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A produção audiovisual no Distrito Federal nasce com as imagens realizadas sobre a construção da capital do 
país, Brasília.
Para além destas imagens documentais e da cidade como cenário para a produção de diversos filmes, temos 
a criação do curso de cinema da Universidade de Brasília, que comentamos quando apresentamos um de seus 
fundadores, o crítico e professor Paulo Emílio Salles Gomes.
Gomes, junto a outros professores, como Jean-
Claude Bernardet, criou, em 1965, a “Semana 
do Cinema Brasileiro”, que depois chamaria 
“Festival de Brasília do Cinema Brasileiro”, 
um dos mais importantes espaços de exibição, 
fórum de debates e encontro com a nova 
produção cinematográfica nacional. 
O festival foi um espaço de resistência cultural 
durante a ditadura, tanto que, entre 1972 e 
CURTE AÍ!
"Branco sai, preto fica" (2014). Dir.: Adirley Queirós
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1974, suas atividades foram suspensas. Ao retornar 
as exibições, o festival foi responsável por apresentar 
novos cineastas e reunir os principais debates sobre 
cinema no país, além de fomentar a produção local.
Um dos mais importantes, dentre estes realizadores, 
é o paraibano Vladimir Carvalho, oriundo do Cinema 
Novo, que é convidado a residir e a trabalhar em 
Brasília no final dos anos 1960. Carvalho realizou 
diversos documentários importantes para a 
cinematografia nacional, como o clássico “O país 
de São Saruê” (1971), “Brasília segundo Feldman” 
(1979), “O Evangelho segundo Teotônio” (1984) e o 
grande clássico sobre a dura história dos candangos que construíram a capital do país, “Conterrâneos velhos de 
guerra” (1991). Vamos assistir a este que é um dos mais importantes documentários brasileiros, vencedor do 
Festival de Brasília: https://youtu.be/j36zqDpzCHs 
Carvalho foi professor do curso de cinema da UnB, assim como Geraldo Moraes, outro importante cineasta 
radicado no Distrito. Ele dirigiu os filmes “A semente do pão” (1973) e “Os mensageiros da aldeia” (1976), antes 
de dirigir os longas, “A difícil viagem” (1980), “Círculo do fogo” (1990) e “No coração dos deuses” (1999).
Outras produções são “Brasiliários” (1986), de Zuleica Porto e Sérgio Bazi, baseado na obra de Clarice Lispector 
de Brasília; “Mínima cidade” (1984), de João Lanari; assim como “Brasília, última utopia” (1987), longa em 
episódios dirigidos por Geraldo Moraes, Vladimir Carvalho, Moacir Oliveira, Pedro Anísio, Roberto Pires e Pedro 
Jorge.
"Conterrâneos velhos de guerra" (1991). Dir.: Vladimir Carvalho
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A formação da seção regional da Associação 
Brasileira de Documentaristas (que depois seria 
acrescida de “e Curtas-Metragistas), a entidade 
nacional ABD, em 1978, foi fundamental na 
organização dos profissionais da área e das 
demandas de setor por políticas públicas.
Malgrado o projeto do “Polo de Cinema”, 
parque audiovisual que tinha como função ser 
base para uma produção industrial audiovisual 
brasiliense, no qual foram investidos milhões, 
e foi desativado, o audiovisual no DF cresceu 
com a instituição, em 1991, do Fundo de Apoio 
à Cultura (FAC), promovendo uma nova geração 
de cineastas locais.
Dentre eles, podemos citar o cineasta do período do Cinema Marginal, André Luiz Oliveira, que dirigiu neste 
período, “Meteorango Kid – O herói intergaláctico” (1969). Este cineasta radicou-se em Brasília nos anos 1990 
e dirigiu o premiado “Louco por cinema” (1994).
Os documentários realizados pela cineasta e professora do curso de audiovisual da UnB, Dácia Ibiapina, com 
“Palestina do norte: o Araguaia passa por aqui” (1998), “Vladimir Carvalho: conterrâneo velho de guerra” 
(2004), “Ressurgentes: um filme de ação direta” (2014); assim como a também professora e cineasta Erika 
Bauer, com o premiado “Dom Hélder – O santo rebelde” (2006) e “Flor do moinho” (2017).
"Don Hélder Câmara - O santo rebelde" (2004). Dir.: Erika Bauer
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No campo da ficção, temos os filmes de José Eduardo Belmonte, o iconoclasta “A concepção” (2005) e 
“Subterrâneos” (2003).
Mais recentemente, temos a obra de Adirley Queirós, filmes inventivos e críticos, que se colocam entre o 
documentário e a ficção, como “A cidade é uma só?” (2011) e “Branco sai, preto fica” (2014). A obra de 
Queirós coloca em debate a segregação de Brasília, entre o Plano Piloto e as Regiões Administrativas (RAs) que, 
anteriormente, eram chamadas de cidades-satélites. 
A história do audiovisual no Distrito Federal é longa, rica e diversa e aqui apenas tecemos algumas aproximações. 
Há produções, cineclubes, festivais e mostras, ao longo de toda a sua história.
Caso você se interesse, há o livro “Cinema: apontamentos para uma história”, de Sérgio Moriconi, que relata e 
ilustra com detalhes toda esta trajetória.
Por fim, vamos assistir a um trecho de “A cidade 
é uma só?”, filme de Adirley Queirós, que lida 
de forma crítica, irônica e inventiva com as 
desigualdades históricas do Distrito Federal: 
https://youtu.be/J-oSeF_aJbs
"A concepção" (2005). Dir.: José Eduardo Belmonte

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