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INTRODUÇÃO AO SNC - O Sistema Nervoso é dividido em duas partes: Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico. - O Sistema Nervoso Central funciona como um processador de informações, mantendo a homeostasia de vários sistemas, regulando certas funções; - Recebe sinais detectados por receptores periféricos e conduzidos por vias aferentes sensitivas; - Analisa, filtra, armazena e reelabora as informações, programa reações motoras que são comunicados por nervos eferentes a órgãos executores. Encéfalo Cérebro (constituído pelo telencéfalo e diencéfalo); Tronco Encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo); Cerebelo. Medula Espinal - Os fármacos que agem no sistema nervoso central (SNC) estão entre as primeiras substâncias descobertas pelos seres humanos primitivos e continuam sendo o grupo mais amplamente usado de agentes farmacológicos. - Em virtude de sua complexidade, os mecanismos pelos quais vários fármacos agem no SNC nem sempre foram claramente compreendidos. OBSERVAÇÃO Esses fármacos devem atravessar a Barreira Hematencefálica (separação funcional protetora entre o sangue circulante e o líquido extracelular do SNC, que limita a penetração de substâncias, incluindo fármacos)→ Por conseguinte, para entrar no SNC, os fármacos precisam ser altamente hidrofóbicos ou recorrer a mecanismos de transporte específicos. LOCAIS DE AÇÃO DOS FÁRMACOS: - Praticamente todos os fármacos que atuam no SNC produzem seus efeitos ao modificar alguma etapa da transmissão sináptica química. A) Os fármacos que atuam na síntese, no armazenamento, no metabolismo e na liberação de neurotransmissores estão incluídos na categoria pré-sináptica. A transmissão sináptica pode ser deprimida pelo bloqueio da síntese ou do armazenamento do transmissor. B) Na região pós-sináptica, o receptor do transmissor proporciona o principal local de ação dos fármacos. Os fármacos podem atuar como agonistas do neurotransmissor, como os opioides, que reproduzem a ação da encefalina, ou podem bloquear a função do receptor. - Incluem medicamentos usados no tratamento de uma ampla variedade de condições neurológicas e transtornos psiquiátricos, bem como fármacos para aliviar a dor, suprimir as náuseas e reduzir a febre, entre outros sintomas. Além disso, muitos fármacos que atuam sobre o SNC são usados sem prescrição para aumentar a sensação de bem-estar. São eles: • Antidepressivos; • Estabilizadores do Humor; • Antipsicóticos; • Anticonvulsivantes; • Fármacos para tratamentos de doenças neurodegenerativas. PRINCIPAIS NEUROTRANSMISSORES CEREBRAIS: • GABA; • Glutamato (GLU); • *Acetilcolina (ACh); • *Dopamina; • *Norepinefrina (NE); • *Serotonina (5-HT). *importância farmacológica FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL ANTIDEPRESSIVOS - É uma classe farmacológica de fármacos largamente prescritos para tratamentos dos transtornos relacionados a depressão; - Eles têm um efeito comprovado de elevação do humor depressivo, porém sem interferir significativamente com o humor normal; - A maioria dos fármacos antidepressivos úteis clinicamente potencializa, direta ou indiretamente, as ações da NOREPINEFRINA e/ou da SEROTONINA (5- HT) no cérebro. - Atuam em estimular a NEUROGÊNESE (formação de novos neurônios) no hipocampo. OBSERVAÇÃO: Vale ressaltar que esses medicamentos não são de tarja preta, pois não causam dependência. O QUE É HUMOR? - Somatório de emoções e sentimentos que estão presentes na consciência do indivíduo num determinado momento. Ou seja, estado de disposição básica, difusa e prolongada. - Os distúrbios do humor são doenças que perduram por toda a vida, apesar do número de ocorrências e dos intervalos entre ocorrências poderem variar. DEPRESSÃO – suas possíveis origens e caracteísticas - Também chamada de Depressão Maior, caracteriza-se por humor deprimido na maior parte do dia, durante pelo menos duas semanas,acompanhado de quatro ou mais dos seguintes sintomas: Insônia ou hipersonia; Sentimentos de desvalorização ou excesso de culpa; Fadiga ou falta de energia; Redução da capacidade de pensar ou concentrar-se; Alteração significativa no apetite ou peso; Retardo ou agitação psicomotora; Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio. - Etiologia Multifatorial: - Hipóteses que indicam a possível Fisiopatologia da depressão: Final da década de 1940 → foi desenvolvido o agente tricíclico IMIPRAMINA para uso no tratamento de pacientes psicóticos; entretanto, foi subseqüentemente constatado que o fármacoexercia efeitos antidepressivos pronunciados. Bloqueia preferencialmente os transportadores de 5HT, e os transportadores de NE. Em 1951 → foi constatado que o agente antituberculose IPRONIAZIDA possui efeitos antidepressivos. A iproniazida inibe a monoamina oxidase e, portanto, impede a degradação da 5HT, da NE e da DA. 1) HIPÓTESE MONOAMINÉRGICA CLÁSSICA: Foi a primeira teoria sobre a fisiopatologia da depressão e orientou a descoberta e a produção de fármacos antidepressivos. A depressão está relacionada com uma deficiência na quantidade ou na função da serotonina (5-HT), norepinefrina (NE) e dopamina (DA) corticais e límbicas. A hipótese de hipofuncionamento dos sistemas de neurotransmissores passou a ser muito questionada depois que começaram a ser encontradas muitas lacunas. 2) HIPÓTESE NEUROIMUNOENDÓCRINA (Eixo HPA → hipotalâmico-hipofisário-adrenal): Ocorre uma hiperatividade do eixo HPA, com aumentada liberação de cortisol (HIPERCORTISOLISMO) por regulação de feedback que atravessa a barreira hematencefálica (BHE), que causa danos graves ao hipocampo pelo efeito da EXCITOTOXICIDADE (processo patológico pelo qual células nervosas são danificadas ou mortas por estimulação excessiva por neurotransmissores). 3) HIPÓTESE DA NEUROINFLAMAÇÃO: https://pt.wikipedia.org/wiki/Neur%C3%B4nio https://pt.wikipedia.org/wiki/Neurotransmissor As citocinas pró-inflamatórias são recrutadas após o dano cerebral no hipocampo destroem ainda mais as estruturas neuronais pela EXCITOTOXICIDADE, causando a depressão. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIDEPRESSIVOS 1) ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS - ADT - Também conhecidos como Antidepressivos de 1ª Geração por terem sido os primeiros descobertos; - São uma classe de fármacos usados no tratamento sintomático da depressão e outras síndromes depressivas. São assim denominados devido a presença de três anéis aromáticos em sua estrutura. - Os ADTs bloqueiam a captação de norepinefrina e serotonina no neurônio pré-sináptico . - Não são seletivos e possui ação anti-histamínico (Anti – H1). OBSERVAÇÃO: Pacientes que não respondem a um ADT podem se beneficiar de outro fármaco desse grupo. LEMBRETE!!!! MECANISMOS DA NEUROTRANSMISSÃO DA NOREPINEFRINA E SEROTONINA (5-HT): Mecanismo de ação: A. Inibição da captação do neurotransmissor: Os ADTs são inibidores potentes da captação neuronal de norepinefrina e serotonina no terminal nervoso pré-sináptico (SERT / NET) → + contato com o receptor na pós-sináptica → NEUROGÊNESE. B. Bloqueio de receptores: Os ADTs também bloqueiam os receptores serotoninérgicos, α-adrenérgicos, histamínicos e muscarínicos. Ainda não se sabe se alguma dessas ações é responsável pelo benefício terapêutico dos ADTs. Contudo, as ações nesses receptores provavelmente são responsáveis por muitos dos seus efeitos adversos. Ações: • Os ADTs melhoram o humor e o alerta mental, aumentam a atividade física e reduzem a preocupação mórbida de 50 a 70% dos indivíduos com depressão. • O início da melhora do humor é lento, necessitando de 2 semanas ou mais. • A resposta do paciente pode ser usada para ajustes da dosagem→ Após a resposta terapêutica, a dosagem pode ser reduzida gradualmente para melhorara tolerância, a menos que ocorra recaída. → Exige a retirada lenta para minimizar a síndrome de descontinuação e os efeitos colinérgicos de rebote. Farmacocinética: • Os ADTs são bem absorvidos após administração oral. • Por sua natureza lipofílica, são amplamente distribuídos e facilmente penetram o SNC. • Os ADTs têm biodisponibilidade baixa e inconsistente. • Esses fármacos são biotransformados pelo sistema hepático CYP450 e são conjugados com ácido glicurônico. Por fim, os ADTs são excretados como metabólitos inativos pelos rins. Efeitos adversos: • Sedação; • Ganho de peso; • Xerostomia; • Visão turva; • Constipação; • Retenção urinária; • Sudorese; • Taquicardia reflexa; • Hipotensão Ortostática; • Disfunção sexual EXEMPLOS: - Amitriptilina; - Imipramina; - Clonipramina; - Trimipramina; - Dexepina; - Desipramina; - Notriptilina; - Protriptilina. Interações medicamentosas: EFEITOS COLINÉRGICOS EFEITOS ADRENÉRGICOS (efeito anti 𝜶𝟏) EFEITOS ANTI- HISTAMÍNICOS (H1) Amitriptilina IMIPRAMina + sedação + ganho de peso - Antidepressivos ISRS (fluoxetina), antipsicóticos, psicoestimulantes, certos esteroides, incluindo os contraceptivos orais e anti-histamínicos REDUZEM O METABOLISMO dos tricíclicos e consequentemente POTENCIALIZAM SEU EFEITO, quando administrados em conjunto. - Os ADT POTENCIALIZAM OS EFEITOS de fármacos anticolinérgicos, depressores centrais (hipnóticos, álcool, anestésicos gerais), fármacos simpatomiméticos vasopressores e anticoagulantes orais. Além disso, eles revertem os efeitos anti- hipertensivos da -metildopa e clonidina, podendo até mesmo elevar a pressão a nível perigoso. 2) INIBIDORES DA MONOAMINOOXIDASE - IMAO - Os fármacos inibidores da MAO inibem a enzima monoaminoxidase (MAO), responsável por metabolizar monoaminas como a noradrenalina, dopamina e serotonina, aumentando assim a concentração sináptica destas e condicionando maior excitação dos neurônios que possuem receptores para estes mediadores. - Existe dois subtipos específicos de MAO: MAO-A: possui como substrato essencial a noradrenalina (NA) e serotonina (5-HT). Seu bloqueio Å desejado para o tratamento específico da depressão. MAO-B: possui como substrato essencial a dopamina. Seu bloqueio Å desejado para o tratamento específico da Doença de Parkinson. - Os IMAOs podem ligar-se à MAO de maneira reversível ou irreversível. - Os IMAO nunca são a droga de primeira escolha para o tratamento da depressão, sendo aconselhável o seu uso em última instância, uma vez que apresentam efeitos tóxicos e adversos bastante eminentes. Os iMAOs causam uma inibição que é IRREVERSÍVEL e NÃO-SELETIVA, pelo que bloqueiam a ação dos dois subtipos da enzima (MAO-A e MAO-B). Usos terapêuticos: - Os IMAOs são indicados para pacientes deprimidos que não respondem ou são alérgicos aos ADTs ou que apresentam forte ansiedade. Farmacocinética: - Os IMAOs são bem absorvidos por administração oral. - Os IMAOs são biotransformados no fígado e excretados rapidamente na urina. Efeitos adversos: - Como as iMAOS são IRREVERSÍVEIS e NÃO- SELETIVOS, essa característica confere-lhes uma longa duração de ação, mas está também relacionada com os seus efeitos adversos, uma vez que a inibição não-seletiva (e irreversível), levando ao acúmulo e consequente toxicidade de vários dos subtratos da MAO, sobretudo a serotonina. • Por este motivo, é muitas vezes necessária a instituição de uma dieta alimentar específica para reduzir o consumo de substratos da enzima, para evitar, por exemplo, Queijos envelhecidos, carnes, vinhos tintos, peixes em conserva, caracterizada por sinais e sintomas simpáticos de derivados da TIRAMINA (causando uma crise hipertensiva → amina simpaticomimética) causando cefaleia, rigidez no pescoço, taquicardia, hipertensão, arritmias cardíacas, convulsões e possível colapso. - Sonolência; - Hipotensão ortostática; - Visão turva; - Xerostomia; - Constipação. - Hiperidrose; - Lesão hepática EXEMPLOS: - Fenelzina; - Selegilina; - Brofaromina; - Tranilcipromina; - Isocarboxazida; - Moclobemida. 3) INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA – ISRS (1º ESCOLHA) - Os inibidores seletivos da captação de serotonina (ISCSs) são um grupo de fármacos antidepressivos que inibem especificamente a captação da serotonina - SERT (maior para o transportador de serotonina do que para o de norepinefrina). - Fármaco que inibe IRREVERSIVELMENTE e NÃO-SELETIVAMENTE (MAO-A e MAO-B); - Ele eleva demais a PA e seus efeitos adversos são iguais aos ADT (exceto a sedação, ganho de peso → ela não é anti H1). - Está entrando em desuso por apresentar efeitos colaterais mais intensos. - Fármaco que inibe REVERSIVELMENTE e SELETIVAMENTE ao MAO-A→ aumenta os níveis de 5-HT e NA sem causar aumento de PA (bom para hipertensos). - É um antidepressivo muito seguro, mas pouco efetivo. - Como classe, essas modificações têm pouca ou nenhuma afinidade pelos receptores colinérgicos, BETA- adrenérgicos e histaminérgicos e não interferem na condução cardíaca; Ações: - Os ISCSs bloqueiam a captação de serotonina, levando ao aumento da concentração do neurotransmissor na fenda sináptica. - Os antidepressivos, incluindo os ISCSs, em geral precisam de 2 semanas para produzir melhora significativa no humor, e o benefício máximo pode demorar até 12 semanas ou mais. Farmacocinética: - Todos os são bem absorvidos após administração oral. Os picos séricos ocorrem em média entre 2 e 8 horas. - Alimentos têm pouca influência na absorção (exceto com a sertralina, cuja absorção aumenta com a alimentação). - A maioria dos ISCSs tem meia-vida entre 16 e 36 horas. - Ocorre extensa biotransformação pelo citocromo P450 (CYP450) e conjugação com glicuronídeo ou sulfato. - As dosagens de todos esses fármacos devem ser reduzidas em pacientes com insuficiência hepática. Efeitos adversos: • Náuseas, Vômitos, Diarreia → ↑5-HT (R5-HT3 e 5-HT4); • Anorgasmia, disfunções sexuais; • Perda de apetite; • Agitação, Ansiedade, pânico → ↑5-HT (R5-HT2 e 5-HT3); • Insônia; • Aumento no tempo de sangramento do paciente; • Aumento na secreção de prolactina; • Dependência e síndrome de privação. • Super-dosagem: baixo risco. Pode ocorrer síndrome serotoninérgica (excesso de serotonina na fenda sináptica) quando em associação com inibidores da MAO. A tríade clássica das manifestações clínicas inclui alterações do estado mental, motor e autonômico. EXEMPLOS: - Citalopram; - Escitalopram; - Fluoxetina; - Paroxetina; - Sertralina; - Fluvoxamina 4) ANTIDEPRESSIVOS ATÌPICOS - Os antidepressivos atípicos são um grupo misto de fármacos que têm ação em vários locais diferentes. EXEMPLOS: - Bupropiona; - Mirtazapina; - Nefazodona; - Trazodona; - Vilazodona; - Vortioxetina. - Fármaco antidepressivo de terceira geração, inibidor seletivo da recaptação da serotonina; - Útil no tratamento da depressão associada a distúrbios compulsivos, hiperfagia (compulsão alimentar) e da bulimia nervosa. Muitos endocrinologistas utilizam esta droga para aproveitar-se de seu efeito anorexígeno. - Ele é dado de manhã por causa do seu potencial de insônia. EFEITOS COLATERAIS: - Aumento da ansiedade, insônia irritabilidade (evita-se utilizando um ANSIOLÍTICO. EX: Diazepam); - Diarreias (aumento de 5-HT). OBS: - A fluoxetina difere dos outros fármacos da classe por ter uma meia-vida muito longa (50 h), e a meia- -vida do metabólito é ainda mais longa, beirando os 10 dias. A fluoxetina e a paroxetinasão potentes inibidores da isoenzima CYP450. - Inibidor da receptação da serotonina que também apresenta vida média longa, e que também pode cursar com interações medicamentosas. é útil na depressão, no distúrbio obsessivo-compulsivo, fobias e no transtorno do pânico. - A Paroxetina pode ser associada com o Alprazolam em casos de depressão com ideação suicida. - Fármaco inibidor potente do CYP450, o que pode elevar as concentrações plasmáticas das drogas metabolizadas dessa via; - Possui efeito anti- colinérgico; - Essa medicação deve ser diminuída gradativamente para não ocorrer vício; EFEITOS COLATERAIS: - Aumento da ansiedade, insônia irritabilidade (evita-se utilizando um ANSIOLÍTICO. EX: Diazepam); - Diarreias (aumento de 5-HT). -Antidepressivo farmacologicamente único, uma vez que é um inibidor fraco das recaptações neuronais de dopamina e noradrenalina; - Ela geralmente é tolerada e não bloqueia receptores muscarínicos, histaminérgicos ou adrenérgicos. - Pode ser utilizado como adjuvante no tratamento do tabagismo, sendo mais seguro em superdosagens. - Ela não causa efeitos colaterais sexuais. - O risco de interações medicamentosas é muito baixa; EFEITOS COLATERAIS: - Xerostomia; - Sudoração; - Nervosismo; - Tremores. -É um antidepressivo noradrenérgico-serotoninérgico seletivo (realiza o bloqueio dos receptores α2- adrenérgicos, 5-HT2 e 5- HT3), apresentando um mecanismo de ação particular, que consiste no bloqueio de receptores serotoninérgicos pós- sinápticos. - Esse fármaco é sedativo devido à sua potente atividade anti- histamínica, mas não causa os efeitos adversos antimuscarínicos dos ADTs, nem interfere na função sexual, como os ISCSs. Frequentemente, ocorre aumento do apetite e da massa corporal. A mirtazapina é acentuadamente sedativa, o que pode ser uma vantagem em pacientes deprimidos com dificuldade para dormir. . ESTABILIZADORES DO HUMOR - Os estabilizadores do humor são fármacos capazes de atuar nos diferentes polos do transtorno de humor, embora existam importantes diferenças entre esses fármacos quanto a sua efetividade nesses diferentes polos, ou seja, alguns fármacos são mais eficazes no polo positivo (hipomaníaco e/ou maníaco), ao passo que outros, no polo negativo (depressão). - INDICAÇÃO CLÍNICA → Transtorno afetivo bipolar. Segundo os critérios de Diagnóstico de Transtornos Mentais), o transtorno afetivo bipolar ocorre os seguintes sintomas: Autoestima inflada ou grandiosidade; Diminuição da necessidade de sono; Loquacidade, fuga de ideias; Dispersão, aumento da atividade física ou agitação psicomotora; envolvimento excessivo em atividades prazerosas; Comportamento de risco. LÍTIO – Li+ - O lítio foi o primeiro agente comprovadamente útil no tratamento da fase maníaca do transtorno bipolar que não era também um fármaco antipsicótico. - O lítio é eficaz no tratamento de 60 a 80% dos pacientes que exibem mania e hipomania. - A janela terapêutica do lítio é extremamente baixo, e os sais de lítio podem ser tóxicos. - Pode ser administrada por via oral na forma de CARBONATO DE LÍTIO (mais usado) ou CLORETO DE LÍTIO (irritação gástrica). - Concentração plasmática alvo → 0,6-1,4 mEq/L. - Período de latência → 1 a 3 semanas. Farmacocinética: - O lítio é um cátion monovalente de pequeno peso molecular que se assemelha muito com o sódio e o potássio. - O lítio é absorvido em quase sua totalidade pelo TGI em cerca de 8 h, atingindo o pico de concentração plasmática em torno de 2 a 4 h após a administração por via oral. - Apresenta ampla distribuição e não se liga de forma significativa às proteínas plasmáticas. - A passagem pela BHE é lenta, e após o estado de equilíbrio, a concentração é em torno de 40 a 50% da concentração plasmática. - Sua meia-vida de eliminação é em torno de 20 a 24 h. Mecanismo de ação: - Ainda é desconhecido. Mas sabe-se que esse íon substitui o SÓDIO no compartimento intracelular, tornando a bomba de sódio pouco eficaz para efetuar sua troca com potássio. Deste efeito ocorre uma despolarização prolongada, que produz uma diminuição da passagem de impulsos nas sinapses do sistema nervoso central. - Cerca de 80% do lítio filtrado é reabsorvido pelos túbulos renais proximais. Assim, a hipernatremia aumenta a excreção de lítio, enquanto a hiponatremia retém lítio; portanto, deve-se ter cautela no monitoramento de lítio em casos transitórios (como episódios febris e diarreias) e em pacientes tratados com diuréticos tiazídicos e de alça. HIPÓTESES: ANTIDEPRESSIVOS 1) ↑ da captação de triptofano → aumenta o 5 – HT; 2) Inibição da produção de proteínas pró-apoptóticas e estimula as anti-apoptóticas→ Facilita a neurogênese; ANTIMANÍACOS 3) Inibe liberação de NA / DA; 4) Inibe o adenilatociclase (depleção de Fosfatidilinositol (IP); e redução da produção de AMPc). 5) Inibe canais de Na+ dependentes de voltagem Efeitos adversos: - Hipertireoidismo; - Ataxia; - Tremores grosseiros; - Convulsões (dano cerebral irreversível - Acnes; - Edemas (retenção de sódio); - Poliúria; - Antidepressivo que bloqueia a recaptação neuronal de serotonina e é um antagonista no receptor 5 -HT2 , 5-HT3 (ANSIOLÍTICA) e H1. - Antagonista leve a moderado nos receptores ALFA 1, o que contribui para ortostasia e tonturas. . - Aumento do apetite e ganho de peso; - Alteração no ECG; - Diabetes insipidus; - Fadiga e fraqueza muscular; - Poliúria (inibe o ADH). Precauções: - LITEMIA (Exame laboratorial para monitorar os níveis de lítio no corpo do paciente); • Ajuste na dosagem; • Deve ser realizado frequentemente; • A coleta de sangue deve ser realizada após 12h após a última tomada do medicamento. - Retirada gradual (25% da dose usada por mês); - O uso de AINES ou diuréticos podem aumentar os níveis de Li. MEDICAMENTOS ALTERNATIVOS Anticonvulsionantes: - Ác. Valpróico; - Carbamazepina; - Lamotrigina. Antipsicóticos de 2º geração: - Risperidona; - Olanzapina; - Ziprasidona, - Aripiprazol; - Asenapina; - Quetiapina. Benzodiazepínicos: - Auxiliam na sedação. ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS - A escolha de um fármaco da classe dos sedativo-hipnóticos indica que seu principal uso: Para ser efetivo, um fármaco SEDATIVO (ansiolítico) deve reduzir a ansiedade patológica e exercer um efeito calmante. O grau de depressão do sistema nervoso central (SNC) produzido por um sedativo deve ser o mínimo compatível com sua eficácia terapêutica. Um fármaco HIPNÓTICO deve produzir sonolência e estimular o início e a manutenção de um estado de sono. Os efeitos hipnóticos envolvem uma depressão mais pronunciada do SNC do que a sedação, o que pode ser obtido com muitos fármacos pertencentes a essa classe, simplesmente pelo aumento da dose. A depressão da função do SNC, graduada e dependente da dose constitui uma característica da maioria dos fármacos sedativos - hipnóticos. OBSERVAÇÕES: A) O que faz um medicamento sedativo se tornar hipnótico, vice versa, a principal é a dose administrada pelo paciente; B) O tratamento de 1º escolha em casos de transtornos de ansiedade são os antidepressivos e uma categoria dessa classe farmacológica representada pela buspirona. Já para os hipnóticos não benzodiazepínicos e os anti-histamínicos podem ser preferíveis contra insônia. C) Em relação aos fármacos ansiolíticos, a fisiopatologia é bem parecida com a da depressão. 1) BENZODIAZEPÍNICOS - BDZ - Os benzodiazepínicos são agentes sedativos-hipnóticos amplamente utilizados. - Sua estrutura química consiste num anel benzeno acoplado a uma estrutura heterocíclica de sete membros contendo 2 nitrogênios nas posições 1 e 4. Fórmula geral dos benzodiazepínicos.- O primeiro BDZ foi criado em 1957 foi o CLORDIAZEPÓXIDO; Mecanismo de ação: MECANISMO DE MODULAÇÃO ALOSTÉRICA POSITIVA DO RECEPTOR GABAA: - Os alvos para as ações dos benzodiazepínicos são os receptores do ácido γ-aminobutírico tipo A GABAA (SÍTIO ORTOSTÉRICO → o sítio de ligação, no receptor, que é reconhecido pelo agonista endógeno deste receptor. (Nota: o GABA é o principal neurotransmissor inibitório no SNC.) - Esse receptor é do tipo ionotrópico, possui uma estrutura pentamérica organizada a partir de cinco subunidades, Os benzodiazepínicos modulam os efeitos do GABA ligando-se a um local específico de alta afinidade (distinto do local de ligação do GABA), situado na interface da subunidade α e da subunidade γ no receptor GABAA. - O receptor alostérico dos BDZ ficam entre uma subunidade a1 e a subunidade γ2. A ansiedade é um estado emocional desagradável vivenciado com qualidade subjetiva de medo ou de uma emoção relacionada ao medo, muitas das vezes acompanhada de manifestações somáticas. A insônia abrange uma ampla variedade de distúrbios do sono, como dificuldade em adormecer, despertar precoce ou frequentemente e sono não-reparador. - O complexo do receptor regula a entrada de cloreto nas células pós-sinápticas. O aumento da condutância de cloreto mediado pelo GABA é intensificado pelos BDZ. Isso resulta em uma maior hiperpolarização dessas células, com consequente redução da transmissão sináptica. Usos terapêuticos: - Os BDZ possuem efeito agudo (rápido). 1. REDUÇÃO DA ANSIEDADE: - Em doses baixas, os benzodiazepínicos são ansiolíticos. - A redução da ansiedade é atribuída à potenciação seletiva da transmissão gabaérgica em neurônios que têm a subunidade α2 em seus receptores GABAA, inibindo, assim, os circuitos neuronais no sistema límbico do cérebro (amígdala → relacionada ao eixo HPA). 2. EFEITO HIPNÓTICO/SEDATIVO: - Todos os benzodiazepínicos têm propriedades sedativa e calmante, e alguns podem produzir hipnose (sono produzido “artificialmente”) em doses mais elevadas. O efeito hipnótico é mediado pelos receptores α1-GABAA (no tratamento da insônia, é importante o equilíbrio entre o efeito sedativo necessário na hora de deitar e a sedação residual após o despertar). 3. AMNÉSIA ANTERÓGRADA: - A perda temporária da memória com o uso de benzodiazepínicos também é mediada pelos receptores α1-GABAA. - A capacidade de aprender e formar novas memórias também é reduzida (serve como pré-medicação para procedimentos desconfortáveis e que provocam ansiedade, como endoscopias e procedimentos odontológicos e angioplastia). 4. EFEITO ANTICONVULSIVANTE: - Vários benzodiazepínicos têm atividade anticonvulsivante. Esse efeito é parcialmente mediado pelos receptores α1-GABAA (nível do córtex e mesencéfalo). 5. RELAXAMENTO MUSCULAR: - Em doses elevadas, os benzodiazepínicos diminuem a espasticidade do músculo esquelético, provavelmente aumentando a inibição pré-sináptica na medula espinal, onde predominam os receptores α2-GABAA. OBSERVAÇÃO: A) O que difere a ação do relaxamento muscular dos BSZ dos Bloqueadores neuromusculares é que os BDZ atuam a nível central. Já os bloqueadores atuam na junção neuromuscular. B) Os BDZ têm poucos efeitos nas funções cardiovasculares e respiratórias, uma vez que os centros bulbares não tenham muitas sinapses inibitórias que incluam receptores de BDZ- GABAA (canais de cloreto). Farmacocinética: - Os benzodiazepínicos são lipofílicos. São rápida e completamente absorvidos após administração oral, distribuem por todo organismo e entram no SNC pois atravessam a barreira hemotencefálica. - Em casos de emergência ou anestesia, os BDZ também podem ser aplicados por via endovenosa (Diazepam e o Lorazepam). - A maioria dos BDZ possui uma duração de tempo grande. - A maioria dos benzodiazepínicos é biotransformada pelo sistema microssomal hepático para compostos que também são ativos. Dependência: - Pode-se desenvolver dependência física e psicológica aos benzodiazepínicos se doses elevadas forem administradas por longos períodos. - Todos os benzodiazepínicos são fármacos controlados, pois são de TARJA PRETA. - A interrupção abrupta resulta em SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA, incluindo confusão, ansiedade, agitação, intranquilidade, insônia, tensão e (raramente) convulsões. Os benzodiazepínicos com meia-vida de eliminação curta, induzem reações de abstinência mais abruptas e graves do que as observadas com os de eliminação mais lenta. Subcategorias: 1) Ação predominantemente ansiolítica (Síndrome do pânico, Transtorno de Ansiedade Generalizada, Fobia Social) OBSERVAÇÃO: Fobias específicas (EX: aracnofobia, eritrofobia, autofobia, claustrofobia) deverão ser tratadas só com psicoterapia. ALPRAZOLAM BROMAZOLAM CLONAZEPAM DIAZEPAM Clobazam; Lorazepam; Clordiazepóxido; Atuam no subtipo de receptor GABAa (ALFA 2) → Sistema Límbico Clorazepato. 2) Ação predominantemente hipnótica: ESTAZOLAM FLURAZEPAM FLUNITRAZEPAM *MIDAZOLAN Triazolam; Nitrazolam. * O tempo de meia-vida deste fármaco é o menor de todos os BDS, vai de 1,2 – 2,5h. Efeitos adversos: - Sedação e confusão; - Incoordenação motora (ataxia); - Efeito paradoxal (crianças e idosos → excitação, agressividade e desinibição); - Potencialização (BDZ + álcool / BDZ + Anti – H1, drogas ilícitas, etc); - Amnésia anterógrada; - Dependência e tolerância (necessidade de aumento da dose para a manutenção dos efeitos iniciais); - Tonturas; - Coma e morte. ANTAGONISTA COMPETITIVO REVERSÍVEL DO SÍTIO BDZ → FLUMAZENIL. - O flumazenil foi aprovado para uso na reversão dos efeitos depressores da superdosagem de benzodiazepínicos sobre o SNC, bem como para acelerar a recuperação após o uso desses fármacos em procedimentos anestésicos e diagnósticos. - Administração endovenosa. 2) AZAPIRONAS BUSPIRONA - A buspirona alivia a ansiedade sem causar efeitos sedativos, hipnóticos ou eufóricos pronunciados. - Ao contrário dos benzodiazepínicos, o fármaco não tem propriedades anticonvulsivantes ou miorrelaxantes. - A buspirona não interage diretamente com os sistemas GABAérgicos. - O fármaco pode exercer seus efeitos ansiolíticos ao atuar como agonista parcial nos receptores 5-HT1A cerebrais; todavia, possui também afinidade pelos receptores dopamínicos D2 cerebrais. - Os pacientes tratados com buspirona não apresentam ansiedade de rebote, nem sinais de abstinência com a interrupção abrupta do fármaco. - Em acentuado contraste com os benzodiazepínicos, os efeitos ansiolíticos da buspirona podem levar 3 a 4 semanas para se estabelecerem, tornando o fármaco inapropriado para o tratamento dos estados de ansiedade aguda. - A buspirona é rapidamente absorvida por via oral, porém sofre extenso metabolismo de primeira passagem. A meia-vida de eliminação da buspirona é de 2 a 4 horas, e a presença de disfunção hepática pode diminuir a sua depuração. - A buspirona provoca menos comprometimento psicomotor do que os benzodiazepínicos e não afeta a capacidade de dirigir veículos. - O fármaco não potencializa os efeitos dos agentes sedativos- hipnóticos convencionais, do etanol ou dos antidepressivos tricíclicos, e os pacientes idosos não parecem ser mais sensíveis às suas ações. ANTIPSICÓTICOS - Os ANTIPSICÓTICOS (também conhecidos como NEUROLÉTICOS) são grupos de fármacos com propriedades farmacológicas e terapêuticas comuns, usados primariamente na terapia da esquizofrenia, na fase maníaca do transtorno afetivo bipolar (maníaco-depressivo) e outras psicoses idiopáticas agudas marcadas por grave agitação. OBSERVAÇÃO: O termo NEUROLÉPTICOtem sido utilizado para enfatizar os efeitos neurológicos desses agentes, o que tem levado diversos autores a optar pelo termo antipsicótico, visto que se considera atualmente desnecessário que, para a obtenção dos efeitos terapêuticos, deva ocorrer os efeitos neurológicos. Atuam no subtipo de receptor GABAa (ALFA 1) → Centro do sono - O uso de medicação antipsicótica envolve o difícil limite entre o benefício de aliviar os sintomas psicóticos e o risco de uma ampla variedade de efeitos adversos perturbadores. - Os antipsicóticos não são curativos e não eliminam o transtorno crônico do pensamento, mas com frequência diminuem a intensidade das alucinações e ilusões, permitindo que a pessoa com esquizofrenia conviva em um ambiente de apoio. PSICOSES - A psicose é uma síndrome associada a muitos transtornos psiquiátricos e representa um conjunto de sintomas indicativos de alteração da percepção, do comportamento afetivo e da capacidade de relacionar-se com outros indivíduos. - As psicoses podem estar presentes em quadros maníacos, depressivos e/ou ansiosos, bem como nas diferentes demências. Além disso, várias substâncias psicoativas podem induzir psicoses. - Ela é dividida em 2 situações: ALUCINAÇÕES → Uma condição em que os sentidos do paciente (tato, olfato, paladar, visão e audição) ficam confusos, percebendo algum tipo de estímulo que não está realmente ali. DELÍRIO→ São crenças exageradas, irrefutáveis. O paciente tem certeza de algo, mesmo sem nenhuma evidência real disso. Sintomatologia das psicoses ESQUIZOFRENIA - A esquizofrenia é um tipo de psicose crônica caracterizada por ilusões, alucinações (com frequência, na forma de vozes) e transtornos de fala ou pensamento. - Em geral, a doença tem início no final da adolescência ou início da vida adulta. - Ela ocorre em cerca de 1% da população e é um transtorno crônico e incapacitante. - A esquizofrenia tem forte componente genético e provavelmente reflete alguma anormalidade bioquímica fundamental, possivelmente uma disfunção das vias neuronais dopaminérgicas mesolímbicas ou mesocorticais. LEMBRETE!!!! Substrato Neuronal da Esquizofrenia (Neurônio Dopaminérgico): O receptor dopaminérgico D2 pós-sináptico é o preferido na ação dessa classe de fármacos. HIPÓTESES DA PATOGÊNESE DA ESQUIZOFRENIA HIPÓTESE DOPAMINÉRGICA (RECEPTORES D2) 1) VIA MESOLÍMBICA: - Inicia-se da Área Tegmental Ventral até o Núcleo Accumbens; - Sistemas de Recompensa→ circuito que processa a informação relacionada à sensação de prazer ou de satisfação. PSICOSES SINTOMAS NEGATIVOS Prejuízo mnemônico 1) Alucinações; 2) Delírios; 3) Discurso desorganizado. 1) Embotamento afetivo; 2) Isolamento social; 3) Anedonia; 4) Aparência descuidada. - Exacerbação de Dopamina → Hiperestimulação do respectivo receptor. 2) VIA MESOCORTICAL: - Inicia-se da Área Tegmental Ventral até o Córtex Cerebral; - O bloqueio do receptor causa uma Hipoativação da via→ diminuição de sintomas cognitivos. 3) VIA NIGROESTRIADO: - Inicia-se da Substância Negra até o Corpo Estriado; - O bloqueio do receptor causa alterações no controle motor; 4) VIA TÚBERO-INFUNDIBULAR: - Vai do Hipotálamo até a Hipófise; - O bloqueio do canal causa a Hiperprolactenemia (aumento da secreção do hormônio Prolactina) que pode causar problemas no homem e na mulher. EX= Disfunções sexuais, Ginecomastia, Galactorreia, etc. OBSERVAÇÃO: As duas últimas vias fisiologicamente funcionam normalmente. No entanto, ao utilizar um fármaco antipsicótico nessas vias, bloqueiam os receptores D2 podendo levar o indivíduo ao PARKISIONISMO FARMACOLÓGICO. HIPÓTESE SEROTOMINÉRGICA - Prediz que os pacientes que experenciam psicose podem ter uma hiper estimulação das vias mediadas por serotonina. De fato, os receptores 5-HT2A estão envolvidos nos efeitos alucinógenos de drogas, como LSD e psilocibina, sugerindo que esses receptores podem influenciar nas alucinações e distúrbios perceptivos da esquizofrenia. EXEMPLO: O LSD (ácido lisérgico) é uma droga ilícita que funciona como agonista parcial nos receptores 5-HT2A, o que favorece o aumento expressivo de produção e liberação da 5-HT, causando alucinações, delírios, etc. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIPSICÓTICOS 1) FÁRMACOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO: - Também denominados antipsicóticos tradicionais, típicos ou convencionais; - São inibidores competitivos em vários receptores, mas seus efeitos antipsicóticos refletem o bloqueio competitivo dos receptores D2 da dopamina. - São úteis apenas para os sintomas positivos da esquizofrenia (mesolímbica), mas tende a piorar as outras. Mecanismo de ação: Todos os antipsicóticos de primeira e a maioria dos de segunda geração bloqueiam os receptores D2 da dopamina no cérebro e na periferia. Efeitos Adversos: ▪ Sedação; ▪ Ganho de peso; ▪ Efeitos anticolinérgicos (visão turva, boca seca, confusão e inibição dos músculos lisos dos tratos gastrintestinal (GI) e urinário, causando constipação e retenção de urina); ▪ Hipotensão ortostática e tonturas (adrenérgico ALFA); Anti -H1 ▪ Hiperprolactinemia afeta a termorregulação e causando amenorreia, galactorreia, ginecomastia, infertilidade e disfunção erétil. ▪ SEP (Sintomas Extrapiramidais)→ com prometimento motor do tônus e postura (distonias, acatisia, discinesia tardia, etc). ▪ Piora sintomas negativos e cognitivos. Principais representantes: CLORPROMAZINA HALOPERIDOL - Levomepromazina; - Triflupromazina; - Frifluopenazina; - Acetofenazina; - Flufenazina. 2) FÁRMACOS DE SEGUNDA GERAÇÃO: - A segunda geração de antipsicóticos (também denominada de antipsicóticos atípicos) têm menor incidência de SEP do que os de primeira geração, mas são associados com maior risco de efeitos adversos metabólicos, como diabetes, hipercolesterolemia e aumento de massa corporal. - A segunda geração de fármacos deve sua atividade singular ao bloqueio dos receptores de serotonina e dopamina e, talvez e outros. - Mais usados na clínica, substituindo a de 1º geração; Mecanismo de ação: - A maioria dos fármacos de segunda geração parece exercer parte da sua ação singular pela inibição de receptores de serotonina, em particular 5-HT2A. Principais representantes: OLANZAPINA RISPERIDONA CLOZAPINA - Ziprazidona; - Amisupina; - Sulpirida; - Aripiprazol. Efeitos Adversos: - A maioria igual ao anterior; - CLOZARPINA: ▪ Ganho de peso (ação não só no anti-H1, mas também Anti 5-HT2C [Centro de apetite] → EFEITO OREXÍGENO estimulação da fome). ▪ Ela causa a AGRANULOCITOSE (é uma doença aguda do sangue, caracterizada pela redução (abaixo de 500 células por milímetro cúbico de sangue) ou ausência de leucócitos granulosos (neutrófilos, basófilos e eosinófilos). - - Causa alterações musculares fortes; - Ação sedativa (anti-H1). Antagonista R5-HT2A >>> Antagonista R-D2