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SISTEMAS ESTRUTURAIS II Unidade 2 – Dimensionamento de Fundações Rasas Prof. Lucas Broseghini Totola Curso: Engenharia Civil 2023/2 – 1º Bimestre lucastotola@professor.multivix.edu.br • Compreender a importância da investigação do subsolo; • Compreender o ensaio SPT e os parâmetros obtidos; • Compreender os conceitos básicos de fundações; • Dimensionamento geométricos de sapatas. OBJETIVOS • CUSTOS E RISCOS • Empiricamente pode-se estimar o custo da sondagem entre 0,2 a 0,5% do custo total de obras convencionais (SCHNAID,2012). • Quando o projetista possui informações insuficientes ou inadequadas ele compensa com um maior fator de segurança → superdimensionamento e obras onerosas; • Custos para a correção são altos!!! “A sondagem mais cara é aquela que não foi feita” IMPORTÂNCIA TORRE DE PISA, ITÁLIA • A Torre de Pisa, na Itália começou a ser construída em 1173 e demorou mais de 200 anos para chegar a altura que tem hoje. Possui uma base circular de 20m de diâmetro e 54m de altura. Chegou a ter 5m de desaprumo. • O que causou a inclinação? Recalque por adensamento. Estudos atuais mostram que há uma camada de argila a cerca de 11 m de profundidade IMPORTÂNCIA TORRE DE PISA, ITÁLIA IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA Prédios tortos no litoral de Santos-SP IMPORTÂNCIA Prédios tortos no litoral de Santos-SP IMPORTÂNCIA • Todas as obras da Engenharia Civil assentam se sobre o terreno e inevitavelmente requerem que o comportamento do solo seja devidamente considerado. EXPLORAÇÃO – ENSAIO SPT • Vantagens:  Custo relativamente baixo;  Experiência acumulada: correlações e tabelas;  Coleta amostras e estima resistência e compressibilidade;  Aplicável a quase todos os tipos de solos. • Processo de Investigação mais utilizado no Brasil e na maior parte do mundo; EXPLORAÇÃO – ENSAIO SPT Norma NBR 6122:2020 EXPLORAÇÃO – ENSAIO SPT GRANULOMETRIA • Ensaio geotécnico realizado por meio de perfuração e coleta de amostras a cada metro de solo. A sondagem SPT fornece: a) informações sobre os tipos de solos e suas respectivas profundidades de ocorrência; b) indicação da posição do nível de água durante a execução de cada sondagem, e c) o índice de resistência à penetração NSPT a cada metro; EXPLORAÇÃO – ENSAIO SPT Execução: 2 etapas – Perfuração e Amostreamento/Ensaio Ensaio SPT • Cravação de amostrador padrão a cada metro de perfuração; • Peso: 65 kgf • Altura de queda: 75cm (corda de sisal) • Registro do nº de golpes para penetrar 45cm do amostrador em 3 conjuntos de 15cm; • NSPT a cada metro: nº de golpes para cravar os últimos 30cm (índice de resistência à penetração); • Amostras: acondicionadas em recipientes herméticos, devidamente identificados. EXPLORAÇÃO – ENSAIO SPT EXPLORAÇÃO – ENSAIO SPT EXPLORAÇÃO – ENSAIO SPT EXPLORAÇÃO – ENSAIO SPT BOLETIM DE SONDAGEM - Identificação do furo - Profundidade do NA: Inicial e Final - Número de golpes p/cada 15 cm - Classificação do material - Profundidade de camada - Gráfico NSPT. • Correlação com a consistência (solos coesivos) e a compacidade (solos granulares). EXPLORAÇÃO – ENSAIO SPT EXPLORAÇÃO – ENSAIO SPT Perfil Longitudinal EXPLORAÇÃO – ENSAIO SPT • As sondagens SPT avançam até atingir o impenetrável.  É chamado impenetrável a percussão ou a trado se o número de golpes exceder valores limites da norma;  É chamado impenetrável ao trépano se o avanço de lavagem for inferior àqueles estipulados na norma; • Mas o que fazer quando atingir esse impenetrável? É necessário atravessá-lo? É uma rocha? É um solo? EXPLORAÇÃO – ENSAIO SPT • Utilizada quando se atinge o impenetrável ao trépano: solos de alta resistência, rochas ou matacões. • Quando se atinge a profundidades incompatíveis com a expectativa – deslocar a sondagem em 2 metros e realizar furos adicionais. EXPLORAÇÃO – SONDAGEM ROTATIVA • Coroas são ferramentas de corte constituídas de um corpo de aço tendo na extremidade cortante diamantes ou pastilhas de tungstênio. EXPLORAÇÃO – SONDAGEM ROTATIVA • Testemunhos (amostras):  Arrumados em caixa de madeira em sua ordem natural de perfuração EXPLORAÇÃO – SONDAGEM ROTATIVA NBR 8036/83: Número mínimo de furos:  Conhecida a projeção em planta da edificação: PROGRAMAÇÃO DE SONDAGENS Área de Projeção Número de Furos Até 200 m² 2 Entre 200 e 400 m² 3 Até 1200 m² 1 para cada 200 m² Entre 1200 e 2400 m² 6 + 1 furo para cada 400 m² que excederem 1200 m² Acima de 2400 m² Plano particular de construção Situação Número de Furos Desconhecida a projeção em planta da edificação Estudos de Viabilidade ou de Escolha de Local Distância máxima entre furos de 100 m com um mínimo de 3 furos NBR 8036/83: Número mínimo de furos: PROGRAMAÇÃO DE SONDAGENS NBR 8036/83: Profundidade dos furos: • Atingir todas as camadas relevantes para a situação em análise:  Recalque excessivo? Ruptura ao cisalhamento?  Imprópria ou questionável como apoio de fundações?  Prejuízo à estabilidade e ao comportamento estrutural ou funcional da edificação? • Conceito básico para definição da profundidade:  Acréscimo de tensão inferior a 10% da pressão geostática efetiva. PROGRAMAÇÃO DE SONDAGENS Influência do tipo, carregamento e dimensões da obra 28 TIPOS DE FUNDAÇÕES NORMATIVA 29 • Fundações rasas (ou diretas ou superficiais): elemento de fundação cuja base está assentada em profundidade (h) inferior a duas vezes a menor dimensão (B) da fundação, recebendo aí as tensões distribuídas que equilibram a carga aplicada; 30 CONCEITOS BÁSICOS Ocorre a distribuição de carga do pilar para o solo PELA BASE do elemento estrutural da fundação. • Fundações profundas: elemento de fundação que transmite a carga ao terreno ou pela base (resistência de ponta) ou por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, sendo sua ponta ou base apoiada em uma profundidade superior a oito vezes a sua menor dimensão em planta e no mínimo 3,0 m. 31 CONCEITOS BÁSICOS ➢ Transferem a carga do edifício pelo efeito de ATRITO LATERAL do elemento com o solo e por meio da ponta. FU N D A Ç Õ E S S U P E R FI C IA IS Blocos Sapatas Isolada Corrida Associada Radier Grelha Viga de fundação 32 CONCEITOS BÁSICOS 33 CONCEITOS BÁSICOS FU N D A Ç Õ ES P R O FU N D A S Estacas Madeira Aço Concreto pré-moldada Concreto moldado in loco Argamassa Calda de cimento Broca Hélice-Contínua Raiz Strauss Franki Tubulão A céu aberto Ar comprimido Caixão 34 CONCEITOS BÁSICOS 35 CONCEITOS BÁSICOS • Deformações aceitáveis sob as condições de trabalho;  Função das propriedades de deformabilidade dos solos  Determinação dos recalques admissíveis totais/diferenciais; • Segurança adequada ao colapso do solo de fundação; • Segurança adequada ao colapso dos elementos estruturais de fundação. 36 REQUISITOS NECESSÁRIOS AO PROJETO Recalque Imediato: • Recalque imediato é um recalque rápido e ocorre sem que haja deformação volumétrica do solo (o índice de vazios do solo não varia), ou seja, ocorre em condições não-drenadas em argila e drenadas em areias. • Teixeira e Godoy (1996) dizem que, mesmo para valores exagerados do recalque total, na teoria, uma estrutura não sofreria danos se eles fossem uniformes. No entanto, isso não acontece na prática pois sempre há ocorrência de recalques diferenciais devido a algum tipo de carga excêntrica ou a heterogeneidade do solo. ANÁLISE DE RECALQUES Para os valores admissíveis de recalque em solos arenosos, Terzaghi e Peck (1967) recomendam: 25 mm para o recalque total em sapatas isoladas (ρadm) e 20 mm para o recalque diferencial (𝛿adm) • Recalque Imediato – COMPACTAÇÃO: densificação do solo (redução do índice de vazios) instantânea do solo por meios mecânicos. Essa densificação ocorre em face da expulsão ou compressão do ar dos vazios dos poros.• Recalque Primário – ADENSAMENTO: Difere-se do adensamento que também é um processo de densificação, mas decorre da expulsão da água dos vazios do solo → processo lento – função da permeabilidade; COMPACTAÇÃO e ADENSAMENTO 38 ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES Pré-projeto • Investigação Geotécnica e Complementar • Tipo de Solo • Solicitações (cargas) Projeto • Escolha do tipo de fundação; • Tecnologias disponíveis; • Viabilidade; • Custo! Execução • Fiscalização • Controle de execução • Reforços 39 40 FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS ALBUQUERQUE, Paulo José Rocha de. Engenharia de Fundações. Grupo GEN, 2020. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521636977/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521636977/ • Tipo de fundação utilizada para cargas mais leves, ou quando as camadas superficiais são estáveis e apresentam elevada resistência. É a primeira alternativa a ser estudada na elaboração de projetos de fundações; • Geralmente é a forma mais econômica de se executar uma fundação, pois não é necessário o uso de mão de obra ou empresas especializadas. • Não deve ser usado nos seguintes casos: ▪ aterro não compactado; ▪ argila mole; ▪ areia fofa a muito fofa; ▪ NA elevado e rebaixamento de lençol freático não justificado economicamente. 41 CONCEITOS BÁSICOSFUNDAÇÕES SUPERFICIAIS 42 FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS • Bloco: elemento de fundação rasa de concreto simples, alvenaria ou pedras (portanto, não armado), dimensionado de maneira que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo material, sem necessidade de armadura; • Não ha qualquer impedimento ao uso de blocos em decorrência dos valores das cargas. Porém, para cargas elevadas, as alturas dos blocos podem conduzir a volumes de concreto elevado. 43 • Sapata: elemento de fundação rasa, de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de tração nela resultantes sejam resistidas pelo emprego de armadura. Possui altura reduzida em relação às dimensões da base e caracteriza-se por trabalhar a flexão.  Sapata associada: sapata comum a dois pilares; a denominação se aplica também para sapata comum a mais do que 2 pilares, quando não alinhados e desde que representem menos de 70 % das cargas da estrutura;  Sapata corrida: sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente de três ou mais pilares ao longo de um mesmo alinhamento, desde que representem menos de 70 % das cargas da estrutura; 44 SAPATA ASSOCIADA FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS 45 SAPATA ASSOCIADA ➢ Uma única sapata isolada serve de fundação para dois ou mais pilares, considerando a proximidade entre dois ou mais pilares. ➢ Esta sapata será posicionada no centro de carga dos pilares, procedendo-se então a escolha das dimensões. ➢ Este tipo de sapata deve ser evitado, pois a sapata isolada é mais econômica e fácil de executar. É diferente de sapata corrida, apenas dois pilares. FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS USO DE VIGA ALAVANCA ➢ Geralmente ocorre quando necessita-se locar a sapata na divisa do lote; ➢ Quando a sapata não pode invadir sob o terreno alheio . ➢Não é possível que o centro de carga do pilar coincida com o centro de gravidade da sapata; ➢ Viga alavanca entre as duas sapatas - Função: sustentar e combater o momento resultante. FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS • Viga de fundação: elemento de fundação que recebe pilares alinhados, geralmente de concreto armado; pode ter seção transversa tipo bloco (sem armadura transversal), quando são frequentemente chamadas de baldrames; • Radier: elemento de fundação dotado de rigidez para receber e distribuir mais do que 70% das cargas da estrutura (ou mesmo todos os pilares da obra). 48 FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS 49 CAPACIDADE DE CARGA CAPACIDADE DE CARGA 50 𝜎 = 𝑃 𝐵 ∗ 𝐿 51 REQUISITOS NECESSÁRIOS AO PROJETO Métodos para determinação da Capacidade de Carga: • Segundo a NBR 6122/2019, a capacidade de carga dos solos pode ser calculada por vários métodos, destacando-se:  Métodos Analíticos: Formulações de Terzaghi (1943), Meyehof (1963), Vésic (1974), entre outras, baseadas nas propriedades de resistência ao cisalhamento e compressibilidade dos solos;  Métodos Práticos: Provas de carga sobre placas  Métodos Semi-empíricos: correlações (com o NSPT, por exemplo) e tabelas. 52 CAPACIDADE DE CARGA Tensão admissível: 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝜎𝑢𝑙𝑡 𝐹𝑆 53 CONCEITOS BÁSICOSCAPACIDADE DE CARGA Para Fundações profundas: • Sem prova de carga: 2,00 • Com prova de carga: 1,60 • Métodos Semi-Empíricos: • ABNT NBR 6122/1996: a antiga norma trazia a tensão admissível recomendada em função do tipo de solo – tabela retirada das revisões mais recentes. 54 CAPACIDADE DE CARGA • Métodos Semi-Empíricos: • Em função do valor médio do SPT: 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝑆𝑃𝑇 (𝑚é𝑑𝑖𝑜) 50 MPa , válido para 5 ≤ SPT ≤ 20 • Utiliza-se o NSPT médio para a profundidade z ≈ 2B a partir da cota de assentamento da fundação, onde B é o menor lado da fundação. 55 CAPACIDADE DE CARGA MÉTODOS TEÓRICOS Os métodos teóricos para obtenção de tensão admissível do solo são usados na prática de engenharia de fundações, e consistem na aplicação de uma fórmula de capacidade de carga para estimativa de tensão de ruptura do solo de suporte da fundação. Dependem da geometria da sapata, da sua profundidade, e de propriedades do solo como a coesão, o ângulo de atrito e o peso específico. Essas propriedades podem ser obtidas por ensaios ou pela correlação com o NSPT. 56 CAPACIDADE DE CARGA 𝑐 = 10 ∗ 𝑁𝑠𝑝𝑡 𝑘𝑃𝑎 − 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑒 𝐺𝑜𝑑𝑜𝑦 (1996) ϕ = 28 + 0,4𝑁𝑠𝑝𝑡 𝐺𝑜𝑑𝑜𝑦, 1983 ϕ = 20𝑁𝑠𝑝𝑡 + 15 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑒𝑖𝑟𝑎, 1996 • Mecanismos de Ruptura: • Para a capacidade de carga geotécnica está associado um mecanismo de ruptura: 1) Ruptura generalizada: ruptura repentina e carga bem definida 2) Ruptura localizada: caso intermediário 3) Ruptura por punção: recalques significativos do elemento de fundação para baixo • O modo de ruptura depende da compressibilidade do solo e da profundidade. 57 CONCEITOS BÁSICOSCAPACIDADE DE CARGA https://www.youtube.com/watch?v=MS4H_u0ARpo CAPACIDADE DE CARGA Realização de prova de carga sobre o solo (NBR 6489): • Reproduz, em campo, o comportamento da fundação sob ação direta de carregamento, feito por meio de macaco hidráulico em uma placa com diâmetro de 80 cm. Neste caso, segundo a norma, pode-se usar coeficiente de segurança 2. A fundação tende a ficar mais econômica mas as provas de carga geralmente são custosas. 58 CAPACIDADE DE CARGA • Realização de prova de carga sobre o solo (NBR 6489:2019): Análise do Gráfico Tensão x Deformação a) Para solos de ruptura geral: 𝜎𝑠 = 𝜎𝑟 2 b) Para solos de ruptura local: 𝜎𝑠 ≤ ቐ 𝜎25 2 𝜎10 Onde: σs: tensão admissível do solo; σr: tensão de ruptura verificada no ensaio de placa. σ25: tensão correspondente a um valor de recalque igual a 25 mm; σ10: tensão correspondente a um valor de recalque igual a 10 mm; 59 60 EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES • Execução de Sapatas Isoladas: 1. Escavação da vala; 2. Preparo da superfície de apoio (limpeza do fundo da vala- lama, compactação, execução do lastro – 5cm de concreto magro); 3. Posicionamento da forma conforme gabarito de locação; 4. Colocação da armadura; 5. Posicionamento do pilar em relação à caixa com as armações; 6. Concretagem. SAPATA Execução do Lastro Escavação manual Garantir que a umidade do solo não ataque a armadura da sapata. Preparação das as laterais de toda a área escavada devem ser chapiscadas. SAPATA Com o lastro pronto, constrói-se a fôrma. Posiciona-se a armadura de aço SAPATA Posiciona-se a “espera” dos pilares para a concretagem Realiza-se a concretagem e aguarda-se a cura do concreto para retirada do cimbramento e das fôrmas. Cimbramento Fôrma SAPATA Pode ser deconcreto armado ou protendido; ➢ Quando Utilizar: 1. Solo com baixa capacidade de carga. 2. Deseja-se uniformizar os recalques. 3. As áreas das sapatas se aproximam uma das outras ou quando a área destas for maior que 70% da área de construção. RADIER Preparo do terreno: acerto manual, compactação. RADIER Colocação das tubulações de água, esgoto e elétrica. Impermeabilização: Lona preta ou poliestireno. RADIER ARMADURA: Nas duas direções (Radier Armado) Radier Protendido Espaçadores RADIER Concretagem Cimbramento Fôrma RADIER Sapata Quadrada e Retangular 70 DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO ➢ Cota de assentamento: profundidade máxima da Sapata; ➢ Lastro: impede que o solo “sugue” a água do concreto, regulariza a superfície, distribui os esforços e é feita de concreto magro (com menos cimento). Solo Cota de Assentamento Lastro: 5 a 10 cm FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS Nível do Solo Cota de Assentamento Lastro: 5 a 10 cm H h b0 a0 b a P • a e b – Lados da Sapata • a0 e b0 – dimensões do pilar • P – Carga axial • H – Altura da Base maior • h – Altura da base menor FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS • DIMENSIONAMENTO: • A área da base da base de um bloco de fundação ou de uma sapata, quando sujeita apenas a uma carga vertical, é calculada pela expressão: 𝐴 ≥ 𝑃 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝑃 + 𝑝𝑝 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 1,05𝑃 𝜎𝑎𝑑𝑚 Onde:  A = Área da base (m²)  P = carregamento do pilar* (kN)  σadm = tensão admissível do solo (kN/m²) • Como o peso próprio depende de suas dimensões e estas, dependem do peso próprio, o problema só pode ser resolvido por tentativas. Por norma o valor de P é majorado em 5% devido a previsão do peso próprio da fundação. 73 CONCEITOS BÁSICOSFUNDAÇÕES SUPERFICIAIS DIMENSIONAMENTO: A forma das sapatas isoladas fica condicionada ao formato do pilar Caso I: Pilares com seção quadrada ou circular. Quando não existem limitações de espaço, a sapata mais indicada deverá ter em planta seção quadrada (a=b), e: 𝜎𝑎𝑑𝑚 ≥ 1,05 ∗ 𝑃 𝐴 𝑒 𝐴 = 𝑎 ∗ 𝑏 = 𝑎² 𝑎² ≥ 1,05 ∗ 𝑃 𝜎𝑎𝑑𝑚 𝑎 ≥ 1,05 ∗ 𝑃 𝜎𝑎𝑑𝑚 74 CONCEITOS BÁSICOSFUNDAÇÕES SUPERFICIAIS • Cálculo de Sapata Quadrada: 𝑎 − 𝑎0 3 H ≥ 60cm 𝐻 3 h ≥ 15 cm H h ➢ H nunca pode ser menor que 60 cm. FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS DIMENSIONAMENTO: A forma das sapatas isoladas fica condicionada ao formato do pilar Caso II: Pilares com seção retangular. Neste caso, se não houver limitação de espaço, pode-se escrever: 𝑎 ∗ 𝑏 ≥ 𝑃 𝜎𝑎𝑑𝑚 ൠ 𝑎 − 𝑎0 = 2𝑑 𝑏 − 𝑏0 = 2𝑑 ∴ 𝑎 − 𝑏 = 𝑎0 − 𝑏0 • Onde a0 e b0 são as dimensões do pilar. 76 CONCEITOS BÁSICOSFUNDAÇÕES SUPERFICIAIS • Cálculo de Sapata Retangular: 𝑎 − 𝑎0 3 H ≥ 60cm 𝐻 3 h ≥ 15 cm H h ➢ H nunca pode ser menor que 60 cm. 𝑏 − 𝑏0 3 FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS Segundo a Norma NBR 6122/2019 • Critérios adicionais: • Dimensão mínima: Em planta, as sapatas isoladas ou os blocos não podem ter dimensões inferiores a 60 cm. • Profundidade mínima: Nas divisas com terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for assente sobre rocha, a profundidade de apoio não pode ser inferior a 1,5 m. A cota de apoio de uma fundação deve ser tal que assegure que a capacidade de suporte do solo de apoio não seja influenciada pelas variações sazonais de clima ou por alterações de umidade; • Lastro: Todas as partes da fundação rasa em contato com o solo devem ser concretadas sobre um lastro de concreto não estrutural com no mínimo 5 cm de espessura, a ser lançado sobre toda a superfície de contato solo-fundação. No caso de rocha, esse lastro deve servir para regularização da superfície e, portanto, pode ter espessura variável (mínimo de 5 cm). 78 NBR 6122/2019 79 DIMENSIONAMENTO – Exercícios 1) Determinar as dimensões em planta de uma sapata para um pilar de 30 x 30 cm e carga de cálculo de 1500 kN, já considerando o peso próprio da sapata, sendo a tensão admissível do solo igual a 0,3 MPa. 1 𝑀𝑃𝑎 = 1000 𝑘𝑁/𝑚² 80 DIMENSIONAMENTO – Exercícios 𝑎 = 1,05 ∗ 𝑃 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 1500 𝑘𝑁 300 𝑘𝑁/𝑚² = 2,24𝑚. 81 DIMENSIONAMENTO – Exercícios 2) Determinar as dimensões em planta de uma sapata para um pilar de seção 30 x 100 cm e carga de cálculo de 3000 kN, já considerando o peso próprio da sapata, sendo a tensão admissível do solo igual a 0,3 MPa. 𝑎 ∗ 𝑏 ≥ 𝑃 𝜎𝑎𝑑𝑚 ൠ 𝑎 − 𝑎0 = 2𝑑 𝑏 − 𝑏0 = 2𝑑 ∴ 𝑎 − 𝑏 = 𝑎0 − 𝑏0 82 DIMENSIONAMENTO – Exercícios 𝑎 ∗ 𝑏 = 3000 300 = 10𝑚2 𝑜𝑢 100000 𝑐𝑚2 𝑎 − 𝑏 = 𝑎0 − 𝑏0 = 100 − 30 = 70 𝑐𝑚 → 𝑎 = 70 + 𝑏 70 + 𝑏 ∗ 𝑏 = 10𝑚2 → 𝑏2 + 70𝑏 − 100000 = 0 ∴ 𝑏 = 283 𝑐𝑚, 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑏 = 285𝑐𝑚 𝑎 = 70 + 𝑏 = 285 + 70 = 355 𝑐𝑚 • EXEMPLO: • Dimensionar e Detalhar a geometria de uma sapata para um pilar de 20x20 cm com carga cálculo de 300 kN, apoiada ao solo e com tensão admissível de 0,15 MPa, à 2m de profundidade. DIMENSIONAMENTO – Exercício 1 𝑀𝑃𝑎 = 1000 𝑘𝑁/𝑚² 𝜎𝑎𝑑𝑚 ≥ 𝜎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑐𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝜎𝑎𝑑𝑚 ≥ 1,05𝑃 𝐴 DIMENSIONAMENTO – Exemplo 𝜎𝑎𝑑𝑚 ≥ 1,05𝑃 𝐴 150 𝑘𝑁/𝑚2 ≥ 1,05 ∗ 300 𝑘𝑁 𝑎² 𝐴 = 𝑎 ∗ 𝑏 = 𝑎² 𝑎 ≥ 1,05 ∗ 𝑃 𝜎𝑎𝑑𝑚 𝑎 ≥ 1,05 ∗ 300 𝑘𝑁 150 𝑘𝑁 𝑚2 = 1,45 𝑚 20 20 145 1 4 5 Calcular alturas da Sapata: ➢a = 145cm ➢Pilar = 20x20cm 145−20 3 = 41,6 cm H ≥ 60cm 60 3 = 20 cm h ≥ 20cm 60 20 DIMENSIONAMENTO – Exemplo Desenhar Sapata: ➢ a = 145 x 145 cm ➢ Pilar de 20x20cm ➢2m de profundidade ➢ H = 60cm ➢ h = 20cm 20cm 20 145cm 1 4 5 c m Nível do Solo -2,0m Lastro: 5 a 10 cm 60cm 20 P DIMENSIONAMENTO – Exemplo • Dimensionar e Detalhar a geometria de uma sapata para um pilar de 25x60 cm com carga característica de 150 tf, apoiada ao solo e com tensão admissível de 2,5Kgf/cm², à 1,20m de profundidade. Considerar o fator de majoração de 1,40 e a parcela de carga devido ao peso próprio da sapata igual a 10% da carga total. DIMENSIONAMENTO – Exercício 1 𝑡𝑓 = 1000 𝑘g Slide 1: SISTEMAS ESTRUTURAIS II Unidade 2 – Dimensionamento de Fundações Rasas Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70 Slide 71 Slide 72 Slide 73 Slide 74 Slide 75 Slide 76 Slide 77 Slide 78 Slide 79 Slide 80 Slide 81 Slide 82 Slide 83 Slide 84 Slide 85 Slide 86 Slide 87