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S é r i e C u r s o d e R a d i o l o g i a
tECNOLOGIA
RADIOLÓGICA e
DIAGNÓSTICO
POR IMAGEM
Almir Inacio da Nobrega
Organizador
Volume 4
RADIOLOGIA - OUTRAS APLICAÇÕES
do - ro - us - mn - rt - rv - ri
Difusão
Editora
guia para ensino e aprendizado
 Recomendada para 
Concursos Públicos
 QR-Code de imagens anatômicas
 Acesso ao aplicativo Educação 
Facilitada para Todos, com 
material adicional
Disponível para dispositivos 
com Android e iOS
Tecnologia 
radiológica e
diagnóstico 
por imagem
guia para ensino e aprendizado
Tecnologia 
radiológica e 
diagnóstico 
por imagem
volume 4
RADIOLOGIA - OUTRAS APLICAÇÕES
7ª Edição
do - ro - us - mn - rt - rv - ri
Difusão
Editora
Almir Inacio da Nobrega
organizador
autores
Aimar Aparecida Lopes
Alessandra das Dores Marcicano
Alex Cosentino de Almeida
Amaury de Castro Junior
Anderson Fernandes de Moraes
Edeilson Salomão dos Santos
Gisela André Paganini
Gisele Corrêa Zulliani
Jean Randal Rodrigues Castro
Maria de Fátima A. A. Lage
Milton Kolber
Phillip Patrick Dmitruk
Ricardo Andreucci
São Caetano do Sul, SP - 2018
guia para ensino e aprendizado
A responsabilidade civil ou criminal pelos procedimentos técnicos em Radiologia, bem como todas as informações contidas nos capítulos 
desta obra, são de encargo dos autores. A editora e o organizador desta série não se responsabilizam pelos erros ou omissões, nem 
por eventuais consequências da aplicação incorreta das informações contidas nos quatro volumes desta obra.
Av. Sen. Roberto Simonsen, 743 – São Caetano do Sul – SP – CEP 09530-401
E-mail: difusao@difusaoeditora.com.br – www.difusaoeditora.com.br
Fone/fax: (11) 4227-9400
Copyright © 2018. Difusão Editora. Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução, mesmo que parcial, por qualquer meio e processo, sem a prévia autorizacão escrita da Difusão Editora.
Volume 4
ISBN: 978-85-7808-433-2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Tecnologia radiológica e diagnóstico por imagem [livro eletrônico] : guia para ensino e aprendizado : volume 4 / 
organização Almir Inacio da Nobrega, organizador. -- 7. ed. -- São Caetano do Sul, SP : Difusão Editora, 2019. 
-- (Série curso de radiologia) - 22,4Mb.
Obra em 4 v. 
Vários autores. 
Ed. em e-book baseada na ed. impressa de 2018. 
Bibliografia. 
ISBN 978-85-7808-433-2
1. Radiologia médica I. Nobrega, Almir Inacio da. II. Série.
Índices para catálogo sistemático:
1. Radiologia e diagnóstico por imagem : Bases físicas : Medicina 616.0757
Maria Paula C. Riyuzo – Bibliotecária – CRB-8/7639
19-28734 CDD-616.0757
Há pouco mais de 100 anos o professor Wilhelm Conrad Röentgen descobriu os 
raios X. Essa forma de energia foi tão importante para a humanidade que, logo após 
seu surgimento, passou a ser utilizada em todos os continentes, em uma época em 
que a globalização não existia nem mesmo em dicionários.
Desde então, a Medicina passou a contar com uma poderosíssima ferramenta de 
diagnóstico por imagem e, assim, o corpo humano se tornou transparente e, por con-
sequência, menos misterioso.
Com o desenvolvimento da Radiologia, outras formas de energia passaram a ser 
utilizadas com o propósito de obter imagens e realizar terapias por radiações, sendo 
incorporadas a diversos segmentos da sociedade.
A área da saúde é, sem dúvida, aquela em que encontramos a maior aplicação dos 
métodos de diagnósticos, com destaque para o radiodiagnóstico médico, odontológi-
co e de medicina veterinária. O uso das radiações em terapia pode ser observado nas 
áreas de radioterapia e de medicina nuclear. Na área industrial, as radiações ionizantes 
e ultrassons têm sido utilizados nos processos produtivos, de controle da qualidade e 
em diversos mecanismos de resposta em automação industrial. 
Outras aplicações das radiações podem ser encontradas na irradiação de alimen-
tos, esterilização de materiais, processos de polimerização de produtos, perfilagem 
e cimentação de poços de petróleo e como ferramenta auxiliar nos processos de 
segurança de produtos e de pessoas em portos, aeroportos, órgãos públicos e ins-
tituições de fronteira.
 5
Apresentação
Compilar todas as informações desse grandioso universo está fora do escopo desta 
coleção. No entanto, abordar em cada área do diagnóstico as principais técnicas, de 
forma atualizada, e as principais tendências em cada segmento foi o propósito que 
norteou a construção desta obra.
Conseguimos, assim, reunir profissionais altamente qualificados que se esmeraram 
para apresentar o que julgaram mais significativo em suas respectivas áreas, a partir das 
experiências pessoais obtidas no campo de trabalho e em atividades de docência.
Como resultado deste árduo, mas gratificante trabalho, conseguimos concluir 
Tecnologia Radiológica e Diagnóstico por Imagem. Uma obra atual, abrangente e, 
por seu conteúdo, indispensável para quem se inicia nesta área do diagnóstico. 
É destinada também aos profissionais que já atuam neste segmento, seja como 
fonte de pesquisa, seja para aprimoramento das técnicas mais utilizadas.
Eventuais desacertos podem estar presentes nesta obra. Agradecemos de antemão 
toda crítica, sugestão e contribuição que possa melhorar o conteúdo da coleção. 
Tecnologia Radiológica e Diagnóstico por Imagem vem definitivamente preencher 
uma enorme lacuna na área das técnicas em diagnóstico por imagem e de terapias por 
radiação. Sua leitura e consulta se tornam, portanto, indispensáveis para todos quan-
tos desejam se aprofundar nesta área do conhecimento.
Almir Inacio da Nobrega
Organizador
 6 Apresentação
Almir Inacio da Nobrega é mestre em Engenharia Biomédica, especialista 
em Fisiologia Humana. Também é bacharel e licenciado em Biologia e técnico 
em Radiologia. Professor de Radiologia Digital, Tomografia Computadorizada e 
Ressonância Magnética no Centro Universitário São Camilo, SP e na Faculdade 
Método de São Paulo, SP. Autor do Manual de Técnicas Radiológicas publicado 
pela Difusão Editora.
Dados do Organizador
Prefácio
As técnicas radiológicas e de obtenção de diagnósticos por imagem vêm sofrendo 
grandes transformações. Surgem, a cada dia, novas tecnologias e, com elas, novos 
equipamentos, novos desafios. Neste contexto, é preciso destacar a figura dos profis-
sionais que, ao lado dos médicos radiologistas, têm a responsabilidade de operar essas 
máquinas, extraindo delas o que de melhor podem oferecer, numa busca incansável 
pela qualidade das imagens e, em consequência, pelo benefício do paciente.
Os profissionais que atuam na área das técnicas radiológicas e de diagnósticos por 
imagem podem, a partir de agora, contar com uma valiosa colaboração.
A coleção Tecnologia Radiológica e Diagnóstico por Imagem, organizada por Almir 
Inacio da Nobrega, profissional das técnicas radiológicas, também biólogo e professor, 
abrange um grande universo da tecnologia empregada nesta área e não para por aí. 
Explora ainda conteúdos ligados às ciências radiológicas, à formação básica dos profis-
sionais e, de forma surpreendente, ao uso das técnicas radiológicas na área industrial.
Tem ainda outras grandes virtudes. É uma obra elaborada por autores nacionais, 
profissionais ligados à área da Radiologia, muitos dos quais, docentes de técnicas ra-
diológicas e tecnologia em instituições de ensino médio e superior.
Por tudo isso e pela obstinação de seu organizador em construir uma obra reu-
nindo profissionais renomados e de experiência em suas respectivas áreas, estamos 
certos de que este material não só será de fundamental importância para aqueles que 
escolheram o exercício das técnicas radiológicas como profissão, mas também servirá 
como uma rica fonte de consulta para outros profissionais.
Dr. Fernando Alves Moreira
Presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia e
Diagnóstico por Imagem (CBR) – Gestão 2005 – 2008. 
7
A Difusão Editora informa que a coleção Tecnologia Radiológica e Diagnóstico por 
Imagem tem um perfil de modernidade. Poressa razão, posicionamentos em desuso, 
como os substituídos por outras técnicas (US, TC e RM), não estão contemplados na obra 
que aborda a realidade praticada nos centros de diagnósticos por imagem de todo o País.
Nota do editor
VOLUME 4
CAPÍTULO 1 – Imagem por Ressonância Magnética .................................... 15
1. Princípios de Imagem por Ressonância Magnética (IRM) .................................... 17
2. Segurança em RMN ............................................................................................. 25
3. Tecnologia em RMN ............................................................................................ 27
4. O exame de imagem por ressonância magnética ................................................ 29
 Exames por ressonância magnética ..................................................................... 31
 RM do encéfalo ............................................................................................ 31 
 Outros exames de RM do crânio ........................................................................ 36
 Mastoide ........................................................................................................ 36
 Hipófise ......................................................................................................... 36
 Órbita ............................................................................................................ 37
 ATM (articulação temporomandibular) ......................................................... 37
 RM do plexo braquial .................................................................................... 38
 RM da coluna ................................................................................................. 39
 RM da coluna cervical .................................................................................... 39
 RM da coluna torácica ................................................................................... 41
 RM de coluna lombar .................................................................................... 41
 Articulação sacroilíaca ................................................................................... 42
 RM do sistema musculoesquelético .............................................................. 42
 RM do quadril ................................................................................................ 43
 RM do joelho ................................................................................................. 44
 Artro-RM do joelho ....................................................................................... 45
 RM do tornozelo ........................................................................................... 46
 Artro-RM do tornozelo ................................................................................. 47
 9
Sumário
 RM do retropé e médio pé ........................................................................... 47
 RM do antepé ................................................................................................ 47
 RM de MMSS-MMII (coxas, pernas, braço e antebraço) ............................... 47
 RM da região esternoclavicular ..................................................................... 48
 RM do ombro ................................................................................................ 49
 Artro-RM do ombro...................................................................................... 50
 RM do cotovelo ............................................................................................. 50
 RM do punho ................................................................................................. 51
 Artro-RM do punho ...................................................................................... 53
 RM do abdome superior ............................................................................... 53
 RM de pelve (masculina) ............................................................................... 55 
 RM de pelve (feminina) ................................................................................. 56
 Colangiorressonância .................................................................................... 57
 Urorressonância ............................................................................................ 58
 RM Tórax ...................................................................................................... 59
 RM Mama ...................................................................................................... 60
 5. Ressonância Magnética Cardíaca ................................................................... 61
 Referências .......................................................................................................... 72
CAPÍTULO 2 – Angiografia por subtração digital ......................................... 75
 1. Introdução ..................................................................................................... 77
 2. Método .......................................................................................................... 78
 3. Técnica .......................................................................................................... 78
 4. Equipamento de ASD .................................................................................... 79
 5. O exame de hemodinâmica .......................................................................... 80
 6. Principais patologias abordadas em hemodinâmica ....................................... 81
 7. Exames com finalidade diagnóstica ............................................................... 82
 8. Exames com finalidade terapêutica ............................................................... 83
 9. Tratamento das imagens digitais .................................................................... 85
 10. Protocolos ..................................................................................................... 88
 Referências .......................................................................................................... 93
CAPÍTULO 3 – Densitometria óssea ............................................................. 95
 1. Introdução ..................................................................................................... 97
 2. Histórico........................................................................................................ 98
 3. Osteoporose ................................................................................................. 98
 10 Sumário
 4. Método de obtenção de imagem na investigação da densidade óssea ........ 101
 5. Composição dos equipamentos de densitometria óssea ............................ 103
 6. Princípios básicos de um densitômetro ....................................................... 104
 7. Iniciando o exame ....................................................................................... 108
 8. Protocolos de posicionamento .................................................................... 108
 9. Diagnóstico e análise do exame .................................................................. 113
 10. Contraindicações do exame de densitometria óssea .................................. 115
 11. Proteção radiológica .................................................................................... 115
 12. Ultrassonometria......................................................................................... 116
 13. Imagenologia na densitometria óssea .......................................................... 116
 Anexo I – Posições oficiais 2006 ........................................................................ 118
 Referências ........................................................................................................ 127
CAPÍTULO 4 – Radiologia odontológica: 
técnicas radiográficas intrabucais ................................................................129
 1. Introdução ................................................................................................... 131
 2. Anatomia em Radiografias Odontológicas ................................................... 138
 3. Características da Radiologia Odontológica ................................................ 144
 4. Técnicas Radiográficas na Odontologia ....................................................... 145
 5. Técnica Periapical da Bissetriz ..................................................................... 148
 6. Técnicas Radiográficas Intrabucais .............................................................. 155
 7. Técnicas Radiográficas Intrabucais Oclusais ................................................ 158
 8. Métodos de localização radiográfica: Clark ................................................. 161
 9. Métodos de localização radiográfica: Donovan ........................................... 162
 10. Métodos de localização radiográfica: Le Master ......................................... 163
 11. Métodos de localização radiográfica: Miller-Winter .................................... 164
 12. Métodos de localização radiográfica: Parma ............................................... 166
 Referências ........................................................................................................ 167
CAPÍTULO 5 – Ultrassonografia .................................................................. 171
 1. Princípios da ultrassonografia ...................................................................... 173
 2. Tecnologia em ultrassonografia ................................................................... 179
 3. Aplicações clínicas da ultrassonografia ........................................................ 181
 Obstetrícia................................................................................................... 181
 Ginecologia .................................................................................................. 185
 Mastologia ................................................................................................... 187
 Abdominal ................................................................................................... 188
 Avaliação dos rins ........................................................................................ 188
 Avaliação do sistema hepático portal .......................................................... 189
 Volume 411
 12 Capítulo 1
 Próstata ....................................................................................................... 191
 Músculo esquelético .................................................................................... 192
 Diagnóstico de displasia e deslocamento da articulação do 
 quadril (coxofemoral) .................................................................................. 193
 Diagnóstico de lesões na articulação do ombro .......................................... 193
 Articulação do joelho .................................................................................. 193
 Vascular ....................................................................................................... 195
 Transcraniano .............................................................................................. 198
 Cardiologia .................................................................................................. 199
 Referências ..............................................................................................................
CAPÍTULO 6 – Medicina Nuclear ................................................................ 207
 1. Radioatividade ............................................................................................. 209
 2. Formação das imagens ................................................................................ 213
 3. A reconstrução tomográfica ........................................................................ 233
 4. Protocolos ................................................................................................... 237
 Referências ........................................................................................................ 244
CAPÍTULO 7 – Radioterapia ........................................................................ 247
 1. O que é radioterapia? .................................................................................. 249
 2. Modalidades de tratamento ........................................................................ 249
 3. Breve história da teleterapia ....................................................................... 250
 4. Equipamentos de teleterapia ....................................................................... 250
 5. Tratamento .................................................................................................. 252
 6. Simulador convencional ............................................................................... 257
 7. Planejamento tridimensional ou conformacional ........................................ 260
 Referências ........................................................................................................ 264
CAPÍTULO 8 – Radiologia em Medicina Veterinária .................................. 267
 1. Introdução ................................................................................................... 269
 2. Aparelho e acessórios ................................................................................. 271
 3. Sala de exames ............................................................................................ 272
 4. Pedido de exames ....................................................................................... 274
 5. Restrições físicas e químicas de cães e gatos ............................................... 274
 6. Posicionamento radiográfico ....................................................................... 275
 7. Contrastes radiográficos ............................................................................. 282
 Biologia celular e microbiologia médica 13
 8. Radiologia de equinos .................................................................................. 293
 9. Outros animais ............................................................................................ 296
 Referências ........................................................................................................ 301
CAPÍTULO 9 – Radiologia industrial ........................................................... 305
 1. Técnicas radiológicas na indústria ............................................................... 307
 2. Radiografia industrial ................................................................................... 308
 3. Radioscopia industrial .................................................................................. 326
 4. A Proteção Radiológica na indústria ............................................................ 327
 5. Medidores nucleares ................................................................................... 331
 6. Irradiadores de grande porte ...................................................................... 332
 Referências ........................................................................................................ 337
CONTEÚDO EXTRA: Bioética e diagnóstico por imagem
Disponível no aplicativo do Projeto Educação Facilitada para Todos, da Difusão Editora.
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Localize o aplicativo na loja do 
seu dispositivo – utilize o 
QR-Code ao lado ou busque por 
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menu do aplicativo e clique 
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NOTA DA EDITORA
O conteúdo adicional disponível no App do Projeto Educação Facilitada para Todos e as imagens acessadas por meio do 
QR Code do capítulo de Anatomia Humana são umacortesia da Difusão Editora, oferecida por tempo limitado.
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Imagem por
Ressonância 
Magnética 
Capítulo 1
Phillip Patrick Dmitruk
Aimar Aparecida Lopes
Edeilson Salomão dos Santos
Phillip Patrick Dmitruk é físico na área 
médica. Supervisor de proteção radioló-
gica na Irmandade da Santa Casa de Mise-
ricórdia de São Paulo (ISCMSP). Docente 
da Escola de Enfermagem da Santa Casa 
de Misericórdia de São Paulo, onde mi-
nistra as disciplinas Física Radiológica e 
Ressonância Magnética Nuclear.
Aimar Aparecida Lopes é Técnica em 
Radiologia com experiência em radiolo-
gia convencional, raios X contrastados, 
radiologia digital, mamografia, tomogra-
fia computadorizada, ressonância mag-
nética e ultrassonografia.
Edeilson Salomão dos Santos. Graduado 
em Tecnologia em Radiologia pelo Cen-
tro Universitário São Camilo. Colabora-
dor em Pesquisas nas Áreas de Ciências 
Radiológicas na Universidade Federal 
de São Paulo desde 2006. Atua como 
Tecnólogo em Radiologia nas áreas de 
Tomografia Computadorizada e Resso-
nância Magnética no Hospital Santa Ca-
tarina, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, 
Hospital Alvorada e Hospital Paulistano 
Unidade Diagnóstica.
Imagem por
Ressonância 
Magnética 
Capítulo 1
 17
Phillip Patrick Dmitruk
Aimar Aparecida Lopes
Edeilson Salomão dos Santos
A Ressonância Magnética Nuclear (RMN) 
toma por base a física do átomo e a física quân-
tica. Neste capítulo será feita uma abordagem 
simplificada do processo de formação de Ima-
gem por Ressonância Magnética (IRM).
1. Princípios de ressonância 
magnética (RM)
O átomo é composto por subpartículas – 
prótons, nêutrons e elétrons. Essas partículas 
estão distribuídas no núcleo atômico e na ele-
trosfera, como segue:
– Partículas do núcleo atômico: prótons 
(p), com carga elétrica positiva (+), e nêu-
trons (n) com carga elétrica neutra.
– Partículas da eletrosfera atômica:
 elétrons (e) com carga elétrica negativa, 
rotacionando no seu próprio eixo e em 
translação em torno do núcleo.
A formação da imagem por ressonância mag-
nética está baseada na troca de energia entre 
núcleos de átomos de hidrogênio e ondas ele-
tromagnéticas que apresentam, em particular, 
as mesmas frequências oscilatórias (frequência 
da onda eletromagnética é igual à frequência do 
movimento dos átomos de hidrogênio).
 18 Capítulo 1
Em ressonância magnética, o núcleo do 
elemento hidrogênio é de fato o núcleo ati-
vo considerado para a aquisição de imagens. 
Possui apenas um próton (Z=1), é abundante 
na matéria orgânica e apresenta um momento 
magnético razoavelmente grande, caracterís-
tica determinante para a sensibilidade à res-
sonância magnética. O hidrogênio apresenta 
também um campo magnético que é forma-
do pela rotação do próton, que é uma carga 
positiva em movimento, fato verificado pelas 
Leis do Eletromagnetismo de Maxwell. Esse 
diminuto campo magnético promovido pelo 
próton em movimento age com um pequeno 
magneto com seus polos magnéticos norte 
(N) e sul (S), como verificamos na Figura 1.
Figura 1 O próton de hidrogênio 
se comporta como um ímã
O campo magnético efetivo para os núcleos 
de hidrogênio possui propriedades vetoriais cuja 
intensidade, direção e sentido são representados 
por um vetor de magnetização. A direção dos 
Figura 2 Alinhamento dos núcleos de 
hidrogênio a um campo magnético externo (B)
S N
m
H NS
m
momentos magnéticos dos núcleos de hidrogê-
nio é aleatória, no entanto, quando submetidos 
à campo magnético externo, sofre alinhamento, 
conforme demonstrado na Figura 2.
Unidade
[B] = [T]
1 T (tesla) = 10000 Gauss
B
Campo 
magnético aplicado 
externamente
Antiparalelo
Paralelo
A energia, segundo Plank-Einstein, é com-
posta de pequenos “pacotes” (quantidades 
discretas de energia) denominados “fótons de 
energia”, onde E = m.c2.
Essa definição quântica da energia pode 
ser aplicada aos prótons ou núcleos de hi-
drogênio, proporcionando a eles dois estados 
discretos de energia (ou níveis populacionais 
de energia): alto e baixo. Os núcleos de alta 
energia alinham-se em antiparalelo e os de 
baixa energia, em paralelo às linhas de Campo 
Magnético Externo (B), sendo assim:
 Imagem por Ressonância Magnética 19
BAIXA ENERGIA ALINHAMENTO PARALELO ROTAÇÃO POSITIVA (SPIN UP)
ALTA ENERGIA ALINHAMENTO ANTIPARALELO ROTAÇÃO NEGATIVA (SPIN DOWN)
A magnetização e consequente alinhamen-
to sofrem a interferência de duas variáveis 
determinantes, a potência do campo magné-
tico (B) e o nível de energia térmica dos nú-
cleos magnetizados.
Essas variáveis são determinantes para a 
ocorrência de alinhamento paralelo ou antipa-
ralelo; contudo, a variável térmica é presente 
em condições de aumento da temperatura do 
paciente e não pode ser efetivamente con-
trolada externamente. Por outro lado, a po-
tência do campo magnético externo (B) pode 
ser controlada e modificada para ampliar a 
qualidade da aquisição de imagens por RMN. 
Considerando-se uma condição de equilíbrio 
térmico, verifica-se que os núcleos de baixa 
energia estão em maior número. Esse excesso 
determina a magnetização resultante dos nú-
cleos, condição que chamamos magnetização 
efetiva dos núcleos na orientação paralela. Sua 
grandeza é representada pelo Vetor de Mag-
netização Efetiva (VME). Observe a Figura 3:
Vetor de Magnetização 
Efetiva (VME)
Figura 3 VME dos núcleos de 
hidrogênio alinhados ao campo 
magnético externo
 20 Capítulo 1
Figura 4 Momento magnético do hidrogênio. Paralelo e antiparalelo
Alinhamento Antiparalelo a BAlinhamento paralelo a B
A movimentação dos vetores que determi-
nam o momento magnético dos núcleos de Hi-
drogênio (H) em relação a B é conhecida como 
precessão. Esse movimento é um dos princípios 
básicos da RM.
A intensidade, ou módulo da frequência de pre-
cessão, é descrita por Larmor na equação abaixo:
W = g x B
(Equação de Larmor)
Onde,
W = frequência de precessão ou frequência 
de Larmor.
g = razão giromagnética do hidrogênio.
B = intensidade do campo magnético prin-
cipal.
 
Para o núcleo de hidrogênio, a constante g 
tem valor 42,57MHz/T; logo, a frequência de 
Larmor (W) do núcleo de hidrogênio inserido 
num campo magnético de intensidade B igual a 
1T será de 42,57MHz, ou de 42,57x106 ciclos 
por segundo.
Assim, as grandezas em RM são as seguintes:
B Intensidade do campo magnético externo
 g Razão giromagnética do hidrogênio
W Frequência de precessão ou de Larmor
Os princípios básicos que envolvem RM es-
tão relacionados com:
• Interação do VME em relação a B
• Frequência de Larmor 
• Troca de energia entre núcleos de hidrogê-
nio e pulsos de radiofrequência.
O fenômeno de ressonância é obtido quan-
do um objeto está sujeito a uma perturbação 
 Imagem por Ressonância Magnética 21
ou oscilação que possua intensidade igual à 
sua frequência de oscilação natural. Por essa 
razão é importante determinar a frequência 
de Larmor dos núcleos de hidrogênio, pois a 
ressonância ocorre apenas quando a frequên-
cia de excitação aplicada for igual à frequência 
desses núcleos.
 No caso da IRM, utilizamos circuitos indu-
tores de radiofrequência ou de pulsos de radio-
frequência (RF), os quais excitam os núcleos de 
hidrogênio sujeito a B.
Para provocar a ressonância magnética dos 
núcleos de hidrogênio alinhados a B aplicamos 
pulsos de RF, processo que denominamos exci-
tação por RF. Nesse processo os núcleos de H 
absorvem a energia dos pulsos RF e podem ser 
levados a um estado de energia superior, modi-
ficando sua probabilidade de frequentar as po-
pulações em energia spin up, levando-os a um 
estado energético equivalente às populações 
em spin down. Assim:
a) A ressonância magnética dos núcleos H 
ocorre quando aplicamos uma RF de in-
tensidade igual ao valor dos núcleos ali-
nhados a B.
b) Uma vez excitados, o VME desses núcle-
os passará do plano longitudinal para o 
plano transverso.
c) A energia de excitação será aplicada na 
frequência de Larmor dos núcleos H que 
estejamna mesma fase. 
d) Segundo Faraday, quando colocamos um 
condutor elétrico no campo de ação de 
um campo magnético em movimento, 
este gera uma diferença de potencial 
(DDP) no condutor. Essa DDP é sensível 
quando o VME está em fase, e sua inten-
sidade é proporcional a W.
O VME em movimento à frequência de Lar-
mor (W) no plano transverso induz então uma 
voltagem, ou DDP, numa bobina condutora ou 
receptora posicionada em sua vizinhança. Esta 
voltagem constitui o sinal da RM, que oscila 
segundo o campo magnético da bobina recep-
tora. A amplitude desse sinal é proporcional 
ao grau de magnetização que atua no plano 
transverso, e sua frequência é proporcional à 
frequência de Larmor (W).
Com o desligamento do pulso RF de exci-
tação, os núcleos iniciam o processo de per-
da de coerência de fases, e o VME tende a se 
realinhar com o campo magnético principal 
B. Durante esse processo a DDP induzida na 
bobina receptora diminui gradativamente. 
Todo esse processo é denominado relaxa-
mento do VME.
A consequente recuperação da magneti-
zação longitudinal do VME é conhecida por 
relaxação, e este processo é denominado 
recuperação da magnetização longitudinal. 
A recuperação T1 ocorre com a emissão de 
energia dos núcleos excitados para o am-
biente, com efetivo relaxamento do spin, 
promovendo uma recuperação da magneti-
zação longitudinal dos núcleos H em cresci-
mento exponencial e constante, denominado 
T1. O T1 corresponde ao tempo necessário 
para recuperação de 63% da magnetização 
longitudinal que ocorre no tecido biológico.
A redução efetiva da magnetização trans-
versa do VME é conhecida por declínio, e 
o consequente declínio do sinal promovido 
na bobina é conhecido por declínio da indu-
ção livre. O processo que leva ao declínio 
da magnetização no plano transverso é de-
nominado declínio T2, resultado da troca 
de energia entre núcleos vizinhos que in-
teragem segundo seus campos magnéticos, 
em relaxação spin-spin. O declínio gera uma 
perda da magnetização transversa, em pro-
cesso igualmente exponencial em razão do 
tempo de relaxação T2. O tempo de declí-
 22 Capítulo 1
nio, ou relaxação T2, corresponde ao decai-
mento da magnetização no plano transverso 
em até 37% do seu valor total.
Os parâmetros T1 e T2 são escalas tempo-
rais, tempos de recuperação longitudinal e para 
declínio transversal, respectivamente. Assim, 
ao considerar uma sequência simples de pulsos 
RF, os tempos e sinais serão apresentados de 
forma mais simplificada, como sugerem as Figu-
ras 5A, 5B e 5C, a seguir:
Plano longitudinal
Plano tranversoPlano tranverso
Plano longitudinal
VME
VME
Plano tranverso
RFPlano longitudinal
Figura 5A Magnetização 
no plano transverso
Figura 5B Recuperação T1 
RF
Figura 5C Declínio T2
Concretamente, não tratamos de pulsos 
RF, mas como todas as ondas eletromagnéticas 
(OEM) tratam de períodos de tempo com de-
pendência direta do comprimento de onda, faze-
mos uma analogia com os tempos de recupera-
ção e declínio, T1 e T2, respectivamente. Na IRM 
denomina-se tempo de repetição e tempo de 
eco os tempos que são aplicados às necessidades 
de reconstrução de imagens com referência ou 
valorização dos parâmetros T1 ou T2 da imagem.
RF
Em fase Fora de Fase
 Imagem por Ressonância Magnética 23
Figura 6 Sequência de 
pulsos predominantes da IRM
 
O intervalo de tempo entre um pulso de RF 
e outro aplicado na sequência é denominado 
Tempo de Repetição (TR). Sua unidade de me-
dida é o milissegundo (ms), ou 10-3 segundo. 
Uma vez aplicado o Pulso RF, verificamos um 
aumento do sinal induzido na bobina indo a seu 
valor máximo e posterior declínio. O intervalo 
de tempo entre a aplicação do pulso de RF e 
o valor máximo do sinal induzido nas bobinas 
é denominado Tempo de Eco (TE). Os valores 
associados a TR e TE constituem os principais 
parâmetros para a aquisição de imagens por 
ressonância magnética e determinam os dife-
renciais de contraste ou ponderações que pos-
sibilitam realçar imagens por RM.
O contraste na IRM está relacionado com a 
intensidade e a amplitude dos sinais adquiridos. 
Grosseiramente podemos classificar as imagens 
como hiperintensas (claras), se o sinal for in-
tenso, ou hipointensas (escuras), se o sinal for 
fraco. As variações na intensidade de sinal pos-
síveis entre os extremos claro e escuro da ima-
gem determinam os valores equivalentes aos 
tons de cinza intermediários, para cada região 
anatômica ou tecido estudado. 
A mecânica de formação das imagens está 
relacionada com as componentes T1 e T2 de 
magnetização, relaxamento e declínio, respec-
tivamente. Uma outra possibilidade está rela-
cionada à quantidade de núcleos hidrogênio que 
está presente na anatomia em estudo por IRM. 
Essa relação de quantidade é denominada densi-
dade de prótons, ou de spins, uma vez que tra-
tamos de núcleos de hidrogênio que possuem 
um único próton formando seu núcleo (1H). A 
densidade está relacionada com a quantidade de 
prótons que ocupam o volume de tecido estu-
dado. Observe as Figuras 7 e 8, abaixo:
TR
TE
Sinal
Sinal de tensão 
bobina (T2)
Pulso RF (T1)
Figura 7 Representação da recuperação T1 
para os extremos gordura e água
Figura 8 Representação do declínio T2 para os 
extremos gordura e água
Recuperação T1 no tecido adiposo e na água
B VME Tecido 
adiposo
VME 
Água
Tempo
TR curto
TR longo
R
Declínio de 
sinal no tecido 
adiposo
Declínio de 
sinal na água
Tempo
T2 curto
T2 longo
 24 Capítulo 1
Percebemos nas Figuras 7 e 8 um mecanis-
mo de formação de sinal de IRM representado 
por componentes temporais diferentes. O T1 e 
o T2 são curtos para o caso de tecido adiposo 
presente e longos para a presença de água.
No tecido adiposo há um equilíbrio molecu-
lar mais lento, o que possibilita uma recupera-
ção mais rápida da magnetização longitudinal, 
por perda de energia do spin para o ambiente e, 
consequentemente, rápido declínio de sinal, por 
interação spin-spin, ou seja, os núcleos vizinhos 
interagem de forma igualmente rápida na saída de 
fase. Assim, no tecido adiposo, a recuperação T1 
e o declínio T2 são intervalos curtos no tempo.
Na água há um rápido equilíbrio molecular 
e iônico que requer um tempo de recuperação 
mais elevado, ou recuperação lenta da magne-
tização longitudinal, e, consequentemente, per-
da lenta de fase do spin. Verificamos tempo de 
recuperação T1 e declínio T2 longos no tempo.
Conhecendo esse mecanismo de interação 
do spin com o meio e do spin a spin, consegui-
mos relacionar a possibilidade de contraste na 
IRM para T1 e para T2, respectivamente.
O TR controla a efetiva ponderação T1 e, 
sendo curto, valoriza-se a ponderação. Analo-
gamente, o TE controla a ponderação T2 e, 
então, para uma valorização da ponderação 
T2, aplicamos um TE longo.
Podemos verificar ainda uma ponderação 
por densidade de núcleos de hidrogênio ou de 
prótons quando tratamos de TR longo e TE 
curto, implicando na redução da ponderação 
influenciada por T1 e T2. Com essa possibili-
dade, o contraste na imagem se deve às quan-
tidades de prótons ou densidade de prótons 
por volume de tecido estudado, em que:
1. regiões com mais densidade de prótons 
presentes trarão uma imagem brilhante
2. regiões com reduzido valor de densidade 
de prótons trarão imagens escuras.
Observe as figuras a seguir:
Figura 9 Características
de contraste T1
Intensidade do sinal 
na bobina
T1
TRTR
T1 
curto
Contraste T1 
na água
Contraste T1 
no tecido 
adiposo
Tempo (ms)
Diferença em T1
Figura 10 Características
de contraste T2
Diferença em T2
Intensidade do 
sinal na bobina
Contraste T2
 na água
Contraste T2
no tecido adiposo
tempo (ms)
TE 
longo
TE 
curto
T2 
curto
T2 
longo
As relações entre os tempos TR e TE estão 
associadas com o tipo de contraste a ser defini-
do ou valorizado: T1 ou T2 (Tabela 1).
 Imagem por Ressonância Magnética 25
Tabela 1 Características importantes para 
definir a ponderação da imagem
Exagerar o T1 Manter TR Curto
Manter TE CurtoExagerar o T2 Manter TR Longo
Manter TE Longo
Exagerar DP Manter TR Longo
Manter TE Curto
Ponderação T1
Ponderação T2
Ponderação 
por densidade 
de prótons
Assim, com essas variáveis temporais, pode-
mos buscar as imagens que mais se aproximam 
da necessidade diagnóstica em estudo.
2. Segurança em RM
Não há dados que explicitem danos bioló-
gicos importantes provocados pela exposição 
à RM, seja pelo campo magnético estático ou 
pelos gradientes e campos de radiofrequência.
Para maior segurança, o campo magnético 
deve estar limitado a uma potência 3T. Para 
esse limite não há alterações importantes na 
morfologia dos tecidos vivos nem na sua fisio-
logia. Os campos dessa ordem geram poten-
ciais magnéticos que devem ser considerados 
no caso de instalação de equipamentos que 
possam apresentar alterações significativas 
em seu funcionamento. O marcapasso é um 
exemplo, pois pode ter sua sincronia de fun-
cionamento alterada por esses campos.
Partículas em movimento perpendicular a 
um campo magnético podem gerar pequenos 
potenciais elétricos. Esses efeitos podem ser 
observados em traçados de ECG de pacien-
tes que se submetem a exames por IRM, e 
são pouco significativos para provocar alte-
rações cardiovasculares.
Efeitos mais significativos e reversíveis fo-
ram observados apenas em pessoas expostas 
a campos magnéticos com potências superio-
res a 2T, entre eles hipotensão, irritabilidade, 
cefaleias e estado de fadiga.
Casos de urgência e emergência
Qualquer procedimento que necessite de 
atendimento de urgência deve ocorrer fora 
do alcance do magneto principal, pois alguns 
equipamentos utilizados nesses procedi-
mentos, quando acionados, podem interagir 
violentamente com o campo magnético pre-
sente na sala de RM.
Materiais ferromagnéticos 
w Objetos metálicos
w Projéteis de armas de fogo 
e seus estilhaços
w Implantes metálicos, grampos 
e pinos cirúrgicos
w Próteses e aparelhos ortopédicos.
Quaisquer objetos com características fí-
sicas ferromagnéticas podem interagir com o 
campo magnético e ser atraídos com força 
e velocidade com possibilidade de causar fe-
rimentos extremamente graves, lembrando 
que, quanto maior a massa de um objeto fer-
romagnético, maior a força de atração.
Todo material que necessitar adentrar a sala 
do magneto deve ser testado quanto a seu po-
tencial de magnetização. Um ímã pode ser mui-
to útil para essa finalidade. Normalmente os 
materiais utilizados em RM são construídos em 
 26 Capítulo 1
alumínio, acrílico ou materiais não ferromagné-
ticos, como aço inox e outros, para que não in-
terajam com os campos magnéticos produzidos.
No caso de prótese metálica ou implante no 
paciente, devemos nos preocupar com a capa-
cidade de esses materiais gerarem aquecimen-
to, ou mesmo artefatos de imagem.
Efeitos repentinos de atração magnética po-
dem ser muito violentos e causar danos irrepa-
ráveis no paciente.
Materiais vasculares
w clipes intracranianos
w grampos extracranianos
w filtros e guias intravasculares
w stents intravasculares
w valvas cardíacas 
w marcapasso
A grande parte dos materiais utilizados 
nos procedimentos cardiovasculares não 
apresenta contraindicação para exames de 
IRM. No entanto a ressonância não está in-
dicada na presença de clips e marcapasso; 
neste caso outros procedimentos de ima-
gem médica podem ser adotados.
Materiais odontológicos
w aparelhos ortodônticos
w materiais metálicos usados 
no tratamento dentário
Os materiais odontológicos não contraindi-
cam a realização do exame de IRM; no entan-
to, esses materiais podem provocar artefatos 
na imagem, mesmo que não afetados signifi-
cativamente pelo campo magnético e pelos 
pulsos de radiofrequência. Sua influência no 
resultado da imagem deve ser considerada 
para evitar erros diagnósticos devidos à má 
qualidade da imagem adquirida.
Materiais otológicos e oftalmológicos
w implantes oculares
w implantes cocleares
w presença de corpos estranhos 
metálicos em olhos e ouvidos
Muitos desses tipos de implantes podem ser 
atraídos pelo campo magnético principal, po-
dendo causar danos ao paciente e muito des-
conforto no procedimento. Devemos avaliar 
os riscos quando o paciente apresentar corpos 
estranhos ferromagnéticos na região dos olhos.
Materiais urológicos
w implantes penianos
Certos tipos de implantes podem apresen-
tar susceptibilidade ao campo magnético e levar 
desconforto do paciente durante o estudo por 
IRM. Esses pacientes precisam ser bem anali-
sados e monitorados durante o procedimento.
Estimuladores
w neuroestimuladores
w bombas de perfusão para 
drogas implantadas
w desfibriladores cardíacos implantados
w estimuladores de crescimento ósseo.
A maioria dos estimuladores sofre a ação do 
campo magnético, compondo uma forte con-
traindicação para o uso em IRM.
 Imagem por Ressonância Magnética 27
Aspectos gerais de segurança em RM
A passagem da corrente elétrica nas bobinas 
de gradiente produz um ruído que é bastante 
desconfortável para o paciente. O ruído pro-
duzido no interior do magneto pode atingir, 
em alguns sistemas, níveis tão elevados quanto 
100dB, que é potencialmente perigoso para a 
audição humana. Para melhora do conforto e 
proteção do sistema auditivo do paciente, de-
vemos oferecer-lhe protetores auriculares. É 
importante a informação clara e precisa sobre 
o procedimento de IRM.
A radiofrequência apresenta potencial de 
excitação de átomos e moléculas com conse-
quente geração de calor no local. O risco de 
aquecimento está associado ao aumento do 
potencial aplicado e está limitado pela taxa de 
absorção específica (SAR – Specific Absortion 
Rate), calculada em função do peso do paciente.
Observar o paciente e manter comunica-
ção é muito importante para que acidentes no 
interior da sala de exames sejam minimizados 
tanto quanto possível. Deve-se estar atento 
aos riscos mecânicos e elétricos envolvidos, 
que implicam a necessidade de manutenções 
preventivas regulares e corretivas.
Não há evidência ou estudo que comprove 
o risco para gestantes que trabalham no setor 
de RM. Recomenda-se, em princípio, que esse 
tipo de procedimento seja retardado para um 
período superior ao primeiro trimestre.
3. Tecnologia em RMN
O projeto técnico de um sistema de RM 
apresenta em sua composição física:
a) Magneto principal
b) Gerador de radiofrequência
c) Sistema de processamento de dados e 
imagens
d) Sistemas de computação e roteador de 
dados
e) Sistemas de arquivamento e impressão 
de imagens
Figura 11 Organograma técnico 
de um sistema de IRM
Sistema de computação 
e roteador de dados
Criogerador
Unidade 
de força
Gradientes 
X,Y,Z
Amplificador 
de RF
Magneto principal
Bobinas 
de RM
Arquivo 
de imagens
Sistema 
operacional
Mesa de exames
O magneto de RM necessita gerar campo 
magnético intenso. A tecnologia utilizada para 
gerar altos campos magnéticos pode ser:
• Magneto permanente, para campos de 
até 0,2T
• Magneto resistivo, para campos de até 
0,5T
• Magneto supercondutor, para campos 
de até 3T
Nos magnetos resistivos, a corrente elétrica 
que atravessa o condutor principal gera campo 
magnético cuja intensidade é proporcional à cor-
rente que atravessa o condutor. Nos equipamen-
tos de magnetos supercondutores a passagem da 
corrente elétrica é facilitada pela ausência de resis-
 28 Capítulo 1
tência, podendo gerar correntes no condutor prin-
cipal com intensidade de até 1300 ampéres.
Para se obter a supercondutibilidade é ne-
cessário o resfriamento do condutor a tem-
peraturas que podem alcançar -270° C, ou 4 
graus Kelvin.
Esses fios são compostos por ligas espe-
ciais de alumínio, níquel e cobre que, por sua 
vez, promovem o alto potencial do campo 
magnético. O hélio líquido é utilizado para 
reduzir a temperatura dos condutores e eli-
minar a resistência elétrica dos fios. O cam-
po magnético gerado em equipamento de 
imagem normalmente apresenta linhas de 
força na orientação horizontal e no sentido 
da cabeça para os pés do paciente.
O campomagnético principal, gerado em 
estruturas razoavelmente pequenas, não se 
mantém homogêneo, de tal sorte que são 
necessários equipamentos reforçadores de 
campo, denominados bobinas de reforço, 
que atuam minimizando os distúrbios de ho-
mogeneidade do campo magnético estático. 
O mapeamento do sinal em RM é obtido 
pela ação de bobinas gradientes que codifi-
cam o sinal emitido pelo paciente em uma das 
direções da imagem pela fase e na outra dire-
ção pela frequência. Caso ocorra uma falha na 
bobina de gradiente, a imagem gerada poderá 
conter distorções geométricas de formação.
Estão associados vários tipos de bobinas 
às necessidades do estudo por IRM:
a) Bobina corporal
É uma bobina volumétrica que transmite 
o pulso de RF e recebe o sinal emitido pelo 
paciente. Fica localizada no corpo do mag-
neto principal e é utilizada principalmente 
nos exames do tórax e abdômen.
b) Bobina para cabeça
Bobina de volume que transmite e recep-
ta pulsos de RF. É utilizada principalmente 
em exames da cabeça, da face e em angio-
ressonância cerebral.
c) Bobina de superfície
São bobinas planas de recepção do sinal 
que são posicionadas em contato com a re-
gião anatômica de interesse. Como são me-
nores, reduzem a probabilidade de perda na 
qualidade da imagem por captarem menor 
quantidade de ruído.
d) Bobina de arranjo de fase (phased array)
São bobinas transmissoras e receptoras de 
sinal de amplo uso na IRM. São constituídas 
de múltiplos receptores de sinais que aumen-
tam a qualidade da imagem gerada na IRM, 
também denominadas bobinas de multicanal.
Figura 12 Equipamento de RM
 Imagem por Ressonância Magnética 29
O operador deve se certificar de que não 
há nenhuma parte da bobina em contato com 
os tecidos do paciente.
Os pulsos são aplicados segundo uma ordem 
de gradiente selecionado e amplificado por um 
sistema de amplificação dos pulsos de RF. 
O computador é dotado de um processa-
dor veloz para os cálculos da transformada de 
Fourier que gera a imagem e a envia para o 
monitor de vídeo.
4. O exame de imagem por 
ressonância magnética
Fatores que afetam a 
qualidade de imagem
Na realização de um exame de ressonân-
cia magnética muitas variáveis devem ser le-
vadas em consideração. O sucesso do exame 
depende fundamentalmente da habilidade 
Figura 13 Bobinas de IRM. (A) Bobina de crânio de transmissão e recepção de sinal. 
(B) Bobina de superfície flexível. (C) Bobina volumétrica de quadratura (joelho). 
(D) Bobina de arranjo de fase (coluna)
A B
C D
 30 Capítulo 1
do operador, da cooperação do paciente, 
das características do equipamento e dos 
recursos disponíveis.
w Fornecer ao paciente insumos e outros 
dispositivos que possam garantir sua 
segurança e conforto, como protetores 
auditivos, dispositivos de alarme, 
comunicadores, cobertores etc.
w Certificar-se de que o paciente não 
apresenta nenhuma contraindicação 
ao procedimento, como presença 
de marcapasso, clips de aneurisma 
ou objetos metálicos que possam 
inviabilizar a sua entrada no sistema.
 
A colaboração do paciente é outro fator im-
portante para o sucesso do exame.
w Durante o procedimento, o paciente 
deve se manter relaxado e imóvel para 
evitar artefatos de movimentos.
w O paciente deve realizar apneias 
sempre que solicitado (especialmente 
nos exames de abdome e tórax).
w Também deve relatar eventuais 
desconfortos que venha a 
sentir durante o exame.
w Deverá entrar em contato com o 
operador do sistema, caso fique ansioso 
ou apresente algum tipo de fobia.
 
Características do equipamento, bobinas 
e acessórios
w Quanto maior o campo magnético 
principal do sistema de RM, melhor 
o sinal emitido pelo paciente. 
Equipamentos de RM de alto campo 
geram as melhores imagens, com 
menor ruído e permite a obtenção 
de sequências mais rápidas.
w As bobinas de arranjo de fase 
produzem melhor sinal que as 
bobinas de superfície. Quanto menor 
a bobina e quanto mais próxima 
da região de interesse estiver, 
melhor será a imagem produzida. 
Figura 14 Sistema de RM. Visão 
de console e magneto
O operador do sistema de RM deve possuir 
as seguintes habilidades:
w Ter bom conhecimento da anatomia 
da região a ser estudada.
w Conhecer as hipóteses diagnósticas 
e história clínica do paciente e saber 
escolher o protocolo mais indicado 
para o procedimento. 
w Atuar nos diversos parâmetros que 
possam influenciar na melhoria 
da qualidade das imagens.
w Escolher as bobinas mais adequadas, 
conforme a estrutura anatômica 
e os objetivos do exame.
w Posicionar o paciente da forma 
mais confortável possível e utilizar 
almofadas, coxins, espumas, fitas etc.
w Manter diálogo com o paciente 
durante todo o procedimento.
 Imagem por Ressonância Magnética 31
Em sistemas de RM, é freqüente o 
uso de bobinas que se ajustam às 
características anatômicas do paciente.
w O uso de dispositivos de compensação 
respiratória permite a aquisição 
de imagens sem os artefatos 
produzidos por esse movimento.
w A sincronização cardíaca contribui 
para que as imagens do tórax e, 
em particular, do coração, possam 
se apresentar sem a presença dos 
artefatos de movimento produzidos 
pelo batimento cardíaco.
Figura 15 Bobina de crânio ajustada 
para uso em sistema de RM
Algumas dicas são úteis para a obtenção de 
resultados satisfatórios em um exame de RM.
w posicionar o paciente, entrando 
primeiramente com os pés.
w ajustar o espelho da bobina de 
crânio para que o paciente tenha 
uma visão do ambiente externo.
w permitir a entrada de um acompanhante, 
desde que este também passe pela 
verificação de segurança em RM.
w usar o intercomunicador, conversar com 
o paciente nos intervalos do exame para 
que ele não se sinta enclausurado.
w utilizar fones de ouvido e outros 
dispositivos audiovisuais (quando 
disponibilizados pelo serviço) para que o 
paciente possa proteger a sua audição ou 
ouvir música enquanto realiza o exame. 
Exames de imagem por 
ressonância magnética
RM do encéfalo
A IRM do encéfalo é certamente o método 
de DI mais completo e eficaz para a maioria 
das patologias que afetam essa região. Entre as 
principais indicações clínicas, pode se destacar:
w cefaleia
w esclerose múltipla (EM)
w convulsão/epilepsia
w avaliação de tumor primário 
e/ou metástases
w toxoplasmose
w doenças inflamatórias
w doenças infecciosas
w acidente vascular cerebral 
(AVCI, AVCH, AIT)
w trauma
w hidrocefalia
w malformação SNC
 32 Capítulo 1
Figura 16 Bobina de crânio Figura 17 Bobina neurovascular
a) Equipamento
 Bobina de crânio (de quadratura 
ou phased-array)
b) Posicionamento do paciente
 Paciente em decúbito dorsal. Cabeça 
apoiada no suporte de crânio. 
Estabelecimento do ponto de referência 
“zero” na glabela. A cabeça deve estar 
fixada com fitas ou velcros, e o uso 
de almofadas laterais pode ajudar na 
imobilização. Algumas bobinas de crânio 
possuem espelhos que poderão ser 
ajustados para que o paciente tenha 
uma visão externa do sistema. Isso 
diminui a sensação de claustrofobia
Figura 18 Paciente na bobina de crânio
Figura 19 Paciente na bobina de crânio, usan-
do espelho retrovisor
 Imagem por Ressonância Magnética 33
n Protocolos para encéfalo
I. Rotina básica (sem contraste)
w Cefaleia
w Indicações inespecíficas
 
II. Rotina básica completa (sem e com 
contraste) 
w Doenças inflamatórias
w Doenças infecciosas
w Avaliação de tumor primário 
e/ou metástases
w SIDA (AIDS) – toxoplasmose
III. Esclerose múltipla (EM)
IV. Convulsão/epilepsia
V. Acidente vascular cerebral isquêmico 
(AVCI), acidente isquêmico transitório (AIT), 
acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH) 
VI. Malformação do SNC
Figura 20 Crânio planejamento Figura 21 Crânio axial T2 Figura 22 3D cérebro RM
Tabela 2 Protocolos de exame sugeridos para RM de encéfalo
CRÂNIO SAG
 T1
Objetivos:
Rotina
s/ contraste
Rotina
c/ contraste
Esclerose 
múltipla 
(EM)
Epilepsia/
convulsões
AVCi / 
AVCh
Malformação
AXIAL
FLAIR
AXIAL
T2
AXIAL
T1
CORONAL
T2
AXIAL T1
COM
CONTRASTECORONAL
 T1 COM
CONTRASTE
SAG
FLAIR
COR 
FLAIR
COR
I.R.
DIFUSÃO AXIAL
 T2*
VOLUME
3D
 34 Capítulo 1
RM do encéfalo nas sequências vasculares/
estudo do fluxo liquórico. RM de carótida
Estudo do fluxo liquórico
Estudos com técnicas de obtenção do fluxo 
liquórico são adotados em pacientes que apre-
sentam dilatação dos ventrículos cerebrais e pa-
cientes portadores de hidrocefalia.
O exame completo deve ser iniciado com um 
estudo da rotina básica do encéfalo. Acrescem-se 
às sequências da rotina básica sequências específi-
cas para avaliação do fluxo liquórico. As sequências 
para a avaliação do fluxo liquórico utilizam sincro-
nização cardíaca e podem inclusive ser feitas com 
dispositivos periféricos (peripheral gating).
A aquisição é feita em um único plano de 
imagem, no modo CINE de aquisição. A ima-
gem é adquirida no plano sagital mediano. A 
apresentação dessa sequência pode ser feita em 
fita cassete ou em CD, mostrando a movimen-
tação do fluxo liquórico.
Angiorressonância cerebral arterial
O estudo da angiorressonância cerebral ar-
terial está especialmente indicada nas pesquisas 
de AVCI/AVCH, aneurismas, arterites etc.
Neste estudo em particular, algumas sequên-
cias do protocolo básico devem ser realizadas, en-
tre elas cabe destaque: a sequência de Difusão, o 
Flair e o Axial T2*. A ângio-RM arterial é obtida em 
aquisição volumétrica 3DTOF, na região do polígo-
no arterial cerebral (Polígono de Willys).
Angiorressonância cerebral venosa
A ângio-RM venosa cerebral está especial-
mente indicada na pesquisa da trombose venosa. 
Rotinas do protocolo básico também devem ser 
realizadas. A aquisição é multiplanar, em técnica 
2DTOF, podendo ainda ser adquiridas sequências 
vasculares por contraste de fase (ângio-PC) e se-
quências 3DTOF pós-contraste endovenoso. 
Angiorressonância de carótidas
A ângio-RM de carótidas pode ser obtida sem 
contraste, com a técnica multiplanar 2DTOF. 
No entanto, a técnica angiográfica com meio de 
contraste endovenoso (gadolínio) é preferível, 
pois apresenta melhor resolução das imagens 
dos vasos dessa região e são obtidas em tempos 
relativamente curtos, inferior a 30 segundos.
Figura 23 Crânio ângio-RM arterial
 Imagem por Ressonância Magnética 35
Figura 24 Crânio ângio-venosa RM Figura 25 Ângio-RM carótidas com gadolínio
Tabela 3 Angiorressonância cerebral/carótida – fluxo liquórico. Protocolos sugeridos
CRÂNIO
ÂNGIO-RM
SAG 
T1
Objetivos:
Ângio RM
arterial
Ângio-RM
venosa
Ângio 
carótida
s/ contraste
Ângio
carótida
c/ contraste
Fluxo 
liquórico
AXIAL
FLAIR
AXIAL
T1
FAT/SUP
ANGIO 
COM
CONTRASTE
DIFUSÃO FLUXO LIQUÓRICO
 PC
ÂNGIO
3D-TOF
ÂNGIO
2D-TOF
 36 Capítulo 1
Outros exames de RM do crânio
Mastoide
O exame da mastoide/orelha interna por RM 
está indicado nos quadros de deficit auditivo, 
zumbidos, neurinomas e outras doenças dessa 
região. Adotam-se protocolos com cortes de 
pequena espessura. O uso de meio de contras-
te em geral está indicado.
Hipófise
O exame da hipófise se aplica às investigações 
de microadenoma, macroadenoma, disfunções 
hipofisárias e na avaliação pós-operatória dessa 
região. Esse exame é realizado com meio de con-
traste. A aquisição das imagens no pós-contraste 
deve ser dinâmica, isto é, adquirem-se cerca de 
5 sequências imediatamente após a injeção do 
gadolínio, em até dois minutos. Após a aquisição 
Figura 26 Mastoide – Neurinoma do acústico. 
Após uso de contraste
Figura 27 Mastoide – Axial T2
Figura 28 Hipófise – Coronal T1
Figura 29 Hipófise – Coronal T2
 Imagem por Ressonância Magnética 37
dinâmica, devem ser obtidas sequências normais 
pós-contraste. 
As sequências coronais com cortes de pe-
quena espessura, menor do que 3mm, são as 
mais importantes.
Órbita
Estudos da órbita são realizados na pre-
sença de massas locais, neurite óptica, 
proptose e distúrbios visuais importantes. 
A bobina de crânio poderá ser utilizada; no 
entanto, estudos com bobinas de superfície 
devem ser considerados. Planos axiais e co-
ronais com 3mm de espessura são usuais. O 
T2 deve ser obtido com técnica de supres-
são de gordura.
ATM (articulação temporomandibular)
Estudos da articulação temporomandibular 
estão relacionados com luxações dessa arti-
culação, limitação funcional, dor local, estalos 
e diagnósticos prévios de lesão da cartilagem 
articular. O exame é realizado com sequências 
em boca fechada e boca aberta.
Figura 26 Bobina de ATM Figura 27 Paciente posicionado
Figura 28 ATM RM Bf – T1 Figura 29 ATM RM Ba – T2
 38 Capítulo 1
– Bobina de ATM
Nas aquisições com a boca aberta, o pa-
ciente deve ser orientado a fazer abertura 
total da boca e manter-se imóvel durante a 
aquisição das imagens. Para tal, pode-se usar 
o acessório de abertura de boca, disponíveis 
em alguns equipamentos, ou utilizar palitos 
abaixadores de língua.
RM do plexo braquial
a) Indicações clínicas
w Diagnóstico e caracterização das 
lesões do plexo braquial, originadas 
por traumas ou secundárias a 
carcinoma mamário e brônquico
w Síndrome do desfiladeiro torácico
b) Equipamentos
	Bobina neurovascular
	Bobina de arranjo de fase (torso array).
Tabela 4 Protocolos sugeridos para RM de mastoide, hipófise, órbita e ATM
MASTÓI-
DE/HIPÓ-
FISE
ÓRBITA / 
ATM
SAG 
T1
Objetivos:
Mastoide
Hipófise
Órbitas
ATM
AXIAL 
T1
3 MM
AXIAL
T2
3 MM
CORONAL 
T1
 3 MM
CORONAL
T2
3 MM
CORONAL 
PÓS- 
CONTRASTE
DIN
AXIAL T1
COM
CONTRASTE
CORONAL 
T1
COM
CONTRASTE
SAG
T1 COM 
CONTRASTE
SAG 
T2
FAT/
SUP
CINE
GRE
Figura 30 Bobina torso
 Imagem por Ressonância Magnética 39
Tabela 5 Protocolo sugerido para RM de plexo braquial 
PLEXO 
BRAQUIAL
LOCALIZADOR
3 PLANOS
AXIAL T1 AXIAL
T2
(FAT/SUP)
CORONAL 
 T1
 
CORONAL
OBLÍQUO
T2
(FAT/SUP)
SAGITAL
OBLÍQUO
 T1
SAGITAL
OBLÍQUO
T2
(FAT/SUP)
Objetivos:
Plexo
c) Posicionamento do paciente
	Paciente em decúbito dorsal, 
posicionado sobre a bobina, com 
o centro de referência sobre as 
articulações esternoclaviculares. 
A cabeça e a coluna cervical 
devem estar alinhadas. Manter os 
dois braços do paciente na mesma 
posição, para obter imagens simétricas 
bilaterais. Para isso, pedir ao paciente 
que apoie a palma das mãos na lateral 
das coxas e usar faixas de fixação.
RM da coluna
O exame da coluna vertebral pela resso-
nância magnética está especialmente indicado 
nos quadros de compressão medular, radicu-
lopatia, estenose de canal, tumor, metástases, 
processos infecciosos, más-formações e escle-
rose múltipla. Para estudos com objetivos em 
tumores e processos infecciosos e no pós-ope-
ratório da coluna, devem ser acrescentadas se-
quências com contraste em pelo menos dois 
planos: sagital e axial, preferencialmente obti-
Figura 32 Bobina de coluna CTLFigura 31 Bobina de coluna cervical
das com técnicas de supressão de gordura. No 
caso de traumas, sequências por ponderação 
STIR poderão trazer informações adicionais.
RM da coluna cervical 
O exame da coluna cervical usualmente é 
feito em três sequências: sagital T1, sagital T2 
e axial T2.
Bobina de coluna cervical 
Bobina CTL Array – Bobina de quadratura
 40 Capítulo 1
a) Posicionamento do paciente
	Supino
	Cabeça entrando primeiro no gantry
	Cabeça e coluna cervical alinhadas 
com o centro de referência
	Centro de referência na linha do queixo
	Orientar o paciente a não engolir 
saliva nem fazer movimentos com a 
boca durante os períodos de ruído, 
para evitar artefatos de movimento.
Plano de exame: 
Figura 33 Col cervical sag T1 Figura 34 Col cervical sag T2
Figura 35 Col cervical planejamento axial RM
 Imagem por Ressonância Magnética 41
RM da coluna torácica
Sequências de rotina no exame da coluna to-
rácica incluem: sagital T1, sagital T2 e axial T2.
a) Equipamentos
Bobina CTL Array – Bobina de arranjo de fase
Bobina de superfície
Figura 36 Bobina de superfície
b) Posicionamento do paciente
	Supino
	Cabeça entrando primeiro no gantry
	Cabeça, coluna cervical e dorsal 
alinhadas com o sistema
	Centro de referênciano apêndice xifoide.
Figura 37 Coluna torácica RM T2
RM de coluna lombar
As compressões radiculares, hérnias de disco e 
protrusões, são as causas mais frequentes da RM 
da coluna lombar. O protocolo básico inclui dois 
planos sagitais (T1 e T2) e dois axiais (T1 e T2). 
a) Equipamentos
Bobina CTL Array (arranjo de fase)
Bobina de superfície
b) Posicionamento do paciente
	Supino
	Cabeça entrando primeiro no gantry
	Cabeça e toda coluna alinhada 
com o sistema de RM
	Centro de referência quatro 
dedos acima da crista ilíaca.
Plano de exame:
Figura 39 Col lombar planejamento axial
Figura 38 Col lombar sag T1
 42 Capítulo 1
Figura 40 Col lombar axial T1
RM COLUNA CTL/ 
SACROILÍACAS
LOCALIZADOR
3 PLANOS
SAGITAL 
T 1
SAGITAL 
T 2
CORONAL 
T 1
AXIAL 
T 1
AXIAL 
T2
CORONAL 
T2 (FAT/SUP)
Objetivos:
Coluna cervical
Coluna torácica
Coluna lombar
A. sacroilíaca
Tabela 6 Protocolos sugeridos para RM de coluna vertebral
Articulação sacroilíaca
Exames da articulação sacroilíaca têm por in-
dicação principal a sacroileíte.
a) Equipamentos
Bobina CTL Array – Bobina de arranjo de fase
Bobina de superfície.
b) Posicionamento do paciente
	Supino
	Cabeça entrando primeiro no gantry
	Cabeça e toda coluna alinhada com o RC
	RC entrando na altura da crista ilíaca.
RM do sistema musculoesquelético
a) Considerações gerais
O sucesso no exame do sistema musculoes-
quelético em RM depende de alguns detalhes 
extremamente importantes:
1. Obter uma anamnese detalhada – com uma 
história bem feita, é possível direcionar o 
exame, fazendo sequências e planos de cor-
tes que melhor possam mostrar a patologia.
2. Ter conhecimento das patologias mais 
comuns que acometem a área que está 
sendo estudada para poder escolher o 
melhor protocolo.
3. Manter o posicionamento do paciente de 
forma confortável e anatômica para que ele 
suporte o tempo de exame sem se mexer.
4. Ao fazer a programação dos cortes, aten-
tar aos planos anatômicos convencionais 
para que as estruturas possam ser mais 
bem visualizadas e para que não sejam si-
muladas “falsas lesões”. 
5. Usar FOV e espessura de acordo com o ta-
manho da região de interesse. Por exemplo, 
lesão muscular na coxa – apesar de a coxa ser 
uma estrutura grande, se a lesão for peque-
na, pode-se fazer uma sequência abrangendo 
toda a coxa e as demais, direcionadas para a 
área em questão. Dessa forma, faz-se um es-
tudo com melhor resolução de imagem.
6. Usar a bobina de acordo com a estrutura, 
 Imagem por Ressonância Magnética 43
FOV e espessura desejados. Por exem-
plo, se solicitado 1/3 distal da coxa, po-
de-se usar bobina de joelho que permita 
FOV e espessura menores em relação à 
bobina de corpo.
7. Preferencialmente, realizar estudos unila-
terais, em que as imagens se apresentem 
com melhor resolução em função de me-
nores FOVs adotados.
8. Marcar o local da queixa do paciente. 
Dessa forma, será possível direcionar a 
programação de cortes com mais segu-
rança e auxiliará o médico radiologista 
em suas conclusões diagnósticas.
9. Após injetar contraste, fazer aquisições 
nos planos em que a lesão for mais 
bem visualizada e, preferencialmente, 
com técnica de supressão de gordura 
(FAT SAT).
RM do quadril
A RM do quadril tem por objetivo avaliar dor 
local, traumas, lesões de cartilagem/labrum, 
bursites, necroses, entre outras.
a) Equipamentos
Bobina torso (bilateral)
Bobina flex (unilateral)
 
b) Posicionamento do paciente
	Decúbito dorsal
	Pés entrando primeiro
	Pés em discreta rotação interna
	Fixar os pés com fita adesiva 
para que permaneçam na mesma 
posição durante todo o exame
	RC entrando dois dedos 
abaixo da crista ilíaca
Plano de exame:
Figura 41 Bobina flexivel Figura 42 Quadril cor T1 Figura 43 Quadril sag T2
Figura 44 Quadril planejamento Figura 45 Quadril axial T2 
 44 Capítulo 1
RM do joelho 
A RM do joelho é possivelmente o exame 
de articulação mais solicitado nesse método. As 
principais indicações estão relacionadas com: 
lesões ligamentares, lesões meniscais, lesão de 
cartilagem, lesões degenerativas diversas, der-
rames articulares e tumores locais.
Figura 46 Bobina de joelho
Figura 47 Bobina de joelho
a) Equipamento
Bobinas de joelho
b) Posicionamento do paciente
Paciente em decúbito dorsal, posicionado 
de modo que a região do ápice da patela fi-
que no centro da bobina de joelho. O pé fica 
com uma discreta rotação interna, fazendo 
com que a patela fique centralizada no fê-
mur. O joelho fica ligeiramente flexionado 
para facilitar a visualização do LCA. Usar 
apoio, para que o pé se mantenha na posição 
correta e fixar o joelho com espumas para 
evitar seu movimento durante a aquisição 
das imagens.
Orientar o paciente a se manter imóvel du-
rante todo o procedimento e com a musculatu-
ra relaxada, pois ligeiras contrações musculares 
podem prejudicar as imagens, causando artefa-
tos de movimentos.
 Imagem por Ressonância Magnética 45
Figura 48 Joelho sag T1 Figura 49 Joelho sag T2 Fat
Figura 51 Joelho planejamentoFigura 50 Joelho cor DP Fat
Na presença de objetos metálicos nessa arti-
culação, caso de algumas cirurgias, não realizar 
sequências com supressão de gordura, pois as 
distorções magnéticas locais impedem a satura-
ção da gordura de forma homogênea. 
Artro-RM do joelho 
A RM do joelho com contraste intra-articu-
lar, artro-RM, apresenta, em comparação ao 
exame de rotina, maior acurácia e eficiência 
diagnóstica, especialmente na detecção de pe-
quenas lesões da cartilagem e dos meniscos. 
Posicionamento do paciente: O paciente é 
posicionado da mesma forma como no exame 
de rotina.
No exame de artro-RM do joelho, injeta-se 
Plano de exame
 46 Capítulo 1
cerca de 20 ml de solução na bolsa sinovial. (So-
lução diluída de 0,5 ml de gadolínio em 100mL 
de soro fisiológico)
Após a injeção de contraste, o paciente po-
derá ser orientado a caminhar em marcha por 
cerca de 30 minutos. Este procedimento faci-
lita a absorção do contraste e pode evidenciar 
pequenas lesões do menisco. Já na pesquisa 
de lesões de cartilagem recomenda-se que se 
proceda à aquisição da imagem imediatamente 
após a injeção. 
RM do tornozelo
A RM do tornozelo tem por indicação os en-
torses, tendinites, fascites, lesões cartilaginosas, 
processos infecciosos, processos degenerativos 
e tumores dessa articulação.
a) A bobina de joelho (Figuras 46/47) poderá 
ser utilizada.
b) Posicionamento do paciente
Paciente em decúbito dorsal, com o torno-
zelo posicionado dentro da bobina de joelho, 
colocando a extremidade do maléolo lateral no 
centro da bobina.
Para estudo do Tendão de Aquiles – Posicionar 
o pé de modo a formar um ângulo de 90° com a 
perna. Fixar o pé com fita adesiva e/ou usar supor-
tes laterais de espuma para imobilização.
Para lesão de ligamentos e nos quadros in-
flamatórios, evitar o ângulo reto do tornozelo 
e permitir uma posição de repouso, esticando 
a ponta do pé para frente. Usar espumas para 
facilitar a fixação.
Plano de exame:
Figura 52 Tornozelo sagital T1 Figura 53 Tornozelo sagital T2 Fat
Figura 55 Tornozelo planejamento 
dos cortes coronais e axiaisFigura 54 Tornozelo axial T1
 Imagem por Ressonância Magnética 47
Artro-RM do tornozelo
A artro-RM do tornozelo realça as lesões 
condrais e ligamentares.
O posicionamento é o mesmo do tornoze-
lo-rotina.
Para a realização da artro-RM do tornozelo 
são injetados cerca de 5mL de solução (0,7mL 
de gadolínio em 100mL de soro fisiológico). 
Após a injeção de contraste, iniciar a aquisi-
ção das imagens imediatamente. Dessa forma, 
evita-se que a cartilagem absorva o contraste e 
dificulte sua visualização.
RM do retropé e médio pé 
a) Pode ser utilizada a bobina de joelho ou 
bobina própria, quando houver.
b) Posicionamento do retropé:
Paciente em decúbito dorsal, com o pé 
posicionado dentro da bobina de joelho, co-
locando o maléolo lateral no 1/3 superior da 
bobina. Posicionar o pé em repouso, estican-
do a ponta do pé para frente. Usar espumaspara facilitar a fixação.
RM do antepé
a) Indicações clínicas
w Fraturas
w Neuroma de Morton
w Metatarsalgia
w Sesamoidite
b) Equipamentos
Pode ser usada bobina de joelho ou bobina 
específica para antepé, quando houver.
c) Posicionamento do paciente
	Paciente em decúbito ventral, com o 
antepé posicionado no centro da bobina de 
joelho. Usar espumas para facilitar a fixação.
 RM de MMSS – MMII (coxas, pernas, 
braço e antebraço)
a) Indicações clínicas
w Lesões musculares
w Lesões ósseas
w Tumor
w Infecção
w Metástases
b) Bobina
	Usar bobina compatível com 
a estrutura que será analisada, 
levando em consideração o FOV e 
a espessura de corte desejados.
c) Posicionamento do paciente
	Ao posicionar o paciente, além 
da preocupação com a relação 
anatômica, deve-se deixá-lo o mais 
confortável possível, para evitar 
artefatos de movimentos.
d) Programação de cortes
Entre os planos sagital e coronal, escolher 
o plano que melhor demonstre a lesão e pro-
gramar sequências em T1 e STIR ou T2 FAT 
SAT, com FOV grande, abrangendo toda a 
estrutura. Em seguida, direcionar as demais 
sequências para a área da queixa ou de alte-
ração de sinal.
 48 Capítulo 1
Figura 57 Coxa axial T1. Marcador externo 
na região do adutor indicando o local da dor
RM da região esternoclavicular
a) Indicações clínicas
w Artrose
w Infecção
w Tumor
b) Equipamentos
Bobina Ctl Array
Bobina de superfície.
Figura 56 Coxa coronal T1
Tabela 7 Protocolos sugeridos para RM de membros inferiores
 RM ARTICU-
LAÇÕES
M. INFERIORES
LOCALIZA-
DOR
3 PLANOS
SAGITAL 
 T 1
SAGITAL 
 T 2
(FAT/SUP) 
CORO-
NAL T1
CORONAL
T2
(FAT/SUP)
AXIAL 
T 1
AXIAL 
T2
(FAT/SUP)
AXIAL 
OBLÍQUO 
T2
(FAT/SUP)
AXIAL 
T1
FAT /
SUP
Objetivos:
Quadril Opcional
Joelho 
Artro joelho
Tornozelo
Artro tornozelo
Médio pé
Antepé
Coxa/perna
c) Posicionamento do paciente
Paciente em decúbito ventral, com os bra-
ços posicionados ao longo do corpo ou acima 
da cabeça, de forma simétrica. A região a ser 
estudada deve estar no centro da bobina. A po-
sição em decúbito ventral faz com que a área de 
interesse fique mais próxima da bobina, melho-
rando o sinal e diminuindo os artefatos causa-
dos pela respiração do paciente.
 Imagem por Ressonância Magnética 49
RM do ombro
a) Indicações clínicas
w Lesão do manguito rotador
w Lesão de Labrum
Figura 59 Bobina de ombroFigura 58 Bobina de ombro de superfície
w Traumas, fraturas e luxações
w Processos inflamatórios locais
w Lesões ligamentares
w Tumor ou infecção.
b) Equipamento
Bobina de ombro
c) Posicionamento do paciente
Paciente em decúbito dorsal, com a palma da 
mão colocada na lateral do quadril e fixada com 
faixa imobilizadora. Usar um apoio sob a cabeça 
para que esta não se mova para os lados. Colo-
car espumas sob o braço, para que este fique 
no plano do tórax. Posicionar a bobina centra-
lizada no ombro. Orientar o paciente a manter 
a musculatura relaxada e respirar suavemente 
para evitar artefatos de movimentos.
Planos de cortes
Figura 60 Ombro cor T1 Figura 61 Ombro cor T2 Fat
 50 Capítulo 1
Figura 62 Ombro sag DP Figura 63 Ombro planejamento dos planos 
coronal oblíquo e sagital oblíquo
Artro-RM do ombro
a) Indicações clínicas
w Lesão de Labrum
w Slap Lesion
w Luxação recidivante.
b) Equipamento
Bobina de ombro
c) Posicionamento do paciente
O mesmo do ombro-rotina.
Para a realização da Artro-RM do ombro, in-
jetam-se cerca de 10mL de solução (0,7mL de 
gadolínio em 100mL de soro fisiológico). Ime-
diatamente após a injeção de contraste, iniciar 
a aquisição das imagens. Dessa forma, evita-se 
que a cartilagem absorva o contraste e dificulte 
sua visualização.
RM do cotovelo
a) Indicações clínicas
w Processos inflamatórios locais
w Epicondilite medial e/ou lateral
w Lesões ligamentares
w Tumor ou infecção
w Fraturas
b) Equipamentos
Bobina flexível (flex coil) 
Bobina própria para cotovelo
Bobina de joelho
c) Posicionamento do paciente
Bobina de joelho/própria – paciente em de-
cúbito ventral, em posição de nadador, com o 
braço estendido acima da cabeça. Cotovelo no 
centro da bobina procurando manter a posição 
anatômica, sem girar o antebraço.
Bobina flexível – paciente em decúbito dor-
sal, com o braço estendido ao longo do corpo, 
com o cotovelo no centro da bobina, procu-
rando manter a posição anatômica, sem girar o 
antebraço.
 Imagem por Ressonância Magnética 51
RM do punho 
a) Indicações clínicas 
w Processos inflamatórios 
(tendinite/sinovite)
Figura 64 Cotovelo cor T1 Figura 65 Cotovelo cor T2 – Fat/Sup
Figura 66 Cotovelo sagital T1 Figura 67 Cotovelo planejamento
w Síndrome do túnel do carpo
w Traumas/fraturas
w Lesão de cartilagem
Plano de exame
 52 Capítulo 1
b) Equipamentos
Bobina própria para punho
Bobina flexível (flex coil)
Bobina de joelho
Figura 68 Bobina de punho
c) Posicionamento do paciente
Bobina de joelho – paciente em decúbito 
ventral, em posição de nadador, com o braço 
estendido acima da cabeça, com o punho no 
centro da bobina, procurando manter a posição 
anatômica, sem girar o antebraço.
Bobina flexível – paciente em decúbito dor-
sal, com o braço estendido ao longo do corpo, 
com o punho no centro da bobina, procuran-
do manter a posição anatômica, sem girar o 
antebraço.
Plano de exame:
Figura 69 Punho coronal T1 Figura 70 Punho coronal T2 
Figura 71 Punho axial T1 Figura 72 Punho planejamento
 Imagem por Ressonância Magnética 53
Artro-RM do punho
a) Indicações clínicas
w Síndrome do túnel do carpo
w Fraturas
w Lesão de cartilagem
b) Posicionamento do paciente
O mesmo adotado no exame de rotina.
Tabela 8 Protocolos sugeridos para RM de membros superiores
Para a realização da artro-RM são injeta-
dos cerca de 5mL de solução (0,7mL de ga-
dolínio em 100mL de soro fisiológico). Após 
a injeção de contraste, iniciar a aquisição das 
imagens imediatamente. Dessa forma, evita-
-se que a cartilagem absorva o contraste e 
dificulte sua visualização.
RM 
ARTICULA-
ÇÕES 
SUPERIOR
 LOCALIZA-
DOR
3 PLANOS
SAGITAL 
 T 1
SAGITAL 
 T 2
(FAT/SUP) 
CORO-
NAL T 1 
CORONAL 
T2
(FAT/SUP)
AXIAL 
T 1
AXIAL 
T2
(FAT/SUP)
CORO-
NAL
 T2 *
AXIAL T1
FAT /SUP
CONTRASTE
Objetivos:
Esterno-
clavicular
Ombro Obliquo Oblíquo Oblíquo Oblíquo
Artro-
ombro
Oblíquo Oblíquo Oblíquo
Cotovelo
Punho
Artro-
punho
Braço/ante-
braço
RM do abdome superior
a) Principais indicações
w Avaliação e estadiamento de tumores
w Pesquisa de hemangioma hepático
w Avaliação de vias biliares
w Avaliação de nódulos e/ou cistos renais
w Avaliação de processos 
inflamatórios locais.
b) Equipamentos
Bobina torso (arranjo de fase)
Bobina de corpo (body coil)
c) Posicionamento do paciente
Paciente em decúbito dorsal. Braços ao longo 
do corpo. Apêndice xifoide no centro da bobina. 
Utilizar cinta de compensação respiratória.
A cinta de compensação respiratória (respi-
ratory gating) deve ser posicionada no abdome 
ou no tórax do paciente, no local de maior am-
plitude de expansão em função da respiração. 
Esse cuidado é necessário a fim de se obter o 
registro mais fiel da respiração do paciente. Ou-
tro cuidado que se deve ter é quanto à orienta-
ção do padrão respiratório durante o exame. O 
paciente deve ser orientado a manter uma res-
piração tranquila, calma e compassada, evitan-
do inspirações profundas ou alteração de seu 
ritmo. Em algumas sequências, ele será instru-
ído a respirar fundo e prender a respiração. É 
igualmente importante orientar o paciente que 
esse procedimento deve ser feito sempre com 
a mesma intensidade.
 54 Capítulo 1
Plano de exame:
Exames do abdome superior são, em ge-
ral, realizados com meio de contraste. A inje-
ção do contraste é dinâmica, com aquisições 
de imagens nos tempos: arterial, portal e de 
equilíbrio. Essas imagens são frequentemente 
comparadas com as obtidas pela tomografia 
computadorizada.
Figura 73 Abdome axial T2 1o Eco 
(supressão de gordura)
Figura 74 Abdome axial T2 2o Eco
Figura 75 (A, B, C) RM Dinâmica Ax.Pré-contraste
Figura 76 RM Coronal SSFSE
A B C
 Imagem por Ressonância Magnética 55
RM de pelve (masculina)
a) Indicações clínicas
w Tumor de próstata
w Doenças da bexiga
w Processos infecciosos.
b) Equipamentos
Bobina torso
Bobina pélvica
Bobina endorretal.
c) Posicionamento do paciente 
Paciente em decúbito dorsal, com os braços 
acima da cabeça, ou sobre o tórax. 
Usar cinta de compensação respiratória. Os 
cuidados com esse dispositivo são os mesmos 
adotados para o abdome superior.
Exames da pelve masculina podem ser re-
alizados com uso de bobina endorretal. Essas 
bobinas aumentam a relação sinal-ruído local e 
conferem melhor qualidade às imagens, parti-
cularmente nos exames da próstata.
Figura 77 Bobina endorretal
Figura 77 Próstata. Coronal com 
bobina pélvica
Figura 78 Próstata. Sagital T2 com 
bobina endorretal
Figura 79 Próstata. Sagital T1 com 
bobina endorretal
 56 Capítulo 1
Figura 82 Pelve coronal T2
com supressão de gordura
Figura 83 Pelve sagital T2 
w Cistos complexos de ovário.
b) Posicionamento da paciente
Paciente em decúbito dorsal, com os braços 
acima da cabeça ou sobre o tórax.
O uso da cinta de compensação respiratória é 
também indicado para esse exame. Nas sequên-
cias pélvicas para indivíduos do sexo feminino, é 
importante a aquisição de imagens com ponde-
ração T1 e supressão de gordura. A presença de 
pequenos sangramentos e processos hemorrági-
cos ocorre com frequência nessa região.
Na pelve feminina também está indicado 
fazer os três planos em ponderação T2 e um 
deles com supressão de gordura.
Plano de exame:
Figura 81 Pelve axial T2
Figura 80 Pelve axial T1 FAT/SUP
RM de pelve (feminina)
a) Indicações clínicas
w Mioma uterino
w Endometriose
w Tumores pélvicos
 Imagem por Ressonância Magnética 57
Figura 84 Colangiorressonância Figura 85 Colangiorressonância
Tabela 9 Protocolos sugeridos para RM de abdome e pelve
RM 
ABDOME E 
PELVE 
 LOCALI-
ZADOR
3 PLANOS
CORO-
NAL 
 T2
SSFSE
(AP-
NEIA)
AXI-
AL 
 T 1 
 AXIAL 
 T 2 
(1o ECO)
(FAT/
SUP)
AXIAL 
T2 
(ECO 
TARDIO)
 AXIAL 
IN / OUT
 GRE
(APNEIA)
 AXIAL T1
G R E CON-
TRASTE
E.V.
(FAT/SUP) 
(APNEIA)
COR
 T2 
SAG
 T2
Objetivos:
Abdome 
superior
4 aquisições
- Pré-contraste
- Pós (30s)
- Pós (60s)
- Pós (3min)
Pelve fem. Fat/sup
Pelve masc.
Pelve 
Bob. 
endorretal
Cortes
finos
Cor-
tes 
finos
Cor-
tes 
finos
Colangiorressonância
O exame das vias biliares pela ressonância, a 
colangio RM, normalmente está inserido na ro-
tina do exame do abdome superior. A apresen-
tação das vias biliares pela RM explora duas téc-
nicas principais, a sequência single shot fast spin 
echo – SSFSE com apneia e corte espessos (40 
a 60mm) e a sequência SSFSE de cortes finos e 
aquisição volumétrica sincronizada com a respi-
ração. Normalmente o exame das vias biliares 
não necessita de uso de meio de contraste e é 
um procedimento relativamente rápido. O cor-
tes são planejados tomando-se como referência 
a região da papila de Water no duodeno onde 
desembocam o colédoco e ducto pancreático. 
Na aquisição multiplanar são realizadas pelo 
menos aquisições nos planos coronal, oblíqua 
acompanhando a cabeça do pâncreas e oblíquo 
no plano da vesícula biliar.
 58 Capítulo 1
Urorressonância
O exame de urorressonância costuma ser 
de longo tempo. Aquisições na região da pel-
ve em T1 e em T2 e no abdome superior com 
as mesmas ponderações devem preceder a 
etapa principal do exame. As vias excretores 
são demonstradas por duas técnicas. Através 
do uso da sequência SSFSE em aquisição co-
ronal com largo FOV incluindo desde os rins 
até a bexiga e cortes espessos (40 à 80mm) e 
após uso de meio de contraste em aquisição 
tardias de 5min, 10min, e 15min usando se-
quências gradiente de sensibilidade vascular. 
Obtidas as sequências de excreção um tra-
tamento volumétrico deve ser realizado para 
apresentar as vias excretores em múltiplas 
projeções. Especial atenção deve ser dada 
aos exames de paciente que apresentam re-
tardo na excreção. Às vezes sequência tardias 
de até uma hora podem ser necessárias. O 
posicionamento da bobina deve ser de forma 
tal que posso obter sinal de todo o sistema 
excretor (rins até bexiga).
Figura 86 Urorressonância Figura 87 Urorressonância
 Imagem por Ressonância Magnética 59
RM Tórax 
O exame do tórax por RM não é comum. 
Todavia, quando houver interesse em lesões na 
parede torácica e lesões expansivas no medias-
tino o exame poderá estar bem indicado. 
Nessa região por conta do movimento 
respiratório e do batimento cardíaco será im-
prescindível usar dispositivos que minimizem 
os artefatos de movimento. A compensação 
respiratória é feita por meio de dispositivos 
expansores que informam o sistema sobre a 
inspiração e expiração do paciente. Durante 
o período de inspiração os sinais obtidos são 
codificados pelos gradientes que codificam os 
sinais na periferia do espaço “K”. Na expira-
ção os sinais são codificados pelos gradiente 
que codificam os sinais na região central do 
espaço “k”. O uso de cintas de compensação 
respiratória deve ser feito com critério para 
obtenção da real expansão do tórax durante 
a respiração. A cinta deve ser posicionado na 
região de maior amplitude de movimento to-
rácico e deve estar livre para poder expandir 
e contrair livremente.
Para evitar os artefatos decorrentes do ba-
timento cardíaco é feita a monitoração do pa-
ciente por eletrodos de eletrocardiagrama. A 
curva de ECG deve destacar a onda “R” e para 
isso a derivação usualmente aceita é a DII. O 
disparo da radiofrequência para aquisição dos 
sinais é feito com a identificação da onda R.
O protocolo do exame de tórax inclui sé-
ries axiais T1 e T2, coronais T1 e T2 e um 
plano sagital T2.
 Se for utilizado meio de contraste as aqui-
sição pós devem ser feitas com sequências do 
tipo gradiente eco e com apnéia do paciente.
Figura 88 RM Tórax. Axial T1
 60 Capítulo 1
RM Mama 
O exame da mama na ressonância mag-
nética apresenta duas indicações principais: 
a pesquisa de nódulos tumorais e a investiga-
ção da integridade de próteses. Na pesquisa 
de nódulo o exame é feito com contraste em 
injeção dinâmica de múltiplas aquisições. O 
exame da avaliação de próteses não necessita 
de meio de contraste é e feito com técnicas 
de supressão de gordura e de água.
Posicionamento: A paciente assume uma 
posição bastante desconfortável durante o 
exame ficando em decúbito ventral e com os 
braços para cima. As mamas são encaixadas 
dentro das cavidades da bobina e a paciente 
deve permanecer nessa posição por cerca de 
20 à 40 minutos.
Figura 89 Mama Sagital GRE – Pré-contraste
Figura 91 Mama Sagital T2 (fat/sup). Cistos
Figura 90 RM Mama – Contraste 90 segundos
Figura 92 Mama Sagital STIR – Prótese
 Imagem por Ressonância Magnética 61
5. Ressonância Magnética 
Cardíaca
A Ressonância Magnética Cardíaca (RMC) 
é uma técnica que apresenta muitas vantagens 
no estudo de diversas patologias miocárdicas. 
Dentre elas, a não utilização de radiações io-
nizantes, a possibilidade de aquisição de ima-
gens em todos os planos anatômicos, a capa-
cidade de caracterizar tecidos e a avaliação 
qualitativa e quantitativa dos movimentos de 
sístole e diástole e do fluxo sanguíneo.
Os protocolos para realização da RMC 
estão em constante evolução, as sequências 
gradiente eco com baixo tempo de aquisição 
tornou possível os estudos de movimento de 
parede com alta resolução espacial e tempo-
ral. As sequências de perfusão e realce tardio 
destacam – se na RMC como padrão ouro no 
estudo de isquemias e infartos. Os estudos 
com técnicas de ressonância funcional estão 
cada vez mais presente nos estudos cardíacos, 
hoje é possível realizar espectroscopia e difu-
são com tractografia no miocárdio.
Todos os avanços tecnológicos trazidos pela 
ressonância magnética fazem da RMC um mé-
todo muito promissor no diagnostico diferen-
cial de uma variedade de patologias cardíacas.
5.1. Eixos anatômicospara o estudo 
cardíaco
O estudo anatômico por ressonância 
magnética baseia – se nos planos três planos 
anatômicos; sagital, coronal e axial. Em res-
sonância cardíaca, os três planos anatômicos 
não são suficientes para um estudo efetivo das 
estruturas anatômicas, devido ao seu formato 
e disposição no mediastino.
O coração é um órgão de formato aproxi-
madamente cônico, com a base voltada para 
trás e para a direita, e o ápice voltado para 
frente e para a esquerda, dois terços do seu 
volume estão situados à esquerda da linha sa-
gital mediana. Devido a essas características, 
tornou – se necessária a criação de planos de 
cortes anatômicos específicos para os exa-
mes cardíacos (1; 7).
A nomenclatura utilizada para definir os 
planos de corte em RMC possui variações. 
No Brasil, as denominações mais utilizadas 
na pratica clinica são: eixo curto, eixo longo 
e quatro câmaras. Os três planos anatômicos 
utilizam como referência a linha formada 
pelo septo interventricular. As imagens em 
eixo curto e quatro câmaras são adquiridas 
perpendicularmente, e as de eixo longo 
são adquiridas paralelamente ao septo 
interventricular.
 
5.1.1 Eixo curto
O eixo curto normalmente é o primeiro 
plano adquirido, porque serve como referên-
cia para a programação dos outros dois planos. 
As imagens são adquiridas perpendiculares ao 
septo interventricular, partindo do ápice para a 
base do coração (Figura 93).
5.1.2 Eixo longo
Nas sequencias de eixo longo são adquiridos 
cortes paralelos ao septo interventricular co-
brindo toda a área cardíaca (Figura 94).
5.1.3 Quatro câmaras
A programação para a sequência de quatro 
câmaras utiliza como referência a linha do septo 
visualizado no eixo curto previamente adquiri-
do. Os cortes iniciam ao nível da face diafrag-
mática e terminal na altura da bifurcação da ar-
téria pulmonar (Figura 95).
 62 Capítulo 1
Figura 93 – planejamento do eixo curto
Figura 94 – Planejamento do eixo longo
Figura 95 – Planejamento do quatro câmaras
 Imagem por Ressonância Magnética 63
5.2. Equipamentos e posicionamento 
do paciente
Para a realização de uma RMC são neces-
sários alguns requisitos técnicos. Somente os 
equipamentos mais modernos dispõem dos 
softwares e hardwares necessários para aquisi-
ção das imagens. Muitos dos recursos utilizados 
no exame de RMC são comercializados como 
pacotes, que podem ser adquiridos como op-
cionais na compra de um equipamento de RM. 
Para a execução de um protocolo básico de 
RMC é necessários dispor de:
n Bobina de corpo/ bobinas de volume com 
arranjo de fase;
n dispositivo de Sincronização Cardíaca 
(gating);
n dispositivo de Sincronização Respiratória;
n eletrodos de alta fixação para 
sincronização cardíaca;
n sequências de pulso especificas para 
avaliação cardíaca.
O exame é realizado com o paciente em de-
cúbito dorsal na mesa de exame e entrado com 
os pés em direção ao magneto, monitorado 
com os dispositivos de sincronização cardíaca 
e respiratória. O paciente deve ser posicionado 
de modo que a luz de alinhamento longitudinal 
fique na linha média e a luz de alinhamento hori-
zontal passe ao nível da quarta vértebra torácica 
ou dos mamilos (11). A bonina deve ser posiciona-
da de modo que gere sinal satisfatório do ápice 
pulmonar ao pólo superior do rim esquerdo.
5.2.1 Sincronização (Gating) com ECG
O coração é órgão difícil de ser estudado 
pela RM porque está em constante movimento 
e gera muitos artefatos de imagem. Os movi-
mentos de sístole e diástole ocorrem de ma-
neira repetitiva mantendo – se quase sempre, 
a mesma frequência e amplitude, devido a es-
ses movimentos cíclicos é possível sincronizar 
o disparo de radiofrequência (RF) e a leitura do 
sinal de RM. A sincronização é feita por meio 
de um de eletrocardiograma (ECG), desta for-
ma, cada imagem sempre é adquirida na mesma 
fase do ciclo cardíaco reduzindo os artefatos e 
o mapeamento incorreto decorrente do movi-
mento cardíaco (1; 7; 11). 
Os dados do ECG são apresentados de for-
ma gráfica como ondas especificando cada fase 
do movimento com as letras PQRST (Figura 
96), na curva do ECG, as letras representam os 
eventos elétricos de ativação do miocárdio, que 
não são o mérito deste capitulo. A onda R do 
ECG é a que apresenta maior amplitude e por 
isso é utilizada como referencia para a aquisição 
das imagens, o sistema de RM utiliza a onda R 
como ponto inicial para sincronizar o disparo de 
RF e a leitura do sinal.
Figura 96 – Representação gráfica 
da curva do ECG
O posicionamento dos eletrodos de ECG 
para ressonância magnética é diferente do uti-
lizado na pratica clinica, de modo geral, são 
utilizados quatro pontos de monitoração com 
códigos de cores específicas para a sua identifi-
 64 Capítulo 1
cação. Nem todos os sistemas adotam o mes-
mo código de cores, embora o princípio de sua 
colocação seja o mesmo. Os eletrodos podem 
ser posicionados na parede anterior ou poste-
rior do tórax, o posicionamento anterior é mais 
simples porque os marcos anatômicos são mais 
fáceis de localizar. Alem disso, se os eletrodos 
forem colocados no dorso da paciente, o pa-
ciente fica sobre eles durante o exame e isso é 
desconfortável para ele.
As cores utilizadas para identificar os eletro-
dos são: preto, branco vermelho e verde. Os 
eletrodos branco e vermelho são colocados em 
pontos opostos do coração, de modo que a di-
ferença de voltagem entre os dois produza o 
traçado eletrocardiográfico. O eletrodo verde 
deve ser colocado o mais próximo possível da 
derivação vermelha, sem encostar na mesma, 
porque atua como terra. A derivação de cor 
preta também atua como terra(11). 
5.2.2 Sincronizaçao com vetores inde-
pendentes
Dependendo do posicionamento dos ele-
tros, é possível gerar duas curvas de ECG 
independentes, esta técnica chamada de sin-
cronização com vetores independentes. Neste 
caso, os eletrodos preto e verde não atuam 
como dispositivo de aterramento, mas sim, 
como geradores de uma segunda curva de 
ECG. A sincronização com vetores indepen-
dentes é muito utilizada nos exames cardíacos, 
porque o sistema passa a ter duas curvas como 
referência e utiliza a que apresentar a melhor 
reprodutibilidade (1).
A sincronização com vetores independen-
tes consegue eliminar um problema pontual 
nas curvas de ECG. Quando o paciente entra 
em contato com o campo magnético forte, em 
muitos casos, ocorre uma súbita elevação da 
onda T causando um colapso do sistema, que 
passa a mostrar frequências extremamente al-
tas e falsas arritmias (11).
Na sincronização de vetores independentes, 
deve ser alterado apenas o posicionamento dos 
eletrodos preto e verde.
5.2.3 Fatores que melhoram o traçado 
do ECG
Abaixo estão numerados alguns fatores que 
podem melhoram o traçado do ECG:
n Fixação dos eletrodos à parede 
torácica – Nos pacientes de sexo 
masculino, é preciso raspar os pelos 
existentes na região onde os eletrodos 
serão colocados e a pele deve ser 
limpa com álcool.
n As derivações devem ser fixadas 
firmemente nos adesivos na ordem 
correta.
n Se o traçado não for satisfatório, o 
posicionamento dos eletrodos pode ser 
invertido. Inicialmente inverte – se o preto 
e o branco ou o vermelho e o verde.
n Os pés do paciente devem ser 
colocados primeiro no interior do 
magneto por que diminui os problemas 
de elevação da onda T.
5.3. Sequências de pulso para avaliação 
miocárdica
As sequencias de pulso de avaliação cardí-
aca têm por finalidade estudar a viabilidade 
do miocárdio. Um estudo básico de viabili-
dade do miocárdio deve conter as seguintes 
sequências:
 Imagem por Ressonância Magnética 65
n Sequencia Wall Motion (Movimento 
de Parede);
n Sequencia First Pass (Primeira Passagem) 
também conhecida como perfusão;
n Sequencia Delayed Enhancement 
(Realce Tardio);
A sequencia Wall Motion demonstra as infor-
mações funcionais e anatômicas do coração. A 
sequencia First Pass demonstra a perfusão mio-
cárdica. A terceira sequência, Delayed Enhance-
ment, é utilizada paradeterminar as áreas do 
miocárdio que estão viáveis (vivas) e não viáveis 
(enfartadas e isquêmicas) (1; 6; 8; 11).
5.3.1 Wall motion (movimento de parede)
As sequencias wall motion permitem a visua-
lização da função cardíaca, do fluxo cardíaco e 
do movimento das paredes cardíacas. 
Nos estudos wall motion são adquiridas ima-
gens sincronizadas com o ECG durante múlti-
plas fases do ciclo cardíaco, fornecendo ima-
gens dos movimentos sistólicos e diastólicos. 
Essa técnica também é conhecida como ima-
gens de múltiplas fases. São adquiridas em me-
dia 20 imagens na mesma locação de diferentes 
fases do batimento cardíaco (1). 
Quanto mais cortes são adquiridos durante 
o ciclo cardíaco, melhor a resolução temporal. 
Para obter essa grande quantidade de imagens 
em um curto espaço de tempo são utilizadas se-
quências gradiente eco.
Os estudos em cine e tagging são as princi-
pais técnicas utilizadas para as sequencias de 
wall motion. As aquisições em cine são exce-
lentes para demonstrar a anatomia e o fluxo 
cardíaco, o tagging é utilização para avaliar a 
variação de movimento de parede em even-
tos isquêmicos.
5.3.1.1 Cine
Nas aquisições em cine normalmente é uti-
lizado a sequencia de pulso Fast Imaging Em-
ploying Steady State Acquisition (Formação de 
Imagens Rápidas com o Uso da Aquisição de 
Estado Estável – FIESTA) (1). A nomenclatura uti-
lizada para descrever a série pode variar entre 
os fabricantes, mas os princípios físicos são os 
mesmos. Esta sequencia de pulso é totalmente 
equilibrada e é capaz de produzir imagens em 
estado estável, com alta Relação Sinal – Ruído 
(SNR) em períodos sequenciais muito curtos. A 
sequencia FIESTA utiliza gradientes totalmente 
equilibrados para refazer a magnetização trans-
versal no final de cada intervalo de tempo de 
repetição (TR) mantendo o contraste e a inten-
sidade do sinal em todas as imagens. Essa ca-
racterística torna a sequência FIESTA excelente 
para aquisições de cine em exames cardíacos (1).
Nos exames do coração o cine é adquirido nos 
três planos anatômicos específicos, ou seja, é rea-
lizado cine em eixo curto, eixo longo e quatro câ-
maras. A figura 97 demonstra uma aquisição em 
cine do eixo curto utilizando sequencia FIESTA.
 66 Capítulo 1
Figura 97 – Aquisição cine do eixo curto utilizando sequência FIESTA
 Imagem por Ressonância Magnética 67
5.3.1.2 Tagging
 
A sequencia Tagging utiliza um recurso de 
aquisição chamado Modulação Espacial de 
Magnetização. Esse recurso tem a função 
de modular ou variar o campo magnético 
na região do coração, com ondas. A Modu-
lação Espacial de Magnetização é realizada 
por meio da emissão de uma onda de RF que 
estimula somente os tecidos de uma deter-
minada frequência. Nesse processo, são emi-
tidas ondas de excitação moduladas a fim de 
gerar imagens estriadas.
A modulação pode ser aplicada ao longo 
de várias direções que irão determinar o for-
mato na imagem. Se a modulação for aplica-
da ao longo de dois eixos perpendiculares, a 
imagem resultante deverá ter um aspecto de 
grelha (4; 6; 8; 11). 
A modulação espacial de magnetização nor-
malmente é utilizada associada à sequencia de 
pulso Fast CINE GRE com sincronização cardí-
aca e aquisições em múltiplas fases (1).
A sequencia tagging é utilizada para avaliar 
a função da parede cardíaca após infarto do 
miocárdio. As imagens são adquiridas com 
técnica de múltiplas fases que permitem a vi-
sualização de estrias ou grelhas que aparecem 
com a movimentação das paredes do miocár-
dio. Em um miocárdio normal, as grelhas e es-
trias tendem a desaparecer com o movimento 
do miocárdio após alguns segundos. Entretan-
to, nas áreas de infarto do miocárdio, a mus-
culatura da parede cardíaca não se move nor-
malmente. Nesse caso, as estrias ou grelhas 
permanecem na imagem e não desaparecem. 
Esse fenômeno fornece informações sobre a 
função cardíaca, (Figura 98) (4; 6; 8; 11).
Figura 98 – Demonstração de uma sequencia tagging evidenciando 
o desaparecimento das grelhas com o passar do tempo
Fonte: Computers in Cardiology (Madrid, 33:61 – 64, 2006).
 68 Capítulo 1
5.3.2 First Pass (Perfusão Cardíaca)
 
O objetivo da sequencia first pass ou perfu-
são é analisar comparativamente o miocárdio 
sadio e o infartado ou isquêmico. A perfusão é 
realizada no plano eixo curto, com a injeção de 
contraste de forma dinâmica. As imagens são 
adquiridas evidenciando a chegada contraste 
em todo miocárdio. Os infartos e isquemias são 
caracterizados por defeitos de preenchimento 
ou por regiões que apresentam baixo sinal.
Em alguns casos, nos estudos de perfusão, 
são utilizadas drogas indutoras de estresse. As 
drogas mais utilizadas são a Dobutamina e o Di-
piridamol. A utilização destas drogas causa uma 
diminuição da perfusão em áreas de isquemia, 
quando comparada ao miocárdio normal. Por-
tanto, o estresse farmacológico ajuda na visuali-
zação de áreas isquêmicas.
Para a perfusão, é utilizada a sequencia de 
pulso Fast Gradient Echo – Echo Train (FGRET) 
cuja tradução é Gradiente Eco Rápido com 
Trem de Ecos. A FGRET é uma sequencia Fast 
Gradient Echo (FGRE) com formato de leitura 
semelhante ao da sequência eco planar (EPI). 
A FGRET utiliza uma sequência de pulso Gra-
diente eco com tempo de repetição (TR) cur-
to e capacidade de adquirir varias imagens por 
TR, utilizando um trem de eco (ET) de EPI. 
Os recursos das sequências FGRE e EPI foram 
combinados para a utilização em estudos de 
perfusão em RMC (1; 6; 8; 11) .
5.3.3 Delayed Enhancement (Realce 
Tardio)
O Delayed Enhancement é utilizado para 
determinar as áreas do miocárdio que estão 
viáveis (vivas) e não viáveis (enfartadas e is-
quêmicas). Áreas do miocárdio em processo 
isquêmico podem não apresentar realce ao 
contraste durante a perfusão, mas se essa área 
ainda for viável, é possível observar um nível de 
realce cinco minutos após a injeção do meio de 
contraste. A sequência de pulso que avalia essa 
impregnação do miocárdio após a perfusão é 
chamada de Realce Tardio. 
A sequência de pulso utilizada é a Fast GRE 
com preparo de recuperação da inversão (IR 
Prep). O IR Prep, nesse caso especifico, é uma 
opção de imagem que aumento o contraste en-
tre o miocárdio normal e as áreas isquêmicas. 
A sequência de realce tardio pode ser rea-
lizada nos três planos de estudo anatômico do 
coração. O realce tardio em eixo curto dever 
ser adquirido cinco minutos após a injeção do 
contraste. Em seguida as quatro câmaras e o 
eixo longo com dez e quinze minutos, respec-
tivamente (1; 6; 8).
5.4. Protocolos Especiais
Desde a sua origem, a ressonância sempre 
mostrou – se extremamente inovadora, os 
protocolos estão cada vez mais completos e 
complexos. Os estudos deixaram ser mera-
mente anatômicos e passaram a trazer muitas 
informações funcionais. Esta revolução ini-
ciou – se com os estudos neurológicos e tem 
se estendido cada vez maia as outras áreas de 
investigação por RM. A ressonância Magnética 
Funcional, que antes era exclusiva da Neuro-
radiologia, passou a ser usada nos exames de 
medicina interna, músculo esquelético e estu-
dos cardiovasculares.
A Difusão, os estudos com Tensores de 
Difusão e reconstrução tractográfica, a es-
pectroscopia, os estudos de quantificação de 
minerais e a perfusão estão começando a fa-
zer parte da rotina de diferentes áreas. Esses 
métodos de estudos funcionais apresentados 
mostram – se muito promissores na investiga-
 Imagem por Ressonância Magnética 69
ção de diferentes patologias cardíacas. Neste 
capitulo será abordado algumas destas inova-
ções tecnológicas aplicas à RMC.
Hoje, com a utilização de sequências de 
pulso ultra – rápidas, é possível realizar exa-
mes de angioressonância com qualidade cada 
vez mais próxima da angiografia digital. É pos-
sível adquirir imagens dos vasos cardíacos, in-
clusive das artérias coronárias, com alta reso-
lução espacial e contraste.
5.4.1 Angioressonância das artérias 
coronárias
 
A Angiografia por Ressonância Magnética 
(ARM) das artérias coronáriascomeçou a ser 
realizada em 1991 com o desenvolvimento 
de um novo grupo de sequencias de pulsos 
rápidas. A ARM coronariana desde então tor-
nou – se uma opção de imagem muito usada 
na pratica clinica, detectando doenças e varia-
ções anatômicas. No Brasil, a utilização desta 
técnica tem se mostrado muito discreta, não é 
comum a solicitação deste tipo de exame; por 
esse motivo, o método não se tornou tão po-
pular. A angiografia digital e a tomografia com-
putadorizada são consideradas padrão ouro no 
estudo as artérias coronárias, talvez esse tam-
bém seja uma das causas da pouca procura da 
ARM coronariana (2; 3).
As sequências gradiente eco tridimensio-
nais com injeção dinâmica do contraste para-
magnético Gadolínio (Gd), tornaram possível a 
realização das ARM coronarianas e dos gran-
des vasos da base cardíaca. As sequencias 3D 
Spoiled Gradient Echo (SPGR) e 3D Fast Time 
of Flight Spoiled Gradient Echo (Fast TOFSPGR) 
são as mais utilizadas neste tipo de estudo. 
A grande vantagem das sequências SPGR é o 
baixo tempo de aquisição, tornando possível a 
realização de imagens sem sincronização com 
poucos artefatos de movimento (1; 5). 
O tempo de aquisição de uma ARM co-
ronariana com alta resolução pode demorar 
em média 12 segundos, este tempo é relati-
vamente baixo, porém não é suficiente para 
uma aquisição livre de artefatos. As sequ-
ências SPGR possuem uma opção de preen-
chimento do espaço K denominado Elliptical 
Centric, este recurso torna possível a aquisi-
ção de imagens angiográficas cardíacas com 
tempo alto de aquisição livres de artefatos de 
movimento. Isso é possível porque são reali-
zadas múltiplas varreduras durante a aquisi-
ção, nas primeiras; são lidas as ondas de alta 
frequência, que são responsáveis pelo con-
traste da imagem, no restante das varreduras, 
são lidas as ondas de baixa frequência, que 
geram um efeito de mascara (3).
A técnica Fast Imaging Employing Steady Sta-
te Acquisition (FIESTA) utilizada nas aquisições 
em cine também pode ser utilizada para a ge-
ração de imagens angiográficas, isso é possível 
devido à característica de realce do sangue, 
intrínseco a sequencia FIESTA. A aquisição é 
realizada em 3D com alta resolução espacial e 
temporal. Para minimizar os artefatos de mo-
vimento é utilizada a sincronização cardíaca e 
respiratória simultaneamente. A sincronização 
respiratória é feita por um navegador de ecos 
que determina o disparo da radiofrequência e 
leitura do sinal, considerando uma posição fixa 
para o diafragma, tornando possível a execu-
ção da sequencia em respiração livre. A figura 
99 demonstra um estudo comparativo entre a 
ARM coronariana e a angiografia digital. 
 70 Capítulo 1
5.4.2 Espectroscopia Cardiáca
A ressonância magnética convencional uti-
liza os átomos de Hidrogênio H como fonte 
para a aquisição das imagens. É possível ob-
ter imagens e dados de outros átomos, entre 
deles, e o Fósforo – 31 (31P) é o átomo utili-
zado nos estudos de espectroscopia cardíaca. 
Dois metabolitos importantes na função cárdia 
possuem átomos de 31P em sua composição: A 
adenosina – 5 – trifosfato (ATP) e a Fosfocre-
atina (PCr). A ATP é a fonte de energia direta 
para todas as reações e a PCr é importante 
para o armazenamento de energia e transpor-
te de algumas substancias (4; 9).
A ressonância identifica três Fósforos na 
molécula de ATP (alfa, beta e gama), PCr, 2,3 
– difosfaglicerato (2,3 – DPG) e o fosfato PDE 
resultante de fosfolipídios. Dentre os metabo-
litos apresentados, o mais importante é a rela-
ção ATP – PCr, esta relação é extremamente 
sensível ao estado energético do coração: A 
relação ATP – PCr diminui em poucos segun-
dos após o inicio de um processo isquêmico. 
Isso ocorre porque quando a demanda de oxi-
gênio supera o suprimento disponível, as con-
centrações de PCr diminuem muito antes de 
as concentrações de ATP começarem a dimi-
nuir, tornando possível a demonstração gráfica 
dessas variações por meio de uma curva de 
espectroscopia (Figura 100) (4; 9).
Os estudos de espectroscopia cardíaca 
apresentam melhor qualidade quando execu-
tados em equipamentos de 3 teslas, uma alta 
homogeneidade de campo e alto sinal de bobi-
na de superfície são primordiais. Para manter o 
coração mais próximo da bobina, a sequência 
de espectroscopia normalmente é realizada em 
decúbito ventral, o voxel utilizado para a leitu-
ra deve ser programado em um localizador de 
três planos, para certificar – se que o fígado não 
será incluso no estudo(4; 9).
Figura 99 – ARM de coronária (esquerda) e angiografia digital (direita) demonstrando 
lesão na bifurcação da ateria descendente anterior e na circunflexa esquerda.
Fonte: The New England; Journal of medicine (nº 26, p. 1867).
 Imagem por Ressonância Magnética 71
5.4.3 Tractografia
A tractografia cardíaca é uma técnica capaz 
de evidenciar a organização das microestrutu-
ras do miocárdio. Essa técnica foi desenvolvida 
inicialmente para estudar o trajeto dos tratos 
nervosos no sistema nervoso central, porém 
vem sendo utilizadas em diversas áreas. A 
tractografia cardíaca está baseada nos mesmos 
princípios físicos da tractografia neurológica, 
ambas as técnicas utilizam o movimento ale-
atório das moléculas de água (Difusão) como 
base para a formação das imagens. A técnica 
Diffusion Tensor Imaging (DTI) é capaz de es-
tudar o sentido do movimento de Difusão das 
moléculas de água no corpo, o movimento de 
difusão costuma ser randômico, porem foi ob-
servado que esse movimento tem certa ten-
dência de ocorrer no sentido de tratos nervos 
e de fibras musculares (4; 10).
Por meio da técnica DTI é possível gerar 
reconstruções tridimensionais evidenciando o 
trajeto das fibras musculares cardíacas em dife-
rentes planos anatômicos (Figura 101).
Figura 101 – Tractografia do eixo curto evi-
denciando o trajeto das fibras musculares.
Fonte: Journal of Cardiovascular Magnetic Resonance 
(November 2009 1 – 15).
As imagens são adquiridas utilizando a téc-
nica DTI com 25 direções para aplicação dos 
gradientes. A aquisição pode ser sincronizada 
com o ECG, desde que esta opção esteja dis-
ponível no sistema.
Figura 100 – Demonstração do plano de programação 
e da curva de espectroscopia de uma RMC.
Fonte: Oxford, Heart Metab (2009; 44:17 – 20).
 72 Capítulo 1
5.4.4 Pesquisa de ferro no coração
A talassemia é uma doença caracterizada pela 
deposição progressiva de Ferro (Fe) em diferen-
tes tecidos. O coração é um dos órgãos alvo des-
ta patologia, a deposição de Fe no coração pode 
causar insuficiência cardíaca e arritmias (4; 12).
A RMC é um importante método para diag-
nosticar a deposição de Fe no coração. As se-
quências gradiente eco ponderadas em T2* são 
muito sensíveis à variação de suscetibilidade 
magnética gerada pela presença de Fe no mio-
cárdio. As áreas com deposição de Fe são ca-
racterizadas por apresentar um maior grau de 
enegrecimento que as áreas vizinhas (4; 12).
As sequências de múltiplos ecos também são 
muito utilizadas no diagnostico da talassemia. 
Os tecidos com deposito de Fe apresentam 
decaimento do T2 maior que o tecido sadio, 
devido a essa característica, é possível avaliar o 
decaimento T2 dos tecidos alterando a ponde-
ração da imagem. São realizadas múltiplas aqui-
sições com ponderações de T1 até T2* pesado, 
variando de forma crescente o Tempo de Eco 
(TE) e mantendo constante o TR. As aquisições 
de múltiplos ecos propiciam a geração de ma-
pas e gráficos evidenciando de forma detalhada 
as áreas de deposição Fe(4; 12).
Referências 
DOYON, D.; CABANIS, E. A. Diagnóstico por imagem em ressonância magnética. Rio de Ja-
neiro: Medsi, 2000. 
HAAGA, J. R. ; LANZIERI, C. F.; SARTORIS, D. J.; ZERHOUNI, E. A. Tomografia computadorizada e 
ressonância magnética do corpo humano. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996.
IEC 60601-2-33. Medical electrical equipment. Part 2-33: Particular requirements for the safety of 
magnetic ressonance equipment for medical diagnosis. 2002. 
IEC 60601-2-33:am1. Amendment1. Medical electrical equipment. Part 2-33: Particular require-
ments for the safety of magnetic ressonance equipment for medical diagnosis. 2006. 
LUFKIN, R. B. Manual de ressonância magnética. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.
NOBREGA, A. I. Técnicas em ressonância magnética nuclear. São Paulo: Atheneu, 2006.
ROCHA, M. S. Tomografia computadorizada, ressonância magnética: gastroenterologia. São 
Paulo: Sarvier, 1997.
STARK, D. D.; BRADLEY, W. G. Magnetic ressonance imaging. Mosby, 1988.
WESTBROOK, C.; KAUT, C. Ressonância magnética prática. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2000.
 Imagem por Ressonância Magnética 73
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2005. 549 p.
2. DUERINCKX A. J. Coronary Magnetic Resonance Angiography. 1ed. New York: Springer, 2002. 
342 p.
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noses. The New England Journal of Medicine, Oxford, p. 1863 – 1870, December 2007.
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5. MANNING W. J.; LI W.; BOYLE N. G. Breath. Hold Magnetic Resonance Coronary Angiogra-
phy. American Heart Association. Dallas TX, p. 94 – 108, May 2003.
6. MARTA C. S. et al. Respiratory Gated SPAMM Sequence for Magnetic Resonance Cardiac Tag-
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ce Imaging. 1. ed. Canada: Mayo Foundation of Medical Education and Research, 2008. 216 p.
8. MORITO T. et al. Left Ventricle Wall Motion Analysis Using MRI Tagging. Journal of Advanced 
Computation Intelligent and Intelligent Informatics. Tokyo. v.9 n.4, 2005. 
9. NEBAUER S. Metabolic Imaging with Cardiac Magnetic Resonance Spectroscopy. Metabolic 
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10. SOSNOVIK D.; WANG R.; DAI G.; REESE T. G.; WEDEEN V. J. Diffusion MR Tractography of 
the Heart. Journal of Cardiovascular Magnetic Resonance. Boston. p.1 – 15, November 2009.
11. WESTBROOK C. Manual de Técnicas de Ressonância Magnética. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2010. 408p. 
12. WETWOOD M.; ANDERSON L.; FIRMIN D.; GATEHOUSE P. A Single Breath – Hold Multie-
cho T2* Cardiovascular Magnetic Resonance Technique for Diagnosis of Myocardial Iron Over-
load. Journal of Magnetic Resonance Imaging, London, 18:33 – 39, 2003.
Angiografia 
por subtração
 digital
Capítulo 2
Jean Randal Rodrigues Castro
Pós-graduado em Tomografia Compu-
tadorizada e Ressonância Magnética pela 
Universidade de Santo Amaro (UNISA). 
Tecnólogo em Radiologia pelo Centro 
Universitário São Camilo. Atua como tec-
nólogo em radiologia no Hospital Santa 
Catarina, nas áreas de Ressonância Mag-
nética, Tomografia Computadorizada, He-
modinâmica e Radiologia Convencional, e 
no setor de Tomografia Computadorizada 
e Radiologia Convencional do Instituto de 
Infectologia Emílio Ribas.
Angiografia 
por subtração 
digital
Capítulo 2
 77
Jean Randal Rodrigues Castro
Em julho de 1927, Egas Moniz (neurocirur-
gião português) apresentou a angiografia ce-
rebral pela introdução de contraste na artéria 
carótida no pescoço. Na Sociedade de Neuro-
logia de Paris, ele disse:
“Nós tinhamos conquistado um pouco do des-
conhecido, aspiração suprema dos homens que 
trabalham e lutam no domínio da investigação”.
1. Introdução
A angiografia por subtração digital (ASD) é 
o estudo radiológico contrastado das artérias e 
veias com realce das imagens dos vasos e sub-
tração de estruturas que não apresentam inte-
resse. Neste método, os vasos são visualizados 
por receberem contraste radiológico iodado, e Figura 1 ASD Cerebral - Lateral
estruturas, como ossos, ar e vísceras são elimi-
nadas da imagem por meio de técnicas compu-
tadorizadas de subtração digital. 
 78 Capítulo 2
2. Método
O método consiste inicialmente na realiza-
ção de uma imagem digital da região de interes-
se e, em seguida, na realização de nova imagem 
digital da mesma região, após a introdução de 
um meio de contraste. As duas imagens digitais 
podem ser processadas por computador. Entre 
essas imagens, a única diferença é a presença de 
contraste, que aparece apenas na segunda. O 
trabalho no computador, através da técnica de 
subtração digital, é extrair da segunda imagem 
os sinais comuns a ambas. Feito isto, uma ter-
ceira imagem é produzida com evidência apenas 
dos vasos impregnados com contraste.
O sinal da imagem digital pode ser definido 
como uma função f(x). A técnica da subtração 
pode ser representada pela seguinte expressão:
h(x) = f(x) – g(x) 
Na expressão acima, h(x) está relacionado 
com o sinal da imagem final subtraída, f(x) com 
o sinal da imagem na primeira exposição, e g(x) 
com o sinal da imagem na segunda exposição, 
após a introdução do meio de contraste. Por-
tanto, a ASD produz imagens de sinal h(x).
3. Técnica
O passo inicial na ASD é a confecção da más-
cara. Essa primeira imagem realizada no processo 
é obtida sem nenhum meio de contraste. Ela será 
subtraída da imagem produzida após a injeção do 
contraste. É importante que entre a imagem-más-
cara e a imagem-pós-contraste não haja diferença 
no posicionamento do paciente; caso contrário, 
a imagem final poderá não apresentar subtração. 
Por essa razão, a imobilização do paciente é de 
absoluta importância. 
Na prática, as imagens-máscaras são reali-
zadas segundos antes da injeção do contraste 
e, não raramente, planejadas de forma simultâ-
nea. Quanto menor o intervalo de tempo entre 
a máscara e a imagem contrastada, melhor o 
processo de subtração.
Uma vez obtida a máscara, pode-se iniciar 
a aquisição da segunda imagem, a contrastada. 
Convém esclarecer que nos exames de rotina 
de ASD não se faz apenas uma segunda ima-
gem. Realiza-se uma grande quantidade de 
imagens que serão processadas por subtração 
digital e poderão evidenciar fases arteriais, fases 
arteriovenosas e fases venosas tardias. A esco-
lha dependerá do protocolo utilizado. 
As técnicas utilizadas para a contrastação 
dos vasos são as de cateterização seletiva, feitas 
através de cateteres vasculares levados até o lo-
cal de interesse, ou técnicas de punção direta, 
que são menos comuns. 
Na técnica de cateterização, o cateter é intro-
duzido em grandes vasos e conduzido por mani-
pulação pelo médico intervencionista até o local 
de interesse. Esse procedimento é auxiliado por 
radioscopia todo o tempo. Nas arteriografias do 
tórax e do abdome, a via de entrada mais frequente 
é a artéria femoral. O método de punção utilizado 
neste caso é conhecido como Técnica de Seldinger. 
A definição do tipo de cateter depende do estudo 
que será realizado e da região a ser examinada.
Figura 2 Método de aquisição digital direta
Fluoroscopia
Raios X Raios X
intensificador 
de imagem
elétron
tubo TV
imagem 
analógicatubo
detector digital
Raios X Raios X
tubo
imagem 
digital
detector
 Angiografia por subtração digital 79
 Técnica de Sendinger para introdução 
do cateter em hemodinâmica
 
Passo 1
• inserção da agulha: A agulha, com uma câ-
nula interna, é colocada em uma pequena 
incisão e avançada de modo a puncionar 
ambas as paredes do vaso.
Passo 2
• colocação da agulha na luz do vaso: A co-
locação da agulha na luz do vaso é obti-
da com a remoção da cânula interna e a 
retirada lenta da agulha até que um fluxo 
sanguíneo retome através da agulha.
Passo 3
• inserção do guia metálico: Quando o fluxo 
sanguíneo desejado retoma através da agulha, 
a extremidade flexível de um guia metálico é 
inserida através da agulha e avançada cerca de 
10 cm no interior do vaso.
Passo 4
• remoção da agulha: Após o posicionamen-
to do guia metálico, a agulha é removida 
pela retirada dessa sobre a porção do guia 
metálico que permanece externamente ao 
paciente.
Passo 5
• condução do cateteraté a área de interes-
se: O cateter é então conduzido sobre o 
guia metálico até a área de interesse sob 
controle fluoroscópico.
Passo 6
• remoção do guia metálico: Quando o ca-
teter estiver localizado na área desejada, o 
guia metálico é removido do interior do ca-
teter. O cateter então permanece em seu 
posicionamento como uma conexão entre 
o exterior do corpo e a área de interesse.
4. Equipamento de ASD
O equipamento utilizado em ASD é compos-
to de: mesa de exames, tubo de raios X, con-
junto gerador, tubo intensificador de imagens, 
monitor de radioscopia, sistema de conversão 
analógico-digital e processador de imagens. 
O tubo de raios X, bem como o gerador, 
tubo intensificador e monitor de radioscopia, 
não diferem muito dos sistemas convencionais. 
O conversor analógico-digital é o dispositi-
vo encarregado de transformar cada ponto da 
imagem que chega ao tubo intensificador em 
corrente elétrica proporcional à sua energia ini-
cial. Desta forma, o sinal representado pela cor-
rente gerada constituirá o sinal digital que será 
processado por sistemas computacionais. 
O processador de imagem é o dispositivo do 
computador encarregado de realizar as subtra-
ções digitais do sistema. As imagens subtraídas 
são enviadas normalmente para um segundo 
monitor, para análise e interpretação.
Passo 1: Inserção 
da agulha (com 
cânula interna)
Passo 3: Inserção 
do guia metálico
Passo 5: Condução 
do cateter até a 
área de interesse
Parte 2: Colocação da 
agulha na luz do vaso (cânula 
interna removida)
Passo 4: Remoção 
da agulha
Passo 6: Remoção 
do guia metálico
Figura 3 Técnica de Sendinger
 80 Capítulo 2
Figura 4 Sala de exame de ASD
5. O exame de hemodinâmica
O exame de hemodinâmica é um procedi-
mento invasivo, devendo ser realizado apenas 
por médico com especialização nessa área. No 
procedimento de hemodinâmica, os profissio-
nais de enfermagem ficam encarregados de 
promover a assistência necessária para a rea-
lização do estudo na sua área de competência. 
Após o término do procedimento, deve-se fa-
zer compressão no local para evitar hemorra-
gias e outras complicações. Os pacientes são 
orientados a manter repouso por pelo menos 
quatro horas, período em que são monitorados 
e acompanhados até receberem alta.
Os profissionais das técnicas radiológicas 
ficam encarregados dos procedimentos que 
envolvem a operação e a manipulação do equi-
pamento, além da geração, aquisição, docu-
mentação e armazenamento das imagens. 
Sala de exames 
A sala de exames deve estar preparada para 
realizar a maior variedade possível de proce-
dimentos, equipada com cateteres, agulhas e 
guias de vários tipos e espessuras, que serão 
utilizados nos diversos exames.
Deverá conter ainda suprimento de oxigênio 
e fonte de aspiração, além de equipamentos de 
suporte para os casos de emergência.
Bomba injetora de contraste 
Esse dispositivo de injeção de contraste é 
utilizado de forma rotineira em ASD. O uso do 
dispositivo ajuda a vencer a pressão arterial sis-
têmica e manter uma uniformidade da concen-
tração de contraste dentro dos vasos.
 Angiografia por subtração digital 81
Contraste 
A quantidade de contraste a ser injetada 
depende dos vasos que serão examinados, 
mas na maioria dos casos, utiliza-se entre 5mL 
a 10mL por aquisição. Exames de ASD em ge-
ral utilizam grandes quantidades de contras-
te; por esse motivo, é recomendável que os 
meios utilizados nessa área apresentem os 
menores níveis de toxicidade e causem o mí-
nimo de dor possível. Contrastes não iônicos 
e de baixa osmolalidade são os mais indicados 
para esses procedimentos.
 
6. Principais patologias 
abordadas em hemodinâmica 
Aterosclerose
A aterosclerose é uma doença das grandes 
e médias artérias do corpo formada por pla-
cas fibrogordurosas denominadas ateroma. A 
placa ateromatosa característica é uma lesão 
elevada que tem início na íntima e que invade o 
lúmen das artérias. Microscopicamente as pla-
cas consistem em cápsulas fibrosas superficiais 
que contém leucócitos com tecido gorduroso 
denso cobrindo um núcleo necrótico contendo 
células mortas, lipídeos, colesterol, macrófagos 
e proteínas plasmáticas.
A angiografia com contraste arterial é a técni-
ca mais precisa para avaliação de anormalidades 
intrínsecas da vascularização cervicocraniana 
(OSBORN, 1999). A doença vascular ateroscle-
rótica é vista na angiografia como irregularidade 
do vaso, alongamento ou tortuosidade e estrei-
tamente ou oclusão franca. Embora essas alte-
rações morfológicas possam ser prontamente 
identificadas, os três objetivos mais importantes 
na angiografia cervicocraniana são:
• Oclusão do vaso.
• Estenose clinicamente significativa.
• Vaso normal ou com estenose mínima.
A angiografia por cateter é um método que 
permite o estudo dos vasos de maneira seletiva 
e dinâmica, com sensibilidade, especificidade e 
reprodutibilidade alta para doenças vasculares 
(CARNEVALE, 2006).
Figura 5 Cateteres utilizados em ASD
Figura 6 Fio introdutor
 82 Capítulo 2
Trombose
A trombose é um processo patológico carac-
terizado pela presença de coágulo intravascular. 
Pode surgir em decorrência de traumas, cirur-
gias, processos infecciosos e até mesmo pelo 
uso inadequado de certos medicamentos. Os 
trombos produzidos podem ser potencialmen-
te perigosos se migrarem para áreas nobres 
como a circulação pulmonar causando trombo-
embolismo local e, no encéfalo, causando aci-
dentes vasculares isquêmicos que podem trazer 
grandes prejuízos ou até mesmo serem letais. 
Aneurisma
O aneurisma consiste em uma dilatação vas-
cular que pode ser do tipo fusiforme ou sacu-
liforme que surge em resultado de processos 
obstrutivos distais, hipertensão vascular, este-
noses e turbulências luminais. Os aneurismas 
podem ser classificados em verdadeiros, quan-
do as suas paredes estão intactas; falsos, quan-
do todas as suas camadas estão dissecadas ou 
em pseudo-aneurismas, quando apenas uma ou 
duas de suas camadas encontram-se dissecadas.
O aneurisma dissecante, na verdade um pseu-
doaneurisma, constitui uma situação de urgência 
médica e pode ser bem demonstrado na angio-
grafia. A rotura do aneurisma constitui-se em uma 
situação de extrema emergência cirúrgica.
7. Exames com finalidade 
diagnóstica
 
 Angiografia transpercutânea por 
punção direta (angiografia seletiva)
A angiografia transpercutânea por punção 
direta é a abordagem vascular seletiva obtida 
diretamente com agulhas de punção de longa 
extensão. Esse procedimento é pouco realiza-
do na rotina de trabalho sendo feito com algu-
ma frequência nas solicitações de emergência e 
onde os recursos são escassos. 
 Angiografia transluminal 
percutânea (cateterismo)
A angiografia guiada por cateter também de-
nominada Angiografia Transluminal Percutânea é 
o exame com finalidade diagnóstica de rotina no 
serviço de angiografia por subtração digital. Esse 
exame consiste na introdução de um cateter fle-
xível normalmente na artéria femoral no mem-
bro inferior ou na artéria braquial no membro su-
perior. O cateter é levado até a área de interesse 
por manipulação realizada pelo médico interven-
cionista. Quando o cateter encontra-se posicio-
nado no seu alvo injeções de contraste permitem 
a visualização da vascularização da região. 
Figura 7 Angio Artéria Mesentérica 
Cineangiocoronariografia
A cinenagiocoronariografia é o exame 
dinâmico contrastado das artérias e veias 
coronárias e das cavidades cardíacas. A ci-
 Angiografia por subtração digital 83
neangiocoronariografia de rotina consiste na 
cateterização e injeção de contraste seleti-
vamente nas artérias coronária direita, tronco 
da coronária esquerda e seus ramos e ventrí-
culo esquerdo de forma dinâmica e em múlti-
plas projeções. A documentação do exame se 
faz em CDs, DVDs podendo ainda ser comple-
mentada em filmes 35 x 43 cm. 
Figura 9 Vias Biliares na ASD
8. Exames com finalidade 
terapêutica
Angioplastia transluminal percutânea
A técnica de colocação de prótese endovas-cular (stent) nas estenoses com dilatação endo-
luminal através de um cateter balão (angioplastia) 
é indicada com frequência na prevenção secun-
dária do acidente vascular cerebral isquêmico 
(CARNEVALE, 2006). As indicações para angio-
plastia são, atualmente, um consenso entre a ci-
rurgia endovascular e a céu aberto.
As recomendações clássicas (PEREIRA, 2006) 
para angioplastia e implantes de stent no seg-
mento cervicocranial, incluem:
• Radioterapia prévia
• Reestenose crítica após endarterectomia
• Estenoses altas
• Fibrodisplasia
• Lesões próximas à emergência 
do arco aórtico.
Figura 8 Coronária Direita
 
Colangiopancreatografia retrógrada
via endoscópica (CPRE)
No serviço de angiografia por subtração 
digital exames não vasculares com finalidade 
diagnóstica ou terapêutica podem ser realiza-
dos como é o caso da colangiopancreatogra-
fia retrógrada via endoscópica. Nesse exame 
um aparelho de endoscopia é introduzido via 
transoral até a região duodenal onde é aco-
plado à papila de Vater. Neste local a injeção 
de meio de contraste permite a visualização 
do colédoco, da árvore biliar intra-hepática e 
do ducto pancreático. 
 84 Capítulo 2
Implante de endoprótese
A introdução e fixação de endopróteses vas-
culares associados ou não a “stents” metálicos 
é procedimento realizado com frequência em 
serviços de angiografia digital.
Implante de “stent” 
Os “stents” são estruturas metálicas em forma 
de gaiola que servem para moldar a luz interna 
dos vasos mantendo a sua abertura e permitindo 
o fluxo de sangue local. Stents podem ser do tipo 
autoexpansíveis ou acoplados a balões de angio-
plastia. Quando acoplados à balões são introdu-
zidos de forma fechada envolvendo a ponta dos 
cateteres e liberados na região de interesse onde 
são gradualmente abertos até sua total fixação. 
Figura 10 Técnica da Angioplastia
– Cuidados prévios
Antes de realizar a angioplastia translumi-
nal percutânea o paciente deve ser submeti-
do a uma avaliação clínica e realizar exames 
laboratoriais incluindo hemograma completo, 
coagulograma e contagem de plaquetas. Além 
disso deverá fazer durante os 4 dias que pre-
cede o exame uso de um comprimido por dia 
de ácido acetilsalicílico na dose de 200 mg 
(CARNEVALE, 2006).
Embolização e Quimioembolização
A embolização consiste na obstrução de 
vasos com finalidade terapêutica para impe-
dir a nutrição de tumores vascularizados, mal-
-formações arteriovenosas, enfim, impedir a 
irrigação sanguínea de uma área de interesse. 
Os materiais utilizados podem ser do tipo 
“molas intravasculares” ou substâncias quími-
cas denominadas “colas” que aderem na pare-
de dos vasos causando sua obstrução ou ainda 
substâncias que agem liberando fármacos e 
que são denominados quimioembolizadores. 
Figura 11 STENT – Implantação 
Cateter do balão inserido através do 
vaso estenosado, depois insuflado
Balão insuflado pressionando a 
placa contra a parede do vaso, 
depois o balão é retirado.
 Angiografia por subtração digital 85
Implante de “filtro venoso”
Filtros venosos são fixados nas paredes dos 
vasos para impedir a passagem de coágulos que 
possam eventualmente atingir a circulação pul-
monar e cerebral. O filtro de veia cava é fixa-
do à parede da veia cava inferior para impedir 
trombos provenientes dos membros inferiores.
TIPS (Derivação porto-sistêmica
intra-hepática transjugular)
A hipertensão da veia porta promove a dila-
tação do sistema portal intra-hepático forman-
do varizes que dificultam o retorno do sangue 
para a veia cava. O TIPS consiste na derivação 
do sangue do sistema portal diretamente para 
a veia cava inferior por meio de um “stent” 
colocado entre o ramo principal da veia porta 
intra-hepática e a veia cava. A via de acesso uti-
lizada para esta técnica é transjugular. Pacientes 
portadores de TIPS devem ser acompanhados 
clinicamente pois podem desenvolver encefalo-
patia hepática em virtude do sangue não sofrer 
metabolização no fígado.
Figura 12 TIPS
Drenagem percutânea
A drenagem consiste na introdução percutâ-
nea e fixação de cateteres especiais em cavidades 
com conteúdo líquido como coleções intraperi-
toneais, coleções pleurais ou áreas de ressecção 
cirúrgica. Drenagens podem ainda ser feitas por 
punção direta com agulhas de longa extensão. 
Retirada de corpo estranho
A retirada de corpos estranhos se faz por 
meio de cateteres especiais que conseguem 
aprisionar o objeto permitindo a sua extração 
via transpercutânea. A ponta desses cateteres 
podem apresentar garras especiais, arranjos em 
forma de pequenos cestos ou dispositivos para 
laçar os objetos.
 
Implante de marca-passo e
eletrodos temporários
Os serviços de angiografia/hemodinâmica 
apresentam caráter intervencionista e permi-
tem a realização de pequenos procedimentos 
cirúrgicos como o implante de marca-passo, 
implante de eletrodos, colocação de porto-ca-
ths para acesso venoso central e outros peque-
nos procedimentos de natureza invasiva. 
9. Tratamento das 
imagens digitais
As imagens geradas na ASD podem facilmen-
te ser tratadas por computador. Medidas de 
distâncias, espessuras, estenoses e ângulos são 
procedimentos comuns de pós-processamen-
to. As imagens podem ainda ser disponibilizadas 
para redes digitais como o Picture Archive and 
 86 Capítulo 2
Communication System (PACS), ou segmentos 
de redes locais, ou ainda armazenadas em dis-
cos ópticos, CDs, DVDs, filmes etc.
 Algumas técnicas mais
 sofisticadas incluem:
 
Road-mapping
Road-mapping é uma técnica que permite a 
manipulação da imagem radioscópica sobre um 
modelo de subtração digital já construído.
A imagem digital subtraída ocupa a tela do mo-
nitor e permite que o médico intervencionista use 
a radioscopia sobre essa imagem. Essa técnica é 
bastante útil nos procedimentos de cateterismo, 
pois facilita os trabalhos de cateterização seletiva 
com menor quantidade de contraste.
Nas mudanças de posicionamento do pa-
ciente ou mesmo no estudo de novos vasos, a 
técnica road-mapping deve ser refeita, gerando 
uma nova imagem com subtração digital (más-
cara fluoroscópica digital).
Pixel shift 
Se o paciente se movimentar entre a ima-
gem-máscara e a imagem contrastada, a técnica 
de subtração será sensivelmente afetada. Se o 
movimento feito pelo paciente for amplo, não 
há como obter uma imagem de subtração com 
qualidade, mas, se o movimento for discreto, é 
possível, com o recurso Pixel Shift (deslocamen-
to do pixel), ajustar a máscara à imagem com 
contraste, fazendo coincidir a anatomia em co-
mum. Esse recurso digital é amplamente utiliza-
do para “limpar” imagens de subtração. 
Zoom/inversion
Técnica digital que permite manipular o ta-
manho da imagem e a inversão da escala de cin-
za. Esses procedimentos são rotineiros em ASD.
Figura 14 Zoom MF 2.0
Figura 16 A. cerebral 
– imagem positiva
Figura 15 A. cerebral 
– imagem negativa
Figura 13 Zoom MF 1.0
 Angiografia por subtração digital 87
Análise vascular
Os equipamentos de angiografia por sub-
tração digital permitem que sejam analisados 
eventuais áreas de estenoses, aneurismas, obs-
truções ou mesmo a ruptura de vasos, com 
recursos de softwares. As análises incluem me-
didas do diâmetro dos vasos, medidas da ex-
tensão de estenoses, percentual de obstrução, 
entre outras. 
 
Paisagem (landmarking)
Técnica de subtração parcial. Essa técnica é 
útil para mostrar pontos de referência anatômi-
cos. A imagem a seguir apresenta uma angiogra-
fia por subtração digital, mostrando as imagens 
dos ossos da pelve.
Figura 18 Com black shutter
Figura 19 Sem black shutter 
Figura 17 Artérias Ilíacas
 – paisagem. Subtração parcial
Black shutter
As imagens de ASD podem ser tratadas com 
o “fechamento” de áreas, permitindo o enegre-
cimento de áreas de fundo da imagem. Essa téc-
nica é denominada black shutter.
 88 Capítulo 2
10. Protocolos 
A maioria dos equipamentos possuem pro-
tocolos predefinidos para vasos específicos ou 
regiões do corpo. Esses protocolos servem 
como referênciae até podem ser utilizados, 
mas, dependendo das circunstâncias e dos ob-
jetivos diagnósticos, podem e devem ser alte-
rados, visando a melhor técnica em cada caso. 
Parâmetros como quantidade de imagens por 
segundo, número de máscaras, tempo total de 
aquisição e fatores de exposição, como kV e 
mAs, devem ser analisados e, se necessário, 
ajustados para cada aquisição.
O protocolo do exame de angiografia deve 
levar em consideração se há interesse na de-
monstração apenas dos vasos arteriais ou se 
a fase venosa também deve ser incluída; nes-
te caso, a aquisição das imagens exigirá maior 
demanda de tempo para permitir o retorno 
do contraste pelos vasos venosos e sua conse-
quente visualização.
O tempo de atraso na aquisição (delay) re-
fere-se ao tempo entre a injeção do meio de 
contraste e o início da aquisição das imagens. 
Esse tempo poderá, no protocolo do exame, 
assumir um valor negativo, situação que ocor-
re quando o cateter encontrar-se no vaso de 
interesse. Nesse caso, a aquisição das imagens 
deverá anteceder a infusão do contraste sendo 
essas imagens utilizadas como máscara no pro-
cesso de subtração digital.
Principais protocolos
Os protocolos a seguir servem apenas como 
referência. Foram obtidos em equipamentos 
detectores digitais de alta potência. Deve-se, 
portanto, levar em consideração as característi-
cas e os recursos de cada equipamento.
Aortografia Abdominal (abdome)
No exame da aorta abdominal o cateter é 
levado a partir da artéria femoral até o plano 
superior às artérias renais. O contraste deve 
evidenciar a aorta abdominal, as artérias re-
nais, a artéria mesentérica superior e as arté-
rias ilíacas.
Figura 20 Aorta abdominal
Arteriografia Ilíaca (Pelve)
Nesse exame, o cateter deve estar posicio-
nado acima da bifurcação da aorta. Visualiza-se 
as artérias ilíacas, as artérias pudendas e a por-
ção proximal das artérias femorais
 Arteriografia seletiva 
dos membros inferiores
O exame dos membros inferiores poderá 
ser feito seletivamente nas artérias femorais, 
artérias poplíteas, artérias tibiais, artérias do 
pé. A injeção do contraste se dá na aorta ab-
dominal antes do plano da bifurcação. O estu-
do é bilateral e comparativo dos membros. O 
atraso na aquisição (delay) é de aproximada-
mente: 3 segundos para as artérias femorais, 
8 segundos para as artérias poplíteas, 12 se-
gundos para as artérias tibiais e 15 segundos 
para as artérias do pé. 
 Angiografia por subtração digital 89
Protocolos:
• Artéria Femoral
FOV 50 cm
Tempo de aquisição: 60 segundos (Com fase 
venosa )
Imagens por segundo: 2
Atraso na aquisição: 3 segundos
• Artéria Poplítea
FOV 30 cm 
Tempos de aquisição: 50 segundos (Com 
fase venosa)
Imagens por segundo: 2
Atraso na aquisição: 8 segundos
• Artéria Tibial
FOV 40 cm 
Tempo de aquisição: 40 segundos (Com fase 
venosa)
 Imagens por segundo: 1
 Atraso na aquisição: 12 segundos
• Artérias do Pé
FOV 30 cm 
Tempo de aquisição: 20 segundos (Com fase 
venosa)
Imagens por segundo: 1 
Atraso na aquisição: 15 segundos
 
Arteriografia dos membros
inferiores pela técnica “Bolus Chasing”
A técnica “bolus chasing” consiste de dis-
positivo automático de deslocamento da mesa 
e aquisição de imagens após injeção do bolo 
de contraste. Essa técnica permite uma aquisi-
ção mais rápida e com menor uso de contraste 
comparada à arteriografia seletiva, ao mesmo 
tempo, permite uma apresentação panorâmi-
ca comparativa da vascularização dos mem-
bros inferiores. 
Figura 21 Angio MMII (Bolus Chasing)
Protocolo:
FOV 100 cm
Imagens por segundo: 1
Tempo de aquisição: 30 segundos
Atraso na aquisição: 3 segundos
Programar os passos. (Tripla localização)
Aortografia torácica
Na aortografia torácica o cateter deverá 
estar posicionado na aorta ascendente de 
forma a realçar, após a injeção do contraste, 
todo o arco e os vasos supra-aórticos entre 
esses o tronco braquiocefálico, a artéria ca-
rótida comum esquerda e a artéria subclávia 
esquerda.
 90 Capítulo 2
Figura 22 Arco aórtico
Protocolo:
FOV 30 cm
Imagens por segundo: 3
Tempo de aquisição: 15 segundos 
Atraso na aquisição: 0,5 segundo.
Arteriografia do membros superiores
Da mesma forma como com os membros 
inferiores, os membros superiores poderão ser 
estudados de forma seletiva em artérias bra-
quiais, artérias radiais e artérias da mão, ou pela 
técnica “bolus chasing” em aquisição automáti-
ca com movimento sincronizado da mesa. Po-
rém, diferentemente dos membros inferiores, 
o membro superior é estudado unilateralmente 
pela cateterização seletiva da artéria subclávia 
correspondente.
Protocolos:
• Arteriografia Braquial:
FOV 40 cm
Imagens por segundo: 2
Tempo de aquisição: 40 segundos (com fase 
venosa)
Atraso na aquisição: 0,5 segundo
• Arteriografia Radial
FOV 30 cm 
Imagens por segundo: 2 
Tempo de aquisição: 30 segundos (com fase 
venosa)
Atraso na aquisição: 3 segundos
• Arteriografia da Mão
FOV 30 cm
Imagens por segundo: 2
Tempo de aquisição: 20 segundos (com fase 
venosa)
Atraso na aquisição: 5 segundos 
Figura 23 ASD Mão. Mostrando ausência 
de circulação no IV dedo
Arteriografia Carótida
A arteriografia carótida é feita de forma se-
letiva com o cateter na raiz da carótida de in-
teresse. Mais de um plano de aquisição poderá 
ser realizado, neste caso em projeções diferen-
tes podendo ser de frente, de perfil e em pro-
jeções oblíquas. 
 Angiografia por subtração digital 91
Figura 25 ASD cerebral. Tempo Venoso
Protocolo:
FOV 30 cm
Imagens por segundo: 3 
Tempo de aquisição:15 segundos
Atraso na injeção: -1 segundo.
 
Arteriografia Vertebral
A arteriografia vertebral é feita também de for-
ma seletiva, algumas vezes em múltiplos planos.
Protocolo:
FOV 30 cm 
Imagens por segundo: 3
Tempo de aquisição: 15 segundos
Atraso na injeção: -1 segundo.
Arteriografia Cerebral
A arteriografia cerebral constitui-se em 
exame de grande demanda em serviços de 
angiografia por subtração digital. O estudo da 
vascularização cerebral é feito de forma sele-
tiva entre os hemisférios direito e esquerdo 
e a fossa posterior. A abordagem de cada he-
misfério se faz pela carótida interna de cada 
lado do encéfalo em projeções frontal, perfil 
e oblíquas. A fossa posterior é estudada pela 
arteriografia do sistema vertebrobasilar que 
pode ser acessado pela cateterização seleti-
va de pelo menos uma das artérias vertebrais 
ou, com mais frequência, a partir de ambas 
artérias vertebrais também em aquisições 
multiplanares.
O exame de arteriografia cerebral eviden-
cia de forma detalhada os principais vasos 
encefálicos e boa parte de suas ramificações 
com destaque para o círculo arterial cerebral, 
artérias cerebrais médias, artérias cerebrais 
anteriores, artérias cerebrais posteriores, ar-
térias comunicantes, artérias cerebelares e 
artérias pericalosas.
 Protocolo:
FOV: 20 cm 
Imagens por segundo: 3
Tempo de aquisição: 30 segundos (Com fase 
venosa)
Atraso na aquisição: 0 segundo
Figura 24 ASD Cerebral. Tempo Arterial
Cineangiocoronariografia
O exame de cineangiocoronariografia evi-
dencia as principais artérias que irrigam o co-
ração com destaque para a artéria coronária 
direita, tronco da coronária esquerda e os 
seus principais ramos compreendidos entre 
artéria interventricular anterior, artéria dia-
gonal e artéria marginal; evidencia ainda as 
 92 Capítulo 2
quatro câmaras cardíacas representadas pe-
los átrios e ventrículos. É o exame de urgên-
cia no quadro do infarto agudo do miocárdio 
e é o exame de rotina para pacientes que 
apresentam quadros de hipertensão arterial 
crônica e angina peitoral.
No exame de cineangiocoronariografia, as 
tomadas de imagens são realizadas sempre em 
múltiplas projeções de forma a demonstrar 
eventuais estenoses, obstruções, calcificações 
vasculares, e outras enfermidades, em diferen-
tes ângulos, facilitando desta forma as possíveis 
condutas terapêuticas em cada caso.
Protocolo:
FOV: 20 cm 
Imagens por segundo: 15 (cine)
Atraso na aquisição: -1 segundo.
Figura 26 Coronária 
esquerdae seus ramos
Figura 27 Ventriculografia
 Angiografia por subtração digital 93
Referências
BONTRAGER, K. L. Tratado de técnica radiológica e base anatômica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2003.
CARNEVALE, F. C. Radiologia intervencionista e cirurgia endovascular. 1. ed. Rio de Janeiro: 
Revinter, 2006.
LOBATO, A. C. et al. Tratamento endovascular da doença obstrutiva carotídea em pacientes de 
alto risco: resultados imediatos. Jornal Vascular Brasileiro, v. 5, n.1, p. 23-29, 2006.
MONNIER, J. P.; TUBIANA, J. M. Manual de diagnóstico radiológico. 5. ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1999.
NOVELLINE, R. A. Fundamentos de radiologia de Squire. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999.
OSBORN, A. G. Diagnóstico neurorradiológico. Rio de Janeiro: Revinter, 1999.
Densitometria
óssea
Capítulo 3
Anderson Fernandes de Moraes
Tecnólogo em Radiologia. Técnico em 
Radiologia Médica e Radiodiagnóstico. Di-
retor do Departamento de Medicina Nu-
clear da Associação de Tecnologia Radio-
lógica do Estado de São Paulo (ATRESP) 
para o biênio 2005-2007. Presidente do 
Centro Acadêmico de Tecnologia em Ra-
diologia Médica do Centro Universitário 
São Camilo para o ano de 2006. Técnico 
em Medicina Nuclear da Cedimen - Cen-
tro Diagnóstico em Medicina Nuclear. 
Professor de Técnicas Radiológicas do 
Centro de Ensino Método.
Densitometria 
óssea
Capítulo 3
 97
Anderson Fernandes de Moraes
1. Introdução
A densitometria óssea é o método de 
diagnóstico que avalia o grau de mineraliza-
ção óssea do esqueleto ou de segmentos do 
esqueleto. Seus resultados são comparados 
com a densidade mineral óssea (DMO) da 
média populacional.
O estudo por segmentos é mais frequente, 
sendo comum a avaliação da densidade óssea 
da coluna lombar e do quadril direito.
A densidade mineral óssea (DMO) é ex-
pressa em g/cm2 e representa a massa de 
cálcio expressa em gramas em uma área de 
1 centímetro quadrado de tecido. Os valores 
obtidos junto à população e que representam 
a média populacional são importantes para as 
análises referenciais. Esses valores precisam 
ser significativos, e isto requer cuidados na 
amostragem. É necessário ainda que os valo-
res sejam distribuídos por faixa etária e peso 
e que as características regionais da população 
sejam consideradas.
Os valores de DMO usados como referen-
cial estão relativamente bem definidos para 
as mulheres e foram obtidos com base nos 
valores da população feminina americana. A 
quantidade de exames DMO no Brasil ainda é 
muito baixa para se traçar um perfil confiável 
de sua média populacional.
O exame de densitometria está especial-
mente indicado na avaliação da osteoporose, 
estado em que os ossos perdem cálcio; na 
osteopenia, estado em que ocorre redução 
do número de osteócitos no tecido ósseo; e 
nas patologias em que está presente a hiper-
calcificação. 
A osteoporose é uma doença que pode se 
manifestar sem etiologia definida ou de forma 
secundária associada a outras doenças, tais 
como: hipotireoidismo, insuficiência renal e 
hepática, mielomatose, anemia, imobilizações 
prolongadas, situações essas que podem de-
sencadear estado de osteoporose. As mulheres 
na menopausa e os homens acima de 60 anos 
apresentam, não raramente, índices significati-
 98 Capítulo 3
vos de osteoporose. Normalmente a osteopo-
rose é precedida da osteopenia.
A densitometria óssea e os chamados bio-
marcadores do metabolismo (exames de sangue 
e de urina) vêm sendo utilizados para fornecer 
informações que nos permitem saber o perfil 
evolutivo dessa enfermidade.
2. Histórico
Em 1963, os Drs. Cameron e Sorensen pu-
blicaram na revista Science (1963; 142:230-2) 
os primeiros trabalhos de que se tem notícia 
sobre a densitometria óssea contemporânea, 
realizada através da técnica denominada Single 
Photon Absorptiometry, ou SPA. Apesar disso, 
a história nos mostra que o interesse da ciência 
com a densidade óssea é bem mais antiga. Em 
1895, Röentgen publicava seus primeiros estu-
dos sobre os raios X e, surpreendentemente, 
em 1897 – apenas dois anos após os trabalhos 
de Röentgen – um pesquisador americano 
de nome Dennis J. publicou na revista Dental 
Cosmos um artigo intitulado “A new system of 
measurement of bone opacity” (1897, p. 445), 
ou seja, um novo sistema para a mensuração 
da opacidade óssea. Ao descrever o método 
como “novo”, é sugerida a existência prévia 
de outro método capaz de indicar a opacida-
de do osso, o qual não nos foi possível encon-
trar na literatura médica consultada. Price W.A. 
(1901, v. 43, p. 483), em 1901, novamente na 
revista Dental Cosmos, parece ter sido quem 
empregou o termo “densitometria” pela pri-
meira vez. Este parece ter sido o momento 
em que esse campo do conhecimento humano 
realmente se iniciou. No artigo de Price, des-
tinado à odontologia, fica claro que um tubo 
de raios X era introduzido na boca do cliente, 
e o filme, um padrão de alumínio, posicionado 
ao lado da mandíbula. Esses são os primórdios 
da técnica conhecida como “absorciometria ra-
diográfica”, hoje com uso limitado aos estudos 
epidemiológicos de ossos periféricos. Uma boa 
referência histórica da densitometria, ainda em 
seu nascedouro, pode ser encontrada na Re-
vista Americana de Nutrição Clínica, publicada 
por Garn SM, em 1962. O título do artigo é 
“An annotated bibliography on bone densito-
metry” (1962, v. 10, p. 59), ou seja, um relato 
bibliográfico sobre densitometria óssea. Data, 
portanto, do início da década de 1960 a história 
contemporânea da densitometria. 
Os anos 80, com o desenvolvimento da Dual 
X-Ray Absorptiometry (DXA) foram especiais. Já 
em 1992, a Organização Mundial da Saúde (OMS) 
preocupava-se em reunir seus consultores para 
avaliar cientificamente a extensão da capacidade 
da densitometria enquanto recurso clínico. 
Em 1994, em publicação histórica, a OMS 
propõe que o diagnóstico da osteoporose seja 
estabelecido tendo como base os resultados 
da densitometria expressos em desvios padrão 
(T-Scores) em relação a referenciais de normali-
dade para adultos jovens e saudáveis. 
Esse novo conceito, embasado em nume-
rosa literatura científica, determinou uma nova 
fase na atenção clínica a essa enfermidade.
3. Osteoporose
A osteoporose é uma doença complexa cujas 
causas não são totalmente conhecidas. 
É uma doença que leva ao enfraquecimento 
dos ossos, tornando-os vulneráveis aos peque-
nos traumas. A osteoporose é assintomática, 
lenta e progressiva. Seu caráter silencioso faz 
com que, usualmente, ela não seja diagnosticada 
até que ocorram as fraturas, principalmente nos 
ossos do punho, do quadril e da coluna verte-
 Densitometria óssea 99
bral. O osso é um tecido vivo e em constante 
renovação ao longo da vida humana. O proces-
so de destruição e reconstrução, chamado de 
remodelação óssea, se mantém de acordo com 
o equilíbrio de cálcio no organismo. A massa ós-
sea do ser humano atinge seu pico aos 35 anos. 
A partir daí, começa a decrescer em virtude do 
declínio no processo de reconstituição. A perda 
lenta e gradual de massa óssea, ou osteopenia, é 
considerada normal em ambos os sexos. O fato 
preocupante para as mulheres é a perda acentu-
ada logo após a menopausa, em função do declí-
nio na produção de hormônios estrogênios em 
seu organismo. Quando a perda de densidade 
atinge 30% da massa óssea, a osteoporose está 
instalada e é possível encontrar diminutas cavi-
dades nos ossos. Se não tratada, a doença dei-
xa o esqueleto com aspecto de “queijo suíço” 
(Figura 1). O osso perde densidade e espessura 
(Figura 2), torna-se extremamente frágil e pode 
romper-se ao menor movimento ou esforço ou 
em decorrência de pequenas quedas. 
Figura 1 Osso normal e com osteoporose 
Fonte: Stevenson (1992, p. 60)
Figura 2 Osso com perda de 
densidade e espessura
Fatores que podem acelerar perda óssea
Estilo de vida
 – Vida sedentária
 – Tabagismo
 – Etilismo
 – Regime de emagrecimento
 – Dieta baixa em cálcio, alta em cafeína e 
alto consumo proeico.
Status menstrual– Menopausa fisiológica ou precoce
 – Oligomenorreia/amenorreia 
induzida por exercício físico ou 
insuficiência de estrógeno
 – Hiperprolactinemia
 
Medicamentos
 – Corticoesteroides
 – Anticonvulsivantes (fenitoína 
e fenobarbital)
 – Heparina (longo prazo)
 100 Capítulo 3
Doenças endócrinas
 – Doença de Cushing
 – Hipogonadismo
 – Tireotoxicose
 – Doença de Addisson
 – Diabetes melito insulino-dependente
 – Hiperparatireoidismo primário
Doenças hematológicas
 – Linfomas/leucoses
 – Mielomatose
 – Thalassemia
As mulheres têm um risco quatro vezes 
maior de desenvolver osteoporose porque, 
após a menopausa, apresentam diminuição da 
produção do hormônio estrogênio, que é im-
portante para a fixação do cálcio nos ossos. 
Os homens também podem desenvolver os-
teoporose, embora menos frequentemente, 
em decorrência de distúrbios hormonais ou 
do uso de alguns medicamentos.
Consequências
Na fase inicial, pode ser assintomática. To-
davia, podem ocorrer dores nos ossos, encur-
vamento da coluna (hipercifose torácica – cor-
cunda) devido a fraturas de vértebras (Figura 3). 
Fraturas de colo de fêmur (mais frequentes) e 
de outros ossos podem ocorrer devido à fragi-
lidade óssea. O osso cortical se afina gradual-
mente e os buracos do osso trabecular se tor-
nam cada vez maiores e irregulares (Figura 4).
Figura 3 Hipercifose
Figura 4 Osso com perda de densidade do 
osso cortical e osso normal
 
Prevenção e tratamento
Sem dúvida, o melhor tratamento é a pre-
venção. O exercício físico, dentro dos limites 
de cada pessoa, representa uma boa medida 
preventiva. Caminhar durante 30 a 60 minu-
tos, 3 a 4 vezes por semana, pode ser o sufi-
ciente. Os exercícios para tonificar a muscu-
latura das costas também são úteis. Deve-se 
aumentar a ingestão de cálcio, seja por produ-
tos lácteos, seja pela administração de sais de 
cálcio. As necessidades mínimas de vitamina D 
 Densitometria óssea 101
também devem ser supridas. Na menopausa, 
a reposição hormonal (com estrogênio) dimi-
nui significativamente a perda de massa óssea 
e reduz a incidência de fraturas vertebrais e 
dos quadris (em aproximadamente 60%). 
Ademais, diminui os sintomas menopáusicos 
e reduz em até 50% a incidência de doen-
ças cardiovasculares. Esse tipo de tratamento 
exige a realização de controles ginecológicos 
e mamários a cada 12 meses. Quando não é 
possível empregar os estrogênios (idosos, mu-
lheres com mais de cinco anos de menopausa 
e homens que não requerem testosterona), 
podem ser administrados difosfonatos ou cal-
citonina. Esses medicamentos também têm se 
mostrado eficazes na prevenção da perda de 
massa óssea e na diminuição da incidência de 
fraturas vertebrais e dos quadris. Os episó-
dios de dor (fraturas) devem ser tratados com 
analgésicos e repouso durante duas semanas 
(dependendo de cada caso). Pode ser útil apli-
car calor local e usar cintas ortopédicas. 
 
Figura 5 O melhor tratamento é a prevenção 
4. Método de obtenção 
de imagem na investigação 
da densidade óssea
Radiografia convencional do esqueleto
A radiografia convencional (Figura 6) é re-
lativamente insensível e a perda de massa ós-
sea é aparente apenas quando a massa óssea 
diminuiu cerca de 30%-50%. Uma radiografia 
simples é inadequada para se planejar interven-
ção terapêutica na pós-menopausa. Entretanto, 
existem várias técnicas semiquantitativas, que 
permitem avaliar a morfologia trabecular óssea. 
Nesse sentido, a mais utilizada até o momento 
tem sido a do índice de Singh, que avalia marcas 
trabeculares no fêmur proximal. Essa técnica 
mostrou-se útil em estudos epidemiológicos de 
fraturas do fêmur proximal, mas apresenta va-
lor limitado em mulheres jovens.
 
Figura 6 A perda de massa óssea 
é aparente apenas quando diminuiu cerca 
de 30%-50%
Single Photon Absorptiometry (SPA)
Os estudos pioneiros de Cameron & Soren-
son, no início da década de 1960, permitiram o 
 102 Capítulo 3
desenvolvimento dos primeiros equipamentos 
de SPA (Fotografia 1). Essa técnica baseia-se na 
medição da atenuação de um feixe de fótons 
com um único nível de energia emitido por uma 
fonte externa de NA 125I ou 241AM. No SPA, a 
atenuação causada pelas partes moles não é cor-
rigida, o que limita seu emprego ao esqueleto 
apendicular (rádio, ulna, metacarpo e calcâneo), 
no qual a quantidade de tecidos moles é mínima. 
Tendo em vista essa limitação e o fato de que a 
massa óssea nesses locais não indica com muita 
exatidão o estado metabólico dos locais críticos 
para fraturas (ou seja, coluna e fêmur proximal), 
a aplicabilidade clínica do SPA tem sido limitada. 
Fotografia 1 Equipamento SPA (década de 1960)
Fonte: Stevenson (1992, p. 70)
Dual Photon Absorptiometry (DPA)
Nas últimas duas décadas desenvolveu-se 
a DPA (Fotografia 2), técnica que se baseia na 
análise da atenuação de um feixe puntiforme 
de radiação de uma fonte externa de gadolí-
nio (153Gd), com dois níveis de energia (44 
e 100keV). Esse feixe atravessa o indivíduo 
no sentido posteroanterior e é captado por 
um detector de cintilação. A relação entre a 
atenuação dos dois picos de energia permi-
te corrigir a contribuição das partes moles, 
possibilitando o acesso à medição da massa 
óssea de regiões de maior interesse clínico 
– coluna lombar e fêmur proximal – com al-
gum erro de precisão.
Fotografia 2 Equipamento DP3 
que utiliza o método DPA
Fonte: Stevenson (1992, p. 72)
Dual Energy X-ray Absorptiometry 
(DEXA) 
A introdução da tecnologia DEXA (Figura 9) 
apareceu com o objetivo de superar as limita-
ções da DPA. A fonte de 153Gd foi substituí- 
da por uma fonte de raios X, que possui um 
aumento substancial na intensidade da saída 
do fluxo de radiação, possibilitando um exa-
me mais rápido (4-6 min), com menor erro de 
precisão (~1%), menor dose de radiação para 
o cliente e melhor resolução das imagens. Du-
rante a realização do exame, o detector, mo-
vendo-se juntamente com a fonte de radiação, 
amostra os fótons que passam através do corpo 
do cliente. O programa calcula a densidade de 
 Densitometria óssea 103
cada amostra a partir da radiação que alcança 
o detector em cada pico de energia, de acordo 
com a equação de transmissão de fótons. O sis-
tema é calibrado para expressar os resultados 
em gramas por centímetros quadrados (g/cm2; 
gramas de mineral ósseo/cm2 de área analisada 
– BMD). Esses dados são utilizados na constru-
ção de uma imagem que permite a identificação 
e a análise de regiões de interesse.
Fotografia 3 Equipamento DPX/IQ 
que utiliza o método DEXA
5. Composição dos equipamentos 
de densitometria óssea
Hardware
Mesa escaneadora: composta de uma 
mesa e um braço escaneador, contém supri-
mentos de força, circuitos eletrônicos, meca-
nismos motorizados e a fonte de raios X.
O braço escaneador consiste de um detec-
tor e um braço – suporte que serve de cabo 
condutor entre o detector e a mesa – e inclui 
um painel de controle equipado com dois in-
terruptores de posicionamento que permitem 
a movimentação do braço examinador e detec-
tor. O interruptor BACK/FRONT (para trás /
frente) permite a movimentação do detector 
no sentido longitudinal da mesa, e o interrup-
tor LEFT/RIGHT permite a movimentação do 
detector para a esquerda e para a direita. É im-
portante saber o significado de alguns símbolos 
que indicam, por exemplo: botão de parada de 
emergência, força ligada, laser ligado, obturador 
aberto, raios X ligado etc. 
Computador: armazena e analisa dados. 
Possui controles de comunicação entre ele e a 
mesa e entre o monitor e a impressora.
Monitor: permite visualizar as telas do 
software Lunar, das imagens escaneadas e dos 
dados escaneados.
Teclado: permite a comunicação com o 
computador. É usado para digitar os comandos 
e realizar as funções do computador. 
Impressora: permite a criação de uma 
cópia no papel da imagem escaneada e da 
análise dos resultados.
Fotografia 4 Equipamento de 
densitometria óssea 
 104 Capítulo3
Software
Os vários fabricantes de equipamentos de 
densitometria óssea disponilizam programas 
para a realização de exames da coluna, fêmur, 
antebraço e de corpo inteiro. Esses programas 
apresentam submenus operacionais que orien-
tam o usuário na elaboração e impressão do re-
latório de análise densitométrica.
Figura 7 Software Lunar 
 
Figura 8 Software Challenger 
6. Princípios básicos de 
um densitômetro
A densitometria mede a quantidade de ra-
diação absorvida pelo corpo ou segmento de-
sejado, calculando a diferença entre a radiação 
emitida pela fonte de radiação e a que sensibili-
za um detector de fótons.
O princípio de dupla emissão de raios X 
baseia-se no fato de que as características de 
atenuação diferem no osso e nos tecidos moles 
em função da energia dos feixes de raios X.
A diferença na atenuação entre o osso e o 
tecido mole é maior no feixe de baixa energia. 
Um contorno de atenuação é então formado, 
permitindo a quantificação do mineral e da massa 
de tecidos moles (massa magra e massa gorda).
 
Fotografia 5 Tubo de raios X
Tubo de raios X (anodo fixo)
 Densitometria óssea 105
Fotografia 6 Colimador
Fotografia 7 Detecção dos raios X
Fotografia 8 Placas de controle
O colimador pode apresentar um feixe único, 
ou um feixe em leque; no caso do feixe único, 
ou PENCIL BEAM, os movimentos são lineares 
de um lado para o outro. E, no caso do feixe em 
leque, ou FAN BEAM, o movimento é único, de 
varredura sobre o cliente, com menor tempo. 
A dose de radiação do exame é de apenas 1 a 
3MSV, dependendo do local da aquisição.
 
Figura 10 Feixe único (Pencil Beam) 
Fonte: Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica.
Bloco de colimação
Colimador
Shutter 
(obturador)
Detector de raios X 
(iodeto de sódio)
 106 Capítulo 3
Figura 9 Feixe em leque (Fan Beam)
Cuidados com o densitômetro
w A temperatura do equipamento 
deve variar de 18º a 25º (sem 
oscilação maior que 2º nas 24 
horas do período de controle). 
w A umidade deve variar de 20% a 
80% (sem oscilação nas 24 horas 
do período de controle).
w Poeira, fumo, névoas e corpos 
estranhos devem ser evitados.
w Ao limpar o aparelho, o uso de 
solventes deve ser evitado.
w Verificar se os cabos estão bem 
dispostos e protegidos.
w A corrente elétrica deve e manter estável.
w Os dados devem ficar armazenados 
(é necessário efetuar backup 
das informações).
• Procedimentos de controle da qualidade 
devem ser implantados (são importantes 
para detectar alterações precoces).
Além desses cuidados, é importante não dei-
xar cair líquido no computador, não usar força 
para manusear o braço escaneador e não co-
mer na sala de exame.
Controle da qualidade
do densitômetro
A validade da quantidade de massa óssea 
determinada depende da precisão de algu-
mas medidas.
Os dois fatores básicos que afetam a 
precisão são:
– performance dos instrumentos usados 
para fazer as medidas
– performance dos operadores que adqui-
rem e analisam o exame.
A performance dos operadores e dos equipa-
mentos precisa ser cuidadosamente monitorada 
e controlada para que se obtenham informações 
confiáveis. Procedimentos de controle da quali-
dade, geralmente implantados pelo fabricante a 
fim de monitorar o processo e manter a qualida-
de no nível ótimo, são fundamentais na avaliação 
da densitometria óssea. A precisão é importante 
porque permite ao sistema gerar os mesmos re-
sultados de medidas repetidas. 
Por esse motivo, é necessário realizar alguns 
testes da qualidade, entre os quais:
w Testes de calibração (realizados 
pelos fabricantes antes de enviar 
o equipamento ao cliente).
w Testes especiais após reparo ou 
calibração dos equipamentos.
w Testes de controle diário.
Testes de controle diário (QA – quality 
assurance) em equipamentos Lunar
O controle da qualidade (QA) nos equipa-
mentos DEXA-LUNAR utiliza um bloco de ca-
libração (Figura 19) que possui três câmaras 
de material equivalente a osso de conteúdo 
mineral conhecido, que deve ser escaneado 
diariamente na mesma posição. O sistema de-
termina os valores de calibração escaneado 
das três câmaras e determina o conteúdo mi-
neral ósseo (BMC) e o diâmetro de cada canal. 
detector linear
feixe em leque
fonte de 
raios X
 Densitometria óssea 107
Os valores de BMC dos três canais são os va-
lores padrão (standard values), e o computador 
calcula um valor de inclinação das três medidas 
(slope value) para converter os dados do scan 
em resultados calibrados. 
Esses canais atuam após o detector peak test 
e avaliam as condições mecânicas e eletrônicas 
da mesa de exame. Os motores movem o bra-
ço longitudinal e transversalmente e, em segui-
da, são testados. O tissue value mede a câmara 
do bloco QA, que contém material equivalente 
a tecido mole. Após os resultados dos valores 
padrão, o programa calcula a média (SD) e o 
coeficiente de variação (CV) para cada valor en-
contrado nas câmaras de bloco de calibração. 
Todos os CV devem ser menores que 1%. O 
CV mede a precisão do equipamento e deve ser 
bem observado após o término do QA.
Fotografia 9 Phantom para calibração diária
Teste de controle diário nos equipamen-
tos Hologic
Nos aparelhos Hologic, recomenda-se o 
escaneamento diário do phantom de coluna 
(Fotografia 9) pelo fabricante. O tamanho do 
ROI (região de interesse) utilizado deverá per-
manecer igual dia a dia. Os resultados desses 
exames são introduzidos no banco de dados do 
controle da qualidade. No momento da insta-
lação, são realizados 10 scans do phantom de 
coluna do Hologic cujos dados são arquivados 
no banco de dados do controle da qualidade. 
Esses resultados são dispostos como uma linha 
que atravessa o gráfico do controle e servem 
de base para o sistema de calibração.
Resultados com variações maiores que 1,5% 
(mais ou menos) indicam problemas com o siste-
ma. A posição quanto à calibração do equipamento 
pode ser checada pelo fator de calibração (CF), que 
é um número que aparece à direita “escaneada”. 
Esse número deverá permanecer constante, exce-
to quando o aparelho for recalibrado após reparos.
Fotografia 10 Phantom para calibração diária
Fatores que afetam os resultados 
em DMO
w Técnica do operador para posicionamen-
to e análise do exame.
w Calibração inadequada do equipamento.
w Presença de outras fontes de radiação no 
ambiente.
w Desconhecimento da história do cliente.
w Presença de artefatos (botões, zíperes etc.).
w Endurecimento do feixe de raios X, 
 108 Capítulo 3
processo que ocorre progressivamen-
te, com o tempo.
w Contraste oleoso (mielografia) pode per-
manecer depositado no organismo por 
vários anos.
w Calcificações na aorta abdominal.
w Cálculos renais e biliares.
w Contrastes baritados (deve-se aguardar 5 
dias para se fazer a densitometria).
w Área de análise inadequadamente sele-
cionada.
w Variação de temperatura na sala.
w Envelhecimento do detector de cintilação.
w Exames de medicina nuclear recentes. 
w Uso recente de comprimido de cálcio.
w Distorções da arquitetura esquelética: 
doença degenerativa discal, espondilolis-
tes, cifoescoliose, fraturas vertebrais.
 
7. Iniciando o exame
 Após realizar os testes, iniciar a rotina.
 Verificar se a sala de exame está preparada para 
receber o cliente, certificando-se de que a tempe-
ratura e a umidade estejam nos seguintes níveis:
– Temperatura: 18 a 25 graus (sem varia-
ção nas 24 horas)
– Umidade: 20% a 80% (sem variação nas 
24 horas)
Com o cliente em sala, identificar seu nome 
e data de nascimento, conferindo esses dados 
com um documento.
É importante perguntar se o cliente já fez 
esse exame.
Caso já tenha feito, solicitar os exames an-
teriores, que ficam retidos para comparação 
(se solicitado pelo médico) e são devolvidos ao 
cliente juntamente com o resultado atual.
Caso seja a primeira vez, tranquilizar o clien-
te explicando como o exame é realizado.
Vale lembrar os pré-requisitos exigidos para 
a realização do exame, a saber: a clientenão 
pode estar grávida nem ter recebido contraste 
nos últimos 3 a 6 dias.
Questionar o cliente sobre a ingestão de 
cálcio, principalmente se essa ingestão tiver 
antecededido em até 2 horas o exame de den-
sitometria, o que compromete a imagem.
Pedir ao cliente que tire os sapatos e/ou qual-
quer tipo de metal que possa interferir no exame, 
tais como fivelas, botões, sutiãs com aro metálico, 
roupas com zíperes, colchetes e, se necessário, re-
comendar o uso de avental. Verificar peso e altura.
8. Protocolos de posicionamento
Coluna lombar anteroposterior (AP)
Posicionar o cliente à mesa de modo que fique 
em decúbito dorsal (barriga para cima), observan-
do que a linha central da mesa deve estar no cen-
tro do cliente. A cabeça deve estar abaixo da linha 
horizontal, na cabeceira da mesa, ou seja, do mes-
mo lado em que se encontra o braço escaneador.
Os braços devem estar posicionados ao lon-
go do corpo, com as mãos voltadas para baixo. 
Colocar as pernas do cliente sobre o bloco 
para retificar a coluna lombar, ajudando na separa-
ção das vértebras, de modo que esse bloco fique 
no ângulo de 60 a 90 graus em relação à mesa.
Iniciar o exame, observando a aquisição da 
imagem na tela do computador. Se a imagem 
estiver satisfatória, prosseguir o exame. Se 
não, interromper o exame, ajustar a imagem e 
reiniciar o procedimento.
Adquirida a imagem da coluna, retirar o blo-
co de apoio e preparar para iniciar a aquisição 
da imagem do fêmur.
É de grande importância certificar-se do 
modo de aquisição:
 Densitometria óssea 109
SLOW ou GORDO (>25cm)
MEDIUM ou STANDARD-DM (15-25cm)
FAST ou MAGRO (<15cm)
Verificar também o parâmetro de medição:
Comprimento (cm) e largura (cm). 
 
Fotografia 11 
Posicionamento para coluna lombar 
Figura 10 Exame de coluna lombar
 
IMPORTANTE: Itens a serem avaliados 
numa boa aquisição de imagem da coluna:
A coluna deve estar centrada e retificada.
As cristas ilíacas devem aparecer um pouco 
e estar alinhadas.
Visualização do último par de costelas e par-
te de T12.
Ausência de ar.
Ausência de artefatos: metais e/ou próteses 
de silicone nas mamas e/ou glúteos.
Importante saber que, com relação à análise 
da coluna, as linhas intervertebrais devem se al-
terar o mínimo possível, movendo-se, portanto, 
somente se necessário, pois desse modo a chan-
ce de minimizar um erro é grande. E a região a 
ser utilizada para estudo é L1-L4, excluindo-se 
vértebras eventualmente afetadas por artefatos.
Fêmur
Para exame do fêmur, ainda com o cliente 
deitado, ajustar o suporte triangular do se-
guinte modo:
Com as mãos, fazer um movimento de ro-
tação interna, observando, com uma das mãos 
do lado externo da coxa, o grande trocanter, e 
prender o pé cuja perna será analisada na par-
te inclinada do suporte, imobilizando o mem-
bro. O outro pé deve ficar reto/alinhado com 
o suporte do lado contralateral, ficando a perna 
reta longitudinalmente paralela à linha central 
da mesa. Posicionar a luz do laser aproximada-
mente 7,5cm abaixo do grande trocanter e no 
centro da perna. Esse posicionamento propicia 
um espaço suficiente entre os ossos isquiofe-
mural para uma análise correta.
Observar na tela do computador se está ad-
quirindo uma boa imagem e proceder do mes-
mo modo citado no exame de coluna.
Terminado o exame, retirar o apoio dos pés 
e aguardar o retorno do braço escaneador.
 110 Capítulo 3
 Fotografia 12 Rotação interna
Figura 11 Exame de fêmur
IMPORTANTE: Itens a serem avaliados 
numa boa aquisição de imagem do fêmur:
Rotação da perna suficiente para análise ade-
quada.
Preservação das janelas 25-35 linhas na parte 
inferior e superior.
Retificação do fêmur.
Ausência de metal.
O fêmur direito geralmente é escolhido. No 
caso de este não ser adequado por dificuldade 
de posicionamento, uso de prótese e/ou qual-
quer outro motivo que dificulte ou impossibilite 
a execução do exame, escolher o fêmur con-
tralateral (esquerdo). Se este também não for 
adequado, realizar exame do antebraço.
OBSERVAÇÃO: Com relação à análise do 
fêmur, devemos deixar a área de interesse de 
análise que o aparelho oferece na posição ini-
cial, alterando, se necessário, o mínimo possí-
vel, inclusive quanto à rotação e aproximação 
ou afastamento da cabeça do fêmur, minimi-
zando o erro. Outros itens a que devemos ficar 
atentos são as regiões de interesse no fêmur 
proximal, usando a região de menor valor.
Antebraço
Colocar o cliente sentado ao lado da mesa de 
exame, certificando-se de que suas costas este-
jam eretas e que o ombro esteja alinhado com o 
centro vertical do posicionador. Medir o compri-
mento do antebraço. Essa medida deve ser feita 
desde o processo estiloide da ulna (osso locali-
zado no pulso na parte externa) até o olecrano 
(osso do cotovelo). O antebraço escolhido é o 
não dominante, isto é, o braço contrário à mão 
que se escreve. A peça de apoio (posicionador) 
deve ser colocada sobre a mesa e o antebraço 
deve ser posicionado sobre ela, conforme figura 
ao lado. É importante recomendar ao cliente que 
deixe o pulso relaxado e feche as mãos. Com 
esse movimento, ele é retificado, colaborando 
com o exame.
Posicionar o feixe do laser no centro do pul-
so, alinhado com o processo do cúbito estiloi-
de, a 1cm abaixo do processo estiloide da ulna. 
Prendê-lo com velcro, mantendo a posição, e, 
finalmente, iniciar o exame. 
Verificar na tela do computador se a ima-
gem escaneada está adequada. Observar se 
o membro está centralizado, retificado e pa-
ralelo e se uma pequena porção dos ossos da 
mão está presente. 
 Densitometria óssea 111
Terminado o exame, soltar o braço do clien-
te e aguardar o braço escaneador retornar à 
posição inicial.
Figura 12 Posicionamento de antebraço
Figura 13 Exame de antebraço
Fonte: Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica.
 
O exame de antebraço deve ser realizado 
quando não é possível o exame de coluna e/
ou do fêmur pelo fato de o cliente ser obeso 
(peso acima dos limites especificados para o 
equipamento DXA usado), pela presença de 
próteses etc.
A região do rádio 33% (às vezes chamada de 
rádio 1/3) é a região de interesse, pois outras 
regiões do antebraço não são recomendadas.
Coluna lombar perfil
O exame da coluna lombar na projeção late-
ral permite que se excluam as estruturas pos-
teriores dos corpos vertebrais, minimizando os 
efeitos somatórios da doença osteodegenerati-
va sobre a densidade mineral óssea. Porém, a 
dificuldade de posicionar o cliente e as defor-
midades torácicas comuns em idosos tornam a 
reprodutibilidade do exame inaceitável. Portan-
to, o exame lateral não é indicado para o diag-
nóstico de osteoporose e é usado apenas em 
condições especiais.
Fotografia 13 Posicionamento 
de coluna lombar perfil
 112 Capítulo 3
Figura 14 Posicionamento adequado
 
Corpo inteiro
Posicionar o cliente em decúbito dorsal (dei-
tado de barriga para cima), de modo que ele fi-
que no centro da mesa, isto é, deve-se verificar 
se a linha central divide o cliente ao meio.
A cabeça deve estar do mesmo lado que o 
braço escaneador, logo abaixo da linha hori-
zontal marcada no colchão da mesa de exame 
(distância de mais ou menos 1,5cm da cabeça). 
Os braços devem ficar estendidos ao longo do 
corpo, com as mãos voltadas para baixo, repou-
sando sobre a mesa.
Prendem-se os pés e as pernas com o auxílio 
de velcros, de modo que o velcro menor fique 
na altura dos pés e o maior, na altura dos joe-
lhos, a fim de se evitarem movimentos durante 
o exame.
Fotografia 14 Imobilização de MMII
Figura 15 Imagem de corpo inteiro
 
 
IMPORTANTE: lembrar que, se o cliente 
tiver dimensões maiores que a habitual, ultra-
passando os limites, pode-se usar como recurso 
colocar as mãos sob os quadris (debaixo). 
Terminado o exame, retirar os velcros e aguar-
dar o braço escaneador retornar à posição inicial.
Verificar se os cortes de corpo inteiro estão 
posicionados do seguinte modo:
– Cabeça: o corte de cabeça está localiza-
do imediatamente abaixodo queixo.
– Braço esquerdo e direito: ambos os 
cortes de braços passam pelas axilas e 
 Densitometria óssea 113
se localizam o mais próximo possível do 
corpo. Os cortes devem separar as mãos 
e os braços do corpo.
– Antebraço esquerdo e direito: os cor-
tes de ambos os antebraços são tão próxi-
mos do corpo quanto possível e separam 
os cotovelos e os antebraços do corpo.
– Coluna esquerda e direita: ambos os 
cortes de coluna devem ficar o mais pró-
ximo possível da coluna, sem incluir a cai-
xa torácica.
– Pélvis esquerda e direita: ambos os 
cortes da pélvis passam pelos colos fe-
morais e não tocam na pélvis.
– Topo da pélvis: o corte de topo da pél-
vis localiza-se imediatamente acima do 
limite superior da pélvis.
– Perna esquerda e direita: ambos os 
cortes de perna separam as mãos e an-
tebraços das pernas.
– Entrepernas: o corte entrepernas sepa-
ra a perna direita da esquerda.
9. Diagnóstico e análise do exame
Os critérios de normatização diagnóstica suge-
ridos pela OMS em 1994 constituíram um marco 
no emprego clínico da densitometria. Classificam-
-se em quatro grupos distintos segundo o número 
de desvios-padrão (T-Score), para coluna lombar 
em AP (ou PA), fêmur proximal (colo, total ou 
trocanter) e rádio distal, segmento 33% (ou 1/3).
Até –1 SD, entende-se o resultado densito-
métrico como Normal
Abaixo de –1 SD até 2,5 SD, classifica-se 
como Osteopenia
Abaixo de – 2,5 SD, o termo Osteoporose 
é aplicável, e
Abaixo de – 2,5 SD, associado à fratura óssea, 
atribui-se o termo Osteoporose estabelecida.
 Figura 16 Coluna lombar com valores de 
BMD, T-Score e Z-Score
Figura 17 Fêmur com valores de BMD, 
T-Score e Z-Score
A OMS e a ISCD recomendam que o diagnós-
tico densitométrico se baseie na análise de pelo 
menos dois sítios diferentes. Devem ser usados 
coluna lombar AP (ou PA) e fêmur proximal.
Para aprimorar a precisão e a exatidão (acu-
rácia) dos laudos diagnósticos densitométricos, 
aconselha-se adotar as maiores regiões de inte-
resse (ROIs), como L1-L4 em coluna lombar AP 
ou PA; e no fêmur proximal, adotar para diag-
nóstico o sítio que apresentar o menor SD em 
colo femoral, fêmur total ou trocanter, disponí-
veis atualmente na maioria dos equipamentos. 
Para os monitoramentos sequenciais, aconse-
 114 Capítulo 3
lha-se utilizar o fêmur total, pois essa ROI apre-
senta melhor precisão graças à sua maior área 
de amostragem.
A área de Ward não deve ser utilizada para 
diagnóstico e/ou monitoramento.
O diagnóstico densitométrico da osteo-
porose em mulheres pré-menopáusicas é um 
tema ainda controverso, uma vez que outras 
etiologias de massa óssea baixa devem ser 
consideradas.
Os critérios da OMS são aplicáveis, especifi-
camente, a mulheres pós-menopáusicas.
Mulheres pré-menopáusicas com deficiência 
estrogênica podem apresentar massa óssea bai-
xa ou perdas de massa óssea (ou mesmo os-
teoporose), contudo, não existem critérios de 
diagnóstico densitométrico bem estabelecidos 
para esse grupo populacional. 
Alguns autores recomendam os critérios de 
intervenção terapêutica propostos pela NOF 
(T< -1,5 com fatores de risco e -2,0, mesmo 
sem esses fatores), em vez dos critérios da 
OMS para intervenção clínica nesses clientes.
Em equipamentos Hologic, T-Scores e Z-Scores 
em mulheres pré-menopáusicas são usualmente 
muito próximos. Contudo, em equipamentos Lu-
nar, esses valores podem ser diferentes devido a 
ajustes de etnia e peso (quando habilitados).
O risco de fraturas em mulheres pré-meno-
páusicas permanece baixo, mesmo com baixa 
massa óssea, principalmente se considerado o 
fato de que mulheres nessa fase da vida, estando 
com seus ciclos hormonais regulares, não devem 
sofrer perdas progressivas da BMD. Por essa 
razão, o significado de baixa massa óssea nesse 
grupo e a capacidade de essa informação predi-
zer riscos de fratura ainda não são muito claros.
“O monitoramento da densidade óssea de 
clientes perimenopáusicas brancas e assintomá-
ticas, de grande risco para fraturas futuras, na 
vigência da instauração de terapia de reposição 
hormonal (TRH), tem sido demonstrado de gran-
de efetividade quanto ao custo-benefício” (SB-
DENS, 2006) Quanto aos critérios de diagnósti-
co nas diferentes etnias (caucasianos, asiáticos e 
negros), alguns centros recomendam o emprego 
dos critérios da OMS aos diferentes grupos popu-
lacionais (com a devida observação nos laudos). 
Embora muitos serviços empreguem os 
mesmos critérios de corte (T-Score) para di-
ferentes etnias, a questão é controvertida em 
razão das diferenças raciais. Alguns fabricantes 
adotam ajustes para raça (Hologic, Norland), 
mas outros (GE/Lunar), ainda não.
Critérios específicos
A coluna lombar em AP (ou PA) deve ser 
avaliada se houver pelo menos duas vértebras 
analisáveis. Vértebras alteradas significativa-
mente por artefatos, fraturas ou degenerações 
devem ser excluídas.
O antebraço 33% pode ser empregado 
como opção, caso ambos os fêmures (ou a co-
luna) não sejam analisáveis.
O T-score é a densidade mineral óssea (DMO) 
expressa em termos do número de desvios-pa-
drão (DP) acima ou abaixo (números negativos) 
da média para mulheres jovens. A medição da 
DMO é necessária para documentar a osteopo-
rose, exceto em clientes com fratura vertebral.
Para emprego do T-Score, ajustes para raça 
(se disponíveis) não devem ser utilizados, uma 
vez que, na maioria das vezes, a classificação ét-
nica é equivocada e pouco consistente.
O cálculo do Z-Score não deve ser ajustado 
ao peso e etnia, uma vez que não são validados 
para nossa população, podendo criar conflitos 
entre os resultados de T e Z-Scores.
Até que mais dados epidemiológicos estejam 
disponíveis, os critérios diagnósticos definidos 
para mulheres podem ser utilizados para homens, 
empregando-se banco de dados masculino.
 Densitometria óssea 115
Nas avaliações evolutivas é muito importan-
te levar em consideração o modo de aquisição, 
a região a ser analisada, a operadora técnica, o 
aparelho e o local de trabalho. No posiciona-
mento do cliente à mesa, deve-se ter cuidado 
redobrado, tentando deixar a imagem atual o 
mais semelhante possível à anterior.
É importante saber que, com relação à análise 
da coluna, as linhas intervertebrais devem se al-
terar o mínimo possível, movendo-se, portanto, 
somente se necessário, pois desse modo a chan-
ce de minimizar um erro é grande. E a região a 
ser utilizada para estudo é L1-L4, excluindo-se 
vértebras eventualmente afetadas por artefatos.
Quanto à análise do fêmur, devemos deixar o 
box de análise que o aparelho oferece na posição 
inicial, alterando-se o mínimo possível, inclusive em 
relação à rotação e aproximação ou afastamento 
do box da cabeça do fêmur, minimizando o erro. 
Também devemos ficar atentos às regiões de inte-
resse no fêmur proximal, e usar a de menor valor.
O exame do antebraço deve ser realizado quan-
do o exame de coluna e do fêmur não puder ser 
interpretado, em clientes obesos (acima dos limites 
especificados para o equipamento DXA-Lunar).
A região do rádio 33% (às vezes chamada de 
rádio 1/3) é a região de interesse; não se reco-
menda outra região no antebraço.
10. Contraindicações do exame 
de densitometria óssea
 
a) Impossibilidade de manter o cliente em de-
cúbito dorsal (deitado de costas para a mesa)
b) Cliente com espessura excessiva na re-
gião de exame (DPX-IQ 30cm)
c) Altura acima do permitido pelo programa 
para o corpo inteiro (DPX-IQ 1,96cm)
d) Clientes adultos com menos de 25kg ou 
mais de 120kg podem gerar resultados 
menos exatos
e) Uso de contraste prévio
f) Gestante
 Observação: No exame de densitometria 
óssea, um dos itens mais importantes é o bom 
posicionamento do cliente durante o exame, o 
que permite uma melhor análise posterior e, 
consequentemente, um laudo mais preciso.
11. Proteção radiológica
Os procedimentos para redução da expo-
sição podem ser sintetizados em redução do 
tempo, distância e blindagem.
No que diz respeito à densitometria óssea,as medidas envolvidas são:
– Controle de qualidade: a aferição dos equipa-
mentos dentro do preconizado para cada equipa-
mento é de fundamental importância não somente 
na instalação de aparelhos novos, mas também no 
dia a dia. Deve-se assegurar que a quilovoltagem 
do aparelho e a leitura do miliamperímetro este-
jam corretas e o controle automático do tempo de 
exposição funcione adequadamente. Além disso, 
usar filtros que adequadamente separem o feixe 
polienergético dos raios X em feixe de alta e baixa 
energia e adequar a colimação do feixe de raios X 
para reduzir a radiação espalhada.
– Distância: o operador deve observar uma 
distância adequada entre o equipamento e o 
computador na aquisição das imagens. O posicio-
namento adequado do cliente antes de iniciar o 
procedimento implica reduzir a exposição à ra-
diação pelo fato de tornar desnecessários reposi-
cionamentos posteriores após várias tentativas de 
aquisição e eventuais abortamentos de imagens.
Exposição à radiação
Doses de radiação para o cliente
Os valores das doses recebidas pelo cliente 
em estudos de densitometria óssea variam muito 
 116 Capítulo 3
de um equipamento para outro, principalmente 
entre os sistemas Pencil Beam e Fan Beam. As 
doses para um Hologic QDR-4500 (Fan Beam) 
são em torno de 10 vezes maiores que para um 
sistema QDR-1000 (Pencil Beam). Já um Lunar 
Expert-XL (wide fan beam) apresenta doses 
maiores que um sistema DPX (Pencil Beam). Por 
outro lado, sistemas do mesmo tipo apresentam 
diferenças de dose entre marcas diferentes. Por 
exemplo, sistemas Lunar DPX apresentam doses 
menores que os Hologic QDR-1000.
Doses de radiação para operadores
Vários estudos mostram que, para uma 
média de 2 clientes/hora para sistemas Pencil 
Beam e 4 clientes/hora para sistemas Fan Beam, 
um operador receberia, a 1 metro de distância, 
taxas de dose de 0,12 mSv/h para o QDR-1000 
e 40,12 mSv/h para o Expert-XL. Supondo-se 
uma carga de trabalho de 2.000 horas/ano, o 
operador receberia 0,24 mSv/ano, consideran-
do, por exemplo, o equipamento QDR-1000 e 
8 mSv/ano no caso do Expert-XL.
A Norma CNEN-NE-3.01, “Diretrizes Básicas 
de Radioproteção”, estabelece uma dose máxima 
de 1mSv/ano para pessoas do público. Ou seja, no 
exemplo acima, esse limite estaria plenamente sa-
tisfeito; porém, os sistemas Wide Fan Beam pode-
riam ultrapassar esse limite sob as condições cita-
das acima. Isso torna necessária a utilização de salas 
de exame amplas, onde o operador possa ficar a 
pelo menos 2 ou 3 metros de distância do cliente.
12. Ultrassonometria
O ultrassom quantitativo avalia a velocida-
de e a atenuação do som ao atravessar o osso. 
Como as medidas de QUS apresentam baixa 
correlação com a BMD, acredita-se que o ul-
trassom avalie alterações da qualidade óssea, 
embora isso nunca tenha sido comprovado.
Fotografia 15 Equipamento UBIS 5000 
Figura 18 Imagem calcâneo
13. Imagenologia 
na densitometria óssea
Figura 19 Pre-
sença de con-
traste radiológi-
co, neste caso, 
mais concen-
trado no cólon 
transverso (A), 
causando grande 
aumento da den-
sidade medida 
em L3, mas 
subestimando 
os valores das 
demais vértebras. Compare com o novo exa-
me (B), obtido 13 dias após o primeiro
(A)
(B)
 Densitometria óssea 117
Figura 20 O zíper projeta-se sobre a coluna 
lombar (A). Exame sem o artefato na Figura (B)
Figura 21 Nota-se a aparência tremida. 
O cliente movimentou-se durante o exame (A). 
Aquisição correta (B)
(A)
(B)
(A)
(B)
Figura 22 Artefatos do fêmur proximal 
encontrados, mais frequentemente no bolso 
da calça, sobretudo em clientes do sexo 
masculino. A sombra que aparece na Figura 
(A) corresponde à carteira no bolso do cliente. 
Após repetição do exame (B), grande 
diferença nos valores da densidade
Figura 23 Ísquio não foi incluído na área de 
aquisição, tendo sido necessária sua repetição
(A)
(B)
(A)
(B)
 118 Capítulo 3
A Sociedade Internacional de Densitome-
tria Clínica (ISCD) elaborou em 2005, em 
Vancouver, Canadá, um evento onde posições 
oficiais, previamente discutidas em eventos e 
por comitês da entidade de diversos países, 
fossem votadas. Essas posições, hoje já publi-
cadas, foram discutidas em 2005 e 2006 pelo 
Painel Ibero-Americano da ISCD no intuito de 
avaliar sua aplicabilidade específica dentre os 
países existentes nesses países. O documento 
final aprovado pelo Painel Ibero-Americano foi, 
então, discutido em âmbito nacional e, a coor-
denação científica da SBDens indicou relatores 
para apresentarem suas visões sobre cada pon-
to em um evento especificamente preparado, 
com prévia e ampla divulgação aos profissionais 
de densitometria brasileiros. Durante o even-
to, cada tema pôde ser debatido em profundi-
dade e os ajustes necessários foram propostos, 
seguindo-se de ampla votação por sistema in-
terativo eletrônico.
De acordo com os resultados da votação, 
seis conclusões possíveis foram definidas:
A – Aprovado por Unanimidade;
B – Aprovado por Maioria Absoluta;
C – Aprovado por Maioria Simples;
D – Rejeitadas por Maioria Simples;
E – Rejeitadas por Maioria Absoluta;
F – Rejeitadas por Unanimidade.
Os resultados de todo esse processo de 
elaboração são transcritos abaixo, passando 
a representar, até futura revisão, as posições 
oficiais da Sociedade Brasileira de Densitome-
tria – SBDens, apoiadas pelas entidades afins, 
apoiadoras do evento (Sociedade Brasileira de 
Estudos do Metabolismo Ósseo e Mineral – SO-
BEMOM, Sociedade Brasileira de Osteoporose 
– SOBRAO, Colégio Brasileiro de Radiologia 
– CBR, Sociedade Brasileira de Reumatologia 
– SBR, Comitê de Doenças Osteometabólicas 
da Sociedade Brasileira de Ortopedia – SBOT, 
Federação Brasileira de Sociedades de Gine-
cologia e Obstetrícia – FEBRASGO, Sociedade 
Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo – 
SBEM, Sociedade Paulista de Geriatria e Ge-
rontologia – SPGG, Sociedade Paulista de Fisia-
tria e Reabilitação – SPFR).
1. Indicações para avaliação de densida-
de óssea (Menção B)
1.1. Mulheres de idade igual ou superior a 
65 anos.
1.2. Mulheres na pós-menopausa, ainda que 
abaixo de 65 anos, e Homens entre 50 e 70 
anos, com fatores de risco.
1.3. Homens com idade igual ou superior a 
70 anos.
1.4. Adultos com história de fratura por fra-
gilidade.
1.5. Adultos com doença ou condição asso-
ciada à baixa massa óssea ou à perda óssea.
1.6. Adultos usando medicamentos associa-
dos à baixa massa óssea ou perda óssea.
1.7. Pessoas para as quais são consideradas 
intervenções farmacológicas para osteoporose.
1.8. Indivíduos em tratamento para osteopo-
rose, para monitorar a eficácia do tratamento.
1.9. Pessoas que não estejam realizando tra-
tamento, nas quais a identificação de perda de 
massa óssea possa determinar a indicação do 
tratamento.
Anexo 01
Posições Oficiais 2006
 Densitometria óssea 119
Observação: 
 Mulheres interrompendo a terapia (de re-
posição) hormonal devem ser considera-
das para densitometria de acordo com as 
indicações acima.
2. Base de dados de referência para 
T-Scores (Menção B).
2.1. Para mulheres, deverá ser utilizada base 
de dados de normalidade para mulheres cau-
cásicas (não ajustar para a etnia), para todos os 
grupos étnicos.
2.2. Para homens, deverá ser utilizada base 
de dados de normalidade para homens caucá-
sicos (não ajustar para a etnia), para todos os 
grupos étnicos.
2.3. A base de dados NHANESIII deve ser 
utilizada para derivação de T-Score no fêmur 
proximal.
3. Diagnóstico densitométrico central 
(Menção B).
3.1. As referências internacionais da OMS, 
para o diagnóstico da osteoporose é um TS-
core de -2.5 ou inferior, ao nível do fêmur 
proximal, embora a coluna lombar e o rádio 
distal (sítio periférico) possam ser emprega-
dos para essa finalidade.
3.1.1. A referência padrão a partir da qual o 
T-Score é calculado é de mulheres, brancas, de 
idade entre 20 e 29 anos, segundo os dados do 
estudo NHANESIII.
3.2. Osteoporose pode ser diagnosticada em 
mulheres pós-menopáusicas e em homens de50 ou mais se um T-Score na coluna lombar, fê-
mur total ou colo femoral for <-2.5, utilizando-
-se as referências ajustadas ao sexo.
3.2.1. Em certas circunstâncias, o Rádio 33% 
(também chamado Rádio 1/3) pode ser utilizado.
3.3. Sítios esqueléticos que devem ser 
medidos:
3.3.1. Devem ser avaliados a Coluna Lombar 
PA e Fêmur Proximal em todos os pacientes.
3.3.2. O antebraço deve ser medido nas se-
guintes circunstâncias:
3.3.2.1. Quando a Coluna ou Fêmur proxi-
mal não puderem ser medidos ou interpretados;
3.3.2.2. Hiperparatireoidismo;
3.3.2.3. Pacientes muito obesos (acima do 
limite de peso do equipamento DXA utilizado).
4. Regiões de interesse na coluna lom-
bar PA (Menção A).
4.1. Deve ser utilizado o segmento L1-L4.
4.2. Devem ser, portanto, utilizadas todas 
as vértebras avaliadas (L1 até L4) e apenas ex-
cluída uma ou mais vértebras que estejam afe-
tadas por alterações morfológicas e estruturais 
ou artefatos. Três vértebras devem ser usadas 
se não for possível usar quatro, e duas se não 
for possível usar três.
4.3. A utilização de classificação diagnóstica 
não deve ser realizada baseando-se em uma 
única vértebra.
4.4. Se apenas uma vértebra lombar for 
avaliável, após excluídas as demais, o diagnós-
tico deverá ser baseado em outro sítio esque-
lético válido.
4.5. Vértebras anatomicamente anômalas 
podem ser excluídas da análise se:
4.5.1. Forem claramente anômalas e/ou não 
avaliáveis dentro da resolução do sistema em-
pregado; ou
4.5.2. Se for observada diferença de mais de 
um (1) desvio-padrão (T-Score) entre a vérte-
bra em questão e a adjacente.
4.6. Quando for excluída alguma vértebra, 
a Densidade Mineral Óssea (DMO) das rema-
nescentes será utilizada para derivar o T-Sco-
 120 Capítulo 3
re. Um mínimo de duas vértebras é exigido 
para fins de diagnóstico.
4.7. A avaliação densitométrica da Coluna 
Lombar em Lateral não deve ser usada para diag-
nóstico, mas pode ser útil no monitoramento.
5. Regiões de interesse no fêmur proxi-
mal (Menção B).
5.1. Entre o Colo Femoral ou o Fêmur Total, 
use o que apresentar T-Score mais baixo.
5.2. Podem ser medidos ambos os fêmures.
5.3. As regiões de Ward e trocânter não de-
vem ser usadas para diagnóstico.
5.4. Não existem dados suficientes para su-
portar a utilização da média dos T-Scores de 
ambos os fêmures para diagnóstico.
5.5. Para monitoramento, a região de inte-
resse “Fêmur Total” deve ser preferida.
6. Regiões de interesse no antebraço 
(Menção A).
6.1. O Rádio 33% (Rádio 1/3) do antebraço 
não dominante deve ser utilizado para diagnós-
tico. Outras regiões de interesse do antebraço 
não são recomendadas.
7. Avaliação do risco de fraturas (Menção B).
7.1. Distinção deve ser feita entre classifica-
ção diagnóstica e o uso da DMO para avaliação 
do risco de fraturas.
7.2. Para avaliação do risco de fraturas qual-
quer técnica adequadamente validada pode 
ser utilizada, incluindo medidas de mais de um 
sítio, uma vez que isso tem demonstrado be-
nefícios na avaliação de risco.
8. Utilização do termo “osteopenia” 
(Menção B).
8.1. O termo “osteopenia” é aplicável, mas 
“baixa massa óssea” ou “baixa densidade óssea” 
deve ser preferida.
8.2. Pessoas com baixa massa óssea, ou baixa 
densidade, não apresentam, necessariamente, 
elevado risco de fraturas.
9. Densitometria óssea periférica (Men-
ção B).
9.1. Os critérios da Organização Mundial 
da Saúde (OMS) para o diagnóstico da Oste-
oporose e Osteopenia não devem ser usados 
com métodos de medida de DMO periférica, 
com única exceção para o Rádio 33% (1/3), 
medido por DXA.
9.2. Outras medidas periféricas:
9.2.1. São úteis para avaliação do risco de 
fraturas.
9.2.2. Não podem ser aplicados à prática 
clínica enquanto pontos de corte específicos 
para cada equipamento não sejam estabele-
cidos. Tais técnicas podem, teoricamente, 
ser utilizadas para rastrear, na população, 
pacientes com pouca chance de ter osteo-
porose e/ou pacientes que possam ter indi-
cação para tratamento.
9.2.3. Não devem ser utilizados para moni-
toramento.
10. Laudos densitométricos em mulhe-
res pós-menopáusicas e homens de idade 
igual ou superior a 50 anos (Menção A).
10.1. T-Scores devem ser utilizados para 
classificação diagnóstica.
10.2. A classificação da OMS é aplicável.
 Densitometria óssea 121
11. Laudos densitométricos em mulhe-
res pré-menopáusicas e homens entre 20 e 
50 anos (Menção B).
11.1. Devem ser usados Z-Scores.
11.2. Um Z-Score de -2.0 ou inferior é de-
finido como “abaixo da faixa esperada para a 
idade” e um Z-Score acima de -2.0 deve ser 
classificado como “dentro dos limites espera-
dos para a idade”.
11.3. Z-Scores devem ser definidos para 
população específica sempre que referências 
adequadas existirem. Para o propósito do cál-
culo do Z-Score, a etnia definida pelo próprio 
paciente deve ser utilizada.
12. Diagnóstico em crianças e adolescen-
tes de idade inferior a 20 Anos (Menção B).
12.1. T-Scores não devem ser utilizados; em 
seu lugar, devem ser utilizados os Z-Scores.
12.2. T-Scores não devem aparecer nos rela-
tórios ou, mesmo, nos impressos DXA.
12.3. O termo “osteoporose” não deve ser 
utilizado em crianças e adolescentes baseando-
-se unicamente no critério densitométrico.
12.4. Terminologias como “baixa massa ós-
sea para a idade cronológica” ou “abaixo da fai-
xa esperada para a idade” podem ser utilizadas 
se o Z-Score for menor que -2 DP.
12.5. Z-Scores devem ser interpretados à 
luz do melhor banco de dados pediátrico de 
controles ajustados para a idade. A base de da-
dos utilizada deve ser citada no relatório.
12.6. Coluna Lombar PA e Corpo Total são 
os sítios esqueléticos preferíveis para medida 
em crianças e adolescentes.
12.7. O valor da DMO para predizer fraturas 
em crianças não está claramente determinado.
12.8. Não existe consenso com relação aos 
ajustes da DMO ou Conteúdo Mineral Ósseo 
(CMO) para fatores como tamanho do osso, 
estadiamento puberal, maturidade esquelética, 
e composição corporal.
12.9. Medidas seriadas de DMO devem 
ser realizadas na mesma máquina usando o 
mesmo modo de aquisição, software e análise 
quando apropriado. Mudanças nesses parâme-
tros podem ser requeridas com o crescimento 
do indivíduo.
12.10. Qualquer desvio nos protocolos pa-
drão de aquisição, tais como uso de software de 
análise “low-density” e ajustes manuais de re-
gião de interesse, devem ser indicados no laudo.
13. Medidas seriadas de DMO (Men-
ção A).
13.1. Medidas seriadas de DMO são ferra-
mentas de grande utilidade para determinar 
quando o tratamento deve ser iniciado em pa-
cientes que não estejam em tratamento, uma 
vez que perdas significativas podem significar a 
indicação para tratamento.
13.2. Medidas seriadas de DMO podem mo-
nitorar a resposta ao tratamento detectando 
estabilidade ou ganhos de densidade óssea.
13.3. Medidas seriadas de DMO podem iden-
tificar ausência de resposta ao tratamento caso 
seja observada perda de DMO, sugerindo neces-
sidade de ser reavaliada a opção de tratamento, 
bem como, a necessidade de avaliação de causas 
secundárias de osteoporose e perda óssea.
13.4. A Mínima Variação Significativa (MVS) 
deve ser utilizada para avaliar as variações ob-
servadas entre medidas seriadas da DMO e seu 
resultado informado no laudo.
13.5. O período de intervalo entre exa-
mes deve ser determinado de acordo com 
a condição clínica de cada paciente. Tipi-
camente, um ano após o início ou mudan-
ça do tratamento, nova medida de DMO é 
 122 Capítulo 3
apropriada. Maiores intervalos deverão ser 
observados quando a eficácia terapêutica já 
estiver estabelecida.
13.6. Em condições associadas à perda óssea 
rápida, tais como tratamento com glicocorticoi-
des, exames mais frequentes são apropriados.
14. Avaliação de phantom e calibração 
(Menção B).
14.1. O Programa de Controle de Qualidade 
(CQ) deve incluir a observância às recomen-
dações de cada fabricante para a manutenção 
dos sistemas e, em adição, se não recomendado 
pelo fabricante em seu protocolo,os seguintes 
procedimentos de CQ são recomendados.
14.2. Realize periodicamente (pelo menos 
uma [1] vez por semana) exames de phantom, 
para qualquer sistema DXA, como uma avalia-
ção independente da calibração do sistema (al-
guns equipamentos requerem a realização de 
exame de phantom diariamente).
14.3. Imprima e revise os dados de calibra-
ção e exames de phantom.
14.4. Verifique a média da DMO do phan-
tom após cada reparo ou manutenção do den-
sitômetro.
14.5. Estabeleça e determine limiares que 
motivem ações corretivas e acionamento de 
serviços de manutenção.
14.6. Mantenha arquivados os relatórios 
(logs) de serviço e manutenção.
14.7. Atenda às inspeções governamentais, 
levantamentos radiométricos e requerimentos 
regulatórios.
15. Avaliações de precisão (Menção B).
15.1. Cada clínica de Densitometria deve 
determinar seu próprio erro de precisão e cal-
cular a MVS. O erro de precisão indicado pelo 
fabricante não deve ser considerado.
15.2. Se uma clínica de DXA tiver mais de 
um operador, um erro de precisão médio, com-
binando os dados de todos os operadores deve 
ser usado para estabelecer o erro de precisão e 
a MVS para o centro, desde que o erro de pre-
cisão de cada operador esteja dentro de faixas 
aceitáveis de performance preestabelecidas.
15.3. Cada operador deve realizar estudo de 
precisão in vivo usando pacientes representati-
vos da população rotineira da clínica.
15.4. Cada operador deve realizar um estu-
do de precisão completo após ter preparação 
básica para a realização dos exames (i.e., treina-
mento do fabricante) e após ter realizado apro-
ximadamente 100 exames em pacientes.
15.5. Novo estudo de precisão deve ser rea-
lizado sempre que um novo equipamento DXA 
for instalado.
15.6. O estudo de precisão deve ser repe-
tido se o nível de habilidade do operador for 
modificado ou a cada dois anos.
15.7. Para realizar um estudo de precisão:
15.7.1. Meça quinze (15) pacientes três (3) 
vezes, ou trinta (30) pacientes duas (2) vezes, 
reposicionando o paciente entre as aquisições.
15.7.2. Calcule a raiz quadrada da média dos 
desvios-padrão para o grupo (Coeficiente de 
Variação – CV).
15.7.3. Calcule a MVS para o grupo usando o 
intervalo de confiança de 95%.
15.8. As precisões mínimas aceitáveis (CV) 
para um operador, individualmente, são:
15.8.1. Coluna Lombar PA: 1.9%
15.8.2. Fêmur Total: 1.8%
15.8.3. Colo Femoral: 2.5%
15.9. Novo treinamento do operador 
será necessário se sua precisão for pior que 
esses valores
15.10. O estudo de precisão deve ser pa-
dronizado na prática clínica. Não é pesquisa e 
 Densitometria óssea 123
pode, potencialmente, beneficiar os pacientes. 
Não deve requerer aprovação por comitês de 
ética. Contudo, os requerimentos de seguran-
ça radiológica locais devem ser observados. 
A realização de estudos de precisão requer o 
consentimento dos pacientes participantes.
16. Calibração cruzada de sistemas 
DXA (Menção A).
16.1. Quando partes do equipamento 
(hardware) forem trocadas, mas não o sis-
tema inteiro, ou quando todo o equipamen-
to for substituído por outro, com a mesma 
tecnologia (Fabricante e Modelo), estudos 
de calibração cruzada devem ser realizados 
realizando-se 10 aquisições de phantom, pelo 
mesmo operador, com reposicionamento an-
tes e após a troca do hardware.
16.2. Se, na comparação entre as médias, for 
observada uma diferença maior que 1% conta-
te o fabricante para correção do problema.
16.3. Quando todo o sistema for substituído 
por outro do mesmo fabricante, mas que utilize 
tecnologia diferente, ou quando a substituição 
for feita por sistema de outro fabricante, uma 
abordagem aceita para a calibração cruzada é:
16.4. Obtenha aquisições de 30 pacientes 
representativos da realidade populacional aten-
dida pela clínica uma vez no equipamento ante-
rior e duas vezes no equipamento novo dentro 
de um período de 60 dias.
16.5. Avalie os sítios comumente medidos na 
prática clínica, sabidamente coluna lombar PA e 
Fêmur Proximal.
16.6. As clínicas devem observar as disposi-
ções legais relativas ao método DXA.
16.7. Calcule a relação entre as médias da 
DMO e do MVS entre o equipamento anterior 
e o novo usando a planilha de Cálculo de Cali-
bração Cruzada da ISCD/SBDens.
16.8. Use MVS como referência para com-
parações entre exames realizados no equipa-
mento anterior e o novo. Comparações quan-
titativas entre sistemas somente podem ser 
realizadas se uma calibração cruzada for reali-
zada em cada sítio medido.
16.9. Uma vez que a nova avaliação de pre-
cisão for realizada no novo sistema, todos os 
exames comparativos futuros (entre exames re-
alizados no sistema novo) deverão levar em con-
sideração o novo MVS intrassistema calculado.
16.10. Se a calibração cruzada não for rea-
lizada, não se pode realizar comparação quan-
titativa com o equipamento anterior. Conse-
quentemente, uma nova DMO de base e MVS 
intrassistema deverão ser estabelecidos.
17. Comparação entre centros (Men-
ção B).
17.1. Não é possível comparar quantitativa-
mente a DMO ou calcular a MVS entre clínicas 
diferentes sem realizar a calibração cruzada.
18. Avaliação de fraturas vertebrais 
(VFA) – Nomenclatura (Menção B).
18.1. Avaliação de Fraturas Vertebrais (VFA) 
é o termo correto para denotar a aquisição de 
imagem da coluna, realizada com o objetivo de 
detectar fraturas vertebrais.
19. Indicações para VFA (Menção B).
19.1. Considere realizar exame de VFA 
quando os resultados puderem influenciar a 
conduta clínica.
19.2. Quando a medida da DMO for indicada, a 
realização de estudo de VFA deve ser considerada 
 124 Capítulo 3
em situações clínicas que possam estar associadas 
a fraturas vertebrais. Citam-se como exemplos:
19.2.1. Perda de estatura documentada, su-
perior a 2 cm ou perda histórica superior a 4 cm 
desde a idade adulta jovem.
19.2.2. História de fraturas após os 50 anos 
de idade.
19.2.3. Uso prolongado de glicocorticoides 
orais ou parenterais.
19.2.4. História e/ou achados sugestivos de 
fratura vertebral não documentada por estudo 
radiológico prévio.
20. Métodos para definição e laudo de 
VFA (Menção B).
20.1. A metodologia utilizada para identifi-
cação e elaboração de laudos de fraturas ver-
tebrais por VFA deve ser similar à abordagem 
radiológica padrão.
20.2. O diagnóstico de Fratura deve basear-
-se em avaliação visual e incluir indicação de 
grau/gravidade. O uso de morfometria sem ava-
liação visual não é recomendado devido a não 
ser segura para o diagnóstico.
20.3. A gravidade das fraturas vertebrais 
pode ser determinada usando os critérios de 
avaliação semiquantitativa (SQ) desenvolvida 
por Genant [Genant HK et al. J Boné Miner 
Res. 1993; 8: 1137-1148.]. A gravidade das de-
formidades pode ser confirmada pelas medidas 
morfométricas, se desejado.
21. Indicações de complementação diag-
nóstica após exame de VFA (Menção B).
21.1. A decisão de recomendar/realizar 
estudos complementares adicionais deve ser 
baseada no quadro geral de cada paciente em 
particular, incluindo os resultados de VFA.
21.2. Considere avaliações complementares 
adicionais quando:
21.2.1. Houver dúvida quanto à existência 
de fratura.
21.2.2. Existirem vértebras não identificáveis 
entre T7-L4.
21.2.3. Existam alterações escleróticas ou 
líticas, ou achados sugestivos de outras condi-
ções que não osteoporose.
Nota: A metodologia VFA foi desenvolvida 
para detectar fraturas vertebrais e não outras 
anormalidades.
22. Laudo inicial DXA: Requerimentos 
mínimos (Menção B).
22.1. Dados demográficos (Nome, Registro 
do Paciente, Data de Nascimento, Sexo).
22.2. Origem do paciente e profissional so-
licitante.
22.3. Fabricante e modelo do equipamento 
usado.
22.4. Qualidade técnica e limitações do es-
tudo, esclarecendo o porquê um sítio ou região 
de interesse específica (ROI) apresenta-se invá-
lida ou não foi incluída.
22.5. DMO em g/cm2 para cada sítio.
22.6. Sítios esqueléticos, ROI(S) e, se apro-
priado, o lado que foi avaliado.
22.7. O T-Score e/ou Z-Scorequando apro-
priado.
22.8. Classificação diagnóstica segundo o cri-
tério da OMS em mulheres pós-menopáusicas 
e em homens acima dos 65 anos ou acima de 50 
com outros fatores de risco.
22.9. Uma informação geral sobre possível 
necessidade médica de considerar/avaliar causas 
secundárias de baixa DMO pode ser apropriada.
23. Laudo de monitoramento: Requeri-
mentos mínimos (Menção B).
 Densitometria óssea 125
23.1. Declaração sobre que exame ou exa-
mes anteriores e região/regiões de interesse 
estão sendo usadas para comparação.
23.2. Declaração sobre a MVS do seu cen-
tro e a significância estatística da(s) compara-
ção (ões).
23.3. Relate variações significativas, se al-
guma, entre o exame atual e o imediatamente 
anterior e/ou prévios estudos em g/cm2 e em 
porcentagens.
23.4. Comentários sobre exames anteriores 
realizados em outros centros, incluindo fabri-
cante e modelo de equipamento nos quais es-
ses exames foram realizados e a impossibilidade 
da comparação.
24. Laudos DXA: Itens opcionais (Men-
ção A).
24.1. Indicações clínicas para o exame.
24.2. Recomendações para outros exames 
complementares, tais como Raios X, RNM, 
TC etc.
24.3. Resultados percentuais comparativos 
à população de referência.
24.4. Recomendações específicas para ava-
liação de causas secundárias de osteoporose.
24.5. Fatores de risco incluindo informações 
relativas a fraturas não traumáticas prévias.
24.6. Informação sobre risco de fraturas. 
Importante: Qualquer uso de risco relativo 
de fraturas no laudo deve ser acompanhado 
de esclarecimento relativo à população usada 
para comparação (i.e., adultos jovens ou ajus-
tado para a idade). A ISCD/SBDens consideram 
apropriado o uso de risco absoluto quando es-
tas metodologias estiverem estabelecidas.
24.7. Recomendações para a necessidade e 
periodicidade mínima para o futuro estudo DXA.
24.8. Diagnóstico em único laudo para as di-
ferentes regiões de interesse estudadas.
Observações específicas
O densitometrista pode recomendar ava-
liações complementares adicionais em termos 
gerais, especialmente em casos onde a inves-
tigação de causas secundárias de osteoporose 
possa beneficiar as decisões clínicas a serem to-
madas para cada indivíduo em particular.
25. Laudos DXA: Itens que não devem 
ser incluídos (Menção A).
25.1. Declaração de que existe perda óssea 
sem o conhecimento da densidade óssea de 
exames anteriores.
25.2. Menção de osteopenia ou osteoporo-
se “leve”, “moderada”, “grave”, “marcada” ou 
outros adjetivos.
25.3. Expressões como “Ela apresenta ossos 
de uma pessoa de 80 anos de idade”, se a pa-
ciente não tiver 80 anos de idade.
25.4. Resultados de sítios esqueléticos que 
não são tecnicamente válidos.
25.5. Variações de DMO se não houver 
variação significativa baseada no erro de pre-
cisão e MVS.
26. Componentes dos laudos de VFA 
(Menção B).
26.1. Identificação do paciente, médico so-
licitante, indicação (ões) para o exame, quali-
dade técnica, segmento vertebral incluído e 
interpretação.
26.2. Relato das deformidades apresentadas, 
tipos e gravidade.
26.3. Opcionalmente – informações sobre 
risco de futuras fraturas.
26.4. Laudos de exames de VFA de mo-
nitoramento devem incluir adicionalmente 
informação sobre a comparabilidade dos es-
 126 Capítulo 3
tudos e a significância estatística das mudan-
ças, se alguma houver.
26.5. Componentes opcionais do laudo de 
VFA incluem informação sobre o risco de fra-
turas e recomendação para estudos adicionais.
27. Nomenclaturas em densitometria 
(Menção A).
27.1. DXA – não DEXA.
27.2. VFA – não LVA / IVA ou IVA-HD.
27.3. T-Score – não T-Score, t-Score, ou 
t Score.
27.4. Z-Score – não Z-Score, z-Score, ou 
z Score.
28. Casas decimais para valores DXA 
(Menção A).
28.1. DMO: 3 casas decimais (exemplo, 
0.927 g/cm2).
28.2. T-Score: 1 casa decimal (exemplo, -2.3).
28.3. Z-Score: 1 casa decimal (exemplo, 1.7).
28.4. CMO: 2 casas decimais (exemplo, 
31.76 g).
28.5. Área: 2 casas decimais (exemplo, 
43.25 cm2).
28.6. % dados de referência: Inteiro (exem-
plo, 82%).
29. Indicações de exames de densitome-
tria em osteoporose induzida por glicocor-
ticoides (Menção B).
29.1. Homens e mulheres em uso ou com 
previsão de glicocorticoides orais por mais de 
três (3) meses.
29.1.1. Importante para diagnóstico e para 
monitoramento futuro.
29.2. Pulsoterapia endovenosa.
29.3. Glicocorticoides inalatórios em altas 
doses.
30. Indicações de monitoramento em 
osteoporose induzida por glicocorticoides 
(Menção A).
30.1. A cada seis meses no primeiro ano.
30.2. A cada doze meses após estabilização 
da densidade mineral óssea.
31. Indicações de VFA em osteoporose 
induzida por glicocorticoides (Menção B).
31.1. Monitorar a altura (recomendação ge-
ral importante).
31.2. Avaliação de fratura vertebral – VFA.
31.3. Pacientes em uso de doses maiores de 
5mg por dia ou mais, por mais de três (3) meses.
Observações
 a. O uso das referências NHANESIII para 
cálculo de T-Score é recomendado en-
quanto não houver valores de referên-
cia nacionais consistentes.
 b. Fatores Clínicos de Risco: Em virtude da 
existência de outros foros de delibera-
ção desta matéria, nos seus documen-
tos oficiais, a SBDens refere-se aos fa-
tores clínicos de risco para osteoporose 
vigentes no país.
 c. Não há recomendação para que se igno-
re o trocânter. Esta ROI deve continuar 
sendo avaliada, mas, deste momento 
em diante, até que dados científicos se-
jam disponíveis, considera-se que o uso 
da ROI trocânter para diagnóstico não 
é suportado pelas evidências científicas 
disponíveis atualmente.
 Densitometria óssea 127
Referências 
ANIJAR, J. R. Densitometria óssea na prática médica. São Paulo: Savier, 2003.
BONTRAGER, K. Tratado de técnica radiológica e base anatômica. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-
gan, 2003. p. 745-8. 
GALI, J. C. Osteoporose. Acta ortop.bras., 9(2). São Paulo, 2001. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-78522001000200007&lng=pt&nrm=iso>. 
Acesso em: 24 mai 2006.
JOHNSTON, C. C.; MELTON, L. J.; LINDSAY, R. Clinical indications for bone mass measurements. 
A report from the Scientific Advisory Board of the National Osteoporosis Foundation. J Bone Miner 
Res, 4:1-28, 1989.
KELLIE, S. E. Measurement of bone density with dual energy X-ray absorptiometry. Barcelona: JAMA, 
1992. p. 267; 286-94.
MEIRELLES, E. S. Diagnóstico por imagem na osteoporose. Arq Bras Endocrinol Metab, 43(6). São 
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SBDENS. Disponível em: <http://www.sbdens.org.br/sbdens/pdf_posicoes_oficiais/2_18.pdf>. Aces-
so em: 20 jan 2007.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENSITOMETRIA CLÍNICA. Departamento de Densitometria Ós-
sea do Colégio Brasileiro de Radiologia. Apostila do curso para operadores.
STEVENSON, J. C; MARSH M. S. An atlas of osteoporosis. New Jersey-USA: Parthenon, 1992. p. 27-84.
 d. A base de dados NHANESIII deve ser 
usada para cálculo de Z-Score apenas 
em países onde bases de dados nacionais 
não sejam disponíveis.
 e. Além das indicações listadas para reali-
zação de estudos VFA, há razoável su-
porte científico para indicação de VFA 
em mulheres pós-menopáusicas ou ho-
mens após os 50 anos de idade com um 
T-Score igual ou inferior a -3.5, devido 
à elevada prevalência de fraturas verte-
brais nesses indivíduos.
 f. Dor nas costas, de característica agu-
da, em homens e mulheres após os 65 
anos de idade são, também, indica-
ções aceitas.
 g. Indicação a ser considerada em conjunto 
com outros fatores de risco.
Radiologia 
odontológica: 
técnicas 
radiográficas 
intrabucais
Capítulo 4
Gisela André Paganini
Graduada em Odontologia pelo Cen-
tro Universitário Hermínio Ometto 
(1994). Mestre em Radiologia Odon-
tológica pela Faculdade de Odontolo-
gia da Unicamp (1997). Doutora em 
Odontologia pela Universidade Estadu-
al de Campinas (2001).Possui Atualiza-
ção e Aperfeiçoamento em Ortodontia 
e Ortopedia dos Maxilares pelo Instituto 
Mineiro de Pós-Graduação. Foi profes-
sora titular pelo Centro Universitário 
Hermínio Ometto – UNIARARAS de 
02/2002 a 06/2008 nas seguintes disci-
plinas: Radiologia Odontológica/Imagi-
nologia, Ciências Sociais, Parasitologia e 
Trabalho de Conclusão de Curso – Me-
todologia de Ensino e Pesquisa.
Radiologia 
odontológica: 
técnicas 
radiográficas 
intrabucais
Capítulo 4
 131
Gisela André Paganini
1. Introdução
Em relação à história da radiologia odonto-
lógica tem-se que, no Brasil, o primeiro apare-
lho de raios X odontológico foi adquirido pelo 
professor José Carlos Pires e o primeiro pro-
fessor catedrático de Radiologia Odontológica 
no Brasil foi o Prof. Dr. Cyro A. Silva em 1932 e 
o primeiro livro de Radiologia Odontológica foi 
escrito por Carlos Newlands. 
 Os raios X são uma modalidade de diagnós-
tico muito importante e amplamente utilizada 
na medicina e na odontologia.
Normalmente, pode-se dizer que sem a 
disciplina de Radiologia/Imaginologia Odonto-
lógica não se consegue trabalhar em nenhuma 
outra especialidade da Odontologia visto que, 
não se pode realizar um tratamento endo-
dôntico (de canal), uma exodontia (extração 
dentária), uma restauração mais profunda, um 
 132 Capítulo 4
tratamento periodontal (problemas de gengi-
va e osso de suporte), um tratamento orto-
dôntico, sem o auxílio da radiografia. Ou seja, 
somos todos dependentes deste método que, 
embora antigo, é ainda muito eficaz no diag-
nóstico dos problemas que podem acometer 
os pacientes dentro da área odontológica.
Assim sendo, os profissionais que trabalham 
com radiação ionizante têm um papel mui-
to importante e uma grande responsabilidade 
referente à condução do exame radiográfico, 
pois, sabe-se que erros durante a realização 
destes exames no paciente irá resultar em uma 
maior exposição destes aos fatores deletéricos 
que a radiação é responsável.
Filmes e Métodos de Processamento 
Radiográfico
Os primeiros filmes radiográficos foram pro-
duzidos pela Kodak em 1913. 
Eles tinham a emulsão em um só lado e eram 
envoltos em um papel preto. Atualmente, os fil-
mes radiográficos possuem dupla emulsão, são 
envoltos em papel preto internamente e prote-
gidos por uma embalagem plástica. Assim, têm 
grande resistência à luz, são protegidos da umi-
dade (sempre devendo lembrar que hoje em 
dia, a Biossegurança preconiza envolver estes 
filmes em saquinho plástico ou ainda embalá-los 
em filme de PVC), são muito sensíveis aos raios 
X ainda possuindo uma proteção às radiações 
secundárias oriundas dos tecidos do paciente, 
representado pela lâmina de chumbo.
Filmes Radiográficos
Constituição
Base de poliéster, coberta em um ou ambos 
os lados com gelatina impregnada de sais halo-
genados de prata, formando a parte sensível do 
filme, e sobre esta vem a capa protetora.
 
 
Embalagem dos Filmes Intrabucais
É constituída de papel preto, opaco à luz, 
possuindo uma lâmina de chumbo na parte 
posterior que tem a finalidade de proteger o fil-
me contra a radiação secundária produzida nos 
tecidos bucais que estão após a película duran-
te a exposição, reduzir o “véu”, proporcionar 
maior dureza ao filme; ainda possui decalque 
(espinha de peixe/ marca de roda de carro ou 
formas geométricas) que deverá indicar quan-
do o filme for exposto do lado errado. 
Estes componentes se encontram conti-
dos em um envelope à prova de luz e tam-
bém à prova de água.
Lingueta ou Corte em V
Serve para indicar a região onde o filme deve 
ser aberto pelo profissional. Nesta face também 
se encontram a indicação do tipo de filme quanto 
à sensibilidade, quantidade e marca comercial.
A- revestimento protetor
B- emulsão
C- adesivo
D- base plástica transparente
Figura 1 Esquema da constituição 
do filme radiográfico
Figura 2A Foto de um filme radiográfico sendo 
aberto. Note o papel preto e a lâmina de chumbo
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 133
Figura 2B Foto do filme radiográfico intra-
-bucal oclusal. Note a seta do lado colorido do 
filme indicando onde a embalagem deverá ser 
aberta na hora do processamento radiográfico. 
Este lado também contém a lâmina de chumbo
 
Classificação quanto ao tamanho
Os filmes intrabucais são subdivididos em 
periapicais, interproximais e oclusais.
Os periapicais se apresentam em 3 tama-
nhos, os interproximais em 5 tamanhos e os 
oclusais com somente um tamanho como se 
pode observar na tabela abaixo.
Tabela 1 Dimensões dos filmes 
radiográficos intrabucais
Periapical Dimensões (em milímetros)
1,0 22,20 x 34,90
1,1 23,80 x 39,70
1,2 31,00 x 40,90
Interproximal Dimensões (em milímetros)
2,0 (posterior) 22,20 X 34,90
2,1 (anterior) 23,80 X 39,70
2,1 (posterior) 23,80 X 39,70
2,2 (posterior) 31,00 X 40,90
2,3 (posterior) 26,60 X 53,60
Oclusal Dimensões (em milímetros)
3,4 57,20 x 76,20
Adaptado de: Freitas; Rosa; Souza (2000).
Tabela 2 Dimensões dos filmes 
radiográficos extrabucais 
Tipo Dimensões (em milímetros)
a 13 x 18
b 18 x 24
c 24 x 30
d 30 x 40
E (panorâmico) 15 x 30 ou 12 x 30
Adaptado de: Freitas; Rosa; Souza (2000).
Figura 4 Foto dos componentes do filme 
radiográfico periapical. (1) Base do filme radio-
gráfico; (2) papel preto opaco à luz; (3) lâmina 
de chumbo; (4) envelope de plástico
Figura 5 Foto dos componentes do filme 
radiográfico periapical já removidos da emba-
lagem. (1) Base do filme radiográfico; (2) papel 
preto opaco à luz; (3) lâmina de chumbo; 
(4) envelope de plástico
 134 Capítulo 4
Armazenamento dos filmes 
radiográficos
Os filmes radiográficos periapicais da 
marca Kodak são envoltos em um laminado 
à prova de umidade.
Os da marca comercial Agfa vêem acopla-
dos dentro de uma caixa plástica.
Existe uma cinta plástica que estabiliza a carga 
para que na manipulação da embalagem e remo-
ção das películas, as mesmas não se espalhem.
Na parte externa da embalagem iremos en-
contrar a data de vencimento do produto, fator 
que sempre deverá ser observado antes do pro-
cedimento radiográfico pois, se usarmos filmes 
vencidos, poderemos perder a qualidade da ima-
gem com prejuízo no contraste e na densidade. 
O melhor é armazenar os filmes entre 10 
e 210C, sempre evitando temperaturas ex-
cessivas, umidade, radiações perdidas como 
as secundárias.
Os filmes radiográficos extrabucais são arma-
zenados em caixas de papelão com embalagem 
plástica interna e em número de 50 a 100 pelícu-
las variando conforme o tamanho do filme.
A técnica oclusal exige um posicionamento 
adequado da cabeça do paciente. Para a radio-
grafia oclusal da maxila, o plano sagital mediano 
deve estar perpendicular ao plano horizontal e 
a linha tragus-asa do nariz, paralela ao plano ho-
rizontal. Já para a radiografia de mandíbula, o 
plano sagital mediano deve estar perpendicular 
ao plano horizontal e a linha tragus-canto ex-
terno da boca a 90º, com o plano horizontal, 
inclinando a cabeça para trás.
Processamento Radiográfico
Sabemos que existem dois métodos de pro-
cessamento radiográfico: o método automático 
e o manual. O primeiro utiliza uma processa-
dora automática com uma manutenção especial 
e maior custo do processo. O segundo utiliza 
tanques onde as soluções reveladora, água e fi-
xadora são inseridas. 
No método automático, o filme é removido 
do chassi e inserido na processadora aonde passa 
por uma solução reveladora, fixadora e pela lava-
gem final e secagem. No processamento manual, 
o filme é acoplado numa colgadura e então inse-
rido na solução reveladora, faz-se um banho in-
termediário, a fixação, a lavagem final e aí, então, 
a radiografia vai para uma secadora automática.
Câmara escura
É um local específico para se realizar o pro-
cessamento radiográfico, devendo conter luz 
filtrada e ventilação apropriada.
Devem existir tanques para soluções (re-
velador/água/fixador) ou uma processadora 
automática.
Figura 6 Fotos de filmes intrabucais 
adulto (A) e infantil (B)Figura 7 Foto de filme oclusal
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 135
Tipo de Câmara escura
Podem ser de 3 maneiras:
1) Portátil: compradas em casas especia-
lizadas (dentais) mas somente utilizadas em 
consultórios odontológicos;
2) Quarto: quando se faz o aproveitamento 
de um cômodo do próprio consultório;
3) Labirinto: sala especialmente construída 
com alguns detalhes na entrada para a mesma.
Equipamentos da Câmara escura
Alguns equipamentos são necessários para 
um bom processo de processamento radio-
gráfico manual. Dentre eles podemos citar:
Mesa ou bancada manipuladora: aonde ha-
verá o identificador de radiografias e onde se 
recarrega o chassi porta-filmes.
Filtro de segurança (lanterna de teto ou pa-
rede): luzes especiais com filtro vermelho para 
se poder visualizar os componentes da câmara 
escura sem ocorrer o velamento dos filmes
Tanques de processamento com tampas: 
onde serão colocados os líquidos de revelador, 
fixador e água.
Suportes ou colgaduras para acoplar os fil-
mes para serem inseridos nos tanques de pro-
cessamento.
Figura 8 Câmara escura portátil somente utili-
zada para processamento de filmes periapicais
Figura 9 Bancada para manipulação 
dos chassis e filmes
Figura 10 Colgadura para filmes 18 x 24
Figura 11 Colgadura para filmes 12 x 30
Figura 12 Luz de segurança com filtro
 136 Capítulo 4
Figura 13 Tanque manual de processamento 
com compartimento para a solução 
reveladora, água e fixadora Figura 16 Estufa para secagem dos filmes ra-
diográficos (em A, aberta e em B, fechada)
Figura 14 Relógio alarme
Figura 15 Negatoscópio dentro da câmara escura
Termômetro de imersão: para medir a tem-
peratura dos líquidos de processamento antes 
da revelação (usado no método temperatura-
-tempo que será descrito a seguir).
Relógio alarme: que dispara quando o tempo 
de revelação acabar.
Soluções de Processamento 
Radiográfico
As soluções podem se apresentar de algumas 
maneiras: prontas para uso, concentradas e em 
pó, podendo sofrer degradação que seria a dete-
rioração pelo oxigênio do ar, pela luz de seguran-
ça, pelo tempo de preparo da solução e número 
de radiografias processadas onde se acaba obser-
vando uma mudança de cor desta solução.
As soluções também podem apresentar a 
exaustão, que seria a perda da capacidade da 
solução reveladora de reduzir sais de prata à 
prata metálica ou do fixador de dissolver os 
cristais não reduzidos. Aqui cabe considerar um 
fator que seria a quantidade de filmes processa-
dos nesta solução.
Métodos de Processamento 
Radiográfico
Automático
O tempo utilizado varia de 2 a 7 minutos.
Algumas vantagens que podemos citar são: a 
rapidez do processo, uniformidade nos resulta-
dos e pequeno espaço requerido. As soluções 
Negatoscópio: para visualização das imagens 
radiográficas.
Estufa de secagem: para secar as radiografias 
que saem da água.
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 137
Figura 17 Processadora automática aberta
Figura 18 Em A, será inserida a solução
reveladora e em B, a fixadora
Figura 19 Três tipos de colgaduras. Em A, 
a unitária utilizada em radiografias periapicais, 
interproximais e oclusais, em B, colgadura 
para 14 radiografias periapicais e em 
C, para radiografia extrabucal
Figura 20 Dentro da câmara escura portátil, 
os compartimentos de revelador, água e 
fixador da esquerda para a direita
Figura 21 Dentro da câmara escura 
(quarto), um tanque de processamento 
com os compartimentos de revelador, água e 
fixador da esquerda para a direita
reveladoras são mais concentradas e trabalham 
em temperatura mais elevada (35° C).
Dentro da processadora automática aconte-
ce a revelação, a fixação, o banho final e a seca-
gem da radiografia, podendo-se observar que 
não ocorre o banho intermediário neste méto-
do de processamento.
Manual
Neste tipo de processamento, serão utiliza-
dos os suportes porta-filmes (colgaduras), exis-
tindo neste processo a lavagem intermediária 
preconizada em 20 segundos. O processo de 
fixação será de 10 minutos e a lavagem final de 
5 minutos em água corrente.
 138 Capítulo 4
2. Anatomia em Radiografias 
Odontológicas
Como conhecer o anormal sem o per-
feito conhecimento da normalidade?
O conhecimento é imprescindível para a in-
terpretação radiográfica correta.
Conhecer as estruturas, as variações morfo-
lógicas, as dimensionais e as posições é impres-
cindível para se poder diferenciar as alterações 
patológicas daquelas tidas como dentro do limi-
te da normalidade.
Antes de começarmos a abordar a anatomia 
radiográfica propriamente dita, iremos definir 
radiopaco e radiolúcido:
- Imagens radiolúcidas (RL): imagens de es-
truturas que pouco absorvem os raios X, ou 
seja, a radiação passa por elas e expõe com 
maior intensidade o filme radiográfico.
- Imagens radiopacas (RO): estruturas de 
maior poder de absorção dos raios X, assim, 
pouca radiação passa por elas indo incidir na pe-
lícula radiográfica.
 Estruturas anatômicas 
radiográficas-dentes
Esmalte 
É a estrutura mais mineralizada do dente 
(96% minerais, 4% matérias orgânicas e água). 
Radiograficamente é visualizado como uma 
imagem radiopaca (RO) bem definida, dispos-
ta como casquete sobre a coroa apresentando 
um adelgamento em direção à margem cervical, 
onde termina. 
O seu grau de radiopacidade é o sinal mais 
importante em diagnóstico precoce de cárie.
 Cortical Alveolar 
(Lâmina dura/eminência alveolar) 
Compreende a porção da parede do alvéolo 
onde se inserem as fibras periodontais.
Radiograficamente se apresenta como uma 
linha RO que contorna as raízes dos dentes, 
uniforme, com variações conforme a morfolo-
gia da raiz dentária.
Forma a crista alveolar sem haver interrup-
ção, sendo este detalhe um elemento valioso no 
estudo das doenças periodontais.
Dentina 
Estrutura menos radiopaca que o esmalte 
(69 a 72% de mineral), e recoberta e prote-
gida pelo mesmo onde encontramos o limite 
amelodentinário.
Consiste na maior porção de tecidos duros 
do dente, podendo apresentar variações no pa-
drão radiográfico devido sua fisiologia. Exem-
plo: a dentina aumenta a sua radiopacidade com 
o aumento da idade do indivíduo.
Cemento 
Em condições normais, o cemento se apre-
senta como uma estrutura delgada e radiografica-
mente impossível de ser diferenciado da dentina.
Sua visualização somente ocorre nos casos 
de hiperplasia que é denominado de hiperce-
mentose.
Osso alveolar de suporte (esponjoso) 
Radiograficamente: trabéculas ósseas (RO) 
limitadas por espaços medulares (RL).
Idade/ mastigação e condições sistêmicas: fa-
tor atuante para a mineralização.
Mandíbula: trabéculas mais horizontais e es-
paços medulares mais amplos.
Maxila: trabéculas mais irregulares e espaços 
medulares menores.
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 139
 Cavidade pulpar (câmara coronária 
e condutos radiculares) 
Radiograficamente: imagem radiolúcida que 
ocupa o centro do dente (tecido mole) guardan-
do a conformação anatômica da coroa e da raiz.
Com o avanço da idade, a conformação e 
tamanho diminuem devido a deposição de den-
tina secundária.
Espaço periodontal ou pericementário
Radiograficamente apresenta-se como 
uma linha contínua, radiolúcida que circunda 
o dente representando o espaço entre a raiz 
e a lâmina dura.
Quando ocorre o seu espessamento na re-
gião periapical, pode-se estar diante de uma 
pericementite e seu espessamento na região in-
terproximal poderá indicar um trauma oclusal.
 Estruturas anatômicas
radiográficas-maxila:
Forames nasais 
Estas cavidades apresentam-se radiografica-
mente como imagens radiolúcidas na região de 
incisivos superiores e são dispostas simetrica-
mente acima dos ápices radiculares e separa-
das por uma faixa radiopaca espessa que seria o 
osso Vômer ou septo nasal.
Podem apresentar no seu interior estruturas 
menos radiolúcidas que são denominados de 
cornetos inferiores.
Sombra das narinas 
Nas radiografias de algunscasos aparecem 
duas sombras radiolúcidas arredondadas que é 
a superposição das narinas sobre o osso alveo-
lar e o ápice nasal aparece como um aumento 
do grau de radiopacidade devido a sua consti-
tuição cartilaginosa.
O profissional deverá sempre ficar mui-
to atento devido ao fato da imagem radio-
paca da cartilagem na radiografia periapical 
poder, muitas vezes, ser confundida com a 
imagem do rebordo ósseo alveolar, podendo 
o mesmo diagnosticar como perdas ósseas 
erroneamente.
Figura 22 Pontos e setas identificando 
as regiões que constituem os dentes 
e osso adjacente 
Figura 23 Como em condições normais o 
cemento não pode ser visualizado, a figura 
acima mostra um caso de hipercementose no 
elemento 15 aonde se encontra sinalizado com 
pontos brancos. Observe o acúmulo de material 
radiopaco na região da raiz deste elemento
: esmalte dental (RO). 
: dentina (RO). 
: polpa (câmara pulpar) - (RL). 
: polpa (conduto radicular) - (RL). 
: osso alveolar (RO). 
: contorno da lâmina dura (RO). 
: contorno do espaço pericementário (RL).
 140 Capítulo 4
Espinha Nasal Anterior 
Radiograficamente, apresenta-se como 
uma pequena área radiopaca em forma de V, 
vista abaixo do septo nasal, correspondendo 
à superposição da maxila na borda inferior da 
fossa nasal.
Canal incisivo e Forame incisivo
 Pode aparecer ocasionalmente em radio-
grafias de incisivos e caninos superiores.
Radiograficamente apresenta-se como 
duas linhas radiolúcidas delimitadas por linhas 
radiopacas que são as paredes laterais.
Os canais incisivos terminam no forame 
palatino anterior, localizados entre as raízes 
dos incisivos superiores.
Sutura Intermaxilar 
Aparece especialmente em pacientes jo-
vens. Em adultos nem sempre se encontra 
bem definida. Radiograficamente: linha ra-
diolúcida de regularidade geométrica, sendo 
possível de se confundir com traço de fratura.
Figura 24 Pontos e setas identificando 
as regiões que constituem os dentes 
e osso adjacente 
Figura 25 Círculo preto indica os canais 
nasolacrimais deste paciente
: forames nasais (RL).
: cornetos inferiores (conchas nasais inferiores).
: delimita o forame incisivo (RL).
: contorno da sombra das narinas (cartila- 
 gem) - (RO).
: espinha nasal anterior (RO). 
: sutura intermaxilar (RL).
Fosseta Mirtiforme ou Fossa subnasal
Caracteriza-se por uma depressão óssea 
ou fóvea entre caninos e incisivos laterais su-
periores, limitada posteriormente pela emi-
nência canina.
Radiograficamente apresenta-se como uma 
área radiolúcida alongada ao nível dos ápices 
dos incisivos laterais superiores.
Canal nasolacrimal
Esta estrutura somente pode ser observada 
em radiografias oclusais da maxila.
Radiograficamente compreende uma área ra-
diolúcida bem definida, de forma arredondada, 
próximo à região dos molares superiores.
O profissional tem que ter cuidado para não 
confundir com o canal palatino posterior.
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 141
Figura 27 Pontos pretos indicam o seio maxi-
lar e as setas brancas indicam os septos do seio
Figura 28 Círculo branco mostra o 
hámulo do pterigóideo e os pontos delimitam 
o processo cortonoide da mandíbula
Figura 26 Círculo preto indica a região de 
fosseta mirtiforme deste paciente
Seio Maxilar 
É tido como o maior seio paranasal.
Radiograficamente se apresenta como uma 
área radiolúcida que pode ir da região de inci-
sivo lateral ou canino até a região de túber da 
maxila ou extensões palatinas ou ainda para o 
sentido do osso alveolar (rebordo).
Septos do seio maxilar
Aparecem dividindo o seio maxilar em mais 
de uma cavidade, denominadas divertículos.
Radiograficamente se apresentam como uma 
linha radiopaca de direção e altura variáveis.
Túber da Maxila 
Compreende o limite posterior da apófise al-
veolar. Radiograficamente, a região é limitada por 
uma linha radiopaca de concavidade superior que 
representa união das corticais bucal e palatina. 
Pode ser ocupada pelo prolongamento do seio 
maxilar deixando a área com pouca resistência.
Processo Zigomático da maxila e 
osso zigomático 
Observado em radiografias da região de mo-
lares superiores. Radiograficamente: imagem ra-
diopaca em forma de V ou U sobre as raízes dos 
molares que se continua como uma imagem de 
menor radiopacidade que é o osso zigomático.
Hâmulo Pterigóideo
Particularidade anatômica observada nas ra-
diografias da região mais posterior da maxila 
(posterior ao Túber da maxila).
Localiza-se na asa interna da apófise pteri-
góide do osso esfenoide.
Radiograficamente: imagem radiopaca em 
forma de gancho, cujo comprimento, largura e 
forma variam de indivíduo para indivíduo.
Processo Coronoide da mandíbula 
É uma estrutura anatômica da mandíbula que 
aparece nas radiografias posteriores da maxila.
Radiograficamente é referido como uma 
imagem radiopaca de forma triangular, abaixo 
ou superposta à região do túber da maxila.
 142 Capítulo 4
Figura 29 Círculo branco mostra a região 
de túber da maxila, os pontos mostram o 
processo zigomático da maxila e círculo 
preto, o osso zigomático 
Figura 30 Os pontos indicam a imagem 
do Y invertido de Ennis
Figura 31 Pontos brancos: linha oblíqua (RO), 
pontos cinzas: linha miloioidea (RO). Circulo 
preto: delimita a fóvea submandibular (RL). 
Setas brancas: delimitam o canal mandibular 
(RO nas margens e RL internamente). 
Setas pretas: base da mandíbula
Y invertido de Ennis 
Esta estrutura pode ser observada em ra-
diografias dos dentes caninos e incisivos late-
rais superiores. 
Formado pelas corticais do seio maxilar e 
fossa nasal.
Radiograficamente: imagem radiopaca em 
forma de Y invertido na região em questão.
Linha Oblíqua 
Esta estrutura é a continuação da borda an-
terior do ramo ascendente da mandíbula que 
cruza a superfície externa do corpo da man-
díbula à altura do terço médio das raízes dos 
dentes molares.
Radiograficamente: linha radiopaca que cru-
za transversamente o corpo da mandíbula.
Linha Miloioidea 
Nesta região se encontra a inserção ao mús-
culo miloióideo. Tem origem na porção média 
do ramo e cruza diagonalmente até atingir a 
borda anterior da sínfise mentoniana.
Radiograficamente: linha radiopaca identifica-
da quando cruza as regiões retromolar e molar.
Fóvea submandibular: 
Área côncava, situada na face lingual da 
mandíbula abaixo dos dentes molares onde se 
aloja a glândula submandibular.
Radiograficamente: área radiolúcida pouco 
definida na região de molares inferiores.
Canal da Mandíbula: 
É o maior canal nutritivo localizado na re-
gião posteroinferior.
Radiograficamente: espessa linha radiolúcida, 
delimitada por bordas radiopacas se estenden-
do do forame mandibular ao forame mental.
Base da Mandíbula: 
Ás vezes vista em radiografia periapical quan-
do o filme é colocado profundamente na boca do 
paciente ou ocorre excesso de angulação vertical.
Radiograficamente: linha bastante radiopa-
ca na região mais inferior da mandíbula.
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 143
Figura 31 Círculo delimita o forame mentual 
entre as raízes dos pré-molares
Figura 34 Imagem RO circundada é 
o tubérculo mentual e seu centro
Figura 32 Imagens delimitadas por setas 
demonstram canais nutrícios na região 
de canino inferior
Forame Mentual 
Localiza-se na região de pré-molares infe-
riores na altura dos ápices desses dentes. Às 
vezes pode ser confundido com lesão peria-
pical. Radiograficamente: imagem radiolúcida 
arredondada ou oval.
Canais Nutrícios 
Estas estruturas correspondem ao trajeto 
intraósseo das arteriolas ou veias. Radiografica-
mente: linha radiolúcida de direção variável.
Tubérculo Mentual 
São saliências ósseas que se localizam na 
face lingual, em pontos equidistantes entre a 
borda superior e inferior da mandíbula onde 
ocorrem a inserção dos músculos genioglos-
so e genioideo.
Radiograficamente: aparecem nas radiogra-
fias de incisivos inferiores como anel radiopaco 
na linha mediana, abaixo dos ápices dos dentes.Foramina Lingual 
Corresponde ao orifício de entrada de um 
ramo da artéria lingual.
Radiograficamente: ponto radiolúcido no 
centro da área radiopaca do Tubérculo Geni.
Protuberância Mentual 
Proeminência que se estende de pré-molar 
até a sínfise mental possuindo uma forma de pirâ-
mide triangular, cuja base é a borda da mandíbula.
Radiograficamente: linhas radiopacas na re-
gião anterior da mandíbula.
 144 Capítulo 4
3. Características da Radiologia 
Odontológica
Equipamentos e Acessórios
A radiologia odontológica se constitui basi-
camente de aparelho de raios X periapical, um 
aparelho panorâmico e um aparelho capaz de 
realizar radiográficas cefalométricas, postero-
anterior, anteroposterior, inferossuperior, seios 
da face e carpal (mão e punho) e radiografia das 
ATMs (articulação temporomandibular). Ainda 
podemos incluir aparelho de tomografia linear 
e, mais recentemente, aparelhos de tomografia 
computadorizada.
Com os aparelhos de raios X periapical po-
de-se realizar as radiografias periapicais, inter-
proximais, métodos de localização, oclusais e 
as transcranianas conforme o tempo de expo-
sição, kVp e mA do aparelho.
Figuras 35 e 36 Aparelho de raios X 
odontológico periapical. Na figura 1 com 
pés e em B com fixação de parede
Figuras 37 e 38 Cabeçote do aparelho de 
raios X odontológico e o corpo do aparelho 
aonde se encontram as partes elétricas
Figuras 39 e 40 Paciente sendo posicionada 
para a realização de radiografia periapical
Figuras 41 e 42 Aparelhos modernos 
de raio X panorâmico
Cabeçote
Parte elétrica 
do corpo
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 145
4. Técnicas Radiográficas na 
Odontologia
Quando se fala em técnicas intrabucais enten-
de-se por técnicas que utilizam os filmes radiográ-
ficos posicionados dentro da cavidade bucal.
Dentro desta categoria, teremos três técnicas:
1- Periapical (Paralelismo e Bissetriz);
2- Interproximal (Bite-wing);
3- Oclusais.
Vamos começar introduzindo alguns conceitos:
Lado sensível do filme radiográfico 
intrabucal
Este lado sempre deverá estar em contato com 
a região a ser radiografada (dente, maxila ou man-
díbula) e sempre deverá ser voltado para o feixe 
de raios X. É o lado branco do filme.
Figura 43 Paciente posicionada para a 
realização de radiografia panorâmica
Figura 44 Paciente sendo posicionada para a 
telerradiografia lateral. Observe a presença do 
cefalostato que a difere da lateral de cabeça
Figuras 46 e 47 Paciente posicionado para 
radiografias oclusais totais da maxila e da man-
díbula com aparelho de raios X periapical
Figura 45 Paciente posicionada para radiografia 
interproximal. Uso de posicionador radiográfico
Figura 48 Lado sensível de filmes radiográficos 
intra-bucais (superfície branca)
 146 Capítulo 4
Picote: é uma sobressaliência/convexidade 
que deve ser voltada para as superfícies oclusais 
(em dentes posteriores) e incisais (em dentes 
anteriores). Quando utilizado o posicionador 
radiográfico, o picote deverá sempre ser dire-
cionado para o bloco de mordida do mesmo.
Figura 49 Esquema do filme radiográfico 
intrabucal periapical com picote
Sempre é bom lembrar que os dentes a serem 
radiografados devem ser centralizados na película 
radiográfica. Como exemplo, se precisamos ra-
diografar os molares, os dois dentes desta região 
devem estar posicionados o mais centralizado 
possível na película radiográfica.
Técnica Periapical do Paraleleismo
Esta técnica foi introduzida por Price em 1904 
e divulgada por McCormack em 1911.
Consiste no emprego de suportes especiais que 
possuem dispositivo para a manutenção do filme e 
um anel localizador que facilita a determinação dos 
ângulos horizontais e verticais e a área de incidên-
cia, melhorando o paralelismo entre dente e filme 
resultando numa imagem com menor grau de dis-
torção e a manutenção do filme sendo realizada 
pela oclusão do paciente no suporte localizador.
Figura 50 Radiografia periapical da região 
de molares inferiores direitos. Obsreve que 
os dois dentes se encontram centralizados 
na película radiográfica
Figura 51 Localizadores para técnica 
periapical do paralelismo. O mais centralizado 
na foto é indicado para radiografias de 
dentes anteriores e os dois lateralmente 
são utilizados para as regiões posteriores
Figuras 52 e 53 Localizadores para as regiões 
posteriores e anteriores respectivamente 
com os filmes já posicionados. Lembrar que 
o picote deverá sempre ser direcionado 
para o bloco de mordida
Vantagens desta técnica
– Maior simplicidade na execução do exame 
radiográfico;
Lado branco voltado 
para os raios X e picotes 
para oclusal
ou incisal
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 147
Figura 54 Esquema da técnica do 
paralelismo. Observe o paralelismo entre 
longo eixo do dente e do filme
Figura 55 Posicionamento para molares supe-
riores. Observe que a técnica consiste em po-
sicionar o anel localizador paralelo ao cilindro 
do aparelho dos raios X
Figura 56 Posicionamento para 
pré-molares superiores
Figuras 57 e 58 Posicionamento 
para caninos superiores
Figuras 59 e 60 Posicionamento 
para incisivos superiores
Figura 61 Posicionamento 
para molares inferiores
Desvantagens
Leve desconforto para o paciente devido ao 
volume do suporte. Maior custo operacional 
devido ao uso dos suportes porta-filmes. Essa 
desvantagem precisa ser avaliada, visto que os 
suportes são reutilizáveis após esterilização.
Posicionamentos
– Menor grau de ampliação da imagem;
– Exame radiográfico padronizado;
– Determinação dos ângulos horizontais e ver-
ticais pelo posicionamento do localizador porta-
-filmes.
 148 Capítulo 4
Figura 61 Posicionamento 
para pré-molares inferiores
Figura 63 Posicionamento 
para caninos inferiores
Figura 64 Posicionamento 
para incisivos inferiores Figura 66 Esquema demonstrando a 
técnica da bissetriz segundo o princípio de 
Cieszynski anteriormente citado 
Nesta técnica será que existe alguma padro-
nização da cabeça do paciente?
Sabe-se que não, pois, todos os planos e 
ângulos bem como os pontos de incidência 
do feixe de raios X central já se encontram 
dentro dos parâmetros previamente estabele-
cidos no posicionador.
5. Técnica Periapical da Bissetriz
Esta técnica foi preconizada por Cieszynski 
em 1907. É conhecida também como a “Técni-
ca da Isometria”.
Seu princípio é o seguinte:
O feixe de Raios X é orientado perpendicu-
larmente ao plano bissetor, formado pelo pla-
no do dente e do filme, com o objetivo de que 
o resultado radiográfico apresente as mesmas 
proporções do objeto examinado
Posicionamento da cabeça 
do paciente
Para o posicionamento da cabeça do pacien-
te, utilizamos planos antropológicos e linhas de 
referências com o objetivo de se poder repro-
duzir a imagem radiográfica em épocas dife-
rentes. Por exemplo, um periodontista obtém 
as radiografias iniciais do seu paciente antes de 
proceder ao tratamento. Após alguns meses ou Figura 65 Posicionamento 
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 149
Figura 68 Paciente posicionado com o plano de 
camper paralelo ao solo, demarcado em branco
Figura 69 Paciente posicionado com a linha 
trágus-comissura palpebral paralelo ao solo. 
Plano demarcado em branco
anos, ele poderá solicitar outros exames para 
acompanhar a evolução do caso.
Plano Sagital Mediano
Este plano divide a cabeça do paciente em 
lado direito e esquerdo, devendo ser perpendi-
cular ao plano horizontal (solo).
Plano de Camper
Este plano é usado para radiografias peria-
picais da maxila. Ele passa pelo Pório e Espinha 
nasal anterior no crânio. Em tecido mole é orien-
tado da linha do trágus à asa do nariz, sendo posi-
cionado paralelo ao plano horizontal (solo). Para 
posicioná-lo com maior facilidade, deve-se solici-
tar ao paciente para que olhe para baixo.
Linha Trágus à Comissura Labial
Esta linha é utilizada quando se quer obter 
radiografias periapicais da mandíbula.
Esta linha deverá serposicionada paralela ao 
plano horizontal (solo).
É importante lembrar que seu posicionamento 
deve-se dar com o paciente já de boca aberta para 
que não ocorram erros neste plano de orientação. 
Para posicioná-lo com maior facilidade, deve-se 
solicitar ao paciente para que olhe para cima.
Ângulos de incidência do feixe 
de raios X
Eles existem para que as radiografias sejam 
realizadas com menor grau de distorção e de-
terminam a posição do feixe em relação à linha 
de oclusão (ângulos verticais) e ao plano sagital 
mediano (ângulos horizontais).
Ângulos Verticais
Os ângulos verticais são determinados pelo 
movimento do cilindro do aparelho de raios X 
em relação à linha de oclusão sendo mensura-
dos pelo goniômetro.
- Maxila: ângulos positivos (+)
- Mandíbula: ângulos negativos (-)
Figura 67 Paciente posicionado com o 
plano sagital mediano perpendicular ao solo. 
Plano demarcado em branco
 150 Capítulo 4
Tabela 3 Ângulos verticais 
determinados para cada região 
maxilo-mandibular
Tabela 4 Ângulos horizontais 
determinados para cada região 
maxilo-mandibular
Caso ocorram erros nas angulações verti-
cais, poderemos ter dois tipos de distorções 
nas imagens radiográficas resultantes:
Figura 70 Com o aumento da angulação 
vertical, a imagem ficará encurtada
Figura 72 Se a angulação vertical for 
colocada de maneira correta, objeto e imagem 
deverão ter proporções muito próximas
Ângulos Horizontais
Realiza-se o movimento o cilindro do apa-
relho de raios X em relação ao plano sagital 
mediano sendo um movimento horizontal do 
cabeçote do aparelho.
Deverá ocorrer o paralelismo entre o feixe 
central de raios X e as faces interproximais dos 
dentes. Com este procedimento, evita-se a su-
perposição de imagens nas faces interproximais.
Fonte: Adaptado de Langland; Langlais (2002). 
Figura 71 Esquema mostrando o que 
acontece com a diminuição da angulação 
vertical – a imagem ficará alongada
 Maxila Mandíbula
Molares +200 a +300 00 a -50
Pré-molares +300 a +400 -50 a -100
Caninos +400 a +450 -100 a -150
Incisivos +450 a +500 -150 a -200
 Maxila Mandíbula
Molares 80° a 90° 80° a 90°
Pré-molares 70° a 80° 70° a 80°
Caninos 60° a 75° 45° a 50°
Incisivos 0° 0°
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 151
Figura 73 Esquema mostrando, representado 
pelas setas, a incidência do feixe de 
raios X central em relação às superfícies 
interproximais dos dentes radiografados
Figura 75 Representação de todos 
os pontos de incidência do feixe de 
raios X central para a mandíbula
Figura 74 Representação de todos os 
pontos de incidência do feixe de raios X 
central para a maxila
Pontos de Incidência do Feixe 
de Raios X Central
Este ponto seria a representação de onde se 
deve incidir o feixe de raios X central proveniente 
do centro do cilindro localizador. 
Para a maxila:
- Região de molares: 1 cm atrás da comissura 
palpebral externa interseccionando com o Pla-
no de Camper.
- Região de pré-molar: centro da pupila inter-
seccionando com o Plano de Camper.
- Região de Canino: asa do nariz.
- Região de Incisivos: ápice nasal.
Para a mandíbula:
- Região de molares: 1 cm atrás da comissura 
palpebral externa e 0,5 cm acima da borda inferior.
- Região de pré-molar: centro da pupila e 0,5 
cm acima da borda inferior.
- Região de Canino e Incisivo Lateral: linha 
baixada da asa do nariz e 0,5 cm acima da 
borda inferior.
- Região de Incisivos: sulco mentolabial.
Fonte: Adaptado de Langland; Langlais (2002). 
M
M
M2
1
P
P
P
C
C C
C
I
I
P
M
 152 Capítulo 4
Posicionamento dos Filmes 
Radiográficos
Maxila: posição do longo eixo do filme:
- Molar e Pré-molar: paralelo ao Plano Horizontal
- Canino e Incisivos: perpendicular ao Plano 
Horizontal
Mandíbula:
- Molar e Pré-molar: paralelo ao Plano Horizontal
- Canino e Incisivos: perpendicular ao Plano 
Horizontal
O posicionamento deverá abranger os dentes 
da região de interesse de maneira centralizada.
 Deverá haver uma margem de segurança 
onde o filme radiográfico ultrapassará a face 
oclusal ou incisal de 4/5 mm.
Figura 76 Posicionamento 
dos filmes radiográficos
Figura 79 Observe a área de margem de 
segurança delimitado pela caixa cinza. Isto evita 
o corte da imagem na região incisal ou oclusal
Figuras 77 e 78 Paciente mantendo o filme 
radiográfico dentro da cavidade bucal durante 
a exposição aos raios X
1
1
2
2
4
3
6
5
Inf.
Sup.
Fonte: Adpatado de Langland; Langlais (2002). 
Fonte: Adpatado de Langland; Langlais (2002). 
Fixação dos Filmes Radiográficos
- Na maxila: polegar da mão do lado oposto.
- Na mandíbula: indicador da mão do lado 
oposto.
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 153
Figura 82 Maneira correta da colocação do 
filme radiográfico dentro da cavidade bucal em 
relação à margem de segurança
Figuras 86 e 87 Paciente posicionado para 
radiografia de pré-molares da maxila
Figuras 89 e 90 Paciente posicionado para 
radiografia de canino e incisivo lateral superior
Figuras 88 Resultado radiográfrico para a 
região de pré-molares superiores
 Região de Caninos e Incisivo Lateral 
Superiores:
Figura 85 Resultado radiográfico para a 
região de molares superiores
Região de Pré-molares Superiores:
Figuras 83 e 84 Paciente posicionado para 
radiografia de molares da maxila
Procedimentos Técnicos
Região de Molares Superiores:
Figuras 80 e 81 Maneira errada da 
colocação do filme radiográfico na cavidade 
bucal em relação à margem de segurança. 
Observe a grande margem de segurança 
e uma margem insuficiente onde, 
com certeza, ocorrerá o corte da região 
incisal da imagem radiográfica
 154 Capítulo 4
Figura 91 Resultado radiográfico para a 
região de canino e incisivo lateral da maxila
Região de Incisivos Centrais Superiores:
Figuras 92 e 93 Paciente posicionado para 
radiografia de incisivos centrais superiores
Figuras 95 e 96 paciente posicionado para 
radiografia de molares inferiores
Figuras 98 e 99 Paciente posicionado para 
radiografia de pré-molares inferiores
Figura 97 Resultado radiográfico para a 
região de molares da mandíbula
Região de Pré-molares Inferiores:
Figura 94 Resultado radiográfico para a região 
de incisivos centrais da maxila
Região de Molares Inferiores:
Figura 100 Resultado radiográfico para a re-
gião de pré-molares da mandíbula
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 155
Figuras 101 e 102 Paciente posicionado 
para radiografia de canino inferior
Região de Canino Inferior:
Figuras 104 e 105 Paciente posicionado 
para radiografia de incisivos inferiores
Figura 107 Esquema representando o posicio-
namento do filme e incidência do feixe de raios 
X central para a técnica interproximal. Obser-
ve a angulação vertical de +10°
Figuras 103 Resultado radiográfico para 
a região de canino inferior
Região de Incisivos Inferiores:
6. Técnicas Radiográficas Intrabucais
Técnica Interproximal (Bite-Wing)
Esta técnica foi preconizada por Rapper em 
1925. É indicada para o exame das faces inter-
proximais dos dentes posteriores (molares e pré-
-molares) e dentes anteriores e das cristas ósseas 
alveolares, tendo como finalidade a detecção de 
cáries, avaliação de adaptação marginal de res-
taurações e presença de lesões periodontais.
Nesta técnica são utilizados filmes com “asas 
de mordida”. O tamanho da película pode ser, 
quando comprados prontos:
- Para dentes anteriores: 2,4 x 4,0 cm
- Para dentes posteriores: 5,4 x 2,7 cm
Pode-se realizar uma adaptação nesta técni-
ca utilizando-se filmes intrabucais convencionais 
com dimensões 3 cm x 4 cm confeccionando a 
asa de mordida com cartolina e fita adesiva ou 
ainda, somentecom fita-crepe.
Figura 106 Resultado radiográfico para 
a região de incisivos inferiores
raio central
+10°
asa de 
mordida 
do filme
filme
 156 Capítulo 4
Quando se utiliza o filme próprio para a técni-
ca interproximal, somente uma película é neces-
sária para cada lado da boca do paciente devido 
à sua maior dimensão. Quando se faz a utiliza-
ção de filmes periapicais convencionais (3 cm x 4 
cm), têm que se usar 2 películas para cada lado 
do paciente, sendo uma para a região de pré-
-molares e outra para a região de molares.
Figura 108 Esquema mostrando a utilização 
de películas interproximais convencionais
Figura 109 Esquema mostrando 
a utilização de películas periapicais 
convencionais – técnica adaptada
Figuras110 (1), 111 (2), 112 (3), 113 (4) e 
114 (última foto) Sequência de procedimen-
tos para realização da técnica interproximal 
com filme periapical convencional com asa de 
mordida confeccionada com fita-crepe
Em 110 (1) – filme sendo colocado na ca-
vidade bucal do paciente, lembrando sempre 
de adaptá-lo primeiro na mandíbula. 111 (2) – 
paciente sendo orientado a fechar a boca e o 
profissional tracionando o filme pela haleta de 
mordida. (112) 3 – paciente ocluindo na hale-
ta. 113 (4) – cilindro do aparelho de raios X 
posicionado com o feixe de raios X central in-
cidindo na haleta de mordida com angulação 
vertical de + 100. 114 (última imagem) – foto 
mais aproximada da técnica para visualização 
de maiores detalhes.
Posicionamento da Cabeça 
do Paciente
O Plano Sagital Mediano deverá ser posicio-
nado perpendicular ao Plano Horizontal e a Li-
nha Trágus-comissura labial paralela a este plano 
(ao solo) como para a técnica periapical da bis-
setriz para regiões da mandíbula.
Posicionamento e Manutenção do 
Filme Radiográfico para a Técnica da 
haleta de mordida
O filme deve ser posicionado primeiro na 
mandíbula para não machucar o paciente, visto 
que este que é o osso móvel.
Pedir ao paciente para ir fechando a boca de-
licadamente, procurando, por tração, adaptar o 
filme radiográfico às faces linguais dos dentes 
superiores e inferiores.
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 157
Figura 115 Esquema mostrando 
o posicionamento do filme dentro da boca 
do paciente e a incidência do feixe de raios X 
central com sua respectiva angulação 
vertical para a região de molares
Figura 117 Resultado radiográfico da técnica 
interproximal para molares
Figura 118 Resultado radiográfico da técnica 
interproximal para molares e pré-molares
Fonte: Freita, Rosa e Souza (2000).
Figura 116 Esquema mostrando 
o posicionamento do filme dentro da boca 
do paciente e a incidência do feixe de 
raios X central com sua respectiva angulação 
vertical para a região de pré-molares
Região de pré-molares
Angulação Vertical e Horizontal
Para dentes molares: feixe de raios X incide 
perpendicular à face interproximal dos molares 
na linha Trágus/comissura labial.
Pré-molares: feixe de raios X incide perpen-
dicular à face interproximal dos pré-molares. 
Angulação Vertical: + 100.
Região de Molares
Posicionamento e Manutenção do 
Filme Radiográfico para a Técnica 
com o Posicionador Radiográfico
Existe no Kit de posicionadores, um que é 
destinado às radiografias interproximais.
O filme deve ser posicionado determinando-
-se o picote com alguma referência pessoal (por 
exemplo, sempre para frente).
O filme é acoplado no suporte e posterior-
mente posicionado na boca do paciente que 
manterá suporte-filme pela oclusão. O cilindro 
é posicionado de maneira que uma haste divida 
o cilindro superoinferiormente em partes iguais 
e a outra haste seja posicionada no raio do cilin-
dro posicionador.
 158 Capítulo 4
Figuras 119 e 120 Paciente posicionada para 
radiografia interproximal com o posicionador
Figuras 123 e 124 Posicionamento do filme 
para radiografias oclusais totais
Figura 125 Posicionamento do filme para 
radiografias oclusais parciais
Figuras 121 e 122 Filme oclusal. Note que o 
lado branco é o lado sensível da película e o lado 
oposto, é o lado que possui a lâmina de chumbo 
e indica a velocidade (sensibilidade) do filme
7. Técnicas Radiográficas Intra-
bucais Oclusais 
Esta técnica foi preconizada por Simpson em 
1916. É um exame complementar às técnicas 
intrabucais onde se utiliza um filme de dimen-
sões 5,7 x 7,5 cm.
Tem como principais indicações:
- Pacientes edêntulos: investigação de raízes re-
siduais, dentes inclusos, supranumerários ou gran-
des áreas patológicas. 
Fraturas dos maxilares, sialolitos nas glândulas 
salivares submandibulares.
Posicionamento da Cabeça do Paciente
A cabeça do paciente terá sempre seu Plano Sa-
gital Mediano perpendicular ao Plano Horizontal. 
- Para exame oclusal da maxila: Plano de Cam-
per paralelo ao Plano Horizontal.
- Para exame oclusal da mandíbula: Linha trágus 
à comissura labial a 450 com o Plano Horizontal.
Manutenção do filme
O posicionamento difere conforme região 
a ser radiografada. A superfície rugosa corres-
ponde àquela voltada para o feixe de raios X 
(lado sensível do filme).
- Em paciente dentado – a fixação é feita pela 
oclusão do paciente.
- Paciente edêntulo (desdentado) – paciente 
fixará o filme com os dedos polegares. 
Posicionamento do filme
Exame Oclusal Total: Maior eixo do filme 
perpendicular ao Plano Sagital Mediano.
Exame Oclusal Parcial: Maior eixo do filme 
paralelo ao Plano Sagital Mediano e deslocado 
para a região que deverá ser radiografada.
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 159
Figuras 127 e 128 Paciente posicionado para a 
realização da radiografia oclusal total da maxila
Figura 131 Paciente posicionada para a realiza-
ção da radiografia parcial de caninos da maxila
Figuras 129 e 130 Resultados radiográficos de 
oclusais totais da maxila. Na primeira imagem, o 
paciente é edêntulo
Figura 126 Posicionamento para radiografias 
oclusais totais e parcial de canino
Classificação dos exames 
oclusais - Maxila
1) Total
2) Dentes incisivos
3) Dentes caninos
4) Pré-molares e molares
5) Assoalho do seio maxilar
6) Região do Túber
Áreas de incidência dos Raios X
- Total da maxila: Glabela.
- Dentes incisivos: Ápice nasal.
Oclusais - técnica
Oclusal de maxila
Oclusal de canino
Oclusal de mandíbula
RC
+65°
+60°
90°
RC
RC
Tabela 5 Ângulos verticais e 
horizontais para as técnicas 
oclusais da maxila
 Â. vert. Â. horiz.
Total +65° 0°
Dentes incisivos +65° 0°
Dentes caninos +65° 45°
Pré-molares e molares +65° 90°
Assoalho do seio maxilar +80° 0°
Região do túber +45° 45°
- Dentes caninos: Forame infraorbitário. 
- Pré-molares e molares: Forame infraorbitário. 
- Assoalho do seio maxilar: Forame infraorbitário. 
- Região do Túber da maxila: 3 cm atrás da comis-
sura palpebral externa.
Oclusal Total da Maxila
 160 Capítulo 4
Figuras 132 e 133 Resultados radiográficos da 
oclusal de caninos e pré-molares da maxila
Figura 137 Resultado radiográfico da 
oclusal total da mandíbula
Figura 138 Resultado radiográfico da 
oclusal parcial da mandíbula
Fonte: Freita, Rosa e Souza (2000).
Figuras 134, 135 e 136 Pacientes posicionados 
para a realização da radiografia oclusal total da 
mandíbula. Observe o ângulo reto (90°) formado 
entre o feixe de raios X e a película radiográfica
Classificação dos exames 
 oclusais – Mandíbula
1) Total
2) Parcial
3) Região de sínfise
Áreas de incidência dos Raios X
Total: Porção mediana do assoalho bucal.
Parcial: Lado da mandíbula interessado no exame.
Região de sínfise: Sínfise mandibular.
Oclusal Total da Mandíbula
Fonte: Freita, Rosa e Souza (2000).
Tabela 6 Ângulos verticais e 
horizontais para as técnicas 
oclusais da mandíbulaÂ. vert. Â. horiz.
Total -90° 0°
Parcial -90° 0°
Região de sínfise -55° 0°
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 161
Fonte: Freita, Rosa e Souza (2000).
Fonte: Rosa e Tavares (1994).
Fonte: Rosa e Tavares (1994).
8. Métodos de Localização 
 Radiográfica: Clark
Os Métodos de Localização Radiográfica são 
empregados quando se quer visualizar, de maneira 
mais detalhada, algum dente ou processo patológi-
co na região maxilo-mandibular.
Têm-se várias técnicas que ajudam o profissio-
nal Cirurgião-Dentista num planejamento cirúrgi-
co ou endodôntico mais preciso e seguro.
Método de Localização de Clark
Este método segue o princípio físico da parala-
xe: quando 2 objetos encontram-se alinhados em 
relação ao observador, o mais próximo encobrirá 
o mais distante. 
Na prática, o objeto mais distante se desloca no 
mesmo sentido do observador.
Para este método, usa-se de duas a três expo-
sições radiográficas: uma radiografia ortorradial, 
uma radiografia mésio ou distorradial ou a associa-
ção das três. Indicações: 
- Endodontia – dissociação de raízes (PMS, MS, MI)
- Dentes inclusos e corpos estranhos (vestíbulo-
-palatal)
- Processos patológicos e pontos anatômicos
Figuras 139 e 140 Posicionamento e resultado 
radiográfico da oclusal de sínfise mandibular
Figura 142 O esquema acima mostra a 
inclinação do cilindro localizador
Figura 141 Esquema mostrando o princípio 
do método de localização de Clark
Neste método, o cabeçote do cilindro localiza-
dor deverá ser inclinado em torno de 200 para a 
mesial ou distal, lembrando-se que o ponto de in-
cidência deverá ser sempre o mesmo que o utiliza-
do para a técnica ortorradial para que se proceda 
um diagnóstico correto.
Ortorradial
20°
A
B
Mesiorradial
Distorradial
Figura 143 Esquema de dissociação de 
raízes de um pré-molar superior
Fonte: Freita, Rosa e Souza (2000).
 162 Capítulo 4
Nas figuras 145 e 146 anteriores, pode-se 
observar que em B o conduto mésio-lingual foi 
projetado mais para a esquerda da radiografia, 
conforme a teoria de que o objeto mais distante 
acompanha o movimento do cabeçote do apa-
relho de raios X.
Na imagem B, pode-se visualizar a imagem 
que obteríamos de uma radiografia ortorradial, 
onde a raiz vestibular encontra-se sobre a raiz 
palatina, encobrindo-a.
Na imagem A, uma “radiografia” mesiorradial, 
onde o cilindro localizador foi movimentado em 
sentido mesial do paciente e pode-se observar 
que a raiz palatina, a mais distante do observa-
dor, acompanhou o movimento do cilindro, des-
locando na “imagem radiográfica” para mesial.
Já em C, o esquema demonstra o procedi-
mento para uma radiografia distorradial. Ob-
serva-se que o cilindro localizador foi deslocado 
para a distal e, novamente, a raiz palatina acom-
panhou o movimento do cilindro, deslocando-
-se para a distal.
O mesmo pode-se visualizar na Figura 4. Agora 
temos um esquema de um dente molar inferior, 
onde os condutos mésio-vestibular e mésio-lin-
gual, quando da tomada da radiografia ortorradial, 
encontram-se sobrepostos (figura B).
Na imagem A, observa-se o procedimento 
para a realização da exposição distorradial onde, 
com o cilindro deslocado para a distal, têm-se 
o conduto mésio-lingual acompanhando o mo-
vimento do cabeçote localizador, ou seja, ele se 
posiciona em direção à raiz distal. Na figura C, 
com o cabeçote inclinado para a mesial, pose-se 
visualizar o conduto mésio-lingual posicionado 
mais para mesial na imagem radiográfica.
Figura 144 Esquema de dissociação de 
raízes de um pré-molar superior
Figuras 145 e 146 Radiografias de um 
dente molar inferior do lado direito onde 
em A, tem-se a imagem de uma exposição 
ortorradial e em B, uma distorradial
Fonte: Rosa e Tavares (1994).
Fonte: Rosa e Tavares (1994).
9. Métodos de Localização 
Radiográfica: Donovan
Este método será empregado sempre que a 
radiografia oclusal do método de Miller-Winter 
não mostrar, inteiramente, as raízes do terceiro 
molar inferior.
O procedimento realizado é a posição oblí-
qua do filme, tocando a sua parte posterior a 
mucosa do ramo ascendente e a parte anterior 
na superfície oclusal dos dentes molares, sendo 
que a incidência do feixe de raios X deve ser 
perpendicular ao filme.
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 163
Para se realizar o Método de Localização 
de Donovan, o paciente deverá ser orientado 
para que vire a cabeça para o lado oposto ao 
lado a ser radiografado, com a intenção de se 
posicionar o cilindro localizador na região de 
ângulo da mandíbula.
Figura 147 Esquema demonstrando 
o posicionamento do filme e incidência 
do feixe de raios X centrais para 
este método de localização
Figura 152 As letras A e C demonstram 
as radiografias oclusais com filmes periapicais 
onde pode-se observar o corte na imagem 
do terceiro molar inferior e em B e D, 
aplicado o método de localização de 
Donovan onde pode-se visualizar, com isto, 
as raízes destes elementos
Figuras 148 e 149 Filme posicionado em um 
manequim odontológico. Observe a parte mais 
posterior do mesmo tocando no ramo ascenden-
te e a parte mais inferior na região oclusal 
do primeiro molar inferior
Figuras 150 e 151 Em A, paciente 
segurando o filme radiográfico para 
a realização da técnica e em B, o cilindro 
localizador posicionado com a cabeça 
do paciente inclinada para o lado oposto 
que será radiografado
Fonte: Rosa e Tavares (1994). 
10. Métodos de Localização 
Radiográfica: Le Master
Este método de localização é empregado 
pois nas radiografias de molares superiores 
ocorre muito a superposição do processo zi-
gomático da maxila e arco zigomático sobre os 
ápices radiculares dos dentes. Com esta técnica 
se consegue um melhor paralelismo do filme 
 164 Capítulo 4
em relação ao dente, proporcionando o des-
locamento destas estruturas anatômicas para 
uma região superior da imagem radiográfica ha-
vendo a liberação das raízes dos molares. 
Indicações: quando ocorrer esta superposi-
ção de imagens.
Procedimento
- Deve-se colocar de um a dois roletes de al-
godão na parte inferior da película, na região do 
picote da película radiográfica, fixando-o (os) 
com um pedaço de fita adesiva.
- A película deverá ser normalmente posicio-
nada na boca do paciente como se fosse pro-
ceder à técnica radiográfica da bissetriz, mas a 
angulação vertical deverá ser diminuída devido 
ao maior paralelismo que ocorrerá entre dente 
e filme radiográfico.
11. Métodos de Localização 
Radiográfica: Miller-Winter
Este método é indicado para localização de 
dentes inclusos, corpos estranhos e processos 
patológicos na região posterior da mandíbula 
(canino a terceiro molar).
Na realidade, esta técnica nos dá uma “vi-
são tridimensional” em apenas duas películas 
radiográficas: seria uma visão superoinferior e 
anteroposterior na radiografia periapical con-
vencional e uma visão vestíbulo-lingual na ra-
diografia oclusal.
O procedimento compreende um método 
de dupla incidência, ou seja, realiza-se uma ra-
diografia periapical convencional da região de 
interesse e uma radiografia oclusal com um fil-
me periapical 3 x 4 cm. 
O paciente deverá manter o filme com a oclu-
são dos dentes e a incidência do feixe de raios X 
deverá ser perpendicular ao filme radiográfico.
Figura 153 Filme posicionado em 
manequim odontológico para visualização 
do posicionamento do algodão e filme 
corretamente colocados
Figuras 154 e 155 As figuras A e B 
mostram esquemas para visualizarmos 
o método Le Master. Em A, a técnica da 
bissetriz propriamente dita e em B, o rolete 
adaptado à película. Observe o maior 
paralelismo entre dente e filme no segundo 
esquema e a simulação da projeção do 
processo zigomático da maxila (PZM)
Fonte: Rosa; Tavares (1994).
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais165
Figuras 156 e 157 As figuras mostram 
em A, a posição do filme radiográfico em um 
manequim odontológico para a radiografia 
periapical convencional e em B, a posição 
do filme para a radiografia oclusal com filme 
periapical. Observe que o lado sensível (lado 
branco) da película deverá estar sempre 
voltado para a região de interesse 
da mandíbula (para baixo)
Figura 158 Paciente posicionado para 
a realização da radiografia periapical 
convencional pela técnica da bissetriz
Figuras 160 Paciente posicionado para 
a realização da radiografia oclusal com filme 
periapical. Note a manutenção do filme 
pela oclusão do mesmo e o feixe de raios X 
centrais direcionados perpendicularmente 
ao filme radiográfico
Figura 159 Esquema mostrando 
o posicionamento da cabeça e incidência 
do feixe de raios X para a realização da 
segunda exposição para o método de 
localização de Miller-Winter
Figuras 161 e 162 Radiografias pelo método 
de Miller-Winter de um pré-molar inferior. 
Observe que a coroa está voltada para distal
Figuras 163 e 164 Objeto metálico 
colocado em crânio seco. Pela radiografia A, 
pode-se observar a posição do mesmo em 
relação à altura e posição anteroposterior 
e em B, a posição vestibular do objeto
Fonte: Rosa e Tavares (1994).
Fonte: Rosa e Tavares (1994).
Fonte: Rosa e Tavares (1994).
 166 Capítulo 4
Figuras 165 e 166 Objeto metálico 
colocado em crânio seco. Pela radiografia A, 
pode-se observar a posição do mesmo em 
relação à altura e posição anteroposterior 
e em B, a posição lingual do objeto
Figuras 169 e 170 A radiografia A foi 
obtida com o filme em posição convencional 
onde observa-se o corte da imagem na região 
do terceiro molar. Em B, foi utilizado 
o método de localização de Parma onde 
pode-se observar a abrangência de toda 
a estrutura dental do dente 38
Figura 167 O esquema mostra o filme 
(desenho pontilhado) na posição original para 
a técnica da bissetriz e / ou paralelismo e o 
filme (traço contínuo) posicionado para o 
método de localização de Parma
Figura 168 Filme posicionado em 
um manequim odontológico
Fonte: Rosa e Tavares (1994).
Fonte: Rosa e Tavares (1994).
12. Métodos de Localização 
Radiográfica: Parma
Este método também tem sua aplicação em 
localização de terceiros molares inferiores. É 
usado a incidência radiográfica periapical con-
vencional para os terceiros molares inferiores 
não mostra o referido dente por inteiro.
O procedimento compreende em inclinar o 
filme, de modo que seu maior eixo fique em 
ângulo com o plano oclusal onde a incidência do 
feixe de raios X deve ser a mesma usada pelo 
método periapical convencional.
 Radiologia odontológica: técnicas radiográficas intrabucais 167
Referências
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1998. 248p.
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Depto. Produtos para diagnóstico, 1982 (informativo técnico).
FREITAS, A.; ROSA, J. E.; SOUZA, I. F. Radiologia odontológica. 5. ed. São Paulo: Artes Médicas, 
2000. 748p.
FREITAS, L. Radiologia Bucal: técnicas e interpretação. 2. ed. São Paulo: Pancast, 2000. 391p.
GIBILISCO, J. A. Diagnóstico radiográfico bucal de Stafne. 5. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1986. 494p.
GOAZ, P. W.; WHITE, S. C. Oral radiology: principles and interpretation. 3. ed. St. Louis: Mosby, 
1994. 720p.
HARING, J. I.; LIND, L. J. Dental radiography-principles and thecniques. 2. ed. Philadelphia: 
W.B.Saunders Company, 1996. 556p.
LANGLAND, O. E.; LANGLAIS, R. P. Imagem em Odontologia. 1. ed. São Paulo: Livraria Santos, 
2002. 463p.
LANGLAIS, R. P.; LANGLAND, O. E.; NORTJE, C. J. Diagnostic imaging of the jaws. Baltimore: 
Wiliians & Wilkins, 1995. 661p.
LANGLAND, O. E.; SIPPY, F. H.; LANGLAIS, R. P. Textbook of dental radiology. 2. ed. Springfield: 
Charles, 1984. 668p.
MATTALDI, R. A. G. Radiologia odontológica. 2 ed. Buenos Aires: Mundi, 1979. 363p.
MOREIRA, C. A. Diagnóstico por imagem em odontologia. 2. ed. São Paulo: ROBE, 2000. 396p.
PASLER F. A. Atlas de radiología odontológica. 1. ed. Barcelona: Ediciones Científicas y Técnicas, 
1992. 266p.
PASLER, F. A. Radiologia Odontológica. 3. ed. São Paulo: MEDSi, 1999. 457p.
ROSA, J. E.; TAVARES, D. Métodos radiográficos especiais para o dentista clínico. 2. ed. Rio de Janeiro: 
EPU, 1994. 161p.
 168 Capítulo 4
SHAFER, W. G. et al. Tratado de patologia bucal. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1984. 
837p.
STAFNE, E. C. GIBILISCO, J. A. Diagnóstico radiográfico bucal. 4. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 
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TOMMASI, A. F. Diagnóstico bucal. São Paulo: MEDISA, 1977. 649p.
WUERHRMANN, A. H.; MANSON-HING, L. R. Dental Radiology. 5. ed. St. Louis: Mosby, 1981.
Sites de referências:
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http://www.abrr.hpg.ig.com.br
http://www.cefetsc.edu.br
http://www.ufpel.tche.br
http://www.scielo.cl/pdf/rchradiol
www.umw.edu.
www.bibliotecasvirtuales.com
www.ecr.org/conferences
Ultrassonografia
Capítulo 5
Alex Cosentino de Almeida
Tecnólogo em Radiologia Médica pelo 
Centro Universitário São Camilo, Espe-
cialista em Informática em Saúde pela 
EPM/Unifesp, Especialista em aplicação 
de produtos em Ultrassonografia, Neu-
ro-sonografia e Radiologia Digital para a 
América Latina. Membro do Conselho 
Brasileiro de Telemedicina (CBTms), 
Membro da Sociedade Brasileira de In-
formática em Saúde (SBIS), Membro da 
Sociedade de Neurociências e Compor-
tamento (SBNeC), Membro da Inter-
national Brain Research Organization 
(IBRO) e Membro da American Institute 
of Ultrasound in Medicine (AIUM).
Ultrassonografia
Capítulo 5
 173
Alex Cosentino de Almeida
1. Princípios da ultrassonografia
Aspectos históricos
A história do ultrassom remonta a 1794, quan-
do Lazzaro Spallanzini demonstrou que os morce-
gos se orientavam mais pela audição do que pela 
visão para localizar obstáculos e presas. Em 1880, 
Jacques e Pierre Curie deram uma contribuição 
valiosa para o estudo do ultrassom, descrevendo 
as características físicas de alguns cristais.
O estudo do ultrassom foi impulsionado com 
objetivos militares e industriais e a pesquisa so-
bre aplicações médicas se deu após a Segunda 
Guerra Mundial. 
Um dos pioneiros nesse campo foi Douglas 
Howry que, juntamente com W. Roderic Bliss, 
construiu o primeiro sistema com objetivo mé-
dico durante os anos de 1948-49, tendo produ-
zido a primeira imagem seccional em 1950.
No início, as imagens eram em preto e bran-
co, sem gradações. Um novo entusiasmo surgiu 
em 1971 com a introdução da escala de cinza na 
imagem, por Kossof, na Austrália, quando diver-
sos níveis de intensidade de ecos foram repre-
sentados por diferentes tons de cinza na tela.
Desde a década de 1980, a ultrassonografia foi 
impulsionada pelo desenvolvimento tecnológico, 
que transformou esse método em um importan-
te instrumento de investigação diagnóstica.
A ultrassonografia (US) é um dos métodos 
de diagnóstico por imagem mais versáteis, de 
aplicação relativamente simples, com excelente 
relação custo-benefício.
As principais peculiaridades do método ul-
trassonográfico são:
• Um método não invasivo, ou 
minimamente invasivo
• As imagens seccionais podem ser obtidas 
em qualquer orientação espacial
• Não apresenta efeitos nocivos 
significativos dentro do uso 
diagnóstico na Medicina
• Não utiliza radiação ionizante
 174 Capítulo 5
• Possibilita o estudo não invasivo 
da hemodinâmica corporal 
através do efeito Doppler
• A aquisição de imagens é realizada 
praticamente em tempo real, 
permitindo o estudo do movimento 
de estruturas corporais.
O método ultrassonográfico baseia-se no 
fenômeno de interação de som e tecidos, ou 
seja, a partir da transmissão de onda sonora 
pelo meio, observamos as propriedades mecâ-
nicas dos tecidos.
Som
O som é a propagação de energia através da 
matéria por ondas mecânicas (vibraçãomecâni-
ca/fontes vibratórias produzem ondas sonoras). 
De forma simplificada, pensemos num diapasão 
que, através das vibrações de suas hastes (vi-
bração mecânica), produz movimentos harmô-
nicos das moléculas do ar. Por definição, a onda 
sonora necessita de um meio para se propagar, 
ao contrário da energia eletromagnética.
O som possui propriedades ondulatórias, à 
semelhança das ondas eletromagnéticas, como a 
luz, apresentando diversos efeitos de interação 
com o meio, tais como reflexão, refração, ate-
nuação, difração, interferência e espalhamento.
As características do fenômeno sonoro são 
relacionadas à sua fonte e ao meio de propa-
gação. Variáveis como pressão, densidade do 
meio, temperatura e mobilidade das partículas 
definem o comportamento da onda sonora ao 
longo da sua propagação. Assim, provoca vibra-
ções no meio material, produzindo deflexões 
em relação à direção de propagação do som, 
com áreas de compressão e rarefação. Estas de-
flexões podem ser no eixo transversal ou lon-
gitudinal. Como na água e nos gases, em que 
a transmissão aplicada ao meio ocorre apenas 
por compressões e rarefações ao longo do eixo 
longitudinal, os métodos ultrassonográficos em 
Medicina utilizam apenas as ondas longitudinais.
Qualquer som é resultado da propagação 
dessas vibrações mecânicas através de um meio 
material, carregando energia, e não matéria. 
Ou seja, não há fluxo de partículas no meio, 
mas oscilações destas em torno de um ponto 
de repouso.
Formação da imagem
Os equipamentos de ultrassonografia diag-
nóstica possuem uma unidade básica denomina-
da transdutor (ou sonda). Esse elemento básico 
converte uma forma de energia em outra. Os 
transdutores são montados de maneira a pro-
duzir e receber os ecos gerados pelas diversas 
interfaces. Eles são compostos por materiais 
piezoelétricos (cristais/ cerâmicas), por aparato 
eletrônico (eletrodos para a excitação dos cris-
tais e captação dos ecos), por uma lente acús-
tica, por material que acopla a lente aos cristais 
e por um material de amortecimento posterior 
(que absorve as frequências indesejáveis produ-
zidas eventualmente). Os elementos piezoelé-
tricos (cristais ou cerâmicas) que compõem os 
transdutores têm a capacidade de emitir eletri-
cidade, quando pressionados e, ao mesmo tem-
po, transformam energia elétrica em mecânica 
(onda sonora), que é chamado efeito piezoe-
létrico inverso. São, portanto, transmissores e 
receptores simultaneamente.
Existem diversos tipos de transdutores, cada 
um adequado para um tipo de exame. Por exem-
plo, o transdutor convexo, mais adequado para o 
exame de abdome e pelve; o linear, mais adequa-
do para o exame de pequenas partes, músculo 
esquelético, tireoide e mamas, e o endocavitário, 
para exames ginecológicos e da próstata.
 Ultrassonografia 175
O princípio pulso-eco refere-se à emissão de 
um pulso curto de ultrassom pelo transdutor. À 
medida que atravessa os tecidos, esse pulso é 
parcialmente refletido pelas interfaces de volta 
ao transdutor. Em geral, 1% da energia sonora 
incidente é refletida, e o restante continua sua 
trajetória através dos tecidos. O equipamento 
guarda o tempo gasto entre a emissão do pulso 
e a recepção do eco, transformando-o em dis-
tância percorrida, na representação do eco na 
tela, já estando calibrado para uma velocidade 
fixa de 1540m/s. Assim, quanto maior o tem-
po gasto para receber o eco de uma interface, 
mais longe da superfície da imagem ele a coloca. 
Dessa forma, quanto mais longe a estrutura es-
tiver da superfície do transdutor, mais inferior a 
situação em que ela aparecerá na tela.
Após a emissão de pulsos de ultrassom, eles 
interagem com os tecidos, e os ecos refletidos ou 
dispersos são transformados em energia elétrica 
pelo transdutor e processados eletronicamente 
pelo equipamento para formação da imagem. 
Essa forma de processar os ecos refletidos (em 
imagem bidimensional) é denominada modo-B 
(brilho). Além dessa forma de processamento dos 
ecos, existem outras, como os gráficos de ampli-
tude (modo-A, muito utilizado em Oftalmologia) 
e gráficos de movimentação temporal (modo-M, 
bastante empregado em ecocardiografia).
Existem diversos efeitos físicos implicados 
na interação do som-tecido para formação da 
imagem. É importante conhecer essas caracte-
rísticas para melhor entendimento da formação 
da imagem ultrassonográfica.
Iniciaremos pelas principais características 
físicas das ondas sonoras, que são:
1. comprimento de onda
2. frequência (f)
3. período (T)
4. amplitude (A)
5. velocidade.
Comprimento de onda
Distância entre fenômenos de compressão e 
rarefação sucessivos, medida em metros. O com-
primento de onda depende da velocidade do som 
no meio e da frequência utilizada. Esse conceito 
está diretamente relacionado à resolução espa-
cial da imagem. A resolução espacial no campo 
diagnóstico representa a capacidade de identificar 
duas interfaces (interface é o limite entre duas es-
truturas) muito próximas uma da outra (o menor 
espaço entre dois pontos distinguíveis [reconhe-
cíveis] numa imagem, como dois pontos separa-
dos). Na ultrassonografia, existem vários tipos de 
resolução que podem ser definidos num apare-
lho, destacando-se duas principais:
w Resolução espacial axial (capacidade 
de discriminar dois pontos próximos 
ao longo do eixo de propagação 
do feixe ultrassônico) 
w Resolução espacial lateral (capacidade 
de discriminar dois pontos próximos 
no eixo perpendicular ao da 
propagação do feixe ultrassônico). 
Figura 1 (A) Esquema demonstrando
a resolução axial e a resolução lateral.
(B) Ilustração demonstrando feixe ultrassônico e 
sua correlação com a resolução axial e lateral
Elevação
Resolução Axial
Resolução Lateral
AXIAL LATERAL
RESOLUÇÃO
(A)
(B)
 176 Capítulo 5
Frequência (f)
Número de ciclos completos de oscilação 
(ciclos) produzidos num segundo, medido em 
Hertz (Hz). De acordo com a frequência, o som 
é dividido em três categorias: infrassom (f< 20 
Hz), som audível (f entre 20 e 20.000Hz) e ultras-
som (f> 20.000Hz). A frequência do transdutor 
influencia diretamente na resolução espacial e é 
característica inerente ao cristal que o compõe. 
Quanto maior a frequência do transdutor, me-
nor o comprimento da onda sonora e melhor a 
resolução espacial. Na prática, os transdutores 
de menor frequência (de 3,5MHz) são utilizados 
para o exame de tecidos profundos, por exem-
plo, o exame de abdome (fígado, vesícula, baço, 
rins) ou pélvico (bexiga, útero, ovários, próstata, 
obstétrico). Os transdutores de frequência ele-
vada (maiores que 7,5MHz) são utilizados para 
exame de tecidos superficiais, como a mama, ti-
reoide, pele, testículo etc.
Período (T)
Tempo característico em que o mesmo fenô-
meno se repete (inverso da frequência). 
Amplitude (A)
Magnitude ou intensidade da onda sonora 
proporcional à deflexão máxima das partículas 
do meio de transmissão. Essa característica de-
termina a intensidade da onda sonora, ou seja, a 
energia que atravessa o tecido, referindo-se, no 
campo diagnóstico, aos efeitos biológicos.
Velocidade
É a constante de cada material. Depende das 
propriedades elásticas da densidade. Por exem-
plo, a velocidade de propagação do som no ar 
é, em média, de 340m/s, no líquido de 1200m/s 
e nos sólidos de 5000m/s. O cálculo da veloci-
dade de transmissão do som através dos cons-
tituintes do corpo humano tem a média calcula-
da em 1540m/s, uma vez que suas velocidades 
são muito semelhantes, exceto a do ar (pulmão, 
intestino) e dos ossos. Dessa forma, os equipa-
mentos ultrassonográficos são calibrados para 
esse padrão de velocidade constante (1540m/s).
Tabela 1 Velocidade, densidade e 
impedância do som de diferentes meios
MEIO VELOCIDADE
(m/s)
DENSIDADE
(g/cm3)
IMPEDÂNCIA
(g/cm2/s o x 10-5)
AR 331 0,0012 0,0004
ÁGUA 1480 1 1,48
SANGUE 1570 1,03 1,61
MÚSCULO 1585 1,07 1,70
OSSO 4080 1,91 7,8
Velocidade média utilizada nas unidades de ultrassom: 1540 m/s
Outros conceitos inerentes ao fenômeno de 
interação som-tecidodevem ser considerados, 
como a impedância acústica e a atenuação. 
A impedância acústica de um meio está rela-
cionada com a resistência ou dificuldade do meio 
à passagem do som. Corresponde ao produ-
to da densidade do material pela velocidade de 
seu som. Quando o feixe sonoro atravessa uma 
interface entre dois meios com a mesma impe-
dância acústica, não há reflexão, e a onda é toda 
transmitida ao segundo meio. É a diferença de 
impedância acústica entre dois tecidos que defi-
ne a quantidade de reflexão na interface, promo-
vendo sua identificação na imagem. Por exemplo, 
um nódulo no fígado será mais facilmente iden-
tificado se sua impedância acústica for bastante 
diferente do parênquima hepático ao redor; ao 
contrário, quanto mais próxima sua impedância 
acústica do parênquima hepático normal, mais 
dificuldade teremos em identificá-lo, porque 
pouca reflexão sonora ocorrerá. Resumindo, 
quanto maior a diferença de impedância entre 
duas estruturas, maior a intensidade de reflexão.
 Ultrassonografia 177
Atenuação
A atenuação do feixe sonoro nos tecidos 
moles é compensada pelos controles de ga-
nho do equipamento, de tal forma que a ima-
gem se apresenta homogênea em toda a sua 
profundidade. Entretanto, estruturas com alta 
atenuação e/ou com índice de reflexão elevado 
levam a uma acentuada redução de amplitude 
de ecos transmitidos, resultando em sombra 
acústica posterior. Da mesma forma, estruturas 
com baixa atenuação ou com menor velocida-
de de propagação em relação aos tecidos moles 
levam a um aumento relativo da amplitude de 
ecos, que se chama “reforço posterior”.
A atenuação do feixe sonoro por interface 
pode ser parcial, levando apenas a uma diminui-
ção da densidade de estruturas posteriores a ela 
ou a uma degradação de imagem. Quando o feixe 
atravessa o tecido fibroso e a gordura da fissura 
do ligamento venoso, o lobo caudado pode pa-
recer hipoecoico, simulando a presença de mas-
sa em sua topografia. Pequenas bolhas de ar e 
gordura podem ser responsáveis pela atenuação 
parcial do som, causando sombra posterior com 
ecos difusos e indefinidos, pela reflexão espalhada 
que produzem. O uso de uma frequência mais 
baixa diminui ou suprime a sombra. Essa técnica 
pode obliterar uma patologia real. O mais indica-
do é examinar a região em questão sob diferentes 
ângulos, procurando fugir da interface que apre-
sente maior atenuação.
Diversas interfaces produzem sombras acús-
ticas posteriores. Na interface partes moles-gás, 
99% do som é refletido, e a sombra observada é 
“suja” pela presença das reverberações descritas 
anteriormente. Entretanto, a sombra produzida 
na interface tecido mole-osso possui um aspecto 
“limpo”, pois o osso absorve praticamente toda 
a energia sonora e as reflexões não têm ampli-
tude suficiente para produzir a reverberação. A 
sombra identificada a partir dos bordos de es-
truturas líquidas e/ou esféricas são resultantes da 
reflexão e da refração que neles ocorrem.
Sobre a formação de sombra acústica poste-
rior, em investigações in vitro, todo o cálculo pro-
duz sombra acústica, o que nem sempre ocorre 
in vivo. Um fator importante é a localização do 
cálculo em relação à zona focal do transdutor. 
Quando o cálculo está na zona focal, o feixe é 
totalmente ocluído, produzindo uma sombra níti-
da. Quando localizado fora da zona focal ou ape-
nas parte do feixe o atinge, uma quantidade de 
energia sonora passa ao redor do cálculo, impe-
dindo a formação da sombra acústica posterior.
Portanto, é necessário colocar o cálculo na 
zona focal, examinando a vesícula e o rim, com 
angulações diferentes do transdutor.
O reforço é observado posteriormente às 
estruturas líquidas por sua baixa atenuação 
e pela refração convergente que elas podem 
produzir. Como o líquido não atenua o feixe 
sonoro nem as partes moles, o equipamento 
compensa, através dos ganhos, uma atenuação 
existente, reforçando os ecos das estruturas lo-
calizadas posteriomente.
Reflexão
Uma imagem de ultrassom é formada pelo 
equipamento através da recepção e do proces-
samento dos ecos refletidos nas diversas interfa-
ces dos tecidos. Muitos artefatos se dão através 
da reflexão do feixe sonoro, tais como reverbe-
ração, trajetória múltipla e imagem em espelho. 
Isso ocorre quando o feixe sonoro encontra uma 
interface cujos meios apresentam uma grande 
diferença de impedância acústica. Quando o eco 
de alta amplitude atinge o cristal, é parcialmente 
absorvido e transformado em sinal para a forma-
ção da imagem, mas uma parte significativa é re-
fletida pelo próprio transdutor de volta ao tecido, 
percorrendo pela segunda vez o mesmo trajeto. 
 178 Capítulo 5
Essas múltiplas reflexões são chamadas “reverbe-
rações”. Cada vez que atinge o cristal, o eco de 
reverberação gera um sinal que é transformado 
em imagem. O equipamento não tem poder de 
distinguir o sinal verdadeiro dos sinais de reverbe-
ração. O único fator que leva em consideração é 
o tempo de chegada dos sinais, que são duas, três, 
quatro ou mais vezes o tempo do primeiro sinal. A 
representação da reverberação na imagem é dada 
através de linhas paralelas equidistantes, com in-
tensidades proporcionalmente menores. A rever-
beração é observada com mais frequência junto à 
parede anterior da bexiga, ou cistos, por causa de 
suas interfaces. Quando a interface está distante, 
apenas uma reverberação pode ser identificada, 
como ocorre entre o útero e o gás no retossig-
moide, estando a segunda reverberação a uma 
profundidade maior do que a alcançada pela ima-
gem. Nesse caso, pode haver erro de interpreta-
ção da imagem e, com o objetivo de esclarecer o 
diagnóstico, é necessário examinar o paciente sob 
vários ângulos ou repetir o exame no dia seguinte.
Podem ocorrer reverberações também nas 
interfaces que são refletoras especulares per-
pendiculares à direção do feixe e estão próximas 
ao transdutor, gerando, assim, artefatos lineares 
no tecido subjacente, principalmente em pacien-
tes obesos.
Outro tipo de reverberação ocorre quando 
existe grande diferença acústica entre o objeto e 
a estrutura adjacente, sem ser por múltiplas refle-
xões. Conhecido como “cauda de cometa”, o ar-
tefato é identificado na imagem como uma trilha 
densa de pequenos ecos lineares, como ocorre 
entre a parede de alça intestinal e gás no seu lúmen 
ou entre o diafragma e o pulmão aerado. Recen-
temente, alguns autores descreveram um artefato 
tipo “cauda de cometa” na presença de colesterol 
no sistema biliar, sob a forma de cálculo ou pólipo.
A reflexão de um feixe sonoro pode não ser 
direta ao transdutor. Assim, os ecos podem ser 
registrados em profundidade irreal na imagem. 
Esse artefato contribui para uma degradação 
geral da imagem, mas não chega a causar er-
ros grosseiros na localização das estruturas. Um 
exemplo que podemos citar é o diafragma: o 
som é refletido do diafragma para outro refle-
tor e deste de volta ao diafragma, para então 
retornar ao transdutor. Como o aparelho inter-
preta que o feixe sonoro caminha em linha reta, 
o refletor infradiafragmático é projetado acima 
do diafragma, no eixo de emissão do som.
Refração
A mudança de direção do feixe sonoro ao atra-
vessar uma interface entre dois meios, cujas ve-
locidades são diferentes, é chamada de refração. 
Pode resultar no posicionamento impróprio da 
interface ou na distorção do refletor. Alguns au-
tores demonstraram a localização lateral errônea 
de estruturas em phantoms devido ao fenômeno 
da refração. Estudos in vivo mostram ruptura e 
duplicação da imagem da parede da vesícula bi-
liar e distorções na ecocardiografia, confirmando 
in vitro a hipótese de que a cartilagem costal atua 
como lente acústica, dispersando o feixe.
Na pelve é identificado um tipo de artefato 
peculiar à distribuição anatômica dos músculos 
reto-abdominais e da gordura localizada na li-
nha média, chamado de fantasma ou imagem 
dupla. Examinando-se a pelve com o transdu-
tor na linha média, observa-se a duplicação da 
parede posterior dabexiga e o alargamento ou 
duplicação das estruturas posteriores a ela, por 
exemplo, um duplo saco gestacional falso no 
interior da cavidade endometrial. O útero e a 
próstata mais largos que a imagem real podem 
ser identificados. Esse artefato é causado pela 
refração do som na interface entre os músculos 
reto-abdominais e a gordura posterior a eles.
Outro artefato importante é a sombra que 
ocorre posteriormente aos bordos de áreas lí-
 Ultrassonografia 179
quidas ou esféricas com velocidade de propaga-
ção diferente do meio circundante. É causado 
por reflexão e refração do feixe, dependendo 
do ângulo de incidência sobre o bordo da área e 
da velocidade de propagação de seu conteúdo. 
A incidência sobre o bordo, além de um ângulo 
crítico, resulta na reflexão completa para fora, de 
tal forma que o feixe não volta ao transdutor. Ao 
mesmo tempo, parte do feixe sofrerá refração, 
cuja direção dependerá da velocidade do conteú-
do da área em relação à do tecido adjacente.
Quando a velocidade é menor, a refração 
concentra a energia e os ecos distais apresentam 
maior intensidade. Como não há transmissão do 
feixe para as estruturas posteriores ao bordo 
dessa área, nessa topografia não haverá reflexão 
e o equipamento interpretará como sombra. Isso 
é observado com frequência posteriormente aos 
bordos da vesícula biliar ou cistos, nos quais a re-
flexão e a refração convergentes são responsáveis 
pelo aparecimento de uma fina sombra acústica 
posterior aos bordos e pelo reforço posterior 
à área líquida. Quando o feixe atravessa de um 
meio de menor velocidade para um de maior, o 
efeito é a refração divergente do feixe, resultando 
no aparecimento de uma sombra posterior larga. 
Esse efeito é observado quando o som passa do 
líquido amniótico para a calota craniana fetal.
2. Tecnologia em 
ultrassonografia
Terminologia
A terminologia utilizada para descrever o exa-
me ultra-sonográfico é consequência da interação 
do som com os tecidos. Dessa forma, para des-
crever a intensidade dos ecos na imagem, ou sua 
ecogenicidade, são empregados vários termos. 
Chamamos imagens ecogênicas, hipereco-
gênicas ou ecorrefringentes aquelas em que os 
ecos são de alta intensidade, ou seja, são cinza-
-claras ou brancas. As imagens hipoecogênicas 
são aquelas de ecos com baixa intensidade, e 
aparecem cinza-escuras. As imagens anecogêni-
cas permitem a passagem do eco sem reflexão, 
sem ecos. Ocorrem nas estruturas líquidas, 
como bexiga, vasos sanguíneos, ascite etc. Em 
várias situações, podemos descrever uma es-
trutura com base no padrão textural do tecido 
normal ao redor ou em relação ao padrão nor-
mal observado naquele órgão. Exemplificando, 
um nódulo na tireoide pode ser isoecogênico 
em relação ao parênquima tireoideano normal, 
ou seja, apresenta a mesma intensidade de re-
flexão do som que o parênquima normal e pode 
ser caracterizado (destacado dele) pela forma-
ção de um halo periférico ou de uma lobulação 
no contorno da glândula. Assim, podemos ob-
servar que tecidos diferentes podem ter a mes-
ma ecogenicidade.
Artefatos
Artefatos são definidos como erros na 
apresentação da imagem e podem resultar de 
três fatores:
w Problemas no equipamento
w Interação do som com os tecidos
w Técnica utilizada.
Onda
refratada
Onda
refletida
M1 M2
Figura 2 Esquema ilustrativo 
demonstrando o comportamento da 
onda refletida e da onda refratada
 180 Capítulo 5
Entre os vários artefatos possíveis, destaca-
remos aqueles que auxiliam no diagnóstico ul-
trassonográfico.
a) Sombra acústica posterior: ocorre em 
tecidos com alta atenuação e/ou índice de refle-
xão elevado, resultando na redução importante 
da amplitude dos ecos transmitidos, impedindo 
o estudo das estruturas posteriores. Aparece 
como uma imagem escura, posterior a cálcu-
los biliares, cálculos renais, calcificações e osso. 
Mas pode ser menos intensa e formar o que 
chamamos “sombra suja”, ocorrendo nos gases 
intestinais (devido à interface intestino/gás).
b) Reforço acústico posterior: da mes-
ma forma que a sombra acústica, esse artefato 
ocorre em estruturas com baixa atenuação ou 
com menor velocidade de propagação do som 
em relação aos tecidos moles. Esse fenômeno se 
manifesta como uma faixa mais clara posterior à 
estrutura líquida que o forma, ocorrendo na be-
xiga, na vesícula biliar, nos vasos sanguíneos etc.
c) Imagem em espelho: decorrente da 
reflexão em grandes interfaces, como no dia-
fragma e no pulmão. O som é refletido do 
diafragma e as imagens, abaixo do diafragma. 
Nesse caso, o fígado é projetado acima dele, 
sendo frequente observarmos a imagem do 
parênquima hepático acima do diafragma.
d) Imagem dupla ou fantasma: ocasiona-
da pela refração. Um exemplo disso é a refração 
do som na interface entre os músculos reto-ab-
dominais e a gordura posterior a eles, provo-
cando a formação de imagem dupla, como a do 
saco gestacional duplo na cavidade uterina.
Podemos observar que, além do equipa-
mento adequado, esse método é operador-
-dependente, em função do conhecimento, da 
técnica e da interpretação da imagem adquiri-
da durante o exame. 
Doppler
Christian Andréas Doppler descreveu o 
fenômeno em 1841. O efeito Doppler é uma 
maneira de quantificar a velocidade do moni-
toramento relativo entre a fonte de um fenô-
meno periódico e um observador.
No caso da ultrassonografia, fonte e ob-
servador são um mesmo objeto, o transdu-
tor, sendo observadas as estruturas refletoras 
móveis dentro do corpo, notadamente o fluxo 
sanguíneo. Dessa maneira, é possível estudar 
a presença de fluxo sanguíneo em determina-
do vaso, ou se este vaso está preenchido por 
trombo, bem como mensurar a velocidade 
do fluxo sanguíneo dentro dele, quantifican-
do o grau de estenose que ele apresenta, por 
exemplo.
Existem algumas modalidades (tipos) de Do-
ppler, porém, os mais empregados atualmente 
são o Doppler pulsado e o Doppler colorido.
É importante ressaltar que neste capítu-
lo estão resumidos aspectos sobre a ultras-
sonografia; suas aplicações são muito mais 
amplas. Cada vez mais, as pesquisas desen-
volvidas apontam um novo horizonte para 
atuação do método diagnóstico ultrassono-
gráfico, enaltecendo a rapidez na sua execu-
ção e ótima relação custo-benefício.
 Ultrassonografia 181
3. Aplicações clínicas da 
ultrassonografia
A ultrassonografia é uma técnica não invasiva de 
realização de imagens médicas em tempo real.
O exame ultrassonográfico pode ser uti-
lizado na avaliação de diversas áreas do sis-
tema orgânico. Neste capítulo transmitimos 
uma ideia geral das aplicações do ultrassom 
em alguns exames realizados nas seguintes 
áreas da Medicina:
w Obstetrícia
w Ginecologia
w Mastologia
w Medicina Interna
w Próstata
w Músculo Esquelético
w Vascular
w Neurologia
w Cardiologia.
Obstetrícia
O exame ultrassonográfico fetal foi talvez a 
maior contribuição dessa técnica na área mé-
dica. A Medicina Fetal, hoje um dos ramos de 
estudo da Medicina, surgiu após o advento do 
ultrassom. Com ele tornou-se possível visuali-
zar o feto e compreender melhor seu desen-
volvimento intrauterino. Além disso, a grande 
vantagem é a possibilidade de diagnosticar más-
formações e principalmente o sofrimento fetal, 
muitas vezes a tempo de evitar o óbito, o que 
era impossível antes do ultrassom obstétrico.
Hoje, o exame obstétrico ultrassonográfico 
é realizado rotineiramente, de preferência uma 
vez por trimestre de gestação, compreenden-
do a análise dos seguintes tópicos, com as res-
pectivas finalidades:
Movimento
Frequência média
Parado
Alta
frequência
Baixa frequência
Fd = 
2f0
 V cos q
 C
Figura 3 (A) Esquema ilustrativo demonstrando como a onda sonora comporta-se ao se aproximar 
e ao se distanciar de um ponto em comum. (B) Esquema ilustrativo demonstrando o interior de um 
vaso sanguíneo e como é a incidência de um feixe ultrassônico e sua equação para cálculos do vaso
(A) (B)
 182 Capítulo 5
1. Localização espacial do feto
2. Verificação da anatomia fetal:
a) Polo Cefálico– estudar a anatomia do sis-
tema nervoso central e de órbitas, nariz, lábios, 
além de visualizar o perfil do feto
b) Coluna – analisar toda a coluna do feto a 
fim de diagnosticar possíveis defeitos de fecha-
mento do tubo neural
c) Tronco – estudar a área cardíaca (incidên-
cia em quatro câmaras), verificar a integridade 
do diafragma, visualizar estômago, seio venoso, 
rins e bexiga, e identificar o sexo, quando possí-
vel (a partir da 24a semana de gestação)
d) Membros – identificar membros superio-
res e inferiores, bem como demonstrar o nú-
mero de dedos.
3. Análise da placenta e do cordão umbilical:
A placenta é classificada quanto à sua textura 
ecográfica, além de se medir sua espessura para 
verificação de parâmetros vitais ao desenvolvi-
mento fetal.
4. Análise do líquido amniótico:
Calcula-se o índice amniótico para obter pa-
râmetros da quantidade de líquido que circun-
da o feto, indicativa de diversas anormalidades 
importantes quando o líquido se encontra fora 
da faixa normal.
5. Cálculo da biometria fetal:
Medem-se os comprimentos ósseos de os-
sos longos do feto e calculam-se os diâmetros 
cranianos e abdominais para cálculo do peso 
fetal e da idade gestacional e analisa-se o desen-
volvimento geral do feto.
Além disso, para uma avaliação da vitalida-
de fetal, pode-se fazer o exame vascular em 
vasos de maior importância ao feto, além do 
exame cardiotocográfico. Neste, obtém-se a 
frequência cardíaca fetal com um teste basal 
(feto em repouso) e um teste com estímulo 
sonoro para se ter uma resposta de suas ati-
vidades funcionais.
O exame é feito com transdutor convexo 
de 3,5MHz, via transabdominal ou endovaginal, 
durante o primeiro trimestre de gestação, com 
transdutor endovaginal de 6,5MHz.
Para realizar um bom diagnóstico das es-
truturas e das atividades fetais via ultrassom, é 
necessário um conhecimento geral do funciona-
mento do organismo. 
Doppler em Obstetrícia
O Doppler ultrassônico é usado no estudo 
do fluxo sanguíneo fetal a partir do segundo tri-
mestre de gestação.
A introdução dessa tecnologia na Medicina 
perinatal desenvolveu a compreensão sobre a fi-
siologia fetal e possibilitou a realização de pesqui-
sas no campo da hemodinâmica feto-materna.
A aplicação do princípio Doppler em obste-
trícia constitui um método não invasivo para o 
estudo da dinâmica circulatória fetal, tanto em 
condições fisiológicas como em patológicas, 
proporcionando dados diretos sobre as circu-
lações uteroplacentária e fetoplacentária, fre-
quentemente relacionadas com o desenvolvi-
mento adequado e bem-estar do feto.
Na gestante, principalmente na de alto ris-
co, a avaliação do ambiente fetal e das condi-
ções que interferem em seu desenvolvimento 
normal tornaram possível uma intervenção 
precoce, reduzindo drasticamente a morbi-
-mortalidade perinatal.
A Dopplermetria é uma metodologia es-
sencialmente qualitativa e procura interpretar 
o perfil da velocidade do sangue nos vasos. 
Através deste método é possível estabelecer 
o grau de resistência ao fluxo nas circulações 
útero e fetoplacentárias, permitindo indireta-
mente avaliar a perfusão placentária e os níi-
veis de troca materno-fetais.
 Ultrassonografia 183
O perfil da velocidade do sangue reproduz 
a variação da velocidade instantânea das hemá-
ceas no vaso em função do tempo, adotando 
valores positivos, negativos ou zero, conforme 
a velocidade do fluxo das hemáceas tenha o 
sentido a favor, contrário ou nulo, respectiva-
mente, em relação ao transdutor.
A dopplermetria revela o comprometi-
mento fetal antes que ocorram danos irre-
versíveis ao feto. É possível, então, fazer 
uma avaliação das condições circulatórias em 
diversos órgãos fetais, objetivando detectar 
principalmente o estado de centralização. Os 
vãos analisados são:
w Artéria cerebral
w Artérias umbilicais
w Artéria aorta abdominal.
O feto em estado de hipóxia (deficiência 
de oxigênio) aciona mecanismos de defesa. 
O principal desses mecanismos redireciona o 
fluxo arterial para as áreas mais nobres (cora-
ção, cérebro e fluxo arterial) em detrimento 
de outras áreas menos essenciais (intestinos, 
fígado, musculatura e pele).
Este processo pode ser detectado no es-
tudo hemodinâmico fetal através do Doppler, 
pela demonstração da vasodilatação das arté-
rias cerebrais fetais e vasoconstrição da artéria 
aorta abdominal.
Ao acionar esses mecanismos de defesa, 
o feto compensa temporariamente a hipóxia, 
porém, apresenta fluxo diastólico final redu-
zido, ausente ou mesmo reverso na artéria 
umbilical, como evidências de sofrimento fe-
tal que devem ser seguidas prontamente de 
conduta obstétrica adequada.
Utilizando o sistema colorido de mape-
amento de fluxo (CFM), a identificação das 
artérias é bastante facilitada. Após encontra-
da a artéria, faz-se uma amostragem do fluxo 
e através do Doppler são calculados índices 
relativos à velocidade do sangue. Os valores 
desses índices (pulsatilidade e resistividade), 
quando comparados a valores normais-pa-
drão já estabelecidos, remetem a uma avalia-
ção qualitativa do estado vital do feto.
Exemplos de imagens de ultrassonografia em Obstetrícia
Biometria fetal (comprimento do fêmur) Modo B Biometria Fetal
(Circunferência cerebral e abdominal)
 184 Capítulo 5
Exemplos de imagens de ultrassonografia em Obstetrícia
US Doppler – Polígono de Willis
US Doppler – Vasos Renais
US Doppler – Cordão Umbilical
Imagem modo B longitudinal do feto Imagem modo B longitudinal do feto
3D Fetal
 Ultrassonografia 185
Ginecologia
O exame ginecológico permite uma visualiza-
ção do aparelho reprodutor feminino anatômica 
e funcionalmente de acordo, inclusive, com to-
das as fases do ciclo menstrual e reprodutivo.
O aparelho reprodutor feminino é basi-
camente formado pelo útero, ovários, tuba 
uterina, vagina, vulva e mamas (estudadas 
separadamente).
O exame pode ser realizado com trans-
dutor convexo de 3,5MHz ou com transdu-
tor endovaginal de 6,5MHz.
O ultrassom trans ou endovaginal fornece 
uma verificação detalhada da morfologia de 
massas pélvicas – tecidos modificados que se 
desenvolvem na região pélvica.
Uma massa pélvica é primeiramente ava-
liada no modo B, sendo caracterizada por seu 
padrão ultrassônico dominante em cística (con-
teúdo líquido), sólida ou composta. Em seguida, 
a textura interna é verificada para se detectar 
presença de projeções papilares ou septações 
ou ecos de baixo nível. Finalmente, faz-se uma 
busca de sinais secundários de malignidade 
(como ascite, implantes pélvicos, entre outros). 
O útero e os ovários têm suas três dimensões 
documentadas e seu conteúdo, minuciosamen-
te avaliado. A verificação da imagem ultrassono-
gráfica do endométrio – tecido de revestimento 
interno do útero – permite caracterizar o perí-
odo menstrual da mulher.
Doppler em Ginecologia
O diagnóstico com CFM e análise es-
pectral Doppler é baseado na detecção de 
neovascularização anormal, principalmente 
em massas pélvicas. Essa neovascularização 
consiste na geração de novos vasos capilares 
a partir de vasos existentes normais ou anor-
mais, sendo mais característica de lesões tu-
morais malignas. Portanto, o CFM e o Dop-
pler têm importante papel na diferenciação 
entre lesões benignas e malignas.
Com essas duas técnicas, visualizam-se 
também os vasos pélvicos que suprem os 
ovários, além dos vasos intraparenquimais. 
Os vasos mais estudados são as artérias ova-
rianas e uterina. A análise espectral permi-
te a correlação com processos fisiológicos, 
como a vasodilatação ou a vasoconstricção, 
que podem dar indício de patologia. Sendo 
assim, essas duas técnicas ajudam na loca-
lização de vasos e na caracterização do pa-
drão vascular.
Uma das grandes vantagens do ultrassom 
é a monitorização por meio de uma guia 
(agulha) de biópsia para retirada de conte-
údo líquido de cistos na região do útero e 
dos ovários. Em inúmeros casos, isso evita 
a necessidade de cirurgias, sendo de grande 
valia para médicos e pacientes.
 186 Capítulo 5
Exemplosde imagens de ultrassonografia em Ginecologia
US Doppler – Vascularização uterina
US Doppler – Artéria uterina
Útero via transvaginal
Útero via transvaginal
Modo B transversal transvaginal do útero Modo B transversal transvaginal do ovário
 Ultrassonografia 187
Mastologia
As mamas são glândulas sudoríparas modi-
ficadas e constituídas de tecido fibroso e gor-
dura, a qual dá suporte e contém nervos, vasos 
sanguíneos e linfáticos.
As glândulas mamárias são órgãos acessórios 
do sistema reprodutor feminino especializado 
na secreção de leite após a gravidez. Estão lo-
calizadas no tecido subcutâneo peitoral. A glân-
dula mamária é constituída de 15 a 20 lobos 
de formato irregular, cada um com glândulas 
alveolares e um ducto que conduz ao mamilo. 
Os lobos são separados por um denso tecido 
conjuntivo que suporta as glândulas, ligando-as 
aos tecidos dos músculos peitorais. Outro teci-
do conjuntivo que forma os ligamentos suspen-
sórios estende-se da pele até o tecido peitoral 
para suportar o peso da mama. As estruturas 
constituintes da mama são descritas abaixo:
w Tecido glandular
w Tecido gorduroso
w Ducto lactiferoso
w Lóbulos glandulares
w Ligamento suspensório
w Músculo peitoral
w Mamilo.
O exame de mama é realizado com trans-
dutor linear de 7,5MHz, que fornece uma ex-
celente imagem em níveis bem superficiais, 
inclusive da região posterior do mamilo.
Durante o exame, são analisados os tecidos 
mamário glandular e adiposo. Procuram-se espe-
cialmente sinais de malformações, infecções (mas-
tite, galactocele, necrose gordurosa), mastopatias 
funcionais, cistos, tumores benignos e malignos.
O exame é feito de forma rotacional em 
sentido horário, com o transdutor posiciona-
do transversal ou longitudinalmente. À me-
dida que se localiza uma imagem modificada 
da estrutura mamária normal, esta deve ser 
medida e sua localização documentada como 
a marcação de horas em um relógio – exem-
plo: cisto de 0,70x0,56cm às 9h. Costuma-se 
também dividir a mama em quatro quadran-
tes, facilitando ainda mais a exata localização 
de uma lesão mamária. O exame inclui a ava-
liação da região axilar.
Na imagem ultrassonográfica, os tecidos 
fibroso e adiposo são mais ecogênicos (mais 
“esbranquiçados”) que o glandular, e próteses 
mamárias aparecem escuras e com reforço 
posterior (imagem mais clara sob a prótese).
As imagens patológicas mais encontradas são:
a) Fibrose: grande alteração da ecogenicida-
de, projetando-se no tecido glandular
b) Adenose: aparecimento de nódulos com 
interior líquido, hipoecogênico e com superfí-
cie irregular
c) Mastopatia fibrocística: aparecimento de 
cistos – dilatações de ductos osbtruídos – de 
formato esférico e imagem hipoecoica
d) Fibroadenoma: formação sólida, mais 
ecogênica que as estruturas mamárias, sem 
imagem de reforço posterior; é um tipo de tu-
mor benigno
e) Carcinoma: formação sólida com imagem 
hiperecoica apresentando atenuação posterior; 
é um tipo de tumor maligno.
No diagnóstico diferencial de tumores benig-
nos e malignos, avalia-se principalmente a pre-
sença de sombra lateral na imagem ecogênica da 
estrutura diferenciada (indicativa de lesões be-
nignas) ou de atenuação posterior à imagem, ou 
ainda da presença de neovascularização no in-
terior da lesão (próprias de tumores malignos).
 188 Capítulo 5
Exemplos de imagens de ultrassonografia em Mastologia
Abdominal
O ultrassom abdominal permite o estudo 
não invasivo de órgãos, como fígado, baço, 
pâncreas, vesícula biliar e rins, além de toda 
a vascularização local. Utiliza-se o transdu-
tor convexo de 3,5MHz para adultos e a fre-
quência de 5,0MHz opcional para bebês.
Avaliação dos rins
O tamanho do rim e seu aspecto no modo 
B são fatores importantes no estudo duplex 
renal. Os rins devem ser medidos na maior 
seção longitudinal.
A medula no centro do rim (de cor clara) 
deve ser nitidamente diferenciada do córtex 
renal. O sistema coletor geralmente não é 
visto em rins normais. A presença de grandes 
áreas ecolucentes no hilo renal e no meio do 
rim pode significar hidronefrose. Quaisquer 
cistos ou massas visualizados devem ter suas 
medidas e localização documentadas, além de 
amostrados com o CFM e o Doppler, a fim de 
verificar a eventual presença de vascularização. 
A detecção de fluxo pode significar que a lesão 
é cancerosa. Contornos irregulares ou adelga-
çamento cortical são marcadores de diversas 
formas de disfunção renal.
Doppler nas artérias renais
O exame ultraabdominal, contando a van-
tagem da técnica do CFM, possibilita um estu-
do aprofundado da rica vascularização renal.
O primeiro objetivo é identificar lesões es-
tenóticas nas artérias renais que possam con-
tribuir para uma hipertensão renovascular.
Vários tipos de lesões da artéria renal po-
dem ser identificadas, quantificadas, diferen-
ciadas e localizadas com o exame CFM/Dop-
pler da artéria renal.
Imagem panorâmica da mama
Imagem panorâmica da mama
 Ultrassonografia 189
Lesões ateroscleróticas, resultantes da 
formação de placa de ateroma geralmente 
na origem da artéria, são as que mais comu-
mente se encontram. Também é comum en-
contrar lesões de displasia fibromuscular.
A avaliação do fluxo sanguíneo no inte-
rior do rim pode ajudar na diferenciação da 
estenose da artéria renal de diversas outras 
disfunções não específicas do parênquima 
renal. Além disso, os sinais de fluxo obtidos 
no hilo renal (onde a artéria renal distal en-
tra no parênquima) também podem ser úteis 
na identificação de uma estenose significati-
va da artéria renal. Através do cálculo de ín-
dices de relação velocidade de pico sistólica 
nas artérias aorta abdominal e renal, estabe-
lece-se o grau de estenose da artéria renal.
Avaliação do sistema hepático portal
Uma das aplicações do CFM e do Doppler 
nessa área é a avaliação do sistema hepáti-
co portal, que envolve diversos vasos, com 
a identificação de sua anatomia normal ou 
anormal, e a análise do fluxo nesses vasos.
Esse exame tem como indicações a hi-
pertensão portal, trombose da veia porta, 
análise de transplante de fígado, cirrose, sín-
drome de Budd-Shiari, exame pré ou pós-
-dissecção do fígado ou do pâncreas.
A veia porta, principal vaso desse sistema, 
transporta sangue rico em nutrientes para 
dentro do fígado. Junto a ela são também 
analisadas as veias esplênica, mesentérica 
superior e inferior e veias hepáticas princi-
pais, além dos vasos portais.
Exemplos de imagens de ultrassonografia abdominal
Modo B transversal do fígado e vasos hepáticos
Modo B transversal do fígado
 190 Capítulo 5
Exemplos de imagens de ultrassonografia abdominal
Modo B transversal do fígado
Modo B longitudinal da vesícula biliar
US Doppler – Vasos hepáticos Modo B longitudinal do rim
US Doppler – Vasos renais US Doppler – Vasos renais
 Ultrassonografia 191
Próstata
O carcinoma de próstata é uma doença 
que assusta muitos homens de idade avan-
çada. O diagnóstico precoce pode melhorar 
consideravelmente o prognóstico. Com o uso 
do ultrassom, a próstata pode ser visualizada 
e muitas mudanças súbitas podem ser docu-
mentadas. Portanto, o ultrassom da próstata é 
uma ferramenta muito importante para diag-
nóstico, como guia-biópsia e como um follow-
-up de monitorizações dos efeitos do trata-
mento de carcinoma da próstata.
A próstata é uma glândula localizada infe-
riormente à bexiga e está próxima da uretra 
proximal. Sua face anterior é separada da sínfi-
se púbica e dos ossos púbicos por gordura e te-
cidos fasciais contendo vasos sanguíneos, vasos 
linfáticos e nervos. Posteriormente, uma mem-
brana fascial separa a glândula da parede retal.
Quatro vias de acesso podem ser usadas 
para se ter a imagem da próstata: a via abdo-
minal (suprapúbica), a transperineal, endou-
retral e a endorretal, cada qual fornece um 
tipo de imagem da próstata. Os exames por 
via abdominal e transperineal são feitos com 
transdutor convexo de 3,5MHz enquanto as 
outras duas técnicas exigem transdutores 
específicos.
A via endorretal é omelhor método de var-
redura da próstata pela grande proximidade do 
transdutor da área de interesse.
O exame transretal é realizado em 2 planos: 
axial e longitudinal.
A próstata normal tem aparência hipereco-
gênica com relação às vesículas seminais e uma 
estrutura homogênea.
Quanto à imagem de tumores prostáticos, 
existem controvérsias. Muitos carcinomas de 
próstata têm aparência hipoecoica. Pode-se con-
siderar também que a ecogenicidade do câncer 
prostático muda com o crescimento do tumor, 
tornando-se mais ecogênico de acordo com seu 
maior tamanho. Alguns tumores maiores, mais in-
vasivos podem ter uma imagem hiperecoica pela 
mistura de tecido manual, maligno e benigno.
Quando se suspeita de uma lesão carcinoma-
tosa, é importante verificar se há abaulamento 
na cápsula prostática, já que tumores frequen-
temente causam assimetria na glândula. Outra 
consideração importante é a exata localização 
do tumor suspeito dentro da próstata.
Biópsia
A biópsia é o método mais definitivo de se 
confirmar a malignidade das lesões prostáticas 
em pacientes com suspeita de câncer.
A biópsia é realizada via transretal, sendo a 
agulha acoplada ao transdutor, guiada pela ima-
gem ultrassônica. Dessa forma, a biópsia pode 
ser realizada de modo seguro, preciso e rápido. 
Os conhecimentos recentes do câncer pros-
tático, aliados à qualidade da imagem ultrassôni-
ca, tornaram possível a detecção de lesões pe-
quenas, não palpáveis e potencialmente curáveis.
O ultrassom transretal da próstata promete 
ser um método importante na detecção preco-
ce de carcinoma de próstata.
 192 Capítulo 5
Exemplos de imagens de ultrassonografia da próstata
Músculo esquelético
O diagnóstico ultrassonográfico de doen-
ças e lesões do sistema musculoesquelético 
é limitado pelas propriedades de reflexão e 
absorção do som no osso. Na interface en-
tre dois tecidos orgânicos, sendo o segundo 
o osso, o ultrassom penetrará neste com alta 
velocidade, e pouquíssimas ondas com infor-
mação de imagem retornarão ao transdutor, 
o que dificultará a obtenção de imagens de 
estruturas ósseas ou através delas.
Por isso, embora o ultrassom diagnóstico te-
nha assumido papel de importância em muitas 
outras especialidades médicas, sendo aperfei-
çoado cada vez mais, durante muitos anos deu-
-se comparativamente menos atenção a seu uso 
em ortopedia.
Essa situação só mudou quando o exame ul-
trassônico da articulação do quadril em bebês 
se estabeleceu como uma sólida indicação des-
sa técnica nessa área. O ultrassom do quadril 
é superior aos métodos diagnósticos conven-
cionais em vários tipos de pesquisas, especial-
mente em bebês com menos de três meses 
e até dez meses, quando o desenvolvimento 
ósseo começa a limitar o uso desse exame.
Além dessa área, o ultrassom também está 
sendo usado na avaliação de lesões em tecidos 
moles pelo fato de ter uma boa penetração em 
músculos, tendões, tecido conjuntivo e cartila-
gem hialina e fibrosa.
Modo B transretal de próstata
 Ultrassonografia 193
Diagnóstico de displasia e 
deslocamento da articulação 
 do quadril (coxofemoral)
No exame de recém-nascidos e bebês com 
menos de três meses, utiliza-se o transdutor linear 
de 7,5MHz, que, com sua alta resolução, produz 
uma ótima imagem das finas estruturas – bastante 
próximas da superfície – do quadril dos bebês.
Com a incidência paralela do feixe de ultras-
som nas estruturas ósseas, formam-se sombras 
em locais específicos (por exemplo, borda su-
perior do acetábulo), o que contribui para a 
identificação de marcos anatômicos do quadril 
infantil e a formulação de um bom diagnóstico.
A varredura com o transdutor linear dá ao 
médico uma melhor noção do plano de imagem, 
facilitando, a seguir, uma técnica de exame.
O primeiro passo para um bom diagnóstico é 
obter uma identificação anatômica das estruturas 
relevantes da articulação coxofemoral, entre elas:
w Cabeça do acetábulo
w Porção cartilaginosa do acetábulo
w Porção óssea do pescoço do fêmur
w Convexidade do acetábulo ósseo.
O ultrassom possibilita uma avaliação precisa 
dos componentes ósseos e cartilaginosos do ace-
tábulo em suas porções anterior, central e pos-
terior, além da realização de medidas específicas 
dos componentes da articulação para a confirma-
ção de diagnósticos. Com isso, pode-se estabele-
cer uma padronização das formas de displasia do 
quadril do ponto de vista ultrassônico.
É possível também reconhecer um mau “ama-
durecimento” do quadril logo após o nascimento 
e controlar continuamente seu desenvolvimento.
Diagnóstico de lesões na 
articulação do ombro
A ultrassonografia também é valiosa na de-
monstração de variações na articulação do 
ombro. Em cortes “tomográficos” do ombro, 
variações patológicas do osso, da interface arti-
cular e dos tecidos moles podem ser claramen-
te demonstradas. O diagnóstico de uma lesão 
no manguito rotador é bastante seguro quando 
a articulação está cheia de líquido.
O ultrassom do manguito rotador é de gran-
de valia no diagnóstico de ruptura deste, o qual 
é dado quando se tem uma imagem de lesão 
ecogênica focal. Alguns estudos realizados des-
te exame mostraram uma precisão, uma sensi-
bilidade e uma especificidade superiores a 90% 
em relação a achados cirúrgicos.
Achados acidentais nas lesões assintomáticas 
não são infrequentes. Estudam-se rotineira-
mente ambos os ombros e, em alguns casos, é 
possível descobrir doenças bilaterais.
Articulação do joelho
Outra aplicação do ultrassom em exames 
musculoesqueléticos é a análise da articula-
ção do joelho. O ultrassom é um método de 
primeira linha, eficaz e simples de se estudar 
traumatismo no joelho. Pode ser realizado 
em todos os casos que apresentam inchaço 
doloroso do joelho sem evidências radiográ-
ficas de fraturas.
As lesões da articulação do joelho estão 
frequentemente associadas a lesões cápsulo-
-ligamentosas, produzindo inchaço doloroso 
e instabilidade prolongada da articulação. 
Nesses casos, o diagnóstico precoce de rup-
tura do ligamento é importante para que se 
faça uma cirurgia de correção e tratamento 
fisioterapêutico.
A radiografia plana é ineficaz nessas condi-
ções, já que é impossível se obter uma imagem 
do lugar lesado: o valor da radiografia nesses 
casos está na possibilidade de detectar fraturas. 
As vantagens do ultrassom são a não-utilização 
de radiação e a boa aceitação pelo paciente 
com dor, aliados à boa imagem obtida.
 194 Capítulo 5
Exemplos de imagens de ultrassonografia em músculo esquelético
Imagem panorâmica do 
músculo supraespinhal
Imagens bidimensionais do 
tendão calcâneo
Imagens bidimensionais do 
músculo supraespinhal – bilateral
Imagens bidimensionais do 
tendão calcâneo
 Ultrassonografia 195
Vascular
O exame vascular compreende o estudo das 
artérias carótidas e vertebrais, das veias e artérias 
dos membros superiores e dos membros inferio-
res. Nesses exames, usa-se o transdutor linear de 
7,5MHz, com opção de 5,5MHz para pacientes 
muito obesos, na análise de vasos mais profundos.
Exame das artérias carótidas
As artérias carótidas internas e externas são 
as quatro principais artérias do pescoço e ca-
beça. A entrada dessas artérias no crânio se faz 
por duas regiões: o seio carotídeo, que moni-
tora a pressão sanguínea, e o corpo carotídeo, 
que monitora o conteúdo de oxigênio no san-
gue e ajuda a regular a respiração.
As artérias carótidas comuns se dividem em 
artérias carótidas interna e externa logo após 
o bulbo carotídeo. A artéria carótida interna 
entra na caixa craniana para suprir o cérebro 
e os olhos. Na base do cérebro, as duas caró-
tidas internas e a artéria basilar juntam-se para 
formar um anel de vasos sanguíneos chamado 
“Polígono de Willis”.
As artérias carótidas externas dão diversos 
ramos que suprem os tecidos da face, couro 
cabeludo, boca e mandíbula. As principais arté-
rias que se originam das carótidas externas são: 
artéria tireoide superior, artéria lingual, facial, 
occipital e artéria auricular posterior. As caróti-
das externasterminam dividindo-se em artéria 
maxilar e temporal superficial.
Nesse exame, são usadas duas orientações 
básicas de varredura dos vasos: transversal e 
longitudinal. O objetivo é avaliar as artérias caró-
tidas comuns, o bulbo carotídeo, as artérias ca-
rótidas internas e externas bilateralmente. Além 
disso, posteriormente podem-se também avaliar 
as artérias vertebrais no nível do pescoço.
Na imagem modo B, visibiliza-se a artéria 
carótida. Muitas vezes é possível delimitar sua 
parede interna e localizar possíveis lesões este-
nosantes. De acordo com a imagem formada da 
placa de ateroma, pode-se inclusive classificá-la 
em gordurosa ou calcificada.
O CFM e o Doppler permitem o estudo das va-
riáveis hemodinâmicas desses vasos, com a quanti-
ficação do grau de estenose presente no vaso. Para 
o cálculo das velocidades dos fluxos, deve-se res-
peitar um ângulo ideal de insonação do ultrassom, 
que deve estar entre 30 a 60° em relação à parede 
do vaso, valor este indicado na tela com a imagem.
Em geral, estabelece-se que os sinais re-
fletidos pelo fluxo arterial distanciando-se do 
transdutor são mostrados em cor vermelha e 
o fluxo venoso, aproximando-se do transdutor, 
em azul. Essas cores podem mudar, se o trans-
dutor estiver invertido em relação ao paciente. 
As áreas de maior velocidade são indicadas em 
tonalidades mais claras, possibilitando áreas de 
maior velocidade no vaso.
Quando existe uma placa de ateroma no vaso, 
ou seja, depósito de gordura na parede vascular, 
a velocidade do sangue tanto dentro como logo 
após a lesão de estenose é bem maior. Fazendo 
uma amostragem do fluxo sanguíneo nesses pon-
tos, tem-se o espectro de velocidade, curva que 
projeta as variações sistólicas e diastólicas da ve-
locidade do fluxo de sangue em função do tempo. 
A análise espectral fornece informações sobre a 
velocidade e a direção do fluxo sanguíneo. A par-
tir daí, é estabelecido o grau de estenose em rela-
ção às alterações da velocidade do fluxo.
Velocidades sistólicas maiores que 100cm/s 
no local da lesão sugere estenose de mais de 
50% em diâmetro, enquanto velocidades dias-
tólicas maiores que 100cm/s indica estenose 
maior que 80% em diâmetro.
Este estudo hemodinâmico dos vasos preten-
de prever e evitar embolias cerebrais, acidentes 
vasculares cerebrais, tromboses e infartos he-
modinâmicos causados por estenose, entre tan-
tas outras complicações cerebrovasculares.
 196 Capítulo 5
Veia jugular
As veias jugulares localizam-se dos dois lados 
do pescoço, profundamente, próximas às ca-
rótidas comuns. Através delas, o sangue veno-
so retorna da cabeça ao coração. Por estarem 
quase paralelas às carótidas comuns, também 
são visualizadas no exame cerebrovascular.
Vascular periférico nos 
membros superiores
Considerando que grande parte das embo-
lias pulmonares (por volta de 90%) é prove-
niente de coágulos nos membros inferiores, o 
estudo hemodinâmico dos vasos dos membros 
superiores não é tão comum quanto o dos 
membros inferiores. Mas, como uma parte das 
embolias pulmonares pode ocorrer devido a 
coágulos nos braços, a avaliação de trombo-
se vascular nos braços também é bastante útil. 
Além disso, procura-se avaliar as veias cefálica 
e basílica para uso como material de enxerto, 
e a artéria subclávia, para análise de aneuris-
ma, embora seja menos comum de ocorrer 
nos membros superiores.
São avaliadas também fístulas arteriovenosas 
feitas para hemodiálise, inclusive quando se usa 
material sintético para fazer o enxerto. 
Em pacientes com história de cateterização 
pela artéria subclávia, usam-se o CFM e o Dop-
pler na avaliação das veias centrais antes da colo-
cação de um acesso arteriovenoso. O transdutor 
usado é o linear de 7,5MHz e os modos principais 
de ultrassom são o CFM e o Doppler.
Estudo dos vasos dos membros inferiores
O interesse desse exame é avaliar a circu-
lação dos membros inferiores e avaliar o com-
prometimento de prováveis tromboses que 
possam ocorrer nessa circulação.
Os vasos mais analisados são:
w Artéria ilíaca externa, artéria femoral 
comum, artéria femoral profunda, 
artéria femoral superficial, artéria 
poplítea, artérias tibial anterior 
e posterior e artéria fibular
w Veia ilíaca externa, veia femoral 
comum, veias femoral superficial e 
profunda, veia safena magna, veia 
poplítea, veia safena parva, veias tibial 
anterior e posterior, veia fibular.
O exame é feito usando-se um transdutor li-
near de 7,5MHz, com opção para 5,0MHz para 
uso em pacientes muito obesos.
Uma das grandes vantagens do Doppler no 
estudo desses vasos é a possibilidade de avaliar 
o fluxo sangüíneo mesmo em vasos profundos, 
em região de grande complexidade, e achar 
problemas, como trombose venosa profunda 
em apenas um dos ramos desses vasos. O CFM 
e o Doppler permitem a análise da direção do 
fluxo nos vasos e ajudam na avaliação do suces-
so de diversas cirurgias vasculares.
Faz-se uma varredura do leito vascular, co-
meçando pela região inguinal e continua per-
correndo os vasos até a região distal da tíbia e 
fíbula. Pode-se percorrer os vasos transversal 
ou longitudinalmente, sendo, respectivamente, 
o primeiro modo mais usado para estudo veno-
so e o segundo para as artérias. Com o uso do 
Doppler e do CFM, pode-se avaliar a situação 
hemodinâmica da região para o diagnóstico de 
várias doenças vasculares periféricas. No caso 
das artérias, procura-se por uma estenose ou 
oclusão arterial e nas veias, a existência de trom-
bose venosa profunda, ou avalia-se, no caso da 
veia safena, material de enxerto em potencial.
 Ultrassonografia 197
Exemplos de imagens de ultrassonografia vascular
US Color Doppler da Artéria
Carótida Comum Modo B Longitudinal da Artéria 
Carótida Comum
US Doppler Pulsado da Artéria Vertebral
US Doppler Pulsado da 
Artéria Carótida Comum
US Doppler Pulsado da Artéria Aorta 
Abdominal
US Color Doppler da bifurcação 
da artéria carótida comum
 198 Capítulo 5
Transcraniano
O Doppler Transcraniano (TCD) mede pa-
râmetros fisiológicos do fluxo sanguíneo nas 
artérias intracranianas principais. O TCD usa o 
sistema Doppler pulsado com transdutor pha-
sed array de 2,5MHz para obter as velocidades 
das artérias intracranianas através do forame 
craniano e regiões mais finas do crânio. Cal-
culam-se, então, os valores de pico sistólico, 
médias e índices de pulsatilidade.
São obtidos melhores resultados diagnósti-
cos comparando-se os índices de pulsatilidade 
e as velocidades das artérias dos hemisférios 
cerebrais; ou comparando os cálculos dos va-
sos na mesma região em tempos diversos e sob 
diferentes condições de estimulação fisiológica.
O exame pode ser repetido várias vezes, de 
forma segura, permitindo a detecção de varia-
ções no tempo e diversas mudanças fisiológicas, 
farmacológicas e posicionais.
As desvantagens são as variações anatômicas 
e a deslocação e posição das artérias, o que às 
vezes dificulta a distinção de uma doença arte-
rial. Doenças simétricas bilaterais, grandes regi-
ões de vasoconstricção ou estenose são difíceis 
de detectar. O TCD deve ser usado para res-
ponder a questões específicas sobre o fluxo nas 
artérias intracranianas.
O ultrassom transcraniano e a angiografia 
são os únicos sistemas que fornecem informa-
ção sobre o fluxo nas artérias intracranianas. 
A angiografia faz uma imagem anatômica das 
lesões das artérias intra e extracranianas e de 
seus ramos próximos, profundos e superficiais. 
O exame TCD fornece informação sobre a fi-
siologia do fluxo nas artérias intracranianas ba-
sais, sendo de grande valor para:
a) Detectar estenose severa 
(maior que 65%)
b) Visualizar a extensão e a forma da 
circulação colateral em pacientes 
com regiões conhecidas de estenose 
severa ou oclusão
c) Avaliar e acompanhar pacientes com 
vasoconstricção de qualquer causa, 
incluindo aterosclerose
d) Detectar e estudar as artérias e modelos 
de fluxo sanguíneo
e) Detecção direta de microembolia 
intracraniana
f) Avaliação de danos na hemodinâmica 
cerebralcausados por traumatismos 
cranianos
g) Confirmação de morte cerebral com 
a interrupção da circulação cerebral
h) Detecção de malformações 
arteriovenosas.
O exame das artérias intracranianas basais 
pode ser realizado através de várias “janelas” 
cranianas naturais. A janela transtemporal per-
mite o exame da artéria cerebral média (MCA), 
artéria cerebral anterior proximal (ACA), arté-
ria cerebral posterior proximal (PCA) e artéria 
carótida interna distal (ICA). Pela janela do fo-
rame magno examina-se a circulação vertebro-
basilar e pela janela transorbital vê-se a artéria 
oftálmica e o sifão carotídeo.
Em recém-nascidos, o exame permite a moni-
toração não invasiva das estruturas intracranianas, 
diagnostica hemorragia intracraniana, grande cau-
sadora de mortalidade de recém-natos. Nestes, 
o TCD colorido (com CFM) também pode ser 
utilizado para examinar o sistema venoso intracra-
niano através da fontanela anterior. Por ser um sis-
tema bastante sensível, consegue visualizar o fluxo 
de baixa velocidade dos vasos venosos.
 Ultrassonografia 199
Exemplos de imagens de ultrassonografia transcraniana
Cardiologia
Os modos usados para ecocardiografia são o 
modo B, M, Doppler e CFM. Os transdutores 
utilizados para essa categoria de exame são os 
do tipo phased array, de 2,5, 3,5, e 7,5MHz (este 
último para uso pediátrico) e os pencil probes, 
para uso com Doppler contínuo sem imagem.
O ultrassom do coração conta com a opção 
de ECG, que permite ao operador congelar a 
imagem cardíaca sincronizada com o sinal de um 
eletrocardiograma feito direto no paciente. Isso 
é essencialmente importante para uma compa-
ração do funcionamento das câmaras e válvulas 
cardíacas em determinado tempo do ciclo cardí-
aco, com maior segurança de diagnóstico.
Modo M
É o modo de movimento. A informação ul-
trassonográfica é obtida de uma linha de var-
redura das estruturas cardíacas e mostrada em 
um eixo de tempo. O modo M é usado para a 
avaliação de estruturas em movimento no orga-
nismo, especialmente o coração.
US Doppler pulsado – a. cerebral média
US Doppler – a. cerebral média
US Doppler Pulsado da artéria cerebral 
anterior e artéria cerebral média
US Doppler Pulsado da artéria cerebral 
anterior e artéria cerebral média
 200 Capítulo 5
Na ecocardiografia feita com modo M, o 
ECG pode ser gravado concomitantemente. 
Isto torna possível avaliar a funcionalidade car-
díaca durante um ciclo cardíaco completo. O 
modo M também é usado para calcular a fre-
quência cardíaca.
Modo Doppler
Com o Doppler e o CFM faz-se o estudo 
hemodinâmico da circulação sangüínea com 
uma informação mais detalhada do trabalho e 
da qualidade das artérias e das veias do corpo 
humano.
Através de recursos de softwares, é possível 
medir e determinar diversas características do 
fluxo sanguíneo, como velocidade, aceleração 
cardíaca e diversos outros índices de interesse 
da função cardíaca.
Para a avaliação do fluxo sanguíneo, duas 
técnicas podem ser usadas: Doppler de onda 
pulsada e Doppler de onda contínua. No pri-
meiro, fazem-se cálculos da análise espectral 
com a visualização simultânea da imagem em 
modo B. No Doppler de onda contínua, faz-se 
a monitorização contínua do fluxo sangüíneo, 
sendo possível a captação de velocidades san-
guíneas mais altas, pois não existe o problema 
de PRF do Doppler de onda pulsada. No exame 
cardíaco, as medições de fluxo são feitas mais 
freqüentemente com o modo contínuo, pelas 
altas velocidades do sangue no coração.
Exame ecocardiográfico
No ecocardiograma, diversos aspectos po-
dem dificultar o exame. O coração fica dentro 
da caixa torácica. As costelas protegem o co-
ração, mas como ossos não permitem a passa-
gem do ultrassom, é necessário “olhar” entre 
as costelas para visualizar o coração. Por esse 
motivo, o transdutor phased array (com maior 
campo de visão setorial e pequeno tamanho de 
membrana) é o ideal para uso cardíaco.
É importante saber a orientação do transdu-
tor e a orientação da imagem resultante. São 
utilizadas quatro posições-padrão para exami-
nar o coração nos modos B e M:
w Supraesternal: o transdutor é 
posicionado sobre o supraexterno
w Paraesternal: coloca-se o transdutor 
na área entre a clavícula esquerda, 
o esterno e a região apical
w Apical: posicionamento sobre 
o ápice do coração
w Subcostal: o transdutor é posicionado 
próximo à linha média do corpo 
e abaixo da última costela.
A imagem obtida dependerá também de três 
diferentes orientações:
a) Vista do eixo longo do coração: é obtida a 
partir de duas posições de varredura: api-
cal e paraesternal. Representa uma varre-
dura mais longitudinal do coração
b) Vista do eixo curto: pode ser obtida com 
a posição paraesternal ou subcostal. Essa 
vista fornece uma varredura mais trans-
versal do coração
c) Vista das quatro câmaras: pode ser obtida 
com o transdutor na posição apical ou sub-
costal. Mostra as quatro câmaras cardíacas 
(átrios esquerdo e direito, ventrículos di-
reito e esquerdo) e o septo, permitindo o 
estudo das válvulas atrioventriculares e das 
velocidades dos fluxos cardíacos.
Varredura de rotina do coração
A vista do eixo longo paraesternal é ge-
ralmente a primeira a ser feita. No modo B, 
observa-se a proporção das estruturas cardí-
acas e tem-se uma visão geral do movimento 
cardíaco. Pontos importantes de análise são as 
válvulas aórtica e mitral, as paredes do coração 
e o ventrículo esquerdo.
 Ultrassonografia 201
No modo M, obtém-se uma varredura do 
coração desde a válvula aórtica até o ápice do 
coração. É possível, então, fazer os seguintes 
cálculos, entre outros:
w LVIDd = mensuração interna do 
ventrículo esquerdo no final da diástole
w LVIDs = mensuração interna do 
ventrículo esquerdo no final da sístole
w RVDd = maior dimensão do 
ventrículo direito na diástole
w IVSs = tamanho do septo 
interventricular no final da diástole
w LVPWd = tamanho da parede 
posterior do ventrículo esquerdo
w MVd = diâmetros 1 e 2 da válvula mitral.
As informações fornecidas com os modos 
Doppler pulsado, contínuo e CFM são mais 
bem obtidas na vista de quatro câmaras. Com 
essas técnicas, são feitos os cálculos dos índi-
ces de funcionamento do ventrículo esquerdo.
Indicações importantes de 
anormalidades vistas no modo M
Várias disfunções podem ser diagnosticadas 
através da análise do modo M no exame eco-
cardiográfico, entre elas:
w Calcificação do anel da válvula mitral
w Prolapso da válvula mitral
w Válvula mitral em sopro de Austin-Flint
w Estenose mitral
w Ruptura do cordão tendinoso 
da válvula mitral
w Estenose com calcificação da aorta
w Vegetações na válvula aórtica
w Hipertrofia simétrica do 
ventrículo esquerdo
w Doença de Ebstein
w Tumor no átrio esquerdo
w Vegetações na válvula tricúspide.
Aplicações do Doppler e CFM 
em ecocardiografia
As medições de fluxo com o Doppler têm 
importante papel nos exames cardiovasculares. 
Entre tantas outras, são realizadas as medidas de:
w Máximas velocidades de fluxo nas quatro 
válvulas cardíacas em adultos e crianças
w Análise do funcionamento de válvulas 
artificiais com o estudo das velocidades 
de fluxo através das válvulas
w Avaliação do débito cardíaco
w Pressão de enchimento do 
ventrículo esquerdo
w Detecção de sinais velocimétricos 
arteriais indicativos de ataque cardíaco.
O uso CFM permite a separação visual de 
fluxos locais complexos, com a diferenciação 
de velocidades e tempo com o Doppler contí-
nuo. Pode-se verificar a regurgitação do sangue, 
identificar sua origem e determinar a área do 
jato de sangue e sua base.
A avaliação não invasiva da “performance” 
do ventrículo esquerdo em pacientes com do-
ença cardíaca crônica é essencial no controle de 
terapias e do progresso da doença, evitando-se 
repetidos procedimentos invasivos de outras 
técnicas de imagem.
Ecocardiografia fetal
É de grande valia no estudo da vitalidade do 
feto. Considera-se que uma avaliação ecocar-
diográfica mínima, incluindo uma vista das qua-
tro câmaras, uma vista das cincocâmaras, deve 
fazer parte de exames obstétricos de rotina, 
sempre que possível.
O estudo cardíaco fetal assegura o aumento 
da taxa de detecção prévia de anormalidades 
cardíacas em exames obstétricos de rotina.
 202 Capítulo 5
Transesofágico
É um exame ecocardiográfico realizado com 
transdutor transesofágico de 5,0MHz.
A sensibilidade dessa técnica é muito 
maior do que a da transtorácica, pelo fato de 
fornecer uma qualidade de imagem superior, 
obtida com a eliminação da interferência das 
estruturas torácicas e com a utilização da fre-
quência mais alta possível pela proximidade 
do transdutor com as estruturas analisadas. 
O advento da técnica transesofágica me-
lhorou a precisão dos diagnósticos ecocar-
diográficos em pacientes com endocardites 
e trouxe o conhecimento de novas caracte-
rísticas ultrassônicas das estruturas cardíacas. 
Isso possibilitou o diagnóstico de endocardi-
tes infecciosas problemáticas.
Existem várias controvérsias quanto à uti-
lização das duas técnicas de ultrassom cardí-
aco. O exame transesofágico, somente pelo 
fato de fornecer uma precisão de informa-
ções muito superior, é bem menos utilizado 
por ser, de certa forma, invasivo, o que não 
acontece com o transtorácico.
Intracoronariano
É uma técnica relativamente nova que 
permite uma visão mais precisa do tamanho 
e da composição das artérias coronarianas. 
A técnica é realizada com cateter ultrassôni-
co mecânico intravascular de 30,0MHz.
A angiografia coronária quantitativa é um 
método de referência para verificação das 
dimensões intracoronárias, fornecendo me-
didas precisas e reprodutíveis dos diâmetros 
intraluminais da lesão.
Além dos dados quantitativos, o ultrassom 
intracoronário fornece imagens “tomográficas” 
da luz e da parede arterial e possibilita a detec-
ção de lesões íntimas até mesmo em regiões das 
artérias coronárias normais angiograficamente.
Na comparação das duas técnicas, notam-se 
ainda algumas limitações nas medidas de área 
transversal dos vasos arteriais com significati-
vo grau de estenose, quando analisados pelo 
ultrassom. Essa técnica ainda se encontra em 
desenvolvimento e poderá trazer uma maior 
compreensão da fisiologia e da fisiopatologia da 
árvore vascular coronária.
 Ultrassonografia 203
Exemplos de imagens de ultrassonografia em Cardiologia
Modo B – 04 Câmaras CardíacasModo B Transversal – Valva Mitral
US Doppler Tissular
Modo M
Eco de STRESS
Modo M Anatômico
 204 Capítulo 5
Exemplos de imagens de ultrassonografia em Cardiologia
US Color Doppler – 04 Câmaras 
CardíacasModo B com Contraste
US Doppler Tissular – 04 Câmaras CardíacasUS Doppler Tissular – 04 Câmaras Cardíacas
US Doppler Contínuo US Doppler Contínuo
 Ultrassonografia 205
Referências
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Wiley & Sons, 1982.
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PALMER, P. E. S. Manual of diagnostic ultrasound. London: Churchill Livingstone, 1999.
RUMACK, R. et al. Tratado de ultrassonografia diagnóstica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-
gan, 1999. v.1 e 2.
TAYLOR, E; BURNS, W.; WELLS, J. Doppler. London: Marban, 2001.
Medicina 
Nuclear
Capítulo 6
Amaury de Castro Junior
Mestre em Medicina Nuclear pela USP. 
Graduado em Física pela UFSCar. Espe-
cialista em Medicina Nuclear pela ABFM. 
Sócio-consultor da Rad Dimenstein 
Controle de Qualidade. Coordenador 
do curso de Tecnologia em Radiologia 
do Centro Universitário Nove de Julho 
(UNINOVE), onde também é professor 
de Medicina Nuclear e Processamento 
de Imagens Digitais.
Medicina 
Nuclear
Capítulo 6
 209
Amaury de Castro Junior
A modalidade de imagens chamada Medicina 
Nuclear utiliza fontes radioativas incorporadas 
às moléculas utilizadas no funcionamento celu-
lar de determinados tecidos do corpo. Com a 
técnica, é possível acompanhar a dinâmica da 
molécula marcada durante sua trajetória fisio-
lógica, permitindo determinar se o tecido é hi-
percaptante ou hipocaptante, ou seja, se tem 
grande ou pequena utilização do metabólito, 
respectivamente. Essa informação é fundamen-
tal para se avaliar o funcionamento dos órgãos e 
dos tecidos do corpo. A característica principal 
da formação da imagem de Medicina Nuclear, a 
cintilografia, é que a fonte de radiação está no 
interior do corpo do paciente, ao contrário das 
técnicas que utilizam raios X (e por isso chama-
das ‘imagens de emissão’). 
Abordaremos neste capítulo os conceitos 
básicos relacionados aos materiais radioativos, 
a instrumentação utilizada na Medicina Nuclear, 
os ambientes de um serviço de Medicina Nucle-
ar, os radiofármacos mais utilizados e exemplos 
de protocolos de exames e orientações de ra-
dioproteção.
1. Radioatividade
Em 1896, o físico francês Henri Becquerel 
descobriu uma propriedade de alguns átomos até 
então desconhecida: a radioatividade. Pesquisan-
do o urânio, Henri descobriu que esse material 
emitia radiações semelhantes às descobertas por 
Röentgen um ano antes. Concomitantemente, 
Marie Curie descobriu as mesmas propriedades 
em outros materiais: no rádio, que deu origem à 
palavra radioatividade, e no polônio, que recebeu 
esse nome em homenagem a Marie Curie, que 
era polonesa. A radioatividade está relacionada a 
uma instabilidade nuclear, ou seja, há átomos que 
possuem excesso de energia em seu núcleo. Esses 
átomos, chamados radioativos, emitem radiações 
para poder se estabilizar. Na natureza há vários 
 210 Capítulo 6
exemplos de materiais radioativos, entre eles tó-
rio-232, urânio-238, urânio-235, rádio-226 e po-
tássio-40. No entanto, os materiais radioativos 
mais utilizados na Medicina – tecnécio-99m, iodo-
123, iodo-131, gálio-67, tálio-201, flúor-18, entre 
outros – são artificiais. Os isótopos radioativos de 
um elemento químico podem ser chamados ra-
dioisótopos. Por exemplo, o elemento químico 
iodo pode ter massas diferentes: Iodo-131, Iodo-
132 etc. Diz-se que são isótopos do Iodo.
ou seja, existem vários tipos de decaimento radio-
ativo. Os modos de decaimento dos principais 
elementos utilizados na Medicina Nuclear são:
Emissão (b - g)
Esse processo de decaimento envolve a con-
versão de um nêutron em próton, com a emissão 
de um elétron (partícula beta-) e um antineutri-
no. São exemplos de radionuclídeos que decaem 
por esse processo: 131I, 133Xe e 137Cs. A figura a 
seguir mostra o esquema de decaimento do 
133Xe. Notar que existem três emissões beta 
com energias diferentes e seis emissões gama 
possíveis. Em todo o processo de decaimento, 
estimam-se estatisticamente as probabilidades 
de emissão de cada uma das radiações.
Figura 1 À esquerda, isótopos estáveis de um 
elemento químico. À direita, os radioisótopos 
do mesmo elemento químico
 
Decaimento radioativo
“O decaimento radioativo resulta não ape-
nas na transformação de uma espécie nuclear 
em outra, mas também na transformação de 
massa em energia” (David Sorenson).
Um material radioativo torna-se estável pela 
emissão de radiação, pois dessa forma ele perde 
energia (radiação gama) e/ou massa (partículas alfa 
e beta). Esse processo é chamado de desintegra-
ção nuclear. Cada materialradioativo tem seu pró-
prio esquema de desintegração; alguns emitem 
apenas o raio gama (tecnécio-99m), outros, além 
do raio gama, também o alfa e/ou beta (iodo-131), 
Figura 2 Esquema de decaimento do 133Xe
Transição isomérica (g) e conversão in-
terna (Auger)
A transição isomérica é uma forma de de-
caimento intermediária que ocorre com certos 
elementos radioativos. Na Medicina Nuclear, o 
mais importante é o caso do 99mTc. O m que 
aparece junto ao número de massa significa 
metaestável, ou seja, entre a transformação do 
99Mo em 99Tc por decaimento beta existe esse 
estado temporário do tecnécio, que, ao se esta-
bilizar, não muda seu número atômico e emite 
um raio gama com energia de 140,5 keV. 
Os raios g podem ou não interagir com os 
elétrons das órbitas do átomo (em 89% das 
133
54Xe
b1
b2
b3
133
55Cs
0.384 MeV
0.161 MeV
0.081 MeV
0
}Q=0.427 MeVg4 g5 g6
g3 g1
g2
Elemento 
químico
Núcleos 
estáveis
Núcleos com excesso de energia (radioativos)
Excesso de energia
emitida em forma 
de matéria (partículas)
radiação a
radiação b
emitida em forma de 
ondas eletromagnéticas
radiação g
 Medicina Nuclear 211
vezes isso não ocorre) e provocar conversão 
interna, na qual o raio g transmite sua energia 
para o elétron (Auger), que é ejetado, produ-
zindo a emissão de raios X característicos.
Captura eletrônica (EC, g)
Esse processo é representado pela reação 
nuclear abaixo. O elétron da camada mais in-
terna do átomo reage com um próton do nú-
cleo. Desta interação resulta um nêutron que 
permanece no núcleo, um neutrino e energia 
que são emitidos do núcleo. A lacuna deixa-
da pelo elétron ao interagir com o núcleo é 
instantaneamente preenchida por um elétron 
de uma camada mais externa, com emissão de 
raios X característicos.
p+ + e- n + n + E
São exemplos de radionuclídeos que decaem 
por captura eletrônica: 57Co, 125I, 67Ga e 201Tl.
Emissão de pósitrons (b+, g)
A emissão de pósitrons provoca uma redu-
ção no número atômico, mantendo o número 
de massa, como pode ser visto na reação abai-
xo. Um próton se desintegra dando origem 
a um nêutron, que permanece no núcleo, ao 
pósitron e a um neutrino que são emitidos 
ao núcleo com a energia restante. O pósitron 
(e+), ou beta positivo, é uma partícula que 
possui a mesma massa do elétron, porém, 
com a carga do próton. Quando o pósitron 
encontra o elétron, acontece um fenômeno 
chamado aniquilação: duas partículas desapa-
recem e são emitidos dois fótons com ener-
gias iguais a 511keV e em sentidos opostos. 
p+ n + e+ + n + E
Figura 3 Emissão de fótons em 
sentido diametralmente opostos e 
esquema de decaimento do 18F
O que torna um material radioativo perigo-
so ou não é a quantidade e a energia da radia-
ção por ele emitida. Todo material radioativo 
possui certa atividade, ou seja, um número de 
desintegrações por segundo. Quanto maior a 
atividade de uma mostra de material radioa-
tivo, mais perigoso o material. Em homena-
gem aos descobridores da radioatividade, as 
unidades de medida de atividade receberam 
os seguintes nomes:
Becquerel: 1Bq = 1 desintegração por segundo
Curie 1Ci = 3,7 x 1010 Bq
Uma conversão amplamente utilizada em 
Medicina Nuclear é: 1mCi = 37MBq
Para se ter uma ideia da atividade fornecida 
aos pacientes em diagnóstico, em um exame de 
cintilografia cerebral, utilizam-se aproximada-
mente 20mCi de 99mTc. Já em iodoterapia, trata-
mento de disfunções das glândulas tireoides com 
iodo-131, a atividade pode chegar a 300mCi.
18
9 F
EC
18
8 0
Q=1.655 MeV}=0.633 MeVE
max
b
b +0.511 MeV
0.511 MeV
e-
b+0
 212 Capítulo 6
Por segurança, os locais onde são utiliza-
dos esses materiais devem ser sinalizados com 
o símbolo internacional da radiação ionizan-
te (Figura 4), conforme a Portaria no 453, de 
1/6/1998, da Secretaria de Vigilância Sanitária 
do Ministério da Saúde, e a Norma CNEN NN 
3.01 – Diretrizes Básicas de Proteção Radioló-
gica, da Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Tabela 1 Velocidade de desintegração de materiais radioativos
Cada material radioativo tem certa veloci-
dade de desintegração. Isto significa que um 
material se desintegra mais rápido do que ou-
tro. O parâmetro físico que determina essa 
velocidade é a meia-vida: tempo necessário 
para que metade dos átomos de uma amos-
tra radioativa tenha decaído. O tecnécio-99m, 
por exemplo, tem meia-vida de seis horas, en-
quanto a do césio-137 é de 30,7 anos. O grá-
fico abaixo mostra o decaimento de uma dose 
de tecnécio-99m. Note que a cada seis horas 
haverá metade da atividade inicial.
Figura 5 Decaimento de uma dose 
de tecnécio-99m
25,00
20,00
10,00
15,00
5,00
0,00
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63
Decaimento 99mTc
A
tiv
id
ad
e 
(m
C
i)
Fonte: Thrall, J.H. and Ziessman H.A. in Medicina Nuclear.
Figura 4 Símbolo internacional 
da radiação ionizante
RADIONUCLÍDEO
DECAIMENTO 
PRINCIPAL T½
ENERGIA DO FÓTON 
PRINCIPAL (keV) E 
ABUNDÂNCIA
PRODUÇÃO
Molibdênio-99 Beta negativo 2,8 dias 740 (12%) Reator
Tecnécio-99m Transição isomérica 6 horas 140 (89%) Gerador de 99Mo
Iodo-131 Beta negativo 8 dias 364 (81%) Acelerador
Iodo-123 Captura eletrônica 13,2 horas 159 (83%) Acelerador
Gálio-67 Captura eletrônica 78,3 horas
93 (37%) 
185 (20%), 300 (17%), 395 (5%)
Acelerador
Tálio-201 Captura eletrônica 73,1 horas
69-83 (Hg raios X) 
135 (2,5%) e 167 (10%)
Acelerador
Índio-111 Captura eletrônica 2,8 dias 171 (90%) e 245 (94%) Acelerador
Xenônio-127 Captura eletrônica 36 dias 172 (26%), 203 (7%) e 375 (17%) Acelerador
Xenônio-133 Beta negativo 5,2 dias 81 (37%) Reator
Cobalto-57 Captura eletrônica 272 dias 122 Acelerador
 Medicina Nuclear 213
A função matemática que descreve o proces-
so de decaimento de um material radioativo é:
A(t) = Ao e
-l t
Onde A(t) é a atividade do material no tem-
po (t); Ao, a atividade inicial, e l a constante de 
decaimento do material, que está relacionada 
com a meia-vida da seguinte maneira:
 T1/2 = 
 
Uma maneira prática de determinar a atividade é 
multiplicar a atividade pelo fator de decaimento (F),
A(t) = AoxF
A tabela abaixo mostra os fatores de decai-
mento para o tecnécio.
Tabela 2 Fatores de decaimento para o 99mTc
Temos que: 
Ao = 20 mCi
Das 8h30 às 10h se passou uma hora e trinta 
minutos. Na tabela, 1h30 corresponde a um fa-
tor de decaimento de 0,841. Logo:
F = 0,841
A atividade às 10h será:
A = Ao x F
A = 20 x 0,841
A = 16,8 mCi
2. Formação das imagens
O tecnécio
A formação da imagem em Medicina Nucle-
ar parte da administração do radiofármaco e 
sua fixação no alvo. O radiofármaco é um com-
posto formado por uma solução fisiológica cujo 
metabólito (molécula especial) é utilizado pelas 
células do tecido que se quer estudar, agrega-
do a um radioisótopo de meia-vida curta e que 
se associe facilmente à solução. Por exemplo, 
na imagem do miocárdio é utilizada a solução 
de Metoxiisobutilisonitrila (MIBI) com 99mTc, 
em que o MIBI é o marcador do miocárdio e 
o 99mTc (tecnécio), o radioisótopo. Aliás, o tec-
nécio é o material radioativo mais utilizado em 
Medicina Nuclear. Pode-se dizer que mais de 
90% dos protocolos o utilizam.
O tecnécio é um emissor de radiação gama 
puro, ou seja, não emite radiação corpuscular. 
Isso faz com que a dose de radiação no tecido 
que está sendo estudado seja pequena. Por es-
sas razões, e pelo fato de ele se associar rapi-
damente com vários marcadores de tecidos, é 
o material mais utilizado nos procedimentos. O 
tecnécio é produzido em geradores de molib-
dênio, que no Brasil são produzidos pelo IPEN 
(Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares). 
Outros radioisótopos são produzidos em reato-
res nucleares (131I) ou em cíclotrons (18F). 
Exemplo – Considere uma seringa de 10mL 
de tecnécio, de um frasco cuja atividade era 
20mCi às 8h30 da manhã. Qual será sua ativida-
de às 10h da manhã?
0
1.000
0.891
0.794
0.707
0.630
0.561
0.500
0.445
0.397
0.354
0.315
0.281
0.250
15
0.972
0.866
0.771
0.687
0.612
0.545
0.486
0.433
0.385
0.3430.306
0.273
0.243
30
0.944
0.841
0.749
0.667
0.595
0.530
0.472
0.420
0.375
0.334
0.297
0.264
0.236
45
0.917
0.817
0.727
0.648
0.578
0.515
0.459
0.408
0.364
0.324
0.289
0.257
0.229
MINUTOS
HORAS
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
0,693
l
 214 Capítulo 6
Figura 6 Gerador de 
Molibdênio-99/Tecnécio-99m
O processo de extração do 99mTc (eluição) 
baseia-se na passagem de uma solução salina 
(0,9% NaCl) pela coluna de vidro que contém 
uma resina à base de alumina. A Figura 6 mostra 
os dois frascos utilizados no processo: um con-
tém a solução salina e o outro, vácuo. À medida 
que o 99Mo decai (meia-vida de 2,8 dias), cresce 
Fonte: Thrall, J.H. and Ziessman H.A. in Medicina Nuclear.
Fotografia 1 Embalagem de 
transporte do gerador de 99Mo/99mTc
a quantidade de 99mTc na coluna, de forma que se 
deve ter um critério que estabeleça os horários 
das eluições ao longo do dia. Um gerador pode 
ser utilizado por aproximadamente duas sema-
nas. Após esse período, deve ser devidamente 
segregado (armazenado). A fotografia abaixo 
mostra a embalagem de transporte do gerador. 
Observe as sinalizações obrigatórias. 
Frasco com 
solução salina
Frasco 
coletor a 
vácuo
Na99m Te01 
Blindagem 
de chumbo
Gerador 
de Tecnécio
AGENTE
99mTc-pertecnetato de sódio 
99mTc-enxofre coloidal (filtrado) 
99mTc-enxofre coloidal
99mTc-pirofosfato
99mTc-difosfonato
99mTc-MAA (macroagregado de albumina) 
99mTc-hemácias 
99mTc-soroalbumina humana 
99mTc-pentetato (ácido 
dietilenotriaminopentacético – DTPA)
APLICAÇÃO
Detecção de divertículo de Meckel 
Cintilografia de glândulas salivares e de tireoide
Cintilografia de fígado e baço; detecção de 
hemorragia digestiva; cintilografia da medula óssea
Linfocintilografia
Infarto agudo do miocárdio
Cintilografia óssea
Cintilografia de perfusão pulmonar 
cintilografia de perfusão arterial
Ventriculografia radionuclídica; detecção de 
hemorragia digestiva e de hamagioma hepático
Imagem do compartimento sanguíneo 
(como a ventriculografia)
Cintilografia renal e do trato urinário 
Ventilação pulmonar
Tabela 3 Resumo dos principais agentes marcados com 99mTc e suas respectivas aplicações clínicas
 Medicina Nuclear 215
Laboratório
A marcação do material, mistura do fárma-
co com o radioisótopo, é feita no laboratório 
de Medicina Nuclear, também chamada “sala 
quente”. Nesse local são necessários procedi-
mentos de radioproteção, pois ali se manipu-
lam fontes radioativas não seladas, o que gera 
um risco de contaminação para o profissional 
e para o ambiente.
 Fotografia 3 (A), (B) e (C): Áreas de armaze-
namento e descarte de materiais radioativos
Fotografia 2 Laboratório de Medicina 
Nuclear do Hospital Israelita Albert Einstein
Como se pode observar na foto do labora-
tório, utilizam-se forrações que ajudam no pro-
cesso de descontaminação e sinalizações dos 
locais onde existem materiais radioativos.
(A)
(B)
(C)
 216 Capítulo 6
Os materiais utilizados nos procedimentos 
de Medicina Nuclear são considerados rejeitos 
radioativos e devem ser armazenados adequa-
damente em locais blindados e sinalizados. O 
serviço deve ter no local um livro de registros 
de movimentação de materiais radioativos que 
descreva exatamente as quantidades, as concen-
trações de atividade, os materiais desprezados, 
locais de armazenamento e datas de segregação 
e liberação. Esses registros são obrigatórios e 
fazem parte de uma série de apontamentos exi-
gidos pela norma CNEN NN 3.05 – Radioprote-
ção em Serviços de Medicina Nuclear.
Fotografia 5 Blindagem para flúor em PET
Deve-se tomar um cuidado maior em PET 
(Pósitron Emission Tomography), particularmente 
quando se manipula [18F]-FDG (fluordesoxigli-
cose), pois as energias dos fótons da aniquilação 
do pósitron são de 511keV, o que exige uma 
blindagem mais espessa. A imagem acima mos-
tra um castelo (verde) de chumbo onde é ar-
mazenado o 18F, e na sua frente um visor com 
dois vidros plumbíferos preenchidos com um 
gel atenuador. Abaixo, o castelo utilizado para 
seu transporte.
Fotografia 4 Laboratório de manipulação 
de materiais radioativos
A foto acima mostra uma capela de fluxo la-
minar que, além de proteger o profissional das 
radiações emitidas pelos radiofármacos, ao pre-
parar o paciente, também impede a inalação de 
elementos radioativos voláteis, como o 131I.
Fotografia 6 Castelo de chumbo onde 
a dose de flúor é transportada
 Medicina Nuclear 217
Após a marcação, deve-se medir a atividade 
do material radioativo. Para isto, existe no labo-
ratório um equipamento chamado curiômetro, 
ou calibrador de doses. O curiômetro é um de-
tector de radiação do tipo câmara de ionização 
capaz de medir a atividade de vários radionuclí-
deos utilizados na rotina da Medicina Nuclear. 
A medida da atividade é muito importante para 
que se saiba exatamente a dose administrada no 
paciente. Por isso, o procedimento correto é fa-
zer a leitura da atividade diretamente na seringa 
pouco antes da injeção. Pode se fazer a leitura a 
qualquer momento se a atividade for corrigida 
considerando o decaimento radioativo.
Fotografia 8 Geiger-Müller e sonda pancake
A imagem
As técnicas de imagens por Medicina Nucle-
ar dividem-se em imagens planas, Single Photon 
Emission Computadorized Tomographic (SPECT) 
e Positron Emission Tomography (PET). A principal 
característica da formação da imagem em Medi-
cina Nuclear é que a fonte de radiação está no 
interior do corpo do paciente, e o equipamen-
to responsável pela formação da imagem tem 
por objetivo encontrar a distribuição do mate-
rial radioativo no corpo, como na figura abaixo, 
que mostra a distribuição de 99mTc no miocárdio. 
Quanto mais precisa essa determinação, mais se-
gurança o médico terá ao diagnosticar.
Fotografia 7 Curiômetro 
Além do curiômetro, também são utilizados 
o contador Geiger-Müller e a sonda pancake, 
que são os detectores de radiação responsá-
veis pelas medidas de taxa de exposição e con-
taminação, respectivamente. Seu uso é diário. 
Recomendam-se duas medidas ao dia, uma pela 
manhã, antes de iniciar o trabalho, e outra no 
meio do dia, em pontos predeterminados e de 
provável contaminação. Esse procedimento 
evita exposição desnecessária à radiação.
Fotografia 9 Cintilografia do miocárdio: cortes 
que representam o eixo menor cardíaco
 218 Capítulo 6
As cintilografias têm por objetivo, na maior 
parte das vezes, avaliar o funcionamento meta-
bólico dos tecidos e órgãos, ou seja, a fisiologia, 
enquanto as demais técnicas, como a tomogra-
fia e a ressonância, buscam principalmente de-
talhes anatômicos. É por essa razão que a fusão 
de imagens multimodalidade tornou-se tão im-
portante. É o caso do PET/CT, que une imagem 
de PET (fisiológica) com imagem de CT (anatô-
mica), possibilitando ao médico analisar numa 
mesma imagem a atividade funcional e a locali-
zação precisa. Em oncologia, por exemplo, esse 
recurso contribui para a diferenciação entre um 
tumor maligno e um benigno. 
A formação da imagem deve necessariamen-
te seguir a sequência:
Amostragem angular
Tempo por projeção
Ângulo varrido
Raio de rotação
Modo byte ou Word 
Colimador
Processamento
• Reconstrução tomográfica
• Redução de ruído
• Evidenciamento do contraste
• Restauração da resolução espacial
• Detecção e evidenciamento de bordas
• Classificação e extração de padrões
• Cálculo de parâmetros 
metabólicos e funcionais
• Fusão de imagens
Fotografia 10 Equipamento SPECT 
de duas cabeças
Os equipamentos utilizados para formar ima-
gens em Medicina Nuclear podem ser chama-
dos de gama-câmara, câmara Anger ou câmara 
de cintilação. Esses equipamentos consistem em 
um detector de radiação gama, um sistema digital 
de processamento dos sinais e um computador. 
Em SPECT, o detector é composto pelo colima-
A qualidade da imagem produzida depen-
de da execução de cada etapa da formação da 
imagem acima. Caso ocorra erro em uma das 
etapas, isso provocará uma alteração chamada 
“artefato”, que poderá induzir a diagnóstico fal-
so positivoou falso negativo. Por isso, é funda-
mental prestar atenção aos fatores que podem 
interferir na imagem. Abaixo uma relação de 
procedimentos a observar.
Administração do radiofármaco
Especificidade do radiofármaco – Órgão de 
interesse
Dose administrada (atividade) – ALARA
Extravasamento
Aquisição da imagem
Tempo de concentração do radiofármaco
Posicionamento do paciente
Ajuste dos parâmetros de aquisição
Janela de energia
Tamanho da matriz 
Tempo de 
concentração do 
radiofármaco
Administração 
do 
radiofármaco
Aquisição 
da
imagem
Processamento
da
imagem
 Medicina Nuclear 219
dor, que tem função parecida com a da grade no 
equipamento de raios X, ou seja, impedir que 
fótons espalhados entrem na imagem; o cristal, 
que converte o raio gama em luz (normalmente 
é de NaI(Tl) – iodeto de sódio ativado com tálio), 
e válvulas fotomultiplicadoras, que convertem a 
luz proveniente do cristal em pulso elétrico. Um 
aparelho pode ter uma ou duas cabeças de de-
tecção, ou seja, um ou dois detectores. A grande 
vantagem de um aparelho de duas cabeças é po-
der adquirir a imagem em um tempo menor, pois 
ele detecta o dobro da quantidade de radiação 
quando comparado com o de uma cabeça.
Em todo sistema formador de imagens exis-
te um transdutor, que é o instrumento que 
converte um tipo de energia em outro. Assim é 
com as imagens de ultrassom, nas quais o trans-
dutor é uma cerâmica piezoelétrica que con-
verte pulsos mecânicos (ultrassom) em sinais de 
voltagem. Em SPECT, esse processo é executa-
do pela câmara cintilográfica que, grosso modo, 
detecta e converte um pulso de raio gama em 
sinal elétrico. Na realidade, existem na câmara 
dois transdutores: o cristal de NaI(Tl), que cap-
tura um fóton de raio gama e emite uma cin-
tilação, e as fotomultiplicadoras, que recebem 
o fóton da cintilação e, por um processo de 
amplificação, emitem sinais elétricos. A Figura 
7 mostra os principais componentes do sistema 
de formação de imagens em SPECT.
Figura 7 Sistema de formação de imagens em SPECT
Colimador
Cristal – NaI (TI)
Fotomultiplicadoras
Raio g 
Câmaras digitais
Pré-amplificador
A D C
Pulso X
Pulso Y
COMPUTADOR
Display
Circuito diferença 
“Posição”
Multicanal
Circuito soma 
“Energia”
Pulso Z
 220 Capítulo 6
A função da câmara cintilográfica é detectar 
a quantidade de fótons emitidos por compostos 
marcados com radionuclídeos concentrados em 
algum órgão ou tecido de interesse e selecio-
nar os fótons que devem compor a imagem. Sua 
composição, normalmente usada no processo 
de aquisição em Medicina Nuclear, é a seguinte:
a) Colimador
b) Cristal de NaI(Tl)
c) Conjunto de fotomultiplicadoras
d) Pré-amplificador
e) Circuitos eletrônicos
Figura 8 Componentes da câmara cintilográfica
CIRCUITOS ELETRÔNICOS
– Analisados de altura de pulso
– Circuitos de soma
– Circuitos de diferença
Pré-amplificador
Conjunto de 
fotomultiplicadoras
Cristal de NaI (TI)
Colimador
 Medicina Nuclear 221
A função básica do colimador é selecionar os 
fótons incidentes no plano da câmara de acordo 
com sua energia e direção. Os fótons encon-
tram o cristal e, consequentemente, provocam 
cintilação. Assim, são projetados colimadores 
para cada aplicação.
O colimador caracteriza-se por sua geo-
metria e pelo material de que é constituído. O 
colimador mais usado é o de furos paralelos, 
constituído de chumbo ou de alguma liga metá-
lica. A geometria do colimador, ou seja, o com-
primento e o diâmetro dos furos e a espessura 
da parede septal, influi bastante na qualidade da 
imagem adquirida, particularmente na resolução 
espacial. Quanto maior o diâmetro e menor o 
comprimento, mais fótons entrarão pelos furos, 
conforme ilustrado na Figura 9, quando o ideal 
seria que penetrassem apenas os fótons cujas di-
reções fossem paralelas ao furo. Assim, a resolu-
ção espacial é pior do que com um colimador de 
menor diâmetro e maior comprimento. Os coli-
madores de furos paralelos mais comuns são os 
de alta resolução, ultra-alta resolução, alta sen-
sibilidade e de baixa energia e propósito geral.
Além do colimador de furos paralelos, exis-
tem também os colimadores convergentes, 
divergentes e os de um único furo em forma 
de cone (pinhole). Cada um tem aplicações 
específicas funcionando ora com lentes de au-
mento ora como lentes de redução.
No cristal, após a absorção de energia do fó-
ton incidente, através de ionização e excitação, 
há a reemissão da energia. Essa reemissão se 
faz de várias formas, entre elas pela emissão de 
luz visível, processo conhecido como lumines-
cência. Os materiais dotados dessa capacidade 
são, então, chamados de cintiladores, e os de-
tectores compostos por eles são chamados de 
detectores de cintilação.
O detector cintilador de NaI(Tl) é utiliza-
do para detecção de radiação gama (100keV a 
3MeV) por apresentar alta eficiência, pois pro-
duz um fóton de luz visível com aproximada-
mente 30eV de energia absorvida, por sua alta 
densidade, que lhe confere alto poder de frea-
mento, e seu alto número atômico, que aumen-
ta a probabilidade do efeito fotoelétrico.
Um detector típico de NaI(Tl) utilizado para 
detecção de raios gama é constituído de um 
sistema eletrônico que contém, além do cristal, 
uma válvula fotomultiplicadora, uma base com 
circuito divisor de tensão, um pré-amplificador, 
um circuito amplificador e um analisador multi-
canal, como mostra a figura a seguir.
Figura 9 Colimadores de furos paralelos
Alta Resolução Ultra-Alta Resolução Uso normal
 222 Capítulo 6
Figura 10 Eletrônica envolvida no 
sistema de detecção com NaI(Tl)
Através de interações do fóton (raio g) com 
o cristal, por efeito fotoelétrico ou espalhamen-
to Compton, são produzidas cintilações. Estas 
são detectadas pelas válvulas fotomultiplicado-
ras que produzem pulsos de corrente que são 
amplificados, retificados e convertidos pelo 
ADC em sinais lógicos (código binário). Estes 
são organizados em um histograma através do 
analisador multicanal.
Com o histograma (espectro de energia) for-
mado é possível obter dados sobre o detector e 
a fonte emissora. 
Para fins de processamento de imagens em 
Medicina Nuclear, o cristal de NaI(Tl) deve ter 
diâmetro grande (~ 40cm) e espessura bem de-
finida, aproximadamente 9,5mm, pois esta influi 
sensivelmente na qualidade da imagem, espe-
cialmente na resolução espacial. Essa influência 
é bastante simples de se verificar, pois quanto 
mais espesso o cristal, maior a probabilidade de 
o fóton de cintilação sofrer um espalhamento e 
não encontrar a janela óptica (Figura 11), ou en-
tão, registrar uma posição diferente da original.
Figura 11 Ampliação do sistema detector
A figura abaixo mostra uma válvula foto-
multiplicadora de 10 dinodos. Há uma varie-
dade de modelos no mercado, cada qual com 
uma finalidade.
Figura 12 Válvula fotomultiplicadora
O funcionamento do tubo fotomultiplica-
dor baseia-se no efeito fotoelétrico e no espa-
lhamento Compton. Quando passa pela janela 
óptica, o fóton de luz encontra o fotocatodo, 
no qual ocorrerá o efeito fotoelétrico, surgin-
do deste um fotoelétron. Este é atraído ao 
primeiro dinodo devido a uma diferença de 
potencial elétrico provocada por um circuito 
divisor de tensão. Então, quando atinge o di-
nodo, o elétron provoca o aparecimento de 
novos elétrons livres, por efeito Compton. Es-
tes agora são atraídos para o próximo dinodo, 
NaI (TI) ns
Pré- Amplificador
~50ms 1m s
Analisador 
multicanal
Alta-tensão
BaseFotomulti-
plicadora
Fotomultiplicador
Janela óptica
Luz visível
(cintilação)
Cristal 
NaI (TI)
Refletor
Colimador
Centro
luminescente
Dinodo Anodo
Janela
óptica
Fotocatodo Foco Blindagem
 Medicina Nuclear 223
também por diferença de potencial, de forma 
que esse processo de reação em cadeia ampli-
fica o número de elétrons a cada dinodo. No 
final, esse sinal de corrente é convertido em 
um sinal de voltagem no anodo.
A câmara cintilográfica utiliza várias válvulas 
deste tipo para cobrir toda a área delineada 
pelo cristal.Algumas câmaras utilizam fotomul-
tiplicadoras de formato hexagonal, outras em 
formato circular e há ainda aquelas que usam 
os dois tipos. Existe uma relação direta entre 
o número de fotomultiplicadoras e a resolução 
do sistema detector. Além disso, cada válvula é 
regulada para aumentar/diminuir a amplificação 
do sinal (ganho).
Uma característica do detector da câmara 
cintilográfica, NaI(Tl) com fototubo, é a produ-
ção de sinais com baixa amplitude. Além disso, 
esse sistema, assim como os demais detectores 
de radiação, oferece uma impedância de saída 
alta. O objetivo do pré-amplificador é justa-
mente amplificar e retificar o sinal proveniente 
do detector.
Os circuitos eletrônicos mais importantes da 
câmara são: o circuito de diferença (ou de posi-
cionamento) e o circuito de soma (ou de ener-
gia). O circuito de posicionamento trabalha 
com uma rede de capacitores ligados em sé-
rie com as fotomultiplicadoras e em paralelo 
entre si. Sua função é determinar a posição 
de uma cintilação sobre o cristal através de 
uma média ponderada. 
O circuito soma, ou de energia, cuida da se-
leção dos fótons pela energia. Esta é propor-
cional à altura do sinal (Z). Para isso utiliza-se 
um analisador multicanal que seleciona a região 
do espectro de energia que formará a imagem. 
Normalmente adota-se um intervalo de +/- 
20% em relação ao fotopico, dependendo da 
sensibilidade do sistema. A esse intervalo dá-
-se o nome de janela de energia. Por exemplo, 
para o 99mTc onde o fotopico se encontra em 
140keV, serão contados fótons para formação 
da imagem de energia entre 112keV e 168keV. 
A largura da janela não pode ser muito grande 
(>20%) – pois ela entra na região de fótons 
secundários (espalhamento) – nem pequena 
demais (<10%), pois o número de fótons con-
tados seria baixo.
As características de desempenho do 
sistema detector e da eletrônica do siste-
ma apresentam limitações intrínsecas e 
extrínsecas. As limitações intrínsecas são 
aquelas devidas a mau funcionamento do 
equipamento. Por exemplo, diferença de 
calibração do ganho das fotomultiplicado-
ras, resposta do circuito de posicionamento 
que não corresponde com a posição real da 
cintilação, problemas com o ADC. Já as li-
mitações extrínsecas correspondem à fonte 
emissora, por exemplo, na análise da uni-
formidade com uma fonte plana, a própria 
fonte pode não ser totalmente plana e ter 
regiões de maior concentração de material 
radioativo, além do ruído randômico provo-
cado por baixas taxas de contagem. Nesta 
seção discutiremos alguns parâmetros utili-
zados para medir a performance da câmara 
e os níveis mínimos de aceitação convencio-
nados por órgãos nacionais e internacionais.
Não linearidade
As câmaras de cintilação dificilmente de-
terminam com precisão o posicionamento da 
cintilação. Essa imperfeição resulta em não-
-linearidades, que é uma limitação intrínseca 
do equipamento. Essas não linearidades, por 
sua vez, provocam não uniformidades na ima-
 224 Capítulo 6
gem. A não lineariadade pode ser causada por 
distorções: do tipo almofada ou do tipo barril, 
como mostra a Figura 13.
pela possibilidade de causar falsos positivos 
ou falsos negativos, ou seja, diagnósticos er-
rôneos. Portanto, deve-se verificar a unifor-
midade diariamente. 
Algumas causas primárias de não uniformi-
dades:
1) Não uniformidade da eficiência de detec-
ção causada principalmente pela pequena 
diferença no espectro de altura de pulso 
ou pela falta de sintonia das fotomultipli-
cadoras (calibração)
2) A não linearidade é o fator mais impor-
tante, pois causa falsas regiões “quentes” 
devido ao efeito almofada, ou “frias”, 
pelo efeito barril, no centro da imagem
3) O mau funcionamento dos instrumentos, 
como a não uniformidade do brilho ou 
impressões digitais no tubo de raios ca-
tódicos (CRT)
4) Mau posicionamento da janela em rela-
ção ao fotopico.
Uma forma de contornar o problema da 
não uniformidade é ajustar os ganhos dos tu-
bos fotomultiplicadores individualmente, atra-
vés do deslocamento da janela do analisador 
de altura de pulso em relação ao fotopico. Al-
gumas câmaras usam circuitos computadoriza-
dos, microprocessadores programáveis, para 
corrigir e arquivar imagens; portanto, é possí-
vel efetuar correções muito mais rapidamente. 
Para análise de uniformidade, frequentemente 
se usa uma matriz pequena (64x64) para guar-
dar a imagem em formato digital na forma de 
densidade de informação (contagem/área). 
Então, quando a densidade aumenta (e a área 
diminui), melhoram as condições de avaliação 
da uniformidade. Sobre essa matriz são feitas 
operações que objetivam normalizar a ima-
gem, ou seja, aumentar a intensidade de regi-
ões frias e diminuir a de regiões quentes. Esses 
artefatos são detectados quando a câmara é 
Figura 13 Tipos de distorções do 
sistema de formação de imagens que 
causam não linearidades
As causas de não linearidades mais frequentes 
são aquelas que decorrem da diferença da eficiên-
cia entre tubos fotomultiplicadores (variação do 
ganho), uma vez que todas devem responder da 
mesma forma a uma mesma cintilação, ou de de-
feitos de fabricação das fotomultiplicadoras.
A detectabilidade de uma não lineariadade é 
feita, por exemplo, com a aquisição da imagem 
de um phantom de barras paralelas. É um mé-
todo subjetivo, pelo fato de ser visual. As cor-
reções propostas para as não linearidades são 
realizadas por hardware ou por software. Ajus-
tar o mapa de ganho das fotomultiplicadoras é 
uma forma de correção por hardware existente 
na maioria das câmaras. A correção por software 
baseia-se em um método de reposicionamen-
to dos pontos através da adição de um fator de 
deslocamento, usando, para isto, matrizes de 
correção para cada coordenada x e y.
Não uniformidade
A não uniformidade é o maior problema na 
utilização de imagens em Medicina Nuclear, 
Tipo almofada Tipo barril
 Medicina Nuclear 225
submetida a uma fonte de radiação uniforme, 
como uma fonte pontual ou uma fonte plana.
Atualmente, as câmaras modernas, também 
chamadas digitais, usam um microprocessador 
que programa as matrizes de correção para di-
ferentes regiões do espectro de altura-de-pulso 
e para distorções de posição, de forma que a 
correção é feita já no processo de aquisição da 
imagem. Esse microprocessador utiliza medidas 
de fabricação para a calibração do ganho das fo-
tomultiplicadoras. As vantagens desse método 
são as seguintes: primeiro, em termos quantita-
tivos, permite gerar imagens nas quais o núme-
ro de eventos registrados por unidade de área 
é representado com maior precisão e, segun-
do, as matrizes de correção são estáveis com 
o tempo, aplicáveis a todos os radionuclídeos 
e condições da imagem, enquanto o primeiro 
método exige diferentes matrizes de correção 
para diferentes radionuclídeos, bem como dife-
rentes janelas de energia.
O cálculo da uniformidade segundo o pro-
tocolo da Associação Nacional de Fabricantes 
de Equipamentos Elétricos (NEMA) de 1980 se 
divide em uniformidade integral e uniformidade 
diferencial. A equação através da qual se calcula 
a uniformidade integral é:
I+ = (Cmáx - Cm)/Cm x 100% e
I- = (Cmín - Cm)/Cm x 100%
onde Cmáx e Cmín são as contagens nos pi-
xels máximo e mínimo, respectivamente, e Cm 
a contagem média. Ou, de acordo com Graham 
et al. (1995),
UI = (Cmáx - Cmín)/(Cmáx + Cmín ) x 100% 
O cálculo da uniformidade diferencial é dado 
pela equação:
D = ∆C/M x 100%
onde ∆C é a máxima diferença na contagem 
de dois pixels adjacentes e M é a maior conta-
gem dos dois pixels.
Em SPECT, o problema da não uniformidade 
é ainda mais grave do que o caso de imagens 
planas. Uma não uniformidade da ordem de 
1% numa projeção plana pode gerar uma não 
uniformidade tomográfica da ordem de 10%, 
justamente porque SPECT faz a sobreposição 
dessas projeções planas. Assim, é necessário 
que as projeções sejam corrigidas para não uni-
formidades antes da execução do algoritmo de 
reconstrução. As instituições nacionais e inter-
nacionaisque cuidam do controle de qualidade 
em Medicina Nuclear sugerem que o nível de 
não uniformidade não passe de 5% em SPECT.
Resolução espacial
A resolução espacial é uma característica da 
câmara cintilográfica que define a habilidade do 
equipamento em distinguir duas fontes de radia-
ção próximas. A medida da separação das fontes 
dá o valor da resolução espacial da câmara. Define-
-se como resolução espacial intrínseca a resolução 
obtida sem o colimador e extrínseca, com o coli-
mador. Na forma intrínseca o número de fótons 
detectados aumenta bastante, porém, o ruído é 
evidenciado. Além disso, quando temos altas taxas 
de contagens também surgem problemas, como 
a diminuição do contraste; portanto, perda da re-
solução espacial, e o principal deles, o efeito de 
empilhamento (pulse-pileup), que causa perdas de 
contagem e aumenta o tempo morto (Figura 14).
A resolução espacial intrínseca tem as se-
guintes dependências:
1) Flutuações estatísticas: A distribuição de 
fótons de luz que incidem sobre a foto-
multiplicadora varia, de acordo com a dis-
tribuição de Poisson, de um evento para 
outro, da mesma forma que o problema 
do decaimento radioativo.
2) Espessura do cristal: Quanto mais fino, 
mais precisa a localização da cintilação.
 226 Capítulo 6
3) Energia da fonte: A resolução espacial é 
diretamente proporcional à energia da 
fonte, por exemplo, quando a energia 
da fonte é baixa (número de fótons re-
duzido), aumenta a flutuação estatística e 
portanto, a resolução diminui.
4) Número de tubos fotomultiplicadores.
FWHM na função de dispersão pontual (PSF) ou 
linear (LSF), conforme ilustrado abaixo:
Figura 14 Efeito de pulse-pileup 
(empilhamento) quando o número de 
contagens aumenta
 
A resolução espacial total do sistema é obti-
da com a combinação entre a resolução do de-
tector (intrínseca) e a resolução do colimador 
(extrínseca). A expressão que fornece a resolu-
ção do sistema [Sorenson87], a FWHM (largura 
máxima a meia altura do fotopico), como é nor-
malmente conhecida, é dada por: 
onde Rs, Ri e Rc são as resoluções do siste-
ma, intrínseca e do colimador, respectivamente. 
A resolução espacial intrínseca do detector e 
a resolução do colimador são determinadas com 
o uso de uma fonte pontual ou linear. A resolu-
ção é encontrada manualmente calculando-se a 
Figura 15 Fonte pontual e respectiva PSF
A resolução espacial também tem uma re-
lação direta com a distância da fonte até o de-
tector, como mostra o gráfico da Figura 16. 
Além dos fatores acima, deve-se incluir nos 
cálculos da resolução um fator de espalha-
mento devido à detecção de fótons secundá-
rios, de forma que a expressão da resolução 
dada acima fique assim: 
Figura 16 Dependência da resolução 
espacial com a distância da fonte
Razão
de
Temp
PSF
FWHM
Ri=8
Ri=4mm
Ri=0
Distância da fonte (cm)
Rs
1.
1.
0.
0.
0 2 6 10 14 18
 Medicina Nuclear 227
Sensibilidade
A sensibilidade do sistema detector, cristal e 
colimador é sua capacidade de detectar e contar 
fótons que são emitidos pela fonte. Quantitativa-
mente, a sensibilidade pode ser encontrada di-
vidindo-se o número de fótons registrados pelo 
número de fótons emitidos pela fonte.
Resolução energética
A resolução energética está vinculada ao tipo 
de detector que está sendo utilizado. Para a de-
tecção de radiação gama, os dois detectores 
mais utilizados são os cintiladores e os semicon-
dutores. Os detectores semicondutores, como 
o Ge(Li), têm uma resolução energética muito 
superior à do NaI(Tl). Porém, do ponto de vis-
ta prático, eles são bastante complicados (por 
exemplo, na necessidade de operar em tempe-
raturas da ordem do nitrogênio líquido). Essas 
e outras limitações dos semicondutores tornam 
o NaI(Tl) mais viável. Perde-se em resolução, 
mas ganha-se em eficiência.
O cálculo da resolução energética é bastante 
simples. Encontramos a FWHM do espectro de 
energia e então a dividimos pela energia do fó-
ton do fotopico (Eg), ou seja:
corrigido de duas formas: através de uma ca-
libração das fotomultiplicadoras por um ajuste 
óptico ou por radiação, ajuste fino, ou através 
de software [King85], centralizando o centroi-
de do fotopico de todos eventos e fazendo sua 
composição. Esta correção é feita através de 
uma matriz constituída de um mapa de ganhos 
locais obtidos individualmente para cada foto-
multiplicadora.
Centro de rotação
O centro de rotação é um parâmetro do 
processo de aquisição das imagens em SPECT 
que muito influi no processamento. O algo-
ritmo de reconstrução tomográfica utiliza um 
valor para o centro de rotação que precisa 
coincidir com as coordenadas físicas. Quando 
isso não acontece, justamente porque o cen-
tro de rotação não foi corretamente ajustado, 
as imagens reconstruídas perdem contraste, 
ocorrem distorções na forma, deslocamentos 
laterais, no caso de aquisições em 180°, como 
no exame de perfusão miocárdica.
Controle da qualidade
Como a formação da imagem em Medicina 
Nuclear envolve muitas variáveis, em cada fase 
do processo – da fabricação do radiofármaco à 
impressão da imagem final – é necessário con-
trolar alguns parâmetros condicionantes da boa 
qualidade. Existem vários protocolos de garan-
tia da qualidade que servem de diretriz para a 
rotina de um serviço de Medicina Nuclear, entre 
eles as publicações do: TecDoc da IAEA (1991), 
NEMA (2001), AAPM – Associação Americana 
de Física Médica (1987) e CNEN (1996).
A importância do controle da qualidade 
é evidente, pois, se em algum momento um 
A baixa resolução em energia das gama-câ-
maras guia a uma mistura na detecção de fótons 
primários e espalhados que são indistinguíveis 
após a aquisição. Além disso, distorções no sis-
tema de formação de imagens fazem o centroi-
de do fotopico de energia variar ao longo das 
fotomultiplicadoras. Essas variações degradam 
o espectro de energia e, consequentemente, a 
resolução energética. Esse problema pode ser 
 228 Capítulo 6
dos parâmetros divergir consideravelmente 
dos valores aceitáveis, certamente todo o 
processo de criação da imagem estará com-
prometido. A falta de um controle de qualida-
de rigoroso pode induzir a diagnósticos equi-
vocados pela identificação de artefatos que na 
realidade inexistem.
Anteriormente descrevemos alguns parâme-
tros instrumentais que são avaliados no contro-
le da qualidade. Os protocolos mencionados 
acima indicam a periodicidade com que estes 
testes devem ser executados, como na tabela 
abaixo, e os seus respectivos valores com as de-
vidas tolerâncias.
TESTES
Medida da radiação de fundo
Calibração de energia
Uniformidade extrínseca 
Uniformidade intrínseca 
Resolução espacial extrínseca
Linearidade
Resolução energética
Calibração do centro de rotação
Tamanho do pixel
PERIODICIDADE
Diária
Diária
Diária
Semanal
Semanal
Semanal
Mensal
Mensal
Semestral
Tabela 4 Tipos e frequência de testes de controle da qualidade 
recomendados para a câmara de cintilação
Há duas maneiras de controlar a qualidade 
das imagens em Medicina Nuclear: uma delas 
é através da mensuração de algumas grandezas 
físicas relevantes no processo de aquisição e a 
outra através da habilidade do observador em 
detectar com nitidez a resolução e artefatos 
produzidos pelo sistema. Essas duas modalida-
des são chamadas de forma objetiva e forma 
subjetiva, respectivamente. Os fatores utiliza-
dos para caracterizar uma imagem são a resolu-
ção espacial, o contraste e o ruído.
A resolução espacial pode ser encontrada de 
duas maneiras. A primeira consiste em usar de 
um phantom de barras paralelas, ou um phan-
tom de furos ortogonais, que tem diferentes 
dimensões e analisar visualmente qual a menor 
dimensão que pode ser reconhecida, portanto, 
uma forma subjetiva de analisar a resolução. A 
segunda utiliza o conceito de função de trans-
ferência (MTF), que dá uma especificação mais 
detalhada da resolução espacial (SORENSON, 
1987), que pode ser considerada a maneira ob-
jetiva de análise da imagem.
O contraste é medido pela diferençade tons 
de cinza determinados pela escala do histogra-
ma ou pela intensidade do brilho. O contraste 
do filme e a atividade de fundo são fatores pre-
ponderantes na avaliação do contraste. O con-
traste é calculado para duas situações:
a) Sem radiação de fundo
 Medicina Nuclear 229
onde R1 e Ro são, respectivamente, a razão de 
contagens na região de interesse e numa região 
adjacente.
b) Com radiação de fundo (Rb)
Alguns autores [Links93] afirmam que a fun-
ção mais importante do processamento da ima-
gem é reduzir o ruído e, dessa forma, aumentar 
a SNR (relação sinal-ruído), que, em Medicina 
Nuclear, é bastante baixa.
Percebe-se claramente da expressão acima 
que o contraste diminui quando a radiação de 
fundo está presente. Porém, o espalhamento e 
a penetração septal são os maiores responsá-
veis pela redução do contraste na imagem. O 
processo de reconstrução tomográfica contri-
bui para a minimização desses efeitos, corrigin-
do a superposição de atividade em diferentes 
estruturas, melhorando, dessa forma, o con-
traste da imagem.
O ruído existente no processo de aquisição 
da imagem provém de duas fontes: efeitos ins-
trumentais, conhecidos como ruído estrutural, 
e o processo de decaimento radioativo que, por 
natureza, tem um comportamento aleatório. 
Este tipo de ruído é chamado estatístico. O ruí-
do estatístico é definido em termos da densida-
de de informação (cts/cm2) e segue a estatística 
de Poisson, como descrito a seguir. A densidade 
de informação é dada por
ID (cts/cm2) = R.t
onde R é a razão de contagem e t, o tempo 
de aquisição. O número de contagens registra-
das será dado por
N = A x ID
onde A é a área. E o desvio do padrão, ou 
simplesmente desvio, no valor do pixel será 
dado por 
ou
(relação sinal-ruído para imagem plana)
(relação sinal-ruído para imagens de SPECT)
onde R é o número de pixels reconstruídos 
que contêm contagens.
Parâmetros de aquisição
A aquisição de imagens em Medicina 
Nuclear envolve a escolha de vários parâmetros 
cuja combinação deve ser criteriosamente es-
tudada para otimizar o processo de criação da 
imagem. Destacaremos nesta seção alguns des-
ses parâmetros e seus significados.
A janela de energia é a região de energia na 
qual o sistema irá reconhecer os fótons para a 
formação da imagem. A janela de energia é cen-
tralizada no fotopico característico do radionu-
clídeo em estudo com um delta que varia, de 
acordo com a resolução energética do sistema, 
de mais ou menos 10% a 20% da energia do 
fotopico. Podem ser incluídas outras janelas ao 
longo do espectro de energia com o objetivo 
de identificar o número de fótons espalhados 
que foram contados na janela do fotopico. Essa 
abordagem será detalhada mais adiante, na se-
ção Correções.
O tamanho da matriz e a amostragem angu-
lar (número de projeções) são relacionados no 
teorema de amostragem dado pela equação 2.4 
 230 Capítulo 6
[Bailey95], ou seja, para uma gama-câmara cuja 
resolução for de aproximadamente 8-10mm, a 
matriz de amostragem linear seria de 4-5mm 
por pixel (FWHM/2). Um CFOV (Central Field 
of View) de aproximadamente 300mm de raio 
resultaria em uma matriz de 60x60.
é balancear entre resolução e sensibilidade. 
Os colimadores de alta resolução são os mais 
indicados em SPECT, pois a perda em sensi-
bilidade pode ser corrigida com a técnica de 
amplificação do sinal (SAT).
onde M é o número de elementos amostra-
dos na projeção, isto é, 64, 128, 256.
O tempo por projeção é o tempo no qual o 
detector irá contar os fótons em cada projeção. 
Em SPECT esse tempo fica em torno de 20 se-
gundos por projeção. Esse parâmetro é influen-
ciado pela estatística de contagem, pela dose 
administrada ao paciente, que, pelo princípio 
ALARA, deve ser a menor possível, sem falar na 
posição do paciente, bastante incômoda. 
O ângulo varrido é o arco total no qual as pro-
jeções serão adquiridas. Em SPECT este ângulo 
pode ser 180° ou 360° dependendo do tipo de 
estudo que está sendo realizado. Quando o ór-
gão em estudo se encontra numa região perifé-
rica de um lado do corpo, a aquisição deve ser 
realizada em 180°, como é o caso das imagens 
de perfusão do miocárdio com 201Tl. Para SPECT 
cerebral utiliza-se um arco de 360°.
O raio de rotação deve ser o menor possí-
vel, pois a resolução do sistema diminui com o 
aumento da distância, conforme gráfico mos-
trado anteriormente.
A escolha do colimador se divide entre re-
solução e sensibilidade. Em geral, essas duas 
características são inversamente proporcio-
nais, ou seja, um colimador de alta resolução 
tem baixa sensibilidade. Neste caso, a relação 
sinal-ruído (SNR) nos dados da aquisição piora. 
Por outro lado, os colimadores de baixa re-
solução, mas de alta sensibilidade, reduzem o 
contraste na imagem. Portanto, a alternativa 
Figura 17 Colimadores
Formação de Imagens em PET
A tomografia por emissão de pósitrons (PET) 
assemelha-se ao SPECT no que diz respeito aos 
procedimentos de preparo do paciente, admi-
nistração do radiofármaco e pelo fato de utilizar 
fontes radioativas. Porém, existem grandes di-
ferenças no tipo de radiação, no mecanismo de 
detecção e no processamento. Em primeiro lu-
gar, deve-se injetar um radioisótopo, que é um 
emissor b+ (pósitron), por exemplo, o 18F, que 
tem meia-vida de 110 minutos. Esse material é 
produzido em um cíclotron e, pelo fato de ter 
meia-vida curta, deve ser levado rapidamente ao 
hospital, o que restringe o uso do PET a hospitais 
situados a até 100 km do local onde é produzido.
O pósitron emitido encontra um elétron 
(b- ), e então acontece um fenômeno chamado 
aniquilação, em que as partículas desaparecem 
e são produzidos dois fótons gama de energia 
igual a 511keV em sentidos opostos. A imagem 
Colimadores: Sensibilidade x Resolução
Resolução Sensibilidade
TIPOS:
Ultra-alta resolução
Alta resolução
Propósito geral
Alta sensibilidade
FATORES GEOMÉTRICOS:
Comprimento do furo
Diâmetro do furo
Espessura septal
 Medicina Nuclear 231
de PET será formada pela detecção em coinci-
dência desses dois fótons. Utiliza-se na rotina a 
sigla FDG (fluordesoxiglicose), ou seja, flúor-18 
marcado com glicose. Quanto maior a concen-
tração de FDG no tecido, mais eventos de ani-
quilação serão detectados, o que significa maior 
atividade metabólica.
Porém, durante esse processo podem 
acontecer interações dos fótons com o corpo 
do paciente e, em função disso, existir even-
tos verdadeiros e falsos. Os falsos eventos 
acontecem devido ao espalhamento Compton 
e a eventos chamados de randômicos, quan-
do duas aniquilações são contadas como uma, 
mas em local errado. Esses falsos eventos pre-
judicam a qualidade da imagem de PET, pois 
incluem contagens de eventos em locais ina-
dequados. A figura abaixo mostra a diferença 
entre um evento verdadeiro, um provocado 
por espalhamento e outro randômico.
Figura 18 Aniquilação – 
Pósitron encontra um elétron
O processo de detecção dos fótons pelo equi-
pamento de PET envolve um circuito de coinci-
dência, que trabalha com uma janela de tempo de 
aproximadamente 10ns. Isso torna a eletrônica 
do PET bastante sofisticada. Quando um fóton é 
detectado, o circuito abre a janela de tempo. Se 
neste intervalo de tempo outro fóton for detec-
tado, será registrado um evento de coincidência, 
conforme figura abaixo.
Figura 20 Eventos: (1) Verdadeiro, 
(2) Randômico e (3) Espalhado
0.511 MeV
0.511 MeV
e-
b+0
1
3
2
2
Detector 1 Detector 2
18 F-FDG
b+
Coincidência de detecção
tempo
Evento 2
Evento 1
pu
lso
1
pu
lso
2
ovelap
g(511 KeV) g(511 KeV)
b+ + e-
Figura 19 Processo de detecção de fótons PET
3
2
 232 Capítulo 6
Em PET a quantidade de eventos detectados 
é dividida entre eventos verdadeiros e falsos. 
Os falsos são compostos pelos espalhados e 
randômicos. A taxa de contagens total é dada 
pela soma, ou seja,
Os eventos espalhados e randômicos são 
indesejados, pois incluem contagens em lo-
cais indevidos. As quantidades desses eventos 
aumentam com a dose, de

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