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www.projetoredacao.combr 
Lista de Redação – Gramática – Morfologia (Classe de 
palavras) – 93 Questões [Difícil] 
 
 
Questão 01) 
 
“Procedamos acurada e pachorrentamente ao estudo [...] da gramática, 
porque na melhor das hipóteses, não ficaremos sabendo coisa alguma...” O 
autor tem razão diante de afirmativa como: 
 
a) “O emprego facultativo do infinito flexionado. REGRA: Quando o 
infinito, apesar de não ter sujeito próprio [...] exprime, contudo, uma ação 
exercida por um agente que conhecemos do contexto e ao qual esta se 
atribui, pode ser flexionado ou invariável, embora freqüentemente se dê 
preferência ora a uma, ora a outra, das duas formas do infinito.”1 
b) “SUBSTANTIVO é a palavra com que designamos ou nomeamos os seres 
em geral. São, por conseguinte, substantivos: 
a) os nomes de pessoas, animais, vegetais, lugares e coisas: Maria, cão, 
ipê, Brasil, livro; 
b) os nomes de ações, estados e qualidades, tomados como seres: 
colheita, patriotismo, velhice, bondade, largura.”2 
c) “Os adjetivos se caracterizam morfologicamente por receberem as 
mesmas marcas de gênero e número que distinguem os nomes, com a 
diferença de que estas marcas, no adjetivo, resultam de regras de 
concordância.”3 
d) “Os substantivos, todos os artigos, a maioria dos adjetivos, alguns 
numerais e alguns pronomes podem sofrer uma variação de forma para 
dar idéia de UM ou MAIS DE UM. A isto nós chamamos de FLEXÃO DE 
NÚMERO.”4 
e) “RAIZ é o morfema comum a várias palavras de um mesmo grupo lexical, 
portador da significação básica desse grupo de palavras. Assim em claro, 
clarear, aclarar, esclarecer, esclarecimento e clarividência, a raiz é clar-. 
Em livro, livrinho, livreiro, livraria e livresco, a raiz é livr-.” 5 
 
1 MAURER JR., Theodoro Henrique. O infinito flexionado português. São 
Paulo: Companhia Editora Nacional, 1968. p. 153. 
2 CUNHA, Celso. Gramática do português contemporâneo. 9. ed. rev. Rio 
de Janeiro: Padrão, 1981. p. 121. 
3 LEMLE, Miriam. Análise sintática. São Paulo: Ática, 1984. p. 97. 
4 TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensi-
no de gramática no 1o e 2o graus. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1997. p. 
144. 
5 ROCHA, Luiz Carlos de Assis. Estruturas morfológicas do português. Belo 
Horizonte: Editora UFMG, 1998. p. 102. 
 
 
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Questão 02) 
Texto 
 
Não é raro ouvirmos que alguém(ref.1) “subiu lá em cima” ou “saiu lá 
fora”. Certamente(ref.2), reconhecemos tais formas como viciosas(ref.3), e, 
muitas vezes, elas se transformam em motivo de riso. No nível culto da 
língua, são inadmissíveis. Que pensar de alguém(ref.4) que(ref.5) tenha 
sofrido uma “hemorragia de sangue” ou participado de um “plebiscito 
popular”? A esse tipo de construção chamamos pleonasmo, palavra 
grega(ref.6) que significa superabundância. 
(Folha de S. Paulo. Pleonasmo: “vício” ou estilo?. Thaís Nicoleti de Camargo). 
 
I. Alguém, ref. 1, é um pronome indefinido adjetivo e certamente, ref. 2, um 
advérbio. 
II. Viciosas, ref. 3, é um adjetivo e que, ref. 5, um pronome interrogativo. 
III. Grega, ref. 6, é um adjetivo e alguém, ref. 4, um pronome indefinido 
substantivo. 
 
Das afirmações acima, 
a) apenas I está correta. 
b) apenas II está correta. 
c) apenas III está correta. 
d) apenas I e II estão corretas. 
e) apenas II e III estão corretas. 
Questão 03) 
O pronome se tem o mesmo significado e a mesma função nas frases 
abaixo? Explique. 
— Os recém-casados se amavam intensamente: os olhares que trocaram 
após a cerimônia anunciaram vivamente a dedicação de cada um ao seu 
consorte. 
— A matrona feriu-se ao tropeçar no tapete estendido na varanda. 
— Romualdo arrependeu-se de ter tocado no tema, especialmente diante de 
Marisa. 
 
Questão 04) 
Em cada um dos períodos abaixo, há um espaço a ser preenchido. Conforme 
o sentido da frase, preencha o espaço exclusivamente com um dos seguintes 
pronomes: 
 
• que ou 
• cujo ou cuja. 
 
Quando for o caso, utilize antes do pronome a preposição adequada. 
 
Exemplo 
Era uma informação ________ ela não confiava muito. 
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Resposta: 
Era uma informação em que ela não confiava muito. 
 
a) Chegou cedo. Aproximou-se da escrivaninha ____ havia feito alusão 
durante o encontro com Bentinha. 
b) Laurita participa da reunião. Seu interlocutor é pessoa __ __ ela 
desconfia, por isso não se põe a gosto. 
c) O jovem doutor depositou calmamente o instrumento ____ trabalhara 
durante a breve cirurgia. 
d) Apresse-se! Deixe a roupa aí mesmo, na mesa ____ se encontrava antes. 
e) Manuela, ____ mãe o enteado sempre se referia com doces palavras, 
entrou a discorrer sobre outros assuntos. 
 
 
Questão 05) 
De todos esses periquitinhos que tem no Brasil, tuim é capaz de ser o menor. 
Tem bico redondo e rabo curto e é todo verde, mas o macho tem umas penas 
azuis para enfeitar. Três filhotes, cada um mais feio que o outro, ainda sem 
penas, os três chorando. O menino levou-os para casa, inventou comidinhas 
para eles; um morreu, outro morreu, ficou um. 
(Rubem Braga) 
Das afirmações sobre o verbo assinalado em “que tem no Brasil”, qual a 
única INCORRETA? 
a) É um uso típico da variante popular da língua. 
b) Pode ser corretamente substituído por há. 
c) Seu valor semântico difere daquele que apresenta nas demais 
ocorrências. 
d) É um verbo impessoal cujo objeto direto é o pronome que. 
e) Pode ser corretamente substituído por existe. 
 
Questão 06) 
As duas manas Lousadas! Secas, escuras e gárrulas como cigarras, desde 
longos anos, em Oliveira, eram elas as esquadrinhadoras de todas as vidas, 
as espalhadoras de todas as maledicências, as tecedeiras de todas as 
intrigas. E na desditosa cidade, não existia nódoa, pecha, bule rachado, 
coração dorido, algibeira arrasada, janela entreaberta, poeira a um canto, 
vulto a uma esquina, bolo encomendado nas Matildes, que seus olhinhos 
furantes de azeviche sujo não descortinassem e que sua solta língua, entre 
os dentes ralos, não comentasse com malícia estridente. 
(Eça de Queirós, A ilustre Casa de Ramires) 
No texto, o emprego de artigos definidos e a omissão de artigos indefinidos 
têm como efeito, respectivamente, 
a) atribuir às personagens traços negativos de caráter; apontar Oliveira 
como cidade onde tudo acontece. 
b) acentuar a exclusividade do comportamento típico das personagens; 
marcar a generalidade das situações que são objeto de seus comentários. 
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c) definir a conduta das duas irmãs como criticável; colocá-las como 
responsáveis pela maioria dos acontecimentos na cidade. 
d) particularizar a maneira de ser das manas Lousadas; situá-las numa 
cidade onde são famosas pela maledicência. 
e) associar as ações das duas irmãs; enfatizar seu livre acesso a qualquer 
ambiente na cidade. 
 
Questão 07) 
No texto, o particípio suposto expressa uma idéia de: 
a) causa. 
b) finalidade. 
c) tempo. 
d) concessão. 
e) conformidade. 
 
Questão 08) 
Assinale a opção que apresenta, respectivamente, a correta classificação 
gramatical de: 
 
 mais só que 
 
a) advérbio / palavra denotativa / pronome relativo. 
b) advérbio / pronome indefinido / pronome relativo. 
c) pronome indefinido / advérbio / conjunção integrante. 
d) pronome indefinido / palavra denotativa / pronome relativo. 
e) palavra denotativa / advérbio / conjunção integrante. 
 
Questão 09) 
Assinale a opção que apresenta as respectivas funções da palavra “se” 
empregada em: “...podendo-se mesmo dizer...” e “...vê-se substituída...” 
a) Partícula de realce; pronome reflexivo. 
b) Índice de indeterminação do sujeito; partícula de realce. 
c) Pronome apassivador;pronome apassivador. 
d) Parte integrante do verbo; parte integrante do verbo. 
e) Parte integrante do verbo; pronome apassivador. 
 
Questão 10) 
Assinale a opção que descreve corretamente uma das ocorrências de formas 
pronominais nos seguintes fragmentos: 
 
(1) Ninguém tinha ensinado Porto a desenhar, mas a gente é assim mesmo: 
tem coisas que a gente já nasce sabendo. (Angélica) 
(2) Maria desenrolou um pedaço de corda (era fina, de náilon), experimentou 
ela no dedo, alisou-alisou, espiou ela bem de perto, experimentou ela no 
pé (Corda bamba) 
(3) Pronto, era só isso. – Sentou (Angélica) 
 
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a) Emprego de “a gente” com função de objeto direto (ou indireto). 
b) Emprego de pronome pessoal reto com função de objeto. 
c) Emprego de “a gente” em períodos iniciados com pronome indefinido para 
manter a indeterminação do sujeito. 
d) Ênclise de pronome oblíquo. 
e) Elipse de pronome reflexivo com verbo pronominal. 
 
Questão 11) 
Beber é mal, mas é muito bom. 
(FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S.Paulo, 5 ago. 2001, p. 28.) 
 
A palavra “mal”, no caso específico da frase de Millôr, é: 
a) adjetivo. 
b) substantivo. 
c) pronome. 
d) advérbio. 
e) preposição. 
 
Questão 12) 
 
Durante a Copa do Mundo deste ano, foi veiculada, em programa esportivo 
de uma emissora de TV, a notícia de que um apostador inglês acertou o 
resultado de uma partida, porque seguiu os prognósticos de seu burro de 
estimação. Um dos comentaristas fez, então, a seguinte observação: “Já vi 
muito comentarista burro, mas burro comentarista é a primeira vez.” Percebe-
se que a classe gramatical das palavras se altera em função da ordem que 
elas assumem na expressão. 
Assinale a alternativa em que isso NÃO ocorre: 
a) obra grandiosa 
b) jovem estudante 
c) brasileiro trabalhador 
d) velho chinês 
e) fanático religioso 
 
Questão 13) 
 
Muitas palavras podem atuar nas frases como representantes de diferentes 
classes e exercer, portanto, diferentes funções sintáticas. Tendo em mente 
esta informação, 
a) Determine, com base em características formais da frase em que se 
encontra, a classe de palavras em que se enquadra a palavra eias, 
empregada por Guimarães Rosa no sétimo parágrafo do trecho citado; 
b) Considerando que, no quarto período do antepenúltimo parágrafo de seu 
texto, Graciliano Ramos representou três palavras visualmente por meio 
das letras dobradas rr, ll e ss, reescreva esse período, substituindo tais 
letras dobradas pelas palavras correspondentes. 
 
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Questão 14) 
 
Corte na Aldeia 
 
 
– A minha inclinação em matéria de livros (disse ele), de todos os que 
estão presentes é bem conhecida; somente poderei dar agora de novo a 
razão dela. Sou particularmente afeiçoado a livros de história verdadeira, e, 
mais que às outras, às do Reino em que vivo e da terra onde nasci; dos Reis 
e Príncipes que teve; das mudanças que nele fez o tempo e a fortuna; das 
guerras, batalhas e ocasiões que nele houve; dos homens insignes, que, pelo 
discurso dos anos, floresceram; das nobrezas e brasões que por armas, 
letras, ou privança se adquiriram. [...] 
– Vós, senhor Doutor (disse Solino) achareis isso nos vossos cartapácios; 
mas eu ainda estou contumaz. Primeiramente, nas histórias a que chamam 
verdadeiras, cada um mente segundo lhe convém, ou a quem o informou, ou 
favoreceu para mentir; porque se não forem estas tintas, é tudo tão misturado 
que não há pano sem nódoa, nem légua sem mau caminho. No livro fingido 
contam-se as cousas como era bem que fossem e não como sucederam, e 
assim são mais aperfeiçoadas. Descreve o cavaleiro como era bem que os 
houvesse, as damas quão castas, os Reis quão justos, os amores quão 
verdadeiros, os extremos quão grandes, as leis, as cortesias, o trato tão 
conforme com a razão. E assim não lereis livro em o qual se não destruam 
soberbos, favoreçam humildes, amparem fracos, sirvam donzelas, se 
cumpram palavras, guardem juramentos e satisfaçam boas obras. [...] 
Muito festejaram todos o conto, e logo prosseguiu o Doutor: 
– Tão bem fingidas podem ser as histórias que merecem mais louvor que 
as verdadeiras; mas há poucas que o sejam; que a fábula bem escrita (como 
diz Santo Ambrósio), ainda que não tenha força de verdade, tem uma ordem 
de razão, em que se podem manifestar as cousas verdadeiras. 
 
 (Francisco Rodrigues Lobo, "Corte na Aldeia") 
 
 
No trecho de Corte na Aldeia, focaliza-se uma discussão sobre dois 
conceitos – o de história verdadeira, defendido pela personagem “Doutor”, e 
o de história fingida (livro fingido), defendido pela personagem “Solino”. 
 
Depois de reler o trecho atentamente, 
 
a) estabeleça, segundo as noções de cada interlocutor, o que querem dizer 
com história verdadeira e história fingida; 
b) aponte dois adjetivos da fala de Solino cujo significado comprova o fato 
de a personagem utilizar, entre outros, o critério moral para defender seu 
ponto de vista. 
 
 
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Questão 15) 
 
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas: 
 
Não ______cerimônia, _____ que a casa é _____ e _____ à vontade. 
 
a) faças - entre - tua - fique 
b) faça - entre - sua - fique 
c) faças - entra - sua - fica 
d) faz - entra - tua - fique 
e) faça - entra - tua – fique 
 
Questão 16) 
 
Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, traz como subtítulo 
“auto de natal pernambucano”. Sabendo-se que a palavra auto “designa 
toda peça breve, de tema religioso ou profano, em circulação durante a 
Idade Média” 
(Massaud Moisés, Dicionário de Termos Literários), responda: 
 
a) Explique o porquê das adjetivações “de natal” e “pernambucano”, 
contidas no subtítulo, considerando o enredo da peça. 
b) Qual é o sentido do adjetivo “severina” aplicado a “morte e vida”? 
c) Comumente usa-se a expressão “vida e morte”; no título da peça de 
João cabral, entretanto, a seqüência é “morte e vida”. Explique o porquê 
dessa inversão. 
 
Questão 17) 
 
Não é fácil viver entre os insanos. 
Erra quem presumir que sabe tudo, 
Se o atalho não soube dos seus danos. 
 
O prudente varão há de ser mudo, 
Que é melhor neste mundo o mar de enganos, 
Ser louco cos demais, que ser sisudo. 
Gregório de Matos 
 
No segundo terceto, 
a) ser louco e ser sisudo representam a unidade desejada pelo eu poético. 
b) ser sisudo constitui o segundo termo de uma comparação. 
c) há de ser expressa condição. 
d) o que, no segmento que é melhor, equivale a “o qual”. 
e) há de ser mudo permaneceria no singular se ocorresse a forma “os 
prudentes varões”. 
 
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Questão 18) 
Há no Brasil grandíssimas matas de árvores agrestes, cedros, carvalhos, 
vinháticos, angelins e outras não conhecidas em Espanha, de madeiras 
fortíssimas para se poderem fazer delas fortíssimos galeões e, o que mais é, 
que da casca de algumas se tira a estopa para se calafetarem e fazerem 
cordas para enxárcia e amarras, do que tudo se aproveitam os que querem 
cá fazer navios, e se pudera aproveitar el-rei se cá os mandara fazer. 
 
Obs.: enxárcia – conjunto de cabos e degraus roliços feitos de cabo (‘corda’), 
madeira ou ferro, que sustentam mastros de embarcações a vela 
 
Considerando sempre o contexto, assinale a alternativa correta. 
a) Substituindo “haver” por “existir”, na frase Há no Brasil grandíssimas 
matas de árvores, a forma correta é: “Existe no Brasil”. 
b) Em grandíssimas matas de árvores agrestes, o termo destacado 
estabelece relação de “constituição”. 
c) Em se tira a estopa para se calafetarem, o segmento destacado expressa 
idéia de “meio com o qual se obtém um certo resultado”. 
d) Nas linhas finais, aparecem dois pronomes os (os que querem;os 
mandara fazer), e eles têm o mesmo referente. 
e) A frase se cá os mandara fazer traz subentendida a seguinte idéia: el-rei 
é um dos que efetivamente aproveitam tudo das árvores encontradas no 
Brasil. 
Questão 19) 
Assinale a alternativa em que a palavra “como” assume a mesma função que 
exerce em como fosse trazido à sua presença um pirata. 
a) Como você conseguiu chegar até aqui? 
b) Como todos podem ver, a situação não é das melhores. 
c) Não só leu os livros indicados, como também outros de interesse 
pessoal. 
d) Como não telefonou, resolvi procurá-lo pessoalmente. 
e) O arquiteto projetou o jardim exatamente como lhe pediram. 
Questão 20) 
 O homem disse QUE tinha de ir embora - antes queria me ensinar uma coisa 
muito importante: 
 - Você quer conhecer o segredo de ser um menino feliz para o resto da vida? 
 - Quero - respondi. 
 O segredo se resumia em três palavras, QUE ele pronunciou com 
intensidade, mãos nos meus ombros e olhos nos meus olhos: 
 - Pense nos outros. 
 Na hora achei esse segredo meio sem graça. SÓ bem mais tarde vim a 
entender o conselho QUE tantas vezes na vida deixei de cumprir. Mas que 
sempre deu certo quando ME lembrei de segui-LO, fazendo-me feliz como 
um menino. 
SABINO, Fernando. "O menino no espelho". 64 ed. Rio de Janeiro: Record, 
2003, p. 17-18. 
 
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Considerando o texto, é CORRETO afirmar que: 
 
01. os pronomes destacados no trecho: "sempre deu certo quando ME 
lembrei de segui-LO fazem referência, respectivamente, ao menino 
Fernando e ao homem Fernando. 
02. o fragmento: "Mas que sempre deu certo quando ME lembrei de segui-
LO" aponta uma causa cuja conseqüência está presente em: "fazendo-
me feliz como um menino". 
04. o trecho: "SÓ bem mais tarde vim a entender o conselho QUE tantas 
vezes na vida deixei de cumprir" pode ser substituído por: "bem mais 
tarde É QUE vim a entender o conselho que tantas vezes na vida deixei 
de cumprir", já que tanto a expressão SÓ como É QUE são recursos 
lingüísticos indicadores de ênfase. 
08. a expressão verbal "deixei de cumprir" foi empregada para indicar 
anterioridade ao marco temporal passado "vim a entender" . 
16. a palavra QUE nas três ocorrências destacadas no texto está 
funcionando como pronome relativo, pois ao mesmo tempo em que liga 
orações também aponta para um antecedente. 
 
 
Questão 21) 
 
TEXTO 
 
Longe de tudo 
É livres, livres desta vã matéria, 
longe, nos claros astros peregrinos 
que havemos de encontrar os dons divinos 
e a grande paz, a grande paz sidérea. 
 
Cá nesta humana e trágica miséria, 
nestes surdos abismos assassinos 
teremos de colher de atros destinos 
a flor apodrecida e deletéria. 
 
O baixo mundo que troveja e brama 
só nos mostra a caveira e só a lama, 
ah! só a lama e movimentos lassos... 
 
Mas as almas irmãs, almas perfeitas, 
hão de trocar, nas Regiões eleitas, 
largos, profundos, imortais abraços. 
 
 (SOUSA, Cruz e. "Poesias completas". Florianópolis: Fundação 
Catarinense de Cultura, 1981. p. 158) 
 
 
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O texto confronta dois espaços para marcar a oposição "corpo e alma". 
a) Retire do texto os dois advérbios que explicitam esses dois espaços. 
b) Transcreva duas expressões formadas por adjetivo(s) e substantivo que 
caracterizem esses espaços, identificando a que espaço cada uma se 
refere. 
 
Questão 22) 
 
TEXTO 1 
 
Ilusão Universitária 
 
 
Houve um tempo em que, ao ser admitido numa faculdade de direito, um 
jovem via seu futuro praticamente assegurado, como advogado, juiz ou 
promotor público. A situação, como se sabe, é hoje bastante diversa. 
Mudaram a universidade, o mercado de trabalho e os estudantes, muitos dos 
quais inadvertidamente compram a ilusão de que o diploma é condição 
necessária e suficiente para o sucesso profissional. 
A proliferação dos cursos universitários nos anos 90 e 2000 é a um só 
tempo sintoma e causa dessas mudanças. Um mercado de trabalho cada 
vez mais exigente passou a cobrar maior titulação dos jovens profissionais. 
Com isso, aumentou a oferta de cursos e caiu a qualidade. 
O fenômeno da multiplicação das faculdades e do declínio da qualidade 
acadêmica foi especialmente intenso no campo do direito. Trata-se, afinal, 
de uma carreira de prestígio, cujo ensino é barato. Não exige muito mais do 
que o professor, livros, uma lousa e o cilindro de giz. 
Existem hoje 762 cursos jurídicos no país. Em 1993, eles eram 183. A 
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) acaba de divulgar a lista das 
faculdades recomendadas. Das 215 avaliadas, apenas 60 (28%) receberam 
o "nihil obstat". A Ordem levou em conta conceitos do provão e os resultados 
do seu próprio exame de credenciamento de bacharéis. 
A verdade é que nenhum país do mundo é constituído apenas por 
advogados, médicos e engenheiros. Apenas uma elite chega a formar-se 
nesses cursos. No Brasil, contudo, criou-se a ilusão de que a faculdade abre 
todas as portas. Assim, alunos sem qualificação acadêmica para seguir 
essas carreiras pagam para obter diplomas que não Ihes serão de grande 
valia. É mais sensato limitar os cursos e zelar por sua excelência, evitando 
paliativos como o exame da Ordem, que é hoje absolutamente necessário 
para proteger o cidadão de advogados incompetentes - o que só confirma as 
graves deficiências do sistema educacional. 
 
 ("Folha de S. Paulo", 29/01/2004) 
 
 
 
 
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TEXTO 2 
 
A Universidade é só o começo 
 
Na última década, a universidade viveu uma espécie de milagre da 
multiplicação dos diplomas. O número de graduados cresceu de 225 mil no 
final dos anos 80 para 325 mil no levantamento mais recente do Ministério 
da Educação em 2000. 
A entrada no mercado de trabalho desse contingente, porém, não vem 
sendo propriamente triunfal como uma festa de formatura. Engenheiros e 
educadores, professores e administradores, escritores e sobretudo 
empresários têm sussurrado uma frase nos ouvidos dessas centenas de 
milhares de novos graduados: "O diploma está nu". 
Passaporte tranqüilo para o emprego na década de 80, o certificado 
superior vem sendo exigido com cada vez mais vistos. 
Considerado um dos principais pensadores da educação no país, o 
economista Cláudio de Moura Castro sintetiza a relação atual do diploma 
com o mercado de trabalho em uma frase: "Ele é necessário, mas não 
suficiente". O raciocínio é simples. Com o aumento do número de graduados 
no mercado, quem não tem um certificado já começa em desvantagem. 
Conselheiro-chefe de educação do Banco Interamericano de 
Desenvolvimento durante anos, ele compara o sem-diploma a alguém "em 
um mato sem cachorro no qual os outros usam armas automáticas e você 
um tacape". Por outro lado, o economista- educador diz que ter um fuzil, seja 
lá qual for, não garante tanta vantagem assim nessa floresta. 
Para Robert Wong, o diagnóstico é semelhante. Só muda a metáfora. 
Principal executivo na América do Sul da Korn/Ferry International, maior 
empresa de recrutamento de altos executivos do mundo, ele equipará a 
formação acadêmica com a potência do motor de um carro. 
Equilibrados de mais acessórios, igualado o preço, o motor pode 
desempatar a escolha do consumidor. "Tudo sendo igual, a escolaridade faz 
a diferença." 
Mas assim como Moura Castro, o head hunter defende a idéia de que um 
motor turbinado não abre automaticamente as portas do mercado. Wong 
conta que no mesmo dia da entrevista à Folha [Jornal "Folha de S. Paulo"] 
trabalhava na seleção de um executivo para uma multinacional na qual um 
dos principais candidatos não tinha experiência acadêmica. "É um self-made 
man." 
Brasileiro nascido na China, Wong observa que é em países como esses, 
chamados "em desenvolvimento", que existem mais condições hojepara o 
sucesso de profissionais como esses, de perfil empreendedor. (...) 
 
 (Cassiano Elek Machado: A universidade é só o começo. "Folha de S. 
Paulo", 27/07/2002. Disponível na Internet: 
http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse. Data de acesso: 24/08/2004) 
 
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Assinale a opção que não traduz uma interpretação condizente com os 
valores dos advérbios terminados em mente. 
a) A admissão no curso de direito quase garantia uma carreira futura, como 
advogado, juiz ou promotor público. (Texto 1, 1º parágrafo) 
b) Muitos estudantes não estão advertidos quanto à ilusão de que o diploma 
é a chave do sucesso profissional. (Texto 1, 1º parágrafo) 
c) De todos os cursos superiores, os cursos de direito foram os que mais 
se multiplicaram nos últimos anos. (Texto 1, 3º parágrafo) 
d) Não há dúvida de que o exame da OAB deve ser mantido nos dias atuais. 
(Texto 1, 5º parágrafo) 
e) A entrada dos graduados no mercado de trabalho não pode ser 
considerada, nos últimos anos, uma grande vitória. (Texto 2, 2º 
parágrafo) 
 
Questão 23) 
"No telefone, a primeira pessoa é a que fala; a segunda é a que não ouve; e 
a terceira é a Light." 
Em apenas uma alternativa, Mendes Fradique NÃO carnavalizou: 
a) As pessoas gramaticais mais conhecidas são: Mario Barreto, João 
Ribeiro, Laudelino Freire, Assis Cintra. 
b) VÓS é forma de que se servem os homens de letras em alocuções 
acadêmicas. Ex.: Entrade, macêbado, de onde vindes vós? 
c) NÓS é usado pelas pessoas que não conhecem o seu lugar. Ex.: "Nós 
só aceitamos reclamações na Companhia", diz o homem do gás, 
referindo-se à Light. 
d) Os pronomes pessoais do plural são: NÓS, VÓS, ELES ou ELAS. 
e) Eles são os que marcham. Elas são as mulheres deles. 
 
Questão 24) 
Na sua intenção carnavalizadora, Mendes Fradique, ao tratar do substantivo, 
mescla a nomenclatura usual com o que lhe serve ao propósito humorístico. 
Em termos de Nomenclatura Gramatical Brasileira - e apenas em termos dela 
- ele somente NÃO inovou em: 
a) O substantivo pode ser PRÓPRIO ou de ALUGUEL. O substantivo é 
'próprio' quando nomeia pessoa. Ex.: Presidente da República, Prefeito, 
Ministro etc. Esses substantivos só não nomeiam pessoa quando a 
pessoa não tem pistolão. O substantivo é de 'aluguel' quando o morador 
paga a renda ao senhorio... 
b) O substantivo pode ser REAL ou ABSTRATO. É 'real' quando se 
relaciona com o rei ou quando serve de padrão monetário. O substantivo 
é 'abstrato' quando não passa de conversa fiada. Ex.: Câmbio estável, 
plataforma governamental, opinião pública, soberania popular, 
democracia, sorte grande, camarão de empada, Tesouro Nacional, etc. 
c) Os substantivos variam desinencialmente [também] em caso... Ex.: João 
come frutas. JOÃO é aí um caso nominativo. Maria lê jornais. MARIA é 
aí um caso nominativo. Excetuam-se: Pedro toma o trem da Central, 
porque aí Pedro é um caso perdido. 
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d) Quanto ao gênero, podem os substantivos ser MASCULINOS, 
FEMININOS ou NEUTROS. Masculino: Mesquita Cabral; feminino: 
Marion; neutro: preguiça, que é comum ao masculino e ao feminino. 
e) O substantivo pode ser SIMPLES ou COMPOSTO. O substantivo é 
'simples' quando é simples mesmo. Ex.: café pequeno. É 'composto' 
quando acompanhado de entrepitíveis. Ex.: média com pão quente. 
 
Questão 25) 
"Procedamos acurada e pachorrentamente ao estudo [...] da gramática, 
porque na melhor das hipóteses, não ficaremos sabendo coisa alguma..." 
 
O autor tem razão diante de afirmativa como: 
 
a) "Os adjetivos se caracterizam morfologicamente por receberem as 
mesmas marcas de gênero e número que distinguem os nomes, com a 
diferença de que estas marcas, no adjetivo, resultam de regras de 
concordância." 
b) "SUBSTANTIVO é a palavra com que designamos ou nomeamos os 
seres em geral. São, por conseguinte, substantivos: a) os nomes de 
pessoas, animais, vegetais, lugares e coisas: Maria, cão, ipê, Brasil, livro; 
b) os nomes de ações, estados e qualidades, tomados como seres: 
colheita, patriotismo, velhice, bondade, largura." 
c) "O EMPREGO FACULTATIVO DO INFINITO FLEXIONADO. REGRA: 
Quando o infinito, apesar de não ter sujeito próprio [...] exprime, contudo, 
uma ação exercida por um agente que conhecemos do contexto e ao 
qual esta se atribui, pode ser flexionado ou invariável, embora 
freqüentemente se dê preferência ora a uma, ora a outra, das duas 
formas do infinito." 
d) Os SUBSTANTIVOS, todos os ARTIGOS, a maioria dos ADJETIVOS, 
alguns NUMERAIS e alguns PRONOMES podem sofrer uma variação de 
forma para dar idéia de UM ou MAIS DE UM. A isto nós chamamos de 
FLEXÃO DE NÚMERO." 
e) "RAIZ é o morfema comum a várias palavras de um mesmo grupo lexical, 
portador da significação básica desse grupo de palavras. Assim em "claro, 
clarear, aclarar, esclarecer, esclarecimento e clarividência", a raiz é 'clar-'. 
Em "livro, livrinho, livreiro, livraria e livresco", a raiz é 'livr-'. 
 
Questão 26) 
Marque a opção que preenche corretamente todas as lacunas numeradas, 
tomando como base o trecho a seguir. 
 
"os olhos extáticos alçavam-se cheios de esplendor e serenidade; os seios, 
que até ali apenas arfavam como as ondas de um lago em tranqüila noite de 
luar, começaram de ofegar, túrgidos e agitados, como oceano encapelado" 
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a) (1) predicativo; (2) alçar; (3) verbo transitivo; (4) os; (5) adjunto. 
b) (1) adjunto; (2) arfar; (3) verbo intransitivo; (4) se; (5) objeto direto. 
c) (1) predicativo; (2) arfar; (3) verbo intransitivo; (4) que; (5) sujeito. 
d) (1) predicativo; (2) começar; (3) verbo transitivo; (4) que; (5) objeto direto. 
e) (1) adjunto; (2) começar; (3) verbo transitivo; (4) se; (5) objeto indireto. 
 
Questão 27) 
No verso "Nosso passado de ABSURDOS GLORIOSOS" (v.7), substantivo 
e adjetivo se associam de forma a criar uma figura que se caracteriza pelo(a): 
a) emprego de palavras desnecessárias ao sentido da frase. 
b) ênfase no exagero da verdade das coisas. 
c) interpenetração de planos sensoriais diferentes. 
d) relação de semelhança entre o sentido denotativo e o sentido conotativo 
do texto. 
e) reunião de idéias contraditórias num só pensamento. 
 
Questão 28) 
As palavras INCOMPREENSÍVEL e INFREQÜENTÍSSIMOS possuem o 
mesmo prefixo com valor semântico idêntico. Porém, seus sufixos 
apresentam funções distintas, uma vez que - (í)vel forma adjetivo a partir de: 
a) verbo e -íssimo atribui um valor de grau ao adjetivo. 
b) verbo e -íssimo atribui um valor de grau ao substantivo. 
c) substantivo e -íssimo atribui um valor de grau ao adjetivo. 
d) substantivo e -íssimo forma adjetivo a partir de adjetivo. 
e) adjetivo e -íssimo forma adjetivo a partir de verbo. 
 
Questão 29) 
Leia as frases a seguir. 
 
I. AQUI continua um paraíso. 
II. AQUI ele chegou em 1930. 
III. AQUI onde ele mora viveu José de Alencar. 
IV. AQUI faz muito calor. 
 
Em relação aos termos destacados, pode-se afirmar que: 
a) expressam informação secundária, em I, III e IV. 
b) indicam a posição próxima do ouvinte, em II e III. 
c) assumem a mesma função na frase, em I, II e III. 
d) há uma preposição implícita, em II, III e IV. 
e) os termos assumem a mesma função, em I, II e IV. 
 
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Questão 30) 
Assinale a alternativa em que a presença/ausência da preposição acarreta 
alteração semântica: 
a) Meu filho sempre aspirou ao ar puro aqui do "campus". / Meu filho sempre 
aspirou o ar puro aqui do "campus." 
b) Meu filho sempre assistiu a futebol pela tv. / Meu filho sempre assistiu 
futebol pela tv. 
c) Meu filho sempre obedeceu a seus superiores. / Meu filho sempre 
obedeceu seus superiores. 
d) Meu filho sempre precisou de que o amparassem. / Meu filho sempreprecisou que o amparassem. 
e) Meu filho sempre necessitou de que o amparassem. / Meu filho sempre 
necessitou que o amparassem. 
 
Questão 31) 
Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber que ele 
possuía um caráter ferozmente honrado. Eu mesmo fui injusto com ele 
durante os anos que se seguiram ao inventário de meu pai. Reconheço que 
era um modelo. Argüiam-no de avareza, e cuido que tinham razão; mas a 
avareza é apenas a exageração de uma virtude e as virtudes devem ser 
como os orçamentos: melhor é o saldo que o "deficit". Como era muito seco 
de maneiras tinha inimigos, que chegavam a acusá-lo de bárbaro. O único 
fato alegado neste particular era o de mandar com freqüência escravos ao 
calabouço, donde eles desciam a escorrer sangue; mas, além de que ele só 
mandava os perversos e os fujões, ocorre que, tendo longamente 
contrabandeado em escravos, habituara-se de certo modo ao trato um pouco 
mais duro que esse gênero de negócio requeria, e não se pode 
honestamente atribuir à índole original de um homem o que é puro efeito de 
relações sociais. 
 (Machado de Assis, "Memórias póstumas de Brás Cubas") 
O efeito expressivo obtido em "ferozmente honrado" resulta de uma 
inesperada associação de advérbio com adjetivo, que também se verifica 
em: 
a) sorriso maliciosamente inocente. 
b) formas graciosamente curvas. 
c) sistema singularmente espantoso. 
d) opinião simplesmente abusada. 
e) expressão profundamente abatida. 
 
Questão 32) 
Observe os períodos a seguir e escolha a alternativa correta em relação à 
idéia expressa, respectivamente, pelas conjunções ou locuções SEM QUE, 
POR MAIS QUE, COMO, CONQUANTO, PARA QUE. 
 
1. Sem que respeites pai e mãe, não serás feliz. 
2. Por mais que corresse, não chegou a tempo. 
3. Como não tivesse certeza, preferiu não responder. 
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4. Conquanto a enchente lhe ameaçasse a vida, Gertrudes negou-se a 
abandonar a casa. 
5. Mandamos colocar grades em todas as janelas para que as crianças 
tivessem mais segurança. 
 
a) Condição, concessão, causa, concessão, finalidade. 
b) Concessão, causa, concessão, finalidade, condição. 
c) Causa, concessão, finalidade, condição, concessão. 
d) Condição, finalidade, condição, concessão, causa. 
e) Finalidade, condição, concessão, causa, concessão. 
 
Questão 33) 
De acordo com a Lei Federal nº 2749/56, o emprego oficial de nome 
designativo de cargo público deve, quanto ao gênero, atender ao sexo do 
funcionário a quem se refira, e não ficar sempre no masculino como era de 
praxe até então. Assinale a frase que admitiria o cargo na forma masculina, 
por ser genérico. 
a) Minha prima é escriturária-digitadora do Ministério da Fazenda. 
b) Não sei se a deputada Fulana de Tal se recandidatou à Câmara. 
c) Ela exerce o cargo de professora alfabetizadora. 
d) Foi nomeada juíza a Drª Fulana de Tal. 
e) Maria da Silva, Técnica em Educação desta Universidade, vem requerer... 
 
Questão 34) 
Os fragmentos de textos que se seguem utilizam em sua estrutura 
construções com o pronome LHE. 
 
FRAGMENTO I – 
 
“A imprensa é a vista da Nação. Por ela a Nação acompanha o que lhe passa 
ao perto e ao longe, exerga o que lhe malfazem, devassa o que ocultam e 
tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou 
nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, 
e se acautela do que ameaça.” Rui Barbosa 
 
FRAGMENTO II – 
 
“Eu lhe vejo linda. Eu lhe chamo de A, lhe chamo de B. Lhe digo isso, lhe 
digo aquilo. Lhe dou rosas, lhe ofereço colo. Só nunca lhe digo que lhe amo, 
que lhe quero e que por isso estou aqui.” Carlos Martel 
 
Considerando a semelhança entre a situação de produção e circulação dos 
textos e o nível de escolaridade do leitor,faça o que se pede: 
a) O que difere o emprego do lhe do 1º fragmento do seu emprego no 2º 
fragmento? 
b) Justifique a sua resposta. 
 
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Questão 35) 
 
Assinale a opção em que NÃO está correta a relação adjetivo / substantivo: 
 
a) colubrino / pombo 
b) vulpino / raposa 
c) potâmico / rio 
d) hircino / bode 
e) cunicular / coelho 
 
Questão 36) 
 
Assinale a opção em que o pronome relativo exerce a função sintática de 
predicativo: 
 
a) Com tais atitudes demonstras claramente o patife que sempre foste. 
b) A proposta que recusaste era de fato verdadeiramente indecorosa. 
c) Ninguém desconhece do que ainda és capaz. 
d) Na floresta amazônica há milhares de plantas que têm aplicação 
medicinal. 
e) Com grandes sacrifícios, finalmente adquiri o pequeno apartamento em 
que hoje moro. 
 
Questão 37) 
 
Observe, com atenção, as duas propagandas abaixo (Texto V e Texto VI), 
publicadas, respectivamente, na Revista Cláudia, nº 8, de agosto de 2006, p. 
22, e na Revista VEJA, em sua edição de 2 de agosto de 2006, p. 67. 
 
 
Texto V 
 
 
 
 
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Texto VI 
 
 
 
 
Agora, responda. 
 
a) As duas propagandas focalizam algumas mudanças na concepção 
tradicional dos gêneros feminino e masculino. Apresente, de maneira 
sucinta, as modificações propostas nos textos. Justifique sua resposta, 
utilizando elementos gráfico-visuais, conceituais e lingüísticos presentes 
nas propagandas. 
 
Texto V: 
Modificação proposta: 
Justificativa 
Texto VI: 
Modificação proposta: 
Justificativa 
 
b) Leia, novamente: 
“Vem aí mais uma edição do PRÊMIO CLÁUDIA (...)” (Texto V) 
O elemento destacado no trecho acima (aí) normalmente faz referência a 
lugar, como se pode observar no seguinte exemplo: “Como estão as 
coisas aí?”; “Você viu o meu livro por aí?”. 
 
Responda, considerando a leitura da propaganda da revista. 
b.1) Qual é o significado do termo aí no trecho destacado acima (Texto 
V)? 
 
b.2) Reescreva o trecho destacado, substituindo o termo aí por outro que 
expresse, claramente, o significado intencionado. 
 
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Questão 38) 
Em “ A física, a química e a biologia nos forneceram hipóteses que são muito 
melhores que as oferecidas por qualquer crença em outras dimensões”, “que” 
(a primeira ocorrência) pode ser analisado das formas abaixo, EXCETO: 
a) Substitui o substantivo “hipóteses”. 
b) É classificado como pronome relativo. 
c) Inicia uma oração subordinada adjetiva. 
d) Funciona como sujeito da oração. 
e) É classificado como conjunção. 
 
Questão 39) 
Leia os seguintes versos, extraídos de uma canção de Dorival Caymmi. 
 
Balada do rei das sereias 
 
O rei atirou 
Sua filha ao mar 
E disse às sereias: 
– Ide-a lá buscar, 
Que se a não trouxerdes 
 
Virareis espuma 
Das ondas do mar! 
Foram as sereias... 
Quem as viu voltar?... 
Não voltaram nunca! 
Viraram espuma 
Das ondas do mar. 
 
a) Aponte, na fala do rei (primeira estrofe), um efeito expressivo obtido por 
meio do emprego da segunda pessoa do plural. 
b) Sem alterar o sentido, reescreva a fala do rei, passando os verbos para a 
3ª pessoa do plural e substituindo, por outra, a conjunção que. 
 
Questão 40) 
 
Encontram-se, abaixo, a transcrição de parte de uma transmissão de jogo de 
futebol, trecho de uma canção e uma manchete de notícia. 
 
TEXTO 1 
 
Na marca de 36 minutos do primeiro tempo do jogo, pode abrir o marcador o 
time da Itapirense. A Esportiva precisa da vitória. Tomando posição o camisa 
9 Juary. É a batida de penalidade máxima. Faz festa a torcida. Fica no centro 
do gol o goleiro Cléber. Partiu Juary com a bola para a esquerda, tocou, é 
gol. Gol da Esportiva! E o Mogi Mirim tem posse de bola agora, escanteio 
pela direita. 39 minutos, Juan na cobrança do escanteio para o Mogi Mirim, 
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chutou, cruzou, cabeceiaAnderson Conceição e é gol. Foi aos 39 minutos do 
primeiro tempo, Juan pra cobrança do lado direito, subiu, desviou de cabeça 
o zagueiro Anderson Conceição, bola pro fundo da rede do goleiro Brás da 
Itapirense. Cutucou pro fundo da rede Anderson Conceição, camisa 4. 
(Transcrição adaptada de trecho da transmissão da partida entre Mogi Mirim 
Esporte Clube e Itapirense em 04/10/2008. Disponível no Podcast “Mogi 
Mirim Esporte Clube”, em www.mogimirim.com.br) 
 
TEXTO 2 
“Cotidiano” (Chico Buarque) 
Todo dia ela faz 
Tudo sempre igual 
Me sacode 
Às seis horas da manhã 
Me sorri um sorriso pontual 
E me beija com a boca 
De hortelã (...) 
 
TEXTO 3 
“Presidente visita amanhã a Estação Antártica” 
(Imprensa Nacional, em www.in.gov.br, 15/02/2008) 
 
a) Nos três textos ocorrem verbos no tempo presente. Entretanto, seu uso 
descreve as ações de formas diferentes. Compare o uso do presente nos 
textos 1 e 2, e mostre a diferença. Faça o mesmo com os textos 2 e 3. 
Explique. 
b) O encadeamento narrativo do texto 1 é construído pela alternância entre 
verbos no presente e no passado. 
Justifique a presença exclusiva do passado no último parágrafo, 
considerando que se trata de uma transmissão de jogo de futebol. 
 
Questão 41) 
Em uma passagem do livro O que é o tempo?, o matemático e filósofo inglês 
Gerald James Whitrow nos diz o seguinte: 
 
A primeira questão é a origem da ideia de que o tempo é uma espécie de 
progressão linear medida pelo relógio e pelo calendário. Na civilização 
moderna, esse conceito de tempo domina de tal forma a nossa vida que 
parece ser uma necessidade inevitável do pensamento. Mas isso está longe 
de ser verdade. (...) A maioria das civilizações anteriores à nossa, nos últimos 
200 a 300 anos, tendia a considerar o tempo essencialmente cíclico na 
natureza. À luz da história, nossa concepção de tempo é tão excepcional 
quanto a nossa rejeição ao mágico. 
Embora nossa ideia de tempo seja uma das características peculiares do 
mundo moderno, a importância que damos a ele não é inteiramente 
desprovida de precedente cultural. Nem tampouco o presente calendário 
gregoriano – assim chamado em homenagem ao papa Gregório XIII, que o 
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introduziu em março de 1582 – é o mais preciso de todas as civilizações. 
Nosso calendário, por muito sofisticado que seja, não é tão exato quanto 
aquele criado, há mais de mil anos, pelos sacerdotes maias da América 
Central. O ano gregoriano é um tanto longo demais, e o erro chega a três 
dias em dez mil anos. A duração do ano dos astrônomos maias pecava por 
ser um tanto curta demais, mas o erro era de apenas dois dias em dez mil 
anos. 
De todos os povos que conhecemos, os maias eram os mais obcecados 
pela idéia de tempo. Enquanto na Antiguidade européia considerava-se que 
os dias da semana eram influenciados pelos principais corpos celestes – 
Saturn-day, Sun-day, Moon-day (dia de Saturno, dia do Sol, dia da Lua e 
assim por diante) –, para os maias cada dia era por si só divino. Todos os 
monumentos e altares eram erigidos para marcar a passagem do tempo, 
nenhum glorificava governantes ou conquistadores. Os maias viam as 
divisões do tempo como cargas transportadas por uma hierarquia de 
portadores divinos que personificavam os números pelos quais os vários 
períodos – dias, meses, anos, décadas e séculos – se distinguiam. 
Apesar dessa constante preocupação com os fenômenos temporais e da 
incrível exatidão de seu calendário, os maias nunca chegaram à ideia de 
tempo como a jornada de um portador com a sua carga. Seu conceito de 
tempo era mágico e politeísta. Embora a estrada na qual os portadores 
divinos caminhassem em revezamento não tivesse começo nem fim, os 
eventos ocorriam em um círculo representado por períodos recorrentes de 
serviço a cada deus na sucessão dos portadores. Dias, meses, anos, e assim 
por diante, eram membros dos grupos que caminhavam em revezamento 
pela eternidade. A carga de cada deus era o presságio para o intervalo de 
tempo em questão. Num ano a carga podia ser a seca, no outro, uma boa 
colheita. Pelo cálculo dos deuses que estariam caminhando juntos em um 
determinado dia, os sacerdotes podiam determinar a influência combinada 
de todos os caminhantes, e assim prever o destino da humanidade. 
A hierarquia dos ciclos de cada divisão de tempo levou os maias a dedicar 
mais atenção ao passado que ao futuro. Esperava-se que a história se 
repetisse em ciclos de 260 anos, e que os eventos significativos tendessem 
a seguir um padrão geral pré-ordenado. Por exemplo, a religião cristã 
introduzida pelos espanhóis era identificada com a adoração de um culto 
alienígena imposto aos maias vários séculos antes. Os eventos passados, 
presentes e futuros mesclavam-se, na visão global dos maias, porque 
resultavam da mesma carga divina do ciclo de 260 anos. 
 
 
Extraído e adaptado de WHITROW, G. J. O que é o tempo? Rio de 
Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003, p.15-17. 
 
 
 
 
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a) Para comparar a visão de tempo dos maias à nossa moderna concepção, 
o autor do texto evoca duas imagens geométricas distintas. Diga quais 
são elas e, com base no texto, explique por que servem para descrever a 
diferença fundamental entre as duas ideias de tempo comparadas. 
b) Retire do texto um período que contrarie a seguinte afirmação: Nunca 
houve sociedade que tenha dado ao tempo um lugar tão central como a 
nossa. 
c) Forme um único período com as orações abaixo, utilizando para isso o 
pronome relativo cujo. Faça as adaptações necessárias. 
Não vemos a relação entre passado, presente e futuro da mesma forma 
que os maias. 
 O conceito de tempo dos maias era mágico e politeísta. 
 
Questão 42) 
 
Concebido como uma homenagem ao escritor João Guimarães Rosa, no 
cinquentenário de Grande Sertão: Veredas, o romance Nhô Guimarães, de 
Aleilton Fonseca, apresenta uma linguagem de forma imaginativa, em que o 
personagem, ao narrar histórias e causos em boa parte inspiradas no 
imaginário popular brasileiro e no vasto universo rosiano, relembra seu velho 
amigo Nhô Guimarães. 
 
 
TEXTO I 
 
O senhor… mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as 
pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que 
elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. É o que a 
vida me ensinou. Isso que me alegra montão. 
 
Guimarães Rosa, Grande Sertão:Veredas. 
 
 
TEXTO II 
 
Ah, meu senhor, a vida é cheia de espanto. A gente pisca, uma coisa 
acontece! Já lhe aconteceu de sua natureza amarrar, empatando fazer uma 
coisa? Isso tem gente que repele. Eu não insisto se dentro de mim uma voz 
me fala. Desmanchar viagem, desistir de negócio, mudar de caminho, 
descobrir a intenção de certos amigos. É uma voz da gente, lá dentro, 
tentando dizer o futuro. Eu digo e repito ao senhor: escute seu 
pressentimento. É um conselho que a gente dá de si para si mesmo, ou revela 
aos outros, para prevenir certos fatos. 
 
Aleilton Fonseca. Nhô Guimarães. 
 
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a) Os Textos I e II apresentam marcas linguístico-discursivas que 
caracterizam uma interlocução do narrador. Transcreva, de cada um dos 
textos, um fragmento que apresenta essas marcas de interlocução, 
identifique-as e justifique seu emprego. 
b) Na progressão de sentido no fragmento de Nhô Guimarães (Texto II), há 
uma frase do narrador que sintetiza o seu discurso. Transcreva essa frase 
e explique o seu sentido no texto. 
 
Questão 43) 
Leia o poema de Mauro Mota. 
 
Ausência 
 
Vestias diante do espelho 
o vestido de viagem, 
e o espelho partiu-se ao meio 
querendo prender-te a imagem. 
(Canto ao Meio) 
 
Ao reescrever o poema, empregando como sujeito explícito o pronome Elas, 
tem-se: 
 
Elasvestiam diante do espelho 
os vestidos de viagem, 
e o espelho partiu-se ao meio 
querendo ______ a imagem. 
 
A expressão que preenche corretamente a lacuna, de acordo com o 
português padrão, é: 
 
a) prendê-la. 
b) prendê-las. 
c) prender-vos. 
d) prender-lhe. 
e) prender-lhes. 
 
Questão 44) 
 
Assinale a alternativa em que a passagem do imperativo afirmativo para o 
imperativo negativo está correta. 
 
a) Sai daqui. / Não saies daqui. 
b) Deixai vir a mim as crianças. / Não deixeis vir a mim as crianças. 
c) O pão nosso nos dai hoje. / O pão nosso não nos dês hoje. 
d) Escreve ao diretor. / Não escreva ao diretor. 
e) Apõe a assinatura! / Não aponheis a assinatura! 
 
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Questão 45) 
Reponda os itens a seguir. 
 
a) O fragmento, a seguir, é uma reflexão do protagonista Paulo Honório, do 
romance São Bernardo. 
A verdade é que não me preocupo muito com o outro mundo. Admito 
Deus, pagador celeste dos meus trabalhadores, mal remunerados cá na 
terra, e admito o diabo, futuro carrasco do ladrão que me furtou uma vaca 
de raça. Tenho portanto um pouco de religião, embora julgue que, em 
parte, ela é dispensável num homem. Mas mulher sem religião é horrível. 
(RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 2012. p.155.) 
 
A partir do fragmento, discorra sobre o sentido de religião para o 
protagonista do romance. Refira-se, pelo menos, a uma passagem da 
obra para ilustrar sua resposta. 
b) Considere a citação retirada do conto A hora e vez de Augusto Matraga 
a seguir. 
Sou um desgraçado, mãe Quitéria, mas o meu dia há-de chegar! 
(ROSA, J. G. Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. p.387.) 
 
Considere, agora, que esse enunciado fosse redigido da seguinte 
maneira: 
O meu dia há-de chegar, mas sou um desgraçado, mãe Quitéria! 
Explique como os sentidos são diferentes em cada um dos enunciados 
e qual é o papel desempenhado pela conjunção “mas” na construção 
desses sentidos. 
 
Questão 46) 
 
Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação da partícula “se”, 
na sequência em que aparece no período abaixo. 
O maquinista se perguntava se a próxima parada seria tão tumultuada 
quanto a primeira, com aquelas pessoas todas se debatendo, os bilhetes 
avolumando nas mãos do cobrador, os reclamos que se ouviam dos mais 
exaltados. 
 
a) objeto indireto – conectivo integrante – parte do verbo – partícula 
apassivadora 
b) objeto direto – conectivo integrante – pronome reflexivo – partícula 
apassivadora 
c) objeto direto – conjunção integrante – pronome recíproco – 
indeterminação do sujeito 
d) objeto indireto – conjunção integrante – pronome reflexivo – partícula 
apassivadora 
e) objeto direto – conectivo integrador – pronome oblíquo – partícula 
apassivadora 
 
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Questão 47) 
“Carta a uma jovem que, estando em uma roda em que dava aos presentes 
o tratamento de ‘você’, se dirigiu ao autor chamando-o ‘o senhor’ ”. 
 
A análise morfossintática das palavras grifadas, na sequência em que 
aparecem, está correta na alternativa: 
 
a) conjunção integrante, adjunto adverbial, partícula apassivadora, 
pronome pessoal oblíquo 
b) sujeito, pronome relativo, pronome pessoal, artigo definido 
c) pronome relativo, conjunção integrante, objeto direto, pronome 
substantivo 
d) pronome relativo, adjunto adverbial, pronome oblíquo, objeto direto 
e) objeto direto, pronome locativo, sujeito, artigo definido 
 
Questão 48) 
“TONHO (NERVOSO) – Estou te pedindo, Paco. [...] (CHORANDO) Minha 
vida é uma merda, eu já não aguento mais. Me esquece. Não quer trocar o 
sapato, não troca. Mas cala essa boca. Será que você não compreende? Eu 
estudei, posso ser alguma coisa na puta da vida. Estou cansado de tudo 
isso. De comer mal, de dormir nessa joça, de trabalhar no mercado, de te 
aturar. Estou farto! [...].” 
(MARCOS, Plínio. Dois perdidos numa noite suja: 
peça em dois atos. 3. ed. São Paulo: Parma, 1984. p. 87). 
 
Justifique o uso do pronome “me” em posição proclítica no fragmento de 
texto acima. 
 
TEXTO: 1 - Comum à questão: 49 
 
UM SONHO DE SIMPLICIDADE 
 
Então, de repente, no meio dessa desarrumação feroz da vida urbana, dá 
na gente um sonho de simplicidade. Será um sonho vão? Detenho-me um 
instante, entre duas providências a tomar, para me fazer essa pergunta. Por 
que fumar tantos cigarros? Eles não me dão prazer algum; apenas me fazem 
falta. São uma necessidade que inventei. Por que beber uísque, por que 
procurar a voz de mulher na penumbra ou os amigos no bar para dizer coisas 
vãs, brilhar um pouco, saber intrigas? 
Uma vez, entrando numa loja para comprar uma gravata, tive de repente 
um ataque de pudor, me surpreendendo assim, a escolher um pano colorido 
para amarrar ao pescoço. 
A vida bem poderia ser mais simples. Precisamos de uma casa, comida 
simples, mulher, quê mais? Que se possa andar limpo e não ter fome, nem 
sede, nem frio. Para que beber tanta coisa gelada? Antes eu tomava a água 
fresca da talha, e a água era boa. E quando precisava de um pouco de 
evasão, meu trago de cachaça. 
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Que restaurante ou boate me deu o prazer que tive na choupana daquele 
velho caboclo do Acre? A gente tinha ido pescar no rio, de noite. Puxamos a 
rede afundando os pés na lama, na noite escura, e isso era bom. Quando 
ficamos bem cansados, meio molhados, com frio, subimos a barraca, no 
meio do mato e, chegamos à choça de um velho seringueiro. Ele acendeu 
um fogo, esquentamos um pouco junto do fogo, depois me deitei, numa 
grande rede branca - foi um carinho ao longo de todos os músculos 
cansados. E então ele me deu um pedaço de peixe moqueado e meia caneca 
de cachaça. Que prazer em comer aquele peixe, que calor bom em tomar 
aquela cachaça e ficar algum tempo a conversar, entre grilos e vozes 
distantes de animais noturnos. 
Seria possível deixar essa eterna inquietação das madrugadas urbanas, 
inaugurar de repente uma vida de acordar bem cedo? Outro dia vi uma linda 
mulher, e senti um entusiasmo grande, uma vontade de conhecer mais 
aquela bela estrangeira: conversamos muito, essa primeira conversa longa 
em que a gente vai jogando um baralho meio marcado, e anda devagar, 
como a patrulha que faz um reconhecimento. Mas para quê, essa eterna 
curiosidade, essa fome de outros corpos e outras almas? 
Mas para instaurar uma vida mais simples e sábia, então seria preciso 
ganhar a vida de outro jeito, não assim, nesse comércio de pequenas pilhas 
de palavras, esse ofício absurdo e vão de dizer coisas, dizer coisas... Seria 
preciso fazer algo de sólido e de singelo; tirar areia do rio, cortar lenha, lavrar 
a terra, algo de útil e concreto, que me fatigasse o corpo, mas deixasse a 
alma sossegada e limpa. 
Todo mundo, com certeza, tem de repente um sonho assim. É apenas um 
instante. O telefone toca. Um momento! Tiramos um lápis do bolso para 
tomar nota de um nome, um número... Para que tomar nota? Não precisamos 
tomar nota de nada, precisamos apenas viver - sem nome, nem número, 
fortes, doces, distraídos, bons, como os bois, as mangueiras e o ribeirão. 
 
(BRAGA, Rubem. In: 200 crônicas escolhidas, 3 ed. Rio de Janeiro: Record, 
1979. p.262-3.) 
 
 
Questão 49) 
 
É INADEQUADA, quanto à relação de coesão com a oração anterior, a 
análise do conectivo grifado na alternativa: 
 
a) ...”Detenho-me um instante, entre duas providências a tomar, para me 
fazer essa pergunta.”... 
[finalidade] 
b) ...”Quando ficamos bem cansados, meio molhados, com frio, subimos a 
barranca, no meio do mato,”... 
[tempo] 
c) ...”outro dia vi uma linda mulher, e senti um entusiasmo grande,”... 
[adição] 
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d) ...”Mas para instaurar uma vida mais simples esábia, então seria preciso 
ganhar a vida de outro jeito,”... 
[concessão] 
e) ...”Seria preciso fazer... algo de útil e concreto, que me fatigasse o corpo, 
mas deixasse a alma sossegada e limpa.” 
[oposição] 
 
TEXTO: 2 - Comum à questão: 50 
 
Neste momento, o bordado está pousado em cima do console e o 
interrompi para escrever, substituindo a tessitura dos pontos pela das 
palavras, o que me parece um exercício bem mais difícil. 
Os pontos que vou fazendo exigem de mim uma habilidade e um 
adestramento que já não tenho. Esforço-me e vou conseguindo vencer 
minhas deficiências. As palavras, porém são mais difíceis de adestrar e vêm 
carregadas de uma vida que se foi desenrolando dentro e fora de mim, todos 
esses anos. São teimosas, ambíguas e ferem. Minha luta com elas é uma 
luta extenuante. Assim, nesse momento, enceto duas lutas: com as linhas e 
com as palavras, mas tenho a certeza que, desta vez, estou querendo chegar 
a um resultado semelhante e descobrir ao fim do bordado e ao fim desse 
texto, algo de delicado, recôndito e imperceptível sobre o meu próprio destino 
e sobre o destino dos seres que me rodeiam. Ontem, quando entrei no 
armarinho para escolher as linhas, vi-me cercada de pessoas com quem não 
convivia há muito tempo, ou convinha muito pouco, de cuja existência tinha 
esquecido. Mulheres de meia-idade que compravam lãs para bordar 
tapeçarias, selecionando animadamente e com grande competência os 
novelos, comparando as cores com os riscos trazidos, contando os pontos 
na etamine, medindo o tamanho do bastidor. Incorporei-me a elas e comecei 
a escolher, com grande acuidade, as tonalidades das minhas meadas de 
linha mercerizada. Pareciam pequenas abelhas alegres (...), levando a sério 
as suas tarefas. (...) Naquelas mulheres havia alguma coisa preservada, sua 
capacidade de bordar dava-lhes uma dignidade e um aval. Não queria que 
me discriminassem, conversei com elas de igual para igual, mostrando-lhes 
os pontos que minha pequena mão infantil executara. 
(JARDIM, Rachel. O penhoar chinês. 4 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 
1990.) 
 
 
Questão 50) 
A preposição de contida nas opções abaixo NÃO estabelece relação de 
posse em: 
a) “... a tessitura dos pontos ...” (1° período). 
b) “... ao fim do bordado ...” (7° período). 
c) “... o destino dos seres ...” (7° período). 
d) “... pessoas (...) de cuja existência ...” (8° período) 
e) “... tamanho do bastidor.” (9° período). 
 
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TEXTO: 3 - Comum à questão: 51 
 
Luta de Classes 
 
 Não é que dona Maria de Lurdes (Malu) não entenda, é que lhe explicam 
mal as coisas. Por exemplo. Uma noite ela perguntou para o 
 marido que história era aquela de luta de classes e o marido, já meio 
dormindo, respondeu: 
 _ São os empregados contra nós. 
 No dia seguinte, dona Malu já olhou para a Ernestina, 20 anos com a 
família, de outro jeito. 
 _ Que foi, dona Malu? 
 _ Nada, nada. 
 No almoço, dona Malu pediu mais detalhes ao marido. 
 _ O que é que os empregados querem? 
 _ O quê, Malu? 
 _ Os empregados. O que é que eles querem de nós? 
 O marido respirou fundo e ia começar a responder quando Ernestina 
entrou na sala do almoço e dona Malu o deteve com um gesto. Não na 
 frente do inimigo. 
 Ernestina voltou para a cozinha. O marido de dona Malu se serviu de 
guisadinho, mas não chegou a levar a primeira garfada à boca. 
 _ Pare! – gritou dona Malu, que tivera um súbito e terrível pensamento: 
vidro moído na comida. 
 _Por quê, Malu? 
 _ Não toque nessa comida! 
 _ Como é que eu vou almoçar sem tocar na comida? 
 _ Vamos almoçar fora. 
 _ Que história é essa, Malu. Logo hoje que a Ernestina fez o meu prato 
preferido! 
 _ Justamente por isso. De noite eu faço guisadinho para você. 
 _ Eu prefiro o guisadinho da Ernestina. 
 Mas dona Malu já começara a limpar a sua mesa. Ernestina fez cara feia 
quando viu o seu guisado voltar, intocado, para a cozinha. Em 20 
 anos, era a primeira vez que acontecia aquilo. 
 _ Não gostaram, é? 
 _ Não tenho que lhe dar satisfações. 
 A senhora anda muito engraçada. 
 _ Veja como fala. 
 _ O que é que eu faço para o jantar? 
 _ Nada. Pode tirar o resto do dia. 
 Ernestina murmurou alguma coisa, emburrada. 
 _ Que foi? _ perguntou dona Malu. 
 _ Se a senhora não está satisfeita comigo... 
 _ Eu? Você é que está contra nós! 
 _ Eu, dona Malu? 
 _ Não finja. Pelo menos tenha a hombridade de lutar de frente. 
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 Nem Ernestina nem dona Malu sabiam o que queria dizer hombridade e 
ficou por isso mesmo. Ernestina também não sabia que luta era 
 aquela, mas se dona Malu queria briga, ia ter briga. Não seria a primeira 
vez. 
 _ A senhora está me despedindo? 
 Dona Malu pensou um pouco. Afinal, eram 20 anos. Mesmo que Ernestina 
tivesse, finalmente, revelado a sua duplicidade, 20 anos eram 20 
 anos. E seria melhor ter o inimigo dentro de casa, onde ele podia ser 
controlado. 
 _ Não está despedida. Mas de agora em diante, eu faço a comida. Você 
só limpa a casa e lava os pratos. Não faz nem o cafezinho. 
 _ Está bem. 
 Era a guerra. Ou uma trégua declarada. Passaram a conviver de cara 
fechada, dona Malu e Ernestina. Uma vez o marido de dona Malu foi 
 pego em flagrante na cozinha pedindo para Ernestina fazer um dos seus 
pudins de laranja escondido. Foi tachado de traidor de sua classe. 
 Dona Malu passou a cozinhar, sob olhar crítico e, às vezes, os risos 
abafados, de Ernestina. E na noite em que dona Malu viu na televisão 
 um filme de espionagem em que um agente infiltrado em território inimigo 
mandava mensagens de rádio para suas forças com um 
 transmissor secreto, correu a dar uma busca no quarto de Ernestina. Não 
encontrou nenhum transmissor mas, por via das dúvidas, 
 impugnou um radinho de pilha. 
(Luís F. Veríssimo – Novas Comédias da Vida Privada - L&PM,1996) 
 
Questão 51) 
“Uma vez o marido de dona Malu foi pego em flagrante na cozinha pedindo 
para Ernestina fazer um dos seus pudins de laranja escondido.” 
 
Assinale a alternativa que apresenta o elemento do texto a que se refere a 
palavra sublinhada: 
a) marido 
b) pudim 
c) fazer 
d) pedindo 
e) pego 
 
TEXTO: 4 - Comum à questão: 52 
 
 
Morte e Vida Severina 
 
O meu nome é Severino 
não tenho outro de pia. 
Como há muitos Severinos 
que é santo de romaria, 
deram então de me chamar 
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Severino de Maria; 
Como há muitos Severinos 
com mães chamadas Maria, 
fiquei sendo o da Maria 
do finado Zacarias. 
Mas isso ainda diz pouco: 
há muitos na freguesia, 
por causa de um coronel 
que se chamou Zacarias 
e que foi o mais antigo 
senhor desta sesmaria. 
Como então dizer quem fala 
ora a Vossas Senhorias? 
Vejamos: é o Severino 
da Maria do Zacarias, 
lá da serra da Costela, 
limites da Paraíba. 
Mas isso ainda diz pouco: 
se ao menos mais cinco havia 
com nome de Severino 
filhos de tantas Marias 
mulheres de outros tantos, 
já finados Zacarias, 
vivendo na mesma serra 
magra e ossuda em que eu vivia. 
Somos muitos Severinos 
iguais em tudo na vida: 
na mesma cabeça grande 
que a custo se equilibra, 
no mesmo ventre crescido 
sobre as mesmas pernas finas, 
e iguais também porque o sangue 
que usamos tem pouca tinta. 
E se somos Severinos 
iguais em tudo na vida, 
morremos de morte igual, 
mesma morte Severina:que é a morte de que se morre 
de velhice antes dos trinta, 
de emboscada antes dos vinte, 
de fome um pouco por dia 
(de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, 
e até gente não nascida). 
Somos muitos Severinos 
Iguais em tudo e na sina: 
a de abrandar estas pedras 
suando-se muito em cima, 
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a de tentar despertar 
terra sempre mais extinta, 
a de querer arrancar 
algum roçado da cinza. 
Mas, para que me conheçam 
melhor Vossas Senhorias 
e melhor possam seguir 
a história da minha vida, 
passo a ser o Severino 
que em vossa presença emigra. 
(João Cabral M. Neto – Morte e Vida Severina – Ed. Nova. Fronteira – 1997 
– adaptado) 
 
Questão 52) 
Assinale a alternativa que indica o tipo de circustância indicada pelas 
palavras sublinhadas em “morremos de morte igual, mesma morte 
severina”: 
a) causa 
b) modo 
c) conseqüência 
d) explicação 
e) conclusão 
 
TEXTO: 5 - Comum à questão: 53 
 
Estudo do centro de cibernética da Universidade de Warwick, na Inglaterra, 
revela que os videogames e controles remotos estimulam mudanças na 
coordenação motora dos jovens. Os dedos polegares da chamada geração 
Atari, de até 25 anos, estariam mais ágeis que os indicadores. Foram 
observados jovens de nove cidades de vários continentes. Os cientistas 
explicam que a interação entre o homem e a tecnologia provoca mudanças 
tanto nos equipamentos tecnológicos quanto no corpo humano. 
Revista Veja 
 
Questão 53) 
Assinale a alternativa correta. 
a) O emprego da expressão a chamada geração Atari evidencia que o rótulo 
foi atribuído à geração pelos cientistas. 
b) Em estariam mais ágeis, a forma verbal denota que o redator atribui a 
responsabilidade pela informação aos cientistas. 
c) O termo vários é adequado para quantificar continentes, já que o número 
destes é impreciso. 
d) O uso das formas verbais revela e explicam demonstra que as 
informações divulgadas já fazem parte do senso comum. 
e) No contexto, mudanças equivale a “aperfeiçoamentos”, tanto 
tecnológicos quanto fisiológicos. 
 
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TEXTO: 6 - Comum à questão: 54 
 
A notícia saiu no "The Wall Street Journal": a "ansiedade superou a 
depressão como problema de saúde mental predominante nos EUA". Para 
justificar o absurdo, o autor da matéria recorre a um psicoterapeuta e a um 
sociólogo. O primeiro descreve "ansiedade como condição dos 
privilegiados" que, livres de ameaças reais, se dão ao luxo de "olhar para 
dentro" e criar medos irracionais; o segundo diz que "vivemos na era mais 
segura da humanidade" e, no entanto, "desperdiçamos bilhões de dólares em 
medos bem mais ampliados do que seria justificável". Sem meias palavras, 
os peritos dizem algo mais ou menos assim: os americanos estão nadando 
em riqueza e, como não têm do que se queixar, adquiriram o costume 
neurótico de desentocar medos irracionais para projetá-los no admirável 
mundo novo ao redor. 
A explicação impressiona pela ingenuidade ou pela má-fé. Ninguém 
contrai o "Mau hábito" de olhar para dentro de si do dia para a noite. A 
obsessão consigo não é um efeito colateral do modo de vida atual; é um dos 
seus mais indispensáveis ingredientes. O crescimento exagerado do 
interesse pelo "mundo interno" e pelo corpo é a contrapartida do desinteresse 
ou hostilidade pelo "mundo externo" e pelos outros. Diz o catecismo: só confie 
em seu corpo e em sua mente. O resto é concorrente; o resto está sempre 
cobiçando e disputando seu emprego, seu sucesso, seu patrimônio e sua 
saúde. Sentir medo e ansiedade, em condições semelhantes, é um estado 
emocional perfeitamente racional e inteligível. 
Em bom português, sentir-se condenado a jamais ter repouso físico ou 
mental, sob pena de perder a saúde, a longevidade, a forma física, o 
desempenho sexual, o emprego, a casa, a segurança na velhice, pode ser 
um inferno em vida para os pobres ou para os ricos. Os candidatos à 
ansiedade são, assim, bem mais numerosos e bem menos ociosos do que 
pensam o psicoterapeuta e o sociólogo. 
 
 (Adaptado de: COSTA, J.F. A ansiedade da opulência. 
"Folha de São Paulo", 19 de março de 2000.) 
 
 
 
Questão 54) 
Considere as seguintes afirmações acerca do uso de artigos. 
 
I. Caso tivéssemos uma condição em vez de "condição" haveria alteração 
no sentido global da frase 
II. O artigo indefinido "uns" poderia substituir o definido "os", sem que 
houvesse alteração no sentido da frase em questão. 
III. As duas ocorrências do artigo definido o anteposto às palavras 
"psicoterapeuta" e "sociólogo" poderia ser substituídas por um indefinido 
sem mudar o sentido da frase. 
 
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Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas I e III. 
d) Apenas II e III. 
e) I, II e III. 
 
TEXTO: 7 - Comum à questão: 55 
 
Por amor à Pátria 
 
 “O que é mesmo a Pátria? 
 Houve, com certeza, uma considerável quantidade de brasileiros(as) que, 
na linha da própria formação, evocaram a Pátria com critérios puramente 
geográficos: uma vastíssima porção de terra, delimitada, porém, por tratados 
e convenções. Ainda bem quando acrescentaram: a Pátria é também o 
Povo, milhões de homens e mulheres que nasceram, moram, vivem, dentro 
desse território. 
 Outros, numerosos, aprimoraram essa noção de Pátria e pensaram nas 
riquezas e belezas naturais encerradas na vastidão da terra. Então, a partir 
das cores da bandeira, decantaram o verde das florestas, o azul do 
firmamento espelhado no oceano, o amarelo dos metais escondidos no 
subsolo. Ufanaram-se legitimamente do seu país ou declararam, convictos, 
aos filhos jovens, que jamais hão-de ver país como este.” 
 
Questão 55) 
 
No textoI, as expressões Ainda bem e Então podem ser substituídas, 
respectivamente, sem prejuízo semântico, por: 
 
a) Finalmente e Portanto. 
b) Felizmente e Por isso. 
c) Embora e Por conseguinte. 
d) Por sorte e Conquanto. 
e) Malgrado e Porquanto. 
 
TEXTO: 8 - Comum à questão: 56 
 
 
“Não se pode dizer que a medida é ruim porque foi feita pelo presidente. Ao 
contrário, temos que dizer que é boa e torcer para que ele tome outras 
medidas boas.” 
 
(Declaração de Luiz Inácio Lula da Silva, líder do PT, sobre a iniciativa do 
presidente Fernando Henrique Cardoso 
 de reduzir os impostos para a microempresa. - Folha de S. Paulo, 8 de 
novembro de 1996). 
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Questão 56) 
a) Tal como foi formulado, o primeiro período da declaração de Lula poderia 
significar “Nós não temos o direito de dizer que a medida é ruim, pois foi 
o Presidente quem a tomou”. Este segundo sentido é certamente 
involuntário por parte do parlamentar. Reformule a declaração de Lula de 
modo a eliminar este segunfo sentido. 
b) Preservando o sentido que Lula quis atribuir à afirmação, reformule o 
período usando a conjunção mas. 
c) Escreva uma continuação apropriada à primeira afirmação de Lula, 
supondo que ela tivesse o sentido apontado no item a. 
TEXTO: 9 - Comum à questão: 57 
ROMANCE II OU DO OURO INCANSÁVEL 
 
Mil bateias vão rodando 
sobre córregos escuros; 
a terra vai sendo aberta 
por intermináveis sulcos; 
infinitas galerias 
penetram morros profundos. 
 
De seu calmo esconderijo, 
o ouro vem, dócil e ingênuo; 
torna-se pó, folha, barra, 
prestígio, poder, engenho... 
É tão claro! - e turva tudo: 
honra, amor e pensamento. 
 
Borda flores nos vestidos, 
sobe a opulentos altares, 
traça palácios e pontes, 
eleva os homens audazes, 
e acende paixões que alastram 
sinistras rivalidades. 
 
Pelos córregos, definham 
negros, a rodar bateias. 
Morre-se de febre e fome 
sobre a riqueza da terra: 
uns querem metais luzentes,outros, as redradas pedras. 
 
Ladrões e contrabandistas 
estão cercando os caminhos; 
cada família disputa 
privilégios mais antigos; 
os impostos vão crescendo 
e as cadeias vão subindo. 
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Por ódio, cobiça, inveja, 
vai sendo o inferno traçado. 
Os reis querem seus tributos, 
- mas não se encontram vassalos. 
Mil bateias vão rodando, 
mil bateias sem cansaço. 
 
Mil galerias desabam; 
mil homens ficam sepultos; 
mil intrigas, mil enredos 
prendem culpados e justos; 
já ninguém dorme tranqüilo, 
que a noite é um mundo de sustos. 
 
Descem fantasmas dos morros, 
vêm almas dos cemitérios: 
todos pedem ouro e prata, 
e estendem punhos severos, 
mas vão sendo fabricadas 
muitas algemas de ferro. 
 
 
 (MEIRELES, Cecília. "Poesias completas". Rio de Janeiro: 
Civilização Brasileira, 1974.) 
 
 
Questão 57) 
 
peneiras de madeira 
depuradas, selecionadas 
 
 
Quando lemos um texto, devemos estar atentos, entre outras coisas, à 
seleção dos substantivos, verbos, adjetivos e conectivos diversos utilizados 
na interligação das informações. 
 
a) Nas duas primeiras estrofes do texto, a poetisa representa a extração do 
ouro mediante oito adjetivos, que formam dois grupos semanticamente 
contrastantes. Aponte os adjetivos componentes de cada um desses 
grupos. 
b) "É tão claro! - e turva tudo:" (v. 11) e "já ninguém dorme tranqüilo, / que 
a noite é um mundo de sustos". (v. 41 - 42) 
Nos exemplos acima, as respectivas conjunções podem ser substituídas 
por outras sem que se altere o sentido original do enunciado. Reescreva 
estes exemplos substituindo convenientemente cada conjunção. 
 
 
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TEXTO: 10 - Comum à questão: 58 
 
LIRA VIII 
 
Marília, de que te queixas? 
De que te roubou Dirceu 
O sincero coração? 
Não te deu também o seu? 
E tu, Marília, primeiro 
Não lhe lançaste o grilhão? 
 Todos amam: só Marília 
 Desta Lei da Natureza 
 Queria ter isenção? 
 
Em torno das castas pombas, 
Não rulam ternos pombinhos? 
E rulam, Marília, em vão? 
Não se afagam c'os biquinhos? 
E a prova de mais ternura 
Não os arrasta a paixão? 
 Todos amam: só Marília 
 Desta Lei da Natureza 
 Queria ter isenção? 
 
Já viste, minha Marília, 
Avezinhas, que não façam 
Os seus ninhos no verão? 
Aquelas, com quem se enlaçam, 
Não vão cantar-lhes defronte 
Do mole pouso, em que estão? 
 Todos amam: só Marília 
 Desta Lei da Natureza 
 Queria ter isenção? 
 
Se os peixes, Marília, geram 
Nos bravos mares, e rios, 
Tudo efeitos de Amor são. 
Amam os brutos impios*, 
A serpente venenosa, 
A onça, o tigre, o leão. 
 Todos amam: só Marília 
 Desta Lei da Natureza 
 Queria ter isenção? 
 
As grandes Deusas do Céu 
Sentem a seta tirana 
Da amorosa inclinação. 
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Diana, com ser Diana, 
Não se abrasa, não suspira 
Pelo amor de Endimião? 
 Todos amam: só Marília 
 Desta Lei da Natureza 
 Queria ter isenção? 
 
Desiste, Marília bela, 
De uma queixa sustentada 
Só na altiva opinião. 
Esta chama é inspirada 
Pelo Céu; pois nela assenta 
A nossa conservação. 
 Todos amam: só Marília 
 Desta Lei da Natureza 
 Queria ter isenção? 
(GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. Rio de Janeiro: 
Ediouro, 1997.) 
* aqueles que não têm piedade 
 
Questão 58) 
O sentido de um texto deve muito às relações expressas pelas unidades 
gramaticais, como as preposições e as desinências verbais de número e 
pessoa. 
a) Nos versos "Não se afagam c'os biquinhos?" (texto I, v. 13) e "Diana, com 
ser Diana," (texto I, v. 40), a mesma preposição com exprime relações 
adverbiais distintas. Indique a relação de sentido que essa preposição 
exprime em cada verso citado. 
b) As formas verbais "roubou" (texto I, v. 2) e "são" (texto I, v. 30) se 
apresentam respectivamente na terceira pessoa do singular e do plural. 
Justifique, com base no texto, essa diferença sintática. 
 
TEXTO: 11 - Comum à questão: 59 
 
 
A Maria recuou dous passos e pôs-se em guarda, pois também não era das 
que se receava com qualquer cousa. 
– Tira-te lá, ó Leonardo! 
– Não chames mais pelo meu nome, não chames... que tranco-te esta boca 
a socos... 
– Safa-te daí! quem te mandou pôr-se aos namoricos comigo a bordo? 
Isto exasperou o Leonardo; a lembrança do amor aumentou-lhe a dor da 
traição e o ciúme e a raiva de que se achava possuído transbordaram em 
socos sobre a Maria, que depois de uma tentativa inútil de resistência, 
desatou a correr, a chorar e a gritar (...). 
(Manuel Antônio de Almeida. Adaptado) 
 
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Questão 59) 
 
Safa-te daí! quem te mandou pôr-se aos namoricos comigo a bordo? 
 
A função sintática da palavra quem no trecho é de: 
 
a) objeto direto. 
b) adjunto adnominal. 
c) sujeito. 
d) agente da passiva. 
e) complemento nominal. 
 
TEXTO: 12 - Comum à questão: 60 
 
Desenvolveu-se nos Estados Unidos, nos meios intelectuais que defendem 
as minorias, a idéia do "politicamente correto" - ou seja, a substituição de 
termos com conotação preconceituosa por outros carregados de positividade. 
Assim, a própria palavra "negro" não seria desejável, devendo-se preferir 
"afro-americano". O mesmo vale para várias outras palavras, como 
"deficiente", "solteirão" - em suma, todo termo que possa dar a entender uma 
falha, um defeito. E isso se acentua quando comunidades fortes - como os 
homossexuais da Califórnia - interferem em roteiros de filmes, ou quando 
figuras históricas são condenadas mediante critérios morais fora de sua 
época (como sucedeu quando um condado da Luisiana resolveu que 
nenhuma escola pública de sua jurisdição deveria ostentar o nome de quem 
tivesse possuído escravos - o que eliminava, por exemplo, Thomas 
Jefferson). Tudo isso parece exagerado e, no Brasil, é apresentado como 
ridículo............., há que destacar o que é positivo no chamado politicamente 
correto: a idéia - óbvia para qualquer lingüista, psicólogo ou psicanalista - de 
que a linguagem não é neutra, mas expressa, produz e reproduz uma visão 
de mundo. Se a linguagem não se limita a traduzir fatos, mas tende a 
expressar o pontos de vista, é preciso expô-los e eventualmente combatê- 
los. Aqui está o que a zombaria contra o politicamente correto dissimula: 
ele reage contra velhas idéias conservadoras. O que dizem ainda hoje 
nossos livros escolares, a despeito de elogiáveis iniciativas (inclusive 
oficiais), sobre o negro e o índio? Quantos preconceitos não rodam por aí, 
moldando a mente das criança assim como moldaram as nossas? Antes de 
se zombar dos exageros de certos movimentos norte - americanos, não seria 
preciso romper cumplicidade que ata nossa opinião pública a quem incita à 
violência nas rádios matutinas, a quem ridiculariza e humilha a mulher nos 
programas de humor? Se alguma cultura pode dar-se ao luxo de achar risível 
o excesso nos direitos humanos, não é a nossa, certamente. 
 
 (Adaptado de: RIBEIRO, R.J. "A sociedade contra o social". São Paulo: Cia 
das Letras, 2000.) 
 
 
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Questão 60) 
 
Vários pronomes do texto retomam elementos anteriormente referidos. 
Assinale a alternativa em que a associação entre o pronome e o elemento 
substituído está INCORRETA. 
a) que - meios intelectuais 
b) sua - figuras históricas 
c) sua - escola pública 
d) los - pontos de vista 
e) ele - o politicamente correto 
 
TEXTO: 13 - Comum à questão: 61 
 
Leia atentamente: 
 
 A poesia, ao contrário da filosofia, não é um conhecimento teórico da 
natureza humana, mas imita, narrativa ou dramaticamente, ações e 
sentimentos, feitos e virtudes, situações e vícios dos seres humanos. Noentanto, a poesia é diferente da história, embora esta também seja uma 
narrativa de feitos humanos e de situações, das virtudes e dos vícios dos 
humanos narrados. A diferença está no fato de que AQUELA visa, por meio 
de uma pessoa ou de um fato, a falar dos humanos em geral (cada pessoa 
[…] não é ela em sua individualidade, mas é ela como exemplo universal, 
positivo ou negativo, de um tipo humano) e a falar de situações em geral (por 
meio, por exemplo, do relato dramático de uma guerra, fala sobre a guerra), 
enquanto ESTA se refere à individualidade concreta de cada pessoa e de 
cada situação. A poesia trágica não fala de Édipo ou de Eletra, mas de um 
destino humano; a epopéia não fala de Helena, Ulisses ou Agamenon, mas 
de tipos humanos. A história, ao contrário, fala de pessoas singulares e 
situações particulares. Por isso, diz Aristóteles, a poesia está mais próxima 
da filosofia do que da história, já que esta nunca se dirige ao universal. 
 
(Marilena Chauí, Introdução à História da Filosofia. pp. 336-337) 
 
Questão 61) 
 
As palavras que estão em maiúsculas foram introduzidas no trecho acima 
em substituição a duas palavras-chave para a exposição que faz M. Chauí 
das idéias de Aristóteles referentes a distintas formas de conhecimento. Um 
leitor atento será capaz de identificar as palavras que estavam no texto 
original, a partir apenas da leitura do trecho aqui apresentado. 
a) substitua as palavras em maiúsculas pelas palavras que estavam no 
texto original. 
b) de acordo com o texto, como podem ser caracterizadas as formas de 
conhecimento referidas por essas palavras? 
c) com base neste texto, a que se dirige a filosofia, segundo Aristóteles? 
 
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TEXTO: 14 - Comum à questão: 62 
 
A cara do preconceito 
 
O racismo brasileiro é uma coisa curiosa. Que existe, todo mundo sabe. 
Mas é tão disfarçado, tão camuflado, que se torna difícil detectar sua 
existência. Agora, um estudo realizado pela Universidade Federal 
Fluminense e patrocinado pela Fundação Ford vem dar uma boa 
contribuição para retirar a máscara da suposta tolerância. .....1..... pessoas 
objeto do estudo .....2..... sete fotos. A primeira era a de um homem 
obviamente branco; a última, de um obviamente negro. Entre elas, situações 
intermediárias. Perguntava-se então qual das fotos correspondia mais 
provavelmente a um advogado, a um taxista, a um preguiçoso, a um 
criminoso. O resultado é aquele que poderíamos imaginar. Advogado tem de 
ser, de preferência, branco (professor também). Pardos e pretos são, 
preferencialmente, pobres. Brancos são mais inteligentes. E assim por 
diante. 
Pergunta: isso é preconceito ou é o simples resultado da observação? 
Pretos e pardos são, de fato, mais pobres - assim como, na Idade Média, os 
judeus eram os usurários. Mas .....3..... de situações .....4..... quais as 
pessoas são empurradas. Constatá-lo é o primeiro passo para mudar o 
preconceito. 
Preconceito começa quando alguém diz: "Fulano tem de ser pobre, 
porque é negro. Está no sangue dele." (ou no genoma, para usar um termo 
mais moderno). Isto não é só ignorância, muitas vezes corresponde .....5..... 
interesses. Foi baseado neste pressuposto que a escravatura resistiu tanto 
tempo no Brasil. 
Para mudar essa situação, é preciso mostrar que negros ou pardos 
podem, sim, ser advogados e professores. A solução é o sistema de cotas 
no ensino superior? Talvez esteja aí o ponto de partida para mudar uma 
situação inadmissível para um país que tem um pouco de vergonha na cara. 
 
SCLIAR, M. A cara do preconceito. "Zero Hora", 28/08/2002 
 
Questão 62) 
 
A palavra destacada em "QUE existe, todo mundo sabe." e na frase 
..................................... pertencem à mesma classe gramatical. 
a) QUE maravilha! Será a Universidade da diversidade! 
b) É preciso mostrar QUE as minorias também são capazes. 
c) O racismo é tão disfarçado QUE às vezes fica difícil evidenciar sua 
existência. 
d) Os resultados das pesquisas sobre o racismo foram aqueles QUE se 
previam. 
e) QUE se poderia esperar de uma sociedade assim tão marcada pela 
desigualdade? 
 
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TEXTO: 15 - Comum à questão: 63 
 
TEMPO-SERÁ 
 
(01) A Eternidade está longe 
(02) (Menos longe que o estirão1 
(03) Que existe entre o meu desejo 
(04) E a palma da minha mão). 
 
(05) Um dia serei feliz? 
(06) Sim, mas não há de ser já: 
(07) A Eternidade está longe, 
(08) Brinca de tempo-será. 
 
Manuel Bandeira 
In Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro, 
Nova Aguilar, 1977, p.278. 
 
1estirão – caminhada longa, distância longa, estirada. 
 
Questão 63) 
Da relação entre os versos 05, 06 e 08, assevera- se corretamente que: 
a) a questão temporal é importante para as mãos do ser humano desejoso 
de saber a sua sorte. 
b) as circunstâncias de tempo futuro constantes dos versos 05, 06 e 08 
relacionam-se diretamente à circunstância de finalidade constante do 
verso 07. 
c) o “estirão” existente entre o desejo e a palma da mão significa a linha da 
vida de acordo com a quiromancia. 
d) o “brincar de tempo-será” relaciona-se ao fato de que o 
tempo/temporalidade do ser humano frente à Eternidade é extremamente 
ínfimo/a. 
e) a interrogação constante do verso “Um dia serei feliz?” revela a dúvida 
do poeta em relação ao desejo de realizar o estirão. 
 
TEXTO: 16 - Comum à questão: 64 
 
MARCELO BERABA 
 
 Desejo de matar 
 
1 RIO DE JANEIRO - A TV Globo estreou mais uma série importada que 
enaltece os grupos de extermínio. Esta agora chama-se "Angel" e conta 
a história de um vampiro bom que sai pela cidade eliminando vampiros 
maus. Para isso, o herói vampiro conta com a ajuda de três pessoas, uma 
delas ¨delegada de polícia. 
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2 Parece que esta série é apenas um tapa-buraco na programação da 
emissora, que nem fez muito alarde com o filme. Mas não é a primeira vez 
que a TV explora o tema. Teve uma, "Justiça Cega", em que um juiz, 
inconformado com as amarras da lei, fazia justiça com as próprias mãos. 
3 O justiceiro passava o dia de toga examinando processos e à noite 
montava numa moto e saía matando os bandidos que tinha sido obrigado 
a inocentar por falta de provas. 
4 A mensagem desses filmes é sempre a mesma. Não é possível combater 
o crime com os instrumentos que a sociedade coloca à disposição da 
Justiça e das polícias. É preciso montar polícias e justiças paralelas, que 
usem as mesmas armas e recursos imorais dos criminosos. 
5 "Angel" e seus vampiros permitem várias interpretações. Uma delas é 
simples: o combate ao crime já não é tarefa para homens comuns. Os 
criminosos estão cada vez mais sofisticados. São seres mutantes. Juízes 
e policiais comuns, por mais bem preparados que estejam, não dão conta 
do recado. 
6 A série é lixo e não tem a menor importância. O problema é na vida real, 
quando as empresas acham normal buscar formas de convivência com o 
narcotráfico. Quando o Estado acha normal que o crime organizado 
monte banquinhas de apostas no meio das calçadas. E quando o sistema 
penitenciário ajuda a organização dos presos para evitar rebeliões. 
7 Pensando bem, não há por que se espantar com "Angel" e similares se 
as deformações que procuram legitimar fazem parte do nosso cotidiano. 
 
 ("Folha de São Paulo", 9 de março de 2001.) 
 
 
 
Questão 64) 
 
Analise os segmentos a seguir, observando as palavras identificadas através 
de números. 
 
- "[...] eliminando ...VAMPIROS ... maus" 
- "[...] o herói ...VAMPIRO ... conta com a ...AJUDA ... de três pessoas" 
- "[...] o sistema penitenciário ...AJUDA ... a organização dos presos" 
- "[...] usem as mesmas armas e recursos imorais dos ...CRIMINOSOS ..." 
- "[...] Os ...CRIMINOSOS... estão cada vez mais sofisticados"É correto afirmar que 
 
a) 1 e 2 pertencem à mesma classe. 
b) 3 e 4 são verbos. 
c) 5 e 6 pertencem à mesma classe. 
d) 1 qualifica um substantivo. 
e) 6 é um adjetivo. 
 
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TEXTO: 17 - Comum à questão: 65 
 
Houve um fenômeno de democratização estética nas cinco partes sábias do 
mundo. Instituíra-se o naturalismo. Copiar. Quadro de carneiros que não 
fosse de lã mesmo, não prestava.(...) Veio a pirogravura. As meninas de 
todos os lares ficaram artistas. Apareceu a máquina fotográfica. E com todas 
as prerrogativas do cabelo grande, da caspa e da misteriosa genialidade de 
olho virado – o artista fotógrafo. 
 Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta 
parnasiano. 
Manifesto da Poesia Pau-Brasil – Oswald de Andrade 
 
Questão 65) 
Assinale a alternativa correta. 
a) A forma plural de já havia o poeta parnasiano corresponde, de acordo 
com a norma culta, a “já haviam poetas parnasianos”. 
b) A forma passiva analítica de Instituíra-se o naturalismo é “O naturalismo 
era instituído”. 
c) As meninas de todos os lares ficaram artistas tem como pressuposto que 
elas já eram artistas, mas não consagradas. 
d) Em Veio a pirogravura e Apareceu a máquina fotográfica, os verbos 
regem objeto direto. 
e) O travessão, no final do primeiro parágrafo ( – o artista fotógrafo ), marca 
elipse de verbo. 
 
TEXTO: 18 - Comum à questão: 66 
 
Euclides da Cunha morreu, aos 43 anos de idade, em 15 de agosto de 
1909, por volta das dez e meia de uma manhã chuvosa de domingo, em 
tiroteio com os cadetes Dinorá e Dilermando Cândido de Assis, amante de 
sua mulher. Saía no mesmo dia a entrevista que dera para Viriato Corrêa, 
da Ilustração Brasileira, em sua casa na Rua Nossa Senhora de 
Copacabana. A entrevista foi dada em um domingo, Viriato e Euclides 
conversaram, almoçaram e passearam descalços na praia. Era sol e era 
azul. 
Roberto Ventura 
 
Questão 66) 
Sobre a oração Euclides da Cunha morreu, aos 43 anos de idade, em 15 de 
agosto de 1909, por volta das dez e meia de uma manhã chuvosa de 
domingo, em tiroteio com os cadetes Dinorá e Dilermando Cândido de Assis, 
amante de sua mulher, é correto afirmar que: 
a) o verbo que apresenta é transitivo indireto. 
b) o trecho em negrito introduz circunstância espacial. 
c) seus termos essenciais vêm antes da primeira vírgula. 
d) o trecho em negrito é um aposto. 
e) apresenta adjunto adverbial de instrumento: em tiroteio 
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TEXTO: 19 - Comum à questão: 67 
 
E não há melhor resposta 
que o espetáculo da vida: 
vê-la desfiar seu fio, 
que também se chama vida, 
ver a fábrica que ela mesma, 
teimosamente, se fabrica, 
vê-la brotar como há pouco 
em nova vida explodida; 
mesmo quando é assim pequena 
a explosão, como a ocorrida; 
mesmo quando é uma explosão 
como a de há pouco, franzina; 
mesmo quando é a explosão 
de uma vida severina. 
 
 (João Cabral de Melo Neto, "Morte e vida severina") 
 
 
Questão 67) 
 
a) A fim de obter um efeito expressivo, o poeta utiliza, em "a fábrica" e "se 
fabrica", um substantivo e um verbo que têm o mesmo radical. 
Cite da estrofe outro exemplo desse mesmo recurso expressivo. 
b) A expressividade dos seis últimos versos decorre, em parte, do jogo de 
oposições entre palavras. 
Cite desse trecho um exemplo em que a oposição entre as palavras seja 
de natureza semântica. 
 
TEXTO: 20 - Comum à questão: 68 
 
 
Texto I 
 
Idéias íntimas (fragmento) 
[...] Ali na alcova 
Em águas negras se levanta a ilha 
Romântica, sombria à flor das ondas 
De um rio que se perde na floresta... 
Um sonho de mancebo e de poeta, 
El-Dorado de amor que a mente cria 
Como um Éden de noites deleitosas... 
Era ali que eu podia no silêncio 
Junto de um anjo... Além o romantismo! 
(Álvares de Azevedo) 
 
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Texto II 
 
Pensão familiar 
Jardim da pensãozinha burguesa. 
Gatos espapaçados ao sol. 
A tiririca sitia os canteiros chatos. 
O sol acaba de crestar as boninas que murcharam. 
Os girassóis 
 amarelo! 
 resistem. 
E as dálias, rechonchudas, plebéias, dominicais. 
Um gatinho faz pipi. 
Com gestos de garçom de restaurant-Palace 
Encobre cuidadosamente a mijadinha. 
Sai vibrando com elegância a patinha direita: 
É a única criatura fina na pensãozinha burguesa. 
 (Manuel Bandeira, de Libertinagem) 
 
Questão 68) 
Assinale a alternativa correta. 
a) Em “Era ali que eu podia no silêncio / Junto de um anjo”, o emprego do 
imperfeito do indicativo justifica-se pelo fato de indicar uma ação já 
realizada em tempo anterior. 
b) Em “O sol acaba de crestar as boninas”, em comparação com “Os 
girassóis/ amarelo! / resistem”, o emprego do presente do indicativo 
indica duas ações que se mantêm e se prolongam no futuro. 
c) Nos dois versos iniciais de “Pensão familiar” a elipse dos verbos 
contribui para expressar a falta de ação no ambiente que surge aos 
olhos do poeta como entediante. 
d) Em “Ali na alcova/ Em águas negras se levanta a ilha/ Romântica” e em 
“Um gatinho faz pipi”, o emprego do presente do indicativo foi utilizado 
em substituição ao pretérito perfeito, pois ambas as ações já estavam 
totalmente realizadas. 
e) Em “A tiririca sitia os canteiros chatos”, do Texto IV, e “El-Dorado de 
amor que a mente cria”, do Texto III, os imperfeitos do indicativo 
correspondem, respectivamente, a sitiar e crer. 
 
TEXTO: 21 - Comum à questão: 69 
 
 
Ela saltou no meio da roda, com os braços na cintura, rebolando as ilhargas 
e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita, como numa 
sofreguidão de gozo carnal, num requebrado luxurioso que a punha ofegante; 
já correndo de barriga empinada; já recuando de braços estendidos, a tremer 
toda, como se fosse afundando num prazer grosso que nem azeite, em que 
se não toma pé e nunca encontra fundo. Depois, como se voltasse à vida 
soltava um gemido prolongado, estalando os dedos no ar e vergando as 
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pernas, descendo, subindo, sem nunca parar os quadris, e em seguida 
sapateava, miúdo e cerrado, freneticamente, erguendo e abaixando os 
braços, que dobrava, ora um, ora outro, sobre a nuca enquanto a carne lhe 
fervia toda, fibra por fibra, titilando. 
(AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço, 25ª ed. São Paulo, Ática, 1992, p. 72-3.) 
 
Questão 69) 
Neste trecho, o efeito de movimento rápido é obtido por verbos empregados 
no tempo ou modo: 
a) pretérito perfeito do indicativo. 
b) pretérito imperfeito do subjuntivo. 
c) presente do indicativo. 
d) infinitivo. 
e) gerúndio. 
 
TEXTO: 22 - Comum à questão: 70 
 
NO RASTRO DA FALA 
 
Se fizéssemos uma lista dos dez maiores mistérios 
da humanidade, certamente o surgimento da linguagem se destacaria. 
 
A linguagem verbal é marca forte, constitutiva, distintiva da nossa espécie. 
Por isso, a discussão de suas origens está intrinsecamente ligada às 
discussões da origem da própria espécie humana. Dispomos hoje de boa 
quantidade de fósseis, fornecedores de evidência material interessante para 
hipóteses sobre os longos e complexos caminhos da evolução até 05o 
surgimento do Homo sapiens. 
Temos, por exemplo, indícios convincentes de que nossa espécie se 
originou nas savanas do leste da África e se espalhou pelo planeta seguindo 
rotas que levaram à Europa e à Ásia e desta à América e à Oceania. Essas 
rotas têm sido estabelecidas em parte pelo estudo do DNA das populações. 
10Com base nestes dados, os paleontólogos têm sugerido que o Homo 
sapiens surgiu na terra há aproximadamente 100 mil anos, embora se calcule 
que o ramo hominídeo dos primatas tenha se separado há 6 milhões de anos 
ou mais. 
Igualmente, dispomos hoje de precioso acervode objetos criados pelos 
humanos (ferramentas e utensílios domésticos, por exemplo) e de registros 
pictóricos que nos 15permitem sustentar hipóteses plausíveis sobre os 
caminhos percorridos pela humanidade na construção de sua cultura material 
e simbólica. 
Seguindo essas pistas, os antropólogos costumam registrar um 
florescimento cultural bastante significativo por volta de 50 mil anos atrás. 
Para alguns, este florescimento cultural, inimaginável sem a linguagem, é 
indício de que ela já estava plenamente estruturada 20naquela época. 
 
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Ao confrontar a data do surgimento da espécie com a do florescimento da 
cultura, há lingüistas que defendem a hipótese de que a linguagem teve 
desenvolvimento vagaroso, crescendo em complexidade ao longo dos 
milênios. 
Outros, porém, consideram intrínseca a relação entre a espécie e a 
linguagem e 25prodigioso o processo pelo qual um bebê se torna um falante. 
Afinal, uma criança não começa a falar por simples imitação ou por puro 
aprendizado a partir de um estágio zero, como se o cérebro fosse uma caixa 
vazia. Por isso, defendem que a linguagem como a conhecemos surgiu junto 
com a espécie e está relacionada a uma mutação radical no conglomerado 
de genes dos hominídeos mais antigos. 
30No momento, a Lingüística não tem nenhuma base para optar entre 
essas hipóteses. A linguagem falada é um bem imaterial. Assim, de seu 
passado nada sobrou. Não temos, por exemplo, o menor indício de como 
teria sido o estágio semiótico imediatamente anterior à linguagem 
propriamente humana, isto é, aquela anterior à nossa linguagem. (...) 
[FARACO, Carlos Alberto. No rastro da fala. Revista Discutindo Língua 
Portuguesa, ano 1, n. 3, p. 18-21. (fragmento adaptado)] 
 
Questão 70) 
O vocábulo “humanos” (linha 13), com relação a “primatas” (linha 12), guarda 
uma relação de: 
a) hiponímia; 
b) hiperonímia; 
c) homonímia; 
d) sinonímia; 
e) polissemia. 
 
TEXTO: 23 - Comum à questão: 71 
 
 
TEXTO V 
 
Canção da Moça-Fastasma de Belo Horizonte 
 
Eu sou a Moça-Fastasma 
que espera na Rua do Chumbo 
o carro da madrugada. 
Eu sou branca e longa e fria, 
a minha carne é um suspiro 
na madrugada da serra. 
Eu sou a Moça-Fastasma 
O meu nome era Maria, 
Maria-Que-Morreu-Antes. 
 
(...) 
 
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Morri sem ter tido tempo 
de ser vossa, como as outras. 
Não me conformo com isso, 
e quando as polícias dormem 
em mim e fora de mim, 
meu espectro itinerante 
desce a serra do Curral, 
vai olhando as casas novas, 
ronda as hortas amorosas 
(Rua Cláudio Manuel da Costa), 
pára no Abrigo Ceará, 
não há abrigo. Um perfume 
que não conheço me invade: 
é o cheiro do vosso sono 
quente, doce, enrodilhado 
nos braços das espanholas... 
Oh, deixai-me dormir convosco. 
 
E vai, como não encontro 
nenhum dos meus namorados, 
que as francesas conquistaram, 
e que beberam todo o uísque 
existente no Brasil 
(agora dormem embriagados), 
espreito os carros que passam 
com choferes que não suspeitam 
da minha brancura e fogem. 
Os tímidos guardas-civis, 
coitados! um quis me prender. 
Abri-lhe os braços... Incrédulo, 
me apalpou. Não tinha carne 
e por cima do vestido 
e por baixo do vestido 
era a mesma ausência branca, 
um só desespero branco... 
Podeis ver: o que era corpo 
Foi comido pelo gato. 
(...) 
ANDRADE, Carlos Drummomd de. Antologia Poética. 16 ed. 
Rio de Janeiro: José Olympio, 1983, p. 38-39 
 
Questão 71) 
Na 3ª estrofe, a Moça-Fantasma afirma que espreita os carros que passam. 
a) Por que ela faz isso? 
b) Destaque a palavra que, no plano gramatical, introduz a causa de a Moça-
Fantasma espreitar os carros que passam. 
 
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TEXTO: 24 - Comum à questão: 72 
 
 Texto I 
 
Ética dos advogados e ensino jurídico 
 
Diante da crescente evidência de envolvimento de advogados com 
traficantes, é razoável e até necessário que a OAB reveja seus mecanismos 
de controle do exercício da profissão. Que acione com mais vigor sua 
Comissão de Ética, 5como quer seu presidente, Roberto Busato. Mas serão 
essas comissões suficientes? Ou estão elas também aprisionadas pela 
armadilha tradicional – a dificuldade estrutural de qualquer corporação em 
controlar a si mesma? Dificuldade não exclusiva dos advogados, mas de 
qualquer corporação: 10médicos, juízes e políticos, por exemplo. 
Aliás, foi justamente a evidência de que as corregedorias judiciais eram 
insuficientes para controlar o comportamento ético-disciplinar dos 
magistrados que levou o ministro Cézar Peluso, ao defender a 
constitucionalidade do Conselho 15Nacional de Justiça, a ressaltar: "(...) os 
atuais instrumentos orgânicos de controle ético-disciplinar dos juízes, porque 
praticamente circunscritos às corregedorias, não são de todo eficientes, 
sobretudo nos graus superiores de jurisdição (...)". A tarefa é difícil. Exige 
mais do que controles internos 20corporativos. 
Nessa perspectiva, surgiu proposta de tornar obrigatória a disciplina Ética 
Profissional nas faculdades de Direito. A proposta, aparentemente adequada, 
deve ser vista com cuidado. Mais importante do que ensinar ética é praticar 
um 25comportamento ético. Isso quer dizer que uma escola de Direito só tem 
legitimidade para ensinar ética se tiver antes implantado a prática cotidiana 
da ética entre professores, alunos e funcionários. Tiver antes implantado a 
educação como prática da ética, parafraseando o grande educador Paulo 
30Freyre, quando pregava a educação como prática da liberdade. 
Infelizmente, em grande número de faculdades de Direito existem práticas 
antiéticas de muitos alunos e até de alguns professores. Práticas que, nesta 
crise de perda de indignação do brasileiro, de tão corriqueiras, parecem até 
normais. Dou 35exemplo de duas: a cola na prova e o plágio no trabalho de 
curso. 
Qual a política efetiva que as escolas têm para controlar a cola? Que 
punições ou reeducação as escolas têm para o aluno que é pego colando? 
No nível institucional, 40provavelmente nenhuma. Tudo fica ao arbítrio do 
professor cansado, sem formação didática renovada, mal pago, a dar aula a 
um número excessivo de alunos empacotados numa sala, em situação que 
a boa didática jamais recomendaria. A ele cabe decidir se o aluno vai perder 
a questão, perder a 45prova, ou apenas laisser passer. 
Isso é suficiente? Difícil dizer. As estratégias para violação se 
sofisticaram. A cola tradicional, olhar e copiar a prova do aluno ao lado, 
insinuante, quase provocativa, que se autoconvida, dá lugar a "métodos" 
mais sofisticados, celulares 50e outros meios eletrônicos. Tudo facilitado pelo 
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fato de que a prova pede mais a memorização da doutrina alheia do que o 
raciocínio original do aluno. 
O plágio em trabalhos escritos está em ascensão. Culpa do Google, da 
familiaridade das novas gerações de alunos 55com a tecnologia de busca na 
internet, e da facilidade de se atribuir a autoria de um texto. Essa situação é 
agravada pelo fato de que os trabalhos de disciplinas e de conclusão de curso 
são, sobretudo, pesquisas bibliográficas, estruturadas pelo que o professor 
Luciano de Oliveira chama de ideologia 60da "manualização". Assim como a 
maioria dos manuais de Direito são apenas uma colagem de autores, textos, 
doutrinas e jurisprudência sem necessariamente maior arte, assim também 
são os trabalhos de classe e de conclusão de curso. A pesquisa dos alunos 
começa e termina nos manuais 65de sempre. 
Incluir, pois, um curso de ética profissional no currículo pode nos levar a 
um paradoxo. O currículo ensinando ética, e o aluno praticando a antiética, 
ao usar a tecnologia para plagiar autores e colar nas provas e trabalhos do 
curso. Em outras70palavras: não vamos resolver o grave problema do 
comportamento antiético de alguns advogados tornando obrigatório o ensino 
de uma nova disciplina – Ética Profissional – num ambiente marcado pela 
cola e plágio. 
Temos o mesmo problema nas disciplinas de ética 75profissional nos 
cursos de formação dos juízes. Não raramente, essas disciplinas se 
transformam em discussões filosóficas ou dogmáticas europeizadas. 
Raramente se estruturam a partir da análise crítica dos problemas éticos 
disciplinares que existem em seus próprios tribunais. 
80Soluções existem. Há escolas privadas, no Brasil e no exterior, onde os 
alunos assinam, além do contrato de prestação de serviços educacionais 
com a faculdade, um código de ética que se obriga a respeitar. Algumas 
escolas já têm Conselhos de Ética, nos quais a cola e o plágio são 
85discutidos e julgados por alunos, professores e funcionários: as sanções 
vão desde a advertência até a expulsão, passando pela perda da bolsa. 
Razões pragmáticas favorecem uma postura mais rigorosa. O aluno que 
cola pode apresentar um currículo igual ou 90melhor do que aquele que se 
esforçou sozinho. Isso é concorrência desleal num mundo em que é cada vez 
mais difícil obter emprego. Em algumas escolas, os alunos estão se 
conscientizando e contribuindo para o controle ético de seus colegas. Sem 
falar que está em jogo o próprio nome e 95reputação da escola – o que 
também começa a ser percebido pelos alunos. De uma maneira ou de outra, 
o mercado empregador acaba descobrindo quais as escolas que facilitam a 
aprovação do aluno e quais as que exigem um comportamento mais ético 
profissionalmente. 
(Joaquim Falcão. Correio Braziliense, 20/7/06) 
 
Questão 72) 
Isso (L.25) e (n)esta (L.33) são pronomes demonstrativos que exercem no 
texto, respectivamente, função: 
a) anafórica e dêitica. 
b) anafórica e catafórica. 
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c) catafórica e anafórica. 
d) dêitica e anafórica. 
e) dêitica e catafórica. 
 
TEXTO: 25 - Comum à questão: 73 
 
 
Leia o fragmento abaixo, do conto A cartomante de Machado de Assis. 
Depois, responda à pergunta. 
 
“Separaram-se contentes, ele ainda mais que ela. Rita estava certa de ser 
amada; Camilo, não só o estava, mas via-a estremecer e arriscar-se por ele, 
correr às cartomantes, e, por mais que a repreendesse, não podia deixar de 
sentir-se lisonjeado. A casa do encontro era na antiga Rua dos Barbonos, 
onde morava uma comprovinciana de Rita. Esta desceu pela Rua das 
Mangueiras na direção de Botafogo, onde residia; Camilo desceu pela da 
Guarda Velha, olhando de passagem para a casa da cartomante.” 
 
Questão 73) 
 
O texto oferece condições para indicar, com precisão, o significado do 
pronome o na seguinte oração: “... não só o estava ...”. Diga qual é esse 
significado. Explique qual defeito de estilo Machado de Assis evitou ao utilizar 
o pronome o. 
 
 
TEXTO: 26 - Comum à questão: 74 
 
 
Veja abaixo alguns versos da canção Língua, de Caetano Veloso. A seguir, 
responda às perguntas sobre ela. 
 
Gosto de sentir a minha língua roçar 
A língua de Luís de Camões 
Gosto de ser e de estar 
E quero me dedicar 
5A criar confusões de prosódias 
E uma profusão de paródias 
Que encurtem dores 
E furtem cores como camaleões 
Gosto do Pessoa na pessoa 
10Da rosa no Rosa 
E sei que a poesia está para a prosa 
Assim como o amor está para a amizade 
E quem há de negar que esta lhe é superior 
 
 
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Questão 74) 
Assinale a alternativa correta. 
a) Prosódia significa desenvolvimento do texto de um livro ou de um 
documento, conservando as idéias originais. 
b) Nos versos 5 e 6, confusões e profusão são sinônimos. 
c) Ao final do último verso transcrito, não há ponto de interrogação porque 
não há pergunta. 
d) Que, palavra que inicia o sétimo verso, é uma conjunção e é anafórica de 
confusões. 
e) Prosódia significa pronúncia regular das palavras, com a devida 
acentuação. 
 
TEXTO: 27 - Comum à questão: 75 
 
Texto 01 
 
A DISTÂNCIA ENTRE LÍNGUA E DIALETO 
Uma das distinções mais nebulosas da lingüística continua criando 
polêmica entre os curiosos 
 
O Brasil, freqüentemente se diz, é um país de sorte porque, apesar das 
dimensões continentais, aqui não há dialetos – todos falamos a mesma 
língua. Também é comum ouvir que as línguas européias têm muitos dialetos 
ou que na África as línguas oficiais (dos colonizadores) convivem com 
dialetos nativos. O que é, então, língua e dialeto? 
05Para o lingüista Max Weinreich, “língua é um dialeto com um exército e 
uma marinha”. Não está longe da verdade. Afinal, a tradicional distinção entre 
língua e dialeto está fundada em critérios mais políticos do que lingüísticos. 
Língua é um sistema de comunicação formado por sons vocais (fonemas), 
que se agrupam para formar unidades dotadas de significado (morfemas), 
que se agrupam para 10formar palavras, que se agrupam (ih, ficou monótono!) 
para formar frases, que se agrupam para formar textos. 
Do ponto de vista estritamente lingüístico não há nada que distinga língua 
de dialeto. Ambos os sistemas têm léxico (um inventário de palavras) e 
gramática (conjunto de regras de como as palavras se combinam para formar 
frases, parágrafos e textos). 
15Quem fala um idioma nacional e um dialeto regional é tão bilíngüe 
quanto quem fala dois idiomas. Então por que alguns sistemas são chamados 
de idiomas e outros, não? 
Dialeto vem do grego dialektos, composto de dia, “através”, e léktos, “fala”. 
Seria, segundo alguns, uma espécie de fala “atravessada”, um linguajar 
defeituoso, não conforme às normas do falar estabelecidas pelos gramáticos. 
A primeira definição de dialeto (que por 20sinal, teria inspirado as posteriores) 
baseava-se numa visão preconceituosa que a elite ateniense do período 
clássico tinha em relação à fala tanto das camadas populares quanto dos 
estrangeiros (não-atenienses, inclusive gregos de cidades vizinhas). 
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Hoje, costuma-se chamar de dialeto qualquer expressão lingüística que 
não seja reconhecida como língua oficial de um país. Assim, um dialeto pode 
ser tanto uma 25variedade lingüística regional do idioma oficial quanto uma 
língua sem qualquer parentesco com ele. 
BIZOCCHI, Aldo. A distância entre língua e dialeto. Revista Língua,ano 2, nº 
14, dezembro de 2006. pp 54-57. 
 
Questão 75) 
O vocábulo “língua”, em relação à palavra “português”, guarda uma relação 
de: 
a) hiponímia; 
b) hiperonímia; 
c) sinonímia; 
d) homonímia; 
e) polissemia. 
 
TEXTO: 28 - Comum à questão: 76 
 
1“Rosálio chega, afinal, traz vida nos olhos claros, traz sua caixa de livros, um 
simples saco de plástico com seus trapos de vestir e, noutra sacola nova, 
dessas bacanas, de loja, traz um vestido bonito, muito alegre e colorido com 
flores vermelhas e azuis, que você, Irene, agora vai ser a minha ajudante na 
arte de contar casos, vai bem bonita 5para a praça encantar muitos ouvintes 
e cuidar da sacoref. onde vai chover dinheiro, que temos que estar bonitos 
para o povo se agradar. Tira também do pacote uma camisa estampada com 
as mesmas cores vivas que quem vai vestir é ele, combinando com um 
chapéu que o faz parecer gaiato, comprado numa barraca de coisas de 
carnaval, pois Rosálio sabe bem que o povo quer alegria, quer rir e chorar 
sentido, 10escapar do todo dia tão apressado e cinzento, quer provar da vida 
livre quando ouvir suas palavras, quer poder levar para casa uma história 
para contar, assim como antigamente, nos sertões que atravessou, disseram 
que se levava folheto para alegrar toda a família e os vizinhos, se ali tivessem, 
por sorte, alguém que soubesse ler.” 
REZENDE, Maria Valéria. O vôo da guará vermelha. 
 Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 145-146. 
 
Questão 76)Considerando o Texto, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 
 
01. Há um contraste temporal entre as histórias que o povo ouve no presente 
e pode recontar em casa, e aquelas que eram lidas em folhetos, para 
familiares e vizinhos, no passado. 
02. As palavras subref.das em “escapar do todo dia tão apressado e cinzento” 
(ref. 10) e “alegrar toda a família” (refs. 12-13) estão usadas com o mesmo 
sentido, significando “dia inteiro” e “família inteira”. 
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04. Os termos subref.dos a seguir desempenham a mesma função 
sintática: “saco de plástico” (ref. 2), “trapos de vestir” (ref. 2), “provar da 
vida livre” (ref. 10). 
08. Em “vai bem bonita para a praça” (refs. 4-5) e “vai chover dinheiro” (ref. 
5), o verbo ir funciona diferentemente: no primeiro caso, significa deslocar-
se de um lugar para outro, e no segundo, é um auxiliar que indica tempo 
futuro. 
16. Em “cuidar da sacoref. onde vai chover dinheiro” (ref. 5), onde é um 
pronome relativo que se refere a dinheiro. 
32. Se em “alguém que soubesse ler” (ref. 13) a forma verbal soubesse fosse 
substituída por sabia, não haveria alteração do significado temporal. 
64. A palavra se está funcionando como conjunção condicional nas duas 
ocorrências: “se levava folheto” (ref. 12) e “se ali tivessem” (ref. 13). 
 
TEXTO: 29 - Comum à questão: 77 
 
 
INSTRUÇÃO: Considere uma passagem de um romance do escritor 
naturalista brasileiro Aluísio Azevedo (1857-1913). 
 
 
Afinal conseguiram chegar. Mas, ah! quando a pobre Magdá, toda trêmula 
e exausta de forças já no tope da pedreira, defrontou com o pavoroso abismo 
que se precipitava debaixo de seus pés, soltou um grito rápido, fechou os 
olhos, e teria caído para trás, se o Conselheiro não lhe acode tão a tempo. 
– Magdá, minha filha! Então! então! 
Ela não respondeu. 
– Está aí! está aí o que eu receava! Lembrar-se de subir a estas alturas!... 
E agora a volta...? 
 
– Pode vossência ficar tranqüilo por esse lado, arriscou um dos 
cavouqueiros, que se havia aproximado, a coçar a cabeça. – Se vossência 
quiser, eu cá estou para pôr esta senhora lá embaixo, sem que lhe aconteça 
a ela a menor lástima. 
– Ainda bem! respondeu S. Exa. com um suspiro de desabafo. 
O trabalhador que se ofereceu para conduzir Magdá era um moço de vinte 
e tantos anos, vigoroso e belo de força. Estava nu da cintura para cima e a 
riqueza dos seus músculos, bronzeados pelo sol, patenteava-se livremente 
com uma independência de estátua. Os cabelos, empastados de suor e pó 
de pedra, caíam-lhe em desordem sobre a testa e sobre o pescoço, dando-
lhe à cabeça uma satírica feição de sensualidade ingênua. 
– Vamos! Vamos! apressou o Conselheiro, entregando-lhe a filha. 
O rapaz passou um dos braços na cintura de Magdá e com o outro a 
suspendeu de mansinho pelas curvas dos joelhos, chamando-a toda contra 
o seu largo peito nu. Ela soltou um longo suspiro e, na inconsciência da 
síncope, deixou pender molemente a cabeça sobre o ombro do cavouqueiro. 
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E, seguidos de perto pelo velho, lá se foram os dois, abraçados, descendo, 
pé ante pé, a íngreme irregularidade do caminho. 
Era preciso toda atenção e muito cuidado para não rolarem juntos; o moço 
fazia prodígios de agilidade e de força para se equilibrar com Magdá nos 
braços. De vez em quando, nos solavancos mais fortes, o pálido e frio rosto 
da filha do Conselheiro roçava na cara esfogueada do trabalhador e tingia-se 
logo em cor-de-rosa, como se lhe houvera roubado das faces uma gota 
daquele sangue vermelho e quente. Ela afinal teve um dobrado respirar de 
quem acorda, e entreabriu com volúpia os olhos. Não perguntou onde estava, 
nem indagou quem a conduzia; apenas esticou nervosamente os músculos 
num espreguiçamento de gozo e estreitou-se em seguida ao peito do rapaz, 
unindo-se bem contra ele, cingindo-lhe os braços em volta do pescoço com 
a avidez de quem se apega nos travesseiros aquecidos para continuar um 
sono gostoso e reparador. E caiu depois num fundo entorpecimento, 
bambeando as pálpebras; os olhos em branco, as narinas e os seios 
ofegantes; os lábios secos e despregados, mostrando a brancura dos dentes. 
Achava-se muito bem no tépido aconchego daquele corpo de homem; toda 
ela se penetrava do calor vivificante que vinha dele; toda ela aspirava, até 
pelos poros, a vida forte daquela vigorosa e boa carnadura, criada ao ar livre 
e quotidianamente enriquecida pelo trabalho braçal e pelo pródigo sol 
americano. Aquele calor de carne sã era uma esmola atirada à fome do seu 
miserável sangue. 
E Magdá, sentindo no rosto o resfolegar ardente e acelerado do 
cavouqueiro, e nas carnes macias da garganta o roçagar das barbas dele, 
ásperas e maltratadas, gemia e suspirava baixinho como se estivessem a 
acarinhá-la depois de longa e assanhada pugna de amor. 
Quando o moço, já embaixo, a depôs num banco de pedra que ali havia, 
a enferma abriu de todo os olhos, deixou escapar um grito e cobriu logo o 
rosto com as mãos. Agora não podia encarar com aquele homem de corpo 
nu que ali estava defronte dela, a tirar com os punhos o suor que lhe escorria 
em bagas pela testa. 
Chorou de pejo. 
O seu pudor e o seu orgulho revoltaram-se, sem que ela soubesse 
determinar a razão por quê. Uma cólera repentina, um sôfrego desejo de 
vingança, enchiam-lhe a garganta com um novelo de soluços. O pranto 
parecia sufocá-la quando rebentou. 
– Eu magoei-a, ó patroazinha?... perguntou o trabalhador com humildade, 
quase sem poder vencer ainda o cansaço. E o imprudente tocou com a mão 
no ombro de Magdá, procurando, coitado, dar-lhe a perceber o quanto estava 
consumido por vê-la chorar daquele modo. Ela estremeceu toda e fugiu com 
o corpo, nem que se houvessem chegado um ferro em brasa; e abraçou-se 
ao pai, escondendo no peito deste os soluços que agora borbotavam sem 
intermitência. 
 
(Aluísio Azevedo. O homem. São Paulo: 
Livraria Martins Editora, 1970. p. 94-97.) 
 
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Questão 77) 
No final do primeiro parágrafo, o narrador empregou “acode”, presente do 
indicativo, quando a correlação usual com as demais formas verbais exigiria 
o pretérito imperfeito do subjuntivo, “acudisse”. Essa quebra da correlação, 
todavia, é feita intencionalmente pelo narrador, com o objetivo de produzir um 
efeito expressivo. Releia o parágrafo e explique esse efeito expressivo 
causado pelo emprego do presente do indicativo. 
 
TEXTO: 30 - Comum à questão: 78 
 
(fragmento): 
 
1[...] há um espaço tratado com carinho especial, que ganhou 2isolamento 
no teto. É o laboratório de informática, onde 16 3computadores são 
disputados por 1,1 mil alunos, muitos deles 4filhos de moradores de favelas 
próximas e até acampados da 5reforma agrária. O laboratório foi preparado 
para receber nas 6próximas semanas 15 pontos de banda larga gratuitos. 
[...] 
Hugo Marques. Internet rápida nas escolas. Revista ISTO É, 
São Paulo: Editora Três, ano 31, 02 de julho, 2008, p. 60. 
 
Questão 78) 
Analise as proposições abaixo, e coloque V para a verdadeira e F para a 
falsa. 
 
( ) A expressão “um espaço tratado com carinho especial” (ref. 1) funciona 
como sujeito da oração. 
( ) A palavra “muitos” (ref. 3) é parte de um sintagma de base pronominal, 
por isso é variável. 
( ) O termo “que” (ref. 1) é um relativo que tem como antecedente a 
construção sintática “carinho especial”. 
 
Marque a alternativa correta. 
 
a) V F V 
b) V F F 
c) V V F 
d) F V V 
e) F V F 
 
TEXTO: 31 - Comum à questão: 79 
 
A escola ficava no fim da rua, num casebre de palha com biqueiras de 
telha, caiado por fora. Dentro – unicamente um grande salão, com casas de 
marimbondos no teto, o chão batido, sem tijolo. 
De mobiliário, apenas os bancos e as mesas estreitas dos alunos, a 
grandemesa do professor e o quadro-negro arrimado ao cavalete. 
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A minha decepção começou logo que entrei. 
Eu tinha visto aquela sala num dia de festa, ressoando pelas vibrações de 
cantos, com bandeirinhas tremulantes, ramos e flores sobre a mesa. Agora 
ela se me apresentava tal qual era: as paredes nuas, cor de barro, sem coisa 
alguma que me alegrasse a vista. 
Durante minutos fiquei zonzo, como a duvidar de que aquela fosse a casa 
que eu tanto desejara. 
E os meus olhinhos inquietos percorriam os cantos da sala, à procura de 
qualquer coisa que me consolasse. Nada. As paredes sem caiação, a mobília 
polida de preto – tudo grave, sombrio e feio, como se a intenção ali fosse 
entristecer a gente. (...) 
Tentei encarar o professor e um frio esquisito me correu da cabeça aos 
pés. O que eu via era uma criatura incrível, de cara amarrada, intratável e 
feroz. 
Os nossos olhos cruzaram-se. Senti uma vontade louca de fugir dali. 
Pareceu-me estar diante de um carrasco. 
(Viriato Correa, Cazuza) 
 
Questão 79) 
A visão da escola, pelo enunciador, oscila de um plano fantasioso – motivado 
pelas peculiaridades de um dia de festa – para um plano realista, de que 
decorre uma decepção flagrante. Identifique uma palavra, no fragmento, que 
é utilizada em sua forma normal e no diminutivo, representando a situação 
de desejo e a situação crua da chegada à sala de aula, explicitando os efeitos 
de sentido que o uso do diminutivo cumpre, no contexto. 
 
TEXTO: 32 - Comum à questão: 80 
 
 
1Voltou dali a duas semanas, aceitou casa e comida sem outro estipêndio, 
salvo o que 2quisessem dar por festas. Quando meu pai foi eleito deputado e 
veio para o Rio de 3Janeiro com a família, ele veio também, e teve o seu 
quarto ao fundo da chácara. 4Um dia, reinando outra vez febres em Itaguaí, 
disse-lhe meu pai que fosse ver 5a nossa escravatura. José Dias deixou-se 
estar calado, suspirou e acabou confessando 6que não era médico. Tomara 
este título para ajudar a propaganda da nova escola, e 7não o fez sem estudar 
muito e muito; mas a consciência não lhe permitia aceitar mais 8doentes. 
9― Mas, você curou das outras vezes. 
10― Creio que sim; o mais acertado, porém, é dizer que foram os remédios 
indicados nos 11livros. Eles, sim, eles, abaixo de Deus. Eu era um charlatão... 
Não negue; os motivos do 12meu procedimento podiam ser e eram dignos; a 
homeopatia é a verdade, e, para servir à 13verdade, menti; mas é tempo de 
restabelecer tudo. 
14Não foi despedido, como pedia então; meu pai já não podia dispensá-lo. 
Tinha o dom 15de se fazer aceito e necessário; dava-se por falta dele, como 
de pessoa da família. 16Quando meu pai morreu, a dor que o pungiu foi 
enorme, disseram-me; não me 17lembra. Minha mãe ficou-lhe muito grata, e 
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não consentiu que ele deixasse o 18quarto da chácara; ao sétimo dia, depois 
da missa, ele foi despedir-se dela. 
19― Fique, José Dias. 
20― Obedeço, minha senhora. 
21Teve um pequeno legado no testamento, uma apólice e quatro palavras de 
louvor. 
22Copiou as palavras, encaixilhou-as e pendurou-as no quarto, por cima da 
cama. 
23"Esta é a melhor apólice", dizia ele muita vez. Com o tempo, adquiriu certa 
autoridade 24na família, certa audiência, ao menos; não abusava, e sabia 
opinar obedecendo. Ao cabo, 25era amigo, não direi ótimo, mas nem tudo é 
ótimo neste mundo. E não lhe suponhas alma 26subalterna; as cortesias que 
fizesse vinham antes do cálculo que da índole. A roupa 27durava-lhe muito; 
ao contrário das pessoas que enxovalham depressa o vestido novo, 28ele 
trazia o velho escovado e liso, cerzido, abotoado, de uma elegância pobre e 
modesta. 
29Era lido, posto que de atropelo, o bastante para divertir ao serão e à 
sobremesa, ou 30explicar algum fenômeno, falar dos efeitos do calor e do frio, 
dos pólos e de 31Robespierre. Contava muita vez uma viagem que fizera à 
Europa, e confessava 32que a não sermos nós, já teria voltado para lá; tinha 
amigos em Lisboa, mas a nossa 33família, dizia ele, abaixo de Deus, era tudo. 
34― Abaixo ou acima? perguntou-lhe tio Cosme um dia. 
35― Abaixo, repetiu José Dias cheio de veneração. 
36E minha mãe, que era religiosa, gostou de ver que ele punha Deus no 
devido lugar, 37e sorriu aprovando. José Dias agradeceu de cabeça. Minha 
mãe dava-lhe de quando 38em quando alguns cobres. Tio Cosme, que era 
advogado, confiava-lhe a cópia de 39papéis de autos. 
 
 
Machado de Assis. Dom Casmurro. Em 
http://www.bibvirt.futuro.usp.br/content/view/full/1429. 
Acesso em 08/09/08 
 
 
 
Questão 80) 
 
 
Na ref. 5 do excerto, escravatura é exemplo de recurso de estilo em que: 
 
a) se muda a construção sintática no meio do enunciado. 
b) se toma o substantivo abstrato pelo concreto. 
c) a palavra expressa oposição. 
d) a concordância é feita com a idéia que a palavra expressa e não com a 
sua forma gramatical. 
e) se utiliza do exagero para evidenciar uma idéia. 
 
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http://www.bibvirt.futuro.usp.br/content/view/full/1429
 
 
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TEXTO: 33 - Comum à questão: 81 
 
Tempo da camisolinha 
 
 
1Toda a gente apreciava os meus cabelos cacheados, tão lentos! e eu me 
envaidecia deles, mais que isso, os adorava por causa dos elogios. Foi por 
uma tarde, me lembro bem, que meu pai suavemente murmurou uma 
daquelas suas decisões irrevogáveis: “É preciso cortar os cabelos desse 
menino.” Olhei de um lado, de outro, procurando um apoio, um jeito de fugir 
daquela 5ordem, muito aflito. Preferi o instinto e fixei os olhos já lacrimosos 
em mamãe. Ela quis me olhar compassiva, mas me lembro como si fosse 
hoje, não aguentou meus últimos olhos de inocência perfeita, baixou os dela, 
oscilando entre a piedade por mim e a razão possível que estivesse no 
mando do chefe. Hoje, imagino um egoísmo grande da parte dela, não 
reagindo. As camisolinhas, ela as conservaria ainda por mais de ano, até que 
se acabassem feitas trapos. Mas 10ninguém percebeu a delicadeza da minha 
vaidade infantil. Deixassem que eu sentisse por mim, me incutissem aos 
poucos a necessidade de cortar os cabelos, nada: uma decisão à antiga, 
brutal, impiedosa, castigo sem culpa, primeiro convite às revoltas íntimas: “é 
preciso cortar os cabelos desse menino”. 
Tudo o mais são memórias confusas ritmadas por gritos horríveis, cabeça 
sacudida com 15violência, mãos enérgicas me agarrando, palavras aflitas me 
mandando com raiva entre piedades infecundas, dificuldades irritadas do 
cabeleireiro que se esforçava em ter paciência e me dava terror. E o pranto, 
afinal. E no último e prolongado fim, o chorinho doloridíssimo, convulsivo, 
cheio de visagens próximas atrozes, um desespero desprendido de tudo, 
uma fixação emperrada em não querer aceitar o consumado. 
20Me davam presentes. Era razão pra mais choro. Caçoavam de mim: choro. 
Beijos de mamãe: choro. Recusava os espelhos em que me diziam bonito. 
Os cadáveres de meus cabelos guardados naquela caixa de sapatos: choro. 
Choro e recusa. Um não conformismo navalhante que de um momento pra 
outro me virava homem-feito, cheio de desilusões, de revoltas, fácil para 
todas as ruindades. De noite fiz questão de não rezar; e minha mãe, depois 
de várias tentativas, 25olhou o lindo quadro de Nossa Senhora do Carmo, com 
mais de século na família dela, gente empobrecida mas diz-que nobre, o 
olhou com olhos de imploração. Mas eu estava com raiva da minha madrinha 
do Carmo. 
E o meu passado se acabou pela primeira vez. Só ficavam como 
demonstrações desagradáveis dele, as camisolinhas. Foi dentro delas, 
camisolas de fazendinha barata (a gloriosa, de veludo, 30era só para as 
grandes ocasiões), foi dentro ainda das camisolinhas que parti com os meus 
pra Santos, aproveitar as férias do Totó sempre fraquinho, um junho. 
 
MÁRIO DE ANDRADE 
Contosnovos. São Paulo: Martins; Belo Horizonte: Itatiaia, 1980. 
 
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Questão 81) 
Mário de Andrade é um escritor conhecido pela adjetivação expressiva e 
original que utiliza em seus textos, como nos exemplos sublinhados abaixo: 
 
Toda a gente apreciava os meus cabelos cacheados, tão lentos! (ref. 1) 
palavras aflitas me mandando com raiva entre piedades infecundas, (ref. 
10-15) 
 
Descreva o valor expressivo dos dois adjetivos e explique por que o emprego 
de cada um deles é peculiar. 
TEXTO: 34 - Comum à questão: 82 
 
Texto A 
 
1[Zeferino] Continuou em seguida: 
2– Oh, senhô! Quando dona Luiza começô a benzedura, ela mesma entrô 
num desassossego 3tão grande que eu mais a Joana fiquemo até com os 
pêlo dos braço arrepiado. Chegava na 4janela do quarto, olhava pro mar, ia 
nos canto da casa, espiava pro chão, saía pro terrero, 5olhava pra riba do 
telhado, dava uma volta, entrava de novo na casa, sempre resmungando 
6sozinha um podê de palavra que a gente não conseguia entendê. Depois se 
assentô em riba da 7caixa de guardá as ropa do menino e garrô fumá um 
cigarro de palha de milho. 
8– E o menino? 
9– Pra encurtá a conversa, isso se repetiu por muntos dias e mais de uma 
vez ela varou a noite, 10queimando palha de alho, pra cortá de vez o podê 
das bruxa. Daí, a cada dia que passava, o 11menino começô a melhorá, as 
mancha da pele foram sumindo e hoje ele taí, como o senhor 12pode vê, 
formoso, que ninguém diz que esteve embruxado. 
13Fiz algumas perguntas mais, principalmente sobre dados pessoais de 
Zeferino e da sua família. 
14Depois disso achei que possuía material suficiente sobre o assunto que 
buscava. 
SILVEIRA DE SOUZA, J. P. O folheto. In: CARDOZO, F.J.; MIGUEL, S. 
(Orgs.). 13 Cascaes. Florianópolis: Fundação Cascaes, 2008. p. 103. 
 
Texto B 
 
1Sim, ele se via compelido a acreditar na existência de algum fluido negativo, 
de algum encosto 2ruim, de um algo específico de natureza oculta, azedando 
a sua sorte naquela questão da 3Astronildes. Ele por certo sempre 
desdenhara essas coisas de crendices, jamais se ligara 4nessas bobagens 
de quebrantos, de bruxedos, de filtros mágicos e de encomendas, de rezas-
5forte, ao contrário de muitas pessoas do seu relacionamento, mas agora 
esse seu ceticismo 6fraquejava. 
VASCONCELLOS, A. S. A Vitrina de Luzbel. 
Florianópolis: Insular, 2004. p. 102. 
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Questão 82) 
Considerando os textos A e B, assinale o que estiver CORRETO. 
 
01. Em ambos os textos, há um transcurso temporal do passado para o 
presente, perceptível no uso de verbos e advérbios: no texto A, o 
personagem Zeferino relata uma série de fatos que culminam no 
momento presente de sua fala; no texto B, o narrador conclui o relato de 
acontecimentos passados se situando no presente da narrativa. 
02. No texto A, na primeira fala de Zeferino, a sequência com verbos no 
pretérito imperfeito (chegava, olhava, ia, espiava, saía, olhava, dava, 
entrava) indica que essas ações se repetiam, refletindo o grande 
desassossego da benzedeira. 
04. A preposição “para”, representada no texto A pelas formas pro (para + o) 
e pra, é usada com sentido de finalidade na primeira ocorrência subref. 
da no texto (ref. 4), e com sentido de direção na segunda (ref. 10). 
08. O período “Depois se assentô em riba da caixa de guardá as ropa do 
menino e garrô fumá um cigarro de palha de milho” (refs. 6-7), pode ser 
reescrito, na variedade padrão da língua, sem que haja mudança 
relevante de sentido, como “Depois se sentou em cima da caixa de 
guardar as roupas do menino e de lá apanhou para fumar um cigarro de 
palha de milho.” 
16. No texto B, as palavras “compelido” (ref. 1) e “ceticismo” (ref. 5) podem 
ser substituídas, sem prejuízo de sentido, por “impelido” e “crença”, 
respectivamente. 
32. No texto A, as palavras “senhô” (ref. 2), “cortá” (ref. 10) e “podê” (ref. 6), 
representando a fala de Zeferino, estão acentuadas por serem oxítonas 
terminadas em –o, –a e –e, respectivamente. 
 
TEXTO: 35 - Comum à questão: 83 
O espelho 
[...] 
 1Sendo talvez meu medo a revivescência de impressões atávicas? O 
espelho inspirava receio supersticioso aos primitivos, aqueles povos com a 
idéia de que o reflexo de uma pessoa fosse a alma. Via de regra, sabe-o o 
senhor, é a superstição fecundo ponto de partida para a pesquisa. A alma 
do espelho – anote-a – esplêndida metáfora. Outros, aliás, 5identificavam a 
alma com a sombra do corpo; e não lhe terá escapado a polarização: luz – 
treva. Não se costumava tapar os espelhos, ou voltá-los contra a parede, 
quando morria alguém da casa? Se, além de os utilizarem nos manejos de 
magia, imitativa ou simpática, videntes serviam-se deles, como da bola de 
cristal, vislumbrando em seu campo esboços de futuros fatos, não será 
porque, através dos espelhos, parece que o tempo muda de direção 10e de 
velocidade? Alongo-me, porém. Contava-lhe... 
 [...] 
ROSA, Guimarães. Primeiras estórias. 50ª ed. 
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 122 
 
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Questão 83) 
Assinale a alternativa incorreta, levando em consideração o texto. 
 
a) Em “Não se costumava tapar os espelhos, ou voltá-los contra a parede, 
quando morria alguém da casa?” (ref. 5) as palavras destacadas, na 
morfologia, são classificadas, sequencialmente, como advérbio de 
negação, conjunção integrante, artigo indefinido, advérbio, pronome 
indefinido e preposição. 
b) Em “e não lhe terá escapado a polarização: luz – treva” (ref. 5), há uma 
antítese, figura de linguagem comum na obra roseana. 
c) No período “Não se costumava tapar os espelhos, ou voltá-los contra a 
parede...” (ref. 5) a oração destacada traz uma ideia de alternância. 
d) Anafórico é o termo que se refere a outro enunciado anteriormente. 
Sendo assim, a palavra “deles” (ref. 5) constitui uma anáfora de 
“espelhos” (ref. 5). 
e) Em “Outros, aliás, identificavam a alma com a sombra do corpo” (refs. 1 
e 5), se a oração for assim reescrita: Outros identificavam a alma com a 
sombra do corpo, aliás, não se altera o sentido da oração no texto. 
 
TEXTO: 36 - Comum à questão: 84 
 
OS CAVALINHOS CORRENDO... 
 
1- Eu não queria que terminasse assim. 
2Ouvi muitas vezes a frequentadores de cinema esse comentário ao filme 
a que acabavam de 3assistir. A fita lhes agradara até certo trecho, ia tudo 
muito bem... mas findava de um jeito que 4desiludira o espectador. E, mais 
poderosa que tudo, erguia-se, dura e inflexível, a sua inconformação: 
5- Eu não queria que terminasse assim. 
6Isto me ocorre a propósito de um poema - o “Rondó dos Cavalinhos”, de 
Manuel Bandeira. 7Também na poesia, que é vida, e vida funda, há da parte 
do leitor o direito de querer torcer a direção 8das coisas, para ajeitá-las ao 
mundo particular da sua sensibilidade. O leitor de poesia pode muito 9bem 
não querer que o poema tenha acabado assim... E pode até não querer que 
o poeta haja sentido 10ou pensado assim como pensou ou sentiu. 
11Este último caso é o meu em relação àquele poema de Bandeira. Uns 
versos batizados “Rondó 12dos Cavalinhos” e que principiam desta maneira: 
13“Os cavalinhos correndo”... 
14- que lembrança viriam suscitar em mim? A de uma corrida de pequenos 
cavalos, ou mesmo de 15cavalos grandes liricamente reduzidos a 
cavalinhos? Não. O que esses versos num momento me 16trouxeram aos 
olhos foram os cavalinhos do carrossel, aqueles cavalinhos de pau, 
firmemente presos, 17e em que, no entanto, a gente realizava as mais 
prodigiosas viagens, imensas viagens circulares 18obrigadas a música de 
harmônica, e com paisagens humanas – pessoas que em redor nos fitavam, 
19encantadas, talvez invejosas. 
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20Ora, a imaginação, escanchada nessescavalinhos da meninice não quis 
mais apear-se, não ouviu 21o apito que anunciava o fim da corrida. A corrida 
era longa, muito longa, sem fim: “Os cavalinhos 22correndo”... E, ao passo 
que o mundo se enchia desse lirismo infantil, a gente grande, os homens 
23feitos e práticos, alheios a cavalinhos, comiam, grosseiros como cavalões: 
“E nós, cavalões, comendo”... 
14Ora, Manuel Bandeira, o suposto dono do poema, disse-me que este 
nada tem que ver com os 25cavalinhos de carrossel; refere-se aos cavalos 
do Jóquei Clube. Os versos foram escritos após um 26almoço de despedida 
a Alfonso Reyes no restaurante do hipódromo da Gávea. Enquanto se 
27banqueteavam, os cavalões assistiam à corrida dos cavalos de carne e 
osso, a alguma distância. 28Naturalmente a distância, aliada à ternura pelos 
bichos que se matavam para gozo ou proveito dos 29homens, apequenava-
os poeticamente em cavalinhos. E, vendo aquilo, Bandeira teria começado a 
30ver também o mundo correr, girar, como giravam os animais na pista. 
31Assim, ou mais ou menos assim, se formou o poema na fantasia de 
Bandeira. São estes os seus 32cavalinhos. 
33Assim como assim, se há um poema carregado de sugestões líricas 
bastantes para lhe 34assegurarem grande colaboração leitores, será esse 
“Rondó dos Cavalinhos”. 
Aurélio Buarque de Holanda. http://www. Academia.org.br/abl . Adaptado. 
 
Questão 84) 
Sobre os verbos empregados nesse texto, é correto afirmar: 
 
a) No trecho “que desiludira o espectador”, o verbo se refere a uma ação 
anterior a outra já terminada. 
b) Na locução verbal “acabavam de assistir” (ref. 2 e 3), verifica-se a ideia 
de término de uma ação recente. 
c) Em “Isto me ocorre” e em “O leitor de poesia pode muito bem”, o presente 
indica fatos simultâneos ao momento da enunciação. 
d) No contexto, o tempo verbal de “teria começado” (ref. 29) serve para 
indicar a certeza de um fato posterior a outro. 
e) Nos dois versos de Manuel Bandeira citados no texto, ocorre a chamada 
“licença poética”, uma vez que, aí, o uso do gerúndio contraria a norma 
culta. 
 
TEXTO: 37 - Comum à questão: 85 
 
Sua excelência 
 
 [O ministro] vinha absorvido e tangido por uma chusma de sentimentos 
atinentes a si mesmo que quase lhe falavam a um tempo na consciência: 
orgulho, força, valor, satisfação própria etc. etc. 
 Não havia um negativo, não havia nele uma dúvida; todo ele estava 
embriagado de certeza de seu valor intrínseco, das suas qualidades 
extraordinárias e excepcionais de condutor dos povos. A respeitosa atitude 
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de todos e a deferência universal que o cercavam, reafirmadas tão 
eloquentemente naquele banquete, eram nada mais, nada menos que o sinal 
da convicção dos povos de ser ele o resumo do país, vendo nele o 
solucionador das suas dificuldades presentes e o agente eficaz do seu 
futuro e constante progresso. 
 Na sua ação repousavam as pequenas esperanças dos humildes e as 
desmarcadas ambições dos ricos. 
 Era tal o seu inebriamento que chegou a esquecer as coisas feias do seu 
ofício... Ele se julgava, e só o que lhe parecia grande entrava nesse 
julgamento. 
 As obscuras determinações das coisas, acertadamente, haviam-no 
erguido até ali, e mais alto levá-lo-iam, visto que, só ele, ele só e 
unicamente, seria capaz de fazer o país chegar ao destino que os 
antecedentes dele impunham. 
(Lima Barreto. Os bruzundangas. Porto Alegre: L&PM, 1998, pp. 15-6) 
 
Questão 85) 
O emprego da forma de tratamento “Sua excelência”, no título do texto, 
indica que o enunciador está 
 
a) falando do ministro, o que equivaleria a dizer: “ele”. 
b) se referindo diretamente ao ministro, como se dissesse a este: “você”. 
c) falando do ministro, o que equivaleria a tratá-lo por “vós”. 
d) se referindo diretamente ao ministro, como se dissesse a este: “tu”. 
e) falando ao ministro e ao leitor, o que equivaleria a dizer “vocês”. 
 
TEXTO: 38 - Comum à questão: 86 
 
RECEITA DE MULHER 
 
As muito feias que me perdoem 
Mas beleza é fundamental. É preciso 
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso 
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de 
 [haute couture* 
Em tudo isso (ou então 
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, 
 [como na República Popular Chinesa). 
Não há meio-termo possível. É preciso 
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito 
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas 
 [pousada e que um rosto 
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no 
 [terceiro minuto da aurora. 
Vinicius de Moraes. 
* “haute couture”: alta costura. 
 
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Questão 86) 
Tendo em vista o contexto, o modo verbal predominante no excerto e a razão 
desse uso são: 
 
a) indicativo; expressar verdades universais. 
b) imperativo; traduzir ordens ou exortações. 
c) subjuntivo; indicar vontade ou desejo. 
d) indicativo; relacionar ações habituais. 
e) subjuntivo; sugerir condições hipotéticas. 
 
TEXTO: 39 - Comum à questão: 87 
 
 1[...] E tenho encontrado homens bons de serviço que você nem acredita. 
Altair mesmo foi um desses. Quando começou a trabalhar comigo não 
conhecia nem um parafuso da Mercedinha, que era o caminhão que a gente 
usava lá na Rio-Bahia. E ele, com aquele jeito de ficar rindo e passando o 
pente no cabelo, foi aprendendo, aprendendo, que no fim 5conhecia o carro 
igual a mim. E dava tão certo a gente trabalhar um com o outro que, quando 
um carro enguiçava, eu mandava o motorista ir trabalhar num dos nossos, e 
nós dois resolvíamos o caso num instante. A gente trabalhava junto sem um 
atrapalhar o que o outro estava fazendo. Até no escuro, sem luz, a gente 
trabalhava. Passamos muito tempo juntos e fizemos muita coisa que ele 
estava lembrando lá na casa dele. Como aquele 10negócio da dona Olga, e 
que eu estava achando que não era coisa para ele ficar falando ali na frente 
da mulher dele. E falando como se a coisa fosse só comigo e que, na 
verdade, havia sido ele quem ficara como se fosse o dono da casa da dona 
Olga. Fora ele quem, no fim, tomara conta e quem ficara mandando, e até 
dizendo quanto a gente tinha que pagar. E tudo tinha sido ideia dele. 
FRANCA JUNIOR, Oswaldo. Jorge, um brasileiro. 
10ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988, pp. 85/86. 
 
Questão 87) 
 
Em “casa dele”, “mulher dele” e “ideia dele” (ref. 5 e 10), o emprego da 
palavra dele, em vez do possessivo sua, contribuiu para evitar uma confusão 
quanto ao ser possuidor. 
 
Assinale a alternativa em que, eliminando-se o seu e empregando-se o dele 
após o substantivo, essa confusão (ambiguidade) também é evitada. 
 
a) Jorge, o Altair está procurando o seu irmão. 
b) Altair disse a Jorge que levou o seu documento. 
c) Jorge achava que Altair não deveria fazer o seu serviço naquele dia. 
d) Jorge falou a Altair que, no seu aniversário, faria uma festa. 
e) Jorge disse a Altair que ficava feliz por causa do seu dom no preparo de 
comida. 
 
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TEXTO: 40 - Comum à questão: 88 
 
Leia a tirinha abaixo. 
 
 
(Folha de S.Paulo, 22.03.2012.) 
 
Questão 88) 
A frase do segundo quadrinho – Não mo apresentais? –, reescrita com o 
verbo na 3.ª pessoa do singular, em conformidade com a norma-padrão, 
assume a seguinte forma: 
 
a) Não apresenta ele pra mim? 
b) Não apresenta-me ele? 
c) Não o apresenta para mim? 
d) Não apresenta-o à mim? 
e) Não lhe apresenta a mim? 
 
TEXTO: 41 - Comum à questão: 89 
 
 
Arte e sociedade 
 
1 Se as obras de arte podem ser apreciadas em si 2 mesmas, como objetos 
estéticos, também podem iluminar 3 aspectos essenciais das sociedades em 
que surgem.As 4 pinturas rupestres, legados pré-históricos, ilustram hábitos 
5 cotidianos dos nossos ancestrais caçadores, assim como a 6 arte digital 
dos nossos dias terá valor documental daqui a 7 algumas décadas. Sem o 
interesse comercial dos portugueses, 8 que levava as caravelas aos mares 
desconhecidos, 9 não haveria assunto para que o grande poema de Camões 
10 se associasse ao espírito da Renascença. Sem aderir ao 11 mecanicismo 
da relação direta entre causa e efeito, há que 12 se considerar o diálogo entre 
o artista e a formação social 13 em que vive. 
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14 Por falar em diálogos: os de Platão, além dos temas 15 específicos de 
que tratam, provocam nossa curiosidade 16 acerca da convivência entre os 
mitos clássicos e o racionalismo 17 dos gregos. As brancas e geométricas 
colunas 18 dos templos, um legado arquitetônico, não parecem ter 19 pouco 
a ver com os raios de um Zeus furioso instalado no 20 Olimpo? Bem por isso, 
para corroer a magia e a mitologia 21 que estão no homem, Karl Marx, no 
século XIX, fará pouco 22 dos raios divinos numa época em que já se 
inventara o 23 para-raios e se propunha uma nova relação entre capital e 24 
trabalho. 
25 Pode-se cantar o triunfo da solução técnica sobre a 26 ineficácia da 
magia, mas não sobre o poder da arte: ainda 27 no século XIX, efeitos vivos 
das grandes revoluções do 28 século anterior – a Industrial e a Francesa – se 
farão sentir 29 nos romances românticos ou realistas, cujo centro 30 dramático 
está no cotidiano da vida burguesa. E algumas 31 conquistas da tecnologia, 
como o processo fotográfico 32 (registro e revelação) e a gravação 
fonográfica, repercutirão 33 decisivamente sobre as artes, abrindo caminho 
para novas 34 linguagens, como as reunidas pelo cinema. 
35 Para ficarmos no Brasil, nossa literatura, a princípio 36 pouco mais que 
decalque das literaturas estrangeiras, 37representou o índio e o escravo, o 
aristocrata e o comerciante, 38 seguindo ainda no rumo dos grandes ciclos 39 
econômicos e produzindo obras em que se reconhecem a 40 mina, o 
engenho, a usina, a exportação de café, de cacau, 41 de borracha. E os 
movimentos de rebelião não ficaram sem 42 expressivos registros: Canudos 
e a revolução farroupilha, 43 rompendo os limites de seus espaços 
geográficos, 44 alcançaram a amplidão de belas páginas de Euclides da 45 
Cunha e de Érico Veríssimo. 
46 A última palavra da relação entre arte e sociedade está 47 se 
evidenciando no campo da informática: há experiências 48 de multimídia, que 
agregam digitalização e robótica, por 49 exemplo, na produção de poemas. 
Também há, num movimento 50 contrário, quem prefira lamentar essa 
profusão de 51 linguagens em nome da perda da simplicidade. Por razões 52 
ecológicas, ou por outros motivos, há um esforço de retorno 53 à natureza 
que lembra (guardadas as diferenças) o prestígio 54 do bucolismo em pleno 
Iluminismo setecentista. Enquanto 55 isso, os decibéis crescentes dos shows 
e das ba- 56 ladas hipnotizam multidões de jovens que não fazem 57 questão 
de ouvir mugidos de vaca, como ignoram Bach ou 58 Mozart. 
59 Tocou-se aqui no cinema de passagem, mas talvez 60 seja o caso de 
elegê-lo como a grande arte da época 61 moderna e contemporânea: um 
filme já é um fenômeno 62 multimídia, e assisti-lo numa sala de projeção é 
mais que 63 ter contato com uma obra: é participar de um rito social 64 
marcante. No cinema, os recursos da física e da química se 65 associam, o 
som e a imagem se casam, a narrativa se faz 66 interpretação humana, os 
traços expressivos dos atores 67 ocupam a tela toda, e a ilusão de verdade 
é quase palpável. 68 No cinema, o tempo que corre na ficção entra no tempo 
69 real: quando o nosso ótimo filme acaba, somos devolvidos 70 a uma 
realidade indesejável... 
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71 Não, não esquecemos a televisão: embora se discuta o 72 quanto de 
arte é imediatamente associável a esse veículo, 73 é impossível deixar de 
reconhecer a revolução cultural 74 promovida por essa telinha doméstica na 
vida moderna. 75 Aproveitando um imediatismo que era exclusivo do rádio, a 
76 televisão adquiriu meios técnicos para se fazer onipresente 77 e servir 
como testemunha viva da História: um dos eventos 78 paradigmáticos disso 
é, certamente, o de 11 de setembro, 79 espécie de apocalipse ao vivo para o 
mundo. Numa simplória 80 telenovela, temas graves ganham discussão, 
preconceitos 81 ganham ou perdem força, mas nada pode ser 82 inocente 
quando propagado para milhões de 83 telespectadores. 
84 Há quem imagine que os livros de História poderiam 85 abrir um pouco 
mais de espaço para as linguagens que a 86 arte e a cultura encontraram em 
cada momento da 87 civilização: presume-se que essas interpretações 
ajudam, e 88 muito, a entender a complexidade dos fatos. Há mesmo 89 uma 
tendência, entre historiadores, para buscar na vida 90 cotidiana (incluindo-se 
aí as representações artísticas) o 91 sentido mesmo da caminhada de um 
grupo social, ou de 92 toda uma sociedade. Somente dessa forma se dariam 
a 93 conhecer aspectos da vida de certos grupos nômades, 94 como os dos 
ciganos, ou alternativas de sociabilidade, 95 como a dos hippies. Em 
qualquer caso, havendo um pincel, 96 um lápis, uma câmera digital ou um 
microcomputador, é 97 certo que alguém, por alguma razão, criará alguma 
coisa 98 que diga algo do tempo em que vive. 
 
 
 (Gregório Teles de Lima, inédito) 
 
 
Questão 89) 
 
A análise das formas verbais no último parágrafo legitima o seguinte 
comentário: 
 
a) (Refs. 84 e 85) poderiam abrir expressa fato altamente improvável, pois 
quem remete a uma única pessoa a imaginar o que poderia ocorrer com 
os livros de História. 
b) (Ref. 86) no contexto de hipótese em que foi usada, a forma encontraram 
adquire o valor de “encontrariam”, não expressando ação realmente 
realizada. 
c) (Ref. 88) substituindo a entender por formulação equivalente quanto à 
forma e ao sentido, obtém-se corretamente “a que se entendam”. 
d) (Ref. 95) havendo expressa a circunstância que determina a criação 
referida nas linhas finais do texto. 
e) (Refs. 96 e 97) o presente do indicativo em é certo define que todas as 
ações citadas no período final sejam consideradas na sua certeza, quer 
em referência ao presente, quer ao passado ou ao futuro. 
 
 
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TEXTO: 42 - Comum à questão: 90 
 
 
O que se transcreve abaixo é trecho inicial do romance Diário da queda, do 
escritor gaúcho Michel Laub, em capítulo intitulado “Algumas coisas que sei 
sobre o meu avô”. 
 
1 
 
1 Meu avô não gostava de falar do passado. O que 2 não é de estranhar, ao 
menos em relação ao que 3 interessa: o fato de ele ser judeu, de ter chegado 
ao 4 Brasil num daqueles navios apinhados, o gado para 5 quem a história 
parece ter acabado aos vinte anos, ou 6 trinta, ou quarenta, não importa, e 
resta apenas um tipo 7 de lembrança que vem e volta e pode ser uma prisão 
8 ainda pior que aquela onde você esteve. 
 
2 
 
1 Nos cadernos do meu avô não há qualquer 2 menção a essa viagem. Não 
sei onde ele embarcou, se 3 ele arrumou algum documento antes de sair, se 
tinha 4 dinheiro ou alguma indicação sobre o que encontraria 5 no Brasil. Não 
sei quantos dias durou a travessia, se 6 ventou ou não, se houve uma 
tempestade de 7 madrugada [...]. 
 
 
(São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 8) 
 
 
Questão 90) 
 
Considerado o bloco 1, é correto afirmar: 
 
a) (Refs. 1 e 2) o pronome demonstrativo em O que não é de estranhar 
remete ao que está citado depois dos dois-pontos, na linha 3. 
b) (Refs. 2 e 3) dando outra forma ao segmento em relação ao que 
interessa, “ao menos em relação aquilo que interessa” manteria a 
correção e o sentido originais. 
c) (Ref. 5) o emprego de quem evidencia que a palavragado está 
empregada em sentido conotativo. 
d) (Refs. 6 e 7) em resta apenas um tipo de lembrança que vem e volta, o 
termo destacado retoma exclusivamente lembrança. 
e) (Ref. 8) em aquela onde você esteve, o pronome destacado indica 
estritamente a pessoa com quem o narrador dialoga, não sendo possível 
considerá-lo pronome indefinido, que, nesse caso, equivaleria a “uma 
pessoa não identificada” ou “alguém”. 
 
 
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TEXTO: 43 - Comum à questão: 91 
 
Empresas usam redes sociais para atrair consumidores 
 
 
 
01 As redes sociais — canais online de troca de 02 conteúdo, como Twitter, 
Facebook e You Tube — vêm 03 alterando a forma como as pessoas se 
relacionam e 04 têm acesso à informação em todo o mundo. A velocidade 05 
com que circulam dados, críticas e elogios sobre toda 06 sorte de assuntos 
chegou a tal nível, que ninguém 07 que dependa, em algum grau, da opinião 
pública pode 08 dar-se ao luxo de ficar de fora do processo. Políticos, 09 por 
exemplo, têm se esmerado em interagir com os 10 usuários dessas 
ferramentas interativas. Para 11 acompanhar gostos, sentimentos, reações e 
desejos 12 dos clientes, empresas também têm sido obrigadas a 13 esquecer 
a época em que marcar presença na internet 14 significava ter um site. É 
preciso estar por toda parte. 15 No Distrito Federal, empresários estão se 
adaptando à 16 nova realidade, e já existe até consultoria para ajudar a 17 
cuidar da imagem virtual. 
 
18 O fenômeno das mídias sociais com a força que 19 elas possuem nos 
dias de hoje é recente. O serviço de 20 microblog Twitter, por exemplo, 
atualmente o canal mais 21 popular dentre todos, foi criado em 2006 e, no 
Brasil, só 22 se tornou realmente conhecido poucos anos depois. 23 
Entretanto, no universo das redes da web, as coisas 24 acontecem tão 
rapidamente, que quem deseja seguir o 25 ritmo é forçado a tomar decisões 
antes mesmo de 26 entender o que está se passando. 
 
27 Foi o que aconteceu com a artista plástica e 28 empresária brasiliense 
Mariana Dap, proprietária da loja 29 de peças de design Mercado Cobogó. 
Mariana, que 30 organizava exposições, abriu um espaço fixo de vendas 31 
na Asa Norte, no ano passado. Na época, sabia, por 32 intermédio de amigos, 
que ferramentas da rede mundial 33 de computadores começavam a se 
mostrar eficazes na 34 divulgação de negócios. Ainda sem ter muita 
intimidade 35 com as mídias, resolveu ousar. “Comecei a fuçar com a 36 ajuda 
deles e decidi que ia fazer tudo de graça, usando 37 esse tipo de canal”, 
conta. 
 
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38 Atualmente, não é exagero dizer que a empresa 39 da artista plástica 
está espalhada por toda parte. 
BRANCO, Mariana. Empresas usam redes sociais para atrair consumidores. 
 Correio Braziliense, Brasília, 6 set. 2011. Disponível 
em:<http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2010/05/ 
23/interna_cidadesdf,193950/index.shtml>. Acesso em: 6 set. 2011. 
 
Questão 91) 
É uma informação sem suporte gramatical o que se declara sobre o termo 
transcrito em 
 
01. O conector “que” (l. 6) introduz a consequência do que foi anunciado na 
oração anterior. 
02. O vocábulo “também” (l. 12) expressa a mesma ideia que “até” (l. 16). 
03. Os termos “realmente” (l. 22) e “rapidamente” (l. 24) denotam modo. 
04. O verbo “fuçar” (l. 35), usado em sentido figurado, conota curiosidade. 
05. A oração reduzida “dizer” (l. 38) exerce função subjetiva no contexto em 
que se encontra. 
 
TEXTO: 44 - Comum à questão: 92 
Texto I 
 
Espaço e tempo 
Tanto Aristóteles quanto Newton acreditavam no tempo absoluto. Isto é, 
acreditavam que se pode, sem qualquer ambiguidade, medir o intervalo de 
tempo entre dois eventos, e que o resultado será o mesmo em qualquer 
mensuração, desde que se use um relógio preciso. O tempo é independente 
e completamente separado do espaço. Isso é no que a maioria das pessoas 
acredita; é o consenso. Entretanto, tivemos que mudar nossas ideias sobre 
espaço e tempo. Ainda que nossas noções, aparentemente comuns, 
funcionem a contento quando lidamos com maçãs ou planetas, que se 
deslocam comparativamente mais devagar, não funcionam absolutamente 
para objetos que se movam à velocidade da luz, ou em velocidade próxima 
a ela. […] 
 
Entre 1887 e 1905 houve várias tentativas [...] de explicar o resultado de 
experimentos [...] com relação a objetos que se contraem e relógios que 
funcionam mais vagarosamente quando se movimentam através do éter. 
Entretanto, num famoso artigo, em 1905, um até então desconhecido 
funcionário público suíço, Albert Einstein, mostrou que o conceito de éter 
era desnecessário, uma vez que se estava querendo abandonar o de tempo 
absoluto. Ponto semelhante foi abordado poucas semanas depois por um 
proeminente matemático francês, Henri Poincaré. Os argumentos de 
Einstein eram mais próximos da Física do que os de Poincaré, que abordava 
o problema como se este fosse matemático. Einstein ficou com o crédito da 
nova teoria, mas Poincaré é lembrado por ter tido seu nome associado a uma 
parte importante dela. 
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O postulado fundamental da teoria da relatividade, como foi chamada, é 
que as leis científicas são as mesmas para todos os observadores em 
movimento livre, não importa qual seja sua velocidade. Isso era verdadeiro 
para as leis do movimento de Newton, mas agora a ideia abrangia também 
outras teorias e a velocidade da luz: todos os observadores encontram a 
mesma medida de velocidade da luz, não importa quão rápido estejam se 
movendo. Essa simples ideia tem algumas consequências notáveis: talvez a 
mais conhecida seja a equivalência de massa e energia, contida na famosa 
equação de Einstein E=mc2 (onde E significa energia; m, massa e c, a 
velocidade da luz); e a lei que prevê que nada pode se deslocar com mais 
velocidade do que a própria luz. Por causa da equivalência entre energia e 
massa, a energia que um objeto tenha, devido a seu movimento, será 
acrescentada à sua massa. Em outras palavras, essa energia dificultará o 
aumento da velocidade desse objeto. [...] 
 
Uma outra consequência igualmente considerável da teoria da 
relatividade é a maneira com que ela revolucionou nossos conceitos de 
tempo e espaço. Na teoria de Newton, se uma vibração de luz é enviada 
de um lugar a outro, observadores diferentes deverão concordar quanto ao 
tempo gasto na trajetória (uma vez que o tempo é absoluto), mas nem 
sempre concordarão sobre a distância percorrida pela luz (uma vez que o 
espaço não é absoluto). Dado que a velocidade da luz é apenas a distância 
que ela percorre, dividida pelo tempo que leva para fazê-lo, diferentes 
observadores poderão atribuir diferentes velocidades à luz. Segundo a teoria 
da relatividade, por outro lado, todos os observadores deverão concordar 
quanto à rapidez da trajetória da luz. Podem, entretanto, não concordar com 
a distância percorrida, tendo então, que discordar também quanto ao tempo 
gasto no evento. O tempo gasto é, no final das contas, apenas a velocidade 
da luz – sobre a qual os observadores concordam – multiplicada pela 
distância que a luz percorreu – sobre a qual eles não concordam. Em outras 
palavras, a teoria da relatividade sela o fim do conceito de tempo absoluto! 
Parece que cada observador pode obter sua própria medida de tempo, tal 
como registrada pelo seu relógio, e com a qual relógios idênticos, com 
diferentes observadores, não concordam necessariamente. 
 
HAWKING, Stephen W. Uma breve história do tempo. 
São Paulo: Círculo do livro, 1988. p.30-33. (adaptado) 
 
Texto II 
 
Inércia: a Primeira Lei de Newton 
 
As leis de Newton tratam da relação entre força e movimento. A primeira 
pergunta que elas procuram responder é: “O que acontece com o 
movimento de um corpo livre daação de qualquer força?” 
 
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Podemos responder a essa pergunta em duas partes. A primeira trata do 
efeito da inexistência de forças sobre o corpo parado ou em repouso. A 
resposta é quase óbvia: se nenhuma força atua sobre o corpo em repouso, 
ele continua em repouso. A segunda parte trata do efeito da inexistência de 
forças sobre o corpo em movimento. A resposta, embora simples, já não é 
óbvia: se nenhuma força atua sobre o corpo em movimento, ele continua 
em movimento. Mas que tipo de movimento? Como não há força atuando 
sobre o corpo, a sua velocidade não aumenta, nem diminui, nem muda de 
direção. Portanto o único movimento possível do corpo na ausência de 
qualquer força atuando sobre ele é o movimento retilíneo uniforme. 
 
 
A primeira lei de Newton reúne ambas as respostas num só enunciado: 
um corpo permanece em repouso ou em movimento retilíneo uniforme se 
nenhuma força atuar sobre ele. Em outras palavras, a Primeira Lei de 
Newton afirma que, na ausência de forças, todo corpo fica como está: 
parado se estiver parado, em movimento se estiver em movimento (retilíneo 
uniforme). Daí essa lei ser chamada de Princípio da Inércia. 
 
O que significa inércia? 
 
Inércia, na linguagem cotidiana, significa falta de ação, de atividade, 
indolência, preguiça ou coisa semelhante. Por essa razão, costuma-se 
associar inércia a repouso, o que não corresponde exatamente ao sentido 
que a Física dá ao termo. O significado físico de inércia é mais abrangente: 
inércia é “ficar como está”, ou em repouso ou em movimento. Devido à 
propriedade do corpo de “ficar como está” depender de sua massa, a inércia 
pode ser entendida como sinônimo de massa. 
GASPAR, Alberto. Física: Mecânica. 1. ed. 
São Paulo: Ática, 2001. p. 114-115. (adaptado) 
 
Texto III 
 
Paciência 
Composição : Lenine e Dudu Falcão 
 
(1) Mesmo quando tudo pede 
(2) Um pouco mais de calma 
(3) Até quando o corpo pede 
(4) Um pouco mais de alma 
(5) A vida não para... 
 
(6) Enquanto o tempo 
(7) Acelera e pede pressa 
(8) Eu me recuso, faço hora 
(9) Vou na valsa 
(10) A vida tão rara... 
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(11) Enquanto todo mundo 
(12) Espera a cura do mal 
(13) E a loucura finge 
(14) Que isso tudo é normal 
(15) Eu finjo ter paciência... 
 
(16) O mundo vai girando 
(17) Cada vez mais veloz 
(18) A gente espera do mundo 
(19) E o mundo espera de nós 
(20) Um pouco mais de paciência... 
 
(21) Será que é tempo 
(22) Que lhe falta para perceber? 
(23) Será que temos esse tempo 
(24) Para perder? 
(25) E quem quer saber? 
(26) A vida é tão rara 
(27) Tão rara... 
 
(28) Mesmo quando tudo pede 
(29) Um pouco mais de calma 
(30) Até quando o corpo pede 
(31) Um pouco mais de alma 
(32) Eu sei, a vida não para 
(33) A vida não para, não... 
 
(34) Será que é tempo 
(35) Que lhe falta para perceber? 
(36) Será que temos esse tempo 
(37) Para perder? 
(38) E quem quer saber? 
(39) A vida é tão rara 
(40) Tão rara... 
 
(41) Mesmo quando tudo pede 
(42) Um pouco mais de calma 
(43) Até quando o corpo pede 
(44) Um pouco mais de alma 
(45) Eu sei, a vida não para 
(46) A vida não para... 
 
(47) A vida não para... 
Disponível em:<http://www.vagalume.com.br/lenine/paciencia.html> Acesso em 
01 jun 11. 
 
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Questão 92) 
Observe: 
 
“Coesão referencial é aquela que cria, no interior do texto, um sistema de 
relação entre palavras e expressões, permitindo que o leitor identifique os 
referentes sobre os quais se fala no texto. 
Coesão sequencial é aquela que cria, no interior do texto, condições para 
que o discurso avance.” 
ABAURRE, Maria Luiza M. & PONTARA, 
Marcela. Gramática: Texto: Análise e construção de sentido. 
São Paulo: Moderna,2006. P. 242 (adaptado) 
 
Nos 03 (três) fragmentos destacados a seguir, algumas palavras fazem a 
coesão referencial e outras a coesão sequencial 
 
Fragmento 1 
“Essa simples ideia tem algumas consequências notáveis: talvez a mais 
conhecida seja a equivalência de massa e energia, contida na famosa 
equação de Einstein E=mc2 (...)”. (Texto I, 3º parágrafo) 
 
Fragmento 2 
“Como não há força atuando sobre o corpo, a sua velocidade não aumenta, 
nem diminui, nem muda de direção. Portanto o único movimento possível 
do corpo na ausência de qualquer força atuando sobre ele é o movimento 
retilíneo uniforme.” (Texto II, 2 º parágrafo) 
 
Fragmento 3 
“um corpo permanece em repouso ou em movimento retilíneo uniforme se 
nenhuma força atuar sobre ele.” (Texto II, 3º parágrafo) 
 
Indique a opção em que se fez uma ANÁLISE EQUIVOCADA dos elementos 
coesivos destacados nos fragmentos acima. 
 
a) O uso de flexões do modo subjuntivo seja (fragmento 1) e atuar 
(fragmento 3), antecedidas pelo advérbio talvez e pela conjunção se, 
respectivamente, são exemplos de coesão sequencial. 
b) O uso do pronome essa (fragmento 1), que retoma um fato explicado 
anteriormente, e a substituição do termo corpo (fragmento 3) pelo 
pronome ele são exemplos de coesão referencial. 
c) O vocábulo como (fragmento 2) é uma conjunção que se refere ao 
substantivo corpo e o vocábulo sua (fragmento 2) é um pronome 
possessivo também relacionado ao substantivo corpo. Os dois 
elementos analisados são exemplos de recursos coesivos sequenciais. 
 
 
 
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d) A conjunção portanto (fragmento 2) introduz uma ideia conclusiva em 
relação ao que foi enunciado anteriormente; a conjunção se (fragmento 
3) introduz uma oração condicional e poderia ser substituída pela 
locução desde que sem prejuízo de significado. Ambas são exemplos 
de coesão sequencial. 
e) Como (fragmento 2) é uma conjunção subordinativa e, portanto, um 
recurso coesivo sequencial. 
 
TEXTO: 45 - Comum à questão: 93 
 
O Relógio 
 
Quem é que sobe as escadas 
Batendo o liso degrau? 
Marcando o surdo compasso 
Com uma perna de pau? 
 
5 Quem é que tosse baixinho 
Na penumbra da antessala? 
Por que resmunga sozinho? 
Por que não cospe e não fala? 
 
Por que dois vermes sombrios 
10 Passando na face morta? 
E o mesmo sopro contínuo 
Na frincha1 daquela porta? 
 
Da velha parede triste 
No musgo roçar macio: 
15 São horas leves e tenras 
Nascendo do solo frio. 
 
Um punhal feriu o espaço... 
E o alvo sangue a gotejar; 
Deste sangue os meus cabelos 
20 Pela vida hão de sangrar. 
 
Todos os grilos calaram 
Só o silêncio assobia; 
Parece que o tempo passa 
Com sua capa vazia. 
 
25 O tempo enfim cristaliza 
Em dimensão natural; 
Mas há demônios que arpejam2 
Na aresta do seu cristal. 
 
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No tempo pulverizado 
30 Há cinza também da morte: 
Estão serrando no escuro 
As tábuas da minha sorte. 
Joaquim Cardozo 
 
Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2007. 
 
 
1 frincha − abertura 
2 arpejar − tocar harpa 
 
Questão 93) 
 
Deste sangue os meus cabelos (v. 19) / Pela vida hão de sangrar. (v. 20) 
Mas há demônios que arpejam (v. 27) / Na aresta do seu cristal. (v. 28) 
Os verbos sublinhados nesses exemplos estão flexionados na terceira 
pessoa − do plural ou do singular − de acordo com regras de sintaxe 
características da norma escrita culta da língua portuguesa. 
 
Justifique a flexão de pessoa e número do verbo em cada ocorrência 
sublinhada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GABARITO: 
 
1) Gab: A 
 
2) Gab: E 
 
3) Gab: 
• Em “Os recém-casados se amavam intensamente”, o pronome se é alvo 
do verbo amar (VTD), logo objeto direto, e significa que os “recém-
casados” se amavam um ao outro. 
• Em “a matrona feriu-se ao tropeçar”,o pronome se é alvo do verbo ferir 
(VTD), portanto objeto direto, e tem sentido reflexivo, uma vez que retoma 
o sujeito “a matrona”. 
• Em “Romualdo arrependeu-se”, o pronome se perdeu a função sintática 
de objeto, sendo parte integrante do verbo pronominal, porém indica certa 
idéia reflexiva. 
 
4) Gab: 
a) Chegou cedo. Aproximou-se da escrivaninha __a que__ havia feito 
alusão durante o encontro com Bentinha. 
b) Laurita participa da reunião. Seu interlocutor é pessoa __de que __ ela 
desconfia, por isso não se põe a gosto. 
c) O jovem doutor depositou calmamente o instrumento __com que__ 
trabalhara durante a breve cirurgia. 
d) Apresse-se! Deixe a roupa aí mesmo, na mesa __em que__ se 
encontrava antes. 
e) Manuela, __a cuja__ mãe o enteado sempre se referia com doces 
palavras, entrou a discorrer sobre outros assuntos. 
 
5) Gab: E 
 
6) Gab: B 
 
7) Gab: D 
 
8) Gab: A 
 
9) Gab: A 
 
10) Gab: B 
11) Gab: B (defeituoso) 
Pressupondo que Millôr Fernandes não tenha cometido o engano de grafar 
mal por mau, a palavra, tal como ele a empregou, só poderia ser um 
substantivo, pois as outras possibilidades morfossintáticas de mal – advérbio 
ou conjunção – não teriam cabimento na frase dada. Assim, mal seria 
equivalente a um mal, uma doença, um pecado. O que não se entende é o 
motivo de, na formulação do teste, a Banca Examinadora ter perguntado 
sobre "o caso específico da frase de Millôr", como se houvesse alguma 
especificidade no emprego de mal como substantivo. Por outro lado, se a 
Banca considerou que, "no caso específico", mal vale como adjetivo, então 
não se trata de nada diferente de um erro de grafia. De qualquer forma, um 
teste defeituoso. 
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12) Gab: A 
 
13) Gab: 
a) A palavra “eia”, originalmente uma interjeição, é transformada em 
substantivo no trecho em questão. Tal substantivação é facilmente 
perceptível, dado que a palavra substantivada encontra-se articulada (“os 
eias”). 
b) “O seu diálogo é rebuscadamente natural: desdenha o recurso ingênuo 
de cortar esses, eles e erres finais, deturpar flexões, e aproximar-se, 
tanto quanto possível, da língua do interior.” 
 
14) Gab: 
a) • “história verdadeira”: a História que registra os acontecimentos reais, 
conforme comprova o primeiro trecho do texto; 
• “história fingida”: a história imaginada, inventada, criada pela 
imaginação: “No livro fingido contam-se as cousas como era bem que 
fossem e não como sucederam.” 
b) “as damas quão castas , os Reis quão justos ”: os adjetivos grifados 
revelam o critério moral na defesa do ponto de vista de Solino. 
 
15) Gab: B 
 
16) Gab: 
a) O retirante Severino atravessa, a pé, o estado de Pernambuco. Segue 
o Capibaribe, até chegar aos mangues do Recife. Assiste a situações de 
morte e miséria. Isso lhe mina as esperanças, faz com que ele considere 
o suicídio. Ao chegar a seu destino, Severino assiste ao nascimento de 
um menino, fato que lhe restitui a vontade de viver e lutar. É por isso que 
a peça se caracteriza como um auto “de natal” (adjetivo que é cognato 
de nascer); o nascimento da criança é nuclear; e “pernambucano” por 
transcorrer num dos vários estados (Pernambuco) assolados pela 
miséria. 
b) “Severina”é um adjetivo criado por João Cabral, derivado de um nome 
próprio usual naquela região. Serve para designar a triste igualdade de 
condições que nivela os homens pobres nordestinos dos, que lutam 
contra um meio hostil, em que a fome e a miséria campeiam. A 
semelhança nas condições de vida e de morte desses homens é 
adjetivada como “severina”. 
c) A inversão da seqüência usual dos termos “morte e vida” se dá em 
função da trajetória do protagonista, que se vê, primeiramente, às voltas 
com epidósios que envolvem morte, como as cenas dos “Irmãos das 
Almas”, a das “Excelências”, a da “Mulher da Janela”, a do “Funeral de 
um Lavrador” e a do Diálogo dos Coveiros”. Somente no final ele assiste 
à renovação do espetáculo da vida, com o nascimento do menino. 
 
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17) Gab: B 
 
18) Gab: B 
 
19) Gab: D 
 
20) Gab: 14 
 
21) Gab: 
a) Os dois vocábulos são "cá" e "longe". 
b) As expressões possíveis formadas por adjetivo(s) e por substantivo que 
caracterizam esses espaços são as seguintes: 
- Espaço do corpo ("cá"): vã matéria; humana e trágica miséria; surdos 
abismos assassinos; atros destinos; flor apodrecida e deletéria; baixo 
mundo; movimentos lassos 
 - Espaço da alma ("longe"): claros astros peregrinos; dons divinos; 
grande paz; grande paz sidérea; almas irmãs; almas perfeitas; regiões 
eleitas; largos, profundos, imortais abraços. 
 
22) Gab:E 
 
23) Gab: D 
 
24) Gab:E 
 
25) Gab: C 
 
26) Gab: C 
 
27) Gab: E 
 
 
28) Gab: A 
 
29) Gab: B 
 
30) Gab: A 
 
31) Gab:A 
 
32) Gab: A 
 
33) Gab: C 
 
34) Gab: 
 
35) Gab: A 
 
36) Gab: A 
 
37) Gab: 
a) Gabarito correspondente à leitura do texto V- 
O candidato deve apontar para a modificação operada, no texto da 
propaganda, na concepção tradicional do feminino, atento a noção de 
gênero, uniforme indicação do enunciado. Além disso deverá apontar as 
pistas textuais que sustentam essa sua leitura .Para obter a pontuação 
máxima nesse item, exigiu-se do aluno uma escrita clara, coerente e 
formalmente adequada. 
Exemplo: 
MP: A propaganda descreve a mulher a partir de características que há 
tempos atrás não diziam respeito ao universo feminino, como, por 
exemplo, a qualificação de guerreira. 
J: A propaganda exibe a imagem de uma mulher com asa, livre, 
independente, além de enumerar adjetivos tradicionalmente atribuídos 
aos homens. 
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Em seguida, apresentamos outros padrões de respostas mais 
recorrentes, com sua respectiva pontuação: 
O candidato identifica a modificação proposta pela propaganda de forma 
bastante adequada, mas não aponta as pistas que a justificassem, ou 
seja, atende parcialmente ao que foi solicitado. 
O candidato parafraseia devidamente o texto da propaganda, sinalizando 
modificações na concepção do feminino, mas não explicita essas 
modificações. 
O candidato limita-se a parafrasear o que esta em negrito no texto 
(independente, sem deixar de ser mulher’’),sem considerar as outras 
pistas textuais. 
O candidato comete erros de leitura ou mesmo interpreta erroneamente o 
enunciado. 
Exemplos: proposta de modificação do conteúdo do texto da propaganda; 
afirmação do que o objetivo da mesma seria “acabar com o preconceito 
contra a mulher”. 
Gabarito correspondente a leitura do texto VI 
O candidato deve apontar para a modificação operada, na concepção 
tradicional do masculino, atento à noção de gênero, conforme indicação 
do enunciado. Além disso, deverá apontar as pistas textuais que 
sustentam essa sua leitura .Para obter a pontuação máxima nesse item, 
exigiu-se, ainda, uma escrita clara, coerente e formalmente adequada. 
Apresentamos abaixo um exemplo do que seria uma resposta completa. 
Exemplo: 
MP: O homem moderno, identificado tradicionalmente com a figura do 
provedor, passa assumir funções normalmente atribuídas às mulheres, 
como a de cuidar dos filhos. 
J: A propaganda exibe a imagem de um homem que, ao mesmo tempo 
que fala ao celular, o que sugere que ele esta trabalhando, cuida do filho, 
transformação que e considerada uma evolução do homem. 
Em seguida, apresentamos outros padrões de respostas mais 
recorrentes, com sua respectiva pontuação: 
O candidato identifica a modificação proposta pela propaganda de forma 
bastante adequada, mas não aponta as pistas que a justificassem, ou 
seja, atende parcialmente ao que foi solicitado. 
O candidato parafraseia devidamente o texto da propaganda, sinalizando 
modificações na concepção do masculino, mas não explicita essasmodificações. 
O candidato limita-se a descrever a imagem da propaganda sinalizando, 
e não explicitando, uma transformação operada no homem. 
O candidato comete erros de leitura ou mesmo interpreta erroneamente o 
enunciado. 
Exemplos: proposta de modificação do conteúdo do texto da propaganda; 
afirmação de que “o homem só se preocupa com a vaidade”. 
b) Segunda parte: o candidato devera fazer a distinção entre o “aí” de tempo 
o de espaço.Enumeramos abaixo os padrões recorrentes de respostas e 
sua respectiva pontuação: 
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b1. O candidato devera perceber e explicitar a noção de tempo ou tempo 
próximo. 
b1. O candidato deixa implícita a noção de tempo através de paráfrases 
verbais.Exemplos: “está próximo de acontecer”, “vai se realizar”, “está 
para chegar” etc. 
b1. O candidato aponta o “aí” como indicador de espaço físico. 
b2. O candidato deverá substituir o “aí” por advérbio de mesmo valor.Os mais 
encontrados foram: logo, em pouco tempo, em futuro próximo, em breve. 
b2. O candidato não substitui somente o “aí”, conforme proposta do 
enunciado, mas opera modificações em toda a estrutura da frase. 
b2. Substituição por palavra ou expressão de outro valor que não o de tempo. 
 
38) Gab: E 
 
39) Gab: 
a) A segunda pessoa do plural conota solenidade, formalidade e 
antiguidade. Esses três sentidos são adequados ao contexto imaginário 
de uma balada (“composição poética popular antiga”, numa das acepções 
registradas no Houaiss) em que um rei formula uma ordem solene. Além 
disso, o emprego da segunda pessoa também se justifica porque, sendo 
típico da tradição literária, ele conota “literariedade”. Uma outra razão, 
agora de natureza formal, é que a segunda pessoa possibilita a elipse do 
pronome pessoal e, portanto, presta-se a uma formulação mais sintética 
e elegante do que a terceira pessoa, que exige a presença do pronome 
pessoal, sob pena de imprecisão ou ambigüidade, como se pode notar na 
resposta seguinte. 
b) Vão lá buscá-la, pois (porque), se não a trouxerem, (vocês) virarão 
espuma das ondas do mar. 
 
40) Gab: 
a) Espera-se que o candidato seja capaz de perceber que o modo como um 
evento se desenrola no tempo não tem a ver, exclusivamente, com a 
forma verbal. 
Comparação entre Textos 1 e 2 
No caso da narração esportiva, o uso do presente apresenta uma 
coincidência entre o tempo em que o enunciado é dito e o tempo em que 
o evento ocorre. Trata-se, portanto, da descrição de um evento em tempo 
real. 
No caso da letra de música Cotidiano, os enunciados indicam ação 
habitual; portanto, apesar de a forma verbal estar no presente, marca uma 
ação que ocorreu antes do enunciado e que se repete. 
Comparação entre Textos 2 e 3 
A habitualidade, já comentada, que se encontra na letra de música, 
contrasta com o que ocorre na manchete de notícia, em que a ação, 
embora relatada no tempo presente, refere-se ao futuro. 
b) No texto 1, normalmente, o tempo presente coincide com o evento 
descrito e o passado com a retomada da descrição de um evento há 
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pouco ocorrido. O candidato deverá notar que, por se tratar de uma 
transmissão radiofônica de jogo de futebol, a oscilação em relação ao 
tempo se deve, sobretudo, pela necessidade de descrição de ações 
concomitantes à própria narração e a retomada de ações. No último 
parágrafo, há uso exclusivo do tempo passado porque o locutor do jogo 
retoma a descrição do gol já ocorrido. 
 
41) Gab: 
a) As duas imagens geométricas que o autor evoca são a linha reta e o 
círculo. A linha reta descreve bem a concepção de tempo da civilização 
moderna, porque tendemos a percebê-lo como algo que se desenvolve 
de modo seqüencial e unidirecional. O círculo, por sua vez, caracteriza 
bem a visão dos maias, porque estes pensavam o tempo como algo que 
recorre ou retorna periodicamente, num tipo de movimento que encontra 
no círculo uma imagem bastante usual. 
b) “Embora nossa idéia de tempo seja uma das características peculiares do 
mundo moderno, a importância que damos a ele não é inteiramente 
desprovida de precedente cultural”. OU: “De todos os povos que 
conhecemos, os maias eram os mais obcecados pela idéia de tempo”. 
c) Não vemos a relação entre passado, presente e futuro da mesma forma 
que os maias, cujo conceito de tempo era mágico e politeísta. 
 
42) Gab: 
a) Entre outras possibilidades de exemplos, destacamos: 
Nos dois textos, as marcas de interlocução são expressas pelo emprego 
do pronome como vocativo: 
Texto I: O senhor… mire, veja: o emprego do pronome de tratamento 
como vocativo e o emprego de formas no imperativo identificando a 
interlocução entre as pessoas do discurso. 
Texto II: Ah, meu senhor, a vida é cheia de espanto. 
Ocorre o emprego de formas no imperativo identificando a interlocução 
entre as pessoas do discurso: No 
Texto I “… mire, veja” 
No Texto II “escute seu pressentimento” 
No Texto II: o emprego do pronome de terceira pessoa “Já lhe aconteceu” 
que equivale a “você”/ “a ti” e de tratamento “digo e repito ao senhor” que 
são elementos discursivos de interlocução 
b) Eu digo e repito ao senhor: escute o seu pressentimento. 
Explicação: 
O argumento de evitar fazer coisas, mudar de caminho, por causa de uma 
“voz da gente, lá dentro, tentando dizer o futuro” desemboca no conselho 
do narrador: “escute o seu pressentimento”. 
 
43) Gab: E 
 
44) Gab: B 
 
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45) Gab: 
Conteúdo: Pressupõe leitura da obra São Bernardo, de Graciliano Ramos. A 
partir de um fragmento, o candidato irá discorrer sobre o tema “religião”, 
fortemente discutido na obra. Conjunções e conexões de sentidos. Análise e 
explicação dos efeitos de sentidos provocados pela mudança de posição da 
conjunção “mas” em um enunciado de Guimarães Rosa. 
 
a) Em São Bernardo, Paulo Honório representa o capitalista insensível, 
cujas ações são guiadas por valores materialistas que visam a alcançar 
seus objetivos, sendo o maior deles a posse e a manutenção da Fazenda 
São Bernardo. Nesse sentido, utiliza-se dos elementos tradicionais do 
cristianismo, tais como céu e inferno, Deus e diabo, salvação e perdição, 
como instrumentos de alienação. Por este viés pragmático e utilitário, a 
religião serve para favorecer e legitimar sua visão particular de justiça: 
no céu, seus trabalhadores campesinos oprimidos por ele com baixos 
salários seriam finalmente recompensados, enquanto no inferno o diabo 
castigaria o ladrão que o lesou com o furto de uma vaca. No contexto do 
romance, para o protagonista corroído pelos ciúmes em relação à 
esposa Madalena e pela constatação da ausência de religiosidade nela, 
a religião também serviria como um freio aos vícios humanos, 
especialmente o adultério: “mulher sem religião é horrível”. 
b) A conjunção adversativa “mas” desempenha papel fundamental na 
construção dos sentidos dos dois enunciados. Como se sabe, essa 
conjunção une proposições de sentidos contrários, adversos. Assim, se 
a primeira proposição tem sentido positivo, a segunda terá sentido 
negativo e vice-versa. Com isso, a utilização do “mas” nos enunciados 
cria sentidos muito distintos. Na primeira proposição (“Sou um 
desgraçado, mãe Quitéria, mas o meu dia há-de chegar!”), a primeira 
ideia tem valor negativo, e a segunda, positivo. Com isso, cria-se no 
enunciado o sentido de um futuro melhor do que o presente; uma 
expectativa positiva em relação à vida. Na segunda proposição (“O meu 
dia há-de chegar, mas sou um desgraçado, mãe Quitéria!”), o sentido é 
inverso: a primeira ideia tem valor positivo, e a segunda, negativo. Dessa 
forma, mesmo com um futuro possivelmente melhor do que o presente, 
a situação negativa presente é reiterada e prevalece. Toda essa criação 
discursiva só foi possível pela utilizaçãoda conjunção adversativa e pela 
inversão das proposições. Como se percebe, o uso do “mas” foi 
essencial para a criação dos efeitos de sentidos nos enunciados. 
 
46) Gab: A 
 
47) Gab: D 
 
48) Gab: 
O pronome oblíquo me em posição proclítica, no início da oração “Me 
esquece”, se caracteriza como uma marca de linguagem coloquial. Dessa 
forma, pretende-se dar a impressão de realidade, aproximando-se a fala do 
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personagem à de uma pessoa que poderia estar naquela situação de 
comunicação (de nervosismo, de choro), em que não haveria preocupação 
com o rigor da norma culta. Assim, optou-se pelo registro informal em 
detrimento do registro formal, que implicaria o uso de ênclise e que, 
consequentemente, não se adequaria à situação apresentada no fragmento. 
 
49) Gab: D 
 
50) Gab: A 
 
51) Gab: C 
 
52) Gab: B 
 
53) Gab: B 
 
54) Gab: A 
 
55) Gab: B
 
 
56) Gab: 
a) O fato de a medida ter sido tomada pelo presidente não basta para que 
se possa dizer que ela é ruim. 
b) A medida foi adotada pelo presidente, mas isso não é suficiente para 
dizer que seja ruim. 
c) Assim, temos que dizer que é boa e esperar sempre outras medidas 
boas. 
 
57) Gab 
a) 1º grupo: escuros, intermináveis, infinitos e profundos. 
 2º grupo: calmo, dócil, ingênuo e claro. 
b) É tão claro! - mas turva tudo: 
Já ninguém dorme tranqüilo, / pois (porque) a noite é um mundo de 
sustos. 
 
58) Gab: 
a) No primeiro: a preposição com indica meio, instrumento. 
 No segundo: a preposição com indica concessão ou oposição. 
b) Roubou concorda com o sujeito: "Dirceu". 
 São concorda com o predicativo do sujeito: "efeitos de amor" 
 
59) Gab: C 
 
60) Gab: C 
 
61) Gab: 
a) O termo “AQUELA” substitui “a poesia”, enquanto “ESTA” substitui “a 
história”. 
b) A poesia é uma forma de conhecimento que, por meio do singular, fala 
do homem em geral; a história é uma forma de conhecimento que trata 
do particular enquanto particular. 
c) A filosofia se dirige ao universal. 
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62) Gab: B 
 
63) Gab: D 
 
64) Gab: C 
 
65) Gab: E 
 
66) Gab: C 
 
67) Gab: 
a) Nota-se o mesmo recurso em "fio" e "desfiar", ou seja, substantivo e 
verbo formados a partir de um mesmo radical. 
b) Exemplo de oposição semântica se dá entre os termos explosão e 
franzina ou explosão e pequena. A palavra "explosão" cria a expectativa 
de potência, amplitude, grandiosidade; os adjetivos franzina (o mesmo 
que enfraquecida, débil) e pequena contrariam essa expectativa, 
configurando a oposição semântica. 
 
68) Gab: C 
 
69) Gab: E 
 
70) Gab: A 
 
71) Gab: 
a) Porque ela não encontra nenhum dos seus namorados. 
b) Como 
 
72) Gab: A 
 
73) Gab: 
O pronome o é um anafórico que, além de ter como referência um masculino 
singular, pode também funcionar como um pronome neutro (= isto) cujo 
referente é um enunciado inteiro, como é o caso deste trecho de A 
Cartomante: o = “certo de ser amado”. O defeito de estilo que Machado de 
Assis procurou evitar é o da repetição. 
 
74) Gab: E 
 
75) Gab: B 
 
76) Gab: 41 
 
77) Gab: 
A quebra da correlação verbal, com o presente do indicativo (chamado 
presente narrativo) empregado no lugar do pretérito imperfeito do subjuntivo, 
sugere que a intenção do narrador foi presentificar e atualizar a cena, 
tornando-a vívida para o leitor, intensificando a expressão do momento de 
medo e perigo por que passavam as personagens. 
 
78) Gab: D 
 
79) Gab: 
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Trata-se da palavra olhos e do diminutivo olhinhos. Quando busca encontrar 
na sala algo que correspondesse a seu sonho, o narrador se refere a seus 
“olhinhos inquietos”, numa expressão em que o diminutivo indica afetividade 
e reforça o sentido de vivacidade acrescentado pelo adjetivo. Em “nossos 
olhos cruzaram-se” seria descabido e até ridículo o diminutivo, que exprimiria 
ternura, quando se trata de confronto com a dura realidade e, em decorrência, 
desolação e medo. 
 
80) Gab: B 
 
81) Gab: 
Lentos: dá destaque ao movimento dos cabelos. 
Porque normalmente é empregado para qualificar a duração de algo, que não 
é o caso dos cabelos. Infecundas: enfatiza a ideia de que as piedades foram 
inúteis, não tiveram efeito. 
Porque não costuma ser empregado para caracterizar um sentimento, mas a 
terra, os animais, os homens. 
 
82) Gab: 35 
 
83) Gab: A 
 
84) Gab: B 
 
85) Gab: A 
 
86) Gab: C 
 
87) Gab: A 
 
88) Gab: C 
 
89) Gab: D 
 
90) Gab: C 
 
91) Gab: 03 
 
92) Gab: C 
 
93) Gab: 
hão: o verbo está na 3ª pessoa do plural, concordando com o sujeito “os 
meus cabelos”. 
há: o verbo está na 3ª pessoa do singular por ser impessoal/a oração não 
tem sujeito. 
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