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CENTRO CIRÚRGICO E CME
ORGANIZADOR ANDRÉ LUIZ FIDELIS LIMA
Centro Cirúrgico e CM
E
GRUPO SER EDUCACIONAL
O pro�ssional de enfermagem tem um papel crucial na qualidade e segu-
rança tanto da estrutura e no funcionamento de um centro cirúrgico. Este 
livro oferece um estudo detalhados para minimizar ou eliminar os riscos 
potenciais para as disfunções orgânicas e infecções hospitalares.
O autor trata detalhadamente de temas importantes em quatro unidades. 
São elas: enfermagem no centro cirúrgico; biossegurança e assistência de 
enfermagem perioperatória; enfermagem cirúrgica: abordagem assisten-
cial do cuidar; e, por �m, central de material e esterilização: estrutura �uxo 
e métodos. 
Bons estudos!
CENTRO CIRÚRGICO 
E CME
ORGANIZADOR ANDRÉ LUIZ FIDELIS LIMA
gente criando futuro
I SBN 9786555581348
9 786555 581348 >
C
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Y
CM
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CENTRO CIRÚRGICO 
E CME
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Lima, André Luiz Fidelis.
 Centro Cirúrgico e CME / André Luiz Fidelis Lima. – São Paulo: Cengage, 2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555581348
 1. Enfermagem. 2. Técnico enfermagem. 3. Enfermagem – Centro Cirúrgico.
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
André Luiz Fidelis Lima
Enfermeiro Generalista – Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas 
Biólogo Licenciado – Universidade Federal de Alagoas 
Pós-graduado em Gestão de Saúde Pública e Meio Ambiente – Ucamprominas
Pós-graduado em Enfermagem em Urgência e Emergência – Ucamprominas
Pós-graduado em Formação em Educação a Distância – UNIP
Docente da Universidade Paulista – Polo Maceió/Alagoas
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Enfermagem em centro cirúrgico ...............................................................................11
Introdução.............................................................................................................................................12
1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 13
2 Estrutura física e equipamentos do bloco cirúrgico ...........................................................................15
2 Recursos humanos e educação continuada no centro cirúrgico ........................................................19
3 Gerenciamento de enfermagem ........................................................................................................ 21
4 Perigos para a saúde associados ao ambiente cirúrgico ....................................................................23
5 Paramentação cirúrgica...................................................................................................................... 26
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................34
UNIDADE 2 - Biossegurança e assistência de enfermagem perioperatória ......................................37
Introdução.............................................................................................................................................38
1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 39
2 Normas regulamentadoras ................................................................................................................ 42
3 Segurança do paciente e do ambiente ............................................................................................... 43
4 Assistência de enfermagem no perioperatório .................................................................................. 45
5 Admissão do paciente na SRPA .......................................................................................................... 53
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................56
UNIDADE 3 - Enfermagem cirúrgica - abordagem assistencial do cuidar ........................................59
Introdução.............................................................................................................................................60
1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 61
2 Complicações cirúrgicas e cuidados pós-operatório ..........................................................................66
3 Feridas cirúrgicas: características gerais ............................................................................................ 72
4 Desbridamento da ferida cirúrgica ..................................................................................................... 76
5 Curativo de feridas cirúrgicas ............................................................................................................. 77
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................80
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................81
UNIDADE 4 - Central de material e esterilização: estrutura fluxo e métodos ...................................83
Introdução.............................................................................................................................................84
1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 85
2 Fluxo e estrutura da central de material e esterilização ....................................................................923 Processamento de material para a saúde .......................................................................................... 95
4 Desinfecção ........................................................................................................................................98
5 Esterilização ....................................................................................................................................... 100
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................104
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................105
Este livro é fundamental para os estudos na área da enfermagem no que diz 
respeito à estrutura e ao funcionamento de um centro cirúrgico, demonstrando como 
o profissional pode contribuir para a qualidade e segurança do paciente a fim de 
minimizar ou eliminar os riscos potenciais para as disfunções orgânicas e infecções 
hospitalares. Desde o momento da indicação cirúrgica até a alta do paciente, o 
profissional deve seguir procedimentos para prestar a melhor assistência possível.
A primeira unidade trata da enfermagem no centro cirúrgico. Aqui, apresentaremos 
detalhes do ambiente social e técnico estruturado com ações administrativas e 
biopsicossocial, localizado no âmbito hospitalar, com o objetivo de prestação de serviço 
seguro para a assistência prestada ao paciente, à família e a uma equipe multiprofissional. 
Conceitos simples, planejamento e estrutura física, materiais, equipamentos, recursos 
humanos do centro cirúrgico e da SRPA (sala de recuperação pós-anestésica), bem 
como a formação científica continuada de uma equipe médica e de enfermagem para 
as boas práticas cirúrgicas serão temas largamente discutidos. Abordaremos ainda 
uma das atribuições do enfermeiro, que é a assistência multiprofissional, considerada 
vital para a realização e para o sucesso de um ato anestésico-cirúrgico.
Na segunda unidade, biossegurança e assistência de enfermagem perioperatória, 
vamos apresentar temas como os tipos de material de proteção individual utilizados 
pelos profissionais da CME (central de material estéril). Uma das importantes 
atividades do enfermeiro, a assistência de enfermagem perioperatória é considerada 
vital para a realização e o sucesso de um ato anestésico-cirúrgico. Serão explicadas 
aqui a utilização de terminologias adequadas, que é de extrema importância para as 
pessoas envolvidas na assistência cirúrgica, uma vez que facilita o entendimento de 
todos e proporciona uniformização da linguagem no CC (centro cirúrgico). 
Na sequência, estudaremos a enfermagem cirúrgica: abordagem assistencial do 
cuidar. Vamos apresentar aqui a Saep (sistematização da assistência de enfermagem 
perioperatória), que tem como foco a recepção e admissão do paciente no setor de 
clínica cirúrgica e centro cirúrgico. Falaremos sobre a ferida cirúrgica, o processo de 
cicatrização e as suas complicações, que é um conhecimento de extrema importância 
para uma assistência cirúrgica baseada em evidências científicas para a segurança do 
paciente no setor de clínica cirúrgica e centro cirúrgico. 
PREFÁCIO
O tema que fecha este livro trata da central de material e esterilização: estrutura 
fluxo e métodos. Serão apresentados os principais conceitos de uma CME (central 
de material e esterilização) e sua importância para os ambientes hospitalares, além 
das etapas a serem seguidas para o fluxo de trabalho e monitoramento dos materiais 
médico-hospitalares em uma CME. Vamos tratar também do dimensionamento 
de pessoas da enfermagem, da estrutura da área física e dos métodos de limpeza, 
desinfecção e esterilização que ocorrem em uma central de material e esterilização. 
Serão apresentadas aqui as técnicas que são fundamentadas em evidências científicas 
relacionadas com a equipe de enfermagem para a validação dos processos de 
eliminações parcial ou total de microrganismos dos materiais cirúrgicos que chegam 
até a central de material e esterilização. 
Aproveite os estudos!
UNIDADE 1
Enfermagem em centro cirúrgico
Olá,
Você está na unidade Enfermagem em centro cirúrgico. Conheça aqui um ambiente social 
e técnico estruturado com ações administrativas e biopsicossocial, localizado no âmbito 
hospitalar, com o objetivo de prestação de serviço seguro para a assistência prestada ao 
paciente, à família e a uma equipe multiprofissional. Procuramos englobar aspectos, desde 
conceitos simples, planejamento e estrutura física, materiais, equipamentos, recursos 
humanos do centro cirúrgico e da SRPA (sala de recuperação pós-anestésica), bem como 
a formação cientifica continuada de uma equipe médica e de enfermagem para as boas 
práticas cirúrgicas. Com isso, a intenção é minimizar ou eliminar os riscos potenciais para 
as infecções hospitalares. Entenda que a assistência multiprofissional é considerada 
vital para a realização e para o sucesso de um ato anestésico-cirúrgico, e é uma das 
atribuições do enfermeiro. Compreender a estrutura e o funcionamento desse ambiente, 
é de extrema importância para as pessoas envolvidas no gerenciamento e assistência 
dos procedimentos e intervenções cirúrgicos, uma vez que facilita o entendimento de 
toda uma equipe comprometida com a qualidade e segurança do paciente, desde a sua 
admissão, no âmbito hospitalar, até a sua alta do ato anestésico-cirúrgico.
Bons estudos!
Introdução
13
1 NOÇÕES PRELIMINARES
A unidade de Enfermagem em centro cirúrgico apresentará o CC (centro cirúrgico) ou BC 
(bloco cirúrgico), e a SRA (sala de recuperação anestésica) como um desafio para os profissionais 
da saúde, principalmente, para o enfermeiro, por se tratar do campo prático de um dos setores 
mais complexos de organização no ambiente hospitalar. Encontramos nesse setor estruturas de 
alta complexidade e tecnologia avançada, capazes de prestar atendimento humanizado, levando 
em consideração diagnóstico, reparação e intervenções cirúrgicas para melhorar a qualidade de 
vida dos pacientes.
No hospital, o centro cirúrgico é considerado um setor complexo, de grande importância, por 
ser composto de áreas interdependentes, que visa proporcionar condições favoráveis para o ato 
anestésico-cirúrgico, bem como promover condições seguras e confortáveis para o paciente e para 
as equipes médica e de enfermagem. Compreender essa área se faz necessário para o enfermeiro 
entender o funcionamento, infraestrutura e a importância de um setor inovador, tecnológico e 
complexo para o hospital. É preciso também ficar claro para o profissional da enfermagem por 
que deve haver uma integração com as demais áreas hospitalares para a prestação de um serviço 
ou assistência adequada de acordo com as normas e protocolos de gerência e assistência à saúde.
Estudar enfermagem em centro cirúrgico é aprender a promover assistência integral ao 
paciente, cliente ou usuário, que busca o serviço cirúrgico de prestação à saúde. É tentar minimizar 
o medo, a ansiedade, prevenindo as complicações inerentes ao procedimento anestésico cirúrgico. 
Por meio do ensino, o enfermeiro deve propor protocolos educativos periódicos, que tenham 
o objetivo de conscientizar toda a equipe multiprofissional do bloco cirúrgico, gerenciando e 
aplicando medidas preventivas de infecção do sítio cirúrgico, que possibilitem a melhoria da 
assistência prestada ao paciente, cliente ou usuário, no âmbito hospitalar.
O entendimento desta disciplina é de suma necessidade diante do avanço da tecnologia, 
associado à globalização, e faz com que, os enfermeiros da era moderna, estejam cada vez mais 
direcionados ao saber-fazer, focando suas habilidades nas promoções e prevenções para um 
gerenciamento e assistência de enfermagem cirúrgica com qualidade no cenário de saúde atual.
1.1 Estrutura do bloco cirúrgico e da sala de recuperação anestésica
O ambiente hospitalar ou hospital é uma organização complexapara prestação de serviços 
de saúde, esse termo deriva do latim hospe, que significa “aquele que recebe”, e conceitua esse 
estabelecimento para internação, tratamento, e recuperação de doentes e feridos.
Existe nesse ambiente hospitalar, um setor onde encontramos estruturas de alta tecnologia 
e complexidade, tanto em relação aos recursos materiais quanto aos recursos humanos 
direcionados para a realização e recuperação de cirurgias, que iremos chamar de UCC (unidade 
14
de centro cirúrgico) (CARVALHO, 2016).
A UCC é um conjunto de elementos destinados aos procedimentos e intervenções cirúrgicas, 
também chamado de bloco cirúrgico, e é constituída de sala de recuperação pós-anestésica e 
central de material e esterilização.
Figura 1 - Centro cirúrgico 
Fonte: bogdanhoda, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma sala de operação que se localiza no centro ou bloco 
cirúrgico. Essa sala é constituída por diversas estruturas, materiais e insumos para a realização 
das intervenções gerenciais e assistenciais da equipe médica, formada pelo anestesiologista e 
cirurgiões, e pela equipe de enfermagem (enfermeiro e técnicos em enfermagem), para garantir 
a segurança do paciente e da equipe de saúde que compõe o centro cirúrgico. 
De acordo com a organização hospitalar, além SRPA, podemos encontrar no CC:
• vestiários (masculino e feminino);
• área de conforto (descanso);
• sala de enfermagem (gerencia e assistência);
• sala médica (gerencia e assistência);
• sala de admissão dos pacientes;
• sala de material de higienização;
• sala de equipamentos;
• sala para armazenamento dos PPS esterilizado;
• sala de gases medicinais;
• expurgo (área suja);
15
• sala para os técnicos administrativos do centro cirúrgico; e
• sala de operação.
Segundo a Anvisa (agência de vigilância sanitária), a capacidade de lotação do CC é direcionada 
segundo a proporção de leitos e sala de operação. A resolução da diretória colegiada n. 307/2002, 
do ministério da saúde, determina uma sala de operação para cada 50 leitos não especializados 
ou 15 leitos cirúrgicos (ANVISA, 2002).
A Anvisa (2002) estabelece que, dependendo dos equipamentos necessários aos tipos de 
cirurgias a serem realizadas, as salas operatórias devem ter o formato retangular ou oval e, 
quanto ao tamanho, as salas são classificadas em:
Pequenas
20m² - destinadas às especialidades de otorrinolaringologia e oftalmologia,
Médias
25m² - destinadas às especialidades de cirurgias do trato abdominal e geral.
Grandes
36m² - destinadas às especialidades de cirurgias neurológicas, cardiovasculares e ortopédicas.
2 ESTRUTURA FÍSICA E EQUIPAMENTOS DO BLOCO 
CIRÚRGICO
A estrutura física do CC pode ser metálica ou de concreto, normalmente é um conjunto de 
salas organizadas para fins cirúrgico e de recuperação do ato anestésico-cirúrgico. Geralmente, a 
unidade de centro cirúrgico é localizada, no âmbito hospitalar, em uma área que possa oferecer 
segurança aos procedimentos e técnicas assépticas, distante de aglomerados da circulação de 
pessoas e de contaminações externas a este setor hospitalar.
Órgãos e legislações de saúde recomendam que essa estrutura física da UCC, 
preferencialmente, esteja próxima aos setores ou unidades hospitalares emergências clínicas, 
emergências traumáticas, unidade de terapia intensiva, e de setores como o internato, de modo 
a contribuir com a assistência imediata ao paciente que necessite de intervenções emergências 
do setor de CC.
A UCC é uma área hospitalar interligada a diversas outras áreas, com a finalidade de 
16
proporcionar condições para a realização das intervenções cirúrgicas, e tem como objetivo 
proporcionar assistência, recuperação ou melhora do paciente por meio de procedimentos 
cirúrgicos, oferecendo segurança e bem-estar ao paciente.
Com a finalidade de assistência integral, a UCC pode ser dividida em:
• pré-operatório (antes da cirurgia);
• transoperatório (durante a cirurgia); e
• pós-operatório (após a cirurgia).
Essa divisão visa identificar as necessidades e problemas do paciente, verificando medidas de 
promoção e prevenção de futuras complicações ou acidentes no pré-operatório, transoperatório 
e pós-operatório. Além disso, é necessário nos responsabilizar pela previsão e controle de 
materiais, medicamentos e equipamentos nas salas operatórias ou cirúrgicas.
Para a intervenção cirúrgica é de extrema importância ser ético, proporcionando segurança, 
agilidade, percepção rápida, eficiência, foco, qualidade e humanização para com o nosso cliente, 
usuário ou paciente.
Para Carvalho (2016), o CC é área complexa e crítica, com risco imediato de transmissão de 
infecções, em virtude das exposições dos pacientes para a realização das técnicas cirúrgicas. 
Diante disso, considera fortemente ações técnicas, assépticas e antissépticas, padronizadas, com 
o objetivo de assegurar maior controle do ambiente e reduzir os possíveis riscos de transmissão 
de contaminação para o paciente. O CC pode ser dividido em três áreas:
Irrestritas ou não restritas
São áreas consideradas de circulação livre de pessoas; não exigem cuidados especiais e nem 
uso de paramentação específica. Podemos citar como exemplo: elevadores, corredores externos 
que direcionam ao CC, vestiários, local de transferência de macas.
Semi-restritas
São áreas consideradas de circulação livre de pessoas e de equipamentos, de modo que 
não interfira no controle e na manutenção da assepsia no ato cirúrgico. É necessário o uso de 
paramentação específica e privativo do setor, de propés ou calçados adequados. Podemos citar 
como exemplo: secretaria, copa, salas de conforto e de guarda de equipamentos do CC. 
Restritas
São consideradas de circulação de pessoas e de equipamentos, privativos e exclusivos dessa 
17
área hospitalar, onde se deve empregar rotinas próprias para controlar e manter a assepsia local. 
Além da paramentação, é necessário o uso de máscaras que cubram a boca e o nariz. Podemos 
citar como exemplo: salas cirúrgicas, antessalas, lavabos e corredores internos.
É importante que o enfermeiro do BC conheça o objetivo e finalidade de cada elemento 
estrutural e organizacional que compõe essas áreas, bem como das características físicas - 
arquitetônicas e de bioengenharia, as quais são previstas na Resolução da diretoria colegiada n. 
50/2002 e Resolução da diretoria colegiada n. 307/2002, no sentido de embasar e complementar 
a assistência de enfermagem perioperatória, proporcionando um ambiente seguro para pacientes 
e profissionais desse setor.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.3 Estrutura física e equipamentos da sala de recuperação pós-
anestésica
A SRPA é área destinada aos cuidados intensivos do paciente, desde sua saída da SO até a 
recuperação da fisiologia orgânica da consciência, eliminação ou excreção de fármacos anestésicos 
e estabilização dos sinais vitais. Os objetivos e vantagens da SRPA incluem assistência preventiva 
do enfermeiro e equipe de enfermagem, bem como a do profissional médico anestesiologista, e 
detecção precoce das possíveis complicações do ato anestésico-cirúrgico (PORTES, 2019).
Os cuidados dos profissionais que atuam nesse setor é especializado a pacientes submetidos 
a diferentes tipos de anestesias e cirurgias, dando uma maior segurança ao paciente, equipe 
médica (cirurgiões e anestesiologistas) e de enfermagem (enfermeiro e técnicos), racionalização 
de pessoal, eficiência dos recursos humanos e utilização de métodos terapêuticos assistenciais 
específicos, além de servir como uma área destinada à pesquisa de campo de aprendizagem para 
diversos profissionais e alunos da área da saúde.
18
A localização da SRPA deve ser próxima ao CC ou BC, considerando os fatores temperatura, 
ventilação e iluminação adequados, segundo as normas e legislações vigentes ao setor do centro 
cirúrgico. É importante, também, que esse setor possua piso refratário à condutibilidade elétrica, 
facilidades de limpeza, suficiente espaço, não devendo suaárea ser inferior a 25 m2. Os leitos 
devem estar organizados de forma que os pacientes possam ser vistos de qualquer ângulo do 
ambiente. É necessário que a estrutura do CC seja constituída por portas amplas, que permitam 
a entrada dos maquinários transportáveis como RX, carro de anestesia, aspiradores, fonte de 
oxigênio permanente e móveis, estantes e armários para armazenamento e procedimentos de 
medicamentosos, produtos para a saúde (PPS) e circulação adequada dos profissionais privativos 
deste setor (CARVALHO, 2016).
Figura 2 - Sala de recuperação pós-anestésica 
Fonte: Kzenon, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma sala de recuperação pós-anestésica, que se localiza no 
centro ou bloco cirúrgico. A sala é constituída por diversas estruturas, materiais e insumos para a 
realização das intervenções assistenciais pós-cirúrgicas. A equipe de profissionais atuante nessa 
sala é o médico anestesiologista, enfermeiro e equipe de enfermagem. Observamos a paciente 
sendo assistida pelo médico anestesista e pela enfermeira. 
Levando em consideração os recursos humanos do centro cirúrgico, este é um setor onde se 
faz necessário profissionais, enfermeiros e técnicos em enfermagem, com formação direcionada 
e específica para atender aos objetivos da intervenção imediata e cuidados intensivos ou semi-
intensivos para o paciente.
1.4 Critérios para aquisição de materiais, insumos e equipamentos
Em função do exercício profissional de promoção, prevenção, assistência, gerência e pesquisa, 
o enfermeiro está diretamente ligado ao processo de compras, e aquisição de PPS (produtos 
para a saúde). Pela qual é requisitado, recebido, preparado, utilizado e controlado incialmente 
19
pelo gestor hospitalar e enviado para gerência de enfermagem para poderem ser inseridos na 
assistência indireta ao paciente (CARVALHO, 2016).
Fazendo parte da equipe técnica da comissão de compras ou como técnico de uma unidade 
assistencial cirúrgica, o enfermeiro deve estar consciente da importância de sua colaboração e 
atuar devidamente, pois participa do processo de aquisição, ainda que não haja nos manuais de 
PPS ou serviço e solicitações de compras qualquer referência à sua atuação.
Se examinarmos o sistema de compras de um serviço de saúde, veremos que o início é dado 
pelo enfermeiro, quando faz a identificação dos PPS necessários para os procedimentos médico 
cirúrgico ao setor hospitalar ou a sua unidade de trabalho. E, se examinarmos o final do processo, 
observaremos que a experimentação e o uso do PPS adquirido pelos serviços de saúde são 
determinados também por esse profissional.
2 RECURSOS HUMANOS E EDUCAÇÃO CONTINUADA 
NO CENTRO CIRÚRGICO
O centro cirúrgico é organizado e composto por uma equipe multiprofissional, cujos esforços 
são direcionados para alcançar metas comuns por meio do trabalho qualificado em equipe.
2.1 Profissionais
O principal objetivo é prestar uma melhor sistematização da assistência em equipe possível 
a todo e qualquer paciente que necessite ser submetido a uma intervenção anestésico-cirúrgico. 
O trabalho em equipe deve ser fundamental, harmonioso, com dedicação, determinação e 
embasado no respeito multiprofissional e com todos os pacientes, para que se obtenha a 
segurança e eficácia necessária do ato anestésico-cirúrgico (CARVALHO, 2016).
Podemos considerar três equipes atuantes de forma gerencial e assistencial no CC, 
lembrando que cada uma dessa equipe exerce função privativa, mas atuam em conjunto para 
estabelecer melhor assistência de saúde. Então podemos citar a equipe médica cirúrgica, médicos 
anestesiologistas e equipe de enfermagem. É importante salientar que além desses profissionais, 
também, podem atuar no setor do CC técnicos em raio X, técnicos em laboratório, biomédico, 
farmacêuticos, perfusionistas, auxiliares administrativos e de higienização.
A equipe médica é formada pelos profissionais médicos, cirurgiões e assistentes (equipe de 
cirurgiões), que trabalham diretamente com a equipe de médicos anestesiologistas (anestesistas) 
e assistentes de anestesia. A enfermagem é composta pelo enfermeiro (líder e assistencial) e seus 
técnicos de enfermagem, que exercem a função de circulante de sala operatórias e instrumentador 
cirúrgico (GALVÃO et al, 2004).
20
2.2 Educação continuada
A EC (educação continuada) é uma das práticas de se proporcionar e ofertar o desenvolvimento, 
conhecimento e o aperfeiçoamento dos profissionais das diversas funções e instituições 
trabalhistas. Na área de saúde, chamamos de ECS (educação continuada em saúde), cujo objetivo 
é capacitar diariamente os profissionais atuantes no âmbito hospitalar, para proporcionar melhor 
assistência e segurança ao paciente (SOUZA; CERIBELLI, 2004).
A EC não é uma prática recente, surgindo no final do século passado, por necessidade das 
mudanças globais tecnológicas e capitalista, e do próprio desenvolvimento das diversas classes 
sociais, como sendo uma resposta de capacitar e aperfeiçoar os trabalhadores para as resoluções 
de problemas e desafios pertinentes na época.
A ECE (educação continuada em enfermagem) é uma prática constante e permanente de 
treinamento, aperfeiçoamento e atualização. Envolve toda a equipe de enfermagem, objetivando 
atender as necessidades do crescimento pessoal e profissional, o que reflete na qualidade da 
assistência prestada a quem se encontra internado.
O enfermeiro tem por função, enquanto líder, buscar instrumentos pertinentes para capacitar 
toda a sua equipe de enfermagem, oferecendo, desta forma, uma melhor assistência de saúde 
ao paciente que se encontra em um serviço de organização hospitalar. A enfermagem é uma 
profissão voltada para promoção, prevenção, reabilitação e recuperação da saúde da população. 
E requer constantes treinamentos inovadores, devido à evolução tecnológica e científica. Nesse 
sentido, o enfermeiro utiliza a ferramenta de EC para oferecer a sua equipe e a outros profissionais 
conhecimentos para uma atuação eficaz.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
21
3 GERENCIAMENTO DE ENFERMAGEM
Podemos dizer que gerenciamento significa organizar, planejar e executar atividades ou 
tarefas que tenham como objetivo facilitar os diversos processos de trabalho, e deve ser realizado 
por um profissional administrador, gerente ou líder e que seja direcionado para a gestão de 
processos e de pessoas.
O gerenciamento ou supervisão em enfermagem é uma atribuição complexa do enfermeiro, e 
direcionada para a liderança da equipe, planejamento, supervisão, controle e avaliação das ações 
que serão desenvolvidas junto aos pacientes que buscam os serviços para as suas necessidades de 
saúde. O enfermeiro exerce a sua função, na gerência ou na assistência, baseado nas atribuições 
legais do código de deontologia e da lei profissional da enfermagem (PEDROSO, 2015).
Para complementar os estudos do gerenciamento ou supervisão em enfermagem, o COFEN 
(conselho federal de enfermagem), em 1986, em obediência à Lei n. 7. 498, determinou e destaca-
se na íntegra que:
O gerenciamento na equipe de enfermagem fosse uma atividade conferida privativa ao enfermeiro. 
O enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, no entanto são privativas à direção dos 
órgãos de enfermagem da instituição de saúde pública e privada e à chefia de serviço e de unidade de 
enfermagem, a organização e a direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e 
auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços, o planejamento, a organização, a coordenação, a 
execução e a avaliação dos serviços de assistência de enfermagem (COFEN, 2017).
Ser enfermeiro, líder ou gerente, no cotidiano atual de seu trabalho, é desenvolver ações 
fundamentadas para a promoção, prevenção e recuperação da saúde do ser humano. Para tal, 
é preciso envolver o ato de coordenar e avaliar o desenvolvimento do trabalho da equipe de 
enfermagem e da assistência prestada ao cliente. Para isso, é preciso se capacitar constantemente 
nas funções que envolvagerência - para desenvolver um trabalho com qualidade e segurança 
para o paciente (FREITAS, 2011).
3.1 Gerenciamento de enfermagem na CME
A CME (central de material e esterilização) é uma área destinada aos métodos de processo de 
limpeza, desinfecção e esterilização dos PPS. É um setor de apoio técnico do centro cirúrgico, que 
contribui com a segurança e controle dos PPS que serão distribuídos para o hospital, evitando e 
controlando as IRAS (infecções relacionadas à assistência à saúde).
Atualmente, os utensílios médicos cirúrgicos utilizados nos diversos setores de um hospital 
são processados e reprocessados pela central de material e esterilização, o que indica a grande 
relevância da CME em administrar logisticamente estes materiais e retorná-los adequadamente 
para serem reutilizados nos procedimentos e intervenções clínico-cirúrgicas de todo o hospital.
22
O enfermeiro deve ser treinado e capacitado para o gerenciamento dos controles dos métodos 
e processos das técnicas hospitalares, garantindo a segurança e a eficácia do processo de limpeza, 
desinfecção e esterilização adequados para os PPS específicos, exercendo uma funcionalidade 
adequada nas rotinas que garantem a qualidade dos métodos de processamento dos PPS. Além 
disso, é preciso exercer atividades técnico-administrativas privativas, realizadas nesse setor 
como planejar, organizar, orientar, supervisionar, realização de funções que envolvam recursos 
humanos, fazer educação permanente e organizar escalas mensais de trabalho e solicitar aos 
gestores hospitalares, de acordo com a necessidade e demanda dos diversos setores, materiais 
para a saúde ou PPS (DAMASIO; VASQUES, 2016).
3.2 Gerenciamento de enfermagem no centro cirúrgico
Partindo que o CC deve estar sempre equipado e preparado para as intervenções, é importante 
que todos os materiais, instrumentais cirúrgicos e equipamentos estejam organizados e nos seus 
devidos lugares, evitando erros que possam levar ao paciente contaminações e evoluções para 
o óbito. Para quem está participando do transoperatório, é estressante a falta dos produtos 
para saúde, pois denota desqualificação do profissional que exerce a função de organizar este 
setor para o ato cirúrgico. O enfermeiro é responsável por gerenciar e coordenar a equipe de 
enfermagem que realiza esse trabalho (AKAMINE, 2013).
Salientamos que o profissional enfermeiro que executa a função de líder do CC, exerce uma 
relação conjunta com toda a organização e gestão hospitalar, por se de tratar de uma área fechada 
e exclusiva para a equipe multiprofissional que ali trabalha, e para os pacientes submetidos a 
procedimento cirúrgico. O líder da enfermagem, do CC, tem que estar em constante comunicação 
com a área ou SRPA, CME e com a UTI (unidade de terapia intensiva), e com outros setores como, 
por exemplo, as enfermarias do pós-operatório, para se ter uma visão global de todo o setor e 
planejar as ocorrências e cuidados adequados.
Podemos dizer que planejar, coordenar, orientar, supervisionar e treinar são atribuições 
privativas do enfermeiro quanto líder ou gerente do centro cirúrgico.
3.3 Gerenciamento de enfermagem na SRPA
A sala de recuperação pós-anestésica é um setor do CC de extrema importância no âmbito 
hospitalar. É o local de repouso para os pacientes em estado crítico, que acabaram de sair do 
procedimento cirúrgico e estão sobre o efeito terapêutico dos medicamentos anestésicos, e 
vigilância permanecente da equipe médica e de enfermagem.
Podemos dizer que a SRPA recebe pacientes de pós-operatório imediato, que se encontram 
induzidos por anestesias geral e/ou regional, nas quais são implementadas assistências de saúde 
intensivas até o momento em que o paciente se encontrar consciente e com os reflexos presentes 
23
e sinais vitais estáveis.
Para isso, é necessário recursos técnicos e humanos direcionados e especializados para 
suporte imediato, levando em consideração a prevenção, a detecção e a implementação precoce 
da sistematização da assistência e cuidados específicos.
É preciso recordar que a equipe de trabalho é multiprofissional, formada pelo médico 
anestesiologista, enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem, que exercem as suas funções de 
acordo com suas competências legais.
Partindo desse pressuposto e, de acordo com as práticas recomendadas pela SOBECC 
(sociedade brasileira de enfermeiros de centro cirúrgico, recuperação anestésica e centro de 
material e esterilização), o dimensionamento e a gerência da equipe de enfermagem na SRPA 
devem ser realizados em função das características do paciente. E planejar, coordenar, orientar, 
supervisionar e treinar continuam sendo atribuições privativas do enfermeiro enquanto líder ou 
gerente deste setor crítico e de vigilância permanente (SOBECC, 2017).
4 PERIGOS PARA A SAÚDE ASSOCIADOS AO 
AMBIENTE CIRÚRGICO
Por se tratar de uma área de alta complexidade e por ser um setor crítico, o ambiente cirúrgico 
é alvo de estudos sobre a exposição dos seus profissionais a riscos laborais ou ocupacionais. No 
entanto, é preciso investir, cada vez mais, na promoção de um ambiente seguro, que favoreça a 
redução ou total eliminação desses riscos para um profissional saudável. E deve-se ainda ter foco 
constante de educação continuada e permanente para investir nas ações preventivas de saúde, 
evitando, com isso, as contaminações do ambiente e do profissional de saúde.
As IH (infecções hospitalares) são consideradas problemas de saúde pública mundial, e 
são enquadradas como um risco à saúde dos pacientes e profissionais das unidades e serviços 
hospitalares. As IH que ocorrem após as cirurgias, designadas como ISC (infecções do sítio 
cirúrgico), são consideradas a segunda principal causa das IH. Investir em promoção, prevenção 
e controle dependem, exclusivamente, da adesão da equipe profissional da área da saúde para 
que as ISC sejam eliminadas ou reduzidas, garantindo, desta forma, melhor segurança para todos 
do CC.
Para que ocorra uma diminuição ou eliminação das ISC, é preciso investir cada vez mais na 
prevenção dos fatores infecciosos e envolver medidas fiscalizadoras no setor de pré-operatório 
na unidade de internação. No CC, as medidas preventivas adotadas se relacionam à preparação 
do ambiente, equipe cirúrgica e paciente.
24
4.1 Lavagem e degermação das mãos: princípios de assepsia intra-
operatória
Podemos dizer que lavar significa limpar algo que pode ser alguma sujidade ou forma 
microscópica de vida, que esteja aderida ou não à alguma superfície. Considerando que os 
profissionais da saúde estão expostos aos diferentes riscos laborais, e sendo o risco biológico o 
mais comum de se propagar, faz-se necessário investir em um procedimento simples e barato que 
exige o uso da água, substância química (detergente) e um antisséptico para a lavagem das mãos, 
ou ainda, higienização das mãos.
É importante dizer que os pacientes estão expostos a diferentes tipos de contaminações 
durante a prestação da assistência de saúde, sendo as IH decorrentes desta, um problema de 
saúde pública mundial. As infecções relacionadas à assistência à saúde induzem o aumento da 
resistência aos medicamentos antibióticos, prolongando, dessa forma, a hospitalização e elevando 
os custos para paciente, família, serviço de saúde e ainda pode causar a morte (FIGUEIREDO et 
al, 2014).
Uma assistência de saúde limpa é sinônimo de assistência mais segura, com o objetivo de 
prevenir e reduzir casos novos das IRAS. Neste contexto, a lavagem das mãos é uma estratégia de 
extrema importância, que todos os serviços de saúde devem promover, incentivar e fiscalizar, por 
ser uma medida simples e efetiva.
As mãos, sem dúvida, são estruturas corporais muito utilizadas, uma vez que facilitam a 
realização de inúmeras tarefas, e nos conectam, diretamente, com o paciente, sendo o principal 
meio de transmissão e contaminação dos microrganismos. Sabendo disso, a não adesão à lavagem 
das mãos ou à higienização das mãos compromete a eficácia e segurançada assistência prestada 
ao paciente no serviço de saúde.
É de extrema necessidade que exista adesão de normas simples e básicas de higienização 
geral no âmbito hospitalar, considerando a lavagem das mãos, ou ainda, higienização das mãos, 
a de maior impacto para redução ou eliminação total das IRAS. Sendo assim, é recomendada 
a lavagem das mãos antes e após o contato com o paciente, antes dos procedimentos ou 
intervenções assépticas, após a elevação, exposição e contato com fluidos corporais, e após o 
contato com áreas próximas ao paciente (FIGUEIREDO et al, 2014).
25
Figura 3 - Lavagem das mão 
sFonte: yusufdemirci, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a ilustração de duas mãos sendo lavadas com água. A 
técnica de lavagem das mãos, utilizada em centro cirúrgicos, funciona com a fricção de uma das 
mãos na outra e o uso de água corrente e sabão, preferencialmente, líquido, para eliminação de 
sujidade, contaminação e de possíveis microrganismos. 
Há vários tipos de técnicas de lavagem das mãos. Cada um depende do objetivo a que se 
destina. É possível lavar as mãos fazendo uso de substância antisséptica ou de água e sabão. Os 
profissionais que atuam em CC precisam conhecer e compreender que o método de assepsia 
é uma medida ou norma adotada nesse setor para impedir a contaminação de patógenos no 
organismo humano. E que a antissepsia é uma técnica voltada para a redução ou eliminação de 
patógenos fazendo o uso de produtos químicos (bactericidas ou bacteriostáticos) sobre a camada 
da pele ou mucosa. 
A degermação é uma técnica com finalidade antisséptica, direcionada para a redução ou 
remoção parcial ou total dos patógenos nas camadas da pele, ou outros tecidos e mucosas 
utilizando métodos químico-mecânicos. É considerado um procedimento de lavagem das 
mãos ou higienização das mãos usando água, sabão e escova e substância química específica e 
padronizada pelos órgãos legisladores de saúde.
Toda equipe multiprofissional envolvida no ato cirúrgico deve ter precauções ao realizar a 
degermação cirúrgica das mãos e antebraços. Para isso preconizou-se a escovação com água 
morna ou temperatura padronizada pelo hospital e sabão neutro, seguida de sua imersão em 
solução química antisséptica e depois em álcool, mas é preciso seguir as recomendações do 
ambiente hospitalar a qual o enfermeiro e outros profissionais estão inseridos. 
26
Durante a execução da técnica de antisséptica, pode ocorrer o desconforto e as possíveis 
lesões da pele, provocada pela escovação, levando o profissional a diminuir o tempo de escovação. 
Reduzindo esse tempo, pode gerar erros significativos na técnica, comprometendo o processo de 
redução da carga do patógeno. Com o avanço das soluções antissépticas, os efeitos indesejáveis 
da técnica de escovação puderam ser reduzidos.
5 PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA
Para qualquer procedimento anestésico-cirúrgico, do mais simples ao mais complexo, é 
prioridade os cuidados ou precauções para minimizar os riscos de contaminações biológicas 
na equipe de profissionais do CC. São inúmeras as condições que favorecem a transmissão de 
microrganismo para o pacientes e equipes de saúde, principalmente, procedimentos que possam 
envolver sangue e fluidos orgânicos. Para isso, faz-se necessário priorizar a observação rigorosa 
de protocolos de rotinas para reduzir os riscos de IH.
Ainda que possa variar, de acordo com a unidade ou setor de saúde, a precaução mais 
utilizada e obrigatória nos estabelecimentos que prestam serviços de saúde é a PC (paramentação 
cirúrgica). Ela tem por finalidade única proteger os profissionais e pacientes que estejam em 
procedimentos cirúrgicos no ambiente hospitalar (LEITE; DUARTE, 2013).
A PC é o ato de trocar as vestimentas de rotinas por outras consideradas adequadas e seguras 
no centro cirúrgico, criando barreiras contra a penetração de agentes microscópicos nos locais 
dos sítios cirúrgicos dos pacientes, além de servir de proteção para a equipe multiprofissional.
Quando se fala em precaução no ambiente do centro cirúrgico ou em qualquer âmbito da 
área da saúde, é comum pensamos na PC, principalmente, para os profissionais de enfermagem, 
que estão prestando serviço de forma constante durante 24 horas e, com isso, contribuindo para 
a recuperação do paciente, com maior zelo, rigor e competência técnica. É importante destacar 
alguns desses EPIs (equipamentos de proteção individual).
FIQUE DE OLHO
A técnica de degermação das mãos é fácil e exige prática no ato da sua execução. É 
necessário abrir a torneira, com o cotovelo, em seguida molhar as mãos, antebraços e 
cotovelos. Com as mãos no formato de concha, recolher a substância antisséptica e espalhar 
nas mãos, antebraço e cotovelo. No caso de escova impregnada com antisséptico, pressione 
a parte da esponja contra a pele e espalhe por todas as partes.
27
Uniformes privativos
As vestes cirúrgicas são formadas pelo jaleco e pela calça, confeccionados, preferencialmente, 
com tecido de algodão grosso, não esterilizados e de multiuso. Uso restrito para setores fechados 
como o CC e devem ser trocados sempre que necessário. O jaleco precisa cobrir totalmente o 
tronco, pelve e membros superiores com o objetivo de servir de barreira de penetração ou saída 
de formas microscópicas de vida do profissional. A calça cirúrgica deve ser colocada da cintura aos 
tornozelos, cobrindo totalmente os membros inferiores e, nesse nível, deve ter um fechamento 
com elástico. Não podem tocar superfícies estéreis, porque não são esterilizados. Todo uniforme 
deve ser trocado no vestiário da área restrita do CC.
Propes
São tecidos no formato do pé e que devem ser colocados antes da área restrita do CC. Têm 
como objetivo a prevenção de contaminação do chão dessas áreas por formas microscópicas 
localizadas nas solas dos calçados dos profissionais. A eficácia é bem questionada em relação a 
evitar a contaminação microbiológica.
Gorros ou toucas
São peças de tecido ou substância semelhante, de tamanho variado, e tem a finalidade de 
evitar a contaminação da ISC por fios cabelos. São colocados antes da área restrita do CC. É de 
extrema importância e necessidade que fiquem bem adaptados na cabeça, não sendo necessário 
serem esterilizados, e evitar tocar em superfícies estéreis.
Máscaras cirúrgicas
Esses protetores respiratórios, por regra, devem cobrir toda a face, desde a base nasal, boca, mento, 
aderindo a pele e fixados nas laterais do rosto através do pavilhão externo da orelha. São descartáveis, 
não estéreis e não podem entrar em contato com superfícies estéreis. As máscaras cirúrgicas devem 
ser trocadas quando molhadas ou contaminadas ou após quatro horas de uso, quando reduz a sua 
eficácia. Nunca devem ficar penduradas no pescoço ou ser guardadas para a reutilização.
Protetores oculares ou óculos
Considerados, principalmente, para a proteção do profissional, evitando, dessa forma, o 
contato direto com sangue, secreções e fluidos orgânicos.
Avental cirúrgico
Vestimenta de proteção, que deve ser colocada por cima do uniforme cirúrgico. Com 
finalidade evitar a propagação dos agentes microbianos do corpo do profissional aos locais da 
28
ISC, evitando, dessa forma, o contato direto com sangue, secreções e fluidos orgânicos.
Luvas
Equipamento de proteção individual, com diversos modelos e tamanhos, não esterilizados, 
devem ser usados por profissionais que fiquem em contato com material ou substâncias 
contaminadas durante todo o tempo. Luvas esterilizadas devem ser usadas pelos profissionais 
que estejam realizando procedimentos cirúrgicos ou limpos, evitando contaminar a região da 
cirurgia. É importante dizer que pode ser recomendado o uso de luvas uma sobre a outra em 
cirurgias de longas durações, diminuindo o risco de perda de continuidade, ou podendo trocálas 
nos procedimentos que perdurem mais de duas horas.
5.1 Tempos cirúrgicos
Em clínica cirúrgica chamamos de tempos cirúrgicos a sequência consecutiva de procedimentos 
utilizados na manipulaçãodos tecidos e órgãos durante o ato cirúrgico e, a partir dessa sequência, 
podemos classificar quatro tempos cirúrgicos:
• diérese;
• hemostasia;
• exérese; e
• síntese cirúrgica.
O resultado positivo de um ato cirúrgico depende da experiência e habilidade do médico 
cirurgião, das condições do paciente, dos cuidados prestados pelo enfermeiro e sua equipe, 
e da visita do anestesiologista no período pré-operatório, bem como dos recursos materiais e 
equipamentos utilizados no procedimento cirúrgico.
O profissional enfermeiro que atua no bloco cirúrgico deve conhecer e ter habilidade das 
suas funções nos diversos tempos cirúrgicos, levando em consideração, principalmente, a 
sua relação com os tipos de hemostasia cirúrgica. Os tipos de síntese são de vital importância 
independentemente de sua área de atuação.
29
Quadro 1 - Tempos cirúrgicos 
Fonte: CARVALHO, 2012 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um esquema organizacional e didático dos tempos cirúrgicos. 
Ocorrem no transoperatório e na sequência do ato cirúrgico, iniciando pela diérese (ato de dividir, 
cortar e separar os tecidos vivos do organismo humano), seguido pela hemostasia (ato de deter o 
sangramento após a divisão dos tecidos), seguido pela exérese (ato cirúrgico propriamente dito) 
e, por fim, a síntese cirúrgica (ato de unir, aproximar as bordas da ferida ou lesão).
Esses métodos ou procedimentos ordenados e consecutivos são realizados desde o início 
até o término da cirurgia, e dependem da habilidade da equipe multiprofissional para que o ato 
cirúrgico tenha o sucesso esperado. Não podemos esquecer que o profissional da enfermagem 
considerado habilitado para instrumentar, denominado instrumentador cirúrgico, deve ter 
o conhecimento pleno dos instrumentais ou materiais cirúrgicos, e da diérese, hemostasia, 
exérese e síntese cirúrgica, uma vez que auxilia diretamente o profissional médico cirurgião no 
transoperatório - durante todo ato anestésico-cirúrgico.
5 .2 Instrumental cirúrgico e seu preparo
A instrumentação cirúrgica é uma das áreas da clínica cirúrgica de extrema importância e 
necessidade para o sucesso do ato cirúrgico, e para eliminação parcial ou total das contaminações 
no sítio cirúrgico. A profissão é desempenhada pelo técnico em enfermagem, na qual esse 
profissional tem a função de ajudar o cirurgião desde a preparação dos instrumentos até a 
esterilização deles na CME.
30
Quadro 2 - Posicionamento Cirúrgico 
Fonte: SOBECC, 2017 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um esquema organizacional e didático da posição da 
equipe profissional durante o ato cirúrgico. Cirurgião e segundo auxiliar direcionados para o lado 
esquerdo da mesa cirúrgica. Primeiro auxiliar e instrumentador, profissional da enfermagem, 
direcionados para o lado direito da mesa cirúrgica, e o profissional anestesiologia na região 
terminal superior da mesa. O paciente fica sobre a mesa cirúrgica com a cabeça voltada para a 
extremidade superior. 
A intervenção ou procedimento anestésico-cirúrgico se realiza através de quatro técnicas 
fundamentais:
• diérese dos tecidos orgânicos;
• hemostasia;
• exérese; e
• a síntese para possibilitar a cicatrização da lesão.
Para cada etapa utilizam-se materiais ou instrumentos cirúrgicos diferentes para permitir que 
o médico cirurgião execute o procedimento com habilidade, precisão e rapidez. Por isso, faz-se 
31
necessário planejar e organizar o instrumental cirúrgico, específico para cada tipo de cirurgia, 
solicitando as caixas cirúrgicas, na central de material e esterilização, para que a equipe da CME 
prepare, com antecedência, e envie para o bloco cirúrgico para que ocorra a cirurgia, levando 
segurança para o paciente. É importante ressaltar que os instrumentais cirúrgicos devem ser 
dispostos ordenadamente sobre uma mesa (dos Instrumentais) cirúrgico, de forma padronizada 
e de acordo com as etapas e necessidade do cirurgião (MORIYA, 2011).
Quadro 3 - Mesa dos instrumentais cirúrgicos 
Fonte: SOBECC, 2017 (Adaptada).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um esquema organizacional e didático da arrumação 
correta da mesa do profissional instrumentador cirúrgico com a sequência e disposição ordenada 
dos instrumentais cirúrgicos que serão utilizados no ato anestésico-cirúrgico. Observamos 
os instrumentais de diérese, seguido pelo de preensão, hemostasia, de exposição, especiais e 
auxiliares e por último os de síntese. 
Enfim, conhecer o centro cirúrgico é um desafio para qualquer profissional que atue no ato 
anestésico-cirúrgico. 
FIQUE DE OLHO
A instrumentação cirúrgica requer habilidade e conhecimento do ato cirúrgico, materiais 
e instrumentais cirúrgicos pelo profissional de nível técnico em enfermagem. Para 
compreender o tema leia o artigo “instrumental cirúrgico” (MORIYA; VICENTE; TAZIMA, 
2011, p.18-32).
32
É recomendável que o profissional enfermeiro esteja atento às legislações, normas, rotinas 
e protocolos atualizados deste setor complexo e crítico. O enfermeiro do CC compõe a equipe 
multiprofissional de saúde, e os seus cuidados serão sempre baseados em evidências e numa 
prática cientifica inovadora, que envolva a sistematização da assistência em enfermagem no 
ambiente cirúrgico.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
33
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer as noções preliminares da enfermagem em centro cirúrgico, conceitos de 
centro cirúrgico, bloco cirúrgico e sala de recuperação pós-anestésica, bem como a 
estrutura física e os equipamentos do bloco cirúrgico e da sala de recuperação pós-
anestésica;
• compreender os critérios para aquisição de materiais, insumos e equipamentos para 
o centro cirúrgico;
• entender a função do enfermeiro quanto aos recursos humanos e educação 
continuada do centro cirúrgico;
• aprender sobre o gerenciamento do profissional enfermeiro na CME, no BC e SRPA;
• avaliar os perigos para a saúde dos profissionais associados à falta do uso dos EPIs e 
aos procedimentos de lavagem e degermação das mãos no ambiente cirúrgico;
• assimilar os tempos cirúrgicos, bem como a importância do conhecimento da 
instrumentação cirúrgica para a equipe de enfermagem..
PARA RESUMIR
AKAMINE, J. et al. Enfermagem em Centro Cirúrgico atualidades e perspectivas no am-
biente cirúrgico. Gerenciamento em Centro Cirúrgico. São Paulo, 2013.
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n. 307, de 14 de novembro de 
2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração 
e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível: 
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20RDC%20ANVISA%20
n%C2%BA%20307,%20de%2014nov02.pdf. Acesso 18 de abril de 2020.
ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegia-
da - RDC n. 50, de 21 de fevereiro de 2002. Disponível: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
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BARBOZA, V. S. et al. Eficácia de dois métodos de degermação das mãos. Rev Cir Trauma-
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CARVALHO, R BIANCHI, E. R. F. Enfermagem em centro cirúrgico e recuperação. Barueri: 
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COFEN - Conselho Federal de Enfermagem. Lei n. 7.498, de 1986. Legislação Instituidora 
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DAMASIO, Y. L. R.; VASQUES, J. D. A importância do Enfermeiro no processo de gerencia-
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FREITAS, N. Q. et al, O papel do enfermeiro no centro cirúrgico na perspectiva de acadê-
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SOBECC. Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anesté-
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SOUZA, M. C. B.; CERIBELLA, M. I. P. F. Enfermagem no centro de material esterilizado - a 
prática da educação continuada. Rev Latino Enfermagem. São Paulo, v.12, n. 5, 767-774, 
set/out, 2004.
UNIDADE 2
Biossegurança e assistência de en-
fermagem perioperatória
Olá,
Você está na unidade Biossegurança e assistência de enfermagem perioperatória. 
Conheça aqui as ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação dos 
riscos relacionadas às infecções hospitalares, bem como as identificações dos tipos de 
material de proteção individual utilizados pelos profissionais da CME (central de material 
estéril). Entenda que a assistência de enfermagem perioperatória é considerada vital 
para a realização e o sucesso de um ato anestésico-cirúrgico, e é uma das atividades 
do enfermeiro. Compreender a utilização de terminologias adequadas, é de extrema 
importância para as pessoas envolvidas na assistência cirúrgica, uma vez que facilita 
o entendimento de todos, e proporciona uniformização da linguagem no CC (centro 
cirúrgico).
Bons estudos!
Introdução
39
1 NOÇÕES PRELIMINARES
A unidade de biossegurança e assistência de enfermagem perioperatória apresentará a 
biossegurança como um desafio para os profissionais da saúde, principalmente no campo prático 
de um setor pouco conhecido como CME (centro de materiais e esterilização). Esse setor de 
apoio tem fundamental importância por ser responsável pelo PPS (processamento de produtos 
para saúde), garantindo segurança ao paciente e permitindo o uso de materiais em condições 
adequadas de preparo e esterilização.
No hospital, a CME é considerada uma área crítica por processar PPS resultantes de 
intervenções clínicas e cirúrgicas, apresentando, desta forma, riscos aos profissionais que atuam 
nesse setor, tornando-os mais suscetíveis a acidentes ocupacionais. Levando em consideração o 
exposto, a Norma Regulamentadora n. 32, Portaria n. 485, de 11 de novembro de 2005, estabelece 
as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos 
trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção 
e assistência à saúde em geral.
O entendimento desta disciplina é necessário diante do avanço da tecnologia, associado à 
globalização, e faz com que os enfermeiros da era moderna estejam cada vez mais direcionados 
ao saber-fazer, focando suas habilidades nas promoções e prevenções para uma assistência de 
enfermagem operatória, ou melhor, perioperatória cirúrgica com qualidade no cenário de saúde atual. 
Figura 1 - Biossegurança e assistência de enfermagem 
Fonte: sheff, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem temos uma equipe de assistência multiprofissional (médicos 
e equipe de enfermagem) todos paramentados, adequadamente, em relação aos EPIs 
(equipamentos de proteções individuais) para propor uma melhor biossegurança para toda 
equipe de saúde e segurança do paciente. 
40
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.1 Biossegurança
Entender biossegurança, atualmente, é de fundamental importância para os conceitos de 
promoção e prevenção a saúde. E um tema direcionado para redução parcial ou total dos fatores 
físicos, químicos e biológicos dentro de um ambiente de cuidados para com a saúde das pessoas, 
e do próprio profissional de saúde.
Quando temos uma associação de medidas que tenham o objetivo de diminuir ou eliminar 
os riscos ou agressões a saúde dos pacientes e dos profissionais de saúde, temos a biossegurança 
(NATI, 2010). 
A biossegurança é um tema relevante na vida dos profissionais de enfermagem, visto 
que, estes profissionais estão expostos a materiais biológicos potencialmente contaminados, 
principalmente os profissionais que desenvolvem suas atividades em áreas críticas dos hospitais, 
por estarem mais suscetível a acidente envolvendo material biológico, químico, físico, ergonômico 
e psicossociais (NATI, 2010). 
Os profissionais de saúde estão expostos diariamente aos danos a sua vida, que chamaremos 
de risco ocupacional, porque está diretamente ligado as suas atividades laborais (trabalho). Este 
risco pode estar ligado a falta de conhecimento do trabalhador as suas atividades diárias, ou 
ainda, a situações emergenciais que o ambiente (trabalho) favorece constantemente. 
Os riscos ocupacionais que são mais comuns em um ambiente de trabalho, estão ligados ou 
conectados a diversos fatores, e são simbolizados por cores. Então podemos dizer que o risco: 
físicos é representado pela cor verde, químicos é representado pela cor vermelha, biológicos 
é representado pela cor marrom, ergonômicos é representado pela cor amarela, e acidentais/
mecânicos é representado pela cor verde. 
41
Para se evitar os riscos ocupacionais é necessário fazer uso, principalmente, dos EPIs, que 
têm como objetivo evitar acidentes e contaminações no ambiente laboral. A baixa adesão ao 
uso desses equipamentos e o seu uso incorreto são fatores decorrentes da falta de adaptação 
dos profissionais, no ambiente laboral, por ocasionarem algum tipo de desconforto, incômodo, 
descuido, esquecimento, falta de hábito, inadequação, quantidade insuficiente, descrença 
de proteção quanto ao seu uso, sobrecarga de trabalho e cansaço físico. Já o fator de adesão 
ao uso dos EPIs se relaciona ao entendimento do profissional acerca dos riscos, laborais, que 
o profissional está exposto ou ligado. O uso dos EPIs é obrigado! E precisa ser fiscalizado no 
ambiente do trabalho (SILVA et al.,2017).
Equipamento de proteção individual - é todo o dispositivo ou produto, de uso individual 
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a 
saúde no trabalho (Brasil, 2001).
1.2 Visão geral - central de material e esterilização
O setor, no âmbito hospitalar, que se articula com todos as unidades do hospital é chamada 
de CME (central de material e esterilização). É uma unidade destinada a receber, de todos os 
setores, materiais hospitalares, para processamentos de limpeza, descontaminação, preparo, 
esterilização, armazenamento e distribuição dos materiais utilizados para os diversos setores de 
um estabelecimento de saúde. A CME pode estar localizada dentro ou fora da unidade de saúde 
ou hospital (SOBECC, 2007).
O trabalho desempenhado pela CME é de alta complexidade, e exige da equipe de enfermagem 
que a compõe um alto nível de conhecimento e qualidade nos processamentos dos materiais 
oriundos dos diversos setores de assistência à saúde no âmbito hospitalar. A equipe da central 
de material e esterilização é formada pelo profissional enfermeiroe técnicos em enfermagem.
Diante das complexas técnicas de trabalho desenvolvidas na CME, e das ocorrências envolvendo 
a qualidade dos processamentos e reprocessamentos de diferentes materiais ou Produtos para a 
Saúde (PPS), foi publicada a Resolução da Diretoria Colegiada n. 15, de 15 de março de 2012,que 
tem como objetivo estabelecer os requisitos de boas práticas para o funcionamento dos serviços 
para a saúde , levando em consideração o processamento de PPS (BRASIL, 2012).
Mediante os objetivos estabelecidos na RDC-15/2012, o COFEN (conselho federal de 
enfermagem) elaborou e publicou no DOU (diário oficial da União) a Resolução n. 424, de 19 
de abril de 2012, que normatiza âmbito nacional as atribuições dos membros da equipe de 
enfermagem em Centros de Materiais e Esterilização. (COFEN, 2012). 
Conhecer o real objetivo das resoluções dos órgãos competentes poderá contribuir para 
as ações das unidades de assistência à saúde na busca de melhores condições de trabalho e 
42
na qualidade do processamento e reprocessamento dos PPS. É preciso identificar e prevenir e/
ou reduzir fatores de riscos que poderão estarem presentes na CME. para garantir a diminuição 
das ocorrências de agravos a saúde dos profissionais da enfermagem, bem como de infecções 
cruzadas nos setores de assistência hospitalar (TIPPLE et al., 2007).
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2 NORMAS REGULAMENTADORAS
O MTE (ministério do trabalho e emprego) aprovou, em 1978, as NRs (normas 
regulamentadoras) pertinentes à segurança e medicina do trabalho. Conforme Sarquis e Cruz 
(2005), elas são obrigatórias para as empresas privadas, públicas e órgãos do governo que são 
orientados pela CLT (consolidação das leis do trabalho). 
2.1 NR-32
Em 2005, foi aprovada uma norma específica para a área da saúde, a NR-32 (norma 
regulamentadora n. 32), que estabelece as diretrizes para a implementação de programas de 
prevenção de riscos ocupacionais e de proteção à saúde do trabalhador no ambiente de trabalho.
Para fundamentar e complementar os estudos relacionados sobre a NR-32 - segurança e 
saúde no trabalho em serviços de saúde, destaca-se na íntegra dessa normatização. “Para fins de 
aplicação desta NR, entende-se por serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação 
de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, 
pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade” (BRASIL, 2005). 
A NR-32 abrange situações de exposições a riscos à saúde do trabalhador. A diminuição ou 
eliminação dos agravos à saúde laboral estão, em grande parte, relacionados à sua capacidade 
de entender a importância dos cuidados e medidas de proteção, as quais deverão ser seguidas 
43
no ambiente de trabalho (ACÁCIO et al., 2013). O objetivo dessa NR é prevenir os acidentes e o 
adoecimento causado pelo trabalho nos profissionais da saúde, eliminando ou controlando as 
condições de risco presentes nos serviços de saúde. É recomendado para cada situação de risco a 
adoção de medidas preventivas, e a capacitação dos trabalhadores para um âmbito laboral seguro.
2.2 Obrigatoriedade de vacinação
É de fundamental importância compreender que a NR 32 abrange a questão da obrigatoriedade 
da vacinação do profissional de enfermagem, conforme recomendação do MS (ministério da 
saúde), devidamente registrada em prontuário funcional com comprovante ao trabalhador, e 
ainda, determina algumas situações na questão de vestuário e vestiários, refeitórios, resíduos, 
capacitação contínua e permanente na área específica de atuação, entre outras recomendações 
do Ministério (BRASIL, 2005).
Ainda que a NR-32 tenha sido desenvolvida com foco na saúde do trabalhador que 
desempenha as tarefas laborais na área da saúde, a norma também beneficia a todos os grupos 
de pessoas que frequentam esses locais, e tem a obrigação de garantir a proteção dos diversos 
ambientes laborais.
3 SEGURANÇA DO PACIENTE E DO AMBIENTE
Conforme foi abordado nos tópicos anteriores, o avanço da tecnologia, associado à 
globalização, faz com que os enfermeiros da era moderna estejam cada vez mais direcionados 
ao saber-fazer, focando suas habilidades para uma assistência de enfermagem com qualidade 
no cenário de saúde atual, sejam elas assistenciais, administrativas, educativas e/ou gerenciais.
Desta forma, será abordado, na sequência, que a SAE (sistematização da assistência de 
enfermagem) é um método que visa aprimorar o cuidado prestado pelo enfermeiro em prol 
da segurança do paciente, buscando proporcionar uma assistência segura e com qualidade, 
melhorando a comunicação entre as equipes, e evidenciando um ambiente seguro e saudável 
para a prestação do cuidar. 
3.1 Portaria n. 529/2013 - Programa nacional de segurança do paciente
Atualmente, no mundo inteiro, os profissionais de saúde discutem a melhor estratégia para 
garantir a segurança do paciente, sendo considerada uma importante questão de saúde pública. 
Entender que se faz necessário reduzir, ao máximo possível, riscos e danos desnecessários no 
processo do cuidar, é de extrema necessidade para estabelecer o melhor planejamento da 
assistência à saúde do paciente (BRASIL, 2013).
Em abril de 2013, o MS elaborou estratégias, produtos e ações, por meio de normas e regras, 
44
que foram direcionadas para os gestores, profissionais e usuários, para redução das ocorrências 
dos EAs (eventos adversos) na assistência à saúde. Essas ferramentas foram direcionadas para 
o trabalho da promoção e prevenção da segurança e saúde dos pacientes. E, a partir dessa 
data, ficou instituído o PNSP (Programa Nacional de Segurança do Paciente) em todo território 
brasileiro (BRASIL, 2013).
Figura 2 - Assistência de enfermagem e segurança do paciente 
Fonte: Dmytro Zinkevych, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma enfermaria com duas mulheres: uma enfermeira 
(prestando os cuidados sistematizados na assistência de enfermagem, garantindo, dessa forma, 
uma melhor recuperação de saúde) e a segunda pessoa, paciente (recebendo os cuidados 
planejados pela profissional enfermeira, para melhor recuperação da sua saúde). 
O desenvolvimento de estratégias para a segurança do paciente depende do conhecimento 
e do cumprimento do conjunto de normas e regulamentos que regem o funcionamento dos 
estabelecimentos de saúde, condição básica para que estes estabelecimentos possam dar novos 
passos, como a elaboração de planos locais de qualidade e segurança do paciente, com ações 
monitoradas por indicadores, gerido por uma instância (núcleo) responsável e de uma política de 
estímulo à utilização rotineira de protocolos e diretrizes clínicas (BRASIL, 2014).
A segurança do paciente é um fator importantíssimo para avaliar a qualidade da assistência, 
mas, infelizmente, é influenciada, apesar das qualificações e avanços na área de saúde, pelas 
práticas profissionais erradas, que chamaremos de iatrogenia, e que são cometidas pelos 
profissionais que atuam diretamente ou indiretamente nessa assistência e refletem, diretamente, 
na qualidade de vida dos usuários, pacientes ou clientes que procuram os serviços (públicos 
ou privados) de saúde. Essas iatrogenias podem provocar desagradáveis fatores, tanto para os 
pacientes como para os profissionais e para a organização hospitalar (MIASSO et al., 2006).
45
Baseado nas condutas iatrogênicas e na necessidade de redução dos EAs, o Ministério da 
Saúde estabelece a importância para qualquer profissional que atue na assistência à saúde do 
entendimento da compreensão da cultura de segurança do paciente. Essa cultura é definida como 
valores, atitudes, competências e comportamentos que determinam o comprometimento de 
uma melhor gestão da saúde e da segurança, substituindo a culpa e a punição pelas qualificações 
e educações permanentes para aprender com as falhas e melhor gestão da saúde e da segurança, 
substituindo a culpa e a punição pelas qualificações e educações permanentes para aprender 
com as falhas e melhorara atenção e qualidade à saúde (BRASIL, 2013).
Os eventos adversos devem ser informados, por meio de notificação digital, ao SNVS (sistema 
nacional de vigilância sanitária), de acordo com a Resolução da Diretória Colegiada 36/2013. E 
é função do serviço de saúde informar os óbitos relacionados aos EA’s em até 72 horas após a 
ocorrência, e preencher corretamente as dez etapas correspondente à investigação em até 60 
dias corridos, a partir da data da informação ao SNVS.
3.2 Segurança do paciente
A Anvisa instituiu as ações para segurança do paciente, conforme RDC n. 36/2013, com 
objetivo de prevenir e reduzir a incidência de eventos que gerem danos ao paciente, adotando 
como escopo de atuação para os eventos associados à assistência à saúde, as seis metas da OMS 
(organização mundial da saúde). Estas metas estão trazidas nos seis protocolos de segurança do 
paciente, publicados nas portarias GM/MS 1377/2013 e GM/MS 2.095/2013.
A OMS, no segundo desafio global para a segurança do paciente, lançou o manual “Cirurgias 
Seguras Salvam Vidas”, com o objetivo de melhorar a segurança da assistência cirúrgica e reduzir 
o número de mortes e complicações cirúrgicas (OMS, 2009).
E é nesse contexto que os órgãos competentes e legisladores da enfermagem têm implementado 
estratégias, no âmbito nacional, para melhor compreensão e qualificação de como utilizar, 
corretamente, os protocolos e checklists para as intervenções de enfermagem, que possibilitem 
a assistência de qualidade, segura e sem danos aos pacientes (LUZIA; ALMEIDA; LUCENA, 2014).
4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO 
PERIOPERATÓRIO
Ao longo dos anos, foi necessário oferecer ao paciente uma melhor assistência, baseada 
em achados científicos, para garantir práticas seguras e cuidados da equipe de enfermagem 
(enfermeiro, auxiliares e técnicos) com um olhar holístico, humanizado e seguro para com o 
paciente nos diversos níveis de complexidade da assistência em saúde.
46
Esse cuidar é direcionado para uma assistência planejada e continuada, que chamaremos 
de sistematização. O ato de planejar o cuidar, requer leitura e conhecimento dos fatos e, tanto 
no âmbito hospitalar e de saúde coletiva (pública), os princípios norteadores serão os mesmos; 
difere somente no processo saúde x doença. 
Para complementar os estudos da assistência e sistematização de enfermagem, o COFEN, 
através da Resolução n. 358, de 15 de outubro de 2009, destaca: 
Toda instituição de saúde, pública e privada, sendo que cabe privativamente ao enfermeiro realizar 
todas as etapas da SAE. A presente resolução organiza o trabalho profissional quanto ao método, 
pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do Processo de Enfermagem (PE) 
descrito em cinco etapas: coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento de enfermagem, 
implementação e avaliação de enfermagem (COFEN, 2009, on-line).
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Por volta de 1970, a enfermeira Wanda de Aguiar Horta, iniciou com PE, a SAE direcionada 
para CC (centro cirúrgico), denominada SAEP (sistematização da assistência de enfermagem 
perioperatória).
A SOBECC (sociedade brasileira de enfermeiros em centro cirúrgico, recuperação anestésica 
e centro de material e esterilização) recomenda as práticas, a promoção e a divulgação da 
enfermagem, desde o momento da divulgação para o paciente da necessidade cirúrgica até a sua 
alta hospitalar (SOBECC, 2007).
O foco na assistência perioperatória é o paciente e a sua família, que terá como objetivo ajudar 
a compreender a patologia e a necessidade de entender o tratamento, o processo anestésico-
cirúrgico e a sua melhor recuperação fisiológica e psicológica.
Conforme a SOBECC (2007), o profissional enfermeiro precisa reduzir os riscos ou agentes 
47
agressores inerentes ao ambiente do CC e da SRPA (sala de recuperação pós-anestésica), e da 
utilização dos equipamentos ou instrumentais cirúrgicos utilizados nos procedimentos, bem 
como garantir a qualidade da assistência prestada.
O período perioperatório compreende três fases:
• a fase pré-operatória;
• a fase intra-operatória ou transoperatória; e 
• a fase pós-operatória.
Ressalta-se que a assistência é complexa, peculiar e individualizada em todas as etapas.
O PPO (período pré-Operatório) pode ser dividido em:
• PPOM (período pré-operatório mediato); e 
• PPOI (período pré-operatório imediato).
PPOM
A SAEP no PPOM é direcionada ao paciente para a realização dos exames clínicos, que irão 
auxiliar no seu quadro clínico. Os exames serão importantes para planejar assistência médica e 
de enfermagem, aos diversos sistemas orgânicos, adequada ao tratamento, e terá o objetivo de 
diminuir as sintomatologias, e planejar os cuidados necessários para evitar possíveis complicações 
no Período Pós-Operatório Cirúrgico (PPOC).
PPOI
O período PPOI corresponde às primeiras 24 horas antes da cirurgia, e objetiva preparar o corpo 
do paciente de forma fisiológica (jejum, limpeza intestinal, esvaziamento vesical, preparo da pele 
e administração medicamentosa pré-anestésica) e psicológica para o ato cirúrgico (TAUBE, 2006). 
O PPOM é de extrema necessidade no PE e na SAEP e tem que ser seguido para não 
comprometer o bom resultado do ato cirúrgico ou até mesmo provocar sua suspensão. É 
importante orientar ao paciente no PPOM quanto aos riscos inerentes aos fatores do tabagismo, 
desnutrição, obesidade, faixa etária, hipertensão arterial sistêmica, diabetes entre outras 
patologia e disfunção orgânica. Assim, por exemplo, no transoperatório, o médico cirurgião 
terá dificuldade em controlar o sangramento, de um paciente hipertenso; bem como o paciente 
tabagista apresentara um acúmulo de secreções pulmonares, desenvolvendo possivelmente 
broncopneumonia PO (SOBECC, 2007).
48
Levando em consideração o transoperatório, SOBECC (2007) aponta que esse período 
cirúrgico se inicia com a chegada do indivíduo no centro cirúrgico e termina com a entrada dele 
na sala de recuperação anestésica, UTI ou unidade de internação. Pode ainda, ser dividida em 
dois momentos diferentes: PIO (período intra-operatório) e PTO (período (transoperatório). O 
primeiro ocorre na recepção do paciente no centro cirúrgico, e o segundo será a sua permanência 
na sala cirúrgica.
Considerada a segunda fase da SAEP, é no período transoperatório que o enfermeiro, por meio 
de intervenções de enfermagem efetivas e planejadas, poderá minimizar os riscos aos pacientes 
decorrentes do procedimento anestésico cirúrgico (SMELTZER; BARE, 2005).
O período transoperatório, que se caracteriza pela permanência do indivíduo na sala operatória, 
consiste quando o procedimento anestésico cirúrgico é realizado. O acompanhamento é feito 
por toda equipe de enfermagem (auxiliares ou técnicos de enfermagem), que deverão oferecer 
ao indivíduo apoio, atenção e respeito às suas necessidades, além de seguir as prescrições do 
enfermeiro (SOBECC, 2007).
Terminando o PTO, imediatamente se inicia o POI (período pós-operatório imediato), que 
pode começar em sala operatória e terminar quando o paciente é transferido para a SRPA.
O PPO é subdividido em POI (período pós-operatório imediato) e POM (período pós-
operatório mediato).
A recuperação do paciente até as primeiras 24 horas após cirurgia é considerado POI. Nesse 
período, existe a necessidade de observar o quadro clínico de recuperação do paciente com total 
segurança e parâmetros avançados para prevenir problemas comuns como: hemorragia, dor, 
febre, náuseas, vômitos e processos infecciosos.
O POM corresponde à assistência voltada para as primeiras 24 horas após o ato cirúrgico, 
podendo se estender até o sétimo dia, e após o sétimo dia, até o recebimento da alta (MALAGUTTI; 
BONFIM, 2009).
O Ideal seria que os pacientes em POI fossem encaminhados da SO para a SRPA para avaliação 
dos parâmetros hemodinâmicos de recuperação do ato anestésico-cirúrgico, até um período de 
uma a seis horas para o controle e recuperação dos seus reflexos, e transferido para aUTI (unidade 
de terapia intensiva) quando o quadro clínico estiver insatisfatório ou após cirurgias de longo p
Em resumo, podemos dizer que a comunicação e o relacionamento interpessoal são essenciais 
na fase pré-operatória; no transoperatório é preciso habilidade com equipamentos e materiais 
envolvidos nos procedimentos anestésico-cirúrgicos e estar atento para as intercorrências que 
coloquem em risco a vida do paciente; na fase pós-operatória, além de conhecimento sobre 
49
o aparato tecnológico, a observação de sinais vitais, controle da dor e o restabelecimento da 
consciência também estão somados aos inúmeros conhecimentos necessários à manutenção 
dos sistemas cardiovascular, respiratório, renal, neurológico entre outros. Têm-se, ainda, a 
necessidade de dominar conhecimentos peculiares a cada intervenção cirúrgica que demanda 
assistência imediata e individualizada (LOPES, 2016).
4.1 Posicionamento do paciente para cirurgia
O posicionamento do paciente cirúrgico é um procedimento que exige extrema competência e 
importância para o PE e SAEP, porque promove o acesso à intervenção no sítio ou local da cirurgia, 
devendo ser realizado corretamente, garantindo segurança para o paciente e, dessa forma, evitando 
comprometimentos dos tecidos, órgãos e complicações durante e após o ato cirúrgico. 
Observe abaixo, conceitos e algumas recomendações, segundo Lopes et al, 2016, para o 
posicionamento do paciente, na mesa cirúrgica.
Decúbito dorsal ou supina
A equipe de enfermagem posiciona o paciente de costas (região dorsal), com membros 
superiores e inferiores estendidos, apoiado e fixado em talas cirúrgicas. acolchoar o calcâneo, 
o sacro, o cóccix, o olecrano, a escápula, a tuberosidade isquiática e o occipital. Podemos citar 
como exemplo as cirurgias da região craniana, região do tronco e região peritoneal.
Decúbito ventral ou prona
A equipe de enfermagem posiciona o paciente com a região anterior para baixo, com os 
membros superiores estendidos e apoiado em tala cirúrgica. É importante proteger os seios e 
acomodar a genitália masculina em posição lateral. Proteger o dorso dos pés, a cintura escapular, o 
olecrano, a espinha ilíaca e a patela. Atenção para o sistema respiratório ficar em vulnerabilidade. 
Podemos citar como exemplo as cirurgias que os órgãos se localizam em posicionamento 
posterior do corpo.
FIQUE DE OLHO
O posicionamento cirúrgico do paciente é procedimento importante na assistência de 
enfermagem no período perioperatório. O principal objetivo desse procedimento é promover 
a ótima exposição do sítio cirúrgico e, ao mesmo tempo, a prevenção de complicações, 
decorrentes do posicionamento cirúrgico (MIRANDA; FOGAÇA; RIZZETTO, 2016).
50
SIMS (lateral)
A equipe de enfermagem posiciona o paciente lateralmente (esquerdo ou direito) e mantem 
o alinhamento espinhal. Deve observar orelhas, colocar um apoio sob a cabeça, a região da axila e 
entre os membros inferiores, manter os mesmos em contato com a mesa flexionada na região do 
quadril e a superior esticada. Podemos citar como exemplo as cirurgias do sistema renal.
Litotomia ou ginecológicas
A equipe de enfermagem posiciona o paciente em decúbito dorsal, membros inferiores 
flexionados, afastados e apoiadas em perneiras acolchoadas, e os membros superiores estendidos 
e apoiados. Utilizar acolchoamento nos estribos. Ter duas pessoas para levantar lentamente as 
pernas com leve rotação do quadril, posicionar os joelhos com leve flexão. Podemos citar como 
exemplo as cirurgias do aparelho reprodutor feminino e região perineal.
Trendelenburg
A equipe de enfermagem posiciona o paciente em decúbito dorsal onde a parte superior do 
dorso do tronco (tórax e abdome) são abaixadas e os membros inferiores são elevados. Podemos 
citar como exemplo as cirurgias do tronco, pelve e membros superiores e inferiores.
Trendelenburg reverso
A equipe de enfermagem posiciona o paciente ao contrário do posicionamento de 
trendelenburg. Podemos citar como exemplo as cirurgias da região abdominal e região craniana.
Fowler
A equipe de enfermagem posiciona o paciente sentado ou semissentado na mesa de cirúrgica. 
Posicionamento preferencial para pacientes que apresentem desconforto respiratório. Podemos 
citar como exemplo as cirurgias de tronco para inserção do dreno de tórax.
Canivete
A equipe de enfermagem posiciona o paciente em decúbito ventral, com o membro inferior 
e a região torácica sobre a mesa e região pélvica posterior levemente inclinada. Podemos citar 
como exemplo as cirurgias da região anal.
4.2 Anestesia : tipos, estágios, métodos de administração
Anestesiar é o ato de tornar insensível, indiferente ou eliminar totalmente ou parcialmente 
a sensibilidade orgânica. Então, podemos entender que anestesia é o procedimento cirúrgico 
de suspender reflexos e sensibilidades (total ou parcial) do corpo humano. É um procedimento 
51
realizado pelo médico anestesiologista ou anestesista que, tem como objetivo principal evitar dor 
para a realização de cirurgias, no período intra-operatório (SMELTZER; BARE, 2005). 
O anestesiologista é o profissional médico responsável em prestar os cuidados desde o processo 
de avaliação do paciente no período pré-operatório mediato e imediato, podendo prescrever 
medicações pré-anestésica, administrar e controlar as condições fisiológicas e hemodinâmicas do 
paciente durante o período de transoperatório e prestar assistência na SRPA (POSSARI, 2003). 
Os fármacos ou drogas anestésicas são classificados conforme o poder que têm para fazer o 
paciente perder a sensibilidade em todo o corpo ou em partes dele. Então, temos os diferentes 
tipos de anestesias, conforme Hinkler; Cheever (2006):
• anestésicas gerais - são causadoras de processo de depressão ou rebaixamento do fun-
cionamento do sistema nervoso central;
• anestésicas regionais - são causadoras de rebaixamento ou perda de sensibilidade em 
uma determinada região do corpo;
• anestésicas locais - são ausadoras da perda de sensibilidade dos tecidos em uma local 
específico do sítio cirúrgico; e
• anestésicas combinadas - são combinações dos procedimentos gerais e regionais 
(HINKLER; CHEEVER, 2006).
Para Sobecc (2017), o procedimento anestésico é associado a três importantes fatores:
• estimular o relaxamento das fibras musculares; 
• neutralizar sensações dolorosas (mantendo ou não o nível de consciência); e
• propor condições fisiológicas e hemodinâmicas para a realização do procedimento tera-
pêutico de intervenção cirúrgica.
No PE e SAEP o enfermeiro assume a função gerencial, e a sua equipe auxilia com os 
procedimentos assistenciais simples da intervenção. A equipe de enfermagem deve checar, 
juntamente com o médico anestesiologista, o carro de emergência e anestesia, observando se todos 
os materiais necessários estão corretamente posicionados e em perfeitas condições de uso, bem 
como adequar o paciente em posicionamento ideal para o procedimento (MIASSO, et al.,2006).
Bueno et al (2002) afirma que a posição mais usada é o decúbito lateral fetal, com os região 
dos joelhos próximos a região abdominal e a região mentual (queixo) encostada na região 
torácica. É necessário manter o paciente imóvel com as mãos na região da nuca até o final do 
procedimento anestésico.
Durante o procedimento de administração do anestésico geral, é importante que o paciente 
52
se posicione em decúbito dorsal, logo após a indução anestésica e, para facilitar a visualização do 
procedimento de intubação, das vias aéreas, é importante hiperestender o pescoço do paciente, 
sem ocasionar complicações, assegurando conforto e bem-estar ao mesmo.
É preciso desenvolver o PE e a SAEP no PIO, de forma que o enfermeiro do CC esteja 
respaldado legalmente, embora, muitos profissionais, ainda permitam que o técnico ou o auxiliar 
de enfermagem prestem a assistência ao paciente anestesiado com respaldo do anestesiologista, 
chegando até mesmo a delegar essa responsabilidade a tais profissionais. Porém, essa é uma 
atribuiçãoprivativa e exclusiva do enfermeiro. 
4.3 Termos técnicos em cirurgias
Segundo Carvalho (2016), a utilização de uma terminologia apropriada fornece definição de 
termos cirúrgicos, descreve os tipos de cirurgias, facilita o preparo de instrumentais cirúrgicos 
e equipamentos para cada tipo de procedimento e, ainda, facilita o entendimento de todos e 
proporciona uniformização da linguagem.
Quadro 1 - A cirurgia e os jargões científicos 
Fonte: CARVALHO, 2016 (Adaptado).
#ParaCegoVer: a ilustração mostra um quadro com termos técnicos utilizados no ambiente da 
cirurgia. Como prefixos tem “ex” e “circun”. Já os sufixos aparecem em maior número (sete). São 
eles: “tomia”, “stomia”, “ectomia”, “plastia”, “ráfia”, “pexia” e “scopia”.
53
5 ADMISSÃO DO PACIENTE NA SRPA
A SRPA (sala de recuperação pós-anestésica) é um setor do CC (área física) formada por 
médicos, enfermeiros e equipe de enfermagem, habilitados a prestar assistência multiprofissional 
de alta complexidade e assistências individualizadas (AMANTE, et al., 2008), e tem início no 
término ou durante POI. 
5.1 Quem tem acesso
Essa área é destinada, exclusivamente, aos pacientes induzidos no procedimento anestésico-
cirúrgico, onde se encontram monitorizados e permanecem sobre os cuidados da equipe até a 
recuperação dos seus reflexos, consciência e sinais vitais.
Amante (2008) afirma que a sistematização da assistência em enfermagem no período 
pós-anestésico é de importância e atribuição privativa do profissional enfermeiro. É quando o 
profissional recebe informações do período transoperatório, relacionadas com a condição geral 
do paciente, tipo de cirurgia, anestésico administrado, complicação ocorrida nesse período, 
posicionamento do paciente durante a intervenção médica, localização adequada da placa do 
bisturi elétrico, curativos, sondas e drenos.
5.2 Tratamento de enfermagem na SRPA: escore de Aldrete
A recuperação pós-anestésica é um processo dinâmico, que inicia ainda na sala de operações 
e estende-se até a recuperação completa do paciente, a qual depende da técnica e dos fármacos 
anestésicos utilizados (SOBECC, 2003).
O tempo de permanência do paciente na sala de recuperação pós-anestésica é fundamental 
no manejo do fluxo de pacientes cirúrgicos e repercute tanto na capacidade de atendimento 
do centro cirúrgico quanto no custo global do paciente. Os critérios de alta da SRPA podem ser 
sistematizados através de protocolos assistenciais, como a escala de Aldrete e Kroulik, por critérios 
empíricos ou pelo anestesiologista que realizou o procedimento anestésico ao estabelecer um 
horário para alta (KINGDON; NEWMAN, 2006).
O enfermeiro e sua equipe devem ter conhecimento para aplicação correta desse índice, 
que avalia vários parâmetros, tais como: atividade muscular, respiração, circulação, consciência 
e saturação periférica. Claro que a sua aplicabilidade, não descarta avaliações complementares. 
(KINGDON; NEWMAN, 2006).
54
Quadro 2 - Escala de Aldrete e Kroulik 
Fonte: CARVALHO, 2016 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um quadro com a escala de Aldrete e Kroulik. O material 
é feito em cima de parâmetros como: consciência, atividade, motora, respiração, circulação e 
satauração de oxigênio, que ficam na coluna da esquerda. Na coluna do meio fica a pontuação 
(de 0 a 2), sendo zero a pior resposta e dois a melhor. E, por sua vez, na coluna da direita são 
colocadas os resultados das avaliações de cada um desses parâmetros. A ferramenta serve como 
critério para a alta do paciente na sala de recuperação.
Enfim, é sempre recomendável que o profissional enfermeiro esteja atento às legislações, 
normas, rotinas e protocolos atualizados de saúde que envolvem condutas e procedimentos 
adequados e desejados para a segurança do paciente. O enfermeiro compõe a equipe 
multiprofissional de saúde, e os seus cuidados serão sempre baseados em evidências e em uma 
prática cientifica que envolva a sistematização da assistência em enfermagem no perioperatório. 
55
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer as noções e conceitos sobre biossegurança e equipamentos de proteção 
individuais; 
• compreender os fundamentos legais e princípios da NR-32 em saúde;
• aprender conceitos importantes do centro cirúrgico e central de material de esteri-
lização;
• estudar sobre o processo de sistematização da assistência de enfermagem periope-
ratória e as suas terminologias cirúrgicas; 
• conhecer e aprender sobre processo anestésico cirúrgico e admissão do paciente na 
SRPA;
• avaliar o paciente cirúrgico desde sua admissão até o processo de sua alta do centro 
cirúrgico.
PARA RESUMIR
ACACIO, et al. Aplicabilidade da Norma Regulamentadora 32 (NR32) implicações para 
o enfermeiro do trabalho. Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de Estudos de 
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n. 15, de 15 de março de 2012. Disponível: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
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AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada - RDC 
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Protocolos de Segurança do Paciente. Diário Oficial da União, 25 set 2013. Disponível 
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2000. Dispõe sobre a sistematização da assistência de enfermagem e a implementação 
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cuidado profissional de enfermagem. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 23 de abril 
de 2012. Disponível: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-2422000-revogada-pela-
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UFG, 2007. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 3
Enfermagem cirúrgica - abordagem 
assistencial do cuidar
Introdução
Olá,
 
61
1 NOÇÕES PRELIMINARES
A unidade de Enfermagem cirúrgica - abordagem assistencial do cuidar é considerada um 
desafio para os profissionais da saúde, principalmente no campo prático do conhecimento de 
uma área fechada, crítica e complexa como a CC (clínica cirúrgica) e o CC (centro cirúrgico) ou BC 
(bloco cirúrgico).
Clínica cirúrgica
É uma área destinada ao atendimento, recepção e admissão do paciente durante a fase 
do pré-operatório e pós-operatório, ou seja, admite os pacientes que irão fazer a intervenção 
cirúrgica, realizando os procedimentos e o preparo físico e mental do paciente, bem como os 
cuidados pós-cirúrgico.
Centro cirúrgico
É a área do ambiente hospitalar que tem por objetivo principal executar o ato anestésico-
cirúrgico no período transoperatório, proporcionando a recuperação do paciente por meio de 
procedimentos para diagnóstico, reparação e remoção.
A clínica cirúrgica e o centro cirúrgico têm por finalidade que os pacientes passem pela 
cirurgia em um ambiente terapêutico seguro, com recursos materiais e humanos suficientes para 
a redução das ocorrências de riscos evitáveis.
Para desenvolver práticas eficientes, eficazes e resolutivas, a equipe multiprofissional 
cirúrgica, na qual se incluem o enfermeiro e os técnicos de enfermagem, deve ter conhecimento 
e habilidade especial para lidar com inúmeras situações em que os erros poderão custar a vida de 
alguém ou um dano à integridade física e biopsicossocial do paciente e família. 
Após o ato ou intervenção cirúrgica, o paciente é recepcionado na SRPA ( sala de recuperação 
pós-anestésica ) , área anexa ao CC, localizada no mesmo setor para favorecer rápida transferência e 
assistência necessária para o paciente sobre indução anestésica da sala operatória a SRPA, de modo 
a não proporcionar alterações fisiológicas no transporte do paciente no ato pós-anestésico, ou o seu 
rápido retorno à sala operatória, caso ocorra a necessidade de complicações anestésico-cirúrgicas. 
FIQUE DE OLHO
Não podemos esquecer que, além do procedimento cirúrgico, precisamos nos preocupar 
com a recuperação e a cicatrização da incisão intencional, realizada pelos cirurgiões, 
chamada de ferida cirúrgica. 
62
Geralmente, essas incisões se apresentam limpas, sem contaminações e são de curta 
duração, ou seja, a recuperação do tecido epitelial traumatizado intencionalmente ocorre em 
tempo adequado e esperado, quando não apresenta complicações. 
O entendimento desta disciplina se faz necessário para a implementação da SAEP, diante do 
avanço da tecnologia, associado à clínica cirúrgica e centro cirúrgico, e faz com que os enfermeiros 
estejam treinados, habilitados e direcionados ao saber-fazer, focando nas promoções, prevenções 
e intervenções de enfermagem para uma assistência operatória capaz de desenvolver planos 
assistenciais com as finalidades de avaliar os cuidados e os resultados alcançados pelo paciente 
no ambiente terapêutico envolvendo as fases cirúrgicas.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.1 Admissão ou recepção do paciente no ambiente hospitalar
O ato de aceitar, entrar ou ingressar em um recinto ou ambiente é chamado de admissão. 
Dessa forma, podemos dizer que a entrada ou permanência de um paciente recepcionado por 
um profissional, seja administrativo ou de saúde, em um hospital é denominado de admissão 
hospitalar. Lembrando que essa entrada ao ambiente hostil hospitalar requer adaptação, conforto 
e segurança para o paciente, seguido de cuidados da equipe multiprofissional de saúde.
63
Figura 1 - Admissão hospitalar 
Fonte: TeraVector, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem é uma ilustração com um esquema organizacional e didático da 
admissão hospitalar. Ao fundo há cinco pessoas (três pacientes, uma profissional de saúde e uma 
atendente de recepção). A atendente recepciona os pacientes para preenchimento da ficha de 
admissão hospitalar. Logo após o paciente é conduzido até a enfermaria pela profissional de saúde.
Recepcionar o paciente de forma correta pode ser considerada uma estratégia relevante no 
atendimento hospitalar e, preferencialmente, deve contar com profissional treinado, habilitado 
e qualificado para que possa fornecer informações importantes referentes à permanência do 
paciente no setor de internação ou enfermaria. O enfermeiro é o profissional da equipe de saúde 
responsável por admitir o paciente nas unidades de internaçõesno âmbito hospitalar ou unidade 
de saúde.
As diversas ações administrativas e de saúde prestadas pelo enfermeiro têm por objetivo o 
cuidado ou assistência integral ao paciente, englobando a esfera física, mental e espiritual – conforme 
a preconização de um atendimento holístico e humanizado (LAUTERT; ZINI; GLANZNER, 2006).
No ato da admissão e quando o paciente estiver acomodado confortavelmente em uma 
unidade ou setor do hospital, faz-se necessário orientar o paciente e seus familiares, fornecendo 
informações das rotinas do hospital, dos horários de alimentação, da medicação, da higiene, do 
jejum, do acompanhante e do ambiente físico hospitalar, informando-se também os horários 
para visitas e os cuidados com os pertences e objetos pessoais. Além disso, é importante preparar 
o paciente, de forma integral, para o ato cirúrgico, caso necessite.
Cada ser humano é único, individual, particular, e apresenta situações ou circunstâncias de 
saúde específicas. É comum o profissional enfermeiro perceber que, ao se aproximar o momento 
da intervenção cirúrgica, o paciente sente-se atemorizado e estressado, não só pelo setor do 
centro cirúrgico e seus componentes como equipamentos, paramentação da equipe e pessoas 
estranhas, como, também, pela recepção e abordagem inicial a unidade cirúrgica, entendendo 
que cada indivíduo reage de forma diferente aos seus receios e preocupações.
64
1.2 Admissão ou recepção do paciente na clínica cirúrgica
Podemos dizer que a recepção e a permanência de um paciente na clínica cirúrgica, pré-
operatório e pós-operatório, é denominado de admissão na clínica cirúrgica.
As informações ou orientações de saúde nos diversos tempos cirúrgicos são diferentes. Por 
exemplo, na fase do pré-operatório, as orientações correspondem ao procedimento cirúrgico, 
incluindo cuidados gerais, específicos, necessidades biopsicossociais, bem como informações aos 
familiares do paciente e planejamento da assistência multiprofissional a serem realizados nesse 
período cirúrgico (CARVALHO, 2012).
Quadro 1 - Períodos Cirúrgicos 
Fonte: CARVALHO, 2012 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um esquema organizacional e didático dos períodos cirúrgicos. 
Fase pré-operatória (tomada de decisão para ocorrer a intervenção cirúrgica e transferência para 
o bloco cirúrgico), logo após fase transoperatória (ocorre a cirurgia ou intervenção cirúrgica e 
admissão na SRPA), em seguida, tem-se a fase pós-operatória (admissão na unidade da SRPA e 
ambiente da clínica cirúrgica ou domiciliar).
Após o conforto do paciente na enfermaria e no leito se inicia o processo de enfermagem, 
composto por cinco etapas: investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação 
das ações de enfermagem, para que ocorra a sistematização da assistência em enfermagem no 
centro cirúrgico. Lembrando que a SAEP é privativa e exclusiva do profissional enfermeiro.
65
Quadro 2 - Processo de Enfermagem 
Fonte: COFEN, 2012 (Adapado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um esquema organizacional e didático do processo de 
enfermagem. No primeiro momento, temos a investigação (coleta de dados e obtenção de 
informação), no segundo momento, o diagnóstico de enfermagem (interpretação dos dados), 
no terceiro momento, temos o planejamento de enfermagem (elaboração dos cuidados de 
enfermagem), no quarto momento, temos a implementação de enfermagem (realização prático 
dos cuidados de enfermagem) e no quinto e último, temos a avaliação de enfermagem (avalia os 
cuidados de enfermagem que foram prestados aos pacientes).
O PE (processo de enfermagem) é sistematizado pelo enfermeiro, que tem o objetivo de 
prestar cuidados clínicos de acordo com a patologia do ser humano que se encontra internado 
ou vai se submeter a um procedimento cirúrgico. As orientações são fornecidas ao paciente, por 
meio do enfermeiro, a partir do momento da internação até a sua alta.
Por meio da SAEP, o enfermeiro elabora um plano assistencial de cuidados de enfermagem 
para o paciente, o qual deverá ser executado pela equipe de auxiliares e técnicos de enfermagem. 
Esse plano assistencial foi elaborado de acordo com análise do diagnóstico de enfermagem, 
avaliado pelo enfermeiro no momento inicial do PE, examinando-se os problemas físicos e mentais 
levantados, as necessidades afetadas e o grau de dependência do paciente. No decorrer dos dias 
de hospitalização, e de acordo com a melhora orgânica do paciente, é feito o planejamento da alta 
hospitalar. Neste momento, a família e o paciente são orientados pelo profissional médico e pelo 
enfermeiro para os cuidados de saúde necessários quando retornarem ao domicílio (MALAGUTTI; 
BONFIM, 2009).
1.3 Admissão ou recepção do paciente no centro cirúrgico
A recepção e a permanência de um paciente, realizada pelo enfermeiro e a sua equipe, no 
setor do centro cirúrgico, correspondente ao período do transoperatório, é denominado de 
admissão no centro cirúrgico.
66
É rotina de um centro cirúrgico, a elaboração diária de um mapa cirúrgico realizado pelo 
enfermeiro líder ou coordenador para organizar a demanda cirúrgica solicitada pelos médicos 
cirurgiões. Esse mapa deve conter o nome do paciente, dia, hora e o nome da cirurgia, 
equipamentos e instrumentais cirúrgicos, solicitação ou não de bolsa de componentes de 
hemoderivados, reserva no setor de unidade de terapia intensiva, preferência de sala operatória, 
de acordo com o porte e a demanda cirúrgica e o possível grau de contaminação da cirurgia 
(CARVALHO, 2016).
A admissão do paciente no CC tem por objetivo prestar uma assistência humanizada 
multiprofissional para reduzir, ao máximo possível, os riscos internos de desenvolver infecção 
hospitalar no ato anestésico-cirúrgico. Para isso, é preciso minimizar o grau de ansiedade do 
paciente para que ocorra uma melhor recuperação da disfunção orgânica. É importante recordar 
que cada ser humano que se submete a uma intervenção cirúrgica é único. Por isso, a necessidade 
de um planejamento diferenciado um do outro para melhor segurança de todos (KINGDON; 
NEWNAN, 2016).
De acordo com estudo de SOBECC (2017), existe uma organização no ato da admissão 
do paciente no CC e, preferencialmente, deve ser realizado pela equipe de enfermagem, que 
recepciona o paciente com princípios éticos legais, identificando-o e se identificando. É indicado 
observar, detalhadamente, no prontuário documentos importantes como exames, registros 
e protocolos, anotando no prontuário o horário, condições e aspectos clínicos do paciente, 
registrar e confirmar a realização dos cuidados e procedimentos pré-operatórios tais como: 
jejum, tricotomia, administração medicamentosa de pré-anestésicos, retirada e armazenamento 
adequado de próteses, adornos, entre outros objetos, registrar e comunicar à equipe médica se 
tem alergia medicamentosa ou cirurgias prévias. Todas as informações precisam ser registradas, 
garantindo eticamente o sigiloso das informações, com a finalidade de garantir seguramente o 
andamento das cirurgias.
Todas as informações e etapas cirúrgicas têm como meta a segurança dos pacientes 
internados que serão submetidos à intervenção cirúrgica, visando minimizar as intercorrências, 
eventos adversos e a mortalidade.
2 COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS E CUIDADOS PÓS-
OPERATÓRIO
Complicação cirúrgica pode ser definida como uma intercorrência ou evento inesperado em 
um procedimento ou intervenção médico cirúrgico, que não poderia ser, em geral, previsto pela 
equipe profissional médica. Normalmente, essas intercorrências ocorram após o ato cirúrgico em 
um período chamado de PO (pós-operatório).
67
2.1 Pós-operatório
O período do PO se inicia no momento da admissão na SRPA e estende-se até o período 
após a alta do paciente do ambiente hospitalar. Esse período cirúrgico pode ser divido em três 
momentos:
POI (período pós-operatório)
Período operatório que tem início nas primeiras 24 horas após o ato cirúrgico. Pode ser 
considerado um período complexo e crítico, em que se deve ter muita atençãoda equipe médica 
de anestesiologista e por parte da equipe de enfermagem.
POM (pós-operatório mediato)
Príodo operatório que tem início após as primeiras 24 horas da cirurgia até o sétimo dia que 
o paciente se encontra internado, seguido de alta hospitalar.
POT (pós-operatório tardio)
Período operatório que tem início após os primeiros sete dias e pode durar até a última 
avaliação médica. Geralmente, ocorre em ambiente doméstico.
Durante o POI, a equipe médica e de enfermagem precisa avaliar clinicamente e orientar o 
paciente quanto à homeostase dos diversos tecidos e órgãos do corpo, desconforto, dor e seu 
alívio, promoção e prevenção de complicações pós-operatórias, plano de cuidados adequados e 
sua alta hospitalar.
A unidade ou setor de pós-operatório atende aos pacientes oriundos CC e SRPA e que foram 
submetidos a diversas categorias de cirurgias, de acordo com a necessidade e urgência. Essas 
categorias podem incluir as cirurgias de reparação de hemorragias, cálculos renais, catarata, 
hérnias simples e cirurgias plásticas, bem como cirurgias para alívio ou correção orgânica e até 
para diagnóstico de doenças (SMELTZER; BARE, 2005).
68
Tabela 1 - Cirurgias são categorizadas 
Fonte: SMELTZER; BARE, 2005 (Adaptado).
#ParaCegoVer: Nas imagens observamos uma tabela com esquema organizacional e didático 
das categorias das cirurgias. Iniciando com cirurgia de reconstrução (finalidade de reconstruir parte 
do corpo), cirurgia paliativa (finalidade de aliviar ou reparar parte do corpo), cirurgia de reabilitação 
(finalidade de recuperar parte do corpo), cirurgia de emergência (finalidade de ato cirúrgico 
imediato), cirurgia de urgência (finalidade de ato cirúrgico mediato), cirurgia eletiva (cirurgia de 
rotina) e cirurgia opcional (cirurgia por opção do paciente).
O PO pode receber pacientes portadores de doenças crônicas, com distúrbios orgânicos, 
podendo apresentar intervenções clínicas importantes no período do POI. Nas cirurgias classificadas 
como eletivas, que são aquelas que o paciente precisa ser operado, mas que não corre o risco 
imediato de evoluir para morte, estas disfunções, geralmente, são tratadas antes do ato cirúrgico. 
Entretanto, nas cirurgias emergenciais e de urgência tais alterações nem sempre são tratadas antes 
do ato cirúrgico, no período do pré-operatório.
Pacientes que, após o ato anestésico-cirúrgico, evoluírem com as funções orgânicas e sinais vitais 
estabilizados da SRPA, serão transferidos para o leito de uma enfermaria, do pós-operatório, para 
completar a sua recuperação sistêmica. Aqueles que evoluírem com disfunções ou instabilidade 
na SRPA deverão ser transferidos, imediatamente, para a sala operatória ou unidade de terapia 
intensiva para cuidados intensos e contínuos (MALAGUTTI; BONFIM, 2009).
A SAEP, no POI, é direcionada para as intervenções voltadas à prevenção ou assistência imediata 
para as complicações cirúrgicas. Atuar com as prevenções imediatas das complicações, no pós-
operatório, promove rápida estabilização do quadro clínico do paciente, economizando tempo, 
reduzindo gastos desnecessários e preocupações multiprofissionais, e diminuindo ou eliminando a 
69
dor; aumentando a sobrevida do paciente.
Após a avaliação clínica e sistêmica realizada pelo enfermeiro dos controles orgânicos gerais, 
levando em consideração os antecedentes clínicos, a fisiopatologia da doença e as intercorrências do 
ato anestésico-cirúrgico, é possível planejar, elaborar e aplicar um plano de cuidados individualizado, 
baseado no PE (SMELTZER; BARE, 2005).
O profissional enfermeiro precisa ter habilidade em compreender que a cirurgia pode alterar 
o equilíbrio da homeostase orgânica, ocasionando distúrbios hidroeletrolíticos com sinais vitais 
alterados, independentemente do tempo cirúrgico. Os riscos imediatos dos distúrbios pós-
operatórios estão presentes em todos os momentos da menor ou maior intervenção cirúrgica.
Figura 2 - Avaliação clínica 
Fonte: sfam_photo, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra um profissional de saúde segurando uma prancheta e 
escrevendo a sistematização dos cuidados para a melhor recuperação do enfermo. Ao fundo tem 
uma SRPA, com inúmeros equipamentos para manutenção da homeostase do organismo do paciente. 
2.2 Visão geral dos cuidados orgânicos no POI
Carvalho (2016) afirma, em seus estudos, que o objetivo principal da SAEP na SRPA é observar, 
cuidar e tratar do paciente para que ele se recupere dos efeitos terapêuticos dos anestésicos 
até que as funções orgânicas gerais sejam restabelecidas. Para tal, é primordial uma avaliação 
imediata que possa consistir na observação dos sistemas e cuidados orgânicos. O enfermeiro 
observa, inicialmente, de forma integral.
Sistema respiratório humano
É preciso observar, cuidadosamente, quanto à permeabilidade e abertura das vias aéreas, 
ventilação, frequência, amplitude e ruídos pulmonares. Averiguar desconforto respiratório 
70
comunicado pelo paciente ou observando tiragem intercostal, batimentos de asa de nariz e 
uso da musculatura acessória. Nesse sistema, faz-se necessário um exame físico, percussão e 
ausculta, direcionado para os principais achados respiratórios que possam detectar complicações 
respiratórias o mais precocemente possível.
Sistema cardiovascular humano
É preciso observar cuidadosamente os achados cardiovasculares, levando em consideração 
a monitorização do paciente em relação às sintomatologias de choque e hemorragia. Nesse 
sistema, faz-se necessário avaliar os sinais vitais, coloração cutânea e mucosas, grau de umidade, 
perfusão capilar, verificação dos gases sanguíneos e exame físico direcionado, com realização da 
ausculta e percussão cardíaca.
Sistema neurológico humano
É preciso observar e anotar os parâmetros relacionados ao nível de consciência, resposta 
e estímulos verbais e/ou a dor, foto reação pupilar, motricidade e mobilidade dos membros, 
superiores e inferiores, e da musculatura da face e efeitos do anestésico.
Sistema imunológico
É preciso observar os sinais de desenvolvimento de um processo infeccioso. A infecção é 
considerada umas das piores complicações decorrentes do ato anestésico-cirúrgico. O paciente 
no POI encontra-se debilitado, devido à agressão traumática do procedimento cirúrgico, e pode 
desenvolver risco elevado de ser invadido por agentes microscópicos através dos procedimentos 
invasivos, por motivo do trauma tecidual. O procedimento cirúrgico, além de romper a barreira 
do tecido tegumentar, impede a distribuição de eletrólitos e água na quantidade necessária 
para o organismo, desencadeando, desta forma, uma série de reações sistêmicas orgânicas, que 
facilitam a ocorrência de um processo infeccioso.
Sistema excretor ou renal humano
É preciso observar e anotar as alterações da fisiologia renal e do equilíbrio hidroeletrolítico. 
É comum, nesse período pós-cirúrgico, a estimulação do aumento da secreção de hormônio 
antidiurético e da aldosterona, aumentando a retenção hídrica. O volume urinário diminui, 
independentemente da ingestão de líquidos. Estima-se que o paciente em pós-operatório, com 
função renal normal, apresente um débito ou eliminação urinária em média de 50 a 60 ml por hora.
Acesso venoso
É preciso um acesso venoso em vasos calibrosos para a infusão dos medicamentos administrados 
ao paciente. Preferencialmente, que a infusão seja endovenosa ou por acesso central.
71
Drenos
É preciso observar e anotar o volume e o aspecto das substâncias que serão drenadas por 
tubos inseridos na região gástrica, torácica e na região do mediastino.
Ferida cirúrgica
É preciso observar, tratar e anotar os aspectos encontrados nas lesões cirúrgicas. A 
manutenção de uma técnica asséptica, durante o transoperatório e no período pós-operatório, é 
o mais importante na promoção da cicatrização saudável do ferimento. Geralmente, os principais 
fatores que interferem na cicatrização são o local ou região da incisão, tipo de sutura cirúrgica, 
estado nutricional, presença de doençade base, processos infeciosos, drenos e tipo de cobertura 
ou curativo.
Posicionamento no leito
É preciso observar e avaliar, de acordo com o tipo de cirurgia e recomendação médica, o 
melhor posicionamento do paciente para favorecer a sua troca gasosa e recuperação da 
intervenção cirúrgica. As posições são inúmeras, objetivando o conforto e a minimização da dor.
Dor
É preciso observar e analisar a resposta do paciente à sensação da dor. Porém, é considerado 
um processo subjetivo. Essa análise é realizada por diferentes escalas numéricas, com score 
de 0 a 10, chamada de escala EVA. O enfermeiro ou médico indaga ao paciente a respeito da 
localização, intensidade e qualidade da dor, iniciando promoção do conforto como mudança do 
posicionamento e massagem com fim terapêutico para alívio da sensação dolorosa. A necessidade 
de controle da dor fazendo uso de analgésicos deve ser prescrito pelo médico. A dor é um sinal 
vital que precisa ser controlado imediatamente.
Não se pode esquecer que as complicações no POI, ainda que tenham apresentado diminuição 
dos números de ocorrências atualmente, são consideradas intervenções preocupantes para os 
médicos anestesiologistas e cirurgiões, e podem acarretar inúmeras disfunções orgânicas ao 
paciente, inclusive incapacidade e morte (SMELTZER; BARE, 2005).
A sistematização da assistência de enfermagem na CC, no período do pós-operatório imediato, 
é de fundamental importância para entender o contexto do atendimento de enfermagem e da 
equipe multiprofissional ao paciente crítico ou mesmo estabilizado. Planejar uma SAEP, baseada 
em evidências e achados científicos, é de extrema importância para a promoção do conforto e do 
bem-estar do paciente. O enfermeiro deve ter conhecimento amplo de anatomia e de fisiologia 
para entender as alterações orgânicas induzidas pelo ato anestésico-cirúrgico, para perceber 
precocemente as disfunções que possam comprometer a vida do paciente. 
72
3 FERIDAS CIRÚRGICAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
Durante décadas, o homem tentou intervir no processo de cicatrização das lesões do tecido 
tegumentar, de forma acidental ou provocada, como parte da realização de procedimentos 
demonstrando que, desde então, já se sabia da necessidade de protegê-lo de forma a evitar que 
se complique e repercuta em danos locais ou gerais para o organismo humano.
Podemos dizer que ferida é qualquer situação que possa lesionar e prejudicar a integridade 
cutânea, seja por acidentes, traumas, doenças ou cirurgias. Essas lesões costumam ser de fácil e 
rápida cicatrização, mas outras ainda podem necessitar de tratamentos mais complexos.
Os adultos são revestidos aproximadamente por 2m² de tecido tegumentar ou pele com 
2mm em média de espessura. Assim, a pele é o maior órgão do corpo humano, representando 
aproximadamente 15% do peso corporal. Além disso, é uma estrutura do nosso corpo que exerce 
funções de proteção, percepção, termorregulação, comunicação com os ambientes externo e 
interno, absorção, excreção e síntese de vitamina D. Derme, epiderme e a hipoderme são as três 
camadas que constituem o tecido tegumentar humano ou pele.
Quadro 3 - Funções da pele 
Fonte: CAMPOS et al, 2016 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um quadro com esquema organizacional e didático das 
funções da pele de proteção (protege o organismo), de percepção (possui terminações nervosas), 
de termorregulação (conserva o calor do corpo humano), de comunicação (comunica o meio 
interno com o externo ou vice-versa), absorção (abarca substâncias) e síntese de vitamina D 
(produz vitamina D para proteger a pele por reação fotoquímica).
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A FC (ferida cirúrgica) é uma lesão traumática intencional, resultante de um corte ou incisão 
no tecido tegumentar produzido por instrumental cirúrgico, formando uma abertura em uma 
região do corpo, realizando-se, por conseguinte, a aproximação das bordas cutâneas, por meio 
de um procedimento chamado de sutura.
Todo procedimento cirúrgico gera transtornos aos tecidos e sistemas orgânicos. Dentre 
os possíveis transtornos, podemos destacar: as lesões tissulares por perda da integridade 
do tecido cutâneo e tecidos subcutâneos, as perdas sanguíneas ou pequenas hemorragias, 
aumento da permeabilidade vascular, inchaço (edemas) e acúmulo de líquido linfático no 
tecido gorduroso (linfedemas), alterações no sistema endócrino, alterações no metabolismo e 
funções hemodinâmicas, ocasionando, dessa forma, um aumento do consumo de oxigênio. Esses 
processos desenvolvem um risco potencial de processos infecciosos, comprometendo todo o 
organismo (CAMPOS et al, 2016).
Podemos dizer que a FC se recupera bem rápido, por ser um trauma provocado por um cirurgião, 
em ambiente e procedimentos assépticos, em tempo adequado e esperado, quando não apresenta 
complicações, principalmente, por agentes microscópicos patogênicos. Porém, o estado nutricional, 
as doenças agudas ou crônicas, a terapia medicamentosa, a faixa etária, a hiperatividade do 
paciente, fatores psicossociais, a perfusão de oxigênio, as condições imunológicas e os tratamentos 
tópicos podem influenciar na reparação ou regeneração do tecido cutâneo.
3.1 Feridas cirúrgicas: fases da cicatrização
É importante dizer que o processo de reparação do tecido tissular envolve a regeneração 
de células de qualquer ferida, e identificam-se três fases consecutivas, que são controladas por 
fatores de crescimento e pela percepção do sistema nervoso do indivíduo. Essas fases têm o 
objetivo de reestruturar o tecido tegumentar comprometido (CAMPOS et al, 2016).
Fase 1
A primeira fase da reparação ou cicatrização é chamada de inflamatória ou exsudativa, e tem 
início após o trauma. Manifesta-se com inchaço (edema), dor ao toque, vermelhidão e sensação 
de calor. É comum a produção de secreção e ativação do processo de coagulação sanguínea, 
seguido de mediadores químicos para iniciar o processo de restruturação do tecido tegumentar. 
É um momento de defesa da feridacontra os microrganismos, e pode durar de 1 a 4 dias.
Fase 2
A segunda fase da reparação ou cicatrização é chamada de proliferativa ou fibroblástica ou 
granulação e tem início após a primeira fase. Manifesta-se com a regeneração do tecido lesionado, 
formação do tecido de granulação, processo de reepitelização, deposição de colágeno e elastina. 
74
Podemos dizer que é o momento da regeneração da pele e pode durar em média de 12 a 14 dias.
Fase 3
Na terceira fase da reparação ou cicatrização é chamada de maturação ou remodelagem e 
tem início após a segunda fase, podendo durar, em média, semanas, meses ou anos, dependendo 
dos fatores múltiplos que podem interferir no crescimento e reparação das células tegumentares. 
É uma fase que se caracteriza por reorganização das diversas estruturas orgânicas que foram 
lesionadas ou destruídas na primeira fase da cicatrização.
3. 2 Feridas cirúrgicas: tipos de cicatrização
Observamos que o processo de cicatrização da ferida é dividido de forma didática em três 
fases, com critérios e características especificas para cada momento da reparação tissular. 
Podemos classificar as aproximações das bordas da ferida em diferentes tipos de cicatrização, 
como veremos a seguir.
Tipo 1
Cicatrização por primeira intenção ou primária: aproximação das bordas realizadas pelos 
cirurgiões por suturas manuais. Incisão limpa, com pouca perda de tecido tegumentar e pouco 
ou nenhuma secreção ou exsudato e formação de cicatriz mínima. Pode ser comprometida por 
fatores infecciosos.
Tipo 2
Cicatrização por segunda intenção ou secundária: incisão potencialmente contaminada, 
aberta, com perda tissular significativa e processo inflamatório evidente. Formação de tecido de 
granulação gradual com epitelização aparente nas bordas da ferida. Existe um aumento potencial 
para o desenvolvimento de infecção.
Tipo 3
Cicatrização por terceira intenção ou terciária: incisão mantida aberta, enquanto estiver com 
fatores predisponentes para complicação do processo de cicatrizar. Possível formaçãode edema, 
processo infeccioso e com presença de substâncias exsudativas, podendo cicatrizar por terceira 
ou primeira intenção tardia.
Tipo especial
Cicatrização por coberturas biológicas: o processo de reparação ou cicatrização, geralmente, 
está associado por aplicação de pedaços de tecido tegumentar ou pele na região superficial 
75
da lesão, ou fazendo uso de técnicas de enxertos de pele para facilitar o processo celular de 
reparação.
Assim, no processo de reparação tissular, encontramos elementos orgânicos fundamentais 
para esse processo metabólico da ferida. É comum acharmos as células chamadas de plaquetas, 
neutrófilos, monócitos, macrófagos, queratinócitos, fibroblastos e células que formam os 
tegumentos dos vasos (endoteliais). Além das células, é comum a presença de mediadores 
químicos como a citocina, que ajuda na regulação da resposta inflamatória e imunológica, bem 
como a formação de uma matriz extra celular, cuja a função é de suporte estrutural e bioquímico 
para a célula (LIMA; BORGES; SILVA, 2008).
Existem condições que podem afetar o processo de cicatrização da ferida como o processo 
de infecção, profundidade, inchaço, contaminação e presença de exsudato, processo traumático, 
pouca umidade no interior da ferida, substâncias estranhas, hematoma e morte tecidual (necrose). 
Geralmente, essas condições são localizadas na região do ferimento. As condições chamadas de 
sistêmicas, estão relacionadas, diretamente, aos fatores biopsicossociais do paciente como idade, 
faixa etária, nutrição, doenças crônicas, uso de fármacos sistêmicos e algum tratamento tópico 
na região da ferida, que seja inadequado como a utilização e manejo de substâncias químicas 
antissépticas com ação citolítica, ocasionando citotoxicidade, patologia ou morte celular, afetando 
a cicatrização (LIMA; BORGES; SILVA, 2008).
O tratamento para o processo de cicatrização das feridas cirúrgica ou operatória ocorre com a 
regeneração ou reconstituição do tecido tegumentar lesionado. Porém, ao longo desse processo, 
podem surgir inúmeras complicações como hemorragias internas ou externas, de pequenos ou 
grandes vasos, bem como separação das bordas da pele (deiscência), que geralmente acontece 
entre o terceiro e o décimo primeiro dia, evisceração, infecção e fistulas, dificultando o contato 
com as bordas da ferida e, por sua vez, o processo de cicatrização. 
3.3 Feridas cirúrgicas: comprometimento tecidual
As lesões das estruturas e das funções da pele é considerada uma ferida, como já foi discutido 
didaticamente nesta unidade de ensino. Essas rupturas ou lesões podem ser classificadas em:
• superficiais (epiderme e derme);
• profundas (epiderme, derme, vasos sanguíneos, estruturas musculares, aponeuroses, 
tendões e sistema esquelético); ou imensuráveis.
Para complementar os estudos das feridas cirúrgicas, o COFEN (conselho federal de 
enfermagem), através da Resolução n. 501, de 17 de dezembro de 2015, destaca no art. 1º e item 
6, a classificação das feridas, de acordo com o comprometimento tecidual. Confirma a seguir.
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Estágio I - caracteriza-se pelo comprometimento da epiderme apenas, com formação de 
eritema em pele íntegra e sem perda tecidual.
Estágio II - caracteriza-se por abrasão ou úlcera, ocorre perda tecidual e comprometimento 
da epiderme, derme ou ambas.
Estágio III - caracteriza-se por presença de úlcera profunda, com comprometimento total da 
pele e necrose de tecido subcutâneo, entretanto a lesão não se estende até a fáscia muscular.
Estágio IV - caracteriza-se por extensa destruição de tecido, chegando a ocorrer lesão óssea 
ou muscular ou necrose tissular (COFEN, 2015)
Nessa etapa de classificação e avaliação de uma ferida cirúrgica, o profissional enfermeiro 
estabelece critérios de prioridades, levando em consideração o comprometimento da descontinuidade 
da pele. Entender as características do tecido tegumentar, epiderme, derme, hipoderme, tecidos 
adjacentes (músculos e ossos) e as estruturas celulares e bioquímica presentes nessas regiões da 
pele facilita o critério do planejamento da sistematização da assistência de enfermagem para uma 
cicatrização eficiente, rápida e com redução ou eliminação dos processos infecciosos. 
4 DESBRIDAMENTO DA FERIDA CIRÚRGICA
A palavra desbridar significa remover ou retirar. A prática de limpeza, remoção ou retirada de 
tecidos desvitalizado do leito da ferida para que possa ocorrer uma preparação para o processo 
de cicatrização é chamado de desbridamento ou debridamento.
4.1 Conceitos
Observe abaixo, conceitos e algumas recomendações retirados, na integra, da Resolução n. 
567, de 29 de janeiro de 2018, do COFEN, que diz:
Desbridamento autolítico
Processo seletivo de remoção da necrose (preserva o tecido vivo) pela ação dos neutrófilos, 
eosinófilos e basófilos; e das enzimas digestivas do próprio organismo do paciente. É promovido 
pelo uso de produtos que garantam a umidade adequada na ferida.
Desbridamento instrumental conservador
Pode ser realizado à beira do leito ou ambulatorial, em lesões cuja área de necrose não seja 
muito extensa. Nestes casos, a analgesia local geralmente não é necessária visto que o tecido 
necrótico é desprovido de sensação dolorosa. Nos casos de lesões extensas ou úlceras em estágio 
IV, o paciente deverá ser encaminhado ao centro cirúrgico.
77
Desbridamento mecânico
Consiste na aplicação de força mecânica diretamente sobre o tecido necrótico a fim de facilitar 
sua remoção, promovendo um meio ideal para a ação de cobertura primarias. Pode ser fricção, 
irrigação com jato de solução salina à 0,9%, irrigação pulsátil, hidroterapia, curativo úmido-seco, 
enzimático e autólise.
Desbridamento químico
Processo seletivo de remoção da necrose (preserva o tecido vivo) por ação enzimática.
Por ser uma técnica invasiva, asséptica, limpa, deve ser realizada por médicos e enfermeiros 
habilitados, em ambiente hospitalar. O processo de analgesia se faz necessário para a realização 
do procedimento, bem como monitoração dos sinais vitais e linguagem corporal. É importante 
o planejamento da sistematização da assistência de enfermagem para prever complicações e 
cuidados gerais para com o paciente. 
4.2 Limpeza da ferida
A ferida cirúrgica é considerada um trauma intencional, invasivo, geralmente, planejada, limpa 
e que cicatriza por primeira intenção, dentro de um prazo preestabelecido. Contudo, quando se 
evidenciam fatores ou estruturas celulares ou bioquímicas estranhas ao seu desenvolvimento normal, 
pode infeccionar, e acometer o estado geral do paciente, surgindo, desta forma, complicações 
orgânicas, regionais ou sistêmicas e, por esse motivo, merece cuidados e assistência específicos. Essa 
assistência, primária, pode ser considerada uma limpeza no leito da ferida para retirada de sujidade, 
exsudato contaminado, estruturas celulares e secreções orgânicas (MARTINS et al, 2015).
O enfermeiro e a sua equipe, devem avaliar a FC e estabelecer critérios, seguir protocolos 
institucionais ou do Ministério da Saúde quanto às técnicas limpas, que são consideradas 
procedimentos assépticos, com eliminação total ou parcial dos microrganismos e diminuição 
de fluidos orgânicos potencialmente contaminados. Já as técnicas estéreis têm por objetivo 
eliminar totalmente as cargas microbianas do leito da ferida, exigindo, desta forma, que seja 
realizada no ambiente ou unidade hospitalar. É importante dizer que a técnica limpa pode ser 
um procedimento realizado no ambiente doméstico, desde que, o paciente e a família sejam 
orientados corretamente por um profissional da equipe de enfermagem (MARTINS et al, 2015).
5 CURATIVO DE FERIDAS CIRÚRGICAS
Para promover uma cicatrização rápida, eficiente e resolutiva, o enfermeiro precisa, através de 
procedimentos clínicos, prevenir a ocorrência de fatores infecciosos. Essa prevenção resulta em 
um excelente tratamento de recuperação dos tecidos lesionados, e pode ser chamada de curativo.
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Quadro 4 - Tipos de curativos 
Fonte: MARTINS, et al.,2015 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um quadro com um esquema organizacional e didático 
dos tipos de curativos. Curativo semi-oclusivo (considerado absorvente, utilizado em feridas 
exsudativas e cirúrgicas), curativo oclusivo (serve de barreira e veda a ferida contra sujidade e 
microrganismo), curativo compressivo (utilizado para reduzir sangramento e aproxima as bordas 
da ferida) e curativo aberto (utsado para feridas limpas e cirúrgicas).
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Como você pode observar, existem vários tipos de curativos. Porém todos possuem uma 
finalidade: limpar o leito da ferida para a aplicação de uma cobertura com características estéreis 
para acelerar o processo cicatricial da ferida.
FIQUE DE OLHO
O profissional enfermeiro deve avaliar detalhadamente a ferida cirúrgica e estabelecer 
critérios clínicos para a recuperação do paciente que se submeteu ao ato anestésico-
cirúrgico. É importante seguir protocolos científicos hospitalares ou do Ministério da Saúde. 
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Enfim, o enfermeiro, da clínica cirúrgica e do centro cirúrgico, juntamente com a sua equipe 
de enfermagem, avalia o tipo de incisão cirúrgica, considerando a localização e o tamanho do 
ferimento. Logo em seguida, planeja os cuidados do tratamento da FC e o tipo de curativo que 
melhor se adapta a lesão, contribuindo dessa forma, para a promoção e recuperação da saúde 
do paciente.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
80
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer noções e conceitos relacionados aos critérios de admissão do paciente no 
ambiente da clínica cirúrgica e centro cirúrgico;
• aprender as complicações cirúrgicas e cuidados pós-operatórios; 
• compreender os cuidados gerais do pós-operatório imediato;
• estudar e caracterizar a ferida cirúrgica;
• compreender o processo de perda tecidual, limpeza e curativo da ferida cirúrgica; 
PARA RESUMIR
CAMPOS, M. G. C. A. et al. Feridas Complexas e estomias: aspectos preventivos e manejo 
clínico. João Pessoa: Ideia, 2016.
CARVALHO, R.; BIANCHI, E. R. F. Enfermagem em centro cirúrgico e recuperação. Barueri: 
Manole, 2016.
COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução n. 567, de 29 de janeiro de 2018. 
Regulamenta a competência da equipe de enfermagem no cuidado às feridas e dá 
outras providências.
COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução n. 358/2009. Dispõe sobre a 
Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de 
Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional 
de enfermagem, e dá outras providências.
COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN n. 242, de 31 de agosto de 
2000. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação 
do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o 
cuidado profissional de enfermagem, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, de 23 de abril de 2012. Disponível: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-
2422000-revogada-pela-resoluo-cofen-n-4212012_4282.html. Acesso em: 28 abr. 2020.
KINGDON, B., NEWNAN, K. - Determining Patient Discharge Criteria in an Outpatient 
Surgery Setting. AORN Journal, v.83, n. 4, 898-904, 2006.
LAUTERT, L.; ZINI, L. W.; GLANZNER, C. H. Programa de atendimento de enfermagem 
na admissão e alta hospitalar. Rev Gaúcha Enferm. Porto Alegre, v. 27, n. 1, 92-99, mar, 
2006.
LIMA, M. P.; BORGES, E. L.; SILVA, P. S. Fatores de risco para complicações das feridas 
cirúrgicas abdominais: uma revisão sistemática da literatura. Rev. Min. Enferm. Minas 
Gerais, v. 12, n. 4, 539-546, out/dez, 2008.
MALAGUTTI, W.; BONFIM, I. M. Enfermagem no centro cirúrgico: atualidades e 
perspectivas no ambiente cirúrgico. São Paulo: Martinari, 2009.
MARTINS T. et al. Pré-operatório de cirurgias potencialmente contaminadas: fatores de 
risco para infecção do sítio cirúrgico. Acta Paul. Enferm. São Paulo, v. 28 n. 4, jul/ago. 
2015.
SMELTZER, S. C; BARE, B. G. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
cirúrgica. v. 1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005.
SOBECC. Diretrizes de práticas em enfermagem cirúrgica e processamento de produtos 
para a saúde. 7. ed. São Paulo: Manole, 2017.
UNIDADE 4
Central de material e esterilização: 
estrutura fluxo e métodos
Você está na unidade Central de material e esterilização: estrutura fluxo e métodos. 
Conheça aqui conceitos importantes de uma CME (central de material e esterilização) e 
a sua importância para os ambientes hospitalares. Entenda que existem etapas a serem 
seguidas do fluxo de trabalho e monitoramentos dos materiais médico-hospitalares em 
uma CME, bem como o dimensionamento de pessoas da enfermagem, estrutura da área 
física e os métodos de limpeza, desinfecção e esterilização que ocorrem internamente em 
uma central de material e esterilização. Aprenda, ainda, técnicas que são fundamentadas 
em evidências cientificas relacionadas com a equipe de enfermagem para a validação dos 
processos de eliminações parcial ou total de microrganismos dos materiais cirúrgicos que 
chegam até a central de material e esterilização.
Bons estudos!
Introdução
85
1 NOÇÕES PRELIMINARES
Apresentaremos aqui conceitos importantes e primordiais para o entendimento da dinâmica de 
pessoas, das atividades desenvolvidas na CME (Figura 1) e da estrutura que compõe uma central de 
material de processamento e reprocessamento de PPS (produtos para a saúde), antes chamados de 
artigos médico-hospitalares, bem como o fluxo e as etapas de recepção, expurgo, limpeza, preparo, 
esterilização, armazenamento e distribuição dos produtos para a saúde e instrumentais cirúrgicos 
até a liberação deles, conforme a necessidade dos procedimentos para os diversos setores ou 
unidades hospitalares. É de extrema importância o conhecimento do enfermeiro, profissional 
responsável pelo gerenciamento e assistência da CME, e da sua equipe em relação aos métodos e 
processos de limpeza, desinfecção e esterilização dos artigos hospitalares.
O entendimento desta disciplina se faz necessário diante do cenário globalizado e com novas 
tecnologias em saúde, pois o enfermeiro presta assistência indireta na central de material e 
esterilização, mas, ao mesmo tempo, o seu conhecimento deve ser obrigatoriamente baseado em 
evidências cientificas, levando em consideração a redução das infecções hospitalares e quais os 
melhores métodos de desativação das funções microbiológicas. Cabe lembrar que, o enfermeiro 
e a sua equipe de enfermagem são peça fundamentais para trabalhar com orientação, promoção 
e prevenção das infecções hospitalares, e contribuir para aumentar a eficácia dos métodos de 
processamentos dos PPS para uma melhor segurança do paciente e da equipe multiprofissional. 
Essas ações, diante do cenário global atual, tornam-se cada vez mais complexas, pois, o enfermeiro 
precisa diariamente se qualificar para entender o universo dos microrganismos, fontes de 
contaminações e métodos empregados para eliminações dessas contaminações nos PPS.
Figura 1 - Central de material e esterilização 
Fonte: Chinnapong, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma central de material e esterilização, com a sua equipe 
de enfermagem paramentada adequadamente para evitar contaminações dos produtos para a 
saúde. Esse processo visa alcançar melhor biossegurança e controle das infecções hospitalares. 
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Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.1 Noções gerais da central de material e esterilização
Quando se pensa no ambiente hospitalar, certamente, não recordamos ou lembramos, que 
existe uma unidade funcional, ativa, formada exclusivamente pelos profissionais da enfermagem 
(enfermeiros e técnicos em enfermagem), que atuam em uma função destinada ao fluxo correto 
do processamento e reprocessamento de produtos para a saúde em serviços de saúde. Este 
ambiente (ou unidade) é chamado de CME. Veja a figura abaixo.
Quadro1 - Central de esterelização 
Fonte: OURIQUES; MACHADO, 2006 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um organograma da organização da central de material 
e esterilização, composta pelo enfermeiro (coordenador e assistente), equipe de enfermagem 
87
(auxiliares ou técnicos em enfermagem), que possuem as funções ou atribuições de processarem 
os produtos de saúde em um fluxo correto - desde o recebimento até a distribuição dos PPS para 
os setores hospitalares. 
Esse setor tem por objetivo principal, no âmbito hospitalar, preservar pela prevenção das 
infecções, e as práticas adequadas dos métodos e processamentos seguros dos PPS, zelando, 
desta forma, pela segurança do paciente.
Percebe-se a importância da CME no controle das infecções, devido à contaminação ocorrer 
no sítio cirúrgico e, por falta de atenção adequada, no processamento dos PPS, transmitindo, 
dessa forma, a contaminação. Assim, o PPS passa a ser uma fonte de infecção. 
1.2 Contaminação e infecção
Quando entendemos que a introdução de qualquer substância nociva que possa desenvolver 
patologia ou doenças em meio terrestre, aéreo, aquático, ou ainda, no ambiente hospitalar, 
estamos nos referido à contaminação. Ela pode ocorrer de diversos tipos como: 
• contaminação química (ocasionada por substâncias químicas);
• contaminação física (ocasionada por fatores físicos do ambiente); e
• contaminação biológica (ocasionada por fungos, bactérias, vírus, helmintos, parasitas e 
por substâncias orgânicas como sague, saliva, secreções). 
Sabendo o conceito de contaminação, vamos entender o que é uma infecção. De forma geral, 
podemos dizer que, para se ter um processo infeccioso, é necessário e primordial que tenha 
uma forma de vida microscópica ou agentes agressores (bactérias, fungos, vírus, helmintos). 
Além disso, é preciso que essas formas de vida penetrem no organismo de um outro ser vivo 
(hospedeiro), ou fiquem se desenvolvendo e se multiplicando na superfície de materiais, como, 
por exemplo, os instrumentais cirúrgicos ou nos PPS.
Para reduzir os níveis de contaminações e infecções devemos usar os equipamentos de 
proteção individual e fazer uso de toda biossegurança para evitar uma transferência de formas de 
vida microscópicas de uma pessoa para outra (ou objeto) para uma outra pessoa. Dessa forma, 
estaremos minimizando as contaminações e infecções cruzadas.
Além da CME, no âmbito hospitalar, a CCIH (comissão de controle de infecção hospitalar) 
define regras e normas para controlar, minimizar, avaliar e mensurar os índices de infecções, e 
trabalha em conjunto, com a CME, na elaboração de protocolos de medidas para prevenir os 
processos infecciosos dentro de uma instituição de saúde. Diferente da CME, a equipe técnica, é 
formada por diversos profissionais da área da saúde e técnicos administrativos.
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De acordo com as resoluções dos órgãos competentes, a CME deve ser formada por uma 
área de lavagem e descontaminação, uma área de preparo dos materiais, área de esterilização, 
área de armazenamento e distribuição dos PPS, conforme determinado na Resolução de Diretoria 
Colegiada (RDC) - n. 50/2002.
Já a RDC n. 15/2012 determina as boas práticas para o processamento de produtos para a 
saúde, e classifica a CME em classe I e classe II, levando em consideração a PCNC (Conformação 
Não Complexa) e a PCC (Conformação Complexa) que, seriam produtos passiveis de métodos de 
processamentos e reprocessamentos.
Quadro 2 - Estrutura física da central de material e esterilização 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um esquema didático da estrutura física da central de 
material e esterilização e a sua classificação em CME do tipo I (aquela com barreira técnica 
entre as áreas para processamento e reprocessamentos dos PPS) e a CME do tipo II (aquela com 
barreira física entre as áreas de processamento e reprocessamento dos PPS).
Em CME, as barreiras físicas são diferentes das barreiras técnicas. 
Barreiras físicas
Dizem respeito a estruturas naturais ou estruturais, que impedem a passagem ou acesso de 
um profissional para uma área não autorizada.
Barreiras técnicas
São normas, protocolos, regulamentos técnicos embasados em regras internacionais para se 
evitar processos de contaminações.
Para fundamentar o esquema acima será apresentado na íntegra o artigo 5º da RDC n. 
89
15/2012 na parte que trata especificamente sobre as boas práticas para o processamento de 
produtos para a saúde e das condições organizacionais. Veja abaixo.
Art. 5º Para cumprimento desta resolução os CME passam a ser classificados em CME Classe I e 
CME Classe II.
§ 1º O CME Classe I é aquele que realiza o processamento de produtos para a saúde não-críticos, 
semicríticos e críticos de conformação não complexa, passíveis de processamento.
§ 2º O CME Classe II é aquele que realiza o processamento de produtos para a saúde não-críticos, 
semicríticos e críticos de conformação complexa e não complexa, passíveis de processamento.
§ 3º O CME só pode processar produtos compatíveis com a sua capacidade técnica operacional e 
conforme a sua classificação.
§ 4º Quando não especificada a classificação, as determinações desta resolução se aplicam aos 
dois tipos de CME e às empresas processadoras (Anvisa, 2012, on-line).
Os PPS que possuem lúmen inferior a 5mm e/ou fundo cegos, espaços internos inacessíveis 
para limpeza, tipo fricção direta, reentrâncias ou válvulas serão classificados como PCC; já os PPS 
cujas superfícies internas e externas podem ser atingidas pela limpeza, tipo escovação, e que 
tenham diâmetros superior a 5mm nas suas estruturas, serão classificados como PCNC.
Em um ambiente hospitalar, unidade de saúde ou em qualquer instituição que preste 
assistência de saúde, temos áreas ou setores que são mais expostos, menos expostos, ou ainda, 
que não tem riscos de contaminações. Ter conhecimento dessas áreas torna-se importante para 
traçar planos necessários para se transitar ou permanecer nesse setor livre de qualquer tipo de 
agressão microbiológica, e evitar a propagação de agentes infecciosos e, consequentemente, 
quebrar a cadeia de transmissão e contaminação do agente agressor.
Segundo a Anvisa (2012), a área na qual existe um maior risco para se desenvolver e propagar 
a contaminação ou agente microbiológico é chamada de área crítica hospitalar. Podemos citar 
como exemplos:
• a central de material e esterilização;
• a unidade de terapia intensiva;
• o banco de sangue; 
• o centro cirúrgico; e 
• as unidades de isolamentos.
Enfermaria, áreas limpas hospitalares, apartamentos, consultórios clínicos são áreas 
consideradas semicríticas, porque o risco de contaminação e propagação da infecção pode ser 
90
considerado baixo ou regular. E as áreas não-críticas são as que não desenvolvem atividades 
assistenciais de saúde, e por esse motivo não desenvolvem e nem propagam níveis considerados 
de contaminações. Podemos citar como exemplo as áreas administrativas hospitalar.
1.3 Conceitos básicos
Quando se fala em central de material e esterilização em qualquer âmbito da área da saúde, é 
comum que alguns termos apareçam e, portanto, para os profissionais de enfermagem, a clareza 
desses conceitos contribui para que exerça a sua profissão com maior zelo, rigor e competência 
técnica. Confira a seguir os termos.
Barreira técnica
O artigo 4 da RDC n. 15/2012 dispõe que é o “conjunto de medidas comportamentais dos 
profissionais de saúde visando à prevenção de contaminação cruzada entre o ambiente sujo e o 
ambiente limpo, na ausência de barreiras físicas”. 
Controle de qualidade do processamento dos produtos para saúde
Ainda no mesmo artigo 4 da RDC 15/2012, também conhecida por resolução das boas práticas 
para o processamento de produtos para a saúde, é a “avaliação sistemática e documentada 
da estrutura e do processo de trabalho e avaliação dos resultados de todas as etapas do 
processamento de produtos para saúde”.
Processamento de produto para a saúde
Segundo a RDC15/2012, é o “conjunto de ações relacionadas à pré-limpeza, recepção, 
limpeza, secagem, avaliação da integridade e da funcionalidade, preparo, desinfecção ou 
esterilização, armazenamento e distribuição para as unidades consumidoras”.
Produtos para saúde críticos
Insumosutilizados em procedimentos invasivos, com penetração do tecido epitelial, sub 
epiteliais, mucosas e sistema vascular, incluindo também todos os produtos para saúde que 
estejam diretamente interligados com esses sistemas do corpo humano. Esse conceito foi 
estabelecido pela RDC 15/2012.
Produtos para saúde não-críticos
Por dedução esse termo reflete o oposto dos produtos para saúde críticos. Portanto, é o que 
entra em contato com o tecido íntegro ou não entra em contato com o paciente. 
91
Produtos para saúde semicríticos
Produtos que entram em contato com pele não íntegra ou mucosas íntegras colonizadas. Esse 
conceito foi estabelecido pela RDC 15/2012.
Produtos para saúde passíveis de processamento
Produto para saúde fabricado a partir de matérias primas e conformação estrutural, que 
permitem repetidos processos de limpeza, preparo e desinfecção ou esterilização, até que percam 
a sua eficácia e funcionalidade. Conceito estabelecido pela RDC 15/2012.
Produto para saúde crítico de conformação complexa
Segundo a RDC 15/2012, “produtos para saúde que possuam lúmem inferior a 5 milímetros 
ou com fundo cego, espaços internos inacessíveis para a fricção direta, reentrâncias ou válvulas”.
Produto para saúde de conformação não complexa
Produtos para saúde cujas superfícies internas e externas podem ser atingidas por escovação 
durante o processo de limpeza e que tenham diâmetro superior a 5 milímetros nas estruturas 
tubulares. Conceito estabelecido pela RDC 15/2012.
É importante salientar que, PCNC são produtos para saúde, fabricado a partir de matérias 
primas e estruturas, que permitem repetidos processos e métodos de limpeza, desinfecção ou 
esterilização, até perder o seu benefício e funcionalidade. Já os PCC, são críticos e complexos, 
seguem protocolos específicos dos seus fabricantes para os processos de limpeza, desinfecção e 
esterilização. 
Neste momento, após essa breve explanação sobre o conteúdo envolvendo processamento e 
reprocessamento dos PPS, acredita-se que seja possível ampliar a perspectiva e aprofundar mais 
alguns conceitos e, exemplificar determinados métodos de processamentos dos produtos para a 
saúde e assim elucidar possíveis questões que ainda possam não estar esclarecidas.
Escolher o melhor método para o processamento dos materiais exige conhecimento do 
profissional enfermeiro, bem como convencer a gestão hospitalar a enxergar que não é somente 
um simples processo de limpeza, desinfecção ou esterilização. São recomendações baseadas 
em ciência e de reconhecimento nacional e internacional. Além disso, seria interessante que os 
materiais, principalmente, considerados críticos fossem de uso único e descartáveis.
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2 FLUXO E ESTRUTURA DA CENTRAL DE MATERIAL 
E ESTERILIZAÇÃO
Conforme foi abordado anteriormente, é parte fundamental do trabalho do profissional 
enfermeiro e da sua equipe (auxiliares e técnicos em enfermagem), o conhecimento das 
resoluções dos órgãos competentes em relação ao funcionamento e processamento do PPS.
Desta forma, será comentado na sequência a estrutura da CME, bem como o fluxo ou 
direcionamento dos produtos para a saúde da CME, prevenindo, desta forma, os cruzamentos 
dos PPS e possíveis disseminações das fontes contaminadas, evitando, assim, infecções cruzadas, 
garantindo uma segurança para o paciente de forma segura e eficaz. 
2.1 Fluxograma e estrutura da central de material e esterilização
A CME - unidade, ativa e funcional, destinada a receber, expurgo (área suja), limpeza, 
descontaminação, preparo, esterilização, guarda e distribuição dos PPS utilizados nos diversos 
setores de um estabelecimento de saúde - pode se localizar dentro (centralizada) ou fora 
(descentralizada) da edificação da saúde usuária dos materiais (SOBECC, 2007). Existem serviços 
de saúde que terceirizam esta atividade, mas, independentemente do modelo adotado, as 
resoluções vigentes devem ser contempladas.
Qualquer instituição de saúde precisa estabelecer normas para controlar a infecção hospitalar. 
E é nesse contexto que a CME ocupa um papel pertinente, já que o Ministério da Saúde recomenda 
um movimento em um único sentido (fluxo), sem retrocesso e sem cruzamento dos PPS limpos com 
os PPS contaminados com relação às barreiras ou separação física dos setores. E, por este motivo, é 
necessário o planejamento arquitetônico das edificações de saúde (BRASIL, 2002, on-line).
93
Aprofundando o tema em questão e, de acordo com Resolução da Diretoria Colegiada n. 
50/2002 da Anvisa que, refere-se ao planejamento, a programação, a elaboração e avaliação de 
projetos físicos de estabelecimento de assistência à saúde, é importante dizer que os projetos, 
sem exceção, devem seguir, prioritariamente, essa resolução, para garantir qualidade dos serviços 
e oferecer áreas arquitetônicas (estruturas) adequadas para o desempenho das atividades de 
enfermagem e de outras equipes de saúde.
Quadro 3 - Planejamento arquitetônico da central de material e esterilização em tipo I e II 
Fonte: SOBECC, 2017 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um esquema didático do planejamento arquitetônico da 
central de material e esterilização. Essa área arquitetônica é separada por barreiras físicas (que 
impedem o contato cruzado da equipe), e cada área tem as suas funções especificas: receber o 
PPS (área suja), limpar e prepara o PPS (área limpa), armazenar e distribuir os PPS (área estéril). 
A equipe de enfermagem se faz presente em todas as áreas. 
Todo o projeto físico de estabelecimento de atendimento à saúde, seja público ou privado, 
deverá ser desenvolvido e elaborado levando em consideração a RDC n. 50/2002 da Anvisa, que 
dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação 
de projetos físicos. A medida visa a garantir os serviços prestados e oferecer estrutura adequada 
para desenvolvimento das atividades dos profissionais envolvidos (Anvisa, 2002).
Para que você consiga entender o próximo esquema da central de material e esterilização 
(Figura - Planejamento da Estrutura Física da Central de Material e Esterilização), é importante 
dizer que, uma CME deve possuir um espaço direcionado para os serviços desenvolvidos no setor, 
e deve dispor da seguinte cadeia de gestão: recursos humanos, equipamentos para a saúde, 
insumos, gerenciamento e monitoramento geral na central de material e esterilização.
É preciso compreender que estamos falando de um tema que exige inovação e tecnologia 
e, para isso, os investimentos para aquisição dos PPS geram altos custos para gestão hospitalar, 
e para aquisição dos materiais, principalmente, cirúrgicos. Além disso, é necessário investir 
94
na qualificação do enfermeiro e da sua equipe, com educação continuada e conhecimento na 
montagem e desmontagem dos PPS da central de material e esterilização. 
Quadro 4 - Planejamento da estrutura física da central de material e esterilização 
Fonte: SOBECC, 2007 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um esquema didático da composição da estrutura física da 
central de material e esterilização. Essa composição leva em consideração os recursos humanos 
(especialização e educação constante da equipe de enfermagem), equipamentos (investimentos 
e manutenção dos maquinários para uso da CME), insumos (aquisições dos PPS e produtos 
químicos, físicos e biológicos para testagem) e gerenciamento, pelo enfermeiro, e monitoramento 
por toda a equipe da central de material e esterilização. 
Neste momento, após essa breve explanação sobre as novas tecnologias da central de material 
e esterilização, um desafio para toda a equipe de enfermagem. Acredita-se que seja possível 
ampliar a perspectiva do enfermeiro e da suaequipe para os processos inovadores, que ocorrem 
em uma central de material e esterilização. Em meio à globalização e à tecnologia avançada que 
nos cercam, os profissionais de enfermagem têm por obrigação de seguir o fluxo das inovações. 
Não se pode admitir métodos ultrapassados de processamento e reprocessamento dos PPS, 
expondo e minimizando a segurança dos pacientes no âmbito hospitalar. 
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3 PROCESSAMENTO DE MATERIAL PARA A SAÚDE
Com o advento de novas tecnologias utilizadas no âmbito hospitalar e o desenvolvimento 
de novas técnicas cirúrgicas, os PPS se tornaram mais complexos e estruturalmente avançados, 
surgindo, dessa forma, a necessidade de aprimorar os cuidados e tratamentos do PPS e da equipe 
de enfermagem para o desenvolvimento dessas tarefas de limpeza, desinfecção e esterilização. 
3.1 Limpeza
O PPS - quando chega na CME - passa por etapas para o seu processamento adequado, 
seguindo um fluxo de inspeção, limpeza, preparo, embalagem, esterilização e armazenamento e, 
logo em seguida, encaminhado para os setores hospitalares ou da unidade de saúde, de acordo 
com a necessidade dos procedimentos no âmbito hospitalar.
Então, podemos entender que limpar é retirar a sujeira, manchas ou impurezas dos materiais 
que chegam até a CME, oriundos dos diversos setores hospitalares. Por esse motivo, é de extrema 
importância a inspeção (observação) detalhada do PPS para, logo após, iniciar o processamento 
do material.
Segundo a Sobecc (2007), limpeza é a remoção de sujidades e impurezas orgânicas, visíveis ou 
invisíveis, ao olho nu, em PPS ou superfícies antes do processamento do material para desinfecção 
e/ou esterilização. Alguns estudiosos da área afirmam que é uma ação mecânica e necessita de 
água e substâncias ou agentes químicos.
Esta etapa do processamento do PPS pode ser realizada de forma manual ou através de 
equipamento mecânicos ou ainda pela combinação dos métodos - manual e mecânico. A 
recomendação é a imersão total do PPS no agente químico (limpeza) para evitar que agentes 
96
infecciosos circulem no ambiente, através do ar, e, consequentemente, contamine o ambiente 
laboral. É importante salientar que o fabricante do PPS deve orientar a técnica adequada de limpeza 
para evitar contaminação e minimizar a dispersão de aerossóis (OURIQUES; MACHADO, 2013).
Quando aprendemos que o conjunto de materiais médico-hospitalares ou PPS que serão 
destinados para a CME, vindos dos diversos setores hospitalares, são chamados de unidades 
consumidoras, e os que saem da CME para suprir a necessidades dos setores hospitalares, em seus 
procedimentos diários, são chamados de unidades fornecedoras, temos então um fluxograma do 
processamento do material (SOBECC, 2017).
Quadro 5 - Fluxograma do processamento dos materiais para a saúde na CME 
Fonte: SOBECC, 2007 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um esquema didático do fluxo do processamento dos 
materiais para a saúde. Observamos a unidade consumidora - área suja ou expurgo, da CME, 
recebem PPS das unidades hospitalar e a unidade fornecedora - área limpa, de armazenamento 
dos PPS, na CME, para distribuir as diversas unidades hospitalar. 
Quando a unidade fornecedora envia os materiais para serem processados na CME, e 
existe o recebimento dele, faz-se necessário que a equipe de enfermagem, área suja, receba-o 
e o inspecione imediatamente. Inspecionar é verificar as condições do PPS para possível 
desmontagem e segurança do trabalhador.
A limpeza do material ou PPS deve seguir protocolos institucionais e, de preferência, do 
Ministério da Saúde, e deve ser rigorosa, por ser uma das etapas de grande importância para o 
processamento do material, porque será removida desde simples sujidade até cargas microbianas 
97
e formas físicas de proteção do microrganismo (OURIQUES; MACHADO, 2013). Limpar tem por 
objetivo a remoção de sujidade (biofilme), remoção ou redução da carga microbiológica e a 
remoção ou redução de substâncias pirogênicas.
Entendemos que biofilme são acúmulos ou colônias microbianas que contêm material celular 
em grande quantidade fixada na superfície do PPS, que ficarão imersos em líquidos orgânicos 
(ANVISA, 2007). Uma vez formado, é preciso que a substância esterilizadora o penetre antes de 
eliminar o agente microscópio contaminante. Para essa eliminação, deve-se testar os insumos 
que irão agir no ato da limpeza como: escovas, pistolas e lavadoras ultrassônicas, que foram 
desenvolvidas para otimizar a etapa da lavagem no processamento dos PPS. 
Figura 2 - Tipo de Insumo usado em uma central de material e esterilização 
Fonte: Senkumar Alfred, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra um insumo, chamado de escova, que é utilizada na central 
de material e esterilização com a função de limpar a superfície dos produtos. Dependendo do 
fabricante, pode ser diferente no tamanho e na espessura dos fios, mas com a mesma finalidade.
3.2 Secagem
E, por fim, o processamento de secagem deve ser realizado com cuidado para que a umidade 
presente não cause a corrosão ou a destruição do PPS, para não interferir em processamentos 
futuros. A execução da técnica correta de secagem do PPS pode ser realizada de diversas formas, 
como, por exemplo, com uma estufa reguladora para este fim, ar comprimido medicinal, secadora 
de ar quente/frio ou um pano limpo e seco destinado somente para essa etapa do processamento 
dos materiais.
Seguindo o fluxo correto do processamento e reprocessamento dos PPS, devemos 
compreender: PPS sujo, exposição ao agente de limpeza, enxague, secagem, barreira física, 
inspeção, preparo e embalagem, esterilização, armazenamento e distribuição. E, no preparo do 
material, genericamente denominado empacotamento, os invólucros utilizados para embalar os 
materiais devem estar íntegros para evitar as contaminações do ambiente nos PPS. 
98
4 DESINFECÇÃO
Desinfecção é o método (físico ou químico) de eliminar os microrganismos ou qualquer 
objeto que não tenha vida da superfície dos PPS. Não confunda esse método de processamento 
dos materiais com esterilização, visto que a desinfecção não elimina totalmente todas as formas 
microbianas. O primeiro método (desinfecção) difere do segundo método (esterilização) quanto 
à capacidade de eliminar esporos bacterianos, que são estruturas que protegem as bactérias. 
4.1 Equipamentos de proteção individual
O Ministério da Saúde recomenda que os trabalhadores da CME ou de qualquer parte 
ou unidade hospitalar, seja pública ou privada, façam sempre uso de EPIs (equipamentos de 
proteção individual) para processar os PPS. Os EPIs devem ser adequados e relacionados com 
os riscos expostos no ambiente. É imprescindível que a equipe de enfermagem da CME faça o 
uso constante de luvas de borrachas, preferencialmente, de cano longo, máscara, óculos, avental 
impermeável e gorro. E, utilizando maquinário no setor, usem ainda protetor auditivo (MARTINS; 
LIBRELON, 2007).
Para fundamentar e complementar os estudos relacionados sobre a desinfecção na CME e, de 
acordo com resolução da diretoria colegiada n. 15/2012, da Anvisa, que se refere às boas práticas 
para o processamento de produtos para saúde e dá outras providências. Veja as definições no art. 
4, da Seção III (ANVISA, 2012, on-line):
• desinfecção de alto nível: processo físico ou químico que destrói a maioria dos micror-
ganismos de artigos semicríticos, inclusive microbactérias e fungos, exceto um número 
elevado de esporos bacterianos;
• desinfecção de nível intermediário: processo físico ou químico que destrói microrganis-
mos patogênicos na forma vegetativa, microbactérias, a maioria dos vírus e dos fungos, 
de objetos inanimados e superfícies;
• detergentes: produto destinado à limpeza de artigos e superfícies por meio da dimi-
nuição da tensão superficial, composto por grupo de substâncias sintéticas, orgânicas, 
líquidas ou pós solúveis em água, que contêm agentes umectantes e emulsificantes que 
suspendem a sujidadee evitam a formação de compostos insolúveis ou espuma no ins-
trumento ou na superfície.
Segundo os centros de controle e prevenção de doenças (centers for disease control and 
prevention - CDC), o processamento e cuidado de superfícies com matéria orgânica (qualquer 
substância oriunda do corpo humano e fonte de infecção) difere de acordo com a quantidade 
de volume e local da contaminação. Esse tratamento é dividido em dois tipos de técnicas de 
desinfecção: a primeira levando em consideração pequena quantidade e a segunda, levando em 
consideração grande quantidade de matéria orgânica (CDC, 2003). É importante dizer que sempre 
99
que existir presença de substância orgânica em superfícies, essa deverá ser removida. 
4.2 Desinfecção e classificação
Seguindo o fluxo de processamento dos materiais e, logo após o processo da limpeza dos PPS, 
a próxima etapa é chamada de desinfecção. Essa etapa leva em consideração o espectro de ação 
contra o microrganismo, usando para isso os agentes químicos e físicos, e pode ser de:
• alto nível - quando destrói todas as formas de vidas microscópicas;
• nível intermediário - quando são eliminadas todas as bactérias vegetativas, bactéria da 
tuberculose, fungos, vírus e substâncias gordurosas e não gordurosas, 
• nível mais baixo - quando elimina somente bactérias de pequeno potencial de contami-
nação - alguns vírus e fungos.
Somente o alto nível de desinfecção destrói os esporos bacterianos (SOBECC, 2017).
Para que o produto seja eficiente para a limpeza ou desinfecção do material, é preciso possuir 
um amplo espectro de ação germicida, inativar rapidamente os microrganismos potentes e não 
pode irritar a pele ou mucosas dos profissionais. 
Complementando o tema sobre a desinfecção, temos a RDC n. 14/2007, da Anvisa, que se 
refere ao regulamento técnico para produtos saneantes com ação antimicrobiana harmonizado 
no âmbito do Mercosul.
Os microrganismos são as formas de vida mais difundida na natureza. Sua presença tem efeitos 
positivos e negativos para a vida do homem, consequentemente, seu controle é fundamental para 
evitar que estes efeitos produzam consequências indesejáveis, para a saúde, o meio ambiente e os 
bens que fazem à qualidade de vida do ser humano. O mencionado controle pode ser realizado por 
meio físico ou químico, os quais devem ser específicos para a ação desejada e não devem produzir 
efeitos colaterais indesejáveis (ANVISA, 2007, on-line).
FIQUE DE OLHO
A Anvisa disponibiliza em seu endereço eletrônico as RDCs para fins de pesquisa acadêmicas 
e cientificas e as suas inúmeras atribuições para as condutas corretas em diversas áreas do 
âmbito da saúde. 
100
Quadro 6 - Tipo de desinfecção usadas em uma central de material e esterilização 
Fonte: BRASIL, 2012 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um esquema didático do tipo processamento de material 
para saúde - desinfecção-, e podemos classificar esse método em desinfecção física (quando 
o processamento ocorre através do calor), desinfecção química (quando a desinfecção ocorre 
fazendo uso de substâncias químicas) e, por fim, a desinfecção físico-químico (quando existem a 
associação de fatores químicos e físicos). 
5 ESTERILIZAÇÃO
Esterilizar vem de eliminar. Assim, esterilização é destruir, completamente, por ação de 
agentes físicos ou químicos, todas as formas de vida microscópicas (vírus, fungos, parasitas, 
helmintos e bactéria). No âmbito hospitalar, esta etapa do processamento do PPS é executada na 
CME (FRUTUOSO, 2018).
101
Figura 3 - Esterilizadora 
Fonte: Iryna Kalamurza, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra um tipo de equipamento, esterilizadora, cujo a função é eliminar 
qualquer forma de vida ou estruturas inanimadas das superfícies dos PPS, reduzindo, desta forma, os 
índices de infecções hospitalares e garantindo melhor segurança para os pacientes e funcionários.
5.1 O material
O invólucro (figura - Revestimento para processamento de PPS) selecionado para proteger 
o PPS deve ter características potentes de permeabilidade a substâncias esterilizantes, ser 
impermeável às diversas partículas microscópicas e ser resistente às condições físicas do 
processamento e método de esterilização. Esse invólucro precisa adequar-se às características 
e flexibilidade do material. E é importante nunca esquecer de observar a selagem adequada, 
evitando resíduos tóxicos no interior do pacote (ASCARI et al.,2013). 
Figura 4 - Revestimento para processamento de PPSF 
onte: Roman Zaiets, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra um tipo de revestimento dos materiais a serem processados, 
chamado invólucro. Uma profissional segura a bandeja com instrumentais cirúrgicos corretamente 
envolvidos e protegidos para serem esterilizados. Ela está próxima da máquina esterilizadora.
102
5.2 Validação
Logo após o material ter seguido o fluxo da esterilização, o PPS passa por uma etapa chamada 
de validação. Essa etapa dependerá da qualidade do processo de esterilizar e deve seguir 
parâmetros físicos, químicos e biológicos para avaliação adequada do processo e, somente depois 
de todas as análises, deverá seguir para o armazenamento e, posteriormente, distribuído para os 
diversos setores do âmbito hospitalar (TRIPPLE et al.,2011).
Os materiais (PPS) que levantaram suspeita no ato de esterilizar deverão, obrigatoriamente, 
ser considerados não estéreis, e será preciso iniciar o processamento dele na CME. Por exemplo, 
presença de umidade dentro de uma caixa de instrumental submetida à esterilização por vapor 
úmido - tipo de processo físico para esterilizar.
A esterilização do tipo físico-químico sob pressão é o processamento mais utilizado para os 
PPS críticos, por possuir características de serem não tóxicos, custo baixo e destruírem os esporos 
(estruturas resistentes) dos microrganismos. Porém, deve ser exclusivo para materiais críticos que 
não sejam sensíveis aos fatores: calor e umidade. 
É importante que toda equipe de enfermagem da CME e do centro cirúrgico tenham 
uma preparação para exercer as atividades peculiares ao preparo e recebimento correto 
dos materiais a serem processados, utilização adequada do processo de esterilização, como 
também manipulação criteriosa e acondicionamento dos artigos esterilizados. Dessa maneira, 
é responsabilidade do enfermeiro assumir o desenvolvimento de uma educação continuada da 
equipe, ao oportunizar um saber sistematizado contextualizado ao conhecimento gerado na 
prática cotidiana, possibilitando, assim, um aprendizado efetivo (MONTEIRO et al., 2003). 
Método físico
Esteriliza pela pressão do vapor saturado e calor úmido e seco.
Método químico
Esteriliza por radiação gama, do elemento químico cobalto 60 e feixe de elétrons.
Método físico-químico
Esteriliza a baixas concentrações de temperatura e vapor dos gases óxidos de etileno e 
peróxido de hidrogênio
Enfim, é sempre recomendável que o profissional enfermeiro e a equipe de enfermagem 
estejam atentos às resoluções atualizadas que envolvem os produtos para a saúde a serem 
processados em uma central de material e esterilização. 
103
O cuidado com cada etapa do processamento é primordial e fundamental para uma assistência 
de enfermagem direta ou indireta ao paciente. Sistematizar a rotina dentro de uma central de 
material e esterilização é fundamental para uma boa prática do enfermeiro.
FIQUE DE OLHO
A Anvisa disponibiliza em seu endereço eletrônico a Resoluções Diretoria Colegiada (RDC 
15/2012) para fins de pesquisa acadêmicas e cientificas e as suas inúmeras atribuições para 
as condutas corretas para boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá 
outras providências (ANVISA, 2012).
104
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• entender a funcionalidade da central de material e esterilização;
• conhecer conceitos preliminares para o entendimento dos processos que ocorrem 
em uma CME; 
• aprender o fluxo e estrutura da central de material e esterilização;
• estudar sobre as etapasde processamento e reprocessamento dos produtos para a 
saúde;
• diferenciar e entender a limpeza, desinfecção e esterilização dos materiais para saúde 
e a importância desses processos para a segurança do paciente.
PARA RESUMIR
ASCARI, R. A. et al. O processo de esterilização de materiais em serviços de saúde: uma 
revisão integrativa. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research. Paraná, v. 4, n. 2, 
33-38, set/nov. 2013.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Pacientes pela segurança do paciente 
em serviços de saúde: Como posso contribuir para aumentar a segurança do paciente? 
Orientações aos pacientes, familiares e acompanhantes. Brasília: Anvisa, 2017. 
Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/3507912/Como+posso
+contribuir+para+aumentar+a+segurança+do+paciente/52efbd76-b692-4b0e-8b70-
6567e532a716. Acesso em: 8 abr. 2020.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n. 15, de 15 de março de 
2012. Dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos 
para saúde. Disponível: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/
rdc0015_15_03_2012.html. Acesso em: 16 mar. 2020.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n. 14, de 28 de fevereiro de 2007. 
Aprova o regulamento técnico para produtos saneantes com ação antimicrobiana 
harmonizado no âmbito do Mercosul através da resolução GMC n. 50/06. Disponível: 
https://www.cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/201611/08140937-rdc-14-2007.pdf. 
Acesso em: 17 mar. 2020.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n. 307, de 14 de novembro 
de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, 
elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. 
Disponível: http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20RDC%20
Anvisa%20n%C2%BA%20307,%20de%2014nov02.pdf. Acesso em: 18 mar. 2020.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n. 50, de 21 de fevereiro de 2002. 
Dispõe sobre o Regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e 
avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/Anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.html. 
Acesso em: 16 mar. 2020.
CDC. Centers for Disease Control and Prevention. Guidelines for environmental Infection 
Control in Health-Care Facilities. Atlanta, 2003.
FRUTUOSO, D. Limpeza e Desinfecção de Materiais e Superfícies. 2018. 64f. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Graduação). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 
2018.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARTINS, D. A.; LIBRELON, G. S. Limpeza de artigos e materiais odontológicos em uma 
instituição federal de ensino. Rev SOBECC. São Paulo, v. 12, n. 1, 34-38, jan/mar. 2007. 
MONTEIRO, E. M. L. M. et al. Elaboração de protocolo para esterilização de materiais 
em uma unidade básica de saúde. In: 61º Congresso Brasileiro de Enfermagem. 2009.
OURIQUES, C. M.; MACHADO, M. E. K. Enfermagem no processo de esterilização de 
materiais. Texto Contexto Enferm. Florianópolis, v. 22, n. 3, 898-904, jul/set. 2006.
SOBECC. Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação 
Anestésica e Centro de Material e Esterilização. Práticas Recomendadas. 4. ed. São 
Paulo: Nacional, 2007.
SOBECC. Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação 
Anestésica e Centro de Material e Esterilização. Práticas Recomendadas. 7. ed. São 
Paulo: Nacional, 2017.
TIPPLE, A. C. F. et al. O monitoramento de processos físicos de esterilização em hospitais 
do interior do estado de Goiás. Rev Esc Enferm. v. 45, n. 3, 751-757. São Paulo, 2011.
O profissional de enfermagem tem um papel crucial na qualidade 
e segurança tanto da estrutura e no funcionamento de um centro 
cirúrgico. Este livro oferece um estudo detalhados para minimizar ou 
eliminar os riscos potenciais para as disfunções orgânicas e infecções 
hospitalares.
O autor trata detalhadamente de temas importantes em quatro 
unidades. São elas: enfermagem no centro cirúrgico; biossegurança 
e assistência de enfermagem perioperatória; enfermagem cirúrgica: 
abordagem assistencial do cuidar; e, por fim, central de material e 
esterilização: estrutura fluxo e métodos. 
Bons estudos!
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