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Unidade 02
Orçamento de Obras
Planejamento, 
Orçamento e 
Controle de Obras
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
FERNANDA MICHAELSEN
GISELLY SANTOS MENDES
AUTORIA
Fernanda Michaelsen 
Sou formada em engenharia civil na Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul, com uma experiência técnico-profissional na área de 
planejamento, orçamento e controle de obras de mais de 8 anos. Sou 
apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. 
Giselly Santos Mendes
Sou Mestre em Qualidade Ambiental pela Universidade FEEVALE/
RS, graduada em Tecnologia de Polímeros - Ênfase em Gestão da 
Qualidade e Administração de Empresas. Experiência na área da garantia 
da qualidade, auditorias internas, processos industriais, materiais 
poliméricos, ensaios mecânicos e sistemas de gestão ISO 9001, ISO 
14001. Atuação na iniciação científica e aperfeiçoamento acadêmico nas 
temáticas de inovação, gestão do conhecimento organizacional, gestão 
ambiental, sustentabilidade e inovação ambiental.
Por isso fomos convidadas pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder ajudar 
você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Tipos de custo de obra e formas de identificá-los .......................10
Os custos diretos e indiretos ................................................................................................... 10
Matriz de custos do projeto ..................................................................................................... 14
Elaboração de orçamento de obras ...................................................19
Orçamento estimativo.................................................................................................................. 19
Orçamento preliminar ..................................................................................................................23
Orçamento analítico ......................................................................................................................24
Análise das condicionantes, visita técnica e levantamento de 
quantidades .....................................................................................................................25
Discriminação dos custos diretos ....................................................................26
Discriminação dos custos indiretos ................................................................27
Cotação de preço ........................................................................................................27
Definição de encargos sociais e trabalhistas, lucro e BDI .............28
Planilhas de custo unitário em orçamento de obras ...................33
Planilha ..................................................................................................................................................33
Composição de custo ..................................................................................................................35
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da construção 
civil (Sinapi) ...................................................................................................................... 39
Sistema de Custos Referenciais de Obra (Sicro) .................................. 40
Diagrama de Pareto e sua aplicação no orçamento de obras .43
O conceito ............................................................................................................................................43
A curva ABC ........................................................................................................................................ 46
Vantagens da curva ABC ....................................................................................... 49
7
UNIDADE
02
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
8
INTRODUÇÃO
As previsões apontam um cenário bastante otimista para a indústria 
da construção para os próximos anos, com perspectiva de grande aumento 
na geração de empregos. Isso mesmo. A área de Planejamento faz parte 
da cadeia de decisão de uma empresa, sendo fundamental para definição 
dos projetos, obras e empreendimentos que serão realizados, além de 
escolher a forma mais vantajosa de executá-los. Uma das importantes 
fases do planejamento é a orçamentação. Nessa etapa, os projetos e 
especificações técnicas são analisados para elaboração da planilha de 
orçamento do projeto. Por meio dos orçamentos, entendemos se a obra 
é economicamente viável e se irá possibilitar à empresa alcançar o lucro 
esperado. Um profissional capacitado, capaz de considerar diversas 
variáveis, é fundamental para a área de orçamentos de uma empresa. 
Interessado? Ao longo desta unidade letiva, você vai aprender muito 
sobre a orçamentação, vamos lá!
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no 
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1. Compreender os tipos de custos e formas de identificá-los em um 
orçamento de obra;
2. Aplicar as técnicas e os processos de orçamentação em projetos 
de obras;
3. Construir planilhas de custo unitário para se chegar à matriz de 
custos da obra;
4. Aplicar o princípio do diagrama de Pareto em um orçamento de 
obra.
Curioso para ampliar seus conhecimentos sobre orçamentos de 
obras? Ótimo! Então, vamos seguir em frente! 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
10
Tipos de custo de obra e formas de 
identificá-los
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender 
os diferentes tipos de custos e também formas de 
identificá-los em um orçamento de obras. A etapa de 
levantamento e identificação dos custos é extremamente 
importante para determinar se um projeto será ou não 
interessante (ou até mesmo possível) economicamente. É 
por meio do entendimento da estrutura de custos de um 
empreendimento que podemos torná-lo mais rentável e 
gerar maior retorno para a empresa. E então? Interessado 
em aprender como desenvolver essa competência? Então, 
vamos em frente!
Os custos diretos e indiretos
Você concorda que, antes de iniciar um projeto, é comum nos 
perguntarmos quanto ele vai custar, certo? E, dependendo da resposta, 
podemos desistir de realizá-lo, não é mesmo? 
Para termos uma ideia preliminar do quanto será necessário gastar 
para executar um projeto, podemos realizar uma estimativa inicial dos 
custos envolvidos. Podemos usar como referência outros orçamentos 
similares já realizados como referência global ou mesmo índices 
específicossetoriais, como o Custo Unitário Básico (CUB) por m² de 
construção. Uma estimativa de custo, porém, não considera aspectos 
específicos e detalhamentos que só são contemplados com uma análise 
criteriosa na orçamentação, e, portanto, não devem ser utilizados para 
elaboração de propostas comerciais (DIAS, 2011).
Você sabe o que é o CUB? É o Custo Unitário Básico, um indicador 
de grande importância na construção civil. É utilizado como um parâmetro 
para avaliação do custo por metro quadrado de obra, considerando 
que as exigências legais sejam cumpridas. Os Sindicatos da Indústria 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
11
da Construção Civil são responsáveis pelo cálculo e divulgação mensal 
desse índice. 
SAIBA MAIS:
O CUB / m² representa o custo parcial da obra, ou seja, 
alguns itens não estão contemplados no cálculo desse 
parâmetro e devem ser calculados e considerados 
separadamente. Por exemplo: fundações, rebaixamentos 
de lençol freático, equipamentos, áreas de urbanização e 
recreação, entre outros, devem ser levados em conta de 
acordo com o projeto específico de cada empreendimento, 
bem como a contratação dos projetos, impostos e taxas, e 
remunerações do construtor e do incorporador.
Para mais informações sobre o CUB / m², acesse o link 
clicando aqui. 
Ao processo de determinação de um orçamento damos o nome de 
orçamentação. Para sua realização, diversas etapas devem ser seguidas 
e analisadas, de forma a contemplar o maior número de variáveis e 
itens possíveis. Primeiramente, precisamos identificar e compreender os 
elementos que vão compor o orçamento, levantar a quantidade de cada 
um deles e analisar particularidades e especificidades (MATTOS, 2006).
Podemos dizer que um bom planejador é aquele que reúne 
competências e habilidades diversificadas que permitam, acima de tudo, 
uma visão ampla do objetivo do projeto e a capacidade de segmentá-
lo em uma sequência lógica de subetapas e atividades, determinando a 
duração, relação de interdependência, recursos necessários e orçamento 
de cada uma delas. É aquele que, de posse das informações técnicas 
necessárias, consegue estabelecer um “plano” de como executar o 
escopo e o que será necessário para atingir o objetivo.
Além disso, um bom planejador deve acompanhar o andamento 
do seu “plano” e ajustar o que for necessário para garantir a realização do 
projeto.
Resumidamente, podemos dizer que, para determinar um 
orçamento, devemos considerar os custos diretos (mão de obra, material 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
http://www.cub.org.br/saiba-mais
12
e equipamentos aplicados na obra), os custos indiretos (despesas do 
canteiro de obras, equipes de supervisão e apoio, taxas), além, é claro, 
dos impostos e lucro. 
Quer conhecer como classificar os custos? Vamos em frente!
Podemos classificar os custos por meio de diversas metodologias. 
Cada empresa ou organização pode classificar os custos de formas 
diferentes, em função de sua estrutura e procedimentos internos. De 
forma geral, podemos classificar os custos em:
 • Custos diretos – aqueles relacionados à compra de materiais, 
utilização de equipamentos, gastos com mão de obra e demais 
insumos necessários para a realização da atividade. São 
diretamente vinculados ao produto do projeto.
 • Custos indiretos – aqueles relacionados às despesas gerais, ou 
também aqueles gastos feitos pela empresa para mais de um 
projeto, que depois podem ser rateados (atribuídos conforme 
critério específico para cada obra). Podemos citar como exemplo as 
despesas para manutenção e operação do escritório, pagamento 
do pessoal administrativo, assessoria jurídica, propaganda, entre 
outros.
 • Custos fixos – são aqueles que praticamente não variam com a 
quantidade de trabalho ou volume de produção. Por exemplo, 
o custo com o aluguel da sala comercial onde será realizada a 
pré-venda do empreendimento é o mesmo, não importando se 
a construção está 25% ou 100% concluída. É importante ressaltar 
que o custo fixo tem uma capacidade máxima de atendimento 
(amplitude) e que, se ela for superada, os custos poderão variar. 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
13
Figura 1 – Gráfico custo fixo
 Fonte: Elaborado pelas autoras com base em Barbosa et al. (2011).
 • Custos variáveis – são aqueles que variam, em função da 
quantidade de trabalho do projeto, de forma proporcional e direta 
(BARBOSA et al., 2011).
Figura 2 – Gráfico custo variável
 Fonte: Elaborado pelas autoras com base em Barbosa et al. (2011).
Além dos tipos de custos acima descritos, podemos citar ainda:
 • Custos semivariáveis – são aqueles que variam de forma não 
proporcional em relação à variação do volume (ou quantidade) de 
trabalho.
 • Custos totais – constituídos pelo custo variável e pelo custo fixo ou 
semivariável (LIMMER, 1997).
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
14
Matriz de custos do projeto
Bom, agora que já conhecemos a classificação dos custos, vamos 
aprender uma maneira geral de identificá-los e então montar a matriz de 
custo preliminar do orçamento.
Primeiramente, vamos pensar nos custos diretos do projeto. Como 
já vimos, os custos diretos são aqueles que estão associados diretamente 
ao serviço de campo, ou seja, ao empreendimento que está sendo 
construído. Vamos separar esses custos em fixos e variáveis.
 • Mão de obra da equipe de campo, envolvida diretamente com 
a execução da obra – é um custo variável, quanto maior for a 
quantidade de serviço a ser realizado, geralmente precisaremos 
de uma equipe maior para conclusão dos serviços dentro do prazo.
 • Materiais de obra – é um custo variável, ou seja, se aumentar 
o número de pavimentos, tipo de um edifício, a quantidade de 
material para execução do escopo também aumentará.
Na sequência, vamos identificar aqueles custos que são necessários 
e que, mesmo não estando associados diretamente com a construção em 
si, são imprescindíveis para a conclusão do projeto. Tais valores também 
serão separados em custos fixos e variáveis.
 • Materiais da administração empresarial e do projeto, e pessoal 
da administração empresarial – é um custo fixo, geralmente os 
valores da administração permanecerão inalterados até uma certa 
amplitude de serviços.
 • Custo do técnico de segurança que atende todas as obras da 
empresa – é um custo variável, pois, dependendo do porte da obra, 
o rateio da quantidade de horas que o profissional dispenderá no 
projeto pode ser aumentado ou diminuído.
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
15
Figura 3 – Matriz de custos
Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).
A classificação dos custos depende de particularidades de cada 
empresa e não é raro um orçamentista ficar com dúvidas na hora de 
classificar um custo como direto ou indireto. Porém, o crucial é considerar 
o custo no orçamento, pois, independentemente de ser classificado como 
direto ou não, o valor total da obra será o mesmo (MATTOS, 2006).
Outros fatores podem impactar, e muito, na determinação de um 
orçamento. Mesmo quando falamos de objetos aparentemente iguais, as 
particularidades devem ser consideradas. Como assim?
Vamos usar como exemplo a seguinte situação: você fez um 
orçamento completo para a construção de uma casa em sua pequena 
cidade natal, localizada no litoral. Lá o clima é quente, o terreno é plano 
e quase não tem vegetação. Estava tudo programado para a construção 
de sua casa, mas você foi promovido e terá de mudar de cidade. Irá para 
uma grande metrópole, situada em um local montanhoso, com florestas 
e clima bastante frio. Você acha que poderá usar o mesmo orçamento, 
mesmo que o desenho da casa seja igualzinho? Já podemos imaginar que 
não será possível replicar os custos em situações diferentes.
Mesmo que o orçamento inicial seja usado como base, as 
especificidades deverão ser consideradas e os custos revisados. 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
16
As condiçõeslocais, como clima, vegetação, relevo e tipo de 
solo, deverão ser estudadas, pois podem alterar a solução da fundação 
prevista, gerar a necessidade de rebaixar o lençol freático, ser necessário 
contratar empresa para limpeza e destocamento da vegetação.
A localidade da obra também influencia fortemente nas questões 
logísticas e de acesso às fontes de matérias-primas, na disponibilidade de 
mão de obra, na facilidade de acesso de equipamentos de grande porte, 
nas alíquotas de impostos e taxas. 
Se a sua obra for em uma cidade grande, provavelmente o 
acesso aos materiais será facilitado. Porém, a mobilização de grandes 
equipamentos em uma via urbanizada pode não ser tão simples, assim 
como possivelmente haverá restrições para o uso de explosivos para 
detonação de um solo rochoso.
Outro fator importante refere-se à política de preços praticada 
pela empresa que executará o projeto. Se a empresa tiver uma estrutura 
grande, pode ser que a taxa de administração central que será repassada 
para seu contrato seja maior, por exemplo (MATTOS, 2006).
E se considerarmos que após ter estudado todas essas 
particularidades e ter alterado o orçamento, você demore um ano para 
decidir construir a sua casa na nova cidade, será que o orçamento revisado 
ainda será válido?
A temporalidade é um outro fator que impacta bastante o 
orçamento. O valor de aquisição dos insumos pode se alterar ao longo 
do tempo, novas leis podem ser sancionadas e ocorrer alterações nas 
alíquotas de impostos, e novas técnicas construtivas podem surgir e 
otimizar a execução de um determinado serviço.
Levando todos esses fatores em conta, fica claro que devemos 
revisar e adequar sempre nossos orçamentos a situação atual, não é 
verdade?
Mesmo que todas as etapas da orçamentação tenham sido 
adequadamente cumpridas, é importante ressaltar que um orçamento 
de obra bem executado tem pouquíssimas chances de ser exato. Isso 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
17
não quer dizer que algo foi feito de forma errada: todo orçamento é uma 
aproximação.
A função do orçamento é fornecer uma estimativa, de maneira 
mais precisa possível, dos custos para execução do contrato. Precisamos 
estar cientes de que alguns fatores não poderão ser sempre definidos 
com exatidão, por exemplo, as chuvas, flutuações de demanda e oferta 
do mercado, paralisações, disponibilidade de materiais e matéria prima.
Quando falamos em imprecisões e pensamos no risco vinculado 
aos parâmetros que não podemos controlar ou prever com exatidão, 
geralmente temos o ímpeto de incluir uma “margem de segurança”.
Podemos chegar a pensar que um orçamento bem executado é 
aquele que prevê todos os riscos e garante uma alta lucratividade. Porém, 
tanto os preços muito baixos quanto os muito altos são perigosos para a 
empresa proponente. O primeiro, porque as chances de concretização do 
lucro esperado vão sendo reduzidas pela falta de precisão do orçamento, 
cujas despesas adicionais acabam “comendo” parte do lucro. Já o 
segundo, porque o fator de majoração foi tão alto que tornou o preço 
ofertado pouco competitivo (MATTOS, 2006).
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
18
RESUMINDO:
O orçamento de uma obra é uma etapa bastante importante, 
não é mesmo? Para garantir que você entendeu bem o 
que vimos até aqui, vamos resumir tudo o que estudamos. 
Você aprendeu que, antes de decidir pela execução de um 
projeto, uma das primeiras coisas que pensamos é o quanto 
ele irá custar. Não é diferente quando falamos de empresas 
e organizações. A elaboração correta do orçamento de um 
projeto é um fator essencial para definir se é viável ou não 
o executar, assim como se o lucro esperado é interessante 
para o dono do empreendimento ou o construtor. Você 
deve ter assimilado também que os custos para execução 
de um projeto podem ser diretos, aqueles que são 
associados diretamente à execução da obra; ou indiretos, 
aqueles que são necessários para execução do escopo, 
mas que não estão associados diretamente à realização da 
obra. Vimos, ainda, que os custos podem ser fixos, quando 
não se alteram em função da variação da quantidade de 
trabalho a ser executada; ou variáveis, quando variam 
proporcionalmente com a variação da quantidade de 
trabalho. Você deve ter entendido também que diversos 
fatores impactam em um orçamento, como: as políticas 
da empresa; as condições locais, como clima, tipo de solo, 
vegetação; e a temporalidade. Pronto para aumentar seus 
conhecimentos sobre orçamentos de obras? Então, vamos 
adiante!
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
19
Elaboração de orçamento de obras 
OBJETIVO:
Neste capítulo, você vai conhecer técnicas para elaborar 
o orçamento de uma obra. Você vai aprender a escolher a 
metodologia de orçamento que melhor se encaixa com o 
tipo de estudo que está realizando e também como elaborar, 
de forma rápida, estimativas de custo que podem auxiliar a 
decidir se a construção é ou não é viável economicamente. 
Você irá compreender que um orçamento é composto 
por diferentes custos e que, além dos custos dos serviços 
diretos, outras considerações importantes devem ser feitas 
na hora de calcular o valor de uma obra. Quer saber mais? 
Então, vamos em frente!
Orçamento estimativo
Para começar, é importante entender que o grau de detalhamento 
de um orçamento depende da precisão requerida para a fase de estudo 
do projeto. Se você está recém-iniciando no estudo de sua construção, 
pode não ser necessário elaborar um orçamento extensivo de todas as 
etapas da execução, até mesmo porque a obtenção das informações 
necessárias pode não ser tão fácil assim.
Podemos classificar os orçamentos em relação ao grau de 
detalhamento, da seguinte forma:
 • Orçamento estimativo – trata-se de uma avaliação de custo 
expedita, isto é, com base em outros projetos similares realizados, 
dados históricos e indicadores genéricos. É utilizado quando 
queremos ter uma ordem de grandeza do custo da obra.
 • Orçamento preliminar – trata-se de um estudo um pouco 
mais detalhado, levando em consideração as quantidades dos 
principais serviços e referência de valores dos insumos, além de 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
20
serviços mais representativos. Por ser baseado em informações 
mais fundamentadas, possui um grau de incerteza inferior.
 • Orçamento analítico ou detalhado – visa a detalhar da forma 
mais aproximada possível o custo real da obra. São utilizadas 
composições de custos para os serviços envolvidos e realizada 
uma coleta de preços dos insumos e atividades terceirizadas 
(MATTOS, 2006).
Nas fases iniciais de estudo de um projeto, o orçamento estimativo 
fornece uma ideia geral do porte do empreendimento e de seus custos. 
Para essa estimativa, usamos índices e parâmetros já consolidados no 
mercado.
O CUB / m² construção é o mais usado em construção civil e 
retrata o custo parcial da construção de projetos de diversos padrões. 
Como já vimos no capítulo anterior, ele é fornecido pelos sindicatos de 
cada estado, sendo atualizado mensalmente. Consulte o site do Sindicato 
da Indústria e Construção do estado onde você mora e pesquise mais a 
respeito!
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
21
Figura 4 – Caracterização dos projetos-padrão, conforme a ABNT NBR 12721:2006
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
22
Fonte: Elaborado pelas autoras com base na NBR 12721 (ABNT, 2006).
Dependendo da área de atuação de cada empresa, pode ser 
necessário utilizar outros parâmetros de referência. Para construção de 
loteamentos, por exemplo, pode-se utilizar o Custo de Urbanização – 
Avaliação de Glebas, atualizado mensalmente pela editora PINI (MATTOS, 
2006).
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
23
Orçamento preliminar
Para orçamentos com um nível de detalhamento maior, podemos 
aprimorar a estimativa inicialmente realizada, fazendo uso de indicadores 
(da própria construtora ou de recomendaçõesda literatura técnica geral). 
A ideia é refinar um pouco mais a análise, levantando custos das atividades 
mais representativas.
Ao olharmos pacotes de serviço menores, os erros tendem 
também a serem reduzidos, pois diminuímos algumas das incertezas e 
compreendemos melhor o projeto.
Com base em levantamentos preliminares e cotações ou pesquisa 
de custo dos insumos/serviços, podemos ter uma ideia mais precisa dos 
custos de certas atividades e compor o orçamento preliminar do projeto.
Vejamos alguns indicadores de obras de construção civil:
Taxa de forma: entre 12 e 14 m² por m³ de concreto
 • Para cálculo preliminar da área de forma que será necessária para 
estruturar.
Taxa de aço: entre 83 e 88 kg por m³ de concreto para estruturas 
abaixo de 10 pavimentos; e entre 88 e 100 kg por m³ de concreto para 
estruturas com mais de 10 pavimentos.
 • Para cálculo preliminar do peso de ferragem (armação) que será 
necessária para estrutura. Sabemos que as solicitações dos 
diversos componentes estruturais demandarão densidades e 
quantidades específicas, porém trata-se de um número médio.
Espessura média: entre 12 e 16 cm para estruturas abaixo de 10 
pavimentos; e entre 16 e 20 cm para estruturas com mais de 10 pavimentos. 
 • Para cálculo preliminar do volume de concreto, a espessura média 
é aquela que o volume de concreto do pavimento atingiria se fosse 
distribuído regularmente pela área do pavimento, considerando 
apenas e superestrutura do prédio (não incluída as fundações e 
outras estruturas complementares) (MATTOS, 2006).
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
24
Vejamos a seguir um exemplo de utilização desses indicadores.
EXEMPLO: para um prédio de cinco andares com área construída 
de 1.800 m², estimar o volume de concreto, o peso de armação e a área 
de formas.
Sabemos que:
Área construída = Ac = 1.800 m²
Número de andares = 5 andares
Volume de concreto = Vconc = Ac x espessura média
Peso de armação = Vconc x taxa de aço
Área de forma = Vconc x taxa de forma
O primeiro passo é calcularmos o volume de concreto que será 
utilizado. Como o prédio possui 5 andares, vamos adotar a espessura de 
14 cm.
Volume de concreto = Vconc = 1.800 m² x 0,14 m = 252 m³
Com o volume de concreto, podemos obter as demais informações 
requeridas. Para estruturas com menos de 10 pavimentos, a taxa de aço 
geralmente fica entre 83 e 88 kg por m³ de concreto. Adotando 85 kg por 
m³ de concreto temos:
Peso de armação = 252 m³ x 85 kg / m³ = 21.420 kg de aço 
A taxa de forma média é entre 12 e 14 m² por m³ de concreto. 
Adotando 13 m² por m³ de concreto vamos ter:
Área de forma = 252 m³ x 13 m² / m³ = 3.276 m²
Por mais que as estimativas e os orçamentos preliminares auxiliem 
no processo de entendimento do custo de uma obra, o cálculo detalhado 
é a maneira mais confiável de se obter o custo de forma precisa.
Orçamento analítico
Para definição de um orçamento detalhado, com o objetivo de 
prever o custo total da obra, deve-se utilizar o orçamento analítico. Sua 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
25
elaboração consiste em compor os valores unitários para as atividades 
necessárias à realização do escopo, considerando os recursos utilizados 
para sua execução – os custos diretos: mão de obra, material, hora de 
equipamento. Somam-se aos custos diretos os valores com a equipe 
técnica, pessoal administrativos, taxas e gastos com manutenção, ou seja, 
todos os custos indiretos associados ao projeto.
De forma a facilitar a elaboração do orçamento analítico, 
apresentamos a seguir um breve roteiro que guiará você nas etapas da 
orçamentação. Preparado?
Análise das condicionantes, visita técnica e 
levantamento de quantidades
O orçamentista precisa compreender o projeto a ser executado. 
Para isso, deve fazer estudos aprofundados dos projetos, especificações 
técnicas, localização e condições do entorno da obra, entre outras 
especificidades. 
O conjunto de projetos de uma obra pode conter um material 
bastante extenso: são projetos arquitetônicos, estruturais, hidrossanitários, 
elétricos, de prevenção contra incêndios, paisagismo, entre outros. Porém, 
os dados neles constantes são preciosos para a elaboração do orçamento. 
Muitas vezes nos detalhes das pranchas, notas, tabelas e quadros estão 
informações importantes para a definição dos valores dos serviços. 
O caderno de especificações técnicas é o documento que reúne 
a descrição qualitativa dos materiais a serem empregados. É nele que 
constam, por exemplo, informações como o padrão de piso a ser usado, 
os ensaios requeridos e tolerâncias dimensionais.
Sempre que possível, deve-se realizar uma visita técnica ao local 
da obra para avaliar as condições reais do local, bem como verificar se 
há alguma interferência importante e não relacionada ao projeto, se as 
vias de acesso permitem uma mobilização adequada, se há infraestrutura 
mínima para implantação do canteiro de obras (luz, água, esgoto, terreno 
que não interfira no local da obra ou aluguel próximo ao empreendimento). 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
26
É fundamental que o orçamentista consiga definir qual o nível de 
análise necessário em relação ao estudo requerido e qual a complexidade 
do empreendimento em que está trabalhando. Além de saber o que 
fazer, deve também saber o quanto de cada serviço deve ser feito. Para 
isso, os serviços identificados devem ser quantificados, por meio de um 
cuidadoso levantamento de quantidades, que irão compor a planilha de 
serviços e quantitativos da obra (MATTOS, 2006).
IMPORTANTE:
Nos casos de licitações públicas, o órgão contratante 
geralmente envia, juntamente com o edital, uma planilha 
de serviços e quantitativos, que será utilizada por todas as 
empresas interessadas em participar do processo licitatório. 
Mesmo as quantidades tendo sido fornecidas, é fundamental 
que o orçamentista faça seu próprio levantamento, a fim de 
identificar divergências ou incoerências nas quantidades, 
além de evitar distorções no orçamento.
Discriminação dos custos diretos
Os custos diretos são aqueles relativos aos serviços de campo. Para 
obter os valores de tais serviços, geralmente fazemos uso das composições 
de preços unitários, nas quais são descritos todos os insumos necessários 
para execução do serviço, discriminando seu consumo (a quantidade 
necessária daquele insumo para executar uma unidade de serviço).
Para facilitar a compreensão das composições de preço unitários, 
podemos pensar da seguinte forma: quanto de cada insumo será 
necessário gastar para fazer o serviço esperado?
Podemos classificar os insumos em três categorias básicas:
1. Materiais – cimento, areia, placa de porcelanato, lata de tinta, 
tijolos etc.
2. Equipamentos – betoneira, lixadeira, escavadeira, entre outros.
3. Mão de obra – pedreiro, servente, carpinteiro, eletricista etc.
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
27
Serviço é o pacote de trabalho mensurável executado com o 
conjunto de insumos (TOGNETTI; LAPO, 2020).
Muitos órgãos ou editoras especializadas fornecem como referência 
composições de preço unitário, o que facilita bastante o processo. No 
próximo capítulo, aprenderemos mais sobre as composições unitárias de 
preço.
Discriminação dos custos indiretos
Além de conhecermos os serviços envolvidos diretamente na obra, 
precisamos estar atentos às despesas indiretas, como os custos com 
despesas gerais (material de escritório, limpeza); pessoal técnico e de apoio 
(engenheiros, encarregados, apontador); mobilização e desmobilização 
de canteiro de obras, assim como as taxas e emolumentos. Tais custos, 
apesar de essenciais, não estarão listados na planilha de serviços e 
quantidades da obra.
Cotação de preço
Agora que já entendemos o projeto, levantamos suas quantidades, 
relacionamos os custos diretos, suas composições unitárias e 
discriminamos os custos indiretos, é hora de colocarmos o valor monetário 
em cadaum desses itens. O processo de cotação pode ser feito por meio 
de pesquisas de mercado, consultando fornecedores da região da obra. É 
muito importante levar em conta os fatores de localidade, temporalidade 
e especificidades na hora de realizar e utilizar uma cotação de preços. 
Além do custo do insumo em si, não podemos esquecer de considerar 
outros gastos, como frete, cobranças adicionais pelo descarregamento e 
impostos. Caso a cotação enviada pelo fornecedor indique frete FOB, ou 
seja, free on board = livre a bordo, o comprador será responsável por arcar 
com as despesas de transporte, carregamento, seguro, entre outras. Ou 
então o frete indicado seja CIF, logo, cost, insurance and freight = custo, 
seguro e frete, é o fornecedor que se responsabilizará pelos valores, 
situação popularmente conhecida como “posto obra”. Deve-se sempre 
estar muito atento às especificações da cotação, se coincidem com as do 
produto cotado.
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
28
Se você não tem nenhum parâmetro para avaliar se o preço de 
um insumo está caro ou barato, como você sabe se o preço dado pelo 
fornecedor está coerente? Bem, a solução pode estar em realizar mais de 
uma cotação e verificar a variação entre eles. Essa conduta é utilizada por 
muitas empresas, de forma a garantir a assertividade dos preços utilizados 
em seus orçamentos (MATTOS, 2006).
Definição de encargos sociais e trabalhistas, lucro 
e BDI
Nesta etapa, serão definidos o percentual de impostos que 
vão incidir sobre a hora dos trabalhadores e os benefícios pagos pelo 
empregador que devem compor o custo da mão de obra, os chamados 
encargos sociais e trabalhistas. Sabemos que o custo de um operário 
para a empresa é bem superior ao seu salário-base. Se esses valores 
não forem contemplados, o desbalanço do orçamento pode ser bastante 
representativo. Cada empresa tem suas particularidades e encargos 
variáveis, que devem ser considerados na hora de definir a porcentagem 
de encargos que incidirá sobre a mão de obra no orçamento, de acordo 
com sua política interna.
Como já vimos, a planilha de serviços e quantidades explícitas, 
geralmente, possui os serviços diretos que serão necessários para 
execução do projeto. Porém, além desses, temos diversos outros custos 
indiretos que devem ser, de alguma forma, incorporados ao orçamento. E 
não podemos esquecer do lucro!
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
29
IMPORTANTE:
Lucro ou lucratividade? É importante conhecermos a 
correta definição dos termos para evitarmos confusões.
Lucro é a expressão monetária da diferença entre as 
receitas e as despesas. Dizer que uma empresa teve um 
lucro de R$ 100 mil reais pode parecer um ótimo negócio, 
porém, não sabemos o quanto ela investiu. Dependendo do 
montante (suponha que ela tenha investido R$ 1 milhão de 
reais), o resultado pode parecer bem menos interessante, 
não é verdade?
Lucratividade é a relação entre o lucro e a receita. É a 
medida de relatividade do lucro, expressa em percentual. 
Dizer que uma empresa tem uma lucratividade de 10% 
significa que 10% do valor do contrato se transformou em 
ganho.
A Bonificação e Despesas Indiretas (BDI) é um fator de majoração 
que tem por objetivo incluir os custos indiretos, lucro e impostos no custo 
total do orçamento. Ela inclui:
 • Despesas indiretas para execução do projeto.
 • Custos da administração central (escritório matriz).
 • Custos financeiros.
 • Impostos.
 • Contingência para fatores imprevistos.
 • Lucro.
O índice BDI representa o percentual que deve ser aplicado sobre o 
Custo Direto (CD) para se chegar ao Preço de Venda (PV).
FÓRMULA: 
A determinação do preço de venda é uma etapa muito importante 
e, geralmente, é uma das fases em que mais se cometem erros em um 
orçamento.
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
30
O preço de venda de uma obra é composto por todos seus custos 
(diretos, indiretos, acessórios – administração central, custos financeiros 
e contingências), lucro e impostos. Mas atenção! Os impostos e o lucro 
devem ser calculados sobre o preço de venda! 
Confuso? O exemplo a seguir irá facilitar a compreensão.
Imagine que uma obra foi orçada em R$ 100,00. A empresa almeja 
uma lucratividade de 12% e os impostos na localidade atingem o patamar 
de 8%.
Se aplicarmos ambas as taxas percentuais sobre os R$ 100,00 
orçados, chegaremos, erradamente, ao preço de R$ 120,00. É fácil 
verificar que algo está errado se fizermos uma simples verificação:
Preço de venda = R$ 120,00; Impostos = 8% x R$ 120,00 = R$ 9,60; 
Lucro = 12% x R$ 120,00 = R$ 14,40. 
R$ 120,00 – R$ 9,60 – R$ 14,40 = R$ 96,00, ERRADO - menor que 
os R$ 100,00 iniciais que haviam sido orçados para execução do projeto!
A forma correta de calcular o preço de venda é fazer a conta de 
trás para frente, fazendo sobrar exatamente o valor orçado para o projeto.
Preço de venda – (% lucratividade + % impostos) x Preço de venda = 
R$ Preço orçado.
Para o exemplo acima:
PV - (0,12 + 0,08) x PV = 100
PV x (1 - 0,12 - 0,08) = 100
PV = 100/ (1 - 0,2) = 100 / 0,8 = R$ 125,00 CORRETO!
Podemos definir a fórmula para cálculo do preço de venda como:
FÓRMULA: 
Em que:
i% = somatória de todas as incidências sobre preço de custo (%)
Apresentamos a seguir outra fórmula bastante utilizada para cálculo 
do BDI:
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
31
FÓRMULA: 
Onde:
CI%= custo indireto (% custo direto)
AC%= administração central (% sobre os custos diretos mais indiretos)
CF%= custo financeiro (% sobre os custos diretos mais indiretos)
IC% = imprevistos e contingências (% sobre os custos diretos mais 
indiretos)
LO%= lucro operacional (% sobre o preço de venda)
IMP%= impostos (% sobre o preço de venda)
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
32
RESUMINDO:
Realizar um orçamento de obra é uma tarefa que envolve 
diversos conhecimentos, não é verdade? Mas, como vimos 
neste capítulo, existem diversos métodos que podem 
auxiliar você nesse processo. Para garantir que você 
compreendeu o tema de estudo, vamos resumir tudo o que 
vimos. Você deve ter aprendido que existem orçamentos 
com maiores ou menores graus de detalhamento e que 
a seleção do método de orçamento depende muito da 
precisão requerida. Vimos que, em etapas iniciais do estudo 
de um projeto, geralmente são elaborados orçamentos 
estimativos com base em índices e parâmetros correlatos 
ao tipo de obra que será executada; nas obras de construção 
civil, por exemplo, um dos parâmetros mais utilizados 
é o CUB / m² – Custo Unitário Básico de construção por 
metro quadrado –para projetos padrão definidos na NBR 
12721:2006. Aprendemos também que, para orçamentos 
que requerem uma precisão maior, podemos utilizar 
o orçamento preliminar, que envolve indicadores para 
cálculo das quantidades de serviço do plano, sem ser 
necessário gastar muito tempo na fase de levantamento, 
bem como preços de referência ou de tabelas específicas 
para definição do valor da construção. Por fim, vimos que 
o orçamento analítico traz uma precisão maior, já que 
são identificadas as condições do entorno da obra e das 
condicionantes da contratação, são levantados os serviços 
e quantidades para execução da obra, identificados os 
custos indiretos envolvidos na construção, realizadas as 
cotações para obtenção do custo dos insumos, verificados 
os impostos e o lucro estipulado pela construtora, para, ao 
final, ser definido o preço de venda do empreendimento. No 
capítulo seguinte, vamos aprender sobre as composições 
de custo unitário dos serviços. Está preparado? Vamos em 
frente!
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
33
Planilhas de custo unitário em orçamento 
de obras
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você saberá como elaborar uma 
planilha de custos unitários para uma construção. Você será 
capaz de preparar as composições de custos unitários do 
serviço e conhecerá fontes e bases de dados que podem 
auxiliar bastante no desenvolvimentodesse processo. E 
então? Motivado para desenvolver essa competência? 
Então, vamos em frente!
Planilha 
Uma planilha de orçamento com custos unitários é a definição do 
termo projeto utilizado na bibliografia relacionada a gerenciamento.
Você provavelmente já viu uma planilha desse tipo, mesmo que não 
tenha sido em sua experiência profissional ou estudantil. Mesmo assim, 
vamos analisar a figura a seguir, que contém um exemplo de planilha de 
preços, e entender cada uma de suas partes.
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
34
Figura 5 – Planilha de preços unitários
Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).
Bem, vamos iniciar pelo cabeçalho. É muito importante que a obra 
que está sendo orçada seja corretamente identificada. Além da identificação 
da construção, as empresas costumam indicar quem é o cliente, ou seja, 
quem é a pessoa (física ou jurídica) que está solicitando o orçamento, 
bem como o local em que a obra será executada. Informações sobre a 
data em que o documento foi gerado e qual a revisão correspondente são 
fundamentais para organização interna da empresa. Lembre-se de que 
a empresa não irá realizar apenas um orçamento para um único cliente, 
então precisamos facilitar a organização e localização das propostas.
Na sequência, são indicados o número do item de planilha 
(comumente associados a uma macrotarefa – número inteiro, que será 
decomposta em serviços menores – os subitens), a indicação do código 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
35
de composição utilizado, a descrição do serviço, a unidade de medida 
usada, o quantitativo de serviço levantado, o custo unitário do serviço 
– obtido por meio da composição de preço unitário, e o percentual de 
majoração – o BDI do projeto. 
Com esses elementos obtidos na fase de orçamentação, podemos 
preencher as colunas referentes ao preço de venda, ou seja, ao preço 
unitário – que é o valor unitário multiplicado pelo fator de majoração - e 
por fim, o preço total – que é o preço unitário multiplicado pelo quantitativo 
de serviço. Somando todos os preços totais de cada serviço, obtemos o 
orçamento total da obra.
Não existe um modelo padrão de planilha de preços utilizada por todas 
as empresas, porém, os elementos citados são os mais comumente utilizados.
Você deve ter compreendido como obter quase todas as 
informações da planilha, com exceção da composição de preço unitário 
– que leva ao custo unitário de cada serviço. Não se preocupe, vamos 
aprender como as composições unitárias funcionam agora mesmo!
Composição de custo
O custo unitário de um serviço é a soma dos custos necessários para 
sua execução, por unidade de produção, de acordo com as especificações 
do projeto. Uma composição de custo retrata quais recursos e insumos 
serão necessários para a execução de um determinado serviço e qual o 
consumo de cada um desses itens para a completa realização.
Assim como as planilhas de preço, não existe uma regra específica 
que defina um modelo único para montagem das composições de valor, 
e cada empresa pode utilizar o padrão que melhor se adeque à sua 
estrutura. 
Em alguns casos, como em licitações públicas, pode ser exigido que o 
orçamento seja entregue conforme moldes específicos do órgão contratante, 
devendo o orçamentista usar o formato indicado no edital de licitação.
Para compreender melhor o que é uma composição de custos 
unitários, vejamos a figura a seguir.
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
36
Figura 6 – Composição de preços unitários
Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).
Conforme composição, podemos verificar:
 • Qual a quantidade de cada material que será necessário para 
preparação de 1 m³ de concreto.
 • O custo total para execução unitária do serviço.
 • Qual insumo com maior incidência no custo do serviço (nesse 
caso, o cimento).
 • O custo total com materiais (R$ 270,45), de mão de obra (R$ 157,59) 
e de equipamentos (R$ 1,12) para execução do serviço.
Outra observação interessante e bastante útil é que, a partir da 
composição unitária, podemos estimar o tempo de duração da atividade 
e dimensionar as equipes. Você reparou que a quantidade dos recursos 
de trabalhadores e de equipamentos é dada em horas? Isso mesmo! 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
37
Sabendo o quanto de serviço deve ser feito e o tempo necessário para 
executar cada unidade deles, podemos calcular a duração das atividades.
Você deve estar se perguntando, como saber os índices que 
devem ser usados para cada composição, principalmente os referentes a 
equipamentos e mão de obra? 
Pois bem, para o caso de materiais, a visualização é mais clara, pois 
geralmente conseguimos calcular por meio dos projetos e especificações 
técnicas os consumos necessários, e adicionamos a eles percentuais de 
perda para contemplar aquelas quantidades que serão “perdidas” durante 
a execução, como a quebra de placas de porcelanato do piso, tijolos com 
defeito etc.
Já para equipamentos e mão de obra, o índice a ser usado pode 
não ser tão fácil assim de obter. O ideal é que cada empresa desenvolva 
sua própria base de índices por meio do acompanhamento e apropriação 
dos resultados obtidos em campo durante a execução do serviço. Esses 
números devem ser sempre aprimorados e atualizados, já que fatores como 
experiência da equipe, supervisão e motivação, podem impactar bastante.
Como alternativa, a literatura técnica apresenta índices para diversos 
serviços e seu uso é bastante difundido no processo de orçamentação. Temos 
de lembrar sempre que se tratam de índices teóricos para uma determinada 
condição de trabalho e que a aferição e adequação às condições reais 
verificadas em campo tornam o orçamento muito mais assertivo.
Os índices podem ser entendidos como o inverso da produtividade 
(MATTOS, 2006).
 • Produtividade – taxa de produção de uma pessoa ou equipe, ou 
equipamento; a quantidade de unidades de trabalho produzidas 
em um intervalo de tempo.
IMPORTANTE:
Produtividade e produção não são a mesma coisa! Produção 
é a quantidade de unidades de serviço feitas em um certo 
período. Produtividade é a rapidez com que a produção é 
alcançada!
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
38
Se o índice de um armador no serviço de armação com aço CA-50 
é 0,10 kg / h, a sua produtividade é de 10 kg / h.
Outra maneira de apresentar a composição de um serviço é levando 
em conta a hora de trabalho de uma equipe (equipamentos e mão de 
obra) – as chamadas composições por produção. Nesse caso, enquanto 
materiais, subempreiteiros e transportes permanecem relacionados a 
uma unidade de medição do serviço, os custos dos equipamentos e de 
trabalhadores referem-se a um múltiplo da unidade de medição, função 
da produtividade da equipe.
Vamos analisar os campos da composição por produção 
apresentada na figura seguinte.
Figura 7 – Composição de preços por produção
Fonte: Adaptado do Sistema de Custos Referenciais de Obras (DNIT, 2021).
Note que, no cabeçalho da composição, além da unidade de 
medição do serviço, é apresentada a produtividade da equipe, ou seja, 
a informação de quantas unidades de serviço a equipe produz por hora 
trabalhada.
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
39
Sendo assim, na hora de calcular o custo horário de execução de 
uma unidade do serviço, o custo horário total de equipamentos somado 
ao custo horário total de mão de obra deve ser dividido pela produção da 
equipe.
Para a composição apresentada na figura, temos:
Produção da equipe = 33,20 m
Custo horário total de equipamentos (Che) = R$ 119,59
Custo horário total de mão de obra (Chm) = R$ 17,66
Custo horário total de execução (Ch) = Che + Chm = R$ 137,25
Custo unitário de execução 
Fontes de composições de custo
Como já vimos, para determinação do custo de um serviço, o 
pacote de trabalho deve ser desmembrado, relacionando os materiais, 
mão de obra e equipamentos necessários para sua execução. Sempreque possível, devem-se utilizar dados históricos da própria empresa para 
definição das equipes e suas produtividades. 
Mas, se o serviço que preciso compor é novo ou se quero ter 
certeza de que considerei todos insumos e recursos de forma correta, 
como fazer?
Existem diversas fontes de referência que disponibilizam 
composições de custo para os mais variados serviços, que podem ser 
utilizadas para balizamento na hora de elaborar um orçamento.
Vamos citar alguns exemplos de fontes de composições de custo.
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices 
da construção civil (Sinapi)
Breve histórico: base de dados implementada em 1969 pelo Banco 
Nacional de Habitação (BNH) em parceria com o Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), com o objetivo de fornecer informações 
sobre custos e índices da construção civil. Foi adotado pela CAIXA, 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
40
passando a ser utilizado também para análise de custos de obras 
habitacionais. Desde 2003, é utilizado como parâmetro para elaboração 
do orçamento de construções e serviços de engenharia contratados e 
executados com recursos do orçamento da União.
O Sinapi é a principal referência de custos para obras urbanas, sendo 
utilizado em todo o Brasil. Suas publicações ocorrem mensalmente, com 
referências específicas para cada estado do país. São fornecidos custos 
dos insumos e composições de valores detalhados para diversos serviços 
da construção civil. As composições de custo são unitárias.
As informações disponibilizadas são públicas e podem ser 
consultadas por meio do endereço eletrônico clicando aqui. 
No mesmo endereço, podem ser consultados também documentos 
que explicitam metodologia, conceitos, parâmetros, premissas e outras 
considerações adotadas pelo Sinapi (CAIXA..., 2020).
São apresentadas as composições analíticas de cada serviço, 
relacionando os insumos necessários e seus correspondentes índices (ou 
coeficientes). São disponibilizadas tabelas com as cotações dos insumos 
e valor de subcomposições, podendo então ser determinado o custo 
unitário do serviço.
Figura 8 – Composição analítica de insumos fornecida pelo Sinapi
Fonte: Adaptado de CAIXA... (2009).
Sistema de Custos Referenciais de Obra (Sicro)
Utilizado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de 
Transportes (DNIT), o sistema busca disponibilizar referências de custos de 
serviços e insumos para os modais rodoviários, aquaviários e ferroviários. 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
https://www.caixa.gov.br/poder-publico/modernizacao-gestao/sinapi/Paginas/default.aspx
41
Pelo endereço eletrônico fornecido clicando aqui, o usuário pode 
acessar os manuais de custos de infraestrutura e transportes – nos quais 
as metodologias, conceitos e premissas utilizadas são explicados, bem 
como acessar as referências de preço para cada estado das cinco regiões 
do país.
Figura 9 – Composição analítica de custos fornecidos pelo Sicro
Fonte: Adaptado de DNIT (2020). 
Além das fontes citadas, diversos outros órgãos possuem suas 
próprias referências de preço. Algumas referências não são públicas 
e são comercializadas por editoras especializadas, caso da Tabela de 
Composições de Preços para Orçamento (TCPO), da Editora Pini, que 
contém composições analíticas unitárias de insumos para diversos 
serviços da construção, porém, sem os preços, que devem ser cotados 
conforme região de interesse.
É interessante ressaltar que cada fonte pode ser mais adequada 
para uma determinada atividade. Sabe o motivo? Você concorda que 
executar um determinado volume de escavação de vala em uma avenida 
de uma grande metrópole será, em termos gerais, mais complicado do 
que realizar o mesmo volume de escavação de vala em uma área rural 
com quase nenhuma movimentação ou interferência? É por essa razão 
que cada órgão divulga as composições representativas do tipo de 
serviços que executa, considerando recursos e produtividades de acordo 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
https://www.gov.br/dnit/pt-br/assuntos/planejamento-e-pesquisa/custos-e-pagamentos/custos-e-pagamentos-dnit/sistemas-de-custos/sicro
42
com a sua área de atuação. Sempre que possível, utilize referências 
publicadas por órgãos ou agências relacionadas com o tipo de obra que 
você está orçando!
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que 
você realmente entendeu o tema de estudo desse 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve 
ter aprendido que para a preparação de um orçamento 
analítico é necessária a elaboração das composições de 
custos dos serviços envolvidos. Você deve ter entendido 
também que cada empresa pode, e deve, elaborar suas 
próprias composições de valores dos serviços, levando 
em consideração seus próprios indicadores (produtividade 
dos trabalhadores, fatores de perda dos materiais, entre 
outros), mas que órgãos e agências específicas divulgam 
composições referenciais que podem auxiliar na tarefa 
de orçamentação. Vimos que as composições de custo 
podem ser unitárias – quando discriminam o consumo de 
equipamentos, mão de obra e de materiais necessários 
para execução de uma unidade do serviço –, ou ainda, 
composições por produção – quando discriminam o 
consumo de equipamentos e mão de obra em função 
da produtividade da equipe –, enquanto o consumo de 
materiais continua sendo apresentado em relação a uma 
unidade do trabalho. Vimos ainda que, com todos os 
custos unitários dos serviços constantes na planilha de 
obra, podemos montar a chamada planilha de preços, na 
qual o valor de cada atividade é multiplicado pelo fator de 
majoração calculado (BDI), resultando no preço de venda 
do serviço.
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
43
Diagrama de Pareto e sua aplicação no 
orçamento de obras
OBJETIVO:
Agora já sabemos a importância do orçamento no 
planejamento de obras, aprendemos quais são os tipos 
de custos e meios de elaborar uma planilha orçamentária 
de obra. Você parou para pensar em quão complexo pode 
ser um orçamento de uma construção com muitos itens? 
Será que existe uma maneira de identificar os itens mais 
relevantes para que esses sejam avaliados da forma mais 
completa possível? Neste capítulo, você vai aprender como 
utilizar o diagrama de Pareto para identificar a quais itens 
você deve dar mais atenção. Está pronto para começar? 
Vamos lá!
A elaboração de um orçamento analítico de uma obra 
complexa pode ser bastante trabalhosa. Dependendo da 
quantidade de itens relacionados na planilha de orçamento, 
pode ser necessário priorizar alguns elementos e dar mais 
atenção a eles. Mas como decidir quais serviços são mais 
relevantes?
O conceito
O princípio de Pareto pode nos ajudar a fazer essa seleção. Como já 
vimos na unidade anterior, a técnica, também chamada Lei 80/20, ou ainda 
de “poucos significativos, muitos insignificantes”, consiste em identificar os 
serviços que representam a parte mais significativa do orçamento, o que 
geralmente segue a proporção: 20% dos serviços representam 80% do 
orçamento (BARBOSA et al., 2011).
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
44
VOCÊ SABIA?
Esse interessante conceito foi concebido por um economista 
italiano, chamado Vilfredo Pareto, que, ao estudar a 
distribuição de renda da população, constatou que 80% da 
riqueza estava concentrada em 20% da população. 
Essa relação 80/20 foi identificada também em outros 
estudos, das mais diversas áreas, como:
 • 80% dos lucros são gerados por 20% dos produtos.
 • 80% das receitas são garantidas por 20% dos clientes.
 • 20% das causas provocam 80% dos efeitos.
 • 20% dos esforços garantem 80% dos resultados.
Fonte: Tognetti (2015). 
Vejamos o exemplo apresentado na figura seguinte.
Figura 10 – Tabela resumo dos valores e percentuais de uma obra fictícia
Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).
Para tabulação dos dados, de posse dos itens e dos seusrespectivos 
valores, devemos lançá-los na planilha em ordem decrescente de valor, 
do mais alto para o mais baixo. Assim, conseguimos ter ideia de quais 
serviços representam mais em relação ao valor total do projeto.
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
45
Ao lado da coluna de valor do item, apresentamos o valor 
acumulado, seguido pelos percentuais simples e acumulados de cada 
um deles em relação ao total da obra.
O diagrama de Pareto do exemplo é apresentado na figura a seguir.
Figura 11 – Diagrama de Pareto uma obra fictícia
Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).
Com o diagrama, fica fácil analisar que devem ser priorizadas as 
ações relativas aos serviços de pavimentação, que é o mais representativo 
deles. 
Vamos supor que você, por algum motivo, precise reduzir o 
orçamento total do projeto. Vale a pena concentrar os esforços na busca 
por melhores cotações de insumos ou serviços de terraplenagem? Por 
mais que a solução encontrada seja interessante economicamente, o 
serviço de terraplenagem representa muito pouco (pouco mais de 1%) no 
total da obra e pouco irá impactar no valor total da construção. Já, por 
outro lado, se uma cotação mais competitiva for obtida para o serviço de 
pavimentação, os esforços terão sido muito mais efetivos e o reflexo será 
mais facilmente percebido no valor total do projeto.
Mas, se eu ainda não tiver o orçamento analítico pronto, como 
posso utilizar o princípio de Pareto? 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
46
Pois bem, você pode realizar um orçamento preliminar para definir 
as atividades que terão maior impacto financeiro e então detalhar e estudar 
de forma mais precisa os custos dessas atividades. Você pode também 
utilizar composições de fontes de referência, como o Sinapi e o Sicro, para 
estimar o custo das atividades e, a partir da curva, considerando esses 
custos, refinar o orçamento.
ACESSE:
Quer saber mais sobre o princípio de Pareto e suas 
aplicações? Acesse o link clicando aqui e amplie seus 
conhecimentos!
A curva ABC
Outra forma de aplicação bastante utilizada da Lei 80/20 é a 
chamada curva ABC. Ela pode ser usada tanto para análise dos insumos, 
quanto dos serviços envolvidos no projeto.
A curva ABC de insumos nada mais é do que uma lista dos insumos 
que serão utilizados na obra, ordenados de forma decrescente em função 
de seu custo. Para obter essa relação, precisamos:
a. Saber o consumo de cada um dos insumos em cada um serviço 
da planilha e multiplicar pelo quantitativo do serviço e totalizar.
b. Multiplicar o custo unitário de cada insumo pela quantidade que 
será usada em cada serviço e totalizar.
c. Depois de obter os totais dos quantitativos e dos custos dos 
insumos, colocá-los em uma lista em ordem decrescente em 
relação ao custo.
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
https://rexperts.com.br/curva-abc/
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Figura 12 – Curva ABC
Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).
O termo “curva” tem origem na forma do gráfico gerado ao 
representar a percentagem acumulada de cada insumo no valor total da 
obra. Porém, comumente a curva ABC é apresentada de forma tabular, e 
as letras “ABC” representam as faixas de representatividade do custo dos 
insumos em relação ao total da obra:
 • Faixa A – insumos que se encontram acima do % acumulado de 
50%. 
 • Faixa B – insumos entre os limites de % acumulado de 50% e 80%. 
 • Faixa C – insumos restantes (MATTOS, 2006).
Figura 13 – Curva ABC de insumos uma obra fictícia
Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
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No exemplo apresentado na figura, constam apenas insumos do 
tipo material, mas isso não é uma regra. A curva ABC de insumos pode 
conter também horas trabalhadas de mão de obra, por exemplo!
Obter a relação de insumos de uma obra pode não ser tarefa fácil. 
Felizmente, hoje em dia são diversos os softwares de orçamento que 
já fornecem relatórios específicos com as curvas ABC de insumos e 
de serviços do projeto, depois é claro, de todas as informações serem 
lançadas de forma correta.
A mesma classificação adotada para os insumos pode ser realizada 
para os serviços da planilha orçamentária. 
A curva ABC de serviços corresponde à tabulação das atividades 
em ordem decrescente, considerando o percentual de cada um deles em 
relação ao total, e também o percentual acumulado.
Figura 14 – Curva ABC de serviços de uma obra fictícia
Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).
Analisando a figura, podemos assegurar que a execução do piso 
é o serviço com maior “peso”, ou seja, é a atividade cujo custo é mais 
representativo em relação ao valor total da obra.
Assim, a tarefa que deverá ser executada com maior atenção é a 
execução do piso. Isso vale para todas etapas da construção: na etapa de 
orçamento – encontrar um fornecedor com um bom preço poderá tornar o 
orçamento mais competitivo e garantir a contratação; na etapa de compra 
– caso o insumo não possa ser comprado pelo valor orçado, o impacto 
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
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de um aumento refletirá fortemente no orçamento total, podendo reduzir 
o lucro esperado; e durante as etapas de execução e controle – se o 
engenheiro de campo não estiver atento, a atividade pode ser executada 
com um desperdício de material acima do previsto na composição de 
custos, o que resultará em gastos superiores ao previsto.
Gerar a curva ABC da obra é fundamental não só para o orçamentista 
como também para o engenheiro, que irá executar a construção. Será 
nesses itens que o gerente de obra deverá focar e destinar os maiores 
esforços para obter o resultado esperado!
Vantagens da curva ABC
 • Fica fácil saber quais são os insumos que impactam de forma mais 
expressiva no orçamento da obra – são aqueles do topo da tabela!
 • Os esforços em cotações e negociações devem ser concentrados 
nos insumos pertencentes a faixa A da curva, pois o reflexo no 
orçamento total será maior.
 • Com a identificação dos insumos/serviços mais relevantes, a 
negociação pode ser feita de forma mais criteriosa, inclusive com 
a participação direta do gerente do contrato, que poderá auxiliar 
na identificação técnica de alternativas que sejam interessantes 
para o resultado do contrato.
 • O responsável deve estar sempre atento aos insumos/serviços do 
topo da tabela! Quanto mais para cima ele estiver, mais significativa 
será a influência de um desconto ou de um acréscimo do preço! 
(MATTOS, 2006).
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
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RESUMINDO:
Ferramentas de tomada de decisão e definição de 
prioridades podem auxiliar muito a tornar o serviço 
assertivo, não é verdade? Com as dicas de uso do princípio 
de Pareto que vimos nesse capítulo, fica mais fácil elaborar 
o orçamento de seus próximos projetos. Vamos repassar 
o que vimos aqui para garantir que você compreendeu 
o tema de estudo? Aprendemos que a elaboração do 
orçamento de uma construção pode ser uma atividade 
bastante trabalhosa, ainda mais quando trabalhamos com 
obras complexas e com muitas atividades. Vimos que, 
mesmo sabendo que um orçamento analítico completo 
e atualizado é a forma de obter um orçamento mais 
aproximado do real, podemos fazer uso de técnicas que 
nos auxiliarão a definir onde concentrar esforços e realizar 
estudos mais cuidadosos. Aprendemos que o princípio de 
Pareto, também conhecido por Lei 80/20, indica quais são 
os itens enquadrados como mais significativos em relação 
ao total, e que esse princípio pode ser utilizado para 
conhecer quais as tarefas e insumos da obra que impactam 
mais no orçamento total do projeto. Vimos que a utilização 
da curva ABC de insumos e de serviços trazem grandes 
vantagens para a etapa de orçamento, mas não só para 
ela, como também para as fases de compras, execução e 
controle da construção. Muito interessante, não é? Esses 
conhecimentos irão ajudar você na orçamentação de seus 
projetos!
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras51
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 12721: avaliação de custos unitários de construção para 
incorporação imobiliária e outras disposições para condomínios edifícios 
- Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2006.
BARBOSA, C. et al. Gerenciamento de custos em projetos. 4. ed. 
Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011.
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. SINAPI - Metodologias e conceitos: 
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção 
Civil. 8. ed. Brasília: CAIXA, 2020. Disponível em: https://www.caixa.gov.
br/Downloads/sinapi-manual-de-metodologias-e-conceitos/Livro1_
SINAPI_Metodologias_e_Conceitos_8_Edicao.pdf. Acesso em: 20 jul. 2021.
CBIC. CUB/m² - Custo Unitário Básico - Indicador dos custos do 
setor da Construção Civil, 2021. Disponível em: http://www.cub.org.br/. 
Acesso em: 20 jul. 2021.
DIAS, P. R. V. Engenharia de custos: uma metodologia de 
orçamentação para obras civis. 9. ed. Rio de Janeiro: Sindicato dos 
Editores de Livros, 2011.
DNIT. Sicro: Sistema de Custos Referenciais de Obras, 2021. 
Disponível em: https://www.gov.br/dnit/pt-br/assuntos/planejamento-e-
pesquisa/custos-e-pagamentos/custos-e-pagamentos-dnit/sistemas-
de-custos. Acesso em: 20 jul. 2021.
LIMMER, C. V. Planejamento, Orçamentação e Controle de 
Projetos e de Obras. Rio de Janeiro: Editora Livros Técnicos e Científicos, 
1997.
MATTOS, A. D. Como preparar orçamentos de obras: dicas para 
orçamentistas, estudos de caso, exemplos. São Paulo: Editora PINI, 
2006.
Planejamento, Orçamento e Controle de Obras
TOGNETTI, G. C. Curva ABC em orçamento de obras: como ser 4x 
mais eficiente na redução de custos!. [S. I.]: RExperts, 2015. Disponível em: 
https://rexperts.com.br/curva-abc/. Acesso em: 20 jul. 2021.
TOGNETTI, G. C.; LAPO, G. N. Real Estate no Brasil: guia completo 
para investimentos imobiliários. 1. ed. São Paulo: RExperts Consultoria e 
Educação, 2020.
	Tipos de custo de obra e formas de identificá-los
	Os custos diretos e indiretos
	Matriz de custos do projeto
	Elaboração de orçamento de obras 
	Orçamento estimativo
	Orçamento preliminar
	Orçamento analítico
	Análise das condicionantes, visita técnica e levantamento de quantidades
	Discriminação dos custos diretos
	Discriminação dos custos indiretos
	Cotação de preço
	Definição de encargos sociais e trabalhistas, lucro e BDI
	Planilhas de custo unitário em orçamento de obras
	Planilha 
	Composição de custo
	Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da construção civil (Sinapi)
	Sistema de Custos Referenciais de Obra (Sicro)
	Diagrama de Pareto e sua aplicação no orçamento de obras
	O conceito
	A curva ABC
	Vantagens da curva ABC

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