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e-Tec Brasil79 Aula 17 - Hemorragias O objetivo desta aula é que você conheça e identifique os tipos de hemorragias, os sinais e sintomas e como realizar o controle das hemorragias, desde as mais simples até as mais complexas, como no caso de uma lesão na artéria, podendo realizar um torniquete. 17.1 Hemorragias – parte 1 É o extravasamento de sangue de dentro dos vasos sanguíneos (veia ou artéria) através de uma ruptura nas suas paredes. A hemorragia pode ser classificada em: a) externa – visível porque extravasa para o meio ambiente, pele e roupas. b) interna – o sangue extravasa para o interior do próprio corpo, dentro dos tecidos ou cavidades naturais, ou dos órgãos. Conforme o tipo de vaso sanguíneo lesado, considera-se a hemorragia mais ou menos grave. 17.2 Hemorragia arterial Perda de sangue de uma artéria. O sangue é de coloração vermelho vivo, vermelho claro, e é jorrado ou derramado em jato, conforme o batimento cardíaco. Geralmente é rápida e de difícil controle. 17.3 Hemorragia venosa Perda de sangue por uma veia. Sangramento de coloração vermelho escuro, em fluxo contínuo, sob baixa pressão, ou seja, pouca intensidade. Considerada grave se a veia comprometida for de grosso calibre (larga). 17.4 Hemorragia capilar Sangramento por um leito capilar. Flui de diminutos vasos da ferida. De colo- ração avermelhada, menos vivo que o arterial, é facilmente controlado, pois é um vazamento por um vaso fino. 17.5 Sinais e sintomas de hemorragia A hemorragia externa é facilmente reconhecida por ser visível, pois o sangue extravasa para fora da pele e esparrama pela pele e/ou roupa. Geralmente o sangue se exterioriza por algum ferimento ou orifício natural do corpo (pele, boca, nariz, ânus, vagina). Já a hemorragia interna não se exterioriza, sendo difícil, muitas vezes,identificar o local da perda de sangue, e por essa razão a preocupação no rápido encaminhamento para atendimento médico. 17.5.1 Sinais que levam a suspeitar de hemorragia interna • Mecanismo de lesão – os traumas contusos são as principais causas de hemorragia interna (acidentes de trânsito, de trabalho e em máquinas industriais, quedas, chutes e explosões). • Sinais de fratura de pelve e ossos longos (braço, fêmur) – o extravasa- mento de sangue nos tecidos moles ao redor da fratura pode provocar hemorragias severas, daí a preocupação em identificar o local lesionado rapidamente, verificando as extremidades, cor e temperatura. • Rigidez de abdome (volume, tamanho e tensão ). • Área extensa de contusão (equimose) na superfície do corpo. • Ferida penetrante em crânio, tórax ou abdome. 17.5.2 Controle da hemorragia externa O sangramento externo geralmente é de fácil controle. Os métodos utiliza- dos são: • Pressão direta sobre o ferimento: Quase todos os casos de hemorragia externa podem ser controlados pela aplicação de pressão direta na ferida, (veja imagem abaixo), o que permi- te a interrupção do fluxo de sangue e favorece a cicatrização por meio da formação de coágulo. Preferencialmente, utilizar compressa ou gaze estéril pressionando firmemente por 10 a 30 minutos. Em seguida, fixar a compressa ou gaze com bandagem ou atadura. Em san- gramento profuso, não perder tempo em localizar compressa – faça a pres- são direta com a própria mão enluvada (com luva). equimose: extravasamento de sangue na pele, resultando em uma mancha não-elevada, redonda ou irregular, azul ou púrpura, maior que uma petéquia. petéquia: é um pequeno ponto vermelho no corpo (na pele ou mucosas), causado por uma pequena hemorragia de vasos sanguíneos. Figura 17.1: Controle de hemorragia Fonte: http://sos-tinoni.blogspot.com.br/2009/05/hemorragias.html e-Tec Brasil 80 Atendimento de Urgência e Emergência e-Tec Brasil81Aula 17 - Hemorragias • Elevação da área traumatizada para diminuir a hemorragia Deve se elevar a extremidade ferida com hemorragia, de forma que fique acima do nível do coração, pois a gravidade ajuda a diminuir o fluxo de sangue. Este método deve ocorrer simultaneamente ao da pressão direta. Porém, não utilizá-lo em caso de fraturas, luxações ou de objetos empalados (penetrantes) na extremidade. • Aplicação de gelo O uso de compressas frias ou de gelo nas contusões faz vasoconstrição nos vasos afetados, diminui o sangramento e previne a equimose. Assista ao vídeo abaixo e aprenda um pouco mais sobre hemorragias e sangramentos e o que fazer quando você se deparar com uma vitima com sangramentos. Você aprenderá neste video, como realizar procedimentos para parar a hemorragia. Disponível em: http://www.youtube.com/watch? feature=endscreen&v=iAO4rMh WKKA&NR=1. Figura 17.2: Gelo e limpeza Fonte: http://sos-tinoni.blogspot.com.br/2009/05/hemorragias.html hipovolemia: é o estado de diminuição do volume sanguíneo, mais especificamente do volume de plasma sanguíneo. Evitar, no entanto, o uso prolongado da compressa fria ou do gelo, pois pode diminuir a circulação, causando lesões de tecidos. O tratamento da hemorragia interna só pode ser feito em ambiente hospitalar. As medidas de atendimento inicial consistem em: – Abordar adequadamente a vítima, prestando atenção ao A-B-C-D. – Aquecer a vítima com cobertores, para não ter perda de temperatura, devido à hipovolemia. – Não lhe dar nada para comer ou beber – jejum absoluto. – Imediatamente acionar o Serviço de Atendimento Pré-Hospitalar, se existente, ou conduzir a vítima a um hospital. • Pressão sobre a artéria Esta técnica de pressionar a artéria facilita o controle da hemorragia, portan- to, para que você realize essa técnica é necessário conhecimento dos pontos por onde passam as artérias mais importantes. Dominar este conhecimento traz a a vantagem de se realizar o procedimento adequadamente, impedin- do a passagem de sangue através da artéria lesionada, mas somente por meio da artéria correta. Portanto verifique e estude cada ponto para que em um momento de emergência você saiba não somente identificar, mas ser ágil na compressão. Figura 17.3: Locais de pressão nas artérias Fonte: http://www.seg-social.es/ism/gsanitaria_es/ilustr_capitulo7/cap7_2_hemorragias.htm • Torniquete ou garroteamento pneumático Recorre-se ao torniquete quando as medidas acima falharam e o sangramento é ainda abundante e importante, ou como um primeiro passo apenas se o san- gramento é muito abundante (por exemplo, na amputação de um membro). Caso não seja realizado dentro dos critérios adotados, poderá impedir a pas- sagem de sangue através do membro, podendo causar gangrena ou lesão do nervo (paralisia) se o torniquete é mantido por mais tempo do que o membro pode suportar. Portanto,deve ser realizado se for possível o seu controle. O torniquete deve estar nas áreas de membros em que existe apenas um osso. A técnica para a colocação de um torniquete é muito simples. Apenas um elemento de aperto no braço circular ou na coxa. Mas existem duas formas muito fáceis e menos traumáticas: a) Com a braçadeira do aparelho de pressão arterial Colocar a braçadeira em torno da área onde o torniquete destina-se a au- mentar a pressão arterial e alguns décimos ou pressão, acima da pressão sanguínea do paciente (para vencer a pressão das artérias interrompendo o fluxo de sangue). e-Tec Brasil 82 Atendimento de Urgência e Emergência e-Tec Brasil83 Figura 17.4: Método para colocar um torniquete com um pano Fonte: http://www.seg-social.es/ism/gsanitaria_es/ilustr_capitulo7/cap7_2_hemorragias.htm Assista aos dois vídeos presentes no link http://www.youtube. com/watch?v=v3IixwDXVvU e aprenda a realizar um torniquete, sendo este um último e eficaz recurso a ser usado a fim de auxiliar uma pessoa na intenção de parar uma hemorragia. b) Com um pano e um pedaço de madeira ou uma vara Se você não tiver um aparelho para medir a pressão sanguínea e utilizá-lo, pode fazer um torniquete. Isto evita amarrar laços sobre a pele, que podem ser difíceisdesfazer, no caso de ter de deixá-los com urgência. Você pode usar a bandagem triangular. Mantenha o local limpo e frio, com gelo ou compressas frias, na parte inferior do membro que colocou o torniquete, mas que não toquem diretamente a pele, isolando com uma gaze, compressa ou pano. Afrouxar o torniquete a cada 15 minutos e verificar pulso distal à lesão, para circular o sangue através do res- to do membro e encaminhamento urgente para atendimento hospitalar. Resumo O objetivo desta aula foi você conhecer e identificar os tipos de hemorragias, seus sinais, sintomas e como realizar o controle destas de forma rápida e eficaz. Atividades de aprendizagem Assista aos dois vídeos: http://www.youtube.com/watch?v=v3IixwDXVvU Como realizar um tor- niquete e http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=iAO4r MhWKKA&NR=1 Como parar o sangramento e responda as questões abaixo: 1. O que fazer quando uma ferida está sangrando muito? 2. Em que situação você fará compressão de uma artéria? Aula 17 - Hemorragias 3. Por quanto tempo você poderá manter um torniquete? 4. O que fazer quando se realiza um torniquete? 5. Antes do torniquete o que deve ser realizado? 6. Quais os cuidados importantes com a realização do torniquete? Anotações e-Tec Brasil 84 Atendimento de Urgência e Emergência