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Anatomia e fisiologia neonatal e pediátrica Autora Gláucia Fernandes Castro Apresentação Caros(as) alunos(as), Este material é uma ferramenta de suporte à realização de atividades relacionadas à Anatomia e Fisiologia Neonatal e Pediátrica. O objetivo é abordar aspectos do desenvolvimento dos sistemas respiratório, cardíaco, nervoso e osteomioarticular do período neonatal e pediátrico, descrevendo desde a embriologia até as particularidades anatômicas dessa população. É importante reconhecer as peculiaridades que esse grupo apresenta, considerando que sua faixa etária compreende desde recém-nascidos prematuros até adolescentes. Por isso, tendo em vista a complexidade do assunto, a primeira unidade será dedicada a apresentar definições importantes e a comparar a anatomia do adulto e da criança. Já na segunda unidade, discutiremos o desenvolvimento do sistema nervoso. Na terceira, serão apresentados tópicos relacionados ao sistema respiratório e à circulação fetal. E, finalmente, na quarta unidade iremos discutir as particularidades na avaliação dessa população. Esperamos que você leia as orientações ao longo deste material, bem como o conteúdo suplementar indicado nos artigos e vídeos, conseguindo sanar as eventuais dúvidas. É importante não se limitar ao material aqui apresentado, mas adicionar a leitura de outros artigos, livros e textos relacionados à temática. Nossa expectativa é que os conhecimentos aqui adquiridos possam transformar positivamente sua vida e as vidas das pessoas com quem irá trabalhar. Professora Gláucia Fernandes Castro. Anatomia e fisiologia da criança e do adulto1 A sobrevida de prematuros cada vez menores e mais imaturos tem levado a questionamentos quanto à qualidade de vida futura dessas crianças, estimulando estudos e pesquisas que mostram a necessidade de alteração de algumas práticas e cuidados para a promoção do desenvolvimento do recém-nascido (RN). As complicações de saúde relacionadas ao nascimento prematuro são a principal causa de morte e incapacidade em menores de cinco anos. A prematuridade pode acarretar consequências clínicas e anatômicas que resultam de lesões e perda tecidual. Dados mostram que, dentro dos 90% dos RN abaixo de 1.500 g que sobrevivem ao período neonatal, entre 25% e 50% poderão desenvolver dificuldades cognitivas, de socialização, desatenção ou comportamental, e entre 5% e 10% terão encefalopatia crônica não evolutiva. Aos nascidos abaixo de 1.000 g, chega a 50% os que desenvolvem algum grau de comprometimento (VOLPE, 2018). Ao se falar em crianças, é muito comum nos depararmos com a seguinte sentença: “criança não é um adulto em miniatura”, e isso se confirma nas particularidades anatomofisiológicas dessa população e suas diferenças quando comparadas aos adultos. Até os dois anos de idade, muitas modificações já aconteceram, sendo a partir dessa fase que observamos maior semelhança ao adulto. Para falarmos da embriologia, da anatomia, da fisiologia, do desenvolvimento e fazermos comparações entre a criança e o indivíduo adulto, precisamos antes definir alguns conceitos que facilitarão o entendimento de tais temas. Primeiro, vamos falar da divisão em faixas etárias. É sabido que entre as diversas literaturas não há consenso, podendo ser encontradas diferenças entre os critérios adotados. Levando em consideração períodos que vão da concepção ao nascimento, ilustrados na Figura 1, podemos utilizar a seguinte divisão: Definições importantes1.1 Período pré-natal: da concepção ao nascimento: Germinal: 0 a 2 semanas. Embrionário: 3 a 8 semanas. Fetal: 9 semanas a 38-40 (nascimento). Período neonatal: do nascimento até 28 dias: Período neonatal precoce: do nascimento até 7 dias. Período neonatal tardio: do 7º dia até 28 dias. Figura 1 – Período pré-natal Apresentação do período pré-natal e suas divisões em período embrionário e período fetal. Fonte: Marieb, Wilhelm e Mallat (2014, p. 49). É preciso também entender a classificação de acordo com a idade gestacional (IG), definida como a duração da gestação, que deve ser expressa em dias e/ou semanas completas, sendo mensurada do primeiro dia do último período normal de menstruação, também conhecido como data da última menstruação (DUM), até o nascimento, e recebendo a seguinte classificação: Recém-nascido pré-termo (RNPT): menor do que 37 semanas completas: Imaturo: 22 a 27 semanas e 6 dias. Prematuro extremo: 28 a 31 semanas e 6 dias. Prematuro moderado: 32 a 33 semanas e 6 dias. Prematuro tardio ou leve: 34 semanas a 36 semanas e 6 dias. Termo: 37 a 42 semanas. Pós-termo: maior que 42 semanas. Ainda em relação à IG, outras considerações são igualmente importantes: Idade cronológica: idade contabilizada do nascimento até a data presente, sendo a idade real após o nascimento. Idade gestacional pós-concepcional (IGpc): do nascimento até atingir o tempo de 40 semanas, quando passamos a usar o termo de idade gestacional corrigida. Idade gestacional corrigida (IGC): deve ser utilizada para corrigir a idade de um prematuro após atingir 40 semanas de idade pós-natal. Para determinar a IGC, usamos a idade pós-natal menos o número de semanas que faltaram para completar 40 semanas, sendo esse cálculo muito importante para avaliação do crescimento e desenvolvimento do recém-nascido prematuro (RNPT). Usamos a idade corrigida até dois anos de idade, e, em RNPT extremos, recomenda-se corrigir a idade até os três anos de idade. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/01.png Na Figura 2 podemos observar um exemplo de como realizar o cálculo: Outro dado importante para compreendermos e classificarmos os RN é o peso do nascimento, entendido como o primeiro peso do RN após o nascimento. Porém, segundo as atuais recomendações relativas à humanização dos cuidados aos RN de risco, quando for possível realizar o contato pele a pele na primeira hora do nascimento, a pesagem deve ser postergada. Acompanhe as classificações do peso do RN, e, na Figura 3, as classificações do RN de acordo com a IG e com o peso: Baixo peso (BP): peso inferior a 2.500 gramas. Muito baixo peso (MBP): peso inferior a 1.500 gramas. Extremo baixo peso (MMBP): peso inferior a 1.000 gramas. Macrossômico: peso superior a 4.000 gramas. Figura 2 – Cálculo da idade gestacional corrigida Fonte: Elaborado pela autora. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/02.png Ainda é preciso avaliar a qualidade do crescimento fetal, importante para estabelecer o risco de problemas perinatais. É determinado pela relação do peso de nascimento com a idade gestacional, existindo curvas de crescimento para recém-nascido a termo (RNT) e recém- nascido pré-termo (RNPT), classificados de acordo com o percentil. É necessária uma correta avaliação da idade gestacional para determinar se o peso ao nascimento está: Adequado à idade gestacional (AIG): entre o 10º e 90º percentil. Pequeno para idade gestacional (PIG): abaixo do 10º percentil. Grande para idade gestacional (GIG): acima do 90º percentil. Ampliando as classificações além do período neonatal, podemos determinar os períodos da infância desde o nascimento, de acordo com o grupo etário, lembrando que as classificações divergem conforme diferentes autores: Primeira infância: do nascimento até os dois anos de idade? Neonatal: 0 a 28 dias. Lactente: 29 dias a 12 meses. 1 a 2 anos. Segunda infância: 2 a 6 anos. Terceira infância: 6 aos 10-12 anos. Pré-puberdade: 10-12 anos aos 14-16 anos. Adolescência: 14-16 anos aos 18-20 anos. Figura 3 – Classificação do RN Os limites de viabilidade na prematuridade e a sobrevivência com mínimo de sequela são temas de grande importância. Os recém-nascidos com idade gestacional menor que 23 semanas e peso ao nascer menor que 500 g são extremamente imaturos. A sobrevida e os resultados são ainda muito incertos. Os dados disponíveis indicam que é altamente improvável a sobrevivência de recém- nascidos com menos de 23 semanas de gestação, sendo os nascimentos com IGmenor que 22 semanas considerados abortos. Fonte: Elaborado pela autora. Diferenças anatômicas e fisiológicas entre a criança e o adulto1.2 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/03.png Ao compararmos as crianças aos adultos, devemos levar em consideração que elas apresentam desvantagens anatômicas e fisiológicas que aumentam o risco de insuficiência respiratória, sendo as mais relevantes as diferenças anatômicas das vias aéreas, da fisiologia e da mecânica respiratória, existindo, porém, outros fatores relacionados. A cabeça do recém-nascido é proporcionalmente maior que a do adulto, representando aproximadamente 1/4 do comprimento total do corpo, em comparação a apenas 1/12 no segundo grupo. Além da diferença de proporção, observa-se também o occipital mais proeminente, o pescoço mais curto e a língua maior. A Figura 4 apresenta as desproporções em diferentes idades. Ainda é preciso salientar outras diferenças entre adultos e crianças, e neonatos e crianças maiores, principalmente as relativas às vias aéreas, que justificam a predisposição do neonato a obstruções, bem como dificultam quando a intubação orotraqueal se faz necessária. O Quadro 1 e as Figuras 5 e 6 resumem essas diferenças. Quadro 1 – Comparação das vias aéreas na criança e no adulto Anatomia Criança Adulto Língua Ampla Normal Forma da epiglote Flácida, em forma de U Firme, forma mais plana Altura da epiglote C3-C4 C5-C6 Traqueia Mais estreita e menor Mais larga e maior Figura 4 – Proporções corporais Comparação da proporção corporal em diferentes idades, representando todos no mesmo tamanho. Fonte: bvsms.saude.gov.br [https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf] https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/04.png https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf Anatomia Criança Adulto Forma da laringe Afunilada Cilíndrica Posição da laringe Ângulo posterior à glote Mais longa e reta Estreitamento Região subglótica Nível das cordas vocais Diferença entre as estruturas, o posicionamento e a forma das vias aéreas entre crianças e adultos. Fonte: Elaborado pela autora. Figura 5 – Vias aéreas na criança e no adulto Diferença entre as estruturas, o posicionamento e a forma das vias aéreas entre crianças e adultos. Fonte: adaptado de: sciencedirect.com [https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0048969717322301#f003 0] https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/05.png https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0048969717322301#f0030 Figura 6 – Comparação de vias aéreas na criança e no adulto Diferença entre as estruturas, o posicionamento e a forma das vias aéreas entre crianças e adultos. Fonte: adaptado de Higuet, Hachimi-Idrissi e Watelet (2016, p. 140). Por muito tempo, a laringe pediátrica foi descrita como sendo de formato cônico, com um estreitamento na cartilagem cricoide. Talvez, a ocorrência dessa percepção possa ser atribuída ao método de modelagem com gesso em laringes de cadáveres de crianças. Atualmente, as dimensões das vias aéreas pediátricas são avaliadas por meio de imagens de ressonância magnética, tomografia computadorizada e videobroncoscopia, que acabaram por questionar a premissa de via aérea cônica na criança. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/06.png A intubação orotraqueal é um procedimento de larga utilização na neonatologia e pediatria, nos ambientes de emergência, nos centros cirúrgicos e nos cuidados intensivos. Acreditava-se que em crianças menores de 8 anos, não deveriam ser utilizadas cânulas com balonete (cuff), hoje em dia, porém, essas cânulas vêm se mostrando mais seguras. Com a pandemia da covid-19 em 2020 e a contraindicação de uso de tubo sem balonetes, ficou bem evidente as vantagens em usar tubos com cuff, como o ajuste adequado de vedação da traqueia, controle da pressão do cuff, menor escape de ar com menor necessidade de troca de cânula, além de uma monitorização mais fidedigna da ventilação mecânica, com possibilidade de fluxos menores e redução do trauma de vias aéreas. Vários estudos têm sido realizados para a proposição e avaliação de novos modelos de cânulas com cuff, fixados na traqueia e não na carina. A utilização de tubos sem balonete está diretamente associada a maior incidência de pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV). Ainda existem limitações ao uso de cânulas com balonete no público neonatal, e, quando usado na pediatria, a monitoração da pressão do balonete é essencial para evitar a hiperinsuflação. Leia mais em: portalped.com.br [https://www.portalped.com.br/outras-especialidades/otorrinolaringologia/o- formato-da-via-aerea-pediatrica-e-a-relacao-com-o-uso-de-tubo-traqueal-com-cuff/] pebmed.com.br [https://pebmed.com.br/como-escolher-o-tubo-endotraqueal-em-pediatria/] https://www.portalped.com.br/outras-especialidades/otorrinolaringologia/o-formato-da-via-aerea-pediatrica-e-a-relacao-com-o-uso-de-tubo-traqueal-com-cuff/ https://pebmed.com.br/como-escolher-o-tubo-endotraqueal-em-pediatria/ Videoaula - Uso de canula orotraqueal com balonete em pediatria e neonatologia Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/481256586] . Existem muitas diferenças em relação ao sistema ósseo e muscular na população pediátrica, gerando a necessidade de apontamento das principais distinções. Iniciando pelo crânio do RN, ao nascimento, os ossos são separados por uma membrana de tecido conjuntivo, as suturas. No ponto de encontro dos ossos do crânio, as suturas são mais largas e chamadas de fontanelas, sendo a fontanela anterior mais proeminente, entre os ossos parietais e frontais. A Figura 7 mostra as fontanelas, com nomenclatura e localização. Vale lembrar que essa composição do crânio permite a sobreposição dos ossos para passagem pelo canal vaginal durante o parto, retornando à sua posição após o nascimento. As suturas permanecem membranosas por tempo considerável, permitindo o contínuo desenvolvimento para acomodação do crescimento pós-natal do cérebro. Entre cinco e sete anos, a criança já possui praticamente o mesmo tamanho da cabeça que terá na fase adulta. Sistema musculoesquelético1.3 https://player.vimeo.com/video/481256586 Nos primeiros meses após o nascimento, a cabeça cresce mais rapidamente, desacelerando após o segundo ano. Além das suturas permitirem o contínuo crescimento do crânio, a palpação, principalmente da fontanela anterior, permite a avaliação tanto da ossificação quanto da pressão intracraniana. A fontanela posterior se fecha entre o primeiro e o segundo mês de vida, e a anterior geralmente se fecha até os 18 meses. A cabeça do RN representa cerca de 1/4 do tamanho de todo o crânio. Ao redor de dois anos, a proporção já aumenta para 1/6; aos cinco anos, é possível encontrar a face em 1/4 do volume craniano, proporção próxima a do adulto. As órbitas do RN são grandes e desproporcionais, já a cavidade nasal é pequena e curta, posicionando-se quase completamente entre as órbitas. Os seios paranasais, cavidades aeradas em alguns ossos da face, desenvolvem-se entre o primeiro e segundo ano de vida. No geral, o seio frontal e o seio maxilar estão visíveis a partir do sétimo ano de vida. Os seios paranasais se desenvolvem durante a infância, chegando à puberdade em seu volume quase total. Figura 7 – Fontanelas Crânio de um RN apresentando as fontanelas anterior e posterior e as suturas. Fonte: Sadler (2013, p.117). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/07.png As deformidades cranianas em crianças podem ser bastante frequentes e reconhecidas nos primeiros meses de vida. A causa pode ser uma craniossinostose ou por conta do posicionamento, então, é importante o diagnóstico diferencial bem como o acompanhamento adequado. O correto posicionamento do RN pode contribuir para minimizar a aquisição dessas deformidades. Leia mais em:rihuc.huc.min-saude.pt [http://rihuc.huc.min- saude.pt/bitstream/10400.4/1417/1/Plagiocefalia.pdf] Os RNs e as crianças apresentam formatos, volumes, tamanhos e proporções dos órgãos e estruturas relacionados às suas necessidades adaptativas. Se observamos seus membros superiores e inferiores, veremos que, até por volta do segundo ano de vida, eles são proporcionalmente iguais em comprimento, quando começam então a se diferenciar. Os ossos dos membros inferiores começam a se alongar, e, na vida adulta, chegam a ser 1/6 mais longos que os superiores. Ao nascimento, as curvaturas da coluna ainda não estão presentes, sendo estabelecidas de acordo com o desenvolvimento, conforme apresentado na Figura 8. As duas curvaturas primárias são a torácica e a sacral, mas conforme a criança adquire o controle do pescoço, surgem a curvatura cervical e, posteriormente, a curvatura lombar, quando a criança adquire o ortostatismo e a deambulação, sendo as duas últimas classificadas como curvaturas secundárias. http://rihuc.huc.min-saude.pt/bitstream/10400.4/1417/1/Plagiocefalia.pdf Não é apenas a coluna que se modifica com o desenvolvimento. Ao nascimento, todos os ossos são mais macios com grandes áreas de cartilagem, epífises ósseas. Conforme a criança cresce, as áreas cartilaginosas vão sendo ossificadas e, com a ativação dos músculos, os ossos acabam por desenvolver marcas e projeções. O esqueleto continua a crescer até por volta de 18 a 21 anos, sendo que, na infância, a formação óssea é maior que a absorção, processo que se equilibra no adulto jovem e começa a se inverter após os 40 anos. Figura 8 – Desenvolvimento das curvaturas da coluna vertebral Fonte: adaptado de cazulim.com.br [https://cazulim.com.br/carregadores/agrupamento-do-bebe/] e vickyfisio.com [https://vickyfisio.com/postura-e-hipercifose-toracica/] A idade óssea é determinada a partir de um exame radiográfico da mão e do punho não dominante, sendo usada para avaliar o grau de amadurecimento dos ossos, o que permite a avaliação do tempo que ainda resta para uma criança crescer. Nem sempre a idade óssea será coincidente com a idade cronológica. O exame geralmente é parte da avaliação do crescimento e desenvolvimento sexual. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/08.png https://cazulim.com.br/carregadores/agrupamento-do-bebe/ https://vickyfisio.com/postura-e-hipercifose-toracica/ Videoaula - Perímetro craniano e mensuração Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/481261876] . https://player.vimeo.com/video/481261876 Exercícios de fixação Marque verdadeiro ou falso na afirmação: RN com idade gestacional (IG) entre 30 e 31 semanas e 6 dias é classificado como imaturo. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: RNs são classificados como muito baixo peso quando têm o peso entre 1.000 e 1.499 g. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: RNs são classificados como PIG quando estão abaixo do percentil 10. Verdadeiro Falso Em relação às particularidades anatômicas e fisiológicas do sistema respiratório do neonato, todas as afirmações são corretas, exceto: Por causa do reduzido calibre das vias aéreas, a respiração do neonato é predominantemente oral. Para manutenção do volume minuto adequado, a FR é aumentada. A eficiência da expansibilidade torácica é menor por conta do menor movimento do diafragma. A tendência à apneia pode ser justificada pela imaturidade do sistema nervoso. A instabilidade alveolar e a alta complacência pulmonar favorecem o aparecimento de atelectasia. Recapitulando O período neonatal e pediátrico é cheio de particularidades, sendo marcado por intensas e constantes transformações físicas, funcionais e de comportamento. Existe uma tendência frequente em aplicarmos os mesmos princípios de estudo aos adultos nessa população, o que inevitavelmente implicaria em erros. As diferenças anatômicas, principalmente em relação às vias aéreas, não afetam apenas a forma ou tamanho, mas acabam por proporcionar importantes alterações na fisiologia, impondo maior probabilidade dessa população desenvolver falência respiratória. Anatomofisiologia do sistema nervoso2 O sistema nervoso central (SNC) aparece no início da terceira semana, quando surge a placa neural. Ao longo do desenvolvimento, as pregas neurais vão se elevando e se aproximando uma da outra, ocorrendo das extremidades cefálica e caudal ao centro, até se fundirem e formarem o tubo neural. Por volta do 25º dia, o tubo neural completa o seu fechamento, representado na Figura 9. Após cinco semanas de desenvolvimento, as vesículas cerebrais primárias diferenciaram-se em cinco vesículas secundárias, dando origem ao encéfalo e à medula espinhal. As células neurais vão se desenvolvendo, e o erro em qualquer uma das fases do desenvolvimento pode representar um importante defeito, muitas vezes incompatíveis com a vida, como apresentado no Quadro 2. Quadro 2 – Fases do desenvolvimento neurológico e respectivas desordens Estágio IG Características Desordens na fase Embriologia do sistema nervoso2.1 Figura 9 – Formação do tubo neural Fonte: researchgate.net [https://www.researchgate.net/figure/Figur a-1-Desenvolvimento-das-celulas-da- crista-neural-cranial-A-Apos-a-inducao- e_fig1_278645710] https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/09.png https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Desenvolvimento-das-celulas-da-crista-neural-cranial-A-Apos-a-inducao-e_fig1_278645710 Estágio IG Características Desordens na fase Neurulação primária Neurulação secundária 3 a 4 semanas de gestação 28 a 32 dias de gestação Formação de: tubo neural, raízes dorsais, gânglios sensitivos dos nervos cranianos, gânglios autonômicos, células de Schwann, células da glia e a aracnoide, melanócitos, e células da medula adrenal. Formação da porção distal do tubo neural. Craniorraquisquisis total. Anencefalia. Encefalocele. Mielosquise. Mielomeningocele sacral. Disrafismos medulares ocultos/simples. Desenvolvimento prosencefálico 5 a 6 semanas Formação e clivagem do prosencéfalo. Formação de estruturas ópticas e olfatórias. Formação dos hemisférios cerebrais, tálamo, hipotálamo, corpo caloso, septo pelúcido e quiasma óptico. Aprosencefalia. Agenesia do corpo caloso. Holoprosencefalia. Proliferação neuronal 2 a 4 meses de gestação Proliferação neuronal e radial da glia e da pia. Formação vascular (artéria e posteriormente venosa). Microcefalia primária. Macroencefalia. Migração neuronal 3 a 5 meses de gestação Neurônios partem da região de origem para região definitiva, formando o córtex e núcleos profundos. Formação das células de Purkinje e núcleos denteados no cerebelo. *Entre 20 e 24 semanas, número de neurônios estará completo Crises convulsivas. Padrões de esquizencefalia, lisencefalia, paquigiria, polimicrogiria, heterotopias neuronais; displasias corticais. Estágio IG Características Desordens na fase Organização neuronal 5 meses de gestação até anos pós-natal Eventos complexos com diferenciação dos neurônios, alinhamento e disposição em camadas do córtex. Ramificação dendríticas e axonais. Estabelecimento de sinapses. Morte celular e eliminação seletiva de neurônios e sinapses. Proliferação e diferenciação da glia. Mielinização Nascimento até anos pós-natal Aquisição de mielina ao redor dos axônios. Acontece de proximal para distal. Inicia-se nos sensitivos antes dos motores; e no occipital antes do frontal. Os distúrbios de mielinização podem ocorrer com a prematuridade, erros inatos do metabolismo, desnutrição e hipotireoidismo. Fonte: Elaborado pela autora. O desenvolvimento neuronal inicia-se na quinta semana pós-conceptual, logo após o fechamento do tubo neural, sendo a maioria dos neurônios formados entre 5 e 25 a 28 semanas de IG, nas camadas germinais mais próximas aos ventrículos, migrando para a placa cortical mais superficial.Próximo ao termo, a migração é menos evidente, porém, estudos sugerem que essa migração, principalmente de interneurônios do córtex frontal, pode continuar durante o primeiro ano. O cérebro é o órgão responsável pela interação do indivíduo com o meio ambiente, objetos e outros seres, sendo capaz de se adaptar e seguindo em constante mudança. Possuímos cerca de 85 bilhões de neurônios, com trilhões de conexões que são responsáveis por essas tarefas. Durante a migração, os neurônios começam a se diferenciar, processo complexo no qual acontece a produção de axônios, dendritos, sinapses com neurotransmissores e mecanismo intracelular das membranas neuronais. Ao longo do desenvolvimento, mais sinapses e conexões vão se formando, conforme apresentado na Figura 10. Desenvolvimento do sistema nervoso2.2 No século passado, acreditava-se que o cérebro era um órgão reativo e organizado em cadeias de reflexos, mas, atualmente, essa teoria vem sendo substituída pela ideia de que a atividade espontânea e intrínseca é a principal função do cérebro. A maioria dos neurônios são formados no período gestacional e passam pelos processos de diferenciação e migração. As sinapses são mais evidentes no 3º trimestre e muito fortes até os 18 meses, continuando durante toda a vida. O cérebro muda o tempo todo, formado por “tentativa/erro”, sendo que os comportamentos motor e cognitivo são idade-dependentes, estando bem representados na Figura 11. Figura 10 – Sinapses Neurônios com um axônio e vários dendritos decorrentes do corpo celular neuronal. O neurônio esquerdo representa o desenvolvimento no córtex sensorial em aproximadamente 24 a 28 semanas, o neurônio direito, em 32 a 40 semanas. Fonte: adaptado de Linderkamp et al. (2009, p. 11). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/10.png No período pré-natal até os dois anos de vida pós-natal acontecem as primeiras fases do desenvolvimento, porém, o cérebro muda continuamente ao longo da vida, com processos de desenvolvimento até os 40 anos e declínio da integridade durante o envelhecimento. O pico de desenvolvimento do cérebro é atingido entre a metade da gestação e os três primeiros meses após o nascimento no RN termo, e essas alterações são mais significativas na placa subcutânea e no cerebelo. A Figura 12 representa o desenvolvimento do cerebelo no período pré-natal. Figura 11 – Desenvolvimento do encéfalo humano Cronograma dos eventos de desenvolvimento do encéfalo humano durante a vida fetal e pós-natal. As áreas sombreadas em preto indicam atividades de pico; as áreas alinhadas abertas indicam atividade baixa ou média. Fonte: Adaptado de Linderkamp et al. (2009, p. 5). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/11.png No adulto humano, o peso cerebral representa cerca de 2% do peso corporal e utiliza cerca de 20% do consumo de energia para a atividade neuronal. O cérebro é muito complexo e, durante o desenvolvimento, o aumento dessa complexidade pode gerar distúrbios. À medida que a placa cortical se expande, o córtex aumenta de tamanho e os giros começam a se formar. O volume cortical aumenta cerca de 20 vezes durante a segunda metade da gestação. O desenvolvimento do cérebro também envolve a criação de células gliais e ocorre em particular na segunda metade da gestação. Durante os primeiros três meses após o termo, o volume cerebral se expande rapidamente de 33% para 55% do volume adulto; já aos nove meses de gestação, o peso do cérebro corresponde a 27% do peso do cérebro adulto, chegando a 82% desse peso aos 12 meses de idade. A Figura 13 representa o aumento da superfície cortical de acordo com o desenvolvimento. Figura 12 – Desenvolvimento do Cerebelo Desenvolvimento do córtex cerebelar humano. O painel inferior mostra os processos migratórios e a formação das várias camadas. As setas apontando para cima indicam a migração radial das células de Purkinje da zona ventricular (VZ) para a camada de células de Purkinje; a seta apontando para a direita indica a migração tangencial das células precursoras de grânulos; e as setas apontando para baixo refletem a migração radialmente para dentro das células granulares da camada granular externa (EGL) para a camada granular interna (IGL). O EGL é uma estrutura transitória, com maior destaque entre 28 semanas de AMP e 1 a 2 meses após o termo. O painel superior mostra os processos de folheação. Fonte: Hadders-Algra (2018a, p. 282). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/12.png A subplaca cortical é temporária, estando presente entre a 24ª e a 28ª semanas e no início do 3º trimestre, quando é gradualmente assumida pela placa cortical por meio da renovação dos neurônios. A subplaca tem um importante papel no desenvolvimento do cérebro humano e possui interações com a atividade funcional. Interrupções no desenvolvimento da subplaca podem determinar distúrbios de desenvolvimento. Apesar de numerosos estudos, a subplaca ainda é considerada uma zona enigmática, situada entre a placa cortical e a zona intermediária, isto é, a substância branca futura. É uma estrutura transitória que contém uma variedade de neurônios que, entre a 9ª e a 10ª semanas de IG, já desenvolvem atividade sináptica, muito provavelmente sendo moduladores do comportamento motor precoce. As camadas corticais se formam em sequência inversa, iniciando das mais profundas seguidas das mais superficiais. No terceiro trimestre de gestação, o córtex humano é caracterizado pela coexistência de dois circuitos corticais separados, mas interconectados: os circuitos fetais transitórios, centralizados na subplaca, e o imaturo, desenvolvendo progressivamente circuitos permanentes centralizados na placa cortical. A Figura 14 representa a subplaca. Figura 13 – Desenvolvimento cortical Superfícies corticais em neonatos com 28, 36 e 44 semanas. Fonte: Makropoulos et al. (2016, p. 462). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/13.png Figura 14 – Representação da subplaca Corte através do córtex com aproximadamente 24 semanas de gestação. Observe que a zona germinativa se une ao ventrículo na borda interna do córtex. Neurônios recém-formados migram ao longo da glia radial através da subplaca e camadas neuronais formadas anteriormente para a camada superior da placa cortical. Fonte: Linderkamp et al. (2009, p. 7). O desenvolvimento do cérebro humano se estende por muitos anos e seus processos são o resultado de uma interação contínua entre genes e ambiente, atividade e experiência. A Figura 15 mostra em forma de gráfico o desenvolvimento do encéfalo e suas fases. Figura 15 – Desenvolvimento do encéfalo e das funções cognitivas Fonte: Pires (2010, p. 19). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/14.png https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/15.png O cérebro possui uma enorme variedade de tipos diferentes de células que se agrupam em circuitos funcionais. O córtex cerebral é composto por uma enorme variedade de tipos celulares distintos, que incluem neurônios, glia e componentes do tecido não epitelial (vasculatura). Células da glia funcionam como “cola”, promovendo sustentação e nutrição dos neurônios. Temos aproximadamente o mesmo número de células neuronais e células da glia. A Figura 16 representa a estrutura de algumas células da glia. Figura 16 – Células da glia Diferentes células da glia, também chamadas de neuroglia. Fonte: anatpat.unicamp.br [http://anatpat.unicamp.br/taneutecnervnl.html] O período de mielinização é longo, inicia-se no segundo trimestre e estende-se até a vida adulta, caracterizando-se pela aquisição da membrana de mielina em volta do axônio. A mielina é uma bainha isolante que aumenta a velocidade de propagação do impulso nervoso. A mielinização inicia-se por volta do 4º mês intrauterino, porém, os tratos do sistema nervoso se tornam mielinizados quando próximos ao momento em que começam a funcionar. No sistema nervoso periférico (SNP), a bainha de mielinaé formada pelas células de Schwann e cada célula mieliniza um único axônio. Já no sistema nervoso central (SNC), os oligodendrócitos são responsáveis pela mielinização, podendo revestir até 50 axônios. Pela natureza do neurônio, ele quer ser ativo, e por não haver condição biológica para manter todos os neurônios, são selecionados os neurônios mais adequados por meio do mecanismo de feedback, ocorrendo a morte neuronal programada, também chamada de apoptose. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/16.png http://anatpat.unicamp.br/taneutecnervnl.html Essa eliminação seletiva dos processos neuronais promove um ajuste do tamanho dos neurônios, a remoção seletiva de ramificações axonais terminais e suas sinapses, constituindo um importante componente da plasticidade cerebral estando associada à neurogênese. A apoptose é também importante para o desenvolvimento da estabilidade autônoma, maturidade motora, organização do estado de atenção, interação e autorregulação. Apesar do aumento da taxa da sobrevida, ainda observamos problemas no neurodesenvolvimento em prematuros. A grande atividade de desenvolvimento cerebral na segunda metade da gestação confirma a alta vulnerabilidade de prematuros a desenvolverem paralisia cerebral, comprometimento cognitivo e distúrbios psiquiátricos, com o risco sendo inversamente proporcional à idade gestacional. Eventos precoces da vida, como parto prematuro e baixo peso ao nascer por conta do mau ambiente fetal, são importantes moduladores do desenvolvimento cerebral, com consequências neurológicas e neuropsiquiátricas na infância e na vida adulta. Entre 7% a 12% de todos os nascimentos no mundo ocorrem prematuramente; 1% de todos os bebês nascem muito prematuros; e 35% deles desenvolvem deficiências no desenvolvimento neurológico. As lesões importantes do cérebro, como a leucomalácia ou hemorragias intraventriculares, são menos frequentes que os danos difusos leves, que ocorrem em grande proporção nos prematuros, e a conectividade alterada pode permanecer mesmo em indivíduos com função típica na vida diária, na adolescência e vida adulta. No primeiro ano após o nascimento, o volume e a superfície da substância cinzenta quase dobram; já no segundo ano, apesar da expansão continuar, ela é mais lenta e com foco diferente, passando das áreas sensoriais primárias para as áreas de associação nos lobos parietal, frontal e temporal. O desenvolvimento do cérebro continua em um ritmo mais lento após os dois anos. As áreas de associação se expandem especialmente quando obtêm seus circuitos permanentes após a dissolução da placa. A substância branca também se desenvolve nesse mesmo período, sendo possível distinguir o padrão de mielinização das vias proximais antes das distais e das fibras sensoriais antes das motoras. O desaparecimento da subplaca nas áreas sensoriais e motoras primárias coincide com a transição no comportamento motor, quando os movimentos gerais espontâneos vão sendo substituídos por movimentos direcionados a objetivos. Exames de ultrassonografia mostram que os primeiros movimentos podem ser observados com sete semanas e dois dias pós-menstrual. São movimentos simples, lentos e pequenos para o lado, da cabeça e/ou tronco, evoluindo para movimentos nos quais há a participação de um ou dois braços ou pernas. O surgimento dos primeiros movimentos corresponde ao desenvolvimento de sinapses na medula espinhal, um processo que começa na semana 6 e acelera na semana 7 de IG, antes do aparecimento dos reflexos espinhais na 10-11 semana, o que reforça a geração espontânea da atividade motora. Os movimentos gerais (GMs) aparecem por volta de 9-10 semana e são caracterizados por movimentos nos quais todas as partes do corpo participam, e a direção, amplitude e velocidade do movimento variam. Os GMs continuam presentes durante a gravidez e nos primeiros meses após a idade do termo, e é o tipo mais prevalente de comportamento motor do feto e do bebê jovem. Após o trabalho pioneiro de Heinz Prechtl nas décadas de 1980 e 1990, tornou-se cada vez mais claro que a qualidade dos movimentos gerais pode ajudar no diagnóstico precoce de distúrbios do desenvolvimento, como paralisia cerebral. A general movement assessment (GMA) é uma ferramenta poderosa para prever paralisia cerebral (PC). No entanto, o GMA exige treinamento substancial, desafiando sua ampla implementação na rotina clínica. Leia mais em: scielo.br [https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021- 75572016000400064&script=sci_arttext&tlng=pt] e scielo.br [https://www.scielo.br/scielo.php? pid=S0103-05822020000100509&script=sci_arttext&tlng=pt] https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572016000400064&script=sci_arttext&tlng=pt https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-05822020000100509&script=sci_arttext&tlng=pt Videoaula - General movements assments Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/481267713] . Temos duas vias motoras principais, as subcorticoespinhais e as corticoespinhais. A primeira desenvolve-se entre a 24ª e a 34ª semana, em direção ascendente a partir da medula espinhal, sendo formada pelo tronco cerebral e sistema motor inferior. É responsável pelo controle dos reflexos primitivos, reações de endireitamento contra a gravidade e o tônus flexor dos membros, desempenhando papel essencial na manutenção da postura contra a gravidade. A segunda se desenvolve a partir da 32ª semana de idade gestacional, com rápida progressão até os 2 anos de idade e mais lentamente até aproximadamente os 12 anos. Progride em direção descendente até a medula espinhal, sendo formada pelos hemisférios cerebrais, sistema motor superior, gânglios da base, tendo como maior componente o trato piramidal. Controla a postura ereta, o relaxamento do tônus flexor nos membros, permite habilidades motoras finas e faz a integração dos reflexos. Desempenha papel essencial no controle da postura ereta e o dos movimentos de extremidades. A Figura 17 exemplifica o desenvolvimento do sistema motor. Sistema motor2.3 https://player.vimeo.com/video/481267713 Figura 17 – Desenvolvimento do sistema motor subcortical e corticoespinhal Fonte: adaptado de Gosselin (2009, p. 21). A integridade das vias motoras é essencial para a maturação neurológica. O ambiente intrauterino promove variedade de estímulos táteis, vestibulares, auditivos e químicos de forma multimodal no feto. Os sistemas sensoriais desenvolvem-se em uma sequência específica no período fetal, de modo que durante o rápido período de maturação de cada sistema sensorial, outros estímulos sensoriais não avançam, evitando a competição com o sistema emergente naquele momento. Se um sistema é estimulado fora da sequência típica, haverá interferência de um sobre o outro, podendo afetar ambos. A Tabela 1 mostra a sequência de desenvolvimento dos sistemas sensoriais. Tabela 1 – Ontogenia dos sistemas sensoriais Sistema Desenvolvimento completo Resposta Tátil 20ª semana 15ª semana – sucção do dedo. Sistema sensorial2.4 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/17.png Sistema Desenvolvimento completo Resposta Dor 26ª semana 16ª semana – estímulos não inibidos. Vestibular 14ª semana 25ª semana – início da estimulação. Auditivo 14ª semana 25ª a 28ª semana – susto. 32ª a 34ª semana – atenção e alerta. Visual Após o nascimento 26ª a 30ª semana – evocações visuais. Ontogenia do sistema sensorial com ordem de aparecimento. Respeitar a sequência de estimulação é importante para não acontecer a sobreposição de estímulos. Fonte: Elaborado pela autora. O estímulo sensorial introduzido antes que a sequência esteja pronta para ser ativada pode interferir no desenvolvimento da percepção e do comportamento, pois os vários sistemas não têm a mesma maturação ao nascimento, possuindo histórias de desenvolvimento distintas. Os sistemas desenvolvidos mais precocemente têm mais experiência sensorial. Os movimentosfetais mantêm uma autoestimulação cíclica e organizada temporalmente, gerando feedback proprioceptivo. A mãe também gera estímulos externamente por intermédio de conversas e exercícios, promovendo correlações táteis e vestibulares. Ao final da gestação, o feto tem ampla possibilidade de se familiarizar e detectar estimulação redundante dos vários sentidos. O sistema tátil é o primeiro a se desenvolver. Na 15ª semana, há a sucção do dedo e, na 20ª, esse sistema já está presente em todo o corpo, permitindo a exploração ativa da face, tronco e pés. Na 12ª semana, o feto promove o contato mão-face e na 26ª já podem ser obtidos os reflexos táteis primitivos. De acordo com a teoria síncrono-ativa, os comportamentos do bebê são analisados a partir da interação entre cinco subsistemas corporais: autônomo, motor, estados comportamentais e de atenção e interação, que se relacionam entre si e com o meio, dando suporte e reforçando um ao outro em busca de homeostase. Videoaula - Teoria sincrono ativa Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/481271460] . https://player.vimeo.com/video/481271460 Exercícios de fixação Marque verdadeiro ou falso na afirmação: O cérebro em desenvolvimento é vulnerável a lesões destrutivas associadas à anormalidade do desenvolvimento cerebral. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: Principais lesões que causam alterações do desenvolvimento são: paralisia cerebral e alterações no desempenho motor. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: Altas taxas de mortalidade e morbidade causadas por lesões cerebrais são relatadas em criança com IG e peso de nascimento extremamente baixos. Verdadeiro Falso Sobre o SNC e o desenvolvimento neuropsicomotor, assinale a alternativa incorreta: A maturação do SNC é a principal responsável pelas mudanças motoras observadas ao longo da vida. O sistema sensorial e motor devem ser estimulados em conjunto e de maneira integrada. RNPTs devem ser encaminhados a ambulatórios multiprofissionais para supervisão do desenvolvimento. A maturação do sistemas piramidal é ascendente e acontece até a 34 semana de IG. A hipotonia presente nos RNPTs é causada apenas pela imaturidade do seu SNC. O cérebro se desenvolve ao longo do período fetal desde muito precocemente, e tem seu pico do 5º mês de gestação até muitos anos após o nascimento, passando por diversas fases. As principais características do desenvolvimento incluem o estabelecimento e diferenciação dos neurônios da subplaca, a obtenção de alinhamento, orientação e camadas dos neurônios corticais, o desenvolvimento dos giros, a elaboração de ramificações dendríticas e axonais, os contatos sinápticos, a apoptose neuronal, a proliferação e diferenciação da glia. São esses eventos que estabelecem o elaborado circuito próprio do cérebro humano e o preparam para o desenvolvimento. Sistemas respiratório e cardíaco3 O surgimento de um sistema respiratório de forma normal e funcional só é possível com o desenvolvimento simultâneo das vias aéreas e do sistema vascular. O pulmões se desenvolvem a partir da quarta semana pós-conceptual e, mesmo com o início do desenvolvimento pulmonar acontecendo nos primórdios da gestação, a sua formação só será completa por volta dos oito anos de idade, passando por várias fases ou estágios, expostos no Quadro 3. Os vários estágios se sobrepõem, não ocorrendo de forma isolada. Na fase intrauterina, os pulmões são desnecessários como órgãos respiratórios, ainda assim, precisam se desenvolver para funcionarem imediatamente após o nascimento, sendo essa uma explicação bastante lógica para o desenvolvimento desse órgão se estender desde o período embrionário, passar pelo período fetal, e continuar mesmo após o nascimento. O processo de desenvolvimento do pulmão se divide em duas fases: o desenvolvimento estrutural, responsável pelo crescimento pulmonar, e o desenvolvimento funcional, responsável pela maturidade pulmonar. Quadro 3 – Fases do desenvolvimento pulmonar Estágio IG Características Embrionário 4 a 7 semanas - Desenvolvimento primordial dos pulmões: formação do broto pulmonar, brônquios fontes direito e esquerdo, lobares, segmentares e subsegmentares. Pseudoglandular 7 a 16 semanas - Desenvolvimento completo da árvore brônquica e surgimento dos bronquíolos terminais. - Desenvolvimento das células ciliadas e das glândulas mucosas. - Formação linfática e cartilaginosa. - Formação das células musculares lisas. Canalicular 16 a 27 semanas - Diferenciação dos pneumócitos tipo II. - Início da produção do surfactante (imaturo). - Início do desenvolvimento da circulação pulmonar. - Desenvolvimento dos bronquíolos respiratórios e sáculos finos (primórdio dos alvéolos). - Começa a viabilidade de troca gasosa pulmonar. Anatomofisiologia do sistema respiratório3.1 Estágio IG Características Sacular 27 a 36 semanas - Crescimento das vias aéreas pré-acinares. - Desenvolvimento dos bronquíolos e formação dos ácinos. - Maturação do surfactante. - Aparecem fibras de colágeno e elastina. - Expansão da zona de trocas gasosas. Alveolar 36 semanas a 8 anos - Transformação dos ductos transitórios em ductos alveolares e dos sáculos em alvéolos. - Aumento da superfície e do volume pulmonar. * Até os dois anos de vida o desenvolvimento alveolar ocorre de forma mais acelerada, e prossegue tendo na vida adulta o dobro do diâmetro e triplicando o volume. Fonte: Elaborado pela autora. Basicamente, o sistema respiratório será subdividido em: vias aéreas superiores/zona condutora: nariz, fossas nasais, nasofaringe e orofaringe, laringe, porção superior da traqueia, que servem para conduzir, limpar, aquecer e umedecer o ar; e vias aéreas inferiores/zona respiratória: porção inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos e estruturas alveolares (ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos). A Figura 18 representa as divisões e o desenvolvimento do sistema respiratório. Não há um padrão homogêneo, linear, rígido ou simétrico na formação e no crescimento do sistema respiratório, antes ou após o nascimento, existindo diferenças entre os indivíduos, que são ainda mais marcantes entre gêneros diferentes. Como apontado anteriormente, até por volta dos seis meses, as crianças respiram exclusivamente pelo nariz, já que a língua maior, sendo desproporcional à cavidade oral, e a forma da epiglote dificultam a respiração oral. Associado às narinas, que são pequenas e aumentam a resistência ao fluxo aéreo, à posição da laringe em neonatos, assim como ao seu comprimento e diâmetro, é comum o surgimento de quadros obstrutivos. Figura 18 – Fases do desenvolvimento pulmonar Estrutura básica do pulmão. A estrutura ramificada das vias aéreas é mostrada a partir da traqueia, através das vias aéreas condutoras (brônquios e bronquíolos) à zona respiratória (bronquíolos respiratórios e alvéolos), com a geração aproximada de ramos indicada. Mostram-se ainda as fases do desenvolvimento pulmonar. Fonte: adaptado de West (2013, p. 19); embryology.ch [http://www.embryology.ch/anglais/rrespiratory/phasen07.html] , sciencedirect.com [https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0925443917303137] As vias aéreas de menor calibre, para os lactentes e as crianças pequenas (até cerca de seis anos de idade), determinam 50% da resistência total da via aérea, e alterações como muco e edema podem acarretar aumento da resistência ao fluxo. A lei de Poiseuille, apresentada na Figura 19, explica o aumento da resistência em relação ao raio da via aérea. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/18.png http://www.embryology.ch/anglais/rrespiratory/phasen07.html https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0925443917303137 Figura 19 – Lei de Poiseuille Lei de Poiseuille – durante o fluxo laminar, a resistência é inversamente proporcional à quarta potência do raio, ou seja, se o raio forreduzido pela metade, a resistência aumentará em 16 vezes. Fonte: Elaborado pela autora. O formato da caixa torácica é cilíndrico e elíptico ao nascimento, com costelas quase que horizontalizadas, proporcionando um diâmetro torácico muito similar ao abdominal, que perdura até por volta dos dois anos de idade, quando o torácico vai se tornando maior. O posicionamento das costelas associado ao formato cilíndrico e elíptico não permite muitas alterações durante a inspiração, causando sobrecarga no diafragma, e, como adjuvante, temos vísceras abdominais proporcionalmente maiores. Além disso, a zona de aposição diafragmática é menor na criança, reduzindo também a eficiência do diafragma, como mostrado na Figura 20. Após o nascimento, os alvéolos se multiplicam significativamente até os dois anos de idade e continuam crescendo de forma desacelerada até os oito anos, partindo inicialmente de 20 milhões de sacos alveolares para 330 milhões por volta dessa idade. Além do aumento no número, acontece também o aumento do tamanho, o que reduz com o tempo a maior predisposição ao colapso alveolar. Figura 20 – Formato da caixa torácica Formato da caixa torácica do RN, com posição horizontaliza das costelas e menor zona de aposição diafragmática. Fonte: fortius.com.br [https://fortius.com.br/resumo-do-curso-dns-clinico-a- parte-1/] https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/19.png https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/20.png https://fortius.com.br/resumo-do-curso-dns-clinico-a-parte-1/ Ainda em relação à caixa torácica, as áreas de condução têm menor quantidade de fibras elásticas. A caixa torácica do lactente possui menor ossificação, aumentando a sua complacência, porém, com fraqueza do suporte cartilaginoso e menor desenvolvimento da musculatura respiratória, pode predispor à compressão dinâmica da traqueia durante a inspiração e a expiração. Essa facilidade em distender a caixa torácica predispõe o aparecimento de movimentos paradoxais e a consequente deformação da caixa torácica durante a inspiração. A orientação das costelas e o diafragma horizontalizado diminuem a capacidade de mobilização diafragmática, reduzindo o volume que pode ser mobilizado durante a inspiração. A imaturidade alveolar leva à redução da complacência do interstício pulmonar em razão de menos elastina e presença ou não de surfactante. Além disso, a capacidade residual funcional (CRF) fica próxima do volume de fechamento pulmonar, com alvéolos com menor capacidade de recolhimento elástico que favorecem a tendência ao colapso. Assim, a ventilação colateral é reduzida por conta da ausência dos poros de Kohn, dos canais de Lambert e dos canais de Martin, que como, visto na Figura 21, começam a ser formados ao final do primeiro ano de vida, contribuindo ainda mais para a ocorrência de microatelectasias. Ao final dos bronquíolos respiratórios, surgem ramos terminais, que possuem uma rede de capilares circundando os sacos terminais que posteriormente darão origem aos alvéolos. As células alveolares do tipo I e do tipo II revestem os sacos terminais, sendo as primeiras (pneumócitos do tipo I) as células da superfície de troca gasosa, enquanto os pneumócitos do tipo II são as responsáveis por sintetizar, armazenar e liberar o surfactante pulmonar, além de serem também progenitoras dos dois tipos de pneumócitos. O surfactante pode estar ausente ou imaturo, e como é a principal substância responsável pela estabilidade alveolar, contribui tanto para redução da complacência pulmonar quanto para áreas de colapso. O consumo de oxigênio em neonatos é quase o dobro que nos adultos, fazendo com que os recém-nascidos consumam rapidamente a sua reserva de O2, o que causa cianose em curtos períodos de apneia. O alto consumo de O2 leva a maior produção de CO2, havendo a necessidade de uma maior frequência respiratória para aumentar a ventilação e remover esse CO2 produzido. A Tabela 2 apresenta algumas diferenças metabólicas e anatômicas em relação ao sistema respiratório do neonato e do adulto. Tabela 2 – Diferenças metabólicas e anatômicas do sistema respiratório de crianças e adultos METABÓLICAS RN Adulto Consumo de oxigênio (mL.kg.min) 6-8 4 Ventilação alveolar (mL.kg.min) 100-150 70 Frequência respiratória (FR) 40-60 rpm 12-20 rpm Relação VA/CRF 5/1 1,5/1 FÍSICAS Cpul (mL.cmH2O) 2,5 100 R via aérea (cmH2O.L.s) 25-30 1,6 Volume Corrente (mL) 15-20 500-700 Volume minuto (L) 1 6 Figura 21 – Distribuição e aparecimento da ventilação colateral Fonte: adaptado de Lizama-Perez et al. (2019, p. 954). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/21.png METABÓLICAS RN Adulto Capacidade pulmonar total (mL.kg) 63 82 Fonte: Elaborado pela autora. É preciso somar ainda a todos esses fatores a imaturidade do controle da respiração pelo sistema nervoso respiratório, que contribui para o aparecimento de apneias, e a composição da musculatura diafragmática, favorecendo a fadiga muscular. No prematuro, as fibras do tipo I, resistentes à fadiga, representam algo em torno de 10%; no termo, 25%; e no adulto, esse número é cerca de 55%. A ventilação pulmonar ocorre por meio do fluxo de ar que se movimenta entre o ambiente e o pulmão, por diferença do gradiente de pressão entre o ar atmosférico e o alvéolo, sendo garantida pela ação dos músculos respiratórios e regulada pelo SNC. O movimento da caixa torácica durante a inspiração e a expiração pode ser observado na Figura 22. Enquanto a ventilação é um processo automático e rítmico que depende da contração e do relaxamento dos músculos respiratórios, a troca gasosa é feita por meio da difusão e depende da Figura 22 – Componentes do controle da respiração e movimentos do tórax Fonte: adaptado de Cabó (2018, p.117, 120). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/22.png concentração dos gases nos alvéolos e nos capilares sanguíneos. O diafragma é o principal músculo da inspiração, sendo responsável por até 70% do volume corrente. Os pneumócitos tipo II aparecem por volta da 24ª semana de gestação e se tornam mais numerosos por volta das 30-32 semanas. O nascimento prematuro pode implicar no aparecimento de patologias respiratórias que são caracterizadas pela redução da complacência pulmonar, por sua inativação, ou ausência, e a maioria das doenças respiratórias neonatais se manifestarão nas primeiras horas de vida de forma inespecífica, sendo necessária uma análise da história clínica materna, do parto e dos sintomas juntamente com os exames de imagem. A síndrome do desconforto respiratório é uma das patologias mais frequentes na prematuridade, e está inversamente relacionada à IG. Leia mais sobre o assunto. sbp.com.br [https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/SDR.pdf] scielo.br [https://www.scielo.br/pdf/rbti/v31n3/0103-507X-rbti-31-03-0312.pdf] jped.com.br [http://www.jped.com.br/conteudo/02-78-05-403/port.asp] Videoaula - Apneia da prematuridade Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/481274509] . https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/SDR.pdf https://www.scielo.br/pdf/rbti/v31n3/0103-507X-rbti-31-03-0312.pdf http://www.jped.com.br/conteudo/02-78-05-403/port.asp https://player.vimeo.com/video/481274509 As necessidades nutricionais do embrião inicialmente são satisfeitas por intermédio da difusão, mas, com o aumento dessas necessidades por causa da rápida divisão celular, o sistema vascular aparece por volta da metade da terceira semana de IG. Já o coração inicia o seu desenvolvimento no décimo nono dia gestacional. O tubo cardíaco primitivo começa a bater no vigésimo segundo dia e a bombear sangue no vigésimo quarto dia. A circulação durante o período fetal também diverge da circulação no nascimento, sendo estruturada para garantir as necessidades de um organismo com rápido crescimento em um ambiente de hipóxia relativa. Como os pulmões no período fetal sãocheios de líquido e com alta resistência ao fluxo sanguíneo, apenas 7% do débito cardíaco passa através da circulação pulmonar, porém, a placenta tem uma baixa resistência. O sangue oxigenado que vem da placenta segue para o feto através da veia umbilical, e a maior parte passa pelo ducto venoso no fígado, misturando-se ao sangue não oxigenado da circulação portal. Através da veia cava inferior, o sangue que chega ao átrio direito (AD), cerca de 50%, atravessa o forame oval (FO); já o restante se mistura ao sangue não oxigenado da veia cava superior em direção ao ventrículo direito (VD). Nas artérias umbilicais, que levam o sangue não oxigenado de volta à placenta, a saturação de oxigênio é de aproximadamente 58%. Ao nascimento, em virtude da cessação do fluxo sanguíneo placentário e do início da respiração, acontecem alterações do sistema vascular e os shunts se fecham em razão das alterações funcionais. As artérias umbilicais também são fechadas alguns minutos após o nascimento, e algumas dessas estruturas darão origem a vários ligamentos. A Figura 23 apresenta a circulação fetal e a circulação neonatal. Sistema cardíaco e circulação fetal3.2 Figura 23 – Circulação fetal e neonatal Representação esquemática da circulação fetal e alterações durante a transição. AD: átrio direito; VD: ventrículo direito; AE: átrio esquerdo; VE: ventrículo esquerdo; FO: forame oval. Fonte: Adaptado de Bischoff, 2017, p. 6-7. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/23a.png https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/23b.png As cardiopatias congênitas ocorrem por malformações na estrutura do coração ainda na fase embrionária. Há vários tipos de cardiopatias, que, em geral, são alterações que interferem no fluxo correto de sangue no coração ou nos vasos que chegam ou saem dele. Estudos afirmam que 1% dos nascimentos a cada ano apresentam algum tipo de cardiopatia congênita, sendo a mais comum a comunicação interventricular. A identificação da alteração pode acontecer na fase intrauterina, ao nascimento e até mesmo na fase adulta (SALIBA, 2020). Sinais de cansaço ou dificuldade ao mamar e presença de cianose podem indicar cardiopatia congênita. Leia sobre as classificações das cardiopatias congênitas: scielo.br [https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066- 782X2009001300008&script=sci_arttext&tlng=pt] repositorio.bc.ufg.br [https://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/7329/5/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20- %20Marilia%20Cordeiro%20de%20Sousa%20-%202017.pdf] scielo.br [https://www.scielo.br/pdf/cadsc/v24n2/1414-462X-cadsc-1414- 462X201600020258.pdf] scielo.br [https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021- 75572020000300279&lng=pt&nrm=1&tlng=pt] https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X2009001300008&script=sci_arttext&tlng=pt https://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/7329/5/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20-%20Marilia%20Cordeiro%20de%20Sousa%20-%202017.pdf https://www.scielo.br/pdf/cadsc/v24n2/1414-462X-cadsc-1414-462X201600020258.pdf https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572020000300279&lng=pt&nrm=1&tlng=pt Videoaula - Cardiopatias congênitas Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/481277068] . https://player.vimeo.com/video/481277068 Exercícios de fixação Marque verdadeiro ou falso na afirmação: RNs prematuros têm, mesmo sem doenças do sistema respiratório, redução de fluxo e volume pulmonar. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: A prematuridade não influi na formação pulmonar, pois o sistema respiratório está completo ao nascimento. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: A prematuridade e o tratamento oferecido durante a internação podem interferir no crescimento pulmonar. Verdadeiro Falso O neonato possui diversas caraterísticas anatômicas e fisiológicas que favorecem a fadiga respiratória, sendo o diafragma o principal músculo inspiratório o mais atingido. Sobre o diafragma marque a alternativa correta. A área de justaposição no neonato é maior que no adulto, porém o tamanho proporcionalmente maior das vísceras abdominais favorece sua livre movimentação. O número de fibras tipo I chegam a 55% no prematuro, o que predispõe o RN à fadiga. As costelas são cartilaginosas, oferecendo um bom apoio para o adequado funcionamento do diafragma. A forma do tórax, as costelas horizontalizadas, a baixa quantidade de fibras resistentes à fadiga e menos área de justaposição estão entre os fatores que contribuem para a menor movimentação do diafragma e maior propensão à fadiga. O único motivo de predisposição à fadiga do prematuro é a menor área de justaposição do diafragma. As crianças apresentam diversas diferenças em relação ao adulto, tanto na anatomia e fisiologia do sistema respiratório quanto nos volumes e capacidades pulmonares. Logo após o nascimento, o pulmão do RN deverá passar de um órgão cheio de líquido, com alta resistência vascular pulmonar e pouco fluxo sanguíneo, para um órgão cheio de ar e com muito fluxo sanguíneo. As diferenças anatômicas perpassam o formato da caixa torácica, com aspecto circular no RN, esternos e costelas cartilaginosos, além da horizontalização das costelas, que interferem no bom funcionamento dos músculos intercostais, fazendo que a respiração do neonato seja prioritariamente diafragmática. O diafragma ao nascimento possui cerca de 25% de fibras resistentes à fadiga no RN termo, sendo ainda menor no prematuro, por volta de 10%, enquanto no adulto as fibras tipo I representam aproximadamente 55%. Conforme o crescimento e o desenvolvimento da criança, ao apresentar uma postura mais ereta, as costelas vão assumindo uma posição mais oblíqua, e o tórax sofre alterações em seus diâmetros e na sua forma, o que melhora a sua eficiência biomecânica e facilita a inspiração ao aumentar a zona de aposição diafragmática. A ventilação colateral pouco desenvolvida, a alta resistência ao fluxo aéreo e a imaturidade do SNC são adicionais que favorecem o surgimento de dificuldade respiratória. A adaptação da respiração à vida extrauterina depende de uma função cardiopulmonar adequada. A troca gasosa passa a ser transferida da placenta para o pulmão. Avaliação geral4 Antes mesmo do nascimento, é iniciada a primeira etapa da avaliação, quando são coletadas informações importantes durante a anamnese detalhada dos dados maternos e da gestação. Devem ser observados dados como a idade da mãe, se houve gestação anterior e a quantidade, se já teve algum aborto, se já foi submetida a algum tipo de parto e o tipo, se há consanguinidade, se fez pré-natal e quando iniciou, se faz uso de medicação, drogas ilícitas, fumo ou álcool, assim como exames realizados. Esses dados alertam para situações de risco que podem ajudar na recepção e assistência do RN. A primeira avaliação do RN, realizada ainda na sala de parto, tem o objetivo de determinar a vitalidade, fatores de risco, fazer uma detecção precoce de malformações congênitas, traumas obstétricos e distúrbios cardiorrespiratórios. A vitalidade é avaliada por meio da classificação de Apgar, ao final do 1º e 5º minutos de vida. Se necessário, deve-se repetir ao 10º minuto também. A classificação de Apgar pode relacionar as condições da transição do RN para vida extrauterina e é também um marcador de sofrimento fetal. A Figura 24 apresenta a classificação. Avaliação nas primeiras horas4.1 A pontuação do teste de Apgar, por estar relacionada à vitalidade e à transição para a vida extrauterina, é um dos marcadores da presença de anóxia neonatal, sendo um dos determinantes da indicação de hipotermia terapêutica. Caso a cianose seja persistente, pode estar relacionada à presença de cardiopatia congênita ou depressão do SNC. São observados também, nesse primeiro momento, a presença de deformidades grosseiras ou outras anormalidades. Se houver condições clínicas, a criança deveráser colocada em contato pele a pele com a mãe, postergando outros cuidados. Após o contato pele a pele, são realizadas as medidas antropométricas que serão comparadas às curvas de dados, sendo determinadas ainda a idade gestacional e a classificação do RN. O nascimento exige uma adaptação do RN, que estava em um ambiente aquático onde suas necessidades eram atendidas adequadamente, para um ambiente onde precisará de independência fisiológica. Após 12-24 horas de vida, término do período de transição, é realizado um exame mais abrangente. No caso do RN termo, o período de transição se completa em poucas horas, porém, para o RNPT, pode ser um período mais longo, muitas vezes, demandando ajuda especializada. Figura 24 – Classificação de Apgar Classificação de Apgar, com pontuação a cada item e sua correlação com a vitalidade. Fonte: adaptado de enfermeriacreativa.com [https://enfermeriacreativa.com/2016/10/27/test-de-apgar/] https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/24.png https://enfermeriacreativa.com/2016/10/27/test-de-apgar/ A estimativa da idade gestacional permite a classificação do RN e auxilia a estabelecer o risco de comprometimento. Pode ser realizada pelo ultrassom precoce, DUM, e os métodos de avaliação clínica mais utilizados são o de Capurro (de fácil e rápida execução), o de Dubowitz (mais complexo e demorado) e o New Ballard, o mais usado para RN prematuros. Geralmente, é realizada após 12 horas de vida. O peso e o comprimento são mensurados na primeira hora de vida, ainda na sala de parto, mas devem ser medidos novamente de acordo com o protocolo da instituição, para acompanhar o crescimento e desenvolvimento do RN. As medidas não devem ser realizadas imediatamente após o nascimento, por se tratar de procedimentos que podem gerar irritação, deve-se sempre que possível deixar para realizar as medidas ao final da primeira hora, evitando alterações dos sinais vitais por causa do estresse imposto. A Tabela 3 apresenta os valores dos sinais vitais de acordo com a idade. Tabela 3 – Sinais vitais Grupo de idade FC (bpm) FR (irpm) RNTP 120-140 40-60 RN a termo 100-140 30-40 1-4 anos 80-120 25-30 Adolescentes 60-80 15-20 Valores normais de frequência cardíaca (FC) e de frequência respiratória (FR) de acordo com a idade. Fonte: Elaborado pela autora. O controle de temperatura para RNPT pode ser bem difícil de ser alcançado, e as variações são muito frequentes e prejudiciais, podendo acarretar instabilidade clínica e propiciar piora do quadro geral. A temperatura alvo do RN é entre 36,5 °C e 37,5 °C. O Quadro 4 apresenta as repercussões relacionadas à presença de hipotermia e hipertermia. Quadro 4 – Repercussões da hipotermia e da hipertermia Repercussões da hipotermia e da hipertermia Sinais vitais4.2 Hipertermia Aumento do consumo calórico e de oxigênio (O2). Aumento de perdas insensíveis. Aumento da resistência vascular pulmonar. Aumento da produção e gás carbônico (CO2) e de ácidos orgânicos. Taquicardia, taquipneia e vasodilatação periférica. Hipotermia Diminuição do débito cardíaco por bradicardia sinusal. Diminuição da resposta imunológica. Apneia. Alteração do surfactante. Repercussões clínicas da hipotermia no recém-nascido Alterações fisiológicas Diminuição da produção de surfactante. Aumento no consumo de oxigênio. Acidose metabólica. Hipoglicemia. Diminuição do débito cardíaco. Aumento na resistência vascular periférica. Alterações se hipotermia for mantida por períodos prolongados Dificuldade na adaptação à vida extrauterina. Hipóxia. Desconforto respiratório. Distúrbio na coagulação. Dificuldade em ganhar peso. Insuficiência renal. Hemorragia periventricular. Repercussões da hipotermia e hipertermia no RN e consequências da manutenção prolongada da hipotermia. Fonte: Portal de boas práticas [https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-ao-recem-nascido/] O estado geral da criança, o sono/estado de alerta, o comportamento, a atividade espontânea e a dor devem ser constantemente avaliados, podendo-se lançar mão de escalas específicas para esse fim. O esforço respiratório também deve ser avaliado, e pode-se utilizar o boletim de Silverman- Andersen (BSA), que classifica a dificuldade respiratória e auxilia no direcionamento da terapêutica, apresentado na Figura 25. https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-ao-recem-nascido/ A avaliação do RN deve ser ampla e completa, abrangendo a pele e anexos, formato do crânio e mensuração, desenvolvimento motor, tônus, postura, movimentos gerais (GMs), face, tórax, ausculta pulmonar. Consideramos como desenvolvimento motor o conjunto de mudanças que acontecem no comportamento motor relacionadas à idade, ocorrendo por toda a vida. É caracterizado por modificações progressivas e sequências detalhadas ao longo do tempo, que explicam as mudanças no comportamento motor e que, em crianças com alterações do desenvolvimento, acontecem de forma diferente. Figura 25 – Boletim de Silverman-Andersen Pontuação do BSA com as respectivas pontuações relacionadas à presença ou ausência de dificuldade respiratória. Fonte: redeblh.fiocruz.br [http://www.redeblh.fiocruz.br/media/arn_v3.pdf] No primeiro ano de vida, ocorrem as mais profundas mudanças no desenvolvimento motor, como mostra a Figura 26, sendo um período de grandes explorações que sofre influência direta do ambiente, não podendo ser dissociado dos contextos ambientais e socioculturais. Conforme novas habilidades surgem, proporcionam outras oportunidades para o aprendizado e para a ação. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/25.png http://www.redeblh.fiocruz.br/media/arn_v3.pdf Figura 26 – Desenvolvimento motor no primeiro ano de vida Desenvolvimento motor no primeiro ano de vida. Ocorre de acordo com o potencial genético, em etapas previsíveis e predeterminadas, no sentido cefalocaudal e do centro para a periferia. Fonte: bvsms.saude.gov.br [http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf] A idade para aquisição das habilidades motoras é muito variável, diferindo de uma criança para outra. Apesar de haver uma ordem sequencial diretamente relacionada à idade, essas habilidades podem ser adquiridas em ordens diferentes, pulando-se etapas e, às vezes, retornando ao estágio anterior, sem ser necessariamente um atraso do desenvolvimento. O desenvolvimento motor é dinâmico e multidimensional, consistindo em construção, aquisição e interação de novas habilidades, o que envolve o domínio sensório-motor, cognição-linguagem e social-emocional, e direciona a prescrição de atividade física baseada na competência específica da faixa etária e da condição de saúde do indivíduo. O desenvolvimento apresenta uma sequência previsível, porém, o ritmo das aquisições depende de uma diversidade de fatores, desde os individuais do organismo até influências ambientais. Por muito se acreditou que os prematuros não sentiam dor, porém, atualmente já não existem dúvidas em relação a capacidade nociceptiva dessa população, sabendo-se que as vias nociceptivas principais estão presentes e funcionais na 24ª semana de gestação e que os RN, mesmo prematuros, podem perceber a dor com mais intensidade que os adultos. O sistema https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/26.png http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf nociceptivo desenvolve-se normalmente até o nascimento, mas o sistema inibidor é ainda indiferenciado aos três meses de vida. A avaliação da dor, hoje considerada como 5º sinal vital, é realizada pela análise em conjunto dos sinais fisiológicos e comportamentais. Existem várias escalas que podem ser utilizadas para a avaliação comportamental, nas quais são observados o choro, a insônia, a agitação, a irritabilidade, a mímica facial e a atividade motora. Os sinais fisiológicos mais frequentemente analisados são a frequência cardíaca, a frequência respiratória e a saturação periférica, mas também podemser feitas análises de dosagens hormonais. A Tabela 4 apresenta a escala neonatal infant pain scale (NIPS). Tabela 4 – Avaliação da dor no período neonatal conforme a escala de NIPS Expressão facial Relaxada 0 Braços Relaxados ou imobilizados 0 Contraída 1 Fletidos ou estendido 1 Choro Ausente 0 Pernas Relaxadas ou imobilizadas 0 Fraco (resmungos) 1 Fletidas ou estendida 1 Vigoroso 2 Consciência Dormindo ou acordando calmo 0 Respiração Normal 0 Desconfortável 1 Alterada, irregular 1 Avaliação da dor por intermédio da escala comportamental. Deve-se considerar presença de dor quando a pontuação for maior ou igual a 4. Fonte: saudeemacao.saude.sp.gov.br [http://saudeemacao.saude.sp.gov.br/crianca-2/cuidados-paliativos-na- uti-neonatal/] A avaliação clínica do tônus muscular deve levar em consideração a idade corrigida, observando- se a simetria. Ele é avaliado pela movimentação e balanço passivo dos membros e extremidades, pela palpação dos músculos e pela observação dos movimentos ativos, principalmente em relação à simetria. Durante a maturação neurológica, o tônus varia de flexor para hipotônico, entre os seis e oito meses, até atingir valores normais no fim do primeiro ano de vida. http://saudeemacao.saude.sp.gov.br/crianca-2/cuidados-paliativos-na-uti-neonatal/ Figura 27 – Avaliação do tônus de acordo com o desenvolvimento motor Fonte: Portal de boas práticas [http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp- content/uploads/2018/09/Avalia%C3%A7%C3%A3o-cl%C3%ADnica-e- preven%C3%A7%C3%A3o-de-altera%C3%A7%C3%B5es-do-desenvolvimento- neuropsicomotor-no-primeiro-ano-de-vida.pdf] Enfim, a avaliação deve ser feita sem compartimentalização, avaliando-se o RN em todo o seu contexto. A Figura 28 é o organograma da página da Fiocruz em seu portal de boas práticas, que vale a pena ser consultado, pois abrange os cuidados multiprofissionais de forma ampla. Figura 28 – Cuidados neonatais ao RN de risco Fonte: redeblh.fiocruz.br [http://www.redeblh.fiocruz.br/media/arn_v3.pdf] https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/27.png http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2018/09/Avalia%C3%A7%C3%A3o-cl%C3%ADnica-e-preven%C3%A7%C3%A3o-de-altera%C3%A7%C3%B5es-do-desenvolvimento-neuropsicomotor-no-primeiro-ano-de-vida.pdf https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/28.png http://www.redeblh.fiocruz.br/media/arn_v3.pdf Práticas profissionais - Momento HG - Banho de ofurô para recém- nascidos da UTI Neonatal Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/481279295] . Práticas profissionais - Nossa rotina na UTI Pediátrica, Fisioterapia com amor Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/481280966] . https://player.vimeo.com/video/481279295 https://player.vimeo.com/video/481280966 Exercícios de fixação Marque verdadeiro ou falso na afirmação: No BSA, são atribuídas notas de 0 a 3 para cada parâmetro, com o grau máximo de dispneia representado pela nota 8. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: No BSA, podemos classificar como grau de dificuldade respiratória leve valores até 3. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: O BSA pode avaliar o grau de sofrimento fetal, podendo ser relacionado ao risco de apneia. Verdadeiro Falso Os neonatos não possuem capacidade de adequada regulação da temperatura corporal, principalmente em se tratando de prematuros. Neonatos são muito suscetíveis a variações de temperatura com riscos de alterações fisiológicas causadas por essas mudanças. Então, podemos afirmar que: A presença de hipertermia não gera alterações metabólicas no RN e é pouco frequente. Se a hipertermia for mantida por longos períodos, eleva-se o risco de evolução para uma parada respiratória. Alterações metabólicas, vasoconstrição periférica, distúrbios hemodinâmicos e outros sinais e sintomas associados à infecção podem estar associados a variações na temperatura corporal. Alterações da temperatura não podem ser associados a maior risco de apneia. As alterações de temperatura só estão presentes quando o neonato é exposto a baixas temperaturas por períodos prolongados, pois seu controle térmico é eficiente. A avaliação neonatal e pediátrica deve ser feita com atenção, pois exige consciência e direcionamento do que se pretende buscar. Devem ser anotados em prontuário todos os dados e achados durante a avaliação, que deve ser sistematizada e direta. Por se tratar de um período de intensa transformação física e ganhos no desenvolvimento, até os 2 anos de idade deve-se ficar atento aos principais marcos do desenvolvimento, lembrando que o nascimento prematuro pode acarretar uma série de alterações motoras, neurológicas e de comportamento, sendo imprescindível, portanto, o acompanhamento a longo prazo nos ambulatórios de segmento multiprofissional para essa população. Considerações finais O estudo da anatomia humana tem como proposta avaliar a constituição do corpo humano com descrições e correlações estruturais, porém, grande parte do material publicado direciona esse estudo para os adultos. Assim, sabendo que existem muitas diferenças tanto na anatomia quanto na fisiologia da população neonatal e pediátrica, se faz necessário um estudo mais abrangente e específico para que se possa compreender como os sistemas são constituídos desde a sua embriologia, como e quando se desenvolvem, e quais as consequências clínicas relacionadas ao nascimento prematuro ou malformação de algum órgão. Ainda é preciso levar em consideração as diferentes classificações, pois estão associadas a expectativas clínicas e facilitam o direcionamento da avaliação e da proposta de tratamento, de acordo com o grupo etário a que pertence. Por se encontrar em um período de intenso desenvolvimento físico e funcional, a anatomia dessa população é dinâmica, sofrendo adaptações às demandas ambientais de acordo com o desenvolvimento neuropsicomotor, nos levando à confirmação da máxima: “A criança não é um adulto em miniatura!” Exercícios de fixação - respostas Marque verdadeiro ou falso na afirmação: RN com idade gestacional (IG) entre 30 e 31 semanas e 6 dias é classificado como imaturo. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: RNs são classificados como muito baixo peso quando têm o peso entre 1.000 e 1.499 g. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: RNs são classificados como PIG quando estão abaixo do percentil 10. Verdadeiro Falso Em relação às particularidades anatômicas e fisiológicas do sistema respiratório do neonato, todas as afirmações são corretas, exceto: Por causa do reduzido calibre das vias aéreas, a respiração do neonato é predominantemente oral. Para manutenção do volume minuto adequado, a FR é aumentada. A eficiência da expansibilidade torácica é menor por conta do menor movimento do diafragma. A tendência à apneia pode ser justificada pela imaturidade do sistema nervoso. A instabilidade alveolar e a alta complacência pulmonar favorecem o aparecimento de atelectasia. Marque verdadeiro ou falso na afirmação: O cérebro em desenvolvimento é vulnerável a lesões destrutivas associadas à anormalidade do desenvolvimento cerebral. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: Principais lesões que causam alterações do desenvolvimento são: paralisia cerebral e alterações no desempenho motor. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: Altas taxas de mortalidade e morbidade causadas por lesões cerebrais são relatadas em criança com IG e peso de nascimento extremamente baixos. Verdadeiro Falso Sobre o SNC e o desenvolvimento neuropsicomotor, assinale a alternativa incorreta: A maturação do SNC é a principal responsável pelas mudanças motoras observadas ao longo da vida. O sistema sensorial e motor devem ser estimulados em conjunto e de maneira integrada.RNPTs devem ser encaminhados a ambulatórios multiprofissionais para supervisão do desenvolvimento. A maturação do sistemas piramidal é ascendente e acontece até a 34 semana de IG. A hipotonia presente nos RNPTs é causada apenas pela imaturidade do seu SNC. Marque verdadeiro ou falso na afirmação: RNs prematuros têm, mesmo sem doenças do sistema respiratório, redução de fluxo e volume pulmonar. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: A prematuridade não influi na formação pulmonar, pois o sistema respiratório está completo ao nascimento. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: A prematuridade e o tratamento oferecido durante a internação podem interferir no crescimento pulmonar. Verdadeiro Falso O neonato possui diversas caraterísticas anatômicas e fisiológicas que favorecem a fadiga respiratória, sendo o diafragma o principal músculo inspiratório o mais atingido. Sobre o diafragma marque a alternativa correta. A área de justaposição no neonato é maior que no adulto, porém o tamanho proporcionalmente maior das vísceras abdominais favorece sua livre movimentação. O número de fibras tipo I chegam a 55% no prematuro, o que predispõe o RN à fadiga. As costelas são cartilaginosas, oferecendo um bom apoio para o adequado funcionamento do diafragma. A forma do tórax, as costelas horizontalizadas, a baixa quantidade de fibras resistentes à fadiga e menos área de justaposição estão entre os fatores que contribuem para a menor movimentação do diafragma e maior propensão à fadiga. O único motivo de predisposição à fadiga do prematuro é a menor área de justaposição do diafragma. Marque verdadeiro ou falso na afirmação: No BSA, são atribuídas notas de 0 a 3 para cada parâmetro, com o grau máximo de dispneia representado pela nota 8. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: No BSA, podemos classificar como grau de dificuldade respiratória leve valores até 3. Verdadeiro Falso Marque verdadeiro ou falso na afirmação: O BSA pode avaliar o grau de sofrimento fetal, podendo ser relacionado ao risco de apneia. Verdadeiro Falso Os neonatos não possuem capacidade de adequada regulação da temperatura corporal, principalmente em se tratando de prematuros. Neonatos são muito suscetíveis a variações de temperatura com riscos de alterações fisiológicas causadas por essas mudanças. Então, podemos afirmar que: A presença de hipertermia não gera alterações metabólicas no RN e é pouco frequente. Se a hipertermia for mantida por longos períodos, eleva-se o risco de evolução para uma parada respiratória. Alterações metabólicas, vasoconstrição periférica, distúrbios hemodinâmicos e outros sinais e sintomas associados à infecção podem estar associados a variações na temperatura corporal. Alterações da temperatura não podem ser associados a maior risco de apneia. As alterações de temperatura só estão presentes quando o neonato é exposto a baixas temperaturas por períodos prolongados, pois seu controle térmico é eficiente. Autoria Autora Graduação em Fisioterapia pela UEG, 2003. Pós-graduação em Fisioterapia Cardiorrespiratória e Pneumofuncional pela UCB – Universidade Castelo Branco, 2004; pós-graduação em Fisioterapia Neurofuncional pela UCB em 2005; pós-graduação em Fisioterapia Hospitalar pela CDCS em 2007. Mestrado Profissional em Terapia Intensiva pela SOBRATI, 2011; e título de Especialista em Fisioterapia em UTI Neonatal e Pediátrica pela ASSOBRAFIR/COFFITO, em 2016. Gláucia Fernandes Castro Glossário Morte neuronal programada. Transformação quantitativa no que diz respeito ao aspecto biológico, cronológico (anos) e antropométricos (altura, peso etc). Ou seja, o crescimento é o aumento na estrutura física realizada pela multiplicação de células. Marco para contagem do tempo de gestação. Aprimoramento de alguns componentes, sendo físico, mental, emocional, social, motor, ou seja, aprimorando o que era simples para um estágio mais evoluído. Período que determina a idade do feto até o nascimento, sendo de extrema importância para classificação do recém-nascido. Transformações que capacitam o organismo a alçar novos níveis de funcionamento. Com a maturação, cada dia que passa estamos mais preparados para executar novas tarefas. Processo de envolvimento dos axônios do sistema nervoso central e do periférico por uma bainha isolante que facilita a propagação dos impulsos elétricos. Fazem parte do repertório motor espontâneo precoce e estão presentes a partir de nove semanas de idade gestacional. É o processo de formação de novos neurônios no cérebro, provenientes de células-tronco neurais e progenitores neurais. Apoptose Crescimento Data da última menstruação (DUM) Desenvolvimento Idade gestacional Maturação Mielinização Movimentos gerais (GMs) Neurogênese Local onde os primeiros neurônios gerados se estabelecem. Subplaca cortical Bibliografia GOSSELIN J., Amiel-Tison C. Avaliação neurológica do nascimento aos 6 anos. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. INDER, Terrier E.; PERLMAN, Jeffrey M.; VOLPE, Joseph J. Preterm intraventricular hemorrhage/posthemorrhagic hydrocephalus. In: VOLPE, Joseph J. Volpe’s Neurology of the Newborn. 6. ed. Amsterdam: Elsevier, 2018. p. 637-698.e21. Disponível em: doi.org [https://doi.org/10.1016/B978-0-323-42876-7.00024-7] . Acesso em: 08 out. 2020. KINNEY, Hannah C.; VOLPE, Joseph J. Myelination events. In: VOLPE, Joseph J. 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