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24/08/2022
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O gráfico ao lado representa
a quantidade de Inquéritos
policiais em andamento no
ano de 2022 que apuram
crimes eleitorais,
separados por tipo penal.
Observe que os tipos penais
eleitorais com maior nº de
inquéritos são:
• 1º - Art. 350 do CE
• 2º - Art.299 do CE
• 3º - Art.289 do CE
Crime de falsidade 
ideológica eleitoral 
(Art.350 do CE)
O abuso do poder econômico sempre foi uma grande
preocupação do constituinte e do legislador infraconstitucional.
Tal preocupação é expressada em diversos dispositivos
constitucionais e legais que preveem hipóteses de inelegibilidade,
cassação de registro de candidatura e de mandato etc.
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Art. 350. Omitir, em documento público ou 
particular, declaração que dele devia constar, 
ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa
ou diversa da que devia ser escrita, 
para fins eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 
15 dias-multa, se o documento é público, e 
reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-
multa se o documento é particular.
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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
A maioria das investigações
desse tipo penal(art.350 CE) se
refere à prestação de contas
eleitoral fraudulentas
"Caixa 2 eleitoral"
É a m o v i m e n t a ç ã o p a r a l e l a e c l a n d e s t in a d e
r e c u r s o s n ã o c o n t a b i l i z a d o s o f i c i a l m e n t e ,
o b t i d o s d e m a n e i r a i r r e g u l a r e , m u i t a s v e z e s ,
c r i m i n o s a m e n t e , p a r a s e d e s t i n a r a d e s p e s a s
e o u t r o s i n t e r e s s e s r e l a c i o n a d o s a u m a
c a m p a n h a e l e i t o r a l .
6
Sob o ponto de vista penal, à mingua de um tipo penal
específico, a conduta conhecida como "caixa 2
eleitoral" é tipificada como crime de falsidade ideológica
eleitoral (art. 350, do Código Eleitoral) 
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Para tentar minimizar o problema, 
a le i ele itora l vedou a real ização 
de doações 
de pessoas jurídicas para 
campanhas ele i torais
E ESTIPULOU QUE AS DOAÇÕES DE
PESSOAS FÍSICAS 
estão limitadas a 10 % (dez por cento)
dos rendimentos brutos auferidos
pelo doador no ano anterior à eleição.
Corrupção eleitoral ou “compra de votos” 
Previsto no artigo 299 do Código Eleitoral:
Dar, oferecer, prometer,
solicitar ou receber,
para si ou para outrem,
dinheiro, dádiva ou
qualquer outra vantagem,
para obter ou dar voto
e para conseguir ou
prometer abstenção,
ainda que a oferta
não seja aceita:
Pena – reclusão até 4 (quatro) anos
e pagamento de 5 (cinco) a
15 (quinze) dias-multa.
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DAR OFERECER 
PROMETER SOLICITAR OU
RECEBER dinheiro, 
dádiva ou
qualquer outra 
vantagem
é necessária a presença 
do dolo específico
O u s e j a , p r o v a c a b a l
e c o nv i nc e n t e d a
i n t e nç ã o d e “ ob t e r ou
da r v o t o ou p r ome t e r
ab s t e nção ”
conforme entendimento do
Supremo Tribunal Federal
(STF.Plenário. Inq 3693/PA, Rel.
Min. Cármen Lúcia, julgado em
10/04/2014).
Para a caracterização 
do delito de corrupção 
eleitoral ou “compra 
de votos” como 
ficou conhecido
Além das condutas 
indicadas no artigo 299
O CRIME PODE SER COMETIDO
POR QUALQUER PESSOA Ressalte-se que não há 
necessidade da efetiva 
entrega da vantagem para a 
consumação do delito, uma 
vez que o tipo penal prevê 
as condutas criminosas de 
“oferecer”
“prometer” e “solicitar ”.
inclusive por terceiro 
não candidato 
ENTRETANTO...
11
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“(...) precisa o benefício
ser concreto, individualizado, direcionado
a uma ou mais pessoas determinadas, não
configurando o
delito promessas genéricas de campanha
ocorridas em comícios ou mesmo através
da televisão, quando não resulta
evidenciado nem mesmo o compromisso
da entrega da vantagem tendo como
contraprestação o voto ou a abstenção. ”
(GOMES, p. 244).
Trata-se de delito formal,
sua consumação se dá com
o simples oferecimento da
vantagem para obter ou
dar voto e para conseguir
ou prometer abstenção,
ainda que haja recusa pelo
eleitor, haja vista que o
pagamento da vantagem é
mero exaurimento do
crime em questão.
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Essencialmente
nesse tipo de investigação
busca-se provar que o 
candidato, por si próprio 
ou pela interposta pessoa 
(cabo eleitoral ou 
correligionário)
 CESTA BÁSICA
 DINHEIRO 
 PAGAMENTO DE 
CONTAS DE 
ENERGIA ELÉTRICA
 MATERIAIS DE 
CONSTRUÇÃO
ETC...
busca a obtenção de votos 
mediante a entrega, 
oferecimento ou promessa 
de qualquer vantagem 
Importante 
consignar que o 
art. 39 § 6º
da Lei nº 
9.504/97
PRESCREVE QUE 
É vedada na campanha eleitoral a confecção,
utilização, distribuição por comitê, candidato ou
com a sua autorização, de camisetas, chaveiros,
bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou
quaisquer outros bens ou materiais que possam
proporcionar vantagem ao eleitor.
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Diante deste 
dispositivo 
legal, é preciso 
fazer uma 
diferenciação
a doação de cesta
básica ou qualquer
outro adorno, mesmo
que de pequeno valor,
como:
chinelo, bonés ou dentaduras, em
troca de voto (caráter negocial),
ainda que não haja aceitação do
eleitor, caracterizará o crime.
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Uma das principais características da sociedade 
brasileira é a desigualdade social,
por isso, em determinadas regiões de nosso país,
onde a pobreza é mais acentuada,
é comum a compra de votos por valores módicos 
(por exemplo, R$ 10,00) ou
através de presentes de pequeno valor.
a distribuição de brindes de campanha, tais como
chaveiros, bandeiras, adesivos com finalidade
meramente de propaganda eleitoral, não caracteriza o
crime em questão, justamente por estar a faltar, nessa
hipótese, o caráter negocial, que identifica o delito.
Segundo (GOMES, p. 248) 
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DENÚNCIA MUITO COMUM 
DURANTE O PERÍODO ELEITORAL 
Geralmente a Polícia é informada que:
Diversas pessoas estariam em um determinado
posto de combustível abastecendo seus veículos,
Se valendo de papéis conhecidos como
"vales-combustível", assinados por candidatos
ou representantes de partidos políticos 
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Neste contexto é necessário fazer uma distinção entre esta 
conduta e a de distribuição de combustível para carreata, pois, de 
acordo com a jurisprudência, esta última não tipifica o crime 
previsto no artigo 299 do Código Eleitoral
O Tribunal Superior Eleitoral
pacificou o entendimento de que a
balizamento assentado nos Recursos 
Especiais 40920 e 41005.
"distribuição de combustível
para carreata não é compra de votos."
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Para caracterizar o crime de compra de 
votos por meio de vale-combustível, 
é essencial que a distribuição do 
vale combustível tenha ocorrido em 
contraprestação ao voto,ou seja, 
com o caráter negocial (dolo 
específico).
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É necessário, portanto, comprovar o caráter
negocial, isto é, que havia um acordo de
vontades entre eleitores e candidato, no
sentido de que este estaria condicionando a
distribuição de combustível à promessa de
voto ou abstenção de votar daqueles.
ALISTAMENTO
FRAUDULENTO
É aplicado tanto para :
1- Inscrição 
fraudulenta, como para a
2- transferência 
fraudulenta de domicílio
Artigo 
289 do 
Código 
Eleitoral
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Pena - Reclusão até cinco anos
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mediante a utilização de
documento falso, alterando
parte de seu nome ou dado
cadastral
Nesse tipo de delito, normalmente o eleitor preenche
formulário de Requerimento de Alistamento Eleitoral - RAE
(geralmente, o eleitor falsifica alguma certidão de nascimento, 
alterando nome ou parte do nome do pai, da mãe ou dele mesmo)
para a consecução de inscrição em duplicidade, ou multiplicidade
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INSCRIÇÃO FRAUDULENTA DE ELEITOR
foram encontrados, de acordo com dados do próprio Tribunal Superior Eleitoral,
aproximadamente 25 mil registros de títulos de eleitor duplicados ou
múltiplos após a realização de análises de comparação de impressões digitais o
que pode indicar o cometimento de crimes eleitorais.
Apenas 
no ano 
de 2017
Cabe aqui ressaltar que após o cadastramento 
biométrico de milhões 
de eleitores brasileiros pela Justiça eleitoral
23A justiça eleitoral encaminha esses casos à 
Polícia Federal e requisita a instauração de 
inquérito policial para apuração dos fatos. 
Ainda segundo o 
Tribunal Superior 
Eleitoral foi identificado 
um caso em que 
uma pessoa possuía 
52 Títulos de eleitor 
cadastrados com a 
mesma digital e nomes 
diferentes. 
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Nesses casos recomenda-se 
Se atentar para o 1º e mais antigo título eleitoral
do suspeito que costuma retratar a verdadeira
identidade do autor do delito que pode ter
cometido o delito não apenas com a
finalidade eleitoral, mas também com o
intuito de cometer outros delitos de
fraude relacionados ao sistema bancário,
benefícios sociais e/ou ao INSS.
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Em muitos casos, a fraude ocorre em atenção a um
pedido ou exigência de algum candidato interessado em
obter o voto do eleitor, principalmente em municípios
com pequeno eleitorado.
Geralmente o eleitor transfere seu domicílio eleitoral
para um município onde não possui vínculo de moradia,
apresentando comprovante de residência falso (material
ou ideologicamente).
TRANSFERÊNCIA FRAUDULENTA DE DOMICÍLIO ELEITORAL
Nas palavras do jurista 
Francisco Dirceu Barros o conceito de 
domicílio em 
matéria 
eleitoral é mais 
amplo que no 
direito civil. 
Entende-se como
domicílio a 
residência ou 
moradia onde o 
interessado 
tenha vínculos de 
natureza política, 
social, 
patrimonial, etc. 
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OUTROS 
CRIMES 
ELEITORAIS 
RELEVANTES
Transporte irregular de eleitores
O artigo 5º da Lei nº 6.091/74 dispõe que:
Nenhum veículo ou embarcação poderá fazer o
transporte de eleitores desde o dia anterior até
o posterior à eleição ...
... salvo se a serviço da Justiça Eleitoral; coletivos de linhas regulares e não
fretados; de uso individual do proprietário, para o exercício
do próprio voto e dos membros de sua família ou o serviço normal, sem
finalidade eleitoral, de veículos de aluguel não atingidos pela requisição de que
trata o art. 2º.
29
... 
SEGUNDO 
GOMES
(...) a remissão feita ao art. 302 do Código Eleitoral, 
constante do tipo acima citado, bem como o texto 
do art. 5º, IV, da Lei nº. 6.091/1974, deixam de todo 
evidenciado que o transporte de eleitores, desde o dia anterior 
até o posterior à eleição, constitui conduta criminosa, desde que 
realizado com finalidade eleitoral, ou seja, desde que a vontade 
vontade deliberada do agente seja no sentido de obter a 
vantagem de ordem eleitoral com esse transporte. Assim, não 
basta o simples transporte de eleitor para que haja a 
materialização do delito, mas sim o dolo específico consistente 
na intenção de
obter a vantagem eleitoral.
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Tendo em vista a 
existência de grande 
número de eleitores 
em localidades rurais 
ou registradas em 
zonas eleitorais de 
municípios contíguos 
o candidato 
(terceiro ou correligionário) 
realiza o transporte 
até a seção eleitoral 
(normalmente até as proximidades), 
por meio de veículo próprio, emprestado 
ou fretado, aliciando-o para conseguir o 
seu voto.
...
31
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UTILIZAÇÃO DE SERVIÇO OU DEPENDÊNCIA DE REPARTIÇÃO PUBLICA PARA FINS POLÍTICOS
Um outro crime eleitoral comum no serviço policial é a utilização de serviço ou
dependência de repartição pública para fins políticos, previsto no artigo 346 do Código
eleitoral:
Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal, estadual, municipal, autarquia,
fundação do Estado, sociedade de economia mista, entidade mantida ou subvencionada
pelo poder público, ou que realiza contrato com este, inclusive o respectivo prédio e suas
dependências não poderá ser utilizado para beneficiar partido ou organização de caráter
político.
Art. 346. Violar o disposto no Art. 377:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da autoridade responsável, os servidores que
prestarem serviços e os candidatos, membros ou diretores de partido que derem causa à
infração.
Realização de 
propaganda 
eleitoral no 
dia da eleição
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A fim de garantir ao 
eleitor um período de 
reflexão para que possa 
expressar a sua vontade 
política de forma 
calma e serena e 
a salvo de qualquer 
constrangimento, 
influência ou pressão
o legislador tipificou 
algumas condutas 
com o objetivo de 
evitar que elas 
fossem praticadas 
no dia da votação 
conforme previsto 
no art. 39 da 
Lei nº 9.504/97:
34
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Art 39 § 5º
Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis 
com detenção, de seis meses a um ano(...)
I - o uso de alto-falantes e 
amplificadores de som ou 
a promoção de comício 
ou carreata;
II - a arregimentação de 
eleitor ou a propaganda 
de boca de urna
III - a divulgação de 
qualquer espécie de 
propaganda de partidos 
políticos ou de seus 
candidatos. 
IV - a publicação de novos conteúdos
ou o impulsionamento
de conteúdos nas aplicações de inte
rnet de que trata o art. 57-B desta
Lei, podendo ser mantidos em
funcionamento as aplicações e os
conteúdos publicados
anteriormente. (Incluído Lei nº 13.488/17)
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NO DIA DA 
ELEIÇÃO
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‣ Facebook
‣ WhatsApp
‣ Telegram
‣ Instagram
‣ YouTube
Há que se observar que 
as referidas condutas 
somente constituem 
crime no dia das eleições
Outra observação relevante a ser
feita diz respeito à vedação de
publicação ou impulsionamento de
novos conteúdos na internet
...
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NO CRIME DE 
“BOCA DE URNA” o candidato a cargo eletivo ou terceira 
pessoa distribui propaganda eleitoral ou 
aborda eleitores, no dia da eleição, 
solicitando seu voto
OU SEJA
...
O CANDIDATO OU CABOS 
ELEITORAIS PERMANECEM 
NAS IMEDIAÇÕES DOS 
LOCAIS DE VOTAÇÃO
ABORDANDO, ALICIANDO OU 
PERSUADINDO ELEITORES 
NA BUSCA INCESSANTE POR VOTOS PRINCIPALMENTE NAS 
LOCALIDADES 
ONDE SABE POSSUIR UM 
GRANDE APOIO POPULAR
Também comete o crime em apreço quem
espalha propaganda política (panfletos)
durante a madrugada, quando os eleitores
estão dormindo (chamado: “voo da
madrugada”), haja vista que a lei prescreve:
“divulgar qualquer espécie de propaganda de 
partidos políticos ou de seus candidatos” 
(TRE-RJ, RE 6992 RJ). 
Além disso, tal conduta poderá se caracterizar 
também como crime ambiental.
Este é um crime de menor
potencial ofensivo, sendo que a
investigação é extremamente
simples, cingindo-se, se possível,
na oitiva do policial condutor,
eleitor abordado e do conduzido e na
apreensão da propaganda eleitoral.
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É PERMITIDA, NO DIA DAS ELEIÇÕES,
A MANIFESTAÇÃO INDIVIDUAL E SILE
NCIOSA DA PREFERÊNCIA DO ELEITOR
POR PARTIDO POLÍTICO, COLIGAÇÃO OU 
CANDIDATO, REVELADA 
EXCLUSIVAMENTE PELO USO DE 
BANDEIRAS, BROCHES, DÍSTICOS
E ADESIVOS.
Ao Policial é importante ter conhecimento 
do disposto no art. 39-A, da Lei nº 
9.504/97, o qual:
§ 1º - É vedada, no dia do
pleito, até o término do
horário de votação, a
aglomeração de pessoas
portando vestuário padronizado
e os instrumentos de
propaganda referidos no caput,
de modo a caracterizar
manifestação coletiva, com ou
sem utilização de veículo.
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Causar dano ao equipamento de informática 
usado na votação ou na totalização de votos
A Lei nº 9.504/97 traz no seu artigo 72 três condutas
criminosas com uma das maiores penas para os crimes
eleitorais. Dentre elas, o inciso III tipifica como crime:
“Causar, propositadamente, dano físico ao
equipamento usado na votação ou na totalização de
votos ou a suas partes.”
Pena: de 5 a 10 anos de reclusão.
Trata-se, portanto, de um crime de dano,
que se consuma com a ocorrência efetiva
do dano, parcial ou total, a equipamento de
informática da Justiça Eleitoral utilizado na
votação (urna eletrônica) ou na
totalização dos votos (computadores).
Também é necessária a vontade consciente do autor do crime em
causar o dano ao equipamento de informática usado nas eleições. Ou
seja, o sujeito ativo deve ter a intenção de destruir (desfazer ou
eliminar), inutilizar (tornar imprestável) ou deteriorar (estragar), parcial
ou totalmente, tais equipamentos.24/08/2022
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CRIMES PRATICADOS 
POR MEIO DE 
NOTÍCIAS FALSAS
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As fakes news também permeiam a seara 
eleitoral, podendo configurar ou 
não crime eleitoral. 
Entretanto, é preciso pontuar que nem toda
notícia falsa eleitoral tem repercussão criminal
e nem toda notícia falsa com repercussão
criminal configurará crime eleitoral.
A Lei 14.192/2021, que entrou em vigor em 05/08/2021,
alterou o CE ao dispor sobre o crime de divulgação de
fato ou vídeo com conteúdo inverídico no período de
campanha eleitoral (fake news eleitoral) e, ainda, ao
estabelecer normas para prevenir, reprimir e combater a
violência política contra a mulher.
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CRIME DE 
DIVULGAÇÃO DE 
FATOS 
INVERÍDICOS NA 
PROPAGANDA 
ELEITORAL
Previsto no 
art. 323 do 
código eleitoral:
Art. 323
• Divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha
eleitoral, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou candidatos e
capazes de exercerem influência perante o eleitorado:
• Pena - detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.
§1º Nas mesmas penas incorre quem produz, oferece ou vende vídeo com conteúdo inverídico acerca
de partidos ou candidatos.
§2º Aumenta-se a pena de 1/3 até metade se o crime:
I – é cometido por meio da imprensa, rádio ou televisão, ou por meio da internet ou de redes sociais,
ou é transmitido em tempo real;
II – envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia.
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Em suma, antes da Lei 14.192/2021 não era considerado
como crime do art. 323 do CE divulgar fatos inverídicos
fora da propaganda eleitoral. Exigia-se que a divulgação
ocorresse na propaganda. Com o advento da referida lei,
passou a ser considerado crime a conduta de divulgar
fatos inverídicos, tanto na propaganda eleitoral como
durante o período de campanha eleitoral.
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Ademais, trata-se de um crime com dolo específico, ou seja,
exige-se a consciência e a vontade de divulgar fato inverídico,
ciente de que é falso, com o intuito de influenciar o voto dos
eleitores. Portanto, a mera divulgação de fato mentiroso não
configura o crime. É necessário que o falso tenha a aptidão ou
idoneidade para exercer influência nociva junto ao eleitorado,
sendo relevante e suficiente para interferir na formação de
vontade do eleitorado.
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CRIMES 
CONTRA
A HONRA
Previstos nos artigos 324 
a 327 do código eleitoral
conforme a seguir:
Art. 324
• Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda,
imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
• Pena - detenção de seis meses a dois anos e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
• §1º Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou 
divulga.
Art. 325
• Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
• Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 30 dias-multa.
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Art. 326-A
• Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, de
investigação administrativa, de inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional de
que o sabe inocente, com finalidade eleitoral:
• Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
• §3º Incorrerá nas mesmas penas deste artigo quem, comprovadamente ciente
da inocência do denunciado e com finalidade eleitoral, divulga ou propala, por
qualquer meio ou forma, o ato ou fato que lhe foi falsamente atribuído.
52
Art. 326
• Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
• Pena - detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Tipo penal inserido em 2019
por meio da imprensa 
(rádio, televisão, jornais, 
revistas, internet, etc.
durante o horário gratuito 
de propaganda eleitoral
por meio de carros de som 
ou até mesmo mediante a 
publicação e distribuição 
de panfletos apócrifos
PODEM 
SER 
PRATICADOS 
DE 
DIVERSAS 
MANEIRAS 
53
Os crimes acima descritos se distinguem dos
demais crimes contra a honra previstos no Código
Penal em razão do objetivo eleitoral bem como por
serem todos infrações penais de ação penal
pública, conforme previsto no artigo 355 do Código
Eleitoral (Lei n.º 4737/1965). Ou seja, não
dependem de representação do ofendido para a
persecução criminal.
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Além disso, o elemento típico identificador da
norma especial é a conotação eleitoral do fato
agressor, ou seja, o fato de a ofensa ser encartada
na propaganda ou visar fins de propaganda
eleitoral. Sem este, mesmo que imputada a agente
político ou candidato, durante o período de
campanha eleitoral, mas sem fins de propaganda,
não configura o ilícito eleitoral em exame, mas a
infração penal comum dos crimes contra a honra.
Art. 326-B
• Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio,
candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de
menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou
etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou
o desempenho de seu mandato eletivo.
• Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
• Aumenta-se a pena em 1/3, se o crime é cometido contra mulher:
I – gestante;
II – maior de 60 anos;
III – com deficiência.
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Novo tipo penal – Violência política contra a mulher (inserido em 2021)
Vale destacar que não se configura o crime do art. 326-B acima, caso a conduta tenha
sido praticada contra “pré-candidata” ou suplente que não estiver no exercício do
mandato eletivo.
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CRIME DE 
CONTRATAÇÃO DE 
GRUPO DE PESSOAS 
PARA A EMISSÃO DE 
MENSAGENS 
OFENSIVAS À 
HONRA E A IMAGEM 
DE CANDIDATO, 
PARTIDO OU 
COLIGAÇÃO
Previsto no art. 57-H 
da lei nº 9.504/97
conforme a seguir:
Art. 57-H
Sem prejuízo das demais sanções legais cabíveis, será punido, com multa de
R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais),
quem realizar propaganda eleitoral na internet, atribuindo indevidamente
sua autoria a terceiro, inclusive a candidato, partido ou coligação.
(Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
Constitui crime a contratação direta ou indireta de grupo de pessoas com a
finalidade específica de emitir mensagens ou comentários na internet para
ofender a honra ou denegrir a imagem de candidato, partido ou coligação,
punível com detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa de R$ 15.000,00
(quinze mil reais) a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). (Incluído pela Lei nº
12.891, de 2013)
§ 1º
§ 2 º 
Igualmente incorrem em crime, punível com detenção de 6 (seis) meses a 1
(um) ano, com alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo
período, e multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais),
as pessoas contratadas na forma do § 1º. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
59
CRIME DE 
DIVULGAÇÃO 
DE PESQUISA 
ELEITORAL 
FRAUDULENTA
Previsto no art. 33, §
4º, da lei nº 
9.504/97
conforme a seguir:
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Art. 33
A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime,
punível com detenção de seis meses a um ano e multa no valor
de cinquenta mil a cem mil UFIR.
§ 4º
61
NOVOS CRIMES 
ELEITORAIS
A Lei 14.197/2021 também trouxe
mais dois novos tipos penais, 
incluindo o Capítulo III do Título
XII do Código Penal – Dos 
Crimes contra o funcionamento
das instituições Democráticas do 
Processo ELeitoral
NOVOS CRIMES
contra o Processo 
Eleitoral
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Art. 359-N
• Impedir ou perturbar a eleição ou a aferição de seu resultado, mediante
violação indevida de mecanismos de segurança do sistema eletrônico de
votação estabelecida pela Justiça Eleitoral:
• Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 359-P
• Restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual ou
psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razãode seu
sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional:
• Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
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SOMOS FORTES NA LINHA AVANÇADA
FIM

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