Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
GREF - Eletricidade/eletro1.pdf leituras de física GREF versão preliminar ELETROMAGNETISMO para ler, fazer e pensar 1 a 6 1. Onde não está a eletricidade? 2. Pondo ordem dentro e fora de casa 3. Elementos dos circuitos elétricos 4. Cuidado! É 110 ou 220? 5. A conta de luz 6. Exercícios Leituras de Física é uma publicação do GREF - Grupo de Reelaboração do Ensino de Física Instituto de Física da USP EQUIPE DE ELABORAÇÃO DAS LEITURAS DE FÍSICA Anna Cecília Copelli Carlos Toscano Dorival Rodrigues Teixeira Isilda Sampaio Silva Jairo Alves Pereira João Martins Luís Carlos de Menezes (coordenador) Luís Paulo de Carvalho Piassi Suely Baldin Pelaes Wilton da Silva Dias Yassuko Hosoume (coordenadora) ILUSTRAÇÕES: Fernando Chuí de Menezes Mário Kano GREF - Instituto de Física da USP rua do Matão, travessa R, 187 Edifício Principal, Ala 2, sala 305 05508-900 São Paulo - SP fone: (011) 818-7011 fax:(011) 818-7057 financiamento e apoio: Convênio USP/MEC-FNDE Sub-programa de educação para as Ciências (CAPES-MEC) FAPESP / MEC - Programa Pró-Ciência Secretaria da Educação do Estado de São Paulo - CENP A reprodução deste material é permitida, desde que observadas as seguintes condições: 1. Esta página deve estar presente em todas as cópias impressas ou eletrônicas. 2. Nenhuma alteração, exclusão ou acréscimo de qualquer espécie podem ser efetuados no material. 3. As cópias impressas ou eletrônicas não podem ser utilizadas com fins comerciais de qualquer espécie. junho de 1998 1 1 Onde não está a Eletricidade? A figura a seguir você provavelmente já observou nos volumes anteriores desta coleção. Agora, entretanto, o jogo é diferente. Você vai analisá-la e responder a questão proposta ao lado. Você vai elaborar, em conjunto com seus colegas de classe, uma lista de coisas que farão parte do programa desse curso 2 1 Onde não está a Eletricidade? Leia o texto a seguir, escrito pelo poeta e escritor Carlos Drummond de Andrade e responda às questões. Carta a uma senhora Falei de cozinha, estive quase te escolhendo o grill automático de 6 utilidades porta de vidro refratário e completo controle visual, só não comprei-o porque diz que esses negócios eletrodomésticos dão prazer uma semana, chateação o resto do mês, depois enconsta-se eles no armário da copa. A garotinha fez esta redação no ginásio: "Mamy, hoje é dia das Mães e eu desejo-lhe milhões de felicidades e tudo mais que a Sra. sabe. Sendo hoje o dia das Mães, data sublime conforme a professora explicou o sacrifício de ser Mãe que a gente não está na idade de entender mas um dia entenderemos, resolvi lhe oferecer um presente bem bacaninha e fui ver as vitrinas e li as revistas. Pensei em dar à Sra. o radiofono Hi-Fi de som estereofônico e caixa acústica de 2 alto-falantes amplificador e transformador mas fiquei na dúvida se não era preferível uma tv legal de cinescópio multirreacionário som frontal, antena telescópica embutida, mas o nosso apartamento é um ovo de tico-tico, talvez a Sra. adorasse o transistor de 3 faixas de ondas e 4 pilhas de lanterna bem simplesinho, levava para a cozinha e se divertia enquanto faz comida. Mas a Sra. se queixa tanto do barulho e dor de cabeça, desisti desse projeto musical, é uma pena, enfim trata-se de um modesto sacrifício de sua filhinha em intenção da melhor Mãe do Brasil. Como a gente não tem armário da copa, me lembrei de dar um, serve de copa, despensa e bar, chapeado de aço tecnicamente subdesenvolvido. Tinha também um conjunto para cozinha de pintura porcelanizada fecho magnético ultra-silencioso puxador de alumínio anodizado, um amoreco. Fiquei na dúvida e depois tem o refrigerador de 17 pés cúbicos integralmente utilizáveis, congelador cabendo um leitão ou peru inteiro, esse eu vi que não cabe lá em casa, sai dessa! Me virei para a máquina de lavar roupa sistema de tambor rotativo mas a Sra. podia ficar ofendida deu querer acabar com a sua roupa lavada no tanque, alvinha que nem pomba branca, Mamy esfrega e bate com tanto capricho enquanto eu estou no cinema ou tomo sorvete com a turma. Quase entrei na loja para comprar o aparelho de ar condicionado de 3 capacidades, nosso apartamentinho de fundo embaixo do terraço é um forno, mas a Sra. vive espirrando, o melhor é não inventar moda. Mamy, o braço dói de escrever e tinha um liquidificador de 3 velocidades, sempre quis que a Sra. não tomasse trabalho de espremer a laranja, a máquina de tricô faz 500 pontos, a Sra. sozinha faz muito mais. Um secador de cabelo para Mamy! gritei, com capacete plástico mas passei adiante, a Sra. não é desses luxos, e a poltrona anatômica me tentou, é um estouro, mas eu sabia que minha Mãezinha nunca tem tempo de sentar. Mais o que? Ah sim, o colar de pérolas acetinadas, caixa de talco de plástico perolado, par de meias, etc. Acabei achando tudo meio chato, tanta coisa para uma garotinha só comprar e uma pessoa só usar, mesmo sendo a Mãe mais bonita e merecedora do Universo. E depois, Mamy, eu não tinha nem 20 cruzeiros, eu pensava na véspera deste Dia a gente recebesse não sei como uma carteira cheia de notas amarelas, não recebi nada e te ofereço este beijo bem beijado e carinhosão de tua filhinha Isabel". 3 questões oba 1. Quantos presentes Isabel pensou em dar para sua Mamy? 2. Quais eram e quais não eram elétricos? Para finalizar essa introdução ao estudo da Eletricidade você vai fazer uma lista dos aparelhos, instrumentos, componentes elétricos e eletrônicos que usa ou conhece em casa, no trabalho ou no lazer. Essa lista será o ponto de partida para a sua próxima aula. Esquentar água, iluminar os ambientes internos de uma residência, escritório, providenciar uma torrada para o café da manhã, falar ao telefone, aspirar o pó, encerar o chão, fazer as contas para ver se o dinheiro vai dar para pagar as contas, assistir a um filme em video, ou a um jogo esportivo ao vivo, ouvir música, acordar ao som das notícias do dia, enviar um fax, receber recados gravados numa secretária elétrônica, enviar mensagens através de uma rede de computadores,..., são exemplos de atividades que fazemos hoje com a ajuda da Eletricidade. Não é à toa que nos momentos em que o fornecimento da Eletricidade é interrompido, a nossa vida sofre uma grande alteração: ficamos de certo modo desamparados quando estamos em nossa casa, a alegria é geral quando há dispensa das aulas na escola, o metrô e os trens urbanos não funcionam, os semáforos apagam, etc. A enciclopédia Mirador, apresenta para a palavra Eletricidade a seguinte conceituação: 1 Conceito . São fenômenos elétricos todos aqueles que envolvem cargas elétricas em repouso ou em movimento;as cargas em movimento são usualmente elétrons. A importância da eletricidade advém essencialmente da possibilidade de se transformar a energia da corrente elétrica em outra forma de energia: mecânica, térmica, luminosa, etc. ELETRICIDADE Uma outra maneira de percebermos a presença da eletricidade em nosso dia-a-dia consiste em fazer um levantamento das atividades que você fez hoje, desde o momento em que saiu da cama. Anote a resposta no caderno. A seguir assinale qual delas dependeu da eletricidade para ser realizada. 4 Eletricidade na natureza: relâmpago Eletricidade no corpo humano: impulsos elétricos do olho para o cérebro A visão é o sentido que domina a nossa vida! Ela começa com a luz refletida pelo objeto que estamos observando e que atinge o nosso olho. Após atravessar várias substâncias transparentes, é formada uma imagem invertida do objeto numa região do olho chamada retina. Ela é uma membrana transparente, cujo formato é semelhante ao do fundo de uma concha. Nas células da retina encontram-se substâncias químicas que são sensíveis à luz. A incidência da luz sobre tais substâncias produz impulsos elétricos que são enviados para uma deteminada região do cérebro através do nervo óptico. Embora a imagem na retina seja invertida é no cérebro que ela é colcada na posição normal. objeto imagem invertida nervo óptico cérebro sensação Os raios ou relâmpagos são descargas elétricas naturais que são produzidas quando se forma uma enorme tensão entre duas regiões da atmosfera ( 100.000 vezes maior que a tensão 220 volt de sua residência para ligar o chuveiro). Nessas condições, o ar não se comporta como um isolante elétrico e o valor da corrente elétrica pode atingir valores de até 200.000 ampères. Em certos casos pode-se sobreviver a um raio, desde que a corrente elétrica seja desviada dos orgãos vitais para as partes superficiais do corpo como a pele molhada de suor, a roupa molhada pela chuva ou também pelo medo. 5 2 Pondo ordem dentro e fora de casa Você vai organizar as "coisas" da eletricitridade ao mesmo tempo que se constrói um plano de curso Será que é possível organizar isso 6 2 Pondo ordem dentro e fora de casa Quando pensamos nas coisas que utilizamos dentro e fora, no laser e no trabalho, ou mesmo nas coisas que conhecemos mas que estão distantes de nós, a lista é muito grande. Se você pensou um pouco nisso quando foi solicitado no final da aula , certamente apareceram coisas como a exemplificadas na tabela 1. tabela 1 Essa tabela é apenas uma amostra das coisas que você pode ter pensado e que associamos à eletricidade, de maneira mais imediata e direta. Se pensarmos no processo de fabricação dessas coisas, certamente a eletricidade também estará presente. Olhando os aparelhos que compõem essa lista, cada um tem uma especificidade própria, de acordo com o uso que dele fazemos. Mas se pensarmos no que eles produzem enquanto funcionam, veremos que é possível acharmos mais pontos em comum, pelo menos em alguns deles.Por exemplo, alguns aparelhos que utilizamos em nosso dia- a-dia têm como função comum a produção de aquecimento. Identifique na lista ao lado, qual ou daqueles aparelhos têm esta função. Além destes que você identificou na lista certamente existem outros. Todos eles tem em comum o fato de transformarem a energia elétrica fornecedia por um fonte em energia térmica.Esses aparelhos são os que tem a construção mais simples: possuem um pedaço de fio em forma de espiral cujo nome é resistor. Quando um aparelho desse tipo é posto para funcionar, o resistor é aquecido. É por isso que tais aparelhos são denominados de resistivos. resistor 7 Se tivermos um olho mais atento no que os aparelhos fazem quando são colocados em funcionamento, notaremos que a grande parte deles produz algum tipo de movimento, isto é, transformam a maior parte da energia elétrica que recebem da fonte em energia mecânica. Veja na listagem da página anterior quais deles tem esta caractéristica. dentre os que você identificou, existem, por exemplo, os ilustrados a sguir: Tais aparelhos são denominados de motores elétricos. Eles são utilizados para realizar inúmeros trabalhos: moer, picar, lustrar, furar, cortar,ventilar, medir, etc. Para funcionarem, os aparelhos elétricos precisam ser "alimentados" energeticamente por uma fonte de energia elétrica.No dia-a-dia fazemos uso de vários tipos de fontes que você pode lembrar ou identificar na lista ao lado. Existem algumas que hoje são menos usadas entre nós como o dínamo de bicicleta. Outras como os alternadores estão presentes nos automóveis, conforme estão ilustradas a seguir. Aparelhos com essa característica transformam outras formas de energia (mecânica, química,..) em energia elétrica e são denominados de fontes. Nos dias de hoje, os aparelhos elétricos mais atrativos estão ligados à comunicação ou à guarda de informação. Consulte a listagem da página anterior e verfique se existe algum com esta característica. Outros estão ilustrados a seguir. Estes como outros aparelhos elétricos são constituidos de muitos componentes como fios, chaves, ímãs, resistores, botões interruptores, diodos, transistores, etc. Consulte novamente a listagem da página ao lado e verifique se existe algum outro. Em conjunto eles formam um agrupamento Encontrando semelhanças nas funções desempenhadas pelos aparelhos elétricos foi possível formar 4 grandes grupos: os que produzem aquecimento ou movimento, aqueles que são utilizados na comunicação e na guarda de informação e aqueles que são as fontes de energia elétrica, tornando capaz de colocar todos os demais em funcionamento. Tais aparelhos permitem a comunicação entre uma ou mais pessoas, como o rádio, a tv, o telefone e o micro computador ou a guarda de informações como as fitas magnéticas e os disquetes e também o disco de vinil. Eles fazem parte de um conjunto muito maior e, por isso, podem formar um agrupamento chamado elementos de comunicação e informação. Esse conjunto forma um grupo denominado componentes elétricos e eletrônicos. 8 Atividade experimental faça você mesmo... 2- Faça uma lista dos materiais acima identificados e classfique-os como condutores ou isolantes elétricos. 1- Você realizará nesta atividade, um levantamento dos componentes e dispositivos elétricos residenciais, a identificação das suas funções para a constatação de alguns parâmentros comuns aos aparelhos elétricos. Veja o exemplo a seguir e siga em frente com outros componentes. nome do componente ou dispositivo materiais utilizados função que desempenha no circuito soquete porcelana e latão faz a ligação entre a lâmpada e os fios de ligação fios de ligação interruptor plug tomada . . 9 3 Elementos dos circuitos elétricos Nessa aula você vai reconhecer os difentes tipos de circuitos e os seus elementos principais Ligar e desligar; abrir e fechar; acender e apagar; sintonizar; ... , Advinhe do que nós estamos falando? 1 0 3 Elementos dos circuitos elétricos Ao colocar um aparelho elétrico em funcionamento estamos fechando um circuito elétrico. Este circuito é contituido de aparelho elétrico; fonte de energia elétrica, que pode estar situada próximo ou distante do aparelho e fios de ligação que conectam adequadamente um ao outro. Para facilitar o manuseio, os circuitos elétricos contém um elemento extremamente importante que é o interruptor. Nos aparelhos elétricos o interruptor é o botão liga-desliga. Já no circuito elétrico residencial existem vários locais onde ele pode ser interrompido, tais como: chaves, disjuntores, tomadas, plugues, soquetes onde são rosqueadas as lâmpadas, dentre outros. A principal função dos fios de ligação em um circuito elétrico é delimitar o local que servirá como um caminho ou uma trilha através do qual a energia elétrica da fonte chega até o aparelho elétrico e com isso, ser utilizada por ele. Por exemplo, o fio de cobre utilizado na instalação elétrica residencial inclui uma capa plástica. O metal, nesse caso, é o caminho ou a trilha por onde a energia elétrica da fonte vai chegar até os aparelhos e a capa plástica que é um material isolante, delimita esse caminho. Quando a energia da fonte está sendo utilizada pelo aparelho, dizemos que o circuito está fechado e que há uma corrente elétrica. Se ligarmos uma lanterna e sua lâmpada acende, o seu circuito elétrico, constituido de filamento da lâmpada e seus pontos de contato, fios de ligação cujas extremidades são conectadas aos dois terminais da pilha, está fechado. Desse modo, a energia química da pilha, transformada em energia elétrica, é utilizada pela lâmpada. O mesmo se dá quando acendemos uma lâmpada ou ligamos um chuveiro, só que nestes casos, a fonte está longe e é de uso coletivo: é a usina. Ao discarmos para uma pessoa .com um telefone comum, através do sistema.de fios, estamos tentando fechar um circuito elétrico que envolve o aparelho da pessoa que disca, uma ou mais centrais tefônicas e o aparelho telefônico que está sendo chamado. Este circuito, que é parte da rede elétrica tefefônica, é constituido de fios de ligação e vários pontos de interrupção. Se o telefone da outra pessoa está fora do gancho, o circuto elétrico não fecha e, por isso, a ligação não se completa. O mesmo se dá quando o fone não é retirado do gancho, isto é, toca e ninguém atende. Mais recentemente, as ligações telefônicas também estão sendo realizadas através de micro-computadores onde a voz é substituida pela mensagem escrita na tela, Nesta situação, se a ligação entre os microcomputadores é feita através de fios condutores de eletricidade, vários pontos de interrupção são encontrados ao longo desse circuito e que durante a comunicação são acionados para fechá-lo. 1 1 Quando ligamos o rádio, mesmo que nenhuma estação esteja sintonizada, estamos fechando o seu circuito elétrico interno que inclui entre muitas coisas, a fonte de energia fios de ligação, o alto-falante. Ao sintonizarmos uma estação, algo a mais acontece e está relacionado com a antena do aparelho e a da estação. Que tipo de coisa é essa, você vai estudar em detalhes nesse curso, mais adiante. Agora, podemos adiantar que a antena da estação comunica-se com a do aparelho de rádio sem necessidade de fios. Com a tv acontece algo semelhante quando sintonizamos uma determinada estação. A diferença reside em que a comunicação entre as antenas do aparelho e da estação escolhida envolve além do som a imagem.Internamente, o aparelho de tv contém vários circuitos elétricos que envolvem diferentes materiais condutores de eletricidade. Tais circuitos, estão conetados à mesma fonte de energia elétrica que faz funcionar os demais aparelhos elétricos que são ligados na rede elétrica residencial. Mais recentemente temos encontrado cada vez mais os chamados telefones celulares. Internamente, os circuitos elétricos são alimentados por uma bateria mas a comunicação entre eles dá-se por meio de antenas. A comunicação entre microcomputadores também tem sido possível não apenas através de circuitos com fios mas também fazendo uso de antenas.Com o crescimento das comunicações entre governos, instituições científicas, bibliotecas, ..., dos mais diferentes locais do planeta, além dos enventos que hoje têm transmissão para todas as regiões ou boa parte delas, a utilização de antenas e satélites artificiais tem sido cada vez mais presente. 1 2 Choque elétrico Quando parte do nosso corpo fizer parte de um circuito elétrico, é bem provável que tomaremos um choque elétrico, se o circuito estiver fechado e dele fizer parte uma fonte de energia elétrica. Nesse caso, nesse trecho do nosso corpo, há também corrente elétrica e, dependendo de dua intensidade, os efeitos podem ser muito graves. Um pedaço de nosso corpo que pode ser parte de um circuito elétrico é a região formada pelo dedo polegar e o dedo indicador, quando estamos mexendo num aparelho ou mesmo numa parte da instalação. Outras vezes o pedaço do nosso corpo que faz parte do circuito elétrico envolve a mão e vai até o pé, conforme indica a figura. Essa é a situação que corresponde ao choque tomado quando vamos ligar ou desligar o chuveiro, por exemplo. condutor corrente Se o trecho do nosso corpo qu faz parte do circuito elétrico envolve as duas mãos, o risco é maior que nas situações anteriores. Isto porque a corrente elétrica passa diretamente pelo coração. Dependendo de sua intensidade, pode provocar até fibrilação ventricular, o que pode levar à morte em poucos minutos. Uma maneira de se evitar os choques elétricos é fazer a ligação dos aparelhos à terra. O "fio terra" é feito enterrando-se, no local da instalação, uma barra de cobre em local úmido, para garantir alta condutividade elétrica entre os condutores e a terra. Conectado à barra, está um fio de cobre que segue junto aos demais fios da intalação elétrica, formando, no caso da tomada, o terceiro fio. O fio terra também é utilizado para aterramento das carcaças metálicas de chuveiros e outros aparelhos, conforme ilustra a figura a seguir. 1 3 4 Cuidado! É 110 ou 220 ? Aqui você vai aprender um pouco de Eletricidade com as informações das "chapinhas" dos aparelhos elétricos 4.pregador de botão 2 pilhas de 1,5 V llinha corrente Todo aparelho elétrico tem um folheto com instruções de uso e informações sobre as condições de seu funcionamento.Muitas vezes, elas também aparecem nas "chapinhas" fixadas nos próprios aparelhos. . ( escove os dentes após) 3. escovador de sapatos um pé por vez frequência de escovação 20 hertz 2. palitador de dentes 3 dentes por vez - 0,5 W Você vai escolher pelo menos 5 aparelhos elétricos de sua casa e anotar todas as informações que estão nas suas "chapinhas". Veja como fazer observando o exemplo a seguir: aparelhos elétricos informações dos fabricantes 1. ventilador de bolso 60 voltas por minuto - cc 15 watts 1 4 4 Cuidado! É 100 ou 220 ? Com o levantamento das informações você deve ter percebido que elas podem aparecer de diferentes maneiras: existem números, letras, palavras e sinais. O importante é saber que muitas vezes apesar de aparecer de forma diferente trata-se da mesma informação. Por exemplo: em alguns aparelhos vem escrito 110V; em outros vem escrito voltagem 110V; já em outros essa mesma informação aparece como tensão elétrica 110 volts. aparelho informação do fabricante aspirador de pó 110 volts máquina de lavar roupa tensão elétrica 110V lâmpada 110V Veja que por simples comparação você pode saber que se trata de várias informações a respeito de uma mesma grandeza elétrica, que no caso é a tensão, o seu valor numérico, que é 110; a sua unidade de medida que é volt e o símbolo de sua unidade que é V. Se você observar o conjunto das informações que aparecem nos aparelhos perceberá que existem outras grandezas elétricas, com outros valores, unidades de medida e símbolos diferentes. Que outras grandezas elétricas você identificou nas informações dos fabricantes? Para organizar as suas respostas você pode construir uma tabela como a ilustrada a seguir: nome da grandeza o valor e sua unidade o símbolo 1. tensão elétrica 110/220 volts V 2. ... .... .. ... .... .. Através do levantamento das informações fornecidas pelos fabricantes de aparelos elétricos e sua organização em tabelas de acordo com o que você acabou de fazer, foram identificadas algumas das principais grandezas elétricas. Comentaremos algo sobre elas a partir de agora. Tensão elétrica ou voltagem ( U ) Os aparelhos elétricos que são ligados na tomada ou à rede elétrica da residência trazem escrito os valores de 110V ou 220V. Alguns aparelhos como os rádios, por exemplo, permitem que se ajuste o aparelho à tensão da rede elétrica da residência da cidade onde você mora e que pode ser 110V ou 220V. Outros aparelhos como a geladeira, a máquina de lavar, o ferro de passar roupa, o liquidificador,..., não tem tal botão que permite o ajuste da tensão. Eles funcionam ou na tensão 110V ou na 220V. No caso de um desses aparelhos ser ligado numa tensão maior que a especificada pelo fabricante, ele queima quase que imediatamente. Se ele for ligado a uma tensão menor que a especificada, ou o aparelho não funciona ou funciona precariamente. 3. 1 5 Potência ( P ) A potência é a grandeza elétrica que indica o consumo de energia elétrica do aparelho em cada unidade de tempo de seu funcionamento. Por exemplo, se uma lâmpada tem potência de 100 watt, significa que em cada segundo de funcionamento ela consome 100 joules de energia elétrica. A maioria dos aparelhos elétricos tem apenas um valor de potência, mas existem alguns que trazem escrito mais de um valor como por exemplo o chuveiro elétrico. Nesse caso, ele tem geralmente um valor para a posição verão e outro para o inverno. No verão, onde a água é menos aquecida, o valor é menor. No inverno, onde a água é mais aquecida, o valor da potência é maior e, consequentemente, o consumo da energia elétrica é também maior. Corrente elétrica ( i ) A maioria dos aparelhos elétricos não traz essa informação especificada. Ela, entretanto, está presente em todos os aparelhos elétricos quando eles estão em funcionamento. A corrente elétrica é uma grandeza cujo valor depende da potência do aparelho e também da tensão em que ele é colocado para funcionar. Por exemplo, uma lâmpada de 100 watt feita para funcionar na tensão 110 volts, quando ligada requer maior corrente elétrica que uma de potência de 60 watt e de mesma tensão. É por essa razão que a lâmpada de 100 watt apresenta luminosidade maior que a de 60 watt. Existem dois tipos de corrente elétrica: a corrente contínua que é fornecida por pilhas e baterias e a corrente alternada que é aquela fornecida pelas usinas para as casas, indústrias, etc. A corrente contínua tem valor que não se altera para um mesmo aparelho e tem como símbolo nos folhetos ou mesmo nas chapinhas dos aparelhos as letras "CC" ou "DC". A corrente alternada tem um valor que varia dentro de um intervalo durante o funcionamento de um mesmo aparelho elétrico. Ela tem como símbolos as letras "CA" ou "AC" ou mesmo o sinal ~ . Freqüência (f ) Embora a freqüência seja uma grandeza que comparece na maioria dos aparelhos elétricos nos valores 50/60 e na unidade hertz (Hz) ela não é usada somente na eletricidade. Nesse caso, ela se refere a uma característica da corrente elétrica alternada obtida com as usinas geradoras de eletricidade. No Brasil, a freqüência da corrente alternada é de 60 hertz, ou seja, 60 ciclos por segundos. Há países como Portugal e o Paraguai onde a freqüência é de 50 hertz. 1 6 esclarecendo .... Antes que você pense que isso é tudo convém esclarecer que a voltagem, a potência, a corrente e a freqüência não são as únicas grandezas elétricas que existem. Mas elas são as que mais aparecem quando investigamos as informações fornecidas pelos fabricantes de aparelhos elétricos. Saiba que elas constituem um conjunto mínimo de informações necessárias para a utilização adequada dos aparelhos. Por isso é sempre recomendável ler as instruções antes de ligar o aparelho que se acabou de comprar. Você pode estar se perguntando por que as unidades de medida dessas grandezas tem nomes tão diferentes das que você estudou até hoje: volt, watt, ampère e hertz. Essas palavras são sobrenomes de cientistas que tiveram uma contribuição importante no conhecimento dos fenômenos da eletricidade. Veja na tabela a seguir algumas informações sobre de onde elas surgiram: volt tensão elétrica Alessandro Volta nacionalidade época em que viveu unidade grandeza homenageado watt potência James P. Watt ampère corrente elétrica André M. Ampère hertz freqüência Heirinch R. Hertz italiano 1745 - 1827 inglês 1818 - 1889 francês 1775 - 1836 alemão 1857 - 1894 Responda rápido: 1. No folheto de uma secadora, encontram as seguintes informações: a) quais as grandezas que aparecem ? b) quais seus valores e unidades? nomes de Nomes 1 7 5 A conta de luz Aqui será o local em que vamos entender as informações que fazem parte da sua "conta de luz" Você é pai de família? Mãe de família? Não! Que sorte! Não diga que você é filhinho ou filhinha de papai? Nesse caso, quando chega em sua casa a conta de luz, no máximo, você a pega e entrega rápido para outra pessoa? Quem põe a mão no bolso para pagar a conta? 1 8 Toda vez que um aparelho elétrico entra em funcionamento, ocorre uma transformação de energia elétrica em outras formas de energia como luminosa, sonora, mecânica de rotação, térmica, dentre outras. Sem uma fonte de energia elétrica adequada e em condições de funcionamento, os aparelhos de nada servem. As pilhas, as baterias, os acumuladores (usualmente chamados de baterias de automóveis e motos) e as usinas são as fontes de energia elétrica mais utilizadas no nosso dia-a-dia. O acesso e a utilização de tais fontes, representa, para nós, um custo a pagar, seja na hora da compra das pilhas e baterias nos bares, mercados, relojoeiros,..., no auto- elétrico, seja na hora de pagar a conta de energia elétrica, comumente chamada de �conta de luz�. A partir desse momento, passaremos a analisar do que se compõe e como se calcula o custo da energia elétrica em nossas casas, que é fornecida pelas usinas geradoras de eletricidade através das companhias distribuidoras. Observe o modelo de uma conta de luz e responda às questões que vem a seguir. 5 Conta de luz 1 9 Algumas companhias distribuidoras de eletricidade adotam valores diferentes para certas faixas de kWh consumidos, conforme está indicado na figura a seguir. 1.DATA DE VENCIMENTO __________________________ 2.MULTA POR ATRASO __________________________ 3. TOTAL A PAGAR __________________________ 4. CONSUMO E UNIDADE________________________ O consumo representa a quantidade de energia consumida ou utilizada por sua residência. Ela é medida em kWh que significa quilo watt-hora. O quilo é o mesmo do quilograma, quilometro, e significa 1.000 vezes. Já watt- hora representa a medida da energia elétrica. Embora possa lhe parecer �estranho� que watt-hora seja uma unidade de energia (você se lembra de uma outra?) recorde que watt é uma unidade de potência e hora uma unidade de tempo. O produto potência x tempo resulta na energia. Assim, watt-hora representa o produto da potência pelo tempo e 1kWh é 1.000. watt-hora. Essa unidade é a medida da energia elétrica utilizada pelas casas porque a potência dos aparelhos elétricos é medida em watt e o tempo de funcionamento dos aparelhos em horas. Se você dividir o valor total a pagar o já pago pelo consumo, ou seja, a quantidade de kWh utilizados pela sua casa, obterá o valor médio de quanto lhe custou cada kWh de energia. Faça o cálculo e anote o valor encontrado aqui: 1kWh = _________ A quantidade de energia que você utiliza em casa depende de dois fatores básicos:a potência dos aparelhos e o tempo de funcionamento. Os dois fatores, ao contrário do que se imagina, são igualmente importantes, quando se pensa o custo a pagar pela energia elétrica utilizada. Um aparelho de baixa potência mas que funciona durante muito tempo diariamente, pode gastar tanto ou mais energia que um outro aparelho de maior potência que funciona durante pouco tempo. O valor indicado na conta como consumo da energia elétrica representa a somatória do produto da potência de cada aparelho elétrico pelo tempo de funcionamento entre uma medida e outra. Esse valor é obtido a partir de duas leituras realizadas, em geral, no período de trinta dias. No "relógio de luz", essa leitura é feita através da indicação de 4 ponteiros, da esquerda para a direita, conforme indica o exemplo a seguir. leitura realizada no início do mês de abril ENERGIA = POTÊNCIA X TEMPO E = P X t leitura realizada no início do mês de maio consumo = 5 107 - 3 731 = 376 kWh 2 0 exercitando .... A conta de luz de uma residência indica o valor a pagar igual a $76,00. O consumo da energia elétrica medido em kWh é 443. Qual é, em média, o valor pago por 1kWh? Compare o valor encontrada com o calculado na página anterior. Admitindo-se que o mês de utilização seja o mesmo, explique a difença no valor encontrado 1. Custo e imposto Um aluno do colegial leu o anúncio reproduzido abaixo e ficou com a seguinte dúvida: comprar o secador de cabelos mais potente e mais caro ou comprar o mais barato e menos potente? Ajude o aluno a resolver este problema, pois ele ainda não estudou eletricidade, discutindo as vantagens e desvantagens de cada um. 2. Dilemas da juventude faça você mesmo A soma de todos os produtos da potência pelo tempo de funcionamento medido em horas, indica a energia utilizada em uma semana medida em watt-hora. Para saber o consumo mensal, basta multiplicar por 4, que é o número de semanas por mês. Dividindo-se por 1000, o resultado será o valor do consumo medido em kWh. Faça as contas e compare com o valor impresso em sua conta. Verifique se eles são próximos ou muito diferentes. Tente explicar as razões das possíveis diferenças. Você pode ter idéia se o consumo indicado na sua "conta de luz" não está fora da realidade por erro de leitura, fazendo a atividade proposta a seguir. Para tanto, utilize a tabela abaixo e anote os valores referentes a cada uma das colunas. O tempo de funcionamento de cada aparelho deve ser o mais preciso possível. Lembre-se que a geladeira e o freezer, funcionam, em média, 8 horas por dia, pois eles ligam e desligam . Se você tiver rádio-relógio, leve em conta apenas o tempo de funcionamento do rádio pois o relógio tem consumo muito pequeno. CABELOS LONGOS, BEM CUIDADOS VALORIZAM SEU VISUAL! ANÚNCIOS MÁGICOS Por apenas $45,00, você adquire um secador de cabelos de 1000 WATT, ou se preferir, por $31,50, você leva um de 800 watt. 2 1 6 Atividade e Exercícios Você vai rever o que foi discutido nas aulas anteriores fazendo e pensando as questões propostas. EXEXEXEXEXEXERCÍCIOS ( Eletricidade: presença e entendimento) 2 2 6 Atividade e Exercícios: Eletricidade:presença e entendimento Atividade Você escolher 3 aparelhos resistivos, 3 aparelhos motores e 3 aparelhos de comunicação e tomar os dados necessários para preecher a tabela a seguir. A partir dos dados, responda as seguintes questões: 1. Que categoria de aparelhos costuma apresentar maior potência? 2. Qual categoria de aparelhos apresentam menor potência? 3. Todos os aparelhos apresentam tensão 110V ou 220V? Por quê? 4. Que tipo de aparelhos não costumam ser bi-volt, isto é, funcionar tanto em 110V quanto em 220V? 5. Se todos esse aparelhos funcionassem 2 horas por dia, qual a energia elétrica utilizada em 1 mês? 6. Qual destes aparelhos elétricos utiliza mais energia nesse mesmo tempo de funcionamento? 2 3 exercitando ... 1. Analise as figuras abaixo e responda 2. Que informações estão sendo fornecidas em cada um dos ítens abaixo: a) 110/127V c) 123 WCA b) 3V CC d) 50/60 Hz 3. Como se dá a transmissão e a recepção em aparelhos que transmitem sem fio? 4.A figura é a reprodução de uma parte da conta de luz. a) É possível calcular o consumo de energia de uma residência sem usar a informação da conta? Como? Que dados são necessários? b) Se na residência da conta acima fosse acrescentada uma secadora de 1 200W, usada 50 horas por mês, para quanto iria o consumo? E o custo? 5. Numa conta de luz encontramos o seguinte valor 234 kWh. Ele se refere a: a. potência consumida b. tensão consumida c. energia consumida d. corrente do circuito aparelhos resistivos motores eléricos fontes de energia elétrica a) Explique a classificação dos aparelhos dada acima. b) Há aparelhos que podem ser classificados em mais de um critério. Dê exemplos e justifique a resposta. c) Que tipos de transformações de energia ocorrem nos aparelhos resitivos? E nos motores? d) As fontes de energia produzem energia elétrica ou simplesmente transformam? Explique. 2 4 1. Em um secador de cabelo as informações fornecidas pelo fabricante são: (110V; 50-60Hz; 100W). Esse aparelho quando ligado durante 10 minutos "gasta" mais energia que: I - Uma lâmpada 110V-60W II - Uma lâmpada de 220V-100W III - Uma lâmpada de 110V-150W Ligadas também durante 10 minutos cada uma. 6. Observe a figura e responda: a. Qual a energia gasta por essa lâmpada em uma hora? b.De onde vem essa energia? c.Toda essa energia é transformada em luz? Explique. d.Essa lâmpada é usada normalmente em corrente contínua ou alternada? e.Explique a diferença entre esses dois tipos de corrente. 7. Uma residência pagou $65,00 (valor em merrecas) pelo consumo de 384 kWh. Qual o valor médio pago por cada kWh? 8.Uma lâmpada de filamento apresenta o valor escrito sobre o vidro. O que é e qual o significado desse valor? teste seu vestibular... 6. Uma lâmpada com inscrição (110V-100W) brilha mais ou menos que uma outra de (220V-60W)? A que se refere os números e letras impressos nessas lâmpadas? 7) Um chuveiro de 2 800W/220V é usado 30 horas por mês, enquanto um aquecedor de 1 200W/110V é usado 50 horas no mesmo período. Qual dos dois consome mais energia? 8) Para secar o cabelo, um jovem dispõe de dois secadores elétricos: um de 1200W-110V e outro de 700W-110V. Discuta as vantagem em se utilizar um e outro. 100W GREF - Eletricidade/eletro2.pdf leituras de física GREF versão preliminar ELETROMAGNETISMO para ler, fazer e pensar 7 a 13 10. O controle da corrente elétrica 11. Ligações elétricas na residência 12. Circuitos elétricos e sua representação 13. Exercícios 7. Chuveiros elétricos 8. Lâmpadas e fusíveis 9. A potência nos aparelhos resistivos Leituras de Física é uma publicação do GREF - Grupo de Reelaboração do Ensino de Física Instituto de Física da USP EQUIPE DE ELABORAÇÃO DAS LEITURAS DE FÍSICA Anna Cecília Copelli Carlos Toscano Dorival Rodrigues Teixeira Isilda Sampaio Silva Jairo Alves Pereira João Martins Luís Carlos de Menezes (coordenador) Luís Paulo de Carvalho Piassi Suely Baldin Pelaes Wilton da Silva Dias Yassuko Hosoume (coordenadora) ILUSTRAÇÕES: Fernando Chuí de Menezes Mário Kano GREF - Instituto de Física da USP rua do Matão, travessa R, 187 Edifício Principal, Ala 2, sala 305 05508-900 São Paulo - SP fone: (011) 818-7011 fax:(011) 818-7057 financiamento e apoio: Convênio USP/MEC-FNDE Sub-programa de educação para as Ciências (CAPES-MEC) FAPESP / MEC - Programa Pró-Ciência Secretaria da Educação do Estado de São Paulo - CENP A reprodução deste material é permitida, desde que observadas as seguintes condições: 1. Esta página deve estar presente em todas as cópias impressas ou eletrônicas. 2. Nenhuma alteração, exclusão ou acréscimo de qualquer espécie podem ser efetuados no material. 3. As cópias impressas ou eletrônicas não podem ser utilizadas com fins comerciais de qualquer espécie. junho de 1998 2 5 Chuveiros elétricos Agora você vai ficar por dentro de como são construidos esses aparelhos 7 Quando está quente, o chuveiro faz a água"ferver", quando está frio, a água não esquenta. O que é que tem esse chuveiro? 2 6 7 Vamos descobrir qual é a relação entre estas grandezas e os aparelhos elétricos presentes em nosso dia-a-dia. As informações contidas nas chapinhas geralmente se referem a grandezas físicas que indicam as condições de funcionamento desses aparelhos. Observação do chuveiro Quantos pontos de contato elétrico existem no resistor? Observe que o resistor é divido em dois trechos.Quais são os pontos de contatos para a ligação verão? E para a posição inverno? Por que o chuveiro não liga quando a água não tem muita pressão? Roteiro Dados do fabricante: Tensão Potência Qual a transformação de energia realizada pelo chuveiro? Onde ela é realizada? Quando a água esquenta menos? Dá choque em algum lugar quando você toma banho? Chuveiros 2 7 Observe que o resistor tem três pontos de contato, sendo que um deles permanece sempre ligado ao circuito. As ligações inverno-verão são obtidas usando-se comprimentos diferentes do resistor. Na ligação verão usa-se um pedaço maior deste mesmo fio, enquanto a ligação inverno é feita usando-se um pequeno trecho do fio, na posição verão é utilizado um trecho maior. Na ligação inverno, a corrente no resistor deverá ser maior do que na posição verão, permitindo assim que a potência e, portanto, o aquecimento, sejam maiores. Quando a tensão, o material e a espessura são mantidas constantes, podemos fazer a seguinte relação, conforme a tabela a seguir. O circuito elétrico do chuveiro é fechado somente quando o registro de água é aberto. A pressão da água liga os contatos elétricos através de um diafragma. Assim, a corrente elétrica produz o aquecimento no resistor. Ele é feito de uma liga de níquel e cromo (em geral com 60% de níquel e 40% de cromo). Na posição verão, o aquecimento da água é menor, e corresponde à menor potência do chuveiro. Na posição inverno, o aquecimento é maior, e corresponde à maior potência. As ligações inverno-verão correspondem para uma mesma tensão, à diferentes potências. A espessura do fio enrolado - o resistor - comumente chamado de "resistência" é a mesma. A maioria dos chuveiros funciona sob tensão elétrica de 220V e com duas possibilidades de aquecimento: inverno e verão. Cada uma delas está associada a uma potência. Quando fizemos a classificação dos aparelhos e componentes eletrônicos, o grupo dos resistivos, cuja função é produzir aquecimento, foi colocado em primeiro lugar. A razão desta escolha é que, normalmente, os resistivos são os aparelhos mais simples. Desse grupo vamos destacar chuveiros, lâmpadas incadescentes e fusíveis para serem observados e comparados. verão inverno aquecimento menor maior potência menor maior corrente menor maior comprimento do resistor maior menor invernoverão Alguns fabricantes usam para o verão todo o comprimento do resistor e um dos pedaços para o inverno. 2 8 exercitando .... 1. Leia o texto e observe a figura. Os chuveiros elétricos têm uma chave para você regular a temperatura de aquecimento da água, de acordo com suas necessidades: na posição verão, o aquecimento é mais brando, e na posição inverno, o chuveiro funciona com toda sua potência. Mas, se for necessário, você poderá regular a temperatura da água, abrindo mais ou fechando o registro da água: quanto menos água, mais aumenta o aquecimento. Responda as seguintes questões: a) Qual é a tensão do chuveiro? b) Qual é a potência que corresponde a posição verão? c) Em qual das duas posições o resistor tem maior comprimento? d) Em qual posição a corrente é maior? e) Em qual posição o comprimento do resistor é maior? f) O que acontece se ligarmos esse chuveiro na tensão 110V? Explique. g) Indique no esquema as ligações inverno e verão. h) De acordo com suas observações, você diria que o aumento no comprimento do filamento dificulta ou favorece a passagem de corrente elétrica? Explique. verão inverno aquecimento potência corrente comprimento do resistor 2. Complete a tabela abaixo usando adequadamente as palavras menor e maior: 220V 4400/2800W 2 9 8 Lâmpadas e fusíveis Aqui você vai ficar por dentro de como se obtém diferentes brilhos sem mudar a tensão e para que servem os fusíveis Lâmpada de 100, de 60, de 25,... Afinal o que é que as lâmpadas têm para se diferenciarem umas das outras? 3 0 8 Lâmpadas e fusíveis Observação de lâmpadas Vamos comparar um conjunto de lâmpadas e analisar como os fabricantes conseguem obter diferente potências, sem variar a tensão. Os filamentos mais usados são os de formato em dupla espiral, que permitem a redução de suas dimensões e, ao mesmo tempo, aumenta sua eficiência luminosa. Eles são feitos de tungstênio. roteiro 1. Qual delas brilha mais? 2. Qual a relação entre a potência e o brilho? 3. Em qual delas o filamento é mais fino? 4. Qual a relação existente entre a espessura do filamento e a potência? 5. Em qual lâmpada a corrente no filamento é maior? 6. Qual a relação existente entre a corrente e a espessura? As lâmpadas elétricas se dividem em dois tipos básicos: INCANDESCENTES e de DESCARGA usualmente chamadas de fluorescentes. As lâmapadas incandescentes produzem luz por meio do aquecimento de um filamento de tungstênio, enquanto que nas lâmpadas de descarga a luz é emitida graças à exitação de gases ou vapores metálicos dentro de um tubo. Por isso, as lâmpadas fluorescentes são conhecidas como lâmpadas frias. Nesse momento vamos tratar, apenas, das lâmpadas quentes; as incandescentes. Essas lâmpadas de filamento são classificadas no grupo dos resistivos, pois, embora sejam utilizadas para iluminar, uma fração muito pequena da energia é luz (∼ 5%), o restante, 95% produz aquecimento. O princípio de funcionamento da lâmpada incandescente baseia-se na corrente elétrica que aquece um filamento de tungstênio. As lâmpadas são fabricadas a vácuo para evitar a oxidação dos filamentos: o ar é retirado no processo de fabricação e é injetado um gás inerte, em geral, o argônio. Para obter diferentes luminosidades, o fabricante altera, geralmente, a espessura do filamento: quanto maior a espessura maior a corrente e, portanto, maior a luminisidade. 3 1 Quando ocorre a fusão, o circuito fica aberto, interrompendo a passagem da corrente e os aparelhos deixam de funcionar. Quanto maior for a corrente especificada pelo fabricante, maior a espessura do filamento.Assim, se a espessura do filamento do fusível suporta no máximo uma corrente de 10A e por um motivo qualquer a corrente exceder esse valor, a temperatura atingida pelo filamento será suficiente para derrete-lo, e desta forma a corrente é interrompida. Por isso é que os fusíveis devem ser feitos de um material de baixo ponto de fusão para proteger a instalação. fusível de cartucho fusível de rosca Observação dos fusíveis Os fusíveis são elementos essenciais dos circuitos elétricos pois sua função é proteger a instalação. Existem vários tipos de fusíveis e o mais comum é o de rosca, conforme ilustra a figura a seguir. Nestes, o material utilizado é uma liga contendo estanho. Outros tipos de fusíveis são os de cartucho, geralmente utilizados em aparelhos de som, dentre outros. roteiro Nesta atividade vamos comparar um conjunto de diferentes fusíveis de rosca. 1. Identifique num fusível de rosca seus elementos essenciais: pontos de contato elétrico, filamento e outros materiais que o constituem. 2. Em qual deles a espessura é maior? 3. Qual a relação existente entre a espessura e a corrente indicada pelo fabricante? 4. De que maneira os fusíveis conseguem proteger o circuito elétrico de uma residência? O controle da corrente elétrica é feito através da espeussura do filamento. Os fusíveis se encontram normalmente em dois lugares nas instalações elétricas de uma residência: no quadro de distribuição e junto do relógio medidor. Alem disso eles estão presentes no circuito elétrico dos aparelhos eletrônicos, no circuito elétrico do carro, etc. Quando há um excesso de aparelhos ligados num mesmo circuito elétrico, a corrente elétrica é elevada e provoca aquecimento nos fios da instalação elétrica. Como o fusível faz parte do circuito essa corrente elevada também o aquece. Se a corrente for maior do que aquela que vem especificada no fusível: 10A, 20A, 30A, etc, o seu filamento se funde (derrete) antes que os fios da instalação sejam danificados 3 2 exercitando... lâmpada brilho potência espessura corrente 25W 60W 100W 1. Preencha o quadro a seguir, utilizando setas na vertical, cujo sentido indica o valor crescente da grandeza indicada. 2. O que acontecerá se ligarmos uma lâmpada com as inscrições (60W-110V) na tensão 220V? Por que? 3. Por meio de qual processo se obtém luz numa lâmpada de filamento? 4. Preencha a tabela abaixo, utilizando setas na vertical, cujo sentido indica o valor crescente da grandeza indicada, ou o sinal de igual. 5. Numa instalação elétrica residencial ocorre frequentemente a queima do fusível de 15A. Para resolver o problema, um vizinho sugere que se troque por um outro de 30A. Esse procedimento é correto? Justifique, levando em conta a sua função no circuito. Rapidinhas a) Qual a função do fusível na instalação residencial? b) O que significa a informação 10A no fusível da figura? c) Há diferença no fio de fusível de 20A em relação ao da figura? Qual? Por que? saiba que... Os disjuntores também têm a mesma função dos fusíveis, proteger a instalação elétrica. Ao constrário dos fusíves, os disjuntores não são danificados quando a corrente no circuíto é maior que a permitida, eles apenas interrompem a corrente abrindo o circuito, de forma que, depois de resolvido o problema, o dispositivo pode voltar a funcionar novamente. fusíveis comprimento espessura corrente 10A 20A 30A 3 3 9 A potência nos aparelhos resistivos Aqui você vai aprender em que condições os aparelhos apresentam a potência indicada pelo fabricante. 4400W inverno 2200W verão Tomar banho é uma das boas e desejáveis coisas a fazer após um dia de trabalho, ou de um jogo na quadra da escola. Mas se o chuveiro é daqueles que quando o tempo está frio ele esquenta pouco e nos dias quentes ele ferve, o banho pode tornar-se um martírio. Como é que se obtém o aquecimento desejado nesses aparelhos? 3 4 9 A potência nos aparelhos resistivos Para entrar em funcionamento, um aparelho elétrico tem que estar conectado a um circuito elétrico fechado que inclui além dele uma fonte de energia elétrica. No caso do circuito elétrico das nossas casas, ele é formado de fios de cobre cobertos por uma capa de plástico e a fonte é a usina. Os aparelhos resistivos são formados de apenas um fio metálico enrolado que é chamado de resitor. Os fios de cobre da instalação da casa são ligados às suas extremidades e, assim o circuito é fechado. Quando o aparelho entra em funcionamento, a corrente elétrica no circuito faz com que o aquecimento fique mais concentrado no resistor. Por exemplo, nas lâmpadas, esse aquecimento é super e o filamento atinge temperaturas acima de 2000oC. Já nos chuveiros e torneiras elétricas, a temperatura atingida é menor, até porque ele está em contato com a água. A mesma coisa acontece nos aquecedores que são utilizados nos dias frios onde o resistor adquire a cor vermelha.Sua temperatura está entre 650oC e 1000oC, dependendo da intensidade da cor. O aquecimento que é obtido com tais aparelhos é um efeito da corrente elétrica que existe no seu circuito. Esse efeito térmico da corrente elétrica, que tem o nome de efeito Joule, é inseparável da sua causa, isto é, onde houver corrente, há aquecimento. Potência corrente tensão Potência corrente tensão Potência corrente tensão Para um certo aparelho, a tensão é sempre a mesma durante o seu funcionamento. O chuveiro é um exemplo disso. Mas mesmo assim, pode-se obter diferentes potências (verão e inverno) sem variarmos a tensão. Isso só vai acontecer se a corrente no resistor for também diferente, já que a tensão da fonte é sempre a mesma. Para visualizar, podemos escrever uma tabela: 3 5 P = i . U A relação entre a potência, a corrente e a tensão pode ser expressa pela fórmula: Potência = corrente x tensão ou Þ Þ Para que se possa obter esses diferentes graus de aquecimento é preciso controlar o valor da corrente elétrica no resistor. Ao dificultar muito, mais ou menos ou pouco, a passagem da corrente no resistor, controla-se o valor da corrente. O controle do aquecimento nas lâmpadas, chuveiros e outros aparelhos resistivos é realizado através do valor da corrente elétrica que existe no resistor. Assim, MAIOR MAIOR MAIOR AQUECIMENTO POTÊNCIA CORRENTE Assim, utiliza-se o conceito de resistência elétrica de um resistor para medir a dificuldade que ele opõe à passagem de corrente. resistência elétrica corrente elétrica Os resistores não são feitos de cobre, que é o material das instalações. Nas lâmpadas, por exemplo, o material utilizado é o tungstênio. Além disso, a espessura do filamento é alterada e, assim,obtém-se valores diferentes de corrente e,consequentemente, de potência sem que seja necessário mudar o valor da tensão. Já no chuveiro, o material utilizado é uma mistura de níquel e cromo e o aquecimento maior no inverno é obtido usando apenas um pedaço menor do seu filamento. . P = i . U resumindo ... Para se obter diferentes graduações no aquecimento de um certo tipo de aparelho resistivo, o fabricante ou muda a espessura e/ou muda o comprimento do resistor. grande pequena X 3 6 exercitando... Rompendo a barreira da escuridão parte 1 Como diz o grande sábio que mora aqui no bairro �depois de um tropeço, vem a seguir uma escorregada�. Pois, não foi, estava eu com a cozinha na mais completa escuridão quando não tive outra saída e fui até o mercadinho para comprar uma lâmpada. Na urgência em que me encontrava, peguei a lâmpada e fui logo substituindo pela queimada. Ao ligar percebi que a luz que ela produzia era tão fraquinha que parecia de uma vela. Minha primeira reação foi de culpar o mercadinho, mas logo me dei conta que fui eu mesmo quem pegou a lâmpada. Verificando a potência da lâmpada observei o valor de 60 W, a mesma da lâmpada queimada, mas a sua tensão era de 220 volts e não 110V. Você pode me explicar por que o brilho não foi o esperado? parte 2 Voltando ao mercadinho verifiquei que todas as lâmpadas postas à venda eram de tensão 220V, mas as potências iam de 25W até 250W. Que sugestão você me daria para que fosse possível, emergencialmente, aumentar a luminosidade da minha cozinha? Explique sua sugestão. Efeito bumerangue Preocupada com o aumento da conta de luz que subia a cada mês, a mãe, que era a chefe daquela família, resolveu agir, depois de todos os apelos para que seus �anjinhos� ficassem mais �espertos� na hora do banho. Ela retirou o chuveiro novo que havia comprado e que tinha a potência de 5600W / 2800W - 220V e recolocou o antigo que tinha potência 3300W/2200W-220V. Houve mudança no aquecimento da água? Calcule o valor da corrente em cada caso e verifique se isso está de acordo com sua resposta anterior. Se isso acontecesse com você, que outra providência tomaria? 3 7 10 O controle da corrente elétrica Agora você vai saber de que maneira se consegue diferentes aquecimentos Verão - inverno no chuveiro; 40W, 60W, 100W nas lâmpadas. Através da potência, obtém-se diferentes aquecimentos. Como o fabricante consegue fazer isso? 3 8 10 O controle da corrente elétrica uso materiais resistência específica* instalação residencial cobre antena alumínio lâmpada tungstênio chuveiros níquel-cromo capas de fios borracha suporte de fios em postes madeira apoio de fios em postes vidro *materiais a 20 C, medido em volt x metro/ampère 1,7 . 10-8 2,8 . 10-8 o 5,6 . 10-8 1,1 . 10-6 1013 a 1016 108 a 1014 1010 a 1014 Resistência elétrica A escolha adequada do material a ser usado como resistor leva em conta a temperatura que ele deverá atingir, lembre-se de que ele não pode derreter, e também a sua capacidade de resistir à corrente elétrica. Essa capacidade é diferente para cada tipo de material e, por isso, ela é denominada de resistência específica. O valor da resistência específica do material vai dizer se ele é bom condutor ou não: quanto maior for esse valor, maior será a resistência que ele oferece à corrente: resistência específica ALTA mau condutor elétrico resistência específica baixa bom condutor elétrico A tabela a seguir ilustra os valores de alguns materiais: É através do controle da corrente que se pode graduar o aquecimento produzido pelos aparelhos resistivos. Escolhendo um material para ser o resistor, uma espessura e um comprimento adequados, a resistência elétrica do resitor fica determinada e assim o valor da corrente elétrica pode ser controlado. Existe uma fórmula que permite o cálculo da resistência elétrica. Adotando-se: R para a resistência elétrica do resistor; (lê-se rô) para resistência específica do material; l l l l l para o comprimento do resistor; A para a área de sua espessura; podemos escrever que: R A = ⋅ρ l Nesta expressão matemática podemos obter um valor numérico para a resistência elétrica do resistor dos aparelhos resistivos como o filamento da lâmpada, do chuveiro, dos aquecedores, os fios de ligação, etc. Note que esta expressão está de acordo com a forma como as lâmpadas são construídas, pois, quanto maior for a espessura do filamento, maior será a sua área e menor será a resistência elétrica (lembre-se que ela aparece no denominador da fórmula). ρρρρρ 3 9 Consequentemente, maior será a corrente e a potência. O mesmo se pode dizer para os chuveiros: como o comprimento aparece no numerador da fórmula, quanto maior ele for, maior será a resistência elétrica e, portanto, menor será a corrente e a potência. Isso corresponde à posição verão. Atenção Esta expressão permite o cálculo da resistência elétrica de um resistor na temperatura em que a resistência específica foi obtida o seu valor. Isso quer dizer que se tivermos o comprimento e a área da espessura do resitor do chuveiro e conhecermos o material utilizado, podemos calcular a sua resistência elétrica. O valor encontrado, entretanto, pode não ser aquele que o resistor do chuveiro vai ter ao funcionar. Unidade: Quando a tensão é medida em volt e a corrente em ampère, a resistência é medida em volt/ampère (V/A). inverno verão desligado > ligado A temperatura do resistor muda bastante quando por ele está passando corrente elétrica e, consequentemente, o valor de sua resistência elétrica também se altera: ele aumenta muito. Isso acontece porque o valor da resistência específica depende da temperatura. O filamento de uma lâmpada de 40W-110V, por exemplo, tem resistência elétrica de aproximadamente 30 unidades quando está desligada. Acesa, a temperatura do filamento chega a 2200oC e o valor de sua resistência passa a ter o valor de aproximadamente, 302,5 unidades. Existe uma fórmula que permite o cálculo da resistência de um resistor em funcionamento: tensão elétrica Resistência elétrica = ________________ corrente elétrica ou seja: R = U/i R = U/i . 4 0 Teste seu vestibular 1) Qual dos eletrodomésticos abaixo tem seu funcionamento baseado no efeito Joule: a. Geladeira b. Batedeira c. Torradeira d. Liquidificador e. Espremedor de laranjas 2) No caso de um chuveiro ligado à rede de distribuição de energia elétrica: a. diminuindo-se o comprimento do resistor, reduz-se a potência consumida. b. aumentando-se o comprimento do resistor e conservando-se constante a vazão de água, a sua temperatura aumenta. c. para conservar a temperatura da água, quando se aumenta a vazão, deve-se diminuir o comprimento do resistor do chuveiro. d. a potência consumida independe da resistência elétrica do chuveiro. e. nenhuma das anteriores. exercitando ... Planos (nada) econômicos parte 1 Numa certa escola, já há algum tempo, os alunos reinvidicavam um chuveiro para tomar banho quente depois dos jogos de campeonatos que se realizavam aos sábados à tarde. Com a verba curta e os preços nada atrativos, foi providenciado um chuveiro �baratinho�, que depois de instalado, mal dava para perceber que estava funcionando, pois a água praticamente não esquentava. Proponha duas maneiras diferentes de solucionar esse problema excluída a possibilidade de trocar o chuveiro. parte 2 Na organização da entrega dos diplomas no teatro da escola, a diretora verificou que era preciso fazer a ligação de uma tomada para a aparelhagem de som. Encarregou o vigia para providenciar o material necessário mas recomendou: �não gaste muito, que a verba está no fim�. Na loja de materiais elétricos, o vendedor coloca o vigia diante de um dilema: comprar os 10 m de fios necessários de qual espessura: mais fino e mais barato ou o outro um pouco mais grosso e mais caro? Ajude o vigia a não entrar numa fria e não deixe que ele coloque em risco a formatura dos alunos. Leve em conta que a potência do aparelho de som é 350W-110V. 4 1 11 Ligações elétricas na residência Agora você vai saber como se obtém o 110 e o 220 e ainda como se faz as ligações de lâmpadas, tomadas e chuveiros. Nas ruas somos capazes de observar quilômetros e mais quilômetros de fios apoiados nos postes. Em nossas casas dois ou três destes fios passam pelo medidor e depois deixam de serem vistos. O que foi feito deles? 4 2 11 Ligações elétricas na residência Para compreender um pouco mais e saber como é feita a instalação elétrica em nossas casas, vamos ver os fios que chegam dos postes. As características da eletricidade da rede pública Em alguns municípios a rede elétrica é feita com dois fios, um fio fase, que é um fio energizado, e um fio neutro, que pode ser tocado sem que se leve choque quando o circuito está aberto. Nesse caso, a rede é chamada de monofásica e só pode ser ligados aparelhos de 110V. As vezes, a rede elétrica é constituida de dois fios fase e a tensão fornecida é 220V. Detalhes da instalação elétrica residencial Vamos olhar com mais detalhes para os fios que chegam do poste de sua casa ou prédio e desce para seu medidor de consumo de energia elétrica (relógio de luz). Normalmente são três fios que vão para o quadro de distribuição. Depois de passar pelo relógio de luz que é o aparelho que mede o consumo de energia elétrica, chegam ao quadro de distribuição três fios que passam pela chave geral, daí para outras chaves. A chave geral serve como interruptor de toda a instalação elétrica, quando desligada os aparelhos não funcionam, isso facilita o manuseio na instalação e até pequenos reparos. Da chave geral os fios podem ser combinados dois a dois podendo fornecer tensões 110V e 220V passando por outras chaves de distribuição: fase e neutro (110V) e fase fase (220V). Em outros municípios chegam três fios, sendo dois fios fase e um fio neutro, nesse caso, a rede é chamada de bifásica, podendo ligar aparelhos de 110V ou 220V, dependendo da distribuição do circuito residencial. 4 3 2. Tomada simples e lâmpada com interruptor (220V) Nesse caso, os dois fios de ligação da tomada são ligados aos fios fase da rede elétrica. Na lâmpada, um fio fase é ligado ao interruptor e o outro é ligado diretamente a um dos contatos no soquete. Uma outra maneira de ligar os aparelhos elétricos é chanmada de ligação em série. Nesse caso, uma lâmpada ou aparelho depende do funcionamento dos demais. Se um aparelho for desligado por qualquer motivo, o circuito fica aberto, impedindo o funcionamento dos outros, pois, impede a passagem da corrente. Portanto, esse tipo de ligação não é feita nas instalações de aparelhos elétricos residenciais. A ligação em série é utilizada em alguns circuitos de iluminação de árvores de Natal e nos circuitos interno de alguns aparelhos como: rádio, TV, etc. Os fusíveis são colocados somente nos fios energizados (fios fase). Não devemos colocar fusíveis nos contatos da chave por onde passa o fio neutro, pois, se ele queimar, o circuito ficará sem o neutro, e um aparelho ligado a este circuito não funcionará. Além disso, se uma pessoa tocar o aparelho, poderá levar um choque, conduzindo a corrente elétrica para a Terra. Tipos de ligação Os aparelhos elétricos normalmente já vem com a tensão e a potência elétrica especificada e que precisam de intensidades de correntes diferentes para funcionarem corretamente. Através do funcionamento das lâmpadas e aparelhos elétricos de uma residência, é possível perceber que as suas ligações são independentes. Isto é, se a lâmpada da sala queimar ou for desligada, não inter fere no funcionamento de outras lâmpadas ou aparelho que estiver funcionando. Nessa situação, os aparelhos são ligados de forma que tenham a mesma tensão.A esse tipo de ligação chamamos de ligação em paralelo. atenção! 2. O manuseio durante uma troca de lâmpada ou um reparo numa tomada deve sempre ser feito com o circuito aberto, o que é feito desligando-se a chave geral. 1.Na ligação de torneiras e chuveiros se faz necessário a ligação de um fio terra para evitar um possível choque. Como devem ser instalados os aparelhos 1.Tomada simples e lâmpada com interruptor (110V) Na ligação da tomada, um fio é ligado ao fase e o outro ao neutro. Na lâmpada, o fio neutro deve estar ligado ao soquete e o fio fase ao interruptor.Esta medida evita que se tome choque quando for trocar a lâmpada, estando o interruptor desligado. 3. Torneira e chuveiro elétrico Normalmente estes aparelhos são fabricados para funcionarem em 220V mas podem ser fabricados para 110V. fase fase fase fase neutro Tanto num caso como noutro, as ligações são feitas de modo semelhante à tomada 220V ou 110V, conforme o caso. neutro 4 4 1. Quando mais de um aparelho entra em funcionamento, em certos trechos de circuito elétrico residencial a corrente elétrica é maior do que se estivesse ligado apenas um aparelho. Isso deve ser levado em conta no uso de benjamins. O correto é ligar um aparelho de cada vez numa tomada e o benjamim serve para deixar já conectado a ela. saiba que ... 1. A figura ilustra uma instalação feita corretamente, descubra o fio fase e o fio neutro. fio ......... fio .......... 2. Faça as ligações corretamente. 2. A espessura dos fios de ligação tem um papel importante. Nas instalações pode ocorrer perdas de energia, seja por aquecimento dos fios (efeito joule), fugas de corrente ,etc, colocando em risco a segurança das pessoas e de toda a instalação. Como a corrente é determinada pelo aparelho, a espessura dos fios da instalação tem um papel importante, pois se estes forem finos, sua resistência elétrica será maior, aumentando assim a potência dissipada. Uma mesma corrente que passa por um fio de cobre fino, provoca um aquecimento maior do que se ela passar por um fio de cobre grosso.Portanto, quanto mais grosso o fio, maior a acorrente que ele suporta sem aquecer. A escolha da fiação para uma instalação deve levar em conta a corrente máxima que os fios suportam. tabela exercitando .... fio em AWG espessur em mm corrente máxima em aberto (A) corrente máxima em conduite (A) 16 1,5 15 11 14 2,1 20 15 12 3,3 25 20 10 5,3 40 30 8 8,4 55 40 6 13 80 55 4 21 105 70 2 34 140 95 2 fase fase neutro 4 5 12 Circuitos elétricos e sua representação Vamos aprender uma maneira de simplificar desenhos que representam os circuitos elétricos B A C D E F G H fase neutro fase Na figura abaixo está representada uma rede de distribuição de 110V, onde foram instaladas 2 lâmpadas e 2 tomadas: uma para ligar um ferro elétrico e uma secador de cabelo. Do relógio de luz até a última lâmpada, foram utilizados 30 metros de fio de cobre 14, incluindo o fase e o neutro. Para as tomadas e lâmpadas foram necessários, para completar as ligações, 4 metros de fio 16. 1 1 2 2 4 6 11 Circuitos elétricos e sua representação c) Suponhamos que apenas a lâmpada do interruptor 1 esteja ligada. A corrente exigida para seu funcionamento será: i 1 = ≅100 110 0 91, A . Se ligarmos também o ferro elétrico na tomada 2, a corrente exigida para seu funcionamento será: i 2 = ≅750 110 6 81, A . De modo que a corrente entre o relógio de luz e os pontos E e F será: i = i 1 + i 2 = 6,81 + 0,91 = 7,72A P total = 500 + 100 + 60 + 750 = 1 410W a) Para identificar se as ligações foram feitas em série ou paralelo, vamos observar onde os fios da tomada e das lâmpadas foram conectados. Nesse caso foram conectados no fio fase e neutro que fornecem uma tensão de 110V. Portanto a ligação foi feita em paralelo. Nesse tipo de ligação, o funcionamento desses aparelhos não é interrompido quando um deles é ligado, desligado ou "queimado". b) Para sabermos o fusível adequado para uma instalação, devemos levar em conta que todos os aparelhos estejam ligados, fazer a soma total da potência consumida de cada aparelho, desprezando apotência dissipada na fiação, 1. Com base nos dados indicados na figura da página anterior vamos discutir as questões: a) Identifique se as ligações dos aparelhos foram feitas em série ou paralelo. b) Qual o fusível adequado para proteger esta instalação, sabendo-se que a corrente máxima admissível para o fio 14 é 20A? c) Discuta por que é possível substituir por um fio mais fino (16) as ligações das lâmpadas e tomadas. d) Represente esquematicamente esse circuito, calculando os valores das resistências em cada trecho. Se todos os aparelhos estiverem funcionando, cada um exigirá uma determinada corrente que pode ser calculada pela equação P = U.i e a corrente total, que é a soma de todas essas correntes, corresponderá apenas ao trecho entre o relógio de luz e os pontos A e B. d) O cálculo das resistências podem ser feitos usando as equações: P=U . i e R= U/i . Usando o símbolo para os resistores temos: Usando a equação: P = Ui, obtemos: i P U W V A= = ≅1410 110 12 8, que é a corrente que passa pela chave na caixa de luz. O fusível adequado para proteger a instalação elétrica é de 15A, pois é compatível com a corrente máxima admitida pelo fio de cobre 14 e está acima do valor da corrente requerida por todos os aparelhos funcionando ao mesmo tempo. Admitindo-se que os fios da rede principal e os fios que ligam aos aparelhos possuem resistência elétrica que pode ser considerada desprezível se a escolha deles for adequada. Assim, podemos simplificar um pouco mais esse circuito e representá-lo da maneira ilustrada ao lado. 4 7Na associação em série, cada lâmpada do circuito está submetida a uma tensão cuja soma equivale à tensão total entre os extremos A e B do circuito (uma vez que as perdas na fiação podem ser consideradas desprezíveis). Como a tensão em cada lâmpada é sempre menor que a tensão aplicada nos terminais da associação, a potência dissipada em cada uma delas na ligação em série é sempre menor do que a indicada pelo fabricante. Nessas condições ela terá um brilho bem menor que o esperado. Além disso, se uma lâmpada queimar, interrompe o circuito e consequentemente as outras apagam. Por isso este tipo de ligação não é usado nas instalações residenciais. U AB = U AC + U AD + U DB Como: U AC = R 1 .i, U CD = R 2 .i e U DB = R 3 .i então: U AB = R 1 .i + R 2 .i + R 3 .i Para calcularmos a resitência equivalente da associação usaremos a relação: U AB = R eq .i, portanto: R eq . i = (R 1 + R 2 + R 3 ).i R eq = R 1 + R 2 + R 3 A potência dissipada na associação em série é calculada pela relação: P= R .i2 = R eq .i2 = (R 1 + R 2 + R 3 ) . i2 = R 1 .i2 + R 2 . i2 + R 3 . i2 ou seja, P = P 1 + P 2 + P 3 2. Vamos verificar de que modo podemos ligar três lâmpadas L 1 , L 2 e L 3 de mesma tensão em um circuito. Existem três formas diferentes: todas em série, todas em paralelo, duas em série e em paralelo com a terceira. As vantagens e as desvantagens de cada tipo de associação, serão discutadas a seguir: 1. Ligação em série: neste tipo de ligação a mesma corrente se estabelece nas três lâmpadas do circuito. Vejamos a figura. A tensão total aplicada às três lâmpadas pode ser escrita como: De um modo mais simplificado temos: 110V 4 8 2. Ligação em paralelo: este tipo de ligação se caracteriza pelo fato de todas as lâmpadas estarem submetidas a uma mesma tensão, desprezando-se a resistência elétrica dos fios da instalação. A tensão AB é igual às tensões CD, EF e GH, pois estamos desprezando a resistência dos fios. Desse modo, podemos reduzir ainda mais os esquema: i = U/R eq , onde R eq é a resistência equivalente da associação. Sendo i 1 = U/R 1 , i 2 = U/R 2 e i 3 = U/R 3 Substituindo na equação i = i 1 + i 2 + i 3 , teremos: As correntes estabelecidas em cada uma delas será i 1 , i 2 , i 3 , e a corrente total, estabelecida entre os pontos A e B do circuito, será i = i 1 + i 2 + i 3 . Assim, se a tensão é a mesma, pela lei de Ohm, temos: U/R eq = U/R 1 + U/R 2 + U/R 3 ou 1/R eq = 1/R 1 + 1/R 2 + 1/R 3 Na associação em paralelo, a tensão em cada lâmpada é a mesma e a potência dissipada em cada lâmpada independente do número de lâmpadas agrupadas e, consequentemente, o brilho da lâmpada também são. O brilho é igual ao que teria se ela estivesse sozinha. Além disso se uma das lâmpadas queimar as demais não sofrem alteração. É por isso que essa ligação é utilizada nas instalações elétricas residenciais. 3. Ligação mista: É quando combinando os dois tipos de ligação conforme mostra a figura: Nessa situação, a tensão U se aplica nos terminais da série R 1 + R 2 e em R 3 . Assim, L 3 terá brilho maior que L 1 e L 2 . Em função dessa característica, esse tipo de circuito também não é empregado nas instalações elétricas residenciais mas é muito utilizado nos circuitos internos dos aparelhos eletrônicos como rádio, TV, comutadores, etc... Podemos ainda representar esquematicamente a mesma ligação da seguinte forma: 4 9 13 Você vai rever o conteúdo das aulas anteriores fazendo e pensando nestas questões EXEXEXEXEXEXERCÍCIOS Exercícios (Resistência, tensão e corrente) 5 0 13 Exercícios: resitência, tensão e corrente a) A resistência do filamento da lâmpada, quando ela está desligada. b) A resistência do filamento da lâmpada ligada. 4. Considerando que o diâmetro do filamento de tungstênio de uma lâmpada de 40W - 110V é cerca de 3,6 . 10-2 mm, seu comprimento 50cm e sua resistividade é 5,6 . 10-8Ωm a 20oC, determine: e) Faça os mesmos cálculos dos itens c e d para a ligação inverno, considerando que o comprimento do fio, neste caso, é 2,8m. f) Por que na posição inverno a água da ducha sai mais quente? a) Faça o esquema da ligação verão desta ducha. b) Faça o esquema da ligação inverno. c) Calcule a resistência elétrica na posição verão, quando ela está desligada. d) Calcule a resistência elétrica da ducha em funcionamento na posição verão, detalhe do resistor C A B1. Um aquecedor de ambiente cuja potência é 800W é ligado na tensão 110V. a. qual o valor da corrente elétrica no resistor? b. qual o valor da resitência elétrica do resistor? c. qual deve ser o valor da resistência élétrica do resitor para que ele tenha a mesma potência e seja ligado na tensão 220V? 2. Numa instalação elétrica residencial não se deve colocar fusível no fio neutro, pois se ele se queimar, é possível que haja um aumento de tensão indesejável em certos aparelhos. Vamos conferir? Considere o esquema: (R 1 , R 2 ,...,R 6 são as resistências elétricas de 6 lâmpadas)determine: a) a tensão aplicada às lâmpadas, quando o fusível do fio neutro está normal (sem queimar); b) a tensão aplicada às duas lâmpadas de baixo, se o fusível do fio neutro se queimar. 3. O resistor de uma ducha com a inscrição (220V - 2800W/3800W) tem o aspecto da figura. Esse resistor é constituído de um fio de níquel-cromo de resistência específica 1,1.10-6Ωm, 0,6 mm de diâmetro e 4 m de comprimento, enrolado em espiral, com três pontos de contato elétrico. No ponto A está ligado um dos fios fase e aos pontos B e C, dependendo da posição da chave, liga-se o outro fio fase, que estabelece as ligações inverno verão. 5 1 8. Numa residência, geralmente, chegam três fios da rua, dois fases e um neutro, que são ligados à chave geral. a) Faça o esquema de uma chave geral e de três chaves parciais, de modo a obter duas chaves de distribuição de 110V e outra de 220V. b) Faça um esquema indicando a ligação de uma lâmpada com interruptor, de uma tomada em 110V e de um chuveiro em 220V. a) a corrente exigida pelo aparelho para dissipar as potências nominais quando o chuveiro está ligado com a chave na posição "verão" e na posição "inverno"; b) o menor diâmetro possível do fio e o fusível que devem ser utilizados nessa instalação. Consulte a tabela; c) a energia consumida num banho de 15 minutos com o chuveiro ligado na posição "inverno"; d) a porcentagem de consumo de energia em banhos de aproximadamente 15 minutos de uma fámilia de três pessoas, cujo consumo mensal é de 250kWh. 5. Numa rede de 220V é ligado um chuveiro com a inscrição 220V - 2 800 / 4 400W. Utilizando essas informações e as da tabela da aula 10, determine: 6. Nas figuras abaixo estão indicadas as informações encontradas nos folhetos ou chapinhas que acompanham aparelhos elétricos. Qual(is) dele(s) não poderia(m) ser ligado(s) à tomada de sua casa? Se você o fizesse, quais seriam as consequências? 7. Uma lâmpada de abajour possui a seguinte inscrição (127V - 22W). a) O que acontece se a ligarmos nos terminais de uma bateria de 12V? b) Seria possível, se dispuséssemos de muitas baterias, ligar esta lâmpada de modo que ela tenha brilho normal? c) Em caso afirmativo, como você faria? d) Caso não seja possível fazer a ligação da lâmpada nas baterias como e onde ela deveria ser ligada para ter brilho normal? liquidificador 110V/300W/60Hz TV 12V/DC 30W chuveiro 220V 2800W/3800W batedeira 50/60HZ 250W 110V 5 2 1. Uma corrente elétrica de 0,500A flui num resistor de 10Ω . A ddp ou tensão elétrica entre as extremidades do resistor, em volts, é igual a: a)( ) 5,0 . 102 c)( ) 20 e)( ) 5,0 . 10-2 b)( ) 5,0 . 10 d)( ) 5,0 2. Os resistores R 1 , R 2 e R 3 estão associados como indica a figura abaixo. Sabendo que R 1 = 2,0 Ω , R 2 = 2,0 Ω , e R 3 = 4,0 Ω , podemos afirmar que a resistência equivalente entre os pontos A e B em ohms é de: a)( ) 2,0 b)( ) 3,3 c)( ) 4,0 d)( ) 6,0 e)( ) 8,0 3. Um eletricista instalou numa casa, com tensão de 120V, dez lâmpadas iguais. Terminado o serviço, verificou que havia se enganado, colocando todas as lâmpadas em série. Ao medir a corrente no circuito, encontrou 5,0 . 10-2A. Corrigindo o erro, ele colocou todas as lâmpadas em paralelo. Suponha que as resitências das lâmpadas não variam com a corrente. Após a modificação, ele mediu, para todas as lâmpadas acesas, uma corrente total de: a)( ) 5,0A b)( ) 100A c)( ) 12A d)( ) 10A e)( ) 24A teste seu vestibular 7. Uma lâmpada incandescente possui as seguintes especificações (ou valor nominal): 120V, 60W. a) Se ela for ligada em 220V, a potência permanecerá 60W. b) Quando a lâmpada é ligada conforme as especificações, a resistência vale 240Ω , c) A resistência na lâmpada permanece constante, qualquer que seja a tensão a ela aplicada. d) quando desligada, a resistência da lâmpada é maior que quando ligada. e) Quando ligada, conforme as especificações, a corrente é de 2,0A. 4. A transmissão de energia elétrica à grande distância é acompanhada de perdas causadas pela transformação de energia elétrica em: a.( ) calor c.( ) energia cinética b.( )magnetismo d.( ) luz 5. Um aquecedor elétrico dissipa 240W quando ligado a uma bateria de 12V. A corrente que percorre a resistência é: a.( ) 0,050 A c. ( ) 1,67 A e. ( ) 2880 A b. ( ) 0,60 A d. ( ) 20 A 6. Um condutor é atravessado por uma corrente de 2 ampères quando a tensão em seus terminais vale 100 volts. A resistência do condutor é de: a. ( ) 0,02Ω c.( ) 200Ω b. ( ) 50 Ω d.( ) 400Ω GREF - Eletricidade/eletro3.pdf leituras de física GREF versão preliminar ELETROMAGNETISMO para ler, fazer e pensar 14. Motores elétricos 15. Í mãs e bobinas 16. Campainhas e medidores elétricos 17. Força magnética e corrente elétrica 18.Força e campo magnéticos 19. Exercícios 14 a 19 Leituras de Física é uma publicação do GREF - Grupo de Reelaboração do Ensino de Física Instituto de Física da USP EQUIPE DE ELABORAÇÃO DAS LEITURAS DE FÍSICA Anna Cecília Copelli Carlos Toscano Dorival Rodrigues Teixeira Isilda Sampaio Silva Jairo Alves Pereira João Martins Luís Carlos de Menezes (coordenador) Luís Paulo de Carvalho Piassi Suely Baldin Pelaes Wilton da Silva Dias Yassuko Hosoume (coordenadora) ILUSTRAÇÕES: Fernando Chuí de Menezes Mário Kano GREF - Instituto de Física da USP rua do Matão, travessa R, 187 Edifício Principal, Ala 2, sala 305 05508-900 São Paulo - SP fone: (011) 818-7011 fax:(011) 818-7057 financiamento e apoio: Convênio USP/MEC-FNDE Sub-programa de educação para as Ciências (CAPES-MEC) FAPESP / MEC - Programa Pró-Ciência Secretaria da Educação do Estado de São Paulo - CENP A reprodução deste material é permitida, desde que observadas as seguintes condições: 1. Esta página deve estar presente em todas as cópias impressas ou eletrônicas. 2. Nenhuma alteração, exclusão ou acréscimo de qualquer espécie podem ser efetuados no material. 3. As cópias impressas ou eletrônicas não podem ser utilizadas com fins comerciais de qualquer espécie. junho de 1998 5 3 14 Motores elétricos Nesta aula você vai observar internamente um motor para saber do que eles são feitos Grande parte dos aparelhos elétricos que usamos têm a função de produzir movimento. Isso nós verificamos no início desse curso. Você se lembra disso? Olhe a figura e refresque sua memória. Vamos começar a entender como isso é feito! ( o que mais eles têm em comum ? ) 5 4 14 Motores elétricos Neste momento vamos retomar o levantamento e a classificação, realizados no início deste curso. Lá, identificamos um grande número de aparelhos cuja função é a produção de movimento a partir da eletricidade: são os motores elétricos. Dentre eles estão: batedeira, ventilador, furadeira, liquidificador, aspirador de pó, enceradeira, espremedor de frutas, lixadeira,.., além de inúmeros brinquedos movidos à pilha e/ou tomada, como robôs, carrinhos,.. A partir de agora, vamos examinar em detalhes o motor de um liquidificador. Um roteiro de observação encontra-se logo abaixo. O motor de um liqüidificador A parte externa de um liqüidificador é geralmente de plástico, que é um material eletricamente isolante. É no interior dessa carcaça que encontramos o motor, conforme ilustra a figura ao lado. ROTEIRO 1. Acompanhe os fios do plugue em direção à parte interna do motor. Em qual das partes do motor eles são ligados? 2. Gire o eixo do motor com a mão e identifique os materiais que se encontram na parte que gira junto com o eixo do motor. 3. Identifique os materiais que se encontram na parte do motor que não gira com o eixo do motor. 4. Verifique se existe alguma ligação elétrica entre estas duas partes que formam o motor. De que materiais eles são feitos? 5. Identifique no motor as partes indicadas com as setas na figura ao lado. 5 5 Esta peça de formato cilindrico acoplada ao eixo é denominada de anel coletor e sobre as plaquinhas deslizam dois carvõezinhos. Quando o motor elétrico é colocado em funcionamento passa e existir corrente elétrica nas bobinas fixas e também no circuito elétrico fixado ao eixo e que se encontra em contato com os carvõezinhos. Nesse momento, o circuito do eixo fica sujeito a uma força e gira o eixo e um outro circuito é ligado, repetindo o procedimento anterior. O resultado é o giro completo do eixo, que é característico dos motores elétricos. Em alguns casos, tais como pequenos motores elétricos utilizados em brinquedos, por exemplo, a parte fixa é constituída de um ou dois ímãs em vez de bobinas. Isso não altera o princípio de funcionamento do motor uma anel coletorímã carvãozinho Ápós essa investigação, pense e responda: por que surge movimento nesses aparelhos? eixo carvãozinho carvãozinho anel coletor figura 2figura 1 Nos motores elétricos, encontramos duas partes principais: uma fixa, que não se move quando ele entra em funcionamento e uma outra que, em geral, gira em torno de um eixo quando o motor é ligado. A parte fixa é constituída de fios de cobre, encapados com um material transparente formando duas bobinas (fig.1). Já na parte fixada ao eixo, os fios de cobre são enrolados em torno do eixo (fig.2) . A observação da parte móvel de um motor de liqüidificador mostra que ela também apresenta, acoplada ao eixo, um cilindro metálico, formado de pequenas placas de cobre, separadas entre si por ranhuras, cuja função é isolar elétricamente uma placa da outra.O circuito elétrico da parte móvel é formado por vários pedaços de fio de cobre independentes coberto de um material isolante transparente e cujas extremidades são ligadas às placas de cobre. vez que uma bobina com corrente elétrica desempenha a mesma função de um ímã. 5 6 atividade extra: construa você mesmo um motor elétrico Para construir um pequeno motor elétrico vai ser necessário 90 cm de fio de cobre esmaltado número 26 para fazer uma bobina. Ela será o eixo do motor, por isso, deixe aproximadamente 3 cm em cada extremidade do fio. A bobina será apoiada em duas hastes feitas de metal, presilhas de pasta de cartolina, por exemplo, dando-lhes o formato indicado na figura e, posteriormente, encaixadas num pedaço de madeira. A fonte de energia elétrica será uma pilha comum que será conectado à bobina através de dois pedaços de fio ligados nas presilhas. Para colocar o motor em funcionamento, não se esqueça que o esmalte do fio da bobina é isolante elétrico. Assim, você deve raspá-lo para que o contato elétrico seja possível. Além disso, em um dos lados você deve raspar só uma parte deixando uma parte ao longo do comprimento e não esqueça que esse motor precisa de um 'impulso'inicial para dar a partida. atenção -veja se os contatos elétricos estão perfeitos -observe se a bobina pode girar livremente -fixe os fios de ligação na pilha com fita adesiva Feitos estes ajustes necessários, observe: 1. o que acontece quando o ímã é retirado do local? 2. inverta a pilha e refaça as ligações. O que acontece o sentido de giro do motor? A parte fixa do motor será constituída de um ímã permanente que será colocado sobre a tábua, conforme indica a figura. Dependendo do do ímã utilizado será necessário usar um pequeno suporte para aproximá-lo da bobina. 5 7 15 Ímãs e bobinas Aqui você vai saber a natureza das forças que movimentam os ímãs, as bússolas e os motores elétricos Ímãs e bobinas estão presentes nos motores elétricos e muitos outros aparelhos. Só que eles estão na parte interna e por isso, nem sempre nos apercebemos de sua presença. A partir dessa aula vamos começar a entender um pouco sobre eles. Afinal, alguém pode explicar o que está acontencendo? 5 8 15 Ímãs e bobinas No estudo dos motores elétricos pudemos verificar que eles são feitos de duas partes: uma é o eixo, onde se encontram vários circuitos elétricos e a outra é fixa. Nesta, podemos encontrar tanto um par de ímãs como um par de bobinas. Em ambos os tipos de motores, o princípio de funcionamento é o mesmo e o giro do eixo é obtido quando uma corrente elétrica passa a existir nos seus circuitos. Nesta aula vamos entender melhor a natureza da força que faz mover os motores elétricos, iniciando com uma experiência envolvendo ímãs e bobinas. Investigação com ímãs, bússolas e bobinas Para realizar esta investigação será necessário uma bússola, dois ímãs, duas pilhas comuns, uma bobina (que é fio de cobre esmaltado enrolado) e limalha de ferro. ROTEIRO 1. Aproxime um ímã do outro e observe o que acontece. 2. Aproxime um ímã de uma bússola e descubra os seus pólos norte e sul. Lembre que a agulha da bússola é também um ímã e que o seu pólo norte é aquele que aponta para a região norte. 3.Coloque o ímã sobre uma folha de papel e aproxime a bússola até que sua ação se faça sentir. Anote o posicionamento da agulha, desenhando sobre o papel no local da bússola. Repita para várias posições. 4.Coloque sobre o ímã essa folha de papel na mesma posição anterior e espalhe sobre ela limalha de ferro. Observe a organização das limalhas e compare com os desenhos que indicavam o posicionamento da agulha. 5. Ligue a bobina à pilha utilizando fios de ligação. Aproxime um ímã e observe o que ocorre. 6. No mesmo circuito anterior, aproxime uma folha de papel ou de cartolina contendo limalha de ferro e verifique o que ocorre com a limalha. 5 9 Independentemente da forma, quando se aproxima um íma de outro, eles podem tanto atrairem-se como repelirem-se. Esse comportamento é devido ao efeito magnético que apresentam sendo mais intenso nas proximidades das extremidades, razão pela qual elas são denominadas de pólos magnéticos. A possibilidade de atração ou de repulsão entre dois pólos, indica a existência de dois tipos diferentes de pólos magnéticos, denominados de pólo norte e pólo sul. A atração entre os ímãs ocorre quando se aproximam dois pólos diferentes e a repulsão ocorre na aproximação de dois pólos iguais. A atração ou a repulsão entre ímãs é resultado da ação de uma força de natureza magnética e ocorre independente do contato entre eles, isto é, ocorre a distância. O mesmo se pode observar na aproximação do ímã com a bússola. Isso evidencia a existência de um campo magnético em torno do ímã, criado por ele. A agulha de uma bússola, que é imantada, tem sensibilidade de detectar campos magnéticos criados por ímãs e, por isso, alteram sua posição inicial para se alinhar ao campo magnético detectado. Ela é usada para orientação justamente pelo fato de que sua agulha, fica alinhada ao campo magnético terrestre que apresenta praticamente a direção norte-sul geográfica. A diferença em relação ao ímã é que no fio, o campo magnético deixa de existir quando a corrente elétrica cessa. duas bobinas com corrente. Esses movimentos acontencem devido a uma ação a distância entre eles. Da mesma forma que a agulha da bússola se move quando "sente" o campo magnético de um ímã, o eixo do motor também se move quando um dos seus circuitos que está com corrente "sente" o campo magnetico criado pela parte fixa do motor. Este campo, tanto pode ser criado por um par de ímãs (motor do carrinho do autorama) como um par de bobinas com corrente elétrica (motor de um liquidificador). O mapeamento do campo magnético produzido por um ímã nas suas proximidades pode ser feito com o auxílio de uma bússola. Esse mapa nos permite "visualizar" o campo magnético. Não são apenas os ímãs que criam campo magnético. O fio metálico com corrente elétrica, também cria ao seu redor um campo magnético. Quando o fio é enrolado e forma uma bobina, existindo corrente elétrica, o campo magnético tem um mapeamento semelhante ao de um ímã em barra. Isso nos permite entender porque a limalha de ferro, fica com um aspecto muito parecido quando é colocada nas proximidades de um pólo de um ímã e nas proximidades de uma bobina.Podemos agora entender fisicamente a origem do movimento nos motores elétricos. Ele é entendido da mesma maneira que se compreende a repulsão ou a atração entre dois ímãs, entre um ímã e uma bússola, entre um ímã e uma bobina com corrente ou entre 6 0 exercitando ... 3. Se imaginássemos que o magnetismo terrestre é produzido por um grande ímã cilíndrico, colocado na mesma direção dos pólos geográficos norte-sul, como seriam a linhas do campo magnético? Faça uma figura. 4. Imagine agora que o campo magnético da Terra fosse criado por uma corrente elétrica em uma bobina, onde ela estaria localizada para que as linhas do campo magnético coincidissem com as do ímã do exercício anterior? teste seu vestibular 1.Uma pequena bússola é colocada próxima de um ímã permanente. Em quais posições assinaladas na figura a extremidade norte da agulha apontará para o alto da página? 2.Uma agulha magnética tende a: a. orientar-se segundo a perpendicular às linhas de campo magnético local. b. orientar-se segundo a direção das linhas do campo magnético local. c. efetuar uma rotação que tem por efeito o campo magnético local. d. formar ângulos de 45 graus com a direção do campo magnético local. e. formar âmgulos, não nulos, de inclinação e de declinação como a direção do campo mangético local. 1. Analise a afirmação abaixo se ela é verdadeira ou falsa e justifique: " O movimento da agulha de uma bússola diante de um ímã é explicado da mesma forma que o movimento de um ímã frente a um outro ímã." 2. A agulha de uma bússola próxima a um fio que é parte de um circuito elétrico, apresenta o comportamento indicado nas três figuras: a.como se explica o posicionamento da agulha na figura 1 ? b. como se explica a alteração da posição da agulha após o circuito ser fechado na figura 2 ? c. analisando as figuras 2 e 3 é possível estabelecer uma relação entre o posicionamento da agulha e o sentido da corrente elétrica na fio? figura 1 figura 2 figura 3 6 1 16 Campainhas e medidores elétricos Vamos descobrir como é produzido o som numa campainha e como se movem os ponteiros dos medidores Sinal de entrada, sinal de saída, sinal do intervalo, ..., haja orelha. Você também faz parte dos que dançam como aqueles ponteirinhos? 6 2 16 Campainhas e medidores elétricos CAMPAINHA Existem vários tipos de campainha e você pode construir uma usando fio de cobre 26 enrolado em um prego grande. Além disso é necessário fixar no prego uma tira de latão dobrada conforme indica a figura. A campainha montada terá o aspecto da figura ilustrada a seguir. Conectando os terminais da bobina a duas pilhas ligadas em série, podemos colocar a campainha em funcionamento. Observe o que acontece e tente explicar. A montagem realizada assemelha-se à campainha do tipo cigarra, que é de mais simples construção. Ela é constituída por uma bobina contendo um pedaço de ferro no seu interior. Esse conjunto é denominado por eletroímã. lâmina eletroímã Próximo a ele existe uma lâmina de ferro, que é atraído quando existe uma corrente elétrica na bobina.Essa atração acontece porque a corrente elétrica na bobina cria um campo magnético na região próxima e imanta o ferro transformando-o em um ímã. Essa imantação existe apenas enquanto houver corrente elétrica na bobina.Daí esse conjunto ser entendido como um ímã elétrico. Esse efeito magnético desaparece quando a campainha é desligada, deixando de haver corrente elétrica na bobina. A produção de movimento a partir da eletricidade tem, além dos motores elétricos, outras aplicações como as campainhas e os medidores elétricos que utilizam ponteiros. Comecemos pela campainha. 6 3 GALVANôMETRO Para se construir um dispositivo capaz de movimentar um ponteiro, precisamos de uma bobina, um ímã pequeno em forma de barra, uma agulha de costura ou um arame fino e fita adesiva. Se não houver disponível uma bobina pronta, construa uma usando fio de cobre esmaltado 26 enrolado em um tubo de papelão com 4 cm de diâmetro ou use o mesmo fio da campainha. A produção de movimento nos medidores elétricos que utilizam ponteiro tem explicação semelhante a dos motores elétricos. O que difere um do outro é que nos motores a construção permite que o eixo dê voltas completas e isso não acontece nos medidores. A bobina, quando está com corrente elétrica cria um campo magnético na região onde se encontra o ímã. Este, da mesma forma que a agulha magnética de uma bússola, "sente" este campo e procura se alinhar a ele. O ponteiro pode ser feito com um pedaço de cartolina e fixado ao ímã com fita adesiva. Ele será atravessado pela agulha ou arame, conforme indica a figura ao lado. O conjunto móvel ponteiro + ímã será apoiado, através do eixo, em um suporte feito de chapa de alumínio ou cobre, com dois furinhos para a passagem da agulha ou arame. Fixado a uma base de madeira, e ligando os terminais da bobina a uma ou duas pilhas, o medidor será o ilustrado na figura ao lado. Dessa forma, o ímã se move e com ele o ponteiro. Devido à posição do ímã em relação a bobina o movimento é de rotação como no motor elétrico. Nos medidores reais é a bobina que é fixada ao eixo e os ímãs estão fixadas na carcaça do medidor. Os medidores elétricos que utilizam ponteiro são utilizados para várias finalidades diferentes, como indicar o volume de som, o nível de combustível nos veículos e a temperatura dos seus motores, além de medir a corrente, a tensão e também a resistência elétrica. Vejamos através da atividade a seguir, como é obtido o movimento dos ponteiros. 6 4 Medidores de corrente, tensão e resistência elétrica Amperímetro Voltímetro Ohmímetro O voltímetro é o medidor de tensão elétrica. Ele é constituído das mesmas partes do amperímetro: um galvanômetro e um resistor ligado em série com a bobina. Para medir a resistência elétrica de um resistor o ohmímetro precisa de um galvanômetro, um resistor ligado em série com a bobina e uma bateria. 1. galvanômetro 2. resistor 3. pilha ou bateria 4. terminais Esta bateria permitirá que uma corrente elétrica passe a existir quando o circuito estiver fechado. Quanto maior a resistência elétrica do resistor cuja resistência deseja-se medir, menor será a corrente no circuito e, assim, menor será o movimento do ponteiro. 1.galvanômetro; 2.resistor; 3.terminais O voltímetro é colocado em paralelo ao circuito cuja tensão se deseja medir e, por isso, a resistência elétrica do seu resistor deve ter um valor relativamente alto: apenas o suficiente para movimentar o ponteiro. Além disso, desviando uma corrente de pequena intensidade do circuito, a sua interferência pode ser considera desprezível. O medidor de corrente elétrica, denominado amperímetro, é constituído por um galvanômetro e um resistor em paralelo à bobina. 1. galvanômetro; 2. resistor; 3. terminais Uma vez que o amperímetro é colocado em série ao circuito cuja corrente se deseja medir, esse resistor deve ter uma baixa resistência elétrica. Desse modo, a maior parte da corrente elétrica é desviada para o resistor e a parte restante passa pela bobina, movendo o ponteiro. Quanto maior a corrente que passa pela bobina, maior será o giro descrito pelo ponteiro. 6 5 17 Força magnética e corrente elétrica Nesta aula você vai saber como e'explicada a origem da força que move os motores, campainhas e galvanômetros Movimentar ar e produzir vento quente ou frio, mover rodas, mexer ponteiros, rodar pás, misturar massas, lixar, fazer furos,...,. Pegue uma cadeira, sente-se e vire a página. Você vai conhecer como que o funcionamento destas coisas é explicado. Chegou a hora! 6 6 17 Força magnética e corrente elétrica A partir desse momento há interação entre o ímã e a bobina com corrente, isto é, cada um "sente" o campo magnético criado pelo outro. Isso significa que cada um deles fica sujeito a uma força cuja natureza é magnética. Como somente o que está fixado ao eixo tem mobilidade para se mover, no caso do motor do carrinho, é a bobina junto com o eixo que gira. E esse movimento é efeito da ação da força magnética sobre a bobina. 2. No galvanômetro como o montado na aula 16, bobina era fixada à base e o ímã colocado junto ao ponteiro e ambos fixados ao eixo. bobina elétrica nela, tem início a interação entre eles. Ambos ficam sujeitos a uma força de natureza magnética e como a bobina está fixada ela não se move. Já o ímã entra em movimento e como ele está preso ao eixo, ele gira. Comparando-se o princípio de funcionamento do motorzinho do carrinho e do galvanômetro, podemos perceber que tanto o ímã como a bobina com corrente podem entrar em movimento quando estão próximos um do outro. Nos dois casos, é a ação da força magnética que os movimenta. O ímã já criava um campo magnético na região onde se encontra a bobina e a partir do momento em que há corrente Quando o circuito é fechado uma corrente passa a existir na bobina, criando um outro campo mangnético na região onde encontra-se o ímã. eixoímã contatos pilhasímã bobina Nas aulas anteriores estudamos o princípio de funcionamento dos motores elétricos, da campainha e do galvanômetro. Em todos eles está presente o efeito magnético da corrente elétrica. Vejamos agora com mais detalhes, o conteúdo físico envolvido. O giro do eixo dos motores elétricos e também o do ponteiro do galvanômetro indica uma interação entre uma bobina com um ímã ou entre uma bobina com uma outra bobina, dependendo das partes de que eles são feitos. Essa interação decorre do fato de que tanto um ímã como uma bobina com corrente elétrica criam no espaço ao redor um campo magnético. Em razão disso, a interação entre eles, que torna possível a obtenção do movimento, se dá ainda que não haja contato. Do mesmo modo podemos entender a atração ou a repulsão observada entre dois ímãs. interação bobina-ímã 1. Quando em um motorzinho de brinquedo, encontramos um ímã fixado à carcaça do motor e uma bobina fixada ao eixo, o primeiro cria campo magnético na região onde se encontra a bobina. 6 7 interação bobina-bobina Nos liqüidificadores, furadeiras, batedeiras,.., os motores elétricos não apresentam ímãs, conforme verificamos na aula 14. Em seu lugar e desempenhando a mesma função encontramos bobinas tanto no eixo como fora dele. contatos bobina bobina carcaça Quando um motor desse tipo é colocado em funcionamento passa a existir corrente elétrica nas bobinas presas à carcaça e também em uma das bobinas fixas no eixo. Cada uma delas cria na região um campo magnético. As duas primeiras têm a função de criar um campo magnético na região onde se encontra o eixo. A bobina com corrente fixada ao eixo vai "sentir" esse campo magnético, isto é, sobre ela vai atuar a força magnética e por isso ela gira junto com o eixo. Para visualizar podemos imaginar que cada uma destas bobinas tem apenas uma volta, conforme ilustra a figura. 1. bobinas fixas na carcaça 2. bobina fixa ao eixo 3. linhas do campo magnético criado pelas bobinas fixas Veja com o auxílio da figura que a corrente elétrica na bobina fixada ao eixo fica sujeita a um par de forças magnéticas e, por isso faz o giro do eixo. Se houvesse apenas essa bobina, o giro não seria completo pois as forças não moveriam a bobina quando elas tivessem a mesma direção do campo magnético. É por isso que existem várias bobinas em vez de uma só, no eixo do motor.No momento certo uma delas é ligada, passa a ter corrente elétrica e a força magnética gira a bobina. Posteriormente ela é desligada e uma outra é ligada e recebe a força. Desse modo o giro contínuo é obtido. Em conclusão, através do funcionamento do motor feito apenas com bobinas tanto na parte fixa como no eixo, podemos ressaltar que duas bobinas com corrente elétrica interagem, isto é, ambas criam campo magnético e cada uma delas "sente" o campo da outra. Note que a força magnética é perpendicular à corrente no fio e também ao campo magnético criado pelas bobinas fixas (1) 1 1 2 3 6 8 exercitando... 1. Identifique quem "sente" o campo magnético e entra em movimento nos seguintes aparelhos: a. galvanômetro b. liqüidificador c. motor do carrinho de autorama 2. Analise as afirmações abaixo dizendo se são verdadeiras ou falsas e justifique sua resposta: a." A obtenção de movimento a partir da eletricidade, só pode ser feita se o ímã for colocado na parte fixa e a bobina na parte móvel, uma vez que só ela pode sentir o campo magnético criado por ele". b. "Dois fios com corrente elétrica paralelos entre si ficam sujeitos a forças magnéticas". c. "No momento em que a bobina presa ao eixo é desligada, o campo magnético criado por ela não deixa de existir". d."A explicação do funcionamento de um motor que contém apenas bobinas é diferente dos motores que tem ímãs e bobinas". 3. Resolva o teste: A corrente elétrica que passa por um fio metálico, condutor: a. só produz campo magnético; b. só produz campo magnético no interior do fio; c. apresenta no condutor o efeito Joule e produz um campo magnético ao redor do fio; d. produz campo magnético somente se a corrente for variável A força magnética tem um sentido que é sempre perpendicular ao plano formado pela corrente elétrica e pelo campo magnético. Podemos descobrir sua direção e sentido usando a m ã o esquerda disposta conforme a figura. Veja que o dedo médio indica o sentido da corrente elétrica, o dedo indicador o campo magnético e o dedo polegar o sentido da força magnética. Desse modo, "armando" a mão desse jeito, de preferência sem deixarem que o vejam nesta situação para que não pairem suspeitas sobre você, pode-se descobrir o sentido da força magnética. Treine o uso da mão descobrindo a força magnética nas situações abaixo: a. força sobre um fio com corrente elétrica para a direita e campo magnético entrando no plano do papel.(fig.1) b. força sobre um fio com corrente elétrica para a esquerda e campo magnético saindo do plano do papel (fig.2) O SENTIDO DA FORÇA MAGNÉTICA 6 9 18 Força e campo magnéticos Como se calcula a força magnética e como se explica a origem do campo magnético você vai aprender nesta aula. Atualmente podemos deixar de realizar manualmente uma série de trabalhos no dia-a-dia: picar, mexer, moer, lustrar, furar, girar, torcer, fatiar, ,,, . Advinha quem é que dá aquela força? 7 0 18 Força e campo magnéticos O cálculo da força magnética A produção de movimento a partir da eletricidade nos motores elétricos, campainhas, galvanômetros,..,envolve o surgimento de um campo magnético numa certa região e a existência de um fio condutor com corrente elétrica colocado nessa mesma região. Nessa situação, o fio com corrente fica sujeito a uma força magnética e entra em movimento. Note que o surgimento da força depende da existência do campo magnético e da corrente elétrica. Esse campo magnético não é o criado por essa corrente elétrica no fio em que a força atua. Ela não "sente" o próprio campo mangético mas o campo criado por outro. Além disso, a intensidade da força magnética depende do valor do campo e da corrente: i B F i B F Ela só vale quando o campo magnético faz um ângulo de 90o com a corrente elétrica no fio. Vejamos a sua utilização em um exemplo bastante simples o de dois trechos de fios paralelos com corrente elétrica de mesmo valor e sentido, conforme ilustra a figura. Cada corrente cria um campo mangético ao seu redor e uma sente o campo criado pela outra. O resultado é que os dois trechos de fio ficam sujeitos a uma força magnética. Supondo que o valor da corrente elétrica nos fios seja 2A, o campo onde cada fio se encontra vale 5.10 -7 N/A.m e que o trecho de fio tenha 10m de comprimento, o valor da força será: F= B.i.L = 5.10 -7 .2.10 = 100.10 -7 =1.10-5N. A força magnética em cada fio é perpendicular à corrente e ao campo magnético. Nesse caso em que as corentes têm mesmo sentido, as forças fazem os fios atrairem-se. Se a força é medida em newton, a corrente em ampère, e o comprimento do fio em metros, qual é a unidade do campo magnético? Responda essa ! F proporcional a i F proporcional a B Se as correntes elétricas nos fios tiverem sentidos opostos, as forças magnéticas farão os fios repelirem-se. Ou seja, a força magnética é diretamente proporcional à corrente elétrica e ao campo magnético.Além disso, influi também o tamanho do trecho do fio que está no campo mangético. A expressão matemática que relaciona o valor da força com o do campo e da corrente é: F= B. i. L F é a força mangética B é o campo magnético i é a corrente elétrica L é o trecho do fio 7 1 A atração ou a repulsão entre dois fios paralelos que tenham corrente elétrica elétrica tem a mesma natureza das atrações e repulsões entre ímãs. Isso porque ambos, fio com corrente elétrica e ímãs criam campo magnético no espaço ao redor. Se no caso dos fios e bobinas está claro que a origem do campo magnético é atribuída à corrente elétrica, como se explica a origem do campo magnético nos ímãs? A origem do campo magnético nos ímãs O campo magnético criado pelos ímãs, ainda que possa parecer estranho, também se deve às correntes elétricas existentes no seu interior ao nível atômico. Elas estão associadas aos movimentos dos elétrons no interior dos átomos. Apesar de estarem presentes em todos os materiais, nos ímãs o efeito global dessas correntes atômicas não é zero e corresponde a uma corrente sobre a sua superfície, conforme ilustra a figura. Assim, podemos pensar que o campo magnético criado pelo ímã deve-se à correntes elétrica em sua superfície. Em conseqüência, o ímã com formato em cilíndrico pode ser considerado como análogo a uma bobina com corrente elétrica no fio. É possível separar os pólos de um ímã? Poderíamos pensar em conseguir essa separação quebrando-se um ímã ao meio. Se fizermos isso, veremos que cada pedaço forma dois ímãs novos com os dois pólos norte e sul. Embora com menor intensidade, os dois novos ímãs têm pólo norte e sul, o que indica não podemos separá-los. Isso continuará a acontecer se o processo de quebra for adiante. O mesmo também acontece quando o campo magnético é criado por uma corrente elétrica na bobina: se formos dinuindo o número de voltas de fio na bobina, haverá sempre a formação dos dois pólos. Além disso, nos dois casos, as linhas do campo magnético são linhas fechadas. Essa semelhança no efeito magnético dos ímãs e das bobinas é explicada pela idêntica origem do campo magnético: em ambos, tal campo é devido a correntes elétricas. 7 2 exercitando... 1. Calcule a força magnética que age sobre um fio de 0,5 m de comprimento que se encontra num campo magnético cujo valor é 0,5.10-2 N/A.m quando: a. a corrente elétrica vale 0,2 A e o fio está perpendicular ao campo; b. a corrente é nula. 2. Em um fio condutor de 2,5 m de comprimento, há uma corrente elétrica de 1,5A e age uma força magnética de 2,0.10-5 N. Supondo que o ângulo entre o fio e o campo magnético é 90o, calcule a sua intensidade. 3. Qual o valor da corrente elétrica que existe num fio de 1,5 m de comprimento que se encontra numa região cujo campo magnético vale 10-3 N/A.m e sofre uma força de 10-2N. Considere 90o o ângulo entre a corrente e o campo. 4. Como é explicada a origem do campo magnético nos ímãs? 5.Analise as afirmações abaixo e diga se são verdeiras ou falsas. a. o campo magnético produzido por bobinas deve-se à corrente elétrica em seus fios; b. o fato das linhas do campo magnético serem fechadas está relacionado com o fato de não ser possível separar os pólos magnéticos norte e sul. c. a intensidade da força magnética sobre um fio só depende diretamente da corrente elétrica no fio. d. quando dois fios paralelos têm corrente elétrica de sentidos opostos, eles são repelidos devido a ação da força elétrica entre eles. 1.Dentre os aparelhos ou dispositivos elétricos abaixo, é uma aplicação prática do eletromagnetismo: a. a lâmpada b. o chuveiro c. a campainha d. a torradeira e. o ferro de passar 2. Condiderando-se que a Terra se comporta como um gigantesco ímã, afirma-se que: I. o pólo norte geográfico da Terra é o pólo sul magnético; II. os pólos magnéticos e geográficos da Terra são absolutamente coincidentes; III. uma agulha imantada aponta seu pólo sul para o pólo norte magnético da Terra. Assinale a alternativa correta: a. as afirmativas I e II são verdadeiras; b. as afirmativas I e III são verdadeiras; c. as afirmativas I, II e III são verdadeiras; d. apenas a afirmativa II é verdadeira; e. apenas a afirmativa III é verdadeira; 3. Sabemos que os ímãs produzem, em torno de si, um certo campo magnético. Sabemos ainda que os ímãs possuem dois pólos: um pólo norte e um pólo sul. Se dividirmos um ímã ao meio, podemos dizer que: a. os pólos do ímã serão separados; b. por mais que se divida um ímã ele conservará seus pólos; c. não se pode dividir um ímã; d. as alternativas a e b estão corretas. teste seu vestibular 7 3 19 EXEXEXEXEXEXERCÍCIOS É hora de fazer uma revisão e também de aprender a fazer o cálculo do campo magnético produzido pela corrente elétrica em algumas situações. Exercícios (Ímãs e motores elétricos) 7 4 03 Exercícios: ímãs e motores elétricos 1. Quando aproximamos uma bússola de um fio que circula uma corrente, a agulha da bússola pode sofrer uma deflexão ou pode não sofrer deflexão. Explique. 2. Um fio condutor de eletricidade está embutido em uma parede. Uma pessoa deseja saber se existe, ou não, uma corrente contínua passando pelo fio. Explique como ele poderá verificar este fato usando uma agulha magnética. 3. Na figura é representada algumas linhas do campo magnético terrestre. Indique, através de setas, o sentido destas linhas e, responda: no pólo norte geográfico elas estão "entrando" ou "saíndo" da superfície da Terra? Explique. a) Dos pontos M, P, Q e R, qual deles indica o sentido do norte geográfico? b) Observe os pontos A e B indicados na bússola e diga qual deles é o pólo norte e qual é o pólo sul da agulha magnética. 9. Qual é a finalidade de um núcleo de ferro no eletroímã de uma campainha? 10. Num motor de liqüidificador, o fio do enrolamento do estator é visivelmente mais grosso do que o do rotor. Qual a explicação para esse fato? 4. Sabe-se que o Sol mostrado na figura deste exercício, está nascendo, responda: 5. Sabe-se que a Lua, ao contrário da Terra, não possui um campo magnético. Sendo assim, poderia um astronauta se orientar em nosso satélite usando uma bússola comum? Explique. 6 .Alguns galvanômetros possuem uma escala cujo zero é central. Seu ponteiro pode sofrer deflexão para a direita e para a esquerda do zero dependendo do sentido da corrente. Como se explica seu funcionamento? 7. A figura representa um fio com corrente e o seu sentido. Indique o sentido do campo magnético nos pontos A e B. 8. Faça uma descrição de uma campainha do tipo cigarra e explique seu funcionamento com base nos seus conhecimentos de eletromagnetismo. Se quiser faça um desenho 7 5 11. Um fio retilíneo muito longo, situado num meio de permeabiliade absoluta µ = 4 π . 10-7 Tm/A, é percorrido por uma corrente elétrica de intensidade i = 5,0A. Considerando o fio no plano do papel, caracterizar o vetor indução magnética no ponto P, situado nesse plano. 12. A espira condutora circular esquematizada tem raio 2 π cm, sendo percorrida pela corrente de intensidade 8,0A no sentido indicado. Calcule o valor do campo magnético no seu centro. 13. Uma bobina é formada de 40 espiras circulares de raio 0,1m. Sabendo que as espiras são percorridas por uma corrente de 8 A, determine a intesnidade do vetor indução magnética no seu centro. 14. Um solenóide é constituído de 600 espiras iguais, enroladas em 10cm. Sabendo que o solenóide é percorrido por uma corrente de 0,2A, determine a intensidade do vetor indução magnética no seu interior. 15. Determine a intensidade do campo magnético no ponto P indicado na figura. 16. Dois fios retos e paralelos são percorridos pelas correntes com intensidades i, conforme a figura. a) Desenhe o campo magnético que a corrente (1) causa no fio (2) e vice versa. b) calcule o valor do campo magnético no local onde se encontra cada fio. 17. Explique, com suas palavras, como origina o campo magnético de um ímã. Campo magnético no interior de um solenóide No interior do solenóide, o vetor indução magnética ρ B tem as seguintes características: a) direção: do eixo do solenóide. b) sentido: determinado pela regra da mão direita. c) intensidade: B = µ . N λ . i Cálculo do campo magnético criado por corrente elétrica Campo magnético de um de fio condutor reto O vetor indução magnética ρ B num ponto P, à distância r do fio, tem as seguintes características: a) direção: tangente à linha de indução que passa pelo ponto P. b) sentido: determinado pela regra da mão direita. c) intensidade: B = µ π2 . i r Vamos aprender a calcular o campo magnético em três situações: Campo magnético no centro de uma espira circular O vetor indução magnética ρ B no centro de uma espira tem as seguintes características: a) direção: perpendicular ao plano da espira b) sentido: determinado pela regra da mão direita c) intensidade: B = µ 2 . i R Para N voltas, B = N . µ 2 . i R 7 6 Teste seu vestibular... 1. Sáo dadas três barras de metal aparentemente idênticas: AB, CD e EF. Sabe-se que podem estar ou não imantatadas, formando, então, ímãs retos. Verifica- se, experimentalmente, que: - a extremidade A atrai as extremidades C e D; - a extremidade B atrai as extremidades C e D; - a extremidade A atrai a extremidade E e repele a F. Pode-se concluir que: a)( ) a barra AB não está imantada. b)( ) a barra CD está imantada. c)( ) A extremidade E repele as extremidades A e B. d)( ) a extremidade E atrai as extremidades C e D. e)( ) a extremidade F atrai a extremidade C e repele a extremidade D. 2. Nos pontos internos de um longo solenóide percorrido por corrente elétrica contínua, as linhas de indução do campo magnético são: a)( ) radiais com origem no eixo do solenóide. b)( ) circunferências concêntricas. c)( ) retas paralelas ao eixo do solenóidee. d)( ) hélices cilíndricas. e)( ) não há linhas de indução, pois o campo magnético é nulo no interior do solenóide. 3. Um solenóide de 5cm de comprimento apresenta 20 mil espiras por metro. Sendo percorrido por uma corrente de 3 A, qual é a intensidade do vetor indução magnética em seu interior? (dado: µ = 4 π . 10-7T . m/A) a)( ) 0,48T d)( ) 3,0 . 10-12T b)( ) 4,8 . 10-3T e)( ) n.d.a c)( ) 2,4 . 10-2T 6. Um pedaço de ferro é posto nas proximidades de um ímã, conforme a figura ao lado. Qual é a única afirmação correta relativa à situação em apreço? a)( ) É o ímã que atrai o ferro. b)( ) É o ferro que atrai o ímã. c)( ) A atração do ferro pelo ímã é mais intensa que a atração do ímã pelo ferro. d)( ) A atração do ímã pelo ferro é mais intensa do que a atração do ferro pelo ímã. e)( ) A atração do ferro pelo ímã é igual a atração do ímã pelo ferro. 7. Quando um ímã em forma de barra é partido ao meio observa-se que: a)( ) separamos o pólo Norte do pólo Sul. b)( ) obtemos ímãs unipolares. c)( ) damos origem a dois novos ímãs. d)( ) os corpos não mais possuem a propriedade magnética. e)( ) n.d.a. a)( ) c)( ) e)( ) b)( ) d)( ) 5. Considerando o elétron, em um átomo de hidrogênio, como sendo uma massa puntual, girando no plano da folha em uma órbita circular, como mostra a figura, o vetor campo magnético criado no centro do círculo por esse elétron é representado por: GREF - Eletricidade/eletro4.pdf leituras de física GREF versão preliminar ELETROMAGNETISMO para ler, fazer e pensar 20. Usinas geradoras de eletricidade 21. Dínamo de bicicleta 22.Transformadores no circuito 23. A corrente elétrica vista por dentro 24. Fumaça, cheiros e campos 25. Exercícios 26. Pilhas e baterias 27. Força e campo elétrico 28. A interação elétrica e seu papel 29. Exercícios 20 a 29 Leituras de Física é uma publicação do GREF - Grupo de Reelaboração do Ensino de Física Instituto de Física da USP EQUIPE DE ELABORAÇÃO DAS LEITURAS DE FÍSICA Anna Cecília Copelli Carlos Toscano Dorival Rodrigues Teixeira Isilda Sampaio Silva Jairo Alves Pereira João Martins Luís Carlos de Menezes (coordenador) Luís Paulo de Carvalho Piassi Suely Baldin Pelaes Wilton da Silva Dias Yassuko Hosoume (coordenadora) ILUSTRAÇÕES: Fernando Chuí de Menezes Mário Kano GREF - Instituto de Física da USP rua do Matão, travessa R, 187 Edifício Principal, Ala 2, sala 305 05508-900 São Paulo - SP fone: (011) 818-7011 fax:(011) 818-7057 financiamento e apoio: Convênio USP/MEC-FNDE Sub-programa de educação para as Ciências (CAPES-MEC) FAPESP / MEC - Programa Pró-Ciência Secretaria da Educação do Estado de São Paulo - CENP A reprodução deste material é permitida, desde que observadas as seguintes condições: 1. Esta página deve estar presente em todas as cópias impressas ou eletrônicas. 2. Nenhuma alteração, exclusão ou acréscimo de qualquer espécie podem ser efetuados no material. 3. As cópias impressas ou eletrônicas não podem ser utilizadas com fins comerciais de qualquer espécie. junho de 1998 7 7 20 Usinas geradoras de eletricidade Vamos conhecer os processos pelos quais diferentes formas de energia podem ser transformadas em energia elétrica Acende-apaga; liga-desliga; .. . Quantas fontes de energia elétrica você já utilizou hoje? 7 8 20 A produção de energia elétrica Todos os aparelhos capazes de transformar alguma energia em energia elétrica são classificados como fontes de energia elétrica. As turbinas podem também ser movimentadas por vapor d'água a alta pressão. Nesse caso, as usinas são termoelétricas ou nucleares. Nas termoelétricas, o vapor d'água, é obtido através do aquecimento de água em caldeiras, pela queima de carvão, óleo, derivados de petróleo. Já nas usinas nucleares, o vapor dágua é obtido através da fissão do urânio. Além dos geradores de eletricidade das usinas, temos também os alternadores e os dinámos de automóveis que têm o mesmo princípio de funcionamento. A diferença se dá na maneira como é obtida a rotação do eixo do gerador: através da explosão do combustível no cilindro do motor. A maior parte da energia elétrica utilizada no Brasil provém de usinas hidroelétricas. Nessas usinas a água é represada por meio de barragens, que têm a finalidade de proporcionar um desnível de água capaz de movimentar enormes turbinas. As turbinas são formadas por conjuntos de pás ligadas ao eixo do gerador de eletricidade, que é posto a girar com a passagem da água. Outra forma de utilização de energia elétrica é através do processo de separação de cargas. Um exemplo bastante típico desses geradores é a pilha e também nas baterias comumente utilizadas em rádios, brinquedos, lanternas, relógios, etc. Nesses sistemas uma reação química faz com que cargas elétricas sejam concentradas em certas regiões chamadas pólos. Assim obtém-se os pólos positivos (onde se concentram íons com falta de elétrons) e os pólos negativos (onde os íons tem elétrons em excesso). Através desses pólos, tem-se a tensão elétrica que permite o estabelecimento da corrente elétrica quando um circuito ligado a eles é fechado. Além da reação química, existem outras formas de se promover a separação de cargas. Nas portas automáticas e sistemas de segurança, a separação de cargas é produzida pela incidência de luz sobre material fotossensível. O resultado é a corrente elétrica num circuito. 7 9 Nas máquinas fotográficas totalmente automáticas, uma célula fotossensível regula a abertura do diafragma e o tempo de exposição ao filme. Em outras máquinas não automáticas, o medidor de luminosidade é um aparelho chamado fotômetro. A luz incidente na célula que tem duas camadas de material condutor separados por uma película de selênio ou cádmio cria uma tensão proporcional à intensidade de luz e a corrente obtida muda a posição do ponteiro do galvanômetro. Através da diferença de temperatura também se pode provocar a separação de cargas em alguns materiais. Esse efeito é utilizado para medir a temperatura nos automóveis quando as extremidades de dois metais diferentes entram em contato e são submetidas a distintas temperaturas: um ligado ao motor outro a carcaça. É possível, também, produzir separação de cargas por meio do atrito entre certas espécies de materiais, Esse processo de separação de cargas pode ser observado em muitas situações do cotidiano. Os raios que aparecem durante as tempestades são grandes movimentos de cargas elétricas da Terra para as nuvens ou das nuvens para a Terra. Essas grandes quantidades de cargas nas nuvens são produzidas por atrito das gotículas de água com o ar. Já no acendedor de fogão sem fio a separação de cargas ocorre ao pressionarmos um cristal. Este é denominado efeito piezoelétrico que também está presente no funcionamento de alguns tipos de agulhas de toca-discos e de microfones de cristal. Enquanto a correia é movimentada pelo motor elétrico um pente metálico ligado a uma fonte de alta tensão transfere cargas elétricas para ela. Estas são transportadas até o interior da esfera metálica e transferidas para ela através de um contato metálico. Assim, as cargas elétricas vão sendo acumuladas em sua superfície externa, atingindo milhares de volts. Quando esvaziamos um saco plástico contendo arroz é muito comum acontecer de alguns grãos permanecerem grudados na parte interna do saco, mesmo quando este é totalmente virado para baixo e chacoalhado. Isto acontece porque esses grãos ao serem atritados com o plástico, durante o esvaziamento, ficam eletrizados e por isso são atraídos. A separação de cargas por atrito é bastante fácil de ser efetuada. Basta, por exemplo, esfregar um objeto plástico, tal como uma régua ou uma caneta esferográfica, em papel ou numa blusa de lã. Quando aproximamos a região atritada a pequenos pedaços de papel, aos pêlos do braço ou cabelos, notamos que eles se atraem. Em muitos laborátórios didáticos de demonstração é comum encontrarmos um aparelho que separa cargas elétricas por atrito com grande eficiência: o gerador de Van de Graaff. 8 0 exercitando ... 1. Quais as fontes de energia que você conhece? No Brasil, qual é a mais utilizada? Por que? Rapidinhas 1. A maior usina hidroelétrica do mundo está no Brasil, localizada no rio Paraná. Tem 18 turbinas que em operação são capazes de gerar 13.320.000.000 Watt de energia elétrica. Sua construção teve como consequência a inundação de uma área enorme para acúmulo de água, o que torna muito discutível a construção de grandes usinas e o impacto ambiental provocado. 2. A construção das usinas nucleares utilizadas para geração de energia elétrica, foi uma maneira de manter em atividade a indústria dos artefatos nucleares. A entrada do Brasil na chamada era nuclear, comprando usinas de uma empresa americana - a Westinghouse - foi muito polêmica, uma vez que sua necessidade para o país era questionada. Localizada em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, sua construção teve início em 1972 e começou a operar somente em 1985. Tendo como característica o fato de interromper o seu funcionamento - 30 vezes somente nos primeiros 6 anos - é conhecida como "vaga-lume". 3. Até o acidente na usina de Chernobyl na Ucrânia em 1986,era voz corrente que uma usina nuclear jamais podia explodir: "As chances de fusão de um núcleo são de uma a cada 10.000 anos. As usinas são dotadas de controle seguros e confiáveis, protegidos de qualquer colapso por três sistemas de segurança diferentes e independentes...". Entretando, o impossível acontece! Com a explosão que arrancou o teto do reator de 700 toneladas, uma bola de fogo lançou no ar, a mais de 1000 metros de altura, uma mistura de elementos radiativos. Estima-se que entre 7 e 10.000 o número de mortos e 160.000 km2 de área contaminada. Atrite uma caneta 'bic' junto a um pedaço de plástico e depois aproxime-a de pedacinhos de folha de papel. 2. Alguns tipos de acendedores de fogão não utilizam diretamente a energia elétrica da tomada e tampouco a de uma bateria comum. No entanto, tais acendedores produzem uma faísca quando pressionados por uma espécie de gatilho preso a uma mola. Discuta que transformações de energia ocorrem nesse dispositivo. 3. Os dínamo e os alternadores podem ser classificados como fontes de energia elétrica. Quais as formas de energia transformadas em energia elétrica nesses aparelhos? PARA FAZER E PENSAR O que ocorreu com a caneta após ela ter sido atritada? Esse processo é semelhante a qual dos discutidos nas páginas 78 e 79? 8 1 21 Dínamo de bicicleta A Física do dínamo de bicicleta será ilustrativa para entender o gerador de usina hidrelétrica Quando ouvimos falar em geradores de eletricidade, pensamos logo nas usinas, suas barragens; mas o dínamo de bicicleta é também um gerador que representa uma das duas maneiras conhecidas de se obter energia elétrica. Uma pista para se saber como isso é obtido está presente na ilustração. Qual é ela? 8 2 21 Dínamo de bibicleta Os geradores das usinas e os dínamos de bicicleta são construídos de formas semelhante e têm o mesmo princípio de funcionamento. Em ambos, há produção de energia elétrica a partir da energia mecânica de rotação de um eixo. A partir da atividade que vem logo a seguir vamos começar a desvendar esse mistério. Dínamo de Bicicleta: o gerador arroz com feijão Para fazer esta atividade você vai precisar tomar duas provedências: 1. trazer ou ajudar seu professor a obter um dínamo desse tipo; 2. além dele será necessário uma bússola. Com eles você vai estar pronto para fazer a primeira parte. Parte 1 a. aproxime a bússola do dínamo parado e verifique o que acontece com ela. b. repita girando devagar com a mão o eixo do dínamo. O que é possivel dizer sobre o que há lá dentro? Parte 2 Para verificar se ele de fato é um gerador de eletricidade conecte nos seus terminais um led(diodo fotoemissor).Gire o seu eixo e observe o que ocorre com o led. Gire para o lado oposto.E agora? Parte 3 a. desparafuse a porca que fixa o eixo e retire-o com cuidado. Do que ele é feito? Torne a aproximar dele a bússola. b. observe a parte do dímano que fica em volta da carcaça na parte interna. Do que ela é feita? 8 3 . Mas issso não é tudo, porque apenas a presença do ímã no interior do dínamo não é suficiente para acender a lâmpada. Isso pode ser compreendido usando-se o princípio da conservação da energia. Quando a lâmpada está acesa, ela irradia continuamente energia luminosa e térmica para o meio. Se o acendimento da lâmpada pudesse ser causado apenas pela presença do ímã em repouso, isso significa que a energia estaria "saindo" do interior desse ímã, o que sugere que ele deveria "gastar- se" depois de um certo tempo. Entretanto, ímãs não se "gastam", ao contrário das baterias. É aí que entra o arroz e feijão! Alguém tem que pedalar a bicileta para acender o farol ou girar o eixo do dínamo para acender o led. De acordo com o princípio da conservação de energia, o fluxo contínuo de energia luminosa e térmica para fora do sistema não pode ser causado por algo que não muda ao longo do tempo. Em outras palavras, não há como o ímã parado possa "bombear" energia, continuamente, para a lâmpada. Para que isso ocorra é preciso fornecer energia e isto é feito através do movimento. Para facilitar a dicussão do fenômeno físico da geração de corrente elétrica pelo dínamo de bicicleta, vamos representá-lo esquematicamente por um ímã colocado entre duas espiras. O campo magnético de um ímã parado varia de ponto para ponto do espaço, mas em cada um desses pontos ele permanece constante no tempo. Quando o ímã gira, como acontece com a parte móvel do dínamo de bicicleta o campo magnético varia no espaço ao redor dele. Essa variação gera o campo elétrico produzindo uma corrente elétrica que é percebida com o acendimento da lâmpada O funcionamento do dínamo ilustra um caso particular de uma das quatro leis gerais do Eletromagnetismo: a lei de Faraday, segundo a qual uma corrente elétrica é gerada num circuito fechado sempre que houver uma variação de um campo magnético nessa região. Esse processo de geração de corrente pode ser representado pelo seguinte encadeamento de efeitos: c a m p o m a g n é t i c o v a r i á v e l Þ A corrente elétrica que surge também é chamada de corrente induzida. c o r r e n t e elétrica no c i r c u i t o f e c h a d o Quando o dínamo está em contato com a roda, o seu movimento de rotação é transferido para o eixo do dínamo pelo contato com o pneu. Como o ímã é fixado ao eixo, ele fica girando entre as bobinas. O fato da lâmpada do farol acender está associado a esse movimento. No dínamo não há contato físico entre o ímã e as bobinas. Entretanto, elas se enfluenciam mutuamente. Como diz Paulinho da Viola, é preciso lembrar que "a vida não é só isso que se vê, é um pouco mais, que os olhos não conseguem perceber...". Neste caso, esse algo mais, invisível, mas real, é o campo magnético, no qual as bobinas estão imersas. Deste modo, por meio do campo magnético as partes fixa e móvel do dínamo podem se "comunicar". 8 4 1. Nos geradores em que o rotor é um eletroímã localizado internamente a um estator constituído por bobinas, para manter o movimento de rotação é necessário um torque externo, além daquele realizado contra as forças de atrito. Discuta a necessidade desse torque externo na manutenção do movimento do rotor, partindo do princípio de que na ausência de torques externos a quantidade de movimento angular (momento angular) se mantém constante. 2. Analise as situações descritas abaixo, e verifique se há ou não produção de campo magnético variável na região próxima a- Um fio com corrente alternada e parado em relação ao chão. b - Um fio com corrente contínua e parado em relação ao chão. c - Uma bobina com corrente contínua e parada em relação ao chão. d - Uma bobina com corrente contínua se deslocando com velocidade v em relação ao chão. e - Um ímã se deslocando com velocidade v em relação ao chão. f - Um ímã girando com velocidade angular ωωωωω. exercitando ... O ato de empurrar um ímã na direção da espira corresponde à "causa" responsável pela origem da corrente induzida na espira. De acordo com a lei de Lenz, o campo magnético da corrrente induzida deve se opor à aproximação do ímã, ou seja, o ímã deve ser repelido. Assim, na situação indicada para que ocorra repulsão ao ímã, a face da espira voltada para ele deve corresponder ao "polo" sul. Para isso ser possivel, a corrente induzida deve ter o sentido indicado na figura (b). Se afastarmos o ímã da espira, a corrente induzida deve também opor-se a essa separação. Para tanto, dará origem a um "polo" norte na face da espira voltada para o ímã como indica a figura (c). A aproximação ou o afastamento do ímã em relação à espira encontra uma certa resistência que precisa ser vencida. Isso significa que é necessário a realização de um trabalho por um agente externo. Esse comportamento, está de acordo com o princípio da conservação da energia, já estudado anteriormente. LEI DE LENZ Faraday descobriu que uma corrente elétrica é gerada num circuito elétrico fechado, colocado numa região onde haja um campo magnético variável. Este fenômeno recebeu o nome de indução eletromagnética, e a corrente que surge é chamada de corrente induzida. Um outro trabalho foi realizado para saber o conhecimento do sentido desta corrente induzida, que não é qualquer. Ele tem relação com a causa que lhe deu origem. É isso que nos informa a chamada lei de Lenz: "O sentido da corrente induzida é tal que, o campo magnético criado por ela, se opõe à causa que lhe deu origem". Para entendermos o significado dessa nova lei observe a situação mostrada na figura (a). (b) (c) 8 5 22 Transformadores no circuito Entre a usina e os centros consumidores de energia elétrica há um enorme circuito. Suas características, você vai estudar agora. Por que é necessário elevar ou baixar a tensão elétrica e como isso pode ser feito? Entre a usina hidrelétrica e a nossa residência existem muitos transformadores, uma vez que a tensão de saída dos geradores é da ordem de 10.000V, nos fios de alta tensão é de 700.000V e a de consumo doméstico encontra-se na faixa de 110/220V. A tensão no consumo comercial/industrial varia de 110/220V até 550V, enquanto que no consumo em transporte (trens elétricos, metrô) varia de 600V a 3.000V. 8 6 22 Transformadores Ligar um aparelho à tomada significa fazer com que ele se torne parte de um circuito muito maior, que pode ter centenas de quilômetros de extensão. Se acompanharmos os fios que chegam a uma tomada podemos verificar que eles estão ligados à rede elétrica de nossa casa. Essa rede, por sua vez, está ligada aos fios que vêm do poste, através da caixa de distribuição. Esses fios, antes de chegar às residências, "passam" por sucessivos aparelhos, denominados transformadores, localizados em pontos estratégicos ao longo da rede elétrica. Os fios da rua são distribuídos a partir de uma subestação rebaixadora de tensão, que está ligada por cabos de alta tensão a outra subestação, localizada ao lado da usina geradora de energia elétrica. A função desta subestação é elevar a tensão gerada na usina para ser transportada por longas distâncias. Como a potência é proporcional à tensão e à corrente ( P = U.i ), podemos obter a mesma quantidade de energia A transmissão da energia elétrica das usinas até os pontos de consumo é efetuada através de fios condutores e por isso parte dela é dissipada na forma de calor. De acordo com a lei de Joule-Lenz (P = R.i2 ), essa perda é proporcional ao quadrado da corrente. Dessa forma, para reduzi-la é conveniente diminuirmos a intensidade da corrente. transmitida na unidade de tempo através de uma corrente menor, se aumentarmos a tensão. É o transformador que realiza tais alterações. Por isso ele está presente nas duas subestações, ora para elevar, ora para baixar a tensão. Também está presente em alguns postes onde a tensão é novamente rebaixada ou elevada para ser colocada em condições de uso. subestação elevadora de tensão fábrica subestação rebaixadora de tensão transformador rebaixador de tensão linhas de alta tensão usina hidroelétrica 8 7 Os transformadores rebaixadores de tensão têm maior número de voltas de fio no enrolamento primário que no secundário. Em geral, nesse tipo de transformador os fios utilizados no enrolamento secundário são mais grossos. Nos transformadores da subestação elevadora de tensão, o enrolamento primário tem menor número de voltas de fio que o enrolamento secundário, podendo, em muitos casos, este enrolamento ser constituído por fios mais finos. Basicamente o transformador é constituído de fios enrolados em um núcleo de ferro. São dois enrolamentos independentes: o enrolamento primário, ligado à fonte e o enrolamento secundário, onde se obtém a tensão desejada. Os dois enrolamentos podem estar: um sobre o outro isolados eletricamente e com o núcleo de ferro comum a ambos; ou podem estar separados, ou seja, o enrolamento primário numa parte do núcleo e o secundário em outra parte. Sendo U P e U S as tensões nos terminais dos fios nos enrolamentos primário e secundário e N P e N S o número de voltas de fio em cada um desses enrolamentos, vale a seguinte relação para o transformador: Todos esses fatores podem provocar o aquecimento. É por isso que aparelhos de som e v i d e o c a s s e t e s esquentam "durante" o funcionamento, e o seu gabinete possui orifícios para ventilação junto ao transformador. U p /U s = N p /N s U P /U S = i S /i P A queda de potência ou energia, da ordem de 2%, deve- se aos seguintes fatores: - aquecimento dos enrolamentos (de acordo com a lei de Joule-Lenz); - correntes induzidas no núcleo de ferro do transformador, que criam um campo magnético contrário àquele criado pela corrente no enrolamento primário. Tais correntes induzidas são também conhecidas por correntes de Foucault. - processo de magnetização que ocorre no núcleo de ferro do transformador (pelo fato da corrente, que cria o campo, magnético, ser alternada, há um ciclo de magnetização do núcleo, que acompanha as variações da intensidade e de sentido da corrente). Por esse motivo, o núcleo de ferro é laminado, separado com material isolante. Balanço energético no transformador O rendimento nos transformadores é em torno de 98%, o que significa que a potência elétrica no enrolamento primário é praticamente igual à do enrolamento secundário, ou seja, U P i P (enrolamento primário) = U S i S (enrolamento secundário) ou 8 8 exercitando ... 1. Um transformador é constituído por dois enrolamentos de fios de cobre, um de 200 e outro de 1 200 espiras. Esses solenóides envolvem uma mesma barra de ferro. a) Se a tensão no enrolamento (primário) de 200 espiras for de 12 volts, que tensão obtemos no outro enrolamento (secundário)? b) Qual a função do núcleo de ferro? c) É possível esse transformador funcionar se a tensão de 12 volts for de uma bateria (corrente contínua)? Por quê? 2. Um transformador tem 200 espiras no primário, recebendo uma tensão de 110V. Quantas espiras deve ter no secundário, para que a tensão de saída seja 220V? 3. Qual a tensão retirada da saída de um transformador, sabendo que a tensão de entrada é de 220V e a razão entre o número de espiras do secundário e o número de espiras do primário é 1/20? O transformador funcionou como elevador ou como rebaixador de tensão? 4. Explique porque o núcleo de ferro do transformador é laminado. 5. Um transformador está sendo usado para baixar a tensão de 120V para 9V. Sabendo-se que o número de espiras do primário é 240 voltas e que a potência no circuito secundário é 6W e considerando que a perda de energia é desprezível, responda: a. qual o número de espiras do secundário; b. qual a corrente elétrica no secundário; c. qual a corrente elétrica no primário. O transformador é um aparelho consumidor de energia elétrica quando considerado do lado do enrolamento primário e, também, fonte ou gerador de energia elétrica do lado do enrolamento secundário. Uma aplicação da lei de Faraday. A indução eletromagnética nos transformadores. Segundo a lei de Faraday, quando numa região do espaço ocorre uma variação do campo magnético, é induzido nessa região um campo elétrico. Os aparelhos elétricos são construídos para funcionarem com deternminadas tensões. Quando a tensão de funcionamento dos aparelhos não coincidir com a tensão da fonte é necessário intercalar entre os dois um transformador para adequar essas tensões. Saiba um pouco mais sobre o transformador Quando o enrolamento primário é ligado a um circuito de corrente alternada, esta corrente cria um campo magnético proporcional a ela própria e ao número de voltas do enrolamento. Como a corrente é alternada, o campo magnético criado por ela é também variável com o tempo e, consequentemente, aparece um fluxo da variação deste campo na região onde se encontra o enrolamento secundário. Este fluxo de variação do campo magnético do primário, induz um campo elétrico no enrolamento secundário, de tal forma que, quanto maior for o fluxo dessa variação, maior a intensidade do campo elétrico induzido em cada espira. A tensão que resulta nos terminais do enrolamento secundário é proporacional ao campo elétrico induzido e ao número de voltas do enrolamento. 8 9 23 A corrente elétrica vista por dentro Como é imaginado um metal com e sem corrente elétrica, você vai saber agora com a ajuda de um modelo físico. Se não for só para apertar botão, está na hora de responder algumas questões: O que significa ligar um aparelho elétrico? Por que existe corrente em um aparelho ligado? No que consiste a corrente elétrica? 9 0 23 A corrente elétrica nos metais vista por dentro As questões indicadas na página anterior somente podem ser respondidas considerando-se o que acontece no interior do fio quando se estabelece nele uma corrente elétrica. Assim, será necessário conhecer um modelo teórico que explica o que ocorre microscópicamente em um fio sem corrente elétrica, e depois, com corrente elétrica. Antes, poderíamos perguntar: o que é um modelo ? Um modelo é um conjunto de hipóteses que buscam explicar um fenômeno. É também imaginação e estética. Nesse caso, o modelo para a corrente elétrica utiliza a teoria atômica da matéria. Hoje em dia, acreditamos que toda matéria seja constituída de corpúsculos extremamente minúsculos denominados ÁTOMOS. Os átomos são muito pequenos. Se um átomo fosse deste tamanho de um ponto, a bolinha da ponta de uma caneta teria 10km de diâmetro. Para se ter uma ideía do tamanho desses tijolinhos que forma os materiais, uma bolinha de ponta de caneta deve conter ... 1 000 000 000 000 000 000 000 de átomos. A figura a seguir é uma representação esquemática do átomo. Note que eles são formados de partículas ainda menores: os prótons e os neutrons que formam o núcleo e os elétrons que giram em torno dele. Em um átomo neutro, os números de prótons e elétrons são iguais. Como é imaginado o metal internamente? Um fio de metal é um conjunto muito grande de átomos ligados uns aos outros mas que guardam uma certa distância entre si. Esta organização forma uma estrutura tridimensional bastante regular que pode mudar de um metal para outro e chamada de rede cristalina. À temperatura ambiente tanto os elétrons quanto os núcleos atômicos estão em movimento cuja origem é térmica. Enquanto os núcleos vibram juntamente com os elétrons presos a ele, os elétons que se desprenderam realizam um tipo de movimento que é aleatório pelo interior da rede cristalina. Além disso, no interior do metal, cada átomo perde um ou dois elétrons que ficam vagando pelos espaços vazios no interior do metal (sendo por isso chamados de elétrons livres, enquanto a maioria dos elétrons está presa nas vizinhanças dos núcleos. modelo, eu? 9 1 O que muda no metal quando há corrente elétrica? Aparentemente nada, que possa ser visto a olho nú! Mas.. e internamente? Um aparelho elétrico só entra em funcionamento se for ligado a uma fonte de energia elétrica que pode ser uma usina, uma pilha ou bateria. Nessa situação há transformação de energia elétrica em outras formas de energia e o que possibilita tal transformação é a existência de corrente elétrica. Internamente, a energia da fonte é utilizada para acelerar os elétrons livres no interior da rede cristalina, através de uma força de natureza elétrica. Essa força provoca um movimento adicional ao já existente em cada elétron livre do metal. O resultado desse processo é uma superposição de dois movimentos: o de origem térmica que já existia e continua e o movimento adicional provocado pela fonte de energia elétrica. É esse movimento adicional que consiste o que se entende por corrente elétrica. A velocidade de cada elétron livre associada a cada um desses dois movimentos tem valor completamente diferente: enquanto a velocidade devido ao movimento térmico é da ordem de 100.000 m/s, a velocidade devido ao movimento adicional é aproximadamente 1,0 mm/s. Qual o significado da intensidade da corrente elétrica nesse modelo? Vamos imaginar que quiséssemos medir uma "corrente" de carros em uma estrada. Uma corrente de 100 carros por minuto indicaria que a cada minuto 100 carros passam pela faixa. Se contarmos durante o tempo de 5 minutos a passagem de 600 carros e quisermos saber quantos passa, em média,em um minuto faríamos: corrente = 600 carros/ 5 minutos = 120 carros/minuto Assim poderíamos escrever a fórmula da intensidade de corrente da seguinte maneira: corrente = no de carros/tempo Para uma corrente de elétrons num fio metálico, poderíamos escrever algo semelhante: corrente elétrica = no de elétrons/tempo No entanto, o que nos interessa é a quantidade de carga que passa e não o número de elétrons. Desse modo, a intensidade de corrente pode ser calculada pela expressão: i = N.e onde : N é o número de elétrons t e a carga elétrica do elétron t é o tempo transcorrido Quando a carga é medida em Coulombs e o tempo medido em segundos a corrente é medida em ampère (A) 9 2 exercícios... 1. Do que são formados os átomos? 2. Do que é constituido e como está organizado o metal? 3. Por que alguns elétrons recebem a denominação de elétrons livres? 4. Que alterações ocorrem internamente num fio metálico com corrente elétrica? 5. O que se entende por movimento térmico aplicado aos componentes de um fio metálico? 6. A figura a seguir representa os componentes microscópicos de um fio metálico. Indique o nome dos componente indicados com as letras X e Y. 7. Sabendo que 1 200 elétrons atravessam por segundo a secção reta de um condutor e que a carga elementar tem intensidade e = 1,6 . 10-19C, calcule a intensidade da corrente elétrica nesse condutor. 8. No circuito elétrico, existe uma correte de 1A.Quantos elétrons atravessam uma seção transversal deste fio metálico por segundo? Um pouco mais sobre a corrente Já na tomada, a corrente é alternada. Isso significa que ora a corrente tem um sentido ora tem outro, oposto ao primeiro. Isso ocorre porque a força que impulsiona os elétrons livres inverte constantemente de sentido. Quando um aparelho é ligado a uma pilha ou bateria a corrente elétrica se mantém constantemente em um mesmo sentido. Isso quer dizer que a força que impulsiona os elétrons é sempre no mesmo sentido. 9. A instalação elétrica de um chuveiro, cuja inscrição na chapinha é 220V - 2800/4400W, feita com fio de cobre de bitola 12, estabelece uma corrente elétrica de aproximadamente 12A, quando a chave está ligada na posição "verão". Na posição "inverno" a corrente é de aproximadamente 20A. Calcule o número de elétrons que atravessa, em média, uma seção transversal do fio em um segundo, para a chave nas posições "verão" e ïnverno", sabendo-se que a carga de um elétron é, em módulo igual a 1,6.10-19 C. 10.Explique a diferença no filamento das lâmpadas com tensões nominais 110V e 220V, porém com mesmas potências, usando o modelo de corrente. 11. Determine a intensidade da corrente elétrica num fio condutor, sabendo que em 5 segundos uma carga de 60 C atavessa uma secção reta desse fio. 12.Explique a diferença entre corrente contínua e corrente alternada levando em conta a força elétrica sobre os elétrons livres. y 9 3 24 Nessa aula você vai entender como se explica o surgimento da corrente elétrica Fumaça, cheiros e campos No campo de futebol, se joga..., bem você sabe. Já numa quadra poliesportiva se pode jogar: basquete, volei, futebol de salão, ... , desde que se conheça as regras. E nos campos da Física, que jogos podem ser jogados? E com que regras? 9 4 24 Fumaça , cheiros e campos Há uma frase bastante conhecida que diz: "onde há fumaça, há fogo" que serve para dizer muitas coisas. Uma delas, é que a gente pode identificar a existência de algo queimando mesmo que não vejamos. Por que podemos dizer isso? Algo queimando sempre provoca a produção de gases que se misturam com o ar e estes podem ser detectados pelo olfato ainda que não esteja visível a chama. De forma semelhante podemos perceber o odor de um perfume, ainda que não possamos vê-lo. De um frasco de perfume aberto, emanam moléculas que, por estarem em movimento, misturam-se com o ar próximo, criando uma espécie de "campo de cheiro" em todos os pontos desse ambiente. Até que ocorresse toda a evaporação do perfume, esse ambiente ficaria com essa carcterística: além das moléculas do ar, estariam presentes as moléculas da substância desse perfume e qualquer nariz poderia detectar a sua existência, mesmo que não fosse póssível ver o frasco. Mas a essa altura, poderia-se perguntar: onde vai nos levar isso tudo? Essa conversa introdutória é para chamar a atenção de algumas carcterísticas comuns a um conceito muito importante na física: o de campo. O conceito físico de campo caracteriza a propriedade que a matéria tem de influenciar o espaço que fica ao redor dela, dando- lhe uma carcterística que ele não tinha antes. Nesse sentido é que o "campo de cheiro" do perfume é análogo ao conceito físico de campo. É desse modo que se entende hoje a atração gravitacional: a Terra, como qualquer corpo com massa, é concebida como se tivesse em torno de si uma 'aura', isto é, como uma extenção não material, que preenche todo o espaço ao redor. Um aspecto muito importante do conceito físico de campo é que ele não é separável da matéria que o origina. Assim, o campo gravitacional da Terra é tão inseparável dela como o campo magnético de um ímã é inseparável dele. Desse modo, se a matéria se move, o seu campo também se move, acompanhando a matéria. Assim, qualquer outra massa "imersa" no campo gravitacional da Terra é atraída por ela, através da força peso. Assim, podemos entender que o peso é a evidência mais comum da ação do campo gravitacional. 9 5 Uma outra propriedade interessante do conceito de campo é de que ele age também no interior dos objetos. Quando plantamos "bananeira" por exemplo, é o campo gravitacional que faz o sangue descer para nossa cabeça. Uma outra característica importante do conceito físico de campo é que ele tem um valor que varia com a distância em relação à matéria que o produz. O campo gravitacional da Terra, por exemplo, é capaz de "prender" a Lua ao nosso planeta, o que significa que ele se estende por grandes distâncias. Aqui na superfície da Terra, onde nos encontramos ele vale 9,8 N/kg, mas lá na superfície da Lua seu valor é aproximadamente 0,0027 N/kg. Próxima à superficie da Terra ou sobre ela, onde nos encontramos, o campo gravitacional da Terra é praticamente constante. Assim podemos afirmar que no interior da sala de aula, o campo gravitacional é uniforme e pode ser representado conforme ilustra o tom cinza da figura. Nessa situação podemos perceber que o campo gerado pela Terra existe independente de haver alunos na classe e, além disso, seu valor é o mesmo para todos os pontos. Essa discussão acerca das propriedades do campo gravitacional vai ser útil para entendermos mais sobre o que ocorre no interior do fio quando há corrente elétrica. Já sabemos que os elétrons livres ficam sujeitos a um movimento adicional, provocado pela ação de uma força elétrica sobre eles. Essa força também é devida a existência de um campo criado pela fonte de energia elétrica: é o campo elétrico! Assim, quando um circuito elétrico está fechado e é conectado a uma fonte como pilha, bateria, ou usina, dentro do fio é estabelecido um campo elétrico. Do mesmo modo que o campo gravitacional age sobre uma massa, o campo elétrico produzido pela fonte agirá sobre todas as partículas eletricamente carregadas, presentes no fio, causando uma força elétrica sobre elas. Em particular ele agirá sobre os elétrons livres e, por isso, eles adquirirão um movimento adicional ao já existente que é o de agitação térmica. 9 6 As pilhas e as baterias geram campo elétricos que não variam com o tempo, o que produz uma corrente elétrica contínua. Já o gerador das usinas gera campo elétrico que se altera e, por isso, a corrente é variável. Podemos representar essa variação através da figura ao lado. Como essa variação se repete ao longo do tempo, tanto o campo elétrico gerado pela usina como a corrente elétrica no circuito recebem a denominação de alternado(a). Em nossa residência, a repetição dessa variação ocorre 60 vezes por segundo. Por isso é que aparece nas 'chapinhas' dos aparelhos o valor 60Hz. A corrente elétrica nos aparelhos ligados à tomada ou diretamente à rede elétrica é do tipo alternada, ou seja, variam com tempo. Assim, os valores indicados nesses aparelhos pelo fabricante, não indicam o valor real mas aquele que os aparelhos necessitariam caso funcionassem com uma fonte que produz corrente contínua. Para se ter uma idéia, se num chuveiro a corrente elétrica é 20A, esse valor se refere à corrente se a fonte produzisse corrente contínua. Na rede elétrica, entretanto, seu valor varia de +28A até -28A, sendo que os sinais + e - indicam sua alteração no sentido. exercitando... 1. Como a física entende o conceito de campo? 2. Na representação do campo gravitacional da Terra pela cor cinza, explique por que no ponto A o valor do campo é maior que em B? 3. Explique como surge a corrente elétrica em um fio metálico usando os conceitos: elétron livre, força elétrica e campo elétrico. 4. O que diferencia a corrente produzida pela pilha de uma usina? 5. Por que a corrente elétrica em um aparelho ligado à tomada é denominado de corrente alternada? 6. Alguns aparelhos trazem a seguinte informação do fabricante: 50-60Hz. O que significa tal informação? 7. Um ferro elétrico tem uma potência de 1000W e funciona ligado à tensão de 110V. a. calcule o valor da corrente elétrica no circuito quando em funcionamento. b. qual o significado do valor encontrado? Contínua e alternada . A . B 9 7 25 Exercícios: geradores e outros dipositivos (1a parte) EXEXEXEXEXEXERCÍCIOS Chegou a hora de fazer uma revisão de tudo o que estudamos até agora sobre geradores de energia elétrica. ( Lei de Faraday e de Lenz, modelo de corrente elétrica) 9 8 25 Exercícios: Lei de Faraday e de Lenz, modelo de corrente elétrica 2. A figura deste exercício mostra uma espira condutora CDFG, colocada sobre uma mesa horizontal. Um ímã é afastado verticalmente da espira da maneira indicada na figura. a) O campo magnético estabelecido pelo ímã em pontos do interior da espira está dirigido para baixo ou para cima? b) As linhas de campo criadas pelo ímã, que atravessam a espira estão aumentando ou diminuindo? c) Então, o campo magnético que a corrente induzida cria no interior da espira deve estar dirigido para baixo ou para cima? d) Usando a lei de Lenz determine o sentido da corrente induzida na espira. 5.Um transformador foi construído com um primário constituído por uma bobina de 400 espiras e um secundário com 2 000 espiras. Aplica-se ao primário uma voltagem alternada de 120 volts. a) Qual a voltagem que será obtida no secundário? b) Suponha que este transformador esteja sendo usado para alimentar uma lâmpada fluorescente ligada ao seu secundário. Sabendo-se que a corrente no primário vale i 1 = 1,5 A, qual é o valor da corrente i 2 que passa pela lâmpada (suponha que não haja dissipação de energia no transformador)? 4. Como é um transformador? Qual é sua função? 1. Quando empurramos um ímã na direção de uma espira (figura a), o agente que causa o movimento do ímã sofrerá sempre a ação de uma força resistente, o que o obrigará à realização de um trabalho a fim de conseguir efetuar o movimento desejado. a) Explique o aparecimento dessa força resistente. b) Se cortarmos a espira como mostra a figura (b), será necessário realizar trabalho para movimentar o ímã? 3. Se deslocarmos um ímã permanente na direção de um solenóide, como indica a figura (a), o ponteiro de um galvanômetro ligado ao circuito se moverá no sentido indicado. a) Como se explica o movimento do ponteiro do galvanômetro associado ao solenóide? b) Indique, nas situações das figuras (b), (c) e (d), o que acontece com o ponteiro do galvanômetro e o sentido da corrente no fio do solenóide. 9 9 teste seu vestibular... 1. Uma corrente elétrica que flui num condutor tem um valor igual a 5A. Pode-se, então, afirmar que a carga que passa numa secção reta do condutor é de: a) 1C em cada 5s d) 1C em cada 1s b) 5C em cada 5s e) 1C em cada 1/5s. c) 1/5C em cada 1s 2. Em uma seção transversal de um fio condutor passa uma carga de 10C a cada 2s. Qual a intensidade de corrente neste fio? a) 5A b) 20A c) 200A d) 20mA e) 0,2A 3.Uma corrente elétrica de 10A é mantida em um condutor metálico durante dois minutos. Pede-se a carga elétrica que atravessa uma seção do condutor. a) 120C b) 1200C c) 200C d) 20C e) 600C 4. Uma corrente elétrica de intensidade 11,2 .10-6A percorre um condutor metálico. A carga elementar e = 1,6 . 10-19C. O tipo e o número de partículas carregadas que atravessam uma seção transversal desse condutor por segundo são: a) prótons: 7,0 . 1023 partículas. b) íons de metal: 14,0 . 1016 partículas. c) prótons: 7,0 . 1019 partículas. d) elétrons: 14,0 . 1016 partículas. e) elétrons: 7,0 . 1013 partículas. 7. Ao ligar dois fios de cobre de mesma bitola, porém de comprimentos diferentes, numa mesma pilha, notei que o fio curto esquenta muito mais que o fio longo. Qual a explicação para isto? 8. Ao ligar dois fios de cobre de mesmo comprimento, porém de bitolas diferentes, numa mesma pilha, notei que o fio mais grosso esquenta mais que o fio mais fino. Qual a explicação para este fato? 9. A intensidade da corrente que foi estabelecida em um fio metálico é i = 400 mA (1mA = 1 miliampère = 10-3A). Supondo que esta corrente foi mantida, no fio, durante 10 minutos, calcule: a) A quantidade total de carga que passou através de uma secção do fio. b) O número de elétrons que passou através desta secção. 10. Qual a intensidade de corrente elétrica que passa por um fio de cobre durante 1 segundo, sendo que, por ele, passam 1,6 . 1019 elétrons? 6. "Os metais de forma geral, tais como o ouro, o cobre, a prata, o ferro, e outros são fundamentais para a existência da sociedade moderna, não só pelo valor que possuem, mas principalmente pela utilidade que têm." De acordo com a frase acima, e baseado em seus estudos de eletricidade, qual a utilidade dos metais e em que sua estrutura cristalina os auxilia a terem esta utilidade. 1 0 0 7. Aproximando ou afastando um ímã de uma espira condutora retangular, a variação do fluxo de indução magnética determina o aparecimento de uma corrente elétrica induzida i. Qual a figura que melhor representa a corrente elétrica induzida? a)( ) A b)( ) B c)( ) C d)( ) D e)( ) E 8. A figura mostra três posições secessivas de uma espira condutora que se desloca com velocidade constante numa região em que há um campo magnético uniforme, perpendicular à página e para dentro da página. Selecione a alternativa que supre as omissões nas frases seguintes: I - Na posição (1), a espira está penetrando na região onde existe o campo magnético e, consequentemente, está............................ o fluxo magnético através da espira. II - Na posição (2), não há ..........................na espira. III - Na posição (3), a corrente elétrica induzida na espira, em relação à corrente induzida na posição (1),tem sentido ......................... a)( ) aumentando, fluxo, igual b)( ) diminuindo, corrente, contrário c)( ) diminuindo, fluxo, contrário d)( ) aumentando, corrente, contrário e)( ) diminuindo, fluxo, igual 5. No esquema, a fig. (1) representa o movimento aleatório de um elétron em um condutor. Após muitos choques, a maior probabilidade do elétron é permanecer nas proximidades do ponto (A). Na fig. (2), o condutor está submetido a um campo elétrico. Assim o elétron se arrasta sistematicamente para a direita, durante cada segmento da trajetória. Se o movimento dá conforme a descrição, é porque o campo elétrico é: a)( ) horizontal, para a direita b)( ) vertical, para cima c)( ) vertical, para baixo d)( ) horizontal para a esquerda e)( ) diferente dos casos citados acima 6. A lei de Lenz determina o sentido da corrente induzida. Tal lei diz que a corrente induzida: a)( ) surge em sentido tal, que tende a reforçar a causa que lhe deu origem. b)( ) surge sempre num sentido que tende a anular a causa que lhe dá origem. c)( ) aparece num sentido difícil de ser determinado. d)( ) há duas alaternativas certas. e)( ) aparece sempre que alteramos a forma de uma espira 1 0 1 26 Alô,..., pronto. Desculpe, engano! Nessa aula você vai aprender como o som é transformado em eletricidade e depois recuperado como som Alô .... pronto; desculpe ..... engano. Quem não disse uma destas frases ao telefone! Mas quem sabe o que ocorre com a voz que vai e a voz que vem? 1 0 2 26 Microfone e Alto-falante O microfone é um dispositivo utilizado para converter o som - energia mecânica - em energia elétrica. Os modelos mais comuns possuem um diafragma que vibra de acordo com as pressões exercidas pelas ondas sonoras. No microfone de indução, as variações de pressão do ar movimentam uma bobina que está sob ação de um campo magnético produzido por um ímã permanente. Nesse caso, com o movimento, surge na bobina uma corrente elétrica induzida devida à força magnética, que atua sobre os elétrons livres do condutor. Nos microfones mais antigos - os que utilizam carvão - as variações de pressão do ar atingem o pó de carvão, comprimindo-o e descomprimindo-o. Este pó de carvão faz parte de um circuito elétrico que inclui uma fonte de energia elétrica. A compressão aproxima os grãos de carvão, diminuindo a resistência elétrica do circuito. Desta forma, a corrente elétrica varia de intensidade com o mesmo rítmo das alterações da pressão do ar. Atividade: Operação desmonte Arrume um alto-falante usado, que possa ser desmontado mas antes, observe-o e responda as questões a seguir: a. que materiais fazem parte de sua fabricação? b. o que torna o alto falante tão pesado? c. qual o elo de ligação entre o cone de papelão e a base? d. agora sim! abra o interior do alto-falante e verifique os demais compomentes 1 0 3 Como a bobina e o cone estão unidos quando ela entra em movimento, as vibrações mecâncias do cone se transferem para o ar, reconstituindo o som que atingiu o microfone. A corrente elétrica obtida no microfone, que representa o som transformado, é do tipo alternada e de baixa frequência. Assim, o som transformado em corrente elétrica pode ser representado conforme a figura a seguir. No alto-falante ocorre a transformação inversa àquela do microfone:a corrente elétrica é transformada em vibrações mecânicas do ar, reconstituindo o som inicial. Para tanto, é necessário o uso de uma bobina, um cone (em geral de papelão) e um ímã permanente ou um eletroímã. Quando a corrente elétrica, que representa o som transformado, se estabelece na bobina do alto-falante, pelo fato de ela estar sob a ação de um campo magnético criado por um ímã (ou por um eltroímà), a bobina com corrente elétrica fica sob a ação de forças e entra em movimento. A intensidade das forças magnéticas depende da intensidade da corrente elétrica que atinge a bobina. Os primeiros alto-falantes surgiram entre 1924 e 1925, como equipamento capaz de amplificar o som produzido pelos fonógrafos elétricos primitivos. Para melhorar a reprodução e reduzir os efeitos de interferência, o alto-falante passou a ser montado em caixa acústica. As caixas acústicas de alta qualidade possuem sempre mais de um alto-falante, para cobrir melhor toda faixa de frequência audíveis. As unidades pequenas (tweeters), com diafragma de apenas 3 a 5 cm, são responsáveis pela faixa de frequência dos sons agudos. Além do tweeter (uma ou mais unidades), a caixa deve possuir um alto-falante de baixa frequência (woofer) de 25 cm (10 polegadas) de diâmetro, cobrindo a faixa de frequência que vais aproximadamente 300 a 500 hertz, e uma unidade de frequência intermediária, de mais ou menos 15cm (6 polegadas) de diâmetro, apresenta entre 500 hz e 4 k Hz. 1 0 4 As ondas sonoras são variações da pressão do ar, e sua propagação depende assim de um meio material. À medida que a onda se propaga, o ar é primeiro comprimido e depois rarefeito, pois é a mudança de pressão no ar que produz o som. As ondas sonoras capazes de ser apreciados pelo ouvido humano têm frequências variáveis entre cêrca de 20 hertz e 20 000 hertz. A voz feminina produz um som cuja freqüência varia de entre 200 Hz a 250Hz, enquanto a masculina apresenta uma variação de 100 a 125 Hz. Para transmitir a voz humana ou uma música é preciso converter as ondas sonoras em sinais elétricos, e depois reconvertê-los em sonoras a fim de que possam ser ouvidas. O primeiro papel é desempenhado pelo microfone e segundo pelo alto-falante. No ar à temperatura ambiente, o som se propaga com uma velocidade aproximada de 340m/s. Já a luz viaja a quase 300.000 km/s. É por esta razão que o trovão é ouvido depois da visão do relâmpago. Que tal um pouco de som? matéria temperatura (C) velocidade (m/s) água 15 1450 ferro 20 5130 granito 20 6000 Além da freqúência, as ondas sonoras também são caracterizadas pelo seu tamanho ou comprimento de onda. Esse comprimento pode ser calculado por uma expressão que o relaciona com sua freqüência e velocidade de propagação: velocidade = freqúência x comprimento de onda Para se ter uma idéia do tamanho das ondas sonoras audíveis pelos seres humanos, basta dividirmos o valor da velocidade de sua propagação pela sua freqüência. Assim, para 20Hz, o comprimento da onda sonora será de 17 metros. Já para ondas sonoras de 20.000 Hz, o comprimento da onda será de 1,7 cm. As ondas sonoras são ondas mecânicas que precisam de um meio material para se propagarem, provocando vibração deste meio no mesmo sentido de sua propagação. Por esta razão, elas são denominadas de ondas longitudinais. O vácuo não transmite o som, pois ele precisa de um meio material para se propagar. exercitando... 1.De que modo o microfone de indução faz a transformação do som em corrente elétrica? 2.Qual o princípio de funcionamento do microfone que usa carvão? 3.Qual o tipo de transformação de energia que ocorre no alto-falante? 4. O som se propaga no vácuo? justifique. 5. Calcule o comprimento de onda de uma onda sonora cuja freqüência é 250Hz e se propaga no ar com uma velocidade de 340 m/s. 6.Calcule o comprimento de onda do som do exercício anterior, admitindo que sua propagação agora se dá na água com uma velocidade de 1400 m/s. 7. As ondas sonoras tem freqüência de 20 a 20.000 Hz. Que valores de comprimento de onda delimitam estas freqüências? 1 0 5 27 Força e Campo Elétrico Nesta aula você vai estudar a interação entre as partículas eletrizadas. Sabemos que a matéria é formada de partículas eletrizadas embora ela, geralmente, encontra-se no estado neutro. Como se pode fazer para que as cargas positivas sejam em maior número? E para que o número maior seja de cargas negativas ? Como é a interação entre os objetos eletrizados? 1 0 6 27 Força e Campo Elétrico Acumulador de cargas *Adaptação da contrução proposta na Revista de Ensino de Ciências, FUNBEC, n. 16,set/1986 7. Aproxime lentamente o colchete fixo à parede externa da "cabeça" do outro preso à tampa do tubo. O que ocorre? você tem alguma explicação para isto? 8. Tanto as baterias como as pilhas acumulam cargas elétricas, baseados no processo de separação de cargas. O que os diferencia? 1. Recorte dois pedaços de papel alumínio. Fixe um deles na parede interna do tubo plástico e cole o outro na sua lateral externa. 2. Preencha cerca de 1/3 do tubo com bombril. 3. Abra um dos colchetes, dobre uma de suas extremidades formando um L e prenda-o com fita adesiva à lateral externa do tubo sobre o papel alumínio. 4. Perfure a tampa do tubo,passe o outro colchete pelo orifício e abra suas hastes de forma que possam ter contato com a área preenchida pelo bombril. 5. Coloque a tampa no tubo e ajuste o colchete de forma que sua altura coincida com à do que foi fixado à lateral do tubo. 6. Para acumalar cargas elétrica na garrafa, friccione um canudinho de refrigerante (ou pedaço de acetato) com um pedaço de papel higiênico ou pano seco, a fim de eletrizá-lo. Segure o tubo pela parede lateral e passe o plástico eletrizado na "cabeça" do colchete para transferir carga elétrica do plástico para o colchete. Com esse procedimento este capacitor está "carregado". As pilhas e baterias, através de processos químicos, separam cargas elétricas, acumulando-as em seus terminais. Porém, não só os processos químicos realizam essa separação. Utilizando um pequeno recipiente de material isolante (por exemplo, um tubo de plástico acondicionador de filmes fotográficos), dois colchetes de prender papel, um pedaço de bombril, e um pedaço de papel alumínio, propomos nesta atividade a construção de um armazenador de cargas, cujo funcionamento baseia-se nos processos de eletrização por atrito, por contato e por indução. Procedimentos: 1 0 7 Quando o canudo é atritado com o papel higiênico ou pano seco, provocamos sua eletrização. Nesta situação, o plástico eletrizado transfere cargas elétricas para o colchete da tampa, quando estabelecemos o contato entre eles. Tais cargas são transferidas para a parte interna através dos materiais condutores de eletricidade. Repetindo-se várias vezes esse procedimento, pode-se acumular uma certa quantidade de cargas. Essa eletrização provoca uma outra separação de cargas elétricas na haste lateral, só que de sinal contrário àquela que lhe deu origem. Ao fazermos a aproximação entre a extremidade lateral e o colchete, estabelecemos uma forte atração elétrica entre cargas de sinais opostos, que permite o movimento das cargas negativas através do ar. Tais cargas ionizam as moléculas presentes no ar, que emitem luz ( a faísca). Um pouco mais além Cada carga possui seu campo elétrico e a relação entre os dois não pode ser modificada de nenhum modo. Com isso queremos dizer que a relação entre uma carga e o seu campo não se modifica quando colocamos ou retiramos outras cargas elétricas na mesma região do espaço. O campo elétrico é uma grandeza vetorial e, portanto, deve ser caracterizado por intensidade, direção e sentido. A intensidade do campo elétrico de uma carga puntiforme* em repouso diminui com a distância. A direção do campo de uma carga puntiforme é radial, ou seja, num determinado ponto o campo tem a direção da reta que une esse ponto à carga. Essas duas características, intensidade e direção do campo elétrico são as mesmas para cargas positivas e negativas. Entretanto, o sentido do campo elétrico depende do tipo de carga considerado: para uma carga positiva o campo é radial e diverge da carga, e para uma negativa ele é radial e converge para ela.** Qualquer carga tem o seu próprio campo elétrico e desse modo a carga Q imersa no campo da carga q também sofre a ação desse campo. Isso explica a atração ou a repulsão entre dois corpos eletrizados. Uma carga elétrica possui sempre em torno de si um campo elétrico. Esse campo é uma propriedade da carga. Ela sempre traz consigo seu campo , sendo impossível separá- los. Pode-se pensar no campo elétrico como sendo uma parte real, mas não material de uma partícula carregada que a envolve, preenchendo todo o espaço que a circunda. O conceito de campo elétrico podemos entender como sendo uma "aura" que envolve a carga elétrica. Não existe carga elétrica sem campo. Por exemplo, quando damos "um puxão" em uma carga fazemos com que ela se mova, o campo elétrico também é arrastado junto com a carga.O campo elétrico de uma carga é eterno, sendo, por isso, incorreto pensar que uma carga emite campo elétrico. Essa idéia pode ser melhor compreendida com uma comparação entre um frasco de perfume e a carga elétrica. O sentido da força elétrica sobre a carga q será o mesmo do campo elétrico se esta carga for do tipo positiva. Se a carga q for do tipo negativa, o sentido da força elétrica sobre ela será oposto ao campo elétrico. Quando uma outra carga elétrica q é colocada no campo elétrico criado por uma carga Q. o campo elétrico criado pela carga Q atua sobre a carga q exercendo nela uma força F. (nada a ver com Matusalém) **O sentido "convergente" ou "divergente" para o campo elétrico das cargas positivas e negativas é mera convenção. *Uma carga é denominada puntiforme quando o objeto em que está localizada possui dimensões muito pequenas em relação à distância que o separa de outros objetos. 1 0 8 A lei de Coulomb O campo elétrico de uma carga está associado a sua "capacidade" de poder criar forças elétricas sobre outras cargas elétricas. Essa capacidade está presente em torno de uma carga, independente de existirem ou não outras cargas em torno dela capazes de "sentir" esse campo. O campo elétrico E em um ponto P, criado por uma carga Q puntiforme em repouso, tem as seguintes características: - a direção é dada pela reta que une o ponto P e a carga Q. - o sentido de E aponta para P se Q é positiva; e no sentido oposto se Q é negativa. - o módulo de E é dado pela expressão: E = K . Q d onde K é uma constante que no SI e vale: A intensidade da força elétrica entre duas cargas Q e q é dada pela expressão que representa a lei de Coulomb; onde d é a distância entre as cargas. 2 9.109 N.m2/C2. F K Q q d = . . 2 Quando uma carga elétrica Q está imersa num campo elétrico E, o valor da força elétrica que age sobre ela é dada por: 4. Podemos eletrizar um objeto neutro através do atrito com outro objeto neutro, ou através de um objeto carregado. É possível eletrizarmos um objeto sem atrito ou contato? Como? Determinar a instensidade da força elétrica: a) que C exerce em B b) resultante no corpo B 2. Determine a intensidade da força de repulsão entre duas cargas iguais a 1C, que se encontram no vácuo, distanciadas em 1m. 3. Três corpos com cargas elétricas iguais são colocadas como indica a figura abaixo.A intensidade da força elétrica que A exerce em B é de F = 3,0 . 10-6 N: exercitando ... 1.Representar as forças elétricas em cada situação: 5. Analise o texto a seguir e diga se é verdadeiro ou falso: "O fato de uma carga poder exercer força sobre a outra através do campo está de acordo com o princípio de ação e reação (3a lei de Newton). Segundo este princípio, podemos considerar as forças F e F' como par de ação e reação que tem, portanto, o mesmo módulo, porém sentidos opostos, além de estarem aplicados a corpos diferentes.." No sitema internacional de unidades, a força é medida em newton (N), a carga elétrica em coulomb (C) e o campo elétrico em newton/coulomb (N/C). F = Q.E a. b. c. 1 0 9 28 A interação elétrica e seu papel no mundo Você vai ver a importância da interação de natureza elétrica no mundo que nos cerca (des)Acredite se puder!!!!! Sem exagero, todas as propriedades do mundo material que nos cerca devem-se às interações elétricas! Difícil de aceitar? Você mesmo poderá verificar lendo as páginas a seguir. 1 1 0 28 A interação elétrica e seu papel no mundo Para orientar o pensamento procure imaginar como ficaria o seu planeta e depois o sistema solar. Procure representar as imagens que lhe vieram à cabeça por meio de desenhos. A Terra se desligaria do Sistema Solar e sairia numa trajetória reta com movimento uniforme ( Lei da Inércia). Devido à rotação em seu próprio eixo, todos os objetos da sua superfície, incluindo a atmosfera e nós próprios, seriam lançados tangencialmente e dispersariam-se pelo espaço. A Terra perderia sua forma esférica. Os objetos lançados no espaço, entretanto, não se desagregariam. A eletricidade está muito mais presente em nossa vida que podemos pensar. Você consegue enxergar as letras deste livro por que elas são capazes de "desviar" a luz emitida por alguma fonte: o Sol, as lâmpadas... . Isso ocorre porque as cargas elétricas têm a capacidade de 'desviar' a luz. Durante o processo de impressão desse livro, cada letra é fixada no papel devido a forças elétricas. O papel é constituído de fibras e ele não se desfaz porque elas estão presas entre si por forças de origem elétrica. Da mesma forma, a solidez de cadeira que você senta como a de todos os objetos da sala em que você se encontra é devida a forças de natureza elétrica. Mesmo o oxigênio que respiramos é incorporado ao sangue por meio de forças elétricas. Essas forças também estão presentes na transformação dos alimentos, na transmissão dos sinais nervosos, no funcionamento de cada célula ... Todos os sentidos funcionam à base de forças elétricas! Em resumo, todas as forças percebidas e sentidas por nós têm origem elétrica, com excessão da força gravitacional ou peso. Ainda não está convencido? Então vejamos... Desafio n° 01 IMAGINE UMA SITUAÇÃO HIPOTÉTICA EM QUE NÓS PUDÉSSEMOS " DESLIGAR" A FORÇA GRAVITACIONAL NO SISTEMA SOLAR, DEIXANDO INALTERADAS AS FORÇAS ELÉTRICAS. QUE MUDANÇAS OCORRERIAM AO NOSSO MUNDO? 1 1 1 A PARTIR DE AGORA VAMOS INVERTER A SITUAÇÃO: IMAGINE O QUE ACONTECERIA COM A TERRA SE MANTIVERMOS A FORÇA GRAVITACIONAL E "DESLIGÁSSEMOS" AS FORÇAS ELÉTRICAS. Desafio n° 02 Uma vez que são as forças elétricas que predem o núcleo atômico aos elétrons, se desligarmos tais forças os elétrons se despreenderiam. Desse modo, os átomos,as moléculas e os corpos sólidos dexariam de existir. Os núcleos atômicos continuariam a existir, porque o que mantém os prótons ligados uns aos outros e aos nêutrons é uma outra força, de natureza também atrativa denominada de força forte. Como resultado desse processo, a Terra se tornaria um grande aglomerado de núcleos atômicos, cujo volume ocupado seria muito menor. Isso é explicado pelo fato de que um núcleo atômico é cerca de 100.000 vezes menor que o tamanho do átomo. Desafio n° 03 SE AS FORÇAS ELÉTRICAS FOSSEM DESLIGADAS, A MASSA DA TERRA SOFRERIA ALTERAÇÃO??? Para responder a esse desafio procure levar em conta as massas das partículas que constituem o átomo. Lembre-se que os prótons e os nêutrons têm massa praticamente iguais e que a massa do elétron é cerca de 1840 vezes menor que a massa de um próton. Sendo assim, a massa do núcleo atômico representa 99,99% da massa do átomo! Para orientar o seu pensamento não esqueça que os átomos são constituídos de partículas eletrizadas e que isso possibilita não somente a estabilidade deles bem como a união entre eles. 1 1 2 A interação elétrica e os aglomerados de matéria Os elétrons estão "presos" ao núcleo devido às forças elétricas. Tais forças são atrativas já que as cargas elétricas dos prótons e dos elétrons são de tipos diferentes. É devido também à interação elétrica que os átomos se juntam formando moléculas, que representam a menor parte de uma substância. Estas, por sua vez, ligam-se umas às outras, também por forças atrativas de natureza elétrica. Assim sendo, tais forças é que são responsáveis pela coesão e propriedades elásticas dos sólidos, pelas propriedades dos líquidos como a viscosidade e também pelas propriedades dos gases. RAPIDINHAS E BOAS a. os gases não têm forma nem volume, conforme já estudamos. Explique, utilizando a idéia de interações elétricas entre as moléculas e entre as partículas que formam os átomos. b. a olho nú temos a sensação que uma folha de papel é um contínuo de matéria. E do ponto de vista atômico? Desafio n° 04 PORQUE NÃO OBSERVAMOS OS EFEITOS ASSOCIADOS AOS CAMPOS ELÉTRICO NOS MATERIAIS? O papel desta folha, por exemplo, é formado por cargas elétricas que interagem entre si: os prótons se repelem enquanto os prótons atraem os elétrons. O mesmo se pode falar para os outros tipos de materiais. No estado neutro, a quantidade de prótons é igual a de elétrons e não sentimos a presença dos campo elétricos criados por tais cargas elétricas. Por que isso acontece? Podemos pensar que os campos elétricos criados por estas cargas estão "escondidos" uma vez que as quantidades destas cargas são iguais. Os átomos são muito pequenos e à uma certa distância, os elétrons parecem estar muito próximos dos prótons. Isso faz com que o campo elétrico de um seja praticamente encoberto pelo campo do outro. Sendo assim, embora o campo elétrico das partículas que formam o átomo influencie as dos átomos vizinhos, formando moléculas, ele não é percebido a grandes distâncias, quando comparadas ao tamanho do átomo. AGORA, A penÚLTIMA... Quando ocorre eletrização por atrito, pode-se perceber a presença dos campos elétricos produzidos pelos prótons e elétrons. Como se explica? 1 1 3 29 Exercícios: geradores e outros dispositivos ( 2a parte) EXEXEXEXEXEXERCÍCIOS Vamos fazer uma revisão do que você aprendeu sobre as pilhas, baterias e as propriedades elétricas da matéria ( Processos de separação de cargas elétricas, lei de Coulomb) 1 1 4 29 Exercícios: processos de separação de cargas elétricas, lei de Coulomb 1. Um estudante possui um rádio que funciona com uma voltagem constante de 6 V. a) Quantas pilhas secas deve o estudante associar em série para fazer funcionar o seu rádio? b) Faça um desenho mostrando como deve ser a disposição das pilhas na associação feita pelo estudante. 2. Qual é o tipo de corrente fornecida pelas companhias elétricas às nossas residências? 3) Descreva como é montada uma baterria de automóvel. 4. Quando ligamos os pólos de uma bateria por meio de um fio condutor, qual é o sentido: a) da corrente que passa neste fio? b) do movimento dos elétrons livres? 5. Os dínamos. os alternadores e os acendedores de fogão sem fio, podem ser classificados como fontes de eneergia elétrica. a. explique por que isso é correto. b. quais as transformações de energia envolvidas. 6. Quais as maneiras pelas quais podemos eletrizar objetos inicialmente neutros. Explique cada um deles. 7. Tomar choque elétrico ao passar pelo tapete ou ao deslizar sobre o assento do automóvel é uma experiência bastante comum. a. explique porque isso ocorre. b. por que esse efeito não ocorre quando se está parado sobre o tapete? 8. A respeito do acumulador de cargas construído na aula 27, responda? a. qual ou quais os processos de eletrização envolvidos? b. como se explica o surgimento da faísca elétrica? 9. Segundo a Lei de Coulomb, o valor da força elétrica entre duas cargas é: I. proporcional ao produto das cargas; II. proporcional à distância entre as cargas; III. inversamente proporcional ao quadrado da distância entre as cargas; IV. inversamente proporcional ao produto das cargas Das quatro airmações acima, estão ERRADAS: a. I e III b. II e IV c. II e III d. I,II e IV e. I e II 10. Apesar de a olho nú parecer "cheio" um pedaço de matéria é na verdade um aglomerado de átomos na escala microscópica, onde prevalece o vazio. a. a afirmação acima é verdadeira ou falsa? justifique. b. explique então por que podemos colocar um objeto sobre outro e ele assim permanece. 1 1 5 11. As figuras abaixo ilustram o campo elétrico criado por uma ou duas cargas próximas. Identifique o sinal de cada carga. a. b. teste seu vestibular... 1. Um íon imerso num campo elétrico ficará: a)( ) sempre sujeito à ação de uma força magnética. b)( ) sob a ação de força elétrica, sempre que estiver em movimento. c)( ) sob a ação de força elétrica, qualquer que seja sua posição em relação à linhas de campo. d)( ) sob a ação de força elétrica, se estiver em movimento não paralelo às linhas de campo. 2. A corrente elétrica que passa por um fio metálico: a)( ) só produz campo elétrico. b)( ) só produz campo magnético no interior do fio. c)( ) apresenta no condutor o efeito joule e produz um campo magnético ao seu redor. d)( ) produz campo magnético somente se a corrente for variável. e)( ) n.d.a. 3. Uma partícula eletrizada tem 3 gramas de massa e carga elétrica 3. 10-9 C. Ela está em repouso sob a ação do campo elétrico e do campo gravitacional terrestre. Considerando que g= 10m/s2, responda: a. qual deve ser a direção e sentido do campo elétrico? justifique. b. qual o valor da força elétrica que age sobre a carga? c. qual o valor do campo elétrico na região onde se encontra a carga? c. 1 1 6 4. Três esferas de isopor, M, N e P, estão suspensas por fios isolantes. Quando se aproxima N de P, nota-se uma repulsão entre estas esferas; quando se aproxima N de M, nota-se uma atração. Das possibilidades apontadas na tabela abaixo, quais são compatíveis com as observações? 5. Se um condutor eletrizado positivamente for aproximado de um condutor neutro, sem tocá-lo, pode- se afrmar que o condutor neutro: a. conserva sua carga total nula, mas é atraído pelo eletrizado. b. eletriza-se negativamente e é atraído pelo eletrizado. c. eletriza-se positivamente e é repelido pelo eletrizado. d. conserva a sua carga total nula e não é atraído pelo eletrizado. e. fica com a metade da carga do condutor eletrizado 6. Duas cargas elétricas Q e q se atraem com uma força elétrica F. Para quadruplicar a força entre as cargas, é necessário: a. duplicar a distância entre elas; b. quadruplicar a distância entre elas; c. dividir por dois a distância entre elas; d. dividir por quatro a distância entre elas; e. duplicar o valor de Q ou de q. 7. O ponto O está imerso numa região onde há um campo elétrico produzido por duas placas I e II. Qual dos vetores melhor representa o campo elétrico nesse ponto? + - . O a. d. b. e. c. 8.Três pequenas esferas estão carregadas elétricamente com cargas q 1 ,q 2 e q 3 e alinhadas sobre um plano horizontal sem atrito, conforme a figura. Nesta situação elas encontram-se em equilibrio. A carga da esfera q 2 é positiva e vale 2,7.10-4 C. a. detemine os sinas das outras cargas . b. calcule os valores de q 1 e q 3 . c. se q 1 e q 3 forem fixas o que ocorrerá com q 2 ? ↑↑↑↑↑ ↓↓↓↓↓ →→→→→ ←←←←← n.d.a P O S S I B I L I D A D E M N P 1 + + - 2 - - + 3 ze ro - ze ro 4 - + + 5 + - - II I GREF - Eletricidade/eletro5.pdf leituras de física GREF versão preliminar ELETROMAGNETISMO para ler, fazer e pensar 30. Diferentes formas de comunicação 31. Alô,...,pronto. Desculpe , engano! 32. Radio ouvintes 33. Plugados na Televisão 34.Luz, câmara,..., AÇÃO! 35.Transmissão aérea de informações 36.Radiações Eletromagnéticas 37.Salvando e gravando 38.Tamanhos são documentos 39. Partículas e interações 40. Exercícios 30 a 40 Leituras de Física é uma publicação do GREF - Grupo de Reelaboração do Ensino de Física Instituto de Física da USP EQUIPE DE ELABORAÇÃO DAS LEITURAS DE FÍSICA Anna Cecília Copelli Carlos Toscano Dorival Rodrigues Teixeira Isilda Sampaio Silva Jairo Alves Pereira João Martins Luís Carlos de Menezes (coordenador) Luís Paulo de Carvalho Piassi Suely Baldin Pelaes Wilton da Silva Dias Yassuko Hosoume (coordenadora) ILUSTRAÇÕES: Fernando Chuí de Menezes Mário Kano GREF - Instituto de Física da USP rua do Matão, travessa R, 187 Edifício Principal, Ala 2, sala 305 05508-900 São Paulo - SP fone: (011) 818-7011 fax:(011) 818-7057 financiamento e apoio: Convênio USP/MEC-FNDE Sub-programa de educação para as Ciências (CAPES-MEC) FAPESP / MEC - Programa Pró-Ciência Secretaria da Educação do Estado de São Paulo - CENP A reprodução deste material é permitida, desde que observadas as seguintes condições: 1. Esta página deve estar presente em todas as cópias impressas ou eletrônicas. 2. Nenhuma alteração, exclusão ou acréscimo de qualquer espécie podem ser efetuados no material. 3. As cópias impressas ou eletrônicas não podem ser utilizadas com fins comerciais de qualquer espécie. junho de 1998 1 1 7 30 Diferentes formas de comunicação Vamos descobrir os mistérios que envolvem as diferentes modos de comunicação. Ordene as cenas de acordo com a linha do tempo. 1 1 8 30 Som, imagem e telecomunicação No início deste curso, foi feita uma classificação dos aparelhos e componentes que integram o que se pode chamar de "mundo da eletricidade".Isso permitiu a formação de vários grupos, que se constituiram em temas de estudo. Um deles foi o chamado elementos de comunicação e informação. A partir deste momento, faremos um estudo detalhado de alguns desses elementos. Rádio, TV, telefone, gravador, toca-discos, video,..., são exemplos de aparelhos que utilizamos para estabelecer a comunicação. O telefone, por exemplo, permite a comunicação entre duas pessoas, já com o rádio e a TV, a comunicação se dá entre muitas pessoas. Com o telefone, as pessoas se comunicam diretamente enquanto que com rádio e TV a comunicação pode ser feita "ao vivo" ou através de mensagem gravada. Este último tipo tanbém inclui o video, as fitas cassetes e também os cd's. Tais circuitos elétricos também utilizam o poste como apoio mas não estão ligados aos circuitos residenciais e, por esse motivo, quando ocorre interrupção no fornecimento de energia, os telefones continuam funcionando. Os telefones celulares, por sua vez, têm sua própria fonte de energia elétrica: uma bateria, que fica junto ao aparelho. Além disso, tanto o som emitido como o recebido utiliza uma antena, através do qual é feita a comunicação. A partir da antena do a p a r e l h o telefônico, a mensagem é enviada a outras antenas que recebem e enviam a mensagem até que esta seja captada pela antena do outro aparelho . Um aspecto interessante dos diferentes modos de comunicação é que algumas vezes se faz uso de fios, enquanto outras envolvem o espaço. Nos telefones comuns, por exemplo, a comunicação entre os aparelhos é feita através de fios que formam grandes circuitos elétricos independentes da rede de distribuição. 1 1 9 Os aparelhos de rádio portáteis também podem ter a possibilidade de usar fonte de energia próprias: as pilhas. Tais fontes, fornecem energia para a funcionamento dos componentes internos dos aparelhos. Outras vezes a fonte de energia é a usina e aí o aparelho está conectado à tomada.Independente do tipo de fonte utlizada. é através da antena que as mensagens são recebidas. De forma semelhante ao rádio, a televisão também necessita de uma fonte de energia, que em geral é a usina quando o aparelho é ligado à tomada, para fazer funcionar seus componentes internos. Mas as mensagens, incluindo -se o som e as imagens, são recebidas através de uma antena conectada ao aparelho. Tal antena, hoje em dia, pode ser interna, externa, coletiva, parabólica, dentre outros tipos. Mais recentemente, as chamadas tv's a cabo, rebecem as mensagens através de fios e não mais por meio de antenas. Eles são especialmente colocados para esse fim e fixados aos postes de rua. Nas comunicações internacionais, seja por telefone ou TV, além das antenas locais se faz uso dos satélites a r t i f i c i a i s , colocados em órbita através de foguetes, ficando a aproximadamente 40.000 km da Terra. Eles recebem as mensagens e retransmitem para a Terra aos locais onde encontram- se as antenas das estações. A energia de um satélite é obtida com as baterias solares que cobrem as suas paredes exernas. Quando ele encontra-se na parte na sombra da Terra ele é alimentado pelas baterias. 1 2 0 exercitando... 1. Que elementos ou dispositivos ou aparelhos fazem parte dos sitemas de comunicação que mais usamos nos dias de hoje? A figura ao lado é uma dica para você se inspirar na resposta. 2. Retome a figura que abre esta leitura (página 117) e procure numerá-las de acordo com o aparecimento de cada forma de comunicação ao longo da história da humanidade. 3. Na comunicação através de sons hoje em dia, alguns dispositivos são comuns. Quais são eles? 4. Os micros computadores utilizam mensagens gravadas em diversos meios. Quais são eles? 6. Na comunicação que utiliza rádio, as informações chegam ao aparelho pela tomada ou pela antena? 7. No caso da televisão, o som e a imagem chegam até o aparelho pela tomada, pela antena ou por ambas? 8.A presença de matéria entre a estação transmissora de informações e os aparelhos receptores é necessária para a ocorrência da comunicação de sons e/ ou imagens? 5. Através do processo de magnetização, podemos gravar sons e imagens. Que dispositivos utilizam esta forma de guardar informações? 1 2 1 31 Alô,..., pronto. Desculpe, engano! Nessa aula você vai aprender como o som é transformado em eletricidade e depois recuperado como som Alô .... pronto; desculpe ..... engano. Quem não disse uma destas frases ao telefone! Mas quem sabe o que ocorre com a voz que vai e a voz que vem? 1 2 2 31 Microfone e Alto-falante O microfone é um dispositivo utilizado para converter o som - energia mecânica - em energia elétrica. Os modelos mais comuns possuem um diafragma que vibra de acordo com as pressões exercidas pelas ondas sonoras. No microfone de indução, as variações de pressão do ar movimentam uma bobina que está sob ação de um campo magnético produzido por um ímã permanente. Nesse caso, com o movimento, surge na bobina uma corrente elétrica induzida devida à força magnética, que atua sobre os elétrons livres do condutor. Nos microfones mais antigos - os que utilizam carvão - as variações de pressão do ar atingem o pó de carvão, comprimindo-o e descomprimindo-o. Este pó de carvão faz parte de um circuito elétrico que inclui uma fonte de energia elétrica. A compressão aproxima os grãos de carvão, diminuindo a resistência elétrica do circuito. Desta forma, a corrente elétrica varia de intensidade com o mesmo rítmo das alterações da pressão do ar. Atividade: Operação desmonte Arrume um alto-falante usado, que possa ser desmontado mas antes, observe-o e responda as questões a seguir: a. que materiais fazem parte de sua fabricação? b. o que torna o alto falante tão pesado? c. qual o elo de ligação entre o cone de papelão e a base? d. agora sim! abra o interior do alto-falante e verifique os demais compomentes 1 2 3 Como a bobina e o cone estão unidos quando ela entra em movimento, as vibrações mecâncias do cone se transferem para o ar, reconstituindo o som que atingiu o microfone. A corrente elétrica obtida no microfone, que representa o som transformado, é do tipo alternada e de baixa frequência. Assim, o som transformado em corrente elétrica pode ser representado conforme a figura a seguir. No alto-falante ocorre a transformação inversa àquela do microfone:a corrente elétrica é transformada em vibrações mecânicas do ar, reconstituindo o som inicial. Para tanto, é necessário o uso de uma bobina, um cone (em geral de papelão) e um ímã permanente ou um eletroímã. Quando a corrente elétrica, que representa o som transformado, se estabelece na bobina do alto-falante, pelo fato de ela estar sob a ação de um campo magnético criado por um ímã (ou por um eltroímà), a bobina com corrente elétrica fica sob a ação de forças e entra em movimento. A intensidade das forças magnéticas depende da intensidade da corrente elétrica que atinge a bobina. Os primeiros alto-falantes surgiram entre 1924 e 1925, como equipamento capaz de amplificar o som produzido pelos fonógrafos elétricos primitivos. Para melhorar a reprodução e reduzir os efeitos de interferência, o alto-falante passou a ser montado em caixa acústica. As caixas acústicas de alta qualidade possuem sempre mais de um alto-falante, para cobrir melhor toda faixa de frequência audíveis. As unidades pequenas (tweeters), com diafragma de apenas 3 a 5 cm, são responsáveis pela faixa de frequência dos sons agudos. Além do tweeter (uma ou mais unidades), a caixa deve possuir um alto-falante de baixa frequência (woofer) de 25 cm (10 polegadas) de diâmetro, cobrindo a faixa de frequência que vais aproximadamente 300 a 500 hertz, e uma unidade de frequência intermediária, de mais ou menos 15cm (6 polegadas) de diâmetro, apresenta entre 500 hz e 4 k Hz. 1 2 4 As ondas sonoras são variações da pressão do ar, e sua propagação depende assim de um meio material. À medida que a onda se propaga, o ar é primeiro comprimido e depois rarefeito, pois é a mudança de pressão no ar que produz o som. As ondas sonoras capazes de ser apreciados pelo ouvido humano têm frequências variáveis entre cêrca de 20 hertz e 20 000 hertz. A voz feminina produz um som cuja freqüência varia de entre 200 Hz a 250Hz, enquanto a masculina apresenta uma variação de 100 a 125 Hz. Para transmitir a voz humana ou uma música é preciso converter as ondas sonoras em sinais elétricos, e depois reconvertê-los em sonoras a fim de que possam ser ouvidas. O primeiro papel é desempenhado pelo microfone e segundo pelo alto-falante. No ar à temperatura ambiente, o som se propaga com uma velocidade aproximada de 340m/s. Já a luz viaja a quase 300.000 km/s. É por esta razão que o trovão é ouvido depois da visão do relâmpago. Que tal um pouco de som? matéria temperatura (C) velocidade (m/s) água 15 1450 ferro 20 5130 granito 20 6000 Além da freqúência, as ondas sonoras também são caracterizadas pelo seu tamanho ou comprimento de onda. Esse comprimento pode ser calculado por uma expressão que o relaciona com sua freqüência e velocidade de propagação: velocidade = freqúência x comprimento de onda Para se ter uma idéia do tamanho das ondas sonoras audíveis pelos seres humanos, basta dividirmos o valor da velocidade de sua propagação pela sua freqüência. Assim, para 20Hz, o comprimento da onda sonora será de 17 metros. Já para ondas sonoras de 20.000 Hz, o comprimento da onda será de 1,7 cm. As ondas sonoras são ondas mecânicas que precisam de um meio material para se propagarrem, provocando vibração deste meio no mesmo sentido de sua propagação. Por esta razão, elas são denominadas de ondas longitudinais. O vácuo não transmite o som, pois ele precisa de um meio material para se propagar. exercitando... 1.De que modo o microfone de indução faz a transformação do som em corrente elétrica? 2.Qual o princípio de funcionamento do microfone que usa carvão? 3.Qual o tipo de transformação de energia que ocorre no alto-falante? 4. O som se propaga no vácuo? justifique. 5. Calcule o comprimento de onda de uma onda sonora cuja freqüência é 250Hz e se propaga no ar com uma velocidade de 340 m/s. 6.Calcule o comprimento de onda do som do exercício anterior, admitindo que sua propagação agora se dá na água com uma velocidade de 1400 m/s. 7. As ondas sonoras tem freqüência de 20 a 20.000 Hz. Que valores de comprimento de onda delimitam estas freqüências? 1 2 5 32 Rádio ouvintes O que acontece quando sintonizamos uma estação de rádio você vai saber nesta aula. Se ligue! O mecanismo que envolve a transmissão de uma informação de algo que ocorre distante ou próximo de nós parece algo extraordinário ou mágico. É mesmo! E a Física pode ajudar-nos a compreender um pouco mais esse mecanismo. 1 2 6 32 Rádio O estudo de como um rádio consegue captar os sinais transmitidos pelas estações começará com esta atividade, onde identificaremos algumas de suas partes essenciais e as funções que desempenham. Assim, é fundamental ter à mão um 'radinho'. Siga o roteiro de investigação abaixo e faça suas anotações no caderno. Qualquer aparelho de rádio apresenta um botão para sintonia da estação, outro para volume, visor para identificação da estação, alto-falante e antena (mesmo o "radinho de pilha" tem uma antena que se localiza na parte interna do aparelho), além de uma ligação com a fonte de energia elétrica (pilha e/ ou tomada). A função desta fonte de energia é fazer funcionar o circuito elétrico interno do aparelho. As mensagens são recebidas através da antena que pode ser interna ou externa. Posteriormente, o som, ainda transformado em corrente elétrica, é enviado até o circuito do alto-falante. O papel alumínio, age como um espelho em relação à luz e, por isso, o rádio deixa de receber as informações quando embrulhado. Mesmo desligado, a antena está recebendo as informações transmitidas pelas estações, entretanto, elas não são transformadas e recuperadas como som, pois os circuitos elétricos enconstram-se desligados. 1. Que informações encontram-se no visor das estações? 2. Quais são os comandos com os quais usamos o aparelho? 3. Que fonte de energia ele utiliza? 4. Por onde são recebidas os sinais emitidos pelas estações? 5. Embrulhe um rádio portátil ligado em papel alumínio. O que ocorre? 6. Aproxime o rádio ligado a um liquidificador ligado. O que ocorre? O sistema pelo qual transmitimos o som do rádio envolve várias etapas. No microfone da estação até o alto-falante do aparelho receptor, o som passa por várias fases e sofre diversas transformações: - produção de som pela voz humana, música, etc; - as ondas sonoras, que são variações da pressão do ar que atingem o microfone; - no microfone o som é convertido em corrente elétrica alternada de baixa frequência; - esta corrente elétrica de baixa frequência é "misturada" com uma corrente de alta frequência, produzida na estação. que serve para identificá-las no visor do aparelho. Além disso, esta corrente elétrica de alta freqúência serve como se fosse o veículo através do qual o som será transportado através do espaço até os aprelhos de rádio; OBSERVAÇÃO DO RÁDIO PORTÁTIL 1 2 7 - essa "nova" corrente elétrica se estabelece na antena da estação transmissora e através do espaço a informação se propaga em todas as direções; - a antena do aparelho de rádio colocada nesse espaço captará essa informação; - se o aparelho estiver sintonizado na frequência da corrente produzida pela estação, o som poderá ser ouvido pelo alto-falante. Tanto para enviar o som até os aparelhos como para sintonizar a estação é necessário um circuito chamado de circuito oscilante, constituído de uma bobina e de um capacitor. Para carregar as placas do capacitor basta ligá-lo aos terminais de uma bateria. Isso provocará um movimento de cargas tal que as placas ficarão eletrizadas positivamente e negativamente.Nessa situação dizemos que o capacitor e s t a r á completamente c a r r e g a d o . Nessa situação dizemos que o capacitor estará completamente carregado. Ligando-se o capacitor carregado a uma bobina (fig. a), surge uma corrente elétrica variável no circuito. Esta corrente, cria um campo magnético ao redor do fio que é também variável (fig.b). De acordo com a lei de Faraday, a variação deste campo fará induzir no circuito, e sobretudo na bobina, um campo elétrico. Este campo, agirá de forma a tonar mais lento o processo de descarga do capacitor, conforme prevê a lei de Lenz (fig.c). Posteriormente, ele servirá para recarregar as placas do capacitor (fig.d). Tais "capacidades"dependem fundamentalmente de suas dimensões geométricas. Desse processo de carga e descarga do capacitor resulta uma corrente elétrica do tipo alternada. A frequência desta corrente dependerá da "capacidade" do capacitor de acumular cargas e também da "capacidade" de indução da bobina. Alterando-se tais "capacidades", podemos obter correntes alternadas de qualquer freqüência. É justamente isso que fazemos quando mexemos no botão de sintonia do aprelho para localizar uma estação de rádio. Para ajustar a freqüência do circuito oscilante do rádio com a da estação que desejamos sintonizar, alteramos a área de eletrização do capacitor, ao girarmos o respectivo botão. A área de eletrização utilizada corresponde à parte comum nas duas placas, indicada com a cor cinza escura nas duas posições da figura. A bobina é um fio condutor enrolado em forma de espiral e o capacitor é constituído de duas placas condutoras, separadas por um material isolante e representado no circuito pelo símbolo ( ). Os dois traços verticais representam as placas separadas pelo isolante. A CORRENTE ALTERNADA NO CIRCUITO OSCILANTE 1 2 8 Não chute qualquer resposta. Faça na prática e comprove! exercitando... 1. Em que unidades estão medidas e qual é a grandeza que nos permite identificar uma estação de rádio? 2. Essa grandeza se refere a que? 3. Qual o comportamento apresentado pelas chamadas ondas de rádio, quando envolvemos um rádio portátil em: a. papel comum b. plástico c. papel celofone d. papel alumínio 4. Para que servem as pilhas ou a energia elétrica que chega através dos fios? 5. Do que é composto o corcuito oscilante e como estão ligados? 6. Qual a função do circuito oscilante na recepção de uma estação de rádio? 7. Quando mexemos no botão de sintonia, que alteração elétricos estão ocorrendo no circuito oscilante? Explique. 8. Que outros sinais podem ser captados por um rádio? Dê exemplos. 9. Indique as transformações pelas quais passa o som desde sua origem, na estação, até este ser chegar junto a um ouvinte. 10. É possível fazer um rádio funcionar sem fonte de energia elétrica (pilha, bateria ou mesmo usina)? Rádio SEMSEMSEMSEMSEM pilha ( sem bateria, sem tomada, ...) É possível fazer um rádio sem aumentar o consumo na conta de luz ou pilha! Siga as intruções e monte o seu! Lista de material . base de madeira (25x25cm); . canudo de papelão ou PVC de 15cm de comprimento de 3cm; . 45m de fio de cobre esmaltado número 28 ou 30; . fone de ouvido simples; . 2 capacitores de cerâmica: um de 250pF (C1) e um de 100pF (C2); . diodo de silício ou germânio; .15 percevejos; . fita adesiva e lixa fina diodo fio terra capacitor C1 bobina fone de ouvido capacitor C2 antena: use aproximadamente 20 m de fio e coloque a 5m de altura do chão; bobina: enrole 100 voltas do fio de cobre no canudo de modo que elas fiquem bem juntas; fixe as extremidades com fita adesiva; lixe as pontas e 1cm de largura ao longo da bobina; capacitores: C1 é ligado em paralelo à bobina; C2 é ligado no diodo e no fio terra. diodo é ligado entre os capacitores e o fone nos terminais do C2. DICAS PARA MONTAGEM 1 2 9 33 Plugados na Televisão O mecanismo pelo qual um aparelho de TV reconstitui a imagem recebida, será desvendado nestas páginas! Tome atento. Como a informação sobre a imagem é captada pelos aparelhos de TV? De que maneira o aparelho de TV reproduz na tela cenas que se passam a distância? 1 3 0 33 Televisão Ao ligarmos um aparelho de TV, trazemos para dentro de nossas casas imagens e sons referentes a acontecimentos que estão ocorrendo ou que já ocorreram em determinados locais. Esses aparelhos, tal como os rádios, funcionam como um terminal de comunicações, estabelecendo uma "ponte" com o local onde a informação é gerada e transmitida. O processo de transformação do som em corrente elétrica na comunicação televisionada é o mesmo já discutido no rádio. Portanto, vamos nos deter em como a imagem em branco e preto é gerada e produzida. Na estação geradora de imagem, a cena a ser transmitida é focalizada pela câmara de TV. Esta faz a "leitura" da cena linha por linha, como fazemos a leitura de um livro da esquerda para a direita e de cima para baixo . Nesse processo as variações de luninosidade de cada pequena região da cena captada são transformadas em corrente elétrica. Assim, na comunicação que envolve a imagem, a câmara de TV é o dispositivo reponsável pela sua captação e sua transformação em corrente elétrica. Roteiro de observação e atividades junto ao aparelho de TV 1. A televisão necessita de uma fonte de energia que geralmente é a usina. Qual é sua função? 2. Os sinais emitidos pelas estações são recebidos por onde? 3. Ligue um aparelho elétrico: liquidificador, furadeira, perto de um aparelho de TVligada. O que ocorre? 4. Os números que identificam as estações de rádio são muito diferentes das estações de TV. Procure saber junto a um técnico, informações a esse respeito. 1 3 1 O tubo de imagem é o elemento essencial nos aparelhos de TV. Sua função é inversa daquela realizada pela câmara de TV, ou seja, a de transformar a corrente elétrica variável gerada por ela em imagem. O feixe eletrônico faz a varredura da tela de TV de modo semelhante à leitura de um livro. Tal varredura é feita com certa rapidez para que nossos olhos não percebam o desaparecimento de uma linha e o surgimento de outra, e além disso, nos dê a sensação de movimento da imagem. Para tanto, é levado em conta a condição que tem a retina dos nossos olhos em reter a imagem de um ponto luminoso durante 1/20s após a mesma ter sido recebida: é o que se denominada persistência visual. O tubo da imagem possui um filamento que, estando superaquecido, libera elétrons por efeito chamado termoiônico. A parte interna da tela é recoberta por um material que emite luz ao receber o impacto dos elétrons do feixe. Este fenômeno é denominado fotoluminescência. O fósforo possui esta propriedade, por isso é o material utilizado no revestimento da tela da TV. Ao sintonizarmos uma estação de TV, o aparelho receptor seleciona a corrente elétrica, que representam as imagens. Esta corrente variável é aplicada ao filamento do tubo de imagem e produz um feixe eletrônico cuja intensidade varia no mesmo ritmo. O material que recobre internamente a tela de TV possui a propriedade de continuar emitindo luz durante um período de tempo após receber o impacto do feixe eletrônico. Esse fenômeno é denominado fosforescência. Assim, o sistema de varredura da tela de TV pelo feixe eletrônico leva em conta a persistência visual e a fosforescência do material. No Brasil, a tela de TV é composta por 252 linhas por quadro, e o feixe eletrônico tem que fazer a varredura dessas linhas completando 30 quadros por segundo. Essa frequência na sucessão de quadros está ligada com a persistência visual, pois quando um quadro é susbstituído pelo seguinte, ainda persiste naretina a imagem do quadro anterior. Televisão Colorida Na televisão colorida, a tela do tubo de imagem é recoberta com milhares de pontos fosforescentes em grupos de três. Cada um desses três pontos produz uma das três cores primárias, vermelho, verde ou azul, quando sobre ele incide o feixe de elétrons, um para cada cor primária. Em um tubo de imagens coloridas, há três canhões de elétrons, um para cada cor primária. Os feixes desses canhões passam através de pequenos orifícios em uma placa reguladora de modo que cada canhão excitará apenas os pontos fosforescentes de cor apropriada. contudo dois dos canhões , ou todos os três, podem agir no mesmo instante. A intensidade do feixe e, portanto, o brilho da côr, são controlados pelas cores que a câmara vê. Deste modo, pode ser produzida qualquer variação de colorido. Estes três feixes varrem a tela do tubo de imagens, cobrindo o tubo completamente trinta vezes por segundo e produzindo uma radiante imagem colorida. O tubo de imagem 1 3 2 A eletricidade e o magnetismo dando aquela força para a imagem exercitando... 1. Através de que processo é obtida a luminosidade na tela do aparelho de TV? 2. O que é persistência visual? Que papel ele desempenha quando assistimos TV? 3. De onde são retirados os elétrons que formam o feixe eletrônico? Que nome recebe o processo envolvido e como ele ocorre? 4.Como se obtém a varredura da tela pelo feixe eletrônico? Explique o processo. teste seu vestibular 1. Um feixe de elétrons incide, horizontalmente, no centro de um anteparo, conforme a figura. a. estabelecendo-se, na região, um campo magnético vertical e para cima, o feixe de elétrons desviará. Que posição ele atinge o anteparo? b. se além do campo magnético, for aplicado um campo elétrico, vertical e para baixo, qual a posição que o feixe atingira no anteparo? O feixe eletrônico é constituído de elétron em alta velocidade. Em colisão com o material fosforescente da tela, surge um ponto luminoso, que corresponde à transformação de energia cinética em luminosa. Para obter-se este efeito, os elétrons provenientes do filamento precisam ser acelerados para atingirem altas velocidades. Além disso, para que possam fazer a varredura de todos os pontos da tela, eles precisam ser desviados. Para que os elétrons do feixe sejam acelerados, um campo elétrico, produzido por placas eletricamente carregadas, é produzido na região próxima ao filamento. Através da ação deste campo sobre os elétrons, que são partículas eletricamente carregadas, eles ficam sob a ação da força elétrica, cujo valor é calculado pela equação: F e = q e x E. Já o desvio do feixe elétrônico é obtido com a ação de uma força de natureza magnética. Para tanto, através de dois pares de bobinas, colocados nas direções vertical e horizontal, são criados dois campos magnéticos na região onde vão passar os elétrons que formam o feixe. Tais campos magnéticos são originados por correntes elétricas. Devido à interação que existe entre os campos magnéticos e os elétrons em movimento, uma força de natureza magnética altera a direção de movimento e, portanto, o local onde se dará sua colisão com a tela. Esta força magnética, tem um valor que pode ser calculado pelac expressão: F m = q e . B . v, considerando que o ângulo entre a velocidade dos elétrons e os campos magnéticos é 900. A direção e o sentido desta força pode ser obtida fazendo uso da "regra da mão esquerda, conforme indica a figura: 1 3 3 filme: O meu carregador cena 12 - tomada externa versão 15 - bloco 4 Luz, câmara,..., AÇÃO! Como a câmara de TV capta a imagem da cena e a transforma em eletricidade? É só você acompanhar as páginas a seguir! 34 1 3 4 34 Luz, câmara,..., AÇÃO! Sua focalização é feita pela objetiva e, através de um arranjo de lentes, a imagem desta cena é projetada sobre uma tela de mica recoberta de material sensível à luz. Este material, ao ser atingido pela luz, produz uma separação de cargas com os elétrons desligando-se dos seus átomos. Como resultado deste processo, tem-se a formação de uma eletrização nesta tela onde cada pequena região eletriza- se de acordo com o grau de luminosidade da cena focalizada. O aparelho de TV que temos em nossas casas, recebe sinais de som e imagem que são transmitidos pela estação.Para transmití-los, é necessário transformar sons e imagens em corrente elétrica. O som é transformado em corrente elétrica pelo microfone e as imagens são transformadas em corrente elétrica com o uso da câmara de TV. Vejamos como isso acontece. A cena focalizada é uma região que difunde a luz produzida ou pelo Sol ou pelas lâmpadas quando se trata de um estúdio. A câmara de TV A transformação da cena em imagem eletrostática Semelhanças e diferenças na captação da imagem: aponte umas e outras observando uma câmara fotográfica e a câmara de TV 1 3 5 Na face frontal da tela acumulam-se cargas positivas e na outra face as cargas negativas. Quanto maior a luminosidade, maior a eletrização produzida no material fotossensível. O processo de transformação da cena em corrente elétrica é completado com a varredura da imagem eletrostática da cena, que é realizada por um feixe eletrônico semelhante ao existente no tubo de tv. A varredura do feixe corresponde à leitura da cena, linha por linha e o seu direcionamento é controlado pela interação do campo magnético produzido por corrente elétrica em bobinas. Tal processo de "leitura" corresponde ao descarregamento das regiões eletrizadas onde se encontram as cargas positivas. Assim, tais regiões são neutralizadas e as cargas negativas da face posterior de movem através de um circuito conectado à placa, formando uma corrente elétrica proporcional à carga postiva existente. Assim, o resultado da varredura de todo o mosaico corresponde à transformação da imagem eletrostática nele projetada em corrente elétrica variável. corrente elétrica O feixe elétrônico é constituido de elétrons retirados de um filamento super aquecido, por um processo semelhante ao do tudo da TV: efeito termoiônico. Através da ação de um campo elétrico, eles são acelerados.Este dispositivo emissor e acelerador de elétrons é conhecido como canhão eletrônico. No Brasil, a tela da câmara de TV tem 525 linhas e a sua varredura é feita 60 vezes por segundo. Já em países onde a corrente elétrica da rede tem 50 Hz de freqüência, a tela é dividida em 625 linhas. É a quantidade de linhas que determina a definição da imagem. Numa tela de câmara de TV ou mesmo de aparelho de TV de alta definição, há mais de 1000 linhas. Conseqüentemente, a imagem obtida é muito mais nítida. feixe eletrônico O césio é um material que se comporta dessa forma e por isso é usado no recobrimento da tela de mica. Esta tela recoberta de grânulos de césio, formando fileiras justapostas horizontalmente, recebe o nome de mosaico. Quando o mosaico recebe a imagem da cena focalizada pela objetiva da câmara, este fica sujeito a ter regiões com diferentes luminosidades que corresponde às partes da cena com maior ou menor incidência de luz. As regiões mais claras da imagem se apresentam eletrizadas com maior quantidade de cargas positiva que as regiões mais escuras. A diferença de luminosidade entre o claro e o escuro corresponde à "imagem eletrostática", constituída de cargas positivas, da cena que se pretende transmitir. A "leitura elétrica" da imagem eletrostática da cena 1 3 6 exercitando ... Como você já estudou, a luz, entre outras coisas é também energia! Assim sendo, quando a luz incide sobre os materiais, há transferência de energia para os seus átomos. Algums materiais como o césio, o berílio, o germânio, perdem alguns de seus elétrons quando se incide luz sobre eles. Quando isso ocorre, os físicos afirmam que os átomos ficaram eletrizados, pois o número de prótons ficou maior que o número de elétrons. Estes elétrons que se afastaram dos seus átomos absorveram uma quantidade de energia além daquela que eles já possuiam quando ligados aos seus átomos. Quem forneceu esta quantidade de energia extra foi a luz que incidiu sobre eles. Este fenômeno, que é denominado de efeito fotoelétrico, tem hoje em dia várias aplicações, dentre as quais as pilhas solares que alimentam os satélites e naves espaciais, que fornecem energia elétrica para os seus aparelhos.* *ver mais detalhes na leitura 38. Como é que a luz consegue eletrizar ? 1. Qual a principal transformação de energia que é feita pela câmara de TV, considerando o início e o final do processo? 2. Que efeito a luz exerce sobre a placa de mica recoberta com césio? 3. O que se entende por "feixe eletrônico" e qual a sua função neste processo de comunicação? 4. O que é efeito termoiônico? 5. Compare o funcionamento de uma câmara de televisão e de um tubo de um aparelho de TV. O que de mais importante se pode concluir? As figuras abaixo, são auxilares para uma boa resposta. a. câmara de TV b. tubo de um televisor 1 3 7 35 Transmissão aérea de informações Agora você vai saber como é feita a transmissão das programações pelas estações de rádio e TV. Qual é a sua onda? 1 3 8 35 Transmissão aérea de informações Quando descrevemos as principais etapas do processo de comunicação pelo rádio e pela televisão, a antena foi identificada como o elemento através do qual a propagação da informação se dá a partir da estação emissora e também como captador da informação nos aparelhos recptores ( de rádio e de TV ) que temos em nossas residências. Na estação transmissora, a antena é conectada a um circuito de modo que os seus elétrons livres são acelerados na freqüência da corrente que serve de identificação da própria estação. Uma versão simplificada de parte deste circuito permite- nos compreender como se dá esse processo. O circuito da direita é do tipo oscilante, semelhante ao analisado na leitura sobre o rádio. Sua função é originar uma corrente de alta freqüência.É através da freqüência desta corrente, que são identificadas as estações de rádio e também os canais de TV. Já o circuito situado a esquerda, contém uma bobina ligada a um fio reto com extremidade livre e a outra extremidade ligada à Terra. Este corresponde ao circuito elétrico da antena sendo denominado de circuito oscilante aberto.A proximidade entre as duas bobinas dos dois circuitos permite que a corrente alternada de alta freqüência existente no circuito oscilante induza uma corrente também alternada no circuito reto com extremidade livre. Desse modo, esta corrente produzirá no espaço ao redor do fio, um campo magnético, conforme ilustra a figura. Uma vez que a corrente elétrica induzida no circuito reto é variável, o campo magnético criado por ela acompanha estas variações, resultando num campo magnético também variável. De acordo com o que prevê a lei de Faraday, numa região do espaço em que há variação do campo magnético ocorre a indução de um campo elétrico. Como o campo magnético varia, o campo elétrico gerado também é variável. Pelo fato destes campos estarem indivisivelmente ligados entre si, eles recebem o nome de campo eletromagnético, o campo total formado por eles.Este campo, propaga-se para o espaço em todas as direções, a partir do circuito da antena, com uma velocidade de 300.000 km/seg. Numa coisa parecida com uma reação em cadeia, ocorre uma sucessão de campos magnéticos gerando campos elétricos a partir do fio, conforme ilustra a figura. Como são enviadas as informações 1 3 9 Se a corrente elétrica no fio da antena varia periodicamente, isto é, da mesma forma, as variações do campo magnético se repetirão periodicamente, o mesmo acontecendo com o campo elétrico gerado. Podemos dizer que os campos magnéticos e elétricos que são gerados a partir da antena e se propagam pelo espaço apresentam uma variação uniforme correspondente a uma onda, só que eletromagnética. f A cada estação, de rádio ou TV, corresponde um certo valor da freqüência da onda eletromagnética que carrega consigo as informações que são transmitidas. Como todas as ondas, elas se propagam com uma certa velocidade e com a energia que transportam, são capazes de gerarem, no fio da antena atingido por elas, uma corrente elétrica, que varia na mesma freqüência da onda. Aparelhos como rádio, TV, dentre outros, quando colocados na região do espaço onde encontra-se o campo eletromagnético produzido por uma estação, são capazes de receber e processar as informações enviadas. Para tanto, eles dispõem de antenas que podem ser internas( no caso de rádios portáteis) ou externas. Este é o primeiro passo para que a informação seja recebida, mas não é o único. O aparelho precisa estar ligado e sintonizado. Vejamos o que isso significa. Os aparelhos receptores de rádio e TV têm associados ao circuito da antena também um circuito oscilante. Para que este circuito esteja apto a receber todas as estações, o capacitor deste circuito apresenta a característica que poder variar a sua capacidade de acúmulo de cargas quando de sua eletrização. Quando mexemos no botão de sintonia com o aparelho ligado, estamos mexendo na posição das placas de um capacitor variável e, assim, alteramos a sua capacidade de acumular cargas, para menos (figura a) ou para mais (figura b). É esta alteração que torna possível a sintonia das diversas estações. Isto pode ser explicado pelo fato da freqüência da onda eletromagnética portadora da informação, ter ou não "permitida" a sua entrada no circuito oscilante do aparelho. Esta condição só ocorre quando o carregamento das placas do capacitor for tal que a corrente elétrica variável criada neste circuito, tiver a mesma freqüência da onda eletromagnética portadora da informação. Somente nesta condição, o sinal enviado pela estação uma vez chegando até a antena do aparelho, tem a sua informação processada pelo mesmo, tornando-a acessível. A RECEPÇÃO DAS INFORMAÇÕES capacitor variável:a parte hachurada indica o local das placas que pode acumular cargas fig.a fig.b 1 4 0 COMO SE PREPARA A INFORMAÇÃO PARA ENVIÁ-LA ATÉ AS ANTENAS ONDE ESTÃO OS APARELHOS RECEPTORES E COMO SE RECUPERAM AS INFORMAÇÕES Primeira etapa: codificação da informação A primeira transformação por que passam som e imagem na etapa de codificação é a sua transformação em corrente elétrica. Isto é realizado respectivamente pelo microfone e pela câmara de TV conforme já discutimos nas leituras 32 e 34. Tais correntes elétricas têm baixa freqüência e por isso, não são apropriadas para serem aplicadas em antenas transmissoras. Assim sendo, a transmissão das informações referentes a som e imagem requerem um "veículo" que as transporte a longas e médias distâncias. Este "veículo" são as ondas eletromagnéticas de alta freqüência chamadas de ondas portadoras. É justamente através do valor da freqüência da onda portadora que sintonizamos a estação desejada e recebemos as informaçòes transportadas por ela. A etapa que permite o envio das informações através da antena - chamada de modulação - consiste na produção de alterações na amplitude ou na freqüência da onda portadora de reproduzi-las de forma idêntica a das correntes elétricas que representam o som ou a imagem. Para visualizar o processo de modulação, podemos representar, por exemplo as ondas sonora e de alta freqüência antes (fig. a) e depois (fig. b). exercitando .... Elabore 5 questões que foram respondidas neste texto. Não vale usar coisas do tipo: o que é, quem disse..., quem fêz..., etc. Estando o aparelho receptor ligado e uma vez feita a sintonia com a estação desejada, a onda eletromagnética portadora da informação codificada, reproduz no circuito do aparelho receptor a corrente elétrica correspondente. Posteriormente, esta corrente elétrica acionará um alto falante, se ela corresponder a um som, ou a um canhão eletrônico se tal corrente corresponder a uma imagem. Segunda etapa: recuperação da informação fig.a representação da onda portadora e da onda sonora fig. b representação da onda sonora modulada em amplitude (AM) e em freqüência (FM) 1 4 1 36 Você vai conhecer a natureza das radiações e o que distingue uma da outra ESPECTRO DAS RADIAÇÕESRadiações Eletromagnéticas 1 4 2 36 Radiações Eletromagnéticas Além do caráter de síntese, o trabalho de Maxwell anteviu a possibilidade de novos fenômenos. Um deles se refere ao fenômeno das radiações eletromagéticas. Vejamos como: Quando uma usina hidroelétrica ou termoelétrica entra em funcionamento, elas transformam energia gravitacional ou energia química em elétrica, originando corrente elétrica se o circuito estiver fechado. Nos aparelhos elétricos, a energia elétrica é transformada em mecânica de rotação ( ventilador, furadeira, liquidificador..); energia térmica ( chuveiro, ferro elétrico,..); energia luminosa ( imagem em TV, mostradores de calculadora,..); energia sonora, etc. Fazendo a contabilidade das parcelas das transformações de energia envolvidas, o balanço energético não coincide, ou seja, a soma das parcelas de energia que os aparelhos transformam, não iguala a energia inicial. Será que o princípio da transformação e da conservação da energia não se aplica? Então ele deixaria de ser uma lei universal da natureza. Ou pior, será que ele está furado?? Maxwell fez uma outra suposição mantendo a fé na conservação da energia: a parcela de energia que falta para fechar o balaço energético, corresponde à energia irradiada para o espaço. Além disso, Maxwell calculou, através de deduções de sua teoria, que esta enegia eletromagnética irradiada desloca-se para o espaço com uma velocidade de 300.000 km/s. Qualquer semelhança com o valor da velocidade da luz no vácuo, terá sido mera coincidência?? Uma outra questão importante relativa ao balanço energético diz respeito à quantidade de energia irradiada para o espaço. Nos circuitos oscilantes, conforme os estudados na leitura 32, a energia irradiada quando há corrente elétrica é muito pequena. Mas se incluirmos uma antena, aproximando da bobina que faz parte do circuito oscilante, a energia irradiada através da antena será muito maior. Maxwell foi o físico que sintetizou todo o conhecimento dos fenômenos elétricos e magnéticos conhecidos até então em quatro leis, consideradas fundamentais e universais da natureza e que ficaram denominadas como as 4 leis de Maxwell. Hoje, este trabalho constitui a teoria do eletromagnetismo clássico. Tendo em vista o que já vimos nas leituras anteriores podemos mencioná-las da seguinte maneira: a. o campo elétrico pode ser criado por carga elétrica ou por corpos eletrizados; b.não existe carga magnética c.um campo magnético que varia com o tempo, cria um campo elétrico; d. um campo elétrico que varia com o tempo, cria um campo magnético Assim é que nas comunicações, a energia irradiada através da antena é utilizada para "carregar" informações de um lugar a outro, pelo espaço afora. Esta mesma energia "sensibiliza" as antenas dos aparelhos receptores, "entregando" as informações se o canal ou estação estivrem sintonizados. 1 4 3 Uma outra previsão deduzida da teoria do eletromagnetismo de Maxwell, diz respeito à como está composta tal radiação eletromagnética. Segundo ele, os campos elétrico e magnético são p e r p e n d i c u l a r e s entre si e em relação à direção de propagação. Esta é a representação do campo eletromagnético, incluindo a sua direção de propragação em uma única direção. Em torno de uma antena, o campo eletromagnético se propaga em todas as direções em torno dela. Com a aceitação da teoria de Maxwell, foi possível compreender que todas as radiações são originadas por movimentos acelerados de cargas elétricas. As radiações de rádio e TV são originadas por movimentos de elétrons livres no interior das antenas; já a luz é produzida por movimentos súbitos de elétrons dentro de átomos e moléculas. Os raios X, que é um outro tipo de radiação eletromagnética cuja aplicação na medicina é de todos conhecida através das radiografias, é produzida pela desaceleração muito brusca de elétrons previamente acelerados. Esta desaceleração é provocada pelo choque com uma placa metálica. Um outro tipo de radiação eletromagnética são os chamados "raios gama". Eles são produzidos e emitidos na desintegração de núcleos atômicos ocorridas naturalmente, como na radioatividade, como na tecnologicamente produzida, como nas bombas atômicas. Na interação com a matéria, as radiações eletromagnéticas podem ser absorvidas, refletidas, refratadas, difratadas ou ainda serem polarizadas. Além disso, elas também poder sofrer interferência. É por isso que Maxwell acreditava que as radiações eletromagnéticas podem ser entendidas como um tipo de onda: as ondas eletromagnéticas. Assim, os diferentes tipo de radiações: luz, raios X, radiação infravermelha, raios gama, dentre outras, não se distinguem em sua natureza, pois todas elas são originadas por movimentos acelerados (ou desacelerados) de cargas elétricas. O que as diferencia umas das outras é a freqüência e o comprimento de onda de cada tipo de radiação. Algumas previsões da teoria de Maxwell falharam. Uma delas consistia em admitir que um corpo aquecido, transmitiria radiação térmica continuamente até atingir a temperatura de zero na escala Kelvin. A superação deste problema foi dada por Max Planck, admitindo que a energia emitida por um corpo através de radiação eletromagnética dá-se em "porções" que ele denominou de "quantuns". O valor desta energia (E) é diretamente proporcional à freqüência da radiação (f), e sempre múltiplo de um valor constante (h), que acabou recebendo o nome de constante de Planck. No Sistema Internacional de unidades, o valor desta constante é 6,63.10-34 J.s velocidade de propagação = comprimento de onda x freqüência E = h . f As radiações infravermelhas, também denominadas de radiação térmica, nos aquecem quando estamos em torno de uma fogueira e também assam alimentos como carnes, pães,..., e ainda tijolos e telhas nos fornos são também radiações eletrmoagnéticas. Elas são originadas com a intensa vibração dos átomos que constituem os materiais. 1 4 4 1 Qual é o comprimento de onda da onda eletromagnética correspondente à frequência de 50Hz de uma linha de alta tensão? 2. O eco de um sinal radiotelegráfico que sofreu uma reflexão num obstáculo retorna à fonte um intervalo de tempo de 2 . 10-4s. Determine a distância do obstáculo à fonte. 3. Nosso corpo emite raios infravermelhos com comprimento de onda em torno de 10-5m. Calcule a frequência correspondente. 1. Considere estas afirmações: I. A velocidade de propagação da luz é a mesma em todos os meios. II. As microondas usadas em telecomunicações para transportar sinais de TV e telefonia são ondas e l e t r o m a g n é t i c a s . III. Ondas eletromagnéticas são ondas do tipo l o n g i t u d i n a l . Quais delas estão corretas? a)( ) Apenas I c)( ) Apenas I e II e)( ) I, II e III b)( ) Apenas II d)( ) Apenas II e III 2. Sejam Sejam v 1 , v 2 e v 3 as velocidades de propagação no vácuo das radiações gama, infravermelha e luminosa. Temos então: a)( ) v 1 < v 2 < v 3 c)( ) v 3 < v 2 ≤ v 1 e)( ) v 3 ≤ v 2 ≤ v 1 b)( ) v 2 < v 1 < v 3 d)( ) v 1 = v 2 = v 3 3. As siglas TV, FM e os termos "ondas curtas" e "ondas médias" referem-se às frequâencias usadas em comunicações no Brasil. Assim sendo, o conjunto das radiações que se encontra em ordem crescente de freqüência é: a)( ) ondas médias, televisão, raios X, radiação i n f r a v e r m e l h a b)( ) radiação ultravioleta, radiação infravermelha, luz, televisão c)( ) FM, radiação infravermelha, luz, raios X d)( ) FM, TV, ondas médias, ondas curtas e)( ) microondas, luz, radiação ultravioleta, ondas c u r t a s 4. Uma cápsula a caminho da Lua certamente não encontra em sua trajetória: a)( ) raios X b)( ) raios gama c)( ) radiação ultravioleta d)( ) microondas e)( ) ondas sonoras teste seu vestibular ... exercitando... 1 4 5 37 Salvando e gravando Nesta aula você vai conhecer dois processos de armazenamento de informações Vivemos num mundo onde a informação assume um papel crucial na vida das pessoas, das empresas e das nações. Acesso à informação, transmissão de informações, armazenamento e geração de informações novas, constitui uma grande parte da vida de todos nós. De quantas maneiras se armazena informações nos dias de hoje? 1 4 6 37 Salvando e gravando Estudar, ler um texto ou um manual de um aparelho acabado de comprar, assistir um programa de TV ou uma fita em video ou em cimena, ouvir um programa de rádio, um disco ou um CD, jogar xadrez, seguir uma receita no preparo de um saboroso prato de comida,..., em todas as atividades que realizamos, o processamento de informações encontra-se presente, de um modo mais ou menos explícito. Este processamento de informações envolve algumas etapas que são básicas: o armazenamento, a transmissão e a recuperação das informações. Vejamos com mais detalhes cada uma destas etapas. Nos dias de hoje confiamos a guarda de informações em fitas magnéticas na forma de cartões magnéticos e fitas cassetes. Nos dois casos, sobre uma tira de plástico é fixado um material à base de óxido de ferro, na forma de pequenos grãos, formando uma finíssima camada cuja espessura varia de 0,0032 a 0,0127mm. Este metal, é influenciado pela presença de um campo magnético produzido por um outro objeto e, por isso, ele é utilizado para registro e guarda de informações. Este registro é realizado através de uma certa seqüência na organização destas partículas. A memória humana é uma maneira natural de registrar e guardar informações. Além disso, os seres humanos utilizam formas inscritas para armazenar informações: desenhos em madeira, barro e pedra, anteriormente; e, depois da escrita, do papel e da imprensa, os livros, revistas, jornais, ..., foram as formas encontradas para tornar possível a guarda de informações. 1. inscrições em cavernas 2. anotações no chão 3. anotações em livros No processo de gravação, seja de som ou de imagem ou de um número ou de uma mensagem, estes são anteriormente transformados em corrente elétrica variável. Esta corrente elétrica, é estabelecida numa bobina envolvida por um núcleo de ferro do chamado cabeçote do gravador, conforme ilustra a figura. Assim, é criado um campo magnético relativamente intenso na região próxima a ele. É nesta região que uma fita magnética é posta em movimeto. 1. fita magnética em movimento 2. cabeçote com campo magnético ARMAZENAMENTO DE INFORMAÇÕES E SUA RECUPERAÇÃO 1 4 7 A proximidade entre a fita magnética e o núcleo magnético do cabeçote faz com que o campo magnético criado pela corrente elétrica que representa o som ou a imagem atue sobre a fita. Isso significa que à medida que a fita magnética se move próxima ao cabeçote ela acaba registrando o campo magnético criado pela corrente. Como esta corrente nada mais é que o som ou imagens transformados em eletricidade, consegue-se, desta forma, registrá-los e armazená-los numa fita magnética. Para reproduzir o que foi gravado, o processo é praticamente inverso ao da gravação: as variações do campo magnético registradas na fita, induzem no circuito elétrico do cabeçote uma corrente elétrica variável, de acordo com a lei de Faraday. Esta corrente elétrica, nada mais é do que a corrente que se tinha antes da gravação. A etapa seguinte é a sua transformação em som ou imagem. O processo pelo qual se armazena informações no disco de vinil consiste em imprimir ranhuras ou "riscos", cujas formas, tanto em profundidade como abertura, mantenham correspondência com a informação que se deseja armazenar. Estas ranhuras, visíveis no disco a olho nú, são feitas no disco matriz através de um estilete no momento de gravação. Este estilete é movido pela ação da força magnética que age sobre eletroímãs que estão acopladas a ele, conforme indica a figura. Um outro local onde se pode armazenar informações é no disco de vinil. Antes da fita cassete, o disco de vinil era o modo mais usado para armazenar informações. Veja que a agulha tem aspecto igual ao do estilete de gravação. A corrente elétrica que corresponde ao som é estabelecida nestes eletroímãs e assim, eles se magnetizam, conforme prevê a lei de Ampère. Em conseqüência, o estilete fica sujeito a forças variavéis que o fazem mover de acordo com as variações do som. Já no processo de leitura das informações, ou seja, quando o disco é posto a tocar, a agulha do aparelho percorre estas ranhuras.Desse modo, os ímãs que estão fixados a ela se movem no interior de duas bobinas, o que origina correntes elétricas nelas, conforme prevê a lei de Faraday. Tais correntes elétricas que surgem nas bobinas variam no mesmo ritmo das alterações gravadas nas ranhuras impressas no disco. A recuperação do som é obtida com o estabelecimento desta corrente no alto falante do aparelho. Questão: Identifique semelhanças e diferenças nos processos de armazenamento de informações descritos neste texto. 1 4 8 ANALÓGICO OU DIGITAL? Existem atualmente dois processos através dos quais se pode codificar as informações com o intuito de armazená-las. Ao descrevermos a transformação do som ou da imagem em corrente elétrica através do microfone e da câmara de TV, a intensidade da corrente elétrica tinha correspondência direta com a intensidade do som ou com a luminosidade de cada região da cena que estava sendo filmada. Nestes casos, o processamento da informação se dá com uma seqüência contínua de diferentes intensidades de corrente elétrica, que representa fielmente a informação original. Realizado desta forma, tem-se o processamento analógico das informações. Atualmente ele é empregado nas transmissões de rádio e TV. Além do processamento analógico de informação, a microeletrônica através dos computadores e também dos compacts discs (CD) faz uso de um outro processamento de informações para a sua armazenagem: o digital. Para se ter uma idéia de como se faz este processamento vamos partir de uma representação de um trecho de uma onda sonora, transformada em tensão elétrica pelo processo analógico. Dividindo-se a região delimitada por este gráfico em pequenos trechos podemos obter algo semelhante ao formulário usado para brincar de batalha naval, só que em vez de porta aviões, navios,..., teremos quadradinhos "cheios" e outros "vazios' relacionados à informação: tem corrente ou corrente nula. Estas duas únicas possibilidades, vão corresponder aos valores 1 e 0 no processamento digital. A gravação e também a leitura da informação digitalizada consiste em várias seqüências de 1 ou 0 formados com os dois únicos valores possíveis: tem ou não. Cada uma destas seqüências é construida a partir de cada trecho no eixo do tempo, conforme está ilustrado. Assim, por este exemplo de representação temos três seqüências: a de número 1, 2 e 3. A seqüência 1 seria formada pela informações1-1-1-1-0-1. A seqüência 2 seria 0-1-1-1-0-1 e a seqüência 3 seria0-0-1-1-0-0. Disquetes, CD's e discos rígidos, já utilizam esta forma de armazenamento e de processamento de informações. 1 4 9 38 Tamanhos são documentos Nesta aula você vai saber porque o tamanho dos equipamentos elétrônicos vem diminuindo Vamos fazer um teste para ver se você conhece as marcas tecnológicas de cada época. Observe com atenção a figura abaixo e responda: de que século e em qual década pertencem estes aparelhos elétricos? 1 5 0 38 Tamanhos são documentos Localize dentre seus familiares ou amigos um rádio antigo, provavelmente um guardado dos avós ou bisavós, mas que ainda funcione e compare com um walkman sob os seguintes aspectos: a. tamanho e peso b. tempo necessário para entrar em funcionamento c. aquecimento do aparelho REVIRANDO OS GUARDADOS DOS ANTEPASSADOS A diferença entre os dois aparelhos que fazem a mesma coisa é muito grande. O aparelho de rádio antigo é muito mais pesado e maior, leva mais tempo para ligar e aquece se permanece ligado por algum tempo. Uma outra diferença é que o antigo só é ligado na tomada enquanto o walkman é ligado em pilhas. Internamente as diferenças são também enormes. Muitas válvulas e fios de ligação além de resistores, no rádio antigo. Já no walkman, circuito impresso, isto é, placa com trilha de cobre fundido, nenhuma válvula, e, além de resistores, alguns componentes novos conforme ilustra a figura. Todas estas alterações foram possíveis a partir da substituição das válvulas, que necessitam de alta tensão para funcionarem, além de um certo tempo para que seja aquecido o filamento, lembrando uma lâmpada comum. Em seu lugar entraram o diodo e o transistor, que são feitos com materiais como germânio e silício. Com a utilização dos circuitos integrados da microeletrônica, o volume pode ser reduzido de 10cm3 , que corresponde ao de uma válvula, para 0,00 000 008 cm3, o volume de um transistor integrado. Além disso, a energia necessária para manter estes componentes funcionando também variou significativamente: 100.000 vezes menos energia por segundo, na subistituição de uma vávula por um transistor integrado. O estudo das propriedades elétricas de materiais como o germânio e o silício, que são genericamente denominados de materiais semicondutores, requer uma aproximação com algumas idéias do que se denomina física quântica.Assim, nas páginas a seguir vamos tratar de dois aspectos: localizaremos num primeiro momento as idéias básicas desta parte da física para, no segundo momento, utilizá- las na construção de um novo modelo de condução elétrica para os materiais. 1 5 1 Bohr e seu novo modelo de átomo As idéias básicas que permitem a compreensão das propriedades elétricas de materiais como o germânio e o silício, tem por base uma representação de átomo elaborada em 1913, e ficou conhecida na física por "átomo de Bohr", em homenagem ao físico que a elaborou. Segundo esta representação , o átomo é formado de duas regiòes: uma no centro chamada núcleo, onde estão os prótons e os nêutrons e uma outra chamada eletrosfera, onde estão os elétrons. A figura ao lado é uma representação do átomo de hidrogênio, segundo o modelo de Bohr. Na eletrosfera, os elétrons se movem tão rapidamente ao redor do núcleo, em suas órbitas, que formam uma espécie de nuvem, mas há algumas regiões onde existe maior chance de encontrá-los que em outras, ou seja, as órbitas não podem ser quaisquer. Estas regiões, podem conter um certo número de elétrons, correspondendo cada uma delas a um valor de energia que depende da sua distância em relação ao núcleo do átomo. De acordo com Bohr, que estudou detalhamente o átomo de hidrogênio, quando o seu único elétron encontra-se na órbita mais próxima do núcleo, ele tem o seu menor valor de energia. Nesta situação, o átomo está no seu estado fundamental. Ainda segundo Bohr, este elétron pode mudar para uma órbita mais afastada do núcleo de seu átomo se receber uma certa quantidade de energia que corresponde a um valor bem determinado: a diferença entre os valores das energias associadas a cada uma das órbitas ( a final e a inicial). Quando isso ocorre, o átomo deixa o estado fundamental e passa para o chamado estado excitado. Este estado, entretanto, é transitório, a menos que o átomo receba continuamente energia. Caso contrário, o elétron retorna espontaneamente à órbita inicial. Ao fazê-lo, ele emite a mesma quantidade de energia absorvida anteriormente, voltando ao estado fundamental. Em ambos os casos, dizemos que houve um salto quântico de energia. Em função das diferentes órbitas que o elétron pode ter, pode-se fazer um mapeamento das suas possibilidades, levando em conta os valores das energias correspondentes. Para o átomo de hidrogênio, o diagrama dos níveis de e n e r g i a possíveis para o seu elétron está indicado ao lado. Elétron mudando de nível mais externo Elétron voltando ao nível fundamental De acordo com este diagrama, quando o elétron encontra- se no nível enrgértico 1, ele está no estado fundamental. Fora dele, o átomo está no estado excitado. Para separar o elétron do átomo, isto é, ionizá-lo, o elétron deve receber 21,7.10-19 J de energia. p 1 5 2 Podemos fazer uma classificação dos materiais quanto a sua condutividade elétrica tomando por base os níveis de energia que os seus elétrons podem ter. Neles, a proximidade dos átomos faz com que haja um aumento do número de níveis de energia possíveis para os seus elétrons, conforme indica a figura a seguir. Reclassificação dos materiais do ponto de vista da condutividade elétrica Um material isolante tem uma grande barreira energética que separa a banda de valência da banda de condução. Assim, a passagem dos elétrons para a banda de condução requer grande quantidade de energia, sendo justamente isso o que caracteriza o material como isolante.Sua representação, em termos de níveis de energia é caracterizada conforme a ilustração ao lado. Nesta representação, cada linha horizontal representa um nível de energia possível para o elétron. E a linha com uma bolinha, representa a existência de um elétron neste nível assinalado. A caracterização dos materiais como isolantes ou condutores elétricos, vai depender da diferença de energia entre os níveis que os elétrons podem vir a ocupar, que se denomina banda de condução, e os valores dos últimos níveis já ocupados por eles, a chamada banda de valência. Um material condutor, ao contrário, tem sua banda de condução elétrica em continuidade com a banda de valência. Deste modo, pequena quantidade de energia é suficiente para que seus elétrons passem para os níveis de energia mais afastados. Por isso, estes materiais são caracterizados como condutores elétricos. Há uma outra distribuição dos níveis de energia onde a banda de condução e a de valência estão separadas por uma diferença de energia menor que a dos isolantes. Neste caso, com uma certa energia, os elétrons passam para a banda de condução, tornando o material um condutor elétrico. Tal comportamento caracteriza os materiais semicondutores. Germânio e silício são exemplos de materiais que apresentam este comportamento. Para eles, a energia necesária para torná-los condutores elétricos pode ser obtida com a elevação de temperatura, incidência de luz, aumento de pressão, dentre outros processos. 1 5 3 39 Partículas e interações Para terminar, você vai conhecer um pouco de como os físicos imaginam a constituição da matéria Ao longo de seu contato com a Física procuramos mostrar que ela pode ser um poderoso intrumento para a compreensão de vários aspectos do mundo natural e tecnológico, com a qual convivemos. Para finalizar este nosso contato com você, preparamos esta leitura, visando uma aproximação com aquilo que hoje os físicos entendem ser as suas ferramentas mais importantes para a compreensão do mundo material: as partículas que o constituem e suas interações básicas. 1 5 4 39 Partículas e interações Do que é formada a matéria e como estão organizadas as partículas que a formam? Esta é uma questão que já foi respondida de várias maneiras ao longo da história da humanidade. Vejamos algumas delas. séc. 4 aC Demócrito, um filósofo grego, propõe que a matéria é formada de um conjunto de partículas indivisíveis. Chamou-as de átomo que significa exatamente isso: não divisível. séc. XIX 1808: J.Dalton afirmou que as diferentes substâncias seriam formadas de diferentes átomos. 1897: J.J. Thomson descobriu uma partícula atômica e quebrou o átomo! E ainda criou um modelo para o átomo: este seria formado de elétrons e outras partículas de cargas positivas. séc. XX 1911: E. Rutherford fez uma célebre experiência e propôs um novo modelo de átomo: existe um núcleo, formado de cargas positivas onde a massa do átomo está quase toda concentrada. Os elétrons estão fora do núcleo, girando em torno dele. 1913: N. Bohr aprimorou o modelo de Rutherford: os elétrons giram ao redor do núcleo em órbitas definidas. 1932: J. Cladwick fez a suposição de uma nova partícula no núcleo do átomo: os nêutrons. Acertou na mosca! 1960: M. Gell-Mann propôs que prótons e nêutrons são formadas de outras 3 partículas: os quarks. Gol de placa! 1 5 5 c. interação forte É a responsável pela manutenção ou coesão do núcleo atômico, apesar da repulsão elétrica entre os prótons. Sua natureza é atrativa, exercendo-se entre os prótons e os nêutrons, de modo que sua intensidade predomina quando está presente, embora sua atuação seja percebida somente no núcleo do átomo. Uma outra idéia muito importante que caracteriza o modo como os físicos "enxergam" a natureza reside no fato de que apesar das modificações que são observadas no mundo natural, algumas quantidades físicas se mantém constantes, desde que não haja influência externa: são as chamadas leis da conservação. Algumas delas, que foram discutidas ao longo dos três volumes desta coleção são: a. a conservação da quantidade de movimento (na translação e na rotação); b. a conservação da energia c. a conservação da carga elétrica Interações entre partículas b. interação eletromagnética Este tipo de interação explica a ligação entre os elétrons e seus respectivos núcleos atômicos e também a união entre os átomos para formar moléculas. Ela é também responsável pela emissão de luz quando os átomos passam de um estado excitado para o estado fundamental, conforme ilustra o esquema: átomo excitado= átomo no estado + radiação fundamental eletromagnética interações e forças As interações forte, eletromagnética e gravitacional também podem ser expressas em termos de forças: nuclear, eletromagnética ( elétrica e magnética) e gravitacional, respectivamente. Leis de conservação Além da idéia de que toda a matéria pode ser descrita como formada das mesmas coisas - as partículas elementares - os físicos também acreditam que, elas são capazes de interagirem. É através dos diferentes tipos de interação entre as partículas que se explicam as formações de aglomerados de matéria que formam as coisas que nós conhecemos e lidamos. Vejamos: a. interação gravitacional É a responsável pelos grandes aglomerados de partículas elementares. Tem natureza atrativa, desempenhando papel fundamental na formação de estrelas, galáxias e planetas, na permanência de nossa atmosfera e dos satélites em órbita da Terra,... Os físicos também admitiram uma outra interação, que recebeu o nome de interação fraca, responsável pela emissão de partículas beta. Hoje, eles consideram que esta interação está relacionada com a eletromagnética. 1 5 6 Essa história de partículas elementares não acabou por aí. Até hoje, já foram detectadas a existência de aproximadamente 200 partículas. A maior parte delas, existe por um tempo muito curto (da ordem de 0,000 001 a 0,000 000 000 000 000 0001 segundos). exercitando ... 1. Qual a principal diferença entre o modelo atômico de Thomson e Rutherford? 2. a. quantos tipos de forças os físicos admitem como existentes na natureza? b. que partículas participam destas forças? 3. Através de uma seta, faça a correspondência entre as linhas das colunas a seguir: a. interação forte 1. atrativa ou repulsiva b. interação eletromagnética 2. explica o sistema solar c. interação gravitacional 3. curtíssimo raio de ação fim? 1 5 7 40 EXEXEXEXEXEXERCÍCIOS Você vai rever o que foi discutido nas aulas anteriores fazendo e pensando as questões propostas. Exercícios (Som, imagem e comunicação) 1 5 8 40 Exercícios: som, imagem e comunicação 1. Qual o intervalo de frequências que o ouvido humano pode "perceber"? 2. Qual a ordem de grandeza da frequência das ondas que os rádios enviam para o espaço as suas informações? 3. Por que a corrente elétrica gerada nos microfones é considerada de baixa frequência? 4. Como podemos interpretar inter ferências no funcionamento do aparelho receptor (rádio)? 5.Que tipo de associação há entre o ajuste do botão de sintonia e o circuito elétrico do rádio? 6. Um rádio pode funcionar sem estar ligado a uma fonte de energia (tomada ou pilha)? Então qual a função destes tipos de fonte de energia elétrica? 7. As emissoras de rádio lançam no espaço ondas eletromagnéticas com freqüências específicas. As antenas dos receptores captam estas ondas ao mesmo tempo? Explique. 8. A sintonização de uma emissora de rádio ou de TV é feita selecionando a freqüência da emissora de rádio e o canal da TV. Por que, às vezes, um aparelho de TV "pega" também uma outra estação? 9. Quais as principais transformações de energia que ocorrem num aparelho de rádio em funcionamento? E num aparelho de TV? 10. Os circuitos oscilantes possibilitam a obtenção de correntes elétricas de alta frequência. Que papel elas desempenham na transmissão de informações entre as emissoras e os teleouvintes? 11. A sintonização de uma emissora por um aparelho de rádio significa que houve seleção de uma onda eletromagnética. a) Discuta o que acontece quando as oscilações da onda eletromagnética transmitida pela emissora não têm a mesma frequência que a do circuito oscilante do rádio e a situação em que estas frequências coincidem. b) Por que o som de um rádio é perturbado por ruídos durante uma tempestade onde ocorrem relâmpagos? 1 5 9 12. As emissoras de rádio lançam ao espaço ondas eletromagnéticas moduladas. O que significa modular uma onda de alta frequência para se obter uma onda de rádio? 13. Qual a função do canhão eletrônico nas câmaras de TV? Identifique, nas transmissões de rádio, o que desempenha função análoga. Que transformações de energia ocorrem em cada um deles? 14. Por que as antenas são colocadas geralmente nos pontos mais altos de uma região? 15. O que acontece se colocarmos um ímã sobre uma fita magnética? E sobre um disco? 16. Qual é o comprimento de onda eletromagnética correspondente à frequência de 50 Hz de uma linha de alta tensão? 18. O texto a seguir foi retirado de um livro de Física: 19. Considerando a velocidade de propagação próxima a da luz ( 3.108 m/s), qual a freqüência da radiação emitida pelo corpo humano? 20.Calcule os comprimentos de onda das ondas eletromagnéticas de frequência f 1 = 6 . 1014 Hz e f 2 = 4 . 106 Hz. 22. Uma pessoa tenta ouvir um noticiário com um radinho de pilha nas seguintes condições: muito vento com ameaça de chuva com relâmpagos cortavam o céu. Discuta as várias hipóteses que podem explicar o fato de que para ouvir alguma coisa, o radinho tinha que ser colocado colado ao ouvido. " O corpo humano, que apresenta uma temperatura média de 37 oC, também emite radiações infravermelhas, cujo comprimento de onda encontra-se próximo ao valor 10-5 metros." 17. O comprimento de onda transmitido por uma estação retransmissora é de 300m. Calcule a frequência da onda emitida. 21. Uma estação de rádio emite ondas eletromagnéticas com frequência 8 megahertz. O comprimento das ondas emitidas é de: a)( ) 32,5m d)( ) 45,0m c)( ) 37,5m b)( ) 35,7m e)( ) 52,6m 1 6 0 teste seu vestibular 6. Considere estas afirmações: I. A velocidade de propagação da luz é a mesma em todos os meios. II. As microondas usadas em telecomunicações para transportar sinais de TV e telefonia são ondas eletromagnéticas. III. Ondas eletromagnéticas são ondas do tipo longitudinal. Quais delas estão corretas? a)( ) Apenas I d)( ) Apenas II e III b)( ) Apenas II e)( ) I, II e III c)( ) Apenas I e II 7. Sejam v 1 , v 2 e v 3 as velocidades de propagação no vácuo das radiações gama, infravermelha e luminosa. Temos então: a)( ) v 1 < v 2 < v 3 d)( ) v 1 = v 2 = v 3 b)( ) v 2 < v 1 < v 3 e)( ) v 3 < v 1 < v 2 c)( ) v 3 < v 2 < v 1 8. Em uma região do espaço, existem campos elétricos e magnéticos variando com o tempo. Nestas condições, pode-se dizer que, nesta região: a)( ) existem necessariamente cargas elétricas. b)( ) quando o campo elétrico varia, cargas induzidas de mesmo valor absoluto, mas de sinais contrários, são criadas. c)( ) à variação do campo elétrico corresponde o aparecimento de um campo magnético. d)( ) a variação do campo magnético só pode ser possivel pela presença de ímãs móveis. e)( ) o campo magnético variável pode atuar sobre uma carga em repouso, de modo a movimentá-la, independente da ação do campo elétrico. 1. Não é radiação eletromagnética: a)( ) infravermelho d)( ) onda de rádio b)( ) ultravioleta c)( ) ultra-som c)( ) luz visível 2. Uma cápsula a caminho da Lua não encontra, certamente, em sua trajetória: a)( ) raios X d)( ) microonda b)( ) raios γ e)( ) ondas sonoras c)( ) radiação ultravioleta 3. No ar, sob condições normais de temperatura e pressão, uma fonte sonora emitie um som cujo comprimento de onda é de 25cm. Supondo que a velocidade de propagação do som no ar é de 340m/s, a frequência do som emitido será de: a)( ) 1,36kHz c)( ) 2,72kHz e)( ) 3,40kHz b)( ) 1,60kHz d)( ) 3,20kHz 4. O ouvido humano consegue ouvir sons desde aproximadamente 20Hz até 20 000Hz. Considerando que o som se propaga no ar com velocidade de 330 m/ s, que intervalo de comprimento de onda é detectável pelo ouvido humano? a)( ) De 16,5m a15,5mm d)( ) De 8,25m a 8,25mm b)( ) De 165m a 165mm e)( ) De 20m a 20mm c)( ) De 82,5m a 82,5mm GREF - Física Térmica/termo1.pdf GREF Física Térmica. 1 versão preliminar para ler, fazer e pensar leituras de física 01. Calor, Presença Universal. 02. Esquentando os motores e preparando a rota. 03. Medidas de temperatura. 04. Controle de temperatura. 05. Calculando a dilatação. Leituras de Física é uma publicação do GREF - Grupo de Reelaboração do Ensino de Física Instituto de Física da USP EQUIPE DE ELABORAÇÃO DAS LEITURAS DE FÍSICA Anna Cecília Copelli Carlos Toscano Dorival Rodrigues Teixeira Isilda Sampaio Silva Jairo Alves Pereira João Martins Luís Carlos de Menezes (coordenador) Luís Paulo de Carvalho Piassi Suely Baldin Pelaes Wilton da Silva Dias Yassuko Hosoume (coordenadora) ILUSTRAÇÕES: Fernando Chuí de Menezes Mário Kano GREF - Instituto de Física da USP rua do Matão, travessa R, 187 Edifício Principal, Ala 2, sala 305 05508-900 São Paulo - SP fone: (011) 818-7011 fax:(011) 818-7057 financiamento e apoio: Convênio USP/MEC-FNDE Sub-programa de educação para as Ciências (CAPES-MEC) FAPESP / MEC - Programa Pró-Ciência Secretaria da Educação do Estado de São Paulo - CENP A reprodução deste material é permitida, desde que observadas as seguintes condições: 1. Esta página deve estar presente em todas as cópias impressas ou eletrônicas. 2. Nenhuma alteração, exclusão ou acréscimo de qualquer espécie podem ser efetuados no material. 3. As cópias impressas ou eletrônicas não podem ser utilizadas com fins comerciais de qualquer espécie. junho de 1998 1 01 Não há nada, na Natureza ou nas Técnicas, que não tenha a ver com o calor Calor, Presença Universal Se alguma coisa dá a impressão de não ter nada a ver com a idéia de calor... é só impressão! 2 01 Calor, Presença Universal Todas as coisas recebem e cedem calor o tempo todo. Quando esta troca é equilibrada, se diz que elas estão em equilíbrio térmico. Quando cedem mais do que recebem, ou vice-versa, é porque estão mais quentes ou mais frias que seu ambiente. Portanto... tudo tem a ver com o calor... mesmo que não pareça! Geladeiras ou regiões geladas do planeta tem tanto a ver com o calor quanto fornos ou desertos: A GELADEIRA, POR EXEMPLO, É UM APARELHO DE BOMBEAR CALOR. VOCÊ PODE VERIFICAR COMO É QUENTE A "GRADE PRETA" ATRÁS DELA.TRATA-SE DO RADIADOR QUE EXPULSA O CALOR TIRADO DO INTERIOR DA GELADEIRA, OU SEJA, DOS OBJETOS QUE REFRIGERA; PARA SOBREVIVER NO PÓLO NORTE, OS ESQUIMÓS PRECISAM DO ISOLAMENTO TÉRMICO DAS ROUPAS DE PELE DE ANIMAIS E PRECISAM COMER ALIMENTOS COM ALTO TEOR CALÓRICO. ALÉM DISSO, PARA ENTENDER PORQUE OS PÓLOS SÃO TÃO FRIOS, É PRECISO SABER QUE OS RAIOS DE LUZ E DE CALOR VINDOS DO SOL SÓ CHEGAM LÁ MUITO INCLINADOS, E MESMO ASSIM SÓ DURANTE METADE DO ANO... Por falar em sol, quando a gente olha pro céu, numa noite de inverno, vendo aquelas estrelinhas que parecem minúsculos cristais, perdidos na noite fria... ...pode achar difícil acreditar que cada estrelinha daquela é um quentíssimo sol, cuja luz viajou milhões de anos pra chegar até nós. Se houver planetas em torno delas, quem sabe se não haverá vida em seu sistema solar... Quando tentamos pensar em alguma coisa que "não tem nada a ver com o calor" é natural, por oposição, pensar em algo frio. Na realidade, quando se diz que um objeto está frio, é porque está menos quente que o ambiente à sua volta, ou porque está menos quente do que a mão que tateia o objeto. Como veremos, a percepção de que alguma coisa "é fria" está associada a ela estar tomando calor do ambiente ou da mão que a toca. Da mesma forma, se diz que alguma coisa está quente, quando está cedendo calor à mão que a toca ou ao ambiente. 3 Além de todas as coisas estarem constantemente trocando calor entre si e com seu meio, grande parte dos objetos necessita de processos térmicos para sua produçào. Não só bolos e biscoitos são produzidos em fornos, pois todos os metais, por exemplo, precisam de fornos para serem extraídos de seus minérios, assim como para serem fundidos e depois moldados ou, pelo menos, para serem aquecidos antes de serem laminados, SERÁ PRECISO FERVER O MOTOR, PARA LEMBRARMOS QUE O AUTOMÓVEL É "MOVIDO A CALOR", POIS O QUE O EMPURRA É UM MOTOR A COMBUSTÃO INTERNA? DA MESMA FORMA, SERÁ PRECISO FICARMOS COM FEBRE, PARA LEMBRARMOS QUE TAMBÉM SOMOS SISTEMAS TÉRMICOS E QUE "NOSSO MOTOR" TAMBÉM USA COMBUSTÍVEL? Quando nos lembramos de um combustível, qualquer derivado de petróleo ou o álcool, por exemplo, podemos imediatamente associar estas substâncias com a produção de calor... ...mas nos esquecemos que estas substâncias necessitaram de calor, nas destilarias, para serem produzidas! Difícil mesmo, é achar alguma coisa que não precise de calor para ser produzida: Uma fruta, será que é preciso calor para produzi-la? No motor do automóvel, será possível produzir o movimento do carro, a partir do combustível, mantendo o motor frio? Abertura e Plano de curso 4 Faça você mesmo... Talvez você ainda não esteja convencido de que o calor esteja presente em tudo no universo. Não há de ser nada, você ainda chega lá... VOCÊ PODERIA DAR UMA OLHADA À SUA VOLTA E DIZER QUE COISAS, NA SUA OPINIÃO,ESTÃO MAIS DIRETAMENTE RELACIONADAS COM O CALOR? QUAL CARACTERÍSTICA OU QUALIDADE DESTAS COISAS AS ASSOCIA A PROCESSOS TÉRMICOS? Veja as roupas que voce está usando ou tem guardadas. De algodão, de lã ou outros tecidos, seus modelos, com ou sem manga, com ou sem gola, com ou sem forro, com ou sem botões para regular as trocas de calor... Veja na cozinha, que coisas produzem calor, que coisas transmitem calor, que coisas extraem calor, que coisas isolam para não perder calor. Chama, panela, cabo de panela.. Veja no banheiro. Veja a estrutura da própria casa ou edifício. Veja alguns exemplos: água ( serve,entre outras coisas, como meio de refrigeração) Cobertor (serve como isolante térmico, evitando maiores perdas de calor pelo corpo, em noites frias) Dilotação (é provocada por variação de temperatura e, por isso,é base para vários termômetros) Ebulição (é o que acontece quando um líquido é aquecido a ponto de virar um gás) Tente também fazer uma lista de pelo menos 20 coisas ou situações, explicando uma possível relação com calor ou com temperatura. Motor do automóvel (que transforma calor de queima em trabalho mecânico) Calor, Presença Universal 5 02 Esquentando os motores e preparando a rota. Se tudo tem a ver com calor, por onde começar? Calor e temperatura são a mesma coisa? Qual leva a qual? Qual vem primeiro? O que é a chama? Todo calor é energia? Toda energia é calor? E o trabalho o que é? O combustível queima e "faz calor". Mas, como é que o calor faz trabalho? 6 02 Esquentando os motores e preparando a rota. Ao fim da leitura anterior, foi feita uma lista de coisas relacionadas com o calor e processos térmicos. É possível agrupar estas coisas de muitas formas diferentes. Serve a ordem alfabética? ... gás, geladeira, queimadura, ... Pensando bem, acho que não! fogo, grau celcius, secador,forno elétrico, derretimento,geladeira, forno de microondas, caloria, amor,resfriado, gelo, isopor, ferro quente, cobertor, chuva, vapor, sol, chapéu, radiação, queimadura, filtro solar,febre, lua, luz, motor, radiador, metal, madeira, álcool, fogão, gás, chuveiro, vulcão, água, ar, freezer, atrito,borracha, isopor,combustão, garrafa térmica, aquecimento, gêiser, termômetro, convecção, condução, gasolina, carvão, liquidificador, dilatação, ventilador, evaporação, calor,solificação,lâmpada, bomba atômica,dissolução, vento,condensação,compressãodos gases, ebulição,freada, fusão, martelada, nuvem, lagos, etc.. Gelo é frio, vapor é quente, mas é tudo água. Classificar? Quente e frio ou mudança de estado? Há coisas que produzem calor, como os combustíveis, o Sol, uma resistência elétrica. São uma categoria? Como chamá-las? Roupas podem proteger do frio, isopor impede as trocas de calor, metais facilitam certas trocas. Isolantes e condutores térmicos, trocas térmicas são outra categoria? 7 Trabalhando o levantamento e a classificação. Entre as muitas classificações possíveis vamos propor uma que será usada como roteiro para classificar a listagem de termodinâmica. É claro que muitas coisas podem ou não estarem presentes em várias categorias. Por exemplo, a água serve para controlar a temperatura no motor a explosão (1), troca calor com a vizinhança (2), muda de fase (3) e é a substância usada na turbina a vapor (4). A madeira, utilizada como isolante e combustível, se encontra na coluna de fontes e trocas de calor (2). Medida e controle de temperatura. forno termômetro radiação água ... Fontes e trocas de calor. Sol madeira convecção isopor água ... Transformações térmicas. motor água gases panela de pressão... Máquinas térmicas. geladeira motor turbina a vapor... 1) Medida e controle de temperatura. Somos capazes de sentir o calor porque temos receptores na pele que detectam o aumento de energia térmica. Para medir temperaturas construímos termômetros clínicos ou industriais que se baseiam na propriedade dos materiais dilatarem quando aquecidos. O controle de temperatura feito pelos termostatos, que ligam e desligam circuitos, também se baseia na dilatação. 3) Transformações térmicas. Na natureza encontramos água em grande quantidade: no estado líquido, como sólido nas geleiras polares e como gás na atmosfera. O gelo, a água e o vapor d'água são estados diferentes de uma mesma substância. Utilizando tecnologias específicas nós provocamos mudanças de estado nas substâncias sempre que necessário. Transformações térmicas exercidas nos gases produzem variações de volume e pressão. 2) Fontes e trocas de calor. Que o Sol é uma fonte de calor ninguém duvida. E os combustíveis? Mas, será que nós também podemos nos considerar uma fonte de calor? Como o calor do Sol chega até nós? Sempre que algo puder ceder calor para a vizinhança pode ser considerado uma fonte de calor. As vezes entretanto precisamos impedir as trocas de calor que ocorrem por várias maneiras. O isopor, entre muitos outros é um material que evita a condução do calor. 4) Máquinas térmicas. Identificar um motor do carro como uma máquina térmica é habitual. Mas, e uma geladeira? Ela resfria alimentos. E o organismo humano, pode ser classificado junto com um motor? Os princípios em que se baseiam o funcionamento das máquinas térmicas são os mesmos que regem os fenômenos naturais; eles são universais. 8 Esquentando os motores e preparando a rota. Exercícios. 01) Observando as cenas ilustradas a seguir identifique as coisas relacionadas com calor de acordo com a sua interpretação da cena. TODAS ESSAS COISAS "CABEM" NA CLASSIFICAÇÃO PROPOSTA? 02) Relendo as páginas anteriores tente classificar as coisas da sua lista da leitura 01, da leitura 02, das coisas da sua casa e das coisas vistas pela janela de um ônibus. Utilizando uma lupa. Um curto circuito. Empurrando um carro. 9 03 Medidas de Temperatura. Tanto entre as coisas naturais como entre as produzidas ou construidas, o assunto é calor. Como as coisas cedem e recebem calor? A nossa pele é um receptor para a radiação térmica tal como o olho é para a luz. Como avaliar o "quanto" essas coisas são quentes? 1 0 "Todas as coisas recebem e cedem calor o tempo todo." E QUANDO NÃO TEM NADA ENTRE OS OBJETOS? VOCÊ JÁ PENSOU DE QUE MANEIRA A LUZ E O CALOR DO SOL CHEGAM ATÉ NÓS? COMO SENTIMOS O CALOR DO SOL? COMO NOS PROTEJEMOS DO SEU CALOR TÃO INTENSO? A luz do Sol atravessa milhares de quilômetros de espaço vazio, sem atmosfera, até chegar ao nosso planeta. Este processo de propagação é chamado de radiação. Somos capazes de sentir o calor porque temos receptores na nossa pele que são ativados quando detectam o aumento de energia térmica. Os receptores são órgãos microscópicos localizados na camada mais interna da pele. São sensíveis ao toque, à pressão, à dor e à temperatura. Ao receberem um estímulo cada receptor específico, produz um impulso e o envia para o cérebro. É o cérebro que nos faz sentir dor, prazer, calor, etc.. Quando sentimos desconforto devido ao calor muito intenso nos abrigamos. Uma árvore, uma parede, um teto, bloqueiam a radiação solar. A nossa experiência cotidiana nos mostra que quando há um contato direto entre dois objetos o mais quente cede calor para o mais frio, há uma condução de calor. Havendo um fluído entre eles, geralmente o ar ou a água, também ocorre a troca pelo movimento das moléculas. A água da parte superior da panela também se aquece. Neste caso dizemos que por convecção. Quase todos os bloqueadores da radiação térmica também não deixam passar a luz. Mas, é necessário tomar cuidado, o vidro se comporta de maneira diferente em relação à luz ou ao calor. Os filtros solares utilizados hoje para aumentar o tempo de exposição ao Sol também são bloqueadores de radiação solar. A nossa pele, que é um sensor térmico, necessita desta proteção. As vezes utilizamos o tato para avaliar o quanto um objeto está quente e até mesmo o estado febril de uma pessoa. Entretanto a nossa sensação pode nos surpreender, como pode ser verificado na próxima atividade. Coloque uma das mãos numa vasilha com água quente e a outra numa vasilha com água fria. Se as duas mãos forem colocadas posteriormente numa terceira vasilha com água morna, esta mesma água provocará uma sensação diferente em cada mão. A água morna parecerá fria para a mão que estava quente e quente para a mão que estava fria. SE OS NOSSOS SENTIDOS "MENTEM" , O QUE PODERIA SER USADO PARA SE QUANTIFICAR O "QUENTE" OU O "FRIO" ? COMO DETERMINAR A TEMPERATURA DE UM OBJETO? Medidas de temperatura.03 O vidro bloqueia a luz? E a radiação térmica? Corte da nossa pele. 1 1 Na escala Celsius o zero é atribuido para a temperatura do gelo fundente e o cem para a temperatura da água em ebulição. Para completar a definição dessa escala termométrica, é só graduar o intervalo entre 0 e 100 em cem partes iguais, cada divisão correspondendo a 1oC. É por isso que a escala Celsius é uma escala centígrada. Com os termômetros clínicos avaliamos temperaturas com precisão de até décimos de grau. Em média, as pessoas têm sua temperatura normal de aproximadamente 36oC, enquanto que a 38oC já está certamente febril. A escala Fahrenheit. Outra escala que ainda é usada em países de lingua inglesa é a escala Fahrenheit em que o zero (0oF) foi escolhido para a temperatura de um certo dia muito frio na Islândia e o cem (100oF) para a temperatura média corporal de uma pessoa. Nessa escala, a temperatura de fusão do gelo corresponde, a 32oF e a temperatura de ebulição da água a 212oF. O intervalo é dividido em 180 partes, cada uma correspondendo a 1OF. Veja no esquema ao lado a correspondência entre as duas escalas. Para se conseguir que termômetros diferentes marquem a mesma temperatura nas mesmas condições, é necessário se estabelecer um padrão comum para êles, uma escala termométrica. Na escala Celsius sào escolhidas duas referências: uma é a temperatura de fusão do gelo e a outra é a da ebulição da água. Essas temperaturas são tomadas como referência pois, durante as mudanças de estado de qualquer substância a temperatura permanece constante. A escala Celsius. Os termômetros que usamos para verificar febre são construidos com um fino tubo de vidro ligado a um pequeno bulbo lacrado cheio de mercúrio ou de álcool. Quando esfriado, o líquido se contrai e seu nível desce no capilar; quando é aquecido, ocorre o contrário. Tanto o mercúrio como o álcool são líquidos que, mais do que a água, mesmo para um pequeno aquecimento, se dilatam visivelmente mais que o vidro. Por isso, são escolhidos para a construção de termômetros. Se fosse com água, precisaríamos de um grande volume. Imagine a inconveniência de se usar um termômetro desses para medir febre! A escala graduada no vidro dos termômetros clínicos mede temperaturas que vão de 350C a 410C aproximadamente MAS, COMO ESSES VALORES SÃO ATRIBUÍDOS À ESCALA? Há propriedades dos materiais que podem ser usadas para estabelecer e medir temperaturas, como a cor da luz emitida pelo filamento aquecido de uma lâmpada ou a dilatação do mercúrio dentro de um tubo de vidro. Um efeito do aquecimento: dilatação. O piso das calçadas, os trilhos de linhas de trem, as vigas de concreto de construções como pontes e edifícios, como tudo mais se dilatam. Sendo estruturas grandes e expostas ao Sol, devem ter vãos para acomodar dilatações prevendo este efeito do aquecimento e evitando que provoque rachaduras. Nas calçadas, por exemplo, estas "folgas" costumam ser preenchidas por grama ou tiras de madeira, em pontes são simplesmente fendas livres e em edifícios são fendas livres ou preenchidas por fitas de borracha. Todos os objetos sólidos, líquidos ou gasosos, quando aquecidos se dilatam, ou seja, aumentam de volume. Esta propriedade dos materiais pode ser usada para medir temperaturas. Medidas e controle de temperatura. 1 2 Mudando de escala... 3.1- Será que a temperatura de 100oF corresponde mesmo à temperatura de 36oC que é o valor considerado normal para temperatura corporal? Resolução: Ao compararmos as duas escalas, Celsius e Fahrenheit buscamos uma correspondência entre seus valores a partir dos comprimentos das colunas de líquido das duas escalas. Uma certa temperatura t C em que graus Celsius corresponde a uma temperatura t F em graus Fahrenheit. t tC F− − = − − 0 100 0 32 212 32 A razão entre os segmentos tC − − 0 100 0 para a escala Celsius é a mesma que a razão tF − − 32 212 32 para a escala Fahrenheit. Portanto: t tC F 100 32 180 = − t tC F 5 32 9 = − Através desta expressão você pode converter qualquer temperatura de uma escala para outra. Convertendo a temperatura de 100oF para a escala Celsius você encontra: tC 5 100 32 9 = − t CC ≅ 38ο Como você vê, a pessoa cuja temperatura foi tomada como referência estava um pouco febril, naquele dia. 3.2- A temperatura de 00F foi tomada como referência em um dia muito frio. Determine essa temperatura em graus Celsius. 3.3- Você mesmo pode elaborar uma escala termométrica. Para isso, basta escolher um número para a temperatura de fusão do gêlo e outro para a temperatura de ebulição da água. Em seguida, você pode relacionar a sua escala com a escala Celsius do mesmo modo que já realizamos. 3.4- Você encontra para comprar dois termômetros, ao mesmo custo, que contêm a mesma quantidade de mercúrio: um com um tubo longo e fino e o outro, um tubo curto e de diâmetro maior. Qual deles você preferiria? Explique porque. 3.5- A esterilização de instrumentos cirúrgicos que antes era feita em banho de vapor hoje é feita em estufas apropriadas. Por que não é possível esterilizar um termômetro clínico da mesma maneira? Que método você proporia para fazê-lo? Medidas de temperatura. 1 3 04 Controle de temperatura. Temperaturas muito altas ou muito baixas requerem dispositivos específicos para seu controle. - se for um gás, dilata muito mais. - ele dilata de modo típico; A nossa volta encontramos "coisas" que estão a temperaturas bastante altas como um forno, ou muito baixas como o interior de um freezer. Para medir e controlar temperaaturas tão diferentes utilizamos algumas propriedades dos materiais. - um material aquecido emite luz colorida ao atingir uma certa temperatura; 1 4 04 Controle de temperatura. O tungstênio, o ferro e outros metais, quando aquecidos, emitem energia que chamamos de radiação térmica. Se a intensidade da energia emitida for próxima a da luz visível, conseguimos "ver" a radiação. A radiação térmica é parte de um conjunto de radiações chamado de espectro de radiação. No diagrama de energia abaixo, mostramos a posição das diversas radiações do espectro. À QUE TEMPERATURA ESTÃO AS COISAS À NOSSA VOLTA? QUAIS DELAS ATINGEM UMA TEMPERATURA MUITO ALTA? E UMA TEMPERATURA MUITO BAIXA ? Um ferro elétrico por exemplo, pode ser regulado para passar seda, algodão ou linho, funcionando a diferentes temperaturas. Veja na tabela alguns valores de temperatura de algumas regiões do nosso "universo térmico". Você vai identificar "coisas" presentes no esquema da leitura anterior. "Coisas" ou situações Temperatura ( C) fotosfera solar 5700 fusão do tungstênio 3380 filamento de uma lâmpada 2500 forno metalúrgico 4000 forno doméstico 400 interior da geladeira 5 interior do congelador -5 interior do freezer -20 dia bem quente de 30 para cima dia bem frio de 10 para baixo Tabela 4.1 O filamento de tungstênio da lâmpada incandescente quando ligada, tem sua temperatura variando de cerca de 200C para 25000C. Nesta temperatura o filamento emite luz. Se você aproximar sua mão de uma lâmpada incandescente ou de um ferro elétrico será possível afirmar se eles estão ligados ou não, mesmo estando de olhos fechados, graças aos receptores térmicos de sua pele. Já olhando à distância, você consegue perceber se uma lâmpada está acesa, mas não consegue perceber se um ferro elétrico está quente ou não. Entretanto, se você deixar um ferro elétrico ligado na temperatura máxima durante um certo tempo num quarto escuro será possível "ver" a luz vermelha emitida pelo ferro aquecido. Algo semelhante acontece nas resistências de fornos e aquecedores elétricos. A região das radiações visíveis engloba desde a cor vermelha próxima às radiações térmicas até a cor violeta de maior energia. A luz do Sol emitida pela sua camada exterior, fotosfera solar, é a parte visível da radiação solar que chega até nós. A radiação solar contém, grande parte do espectro de radiação. Medidores e dispositivos de controle. Em função da necessidade de conforto ou até mesmo de sobrevivência utilizamos os diferentes materiais e suas propriedades para controlar a temperatura de aparelhos ou sistemas térmicos. Se um alimento é cozido em panela com água sabemos que sua temperatura não ultrapassa 1000C. Se ele estiver numa frigideira com óleo quente sua temperatura, com certeza, supera 1000C pois o óleo atinge temperaturas maiores que esta antes de ferver. 1 5 Se você estiver em regiões geladas sabe que a temperatura é igual ou inferior a 0oC. Os aparelhos como condicionadores de ar ou geladeiras têm suas temperaturas controladas por termostatos a gás que são dispositivos que ligam e desligam seus motores. Quando um pedaço de ferro é aquecido, a partir de uma certa temperatura começa a emitir luz, a princípio vermelha depois laranja, amarela e finalmente branca. O funcionamento de um pirômetro óptico se baseia nessa propriedade dos materiais. Êle possui uma lâmpada de filamento cujo brilho pode ser aumentado ou diminuido pelo operador do aparelho que aciona um circuito elétrico. A cor do filamento dessa lâmpada tomada como referência e previamente calibrada é comparada com o interior de um forno ou com outra lâmpada permitindo assim, à distância, determinar sua temperatura. O aquecimento faz com que a espiral bimetálica se altere, movendo o ponteiro e indicando o valor da temperatura. Em temperaturas muito baixas o controle de temperatura pode ser realizado com maior eficácia usando-se os termostatos que se baseiam na expansão de um gás, como os usados nas geladeiras, por exemplo. Quando ocorre aumento de temperatura no interior da geladeira, o gás contido no capilar do termostato expande fechando o circuito elétrico que liga o motor. Quando a temperatura no interior da geladeira atinge o valor pré estabelecido pelo botão de regulagem, o gás se contrai permitindo que a pressão da mola abra o circuito elétrico interrompendo o funcionamento do motor. Um tipo de termostato é o construído com lâminas bimetálicas (duas lâminas de metais diferentes firmemente ligadas) que, quando aquecidas ou resfriadas se dilatam ou se contraem encurvando-se ou endireitando-se, abrindo ou fechando circuitos elétricos. Isto ocorre porque cada metal tem uma dilatação típica. Alguns medidores de temperatura usados em carros são constituídos de uma lâmina bimetálica enrolada em forma de espiral com mostrador. Neste caso uma das extremidades da lâmina é fixa e a outra está acoplada a um ponteiro. Os filamentos das lâmpadas incandescentes, quando estão emitindo luz branca, estão à temperatura aproximada de 2500oC. Par bimetálico. Para controlar temperaturas da ordem de algumas centenas de graus como a de fornos domésticos ou ferros elétricos, por exemplo, são usados termostatos em sua construção.Os ferros de passar roupas ou torradeiras elétricas têm suas temperaturas controladas por outro tipo de termostato - nesses casos é uma lâmina bimetálica que se contrai ou expande, abrindo ou fechando um circuito elétrico. Na tabela, algumas temperaturas são muito mais altas do que as que estamos acostumados a encontrar. Que tipo de termômetro pode medir a temperatura do filamento de uma lâmpada ou da fotosfera solar? Essas temperaturas são tão altas que os termômetros comuns não conseguem medir e também derretem. Para medir altas temperaturas são usados pirômetros ópticos. Pirômetro Óptico. Medida e controle de temperatura. 1 6 CORES TEMPERATURA castanho de 520oC a 650oC vermelho de 650oC a 1050oC amarelo de 1050oC a 1250oC branco/azulado acima de 1250oC Quando observamos uma lâmpada incandescente, percebemos que a luz produzida é branco- amarelada, e dificilmente conseguimos ver outras cores.Já a observação da chama de uma vela pode nos revelar que a luz emitida por ela possui cores diferentes. Olhando para a chama de uma vela e dispondo da tabela que relaciona cores com temperatura, você pode avaliar a temperatura das regiões da chama. Acenda uma vela para... 01) Você pode conseguir numa oficina mecânica ou ferro velho um termostato de radiador de automóvel. Coloque-o numa vasilha com água quente para observar a válvula se abrir. O QUE VOCÊ ESPERA QUE VAI ACONTECER AO RETIRÁ-LO DA ÁGUA? É por esse processo que a água que circula ao redor dos cilindros dos motores depois de aquecida, ao atingir a temperatura pré determinada, volta ao radiador para ser resfriada e reutilizada. 02) Em lojas de conserto de eletrodomésticos você pode encontrar um termostato de aquecedor elétrico. Aproximando- o e afastando-o da chama de um isqueiro você pode perceber o "liga e desliga" quando os metais do termostato se aquecem e se resfriam. Obs: Cuidado para não se queimar e ... não desmonte o aquecedor novo de sua mãe. Para fazer. Você agora conhece a temperatura da chama de uma vela mas ainda não sabe responder o que é a chama. Calma! A gente chega lá... Controle de temperatura. 1 7 05 Calculando a dilatação. Podemos calcular exatamente quanto dilata um material que sofre aquecimento. Os engenheiros evitam acidentes como esses ao prever as dilatações que os materiais vão sofrer , deixando folgas nos trilhos das linhas de trem. Nas construções civís as juntas são feitas com material que permite a dilatação do concreto. Observe na sua casa, escola e praças os recursos utilizados pelos construtores para evitar rachaduras. 1 8 05 Calculando a dilatação. Com a leitura 15 você entenderá porque os lagos de regiões de inverno rigoroso conservam água abaixo do gelo. Descarrilhamento de trens, rachaduras no concreto, são alguns dos problemas que a dilatação dos materiais causam na construção civil. Por outro lado, é a dilatação que facilita o trabalho de um ferreiro. Na fabricação de rodas de carroça e barrís por exemplo, os aros metálicos são aquecidos ao fogo, e dilatados são facilmente colocados. Ao esfriar, o metal se contrai e os aros ficam bem justos e firmes na madeira das rodas ou dos barrís. Não são só os sólidos que se dilatam quando aquecidos, os líquidos dilatam-se mais que os sólidos, e os gases mais ainda; sendo por isso utilizados nas construções dos termômetros. Entre as substâncias encontramos algumas exceções. A água, por exemplo, quando aquecida de zero a 4oC se contrai e quando resfriada abaixo de zero se dilata. Essa particularidade garante que só a superfície dos lagos se congele. A dilatação é sempre volumétrica; as substâncias se dilatam nas três dimensões: comprimento, largura e altura. A propriedade de cada material se dilatar de uma maneira típica é que permite a construção dos pares bimetálicos. Um material dilatando-se mais que o outro provoca a curvatura do dispositivo que liga e desliga os circuitos como vimos na leitura anterior. O coeficiente de dilatação volumétrica representa o volume dilatado (em cm3 ou m3, etc.) para uma unidade de volume (em cm3 ou m3, etc.) inicial do material ao ser aquecido de 1oC. Tabela 5.1 : Coeficiente de dilatação volumétrica. Substância T(oC) Coef. de dil. Vol. ( 0C-1) aço 0 - 100 31,4 x 10-6 água 20 210 x 10-6 álcool 0 - 60 1100 x 10-6 alumínio 20 - 100 71,4 x 10-6 cobre 25 - 100 50,4 x 10-6 ferro 18 - 100 34,2 x 10-6 gelo 20 - 0 153 x 10-6 invar (Fe, Ni) 20 2,7 x 10-6 madeira 20 90 x 10-6 mercúrio 0 - 100 182 x 10-6 ouro 15 - 100 42,9 x 10-6 prata 15 - 100 56,7 x 10-6 superinvar (Fe, Ni, Cr) 20 0,09 x 10-6 tungstênio 20 12 x 10-6 vidro comum 0 - 100 27 x 10-6 vidro pirex 20 - 100 9,6 x 10-6 Pela tabela se constata que o coeficiente de dilatação da água no estado líquido é maior do que no estado sólido. No estado gasoso este coeficiente é cerca de 17 vezes maior do que no líquido. Esse valor de coeficiente de dilatação volumétrica é o A tabela a seguir nos fornece o coeficiente de dilatação volumétrica de alguns materiais. é o mesmo para todos os gases. γ vapor de água 0 -1 C C= × =−6 −13663 10 1 273 0 γ = −11 273 0 C 1 9 Caso você tenha um fio bem fino e longo, por exemplo, e queira calcular a dilatação de seu comprimento, considere que a dilatação em uma só dimensão depende de um coeficiente de dilatação linear equivalente a 1/3 do valor encontrado na tabela, que é de dilatação volumétrica. Assim, a dilatação linear é calculada através da relação: A dilatação volumétrica (∆∆∆∆∆V) sofrida por uma substância de coeficiente de dilatação volumétrica γγγγγ é proporcional ao produto do volume inicial (V o ) e da variação de temperatura (∆∆∆∆∆T). Matematicamente podemos representar a dilatação e o coeficiente de dilatação volumétrica como: As vezes só nos interessa a dilatação de uma superfície do material. Neste caso levamos em conta duas dimensões e utilizando o coeficiente de dilatação superficial que é equivalente a 2/3 do coeficiente de dilatação volumétrico. A equação pode ser escrita da seguinte forma: T S S T S S o o ∆ ∆=⇒∆=∆ ββ T L L T L L o o ∆ ∆=⇒∆=∆ αα Onde: L∆ = variação do comprimento oL = comprimento inicial T∆ = variação de temperatura α = coeficiente de dilatação linear A DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA É DIRETAMENTE PROPORCIONAL AO VOLUME INICIAL E A VARIAÇÃO DE TEMPERATURA. Inverno Verão Os vãos deixados em construções ficam maiores no inverno. Medida e controle de temperatura. Onde: β = coeficiente de dilatação volumétrica S∆ = variação da área oS = área inicial T∆ = variação de temperatura É um problema de adaptação??? 01) Ao lavar pratos e copos, você verifica que as vezes um copo fica "grudado" dentro de outro não sendo possível separá-los facilmente. Sugira um método simples de fazê- los soltar um do outro sem perigo de quebrá-los. 02) Quando é que o pistão de alumínio do seu carro se adapta mais justamente ao cilindro de aço, quando ambos estão quentes ou quando ambos estão frios? Explique. 03) A platina é o metal utilizado para confecção de amálgama dentário. Seu coeficiente de dilatação volumétrico é 27 x 10-6 0C-1. Compare esse coeficiente com o dos demais metais e discuta o porque dessa escolha. ∆ ∆ ∆ ∆ΤV V T = V V0 0 = ⇒γ γ 2 0 Exercícios. 5.1- Um prédio de 100m, com uma estrutura de aço tem um vão de 10 cm previsto pelo engenheiro. Que variação de temperatura esse vão permite sem risco para o prédio? Resolução: O coeficiente de dilatação volumétrica do aço é: 1o -610 31,5 −× C Considerando apenas a dilatação do comprimento da estrutura, usaremos o coeficiente de dilatação linear que vale: 1o 6- 6- 10 10,5 10 31,5 3 1 −×=×× C Como a dilatação linear 10cm L =∆ , o coeficiente de dilatação linear 1o -610 10,5 −×= Cα e o comprimento cm10 m100L 4 o == . Co 6-4 o 95 10 10,5 10 10 L L T ≅ ×× =∆=∆ α Como você pode ver, o engenheiro foi previdente até demais. 5.2- Você dispõe de um litro de água e outro de álcool dotados de tubos capilares de 1mm2, bem longos colocados nas rolhas. Sabendo que os coeficientes de dilatação da água e do álcool valem respectivamente: -1o -6 água C10 210 ×=γ e -1o -6 álcool C 10 1100 ×=γ , determine a altura da coluna de cada líquido quando a variação de temperatura for de 10oC. Resolução: Antes de tudo vamos expressar o volume de 1litro em mm3. 1l = 1dm3 e 1dm = 102mm Portanto: 1l = 1dm3 = (102)3 mm3 = 106 mm3 Como: TV V o∆=∆ γ 3-66 água mm2100 10 10 210 10V =×××=∆ 3-66 álcool 11000mm 10 10 1100 10 V =×××=∆ Como a área da secção reta do capilar é de 1mm2, a altura h é numericamente igual ao volume. Assim, a altura da coluna de água vale 2100mm=2,10m e a de álcool vale 11000mm= 11m. Imagine o transtorno se você quisesse medir febre com um termômetro desses! 5.3- Um mecânico pretende soltar um parafuso de ferro que está emperrado em uma porca de invar (liga de ferro com níquel). Qual deveria ser o procedimento do mecânico? 5.4- Um posto recebeu 5000 litros de gasolina num dia em que a temperatura era de 350C. Com a chegada de uma frente fria, a temperatura ambiente baixou para 150C, assim permanecendo até que a gasolina fosse totalmente vendida. Sabendo-se que o coeficiente de dilatação da gasolina é 1,1 x 10-3 0C-1, calcule em litros o prejuízo sofrido pelo dono do posto. 5.5- Explique porque travessas de vidro comum não podem ir ao forno e as de vidro pirex podem. Portas de armários que ficam "emperradas" no verão, abrem sozinhas no inverno. Inverno Verão Calculando a dilatação. GREF - Física Térmica/termo2.pdf GREF Física Térmica. versão preliminar para ler, fazer e pensar leituras de física 06. Sol: a fonte da vida. 07. O Sol e os combustíveis. 08. Calor e conforto. 09. Transportando o calor. 10. Cercando o calor. 11. Aquecimento e clima. 12. Aquecimento e técnica. 13. Calculando a energia térmica. 2 Leituras de Física é uma publicação do GREF - Grupo de Reelaboração do Ensino de Física Instituto de Física da USP EQUIPE DE ELABORAÇÃO DAS LEITURAS DE FÍSICA Anna Cecília Copelli Carlos Toscano Dorival Rodrigues Teixeira Isilda Sampaio Silva Jairo Alves Pereira João Martins Luís Carlos de Menezes (coordenador) Luís Paulo de Carvalho Piassi Suely Baldin Pelaes Wilton da Silva Dias Yassuko Hosoume (coordenadora) ILUSTRAÇÕES: Fernando Chuí de Menezes Mário Kano GREF - Instituto de Física da USP rua do Matão, travessa R, 187 Edifício Principal, Ala 2, sala 305 05508-900 São Paulo - SP fone: (011) 818-7011 fax:(011) 818-7057 financiamento e apoio: Convênio USP/MEC-FNDE Sub-programa de educação para as Ciências (CAPES-MEC) FAPESP / MEC - Programa Pró-Ciência Secretaria da Educação do Estado de São Paulo - CENP A reprodução deste material é permitida, desde que observadas as seguintes condições: 1. Esta página deve estar presente em todas as cópias impressas ou eletrônicas. 2. Nenhuma alteração, exclusão ou acréscimo de qualquer espécie podem ser efetuados no material. 3. As cópias impressas ou eletrônicas não podem ser utilizadas com fins comerciais de qualquer espécie. junho de 1998 2 1 06 Sol: a fonte da vida A energia: na fotossíntese e na respiração. O capim precisa de luz e calor do Sol. O gado come o capim. Você se alimenta das plantas e do gado. Você inspira o oxigênio fornecido pela planta. Você libera o gás carbônico e o calor que a planta necessita ... 2 2 06 Sol: a fonte da vida. crescimento, a reprodução, etc.. Esse processo de liberação de energia é análogo ao de queima, é a respiração. material orgânico +oxigênio => CO 2 +H 2 O +energia Luz do Sol Que a folha traga e traduz.... Em verde novo. A música do Caetano Veloso conta um fenômeno que acontece no planeta, há muitos milhões de anos. A fotossíntese é o processo através do qual os vegetais produzem os alimentos, o combustível indispensável para a vida da planta, do homem e outros animais. Os vegetais necessitam da luz solar como a energia absorvida pelas plantas em suas reações químicas. É na fotossíntese realizada pelas plantas que ocorre o primeiro e principal processo de transformação de energia no ambiente terrestre. Os vegetais que possuem clorofila absorvem energia solar e gás carbônico do ar e realizam reações químicas produzindo material orgânico como açúcares, gorduras e proteinas e liberam oxigênio. A reação química que ocorre na fotossíntese poderia ser esquematizada da seguinte forma: H 2 O + CO 2 +luz -> material orgânico +oxigênio Fotossíntese e a vida animal. As pessoas e os animais também necessitam de energia para sua sobrevivência e suas atividades. Não produzimos, como as plantas verdes, a energia interna que armazenamos. Ao ingerirmos o a limento proveniente das plantas, parte das substâncias entram na constituição celular e outra parte fornece a energia necessária às nossas atividades como o A quantidade de energia contida em um alimento é medida através da energia obtida pela sua queima. Se queimarmos a mesma quantidade de pão e amendoim para aquecermos uma mesma quantidade de água, ao medirmos a temperatura da água no final da queima, perceberemos que ela ficará mais aquecida quando utilizamos o amendoim como combustível. O amendoim libera mais energia na queima por ser constituido de menor quantidade de água e por possuir substâncias mais calóricas que o pão. Esta energia é proveniente da reação de queima dos alimentos retirados do meio ambiente, por exemplo, das plantas verdes ou de animais como o gado que come as plantas verdes. A energia dos alimentos. 2 3 Felizmente não precisamos fazer esta atividade sempre que quisermos saber o poder energético de um alimento. Encontramos tabelas que nos fornecem estas informações. Na tabela 6.1 por exemplo, estão especificados os teores de energia expressos em quilocalorias (Kcal) por 100g de alimento. 1kcal = 1000cal A energia dos alimentos representava para o homem primitivo a quase totalidade do seu consumo energético pois ele além de consumir os alimentos só usava a energia do fogo. Situação muito diferente acontece no mundo moderno.Só 5% do que o cidadão urbano consome atualmente corresponde à energia dos alimentos para sua subsistência. A maior parte provém dos combustíveis dos veículos, da energia elétrica para iluminar, tomar banho, aquecer e resfriar e da energia para a produção dos bens que ele utiliza. 1 caloria é definida como a quantidade de calor necessária para elevar de 1ºC a temperatura de 1grama de água no estado líquido. Alimentos Porções (100g) Energia (kcal) leite de vaca cru meio copo 63 queijo branco fresco uma fatia 243 pão duas unidades 269 ovo duas unidades 163 carne de vaga (magra) um bife 146 peixe de mar frito dois filés 371 arroz cozido 3 colheres (sopa) 167 feijão cozido 5 colheres (sopa) 67 mamão uma fatia 32 coca-cola meio copo 39 batata frita 2 unidades 274 Tabela 6.1: Energia fornecida pelos alimentos. Fontes e trocas de calor. Devido ao nosso próprio metabolismo, absorvemos quantidades variadas de energia ingerindo os mesmos alimentos que outras pessoas. A perda de energia ao realizar as mesmas atividades também é uma característica pessoal, dependendo do tamanho corporal e da eficiência dos movimentos. Consumimos em média cerca de 3500 kcal de alimentos diariamente. O conhecimento da quantidade de energia liberada pelos alimentos no organismo é de interesse de médicos e nutricionistas, uma vez que a alimentação com excesso ou deficiência de calorias pode levar à obesidade, à doenças vasculares ou à subnutrição. EXPERIMENTE CALCULAR A QUANTIDADE DE ENERGIA FORNECIDA PELOS ALIMENTOS QUE VOCÊ INGERIU HOJE. As tabelas de dieta fornecem o valor de energia do alimento em grande caloria (Cal) em lugar de quilocaloria (Kcal). Neste caso, 1 Cal (caloria médica) corresponde à 1Kcal em Física. É possível se fazer um balanço entre a energia fornecida pelos alimentos e a energia consumida por uma pessoa durante um determinado tempo em suas atividades diárias. 2 4 O Ciclo do Carbono. Na grande quantidade de transformações que ocorrem na Terra a fotossíntese, a respiração e a decomposição além de promoverem uma circulação da energia proveniente do Sol também são responsáveis pela circulação de um importante elemento químico, o carbono. O gás carbônico dissolve-se nas águas oceânicas entrando em contato com os íons de cálcio que vão sendo depositado lenta e continuamente no fundo dos oceanos. Ao longo de milhões de anos esses materiais originam rochas como o calcário ou o mármore. Os esqueletos e carapaças dos seres marinhos como lagostas, caranguejos, corais, mariscos, etc., são constituídos de carbonato de cálcio, a mesma substância que constitue o mármore. Esses animais retiram o gás carbônico e os íons cálcio diretamente da água do mar e quando morrem, também vão contribuir para a formação de carbonato que poderão formar rochas. A atmosfera, os vegetais, os animais e os oceanos são verdadeiros reservatórios de carbono do nosso planeta e os átomos de carbono migram de um reservatório para outro, através dos processos intimamente relacionados como a fotossíntese, a respiração e decomposição, constituindo o ciclo do carbono. Veja a figura apresentada a seguir: Tabela 6.2 dormir 78 kcal/h ficar sentado 108 kcal/h assistir à aula ou estudar 180 kcal/h trabalhar 180 kcal/h ficar em pé 120 kcal/h andar 228 kcal/h Confira se você se alimenta bem do ponto de vista energético fazendo um balanço. Verifique quanta energia você gasta durante um dia inteiro. Quanta energia você consome no mesmo tempo? Você queima todas as calorias ingeridas? Certas dietas alimentares fixam em 1500 Calorias ( ou seja, 1500 Kcal de energia) o consumo energético diário visando uma gradual perda de peso de pessoas com alguns quilos a mais. Consulte a tabela 6.1 e proponha um cardápio energeticamente balanceado de um dia para essa dieta. Balanço energético. Diariamente ingerimos alimentos cuja energia é utilizada na realização de nossas atividades. Veja na tabela, ao lado, a taxa de utilização de energia medida em quilocalorias por hora em algumas atividades. Fontes e trocas de calor. Gref 2 5 07 O Sol e os combustíveis A lenha. O carvão mineral. O petróleo. O álcool de cana. De onde vem essa energia? Animais e plantas soterrados ao longo de bilhões de anos se transformaram em combustíveis fósseis. Na queima da lenha, do petróleo, do álcool de madeira ou de cana, transformamos energia química em térmica e em energia de movimento. 2 6 07 O Sol e os combustíveis. As plantas ao realizarem fotossíntese garantem a produção de matéria orgânica e do oxigênio do ar necessários à vida animal. Ao morrerem, tanto as plantas como os animais, se decompoem muito rapidamente. Mas, ao longo de bilhões de anos, muitos organismos foram soterrados por areia ou lama e submetidos a intensas pressões sofrendo um processo de fossilização. A gasolina, o óleo diesel e outros derivados do petróleo são formados por fósseis vegetais e animais, assim como os alimentos, a lenha e o carvão vegetal, produzidos pelas plantas, são resultados da transformação de energia proveniente do Sol, através da fotossíntese, em energia química de ligação, prinicipalmente do carbono e hidrogênio. A pergunta que fica é: que origem tem a energia solar? Esta energia, também chamada energia radiante, é resultado da fusão nuclear que se dá no processo de evolução das estrelas. No caso do Sol, por exemplo, o tipo de fusão nuclear que ocorre faz com que núcleos de hidrogênio se juntem para compor núcleos mais complexos, como o de hélio. Para a fusão nuclear ser possível é preciso uma temperatura altíssima, de milhões de graus. Qual a origem inicial desta temperatura? Que fonte de energia a promove? Nova surpresa: é a energia gravitacional. Estrelas, como o Sol, se formam pela autocompactação gravitacional de grandes nuvens cósmicas que "caem sobre si mesmas" . Nesse processo a energia potencial gravitacional se transforma em energia cinética, térmica, garantindo a alta temperatura. essencial à fusão nuclear. Será que todas as fontes de energia que existem dependem da energia proveniente do Sol? Uma das fontes de energia no nosso planeta que não tem origem solar é a energia de fusão e fissão nuclear, usadas respectivamente nas terríveis bombas A e H e nas controversas usinas nucleares. Carvão mineral: um combustível fóssil. Os combustíveis fósseis são reservas da energia solar produzidas no passado. O Sol é o responsável por quase toda a energia que utilizamos. Tanto a hidroeletricidade como a energia dos ventos e as combustões de todos os tipos dependem da radiação solar -seja para a evaporação da água, para a circulação de ar ou para a fotossíntese -, que garante a formação dos combustíveis. O Sol e a energia que utilizamos. Os motores de automóveis, de outros veículos e as turbinas de aviões, necessitam de uma fonte de energia para a produção do movimento. A energia necessária é proveniente da queima de combustíveis como a gasolina, o álcool, o óleo diesel ou querosene. 2 7 gás de cozinha + oxigênio -> CO 2 + H 2 O + calor O combustível mais utilizado nos fornos e fogões é o GLP (gás liquefeito de petróleo), contido em botijões de gás, que, ao ser liberado, entra em contato com o oxigênio do ar e, na presença de uma centelha, transforma energia química em energia térmica. Este processo recebe o nome de combustão. Combustível Calor de combustão (kcal/kg) álcool etílico (etanol)* 6400 álcool metílico (metanol)** 4700 carvão vegetal 7800 coque 7200 gás hidrogênio 28670 gás manufaturado 5600 a 8300 gás natural 11900 gasolina 11100 lenha 2800 a 4400 óleo diesel 10900 petróleo 11900 querosene 10900 TNT 3600 Tabela 7.1 * é obtido da cana de açúcar, mandioca, madeira. **é obtido de carvão, gás natural, petróleo. A combustão, presente tanto nos aparelhos residenciais como nos veículos usados como meio de transporte, libera energia para o meio aquecendo-o. Esta energia conhecida como calor, depende do combustível usado e do seu fluxo. Em todos estes processos em que ocorrem trocas de calor, os sistemas mais quentes aquecem os mais frios. Desta forma, "fonte de calor" é qualquer sistema que esteja mais quente que sua vizinhança. O grau de aquecimento de um objeto é caracterizado numericamente por sua temperatura, ou seja, quanto mais aquecido, maior sua temperatura. Sistemas a mesma temperatura não trocam calor, estão em equilíbrio térmico. Por isto, na Física, o calor é definido como uma das formas de transferência de energia entre sistemas a diferentes temperaturas. A quantidade de calor liberada durante a queima completa de uma unidade de massa da substância combustível é denominada calor de combustão. A tabela 7.1 fornece o calor de combustão de alguns combustíveis em kcal/kg. MAS QUAL O SIGNIFICADO DESTA UNIDADE DE MEDIDA? Uma maneira de medirmos energia é compararmos a quantidade utilizada em determinada situação com a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de 1 grama de água, de 1oC, que chamamos caloria. Considerando que 1kcal é igual a 1000 calorias, quando o calor de combustão de um determinado combustível for igual a 1kcal/kg significa que em 1kg de combustível serão liberadas 1000 cal de energia durante a combustão. O valor do calor de combustão nos permite comparar a quantidade de calor liberado por massas iguas de diferentes combustíveis. OS MATERIAIS QUE QUEIMAM QUANDO ESTÃO EM CONTATO COM O AR E UMA CENTELHA SÃO CHAMADOS COMBUSTÍVEIS E O PROCESSO DE QUEIMA É CONHECIDO COMO COMBUSTÃO. Existem combustíveis que não precisam de uma centelha para iniciar a combustão. O palito de fósforo é um exemplo deste tipo. Neste caso, o atrito com o material da caixa é suficiente para fazer o palito pegar fogo. Os fornos, fogões e aquecedores em geral têm seu funcionamento baseado na queima de um combustível. Quando utilizamos combustíveis como gasolina, álcool, carvão, lenha, gás natural e outros, estamos transformando energia química em energia térmica. Fontes e trocas de calor. 2 8 Só produzimos calor através da queima? Existem outras situações em que ocorrem transformações de energia térmica e o aquecimento também se encontra presente. As freadas, o esfregar das mãos, a compressão do ar pelas bombas de bicicleta e as marteladas, que envolvem processos tais como atrito, compressão dos gases e choques mecânicos, são algumas destas situações. Nestes casos, ocorre um aquecimento localizado que constitui uma fonte de calor em relação à sua vizinhança. O Sol e os combustíveis. Por outro lado, temos a sensação de frio, quando saimos de uma piscina. Isto acontece porque as gotículas de água em contato com o nosso corpo, retiram calor dele, para se evaporarem. Podemos perceber a liberação de calor numa situação em que umidecemos um pano com álcool e depois o colocamos na água. A dissolução do álcool na água se constitui numa fonte de calor que vai aquecer a vizinhança, no caso a nossa mão. ALÉM DESTES É POSSÍVEL TERMOS OUTROS PROCESSOS NOS QUAIS OCORRE AQUECIMENTO E ALGUMA "COISA" FUNCIONA COMO FONTE DE CALOR? Um outro modo de produzir calor é através da corrente elétrica circulando em alguns tipos de fios que se aquecem tanto que chegam a emitir luz, como é o caso do tungstênio do filamento das lâmpadas ou do níquel-cromo dos aquecedores de ambiente, fornos ou ferros elétricos. O conhecimento dos valores de energia fornecidos por cada combustível é importante para o dimensionamento dos queimadores e, em geral, para o planejamento, construção e uso dos fogões e outros aquecedores. 7.1- Consultando a tabela 7.1 responda: a) Indique o combustível que libera maior quantidade de calor por unidade de massa. b) Compare as quantidades de calor liberadas pela mesma massa de TNT e gasolina. c) Qual a relação entre as massas de gasolina e de álcool para a liberação da mesma quantidade de calor? d) Pesquise o preço de um quilograma de álcool e de um quilograma de gasolina. Estabeleça a razão entre custo e energia liberada para cada um deles. Essas razões são iguais? 7.2- É comum percebermos que a água de uma moringa é mais fresca do que a de uma garrafa de vidro. Explique por que existe essa diferença. 7-3- Pode-se cortar um arame exercendo nele movimentos de "vai e vem" repetidas vezes. Explique essa operação através da transformação de energia. 7.4- Quando alguns veículos descem uma serra longa e íngreme é comum sentirmos "cheiro de queimado" . Você é capaz de explicar este fato? O que acontece nesta situação? Exercícios. 2 9 08 Calor e conforto. O calor do Sol chegando até nós. Como o calor se propaga nas situações cotidianas? As trocas de calor que ocorrem numa cozinha. De toda energia do Sol que chega a Terra, 30% é refletida nas camadas superiores da atmosfera. Os 70% restante são absorvidos pelo ar, água, solo, vegetação e animais. Essa energia, que garante a existência de vida na Terra, é trocada entre todos os elementos e retorna para o espaço como radiação térmica. O homem utiliza a tecnologia para trocar calor com o meio ambiente de uma maneira confortável. 3 0 08 Calor e conforto O CALOR FLUI ESPONTANEAMENTE DE UMA FONTE QUENTE PARA UMA FONTE FRIA. O CALOR SE PROPAGA NO AR, NA ÁGUA, NO SOLO E NOS OBJETOS ATRAVÉS DE UM MEIO MATERIAL . Parte desta energia (30%) é refletida nas altas camadas da atmosfera voltando para o espaço. Cerca de 46,62% dessa energia aquece e evapora a água dos oceanos e rios; 16,31% aquece o solo; 7% aquece o ar e 0,07% é usada pelas plantas terrestres e marinhas na fotossíntese. Toda energia absorvida na Terra acaba sendo emitida para o espaço como radiação térmica. A luz e o calor do Sol quando chegam até nós já percorreram 149 milhões de quilômetros atravessando o espaço vazio, o vácuo, pois a camada atmosférica que envolve a Terra só alcança cerca de 600 Km. Esse processo de propagação de calor que não necessita de um meio material é a irradiação. O Sol irradia energia em todas as direçãoes. De toda energia liberada pelo Sol, só 1,4 bilionésimos chega até a Terra. Um objeto pode ser aquecido por mais de um processo ao mesmo tempo. Numa cozinha você encontra várias fontes de calor e situações de trocas interessantes. Faça a próxima atividade. O ar em contato com o solo aquecido atinge temperaturas mais altas do que o das camadas mais distantes da superfície. Ao se aquecer ele se dilata ocupando um volume maior e tornando-se menos denso, sobe. Em contato com o ar mais frio, perde calor, se contrai, e desce. O deslocamento do ar quente em ascenção e de descida do ar frio, as chamadas correntes de convecção, constituem um outro processo de propagação de calor, a convecção. Esse processo ocorre no aquecimento de líquidos e gases. Nos sólidos o calor é conduzido através do material. É devido à condução de calor através do metal que o cabo de uma colher esquenta quando mexemos um alimento ao fogo. 3 1 A cozinha : Um bom laboratório de Física Térmica. Ao entrar numa cozinha em funcionamento você se depara com algumas fontes de calor e um ambiente aquecido. Relacione estas fontes. Analise as situações em destaque 1- Quando se aquece água em uma vasilha de alumínio, há formação de bolhas de ar que sobem, enquanto outras descem. Se você colocar serragem na água esse fenômeno fica mais evidente. -Quais os processos de propagação de calor envolvidos nesta situação? -Colocando uma pedra de gelo sobre a água fria também se observam as correntes de convecção ? 2- Quando colocamos a mão ao lado e abaixo de uma panela que foi retirada do fogo, sentimos a mão aquecida . - A que processo de propagação de calor você atribui o aquecimento da mão? 3- Como se dá a propagação do calor do forno para o ambiente? - Compare a temperatura dos armários localizados próximos ao chão com a dos localizados no alto. A que você atribui essa diferença de temperatura? 4- Observe uma geladeira. Será que o congelador tem que estar sempre na parte de cima? Por que? E as suas prateleiras, elas precisam ser vazadas? Por que? 5- Quando você coloca uma travessa retirada do forno sobre uma mesa utilizando uma esteira, qual o processo de troca de calor que você está evitando? 6- Investigue as diferentes panelas, travessas que vão ao forno e para a mesa. Faça uma lista dos diferentes materiais que encontrou. Fontes e trocas de calor. 3 2 Dicas da cozinha: Na cozinha de sua casa, os fornos atingem temperaturas de cerca de 400oC. Nas indústrias metalúrgicas a temperatura dos fornos é muito maior, da ordem de 1500oC, mas os processos de propagação de calor são os mesmos. Ao aquecer a água , a serragem deve ter ajudado a evidenciar as correntes de convecção. A camada inferior de água é aquecida por condução, pelo alumínio da panela. A água aquecida se dilata e sobe, sendo que a água da camada superior mais fria, se contrai e desce. Também observarmos as correntes de convecção, esfriando a camada superior da água com uma pedra de gelo. É para facilitar a convecção do ar que as prateleiras das geladeiras são vazadas. O ar quente sobe, resfria-se em contato com o congelador sempre localizado na parte de cima da geladeira, se contrai e desce resfriando os alimentos. A temperatura mais elevada dos armários superiores da cozinha são também uma conseqüência da convecção do ar. O ar quente sobe, e permanece em contato com eles. É para evitar a condução do calor que usamos uma esteira entre a vasilha aquecida e a mesa, que queremos preservar. Você deve ter ficado em dúvida ao colocar a mão ao lado e abaixo da panela. Quando colocada abaixo da panela a mão não poderia ser aquecida por convecção pois o ar quente sobe. Neste caso, a propagação do calor se deu por condução através do ar, ou por irradiação? Afinal o piso da cozinha se aquece devido a condução do calor do forno e da chama do fogão pelo ar, ou por irradiação? Para responder estas questões vamos procurar mais informações sobre a condução do calor pelos materiais. Numa cozinha, há uma grande variedade deles como você deve ter observado. Esses novos dados, vão responder outras questões relativas aos materiais utilizados em cozinhas, indústrias, moradias e roupas. Exercício: 8.1- Para observar correntes de convecção um aluno mergulhou 1 ou 2 objetos de alumínio aquecidos (cerca de 100oC) num balde com água a temperatura ambiente, em várias posições. Relacione cada uma das situações ilustradas com a respectiva corrente de convecção que deve ter sido observada. Calor e conforto 3 3 09 Transportando o calor. Utensílios. Materiais de Construções. Roupas. Isolantes ou Condutores? Um cobertor de lã é "quente" ? Ele produz calor ? Por quê os cabos de panelas normalmente não são feitos de metal? Por quê sentimos um piso de ladrilho mais frio do que um de madeira, apesar de ambos estarem à temperatura ambiente? 3 4 09 Transportando o calor: de isolantes a condutores. Tabela 9.1 Encontrar o material adequado para um uso específico, pode ser uma tarefa simples como escolher um piso frio para uma casa de praia, ou tão complexa como definir a matéria prima das peças de motores de carros. É importante na escolha de materiais levarmos em conta o seu comportamento em relação a condução térmica. Para compararmos esses materiais segundo essa característica, definimos uma propriedade: o coeficiente de condutividade que indica quantas calorias de energia térmica são transferidas por segundo, através de 1 cm do material, quando a diferença de temperatura entre as extremidades é de 1oC. A tabela 9.1 nos permite comparar a condutividade de alguns materiais sólidos. Traz também o coeficiente de um líquido (a água) e de um gás (o ar) com os quais trocamos calor constantemente. Sendo o coeficiente de condutividade do ar muito baixo, como mostra a tabela, podemos afirmar que o calor quase não se propaga através do ar por condução. Quando Os cabos de panelas são de madeira ou de material plástico (baquelite) porque quando a panela está quente, eles sempre se encontram à uma temperatura bem menor, o que nos permite retirar a panela do fogo segurando-a pelo cabo. Ao tocarmos um piso de madeira, temos a sensação de que este é mais quente que o piso de ladrilho.O pé e o ladrilho trocam calor muito mais rapidamente do que o pé e a madeira. A madeira é um mau condutor de calor. Os maus condutores de calor são chamados de isolantes térmicos. sentimos calor ao colocarmos a mão abaixo de uma panela quente, a propagação não poderia ter ocorrido por convecção pois o ar quente sobe, nem por condução pois ela é muito pequena, tendo sido portanto irradiado. A tabela 9.1 nos mostra também que os metais e as ligas metálicas são bons condutores de calor. Ser um bom condutor de calor, entre outras propriedades faz com que o aço, o ferro e o alumínio sejam a matéria prima das peças de motores de carros. Nesses motores a combustão, o calor interno devido a explosão do combustível é muito intensa e deve ser rapidamente transferido para o meio ambiente, evitando que as peças se dilatem e até mesmo se fundam. MAS, AFINAL COMO É QUE ACONTECE A CONDUÇÃO DE CALOR NOS DIVERSOS MATERIAIS? EXISTE UMA DIFERENÇA ENTRE A CONSTITUIÇÃO DO ALUMÍNIO À TEMPERATURA AMBIENTE OU DO ALUMÍNIO AQUECIDO? Não podemos ver como as substâncias são constituídas, nem mesmo com microscópios potentes, mas podemos imaginar como elas são fazendo um "modelo" baseado em resultados experimentais. Como são constituídos os materiais? Um modelo proposto pela comunidade científica, é o que supõe que todas as substâncias são formadas por pequenas porções iguais chamadas moléculas. As moléculas diferem umas das outras pois podem ser constituídas por um ou mais átomos iguais ou diferentes entre sí. 3 5 Os átomos do alumínio como as molécualas dos outros sólidos nesse modelo estão organizados formando uma estrutura regular chamada de rede cristalina. Neste modelo de matéria imaginamos que as moléculas não ficam paradas e sim que elas oscilam. Essa oscilação é mais ou menos intensa dependendo da temperatura do material. Os átomos do alumínio de uma panela aquecida vibram mais do que se estivessem à temperatura ambiente. Os átomos que estão em contato com a chama do fogão adquirem energia cinética extra e vibrando mais intensamente, interagem com os átomos vizinhos que, sucessivamente interagem com outros, propagando o calor por toda extensão da panela. É dessa forma que o nosso modelo explica a propagação do calor por condução. Cada substância é formada por um tipo de molécula diferente que a caracteriza. No caso do alumínio que está no estado sólido, os átomos estão próximos uns dos outros e interagem entre sí. Esses átomos não mudam de posição facilmente e por isso os sólidos mantêm a forma e o volume. Em materiais onde as moléculas interagem menos umas com as outras a condução do calor é menos eficiente. É o caso do amianto, da fibra de vidro, da madeira. Veja que isso está de acordo com os valores dos coeficientes de condutividade da tabela 9.1. Assim como os sólidos, os líquidos e os gases também são formados por moléculas; porém, essas moléculas não formam redes cristalinas. Isto faz com que a propagação do calor nos líquidos e nos gases quase não ocorra por condução. Num líquido, as moléculas se movimentam mais livremente, restritas a um volume definido e a sua forma varia com a do recipiente que o contém. Nesse caso, o calor se propaga, predominantemente, através do movimento de moléculas que sobem quando aquecidas e descem quando resfriadas, no processo de convecção. Nos gases, as moléculas se movimentam ainda mais livremente que nos líquidos, ocupando todo o espaço disponível; não tem forma nem volume definidos. A convecção também é o processo pelo qual o calor se propaga, predominantemente, nos gases. Escolhendo os materiais. Em lugares onde o inverno é rigoroso, as paredes são recheadas de material isolante e os encanamentos de água são revestidos de amianto para evitar perdas de calor por condução e convecção. Dependendo das condições climáticas de um lugar, somos levados a escolher um tipo de roupa, de moradia e até da alimentação. Roupa "quente" ou "fria"? Mas, é a roupa que é quente? Uma roupa pode ser fria? O frio que sentimos no inverno é devido às perdas de calor do nosso corpo para o meio ambiente que está a uma temperatura inferior. A roupa de lã não produz calor, mas isola termicamente o nosso corpo, pois mantém entre suas fibras uma camada de ar. A lã que tem baixo coeficiente de condutividade térmica diminui o processo de troca de calor entre nós e o ambiente. Esse processo deve ser facilitado no verão como o uso de roupas leves em ambiente refrigerados. Nos sólidos a irradiação do calor ocorre simultaneamente à condução. Nos líquidos e nos gases a condução e irradiação de calor também ocorrem simultaneamente à convecção. Fontes e trocas de calor. 3 6 Como trocamos calor com o ambiente? Apesar de perdermos calor constantemente, o nosso organismo se mantém a uma temperatura por volta de 36,5oC devido à combustão dos alimentos que ingerimos. Quanto calor nós perdemos? Como perdemos calor"? Os esportistas sabem que perdemos mais calor, ou seja, gastamos mais energia quando nos exercitamos. Um dado comparativo interessante é que quando dormimos perdemos tanto calor quanto o irradiado por uma lâmpada de 100 watts; só para repor esta energia, consumimos diariamente cerca de 1/40 do nosso peso de alimentos. Você já observou que os passarinhos e os roedores estão sempre comendo? Por estar em constante movimento, esses animais pequenos necessitam proporcionalmente de mais alimentos que um homem, se levarmos em conta o seu peso. 9.4- No livro "No país das sombras longas", Asiak, uma personagem esquimó, ao entrar pela primeira vez numa cabana feita de troncos de árvores num posto de comércio do Homem Branco comenta: "Alguma coisa está errada, em relação ao Homem Branco. Por que ele não sabe, que um iglú pequeno é mais rápido de ser construído e mais fácil de se manter aquecido do que uma casa enorme?". Discuta esse comentário fazendo um paralelo entre os tipos diferentes de habitações. (Obs: Compare os coeficientes de condutividade da madeira, do gêlo e do concreto). 9.3- As geladeiras e fornos normalmente têm sua estrutura (carcaça) de chapas metálicas que são bons condutores de calor. Como elas conseguem "reter"o calor fora da geladeira ou no interior do forno? RESOLUÇÃO: Tanto as carcaças das geladeira como a dos fornos são fabricadas com duas paredes recheadas com um material isolante. Os isolamentos térmicos mais eficientes são a lã de vidro e a espuma de poliuretano. Eles evitam que o calor seja conduzido do ambiente para o interior da geladeira. No caso dos fornos, eles impedem as perdas de calor por condução do interior do forno para fora. Um animal pequeno tem maior superfície que um de grande porte proporcionalmente ao seu peso e é por isso que têm necessidade de comer mais. Não é só a quantidade de alimentos que importa mas sua qualidade. Alguns, alimentos como o chocolate, por exemplo, por serem mais energéticos, são mais adequados para serem consumidos no inverno quando perdemos calor mais facilmente. É através da superfície que um corpo perde calor. Além disso, ao anoitecer a temperatura no deserto cai rapidamente, sendo que a roupa de lã proteje os viajantes impedindo o fluxo de calor do corpo para o exterior. 9.2 - Asas delta e para-gleiders, conseguem atingir locais mais altos do que o ponto do salto, apesar de não terem motores. O mesmo ocorre com planadores que após serem soltos dos aviões rebocadores, podem subir. Como você explica esse fato? RESOLUÇÃO: As pessoas experientes que saltam de asas delta ou para-gleiders conseguem " aproveitar " as Trocando calor... 9.1 - Cenas de filmes mostram habitantes de regiões áridas atravessando desertos usando roupas compridas de lã e turbantes. Como você explica o uso de roupas "quentes" nesses lugares onde as temperaturas atingem 50oC? RESOLUÇÃO: Em lugares onde a temperatura é maior do que a do corpo humano (36oC) é necessário impedir o fluxo de calor do ambiente para a pele do indivíduo. A lã, que é um bom isolante térmico, retém entre suas fibras uma camada de ar a 36oC e dificulta a troca de calor com o ambiente. correntes ascendentes de ar quente para subirem e planar em pontos mais elevados do que o do salto. Para descer procuram as correntes de ar frio, descendo lentamente. Em todos esses vôos o ângulo de entrada na corrente de convecção do ar, o "ângulo de ataque" determina a suavidade da subida ou pouso, e até mesmo a segurança do tripulante, no caso de mudanças climáticas bruscas, (ventos fortes, chuvas, etc.). 3 7 10 Cercando o calor. A estufa. A garrafa térmica. O coletor solar. Se o calor "consegue" entrar no carro, porque ele não sai? Como os materiais "absorvem"e emitem calor? Quem já entrou num carro que tenha ficado estacionado ao Sol por algum tempo vai entender o significado da expressão "cercando o calor". 3 8 A estufa. Quando um carro fica exposto ao Sol o seu interior se aquece muito principalmente porque os vidros deixam entrar a luz que é absorvida pelos objetos internos e por isso sofrem uma elevação de temperatura. Costumamos dizer que o carro se transformou numa estufa. De fato, as estufas utilizadas no cultivo de algumas plantas que necessitam de um ambiente aquecido para se desenvolverem sào cobertas de vidro. Mas, porque o lado de dentro fica mais quente que o lado de fora? O calor do Sol chega até nós na forma de luz visível, por irradiação. Para explicar a irradiação, seja a do Sol, de um forno ou de qualquer objeto aquecido, temos que pensar na luz como uma onda eletromagnética, semelhante às ondas de rádio ou às de raio X. Novamente estamos recorrendo a um modelo para explicar um fenômeno. Essas ondas não necessitam de um meio material para serem transportadas. Nesse processo de propagação de calor, somente a energia é transmitida. A luz do Sol, interpretada como uma onda eletromagnética atravessa o vidro do carro ou da estufa e incide nos objetos internos. Eles absorvem essa radiação e emitem radiação infra-vermelha (calor) que fica retida no interior do carro, impedida de sair por que o vidro é "opaco" a ela, tendo um efeito cumulativo. Além disso, a troca de calor com o ambiente externo por condução é dificultada porque o ar de fora também está quente e o vidro é um mau condutor de calor. Absorção da luz. Qualquer objeto que receba a luz do Sol absorve energia , se aquece e emite calor. A interação da luz com a matéria só ocorre nos pontos onde a luz incidiu. Isto pode ser observado no desbotamento dos tecidos e papéis expostos ao Sol, que só ocorrem em alguns pontos. 10 Cercando o calor. NA IRRADIAÇÃO SOMENTE A ENERGIA É TRANSMITIDA. AS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS NÃO NECESSITAM DE UM MEIO MATERIAL PARA SEREM TRANSPORTADAS. NAS INTERAÇÕES C OM OS MATERIAIS A LUZ SE COMPORTA COMO PARTÍCULA. Esse efeito localizado só é explicado se interpretarmos que a luz nessa interação com a matéria se comporta como partícula. Esse modelo, o modelo quântico, considera a energia luminosa como grãos de energia, os fotons. Os objetos absorvem fotons de energia da luz incidente e depois emitem fotons de energia mais baixa. Estes dois aspectos da luz: se comportar como onda ou como partícula na interações com a matéria são conhecidos como a "dualidade onda-partícula". Este modelo será estudado com mais detalhes no curso de Óptica e Eletromagnetismo. Veja agora como "aprisionamos" calor impedindo a absorção ou emissão de radiação e outras trocas de calor num utensílio de uso diário em nossas casas. A garrafa térmica. Inventada no final do século passado pelo cientista Dewar, essa vasilha impede a propagação do calor por condução, por convecção ou por irradiação. É constituida de paredes duplas entre as quais se retirou quase todo o ar, evitando assim que o calor se perca por convecção ou por condução. Para evitar as perdas de calor por radiação, as paredes são prateadas: a interna, na parte em contato com o líquido para refletir as ondas de calor do interior impedindo-as de sair e a externa, na parte de fora para refletir as ondas de calor que vem do meio ambiente impedindo-as de entrar. COMO A GARRAFA TÉRMICA MANTÉM LÍQUIDOS A TEMPERATURAS INFERIORES A DO AMBIENTE ? 3 9 Fontes e trocas de calor. Um aparelho construído para "cercar" o calor com a função de aquecer a água é o coletor solar. Depois das leituras sobre a propagação do calor e com algumas investigações você pode fazer a próxima atividade. O sistema de captação de energia solar foi idealizado no século XVIII pelo cientista suiço Nicolas de Saussure. Utilizado hoje em residências e indústrias este aparelho capta a energia solar e impede as perdas de calor por irradiação e condução, para o ambiente, com a finalidade de aquecer a água. O Sol, fonte de energia gratuita, disponível algumas horas por dia, ao substituir os combustíveis comuns, preserva as reservas de energia fóssil e não polui. Você pode construir um aquecedor simples levando e conta o que aprendeu e com alguma pesquisa. Atividade: Construção de um coletor solar. 1- Escolha um tubo através do qual deve circular a água e que será exposto ao Sol. Da escolha de um tubo de borracha, PVC ou metal, dependerá a eficiência do seu coletor. Consulte a tabela de condutividade. 2- Você acha que é necessário que o tubo forme uma serpentina como o do esquema apresentado? Por que? 3- Esse tubo deve ser pintado? De que cor? Investigue a influência da cor dos objetos na absorção da energia térmica medindo a temperatura de objetos brancos (de mesmo material), pretos e de outras cores que tenham ficado expostos ao Sol durante o mesmo tempo. A partir da sua investigação qual cor de tinta é a mais indicada. Por quê? 4- Os coletores solares industrializados são cobertos por uma chapa de vidro. Verifique como a colocação desse dispositivo melhora a eficácia de seu aparelho.Lembre-se da estufa! 5- Encontre soluções para evitar as perdas de calor do seu aquecedor para o exterior. Consulte a tabela 9-1. 6- O posicionamento da entrada de água fria pela extremidade inferior do tubo e da saída de água quente pela extremidade superior do aquecedor esquematizado deve ser mantida? Por quê? 7- Meça a temperatura atinjida pela água no seu coletor solar. Compare a eficiências do seu aparelho com a dos seus colegas e com a dos aparelhos industrializados. 4 0 Cercando o calor. ... "Eu queria um mastro anodizado em preto. O que significou um considerável transtorno. A anodização foi feita na Holanda, o transporte uma complicação, e os palpites contrários um inferno. "Por que preto?" "Para que anodizações e complicações?" Por uma razão simples que não tinha certeza se iria funcionar. Mas não custava tentar. Durante a grande e única tempestade a bordo do Rapa Nui, ví seus mastros se cobrirem de gelo. A grande quantidade de gelo travou as velas no lugar, impedindo que fossem erguidas ou baixadas e pior, acumulando peso. Um perigo para a estabilidade de um veleiro. Pensei então, que, se o mastro fosse de uma cor não refletora, ele absorveria calor - da luz - suficiente para não permitir o acúmulo de gelo, ou o conhecido fenômeno Icing. "Um mastro solar", eu brincava. Todo preto. Uma idéia cuja utilidade seria comprovada uma única vez, mas à qual eu seria eternamente grato.".... (pág.84) ... (pág.178) "Se o tempo não piorasse não haveria que sair de novo, abaixar a vela grande e subir o pequeno triângulo de mau tempo. Vestido com botas, luvas, trajes completos de manobra, cinto de segurança, eu controlava ao mesmo tempo o indicador de vento e as velas. Ãs 22:00 GMT, o ponteirinho do anemômetro passou dos cinquenta e cinco nós. "Vamos lá, não dá pra esperar. Reduzir mais." Uma camada de gelo formara-se sobre o mastro e o trilho no qual ficava presa a vela! Minha nossa! Nenhuma força no mundo faria descer a vela num mastro congelado. Agarrado nos primeiros degraus subi uns dois metros, apoiado na vela, e então descobri o quanto foi importante insistir na cor preta do mastro. Ao tocar no gelo, ele desprendeu-se como um picolé saindo da fôrma. Subi até a primeira cruzeta e em segundos não havia mais gelo sobre a superfície escura do mastro. Todas as outras ferragens, que não eram pretas, estavam cobertas. Desci a vela, amarreia-a como pude e, no lugar, subi o triângulo de mau tempo. Em menos de cinco minutos, estava de volta ao conforto da torre."... (pág.178) O Efeito Estufa. A Terra recebe diariamente a energia solar que é absorvida pelo planeta e emitida na forma de radiação infravermelha para o espaço. Uma parcela desse calor volta para nós retido pela atmosfera. O vapor d'água e o gás carbônico e o CFC (cloro, fluor, carbono) presentes na atmosfera, deixam passar luz solar, mas absorvem a radiação infravermelha emitida pela Terra devolvendo-a para a superfície o que constitui o efeito estufa. O oxigênio e o nitrogênio transparentes tanto a luz solar como ao infravermelho, não colaboram para o efeito estufa. É devido ao efeito estufa que o nosso planeta se mantém aquecido durante a noite. Sem esse aquecimento a Terra seria um planeta gelado, com poucas chances de propiciar o surgimento da vida. Há milhares de anos, a temperatura média da Terra é de 150C, isto porque toda energia que chega do Sol é emitida como radiação infravermelha para o espaço. Porém, no último século a temperatura média da Terra aumentou cerca de 0,50C. Alguns pesquisadores atribuem esse aumento ao efeito estufa causado por um acréscimo da concentração de gás carbônico (CO 2 ) na atmosfera, devido a combustão de carvão, usado na geração de energia elétrica e do petróleo nos meios de transporte. Se a concentração de CO 2 , na atmosfera aumentar muito, quase toda radiação infra vermelha voltará para o Planeta que se aquecerá cada vez mais. É um aquecimento de grandes proporções que tememos. Ele poderia transformar terras férteis em solos áridos e provocar o derretimento das geleiras dos polos inundando as regiões litorâneas. Não é a toa que o efeito estufa é para nós sinônimo de ameaça. Por que Preto? Em seu livro Paratii, Amyr Klink, narra a sua decisão de importar um mastro para seu barco "Paratii" , que navegaria até a Antártida. O mastro deveria ser anodizado, esto é, ter a superfície do alumínio coberta por uma cor, sem ser pintada. Amyr conta também como essa decisão foi para ele de vital importância. 4 1 11 Aquecimento e clima Brisas amenas ou vendavais assustadores? O que propicia a formação dos ventos? O solo, a água e a vegetação, entretanto, alcançam temperaturas diferentes ao receberem a mesma quantidade de radiação solar. Esse aquecimento diferenciado, juntamente com as características de cada região determinam o seu clima. A inclinação do eixo da Terra, a localização de uma região (latitude e longitude) determinam a quantidade de radiação solar que a região recebe. 4 2 11 Aquecimento e clima. A quantidade de calor necessária para elevar de 1oC a temperatura de uma unidade de massa de cada substância é chamada de calor específico. Quando a radiação solar incide sobre a terra, ela é quase totalmente absorvida e convertida em calor. Além disso, esse aquecimento fica restrito a uma fina camada de terra uma vez que esta é má condutora de calor. Por outro lado, sendo a água quase transparente, a radiação, ao incidir sobre o mar, chega a aquecer a água sem maior profundidade. Assim sendo, a massa de terra que troca Você vai verificar com essa atividade que para massas iguais de areia e água que recebem a mesma quantidade de calor a elevação da temperatura da areia é bem maior. A areia também perde calor mais rapidamente do que a água quando retirada do Sol. Retirando as vazilhas do Sol, você pode comparar as quedas de temperatura da areia e da água ao longo do tempo. Deixe em duas vazilhas rasas a mesma massa de água e de areia expostas ao Sol. Meça a temperatura da água e da areia algumas vezes, anotando esses valores. Aquecendo areia e água. O aquecimento diferenciado do solo, da água e da vegetação, a presença de maior ou menor quantidade desses elementos numa localidade, as diferentes formaçãoes rochosas, como as montanhas e vales, determinam o clima de uma região. O homem pode interferir nesse equilíbrio ao lançar no ar partículas de gás carbônico (CO 2 ) em quantidade que alterem significativamente a atmosfera, ao represar os rios nas construções de hidroelétricas, desmatando florestas, provocando erosões, poluindo o solo e a água. Essas alterações, poderiam provocar um aumento na temperatura média do nosso planeta que é de 15oC e não se modifica ao longo de muitos anos. Um aumento de cerca de 2oC na temperatura média da Terra seria suficiente para transformar terra férteis em áridas e duplicar o número de furacões. MAS COMO O AQUECIMENTO DA TERRA INFLUI NA FORMAÇÃO DE FURACÕES? ESTE AQUECIMENTO TAMBÉM É RESPONSÁVEL PELA OCORRÊNCIA DE VENTOS MAIS AMENOS? Vamos discutir esse aquecimento pela formação de ventos brandos e agradáveis. A Brisa Marítima. Diferentemente dos ventos que ocorrem eventualmente, a brisa marítima é um fenômento diário, sopra do mar para a terra durante o dia e em sentido contrário à noite. Durante o dia a areia atinge uma temperatura bem maior do que a água. Você pode fazer a próxima atividade para comprovar essa afirmação. 4 3 calor é muito menor que a de água, e acaba também sendo responsável pela maior elevação de temperatura da terra. Um outro fator que contribui da mesma forma para essa diferença de aquecimento é o fato que a parte da radiação recebida pela água é utilizada para vaporizá-la e não para aumentar sua temperatura. Como a terra fica mais aquecida durante o dia, o ar, nas suas proximidades também se aquece e se torna menos denso, formando correntes de ar ascendentes. Acima da superfície da areia "cria-se" então uma região de baixa pressão, isto é menos moléculas de ar concentradas num certo espaço. À noite, os mesmos fatores (diferentes aquecimentos, massa resfriada e quantidade de calor liberada pela condensação da água), fazem com que a água tenha uma menor reduçào de temperatura do que a terra, faz com que o ar próximo do mar suba e a brisa sopre, agora, da terra para o mar. Esse ar mais frio movimenta-se horizontalmente do mar para a terra, isto é, da região de alta pressão para a de baixa pressão. Essa movimentação se constitui numa brisa que sopra do mar para a terra e que ocorre graças à convecção do ar. O ar próximo à superfície da água, mais frio e por isso mais denso, forma uma região de alta pressão. Além das brisas marítimas temos ventos diários que sopram dos polos para o equador. Esses ventos se formam porque o ar próximo às superfícies aquecidas da região equatorial se tornam menos densos e sobem criando uma região de baixa pressão. Ocorre então uma movimentação horizontal de ar frio da região de alta pressão (Polos da Terra), para a região de baixa pressão (Equador da Terra). Existem também ventos periódicos anuais. Devido à inclinação do eixo da Terra, em cada época do ano, um hemisfério recebe maior quantidade de calor que o outro, o que provoca a formação de ventos que estão associados às 4 estações do ano. Os ventos se formam devido ao aquecimento diferenciado do solo, água, concreto, vegetação e da presença de maior ou menor quantidade desses elementos. A altitude de uma região bem como a sua localização no globo (latitude e longitude), definem a quantidade de radiação solar recebida e caracterizam o seu clima em cada época. Outros ventos periódicos. Fontes e trocas de calor. 4 4 Aquecimento e clima. O fenômeno El Ninõ. Existe também uma teoria que afirma ser o calor liberado pelo magma vulcânico do fundo do Oceano Pacífico o responsável por esse aquecimento que se constitui no maior fenômeno climático da Terra. Pesquisadores mantém no Oceano Pacífico boias que registram diariamente a temperatura da água para controle. Esses dados mostram que nos últimos doze anos aconteceram quatro aquecimentos. Anteriormente a esse controle, pensava-se que o El Ninõ ocorria a cada sete anos. Para alguns cientistas, o Homem é o vilão, que ao poluir o ar, interfere no seu ciclo, sendo responsável pelo fenômeno El Ninõ. Até cerca de 30 anos, o "El Ninõ" era um fenômeno conhecido apenas por pescadores peruanos. Os cardumes de anchovas sumiam das águas onde eram pescados, o que acontecia com periodicidade de alguns anos, geralmente na época do Natal, daí o seu nome El Ninõ (O Menino Jesus). El Ninõ é visto até hoje pelos cientistas como um fenômeno climático que ocorre periodicamente e altera o regime de ventos e chuvas do mundo todo. Consiste no aquecimento anormal da superfície das águas do Oceano Pacífico na região equatorial, que se extende desde a costa australiana até o litoral do Perú. Hoje, acredita-se que os ventos tropicais que sopram normalmente da América do Sul em direção à Ásia, através do Pacífico, ao diminuirem de intensidade, provocam esse aquecimento anormal. As causas do enfraquecimento dos ventos tropicais ainda não são conhecidas. Normalmente os ventos tropicais são fortes e provocam ondas no mar que trazem para a superfície as águas mais frias do fundo , juntamente com os nutrientes que atraem os peixes.Essa mistura de águas mantém a temperatura da região equatorial do Oceano Pacífico em torno de 240C. Com a diminuição da intensidade dos ventos tropicais, que acontece periodicamente, não há formação de ondas. A água fria não se mistura com a da superfície, que se aquece cada vez mais, chegando a atingir 290C, por uma extensão de 5000km. Devido à evaporação dessa grande massa de água, as chuvas caem sobre o oceano ao invés de chegar até o sudeste da Ásia, provocando tempestades marítimas e desregulando as chuvas de toda região tropical. Como consequência temos chuvas intensas no sudeste dos Estados Unidos, no sul do Brasil e na região costeira do Perú. O El Ninõ é responsável também pelas secas mais intensas no nordeste brasileiro, centro da África, Filipinas e norte da Austrália. 4 5 12 Aquecimento e Técnica. Carro refrigerado a ar ou a água? Calores específicos tão diferentes como o do ar e da água determinam sistemas de refrigeração que utilizam técnicas bastante diferentes. 4 6 12 Aquecimento e Técnica. Esses valores tão diferentes de calor específico da água (considerada como elemento padrão) e do ar, juntamente com outras características, são determinantes na escolha entre os dois sistemas de refrigeração. Refrigeração a água. Refrigeração a ar. No sistema de refrigeração a ar é um ventilador acionado pelo motor do carro (ventoinha) que joga o ar nas proximidades dos cilindros fazendo-o circular entre eles. Essa ventilação forçada retira o calor das peças do motor jogando-o para a atmosfera. No sistema de refrigeração forçada de ar temos disponível uma grande massa de ar em contato com o carro em movimento. Nos motores refrigerados a água, os cilindros são permeados por canais através dos quais a água circula. Bombeada da parte inferior do radiador para dentro do bloco do motor, a água retira o calor dos cilindros e depois de aquecida (aproximadamente 80oC) volta para a parte superior do radiador. Tabela 12.1 Substância Calor específico (pressão constante) (cal/g.0C) água a 200C 1 água a 900C 1,005 álcool 0,6 alumínio 0,21 ar 0,24 chumbo 0,031 cobre 0,091 ferro 0,11 gelo 0,5 hidrogênio 3,4 latão 0,092 madeira (pinho) 0,6 mercúrio 0,03 nitrogênio 0,247 ouro 0,032 prata 0,056 tijolo 0,2 vapor d'água 0,48 vidro 0,2 zinco 0,093 Ao circular pela serpentina do radiador (feito de cobre ou latão) com o carro em movimento, a água é refriada, pois troca calor com o ar em contato com as partes externas do radiador. Ao chegar à parte de baixo, a água se encontra a uma temperatura bem mais baixa, podendo ser novamente bombeada para o bloco do motor. Nas câmaras de combustão dos motores de automóveis o combustível atinge altas temperaturas (cerca de 95oC). Se esses motores não forem refrigerados continuadamente, suas peças fundem. Essa refrigeração pode ser feita pela circulação de água ou de ar, duas substâncias abundantes na natureza mas que se aquecem de maneira bastante diferente. Enquanto 1 grama de água precisa receber 1 caloria de energia calorífica para elevar sua temperatura de 1oC, 1 grama de ar tem a mesma alteração de temperatura com apenas 0,24 calorias. A tabela 12.1 mostra o calor específico da água, do ar e de alguns materiais utilizados em construções e na indústria. 4 7 Esse controle é feito por um termostato operado por diferença de temperatura, que se comporta como uma válvula: mantém-se fechada enquanto o motor está frio e se abre quando a água atinge uma temperatura alta deixando-a fluir através de uma mangueira até a parte superior do radiador. Os carros refrigerados a água dispõem também de uma ventoinha, acionada pelo motor do carro, que entra em funcionamento quando o veículo está em marcha lenta ou parado, ajudando sua refrigeração. E AS MOTOCICLETAS, COMO SÃO REFRIGERADAS? As motos tem um sistema de refrigeração bastante simplificado e de fácil manutenção. Seus motores são externos e dispõem de aletas que aumentam a superfície de troca de calor com ambiente, dispensando a ventoinha. Fontes e trocas de calor. utiliza-se a água para retirar o calor das tubulações aquecidadas. Elas são projetados para que a água seja aproveitada em efeitos decorativos imitando cascatas, por exemplo, como se vê em lojas, jardins, etc. Conseguimos utilizar na refrigeração duas substâncias com calores específicos tão diferentes como o ar e a água empregando técnicas diversificadas. Entretanto, fica ainda uma questão: POR QUÊ AS SUBSTÂNCIAS TÊM VALORES DE CALOR ESPECÍFICO TÃO DIFERENTES? Para essa explicação temos que recorrer novamente a constituição dos materiais. As substâncias diferentes são formadas por moléculas que têm massas diferentes. Um grama de uma substância constituída de moléculas de massa pequena conterá mais moléculas do que um grama de outra substância constituída de moléculas de massas maiores. às custas de uma outra substância. Geralmente, isso é feito pelo ar de fora do ambiente. Em alguns condicionadores Nas motos e em alguns tipos de carros a refrigeração é de ventilação natural. Em condicionadores de ar, o ar quente do ambiente circula entre as tubulações do aparelho que retiram o seu calor devolvendo-o ao ambiente. Desse modo, o local se resfria mas a tubulação se aquece e, por sua vez, deve ser resfriada Isto éstá de acordo com os resultados encontrados para o calor específico tabelados para essas substâncias. O calor específico da substância A é maior que o calor específico da substância B. Quando uma substância atinge uma certa temperatura imaginamos que todas as suas moléculas têm, em média, a mesma energia cinética: energia de movimento ou vibração. Pensando dessa forma, para aumentar de 1oC a temperatura de 1 grama de uma substância que contenha mais moléculas é necessário fornecer uma maior quantidade de calor, pois é preciso que ocorra um aumento de energia de cada uma das moléculas. Assim, para aumentar a temperatura da substância A da figura de 1oC temos que fornecer mais energia térmica do que para aumentar, também de 1oC, a temperatura da substância B. A B A B 4 8 Técnicas de aquecimento: fornos domésticos. Aquecimento e Técnica. 4 9 13 Calculando a energia térmica. Como varia a temperatura de um objeto que recebe calor? Para controlar o aquecimento e resfriar objetos, máquinas ou ambientes, levamos em conta o calor específico. Do que mais depende o aquecimento e resfriamento? A energia térmica necessária para variaar a temperatura de sólidos, de líquidos..., pode ser calculada. 5 0 13 Calculando a energia térmica. - Q é a quantidade de calor fornecida ou cedida medida em calorias (cal) - m é a massa da substância medida e quilograma (kg) - ∆t é a variação de temperatura medida em grau Celsius (oC) - c é o calor específico da substância medido em cal g Co Se não houver perdas para o exterior (ou se ela for desprezível) consideramos o sistema isolado. Neste caso, a quantidade de calor cedida por um dos objetos é igual a recebida pelo outro. Matematicamente podemos expressar a relação entre a quantidades de calor como: Os motores de combustão dos carros necessitam de um sistema de refrigeração. Para que a refrigeração a ar ou a água tenham a mesma eficácia, as duas substâncias tem que retirar a mesma quantidade de calor do motor. Exercícios: 13.1- Compare as quantidades de ar e de água necessárias para provocar a mesma refrigeração num motor refrigerado a ar ou a água. Resolução: Supondo que a variação de temperatura da água e do ar sejam as mesmas, como : Ou seja, as capacidades térmicas do ar e da água são iguais. mc C = A capacidade térmica. O calor específico de uma substância nos informa quantas calorias de energia necessitamos para elevar de 1oC a temperatura de 1 grama dessa substância. Portanto, para quantificar a energia térmica consumida ao se aquecer ou resfriar um objeto, além do seu calor específico temos que levar em conta a sua massa. Consumimos maior quantidade de calor para levar à fervura a água destinada ao preparo do macarrão para 10 convidados do que para 2 pessoas. Se para a mesma chama do fogão gastamos mais tempo para ferver uma massa de água maior, significa que precisamos fornecer maior quantidade de calor para ferver essa quantidade de água. Também para resfriar muitos refrigerantes precisamos de mais gelo do que para poucas garrafas. Se pensarmos em como as substâncias são formadas, quando se aumenta sua massa, aumenta-se a quantidade de moléculas e temos que fornecer mais calor para fazer todas as moléculas vibrarem mais, ou seja, aumentar sua energia cinética, o que se traduz num aumento de temperatura. Matemáticamente, podemos expressar a relação entre o calor específico de um objeto de massa m e a quantidade de calor necessária para elevar sua temperatura de ∆t Co , como: ou tcm ∆××=Q tm Q c ∆ = O produto do calor específico de uma substância pela sua massa (m.c) é conhecido como a sua capacidade térmica (C). Quando misturamos objetos a diferentes temperaturas eles trocam calor entre sí até que suas temperaturas se igualem, isto é, eles atingem o equilíbrio térmico. 0=+ recebidocedido QQ arararar tcmQ ∆××= águaáguaáguaágua tcmQ ∆××= araráguaágua cmcm ×=× água ar ar água c c m m = arágua QQ = ⇒= 1 0,24 m m ar água águaar m4,2 0,24 1 m ×== 5 1 13.2- Uma dona de casa, quer calcular a temperatura máxima de um forno que não possui medidor de temperatura. Como ela só dispõe de um termômetro clínico que mede até 41oC, usa um "truque". " - Coloca uma forma de alumínio de 400 gramas no forno ligado no máximo, por bastante tempo. - Mergulha a forma quente num balde com 4 litros de água à 25oC. - Mede a temperatura da água e da forma depois do equilíbrio térmico encontrando um valor de 30oC." Calcule a temperatura do forno avaliada pela dona de casa. Utilize a tabela de calor específico. Questione a eficiência desse truque. Resolução: O calor cedido pela forma é recebido pela água. Q Qforma agua+ = 0 m gf = 400 δ = m V ti f = ? 1 4000 3 = m g cm . t Cf o f = 30 m gagua = 4000 cal = 0 21, cal/g.0C ti o agua = 25 C cagua = 1 A temperatura do forno é a mesma da forma. A eficiência do truque é questionável quando se supõe que a forma atinge a temperatura máxima do forno. Também quando desprezamos as perdas de calor para o exterior (balde, atmosfera). 13.3- Se você colocar no fogão duas panelas de mesma massa, uma de cobre e outra de alumínio, após alguns minutos, qual delas estará com maior temperatura? Justifique sua resposta. RESOLUÇÃO: Consultando os dados apresentados na tabela 12.1 vemos que o calor específico para as duas substâncias é: Fontes e trocas de calor. cal/g.0C t 30 Cf 0 agua = t Cf o= + =20000 2520 84 268 Q Q 0forma agua+ = m c t t m c t t of f f i agua agua f i× × − + × × − =( ) ( ) 400 0 21 30 4000 1 30 25 0× × − + × − =, ( ) ( )t forma C 0,21 cal / g.Al 0= C C 0,091 cal / g.cu 0= C Razao = 0,21 0,091 = 2 3, Ou seja, o calor específico do alumínio é 2,3 vezes maior do que o do cobre. Como Q = mc t∆ , para a mesma quantidade de calor podemos afirmar, então, que a panela de cobre se aquece mais que a de alumínio, alcançando uma temperatura maior uma vez que elas têm a mesma massa. 5 2 Teste seu vestibular... 13.4- (UECE) Este gráfico representa a quantidade de calor absorvida por dois corpos M e N, de massas iguais, em função da temperatura. A razão entre os calores específicos de M e N é: a) 0,5 b) 1,0 c) 2,0 d) 4,0 13.5- (UCMG) A capacidade térmica de um pedaço de metal de 100g de massa é de 22 cal/oC. A capacidade térmica de outro pedaço do mesmo metal de 1000g de massa é de: a) 2,2 cal/oC c) 220 cal/oC e) 1100 cal/oC b) 400 cal/oC d) 22 cal/oC 13.6-(UFPR) Para aquecer 500g de certa substância de 20oC a 70oC, foram necessárias 4 000 cal. O calor específico e a capacidade térmica dessa substância são, respectivamente: a) 0,08 cal/g.oC e 8 cal/oC d) 0,15 cal/g.oC e 95 cal/oC b) 0,16 cal/g.0C e 80 cal/oC e) 0,12 cal/g.oC e 120 cal/oC c) 0,09 cal/g.oC e 90 cal/oC 13.9- (UFCE-93) Dois corpos A e B estão inicialmente a uma mesma temperatura. Ambos recebem iguais quantidades de calor. Das alternativas abaixo, escolha a(s) correta(s). 01. Se a variação de temperatura for a mesma para os dois corpos, podemos dizer que as capacidades térmicas dos dois são iguais. 02. Se a variação de temperatura for a mesma para os dois corpos, podemos dizer que as suas massas são diretamente proporcionais aos seus calores específicos. 03. Se a variação de temperatura for a mesma para os dois corpos, podemos dizer que as suas massa são inversamente proporcionais aos seus calores específicos. 04. Se os calores específicos forem iguais, o corpo de menor massa sofrerá a maior variação de temperatura. 13.8- (FUVEST-SP) A temperatura do corpo humano é de cerca de 36,5oC. Uma pessoa toma 1l de água a 10oC. Qual a energia absorvida pela água? a) 10 000 cal c) 36 500 cal e) 23 250 cal b) 26 500 cal d) 46 500 cal 13.7- (FUVEST 93) Um recipiente de vidro de 500g com calor específico de 0,20 cal/goC contém 500g de água cujo calor específico é 1,0 cal/goC. O sistema encontra-se isolado e em equilíbrio térmico. Quando recebe uma certa quantidade de calor, o sistema tem sua temperatura elevada. Determine: a) a razão entre a quantidade de calor absorvida pela água e a recebida pelo vidro; b) a quantidade de calor absorvida pelo sistema para uma elevação de 1,0oC em sua temperatura. Calculando a energia térmica. GREF - Física Térmica/termo3.pdf GREF Física Térmica. versão preliminar para ler, fazer e pensar leituras de física 3 14. Terra: Planeta Ägua. 15. Os materiais e as técnicas. 16. Mudanças sob pressão. 17. O mais frio dos frios. 18. Transfornações gasosas. Leituras de Física é uma publicação do GREF - Grupo de Reelaboração do Ensino de Física Instituto de Física da USP EQUIPE DE ELABORAÇÃO DAS LEITURAS DE FÍSICA Anna Cecília Copelli Carlos Toscano Dorival Rodrigues Teixeira Isilda Sampaio Silva Jairo Alves Pereira João Martins Luís Carlos de Menezes (coordenador) Luís Paulo de Carvalho Piassi Suely Baldin Pelaes Wilton da Silva Dias Yassuko Hosoume (coordenadora) ILUSTRAÇÕES: Fernando Chuí de Menezes Mário Kano GREF - Instituto de Física da USP rua do Matão, travessa R, 187 Edifício Principal, Ala 2, sala 305 05508-900 São Paulo - SP fone: (011) 818-7011 fax:(011) 818-7057 financiamento e apoio: Convênio USP/MEC-FNDE Sub-programa de educação para as Ciências (CAPES-MEC) FAPESP / MEC - Programa Pró-Ciência Secretaria da Educação do Estado de São Paulo - CENP A reprodução deste material é permitida, desde que observadas as seguintes condições: 1. Esta página deve estar presente em todas as cópias impressas ou eletrônicas. 2. Nenhuma alteração, exclusão ou acréscimo de qualquer espécie podem ser efetuados no material. 3. As cópias impressas ou eletrônicas não podem ser utilizadas com fins comerciais de qualquer espécie. junho de 1998 5 3 14 Terra: Planeta Água. Lagos, rios e mares. Orvalho, neblina e chuvas. Granizos e geleiras. Estamos falando de água. Habitamos um planeta com 70% de sua superfície coberta de água. Aqui, quase toda água (97,5%) é salgada: a água dos oceanos. Grande parte da água doce se encontra em regiões pouco habitadas, nos Pólos, na forma de gelo. O restante da água doce aflora do subsolo cortando as terras como rios e lagos e se acumulando na atmosfera como vapor. 5 4 14 A vida no nosso planeta teve início na água que é o elemento que cobre 2/3 da sua superfície e é um dos principais componentes dos organismos vivos, vegetais ou animais. Não podemos "imaginar" vida semelhante à da Terra em planetas sem água. A água é a única substância que existe em grandes quantidades na natureza, nos estados líquido, sólido e gasoso. Está em contínuo movimento constituindo um ciclo. O Ciclo da água. Das nascentes dos rios, geralmente localizadas nas regiões altas, a água desce cortando terras, desaguando em outros rios, até alcançar o mar. Grande quantidade de água dos rios, mares e da transpiração das plantas evaporam, isto é, passam para o estado de vapor ao serem aquecidas pelo sol e devido a ação dos ventos. Uma gota d'água do mar. Subiu, subiu até encontrar uma nuvem. Caiu como chuva. Molhou plantas e solo. Percorreu rios. E... Voltou para o mar. Transformada em vapor, a água se torna menos densa que o ar e sobe. Não percebemos o vapor d'água na atmosfera e nem as gotículas de água em que se transformam, quando se resfriam, na medida em que alcançam maiores alturas. Essas gotículas muito pequenas e distantes umas das outras (e que por isso não são visíveis) se agrupam e vão constituir as nuvens. como quando a nuvem é envolta por ar em turbulência, que faz as gotículas colidirem entre sí ou quando a temperatura da parte superior da nuvem atinge cerca de 0oC. Terra: Planeta Água. Para que esse ciclo não se interrompa é necessário que se mantenham as condições que propiciam a formação e precipitação das nuvens, Você pode simular a formação da chuva criando condições para que a água mude de estado. Para que uma nuvem formada por bilhões de gotículas se precipite como chuva é necessário que as gotículas se aglutinem em gotas d'água que se compõem de cerca de 1 milhão de gotículas. Isto ocorre em situações específicas A chuva ao cair traz de volta ao solo a água que pode passar por árvores, descer cachoeiras, correr rios e retornar para o mar. O ciclo da água está completo. 5 5 A condensação é a passagem do estado de vapor para o líquido, que ocorre com perda de calor. O vapor d'água cede calor para o ambiente. Sempre que uma substância muda de estado há troca de calor com o ambiente.Esta quantidade de calor necessária para que ocorra uma mudança de estado é chamada de calor latente. No caso da evaporação ou condensação o calor recebido ou cedido, respectivamente, para o ambiente é o calor latente de vaporização. No ciclo da água ocorrem mudanças de estado. A água no estado líquido ao sofrer um aquecimento ou devido à ação do vento, evapora. A evaporação é a passagem lenta de um líquido para vapor, isto é, uma vaporização lenta. Ela ocorre a diversas temperaturas, sempre retirando calor do ambiente.O vapor d'água que é menos denso que o ar sobe, por convecção, ficando sujeito a novas condições de pressão e temperatura. A pressão atmosférica, pressão da coluna de ar acima do local, diminui na medida em que nos afastamos da superfície. Isto acontece porque a coluna de ar acima vai diminuindo. Além disso, o ar se torna mais rarefeito (menos moléculas de ar por unidade de volume) na medida em que a altitude aumenta. Este fatores, ar rarefeito e diminuição da pressão atmosférica fazem com que a temperatura caia. Temos então condições para que o vapor d'água mude novamente de estado. Ele se resfria e se condensa formando gotículas. - Coloque um pouco de água em um recipiente de vidro e amarre um pedaço de bexiga no gargalo. Marque o nível da água antes de começar o experimento. O que você observa após algum tempo? - Coloque o frasco, por aproximadamente 1 minuto, em água quente e observe. Em seguida em água fria, com algumas pedras de gelo por algum tempo. Observe o que aconteceu. - Quanto mais vapor houver dentro do frasco, maior será a umidade relativa do ar. Você acha que a variação de temperatura influi na umidade relativa do ar? Como? O aquecimento e o resfriamento favorecem os processos de mudança de estado? Como? - Para variar a pressão sobre o ar no interior do frasco, coloque água à temperatura ambiente e tampe-o novamente com a bexiga, aguardando cerca de cinco minutos. Como a condensação do vapor d'água ocorre sobre partículas em suspensão, abra o frasco, coloque fumaça de um fósforo recém apagado no seu interior e feche-o rapidamente. Isso vai facilitar a visualização das gotículas. - Provoque variações de pressão no frasco puxando e empurrando a tampa elástica. Repita isso várias vezes e observe. Ocorreu condensação ao puxar ou ao empurrar a tampa elástica? O que aconteceu com a pressão nas duas situações? Em que condições ocorre condensação? Devemos esperar que chova quando ocorre aumento ou diminuição da pressão atmosférica? A diminuição de pressão provoca aumento da evaporação da água. Com a evaporação ocorre diminuição da temperatura do ar e consequentemente condensação do vapor d'água. A "nuvem" que você observou resultou de um abaixamento de temperatura provocado pela evaporação da água. Fazendo Chuva. Transformações Térmicas. As mudanças de estado. 5 6 Chove muito ou chove pouco? Nas regiões de serra próximas ao mar encontram-se matas fechadas e formações rochosas que propiciam ambientes úmidos. Com escarpas de mais de 1000m de altura a Serra do Mar funciona como barreira para os ventos que sopram do oceano fazendo com que as massas de ar úmido subam formando nuvens. Essas nuvens se precipitam como chuvas orográficas (provocadas pelo relevo). Parte da água da chuva fica retida nas plantas e no solo sendo evaporada em grandes quantidades caracterizando estas regiões como chuvosas. Na Serra do Mar, geralmente, chove a cada dois ou três dias, o que fornece um índice pluviométrico (medida de quantidade de chuva) de 4000 milímentros de água por ano, enquanto na cidade de São Paulo esse índice é de cerca de 1400 milímetros. Nestas condições é comum a presença de serração, pois devido a umidade da região a quantidade de vapor na atmosfera é muito grande e na presença de ar mais frio se condensa em gotículas que constituem a neblina. Orvalho, Nevoeiro, Neve e Granizo. Ciclo da água? O orvalho vem caindo. Vai molhar o meu chapéu. Terra: Planeta Água. Será que Noel Rosa e Kid Pepe viram o orvalho cair? Será que o orvalho cai? Como e quando ele aparece? O orvalho, parte do ciclo da água, só ocorre em condições especiais. O ar, o solo e as plantas aquecidos durante o dia pela radiação solar se resfriam à noite diferentemente, pois seus calores específicos são diferentes. Durante o dia, o solo e as plantas se aquecem mais que o ar e também se resfriam mais, durante a noite. Quando a temperatura das folhas das plantas, superfície de objetos, está mais baixa que a do ar, pode haver formação de orvalho. O vapor d'água contido na atmosfera se condensa ao entrar em contato com essas superfícies mais frias. Portanto, o orvalho não cai, ele se forma nas folhas, solo e objetos, quando sua temperatura atinge o ponto de orvalho. Ponto de orvalho é a temperatura em que o vapor d'água está saturado e começa a se condensar. Em noites de vento, o orvalho não se forma porque a troca de calor com o meio é acentuada impedindo o ponto de orvalho no solo. O granizo se forma em nuvens a grandes altitudes. As gotas d'água se tornam tão frias que sua temperatura fica mais baixa que o ponto de congelamento (00C). Quando essas gotas d'água interagem com partículas de poeira ou fumaça, congelam e se precipitam como pedras de gelo. Utilize três recipientes, um contendo água, outro com acetona e outro com álcool, todos com termômetros. O que ocorre com as temperaturas dos termômetros quando eles são retirados dos líquidos? Como você explica isso? Coloque um pouco de água em três tubos de ensaio com termômetros e anote a temperatura. Envolva-os com papel absorvente molhados com água, com álcool e outro seco. O que ocorre com as temperaturas marcadas nos termômetros? Por que esfria? Nevoeiro e Neve. O nevoeiro consiste na presença de gotículas de água na atmosfera próxima a superfície terrestre. Quando a atmosfera é resfriada, por contato com o ar mais frio, por exemplo, o vapor d'água se condensa formando gotículas. Se as gotículas aumentam de tamanho o nevoeiro se transforma em garoa ou chuvisco. Em regiões onde a temperatura do ar frio é muito baixa, o vapor d'água pode se transformar em cristais de gelo, caindo em flocos, constituindo a neve. A passagem do estado de vapor para sólido é chamada de sublimação. Chuva de Granizo 5 7 15 Os Materiais e as Técnicas. "Fundiu" o motor? "Queimou" a lâmpada? "Derreteu" o gelo? É de ferro fundido? Mudou de Estado? Estamos falando de Mudança de Estado. São necessários cuidados de manutenção na refrigeração e lubrificação para evitar que o carro "ferva" e que o motor funda. Na fabricação de blocos de motores, de carrocerias de caminhões e de panelas, é necessário que o ferro, o aço e o alumínio estejam derretidos para serem moldados. 5 8 15 Os Materiais e as Técnicas. No nosso dia a dia transformamos água em vapor ao cozinharmos e água em gelo em nossas geladeiras. A água é uma das raras substâncias que é encontrada na natureza nos três estados físicos: como vapor na atmosfera, líquido nos rios e mares e sólido nas geleiras. Embora qualquer substância possa ser sólida, líquida ou gasosa, produzir uma mudança de estado em algumas delas não é uma tarefa simples como acontece com a água. Sendo assim, temos que empregar técnicas específicas como o que ocorre com o gás hélio que só se condensa a baixas temperaturas (-269oC) e mesmo a baixíssimas temperaturas só se solidifica com alterações de pressão. Algumas técnicas como a fundição que consiste no derretimento dos metais para serem moldados, são empregadas com sucesso há bastante tempo e vêm sofrendo atualizações. O ferro e o cobre deixam de ser sólidos, isto é se fundem, a temperaturas de cerca de 1500oC, que são conseguidas em fornos metalúrgicos. Da mesma maneira que a fusão dos metais é essencial na fabricação de peças de automóveis, carrocerias de caminhões, ferrovias, eletrodomésticos, etc., a vaporização da água é o processo físico que garante o funcionamento de uma usina termoelétrica. A água aquecida na caldeira vaporiza e o vapor a alta temperatura e pressão move as pás de uma turbina que gera energia elétrica. Numa ação corriqueira como a de acender uma vela produzimos duas mudanças de estado: a fusão e a vaporização da parafina. No entanto, nem sempre a mudança de estado é desejável. Não queremos, por exemplo, que as lâmpadas de nossas casas se "queimem". O filamento das lâmpadas incandescentes são de tungstênio, que funde à temperatura de 3380oC. Se essa temperatura for atingida pelo filamento ele se rompe, ao fundir, interrompendo o circuito. Também tomamos cuidado com a lubrificação e refrigeração dos motores de nossos carros, evitando assim que o motor funda. Nas mudanças de estado sempre ocorrem trocas de calor. Quando se acende o pavio de uma vela a parafina (mistura de hidrocabonetos) próxima a ele se liquefaz e depois se vaporiza. O gás sobe por convecção e reage com o oxigênio do ar, produzindo água e gás carbônico com liberação de energia térmica e luminosa. É isso que constitui a chama. O que é a chama? Na fusão (passagem de sólido para líquido) e na vaporização (passagem de líquido para vapor) sempre fornecemos calor às substâncias. Na solidificação (passagem de líquido para sólido) e na condensação (passagem de gás para líquido) sempre retiramos calor das substâncias. A temperatura em que cada substância muda de estado é uma propriedade característica da substância. Os valores da temperatura de mudança de estado e do calor latente respectivo definem o seu uso na indústria. A tabela 15.1 fornece os pontos de fusão e de ebulição e também o calor latente de fusão e de vaporização de algumas substâncias à pressão atmosférica. A quantidade de calor necessária para que um grama de substância mude de estado é o seu calor latente que também é uma propriedade característica. 5 9 Você pode identificar a temperatura de fusão e de ebulição de uma substância e interpretar o significado do calor latente, medindo sua temperatura enquanto lhe fornece calor, até que ela mude de estado. Derretendo o gelo até ferver! - Coloque alguns cubos de gelo em uma vasilha que possa depois ser levada à chama de um fogão e deixe-os derreter medindo a temperatura antes e enquanto os cubos derretem. Não se esqueça de mexer, de vez em quando, para manter o equilíbrio térmico. - Você vai observar que desde o momento em que o gelo começa a derreter até que ele se transforme totalmente no estado líquido, o termômetro marca a mesma temperatura. Anote esse valor. Mas, se o sistema água e gelo continua trocando calor com o ambiente, por quê a temperatura não variou? - Depois da fusão de todo o gelo você vai perceber que o termômetro indica temperaturas mais elevadas. A água está esquentando. - Coloque a água para aquecer sobre a chama de um fogão. A partir do momento em que a água entra em ebulição, o termômetro se mantém no mesmo nível enquanto houver água na vasilha. Anote essa temperatura. Por quê enquanto a água se transforma em vapor a temperatura não muda embora ela receba calor? Aquecendo-se uma substância no estado sólido, a rede cristalina se mantém com as moléculas vibrando mais, ou seja, com maior energia cinética. Se o aquecimento continua, a velocidade das moléculas faz com que elas se afastem a ponto de romper a rede cristalina, o que acontece quando este aquecimento atinge a temperatura de fusão. Todo o calor recebido pela substância é utilizado para romper a rede cristalina e por isso ela não tem sua temperatura aumentada. Esse é o calor latente de fusão. Para fundir um objeto de massa m que está a temperatura de fusão temos que fornecer a ele uma quantidade de calor Q = mL f onde L f é o calor latente de fusão. Na ebulição as moléculas do líquido ao receberem calor, adquirem maior energia cinética e se separam quando atingem a temperatura de ebulição, transformando-se em gás. O calor latente de vaporização (L v ) é o calor utilizado para separar as moléculas. Para vaporizar uma substância de massa m que se encontra na temperatura de vaporização é necessário fornecer-lhe uma quantidade de calor Q= m L v . Na mudança de estado em sentido contrário, o líquido cede calor ao ambiente (é resfriado) para reorganizar suas moléculas numa rede, tornando-se sólido. Este processo é chamado de solidificação. O gás cede calor ao ambiente (é resfriado) para aproximar suas moléculas se liquefazendo. Neste caso, o processo é chamado condensação. Você pode ter encontrado um valor diferente de 100oC durante a ebulição da água, pois essa é a temperatura de ebulição quando a pressão é de uma atmosfera, isto é, ao nível do mar. Explicar porque a temperatura se mantém constante durante a mudança de estado, entretanto, é mais complexo. Temos que recorrer novamente ao modelo cinético de matéria. Durante qualquer mudança de estado a temperatura da substância se mantém constante. CALCULE A QUANTIDADE DE CALOR NECESSÁRIA PARA VAPORIZAR 200G DE GELO QUE ESTÁ À -200C. UTILIZE OS DADOS DAS TABELAS 12-1 E 15-1. Transformações Térmicas. É possível representar graficamente o aquecimento do gelo até sua vaporização. 6 0 Um lago gelado. Os icebergs flutuam no mar de água salgada (mais densa que a água doce) com 90% do seu volume submerso.Nos países de inverno rigoroso a superfície de rios e lagos se congelam. Abaixo do gelo, entretanto, a água permanece no estado líquido, o que garante a sobrevivência dos peixes. Este fenômeno está relacionado com um comportamento anômalo da água entre 4oC e o seu ponto de fusão (0oC). Normalmente as substâncias se dilatam na medida em que recebem calor. A água entretanto se dilata quando perde calor entre 4oC e 0oC, isto é, ela se torna menos densa. É por isso que o gelo flutua na água. As águas das superfície de rios e lagos em contato com o ar frio, nos países de inverno rigoroso, se congelam. As moléculas de água ao formarem a rede cristalina na solidificação (0oC), ficam distantes uma das outras ocupando um volume maior. Como as camadas inferiores de água não entraram em contato com o ar frio elas se mantêm à temperatura de 4oC, e por isso são mais densas que o gelo; suas moléculas não sobem ficando isoladas abaixo do gelo superficial, permanecendo no estado líquido. É também devido ao fato do gelo ser menos denso que a água que os icebergs flutuam. Além disso, temos que lembrar que essas enormes montanhas de gelo são provenientes dos continentes, arrastadas para o mar no verão (época do degêlo) e são constituídas de água doce. Vidro: Líquido ou Sólido? O vidro é fabricado a partir de materiais fundidos de tal modo que não se cristalizam, permanecendo num estado amorfo. É um líquido de viscosidade tão grande que na prática se comporta como um sólido. A sílica ou quartzo (S i O 2 ) é uma das raras substâncias que se esfriam depois de fundidas sem formar a rede cristalina. A sílica pura, que se obtém da areia, entretanto é difícil de ser manipulada porque sua viscosidade é muito elevada e também o seu ponto de fusão bastante alto (1.723oC). Para baratear o vidro junta-se soda à sílica, o que diminui o ponto de fusão, e cal (carbonato de cálcio) para tornar o produto insolúvel. Outras substâncias como óxidos de magnésio são misturadas para dar ao produto a cor branca. Vidros especiais como o Pyrex que suportam mudanças bruscas de temperatura têm como ingrediente o ácido bórico, que dá ao produto uma baixa dilatação térmica. Quanto à técnica de fabricação, o vidro pode ser moldado, laminado e soprado. Na técnica de modelagem a matéria prima é fundida, colocada em moldes e sofrem a injeção de ar comprimido que depois é extraído e as peças moldadas são recozidas, isto é, esquentadas novamente em fornos especiais para serem esfriadas lentamente evitando que se quebrem facilmente. As garrafas e vidros são fabricados por esse processo. No vidro laminado, a mistura fundida passa entre grandes rolos e é deixada para esfriar, podendo depois ser polida. São os vidros de janelas ou espelhos. Já a técnica de soprar, se constitui numa arte. O artesão sopra uma quantidade de vidro em fusão por um tubo. Forma-se uma bolha à qual ele vai dando forma usando ferramentas especiais. São objetos artísticos como licoreiras, cálices, bibelôs. Os Materiais e as Técnicas. 6 1 16 Mudanças sob pressão. Aumentou a pressão? O vapor está saturado? A água só ferve à 100oC? Vai mudar de estado? Em que condição o feijão cozinha em menos tempo? 6 2 16 Mudanças sob pressão. Altitude (m) Pressão (cmHg) 0 76 500 72 1000 67 2000 60 3000 53 4000 47 5000 41 6000 36 7000 31 8000 27 9000 24 10000 21 Tabela 16.1 E SE DIMINUIRMOS A PRESSÃO, A ÁGUA VAI ENTRAR EM EBULIÇÃO A TEMPERATURAS MENORES DO QUE 1000C? Para conseguirmos pressões menores do que 1 atmosfera basta estarmos em regiões de grandes altitudes. Numa montanha de 6 000 metros de altura, por exemplo, a pressão atmosférica é de 1/2 atmosfera e a água entraria em ebulição a 800C. A tabela 16.2 nos dá alguns valores da temperatura de ebulição da água a diferentes pressões. Numa panela comum os alimentos cozidos em água atingem no máximo a temperatura de 1000C. Quando queremos preparar um doce ou aquecer uma comida que não deve atingir altas temperaturas, o fazemos em banho- maria. Sendo cozido a temperaturas mais altas, numa panela de pressão por exemplo, o alimento fica pronto em menos tempo. Se alterarmos a pressão, a ebulição da água não ocorrerá à temperatura de 1000C. É o que acontece numa panela de pressão que cozinha os alimentos a pressões mais altas que 1 atmosfera; isto faz com que a água só entre em ebulição a temperaturas de cerca de 1200C. No Sistema Internacional (SI) a pressão é expressa em N/m2. Quando apresentamos a escala Celsius atribuimos o valor 1000C à temperatura da água em ebulição. PORÉM , SERÁ QUE A ÁGUA SEMPRE FERVE À MESMA TEMPERATURA? HÁ ALGUM FATOR QUE ALTERE ISSO? A água só ferve a 1000C ao nível do mar devido à pressão atmosférica que varia conforme a altitude. A pressão atmosférica é devida ao ar que exerce seu peso em toda a superfície da Terra. A pressão é resultante de uma força exercida por unidade de área, . P F A = Ao nível do mar a pressão atmosférica assume seu valor máximo pois a espessura da camada de ar é a maior possível (a pressão atmosférica é de 1 atmosfera). Nesse nível, a pressão do ar equilibra uma coluna de mercúrio de 76 cm contido num tubo de 1 cm2 de área de secção; isto foi concluído pelo físico Torricelli. 76 cm de mercúrio equivalem à pressão de uma atmosfera. Quanto maior for a altitude menor será a pressão. 1atmosfera= 105 N/m2 MAS, SERÁ QUE A ALTERAÇÃO DE PRESSÃO INTERFERE NA EBULIÇÃO OU CONDENSAÇÃO DE UMA SUBSTÂNCIA? 6 3 O que acontece com a temperatura de ebulição da água se a pressão exercida for diferente da pressão atmosférica normal? Transformações Térmicas. Fervendo sob pressão. Com certeza, a pressão sobre a água teria aumentado muito impedindo a ebulição. Seria necessário aquecer mais para provocar nova ebulição nessas condições, o que ocorreria em temperaturas maiores que a encontrada anteriormente. Se você deixasse sair o vapor e fechasse novamente o balão, podeira provocar agora um efeito contrário. Mantendo o balão suspenso, esfregue pedras de gelo na sua parte superior, diminuindo a temperatura e portanto a pressão do gás sobre o líquido. Isso você pode fazer, não há perigo. Para examinar os efeitos da pressão sobre a ebulição da água, utilize uma fonte de calor, um balão de vidro pyrex contendo 1/4 de seu volume de água e uma rolha com termômetro (até 1100C).Para começar, você pode conhecer a temperatura de ebulição da água sob pressão normal. Para isso, aqueça o sistema que deve estar aberto e com o termômetro. Qual é a temperatura? Agora, o que você acha que aconteceria com a água se você fechasse a tampa do balão e mantivesse o aquecimento? Cuidado, isso é muito perigoso, portanto NÃO FAÇA. Você acha que a ebulição continuaria? O que aconteceria com a temperatura? Nesse experimento, qual situação é semelhante ao que ocorre numa panela de pressão? E a que ocorre em grandes altitudes? Ela volta a ferver? A que temperatura? Repetindo outras vezes esse resfriamento, qual a menor temperatura de ebulição obtida? Temperatura de ebulição da água a diferentes pressões. Tabela 16.2 P (atm) P (mmHg) T (oC) 6,05x10-3 4,6 0 22,37x10-3 1,7x101 20 72,37x10-3 5,5x101 40 197,37x10-3 1,5x102 60 0,474 3,6x102 80 1 7,6x102 100 2 15,2x102 120 5 38,0x102 152 10 76x102 180 20 15,2x103 213 40 30,4x103 251 60 45,6x103 276 O MONTE ACONCÁGUA NOS ANDES ESTÁ A 7000M DE ALTITUDE E O EVEREST, NO HIMALAIA , A 8000M. CONSULTE A TABELA E DESCUBRA O VALOR DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA NO TOPO DE CADA PICO. QUAL A TEMPERATURA DE EBULIÇÃO DA ÁGUA NESSES LUGARES? 6 4 Por quê sob pressões diferentes a água ferve a temperaturas diferentes? Para respondermos a essa pergunta devemos levar em conta o que ocorre com as moléculas de água e com as de ar. Na ebulição, as moléculas de água possuem energia cinética suficiente para escapar pela superfície do líquido indo para o estado gasoso, na forma de vapor d'água. Por outro lado, a pressão atmosférica exercida na superfície do líquido é devida ao grande número de moléculas do ar que se chocam com ela. A temperatura de ebulição de 1000C corresponde a uma energia cinética das molécula de água suficiente para elas escaparem pela superfície apesar da pressão de 1atmosfera exercida pelo ar. Quando se aumenta a pressão do ar sobre a água, as moléculas de água necessitam de maior energia cinética para vencer a pressão externa. Nesse caso, a temperatura de ebulição será maior que 1000C. Quando se diminui a pressão sobre o líquido fica facilitado o escape das moléculas de água do estado líquido para o gasoso; mesmo moléculas dotadas de menor energia cinética conseguem escapar da superfície, o que caracteriza uma temperatura de ebulição menor que 1000C. Exercícios. 01) Determine as pressões no interior de uma panela comum e de uma panela de pressão com água fervente. A massa da tampa da panela comum e da válvula da panela de pressão é de 100g. O diâmetro interno do pino da panela de pressão é de 0,2cm e o da panela comum é de 20cm. Resolução: Como P P Pat vint = + Pint = Pat = pressão atmosférica. Pv = pressão do vapor d'água. Pint = × + × = ×1 10 3 3 10 4 3 105 5 5 2 , , N m Note que na panela de pressão a pressão interna é em torno de quatro vezes maior do que a de uma panela comum. Mudanças sob pressão. pressão no interior da panela. Na panela comum: 21- -1 tampa 2 tampa v )10(1 10101 r gm A F P ××π ××= π × == m-1-2 101010R =×= Pv = × × = − 1 31 1 10 33 2 2, N m Assim: Pv = × = × − 1 3 10 3 3 10 6 5 2 , N m Na panela de pressão: 23- -1 2 válvula v )10(13,1 10101 r m A F P ×× ××= π × == pino g m100,1cmR -3== P (1 10 33) 1 10 N m int 5 5 2 = × + ≅ × 6 5 17 O mais frio dos frios. Experiências sofisticadas de laboratório em que se resfriam gases como o hidrogênio, nitrogênio ou hélio, apontam para o menor valor de temperatura possível e que não pode ser atingido na prática. Essa temperatura é chamada de zero absoluto e define uma nova escala de temperatura. Para estudar os gases precisamos utilizar essa nova escala de temperatura, a Escala Kelvin. Pode-se aquecer ou resfriar uma substância indefinidamente? Como se medem temperaturas muito baixas? 6 6 17 O mais frio dos frios. MAS, DE QUANTO DILATA UM GÁS? COMO ESSA PROPRIEDADE PODE SER USADA PARA SE CONSTRUIR UM MEDIDOR DE TEMPERATURA ABSOLUTA? Experiências simples como esta, feitas com ar, mostram que os gases dilatam bastante quando aquecidos e contraem quando resfriados. Enchendo o balão Um recipiente de vidro com uma rolha furada e uma bexiga de borracha presa a ela podem servir para você observar o comportamento do ar quando aquecido ou resfriado. Coloque esse conjunto dentro de uma vasilha de água quente e observe o que ocorre com o volume da bexiga. Ela mostra o que acontece com o ar do recipiente de vidro. Coloque em seguida o conjunto dentro de uma vazilha de água gelada. O que ocorre agora com o volume da bexiga? O que você pode dizer sobre o número de moléculas de ar dentro do conjunto durante o aquecimento e o resfriamento? E quanto ao comportamento da pressão? Para medir e controlar temperaturas utilizamos em nossos estudos as propriedades das substâncias de emitirem luz e se dilatarem quando aquecidas, "construindo" pirômetros ópticos, termostatos e termômetros de mercúrio ou de álcool. Esses termômetros entretanto não são capazes de avaliar temperaturas muito baixas pois essas substâncias termométricas também congelam a uma certa temperatura. Medidas de temperatura muito baixas podem ser realizadas com algumas substâncias no estado gasoso.Nesse estado, para que o gás fique bem caracterizado é preciso conhecer a que pressão ele está submetido, o seu volume e sua temperatura. Na escala Celsius as medidas de temperatura são relativas pois têm os pontos de fusão do gelo e de ebulição da água como referências. O zero grau Celsius, por exemplo, não significa um valor zero absoluto e sim que a substância se encontra à temperatura de fusão do gêlo.Tanto a escala Celsius como a Fahrenheit só são úteis quando queremos trabalhar com variações de temperatura. No caso dos gases, os manômetros medem pressões com uma escala que se inicia no ponto zero, com um significado físico de pressão zero, e o volume (m3) também é tomado a partir de um volume zero. Assim, como não tem significado físico uma pressão ou volume negativos, a temperatura absoluta de um gás também não pode ser menor do que zero. Foi preciso, então, encontrar uma escala à qual se atribuísse a temperatura mais baixa possível, o ponto zero. Os gases, por se dilatarem mais do que os líquidos e sólidos, se mostraram uma boa substância termométrica para ser usada num "medidor" de temperatura absoluta. Além disso, a uma alta temperatura e baixa pressão todos os gases se comportam da mesma maneira, e o seu coeficiente de dilatação nestas condições é sempre o mesmo. Chamamos este tipo de substância de gás ideal. Você pode verificar a expansão e contração do ar com a próxima atividade, buscando entender, a construção de um termômetro a gás. ENQUANTO AS PESQUISAS APONTAM PARA UM LIMITE INFERIOR DE TEMPERATURA, O "FRIO ABSOLUTO", NADA LEVA A CRER QUE HAJA UM LIMITE PARA ALTAS TEMPERATURAS. EM PRINCÍPIO PODE-SE AQUECER UMA SUBSTÂNCIA INDEFINIDAMENTE. 6 7 O diagrama ao lado mostra que o volume do gás será zero quando a temperatura for -2730C. Um volume reduzido a zero significa que as moléculas se movimentariam o mínimo possível, nestas condições a energia das moléculas seria mínima, praticamente só a energia de configuração dos átomos e moléculas do gás. Da mesma maneira não há colisões das moléculas com as paredes do recipiente, o que é interpretado como uma pressão mínima possível. O FATO DA ENERGIA CINÉTICA TOTAL DAS MOLÉCULAS SER PRATICAMENTE ZERO É INTERPRETADO COMO UMA TEMPERATURA ABSOLUTA ZERO. Essa temperatura -2730C foi chamada de zero absoluto por Wilian Tompson, que recebeu o título de Lord Kelvin em 1848. Na prática, o ponto zero absoluto não pode ser atingido. A menor temperatura medida em laboratório foi de fração de grau acima do zero absoluto. Foi chamada de escala Kelvin ou escala absoluta a escala termômétrica que atribuiu ao zero absoluto o ponto zero; a temperatura de fusão da água o ponto 273K e a temperatura de ebulição da água o ponto de 373K. Assim, tal como na escala Celsius, entre o ponto de fusão e o de ebulição da água temos uma diferença de 1000C, na escala Kelvin também temos uma diferença de 100K. É ESSA ESCALA DE TEMPERATURA ABSOLUTA QUE USAREMOS PARA ESTUDAR OS GASES. Um termômetro a gás a pressão constante. Se colocássemos gás num tubo longo de vidro de 1mm2 de secção (área) confinado por uma gota de mercúrio perceberíamos a gota de mercúrio subir ou descer, quando o tubo fosse aquecido ou resfriado. A variação do volume do gás em função da temperatura obedece uma regra muito simples. Mergulhando o tubo numa vasilha de água em ebulição, ou seja, a temperatura de 1000C o comprimento da coluna de gás seria de 373 mm. Se a água fosse resfriada a 500C a altura de coluna passaria a 323 mm.Veja que houve uma diminuição no comprimento da coluna de 50 mm. Colocando o tubo em água com gelo a 00C o comprimento da coluna de gás seria de 273 mm. Neste caso, o comprimento da coluna teria diminuido mais 50 mm. Nestas situações, a pressão do gás seria constante (pressão atmosférica) e o volume do gás seria proporcional ã variação de sua temperatura. Com esse termômetro, poderíamos descobrir a temperatura do gás, medindo-se o seu volume. O volume é a propriedade termométrica desse termômetro. Reduzindo mais a temperatura, sem que o gás se condensasse, o que se conseguiria em laboratórios especializados, o seu volume seria de 73 mm3 à -2000C. Um gás considerado perfeito ou ideal tem sempre seu volume diminuído de 1/273 para cada redução de temperatura de 1 grau centígrado. Esse comportamento caracteriza os gases perfeitos. Transformações térmicas 6 8 Ambiental: Controle de poluição do ar. Controle de filtros que, dependendo do material e da temperatura em que se encontram (baixas temperaturas), absorvem gases poluentes. Veterinária: Banco de Semen. Os bancos de Semen conservam à temperatura de 77K o semen de animais reprodutores utilizados em inseminações artificiais e enviados para locais distantes, congelados através de embalagens onde circula o nitrogênio líquido. Medicina: Bisturi criogênico. Nesse bisturi utiliza-se a circulação de nitrogênio líquido e controla-se a temperatura desejada a partir de um aquecedor. O uso desse instrumento permite que só a parte a ser removida do tecido seja submetida a baixas temperaturas preservando-se os tecidos sadios. As cicatrizações das incisões feitas com esse bisturi são mais rápidas e com menores riscos de infecção. Tecnologia: Quebra de castanhas do Pará. As cascas das castanhas quando submetidas a baixas temperaturas são quebradas facilmente sem que o fruto sofra alterações. Tecnologia: Nitrogênio líquido. O nitrogênio líquido é fabricado a partir da liquefação do ar o que se consegue atingindo a temperatura de 77K. É empregado na medicina, veterinária e na tecnologia. Criogenia é o estudo da produção de baixas temperaturas, inferiores a 273,15 K (00C). Em 1911 foi observado pela primeira vez que alguns metais como o mercúrio tornavam-se supercondutores, isto é, conduziam eletricidade sem oferecer resistência quando congelados perto do zero absoluto. Como essas baixas temperaturas só podem ser obtidas com generosa aplicação do hélio líquido, muito caro, as pesquisas continuaram buscando a supercondutividade a temperaturas mais elevadas. A partir de 1985 foram descobertos novos materiais: o óxido de cobre a 35 K, óxidos cerâmicos baseados em terras raras como o ítrio, por exemplo, a 98K, tornavam- se supercondutores a temperaturas em que o nitrogênio, bem mais barato, já podia substituir o hélio. Cerâmicas supercondutoras de cobre, ítrio e bário que funcionam bem a -1480C, com estrôncio e cálcio chegam a funcionar a temperaturas de -1030 C. Pesquisadores de todo o mundo se empenham na busca de materiais supercondutores de alta temperatura para fabricação de chips de computadores, fibras ópticas, etc.., O trem bala Eletroímãs supercondutores feitos com fios de liga de nióbio, a temperaturas de aproximadamente 20K, são colocados logitudinalmente na parte inferior do trem, enquanto os trilhos são dotados de chapas de alumínio na mesma direção dos eletroímãs. Quando o trem se move a direção das linhas do campo magnético dos eletroímàs perpendicular as superfícies das chapas, induz correntes elétricas que, por sua vez, interagem com as dos eletroímas. Isto provoca uma repulsão que ergue o trem a uns 10 cm do chão fazendo- o deslizar sobre um colchão magnético, o que permite velocidades da ordem 500 Km/h. O trem só se apoia sobre rodas quando está em baixas velocidades ou parado. Criogenia: A indústria do "muito frio". Tecnologia: Aproveitamento de pneus descartados. Pneus velhos e plásticos, após o congelamento com nitrogênio líquido, são pulverizados e misturados com asfalto para pavimentação. Essa mistura nas proporções adequadas torna a superfície mais aderente do que o asfalto comum. Além disso utiliza material que por não ser biodegradável se constitui num problema para a reciclagem do lixo. Tecnologia: Tratamento de metais. Com o tratamento do aço através do nitrogênio líquido num processo elaborado sem choques térmicos obtém- se um aço mais duro e resistente ao desgate. Ambiental: Simulação de ambientes espaciais. Retirando as moléculas do ar pelo processo de absorção a baixas temperaturas, conseguem-se pressões muito baixas que simulam ambientes extra terrenos. Kryosgennáo O mais frio dos frios. 6 9 18 Transformações Gasosas. Em termômetros a gás, bombas de encher pneus, balões, aparelhos respiratórios para submersão, etc. ocorrem transformações gasosas. Sempre que um gás é resfriado ou aquecido os valores de sua pressão e volume se alteram. Há uma regra para essas alterações? A compressão ou a descompressão de um gás também provocam variações no seu volume e na sua temperatura absoluta? Experiências realizadas com gases, mantêm constante uma das grandezas: temperatura, pressão ou volume , avaliando como variam as outras duas e estabelecendo leis para as transformações gasosas. 7 0 18 Transformações Gasosas P T P T constante1 1 2 2 = = Um gás pode ter sua temperatura mantida constante e sofrer uma transformação onde a pressão e o volume variam. Esse estudo foi realizado por Boyle (Veja no quadro ao lado a sua experiência.) Se a pressão do gás aumentar o seu volume diminui de tal modo que vale a relação: P V P V constante1 1 2 2= =Lei de Boyle Um gás também pode passar de uma condição (estado) para outra variando ao mesmo tempo a pressão, o volume e a temperatura. Essa transformação obedece ao mesmo tempo as três equações apresentadas, isto é: P V T P V T cte1 1 1 2 2 2 = =Equação Geral dos Gases Para estudar a variação da pressão de um gás mantido a volume constante utiliza-se um dispositivo contendo uma certa quantidade de gás, isolado do ambiente por um tubo flexível em forma de U contendo mercúrio, um termômetro a gás a volume constante. Um manômetro indica valores da pressão. Quando o gás é aquecido o seu volume pode ser mantido constante elevando a extremidade do tubo de modo que o ponto N permaneça fixo. A altura h do tubo que contém mercúrio equilibra a pressão do gás contido no reservatório. Quando o gás é resfriado, ao contrário, a extremidade do outro tubo deve ser abaixada. A temperatura do gás é calculada através da pressão indicada no manômetro. A pressão pode ser variada alterando a altura de mercúrio do ramo direito, mantendo constante a temperatura. Termômetro a gás a volume constante. Como vimos na leitura anterior é possível descobrir a temperatura absoluta de um gás medindo-se o seu volume. Neste tipo de transformação gasosa que ocorre a pressão constante (isobárica) o volume do gás é diretamente proporcional à sua temperatura absoluta, o que pode ser representado através da relação: Lei de Charles-Gay Lussac onde os índices 1 e 2 caracterizam a primeira e a segunda condição do gás. No entanto, podemos aquecer ou resfriar um gás mantendo constante o seu volume e observando como sua pressão varia.(Veja no quadro ao lado o funcionamento de um termômetro a gás a volume constante) A pressão indicada no manômetro aumenta proporcionalmente com a temperatura absoluta do gás, o que pode ser representado pela equação: constante T V T V 2 2 1 1 == Transformação isotérmica. Transformação isobárica. Transformação isovolumétrica. ESSA CURVA É CHAMADA ISOTERMA. Lei de Charles-Gay Lussac No estudo dos gases realizado por Boyle foi utilizado um tubo em U fechado em uma extremidade e aberto na outra contendo gás e mercúrio. Mantendo a temperatura constante Boyle provocou alterações na pressão observando como o volume do gás variava. A experiência de Boyle. 7 1 Kmol cal 1,986 Kmol m)(N/m 8,31 R 32 .. . == O resultado é a constante universal dos gases: Uma importante propriedade dos gases foi apresentada por Avogrado: "um mol de qualquer gás nas condições normais de temperatura e pressão, ocupa sempre o mesmo volume de 22,415 litros e possui 6,02.10-23 moléculas (N o )." O mol de uma substância é sua massa molecular expressa em gramas. Por exemplo: um mol de gás de oxigênio (O 2 ) = 32g um mol de gás hidrogênio (H 2 ) = 2g um mol de água (H 2 O) = 18g Se aplicarmos a equação geral dos gases a um mol de gás, o resultado será sempre o mesmo para qualquer gás: nRTP.V = Para n moles de um gás: , ou nR T P.V = Para um mol de um gás: R= T P.V mol.K atm.l 0,082 R = Teoria cinética dos gases. A pressão de um gás sobre as paredes do recipiente está relacionada com a energia cinética média das moléculas e a temperatura absoluta através das seguintes relações: Equação dos gases perfeitos ou equação de Clapeyron. 273K 0,0224m)N/m10(1,013 273K 22,4l1atm T PV 325 ××=×= mc m E V N 3 2 V N.m.v 3 1 P == 2 n = número de moles N = número de moléculas V = volume m = massa de cada molécula v = velocidade das moléculas N 0 = 6,02x1023 moléculas por mol Transformações térmicas MACROSCÓPICA MICROSCÓPICA massa número de moléculas temperatura energia cinética pressão choque das moléculas com as paredes volume distância média entre as moléculas Com essas equações relacionamos pressão e temperatura que são grandezas macroscópicas com a energia cinética, que é uma grandeza microscópica. Portanto, é possível estabelecer uma equivalência entre uma grandeza macroscópica e uma grandeza microscópica. Exemplo: 01) Qual é a energia cinética média por molécula à temperatura ambiente? Resolução: Se: t=220C=273+22=295K Constante de Boltzman , onde: 0N R k =e0nNN = k = 1,38 10 J molecula.K -23× kT 2 3 E mc kT 2 3 E mc E 3 2cm ≅ × × × −295 1 38 1023, Ecm = × × −3 2 4 07 1021, J E 6,105 10 Jc -21 m = × 7 2 04) Considerando que um motor a diesel esteja funcionando a uma taxa de compressão de 14:1 e que a temperatura do ar em seu interior atinja o valor de aproximadamente 7000C, calcule o máximo valor da pressão do cilindro antes da injeção do diesel, sabendo que a temperatura ambiente é de 270C e a pressão é de 1 atmosfera. OBS: - A pressão inicial do ar na câmara é a do local, 1 atmosfera. - O volume inicial do ar é V 1 e o final é V 1 /14. - Use temperaturas Kelvin. 03) Um freezer, regulado para manter a temperatura em seu interior a -190C, foi fechado e ligado quando a temperatura ambiente estava a 270C. a) Determine a pressão em seu interior após um certo tempo de funcionamento. b) Compare esse valor com o da pressão