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Seção 4.3
 Objetivo
 Entender o processo 
de centralização 
política dos hebreus 
e a posterior 
fragmentação.
 Termos e conceitos
•	Monarquia
•	Diáspora
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DOC. 1
Os hebreus antigos: 
política e sociedade
 O período dos juízes
Ao retornar à região de Canaã, na Palestina, os hebreus travaram intensas 
lutas com os cananeus e, mais tarde, com os filisteus, povos aramaicos que 
ocupavam essa região. Na luta pela posse da região, os hebreus destruíram 
antigas cidades, como Jericó e Harzor. Isso ocorreu entre 1230 e 1220 a.C. 
Com a ocupação de Canaã, se iniciou, segundo a Bíblia, o período dos 
juízes, que se estendeu de 1220 a 1030 a.C. Nessa época, os hebreus esta-
vam divididos em doze tribos, marcadas pela ausência de um governo central. 
Em épocas de grandes conflitos surgiam líderes, os “juízes”, que assumiam um 
papel militar e religioso, porém sem conseguir unificar as tribos.
	A	monarquia	hebraica
No final do século XI, os filisteus, que dominavam o uso do ferro, invadiram 
a Cananeia. Para defender-se e resistir à invasão dos vizinhos, as tribos tiveram 
de se organizar sob a liderança de um rei. Com o primeiro rei, Saul, escolhido por 
sorteio, houve uma divisão entre as tribos de Israel (ao norte) e as tribos de Judá 
(ao sul). Israel e Judá entraram em guerra, opondo os partidários de Saul e as 
tribos de Judá sob a liderança de Davi. O jovem rei Davi, que governou de 1000 a 
962 a.C., conseguiu unificar as tribos rivais, derrotando os filisteus e conquistando 
a cidade de Jerusalém, que se transformou na capital do reino.
Após a morte de Davi, seu filho, Salomão, levou a monarquia ao máximo 
esplendor, incentivando o comércio no lugar das guerras e adotando o luxo e 
o refinamento das realezas orientais. Seu longo reinado (962-924 a.C.) ficou 
conhecido como um período de paz e prosperidade. Sob o reinado de Salomão, 
a monarquia consolidou-se, com a fortificação das cidades, a reorganização 
do exército e a construção do Templo de Jerusalém [doc. 1].
Muro das Lamentações e 
a Cúpula dos Rochedos. 
Jerusalém, Israel, 2007.
 O Templo de Jerusalém
O Templo de Jerusalém, construído por ordem de Salomão, no século XI a.C., 
era o local de culto religioso central da cultura judaica, considerado a morada de 
Yahveh, onde era cultuado e se ofereciam sacrifícios a ele. Em 586 a.C., o tem-
plo foi totalmente destruído por Nabucodonosor II da Babilônia. Décadas mais 
tarde (c. 516 a.C.), foi reconstruído no mesmo local e novamente destruído pelos 
romanos no ano 70 da nossa era. Desse segundo templo restou um muro exter-
no conhecido como Muro das Lamentações, local considerado sagrado e muito 
visitado hoje por judeus e não judeus do mundo todo, que lá rezam e depositam 
seus desejos por escrito.
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1. Menorah. O candelabro 
de sete braços é 
aceso todo ano 
no Festival das 
Luzes (Hanukah), 
que comemora a 
reconstrução do 
Templo de Jerusalém. 
2. Torá. O livro sagrado da lei, que 
contém os cinco primeiros livros 
da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Reis, 
Levítico e 
Deuteronômio.
3. Estrela de Davi. Segundo a 
tradição, era o símbolo presente 
no escudo de Davi quando 
derrotou o gigante filisteu Golias.
Sociedade e economia dos hebreus
Dois avanços técnicos possibilitaram a fixação 
dos hebreus em Canaã: a domesticação do camelo 
e a difusão de instrumentos de ferro. Canaã era 
uma terra árida, sem muitos recursos hídricos. 
Por ser um animal que necessita de pouca água, o 
camelo era o meio fundamental de transporte e de 
comunicação no deserto. Já o uso de ferramentas 
de ferro permitiu a perfuração de poços e cisternas 
para armazenar a água da chuva, usada para irrigar 
os campos.
A passagem da vida nômade à vida sedentária 
e o início da monarquia implicou várias mudanças 
sociais e econômicas. À medida que se sedentari-
zavam, os hebreus deixavam de ser povos pastores 
nômades e se tornavam agricultores, comerciantes 
e artesãos. Começavam a aparecer as divisões 
sociais, pois naquele momento instituiu-se a ex-
ploração familiar da terra. Porém, a terra não era 
considerada ainda uma propriedade privada. Vista 
como sagrada, a terra pertencia ao clã familiar, e o 
proprietário tinha apenas o usufruto dela.
Nas cidades, os artesãos e os artistas se orga-
nizavam em corporações formadas de acordo com 
o ofício de cada um: padeiros, fiadores, tecelões, 
droguistas, alfaiates, oleiros etc. Alguns ofícios 
emergiram a partir das descobertas arqueológicas, 
como uma queijaria do século VII a.C., descoberta 
na cidade israelense de Tel Gat.
 A dominação externa
Após a morte de Salomão, por volta de 924 a.C., 
não foi possível manter a unidade política dos he-
breus. As dez tribos do norte se separaram formando 
o Reino de Israel, com capital em Samaria. Ao sul, 
as duas tribos restantes formaram o Reino de Judá, 
com capital em Jerusalém. 
Por volta de 722 a.C., as tribos do norte foram 
conquistadas pelos assírios e seus moradores se 
dispersaram. Tinha início a primeira diáspora dos 
hebreus. Os habitantes do norte passaram a ser co-
nhecidos como samaritanos (habitantes de Samaria), 
considerados inferiores pelos hebreus por terem se 
misturado com os estrangeiros. Os habitantes do 
Reino de Judá, ao sul, passaram a ser conhecidos 
como judeus. 
O Reino de Judá sobreviveu até 586 a.C., quando 
o rei babilônico Nabucodonosor conquistou a região 
e ordenou a destruição do Templo de Jerusalém. 
Depois disso, houve uma sucessão de domínios 
estrangeiros: persa, a partir do século V a.C., mace-
dônico, no século IV a.C., e por fim romano, depois de 
63 a.C. As tribos judaicas assimilaram costumes e 
valores de outros povos, correndo o risco de perder 
sua identidade cultural dada pelo monoteísmo e a 
lei mosaica. 
Na ausência de uma unidade política duradoura, 
era necessário escrever e documentar tudo, criando 
uma memória que garantisse a preservação da sua 
cultura e o sentimento de partilhar um passado co-
mum. É essa memória, corporificada num conjunto 
de tradições escritas e numa história comum, que 
constitui a identidade cultural que caracteriza os 
judeus até a atualidade [doc. 2].
 Vocabulário histórico
Diáspora
A palavra “diáspora” é de origem grega e significa disper-
são ou deslocamento de grandes massas populacionais de 
uma área fixa para diferentes áreas. O termo foi utilizado 
pela primeira vez na tradução da Bíblia judaica para o 
grego, designando exclusivamente as diásporas judaicas. 
A primeira dispersão aconteceu em 722 a.C., quando o 
Reino de Israel foi invadido e destruído pelos assírios. A 
segunda aconteceu com a invasão de Nabucodonosor da 
Babilônia, em 586 a.C., e a terceira, com o domínio romano, 
no século I da era cristã.
 1. Quais mudanças ocorreram na sociedade hebraica 
com a instalação da monarquia?
 2. O que os símbolos do judaísmo representam para a 
história dos judeus [doc. 2]?
QUESTÕES
 Símbolos do judaísmoDOC. 2
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CONTROVÉRSIAS A Bíblia e as pesquisas arqueológicas
A crença nas histórias bíblicas é, principalmen-
te, uma questão de fé e não de ciência. A desco-
berta de evidências científicas que confirmam 
essas histórias, contudo, contribui para elevar a 
autoridadeda Bíblia. Por isso, muitos arqueólogos, 
influenciados pela religião, buscam vestígios que 
atribuam valor de verdade aos relatos bíblicos. 
Outros, porém, colocando a arqueologia à frente 
da religião, fazem descobertas que refutam as 
histórias contadas na Bíblia.
“O relato da Bíblia sobre o rei Davi é tão conhecido que 
até mesmo as pessoas que raramente abrem o Livro Sagrado 
provavelmente têm uma ideia de sua grandeza. 
Davi, segundo a Escritura, era um líder militar tão 
soberbo que não só capturou Jerusalém, mas também 
transformou a cidade na sede de um império, unificando os 
reinados de Judá e Israel. Assim começou a era gloriosa, mais 
tarde ampliada por seu filho, o rei Salomão, cuja influência 
se estendeu da fronteira do Egito até o Rio Eufrates. Depois, 
veio a decadência.
Mas e se a descrição da Bíblia não estiver de acordo 
com as evidências do solo? E se Jerusalém de Davi era, na 
realidade, um vilarejo rural atrasado, e a grandeza de Israel 
e de Judá estivesse num futuro longínquo?
Recentemente, as autoridades em arqueologia de 
Israel têm feito essas afirmativas, falando do ponto de 
vista das descobertas recentes de escavações do passa-
do antigo. ‘Da maneira que vejo as descobertas, não há 
evidência alguma de uma grande e unida monarquia, 
nem de Jerusalém governando vastos territórios’, disse 
Israel Finkelstein, diretor do Instituto de Arqueologia 
da Universidade de Tel Aviv. A Jerusalém do rei Davi, 
acrescentou Finkelstein, ‘não era nada além de uma pobre 
vila na época’. [...]
Sítio arqueológico em 
Jerusalém, Israel, em 2009. 
As pesquisas arqueológicas 
são continuamente 
confrontadas com os textos 
bíblicos, tanto para confirmá- 
-los quanto para questioná-los.
 1. Como a arqueologia, em Israel, tem se relaciona-
do com a Bíblia ao longo do tempo?
 2. A Bíblia foi escrita com base na tradição oral dos 
hebreus. Como esses registros devem ser trata-
dos para o conhecimento histórico desse povo?
 3. É possível conciliar o conhecimento arqueológico 
com os relatos bíblicos?
QUESTÕES
Em um contexto maior, o discurso de Finkelstein reflete 
uma mudança surpreendente que vem ocorrendo entre 
alguns arqueólogos de Israel. Suas interpretações contestam 
algumas das histórias mais conhecidas da Bíblia, como, por 
exemplo, a conquista de Canaã por Josué. Outras descober-
tas dão informações suplementares à Escritura, como o que 
aconteceu com Jerusalém depois que foi capturada pelos 
babilônios há 2.600 anos.
Em entrevista por e-mail do sítio de Megiddo, Finkelstein 
disse que, antes, ‘a história bíblica ditava o curso da pesquisa, 
e a arqueologia era usada para ‘provar’ a narrativa bíblica’. 
Dessa forma, disse, a arqueologia tornou-se uma discipli-
na secundária. ‘Acho que chegou a hora de colocarmos a 
arqueologia na linha de frente’. [...]
As práticas do passado às quais aludiu podem ser ilus-
tradas por uma observação feita por Yigael Yadin, general 
israelense que se voltou para a arqueologia. Certa vez ele 
declarou que entrava em campo com uma espada em uma 
mão e a Bíblia na outra.
Muitos arqueólogos, tanto antes da fundação do Estado 
moderno de Israel quanto depois, tinham o mesmo tipo de 
estratégia: buscar evidências diretas de histórias bíblicas. Essa 
maneira de ver era gerada por suas convicções religiosas [...].”
Bíblia é reprovada no teste da arqueologia. The New York 
Times, 9 jul. 2000. Disponível em www.historianet.com.br. 
Acesso em 21 jul. 2010.
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