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Gestão em Educação Escolar
1.1 Introdução
Você sabia que o processo pedagógico ocorre nos diferentes espaços e momentos das práticas sociais? É isso mesmo, esses processos ocorrem na família, na escola, no sindicato, na igreja e em diversos outros espaços.
Assim, a escola como um importante espaço de socialização na vida de crianças, adolescentes, jovens e adultos tem o seu cotidiano marcado por várias práticas formativas. Essas práticas envolvem a organização pedagógica, a merenda, a avaliação, os processos de participação, entre outros, e traduzem concepções teóricas e práticas explícitas ou não.
Ou seja, tudo que ocorre no espaço educativo é resultado dessas concepções, visões de mundo. Compreender essas práticas e identificar as concepções de gestão e organização que as norteiam é fundamental. Desse modo, se quisermos tornar a escola um espaço formativo significativo para a formação dos sujeitos devemos refletir, de maneira sistemática, sobre as diferentes práticas, as concepções que as norteiam e, assim, vamos compreender a importância da organização dos espaços e tempos pedagógicos, das dinâmicas de participação que envolvam todos e cada um na gestão e construção de uma educação de qualidade.
Discutir a administração ou gestão escolar nos leva à discussão acerca do conceito de administração em geral e, também, a compreender a história da gestão, pois as transformações econômicas e tecnológicas, bem como os princípios, funções e maneira de gerir interferem nas práticas sociais e educacionais.
Vamos começar por algumas concepções sobre a administração. Martins (1991) define assim: "a administração como processo de planejar para organizar, dirigir e controlar recursos humanos, materiais, financeiros e informacionais visando à realização de objetivos”.
Você pode observar que os conceitos, citados, estão carregados de termos como controle, produtividade e eficiência, característicos do modo de produção capitalista. No entanto, a administração enquanto atividade essencialmente humana nasceu antes de a sociedade se organizar a partir do ideal capitalista.
Nesse sentido, outro autor, Vitor Paro, em seu livro Administração Escolar: introdução crítica, ao discutir o conceito de administração como fenômeno universal, define o termo como "a utilização racional de recursos para a realização de fins determinados” Assim, tanto os princípios, quanto as funções da administração estão diretamente relacionados aos fins e à natureza da organização social em qualquer realidade e, ao mesmo tempo, determinados por uma dada sociedade.
Por exemplo, na empresa capitalista, que tem como objetivo a acumulação do capital, a função da administração é organizar os trabalhadores no processo de produção, com a finalidade de ter o controle das forças produtivas, do planejamento à execução das operações, visando à maximização da produção e dos lucros. Já numa sociedade indígena, a comunidade organiza seus recursos de caça não para obter lucro, mas com o objetivo de garantir sua sobrevivência com a abundância de carnes.
Então, vamos refletir sobre as maneiras de organização construídas pelos homens ao longo de sua história mais recente. Para desenvolvermos esse exercício, apresentamos as escolas de administração que traduzem concepções, políticas e formas de organização e gestão.
Quais são as escolas de administração?
Os estudiosos apontam várias abordagens para o entendimento do termo administração. Para auxiliar a compreensão, usamos a seguinte classificação:
1. escola clássica ou de administração científica;
2. escola de relações humanas;
3. escola behaviorista;
4. escola estruturalista.
Discutiremos, também, o enfoque cultural como uma alternativa mais abrangente para a análise da administração.
1.2 Escola clássica ou de administração científica
A Escola de Administração Científica tem como principais representantes Henry Fayol e Frederick W. Taylor. Este último é seu principal protagonista, pois foi quem desenvolveu novos métodos de organização racional do trabalho. Taylor criou as linhas de montagem, adaptadas à produção em massa, para o aproveitamento máximo do tempo, dos recursos humanos e materiais.
Com isso, minimizou gastos e aumentou os lucros.
O princípio que norteia o pensamento dessa escola pode-se resumir, segundo Mota (1973) na afirmação de que: "alguém será um bom administrador à medida que planejar cuidadosamente seus passos, que organizar e coordenar racionalmente as atividades de seus subordinados e que souber comandar e controlar tais atividades”.
Desse modo, descreveremos a seguir as ideias centrais dessa abordagem.
Sendo o homem um ser racional, ao tomar uma decisão, busca conhecer todos os cursos de ação disponíveis e as consequências da sua opção. Pode, assim, escolher sempre a melhor alternativa e, com ela, melhorar os resultados de sua decisão. Segundo essa escola, os valores do homem são tidos, a princípio, como econômicos.
Para essa escola de administração, a perspectiva dos resultados é determinante da maneira correta e eficiente de execução do trabalho, o que implica análise e estudos detalhados de todo o processo produtivo, para adequá-lo ao máximo de produção. Para tanto, a gestão deve intervir desde a seleção e treinamento do pessoal até a fixação de um sistema de incentivos econômicos, passando por controles da supervisão.
A organização é uma forma de se estruturar a empresa, visando ao máximo de produtividade e de lucros, não sendo considerados os seus aspectos sociais. Assim, a função do administrador é, fundamentalmente, determinar a maneira certa de executar o trabalho.
No que se refere à organização propriamente dita, esta escola fundamenta-se nas seguintes ideias:
1. Quanto mais dividido for o trabalho em uma organização, mais eficiente será a empresa
2. Quanto mais o agrupamento de tarefas em departamentos obedecer ao critério da semelhança de objetivos, mais eficiente será a empresa;
3. Um pequeno número de subordinados para cada chefe e um alto grau de centralização das decisões, de forma que o controle possa ser cerrado e completo, tenderá a tornar as organizações mais eficientes;
1.3 Escola de Relações Humanas
As relações sociais no modo de produção capitalista são, sobremaneira, relações antagônicas. De um lado, estão os proprietários dos meios de produção, e de outro, a classe trabalhadora, detentora da força de trabalho.
Essas relações apresentam-se conflitantes e algumas vezes irreconciliáveis. A Escola de Relações Humanas, que tem George Elton Mayo como seu representante maior, desloca o foco de interesse da administração, da organização formal, para os grupos informais. Assim, os problemas sociais, políticos e econômicos, passam para a esfera dos problemas psicológicos, ocasionados "pelo relacionamento no grupo, pela necessidade de participação e autorrealização (FELIX, 1989)”. Nessa ótica, os princípios norteadores dessa escola estão centrados em outras ideias.
O homem, além de racional, é essencialmente social. Seu comportamento é dificilmente reduzível a esquemas, sofrendo, portanto, influência de condicionamentos sociais e diferenças individuais. A constatação do grupo informal dentro da organização, como uma realidade própria, diferente da organização formal, exige conhecimentos e tratamentos especiais.
Além do incentivo monetário, para que o homem se integre de forma eficiente aos objetivos da organização formal, fazem-se necessárias outras motivações, como por exemplo, a participação nas tomadas de decisão.
1.4 Escola Behaviorista
Essa escola não vê a organização em sua estrutura formal, mas foca toda sua atenção para a organização informal, ou seja, para as relações sociais não previstas em regulamentos ou organogramas
Segundo a Escola Behaviorista, os princípios administrativos adotados nas empresas podem ser empregados em qualquer tipo de organização e os problemas administrativos devem ser tratados com objetividade. Os principais representantes desta escola são Herbert Simon, Chester Bernard, Elliot Jacques e Chris Argyris, que se pautamnas ideias mostradas a seguir.
O comportamento do homem é racional "apenas em relação a um conjunto de dados característicos de determinada situação”; esses dados, variáveis e resultantes do subjetivismo e do relativismo da própria racionalidade, devem ser não só explicados, mas determinados e previstos pela teoria.
O processo de tomada de decisão, para essa abordagem, exige um tratamento metodológico especial, tendo em vista a sua importância no processo administrativo. Os problemas relacionados à autoridade exigem estudos especiais, pois é necessário um tratamento que leve à aceitação das normas e ordens. Assim, a autoridade, deve ser encarada como fenômeno psicológico e não apenas legal.
A organização deve ser percebida como "um instrumento cooperativo racional”. A realização e satisfação dos objetivos pessoais se obtêm pela vivência da cooperação nas organizações informais.
1.5 Escola Estruturalista
A Escola Estruturalista tem entre seus representantes Max Weber, Robert K. Merton, lvin Gouldner e Amitai Etzioni. Segundo o ponto de vista dessa escola, a organização do mundo moderno exige do homem uma personalidade flexível, resistente a frustrações, com capacidade de adiar a recompensa e com desejo de realização pessoal. Diferente das escolas clássica e de relações humanas, que defendiam a harmonia natural de interesses, e da escola Behavorista, que admitia a existência do conflito, mas acreditava na sua superação por meio da integração das necessidades individuais às organizacionais, os estruturalistas apontam que o conflito, além de necessário, é inerente a determinados aspectos da vida social, tendo em vista as tensões e os dilemas presentes nas organizações. Os incentivos para o bom desenvolvimento do trabalho não podem ser apenas de natureza econômica ou de natureza psico-social, mas de ambas, pois elas se influenciam mutuamente.
1.6 O enfoque cultural: uma tentativa de contextualização da administração
A análise dessas escolas, que retratam a história das diferentes concepções de administração, revela o norte político que as caracteriza. Como o eixo de nossa análise é a administração escolar, falta uma concepção que considere as particularidades da escola. Assim, Benno Sander (1995), ao situar a trajetória da administração escolar, destaca o caráter assumido por esta desde o enfoque essencialmente normativo (que prioriza as normas e a orientação jurídica), passando pelas abordagens tecnocráticas e comportamentalistas, até as abordagens contemporâneas que possibilitam, em alguns casos, a centralidade da dimensão humana, favorecendo os processos de participação dos diferentes atores no cotidiano escolar. Nesse sentido, destaca a importância do enfoque cultural, centrado na dimensão humana, como concepção que contribui para repensar a cultura escolar e, desse modo, para a construção da gestão democrática das escolas. A seguir, vamos discutir um pouco mais essa questão, resgatando a especificidade da escola.
Discutimos, anteriormente, várias concepções sobre a teoria da administração. O nosso objetivo foi possibilitar a você a compreensão de que existem várias formas e maneiras de se ver e de se organizar a administração de uma instituição social. Ao mesmo tempo, enfatizamos o enfoque cultural como aquele que possibilita uma ação contextualizada dos processos de gestão. Vamos discutir, em seguida, a administração ou gestão de uma instituição social específica: a escola.
Você já pode ter visto que, os termos "gestão da educação" e "administração da educação” são utilizados na literatura educacional ora como sinônimos, ora como termos distintos. Algumas vezes, gestão é apresentada como um processo dentro da ação administrativa, outras vezes apresenta-se como sinônimo de gerência numa conotação neotecnicista dessa prática e, em muitos outros momentos, gestão aparece como uma "nova" alternativa para o processo político-administrativo da educação. Entende-se por “gestão da educação o processo político administrativo contextualizado, por meio do qual a prática social da educação é organizada, orientada e viabilizada”. (BORDIGNON; GRACINDO, 2001). Tendo em vista a análise feita pelos professores Genuíno Bordignon e Regina Gracindo, vamos optar pelo uso do termo gestão como substitutivo para o de administração, quando descrevemos os conceitos de gestão de sistemas e de gestão escolar.
Nas escolas e nos cursos de formação, abordam-se conceitos como: gestão da educação, gestão da escola, gestão educacional, gestão de sistemas e administração escolar. Convém entender esses conceitos para, depois, utilizá-los nas escolas, então, vejamos a seguir duas abordagens:
Gestão de Sistema Educacional
A gestão de sistema implica ordenamento normativo e jurídico e a vinculação de instituições sociais por meio de diretrizes comuns.
“A democratização dos sistemas de ensino e da escola implica aprendizado e vivência do exercício de participação e de tomadas de decisão. Trata-se de um processo a ser construído coletivamente, que considera a especificidade e a possibilidade histórica e cultural de cada sistema de ensino: municipal, distrital, estadual ou federal de cada escola." (BRASIL, 2004, p. 23)
Gestão da Escola Pública
“Trata-se de uma maneira de organizar o funcionamento da escola pública quanto aos aspectos políticos, administrativos, financeiros, tecnológicos, culturais, artísticos e pedagógicos, com a finalidade de dar transparência às suas ações e atos e possibilitar à comunidade escolar e local a aquisição de conhecimentos, saberes, ideias e sonhos num processo de aprender, inventar, criar, dialogar, construir, transformar e ensinar” (Silva, 2003).
A partir desses conceitos, vamos compreender melhor a escola e sua função social, destacar as suas especificidades ao diferenciar a gestão escolar da administração empresarial. A escola, como instituição social, deve ser administrada a partir de suas especificidades, ou seja, a escola é uma organização social dotada de responsabilidades e particularidades que dizem respeito à formação humana por meio de práticas políticas, sociais e pedagógicas. Assim, sua gestão deve ser diferenciada da administração em geral, e, particularmente, da administração empresarial.
A instituição escola pública, criada para ser espaço de formação dos dirigentes da sociedade, tornou-se hoje o local universal de formação de homens e de mulheres, abrigando no mesmo espaço seres humanos em processo de vir a ser. Lembremo-nos do dever humano, a transformação faz parte de nós e da nossa cultura. Estamos no mundo e por isso nossas ações o atingem e, a partir disso, construímos nossa educação.
A educação é aqui entendida como processo de criação, inovação e apropriação da cultura, historicamente produzida pelo homem. Dessa forma, a escola torna-se espaço privilegiado de produção e de transformação do saber sistematizado. As práticas e ações que a organizam devem ser eminentemente educativas, de forma a atingir os objetivos da instituição: formar sujeitos participativos, críticos e criativos.
Assim, vamos fazer uma reflexão sobre as concepções que permeiam as discussões acerca da administração educacional e, assim, identificar e discutir os argumentos utilizados pelas escolas teóricas que defendem a especificidade da gestão escolar e questionam o emprego linear na educação dos princípios utilizados na administração em geral.
Por quê o nosso país é marcado por intensas desigualdades? Por quê não é garantido a todos o direito social à moradia, assistência médica, odontológica e educacional? Por quê alguns tem acesso a educação e outros não?
Como contribuir para a educação de qualidade de crianças, adolescentes, jovens e adultos?
O que fazer durante nossas atividades na escola para contribuir para a formação significativa dos estudantes? Como os funcionários podem contribuir? Como podemos ser educadores e gestores na escola?
1.7 Qual a função social da educação e da escola?
O homem, no processo de transformação da natureza, instaura leis que regem a sua convivência no grupo, criaestruturas sociais básicas que se estabelecem e se solidificam conforme vão se constituindo em espaço de formação do próprio homem. As relações que os homens estabelecem entre si e a natureza - nas diferentes esferas da vida social, mediadas por instituições por eles criadas, tais como instituições religiosas, trabalhistas, educacionais, sindicatos, partidos políticos e associações - constituem-se em espaços de construção/reconstrução de saberes sociais e da História humana.
A satisfação das múltiplas e históricas necessidades humanas só é possível na medida em que os homens se relacionam entre si. Assim, o processo de relação entre os homens e a natureza aponta para a necessidade de criar meios que entrelacem as suas relações. Assim podemos entender que, "o processo de entrar em relações uns com os outros nos é imperativo, pois a satisfação das necessidades humanas implica agir, que impõe inelutavelmente a presença do outro. (BRUNO, 2004, p. 288).
É ao relacionar-se entre si e com a natureza que os homens se constituem e, nessa relação, constroem saberes, objetos, conhecimentos e cultura. Os conhecimentos e os saberes construídos historicamente pelos homens, nas relações que estabelecem entre si, nas diferentes esferas da vida social, constituem o que se chama de educação, que, compreendida na perspectiva ampliada, define-se como prática social que se dá nas relações sociais que os homens estabelecem, nas diversas instituições e movimentos sociais, por eles criados e modificados ao longo de sua história.
Mas, por ser produto das relações estabelecidas entre os homens, a educação também pode ser crivada por concepções mais restritas ou mais complexas, dependendo de como se dão as relações na produção/reprodução da vida material, espiritual e na organização da vida em sociedade.
Assim, em uma sociedade em que o homem é tido como sujeito histórico e sua formação tem como objetivo o desenvolvimento físico, político, social, cultural, filosófico, profissional e afetivo, a concepção de educação se dá na perspectiva que concebe o homem na sua totalidade. Em contrapartida, em uma sociedade em que o homem é reduzido a indivíduo que vende a sua força de trabalho, a educação passa a ter como finalidade habilitar técnica, disciplinar e ideologicamente os diversos grupos de trabalhadores para servir ao mundo do trabalho. Nessa concepção, a educação limita-se à preparação de mão de obra, qualificando o homem para a submissão individual e competitiva à esfera econômica e ao mercado de poucos empregos.
A concepção de educação que orienta este módulo fundamenta-se numa perspectiva crítica que concebe o homem em sua totalidade, enquanto ser constituído pelo biológico, material, afetivo, estético e lúdico. Nesse sentido, faz-se necessário que os homens, no desenvolvimento das práticas educacionais, em suas múltiplas e históricas necessidades, sejam considerados como sujeitos dos processos educativos. Isso significa que a educação está sendo compreendida em um sentido mais amplo, ou seja, enquanto prática social que se dá nas relações que os homens estabelecem entre si, nas diferentes instituições e movimentos sociais, sendo, portanto, constituinte e constitutiva dessas relações. E a escola, como instituição social, criada pelos homens na busca da construção/reconstrução de um saber histórico e da sua própria humanização por meio das relações estabelecidas, só se justifica quando cumpre a função social para a qual foi criada.
O projeto de educação a ser desenvolvido nas escolas tem de considerar, portanto, os diferentes segmentos sociais que a compõem, bem como buscar a explicitação de sua identidade social, articulando-se com a realidade. Precisa prever ações com vistas à melhoria dos processos educativos, propiciando condições políticas e culturais para sistematizar e socializar os saberes produzidos pelos homens. Isso quer dizer que o projeto de uma unidade escolar, na perspectiva de uma educação de qualidade e democrática, deve envolver os diferentes sujeitos que constroem o cotidiano da escola: funcionários, estudantes, professores, pais, equipe de direção e comunidade.
Assim, a escola, no desempenho de sua função social de formadora de sujeitos históricos, constitui-se em um espaço de sociabilidade, possibilitando a construção e a socialização do conhecimento vivo, que se caracteriza enquanto processo em construção permanente e espaço de inserção dos indivíduos nas relações sociais.
É importante não perder de vista que o projeto da escola deve se articular e contribuir com o projeto pedagógico do sistema ou rede. Assim, quanto mais a construção deste for participativa maiores serão as possibilidades do projeto da escola contribuir com o conjunto das instituições educativas que compõem a rede.
Logo, você já deve ter percebido que é função da escola criar projetos educativos numa perspectiva transformadora e inovadora, onde os fazeres e práticas não estejam centrados nas questões individuais, mas sim nas questões coletivas. Isso quer dizer que, para a escola avançar, é fundamental considerar os espaços de formação de todos que trabalham, criam, brincam, sonham e estudam, enfim, de todos aqueles que dela fazem parte. Também é fundamental não perdermos de vista que a escola faz parte das relações sociais mais amplas e que as possibilidades históricas de sua organização passam pela sociedade política e civil. Nesse cenário, os processos de mudança vivenciados pelo Estado são um dos indicadores dos limites e das possibilidades da gestão escolar.
1.8 Gestão da educação: tendências atuais
Vimos como a concepção de administração empresarial tem sido apresentada como parâmetro para a gestão educacional e que a sua difusão se deu por meio da corrente de estudiosos que entendem os problemas da escola como meramente administrativos. Sua solução, portanto, estaria no uso de métodos e técnicas oriundos das teorias das "escolas" de administração.
Segundo os defensores dessa concepção, a gestão é entendida como direção, ou seja, como a utilização racional de recursos na busca da realização de determinados objetivos. Isso requer uma adequação dos meios aos fins a serem alcançados. Logo, se os objetivos são ganhos imediatos de novos mercados e consumidores, as ações da direção da empresa se pautarão por eles. No entanto, vimos também que há outra concepção de gestão educacional, derivada não dos objetivos do mundo comercial e competitivo, mas da natureza, das funções, dos objetivos e dos valores das escolas, alicerçados no campo da formação humana e sociocultural. A maneira de conduzir uma escola reflete, portanto, os valores, concepções, especificidades e singularidades que a diferenciam da administração capitalista.
Assim, os objetivos da organização escolar e da organização empresarial não são apenas diferentes, mas antagônicos. A escola objetiva o cumprimento de sua função de socialização do conhecimento historicamente produzido e acumulado pela humanidade, ao passo que a empresa visa à expropriação desse saber na produção de mais valia para a reprodução do capital, para manter a hegemonia do modo de produção capitalista.
A escola, enquanto organização social, é parte constituinte e constitutiva da sociedade na qual está inserida. Assim, estando a sociedade organizada sob o modo de produção capitalista, a escola enquanto instância dessa sociedade, contribui tanto para manutenção desse modo de produção, como também para sua superação, tendo em vista que é constituída por relações contraditórias e conflituosas estabelecidas entre grupos antagônicos.
A possibilidade da construção de práticas de gestão na escola, voltadas para a transformação social com a participação cidadã, reside nessa contradição em seu interior. Desse modo, a gestão escolar é vista por alguns estudiosos como a mediação entre os recursos humanos, materiais, financeiros e pedagógicos, existentes na instituição escolar, e a busca dos seus objetivos, não mais o simples ensino, mas a formação para a cidadania.
A gestão, numa concepção democrática,efetiva-se por meio da participação dos sujeitos sociais envolvidos com a comunidade escolar, na elaboração e construção de seus projetos, como também nos processos de decisão, de escolhas coletivas e nas vivências e aprendizagens de cidadania.
É novamente do professor Paro a afirmação de que:
"o caráter mediador da administração manifesta-se de forma peculiar na gestão educacional, porque aí os fins a serem realizados relacionam-se à emancipação cultural de sujeitos históricos, para os quais a apreensão do saber se apresenta como elemento decisivo na construção de sua cidadania”. (1999, mimeo).
Assim, a gestão escolar voltada para a transformação social contrapõe-se à centralização do poder na instituição escolar e nas demais organizações, primando pela participação dos estudantes, funcionários, professores, pais e comunidade local na gestão da escola e na luta pela superação da forma como a sociedade está organizada.
Isso implica repensar a concepção de trabalho, as relações sociais estabelecidas no interior da escola, a forma como ela está organizada, a natureza e especificidade da instituição escolar e as condições reais de trabalho pedagógico, discussão que faremos no próximo tópico.
Bom dia! Hoje nós vamos iniciar uma nova disciplina, uma disciplina que tem muito a ver com o nosso dia a dia na escola, mais a ver do que a gente mesmo possa pensar. Então, vamos conhecer essa nova disciplina que nós vamos trabalhar a partir de hoje? O nome da nossa disciplina chama-se "Gestão da Educação Escolar", a carga horária é de 80 horas, divididas em cinco unidades, e nós vamos ter 8 aulas para trabalhar essas 5 unidades, ok? A gente vem falando de gestão, de administração escolar. É um tema muito comum no dia a dia de quem trabalha na escola. você deve estar imaginando agora qual será o termo correto? Gestão? Administração? Então, é uma pergunta que todo mundo se faz quando se trata de administração ou gestão escolar. Então, nós vamos começar pela Unidade 1, justamente com essa pergunta. Na Unidade 1, diz o seguinte: "administração ou gestão da escola: concepções as escolas teóricas".
Aqui mostra uma imagem de gestor em volta de pessoas, discutindo ações para serem realizadas na escola. A gente trouxe essa imagem aqui para mostrar bem esse ambiente de gerenciamento, de administração, de conversa, de lidar com pessoas. Então esse tema que vai virar debate e perguntas, a gente vai trazer agora para perguntar diretamente para as pessoas: "administração ou gestão: qual é o termo correto?" Administração de empresas tem a ver com administração de escolas? Então nós vamos agora a Machadinho do Oeste perguntar diretamente para quem entende do assunto. Vamos lá? Há quem diga que a escola é a segunda casa dos estudantes, pois eles passam horas nessa instituição, compartilhando conhecimentos e vivenciando diversas situações. E já que a escola é um ambiente tão importante para a vida de um indivíduo, como seria sua gestão ideal?
Veja o que o Ministério da Educação diz acerca da gestão da escola pública. Na sequência, acompanha opinião de alguns gestores de escolas públicas de Rondônia. Trata-se de uma maneira de organizar o funcionamento da escola pública quanto aos aspectos políticos, administrativos, financeiros, tecnológicos, culturais, artísticos e pedagógicos, com a finalidade de dar transparência às suas ações e atos e possibilitar a comunidade escolar e local a aquisição de conhecimentos, saberes, ideias e sonhos num processo de aprender, inventar, criar, dialogar, construir, transformar e ensinar. A diferença é, assim, que é um número de funcionários bem maiores e a gente mexe com crianças, né? São crianças no qual a gente dá sequência na educação, não educação aquela educação familiar de corrigir, mas, sim, naquela educação para o futuro. Eu penso que o lado humano na instituição escola tem que ser levado muito mais em consideração do que ainda numa empresa particular, numa empresa privada, porque aqui a gente lida com alunos e cada aluno que chega nessa escola traz uma história de casa, um conhecimento de vida que precisa, não é deveria, mas precisa ser levado em consideração para que você consiga alcançar um êxito com essa criança.
Tentar administrar a escola num todo, procurando, assim, não ter diferenças entre aquele funcionário que é do apoio, aquele professor que em sala de aula ou guarda que trabalha à noite, tratar eles de formas iguais. E os alunos também de uma forma, assim, igual para todos, porque ninguém é melhor que ninguém no mundo onde vive, principalmente dentro de uma escola, de uma instituição de ensino. É estar em todos os cantos um pouquinho. Ele precisa participar de todo o andamento da escola. A parte administrativa, pedagógica é a questão na gestão de equipe mesmo, então é preciso estar presente em todos os lugares. Se interaja de todos os acontecimentos, tanto com funcionários, como com os pais, como os alunos, porque, no momento, que chega até ele uma situação, porque sempre a parte final e chega nos gestores, é abraçar a causa, não tem outra alternativa. É trabalhar com a responsabilidade, mas com muito amor também, porque, se você for ver só o lado prático da situação, você acaba não ficando, porque é muito trabalhoso, mas quando você pensa no lado humano, na sua responsabilidade enquanto ser humano, enquanto ser social na sociedade, aí isso te dá um pouco mais de força para conseguir segurar essa situação, porque realmente é bastante pesado. Perceberam as diferentes opiniões?
O cotidiano de uma gerir uma escola, de administrar uma escola, de como todo um contexto interfere diretamente naquele perfil do gestor. Perceberam que por mais fácil que às vezes possa aparecer para quem está de fora, realmente o sistema é complexo. A gente precisa levar em consideração muitas coisas, mesmo assim, tem o seu lado positivo e muito engrandecedor. Então, vamos aqui para mais um ponto a ser questionado. A escola como importante espaço de socialização tem seu cotidiano marcado por várias práticas formativas. Então, você já deve ter observado no seu cotidiano escolar, tem diretor que tem um perfil de controle, o diretor que analisa dados, o diretor que está controlando realmente os gastos, a parte financeira, ele se preocupa com o alcance dos objetivos diretamente tem um diretor que leva mais em conta o lado social, como funcionário está se relacionando com seu ambiente de trabalho, como o funcionário está reagindo àquelas determinadas orientações.
Tem diretor que, às vezes, acha que é mais fácil ele coordenar um grupo levando em conta as particularidades de cada. Bom, são várias as práticas. Cada prática tem influência de alguma escola administrativa, de algum pensador, de algumas tendências pedagógicas. Elas podem estar implícitas ou explícitas. Você pode perceber naturalmente ou, às vezes, você pode precisar analisar mais detalhadamente, mas essas práticas, sim, estão presentes no dia a dia. Então cada um, cada gestor, cada sistema de gestão é influenciado por algum sistema pedagógico por alguma tendência pedagógica. A gente precisa conhecer para que a gente possa realmente saber aonde a gente pode participar, aonde a gente pode interferir. Essas práticas traduzem concepções teóricas e práticas, como falei, explícitas ou não. Compreender essas práticas e identificar as concepções de gestão que as norteiam é fundamental. Então vocês devem estar se perguntando: mas professora Andréia, para que eu preciso saber como é o sistema de gestão da minha escola? Eu não sou diretor, eu não sou gestor. Por que eu preciso saber? Eu preciso conhecer essas práticas porque, como eu falei, a gente precisa conhecer para poder interferir. A gente precisa conhecer para poder opinar, para poder participar.
O que a gente está sugerindo hoje é isso: a participação cada vez mais do funcionário no sistema de aprendizagem da escola, no sistema de ensino. Para gente poder participar a gente precisa conhecer. E, a partir de hoje, a gente vai se aprofundar cada vez mais no sistema de gestão da sua escola e nasdemais. Dessa forma, podemos entender a importância, como eu falei, dos espaços e tempos pedagógicos, das dinâmicas de participação que envolvem todos e cada um na gestão e construção de uma educação de qualidade. Discutir a administração ou gestão escolar nos leva à discussão acerca do conceito de administração em geral e, também, a compreender a história da gestão. Já que a gente está falando tanto em administração, gestão, por que não compreender a história desse sistema? Como é que a gente vai entender como funciona todo esse processo. Às vezes a gente faz uma crítica a um determinado gestor, a um determinado diretor, e a gente não sabe como funciona todo esse processo.
É a partir daí essa proposta da aula e das demais aulas também, para que a gente possa realmente interferir e de forma positiva, de forma consciente, porque a gente só pode realmente contribuir se a gente te conhecer, como eu já falei, e se a gente tiver realmente mecanismos para poder levar as nossas ações adiante. Transformações econômicas e tecnológicas, bem como os princípios, funções e maneira de gerir interferem nas práticas sociais e educacionais. A administração como processo de planejar para organizar, dirigir e controlar recursos humanos, como foi falado no nosso vídeo, materiais, financeiros e informacionais visando à realização dos objetivos. Eu trouxe aí esses conceitos do nosso autor Prado. A gente tem nosso manual, nosso módulo. Falamos tanto de administração, falamos tanto de como gerenciar. Então, quais são as escolas de administração? Quais são as escolas que, talvez, esses gestores, esses administradores se baseiam para poder gerenciar uma escola, gerir uma escola?
A gente tem aqui a escola clássica ou de Administração Científica, a escola de relações humanas, e a escola behaviorista e a escola estruturalista. A gente tem aqui a imagem de Charlie Chaplin que refere-se ao filme "Tempos Modernos que ficou bem marcado nessa época, quando a gente tem essa escola clássica que a gente vai explicar para frente. Esse filme até sugiro que vocês assistam posteriormente que ele reflete bem essa prática da escola clássica. A gente vai começar com a escola clássica ou de Administração Científica. Veja bem, reafirmando, a gente está fazendo é um apanhado dessas escolas para que a gente possa estudar desde o princípio como funcionam esses sistemas de administração e, às vezes, o que o seu próprio diretor na sua escola está se baseando para poder trabalhar. A gente vai até ver se, como o autor propõe, se administração de empresas tem a ver com administração da escola. Vamos ver as diferenças, vamos ver o que realmente parece, o que diferencia, para a gente poder ter uma conclusão final. Ok? Vamos entender como funciona a escola clássica ou de administração científica. Seus principais representantes são Henri Fayol e o Frederick Taylor. Este último é o seu principal protagonista. Frederico Taylor foi o que mais contribuiu para essa escola. Taylor criou as linhas de montagem, em que o filme "Tempos modernos" deixa bem claro, adaptados à produção em massa para o aproveitamento máximo do tempo e dos recursos e materiais. Nessa escola de administração não se perdia o menos possível. As pessoas eram orientadas a produzir cada vez mais em larga escala era uma linha de montagem totalmente desenhada para a produção e o mínimo de desperdício, totalmente o controle era mantido nessa escola de administração. O que era importante era produzir, gastar o menos possível e a empresa ter cada vez mais lucro. Essa era a teoria da escola clássica. Com isso, minimizou os gastos e aumentou, claro, os lucros. Alguém será um bom administrador à medida que planejar cuidadosamente, para essa escola, seus passos que organizar e coordenar racionalmente, essa palavra vou marcar aqui, racionalmente as atividades seus subordinados e que souber comandar e controlar tais atividades. Nada podia fugir ao controle do chefe, do gestor. Tudo passava pela mão dele. Cada vez mais produzindo, cada vez mais diminuindo gastos e aumentando os lucros. Era essa a filosofia da escola. A gente tem aqui uma abordagem clássica, um gráfico, esse é um desenho para gente verificar aqui, administração científica teoria clássica nas mesmas. O Taylor deu mais ênfase nas tarefas e o outro que contribuiu bastante para escola clássica deu ênfase na estrutura de montagem. Então, isso vale para ilustrar aí o que a gente acabou de trabalhar com vocês. Para esta escola, a organização é uma forma de se estruturar a empresa, a gente fala muito em organização, visando ao máximo de produtividade e de lucros, não sendo considerado os seus aspectos sociais. O que importava era lucro, o que importava era organização, era o controle. Os aspectos sociais realmente não eram considerados. Assim, a função do administrador é, fundamentalmente, determinar a maneira certa de executar os trabalhos. Aparece aqui na gravura o coordenador, o chefe, o gestor com o financeiro, com as pessoas, com a estrutura, ele tendo todo o controle nas mãos. Eles, realmente, centralizavam todo o poder. Por quê? Porque se eles não centralizassem, ele ia perder. O importante era que ele orientasse bem os subordinados para poder executar de forma correta os trabalhos. Temos outras escolas de administração. Vamos trabalhar agora com a escola das relações humanas. Vamos ver o que essa escola propõe. Essa escola de administração tem como seu principal representante o George Elton Mayo.
Ele desloca o foco de interesse da administração, da organização formal para os grupos informais, ao contrário da primeira escola, a escola clássica. O homem, além de ser racional, é essencialmente social. O seu comportamento é dificilmente reduzível a esquemas sofrendo, portanto, influência de condicionamentos sociais e diferenças individuais. Vejam bem que na primeira escola a gente viu que a proposta era manter o controle e colocar as pessoas dentro de um esquema, minuciosamente, organizado para que se reduzissem custos e aumentassem os lucros. Já na escola de relações humanas, o que se propunha era que o homem não podia ser enquadrado dentro de um esquema, ele era um ser social, ele tinha suas influências do meio. Isso tinha que ser considerado, isso tinha que ser previsto dentro da escola. Então, a proposta da escola de relações humanas é diferente da primeira que a gente abordou aqui. A constatação de um grupo informal dentro da organização exige conhecimento e tratamento especiais. O gestor, nessa escola, o gestor que acompanha esse modelo entende que as relações sociais dentro do setor de trabalho têm que ser consideradas, tem que ser levadas em conta, porque isso vai interferir diretamente na produção. Diferentemente da escola clássica que diz que isso não importa, que isso não deve ser levado em consideração, o que importa é o controle, o que importa é a produção, o que importa é a quantidade de produtos, a quantidade de lucro que eu estou fazendo para empresa. Aqui a gente vai ver aqui mais uma uma informação. Além do incentivo monetário, além da gratificação, do salário, faz-se necessárias as outras motivações, como a participação na tomada de decisões. Já comparando aí uma escola com a outra. Aí já tem já tem um esquema aqui para a gente perceber, para ilustrar, a gente aqui tem um ciclo motivacional. Ele fala do estímulo ou incentivo, fala da necessidade isso aqui é para o trabalhador, para o empregado, cada um tem suas necessidades. A gente tem aquele momento de tensão, a gente tem aquele momento de conflito, de alguma coisa não estar dando certo, isso vai gerar um comportamento, vai gerar uma ação e dependendo do que eu tenha de incentivo, vai gerar uma satisfação que, no final, vai gerar um equilíbrio. Esse equilíbrio depende desse ciclo. Esse ciclo motivacional aqui é muito importante que o gestor conheça e interferia diretamente no ciclo motivacional. Agora a outra escola, a escola behaviorista. A gente vai abordar quais suas características. Ela foca toda sua atenção para a organização informal, ou seja, para as relaçõessociais não previstas em regulamentos ou organogramas. A escola behaviorista não faz o cronograma, ela não faz um esquema para enquadrar o funcionário, o subordinado, ela entende que as relações acontecem de forma informal, as relações trazem mais resultados se o chefe, se o gestor tiver mais contato de uma forma individual. Então, essa escola dá muita ênfase ao psicológico. Então a gente vai entender mais as características. A gente vai ver a seguir. A gente tem os seus principais representantes O principal é que o comportamento do homem é racional apenas em relação a um conjunto de dados característicos de determinada situação. Essa variação entre o subjetivismo e o relativismo da própria racionalidade devem não ser só explicados, mas determinados e previsto na teoria. O que eles entendem é que as pessoas têm problemas, as pessoas, às vezes, são desmotivadas. Então, essas variações devem ser prevista na teoria. Um gestor vai focar mais no comportamento individual, no que o funcionário, no que o empregado está apresentando na produção para ele poder intervir. Aqui tem uma gravura para a gente poder compreender. a gente aqui tem o estímulo o estímulo, a gente tem o meio que, no caso, o gestor vai intervir ele vai ter aprendizagem depende da relação compreendida entre o estímulo e a resposta. E aqui a manipulação comportamental é a intervenção do gestor.
 Dependendo do que ele intervém, do que ele traz para o funcionário, de qual motivação que ele vai empregar, o funcionário vai dar aquela resposta. Nesse meio aqui é que a gente vai ter aí a intervenção do gestor. Se caso o funcionário aqui nessa escola não ele não apresente aí uma forma de obedecer às regras, ele fuja realmente das metas, dos objetivos, a escola prevê que você pode condicionar aquele empregado a obedecer, desde que aquela resposta, aquela intervenção seja de forma correta. Outra escola. A escola estruturalista. Vocês perceberam aí, vocês já devem ter analisado, a chefia, todo mundo tem um chefe, né? Todas as pessoas que trabalham têm um chefe, todo mundo tem um superior. Será que o meu gestor se enquadra nesse perfil? Vendo que foi dito aí. Será que o sistema de gestão da minha escola está enquadrado dentro desse perfil? É bom ir fazendo essa análise é no decorrer da explicação. Segundo essa escola, a organização do mundo moderno exige do homem uma personalidade flexível, resistente a frustrações, com capacidade de adiar recompensa e com desejo de realização pessoal. A escola estruturalista aponta um conflito, vejam bem, diz que além de necessário, é inerente a determinados aspectos da vida social, tendo em vista as tensões e os dilemas presentes nas organizações.
 Os incentivos para o bom desenvolvimento do trabalho não podem ser apenas de natureza econômica não podem ser apenas de natureza econômica ou de natureza psicossocial, mas de ambas, pois elas influenciam mutualmente. Nessa escola, eles percebem que é necessário o incentivo, sim. as pessoas precisam, claro, de um incentivo financeiro, monetário, é claro que a gente precisa realmente ter um ganho para que a gente permaneça no trabalho, mas eles entendem que o incentivo não é só o financeiro, a gente tem que ter incentivo psicossocial, a gente tem que ter uma motivação extra. a gente tem que ter uma gerência de qualidade para que a gente possa se motivar dentro do trabalho, além do monetário. Eles dizem que os conflitos não só existem, mas também que eles são necessários para o aprendizado. Então, enquanto as outras escolas veem o conflito como uma coisa que a gente tem que controlar, que tem que é eliminar da instituição, essa escola estruturalista percebe que o conflito é inerente, não tem como você fugir, e faz com que esse conflito seja benéfico. Onde você vai estruturar o seu objetivo dentro do que foi trazido para dentro do ambiente. Se houve um conflito, o gestor vai tentar redimensionar os seus objetivos, ele vai tentar desenhar novamente o que ele propõe, para poder melhorar realmente os resultados. Aqui a gente trouxe uma gravura para a gente perceber a diferença das escolas. A gente está falando aqui da escola estruturalista. Falando aí da influência do ambiente. A gente tem uma situação inicial, digamos uma situação de trabalho, a gente também tem uma estratégia inicial, a gente desenha uma estratégia inicial, só que o ambiente ele influencia e dá uma quebrada aqui no que a gente planejou inicialmente, o que a gente planejou aqui. Então a gente desenha uma nova estratégia e desenha também um novo objetivo. Então, essa influência do ambiente não impediu que eu chegasse a um novo objetivo, só que eu sempre que desenhar novamente, o objetivo original era esse. A gente teve que traçar o novo objetivo dentro da mudança da influência do ambiente. Então, a escola estruturalista diz o seguinte: toda a organização depende de outras organizações e do ambiente para sobreviver. Essa crescente dependência leva as organizações a mudarem seus objetivos. Assim, as organizações desenvolvem estratégias para lidar com o ambiente. Já que agora a gente falou tanto de empresa, a gente falou tanto de um chefe de uma dessas instituições que é uma empresa, uma fábrica. Agora vamos falar de escola. O que essas escolas administrativas influenciam ou não influenciou na nossa escola? Essa forma de gestão que a gente falou aí, essas diferentes formas de gestão, essas diferentes formas de lidar com as situações que aparecem, ou dos conflitos. Será que tem influência? Será que esses gestores já leram a respeito? Será que eles estudaram? Será que eles são influenciados? Essas e outras perguntas a gente vai respondendo decorrer da disciplina.
Vamos discutir agora a administração ou gestão de uma instituição escolar específica. A escola Entende-se por gestão na educação o processo político-administrativo contextualizado, por meio da qual a prática social da educação é organizada, orientada e viabilizada. A gente trouxe esse conceito aqui: vamos optar pelo termo gestão substituindo o termo administração. Vou concordar com o autor, ele optou pelo termo gestão, ele acha que o termo gestão é mais amplo, dá uma dimensão maior do que seja gerir, não só aspectos financeiros, mas também sociais, também humanos. Ele optou pelo termo gestão que eu concordo, eu acho que ele é bem mais amplo do que administração. Não é só somente administrar os recursos, mas também gerir toda uma situação que se envolve dentro da escola. Falando em gestão, vamos, claro, para o sistema de gestão educacional. Eu trouxe um conceito: a democratização dos sistemas de ensino e da escola implica aprendizado e vivência do exercício de participação e de tomada de decisão. Trata-se de um processo a ser construído coletivamente, que considera a especificidade e a possibilidade histórica e cultural de cada sistema de ensino: municipal, distrital, estadual e federal. A gente vê que o sistema educacional traz diferença de um sistema de administração de empresas, de gestão de empresas. A gente vai vendo as diferenças ao longo da aula. Claro que a gente tem esses conceitos aí já prontos, mas que englobam tudo que a gente está querendo passar para vocês. Gestão da escola pública, outro conceito que resume bem o que a gente está querendo é discutir. Trata-se de uma maneira de organizar o funcionamento da escola pública quanto ao aspectos políticos, administrativos, financeiros, tecnológicos, culturais, artísticos e pedagógicos, com a finalidade de dar transparência às suas ações e atos e possibilitar à comunidade escolar e local a aquisição de sonhos num processo de aprender, inventar, criar, dialogar construir, transformar e ensinar. A gente viu aí várias escolas de administração e a gente fica pensando: em que momento eu posso ver a minha escola como democrática? Em que momento posso ver a minha escola com vários aspectos que consideram o social, que consideram o financeiro, que consideram a família? Todos esses aspectos aí tem que ser considerados, né? Como eu vejo o meu gestor hoje? Será que eu vejo essa pessoa como um líder que consideratodos esses aspectos ou vejo uma pessoa centralizadora? Essas reflexões a gente fazendo ao longo da disciplina. A escola como instituição social, deve ser administrada a partir de suas especificidades, ou seja, a escola é uma organização social dotada de responsabilidades e particularidades que dizem respeito à formação humana por meio de práticas políticas, sociais e pedagógicas.
 Quando eu falo de especificidades, eu falo de particularidades. Não adianta um gestor querer realizar ações em sua escola que não tem a ver com a comunidade. Às vezes, eu tenho uma comunidade, vou dar um exemplo, uma comunidade quase em sua totalidade evangélica, eu trago festas que tiram realmente essa particularidade, que não aproximam as pessoas. Quando eu elaboro ações, quando defino objetivos dentro da minha escola eu tenho que levar em conta as suas particularidades. Esse é o papel do gestor. Ele lê essa realidade para ele poder encontrar o melhor forma de gerir a sua escola. Dessa forma que, continuando, a gestão escolar deve ser diferenciada da Administração Geral, aquele já diz claramente que é diferente da Administração Geral, mas especificamente da administração empresarial. As práticas e ações educacionais devem ser eminentemente educativas, de forma a atingir os objetivos da instituição, formar sujeitos participativos, críticos e criativos. Ele deixa bem claro que há uma grande diferença de administrar uma empresa e gerenciar uma escola. é uma grande diferença por quê Porque a empresa ela Visa lucros ela vir ela avisa quanto mais quanto menos gastos e mais Lucas eu tiver na história Fica bem claro. E a escola lida com diferentes situações, com diferentes sujeitos, com várias particularidades e isso a gente tem que deixar bem claro. Então qual é a função social da escola? Os homens precisam naturalmente relacionar-se entre si e com a natureza. A educação define-se como prática social que se dá nessas relações sociais que os homens estabelecem, nas diversas instituições e movimentos sociais por eles criados e modificados ao longo da história. Neste momento estamos em busca do desenvolvimento de uma educação no sentido bem mais amplo, onde o educando é considerado sujeito do processo educativo. Este pensamento fundamenta-se numa perspectiva crítica que concebe o homem em sua totalidade enquanto ser constituído pelo biológico, material, afetivo, estético e lúdico. E é por isso que a gente fala tanto em gestão de escolas. Se a gente quer uma gestão democrática, uma gestão participativa, a gente tem que formar pessoas realmente participativas. Como eu posso querer que o aluno seja crítico com sua formação desenvolvida de uma forma bem mais ampla, se eu limito a participação no meu funcionário? A gente não pode ter duas escolas dentro de uma só. A gente tem que ter uma prática só que favoreça tanto o funcionário, quanto o aluno.
O projeto de educação a ser desenvolvido nas escolas tem de considerar, portanto, os diferentes segmentos sociais que a compõem, bem como buscar a explicitação de sua identidade social, articulando-se com a realidade. Resumindo, quando a gente vai elaborar o Projeto Político-Pedagógico da escola, a gente tem que considerar a especificidade de cada comunidade, não adianta eu ter um projeto copiado, ou um projeto desenhado por mim como gestor, sozinho, ou então com a supervisora, orientadora, só com equipe técnica e eu deixar de fora todas as pessoas que fazem parte diretamente desse processo educativo. Como eu vou levar em consideração a opinião de todos? Tenho que levar em consideração a opinião da comunidade, tenho que levar em consideração a opinião dos funcionários, dos alunos, dos professores, todos fazem parte. Nós sabemos que dá trabalho para gente colher todas essas opiniões, para gente colher todos esses dados, é claro que a gente precisa de um tempo muito precioso para poder elaborar, mas o resultado vai ser positivo. Com certeza é muito melhor do que a gente tem um projeto muito bem estruturado dentro da gaveta e que ninguém se enquadra, que ninguém se reconhece nele. A escola precisa prever ações com vistas à melhoria dos processos educativos, propiciando condições políticas e culturais para sistematizar e socializar os saberes produzidos pelos homens. Isso quer dizer que o projeto de uma comunidade, como eu já falei, o projeto de uma comunidade escolar, na perspectiva de uma educação de qualidade e democrática, deve envolver os diferentes sujeitos que constroem o cotidiano da escola: funcionários, como a gente falou aqui, estudantes, professores, pais, equipe de direção e, claro, a comunidade, que, muitas vezes, é deixada de lado pela equipe. Às a gente diz que a comunidade concorda, que ela vai assinar a ata aqui de participação, ela vai assinar a elaboração aí do Projeto Político-Pedagógico e eles podem até assinar, mas eles não vão se reconhecer. Então ,a participação não pode ser sugerida, não pode ser é direcionada, não pode ser solicitada só quando a gente quer fazer um mutirão na escola.
Às vezes a gente solicita, "vamos fazer um mutirão na escola", vamos trazer a participação da comunidade, mas só nesses momento a gente solicita participação. E naquele momento das decisões, naquele momento que a gente vai adquirir um material novo para escola, será que a gente chama a participação da comunidade? A gente só pode contribuir, se a gente puder participar também. A gente poder participar do meio das decisões que são tomadas dentro da escola. Gestão da educação: quais são as tendências atuais. A maneira de conduzir uma escola reflete, portanto, os valores, concepções, especificidades e singularidades que a diferenciam da administração capitalista, da administração de empresa. Assim, os objetivos da organização escolar e da organização empresarial não são apenas diferentes, mas antagônicos. Então, administração Empresarial e escolar são antagônicas. A escola objetiva o cumprimento de sua função de socialização, que é função da escola, de socialização do conhecimento historicamente produzido e acumulado pela humanidade, ao passo que a empresa o visa à expropriação, ela quer tirar, sem, às vezes, nem saber. Porque, às vezes, não vale a pena para a empresa ter um funcionário que tem esse censo crítico desenvolvido. Então a empresa quer produzir, a empresa quer ganhar. Então ela faz essa expropriação de saber na produção de mais valia para a reprodução do capital, quando a gente quer reproduzir esse modelo capitalista que aí está, para manter a hegemonia do modo de produção capitalista, como eu falei.
A gestão escolar é vista por alguns estudiosos com uma mediação entre os recursos humanos, uma boa definição entre os recursos humanos, materiais, financeiros e pedagógicos existentes na instituição escolar e a busca dos seus objetivos, não mais o simples ensino, mas a formação para a cidadania. A gestão numa concepção democrática, efetiva-se por meio da participação dos sujeitos sociais envolvido com a comunidade escolar, na elaboração e construção de seus projetos, como também os processos de decisão, de escolhas coletivas e nas vivências e aprendizagens da cidadania. A gente trouxe vários conceitos, eu vou ler esses últimos agora, para que a gente possa levar essa reflexão para escola. O que a gente está fazendo aí de diferente? O que é realmente essa gestão democrática? A proposta realmente está acontecendo dentro da escola? Assim, a gestão escolar é voltada para a transformação social, ela contrapõe-se à centralização do poder, que eu falei logo no início, nessa instituição escolar e nas demais organizações, primando pela participação dos estudantes, funcionários, professores pais e comunidade local, nós gestão da escola e na luta pela superação da forma como a sociedade está organizada. Precisamos repensar a atual realidade de trabalho, as relações estabelecidas no interior da escola, a forma como ela está sendo organizada, a natureza e especificidade da instituição escolar e as condições reais de trabalho pedagógico. Então, "repensar" é a palavra correta. Repensar comoestamos realmente conduzidos essa participação. Se é de forma realmente participativa, de fato, ou ela realmente participativa apenas na teoria, apenas no projeto pedagógico. Então, se a gente não está participando, que culpa, em que momento eu também me excluo dessa participação? Será que eu sou convidado e não quero participar? Ou será que nem convidado eu sou? Porque é necessário, é fundamental que todo mundo esteja envolvido. A gente só pode contribuir, a gente só pode abraçar algo em que a gente teve alguma colaboração. Se a gente não colaborou nem em opiniões, em votação, a gente se sente excluído. E se a gente se sente excluído, a gente não se compromete com a qualidade.
O importante é se comprometer com a qualidade. E isso só vai acontecer, como eu já falei, se a gente puder participar. Então a gente tem muito ainda para discutir. Essa disciplina "Gestão da educação escolar" é muito abrangente, ela vai envolver muito do nosso cotidiano, mas a gente vai ter mais algumas aulas para discutir isso. Então, muito obrigada pela manhã de hoje, pela aula de hoje e até a próxima. E a gente tem ainda uma atividade para realizar e depois a gente volta aí para próxima aula. Muito obrigada.
Uma unidade escolar, na perspectiva de uma educação de qualidade e democrática, deve envolver os diferentes sujeitos que constroem o cotidiano da escola: funcionários, Resposta, professores, pais, equipe de direção e comunidade.
Preencha corretamente a lacuna com a palavra que falta.
A Escola de Resposta
  Resposta
 , que tem George Elton Mayo como seu representante maior, desloca o foco de interesse da administração, da organização formal, para os grupos informais.
Preencha as lacunas com duas palavras que compreendem corretamente a Escola acima citada.
Segundo a Escola Estruturalista, os princípios administrativos adotados nas empresas podem ser empregados em qualquer tipo de organização e os problemas administrativos devem ser tratados com objetividade.
R- falsa
Ao falar em Administração é possível recorrer a Frederick Taylor, um dos primeiros nomes da área, que desenvolveu novos métodos de organização racional de trabalho e que, em sua época, contribuíram para redução de gastos e aumento dos lucros. 
Escolha uma opção:
Verdadeiro 
A escola objetiva o cumprimento de sua função de socialização do conhecimento historicamente produzido e acumulado pela humanidade, ao passo que a empresa visa à expropriação desse saber na produção de mais valia para a reprodução do capital, para manter a hegemonia do modo de produção capitalista.
Escolha uma opção:
Verdadeiro 
Não é função da escola criar projetos educativos numa perspectiva transformadora e inovadora.
Falsa
É importante diferenciarmos o conceito de gestão da escola de gestão de empresas. Enquanto a escola objetiva o cumprimento de sua função de socialização do conhecimento historicamente produzido e acumulado pela humanidade, a empresa visa à expropriação desse saber na produção de mais valia para a reprodução do capital, para manter a hegemonia do modo de produção capitalista. 
Verdadeira
Seleciona as opções que envolvem a Gestão da Escola Pública:
Escolha uma ou mais:
a.
aspectos políticos.
b.
aspectos financeiros.
d.
aspectos administrativo
2.1 Introdução
No módulo anterior, situamos as concepções sobre administração em geral e destacamos o papel, a importância e a especificidade da gestão da escola. Discutimos, ainda, que não existe apenas uma única lógica de administração ou gestão, o que coloca como desafio a reflexão sobre o tipo de escola que queremos e sob que concepção de gestão buscamos construí-la. Visando propiciar mais elementos para a nossa análise, vamos discutir a seguir a relação entre a reforma do Estado e a gestão da educação e da escola no Brasil.
2.2 A reforma do Estado e a educação no Brasil
Nas últimas décadas, no Brasil, vivenciamos um processo de mudanças, causadas pelo incremento das relações sociais capitalistas, pelo expressivo avanço tecnológico e pela globalização do capital e do trabalho. Essas alterações societárias redimensionaram o papel da educação e da escola, e encontraram terreno fértil no campo das políticas educacionais, implementadas no país. Os processos de regulação da educação e de gestão da escola por meio de ações centralizadas interferiram, sobremaneira, na lógica organizativa da escola e nos papéis e processos de trabalho dos profissionais da educação.
A partir dos anos 90, ocorre a consolidação de um processo de reforma do Estado, centrado na minimização de seu papel, no tocante às políticas públicas. Na área educacional, vivenciam-se, em toda a América Latina, mudanças no papel social da educação e da escola, por meio de um conjunto de medidas que alteram o panorama da educação básica e superior.
No Brasil, intensificam-se as ações políticas e reformas educacionais em sintonia com a orientação de organismos internacionais, expressas por vários dispositivos da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9394/1996).
A nova LDB apresenta alguns avanços mas tem como lógica estrutural a ênfase nas concepções de produtividade, eficiência e qualidade total.
Essas orientações, ao redirecionarem as formas de gestão, os padrões de financiamento, a estrutura curricular, o esquema de profissionalização, a composição dos níveis de ensino na educação básica e na educação superior, possibilitaram, ao mesmo tempo, mecanismos de descentralização (municipalização, escolarização) e novas formas de centralização e controle por parte do poder central, como os instrumentos nacionais de avaliação.
Paradoxalmente, a lei destaca o princípio da gestão democrática, já presente na Constituição de 1988 e cuja implantação só se concretiza se a gestão dos processos primar pela participação ativa de todos os atores e instituições intervenientes no processo educacional. É nesse espaço contraditório que devemos pensar os limites e as possibilidades da democratização da escola, ou seja, entender a educação enquanto prática social constitutiva e constituinte das relações sociais mais amplas. Assim, compreender a importância de outros espaços de formação no interior da escola e neles buscar a construção de novos horizontes para a gestão da educação e da escola, envolvendo a comunidade local e escolar. Isso se tornou tarefa ímpar. Um dos primeiros elementos para essa construção implica identificar na legislação - Constituição Federal, LDB, Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais - os princípios que norteiam a gestão escolar.
2.3 A Gestão escolar no contexto da reforma de Estado: concepções em disputa
Na década de 1990, predominou a retomada conservadora dos governos empenhados com o crescimento do capital financeiro internacional. Ocorreram, então, importantes alterações no mundo do trabalho e da produção, resultantes do expressivo avanço tecnológico, da flexibilização das leis trabalhistas e da globalização do capital financeiro, sobretudo, especulativo.
Em escala mundial, essas transformações societárias redimensionaram o papel das políticas públicas, particularmente, da educação e da escola. No campo educacional, intensifica-se uma tendência de retomada da Teoria do Capital Humano e de proposições gerenciais como norte para as questões escolares, sobretudo, dos processos de regulação, financiamento e gestão.
A teoria do capital humano, desenvolvida pelo grupo de estudos coordenado por Theodoro Schultz, nos Estados Unidos, na década de 70, compreende:
“a ideia-chave de que a um acréscimo marginal de instrução, treinamento e educação, corresponde um acréscimo marginal de capacidade de produção. Ou seja, a ideia de capital humano é uma 'quantidade' ou um grau de educação e de qualificação, tomando como indicativo de um determinado volume de conhecimentos, habilidades e atitudes adquiridas que funcionam como potencializadoras da capacidade de trabalho e de produção. Dessa suposição deriva que o investimento em capital humano é um dos mais rentáveis, tanto no plano geral do desenvolvimento das nações, quantono plano da mobilidade individual.”(FRIGOTTO, 1999, p. 41).
Nesse cenário de mudanças, a redução da educação à escola, em muitos casos, é um indicador da visão "pragmatista" e "redentorista” que passa a orientar as políticas na área, por meio de forte interlocução e indução dos organismos multilaterais.
A intervenção desses organismos, por meio de financiamento de projetos e assistência técnica, na definição de políticas para a educação pública expressa a maneira sutil dos governos federal, estaduais e municipais reconfigurarem a educação através da lógica dos negócios comerciais.
Assim, em 1995, criou-se o Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (MARE), com o objetivo de redefinir as funções típicas do Estado, como regulação, fiscalização e gerência. Tal perspectiva implicava transferir para o setor privado as atividades ligadas à saúde, educação e cultura ou, pelo menos, torná-las ações "concorrentes" com a iniciativa estatal.
Nesse período, foram propostas reformas na educação básica, profissional, tecnológica e superior. É importante destacar a adoção de políticas focalizadas no ensino fundamental e o crescente processo de privatização da educação superior na década de 1990.
A partir de ações da sociedade civil organizada, especialmente os movimentos envolvendo os profissionais da educação e suas entidades, novas perspectivas têm se efetivado nas políticas educacionais, sobretudo a partir da adoção de ações e programas direcionadas para ampliação de toda a educação básica — com destaque para a ampliação da obrigatoriedade e universalização da educação de quatro a 17 anos, novos marcos do financiamento, políticas de inclusão, adoção de ações afirmativas visando assegurar maior justiça social, entre outras.
Então, a partir do que foi exposto podemos perceber que as políticas do Estado para a educação são resultantes das ações e dos compromissos assumidos entre as instituições financeiras internacionais e as forças econômicas nacionais; da capacidade das entidades, associações, organizações e sindicatos de fazer avançar seus projetos e propostas na direção almejada; das práticas sociais e pedagógicas criadas e inventadas no interior da escola, em que se conjugam histórias, valores, culturas, identidades e saberes. Portanto, é no meio das contradições que somos educadores e fazemos a POLÍTICA.
Assim, as políticas educacionais, enquanto políticas públicas, cumprem o papel de integração e qualificação para o processo produtivo, criando estruturas norteadas por interesses e prioridades nem sempre circunscritos à esfera educacional, mas voltadas para o campo dos negócios comerciais e empresariais. Ao mesmo tempo, as políticas educacionais se situam e são compreendidas no âmbito das demais políticas sociais, portanto, como um direito social. É a partir desse caráter contraditório das políticas que devemos ocupar espaços em defesa do direito à educação e à participação cidadã.
Nesse cenário, a educação é entendida como prática social, cuja especificidade (a ação educativa) não lhe confere autonomia. A educação não se confunde com a escolarização, que consiste em uma das modalidades da ação educativa, mas tem na escola o seu lugar privilegiado - espaço de institucionalização processual do pensar e do fazer.
A educação escolar configura-se, portanto, em ato político e pedagógico na medida em que requer sempre uma tomada de posição. A ação educativa e, consequentemente, a política educacional em qualquer das suas feições não possuem apenas uma dimensão política, mas são sempre políticas, já que não há conhecimento, técnica ou tecnologias neutras, pois todas são expressões e formas conscientes, ou não, de engajamento das pessoas na sociedade.
A seguir vamos aprofundar a discussão sobre a gestão democrática na Constituição Federal e na LDB.
2.4 A construção da gestão democrática na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Na Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988, alguns avanços sociais foram sinalizados, como a garantia do acesso ao ensino gratuito e obrigatório, consubstanciado no direito público subjetivo; a gestão democrática do ensino público; a vinculação de impostos à educação, pela qual cabe à União aplicar 18% e aos Estados, municípios e Distrito Federal, 25%.
A criação e as ações do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, enquanto espaço de articulação e de luta política em defesa de uma educação cidadã e, portanto, gratuita, de qualidade social e democrática, foram fundamentais para a formulação de um projeto para a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Por meio dele, o então Deputado Octávio Elysio apresentou à Câmara dos Deputados o projeto de lei de diretrizes e bases da educação nacional antecipando-se ao poder Executivo.
A tramitação do referido projeto se deu lentamente, em meio a difíceis e complexas negociações. Isso retratou a composição heterogênea do Congresso Nacional e os diversos interesses em jogo, principalmente o histórico embate entre os defensores do ensino público e os defensores do setor privado.
Nessa caminhada, após vários retrocessos, foi aprovado o substitutivo redigido pelo senador Darcy Ribeiro, com várias emendas que restauraram dispositivos da Câmara e até introduziram novos avanços. Apesar das mudanças no texto por força dos acordos do grupo governamental, algumas reivindicações de setores organizados da sociedade civil, particularmente, algumas bandeiras do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública foram efetivadas na redação final da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, como por exemplo:
· concepção de educação: concepção ampla, entendendo a educação para além da educação escolar, para além da escolarização;
· fins da educação: educação como instrumento para o exercício da cidadania; educação como direito de todos e dever do Estado: "garantia” da universalização da educação básica (educação infantil, fundamental e média);
· gratuidade do ensino público em todos os níveis, assegurada pela destinação de impostos vinculados da União, dos Estados, do Distrito federal e dos Municípios, repassados de dez em dez dias ao órgão da educação;
· articulação entre os sistemas de ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
· instituição do Conselho Nacional de Educação (CNE) garantindo a representação de setores organizados da sociedade civil;
· gestão democrática nas instituições públicas.
Considerando esse processo e, ainda, entendendo que a gestão democrática não se decreta, mas se constrói coletiva e permanentemente, alguns desafios se colocam para sua efetivação nos sistemas de ensino. Nessa direção, os processos formativos escolares que acontecem em todos os espaços da escola revelam a construção de uma nova gestão pautada pela efetivação de canais de participação, de descentralização do poder e, portanto, de exercício de cidadania.
Desse modo, a construção da gestão democrática passa pela garantia de alguns princípios fundamentais, quais sejam: a participação política; a gratuidade do ensino; a universalização da educação básica; a coordenação, planejamento e a descentralização dos processos de decisão e de execução e o fortalecimento das unidades escolares; a operação dos conselhos municipais de educação, enquanto instância de consulta, articulação com a sociedade e deliberação em matérias educacionais; o financiamento da educação; a elaboração coletiva de diretrizes gerais, definindo uma base comum para a ação e a formação dos trabalhadores em educação e a exigência de planos de carreira que propiciem condições dignas de trabalho.
Agora que você já está informado sobre como está configurada a construção da gestão democrática na Constituição Federal e na LDB vamos, discutir mais amplamente quais são os princípios da gestão democrática a serem efetivados com base na LDB.
2.5 Os princípios da gestão democrática
Na Lei n. 9.394/1996, a gestão democrática, enquanto princípio, o aparece no artigo 3, inciso VIII: "Gestão democrática do ensino público,na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino”. Sobre os princípios norteadores da gestão democrática nas escolas públicas de educação básica, a LDB dispõe: Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
1. participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Político-Pedagógico da escola
2. participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
De acordo com a legislação vigente, cabe aos sistemas de ensino regulamentar a gestão democrática por meio de dois instrumentos fundamentais ao incremento da participação:
1. Projeto Político-Pedagógico da escola, elaborado por profissionais da educação;
2. conselhos escolares que incluam membros da comunidade escolar e local. Portanto, nem o Projeto Político-Pedagógico da escola pode ser desenvolvido sem o envolvimento dos profissionais da educação, nem o conselho escolar pode prescindir dos professores e dos funcionários.
Pensar esses princípios implica alterarmos a escola que temos e buscarmos a construção de uma nova escola que seja pública e popular, com processos de participação e de gestão envolvendo a comunidade. Professores, coordenadores, supervisores, orientadores educacionais, funcionários, pais e alunos tomam as decisões, construindo coletivamente a autonomia da escola. Os princípios da gestão democrática Nesse sentido, é fundamental superar a lógica de gestão adotada por algumas administrações públicas, caracterizada por um modelo gerencial em que autonomia se reduz à administração dos recursos financeiros com eficiência e produtividade.
Autonomia significa gestão democrática construída por meio do conselho escolar, do Projeto Político-Pedagógico como expressão da cultura e da comunidade escolar.
Tal mudança só será possível se todos os segmentos da escola buscarem a efetiva participação. Uma das primeiras lutas, nesse processo, refere-se à garantia do direito à educação. Vamos lutar pelo direito à educação para todos?
2.6 Políticas educacionais: a relação entre os entes federados e a garantia do direito à educação
Do ponto de vista da organização e gestão, o atual sistema brasileiro de ensino é resultado de mudanças importantes no processo de reforma do Estado e fruto de alterações introduzidas em 1988 pela Constituição da República Federativa do Brasil, em 1996 pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e em 2001 pelo Plano Nacional de Educação (PNE).
O PNE, fixado pela Lei n. 10.172/2001, estabelece diretrizes, objetivos e metas a serem implementadas nas diversas etapas e modalidades da educação básica e superior, de modo a garantir o acesso, a permanência e a gestão democrática além da qualidade do ensino. Essas ações estão vinculadas à busca do cumprimento dos compromissos coletivos assumidos pelo Brasil no Fórum Mundial sobre Educação de Dakar, em abril de 2000, que diz respeito à garantia de educação para todos. No Brasil, a coordenação dessas ações e políticas, que visa garantir a educação como um direito social do cidadão, é papel da União, por meio do Ministério da Educação (MEC), em articulação com os poderes públicos estaduais e municipais. Em 2010 foi realizada a Conferência Nacional de Educação (Conae) que foi precedida por conferências estaduais, regionais e municipais. Essa conferência contou com ampla participação da sociedade civil organizada. As deliberações da Conae trouxeram importantes contribuições para a educação nacional e para o Plano Nacional de Educação.
Em dezembro de 2010, o executivo federal, por meio do Ministério da Educação (MEC) encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de Lei para o Plano Nacional de Educação . Este projeto encontra-se em tramitação no Congresso Nacional, recebeu um substitutivo do Deputado Angelo Vanhoni e se encontra em tramitação em uma comissão especial criada para avaliar o PNE.
A respeito do Projeto de Lei 8.035/2010 Dourado (2011:39) destaca que “as diretrizes do plano sinalizam políticas educacionais de visão ampla que articulam a universalização do atendimento escolar à melhoria da qualidade, à formação para o trabalho e, também, a uma concepção abrangente de formação, respeito à diversidade e promoção da sustentabilidade socioambiental, reafirmando o princípio da gestão democrática e acenando, claramente, como princípio, para a valorização dos profissionais da educação.
Outro aspecto inovador em um plano nacional, amparado pelo art. 214 (EC 59/2009), refere-se ao estabelecimento da meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto (PIB), o que poderá resultar em aceno importante de garantia de financiamento para o cumprimento das metas, no prazo de vigência do PNE, como preconizado no art. 3°, apesar de o patamar de investimento público previsto, de 7% do PIB para educação nacional, na meta 20, ser inferior ao deliberado pela CONAE.”
O referido autor destaca, todavia, limites presentes no referido Projeto de Lei sobretudo no que diz respeito as metas e estratégias direcionadas ao financiamento, avaliação, formação, modalidades educativas, gestão democrática, entre outros. Nessa direção afirma (Dourado, 2011:51-52)
“As análises do PL 8.035/2010 revelam alguns avanços em relação ao PNE 2001-2010, mas, ao mesmo tempo indicam limites de concepções, articulação interna, bem como a secundarização de algumas temáticas de grande importância na proposta de Lei e, sobretudo, no anexo composto por 20 metas e 170 estratégias.
Considerando o momento político, seus limites e suas possibilidades, inclusive conjunturais com o PL 8.035/2010, para avançar na construção de um plano nacional de educação como política de Estado, compreendido como Estado ampliado, portanto, resultante da articulação e disputa entre sociedade civil e sociedade política e, nesse cenário, não se reduzindo ao governo, compreende-se que o caminho para buscar romper com a tradição histórica do Estado Brasileiro passa pela efetiva participação da sociedade civil e política.”
A Constituição Federal do Brasil de 1988 declara a educação como um direito social, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Estabelece, portanto, a base da organização educacional do país ao firmar direitos e deveres, delimitar competências e atribuições, regular o financiamento e definir princípios como: pluralismo, liberdade e gestão democrática.
Exige-se, assim, dos governos como prioridades políticas e de gestão que garantam o envolvimento e a participação da sociedade civil na formulação e implantação de ações e programas voltados para a universalização da educação básica e para a melhoria da educação nos diferentes níveis e modalidades. Nessa direção, vários encontros, seminários, audiências e outros espaços de participação e democratização têm sido estabelecidos como canais de discussões coletivas no encaminhamento de proposições, projetos e estratégias e soluções para a garantia da educação para todos, em sintonia com os dispositivos legais e com as metas do Plano Nacional de Educação.
As ações dos poderes públicos, especialmente das esferas estaduais e municipais, associadas a movimentos estruturais como a urbanização e circulação de riqueza pelos cofres do Estado, tiveram como consequência uma conquista histórica na área da educação no Brasil: a democratização do acesso ao ensino fundamental. Atualmente, segundo dados do Inep/2010, 99,7% das crianças com idade entre 6 e 14 anos estão na escola. No entanto, há muito que fazer. É necessário garantir a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem e, desse modo, otimizar a permanência desses estudantes no sistema escolar, rompendo com a cultura do fracasso escolar. Noutras frentes, o país vem adotando ações no combate às altas taxas de analfabetismo e de ampliação do acesso à educação infantil, à educação de jovens e adultos e ao ensino médio.
Mas os avançosse fazem necessários não só no acesso, mas também na permanência com qualidade social e na superação do fracasso escolar. Para tanto, é urgente a melhoria da qualidade na educação em todos os níveis.
2.7 Educação e condições sociais desiguais no Brasil
Você sabia que o desempenho dos estudantes brasileiros, aferido por meio dos exames de avaliação do Ministério da Educação, demonstra que a aprendizagem dos alunos ainda está abaixo de padrões adequados? Esse baixo desempenho possui várias causas, internas e externas à escola.
Além das questões sociais e econômicas, estruturais em um país continental como o Brasil, é necessário perceber como os processos de organização e de gestão pedagógicas interferem na produção do fracasso escolar: deficiências no processo de ensino-aprendizagem, estruturas inadequadas das redes de ensino para dar conta dos aumentos de demanda, carência de profissionais qualificados, de recursos pedagógicos e bibliotecas.
Todas essas questões se articulam com as condições objetivas da maioria da população, em um país historicamente marcado por perversas desigualdades sociais. São necessárias políticas públicas mais amplas que incluam a garantia de melhoria dos indicadores de acesso, permanência e gestão com qualidade social na educação básica. Recriar e democratizar a escola são processos fundamentais na lutas pela qualidade do ensino e pela melhoria das condições de vida da população brasileira. Nesse sentido, vamos apresentar a seguir a organização do sistema educacional brasileiro, as competências dos entes federados e a discussão de alguns indicadores educacionais. Vamos lá?
2.8 Sistema educacional brasileiro: estrutura, competências e responsabilidades
O sistema educacional brasileiro está legalmente regulamentado pela Constituição Federal de 1988, incluindo a Emenda Constitucional nº 53 de 2006, e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, entre outras.
A LDB, de 1996, define os níveis e modalidades que compõem a educação nacional, além da sua forma de organização. O artigo 21 define que a educação escolar é composta pela educação básica (que abrange educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e pela educação superior.
Tabela 1 -  Estrutura do sistema educacional brasileiro - Lei nº. 9.394/1996
	Níveis e subdivisões
	Duração
	Faixa etária
	Educação básica
	Educação infantil
	Creche
	4 anos
	de 0 a 3 anos
	
	
	Pré-escola
	2 anos
	de 4 a 5 anos
	
	Ensino fundamental (obrigatório)
	9 anos
	de 6 a 14 anos
	
	Ensino médio
	3 anos ou mais
	de 15 a 17 anos ou mais
	Educação superior
	Cursos e programas (graduação, pós-graduação), por área
	Variável
	Acima de 17 anos
Fonte: Lei nº 9.394,de 20 de dezembro de 1996.
A Lei define, ainda, as competências e responsabilidades de cada ente federado - União, Estados, Distrito Federal e Municípios - com relação à oferta da educação, em seus diferentes níveis, etapas e modalidades, destacando o que deverão organizar, em regime de colaboração, em seus respectivos sistemas de ensino.
De acordo com a legislação vigente, é competência dos Municípios atuarem prioritariamente na educação infantil e ensino fundamental; dos Estados assegurarem o ensino fundamental e oferecer, prioritariamente, o ensino médio. No caso do Distrito Federal, oferecer toda a educação básica. A União se incumbe de manter sua rede de educação superior e profissional e de dar apoio técnico e financeiro aos demais entes federados.
Analise a seguir a Tabela 2, com o número de matrículas da educação básica no Brasil no ano de 2005.
 Tabela 2 - Matrículas 2005
	Educação básica
	Número de matrículas da Educação Básica, por etapas e modalidade, segundo a região geográfica e a unidade da federação, em 30/03/2005
	Unidade da federação
	Total
	Matrícula da Educação Básica
	
	
	Ed. Infantil
	Ensino Fundamental
	Ensino Médio
	Ed. Especial
	Ed. de Jovens e Adultos
	Ed. Profissional
	Brasil
	56.471.622
	7.205.013
	33.534.561
	9.031.302
	378.074
	5.615.409
	707.263
Fonte: Inep, 2005
.
Agora veja os dados relativos as matrículas na educação básica no ano de 2011.
Tabela 3 - Matrículas 2011
	Matrículas
	Educação básica
	Número de matrículas da Educação Básica por modalidade e etapa de ensino, segundo a dependência administrativa - Brasil 2011
	Unidade da federação
	Total
	Matrícula da Educação Básica
	
	
	Ed. Infantil
	Ensino Fundamental
	Ensino Médio
	Ed. Especial
	Ed. de Jovens e Adultos
	Ed. Profissional
	Brasil
	51.531.039
	6.980.052
	30.358.640
	8.400.689
	452.305
	4.046.166
	993.187
Fonte: MEC/Inep/Deed
Notas:
1. Não inclui matrículas de atendimento complementar e atendimento educacional especializado (AEE).
2. O mesmo aluno pode ter mais de uma matrícula.
3. Ensino Fundamental: inclui matrícula de turmas do ensino fundamental de 8 e 9 anos.
4. Ensino médio: inclui matrículas no ensino médio integrado à educação profissional e no ensino médio normal/magistério.
5. Educação especial: inclui matrículas de escolas exclusivamente especializadas e/ou educação de jovens e adultos.
6. Educação de jovens e adultos: inclui matrículas de EJA presencial, semipresencial e EJA integrado à educação profissional de nível fundamental e médio.
As matrículas no ano de 2005, se comparadas à população que demanda educação nas diferentes idades, revelam que o Sistema Educacional Brasileiro avançou no processo de universalização do ensino fundamental. Tais constatações revelam, ainda, a adoção de políticas focalizadas direcionadas a esta etapa da educação básica em detrimento das demais.
Em relação a de crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, existiam 33.534.562 estudantes no ensino fundamental em 2005, em 2011 esse número é 30.358.640. Por que será? Uma das explicações está na redução da distorção idade- série e, portanto, na melhoria do fluxo no ensino fundamental.
Se considerarmos a perspectiva de universalização da educação obrigatória até 2016 para a população de quatro a 17 anos temos grandes desafios, sobretudo em relação a educação infantil (4-5 anos) e ao ensino médio (15 a 17 anos).
Os dados de 2011 sinalizam, ainda, como tendência, nos últimos anos, para uma redução das matrículas no ensino médio. Refletir sobre esse processos e adotar medidas visando garantir a expansão com qualidade desta etapa da educação básica em articulação com a educação profissional é uma necessidade basilar aos processos de gestão da educação nacional.
Esses dados revelam o grande esforço a ser feito pela União, Estados, Distrito Federal e municípios para universalizar toda a educação básica.
Vamos agora visualizar a ação das diversas esferas administrativas:
Tabela 4 -  Matrículas 2005
	Matrículas
	Educação Básica
	Número de matrículas da Educação Básica, por dependência administrativa, segundo a região geográfica e a unidade da federação, em 30/03/2005
	Unidade da Federação
	Total
	Matrículas da Educação Básica
	
	
	Dependência administrativa
	
	
	Federal
	Estadual
	Municipal
	Privada
	Brasil
	56.471.622
	182.499
	23.571.777
	25.286.243
	7.431.103
Fonte: Inep, 2005
Tabela 5 - Matrículas 2011
	Matrículas
	Educação Básica
	Número de matrículas da Educação Básica, por dependência administrativa, segundo a região geográfica e a unidade da federação, em 2011
	Unidade da Federação
	Total
	Matrículas da Educação Básica
	
	
	Dependência administrativa
	
	
	Federal
	Estadual
	Municipal
	Privada
	Brasil
	50.972.619
	257.052
	19.483.910
	23.312.980
	7.918.677
Fonte: Inep, 2012
Os dados do Censo Escolar de 2005 demonstram que as matrículas na educação básica estão concentradas nas redes públicas municipais, que respondem por 25.286.243 alunos, e nas estaduais, responsáveis por 23.571.777. A rede privada possui 7.431.103 matrículas e a rede federal tem atuação predominante na educação superior.
Os dados do Censo Escolar de 2011 demonstram que as matrículas na educação básica estão concentradas nas redes públicas municipais, que respondem por 23.312.980 alunos, e nas estaduais, responsáveis por 19.483.910. A rede privada possui 7.918.677 matrículas e arede federal tem atuação predominante na educação superior, tendo em vista que responde apenas por 257.052 matrículas na educação básica. Merece ser destacado, ainda, o predomínio de matrículas da educação superior no ensino privado.
Os indicadores de matrículas para a educação básica revelam a necessidade de regulamentação do regime de colaboração entre os entes federados, bem como a maior participação da União na assistência técnica e financeira aos sistemas de ensino estadual, distrital e municipal.
No que tange aos processos avaliativos, o Brasil desenvolve desde a década de 1990 diversos mecanismos de avaliação em todos os níveis educacionais. No caso específico da educação básica, estão em vigor dois instrumentos: o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), que avalia os alunos concluintes do ensino médio, e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), cujo objetivo é levantar indicadores para o monitoramento do processo ensino-aprendizagem e, nesse sentido, contribuir para a formulação de políticas, por parte dos entes federados, visando à melhoria da qualidade do ensino. Os participantes do a Saeb são alunos do 5º e 9º ano do ensino fundamental e da 3 série do ensino médio, que fazem provas de língua portuguesa e de matemática.
Você sabia que o sistema de Avaliação da Educação Básica é composto por duas avaliações complementares? É importante conhecer essas avaliações que são implementadas nas escolas de educação básica.
A seguir, veja como o MEC apresenta estas avaliações:
“O Sistema de Avaliação da Educação Básica é composto por duas avaliações complementares.
A primeira, denominada Aneb – Avaliação Nacional da Educação Básica, abrange de maneira amostral os estudantes das redes públicas e privadas do país, localizados na área rural e urbana e matriculados no 5º e 9º anos do ensino fundamental e também no 3º ano do ensino médio.
Nesses estratos, os resultados são apresentados para cada Unidade da Federação, Região e para o Brasil como um todo.
A segunda, denominada Anresc - Avaliação Nacional do Rendimento Escolar, é aplicada censitariamente alunos de 5º e 9º anos do ensino fundamental público, nas redes estaduais, municipais e federais, de área rural e urbana, em escolas que tenham no mínimo 20 alunos matriculados na série avaliada. Nesse estrato, a prova recebe o nome de Prova Brasil e oferece resultados por escola, município, Unidade da Federação e país que também são utilizados no cálculo do Ideb.
As avaliações que compõem o Saeb são realizadas a cada dois anos, quando são aplicadas provas de Língua Portuguesa e Matemática, além de questionários socioeconômicos aos alunos participantes e à comunidade escolar.”
O que é o IDEB?
É o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado em 2007 para medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. O indicador é calculado com base no desempenho do estudante em avaliações do Inep e em taxas de aprovação. Assim, para que o Ideb de uma escola ou rede cresça é preciso que o aluno aprenda, não repita o ano e frequente a sala de aula.
O índice é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país, a partir do alcance das metas municipais e estaduais, tenha nota 6 em 2022 – correspondente à qualidade do ensino em países desenvolvidos.
Considerando as dimensões, particularidades e a diversidade dos sistemas educativos, há muitos questionamentos a essas avaliações padronizadas. Por outro lado, aprimorar as avaliações direcionando-as a melhoria das instituições educacionais é muito importante. Desse modo, as avaliações poderiam subsidiar programas e políticas educacionais na adoção as ações governamentais direcionadas a melhoria dos processos educativos.
Todavia, tais informações têm sido apenas parcialmente utilizadas na proposição e na avaliação de políticas que objetivem a melhoria da qualidade, eficiência e igualdade da educação brasileira. Incrementar esse cenário avaliativo, buscando retratar, mais pormenorizadamente, as especificidades de Municípios e escolas e, desse modo, contribuir para a melhor compreensão dos fatores condicionantes dos processos de ensino e aprendizagem, é um dos desafios com os quais se deparam o Ministério da Educação, as secretarias estaduais e municipais e as escolas públicas.
Nos estudos desenvolvidos, tem assumido grande centralidade a criação de um sistema nacional de avaliação da educação básica, envolvendo os esforços da União, dos Estados, dos municípios e do Distrito Federal. Essa rede propiciaria uma maior articulação entre as diretrizes gerais da educação nacional, as especificidades e o acompanhamento do processo ensino-aprendizagem dos entes federativos.
2.9 A construção da democratização da escola pública: os paradoxos da gestão escolar
É importante você saber que, as políticas de gestão para a educação no Brasil, na última década, efetivaram-se a partir de ações de cunho gerencial, para garantir otimização dos recursos e racionalização das ações administrativas. Segundo o diagnóstico do governo, os problemas educacionais não resultavam da escassez e sim da má administração dos recursos financeiros, cujas causas, entre outras, eram o corporativismo dos professores, sua baixa qualificação e a ineficiência do aparelho administrativo e burocrático das escolas.
Frente a essa radiografia, a saída apontada pelos governos nacionais, em consonância com os interesses dos diretores e técnicos executivos de organismos internacionais, foi redesenhar a escola pública e, particularmente, os processos de gestão implementados no seu cotidiano. Questões como descentralização, autonomia e participação foram ressignificadas por meio de uma visão restrita e funcional de cidadania. Ocorreram processos de transferência de ações sem a partilha efetiva das decisões e dos recursos.
A partir dos anos de 1990 ocorreu, como já analisamos, a consolidação de um processo de reforma do Estado e da gestão, centrado na minimização do papel do Estado no tocante às políticas públicas. Na área educacional, além de vários dispositivos legais na esfera federal, nos Estados e Municípios se multiplicaram decretos e portarias inspiradas em conceitos e práticas importadas da gerência empresarial. Entre elas, o processo de terceirização de serviços julgados "atividades-meio" ou "atividades de apoio”, não componentes do processo educativo da escola pública. Milhares de trabalhadores foram contratados em regime de trabalho precário, inclusive por meio de empresas de serviços de alimentação escolar e de limpeza. Nesse processo, até as associações de pais e mestres foram envolvidas como "parceiras da terceirização". As consequências para a categoria dos educadores foram muito sérias, mas motivaram uma sadia reação dos sindicatos e das forças políticas que lutam pela qualidade dos serviços públicos, na ótica dos direitos.
Ao mesmo tempo, com o discurso de descentralização administrativa e pedagógica, efetivava-se um processo de desconcentração administrativa que, em muitos casos, resultou em desobrigação executiva do poder público, paradoxalmente articulada a novas formas de centralização e controle por parte do poder central. Estamos, a nosso ver, no limiar de mais um processo de privatização do ensino, que exige uma reflexão sobre novas formas de transferência de verbas públicas para instituições privadas, que complementariam a ação do Estado.
Esse contexto passou por algumas alterações nos últimos anos, tendo sido retomado a defesa de processos participativos, gestão democrática, padrão de qualidade e melhoria no financiamento da educação básica. Tais questões foram enfatizadas no documento final da Conae e devem ser referência nas lutas pela melhoria da educação básica.
Essa questão nos faz compreender que os processos de gestão escolar não se desvinculam dos processos de gestão das instituições sociais. Esse movimento de gestão democrática deve ultrapassar os muros da escola. É preciso, também, democratizar as instituições sociais, pois a escola pública faz parte dessa categoria. As escolas públicas experimentamparadoxos porque se dizem democráticas, mas têm dificuldades para vivenciar a gestão democrática e decidir seus projetos. Em alguns casos, permanecem as bases centralizadas do exercício e personalização do poder, em que a chamada à participação converte-se em mais uma estratégia de controle.
Ainda que esse cenário continue existindo, é possível encontrar algumas escolas que fazem alterações pontuais no seu cotidiano, sem contudo alterar a lógica cultural vigente; outras que permanecem na concepção tradicional e autoritária; outras ainda que buscam ser inovadoras e inclusivas, relacionando-se com a comunidade, fazendo suas escolhas e definindo coletivamente os seus projetos. Como dizia Rubem Alves: "há escolas que são asas feitas para estimular o voo e há escolas que são gaiolas que aprisionam a criatividade, os inventos, as inovações e os sonhos daqueles que nelas convivem”.
Compreender a lógica dos processos de gestão em curso implica, portanto, redesenhar o horizonte político da gestão democrática como princípio de luta em prol da efetiva autonomia, compreendida como capacidade de cada povo de autogovernar-se. A efetivação desse processo de democratização da gestão da escola pública implica, portanto, a partilha do poder, a sensibilidade para conduzir a escola, a partir das demandas da comunidade escolar, e a tomada de decisões e escolhas responsáveis e coletivas.
Tal perspectiva supõe um processo de luta política no sentido de alterar as relações sociais mais amplas e, no caso das políticas educacionais, romper com a cultura autoritária vigente, por meio da criação de canais de efetiva participação e aprendizado democrático.
Outro dado importante frente a esse processo de construção de um outro projeto de gestão refere-se à necessidade de rediscussão dos marcos de formação e profissionalização dos profissionais da educação docentes e não docentes, fortalecendo-os para atuarem como profissionais e educadores sociais, em todos os espaços no interior da escola e na comunidade local. Vamos discutir o papel dos profissionais da educação na construção da gestão escolar democrática?
2.10 O papel dos profissionais da educação frente à gestão escolar
Os profissionais da educação têm sido apontados como os responsáveis pela ineficiência escolar. Por outro lado, a situação objetiva de trabalho desses profissionais, professores e funcionários tem sido de precarização das suas condições de trabalho e fragmentação das suas atividades. Contraditoriamente, cada vez mais é requerida desses profissionais uma ação multifuncional frente ao cenário mais complexo das relações sociais, trabalhistas e culturais. Historicamente, no Brasil, os processos formativos diante da necessidade de melhoria da ação profissional de docentes e de servidores não docentes têm sido insuficientes. Na maioria dos casos, a formação inicial é deficiente, os salários são baixos e as condições de trabalho são precárias. Reverter essa situação demanda vontade e luta política.
Além disso, a função de trabalhador da educação é considerada de baixo prestígio social e passa por mudanças significativas, englobando questões como formação, prática, identidade e carreira profissional, entre outras. Essas questões nos remetem à necessidade de articulação dos processos de gestão com as condições objetivas em que se realiza a ação pedagógica, bem como com as condições de formação e profissionalização dos professores e dos funcionários.
Em que pese esse cenário, os trabalhadores em educação vêm lutando pela criação de mecanismos de participação e democratização da gestão escolar. Nesse contexto, é fundamental registrar as formas de organização desses trabalhadores por meio de sindicatos e associações e por meio da reivindicação por processos de formação continuada.
Para melhorar esse cenário, o governo brasileiro vem adotando, a partir de 2003, políticas dirigidas aos trabalhadores da educação e à melhoria dos processos de gestão, por meio de programas de formação continuada, entre os quais o Profuncionário é um exemplo. No que tange ao estímulo à participação na gestão e nos processos pedagógicos no Município e na escola, o Pró-Conselho e o Programa Nacional de Fortalecimento de Conselhos Escolares são iniciativas inovadoras.
Essas questões revelam a relação direta entre a situação objetiva dos trabalhadores em educação e a gestão escolar. Ou seja, pensar a democratização da gestão implica considerar em que condições se realizam os processos de trabalho e as ações pedagógicas. Assim, é preciso entender a gestão como um espaço de construção política para além das questões meramente administrativas e, portanto, englobar as condições objetivas dos profissionais que atuam no dia a dia dos processos de ensino-aprendizagem, de democratização da gestão e de escolha dos dirigentes escolares.
A defesa da gestão democrática como princípio faz parte da história de luta dos trabalhadores em educação. Em diferentes momentos, tais lutas se travaram para garantir maior participação dos trabalhadores em educação nos destinos da escola, no fortalecimento dos conselhos escolares, na definição do Projeto Político-pedagógico, na defesa da eleição de diretores, da autonomia escolar e de um crescente financiamento público.
Nesse sentido, é imperativo que se estabeleçam alguns horizontes para sua prática. Inicialmente, faz-se necessário concebê-la como uma prática social em disputa, que não se limita apenas à dimensão administrativa. Ela se configura como processo abrangente que se consubstancia como ato político.
Uma coisa é considerar a gestão como postura de participação restrita e funcional, atrelada às novas formas de controle social - caso do paradigma da "qualidade total". Outra coisa é buscar mecanismos de participação efetiva no processo de construção de uma nova cultura do cotidiano escolar, como expressão de um projeto coletivo envolvendo a comunidade local e escolar. Nessa perspectiva, é fundamental fortalecer o processo de participação dos diferentes segmentos na escola, destacando a atuação dos trabalhadores em educação por meio da compreensão e discussão do seu papel social e dos processos de trabalho que ocorrem em seus espaços.
Assim, as práticas de intervenção popular nas políticas educacionais, entendidas como ações de cidadania, têm resultado na participação de parte da sociedade civil organizada em entidades, associações, sindicatos e movimentos sociais na luta pela gestão democrática na educação. A ação de estudantes, funcionários, professores, pais e mães é fundamental na definição do caminho a ser construído pela comunidade escolar.
Um importante espaço de discussão e deliberação criado em 2010 foi o Fórum Nacional de Educação (FNE). O FNE foi instituído pela portaria nº 1.407, de 14 de dezembro de 2010, este espaço conta como membros representantes de órgãos e entidades da área de educação, os Movimentos Sociais do Campo e os Movimentos de Afirmação da Diversidade, entre outros.
A busca pela melhoria da educação escolar contribui para que possamos caminhar na direção das conquistas sociais e do direito a termos direitos. Vamos participar!
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o  O art. 61 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 61.  Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos, são:
I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio;
II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.
Parágrafo único.  A formação dos profissionais da educação, de modo a atender às especificidadesdo exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como fundamentos:
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho;
II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e capacitação em serviço;
III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades.” (NR)
Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília,  6  de agosto  de 2009; 188o da Independência e 121o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Bom dia! Estamos de volta a mais uma aula de gestão da educação escolar. Nós vamos dividir essa aula por ser muito extensa. A gente fez uma divisão para que a gente pudesse facilitar assimilação do conteúdo. Então, vamos trabalhar na nossa segunda aula a Unidade 2. Vamos começar com a reforma do Estado brasileiro: a gestão da educação e da escola. A gente tem aqui essa imagem, com a influência da escola, da educação no mapa do Brasil para ilustrar a reforma do Estado e a educação no Brasil, que a gente vai iniciar. A gente tem a seguinte colocação: vivemos nas últimas décadas, um processo de mudanças em nosso país, impulsionado pelo incremento das relações sociais capitalistas, aí eu marco, pelo expressivo avanço tecnológico e pela globalização do capital do trabalho. Então, a gente teve muitas mudanças aí no nosso país, na década de 90, depois da implementação da Constituição. A educação, claro, que ela teve essas influências das mudanças, a gente teve muitas influências, a gente teve uma expansão da tecnologia. Então, a educação teve realmente uma contribuição muito grande nessa mudança.
A gente continua dizendo que isso resultou no redimensionamento do papel da educação e da escola. Se a gente tem uma mudança no país, a gente precisa também mudar a escola e a educação. A partir dos anos 90, ocorre a consolidação de um processo de reforma do Estado, centrado na minimização de seu papel no tocante às políticas públicas. Quero chamar vocês aqui para puxar na memória, na lembrança, como era a educação nos anos 80, nos anos 70 quem tem lembrança, quem me conhece alguma pessoa. A gente lembra que eram muito centralizadas as políticas públicas. Então, a gente tinha uma merenda escolar, era tudo chegado na escola já pronto. A gente tinha realmente uma centralização desse poder. Aqui na área educacional a gente vai vivenciar e em toda América Latina, mudanças no papel social da educação e da escola, por meio de um conjunto de medidas que alteram o panorama da educação básica superior. Por que eu toquei nesse assunto da questão da merenda? Que a gente já recebia a merenda pronta e hoje a gente tem realmente, na escola, uma política de descentralização desse poder. Hoje, a gente tem minimizada a questão de você ter um maior controle dos financiamentos da escola. A gente tem esse poder de compra.
 Então, hoje, as escolas fazem a compra da sua própria merenda. Voltando aqui. A gente diz o seguinte: a Lei de Diretrizes e Bases apresenta muitos avanços, apesar de tratar de forma paradoxal a descentralização (municipalização, escolarização) e a centralização controle do poder central, como exemplo os instrumentos nacionais de avaliação. Veja bem, ao mesmo tempo que a LDB propõe você tirar totalmente o poder do Estado, deixar que escola tenha a sua autonomia, autonomia de compras, de recursos, fornecer mais recursos para escola, a gente tem a centralização da questão da avaliação. Quantas vezes vocês se questionaram porque tem essa a questão da avaliação centralizada na questão do Estado. Hoje, a gente tem a prova Brasil. Hoje a gente tem a provinha Brasil. São instrumentos de avaliação que o poder do governo trouxe para centralizar, mas diz que a escola tem autonomia. Então, fica realmente de forma paradoxal. Será que a escola tem essa autonomia ou essa autonomia é uma questão mesmo somente na lei? Então a gente não vivencia essa autonomia. É uma questão para a gente poder refletir. É de fundamental importância que compreendamos a importância de outros espaços de formação no interior da escola e neles buscar a construção de novos horizontes para gestão da educação e da escola, envolvendo a comunidade local e escolar. A gente está falando de mudanças na questão política, social do Brasil. A escola tem essa autonomia garantida em lei, tem essa autonomia garantida na Constituição, garantida na LDB, mas a gente precisa realmente conhecer até que ponto essa autonomia nos é dada, até que ponto a gente pode interferir nessa organização escolar, até que ponto favoreceu eu poder comprar com os meus recursos, com recursos que vem do governo federal, mas eu ter o poder de adquirir, eu ter o poder que de chamar a comunidade para participar. Até que ponto isso não é favorável. Quando eu pedir para vocês puxarem a lembrança de era merenda nos tempos quando a gente era pequeno, na década de 80, vocês lembram que ela vinha toda pronta, industrializada. Então o que a escola fazia? Ela administrava os recursos humanos. A gente tinha aquela merenda ensacada, o diretor organizava ali no depósito e não tinha aquela coisa bem natural bem saudável. Hoje a gente vê que teve uma mudança. A gente recebe um recurso federal, apesar de ser muito questionado, porque não é o suficiente, mas a gente tem essa autonomia de poder adquirir, a gente poder escolher, fazer licitações e ver até que ponto isso é favorável ou não, até que ponto se ampliou a responsabilidade do gestor sobre esses recursos. Então, a gente vê que não pode centralizar na mão do diretor, porque senão a gente realmente vai ter um poder, uma gestão, que não favorece essa participação.
Bom, então, falando em gestão e a gente coloca aqui: a gestão escolar no contexto da reforma do Estado: concepções em disputa. Como já falamos anteriormente, os avanços tecnológicos, a flexibilização das leis trabalhistas e da globalização do capital financeiro, redimensionaram o papel das políticas públicas, particularmente, da educação e da escola. Intensifica-se no campo educacional a chamada Teoria do Capital Humano. Essa teoria focava no investimento da qualificação para serem potencializadas a capacidade de trabalho e consequentemente no aumento de produção. Na década de 90, a gente tem um avanço tecnológico, foi ampliada a questão do emprego, foi nesse necessário para o país ter uma mão de obra mais qualificada. Então, isso influenciou diretamente na escola. Os empresários foram buscar que os alunos fossem capacitados em cursos técnicos. Foi investido aí um capital para que essas pessoas fossem formadas para gerar mais recursos para a produção nas empresas. Também, falando ainda da década de 90, a gente vai falar das outras mudanças significativas dessa década. A gente tem aqui um grande ponto de discussão que é o Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA. A gente marca aqui também que foi garantido em lei o processo de inclusão das crianças com deficiência, da diversidade nas escolas e a própria gestão democrática. Essas mudanças que a gente marcou aí ECA, a inclusão, a gestão democrática, claro que influenciou diretamente na escola.
O Estatuto da Criança e do Adolescência, até hoje, gera muito debate. Vocês mesmo, entre vocês aí, devem estar questionando e refletindo sobre os benefícios e, às vezes, o retrocesso que o Estatuto da Criança e do Adolescente pode ter trazido no seu entender. Muitas escolas tiveram que refazer o seu Projeto Político-Pedagógico, o seu Regimento Interno, porque o Projeto Político-Pedagógico a gente tem uma autonomia para criar os objetivos e as metas, a escola tem essa autonomia, mas o Regimento, ele tem que atender ao Estatuto da Criança e Adolescente, ele não pode ferir. Então, termos como "suspensão", termos como “advertências", tiveram que ser modificadas a sua nomenclatura para poder não ferir o Estatuto da Criança e Adolescente. Isso gera muito, ainda, discussão entre os educadores, em o que prejudicouna questão da autoridade da escola o estatuto. Trouxe muito benefício, mas gerou outras consequências que, às vezes, para o educador desfavorece bastante. A educação passo a passo vai sendo desenhada, dentro dessa década, na lógica dos negócios comerciais. Em 1995, criou-se o Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (MARE), com o objetivo de redefinir funções típicas do Estado, como regular regulação, fiscalização e gerência. Nesse período da década de 90, foram propostas reformas na educação básica, profissional, tecnológica e superior. A gente também teve, nessa década de 90, foi nessa década, que surgiu um grande aumento da privatização da educação superior. Como consequência, se a gente tem uma necessidade de uma mão de obra realmente capacitadas, os empresários foram buscar essa formação e exigiram o diploma de nível superior que na época ou até hoje o Estado não tem, ainda, o número de vagas suficientes para atender toda a demanda. Foi aí que surgiu a grande expansão da privatização da educação superior.
Ainda falando sobre mudanças nessa década, a ampliação da obrigatoriedade e universalização da educação é de 4, né? Passou a ser obrigatório de 4 a 17 anos, novos marcos de financiamento que, ou seja, a gente tem aí a escola recebendo seus recursos, podendo utilizar de forma das suas necessidades, políticas de inclusão, como já falei ali, adoção de ações afirmativas visando assegurar maior justiça social, entre outras. A gente sabe que, nem de longe, a gente está servindo, a gente está tendo uma a gente não conseguiu ainda suprir a necessidade do brasileiro, a gente sabe que a educação está longe do ideal, mas a gente teve muitos avanços. A gente teve uma consciência de que é um direito, é um dever do Estado é uma obrigação que os pais mantenham seus filhos na escola. A partir desse momento passou-se a ter essa consciência. As pessoas foram atrás, foram buscar dessas mudanças, a gente teve muitos avanços nessa área, então a gente fica buscando aí mesmo uma consciência, principalmente, do educador da sociedade no geral, para que tenha essa educação de qualidade como direito primordial. A gente vai aqui já para o ponto chave: a construção da gestão democrática na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A gente tem aqui uma imagem da nossa Constituição de 1988 chamada Constituição Cidadã, a nossa atual Lei de Diretrizes e Bases e aqui, claro, como conquista, nós temos aí uma imagem de pessoas participando de uma eleição de direção. A gente teve como consequências de direito adquirido na Lei de Diretrizes e Bases, na Constituição, a nossa gestão democrática. Ou seja, é o poder da comunidade em escolher o seu gestor, o poder da comunidade em participar dessa gestão da escola, o poder da comunidade em poder interferir naquilo que ela acha fundamental, naquela qualidade que ela busca para o seu filho, para você enquanto o funcionário. A gestão democrática é uma conquista, claro que também está longe do ideal, mas a gente deu o primeiro passo de uma longa caminhada que a gente tem em busca daqui para frente, porque é, principalmente, essa consciência de gestão democrática que a gente busca com esta disciplina, é o como fazer essa gestão democrática dentro da escola, como a gente pode convencer as pessoas a participarem dessa gestão. Então, essa eu acho que é a principal função desta disciplina. Dentro da Constituição, a gente tem e da LDB a garantia do acesso ao ensino público gratuito e obrigatório, consubstanciado no direito público subjetivo. Vamos falar direito, vamos falar em dever do Estado, vamos falar em necessidade básica. A gestão também, como resultado, a gestão democrática no ensino público. A vinculação de impostos à educação, pela qual cabe à União aplicar 18%, o governo federal, e aos estados, municípios, Distrito Federal 25%, chegando a 30 em alguns estados. A tramitação do projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação se deu lentamente.
Não pensem que a redação final da LDB foi rápida, ela foi gerou muito debate, tinham muitos grupos em opinião diversas, então, a finalização, a conclusão se deram de forma lenta, porque muitos queriam defender a educação privada, alguns queriam defender o ensino público, então achavam que o governo federal podia também investir no ensino privado, que as famílias podiam escolher, deviam escolher entre a educação privada e educação pública. Não viam a educação como direito fundamental que o governo federal tivesse que financiar. Então, realmente, o debate foi longo por isso se deu de forma tão lenta. Como os interesses eram diversos e havia um embate histórico entre os defensores da escola pública, como eu já falei, e os defensores da escola privada. Após vários retrocessos, foi aprovado o substitutivo redigido pelo senador Darcy Ribeiro, que redigiu a Lei 9.394 que é a LDB, de 1996. que teve a redação final em 20 dezembro de 1996. A LDB e a Constituição favoreceram o debate e uma maior abertura política, que fizeram surgir determinações legais, como o Estatuto da Criança e Adolescente, o ECA, a lei que institui o Plano Nacional de Educação e os Fundos de Financiamento, como FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) e, posteriormente, o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica). Foi instituído também o Conselho Nacional de Educação (CNE), garantindo a representação de setores organizados sociedade civil. É claro que a gente não pode esquecer da gestão democrática na escola pública como direito adquirido. Então, quais são os princípios da gestão democrática? Como eu falei anteriormente, como eu faço, como o funcionário pode ter, realmente, não só a gente sabe ainda tem garantido em lei, garantido na LDB, garantido na Constituição, mas como é que se dá esse processo de gestão democrática? Será que só pela lei instituída a gente já tem garantido? A gente elegendo um diretor a gente já está exercendo essa gestão democrática? É claro que não! Eleição de gestão, de diretor é só um ponto da gestão democrática. Então, é só uma das conquistas, a gente tem muito mais para fazer. Se a gente pode eleger um diretor para escola, mas se a gente não participar do Conselho, se a gente não de liberar juntos, se a gente não se organizar a ponto de participar de forma realmente efetiva dentro da escola, vai ser mais um que vai ser substituído, posteriormente, por outro que realmente a gestão democrática não vai acontecer. Gestão democrática é muito mais do que eleição para direção. Vamos ver quais são os princípios. O primeiro princípio: participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Político-Pedagógico da escola.
Eu falei na aula anterior que, realmente, você participar é do Projeto Político-Pedagógico da escola todo mundo tem consciência que a gente tem que participar, e a gente tem consciência disso, os funcionários têm consciência disso, mas como é que essa participação se dá de forma efetiva? Será que realmente ela acontece? Ou é só no papel? Quando eu vejo o PPP da minha escola, eu já o vejo prontinho? Ou eu sei que eu participei desde as perguntas, do levantamento de pontos de mudança, de debate, de respostas que eu tive que dar como funcionário, como o pai. Se eu participei da elaboração dos objetivos que aquela escola que atingir, se eu desenhei junto a missão da escola, se eu participei da elaboração das metas, se eu participei também de todos os pontos do Projeto Político-Pedagógico, porque o projeto, ele é a cara da escola. O projeto, eu sempre digo, que, quando a gente chega numa escola, a gente quer conhecer não é andando pelo corredor, é você pedindo o Projeto Político-Pedagógico e você poder ver a cara da escola. Ali está definindo todos os pontos, todos os passos que a escola pretende seguir. Então, é o retrato é a cara. Se eu não posso desenhar como minha escola tem que ser, só com participação da supervisora da orientadora e do diretor, eu preciso ter a participação de todos, porque senão não vaiser a cara da escola, vai ser cada dessas três pessoas. Então, eu preciso da participação efetiva desde a resposta dos questionários para que a gente possa, realmente, desenhar junto. É difícil? É difícil! Não é fácil, porque todo esse processo de questionários, de perguntas, de reuniões, é tempo, muito tempo, a gente tem que parar, a gente que perguntar, a gente tem que realmente elaborar de forma que eu possa conhecer as características daquela comunidade. Então realmente é trabalhoso, mas é um bom resultado porque, se você participa da elaboração, é mais fácil você realmente contribuir, agora, se você já vê prontinho, às vezes gente não se sente sujeito ali atuante, não sente realmente que a gente faz parte daquela elaboração. então a gente realmente não tem interesse, mas quando a gente participa junto, a gente elabora, constrói juntos, é mais fácil.
O segundo princípio é a participação das comunidades, das comunidades tanto escolar, quanto local em conselhos escolares ou equivalentes. Quantos de vocês, na escola, já foram chamados para participar do conselho escolar e disseram: "não eu não quero"? Por quê? Porque, às vezes, a gente acha que vai ser muito trabalho, eu vou ter que colocar o meu nome, o meu CPF naquele documento, naquela compra, não eu vou me envolver, não eu não quero me envolver em política, não quero me envolver em decisões que não vão trazer benefício para mim. Então muitas pessoas usam como isso como justificativa. O que acontece? Os conselhos escolares não são atuantes, porque são pessoas que foram escolhidas e acabaram dizendo "sim" apenas para satisfazer ao pedido da direção. O que acontece? Essa pessoa que participa, ela não se sente sujeito, ela está ali como mero participante, apenas para assinar. Então, quando eu sou chamada e sinto necessidade de participar e eu participo de forma consciente, realmente o conselho vai funcionar. A gente tem muito problema em tem um conselho atuante, porque as pessoas não se não se veem como sujeito, se elas vão apenas para não dizer "não" para o diretor, não dizer "não" para aquela pessoa que chamou. Então é isso aí um dos grandes problemas da questão do fortalecimento dos conselhos escolares.
De acordo com a legislação vigente, cabe aos sistemas de ensino regulamentar a gestão democrática por meio de dois instrumentos fundamentais no processo de participação: a gente tem aqui o Projeto Político-Pedagógico da escola, elaborado por profissionais da educação. Conselhos escolares que incluam membros da comunidade escolar e local. Portanto, nem o Projeto Político-Pedagógico da escola pode ser desenvolvido sem o envolvimento dos profissionais da educação, nem o conselho escolar pode prescindir dos professores e funcionários. Nada de ser algo elaborado, como eu falei, entre três pessoas, entre duas pessoas, tem que ter realmente a participação efetiva. Voltando para o princípio da luta que se refere ao direito à educação para todos precisamos saber que o PNE, fixado pela Lei nº 10.172/2001 estabelece diretrizes, objetivos e metas a serem implementadas nas diversas etapas e modalidades da educação básica e superior, de modo a garantir o acesso, a permanência e a gestão democrática, além da qualidade de ensino. Vou marcar aqui "qualidade de ensino" que a gente sempre está tocando nesse ponto aí fundamental. O Ministério da Educação e Cultura coordena ações e políticas, visando garantir a educação como direito social do cidadão. A União mantém articulação com os poderes públicos, estaduais e municipais. A gente está dentro da escola, depois a gente volta para um âmbito muito maior que é o governo federal. A gente fala de financiamento, a gente fala de construção do Conselho. Aí vocês me perguntando: "como a gente vai para um âmbito muito maior e depois a gente volta para dentro da escola, para que a gente tenha consciência do que é externo escola"? Quais são os poderes que estão interferindo diretamente naquela gestão? O que a gente tem que conhecer para que a gente possa intervir de forma positiva nesta gestão? Se a gente tem que participar, a gente tem que conhecer. Então, é sobre isso que estou falando, a gente precisa realmente voltar para esse estudo mais detalhado dos financiamentos, dos poderes que intervém para que a gente possa realmente intervir, quando a gente for se colocar numa reunião de conselho, quando a gente for se colocar numa reunião de professores, a gente possa dizer "não, esse determinado produto não pode ser comprado com esse determinado de financiamento, porque não faz parte". Então é importante que a gente conheça. Então, muitos funcionários eu tenho certeza que não participam desse tipo de discussão, porque, às vezes, não conhece. Às vezes não se coloca, porque, às vezes, fica meio tímido para poder falar "Será que eu estou falando certo?" "Será que eu estou falando de forma correta"? "Será que esse financiamento pode ser usado para essa determinada compra"? Então a gente precisa realmente conhecer, para que a gente possa intervir. Eu tenho certeza que vocês, depois da aula de gestão democrática, da aula gestão da educação, do profuncionário vão poder realmente mudar como funcionários. Se você não era participativo, você vai, com certeza, se tornar mais participativo. Voltando aí para um âmbito maior que é do Governo Federal.
A Constituição Federal do Brasil de 88 declara a educação como um direito social, citando seu amplo desenvolvimento, incluindo o preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Define prioridades e atribuição dos poderes, onde define políticas de gestão que garantam o envolvimento e a participação da sociedade civil na formulação e implantação de ações e programas voltados para a universalização da educação básica e para a melhoria da educação nos diferentes níveis e modalidades. O interessante não é a mudança só na educação básica, só na educação infantil, a gente teve uma expansão das universidades, como falei no início, universidades de ensino privado, mas a gente quer melhoria em todos os níveis e modalidades. A gente busca essa qualidade em todos os níveis e modalidades e em todas as escolas. É direito garantido em lei. Nós temos que buscar, nós temos que lutar por essa qualidade, nós enquanto funcionários que estamos agora nos capacitando no profuncionário, nós estamos já dando um passo grande para essa qualidade, porque eu como funcionário que conheço os meus direitos, eu vou, com certeza, ter mais força para poder lutar por eles. Então a gente está aqui realmente em busca sempre da qualidade. Educação e condições sociais desiguais no Brasil. A gente tem aqui nessa imagem, veja bem, essa imagem um com muito e muitos caindo ali no precipício, porque o todo o recurso fica na mão de poucos e as outras pessoas aí ficam realmente de forma desigual com a qualidade da educação a inferior a poucos.
O que a gente está buscando aqui não é você ter recurso para poder pagar o ensino privado para o seu filho, porque a educação pública está defasada, como muitos falam. O que a gente está buscando aqui é a qualidade do ensino público, porque nós pagamos impostos, nós pagamos para ter essa qualidade. É direito nosso! A gente luta para ter esse recurso, não para dar para os empresários que são donos de escolas privadas. A gente quer ter recursos para ter o ensino público de qualidade e poder investir em cultura, investir lazer investir na nossa moradia, e claro, mais educação e direito e de qualidade, claro, com certeza. Então a gente precisa lutar por eles. Claro que a gente tem que ter muitos avanços, precisa adquirir muitos avanços ainda, nossa caminhada é longa, mas a gente já está dando o primeiro passo. A gente tem que lutar por essa educação em que o ensino privado ganhou espaço, porque a gente foi vendo que a educação era desvalorizada, a educação não era vista como prioridade e a gente foi migrando para o ensino privado. Realmente não vai se investir em qualidade, o professor de escola pública ele já está desmotivado, mas não é diferente da escola privada, é o mesmoprofessor, porque a gente precisa lutar pela nossa qualidade, nossos direitos. O desempenho dos estudantes brasileiros, aferido por meio dos exames de avaliação do Ministério da Educação, demonstra que aprendizagem dos alunos está abaixo dos padrões adequados. Esse baixo desempenho possui várias causas internas e externas à escola. Na sua opinião, quais as principais causas deste baixo desempenho? Temos exames como o ENEM, Prova Brasil, Provinha Brasil exames já institucionalizados pelo Governo Federal para também medir qualidade. A gente mede qualidade através desses exames. E foi diagnosticado, a gente verificou que educação brasileira ainda está abaixo do que é considerada ideal Mas por que isso acontece? Será que é só pela estrutura das escolas? Será que é o professor que é mal pago e também não consegue ministrar uma boa aula, porque a educação da escola privada é melhor do que a educação da escola pública? O porquê dessa melhora? O que se deve ser melhorar?
Então, a gente tem várias causas internas e externas à escola. A gente tem um problema também dentro da escola porque, às vezes, numa má gestão existem estados que pagam de forma razoável, e tem uma estrutura boa dentro da escola, bons materiais, mas ela é muito mal administrada, mal gerenciada, e a gente fica percebendo que são muitos os fatores que interferem nessa qualidade que a gente está buscando, nessa melhora. A gente precisa pensar em que eu funcionário posso contribuir para que a gente possa avançar nessa qualidade que gente está tanto em busca. Temos vários fatores, olha, a gente está aqui repetindo, mas que interfere diretamente como questões sociais, que a gente fala sempre, questão do aluno que mora em situações de risco, econômicas (que não pode, às vezes, até chegar na escola), estruturais, os processos de organização e gestão pedagógica, como eu falei, uma escola mal gerida, mal administrada, carência de profissionais, sempre, né? A gente sempre tem essa carência de profissionais qualificados, entre outros. Veja que eu marquei ali carência de profissionais, porque a gente tem carência não só de profissionais qualificados, a gente tem carência de profissionais da educação.
A educação não está mais atraindo os jovens. Foi verificado que a profissão do magistério, o educador, não só o professor de sala de aula, mas o educador em si, não está atraindo. A gente tem aqui uma carência muito grande de profissionais. E os poucos que estão restando, a gente está vendo que tem, às vezes, profissionais que não são qualificados. Então a gente fica meio que, será que se fosse, se não tivesse um maior número, mesmo que não fosse, então, né? É boa essa reflexão. A gente intervir dessa forma é difícil, porque isso é um problema externo, um problema que a gente não pode resolver, essa carência. É o governo federal que tem que investir de forma bem ampla para que possa atrair mais pessoas para carreira de educador. Se eu preciso uma intervenção do governo, são necessárias políticas públicas mais amplas que incluam garantia de melhoria dos indicadores de acesso, permanência e gestão com qualidade social na educação básica. Recriar e democratizar a escola são processos fundamentais nas lutas pela qualidade do ensino e pela melhoria das condições de vida da população brasileira. E a gente sempre sabe que se você investe em educação, a gente vai ter uma melhora em todos os outros setores. Educação é fundamental para que a gente possa adquirir uma diminuição de violência, a gente tem uma melhoria na segurança pública, melhoria até na saúde, porque as pessoas bem informadas com certeza vão se cuidar mais. A gente sempre vem falando aqui: qualidade, necessidade, direitos é obrigatoriedade, mas a gente vê que os passos aí são lentos, a gente como funcionário tenta fazer o melhor, mas a gente precisa ainda muito mais para chegar nessa questão da melhoria. Você poder entrar numa escola pública, compará-la com o ensino privado e perceber que não há diferenças. Não apenas de recursos, cada um tem o seu, a escola privada tem seu recurso destinados através das mensalidades, mas não há diferença de qualidade, as duas têm a mesma qualidade esse é o nosso ideal, esse é o nosso objetivo. Porque os profissionais são os mesmos, a gente sabe que tanto na escola pública, quanto na privada tem profissionais muito bons, só falta a gente realmente perceber que a gente pode adquirir essa qualidade através da nossa participação. Na próxima aula, nós vamos apresentar a organização do sistema educacional brasileiro, as competências dos entes federados e a discussão de alguns indicadores educacionais.
Veja bem, a gente sabe a administração Municipal de administração Federal cada uma tem a sua responsabilidade o estado com as escolas, os municípios também, mas há uma divisão. Então, a gente precisa conhecer para que a gente possa, às vezes, poder argumentar quem é de secretaria sabe que, muitas vezes, os pais "eu quero matricular meu filho na educação infantil", vai numa escola estadual e diz que ele tem direito garantido em lei. E a gente sabe que essa administração das escolas é dividida entre Município e Estado. A gente precisa conhecer. Então, a gente sabe que nós temos direitos enquanto cidadão em matricular nossos filhos, mas se a gente tem uma criança de educação infantil, a gente precisa saber em que esfera eu posso procurar para conseguir a vaga para esse meu filho que é da educação infantil, da pré-escola. E eu preciso saber de quem é a responsabilidade, é do estado ou do município? Responsabilidade de quem? O Ensino Médio é da esfera estadual ou municipal? Então a gente conhecendo realmente as responsabilidades a gente pode realmente argumentar. Porque gente passa muitos apuros, às vezes, na escola, porque chegam os pais realmente é pressionando por direitos, realmente os deveres às vezes são esquecidos, os pais, às vezes, não lembram que não é só direitos, mas também deveres, a gente precisa conhecer todas as esferas, essa divisão, para que a gente possa realmente intervir junto com os pais. Nós temos nas atividades duas questões interativas que eu peço a vocês realmente que mandem a sua realidade, explique qual é a sua realidade aqui para a gente no estúdio. Explique como acontece na sua escola, não tenha medo, a gente não vai citar nome de escola, só quer realmente que você fale a realidade, fale como é que acontece na sua escola. Qual a dificuldade que vocês têm em implementar o conselho escolar? Qual a dificuldade que vocês têm em elaborar o Projeto Político-Pedagógico? Isso é muito importante. É muito importante que a gente saiba, é muito importante que a gente socialize para que a gente possa realmente ter várias opiniões e construir realmente alguma base que a gente possa intervir na nossa. Então, muito obrigado! Até a próxima aula! Até a terceira aula. Então a gente fica por aqui e até a próxima. Um bom dia!
Olá, pessoal! Bom dia! Agora vamos para o segundo momento que é o momento das correções. Eu faria correções das atividades juntamente aqui com professor Luiz, eu sua professora Domingas, a professora Elaine hoje não pôde estar com vocês, mas, na próxima terça, ela estará com todos vocês aqui nesse momento. Bom, eu creio que todos tenham realizado a atividade em grupo, todos estão aí com as atividades prontinhas para mandar suas respostas, participe também aqui no chat, o Professor Luiz está aqui no chat para juntos, interagirmos. Então vamos à correção. A primeira questão é referente a "Cite os avanços adquiridos para a educação na Constituição de 88 e LDB 9394/96." A resposta se refere à composição dos níveis de ensino na educação básica e superior. Descentralização (municipalização e escolarização). Definição dos princípios da gestão democrática. Ampliação da obrigatoriedade e universalização da educação de 4 a 17 anos. Políticas de inclusão, novos marcos de financiamento, entre outros. Então, vocês observaram aqui que os avanços referentes ao que se apresenta na Constituição e na LDB 9394/96 são bem significativos, considerando que os mesmos,hoje, refletem no ambiente escolar, de certa forma algumas conquistas. A gente pôde observar aqui até mesmo a questão das políticas de inclusão, a questão dos novos marcos de financiamento e tudo isso e, principalmente, a gestão democrática. Hoje esse momento onde a todos participam na escolha dos dirigentes escolares, a gestão democrática é algo significativo no ambiente escolar. Creio que você tenha respondido aí a sua questão, você faça a conferência e vamos agora para a segunda questão. Sabemos que a realidade de muitas escolas é possuir apenas uma autonomia reduzida à administração dos recursos financeiros, sem considerar outros fatores primordiais de uma gestão democrática. Na sua opinião, por que isso acontece? Bom, conforme foi planejado, essa questão ela tem um caráter interativo, ou seja, você agora vai passar participar conosco, mandando a sua resposta aqui para o chat. Professor Luiz, já temos aí alguma participação? Já temos, o pessoal realmente é muito atuante.
Bom dia a todos e vamos lá hoje aqui, mais uma vez aqui, só expressando, reforçando a professora Domingues, desejando aqui que a Elaine se recupere rápido, nós estamos muito bem substituído pela Domingues, é uma parceira. É sempre bom aprender um pouco mais, né, Domingues? Mas, vamos lá. Temos aqui uma posição de Alta Floresta, a aluna Ediléia, olá Ediléia! Porque muitas pessoas que estão à frente não tem capacidade administrar, ou falta a formação profissional dessa pessoa, isso na segunda questão, e na terceira questão ela diz, posso já falar da terceira? Pode sim, assim a gente vai conversando a respeito. Vamos conversando, né? Uma das dificuldades é um medo da responsabilidade, não quer se comprometer com algo sério. O que você imagina? Essa questão da responsabilidade é algo que muitas vezes não acontece, né? Por exemplo, o gestor escolar, conforme for aí no seu município, ele passa pelo processo da escolha a comunidade faz a escolha e escolhe os seus dirigentes escolares, eles permanecerão por um período x naquela função, enquanto estiverem na gestão e depois outra pessoa ocupa.
Agora, uma coisa é muito importante dizer: essa questão da gestão, existe uma orientação através de edital na escolha dos seus representantes que tem umas certas prioridades em termos de informação e é importante destacar que, em alguns cursos, essa formação para ser gestor não é oferecida, isso vem um pouco assim da do indivíduo, né? Voluntariado. É! Exatamente. A pessoa se candidatar aquele cargo, a comunidade apreciou o nome, através do voto e ele passa a representar a instituição. Tem mais alguma? Tem mais, o pessoal interage bem. Aqui tem mais uma resposta do pessoal do grupo lá de Alta Floresta, tem o aluno aí Agnaldo. Bom dia, Agnaldo! É a falta de compromisso algumas pessoas que têm o pensamento que a escola é total responsabilidade dos órgãos públicos, isso favorece a autonomia de algumas escolas. Na questão 2. A questão 3: é a falta de interesse para formar um conselho, muitas vezes, é uma equipe, mas, quando vão tomar certas decisões, são poucos os que decidem no que vão atuar, logo, quando chegam os recursos, geralmente a gestão da escola já tem planos para onde vai o dinheiro, e só submetem para a concordância dos conselheiros. Interessante reflexão dele, né? A reflexão do aluno realmente é bastante pertinente, mas é importante a gente destacar o seguinte: o conselho escolar, assim como o PPP de uma escola são organizadas de forma coletiva, por exemplo, a estrutura de um conselho escolar passa por todo um processo, a gente sabe que o diretor é o Presidente do Conselho, caso haja alguma impossibilidade, o vice-diretor assume a função de presidente, mas os outros integrantes do Conselho eles são, conforme orientado, servidores, pais de aluno, ou um aluno adulto que estude naquela escola, se ela tiver, por exemplo, Educação de Jovens e Adultos. Esse conselho, é apresentada a chapa no caso. A formação é levada para a comunidade que também faz a aclamação através do voto, depois é tudo encaminhado a um advogado que vai fazer aquele processo de deferir, vamos supor, assim, um documento, depois ela é levada a um cartório que vai fazer aquele processo, também, de cartório e depois finalmente é levada ao banco, onde se vai gerenciar as contas. Ou seja, são praticamente ali 10, 12 pessoas acompanhando e fiscalizando esses recursos financeiros. O grande problema, conforme o aluno colocou, é a disponibilidade, às vezes se marcam reuniões muito próximas, não há um planejamento em termos de data e isso termina prejudicando a vida da pessoa que se colocou de forma voluntária.
Agora, quanto ao compromisso, esse compromisso, por exemplo do pai ou do aluno que faz parte do Conselho, ele é importante, porque a pessoa ali não vai ficar só de corpo presente, é o nome dela que está ali, então a pessoa tem que ter, primeiramente, essa preocupação, se eu coloquei o meu nome à disposição da comunidade é porque o assumir um compromisso com a comunidade, com as pessoas e é isso que eu tenho que honrar. Quando eu digo "vou participar do Conselho escolar da escola que meu filho estuda" ou como aluna, também. Tem mais alguma? Temos, temos sim. Que bom. Às vezes, o pessoal nos acompanha, eles são bem ágeis. Eles são bem ágeis. No Polo de Espigão, a Regina e a Vilma dizem na questão 3: uma das dificuldades encontradas é a falta de conhecimento do que realmente é o conselho escolar e, assim, a comunidade não pode cobrar e exigir. E eu quero pontuar, professor, uma questão importante, quanto ao conselho escolar, eu quero dizer a vocês o seguinte: o Ministério da Educação tem uma sequência de módulos falando exclusivamente dos conselhos escolares, como a escola é um espaço de aprendizagem de ampliação do conhecimento, cabe aí ao gestor escolar organizar esses momentos e apresentar à comunidade esses materiais, módulo 1, módulo 2, módulo 3 e falar o quê que é o conselho. Gente, quando a comunidade não participa do conselho, porque tem o conselho fiscal, deliberativo, de compras, quem sofre é o aluno, porque se eu não pago o fornecedor da merenda, meu aluno não tem a merenda. Então, é importante essa integração. Então, primeiro ponto: falar para a comunidade que é o conselho escolar, tentando esclarecer, tirar as dúvidas da comunidade.
Olha, o conselho escolar tem essa finalidade tem essa função é importante que vocês participem, é importante também destacar que, quando se fala em contas, né, professor tem o Tribunal de Contas aí acompanhando. Então, são verbas federais, é importante frisar isso, não se brinca com verba Federal, porque aquela verba, destinada para fazer parte ali daquele processo todo da escola. Nesse sentido, a gente pede uma atenção dos dirigentes escolares, do gestor escolar que tenha esse cuidado de trabalhar momento, informar a comunidade o que é o conselho escolar, a importância que ele tem na escola e, principalmente, do seu trabalho enquanto membro da comunidade. Tem mais alguma resposta? Temos, temos sim, só um minutinho aqui. Porque, pessoal, a dinâmica aqui da interação ela é muito rápida, então nós recebemos várias mensagens ao mesmo tempo, né? Várias respostas. E, assim, o professor aqui, na preocupação de atender a todos. Tem uma resposta aqui do Valdeir. O Valdir, na questão 2, diz o seguinte: isso se deve a um desinteresse e fuga da responsabilidade de alguns, junto à exclusão de informação, junto à exclusão da informação, quando se vê a decisão já foi tomada de forma nada democrática. Na resposta 3: demonstrar empenho em mostrar que houve mudanças no tocante ao conselho escolar, estar mais receptiva às ideias críticas e opiniões externas, uma vez que a comunidade carrega uma cultura de que conselho escolar é coisa de professor. Então, é o entendimento mesmo do papel específico do conselho escolar. Exatamente! Essa cultura aí que o aluno fala ela realmente procede, né? Que é tudo é papel do professor. Não gente, na escola existem os papéis diferentes, o papel do aluno, do professor, do servidor do apoio, cada um tem a sua importânciana escola. É lamentável que, às vezes, não se perceba isso, né? Essa importância. O vigia pode contribuir, a merendeira pode contribuir, cada um é gestor no seu setor. Aqui a gente veja reforça bem aquele conceito, aquela disciplina como mexeu conosco, acho que com todos nós, acho que tanto os alunos, quanto nós aqui os tutores da professora Noemia. Exatamente. Que nós somos participantes, e quando, até pela exposição da professora Andréia, na aula dela, se vê que em 1990, é que houve uma mudança substancial e de lá para cá nós não temos ainda consolidada essa mudança. Até mesmo, o que eu vejo, adaptar com essa gestão democrática, porque são quantos anos de uma história, de uma estrutura, de um estilo que estava vindo implementado e, hoje, nós estamos nos adaptando com essa transformação. E vejo que, se você parar para analisar, nós evoluímos bastante. Nós somos chamados à responsabilidade. A professora Andréia fez bem que essa questão, chamou toda à responsabilidade para que, a partir de agora, nós também venhamos a ser participantes de todo esse processo. Na verdade, é uma conquista também, né? Se a gente pegar, por exemplo, lá no módulo de educadores e educandos, a gente percebe a época em que o diretor era indicado e hoje ele passa pelo processo da escolha. A escola, hoje, atendendo até mesmo a orientação da LDB, referente à gestão democrática ela tem essa oportunidade de escolher seus representantes. Eu até notei aqui, exatamente nesse processo tem um slide que foi bem interessante, aonde ela mostra realmente a constituição, a LDB e as pessoas para a tomada de decisões e falando que essas decisões, essa participação é só pela eleição do diretor, é no todo construída a metodologia, eu achei muito interessante. Falando nessa conquista, né? Que não é somente da gestão é importante destacar o seguinte: além da gestão democrática ser uma forma de participação coletiva, a gente também encontra na escola o Projeto Político-Pedagógico que é uma outra forma de participação coletiva, onde cada um dos atores envolvidos na escola tem a oportunidade de contribuir com seus planos de ação, com suas opiniões, porque é um documento focado exatamente num todo, ele vai incluir o todo. E, além disso, a gente também tem o conselho escolar que é uma outra forma de participação coletiva, ou seja, na escola, nós temos 3 tipos de participações coletivas importantes e fruto de uma conquista aí que já vem, conforme o professor citou, de forma histórica. Só um minutinho. Certo.
Enquanto o professor Luis vai acompanhando aqui pessoal as respostas dos alunos, nós queremos até agradecer essa participação, ela é muito importante porque a gente percebe animação aí dos alunos, dos tutores e isso é muito importante, também, esse momento aqui nosso de interação. Já tem outra resposta? Já, já tem. Vamos lá. O pessoal, realmente, é bom, porque eles nos deixam muito ocupados. Isso é bom, a participação. Teve um aqui no começo que me perdoe, eu não peguei de qual é o Polo e quem é a pessoa, me perdoa, mas você pode aqui pelo chat notificar depois. Os alunos colocaram que ainda há uma concentração de poder, a democracia dentro da escola ainda deixa a desejar. Assim, os cursistas ainda colocaram que a falta de união por parte dos educadores em reivindicar os seus direitos de serem participantes do processo educativo, já que são todos educadores. Falta incentivo e esclarecimento da direção para que todos participem. Acho que é consenso. Não lembro certo qual é o grupo, qual é o polo, me perdoem. Mas interessante que o pessoal chegou num consenso de que essa gestão democrática está sendo construída. Exatamente, é um processo de construção. De construção. Agora, uma outra coisa que foi colocada nessa resposta, que é interessante frisar é o seguinte: pessoal eu creio que todos vocês que estão aí no polo, todos vocês são servidores públicos efetivos, ou seja, existe todo um processo para vocês estarem onde vocês estão hoje, vocês passaram pela seleção, foram classificados, aprovados, nomeados e encaminhados, ou seja, creio que todos tenham passado pelo estágio probatório, então, agora de fato são todos efetivos. Eu vejo que para acontecer um caso de mandar o servidor embora é um tanto complexo. É um processo bem demorado e tem que ser substanciado. Exatamente, é averiguado, é muito bem investigado, não é assim que acontece, o que eu quero dizer com isso é o seguinte: tenha autonomia quando for argumentar, saiba colocar as suas falas, sem criticar de forma, por exemplo, eu vou acusar o diretor por desvio de verba, mas eu tenho prova disso? Se eu não tiver prova, eu não posso fazer isso, é uma denúncia grave. Então, eu quero dizer que vocês tenham, sim, essa autonomia enquanto docentes, porque você faz parte do ambiente escolar, você é responsável pela aprendizagem do aluno. E você também acompanha nesse processo de acompanhar os recursos. Não é nada demais, não é um dever que nós temos, né? Nós, como servidores públicos, nós podemos dar a fé pública. Você imagina? Olha a responsabilidade. E quem pode dar a fé pública, a não ser autoridade? E ainda tem mais, se eu te desacatar no teu ambiente de trabalho, eu ainda corro no princípio de um crime, né? Desacatar servidor público em local de trabalho é crime, eu não posso te desrespeitar. Agora, imagina um com o outro no ambiente de trabalho. Então, nós somos autoridade. O que eu tenho visto eu tô recém chegado, mas eu vejo que nós, em Búzios, essa responsabilidade nós não absorvemos ainda, que nós somos uma autoridade e com direito a voz e ser ouvido. Porque, se nós estamos observando, é uma autoridade que se posiciona como tal. Claro que aí entra, como você falou e frisou muito bem, como nós vamos abordar uma outra autoridade. Então, como direcionar, como formular uma questão a ponto de construir de fato essa transformação? Nós esperamos essa democracia. E democracia é essa participação. Hoje você vê, quando se fala da gestão, me perdoa estar fugindo um pouquinho, mas a gestão se pensar nos moldes de uma empresa, uma empresa percebeu que, para o melhor desempenho de todos os que participam, ela teve que investir em treinamento e mostrar a filosofia dela.
A filosofia da empresa é bem cara. Então, como nós olhamos aqui para uma instituição, gente, será que nós já pensamos em definir qual é a nossa missão naquela instituição? Será que eu vou pegar uma única que é de nível nacional, mas de repente em cada forma vão construir uma metodologia para cada unidade específica. E nessa construção, nessa participação, na interação, quando criar essa identidade da instituição, nós vamos ver que isso é um passo importantíssimo na formação da identidade, né, professora? Exatamente. A escola vai definir muito bem qual é o cidadão que eu pretendo formar, baseada, exatamente, no seu público, a clientela que ela atende, onde ela está localizada, o contexto social na qual ela está inserida. Tudo isso são elementos que a gente precisa perceber para tocar adiante a missão da escola. Tem aqui do polo de Costa Mares a Carla. Na minha opinião, falta mais iniciativa das escolas em relação à motivar a participação de todos os funcionários na escola, muitas vezes, não dão a devida atenção às opiniões os funcionários e daí falta de interesse em participar, muitas vezes, por se sentir inferior e, quando participa, serve apenas para assinar documentos, sem ao menos saber as decisões que foram tomadas. Essa fala é muito importante, assinar documentos, sem saber o que assina. Gente, quando você sai de uma gestão, você fica ciente que foi um período de 5 anos adiante, qualquer eventualidade que ocorrer é sua responsabilidade. Então não é bem assim, né? Tenha um cuidado quando assinarem documento. E se aí, nesse curso, por exemplo, tiver um gestor participando, até mesmo para conhecer melhor o processo, abra para que as demais pessoas participem da sua gestão, a sua gestão não é centralizada, você está aí, porque foi escolhido através do voto de pessoas. Então, essas pessoas confiaram no seu trabalho e por que agora não confiarnessas pessoas, né? Então, essa relação é de confiança. Não tenha medo de falar dos recursos, quanto a escola recebe, onde eles são aplicados, eu sei que alguém pode estar dizendo assim: "mas isso não acontece na escola", pois é, se a pessoa tivesse conhecimento e informações dos princípios da administração, elas seguiriam o que ela orienta, deixar transparente o que se faz, publicar o que se faz, tudo isso é importante, porque vai conquistando a confiança da comunidade. Só um pouquinho. Olha, o pessoal está participando com intensidade. Que bom, a gente fica feliz com isso. Ficamos muito felizes com a participação de todos. Referente aos recursos, conforme nós já falamos, eles são importantes, com eles a gente vai fazendo as aquisições da merenda escolar, do material didático para o suporte ao docente, enfim, mas esses recursos são muito bem monitorados pelo órgão que faz esse controle que é o Tribunal de Contas, viu? Não pense que você assinando um cheque e não dizendo para o que é, ele indo para outra função, ele é, sim, muito bem acompanhado, porque existe a prestação de contas.
E nessa prestação de contas, vai assinatura de todos dando fé. "Isso aqui de fato aconteceu, isso não aconteceu". Como é que fica a sua assinatura, né? Podemos ver da gestão, às vezes, as pessoas, como ela falou, que, às vezes, as pessoas têm medo também da participação, mas nessa construção, na qualificação que nós vamos tendo para ocupar esses postos, uma das coisas que nós temos que lançar fora é o medo. Por quê? A auditoria, eu acho que erros são erros, agora tem muitas situações que não são crimes. Então, nós temos de tomar bem cuidado quanto a isso. Então, erros que às vezes vem uma auditoria que pegou o erro, se corrige, se justifica. Então, o que nós nos preocupamos é o funcionário cometer dolo no exercício da função. Mas porque a gente não tem medo de ousar, porque é nessas tentativas de erros e acertos, claro, no que pode ser até consertar vamos dizer assim, é que nós vamos construir na filosofia da instituição. E outra, e nós quando participamos no cenário de um grupo de decisão, não é encobrir, mas todos defender todos apoiar, quem assumiu a responsabilidade, quando uma pessoa assumiu a responsabilidade, os outros precisam apoiar, porque é ele que tá exposto naquele momento, exposto, assim, não quer dizer que ele vai ser algo e não ganha muito por isso, não é a questão, é mais moral do que econômica, né, professora? Posso continuar aqui? Pode, professor, fica à vontade. Em Guajará Mirim, o aluno Adelino diz: para que o conselho escolar seja mais atuante, é necessário que todos participem como alunos, diretores e comunidade escolar, é necessário que haja um comprometimento maior de todos com a escola e com o conselho, só assim a escola vai alcançar pleno êxito na sua democratização. Posso mais uma? Pode. O Espigão diz: falta de conhecimento e uma participação, isso o Paulo Jorge está falando na questão 2, falta de conhecimento e uma participação maior da comunidade escolar, voltada para a instituição de ensino na administração dos recursos e aplicação. Pois é, novamente, aqui o Paulo toca nessa questão dos recursos e a aplicação. Deve existir um plano de ação, onde vão ser aplicados os recursos, de que forma eles vão ser direcionados. O exemplo clássico na escola é o arraial, né? O arraial, você faz um planejamento do que vamos adquirir com esse recurso do arraial. É um ar condicionado? É uma máquina de xerox? É um computador? Se for isso, apresentamos à comunidade qual é o grande ponto para fazer o arraial, depois se faz a prestação de contas, em que eu investi, o que é que eu preciso comprar e o que sobrou de saldo e, com esse saldo, eu vou fazer aquisição da central e deixar lá o princípio da Transparência. É tão fácil fazer isso, mas, às vezes, as pessoas complicam, né? E, hoje, algumas unidades têm integração empresa-escola que ainda pode ter a participação, porque nós estamos preocupados, o recurso sempre vai ser um problema, e sempre vai ser questionado, "ó entrou o dinheiro", é delicado, né? Mas o Jorge e o Paulo, também na questão 3, dizem o seguinte: as principais dificuldades, segundo o que eles entendem, é que a falta de tempo das pessoas é a causa de não participar e, também, de se interessar com as ações da escola. Então, estão tão ocupados que, de repente, ele acha que isso como um problema. É, também, a questão da disponibilidade. A gente sabe que fazer parte de um conselho não é remunerado, isso vai, assim, de você doar um tempo para isso. Ou seja, você faz e se tiver um filho na escola, se você tiver estudando, que é o que exige até mesmo para garantir a sua participação, mas, se você não é remunerado para isso, aí você, muitas vezes, nem se sente na obrigação de participar. Zona norte, na questão 2, diz o seguinte: chegamos a um consenso que é muito mais fácil administrar os recursos financeiros do que lidar com opiniões as pessoas. Desse modo, acaba se deixando de lado a parte mais importante da gestão democrática que é, justamente, a participação nas decisões, novas ideias, opiniões. Pessoal, hoje, 2014, nesse momento que nós estamos vivendo, a gente pode dar uma paradinha e observar como nós tivemos conquistas na escola. Se você pegar época da ditadura militar aos dias atuais, como foram grandes conquistas. E eu penso que a gente tem que lutar por elas para que ela se mantenha, porque tem lei que ampara, tem o próprio Ministério da Educação que é cheio de informações aí para dar respaldo ao seu trabalho, e aí vamos garantir, lutar por isso, né? Participar de forma democrática. Nós temos consciência de que aqui eles expressaram a dificuldade em tratar com as opiniões. O que é prático, de papel, o que é recurso financeiro, eu achei interessante essa colocação também. A aluna Juedi, na questão 2, diz: as escolas possuem autonomia apenas dos recursos financeiros, pois as classes sociais dominantes desejam educação somente para uma mão de obra qualificada para servi-los e não alunos pensantes, com senso crítico e analítico, capaz de criticar e lutar por seus direitos. Referente à autonomia, a aluna fez uma ênfase aqui aos recursos financeiros, mas, muitas vezes, é que fica aquela visão centralizada, se você observar, a autonomia que o gestor tem, ela é grandiosa. Ela, além dos recursos financeiros tem os recursos humanos que ele gerencia dentro da escola. Sabendo que tem um órgão que encaminha esse servidor para a lotação, ele também tem autonomia para lidar com a comunidade, ele tem autonomia para tomar decisão junto com os demais membros da escola. Então, essa autonomia é um dos pontos importantes que ela falou, referente à questão financeira, mas é importante frisar que ela também se aplica para outras áreas. No Espigão, a Maria Regina, na questão 2, diz o seguinte: acontece, porque as escolas, em sua maioria, dependem dos conselhos e da participação de funcionários e pais na questão e na questão desses recursos e, quando se tem uma má administração na gestão escolar, isso contribui para que a instituição escolar não aplique de maneira correta esses recursos. Em Espigão, a Elizandra de pegar o também diz: falta de comprometimento com a escola, falta de oportunidade de participação. Exatamente. É, novamente, aqui algumas palavras importantes que foram destacadas: falta de participação, falta de compromisso, tudo isso deve ser repensado. Perfeito. Professora, estou com vários vamos questões aqui, quer ver, o Paulo de Espigão diz o seguinte: eu vou fazer um pano geral, falta de conhecimento, o Paulo, na questão 3 diz o seguinte: falta de conhecimento, tempo, interesse no que é um conselho escolar, para que serve o comprometimento que precisa ter o conselho escolar e a aplicação de seus recursos disponibilizados. Na zona norte, na questão 3, a aluna Fernanda diz o seguinte: a forma como os gestores escolhem o conselho é errada, vejo isso nas escolas em que trabalhei, não foi algo deliberado, mas eles deixaram para a última hora, ou seja, quando o tempo estava se esgotando, causando, assim,na minha opinião, um problema enorme, porque não foi uma escolha pensada, explicada, como funciona um conselho escolar ou para que serve. A aluna Fernanda diz o seguinte: a forma como gestores escolhem o conselho é errada, vejo isso nas escolas em que trabalhei. É a mesma. A Fernanda, é mesma resposta. Essa forma que a Fernanda apresenta, realmente ela, muitas vezes, acontece de forma equivocada, mas ela deve ser bem trabalhada. Bom, professor já fomos informados do término do seu tempo. Vamos agradecer aqui à Elizandra do Espigão, Jucilene, o João Bosco e todos que participam. Foi um prazer estar com vocês e sentimos a falta da professora Elaine Pois é, logo na terça-feira, aliás, na quarta, estará aqui conosco. Desejamos a ela que volte mais rápido possível. A vocês aí do Polo, tutores e alunos nossos agradecimentos pela participação hoje que foi muito importante, vocês não sabem como ficamos alegres com essa participação, né? A professora Domingues é um poço de sabedoria, nos ensina muito, eu aprendi muito com ela. Obrigada! E o senhor também professor. Então, agradecemos a todos. Desejamos a todos uma ótima semana. Fiquem firme aí nas leituras, nos estudos. E fiquem todos na presença de Deus e até o nosso próximo encontro. Um abraço.
Bom dia. Estamos de volta a mais uma aula de gestão da educação escolar. A gente tá nossa terceira aula, mas continuando com a nossa segunda unidade, porque a gente teve uma divisão para que a gente possa melhorar a explicação do conteúdo, já que essa unidade é bastante extensa, então a gente fez essa divisão, a gente vai melhorar realmente a compreensão. Mas e aí, você já deu uma analisada como está sua escola, como é que é o processo de gestão, como se porta o gestor escolar na sua escola. Porque o meu papel aqui é provocar essa discussão, é provocar essa reflexão. Você analisar como é que tá o sistema de gestão, como é que estão as pessoas participando, ou se não participam porque não participam. Então a gente vai compreender todo esse processo pra que a gente possa realmente intervir. Então vamos para a unidade 2. A reforma do estado brasileiro, dando continuidade, a gestão da educação e da escola.
Então a gente tem aqui uma gravura ilustrando o gestor numa reunião de pais, os professores, que é realmente esse o objetivo. O gestor realmente deixando a participação das pessoas aí para poder contribuir na melhoria da qualidade de ensino. Indo para o tema, sistema educacional brasileiro: estrutura, competências e responsabilidades. Lembram que na última aula eu trouxe para vocês a discussão de que a gente tinha vários tipos de gestão, baseados nas escolas administrativas, nas escolas de administração, só que eu perguntei a vocês: de quem é a responsabilidade pela oferta de vagas? É do município, é do estado, é da União? Então a gente vai conhecer agora de quem é a responsabilidade. Como está organizado, primeiro a gente tem que saber como está organizado o nosso sistema educacional. Então ele está regulamentado pela Constituição Federal de 1988, incluindo a emenda constitucional número 53 do ano de 2006, e pela lei de diretrizes e bases da Educação Nacional, a nossa LDB. A LDB é de 1996 e define os níveis e modalidades que compõem a Educação Nacional, além da sua forma de organização. O artigo 21 define que a educação escolar é composta pela Educação Básica, vamos ver a divisão que abrange a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, e pela educação superior. Vamos analisar porque essa análise dessa estrutura da organização da escola. Porque a gente tem a preocupação de saber: eu tenho um filho para ser matriculado de educação infantil, vou procurar vaga na escola municipal, numa escola estadual. Se a escola municipal não ofertar essa vaga, então eu posso recorrer, eu posso solicitar os meus direitos pela lei. Então a gente vai conhecer para saber a quem procurar, a quem recorrer. Então a nossa estrutura da educação escolar. Nós temos níveis e subdivisões. Nós temos divididos primeiro a educação básica. A educação básica ela inclui a educação infantil, o ensino fundamental, que ele é obrigatório por lei, e o ensino médio. Ainda nos níveis a gente tem educação básica e educação superior. A nossa educação infantil ela é dividida em creche e pré-escola.
Vejam bem, isso deu muita confusão de nomenclatura, quando a lei começou a entrar em vigor, então as pessoas trocaram a nomenclatura de série para ano, realmente teve uma confusão nas escolas, às vezes crianças matriculadas em anos indevidamente, então gerou uma confusão mas foi se aprimorando o conhecimento, realizando estudos e foram vendo que tinha que se cumprir de acordo com o que a lei propunha. Educação infantil temos a creche e a pré-escola. Dura a creche 4 anos, a criança na faixa etária de 0 a 3 anos. A pré-escola tem duração de dois anos e a faixa etária de 4 a 5 anos. O ensino fundamental, que ele é obrigatório, tem a duração de nove anos. Então na lei anterior a criança entrava aos 7 anos de idade. Hoje na nossa lei atual a criança entra na no ensino fundamental que dura 9 anos, começa com seis anos para continuar a conclusão de 6 a 14 anos. O ensino médio três anos ou mais, dependendo do curso que ele vai realizar, se é um curso técnico, leva três anos ou mais e a faixa etária de 15 a 17 anos ou mais. Temos ainda nos níveis de ensino, fora educação básica, temos a educação superior. Tem os cursos e programas de graduação, pós-graduação por área, aí a duração é variável, de acordo com o curso. Então o adolescente, o jovem, entra a partir dos 17 anos. Então foi organizada dessa forma nossa estrutura escolar para facilitar e para garantir a educação básica para todos, é direito, é lei. A criança tem direito a educação infantil, ela tem direito à educação básica, que é obrigatória, tem direito a educação superior, isso propõe a lei. Então a gente tem aqui, temos educação infantil, quem é de responsabilidade educação infantil. Temos a educação básica, de 1º a 5º ano, temos do 6º ao 9º, temos o ensino médio e temos a educação superior. E no seu município, como é a oferta de educação infantil? Está conseguindo contemplar toda a demanda? Está conseguindo realmente realizar os seus objetivos, que é dar educação para todas as crianças? E a educação básica? Será que ela está cumprindo seu papel? Será que todas as crianças estão realmente em escola, estão todas matriculadas na faixa etária correta? Então a pesquisa é uma reflexão que você tem que fazer para analisar a sua realidade e para poder fazer um comparativo com a nossa aula de hoje. Então a lei define as competências e responsabilidades de cada ente federado, união, estados, Distrito Federal e municípios; com relação à oferta da educação em seus diferentes níveis, etapas e modalidades. Destacando o que deverão organizar em regime de colaboração, em seus respectivos sistemas de ensino. De acordo com a legislação vigente é competência dos municípios atuarem prioritariamente na educação infantil e ensino fundamental. Vejam bem, prioritariamente, é prioridade do município atuar na educação infantil, é ofertar vagas, ofertar escolas, ofertas uma qualidade de ensino para educação infantil e para o ensino fundamental. Só que não quer dizer que o estado não possa ofertar, ele pode trabalhar em regime de parceria, mas a responsabilidade de ofertar as vagas, de tratar com qualidade, de ofertar professores, de construir escolas, é do município. Cabe aos Estados assegurarem o ensino fundamental, coloquei até uma letra pra que a gente possa deixar bem fixado que é do estado a responsabilidade do ensino fundamental, e oferecer prioritariamente. Quer dizer: ele vai dar prioridade ao ensino médio. Repetindo: não quer dizer que a união não possa oferecer ensino médio, mas é prioridade do Estado ofertar o ensino médio. No caso do Distrito Federal, que é um caso particular, oferecer toda a educação básica. A união se incumbe de manter a sua rede de educação superior, faculdades e profissional, e de dar apoio técnico e financeiro aos demais entes federados.Vejam bem, a lei já definiu as responsabilidades, então a gente já entendeu que cabe cobrar de cada poder a sua oferta de vagas. A gente sabe que isso realmente não está sendo atendido como deveria ser. Então o Ensino Superior a gente sabe que não tem vagas o suficiente, por isso se ampliou a forma de ofertar, as escolas particulares ofertaram muitas vagas porque a União não estava dando conta da demanda. Então a gente tem que realmente cobrar os nossos direitos porque está garantido em lei. O que fazer para poder fazer essa cobrança, como que a gente pode solicitar isso? Isso é uma das perguntas que a gente vai tentar responder no decorrer da disciplina. Então tivemos grandes avanços no que tange a universalização do ensino fundamental. Houve melhoria no fluxo do Ensino Fundamental, que a gente teve realmente um avanço, de acordo com os inúmeros expostos na tabela de seu módulo. Então vocês têm vários quadros, tabelas, mostrando os avanços, o crescimento da oferta de vagas. Eu não incluí aqui nos slides todas as tabelas, eu incluí algumas, algumas diferenciadas para que a gente possa visualizar realmente a universalização da Educação Básica. Teve um crescimento, com certeza teve, mas a gente precisa melhorar, a gente precisa saber diferenciar a responsabilidade dos poderes, para que a gente possa ter uma visão geral de como está sendo ofertada essa educação, de como nós estamos exercendo o nosso direito, ou não estamos tendo realmente esses direitos atendidos. Como já está garantida em lei a universalização da Educação Básica até 2016 para a população de 4 a 17 anos, temos grandes desafios, como já foi falado. Sobretudo em relação à educação infantil, vejam bem, de 4 a 5 anos, e ao ensino médio, de 15 a 17 anos. Vocês não têm esse gráfico no módulo de vocês, eu tô mostrando o de 2012, o gráfico que vocês têm é de 2011. Para a gente pode visualizar o avanço da Educação Básica. A gente tem o ensino fundamental e o EJA ainda em crescimento pequeno, ou seja, está conseguindo suprir aquela deficiência de alunos que não frequentavam a escola. Precisa melhorar o ensino médio e a educação infantil. Então a grande ampliação realmente foi da Educação Básica. Buscando aumentar a qualidade do ensino nas escolas, o Brasil desenvolve, desde a década de 1990, diversos mecanismos de avaliação em todos os níveis educacionais. No caso específico da Educação Básica estão em vigor dois instrumentos: o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, que avalia os alunos concluintes do ensino médio, e o sistema de avaliação da educação básica, o Saeb, cujo objetivo é levantar indicadores para o monitoramento do processo de ensino-aprendizagem. Vejam bem. Esses mecanismos de avaliações externas realmente causam bastante discussão ainda dentro das escolas. Porque a gente tem os mecanismos de avaliar o aluno para saber em que a educação brasileira avançou, só que em contrapartida a gente não tem esses resultados usados para poder criar uma estratégia de melhoria. Então muitos professores questionam porque os alunos realizam a Prova Brasil, realizam o Enem, que no começo era utilizado apenas para fazer esse monitoramento, apenas para medir a qualidade de ensino, hoje ele é utilizado para poder selecionar vagas para as faculdades, mudou esse sistema. Então para que está sendo realizada a Prova Brasil se não estão tendo realmente resultados que sejam efetivos na melhoria de qualidade. Então os alunos realizam a cada dois anos e a gente realmente sempre questiona o porquê. A gente sabe que tem resultado, a gente sabe que precisa crescer, a gente sabe que precisa evoluir, mas falta ainda as estratégias pra gente conseguir chegar a esse objetivo. Os participantes do Saeb são alunos de 5º ao 6º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do ensino médio, que fazem provas de língua portuguesa e de matemática. Temos também as avaliações complementares do Saeb, que é o Aneb, Avaliação Nacional da Educação Básica. É por amostragem, a gente escolhe alguns alunos das escolas públicas e privadas do país da zona urbana ou rural, matriculados no 5º, 9º ano, e 3º ano do ensino médio. Essa avaliação é por amostragem. Então a gente tem o Amresc, que é a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar, aplicada para alunos de 5º e 9º ano do Ensino Fundamental público nas redes estaduais, municipais e federais. Tanto na área urbana quanto rural. Recebe o nome de Prova Brasil, e como eu já coloquei, tem seu resultado usado no cálculo do Ideb. Ideb, essa sigla tanto falada pelos governos, a gente precisa aumentar o Ideb da nossa escola, a gente precisa aumentar o Ideb do nosso Estado, a gente precisa aumentar o Ideb, a gente precisa aumentar esses índices. Então o que que é o Ideb? Para que que está servindo? Será que é uma forma de comparativo, de comparar com outros países. Então a gente vai saber agora o que é o Ideb. O Ideb, isso aqui é uma gravura ilustrando, é o índice de desenvolvimento da nossa educação básica. Ele foi criado em 2007 para medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. O indicador é calculado com base no desempenho do estudante em avaliações do INEP e em taxas de aprovação. Assim, para que o Ideb de uma escola ou rede cresça, é preciso que o aluno aprenda, não repita o ano e frequente a sala de aula. O índice é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país, a partir do alcance das metas municipais e estaduais, tenha nota 6 em 2022, que corresponde a qualidade do ensino em países desenvolvidos. Então a gente tem esse projeto até 2022 para chegar a nota 6. Realmente os países desenvolvidos tem um investimento alto em educação, então isso resultou numa média já estipulada como 6. Então o Brasil tenta se aproximar, criando programas, criando programas de financiamento, de capacitação. Então todos nós estamos envolvidos, e na verdade o Pró-funcionário também faz parte, é uma dessas estratégias para a gente poder avançar nessa qualidade. Porque todos nós estamos envolvidos, desde a pessoa que fica no portão da escola, da pessoa que fica na merenda, da pessoa que fica na biblioteca, professores, diretores, todos estão envolvidos no aumento dessa qualidade até atingirmos a nota 6, mas não é só questão de índice, é questão de uma qualidade, uma das formas de medir é através dessas avaliações externas. Há muitos questionamentos a essas avaliações padronizadas, que são as avaliações externas, mas é preciso trazer ao debate as vantagens que esse sistema pode trazer em relações às políticas públicas desenvolvidas a partir desses resultados.
A construção da democratização da escola pública: os paradoxos da gestão escolar. Então já respondendo os questionamentos que vocês devem fazer a respeito das avaliações externas, é a partir dos resultados que nós podemos criar políticas públicas que favoreçam a ampliação, a ampliação dos índices e, consequentemente, da qualidade. Só que a gente sabe, infelizmente, muitas vezes a gente tem esses resultados, mas nada é feito a respeito. A gente tem resultados negativos, então o que a gente pode realizar, a gente pode mudar dentro da escola para que esses resultados mudem, essa qualidade suba, essa qualidade aumente. Muitos são atribuídos, a culpa, para o próprio funcionário da escola, para própria escola, do mal desempenho dos alunos. Então a gente vem tentando mudar essa realidade porque a responsabilidade é de todos, inclusive dos governantes. Então falando aí de construção, de democratização da escola pública. A gente tem aqui uma reunião, uma gravura aí de uma reunião incluindo diretores, professores, a comunidade, é o que a gente sonha, o que a gente almeja, em que todos possam participar desse ambiente de qualidade. A gente fala tanto de qualidade então a gente precisa realmente se abraçar nessa causa para a gente poder mudar esse atual cenário. Então vejam bem: as escolas públicas vivem um paradoxo, pois se dizem democráticas, mas tem dificuldades para vivenciar a gestão democrática e decidir seus projetos. Foi por isso que eu perguntei para você: na sua escola, que já muito deve ter se faladoem gestão democrática, há dificuldade em se reunir para decidir projetos, para elaborar projetos, para tomar decisões? Porque muitas escolas, como foi falado aqui no slide, se dizem democráticas, se dizem dentro do sistema democrático, dentro de um novo modelo de gestão, e tem dificuldades de gerenciamento, tem dificuldades de gerenciar conflitos, têm dificuldades de definir a participação como fundamental dentro da escola. E na sua escola, como acontece isso? Você já se perguntou? Tudo que você tá aprendendo aqui na aula de gestão escolar, na aula de gestão educacional, tá servindo para que você comece a analisar onde estão os pontos fracos, onde estão os pontos fortes da sua escola, é essa proposta. Então, voltando aqui para o slide, em alguns casos permanecem as bases centralizadas do exercício e personalização do poder, em que a participação se converte em mais uma estratégia de controle. Conversando com vocês no chat, conversando com vocês aí nos polos, a gente já percebeu que isso ocorre muito. Então às vezes o gestor chama para participação quando o a decisão já tá praticamente tomada, quando o projeto já está praticamente elaborado, então reúne todo aquele grupo para dizer "vocês vão participar agora da construção do PPP, da construção dessa estratégia para a mudança aqui da quadra, ou para a mudança aqui do calendário", só que a decisão já tá praticamente tomada. Então essa chamada de participação é apenas para fortalecer aquele poder e aquele controle. Então a gente quer, de fato, uma gestão democrática, que comece a pedir a participação, solicitar, ouvir, compreender que às vezes o funcionário tem medo de se aproximar, tem medo de expor o seu ponto de vista porque não sabe da reação do gestor. Então isso precisa mudar. Essa relação de gestão e funcionários, essa relação professor/comunidade precisa ser mudada que a gente possa exercer realmente, de fato, a gestão democrática. Mas também a gente tem o contrário, a gente possui escolas que conseguem fazer alterações pontuais no seu cotidiano sem alterar a lógica cultural vigente. Outras que permanecem na concepção tradicional e autoritária, tem vários tipos de escola. Outras ainda que buscam ser inovadoras e inclusiva, relacionando-se com a comunidade, esse é o nosso ideal, fazendo suas escolhas e definindo coletivamente os seus projetos. Quando isso acontece a gente sente isso acontecer aqui, o aluno aprendendo, mas tendo várias mãos segurando esse aprendizado. A gente não tem só a mão da criança, a gente tem a mão do pai, a gente tem a mão do professor. Quer dizer, várias mãos juntas para poder ter esse resultado que é a aprendizagem. A gente não se sente mais sozinho. Você vê nessa gravura que dá uma visão de como estar junto faz toda a diferença, então é isso que a gente busca. A efetivação do processo de democratização da gestão da escola pública implica na partilha do poder. O que que é partilhar o poder? É não centralizar todas as decisões, é não centralizar o cotidiano, como é definido o cotidiano, como é traçada aquela estratégia de convivência dentro da escola sozinhos. Às vezes um diretor coloca uma postura, veste uma roupa de autoritarismo como se pudesse impor medo, impor o respeito através daquela pressão em cima do funcionário. Então às vezes o próprio colaborador da escola não se aproxima, porque aquela pessoa não permite. Às vezes uma contribuição que poderia ser realmente bem efetiva, bem aceita, o funcionário não consegue falar, porque às vezes tem esse receio. Então é importante que você partilhe o poder, deixe na mão do funcionário as suas funções, mas também que ele possa contribuir, que ele possa realmente acrescentar a vivência que ele tem. Tem funcionários que tem muita habilidade em outras coisas que às vezes diretor não permite que ele realize porque ele vai querer tomar meu lugar, ele vai querer fazer mais do que deve. Então às vezes realmente isso afasta, isso deixa as pessoas desmotivadas a participar. Então continuando, implica na partilha de poder, a sensibilidade para conduzir a escola, isso é muito importante, a partir das demandas da comunidade escolar, e a tomada de decisões e escolhas responsáveis e coletivas. Outro dado importante refere-se à necessidade de rediscussão dos marcos de formação e profissionalização dos profissionais da educação, docentes e não docentes, fortalecendo-os para atuarem como profissionais e educadores sociais em todos os espaços do interior da escola e na comunidade local. Se eu me capacito, se eu conheço como eu posso intervir, como eu posso colaborar na estrutura da escola, e realmente quando eu conheço a estrutura da escola, como funciona o sistema de arrecadação, os financiamentos, eu posso interferir. Então se eu me formo, se eu me capacito, realmente você é um funcionário bem mais atuante e bem mais participativo. Por isso que a gente está buscando essa capacitação, essa formação, porque a estrutura da escola não é algo tão complexo, é algo simples, mas que precisa da participação de todos. Mas é simples onde precisa conhecer para poder intervir.
O papel dos profissionais da educação frente a gestão escolar. Como eu faço essa intervenção, essa conversa tranquila, das pessoas que trabalham dentro da escola, é fundamental. A gente vê aqui que a gente pouco conversa, a rotina é muito agitada, do dia a dia, a gente tem pouco tempo para conversar e trocar ideias. Os profissionais da educação têm sido apontados, mesmo com esforço, mesmo com o que tem sofrido, com os baixos salários, apontados como os responsáveis pela ineficiência escolar. Vejam bem. Mesmo com todos os problemas que os funcionários atravessam, a luta pelos direitos, a busca por melhorias, eles ainda são os apontados como os responsáveis, eles são ainda criticados por não contribuir de forma efetiva para o aumento do desempenho dos alunos. Então é dado ao funcionário essa culpa. A gente sabe que não tem como trazer para gente essa problemática, por mais que há séculos que o Brasil vem sofrendo pela falta de investimento na educação. Mas a gente pode contribuir na qualidade sim. A gente pode participar mais, a gente pode deixar-se entender como funciona a escola para que a gente possa realmente ser o funcionário mais participativo. Por outro lado, a realidade desses profissionais, a gente tá aqui falando realidade desses profissionais é de precariedade das condições de trabalho e fragmentação de suas atividades. Temos funcionários com condições de trabalho muito precárias, com fragmentação das suas funções. Às vezes funcionários têm habilidade, determinada função, mas ele tá fora de função. Às vezes a gestão não permite que ele se aprimore, que ele se capacite, dificulta o horário, dificulta a vida do funcionário e vive no sistema precário, baixos salários, e a gente vem ainda nessa luta, tentando se capacitar, tentando melhorar, tentando ser um funcionário melhor, tentando não só cumprir o horário, não só realizar a nossa função, mas principalmente a gente ser cidadão. Nós somos educadores, nós somos responsáveis pela formação daquela criança que entra pelo portão, vai para sala de aula, depois ele passa por todos os segmentos da escola, e todos nós somos responsáveis. Então a gente precisa realmente ser mais colegas, ser mais unidos, para que a gente possa conseguir esse objetivo. Aqui repetindo os salários são baixos, historicamente as tentativas de melhoria têm se mostrado ineficientes. Como eu falei, são séculos de falta de investimento na educação. Então não é de hoje que esse problema acontece no nosso país. Então o que tem sendo sido colocado, o que tem sido apresentado tem-se mostrado realmente ineficiente. Reverter essa situação demanda vontade e luta política. Além dos problemas citados sabemos que a função do trabalhador da educação é considerada de baixo prestígio social e passa por mudanças significativas, englobando questões como formação, prática, identidade e carreira profissional. Se a gente realmente não tem um país que investe em educação, que investe na qualidade, a gente tem historicamenteações ineficientes. A gente não tem como ter os funcionários que trabalham nessa educação realmente reconhecidos. A gente tem é um baixo reconhecimento, um baixo prestígio, e a gente tem que lidar com isso, e a gente tem que lidar com esse baixo prestígio, tem que lidar com baixos salários, tem que lidar com horário que não comporta nossas demais atividades. Então isso aí é uma luta constante, mas a gente está aqui, nós temos essa missão de educador, a gente vai tentando melhorar. E nós temos grandes conquistas. Vamos falar isso no decorrer da disciplina, conseguimos bastante coisas durante essas décadas e séculos que se passaram. Nós conseguimos muitas coisas que antes eram impensadas, há séculos atrás era impensável o próprio funcionário poder escolher o diretor da sua escola, o gestor da sua escola. Isso foi uma conquista, isso é garantido em lei. Para que isso aconteça nós precisamos de participação. Muitas vezes o funcionário se exclui, não quer participar das reuniões, não quer participar do Conselho, realmente deixa de exercer a sua cidadania, o seu direito. Então se foi uma conquista, vamos manter, vamos honrar quem lutou tanto por essas conquistas. Para melhorar esse cenário, o governo brasileiro vem adotando, a partir de 2003, políticas dirigidas aos trabalhadores da educação e à melhoria ao processo de gestão, por meio de formação continuada, entre os quais o Profuncionário é um exemplo, como eu já falei. É preciso entender a gestão como um espaço de construção política para além das questões meramente administrativas e, portanto, englobar as condições objetivas dos profissionais que atuam no dia-a-dia dos processos de ensino-aprendizagem, de democratização, da gestão e de escolha dos dirigentes, como eu falei no início. Conquista demorada, conquista que foi através de muita luta, mas que a gente precisa honrar. A luta dos trabalhadores pela gestão democrática é uma luta histórica, com o objetivo de garantir maior participação dos trabalhadores em educação nos destinos da escola, no fortalecimento dos conselhos, na definição do projeto político-pedagógico, na defesa da eleição dos diretores, da autonomia escolar e de um crescente financiamento público. Como está se dando esse processo de eleição na sua escola? De fortalecimento dos conselhos? Como as pessoas estão sendo chamadas a participar desse órgão tão importante dentro da escola? E as pessoas ainda ficam receosas de estar junto, de estar dentro, mas é o conselho que vai ser o responsável pela eleição do gestor, aonde você trabalha, da pessoa que vai estar à frente do seu líder, da pessoa que vai conduzir todo um trabalho. Essa pessoa precisa ter um perfil democrático, uma pessoa precisa ter um perfil que se enquadre dentro da proposta da Constituição, dentro da proposta da LDB, que é estimular a participação, não centralizar o poder. Então para que isso aconteça é preciso que você, funcionário, não se exclua, não tente sair da sua responsabilidade de participar do conselho, de participar das reuniões, de participar das decisões. Porque a gente precisa fortalecer os conselhos escolares para que a gente possa realmente fortalecer a gestão. Sem conselho escolar não existe gestão democrática. Não pode também existir só no papel. A gente não pode ter um colegiado que existe só para realizar reuniões, para mostrar uma ata para alguém. A gente precisa realmente deixar esse conselho atuar dentro da escola, participar das decisões, só que para que isso aconteça você funcionário tem que realmente exercer o seu direito. Não se exclua. Tente participar.
Sabemos que construir um processo de gestão onde todos os segmentos possam participar não é tarefa fácil. Sabemos que muitos se limitam apenas à esfera administrativa. Existem muitas escolas em que existe um gestor apenas para gerenciar os recursos financeiros que chegam para escola. Ele está ali apenas como uma pessoa que administra os recursos que chegam, é a pessoa que não sabe lidar com conflitos, a pessoa que não sabe lidar com situações novas, a pessoa que não sabe chamar para a participação. Então é esse perfil de gestão, esse perfil de gestor, que você tem que contribuir para que melhore. Você é o responsável por isso, você é um dos responsáveis. Você pode eleger, você pode agora escolher, depende de você. Mas para você escolher de forma correta você precisa conhecer, como se a gente elege um governador, um presidente, a gente precisa conhecer a história, a gente precisa conhecer como funciona a história, os poderes, a estrutura. A gente precisa conhecer os recursos que ele tem na mão para que ele possa conduzir melhor nosso município e nosso estado. Assim funciona com a gestão da escola. Se a gente conhece os recursos que vêm para a escola, se a gente conhece todo o processo e toda estrutura, a gente pode entender quem será aquela pessoa que vai fazer isso andar de forma melhor, conduzir de forma melhor. Quem sabe lidar melhor com conflitos, que acontecem, é normal entre funcionários. Quem sabe chamar para participação. A gente precisa de um líder, a gente precisa de um gestor. Administrador de recursos não cabe mais dentro, mas a gestão democrática, a gente precisa de um gestor de verdade, um líder de verdade. Então essa caminhada precisa do envolvimento de todos, mas principalmente que se determine a consciência da importância do processo democrático nas relações, não só da escola, mas de toda a sociedade. Antes de finalizar eu quero relembrar que a gente tem ainda algumas aulas para trabalhar, mas tente a focar na sua atual realidade. Lembrando que a gente falou aqui do projeto político-pedagógico, que muitas escolas ainda insistem em elaborar apenas com a equipe técnica. O projeto político-pedagógico, eu não me canso de repetir, é o retrato da escola. Se eu não trago à participação de todos, eu não tenho um projeto, eu tenho apenas algo desenhado que não vai funcionar, porque eu não trouxe a participação, eu não trouxe as pessoas para se envolverem. Então aquilo que eu não me envolvo, aquilo que eu não fui chamado, eu não vou realmente me doar. Então é preciso que a gente realmente participe dessa construção, que a gente possa entender que o processo democrático é algo demorado, é algo que às vezes é bem dificultoso, mas que pode acontecer sim. Então na próxima aula a gente vai dar continuidade a nossa disciplina de gestão, realmente trazendo aí reflexões para a nossa realidade, e a partir de hoje comece a focar no processo de eleição, comece a focar no processo de perfil de gestor, porque a gente tem tudo a ver com isso e depende de nós essa mudança. Até a próxima aula.
 Olá, bom dia. Meu nome é Ângela, sou nutricionista formada pela Faculdade São Lucas, aqui de Porto Velho, e hoje estou aqui para começar a fazer parte da equipe do Profuncionário. Estou muito contente e a partir de hoje estaremos com as aulas de interação. Eu, você e a professora Noêmia. Bom dia a todos e todas, é com muita alegria que a gente começa essa segunda-feira. E vamos lá que aqui não falta emoção. Hoje nós vamos continuar com as nossas atividades de interação. Como está organizado o nosso sistema educacional? Está regulamentado pela Constituição Federal de 1988, incluindo a emenda constitucional nº 53/2006, e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB, que é de 1996, que define os níveis e modalidades que compõem a Educação Nacional, além da sua forma de organização. Então o artigo 21 define que a educação escolar é composta pela educação básica, que abrange a educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Então aqui são tópicos muito importantes, e pela educação superior. Professora, tem alguma consideração a fazer? A gente tem que considerar a LDB de 1996 como um avanço no sentido da inclusão escolar. Antes de 1996 a educação não previa o menor de sete anos na escola, ela era pautada para crianças a partir de sete anos e começava com a primeira série do Ensino Fundamental. Com a nova lei de diretrizes e base, inaugurada em 1996, o governo instaurou que é obrigatório a criançaa partir de quatro anos ter direito ao acesso à escola e creche também. Ela entende inclusive que essa parte que define a educação escolar como educação infantil, pode dar uma grifadinha aqui na educação infantil, ela vai entender que essa parte até o ensino fundamental é responsabilidade inclusive dos municípios, das prefeituras. Nesse sentido, o município se vê também obrigado a desenvolver a edificação de creches e de escola que preveja o desenvolvimento entre 3 e 6 anos, que é a idade que nós vamos entender onde o cérebro está informação e tem maior praticidade para um aprendizado. Nesse sentido a LDB foi extremamente positiva, porque a partir daí que a gente vai começar a perceber que o aprendizado da criança não precisa necessariamente começar aos sete anos. Ele em casa já pode ser estimulado. Como hoje nós vivemos uma realidade familiar, Ângela, que é difícil você ter o acompanhamento constante de pais e mães, a escola tem que tomar essa responsabilidade para fomentar o desenvolvimento cerebral nessa fase em que a criança mais aprende. Já no que tange a questão do Ensino Fundamental, depois de 1996, a LDB coloca uma resolução, um adendo, que estende o ensino fundamental para nove anos. Ele não é mais ensino fundamental de 1ª à 8ª série, ele é de 1ª a 9ª série. E um maior ganho veio aí para o ensino médio, na medida em que, nós vamos ter bem claro na LDB, que o ensino fundamental ele é obrigatório. Infelizmente na nossa legislação, é o ensino fundamental que é obrigatório. Essa obrigatoriedade pode, veja, ela não é, ela pode ser estendida para o Ensino Médio. Agora aonde foi que nós tivemos um grande ganho, com a nova LDB e a abertura universitária, foi no ensino superior. Porque hoje os programas do governo abrangeram e estenderam, vamos dizer assim, houve uma expansão na educação superior. Então a LDB tem um sentido para as inovações que ela fez, ela apresenta-se como inovadora. A LDB foi extremamente positiva para a abertura, mas nós já temos que começar a pensar um processo de mais inovações dentro da LDB, sobretudo no que tange ao papel do professor em sala de aula e, principalmente, do profissional em Educação que não é professor, mas que tem tanta responsabilidade quanto um professor pela formação do aluno, porque a escola ainda é um lugar que você forma uma habilidade, mas primordialmente se forma um caráter.
Então, dando continuidade, aqui nós vamos falar da estrutura do sistema educacional brasileiro, baseado na Lei 9394/96, onde consta: a educação básica, que é composta pela educação infantil, abrangendo creche, pré-escola. Creche 4 anos e pré-escola 2 anos. Creche variando de 0 a 3 anos e a pré de 4 a 5 anos. A educação básica também abrange o Ensino Fundamental, que é obrigatório, a duração de nove anos e a faixa etária de 6 a 14 anos. E o ensino médio com duração de três anos ou mais, abrangendo essa faixa etária de 15 a 17 anos ou mais, e posteriormente a educação superior, onde tem os cursos e programas de graduação, pós-graduação por área, a duração é muito relativa, ela é variável. E acima dos 17 anos de idade. Tudo que a senhora já tinha falado. A gente tinha visto, mas ficou muito bem posto nesse quadro essa distribuição. Agora eu senti falta aqui da educação técnica e tecnológica. Onde é que entra a nossa educação técnica e tecnológica, Ângela? Onde entra? Pois é, nós temos aí um currículo, não é porque nós temos ainda essa tradição, a gente ainda não pensa educação profissional técnica e tecnológica no Brasil. A gente pensa que o aluno sai do ensino médio e já adentra para a faculdade. E não é bem assim. A criação dos Institutos Federais, que é de nossa pertinência, afinal de contas estamos no Instituto Federal, a criação do Instituto Federal, se não me engano é concomitante com a LDB de 96, eu não estou bem certa dessa informação, se você tiver aí condição de nos enviar no chat qual é a data precisa que as escolas técnicas passam a ser institutos federais, você manda para gente. E aí eu vou explicar só um pouquinho isso aqui. Por exemplo, a educação você faz o ensino fundamental, e nos institutos, o adolescente pode tanto fazer a formação técnica, que ela tem que abranger e ser compatível com o ensino médio, ela tem que dar a qualificação do ensino médio e ao mesmo tempo ensinar uma profissão. A LDB, nesse aspecto, é bem clara. Ela vai dizer que a educação técnica tem que prever as horas da formação profissional, mas ela não pode esquecer ou deixar de fora nenhum conteúdo que é pertinente ao ensino médio, sobretudo a questão da linguagem e das humanidades. O tecnológico, no momento em que foram criados os institutos federais, aqui em Rondônia o Instituto Federal é a reunião inclusive da Escola Técnica Agrícola com a Escola Técnica Federal de Rondônia, que já tinha aqui. Juntaram essas duas escolas e se formou o Instituto Federal de Educação e Tecnologia. O que é o ensino tecnológico? O ensino tecnológico ele tem uma abrangência e uma pretensão de ensino superior. O técnico equivale ao ensino médio e o tecnológico, que pode ser um segmento daquilo que foi técnico, se tornar tecnológico, ele ganha peso de superior, e ele pode durar de três a 8 ou 10 anos, de acordo com a exigência curricular de cada curso. Então a educação técnica e tecnológica está aí ao lado do ensino médio e ao lado do ensino superior, da educação superior, fica nesse intervalo.
A lei define as competências e responsabilidades de cada ente Federado, então União, estados, Distrito Federal e municípios - com relação à oferta da educação em seus diferentes níveis, etapas e modalidades, destacando que deverão organizar-se em regime de colaboração, em seus respectivos sistemas de ensino. De acordo com a legislação vigente é competência dos municípios atuarem prioritariamente na educação infantil e ensino fundamental, aquilo que a senhora havia explicado anteriormente. Eu gostaria só de fazer uma observação. Tem um projeto do Cristovam Buarque, que ele chama de federalização da Educação Básica. Que é um projeto magnífico. E nesse projeto, nas últimas entrevistas que eu tenho visto dele, ele tem a intenção, ele tinha a pretensão que a educação infantil e a educação fundamental, que é responsabilidade do município, fosse feita de modo direto, um compartilhamento direto com a união, com federal. De que modo? Ele diz que o município que considerar que não tem condição de dar as bases, que peça o auxílio do governo federal, aí o governo federal adotaria essa escola. Isso é um projeto, não existe. Mas é muito bom a gente que trabalha com educação estar atento a esse projeto, porque significaria qualificação profissional e melhoria das instituições de Educação Básica e Ensino Fundamental.
No que tange a educação infantil, aqui Ensino Fundamental dos municípios, acontece que trazendo para a nossa realidade aqui, não necessariamente acontece isso. Porque a demanda é muito grande. Não é só uma questão, no meu entender, o problema da Educação Básica e da Educação Infantil, ele não é um problema só de demanda, porque em todo lugar você vai ter crianças precisando ser alfabetizada, a não ser que as pessoas parem de gerar crianças, mas em todo lugar vai ter. Então os municípios, os estados e o governo federal, ele tem que prever a chegada dessa criança a partir de uma estatística que ele já faz da natalidade. Ele já sabe quantas crianças vão precisar de escola. A questão, nesse sentido, não é só de demanda. É uma questão realmente cultural de investimentos para a educação. A nossa formação cultural, se você for olhar a primeira legislação para educação, que foi feita ainda no império, ela é uma educação elitizada. Inclusive a gente tem um problema de origem, de gênese, que é contraditório e que o reflexo disso tá hoje. E que problema é esse? É que naquela época, lá no início do Império, quem era responsável pela educação das crianças eram as mulheres, só que as mulheres só podiam estudar as séries primárias. Como é que ela ensina ensinar matemática e outros saberes mais elevados para as crianças se elas não aprendiamaquilo? Aí é quando você vê nossa sociedade, onde é que nós vamos ter déficit de professores? Nas áreas de exatas: Matemática, Física, Química, quase a gente não tem professor. Aí você diz "é problema econômico, ninguém quer ser professor". Não, há também a migração no desenvolvimento das habilidades e competências para ser professor dessas áreas.
Cabe aos Estados assegurar o ensino fundamental e oferecer prioritariamente o nosso ensino médio. No caso do Distrito Federal oferecer toda a educação básica. Então a união ela já se incumbe de manter sua rede de educação superior e profissional, e de dar apoio técnico e financeiro aos demais entes federados. Essa é bem a divisão que se faz. A ideia hoje, embora existam escolas do estado que tenham o um ensino fundamental, a LDB legaliza e dá prioridade para que o município assuma o ensino fundamental por completo, e fique sob a incumbência do Estado apenas o ensino médio. Educação é uma responsabilidade de todos e de todas as instâncias governamentais, mas a LDB diz que é assim então a gente tem que seguir a regra. Aqui eu tenho algumas questões, mas eu acredito que não é daqui para essa aula, eu tenho impressão que é o que já estava aqui no site de outras de outras situações. Então vamos continuar. Agora nós vamos e sobre o Ideb. O Ideb que é o Ìndice de Desenvolvimento da Educação Básica. Ele foi criado em 2007 para medir a qualidade de cada escola e de cada rede estadual. O seu indicador é calculado com base no desempenho do estudante em avaliações do INEP e em taxas de aprovação. Para que o Ideb de uma escola ou rede cresça, o que que é preciso? É preciso que o aluno aprenda, é preciso que ele não repita de ano e, consequentemente, ele frequente a sala de aula, não é professora? É. Inclusive o Ideb calo em Porto Velho, Rondônia. O menor Ideb do Brasil infelizmente foi no estado de Rondônia. E nós tivemos aí, na época do resultado, inclusive a visita do então Ministro da Educação, o senhor Mercadante, no qual ele dizia que aqueles dados ele queria mostrar que aqueles dados não estavam corretos, mas infelizmente a realidade é essa. O Ideb em Porto Velho é um dos mais baixos que tem. Aí você me pergunta assim: professora, basta o aluno frequentar as aulas e ser aprovado? Não. Para você melhorar um Ideb Educacional, e aí a importância de nós estarmos aqui com o Prófuncionário, que o nosso aluno tem essa noção. Para que serve esse Prófuncionário? Sobretudo no momento em que ele coloca em ação para a formação os profissionais de educação. Você tem que entender que a formação, o melhoramento de um Ideb, não é apenas a questão do aluno participar da sala de aula e ser aprovado. É uma construção social. A sociedade tem que estar envolvida na formação desse aluno, mostrando propostas e as pessoas dentro da escola executando, analisando essa proposta, fazendo aquilo que nós já havíamos falado em outro momento, que é uma direção democrático/participativa, para que isso melhore. Porque é muito fácil você chegar e dizer "os alunos não podem ser reprovados", aí o professor pensa que aquele aluno que não aprendeu a ler, que ele tem que ser aprovado de qualquer jeito. Não, não é assim. Nós vamos ter que analisar o que que está impedindo que aquela criança se desenvolva naquela competência. E aí uma das coisas, um dado que a gente tem que levar em consideração, são os problemas pertinentes a aprendizagem. Então para quem o Ideb melhora? Seria necessário que dentro de uma escola nós tivéssemos a presença concreta demais psicopedagogos, de mais assistentes sociais, de mais psicólogos, de mais nutricionistas, porque a questão alimentar ela pode sim atrapalhar o desenvolvimento cognitivo. Então tudo isso faz parte para que se melhore o Ideb, não é só o aluno frequentar. A frequência e a presença, ela é apenas a questão óbvia. O aluno tem, a criança tem que frequentar a escola e tem que aprender, agora como é que isso vai ser feito. Então o índice é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país, a partir do alcance das metas municipais e estaduais, tenha a nota 6 em 2022. A construção da democratização da escola pública: os paradoxos da gestão escolar. Então as escolas públicas vivem um paradoxo, pois dizem ser democráticas, mas tem dificuldades para vivenciar a gestão democrática e decidir seus projetos. Em alguns casos permanecem as bases centralizadas do exercício e personalização do poder, em que a chamada participação converte-se em mais uma estratégia de controle. Outras que permanecem na concepção tradicional e autoritária, outras ainda que buscam ser inovadoras e inclusivas, relacionando-se com a comunidade, fazendo suas escolhas, definindo coletivamente seus projetos, ou seja, os interesses da comunidade. Ângela, você podia só abrir um espaço, nós recebemos aqui uma mensagem de Nova Brasilândia, quero mandar um abraço especial para Dietriche e para nossa aluna Terezinha, que nos ajudou complementando a questão profissional e tecnológica. Ela fala assim: "sobre a educação profissional e tecnológica, houve modificações primeiro por meio do Decreto 2208/1997, que separou o ensino médio comum do ensino técnico profissionalizante. Que passou a ter organização própria. Módulo 2, ela cita, educadores e educando, página 106. Terezinha, obrigada por sua participação. Aqui nós temos, de acordo com a LDB de 96 como é composta a educação escolar em nosso país. A LDB de 96 define os níveis e modalidades que compõem a Educação Nacional além de sua forma e organização. Então o artigo 21 define que a educação escolar é composta pela Educação Básica, abrangendo a educação infantil, ensino fundamental, médio e pela educação superior. E nós temos a segunda atividade, que de acordo com a legislação vigente, foram definidas as responsabilidades dos municípios, estados e união, no que tange a oferta de ensino. Então de acordo com a sua opinião, estes mantenedores estão cumprindo de maneira satisfatória o seu papel? Explique. Então nós temos uma possível resposta aqui, professora, de que apesar de todos os avanços precisamos ampliar a oferta, principalmente da educação infantil e superior, já que houve uma grande ampliação de faculdades e creches particulares. Passando para a terceira: Qual a sua opinião a respeito das avaliações externas como o Enem e a Provinha Brasil? Então nós temos aqui uma possível resposta que: apesar de serem fundamentais para expor as deficiências e avanços do nosso sistema educacional, precisamos não só medir os resultados, mas principalmente traçar políticas públicas para a melhoria da educação a partir dos resultados obtidos. E a quarta nós temos: citar algumas formas de participação do funcionário que podem contribuir para a melhoria da gestão da escola. Então uma possível resposta aqui é que "através de sua capacitação, de sua participação nas reuniões, dos conselhos escolares, na construção dos projetos políticos pedagógicos, os PPPs, e através da contribuição no processo de atrair a comunidade para dentro da escola, e principalmente no processo democrático, na eleição dos gestores ou dos diretores escolares. Certo? Certo. Professora. As questões estão bem elaboradas, aqui as alunas estão tendo dificuldades com a internet, por isso elas dizem que não estão mandando tantas participações. Então por hoje ficamos aqui, agradecendo a participação de todos, foi um prazer estar aqui com vocês e até a próxima. Obrigada mais uma vez e que todos nós tenhamos uma semana edificante e produtiva. Meu forte abraço a todos e todas.
3.1 Introdução
Como vimos, ao longo dos módulos anteriores, a educação compreende todas as manifestações humanas que buscam a apropriação da cultura produzida pelo homem. A escola, nesse cenário, é o espaço privilegiado de produção e socialização do saber e deve se organizar por meio de ações educativas que visem à formação de sujeitos concretos, éticos, participativos, críticos e criativos.
Agora, vamos refletir sobre a trajetória do termo "gestão" nas instituições escolares. Gestão democrática, gestão compartilhada e gestão participativasão termos que, embora não se restrinjam ao campo educacional, fazem parte da luta de educadores e movimentos sociais organizados em defesa de um projeto de educação pública de qualidade, social e democrática.
3.2 Concepções
Apesar das lutas em prol da democratização da educação pública e de qualidade fazerem parte das reivindicações de diversos segmentos da sociedade há algumas décadas, elas se intensificaram na década de 1980, resultando na aprovação do princípio de gestão democrática do ensino público, consignado no artigo 206 da Constituição Federal de 1988.
A LDB estabelece e regulamenta as diretrizes gerais para a educação nos sistemas de ensino. Em cumprimento ao artigo 214 da Constituição o Federal, a LDB dispõe, em seu artigo 9 , sobre a elaboração do Plano Nacional de Educação, resguardando os princípios constitucionais, bem como incluindo o de gestão democrática. O PNE aborda questões, concepções e metas direcionadas à melhoria da qualidade do ensino e à gestão democrática.
Ao construir a democratização da gestão escolar, é fundamental recuperarmos nos textos legais - Constituição Federal, LDB e PNE - o respaldo para implantá-la nos sistemas de ensino e, particularmente, nas escolas.
Mas, a efetivação da gestão democrática é fruto da mobilização dos trabalhadores em educação, das comunidades escolares e locais. Isso implica luta pela garantia da autonomia da unidade escolar, pela implantação de processos colegiados nas escolas e pela garantia de financiamento pelo poder público.
Nesse momento, faz-se necessário destacar os seguintes conceitos:
Gestão:
· Forma de planejar, organizar, dirigir, controlar e avaliar um determinado projeto;
· Sinônimo de administração, visa à racionalização de recursos materiais, recursos humanos e tem por meta o alcance de uma determinada finalidade;
Gestão Escolar:
· Forma de organizar o trabalho pedagógico, que implica visibilidade de objetivos e metas dentro da instituição escolar;
· Implica gestão colegiada de recursos materiais e humanos, planejamento de suas atividades, distribuição de funções e atribuições, na relação interpessoal de trabalho, e partilha do poder;
· Diz respeito a todos os aspectos da gestão colegiada e participativa da escola e na democratização da tomada de decisões.
A efetivação de novas dinâmicas de organização e gestão escolar, baseadas em processos que favoreçam a participação coletiva na tomada de decisões, é fundamental para que a escola cumpra com as suas finalidades sociais. A participação efetiva de todos os membros da comunidade escolar e local é a base para a democratização da escola e de sua gestão.
A democratização dos sistemas de ensino e da escola implica, portanto, o aprendizado e a vivência do exercício de participação e de tomadas de decisão. Trata-se de processo a ser construído coletivamente, que deve considerar a realidade de cada sistema de ensino, distrital, municipal, estadual ou federal, de cada escola e dos que nela trabalham, estudam, compartilham ações, atividades e momentos culturais e políticos.
O importante é compreender que esse processo não se efetiva por decreto, portaria ou resolução, mas deve ser resultante, sobretudo, da concepção de gestão e da capacidade, por parte dos diferentes segmentos, de participação e de explicitar princípios voltados para o bem comum.
Nesse percurso, a definição da concepção, das funções da escola, dos seus valores, princípios e, portanto, do alcance e da natureza política e social da gestão democrática, é fundamental para a efetivação dos processos de participação e decisão. Esperamos que os módulos pedagógicos deste Curso estejam colaborando para esta conscientização.
A construção coletiva do Projeto Político-Pedagógico, envolvendo professores, estudantes, funcionários, pais e comunidade é um aprendizado da gestão democrática e participativa. Pois, a democratização implica, portanto, compreender a cultura da escola e dos seus processos, bem como articulá-los com as relações sociais mais amplas. A compreensão dos processos culturais na escola envolve toda comunidade local e escolar, seus valores, princípios, atitudes, comportamentos, história e cultura. Nesse sentido, a gestão democrática contribui para democratizar as instituições e as práticas sociais.
Para que a escola cumpra melhor o seu papel, é preciso que seja repensada a forma de sua organização e gestão, que seja revisto o seu Projeto Político-Pedagógico e, desse modo, redimensionada sua própria identidade.
3.3 A importância do Projeto Político-Pedagógico e do trabalho coletivo na escola
A LDB estabelece no artigo 2 as finalidades da educação nacional, que são: o desenvolvimento pleno do educando, sua preparação para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. O Projeto Político-Pedagógico tem como fundamentos esses mesmos objetivos institucionais.
O que é o Projeto Político-Pedagógico?
Para você entender o significado de Projeto Político-Pedagógico - PPP, leia atentamente cada uma das seguintes definições aqui apontadas e perceba como esta, é uma ferramenta fundamental para o sucesso da escola. É acerca dele que devem partir todos os debates, objetivos e avaliações do processo ensino - aprendizagem. O PPP da escola, deve ser avaliado constantemente, o que permite a escola a tomar nova direção se preciso for. Portanto, Projeto Político-Pedagógico.
“É um documento teórico-prático que pressupõe relações de interdependência e reciprocidade entre os dois polos, elaborado coletivamente pelos sujeitos da escola e que aglutina os fundamentos políticos e filosóficos em que a comunidade acredita e os quais deseja praticar; que define os valores humanitários, princípios e comportamentos que a espécie humana concebe como adequados para a convivência humana; que sinaliza os indicadores de uma boa formação e que qualifica as funções sociais e históricas que são de responsabilidade da escola. Que elementos o integram? É um instrumento que organiza e sistematiza o trabalho educativo, compreendendo o pensar e o fazer da escola por meio de ações, atos e medidas que combinem a reflexão e as práticas do fazer pedagógico". (SILVA, 2003, p. 296). “O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. E, por isso, todo projeto pedagógico da escola é também um projeto político, por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária". (VEIGA, 2004, p. 15).
A discussão sobre o Projeto Político-Pedagógico implica entendê-lo, portanto, como um dos principais instrumentos para a organização do trabalho e das atividades da escola e, particularmente, para a definição de sua própria organização pedagógica. Sua construção deve ser coletiva, de forma a atender as necessidades da escola e da comunidade na qual se insere.
Para organizar o projeto da escola, faz-se necessário pensar nas finalidades cultural, política, social, profissional e humanísticas às quais a escola se propõe, como alcançá-las e quais ações devem ser priorizadas. Vejamos a que se refere cada uma dessas finalidades:
1. Finalidade cultural: visa preparar culturalmente os indivíduos para compreender melhor a sociedade em que vivem;
2. Finalidade política e social: busca formar os indivíduos para participarem politicamente na sociedade da qual fazem parte;
3. Finalidade de formação profissional: propõe-se preparar o estudante para a compreensão do papel do trabalho na sua formação;
4. Finalidade humanística: tem como objetivo formar o estudante integralmente.
A escola, portanto, precisa definir coletivamente se priorizará todas essas finalidades ou se algumas serão mais enfatizadas que outras. Compete aos participantes da unidade escolar esta definição. A atuação comprometida dos trabalhadores em educação, nessa caminhada, é fundamental.
Atenção polos EaD! Após o top de 5 segundos, mais educação, ciência e tecnologia no ar! Bom dia! Estamos de volta mais uma aula de gestão de educação escolar. Naúltima aula, nós estudamos as responsabilidades do sistema educacional, responsabilidade do município, dos estados, da União, nós entendemos como funciona o papel de cada um. nós estudamos também os paradoxos que refletem na nossa gestão democrática. Nós também estudamos qual é o papel do funcionário nesse sistema de gestão. Na Unidade 3, a gente vai aprofundar mais como se faz na prática, a gente vai entender o processo de operacionalização dessa gestão. Então, vamos agora para a Unidade 3. Gestão democrática da escola pública: concepções e implicações legais e, como eu falei, operacionais. Vemos aqui uma imagem de participação, de reunião que reflete a nossa questão da gestão democrática, começando falando do artigo 14 da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e o artigo 22 do Plano Nacional de Educação (PNE) que indica que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na Educação Básica obedecendo, claro, aos princípios da participação das comunidades escolares e locais em conselhos escolares. Isso quer dizer o seguinte: nós temos o sistema do Estado, eles vão definir como vão funcionar, mas também tem que obedecer ao principal princípio que é da participação das comunidades, dos Pais, dos professores.
Então, nosso sistema define, no sistema educacional estadual, municipal, define como funciona esse sistema dentro da escola, mas tem que obedecer, claro, o princípio da participação de todos. Devemos deixar bem claro, nesse próximo slide, que democracia na escola, por si, não tem significado. Ela só faz sentido, se estiver vinculada a uma percepção de democratização da sociedade. Então, não adianta falarmos em democracia na nossa escola, se nós, enquanto sociedade, não entendermos que a democracia é fundamental para o nosso convívio, para o nosso cotidiano, a nossa participação como cidadão. Então, como a gente pode falar de democracia dentro da escola, se nós, enquanto cidadãos, não nos entendemos, não nos colocamos nesse sistema? Se a gente não estiver participando de forma ativa, enquanto cidadão. Nós estamos aí dentro de um processo de eleição, nós estamos aí perto das eleições. E você como cidadão? Como é que você está se colocando esse processo? Será que você está analisando os candidatos? Será que você está tentando conhecer, mais tentando participar mais? Para que você não use só o voto apenas como obrigação. Então, a gente tem que ter com essa concepção enquanto cidadão, para que a gente possa realmente fazer democracia dentro da escola. Então vamos aqui para o slide. Nesse momento, faz necessário se destacar os seguintes conceitos: a gente está falando de gestão democrática, vamos falar o conceito de gestão. É a forma de planejar, organizar, dirigir controlar e avaliar o determinado projeto. Veja bem, um determinado projeto. A gente tem aqui uma meta, uma ação a ser definida; sinônimo de administração que a gestão visa a racionalização de recursos materiais e recursos humanos e tem por meta o alcance de determinada finalidade. Como eu falei, a gente tem aí um objetivo a ser alcançado. E a gestão escolar que é uma forma diferente de gestão. É uma forma de organizar o trabalho pedagógico que implica visibilidade de objetivos e metas dentro da instituição escolar, implica a gestão colegiada de recursos materiais e humanos, planejamento de suas atividades, distribuição de funções e atribuições na relação interpessoal de trabalho e partilha do poder. Vejam bem, é que a gestão escolar envolve muito mais do que gerir recursos financeiros. Nela envolve gerenciar recursos humanos, ela envolve partilha de poder. Então, o diretor, o gestor podem realizar tudo isso sozinho, ele precisa partilhar todas essas atribuições, que são muitas. Então a importância de conhecermos qual a função, o que a gente pode interferir para que a gente possa ajudar a gerenciar essa escola, ajudar a contribuir nessa nessa organização. Então, são muitas atribuições que o gestor não pode tomar para si, sozinho, ele precisa partilhar, ele precisa entender como funciona todo esse processo. E nós, funcionários, precisamos estar junto com ele. A gestão escolar diz respeito a todos os aspectos da gestão colegiada e participativa da escola e na democratização da tomada de decisões.
 O que a gente vem entendendo é que realmente isso está difícil, muitas escolas têm dificuldade de partilhar, de democratizar algumas decisões A tomada de decisões é um processo que realmente tem que ser construído, que não é fácil e que não é não é de uma hora para outra. a participação dos profissionais da educação, dos pais, dos alunos e da comunidade nas atividades da escola. Esta é uma das competências do gestor escolar: criar formas de participação nas decisões educacionais da escola e na promoção de ações que contribuam com a comunidade na qual a escola está inserida. Vejam bem, partilhar decisões não é tarefa fácil! A gente sabe que muito tempo a gente passou com um sistema de gestão centralizadora. O diretor era responsável por todas as decisões e chamava os funcionários apenas para compartilhar o que já havia sido decidido. Então é um processo a ser construído continuamente. No dia-a-dia, no cotidiano o funcionário às vezes se pergunta: "de que forma eu posso participar? De que forma eu posso intervir nesse funcionamento da nossa escola? Como é que eu posso expor a minha opinião sobre determinado assunto?" Essas perguntas são algo que a gente vai ter que discutir no decorrer da disciplina, nós temos algumas aulas que a gente vai colocar aí como o funcionário pode realmente compartilhar das decisões. Cabe ao gestor da escola buscar a participação dos diversos segmentos que compõem a escola (profissionais da educação, alunos, pais e comunidade), desde o planejamento, na organização e execução do projeto político pedagógico, o que a gente tem que deixar bem enfatizado, pois ele é um instrumento de organização do coletivo de como a escola pretende intervir na formação do educando. É a sua identidade, o elemento norteador de todas as atividades que serão desenvolvidas. Então, o PPP é o que sistematiza todas as ações, o que a escola tem como missão, o que escola tem como objetivo, onde a escola pretende chegar, está definido no PPP. Então isso não pode ser definida de forma individual.
 O gestor não pode selecionar algumas pessoas e dizendo: "olha nós precisamos construir o PPP", sem a participação da comunidade, sem a participação dos funcionários. Então, como eu falei na outra aula, não seria a cara da escola, seria o espelho do diretor. A gente precisa trazer o coletivo para participar. Eu só posso me envolver quando eu participo. Esse trabalho de composição do PPP é um trabalho demorado. Muitas escolas se eximem é de trazer o coletivo é participar, porque realmente é demorado você trazer todas as pessoas para poder compor, para poder emitir opiniões e, às vezes, colocar opiniões que não estão de acordo com que o gestor queria ouvir. Você caracterizar a comunidade, você realizar umas perguntas, uns questionários e isso tudo demanda tempo. Só que a gente não pode eximir a participação das pessoas, não pode tirar esse direito que as pessoas têm, que a comunidade tem de participar de um documento tão importante que é o PPP que é o elemento norteador de toda ação pedagógica da escola. A democratização dos sistemas de ensino e da escola implica, portanto, o aprendizado e vivência do exercício de participação e de tomada de decisão. Como eu falei, é um exercício mesmo, a gente tem aí um grande trabalho pela frente em fazer essa gestão democrática acontecer. Trata-se de processo a ser construído coletivamente, que deve considerar a realidade de cada sistema de ensino, distrital, municipal, estadual ou federal, de cada escola, dos que nela trabalham, estudam compartilhar estudam, compartilha ações atividades e momentos culturais e políticos. Quando eu falei da questão de caracterizar a comunidade, então, a construção do PPP tem que levar em conta que comunidade eu tenho ao redor da minha escola. Quemsão os pais dos alunos que frequentam a escola. Eles são evangélicos? São católicos? A maioria é de zona urbana? Rural? Isso tem que ser levado em conta, porque a gente realiza eventos, a gente realiza palestras, a gente realiza seminários, a gente realiza reuniões. Eu preciso saber a que público eu me direciono. O diretor, o gestor tem que ser um líder que estimule essa caracterização, esse conhecimento da comunidade para poder ser construído um projeto que realmente reflita os anseios da comunidade que está em volta na minha escola. Temos que deixar claro que é fundamental compreender que esse processo não se efetiva por decreto, portaria ou resolução mas deve ser resultante, sobretudo, da concepção de gestão e da capacidade, por parte dos diferentes segmentos, de participação e de explicitar princípios voltados para o bem comum bem comum. Esse processo não vai ser construído, não vai ser determinado por decreto ou resolução. Você tem a lei garantindo a gestão democrática, a eleição de direção de escola, de gestor de escola, mas isso aí por si não vai validar a gestão democrática na sua escola. Você precisa de claro essa concepção de democracia. você precisa ter claro que você pode participar, sim, da gestão da escola.
O decreto por si só não vai resolver um problema de uma escola centralizadora, de uma gestão centralizadora, é preciso você realmente entender que você pode contribuir, sim, para uma gestão mais democrática. Vamos aqui para o Projeto Político-Pedagógico, ele o instrumento norteador das ações da escola, das ações pedagógicas. O Projeto Político-Pedagógico, como instrumento de organização da escola, deve ser fruto de pesquisa sobre a realidade escolar, como já foi falado, e uma reflexão acerca das diferentes concepções de sociedade, educação e escola existente entre os participantes, ou seja, entre os funcionários, pais e alunos, o próprio gestor. O Veiga trouxe para a gente essa definição de Projeto Político-Pedagógico que realmente engloba todas as ideias, tudo o que a gente tem realmente para saber, para conhecer sobre o PPP. O Projeto Político-Pedagógico é o resultado das discussões para definir ações e os caminhos a serem construídos com o envolvimento e a responsabilidade todos que fazem parte da instituição escolar. Caminhos, ações, objetivos estão tudo dentro do projeto. A partir do momento em que a escola consegue, no coletivo, construir realizar seu Projeto Político-Pedagógico exercita a democracia e a autonomia política e pedagógica propiciando uma educação de qualidade. Vamos grifar, destacar essa palavra "autonomia" A gente tem dois instrumentos fundamentais dentro da escola que é o regimento interno e o PPP. Essa autonomia só pode ser realmente construída, se você tiver dois esses dois instrumentos bem definidos. Você pode realmente realizar o seu sistema de recuperação, o seu o seu modo de recuperação dentro da escola, como a escola deseja, de acordo com a sua realidade. Você pode é criar mecanismo de aprendizagem, você pode criar instrumentais, desde que você tenha bem claro e definidos esses objetivos dentro do PPP. Essa autonomia realmente é difícil, a gente se desvincular de um sistema que diz que a gente tem autonomia, mas define algumas coisas que você acha que a escola não tem nada a ver com a escola. Então essa autonomia é construída. Você pode buscar, se você acha que a sua escola, o aluno realmente tem mais aprendizagem com a recuperação semestral, com a recuperação bimestral, ou se você acha que a recuperação é final se enquadra melhor dentro dos objetivos da sua escola, então você pode definir isso dentro do Regimento Interno, dentro do PPP. Mas você precisa deixar isso bem claro para Secretaria de Educação, para que você possa realmente expor de que forma ela não vai atingir aquela aprendizagem. Então, a autonomia tem que ser construída, mas ela tem que ser muito bem elaborada, para que as pessoas que estão ali recebendo aquela informação entendam e compreenda como que funciona. A construção coletiva do Projeto Político-Pedagógico, à medida que envolve todos os atores do cenário educacional, é um aprendizado da gestão democrática e participativa, pois a democratização implica, portanto, compreender a cultura da escola e dos seus processos, bem como articulá-los com as relações sociais mais amplas.
Muitas vezes, a gente não conhece, então, a gente vai repetindo sempre conhecer a realidade do entorno ali da escola, das pessoas que fazem parte, que frequentam, dos atores e isso é fundamental, porque a gente, às vezes, não respeitando a cultura da comunidade, a gente pode criar algumas situações constrangedoras. É fundamental que o gestor conheça seu entorno, conheça os atores fundamentais que fazem parte do processo de ensino-aprendizagem, mas também não só a comunidade externa, mas, principalmente, a comunidade interna, para que ele possa expor dentro do projeto ações que realmente vão favorecer aquele engrandecimento daquelas pessoas que são definitivas, são fundamentais dentro do processo. A compreensão dos processos culturais na escola envolve toda a comunidade local escolar, seus valores, princípios, atitudes comportamentos, história e cultura. Nesse sentido, a gestão democrática contribui para democratizar as instituições e as práticas sociais. Veja bem, se eu tenho no meu entorno uma comunidade que é na sua maioria evangélica ou católica, a gente pode engrandecer essa cultura, ou se na comunidade todos que moram no entorno são urbanos, centrais a gente pode trazer atividades que vão enfatizar essa cultura. A gente tem que priorizar conhecer os atores que realmente fazem parte da nossa escola. Falando Projeto Político-Pedagógico, vamos conhecer a importância do Projeto Político-Pedagógico e do trabalho coletivo na escola. A gente tem uma imagem aí das pessoas na união, claro que favorecem sempre a escola. A união favorece, claro, a escola, o professor e a comunidade. É difícil a gente ter essa parceria, mas a gente está buscando isso para gente poder realmente ter uma boa educação, claro, de qualidade. O Projeto Político-Pedagógico deve se constituir na referência norteadora de todos âmbitos da ação educativa da escola.
Por isso, sua elaboração requer, para ser expressão real de um projeto coletivo, a participação de todos aqueles que compõem a comunidade escolar. Precisamos produzir um projeto que diga não apenas o que escola é hoje, mas também aponte para o que pretende ser. Essa construção exige método, organização e sistematização. Por isso, é tão difícil a gente, às vezes, construir um PPP com a participação de todos. Eu só posso saber aonde eu quero ir, se eu consigo ouvir os pais, se eu consigo ouvir a comunidade externa também. Então, às vezes, o que a escola, o que os professores, os funcionários desejam, não aquilo que a comunidade espera. Nós temos escolas que priorizaram o ingresso do aluno na universidade e a comunidade abraçou essa causa e a escola compõem-se de todo esse objetivo, todos unidos nesse objetivo. Introduzir, levar o aluno a frequentar o ensino superior, educação superior Federal. A prioridade é essa. Dentro da escola trabalha-se em função, principalmente, disso. Então, ouviu-se a comunidade, ouviu-se os professores, ouviu-se os alunos. E a minha comunidade? Minha escola? Qual é a prioridade? Qual é a prioridade? Será a formação geral do indivíduo ou o ingresso do aluno numa faculdade? Ou talvez seja uma formação mais específica num campo técnico. Isso depende de onde a minha escola quer chegar, que só pode ser definido o seu ouvir todos os participantes, todas as pessoas que fazem parte do processo. Então isso é demorado, claro! Porque reúne entrevistas, reuniões e isso para ser colocado no papel demanda tempo, mas, com certeza, o resultado é bem grandioso, porque as pessoas se envolvem, as pessoas se sentem valorizadas. A discussão sobre Projeto Político-Pedagógico implica entendê-lo, portanto, como um dos principais instrumentos para organização do trabalho e das atividades da escola e, particularmente, para definiçãode sua própria organização pedagógica. Sua construção deve ser coletiva, de forma a atender as necessidades da escola e da comunidade na qual se insere. Necessidades da escola e, claro, da comunidade. Para organizar o projeto da escola, faz-se necessário pensar nas finalidades cultural, política, social, profissional e humanística às quais a escola se propõe, como alcançá-las e quais ações devem ser priorizadas. Então, foi o que eu falei, a gente tem que entender o que a escola propõe o que a comunidade propõe para a escola, onde a escola quer chegar, para definir todas essas finalidades aí. Finalidade cultural: visa preparar culturalmente os indivíduos para compreender melhor a sociedade em que vivem. A finalidade política e social busca formar os indivíduos para participarem politicamente na sociedade da qual fazem parte. A gente tem algumas escolas que priorizam essa formação, essa finalidade, dão essa sustentabilidade aí para a escola, para os alunos, para poder ter um cidadão mais atuante.
Finalidade de formação profissional: propõe-se preparar o estudante para compreensão do papel do trabalho na sua formação. Finalidade humanística: tem como objetivo formar o estudante integralmente. Eu vou perguntar a vocês: qual é a finalidade da sua escola? De todas as finalidades que foram citadas, o que a sua escola se propõe? Como o aluno, ao sair da sua escola, deve estar preparado? Ela engloba todas as finalidades? Ela dá prioridade a uma? Você sabe qual é a finalidade? Você, enquanto funcionário, teve acesso ao PPP? Você participou da elaboração? Essas são perguntas fundamentais. Com certeza, vocês devem estar comentando com um colega do lado, alguns participaram, outros, às vezes, só contribuíram na finalização. Esse processo, realmente, como eu falei, é demorado, lento e requer muito trabalho, mas, quando a gente não participa, a gente se sente o mesmo excluído. Nós tivemos aí rápidos comentários sobre o PPP, nós falamos da importância da construção desse projeto tão importante para a escola, nós entendemos que sem a participação do funcionário, dos professores, da comunidade realmente a gente fica numa escola que não se compõe forma democrática. A gente precisa tirar da cabeça que gestão democrática só se faz com eleição para direção. Isso é apenas um dos quesitos fundamentais para gente compor a gestão democrática, eleição é uma quesitos, mas a gestão democrática é algo muito mais abrangente. A participação é o que define se você tem uma gestão democrática na sua escola ou não. A gente vai ter outros assuntos na próxima na próxima aula e a gente espera aí que a gente possa engrandecer esse debate e que reflita na sua escola aí como se compõe a gestão da sua escola. Um bom dia para todos e até a próxima aula!
4.1 Introdução
Para que a tomada de decisão seja partilhada e coletiva, é necessária a efetivação de vários mecanismos de participação, tais como: o aprimoramento dos processos de escolha ao cargo de diretor, a criação e consolidação de órgãos colegiados na escola - conselhos escolares e conselho de classe - o fortalecimento da participação estudantil por meio da criação e consolidação de grêmios estudantis; a construção coletiva do Projeto Político Pedagógico da escola; a redefinição das tarefas e funções da associação de pais e mestres na perspectiva de construção de novas maneiras de se partilhar o poder e a decisão nas instituições. É nessas direções que se implementam e vivenciam graus progressivos de autonomia da escola.
Toda essa dinâmica deve ocorrer como um processo de aprendizado político, fundamental para a construção da gestão democrática e, consequentemente, para a instituição de uma nova cultura na escola.
Nesse sentido, a democratização da gestão escolar implica a superação dos processos centralizados de decisão e a vivência da gestão colegiada, na qual as decisões nasçam das discussões coletivas, envolvendo todos os segmentos da escola num processo pedagógico. A partir dele vai ser efetiva a autonomia da unidade escolar.
4.2 Os mecanismos de participação e a gestão democrática
Para que você entenda os mecanismos de participação, é preciso compreender que as decisões tomadas na escola devem ser partilhadas e coletivas, independente da natureza. E os mecanismos utilizados para o fim tão desejado, é a participação efetiva dos diferentes atores, (professores/as, funcionários/as, pais/mães e estudantes) envolvidos nesse processo, através do aperfeiçoamento da escolha de diretores de escola, do fortalecimento dos conselhos escolares, da criação e implementação dos grêmios estudantis e a construção coletiva do Projeto Político-Pedagógico que na sua desconstrução/reconstrução de conceitos e valores, vai adquirindo autonomia administrativa e política- pedagógica.
A gestão democrática, no sentido amplo, pode ser entendida como espaço de participação, de descentralização do poder e de exercício de cidadania. Nesse sentido, reafirmamos a necessidade de instituir processos de efetiva participação política; da gratuidade do ensino; da universalização da educação básica e superior; do planejamento e da coordenação descentralizados dos processos de decisão e de execução; do fortalecimento das unidades escolares por meio da efetivação da autonomia das unidades escolares; da articulação entre os diferentes níveis de ensino; da definição coletiva de diretrizes gerais para a educação nacional; da exigência de planos de carreira para o magistério público; da vinculação de verbas para a educação; da democratização das formas de acesso, permanência e gestão.
Todos esses itens vinculam-se ao princípio de gestão democrática, à medida que conferem à educação nacional o papel de um dos instrumentos de promoção do exercício de cidadania, a ser assegurada por meio de mecanismos de participação ativa dos segmentos da sociedade civil nas instâncias consultivas, deliberativas e de controle social da educação.
Construir uma nova lógica de gestão, que conte com a participação da sociedade e dos atores diretamente envolvidos com a prática pedagógica, implica rever o modelo adotado pelos sistemas públicos, cuja estruturação e funcionamento vivem até hoje características de um modelo centralizador.
A autonomia pedagógica e financeira e a implementação de um Projeto Político-Pedagógico próprio da unidade escolar encontram vários limites no paradigma de gestão escolar vigente, destacando, dentre eles:
1. a centralização das decisões;
2. entraves ao estabelecimento de princípios de organização colegiada da gestão e do trabalho pedagógico;
3. Projeto Político-Pedagógico restrito ao atendimento das determinações das secretarias de educação, não acarretando mudanças significativas na lógica autoritária da cultura escolar; 
4. formas de provimento nos cargos dirigentes dissociadas da comunidade local e escolar.
Analisar esses limites, buscando sua superação, constitui-se em esforço coletivo de mudança em direção à democratização da escola.
A gestão democrática implica, portanto, a efetivação de novos processos de organização e gestão, baseados em uma dinâmica que favoreça os processos coletivos e participativos de decisão. Nesse sentido, a participação pode ser implementada e se realiza de diferentes maneiras, em níveis distintos e em dinâmicas próprias no cotidiano escolar.
A participação não se apresenta de maneira padronizada. O conceito de participação é polissêmico por apresentar diferenças significativas quanto à natureza, caráter, finalidades e alcance nos processos de aprendizagem cidadã. Isso quer dizer que os processos de participação se constituem, eles próprios, em atitudes e disposição de aprendizagem e de mudanças culturais a serem construídos cotidianamente.
A participação é um processo complexo, que envolve vários cenários e múltiplas possibilidades organizativas. Ou seja, não existe apenas uma forma ou lógica de participação. Várias dinâmicas se caracterizam por um processo de participação tutelada, restrita e funcional; outras por efetivar processos coletivos e inovadores de escolha edecisão.
Vamos discutir a seguir a importância dos conselhos escolares como espaço de organização, participação e decisão coletiva da escola.
4.3 Gestão e participação nos Conselhos Escolares
Vimos na unidade anterior que a GESTÃO DEMOCRÁTICA foi conquistada pela mobilização social, legitimada através da CONSTITUIÇÃO FEDERAL e reafirmada pela LDB e PNE. Assim, a partir desses marcos legais, fica estabelecido nas instituições públicas de educação básica os conselhos escolares, com a representação e participação coletiva da comunidade escolar e local em todas as instâncias. Essa forma de participação reforça os interesses coletivos da ação pública e constitui mecanismo político de superação da centralidade do poder instituído nas escolas. A implementação dos conselhos escolares permite que diferentes setores da sociedade possam contribuir e participar da gestão da escola de forma democrática e institucionalizada.
Com base nessa concepção organizativa, a escola pode concretamente adotar um novo conteúdo e uma nova prática de gestão que fundamentalmente priorize a dimensão participativa. Alguns exemplos de concepções que priorizem a participação são a cogestão, a administração colegiada, a democracia participante e a autogestão.
A cogestão está ligada ao princípio de codecisão. Uma decisão só pode ser tomada por concordância das partes. A cogestão busca o equilíbrio de poder e de participação dos vários segmentos no interior da instituição, escola ou empresa.
A administração colegiada pressupõe a participação da comunidade nas decisões do processo educativo. Representa uma instância coletiva de tomada de decisão e de análise dos problemas da escola. A administração colegiada busca uma nova prática de exercício do poder.
A democracia participante baseia-se no princípio de que seus membros elegem delegados para representar seus interesses. Seu objetivo é que os problemas das bases sejam considerados nas políticas do governo e do Estado. Nesse tipo de organização, só os delegados legitimamente escolhidos têm autoridade para votar sobre os assuntos a serem decididos.
A autogestão pressupõe que todos os cidadãos se tornem administradores diretos de suas organizações, empresas ou instituições. Seus membros formam um grupo que se autogoverna. Numa organização de autogestão, a coletividade exerce os poderes do governo por meio da ação direta. O processo de gestão da escola deve estar fundamentado no seu Projeto Político-Pedagógico. O processo democrático vive da ação coletiva, e como tal, implica participação da comunidade escolar no processo de discussão e definição de suas políticas e projetos educacionais.
"A construção de uma cultura democrática só é possível a partir de práticas democráticas. Os princípios e regras que norteiam essa prática, embora ligados à natureza universal dos valores democráticos, têm uma especificidade intrínseca à natureza e ao projeto social de cada escola ou sistema escolar. A escola não é democrática só por sua prática administrativa. Torna-se democrática por suas ações pedagógicas e essencialmente educativas" (FONSECA, 1997, p. 49).
Portanto, para que a participação seja uma realidade, são necessários os meios, ações e condições favoráveis, ou seja, é preciso repensar a cultura escolar e local, além dos processos, normalmente autoritários, de distribuição do poder no seu interior.
Enfim, a participação é um processo permanente, a ser construído coletiva e diariamente. Em alguns casos, é necessário reaprender o processo de participação, reinventá-lo! Nessa direção, é fundamental ressaltar que a participação não se decreta, não se impõe e, portanto, não pode ser entendida apenas como mecanismo formal, ritual e legal.
Assim, participação é compreendida como a organização e gestão cujo objetivo é criar as condições e mecanismos para que os diferentes sujeitos sociais possam atuar e interferir nos diferentes espaços de decisão e responsabilização das unidades escolares. Significa reconhecer que na escola todos têm contribuições e saberes para compartilhar e que todos os processos realizados nos espaços da escola são vivências formativas e cidadãs.
4.4 Conselhos escolares
O § 2º do artigo 14 da LDB afirma a necessidade da “participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes”. Vamos refletir um pouco sobre o significado e o lugar que o conselho escolar ocupa na estrutura da escola.
“Etimologicamente, o termo “conselho” vem do latim consilium. Por sua vez, consilium provém do verbo consulo/consulere, significando tanto ouvir alguém, quanto submeter algo a uma deliberação de alguém, após uma ponderação refletida, prudente e de bom senso. Trata-se, pois, de um verbo cujos significados postulam a via de mão dupla: ouvir e ser ouvido. Certamente, é do interesse comum ter conhecimento do que se passa no interior de um órgão que tenha algum poder decisório sobre a vida social. O dar a conhecer de atos e decisões que implicam uma comunidade e são comuns a todos os seus indivíduos só pode ser produto de uma audição maior”. (CURY, 2001, p. 47).
Nos processos culturais e nas formas de organização, os homens inventaram maneiras de tomar decisões coletivas e de interesse público. Às vezes, em conselhos de anciãos, de notáveis, outras vezes em representação popular, por meio de assembleias que representava as diversas vozes e opiniões daquele grupo que se diferenciava e se mantinha por costumes, tradições, sentimento de pertencimento ou por rituais culturais.
Os conselhos surgem como uma maneira de organizar das civilizações, dos povos, num devenir humano em que se busca distinguir o mundo das relações e práticas privadas do mundo das relações e práticas públicas ou coletivas. Em outras palavras, os conselhos não cuidam dos interesses individuais e domésticos, mas sim dos interesses coletivos e públicos, para assegurar o bem comum.
Os conselhos escolares instituídos nas escolas são espaços de exercício da cidadania e valorização do sentimento de pertencimento, de acolhimento da pluralidade das vozes da comunidade, da incorporação e de defesa dos direitos sociais, enfim um dos instrumentos efetivos de participação e de tomada de decisões democráticas.
Nesse sentido, o conselho escolar constitui-se um dos mais importantes mecanismos de democratização da gestão de uma escola, pois quanto mais ativa e ampla for a participação dos membros do conselho escolar na vida da escola, maiores serão as possibilidades de fortalecimento dos mecanismos de participação e de decisão coletivos.
Para avançarmos na construção da escola pública e popular, torna-se necessário saber conviver com o poder repartido e contribuir por meio de ações e medidas concretas para que a comunidade escolar e local possa participar, aconselhar, escolher e executar as melhores ações, projetos, sonhos e inventos.
O professor Genuíno Bordignon, membro do Conselho de Educação do Distrito Federal, nos auxilia nessa reflexão:
O conselho escolar será a voz e o voto dos diferentes atores da escola, internos e externos, desde os diferentes pontos de vista, deliberando sobre a construção e a gestão de seu Projeto Político-Pedagógico. O conselho existe para dizer aos dirigentes o que a comunidade quer da escola e, no âmbito de sua competência, o que deve ser feito. Os conselhos - é bom insistir - não falam pelos dirigentes (governo), mas aos dirigentes em nome da sociedade. (BORDIGNON, 2004, p. 34)
Como vimos, os conselhos escolares cumprem um importante papel na agenda escolar. Vamos situar, a seguir, as formas de escolha dos diretores e a democratização da gestão escolar.
4.5 A escolha de diretores e a democratização da escola
Talvez você já tenha visto ou participado da escolha de um diretor. Em relação à escolha de diretores, as formas ou propostas mais usuais na gestão das escolas públicas têm sido:
1. diretor livremente indicado pelos poderes públicos;
2. diretor de carreira;
3. diretor aprovado em concurso público;
4. diretor indicado por listas tríplices ou sêxtuplas ou processos mistos;5. eleição direta para diretor.
Ao analisar as modalidades, pode-se afirmar que a livre indicação dos diretores pelos poderes públicos se identificava com as formas mais usuais de clientelismo. O critério de escolha era o favorecimento, sem considerar a competência ou o respaldo da comunidade escolar. Essa lógica eliminava qualquer candidato que se opusesse à força do prefeito ou governador.
Permitia a transformação da escola em espaço instrumentalizador de práticas autoritárias, evidenciando forte ingerência do Estado na gestão escolar.
Já o diretor de carreira - modalidade pouco utilizada – tinha acesso ao cargo vinculado a critérios como: tempo de serviço, merecimento e/ou distinção, escolarização, entre outros. Representa uma tentativa de aplicação no setor público da tese meritocrática, alijando também a participação da comunidade escolar na escolha de seu dirigente.
A modalidade de acesso por concurso público nasce como contraponto à indicação política. Vários interlocutores têm defendido essa forma de ingresso por transparecer objetividade na escolha por méritos intelectuais. Por entendermos que a gestão escolar não se reduz à dimensão técnica, mas configura-se como ato político, consideramos que essa modalidade valoriza demais as atividades administrativas e burocráticas e secundariza o processo político-pedagógico, mais abrangente. A defesa do concurso público de provas e títulos é bandeira a ser empunhada e efetivada como forma de ingresso na carreira dos profissionais da educação. Mas, a prática tem mostrado que não é a forma mais apropriada de escolha de dirigentes escolares. Além de desconsiderar a participação da comunidade escolar, possui limites, como a transformação de diretores em "donos da escola", que fica condenada a ter uma gestão identificada com a pessoa do dirigente até sua aposentadoria.
A indicação por meio de listas tríplices, sêxtuplas ou a combinação de processos (modalidade mista) consiste na consulta à comunidade escolar, ou a setores desta, para a indicação de nomes dos possíveis dirigentes, cabendo ao executivo ou a seu representante nomear o diretor dentre os nomes destacados e/ou submetê-los a uma segunda fase que consiste em provas ou atividades de avaliação de sua capacidade cognitiva para a gestão da educação.
Tal modalidade tem duas vantagens: um mandato temporal definido e a participação da comunidade escolar no início do processo. Entretanto, como cabe ao executivo deliberar sobre a indicação final do diretor, corre-se o risco de ocorrer uma indicação por critérios não políticos-pedagógicos, com uma suposta legitimação da comunidade escolar, em nome do discurso de participação/democratização das relações escolares.
As eleições diretas para diretores, historicamente, têm sido a modalidade considerada mais democrática pelos movimentos sociais, inclusive dos trabalhadores da educação em seus sindicatos. Mas ela não está livre de uma grande polêmica. A defesa dessa modalidade vincula-se à crença de que o processo conquista ou retoma o poder sobre os destinos da gestão.
O processo de eleição de diretores é muito variado nos Estados e Municípios que o adotam. O colégio eleitoral pode incluir toda a comunidade escolar ou ser restrito a parte dela, com diferentes ponderações para o voto dos professores, funcionários, estudantes e pais. Em alguns casos, há definição legal e operacional para o andamento e transparência do processo, como data, local, horário, regras de propaganda e de debates. Em outros, a comissão eleitoral se incumbe de regulamentar as diferentes etapas da eleição. É fundamental garantir a participação de todos e ter consciência de que a eleição não é a solução para todos os problemas da escola. Há que se cuidar de não transpor para a escola os vícios das eleições gerais, como o “voto de cabresto"e as "trocas de favores". Portanto, além da melhoria dos processos de escolha de diretores, há que se garantir a institucionalização e fortalecimento de outros mecanismos de participação colegiada na escola, como os conselhos e assembleias escolares.
Embora as eleições se apresentem como um legítimo canal na luta pela democratização da escola e das relações sociais mais amplas - não sendo o único - é necessário compreender os vícios e as limitações do sistema representativo numa sociedade de classes, assentada em interesses antagônicos e irreconciliáveis. Por isso, não consideramos a eleição, por si só, garantia da democratização da gestão, mas referendamos essa modalidade enquanto instrumento para o exercício democrático. A forma de provimento no cargo pode não definir o tipo de gestão, mas, certamente, interfere no curso desta. Assim, visualizar a eleição como ação terminal é incorrer no equívoco de se negar o caráter histórico do processo, pois a eleição deve ser um instrumento associado a outros na luta pela democratização possível das relações escolares.
A eleição direta tem sido apontada como um canal efetivo de democratização das relações escolares. Trata-se de uma modalidade que se propõe valorizar a legitimidade do dirigente escolar como coordenador do processo pedagógico no âmbito escolar. Em que pesem os limites que se interpõem no curso dessa modalidade, fruto da cultura autoritária que permeia as relações sociais e escolares, a eleição para dirigentes se configura em uma modalidade a ser problematizada e avaliada, articulada ao estabelecimento de premissas e princípios básicos visando à democratização da escola. A participação dos servidores nesse processo é fundamental para a escola e para a constituição de sua identidade.
Nessa ótica, as eleições escolares, tanto para os cargos de dirigentes como para compor os colegiados, são canais de participação e de aprendizado político da gestão democrática, compreendida como construção de cidadania, de luta política, que não se circunscreve aos limites da prática educativa, mas vislumbra a transformação das relações sociais autoritárias da sociedade.
A ideia básica é a da gestão como um processo de idas e vindas, construído por meio da articulação entre os diferentes atores, que vão tecendo a feição que esse processo vai assumindo. A gestão democrática é a expressão de um aprendizado de participação pautado pelo dissenso, pela convivência e respeito às diferenças em prol do estabelecimento de espaços de discussão e deliberação coletivos.
Dessa forma, quaisquer políticas direcionadas para a democratização das relações escolares devem considerar o contexto em que elas se inserem. As necessidades daí decorrentes e as condições objetivas em que elas se efetivam serão o diferencial no processo de gestão que se quer efetivar. Quanto maior a participação, maiores serão as possibilidades de acerto nas decisões a serem tomadas e efetivadas na escola.
Outro aspecto fundamental refere-se à noção de gestão como resultado de ações coletivas. É totalmente diferente uma decisão do diretor e uma decisão do colegiado. Estamos acostumados com a lógica de gestão centrada na figura do gestor, do diretor de escola. A efetivação da gestão democrática implica ações compartilhadas que resultem na participação de todos, contrariando a lógica centralizadora vigente na gestão das escolas. Não se muda a cultura escolar sem o trabalho coletivo, discussões conjuntas e sem a busca de resolução dos problemas de modo participativo. Pensar um novo cenário para a escola implica a articulação de três noções fundamentais: eficiência, eficácia e efetividade social.
A noção de efetividade social, ou seja, de garantia de acesso e de permanência com qualidade social para todos, nos diferentes níveis e modalidades de ensino, é que vai indicar as respostas a essas questões.
Assim, eficiência, eficácia e efetividade social da escola revelam a compreensão e o alcance da função social da educação e da escola que a comunidade escolar quer. A democratização da escola não é uma via de mão única. Existem várias possibilidades e alternativas para a sua implementação, resultantes dos embates e das várias possibilidades políticas desencadeadascoletivamente pelos diferentes atores em cada unidade escolar.
Assim, a gestão da escola configura-se em ato político, pois requer sempre uma tomada de posição política. Exige-se um posicionar-se diante das alternativas. A gestão escolar não é neutra, pois, todas as ações desenvolvidas na escola envolvem atores e tomadas de decisões. Nesse sentido, ações simples como a limpeza e a conservação do prédio escolar até ações mais complexas, como as definições pedagógicas, o trato com situações de violência, entre outras, indicam uma determinada lógica e horizonte de gestão, pois, são ações que expressam interesses, princípios e compromissos que permeiam as escolhas e os rumos tomados pela escola.
Para sintetizar, diria que o processo de democratização da escolha de diretores tem contribuído para se repensar a gestão escolar e o papel do diretor e do conselho escolar. A democratização da gestão por meio do fortalecimento dos mecanismos de participação na escola, em especial do conselho escolar e da escolha de diretor, pode se apresentar como uma alternativa criativa para envolver os diferentes segmentos das comunidades local e escolar nas questões e problemas vivenciados pela escola.
Esse processo, certamente, possibilita um aprendizado coletivo, cujo resultado pode ser o fortalecimento da gestão democrática na escola e das dinâmicas formativas que nela ocorrem. Nessa direção, a escola, fortalecendo a sua identidade institucional, caminharia para o efetivo exercício da vivência de progressivos graus de autonomia. A seguir vamos compreender melhor os conceitos, as dimensões e as formas de autonomia que as escolas que pretendem vivenciar a gestão democrática devem consolidar.
4.6 Autonomia
Quando falamos em autonomia, logo nos vem a ideia de independência, de liberdade, logo pensamos na possibilidade de fazermos aquilo que queremos e que entendemos ser o melhor para nós, num determinado momento. Nesse texto, apresentaremos e discutiremos os conceitos de autonomia, especialmente da autonomia da unidade escolar, as formas de autonomia e as suas dimensões na instituição educativa.
Conceitos de autonomia
"Faculdade de se governar por si mesmo; direito ou faculdade de um país se reger por leis próprias; emancipação; independência; sistema ético segundo o qual as normas de conduta provêm da própria organização humana". (HOLLANDA, 1983, p. 136).
"A autonomia é uma maneira de gerir, orientar as diversas dependências em que os indivíduos e os grupos se encontram no seu meio biológico ou social, de acordo com as suas próprias leis". (BARROSO, 1998, p. 16).
"A autonomia é a possibilidade e a capacidade de a escola elaborar e implementar um Projeto Político-Pedagógico que seja relevante à comunidade e à sociedade a que serve". (NEVES, 1995, p. 113).
Dimensões da autonomia
Ao discutir a autonomia da escola, Veiga (1998 p. 16-19) destaca quatro dimensões consideradas básicas para o bom funcionamento de uma instituição educativa e, que segundo ela, devem ser relacionadas e articuladas entre si:
· Autonomia administrativa - consiste na possibilidade de elaborar e gerir seus planos, programas e projetos;
· Autonomia jurídica - diz respeito à possibilidade de a escola elaborar suas normas e orientações escolares em consonância com as legislações educacionais, como, por exemplo, matrícula, transferência de alunos, admissão de professores, concessão de grau;
· Autonomia Financeira - refere-se à disponibilidade de recursos financeiros capazes de dar à instituição educativa condições de funcionamento efetivo;
· Autonomia Pedagógica - consiste na liberdade de propor modalidades de ensino e pesquisa. Está estreitamente ligada à identidade, à função social, à clientela, à organização curricular, à avaliação, bem como aos resultados e, portanto, à essência do projeto pedagógico da escola.
Autonomia administrativa da escola evita que esta seja submetida a uma administração nas quais as decisões, a ela referentes, sejam tomadas fora dela e por pessoas que não conhecem a sua realidade, fazendo com que a comunidade escolar, num processo centralizado, torne-se executora de projetos elaborados em gabinetes.
Vale ressaltar, que a autonomia é sinônimo de responsabilidade individual e coletiva. Dessa forma, ter autonomia administrativa significa também não esquecer que a escola está inserida num processo que envolve relações internas e externas, o sistema educativo e a comunidade escolar. A autonomia administrativa cria várias possibilidades, dentre elas, a constituição dos conselhos escolares e a construção, aprovação e efetivação do projeto de gestão. Autonomia jurídica possibilita que as normas de funcionamento desta sejam discutidas coletivamente e façam parte do regimento escolar elaborado pelos segmentos envolvidos na escola e não por um regimento único, de todas as instituições que fazem parte da rede de ensino.
Autonomia financeira pode ser total ou parcial. É total, quando à escola é dada a responsabilidade de administrar todos os recursos a ela repassados pelo poder público, e é parcial quando a escola tem a incumbência de administrar apenas parte dos recursos, ficando o órgão central do sistema educativo responsável pela gestão de pessoal e pelas despesas de capital. A LDB determina no inciso II do artigo 12 que os estabelecimentos de ensino terão a incumbência de administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros. Mas, cabe a cada sistema de ensino efetivar ou não a autonomia. Essa autonomia financeira da escola não significa o não-financiamento da educação pública por parte do Estado. A resistência dos segmentos sociais, que lutam em defesa da escola pública, gratuita e de qualidade social, às propostas de autonomia apresentadas às escolas, deve-se ao temor de que isso possa significar o repasse para as escolas, para as famílias e para as empresas de obrigações e responsabilidades que historicamente pertenceram ao Estado, como sinaliza Pablo Gentilli: "é o agente central na alocação de recursos destinados ao financiamento dos serviços educacionais".
Nesse sentido, a autonomia financeira possibilita à escola elaborar e executar seu orçamento, planejar e executar suas atividades, sem ter de necessariamente recorrer a outras fontes de receita, aplicar e remanejar diferentes rubricas, tendo o acompanhamento e fiscalização dos órgãos internos e externos competentes. Em síntese, é obrigação do poder público o financiamento das atividades educacionais por ele mantido. Uma responsabilidade constitucional que exige de nós todos a vigilância constante sobre os caminhos percorridos e a utilização desses recursos.
Autonomia Pedagógica refere-se à liberdade de a escola, no conjunto das suas relações, definir sobre o ensino e a pesquisa. É condição necessária para o trabalho de elaboração, desenvolvimento e avaliação do Projeto Político-Pedagógico da escola.
Você pode perceber a importância de se compreender as dimensões da autonomia e o quanto elas estão articuladas entre si. Essa ênfase na autonomia da unidade escolar não é aleatória; está pautada na crença de que cada escola tem suas especificidades e, como tal, requer projetos e ações pensadas e elaboradas no seu interior pelos segmentos que a compõem.
Nessa perspectiva, conhecer as leis que regulamentam o sistema de ensino, ou a sua estrutura organizacional, não é suficiente para uma compreensão clara da realidade escolar, tendo em vista que a escola é um universo específico, cuja realidade, assim como a ação de seus agentes, só pode ser compreendida a partir do conhecimento do que é vivenciado no seu cotidiano. Ao discutir a unidade escolar, o autor Jair Militão Silva recomenda: "duvidar das intenções declaradas ou avaliações feitas por aqueles que dirigem o sistema, distantes que estão da realidade da escola, pois, para compreender o seu funcionamento, é essencial que se veja o que concretamente acontece na unidade escolar. Sendo assim, para que haja mudanças significativas no ensino, é fundamental que a escola constitua-se 'no lugar estratégico demudança do sistema escolar', na medida em que este é o local onde se concretiza o que é planejado globalmente para o ensino-aprendizagem. Nesse sentido, ele enfatiza que a unidade escolar é o lugar onde se concretiza o objetivo máximo do sistema escolar, ou seja, o atendimento direto de seus usuários nas relações de ensino aprendizagem. É nela que as metas governamentais são atingidas ou não, as políticas educacionais se realizam tal como o previsto ou sofrem distorções". (SILVA, 1996, p.42-45).
Formas de autonomia
Para alguns pesquisadores, existem duas formas de autonomia: a autonomia decretada e a construída.
· Autonomia decretada - consiste na transferência de competências, por meio de decretos, da administração central e regional para as unidades escolares.
· Autonomia construída - refere-se à construção coletiva e democrática de projetos, na escola, que atendam aos anseios da comunidade a que pertence.
Estamos vivendo um momento em que autonomia faz parte da agenda de discussão de professores, gestores, pesquisadores, governo, partidos políticos, entre outros. Dentre estes, boa parte entende que a autonomia não é um valor absoluto, ou seja, que somos autônomos em relação a alguns aspectos, mas podemos não ser em relação a outros.
Para um melhor entendimento, ao defendermos a autonomia da escola, estamos defendendo que a comunidade escolar seja independente e tenha liberdade para coletivamente pensar, discutir, planejar, construir e executar o Projeto Político-Pedagógico almejado pela comunidade. No entanto, mesmo tendo essa autonomia, a escola está subordinada ao Sistema Nacional de Educação, às normas gerais do sistema de ensino e às leis que o regulam, não podendo, portanto, desobedecê-las.
A esse respeito, Neves sinaliza que:
"[...] assim como a liberdade não deixa de ser liberdade pelas relações interpessoais e sociais que a limitam, a autonomia da escola não deixa de ser autonomia por considerar a existência e a importância das diretrizes básicas de um sistema nacional de educação. Dessa mesma forma, assim como a democracia sustenta-se em princípios de justiça e de igualdade que incorporam a pluralidade e a participação, a autonomia da escola justifica-se no respeito à diversidade e à riqueza das culturas brasileiras, na superação das marcantes desigualdades locais e regionais e na abertura à participação". (NEVES, 1995, p. 99)
Nesse sentido, autonomia da unidade escolar significa a possibilidade de construção coletiva de um Projeto Político-Pedagógico, que esteja de acordo com a realidade da escola, que expresse o projeto de educação construído pela comunidade, em consonância com as normas estabelecidas pela legislação em curso.
Podemos perceber que a conquista da autonomia da escola resulta das lutas em prol da democratização da educação, como parte das reivindicações dos educadores, organizações sindicais, associações acadêmicas e de todos os que defendem a escola como espaço democrático, por entenderem ser essa condição necessária para o surgimento de formas “organizativas autogestionárias”.
A conquista da autonomia da escola é resultado das lutas e movimentos em prol da democratização da educação, como parte das reivindicações dos educadores, organizações sindicais, associações acadêmica se de todos os que defendem a escola como espaço democrático, por entenderem ser essa condição necessária para uma educação emancipatória.
Nesse sentido, os segmentos sociais organizados vêm lutando pela universalização e democratização da educação escolar pública e gratuita, pela conscientização da população de que a educação escolar é um direito a ser conquistado, embora legalmente constituído. Essa luta tem tido como consequência inúmeros debates visando a melhoria da qualidade e do funcionamento do sistema educacional, no que tange à sua implantação, eficiência, eficácia e efetividade social.
O aumento da demanda pela escolarização, a busca da implantação e/ou unificação dos planos de carreira por parte dos profissionais da educação, as discussões sobre a gestão democrática, autonomia da escola e descentralização das políticas, são algumas das questões desse processo de luta.
Sob esse ponto de vista, a luta desses segmentos pela descentralização das políticas para a educação pauta-se na crença de que os sistemas de ensino, ou seja, as escolas, têm as suas especificidades e singularidades, o que significa que as comunidades, escolar e local, precisam de autonomia para construir coletivamente seus projetos de educação como parte de um todo.
Atenção polos EaD! Após o top de 5 segundos, mais educação, ciência e tecnologia no ar! Bom dia a todos! Estamos de volta a mais aula de gestão democrática. Nós estamos agora na unidade 4, continuando a falar de gestão democrática. Eu falei agora aula de gestão democrática, mas é aula gestão da educação escolar, mas continuando a falar de gestão democrática. É um assunto que a gente vem falando aí nessa nessas aulas que se antecederam, um tema que é bem do nosso cotidiano. A gente vem pedindo que vocês realmente analisem a o dia a dia da escola de vocês, para que a gente possa trazer para nossa realidade os temas que nós estamos debatendo aqui. Nós vamos agora entrar mais nessa questão dos mecanismos de gestão, aquilo que a gente pode trazer para que a gente possa realmente participar nas nossas aulas, envolver mais a comunidade nesse sistema de gestão que é um sistema que está consolidado já na nossa Constituição e nossa LDB.
Democratização da gestão escolar: mecanismos de participação e autonomia da unidade escolar. A gente tem aqui uma imagem, o professor escrevendo a palavra "autonomia", o que a gente busca não é só essa palavra escrita na lousa, não é só essa palavra consolidada em lei, garantido em lei, m mas que realmente ela aconteça, que realmente as escolas possam ter essa autonomia para tomar decisões referentes ao seu cotidiano, referente ao espaço que ela está inserida e de acordo com a sua é clientela. A gente precisa ter essa autonomia, mas não só consolidada em lei, mas que realmente ela aconteça. Os objetivos da unidade: conhecer quais são os mecanismos de participação para eleição de diretores e o conselho ou colegiado escolar; refletir sobre a importância da consciência democrática nesses processos; debater com o grupo os mecanismos que precisam ser consolidados na nossa atual realidade. Vejam bem os mecanismos de participação em gestão democrática: participação professores, alunos todos peças fundamentais, pais e funcionários. Vou trazer um exemplo que a gente teve bem claro. No passado na nossa rede estadual, foi definido que todas as escolas tinham que ter no seu processo de recuperação a recuperação final. Tinham que ser todas as escolas no processo de recuperação final. foi definido que assim tinha que ser. Então as escolas tiveram que batalhar através dos sindicatos para que esse processo fosse de acordo com a sua realidade. As escolas batalharam, tentaram trazer para a realidade a sua autonomia, se a escola não tem autonomia para escolher o processo de recuperação, que autonomia é essa? Que autonomia que a escola não pode escolher o seu processo de recuperação? Então batalharam através dos sindicados, através de reuniões e conseguiram definir, de acordo com a sua realidade, o processo de recuperação.
 Hoje, na rede estadual, nós temos escolas com recuperação bimestral, com recuperação anual, com recuperação semestral, de acordo com o que foi decidido através do Conselho. Então essa autonomia tem que ser buscada, ela tem que ser requerida mesmo. A gente não pode ficar esperando que o sistema determine o que tem que ser feito dentro da escola. A gente tem que buscar essa autonomia, porque é garantida, porque é Lei e a gente tem que batalhar por isso. Para entender os mecanismos de participação, primeiramente, precisamos nos convencer de que as tomadas de decisão na escola deve ser um processo coletivo, independente da natureza. Participação dos diferentes atores, vejam bem, o professor, os pais, os alunos, os funcionáriosque não estão na docência, mas estão contribuindo efetivamente dentro da escola, a gestão da escola, são diferentes atores que fazem parte do processo. A gente não pode deixar de envolver todos. A efetivação dessa participação se dá, principalmente, pelo aperfeiçoamento da escolha de diretores da escola, do fortalecimento dos conselhos escolares, da criação e implementação dos grêmios estudantis e da construção coletiva do Projeto Político-Pedagógico que, na sua desconstrução/reconstrução de conceitos e valores, vai adquirindo autonomia administrativa, política e pedagógica. Veja bem, a gente constrói e reconstrói o Projeto Político-Pedagógico, a gente aperfeiçoa o sistema de eleição de diretores que a gente está emitindo o processo na rede estadual e a gente vai modificando e a gente vai criando essa autonomia. Essa autonomia tem que ser criada no dia a dia, vamos melhorando. Nós temos Projetos Políticos-Pedagógico que começaram de uma forma bem simples, foram se aperfeiçoando para que a gente chegasse aí no processo realmente de autonomia que a gente busca. Então isso aí é construído no dia a dia, é uma batalha, é uma conquista, a gente tem que aperfeiçoar. Ao falarmos de gestão democrática no seu sentido amplo, esta pode ser entendida como espaço de participação, de descentralização, do poder e de exercício de cidadania. A gente está falando aqui de uma busca, de uma constante luta por essa descentralização do poder. A gente tem ainda muitas escolas aqui que estão nesse sistema é de gestão centralizadora, direção onde só o diretor pode tomar as decisões, onde só o diretor pode trazer e administrar os recursos para dentro da escola. A gente vai tirando, aos poucos, essa consciência de que só o diretor pode conduzir o processo, ele centraliza as decisões, ele centraliza o que vai ser realizado com os recursos e a comunidade fica a margem dessas decisões, a comunidade não se envolve, porque o diretor, o gestor não traz a a comunidade para participar e essa participação não deve ser só numa ata, ela não deve ser só para fortalecer uma decisão já foi tomada. Essa participação tem que ser uma participação em as pessoas que estão ali estejam bem informadas o que está acontecendo. Então, se eu tenho uns recursos federais que a escola recebe, se eu tenho verbas que a escola recebe bimestralmente, trimestralmente, eu tenho que informar a comunidade. Mas eu não preciso não que não posso informar essa comunidade de uma forma que elas não entendam, eu tenho que colocar no papel, eu tenho que expor para minha comunidade uma forma bem fácil, de fácil compreendimento o que a escola vem recebendo, quais são esses recursos, a quem são destinados. Em que momento a comunidade pode participar, pode contribuir.
Então muitos diretores, às vezes, para dizer que estão informando a comunidade turão cópias de notas fiscais e colam de uma forma bem confusa para que quem está vendo realmente não compreenda. Isso não é informação, isso não é participação é apenas um um serviço de cumprir um protocolo. A gente tá precisando aqui é de uma participação bem efetiva. Eu conheço e eu logo participo. Se você não conhece, fica difícil você emitir uma opinião, emitir uma participação. Então, nesse sentido, reafirmamos a necessidade de instituir o processo de efetiva participação, como falei, participação política da gratuidade do ensino, isso a gente já vai para o campo maior, que é garantido em lei, da universalização da educação básica, que foi garantida na nossa LDB, e superior; do planejamento e da coordenação descentralizados dos processos de decisão e execução; do fortalecimento das unidades escolares por meio da efetivação da autonomia dessas unidades escolares. Da articulação entre os diferentes níveis de ensino; da definição coletiva diretrizes gerais para a educação nacional; da exigência de planos de carreira para o magistério público; da vinculação de verbas para educação; da democratização das formas de acesso, permanência de gestão. Lembrem que a gente tinha tanto na nossa rede estadual, municipal, na nossa rede federal processos de participação bem limitados. A gente já passou, como a gente falou nas outras aulas, por período bem difíceis na educação Os atores não podiam realmente se manifestar, não podiam exigir seus direitos, a carga horária não era bem definida, os professores trabalhavam de uma forma bem confusa, então, não podiam nem reivindicar. E a gente teve um avanço muito grande nesse sistema de participação. Essa gestão, esse sistema de democracia foi sendo criando aos poucos. É isso que a gente propõe aí na gestão democrática. É claro que a gente não vai instituir, de uma hora para outra, uma consciência de democracia de uma forma curta. Precisa de tempo, mas isso a gente precisa começar. A gente precisa entender que você pode, sim, como funcionário, participar das decisões, você pode, sim, participar é do cotidiano da sua escola com sua opinião, com sua seu próprio voto no gestor, mas esse gestor tem que ser uma escolha de uma forma bem consciente dentro daquilo que a gente vem trazendo para cá, aqui para nossas aulas. Uma pessoa que descentraliza, uma pessoa que favoreça a sua participação, uma pessoa que acredite na democracia, que acredita num processo de ensino-aprendizagem que todos podem participar.
É esse o perfil, essa pessoa que acredita nesse sistema. Então você tem que escolher o gestor da sua escola dentro desse perfil que a gente vem falando até agora. Então vamos lá! O processo de construção de uma nova lógica de gestão, que envolva, a gente vem repetindo essas palavras, mas a gente tem que sempre citar, porque a gente tá aqui buscando o que é tão difícil, infelizmente, nas escolas. Envolva a participação da sociedade e dos atores diretamente envolvidos com a prática pedagógica, implica rever o modelo, claro. Rever o modelo adotado pelos sistemas públicos, cuja estruturação e funcionamento vivem, até hoje, características de um modelo centralizador. A gente viu as pessoas dos polos mandando mensagem, falando no chat que não participaram da construção do Projeto Político-Pedagógico ou quem mandou em outro momento participou apenas da finalização, não sabia nem do que se tratava, qual é a missão da escola, quais são os objetivos, quais são as metas, onde a escola pretende chegar. Como eu posso entender, construir um sistema democrático dentro da minha escola sendo que um dos principais mecanismos é o Projeto Político Pedagógico e as pessoas não participaram. Então fica difícil, a gente entende que muitas escolas, muitas escolas mesmo. ainda adotam esse modelo centralizador, o diretor e o corpo técnico da escola centralizam as decisões, não envolvem a comunidade, pedem apenas a participação da comunidade para assinatura em ata, em documentos para ser enviado para a secretaria. Essa participação a gente não quer. Essa participação a gente deixa, a gente não está no sistema, a gente quer participação realmente coletiva, efetiva. Eu preciso contribuir, mas eu preciso conhecer o que eu estou contribuindo, o que eu estou fazendo. Eu preciso, também, estar junto do diretor para definir onde a minha escola quer ir, onde a minha escola pretende chegar. Isso preciso definir dentro do projeto, então, a gente precisa realmente participar desse processo.
Para serem estabelecidas a autonomia pedagógica e financeira, temos pelo caminho vários limites no paradigma de gestão escolar vigente, destacando entre eles, reafirmando que eu falei no começo da aula, ano passado nós tínhamos definido pela Secretaria de Educação que nós tínhamos que seguiam um padrão de recuperação, então, muitas escolas tiveram problemas, escolas que eram rurais, que já tinha problema com calendário, era definido que a recuperação tinha que ser bimestral e esse modelo de recuperação compromete bastante o calendário. Muitas escolas que tiveram problemas com calendário, as escolas não aceitaram, a gente lutou através do sindicato para que a secretaria revisse essa determinação, porque escola é autônoma, ela pode escolher, não só definiro seu calendário, mas definir o processo de recuperação. Isso precisa deixar bem claro. Não tentem seguir um modelo, se você não estiver ferindo a lei, você pode criar os seus caminhos a sua escola. A gente tem que pegar a LDB, a Constituição, o Estatuto da Criança e do Adolescente e ler. A gente lê as decisões que estão sendo tomadas, se não ferir nenhum desses três, a gente pode tomar as decisões. A gente tem que lutar por essa autonomia. Então, vamos ver aqui os entraves, aquilo que prejudica essa autonomia pedagógica. Primeiro: centralização das decisões, a gente tem na mão da gestão escolar, na mão do diretor todas as decisões importantes para nossa prática pedagógica, nosso cotidiano. A centralização prejudica muito nos processos de gestão democrática. Os entraves ao estabelecimento de princípios de organização colegiada da gestão e do trabalho pedagógico. A gente tem muitos entraves aí no caminho com essa questão da organização dos conselhos . Projeto Político-Pedagógico restrito ao atendimento das determinações, olha o que eu falei das Secretarias de Educação, não acarretando mudanças significativas na lógica autoritária da cultura escolar. Então, a gente precisa reafirmar bem essa informação.
A secretaria determina até o modelo do Projeto Político-Pedagógico, O que não pode acontecer. Nós, enquanto escola, temos que elaborar o nosso Processo Político-Pedagógico. Claro que nós temos que seguir um roteiro de composição mínimo que se exija, a gente precisa compor um projeto realmente com cara de projeto, nós temos um roteiro a seguir, mas ele não precisa de uma aprovação da Secretaria da Educação. É o projeto da escola, onde a escola pretende chegar. A escola vai definir onde quer ir. Tem os objetivos, tem a missão e isso não pode ser determinado pela Secretaria de Educação. A gente precisa estar bem claro que esse projeto, enquanto escola, é nosso. Então, não precisa de autorização, de determinação, a gente precisa elaborar seguindo o roteiro, claro, mas que a gente tenha a nossa casa, nosso perfil. Outro entrave é forma de provimento nos cargos dirigentes dissociadas que acontece muito. Dissociados da comunidade local e escolar. Nesse contexto, percebe-se que o processo de uma gestão democrática não se apresenta de maneira padronizada, ou seja, deve ser construído continuamente, construído de forma contínua dentro do próprio ambiente escolar. Não é Seduc que vai determinar, não é o Conselho da Educação, não é a Constituição que vai determinar se a minha escola é democrática. O que vai determinar somos nós enquanto funcionários.
Vamos, no dia a dia, lutar buscar por essa autonomia, buscar por essa democracia , elegendo os diretores, os gestores que tenham um perfil democrático, buscando a participação nas reuniões quando a gente for solicitado, quando a gente não for solicitado, requerendo também a nossa participação, buscando conhecer o estatuto dos conselhos escolares na nossa escola, buscando conhecer o Projeto Político-Pedagógico. Se eu sou novo na escola, se não participei, eu preciso conhecer para que eu possa intervir. Isso aí é um processo contínuo, que vai ser construído no dia a dia e é trabalhoso, é demorado, mas a gente consegue chegar esse objetivo. E a pergunta: como posso participar dessa nova forma de gestão? Então a gente fala que a participação é um processo complexo que envolve os vários cenários e múltiplas possibilidades organizativas, ou seja, não existe apenas uma forma ou lógica de participação. Várias dinâmicas se caracterizam por um processo de participação tutelada, restrita e funcional, outras por efetivar processos coletivos e inovadores de escolha e decisão. Então nós não temos apenas uma forma de participação. Nós temos vários modelos de escola que buscam esse envolvimento da comunidade de uma forma inovadora, de uma forma diferente, de uma forma que realmente tenha como característica a democracia. E isso as escolas vêm criando, modificando. Não existe apenas conselho, não existe apenas PPP para você participar, as escolas vêm criando esses mecanismos e vem dando certo. É claro que não é a maioria, a gente precisa ter um entender que é um processo, como eu já falei demorado e lento, mas a gente vai, buscando a partir de agora, que é um primeiro passo, a gente conhecendo quais as formas de participação, e a gente vai mudar esse cenário com certeza, porque a gente precisa entender que a democracia não pode acontecer lá fora e na escola ser uma escola autoritária, uma escola centralizadora, uma escola que não deixa que os principais atores participem. Então a gente vai agora por uma simulação, para a gente verificar que a mudança pode ocorrer, sim, no dia a dia. Existem escolas que têm essa em sua veia essa característica de participação. A gente vai para uma simulação agora e a gente retorna daqui a pouco. Olá! Vem cá, você já parou para pensar em como seria a escola se todas as decisões fossem tomadas apenas pela direção escolar? Não seria nada bom, né? O ideal mesmo é uma gestão democrática, onde todos os envolvidos com a escola pudessem opinar e pensar juntos na soluções. Acompanha agora uma situação. Pedro, preciso que você marque uma reunião com o conselho escolar para tomarmos algumas decisões sobre mudanças no calendário letivo e na reforma da quadra. Mas diretora, a equipe técnica da escola não pode tomar estas decisões e sozinha, sem necessidade de convocar uma reunião com o conselho? Não, de forma alguma.
O conselho é um órgão responsável pelas deliberações que precisam ser tomadas na escola. Isso atinge a todos os segmentos da escola no seu cotidiano. e quando nós tomamos essas decisões juntos, nós somos responsáveis pelos seus resultados, sejam eles bons ou ruins. Mas isso faz todo sentido. Na verdade, diminui as críticas e aumenta a motivação da equipe já que todo mundo participa. Fique tranquilo, diretora. Eu vou redigir o documento agora mesmo. Gerir uma escola assim, com clareza e sabendo da importância de todos que trabalham nesse ambiente é essencial, concorda? Bons estudos e até a próxima! Gestão e participação nos conselhos escolares. Aí a gente tem uma imagem do envolvimento dos diferentes atores, das pessoas é que fazem parte da escola. A gente tem alunos, pais e professores. A gente tem aí o que foi determinado na Constituição, na LDB, o processo de inclusão. Todos envolvidos por um país melhor, por uma gestão o melhor da escola e de mãos dadas, que mostra que, só juntos, nós podemos conseguir isso. O Conselho é formado por representantes de todos os grupos envolvidos com a educação: A gente tem funcionários e professores da escola, pais e demais membros da comunidade. Ao trazer todos os interessados para discussão e descentralizar as decisões, ele transforma a escola em um ambiente mais democrático e transparente. Quantas vezes você já se perguntou: por que não se traz a comunidade para dentro da escola? Muitas vezes, quem não está na gestão, quem está ali só observando entende que a comunidade não se abraça com a escola. Por que isso acontece? Não se informa a escola das decisões, não traz os pais para participarem das decisões. Por quê tantas vezes a escola fica isolada da comunidade? A escola não entende a comunidade, não promove eventos que tragam todos para participar. Por que a escola se torna aquele ambiente com muros e com portas fechadas que não consegue entender que no seu entorno existem pessoas que querem participar, que querem ajudar? Mas isso precisa ser bem definido dentro do PPP. Eu preciso conhecer a minha comunidade, eu preciso entender que, quando a minha comunidade vai na escola, os pais precisam ser bem recebidos, eles não podem ficar numa reunião em pé, esperando o diretor dizer uma relação de decisões que já foram tomadas ou apenas a gente fazer de conta que os pais estão participando. A gente entende, hoje, que muito mudou. Os pais hoje tem consciência de que eles podem participar, sim, eles devem participar.
A escola deve entender como essa comunidade funciona, trazer mais a participação dessa comunidade paraque esse processo realmente aconteça. A democracia pode acontecer, mas sem a participação de todos, realmente não tem como funcionar. Por que os Conselhos são necessários? O porquê dos conselhos. A gente tá falando aí dos mecanismos de participação e o Conselho é um desses mecanismos. As escolas são autônomas para gerir seus recursos e para elaborar seus projetos pedagógicos. Para estimular essa autonomia, cada vez mais, o governo federal repassa recursos e materiais diretamente para as escolas. Dessa forma, elas podem resolver problemas específicos de cada comunidade. E a melhor maneira de saber o que a comunidade precisa, é trazê-la para gestão administrativa e pedagógica da escola por meio dos Conselhos. Nas primeiras aulas, eu pedi que vocês puxasse na memória como era trazida a merenda para dentro da escola e alguns materiais que a escola tinha no seu cotidiano que ela precisava usar no seu dia a dia. O governo federal centralizava. A merenda já vinha pronta, ensacada e a função do diretor era apenas gerenciar os recursos humanos, porque os materiais vinham todos trazidos do governo federal ou do governo estadual. Hoje é diferente, o governo federal está descentralizando esses recursos, então escola recebe o recurso, recebe a verba e a própria escola está comprando o seu material, comprando a sua merenda. É preciso que, cada vez mais, essa participação aconteça, porque não pode ficar só apenas na mão diretor o gerenciamento desses recursos, ele precisa executar de uma forma que todos saibam que está sendo feito, que todos concordem com aquela execução daquela compra. Realmente é preciso que haja mudança, porque senão vai ficar uma coisa centralizada, não democrática. Então, as pessoas ficam à margem, apenas observando e, realmente, o processo de democracia não acontece. Voltando. A escolha de diretores e e a democratização da escola. A gente vem aqui nesse tema. Vou falar desse ano, principalmente, nas redes estaduais, da escolha de diretores. A gente está num processo de escolha.
Vamos falar mais para frente como se procede, como isso acontece, para que a gente possa entender o quão importante é essa eleição para a democracia. As formas mais usuais na gestão das escolas públicas têm sido: a) o diretor é livremente indicado pelos poderes públicos, que acontecia bastante. O diretor era indicado pelo Governador, pelo prefeito no sistema municipal. Tinha uma pessoa que era do convívio, que era do conhecimento, do sistema então ele era indicado livremente, era indicado, apontado e ele ia gerenciar a escola. Tinha sido bastante comum no nosso processo de gestão esse modelo. O diretor de carreira: o diretor que tem o seu currículo, bastante tempo de atuação na rede, ele já tem graduação, especialização na área, então era analisado o currículo desse diretor e ele era indicado para gerenciar uma escola, administrar uma escola, porque ele tinha uma carreira já de direção, de gestão de escolas e ele era indicado, era o diretor de carreira. O diretor aprovado em concurso público, muitos estados ainda função dessa forma. O diretor tem um concurso, ele tem um cargo de direção, ele faz um concurso para direção, então ele vai atuar na rede como diretor, como gestor. É aprovado em concurso. O diretor indicado por listas tríplices ou sêxtuplas, ou processos mistros, nesse sistema a gente tem uma lista, a gente aponta alguns diretores, o sistema aponta alguns diretores de uma lista e as pessoas, a escola, a comunidade escolhem dentro dessa lista qual perfil vai gerenciar sua escola, qual a pessoa vai gerenciar sua escola. É um processo misto, tanto de indicativo, quanto, também, como eleito. Processo misto que também já aconteceu bastante em outros estados. E nós estamos agora num processo de eleição direta para diretor. Então, a gente tem que abraçar essa conquista que foi demorada, foi realmente uma coisa que aconteceu seu passo a passo, muita luta, muita reivindicação para que a gente conseguisse ter esse direito de eleger o gestor da nossa escola, o gestor que vai administrar não só os recursos financeiros, mas os recursos humanos. Ele vai consolidar uma democracia não só no projeto, mas no dia a dia. Você vai ter um diretor que tem um perfil democrático. Você pode escolher nas pessoas que estão dentro da escola, as pessoas que já são funcionárias, a melhor pessoa que se encaixa dentro desse perfil. A gente tem que agradecer a nossa luta, nós próprios, vamos agradecer nossos próprios por ter conquistado esse direito. Não foi fácil! A gente tem nosso estado agora consolidada essa eleição, mas foi, realmente, uma luta muito difícil que demorou para acontecer. Agora está aí e a gente tem que batalhar agora pela consolidação dessa democracia. A escola pode de forma concreta adotar um novo conteúdo e uma nova prática de gestão que fundamentalmente priorize a dimensão participativa. Alguns exemplos de concepções que prioriza a participação são a cogestão, a administração colegiada, a democracia participante e a autogestão. A cogestão está ligada ao princípio de codecisão.
Uma decisão só pode ser tomada por concordância das partes. A cogestão busca o equilíbrio do poder e de participação dos vários segmentos no interior da instituição, escola ou empresa. Eu ficaria muito feliz no momento em que os polos mandem mensagens, uma troca informações, socializem o dia-a-dia da sua escola. Em saber que existe uma escola em que existe a codecisão, que existe a coparticipação, em que uma decisão importante, quer dizer, todas as decisões são importantes, mas todas as decisões são tomadas com a concordância das partes. Saber que existem escolas que conseguiram institucionalizar a democracia, que conseguiram fazer que a democracia saísse do papel e funcionasse realmente na prática. É difícil conseguir. Então gente saber que existe na nossa rede escolas que conseguiram essa conquista, seria muito válido. Era bom que a gente socializa-se essas experiências, esses projetos inovadores que estão surgindo aí para trazer para escola a participação mais efetiva. A autogestão pressupõe que todos os cidadãos se tornem administradores diretos de suas organizações, empresas ou instituições. Numa organização de autogestão, a coletividade exerce os poderes do governo por meio da ação direta. A gente vai entendendo que o dia a dia é muito importante na tomada de decisões, muitas vezes, o diretor exclui a participação dos funcionários por usar como desculpa, vamos ver a palavra assim, é que o dia a dia é muito atribulado, é difícil para reunir as pessoas, é difícil para trazer a comunidade. As decisões vão sendo tomadas de forma individual, de forma centralizadora. E as pessoas por si só também não vão reivindicando sua participação. Vão trazendo requisições da Secretaria de Educação, vão cumprindo essas solicitações sem trazer a comunidade para participar. Realmente o dia a dia da escola é atribulado, o dia a dia da escola, realmente, é muito rápido, passa o dia, passa a manhã, passa a tarde, é difícil de é reunir realmente todos os atores. Mas a gente não precisa deixar que isso impeça a participação de todos. Então os funcionários tem que reivindicar participação. Nós não precisamos só cumprir uma agenda solicitada pela Seduc, a gente precisa compreender o processo de funcionamento da nossa escola, o processo de tomada de decisões. O processo de gestão da escola deve estar fundamentado no seu Projeto Político-Pedagógico. O processo de democrático vive da ação coletiva e, como tal, implica participação da comunidade escolar no processo de discussão e definição de suas políticas e projetos educacionais. Eu pedi que vocês solicitassem na escola, nas aulas anteriores, o PPP (Projeto Político-Pedagógico). Você já conhece onde ele está localizado? É de fácil acesso? Você tem o acesso bem amplo? Se você quiser ir agora pegar o Projeto Político-Pedagógico, você pode? Você tem esse acesso? E a comunidade? A comunidade conhece a missão da escola? A comunidade participou da elaboração dessa missão, da construção dessa missão, dos objetivos? Tudotem que estar definido no projeto.
Tem muitas escolas que ainda tão no processo de reconstrução e isso é muito bom, porque, se você está reconstruindo, é porque você está querendo melhorar, você está solicitando a participação de todos, mas nós não podemos deixar que isso fique nas mãos apenas da equipe técnica, a gente precisa solicitar a nossa participação. A gente precisa efetivar essa democracia. Precisamos, também, envolver comunidade que precisa entender que escola o seu filho está e frequentando, aonde essa escola quer levar o seu filho, qual objetivo, qual é a perspectiva de futuro que ela vem trazendo para o seu filho. Então a gente precisa também envolver a comunidade. Assim, a participação é compreendida como a organização e gestão cujo objetivo é criar mecanismos, criar as condições e mecanismos para que os diferentes sujeitos sociais possam atuar e interferir nos diferentes espaços de decisão e responsabilização dos espaços escolares. Vou marcar aqui a responsabilização, decisão e responsabilização que é de todos. Agora a gente vai entender o que é o conselho escolar. O conselho escolar é um órgão colegiado, constituído por representantes de professores, pais ou responsável legal, alunos, demais funcionários da unidade escolar e direção da escola. Tem como atribuição deliberar sobre questões político-pedagógicas, administrativas e financeiras, gerando uma nova forma de gestão, onde as decisões são integradas e coletivas. Eu trouxe esse conceito aqui da Secretaria de Educação. A gente tem um grupo que está definido para ficar responsabilizado por gerenciar essa pasta que é o conselho escolar. Então a gente tem uma parte lá de gestão democrática. Eu trouxe esse conceito da própria Seduc do estado para que a gente possa trazer para nossa realidade o que a Secretaria Educação está dando suporte para apoiar os conselhos escolares. Então aí a gente tem aqui orientações para implantação dos conselhos escolares a versão reformulada da Seduc de Rondônia, trazendo para nossa realidade. E como se constitui o conselho escolar? A constituição do conselho escolar. O conselho escolar garantirá a representação de todos os segmentos da comunidade escolar, assegurada a proporcionalidade 50% para pais/responsável legal e alunos e 50% para professores e demais funcionários efetivos na escola. Veja bem, eu trouxe essas informações do conselho escolar, da organização da própria Secretaria de Educação, isso é da Seduc de Rondônia. A gente também tem os municípios, também há modificação. Então é importante que você conheça essas orientações básicas do seu estado, do seu município para que você compreenda como funciona. Porque isso modifica muito de município para município, depende da Constituição de cada um. Então pode ser que em municípios tenham mudanças. Aqui dentro do próprio estado houve algumas mudanças na questão da quantidade de participação dos membros. É importante que você busque também essa atualização.
A gente trouxe aqui uma versão reformulada dessas informações, mas pode ser que tenha havido uma outra composição e é importante que você busque dentro da sua escola. Cada escola tem o seu manual de orientações básicas para composição do conselho escolar e é fundamental que a gente conheça para que a gente possa participar. Então, dentro dessa versão reformulada, só dizer o seguinte, o conselho escolar será composto por 14 conselheiros eleitos, respeitada a representatividade entre os segmentos da comunidade escolar. É importante o que todos os segmentos estejam representados dentro desse conselho. Nessa versão, são 14. Reafirmando que é necessário que a gente busque se houve alguma atualização recente. Para que a gente conheça de fato como nós podemos ser representados. para que a gente possa participar do conselho. As funções do conselho escolar: temos várias funções, o conselho escolar tem várias funções. A primeira função é consultiva: aconselhar e emitir opiniões sobre determinado assunto ou problema relacionado à escola, assessorar e encaminhar questões de diversos segmentos. Então a gente vai consultar quando a gente tem algum problema, quando a gente tem alguma decisão ser tomada, alguma situação no dia a dia da escola a gente vai consultar o nosso conselho, para que sejam encaminhadas as ações, decisões. Função deliberativa: examinar uma situação concreta com vistas a uma decisão; dar parecer sobre determinados assuntos e a ele submetido; elaborar normas internas da escola sobre questões referentes ao funcionamento nos aspectos pedagógico, administrativo ou financeiro. Também a gente pode elaborar normas internas. O conselho tem essa autonomia. Funções do conselho escolar: ainda temos a função fiscalizadora: acompanhar, fiscalizar e avaliar as ações pedagógicas, administrativas e financeiras. Além de consultar, deliberar, o conselho fiscaliza as ações que são desenvolvidas dentro da escola, não só pedagógicas, mas administrativas e financeiras, principalmente, porque o conselho está ali representado por vários segmentos, o conselho vai ser aquele órgão em que todos os segmentos ali podem participar, podem dividir a sua opinião e podem definir que caminho que a escola vai seguir em determinado os meses. A função mobilizadora: promover, estimular e articular a participação integrada dos segmentos representativos da escola e da comunidade local, em diversas atividades, contribuindo para a efetivação da democracia e para a melhoria da qualidade social da educação. Essa função mobilizadora é fundamental.
O conselho tem esse poder de mobilizar a comunidade e estimular a comunidade a participar. Trazer o entorno da escola, criando um mecanismo para que essa comunidade venha participar mais efetivamente dentro do dia a dia da escola. E, claro, a função executora: para efeito de recebimento e movimentação dos recursos públicos, financeiros, destinados ao estabelecimento de ensino. Importante! O conselho escolar, com a personalidade jurídica própria, substitui a APP, lembrem da antiga APP, então o conselho substitui a APP Associação de Pais e Professores em suas atribuições de receber e gerenciar os recursos financeiros destinados à manutenção e desenvolvimento do estabelecimento de ensino. Então todas as atribuições da APP, a antiga APP, ela foi ela foi tirada, ela foi eliminada, então agora nós temos os conselhos escolares. Então esse nome APP foi eliminado da nossa rede e agora a gente trabalha com conselhos. As competências do Conselho Escolar vão muito além das questões financeiras, vale reforçar sua natureza enquanto um órgão responsável por decidir os encaminhamentos da dimensão pedagógica e administrativa da escola. Os Conselhos Escolares instituídos nas escolas são espaços de exercício da cidadania e valorização do sentimento de pertencimento, de acolhimento da pluralidade das voz da comunidade, da incorporação e da defesa dos direitos sociais, enfim um dos instrumentos efetivos de participação e de tomada de decisões democráticas. A eleição direta para diretores tem se mostrado a mais democrática pelos movimentos sociais, inclusive dos trabalhadores da educação em seus sindicatos. A gente falou bem dessa eleição de diretores. Os modelos adotados pelos estados e municípios são os mais variados, mas temos que ter cuidado para não transpor para a escola os vícios das eleições gerais, como o voto de cabresto e a troca de favores. Portanto, além da melhoria do processo de escolha de diretores, há que se garantir a institucionalização e fortalecimento de outros mecanismos de participação colegiada na escola, como os conselhos e assembleias escolares.
Precisamos nos conscientizar de que a eleição por si só não garante a democratização da escola, mas esta é um importante instrumento para o exercício democrático. Sendo assim, não podemos visualizar a eleição para diretores como uma ação terminal, pelo contrário, essa deve ser um instrumento associado a outros na luta pela democratização possível das relações escolares. O processo de democratização da escola e diretores têm contribuído parase repensar a gestão escolar e o papel do diretor e do conselho escolar. Todo esse processo favorece um aprendizado coletivo, onde o objetivo principal é o fortalecimento da gestão democrática na escola e da dinâmica formativas que nela ocorrem. O nosso tempo já acabou, mas vamos retornar na próxima aula falando mais da eleição dos diretores, da instituição dos conselhos escolares, da composição desses conselhos escolares, mas diretamente ligado ao nosso município, ao nosso estado para que a gente realmente possa fortalecer essa gestão democrática que a gente tanto vem falando. Então, muito obrigado a todos e até a próxima aula.
Olá, bom dia! Estamos de volta a mais uma aula de gestão da educação escolar. Nós estamos nos aproximando da finalização do nosso módulo, estamos continuando a unidade quatro, tem mais uma unidade para ser trabalhada, então espero que tenha trazido bastante debate, bastante reflexão, bastante análise de vocês em relação ao espaço que vocês estão atuando na escola, o gestor que está à frente aí dos trabalhos educacionais. Então dando continuidade aqui, vamos aqui para os slides.
A compreensão da gestão como um ato político. Vejam aqui a imagem de um gestor, no período da eleição, bastante pessoas reivindicando assuntos e ele em dúvida. Aqui a gente tem um anjinho para representar, dizendo pensa no futuro da nação, pensa no futuro da escola, e a gente tem aqui a figura do lado oposto dizendo que as eleições estão se aproximando, então o gestor está na dúvida, o que não pode ocorrer. Então o gestor tem que se posicionar já que gestão é um ato político, então nós não podemos ficar em cima do muro. A gestão da escola requer sempre uma tomada de posição política. Exige-se um posicionar-se diante de alternativas, ou seja, a gente não pode ficar em cima do muro, ficar sem saber que decisão tomar. Sendo assim não é neutra, pois todas as ações desenvolvidas na escola envolvem atores e tomada de decisões, sejam elas boas ou ruins para a comunidade escolar, isso vai depender de cada situação. Simples ações, como a limpeza e conservação do prédio escolar, até ações mais complexas, como as definições pedagógicas, o trato com situações de violência, entre outras.
 Trago vocês novamente para reflexão. No ambiente que vocês estão inseridos, no ambiente escolar de trabalho, várias vezes você se deparou com a tomada de decisão do gestor, que muitas vezes você ficou contrariado ou estava contra aquele posicionamento. Então como é na sua escola essa tomada de decisão? De que forma essa tomada de decisão acontece? Se realmente quando você conhece a situação já foi decidida ou é chamada a participação de todos na escola? Então isso é importante para que a gente promova essa reflexão, para saber se de fato o gestor tem um posicionamento centralizador ou se ele chama a participação de todos, que é fundamental. Então a gente vem desde o começo da disciplina tratando a questão da participação de todos, que realmente é algo que tem que ser construído, como eu venho falando desde a primeira aula, diariamente. Então, voltando, as ações indicam determinada lógica e horizonte, então cada gestor tem uma lógica, um pensamento, uma forma de atuar que obedece a uma lógica. Posição essas que expressam interesses, como eu falei princípios e compromissos que permeiam as escolhas e rumos tomados pela escola. Então a partir do momento em que a escola fortalece sua identidade institucional, caminha para o efetivo exercício da vivência de progressivos graus de autonomia. A partir de agora vamos compreender os conceitos, dimensões e as formas de autonomia que as escolas que pretendem vivenciar a gestão democrática devem consolidar. Essa autonomia que a gente vem falando, você ser autônomo, você tomar decisões, você gerenciar uma escola sem depender da orientação, da determinação digamos, do sistema maior, você poder tomar algumas decisões de acordo com a realidade da comunidade, isso é fundamental. Isso não quer dizer que a gente vai trabalhar de forma aleatória. A gente tem que trabalhar obedecendo graus de gerenciamento, mas a gente precisa ter essa autonomia de acordo com a nossa realidade, a gente precisa tomar algumas decisões que vão favorecer a nossa comunidade. Essa autonomia é que a gente vem buscando, essa autonomia que a gente vai tentar conseguir daqui para frente.
Palavra autonomia é tão bonita, é o que todos querem e principalmente na escola, onde a gente tá no espaço de formação, no espaço de construção de um ser, de uma formação maior que é o ser humano, que é uma pessoa participante, que é uma pessoa atuante, que é um cidadão que vai buscar a sua independência enquanto pessoa, a sua formação completa. Então essa palavra autonomia realmente soa como uma melhor, uma melhora de qualidade. A palavra autonomia nos traz a percepção de algo que temos liberdade de fazer, de acordo com a nossa conveniência, ou seja, aquilo que na nossa opinião é melhor para nós. Claro, a gente sempre quer o melhor para nós, para nossa realidade. O sentido dessa palavra dentro da escola soa como um rompimento com as barreiras, que intervenham diretamente nos resultados adquiridos no cotidiano escolar. Então lembram quando eu falei da questão do nosso calendário, que a escola estava impedida de construir o seu próprio calendário. Então a gente buscou, a gente solicitou, a gente lutou e a gente conseguiu que cada escola pudesse fazer o seu calendário, o seu processo de recuperação, de acordo com a sua realidade. É claro que nós temos orientações que nós devemos seguir, mas a escola teve esse favorecimento de poder construir. Claro que a gente precisa desenhar a nossa realidade, a gente precisa obedecer ao que a nossa clientela precisa. Então a gente teve essa liberdade de construir o calendário, de escolher o processo de recuperação, isso foi difícil para conseguir, isso foi uma batalha, mas nós conseguimos. Então hoje as escolas estaduais estão nesse processo aí de construção a toda hora, a todo momento isso vem favorecendo muito a nossa escola.
Continuando, vamos conhecer as dimensões da autonomia. Primeiro a gente tem aqui mais definições, segundo Veiga. Vamos falar da autonomia administrativa. Ela consiste na possibilidade de elaborar e gerir seus planos, programas e projetos. Já se tratando da autonomia jurídica, diz respeito à possibilidade de escolher, elaborar suas normas e orientações escolares, em consonância com as legislações educacionais, como por exemplo: matrícula transferência de alunos, admissão de professores, concessão de grau. Então é importante a gente frisar que a gente tem a dimensão jurídica, a dimensão administrativa, mas a gente precisa obedecer às nossas leis. A gente não pode ferir o estatuto, a gente não pode ferir a LDB, a gente tem essa liberdade, mas sempre em consonância com essas leis. Então a gente tem definido já algumas regras, algumas possibilidades que podem ocorrer, mas a gente precisa ter consciência que a gente não pode ferir nenhuma delas. Então a gente precisa desenhar a nossa autonomia dentro do que é projetado, dentro desses instrumentos. Então continuando, autonomia financeira refere-se à disponibilidade de recursos financeiros capazes de dar a instituição educativa condições de funcionamento efetivo. Então isso foi realmente um processo demorado, a escola poder receber os recursos diretos do Governo Federal, poder realizar suas compras de acordo com a sua necessidade, então essas condições realmente ainda precisam ser melhoradas, as verbas ainda precisam ser ampliadas, mas a escola já tem essa liberdade de poder adquirir os seus próprios materiais ou sua própria merenda de acordo com o que ela recebe do Governo Federal. Autonomia pedagógica consiste na liberdade de propor modalidade de ensino e pesquisa, está estreitamente ligada a identidade, a função social, a clientela, a organização curricular, a avaliação, bem como aos resultados e, portanto, a essência do projeto pedagógico da escola.
A gente vem falando sempre em qualidade, da gente propor qualidade dentro da escolapara gente poder adquirir essa autonomia pedagógica. Então se a escola tem bons resultados, a escola tem definido o seu projeto político pedagógico, a escola tem definido o seu regimento escolar, dá-se a ela uma maior autonomia. A escola que é reconhecida, a escola que é autorizada, ela tem uma maior autonomia. Então é por isso que é necessário tanto a gente buscar pela qualidade, por essa elaboração desses documentos para que a escola possa tomar decisões. Se ela não tem esses documentos moldados, esses documentos construídos, ela sempre fica atrelada, as decisões ficam atreladas, ao que a mantenedora decide. Então partir do momento em que eu tenho os meus projetos elaborados, os meus projetos bem definidos, o que, aonde eu quero chegar, o que eu pretendo com a minha educação levar o aluno, a gente está definido isso? A gente vai ter, com certeza, uma autonomia. A gente vai ter com certeza mais liberdade para tomar decisões. Representação das dimensões da autonomia. Então a gente tem aqui uma imagem das dimensões atreladas na dimensão financeira, administrativa, jurídica, pedagógica, na escola todas essas dimensões que estão unidas e atreladas uma a outra. Que devem funcionar em conjunto, a gente não pode ter só uma dimensão financeira muito bem desenhada se a gente não tem uma administrativa e pedagógica. Então todos estão atrelados. A autonomia administrativa impede que a escola seja submetida a uma administração na qual as decisões a elas referentes sejam tomadas por pessoas que não conhecem a sua realidade, onde a administração torna-se centralizadora, e que desenvolvem projetos elaborados dentro de gabinetes. Ou seja, se a minha escola não tem bem claro seus objetivos, não tem o seu projeto político pedagógico, não tem o seu regimento interno, quem vai tomar as decisões são as pessoas que estão dentro dos gabinetes, que não conhecem a realidade do meu ambiente. Então é importante que eu mostre, que eu decida e que eu deixe muito bem desenhado o que eu quero atingir, aonde a minha escola quer chegar, para que ninguém possa decidir pela minha escola, ninguém possa decidir pela minha comunidade. É isso que a escola deve buscar, essa autonomia, esse poder de querer fazer e poder realizar sem a interferência de pessoas que não conhecem a realidade na qual a escola está inserida. Partindo agora para a representação das dimensões da autonomia. É importante ressaltar que a autonomia requer responsabilidades, principalmente, e consciência de que a escola está inserida dentro de um processo de relações internas e externas. Autonomia administrativa cria várias possibilidades, dentre elas a constituição dos conselhos escolares, e a construção, aprovação e efetivação do projeto de gestão. Eu peço a vocês que estão vendo essa aula, que busquem dentro da escola, dentro do seu estado, do seu ambiente, o nosso estatuto do Conselho. O município tem um, o Estado tem outro, então cada representação, cada governo tem o seu o seu gerenciamento, tem o seu estatuto. Então é importante que você conheça. Quantos membros podem fazer parte do Conselho? Eu apresentei na aula anterior uma atualização que teve algumas alterações posteriores. Então é importante que eu conheça hoje quantos membros fazem parte do Conselho, como é constituído esse conselho, quais as pessoas que fazem parte desse conselho na minha escola. Eu preciso conhecer os membros do conselho para que eu possa realmente poder participar, poder conhecer, quais as decisões que estão sendo tomadas e vão vir a ser tomadas. Então é importante que vocês verifiquem sua escola, quantos membros possui, quais foram as mudanças que a escola realizou durante a constituição do Conselho, quais foram as reuniões, que decisões foram tomadas, para que a gente possa ir poder intervir quando necessário.
Então a gente, partindo para a autonomia jurídica, diz o seguinte: que as normas de funcionamento da escola sejam discutidas e sistematizadas no Regimento Interno. Esse documento ao qual falei para vocês, elaborados por todos os segmentos, e não de um regimento único, de todas as instituições que fazem parte da rede de ensino. Acontece muito, a gente tem escolas estaduais e escolas municipais. Escolas estaduais pensam que, por ser escola estadual, pode utilizar o mesmo regimento interno. Então existe muita cópia de regimento trocando-se apenas o nome das escolas, então mantinha-se aquele mesmo regimento dentro daquele mesmo padrão. Então é importante que a escola construa o seu, Claro, obedecendo a legislação, mas é importante que cada um tenha o seu, cada um tem uma realidade diferente, é importante que não se copie, se crie e possa também melhorar cada um. No município a gente tem também muitas cópias, muitas pessoas que por ser o municipal tinha que ter o mesmo regimento, é importante que cada um crê o seu próprio regimento. Então a autonomia financeira pode ser total ou parcial. É total quando à escola é dada a responsabilidade de administrar todos os recursos, aí repassados pelo poder público, e é parcial quando a escola tem a incumbência de administrar apenas parte dos recursos. Esta autonomia possibilita a escola elaborar e executar seu orçamento, planejar e executar suas atividades, aplicar e remanejar diferentes rubricas com a fiscalização dos órgãos competentes. Então a escola pode se planejar, ela sabe quanto vai receber, ela sabe quando vai aplicar e como aplicar. Então a partir do momento que a escola tem os recursos, ela conhece qual a aplicação de cada um, onde eu posso interferir, onde eu posso trazer a comunidade para decidir aonde eu posso interferir, então isso aí beneficiou muito a escola. Hoje em dia a escola pode se planejar, pode ter um tempo para se organizar e executar as atividades de acordo com os recursos que ela recebe. Resumindo: é de responsabilidade do poder público o financiamento das atividades educacionais por ele mantido. Uma responsabilidade constitucional que exige de nós todos vigilância constante sobre os caminhos percorridos e a utilização desses recursos, a gente tem que ter essa vigilância constante, por isso a importância da participação de todos e o conhecimento de todos, dos recursos que a escola recebe. A autonomia pedagógica refere-se a liberdade de a escola, no conjunto de suas relações, definir sobre o ensino e a pesquisa. É condição necessária para o trabalho de elaboração, desenvolvimento e avaliação, do projeto político-pedagógico da escola. Que maravilha a escola poder, agora, desenhar os objetivos, as metas, a missão, cada escola tendo a sua, cada escola conhecendo a sua comunidade e dela poder tirar o que melhor vai se adequar àquela realidade. Então é a partir do projeto político-pedagógico que essas ações vão ser definidas, então é importante que não seja, como eu sempre falei, decidido apenas pelo diretor, vice-diretor e equipe técnica (orientador e supervisor). Essas pessoas que sempre participam das principais decisões. É importante que os outros funcionários, demais funcionários, sejam docentes ou não docentes, estejam envolvidos. A gente precisa tirar da consciência das pessoas que só faz educação quem está na sala da aula ou que é da equipe técnica. A pessoa que está no portão, que recebe os alunos, contribui da mesma forma que quem está em sala de aula. Ele recebe os alunos, ele recebe os pais, a pessoa que está servindo a merenda, aquele funcionário que está ali todo dia com o aluno, observa o comportamento dele, aquele comportamento que ele traz de casa, ele é fundamental na tomada de decisões. Então ações que definem o ato pedagógico devem ser tomadas por todos, com o envolvimento de todos. Dá-se então a importância do líder. Ele tem que tirar da mentalidade das pessoas que só fazem parte das decisões primordiais as pessoas que estão em sala de aula. Todos têm que ser envolvidos, porque o trabalho vai sair com certeza com melhor qualidade.
Quais são as formas de autonomia? Vamos ver as formas de autonomia. Temos autonomia decretada. Ela consiste na transferência de competências, que é por meio de decretoda administração central e regional para as unidades escolares. Então deu-se autonomia, deu-se a incumbência de competências por meio de decreto. E a autonomia construída se refere à construção coletiva e democrática de projetos na escola, que atenda os anseios da comunidade a que pertence. É preciso a compreensão que autonomia não é um valor absoluto, ou seja, que somos autônomos em relação a alguns aspectos, mas podemos não ser em relação a outros. Temos as nossas limitações. A gente pode ter uma autonomia, em alguns aspectos a gente pode ter limitações, nós não estamos trabalhando à revelia, nós estamos trabalhando em conjunto, nós não vamos trabalhar a revelia da mantenedora, que é a secretaria de educação. Nós vamos trabalhar em conjunto, todos em função do mesmo objetivo que é educar. Então a gente pode ter determinada autonomia com limites que são determinados, que são legalizados, a gente vai trabalhar, claro, em conjunto. Para um melhor entendimento, ao defendermos a autonomia da escola, estamos defendendo que a comunidade escolar seja independente e tenha liberdade para coletivamente pensar, discutir, planejar, construir e executar o projeto político-pedagógico, almejado pela comunidade. Ele só pode ser almejado pela comunidade se a comunidade conhecer o que é o projeto político-pedagógico, se ela participar. Então às vezes, muitas vezes nem o pai conhece, nem sabe o que significa a sigla PPP, não sabe o que significa o projeto político-pedagógico. Então ele só pode ser almejado se a comunidade tem conhecimento. No entanto, mesmo tendo essa autonomia, a escola está subordinada ao Sistema Nacional de Educação. Como eu já falei, nós não estamos trabalhando a revelia, somos subordinadas as normas gerais do sistema de ensino e as leis que que o regulam, não podendo, portanto, desobedecê-las. A gente está subordinado, a gente tem uma autonomia dentro da nossa lei, dentro da mantenedora.
A autonomia da escola, a responsabilidade de prestar contas do que faz ou deixa de fazer, sem repassar para o outro setor essa tarefa, aproximar escola e família, é capaz de permitir uma participação realmente efetiva da comunidade, o que a caracteriza como categoria eminentemente democrática. Gostaria de chamar vocês a refletir. Quando é chamada a comunidade para dentro da escola, como esses pais são recebidos pela escola? Eles participam da reunião, das reuniões? Eles são chamados a participação? O gestor pede a opinião de todos? Eles realmente ficam à vontade para poder se colocar? Isso é fundamental para que a gente possa definir essa escola democrática que a gente tanto quer. Só podemos ter uma escola democrática se os pais se sentem à vontade dentro da escola. Se os pais veem na figura do diretor aquela pessoa que chama para participação. Então muitas vezes os pais em algumas escolas participam de reuniões em pé, participam de reuniões apenas informativas, participam de reuniões, às vezes, para ser chamados atenção. Quantas vezes os pais são perguntados, que eventos a escola precisa realizar, como ele gostaria que os seus filhos fossem tratados, quais as ações mais importantes para aquela comunidade. Tem pessoas muito importantes dentro de um setor, dentro do entorno da escola, que são líderes, que deveriam ser ótimas pessoas para participar da gestão da escola. A gente precisa conhecer quem são os líderes da comunidade, quem são influentes dentro daquele entorno, para que a gente possa trazer essas pessoas para perto da gente, e a gente possa contar com a participação dessa pessoa para contribuir na nossa educação, na nossa escola. Então é importante que se conheça o entorno, é importante que conheça a característica de cada comunidade para que a gente possa construir um projeto político pedagógico realmente que tenha a cara dessa comunidade. A gente chega em algumas escolas e pergunta dos pais: O que que você acha do projeto político pedagógico da sua escola, da escola que seu filho estuda, e muitos pais nem conhecem ou não sabem do que se trata, não sabe que realmente qual é a função desse projeto. Então é importante que a gente chame sempre essas pessoas para participação. Sem a participação delas fica uma escola bem centralizadora e não é isso que a gente quer, a gente está aqui buscando a melhoria.
Autonomia da escola não deixa de ser autonomia por considerar a existência e a importância das diretrizes básicas do Sistema Nacional de Educação. Assim como a liberdade não deixa de ser liberdade pelas relações interpessoais e sociais que a limitam. A autonomia da escola justifica-se no respeito à diversidade, e a gente vem falando da comunidade, a gente tem que respeitar a diversidade dessa comunidade, e as riquezas culturais brasileiras na superação das marcantes desigualdades locais e regionais, e na abertura à participação. A gente conhecendo a nossa cultura, a gente pode realmente desenhar um projeto que tem a ver com a cultura da nossa comunidade, jamais que seja de encontro com o que aquelas pessoas esperam. Então a escola tem que ser um ambiente favorável a todos, se não for assim a escola realmente fica uma instituição estranha e que as pessoas não se sentem à vontade para colaborar. Não basta outorgar autonomia e investir em infraestrutura, é preciso que as ações institucionais sejam capazes de exercer. A capacidade traduz-se não só em habilitação, como também habilidades para buscar elaborar e processar informações, desenvolver argumentos, analisar criticamente, negociar, liderar, incentivar a inovação, viabilizar experiências, estar em sintonia com avanços tecnológicos e as modernas técnicas de gestão. Vejam bem: qual o perfil desse gestor na sua escola, ele obedece ao que foi definido aqui, ele obedece a todas essas capacidades e habilidades que a gente está citando aqui hoje. Então é importante que você analise essa pessoa que está à frente aí da sua escola. Se ele realmente obedece, a gente tá aqui no processo de eleição do estado, é importante que a gente tente mudar ou tente permanecer naquilo que já está dando certo. Se não está dando certo a gente busca a mudança. É importante que a gente não fique alheio a essas transformações, a gente não fique alheio ao perfil novo de gestor. A gente tem que escolher as pessoas certas para ficar à frente da nossa escola. [E o lugar que a gente trabalha, é o lugar que nós temos nossos filhos, então é importante que a gente queira o melhor para que a gente possa também contribuir com o futuro da nação. Dando continuidade. A capacidade refere-se aos atores responsáveis pela escola: diretor, coordenador, supervisor pedagógico, professor e corpo técnico-administrativo. A defesa da autonomia para a escola coloca em ênfase as velhas questões que envolvem recursos humanos dedicados à educação, como a urgente reformulação da capacitação de profissionais, melhoria das condições de trabalho, plano de carreira, salários dignos, isso a gente já vai para um campo mais amplo, o campo nacional que a gente vem lutando, sempre a gente vem falando aí de mudanças na nossa carreira, salários dignos, educação permanente, discussão, ética profissional do educador. Não se pode deixar de mencionar que a definição de competência e de atribuições, tanto para os professores e funcionários técnicos, quanto para os pais, alunos e comunidade, deve estar claro numa gestão autônoma. Então estou marcando essas pessoas aqui, só que essa gestão é autônoma deixando claro o papel de cada um. Se eu tenho uma gestão autônoma, uma gestão onde que as pessoas participam, eu tenho que deixar claro a função de cada um. Infelizmente hoje nas nossas escolas está muito misturado a função do professor, dos pais, os pais não estão cumprindo o seu papel, os professores estão deixando de cumprir o seu papel para cumprir o papel dos pais. Então é importante que deixe claro qual é a função de cada um, onde cada um é mais importante, onde cada um pode participar, pode ajudar. O gestor delibera essas ações, ele comanda essa organização para que a gente tenha uma educação de maior qualidade. Infelizmenteesse debate não acontece nas escolas. Então, às vezes, os gestores só tem contato com o pai, como eu falei, para fazer uma colocação do seu filho, uma crítica, é apenas para assinar o boletim, e não traz o pai para participar, não questiona a sua função, os deveres de casa. E importante que a gente deixe claro o papel de cada um para que a gente consiga essa melhor qualidade.
Essas atribuições e competências, em muitos regimentos e normas de conselhos escolares nas escolas públicas, não estão explicitados, não estão claras, não estão realmente de fácil entendimento, causando um enorme transtorno de cunho deliberativo e consultivo. O que contribui para o surgimento do democratismo ou do espontaneísmo. Se eu não tenho definido qual é a minha função, qual o meu papel dentro do sistema educacional, a gente vai fazendo nossa própria gestão, fazendo aquela coisa espontânea, agindo de acordo com a necessidade, com o favorecimento de cada um. É preciso deliberar, deixar claro o papel, para que a gente possa exercer com eficiência. Então o papel do gestor é fundamental nesse processo, eu preciso reunir a minha equipe, eu preciso reunir a minha comunidade, para que ela entenda aonde ela pode se colocar, aonde ela pode interferir, aonde ela pode ajudar. Então se eu defino eu posso cobrar, eu posso realizar cobranças. Agora se eu não defino as pessoas realizam de acordo com a sua conveniência, e muitas vezes isso causa muitos transtornos dentro da escola. Cada um trabalhando do seu jeito, cada um trabalhando da forma como acha que deve, e não acontece uma qualidade, não acontece um resultado positivo. Onde não tem comando, as pessoas realmente se afastam uma das outras e cada um age de acordo com a sua conveniência. Isso não é bom para escola, isso não é bom para a comunidade. Dando continuidade. Se autonomia for outorgada as escolas de maneira tal que elas fiquem abandonadas, à própria sorte, então se a gente der autonomia, liberdade, as escolas fiquem sozinhas, livres, mas só, a autonomia pode ser antidemocrática e fator de aumento de desigualdades. Quer dizer, você dá essa liberdade, mas você não dá suporte. Então vai ter uma escola antidemocrática e vai aumentar ainda as desigualdades que estão bem claras pra nós. Essa afirmação coloca em evidência a responsabilidade dos sistemas, ou seja, conceder autonomia não significa livrar-se dos problemas das escolas ou abandona-los à própria sorte, mas adotar um novo padrão de gestão e relacionamento. Veja bem, um novo padrão de gestão e relacionamento.
Nós estamos acostumados a um gestor centralizador, um comandante, que direciona todas as atividades sem consulta. Nós viemos de um sistema que não era democrático nós viemos de uma ditadura militar, nós temos ainda resquícios desse sistema tão pesado, tão triste para a nossa democracia. Não existia democracia. Então a gente ainda tem resquícios, ainda tem esse medo, a gente já tá acostumado a viver sendo comandado, sendo talvez até manipulado pelo sistema, e às vezes tem uma pessoa a frente que não delibera, que ela não trata conjuntamente as ações, que não trata um debate. Então é importante que a gente deixe claro que liberdade não quer dizer que a gente vai ficar livre, solto, sem poder ter um direcionamento. A gente precisa se reunir para definir as atribuições e assim melhorar nosso cotidiano escolar. Autonomia significa que a escola assume uma nova gama de responsabilidades. Veja bem, a gente fala de autonomia, isso não quer dizer ficar livre, leve e solto, vamos dizer assim, mas sim assumir uma nova gama de responsabilidades, que a liberdade também retrata, assumir responsabilidades. Então assume a responsabilidade de resolver os seus problemas. Para tanto ela passa a contar com a autonomia administrativa, financeira, pedagógica e jurídica. Nossas autonomias que estão todas entrelaçadas e fundamentais para o nosso sistema democrático. O Brasil e a educação brasileira tentam iniciar um novo tempo, uma nova história na qual a autonomia é um dos símbolos de liberdade, de uma cidadania participativa e da verdadeira democracia, a qual tanto almejamos. A autonomia escolar é a chave para garantir agilidade às escolas no atendimento de suas necessidades básicas e, principalmente, permitir o exercício da cidadania através da participação direta da comunidade na gestão escolar. E é preciso um envolvimento maior da comunidade para garantir a verdadeira autonomia. Veja bem quantos passos a gente precisa seguir, a gente precisa caminhar, para a gente atingir a verdadeira autonomia. Muitas vezes a gente se pergunta se a gente vai conseguir atingir, se não é muito longo o caminho, se não é muito difícil chegar lá. Mas é claro que existe trabalho, que existe esforço. Nós estamos aqui, agora, fazendo parte desse processo de autonomia, porque nós estamos conhecendo o nosso poder de participação. Então é a partir daí que a gente vai começar um novo tempo, um novo momento da educação, a gente poder participar das decisões que antes eram todas direcionadas ao diretor, estavam todas na mão do diretor. Porque não agora o funcionário não pode ter voz? Ele tem que ter voz, ele tem que poder se colocar, ele faz parte do processo, ele não pode ter medo daquilo que é direito dele. Então é preciso você mudar sua consciência para que você possa agir, mas agir de forma consciente, então é a partir desse momento aqui de conhecimento que a gente tá dando o primeiro passo para mudar nossa escola.
A autonomia da escola não dispensa a atuação do estado, nem as instâncias centrais da administração, mas requer uma profunda revisão e fortalecimento de suas novas funções e papéis, visando dar-lhe poder de governabilidade. A partir do momento que a escola tem autonomia para propor um trabalho diferenciado, faz-se importante lembrar que a escola também pode decidir sobre o que importa para ela. Veja bem, não é o estado que decide, não é a Seduc, não é a Semed que decide, mas a escola que decide o que importa para ela. Não adianta a escola ter um projeto político pedagógico e apresentar um trabalho que seria impossível sua realização. Muitas vezes a escola perde essa autonomia porque a escola desenha, cria ações no projeto que fica impossível a sua viabilidade. A escola não consegue realizar na prática, fica muito bonito no papel. Então não tem nada a ver com o seu entorno, com a sua clientela, é importante que a escola defina o que é importante para ela, não é para agradar a Semed, não é para agradar a Seduc, nós temos que agradar nossa comunidade, nossos alunos, nossos professores. Nós temos que ter essa consciência de que nós somos atores principais desse processo, então nós temos que desenhar de acordo com a nossa realidade, de acordo com o que é conveniente para nós. Não adianta colocar ações bonitas no papel se a gente não consegue realizar. Vamos fazer o que é importante e o que é necessário, sem se preocupar se vai estar correto de acordo com as normas, que a gente sabe que não funciona na prática. Então a gente desenhando, de acordo com nossa realidade, com certeza a gente vai fazer melhor e com mais motivação. A escola autônoma não é uma escola sem regra ou sem controle. Veja bem, escola autônoma não é sem regra ou sem controle do estado, claro que tem, a gente precisa ter. A escola autônoma, que almeja caminhar para se tornar uma escola cidadã, precisa incluir que a sua autonomia se restringe a pôr as regras pelas quais ela será gerida, de forma democrática, com a participação de todos os atores envolvidos em suas ações educacionais. Eu acabei de falar, a gente nós somos os atores principais, então a gente vai definir as regras dentro da nossa a legislação, mas analisando nossa realidade e definindo de acordo com o entorno, com o que a comunidade espera e almeja. Sabemos que tudo o que foi discutido não se institui através de um decreto, mas de atitude do cotidiano que tem em sua essência a contribuição coletiva. A gente sabe que não é o decreto que vai definir se a sua escola vai ser autônoma ou não, se a sua escola vai ser independente,livre. A gente sabe que é um processo dia a dia construído no cotidiano, passo a passo, a gente sabe que não é do dia para noite, a gente sabe que é um processo lento, mas a gente tá aqui tentando dar os primeiros passos para uma longa caminhada, que a gente com certeza vai ter êxito. Mas é preciso que a gente entenda que longo é o processo, mas a gente vai conseguir essa conquista, mas o caminho da mudança é você analisar quem está à frente desta liderança, desse processo de gestão democrática, quem está à frente de todas essas ações. Que tipo de gestor você está elegendo para sua escola, que foi eleito para sua escola, ou você quer a mudança, você quer que permaneça, vamos analisar de acordo com as aulas. A gente tem mais humanidade para trabalhar, a gente tem mais assuntos para trabalhar, então a gente vai poder analisar aí no decorrer dessa última unidade se a gente está dentro de uma escola democrática ou não.
Não se faz uma escola democrática de forma automática, como eu já falei, mas sim reunindo atitudes que favoreçam mudanças consideráveis na participação e envolvimento de todos. Nós vamos retornar na próxima aula com a última unidade, mas já deixo aqui que vocês analisem o ambiente que vocês estão, como vocês estão trabalhando com esse sistema de gestão. É importante que você faça a reflexão para que a gente traga o debate aqui para a nossa aula e a gente possa enriquecer ainda mais nas atividades de interação. Então deixo aqui meu abraço e até a próxima aula.
5.1 Introdução
Discutimos, no módulo anterior, os vários mecanismos de participação e decisão da escola (conselho escolar, eleição dos diretores, etc.) e sua articulação com a construção de graus progressivos de autonomia da unidade escolar, envolvendo, ainda, a elaboração, monitoramento e avaliação do Projeto Político-Pedagógico da escola. Neste módulo abordaremos a gestão democrática e os trabalhadores em educação.
O trabalho que se realiza na escola é fundamentalmente pedagógico. Isso quer dizer que as diferentes atividades realizadas na escola visam à formação integral do estudante. Para discutirmos o trabalho que se realiza na escola, foi necessário conhecer a escola e sua estrutura organizacional, bem como os diferentes atores que nela atuam.
Apresentaremos, agora, a forma como o sistema de ensino e as escolas se encontram estruturalmente organizadas. Vemos que seus organogramas apresentam apenas a forma como estão hierarquizadas, a partir de determinadas concepções de poder, de cima para baixo. Para compreendermos de verdade a escola como organização, é necessária uma análise mais detida do cotidiano escolar.
5.2 Conceitos iniciais
Em seus estudos, a professora Ilma Veiga esclarece que:
"[...] a escola possui dois tipos básicos de estrutura: a administrativa e a pedagógica. A estrutura administrativa relaciona-se à gestão e à alocação de recursos humanos, físicos e financeiros, englobando todos os elementos que tem uma forma material, como o prédio escolar e sua arquitetura, os equipamentos, materiais didáticos, mobiliário, distribuição das dependências escolares e espaços livres, cores, limpeza e saneamento básico. A segunda, a estrutura pedagógica, refere-se às interações políticas, às questões de ensino-aprendizagem e às de currículo escolar”. (VEIGA, 1998).
Para que o estudante possa desenvolver suas atividades formativas na escola, várias questões precisam estar resolvidas, como, por exemplo:
1. acesso à escola, garantido a todos;
2. matrículas correspondentes às vagas;
3. espaço físico adequado (salas de aula, biblioteca, secretaria, quadra de esportes, área de lazer, horta, cozinha, banheiros);
4. pessoal docente e não docente;
5. material didático;
6. alimentação escolar;
7. equipamentos tecnológicos e midiáticos.
Como vimos, uma escola traduz um conjunto de condições e formas de organização e gestão que são históricas e resultam da ação do poder público e da mobilização da sociedade civil organizada, especialmente do movimento dos trabalhadores em educação. Focalizaremos a natureza, a especificidade e a importância dos trabalhadores em educação e de seu trabalho na escola.
5.3 Trabalho e trabalhadores na escola: natureza e especificidade
Embora a escola, historicamente, tenha nascido para a tarefa de ensinar, na realidade o trabalho em seu espaço a "divide" em docente e não docente.
O trabalho docente envolve diferentes profissionais, tais como os professores, coordenadores e diretores. O trabalho não docente envolve os servidores técnicos, como merendeira, zelador, porteiro, auxiliar de limpeza e outros.
É fundamental a compreensão de que o campo pedagógico se constitui enquanto trabalho não material, onde trabalho e produto não se separam e não se acumulam com fins de negociação, tal como acontece nas empresas. Por trabalho não material entende-se aquele que não se separa do ato da produção e não se subordina aos meios e às finalidades, constituindo-se enquanto meio e fim num processo de permanente construção e ressignificação do conhecimento historicamente produzido.
Na escola, trabalhadores docentes e não docentes contribuem com o processo formativo que lá se desenvolve, visando a educação.
Um aprendizado importante se faz necessário: estes trabalhadores docentes e não docentes, juntos, compõem uma categoria cada vez mais visível e identificável na sociedade, os trabalhadores em educação. Para que a escola cumpra a sua função social é necessário contar com todos esses profissionais. Assim, cada trabalhador contribui com sua parcela para que a escola cumpra o seu papel primordial: a formação dos estudantes e dos que nela trabalham e constroem o seu cotidiano.
Para que o professor possa desenvolver suas atividades, visando à formação dos estudantes dos diferentes níveis e modalidades da educação, é necessário contar com a participação de outros profissionais.
Pode ser que você já tenha se feito essas perguntas. Esses trabalhadores envolvem a merendeira, o pessoal de limpeza, o vigia, os agentes das bibliotecas, dos laboratórios, da secretaria e outros importantes atores no dia a dia da escola.
Mais uma vez vamos retomar a LEI nº 12.014/09 para definirmos quem são esses profissionais. Altera o artigo da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, com a finalidade de discriminar as categorias de trabalhadores que se devem considerar profissionais da educação.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º “O art. 61 da Lei 9.394, de 20 de dezembro 1996, passa a vigorar com a seguinte redação: Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos, são:
1. professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio;
2. trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;
3. trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.
Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo a atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como fundamentos:
1. a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho;
2. a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e capacitação em serviço; 
3. o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades.”
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 6 de agosto de 2009; 188º da Independência e 121º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad
Destacamos ainda a importância de que esses profissionais conheçam a legislação, a escola em que trabalham,os processos de trabalho que se realizam na escola, os mecanismos de participação e decisão como caminhos fundamentais para a vivência da gestão democrática.
A seguir vamos retomar, de modo sintético, a compreensão de gestão democrática que construímos ao longo do módulo, visando reforçar conceitos e concepções e, desse modo, contribuir para efetiva participação da comunidade local e escolar nos processos de tomada coletiva de decisão na escola.
5.4 Gestão democrática na escola
A gestão democrática é entendida como a participação efetiva dos vários segmentos da comunidade escolar, pais, professores, estudantes e funcionários, na organização, na construção e avaliação dos projetos pedagógicos, na administração dos recursos da escola, enfim, nos processos decisórios da escola. Portanto, tendo mostrado as semelhanças e diferenças da organização do trabalho pedagógico em relação a outras instituições sociais, enfocamos os mecanismos pelos quais se pode construir e consolidar um projeto de gestão democrática na escola.
Nesse sentido, está posto na proposta de Plano Nacional de Educação da Sociedade Brasileira, que "a gestão deve estar inserida no processo de relação da instituição educacional com a sociedade, de tal forma a possibilitar aos seus agentes a utilização de mecanismos de construção e de conquista da qualidade social na educação”.
A democratização da gestão é defendida enquanto possibilidade de melhoria na qualidade pedagógica do processo educacional das escolas, na construção de um currículo pautado na realidade local, na maior integração entre os agentes envolvidos na escola – diretor, professores, estudantes, coordenadores, técnico-administrativos, vigias, auxiliares de serviços – no apoio efetivo da comunidade às escolas, como participante ativa e sujeito do processo de desenvolvimento do trabalho escolar.
A gestão democrática implica um processo de participação coletiva; sua efetivação na escola pressupõe instâncias colegiadas de caráter deliberativo, bem como a implementação do processo de escolha de dirigentes escolares, a participação de todos os segmentos da comunidade escolar na construção do Projeto Político-Pedagógico e na definição da aplicação dos recursos recebidos pela escola.
Neste sentido, para a efetivação da gestão democrática na escola, faz-se necessário a observação dos seguintes pontos básicos: os mecanismos de participação da comunidade escolar e a garantia de financiamento das escolas pelo poder público.
Estes dois pontos, porém, se desdobram em outros, como:
· a escolha dos dirigentes escolares;
· a criação de órgãos colegiados;
· a construção do Projeto Político-Pedagógico;
· a autonomia da escola.
Portanto, para que haja a participação efetiva dos membros da comunidade escolar, é necessário que o gestor, em parceria com o conselho escolar crie um ambiente propício, que estimule trabalhos conjuntos, que considere igualmente todos os setores, coordenando os esforços de funcionários, professores, pessoal técnico-pedagógico, alunos e pais envolvidos no processo educacional.
A gestão escolar participativa não se refere apenas à democratização interna dos processos decisórios na e/ou da escola, mas também ao fortalecimento da escola enquanto tal.
Bom dia a todos. Estou de volta aqui para gente realizar a nossa aula de revisão, pois nós já finalizamos o nosso módulo de gestão da educação escolar. Então estou de volta aqui para gente retomar os nossos conhecimentos trazidos até aqui, e depois finalizar com a nossa avaliação, que vocês vão realizar após a aula de revisão. Então vamos para o objetivo da nossa aula. O objetivo da aula é retomar os conhecimentos construídos com as aulas e o módulo de gestão da educação escolar, pontuando aspectos direcionados ao nosso cotidiano, principalmente o nosso cotidiano, a fim de promover a melhoria da postura do funcionário frente às mudanças propostas para a construção de uma gestão democrática tão falada até aqui.
 Então na unidade um foi se perguntada a seguinte questão: a administração ou gestão da escola, concepções e escolas teóricas. Então a escola, como um importante espaço de socialização, tem seu cotidiano marcados por várias práticas formativas. Então se a gente analisar o nosso gestor, nossos diretores, a pessoa que está à frente da nossa escola, liderando as ações, a gente vai identificar alguns aspectos que remetem as escolas teóricas, escolas de administração, a forma como ele conduz as ações da escola reflete alguma prática, alguma concepção que ele tem na sua formação. Então o jeito que ele administra, o jeito que ele conduz as ações dentro da escola, reflete alguma concepção, alguma coisa que ele acredite, que ele aprendeu, que ele tem já conduzido dentro da sua vida, dentro da sua prática pedagógica.
Então essas práticas traduzem concepções teóricas, como eu falei, e práticas explícitas ou não. Às vezes essas práticas estão bem implícitas, não estão bem claras. Mas a gente tem, claro, um embasamento de uma teoria, do que a gente acredite. Compreender essas práticas e identificar as concepções de gestão que as norteiam é fundamental. Dessa forma, podemos entender a importância dos espaços, tempos pedagógicos, das dinâmicas de participação que envolvem todos e cada um na gestão e construção de uma educação de qualidade. Então o que diz o slide é que a gente precisa compreender que práticas são essas que norteiam a ação do gestor que está à frente da nossa escola. Se a gente entender, se a gente compreender em que ele está embasado, nós podemos nos inserir dentro do que ele propõe, dentro do que o grupo propõe para nossa escola. Então voltando aqui, falando das escolas de administração. Se a gente falou de práticas, de escolas teóricas que norteiam a prática do gestor, então a gente não pode deixar de falar das escolas de administração. Começamos aqui falando da escola clássica ou de Administração Científica, ou seja, aquela escola que o produto, o lucro, o tempo que o funcionário fica na escola, o que ele produz é o mais importante. Então o que norteia essa escola é a produção. Quanto mais o funcionário produz, quanto mais ele dá lucro para empresa, já que nós estamos falando de uma escola de administração, mais o gestor, o chefe, vai ficar feliz. E, ao contrário, as escolas de relações humanas, elas priorizam, elas entendem que as pessoas, além da produção, além do objeto, além do lucro, elas têm ali, em suas relações, espaços de discussões, espaços de aprendizado e devem ser considerados. A escola behaviorista, ela propõe que se entenda conflitos, que a gente proponha entender o que está acontecendo à nossa volta, não só a produção, mas principalmente essa questão de você entender que os conflitos fazem parte. Como na escola estruturalista, ela prega que não só os conflitos fazem parte, mas eles devem ser usados como crescimento para o grupo. Avançando, vamos discutir agora administração ou gestão de uma instituição social específica, que é a escola.
A gente sabe que escola não é empresa. Enquanto a empresa propõe o lucro, quanto mais você produz, mais o empresário vai ter retorno, quanto menos tempo o funcionário, aquela pessoa que está ali envolvida numa atividade, quanto menos tempo ele gasta produzindo mais ele vai ter lucro. Então a escola não é uma empresa, escola é um espaço diferenciado. Então a gente precisa entender que gerenciar não é diferente de administrar uma empresa. Então a gente vai entender daqui para frente o espaço pedagógico, o espaço escolar como diferenciado, mas a gente precisa também compreender o que a gente pode fazer para intervir na melhoria. Então a gente vai aqui falar do conceito. Entende-se por gestão da educação o processo político-administrativo contextualizado, por meio do qual a prática social da educação é organizada. A gente tá falando aqui de escola organizada, orientada e viabilizada, então vamos optar pelo termo gestão, substituindo o termo administração. Então o que mais se enquadra dentro do que a gente propõe, dentro de entender as relações que acontecemdentro do espaço escolar, cabe mais o termo gestão do que o termo administração. Gestão do sistema educacional. A democratização dos sistemas de ensino e da escola implica aprendizado e vivência do exercício de participação e de tomadas de decisão. Jamais um líder, um gestor, pode ficar em cima do muro. Eles têm que estar propostos, tem que estar disponível a tomar decisões sempre. Trata-se de um processo a ser construído coletivamente, que considera a especificidade e a possibilidade histórica e cultural de cada sistema de ensino, municipal, distrital, estadual ou federal, de cada escola. A escola, como instituição social, deve ser administrada a partir das suas especificidades. Cada escola, cada grupo, cada município tem suas especificidades e devem ser consideradas. Ou seja, a escola é uma organização social dotada de responsabilidades e particularidades que dizem respeito à formação humana por meio de práticas políticas, não podemos deixar, é política sim, necessárias práticas políticas sociais e pedagógicas. Dessa forma a gestão escolar deve ser diferenciada da Administração Geral, mais especificamente da Administração Empresarial, como foi falado. Considerar as especificidades de cada grupo, de cada entorno, como eu falei, é fundamental. Porque se eu tenho uma administração, uma gestão que não considera o diferencial do seu grupo, que não observa em que local está localizado, o que é mais importante, o que elas consideram como primordial, eu vou ser um gestor que estou fora do contexto. Então eu preciso me envolver dentro da comunidade, eu preciso considerar as especificidades de cada grupo para que eu possa ter um sucesso na minha gestão. Continuando. As práticas e ações educacionais devem ser eminentemente educativas de forma a atingir os objetivos da instituição, formar sujeitos participativos, críticos e criativos. A gestão escolar é vista por alguns estudiosos como a mediação entre os recursos humanos, materiais, financeiros, pedagógicos, existentes na instituição escolar e a busca de seus objetivos. Não mais o simples ensino, mas a formação para a cidadania. Então hoje eu tô lendo de forma bem resumida, bem rápida, todos esses conceitos a gente já estudou, a gente já trabalhou, mas a gente vem trazendo aqui comentários, a gente vem trazendo aqui conversas aqui no chat, os comentários que os polos trazem que, infelizmente, nas escolas ainda existe aquelas concepções antigas que as pessoas não podem participar, então a gente está querendo trazer esse debate mesmo que a gente esteja sendo até repetitivo, mas é importante que a gente sempre fique relembrando o que que a gente pode fazer para modificar essa realidade. Então a gestão, numa concepção democrática, efetiva-se por meio da participação dos sujeitos sociais envolvidos com a comunidade escolar na elaboração e construção de seus projetos, como também os processos de decisão de escolhas coletivas e nas vivências e aprendizagens de cidadania.
Então já partindo para a unidade 2. A gente dividiu a unidade 2 em duas partes: a parte 1 fala da reforma do estado brasileiro e a gestão da educação e da escola. Vivemos nas últimas décadas um processo de mudanças em nosso país impulsionado pelo incremento das relações sociais capitalistas, pelo expressivo avanço tecnológico, e pela globalização do capital do trabalho. Lembra que na década de 90 a gente teve uma expansão das tecnologias, muitas pessoas com acesso à internet, pessoas com acesso as mídias, que muita gente estava a uma distância muito grande, então na década de 90 foi realmente impulsionado por essas mídias. A educação também sofreu essas mudanças. Também nós tivemos avanços na questão das conquistas que a gente teve aí no processo de do ano de 1990 a 2014, a gente vem crescendo e avançando nesse sentido. Então é fundamental, aqui continuando, que a gente marque que a partir dos anos 90 ocorre a consolidação de um processo de reforma do estado, centrado na minimização, isso é fundamental, minimização de seu papel no tocante às políticas públicas. Então esses avanços foram impulsionados pela minimização. Então o estado descentralizou seu poder na questão dos recursos, deu a escola esse poder de gerenciar e administrar os recursos, então escola agora pode realizar suas compras, pode realizar as suas compras de merenda, de material, então foi dado a escola esse poder. Também nós tivemos outros avanços que a gente vai falar lá para frente, mas é importante que a gente observe que foi uma mudança gradativa, difícil, e que hoje a gente precisa valorizar muito o que foi conquistado. Continuando. Na área educacional vivencia-se na América Latina mudanças no papel social da educação e da escola, por meio de um conjunto de medidas que alteram o Panorama da Educação Básica Superior. A LDB, Lei de Diretrizes e Bases, apresenta muitos avanços, apesar de tratar de forma paradoxal a descentralização (municipalização, escolarização) e a centralização e controle do poder central, como exemplo os instrumentos nacionais de avaliação. Por que de forma paradoxal? Porque ao mesmo tempo que foi dado a escola esse poder de descentralização dos seus recursos, foi institucionalizado a avaliação. Então as escolas, hoje, todas elas realizam a avaliação externa. O governo federal tomou para si esse poder de avaliar as escolas, com a Prova Brasil, a Provinha Brasil, o Enem, então isso realmente ficou, ao mesmo tempo que dá essa liberdade a escola, realmente prendeu a escola nesse sistema de avaliação. Muitos defendem, alguns criticam, mas a gente sabe que hoje é uma realidade, que todas as escolas estão dentro desse momento de avanço. Continuando. É de fundamental importância que compreendamos a importância de outros espaços de formação no interior da escola e neles buscar a construção de novos horizontes para gestão da educação e da escola, envolvendo a comunidade local e escolar. A educação passo a passo vai sendo desenhada na lógica dos negócios comerciais, isso aí a gente vê que avançou o comércio, avançou o capital, a gente teve aí um grande avanço das tecnologias, isso deu mais lucro, a gente teve um crescimento do país, isso teve também uma influência grande na educação. Em 1995 criou-se Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, que é o Maren, com o objetivo de redefinir as funções típicas do estado, como regulação, fiscalização e gerência. Neste período foram propostas reformas da Educação Básica, Professional, Tecnológica e Superior. Aqui a gente ainda tá está caminhando no crescimento, nas propostas da educação. Grande aumento da privatização da educação superior. Então à medida que o país cresce, o poder aquisitivo das pessoas aumenta, e isso reflete no aumento da privatização da educação superior. Um grande aumento das faculdades particulares, isso refletiu muito no nosso país, é claro para nós. Então a gente tem aí uma boa leitura de que hoje você tem um grande crescimento das faculdades particulares. A ampliação da obrigatoriedade e universalização da educação de 4 a 17 anos então foi obrigatório, foi considerado obrigatório, um avanço da educação, um avanço da LDB e da Constituição. Novos marcos de financiamento, políticas de inclusão, também garantido na lei, garantido na constituição, garantindo na LDB, e garantido no Estatuto da Criança e do Adolescente. A adoção de ações afirmativas visando assegurar maior justiça social, o objetivo maior, entre outras. E isso é um avanço proposto, isso é o que o governo federal propõe, isso que o plano nacional de educação, todas essas leis que envolvem e norteiam nossa educação brasileira. Sabemos que precisamos avançar muito, sabemos que a justiça social está longe de acontecer, mas estamos caminhando nesse processo, nós estamos aqui no curso Pró-funcionário para conhecer mais a respeito e poder contribuir mais nesse avanço. Então vamos continuar, então avançamos agora para a gestão democrática, a construção da gestão democrática na Constituição Federal e na lei de diretrizes e bases da Educação Nacional, a nossa LDB. Está a nossa Constituição,a nossa LDB, a lei que rege nossa educação. Então nós temos garantia do acesso ao ensino público gratuito e obrigatório, consubstanciado no direito público subjetivo. A gestão democrática do ensino público, vinculação de impostos a educação pela qual cabe a união aplicar 18%, e aos Estados, municípios e Distrito Federal 25%, sabemos que nós temos estados que aplicam mais. A tramitação do projeto de lei de diretrizes e bases da educação se deu lentamente, os interesses eram diversos, e havia o embate histórico entre os defensores da escola pública e os defensores da escola privada. Processo lento, como eu já falei, muitos defendiam que as pessoas deviam ter o direito de escolher entre a escola privada e a escola pública, muitos acreditavam que o governo federal não poderia financiar, não poderia investir apenas num modelo, na educação pública, deveria investir também no ensino particular, isso deveria ser um direito de escolha. Mas ganhou o financiamento da escola pública. Então os defensores da escola pública defendiam que o governo federal deveria investir prioritariamente na escola pública, na educação pública como direito a todos. Então, avançando, após vários retrocessos foi aprovado o substitutivo, que é redigido pelo Senador Darcy Ribeiro, e nós temos agora a lei 9.394. A LDB e a constituição favoreceram o debate e uma maior abertura política, que fizeram surgir determinações legais como o ECA, a lei que institui o plano nacional de educação e os fundos de financiamento, como Fundef, agora a gente já tem o Fundeb e, posteriormente, o Fundeb, Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica. A gente conhecendo todos os avanços da educação e os processos de financiamento. Instituição do Conselho Nacional de Educação, CNE, garantindo a representação dos setores organizados da sociedade civil e garantia da gestão democrática nas escolas públicas.
Agora a gente tem aqui os princípios da gestão democrática. Princípios: primeiro princípio, participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político pedagógico da escola. Agora a gente já tá lá na frente, o que que o funcionário da educação pode contribuir no avanço da gestão democrática, na implementação de fato da gestão. A gente tem uma pessoa a frente da escola que é responsável pelas decisões, que é responsável pelas ações, mas a gente precisa incluir, dentro desse processo, a participação das pessoas. A gente sabe que hoje tem muitas escolas que ainda não entendem que democracia pode se fazer dentro da escola, então a gente tem esses princípios, a gente tá aqui relatando, é pra que a gente possa conhecer e intervir. O segundo princípio é participação da comunidade escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. De acordo com a legislação vigente, cabe aos sistemas de ensino regulamentar a gestão democrática por meio de dois instrumentos fundamentais no processo de participação, que é o projeto político pedagógico da escola, elaborado por profissionais da educação, ou seja, ele é elaborado por profissionais, quer dizer a gente não pode ser deixado na mão de uma pessoa só, ou na mão de um pequeno grupo. Ele tem que ser feito em conjunto, ele tem que ser feito de forma que todos possam dar sua contribuição. Conselhos escolares, que incluam membros da comunidade escolar e local, não só os funcionários da escola, mas membros da comunidade. Portanto nem o projeto político pedagógico da escola pode ser desenvolvido sem um envolvimento dos profissionais da educação, nem o conselho escolar pode prescindir dos professores e dos funcionários. Agora a gente precisa entender por que que em muitas escolas esse conselho escolar não funciona. Porque em muitas escolas o conselho não é atuante, nem as pessoas que estão dentro da escola conhecem os membros que fazem parte desse colegiado. Saber o porquê disso, saber o porquê eu enquanto funcionário não solicito a participação, não solicito a exposição dos princípios, do estatuto, dos objetivos, do que o conselho propõe para escola, porque que eu funcionário não posso me incluir dentro desse processo de decisão. Isso é fundamental, a gente tem que refletir, a gente tem que mudar esse atual cenário. Se a gente quer democracia dentro da escola, eu preciso fazer parte dela, eu preciso atuar, eu preciso ser mais questionador, eu preciso sair da minha zona de conforto e partir para poder entender como funciona todo o processo e poder contribuir.
A gente está agora na parte 2, na unidade 2: A reforma do estado brasileiro: a gestão da educação e da escola. Como está o organizado o nosso sistema educacional. A gente precisa entender como é o sistema educacional, como está organizado, pra gente poder intervir na nossa escola. Ele está regulamentado pela Constituição Federal de 88, incluindo a emenda constitucional nº 53/2006 e pela lei, a LDB, e a LDB define os níveis e modalidades que compõem a Educação Nacional, além de sua forma de organização. O artigo 21 define que a educação escolar é composta pela educação básica que abrange educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e pela educação superior. Está aqui o nosso quadro onde está estruturado os níveis, subdivisões da nossa educação básica e da nossa educação superior. De acordo com a nossa LDB, educação infantil tem as subdivisões creche e pré-escola. Duração da creche, quatro anos, faixa etária de zero a três anos. A pré-escola duração 2 anos e a faixa etária 4 a 5 anos. Isso era diferente na 5692, a gente tinha em vez de ano a série, a gente tinha uma não obrigatoriedade do governo federal coma educação básica, isso foi mudado. O ensino fundamental obrigatório de 9 anos, de 6 a 14 anos, o nosso ensino médio três anos ou mais, depende da modalidade, depende do curso que foi escolhido, de 15 a 17 anos ou mais, a faixa etária. Então a educação superior inclui cursos e programas de graduação, pós-graduação por área, que também é variável, e a gente tem aqui, entra na educação superior, idade em base de acima de 17 anos. A Lei define as competências e responsabilidades de cada ente federado. Então quem é responsável pelo que. União, estados, Distrito Federal e municípios, com relação à oferta da educação em seus diferentes níveis, etapas e modalidades. Então aqui a gente vai ter definido quem é responsável por cada modalidade, de quem é a responsabilidade por fornecer as vagas, de administrar esse número de escolas. Então agora ficou definido em lei. Então a gente tem definido não só responsabilidade, mas a cooperação de cada ente federado. Então a gente vai conhecer agora. Destacando que deverão organizar em regime de colaboração, como eu já falei, em seus respectivos sistemas de ensino, de acordo com a legislação vigente, é competência dos municípios atuarem prioritariamente na educação infantil. O município é responsável pela educação infantil, tem que dar prioridade para educação infantil, creche e pré-escola, e Ensino Fundamental, 1º a 5º ano, não esquecer. Cabe aos estados assegurar ensino fundamental e oferecer, prioritariamente, o ensino médio. Então a gente tem um regime de colaboração entre o município e o Estado. Então o Estado, muitas escolas aí de 6º ao 9º ano, muitas escolas que também tem educação infantil, mas é prioridade do Estado o ensino médio. No caso Distrito Federal oferecer toda a educação básica. E a união se incube de manter a sua rede de educação superior, que infelizmente não está satisfazendo a demanda superior e profissional, e dar apoio técnico e financeiro aos demais entes federados. Tivemos grandes avanços no que tange a universalização do Ensino Fundamental. Houve melhoria no fluxo do Ensino Fundamental, de acordo com os números expostos na tabela de seu módulo. Vamos aqui falar da construção da democratização da escola pública: os paradoxos da gestão escolar. Novamente, repetindo, a gente tá passando de forma rápida porque todos esses conceitos, todo esse conhecimento nós já trabalhamos aqui, nós estudamos, nós já discutimos, e a gente mais precisa relembrar da estrutura da educação, de comose forma, quais as leis que interferiram, então é importante que a gente frise, relembre, para a gente poder ter uma boa atuação na avaliação. As escolas públicas vivem um paradoxo, pois se dizem democráticas, mas tem dificuldade para vivenciar a gestão democrática e decidir os seus projetos. Em alguns casos permanecem as bases centralizadas do exercício e personalização do poder em que a chamada à participação se converte em mais uma estratégia de controle. O papel dos profissionais da educação frente à gestão escolar. Onde a gente pode intervir? Eu como funcionário, eu como pessoa atuante, eu como ator, que faço parte desse sistema tão fundamental, de grande importância para a sociedade, com a educação, que é a escola, como eu posso intervir. Os profissionais da educação têm sido apontados como os responsáveis pela ineficiência escolar. Além de todos os problemas que os funcionários já passam, os baixos salários, as más condições de trabalho, muitas vezes eles são os responsáveis pela ineficiência. Então a educação vai mal por culpa dos funcionários. Quantos de vocês já ouviram isso? Quantos de vocês já ouviram que se não está satisfeito pede para mudar de profissão, muda de cargo, então isso a gente ouve muito. Então ainda assim, além de todos os problemas, ainda somos culpados da ineficiência escolar. Por outro lado, a realidade desses profissionais é de precariedades, como eu já falei das condições de trabalho, e fragmentação de suas atividades. A gente tem aí pessoas atuando em vários setores, não sabendo como atuar, não conhecendo o seu real papel dentro da escola e isso fragmenta as suas atividades. Os salários são baixos e, historicamente, as tentativas de melhoria têm se mostrado ineficientes. Reverter essa situação demanda vontade e luta política. Não adianta eu ficar, como eu já falei várias vezes, parado no meu setor de trabalho esperando que a sociedade entenda que a educação é fundamental, que é importante a democracia dentro da escola. Eu tenho que ir à luta, eu tenho que ir atrás dos meus direitos, eu tenho que reivindicar o que é de meu direito. Então não adianta ficar parado esperando que as pessoas por si só tomem essa consciência, a sociedade entenda de uma vez por todas que a educação é fundamental. Eu enquanto funcionário tenho que ir à luta em busca desse entendimento, dessas conquistas, dos meus direitos. É fundamental que eu me mova, que eu tome atitude. Além desses problemas citados, sabemos que a função do trabalhador da educação é considerada de baixo prestígio, infelizmente baixo prestígio social, e passa por mudanças significativas, englobando questões como formação, prática, identidade e carreira profissional. Mas apesar de ter baixo prestígio, nós estamos ainda indo em busca de mudar essa atual realidade. Então a partir do momento que eu estou num curso como o Pró-funcionário, estou indo em busca de avanços profissionais, de conquistas. Então eu estou indo em busca de mudar esse atual cenário. Então vocês já estão dando um importante passo, fundamental. Vocês se moveram daquela situação ali de estar estagnado, daquele funcionário que não cresce, que não avança. Então vocês já estão aqui em busca dessa melhoria. Gestão democrática da escola pública: concepções e implicações legais e operacionais. Os artigos 14 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e 22 do Plano Nacional de Educação, que é o PNE, indicam que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público e na educação básica, obedecendo aos princípios da participação, das comunidades escolares e locais em conselhos escolares. Nesse momento faz-se necessário destacar os seguintes conceitos. A gente está numa disciplina chamada Gestão de Educação Escolar, conhecer o conceito de gestão é fundamental. Então gestão, o que que é? É forma de planejar, organizar, dirigir, controlar e avaliar um determinado projeto. É sinônimo de administração. Visa a racionalização de recursos materiais, recursos humanos, e tem por meta o alcance de uma determinada finalidade. Então a gente fala em meta, alcance de finalidade, alcance dos objetivos, gerenciar, administrar. Então isso tudo envolve o conceito de gestão e a gente vem avançando nessa questão de conceito, na questão de concepções de gestão. A gente vem avançando em novas propostas. A gente tem aqui novos conceitos de gestão que englobam participação, a gente está solicitando aqui de vocês a reflexão dessa pessoa que está à frente ali das ações da sua escola, se ela está se enquadrando dentro desses avanços que a gente está propondo aqui.
A importância do projeto político pedagógico e do trabalho coletivo na escola. A gente tem aqui uma imagem de participação, as pessoas aqui, imagina que a gente tem uma plaquinha da escola, crianças contribuindo, o pai e a mãe, as pessoas, todo mundo indo junto para avançar, para conseguir uma qualidade na educação. Não só a qualidade da estrutura do prédio, mas a qualidade do que o seu filho aprende, do que seu filho conhece, de como vai ser a sua formação no futuro. Então todo mundo empenhado nessa função. E aqui o projeto político-pedagógico, que a gente tanto fala, que é tão fundamental para uma gestão democrática. Para organizar o projeto da escola faz-se necessário pensar nas finalidades cultural, política, social, profissional e humanísticas, as quais a escola se propõe. Como alcançá-las e quais ações devem ser priorizadas. Então vamos primeiro com a finalidade cultural. Diz o seguinte: visa preparar culturalmente os indivíduos para compreender melhor a sociedade em que vivem. A finalidade política ou social busca formar os indivíduos para participarem politicamente na sociedade da qual fazem parte. A finalidade de formação profissional propõe-se a preparar o estudante para a compreensão do papel do trabalho na sua formação. E a finalidade humanística tem como objetivo formar o estudante integralmente. Será decidido de forma coletiva se todas as finalidades terão o mesmo tratamento dentro do projeto, ou se serão priorizadas algumas, isso precisa ficar claro entre a equipe para que as ações sejam desenvolvidas com objetivos claros e concisos. Vejam bem o quanto é importante a participação de todos. Então eu preciso deixar claro no PPP qual finalidade eu vou priorizar, ou se eu vou englobar todas, ou eu vou dar prioridade a todas. Então se a equipe decide junta fica mais fácil a gente definir que caminhos eu vou seguir para a gente chegar a esse objetivo. Então se eu não tenho claro quais são essas finalidades, fica confuso, fica uma educação que não se encaixa. Então é preciso muito a participação de todos para que a gente chegue a um objetivo final.
Na unidade quatro a gente falou da democratização da gestão escolar: mecanismos de participação e autonomia da unidade escolar. Então a gente não quer mais essa autonomia só na lousa, no quadro negro, escrito a palavra, a gente quer que essa autonomia aconteça de fato na escola. A efetivação dessa participação se dá principalmente pelo aperfeiçoamento da escolha de diretores de escola, do fortalecimento dos conselhos escolares, da criação e implementação dos grêmios estudantis, e da construção coletiva do projeto político-pedagógico. Então a gente sempre vem falando desses pontos chaves, que na sua desconstrução/reconstrução de conceitos e valores, vai adquirindo autonomia administrativa e política pedagógica. O processo de construção de uma nova lógica de gestão, que envolva a participação na sociedade dos atores diretamente envolvidos com a prática pedagógica, implica rever o modelo adotado pelos sistemas públicos, cuja estruturação e funcionamento vivem até hoje características de um modelo centralizador. Então já estou falando em várias aulas que a gente precisa entender/compreender como está o processo dentro da minha escola, se realmente a democracia e a autonomia estão acontecendo, para que eu possa tomar uma decisão, de que forma eu vou intervir, de que forma eu vou poder contribuir nesse atual cenário. Então eu sempre venho chamando areflexão dos cursistas sobre o gestor, sobre a forma de gestão, sobre a atuação do conselho escolar. Muitas vezes a gente vem sendo repetitivo, mas é fundamental, porque a gente não conseguiu até hoje deixar as escolas, de fato, mais de 30% democráticas, mais de 30% com a participação dos conselhos escolares de forma atuante. A gente tem uma pequena parcela de escolas que conseguiram esse objetivo. Então a gente precisa entender que a gente precisa mudar esse atual quadro, esse atual cenário. Então de que forma eu vou fazer isso? Conhecendo os mecanismos de participação, não me excluindo da participação, eu sempre tenho que ser atuante, um funcionário mais participativo, e no processo de eleição de diretor, eu realmente ser consciente e não me deixar influenciar, não me deixar intimidar, pois eu sou funcionário público, eu preciso atuar de uma forma consciente. Para serem estabelecidos a autonomia pedagógica e financeira temos pelo caminho vários limites no paradigma de gestão escolar vigente, destacando entre eles a centralização das decisões, os entraves ao estabelecimento dos princípios de organização colegiada da gestão e do trabalho pedagógico, projeto político-pedagógico restrito ao atendimento das determinações da secretaria de educação quer dizer o que a Seduc determina então é um projeto político pedagógico determinado pela Seduc, não acarretando mudanças significativas na lógica autoritária da cultura escolar. Formas de provimento nos cargos dirigentes dissociadas da comunidade escolar. E nesse contexto percebe-se que o processo de uma gestão democrática não se apresenta de maneira padronizada, ou seja, deve ser construído de forma contínua dentro do próprio ambiente escolar. Então não é a Seduc, não é o Mec, que vai trazer a autonomia, trazer a gestão democrática, trazer a democracia para minha escola. Isso precisa ser construído pela escola, precisa ser construído no dia a dia, na rotina. Então eu que preciso, como funcionário, fazer parte de um sistema que vem sendo construído passo a passo. As pessoas de fora, os agentes externos não tem esse poder de trazer a democracia para um ambiente que eu estou inserido. Na continuação da Unidade 4, vamos falar da compreensão da gestão como um ato político. É claro que é um ato político pois se a gente toma decisões, a gente toma partidos, se a gente toma certos direcionamentos, a gente precisa saber que não podemos ficar em cima do muro. Então é um ato político. A gestão da escola requer sempre uma tomada de posição política. Exige-se posicionar-se diante de alternativas, temos várias então a gente precisa se posicionar. Sendo assim não é neutra, pois todas as ações desenvolvidas na escola envolvem atores e tomadas de decisões. Simples ações como a limpeza e conservação do prédio escolar, até ações mais complexas, como as definições pedagógicas, o trato com situações de violência, entre outras. Falando da dimensão de autonomia. Autonomia administrativa, segundo Veiga, consiste na possibilidade de elaborar e gerir seus planos, programas e projetos. Autonomia jurídica diz respeito à possibilidade da escola elaborar suas normas e orientações escolares, em consonância com as legislações educacionais, como por exemplo: matrícula, transferência de alunos, admissão de professores, concessão de grau. Autonomia financeira refere-se a disponibilidade de recursos financeiros capazes de dar a instituição educativa condições de funcionamento efetiva. E a autonomia pedagógica, claro, consiste na liberdade de propor modalidades de ensino e pesquisa. Está estreitamente ligada a identidade, a função social, a clientela, a organização curricular, a avaliação, bem como os resultados e, portanto, a essência do projeto pedagógico da escola.
Já na unidade 5 a gente está falando da gestão democrática e os trabalhadores em educação. Veja bem que o caminho é longo até a gente chegar na questão da gestão democrática, como vai ser, como vai ser agora que eu posso escolher os meus dirigentes, meus diretores de escola, o meu gestor. Então apesar de nós não termos consolidada essa proposta, porque muitos municípios ainda não escolhem seus gestores, muitos municípios ainda estão presos ao sistema, então os sistemas estão escolhendo os gestores. Ainda assim a gente precisa entender que isso pode acontecer, isso deve acontecer. Depende da nossa luta, depende da nossa reivindicação e depende das pessoas que nós elegemos para cargos que dependem de voto, dependem de escolhas. A realidade do espaço escolar divide-se em docente e não docentes. O trabalho docente envolve diferentes profissionais, tais como os professores, coordenadores e diretores. As pessoas fundamentais no processo educativo. A gente tem outras, claro. Entrando no conceito de gestão democrática na escola. Trata-se de uma maneira de organizar o funcionamento da escola pública quanto aos aspectos políticos, administrativos, financeiros, tecnológicos, culturais, artísticos e pedagógicos. Finalidade de dar transparência as suas ações e atos, e possibilitar a comunidade escolar e local a aquisição de conhecimentos, saberes, ideias e sonhos, num processo de aprender, inventar, criar, dialogar, construir, transformar e ensinar. Temos pontos básicos aí para essa gestão democrática. Um ponto básico: os mecanismos de participação da comunidade escolar. Outro ponto básico: a garantia de financiamento das escolas pelo poder público. Esses dois pontos se desdobram em outros que é a escolha dos dirigentes escolares, a criação de órgãos colegiados, nossos conselhos, o PPP, que tudo isso junto vai resultar na autonomia da escola. Então esses pontos básicos precisam ser considerados. Nós viemos até aqui caminhando, entendendo como funciona a estrutura da escola, como são as leis, como foram elaboradas, como chegamos até aqui, nossas conquistas. E a gente tem aqui os pontos básicos, mas se a gente chegar nessa autonomia, para a gente chegar numa escola que considere a opinião do funcionário fundamental, onde todos possam tomar decisões, todos possam participar dessas ações, nós temos uma longa caminhada. Você faz parte disso e você pode interferir nisso. E a gente sabe que nós estamos agora num processo, no estado, de eleição para diretor de escola. Muitas escolas estão passando por conflitos porque a democracia não foi entendida como fundamental, como algo que vai trazer benefício para a comunidade. Então as pessoas ainda estão dentro de um processo de vaidade, dentro do processo de tomada de poder, de centralização do poder. O poder é meu e ninguém pode tirar. Isso é triste, porque às vezes a gente pensa, porque não, a gente tá num processo democrático dentro do Brasil e dentro de uma escola a gente não consegue fazer democracia. Isso é infelizmente triste, mas a gente tá aqui para mudar essa situação. A escola é um espaço de contradições e diferenças. Nesse sentido, quando buscamos construir na escola um processo de participação baseada em relações de cooperação, partilhamento de poder, diálogo, respeito às diferenças, liberdade de expressão, garantimos a vivência de processos democráticos a serem efetivados no cotidiano, em busca da construção de projetos coletivos. A construção de uma escola em que a participação seja uma realidade depende, portanto, da ação de todos, que se traduz em atos políticos com tomadas de decisão. Eu trouxe aqui uma mensagem de um filósofo que eu gosto muito, Jean Jacques Rousseau. Então quando a gente encerrar essa aula de revisão, vocês vão realizar a avaliação, vocês vão construir o memorial e nós vamos ter encerrado o nosso módulo de Gestão da Educação Escolar. Esperamos ter contribuído muito para o cotidiano escolar de vocês, no processo de reflexão, então eu vou deixar essa mensagem e a gente deixa para vocês refletirem e realmente levar para sua escola essa proposta de mudança. Então diz o seguinte: "Ousarei expor aqui a mais importante, a maior, a mais útil regra de toda a educação: É não ganhar tempo, mas perdê-lo". Então quando a gente está usando o nosso tempo para a educação, a gentediz aí que a gente perde, mas esse perder se torna ganhar. Então na educação não se tem de ganhar tempo, a gente perde. Mas no futuro a gente vai ganhar. Então Rousseau trouxe aqui uma mensagem para que a gente possa sempre ter essa inquietude de conhecer, ter essa inquietude de querer mais conhecimento. Então através do conhecimento a gente pode mudar nossa atual realidade. Então deixo aqui um grande abraço para vocês, a gente tenta se encontrar nas próximas aulas, nos próximos módulos, e uma boa avaliação para vocês, um bom memorial e sucesso para todos. Até a próxima.
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