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O termo “fruta” indica as partes comestíveis que vieram da flor e que nem sempre se desenvolvem do ovário. Quando se originam de outras partes da flor, são chamadas pseudofrutos (figura 7.21). Na laranja, o que se come são os pelos suculentos do endocarpo. No caju, a parte suculenta desenvolve-se do pedúnculo de uma única flor (pseudofruto simples); o fruto propria- mente dito é a castanha. Na maçã e na pera, também pseudofrutos simples, o fruto é a parte central endu- recida, que envolve as sementes; a parte carnosa vem do receptáculo. No morango, os frutos são os pequenos pontos espalhados pela parte vermelha; o pseudofruto desenvolve-se do receptáculo de flor com diversos ová- rios (pseudofruto composto ou agregado). No figo e no abacaxi, a parte comestível desen- volve-se do receptáculo e de outras peças florais reunidas em inflorescências; eles são chamados infrutescências. No figo, os frutos são as estruturas chamadas popularmente de “sementes”, que ficam em seu interior. No abacaxi, cada escama da casca é um pequeno fruto (frutículo) que se uniu aos outros frutos, formando uma infrutescência. O chuchu, a abóbora, o pepino, a berinjela, o to- mate, o jiló, a abobrinha, um grão de milho ou de arroz e a vagem do feijão, entre outros, são frutos verdadeiros, pois se originam do desenvolvimento do ovário da flor, mas não costumam ser chamados pelo termo popular “fruta”. Maçã crescimento do receptáculo semente receptáculo (parte comestível) ovário (fruto verdadeiro) sépalas Morango receptáculo sépala haste da flor receptáculo frutos com sementes Figura 7.21 Pseudofrutos: sua parte carnosa e comestível não é originada do desenvolvimento do ovário. (Os elementos da ilustração não estão na mesma escala; cores fantasia.) Detalhes da casca de abacaxi mostrando os frutículos. Cajus (fruto com 3 cm a 5 cm de comprimento). Figo receptáculo restos de flores femininas restos de flores masculinas Il u s tr a ç õ e s : O s n i d e O li v e ir a /A rq u iv o d a e d it o ra F a b io C o lo m b in i/ A c e rv o d o f o tó g ra fo E d u a rd o P o ze ll a /A rq u iv o d a e d it o ra pseudofrutofruto 96 Capítulo 7 084_099_U03_C07_Bio_Hoje_vol_2_PNLD2018.indd 96 05/05/16 08:31 1. Você já sabe que uma alimentação equilibrada é importante para a manutenção da saúde e que alimentos de origem vegetal não podem faltar nas refeições. Então, que tal almoçar uma salada feita com alface, tomates, pimentões e pepinos, cebo- la e azeite de oliva? O prato principal pode ser composto de legumes cozidos, como cenoura ou beterraba, e uma carne, como o frango, acompa- nhados de creme de milho ou purê de batatas... Ou você prefere peixe e um pirão à base de farinha de mandioca? Para beber, você pode escolher en- tre um suco de laranja ou caju, e, como sobreme- sa, optar por mamão, doce de batata-doce ou compota de figos. Após alimentar o corpo, alimente seus conhecimen- tos de botânica, identificando quais dos alimentos mencionados correspondem a: a) raízes; b) caules; c) folhas; d) frutos e pseudofrutos. Se necessário, faça uma pequena pesquisa na in- ternet para identificar os alimentos. 2. Os vasos condutores de seiva de uma planta podem ser comparados funcionalmente a que sistema do corpo humano? Justifique sua resposta. 3. Durante uma atividade prática de Biologia na ma- ta, um estudante desobedeceu ao professor e tocou em uma planta que ele não conhecia. A planta era uma urtiga e a pele de suas mãos logo ficou muito vermelha e irritada. a) Que estruturas especializadas da planta foram responsáveis por esse efeito? b) Em que tecido vegetal essas estruturas estão localizadas? 4. Diferentemente da maioria das plantas, as orquí- deas têm raízes com células clorofiladas. Por que isso é possível e que vantagem isso traz para a orquídea? 5. Reveja, na figura 7.4, a ilustração e a foto de uma folha em corte e ampliada. Por que é vantajoso, para a realização das funções da folha, que ela não seja muito espessa? 6. Explique a diferença entre o termo fruto, usado em Biologia, e o termo popular fruta. 7. Você conhece algumas das explicações que a ciência dá para vários fenômenos da natureza. Mas há vários outros tipos de explicação. As fá- bulas e as mitologias, por exemplo, também ex- plicam fenômenos, mas de uma maneira diferen- te da ciência. Elas nos lembram de valores importantes e podem nos ajudar a tomar certas decisões. Veja um exemplo. O mito tupi da mandioca Conta-se que um dia certo cacique ganhou uma linda netinha. Sua pele era branca como a nuvem mais branca. Mandi era seu nome. Todos ficaram intrigados e amedrontados quando viram a cor da pele de Mandi. Eles comparavam assustados o cas- tanho-dourado de suas peles com a alvura da linda menina. E passaram a acreditar que se tratava de um triste presságio! Sem meias-palavras, pediram ao cacique que desse um fim à menina. Mas, cheio de amor e compaixão, ele foi adiando tal crueldade dia após dia. Certa noite, em silêncio, ainda de madrugada, foi ao rio, levando sua netinha. Lavou-a cuidadosamente. No dia seguinte, reuniu toda a tribo e afirmou fir- memente que os espíritos haviam recomendado que Mandi ficasse entre eles, sendo bem tratada. Mandi foi crescendo com tanta graça que todos esqueceram o mau presságio e foram cativados por ela. O cacique estava orgulhoso e feliz. No entanto, inesperadamente, Mandi morreu. Os pais, sabendo quanto o avô-cacique a amava, a enterraram em sua maloca. Mas o cacique, incon- solável, fechou-se em sua dor e nada fazia senão chorar. Tantas e tantas foram as lágrimas que do solo bro- tou uma plantinha. Um dia, a terra se abriu para deixar à mostra as belas raízes da planta, nascida do pranto do avô. Os índios, respeitosos, colheram as raízes e logo vi- ram que eram branquíssimas — como a pele de Mandi. E, ao comê-las, perceberam que eram deli- ciosas! Foi assim que aquelas raízes se tornaram o principal alimento dos índios tupis. Deram a elas o nome mandioca, que em tupi significa ‘corpo de Mandi’. BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano; compaixão pela terra. Petrópolis: Vozes, 1999. p. 59-60. (Texto adaptado.) a) Para você, qual é a moral dessa história? b) Quais fatos da natureza são explicados pela his- tória? Atividades ATENÇÃO! Não escreva no seu livro! Morfologia das angiospermas 97 084_099_U03_C07_Bio_Hoje_vol_2_PNLD2018.indd 97 05/05/16 08:31 8. (Enem) Alunos de uma escola no Rio de Janeiro são convidados a participar de uma excursão ao Parque Nacional de Jurubatiba. Antes do passeio, eles leem o trecho de uma reportagem publicada em uma revista: Jurubatiba será o primeiro parque nacional [to- talmente] em área de restinga, num braço de areia com 31 quilômetros de extensão, formado entre o mar e dezoito lagoas. Numa área de 14 000 hectares, ali vivem jacarés, capivaras, lon- tras, tamanduás-mirins, além de milhares de aves e de peixes de água doce e salgada. Os peixes de água salgada, na época das cheias, passam para as lagoas, onde encontram abrigo, voltando ao mar na cheia seguinte. Nos terrenos mais baixos, próximos aos lençóis freáticos, as plantas têm água suficiente para aguentar longas secas. Já nas áreas planas, os cactos são um dos poucos vegetais que proliferam, pintando o areal com um verde pálido. Depois de ler o texto, os alunos podem supor que, em Jurubatiba, os vegetais que sobrevivem nas áreas planas têm características tais como: a) quantidade considerável de folhas, para aumen- tar a área de contato com a umidade do ar nos dias chuvosos. b) redução na velocidade da fotossíntese e reali- zação ininterrupta desse processo, durante as 24 horas. c) caules e folhas cobertos por espessas cutículas que impedem o ressecamento e a consequente perda de água. d) redução do calibredos vasos que conduzem a água e os minerais da raiz aos centros produto- res do vegetal para evitar perdas. e) crescimento sob a copa de árvores frondosas, que impede o ressecamento e consequente perda de água. 9. (Unemat-MT) As angiospermas são as plantas com maior número de espécies e de indivíduos que ocu- pam o maior número de habitat. Assinale a alter- nativa que apresenta as características exclusivas desse grupo de plantas. a) Plantas avasculares sem sementes e sem frutos; como exemplo podemos citar os musgos e as hepáticas. b) Plantas vasculares com presença de flor, fruto e semente, como exemplo, podemos citar as ár- vores frutíferas e capins. c) Plantas vasculares com sementes, porém sem frutos, como exemplo, podemos citar os pinhei- ros e os ciprestes. d) Plantas vasculares sem sementes e sem frutos, como exemplo, podemos citar as samambaias e as avencas. e) São todas as plantas que não apresentam flores. 10. (UFG-GO) A conquista de diferentes ambientes pelos seres vivos depende de processos evolutivos que, muitas vezes, resultam na modificação de órgãos para adaptação à nova condição ambiental. Nesse aspecto, as brácteas coloridas e os espinhos são adaptações foliares que visam, respectivamente: a) nutrir a planta e realizar a fotossíntese. b) atrair polinizadores e fornecer proteção. c) dispersar as sementes e nutrir a planta. d) economizar água e realizar fotossíntese. e) proteger contra insolação e realizar transpiração. 11. (IFSP) As angiospermas são vegetais que podem apresentar diferentes tipos de raízes que se relacio- nam, entre outras funções, às diferentes condições ecológicas, conforme as apresentadas na tabela a seguir. Tipo de raiz Caracter’sticas Pivotante Raiz subterrânea, com eixo principal profundo e ramificações que garantem a fixação da planta no solo. Tabular Raiz suporte, em que os ramos radiculares se fundem com o caule, sendo importantes na fixação da planta. Estrangulante Raiz de plantas aéreas, que cresce em direção ao solo e pode envolver o tronco da planta hospedeira, comprometendo a circulação da seiva. Pneumatófora Raiz aérea, dotada de pequenos orifícios (pneumatódios) para processar a aeração do vegetal. Tuberosa Raiz especial, que atua como órgão de reserva vegetal. Considerando-se que um manguezal é um ecossis- tema típico de região litorânea, com alta concen- tração de matéria orgânica, baixa concentração de oxigênio, alta umidade e salinidade, espera-se que a vegetação local apresente adaptações de raízes do tipo: a) tabular. b) estrangulante. c) tuberosa. d) pneumatófora. e) pivotante. X X X X 98 Capítulo 7 084_099_U03_C07_Bio_Hoje_vol_2_PNLD2018.indd 98 05/05/16 08:31