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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI EDUCAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊCIA FÍSICA E MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA GUARULHOS – SP 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 2 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL .................................... 5 2.1 Conceito e Histórico da Educação Especial .......................................................... 6 2.2 Diretrizes da política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva ...................................................................................................................... 7 3 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E EDUCAÇÃO INCLUSIVA ..... 10 3.1 Adaptação do currículo para alunos com deficiência .......................................... 11 3.2 O papel da psicopedagogia na promoção da inclusão e na adaptação curricular.................................................................................................................... 15 3.3 Ajustes no ambiente físico para acesso ao currículo de alunos com deficiência física .......................................................................................................................... 17 3.4 Currículo funcional e a capacitação dos alunos .................................................. 18 Promovendo a inclusão por meio de um currículo personalizado e equitativo.... 20 3.5 A inclusão escolar e a formação docente ........................................................... 22 3.6 Desafios para uma prática pedagógica na perspectiva inclusiva ........................ 29 4 COMPREENDENDO AS DEFICIÊNCIAS .............................................................. 39 4.1 Aspectos gerais da deficiência física .................................................................. 45 4.2 Descrição das deficiências físicas mais comuns ................................................ 49 4.3 Características, causas, prevenção e ação pedagógica ..................................... 53 4.4 Múltipla deficiência .............................................................................................. 55 5 AS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS: CONCEITUAÇÃO E ESPECIFICIDADES .................................................................................................. 56 5.1 Composição das salas de recursos multifuncionais ............................................ 60 3 6 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS ......................... 63 6.1 Construção de uma comunidade inclusiva: desafios e perspectivas .................. 64 6.2 O papel das Tecnologias assistivas .................................................................... 65 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 66 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL A Educação Especial é uma área fundamental no campo da educação, que se dedica a garantir o acesso e a aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais (MACHADO; VERNICK, 2013). Essas necessidades podem estar relacionadas a deficiências físicas, sensoriais, intelectuais, emocionais ou sociais, que demandam abordagens e suportes diferenciados para que o processo educacional seja inclusivo e efetivo. O principal objetivo da Educação Especial é promover a igualdade de oportunidades, o desenvolvimento pleno e a autonomia dos estudantes com necessidades especiais, assegurando que eles possam participar ativamente da sociedade. Para alcançar esse objetivo, são adotadas estratégias pedagógicas específicas, adaptadas às características e potencialidades de cada aluno. A inclusão é um dos princípios fundamentais da Educação Especial. Isso significa que os estudantes com necessidades especiais devem ser incluídos em escolas regulares, na medida do possível, recebendo os apoios e recursos necessários para seu pleno desenvolvimento. A inclusão vai além da mera presença física do aluno na sala de aula, envolvendo também a criação de um ambiente acolhedor, o respeito à diversidade e a valorização das diferenças. É importante ressaltar que a inclusão não deve ser encarada como um processo padronizado. Cada aluno tem suas particularidades e demandas individuais, o que requer uma abordagem personalizada. Para isso, a Educação Especial conta com profissionais especializados, como psicólogos, pedagogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, que trabalham em conjunto com os professores e a equipe escolar para planejar e implementar as estratégias mais adequadas a cada caso. A Educação Especial também envolve a utilização de recursos e tecnologias assistivas, que visam ampliar as possibilidades de aprendizagem e participação dos alunos com necessidades especiais (BASEGIO; CONTE; OURIQUE, 2017). Esses recursos podem incluir desde adaptações no ambiente físico e nos materiais didáticos até o uso de softwares educacionais e dispositivos de comunicação alternativa. 6 2.1 Conceito e Histórico da Educação Especial Como indicamos, anteriormente, o conceito da Educação Especial baseia-se na promoção da igualdade de oportunidades, no desenvolvimento pleno e na autonomia dos alunos com necessidades especiais (STOBÄUS, 2003). Isso implica em estratégias pedagógicas específicas, adaptadas às características e potencialidades individuais. A história da Educação Especial remonta a períodos antigos, embora tenha passado por mudanças significativas ao longo do tempo. Nas civilizações antigas, pessoas com deficiências eram frequentemente marginalizadas e excluídas da educação. No entanto, movimentos sociais e avanços científicos trouxeram uma mudança gradual de perspectiva. No século XVIII, a obra do médico francês Jean-Marc-Gaspard Itard (1774- 1838) com o ‘garoto selvagem’ Victor de Aveyron (1788-1828) lançou as bases para a educação de pessoas com deficiências sensoriais e cognitivas (TEZZARI, 2009). No século XIX, surgiram instituições especiais que buscavam educar crianças com deficiências intelectuais, como a Escola de Paris. Durante o século XX, a Educação Especial passou por transformações significativas. Com a criação de escolas especiais, buscou-se oferecer educação às pessoas com deficiências, separando-as do ensino regular. Porém, essa abordagem segregadora foi questionada e superada pelo movimento da inclusão. A partir da segunda metade do século XX, a inclusão tornou-se um princípio fundamental da Educação Especial. Esse movimento defende que alunos com necessidades especiais devem ser incluídos em escolas regulares, recebendo os apoios necessários para seu pleno desenvolvimento (KASSAR,2011). Avanços tecnológicos também contribuíram para a evolução da Educação Especial. Recursos e tecnologias assistivas, como adaptações físicas, materiais didáticos adaptados e softwares educacionais, têm sido utilizados para ampliar as possibilidades de aprendizagem e participação dos estudantes com necessidades especiais. O objetivo da Educação Especial é garantir igualdade de oportunidades em todos os aspectos da vida, assegurando que todos tenham o direito de desenvolver seu potencial e de serem reconhecidos como cidadãos plenos. 7 2.2 Diretrizes da política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva A educação especial é um modelo de ensino que permeia todos os níveis, etapas e modalidades, presta atendimento educacional especializado, disponibiliza serviços e recursos específicos para esse atendimento e orienta os alunos e seus professores para o uso desse atendimento nas classes comuns do ensino regular (CHAVES; NUNES, 2013). O atendimento educacional especializado, se desenvolve por identificação, elaboração e organização de recursos pedagógicos e de acessibilidade para remover barreiras à participação total do aluno, considerando as necessidades específicas do aluno. As atividades realizadas no atendimento educacional especializado diferem das classes comuns porque não substituem o ensino. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a educação do aluno para independência e autodeterminação na escola e fora dela. O atendimento educacional especializado fornece programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, auxílios tecnológicos e tecnologia assistiva, entre outros serviços. Este serviço deve ser integrado com as questões pedagógicas do ensino comum. A inclusão escolar começa na educação infantil, durante a qual são lançadas as bases necessárias para a construção do conhecimento e seu desenvolvimento global. Nessa fase, o brincar, o acesso a diferentes formas de comunicação, a estimulação do enriquecimento físico, emocional, cognitivo, psicomotor, social e a convivência com as diferenças facilitam o relacionamento, o respeito e a valorização da criança. Do nascimento aos três anos, o atendimento educacional especializado se expressa por meio de serviços de intervenção precoce, destinados a otimizar o processo de desenvolvimento e aprendizagem em articulação com os serviços de saúde e assistência social (CHAVES; NUNES, 2013). Em todas as etapas e modalidades da educação básica, a organização de atendimento educacional especializado para apoiar o desenvolvimento dos alunos constitui uma disposição obrigatória do sistema educacional, devendo esse serviço educacional ser realizado em escolas ou centros profissionalizantes em oposição às 8 aulas comuns. Portanto, as ações de educação especial podem ampliar as oportunidades educacionais, a formação para a vida prática e a efetiva participação social na forma de educação de jovens e adultos e formação profissional. A articulação da educação especial com a educação dos povos indígenas, do campo e quilombola deve garantir a oferta de recursos educacionais especializados, serviços e atendimento em programas educativos baseados nas diferenças sociais e culturais desses grupos. No ensino superior, a transversalidade da educação especial se efetiva por meio de ações que promovam o acesso, a permanência e a participação dos alunos. Essas ações envolvem o planejamento e a organização de recursos e serviços para promover a acessibilidade arquitetônica, a comunicação, os sistemas de informação, o ensino e os materiais didáticos, que devem ser disponibilizados, pesquisados e divulgados no processo seletivo e no desenvolvimento de todas as atividades que envolvam o ensino e a aprendizagem (CHAVES; NUNES, 2013). Para a inclusão de alunos surdos em escolas públicas, educação bilíngue - Língua Portuguesa / LIBRAS, promove o desenvolvimento do ensino escolar na Língua Portuguesa e na língua de sinais, como já mencionado anteriormente, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua na modalidade escrita para alunos surdos, os serviços de tradutor/intérprete de Libras e Língua Portuguesa e o ensino dá, libras para os demais alunos da escola. O atendimento educacional especializado, fornece serviços educacionais profissionais, tanto na modalidade oral e escrita, quanto na língua de sinais. Devido às diferenças linguísticas, os alunos surdos devem dividir as aulas com outros colegas surdos em escolas regulares, tanto quanto possível. O atendimento educacional especializado é desenvolvido por meio de conhecimentos específicos no ensino de língua brasileira de sinais, da Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, sistema Braille, soroban, orientação e movimento, atividades de vida autônoma, comunicação alternativa, desenvolvimento de processos mentais superiores, planejamento de enriquecimento curricular, adequação e produção de materiais didáticos e pedagógicos, uso de recursos ópticos e não ópticos, tecnologia assistiva entre outros (CHAVES; NUNES, 2013). Cabe aos sistemas de ensino, sistematizar a educação especial no ponto de vista da educação inclusiva, possibilitar as funções de instrutor, tradutor/intérprete de 9 Libras e guia intérprete, assim como, disponibilizar um monitor ou cuidador aos alunos com determinada necessidade de apoio nas atividades que fazem parte do dia a dia, tais como, higiene, alimentação, locomoção, entre outras que exijam auxílio constante no cotidiano escolar. Neste contexto e, de acordo com esta definição, entende-se que o AEE deve ser ofertado aos alunos de forma complementar e/ou suplementar ao ensino regular, tendo em conta as particularidades e necessidades de cada indivíduo, e não substituindo o ensino regular. A sigla "AEE" significa "Atendimento Educacional Especializado". Trata-se de um serviço da educação especial que busca oferecer suporte e intervenções específicas para alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, visando a inclusão e a promoção do aprendizado de acordo com as necessidades individuais de cada aluno. Assim, inclui uma atuação diferenciada, não reproduzindo o mesmo conteúdo nem tampouco a metodologia adotada pela escola comum. O AEE é baseado nas necessidades e idiossincrasias do aluno. Ou seja, o AEE deve ocorrer em turno contrário ao horário escolar regular do aluno, em favor do trabalho do outro. Assim, o AEE pode ser caracterizado por uma gama de atividades, recursos instrucionais e de acessibilidade, e adaptações curriculares grandes e pequenas. Essas ações podem ser realizadas em pequenos grupos ou em turnos individuais, ao contrário da escolarização. Em relação aos objetivos do AEE o Decreto n° 7.611 (BRASIL, 2011) dispõe: Art. 3º São objetivos do atendimento educacional especializado: I – Prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular e garantir serviços de apoio especializados conforme as necessidades individuais dos estudantes; II – Garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular; III – fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e IV – assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis, etapas e modalidades de ensino (BRASIL, 2011, p. 2). É importante destacar que o AEE especializado deve incorporar o Projeto Político Pedagógico (PPP) institucional da escola e envolver as famílias para garantir o engajamento e o desempenho dos alunos. O referido atendimento necessita ocorrer atrelado às demais políticas públicas. Contudo, para atuar na área de educação especial, os professores devem passar por uma formação inicial e continuada baseada tantonos conhecimentos gerais da docência quanto nos conhecimentos 10 específicos da área. Esta formação possibilita o ingresso no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o ensino regular em salas de aulas gerais, salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, centros de acessibilidade de instituições de ensino superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial. Ela deverá incluir conhecimentos sobre gestão de sistemas de educação inclusiva com vista ao desenvolvimento de projetos em cooperação com outras áreas que visem a construção de acessibilidades, cuidados de saúde, promoção da assistência social, trabalho e ação judicial (CHAVES; NUNES, 2013). 3 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E EDUCAÇÃO INCLUSIVA Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) desempenham um papel essencial na promoção da Educação Inclusiva no Brasil. Esses documentos foram desenvolvidos pelo Ministério da Educação com o intuito de orientar as práticas pedagógicas e curriculares nas escolas, visando garantir uma educação de qualidade para todos os alunos, inclusive os que possuem necessidades especiais (DUTRA; MARINS, 2005). Trata-se, portanto, de um conjunto de documentos que têm como objetivo principal fornecer diretrizes para a elaboração e implementação dos currículos escolares, considerando a diversidade de estudantes presentes nas salas de aula. A partir desses documentos, busca-se estabelecer uma base comum de conhecimentos, habilidades e valores que todos os alunos devem desenvolver ao longo de suas trajetórias educacionais. No contexto da Educação Inclusiva, esses parâmetros desempenham um papel crucial ao estabelecerem princípios fundamentais que orientam a prática pedagógica inclusiva. Eles enfatizam a importância da igualdade de oportunidades, do respeito à diversidade e da valorização das diferenças, garantindo que todos os alunos sejam acolhidos e tenham suas necessidades atendidas. Dentre os aspectos abordados pelos PCNs, destaca-se a necessidade de flexibilização e adaptação do currículo para atender às especificidades dos alunos com necessidades especiais. Isso implica em oferecer estratégias pedagógicas 11 diferenciadas, recursos e materiais didáticos adaptados, além de promover a acessibilidade física e tecnológica no ambiente escolar. Eles também destacam a importância da formação continuada dos professores, visando capacitá-los para o trabalho com a diversidade em sala de aula. A valorização dos saberes e experiências dos educadores é essencial para que eles possam atuar de forma inclusiva, identificando as potencialidades e necessidades de cada aluno, e adaptando suas práticas para garantir uma aprendizagem significativa a todos. Além disso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) enfatizam a imprescindível participação ativa da família e da comunidade no processo educacional. A colaboração efetiva entre a escola, a família e a sociedade desempenham um papel crucial na criação de um ambiente propício ao pleno desenvolvimento dos estudantes, promovendo uma cultura de inclusão e reconhecendo o engajamento de todos os agentes educativos. Entretanto, apesar de sua relevância, os esforços voltados à implementação bem-sucedida da Educação Inclusiva deparam-se com desafios significativos. Um desses desafios reside na necessidade de um investimento adequado em infraestrutura, recursos e capacitação docente, a fim de assegurar a aplicação efetiva dos princípios preconizados. Outro obstáculo substancial está ligado à conscientização e à transformação de mentalidades em toda a sociedade. A promoção da inclusão escolar exige a transposição de estigmas e preconceitos arraigados, com vistas a instaurar uma cultura de respeito, aceitação e valorização da diversidade. Para alcançar tal objetivo, são essenciais ações enérgicas e campanhas de sensibilização, que visem à desconstrução de estereótipos prejudiciais e à promoção de uma sociedade mais abrangente e equitativa 3.1 Adaptação do currículo para alunos com deficiência No que tange à adaptação curricular para alunos com deficiência, Frias e Menezes (2008) oferecem uma perspicaz análise. Eles destacam que, a fim de efetivamente promover uma abordagem inclusiva capaz de atender às necessidades dos alunos com deficiência dentro do atual cenário educacional, torna-se imperativo realizar uma reavaliação tanto da instituição escolar quanto das abordagens 12 pedagógicas em vigor. Esse processo se destina a garantir benefícios abrangentes tanto para os alunos quanto para os professores. Nesse contexto, a organização e implementação de estratégias de intervenção desempenham um papel central para concretizar essa visão inclusiva. Tais estratégias devem ser meticulosamente planejadas com o propósito de facilitar a efetivação dessa abordagem. O enfoque reside na criação de um ambiente educacional que seja verdadeiramente acessível e que atenda às diversas necessidades de aprendizado, garantindo, assim, uma educação de qualidade para todos os alunos, independentemente de suas habilidades ou deficiências. No entanto, segundo as autoras, é viável estabelecer certas adaptações que possam oferecer soluções simplificadas, práticas e abrangentes para as diversas situações, dificuldades e necessidades especiais encontradas no contexto escolar. Considerando que os alunos com deficiência já estão presentes na escola, cabe a cada um encarar esse desafio para contribuir para que o ambiente escolar se torne um espaço rico e eficaz para a aprendizagem. Nessa perspectiva, a adaptação curricular pode ser entendida como uma forma de reestruturar os conteúdos e metodologias a serem vivenciados por alunos que possuem alguma deficiência, sem experimentar previamente se o indivíduo tem ou não capacidade de aprender (COSTA, 2009). O objetivo é proporcionar oportunidades educacionais e promover a inclusão, garantindo que todos os estudantes possam participar ativamente do processo de aprendizagem. Sá (2008) destaca as propostas de adaptações curriculares descritas nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial do Ministério da Educação (MEC), as quais pretendem promover o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos com deficiências. Essas propostas são embasadas na elaboração do projeto pedagógico e na implementação de práticas inclusivas no sistema escolar, considerando os seguintes aspectos: Uma atitude aderente da escola é diversificar e flexibilizar o processo de ensino-aprendizagem, para atender às diferenças individuais dos alunos. Isso implica em adotar estratégias pedagógicas que considerem as necessidades específicas de cada estudante, proporcionando um ambiente inclusivo e acolhedor. 13 A identificação das necessidades educacionais especiais é fundamental para justificar a priorização de recursos e meios favoráveis à educação desses alunos. Esse processo envolve a avaliação cuidadosa das habilidades, dificuldades e requerimentos específicos de cada estudante, a fim de proporcionar suporte adequado e personalizado. Adotar currículos e propostas curriculares diversificadas, abandonando abordagens uniformes e homogeneizadoras. Isso requer o reconhecimento e a valorização da diversidade de interesses, habilidades e necessidades dos alunos, permitindo a oferta de trajetórias de aprendizagem diversas. Flexibilidade na organização e funcionamento, a fim de responder às necessidades variadas dos alunos. Isso implica em estar aberta a adaptações e ajustes, de modo a atender de forma adequada e personalizada as demandas individuais dos estudantes. Essa flexibilidade pode envolver a criação de turmas com composições diversas, a implementação de diferentes modalidades de ensino e a disponibilização de recursos específicos,entre outras medidas. Ao adotar essa abordagem flexível, a escola promove um ambiente inclusivo e acolhedor, no qual cada aluno recebe o suporte necessário para alcançar seu potencial máximo. Inclusão de professores especializados, serviços de apoio e outros profissionais não convencionais para beneficiar o processo educacional. Essa possibilidade visa proporcionar recursos adicionais e suporte específico aos alunos, atendendo às suas necessidades individuais de aprendizagem. Ao incluir esses profissionais, a escola fortalece sua capacidade de oferecer uma educação inclusiva e de qualidade, permitindo que cada aluno receba o acompanhamento necessário para alcançar seu pleno desenvolvimento. Assim, conforme as orientações mencionadas, os parâmetros de adaptação curricular para o aluno que apresenta deficiência estabelecem as metas de aprendizagem, os métodos e o momento adequados para a aprendizagem, bem como diferentes abordagens de organização do ensino e avaliação do progresso. Isso ressalta a importância de fornecer recursos e apoio adequados para garantir que cada aluno possa alcançar seu potencial máximo (SÁ, 2008). Sobre esse tema Costa (2009) traz o seguinte entendimento: 14 O currículo adaptado implica compreender situações diferenciadas, maneiras diversificadas de apresentar conteúdos que facilitem a compreensão. Nunca será permitida a adaptação do currículo com a intenção de selecionar quais conteúdos o aprendente com deficiência terá condições ou não de aprender. Seria um equívoco pesar adaptação de currículo neste formato (COSTA, 2009). Nessa perspectiva, os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) ressaltam que as interferências curriculares para alunos com deficiência não devem ser encaradas como um processo individual ou uma decisão restrita apenas ao professor e aluno envolvido. Essas canções coincidem em três níveis distintos: No contexto do projeto pedagógico, que engloba o currículo escolar, o objetivo é direcionar a atenção para a organização da escola, os serviços de apoio e as condições estruturais. Isso implica em considerar como a escola está estruturada para atender às necessidades dos alunos com deficiência, garantindo a disponibilidade de recursos adequados e um ambiente acessível. Dessa forma, busca-se criar condições favoráveis para a inclusão e o pleno desenvolvimento dos estudantes com deficiência no contexto escolar. No âmbito do currículo implementado em sala de aula, as adaptações curriculares são realizadas pelo professor e visam principalmente programar as atividades desenvolvidas em sala de aula, visando garantir a participação e o envolvimento do aluno na aprendizagem. Nesse nível, o professor pode contar com a orientação do psicopedagogo, que oferece suporte e direcionamento para a promoção de práticas pedagógicas inclusivas e efetivas. Essas adaptações no currículo em sala de aula são essenciais para atender às necessidades individuais dos alunos com deficiência, proporcionando uma experiência de aprendizado significativa e inclusiva. No nível individual, o professor desempenha um papel crucial na avaliação e no atendimento do aluno com deficiência. É responsabilidade do professor realizar uma avaliação contínua e individualizada do aluno, considerando suas necessidades específicas e seu progresso acadêmico. Com base nessa avaliação, são integradas estratégias e recursos adaptados para atender às necessidades educacionais do aluno, visando promover seu pleno desenvolvimento e aprendizagem. 15 Nessa perspectiva, conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), as preferências curriculares são realizadas conforme as necessidades individuais de cada aluno, podendo variar desde ajustes mínimos até intervenções mais intensivas, dependendo das demandas identificadas. Dessa forma, o currículo é visto como uma ferramenta flexível e adaptável, capaz de promover o desenvolvimento pessoal e social dos alunos, especialmente aqueles com deficiência, por meio de modificações que podem ter diferentes graus de impacto. 3.2 O papel da psicopedagogia na promoção da inclusão e na adaptação curricular A trajetória histórica da Psicopedagogia no Brasil reflete uma contínua e profunda preocupação com a inclusão. Esta ênfase é notória ao considerarmos que a atuação da Psicopedagogia se centraliza no apoio a indivíduos que enfrentam desafios na aprendizagem, alicerçada em uma abordagem profundamente inclusiva. Dentro desse contexto, é de máxima importância reconhecer que essa abordagem inclusiva é concretizada por meio de uma busca constante por referências na prática psicopedagógica. Para efetivamente implantar essa abordagem inclusiva, é imperativo compreender as intricadas dinâmicas presentes nas esferas familiares, escolares e institucionais. Uma análise aprofundada dessas dinâmicas é crucial para entender como elas influenciam a formação e o desenvolvimento do indivíduo durante seu processo educacional. De acordo com Soares e Sena (2012), uma reflexão crítica sobre a importância da contribuição do psicopedagogo no processo de inclusão e na adaptação curricular nos conduz a reconhecer a necessidade de buscar uma educação de qualidade e consciente, que reconheça a diversidade de formas de aprendizado. Isso implica na implementação de abordagens diferenciadas para alunos com diferentes necessidades. Dentro dessa perspectiva, o papel do psicopedagogo é capacitar a comunidade escolar para interagir harmoniosamente com os indivíduos considerados "especiais", proporcionando-lhes oportunidades tangíveis para construir seu próprio conhecimento. Para desempenhar esse papel com eficácia, é fundamental que o psicopedagogo possua um entendimento abrangente das deficiências. Esse 16 conhecimento viabilizará discussões mais profundas sobre novas metodologias de ensino, preconceitos, formas diversas de aprendizado tanto para alunos quanto para professores. Na perspectiva de uma escola inclusiva, a Psicopedagogia desempenha um papel de extrema importância. Quando o psicopedagogo está presente e ativo, ele pode contribuir para o desenvolvimento do potencial do indivíduo com deficiência em seu percurso educativo, auxiliando-o a se tornar um cidadão pleno e integrado à sociedade. Segundo Scoz (2007), a atuação do psicopedagogo na área da educação especial, com pessoas com deficiência, é desafiadora, exigindo planos de trabalho em colaboração estreita com as instituições escolares. Júnior (2012) enfatiza que a atuação psicopedagógica em contextos educacionais inclusivos desempenha um papel de extrema importância, proporcionando apoio efetivo ao indivíduo com deficiência tanto no ambiente educacional quanto no social. Por sua vez, Bossa (2007) destaca que o psicopedagogo, por meio de seus conhecimentos, pode auxiliar a escola no processo de inclusão, abordando questões fundamentais como o quê ensinar, como ensinar e para que ensinar. Além disso, o psicopedagogo pode ajudar os professores a reconhecerem quando sua abordagem de ensino não é adequada à forma de aprendizado do aluno, orientando-os no suporte ao aluno com deficiência, entre outras contribuições (FERREIRA, 2002). Entretanto, Ferreira (2002) destaca que a adaptação curricular desempenha um papel fundamental na inclusão efetiva do aluno com deficiência no sistema educacional inclusivo. Através da adaptação curricular, é possível explorar as habilidades e especificidades de cada aluno adequadamente. Nesse sentido, a atuação do psicopedagogo é indispensável na escola inclusiva, especialmente no processo de adaptação. Assim, a atuação do psicopedagogo pode ser incorporada ao ambiente escolar inclusivo, utilizando alternativas metodológicas e abordagens didáticas que facilitem a inclusão e, principalmente, a educação de indivíduos com deficiência. Isso pode ser alcançado por meiode atendimentos multidisciplinares, incluindo o trabalho psicopedagógico que auxilia na reformulação do currículo escolar. Portanto, é evidente que o psicopedagogo exerce um papel crucial e pode contribuir de diversas maneiras e em diferentes níveis para o sucesso da inclusão de alunos com deficiência nas escolas regulares. Conforme essa perspectiva, a 17 participação ativa do psicopedagogo na busca pela escola inclusiva e pela adaptação curricular é fundamental. Isso ocorre porque é necessário guiar o indivíduo com deficiência em direção a uma formação social e educacional, estabelecendo ligações entre aprender e compreender. O objetivo é fornecer um atendimento e conhecimento que sejam relevantes para sua integração no meio social. O autor enfatiza a importância de vivenciar o processo de inclusão no cotidiano das escolas, buscando abordagens inovadoras e novas formas de pensar e agir. Dessa forma, é possível criar condições para que a inclusão efetiva do aluno com deficiência se torne uma realidade, permitindo sonhar, desejar, criar e alcançar resultados positivos. 3.3 Ajustes no ambiente físico para acesso ao currículo de alunos com deficiência física A maioria expressiva dos alunos com deficiência física requer adaptações no ambiente físico como uma necessidade fundamental para acessar o currículo de forma efetiva. Essas adaptações abrangem diversas áreas, incluindo: Posicionamento Adequado: É crucial promover o posicionamento adequado dos alunos na sala de aula, especialmente para aqueles que utilizam cadeiras de rodas, bengalas, andadores e outros dispositivos de locomoção. Isso implica em criar espaços que permitam a mobilidade segura e eficiente do aluno durante as atividades escolares. Recursos para Atividades: A utilização de recursos e equipamentos adaptados é fundamental para viabilizar a execução das atividades propostas em sala de aula. Itens como pranchas para escrita, presilhas para fixação de papel na carteira, suportes para lápis que facilitem a preensão, presilhas de braço e coberturas para teclado são exemplos de recursos que favorecem a acessibilidade e a participação plena dos alunos com deficiência física nas tarefas escolares. Comunicação Alternativa: Para alunos que não conseguem falar, é essencial explorar recursos que facilitem a comunicação. Sistemas de símbolos, como livros de signos, desenhos e elementos pictográficos, podem ser criados em conjunto com o aluno ou desenvolvidos no 18 ambiente familiar. Além disso, o uso de auxílios físicos ou técnicos, como tabuleiros de comunicação, sinalizadores mecânicos e tecnologia de informática, oferece meios alternativos de comunicação e impulsiona a interação dos alunos com deficiência física no contexto escolar. Acesso Multissensorial: A combinação de textos escritos com recursos de multimídia e sistemas de comunicação diversificados, como desenhos e fala, enriquece a compreensão dos alunos com deficiência física. Essa abordagem oferece diferentes modalidades de acesso ao conteúdo, garantindo que esses alunos possam compreender e se engajar plenamente nas atividades educacionais. É importante ressaltar que alguns alunos podem apresentar, além da deficiência física, deficiência intelectual. A identificação precisa dessa condição é essencial para fornecer respostas educacionais que abordem todas as suas necessidades de maneira abrangente e eficaz. A abordagem inclusiva considera as particularidades de cada aluno, buscando promover um ambiente de aprendizado onde todos possam se beneficiar e contribuir para o processo educacional. 3.4 Currículo funcional e a capacitação dos alunos De acordo com Almeida (2017), o currículo escolar nem sempre consegue suprir de maneira eficaz as demandas dos alunos com necessidades educacionais especiais, uma vez que não é construído com um enfoque funcional. Nesse contexto, o conceito de um currículo funcional, também referido como currículo funcional ecológico, surge com o propósito de proporcionar a cada aluno oportunidades de desenvolvimento que fomentem sua autonomia, aprendizado e integração harmoniosa com seu ambiente natural. O currículo funcional busca assegurar a inclusão e o pleno desenvolvimento de cada indivíduo, levando em conta suas particularidades e necessidades específicas. Por meio dessa abordagem, o objetivo central é capacitar os alunos não apenas com conteúdos acadêmicos, mas também com habilidades práticas e competências que lhes permitam levar uma vida independente e participativa. Dentro do contexto da educação inclusiva, o propósito do currículo funcional é 19 identificar e cultivar habilidades que permitam às pessoas com necessidades educacionais especiais uma participação mais abrangente em suas vidas cotidianas. Isso abrange não somente o ambiente escolar, mas também se estende ao local de trabalho, atividades de lazer e à sociedade como um todo. O objetivo principal é capacitar os alunos a desenvolver competências práticas e emocionais que promovam sua autonomia e integração social. Esse enfoque visa proporcionar a esses alunos uma base sólida para uma vida plena e significativa, onde possam não apenas alcançar metas acadêmicas, mas também participar ativamente em diferentes contextos, construindo assim um futuro enriquecedor e independente A filosofia subjacente ao currículo funcional visa proporcionar a todos os alunos, não apenas àqueles com necessidades educacionais especiais, o desenvolvimento de habilidades que sejam benéficas tanto no presente quanto no futuro. Além disso, essa abordagem estimula a interação do aluno com seus colegas da mesma faixa etária, promovendo a inclusão e a participação social de forma mais ampla. Desse modo, o currículo funcional direciona-se para as necessidades atuais e futuras do aluno, levando em consideração suas competências e requisitos através de uma "análise discrepante". Essa análise discrepante envolve a comparação das habilidades listadas no processo de execução das tarefas com o desempenho real do indivíduo nessas habilidades. Essencialmente, a discrepância entre o que é esperado e o que é realmente alcançado é avaliada, possibilitando uma compreensão mais precisa das áreas onde o aluno necessita de apoio e desenvolvimento. Dessa forma, o currículo funcional é uma abordagem adaptativa que busca atender às demandas individuais de cada aluno, identificando lacunas entre suas habilidades existentes e as habilidades necessárias para uma participação eficaz em diferentes aspectos de sua vida. Assim, as recomendações são feitas para facilitar e ampliar a participação das pessoas com deficiência em todas as atividades. As instruções, tarefas e materiais são selecionados considerando a idade cronológica do indivíduo, bem como o ambiente escolar, familiar e social em que ele está inserido., abrangendo uma variedade de áreas, como atividades da vida diária, trabalho/vocacional, recreação/lazer, atividades comunitárias e educação escolar regular. O currículo funcional é desenvolvido com base nas informações fornecidas pelo 20 estudante e sua família. Seu objetivo é criar um currículo altamente personalizado, permitindo que a pessoa consiga transferir e generalizar o aprendizado de uma situação para outra, naturalmente, ele é projetado para integrar sequências de atividades que respeitem os níveis de dificuldade, enfocando um ensino relevante e funcional, visando, desenvolver atividades que sejam imediatamente utilizadas pelos alunos após a aprendizagem e sejam úteis em seu dia a dia. Devido às suas características, a elaboração desse tipo de currículo requer mais tempo, uma programação complexa e a participação de todos os envolvidos. Além disso, é necessário selecionar habilidades que ocorram com frequência no ambiente natural do indivíduo, como em casa, na escola, nasatividades de lazer e no trabalho. Isso garante que o aprendizado seja aplicável e significativo para a vida diária do aluno (ALMEIDA, 2017). Promovendo a inclusão por meio de um currículo personalizado e equitativo Segundo Nunes e Rodrigues (2020), a educação inclusiva, em sua essência, compromete-se com os princípios de um currículo coerente, que busca a equidade e o respeito à diversidade, atendendo às necessidades de cada aluno. O Currículo Funcional Natural (CFN) proporciona máxima autonomia e integração social, abrangendo desde habilidades básicas até habilidades acadêmicas, como leitura e escrita. A utilização da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) na construção do currículo contribui para uma visão abrangente das diferentes dimensões do ser humano e sua saúde, considerando os aspectos biológicos, individuais e sociais das pessoas com deficiência. Ao abordar a importância da aplicabilidade de um currículo que atenda às necessidades dos alunos, Mantoan (1998) destaca que a autonomia, nas deficiências motoras ou sensoriais, consiste em habilidades alternativas que, diante das limitações das pessoas, permitem uma adaptação adequada às tarefas essenciais Dessa forma, o currículo funcional promoverá a autonomia e a adaptação dos alunos com deficiência, considerando suas necessidades específicas e fornecendo-lhes as habilidades necessárias para realizar as tarefas essenciais em sua vida cotidiana. Ao adotar abordagens curriculares flexíveis e adaptativas, é possível proporcionar aos alunos com deficiências e NEE uma aprendizagem significativa, 21 permitindo que eles desenvolvam habilidades relevantes para suas vidas cotidianas. A ênfase na realização de atividades físicas e naturais contribui para a generalização das habilidades, ou seja, a capacidade de aplicar o que foi aprendido em diferentes contextos e situações. A eficácia da prática inclusiva baseada em um currículo adequado é crucial para o progresso e a participação dos alunos com deficiências ao longo de sua trajetória educacional e em sua transição para a vida adulta. Portanto, a elaboração de um currículo adaptado às necessidades dos alunos é um componente essencial para promover uma educação inclusiva e demonstrar o impacto positivo da prática pedagógica nos contextos educacionais atuais e futuros. O Currículo Funcional Natural (CFN) é especialmente apropriado para alunos com necessidades educativas especiais (NEE), devido às seguintes razões: coloca a pessoa no centro do processo educacional, reconhecendo sua individualidade e singularidade; concentrar-se no desenvolvimento de habilidades relevantes e capacidades para a vida cotidiana; defender que todos os alunos, independentemente de suas limitações, têm capacidade de aprendizagem; valorizar a participação ativa da família no processo de ensino e aprendizagem (SUPLINO, 2005). Ao utilizar a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) na elaboração do CFN, é possível compreender melhor o desempenho funcional da criança com deficiência e identificar as barreiras que precisam ser superadas (SOUZA E ALPINO, 2015). O CIF fornece uma estrutura sistemática para a elaboração de um currículo inclusivo que atenda e respeite a diversidade dos alunos, promovendo a equidade e facilitando a inclusão. Portanto, a combinação do CFN com a utilização do CIF como referência fornece uma abordagem pedagógica que valoriza as habilidades e necessidades individuais dos alunos com NEE, promovendo um currículo personalizado e inclusivo. Ao considerar o CFN e o CIF em conjunto, é possível desenvolver um currículo que atenda às necessidades dos alunos, respeite sua diversidade e promova uma educação inclusiva e equitativa (NUNES E RODRIGUES, 2020). 22 3.5 A inclusão escolar e a formação docente A integração de crianças com deficiência em salas de ensino regular pode ser um desafio para os professores, que muitas vezes não foram preparados ou não optaram por essa formação durante seus cursos. Infelizmente, muitos professores afirmam estar despreparados para trabalhar com pessoas com deficiência, o que se torna uma barreira para a inclusão. Isso pode dificultar o processo de inclusão e o sucesso acadêmico desses alunos. (MANTOAN, 2004). É claro que o medo do corpo docente está relacionado à falta de conhecimento necessário para enfrentar as condições específicas demandas por aqueles que possuem necessidades especiais, o que pode criar resistência ou rejeição em relação à inclusão. Segundo Mittler (2003), no entanto, os professores já possuem o conhecimento e as habilidades suficientes para realizar tais tarefas. Segundo autor, o que muito ocorre é falta de confiança dos professores em suas próprias habilidades. Contudo, o autor não nega a importância da formação, pelo contrário, acredita que: Embora muitas perguntas permaneçam sem resposta, existem oportunidades disponíveis, atualmente, para o desenvolvimento profissional, este é um passo importante para todos os professores e, portanto, para todas as crianças (MITTLER, 2003, p. 237). Entretanto, para que a inclusão seja efetiva, não basta que os professores tenham formação adequada. É fundamental que as escolas estejam dispostas a superar as barreiras que elas próprias criam, e que toda a comunidade escolar esteja comprometida e aberta às mudanças necessárias para o desenvolvimento desse processo inclusivo. A inclusão requer uma ruptura com os modelos tradicionais de ensino, uma mudança que coloque o aluno como sujeito do processo, ciente de que ele tem seus limites mesmo na ausência de uma deficiência visível (MITTLER, 2003). O primeiro contato direto com a realidade da educação inclusiva acontece no dia a dia das salas de aula. Desde o surgimento da educação inclusiva até os dias atuais, muitos professores relatam a necessidade de buscar leituras e cursos para se especializarem e adquirirem conhecimentos que lhes permitam buscar soluções e esclarecimentos para desenvolver novas práticas pedagógicas e compreender melhor como se dá a inclusão na classe regular. Acredita-se que os professores podem ser grandes facilitadores ou grandes empecilhos para a inclusão, e por isso é fundamental que estejam preparados e engajados no processo 23 Bueno (1999) identificou quatro desafios principais para a formação de professores em educação inclusiva: a necessidade de uma formação teórica sólida, que envolva diferentes processos e procedimentos pedagógicos e contemple tanto o saber teórico como o saber prático; a capacidade de explicar as mais diversas diferenças, incluindo a inclusão de crianças com deficiência no processo educativo formal; uma formação específica sobre as características, necessidades e procedimentos pedagógicos das diferentes áreas da deficiência. Os estudos desenvolvidos sobre a inclusão de alunos com deficiência no ensino regular revelam uma quantidade expressiva de investigações, como apontado por Ferreira, Mendes e Nunes (2003). Esses estudos ressaltam a importância de rever os programas de formação inicial e continuada dos profissionais e professores que atuam com esses alunos, incluindo a educação para pessoas com deficiência na formação de professores. É fundamental superar a noção de que a formação e atuação do professor devem ser isoladas em relação à educação especial. No contexto apresentado, as pesquisas conduzidas por Ferreira e Ferreira, Góes e Laplane, Martins e Mendes (2004), Mittler (2003), Padilha (2001), Kassar (2011) e Bueno (2000) demonstram que a formação inicial e contínua de professores desempenha um papel fundamental para que estes estejam aptos a lidar com a diversidade. Essa formação deve ser direcionada tanto para os educadores que atuam no atendimento educacional especializado, quanto para os que oferecemsuporte e auxílio à inclusão. Portanto, compreende-se que a responsabilidade dos professores especializados vai além da intervenção nas demandas específicas, englobando também a colaboração com a família, a escola e a comunidade. Esses profissionais desempenham um papel crucial no apoio ao projeto pedagógico e na contribuição para a adaptação das práticas educativas ao ambiente escolar. Os debates e análises que foram elaboradas para a formação e professores no processo inclusivo buscam incentivar a necessidade de repensar e reinventar programas de formação de professores, especialmente em pedagogia, considerando a constituição de conhecimento e práticas pedagógicas que certifiquem o direito à diversidade, e ao acesso ao conhecimento e a inclusão de todos os alunos com deficiência. Acolhendo as diferenças individuais e preparando os professores para as escolas inclusivas sendo este o principal desafio na educação hoje. 24 Ao abordar o tema da inclusão escolar e a formação dos educadores, é indispensável fazer algumas reflexões. É primordial acabar com os velhos paradigmas. No entanto, toda quebra de paradigma ou crise é carregada de incertezas e inseguranças. É comum surgirem pensamentos como 'não sei o que fazer'. Ao mesmo tempo, essa crise é um impulso para encontrar novas alternativas, conhecimentos e explicações que suportem a realização de mudanças. Assim, como discutido por Mantoan (2006), a mudança centrada na inclusão significa que as escolas não podem continuar a ignorar o quadro do que se passa à sua volta. Não pode continuar eliminando e marginalizando as diferenças culturais, sociais e étnicas no processo de formação e educação dos alunos. Conforme Martins (2006), essas mudanças pretendem se constituir enquanto uma pedagogia voltada para o aluno, o que contribui para a construção de sociedades que respeitam a dignidade e as diferenças humanas. Estudiosos alertam que um dos desafios na busca por uma educação inclusiva é evitar a distorção ou redução das ideias que envolvem esse tema. Por exemplo, embora os termos "integração" e "inclusão" sejam usados como sinônimos, é importante destacar que existem diferenças reais de valores e práticas entre eles. Por isso, reflexões sobre as ideias de integração e inclusão nas escolas são relevantes para alcançar uma educação verdadeiramente inclusiva. Na visão de Mantoan (2006, p.19), a inclusão escolar deve ser abordada de forma radical, integral e sistemática, garantindo que todos os alunos, sem exceção, frequentem o currículo do ensino regular. O processo inclusivo exige uma mudança profunda no sistema e na cultura escolar, demandando um novo olhar sobre as pessoas e uma mudança de mentalidade para que todos sejam respeitados, independentemente de suas diferenças. É importante compreender que a inclusão vai além de simplesmente colocar pessoas "diferentes", como pessoas com deficiência ou de diferentes raças, no ensino regular. Trata-se de transformar a escola para que as crianças não sejam excluídas ou discriminadas por serem diferentes, criando uma nova lógica que promova a equidade e a diversidade na educação. Cada pessoa é única justamente porque existem diferenças entre elas. Para que a inclusão seja efetiva, mudanças nas escolas são essenciais, a começar pelo desmantelamento das práticas de segregação e o abandono de todas as formas de discriminação contra alunos com deficiência ou qualquer outra forma de 25 discriminação. A diversidade e o enriquecimento das diferenças, permitem o alargamento, identificação e a diferenciação, contribuindo assim para o crescimento de todos os intervenientes no processo educativo (MANTOAN, 2006). As escolas inclusivas devem ser exemplos de excelência educacional, capazes de fomentar a aquisição, a persistência e o êxito dos alunos, independentemente de suas necessidades e oportunidades de aprendizado. Isso porque cabe às escolas o papel fundamental de formar cidadãos com habilidades para alcançar e manter um patamar satisfatório de conhecimento. Neste contexto, a educação inclusiva requer uma escola aberta para todos alunos, pois se propõe a incluir todos os excluídos da escola, garantir a qualidade da educação, considerar as diferenças e valorizar a diversidade. Como aponta Rodrigues (2006), é um erro pensar que a educação inclusiva é para alunos 'diferentes', porque somos todos 'diferentes'. A educação pautada pela inclusão é uma ferramenta eficaz para a construção de uma sociedade que respeita as pessoas e suas diferenças e propicia uma educação que atenda à singularidade de cada indivíduo. A educação inclusiva traz um novo paradigma de educação. Assim espera-se do novo perfil que o professor seja capaz de entender e praticar a diversidade e esteja aberto a práticas inovadoras. Deve aprimorar o conhecimento sobre a melhor forma de lidar com as características individuais de cada aluno (habilidades, necessidades, interesses, experiências, etc.) para que essas informações e necessidades sejam consideradas no planejamento das aulas (ALMEIDA, 2007). Nesse sentido, deve-se considerar, como indica Almeida, que “[...] a formação de professores é mais do que apenas informar e repassar conceitos, é prepará-los para um outro tipo de educação que mude sua relação com os conteúdos disciplinares e com o educando” (ALMEIDA, 2007, p.336 Ressalta-se, portanto, que a formação básica é um momento importante na formação dos professores, pois é nesse período que o futuro professor tem a oportunidade de se familiarizar com as situações que provavelmente enfrenta ou enfrentará no seu fazer pedagógico. Esta formação por si só não é suficiente para desenvolver as competências necessárias para garantir o sucesso de práticas de ensino que incorporem princípios inclusivos. Esta competência de gestão inclusiva só se adquire através de formação contínua, reflexiva e em grupo (ALMEIDA, 2007). Rodrigues (2006) defende fortemente o desenvolvimento de competências na 26 educação inclusiva, o que só pode ser feito de forma adequada na formação continuada se puder ter uma fase de sensibilização na formação inicial. Esta prática deve ser de constante reflexão e mudanças. A formação de profissionais docentes não deve ser limitada ou restringida nem tampouco extinguir-se na formação inicial. Em vez disso, deve também estender-se a melhoria contínua, porque os professores são profissionais e devem estar sempre compensando a formação para atender as diferentes deficiências nos dias atuais. Essas ideias destacam a importância da universidade na formação de docentes para a Educação Básica, que têm a responsabilidade de formar cidadãos capacitados, incluindo aqueles com deficiência. Portanto, é fundamental que a formação docente inclua reflexões sobre a inclusão e práticas pedagógicas que considerem a diversidade dos alunos e suas necessidades individuais. Conforme assinala Martins (2006), as universidades, sobretudo as que se dedicam à formação de profissionais da educação, precisam assumir cada vez mais o seu papel de formadoras de profissionais docentes, de forma a fazer face à diversidade de alunos dos diferentes níveis de ensino na hora de agir. Ressalta-se que a formação de professores, não deve esgotar-se na fase inicial, pois, reflete o currículo que foi desenvolvido para as licenciaturas. As reflexões demonstram que as transformações na formação de professores devem permitir um preparo que vá além das questões teóricas, práticas e metodologias, para efetivamente promover a inclusão escolar. Esse novo modelo de educação valoriza a diversidade, sendo essencial para respeitar cada indivíduo como único. Esse princípio exige que os professores eliminem qualquer forma de homogeneidade em suas práticas, para garantir uma abordagem inclusiva e equitativa Segundo Reis (2006), a formação acadêmica dos professoresdeve prepará- los para conviver e aprender e ensinar com os outros, respeitando suas características sociais, biológicas e cognitivas que nos diferenciam uns dos outros, portanto, podemos dizer que isso é a essência de um homem. É primordial investir realmente na formação dos professores, pois, destina-se a ajudá-los a desmistificar noções e preconceitos e torná-los mais conscientes, determinados, participativos e comprometidos com a construção de uma sociedade mais democrática. A permanência na educação inclusiva significa mudar de atitude de todos os envolvidos no processo educativo, lidando com as práticas corajosas, analisadas e 27 apoiadas, pois esta é uma abordagem inclusiva. Marques e Marques (2003) salientam que não existe receita pronta, por isso não há caminho a trilhar, mas a abrir. A única ferramenta que temos hoje para iniciar essa jornada é a identificação da necessidade de quebrar radicalmente a noção de absoluto, o padrão homogêneo de comportamento e corpo, abraçando a diversidade. Nesse caso, ser educador é um desafio, mas acima de tudo, é um privilégio. Educação em tempos de convulsões e revoluções de acordo com a sociedade exige muitas habilidades dos professores, como sensibilidade, flexibilidade, perspectiva moderna, interação, capacidade e vontade de trabalhar em grupo, ou seja, com o coletivo. Ao longo do tempo, a profissão docente vem sendo baseada por um trajeto que oscila entre os modelos que direcionam em conta os conhecimentos fundamentais e modelos práticos, que são tidos como relevantes, conforme os métodos e técnicas. O amplo domínio e a compreensão do processo no contexto atual, tais como, ensinar e aprender, são aspectos primordiais do saber pedagógico que faz parte de um repensar abrangente do conhecimento para os educadores. Mas ainda é muito importante considerar os caminhos da vida, tanto a nível pessoal, assim como, profissional, crenças e perspectivas sobre a educação, o mundo e as crianças são fatores cruciais, afetando a prática educacional diária (MARQUES; MARQUES, 2003). Na verdade, isso leva os professores a se preocuparem não apenas com o que devem ensinar, mas por quê, a quem ensinar e como ensinar. Deve-se entender nesse processo que a pessoa que ensina, está inclusa na construção do conhecimento, numa dialética constante e ininterrupta. Assim, a reconfiguração do papel do professor é um evento simultâneo tanto na prática de sala de aula quanto no cotidiano das instituições escolares (MARQUES; MARQUES, 2003). Portanto, os professores, assim como a sociedade e os alunos, são afetados por essa necessidade de atualizar constantemente seus conhecimentos e habilidades, fazendo-se necessário organizar-se para que isso seja possível, ou seja, ter a oportunidade de dominar a arte da inclusão e do ensino. Nesta premissa, a formação de professores é um componente essencial para o desenvolvimento da cultura. Dessa forma, seu campo de atuação especializado é o conjunto de conhecimentos de saberes adquiridos no exercício do magistério com prática docente, na qual, constrói-se em sua formação inicial que deverá ser alargada nas ações de 28 formação em um contexto de trabalho que se encontrem envolvidos, nas novas ações exigidas pelo indivíduo para a formação profissional e pessoal (MARQUES; MARQUES, 2003). Os professores são profissionais que trabalham em conjunto com a diversidade, tendo a consciência e responsabilidade por desenvolver com sucesso uma aprendizagem diversificada nas múltiplas capacidades dos alunos, não apenas a transferência de conhecimento, significa que um profissional é representado não apenas tecnicamente, mas intelectual e politicamente. Em conclusão, tendo em conta a inclusão de crianças com deficiência em centros educativos, e sabendo que esta inclusão visa inverter processos de exclusão de todo o tipo, cabe novamente ao professor fazer um esforço para enriquecer os seus conhecimentos sobre esta temática, tornando possível para ser eficaz em beneficiar de aprendizagem. Portanto, é fundamental que o trabalho em sala de aula seja apoiado por uma vasta gama de conhecimentos acerca do comportamento, limitações e necessidades dessas crianças (MARQUES; MARQUES, 2003). É preciso que os professores busquem novas opções para se fortalecer nesta nova estrutura para que possam construir, explicar e interpretar sua prática, mas não de forma ingênua, mas ‘perseverante’ em um desenvolvimento de um processo inclusivo, entendendo a palavra compromisso como está implícito, ou seja, se o professor respeitar a singularidade que existe na sala de aula, sua atuação afetará positivamente as possibilidades de cada aluno. Neste caso, ao tomar a decisão e selecionar certos métodos e procedimentos de resolução de conflitos, os professores fazem mais do que apenas escolher uma forma de ação. Ele considera e avalia diferentes suposições, estabelece critérios para as melhores escolhas, sempre pensando na prática docente de forma flexível (MARQUES; MARQUES, 2003). Contudo, os professores devem estar preparados para enfrentar, pensar e analisar suas crenças, valores e teorias sobre o processo de ensino, e aprendizagem, especialmente para crianças com deficiência, o que permite reestruturar seu pensamento, alicerçado numa base sólida de conhecimentos. Nesse sentido, os professores precisam refletir sobre sua própria prática. E, nessa reflexão, podem discutir os motivos pelos quais as diferenças nos ambientes escolares são subestimadas. É preciso acreditar nas escolas inclusivas, ter uma visão inclusiva não 29 só aceitando, mas valorizando a diferença porque entende que é na diferença que a criança cresce, se firma, se constitui (MARQUES; MARQUES, 2003). 3.6 Desafios para uma prática pedagógica na perspectiva inclusiva Abandonar o plano ideal em prol de uma prática relacionada as condições objetivas não significam desistir do sonho de realizá-lo, mas sim agir de maneira a contribuir para um projeto de vida e escola que possibilitem uma sociedade melhor e um mundo possível. Devemos encarar esse projeto como uma forma de transformação e esperança (GADOTTI, 2008). Para Gadotti (2008), a prática é fundamental para cumprir objetivos voltados à construção de projetos que mobilizem múltiplos setores no campo da educação. Para que a educação possa acontecer e superar os desafios relacionados ao processo educacional, é necessário desenvolver ações pautadas no respeito à singularidade de cada indivíduo. Dessa forma, é possível realizar o sonho de uma diversidade direcionada à inclusão, tornando-a uma realidade. No entanto, a constituição dessa prática depende também do enfrentamento de diversos problemas. Por exemplo, da presença de alunos com deficiência nos espaços escolares decorre questões em vários domínios: do ponto de vista pedagógico formativo, os professores questionam a sua preparação acadêmica para a docência; do lado da aprendizagem, faltam materiais adaptados às necessidades dos alunos e professores, ocasionando ao acesso insuficiente em relação aos conteúdos curriculares, embora em tempos atuais exista uma quantidade expressiva de recursos. Ainda há uma escassez aguda de equipamentos em algumas disciplinas para a inclusão escolar, estes estão associados a algumas deficiências, como por exemplo, as disciplinas de Ciências e Geografia. Esse quesito foi relatado minuciosamente, nos trabalhos de Sá (2009) Gonçalves, Viana e Santos (2009). Dessa forma, vamos fazer a seguinte pergunta a você: quais são as indicações para que se possa considerar uma prática pedagógica verdadeiramente inclusiva? Partimos da premissa de que a universalidade das práticas educativas, não pode ser analisada de forma cartesiana ou não inclusiva, pois, a inclusão na educação consiste em ações em diversas frentes, como acesso, persistência, aprendizado do aluno,30 capacitação, prática e conscientização do professor, bem como, adequação, sensibilização dos espaços físicos para convivência com as diferenças, entre outros aspectos. Conforme destacado por Silva (2007), é importante entender a inclusão como um direito social que vai além da deficiência. Embora o movimento de inclusão na educação seja voltado para pessoas com deficiência, o discurso ligado às instituições internacionais e organismos governamentais, por meio de publicações e outros meios de comunicação, indica que a inclusão deve ser analisada não somente no sentido de expansão de oportunidades escolares, mas sim numa compreensão mais ampla de sociedade inclusiva Em um sentido amplo e ilimitado, a inclusão não deve ser única para as normas de acesso, permanência e aprendizagem dos espaços escolares. É necessário que crie novas visões para pessoas com deficiência e respeitar suas características que são únicas. Contudo, usaremos uma perspectiva inclusiva para expressar a educação, dessa maneira para que a inclusão aconteça, ela passa primeiramente por um sistema de consentimentos e construção de linhas que muitas vezes não atinge seus objetivos de forma totalitária, alimentando assim, expressões como inclusão reversa, inclusão explícita, inclusão incipiente entre outras (FONTES, 2009). É importante enfatizar que a formação de professores em relação a prática não é de forma alguma a única questão norteadora para a melhoria da qualidade do ensino. É preciso entender que o fracasso escolar é resultado de um sistema educacional rígido que segue decisões políticas e econômicas. Neste sentindo, da prática inclusiva, a experiência docente se desenvolve de forma descontextualizada em relação às reais necessidades do indivíduo e do espaço, transferindo seu ‘fracasso’ para o aluno com deficiência, entendendo que a deficiência é apenas do indivíduo e não do sistema escolar que ele pretende aderir. Para os professores, esse falso pensamento é em grande parte sobre qualificar esses alunos para lecionar apenas por meio de cursos e acreditar que a inclusão estará ‘garantida’ após esses cursos. Com isso, surge a ideia de uma preparação específica, através das práticas, métodos e técnicas (FONTES, 2009). No recorte brasileiro, temos uma série de medidas abruptas de “inclusão” no ambiente escolar e o pouco engajamento familiar, também proveniente da ausência de conhecimento dos seus direitos ou por uma negação contínua da existência da 31 deficiência. Encontra-se uma cultura assistencialista, de acomodação, afetada pelas implicações socioeconômicas, culturais e políticas, para pais responsáveis pelos alunos, "frequentados em escolas públicas brasileiras sem conhecer seus direitos". O resultado é que a vulnerabilidade da ação de educação inclusiva permanece muito pontual e descontínua nos diferentes sistemas educacionais” (FONTES, 2009, p. 43). Quando nos referimos às medidas de inclusão repentina no ambiente escolar, nos referimos ao conceito introdutório entendido como medidas pedagógicas inclusivas, que surgiram principalmente na década de 90, antes das diretrizes e da Lei 9.394/96 que as fundamentava. Nesse período, a inclusão era entendida como uma medida emergencial que deveria ser consolidada a todo custo e não diretamente vinculada à preparação prévia dos espaços escolares e dos demais profissionais que neles atuavam (LDB/9394/96). Esse olhar se subsidiava na interpretação de documentos internacionais como a Declaração dos Direitos Humanos, por exemplo, e nacionais como a Constituição Federal de 1988, que estabelece a educação como direito de todos e, assim sendo, deveria ser realizada indiscutivelmente. Não se justifica, portanto, ao nosso ver, uma formação especifica para a inclusão escolar, e que o tema deficiência se pulverize entre as disciplinas curriculares, preparando profissionais com uma nova visão de educação das pessoas com ou sem deficiência (MANTOAN apud FONTES, 2009, p.45). De acordo com essa leitura, a superestimação da formação profissional de professores não ajuda o trabalho inclusivo, porque as práticas de ensino inclusivo acontecem quando os professores recuperam a confiança em suas habilidades de ensino como forma de abordagem global. Segundo Fontes (2009, p. 45), "Essa linha propõe a fusão de modelos de educação especial e regular baseados em um novo modelo de educação baseado no conceito de escola única”. A especialidade da formação geral, não pode ser separada, levando em consideração que o ato docente de ensinar já demonstra muitas demandas que não são contempladas, por exemplo, as más condições de trabalho, materiais escassos e/ou sucateados e quando existem não tem disponível a quantidade ideal para os alunos, violência contra o docente, a falta da família, entre outros diversos fatores. A educação é como uma construção coletiva, que não começa nem termina com o professor, mas faz parte deste processo. Na grande maioria dos casos, não conta com o suporte necessário para o desempenho de suas funções relacionadas à inclusão de 32 alunos com deficiência. De acordo com Oliveira (2009), incluir alunos com deficiência em salas de aula regulares sem fornecer apoio e ajuda adequados aos educadores não é suficiente. Essa abordagem pode parecer apenas uma forma de contabilizar esses alunos como mais um número na sala de aula, sem considerar suas necessidades individuais e o suporte necessário para que possam ter uma experiência educacional significativa. O autor argumenta que a inclusão requer mais do que apenas a presença física dos alunos na sala de aula, e que os professores precisam de treinamento e recursos para ajudá-los a trabalhar com alunos com necessidades especiais. Além disso, os pais e familiares desses alunos também precisam de apoio para ajudar a garantir que seus filhos recebam a educação adequada. Em suma, Oliveira defende que a inclusão deve ser acompanhada de uma abordagem abrangente que inclua a formação adequada dos educadores, a provisão de recursos adequados e o envolvimento dos pais e familiares dos alunos. Sem isso, a inclusão pode ser pouco mais do que uma fachada, sem realmente beneficiar os alunos com deficiência. Dessa forma, as práticas educativas são fenômenos sociais, ou seja, é o uso de tendências referências específicas voltadas para as questões sociais. Por um lado, o dia a dia da rotina educacional, pode ser observado na dimensão docente, ligado ao ato de ensinar que está diretamente vinculado à aula propriamente dita. Por outro lado, é compreensível que as rotinas educativas, não sejam apenas uma dimensão estática da sala de aula, mas um significado transformado em sentido. A rotina educativa não é, portanto, a soma total de significados que compõem o conteúdo de uma aula. Requer conhecimentos prévios: sociais, culturais e políticos; tanto as informações pedagógicas, como as não didáticas são importantes para os ambientes educativos. Os alunos são sujeitos em formação que se desenvolvem para ampliar seus conhecimentos através de valores, princípios, saberes e aprendizados proporcionados pelas práticas educativas em sala de aula, principalmente da relação estabelecida entre professor e aluno. No Brasil, a Constituição de 1988 e a LDB 9.394/96 (Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional) ressaltam a relevância e a urgência da educação de permitir a inclusão educacional, como elemento formador da nacionalidade. A inclusão das pessoas com deficiência nas escolas e na sociedade, visa proporcionar-lhes 33 oportunidades iguais, apesar das diferenças, e está vinculada ao acesso e permanência em estabelecimento de ensino, tendo direito à educação, saúde, cultura, trabalho, ao lazer e à atividade física (MAGNUS, 2017). Para que aconteça a inclusão deve haver a aprendizagem. Para isso, é necessário rever o currículo, que deveser ampliado para levar em conta o desenvolvimento de todos os alunos, excepcionais ou não, e não apenas resumir a experiência acadêmica. Quando se trata de educação inclusiva, não especifica para quem, mas se proclama uma educação de qualidade e se compromete com todos para que não o isole com nenhuma desculpa ou motivo. A diversidade existe sim, mas é preciso olhar por outro ângulo. É a diversidade que impulsiona a reflexão e nos permite crescer e amadurecer como pessoa. A educação inclusiva orienta crianças e jovens a aprender a buscar com os outros para fazer seu próprio caminho em uma sociedade de todos, permitindo seu horizonte da vida, numa educação de responsabilidade e compromisso para sua cidadania. A educação inclusiva não justifica o desmantelamento das escolas especiais. Existe uma resistência relacionado ao processo de inclusão para as pessoas com deficiência em escolas regulares, conforme o grau da deficiência apresentada, considerando que a escola deve estar respaldada, através dos seus currículos, organizando as propostas que caracterizam a política do processo educacional de uma escola especial. Não pode haver processo de inclusão e desenvolvimento se todos, principalmente os educadores, não forem incluídos em um processo constante (re) construção do mundo. Inclusão não é uma doação ou um ato de dar esmolas ou fazer doações, mais como um compromisso pessoal e atitude para melhorar as condições de vida de cada indivíduo, para que sejam vistos como parte da diversidade humana e não como um assunto a ser eliminado ou rejeitado. Toda criança deve ser integrada na sociedade desde o nascimento. Esta inclusão começa na família. Tendo em vista, que ainda existe muitos pais com preconceito e que a maioria das vezes se antecipa ao nascimento do filho e não conseguem ter a noção em relação ao próprio preconceito, até serem alertados por alguém. Porém, quando começam a compreender sobre a deficiência dos filhos, esse preconceito passa e se dão conta que os seus filhos, precisam se incluir na vida social 34 e escolar, partindo primeiramente deles. Dessa forma, é importante que os professores desenvolvam práticas e métodos de ensino para a aprendizagem dos alunos com deficiência. Nesse sentido, podemos considerar as ideias de Vygotsky (2011), que “sugere buscar caminhos indiretos e alternativos que podem ser criados pela cultura, enquanto caminhos diretos, ou seja, biológicos, não são possíveis. Segundo Vygotsky (2011), o desenvolvimento cultural pode ser a esfera principal em que é possível compensar as deficiências, por meio da oferta de recursos e ferramentas adequadas que possam auxiliar no aprendizado e na interação social dos alunos com deficiência. Assim, os professores devem buscar a compreensão das necessidades específicas desses alunos e utilizar práticas pedagógicas que permitam sua participação efetiva na cultura da sala de aula. Isso envolve a oferta de recursos e apoio adequados, além do envolvimento da família e de outros profissionais de apoio, como psicólogos e terapeutas. A abordagem de Vygotsky enfatiza a importância do desenvolvimento cultural e da compensação de deficiências por meio de práticas pedagógicas adequadas. Os professores desempenham um papel fundamental na criação de um ambiente de aprendizagem inclusivo e acessível para todos os alunos. Contudo, ao considerar o conceito de compensação de Vygotsky (2011), podem ser desenvolvidas e fornecidas condições que permitam um conhecimento adequado para alunos com deficiência, independentemente de seu diagnóstico. Portanto, Vygotsky (2011) acredita que as crianças com deficiência ganham a possibilidade de desenvolvimento, por meio, da interação social. Portanto, as relações culturais e sociais afetarão a formação da pessoa abrangendo as suas habilidades cognitivas e o seu psiquismo. Outra linha, representando o ponto de vista crítico do autor sobre a inclusão a todo custo recomenda que os ambientes escolares sejam preparados antecipadamente para que possam receber os alunos com deficiência, sobretudo na disponibilização de profissionais qualificados para a realização dos seus trabalhos. Essa visão também é compartilhada por Schwartzman (2003, 2005) e Lieberman (2003), que afirmam que as intervenções a propostas inclusivas estão associadas aos espaços em que ocorrem as dificuldades de aprendizagem, em detrimento das crianças com deficiência. Quando observamos a perspectiva posta em cena por práticas e estudos 35 internacionais em educação inclusiva, identificamos duas abordagens distintas: a inclusão e a inclusão total. Em primeiro lugar, a inclusão considera que a escola tem como objetivo primordial auxiliar os alunos com deficiência a adquirirem conhecimentos e habilidades essenciais para uma participação plena tanto no ambiente escolar quanto no pessoal. Nessa abordagem, é essencial fornecer serviços de suporte profissional aos alunos dentro do contexto da educação regular. Por outro lado, a abordagem da inclusão total busca não apenas o desenvolvimento acadêmico, mas também valorizar e transformar o ambiente escolar em um espaço de socialização genuína. Isso implica em alterar percepções enraizadas em relação à deficiência. No entanto, diferentemente da primeira abordagem, a colaboração com serviços especializados não é considerada essencial. As considerações acima evidenciam distintas abordagens para a educação inclusiva em escala global. Não obstante as tensões envolvidas, esses debates acerca do modelo ideal de inclusão educacional são exacerbados pela rica multiculturalidade e vasta dimensão territorial do Brasil. Isso ressalta a importância de uma abordagem inclusiva que esteja sintonizada com as necessidades específicas, o contexto temporal e as amplas possibilidades proporcionadas por essa diversidade. Vejamos o que Fontes (2009) tem a dizer sobre essas duas tendências: Os defensores da inclusão argumentam que a capacidade de mudança do sistema escolar é limitada, mesmo com reestruturação curricular e paradigmática ocorra, tendo em vista que a escola comum ainda não seria adequada para todas as crianças, em defesa da permanência das escolas especializadas. Já os que defendem a inclusão total, argumentam que as escolas têm a capacidade de se reinventar para que acomode todos os indivíduos e suas diferenças (FONTES, 2009, p.47). De acordo com as ideias mencionadas no recorte acima trata de um discursão em relação a estruturação da inclusão em um ambiente escolar. Nota–se que é necessário que para que haja um desenvolvimento completo de uma proposta de inclusão de alunos com deficiência é preciso que se tenha uma discussão abrangente, com diversos profissionais, de maneira que categorize as possibilidades de intervenção mediante as necessidades de cada aluno. A discussão da prática docente numa perspectiva inclusiva também perpassa processo de treinamento. As discussões sobre educação inclusiva nos cursos de licenciaturas tiveram disciplinas anexadas às suas respectivas matrizes curriculares com os eixos educação inclusiva, diversidade e Libras, proporcionando aos egressos 36 ganhos saudáveis a partir de uma realidade mais próxima apresentada em sala de aula. A formação de professores neste século requer novas opções e uma reflexão da/na prática pedagógica, como mostra Magalhães e Cardoso (2014), com o final do século XX começou a afastar os paradigmas de transmissão de formação que ocasionaram em debates e experiências na qual, se organizaram em torno de um modelo reflexivo, conforme a reflexão da/e sobre a prática pedagógica ganha força. A partir desta perspectiva, Ainscow; Porter e Wang (1997) sugeriram que os educadores podem apresentar-se relutantes em abandonar completamente seus métodos de trabalho. As novas demandas do século XX buscam entender a prática pedagógica, pormeio da reflexão é a forma mais valiosa do que uma formação sem uma contextualização dos aspectos reais da relação ensino-aprendizagem e principalmente a relevância social do conhecimento adquirido. No caso apresentado pelos autores, também se observa estratégias instrucionais para alunos com deficiência, que se baseavam em uma abordagem fechada e sem base epistemológica real. Com base nesse novo perfil de formação pessoal, a conferência mundial sobre a educação para todos realizada na Tailândia (1990) articulou aspirações para uma educação verdadeiramente para todos, voltada para o desenvolvimento de ferramentas básicas de aprendizagem, tais como, alfabetização, expressão oral, cálculo e solução de problemas e dos conteúdos que incluam aspectos fundamentais da aprendizagem, tais como, conhecimento, habilidades, valores e atitudes (MAGALHÃES; CARDOSO, 2014). Na perspectiva da educação com múltiplos eixos, Toscano e Souza (2009, p. 138) defendeu que “atitudes positivas que só podem ser construídas quando a comunidade escolar está suficientemente formada para compreender o significado da escola como instituição social e cultural”. Conforme essa compreensão da perspectiva inclusiva, a educação não pode ter como foco apenas os professores, os espaços escolares devem ter profissionais sensíveis e especializados, que compreendam este espaço de convivência plural, não segregativa. A escola como ambiente de afirmação da cultura e criação de uma cultura escolar inclusiva é vista por Fontes (2009, p. 16) como um espaço em que “um conjunto de crenças e valores permeia a cultura das escolas para orientar as práticas e ações da comunidade escolar no processo de inclusão”. Nessa perspectiva pluralista, encontramos em Vygotsky algumas contribuições 37 essenciais para a ampliação dessa discussão, por exemplo, ele argumenta que a pedagogia precisa ajudar a desenvolver o potencial dos alunos e capacitá-los para desempenhar papéis positivos e transformadores na sociedade. Os autores entendem a deficiência como um duplo sentido: causa dano ao corpo humano, mas o utiliza como ferramenta para outras atividades compensarem o dano (FONTES, 2009). Portela e Portela (2009) propõem uma perspectiva intrigante sobre a forma como as personalidades reagem à deficiência, destacando a compensação do defeito como um catalisador para o desencadeamento de novos processos de desenvolvimento. Esses processos emergentes não apenas substituem as lacunas causadas pela deficiência, mas também reestruturam e equilibram as funções psicológicas. No entanto, é crucial reconhecer que essa resposta complexa é fortemente influenciada por diversos fatores, sendo um deles o confronto constante com a normalização e a ocultação da deficiência. Esse desafio é particularmente evidente no ambiente escolar, onde a deficiência pode ser percebida como uma barreira visível e concreta, mas também como uma barreira invisível, enraizada em estigmas e preconceitos. As barreiras invisíveis, muitas vezes enraizadas em percepções sociais e culturais, intensificam o estigma enfrentado por estudantes considerados "diferentes". Isso pode resultar em um sentimento de inadequação, isolamento e exclusão, prejudicando não apenas o bem-estar emocional, mas também o desenvolvimento acadêmico e social desses alunos. A experiência de confrontar as barreiras invisíveis cria um contexto em que os alunos devem não apenas lidar com os desafios práticos da deficiência, mas também com as pressões psicológicas que emanam da percepção de serem diferentes dos padrões considerados "normais". Esse estigma pode ser tão prejudicial quanto as barreiras físicas, pois afeta a autoestima, a autoconfiança e a motivação dos alunos. Nesse sentido, é imperativo que os ambientes escolares evoluam para se tornarem espaços mais inclusivos e empáticos, onde a diversidade é celebrada e a diferença é entendida como uma oportunidade de enriquecimento mútuo. Educadores e administradores têm a responsabilidade de promover uma cultura de aceitação e compreensão, proporcionando suporte psicossocial aos alunos com deficiência e criando conscientização sobre as barreiras invisíveis que podem ser tão prejudiciais 38 quanto as barreiras físicas. Algumas ações vêm sendo desenvolvidas com o intuito de desmistificar esses estigmas, principalmente por meio de aulas, eventos, que simbolizam a criticidade da formação com foco no processo inclusivo, tornando-o verdadeiramente justo, igualitário e gratuito. Outro desafio que existe nessa prática docente é a construção de parcerias com as famílias, o que pode ser benéfico na valorização e defesa dos espaços sociais para pessoas com deficiência e na construção de identidades e valores sociais e pessoais, assim, significa que os valores e os demais pré-requisitos são importantes para a elaboração de vivências pessoais e, em alguns casos, as únicas. A educação familiar das crianças, especialmente as que apresentam características especiais, simboliza um aspecto social decisivo para o seu desenvolvimento escolar, e, ao longo de todo esse processo escolar isso se torna uma condição primordial, para a formação da personalidade, como para a educação por parte da escola a (PORTELA; PORTELA, 2009, p. 154). A educação familiar desempenha um papel fundamental como base para a educação escolar. Além de proporcionar a construção de conhecimentos, a educação familiar busca harmonizar outras questões de importância, especialmente quando se lida com as complexidades das relações interpessoais, sobretudo quando uma das partes envolvidas apresenta uma deficiência. A jornada que se inicia no planejamento da vida de um filho, desde o seu nascimento até a aceitação de sua deficiência, é permeada por desafios, inseguranças e, talvez, até mesmo um processo de luto devido à interpretação de não ser capaz de gerar um indivíduo "totalmente aceito" pela sociedade. Esse processo tende a durar toda a vida e vai refletir o processo parental e a visão de sobrevivência do indivíduo na sociedade. Por esse motivo, muitas famílias optam por isolar esses sujeitos em uma atitude superprotetora e violadora de seu convívio social, o que também inviabilizará o processo de intervenção precoce (PORTELA; PORTELA, 2009). Assim, as famílias mudam a atribuição de dar notas às escolas, confrontando seus entes queridos com deficiência, apostando que isso supera muito do estigma que acompanha seu progresso e aprendizado. As barreiras decorrentes da deficiência acabam receber a maior atenção, em detrimento da pessoa, por parte de sua família. 39 A formação de parcerias entre casa e escola iniciará uma desconstrução da visão institucional de que alunos e famílias devem entregar resultados e escolas devem entregar resultados. Dessa forma, as duas instituições devem trabalhar em conjunto de forma estratégica e mutuamente benéfica, pois, como nos mostram Portela e Portela (2009, p. 159), “ao contrário do que se possa pensar, essa relação permeia uma relação complexa e em processo de contradições, o seu desenvolvimento depende antes de tudo do empenho dos pais e dos professores". Entende-se que a presença de um professor especializado, essencialmente no processo de aceitação da família do ente com deficiência e da estimulação precoce, poderá ajudar e contribuir para um desenvolvimento mais satisfatório dessas duas instituições. Para garantir a inclusão de alunos com deficiência, são disponibilizados diversos documentos que orientam as práticas pedagógicas, bem como, leis para inclusão quanto a implementação da educação inclusiva, pois, através das práticas ocorre a inclusão que garante o acesso e a escolarização e acessibilidade. Portanto, compreende-se que a prática educativa, voltada para a inclusão na escola inicia-se na formação inicial do professor. Assim, para oferecer um cursodestinado a formar professores para trabalhar em um sistema de educação inclusiva, é importante que a proposta pedagógica desse curso apresente, nos princípios que a norteiam, essa preocupação. 4 COMPREENDENDO AS DEFICIÊNCIAS Quando dizemos que uma pessoa tem uma deficiência, isso quer dizer que ela tem algumas limitações referente a uma restrição física, mental ou sensorial. Essas limitações podem ser de caráter permanente ou transitória, que podem limitar a capacidade de realizar uma ou mais atividade básica da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social (BRASIL, 2001). Existem muitas crianças deficientes no Brasil. Por falta de informações sobre essas questões, essas crianças acabam sofrendo algum tipo de preconceito e, infelizmente, isso colabora para que essas crianças não estejam na sala de aula (BRASIL, 2001). Segundo dados do IBGE (2010, p.2): Quase 46 milhões de brasileiros, cerca de 24% da população, declarou 40 possuir pelo menos uma das deficiências investigadas (mental, motora, visual e auditiva), a maioria, mulheres. Em 2010, o Censo registrou, ainda, que as desigualdades permanecem em relação aos deficientes, com taxas de escolarização menores que a população sem nenhuma das deficiências investigadas. O mesmo ocorreu em relação à ocupação e ao rendimento. Todos esses números referem-se à soma dos três graus de severidade das deficiências investigados (alguma dificuldade, grande dificuldade, não consegue de modo algum). É importante ressaltar que as deficiências não são doenças, portanto, a visão de que uma pessoa com deficiência é doente precisa ser desconstruída. É lamentável que, para algumas pessoas, a repulsa seja tão intensa que elas ajam de forma discriminatória, como se a pessoa com deficiência fosse portadora de uma doença infecciosa. O modelo médico de deficiência, em contraste com o sentido de inclusão, faz com que as pessoas confundam deficiência com doença. Algumas doenças realmente podem causar incapacidades relacionadas à deficiência, mas estas são resultados das doenças e não a doença em si (BIANCHETTI e FREIRE, 2004). É fundamental resgatar a evolução das percepções em relação às pessoas com deficiência ao longo do tempo. Durante décadas, essas pessoas foram estigmatizadas como anormais, inválidas, incompletas, imperfeitas, retardadas, dementes, selvagens e excepcionais. Com o passar dos anos, houve uma mudança nos termos utilizados para se referir a elas: de pessoas deficientes, portadoras de deficiência, portadores de necessidades especiais e pessoas especiais. Atualmente, a terminologia evoluiu para "pessoas com deficiência". Essa mudança é crucial, pois o termo anterior "PPD - pessoa portadora de deficiência" sugeria erroneamente que a deficiência era algo que um indivíduo "portava", como se fosse um objeto que pudesse ser deixado de lado. No entanto, sabemos que a deficiência é uma parte intrínseca da identidade de uma pessoa e não pode ser separada dela. Portanto, a designação de "pessoa com deficiência" reconhece a deficiência como uma característica natural e inerente à pessoa, em vez de algo externo a ela. Essa atualização terminológica é essencial para promover uma perspectiva mais respeitosa, inclusiva e empoderadora das pessoas com deficiência. Ela reflete um entendimento mais sensível e preciso da experiência dessas pessoas e contribui para a construção de uma sociedade mais igualitária e consciente das diversidades humanas (BIANCHETTI e FREIRE, 2004). Assim, conforme o estatuto, pessoa com deficiência é aquela que tem 41 impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (BIANCHETTI e FREIRE, 2004). Veja a seguir quais são os tipos de deficiências existentes: Deficiência auditiva: A perda auditiva, também conhecida como surdez, é a redução ou perda da capacidade de audição, gerando um déficit relacionado ao sentido da audição. Isso pode levar o indivíduo a aprender a se comunicar de forma diferente e a depender mais do sentido da visão para suas aprendizagens. A deficiência auditiva é classificada de acordo com o nível de perda da sensibilidade auditiva, que é avaliado em decibéis. Ela pode se apresentar em diferentes formas: leve, moderada, profunda e severa Os especialistas enfatizam a importância do reconhecimento e diagnóstico precoce da deficiência auditiva para uma intervenção imediata e eficaz. No entanto, ainda há muito a ser feito para que os procedimentos de detecção precoce da deficiência auditiva se tornem uma realidade. A deficiência auditiva pode ter várias causas, incluindo fatores genéticos, pré-natais, perinatais ou pós-natais. É importante ressaltar que a surdez pode ser identificada já nos primeiros anos de vida, principalmente nos três primeiros anos. Quando se trata de perda auditiva de origem congênita, destacam-se as doenças infecciosas como um dos principais motivos. Segundo Silva et al (2006), por exemplo, a rubéola é a infecção fetal mais conhecida por causar deficiência auditiva, mas a introdução de programas de vacinação nas últimas décadas reduziu significativamente a incidência dessa causa em países em desenvolvimento. No entanto, é importante lembrar que a rubéola e outras infecções fetais ainda são frequentes em alguns estados do Nordeste do Brasil e devem ser consideradas na avaliação das causas da deficiência auditiva congênita na infância. Além da rubéola, como indica os autores, a meningite bacteriana é um dos principais patógenos causadores da perda auditiva (sugeri essa transformação em citação indireta para dar maior continuidade ao texto) Quando se fala de uma deficiência é necessário também considerar as formas 42 de tratamento e reconhecimento das pessoas com deficiência, em todos os ambientes que elas frequentam e precisam frequentar. É necessário, portanto, esclarecer quais as expressões incorretas que alguns interlocutores ainda usam quando falam de pessoas com deficiência auditiva, tais como surdo-mudo, surdinho, mudinho e deficiente auditivo (SILVA et al, 2006). Segundo Sassaki (2007), quando nos referimos a uma pessoa surda, esses termos não correspondem à realidade dessa pessoa, denotando, inclusive, formas de preconceito. Um diminutivo mudinho ou surdinho indica que o surdo não é considerado um ser humano completo. Segundo Quadros (2004), surdo é aquele que se identifica como surdo, ou seja, aquele sujeito que conhece o mundo por meio da experiência visual, com direito e possibilidade de se apropriar da Língua Brasileira de Sinais e do Português para promover seu desenvolvimento integral e garantir sua transição em diferentes contextos sociais e culturais. A identificação da pessoa surda localizada culturalmente na experiência visual significa seu lugar diferença em relação ao outro e todas as implicações que isso significa. A cultura surda é entendida como a identidade cultural de um grupo de surdos que se define como distinto de outros grupos. Portanto, os termos corretos a serem usados ao lidar com pessoas surdas são: comunidade surda ou com deficiência auditiva. Assim como os cegos gostam de ser chamados de cegos, os surdos se identificam com o fato de serem chamados de surdos. Evite o termo deficiente auditivo, porque em meados da década de 1990, o termo pessoas com deficiência foi usado e ainda é usado hoje (QUADROS, 2004). Deficiência visual: É a perda ou comprometimento da capacidade de enxergar sem possibilidade de reversão, ou seja, com aquisição permanente, congênita ou não congênita. Pode ser classificada entre as pessoas com deficiência visual de maneira clara a partir de dois grupos existentes, que são fundamentados na perda do campovisual como: pessoas com baixa visão ou visão subnormal e cegueira (CRUZ, 2008). É considerado baixa visão ou visão subnormal o indivíduo que apresenta uma alteração no que mencionamos como visão normal. Uma pessoa com baixa visão tem o sistema visual parcialmente danificado e a visão é reduzida e incorrigível mesmo após o tratamento com óculos e lentes de contato, mas é possível o uso do resíduo 43 visual com auxílios ópticos. Já a cegueira, diferente da baixa visão, não tem uma visão útil, caracterizada pelo comprometimento completo ou grave da função visual da pessoa. É uma completa falta de percepção visual. As causas da deficiência visual se diferem e podem ser congênitas, geralmente adquiridas antes do nascimento, por exemplo, como é o caso da amaurose congênita de Leber, ou as denominadas malformações oculares, o glaucoma congênito, a catarata congênita, ou pode ser adquirida devido a trauma ocular, catarata, degeneração macular, glaucoma ou doenças como diabetes relacionada à hipertensão arterial. Todas essas doenças podem causar a cegueira (CRUZ, 2008). Pessoas sem deficiência muitas vezes se perguntam sobre a maneira correta de tratar pessoas cegas. É importante observar que as pessoas com deficiência visual não são retardadas mentais, surdas ou superdotadas. A sua mente é tão desenvolvida quanto o das outras pessoas. Eles podem e devem chamar-se cegos e não é preciso ter receio ao tratar sobre a cegueira (CRUZ, 2008). Deficiência intelectual: A deficiência caracteriza-se por um funcionamento intelectual significativamente abaixo da média e a presença de pelo menos duas áreas de competência além da restrição de comunicação, cuidados pessoais, habilidades sociais, aptidões nas funções escolares, lazer e trabalho. Portanto, para verificar a deficiência intelectual de um indivíduo é preciso colocar restrições relevantes sobre a operação do intelecto, ou seja, existem dificuldades em entender ideias, formar relacionamentos sociais e obedecer a regras, do mesmo jeito que não consegue desenvolver as atividades cotidianas como o cuidado pessoal (SASSAKI, 2007). Se uma pessoa tem apenas uma deficiência intelectual ou déficit intelectual, não é suficiente para diagnosticar a deficiência intelectual, faz-se necessário detectar a presença da dificuldade nas outras áreas que afetam o seu desenvolvimento antes dos 18 anos. Dessa forma, a deficiência intelectual é caracterizada pela dificuldade em relação à aprendizagem e no desenvolvimento dessas pessoas. Geralmente, são crianças que demandam mais tempo para conseguir aprender as competências necessárias para cuidar de si, pois, apresentam uma baixa produção de conhecimento. Assim, é normal que tenham dificuldades, principalmente no início da 44 escola. Neste ponto, a deficiência torna-se mais evidente. No entanto, essas pessoas também podem apresentar bom aprendizado com a ajuda de profissionais capacitados. (SASSAKI, 2007). Deficiência física/motora: Distúrbios somáticos/motores são alterações físicas ou limitações na coordenação motora, que podem ser congênitas ou adquiridas, resultando em prejuízo funcional e dificuldade de movimento. Conforme o Decreto 5.296, de 2 de dezembro de 2004, essa deficiência se manifesta da seguinte forma: Paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções. (BRASIL, 2004, p. 02). Ao se referir a uma pessoa com uma dessas deficiências, o termo correto é pessoa com deficiência física. Até o final da década de 1970, termos como defeituoso, com mau funcionamento e vazio não eram usados com frequência, mas não são mais usados hoje (SASSAKI, 2007). Deve-se notar que existem diferenças nos conceitos de deficiência física e deficiência motora. A física é a amputação, ou seja, a retirada de um membro do corpo ou sua ausência desde o nascimento. Por outro lado, a motora ocorre quando há diminuição da função motora, dificultando o movimento. As limitações das pessoas com deficiência física ou motora podem ser alcançadas e superadas por meio da adaptação aos meios ambientes. É importante esclarecer que alunos com deficiência física não necessariamente possuem problemas mentais ou deficiência intelectual como muitos pensam. Este é um pensamento errado. Contudo, não há nada que impeça o aluno de realizar atividades educativas como parte do processo de aprendizagem. Os métodos de ensino precisam ser adaptados às necessidades dos alunos. Deficiências Múltiplas: Para os autores Oliveira e Rocha (2009), uma pessoa é considerada com deficiência múltipla quando ela tem mais de uma deficiência simultaneamente. Isso 45 pode acontecer, por exemplo, com uma pessoa que tem paralisia cerebral e, além dos déficits físico-motores, desenvolve dificuldades na produção da linguagem. No entanto, a surdocegueira é classificada de forma diferente, pois se trata de uma única deficiência que envolve a perda simultânea da visão e audição, e não pode ser considerada apenas como a soma das deficiências visual e auditiva A Associação Gaúcha de Pais e Amigos de Surdocegos e Multideficientes (Agapasm) conforme Sassaki, define a surdocegueira da seguinte forma: A surdocegueira é uma deficiência única que apresenta a perda da audição e da visão de maneira que a combinação dos defeitos não permita o uso dos sentidos de distância, cria necessidades especiais de comunicação, causa dificuldade extrema na consecução dos objetivos educacionais, profissionais, recreacionais e sociais para o acesso à informação e a compreensão do mundo que rodeia a pessoa”. E o próprio nome da instituição distingue os “surdocegos” dos “multideficientes (SASSAKI, 2007, P.04). Os professores precisam entender o assunto; e ter o conhecimento sobre deficiências múltiplas e surdocegueira, para poderem considerar a maneira correta de proceder, em relação ao trabalho a ser desenvolvido com essas pessoas. Isso é primordial, para que os professores entendam as limitações e habilidades das pessoas com múltiplas deficiências e desenvolvam métodos apropriados de ensino e comunicação. O planejamento deve ser feito caso a caso, dependendo do tipo e extensão do envolvimento (SASSAKI, 2007). 4.1 Aspectos gerais da deficiência física Até agora, exploramos o conceito de deficiência e compreendemos a importância de usar a terminologia adequada ao se referir a pessoas com deficiência, adotando o termo "pessoa com deficiência" (PcD). Agora, podemos direcionar nossa atenção para alguns aspectos fundamentais. Conforme Greguol e Costa (2013), deficiência física consiste na modificação total ou parcial de um, ou mais membros, afetando sua capacidade funcional e limitando as atividades cotidianas. Greguol e Costa (2013) explicam ainda que esse tipo de deficiência abrange desordens osteomusculares ou neurológicas que afetam a estrutura ou a função corporal, interferindo na motricidade. A deficiência física pode se manifestar de diversas maneiras, segundo o relatório do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004). 46 As palavras que terminam em plegia indicam uma perda total das funções motoras, enquanto as palavras que terminam em paresia se referem a uma perda parcial das funções motoras. Paraplegia ou paraparesia: perda das funções motoras dos membros inferiores. Monoplegia ou monoparesia: quando a perda acontece só em um membro. Tetraplegia ou tetraparesia: quando as perdas ocorrem nos membros inferiores e superiores. Hemiplegia ou hemiparesia: Quando a perda acontece em três membros é a perda de funções motoras em um dos hemisférios do corpo (direito ou esquerdo). Amputação: é a perda total ou parcial de um segmento ósseo de um membro. Paralisia cerebral: é uma lesão no sistema nervoso central que pode afetar o psicomotor e causar deficiência intelectual. Nanismo: é uma condição de altura abaixo do terceiro percentil. Nanismo congênito tem estatura média de homem: 131 ± 5,6 cm e mulher: 124 ± 5,9 cm. Ostomia: é uma intervenção cirúrgica que cria uma abertura na parede abdominal para adaptação de bolsa de coleta para eliminação de fezes e urina do corpo. Conforme Greguol e Costa (2013), a deficiência física é composta por lesões medulares, amputações, distúrbios neurológicos e musculares, bem como condições ortopédicas limitantes. A medula espinal pode ser lesionada por trauma ósseo, como uma fratura no corpo vertebral, ou por trauma medular direto, afetando as funções do sistema motor, sensorial e autônomo e resultando em sequelas neurológicas. Esta lesão pode afetar diversas funções orgânicas, como a regulação da temperatura e funções digestivas, intestinais, urinárias e sexuais. A extensão das perdas das funções dependerá do local da lesão na coluna vertebral, do número de células destruídas e da interrupção das fibras nervosas que transportam informações aferentes e eferentes (GREGUOL; COSTA, 2013). Em linhas gerais, uma lesão na vértebra cervical resultará em tetraplegia ou tetraparesia, enquanto uma lesão nas vértebras torácicas, lombares ou sacrais resultará em paraplegia ou paraparesia. Isso implica que quanto mais alta for a lesão, maior será o comprometimento dos sistemas (motor, sensorial e autônomo). A gravidade da paralisia é influenciada pelo tamanho da lesão na medula 47 espinal. Por conseguinte, pode-se classificar a lesão como completa, ocorrendo a secção total da medula e a ausência de qualquer função abaixo do ponto afetado, ou incompleta, na qual há uma secção parcial da medula e funções residuais de motricidade e sensibilidade, além da possibilidade de recuperação gradual da função muscular (GREGUOL; COSTA, 2013). É comum que as lesões medulares ocorram devido a fatores ambientais. Ainda segundo o Ministério da saúde (2013) existe diversas causas para a amputação de membros, como, por exemplo: acidentes traumáticos (quedas, acidentes automobilísticos, ferimentos em esportes e por arma de fogo), doenças adquiridas (como poliomielite e câncer) e problemas congênitos (como espinha bífida). A amputação é um método de tratamento utilizado para diversas enfermidades. Em torno de 80% das amputações de membros inferiores são realizadas em indivíduos com diabetes ou doença vascular periférica. As amputações traumáticas, por sua vez, ocorrem com maior frequência em acidentes de trânsito e ferimentos por arma de fogo, sendo a segunda maior causa (BRASIL, 2013). Além desses fatores, a amputação também pode ser necessária em casos de doenças infecciosas e parasitárias, neoplasias, malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas, entre outros. É possível classificar as deficiências físicas decorrentes de lesão medular, amputação, distúrbios neurológicos e musculares, assim como condições ortopédicas limitantes, conforme o Quadro 1. Quadro 1 - Condições que resultam em deficiência física Danos neuromotores Condições ósseas e musculares Paralisia cerebral Esclerose múltipla Poliomielite Distúrbios convulsivos Lesão na medula espinal Distúrbios ósseos (Ex: osteogênese imperfeita) Amputações Atrofias (distrofia muscular) Artrite Fonte: Adaptado de SMITH (2008). Podemos observar que muitas doenças afetam principalmente adultos, como no caso da esclerose múltipla. No entanto, algumas delas, como a artrite reumatoide 48 juvenil, podem raramente afetar crianças. Algumas doenças apresentam baixa taxa de prevalência, como a espinha bífida e a distrofia muscular, enquanto outras são mais comuns, como a paralisia cerebral. É importante destacar que essas condições estão relacionadas a danos neuromotores que ocorrem devido a prejuízos no sistema nervoso central, afetando assim as funções neurológicas. Segundo Smith (2008), as condições que afetam o controle muscular também impactam os movimentos do indivíduo. Em casos de condições musculares ou ósseas, ainda que haja dificuldade habitual no controle dos movimentos, muitos recorrem a recursos especiais e tecnológicos para realizar atividades simples, como caminhar, comer e escrever. Quando ocorre a amputação da perna, é comum o uso de prótese ortopédica como recurso para substituir a função perdida, conforme ilustra a Figura 1. Figura 1 - Próteses ortopédicas em amputados de membros inferiores Fonte: Dmitry Markov152/Shutterstock.com O conhecimento dos tipos, causas, classificação e principais características das deficiências físicas é essencial para o professor de educação física, uma vez que existem diversos fatores que podem levar a essa condição. 49 4.2 Descrição das deficiências físicas mais comuns No contexto escolar, é essencial considerar as diretrizes e bases nacionais para a educação, bem como as leis que amparam a inclusão de pessoas com deficiência, a fim de compreender o universo das deficiências e propor ações que favoreçam a inclusão, na prática, considerando a individualidade de cada aluno. Além das adaptações das atividades e dos recursos pedagógicos adequados, é necessário que os professores tenham conhecimento prévio sobre as patologias existentes e saibam lidar com elas em sua prática profissional. Para isso, é importante conhecer as diversas condições e danos que levam à deficiência física. Visando instruir os futuros profissionais envolvidos com a educação, serão apresentados, a seguir, os principais danos neuromotores, bem como as condições ósseas e musculares presentes na deficiência física. Paralisia cerebral Conforme Smith (2008), a paralisia cerebral (PC) é uma condição não progressiva e incurável que resulta em danos cerebrais e pode limitar a capacidade do indivíduo de controlar os grupos musculares ou o funcionamento motor em áreas específicas do corpo, ou até mesmo em todo o corpo. Conforme Greguol e Costa (2013), uma lesão cerebral durante o período de desenvolvimento pode levar a perturbações no controle da postura e do movimento, resultando em uma condição chamada paralisia cerebral (PC). A PC é caracterizada por distúrbios da motricidade, incluindo alterações no movimento, postura, equilíbrio, coordenação, tônus muscular e movimentos voluntários. A condição não é progressiva e afeta o controle dos músculos ou articulações, sendo que o termo “paralisia cerebral” descreve a origem cerebral do problema. Há um espectro de condições nos casos de PC, com variações que vão desde perturbações leves e quase imperceptíveis, que tornam os alunos desajeitados para andar, falar ou usar as mãos, até casos mais graves em que há um severo comprometimento motor, impossibilidade de andar e falar tornando os indivíduos dependentes para realizar as atividades da vida diária. Poliomielite 50 Segundo Hernández et al. (2018), A poliomielite é uma de uma doença infecciosa provocada principalmente por um vírus que, através do sistema circulatório, alcança o sistema nervoso central, ocasionando sintomas meníngeos e, em uma pequena parcela dos casos, destruindo as células do corno anterior da medula espinal, resultando em uma paralisia flácida. A poliomielite é uma doença que afeta a medula espinal, causando paralisias e deficiências motoras, exigindo cuidados médicos semelhantes aos dos transtornos da medula espinal (SMITH, 2008). A vacinação oral pode prevenir os efeitos da invasão viral e, como resultado, a doença não é mais encontrada em países que realizam campanhas maciças de vacinação. No entanto, em países subdesenvolvidos, a poliomielite aindapode se manifestar de forma epidêmica (HERNÁNDEZ et al., 2018). Segundo os mesmos autores, em uma pequena porcentagem de casos, a doença evolui para a fase paralítica, que se caracteriza pela paralisia e dor muscular. Conforme Hernández et al. (2018), a poliomielite pode originar paralisia em apenas um ou em todos os músculos do tronco e dos membros superiores e inferiores, dependendo dos ataques às células nervosas. Para avaliar a extensão dos danos causados pela doença na criança, é necessário observar o grau de paralisia, já que em alguns casos, apenas um membro ou pé podem ser afetados. Além disso, o crescimento físico pode agravar as deformidades causadas pela poliomielite, o que pode exigir cirurgias ortopédicas para estabilizá-las e evitar problemas futuros. Espinha Bífida A espinha bífida é uma lesão na medula espinal que surge durante o desenvolvimento embrionário, devido a uma falha no fechamento do tubo neural. Crianças nascidas com espinha bífida apresentam uma protuberância notável nas costas. A condição pode causar danos neurológicos quando ocorre na coluna vertebral, com o material interno extravasando (GREGUOL; COSTA, 2013, p. 164). Existem duas formas principais de espinha bífida: espinha bífida oculta e espinha bífida cística, sendo que a última pode ser dividida em meningocele e mielomeningocele (Figura 2) (GAIVA; NEVES; SIQUEIRA, 2009). A mielomeningocele é a forma mais comum de espinha bífida, caracterizada por uma protuberância cística que contém tecido nervoso exposto sem a cobertura da pele. 51 Figura 2 - Os três tipos de espinha bífida Fonte: COSTA (2013) Existem deficiências físicas que podem ser acompanhadas por danos ósseos ou musculares em grupos específicos. A seguir, serão descritas as principais condições que podem ser classificadas com esses tipos de danos. Artrite Reumatoide Segundo Hernández et al. (2018), a artrite reumatoide é uma doença inflamatória do tecido conectivo que afeta predominantemente as articulações, evoluindo de forma progressiva mediante crises repetidas até uma extensão geral e simétrica. Os principais sintomas são edemas ou inflamação e dor, principalmente nas mãos. Com o tempo, podem ocorrer atrofias musculares e erupções cutâneas. A artrite reumatoide juvenil, por sua vez, é uma variante da artrite reumatoide que começa antes dos 16 anos e persiste por pelo menos três meses. A sua causa ainda é desconhecida. Amputações Amputação é uma condição caracterizada pela perda total ou parcial de uma extremidade superior, ou inferior, cujas causas podem ser congênitas, traumáticas, vasculares ou tumorais, conforme definido por Hernández et al. (2018). Pessoas amputadas geralmente utilizam próteses que substituem a extremidade perdida. No caso de crianças, devido ao crescimento ósseo rápido, as 52 próteses precisam ser substituídas com frequência, o que pode representar um desafio financeiro para as famílias. Osteogênese imperfeita A osteogênese imperfeita é um conjunto de distúrbios genéticos hereditários que resultam em uma deficiência na produção de colágeno do tipo I. Como resultado, os tecidos ricos em colágeno, como ossos, pele, tendões e dentes, podem ser afetados, mas especialmente o tecido ósseo. Devido à baixa densidade mineral óssea, o tecido ósseo se torna altamente suscetível a deformidades e fraturas recorrentes (MACHADO, et al., 2012). A doença é rara, afetando 1 em cada 10 mil pessoas, e pode ser transmitida de forma dominante ou recessiva. Vários tipos de osteogênese imperfeita foram identificados, cada um com características clínicas, aspectos radiológicos e genes responsáveis específicos (MACHADO et al., 2012). Para Brizola et al. (2017) Fraturas podem ocorrer em qualquer fase da vida dos pacientes, mas a maioria ocorre durante a infância. A condição também pode ser conhecida como "ossos de vidro" devido à fragilidade óssea. Distrofia muscular Trata-se de uma enfermidade rara, progressiva e incurável que causa enfraquecimento e destruição dos músculos. Os cuidados de saúde necessários são focados em apoiar a função pulmonar, prevenindo a ocorrência de pneumonia e realizando fisioterapia, conforme descrito por Smith (2008). Consoante a Associação Brasileira de Distrofia Muscular (2016), existem mais de 30 tipos de distrofia muscular, incluindo a distrofia muscular de Duchenne, a distrofia muscular de Becker, a distrofia muscular do tipo cinturas, a distrofia muscular facio-escápulo-umeral, a distrofia muscular miotônica ou de Steinert e a distrofia muscular congênita. As duas formas mais comuns são a distrofia muscular de Duchenne e a distrofia muscular de Becker, ambas transmitidas por herança recessiva ligada ao cromossomo X, ou seja, as mães portadoras do gene responsável têm uma chance de 50% de transmitir a doença para seus filhos homens (HERNÁNDEZ et al., 2018). 53 Conforme Hernández et al. (2018), crianças com distrofia muscular de Duchenne podem apresentar um atraso leve no desenvolvimento psicomotor, o qual se torna mais evidente com o tempo e interfere nas atividades típicas dessa faixa etária. Durante a fase de desenvolvimento da marcha, é comum que essas crianças apresentem dificuldades em habilidades básicas, como correr e subir escadas. As crianças com distrofia muscular apresentam, como uma de suas principais características, um andar oscilante decorrente da perda gradativa da força muscular ao longo do tempo. A partir dos 9 a 10 anos, elas deixam de caminhar e passam a utilizar cadeiras de rodas, o que as torna muito dependentes, já que até mesmo empurrar a cadeira pode ser uma tarefa difícil. Os sintomas da distrofia muscular de Becker são semelhantes aos da distrofia muscular de Duchenne, mas a evolução da doença é mais lenta. Os indivíduos com distrofia muscular de Becker conseguem chegar à idade adulta, embora apresentem também um alto grau de dependência de outras pessoas (HERNÁNDEZ et al., 2018). É fundamental destacar que ao trabalhar com um aluno que possui deficiência física, é preciso realizar uma pesquisa minuciosa sobre a doença, a fim de obter informações relevantes, como o grau de deficiência e as particularidades envolvidas em cada patologia. Essas informações servirão como base para a elaboração de intervenções mais eficazes que atendam às necessidades tanto do aluno com deficiência quanto dos demais. 4.3 Características, causas, prevenção e ação pedagógica As necessidades especiais apresentam uma variedade de características, causas e demandam ações pedagógicas específicas. Entre elas, destacam-se as altas habilidades, a deficiência mental, visual, auditiva, física e múltipla. Cada uma dessas condições requer abordagens diferenciadas para promover a inclusão e o desenvolvimento pleno dos estudantes (TOMÉ, 2022). As altas habilidades referem-se a indivíduos com talentos excepcionais ou habilidades cognitivas acima da média. Essas pessoas apresentam um potencial intelectual elevado e se destacam em áreas específicas, como matemática, música, artes ou ciências. É fundamental reconhecer e valorizar suas capacidades, proporcionando desafios adequados e estímulos constantes para que possam 54 alcançar seu pleno desenvolvimento. No caso da deficiência mental, trata-se de uma condição caracterizada por limitações no funcionamento intelectual e nas habilidades adaptativas (VELTRONE, 2012). As causas podem variar, como fatores genéticos, problemas durante o desenvolvimento fetal ou traumas cerebrais. A prevenção pode envolver cuidados pré- natais adequados, acesso a serviços de saúde e acompanhamento infantil. A ação pedagógica visa oferecer suporte individualizado, adaptando o currículo, promovendo estratégias de aprendizagem diferenciadas e desenvolvendo habilidades sociais e emocionais. A deficiência visualrefere-se à perda total ou parcial da visão. Pode ser causada por fatores congênitos, doenças, acidentes ou envelhecimento. A prevenção envolve cuidados com a saúde ocular, exames regulares e medidas de segurança. A ação pedagógica busca proporcionar acesso a materiais e recursos adaptados, como livros em braile, tecnologias assistivas e estratégias de orientação e mobilidade, visando a inclusão plena dos alunos com deficiência visual. Já a deficiência auditiva envolve a perda total ou parcial da audição. Pode ser congênita, adquirida por doenças, traumas ou exposição prolongada a ruídos intensos. A prevenção inclui a adoção de medidas de proteção auditiva e o acompanhamento médico adequado. A ação pedagógica se baseia em proporcionar suporte linguístico, como a língua de sinais, e utilizar recursos visuais e tecnológicos para garantir a comunicação efetiva e o acesso ao conhecimento. A deficiência física refere-se a limitações motoras causadas por doenças, lesões ou malformações congênitas. A prevenção envolve cuidados durante a gestação, acesso a serviços de saúde e medidas de segurança. A ação pedagógica busca promover a acessibilidade física, adaptando o ambiente escolar, fornecendo recursos de mobilidade, como cadeiras de rodas ou órteses, e implementando estratégias de apoio à aprendizagem e participação ativa dos alunos (PELOSI, 2011). Por fim, a deficiência múltipla refere-se à presença de duas ou mais deficiências combinadas, como deficiência intelectual associada a deficiência visual ou física. As causas podem variar e o diagnóstico exige uma abordagem multidisciplinar. A prevenção e a ação pedagógica envolvem estratégias específicas para cada uma das deficiências presentes, com suporte individualizado e adaptado às necessidades de cada aluno. 55 4.4 Múltipla deficiência Como vimos anteriormente, é uma condição que afeta indivíduos que apresentam mais de uma deficiência, seja ela física, sensorial, intelectual ou uma combinação dessas. Essa condição requer uma abordagem pedagógica especializada e adaptada às necessidades específicas de cada pessoa. Em aspectos gerais, a múltipla deficiência pode envolver uma combinação de deficiências físicas, como dificuldades de mobilidade, limitações motoras ou coordenação comprometida, juntamente com deficiências sensoriais, como a perda de audição ou visão (BARRETO; BARRETO, 2014). Além disso, pode estar associada a deficiências intelectuais, que podem variar em grau e impacto nas habilidades cognitivas e de aprendizagem. É importante ressaltar que a múltipla deficiência é uma condição única para cada indivíduo. As causas podem ser variadas, incluindo fatores genéticos, problemas durante o desenvolvimento fetal, doenças adquiridas ou acidentes. Cada caso deve ser avaliado de maneira individual, considerando suas necessidades específicas e o impacto das deficiências na vida cotidiana. No contexto educacional, os aspectos gerais da múltipla deficiência demandam uma abordagem multidisciplinar. É fundamental contar com profissionais especializados, como professores, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e fisioterapeutas, para desenvolver um plano de intervenção adequado e abrangente. A inclusão e a participação plena dos alunos com múltipla deficiência requerem adaptações e estratégias pedagógicas específicas. É essencial considerar o uso de recursos e tecnologias assistivas, como comunicação alternativa e aumentativa, dispositivos de apoio à mobilidade, adaptações no ambiente físico e atividades adaptadas para atender às necessidades individuais (MOREIRA, 2009). Além disso, é importante valorizar as habilidades e potencialidades dos estudantes com múltipla deficiência, promovendo uma abordagem centrada em suas capacidades e não apenas em suas limitações. Isso inclui incentivar a autonomia, a expressão criativa, a interação social e o desenvolvimento de habilidades de vida diária. A família também desempenha um papel crucial no apoio às pessoas com múltipla deficiência. A parceria entre escola e família é essencial para garantir a continuidade dos cuidados, o compartilhamento de informações e a troca de 56 experiências, visando o melhor desenvolvimento e qualidade de vida do aluno. 5 AS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS: CONCEITUAÇÃO E ESPECIFICIDADES As Salas de Recursos Multifuncionais (SRMs) foram implantadas para disponibilizar AEE através do programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais, visando apoiar o sistema de ensino geral da sua instituição e disponibilizar AEE para promover a inclusão escolar nas classes comuns de ensino. Essas salas são espaços compostos por equipamentos de informática, assistência técnica, material didático e mobiliário adaptado para atender às necessidades educacionais especiais dos alunos (BRAGA; OSILENE; PRADO, 2018). Para facilitar a implantação desse serviço, o MEC disponibiliza um manual de instruções: Programa de Implantação de Sala de Recursos Multifuncionais, contendo objetivos e ações, critérios de implantação, atendimento, matrícula e orientações escolares, composição da sala e orientações para acesso a materiais e recursos técnicos. As SRMs foram fornecidas para os estados e municípios, encarregando aos gestores responsabilidade de indicar as escolas a serem contempladas, conforme a necessidade, demanda com os critérios estabelecidos pelo programa. A entrega e a instalação dos equipamentos são monitoradas pelo MEC. Neste contexto, o MEC explica os conceitos, as definições, os objetivos e a quem se destina o trabalho realizado pelo atendimento educacional especializado nas salas de recursos multifuncionais, portanto, são espaços nas escolas onde são prestados serviços educativos, ou seja, o atendimento educacional para alunos com necessidades educacionais desenvolvendo estratégias de aprendizagem com foco em novas abordagens pedagógicas que facilitem a construção do conhecimento do aluno e apoiem sua participação no desenvolvimento curricular e na participação escolar (BRAGA; OSILENE; PRADO, 2018). Os serviços oferecidos no AEE visam formar alunos com deficiência, permitindo-lhes participar das atividades diárias do centro, integrando-o no processo de ensino e aprendizagem de acordo com suas condições específicas, e alcançar um desenvolvimento cognitivo, social e acadêmico. As intervenções são desenvolvidas 57 na interface com o trabalho desenvolvido na sala de aula comum, em contraposição às mudanças escolares, mas em diálogo entre os professores envolvidos. Os espaços físicos são projetados para atender a muitos requisitos diferentes, um espaço organizado com materiais e equipamentos de ensino e aprendizagem, bem como, os profissionais capacitados para atender as necessidades educacionais dos alunos deficientes. Contudo, este espaço pode ser utilizado para satisfazer as mais diversas necessidades educativas e para desenvolver diferentes complementos ou suplementos curriculares. A disposição do espaço deve atender às necessidades educacionais do seu público alvo, ou seja, alunos com deficiência, transtorno, altas habilidades, favorecendo o acesso ao conhecimento. É importante ressaltar que a matrícula de alunos com deficiência no AEE é instruída à matrícula no ensino regular. Este serviço está disponível em centros de atendimento de educação profissional em redes públicas ou privadas sem fins lucrativos. Os centros devem estar em acordo com os aspectos disponibilizados pela Política de educação especial na perspectiva da educação inclusiva (PNEE-PEI), como também, sobre as diretrizes operacionais da educação especial para o atendimento educacional especializado na educação básica. Os professores responsáveis pelo atendimento aos alunos nas salas, recursos multifuncionais, devem seguir as orientações estabelecidas em documentos expedidos pela Secretariade educação especial (BRAGA; OSILENE; PRADO, 2018). Os serviços no AEE devem ter em conta as circunstâncias únicas dos alunos com deficiência em termos de diferentes aos ritmos e estilos diversos de aprendizagem, bem como o desenvolvimento da independência e a promoção de processos inclusivos por recursos educativos, pedagógicos e de acessibilidade. É importante desenvolver um dinamismo de trabalho alinhado com as potencialidades desses indivíduos, facilitando o desenvolvimento de competências que potenciem a aprendizagem numa sala de aula inclusiva. O AEE pode ser feito em aulas individuais ou em pequenos grupos conforme as necessidades dos alunos. Atuar no AEE requer um caráter interativo e interdisciplinar. Portanto, é necessário fiscalizar o trabalho das classes regulares e também das salas de recursos e centros de atendimento, dos centros de acessibilidade das instituições de ensino superior e das classes hospitalares de prestação de serviços e recursos de educação 58 especial. Todos os planos ou programas e ações do governo federal com respeito aos estados e municípios e Distrito Federal pressupõem um mecanismo cooperativo que atribui responsabilidades a cada rede de ensino quanto ao sistema de ensino no que se refere ao Programa Implantação salas de recursos multifuncionais. O MEC garante que sejam tomadas as seguintes ações dentro de sua área de responsabilidade como acesso aos recursos das salas; salas disponíveis e normas adotadas, fiscalização da entrega de materiais às escolas, sistema de orientação e ensino, cadastro de escolas com recursos multifuncionais, formação continuada dos professores do AEE, encaminhamento, assinatura e publicação dos contratos de doação, dualização dos recursos das salas implantadas pelo Programa e apoio à acessibilidade. Essas e outras ações são realizadas por meio de políticas públicas, leis e programas de apoio à diversidade nas escolas (BRAGA; OSILENE; PRADO, 2018). Contudo, de acordo essa temática da inclusão, pesquisas mostram a relevância das atividades que se traduzem no dia a dia escolar, em relação ao fazer pedagógico diário e nas possibilidades de viver experiências com a diversidade. Embora a legislação e as políticas públicas afirmem o direito dos alunos de frequentar escolas públicas regulares, sabemos que ainda existem muitas lutas para efetivar as condições por vários motivos, o governo não garante todos os recursos, as escolas ainda não apresentam experiência suficiente com a inclusão, os profissionais estão em processo de formação contínua e os desafios aparecem cotidianamente. O trabalho docente é realizado diariamente, tanto teoria quanto a prática se somam buscando acolher a diversidade e o AEE se insere no processo como espaços de referência para a educação especial nas escolas comuns. Portanto, acreditamos que a organização do AEE é relevante para o processo de inclusão educacional e é necessário utilizar múltiplos recursos: materiais, físicos, humanos e pedagógicos, instrumentos para que os alunos com deficiência, possam ter acesso ao currículo como uma forma garantida de aprender. Com base nas informações fornecidas no documento MEC/SECADI/2013, de 2005 a 2013, foram implantadas 4.000 salas em todo o país, totalizando 41.801 Salas de Recursos Multifuncionais ao nível nacional MEC/SECADI (MEC, 2013, p. 09) por meio da Portaria Ministerial n. º 13/2007, que integra o Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE e o Programa Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – 59 Viver sem Limite, respeitando as seguintes características: Dar suporte a organização para a educação especial direcionado a perspectiva da educação inclusiva; Garantir o total acesso dos alunos que são públicos alvo da educação especial no ensino regular em igualdade criando condições com os demais estudantes; Possibilitar os recursos pedagógicos e prover a acessibilidade as escolas regulares da rede pública de ensino; Possibilitar o desenvolvimento profissional e a inclusão da comunidade escolar. Para atingir esses objetivos, o MEC (SECADI, 2013) empreende as seguintes ações: A obtenção dos recursos que constituem as salas; Informações sobre a disponibilidade referente as salas e das regras adotadas; Acompanhamento da entrega e instalação dos itens às escolas; Orientar sobre os sistemas de ensino para organização e oferta do AEE; Foi implementado o cadastramento escolar para salas de recursos multifuncionais implantadas; A progressão da formação continuada de professores para atuação no AEE; Publicação dos termos de doação; O desenvolvimento da formação continuada de professores para atuação no AEE; Suporte financeiro, através do PDDE escolas acessíveis, para adequação arquitetônica, considerando, a promoção de acessibilidade nas escolas, com salas implantadas. Segundo Braga, (2018), a implementação das salas de recursos multifuncionais é definida pelos gestores como o planejamento de ofertas de AEE e indicação de escolas a serem consideradas, conforme as necessidades da rede, atendendo aos 60 seguintes critérios programáticos: A secretaria de educação a qual se vincula a escola deve ter elaborado o Plano de Ações Articuladas – PAR, registrando as demandas do sistema de ensino com base no diagnóstico da realidade educacional; A escola indicada deve ser da rede pública de ensino regular, conforme registro no Censo Escolar MEC/INEP (escola comum); A escola de ensino regular deve ter matrícula de aluno (s) público alvo da educação especial em classe comum, registrado (s) no Censo Escolar/INEP, para a implantação da sala Tipo I; A escola de ensino regular deve ter matrícula de aluno (s) cego (s) em classe comum, registrado (s) no Censo Escolar/INEP, para a implantação da sala de Tipo II; A escola deve ter disponibilidade de espaço físico para o funcionamento da sala e professor para atuação no AEE. O governo pretende, as ações direcionadas às escolas e às secretarias de educação, assim, sua função está em organizar a implantação de novas salas de recursos multifuncionais com atividades voltadas para escolas e secretarias de educação. Essas são ações articuladas entre o Censo, MEC e o INEP. No entanto, é importante lembrar da responsabilidade da administração escolar, não apenas o espaço ou o cadastramento da SRMs no MEC, bem como, a organização do orçamento escolar, recursos comuns como papelaria, jogos didáticos, adaptação de materiais pedagógicos, entre outros. Segundo documento do MEC (BRASIL, 2010), a formação das Salas de Recursos Multifuncionais, pretende atender às necessidades do sistema educacional. A tipologia da sala é caracterizada na fundamentação dos dados do Censo escolar, classificadas como sala do tipo I e sala do tipo II, que serão apresentadas no próximo tópico. 5.1 Composição das salas de recursos multifuncionais As Salas de Recursos Multifuncionais (SRMs) são denominadas por Tipo I e 61 Tipo II, sendo compostas por equipamentos, tais como, móveis e materiais didáticos pedagógicos (Tipo I) e ferramentas e materiais didáticos pedagógicos destinados especificamente a alunos com cegueira e deficiência visual (Tipo II) (BRAGA, 2018). As Salas de Recursos Tipo I são constituídas pelos seguintes itens: Quadro 1- Composição de Salas de Recursos Multifuncionais Tipo I Fonte: https://shre.ink/alB3. 62 As salas de recursos relacionadas ao Tipo II consistem em todos os recursos da sala do Tipo I, adicionados os recursos de acessibilidade para alunos com deficiência visual, conforme abaixo: Quadro 2- Composição de Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II Fonte: https://shre.ink/alBM. Com base nas especificações de cada sala de aula, é necessário que as escolas públicas reservem espaçofísico para funcionamento da SRM onde serão realizados os Atendimentos Educacionais Especializados - AEE. Possuem mobiliário, materiais didáticos e materiais didáticos e pedagógicos, recursos de acessibilidade e equipamentos específicos para atender alunos direcionados à educação especial e alunos que necessitam de AEE no contra turno escolar. A organização e gestão deste espaço é da responsabilidade da direção escolar, devendo os professores que exercem este serviço educativo estarem formados para lecionarem ao nível básico e adquirirem conhecimentos específicos da educação especial em programas de aperfeiçoamento e especialização (BRAGA, 2018). Os serviços oferecidos pelo AEE à SRM não devem se limitar a como um guia, mas sim como uma proposta de planejamento do AEE para complementar ou completar as atividades escolares. O plano AEE serve como base para um plano de aula ou serviço e contém todos os objetivos e recursos destinados a fornecer atendimento individual aos alunos. Deve ser dominado de forma flexível segundo as necessidades específicas de cada disciplina, dando ênfase em suas potencialidades e condições de acesso a oportunidades de aprendizagem. Assim, você conseguiu identificar os aspectos e características da sala de recursos multifuncionais do tipo I e tipo II e as suas composições. 63 6 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS A equipe multidisciplinar desempenha um papel fundamental no suporte e atendimento às pessoas com necessidades especiais (LOPES, 2014). Sua atuação envolve a colaboração de profissionais de diferentes áreas para oferecer uma abordagem abrangente e integrada, visando o bem-estar e o desenvolvimento pleno do indivíduo. O principal objetivo da equipe multidisciplinar é proporcionar uma avaliação completa das necessidades do indivíduo, considerando os aspectos físicos, emocionais, cognitivos e sociais. Essa avaliação abrangente permite um entendimento mais aprofundado das habilidades, limitações e demandas específicas de cada pessoa, auxiliando na elaboração de um plano de intervenção individualizado. Os profissionais que compõem a equipe multidisciplinar podem variar dependendo das necessidades específicas de cada pessoa, mas geralmente incluem médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, professores e outros especialistas relevantes (CARVALHO, 2019). Cada membro da equipe traz sua expertise e conhecimentos específicos para contribuir de maneira complementar no cuidado e suporte ao indivíduo. A atuação da equipe multidisciplinar envolve diversas etapas, desde a avaliação inicial até o acompanhamento contínuo do progresso do indivíduo. Durante a avaliação, os profissionais coletam informações sobre o histórico médico, as habilidades e dificuldades presentes, as necessidades de apoio e as metas a serem alcançadas. Com base nessas informações, é elaborado um plano de intervenção individualizado, que pode envolver diferentes tipos de terapias, estratégias educacionais, adaptações no ambiente e suporte emocional. A equipe multidisciplinar também desempenha um papel importante na orientação e suporte à família do indivíduo. Eles fornecem informações, esclarecem dúvidas, compartilham estratégias e promovem a troca de experiências. A parceria entre a equipe multidisciplinar e a família é essencial para garantir a continuidade dos cuidados e a promoção do desenvolvimento e qualidade de vida do indivíduo. Além disso, a equipe multidisciplinar também pode desempenhar um papel ativo na educação inclusiva, trabalhando em conjunto com professores e escolas para desenvolver adaptações curriculares, estratégias de ensino diferenciadas e fornecer 64 suporte técnico e pedagógico. 6.1 Construção de uma comunidade inclusiva: desafios e perspectivas A construção de uma comunidade inclusiva é um objetivo fundamental para promover a igualdade, a dignidade e o respeito a todas as pessoas, independentemente de suas diferenças e necessidades (ROCHA, 2014). No entanto, esse processo enfrenta desafios significativos, ao mesmo tempo em que apresenta perspectivas promissoras para uma sociedade mais justa e acolhedora. Um dos principais desafios na construção de uma comunidade inclusiva é a superação de preconceitos e estereótipos arraigados na sociedade. Muitas vezes, a falta de conhecimento e compreensão sobre as necessidades e capacidades das pessoas com deficiência, diferenças culturais, étnicas, de gênero e outras, contribui para a exclusão e marginalização. É essencial combater essas atitudes discriminatórias por meio de educação, conscientização e promoção da diversidade. A infraestrutura física e social desempenha um papel importante na construção de uma comunidade inclusiva. A falta de acessibilidade em espaços públicos, transporte, serviços e edifícios pode limitar a participação ativa das pessoas com deficiência e outras necessidades especiais (D’ANTINO; MAZZOTTA, 2011). Investimentos em infraestrutura acessível e adaptações razoáveis são essenciais para garantir a igualdade de oportunidades e a plena participação de todos. Outro desafio é a criação de políticas públicas inclusivas e a implementação efetiva de diretrizes legais que garantam os direitos das pessoas com necessidades especiais. É necessário um trabalho conjunto entre governos, organizações da sociedade civil, instituições de ensino e demais setores para desenvolver e implementar programas que promovam a inclusão em todas as esferas da vida. Apesar dos desafios, há perspectivas promissoras na construção de uma comunidade inclusiva. A conscientização e o ativismo em torno da inclusão têm aumentado, impulsionando mudanças significativas na forma como a sociedade enxerga e trata as pessoas com necessidades especiais. Movimentos sociais e organizações estão lutando por igualdade de direitos e oportunidades, influenciando a formulação de políticas e a transformação de mentalidades. A tecnologia também desempenha um papel fundamental na promoção da 65 inclusão. Avanços na acessibilidade digital, como aplicativos e dispositivos que auxiliam na comunicação, leitura e mobilidade, têm o potencial de ampliar a participação e a independência das pessoas com necessidades especiais (BORGES, 2018). A educação inclusiva também desempenha um papel fundamental na construção de uma comunidade inclusiva. Promover a inclusão desde a infância, nas escolas e instituições de ensino, é fundamental para desconstruir estereótipos, criar empatia, valorizar a diversidade e preparar as futuras gerações para uma sociedade mais inclusiva e justa. 6.2 O papel das Tecnologias assistivas As tecnologias assistivas desempenham um papel crucial na promoção da inclusão e no empoderamento das pessoas com necessidades especiais. Essas tecnologias são projetadas para auxiliar e facilitar a participação e a independência das pessoas em diversas atividades da vida diária, como comunicação, mobilidade, aprendizado, trabalho e lazer. Uma das principais contribuições é proporcionar acessibilidade. Elas podem ajudar a superar barreiras físicas, sensoriais, cognitivas ou de comunicação que possam limitar a participação plena das pessoas com necessidades especiais. Por exemplo, dispositivos de comunicação alternativa e aumentativa permitem que pessoas com dificuldades na fala se expressem e se comuniquem de maneira eficaz. Dispositivos de apoio à mobilidade, como cadeiras de rodas motorizadas, auxiliam na locomoção e na autonomia das pessoas com deficiência física. As tecnologias assistivas podem ampliar o acesso ao conhecimento e à educação. Softwares e aplicativos específicos ajudam pessoas com deficiências visuais a acessar informações por meio de leitores de tela ou aumentar o tamanho das fontes. Para estudantes com dificuldades de aprendizagem, existem programasde computador que oferecem suporte individualizado e adaptado às suas necessidades, facilitando a compreensão e o processo de aprendizado. No contexto profissional, essas tecnologias podem desempenhar um papel importante na inclusão no local de trabalho. Ferramentas como teclados adaptados, sistemas de controle por voz e softwares de tradução em tempo real podem permitir 66 que pessoas com deficiências físicas ou de comunicação desempenhem suas tarefas de forma eficiente e independente. É importante destacar que elas não se limitam apenas a dispositivos físicos. Elas também englobam softwares, aplicativos e sistemas digitais que oferecem suporte e facilitam o acesso às informações e aos serviços. Por exemplo, plataformas de aprendizado online podem fornecer recursos adaptados e acessíveis, permitindo que estudantes com diferentes necessidades participem plenamente da educação. Embora não desempenhem um papel essencial na inclusão, é importante considerar que elas devem ser utilizadas em conjunto com abordagens pedagógicas adequadas e adaptadas às necessidades individuais. O uso efetivo das tecnologias assistivas requer avaliação, treinamento e suporte contínuo, garantindo que elas sejam utilizadas de maneira adequada e eficiente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AINSCOW, M.; PORTER, G.; WANG, M. Caminhos para as escolas inclusivas. Lisboa: Instituto de inovação educacional, 1997. ALMEIDA. M. S. R. Currículo adaptado para alunos com necessidades educativas educacionais. INSTITUTO INCLUSÃO BRASIL. São Vicente/SP. 2017. Documento on-line. Disponível em: https://institutoinclusaobrasil.com.br/curriculo- adaptado-para-alunos-com-necessidades-educativas-especiais/. Acesso em: 03 jul. 2023. ASSOCIAÇÃO CARIOCA DOS PORTADORES DE DISTROFIA MUSCULAR; ORGANIZAÇÃO DE APOIO ÀS PESSOAS COM DISTROFIAS. Distrofia muscular. Biblioteca Virtual em Saúde, 2016. 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