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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Gildenor Silva Fonseca
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Bianca Dantas
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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Esta unidade aborda as Teorias da Comunicação apresentando-
-as quanto ao contexto histórico em que foram criadas, bem como seus 
principais autores e as contribuições que esses estudos trouxeram para o 
entendimento dos meios de comunicação de massa e da sociedade. Nes-
se sentido, estudamos historicamente como se desenvolveram os princi-
pais meios de comunicação de massa no Brasil: a imprensa, o rádio e a 
televisão. Por fim, discutimos sobre o jornalismo digital e duas de suas fa-
cetas: a fragmentação digital e as fake news. Desse modo, nesta unidade, 
poderemos compreender acerca desses temas de forma sintetizada e ino-
vadora, onde, certamente, será de grande contribuição para sua formação 
teórico-profissional.
Teorias da Comunicação. Meios de comunicação. Jornalismo digital.
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 CAPÍTULO 01
AS TEORIAS DA COMUNICAÇÃO
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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Teoria da Agulha Hipodérmica _________________________________
Teoria Crítica __________________________________________________
Teoria Matemática _____________________________________________
Teoria Culturológica ____________________________________________
Teoria dos Estudos Culturais ____________________________________
O meio é a mensagem _________________________________________
Interacionismo Simbólico ______________________________________
Folkcomunicação ______________________________________________
Recapitulando _________________________________________________
Teoria Funcionalista ___________________________________________ 16
 CAPÍTULO 02
A COMUNICAÇÃO DE MASSA E OS PRINCIPAIS MEIOS DE 
COMUNICAÇÃO NO BRASIL
A Relação entre a História e a Imprensa ________________________
O Rádio no Brasil ______________________________________________
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Recapitulando _________________________________________________
Fechando a Unidade ___________________________________________
Referências ____________________________________________________
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Fragmentação Digital ___________________________________________
Fake News: como elas acontecem e como checar a veracidade das 
informações ____________________________________________________
Projetos de Lei para o combate as Fake News no Brasil ___________
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 CAPÍTULO 03
JORNALISMO DIGITAL, FRAGMENTAÇÃO DIGITAL E FAKE NEWS
Jornalismo Digital _____________________________________________
A TV entre os Anos 1950 a 2000: da Inovação ao Cotidiano das 
Pessoas _______________________________________________________
Os Serviços de Streaming e Novas Formas de se ver Televisão ___
Recapitulando _________________________________________________ 
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A comunicação é algo inerente ao ser humano. Todos têm a 
necessidade de nos expressar e isso acontece de diversas formas, mas 
todas elas perpassam a comunicação. Em toda a sua história, a huma-
nidade passou por processos, como o descobrimento da fala, os regis-
tros do seu cotidiano através das pinturas rupestres, o surgimento da 
imprensa e dos meios de comunicação de massa (TV, rádio, etc.), assim 
como o nascimento da internet e todas as suas facetas (computadores, 
dispositivos móveis, aplicativos, redes sociais, etc.).
Todos esses processos também foram mediados pela tecno-
logia, entendida aqui como um conjunto de técnicas, meios e métodos 
que aperfeiçoaram a comunicação da humanidade.
A comunicação não acontece somente apartir da fala, mas 
tudo que existe ao nosso redor. A maneira como os mais diversos gru-
pos sociais difundem suas culturas, informar-nos sobre temas atuais, ler 
um livro, assistir a um filme ou série, ir ao supermercado e ver o preço 
dos produtos, ver um outdoor nas ruas ou mesmo ver a propaganda de 
uma marca, em tudo isso, a comunicação está presente.
Nesse sentido, a comunicação é um importante parâmetro para 
compreendermos o comportamento dos seres humanos, e foi a partir 
disso que as Teorias da Comunicação surgiram. Neste módulo, vamos 
estudar todas elas, entendendo em que contexto elas foram concebidas 
e com que finalidade, assim como o que cada uma acreditava sobre a 
maneira que a humanidade determina seus processos comunicativos.
Por isso, partindo do princípio de que a comunicação está em 
tudo e faz parte da nossa vida, faz-se necessário entender a importân-
cia das Teorias da Comunicação e como elas refletem historicamente 
as épocas, a política, o comportamento e os hábitos de consumo da 
humanidade.
Nesta unidade, vamos discutir os aspectos históricos das Teo-
rias da Comunicação, bem como sua aplicação à cultura brasileira e 
ao jornalismo digital. No primeiro capítulo, vamos conhecer as Escolas 
de Comunicação e todas as Teorias da Comunicação, bem como seus 
principais teóricos.
O segundo capítulo tem como proposta estudar a comunicação 
de massa e os principais meios de comunicação na cultura brasileira.
Basearemos nosso estudo na Pesquisa Brasileira de Mídia, im-
portante documento divulgado nos últimos anos pelo Governo Federal, 
com os hábitos de consumo dos brasileiros a respeito dos meios de 
comunicação. A partir dessa pesquisa, vamos conhecer um pouco da 
história desses meios na nossa cultura.
O terceiro capítulo, por fim, abordará as Teorias da Comunica-
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ção na perspectiva do jornalismo digital, onde estudaremos questões 
como a fragmentação das informações no meio digital e as fake news, 
por exemplo. Como material complementar, ao longo da unidade, você 
terá dicas de filmes, séries, podcasts, propagandas, sites e reportagens 
que te ajudem a compreender, na prática, a aplicação das Teorias da 
Comunicação.
Bons estudos!
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SNeste capítulo, vamos estudar as Escolas de Comunicação e 
o surgimento das Teorias da Comunicação numa perspectiva histórica, 
assim como os seus principais teóricos. Veremos que as Teorias da Co-
municação foram muito importantes para compreender a influência dos 
meios de comunicação na sociedade e o comportamento dos indivíduos 
quanto aos processos comunicacionais.
A TEORIA DA AGULHA HIPODÉRMICA
A Teoria da Agulha Hipodérmica surgiu nos Estados Unidos du-
rante a década de 1930. Ou seja, entre a Primeira e a Segunda Guerra 
Mundial. Nesse período, quando os governos dos principais países en-
volvidos nos conflitos precisavam transmitir sua ideologia ao maior nú-
mero de pessoas, eram os meios de comunicação de massa (ou mass 
media) que propagavam essas informações. Hitler, por exemplo, costu-
mava usar o rádio para discursar às multidões na Alemanha. De acordo 
com Wolf (1999), 
AS TEORIAS
DA COMUNICAÇÃO
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os mass media constituem, simultaneamente, um importantíssimo sector 
industrial, um universo simbólico objeto de um consumo maciço, um inves-
timento tecnológico em contínua expansão, uma experiência individual quoti-
diana, um terreno de confronto político, um sistema de intervenção cultural e 
de agregação social, uma maneira de passar o tempo, etc. (Wolf, 1999, s.p.).
O autor também fala sobre a importância do conceito de socie-
dade de massa, fundamental para a compreensão da Teoria da Agulha 
Hipodérmica. Existem vários conceitos sobre o que é a sociedade de 
massa. Para nosso estudo, ficaremos com a definição de Ortega y Gas-
set (1930), apresentada por Wolf (1999):
Ortega y Gasset (1930) descreve o homem-massa como sendo a antítese da 
figura do humanista culto. A massa é a jurisdição dos incompetentes, repre-
senta o triunfo de uma espécie antropológica que existe em todas as classes 
sociais e que baseia a sua ação no saber especializado ligado à técnica e à 
ciência. Nesta perspectiva, a massa «é tudo o que não se avalia a si próprio 
- nem no bem nem no mal - mediante razões especiais, mas que se sente 
“como toda a gente” e, todavia, não se aflige por isso, antes se sente à von-
tade ao reconhecer-se idêntico aos outros» (ORTEGA Y GASSET, 1930, p. 8 
apud WOLF, 1999, s.p). 
Surgida na escola estadunidense durante as duas grandes 
Guerras Mundiais, a Teoria Hipodérmica entendia que o receptor dava, 
sem resistência, uma resposta imediata a todos os estímulos comunica-
cionais. A partir desse entendimento, estudava-se como a propaganda 
influenciava as pessoas quanto ao entendimento e recepção dos con-
teúdos ideológicos por ela propagados, tendo a passividade dos recep-
tores como a principal característica dessa teoria. De acordo com Wolf 
(1999),
Os principais elementos que caracterizam o contexto da teoria hipodérmica 
são, por um lado, a novidade do próprio fenómeno das comunicações de 
massa e, por outro, a ligação desse fenómeno às trágicas experiências to-
talitárias daquele período histórico. Encerrada entre estes dois elementos, 
a teoria hipodérmica é uma abordagem global aos mass media, indiferente 
à diversidade existente entre os vários meios e que responde sobretudo à 
interrogação: que efeito têm os mass media numa sociedade de massa? A 
principal componente da teoria hipodérmica é, de facto, a presença explícita 
de uma «teoria» da sociedade de massa, enquanto, no aspecto «comunicati-
vo», opera complementarmente uma teoria psicológica da ação. Além disso, 
pode descrever-se o modelo hipodérmico como sendo uma teoria da propa-
ganda e sobre a propaganda; com efeito, no que diz respeito ao universo dos 
meios de comunicação, esse é o tema central. (WOLF, 1999, s.p.)
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Nesse sentido, a partir do fato dos meios de comunicação de 
massa estarem inseridos no cotidiano das pessoas para informá-las e 
entretê-las, a teoria ganhou esse nome pela concepção de que os re-
ceptores das mensagens, ou seja, a massa, a audiência, recebia as in-
formações da mesma maneira, como se tivessem tomado uma injeção 
cujo efeito fosse a passividade. 
A Teoria Hipodérmica enxergava o cenário comunicacional 
fundado na manipulação, já que acreditava que o poder estava com o 
emissor. Ou seja, de acordo com essa corrente teórica, as pessoas atin-
gidas pelas mensagens (jornalísticas ou publicitárias) eram facilmente 
controladas, manipuladas e induzidas a agir.
Os indivíduos eram vistos como seres isolados física e psico-
logicamente. Para essa teoria, não existem relações interpessoais na 
sociedade. Ou, se existem, não são importantes ou muito menos defini-
tivas no processo comunicativo. Assim, o grande objetivo dessa teoria 
era entender como a população tinha seu comportamento influenciado 
pela comunicação. A partir disso, seria possível criar estratégias de in-
fluência no modo como as pessoas se comportariam.
A Teoria Hipodérmica, através do behaviorismo (teorias psico-
lógicas cujo principal objeto de estudo é o comportamento), analisava 
os meios de comunicação numa lógica muito limitada e simples, já que 
considerava os receptores de maneira homogênea, sem levar em con-
sideração as especificidades como religião, política, história, etc. 
Partindo dos paradigmas clássicos que foram abordados, mui-
tos avançosocorreram quanto aos estudos sobre a comunicação. No 
fim da Segunda Guerra Mundial, no ano de 1948, nos EUA, Harold Las-
swel, sociólogo e cientista político estadunidense que viveu entre os 
anos de 1902 e 1978, avançou na compreensão de que a comunicação 
ocorria em várias etapas e cada uma delas pode provocar um efeito 
diferente.
Considerado o principal autor da Teoria da Agulha Hipodérmi-
ca, Harold Lasswel enxergou falhas nos estudos até então realizados e 
propôs uma evolução nesse sentido. Ele defendia que, ao contrário do 
que se acreditava, as mensagens chegavam de modos diferentes para 
cada destinatário. O ser humano interpreta as informações de acordo 
com as suas especificidades, mas questões como o uso de apelos emo-
cionais, por exemplo, tornam o processo de manipulação mais fácil. 
Nesse sentido, Laswell identificou cinco questões fundamentais 
para o entendimento da mensagem midiática: 1) quem?; 2) diz o quê?; 3) 
através de que canal?; 4) a quem?; 5) com que efeito? Para o autor, as 
respostas a essas perguntas caracterizavam como completas as mensa-
gens. Abaixo, temos um quadro I geral sobre a Teoria Hipodérmica.
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Quadro I – Teoria da Agulha Hipodérmica
Teoria da Agulha Hipodérmica
Surgimento (local e ano) EUA – 1930.
Principal teórico Harold Laswell.
Paradigmas clássicos Sociedade de massa; Behaviorismo.
Temas Estudar os efeitos dos meios de co-
municação de massa sobre a socie-
dade de massa.
Estudar as etapas da comunicação.
Conceitos Passividade, alienação, etapas da 
comunicação: quem, diz o quê, em 
que canal, a quem e com que efeito.
Conclusões O emissor detinha o poder na comu-
nicação.
Efeitos diferentes em cada receptor.
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
- Vídeo sobre a Teoria da Agulha Hipodérmica. Acesse em:
https://www.youtube.com/watch?v=xV5ZmwGpDGo
- Filmes para ajudar na compreensão da teoria:
A Onda (Dennis Gansel, 2009, Constantin Film / Highlight Film)
O show de Truman (Peter Weir, 1998, Paramount Pictures)
TEORIA FUNCIONALISTA
Surgida nos Estados Unidos na década de 1950, a Teoria Fun-
cionalista recebeu esse nome porque entendia a sociedade como um 
sistema, um organismo formado por várias partes. Todas essas, por sua 
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vez, têm uma função específica.
Os estudos dessa teoria sofreram influências diretas do posi-
tivismo de Augusto Comte, que tinha como objetivo interpretar os fatos 
ocorridos com os seres humanos partindo de uma discussão voltada 
para as ciências naturais. Outro autor que influenciou esses estudos foi 
o sociólogo Émile Durkheim, que entendia a sociedade como um orga-
nismo composto por partes que garantem o funcionamento de um todo 
por meio de funções específicas.
Destacam-se nesta teoria, autores como: Talcot Parsons, so-
ciólogo estadunidense que viveu entre 1902 e 1979, e Paul Lazarsfeld, 
sociólogo americano que viveu entre 1901 e 1976.
Contribuindo com o entendimento sobre a teoria funcionalista, 
Wolf (1999) explica no que ela consiste: 
A teoria funcionalista dos mass media constitui essencialmente uma aborda-
gem global aos meios de comunicação de massa no seu conjunto; é certo 
que as suas articulações internas estabelecem a distinção entre géneros e 
meios específicos, mas acentua-se, significativamente, a explicitação das 
funções exercidas pelo sistema das comunicações de massa. (WOLF, 1999, 
s.p.).
Nesse caso, as funções são os efeitos provocados no todo por 
uma das partes constituídas. Funcional é tudo que realiza seu trabalho 
de maneira repetitiva, garantindo, com isso, a estabilidade do sistema. 
A sociedade era vista como um todo, mas as características individuais 
eram ignoradas.
Assim, surge a Teoria Funcionalista da Comunicação, visando 
analisar o funcionamento da sociedade através das contribuições dos 
meios de comunicação de massa. A questão social não são os efeitos, 
mas as funções sociais exercidas pela comunicação.
Descobriu-se que o sistema da comunicação de massa funcio-
na porque reforça os modelos de comportamento presentes na socieda-
de. Assim, quando os estudos funcionalistas passaram a se aprofundar 
também nas ciências sociais, seu foco foi deixando de ser sobre o que 
os meios de comunicação de massa faziam com as pessoas para o que 
as pessoas faziam com eles. 
Anteriormente, vimos que a Teoria Hipodérmica acreditava que 
os meios de comunicação eram mecanismos de massificação social. 
Nesse sentido, Wolf (1999) expõe as inovações propostas pela Teoria 
Funcionalista:
É este o aspecto em que mais se distancia das teorias precedentes: a 
questão de fundo já não são os efeitos, mas as funções exercidas pela 
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comunicação de massa na sociedade. Assim se completa o percurso 
seguido pela pesquisa sobre os mass media, que começara por se 
concentrar nos problemas da manipulação para passar aos da persu-
asão, depois, à influência e para chegar precisamente às funções. A 
mudança conceptual coincide com o abandono da ideia de um efeito 
intencional, de um objetivo do ato comunicativo subjetivamente per-
seguido, para fazer convergir a atenção nas consequências objeti-
vamente averiguáveis da ação dos mass media sobre a sociedade 
no seu conjunto ou sobre os seus subsistemas. A isso correspon-
de outra diferença importante relativamente às teorias precedentes: 
enquanto a segunda e a terceira tratavam essencialmente de situa-
ções comunicativas de tipo «campanha» (eleitoral, informativa, etc.), 
a teoria funcionalista dos mass media -ao mesmo tempo que passa 
do estudo dos efeitos para o estudo das funções - refere-se a um 
outro contexto comunicativo. De uma situação específica como uma 
campanha informativa, passa-se para a situação comunicativa mais 
«normal» e usual da produção e difusão quotidiana das mensagens 
de massa. As funções analisadas não estão associadas a contextos 
comunicativos especiais, mas à presença normal dos mass media na 
sociedade. (WOLF, 1999, s.p.).
Os mass media são efetivos quando as pessoas satisfazem 
suas necessidades. Desse modo, percebe-se que a audiência é tida 
como ativa, ao contrário do que defendia a Teoria Hipodérmica perante 
atitudes, princípios ou comportamentos dos indivíduos. 
Como funções dos meios de comunicação de massa, determi-
nou-se: informar, promover a cultura e o entretenimento, alertar a popu-
lação, atribuir status e manter as normas sociais. Quanto às disfunções, 
estabeleceu-se: alienação das massas devido à enorme quantidade de 
informações recebidas, tornando as pessoas também insensíveis frente 
a questões sociais.
Aplicando essas concepções ao nosso dia a dia, você pode se 
perguntar: está conectado a algum aparelho de comunicação? Utiliza 
com frequência a TV, lê jornais e revistas ou ouve muito o rádio? Por 
exemplo: quando alguém aparece na mídia, sendo famosa ou não, a 
pessoa ganha grande visibilidade (tratando-se do alcance em relação 
ao tamanho da audiência). Isso também ocorre quando outros temas 
estão em evidência. Assim, os meios de comunicação podem reforçar 
os status de questões públicas, pessoas ou organizações.
Nas últimas décadas, o mundo tem não só acompanhado como 
também vivenciado a internet se tornar o meio de comunicação que per-
mitiu a inclusão digital de uma maioria da população. Nesse sentido, a 
internet também propiciou, por exemplo, que os mais diversos conteú-
dos e indivíduos alcançarem ainda mais pessoas.
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Atualmente, é muito comum consumirmos informações através 
de influenciadores digitais, por exemplo. Redes sociais como o YouTu-
be e o Instagram se apresentam como plataformas que permitemo sur-
gimento e a consolidação desses novos profissionais da comunicação.
No entanto, a internet também abre espaço para que as pes-
soas acompanhem mais a vida dos influenciadores, seja em assuntos 
pessoais, profissionais ou mesmo posicionamentos sobre assuntos re-
levantes. Recentemente, Gabriela Pugliesi, influenciadora digital que 
fala sobre vida fitness, após se curar da Covid-19, pandemia que assola 
todo o mundo, realizou uma festa em sua casa, contrariando as normas 
de isolamento e prevenção estabelecidas pelos órgãos de saúde.
Além disso, ela também divulgou em suas redes sociais ima-
gens da festa. Como resultado, sofreu inúmeras críticas por parte dos 
seus seguidores e chegou a perder contratos com algumas empresas 
que a patrocinavam. Assim, podemos pensar que o reforço das normas 
sociais está diretamente ligado ao que nós chamamos de moral pública, 
ou seja, regras e normas pré-estabelecidas na sociedade sobre como 
deveríamos nos comportar, relacionar e viver. Uma das funções da mí-
dia é reforçar esses padrões por meio da exposição de condições que 
estão em desacordo com a moral pública.
Por fim, a disfunção narcotizante é o processo que acontece 
com uma grande parcela da sociedade: ter preocupações superficiais 
com os problemas sociais. Como somos bombardeados pela mídia com 
uma grande quantidade de informações, essa disfunção torna os indi-
víduos menos críticos diante dos problemas sociais. Abaixo, temos um 
quadro geral II sobre a Teoria Funcionalista.
Quadro II – Teoria Funcionalista
Teoria Funcionalista
Surgimento (local e ano) EUA – 1950.
Principais teóricos Talcot Parsons e Paul Lazarsfeld.
Paradigmas clássicos A sociedade opera como um corpo 
onde cada parte desempenha uma 
função.
Temas Compreender as funções dos mass 
media na sociedade, bem como a 
reação das pessoas perante eles.
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Conceitos Os MCM têm como funções: infor-
mar, promover a cultura, alertar à 
população em casos de perigo, re-
forçar as normas sociais.
Também estuda as disfunções dos 
MCM.
Conclusões Os MCM têm funções e disfunções e 
não são as únicas fontes de satisfa-
ção das pessoas.
Audiência ativa.
Fonte: Elaborada pela autora.
Filmes para ajudar na compreensão da teoria:
Ilha das Flores (Jorge Furtado, 1989, Casa de Cinema de Porto 
Alegre)
Coringa (Todd Phillips, 2019, Warner Bros. Pictures)
TEORIA CRÍTICA
A Teoria Crítica foi criada na Alemanha, na Escola de Frankfurt, 
durante a década de 1930, compreendendo o período entre as duas 
Guerras Mundiais e as ditaduras na Europa.
Entre os seus principais objetivos, estava entender o papel dos 
meios de comunicação de massa no capitalismo, assim como mostrar 
como a indústria cultural funciona. Criticava o positivismo, o capitalis-
mo e o mito da modernidade. Seus conceitos chaves envolviam a nar-
cotização dos sentidos, a alienação dos sujeitos e a indústria cultural 
como sendo uma organização sistemática dos meios de comunicação 
de massa na produção e veiculação de produtos. Para essa teoria, os 
meios de comunicação de massa transmitiam a ideologia burguesa, 
como uma forma de manipular as classes dominadas e vender produtos 
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aos indivíduos. Nesse sentido, a arte tornava-se uma mercadoria. 
Seus principais integrantes eram Theodor Adorno, nascido em 
1903, e Max Horkheimer, nascido em 1895. Esses autores desenvolve-
ram o conceito de indústria cultural, a partir de reflexões sobre os efeitos 
dos avanços tecnológicos ocasionados pela Revolução Industrial e o 
capitalismo na arte.
Em resumo, a indústria cultural trabalha com o pensamento de 
que a lógica de produção em massa feita na indústria também passou 
a ser utilizada na produção artística, criando um novo ponto de vista em 
relação à arte e à cultura na conjuntura capitalista. Nesse sentido, todas 
as artes seriam impactadas: o cinema, o teatro, a literatura, etc., influen-
ciando na maneira em que os próprios artistas passaram a produzir e 
reproduzir suas manifestações artísticas.
Foi assim que esses e outros pesquisadores passaram a estu-
dar sobre a utilização da cultura para legitimar interesses das classes 
dominantes, que administravam a arte criando um padrão, uma lógica 
de que a cultura deveria fazer sucesso, gerar lucro. Podemos dizer que 
a indústria cultural tem cinco grandes características: 1) o lucro como 
seu objetivo, 2) normatização dos gostos e interesses do público, 3) 
a produção em massa dos produtos artísticos, 4) produtos fáceis de 
serem adquiridos pela população, 5) homogeneização dos produtos ar-
tísticos (filmes, novelas, músicas, peças, etc.). 
Por que consumimos aquilo que não precisamos? Na indústria 
cultural, o que ocorre é a implantação da necessidade de consumo. As 
pessoas compram para alcançar o bem-estar. E os meios de comunica-
ção de massa têm um papel decisivo nesse processo, já que incentivam 
os indivíduos a consumirem e estarem ligados a marcas.
Outra maneira em que somos influenciados a consumir, nesse 
caso informações, é a necessidade saber das últimas notícias anuncia-
das nos jornais.
A indústria cultural já existia durante a Segunda Guerra, sendo 
utilizada por Hitler. Atualmente, esse conceito funciona através da lógica 
de que a felicidade está ligada ao consumo. Veja abaixo um quadro III 
sobre a Teoria Crítica:
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Quadro III – Teoria Crítica
Teoria Crítica
Surgimento (local e ano) Alemanha, Escola de Frankfurt – 
1930.
Principais teóricos Horkheimer e Adorno.
Paradigmas clássicos Teoria marxista.
Temas Compreender o papel dos meios de 
comunicação de massa no capitalis-
mo, mostrar como funcionava a in-
dústria cultural.
Conceitos Criticava o capitalismo, narcotização 
dos sentidos, alienação dos sujeitos, 
a indústria cultural como sistema dos 
MCM para produção e veiculação de 
produtos, MCM transmitiam a ideolo-
gia burguês.
Também estuda as disfunções dos 
MCM.
Conclusões A arte como mercadoria, crítica ao 
uso dos MCM para manipular ideo-
logicamente e o consumo da popu-
lação.
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
Vídeo sobre a Teoria Crítica. Acesse em:
https://www.youtube.com/watch?v=2cRmI_bYEyc&t=2s
Filmes para ajudar na compreensão da teoria:
O sorriso de Monalisa (Mike Newell, 2003, Revolution Studios 
e Columbia Filmes).
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A TEORIA MATEMÁTICA
A Teoria Matemática da Comunicação, também chamada de 
Teoria da Informação, foi a primeira que começou a se desenvolver no 
contexto do pós-guerra, dentro de áreas como a matemática e a enge-
nharia, ao nível das telecomunicações. De acordo com Wolf (1999), “a 
teoria matemática da comunicação é, essencialmente, uma teoria sobre 
a transmissão óptima das mensagens e o esquema do sistema geral de 
comunicação”.
Claudio Shannon, matemático e engenheiro norte-americano 
que viveu entre 1916 e 2001, foi o seu principal autor. Ele elaborou o 
Sistema Geral da Comunicação, delineando uma comunicação com-
posta com componentes específicos: a fonte como origem da informa-
ção, a mensagem como o conteúdo da informação, o codificador, que 
transforma a informação em códigos, o canal como meio que transporta 
os códigos, o decodificador como receptor que transformava o códi-
go recebido em informação, o destinatário como sendo quem recebe a 
mensagem transmitida.
Essa teoria procurava desvendar os tipos de transmissão das 
mensagens entre o emissor e o receptor. Criada com o objetivo especí-
fico de solucionar questões relacionadas a técnicas de armazenamento, 
foi desenvolvida em 1949, por dois engenheiros matemáticos: Claude 
Shannon e Warren Weaver. 
Segundo essa teoria,o grande intuído da comunicação era 
de reproduzir, de maneira exata, uma mensagem para outra pessoa. 
No entanto, mesmo que o emissor escolhesse livremente a mensagem 
transmitida ao seu receptor, a possibilidade de ocorrem ruídos nesse 
processo comunicativo ainda existia.
Isso pode ser adaptado a qualquer processo de comunicação, 
como telefone, rádio, televisão, internet, etc., independentemente de 
suas características. A teoria se dividia em três níveis: técnico, semân-
tico e eficácia. O primeiro nível envolvia as circunstâncias técnicas dos 
dispositivos usados para uma comunicação de qualidade. Já o segundo 
tratava de explicar que o significado da mensagem não era relevante, 
pois o que importava mesmo era o aquilo que foi transmitido e recebi-
do. Por fim, o terceiro nível se preocupava com que a transmissão da 
mensagem pudesse acontecer sem ruídos ou desencontros. Desses, 
o mais importante é o nível técnico. Veja abaixo um quadro IV sobre a 
Teoria Matemática:
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Quadro IV – Teoria Matemática
Teoria Matemática
Surgimento (local e ano) EUA – 1940.
Principais teóricos Claude Shannon.
Paradigmas clássicos Matemática e engenharia.
Temas A comunicação pode ajudar a encon-
trar problemas e ruídos na troca das 
informações.
Conceitos A comunicação como um procedi-
mento sequencial: emissor – mensa-
gem – canal – receptor.
Conclusões Valorizava muito o emissor, esquema 
que permitia verificar a troca de infor-
mação.
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
Vídeo sobre a Teoria Matemática. Acesse em:
https://www.youtube.com/watch?v=scW0_oPsLX8
TEORIA CULTUROLÓGICA
Criada na França durante a década de 1960, a Teoria Cultu-
rológica tem como seu principal autor Edgar Morin, um antropólogo, 
sociólogo e filósofo francês nascido no ano de 1921.
Essa teoria entendia que a cultura nascia da associação entre 
o imaginário e o real, analisando, entre outras coisas, as consequên-
cias sociais da introdução dos símbolos feita pela indústria cultural na 
sociedade de massa, que supostamente trariam felicidade ao resgatar 
a identidade de determinados grupos sociais. 
Por exemplo, em 2020, completa-se dez anos da morte do es-
critor português José Saramago. A imprensa de vários países fez ma-
térias jornalísticas, reportagens sobre a data numa tentativa de imagi-
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nar o que o escritor diria sobre os temas da atualidade. Resgatando a 
imagem de um ícone, não ocorre bem uma imposição da mídia sobre a 
sociedade, mas ela se aproveita de um momento histórico, porque, se-
gundo a teoria, ela apenas nos fornece o que a massa deseja. Ou seja, 
a literatura de José Saramago faz parte do imaginário social.
Em seu livro O Espírito do Tempo, Morin procura refletir sobre 
a forma de cultura da sociedade contemporânea, frisando, em comple-
mentação, os produtos culturais que circulam nos meios de comunica-
ção de massa e sua capacidade de interferir no cotidiano. De acordo 
com Wolf (1999),
A sua característica fundamental é o estudo da cultura de massa, distinguin-
do os seus elementos antropológicos mais relevantes e a relação entre o 
consumidor e o objeto de consumo. Por conseguinte, a teoria culturológica 
não diz diretamente respeito aos mass media e, muito menos, aos seus efei-
tos sobre os destinatários: o objeto de análise que, programaticamente, se 
procura atingir é a definição da nova forma de cultura da sociedade contem-
porânea (WOLF, 1999, s.p.).
Segundo a Teoria Culturológica, a cultura de massa não é so-
berana, mas originada da cultura nacional. Ou seja, a cultura de massa 
não determina os padrões ou símbolos que a sociedade adota. Essa 
apenas utiliza da padronização desenvolvida espontaneamente pelo 
ideal popular para exploração em benefício próprio. 
Desse modo, para os culturólogos, a cultura de massa não dá 
novas origens, mas se adapta aos desejos da massa, ao mesmo tempo 
em que interfere neles. Nesse cenário, é possível enxergar, na prática, a 
ideia de “industrialização dos sonhos”, onde os meios de comunicação 
de massa exploram o que é suprimido da vida real, por exemplo, a reto-
mada de coisas do passado, como músicas, roupas, filmes, etc.
Esse retorno do popular antigo não é uma imposição, mas um 
resgate do símbolo socialmente intrínseco. Através do sentimento nos-
tálgico causado, somado ao apreço que a sociedade tem nesses símbo-
los, os meios de comunicação se aproveitam frequentemente para ven-
der e revender o mesmo produto, com a mesma essência, apresentado 
de formas e em tempos diferentes.
Músicas, filmes, programas de TV, moda, revistas, danças, etc. 
Na indústria de massa, a superficialidade está presente em tudo. Nas 
obras audiovisuais, por exemplo, é notável o conceito de final feliz que 
marca os filmes hollywoodianos, quanto às novelas brasileiras ou dese-
nhos animados de diversos países buscam sempre apresentarem um 
final onde tudo termina bem.
Ainda sobre essa ideia sobre tudo ser perfeito, Morin fala so-
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bre os olimpianos, que trata da criação de “semideuses” da mídia, isto 
é, celebridades às quais todos devem submeter suas práticas. Essas 
criações representam a junção entre a realidade, os atos das pessoas 
comuns e o imaginário. Veja abaixo um quadro V sobre a Teoria Cultu-
rológica.
Quadro V – Teoria Culturológica
Teoria Culturológica
Surgimento (local e ano) França – 1960.
Principais teóricos Edgar Morin.
Paradigmas clássicos Arte, História e Mitologia.
Temas Estuda a cultura de massa com o 
objetivo de estabelecer uma nova 
cultura. 
Conceitos A cultura é a reunião de símbolos, 
imagens, mitos e princípios respon-
sáveis por construírem o imaginário 
coletivo.
Conclusões A cultura de massa une o real e o 
simbólico numa perspectiva de três 
culturas: a tradicional, a de elite e a 
popular.
Necessidades culturais de consumo: 
amor, felicidade, liberdade, bem-es-
tar, etc. 
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
TEORIA DOS ESTUDOS CULTURAIS
Os Estudos Culturais são um campo de pesquisas britânico 
desenvolvido na década de 1960 no Center for Contemporany Cultural 
Studies (CCCS), localizado na Universidade de Birmingham. O surgi-
mento dessa teoria aconteceu após transformações dos princípios da 
classe operária. Seus principais teóricos foram Raymond Williams, aca-
dêmico e crítico que viveu entre 1921 e 1988, e Stuart Hall, sociólogo 
jamaicano que viveu entre 1932 e 2014.
Os elementos culturais anteriormente desvalorizados dos 
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meios de comunicação de massa e da cultura popular, bem como a 
vida cultural trabalhadora, eram aspectos estudados nessa teoria, que 
inaugurou a visão de que no contexto popular não existia somente a 
conformidade, a subordinação. Pelo contrário, existia também oposição 
e resistência.
As contribuições de Raymond William foram essenciais para a 
teoria. Em seu texto Culture & Society: 1780-1950, ele difundiu, de um 
ponto de vista particular, a história da literatura, apresentando a ideia 
de que a cultura é fundamental para ligar os estudos relacionados à 
literatura e à sociedade. Outra contribuição dada por esse autor foi nas 
discussões sobre como os meios de comunicação de massa afetam 
a cultura na sociedade. Já Stuart Hall foi responsável por fomentar as 
investigações de hábitos de resistência em pequenas culturas, onde era 
possível identificar o papel fundamental dos meios de comunicação de 
massa nesse contexto.
O grande foco de investigação dos estudos culturais diz res-
peito a como a sociedade e a cultura contemporânea se relacionam. 
Como a teoria surgiu a partir da observação da realidade de operáriosingleses, eram as práticas de resistência cultural e identitárias desses 
grupos que figuravam como o cerne dessa teoria.
A Teoria dos Estudos Culturais também analisava a cultura 
como algo manifestado de diferentes formas, variando de acordo com 
cada grupo ou com o período em que era vivenciada. Nesse sentido, a 
cultura também era vista como um fruto das interações sociais vividas 
no passado e no presente, podendo também exercer transformações 
no próprio futuro.
Partindo desses princípios, a cultura envolvia as práticas erudi-
tas, tradicionais, de elite e também a dos trabalhadores e microgrupos 
sociais, todos em busca de representação. Um dos pontos chave dessa 
teoria era contestar práticas culturais divididas hierarquicamente, como 
se uma fosse superior ou inferior a outra, como se uma tivesse mais 
qualidade do que a outra.
Com o passar dos anos, a Teoria dos Estudos Culturais foi en-
globando em seus estudos diversos temas de pesquisa. Além da cultura 
que se desenvolvia entre as relações sociais, temas como questões 
raciais, de gênero, de classe, etnia, identidade sexual, etc., questões 
de classe também passaram a compor o quadro desse campo de in-
vestigação. Nesse sentido, é fundamental compreender que a cultura 
não pode ser estudada de uma maneira isolada, mas deve envolver a 
realidade de cada grupo analisado.
A partir disso, é possível perceber a importância dessa teoria 
para os estudos da comunicação no geral. Todos os temas estudados 
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nesse campo de pesquisa colocaram essa teoria num lugar de desta-
que internacional, o que ressalta ainda mais sua relevância e contribui-
ção. Vejamos no quadro VI abaixo:
Quadro VI – Teoria dos Estudos Culturais
Teoria dos Estudos Culturais
Surgimento (local e ano) Inglaterra – 1960.
Principais teóricos Raymon Williams e Stuart Hall.
Paradigmas clássicos Interdisciplinaridade entre sociolo-
gia, marxismo e história.
Temas Entende a cultura como uma fonte 
para os estudos de todos os aspec-
tos de uma sociedade.
Conceitos Estudar a cultura popular pode re-
velar como se entrelaçam questões 
como a política, a economia, os mo-
dos de vida, etc.
Posteriormente, passam a estudar 
as construções das identidades das 
minorias e formas de resistências po-
líticas.
Conclusões Os estudos culturais devem contri-
buir para desconstruir estereótipos 
gerados pelas desigualdades do ca-
pitalismo.
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
O MEIO É A MENSAGEM 
Seu principal teórico foi Marshall McLuhan (1911-1980), cana-
dense filósofo, educador e teórico da comunicação. Seus estudos se 
destacaram, entre outras coisas, pela máxima de que o meio é a men-
sagem, assim como pela criação do termo aldeia global. Ele estudou os 
impactos das novas tecnologias e os impactos dos meios de comunica-
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ção na sociedade.
Mashall McLuhan pensava mais em técnicas do que em comu-
nicação. Foi pioneiro a chamar atenção para a ideia de que os meios 
que transmitiam as mensagens, ao invés das mensagens que eram re-
passadas pelos meios. Ou seja, para o autor, o meio ao qual a men-
sagem é levada ao conhecimento do público é mais importante que a 
própria mensagem.
Outra característica desse teórico eram seus pensamentos vi-
sionários. Ainda nos anos 1950, ele acreditava que, no futuro, uma rede 
mundial de computadores deixaria todas as informações disponíveis. 
Hoje isso parece normal, já que a internet faz parte do nosso cotidiano, 
mas o computador foi inventado na década de 1940, durante a Segunda 
Guerra Mundial, na época utilizada apenas para fins militares.
Para McLuhan, os meios de comunicação operavam como 
uma extensão do corpo humano. Nos anos 1950, isso poderia parecer 
uma ideia muito moderna, mas, hoje, vivendo numa sociedade onde 
nós ouvimos música com um fone conectado às orelhas, podemos per-
ceber que o corpo real e o virtual se tornam um só. 
Já nos anos 1960, McLuhan criou o conceito de aldeia global, 
onde ele compara o planeta a uma aldeia onde as pessoas poderiam 
se comunicar com facilidade mesmo estando em lugares diferentes do 
mundo, graças ao progresso tecnológico, o que nos remete à internet e 
à proporção que ela tomou nas nossas vidas hoje. Segundo Wolf (1999),
por isso, McLuhan fala da «aldeia global» em que o mundo se transformou, 
precisamente como resultado das mutações provocadas pelos meios elec-
trónicos: a territorialidade física é transposta pela mundovisão, assim como 
a distância se torna inexistente pela cobertura televisiva. Nesta perspectiva, 
os mass media são outras tantas expansões do homem, transformam-se nas 
mensagens que transmitem e essas modificam o receptor. Todas as tecnolo-
gias comunicativas - no sentido lato - são, de facto, analisáveis como exten-
sões do sistema físico e nervoso do homem (WOLF, 1999, s.p.).
McLuhan também fez uma distinção entre meios quentes e 
meios frios. Pense como é a sua interação com a TV: quando você está 
assistindo, usa mais de um sentido, a visão e a audição. Assim, sua in-
teração é maior e você leva menos tempo para entender a mensagem. 
A isso ele classificava como um meio frio. Já o rádio, por exemplo, usa 
apenas a audição. Qualquer dispersão compromete a mensagem. Exi-
ge pouca interação, você pode estar ouvindo, mas vendo algo que cha-
ma sua atenção e se dispersar. A isso ele chamava um meio quente, ou 
seja, o autor nos ensina a ver o meio de comunicação de uma maneira 
mais técnica. Vejamos abaixo no quadro VII:
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Quadro VII – O meio é a mensagem / Aldeia Global
O meio é a mensagem / Aldeia Global
Surgimento (local e ano) Canadá – 1960.
Principais teóricos MacLuhan.
Paradigmas clássicos Determinismo tecnológico.
Temas As tecnologias comunicacionais 
transformam o mundo numa aldeia 
global conectada.
A maneira que a mensagem chega 
e é interpretada sofre alterações pe-
las características tecnológicas dos 
meios.
Conceitos Meios quentes como prolongamentos 
de um sentido, aprofundando a infor-
mação (rádio).
Meios frios não saturam a informação 
(TV).
Conclusões Os MCM são uma extensão do ho-
mem e alteram a maneira de perce-
ber o mundo.
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
INTERACIONISMO SIMBÓLICO
Surgida na Escola de Chicago, nos Estados Unidos, durante os 
anos 1950, o Interacionismo Simbólico estudava as relações humanas 
sob uma perspectiva sociológica onde os significados particulares de 
cada indivíduo se misturam durante as interações interpessoais. 
Seus principais teóricos foram: George Mead, filósofo ameri-
cano que viveu entre 1863 e 1931; Peter Berger, sociólogo e teólogo 
austríaco que viveu entre 1929 e 2017; e Thomas Luckmann, sociólogo 
austríaco que viveu entre 1927 e 2016.
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De acordo com o Interacionismo Simbólico, o modo como cada 
indivíduo significa e interpreta o mundo determina suas ações. Nesse 
sentido, o significado de cada coisa vai sendo criado ao mesmo tempo 
em que as relações sociais se desenvolvem, numa intepretação sobre 
como essas pessoas se comportam. Herbert Blumer (1969) estruturou 
as pesquisas dessa teoria da seguinte maneira:
Essa teoria baseava-se em três premissas: a primeira estabelece que os 
seres humanos agem em relação ao mundo fundamentando-se nos significa-
dos que este lhes oferece. A segunda consiste no fato de os significados de 
tais elementos serem provenientes ou provocados pela interação social que 
se mantém com as demais pessoas. A terceira, por fim, diz que tais significa-
dos são manipulados por um processo interpretativo e por este modificado, 
utilizado pela pessoa ao se relacionar com os elementoscom que entra em 
contato. (BLUMER, 1969, p.2).
Desse modo, entendemos que a vida de cada pessoa é fruto 
da sua capacidade comunicativa, bem como do contexto social em que 
está inserida. Ou seja, a vida social do indivíduo resulta da sua capaci-
dade de se comunicar. Isso explica o fato de termos comportamentos 
diferentes em determinados ambientes ou com determinados grupos 
sociais. Assim, pode-se afirmar que as bases do Interacionismo Sim-
bólico são as interações que acontecem nas relações sociais e como 
elas contribuem para elaborar o significado particular que cada indiví-
duo carrega. 
Como sabemos, a comunicação vai muito além da simples tro-
ca de informações. De acordo com essa teoria, os meios de comuni-
cação são mecanismos de interação. Veja abaixo um quadro geral VIII 
com as principais informações sobre o Interacionismo Simbólico.
Quadro VIII – Interacionismo Simbólico
Interacionismo Simbólico
Surgimento (local e ano) EUA – 1950.
Principais teóricos Berger e Luckmann.
Paradigmas clássicos Psicologia, sociologia do conheci-
mento, sociologia social.
Temas As interações sociais são muito im-
portantes para a construção de sig-
nificados nas trocas comunicativas.
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Conceitos A interação do “eu” com os outros, 
com os grupos dá sentido à comuni-
cação e constrói novos signos.
Conclusões São as relações sociais que ofere-
cem repertórios às pessoas para 
que construam interpretações dos 
fenômenos à sua volta.
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
FOLKCOMUNICAÇÃO
Por fim, agora falaremos sobre a Folkcomunicação, a primeira 
contribuição brasileira às Teorias da Comunicação. Nos anos 1960, Luiz 
Beltrão iniciou suas pesquisas a fim de estudar os processos comunica-
cionais da cultura, a folkcomunicação. A principal diferença dos estudos 
dessa teoria para as outras aqui abordadas é que seu foco de pesquisa 
está centrado em grupos à margem da sociedade, tanto economica-
mente quanto culturalmente.
A temática de sua tese caracterizava os objetos, desenhos e 
fotografias depositadas pelos fieis nos altares das igrejas como um ri-
tual cultural. Beltrão, através da observação, faz a relação de que essa 
forma de expressão silenciosa era uma forma de comunicação.
A folkcomunicação parte de um grupo social normalmente mar-
ginalizado ou reprimido que começa a se expressar de diversas ma-
neiras a partir disso. Como exemplos, podemos citar o tradicionalismo 
gaúcho, o carnaval, a festa junina, o grafite, a literatura de cordel, cos-
tumes religiosos, etc.
Essa teoria parte do pressuposto do fluxo comunicacional de 
Lazarsfeld, onde há um líder de opinião que desempenha a função de 
decodificar a mensagem filtrando as informações que interessam ao 
seu grupo. O comunicador folk, jornalista ou não, não tem a preocupa-
ção com a imparcialidade. Ele defende os ideais do movimento em que 
está inserido, passando as informações através dos meios de comuni-
cação desses grupos marginalizados.
Mas, a teoria de Beltrão foi mais além. Os estudos da folkco-
municação passaram a se relacionar com a internet, o que trouxe gran-
de evolução para as pesquisas. Por fim, essa teoria envolve trocas de 
informações, ideias, pontos de vista e ações de grupos marginalizados, 
sejam eles urbanos ou rurais, diretamente ou indiretamente ligados ao 
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folclore. Beltrão menciona o autor Edison Carneiro para relacionar a 
comunicação popular ao folclore.
“Sob a pressão da vida social, o povo atualiza, reinterpreta e readapta cons-
tantemente os seus modos de sentir, pensar e agir em relação aos fatos da 
sociedade e aos dados culturais do tempo”, fazendo-o através do folclore, 
que é dinâmico porque “não obstante partilhar, em boa percentagem, da tra-
dição e caracterizar-se pela resistência à moda... é sempre, ao tempo que 
uma acomodação, um comentário e uma reivindicação” (CARNEIRO, 1950, 
s.p. apud BELTRÃO, 1980, p. 24).
Veja abaixo o quadro IX com as principais informações sobre a 
Folkcomunicação. 
Quadro IX - Folkcomunicação
Folkcomunicação
Surgimento (local e ano) Brasil – 1960.
Principais teóricos Luís Beltrão.
Campos de estudos A difusão da comunicação popular e 
folclore nos meios de comunicação 
de massa, comunicação de grupos 
rurais e urbanos culturalmente à 
margem da mídia.
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2010 Banca: FUNCAB Órgão: DETRAN-PE Prova: Jornalista
É correto afirmar que, para conceituar a segunda Teoria Crítica da 
Sociedade, Horkheimer e Adorno utilizam o termo “Indústria Cultu-
ral” para se referir a:
a) Indústrias interessadas na produção de bens culturais em massa.
b) Técnicas específicas para a produção de bens culturais em massa.
c) Técnicas de difusão dos bens culturais em massa.
d) A transformação da cultura em mercadoria.
e) A transformação da indústria em mercadoria.
QUESTÃO 2
Ano: 2011 Banca: CESPE/CEBRASPE Órgão: Correios Prova: Ana-
lista de Correios - Jornalismo
De acordo com as teorias da comunicação, julgue os itens que se 
seguem.
Tanto a teoria da agenda setting quanto a teoria hipodérmica tra-
tam de efeitos comportamentais diretos e imediatos e consideram 
que o público é incapaz de reagir criticamente aos temas agenda-
dos pelos meios de comunicação.
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 3
Ano: 2013 Banca: CESPE/CEBRASPE Órgão: BACEN Prova: Ana-
lista - Gestão e Análise Processual
Acerca das teorias da comunicação, julgue os itens a seguir.
O paradigma da sociedade de massa está presente em diversas 
teorias da comunicação surgidas no século XVI. Apesar de dife-
rentes em abordagens, a teoria hipodérmica, a teoria crítica e o 
agendamento, por exemplo, vinculam-se à ideia de que os meios 
de comunicação provocam forte efeito nos indivíduos.
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 4
Ano: 2017 Banca: CS-UFG Órgão: DEMAE - GO Prova: Propaganda 
e Marketing
A teoria crítica situa-se dentro do que se convencionou chamar de 
Escola de Frankfurt e tem como fundamento:
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a) O pensamento crítico à esquerda alemã, após a ascensão ao poder 
do nacional-socialismo.
b) O estudo da atribuição do status de arte aos conteúdos veiculados 
pela mídia.
c) A análise crítica à ótica economicista, buscando também uma refle-
xão sobre sociedade e cultura.
d) A compreensão dos meios de comunicação de massa como forma de 
emancipação operária.
QUESTÃO 5
Ano: 2015 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: FUB Prova: Produ-
tor Cultural
Acerca da teoria da comunicação, julgue o item a seguir.
As questões culturais vividas no século XX — incluindo as guer-
ras mundiais e seus desdobramentos — influenciaram o compor-
tamento social da época e foram fundamentais para o desenvolvi-
mento das teorias crítica e hipodérmica, entre outras.
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Reflita sobre uma das teorias abordadas no capítulo, bem como os seus 
principais autores, e disserte sobre como esses estudos contribuíram 
para os avanços das pesquisas em comunicação. É importante situar 
qual foi a teoria escolhida, bem como a sua contribuição e o porquê de 
escolha. 
TREINO INÉDITO
Sobre a Teoria da Agulha Hipodérmica, é correto afirmar:
a) Surgiu no Brasil para estudar os processos culturais e comunicacio-
nais de grupos marginalizados.
b) Seu principal autor foi Luckmann.
c) Acreditava que os receptores tinham visão crítica frente às informa-
ções recebidas.
d) Defendia que os meios de comunicação de massa eram uma exten-
são do corpo humano.
e) Surgiu nos anos 1930, nos EUA, e acreditava que os receptores pas-
sivamente às informações.
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NA MÍDIA
BOLSA FAMÍLIA: GOVERNO TRANSFERE r$ 83,9 MILHÕES PARA 
INVESTIR EM PROPAGANDA
O governo federal retirou R$ 83,9 milhões que seriam usados no pro-
grama Bolsa Família para destinar à Secretaria Especial de Comunica-
ção Social da Presidência (Secom). A medida atinge os recursos pre-
vistos para a região Nordeste do País e causou críticas no Congresso 
por ocorrer durante a pandemia do coronavírus, quando muitas famílias 
estão sem fonte de renda. O dinheiro será utilizado para comunicação 
institucional, ou seja, para fazer publicidade das ações da gestão de Jair 
Bolsonaro.
A portaria que prevê a transferência dos recursos do Orçamento foi pu-
blicada na edição desta terça-feira, 2, no Diário Oficial da União (DOU). 
O ato foi assinado pelo secretário executivo do Ministério da Economia, 
Waldery Rodrigues. Segundo técnicos do Congresso, como não há re-
curso extra, apenas realocação dentro do Orçamento, não é preciso de 
aval dos parlamentares. O valor total destinado ao Bolsa Família no ano 
inteiro é de R$ 32,5 bilhões.
Fonte: CORREIO BRAZILIENSE.
Data: 04 jun. 2020.
Leia a notícia na íntegra: 
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2020/06/04/
interna_politica,861188/bolsa-familia-governo-transfere-r-83-9-milhoes-
-para-investir-em-propa.shtml
NA PRÁTICA
A publicidade infantil é um excelente exemplo da Teoria Hipodérmica, 
também conhecida como a Teoria da Bala Mágica. Isso porque na pu-
blicidade infantil, por exemplo, na venda de produtos como o lego, as 
crianças estão em processo de formação psicológica e comportamen-
tal, não tendo o discernimento e opinião sobre um assunto. A informa-
ção chega até o receptor e é absorvida pelo mesmo. No caso das crian-
ças, elas veem e ouvem o conteúdo, é despertado o desejo de possuir 
o objetivo.
Fonte: https://portalintercom.org.br/anais/nordeste2013/resumos/R37-
0726-1.pdf
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Como já vimos, a comunicação de massa serviu, entre outras 
coisas, para disseminar as informações em grande escala de audiência. 
Essas informações podem ser de caráter jornalístico, como as notícias 
e reportagens, do ponto de vista do entretenimento, como as novelas 
ou reality shows, ou também sob o aspecto comercial, como é o caso 
das propagandas.
Para que essa comunicação aconteça atingindo um público 
grande, foi preciso que os meios de comunicação passassem a fazer 
parte do cotidiano da sociedade. Isso foi possível após a produção dos 
mesmos enquanto produto, quando as pessoas puderam adquiri-los e 
inseri-los em seus lares, ambientes de trabalho ou mesmo de lazer. A 
seguir, vamos acompanhar a história dos principais meios de comunica-
ção de massa no Brasil.
A COMUNICAÇÃO DE MASSA &
OS PRINCIPAIS MEIOS DE COMUNI-
CAÇÃO NA CULTURA BRASILEIRA
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A RELAÇÃO ENTRE A HISTÓRIA E A IMPRENSA
A Família Real portuguesa desembarcou no Brasil no dia 08 de 
março de 1808. Cerca de um mês depois, a corte real criou a Imprensa 
Régia, responsável pela publicação de livros oficiais e da Gazeta do 
Rio de Janeiro. Antes da sua publicação, era terminantemente proibido 
a qualquer cidadão brasileiro o acesso a qualquer tipo de publicação.
Primeiro jornal impresso a circular no país, a Gazeta do Rio de 
Janeiro, criada em 10 de setembro de 1808, tinha como objetivo divulgar 
assuntos vinculados ao governo ou à política internacional, por exem-
plo, os conflitos napoleônicos ou a instabilidade das colônias espanho-
las. Publicado duas vezes por semana, suas máquinas de impressão 
ficavam dentro de quartéis, onde era realizada uma censura prévia do 
jornal. Além de notícias, o impresso ainda contava com anúncios. Seus 
primeiros editores foram Tibúrcio José da Rocha, Manoel Ferreira de 
Araújo Guimarães e Francisco Vieira Goulart.
O primeiro jornal independente e sem censura do Brasil foi o 
Correio Braziliense, publicado na Inglaterra por Hipólito da Costa e ven-
dido clandestinamente no nosso país. O jornal era publicado mensal-
mente e dividido em quatro sessões: política, literatura, ciência, comér-
cio e artes, reflexões e correspondências. Nesse periódico, Hipólito da 
Costa defendia ideias liberais e dava ampla cobertura a acontecimentos 
políticos como a Revolução Pernambucana de 1817.
Devido ao impacto causado pelo jornal, a Coroa Portuguesa 
chegou até a patrocinar um concorrente em Londres para minimizar os 
prejuízos causados pelo jornal. O Correio Braziliense esteve em circu-
lação entre 01 de junho de 1808 até a independência do Brasil, quando 
perdeu sua utilidade. Ao todo, foram publicados 175 números, em 29 
volumes, e editados em aproximadamente quinze anos.
Em 1811, foi publicado o primeiro jornal da então província da 
Bahia, o Idade D’Ouro do Brasil, feito por Manuel Antônio Silva Serva. 
O impresso possuía quatro páginas e circulava às terças e sextas, entre 
os anos de 1811 e 1823. A sua linha editorial era conservadora, defendo 
o absolutismo monárquico português.
A Revolução do Porto, ocorrida em Portugal em 1920, determi-
nou a volta da Família Real à Europa e a instalação de uma monarquia 
constitucional e a liberdade de imprensa, liberdade que só viria chegar 
ao Brasil no dia 28 de agosto de 1821. A partir daí, o jornalismo impres-
so cresceu muito.
Nessa data, também acontece o fim da censura no Brasil, 
acompanhada da grande expansão que o jornalismo impresso tomou, 
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com a criação de títulos como O Bem e a Ordem, jornal que defendia 
ideias separatistas que circulou entre agosto e dezembro de 1821; o 
Diário do Rio de Janeiro, que inovou com a publicação de anúncios, 
mas tinha a linha editorial favorável à Independência do Brasil e circulou 
até 1878; já o Conciliador do Reino Unido, lançado em 1821, defendia a 
formação de um reino unido sob a forma de uma monarquia com direi-
tos iguais entre Brasil e Portugal.
Dentre outros exemplos de jornais impressos brasileiros no 
começo da história desse tipo de modalidade jornalística, também po-
demos citar: A Reclamação do Brasil, jornal com ideias monarquistas 
criado em 1822; O Espelho, jornal que existiu entre 1821 e 1827 e publi-
cava artigos de D. Pedro; Correio do Rio de Janeiro, com linha editorial 
democrata que durou de 1822 a 1823; A Malagueta, jornal liberal de 
forte oposição, etc.
No Norte e no Centro-Oeste do Brasil, os jornais encontram 
várias dificuldades para a sua produção. Isso decorre da sua localiza-
ção geográfica desfavorável ao desenvolvimento, dificuldades para ter 
o equipamento apropriado e uma população de muitos analfabetos (por 
isso mesmo, também poucos consumidores). Muitas tentativas de cria-
ção de jornais na região foram feitas, mas a única exceção a esse qua-
dro é o Distrito Federal, com jornais de maior expressão.
Em abril de 1869, foi lançado o jornal O Rio Branco, que perten-
cia aos Diários Associados, marcando o verdadeiro início da imprensa 
no Acre. No Amazonas, o Jornal do Comércio é o mais antigo e tradicio-
nal, criado por Rocha dos Santos em 1904. Outros jornais importantes 
dessa região são os paraenses O Liberal e Tribuna da Calha. Gazeta 
de Rondônia e Brasil Norte são os principais jornais de Rondônia e Ro-
raima, respectivamente.
No Centro-Oeste, entre os jornais da capital brasileira se des-
tacam: Diário Oficial, Jornal de Brasília, e, principalmente, o Correio 
Braziliense, fundado por Assis Chateaubriand em 1960 junto com a ci-
dade. Os mato-grossenses Diário de Cuiabá, Folha do Estado, A Ga-
zeta, Correio do Estado, fundadoem 1964 e Folha do Povo, ambos do 
Mato Grosso do Sul, junto com os goianos O Popular e Diário da Manhã 
completam os principais jornais da região.
No Nordeste, desde o início, os periódicos foram propriedade 
de políticos influentes, como o Diário de Pernambuco, o mais antigo 
periódico em circulação na América Latina, que era controlado por Rosa 
e Silva, que usava o jornal para seus interesses políticos. Gazeta de 
Alagoas, principal jornal do Estado, foi fundada em 1934 pelo jornalista 
Luís Magalhães da Silveira. No final da década de 1940, ele foi vendido 
à Cooperativa Editora Publicitária de Alagoas, sendo pioneiro em tec-
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nologia no Estado. Hoje, ele é associado ao ex-presidente Fernando 
Collor de Mello e segue sendo o principal jornal do Estado.
No Maranhão, o Estado do Maranhão assume esse papel e 
tem como dono José Sarney, que comprou O Dia, mudando seu nome 
em 1959. Em 1987, ele passa a se modernizar como os jornais do Su-
deste. Na Bahia, o Jornal da Bahia, periódico que circulou ente 1959 e 
1994, teve como repórter o cineasta Glauber Rocha, que sofreu gran-
des perseguições, entre 1969 e 1972, de Antônio Carlos Magalhães que 
utilizou meios jurídicos devido ao Ato Institucional nº 5. Entretanto, o jor-
nal não mudou sua postura. Em 1994, ele faliu devido à má reputação.
O jornal paraibano O Norte, fundado em 1908, considerado um 
dos mais modernos da época, por causa de dificuldades financeiras, 
passou a entrar em embates políticos apoiando o então candidato à 
presidência Epitácio Pessoa. O jornal foi fechado duas vezes: a primei-
ra, na década de 1920, por ser favorável à Epitácio e a segunda, em 
1930, por ser contra João Pessoa e apoiando Washington Luís, então 
presidente da República, voltando a circular apenas em 1935. No ano 
de 1954, ele é comprado pelo grupo Diários Associados.
O Povo é o jornal cearense mais importante. Fundado em 1928, 
recebeu esse nome dos proprietários e tinha como proposta defender a 
sociedade contra as oligarquias dominantes da época e, assim, levar o 
desenvolvimento ao Ceará.
As regiões Sul e Sudeste, apesar de serem as mais influentes 
do país, sofrem o impacto da presença dos grandes conglomerados que 
controlam as informações, como as Organizações Globo e os grupos 
paulistas Folha de São Paulo, O estado de São Paulo, Abril, RBS, Re-
cord, etc. As Organizações Globo são o maior conglomerado de mídia 
e comunicação da América Latina. Elas começaram com o jornal O Glo-
bo, em 1925. Hoje é dona dos jornais Extra, Expresso e Valor Econômi-
co, além de doze revistas.
Outro jornal de importância histórica é A Tribuna, criada pelo 
jornalista Carlos Lacerda em 1949. Nesse jornal, ele colocava suas opi-
niões políticas contra Getúlio Vargas, João Goulart e, mais tarde, os mi-
litares. No Sul, a RBS, fundada em 1953 é o principal grupo de mídia da 
região. São donos dos jornais mais importantes como Zero Hora, Diário 
Gaúcho, Diário Catarinense, A Notícia, Hora de Santa Catarina, etc.
No entanto, é importante ressaltar o Diário dos Associados, 
fundado por Chateaubriand. Esse foi o primeiro conglomerado a nível 
nacional. Entre 1930 e 1970, era um império jornalístico que deu a Cha-
teaubriand o título de “Rei do Brasil”. Ele usava seus 36 jornais, suas 18 
revistas, suas 02 agências de notícias, além das 25 emissoras de rádio 
e 15 retransmissoras de TV para influenciar a sociedade. Esse grupo 
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entrou em decadência a partir de 1968 e hoje possui poucos jornais no 
Sudeste e no Sul.
Neste tópico, vimos a relação entre a história e a imprensa, 
bem como os principais jornais do Brasil. Agora, veremos como o rádio 
se firmou no nosso país como um dos principais meios de comunicação.
O RÁDIO NO BRASIL
A história do rádio no Brasil começa com uma injustiça come-
tida com um brasileiro. Quando se fala nos primeiros experimentos do 
rádio, surgem os nomes como os de Thomas Edison e Nikola Tesla, 
mas muita gente ainda não conhece o padre Roberto Landell de Moura.
A partir do ano de 1893, antes dos europeus, ele teria construí-
do e patenteado uma série de equipamentos de transmissão de ondas 
de rádio e até feito alguns experimentos bem-sucedidos de envio e re-
cepção da voz humana. No entanto, a documentação da época sempre 
foi muito limitada, assim como os relatos também são raros.
O evento mais famoso é de 1899, em São Paulo, quando ele 
conseguiu bater o recorde de distância de transmissão radiofônica da 
época com seu aparelho, o teleforo: 7 km. No entanto, a ideia não foi à 
frente. A Câmara dos Deputados de São Paulo negou o pedido do pa-
dre por mais recursos para desenvolver os experimentos e começar a 
industrialização dos aparelhos. 
Ele ainda teve as patentes concedidas nos Estados Unidos 
muito mais tarde, em 1904, e acabou abandonando a carreira de inven-
tor em 1910. Landell passou muito tempo esquecido, mas, felizmente, 
nos últimos anos, pesquisadores e biógrafos têm contado a sua história 
para manter viva a memória desse patrono do rádio brasileiro.
Em 06 de abril de 1919, foi fundada a primeira emissora de 
rádio do Brasil: a Rádio Clube Pernambuco, inaugurada por um grupo 
de amigos fãs de rádio e telegrafia em Recife. Com discos emprestados 
e a presidência de Augusto Joaquim Pereira, eles transmitiam música 
para um receptor que só funcionava usando fones de ouvido, já que isso 
foi antes da chegada das válvulas. A primeira transmissão com equipa-
mento próprio para os bairros da cidade só aconteceu três anos depois.
O rádio estreou no Brasil em 07 de setembro de 1922, com um 
discurso do então presidente Epitácio Pessoa em alusão ao centenário 
da Independência do Brasil, no Rio de Janeiro, capital do país na época. 
O transmissor do rádio foi instalado no alto do Corcovado e 
emprestado pela Westinghouse, uma das maiores do mundo no setor 
radiofônico que espalhou 86 transmissores na capital carioca e também 
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em Petrópolis e Niterói.
Uma das pessoas que se encantou com essa transmissão foi 
Edgar Roquette Pinto, um médico e professor. Depois de um ano insis-
tindo com o governo, ele persuadiu a Academia Brasileira de Ciências a 
comprar equipamento próprio. Com isso, fundou a Rádio Sociedade do 
Rio de Janeiro, segunda rádio do Brasil.
Nesse começo da história do rádio, palestras e músicas clás-
sicas dominavam a programação, já que as emissoras eram formadas 
por acadêmicos e intelectuais. A rádio foi doada por Roquette Pinto para 
o Ministério da Educação e Cultura. Após a doação, a rádio passou a se 
chamar Rádio MEC, com uma programação voltada a difundir a cultura 
brasileira, um pedido do próprio Roquette Pinto. A Rádio MEC existe 
até hoje nas frequências AM e FM e faz parte da Empresa Brasileira de 
Comunicação (EBC).
Rádios clube e sociedade eram comuns na primeira década de 
rádio no país, já que seus consumidores eram grupos de apaixonados 
por tecnologia que se uniam para experimentar e acabavam criando 
o próprio negócio. Vieram em épocas próximas a Ceará Rádio Clube, 
a Sociedade Rádio Pelotense, a Rádio Clube Belo Horizonte, a Rádio 
Clube Paranaense, a Rádio Clube do Pará, etc.
Em 1926, foi criada a Rádio Mayrinck Veiga, no Rio de Janeiro, 
uma das maiores da região, com foco em entretenimento com shows 
de calouros, apresentações ao vivo de contratados pela emissora, etc. 
Outra grande fundação dessa época em São Paulo foi a Rádio Record, 
em 1928. Ela foi vendida anos depois para Paulo Machado de Carvalho 
e o bispo Edir Macêdo.
Outro grande salto do rádio aconteceu em 1932, no governo 
do presidente Getúlio Vargas. Foi ele quem autorizou as emissoras de 
rádio a terem 10% da programação reservada para publicidade, o quepermitiu que elas ganhassem dinheiro para sobreviver e se expandir. 
Isso proporcionou que emissoras se espalhassem por todo o país. An-
tes já existiam anúncios nos programas, mas era algo informal. 
Com uma década de atraso, chega então a década de ouro do 
rádio no Brasil e ele vira o principal meio de comunicação para se infor-
mar, passar o tempo, entreter-se de uma maneira geral.
Em 22 de julho de 1935, estreia o Programa Nacional no ar até 
hoje, apesar da mudança de nome para Hora do Brasil, mudando no-
vamente em 1962 para Voz do Brasil. O programa já passou por várias 
mudanças na programação. Começou quase como uma propaganda do 
governo, só com atos do governo. Em 1962, com o Código Brasileiro de 
Telecomunicações, o tempo passa a ser dividido entre notícias do Poder 
Legislativo.
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Nos anos 1970, a programação passou a abordar temas ge-
rais, incluindo esportes. Hoje é voltada para notícias sobre política, mas 
com foco no que faz a diferença para o cidadão, com produção da EBC, 
Rádio Câmara e Rádio Senado, e sua abertura é a música O Guarani, 
de Carlos Gomes. A Voz do Brasil tem exibição obrigatória em todas as 
rádios do Brasil desde 1938.
Em 1936, era criada a Rádio Nacional, que foi durante muito 
tempo o maior modelo de rádio no Brasil, principalmente, por ser finan-
ciada pelo governo de Getúlio Vargas. Um acontecimento importante que 
podemos mencionar é que foi apenas em 1938 que os brasileiros pude-
ram acompanhar a transmissão de uma Copa do Mundo pelo rádio.
Leonardo Gagliano Netto, da Rádio Clube do Brasil, foi o único 
narrador que transmitiu os jogos realizados na França. A Itália foi bicam-
peã, mas o Brasil ouviria muitas alegrias da seleção e dos seus clubes 
nas décadas seguintes. Galvão Bueno, Luciano do Valle, José Silvério, 
Osmar Santos são grandes locutores esportivos que começaram no 
rádio. Fausto Silva, mais conhecido como Faustão, também começou 
como repórter de campo na rádio Globo.
Os anos 1940 são de mais expansão e grandes nomes. Um 
dos maiores é o de Henrique Foréis Domingues, o Almirante. Ele era 
cantor, compositor e radialista e comandou vários programas, tornan-
do-se um ídolo nessa época. Sua especialidade era a música, mas ele 
experimentou vários temas de programas, inclusive terror.
As cantoras de rádio eram as mais celebradas e tinham até 
um concurso próprio: o Rainha do Rádio, que durou vários anos. Essas 
artistas já eram famosas ou foram descobertas nos shows de calouros, 
aqueles onde novatos e amadores mostravam seus talentos e se arris-
cavam entre ouvirem elogios ou piadas sobre o seu trabalho. Dentre 
os nomes que podemos citar, estão Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, 
Dóris Monteiro, Ângela Maria e Carmem Miranda. 
Entre os homens, se destacaram Cauby Peixoto, Francisco Al-
ves, Ary Barroso, Orlando Silva, etc. Havia também muitos humoristas, 
como Manuel da Nóbrega, Chico Anísio, Chacrinha, etc. Outro grande 
produtor que é tido como responsável por criar a linguagem brasileira 
do rádio foi Ademar Casé. 
Foi assim que começou o formato que foi muito utilizado no 
Brasil: as rádios novelas. A primeira foi “Em Busca da Felicidade”, que 
foi ao ar em 05 de junho de 1941. Nessa época, o rádio no Brasil sofria 
muita influência dos Estados Unidos. 
O maior clássico das rádios novelas foi “Direito de Nascer”, de-
pois sendo exibida na televisão. Ela ficou dois anos no ar e tinha Paulo 
Gracindo como protagonista. As rádios novelas revelaram grandes ta-
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lentos de atuação e de roteiro, já que eram muito criativas quanto a efei-
tos sonoros que fazia com que o público se sentisse imerso na história.
O Repórter Esso teve sua estreia em 28 de agosto de 1941, 
sendo o principal programa jornalístico do rádio brasileiro e depois da 
televisão, por muitos anos. Esse programa imortalizou o slogan “teste-
munha ocular da história”, trazendo notícias sobre acontecimentos de 
todo o mundo, principalmente porque a Segunda Guerra Mundial estava 
em andamento.
Dalmácio Jordão, Benedito Ruy Rezende, Luís Jatobá e Heron 
Domingues são alguns dos nomes mais famosos do jornal. A última 
edição do Repórter Esso no jornal foi em 1968, marcada pela emoção 
do locutor Roberto Figueiredo quando fazia um resumo dos aconteci-
mentos anunciados pelo programa e precisou, inclusive, ser substituído 
no meio da fala.
Em 18 de setembro de 1950, aconteceu a primeira transmissão 
da televisão no Brasil. As cores eram pretas e brancas e praticamente 
nenhum brasileiro tinha ao aparelho em casa. Por trás desse experi-
mento, estava o empresário Assis Chateaubriand.
Posteriormente, veremos as contribuições do rádio para a che-
gada da televisão, mas, agora, é importante mencionar que, com esse 
novo meio de comunicação, o rádio precisou se reinventar.
O Repórter Esso, por exemplo, fez com que o jornalismo fos-
se uma das maiores utilidades do rádio. A partir dos anos 1960, várias 
emissoras investiram em matérias ao vivo, com os repórteres gravando 
diretamente das ruas, analistas políticos, etc. A Rádio Continental e a 
Rádio Jornal do Brasil foram as pioneiras nesse formato.
Foi nessa época também que os rádios de pilha foram se po-
pularizando no Brasil, permitindo que as pessoas levassem o aparelho 
a qualquer lugar. Outro fato importante da época foi a criação, em 1962, 
da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT).
Vale mencionar que a função social do rádio nunca acabou. 
Pelo contrário, ela se transformou ao longo do tempo. No ano de 1961, 
Leonel Brizola, então o governador do Rio Grande do Sul, criou a Rede 
da Legalidade. Essa foi uma campanha feita após a renúncia de Jânio 
Quadros, então presidente da república, para que seu vice João Goulart 
assumisse o cargo. Brizola fazia boletins diários de notícias que eram 
transmitidos por várias emissoras em todo o Brasil.
Já em 1970, terminam os projetos piloto da implantação do 
FM no Brasil. Com isso, a Rádio AM virou a rádio falada, de locutores 
e discursos nos programas, enquanto a FM, com maior qualidade de 
transmissão, era a rádio musical. As FM ganharam muito espaço nos 
anos 1980 com uma programação bem definida de música pelo rádio, 
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além dos programas e narrações de futebol.
Dentre as novidades dos anos 1990, está a Rádio Bandei-
rantes transmitindo via satélite AM e FM. Já em 1991, foi inaugurada 
a Central Brasileira de Notícias (CBN). Hoje, a CBN e a Band News 
são as principais em termos jornalísticos no meio, com grandes nomes 
que já passaram pelo rádio, como Ricardo Boechat, Carlos Alberto Sar-
denberg, Juca Kfouri, Milton Jung, etc.
A chegada da tecnologia e a internet nos anos 2000 vieram 
para mudar ainda mais o rádio. Nesse sentido, também podemos afir-
mar que a televisão também não decretou o fim do rádio. Pelo contrário, 
o meio teve que se reinventar se modernizar quanto às técnicas e pro-
gramação e isso também aconteceu com a chegada da internet.
As transmissões foram ficando melhores e as rádios puderam 
se definir melhor quanto aos seus estilos e formatos. Muitas foram para 
a internet, onde o público pode continuar ouvindo ainda que sem o apa-
relho. O Brasil ainda teve uma onda de internet via rádio, uma conexão 
alternativa para quem não tinha a opção em fibra ótica.
Dentre as novidades recentes, a mais importante é o programa 
de conversão do AM em FM, um incentivo para as emissoras AM pas-
sarem a para a outra frequência. O projeto começou em 2016 para fazer 
essas rádios sobreviverem e até adotarem o digital, mas ainda está em 
andamento.
Ainda que a grande época do rádio tenha ficado no passado, 
esse meio de comunicação tão importante para o Brasil e os brasileirossegue vivo. Rádios de esporte, jornalismo, música e entretenimento ain-
da existem, e são uma boa companhia para quem precisa.
Hoje as distrações são muito maiores. É possível consumir-
mos informações através de podcasts, jornais, revistas, redes sociais, 
portais de notícias, etc., mas ainda há quem prefira o rádio. Sua impor-
tância para o desenvolvimento da comunicação do Brasil é inestimável, 
tanto no quesito informacional como de entretenimento.
Considerando a história e a relevância do rádio para o mundo, o 
Dia Mundial do Rádio é comemorado oficialmente em 13 de fevereiro. A 
data eleita pela UNESCO corresponde ao ano de 1946, especificamente 
ao dia em que a Rádio ONU foi criada através de uma resolução das 
Nações Unidas, começando a transmitir desde a sede em Nova York em 
ondas curtas para o resto do mundo programas em cinco línguas: chi-
nês, francês, inglês, espanhol e russo, durante 09h a 12h por dia.
Segundo uma pesquisa feita Kantar IBOPE Media, 52 milhões 
de pessoas ouvem rádio no Brasil. Esse público está localizado em 13 
regiões metropolitanas no país, sendo 52% mulheres e 48% homens. O 
horário em que que o meio atinge maior audiência é entre 10h e 11h da 
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manhã, alcançando cerca de 37 milhões de pessoas.
Esse levantamento demonstra o que foi abordado nesta unida-
de. O rádio sempre esteve presente nas nossas vidas nos mais diversos 
lugares. Em casa, no carro, no escritório, no jogo de futebol, naquela 
viagem de fim de semana, sempre informando e entretendo.
No entanto, apesar disso, muitas pessoas ainda acreditam que 
os tempos mudaram e que, com a popularização da internet, dos dispo-
sitivos móveis e da TV digital, o rádio já não tem mais tanto espaço. O 
que a realidade nos demonstra é o contrário.
O rádio não só continua relevante e atual como segue evo-
luindo e se adaptando à era digital, dialogando com as novas mídias 
e plataformas como tablets, relógios e caixas de som inteligentes que, 
com um simples comando de voz, permitem ao ouvinte sintonizar uma 
estação, pedir uma música ou enviar mensagens.
Se antes o rádio era apenas uma caixinha quadrada ligada a 
uma tomada, hoje, ele assumiu as mais variadas formas. Transformou-
-se em um meio quase onipresente na vida do ouvinte: está no compu-
tador, na tv a cabo e, principalmente, nos celulares.
Atualmente, mais de 136 milhões de brasileiros já têm um 
smartphone. Assim, o rádio continua presente se atualizando e se rea-
daptando. Com os aplicativos das emissoras, o ouvinte pode escutar 
as programações de qualquer lugar do mundo, desde que conectado à 
internet.
Agora vamos conhecer as principais inovações vividas pela 
televisão entre as décadas de 1950 e 2000, desde as tecnológicas ou 
quanto ao formato desse outro meio de comunicação que também faz 
parte do cotidiano dos brasileiros.
A TV ENTRE OS ANOS 1950 A 2000: DA INOVAÇÃO AO COTIDIANO 
DAS PESSOAS
Quando pensamos em que contexto a televisão foi inserida na 
cultura brasileira, percebemos que esse meio de comunicação ganhou 
não só um espaço de destaque na vida dos brasileiros, como acompa-
nhou diversas mudanças tecnológicas que veremos a seguir.
Há 70 anos a primeira emissora de televisão do Brasil, a TV 
Tupi, foi inaugurada. Compondo o Diários Associados, do jornalista e 
empresário Assis Châteuabriand, sua primeira exibição ocorreu no dia 
18 de setembro de 1950. Segundo Cruz (2008), a TV Tupi colocou o 
Brasil numa posição de destaque, sendo o quarto país a ter uma emis-
sora de TV com exibição diária, atrás apenas de países como EUA, 
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Inglaterra e França.
De acordo com Mattos (2002), a popularidade do rádio contri-
buiu muito para o desenvolvimento da televisão no Brasil, que se es-
pelhava na sua programação e utilizava bastante da sua estrutura e 
profissionais, já que ainda não existiam especialistas em TV no país. 
No primeiro momento, esse modelo influenciado pelo rádio foi o que 
prevaleceu na implantação da televisão. 
Os anos 1960 foram marcados pela chegada de novas tecno-
logias que aperfeiçoaram a maneira de se “fazer” televisão, como as 
transmissões por link e o videotape. De acordo com Lorêdo (2000), a 
primeira transmissão por link aconteceu durante a inauguração de Bra-
sília, em 21 de abril de 1960, ligando a então capital do país a cidades 
como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Essa inovação trouxe 
à TV principalmente a instantaneidade, que hoje permite transmitir notí-
cias de qualquer lugar.
Enquanto isso, a chegada do videotape (VT) fez alavancar a 
produção das telenovelas, possibilitando a gravação prévia de vários 
capítulos e ajudando o telespectador a criar o hábito de assistir TV to-
dos os dias. Como explica Mattos (2002), 
O uso do VT possibilitou não somente novelas diárias como também a im-
plantação de uma estratégia de programação horizontal. A veiculação de um 
mesmo programa em vários dias da semana criou o hábito de assistir televi-
são rotineiramente, prendendo a atenção do telespectador e substituindo o 
tipo de programação em voga até então, de caráter vertical, com programas 
diferentes todos os dias (MATTOS, 2002, p.87).
Os anos 1970 também trouxeram outra novidade: era a televi-
são em cores, inaugurada em 10 de fevereiro de 1972, com a exibição 
da Festa da Uva de Caxias do Sul-RS (Cruz, 2008). De acordo com Ma-
ttos (2002), a década também foi marcada pela censura aos veículos de 
comunicação, garantida ao Poder Executivo Federal pela implantação 
do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro de 1968, assim, como pelo 
papel do telejornalismo em abrandar as notícias sobre a realidade do 
Brasil durante a ditadura.
Entre o final dos anos 1980 e o começo dos anos 1990, o país 
passava pela redemocratização. Com a promulgação da nova Consti-
tuição, em 05 de outubro de 1988, as emissoras passaram a ter, como 
princípio, que sua programação envolvesse programas voltados à cul-
tura, educação, etc.
Em 29 de junho de 2006, o Decreto 5.820 do então presidente 
Luís Inácio Lula da Silva estabelecia a implantação do SBTVD-T (Sis-
tema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre), um “conjunto de padrões 
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tecnológicos a serem adotados para transmissão e recepção de sinais 
digitais terrestres de radiodifusão de sons e imagens”. Essa inovação 
trouxe, principalmente, melhorias quanto à qualidade da imagem da te-
levisão. Era o começo da televisão digital no país.
A televisão se consolidou no Brasil e no mundo como um meio 
de comunicação importante nos quesitos entretenimento e informação, 
e há muito faz parte do cotidiano das pessoas. Segundo Borelli e Priolli 
(2000), 
a TV aberta estabeleceu o hábito de reunir toda a família para assistir a pro-
gramas, principalmente no horário nobre, quando seus membros já estavam 
em casa. Com isso, as gerações foram se formando, no caso brasileiro, 
assistindo às novelas e aos telejornais noturnos, em especial os que eram 
apresentados entre as duas novelas, como o Jornal Nacional. A expressiva 
ampliação de vendas de televisores no período de 1994-1998 resultou no 
fato de que milhões de domicílios passaram a ter o seu primeiro aparelho já 
em contato com um novo contexto de produção televisual e novos hábitos de 
ver TV (BORELLI e PRIOLLI, 2000, p. 157).
De acordo com a Pesquisa Brasileira de Mídia (2016), a te-
levisão ainda é o meio de comunicação mais utilizado pela população 
na busca de informação (89%), quando mencionada junto à internet. 
A pesquisa foi feita em 740 municípios, sendo respondida por 15.050 
brasileiros, e também revelou que 77% dos entrevistados assistem TV 
todos os dias da semana. Quanto às horas assistidas por dia, 26% afir-
mou ver de 60 a 120minutos de segunda a sexta-feira, e 21% declarou 
ver de 60 a 120 minutos de TV durante os finais de semana. Se tratando 
de emissoras abertas e pagas, a Rede Globo aparece como sendo a 
mais assistida no país, com 56%, contra o SBT, que surge no segundo 
lugar com 11%.
Diante dos dados apontados pela Pesquisa Brasileira de Mídia 
(2016) e considerando que os telejornais brasileiros duram em média 45 
minutos, é possível afirmar que a televisão ocupa um espaço conside-
rável no cotidiano das pessoas, que dão ao veículo de comunicação a 
missão de não só informá-las, como também de entretê-las.
SERVIÇOS DE STREAMING E NOVAS FORMAS DE SE VER TELE-
VISÃO
No entanto, hoje, já existem outras formas de ver televisão. 
Aqui nos deteremos à chegada dos serviços de streaming de vídeo, 
que inauguraram, em escala mundial, uma nova forma de ver televisão 
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porque, inclusive, não se resumem a apenas esse aparelho, mas se 
estende a celulares, tablets, computadores, etc., além de disponibilizar 
grande acervo de séries e filmes para os seus consumidores, oferecen-
do autonomia de escolher o que e quando se quer assistir, sem depen-
der da grade de programação fixa das emissoras de televisão, sejam 
elas abertas ou fechadas.
Esses serviços de streaming também utilizam os dados sobre 
os hábitos de consumo dos usuários para produzir e direcionar conteú-
dos que possam gostar. Então, se antes a criação de narrativas audiovi-
suais passava por questões subjetivas de seus criadores ou referentes 
a custos de produção, etc., hoje, elas também podem nascer a partir 
das preferências do público consumidor.
Mesmo contando milhões de assinantes no país, as platafor-
mas de streaming de vídeo ainda estão longe de atingir a maior parte da 
população do Brasil, que, segundo o IBGE, já tem mais de 210 milhões 
de pessoas. Um dos motivos que explicam esse fato é que além do va-
lor do plano dessas desse tipo de serviço, o usuário também deve arcar 
com os custos de uma internet.
De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-
2018, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), 44,8 milhões de pessoas em cerca de 16,5 milhões de famílias 
viviam com renda de até dois salários mínimos (R$ 1.908). Para esse 
grupo, os maiores gastos mensais eram com habitação (39,2%), ali-
mentação (22,6%) e transporte (9,4%).
A pesquisa também revelou que, numa média nacional, as fa-
mílias investiam cerca de 2,5% em recreação e cultura. Segundo re-
portagem da Folha de São Paulo, em 2020 o atual governo reajustou o 
salário mínimo de R$ 998 para R$ 1.045. Nesse sentido, mesmo com 
a expansão de serviços de streaming em todo mundo, no Brasil, se 
tratando de entretenimento, a preferência não é necessariamente a TV 
aberta, mas as necessidades econômicas dos brasileiros ainda a colo-
cam num papel de grande importância nesse quesito.
Em termos de programação, no Brasil, a Rede Globo se desta-
ca na produção de novelas e seriados, principalmente se compararmos 
com outras emissoras de TV aberta, como o SBT e a Record. O SBT 
historicamente opta pela exibição de obras oriundas do México, como 
Maria do Bairro, A Usurpadora, ou mesmo o seriado Chaves; enquanto 
a Record investe em produções bíblicas, também pela sua relação com 
a igreja evangélica.
A Globo tem uma variedade maior de narrativas, abordando 
temas atuais e em discussão na sociedade e investindo em adaptações 
de obras literárias. Para isso, também investe em estúdios de gravação, 
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cenários, etc. A emissora também já produz grande quantidade de se-
riados para os seus canais fechados. O GNT, por exemplo, exibe séries 
como “Os Homens São de Marte e é pra lá que eu vou”, “Lili - a ex”, 
“Sessão de Terapia”, etc. 
Mesmo hoje aderindo ao streaming de vídeo com a plataforma 
digital GloboPlay, quanto ao entretenimento, a Globo se estabeleceu 
e ainda se destaca com as produções audiovisuais para a TV aberta, 
entre elas novelas e seriados.
Neste capítulo, pudemos acompanhar os contextos históri-
cos em que estavam inseridos os principais meios de comunicação de 
massa no Brasil: o jornal impresso, o rádio, a televisão. Nesse sentido, 
procuramos abordar as peculiaridades de cada meio, bem como as ino-
vações vividas por cada um, para que você possa compreender como 
cada um ganhou espaço no nosso país e, assim, pensar em como as 
Teorias da Comunicação que abordamos no capítulo passado podem 
estar inseridas em todos eles, ajudando-nos a analisar e entender a 
nossa sociedade a partir dos meios de comunicação de massa.
No próximo capítulo, vamos discutir o jornalismo digital do pon-
to de vista da fragmentação digital e o surgimento das fake news no 
atual cenário político do nosso país.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: Jornalista
A televisão foi um poderoso veículo de controle dos governos mili-
tares brasileiros (1964- 1985), segundo Sérgio Caparelli, em virtude:
a) De os presidentes Humberto Castelo Branco e Arthur da Costa e Sil-
va viabilizarem grandes empréstimos junto a bancos estrangeiros para 
as televisões.
b) Da mera identificação ideológica dos detentores das concessões 
com os militares.
c) Das redes Globo, Tupi e Excelsior se modernizarem graças a investi-
mentos de grupos estrangeiros patrocinadores do golpe de 1964.
d) De os bancos estatais se tornarem os maiores financiadores da ex-
pansão da mídia.
e) Da presença de um sistema de censura nas redações dos principais 
canais de TV.
QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: Jornalista
A primeira transmissão de televisão no Brasil foi um marco na 
história da telecomunicação brasileira. A esse respeito, assinale 
a alternativa que contém a data desse acontecimento histórico e o 
nome da emissora responsável por esse feito.
a) 20 de novembro de 1950, Tv Tupi.
b) 01 de dezembro de 1950, Tv Excelsior.
c) 18 de setembro de 1950, Tv Tupi.
d) 19 de novembro de 1950, Tv Cultura.
e) 18 de dezembro de 1950, Tv Tupi.
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: Banestes Prova: Analista de Comu-
nicação
Ao realizar uma pesquisa no setor de microfilmagem de uma biblio-
teca, um grupo de estudantes se deparou com importantes aconte-
cimentos da história do rádio no Brasil. Em determinada publicação, 
havia uma reportagem que destacava o papel de Edgar Roquette-
-Pinto. Como se sabe, ele fundou, com o apoio da Academia Brasi-
leira de Ciências, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Roquette-
-Pinto, que era também antropólogo, médico e ensaísta, acreditava 
no potencial do suporte radiofônico para divulgação de notícias de 
natureza científica, cultural e educativa. A fim de complementar a 
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pesquisa dos estudantes, é possível citar um evento que antecedeu 
a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, qual seja:
a) A formação do conglomerado de comunicação de Assis Chateau-
briand, com destaque para a Rádio Tupi.
b) A assinatura de um decreto-lei, pelo presidente Getúlio Vargas, per-
mitindo a publicidade no rádio.
c) O início das transmissões do Repórter Esso, tanto na versão de sín-
tese noticiosa como na edição extraordinária.
d) O retumbante sucesso das radionovelas e programas de auditório ao 
vivo da Rádio Nacional.
e) A primeira transmissão radiofônica oficial em virtude da comemora-
ção do centenário da independência do Brasil.
QUESTÃO 4
Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Valinhos - SP Prova: 
Jornalista
O rádio paulista teve importante participação na revolução de 32. 
César Ladeira, que ficou conhecido como a voz da Revolução 
Constitucionalista,procurava, autorizado pelo seu chefe Paulo 
Machado de Carvalho, encontrar formas de driblar a censura do 
governo Vargas e informar aos paulistas sobre os acontecimentos. 
Nessa época, César Ladeira e Paulo Machado de Carvalho estavam 
ligados à rádio:
a) Record.
b) Tupi.
c) Bandeirantes.
d) São Paulo.
e) Piratininga.
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Piracicaba - SP Pro-
va: Jornalista
No dia 1° de outubro de 1991, entrou no ar, pela primeira vez, em 
São Paulo (780 AM) e no Rio de Janeiro (1180 AM), as primeiras 
emissoras no formato all news do Brasil. No lançamento, o bordão 
das emissoras era “a notícia na velocidade do som”. O nome des-
sas emissoras é:
a) CBN.
b) PAN News.
c) Band News.
d) Trianon.
e) Gazeta.
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QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Neste capítulo, estudamos sobre os principais meios de comunicação e 
o papel que eles desempenham na cultura brasileira. Escolha um des-
ses meios de acordo com seus hábitos de consumo e disserte sobre 
ele.
TREINO INÉDITO
De acordo com a Pesquisa Brasileira de Mídia, divulgada pela Presidên-
cia da República em 2016, quais eram os meios de comunicação mais 
utilizados pelos brasileiros para se informar?
a) Sites de notícias.
b) Rádio.
c) Redes sociais.
d) Jornais impressos.
e) TV e internet.
NA MÍDIA
ESTUDO MAPEIA O CONSUMO DE INFORMAÇÕES E NOVOS HÁ-
BITOS DE CADA GERAÇÃO DURANTE A PANDEMIA
Levantamento feito pela ioasys analisou as mudanças de hábito do bra-
sileiro e descobriu que as pessoas gastam, em média, quatro horas por 
dia nas redes sociais.
A ioasys, empresa especializada em transformação digital ágil, apre-
senta uma pesquisa inédita sobre as mudanças de hábitos de compor-
tamento e consumo dos brasileiros durante a pandemia, com a partici-
pação de mais de 1300 pessoas de 13 a 81 anos de todos os estados 
do Brasil e classes sociais.
O estudo revelou os hábitos digitais que as gerações têm ganhado du-
rante esse período com a frequente aceleração da transformação di-
gital. A Geração Z, por exemplo, tem usado a internet principalmente 
para assistir vídeos online (84,2%), séries e filmes (84,2%) e ouvir mú-
sica (82,4%). É o grupo que mais têm assistido a Webinar e Videoaulas 
(56,1%). Mas, a pesquisa revelou também que apenas 38,5% estão se-
guindo as recomendações de isolamento social à risca 100% do tempo.
Fonte: SEGS
Data: 03 jun. 2020
Leia a notícia na íntegra: 
https://www.segs.com.br/seguros/234343-estudo-mapeia-o-consumo-
-de-informacoes-e-novos-habitos-de-cada-geracao-durante-a-pandemia
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NA PRÁTICA
Artigos e demais estudos que analisem os hábitos de consumo midiá-
tico da população são importantes fontes para jornalistas digitais e de-
mais pesquisadores. Essas pesquisas podem nos ajudar a entender 
historicamente como os principais meios de comunicação de massa se 
desenvolveram no Brasil e conhecer um pouco sobre os hábitos de con-
sumo informacional dos brasileiros, nos permitindo perceber que as par-
ticularidades do nosso país fizeram com que nossa população tivesse 
hábitos específicos quanto às informações que recebe, o que nos leva 
a refletir também como esses dados podem ajudar nos nossos estudos 
e no exercício das nossas profissões. Por exemplo, a partir do dado de 
que os brasileiros usam, principalmente, a televisão e a internet para se 
informar, é possível, a partir da cobertura de um fato, adaptar o conteú-
do da informação de acordo com as necessidades de cada mídia, para 
que a linguagem seja mais clara e adequada para o entendimento das 
pessoas.
Fonte: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2011/expocom/EX2 
5-0940-1.pdf
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Ao longo desta unidade, vimos que as Teorias da Comunica-
ção foram muito importantes para o entendimento dos meios de comu-
nicação, da sua utilidade e de como eles podem influenciar no com-
portamento dos indivíduos em sociedade. Nesse sentido, vimos que 
comunicação passa por transformações constantemente. Isso também 
acontece com o jornalismo e com a maneira de produção e consumo 
das informações.
Com a internet, tudo ficou ainda mais rápido. As notícias e re-
portagens, que antes eram produzidas apenas na rua ou via telefone, 
contaram com os diversos recursos dessa tecnologia: hoje, é possível, 
por exemplo, não só entrevistar pessoas com mais rapidez e praticida-
de, mas, também, enviar fotografias e outros materiais de apoio com 
mais facilidade.
JORNALISMO DIGITAL,
FRAGMENTAÇÃO DIGITAL E FAKE NEWS
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JORNALISMO DIGITAL
No entanto, as mudanças que a internet propiciou ao jornalis-
mo não se restringem apenas à maneira de fazê-lo, mas, também, de 
consumi-lo. Antes, o público leitor de jornais ou revistas interagia com 
esses veículos apenas através do envio de cartas que poderiam ser 
publicadas ou não, a partir do que a empresa de comunicação julgasse 
interessante ou favorável a si mesma.
Ainda sobre o quesito interação, hoje, os leitores podem inte-
ragir através de comentários publicados nos portais de notícias ou nas 
redes sociais de cada veículo de comunicação. Muitos desses comen-
tários, inclusive, são publicados sem revisão. Como em alguns casos as 
publicações têm inúmeros comentários, muitos portais não têm controle 
sobre esse volume.
Financeiramente falando, a chegada da internet fez com que 
os meios de comunicação se reinventassem em vários aspectos. Os 
anúncios já fazem parte desses veículos há muito tempo. O lucro que 
vinha das assinaturas ou compras diretas nas bancas de jornais e revis-
tas agora se apresenta de outras maneiras.
Não é mais necessário se dirigir a um lugar para comprar um 
jornal ou revista. Um usuário faz isso quando quer, pelo prazer de ir até 
o local, interagir com as pessoas no caminho, etc. O que muitos jornais 
e revistas fazem hoje é limitar o acesso a certos conteúdos em seus si-
tes. Há aquelas matérias que são abertas ao público em geral e outras 
que só podem ser lidas caso o usuário assine aquele conteúdo.
Nesse sentido, nos últimos anos, a elaboração, a divulgação 
e o compartilhamento de notícias falsas, as chamadas fake news, têm 
sido ainda mais recorrentes graças ao meio digital. Posteriormente, va-
mos entender como as fake news ocorrem nesse meio e como elas 
representam uma ameaça à democracia. Mas, antes disso, a partir das 
concepções de Gandour (2016), vamos entender como a fragmentação 
digital afetou o jornalismo.
FRAGMENTAÇÃO DIGITAL
Se a humanidade passou por processos como o descobrimen-
to da fala, pinturas rupestres, o surgimento da imprensa e dos meios de 
comunicação de massa (TV, rádio, etc.), assim como o nascimento da 
internet, hoje, vive-se a era da fragmentação digital.
Como explica Gandour (2016), a fragmentação digital ocorre 
quando as informações profissionalmente produzidas se misturam a 
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fofocas e boatos, dividindo a audiência e gerando quatro efeitos - po-
larização, alfabetização midiática, consolidação e jornalismo sem fins 
lucrativos – que afetam o jornalismo tanto como atividade/profissão 
quanto como modelo de negócio.
Como essa fragmentação desmembra a audiência, polariza os 
indivíduos e desperta uma necessidade cada vez mais rápida de tomar 
posição sobre determinado assunto, quase sempre na forma de “like” 
ou “deslike”, algo como “ame ou deixe-o”, sem, no entanto, checar a 
maioria das informações que nos levama tais escolhas. Já a alfabetiza-
ção midiática discute a possibilidade de as pessoas estarem perdendo a 
capacidade de compreensão e reflexão frente às notícias que recebem. 
Afetado enquanto modelo de negócio, sofrerá os efeitos da con-
solidação e do jornalismo sem fins lucrativos. Com o enfraquecimento 
dos veículos de comunicação de massa na qualidade de produtores das 
informações, as empresas jornalísticas se direcionam à consolidação 
para se manterem no mercado.
Geralmente, são empresas com grande prestígio, mas com um 
faturamento reduzido em relação ao que já tiveram, que resolvem se 
fundir para se manterem no mercado. A fragmentação digital também fez 
crescer o jornalismo sem fins lucrativos, já que o público agora prefere 
buscar por informações que tratem dos seus interesses específicos. 
Gandour (2016) questiona: até que ponto a multidisciplinarida-
de é benéfica para o jornalismo enquanto atividade? Com a queda nos 
lucros, as empresas jornalísticas passam por diversas reestruturações. 
Isso inclui também a redução no seu quadro de profissionais, o que aca-
ba exigindo daqueles que ficam no desenvolvimento de funções acu-
muladas. Por exemplo, um repórter que, além das entrevistas, também 
faça captação de imagens.
A todos os profissionais da comunicação é interessante que se 
conheça de tudo um pouco, que trabalhem para ampliar o repertório dos 
seus conhecimentos porque irão retratar as mais variadas realidades no 
exercício das suas profissões. No entanto, conhecer várias culturas não 
indica que o profissional da comunicação deva acumular funções ou até 
mesmo ter seu salário desvalorizado, o que, provavelmente, acontece 
já que a combinação de funções nem sempre acarreta aumento no ven-
cimento do jornalista. 
A história da comunicação e do jornalismo também foi marcada 
por ciclos transitórios praticamente imperceptíveis de uma mídia para 
outra. Esses ciclos trazem uma mensagem apocalíptica para a mídia 
que se torna antiga, pois a nova chega para superá-la naquilo que apa-
renta obsoleto. 
Foi assim quando a televisão parecia acabar com o rádio, assim 
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como se sugeriu que a internet e as redes sociais destruiriam os meios 
de comunicação de massa. Esses, no entanto, não desaparecem. Pelo 
contrário, passam por constantes mudanças para se adaptarem ao mer-
cado, principalmente, no tocante aos seus setores comerciais.
Apesar desses ciclos, a grande transformação na comunica-
ção hoje se dá na lógica em que ela estabelece, já que a sua matéria-
-prima, a informação, passa por uma crise: mesmo sendo a moeda de 
troca nas relações sociais contemporâneas, as pessoas têm dificuldade 
de identificar o que é ou não informação, consequência trazida pela 
fragmentação digital.
A fragmentação digital alimenta a polarização e vice-versa. 
Uma se apoia na outra e ambas interferem nos processos comunica-
cionais. As redes sociais, por exemplo, formam um espaço público apa-
rentemente democrático, porque oferece a todos os usuários a opor-
tunidade de falarem sobre o que quiserem. Entretanto, essas opiniões 
nem sempre atingem um grande alcance, além de que, muitas vezes, 
quando polarizadas com outras contrárias, acabam propiciando deba-
tes agressivos, desrespeitosos, assim como os discursos de ódio àquilo 
que é diferente.
Todos esses fatores apresentados por Gandour (2016) geram 
o enfraquecimento dos veículos de comunicação em massa e a dificul-
dade de se firmar uma agenda pública, de envolver os indivíduos em 
torno de um jornalismo que una as pessoas através de interesses em 
comum. Nas perspectivas levantadas pelo autor, é necessário que as 
escolas de jornalismo compreendam todas as transformações causa-
das pela fragmentação digital como oportunidade de estudo e aperfei-
çoamento das suas práticas e fundamentos. 
Assim, essa discussão nos leva a um importante tema dos dias 
atuais: as fake news. A seguir, vamos entender como elas ganharam 
espaço no mundo todo, assim como no Brasil.
FAKE NEWS: COMO ELAS ACONTECEM E COMO CHECAR A 
VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES
Para além da tradução da expressão “fake news”, quando le-
mos, assistimos ou recebemos uma notícia, entramos em contato com 
um parecer sobre determinado assunto. Estamos nos atualizando, infor-
mando-nos sobre um fato ou alguém.
Podemos perceber que a notícia passa invariavelmente por 
aquele que está contando. Quando partimos do princípio de que algu-
mas pessoas distorcem a verdade ou contam as suas versões sobre as 
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coisas, devemos entender: a notícia é dada por alguém e, obviamente, 
será carregada das intenções ou ideias dessa pessoa ou veículo de 
comunicação.
Assim, quando alguém tem a intenção de forjar uma situação, 
é possível manobrar a notícia para atrair e convencer pessoas. A seguir, 
vamos a alguns exemplos. Uma reportagem da BBC1, de 2018, fala de 
três grandes casos de fake news que aconteceram e suas consequên-
cias.
Um dos casos era sobre a Ucrânia, que recentemente passou 
por um grave conflito interno juntamente com uma série de manifesta-
ções contra o governo que acabou com a perda de uma parte do seu 
território chamado Crimeia para a Rússia. 
Na época, em 2014, para dar credibilidade à ação, a Rússia 
divulgou notícias que mostravam ucranianos crucificando crianças. De-
pois, foi provado que isso era falso e nem mesmo a praça onde su-
postamente aconteciam esses crimes era verdadeira. No entanto, na 
época, essas notícias falsas favoreceram muito a opinião pública para 
concordar com a invasão e a tomada do território ucraniano. 
Outro exemplo importante que podemos mencionar foi o pe-
ríodo da Guerra do Golfo, ocorrida entre os Estados Unidos e o Iraque. 
Quando Iraque invadiu o Kuwait, os americanos não estavam certos 
se deveriam ou não participar dessa guerra, já que a invasão não tinha 
relação com os Estados Unidos.
Como nesses casos é necessária uma opinião pública ao seu 
favor, foi feito um relato emocionante: uma menina kuwaitiana foi ao 
Congresso e falou sobre os horrores que estavam acontecendo em seu 
país, quase clamando ajuda aos americanos. Depois desse discurso, a 
opinião pública começou a mudar e legitimou a participação americana 
na Guerra do Golfo. Posteriormente, descobriu-se que o discurso era 
falso e que, na verdade, a menina testemunha era filha de Saud Nasir 
al Sabah, então embaixador do Kuwai em Washington.
O último exemplo trazido pela reportagem da BBC foi o seguin-
te: existe uma perseguição muito grande num país chamado Myanma. 
A população, chamada de rohingya, onde as pessoas não são conside-
radas cidadãs e não tem direitos básicos. Para justificar a perseguição, 
foram usadas fotos de outros conflitos.
A notícia falsa é uma estratégica de convencimento e de guer-
ra. Durante a Segunda Guerra Mundial, existiu um agrupamento cha-
mado The Ghost Army, ou exército fantasma. Esse grupo era composto 
por atores, designers, engenheiros, arquitetos, soldados, responsáveis 
por espalharem notícias falsas durante a guerra. Pequenas mentiras 
1 Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-43895609
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inventadas pelos americanos durante esse período fizeram com que 
os nazistas tivessem que se deslocarem várias vezes durante a guerra, 
enfraquecendo pontos onde a guerra realmente estava acontecendo. 
Com isso, podemos perceber que a ideia de se forjar notícias é 
antiga, importante e fez parte da história. É daí que nasce a necessida-
de de se ter credibilidade. Num mundo onde uma notícia pode ter a in-
tenção de quem está contando, qualquer pessoa pode querer implantar 
uma mentira deliberadamente e isso precisa ser fiscalizado. Mais uma 
grande importância para os meiosde comunicação. 
Diante da repercussão e disseminação de notícias falsas, prin-
cipalmente quando se pensa nas últimas eleições presidenciais ocor-
ridas no Brasil, o termo “fake news” esteve em evidência. Com isso, 
surge o Projeto de Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e 
Transparência na Internet, conhecido pelo Projeto das Fake News – que 
será mais bem discutido a seguir. Esse projeto foi aprovado no Senado, 
neste ano, e tramita na Câmara dos Deputados em Brasília. 
É evidente que não somente pela tomada de decisão dos po-
líticos, mas o projeto das fake news surge mediante as pressões da 
sociedade civil e instâncias jurídicas que veem na formulação de lei 
uma possibilidade de impedir a expansão de notícias falsas na internet. 
Atualmente, o projeto avança no debate, já que muitos especialistas 
opinam sobre pontos polêmicos e defendem o diálogo para a sanção 
do projeto. 
Os grandes jornais e revistas, as grandes emissoras de rádio e 
televisão, que são aqueles que informam a população, precisavam ter 
uma credibilidade muito forte. A credibilidade de quem fala é fundamen-
tal num mundo onde há muito tempo se criam notícias. Assim, é impor-
tante que cada pessoa tenha como referência um meio de comunicação 
em que confie, que tenha como referência de credibilidade.
Muitas vezes, quando alguém quer espalhar uma fake news, é 
muito comum que a primeira atitude seja atacar a fonte, tentando tirar 
sua credibilidade. Assim, às vezes, emissoras, jornais e jornalistas con-
solidados acabam sendo atacados, porque as pessoas entendem que 
atacar quem dá a notícia é uma forma de deslegitimá-la.
Nesse sentido, o século XXI virou um novo campo para esse 
tipo de situação de notícia porque surgiram as redes sociais. Pensemos: 
por muito tempo, ao consumir uma notícia ou qualquer informação, as 
pessoas traziam as suas opiniões sobre o assunto apenas para quem 
estava próximo porque não tinha onde tornar público isso. 
Em resumo, grande parte da população só recebia as notícias 
e não tinha como opinar sobre elas. A menos que acontecessem protes-
tos ou revoluções, não se sabia o que a população pensava. E foi esse 
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cenário que as redes sociais vieram para mudar.
Por exemplo, depois de algum fato, qualquer pessoa pode es-
crever nas redes sociais e ver sua opinião ganhar força, relevância, 
gerar curtidas, compartilhamentos e até fazer com que quem escreveu 
ganhe seguidores nessas redes. Isso é muito importante: agora, não 
só das corporações vivem as opiniões. A possibilidade de opinar sobre 
tudo também permite que as escolhas de pensamento possam ser di-
ferentes e isso é fundamental numa época em que as pessoas podem 
dar opinião.
Nesse sentido, as redes sociais permitiram essa troca: a no-
tícia vem, mas a forma como encaramos e a devolvemos, seja como 
uma notícia boa ou ruim, agora parte da população também. Isso nos 
leva a outra questão: se existem as possibilidades de forjar notícias 
e de ter a população envolvida comentando sobre os acontecimentos, 
diante disso tudo, surge um novo campo que vai interessar a partidos 
políticos, a empresas e ao comércio no geral, que é o uso de dados para 
determinar o que as pessoas fazem e inventar coisas (ainda que isso 
seja antiético).
As pessoas estão nas redes sociais exprimindo suas opiniões, 
deixando seus dados como CPF ao fazerem compras online, etc. Fala-
mos algo perto de aparelhos celulares e, logo, começamos a ver pro-
pagandas sobre o que falamos ou pesquisamos. Ou seja, o tempo todo 
estamos servindo dados, sendo mapeados.
Imaginemos: as pessoas de uma cidade X são muito preocu-
padas com segurança. A partir disso, pode ser feito um programa jor-
nalístico para discutir a segurança naquela cidade. Isso é totalmente 
inteligente e legítimo, faz parte da realidade daquela população e é im-
portante que esse tipo de dado sirva para boas iniciativas políticas e de 
comunicação.
Contudo, podemos perceber que, na prática, informações es-
tão sendo utilizadas para que robôs passem a divulgar notícias que não 
são verdadeiras, o que foi o caso das eleições presidenciais, já citadas 
anteriormente. Por exemplo, dentro desse contexto político que esta-
mos pensando, se sabemos que um determinado grupo é contra uma 
determinada ação, é possível criar uma notícia falsa e espalhá-la como 
se fosse verdadeira inventando fontes, etc. Mas, por que muitas pes-
soas acreditariam nisso? Porque as ferramentas usadas são as redes 
sociais, como o WhatsApp. Quando alguém que você confia te manda 
uma notícia, a chance de ela ter credibilidade é muito maior.
Nos próximos meses, veremos uma avalanche de informações 
segmentadas sobre a política. Isso por causa da campanha eleitoral 
que já se aproxima. De fato, produzir conteúdo político em tempos de 
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pandemia será um dos maiores desafios que os profissionais da comu-
nicação estarão enfrentando nos últimos tempos, ao passo que reco-
nhecer as ferramentas digitais enquanto protagonistas das eleições, é o 
primeiro passo para embarcar nesse trabalho minucioso.
Todavia, não basta reconhecer, é preciso estudar e saber ma-
nusear tais ferramentas. Os leitores e usuários das redes estarão aten-
tos, visto que eles também têm a liberdade de serem produtores de con-
teúdo nesses espaços digitais. É por isso que o jornalismo carrega uma 
função social importante que é a de informar o público com a devida 
qualidade da informação. Será a apuração, junto à definição de perfis, 
públicos e conteúdos, que poderão converter esses consumidores em 
possíveis eleitores. 
O exemplo é político, mas equivale a qualquer área segmen-
tada do jornalismo. Sabe-se que a rede social Twitter é uma das fontes 
primárias do jornalismo na internet. É a partir de um fragmento, print 
ou tweet, que o jornalista pode ir à busca de enriquecer o debate, a 
contextualização da informação, cujos caminhos são opostos aos das 
informações falsas. 
Mas, então, até onde nós podemos confiar nas notícias? Hoje 
em dia, existe uma prática muito comum: existem empresas e pessoas 
especializadas em verificar se as notícias são verdadeiras ou não. Num 
mundo onde é tão fácil forjar uma notícia, modificar uma foto, é muito 
importante conferir se a informação é verdadeira ou não.
Como vimos, as fake news são notícias falsas que só trazem 
desinformação. São aquelas notícias que recebemos pelas redes 
sociais, geralmente, cheias de erros e exageros. Criadas com o objetivo 
de prejudicar alguém, acabam se espalhando facilmente na internet. 
Elas são prejudiciais em todos os âmbitos da sociedade. Na política, por 
exemplo, são uma ameaça à democracia.
Durante as eleições – como já discutimos brevemente - elas 
podem ser muito perigosas ao ponto de causas tumultos e destruir re-
putações em poucos segundos. As pessoas recebem as notícias em 
seus perfis nas redes sociais e compartilham sem perceber que se tra-
tam de informações falsas. Assim, elas acabam criando uma rede de 
desinformação. Os brasileiros utilizam muito as redes sociais. Você já 
imaginou quanta gente recebe e repassa informações erradas, modifi-
cadas e mentirosas?
Em 2018, uma reportagem da Revista Forbes2 divulgou um re-
latório do Reuters Institute Digital News Report, que investigou a con-
fiança e a desinformação no consumo de notícias a nível mundial. O 
2 Disponível em: https://forbes.com.br/listas/2018/06/12-paises-com-maior-exposicao-a-
-fake-news/#foto1
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estudo mostrou que pessoas com mais conhecimento ou interesses por 
notícias têm mais facilidade de reconhecer quando uma notícia é falsa.
Esse estudo também mostrou que o Brasil é o terceiro país 
no mundo com maior consumo de fake news,ficando atrás apenas da 
Turquia (41%) e do México (43%). Os Estados Unidos ficaram em quar-
to lugar, com 31%. Esse relatório foi feito com 74 mil pessoas em 37 
países diferentes.
Assim, por tudo que já discutimos nesta unidade, faz-se ne-
cessário pensar como podemos verificar a veracidade das informações. 
Como fazer jornalismo digital na era das Fake News? Tradicionalmen-
te, no jornalismo impresso, o fact-checking compreendia o processo de 
checagem de dados, bem como o cruzamento deles. Por exemplo, o 
cruzamento de duas fontes diferentes sobre o mesmo assunto.
Com a era digital, a pressa e a redução das equipes de traba-
lho, é cada vez mais comum que as pessoas deixem de checar e apurar 
as informações. Quando essa apuração é feita, pode ser com apenas 
uma fonte ou um instituto de pesquisa ou órgão representante do as-
sunto e é nesse processo que ocorre o perigo da propagação de boatos, 
informações incorretas, dados inexistentes.
Recentemente, o Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) do 
Rio ofereceu um curso sobre mídias sociais e jornalismo. No conteúdo, 
os palestrantes alertaram sobre como os jornalistas devem utilizar as 
mídias a seu favor, englobando um debate também sobre as ferramen-
tas que podem fazer um trabalho no combate às fake news. Eles alerta-
ram sobre higiene cibernética, o cuidado que o jornalista deve ter com 
as bolhas sociais, já que estar inserido somente em grupos específicos 
pode impedi-lo de enxergar outras realidades. 
Além do mais, as interações nas redes sociais podem resultar 
em notícias, no entanto há riscos e eles devem ser evitados. Atrelado às 
fake news, nós nos deparamos com os discursos de ódio nas redes so-
ciais. Para as circunstâncias que se desdobram em casos de violência e 
ameaças aos próprios profissionais, existe a recomendação da procura 
de órgãos oficiais para a formalização da denúncia. 
Além do mais, órgãos como a OAB Nacional e a Associação 
Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lançaram uma cartilha3 
intitulada “Cartilha sobre medidas legais para a proteção de jornalistas 
contra ameaças e assédio online” que serve de guia para esses tipos 
de casos. 
A seguir, vamos acompanhar as etapas necessárias para a 
checagem de informações na produção da notícia jornalística. Em pri-
3 Disponível em: https://abraji.org.br/help-desk/cartilha-sobre-medidas-legais-para-a-pro-
tecao-de-jornalistas-contra-ameacas-e-assedio-on-line
https://abraji.org.br/help-desk/cartilha-sobre-medidas-legais-para-a-protecao-de-jornalistas-contra-ameacas-e-assedio-on-line
https://abraji.org.br/help-desk/cartilha-sobre-medidas-legais-para-a-protecao-de-jornalistas-contra-ameacas-e-assedio-on-line
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meiro lugar, o jornalista precisa checar a origem da informação, de onde 
ela veio. Tal informação é apenas uma opinião ou foi divulgado a um 
documento, relatório emitido por algum órgão competente ou instituição 
confiável?
Uma das formas de saber a origem de um dado é verificar se 
ele foi compartilhado por outros canais. Por exemplo, se quando faze-
mos uma busca por uma determinada notícia e ela está sendo comparti-
lhado apenas em sites sensacionalistas ou pouco conhecido, esse é um 
indicativo de que essa informação é de má procedência.
Em segundo lugar, é preciso saber quem está presente nessa 
informação. É um especialista no assunto abordado ou a matéria jorna-
lística tem apenas opinião? Existem dados científicos embasados?
O terceiro elemento importante a ser analisado é a estrutura da 
linguagem da notícia. Esse conteúdo tem erros de português? Tem um 
tom sensacionalista? As fontes foram citadas? As informações estão 
soltas? Há o uso de letras maiúsculas (popularmente conhecidas como 
“garrafais”) para chamar a atenção do leitor?
Nesse sentido, outro aspecto importante a ser mencionado diz 
respeito à imagem e à arquitetura da informação. As notícias falsas não 
estão apenas em texto. Pelo contrário. Cada vez mais, aparecem as 
fake news no formato de fotos ou vídeos que foram manipulados para, 
por exemplo, parecer que algo foi dito por uma pessoa, no chamado 
deep fake (quando a inteligência artificial é utilizada para fazer uma si-
mulação em um rosto para parecer que alguém disse determinada coi-
sa).
Esse é o nível mais alto de fake news existentes para simula-
ção de movimentos faciais ou atribuições de fala de um perfil a outro. 
Quando falamos em detecção de fake news em imagens, podem ser uti-
lizadas algumas ferramentas como o site TinEye, que permite, através 
da imagem inserida, buscar e verificar a primeira vez que uma imagem 
foi divulgada na internet.
Outro aspecto muito importante para atentar-se na era digital 
são as ferramentas de monitoramento. Por exemplo, a BuzzMonitor 
possibilita o acompanhamento de hashtags em tempo real, checar se 
algum influenciador digital mencionou a sua marca, quem são os perfis 
mais influentes em determinado nicho, cadastrar um alerta para ser co-
municado toda vez que o produto for citado, etc. Abaixo, disponibiliza-
mos um quadro X com etapas que podem orientar as pessoas quanto à 
checagem das informações.
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Quadro X – Etapas de orientação
Etapas da checagem das informações
1 Cheque a fonte.
2 Que canal compartilhou?
3 Procure especialistas.
4 Verifique se o tom da informação é alarmista.
5 Busque fontes oficiais.
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
A propagação de notícias falsas na internet tem sido cada vez 
mais poderosa. Um estudo recente da empresa de segurança ciberné-
tica Kapersky mostra que 62% dos brasileiros não sabem diferenciar se 
uma notícia é verdadeira ou não.
PROJETOS DE LEI PARA O COMBATE ÀS FAKE NEWS NO BRASIL
Pensando nisso, com o objetivo de garantir a liberdade de ex-
pressão e a democracia na rede, o senador Alessandro Vieira (Cidada-
nia-SE) apresentou o Projeto de Lei 2.630/2020 que traz uma série de 
normas e mecanismos de transparência para as redes sociais, incluindo 
serviços de mensagens privadas e conteúdos patrocinados para com-
bater abusos, manipulações, perfis falsos e disseminação de fake news.
Entre as normas apresentadas no Projeto de Lei 2.630/2020 
estão a obrigação de que provedores de redes sociais com mais de 2 
milhões de usuários divulguem relatório com o número de postagens e 
de constas destacadas, removidas ou suspensas com o esclarecimento 
dos motivos. O projeto ainda define sanções a serem aplicadas às pla-
taformas que desrespeitem essas regras. 
A maioria dos provedores discorda da votação nesse momen-
to. O Facebook afirmou que a plataforma defende que “projetos de leis 
sejam resultado de amplo debate público, para garantir que não repre-
sentem ameaça à liberdade de expressão e para evitar que traga, inse-
gurança jurídica ao setor”.
O PL 2.630/2020, assim como o Projeto de Lei 1.429/2020, de 
autoria dos deputados Felipe Rigoni (PSB-ES) e Tábata Amaral (PDT-
-SP), pretende instituir a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade 
e Transparência na Internet.
Segundo o PL 2.630, a lei “estabelece normas, diretrizes e me-
canismos de transparência de redes sociais e de serviços de mensage-
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ria privada através da internet, para desestimular o seu abuso ou mani-
pulação com potencial de dar causa a danos individuais ou coletivos”. 
Os objetos dessa lei, de acordo com o PL 2.630 são:
I - O fortalecimento do processo democrático por meio do combate à desin-
formação e do fomento à diversidade de informações na internet no Brasil; 
II – a busca por maior transparência sobre conteúdos pagos disponibilizados 
para o usuário; III - desencorajar o uso de contas inautênticas para dissemi-
nar desinformação nas aplicações de internet.
Atualmente, o PL2.630 está em tramitação. As notícias falsas 
representam uma ameaça à democracia porque são falsos recursos 
utilizados para deturpar a verdade, tirar a atenção daquilo que é mais 
importante e ofender a moral e a história das pessoas, principalmente 
entes públicos que por ventura estejam disputando um pleito eleitoral
A partir do que discutimos nessa unidade, é importante pen-
sarmos que novos caminhos são possíveis para o jornalismo digital, 
especialmente no nosso país onde as notícias falsas ganharam tanto 
espaço. Gandour (2016) discutia que a fragmentação digital afetava os 
profissionais do jornalismo, porque, por vezes, gerava um acúmulo de 
função.
É importante que os profissionais da comunicação estejam 
sempre se atualizando quanto ao mercado de trabalho e isso também 
vale para o jornalismo digital. Mas, essa busca pelo conhecimento deve 
refletir na remuneração do profissional.
No entanto, só isso não é suficiente. É urgente pensarmos em 
meios de educação midiática para a população brasileira, uma educa-
ção que deve acontecer em todos os setores da sociedade, mas, prin-
cipalmente, para aqueles setores onde os recursos não chegam, pois 
são neles onde as notícias falsas têm mais espaço para se espalharem.
Diante do que foi abordado, além desses meios para educação 
midiática necessários para a população brasileira, também cabe ressal-
tar a importância que o jornalismo e as escolas de jornalismo assumem 
nesse cenário. Segundo Gandour (2016), 
o jornalismo não é propriamente uma ciência, mas um método resultante 
da confluência de várias disciplinas, um amálgama de conceitos vindos de 
outros campos do conhecimento – como a história, as ciências sociais, a 
psicologia, a teoria do conhecimento e mais recentemente até a ciência da 
computação e a estatística. Tudo complementado por técnicas próprias da 
atividade, como as táticas de entrevista, de construção de texto, de edição 
de áudio e de vídeo. Há uma característica bem peculiar dessa profissão: 
o reforço do treinamento e do aprendizado com o decorrer da prática. Isto 
se verifica também em outros setores, e é comumente chamado de “on the 
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job training”. Mas no jornalismo tornou-se clássica a cena em que jovens 
repórteres ouvem histórias e ensinamentos de veteranos editores, ao longo 
de coberturas por dias e noites da redação. Há um sentimento de ritual e 
de liturgia no cumprimento das rotinas que compõem o método jornalístico, 
desde o planejamento da pauta, passando pelo fact-checking, pela seleção 
e validação de fontes até os critérios finais de edição de texto e imagens. 
Na transição para esse novo ambiente informativo, fragmentado e com a 
tendência de que as fronteiras entre jornalismo e não-jornalismo (publicida-
de, advocacy etc.) se tornem turvas, o papel das escolas superiores e dos 
centros de pesquisa serão cada vez mais essências para a preservação dos 
fundamentos da profissão. Ou, como gostam de dizer alguns analistas de 
negócios, para a manutenção da “cultura” do setor. (Gandour, 2016, p. 39).
 
Assim, podemos pensar a partir dos efeitos da fragmentação 
digital no jornalismo. É preciso que o jornalismo se reinvente mais uma 
vez em todas as esferas, ou seja, em todos os seus meios. Mesmo 
com todas as mudanças que essa atividade profissional tem vivido ao 
longo de décadas, seja no impresso, no rádio, na televisão e, agora, 
nos portais de notícia e nas redes sociais, as questões trazidas com a 
fragmentação digital não podem ser ignoradas.
Opiniões polarizadas já são um fato no Brasil. As redes sociais 
vieram, sim, para democratizar o meio digital e dar oportunidade para 
que todos possam se expressar e discutir as questões pertinentes à 
sua realidade. Mas, como isso pode acontecer quando há a dificuldade 
de um debate respeitoso em relação às opiniões contrárias? Como isso 
pode acontecer apesar dos prejuízos causados pelas fake news?
Nesse sentido, é urgente que o jornalismo, ou melhor, os pro-
fissionais da comunicação repensem seu papel com a sociedade e com 
a defesa da democracia. Assim como as escolas de jornalismo assu-
mem um papel de maior importância nesse momento.
Dito de outro modo, para além das questões técnicas e tec-
nológicas, para além das ferramentas que possam ser usadas no sen-
tido de melhorar, tornar mais práticas as atividades comunicacionais, 
é preciso que o jornalista reflita, concomitantemente ao seu exercício 
profissional, como pode usar isso a favor não de determinados partidos 
políticos, mas a favor da democracia, da liberdade de expressão e do 
amplo e livre debate.
Enquanto isso, às escolas de jornalismo cabe a missão de 
formarem profissionais ainda mais críticos, atentados às mais diversas 
realidades que habitam nosso país, porque a diversidade também é um 
critério da democracia. Quanto mais atento a essas realidades, maior 
será o repertório desse profissional.
No âmbito acadêmico e educacional, isso se dá a partir de 
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discussões que envolvam as questões mais pertinentes à democracia, 
como a liberdade e o respeito às opiniões diferentes, o respeito aos di-
reitos humanos e a reflexão sobre as diferenças econômicas, políticas 
e sociais existentes em nosso país.
Entidades da sociedade civil também podem e devem parti-
cipar desse processo de reflexão sobre os meios de comunicação e 
desenvolvimento de práticas comunicais voltadas para a democracia 
e a conscientização da população acerca de boas práticas midiáticas 
e comunicacionais, tais como a importância de checar as informações 
antes de compartilhar, por exemplo.
Aos meios de comunicação cabe o importante papel de abordar e 
discutir constantemente todas essas questões, já que diante de outras ins-
tituições como as escolas, a Igreja, as organizações não governamentais, 
etc., esses meios ainda são os que têm maior alcance.
Por isso, temas como direitos humanos, diversidade, boas práti-
cas comunicacionais, checagem dos fatos são tão importantes de serem 
discutidas. Esses debates não só fortalecem a democracia, mas educam a 
sociedade quanto ao seu papel nos espaços públicos.
Nesta unidade, nosso objetivo foi primeiro situar você, aluno, 
quanto às Teorias da Comunicação em quesitos como contexto histórico, 
principais autores e as contribuições desses estudos para o entendimento 
dos meios de comunicação e da sociedade.
Em seguida, retomamos como os principais meios de comunica-
ção de massa se desenvolveram no Brasil: a imprensa, o rádio e a tele-
visão, abordando hábitos de consumo da sociedade a partir da Pesquisa 
Brasileira de Mídia, além de falarmos também sobre como empresas de 
streaming de vídeo inauguraram outras formas de se ver televisão no mun-
do.
Por fim, neste terceiro capítulo discutimos as principais mudanças 
que o jornalismo sofreu com a chegada da internet, assim como os efeitos 
da fragmentação digital a partir das concepções de Gandour (2016) e a 
ascensão das fake news aos meios digitais, já que elas sempre existiram.
É importante que você reflita sobre o legado deixado por cada 
teoria da comunicação e como cada uma está presente nos meios de 
comunicação que você consome. O que elas te ensinam sobre a mídia? O 
que elas te ensinam sobre suas práticas comunicacionais e informacionais?
Esperamos que, após o estudo, você compreenda melhor tam-
bém os principais meios de comunicação de massa no contexto brasileiro. 
Quem sabe isso não te ajuda a escolher com quais deles você pretende 
trabalhar? Quem sabe você não se encontra em um desses meios e de-
senvolve sua carreira profissional?
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: IDECAN Órgão: IF-PB Prova: Jornalista
O webjornalismo ou ojornalismo da internet pode ser considerado 
a nova televisão, pois o número de pessoas que navega na internet 
pode ser maior do que aquele que fica diante da televisão. Consi-
derando essa realidade, o jornalista deve ter domínio de algumas 
características específicas em relação a aspectos do webjornalis-
mo, entre essas,
a) Informação factual, perenidade, entrevista coletiva, interatividade e 
entrevista pessoal.
b) Personalização de conteúdo, entrevista em grupo, reportagem, anco-
ragem e complemento.
c) Multimidialidade, factualidade da narrativa, memória, descrição e citação
d) Instantaneidade, interatividade, perenidade, multimidialidade, hiper-
textualidade e personalização de conteúdo;
e) Hipertextualidade, informação factual, reportagem, texto impressivo 
e entrevista em grupo.
QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: UFMT Órgão: UFMT Prova: Jornalista
São consideradas características que diferenciam a veiculação da 
informação na internet em relação aos meios Televisão e Mídia Im-
pressa, respectivamente:
a) Independência de grade horária e espaço virtual ilimitado.
b) Capacidade analítica dos fatos e hipertextualidade.
c) Linguagem própria definida e junção multimídia (sons, imagens, texto).
d) Distribuição sob demanda e imediatismo.
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: AOCP Órgão: SECOM-PA Prova: Jornalista
Os veículos de comunicação (sejam eles impressos, online ou tele-
visão, por exemplo) sempre planejam, de alguma forma, suas edi-
ções. Esse planejamento passa pela pauta, e pode ser considerado 
um procedimento padronizado. No que se refere à pauta, assinale 
a alternativa correta
a) As matérias são programadas através das pautas e seguem somente 
os fatos que devem ser apurados.
b) A pauta foi institucionalizada na década de 70 nos jornais brasileiros 
e, por isso, pode ser considerada como parte da imprensa neomoderna.
c) As pautas frias são aquelas que não podem ser programadas, geral-
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mente são realizadas sem antecipação do repórter
d) A pauta tem como objetivo principal o planejamento das edições.
e) Pautas diárias costumam ser preparadas e atualizadas ao final do 
expediente do dia anterior para garantir a edição do dia seguinte.
QUESTÃO 4
Ano: 2020 Banca: FADESP Órgão: UEPA Prova: Técnico de Nível 
Superior - Comunicação Social
Com o surgimento das novas tecnologias de informação e, con-
sequentemente, das redes sociais, o jornalismo também acompa-
nhou estas mudanças, inclusive com a divulgação de notícias em 
tempo real nas plataformas digitais, pautando as rádios, os jornais 
impressos e a televisão. Do ponto de vista prático, o jornalismo 
online, produzido para internet, é conhecido como:
a) Webjornalismo.
b) Jornalismo especializado.
c) Jornalismo ao vivo.
d) Jornalismo em tempo real.
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CESPE/CEBRASPE Órgão: IPHAN Prova: Analis-
ta I - Área 1
A respeito de aspectos relacionados à mutação do jornalismo a 
partir do surgimento da internet e de novas mídias digitais, julgue 
o item que segue.
A migração dos meios de comunicação para as plataformas digi-
tais é um processo irreversível: as produções de jornalismo, tele-
visão, rádio, publicidade e marketing operam majoritariamente em 
meio digital, dispensando bases analógicas e lineares.
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Todos os dias, você recebe muitas informações através de suas redes 
sociais, como o WhatsApp. Disserte sobre como você pode verificar 
se a uma informação é verdadeira antes de compartilhá-la com outras 
pessoas.
TREINO INÉDITO
Qual ou quais são os efeitos da fragmentação digital apontados por 
Gandour (2016) que atingem o jornalismo?
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a) Fake news.
b) Liberalismo econômico e ampla concorrência de mercado.
c) Checagem das informações e compartilhamento desenfreado.
d) Polarização, alfabetização midiática, consolidação e jornalismo sem 
fins lucrativos.
e) Manutenção de antigos padrões no fazer jornalístico.
NA MÍDIA
LEI CONTRA “FAKE NEWS” É APOIADA POR 
90% DOS BRASILEIROS
Pesquisa realizada pelo Ibope e divulgada nesta terça-feira (02) indica 
que 90% dos brasileiros são a favor da existência de uma lei que obri-
gue as plataformas de redes sociais a combater as “fake news”.
O levantamento, feito por encomenda da ONG Avaaz, entrevistou por 
telefone, entre 28 e 30 de maio, cerca de mil pessoas com mais de 16 
anos de idade, em todos os estados e no Distrito Federal. A margem de 
erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de 
confiança é de 95%.
Nesta terça-feira, o Senado começa a analisar um projeto de lei do se-
nador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) que trata sobre o assunto. O 
texto institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transpa-
rência na Internet, estabelecendo normas e mecanismos de transparên-
cia para redes sociais e serviços de mensagens da internet para comba-
ter abusos. Outro projeto semelhante foi apresentado na Câmara.
Fonte: PORTAL TERRA
Data: 02 jun. 2020
Leia a notícia na íntegra: https://www.terra.com.br/noticias/brasil/poli-
tica/lei-contra-fake-news-e-apoiada-por-90-dos-brasileiros,100df6a23a-
ced68fa8b6510a955393be6kr8pxz8.html
NA PRÁTICA
Diariamente, somos bombardeados de informações e muitas delas 
podem ser falsas, dependendo do canal em que recebemos ou mes-
mo da maneira como cada uma foi produzida. Esse artigo nos ajuda a 
compreender como se dá o fenômeno das notícias falsas no mundo, 
mostrando também os desafios da apuração jornalística na era digital. 
Assim, jornalistas que trabalhem no ambiente digital podem entender 
melhor sua profissão e o papel que o jornalismo comprometido com a 
verdade tem com a sociedade. 
Fonte: https://portalintercom.org.br/anais/nordeste2019/resumos/R67-1014-1.pdf
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GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
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D ERRADO ERRADO C CERTO
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
A Folkcomunicação foi importante, em primeiro lugar, por colocar o Brasil 
como colaborador dos estudos da comunicação no mundo. Além disso, 
entre todas as teorias, é a única que se propõe a estudar a cultura do 
ponto de vista dos grupos marginalizados pela mídia e pela sociedade.
Essa teoria estudava a difusão da comunicação popular e folclore nos 
meios de comunicação de massa, a comunicação de grupos rurais e ur-
banos culturalmente à margem da mídia e colocava o líder comunitário 
como agente de retransmissão da mensagem através de um canal folk, 
além de discutir também os impactos da mídia sobre as manifestações 
culturais populares.
TREINO INÉDITO
Gabarito: E
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CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
D C E A A
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
O rádio começou a fazer parte da minha vida ainda na infância, porque 
meus pais ouviam enquanto faziam suas atividades cotidianas. Muito se 
falava que a televisão iria substituir o rádio, já que seus recursos eram 
audiovisuais e, por isso, superavam o rádio.
No entanto, o que a sociedade tem visto é que o rádio se reinventou e 
continua fazendo parte da vida das pessoas. Hoje, não precisamos de 
um aparelho de rádio para ouvi-lo. Com um celular, ou mesmo através 
de sites das rádios, podemos seguir acompanhando a programação das 
emissoras que mais gostamos.
Há também a modalidade de rádio enquanto podcast, programas grava-
dos e inseridos em plataformas digitais. Esses programas abordam as 
mais diversas questões, como política, saúde, cultura, economia, etc.
TREINO INÉDITO
Gabarito: E
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CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
D A D A CERTO
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
Todos os dias, você recebe muitas informações através de suas redes 
sociais, como o WhatsApp. Disserte sobre como você pode verificar 
se uma informação é verdadeira antes de compartilhá-la com outras 
pessoas.
Quando temos vontade de compartilhar uma informação recebida nas 
redes sociais é porque o assunto nos interessa ou acreditamos que ele 
seja importante para o conhecimento das demais pessoas que conhe-
cemos. No entanto, sabendo de como uma notícia falsa pode trazer 
prejuízos à vida das vítimas, antes de compartilhar uma informação, 
eu seguiria as seguintes etapas a fim de verificar a veracidade desse 
conteúdo: 1) Checar a fonte, 2) Que canal compartilhou?, 3) Procurar 
especialistas, 4) Verificar se o tom da informação é alarmista, 5) Bus-
car fontes oficiais.
TREINO INÉDITO
Gabarito: D
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ABREU, Thallisson Reis Nogueira; PELLEGRINI, Paulo Augusto Emery 
Sachse. O compartilhamento de informações falsas em um Brasil 
conectado. XXI Congresso de Ciências da Comunicação na Região 
Nordeste. Maranhão: São Luís, 2019. Disponível em: https://portalinter-
com.org.br/anais/nordeste2019/resumos/R67-1014-1.pdf. Acesso em: 
17 ago. 2020.
BELTRÃO, Luiz. Folkcomunicação: a comunicação dos marginali-
zados. São Paulo: Editora Cortez, 1980.
BRASIL. Decreto nº 5.820, de 29 de abril de 2006. Dispõe sobre a imple-
mentação do SBTVD-T e dá outras providências. Disponível em: http://
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