Simulado da Repescagem 3

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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
40º EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
SIMULADO 3 
 
 
 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
Padrão de Resposta Simulado 
Prova Prático-Profissional –Exame de Ordem Unificado - Prof. Nidal Ahmad 
Página 1 
ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
 
 
 
 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA - PEÇA PROFISSIONAL 
 
Enunciado 
 
Wilson, ingressou numa residência, e, de forma ameaçadora, determinou que Maria, moradora do local, ficasse quieta 
e sentada no sofá, momento em que percebeu a presença de Ricardo, marido de Maria, no local, razão pela qual 
empreendeu fuga do local, sem nada levar. Ricardo, saiu em perseguição de Wilson, e conseguiu alcançá-lo, 
prendendo-o em flagrante, na posse, inclusive, de um facão. Na sequência, Ricardo chamou a polícia, sendo lavrado o 
auto de prisão em flagrante. Na audiência de custódia, o Magistrado de plantão concedeu liberdade provisória à 
Wilson, já que a folha de antecedentes criminais apontava apenas um registro de sentença condenatória transitada 
em julgado pela prática do crime de homicídio culposo. Após conclusão do inquérito policial, o Ministério Público 
ofereceu denúncia contra Wilson, imputando-lhe a prática do crime de roubo majorado pelo emprego de arma branca, 
nos termos do artigo 157, § 2º, VII, do Código Penal, perante a 2ª Vara Criminal da Comarca de Maceió/AL. Após o 
recebimento da denúncia e da citação, com apresentação da resposta à acusação, foi designada a audiência de 
instrução e julgamento, ocasião em que foram ouvidos Ricardo e Maria, que confirmaram ter Wilson ingressado na 
residência, e que não logrou se apossar de qualquer objeto, já que, de imediato, empreendeu fuga no momento em 
que percebeu a presença de Ricardo. Afirmaram, ainda, que, no momento da ameaça, não viram o réu portando o 
facão, e que somente tomaram conhecimento dessa circunstância por ocasião da sua prisão. Em seguida, foi realizado 
o interrogatório do acusado, que exerceu o seu direito de permanecer em silêncio. O juiz, após a devida manifestação 
das partes, proferiu sentença julgando parcialmente procedente a pretensão punitiva estatal, para condenar o réu 
pelo crime de roubo tentado, nos termos do artigo 157 c/c 14, II, do Código Penal. No momento de aplicar a pena, 
fixou a pena-base no mínimo legal, ou seja, em 4 anos. Diante da reincidência, agravou a pena em 6 meses, ficando a 
pena provisória em 4 anos e 6 meses. Na terceira-fase, por conta da tentativa, diminuiu a pena em 2/3, tornando-a 
definitiva em 01 (um) ano e 06 (seis) meses, a ser cumprida em regime inicial semiaberto, em face da reincidência. 
Diante da pena aplicada, e da presença dos demais requisitos, entendeu o Magistrado em conceder a suspensão 
condicional da pena ao réu. O Ministério Público, ao ser pessoalmente intimado, em 19 de outubro de 2023, que caiu 
numa terça-feira, interpôs o recurso cabível em 27 de outubro de 2023, acompanhado das respectivas razões recursais, 
requerendo: 
a) O reconhecimento do crime de roubo consumado, já que o réu teria ingressado na residência das vítimas, 
empregando a grave ameaça; 
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ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
 
 
 
 
 
b) O reconhecimento da causa de aumento de pena do emprego de arma branca, já que o réu foi detido na posse de 
um facão; 
c) aumento da pena-base em face da condenação anterior pelo crime de homicídio culposo; 
d) Se mantida a condenação pelo crime tentado, que seja considerada a fração de 1/3 de diminuição; 
e) aplicação do regime inicial fechado, diante da reincidência do réu; 
f) afastamento da suspensão condicional da pena, diante da reincidência do réu. 
Já o acusado e a defesa técnica, intimados do teor da sentença, mantiveram-se inertes, não demonstrando interesse 
em questioná-la. 
O magistrado, então, recebeu o recurso do Ministério Público e intimou, no dia 06 de novembro de 2023 (segunda-
feira), sendo terça-feira dia útil em todo o país, você, advogado(a) de Wilson, a apresentar a medida cabível. 
Com base nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, 
redija a peça cabível, excluídas as possibilidades de habeas corpus e embargos de declaração, no último dia do prazo, 
sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à 
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito comentado 
O examinando deve elaborar, na condição de advogado, CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO (OU RAZÕES DO 
APELADO), com fundamento no Art. 600 do Código de Processo Penal (CPP). Em um primeiro momento, deve ser 
redigida a petição de juntada das contrarrazões, direcionada ao Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Maceió/AL, 
requerendo o encaminhamento do feito para instância superior. Deveria o examinando apontar que a peça é 
tempestiva, pois apresentada dentro do prazo de 8 dias, conforme o artigo 600, do Código de Processo Penal. 
Posteriormente, devem ser apresentadas as respectivas razões do apelado (e não razões de apelação) ou 
contrarrazões de apelação, peça essa endereçada diretamente ao Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas. 
Não haveria que se falar na interposição de recurso de apelação, tendo em vista que consta expressamente a 
informação de que tanto a defesa técnica quanto o acusado foram intimados, se mantiveram inertes e não 
manifestaram interesse em confrontar o teor da sentença. 
Nas Contrarrazões de Apelação, caberia ao examinando rebater todas as teses apresentadas pelo Ministério 
Público em busca de prejudicar a situação do réu 
Inicialmente, caberia ao examinando, em preliminar, requerer o não conhecimento do recurso apresentado 
pelo Ministério Público, tendo em vista ser intempestivo. Na forma do Art. 593, “caput”, do CPP, o prazo para 
interposição de Apelação é de 05 dias. O Ministério Público foi intimado, no caso concreto, em 19 de outubro de 2023, 
somente vindo a interpor recurso no dia 27 de outubro de 2023, ou seja, 08 dias após sua intimação. O enunciado 
deixa claro que a petição de interposição foi apresentada junto com as razões recursais, logo, apesar do magistrado 
de 1ª instância ter recebidoo recurso, o Tribunal, ao realizar nova análise, deverá não conhecer do recurso interposto. 
Contudo, pelo princípio da eventualidade, em caso de conhecimento do recurso, deverá o examinando, na 
condição de advogado de Wilson, rebater as teses apresentadas pelo Ministério Público, buscando a manutenção da 
sentença de primeira instância. 
Deveria o examinando defender a impossibilidade de condenação do agente pela prática do crime de roubo 
consumado, uma vez a consumação desse delito ocorre com a inversão da posse do bem mediante emprego de 
violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação 
da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada, nos termos da Súmula 582 do STJ, não 
sendo suficiente, portanto, apenas a grave ameaça. 
 Na sequência, deveria o candidato afastar o argumento para a incidência da causa de aumento de pena, uma 
vez que as próprias vítimas afirmaram não terem visto, no momento da conduta, o réu portar qualquer arma branca. 
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“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
 
 
 
 
 
Logo, não existiu o emprego de arma branca por ocasião da tentativa de subtração. 
Em relação à pena-base, deverá ser destacado não ser possível uma mesma sentença penal condenatória ser 
considerada como circunstância judicial desfavorável e, ao mesmo tempo, para fins de reincidência, nos termos da 
Súmula 241 STJ. Como, no caso, a sentença condenatória pelo crime de homicídio culposo ensejou a agravante da 
reincidência, não poderia ser usada também para elevar a pena-base. 
Na terceira fase, a diminuição em razão da tentativa deveria ser mantida do máximo, em razão de o delito ter 
ficado longe da consumação, adotando-se o entendimento pacificado de que o quantum de redução deve considerar 
o iter criminis percorrido, já que, logo que ingressou na residência, o réu, ao perceber a presença de Ricardo, 
empreendeu fuga, sendo detido na sequência, tendo, portanto, ficado distante da consumação. 
Em relação ao regime inicial, deverá o examinando afirmar que o regime de pena aplicado foi adequado, não 
se justificando a aplicação do regime fechado pelo fundamento apresentado no recurso de apelação, pois, embora 
reincidente, as circunstâncias judiciais foram favoráveis ao réu, tanto que a pena-base foi aplicada no mínimo legal, 
incidindo a Súmula 269 do STJ. 
Deve ser mantida a concessão do sursis, uma vez que a reincidência não é em crime doloso, sendo, portanto, 
preenchidos os requisitos do artigo 77 do Código Penal. 
Assim, ao final, deverá o candidato formular os seguintes pedidos: a) Não conhecimento do recurso de 
apelação em razão da intempestividade; b) Caso seja conhecido o recurso, pelo seu não provimento, mantendo-se, 
integralmente, a sentença. 
A data a ser indicada ao final na peça é o dia 14 de novembro de 2023. A intimação ocorreu em 06 de novembro 
de 2023, uma segunda-feira, iniciando-se o prazo de 08 dias, previsto no Art. 600 do CPP, no dia seguinte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
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Distribuição de pontos 
Petição de Juntada 0 
1) Endereçamento: 2ª Vara Criminal da Comarca de Maceió/AL (0,10). 0,00/0,10 
2) Fundamento: Art. 600 do CPP (0,10). 0,00/0,10 
3) Tempestividade: 08 dias, nos termos do artigo 600 do CPP (0,10). 0,00/0,10 
Razões do Apelado 
4) Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (0,10) 0,00/0,10 
5) Preliminarmente: Não conhecimento do recurso de Apelação, em razão da 
intempestividade (0,30), nos termos do art. 593 do CPP (0,10) 
0,00/0,10/0,30/0,40 
6) Impossibilidade de condenação do agente pela prática do crime de roubo 
consumado (0,20), uma vez a consumação desse delito ocorre com a inversão da 
posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por 
breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da 
coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada OU 
porque o réu não logrou subtrair qualquer objeto (0,40), nos termos da Súmula 
582 do STJ (0,10) 
0,00/0,10/0,20/0,30/ 
0,40/0,50/0,60/0,70 
7) Afastar o argumento para a incidência da causa de aumento de pena (0,20), uma 
vez que não existiu emprego de arma de branca (0,30). 
0,00/0,20/0,30/0,50 
8) Manutenção da pena-base no mínimo legal (0,20), pois a mesma sentença 
condenatória transitada em julgado não pode ser considerada, simultaneamente, 
como circunstância judicial desfavorável e agravante da reincidência (0,30), nos 
termos da Súmula 241 STJ (0,10). 
0,00/0,10/0,20/0,30/ 
0,40/0,50/0,60 
9) Manutenção do quantum máximo de redução de pena em razão da tentativa 
(0,40), tendo em vista que o crime ficou longe da consumação OU tendo em vista 
que o critério a ser observado é do iter criminis percorrido (0,20). 
0,00/0,20/0,40/ 
0,60 
10) Manutenção do regime inicial semiaberto (0,20), já que as circunstâncias 
judiciais são favoráveis (0,30), conforme a Súmula 269 do STJ (0,10) 
0,00/0,10/0,20/0,30/ 
0,40/0,50/0,60 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
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podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
 
 
 
 
 
11) Manutenção do sursis (0,20), uma vez que o réu não é reincidente em crime 
doloso (0,30), estando presentes os requisitos do artigo 77 do CP (0,10). 
0,00/0,10/0,20/0,30/ 
0,40/0,50/0,60 
 
Pedidos 
12) Não conhecimento do recurso (0,10) e, subsidiariamente, não provimento do 
recurso OU que seja mantida a sentença de 1º grau em sua integralidade (0,30). 
0,00/0,10/0,30/0,40 
13) Prazo: 14 de novembro de 2023 (0,10) 0,00/0,10 
Fechamento 
14) Data, local, OAB e advogado (0,10). 0,00/0,10 
TOTAL 5,00 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA 2ª CRIMINAL DA 
COMARCA DE MACEIÓ/AL 
 
Processo nº ... 
 
WILSON, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-
assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, apresentar as presentes CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE 
APELAÇÃO, com base no artigo 600 do Código de Processo Penal, requerendo que 
sejam recebidas, com posterior remessa dos autosao Tribunal de Justiça do Estado de 
Alagoas. 
A presente contrarrazões de apelação é tempestiva, visto que 
apresentado dentro do prazo de 8 dias, na forma do artigo 600 do Código de Processo 
Penal. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 14 de novembro de 2023. 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS 
Apelante: MINISTÉRIO PÚBLICO 
Apelado: WILSON 
 
Processo nº 
 
CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas 
Colenda Câmara Criminal 
 
 
I) DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática do crime de roubo majorado pelo 
emprego de arma branca, nos termos do artigo 157, § 2º, VII, do Código Penal. 
Ao final da instrução, o Magistrado proferiu sentença julgando 
parcialmente procedente a pretensão punitiva estatal, condenando o réu pelo delito de 
pelo crime de roubo tentado, com pena definitiva em 01 (um) ano e 06 (seis) meses, a ser 
cumprida em regime inicial semiaberto 
O Ministério Público, intimado no dia 19 de outubro de 2023, apresentou 
recurso cabível em 27 de outubro de 2023. 
A defesa foi intimada no dia 06 de novembro de 2023 para apresentar a 
peça cabível. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA INTEMPESTIVIDADE DA APELAÇÃO 
O Ministério Público foi intimado da sentença no dia 19 de outubro de 2023 
e interpôs o recurso de apelação no dia 27 de outubro de 2023. Todavia, nos termos do 
 artigo 593 do Código de Processo Penal, o prazo para interpor o recurso de apelação é 
de 05 dias. 
Logo, considerando que entre a data da intimação da sentença e a data 
 
 
 
 
da interposição do recurso de apelação passaram mais de 05 dias, conclui-se que o 
recurso de apelação interposto pelo Ministério Público é intempestivo. 
Assim, requer o não conhecimento do recurso de apelação apresentado 
pelo Ministério Público. 
 
B) DA INEXISTÊNCIA DO CRIME DE ROUBO CONSUMADO 
 
Postula o Ministério Público a condenação do réu no crime de roubo 
consumado, nos termos do artigo 157, §2º, VII, do Código Penal. 
Todavia, para que ocorra a consumação desse delito é necessário que exista 
a inversão da posse do bem, obtido mediante emprego de violência ou grave ameaça, de 
modo a assegurar, ainda que de forma breve e seguida de perseguição com a posterior 
recuperação do bem, a posse mansa e pacífica ou desvigiada, nos termos da Súmula 582 
do Superior Tribunal de Justiça. 
Desta forma, não existindo tais circunstâncias no delito cometido por Wilson, 
uma vez que não logrou subtrair qualquer objeto, não se deve falar em roubo consumado. 
 
C) DA INEXISTÊNCIA DE CAUSA DE AUMENTO DE PENA 
 
Postula o Ministério Público pelo reconhecimento da 
majorante prevista no § 2º, inciso VII, artigo 157, do Código Penal, já que o réu foi detido 
na posse de um facão. 
Todavia, tal arma branca não foi empregada no momento da 
conduta do réu, visto que as próprias vítimas afirmaram não terem visto que Wilson estava 
de posse de um facão, inexistindo emprego da arma na tentativa do roubo. 
Logo, em caso de conhecimento do recurso, requer o 
afastamento da majorante. 
 
 
 
 
 
 
D) DA MANUTENÇÃO DA PENA-BASE 
 
O Ministério Público postulou pelo aumento da pena-base em face da 
condenação anterior pelo crime de homicídio culposo. Todavia, não é possível uma 
mesma sentença penal condenatória ser considerada, ao mesmo tempo, como 
circunstância judicial desfavorável e como agravante de reincidência, nos termos da 
Súmula 241 Superior Tribunal de Justiça. 
A sentença condenatória pelo crime de homicídio culposo ensejou a 
agravante da reincidência, de modo que não poderia ser usada também como maus 
antecedentes para elevar a pena-base. 
Logo, em caso de conhecimento do recurso, requer seja mantida a 
pena-base no mínimo legal. 
 
E) DA TENTATIVA 
 
O Ministério Público requereu o redimensionamento da pena definitiva, 
considerando a diminuição de 1/3 pela tentativa. Todavia, a diminuição em razão da 
tentativa deveria ser mantida no máximo, em razão de o delito ter ficado longe da 
consumação, haja vista que o “quantum” de redução deve considerar o “iter criminis” 
percorrido, já que, logo após ingressar na residência, o réu percebeu a presença de 
Ricardo e empreendeu fuga, sendo preso logo na sequência, ficando distante da 
consumação. 
 
F) DO REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA 
 
O Ministério Público manifestou pela aplicação do regime inicial fechado, 
diante da reincidência do réu. Todavia, as circunstâncias judiciais foram favoráveis ao réu, 
tanto que a pena-base foi aplicada no mínimo legal, conforme a Súmula 269 do Superior 
Tribunal de Justiça. 
 
 
 
 
Logo, em caso de conhecimento do recurso, requer seja mantido o regime 
inicial semiaberto, nos termos do artigo 33, §2º, alínea “b”, do Código Penal OU Súmula 
269 do Superior Tribunal de Justiça. 
 
G) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 
 
O Ministério Público manifestou pelo afastamento da suspensão 
condicional da pena, diante da reincidência do réu. Todavia, o réu não é reincidente pela 
prática de crime doloso e preenche os demais requisitos previstos pelo artigo 77 do Código 
Penal. 
Assim, em caso de conhecimento do recurso, requer seja mantida a 
suspensão condicional da pena. 
 
 
 III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer NÃO SEJA CONHECIDO o recurso em razão 
da intempestividade e, subsidiariamente, caso seja conhecido, requer seu 
IMPROVIMENTO, mantendo-se, por conseguinte, a sentença de 1º Grau em sua 
integralidade. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 14 de novembro de 2023 
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“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 1 
 
Enunciado 
 
Wilson foi denunciado pelo crime de estupro. Durante a instrução, negou a autoria do crime, afirmando estar, na 
época dos fatos, no município Cipó dos Vales, localizado no Estado “X”, distante dois quilômetros do local dos fatos. 
Como a afirmativa não foi corroborada por outros elementos de convicção, o Juiz proferiu sentença condenando 
Wilson como incurso no crime de estupro, previsto no artigo 213 do Código Penal. A defesa interpôs recurso, sendo 
a sentença condenatória mantida pelo Tribunal de Justiça, transitando definitivamente em julgado. Inconformados 
com a possibilidade de Wilson ter de cumprir a pena imposta, familiares dirigiram-se, por sua conta, até o Município 
de Cipó dos Vales em busca de provas que pudessem apontar a sua inocência, e, depois de muito procurar, 
conseguiram as filmagens de um estabelecimento comercial, que estavam esquecidas em um galpão velho. Nas 
filmagens, Wilson aparece comendo um lanche em uma padaria exatamente na data e horário que teria ocorrido 
o suposto delito de estupro. Considerando apenas as informações apresentadas, responda aos itens a seguir. 
 
A) Qual medida processual deverá ser apresentada pelo advogado de Wilson, diferente do habeas corpus, para 
questionar a sentença condenatória transitada em julgado? (Valor: 0,60) 
B) Qual fundamento deverá ser apresentado pelo advogado de Wilson para combater a sentença condenatória 
e qual pedido? (Valor: 0,65) 
 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação.ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
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podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
Gabarito comentado 
 
A) A peça cabível é ação de revisão criminal, com base no artigo 621, inciso III, do CPP. 
 
B) O candidato deverá argumentar que, após a sentença, foi descoberta prova nova que não foi objeto de 
apreciação no processo no qual foi condenado, qual seja, as filmagens de um estabelecimento comercial onde 
Wilson aparece comendo um lanche em uma padaria exatamente na data e o horário que teria ocorrido o suposto 
estupro. Pedido de absolvição, nos termos do artigo 626 do CPP ou artigo 386, inciso IV, do CPP 
Ponto 
Distribuição de pontos 
 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
A) A peça cabível é ação de revisão criminal (0,40), com base no artigo 621, inciso 
III, do CPP (0,20). 
0,00/0,20/0,40/0,60 
B) Desenvolvimento acerca do surgimento de descoberta prova nova que não foi 
objeto de apreciação no processo no qual foi condenado (0,30). Pedido de 
absolvição (0,20), nos termos do artigo 626 do CPP E/OU artigo 386, inciso IV, do 
CPP (0,15). 
0,00/0,15/0,20/ 
0,30/0,35/0,45/0,50/
0,65 
 
 
 
A) A medida processual que deverá ser apresentada pelo advogado de Wilson 
para questionar a sentença condenatória transitada em julgado é o oferecimento 
de Revisão Criminal, com fundamento no artigo 621, inciso III, do Código de 
Processo Penal. 
 
B) O fundamento que deverá ser apresentado pela defesa, com fundamento no 
artigo 621, inciso III, do Código de Processo Penal é o de que, após a 
condenação definitiva do acusado, surgiram novas provas, as quais não foram 
apreciadas no processo original, em especial a gravação de um vídeo 
comprovando a tese defensiva de negativa de autoria. O pedido a ser elencado 
em sede de Revisão Criminal é o de absolvição do acusado, com base no artigo 
626 e artigo 386, inciso IV, do Código de Processo Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
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SIMULADO 3 
 
 
 
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ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 2 
 
Enunciado 
 
Maria, desconfiada da honestidade de Joana, sua funcionária doméstica, deixa uma joia de grande valor sobre um 
cômodo, ao mesmo tempo em que ela e seu marido Pedro, policial militar, colocam-se escondidos num cômodo da 
residência, aguardando Joana pegar o objeto estrategicamente deixado para ser subtraído. No momento em que 
Joana se aproximou da joia e se preparava para pegá-la, Maria e seu marido saíram do local onde estavam 
escondidos e prenderam a funcionária em flagrante. A autoridade policial foi acionada e iniciou a lavratura da prisão 
em flagrante, pela prática do crime de tentativa de furto qualificado pelo abuso de confiança, nos termos do artigo 
155, § 4º, II, c/c 14, II, ambos do Código Penal. Os familiares de Joana procuraram você, para, na condição de 
advogado(a), adotasse as providências necessárias em relação à prisão em flagrante, ressaltando que ela jamais se 
envolveu em qualquer atividade ilícita. Considerando apenas as informações apresentadas, responda aos itens a 
seguir. 
 
A) Qual medida processual ou requerimento adequado para atacar a prisão de Joana? (Valor: 0,60) 
B) Qual argumento pode ser utilizado para buscar a soltura de Joana? Justifique (Valor: 0,65) 
 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
Gabarito comentado 
A) O candidato deverá responder que a medida processual cabível ou requerimento seria relaxamento da prisão, 
com base no artigo 310, I, do CPP OU artigo 5º, LXV, da CRFB/88. 
 
B) O candidato deverá argumentar que se trata de prisão ilegal, uma vez que o flagrante foi preparado/provocado. 
Maria e seu marido, com a intenção de provocar a ação de Joana, deixaram a joia em local estratégico, preparando, 
ao mesmo tempo, aparato para prender em flagrante Joana, o que tornou impossível a consumação do crime de 
furto. Logo, a prisão em flagrante é ilegal, nos termos da Súmula 145 STF. 
 
Distribuição de pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
A) Relaxamento da prisão em flagrante (0,50), com base no artigo 310, I, do Código de Processo 
Penal, OU art. 5º, LXV, da CFRB/88 (0,10). 
0,00/0,10/0,50/ 
0,60 
B) Trata-se de prisão ilegal (0,35), uma vez que o flagrante foi preparado/provocado (0,20), nos 
termos da Súmula 145 Supremo Tribunal Federal (0,10). 
0,00/0,10/0,20/ 
0,30/0,35/0,45/ 
0,55/0,65 
 
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A) A medida cabível seria o Relaxamento da prisão em flagrante, com base no 
artigo 310, inciso I, do Código de Processo Penal OU artigo 5º, inciso LXV, da 
Constituição Federal. 
 
 
B) O argumento a ser utilizado para a soltura de Joana é no sentido de que se 
trata de prisão ilegal. No caso, Maria, desconfiada da honestidade de Joana, sua 
funcionária doméstica, deixa uma joia de grande valor sobre um cômodo, ao 
mesmo tempo em que ela e seu marido Pedro, policial militar, colocam-se 
escondidos num cômodo da residência, aguardando Joana pegar o objeto 
estrategicamente deixado para ser subtraído, sendo a ré presa em flagrante. 
Ocorre, todavia, que a prisão é ilegal, pois houve flagrante preparado/provocado, 
conforme dispõe a Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal.
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“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 3 
 
Enunciado 
 
Charlote foi presa em flagrante pela prática do furto qualificado pelo rompimentode obstáculo (art. 155, § 4º, I, do 
CP). Na audiência de custódia, o Magistrado, acolhendo requerimento do Ministério Público, converteu a prisão em 
flagrante em prisão preventiva, indeferindo o pedido de prisão domiciliar, já que registrava contra si outros delitos 
de furto, conforme a folha de antecedentes criminais. Inconformados, os familiares de Charlote contratam os seus 
serviços de advocacia para elaboração de um habeas corpus perante o Tribunal de Justiça do Estado, objetivando a 
soltura de Charlote. No momento, informaram que já havia sido realizado um pedido de revogação da prisão 
preventiva e, alternativamente, substituição por prisão domiciliar, ao Juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Porto 
Alegre/RS, que manteve a segregação cautelar, para garantia da ordem pública, diante das anotações na folha de 
antecedentes criminais, mesmo diante da comprovação de que Charlote possui um filho com 6 anos de idade, sendo 
a única pessoa que cuidava da criança. Impetrado o habeas corpus, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do 
Sul, por maioria, denegou a ordem de habeas corpus, mantendo a prisão preventiva de Charlote, pelos mesmos 
fundamentos expostos pelo juiz de 1º grau. Diante dos fatos, responda aos itens a seguir. 
 
A) Qual o recurso cabível do acórdão do Tribunal de Justiça? Indique a base legal. (Valor: 0,60) 
 
B) Qual o argumento poderá ser utilizado para a concessão da prisão domiciliar de Charlote? Justifique. (Valor: 
0,65) 
 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A simples menção ao dispositivo legal não será 
pontuada. 
 
 
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“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
Gabarito comentado 
 
A) O recurso cabível será o Recurso Ordinário Constitucional, nos termos do artigo 105, inciso II, alínea “a”, da 
Constituição Federal/88 E/OU artigo 30 da Lei nº 8.038/90. 
 
B) A defesa deverá sustentar que seria possível a prisão domiciliar, já que Charlote é mãe de uma criança de 6 anos 
de idade, bem como que o crime cometido não foi com violência ou grave ameaça, nem contra seu filho ou 
dependente, nos termos do artigo 318, inciso V, OU 318-A, ambos do Código de Processo Penal. 
 
Distribuição de pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
A) O recurso cabível será o Recurso Ordinário Constitucional (0,50), nos termos do artigo 
105, inciso II, alínea “a”, da CF/88 E/OU artigo 30 da Lei nº 8.038/90 (0,10). 
0,00/0,10/0,50/ 
0,60 
B) A defesa deverá sustentar que seria possível a prisão domiciliar (0,55), nos termos do 
artigo 318, inciso V, OU 318-A do CPP (0,10). 
0,00/0,10/0,55/ 
0,65 
 
 
A) O recurso cabível é o Recurso Ordinário Constitucional, com base no 
artigo 105, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal OU artigo 30 da Lei 
8.038/90. 
 
B) O argumento que poderá ser apresentado para a concessão da prisão 
domiciliar é que Charlote é mãe de uma criança de 6 anos de idade, além 
disso, o crime cometido não foi com violência ou grave ameaça, nem contra 
seu filho ou dependente, nos termos do artigo 318, inciso V OU artigo 318-
A, ambos do Código de Processo Penal.
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“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 4 
 
Enunciado 
 
No dia 04 de fevereiro de 2020, Nairóbi, primária, sem nunca ter integrado qualquer organização criminosa, praticou 
o crime de tráfico internacional de drogas, sendo, ao final, condenada à pena de 8 anos e 2 meses de reclusão, em 
regime inicial fechado. Iniciou o cumprimento da pena em 20/12/2020, sendo que em março de 2022, após 
completar 1/8 da pena, postulou progressão de regime, demonstrando ser mãe e única responsável de uma criança 
de 4 anos de idade. Após a oitiva do Ministério Público, o juiz da Vara de Execução Penal, acolhendo a manifestação 
ministerial, indeferiu o pedido de progressão, informando que apesar do comprovado bom comportamento 
carcerário, Nairóbi não preenche o lapso temporal de 40% para progressão de regime, conforme previsto em lei. 
Diante dos fatos, responda fundamentadamente: 
 
A) Qual o recurso cabível contra a decisão do Magistrado? Fundamente. (Valor: 0,60) 
 
B) Qual argumento de direito material poderá ser usado para a concessão da progressão de regime à Nairóbi? 
Justifique. (Valor: 0,65) 
 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar corretamente sua resposta. A simples menção ou transcrição do 
dispositivo legal não pontua. 
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“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
Gabarito comentado 
 
A) O recurso cabível seria agravo em execução, nos termos do artigo 197, da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84). 
 
B) O argumento de direito material que poderá ser usado para a concessão da progressão de regime seria o de que 
Nairóbi é mãe responsável por criança de 4 anos de idade, não cometeu crime com violência ou grave ameaça à 
pessoa, não cometeu crime contra seu filho ou dependente, cumpriu 1/8 da pena, é primária e com bom 
comportamento carcerário, e não integra organização criminosa, preenchendo os requisitos do artigo 112, § 3º, da 
LEP. 
 
Distribuição de pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
A) Agravo em Execução (0,50), nos termos do artigo 197 da LEP (0,10). 0,00/0,10/0,50/0,60 
B) O argumento de direito material seria o de que Nairóbi cumpriu 1/8 da pena (0,35), já que 
mãe de criança de 4 anos de idade (0,20), preenchendo os demais requisitos do artigo 112, § 
3º, da LEP (0,10). 
0,00/0,10/0,20/ 
0,30/0,35/0,45/ 
0,55/0,65 
 
 
 
 
A) O recurso contra a decisão do Magistrado é o Agravo em Execução, nos 
termos do artigo 197, da Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal). 
 
B) O argumento de direito material que poderá ser usado para concessão da 
progressão de regime consiste na alegação de que Nairóbi é mãe de uma 
criança de 4 (quatro) anos, não cometeu crime mediante violência ou grave 
ameaça à pessoa, cumpriu 1/8 da pena imposta, o crime praticado não foi 
contra seu filho ou descendente, não integra organização criminosa e é 
primária e com bons antecedentes, preenchendo desta forma todos os 
requisitos do artigo 112, §3º, da Lei 7.210/84.