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TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 1 FARMACOLOGIA: é o estudo da interação que ocorre entre compostos químicos (medicamentos/ drogas) que interagem /se ligam com o receptor que está presente em uma célula. Os medicamentos não criam uma função, mas modificam funções pré-existentes; Eles se ligam nos receptores presentes nas células e mudam o comportamento dessas células e produzem como uma resposta: EFEITO FARMACOLÓGICO (ele modifica a função da célula, do tecido, do órgão e do sistema como um todo). A farmacologia é subdividida: FARMACOTÉNICA: ato de manipular/produzir um medicamento. FARMACOTERAPÊUTICA: capacidade de se tratar uma doença utilizando medicamentos. ● Estes podem ser classificados em 2 tipos: alopáticos (medicamentos que são vendidos na drogaria, são industrializados) e homeopáticos (são manipulados). IMUNOFARMACOLOGIA: medicamento que tem a capacidade de alterar o sistema imunológico do paciente. Ex: paciente faz um transplante e após o transplante tem que utilizar um medicamento que é imunossupressor para evitar que o paciente tenha rejeição. Corticoide (imunossupressor) quando paciente possui doenças autoimunes, a fim de que, controle o sistema imunológico para tratar. ETNOFARMACOLOGIA: capacidade de perceber substancia/medicamentos caseiras utilizados pela população. Utilizar crenças populares para tratamento de determinada doença. Ex: chá de avós que melhoram diarréia. Muitas vezes graças a essas crenças que o medicamento sintético é produzido. Farmacognosia: é a capacidade de isolar um princípio ativo e produzir medicamentos a partir de substâncias naturais, sejam elas: vegetais, minerais ou animais. Ex: fitoterapia (medicamentos advindos de plantas) FARMACOGENÉTICA: estuda a variedade interindividual após exposição a medicamentos. EX: 2 pacientes com DM e o médico receita o diurético (Hidroclorotiazida – Atua diratamnete nos rins, aumentando a excreção de HCl-, e por osmose, água; Aumentando também a excreção de K+); Um paciente responde bem e outro não, pois a resposta varia de pessoa para pessoa, ou seja, pode ser que um tenho mais expressões de receptores, ou maior metabolização, por exemplo. || Forxiga (Dapagliflozina): Inibe SGLT2 [Proteína transportadora que atua na reabsorção da glicose filtrada pelos rins] nos rins para diminuir captação de glicose (*um paciente pode ter expressão mais alta de SGLT2 e assim o fármaco agirá mais; ou um pode ter mais enzimas metabolizadoras que excretarão mais e assim, o efeito farmacológico será menor*) TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 2 FARMACOCINÉTICA: é o estudo do percurso que o medicamento faz no organismo do paciente desde o momento em que ele é administrado até o momento em que ele é excretado. A farmacocinética classifica em 5 etapas: 1- Administração: medicamento precisa ser administrado 2- Absorção: atingir a corrente sanguínea 3- Distribuição: distribuído para tecidos e órgãos e atinge seu receptor 4- Biotransformação (ou metabolização) 5- Excreção FARMACODINÂNICA: estudo do mecanismo de ação/ interação dos medicamentos com seus receptores; Estuda como o medicamento é capaz de alterar a função celular. DROGA | MEDICAMENTO | FÁRMACO: Medicamento é considerado uma droga Droga: qualquer substância química capaz de alterar o comportamento do organismo. ● Se a droga tiver um efeito benéfico ela pode ser chamada de fármaco. E esse fármaco pode se tornar um medicamento. Quando a droga tem efeito maléfico é chamada de veneno ou tóxico. (= Toxicologia) Um medicamento ou um fármaco pode se tornar um tóxico dependendo da dose, mas NUNCA um tóxico é capaz de tornar um medicamento. ● Maconha é um tóxico e o é usado para curar convulsão, por exemplo, não é a maconha, é uma substancia isolada da mesma chamada canabidiol em que o paciente toma para ter efeito benéfico. ~Farmácia: vende medicamentos industrializados, mas também pode fazer manipulação. ~Drogaria: vende medicamentos industrializados. DOSE X POSOLOGIA: ● DOSE é a quantidade do medicamento a ser oferecida para o paciente esperando que se tenha um efeito benéfico. (EX: Captopril: 25mg) ● POSOLOGIA é a dose associada à frequência que aquele medicamento tem que ser utilizado por dia. (EX: Captopril: 25mg. Tomar 1 comprimido de 8h/8h, em uso contínuo). *Na receita tem que ter dose, freqüência posológica e tempo de tratamento* TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 3 ~PARACETAMOL = TYLENOL (Fármaco) – É um medicamento hepatotóxico, em caso de doses >4g/dia. Se tomou o medicamento e a dor não passou, o correto é esperar 6h para tomar outro, ou, se, realmente, não passar a dor pode tomar em 4h (evitar). EFEITO COLATERAL X EFEITO ADVERSO ● Efeito colateral é todo efeito diferente do efeito principal do medicamento. Ex: Paciente tem alergia e toma antialérgico, mas ao mesmo tempo em que trata alergia ele causa outros efeitos como, por exemplo, sonolência. Nem sempre o efeito colateral é ruim, se ele for ruim é chamado de efeito adverso. ● Efeito adverso é o efeito colateral MALÉFICO. Se ele não for ruim pode ser chamado de efeito colateral. Ex: Dramin tem como efeito principal para náuseas e vômitos, mas têm pessoas que tomam para dormir, esse efeito colateral que é o sono do Dramin não é efeito adverso, é efeito benéfico, dependendo da situação (EX: numa viagem). Usa efeito colateral do medicamento para tratar um determinado problema. Ex: Paciente que utiliza diurético (Espironolactona - DIURÉTICO) para tratar Acne, mas aumenta a diurese (efeito adverso, se não for esperado), mas pode ser apenas efeito colateral (se for esperado; usar disso para tratar HAS) ● REMÉDIO X MEDICAMENTO: REMÉDIO é qualquer substância ou ato capaz de aliviar/melhorar/curar/tratar a condição física e clinica de um paciente. Tudo que fizer com o paciente que ta melhorando sua patologia é considerado remédio. Ex: Paracetamol em caso de febre, dor de cabeça, por exemplo. Ex: Chega em casa depois do trabalho cansado, exausto e deita, esse ato é um remédio; Ou receber uma massagem, ela também seria um remédio. MEDICAMENTO também é considerado remédio. Produto farmacêutico/ especialidade que possui em sua composição um princípio ativo + Adjuvantes Farmacêuticos que podem ser: Excipientes [medicamentos sólidos], ou, Veículos [medicamentos líquidos]. [ de indústria para indústria pode alterar adjuvantes, que modificam; Muitas pessoas, por exemplo, apresentam efeito colateral/ reações alérgicas ao adjuvante e não ao princípio ativo]. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 4 [Todo medicamento é considerado remédio, mas nem todo remédio é um medicamento. É mais adequado falar medicamento] EX: Captopril de 25mg de 8h/8h por dia – o Captopril é o princípio ativo, mas 25mg em pó seria muito pouco, então a fim de, dar volume e corpo ao comprimido colocam junto na embalagem Adjuvantes Farmacêuticos [talco/ amido/ celulose farmacológicos] que não possui efeito farmacológico direto, mas são importantes para o efeito do princípio ativo (faz com que o comprimido se desintegre no local exato do trato gastrointestinal, se não, ele pode sair intacto nas fezes, sendo assim, não absorvido). EX: Levotiroxina é um hormônio tiroidiano que trata hipotireoidismo, cada comprimido possui 50 mcg ; Cada indústria pode ter um nome comercial, mas o importante é o princípio ativo ser o mesmo. Mas se o paciente começar a tomar, por exemplo, o Puran T4’ ele deve terminar seu tratamento com o mesmo (medicamentos com concentrações muito pequenas), pois pode ter diferenças em tempo de absorção, um tipo de adjuvante e etc. ● Forma farmacêutica mais comum são os comprimidos. Partir ou triturar o comprimido: Apenas os comprimidos sulcados (com a linha ao meio para cortar) devemser partidos, pois a indústria farmacêutica garante que àquele comprimido é homogêneo/uniforme quanto à distribuição do princípio ativo, o que é diferente dos comprimidos não sulcados. Deve-se evitar cortar comprimidos que tem formatos irregulares. O que se pode fazer é cortar, caso for toma o comprimido inteiro. Algumas pessoas trituram e colocam água para tomar o medicamento, mas o comprimido tem os adjuvantes que são substancias químicas que quando entram em contato com água podem sofrer hidrólise, e se o princípio ativo sofre hidrólise, ele acaba perdendo suas características químicas e sua capacidade de se ligar no receptor, e se não liga não gera mecanismo de ação e não produz o efeito farmacológico. Ex: Ritalina [tem que tomar várias vezes ao dia, pois tem liberação rápida] e Ritalina LA [Liberação Alterada/Prolongada, ou seja, toma de manhã e vai sendo liberado no trato gastrointestinal aos poucos, e com isso, pode-se tomar menos vezes ao dia], caso triture e coloque água, ele é alterado e acaba sendo absorvido todo de uma vez. TARJAS: TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 5 1. SEM TARJA: Podem ser vendidos, dispensados sem prescrição medica. 2. VERMELHA: Há 2 possibilidades : Medicamento que precisa de receita/prescrição para ser dispensado: só mostra a receita para o farmacêutico e pega ela de volta. Medicamento que deve ser vendido com retenção de receita médica: receita tem que ficar retida na drogaria. Ex: antibióticos. 3. PRETA: Também precisa ter receita retida na drogaria, isso porque esses medicamentos causam dependência. 4. AMARELA: Medicamentos genéricos. MEDICAMENTO REFERÊNCIA X GENÉRICO X SIMILAR ● Medicamento Referência: é considerado medicamento inovador, pois surgiu no mercado [uma indústria desenvolveu] para tratar uma determinada patologia que ate então não existia no mercado um medicamento com tal mecanismo de ação para aquela patologia, ou seja, que fazia aquilo que ele faz. Ele tem que ter na sua caixa o nome comercial, e embaixo o nome do fármaco ou do principio ativo. A gente sempre preza pelo nome do principio ativo, pq o nome comercial é dado pela industria (ela poe o nome que ela quiser). Ex: Amoxil® (Amoxicilina 500g) a indústria que desenvolveu ganha um período de patente, ou seja, por àquele determinado tempo só ela pode vendê-la; Após a expiração desse tempo, surge no mercado as cópias [do princípio ativo] desses medicamentos [Genérico | Similar] ● Medicamento Genérico: é o medicamento que tem o mesmo principio ativo, mesma dose, a mesma indicação clinica do medicamento referencia. Porém, o genérico não pode ter nome comercial. O genérico para provar que é igual ao referencia tem que ter o teste de Biodisponibilidade [eles têm que ser equivalentes biologicamente, ou seja, a quantidade de medicamento que atinge a corrente sanguínea tem que ser a mesma; Pois pode ter a mesma quantidade em um comprimido, mas não é tudo que chega]. O genérico é, portanto, idêntico ao referência. O genérico é uma lei do governo, o governo que criou o genérico para facilitar o acesso do medicamento ao paciente [25% mais barato]. O governo isenta as indústrias que produzem o genérico de determinados impostos, e o referência paga impostos normais. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 6 Então teoricamente o referência e genérico são iguais, tem que ser. Agora, o que acontece nas indústrias a gente não sabe, há indústrias confiáveis e há aquelas que não. ~~ Copiou o principio ativo sem nome comercial: genérico~~ Ex: Amoxicilina 500g Genérico ● Medicamento Similar: O mesmo princípio ativo, mesma dose, e colocar o nome comercial é um similar. Ex: UniAmox® (Amoxicilina 500g) Quando o similar foi criado ele não precisava fazer o teste de Biodisponibilidade, e com isso, o preço era muito barato. A partir de 2003, a ANVISA passou a exigir, até de 2016 as empresas foram cobradas e a partir disso, hoje, todos têm que fazer. Na bula do similar tem escrito “este medicamento é bioequivalente (EQ) ao referência tal”. ● TANTO GENÉRICO QUANTO SIMILAR PRECISAM ESTAR BIOEQUIVALENTE AO REFERÊNCIA [O balconista da farmácia pode trocar um referência por um genérico, mas não pode genérico por similar, com exceção se o médico colocar “Não aceito substituição”, o balconista não pode trocar]. ● O recomendado é colocar o nome do princípio ativo, pois o paciente fica com leque de poder escolher entre preferência/ genérico/similar. DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS ACASO: Penicilina. Triagem empírica: é quando faz uma busca aleatória de substância testando para ver se ela tem alguma atividade. Extração de fontes naturais*: muitos medicamentos são extraídos de plantas medicinais. Ex: Morfina [analgésico que foi extraída da planta papoula – Ópio – Móleculas que compõem a Morfina, sendo assim, é um Opioide]. Modificação molecular*: pega uma molécula, modifica-a e cria um medicamento. EX: Morfina é um potente analgésico opioide, mas ela tem como principal efeito colateral depressão respiratória. Então criaram um ANTAGONISTA OPIOIDE que bloqueia o receptor da Morfina, por exemplo, e não deixa com que a morfina se ligue. Para isso, esse medicamento que bloqueará o receptor tem que ter uma estrutura química parecida com a morfina para ter TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 7 afinidade com o receptor. Mas ele também não pode ser igual, senão vai ser agonista. Então eles pegaram uma molécula de morfina, fizeram modificações moleculares de maneira que não tenha um encaixe perfeito no receptor, ou seja, ela vai ligar e não vai ter um encaixe perfeito, então vai só ocupar o receptor, e assim não deixa a morfina se ligar (mas também não produz efeito, pois não teve encaixe perfeito [trata primeiro a depressão respiratória e depois pensa na dor do paciente]). Então antagonistas são criados a partir da molécula do agonista a partir de pequenas alterações. Latenciação: capacidade de se produzir um medicamento chamado pró-fármaco (ou pró-droga). Este não tem atividade farmacológica direta, não vai direto e liga no receptor, ele entra em contato com o organismo do paciente e precisa ser biotransformado, ou seja, metabolizado para se transformar num fármaco ativo. Então pro fármaco é inativo que é biotransformado em fármaco ativo. Ex: Prednisona (é um corticóide) que é um anti-inflamatório ou também é usado para tratar doenças auto imunes [imunossupressor]. Quando o paciente toma um comprimido de prednisona, ela passa pelo fígado e ali é biotransformada em prednisolona [= fármaco ativo, produz o efeito farmacológico]. Numa drogaria há os dois: prednisona e prednisolona. Qual a necessidade de ter a prednisolona no mercado sendo que a prednisona vai se transformar nela? As vezes, um paciente possui problema hepático e aí a prednisona talvez não se transformaria em prednisolona. VANTAGEM de Pró-Fármaco? ♥Duração de ação que é mais prolongada [toma menos – maior adesão ao tratamento] ♥Menos tóxicos [menos efeito colateral]. ♥Não são todos os fármacos que existem na forma de pró-fármaco, são poucos. Planejamento racional: é o mais difícil. Farmacêuticos na frente do computador estudam a molécula. Ex: Captopril [inibidor de ECA] que é para diminuir a PA; A ECA converte angiotensina I em angiotensina II que tem como função vasoconstrição e aumentar a liberação de aldosterona (para reter sódio). Os farmacêuticos estudam o sitio ativo da molécula da ECA, quais os aminoácidos que o formam, já que ECA é uma enzima. A angiotensina I liga no sitio ativo da ECA e aí a ECA transforma-a em II. Farmacêuticos formularam uma molécula que tenha afinidade ao sitio ativo da ECA, no caso o captopril se liga no sitio ativo da ECA, a angiotensina I não consegue ligar, não tendo angiotensina II e, consequentemente, não tendo vasoconstrição.TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 8 ETAPAS PARA DESENVOLVIMENTO DE NOVAS DROGAS Supondo que a molécula do fármaco já está formada, agora ela precisa passar por várias etapas/fases de desenvolvimento para que seja disponibilizado para a população. O medicamento passa por 2 tipos de pesquisas diferentes: PESQUISA PRÉ-CLÍNICA: Testa a molécula modelo em animais (ratos, camundongos, coelho, macaco..). Os objetivos da pesquisa pré-clínica são: ♥ Avaliar uma possível faixa de dosagem para que aquele medicamento possa ser utilizado com segurança e eficaz.. ♥ Testar segurança avaliando possível risco de toxicidade da molécula. Há 4 tipos de toxicidade principais: -Toxicidade aguda: Alta dose num período de tempo curto. -Toxicidade subaguda: continua utilizando doses elevadas, mas num período de tempo mais prolongado (de 7 a 10 dias). -Toxicidade crônica: o medicamento é usado em doses baixas, porém por um período de tempo prolongado. -Risco de mutagenicidade (está produzindo um medicamento anti-hipertensivo que realmente reduz a PA do animal, mas no teste pré-clínico visualizou que tem capacidade de produzir mutação e consequentemente risco de câncer mutagenicidade evolui para carcinogenicidade) e teratogenicidade (capacidade de produzir má formação fetal administra o produto em ratas prenhas, por exemplo, por um período de tempo prolongado durante a gestação e avalia como acontece o nascimento da sua prole, se houver alguma má formação fetal o medicamento é considerado teratogênico). Se o medicamento passar pela etapa pré-clinica e ele não tiver uma toxicidade acentuada ou se ele tiver uma faixa de dosagem adequada quer dizer que ele foi aprovado pela fase pré-clínica e agora será testado na fase clínica. Existem situações que o medicamento, por exemplo, tem uma faixa de dose adequada, não tem toxicidade aguda subaguda ou crônica acentuada, porem ele é teratogênico, e ele passa da fase pré-clínica para clinica, Ex: Roacutan [Mas são avisados e tem até que assinar um contrato de consentimento]; Dependendo do problema que existe na fase pré-clínica, o medicamento não vai para frente. EX: O medicamento causou uma toxicidade aguda muito alta, acabou com o fígado do animal, ou durante a toxicidade crônica aconteceu uma lesão renal irreversível. Se for uma lesão leve o medicamento pode passar para frente, mas aí teria que colocar na bula: “esse medicamento não pode ser usado em pacientes com TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 9 problemas renais” ou “esse medicamento pode desenvolver problemas renais durante seu uso crônico”. PESQUISA CLÍNICA: ♥ É realizada apenas em seres humanos. ♥ Há 4 fases de desenvolvimento do medicamento: Fase 1: o medicamento é administrado em voluntários saudáveis, com o objetivo principal de buscar a melhor faixa de dose em seres humanos e o outro objetivo é testar a segurança desse medicamento. Começa com um grupo de voluntários com doses mínimas/baixas e aí vai aumentando gradativamente a dose até que atinja uma dose que produza o mínimo de efeitos adversos (náuseas, dor gástrica, leve cefaleia). Aí considera essa faixa de dose segura para os voluntários. Medicamento passa pela fase 1 e vai passar para a fase 2. Fase 2: O medicamento é testado em pacientes que tenham a doença para qual o medicamento esta sendo desenvolvido [geralmente em hospitais]. Objetivo principal: testar a eficácia do medicamento. Há muitos hospitais que fazem parte da rede de hospitais que fazem ensaio clinico. Então quando o paciente entra nesse hospital, assina aquela papelada em que existem termos que consentem a sua participação em pesquisas clínicas. Então se for preciso que ele tome medicamento para testar uma determinada eficácia ele já está ciente que ele pode participar desse teste. O nº (pessoas) não precisa ser grande. Dentro da fase 2 existem duas subdivisões: IIA (ensaio aberto): o paciente e o médico sabem que o medicamento está sendo testado no paciente. Mesmo que o medicamento cause uma melhora no paciente ele não é considerado eficaz, pq precisa agora passar pela IIB. IIB (duplo cego): nem o medico nem o paciente sabem para que aquele medicamento está sendo testado. O paciente sabe desse hospital, sabe que está tomando um medicamento a ser testado, mas ele não sabe para que. Aqui pode concretizar a eficácia se o paciente teve uma evolução clinica. O problema do ensaio aberto é que existe o efeito placebo em que o fator psicológico conta mais que a resposta terapêutica do medicamento. O medicamento só é considerado quando passa por IIA e IIB. Fase 3: O medicamento é testado em um número maior de pacientes. Tem o objetivo de aprofundar o conhecimento [conhece cerca de 90% do fármaco] sobre o medicamento, sobre as reações adversas (aumenta a chance de detectar reações TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 10 adversas novas), pois quando aumenta o nº de pessoas aumenta as possibilidades de respostas. Quando aumenta o n é possível estudar possíveis casos de interações medicamentosas. Ex: paciente polimedicado tomou a droga teste e aconteceu interação com o fármaco tal. Ex: o medicamento tal pode potencializar o efeito do medicamento teste. Ex: o medicamento tal pode diminuir o efeito da droga teste. Esse conhecimento sobre interações medicamentosas é o que vai para a bula. Na fase 3 surgem até novos usos terapêuticos da droga. Ex: Minoxidil (é um vasodilatador que quando passa no local ele dilata os vasos, aumenta à chegada de sangue e junto com o sangue os nutrientes que fortalecem); Dessa maneira pode ser utilizado para crescer pelos, mas ele estava sendo testado para ser anti-hipertensivo. [Na fase 2 o Minoxidil já era eficaz como um anti-hipertensivo, e na fase 3 perceberam que ele estava causando como efeito colateral crescimento de pelos]. Quando o medicamento passa pela fase 3, 90% das suas características são conhecidas, por isso é que na fase 3 o medicamento pode ser liberado, pela ANVISA, para comercialização. Fase 4 (fase de FARMACOVIGILÂNCIA ou fase de pós-comercialização): o medicamento usado pela população continua sendo estudado. Agora vai conhecer os 10% das suas características. EX: Talidomida que foi um medicamento formulado com o intuito de tratar náuseas e vômitos em gestantes. Quando ele caiu no mercado, as grávidas que tomaram tiveram bebês com a Síndrome Focomelia que possui alteração dos membros superiores-inferiores. Na composição da Talidomida quimicamente existe de 2 isômeros diferentes (isômero R e isômero S). Os testes eram realizados com isômero isolado que é isômero que tem apenas atividades ante eméticas (só para náuseas e vômitos), mas durante a produção a indústria farmacêutica importou a talidomida e durante a importação ela veio com a mistura dos isômeros (R e S) e o isômero S é extremamente teratogênico. A talidomida existe hoje para tratamento de hanseníase. EX: Anfetaminas eram medicamentos usados para tratamento de obesidade, era bastante eficaz para obesidade, pois inibia o apetite, mas aumenta muito o risco cardiovascular, e por isso saiu do mercado. Anfetamina inibe receptação de Serotonina e NA, mas aumenta a atividade do simpático que libera NA, então paciente que tem hipertensão e usa pode ter AVC, infarto, o que causou muitas mortes. Até hoje sempre tem votação para ver se volta ou não esse medicamento. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 11 EX: Microvlar: A indústria na hora de formular o anticoncepcional não colocou o hormônio [princípio ativo] e deixou só os adjuvantes. Com isso, as Mulheres engravidaram Erro da indústria. EX: Acomplia: Para emagrecimento, diz que diminui LDL, circunferência, TG, “um sonho”, mas que foi suspensa sua venda, pois pode ser que tenha dadoreações adversas após o uso na população. EX: Liraglutida (Victosa): Reduz glicemia [DM2], e observaram que estavam emagrecendo, e com isso, a ANVISA liberou para tratamento de obesidade; mas detectou-se que uma parcela estava apresentando pancreatite [pode ter sido o gatilho para desenvolver essa doença] ; Até câncer de bexiga foi observado, mas como o n estava bom, não foi retirado do mercado. EX: Cialis (Semelhante ao Viagra): Foi retirado do mercado, pois era falsificado. Outra importância da farmacovigilância é avaliar se o medicamento é falsificado. Pelo site da ANVISA há abas para notificação para FARMACOVIGILÂNCIA. EX: Fosfoetanolamina: “A pílula do Câncer”; Começaram os testes e na Pesquisa Pré-Clínica detectou-se que houve diminuição de tumor de Camundongo; Na pesquisa Clínica – FASE 1: COMEÇOU A SER TESTADA EM VOLUNTÁRIOS SAUDÁVEIS. – FASE 2 : COMEÇOU A SER TESTADA EM VOLUNTÁRIOS DOENTES [observaram que o medicamento não tinha eficácia em seres humanos]. Ficou apenas entre a Fase 2 e começo da 3, sendo assim, não poderia ser liberada para a população. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ♥ Administrar o fármaco é preparar e introduzir o medicamento no organismo visando sempre efeitos terapêuticos [prevenção e tratamento]. ♥ Para escolher a melhor via [para aumentar a aderência ao tratamento] existem alguns fatores que influenciam na escolha da via de administração do medicamento: Efeito local ou sistêmico. Se tiver local uma das principais vias é a tópica em que o medicamento é adm sobre a pele ou mucosa. Se for efeito sistêmico a via de adm é onde o medicamento cai na corrente sanguínea (sistêmica é a capacidade do fármaco de atingir o sangue e distribuir pelo organismo). O medicamento por via sistêmica não só liga no receptor no local onde eu quero, mas pode se ligar em vários receptores pelo corpo todo, então esse fármaco com efeito sistêmico pode produzir mais efeitos colaterais que o medicamento local. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 12 Propriedades químicas: existem fármacos, por exemplo, que não podem entrar em contato com o HCl do estomago [então esse fármaco não pode ser utilizado por via oral e ser triturado], existem medicamentos que não podem entrar em contato com água do nosso organismo, pois ele sofre hidrolise. Tempo de inicio de ação do fármaco: necessito que o medicamento tenha inicio de ação imediato ou não. Se necessitar de inicio de ação rápido seria interessante a via parenteral [endovenosa], ou sublingual queatingem a corrente sanguínea mais rápido. Idade do paciente: crianças e idosos que tem dificuldade de engolir comprimidos, então a via pode até ser oral, mas a forma farmacêutica tem que ser liquida. Conveniência: O quão conveniente à via de adm é para o paciente. Ex: via de adm parenteral não é a via mais conveniente para um paciente com medo de agulha. Duração do tratamento: quando o paciente tem q usar o medicamento por um período de tempo prolongado a via parenteral não é indicado pq ela é invasiva. Ex: paciente com diabetes que precisa tomar injeção (insulina) todos os dias (e varias vezes ao dia) já que é crônico. Obediência do paciente ao tratamento medicamentoso: o quão aderente o paciente é; Tem que mostrar as consequências ao paciente se ele não tomar o medicamento. EX: Pode ser injetável nesse caso, pois não depende da pessoa para aplicação, e sim de algum profissional. EX: AMPICILINA [1 comp. 6h/6h por 7 dias] mesmo mecanismo de ação que a Amoxicilina [1 comp. 8h/8h por 7 dias]. Por isso, a segunda opção é mais utilizada, pois toma menos vezes ao dia, o que ajuda na aderência ao tratamento. ● Via oral [ou uso interno, uso oral, uso enteral] É a principal via de adm, a mais segura e conveniente que existe, ou seja, é a mais aceita pela população. Quando o fármaco é usado por via oral ele pode ter tanto efeito local quanto efeito sistêmico. A maioria dos medicamentos usados por via oral tem efeito sistêmico, pois ele passa pelo trato gastrointestinal e é absorvido ou no estômago ou no intestino, indo para a corrente sanguínea. Mas nem todo medicamento usado por via TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 13 oral tem ação sistêmica, há com efeito local, por exemplo: Eno ou Sonrisal (antiácidos) são bases que irão reagir com o acido clorídrico do estômago formando água e sal e neutralizando o excesso do acido clorídrico. EX: Laxante tem efeito local, no trato gastrointestinal ele amolece as fezes e facilita a sua eliminação. Quando o medicamento é utilizado por via oral pode começar a ser absorvido na mucosa/boca, esôfago, mas os principais são estomago e intestino (a maioria dos medicamentos são absorvidos no intestino, especificamente, no delgado), até mesmo no reto. Pode ser utilizada na foram líquida [solução – o soluto está solubilizado/dissolvido no solvente ~Já pronta para absorção~ - / suspensão – o soluto é insolúvel no solvente (EX: utiliza o medicamento e guarda, aí decanta, e para poder utilizar novamente terá que agitar, senão irá tomar apenas o solvente ~ absorção mais lenta ~ ) - / emulsão / xarope, elixir], ou, sólida [comprimido, pó, drágea e etc]. A velocidade de absorção desses fármacos é variável, ou seja, a solução já está pronta para ser absorvido no trato gastrointestinal, e na forma sólida ele precisa ser quebrado/solubilizado para então ser absorvido [cerca de 15 min.] EX: DRÁGEA - Comprimido/matriz possui um revestimento para protege-lo de ações de agentes externos, e quando tomada precisa se desintegrar ; CÁPSULA – A sua capa é gelatinosa, sendo assim, mais facilmente digerida. CONTRAINDICAÇÃO: -Pacientes com dificuldades de deglutição -Não é interessante para ser usada em pacientes com náuseas e vômitos. Tem paciente que engole o comprimido e vomita. - Pacientes inconscientes ou comatosos. -Pacientes com doenças no trato gastrointestinal que prejudicam a absorção do medicamento [paciente que fez redução de estômago / intestino e dessa maneira fica dificultosa a absorção quanto a um paciente ‘normal’] -Não é via interessante para se utilizar medicamentos que sofram degradação pelo HCl ou pelas enzimas gástricas. DESVANTAGENS: - Reações adversas gástricas [dores estomacais, vômitos] em alguns pacientes - Absorção limitada de acordo com suas características químicas e susceptibilidade de ser destruído pelo pH gástrico e pela presença de enzimas no trato gastrointestinal. - Via que precisa de colaboração do paciente para o sucesso terapêutico. ~ Na forma líquida por via oral, o paciente pode errar a dose TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 14 CUIDADOS IMPORTANTES ♥ Medidas: 15ml = 1 colher de sopa 10ml = 1colher de sobremesa 5ml = 1 colher de chá Essas unidades de medidas não são consideradas fidedignas, por isso, as medidas de medicamentos líquidos têm que ser sempre em ‘ml’, pois o paciente pode utilizar a colher mais comum, por exemplo, a de sopa para dar um medicamento que seria em uma colher de sobremesa. Ex: ♥ Paciente Infantil e a prescrição é 15mg/kg ♥ Na caixa do medicamento está 50mg/ml ♥ Criança tem 20kg 15mg----1kg x -------- 20kg x=300mg. A criança tem que receber 300mg desse fármaco, mas no fármaco tem 50mg/ml quantos ml a criança tem que tomar? 50mg ---- 1ml 300mg----X X=6ml. TIPOS DE LIBERAÇÕES NA VIA ORAL ♥ Liberação imediata: medicamento chega no trato gastro intestinal e o principio ativo é absorvido de uma vez atingindo a corrente sanguínea. Por isso esses medicamentos tem que ser usados de 8/8h ou 6/6h pq vai chegar uma hora que a concentração plasmática do principio ativo que chegou no sangue vai caindo, aí tem que tomar outra dose para subir. Eles tendem a ser tomados mais vezes ao dia ♥ liberação controlada (ou fármacos de liberação ampliada, ou continuada, ou prolongada): quando esse medicamento chegarao trato gastrointestinal à absorção do medicamento vai ser gradativa/ao longo do dia, ele não será absorvido de uma vez; esse medicamento possui adjuvantes que fazem com que esse comprimido seja desintegrado e vai liberando seu principio ativo durante todo o período do dia. Há medicamentos que possuem as 2 formas (liberação imediata e retardada). Ex: Venlafaxina: existe venlafaxina de liberação imediata (posologia: tomar um comp. de 8/8h) e Venlafaxina XR com liberação ampliada (posologia: tomar um comp. uma vez ao dia). Ex: Ritalina: existe de liberação imediata e Ritalina LA de liberação ampliada (posologia: um comp. ao dia). TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 15 Ex: Adalat (nome comercial) ou Nifedipino: existe de liberação imediada (aladat) e existe de liberação gradativa (Adalat Retard). É um vasodilatador que bloqueia o canal de Ca²+ no vaso e fica relaxado (anti-hipertensivo). Nifedipino de ação imediata é pouco usado pq ele causa mais efeitos colaterais como queda brusca de PA, pq o paciente toma o comprimido, ele é absorvido rapidamente no intestino, vai para a corrente sanguínea, bloqueia todos os receptores do canal de cálcio do vaso e o paciente tem uma vasodilatação intensa tenda queda brusca de PA. Paciente que toma nifedipino de ação imediata se queixa muito de edema maleolar pq devido a vasodilatação intensa reduz o retorno venoso, o sangue tende a ficar mais nos membros inferiores, ocorre extravasamento de liquido apresentando edema de membros inferiores. Paciente tb apresenta taquicardia. O nifedipino retard possui tb esses efeitos colaterais, mas são bem menores. VANTAGENS liberação controlada (ampliada, continuada e prolongada): ● Absorção lenta e uniforme ao longo do dia ● Redução da frequência posológica ● Efeito terapêutico mais constante (não tem isso de que vai caindo à concentração e quando a concentração cair perde o efeito terapêutico) – a concentração plasmática mantem-se uniforme ao longo do dia. ● Redução da incidência e/ou intensidade dos efeitos colaterais (eliminação do pico de concentração) ● Maior aderência ao tratamento. DESVANTAGENS liberação controlada: ● Maior variabilidade da concentração sistêmica ● Medicamento de liberação controlada não pode ser partido/triturado, pois ao invés de ter liberação controlada ele vai ter liberação imediata (A dose do comprimido é maior e a trituração do comprimido resulta em liberação rápida) - O paciente pode apresentar “dumping de dose” que é uma elevação brusca do medicamento na corrente sanguínea com toxicidade subsequente. ● Alto custo ● Mais convenientes para fármacos de meia vida curta ou para pacientes que usam certos fármacos (anticonvulsivantes) Normalmente os medicamentos que existem na forma de liberação controlada são aqueles que possuem meia vida de eliminação curta (são medicamentos que são eliminados muito rapidamente do organismo), então demora um tempo curto para ser excretado. Se é eliminado mais rapidamente, quer dizer que o paciente teria que tomar mais vezes ao dia, aí a indústria farmacêutica formula esse medicamento com adjuvantes que vão favorecer a liberação controlada. Se medicamento tem meia vida de duração longa demora mais pra ser eliminado, então tem que ser utilizado menos vezes ao dia, então não precisa fazer esse na forma de liberação controlada porque ele já vai ficar mais tempo no organismo do paciente. Por TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 16 isso não são todos os medicamentos que existem na forma de liberação controlada. O adjuvante não vai mudar a meia vida dele, vai mudar a velocidade com que o medicamento vai ser absorvido. O adjuvante faz o comprimido liberar o principio ativo aos poucos. ● Via Sublingual Atua no trato gastrointestinal. Diferente de via oral, o medicamento para ser considerado via oral ele tem que ser deglutido. Medicamentos para serem utilizados por via sublingual devem ser administrados apenas por essa via (o mesmo ocorre com oral). Há medicamentos que foram criados para serem administrados nas duas vias, ele tem formulação que permite que utilize por qualquer uma das duas vias. O porquê do efeito mais rápido: -O medicamento por via sublingual possui dureza menor que oral. -Região sublingual é uma região altamente vascularizada, tendência é que principio ativo seja absorvido rápido. -Epitélio sublingual favorece a absorção do medicamento, pois ele é não queratinizado. Fazer higienização oral antes de depositar o medicamento sob a língua [bocejo com água, pois os restos de alimentos na cavidade oral pode prejudicar a absorção do medicamento]. EX: Alguns medicamentos como Captopril, em casos de emergência podem ser colocados na língua, pois possui dureza menor. ● Via Retal Atua no trato gastrointestinal. É conveniente para ser usado em crianças, em pacientes com náuseas e vômitos, com dificuldades de deglutição, inconscientes ou comatosos. Fármacos usados por via retal podem ter efeito local ou efeito sistêmico. Ex: Com EFEITO local: LAXANTE - Supositório de glicerina é introduzido na criança, à glicerina entra em contato com a temperatura corporal, se dissolve e amolece as fezes e a criança consegue defecar. Ex: Supositórios com ação sistêmica como os analgésicos - há crianças que tem febre e ao invés de dar dipirona por via oral usa-se supositório que tem analgésico por via retal, que vai se dissolver, o principio ativo é liberado, cai na corrente sanguínea e tem efeito sistêmico. ~ Normalmente supositório é à base de glicerina ou manteiga de cacau amolecendo as fezes, mas com o passar do tempo, naturalmente, as fezes vão ‘incorporando’. Obs: Se tomar comprimido a seco ele vai demorar a ser absorvido. O recomendado é 200 ml de água que aumenta muito mais a velocidade de absorção / Cápsula age mais TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 17 rápido que comprimido / Gotas agem mais rápido que comprimido. Drágea age mais rápido que comprimido. ● Via tópica Depósito do medicamento pela pele e mucosas. A maioria dos medicamentos utilizados por via tópica possui ação local, pois a pele [barreira à passagem de substâncias] possui a última camada queratinizada (epiderme). E por ela ser queratinizada, várias moléculas do medicamento tem dificuldade de ultrapassar as camadas e chegar até a derme que é vascularizada. Mas existem formulações como, por exemplo, os adesivos transdermicos que ao serem depositados sobre a pele ultrapassam todas as camadas e atingem a derme que é uma camada vascularizada. Por isso que sempre os fármacos usados por via transdermicas sempre possuem ação sistêmica. Obs: Adesivos transdérmicos é diferente de emplasto (para contusões). Ex: Contraceptivos hormonais. A vantagem dessa via transdermica é que a paciente não precisa usar o medicamento diariamente, a pessoa cola sobre a pele. A mulher tem que trocar o adesivo semanalmente. Vem 3 adesivos na caixinha, então ela fica 21 dias com adesivos. No 22º dia ela retira o adesivo e nos 7 dias subsequente que faltam para completar o ciclo menstrual vai acontecer a sua menstruação. Ex: Nicotina, para abandonar o habito de fumar. Quando o paciente é dependente do tabaco ele tem dificuldade de abandonar o habito de fumar pq quando para de fumar a nicotina do organismo cai drasticamente e não consegue ligar ao receptor do SNC que é o que da recompensa e sensação de prazer. Existem adesivos de nicotinas com varias doses de nicotina diferentes, e a dose inicial que vai ser depositada no paciente depende do numero de cigarros que ele fumava por dia. Por exemplo, se ele fuma 15 cigarros por dia, faz a proporção de quantos mg de nicotina seriam absorvidos, utiliza o adesivo, nicotina é absorvida, se liga nos receptores e o paciente consegue abandonar o habito de fumar pq a nicotina ta sendo absorvida na correntesanguínea. Nicotina ta sendo absorvida, mas o paciente vai deixar de entrar em contato com milhares de substancias que são tóxicas que estariam presentes no cigarro. A medida que o tempo passa vai trocando o adesivo por doses menores de nicotina, ate que o paciente consiga ficar com 0mg de nicotina sem sofrer crise de abstinência. É uma das formas de tratamento do tabagismo hoje. Ex: Rivastigmina [tratamento de Alzheimer] – é um inibidor de Acetilcolinesterase; É bom, pois é usada para que não se esquece da administração do medicamento ou de doses duplas. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 18 Ex: adesivos transdermicos de analgésicos opioides como o Fentanil (nome do principio ativo) usados para tratar dores intensas. Ele tem uma potencia de 10 a 100 vezes maior que a morfina [atividade analgésica maior], mesmo sendo da mesma família. Paciente com câncer no estado terminal com muita dor, é liberado do hospital com a prescrição do fentanil que é colado na pele do paciente e vai ser absorvido, é ligado nos receptores opioides e inibe a dor. Ao colocar o adesivo no paciente é preciso ter 2 cuidados: ou utilizar luva (para o medicamento não ser absorvido na mão, pq se for pode ter dependência desse medicamento ou tolerância, ou seja, se precisar desse medicamento no futuro o cuidador pode estar resistente a ele) ou logo depois de colar o adesivo é necessário fazer a lavagem das mãos. Esses adesivos não podem ser colados em qualquer local do corpo. Deve ser colado em uma pele integra (sem nenhum tipo de lesão, machucado), deve ser região livre de pelos (os pelos reduzem a aderência do adesivo sobre a pele comprometendo a absorção do principio ativo), precisa de uma pele seca (então evita região com grande sudorese para não se descolar), evitar região de grande atrito (EX: abaixo do cotovelo / coxa ). Dentro da via tópica pode subdividir em varias outras vias como: 1) Via intranasal: É considerada uma via tópica, pois deposita o medicamento sobre a mucosa nasal. Intranasal ≠ via respiratória Intranasal o medicamento é depositado na mucosa nasal, já respiratória (sinônimo de inalatória) o medicamento é inalado (age sobre a arvore brônquica = chegar no pulmão). Normalmente possui efeito local. Mas também existem com efeito sistêmico. Ex: Descongestionantes nasais: via tópica e local. Quando a região intranasal está inflamada, a tendência é que os nossos pequenos vasos se dilatam, isso quer dizer que o orifício de passagem de ar diminui. Então a dificuldade para respirar aumenta. Nos descongestionantes nasais têm cloreto de sódio a 0,9% e nafasolina que é um vasoconstritor. Então na hora que pinga o vasoconstritor na mucosa os vasos dilatados contraem. Mas existem muitas pessoas que são “dependentes” desses descongestionantes, pois se usa muito, chega uma hora que o organismo vê que tem algo errado, que essa pessoa está usando um medicamento que está contraindo o vaso sanguíneo demais, e a contração de vaso em determinado tecido pode causar problema por diminuir a irrigação. Então há mecanismo de feedback negativo ou efeito rebote quanto mais vasoconstritor utiliza na mucosa nasal, mais o organismo responde dilatando o vaso. Quanto mais usamos o descongestionante, mais precisamos dele. Então esse efeito rebote faz com que a pessoa não fique livre daquele medicamento. Porém, por mais que o medicamento tenha efeito tópico, uma parte dele pode cair na corrente sanguínea, pois ele está sendo depositado no nariz que tem vasos. O vasoconstritor cai no sangue. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 19 Existem relatos de caso publicados de pacientes hipertensos que não conseguem controlar sua PA por uso do descongestionante nasal com vasoconstritor, mesmo usando anti-hipertensivos. Além disso, na solução tem cloreto de sódio que quando cai no sangue aumenta a volemia aumentando a PA. ~ele não induz à HAS, mas ele pode agravar quem já tem~ Budesonida: é um descongestionante nasal, porém é anti-inflamatorio (corticóide), ele trata o problema de base que é a inflamação da mucosa nasal, consequentemente não tem a dilatação do vaso melhorando o problema respiratório. Ex: Desmopressina: via intranasal com efeito sistêmico [o nariz é muito irrigado]. É um fármaco agonista do ADH [vasopressina endógena] hormônio anti-diuretico. Ele atinge a corrente sanguínea e se liga nos mesmos receptores do ADH imitando sua ação. Utilizado para tratar pacientes com enurese noturna (que faz xixi na cama). É utilizada antes de dormir. Pode ser utilizado para Diabetes Insipidus e Enurese Noturna [crianças que fazem xixi na cama]. 2) Via Auricular/Otológica) Medicamentos que são depositados no canal do ouvido. E possuem apenas efeito local. Medicamentos usados para 2 fins principais: 1- remover cerume ou corpo estranho 2- para tratar problemas que acometem o ouvido externo (inflamação, infecção no ouvido externo por exemplo). Porém se o problema for ao ouvido médio ou ouvido interno não adianta usar medicamentos por via auricular. Nesse caso, tem que utilizar medicamento por uma via que garanta uma inflamação sistêmica [via oral ou parenteral]. 3) Via intravaginal Em forma de cremes/pomadas que são colocados com auxílio de um aplicador. Possui efeito local, quando depositado no canal vaginal só alivia problema naquele local. Ele não alcançará a corrente sanguínea, pois a região possui grande quantidade de muco que impede a absorção do medicamento, e também pelo pH intravaginal que não é adequado para garantir a absorção de medicamentos, e também pelo ciclo menstrual da mulher [dependendo da fase do ciclo menstrual a tendência é que a mulher tenha uma descamação do endométrio facilitando então a remoção do medicamento da cavidade vaginal impedindo sua absorção]. EX: Creme de Nistadina [antifúngico] 4) Via Oftálmica Os medicamentos tem tendência de terem efeito local, pois eles agem sobre a mucosa ocular. Pode estar em forma de colírio ou semissólidas [pomadas]. Porém TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 20 devido à presença do canal lacrimal, uma pequena porcentagem do medicamento pode ser absorvida por ele, o que pode justificar efeitos colaterais sistêmicos causados por colírios ou soluções oftálmicas. Como aplicar? A pessoa tem que remover corpos estranhos ali como crostas de secreção que estejam ali na região (remela), ou seja, passar algodão com água boricada ou lavar o rosto. Paciente deve inclinar a cabeça, fazer a prega palpebral (porque o medicamento deve ser depositado na mucosa conjuntiva [saco conjuntival inferior] e não diretamente sobre o globo ocular – tem medicamentos que podem ser irritantes para o globo ocular), e na hora que pingar deve fechar o olho para o medicamento ser captado e não piscar, pois quanto mais pisca, mais remove do globo ocular. ● Via Parenteral/ Injetável) O medicamento será depositado diretamente em um compartimento do organismo. * As principais vias parenterais são: 1- Via Intradérmica Medicamentos são depositados mais superficialmente possíveis na derme (depositados bem superficialmente na pele), a angulação da agulha é menor [quanto menor a angulação, mais superficial]. Por isso há um limite máximo de volume pra ser usado por essa via, deve-se utilizar até 0,1ml de solução; Velocidade de absorção baixa. Como é uma via muito superficial normalmente não utiliza essa via pra fins terapêuticos, ou seja, com fins curativos. É uma via interessante para ser usada em 2 ocasiões: 1: para fazer diagnósticos/alergias [Ex: Teste de Alergia, em que o medico deposita alergenos na pele para ver se terá reação inflamatória. Tem que ser bem superficial senão teria uma crise alérgica muito grande]; e 2: para aplicação de vacinas. 2- Subcutânea Medicamento é depositado no tecido subcutâneo (mais profundo).Por isso a angulação da agulha é maior (45} de angulação). O volume é de 0,5 a 1,5ml de solução, pois é mais profundo; Efeito sistêmico do medicamento com absorção mais rápida do que na intradérmica. Ex: Insulina. Ex: Heparina. É um anticoagulante injetável. Paciente que tem trombose, ou teve IAM, ou seja, facilidade de formar trombo usa heparina. 3- Intramuscular TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 21 O limite de volume é 5ml, mas depende do músculo. Músculo maior como dorso glúteo e lateral da coxa pode usar 5ml, já em músculos menores como deltoide no maximo 3ml isso para adulto. Medicamento é ejetado num ângulo de 90º para garantir que atinja o músculo esquelético. O tamanho e o calibre da agulha podem variar de acordo com o biotipo do paciente e com o tipo de medicamento a injetar. O comprimento da agulha varia, pois tem pacientes obesos e neles a agulha tem que ser maior para atingir o seu tecido muscular. E o calibre também muda. Velocidade aplicada é maior do que por via subcutânea, pois é mais vascularizada. O medicamento pode ser depositado em 4 músculos diferentes: - Deltoide - Não é considerado seguro, pois é um músculo que comparado com os outros tem uma pequena extensão [quantidade limitada], tem uma pequena massa muscular; E nele passam vasos calibrosos e nervos importantes, então eu posso depositar o medicamento em local que não deveria como numa veia ou num nervo – desvantagem). ** Diclofenato não pode ser usado nesse músculo. - Dorso glúteo: é considerado um músculo interessante, pois a massa muscular é maior que o deltoide, anatomicamente bem definido, não passa vasos importantes, mas também tem desvantagem: passa o nervo ciático. ~deve-se aplicar no quadrante superior externo~ TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 22 - Ventroglúteo: um dos músculos mais seguro que tem para aplicar medicamentos, pois é anatomicamente bem definido;Não passa nervos importantes nem vasos de grande calibre. O problema dele é que os próprios pacientes têm medo, aversão por essa via. - Vasto lateral da coxa: também tem músculo extenso muito bem definido anatomicamente, sem nervos importantes que passam ali e sem vasos de grande calibre. ~ muito usado em recém-nascidos, até por ser um local com mais ‘gordura’ Obs: Os mais seguros são ventro glútea e vasto lateral da coxa. Outras vias consideradas parenterais: via intra articular [infiltrações em casos de pacientes com inflamações no joelho; nesse caso deposita na articulação] || via intracardíaca [coloca diretamente no coração. Por exemplo quando o paciente tem uma parada cardíaca e a via endovenosa não teve sucesso terapêutico, aí a adrenalina é administrada diretamente no coração]. || via intratecal [é quando administra o medicamento diretamente no SNC] – EX: Paciente tem um tumor no SNC e por via endovenosa não está tendo sucesso, pois o medicamento está com dificuldade de ultrapassar a barreira hematoencefalica. || via intra arterial [medicamento é TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 23 depositado diretamente na artéria] essas vias são vias de exclusivo hospitalar, por isso são menos conhecidas. – normalmente é por via endovenosa - 5- Endovenosa Aplicação do medicamento diretamente na veia. * Possui algumas vantagens: -Os medicamentos usados por essa via possuem ação imediata, por isso são usados quando é preciso de uma resposta rápida como urgências e emergências. -O medicamento não precisa de limite de volume para ser aplicado na veia. -Interessante para aplicar medicamentos que causam irritação no tecido muscular. Nesse caso, eles são administrados diretamente na veia. * Possui algumas desvantagens: -Não pode aplicar por via endovenosa medicamentos oleosos (ele não se solubiliza no sangue). -Existe o risco de produção de êmbolos, ou seja, risco do paciente evoluir pra uma embolia, pois pode injetar ar na veia ou porque o medicamento pode não se solubilizar e assim obstrui determinados vasos [se injetar ar pode obstruir algum vaso]. -Maior risco de produzir contaminação microbiana não fazer assepsia da pele. - Dificuldade de reversão de efeito: depois que aplicou o medicamento por via endovenosa, se viu que aplicou uma dose errada ou medicamento errado, para desfazer esse problema dá trabalho. Muitas vezes o medicamento não tem antagonista. Por isso tem que conferir. -Se o paciente tiver alergia ao medicamento, a reação alérgica [geralmente consegue reverter com um anti-histamínico] pode ser mais intensa podendo inclusive ocasionar um choque anafilático. - A desvantagem de todas as vias parenterais é a dor durante a aplicação. Isso pode diminuir a adesão do paciente ao tratamento. ● Via respiratória/ Inalatória Nesse caso o medicamento precisa atingir os pulmões ou a árvore brônquica. Pode ter efeito local ou efeito sistêmico. Fármacos usados por essa via podem ter efeito local, por exemplo, em medicamentos usados para tratar doenças respiratórias como a asma (paciente com asma tem broncoconstrição). Mas nem sempre as bombinhas tem efeito local, pq o bronco é irrigado então pode cair na corrente sanguínea. Ex: paciente que tem asma e usa bombinha de broncodilatador. Adrenalina faz broncodilatacao no bronco. Então bombinhas com broncodilatador tem medicamentos que imitam a adrenalina (agonistas adrenérgicos beta2), ou seja, ligam no receptor dela. Uma das principais reações adversas da bombinha ou da inalação é o aceleramento do coração pq o medicamento caiu na corrente sanguinea e liga onde TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 24 tem receptor para a adrenalina como o coração (beta1) acelerando o coração produzindo como efeito colateral taquicardia. Existem 2 tipos de dispositivos inalatórios: ler sobre isso (Xerox) Aerosol dosimetrado (bombinhas) Dispositivos de pó seco Há aqueles usados por via respiratória para ter efeito sistêmico, por exemplo, anestésicos gerais e inalatorios. Ex: paciente vai fazer cirurgia, coloca uma mascara nele com anestésico, paciente inala o anestésico que chegará no pulmão. No pulmão ele rapidamente é captado para a corrente sanguinea e chega no SNC pq a arvore brônquica é muito irrigada, e os alvéolos pulmonares possuem epitélio que não é queratinizado então tem uma facilidade grande do medicamento sair dos alvéolos e cair na corrente sanguinea. bs: evitar falar nome comercial de medicamentos. Prescrições médicas ● Prescrição é diferente de receita: ● Receita é o documento formal, é o papel onde serão redigidos, pelo prescritor que irá se responsabilizar pelos medicamentos com a sua dose, posologia, e duração do tratamento. Prescrição é o ato de se escolher o melhor e o mais indicado medicamento bem como a forma do tratamento [medicamento / dosagem / posologia] para um determinado paciente [Durante a anamnese, exame físico e clínico do paciente à prescrição já é iniciada no momento em que o medicamento é escolhido]. ● Todas as vezes que coloca o medicamento na receita é indicado que coloque o medicamento com seu nome da DCB [denominação comum brasileira] que é o nome do principio ativo. Deve-se evitar prescrever medicamentos pelo nome comercial, pois se for prescrito pelo nome comercial a drogaria pode substituir o medicamento referencia pelo respectivo genérico ou similar que tenha realizado o teste de bioequivalência. ~No SUS obrigatoriamente tem que escrever pelo princípio ativo devido ao fato que o paciente vai pegar na Farmácia pública e podeter problemas. Ex: Paciente com inflamação é prescrito AINES [diclofenato sódico]. Prescrevo o referencia que é chamado Voltaren (“voltaren” está na caixa). Ao chegar à drogaria o balconista pode trocar pelo genérico (que tem o nome “diclofenato sódio” na caixinha) ou pelo similar (que temna caixinha “voltaflan”). Portanto, o indicado é colocar na receita “diclofenato sódico”. ● Se o médico colocar na receita “não autorizo a substituição”, aí não pode trocar por outro subtipo. ● Não pode substituir similar pelo genérico, apenas por referencia. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 25 Só pode intercambiar: - referencia com genérico - referencia com similar - nunca genérico com similar. ● Medicamentos são subdivididos em 3 categorias: 1- MIP’s (ou OTC’s): são os medicamentos isentos de prescrição [de venda livre, podem estar em bancadas para qualquer pessoa adquirir e em qualquer quantidade também]. Não precisam de receitas para serem dispensados, mas são medicamentos que precisam de orientação medica para que não sejam usados de maneira indiscriminada,. Ex: Paracetamol [é um medicamento hepatotóxico, se o paciente tomar em doses maiores de 4g/dia o fígado já começa a ser lesado]. Então isso é prejudicial para pacientes que já tem problemas no fígado. “Tomar 1 comp. de 6/6h em caso de dor” é diferente de “tomar um comp. em caso de dor” ou “Tomar um comp. de 6h/6h”, pois no segundo caso o paciente vai ficar tomando, e no terceiro ele vai tomar mesmo sem dor. Ex: Antiácidos [É uma substância básica que age neutralizando o HCL do estômago, porém em altas doses a base pode sobrar da reação/excesso e com isso, ser absorvido causando alteração no pH sanguíneo, o que pode gerar Alcalose Sanguínea]. Ex: Dipirona [Proibido em alguns países | Pode causar problemas hematológicos em pacientes podendo causar riscos eminentes de vida] 2- Medicamentos tarjadosNÃO CONTROLADOS: são medicamentos que tem tarja vermelha na caixa onde está escrito “venda sob prescrição medica”. Isso quer dizer que para ser comprado o paciente tem que levar a receita. O balconista devolve o medicamento junto com a receita, ou seja, a receita não precisa ficar retida. Ex: Nimesulida Ex: Diclofenaco [anti-inflamatório, mas contraindicado para quem possui problemas gástricos, por exemplo] No cabeçalho deve conter informações dp consultório/médico, ou pode ser branco, sem problemas [uma folha sulfite é considerado receita também]. Receita branca [comum] é padronizada, segue o layout: Tem que ser escrita a tinta [caneta ou digitalizada] Letra legível [letra ilegível pode gerar problemas com a vigilância sanitária] TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 26 Colocar na receita: 1º Nome do paciente 2º Endereço [recomendável, não é obrigatório – pois às vezes pode haver dois ou mais pacientes com o mesmo nome e podem confundir em caso de algum problema]. 3º Via de administração [Uso oral / enteral / interno]. 4º Prescrição: EX:: Nimesulida 100mg --------- 10 comprimidos [nº de comprimidos ou caixas] Tomar 1 comprimido de 12/12 horas, durante 5 dias. ~ Para saber a quantidade de medicamento que serão utilizados, deve-se saber o tanto de dias e quantas vezes será tomado para fazer a conta ~ ~ Evitar indicar por caixa, pois pode variar a quantidade que vem dentro de empresa para empresa – exceção se for um medicamento que não tem como contar, como em gotas, ou, àqueles que são usados em caso de dor ~ ~ Se for receitar mais de um medicamento pela mesma via, deve-se numerar. ~Se for medicar também uma Pomada, por exemplo, não pode colocar na sequência numérica, deve-se colocar Uso Tópico. SEMPRE QUE MUDAR A VIA DEVE-SE COLOCAR NA RECEITA, POIS SE COLOCAR NA SEQUEÊNCIA NUMÉRICA ESTÁ INCORRETO!! Uso oral Uso injetável Uso tópico 1- ... 1-... 1-... 2-.... 2-... 2-... 5º Isolar o espaço em branco fazendo um risco [Assume a responsabilidade dos medicamentos prescritos até ali]. 6º Assinatura [se não colocar, a receita tona-se inválida], data e carimbo. ~Recomendações [não esquecer de tomar medicamento / não interromper / retornar / etc] de uso deve-se fazer no verso para não deixar tudo confuso na receita. 3- Medicamentos deUSO CONTROLADO: são medicamentos que para serem vendidos precisam de retenção de receita. Precisa de pelo menos 2 vias, pois uma via fica com o paciente para saber o modo de usar o fármaco e a outra fica no estabelecimento. Receitas com validade para 30 dias, exceto antibióticos. Precisam de retenção porque a maioria dos medicamentos controlados estão listados em uma portaria chamada de portaria 344 de 98. Essa portaria dispõe de medicamentos com controles especiais, pois eles possuem o risco de causar/desenvolver capazes de produzirem dependência, tolerância ou reações adversas consideradas intensas. Muitas vezes esses medicamentos que estão na portaria 344 precisam de uma prescrição para garantir o seu uso adequado ou uso TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 27 racional. Existem medicamentos controlados que não estão listados nessa portaria, como os antibióticos, pois possuem uma resolução própria. Olhar a portaria 344 capítulo V para saber sobre prescrição controlada que necessita de receita especial, nesse capítulo, em Anexos há listas, todos os medicamentos que estão na portaria 344 de 98 estão relacionados nessas listas. Existem 3 listas principais (lista A, B e C). Dentro da C tem C1, C2, C3, C4.... Obs: As receitas têm validade de 30 dias e limite de 3 medicamentos por receita prescritos. Obs: O campo de Identificação do Comprador [quem for comprar/pegar na drogaria] e Identificação do Fornecedor [carimbo da drogaria que está fornecendo] deve ficar em brancos para serem prescritos pela drogaria Medicamentos que fazem parte da lista C1: Receita Branca de Controle Especial. Antidepressivos, ansiolíticos, anti-parkinsonianos, anticonvulsivantes, medicamentos utilizados no tratamento etilismo, anti-psicóticos, medicamentos estabilizadores de humor (por ex os fármacos para tratar transtorno bipolar, como o carbonato de lítio principalmente). Eles podem causar tolerância [fato do paciente necessitar de doses cada vez maiores do medicamento para apresentar a mesma resposta terapêutica], dependência. Também tem tarja vermelha escrito “venda sob prescrição medica” e embaixo “só pode ser vendido com retenção da receita”. Tarjado não controlado é prescrito na receita branca comum. Já medicamentos da lista C1 tem receita especifica: receita de controle especial. Os medicamentos que estão listados na lista C1 são chamados de medicamentos de controle especial. Tem um layout específico (olhar slide). Tem um quadrinho com “identificação do emitente” que onde coloca informações do médico. Os dois quadrinhos embaixo não podem ser preenchidos pelo medico, quem preenche é a drogaria (o farmacêutico). (olhar slide). Amitriptilina é um anti-depressivo. Receita da C1 vale para 30 dias, mas na receita eu posso prescrever uma quantidade suficiente para o tratamento durante 6 meses que são anticonvulsivantes e anti-parkinsonianos. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 28 Medicamentos da lista C2 também são chamados de retinoides de ação sistêmica. EX: Isotretinoina (conhecida comercialmente como Roacutan). Tarja vermelha do Roacutan: Venda sob prescrição medica Atenção: risco para mulheres grávidas [Causa vários defeitos na face, nas orelhas, no coração e no sistema nervoso do feto] Tem uma receita pronta especifica já para retinoides de ação sistêmica. Ela também tem identificação do emitente impressa pela gráfica com todos os dados do medico. Tem receitas que são compridas, ela são chamadas de notificação de receita. Então fala que vai fazer uma notificação de receita de retinoides de uso sistêmico. Mas nesse caso especifico, além da notificação de receita o paciente tem que assinar um termo de responsabilidade e consentimento pós-informação. Isso garante que o medico prescritor forneceu todas as informações necessárias que garantam o uso seguro dessesretinoides. Essa receita é numerada (como se cada medico tivesse o seu código) e precisa dessa numeração para fazer rastreio do medico, por exemplo se o nome dele não estiver legível aí olha na numeração e vê todos os dados do medico. COMPLETAR COM ÁUDIO EM 1H Medicamentos da lista C3: Psicotrópicos - Medicamentos Imunossupressores (EX: talidomida). Nesse caso existe uma notificação de receita especifica pronta para a talidomida. Ela causa má formação fetal, mas ainda é utilizada na clinica. Dois usos clínicos principais da talidomida hoje: ela é anti-inflamatória e é imunomoduladora (é capaz de causar uma imunossupressão). Por isso talidomida pode ser usada em pacientes que não tem boa resposta a outros imunossupressores. Por exemplo: um paciente que tem uma doença autoimune e começa a usar corticoide que é um imunossupressor usado bastante na clinica, mas o paciente não tem uma resposta clinica interessante, então preciso substituir esse corticoide por outro imunossupressor. Uma alternativa é a talidomida. Ela pode ser utilizada para tratamento de hanseníase e para tratamento de alguns tipos de lúpus. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 29 Obs: A maioria das receitas tem validade para 30 dias, com exceção da talidomida. Esta tem validade para 20 dias. Medicamentos da lista C5: lista dos anabolizantes. Os anabolizantes podem ser prescritos na receita de controle especial. Medico que prescrevem essa lista são endocrinologista, então se não tiver essa especialidade não é a pessoa mais apta pra prescrever esses medicamentos (C5 é mais limitado). ● Os fármacos das listas A1 e A2 são chamados de entorpecentes. E os da lista A3 são psicotrópicos. ● Da lista C para A o que muda é a cor da tarja. Os medicamentos da lista A possuem tarja preta. Ou seja, são medicamentos com alta capacidade de causarem dependência. Medicamentos da lista A1 e A2: Medicamentos prescritos em RECEITAS AMARELAS, os talonários devem ser solicitados na vigilância sanitária, e não mais, uma gráfica. Analgésicos Opioides ** EX: Codeína e Tramadol. Quando estes são usados em doses maiores que 100mg por comprimido eles fazem parte da lista A (A1 e A2), já se forem utilizados em doses iguais ou inferiores a 100mg eles deixam de ser da lista A e passam a ser de controle especial (lista C1). EX: Tylex (referencia) e Paco (similar): são associações de paracetamol (analgésico periférico) + codicodeina (analgésico de ação central). Nome comercial vem escrito: Paracetamol de 500mg + codeína de 30mg. Paciente está com dor intensa e eu prescrevo paracetamol para ele que é um analgésico periférico. Mas o paciente não tem melhora clinica então eu posso trocar o paracetamol pela associação de paracetamol+codicodeina. Então a potencia analgésica dessa associação é maior. Nesse caso se eu for prescrever esse medicamento a receita que eu uso é a branca de controle especial, pq a codeína está sendo prescrita em uma dose menor que 100mg. EX: Tramal: é o cloridrato de tramadol. Vem 50mg no comprimido. Então se prescrever tramal de 50mg é na receita de controle especial. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 30 Medicamento que faz parte da lista A3: Metilfenidato, o seu nome comercial é Ritalina. Todo medicamento da lista A (A1, A2, A3) a receita tem que ser amarela, que possui layout. Nesse caso, o prescritor precisa solicitar o talonário na vigilância sanitária (ela que fornece). O lugar que faz essa receita controlada é a gráfica mesmo, mas a gráfica tem que ser cadastrada pela VS. Medicamentos da lista B (Blue) (B1 e B2): Prescritos em receitas azuis, que também são solicitados à Vigilância Sanitária a numeração e manda para a gráfica confeccionar. B1 são os psicotrópicos. Ex: Benzodiazepínicos (ex: diazepam, midasolan, clonasepan (rivotril), bromazepan, alprasolan, lorazepan..). B2 são os psicotrópicos anorexígenos (medicamentos para emagrecer) Ex: Sibutramina. Todo medicamento da lista B são prescritos na receita azul. Nesse caso, a responsabilidade da impressão da receita é o próprio medico, ele que vai na gráfica. ● ANNTIBIÓTICOS... A partir de 2011 se tornaram medicamentos controlados com o intuito de diminuir o numero de resistência dos micro-organismos aos antimicrobianos. Não há receita padronizada para antibiótico, ou seja, não existe layout especifico para antibióticos. O que tem de regra para antibiótico é que deve ser prescrito em 2 vias [para uma ficar retida na drogaria e outra fica com o paciente]. Depois que assinou e datou a receita de antibiótico, ela tem validade de 10 dias. Tem medico que usa receita de controle especial para antibiótico, não tem problema. Há medico que cria uma receita especifica para antibiótico, também não tem problema. Pode fazer numa folha sulfite também. Isso tudo é permitido contanto que tenham 2 vias. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 31 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 32 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 33 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 34 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 35 Continuação farmacocinética ● Farmacocinética: É o estudo do caminho que o fármaco faz no organismo desde o momento em que ele é adm ate o momento em que ele é excretado do corpo. ● Ela é subdividida em 5 etapas como dito anteriormente: 1-administração 2-absorção 3-distribuição 4-biotransformação ou metabolização 5- excreção Todas essas etapas da farmacocinética acontecem simultaneamente. ABSORÇÃO DOS FÁRMACOS ● É a passagem da molécula do medicamento do local onde ela foi administrada para a corrente sanguínea [A quantidade do medicamento que atinge a corrente sanguínea é chamada de biodisponibilidade]. Mas para o medic ser absorvido independente da via de adm ele precisa ultrapassar no nosso organismo varias barreiras, por isso aa quantidade da dose, não é, necessariamente, o quanto será absorvido. EX: Se ele for adm por via oral ele tem que ultrapassar a barreira do trato gastro intestinal (o epitélio e depois o endotélio vascular) para conseguir atingir o sangue. Medic adm por via parenteral intramuscular: tem que ultrapassar MP, endotélio do vaso. Via sublingual: ultrapassar mucosa sublingual, varias membranas. Quando o medicamento é adm no nosso organismo, a quantidade que chega na corrente sanguínea não é de 100%. Supondo que o paciente tomou 1 comp de nimesulida de 100mg por via oral. Mas não chega 100mg na corrente sanguínea, pois ele teve que ultrapassar varias barreiras, e vai se perdendo nessas passagens. Então a biodisponibilidade desse medicamento é 60% (por exemplo). A porcentagem varia (cada medicamento tem uma porcentagem de biodisponibilidade). As 2 únicas vias de adm que possuem biodisponibilidade de 100% são as vias endovenosa e a intra-arterial. Nessas vias o medic já é depositado diretamente no sangue, não ultrapassa barreiras. Nessas vias os medic não passam pelo processo de absorção. Há 2 motivos para que a biodisponibilidade dos medic não seja de 100%: 1-Vai ter que ultrapassar as barreiras e vai se perdendo. 2- Vários medic sofrem o metabolismo de 1ª passagem: o medicamento é TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 36 biotransformado antes de atingir a corrente sanguínea ou antes de exercer o seu efeito farmacológico. O normal é o medic ser absorvido, depois distribuído para atingir seu local de ação, aí ele vai exercer o seu efeito e só depois será biotransformado. Mas alguns medic sofrem esse metabolismo de 1ª passagem, ou seja, sãobiotransf antes de serem absorvidos ou distribuídos para exercerem seu efeito. Por exemplo, no nosso trato gastro intestinal existem enzimas que metabolizam medicamentos. Entao existem medic que quando toma por via oral ele chega no trato gastro e é biotransf antes de ser absorvido. Quando sofre ação das enzimas ele já é degradado no trato gastro, uma porcentagem dele já vai ser biotransfada ali. ● O medicamento X tem uma biodisponibilidade de 40%, isso siginifica que 60% do medic se perdeu no processo (ou na passagem das barreiras, ou sofreu o intenso metabolismo de 1ª passagem). Um fármaco pode ser absorvido em diversos locais no nosso organismo, o local de absorção depende da via de adm dele. Medic que são adm por via sublingual, são absorvidos na mucosa oral (sublingual). Medic adm por via inalatoria ou respiratória: absorvidos nos pulmões. Via retal: absorvido no reto. Via oral: pode ser absorvido em qualquer local do trato gastro intestinal. Porém, os principais locais de absorção são: estomago ou intestino. Alguns medic são melhores absorvidos no estomago e outros no intestino. Fatores que influenciam na absorção dos medicamentos Existem alguns fatores que são determinantes para o processo de absorção dos medic: ● Propriedade físico-química dos medicamentos: - Todo medicamento deve possuir uma taxa de hidro solubilização para garantir sua ação nos líquidos corporais. - Quanto maior a lipossolubilidade de um medicamento mais fácil e rápida será a etapa de absorção, pois maior a sua dissolução pela M, além de que ele ultrapassa com facilidade as membranas plasmáticas [difusão passiva ou simples]. - Se o medicamento for muito hidrossolúvel, ele precisará de transportadores, o que deixa sua dissolução mais lenta. -Medicamentos de baixo peso molecular (pequeno e forma esférica), ou seja, moléculas pequenas tendem a ser absorvidas mais rapidamente. Quando menor e mais esférica a molécula for mais fácil irá ultrapassar a MP. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 37 -Ionização dos medicamentos, ou seja, quanto menor a quantidade de cargas elétricas da molécula do fármaco mais rápido será o processo de absorção. Essas 3 características facilitam a passagem do medicamento através do transporte passivo (difusão passiva), através da MP. Se o medicamento for hidrossolúvel, grande e tiver carga ele pode ultrapassar as membranas, mas essa passagem será dificultada pq o medic precisará de um transportador para que o transporte ocorra por difusão facilitada ou por transporte ativo. Então a quantidade e a velocidade para o medicamento chegar no sangue será menor. - Valor de pKa ● Fluxo sanguíneo na área de absorção: - Quanto maior o fluxo sanguíneo na área absortiva, maior será a captação do medicamento para a corrente sanguínea. Ex: Paciente com que está tomando o medicamento por via oral todos os dias e o medicamento tem que chegar ao intestino para ser absorvido, mas o paciente tem Insuficiência Cardíaca. Com isso, o DC dele não é normal, e a quantidade de sangue que sai do coração e atinge o intestino é menor. Então a captação do medic para a corrente sanguínea também será menor e isso pode influenciar na resposta terapêutica e farmacológica. A conduta seria aumentar a dose do medicamento, masas ao mesmo tempo em que está chegando menos sangue no intestino, também está chegando menos sangue no fígado [então o medic será menos biotransformado]. E ao mesmo tempo também está chegando menos sangue nos rins [então o medic será menos excretado]. Portanto, se aumentar a dose pode ter risco de intoxicação, pois aumentando a dose aumenta a absorção, mas a biotransformação e a excreção não serão acompanhadas na mesma velocidade. Então antes de aumentar a dose de um medic é melhor esperar resposta do paciente para avaliar e é necessário entender o problema de saúde que paciente tem e verificar se é viável aumentar a dose ou mudar a via de adm do medic prescrito. ● Área de superfície absorvente: - Quanto maior a área de superfície absorvente maior será o processo de absorção do medic. A maioria dos medic adm por via oral é absorvida no intestino por causa da área de superfície absorvente. O intestino é a área do trato gastro intestino que tem maior extensão. Contando as suas microvilosidades, o intestino pode atingir 200m². Ex: Paciente toma medic. De caráter básico para tratar hipertensão por via oral diariamente que depende do intestino para ser absorvido, mas ele teve câncer intestinal e teve que fazer remoção de parte do intestino. Com isso, diminuiu a área de superfície absorvente. Mesma coisa ocorre com paciente que toma medic de caráter ácido, que será absorvido no estômago e passa por cirurgia bariátrica em que ele reduz o estomago. Assim, a área de TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 38 superfície é reduzida também com consequente redução de absorção do medic. Portanto, pacientes que tem retirada de partes do intestino ou estomago, a via oral não é a melhor via de adm de medicamentos. Nesse caso, opta sempre por outra via, se essa via não for possível, é necessário ajustar a dose para esse paciente (pq nem todo medicamento tem por via parenteral por ex). ● Número de barreiras que o medicamento precisa ultrapassar para ser absorvido: - Quanto maior o número de barreiras que o medicamento precisa transpor, menor será a sua chegada à corrente sanguínea [biodisponibilidade]. EX: A via endovenosa não tem barreiras, então a quantidade do medic que chega no sangue é grande, ao contrario da via oral [sua biodisponibilidade é menor]. ● Tempo de esvaziamento gástrico: - Isso é para medic usados por via oral. - Esvaziamento gástrico é a passagem do bolo alimentar do estômago -> intestino. Ex: Paciente que usa diariamente um medicamento ácido que é absorvido no estomago. Esse paciente começa a tomar junto com esse medicamento outros medic que aceleram o esvaziamento gástrico, isso significa que o quimo está saindo muito rapidamente do estomago e atingindo o intestino. Então o tempo que esse medicamento está ficando no estomago é menor, consequentemente a sua absorção será reduzida. Ex: Existem situações em que o paciente utiliza de forma crônica medicamentos que são absorvidos no intestino, caráter básico e ele começa a consumir alimentos que retardam o esvaziamento gástrico [EX: alimentos ricos em fibras, pois estas retardam o esvaziamento gástrico. Elas facilitam no processo de emagrecimento, pois se elas retardam o esvaziamento gástrico, o bolo alimentar fica mais tempo no estomago, paciente tem sensação de saciedade por um tempo maior e consequentemente diminui o consumo de alimentos]. Então o medicamento está chegando mais lentamente no intestino e, consequentemente, o processo de absorção fica mais lento [retardado]. Portanto, os alimentos podem influenciar na absorção de medicamentos por 3 mecanismos diferentes: a) alterando o esvaziamento gástrico. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 39 b) alimentos são capazes de alterar o pH do trato gastro intestinal. Se mudar o pH do trato pode alterar a absorção dos medicamentos. c) alimentos podem se complexar com a molécula do fármaco e impedir/facilitar sua passagem pelas barreiras. Ex: Tetraciclina (antibiótico) não pode ser tomada junto com leite, pois ela se complexa com o Ca²+ e com isso, ela fica maior, além disso, o cálcio tem carga (íon) deixando a molécula carregada dificultando ainda mais a passagem pelas barreiras, e consequentemente a biodisponibilidade da tetraciclina será menor comprometendo seu efeito farmacológico. Ex: Criança que toma Sulfato Ferroso para impedir anemia, e devem tomar com sucos cítricos, que favorecem sua absorção, pois o Fe²+, que é o que precisamos absorver, em ambiente ácido ele fica nesse estado, e em ambiente básico se tornaFe³+. Ex: Hormônio Tiroidiano – Levotiroxina/Puran - se complexa com café, por isso deve ser tomada 30min – 1h antes. ~CASO HAJA DÚVIDA, DEVE-SE ACONSELHAR O PACIENTE TOMAR COM 200ml DE ÁGUA, QUE É INERTE ~ ● Influencia do pH na absorção do medicamento: Todos os medicamentos são considerados eletrólitos fracos [eletrólitos são substancias que quando entram em contato com água se ionizam]. Todo medicamento quando entra em contato com a agua vai se ionizar. Todo medicamento é considerado um ácido fraco ou uma base fraca. Além disso, todo medic possui um valor fixo chamado de PKA: é a constante de ionização ou constante de dissociação do medic. Quando o medic estiver em um ambiente do organismo onde o pH desse ambiente = PKA do fármaco, o medic ficará 50% ionizado e 50% não ionizado. Mas isso é muito difícil acontecer. Então esse equilibro de 50 e 50% quase nunca acontece. Ex: Fenobarbital, gardenal, que é um ácido fraco e seu valor de PKA é 7,4. Se ele chegar no nosso organismo que tem pH de 7,4 como o sangue, ele fica 50% ionizado e 50% não ionizado. Se o paciente toma medic que é acido fraco, e ele atingir um local do organismo onde o pH do local < PKA do fármaco: O medicamento terá uma maior quantidade de sua fração não ionizada [maior porcentagem do medic. fica não ionizado]. pH < PKA Se medic é acido fraco atingir um local do organismo onde o pH do local > PKA, ele ficará ionizado. pH > PKA Ex: Um medic. Ácido fraco é mais bem absorvido no estômago, pois lá o pH < pKa, e assim haverá mais carga não ionizada, ou seja, sem carga, o que favorece a ultrapassagem pelas MP, e consequentemente, a absorção. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 40 O medicamento básico é ao contrario: quando atinge um local onde o pH > PKA, ficará não ionizado. pH > PKA Medic básico atinge local com pH < PKA fica ionizado. pH<PKA A fração não ionizada que sofre absorção, pq esta não tem carga. Portanto mais fácil de ultrapassar as MP. À medida que a não ionizada vai sendo absorvida, a ionizada vai tentar se equilibrar e vai não ionizar também. . Ex: fenobarbital é um acido, seu PKA é 7,4. pH do estomago é 2. Ele está num ambiente onde o pH é menor que o valor do PKA, então a tendência é que o fenobarbitol esteja não ionizado, entao aí que ele vai ultrapassar a membrana e ser absorvido. Entao medic que são acidos tendem a ser absorvidos no estomago pq o pH estomacal é menor que o valor do PKA do fármaco. Ex: Um paciente que toma Ácido Valproico para tratar convulsão e usa também outros medicamentos, e com isso, sente um desconforto gástrico e começa a se automedicar com anti-ácido [bicabornato de sódio] e junto, o comprimido do anti-convulsivante. Como ficará a absorção do último? Reduzida, pois ele precisa de ambiente ácido para ser absorvido, e o anti-ácido vai no mínimo promover a neutralização ou aumento do pH. Se o paciente estiver tomando medic que é básico, ele é mais bem absorvido no intestino que tem pH mais alto. Entao o medic básico atinge o pH alto que é maior que o valor do PKA do fármaco. Entao o medic básico fica não ionizado no intestino. Portanto, os medicamentos ácidos fracos são melhores absorvidos no estômago ou na primeira porção do intestino [pois essa porção ainda sofre influencia do pH acido]. E os medicamentos básicos são melhores absorvidos no intestino, pois o pH do intestino é básico, e são nesses locais que a maior porcentagem fica na forma não ionizada. Meia vida de eliminação dos medicamentos ● Meia vida de eliminação (T ½ ) é o tempo que o medicamento necessita para ser 50% eliminado do organismo. Todo medicamento possui a sua meia vida de eliminação (valor padronizado, fixo). Normalmente a meia vida é data em horas, porem tem medicamento que a meia vida é de minutos ou de dias. A meia vida de eliminação nos da uma noção de frequência posológica do medicamento, ou seja, a posologia é baseada na meia vida de eliminação do medicamento. Lembrando que o valor é calculado pensando em uma pessoa com excreção normal. Ex: Propanolol [Beta bloqueador] possui meia vida de eliminação de 6 horas. O paciente toma 1 comp. de Propanolol de 40mg por via oral, mas a biodisponibilidade (quantidade que cai na corrente sanguínea) nesse caso foi 30mg. Então ele tem 30mg TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 41 de Propanolol no sangue (os 10mg será excretado) que daqui 6 horas vai ter 15mg no sangue, depois de 6 horas terá 7,5mg, depois de 6 horas 3,25... até chegar no 0mg. ● Para ter efeito farmacológico pleno/interessante/constante [estado de equilíbrio] no organismo são necessárias cercas de 4 a 6 meias-vidas de eliminação [em média 5], esse momento é chamado se STEADY STATE. Ex: Paciente com hipertensão começa tomar Propanolol, o medicamento será absorvido e a curva do gráfico aumentará, até que comece a ser excretado e a curva começa a cair. Nesse momento, deve-se adm outro comprimido que fará a mesma coisa, ou seja, fica flutuando entre alto e baixo. Isso depende da meia vida de eliminação, porém, geralmente é de 4-6 meias-vidas, em média 5. Como o Propanolol possui meia-vida de 6h, quando chegar em 30h que o medicamento irá apresentar seu efeito pleno, ou seja, estará constate na concentração plasmática. TUDO ISSO SE O PACIENTE TOMAR NA FREQUÊNCIA ADEQUADA PRESCRITA A pressão é controlada no pico plasmático, mas quando começar a cair ela vai aumentar de novo e fica nesse vai e volta, até o medicamento atingir o equilibro ficando constante a concentração plasmática, ficando constante o efeito terapêutico. COLOCAR AQUI O GRÁFICO DE MEIA-VIDA ● A FREQUÊNCIA POSOLÓGICA também é calculada pelo T ½ Ex: Paciente toma um medicamento X que tem meia vida de eliminação de 6 horas (significa que a cada 6 horas ele é 50% eliminado do organismo), e um medicamento Y com meia vida de eliminação de 60 horas (a cada 60 horas ele é 50% eliminado do organismo). Qual medicamento tem que ser tomado mais vezes ao dia? X, pois ele é eliminado mais rápido então tenho que repor mais vezes ao dia no organismo do paciente. O medicamento Y pode ser tomado 1 vez ao dia, já o X não. Ex: Fluoxetina tem meia vida de eliminação de 7 dias, por isso, é utilizado poucas vezes ao dia. Um paciente com ansiedade, toma 1 comp. de 20mg uma vez ao dia 24hx24h e toma ao longo de 10 dias e acha que não está resolvendo nada e para de tomar. Como 7 dias é T ½, para atingir o STEADY STATE é 5 T ½, ou seja, em 35 dias para que o efeito farmacológico seja pleno. / Com isso, o que se observa é que a velocidade de liberação é lenta. ● Porém, há pacientes que esquecem de tomar alguns dias por exemplo. Nesse caso, atinge o STEADY STATE sim, só que como ele está tomando pouco (menos vezes do que deveria) ele vai atingir o STEADY STATE na faixa de concentração plasmática sub terapêutica [uma faixa em que ele vai atingir a concentração plasmática constante mas ela não é suficiente para exercer o efeito farmacológico]. O mesmo ocorre quando o TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 42 paciente toma mais comprimidos achando que vai gerar efeito mais rápido, vai atingir o STEADY STATE, mas a faixa é a sobre terapêutica [também considerada faixa tóxica], ele vai apresentar mais efeitos negativos, colaterais do que efeitos benéficos. Por isso tem que falar para o paciente tomar o medicamento na hora certa. ● O TEMPO PARA FICAR LIVRE DO MEDICAMENTO NA CORRENTE SANGUÍNEA: O paciente parou de tomar Fluoxetina hoje, depois de quanto tempo que irei ficar livre de fluoxetina na corrente sanguínea? O tempo que necessita para ficar livre do medicamento na corrente sanguínea (100% livre) é de 5x a meia vida de eliminação. Quando tira antidepressivo de um paciente ele fica com abstinência, mas a fluoxetina é o que menos causa abstinência pois a meia vida dela é longa. Se pararde tomar fluoxetina hoje, 5x 7= 35 dias é o tempo que ela vai demorar para ser totalmente eliminada. Então paciente para de tomá-la, mas ele ainda vai ficar com ela no sangue sendo excretada lentamente durante 35 dias. O risco de ter síndrome de abstinência será menor. Distribuição dos fármacos ● Distribuição é a passagem do medicamento da corrente sanguínea para um determinado tecido onde ele irá exercer o seu mecanismo de ação [onde há os receptores] e, consequentemente, o efeito farmacológico. ● O medicamento se ficar na corrente sanguínea pode não exercer seu efeito farmacológico, pois para exercer ele precisa se ligar em um receptor que está presente nas células que compõem o tecido, alterando suas funções gerando o efeito farmacológico. Mas nem todo medicamento precisa se ligar no tecido para exercer ação, por exemplo, um anticoagulante que age no próprio sangue. ● O fármaco quando cai no sangue fica uma porcentagem ionizada e outra porcentagem não ionizada. Essa porcentagem não ionizada fica livre circulando no sangue, ou seja, ela não se liga a ninguém, fica solta passando por todos os tecidos até atingir seu local de ação. A ionizada é aquela que se liga a proteínas plasmáticas, sendo que a principal proteína plasmática ligadora de medicamentos é a albumina. Esta tem uma afinidade maior a fármacos de caráter ácido. Enquanto outra proteína plasmática (PP) chamada de glicoproteína ácida se liga aos fármacos de caráter básico. Mas na corrente sanguínea existem algumas proteínas plasmáticas que se ligam a fármacos específicos. EX:, paciente ta tomando medic a base de ferro, a PP que vai transportar esse medicamento é a transferrina. Se paciente ta tomando medic a base de cobre, a PP TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 43 que transporta esse medic é a ceruloplasmina. Se medic for a base de vit B12, a PP é transcobalamina. Transportina transporta corticóides. Portanto, todas essas proteínas são capazes de transportar medicamentos específicos. As duas principais PP ligadoras de medicamentos são albumina e glicoproteina acida. ● A fração Livre é a responsável por exercer o efeito farmacológico, que sai mais fácil do sangue e atinge o tecido, pois ela passa o endotélio com muito mais facilidade e chega ao tecido. Cada medicamento tem uma característica de fração livre e fração ligada. Por exemplo, um medicamento dic A que chega na corrente sanguínea e fica 60% livre e 40% ligada. Outro medicamento B fica 20% livre e 80% ligado. Medicamento C fica 3% livre e 97% ligado. Cada medicamento tem uma porcentagem de ligação a proteínas plasmáticas, depende da afinidade que a molécula tem à PP. ● Do medicamento A, quando 60% se distribui para o tecido e exerce sua ação farmacológica, quer dizer que o efeito farmacológico do medicamento vai acabar rápido. Aí quem mantem o efeito desse fármaco é a fração ligada [função de reservatório]. À medida que a molécula do medicamento livre é distribuída para o tecido (sai do sangue e passa para o tecido), a PP solta a molécula do medicamento por uma questão de equilibro e essa molécula se torna livre para atingir o tecido. Então à medida que uso a molécula livre, a PP libera outra que ela estava ligando. Portanto, a função da fração ligada é que ela funciona como um reservatório do medicamento. A ligação do medicamento com a PP deve ser fraca, pois se for forte a PP não se desliga do medicamento. O medicamento que tiver maior porção ligada terá um EFEITO MAIS LONGO, pois ele tem um reservatório maior. ● ● Existem situações que podem influenciar, comprometer no efeito farmacológico de medicamentos. Ex: Paciente toma Varfarina (anticoagulante) – sua porcentagem de ligação é 97% e 3% livre [À medida que os 3% vai sendo usado, os 97% vão sendo desligados gradativamente para manter o efeito farmacológico] – mas se esse paciente tem problema hepático e com isso hipoalbuminemia, já que, a mesma é produzida naquele local, mesmo o paciente tomando o medicamento na dose certa, a fração ligada diminui, pois não tem albumina suficiente. Era para ligar 97%, agora esta ligando 94% ficando fração livre maior (6%), ou seja, ela dobrou. 3% da Varfarina já era suficiente para começar a fazer efeito anticoagulante, mas o paciente dobrou a Varfarina livre, então o efeito farmacológico dobra também. A consequência disso é hemorragia, sangramento. ~ o certo é fazer exame para ver condição hepática, mas como é caro para o SUS, fala para paciente tomar e retornar para ver sintomas ~ TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 44 Ex: Paciente poli medicado, com várias doenças, com nível de albumina normal. Já teve trombose e usa Varfarina, mas esse paciente teve um processo inflamatório e foi prescrito AINE (anti-inflamatório não esteroidal), a maioria dos AINES tem alta porcentagem de ligação à PP. Exemplo de AINE que o paciente está tomando é o Fenilbutazona que é cerca de 90% ligado e 10% livre, mas quando os dois medicamentos caírem na corrente sanguínea não terá albumina suficiente para ligar numa alta porcentagem que eles possuem. Então ocorrerá competição dos medicamentos pela mesma proteína plasmática. Quem ganha a competição é apenas 1 medicamento: AINE. Portanto, quem ganha à competição não é quem liga mais, é quem tem maior afinidade pela proteína. Varfarina não consegue ligar, e com isso fica livre, ou seja, têm mais para agir, o que pode acarretar em um risco de hemorragia do paciente. Ex: Paciente diabético (DM2) utiliza antidiabético oral como a Metformina ou Glibenclamida (este é um antidiabetico oral que também tem grande porcentagem de ligação a proteinas plasmáticas – 97%). Aí paciente começa a tomar AINE que tem porcentagem de ligação alta também, começa a apresentar crises de hipoglicemia, pois o AINE tem mais afinidade, liga a PP, e a Gibenclamida fica mais livre, o seu efeito aumenta, diminuindo glicose. Portanto, o problema é a interação medicamentosa em nível de distribuição, não é a dose. Ex: Medicamento X tem 60% de fração livre e 40% ligada. Paciente começa tomar um AINE que tem alta porcentagem de ligação. O AINE ganha e continua ligando 95%. O medicamento X que deveria ligar 40%, está ligando 35%, a fração livre aumenta para 65%. Aumentar de 60 para 65% não teve influencia para a terapia do paciente. Então não deve se preocupar com medicamentos que tem baixa porcentagem ligada, apenas com os medicamentos que tem grande porcentagem ligada pq estes geram um aumento brusco da fração livre. ● Nem sempre as PP são reservatórios para os medicamentos as maiorias dos medicamentos se ligam a PP como reservatórios, porem eu posso ter no meu organismo outros reservatórios para fármacos. Os medicamentos lipossolúveis podem utilizar como reservatório o tecido adiposo. Ex: Supondo que paciente vai tomar anestesia geral. Existe um anestésico geral utilizado chamado de Tiopental [anestésico geral endovenoso] que quando administrado na veia do paciente ele inicia sua ação anestésica em 20 segundos. É rápido porque é muito lipossolúvel e com isso ultrapassa a barreira hematoencefálica muito rápido, atingindo rapidamente ao tecido nervoso chegando aos seus receptores e causando a depressão do SNC. Mas do mesmo jeito que ele é lipossolúvel e rápido para entrar, ele também é rápido para sair; Ela dura em média de 15- 20 minutos, mas TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 45 a cirurgia é longa. Então para mate-lo no estado anestésico usa-se uma técnica chamada infusão venosa continua: enquanto estiver fazendo a cirurgia, o tiopental fica gotejando, caindo na corrente sanguínea durando a cirurgia toda. O medicamento não vai ser injetado de uma vez. Quando o tiopental sai do SNC, ele vai ficar armazenado no tecido adiposo, pois possui muita afinidade e chega um momento que a cirurgia acaba,desliga a maquina de infusão [a concentração no sangue cai, e quando isso ocorre o tecido adiposo libera a molécula do medicamento igual a proteína plasmática faz] e o paciente vai para a sala de recuperação para passar o efeito do anestésico que demora, pois o tiopental está sendo liberado da gordura para a corrente sanguínea aos poucos, sendo distribuído novamente no SNC continuando seu efeito. Por isso diz que o tiopental não é um medicamento interessante para manter a anestesia, mas é interessante para induzir: uma dose do tiopental para induzir porque ele é rápido, depois mantem com outro fármaco, normalmente mantem com inalatório porque o paciente excreta-o pelo ar, e a recuperação é mais rápida. Mantem com o tiopental quando sabe-se que o paciente vai sair do bloco e vai para a UTI; Mas se quiser recuperação do paciente logo após a cirurgia não é interessante utilizar tiopental. O tiopental utiliza o tecido adiposo como reservatório e ele também sofre um processo chamado de redistribuição. Ele é redistribuído. A primeira distribuição do tiopental é: da corrente sanguínea ele é distribuído para o tecido nervoso, quando sai do tecido nervoso ele é armazenado no tecido adiposo e depois sai do tecido adiposo e é redistribuído novamente. Então há medicamentos que sofrem o processo de redistribuição, ou seja, é distribuído duas vezes, pois ele é armazenado no organismo e a medida que a concentração plasmática cai ele vai voltando para a corrente sanguínea para o tecido que ele precisa exercer a função. ● Outros reservatórios de medicamentos são os ossos e dentes. Alguns medicamentos se acumulam/reservam nos ossos e dentes, pois possuem afinidade pelo cálcio. Ex: Tetraciclina é um medicamento, antibiótico, que não pode ser tomado junto com leite, pois o leite atrapalha a absorção da tetraciclina, pois ela se complexa com o cálcio do leite, diminuindo a absorção. Já se tetraciclina for tomada com água, ela é absorvida, cai na corrente sanguínea, ela circula, e visto que temos sangue irrigando os ossos, à medida que a tetraciclina passa pelo sangue irrigando o osso, ela pode se acumular nesses ossos porque eles possuem cálcio e ela tem afinidade com ele. ** Tetraciclina não deve ser utilizada por gestantes porque pode se ligar nos ossos do feto podendo causar uma redução da formação óssea do feto atrapalhando o desenvolvimento ósseo; não deve ser utilizada também em crianças em fase de crescimento, pois altera o metabolismo ósseo. **Penicilinas são antibióticos hidrossolúveis e de alto peso molecular. São fármacos de escolha para tratamento de meningite. Como elas são usadas para tratar meningite sendo que não possuem características suficientes para ultrapassarem a barreira hematoencefalica? Na meningite as meninges estão inflamadas, com isso haverá TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 46 aumento da permeabilidade vascular, assim os medicamentos maiores conseguem passar. Se as meninges estiverem intactas sem inflamação o medicamentos não conseguem ultrapassar a barreira hematoencefalica e não chega ao SNC VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO ● É a capacidade de o medicamento deixar a corrente sanguínea e atingir o seu tecido – distribuir - alvo (local de ação). É normalmente dado em litros. ● Existem 2 tipos de volumes de distribuição: -Volume real de distribuição: é o volume de liquido que a pessoa tem no organismo. -Volume aparente de distribuição (em litros): Ele é variável nos da uma medida da capacidade que o medicamento tem de se distribuir no organismo atingindo o seu local de ação. – termo farmacológico, não é o que realmente acontece – EX: Um paciente adulto de 70kg tem em media 40 litros de liquido no seu organismo. Se ele toma um medicamento, qual o volume real de distribuição que esse medicamento pode distribuir? 40L. ● O medicamento que tem volume de distribuição alto é aquele que sai fácil do sangue e chega fácil/rápido no tecido. Já o que tem volume de distribuição baixo tem dificuldade em sair do sangue e atingir o determinado tecido. Ex: Diazepan (2000L) e Varfarina (0,2L). Porque a Varfarina não tem que distribuir para os tecidos, ela age no sangue, é anticoagulante. Já Diazepan tem que ir para o SNC. Ex: Paciente tem transtorno bipolar, usa o medicamento carbonato de lítio que é absorvido no intestino, chega ao sangue, possui baixa porcentagem de ligação a proteínas plasmáticas, ou seja, fica muito livre. Porem, mesmo sendo muito livre, ele tem baixo volume de distribuição porque o lítio é um íon (Li+), então tem dificuldade de ultrapassar membranas devido sua carga. Portanto não é fácil para ele chegar no SNC. Se pessoa se intoxica com o lítio, o tratamento feito é hemodiálise, porque o lítio possui baixo volume de distribuição, ele fica muito no sangue. Ex: Usa-se muito volume de distribuição em tratamentos de intoxicações. Paciente chega intoxicado por um medicamento após tentativa de suicido. Para tratar pode fazer uma lavagem gástrica se ele tomou medicamento por via oral, mas se ele já estiver com sintomas à lavagem gástrica já não resolve, pois indica que o medicamento TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 47 já foi absorvido. Segunda forma de tratar é usar um antagonista: que vai ao tecido e bloqueia o receptor, então a substancia circulante no sangue não consegue ligar no seu receptor, mas não é todo medicamento que tem antagonista. Outra forma é fazer uma hemodiálise, medicamento já está no sangue aí filtra-o, mas não é todo medicamento que é interessante fazer hemodiálise. Paciente está intoxicado com medicamento que tem alto volume de distribuição, deve-se fazer uma hemodiálise com medicamento de alto volume de distribuição? Não, pois se ele tem alto volume de distribuição ele sai muito rápido do sangue e vai para o tecido, não adianta filtrar o sangue; Mas se fosse o contrário faria. Outra forma de tratar intoxicação é alterando o pH da urina do paciente, pois força a excreção do medicamento. ● Quanto maior a ligação às proteínas plasmáticas e maior a concentração plasmática do medicamento, menor o volume de distribuição. Quanto menor a ligação a PP e quanto menor a concentração do medicamento no plasma, maior o volume de distribuição. A ação de determinada droga cessa apenas quando toda a droga das proteínas transportadoras plasmáticas e dos tecidos de depósito tiverem sido removidas e a fração livre tiver sido eliminada do plasma. ● Depois que o medicamento exerce seu mecanismo de ação não existe mais motivo para ele ficar no organismo do paciente. Ele está pronto agora para ser eliminado. As duas etapas referentes à eliminação de medicamentos dentro da farmacocinética são: biotransformação e excreção. BIOTRANSFORMAÇÃO Biotransformação é um conjunto de reações químicas em que o medicamento terá alteração da sua estrutura química tornando um produto ou metabólito com atividade maior ou menor que o fármaco de origem. Normalmente, entendemos que quando o medicamento vai ser biotransf ele será inativado para ser excretado, mas nem sempre é assim, nem sempre o medic é inativado. 1) Na maioria das vezes o medicamento, ao ser biotransformado, sofre inativação, ou seja, era uma droga ativa que ao ser biotransf se transformou em um metabolito inativo. Ex: midasolan (benzodiazepínico) é droga ativa que ao ser biotransf se transforma em metabolito inativo e é excretado do organismo. Tomei midasolan, é absorvido, cai no sangue, se distribui no SNC onde deprime o SNC exercendo seu efeito farmacológico. Quando é metabolizado se transforma em metabolito inativo. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 48 2) Existem medic que são drogas ativas que ao serem biotransf se transformam em metabolitos ativos. Isso quer dizer que esse metabolito vai continuar o efeito farmacológico. Então a tendênciaé que medicamentos com essa característica tenham uma meia vida de eliminação longa. Ex: diazepan (benzodiazepínico) é uma droga ativa que vai ao SNC deprimi-lo, mas quando é biotransf se transforma em um metabolito chamado desmetildiazepan que é considerado um metabolito ativo, que volta ao SNC e continua deprimindo-o. Ele vai agora para o fígado para ser biotransf, e gera outro metabolito ativo chamado oxazepan. Este volta ao SNC e continua o efeito farmacológico, até ele ser biotransformado e assim inativado e depois excretado do organismo. Medico vai fazer endoscopia no paciente. Antes da endoscopia é utilizado um fármaco sedativo (ansiolítico) pq é um procedimento invasivo. Endoscopia é um procedimento de curta duração. Tenho nas mãos 2 benzodiazepinicos. Antes de realizar a endoscopia, para acalmar o paciente, o que o medico utilizaria de fármaco benzodiazepínico? Midasolan, pq ele se transforma em um fármaco inativo ao ser biotransf, pq tem meia vida de eliminação curta. 3) existem medicam que são drogas inativas e só depois de ser biotransformado é que ela vai se transformar em droga ativa. Ex: pró fármacos (são drogas que tomamos que não tem atividade farmacológica nenhuma, so depois que é biotransformado e transformado em droga ativa e exercer sua função no organismo). ex: predinisona ex: clopidogrel: é um anti agregante plaquetario. Ele é utilizado hoje para substituir o AS pq ele causa menos efeitos colaterais gástricos. O AS causa dor gástricas, gastrites, ulceras. 4) fármacos que não sofrem biotransformacao: uma pequena parcela dos medicamentos não necessitam de ser biotransformados para serem excretados do organismo. Ex: alguns anestésicos inalatorios como o oxido nitroso é 99,9% eliminado pelo ar exalado do pulmão sem sofrer biotransformacao. Outros fármacos como as penicilinas são totalmente excretadas pela urina de forma não biotransformada, ou seja, são totalmente excretados pelos rins na sua forma integra. *Tomar cuidado com paciente que tem problema renal e o medicamento depende só do rim pra ser excretado, então o medic pode ficar acumulado no organismo podendo ter aumento da conc plasmática e o prejuizo para o paciente é grande como o risco de toxicidade. Biotransformacao pode ocorrer em qualquer local do organismo que tenha enzimas que biotransformem os medic. Por exemplo, pode ocorrer no intestino, no sangue, nos pulmões, onde existem enzimas metabolizadores de fármacos. Propofol é um anestésico geral endovenoso (igual o tiopental), mas é um anestésico que, diferente do tiopental, pode ser usado para manter a anestesia. É usado na cirurgia longa, o propofol é usado em infusão venosa contínua. Ou seja, enquanto durar a cirurgia, pode infundir propofol no paciente, ele não será acumulado no tecido adiposo pq a sua biotransformacao é considerada muito rápida pq alem de ser biotransf pelo fígado, ele tb é TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 49 biotransf por tecidos extrahepaticos como os pulmões. Enquanto o paciente ta com o propofol correndo na veia, ele vai exercer sua ação mas ao passar pelos tecidos ele já vai ser biotransf. Entao não fica acumulado no organismo do paciente. Porem o principal local de biotransformação dos medic é o fígado. Isso pq no fígado existem enzimas capazes de realizar uma serie de reações químicas. Essas reações são subdivididas em 2 tipos: 1- reações de fase 1: reações de *oxidação, redução, hidrolise, ciclização (medic que tinha cadeia aberta sofre biot e fecha sua cadeia), desciclização. Principal delas é a oxidação. O objetivo que o medic tem de passar na reações de fase 1 é que essas reações alteram a estrutura química do medic gerando os metabolitos ativos ou inativos. 2- reações de fase 2: são as reações de conjugação como por exemplo a *reação de conjugação com acido glicuronico. Este é uma substancia muito hidrossolúvel, por isso ao ser conjugado com o medicamento ele torna a molécula do fármaco ou do metabolito também mais hidrossolúvel com o objetivo de facilitar a excreção do medic pela urina. existem medic que ao invés de conjugar com acido glico pode sofrer acetilacao (ganha grupo de acetil), sulfatacao (a mocelula do medic ganha um gruop de sulfato), metilação... todas as reacaoes de fase 2 tem principal intuito tornar a molécula mais hidrossolúvel e facilitar sua excreção. Muitos medic passam pela fase 1 e depois pela 2. Mas por ex existem medicamentos que já são hidrossolúveis ai passa só pela fase 1.Ha medic que passam so pela 2. Portanto, ou ele passa pelas fases 1 e 2, ou so pela 1, ou so pela 2. Citocromo P 450 (CYP450) é um conjunto de enzimas capaz de realizar as reacoes de fase 1 principalmente as reacoes de oxidacao. Dentro desse conjunto existem varias enzimas isoladas. Todos nos temos essas enzimas metabolizadoras no fígado. CYP2D6 é uma enzima que todos tem, é uma enzima que sofre muito poliforfismo genético, ou seja, sua quantidade no organismo do individuo é variável. É a enzima que mais sofre variações genéticas (sofre polimorfismo genético). Ex: tem paciente que nasce com pouca CYP2D6 já outros nascem com muitas. O paciente que tem pouca é um metabolizador lento e o que tem muito é chamado de metabolizador rápido. E quem tem a quantidade adequada ou normal é chamado de metabolizador selvagem (é aquele que metaboliza numa velocidade normal). Vários medicamentos beta bloqueadores são metabolizados pela CYP2D6, como o propanolol. Pacientes negros são metabolizadores rápidos pq eles possuem uma quantidade elevada de CYP2D6 no fígado. Então não é indicado propanolol para esses pacientes pq o propanolol seria rapidamente metabolizado e biotransformado e excretado, seu efeito farmacológico será reduzido. Então a eficácia do propanolol entre pacientes negro não é a mesma que pacientes brancos. Cada enzima do citocromo metaboliza um grupo de medicamentos, não tem uma enzima para cada fármaco. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 50 Existem fármacos que podem produzir um fenômeno chamado de indução enzimática que é a capacidade do medicamento aumentar/induzir uma ou mais enzimas do citocromo P450. CYP3A4 metaboliza a maioria dos medicamentos utilizados na clinica. Medic que são metabolizados pela CYP3A4 são os anticonvulsivantes como o fenobarbital (gardenal), alem dos contraceptivos hormonais orais são metabolizados somente pela CYP3A4. Fenobarbital corta o efeito dos anticoncepcionais, pq ele é capaz de produzir indução enzimática. A medida que o paciente vai tomando o fenob todos os dias, aumenta a indução enzimática. Se o fenob esta aumentando a CYP3A4, o metabolismo dos contraceptivos hormonais estará aumentado, sendo mais metabolizados/biotransformados, então são mais excretados. Portanto, o efeito farmacológico do contracept diminui. Alguns antibióticos também são capazes de induzir a CYP3A4, como o rifampicina. Por isso enquanto utilizar anticonvulsivantes ou alguns antibióticos tem que pedir para a mulher usar outro método de barreira associado (preservativos por exemplo) para não engravidar. Etanol (álcool) é metabolizado pela CYP2E1. Paciente que utilizam o etanol de forma crônica (etilista crônico) tem indução de CYP2E1. Quando mais vc bebe álcool mais CYP2E1 vc tem, mais vai metabolizar o álcool que vc toma. Por isso muita gente é tolerante ao álcool. 2 pacientes: 1 aluno do 6º período que bebe desde sempre e 1 aluno do 1º período que começou agora. 1 corote para o menino do 6º período não é nada, mas 1 corote para o aluno do 1º período é muito. Isso pq o que ta no 6º período é tolerante ao álcool pq bebe sempre. Porem, não é so o álcool que é metabolizado pela CYP2E1. Outro medicamento que depende da CYP2E1 é o paracetamol que, ao ser metabolizado/biotransformado no fígado, gera um metabolito que é hepatotoxico (então quem é hepatotoxico é o metabolito que o paracetamol gera).Paciente bebe todo dia, tem indução de CYP2E1, começa a consumir paracetamol para dor de cabeça. Em paciente normal (com CYP2E1 normal), a dose de paracetamol vai de 4gramas ou mais de paracetamol por dia. Se aquele paciente que bebe todo dia tomar 3gramas de paracetamol por dia já é suficiente para produzir uma lesão hepática, pq ele tem mais CYP2E1, entao o paracetamol será metabolizado mais acelerado gerando mais metabólitos hepatotoxico gerando lesão hepática naquele paciente. Entao o paciente que bebe não precisa de 4gramas de paracetamol para lesar o fígado, pq ele tem muito mais CYP2E1 do que o paciente que não bebe todo dia. Entao se ele tem muito mais CYP2E1 qualquer quantidade de paracetamol que eu coloco para ele vai bombar o metabolito hepatotoxico. Portanto, não é indicado paracetamol para tratar dor de cabeça quando bebe. Nesse caso, usar dipirona. Paciente ta tomando um medic que é indutor enzimático. Esse indutor enzimático vai sempre diminuir ou aumentar o efeito farmacológico do outro medic que ele toma? Depende se o medic gera metabolito ativo ou inativo. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 51 Existem medicamentos que ao invés de aumentar/induzir as enzimas metabolizadoras eles podem inibi-las como os inibidores enzimáticos. Medicamento que é metabolizado pela CYP2C19 como o omeprazol. Este regula a hiperacidez gástrica do paciente. Mas o omeprazol causa muita interação medicamentosa pq ele é um inibidor enzimático de CYP2C19 e de CYP3A4. Diazepan também é metabolizado pela CYP2C19. Diazepan (já é uma droga ativa) ao ser matabolizado gera metabolitos ativos. Paciente que toma omeprazol todo dia começa a tomar diazepan, o paciente começa a queixar de sonolência acentuada, letargia, lentidão de pensamento, parecendo que o diazepan ta potencializado. O omeprazol é capaz de potencializar o efeito farmacológico do diazepan pq o omeprazol inibe a metabolização do diazepan, então ele não vai ser excretado acumulando no organismo sendo aumentado seu efeito (diazepan é uma droga ativa, se ele não for metabolizado ele fica mais ativo, mais acumulado no organismo). O omeprazol também inibe o metabolismo do contraceptivo, fazendo com que se acumule. Mas isso não é uma alteração importante na clinica. Ele não ta acelerando o metabolismo. Ainda ta mantendo o contraceptivo no organismo. Não ta causando efeitos ruins para o paciente. Clopidogrel é um antiagregante plaquetario que também interage com o omeprazol. Qual é a conseqüência de se utilizar omeprazol junto com o clopidogrel para o paciente? Clopidogrel é um pró fármaco, ou seja, ele precisa ser metabolizado pela CYP2C19 para ser ativado. O omeprazol inibe a CYP2C19. Se toma-lo junto com o omeprazol, ele não será ativado, diminuindo seu efeito farmacológico gerando risco para o paciente como a formação de trombo. Metabolismo de primeira passagem: Ocorre quando o medicamento é biotransformado antes de atingir a circulação sistêmica e produzir o seu efeito farmacológico. Por exemplo no instestino tem enzimas que metabolizam medic como a CYP3A4, CYP2D6. Aí medic chega no intestino e é biot antes de atingir a circulação sanguinea. Tomo medic via oral, ele vai para o intestino e vai para veia porta hepática. Ao invés de ir para circ sistêmica, vai direto para o fígado. Então vai ser biotranf antes de ser absorvido. Medic que é administrado na pele por via tópica e na pele tem enzimas. Antidepressivo é um fármaco que possui baixa biodisponibilidade pq ele sofre intenso metabolismo de primeira passagem, então ele ta sendo biot MT rápido antes de atingir o sangue. A tendência é que utilize doses mais altas dele para manter o efeito farmacológico. Os medic que sofrem metabolismo de primeira passagem a biodisponibilidade dele é baixa, ou seja, a quantidade que chega no sangue é pouca. Essa quantidade pode ser suficiente ou se não for tem que aumentar a dose. EXCREÇÃO DE FÁRMACOS TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 52 Existem varias vias de excreção dos medicamentos: pela via biliar, pelas fezes, pelo leite materno, pelo suor, saliva [‘gosto amargo na boca’, é porque uma pequena quantidade saiu por lá], lágrimas, pulmão [ares alado] ou qualquer secreção do nosso organismo. Porem a principal via de excreção dos fármacos é a via renal/urina. A grande maioria é excretada pela urina, seja na forma de metabolitos ou de maneira inalterada quando ele não passa pelo processo de biotransformação. Porem, todo medicamento se for lipossolúvel precisa ser biotransformado para se conjugar com o acido glicuronico, aumentar sua hidrossolubilidade e facilitar sua excreção pela urina. O medicamento pode ser excretado por sai da corrente sanguínea e atinge o túbulo renal para ser eliminado na urina de 2 formas: FILTRAÇÃO GLOMERULAR. Para que ele consiga ultrapassar o glomérulo e chegar no túbulo ele tem que ter baixo peso molecular (peso molecular menor que 20Kda ou 20.000da) e não pode ter carga, e não estar ligado em algumas proteínas, como Albumina, por exemplo, já que o peso dela é de 68.000 da. Porem a maioria dos medicamentos que estão na clinica possui um tamanho molecular maior que esse, então tem que passar do sangue para o túbulo através de outro processo que é a SECREÇÃO TUBULAR. Então a maioria dos medicamentos são excretados pelos rins por meio dessa última maneira; E para que ela aconteça é necessário a presença de um transportador, nesse caso a molécula do medicamento passa pelo transportador e atinge o túbulo, e nele há transportadores para substancias acidas e transportadores para substancias básicas. EX: Muitos pacientes utilizam diuréticos para tratamento da hipertensão, como o Hidroclorotiazida e/ou Furozemida (são de caráter ácido – precisa passar pelo transportador de substâncias ácidas para chegar ao túbulo renal e realizar sua ação). Ambos são diuréticos e é comum que pacientes que utilizem esses fármacos por período prolongado se queixem de quadros de gota [acúmulo de ácido úrico nas articulações, o que gera processo inflamatório com todas as características, como: dor, rubor, e etc]. Mas varias substancias endógenas também possuem caráter ácido, como o acido úrico. E este precisa ser excretado também, através do processo de secreção tubular. Nesse caso, ocorre uma competição entre a hidroclorotiazida e o acido úrico (este é endógeno). Nesse caso quem ganha a competição é o medicamento, então o hidroclorotiazida é secretado atingindo o túbulo renal que é seu local de ação. Mas o acido úrico não passa pelo transportador, fica acumulado no sangue formando gota. EX: Existem situações em que pode utilizar essa interação para tentar melhorar o efeito do fármaco. As penicilinas + probenicida. (ambos de caráter básico) Penicilina é uma classe de antibióticos. Probenicida é um medicamento utilizado para o tratamento da gota, pois aumenta a excreção de acido úrico. Paciente tem que ser tratado com penicilina, e ele não tem gota. Esses medicamentos competem pelo transportador, nesse caso quem ganha a competição é a probenicida, esta será excretada enquanto a penicilina permanece no sangue. Então é aumentada sua concentração plasmática e sua duração de ação é prolongada. Esses fatores podem beneficiar e potencializar o efeito farmacológico da penicilina. Nesse caso portanto a interação é benéfica. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 53 ● Medicamento chega ao túbulo por FG ou ST, quando atinge o túbulo renal ele tem 2 caminhos para seguir: ou ele será excretado pela urina ou ele pode sofrer o processo de reabsorção tubular (RT). Os fármacos que sofrem RT são aqueles de baixo peso molecular, certa lipossolubilidade e não pode apresentar *cargas elétricas, pois senão não consegue passar por transporte passivo, pois durante o processo de RT não há transportador,ela passa pelo túbulo renal sem transportador. Ex: Fenobarbital (gardenal) – de caráter ácido, porém fraco, possui pKa = 7,4 e o seu volume de distribuição é alto, porque ele é um lipossolúvel - deprime o SNC, sistema cardio. Paciente que tenta se suicidar toma muito desse medicamento. Mas o paciente chegou ao hospital com sintomas da intoxicação: PA baixa, saturação de O2 nos tecidos baixa e etc; Mas não existe antagonista para fenobarbital. Ele é um medicamento que se distribui bastante para os tecidos (tem alto volume de distribuição) e para tratar sua intoxicação não faria lavagem gástrica, pois já foi absorvido, ele não tem antagonista, não faria hemodiálise, porque ele tem alto volume de distribuição. O tratamento desse paciente será alteração de pH de urina – ALCALINIZAR - que é a primeira escolha de tratamento. Esse medicamento é muito acido e quando ele chegar ao túbulo renal ele vai deparar com a urina mais acida. Então ele ficará ionizado, com carga, pois na urina, será um ambiente básico, e não conseguirá ultrapassar a membrana- por isso medicamentos ácidos são melhores absorvidos no estômago -, quando ele chegara ao túbulo para ser excretado ele será reabsorvido. Assim, na hora que ele bater na urina ele se ioniza, tendo carga elétrica não passando pelo processo de reabsorção (forçará sua excreção). Administra por via endovenosa bicarbonato de sódio (substancia básica) para basificar a urina. A mesma ocorre com intoxicação de fármaco com caráter básico acidifica a urina (com acido ascórbico –vit C). Obs: Alteração de pH de urina para tratar intoxicação só deve ser utilizada se o paciente tiver uma boa função renal. Se paciente está intoxicado com fenobarbital e tem função renal baixa. Ao invés de alcalinizar a urina (que seria a 1ª opção), faz hemodiálise. ● Tratamento de intoxicação sempre manter o suporte básico de vida. Se pessoa chega intoxicado com fenobarbital, 1ª coisa é manter ele vivo, respirando (entubação), mantem com suas funções vitais. Depois que vê o que faz para eliminar o fármaco. AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL DO PACIENTE ● Para avaliar o melhor medicamento para cada paciente, principalmente, quando for um tipo que depende muito do rim para ser excretado; há medicamentos que são mais de 80% excretados pelo rim. Antes de adm um medicamento desse no paciente, é necessário saber TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 54 sua função renal. Hoje existem fármacos que não são biotransformados e vão direto para o rim para serem excretados. Se ele tem problema renal, o medicamento vai se acumular e o paciente terá toxicidade mesmo se utilizado em doses terapêuticas.; E há medicamentos que são nefrontóxico. Além disso, existe clearance renal, clearance hepático (capacidade de eliminação de uma substancia do sangue através do fígado, pode ou não ser através da bile). Por isso tem que ver onde o medicamento é excretado. Se for, por exemplo, pelo fígado avaliar a função hepática do paciente. ● Para isso, um dos principais parâmetros laboratoriais utilizado para avaliar função renal é o CLEARANCE DE CREATININA. Este é um termo inglês que significa depuração, limpeza; é a capacidade de remoção de uma substancia de um volume de sangue por unidade de tempo. Unidade do clearance é dado em ml/min ou litros/hora. Clearance total das drogas: é a soma de todos os clearances do organismo (clearance de creatinina + clearance hepático + clearance salivar + clearance do suor + ...). Porém o principal clearance na farmacologia é o renal avaliado através do clearance de creatinina. Clearance renal de creatinina é um exame realizado para avaliar a função renal de um paciente ou diagnosticar disfunções renais. O calculo da clearance renal de creatinina é dividir o valor da concentração plasmática de creatinina pela concentração de creatinina na urina. O seu valor de referencia varia de acordo com a idade, com sexo e com estado fisiológico e patológico do paciente (EX: Clearance renal de creatinina em gestante é maior, pois gestante chega mais sangue no rim, rim filtra mais sangue, excreção de creatinina pode ser maior; Outro exemplo também é em praticantes de exercício físico). VR para adultos: 100 a 120 ml/min isso significa que função renal está boa. Quanto menor o clearance renal de creatinina maior é o risco de disfunção renal. Já que, se ele estiver baixo quer dizer que está sendo excretado menor creatinina >> função renal esta debilitada. Creatinina é quase 100% excretada por FG. Quando ela chega ao túbulo ela quase não sofre reabsorção, então o que está de creatinina na urina é o que passou pelo filtrado. Se não está excretando o rim não está funcionando normalmente. O aumento do liquido plasmático não acompanha o aumento das proteínas plasmáticas, tendo um falsa hipoalbuminemia, e por consequência aumenta o número de moléculas de medicamento livre, aumenta o DC, aumentando o sangue que chega nos órgãos, o que aumenta/desequilibra a FG, sendo necessário a redução da dosagem do medicamento. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO – MED ALFENAS T39 FARMACOLOGIA I – PROF. GÉRSIKA BITERCOURT 55 EX: Varfarina é um anticoagulante oral, mas interage muito com outros medicamentos e possui grande risco de sangramento. Paciente que a utiliza tem que fazer monitoramento. Devido a essas desvantagens foi colocada no mercado uma nova classe de anticoagulante. EX: Dabigratan: é um anticoagulante oral novo, que depende do rim para ser excretado e o seu metabolismo é baixo. Ele inibe o fator de coagulação 2A que é a trombina >> Não tem cascata de coagulação >> não tem coagulo. Mas o medicamento é 80% excretado pelos rins. Se o paciente tiver uma função renal boa , esse medicamento é ótimo. Mas se o paciente não tiver o Clearance Renal de creatinina bom , a excreção de Dabigratan estará limitada, aumentando sua concentração plasmática, e com isso, o risco de hemorragia. Por isso sua dose é calculada a partir do Clearance de Creatinina. E se tiver o clearance renal de creatinina <30ml/min o Dabigratan é contraindicado.