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Fevereiro de 1922. No elegante Teatro Municipal, a elite assiste 
assombrada à apresentação de irreverentes e jovens artistas: 
sua arte redefine de modo ousado os padrões estéticos em voga. 
A reação à apresentação é violenta e imediata. Neste capítulo, 
saiba tudo o que aconteceu e conheça os caminhos da literatura 
brasileira inaugurados pela Semana de Arte Moderna.
 1. Que elementos da natureza estão representados na página ao lado?
 2. No quadro Cartão-postal, Tarsila pintou imagens características do Rio 
de Janeiro. Que aspectos da natureza ela escolheu?
A paisagem pintada por Tarsila do Amaral é uma representação es-ff
tilizada do Rio de Janeiro, com o Pão de Açúcar ocupando o centro da 
tela. Que relação a artista estabelece entre o título da obra, o cenário 
escolhido e a forma como foi representado?
 3. Observe o quadro Floresta virgem do Brasil, do Conde de Clarac.
A natureza brasileira é representada por Clarac de modo muito dife-ff
rente da visão de Tarsila. Explique por quê, considerando as possíveis 
intenções de cada obra.
 4. Em Cartão-postal, o uso das cores fortes e o modo como os elementos 
da natureza foram recriados sugerem uma releitura menos formal, 
mais alegre e irreverente. Como isso fica evidente no quadro?
Brasil
 5. A releitura crítica dos símbolos da nacionalidade é uma das principais 
características do Modernismo. Veja como Ronald de Carvalho apre-
senta a nova identidade do país.
Nesta hora de sol puro
Palmas paradas
Pedras polidas
Claridades
Faíscas
Cintilações
Eu ouço o canto enorme do Brasil!
[...]
Eu ouço todo o Brasil cantando, zumbindo, gritando,
 [vociferando!
Redes que se balançam,
Sereias que apitam,
Usinas que rangem, martelam, arfam, estridulam, ululam
 [e roncam,
[...]
Rumor de coxilhas e planaltos, campainhas, relinchos,
 [aboiados e mugidos,
Repiques de sinos, estouros de foguetes, Ouro Preto,
 [Bahia, Congonhas, Sabará,
Tarsila do Amaral (1886- 
-1973), mais do que criar te-
las imortais, como Abaporu, 
abriu importantes espaços 
para a mulher brasileira. 
Participante ativa da Semana 
de Arte Moderna, esposa de 
Oswald de Andrade, Tarsila 
ajudou a conceber as bases 
do nacionalismo crítico que 
nasce em 1922.
 CLARAC,!Conde de. Floresta virgem 
do Brasil. 1816. Guache sobre 
papel, 61 3 81,6 cm.
Sereias: sirenes.
Coxilhas: extensões de terra com 
pequenas e grandes elevações 
nas quais se desenvolve atividade 
pastoril.
Aboiados: brados fortes e 
compassados dados pelos 
vaqueiros para conduzir o gado.
Leitura da imagem
Da imagem para o texto
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Segundo o eu lírico, é possível determinar a identidade do Brasil por ff
meio de um único símbolo? Justifique.
 6. Releia o trecho abaixo.
“Eu ouço todo o Brasil cantando, zumbindo, gritando,
 vociferando!
Redes que se balançam,
Sereias que apitam,
Usinas que rangem, martelam, arfam, estridulam, ululam
 e roncam!”
Qual é a imagem do Brasil sugerida pelos verbos destacados? Explique.ff
 7. De quem são as conversas a que o eu lírico se refere? Onde elas aconte-
cem?
a) Os locais das conversas mostram atividades econômicas importantes 
para o país. Quais são essas atividades?
b) O que as atividades demonstram em relação ao aspecto econômico 
do país?
 8. Transcreva o verso que faz referência à participação dos imigrantes no 
desenvolvimento do país. Explique de que forma isso é feito.
a) Os dois versos anteriores a esse também aludem metaforicamente a 
importantes transformações por que passou o Brasil. Quais são elas? 
b) De que modo essas transformações são integradas ao retrato que o eu 
lírico faz de sua pátria?
 9. Depois de falar dos imigrantes e das riquezas do país, o eu lírico afirma 
que esse é o “canto dos teus berços, Brasil, de todos esses teus berços”. 
Como se pode interpretar o uso do plural nesse verso?
a) O homem de amanhã é “moreno”. O que essa tonalidade de pele sugere 
sobre o povo brasileiro? 
b) Além de moreno, o brasileiro é apresentado como “confiante”, como o 
“homem de amanhã”. Essa imagem sugere um futuro grandioso para 
o país. Por quê?
Vaias de Bolsas empinando números como papagaios,
Tumulto de ruas que saracoteiam sob arranha-céus,
Vozes de todas as raças que a maresia dos portos joga no sertão!
Nesta hora de sol puro eu ouço o Brasil.
Todas as tuas conversas, pátria morena, correm pelo ar…
A conversa dos fazendeiros nos cafezais,
A conversa dos mineiros nas galerias de ouro,
A conversa dos operários nos fornos de aço,
A conversa dos garimpeiros, peneirando as bateias,
A conversa dos coronéis nas varandas das roças…
Mas o que eu ouço, antes de tudo, nesta hora de sol puro
Palmas paradas
Pedras polidas
Claridades
Brilhos
Faíscas
Cintilações
É o canto dos teus berços, Brasil, de todos esses teus berços,
onde dorme, com a boca escorrendo leite,
moreno, confiante, o homem de amanhã!
CARVALHO, Ronald de. In: BANDEIRA, Manuel (Org.). Antologia dos poetas brasileiros: fase 
moderna. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. v. 1, p. 124-126. (Fragmento).
 Ronald de Carvalho, s.d.
Ronald de Carvalho (1893- 
-1935) formou-se em Direito, 
mas foi poeta, jornalista, 
diplomata, tradutor e en-
saísta. Estudou filosofia e 
sociologia em Paris. Como 
diplomata, percorreu quase 
todos os países da América 
e da Europa. Em Portugal, 
ligou-se ao grupo dos poetas 
Fernando Pessoa e Mário de 
Sá-Carneiro, participando da 
fundação da revista literária 
Orpheu, que inaugurou o Mo-
dernismo português.
Sempre ligado aos intelec-
tuais da vanguarda moder-
nista, foi quem declamou, na 
Semana de Arte Moderna, o 
polêmico poema “Os sapos”, 
de Manuel Bandeira. Morreu 
aos 42 anos, vítima de um 
acidente de automóvel. 
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A República Velha chega ao fim
No começo dos anos 1920, o exército brasileiro vivia uma situação 
desanimadora: o treinamento era insatisfatório, os armamentos eram 
antigos, os soldos eram baixos. Os tenentes estavam entre os mais 
insatisfeitos, pois eram muitos e as promoções podiam levar anos. 
Nada indicava que o governo do presidente Epitácio Pessoa iria mudar 
esse panorama. 
Foi em meio a essa situação que ocorreram várias revoltas militares, 
conhecidas como movimentos tenentistas ou tenentismo pela partici-
pação significativa de tenentes.
Nas eleições presidenciais de 1922, o candidato governista Arthur Ber-
nardes foi acusado de escrever duas cartas anônimas, publicadas pelo jornal 
Correio da Manhã, insultando o presidente do Clube Militar, ex-presidente da 
República, marechal Hermes da Fonseca. A crise se agravou com a eleição 
de Bernardes. Antes da posse do novo governo, em 2 de julho, o presidente 
Epitácio Pessoa, reagindo às críticas do marechal Hermes, mandou prendê-lo 
e fechar o Clube Militar. Três dias depois, no Rio de Janeiro, ocorreu a revolta 
conhecida como os 18 do Forte, que se propunha a depor o presidente. Durante 
24 horas, os 17 tenentes e um civil enfrentaram os mais de mil soldados das 
forças governistas e então se entregaram. Dois falsários confessaram, mais 
tarde, a autoria das cartas atribuídas a Arthur Bernardes.
Em julho de 1924, outro grupo de tenentes, reivindicando maior repre-
sentatividade política, voto secreto e justiça, deu início a uma nova revolta 
em São Paulo. Um mês depois, diante do avanço das tropas governistas, os 
revoltosos retiraram-se em direção ao interior.
Em outubro, tropas no Rio Grande do Sul iniciaram um levante coman-
dado pelo capitão Luís CarlosPrestes e encontraram-se com os rebeldes 
paulistas, que naquele momento estavam combatendo em Foz do Iguaçu, no 
Paraná. Estava formada a Coluna Prestes, que, durante dois anos, percorreu 
o Brasil para difundir os ideais revolucionários comunistas e conclamar o 
povo a se revoltar contra os grandes latifundiários. A Coluna Prestes não 
conseguiu derrubar o Governo, mas mostrou a crise política e o desejo dos 
oficiais de terem uma atuação política mais incisiva.
Na economia, o mundo encaminhava-se para um colapso, concretizado 
com a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929. O Brasil, que dependia em 
grande parte das exportações de café, sofreu um duro golpe e teve de 
enfrentar um período de grande instabilidade econômica.
O agravamento da crise econômica contribuiu para tornar mais tenso 
o clima político, que atingiu o seu auge nas eleições de 1930. A insatisfa-
ção com o controle paulista do poder uniu líderes políticos e militares de 
diferentes estados brasileiros. Formou-se a Aliança Liberal. Getúlio Vargas 
concorreu com Júlio Prestes, que venceu as eleições sob acusações de 
fraude. Como o caminho das urnas não dera certo, gaúchos e nordestinos 
depuseram o presidente Washington Luís. Chegava ao fim a República Velha, 
controlada pelos grandes proprietários rurais.
Getúlio Vargas tomou posse “provisória” em 3 de novembro de 1930. 
Começava a era Vargas, que se estenderia até 1945.
São Paulo: riqueza e industrialização
Sede do Império e, mais tarde, da República o Rio de Janeiro era a cidade 
de maior prestígio político e social do país onde se concentrava boa parte 
dos interesses econômicos, porque funcionava como porta de entrada 
para as mercadorias importadas da Europa e de saída para a exportação 
da riqueza nacional.
A política do 
“café com leite”
A política do “café com 
leite” previa a alternância 
entre paulistas e mineiros 
na Presidência do Brasil, 
garantindo poder político 
às duas oligarquias econô-
micas: os pecuaristas de 
Minas e os cafeicultores de 
São Paulo. Em vez de indicar 
um mineiro, como era a re-
gra, Washington Luís indicou 
um paulista, Júlio Prestes, e 
provocou uma crise política 
que terminaria com a sua 
deposição.
 Luís Carlos Prestes e membros 
da Coluna exilados na Bolívia, La 
Gaíba, 1927.
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