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ESFORÇOS INTERNOS E TENSÕES ASSOCIADAS Teoria das Estruturas Arquitetura e Urbanismo MULTIVIX Vila Velha UNIDADE 02 MOTIVAÇÃO ➢ A ação de uma força externa na estrutura, devido ao seu meio ambiente ou ao seu uso, produz nela, forças internas. ➢ Os estados de forças internas mais comuns são: 1. Tração 2. Compressão 3. Flexão 4. Cisalhamento 5. Torção A estes estados de forças associam-se TENSÕES E DEFORMAÇÕES INTERNAS. ESFORÇOS SECCIONAIS OU INTERNOS Deformações causadas pelos diferentes tipos de esforços: Esforço Normal ou Axial: dilatação ou compressão da barra duas seções adjacentes tenderão a se afastar (tração) ou se aproximar (compressão): Esforço Cortante: duas seções adjacentes tenderão a deslizar verticalmente uma em relação a outra ESFORÇOS SECCIONAIS OU INTERNOS Deformações causadas pelos diferentes tipos de esforços: Momento Fletor: duas seções tendem a girar (em torno de z) uma em relação à outra (flexão). Momento Torsor: duas seções adjacentes tendem a girar (em torno do eixo x) uma em relação à outra ESFORÇOS SECCIONAIS OU INTERNOS ESFORÇOS SECCIONAIS OU INTERNOS FORÇAS DE TRAÇÃO ➢ É o estado de tensão na qual as partículas do material tendem a se separar, isto é a carga atuante age segundo a direção do eixo do elemento estrutural analisado. ➢ A resistência de um elemento tracionado depende da área da seção transversal e do material do qual é constituído. ESFORÇOS SECCIONAIS OU INTERNOS Área da seção Transversal. FORÇAS DE TRAÇÃO ➢ Elementos tracionados podem ser muito resistentes, como atestam os CABOS utilizados nas estruturas de grande vãos; ➢ A resistência de um elemento tracionado é geralmente independente de seu comprimento. ➢ As tensões de tração são uniformemente distribuídas ao longo da seção transversal do elemento. ESFORÇOS SECCIONAIS OU INTERNOS FORÇAS DE COMPRESSÃO ➢ Compressão simples é o estado de tensão no qual as partículas do material se aproximam entre si, isto é a carga atua na direção do eixo da peça, porém comprime-o. ESFORÇOS SECCIONAIS OU INTERNOS ➢A capacidade de carga de um elemento longo comprimido tende a diminuir à medida que seu comprimento aumenta. FORÇAS DE COMPRESSÃO ➢ Elementos longos comprimidos podem tornar-se instáveis e de repente se deformarem sob nível crítico de cargas; ➢ Esta incapacidade súbita de sustentar uma carga adicional normalmente ocorre sem aviso prévio. ➢ A este fenômeno se dá o nome de FLAMBAGEM. Devido a esse fenômeno elementos longos não são capazes de sustentar cargas muito elevadas. ESFORÇOS SECCIONAIS OU INTERNOS ➢A capacidade de carga de um elemento longo comprimido tende a diminuir à medida que seu comprimento aumenta. FLEXÃO ➢ É um estado de forças complexo, associado a uma deformação do tipo de uma curvatura num elemento sob uma carga aplicada transversalmente; ➢ A flexão provoca alongamento numa face do elemento, portanto traciona essa face; ➢ E provoca encurtamento na face oposta, submetendo- a à compressão. ESFORÇOS SECCIONAIS OU INTERNOS FLEXÃO ➢ Ambas as tensões de tração e compressão se desenvolvem numa mesma seção transversal; ➢A resistência do elemento à flexão depende do tipo, da quantidade e da distribuição do material na seção transversal. ESFORÇOS SECCIONAIS OU INTERNOS CISALHAMENTO – FORÇA CORTANTE ➢ É um estado de forças associado à ação de forças opostas que tendem a fazer com que uma parte da peça (elemento) deslize em relação a outra; ➢ Desenvolvem-se estão, tensões que agem tangencialmente à superfície deslizante. ➢ Tensões de cisalhamento são comuns em vigas; ➢ As forças cortantes são sempre máximas junto aos apoios. ESFORÇOS SECCIONAIS OU INTERNOS TORÇÃO ➢É um empenamento, ou seja, rotação de um corpo elástico em torno de seu eixo longitudinal, provocada por dois torques iguais e opostos; ➢ Tensões de tração e compressão se desenvolvem numa peça submetida à torção. ESFORÇOS SECCIONAIS OU INTERNOS TENSÃO Tensão (σ): como pressão, é um termo usado para descrever a intensidade de uma força (P) – a quantidade de força que age em uma unidade de área (A). A força por unidade de área, ou o valor médio da tensão axial, pode ser representado como: 𝜎 = 𝑃 𝐴 A unidade de tensão é a pressão, isto é, força por área, que no SI é o Pascal (Pa). 𝑃𝑎 = 𝑁 𝑚2 e 1000000 N m2 = 1 MPa = 1000 kN/m² TENSÕES EM ELEMENTOS SUJEITOS A ESFORÇOS AXIAIS (TRAÇÃO E COMPRESSÃO) Tensão normal (σ): tensão causada por uma carga (P) perpendicular a uma superfície que se está analisando. 𝜎 = 𝑃 𝐴 TENSÕES EM ELEMENTOS SUJEITOS A ESFORÇOS AXIAIS (TRAÇÃO E COMPRESSÃO) • A tensão normal devido a esforços axiais é uniformemente distribuída. 𝜎 = 𝑃 𝐴 EXERCÍCIO Qual a tensão na seção transversal de um pilar quadrado (20 x 20 cm) sujeito a uma carga vertical de 400 kN. 1 𝑘𝑁 ≈ 100 𝑘𝑔𝑓 ≈ 0,1 𝑡𝑓 𝜎 = 𝑃 𝐴 = 400 𝑘𝑁 20 𝑐𝑚 𝑥 20 𝑐𝑚 = 1 𝑘𝑁 𝑐𝑚2 = 100 𝑘𝑔𝑓 𝑐𝑚2 P = 400 𝑘𝑁 EXERCÍCIO Qual a máxima força axial a ser aplicada em um pilar quadrado de concreto (20 x 20 cm), com resistência a compressão na ordem de 25 MPa (2,5 kN/cm²). 1 𝑘𝑁 ≈ 100 𝑘𝑔𝑓 ≈ 0,1 𝑡𝑓 𝑃 𝐴 ≤ 2,5 𝑘𝑁/𝑐𝑚² 𝑃 20 𝑐𝑚 ∗ 20 𝑐𝑚 ≤ 2,5 𝑘𝑁/𝑐𝑚² 𝑃 ≤ 2,5 ∗ 202 = 1000 𝑘𝑁 = 100 𝑡𝑓 P = ? 𝑘𝑁 𝜎 = 𝑃 𝐴 ≤ 𝜎𝑚á𝑥 TENSÕES EM ELEMENTOS SUJEITOS A FLEXÃO – VIGAS (MOMENTO FLETOR E ESFORÇO CORTANTE) Ocorrem em barras, como consequência da ação de cargas transversais ao eixo longitudinal, que geram momentos fletores e forças cortantes. As tensões que ocorrem na flexão de barras podem ser: TENSÕES EM ELEMENTOS SUJEITOS A FLEXÃO – VIGAS (MOMENTO FLETOR E ESFORÇO CORTANTE) Tensão normal (σ) Tensão de cisalhamento (τ) TENSÕES EM ELEMENTOS SUJEITOS A FLEXÃO – VIGAS (MOMENTO FLETOR E ESFORÇO CORTANTE) • Tensão normal devida à flexão: é a tensão normal que atua na seção transversal das barras em razão da ação do momento fletor. Seu símbolo é a letra grega minúscula sigma (σ). • Na flexão, as tensões normais não são uniformes ao longo da seção transversal, mas variam de acordo com o ponto da seção transversal analisado. Além disso, ocorrem tensões de tração e compressão ao mesmo tempo. TENSÕES EM ELEMENTOS SUJEITOS A FLEXÃO – VIGAS (MOMENTO FLETOR E ESFORÇO CORTANTE) As tensões normais atuantes na seção transversal de um elemento sujeito a flexão podem ser calculadas pela seguinte equação: 𝜎 = 𝑀 . 𝑦 𝐼𝑥 𝜎 = Tensão M = momento fletor solicitante 𝐼𝑥= momento de inércia centroidal em x. y = distância, em y, do centroide ao ponto em questão. As tensões máximas ocorrem nos bordos extremos da seção transversal. Em geral, busca-se as tensões máximas de tração e de compressão na seção. EXERCÍCIOS 1. Seja uma viga de seção transversal retangular de 15 x 70 cm, simplesmente apoiada, conforme as figuras abaixo. Determine a tensão normal máxima absoluta na viga e represente a distribuição de tensão na seção transversal em que ela ocorre. 15cm 7 0 cm 𝜎 = 𝑀 𝑥 𝑦 𝐼𝑥 𝜎 = Tensão M = momento fletor solicitante 𝐼𝑥= momento de inércia centroidal em x. y = distância, em y, do centroide ao ponto em questão. EXERCÍCIO 01 Passo 01 Calcular o Momento Máximo (𝑀𝑚𝑎𝑥 ) O Momento máximo de uma carga uniformemente distribuída é 𝑀𝑚𝑎𝑥 = 𝑞 𝑥 𝑙² 8 q = carga distribuída L = comprimento da viga 𝑀𝑚𝑎𝑥 = 𝑞 𝑥 𝑙² 8 → 15 𝑥 6² 8 = 67,5 kN.m EXERCÍCIO 01 Passo 02 Conhecido o centróide, calcular o momento de Inércia da seção Transversal da viga (𝐼𝑥) 15cm 7 0 cm 𝐼𝑥 = 𝑏 𝑥 ℎ3 12 𝐼𝑥 = 𝑏 𝑥 ℎ3 12 → 15 𝑥 703 12 = 428750 cm4 Deve-se transformar a unidade para metro: 𝐼𝑥 = 428750cm4 ∗ 1 m4 100000000 cm4 = 0,0042875 𝑚4 1 m = 100 cm EXERCÍCIO 01 Passo 03 Calcular as Tensões Normais Máximas 𝜎 = 𝑀 𝑥 𝑦 𝐼𝑥 𝜎 = Tensão M = 625 kN.m 𝐼𝑥= 0,0042875 𝑚4 y = 0,35 m 𝜎 = 𝑀 𝑥 𝑦 𝐼𝑥 = 67,5 𝑘𝑁.𝑚 𝑥 0,35 𝑚 0,0042875 𝑚4 = 5510,2 kN/m²= 5,51𝑀𝑃𝑎 1kN/m² = 0,001MPa EXERCÍCIO01 Passo 04 Distribuição das Tensões 𝜎 = 𝑀 𝑥 𝑦 𝐼𝑥 (compressão) (tração) TENSÕES EM ELEMENTOS SUJEITOS A FLEXÃO – VIGAS (MOMENTO FLETOR E ESFORÇO CORTANTE) • Tensão de cisalhamento devida à flexão: é a tensão de cisalhamento horizontal, que ocorre nas seções transversais das barras pelo efeito do esforço cortante. Seu símbolo é a letra grega minúscula tau (τ). TENSÕES EM ELEMENTOS SUJEITOS A FLEXÃO – VIGAS (MOMENTO FLETOR E ESFORÇO CORTANTE) • Para seções retangulares e circulares, submetidas a uma força cortante (V), a tensão de cisalhamento (𝜏) tem distribuição parabólica, com valor máximo (𝜏𝑚á𝑥) de: 𝜏𝑚á𝑥,𝑅𝐸𝑇= 1,5 ∗ 𝑉 𝐴 𝜏𝑚á𝑥,𝐶𝐼𝑅𝐶 = 4 3 ∗ 𝑉 𝐴 TENSÕES EM ELEMENTOS SUJEITOS A FLEXÃO – VIGAS (MOMENTO FLETOR E ESFORÇO CORTANTE) • Para perfis metálicos I, simplificadamente, utiliza-se a equação abaixo: 𝜏𝑚á𝑥= 𝑉 𝐴𝑎𝑙𝑚𝑎 EXERCÍCIOS 2. Seja uma viga de seção transversal retangular de 15 x 70 cm, simplesmente apoiada, conforme as figuras abaixo. Determine a tensão cisalhante máxima absoluta na viga. 15cm 7 0 cm 𝜏 = Tensão de cisalhamento V = esforço cortante solicitante 𝐴 = área da seção transversal.𝜏𝑚á𝑥,𝑅𝐸𝑇= 1,5 ∗ 𝑉 𝐴 01𝜏𝑚𝑎𝑥 = 1,5 𝑥 𝑉 𝐴 Passo 1: Calcular a área da seção transversal 𝜏𝑚𝑎𝑥 = 1,5 𝑥 𝑉 𝐴 → 1,5 𝑥 45 0,105 = 642,9 kN/m² ≈ 0,642 MPa 1KNm² = 0,001MPa 15cm 7 0 cm Passo 2: Determinar o local e o valor do cortante máximo: Para o caso em questão, o cortante máximo ocorre junto aos apoios: 𝑉𝑚á𝑥 = 𝑞𝑙 2 = 15 ∗ 6 2 = 45 𝑘𝑁 𝐴 = 0,15𝑚 ∗ 0,70𝑚 = 0,105 𝑚² Passo 3: Determinar a tensão de cisalhamento máxima: EXERCÍCIOS 3. A viga é de aço tem as dimensões mostradas na Figura. Se for submetida a uma força cortante de V = 80kN. Determine a tensão de cisalhamento que máxima nessa seção. 𝜏 = Tensão de cisalhamento V = esforço cortante solicitante 𝐴 = área da alma do perfil. 𝜏𝑚á𝑥= 𝑉 𝐴𝑎𝑙𝑚𝑎 01 Passo 1: Calcular a área da alma: 𝜏𝑚𝑎𝑥 = 𝑉 𝐴 → 80 0,0036 =22222,22 kN/m² ≈ 22,22 MPa 1kN/m² = 0,001MPa Passo 2: Determinar o local e o valor do cortante máximo: Para o caso em questão, o cortante já foi dado 𝑉 = 80 𝑘𝑁 𝐴 = ℎ ∗ 𝑡 = 240 𝑚𝑚 ∗ 15 𝑚𝑚 = 3600 𝑚𝑚2 = 36 𝑐𝑚2 = 0,0036 𝑚² Passo 3: Determinar a tensão de cisalhamento máxima: 200 mm 20 mm 20 mm 15 mm EXERCÍCIOS 4. Uma viga de seção circular de 20cm de diâmetro, carregada com duas cargas de 10tf, é representada a seguir. Determinar as tensões normais e de cisalhamento extremas e indicar a variação das tensões ao longo da altura da viga. As reações de apoio já estão dadas. Resp: σ = ±381,97 kgf/cm² ou 38,2 MPa; τ = 42,44kgf/cm² ou 4,24 MPa EXERCÍCIOS 5. A viga simplesmente apoiada tem a área de seção transversal mostrada na figura abaixo. Determine a tensão de flexão máxima absoluta na viga e represente a distribuição de tensão na seção transversal em que ocorre. EXERCÍCIOS 6. A viga mostrada na figura tem área de seção transversal em forma de um canal. Determine as tensões de flexão de tração e compressão máximas que ocorrem na viga na seção a–a. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Valores de referência de tensões máximas resistentes de diferentes materiais: AÇO A36 σmáx, tração ≈ 250 MPa σmáx, compressão ≈ 250 MPa MADEIRA σmáx, tração ≈ 10 MPa σmáx, compressão ≈ 10 MPa CONCRETO σmáx, tração = 25 MPa σmáx, compressão ≈ 2,5 MPa