário
fazer a lavagem das mãos.
Esses adesivos não podem ser colados em qualquer local do corpo. Deve ser colado em
uma pele integra (sem nenhum tipo de lesão, machucado), deve ser região livre de
pelos (os pelos reduzem a aderência do adesivo sobre a pele comprometendo a
absorção do principio ativo), precisa de uma pele seca (então evita região com grande
sudorese para não se descolar), evitar região de grande atrito (EX: abaixo do cotovelo /
coxa ).
Dentro da via tópica pode subdividir em varias outras vias como:
1) Via intranasal:
É considerada uma via tópica, pois deposita o medicamento sobre a mucosa nasal.
Intranasal ≠ via respiratória
Intranasal o medicamento é depositado na mucosa nasal, já respiratória (sinônimo
de inalatória) o medicamento é inalado (age sobre a arvore brônquica = chegar no
pulmão).
Normalmente possui efeito local. Mas também existem com efeito sistêmico.
Ex: Descongestionantes nasais: via tópica e local. Quando a região intranasal está
inflamada, a tendência é que os nossos pequenos vasos se dilatam, isso quer dizer que
o orifício de passagem de ar diminui. Então a dificuldade para respirar aumenta. Nos
descongestionantes nasais têm cloreto de sódio a 0,9% e nafasolina que é um
vasoconstritor. Então na hora que pinga o vasoconstritor na mucosa os vasos dilatados
contraem.
Mas existem muitas pessoas que são “dependentes” desses descongestionantes, pois
se usa muito, chega uma hora que o organismo vê que tem algo errado, que essa
pessoa está usando um medicamento que está contraindo o vaso sanguíneo demais, e
a contração de vaso em determinado tecido pode causar problema por diminuir a
irrigação. Então há mecanismo de feedback negativo ou efeito rebote quanto mais
vasoconstritor utiliza na mucosa nasal, mais o organismo responde dilatando o vaso.
Quanto mais usamos o descongestionante, mais precisamos dele. Então esse efeito
rebote faz com que a pessoa não fique livre daquele medicamento.
Porém, por mais que o medicamento tenha efeito tópico, uma parte dele pode cair na
corrente sanguínea, pois ele está sendo depositado no nariz que tem vasos. O
vasoconstritor cai no sangue.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
19
Existem relatos de caso publicados de pacientes hipertensos que não conseguem
controlar sua PA por uso do descongestionante nasal com vasoconstritor, mesmo
usando anti-hipertensivos. Além disso, na solução tem cloreto de sódio que quando cai
no sangue aumenta a volemia aumentando a PA.
~ele não induz à HAS, mas ele pode agravar quem já tem~
Budesonida: é um descongestionante nasal, porém é anti-inflamatorio (corticóide), ele
trata o problema de base que é a inflamação da mucosa nasal, consequentemente não
tem a dilatação do vaso melhorando o problema respiratório.
Ex: Desmopressina: via intranasal com efeito sistêmico [o nariz é muito irrigado]. É um
fármaco agonista do ADH [vasopressina endógena] hormônio anti-diuretico. Ele
atinge a corrente sanguínea e se liga nos mesmos receptores do ADH imitando sua
ação. Utilizado para tratar pacientes com enurese noturna (que faz xixi na cama). É
utilizada antes de dormir. Pode ser utilizado para Diabetes Insipidus e Enurese
Noturna [crianças que fazem xixi na cama].
2) Via Auricular/Otológica)
Medicamentos que são depositados no canal do ouvido. E possuem apenas efeito local.
Medicamentos usados para 2 fins principais:
1- remover cerume ou corpo estranho
2- para tratar problemas que acometem o ouvido externo (inflamação, infecção no
ouvido externo por exemplo). Porém se o problema for ao ouvido médio ou ouvido
interno não adianta usar medicamentos por via auricular. Nesse caso, tem que utilizar
medicamento por uma via que garanta uma inflamação sistêmica [via oral ou
parenteral].
3) Via intravaginal
Em forma de cremes/pomadas que são colocados com auxílio de um aplicador.
Possui efeito local, quando depositado no canal vaginal só alivia problema naquele
local. Ele não alcançará a corrente sanguínea, pois a região possui grande
quantidade de muco que impede a absorção do medicamento, e também pelo pH
intravaginal que não é adequado para garantir a absorção de medicamentos, e
também pelo ciclo menstrual da mulher [dependendo da fase do ciclo menstrual a
tendência é que a mulher tenha uma descamação do endométrio facilitando então
a remoção do medicamento da cavidade vaginal impedindo sua absorção].
EX: Creme de Nistadina [antifúngico]
4) Via Oftálmica
Os medicamentos tem tendência de terem efeito local, pois eles agem sobre a
mucosa ocular. Pode estar em forma de colírio ou semissólidas [pomadas]. Porém
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
20
devido à presença do canal lacrimal, uma pequena porcentagem do medicamento
pode ser absorvida por ele, o que pode justificar efeitos colaterais sistêmicos
causados por colírios ou soluções oftálmicas.
Como aplicar? A pessoa tem que remover corpos estranhos ali como crostas de
secreção que estejam ali na região (remela), ou seja, passar algodão com água
boricada ou lavar o rosto. Paciente deve inclinar a cabeça, fazer a prega palpebral
(porque o medicamento deve ser depositado na mucosa conjuntiva [saco
conjuntival inferior] e não diretamente sobre o globo ocular – tem medicamentos
que podem ser irritantes para o globo ocular), e na hora que pingar deve fechar o
olho para o medicamento ser captado e não piscar, pois quanto mais pisca, mais
remove do globo ocular.
● Via Parenteral/ Injetável)
O medicamento será depositado diretamente em um compartimento do organismo.
* As principais vias parenterais são:
1- Via Intradérmica
Medicamentos são depositados mais superficialmente possíveis na derme
(depositados bem superficialmente na pele), a angulação da agulha é
menor [quanto menor a angulação, mais superficial]. Por isso há um limite
máximo de volume pra ser usado por essa via, deve-se utilizar até 0,1ml de
solução; Velocidade de absorção baixa.
Como é uma via muito superficial normalmente não utiliza essa via pra fins
terapêuticos, ou seja, com fins curativos. É uma via interessante para ser
usada em 2 ocasiões:
1: para fazer diagnósticos/alergias [Ex: Teste de Alergia, em que o medico
deposita alergenos na pele para ver se terá reação inflamatória. Tem que
ser bem superficial senão teria uma crise alérgica muito grande]; e 2: para
aplicação de vacinas.
2- Subcutânea
Medicamento é depositado no tecido subcutâneo (mais profundo).Por isso
a angulação da agulha é maior (45} de angulação). O volume é de 0,5 a
1,5ml de solução, pois é mais profundo; Efeito sistêmico do medicamento
com absorção mais rápida do que na intradérmica.
Ex: Insulina.
Ex: Heparina. É um anticoagulante injetável. Paciente que tem trombose, ou
teve IAM, ou seja, facilidade de formar trombo usa heparina.
3- Intramuscular
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
21
O limite de volume é 5ml, mas depende do músculo. Músculo maior como
dorso glúteo e lateral da coxa pode usar 5ml, já em músculos menores como
deltoide no maximo 3ml isso para adulto.
Medicamento é ejetado num ângulo de 90º para garantir que atinja o
músculo esquelético. O tamanho e o calibre da agulha podem variar de
acordo com o biotipo do paciente e com o tipo de medicamento a injetar.
O comprimento da agulha varia, pois tem pacientes obesos e neles a agulha
tem que ser maior para atingir o seu tecido muscular. E o calibre também
muda.
Velocidade aplicada é maior do que por via subcutânea, pois é mais
vascularizada.
O medicamento pode ser depositado em 4 músculos diferentes:
- Deltoide - Não é considerado seguro, pois é um músculo que comparado
com os outros tem uma pequena extensão [quantidade limitada], tem uma
pequena massa muscular; E nele passam vasos calibrosos e nervos
importantes, então eu posso depositar o medicamento em local que não
deveria como numa veia ou num nervo – desvantagem). ** Diclofenato não
pode ser usado nesse músculo.
- Dorso glúteo: é considerado um músculo interessante, pois a massa
muscular é maior que o deltoide, anatomicamente bem definido, não passa
vasos importantes, mas também tem desvantagem: passa o nervo ciático.
~deve-se aplicar no quadrante superior externo~
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
22
- Ventroglúteo: um dos músculos mais seguro que tem para aplicar
medicamentos, pois é anatomicamente bem definido;Não passa nervos
importantes nem vasos de grande calibre.
O problema dele é que os próprios pacientes têm medo, aversão por essa
via.
- Vasto lateral da coxa: também tem músculo extenso muito bem definido
anatomicamente, sem nervos importantes que passam ali e sem vasos de
grande calibre.
~ muito usado em recém-nascidos, até por ser um local com mais ‘gordura’
Obs: Os mais seguros são ventro glútea e vasto lateral da coxa.
Outras vias consideradas parenterais: via intra articular [infiltrações em casos de
pacientes com inflamações no joelho; nesse caso deposita na articulação] || via
intracardíaca [coloca diretamente no coração. Por exemplo quando o paciente tem
uma parada cardíaca e a via endovenosa não teve sucesso terapêutico, aí a adrenalina
é administrada diretamente no coração]. || via intratecal [é quando administra o
medicamento diretamente no SNC] – EX: Paciente tem um tumor no SNC e por via
endovenosa não está tendo sucesso, pois o medicamento está com dificuldade de
ultrapassar a barreira hematoencefalica. || via intra arterial [medicamento é
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
23
depositado diretamente na artéria] essas vias são vias de exclusivo hospitalar, por
isso são menos conhecidas. – normalmente é por via endovenosa -
5- Endovenosa
Aplicação do medicamento diretamente na veia.
* Possui algumas vantagens:
-Os medicamentos usados por essa via possuem ação imediata, por isso são usados
quando é preciso de uma resposta rápida como urgências e emergências.
-O medicamento não precisa de limite de volume para ser aplicado na veia.
-Interessante para aplicar medicamentos que causam irritação no tecido muscular.
Nesse caso, eles são administrados diretamente na veia.
* Possui algumas desvantagens:
-Não pode aplicar por via endovenosa medicamentos oleosos (ele não se solubiliza no
sangue).
-Existe o risco de produção de êmbolos, ou seja, risco do paciente evoluir pra uma
embolia, pois pode injetar ar na veia ou porque o medicamento pode não se
solubilizar e assim obstrui determinados vasos [se injetar ar pode obstruir algum
vaso].
-Maior risco de produzir contaminação microbiana não fazer assepsia da pele.
- Dificuldade de reversão de efeito: depois que aplicou o medicamento por via
endovenosa, se viu que aplicou uma dose errada ou medicamento errado, para
desfazer esse problema dá trabalho. Muitas vezes o medicamento não tem
antagonista. Por isso tem que conferir.
-Se o paciente tiver alergia ao medicamento, a reação alérgica [geralmente consegue
reverter com um anti-histamínico] pode ser mais intensa podendo inclusive ocasionar
um choque anafilático.
- A desvantagem de todas as vias parenterais é a dor durante a aplicação. Isso pode
diminuir a adesão do paciente ao tratamento.
● Via respiratória/ Inalatória
Nesse caso o medicamento precisa atingir os pulmões ou a árvore brônquica.
Pode ter efeito local ou efeito sistêmico.
Fármacos usados por essa via podem ter efeito local, por exemplo, em medicamentos
usados para tratar doenças respiratórias como a asma (paciente com asma tem
broncoconstrição). Mas nem sempre as bombinhas tem efeito local, pq o bronco é
irrigado então pode cair na corrente sanguínea.
Ex: paciente que tem asma e usa bombinha de broncodilatador. Adrenalina faz
broncodilatacao no bronco. Então bombinhas com broncodilatador tem medicamentos
que imitam a adrenalina (agonistas adrenérgicos beta2), ou seja, ligam no receptor
dela. Uma das principais reações adversas da bombinha ou da inalação é o
aceleramento do coração pq o medicamento caiu na corrente sanguinea e liga onde
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
24
tem receptor para a adrenalina como o coração (beta1) acelerando o coração
produzindo como efeito colateral taquicardia.
Existem 2 tipos de dispositivos inalatórios: ler sobre isso (Xerox)
Aerosol dosimetrado (bombinhas)
Dispositivos de pó seco
Há aqueles usados por via respiratória para ter efeito sistêmico, por exemplo,
anestésicos gerais e inalatorios.
Ex: paciente vai fazer cirurgia, coloca uma mascara nele com anestésico, paciente inala
o anestésico que chegará no pulmão. No pulmão ele rapidamente é captado para a
corrente sanguinea e chega no SNC pq a arvore brônquica é muito irrigada, e os
alvéolos pulmonares possuem epitélio que não é queratinizado então tem uma
facilidade grande do medicamento sair dos alvéolos e cair na corrente sanguinea.
bs: evitar falar nome comercial de medicamentos.
Prescrições médicas
● Prescrição é diferente de receita:
● Receita é o documento formal, é o papel onde serão redigidos, pelo prescritor que
irá se responsabilizar pelos medicamentos com a sua dose, posologia, e duração do
tratamento.
Prescrição é o ato de se escolher o melhor e o mais indicado medicamento bem
como a forma do tratamento [medicamento / dosagem / posologia] para um
determinado paciente [Durante a anamnese, exame físico e clínico do paciente à
prescrição já é iniciada no momento em que o medicamento é escolhido].
● Todas as vezes que coloca o medicamento na receita é indicado que coloque o
medicamento com seu nome da DCB [denominação comum brasileira] que é o nome
do principio ativo.
Deve-se evitar prescrever medicamentos pelo nome comercial, pois se for prescrito
pelo nome comercial a drogaria pode substituir o medicamento referencia pelo
respectivo genérico ou similar que tenha realizado o teste de bioequivalência.
~No SUS obrigatoriamente tem que escrever pelo princípio ativo devido ao fato que o
paciente vai pegar na Farmácia pública e podeter problemas.
Ex: Paciente com inflamação é prescrito AINES [diclofenato sódico]. Prescrevo o
referencia que é chamado Voltaren (“voltaren” está na caixa). Ao chegar à drogaria o
balconista pode trocar pelo genérico (que tem o nome “diclofenato sódio” na caixinha)
ou pelo similar (que temna caixinha “voltaflan”). Portanto, o indicado é colocar na
receita “diclofenato sódico”.
● Se o médico colocar na receita “não autorizo a substituição”, aí não pode trocar por
outro subtipo.
● Não pode substituir similar pelo genérico, apenas por referencia.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
25
Só pode intercambiar:
- referencia com genérico
- referencia com similar
- nunca genérico com similar.
● Medicamentos são subdivididos em 3 categorias:
1- MIP’s (ou OTC’s): são os medicamentos isentos de prescrição [de venda livre,
podem estar em bancadas para qualquer pessoa adquirir e em qualquer
quantidade também]. Não precisam de receitas para serem dispensados, mas são
medicamentos que precisam de orientação medica para que não sejam usados de
maneira indiscriminada,.
Ex: Paracetamol [é um medicamento hepatotóxico, se o paciente tomar em doses
maiores de 4g/dia o fígado já começa a ser lesado]. Então isso é prejudicial para
pacientes que já tem problemas no fígado.
“Tomar 1 comp. de 6/6h em caso de dor” é diferente de “tomar um comp. em
caso de dor” ou “Tomar um comp. de 6h/6h”, pois no segundo caso o paciente vai
ficar tomando, e no terceiro ele vai tomar mesmo sem dor.
Ex: Antiácidos [É uma substância básica que age neutralizando o HCL do estômago,
porém em altas doses a base pode sobrar da reação/excesso e com isso, ser
absorvido causando alteração no pH sanguíneo, o que pode gerar Alcalose
Sanguínea].
Ex: Dipirona [Proibido em alguns países | Pode causar problemas hematológicos
em pacientes podendo causar riscos eminentes de vida]
2- Medicamentos tarjadosNÃO CONTROLADOS: são medicamentos que tem
tarja vermelha na caixa onde está escrito “venda sob prescrição medica”. Isso quer
dizer que para ser comprado o paciente tem que levar a receita. O balconista
devolve o medicamento junto com a receita, ou seja, a receita não precisa ficar
retida.
Ex: Nimesulida
Ex: Diclofenaco [anti-inflamatório, mas contraindicado para quem possui
problemas gástricos, por exemplo]
No cabeçalho deve conter informações dp consultório/médico, ou pode ser
branco, sem problemas [uma folha sulfite é considerado receita também].
Receita branca [comum] é padronizada, segue o layout:
Tem que ser escrita a tinta [caneta ou digitalizada]
Letra legível [letra ilegível pode gerar problemas com a vigilância sanitária]
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
26
Colocar na receita:
1º Nome do paciente
2º Endereço [recomendável, não é obrigatório – pois às vezes pode haver dois
ou mais pacientes com o mesmo nome e podem confundir em caso de algum
problema].
3º Via de administração [Uso oral / enteral / interno].
4º Prescrição:
EX:: Nimesulida 100mg --------- 10 comprimidos [nº de comprimidos ou caixas]
Tomar 1 comprimido de 12/12 horas, durante 5 dias.
~ Para saber a quantidade de medicamento que serão utilizados, deve-se saber o tanto de
dias e quantas vezes será tomado para fazer a conta ~
~ Evitar indicar por caixa, pois pode variar a quantidade que vem dentro de empresa para
empresa – exceção se for um medicamento que não tem como contar, como em gotas, ou,
àqueles que são usados em caso de dor ~
~ Se for receitar mais de um medicamento pela mesma via, deve-se numerar.
~Se for medicar também uma Pomada, por exemplo, não pode colocar na sequência
numérica, deve-se colocar Uso Tópico.
SEMPRE QUE MUDAR A VIA DEVE-SE COLOCAR NA RECEITA, POIS SE
COLOCAR NA SEQUEÊNCIA NUMÉRICA ESTÁ INCORRETO!!
Uso oral Uso injetável Uso tópico
1- ... 1-... 1-...
2-.... 2-... 2-...
5º Isolar o espaço em branco fazendo um risco [Assume a responsabilidade dos
medicamentos prescritos até ali].
6º Assinatura [se não colocar, a receita tona-se inválida], data e carimbo.
~Recomendações [não esquecer de tomar medicamento / não interromper / retornar / etc]
de uso deve-se fazer no verso para não deixar tudo confuso na receita.
3- Medicamentos deUSO CONTROLADO: são medicamentos que para serem
vendidos precisam de retenção de receita. Precisa de pelo menos 2 vias, pois uma
via fica com o paciente para saber o modo de usar o fármaco e a outra fica no
estabelecimento.
Receitas com validade para 30 dias, exceto antibióticos.
Precisam de retenção porque a maioria dos medicamentos controlados estão
listados em uma portaria chamada de portaria 344 de 98. Essa portaria dispõe de
medicamentos com controles especiais, pois eles possuem o risco de
causar/desenvolver capazes de produzirem dependência, tolerância ou reações
adversas consideradas intensas. Muitas vezes esses medicamentos que estão na
portaria 344 precisam de uma prescrição para garantir o seu uso adequado ou uso
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
27
racional. Existem medicamentos controlados que não estão listados nessa
portaria, como os antibióticos, pois possuem uma resolução própria.
Olhar a portaria 344 capítulo V para saber sobre prescrição controlada que
necessita de receita especial, nesse capítulo, em Anexos há listas, todos os
medicamentos que estão na portaria 344 de 98 estão relacionados nessas listas.
Existem 3 listas principais (lista A, B e C). Dentro da C tem C1, C2, C3, C4....
Obs: As receitas têm validade de 30 dias e limite de 3 medicamentos por receita
prescritos.
Obs: O campo de Identificação do Comprador [quem for comprar/pegar na
drogaria] e Identificação do Fornecedor [carimbo da drogaria que está fornecendo]
deve ficar em brancos para serem prescritos pela drogaria
Medicamentos que fazem parte da lista C1: Receita Branca de
Controle Especial.
Antidepressivos, ansiolíticos, anti-parkinsonianos, anticonvulsivantes,
medicamentos utilizados no tratamento etilismo, anti-psicóticos,
medicamentos estabilizadores de humor (por ex os fármacos para tratar
transtorno bipolar, como o carbonato de lítio principalmente). Eles podem
causar tolerância [fato do paciente necessitar de doses cada vez maiores
do medicamento para apresentar a mesma resposta terapêutica],
dependência.
Também tem tarja vermelha escrito “venda sob prescrição medica” e
embaixo “só pode ser vendido com retenção da receita”.
Tarjado não controlado é prescrito na receita branca comum. Já
medicamentos da lista C1 tem receita especifica: receita de controle
especial. Os medicamentos que estão listados na lista C1 são chamados de
medicamentos de controle especial. Tem um layout específico (olhar
slide). Tem um quadrinho com “identificação do emitente” que onde
coloca informações do médico.
Os dois quadrinhos embaixo não podem ser preenchidos pelo medico,
quem preenche é a drogaria (o farmacêutico). (olhar slide).
Amitriptilina é um anti-depressivo.
Receita da C1 vale para 30 dias, mas na receita eu posso prescrever uma
quantidade suficiente para o tratamento durante 6 meses que são
anticonvulsivantes e anti-parkinsonianos.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
28
Medicamentos da lista C2 também são chamados de retinoides de
ação sistêmica.
EX: Isotretinoina (conhecida comercialmente como Roacutan).
Tarja vermelha do Roacutan:
Venda sob prescrição medica
Atenção: risco para mulheres grávidas [Causa vários defeitos na face, nas
orelhas, no coração e no sistema nervoso do feto]
Tem uma receita pronta especifica já para retinoides de ação sistêmica. Ela
também tem identificação do emitente impressa pela gráfica com todos os
dados do medico. Tem receitas que são compridas, ela são chamadas de
notificação de receita. Então fala que vai fazer uma notificação de receita
de retinoides de uso sistêmico. Mas nesse caso especifico, além da
notificação de receita o paciente tem que assinar um termo de
responsabilidade e consentimento pós-informação. Isso garante que o
medico prescritor forneceu todas as informações necessárias que
garantam o uso seguro dessesretinoides. Essa receita é numerada (como
se cada medico tivesse o seu código) e precisa dessa numeração para fazer
rastreio do medico, por exemplo se o nome dele não estiver legível aí olha
na numeração e vê todos os dados do medico.
COMPLETAR COM ÁUDIO EM 1H
Medicamentos da lista C3: Psicotrópicos - Medicamentos
Imunossupressores
(EX: talidomida). Nesse caso existe uma notificação de receita especifica
pronta para a talidomida. Ela causa má formação fetal, mas ainda é
utilizada na clinica. Dois usos clínicos principais da talidomida hoje: ela é
anti-inflamatória e é imunomoduladora (é capaz de causar uma
imunossupressão). Por isso talidomida pode ser usada em pacientes que
não tem boa resposta a outros imunossupressores.
Por exemplo: um paciente que tem uma doença autoimune e começa a
usar corticoide que é um imunossupressor usado bastante na clinica, mas
o paciente não tem uma resposta clinica interessante, então preciso
substituir esse corticoide por outro imunossupressor. Uma alternativa é a
talidomida. Ela pode ser utilizada para tratamento de hanseníase e para
tratamento de alguns tipos de lúpus.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
29
Obs: A maioria das receitas tem validade para 30 dias, com exceção da
talidomida. Esta tem validade para 20 dias.
Medicamentos da lista C5: lista dos anabolizantes. Os anabolizantes
podem ser prescritos na receita de controle especial. Medico que
prescrevem essa lista são endocrinologista, então se não tiver essa
especialidade não é a pessoa mais apta pra prescrever esses
medicamentos (C5 é mais limitado).
● Os fármacos das listas A1 e A2 são chamados de entorpecentes. E os da lista A3 são
psicotrópicos.
● Da lista C para A o que muda é a cor da tarja. Os medicamentos da lista A possuem
tarja preta. Ou seja, são medicamentos com alta capacidade de causarem
dependência.
Medicamentos da lista A1 e A2: Medicamentos prescritos em
RECEITAS AMARELAS, os talonários devem ser solicitados na vigilância
sanitária, e não mais, uma gráfica.
Analgésicos Opioides
** EX: Codeína e Tramadol. Quando estes são usados em doses maiores
que 100mg por comprimido eles fazem parte da lista A (A1 e A2), já se
forem utilizados em doses iguais ou inferiores a 100mg eles deixam de ser
da lista A e passam a ser de controle especial (lista C1).
EX: Tylex (referencia) e Paco (similar): são associações de paracetamol
(analgésico periférico) + codicodeina (analgésico de ação central).
Nome comercial vem escrito: Paracetamol de 500mg + codeína de 30mg.
Paciente está com dor intensa e eu prescrevo paracetamol para ele que é
um analgésico periférico. Mas o paciente não tem melhora clinica então
eu posso trocar o paracetamol pela associação de
paracetamol+codicodeina. Então a potencia analgésica dessa associação é
maior. Nesse caso se eu for prescrever esse medicamento a receita que eu
uso é a branca de controle especial, pq a codeína está sendo prescrita em
uma dose menor que 100mg.
EX: Tramal: é o cloridrato de tramadol. Vem 50mg no comprimido. Então
se prescrever tramal de 50mg é na receita de controle especial.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
30
Medicamento que faz parte da lista A3: Metilfenidato, o seu nome
comercial é Ritalina.
Todo medicamento da lista A (A1, A2, A3) a receita tem que ser amarela,
que possui layout. Nesse caso, o prescritor precisa solicitar o talonário na
vigilância sanitária (ela que fornece). O lugar que faz essa receita
controlada é a gráfica mesmo, mas a gráfica tem que ser cadastrada pela
VS.
Medicamentos da lista B (Blue) (B1 e B2): Prescritos em receitas
azuis, que também são solicitados à Vigilância Sanitária a numeração e
manda para a gráfica confeccionar.
B1 são os psicotrópicos.
Ex: Benzodiazepínicos (ex: diazepam, midasolan, clonasepan (rivotril),
bromazepan, alprasolan, lorazepan..).
B2 são os psicotrópicos anorexígenos (medicamentos para emagrecer)
Ex: Sibutramina.
Todo medicamento da lista B são prescritos na receita azul. Nesse caso, a
responsabilidade da impressão da receita é o próprio medico, ele que vai
na gráfica.
● ANNTIBIÓTICOS... A partir de 2011 se tornaram medicamentos
controlados com o intuito de diminuir o numero de resistência dos micro-organismos
aos antimicrobianos.
Não há receita padronizada para antibiótico, ou seja, não existe layout especifico para
antibióticos. O que tem de regra para antibiótico é que deve ser prescrito em 2 vias
[para uma ficar retida na drogaria e outra fica com o paciente]. Depois que assinou e
datou a receita de antibiótico, ela tem validade de 10 dias.
Tem medico que usa receita de controle especial para antibiótico, não tem problema.
Há medico que cria uma receita especifica para antibiótico, também não tem
problema.
Pode fazer numa folha sulfite também.
Isso tudo é permitido contanto que tenham 2 vias.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
31
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
32
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
33
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
34
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
35
Continuação farmacocinética
● Farmacocinética: É o estudo do caminho que o fármaco faz no organismo desde o
momento em que ele é adm ate o momento em que ele é excretado do corpo.
● Ela é subdividida em 5 etapas como dito anteriormente:
1-administração
2-absorção
3-distribuição
4-biotransformação ou metabolização
5- excreção
Todas essas etapas da farmacocinética acontecem simultaneamente.
ABSORÇÃO DOS FÁRMACOS
● É a passagem da molécula do medicamento do local onde ela foi administrada para a
corrente sanguínea [A quantidade do medicamento que atinge a corrente sanguínea é
chamada de biodisponibilidade]. Mas para o medic ser absorvido independente da via
de adm ele precisa ultrapassar no nosso organismo varias barreiras, por isso aa
quantidade da dose, não é, necessariamente, o quanto será absorvido.
EX: Se ele for adm por via oral ele tem que ultrapassar a barreira do trato gastro
intestinal (o epitélio e depois o endotélio vascular) para conseguir atingir o sangue.
Medic adm por via parenteral intramuscular: tem que ultrapassar MP, endotélio do
vaso.
Via sublingual: ultrapassar mucosa sublingual, varias membranas.
Quando o medicamento é adm no nosso organismo, a quantidade que chega na
corrente sanguínea não é de 100%.
Supondo que o paciente tomou 1 comp de nimesulida de 100mg por via oral. Mas não
chega 100mg na corrente sanguínea, pois ele teve que ultrapassar varias barreiras, e
vai se perdendo nessas passagens. Então a biodisponibilidade desse medicamento é
60% (por exemplo). A porcentagem varia (cada medicamento tem uma porcentagem
de biodisponibilidade).
As 2 únicas vias de adm que possuem biodisponibilidade de 100% são as vias
endovenosa e a intra-arterial. Nessas vias o medic já é depositado diretamente no
sangue, não ultrapassa barreiras. Nessas vias os medic não passam pelo processo de
absorção.
Há 2 motivos para que a biodisponibilidade dos medic não seja de 100%:
1-Vai ter que ultrapassar as barreiras e vai se perdendo.
2- Vários medic sofrem o metabolismo de 1ª passagem: o medicamento é
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
36
biotransformado antes de atingir a corrente sanguínea ou antes de exercer o seu efeito
farmacológico.
O normal é o medic ser absorvido, depois distribuído para atingir seu local de ação, aí
ele vai exercer o seu efeito e só depois será biotransformado. Mas alguns medic sofrem
esse metabolismo de 1ª passagem, ou seja, sãobiotransf antes de serem absorvidos ou
distribuídos para exercerem seu efeito. Por exemplo, no nosso trato gastro intestinal
existem enzimas que metabolizam medicamentos. Entao existem medic que quando
toma por via oral ele chega no trato gastro e é biotransf antes de ser absorvido.
Quando sofre ação das enzimas ele já é degradado no trato gastro, uma porcentagem
dele já vai ser biotransfada ali.
● O medicamento X tem uma biodisponibilidade de 40%, isso siginifica que 60% do
medic se perdeu no processo (ou na passagem das barreiras, ou sofreu o intenso
metabolismo de 1ª passagem).
Um fármaco pode ser absorvido em diversos locais no nosso organismo, o local de
absorção depende da via de adm dele.
Medic que são adm por via sublingual, são absorvidos na mucosa oral (sublingual).
Medic adm por via inalatoria ou respiratória: absorvidos nos pulmões.
Via retal: absorvido no reto.
Via oral: pode ser absorvido em qualquer local do trato gastro intestinal.
Porém, os principais locais de absorção são: estomago ou intestino. Alguns medic são
melhores absorvidos no estomago e outros no intestino.
Fatores que influenciam na absorção dos medicamentos
Existem alguns fatores que são determinantes para o processo de absorção dos medic:
● Propriedade físico-química dos medicamentos:
- Todo medicamento deve possuir uma taxa de hidro solubilização para garantir sua ação nos
líquidos corporais.
- Quanto maior a lipossolubilidade de um medicamento mais fácil e rápida será a etapa de
absorção, pois maior a sua dissolução pela M, além de que ele ultrapassa com facilidade as
membranas plasmáticas [difusão passiva ou simples].
- Se o medicamento for muito hidrossolúvel, ele precisará de transportadores, o que deixa sua
dissolução mais lenta.
-Medicamentos de baixo peso molecular (pequeno e forma esférica), ou seja, moléculas
pequenas tendem a ser absorvidas mais rapidamente. Quando menor e mais esférica a
molécula for mais fácil irá ultrapassar a MP.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
37
-Ionização dos medicamentos, ou seja, quanto menor a quantidade de cargas elétricas da
molécula do fármaco mais rápido será o processo de absorção.
Essas 3 características facilitam a passagem do medicamento através do transporte passivo
(difusão passiva), através da MP. Se o medicamento for hidrossolúvel, grande e tiver carga ele
pode ultrapassar as membranas, mas essa passagem será dificultada pq o medic precisará de
um transportador para que o transporte ocorra por difusão facilitada ou por transporte ativo.
Então a quantidade e a velocidade para o medicamento chegar no sangue será menor.
- Valor de pKa
● Fluxo sanguíneo na área de absorção:
- Quanto maior o fluxo sanguíneo na área absortiva, maior será a captação do medicamento
para a corrente sanguínea.
Ex: Paciente com que está tomando o medicamento por via oral todos os dias e o
medicamento tem que chegar ao intestino para ser absorvido, mas o paciente tem
Insuficiência Cardíaca. Com isso, o DC dele não é normal, e a quantidade de sangue que sai do
coração e atinge o intestino é menor. Então a captação do medic para a corrente sanguínea
também será menor e isso pode influenciar na resposta terapêutica e farmacológica.
A conduta seria aumentar a dose do medicamento, masas ao mesmo tempo em que está
chegando menos sangue no intestino, também está chegando menos sangue no fígado [então
o medic será menos biotransformado]. E ao mesmo tempo também está chegando menos
sangue nos rins [então o medic será menos excretado]. Portanto, se aumentar a dose pode ter
risco de intoxicação, pois aumentando a dose aumenta a absorção, mas a biotransformação e a
excreção não serão acompanhadas na mesma velocidade. Então antes de aumentar a dose de
um medic é melhor esperar resposta do paciente para avaliar e é necessário entender o
problema de saúde que paciente tem e verificar se é viável aumentar a dose ou mudar a via de
adm do medic prescrito.
● Área de superfície absorvente:
- Quanto maior a área de superfície absorvente maior será o processo de absorção do medic. A
maioria dos medic adm por via oral é absorvida no intestino por causa da área de superfície
absorvente. O intestino é a área do trato gastro intestino que tem maior extensão. Contando as
suas microvilosidades, o intestino pode atingir 200m².
Ex: Paciente toma medic. De caráter básico para tratar hipertensão por via oral diariamente
que depende do intestino para ser absorvido, mas ele teve câncer intestinal e teve que fazer
remoção de parte do intestino. Com isso, diminuiu a área de superfície absorvente.
Mesma coisa ocorre com paciente que toma medic de caráter ácido, que será absorvido no
estômago e passa por cirurgia bariátrica em que ele reduz o estomago. Assim, a área de
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
38
superfície é reduzida também com consequente redução de absorção do medic. Portanto,
pacientes que tem retirada de partes do intestino ou estomago, a via oral não é a melhor via de
adm de medicamentos. Nesse caso, opta sempre por outra via, se essa via não for possível, é
necessário ajustar a dose para esse paciente (pq nem todo medicamento tem por via
parenteral por ex).
● Número de barreiras que o medicamento precisa ultrapassar para ser absorvido:
- Quanto maior o número de barreiras que o medicamento precisa transpor, menor será a sua
chegada à corrente sanguínea [biodisponibilidade].
EX: A via endovenosa não tem barreiras, então a quantidade do medic que chega no sangue é
grande, ao contrario da via oral [sua biodisponibilidade é menor].
● Tempo de esvaziamento gástrico:
- Isso é para medic usados por via oral.
- Esvaziamento gástrico é a passagem do bolo alimentar do estômago -> intestino.
Ex: Paciente que usa diariamente um medicamento ácido que é absorvido no estomago. Esse
paciente começa a tomar junto com esse medicamento outros medic que aceleram o
esvaziamento gástrico, isso significa que o quimo está saindo muito rapidamente do estomago
e atingindo o intestino. Então o tempo que esse medicamento está ficando no estomago é
menor, consequentemente a sua absorção será reduzida.
Ex: Existem situações em que o paciente utiliza de forma crônica medicamentos que são
absorvidos no intestino, caráter básico e ele começa a consumir alimentos que retardam o
esvaziamento gástrico [EX: alimentos ricos em fibras, pois estas retardam o esvaziamento
gástrico. Elas facilitam no processo de emagrecimento, pois se elas retardam o esvaziamento
gástrico, o bolo alimentar fica mais tempo no estomago, paciente tem sensação de saciedade
por um tempo maior e consequentemente diminui o consumo de alimentos]. Então o
medicamento está chegando mais lentamente no intestino e, consequentemente, o processo
de absorção fica mais lento [retardado].
Portanto, os alimentos podem influenciar na absorção de medicamentos por 3
mecanismos diferentes:
a) alterando o esvaziamento gástrico.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
39
b) alimentos são capazes de alterar o pH do trato gastro intestinal. Se mudar o pH do
trato pode alterar a absorção dos medicamentos.
c) alimentos podem se complexar com a molécula do fármaco e impedir/facilitar sua
passagem pelas barreiras.
Ex: Tetraciclina (antibiótico) não pode ser tomada junto com leite, pois ela se complexa
com o Ca²+ e com isso, ela fica maior, além disso, o cálcio tem carga (íon) deixando a
molécula carregada dificultando ainda mais a passagem pelas barreiras, e
consequentemente a biodisponibilidade da tetraciclina será menor comprometendo
seu efeito farmacológico.
Ex: Criança que toma Sulfato Ferroso para impedir anemia, e devem tomar com sucos
cítricos, que favorecem sua absorção, pois o Fe²+, que é o que precisamos absorver, em
ambiente ácido ele fica nesse estado, e em ambiente básico se tornaFe³+.
Ex: Hormônio Tiroidiano – Levotiroxina/Puran - se complexa com café, por isso deve ser
tomada 30min – 1h antes.
~CASO HAJA DÚVIDA, DEVE-SE ACONSELHAR O PACIENTE TOMAR COM 200ml DE
ÁGUA, QUE É INERTE ~
● Influencia do pH na absorção do medicamento:
Todos os medicamentos são considerados eletrólitos fracos [eletrólitos são substancias que
quando entram em contato com água se ionizam]. Todo medicamento quando entra em
contato com a agua vai se ionizar.
Todo medicamento é considerado um ácido fraco ou uma base fraca. Além disso, todo medic
possui um valor fixo chamado de PKA: é a constante de ionização ou constante de dissociação
do medic.
Quando o medic estiver em um ambiente do organismo onde o pH desse ambiente = PKA do
fármaco, o medic ficará 50% ionizado e 50% não ionizado. Mas isso é muito difícil acontecer.
Então esse equilibro de 50 e 50% quase nunca acontece.
Ex: Fenobarbital, gardenal, que é um ácido fraco e seu valor de PKA é 7,4. Se ele chegar no
nosso organismo que tem pH de 7,4 como o sangue, ele fica 50% ionizado e 50% não ionizado.
Se o paciente toma medic que é acido fraco, e ele atingir um local do organismo onde o pH do
local < PKA do fármaco: O medicamento terá uma maior quantidade de sua fração não
ionizada [maior porcentagem do medic. fica não ionizado]. pH < PKA
Se medic é acido fraco atingir um local do organismo onde o pH do local > PKA, ele ficará
ionizado. pH > PKA
Ex: Um medic. Ácido fraco é mais bem absorvido no estômago, pois lá o pH < pKa, e assim
haverá mais carga não ionizada, ou seja, sem carga, o que favorece a ultrapassagem pelas MP, e
consequentemente, a absorção.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
40
O medicamento básico é ao contrario: quando atinge um local onde o pH > PKA, ficará não
ionizado. pH > PKA
Medic básico atinge local com pH < PKA fica ionizado. pH<PKA
A fração não ionizada que sofre absorção, pq esta não tem carga. Portanto mais fácil de
ultrapassar as MP. À medida que a não ionizada vai sendo absorvida, a ionizada vai tentar se
equilibrar e vai não ionizar também. .
Ex: fenobarbital é um acido, seu PKA é 7,4. pH do estomago é 2. Ele está num ambiente onde o
pH é menor que o valor do PKA, então a tendência é que o fenobarbitol esteja não ionizado,
entao aí que ele vai ultrapassar a membrana e ser absorvido. Entao medic que são acidos
tendem a ser absorvidos no estomago pq o pH estomacal é menor que o valor do PKA do
fármaco.
Ex: Um paciente que toma Ácido Valproico para tratar convulsão e usa também outros
medicamentos, e com isso, sente um desconforto gástrico e começa a se automedicar com
anti-ácido [bicabornato de sódio] e junto, o comprimido do anti-convulsivante. Como ficará a
absorção do último? Reduzida, pois ele precisa de ambiente ácido para ser absorvido, e o
anti-ácido vai no mínimo promover a neutralização ou aumento do pH.
Se o paciente estiver tomando medic que é básico, ele é mais bem absorvido no intestino que
tem pH mais alto. Entao o medic básico atinge o pH alto que é maior que o valor do PKA do
fármaco. Entao o medic básico fica não ionizado no intestino.
Portanto, os medicamentos ácidos fracos são melhores absorvidos no estômago ou na
primeira porção do intestino [pois essa porção ainda sofre influencia do pH acido]. E os
medicamentos básicos são melhores absorvidos no intestino, pois o pH do intestino é
básico, e são nesses locais que a maior porcentagem fica na forma não ionizada.
Meia vida de eliminação dos medicamentos
● Meia vida de eliminação (T ½ ) é o tempo que o medicamento necessita para ser 50%
eliminado do organismo. Todo medicamento possui a sua meia vida de eliminação
(valor padronizado, fixo). Normalmente a meia vida é data em horas, porem tem
medicamento que a meia vida é de minutos ou de dias. A meia vida de eliminação nos
da uma noção de frequência posológica do medicamento, ou seja, a posologia é
baseada na meia vida de eliminação do medicamento.
Lembrando que o valor é calculado pensando em uma pessoa com excreção normal.
Ex: Propanolol [Beta bloqueador] possui meia vida de eliminação de 6 horas. O
paciente toma 1 comp. de Propanolol de 40mg por via oral, mas a biodisponibilidade
(quantidade que cai na corrente sanguínea) nesse caso foi 30mg. Então ele tem 30mg
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
41
de Propanolol no sangue (os 10mg será excretado) que daqui 6 horas vai ter 15mg no
sangue, depois de 6 horas terá 7,5mg, depois de 6 horas 3,25... até chegar no 0mg.
● Para ter efeito farmacológico pleno/interessante/constante [estado de equilíbrio] no
organismo são necessárias cercas de 4 a 6 meias-vidas de eliminação [em média 5],
esse momento é chamado se STEADY STATE.
Ex: Paciente com hipertensão começa tomar Propanolol, o medicamento será
absorvido e a curva do gráfico aumentará, até que comece a ser excretado e a curva
começa a cair. Nesse momento, deve-se adm outro comprimido que fará a mesma
coisa, ou seja, fica flutuando entre alto e baixo. Isso depende da meia vida de
eliminação, porém, geralmente é de 4-6 meias-vidas, em média 5. Como o Propanolol
possui meia-vida de 6h, quando chegar em 30h que o medicamento irá apresentar seu
efeito pleno, ou seja, estará constate na concentração plasmática.
TUDO ISSO SE O PACIENTE TOMAR NA FREQUÊNCIA ADEQUADA PRESCRITA
A pressão é controlada no pico plasmático, mas quando começar a cair ela vai
aumentar de novo e fica nesse vai e volta, até o medicamento atingir o equilibro
ficando constante a concentração plasmática, ficando constante o efeito terapêutico.
COLOCAR AQUI O GRÁFICO DE MEIA-VIDA
● A FREQUÊNCIA POSOLÓGICA também é calculada pelo T ½
Ex: Paciente toma um medicamento X que tem meia vida de eliminação de 6 horas
(significa que a cada 6 horas ele é 50% eliminado do organismo), e um medicamento Y
com meia vida de eliminação de 60 horas (a cada 60 horas ele é 50% eliminado do
organismo).
Qual medicamento tem que ser tomado mais vezes ao dia? X, pois ele é eliminado
mais rápido então tenho que repor mais vezes ao dia no organismo do paciente.
O medicamento Y pode ser tomado 1 vez ao dia, já o X não.
Ex: Fluoxetina tem meia vida de eliminação de 7 dias, por isso, é utilizado poucas vezes
ao dia. Um paciente com ansiedade, toma 1 comp. de 20mg uma vez ao dia 24hx24h e
toma ao longo de 10 dias e acha que não está resolvendo nada e para de tomar. Como
7 dias é T ½, para atingir o STEADY STATE é 5 T ½, ou seja, em 35 dias para que o efeito
farmacológico seja pleno. / Com isso, o que se observa é que a velocidade de liberação
é lenta.
● Porém, há pacientes que esquecem de tomar alguns dias por exemplo. Nesse caso,
atinge o STEADY STATE sim, só que como ele está tomando pouco (menos vezes do que
deveria) ele vai atingir o STEADY STATE na faixa de concentração plasmática sub
terapêutica [uma faixa em que ele vai atingir a concentração plasmática constante mas
ela não é suficiente para exercer o efeito farmacológico]. O mesmo ocorre quando o
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
42
paciente toma mais comprimidos achando que vai gerar efeito mais rápido, vai atingir
o STEADY STATE, mas a faixa é a sobre terapêutica [também considerada faixa tóxica],
ele vai apresentar mais efeitos negativos, colaterais do que efeitos benéficos. Por isso
tem que falar para o paciente tomar o medicamento na hora certa.
● O TEMPO PARA FICAR LIVRE DO MEDICAMENTO NA CORRENTE SANGUÍNEA:
O paciente parou de tomar Fluoxetina hoje, depois de quanto tempo que irei ficar livre
de fluoxetina na corrente sanguínea? O tempo que necessita para ficar livre do
medicamento na corrente sanguínea (100% livre) é de 5x a meia vida de eliminação.
Quando tira antidepressivo de um paciente ele fica com abstinência, mas a fluoxetina é
o que menos causa abstinência pois a meia vida dela é longa.
Se pararde tomar fluoxetina hoje, 5x 7= 35 dias é o tempo que ela vai demorar para
ser totalmente eliminada. Então paciente para de tomá-la, mas ele ainda vai ficar com
ela no sangue sendo excretada lentamente durante 35 dias. O risco de ter síndrome de
abstinência será menor.
Distribuição dos fármacos
● Distribuição é a passagem do medicamento da corrente sanguínea para um
determinado tecido onde ele irá exercer o seu mecanismo de ação [onde há os
receptores] e, consequentemente, o efeito farmacológico.
● O medicamento se ficar na corrente sanguínea pode não exercer seu efeito
farmacológico, pois para exercer ele precisa se ligar em um receptor que está presente
nas células que compõem o tecido, alterando suas funções gerando o efeito
farmacológico. Mas nem todo medicamento precisa se ligar no tecido para exercer
ação, por exemplo, um anticoagulante que age no próprio sangue.
● O fármaco quando cai no sangue fica uma porcentagem ionizada e outra porcentagem
não ionizada. Essa porcentagem não ionizada fica livre circulando no sangue, ou seja,
ela não se liga a ninguém, fica solta passando por todos os tecidos até atingir seu local
de ação.
A ionizada é aquela que se liga a proteínas plasmáticas, sendo que a principal proteína
plasmática ligadora de medicamentos é a albumina. Esta tem uma afinidade maior a
fármacos de caráter ácido. Enquanto outra proteína plasmática (PP) chamada de
glicoproteína ácida se liga aos fármacos de caráter básico. Mas na corrente sanguínea
existem algumas proteínas plasmáticas que se ligam a fármacos específicos.
EX:, paciente ta tomando medic a base de ferro, a PP que vai transportar esse
medicamento é a transferrina. Se paciente ta tomando medic a base de cobre, a PP
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
43
que transporta esse medic é a ceruloplasmina. Se medic for a base de vit B12, a PP é
transcobalamina. Transportina transporta corticóides. Portanto, todas essas proteínas
são capazes de transportar medicamentos específicos. As duas principais PP ligadoras
de medicamentos são albumina e glicoproteina acida.
● A fração Livre é a responsável por exercer o efeito farmacológico, que sai mais fácil do
sangue e atinge o tecido, pois ela passa o endotélio com muito mais facilidade e chega
ao tecido. Cada medicamento tem uma característica de fração livre e fração ligada.
Por exemplo, um medicamento dic A que chega na corrente sanguínea e fica 60% livre
e 40% ligada. Outro medicamento B fica 20% livre e 80% ligado. Medicamento C fica
3% livre e 97% ligado. Cada medicamento tem uma porcentagem de ligação a proteínas
plasmáticas, depende da afinidade que a molécula tem à PP.
● Do medicamento A, quando 60% se distribui para o tecido e exerce sua ação
farmacológica, quer dizer que o efeito farmacológico do medicamento vai acabar
rápido. Aí quem mantem o efeito desse fármaco é a fração ligada [função de
reservatório]. À medida que a molécula do medicamento livre é distribuída para o
tecido (sai do sangue e passa para o tecido), a PP solta a molécula do medicamento por
uma questão de equilibro e essa molécula se torna livre para atingir o tecido. Então à
medida que uso a molécula livre, a PP libera outra que ela estava ligando. Portanto, a
função da fração ligada é que ela funciona como um reservatório do medicamento. A
ligação do medicamento com a PP deve ser fraca, pois se for forte a PP não se desliga
do medicamento. O
medicamento que tiver maior porção ligada terá um EFEITO MAIS LONGO, pois ele tem
um reservatório maior.
●
● Existem situações que podem influenciar, comprometer no efeito farmacológico de
medicamentos.
Ex: Paciente toma Varfarina (anticoagulante) – sua porcentagem de ligação é 97% e 3%
livre [À medida que os 3% vai sendo usado, os 97% vão sendo desligados
gradativamente para manter o efeito farmacológico] – mas se esse paciente tem
problema hepático e com isso hipoalbuminemia, já que, a mesma é produzida naquele
local, mesmo o paciente tomando o medicamento na dose certa, a fração ligada
diminui, pois não tem albumina suficiente. Era para ligar 97%, agora esta ligando 94%
ficando fração livre maior (6%), ou seja, ela dobrou.
3% da Varfarina já era suficiente para começar a fazer efeito anticoagulante, mas o
paciente dobrou a Varfarina livre, então o efeito farmacológico dobra também. A
consequência disso é hemorragia, sangramento.
~ o certo é fazer exame para ver condição hepática, mas como é caro para o SUS, fala
para paciente tomar e retornar para ver sintomas ~
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
44
Ex: Paciente poli medicado, com várias doenças, com nível de albumina normal. Já teve
trombose e usa Varfarina, mas esse paciente teve um processo inflamatório e foi
prescrito AINE (anti-inflamatório não esteroidal), a maioria dos AINES tem alta
porcentagem de ligação à PP. Exemplo de AINE que o paciente está tomando é o
Fenilbutazona que é cerca de 90% ligado e 10% livre, mas quando os dois
medicamentos caírem na corrente sanguínea não terá albumina suficiente para ligar
numa alta porcentagem que eles possuem. Então ocorrerá competição dos
medicamentos pela mesma proteína plasmática. Quem ganha a competição é apenas 1
medicamento: AINE. Portanto, quem ganha à competição não é quem liga mais, é
quem tem maior afinidade pela proteína. Varfarina não consegue ligar, e com isso fica
livre, ou seja, têm mais para agir, o que pode acarretar em um risco de hemorragia do
paciente.
Ex: Paciente diabético (DM2) utiliza antidiabético oral como a Metformina ou
Glibenclamida (este é um antidiabetico oral que também tem grande porcentagem de
ligação a proteinas plasmáticas – 97%). Aí paciente começa a tomar AINE que tem
porcentagem de ligação alta também, começa a apresentar crises de hipoglicemia, pois
o AINE tem mais afinidade, liga a PP, e a Gibenclamida fica mais livre, o seu efeito
aumenta, diminuindo glicose. Portanto, o problema é a interação medicamentosa em
nível de distribuição, não é a dose.
Ex: Medicamento X tem 60% de fração livre e 40% ligada. Paciente começa tomar um
AINE que tem alta porcentagem de ligação. O AINE ganha e continua ligando 95%. O
medicamento X que deveria ligar 40%, está ligando 35%, a fração livre aumenta para
65%. Aumentar de 60 para 65% não teve influencia para a terapia do paciente. Então
não deve se preocupar com medicamentos que tem baixa porcentagem ligada, apenas
com os medicamentos que tem grande porcentagem ligada pq estes geram um
aumento brusco da fração livre.
● Nem sempre as PP são reservatórios para os medicamentos as maiorias dos
medicamentos se ligam a PP como reservatórios, porem eu posso ter no meu
organismo outros reservatórios para fármacos.
Os medicamentos lipossolúveis podem utilizar como reservatório o tecido adiposo.
Ex: Supondo que paciente vai tomar anestesia geral. Existe um anestésico geral
utilizado chamado de Tiopental [anestésico geral endovenoso] que quando
administrado na veia do paciente ele inicia sua ação anestésica em 20 segundos. É
rápido porque é muito lipossolúvel e com isso ultrapassa a barreira hematoencefálica
muito rápido, atingindo rapidamente ao tecido nervoso chegando aos seus receptores
e causando a depressão do SNC. Mas do mesmo jeito que ele é lipossolúvel e rápido
para entrar, ele também é rápido para sair; Ela dura em média de 15- 20 minutos, mas
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
45
a cirurgia é longa. Então para mate-lo no estado anestésico usa-se uma técnica
chamada infusão venosa continua: enquanto estiver fazendo a cirurgia, o tiopental fica
gotejando, caindo na corrente sanguínea durando a cirurgia toda. O medicamento não
vai ser injetado de uma vez. Quando o tiopental sai do SNC, ele vai ficar armazenado
no tecido adiposo, pois possui muita afinidade e chega um momento que a cirurgia
acaba,desliga a maquina de infusão [a concentração no sangue cai, e quando isso
ocorre o tecido adiposo libera a molécula do medicamento igual a proteína plasmática
faz] e o paciente vai para a sala de recuperação para passar o efeito do anestésico que
demora, pois o tiopental está sendo liberado da gordura para a corrente sanguínea aos
poucos, sendo distribuído novamente no SNC continuando seu efeito. Por isso diz que
o tiopental não é um medicamento interessante para manter a anestesia, mas é
interessante para induzir: uma dose do tiopental para induzir porque ele é rápido,
depois mantem com outro fármaco, normalmente mantem com inalatório porque o
paciente excreta-o pelo ar, e a recuperação é mais rápida. Mantem com o tiopental
quando sabe-se que o paciente vai sair do bloco e vai para a UTI; Mas se quiser
recuperação do paciente logo após a cirurgia não é interessante utilizar tiopental.
O tiopental utiliza o tecido adiposo como reservatório e ele também sofre um processo
chamado de redistribuição. Ele é redistribuído. A primeira distribuição do tiopental é:
da corrente sanguínea ele é distribuído para o tecido nervoso, quando sai do tecido
nervoso ele é armazenado no tecido adiposo e depois sai do tecido adiposo e é
redistribuído novamente.
Então há medicamentos que sofrem o processo de redistribuição, ou seja, é distribuído
duas vezes, pois ele é armazenado no organismo e a medida que a concentração
plasmática cai ele vai voltando para a corrente sanguínea para o tecido que ele precisa
exercer a função.
● Outros reservatórios de medicamentos são os ossos e dentes. Alguns medicamentos se
acumulam/reservam nos ossos e dentes, pois possuem afinidade pelo cálcio.
Ex: Tetraciclina é um medicamento, antibiótico, que não pode ser tomado junto com
leite, pois o leite atrapalha a absorção da tetraciclina, pois ela se complexa com o cálcio
do leite, diminuindo a absorção. Já se tetraciclina for tomada com água, ela é
absorvida, cai na corrente sanguínea, ela circula, e visto que temos sangue irrigando os
ossos, à medida que a tetraciclina passa pelo sangue irrigando o osso, ela pode se
acumular nesses ossos porque eles possuem cálcio e ela tem afinidade com ele.
** Tetraciclina não deve ser utilizada por gestantes porque pode se ligar nos ossos do
feto podendo causar uma redução da formação óssea do feto atrapalhando o
desenvolvimento ósseo; não deve ser utilizada também em crianças em fase de
crescimento, pois altera o metabolismo ósseo.
**Penicilinas são antibióticos hidrossolúveis e de alto peso molecular. São fármacos de
escolha para tratamento de meningite. Como elas são usadas para tratar meningite
sendo que não possuem características suficientes para ultrapassarem a barreira
hematoencefalica? Na meningite as meninges estão inflamadas, com isso haverá
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
46
aumento da permeabilidade vascular, assim os medicamentos maiores conseguem
passar. Se as meninges estiverem intactas sem inflamação o medicamentos não
conseguem ultrapassar a barreira hematoencefalica e não chega ao SNC
VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO
● É a capacidade de o medicamento deixar a corrente sanguínea e atingir o seu tecido –
distribuir - alvo (local de ação). É normalmente dado em litros.
● Existem 2 tipos de volumes de distribuição:
-Volume real de distribuição: é o volume de liquido que a pessoa tem no organismo.
-Volume aparente de distribuição (em litros): Ele é variável nos da uma medida da
capacidade que o medicamento tem de se distribuir no organismo atingindo o seu local
de ação. – termo farmacológico, não é o que realmente acontece –
EX: Um paciente adulto de 70kg tem em media 40 litros de liquido no seu organismo.
Se ele toma um medicamento, qual o volume real de distribuição que esse
medicamento pode distribuir? 40L.
● O medicamento que tem volume de distribuição alto é aquele que sai fácil do sangue e
chega fácil/rápido no tecido. Já o que tem volume de distribuição baixo tem dificuldade
em sair do sangue e atingir o determinado tecido.
Ex: Diazepan (2000L) e Varfarina (0,2L). Porque a Varfarina não tem que distribuir para
os tecidos, ela age no sangue, é anticoagulante. Já Diazepan tem que ir para o SNC.
Ex: Paciente tem transtorno bipolar, usa o medicamento carbonato de lítio que é
absorvido no intestino, chega ao sangue, possui baixa porcentagem de ligação a
proteínas plasmáticas, ou seja, fica muito livre. Porem, mesmo sendo muito livre, ele
tem baixo volume de distribuição porque o lítio é um íon (Li+), então tem dificuldade
de ultrapassar membranas devido sua carga. Portanto não é fácil para ele chegar no
SNC.
Se pessoa se intoxica com o lítio, o tratamento feito é hemodiálise, porque o lítio possui
baixo volume de distribuição, ele fica muito no sangue.
Ex: Usa-se muito volume de distribuição em tratamentos de intoxicações.
Paciente chega intoxicado por um medicamento após tentativa de suicido. Para tratar
pode fazer uma lavagem gástrica se ele tomou medicamento por via oral, mas se ele já
estiver com sintomas à lavagem gástrica já não resolve, pois indica que o medicamento
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
47
já foi absorvido. Segunda forma de tratar é usar um antagonista: que vai ao tecido e
bloqueia o receptor, então a substancia circulante no sangue não consegue ligar no seu
receptor, mas não é todo medicamento que tem antagonista.
Outra forma é fazer uma hemodiálise, medicamento já está no sangue aí filtra-o, mas
não é todo medicamento que é interessante fazer hemodiálise.
Paciente está intoxicado com medicamento que tem alto volume de distribuição,
deve-se fazer uma hemodiálise com medicamento de alto volume de distribuição?
Não, pois se ele tem alto volume de distribuição ele sai muito rápido do sangue e vai
para o tecido, não adianta filtrar o sangue; Mas se fosse o contrário faria.
Outra forma de tratar intoxicação é alterando o pH da urina do paciente, pois força a
excreção do medicamento.
● Quanto maior a ligação às proteínas plasmáticas e maior a concentração plasmática do
medicamento, menor o volume de distribuição.
Quanto menor a ligação a PP e quanto menor a concentração do medicamento no
plasma, maior o volume de distribuição.
A ação de determinada droga cessa apenas quando toda a droga das proteínas
transportadoras plasmáticas e dos tecidos de depósito tiverem sido removidas e
a fração livre tiver sido eliminada do plasma.
● Depois que o medicamento exerce seu mecanismo de ação não existe mais motivo
para ele ficar no organismo do paciente. Ele está pronto agora para ser eliminado. As
duas etapas referentes à eliminação de medicamentos dentro da farmacocinética são:
biotransformação e excreção.
BIOTRANSFORMAÇÃO
Biotransformação é um conjunto de reações químicas em que o medicamento terá alteração
da sua estrutura química tornando um produto ou metabólito com atividade maior ou menor
que o fármaco de origem. Normalmente, entendemos que quando o medicamento vai ser
biotransf ele será inativado para ser excretado, mas nem sempre é assim, nem sempre o medic
é inativado.
1) Na maioria das vezes o medicamento, ao ser biotransformado, sofre inativação, ou seja,
era uma droga ativa que ao ser biotransf se transformou em um metabolito inativo.
Ex: midasolan (benzodiazepínico) é droga ativa que ao ser biotransf se transforma em
metabolito inativo e é excretado do organismo. Tomei midasolan, é absorvido, cai no
sangue, se distribui no SNC onde deprime o SNC exercendo seu efeito farmacológico.
Quando é metabolizado se transforma em metabolito inativo.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
48
2) Existem medic que são drogas ativas que ao serem biotransf se transformam em
metabolitos ativos. Isso quer dizer que esse metabolito vai continuar o efeito farmacológico.
Então a tendênciaé que medicamentos com essa característica tenham uma meia vida de
eliminação longa.
Ex: diazepan (benzodiazepínico) é uma droga ativa que vai ao SNC deprimi-lo, mas quando é
biotransf se transforma em um metabolito chamado desmetildiazepan que é considerado
um metabolito ativo, que volta ao SNC e continua deprimindo-o. Ele vai agora para o fígado
para ser biotransf, e gera outro metabolito ativo chamado oxazepan. Este volta ao SNC e
continua o efeito farmacológico, até ele ser biotransformado e assim inativado e depois
excretado do organismo.
Medico vai fazer endoscopia no paciente. Antes da endoscopia é utilizado um fármaco sedativo
(ansiolítico) pq é um procedimento invasivo. Endoscopia é um procedimento de curta duração.
Tenho nas mãos 2 benzodiazepinicos. Antes de realizar a endoscopia, para acalmar o paciente,
o que o medico utilizaria de fármaco benzodiazepínico? Midasolan, pq ele se transforma em
um fármaco inativo ao ser biotransf, pq tem meia vida de eliminação curta.
3) existem medicam que são drogas inativas e só depois de ser biotransformado é que ela
vai se transformar em droga ativa. Ex: pró fármacos (são drogas que tomamos que não tem
atividade farmacológica nenhuma, so depois que é biotransformado e transformado em
droga ativa e exercer sua função no organismo).
ex: predinisona
ex: clopidogrel: é um anti agregante plaquetario. Ele é utilizado hoje para substituir o AS pq
ele causa menos efeitos colaterais gástricos. O AS causa dor gástricas, gastrites, ulceras.
4) fármacos que não sofrem biotransformacao: uma pequena parcela dos medicamentos
não necessitam de ser biotransformados para serem excretados do organismo.
Ex: alguns anestésicos inalatorios como o oxido nitroso é 99,9% eliminado pelo ar exalado
do pulmão sem sofrer biotransformacao. Outros fármacos como as penicilinas são
totalmente excretadas pela urina de forma não biotransformada, ou seja, são totalmente
excretados pelos rins na sua forma integra.
*Tomar cuidado com paciente que tem problema renal e o medicamento depende só do
rim pra ser excretado, então o medic pode ficar acumulado no organismo podendo ter
aumento da conc plasmática e o prejuizo para o paciente é grande como o risco de
toxicidade.
Biotransformacao pode ocorrer em qualquer local do organismo que tenha enzimas que
biotransformem os medic. Por exemplo, pode ocorrer no intestino, no sangue, nos pulmões,
onde existem enzimas metabolizadores de fármacos.
Propofol é um anestésico geral endovenoso (igual o tiopental), mas é um anestésico que,
diferente do tiopental, pode ser usado para manter a anestesia. É usado na cirurgia longa, o
propofol é usado em infusão venosa contínua. Ou seja, enquanto durar a cirurgia, pode
infundir propofol no paciente, ele não será acumulado no tecido adiposo pq a sua
biotransformacao é considerada muito rápida pq alem de ser biotransf pelo fígado, ele tb é
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
49
biotransf por tecidos extrahepaticos como os pulmões. Enquanto o paciente ta com o propofol
correndo na veia, ele vai exercer sua ação mas ao passar pelos tecidos ele já vai ser biotransf.
Entao não fica acumulado no organismo do paciente.
Porem o principal local de biotransformação dos medic é o fígado. Isso pq no fígado existem
enzimas capazes de realizar uma serie de reações químicas. Essas reações são subdivididas em
2 tipos:
1- reações de fase 1: reações de *oxidação, redução, hidrolise, ciclização (medic que tinha
cadeia aberta sofre biot e fecha sua cadeia), desciclização. Principal delas é a oxidação. O
objetivo que o medic tem de passar na reações de fase 1 é que essas reações alteram a
estrutura química do medic gerando os metabolitos ativos ou inativos.
2- reações de fase 2: são as reações de conjugação como por exemplo a *reação de
conjugação com acido glicuronico. Este é uma substancia muito hidrossolúvel, por isso ao ser
conjugado com o medicamento ele torna a molécula do fármaco ou do metabolito também
mais hidrossolúvel com o objetivo de facilitar a excreção do medic pela urina.
existem medic que ao invés de conjugar com acido glico pode sofrer acetilacao (ganha grupo
de acetil), sulfatacao (a mocelula do medic ganha um gruop de sulfato), metilação... todas as
reacaoes de fase 2 tem principal intuito tornar a molécula mais hidrossolúvel e facilitar sua
excreção.
Muitos medic passam pela fase 1 e depois pela 2. Mas por ex existem medicamentos que já são
hidrossolúveis ai passa só pela fase 1.Ha medic que passam so pela 2.
Portanto, ou ele passa pelas fases 1 e 2, ou so pela 1, ou so pela 2.
Citocromo P 450 (CYP450) é um conjunto de enzimas capaz de realizar as reacoes de fase 1
principalmente as reacoes de oxidacao. Dentro desse conjunto existem varias enzimas isoladas.
Todos nos temos essas enzimas metabolizadoras no fígado.
CYP2D6 é uma enzima que todos tem, é uma enzima que sofre muito poliforfismo genético, ou
seja, sua quantidade no organismo do individuo é variável. É a enzima que mais sofre variações
genéticas (sofre polimorfismo genético). Ex: tem paciente que nasce com pouca CYP2D6 já
outros nascem com muitas. O paciente que tem pouca é um metabolizador lento e o que tem
muito é chamado de metabolizador rápido. E quem tem a quantidade adequada ou normal é
chamado de metabolizador selvagem (é aquele que metaboliza numa velocidade normal).
Vários medicamentos beta bloqueadores são metabolizados pela CYP2D6, como o propanolol.
Pacientes negros são metabolizadores rápidos pq eles possuem uma quantidade elevada de
CYP2D6 no fígado. Então não é indicado propanolol para esses pacientes pq o propanolol seria
rapidamente metabolizado e biotransformado e excretado, seu efeito farmacológico será
reduzido. Então a eficácia do propanolol entre pacientes negro não é a mesma que pacientes
brancos.
Cada enzima do citocromo metaboliza um grupo de medicamentos, não tem uma enzima para
cada fármaco.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
50
Existem fármacos que podem produzir um fenômeno chamado de indução enzimática que é a
capacidade do medicamento aumentar/induzir uma ou mais enzimas do citocromo P450.
CYP3A4 metaboliza a maioria dos medicamentos utilizados na clinica. Medic que são
metabolizados pela CYP3A4 são os anticonvulsivantes como o fenobarbital (gardenal), alem dos
contraceptivos hormonais orais são metabolizados somente pela CYP3A4.
Fenobarbital corta o efeito dos anticoncepcionais, pq ele é capaz de produzir indução
enzimática. A medida que o paciente vai tomando o fenob todos os dias, aumenta a indução
enzimática. Se o fenob esta aumentando a CYP3A4, o metabolismo dos contraceptivos
hormonais estará aumentado, sendo mais metabolizados/biotransformados, então são mais
excretados. Portanto, o efeito farmacológico do contracept diminui.
Alguns antibióticos também são capazes de induzir a CYP3A4, como o rifampicina.
Por isso enquanto utilizar anticonvulsivantes ou alguns antibióticos tem que pedir para a
mulher usar outro método de barreira associado (preservativos por exemplo) para não
engravidar.
Etanol (álcool) é metabolizado pela CYP2E1. Paciente que utilizam o etanol de forma crônica
(etilista crônico) tem indução de CYP2E1. Quando mais vc bebe álcool mais CYP2E1 vc tem,
mais vai metabolizar o álcool que vc toma. Por isso muita gente é tolerante ao álcool.
2 pacientes: 1 aluno do 6º período que bebe desde sempre e 1 aluno do 1º período que
começou agora. 1 corote para o menino do 6º período não é nada, mas 1 corote para o aluno
do 1º período é muito. Isso pq o que ta no 6º período é tolerante ao álcool pq bebe sempre.
Porem, não é so o álcool que é metabolizado pela CYP2E1. Outro medicamento que depende
da CYP2E1 é o paracetamol que, ao ser metabolizado/biotransformado no fígado, gera um
metabolito que é hepatotoxico (então quem é hepatotoxico é o metabolito que o paracetamol
gera).Paciente bebe todo dia, tem indução de CYP2E1, começa a consumir paracetamol para dor de
cabeça. Em paciente normal (com CYP2E1 normal), a dose de paracetamol vai de 4gramas ou
mais de paracetamol por dia. Se aquele paciente que bebe todo dia tomar 3gramas de
paracetamol por dia já é suficiente para produzir uma lesão hepática, pq ele tem mais CYP2E1,
entao o paracetamol será metabolizado mais acelerado gerando mais metabólitos
hepatotoxico gerando lesão hepática naquele paciente. Entao o paciente que bebe não precisa
de 4gramas de paracetamol para lesar o fígado, pq ele tem muito mais CYP2E1 do que o
paciente que não bebe todo dia. Entao se ele tem muito mais CYP2E1 qualquer quantidade de
paracetamol que eu coloco para ele vai bombar o metabolito hepatotoxico.
Portanto, não é indicado paracetamol para tratar dor de cabeça quando bebe. Nesse caso, usar
dipirona.
Paciente ta tomando um medic que é indutor enzimático. Esse indutor enzimático vai sempre
diminuir ou aumentar o efeito farmacológico do outro medic que ele toma? Depende se o
medic gera metabolito ativo ou inativo.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
51
Existem medicamentos que ao invés de aumentar/induzir as enzimas metabolizadoras eles
podem inibi-las como os inibidores enzimáticos.
Medicamento que é metabolizado pela CYP2C19 como o omeprazol. Este regula a hiperacidez
gástrica do paciente. Mas o omeprazol causa muita interação medicamentosa pq ele é um
inibidor enzimático de CYP2C19 e de CYP3A4. Diazepan também é metabolizado pela
CYP2C19. Diazepan (já é uma droga ativa) ao ser matabolizado gera metabolitos ativos.
Paciente que toma omeprazol todo dia começa a tomar diazepan, o paciente começa a queixar
de sonolência acentuada, letargia, lentidão de pensamento, parecendo que o diazepan ta
potencializado. O omeprazol é capaz de potencializar o efeito farmacológico do diazepan pq o
omeprazol inibe a metabolização do diazepan, então ele não vai ser excretado acumulando no
organismo sendo aumentado seu efeito (diazepan é uma droga ativa, se ele não for
metabolizado ele fica mais ativo, mais acumulado no organismo).
O omeprazol também inibe o metabolismo do contraceptivo, fazendo com que se acumule.
Mas isso não é uma alteração importante na clinica. Ele não ta acelerando o metabolismo.
Ainda ta mantendo o contraceptivo no organismo. Não ta causando efeitos ruins para o
paciente.
Clopidogrel é um antiagregante plaquetario que também interage com o omeprazol. Qual é a
conseqüência de se utilizar omeprazol junto com o clopidogrel para o paciente? Clopidogrel é
um pró fármaco, ou seja, ele precisa ser metabolizado pela CYP2C19 para ser ativado. O
omeprazol inibe a CYP2C19. Se toma-lo junto com o omeprazol, ele não será ativado,
diminuindo seu efeito farmacológico gerando risco para o paciente como a formação de
trombo.
Metabolismo de primeira passagem:
Ocorre quando o medicamento é biotransformado antes de atingir a circulação sistêmica e
produzir o seu efeito farmacológico.
Por exemplo no instestino tem enzimas que metabolizam medic como a CYP3A4, CYP2D6. Aí
medic chega no intestino e é biot antes de atingir a circulação sanguinea.
Tomo medic via oral, ele vai para o intestino e vai para veia porta hepática. Ao invés de ir para
circ sistêmica, vai direto para o fígado. Então vai ser biotranf antes de ser absorvido.
Medic que é administrado na pele por via tópica e na pele tem enzimas.
Antidepressivo é um fármaco que possui baixa biodisponibilidade pq ele sofre intenso
metabolismo de primeira passagem, então ele ta sendo biot MT rápido antes de atingir o
sangue. A tendência é que utilize doses mais altas dele para manter o efeito farmacológico.
Os medic que sofrem metabolismo de primeira passagem a biodisponibilidade dele é baixa, ou
seja, a quantidade que chega no sangue é pouca. Essa quantidade pode ser suficiente ou se
não for tem que aumentar a dose.
EXCREÇÃO DE FÁRMACOS
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
52
Existem varias vias de excreção dos medicamentos: pela via biliar, pelas fezes, pelo leite
materno, pelo suor, saliva [‘gosto amargo na boca’, é porque uma pequena quantidade saiu por
lá], lágrimas, pulmão [ares alado] ou qualquer secreção do nosso organismo. Porem a principal
via de excreção dos fármacos é a via renal/urina. A grande maioria é excretada pela urina, seja
na forma de metabolitos ou de maneira inalterada quando ele não passa pelo processo de
biotransformação. Porem, todo medicamento se for lipossolúvel precisa ser biotransformado
para se conjugar com o acido glicuronico, aumentar sua hidrossolubilidade e facilitar sua
excreção pela urina.
O medicamento pode ser excretado por sai da corrente sanguínea e atinge o túbulo renal
para ser eliminado na urina de 2 formas: FILTRAÇÃO GLOMERULAR. Para que ele consiga
ultrapassar o glomérulo e chegar no túbulo ele tem que ter baixo peso molecular (peso
molecular menor que 20Kda ou 20.000da) e não pode ter carga, e não estar ligado em algumas
proteínas, como Albumina, por exemplo, já que o peso dela é de 68.000 da.
Porem a maioria dos medicamentos que estão na clinica possui um tamanho molecular maior
que esse, então tem que passar do sangue para o túbulo através de outro processo que é a
SECREÇÃO TUBULAR. Então a maioria dos medicamentos são excretados pelos rins por meio
dessa última maneira; E para que ela aconteça é necessário a presença de um transportador,
nesse caso a molécula do medicamento passa pelo transportador e atinge o túbulo, e nele há
transportadores para substancias acidas e transportadores para substancias básicas.
EX: Muitos pacientes utilizam diuréticos para tratamento da hipertensão, como o
Hidroclorotiazida e/ou Furozemida (são de caráter ácido – precisa passar pelo transportador de
substâncias ácidas para chegar ao túbulo renal e realizar sua ação). Ambos são diuréticos e é
comum que pacientes que utilizem esses fármacos por período prolongado se queixem de
quadros de gota [acúmulo de ácido úrico nas articulações, o que gera processo inflamatório
com todas as características, como: dor, rubor, e etc]. Mas varias substancias endógenas
também possuem caráter ácido, como o acido úrico. E este precisa ser excretado também,
através do processo de secreção tubular. Nesse caso, ocorre uma competição entre a
hidroclorotiazida e o acido úrico (este é endógeno). Nesse caso quem ganha a competição é o
medicamento, então o hidroclorotiazida é secretado atingindo o túbulo renal que é seu local
de ação. Mas o acido úrico não passa pelo transportador, fica acumulado no sangue formando
gota.
EX: Existem situações em que pode utilizar essa interação para tentar melhorar o efeito do
fármaco. As penicilinas + probenicida. (ambos de caráter básico)
Penicilina é uma classe de antibióticos.
Probenicida é um medicamento utilizado para o tratamento da gota, pois aumenta a excreção
de acido úrico.
Paciente tem que ser tratado com penicilina, e ele não tem gota. Esses medicamentos
competem pelo transportador, nesse caso quem ganha a competição é a probenicida, esta será
excretada enquanto a penicilina permanece no sangue. Então é aumentada sua concentração
plasmática e sua duração de ação é prolongada. Esses fatores podem beneficiar e
potencializar o efeito farmacológico da penicilina. Nesse caso portanto a interação é benéfica.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
53
● Medicamento chega ao túbulo por FG ou ST, quando atinge o túbulo renal ele tem 2
caminhos para seguir: ou ele será excretado pela urina ou ele pode sofrer o processo de
reabsorção tubular (RT). Os fármacos que sofrem RT são aqueles de baixo peso molecular,
certa lipossolubilidade e não pode apresentar *cargas elétricas, pois senão não consegue
passar por transporte passivo, pois durante o processo de RT não há transportador,ela passa
pelo túbulo renal sem transportador.
Ex: Fenobarbital (gardenal) – de caráter ácido, porém fraco, possui pKa = 7,4 e o seu volume de
distribuição é alto, porque ele é um lipossolúvel - deprime o SNC, sistema cardio. Paciente que
tenta se suicidar toma muito desse medicamento. Mas o paciente chegou ao hospital com
sintomas da intoxicação: PA baixa, saturação de O2 nos tecidos baixa e etc; Mas não existe
antagonista para fenobarbital. Ele é um medicamento que se distribui bastante para os tecidos
(tem alto volume de distribuição) e para tratar sua intoxicação não faria lavagem gástrica, pois
já foi absorvido, ele não tem antagonista, não faria hemodiálise, porque ele tem alto volume
de distribuição.
O tratamento desse paciente será alteração de pH de urina – ALCALINIZAR - que é a primeira
escolha de tratamento. Esse medicamento é muito acido e quando ele chegar ao túbulo renal
ele vai deparar com a urina mais acida. Então ele ficará ionizado, com carga, pois na urina, será
um ambiente básico, e não conseguirá ultrapassar a membrana- por isso medicamentos ácidos
são melhores absorvidos no estômago -, quando ele chegara ao túbulo para ser excretado ele
será reabsorvido. Assim, na hora que ele bater na urina ele se ioniza, tendo carga elétrica não
passando pelo processo de reabsorção (forçará sua excreção). Administra por via endovenosa
bicarbonato de sódio (substancia básica) para basificar a urina.
A mesma ocorre com intoxicação de fármaco com caráter básico acidifica a urina (com acido
ascórbico –vit C).
Obs: Alteração de pH de urina para tratar intoxicação só deve ser utilizada se o paciente tiver
uma boa função renal. Se paciente está intoxicado com fenobarbital e tem função renal baixa.
Ao invés de alcalinizar a urina (que seria a 1ª opção), faz hemodiálise.
● Tratamento de intoxicação sempre manter o suporte básico de vida. Se pessoa chega
intoxicado com fenobarbital, 1ª coisa é manter ele vivo, respirando (entubação),
mantem com suas funções vitais. Depois que vê o que faz para eliminar o fármaco.
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL DO PACIENTE
● Para avaliar o melhor medicamento para cada paciente, principalmente, quando for um tipo
que depende muito do rim para ser excretado; há medicamentos que são mais de 80%
excretados pelo rim. Antes de adm um medicamento desse no paciente, é necessário saber
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
54
sua função renal. Hoje existem fármacos que não são biotransformados e vão direto para o
rim para serem excretados. Se ele tem problema renal, o medicamento vai se acumular e o
paciente terá toxicidade mesmo se utilizado em doses terapêuticas.; E há medicamentos
que são nefrontóxico.
Além disso, existe clearance renal, clearance hepático (capacidade de eliminação de uma
substancia do sangue através do fígado, pode ou não ser através da bile). Por isso tem que
ver onde o medicamento é excretado. Se for, por exemplo, pelo fígado avaliar a função
hepática do paciente.
● Para isso, um dos principais parâmetros laboratoriais utilizado para avaliar função renal é o
CLEARANCE DE CREATININA. Este é um termo inglês que significa depuração, limpeza; é a
capacidade de remoção de uma substancia de um volume de sangue por unidade de
tempo. Unidade do clearance é dado em ml/min ou litros/hora.
Clearance total das drogas: é a soma de todos os clearances do organismo (clearance de
creatinina + clearance hepático + clearance salivar + clearance do suor + ...). Porém o
principal clearance na farmacologia é o renal avaliado através do clearance de creatinina.
Clearance renal de creatinina é um exame realizado para avaliar a função renal de um
paciente ou diagnosticar disfunções renais. O calculo da clearance renal de creatinina é
dividir o valor da concentração plasmática de creatinina pela concentração de creatinina na
urina. O seu valor de referencia varia de acordo com a idade, com sexo e com estado
fisiológico e patológico do paciente (EX: Clearance renal de creatinina em gestante é maior,
pois gestante chega mais sangue no rim, rim filtra mais sangue, excreção de creatinina pode
ser maior; Outro exemplo também é em praticantes de exercício físico).
VR para adultos: 100 a 120 ml/min isso significa que função renal está boa.
Quanto menor o clearance renal de creatinina maior é o risco de disfunção renal. Já que, se
ele estiver baixo quer dizer que está sendo excretado menor creatinina >> função renal esta
debilitada.
Creatinina é quase 100% excretada por FG. Quando ela chega ao túbulo ela quase não sofre
reabsorção, então o que está de creatinina na urina é o que passou pelo filtrado.
Se não está excretando o rim não está funcionando normalmente.
O aumento do liquido plasmático não acompanha o aumento das proteínas plasmáticas,
tendo um falsa hipoalbuminemia, e por consequência aumenta o número de moléculas de
medicamento livre, aumenta o DC, aumentando o sangue que chega nos órgãos, o que
aumenta/desequilibra a FG, sendo necessário a redução da dosagem do medicamento.
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO –
MED ALFENAS T39
FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT
55
EX: Varfarina é um anticoagulante oral, mas interage muito com outros medicamentos e
possui grande risco de sangramento. Paciente que a utiliza tem que fazer monitoramento.
Devido a essas desvantagens foi colocada no mercado uma nova classe de anticoagulante.
EX: Dabigratan: é um anticoagulante oral novo, que depende do rim para ser excretado e o
seu metabolismo é baixo. Ele inibe o fator de coagulação 2A que é a trombina >> Não tem
cascata de coagulação >> não tem coagulo. Mas o medicamento é 80% excretado pelos rins.
Se o paciente tiver uma função renal boa , esse medicamento é ótimo.
Mas se o paciente não tiver o Clearance Renal de creatinina bom , a excreção de
Dabigratan estará limitada, aumentando sua concentração plasmática, e com isso, o risco
de hemorragia. Por isso sua dose é calculada a partir do Clearance de Creatinina.
E se tiver o clearance renal de creatinina <30ml/min o Dabigratan é contraindicado.

Mais conteúdos dessa disciplina