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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
CURSO DE BIOMEDICINA
PAULA RENATA DE CASTRO PEIXOTO
ANÁLISE DE EXAMES HEMATOLÓGICOS EM PACIENTES COM COVID-19:
COMPREENDENDO A RELAÇÃO ENTRE A DOENÇA E AS ALTERAÇÕES
SANGUÍNEAS
NATAL/RN
2023
PAULA RENATA DE CASTRO PEIXOTO
ANÁLISE DE EXAMES HEMATOLÓGICOS EM PACIENTES COM COVID-19:
COMPREENDENDO A RELAÇÃO ENTRE A DOENÇA E AS ALTERAÇÕES
SANGUÍNEAS
Monografia apresentada à Coordenação do
Curso de Biomedicina da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como
Requisito Parcial à Obtenção do Título de
Bacharel em Biomedicina.
ORIENTADORA: Profª. Drª. Deysiane Oliveira Brandão
NATAL/RN
2023
Esta obra está licenciada com uma licença Creative Commons Atribuição 4.0
Internacional. Permite que outros distribuam, remixem, adaptem e desenvolvam
seu trabalho, mesmo comercialmente, desde que creditem a você pela criação
original. Link dessa licença: creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Leopoldo Nelson - Centro de
Biociências - CB
Peixoto, Paula Renata de Castro.
Análise de exames hematológicos em pacientes com covid-19: compreendendo a
relação entre a doença e as alterações sanguíneas / Paula Renata de Castro
Peixoto. - 2023.
50 f.: il.
Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Centro de Biociências, Curso de Biomedicina. Natal,RN, 2023.
Orientação: Profa. Dra. Deysiane Oliveira Brandão.
1. SARS-CoV-2 - Monografia. 2. Hemograma - Monografia. 3. Infecções virais
- Monografia. 4. Diagnóstico - Monografia. 5. Pandemia - Monografia. I.
Brandão, Deysiane Oliveira. II. Título.
RN/UF/BSCB CDU 57.083.34
Elaborado por KATIA REJANE DA SILVA - CRB-15/351
PAULA RENATA DE CASTRO PEIXOTO
ANÁLISE DE EXAMES HEMATOLÓGICOS EM PACIENTES COM COVID-19:
COMPREENDENDO A RELAÇÃO ENTRE A DOENÇA E AS ALTERAÇÕES
SANGUÍNEAS
Monografia apresentada à Coordenação do
Curso de Biomedicina da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como
Requisito Parcial à Obtenção do Título de
Bacharel em Biomedicina.
Aprovada em: 18 / 12 / 2024
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Profª. Drª. Deysiane Oliveira Brandão
(Orientadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_________________________________________________
Prof. Dr. Ermeton Duarte do Nascimento
Professor e Coordenador do Curso de Biomedicina
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_________________________________________________
Gessika Brenna Costa Alves
Biomédica e Técnica em Análises Clínicas do Laboratório escola
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Dedico esse trabalho a minha mãe, Francisca
Romana Peixoto (in memorian), por ser a
minha maior referência de mulher e minha
força diária. Ao meu pai, José de Castro
Feitoza, que permanece ao meu lado - mesmo
com km de distância - sendo meu maior
admirador e incentivador.
“Você nunca sabe que resultados virão da
sua ação. Mas se você não fizer nada, não
existirão resultados.”
Mahatma Gandhi
RESUMO
A identificação precoce de uma infecção por SARS-CoV-2 em comparação com
outras infecções do trato respiratório superior desempenha um papel crucial no
controle da Covid-19. Diante desse desafio, vários pesquisadores têm-se dedicado a
buscar parâmetros laboratoriais que possam ser valiosos na diferenciação do vírus,
bem como na compreensão do diagnóstico, prognóstico e caracterização de risco
relacionado à doença. Portanto, o presente estudo tem como objetivo principal
avaliar as principais alterações hematológicas nos pacientes acometidos com o
Covid-19 e o seu impacto com a infecção e agravamento da doença. Vale salientar,
que trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo, retrospectivo, documental,
exploratório, com consulta em bancos de dados sem possibilidade de identificação
individual, sendo realizada e fundamentada na Resolução n. 510/2016 do Conselho
Nacional de Saúde. Dentre os parâmetros observados, os exames hematológicos
destacam-se com informações fundamentais relacionadas ao mecanismo de ação
do SARS-CoV-2. Achados importantes, como anemia, anisocitose, aumento da
ferritina, leucopenia e trombocitopenia estão fortemente relacionados com o
prognóstico de pacientes graves. A anemia foi prevalentemente observada em mais
de 68% dos casos, ainda não existem estudos comprobatórios dessa afecção em
relação ao vírus, mas acredita-se que esteja associada a fatores de risco e possíveis
comorbidades subjacentes. No que concerne à anisocitose, observada em 51% dos
pacientes, verifica-se que pode ser considerada um potencial marcador de desfecho
no percurso da doença, visto que, à medida que o estado do paciente se agrava, o
valor do RDW tende a aumentar. O aumento da ferritina, também relacionado à
diminuição do ferro sérico, está presente em 53% dos casos, com um valor médio de
520 ng/mL, o que demonstra, de fato, um processo inflamatório em curso. No que
diz respeito aos glóbulos brancos, observa-se uma manifestação heterogênea, na
qual os pacientes podem apresentar leucopenia, leucocitose ou mesmo uma
leucometria normal. Contudo, o achado mais relevante neste estudo relacionado à
série branca, presente em 45% dos pacientes, é a leucopenia, que pressupõe um
estado mais crítico da doença. A trombocitopenia, associada ao aumento do
D-Dímero, pode ser observada em 58% dos pacientes, ocasionada pela liberação de
citocinas inflamatórias pelo vírus, as quais são responsáveis por causar danos no
processo de coagulação. Ademais, conclui-se que a realização periódica desses
exames possibilita o acompanhamento da profilaxia empregada, com o intuito
principal de verificar o efetivo avanço dos resultados, o que contribui para a
recuperação da saúde do paciente, bem como oportuniza a visualização de um
diagnóstico mais preciso para possíveis danos que a doença possa causar.
PALAVRAS-CHAVES: SARS-CoV-2; Diagnóstico; Infecções Virais; Hemograma;
Pandemia.
ABSTRACT
Early identification of an infection by SARS-CoV-2, in comparison to other upper
respiratory tract infections, plays a crucial role in controlling Covid-19. Faced with this
challenge, several researchers have dedicated themselves to seeking laboratory
parameters that could be valuable in differentiating the virus, as well as
understanding the diagnosis, prognosis, and characterization of disease-related risk.
Therefore, the main objective of the present study is to evaluate the primary
hematological alterations in patients affected by Covid-19 and their impact on
infection and disease aggravation. It is worth noting that this is a descriptive,
retrospective, documentary, exploratory research, with consultations in databases
without the possibility of individual identification. The study is conducted and
grounded in Resolution n. 510/2016 of the National Health Council. Among the
observed parameters, hematological exams stand out with fundamental information
related to the mechanism of action of SARS-CoV-2. Important findings, such as
anemia, anisocytosis, increased ferritin, leukopenia, and thrombocytopenia, are
strongly associated with the prognosis of severe patients. Anemia was predominantly
observed in more than 68% of cases; there are no conclusive studies regarding this
condition in relation to the virus, but it is believed to be associated with risk factors
and possible underlying comorbidities. Regarding anisocytosis, observed in 51% of
patients, it can be considered a potential marker of outcome in the course of the
disease, as the RDW value tends to increase as the patient's condition worsens. The
increase in ferritin, also related to decreased serum iron, is present in 53% of cases,
with an average value of 520 ng/mL, demonstrating an ongoing inflammatory
process. As for white blood cells, a heterogeneous manifestation is observed, where
patients may present leukopenia, leukocytosis, or even a normal leukocyte count.
However, themost relevant finding in this study related to the white cell series,
present in 45% of patients, is leukopenia, which suggests a more critical state of the
disease. Thrombocytopenia, associated with an increase in D-Dimer, can be
observed in 58% of patients, caused by the release of inflammatory cytokines by the
virus, which are responsible for causing damage in the coagulation process.
Furthermore, it is concluded that the periodic performance of these exams allows the
monitoring of the employed prophylaxis, with the main purpose of verifying the
effective progress of the results, contributing to the patient's health recovery, and
enabling a more accurate diagnosis for possible damage that the disease may
cause.
KEYWORDS: SARS-CoV-2; Diagnostic; Viral Infections; Blood Count; Pandemic.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Prevalência das alterações hematológicas observadas nos laudos
analisados………………………………………………………………………………..26
Gráfico 2 - Perfil de Leucometria observado nos laudos analisados……………..31
Gráfico 3 - Prevalência das alterações na contagem diferencial observadas nos
laudos analisados……………………………………………………………………….34
Gráfico 4 - Prevalência das alterações plaquetárias observadas nos laudos
analisados…………………………….…………………………………………….……38
Gráfico 5 - Aumento de D-dímero observadas nos laudos analisados………...…40
LISTA DE TABELA E FIGURA
Tabela 1 - Média dos níveis de Hemoglobina, RDW, Ferritina e Ferro sérico
observados nos laudos analisados………………………………...………………….28
Figura 1 - Estrutura apresentada pelo vírus SARS-CoV-2…………………………13
Figura 2 - Resumo dos principais acontecimentos no contexto da Covid-19……17
Figura 3 - Mecanismo de invasão do SARS-CoV-2………………………………...19
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CEP/CONEP - Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
CHCM - Concentração de hemoglobina corpuscular média
COVID-19 - Doença do novo Coronavírus 2019
CIVD - Coagulação Intravascular Disseminada
HCM - Hemoglobina corpuscular média
IFN-1 - Proteína Interferon tipo 1
IPF - Fração de plaquetas imaturas
MERS - Síndrome Respiratória do Oriente Médio
OMS - Organização mundial da saúde
Proteína HE - Proteína Hemaglutinina-Esterase
Proteína N - Nucleocapsídeo
Proteínas M - Proteínas de Membrana
Proteínas S - Glicoproteína Spike do novo coronavírus SARS-CoV-2
RDW -Red Cell Distribution Width (amplitude de distribuição dos eritrócitos)
RNA - Ácido ribonucleico
SARS - Síndrome Respiratória Aguda Grave
SARS-CoV-2 - Síndrome Respiratória Aguda Grave do Coronavírus 2
SHIFT LIS - Sistema de Informação Laboratorial
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UTI - Unidade de terapia intensiva
VCM - Volume corpuscular médio
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 13
1.1. A Covid-19..................................................................................................... 13
1.2. Histórico da Covid-19....................................................................................15
1.2.1 Datas importantes no contexto da Covid-19............................................................15
1.3. Epidemiologia da Covid-19............................................................................ 18
1.4. Fisiopatologia da Covid-19.............................................................................19
1.5. Exames hematológicos..................................................................................22
1.6. Quadro clínico hematológico na Covid-19..................................................... 23
2. OBJETIVOS...........................................................................................................25
2.1 Objetivo Geral................................................................................................. 25
2.2 Objetivos Específicos......................................................................................25
3. METODOLOGIA.................................................................................................... 26
3.1. Tipo da Pesquisa........................................................................................... 26
3.2. Local da Pesquisa..........................................................................................26
3.3. Coleta de Dados............................................................................................ 26
3.4. Tratamento de Dados.................................................................................... 27
3.5. Considerações Éticas.................................................................................... 27
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................... 28
4.1. Série Vermelha...............................................................................................28
4.2 Série Branca................................................................................................... 32
4.3 Série Plaquetária e D-Dímero.........................................................................39
5. CONCLUSÃO........................................................................................................ 44
REFERÊNCIAS..........................................................................................................46
13
1. INTRODUÇÃO
As infecções virais compreendem as afecções mais frequentes da prática
clínica. Regularmente, manifestam-se com sintomas gerais, como febre, tosse,
fadiga, mialgia, perda de apetite e coriza. Tem como foco primário, sobretudo, as
vias aéreas superiores, o trato gastrointestinal e o sistema
fagocítico-mononuclear. Em relação aos exames hematológicos, como o
hemograma, podem apresentar resultados amplamente variados, a depender da
doença viral específica observada. Embora o hemograma apresente-se de
inúmeras formas em pacientes com quadro viral, é importante destacar que os
leucócitos são os principais responsáveis por desempenharem um papel
imunológico no combate a esses microrganismos. Dessa maneira, é comumente
observado alterações morfológicas - quantitativas e qualitativas - nessas células
de defesa (Fleury, 2020).
1.1. A Covid-19
Dentre as infecções virais mais conhecidas e discutidas amplamente,
tem-se a recente pandemia da Covid-19, ocasionada pelo vírus SARS-CoV-2. O
agente etiológico responsável pertence à família Coronaviridae da espécie
Coronavírus, gênero Betacoronavirus e subgênero Sarbecovirus. Trata-se de um
vírus envelopado com uma forma geralmente esférica, com RNA não segmentado
de fita simples em seu genoma. Possui similaridade com outros dois da mesma
espécie, sendo eles o SARS, responsável pela Síndrome Respiratória Aguda
Grave, e o MERS, causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio. Utiliza a
glicoproteína espicular (S) para se ligar em receptores celulares e neutralizar
anticorpos presentes no sistema imune (Khalil e Khalil, 2020).
Em relação à estrutura do vírus, observada na Figura 1, é evidente que o
SARS-CoV-2 possui diferentes componentes, dentre eles: dímero
hemaglutinina-esterase (HE), envelope, glicoproteínas Spike, molécula de RNA de
fita simples de polaridade positiva, nucleocapsídeo (N) e proteínas de membrana
(M). A proteína HE, inicialmente, liga-se à patogênese do vírus, ocasionando um
mecanismo de ação relacionado ao trato respiratório. Como previamente
14
mencionado, o vírus pertence ao grupo dos envelopados, isto é, possui uma
camada externa de lipídeos que o protege, conferindo-lhe um formato esférico
constituído por diferentes elementos - carboidratos, lipídeos, proteínas. Um fato
importante sobre a estrutura é que a glicoproteína S, formadora de espículas,
projeta-se a partir do envelope, possuindo uma função fundamental na interação
vírus/hospedeiro. A molécula de RNA, por sua vez, é o material genético do vírus;
as proteínas N têm a função de proteger o genoma viral; e por fim, as proteínas M
estão diretamenterelacionadas com a montagem da partícula viral, atuando
diretamente no tamanho e formato, conferindo-lhe uma configuração esférica
(Cruz, Lima e Pereira, 2021).
Figura 1 - Estrutura apresentada pelo vírus SARS-CoV-2
Fonte: Cruz, Lima e Pereira, 2021.
No que se refere ao sequenciamento do SARS-CoV-2, é observado que se
trata de um processo que envolve a determinação da ordem exata dos
nucleotídeos no genoma do vírus. O genoma, por sua vez, é constituído por uma
molécula de ácido ribonucleico de fita simples com carga positiva (RNA+),
possuindo cerca de 30.000 nucleotídeos. Diante dessa informação, o
sequenciamento se tornou um aliado extremamente importante no estudo da
15
diversidade genética do vírus, a qual está relacionado aos diferentes estágios da
pandemia, regiões geográficas e evolução da doença. Além disso, possibilitou a
identificação de mutações que podem causar impacto na patogenicidade,
resposta imunológica ou transmissão. Mesmo com tantos benefícios, o
sequenciamento visa, sobretudo, avaliar e desenvolver testes diagnósticos para a
Covid-19, bem como identificar alvos terapêuticos e vacinas (Marquitti et al.,
2021).
1.2. Histórico da Covid-19
O vírus em questão, SARS-CoV-2, foi identificado inicialmente em
dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, capital da província chinesa de Hubei.
Caracterizou-se pela rápida disseminação em escala global, causando impacto
significativo em diferentes países e continentes. Acarretou enormes desafios
mundiais devido à sua infectividade e morbimortalidade. Neste período de
pandemia, já soma mais de 767 milhões de casos, os quais geraram mais de 6
milhões de mortes no mundo todo (Organização Mundial Da Saúde, 2023).
No contexto brasileiro, o primeiro caso de infecção por SARS-CoV-2 foi
oficialmente confirmado e divulgado no dia 26 de fevereiro de 2020, momento em
que a Europa já contabilizava centenas de casos de Covid-19. Em um curto
período de tempo, mais precisamente em 12 de março de 2020, o Brasil lamentou
a primeira fatalidade causada pela nova doença viral em território nacional. No dia
20 do mesmo mês, o Ministério da Saúde confirmou a ocorrência de transmissão
comunitária, consequentemente, o vírus já estava se espalhando por todo país e
afetando todas as classes brasileiras. Atualmente, o Brasil consta com mais de
38 milhões de casos confirmados, destes, mais de 708 mil resultaram em óbitos
(Ministério da Saúde, 2023).
1.2.1 Datas importantes no contexto da Covid-19
O SARS-CoV-2, de maneira geral, tem sido marcado por uma série de
acontecimentos históricos que resultaram na caracterização da doença. Com o
passar do tempo, tem sido observada não apenas a evolução do vírus e das
16
manifestações clínicas, mas também, sobretudo, um notável progresso na
pesquisa científica, que tem se dedicado incansavelmente à busca por
tratamentos eficazes.
- 31 de dezembro de 2019. Primeiro relato oficial: O escritório da
Organização Mundial da Saúde (OMS) na China é informado de casos de
uma pneumonia de origem ainda misteriosa;
- 10 de janeiro de 2020. Primeira morte provocada pelo surto da nova
doença, ainda sob investigação, na China;
- 31 de janeiro de 2020. O Covid-19 é declarado pelo Comitê de Emergência
do Regulamento Sanitário Internacional da OMS, um surto de Emergência
Pública Internacional;
- 11 de fevereiro de 2020. A OMS anuncia o nome oficial da doença:
Covid-19;
- 26 de fevereiro de 2020. O Ministério da Saúde confirma o primeiro caso de
Covid-19 no Brasil e na América Latina: um homem de 61 anos, morador
da cidade de São Paulo;
- 12 de março de 2020. A primeira morte por Covid-19 no Brasil: A vítima é
uma mulher de 57 anos, moradora de São Paulo;
- 17 de março de 2020. As atividades presenciais na UFRN foram
interrompidas;
- 22 de março de 2020. De acordo com a In Loco, o Brasil atingiu o seu
máximo índice de isolamento social: 62,2%;
- 1 de abril de 2020. A OMS recomenda a higienização das mãos como
hábito extremamente importante para evitar a propagação do SARS-CoV-2.
A entidade recomenda o uso de água e sabão, álcool em gel 70%;
17
- 8 de maio de 2020. Segundo levantamento das secretarias estaduais de
saúde, o Brasil ultrapassa dez mil mortes por Covid-19 e se torna o sexto
país com mais mortes pela doença;
- 19 de maio de 2020. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil chega a mais
de mil mortes em um único dia pela primeira vez;
- 19 de junho de 2020. Segundo dados das secretarias estaduais de saúde,
o Brasil chega a 1 milhão de casos de Covid-19;
- 08 de dezembro de 2020. Começa a vacinação contra Covid-19 no Reino
Unido: Margaret Keenan, uma britânica de 90 anos, tornou-se a primeira
pessoa no mundo a receber a vacina da Pfizer fora de um ensaio clínico;
- 10 de dezembro de 2020. O Ministério da Saúde confirma o primeiro caso
de reinfecção de Covid-19 no Brasil;
- 23 de dezembro de 2020. Butantan divulga a eficácia da CoronaVac: O
Instituto afirma que a vacina CoronaVac conseguiu atingir o limiar de
eficácia mínimo requerido pela OMS;
- 17 de janeiro de 2021. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária autoriza
unanimemente o uso emergencial das vacinas CoronaVac e Oxford;
- 23 de março de 2021. Segundo Ministério da Saúde mais de 3 mil mortes
em um dia por Covid-19;
- 05 de abril de 2021. Mais de 13 milhões de casos de Covid-19;
- 08 de abril de 2021. Recorde de 4.249 mortes registradas em 24 horas;
- 26 de abril de 2021. Mortes por Covid-19 em 2021 supera o de 2020: Com
113 dias do ano, já é superado todas as mortes que ocorreram em 365 dias
de 2020;
- 31 de julho de 2021. O Brasil registra queda de 40% das mortes por
Covid-19 com avanço vacinal;
18
- 6 de agosto de 2021. 50% da população brasileira tomou ao menos uma
dose da vacina contra Covid-19;
- 31 de agosto de 2021. Agosto foi o mês com menor número de mortes por
Covid no ano, apontam secretarias de Saúde;
- 11 de março de 2022. Média móvel de mortes por Covid-19 está em queda
no Brasil.
Figura 2 - Resumo dos principais acontecimentos no contexto da Covid-19
Fonte: Autoria Própria, 2023.
1.3. Epidemiologia da Covid-19
A epidemiologia, cuja etimologia provém do grego, onde "epi" significa
"sobre," "demos" refere-se a "povo," e "logia" denota "estudo," é o método
científico encarregado de analisar os aspetos e dimensões que afetam a evolução
e o comportamento de doenças que impactam a saúde de uma população (Martin
et al., 2020). Assim, a epidemiologia se dedica à investigação da incidência,
distribuição e estatísticas relacionadas à transmissibilidade e letalidade de
19
doenças. Por meio da epidemiologia, torna-se possível identificar estratégias de
controle para lidar com as enfermidades impostas à sociedade (Dias et al., 2020).
No que diz respeito à Covid-19, observa-se que os estudos
epidemiológicos buscam uma melhor caracterização da doença, compreendendo
o seu comportamento em relação a estímulos sociais, culturais, biológicos e
ambientais. Além disso, envolve uma pesquisa relacionada a propagação,
incidência, distribuição e fatores de risco. No que concerne a alguns aspectos, o
controle da pandemia deriva-se da implementação de medidas protetivas
eficazes, relacionadas ao uso de máscara, higienização das mãos, alimentos e
superfícies de maneira correta, distanciamento físico e, não menos importante,
vacinação em massa. Em relação ao período de incubação do vírus, pode variar
de 2 a 14 dias, sendo este o espaço entre exposição e início dos sintomas. A taxa
de mortalidade, por sua vez, varia de acordo com a idade, presença de outras
condições clínicas, pré-disposições genéticas e histórico de doenças subjacentes.
A prevalência da infecção varia conforme a região geográfica e a fase da
pandemia (Silva e Oliveira, 2020).
É importante destacar que, atualmente, devido à contínua campanha de
vacinação e à rigorosa adesão às precauções anteriormente mencionadas, a
Covid-19 não se mantém mais no patamar de uma pandemia. No entanto, é
imperativo queas medidas de segurança, tanto no âmbito individual quanto
coletivo, juntamente com a manutenção de altas taxas de vacinação,
permaneçam incorporadas em nossos hábitos diários. Isso é essencial para evitar
que o vírus se torne um problema recorrente e de alcance global, assegurando
um futuro mais seguro e saudável para a sociedade. A colaboração contínua e a
responsabilidade compartilhada são cruciais para enfrentar de forma eficaz os
desafios apresentados pela Covid-19 e suas possíveis variantes.
1.4. Fisiopatologia da Covid-19
Apesar de ser classificada como uma doença respiratória, a Covid-19 tem
revelado uma progressão sistêmica em muitos casos, afetando os sistemas
cardiovascular, gastrointestinal, neurológico, hematopoiético e imunológico. Isso
20
indica que o impacto do vírus não se restringe exclusivamente ao sistema
respiratório, mas abrange diversas áreas do organismo (Fleury, 2020).
Após a entrada do SARS-CoV-2 pelas vias aéreas, a infecção é iniciada
com a ligação da glicoproteína S do vírus à Enzima Conversora de Angiotensina
(ACE-2) da célula hospedeira, vale salientar que a ACE-2 pode ser encontrada
em diversos órgãos de um indivíduo. Por endocitose, o vírus entra na célula e
depois libera seu material genético (RNA fita simples sentido positivo) que, por
sua vez, é reconhecido pela maquinaria da célula como próprio material, em
seguida, a RNA polimerase dependente de RNA específica do vírus é produzida.
Depois, a replicase transcreve todo o segmento de RNA fita positiva em uma fita
de RNA complementar, negativa, que serve como um modelo para um conjunto
de RNAs subgenômicos que serão traduzidos em componentes estruturais do
vírus ou ainda, simultaneamente, como molde para a replicação do genoma total
do vírus, utilizado para formar o material genético da nova partícula viral. Os
vírions maduros são transportados por vesículas até a periferia celular e liberados
por exocitose, esse sistema de entrada do vírus ao organismo pode ser
visualizado na figura 2 (Cruz, Lima e Pereira, 2021).
Figura 2 - Mecanismo de invasão do SARS-CoV-2
Fonte: Fiocruz, 2020.
21
A resposta imunológica contra o vírus é complexa e abrange diferentes
fases. Inicialmente, o sistema imunológico ativa uma resposta inespecífica, que
constitui a primeira linha de defesa do organismo. Essa resposta inespecífica é
mediada pelo interferon tipo 1 (IFN-1), desencadeando um processo inflamatório.
Conforme a invasão viral progride e antígenos virais são apresentados na
membrana celular, ocorre um estímulo para a ativação da resposta imunológica.
Isso envolve células B e T especializadas que reconhecem e combatem o
patógeno de forma direcionada. Além da resposta imunológica mediada por
células, a imunidade inata desempenha um papel crucial nesse cenário. O
sistema complemento, por meio das proteínas C3a e C5a, juntamente com
anticorpos, participa ativamente na luta contra o vírus (Kirtipal, Bharadwaj e Kang,
2020).
No que diz respeito à disseminação do SARS-CoV-2 de pessoa para
pessoa, é evidente que ocorre por meio da exposição a partículas contaminadas
presentes no ar. À medida que o vírus penetra no corpo, ele se dissemina para
outras regiões por meio da corrente sanguínea. A interação entre a proteína de
membrana viral e as proteínas da célula hospedeira desempenha um papel crucial
nesse processo de invasão e replicação. Essa afinidade é o que possibilita ao
vírus aderir e penetrar nas células, permitindo, assim, que o SARS-CoV-2 invada
as células hospedeiras e se reproduza, resultando na ampliação da infecção
(Bourgonje et al., 2020).
Em relação ao combate do SARS-CoV-2 através do sistema imunológico, é
possível categorizar a resposta inflamatória em duas fases distintas: resposta
primária e resposta secundária. A resposta primária, por sua vez, entra em ação
imediatamente após o momento da infecção e invasão do vírus, visando
primordialmente a neutralização do patógeno. Por outro lado, a resposta
secundária é desencadeada por um sistema mais especializado: a imunidade
adaptativa. Nesse estágio, os anticorpos neutralizantes desempenham um papel
crucial, coordenando respostas inflamatórias para conter a contínua replicação
viral (Kirtipal, Bharadwaj e Kang, 2020).
22
Outro ponto fundamental relacionado ao SARS-CoV-2 é a diversidade de
variantes que têm surgido ao longo do tempo. Quando um vírus se replica, é
propenso a sofrer alterações no seu material genético, o que resulta em pequenas
modificações conhecidas como mutações. Essas mutações podem influenciar a
maneira como o vírus se transmite, sua capacidade de infectar células e até
mesmo levar a diferentes manifestações de sintomas. É importante ressaltar que
essas mudanças ocorrem naturalmente à medida que o vírus se replica em
diferentes indivíduos e populações, modificando sua estrutura original e dando
origem a novas variantes. Quando uma determinada variante começa a infectar
um grande número de pessoas em diferentes partes do mundo, ela pode ser
classificada como uma linhagem (Instituto Butantan, 2022).
1.5. Exames hematológicos
Os exames hematológicos desempenham um papel fundamental na
avaliação da saúde, uma vez que oferecem informações valiosas sobre a situação
dos órgãos hematopoiéticos, possibilitando a descoberta de possíveis
inconformidades e permitindo diagnósticos, prognósticos e caracterização de risco
para diversas patologias e infecções. Formas de tratamentos personalizados
também podem ser utilizadas a partir dos resultados fornecidos. Entre esses
exames, o hemograma é um dos mais relevantes, uma vez que não se limita
apenas a analisar o sangue em si, mas também identifica possíveis problemas em
órgãos e sistemas do corpo. Portanto, ele desempenha um papel essencial,
sendo uma ferramenta valiosa para a manutenção da saúde e para o diagnóstico
precoce de condições que podem ser tratadas com maior eficácia (Oliveira et al.,
2021).
Nas doenças, é de essencial importância a solicitação de exames
sanguíneos para acompanhamento do paciente, haja visto que o exame físico, por
si só, não é suficiente para avaliação, e, muitas vezes, o paciente não apresenta
sintomas que indiquem alterações importantes. Em diagnósticos, é fundamental
fazer uso dos exames laboratoriais para complementação e embasamento. Para
fins de avaliação do prognóstico de determinadas patologias ou processos
23
infecciosos, por exemplo, o hemograma é uma ferramenta imprescindível (Barros,
2023).
Torna-se importante destacar que os exames laboratoriais são conduzidos
com base em amostras biológicas coletadas de um paciente, com o propósito de
identificar e diagnosticar uma patologia específica, além de estabelecer uma
abordagem terapêutica adequada de uma enfermidade (Silva et al., 2022). Nesse
sentido, os serviços oferecidos pelos laboratórios de análises clínicas
desempenham um papel de extrema relevância no contexto da saúde, sempre
voltados para a formulação de propostas de aprimoramento no setor e
desempenhando um papel essencial na prevenção de doenças, na tomada de
decisões terapêuticas e no diagnóstico preciso (Zanetti, Wolf e Grando, 2022).
1.6. Quadro clínico hematológico na Covid-19
Diante disso, o SARS-CoV-2 tem sido objeto de intensas pesquisas para
compreender melhor os envolvidos na doença e identificar marcadores clínicos e
laboratoriais que podem auxiliar no diagnóstico, prognóstico e manejo dos
pacientes. Dentre os diversos aspectos analisados, as alterações nos parâmetros
hematológicos destacam-se como indicadores importantes da gravidade da
infecção viral e da predição do paciente. Haja visto os diversos fatores de risco
associados à forma grave da doença (Xavier et al., 2020).
Neste contexto, a série vermelha, a série branca e a série plaquetária vêm
sendo alvo de investigação, uma vez que apresentam alterações características
em pacientes com Covid-19. Essas modificações podem fornecer informações
valiosas sobre o envolvimento do sistema hematológicona resposta imune e
inflamação desencadeada pelo vírus, bem como seu impacto na progressão da
doença. Na série vermelha, por sua vez, encontram-se alterações como anemia e
variações nos parâmetros relacionados ao metabolismo do ferro e das hemácias.
Já na série branca, os achados estão relacionados à observação de diferentes
tipos de leucócitos, que podem estar relacionadas à resposta imunológica e
inflamação desencadeada pela infecção viral. Por fim, na série plaquetária, a
24
trombocitopenia, caracterizada pela redução do número de plaquetas sanguíneas,
tem sido observada.
Diante dessas evidências, é nítida a importância do acompanhamento das
alterações hematológicas em pacientes acometidos com SARS-CoV-2, visando a
fisiopatologia e o seu valor clínico. Haja visto que esses marcadores auxiliam de
forma direta no acompanhamento dos pacientes, na identificação precoce das
complicações e na tomada de decisões terapêuticas. Nesse sentido, este trabalho
abordará as principais alterações encontradas no Hemograma, Plaquetograma,
D-Dímero, Ferritina e Ferro Sérico em pacientes com Covid-19, destacando seu
potencial como biomarcadores prognósticos e sua conversão para a prática
clínica.
25
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Avaliar as principais alterações hematológicas nos pacientes acometidos
com o Covid-19 e seu impacto com a infecção e agravamento da doença.
2.2 Objetivos Específicos
● Identificar as principais alterações hematológicas em relação ao
Eritrograma, Leucograma e coagulograma;
● Descrever as avaliações dos parâmetros laboratoriais que serão
observados;
● Avaliar o impacto dessas alterações em relação à infecção do
SARS-COV-2.
26
3. METODOLOGIA
3.1. Tipo da Pesquisa
Trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo, retrospectivo, documental,
exploratório, com consulta em bancos de dados sem possibilidade de
identificação individual.
3.2. Local da Pesquisa
A presente pesquisa teve como lócus de estudo um Laboratório de
Análises Clínicas particular que fica localizado no município de Campina Grande,
referência para atendimento de pacientes com Covid-19. O laboratório
encontra-se dividido em: setor administrativo (digitação, recepção com sala de
espera e administração); setores técnicos (salas de coleta, sala para hematologia
clínica, bioquímica clínica, microbiologia/imunologia clínica, sala para urinálise e
parasitologia clínica, sala para baciloscopia e sala de lavagem de materiais). Cada
setor conta com profissionais treinados e habilitados para a função.
3.3. Coleta de Dados
Para a pesquisa, foi utilizado o sistema de dados do próprio laboratório
(Shift lis), sem possibilidade de identificação individual, onde foram extraídas
informações relacionadas aos parâmetros hematológicos no período de um ano,
sendo entre Junho de 2020 a Junho de 2021.
Foram incluídos os resultados Positivos para Covid-19 e os que
apresentaram associado com o diagnóstico a avaliação de alguns dos
marcadores hematológicos, durante o período mencionado.
Os marcadores Hematológicos avaliados foram: Eritrograma, Leucograma,
Plaquetograma, D-dímero, Ferritina e Ferro sérico.
As informações extraídas e descritas foram referentes às alterações
quantitativas dos analitos em laudos positivos para Covid-19.
27
3.4. Tratamento de Dados
Os dados provenientes do Shift lis foram tabulados e analisados por meio
do programa estatístico Microsoft Office Excel 2019, para a realização de
estatísticas descritivas (frequência, porcentagem e média) para discussões dos
resultados encontrados.
3.5. Considerações Éticas
A pesquisa foi realizada e fundamentada na Resolução n. 510/2016 do
Conselho Nacional de Saúde, especificamente no Art.1º, Parágrafo único, Inciso
V. Na referida resolução é retratado as normas aplicáveis à pesquisas em
Ciências Humanas e Sociais, cujos procedimentos metodológicos envolvam a
utilização de dados diretamente obtidos com os participantes ou de informações
identificáveis ou que possam acarretar riscos maiores do que os existentes na
vida cotidiana. Conforme traz o Parágrafo único, não serão registradas nem
avaliadas pelo sistema CEP/CONEP: V - pesquisa com bancos de dados, cujas
informações são agregadas, sem possibilidade de identificação individual.
28
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com o rápido aumento de pacientes positivos para Covid-19, alguns
parâmetros, relacionados aos resultados de exames, passaram a ter maior
relevância. Dentre esses parâmetros, destacam-se os índices derivados de
exames hematológicos. Levando esses fatos em consideração, foram analisados
1088 resultados, no período de um ano, referentes ao Hemograma,
Plaquetograma, D-dímero, Ferritina e Ferro sérico, realizados em pacientes
diagnosticados com a Covid-19.
4.1. Série Vermelha
Para a avaliação das alterações na série vermelha, utilizaram-se os
seguintes parâmetros: Hemograma (especificamente, o Eritrograma), Ferritina e
Ferro Sérico. Nos laudos analisados, os quais podem ter seus resultados
verificados no Gráfico 1, observou-se a presença de anemia e anisocitose, bem
como o aumento da ferritina e a diminuição do ferro sérico.
Gráfico 1 - Prevalência das alterações hematológicas observadas nos laudos
analisados.
Fonte: Autoria Própria, 2023.
29
O eritrograma é responsável pela contagem de hemácias, sendo capaz de
fornecer informações valiosas sobre essas células, incluindo sua integridade
morfológica e coloração. Esses resultados são apresentados por meio dos índices
de volume corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM),
concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) e amplitude de
distribuição das hemácias (RDW). Além disso, o eritrograma fornece índices
essenciais, como valor de hemoglobina e hematócrito, que sinalizam a
possibilidade de um processo anêmico. Para uma avaliação mais abrangente do
eritrograma, inclui-se a distensão sanguínea, na qual a observação morfológica
dos eritrócitos é realizada, considerando fatores como tamanho, cor, formato e a
possível presença de inclusões intraeritrocitárias (Failace, 2015).
A quantificação do ferro sérico está sujeita a diversas variáveis que
necessitam ser consideradas na análise dos resultados. Observa-se que a
associação com determinadas condições clínicas pode influenciar nos resultados,
requerendo cautela durante a análise na presença de processos inflamatórios
agudos ou crônicos, neoplasias e após infarto agudo do miocárdio, situações em
que os níveis de ferro sérico podem estar reduzidos. Destaca-se que a
determinação do ferro sérico isoladamente possui valor limitado, sendo mais
apropriado quando analisado em conjunto com outros parâmetros, como a
transferrina e a ferritina. Em relação à Ferritina, é observado que é um teste
preciso e muito utilizado para avaliar os estoques de ferro, embora grandes
quantidades estejam estocadas nos tecidos do fígado e baço, somente pequenas
quantidades estão presentes no soro. Entretanto, por se tratar de uma proteína de
fase aguda, a síntese de apoferritina está aumentada em condições inflamatórias,
infecciosas e malignidade (Grotto, 2010).
Ainda não existe um estudo científico comprobatório que explique
detalhadamente a ação do vírus na diminuição de hemoglobina, bem como as
alterações que é capaz de realizar no metabolismo do ferro. Contudo, muitos
relatos da literatura científica demonstram que existe uma ligação direta entre o
SARS-CoV-2 e a diminuição da série vermelha. A análise dos 1088 laudos
30
demonstrou essa prevalência, haja visto que 68% dos indivíduos apresentavam
anemia.
Essa anemia pode ser associada a fatores de risco, como é o caso de
pacientes que possuem outras comorbidades e/ou idade avançada, desfechos
adversos podem estar ligados aos casos. Outro achado importante relacionado a
anemia, é que ela aparece em diferentes tipos de quadro da doença, podendo ser
prevalente em casos leves e graves. Na análise dos laudos apresentados, os
pacientes tiveram um resultado médiode 10,3 g/dL de hemoglobina, a qual pode
ser visualizado na Tabela 1, um padrão baixo, indicativo de anemia quando
relacionado aos valores de referência.
Tabela 1 - Média dos níveis de Hemoglobina, RDW, Ferritina e Ferro sérico
observados nos laudos analisados.
PARÂMETRO MÉDIA
Hemoglobina 10,3 g/dL
RDW 16,30%
Ferritina 520 ng/mL
Ferro sérico 31 μ/dL
Fonte: Autoria Própria, 2023.
Ao revisar e correlacionar diversos artigos, tornou-se evidente que ainda
existem divergências quanto à prevalência de anemia e seu impacto no quadro de
pacientes com Covid-19. Alguns estudos não identificaram resultados
significativos, enquanto outros indicam uma alta prevalência de anemia leve. A
incerteza também persiste quanto ao seu valor preditivo de mortalidade. Um
estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Cincinnati, nos
Estados Unidos, demonstrou que a anemia foi um achado comum, observada em
um terço dos pacientes acometidos. No entanto, eles não encontraram evidências
que demonstrassem que a anemia estivesse fortemente associada à progressão
para doença grave. Além disso, não encontraram associação da anemia a
elevações significativas da ferritina. Suspeitando que a anemia observada
31
estivesse atrelada a comorbidades subjacentes, em vez de uma causa
fisiopatológica (Benoit et al., 2021).
Em outro estudo, este realizado por Taneri et. al. (2020), demonstrou-se
que os níveis de hemoglobina foram significativamente mais baixos em pacientes
com Covid-19 grave, em oposição aos casos moderados. Neste estudo também
foi comprovado que níveis mais baixos de hemoglobina podem ser observados
em pacientes com idade mais avançada, com diabetes, hipertensão e
enfermidades gerais, sugerindo que comorbidades subjacentes à doença podem
desempenhar um papel importante na observação. Possíveis diferenças entre o
presente estudo e os demais vistos são provavelmente explicadas pela
heterogeneidade dos pacientes, ou seja, o quadro clínico apresentado em outras
circunstâncias, as comorbidades adquiridas e também dados demográficos, haja
visto que a Covid-19 pode agir de múltiplas formas a depender dos indivíduos
acometidos.
Em relação a anisocitose, vista em 51% dos casos, é nítido, que nada mais
é que, um RDW fora do valor de referência, a qual tem presença de hemácias de
tamanhos diferentes no sangue. Este parâmetro hematológico está sendo
utilizado, por muitos médicos, como um possível prognóstico, haja visto que tem
sido apontado como um potencial marcador de desfecho no percurso da doença.
Em diversos casos, é possível observar o aumento do RDW em processos
infecciosos, independentemente do sexo. No entanto, o que se tem visto é um
aumento dos índices de acordo com a progressão da doença, ou seja, quanto
mais grave o paciente fica, mais elevado se torna o valor do RDW, sendo assim,
pacientes que chegam a óbito possuem valores ainda mais altos de anisocitose.
O RDW foi um fator independente preditor de mortalidade (Cunha et al., 2022).
O ferro sérico, por sua vez, como visto no Gráfico 1, apresentou-se em
menor quantidade em 48% dos pacientes, essa diminuição se deve ao processo
inflamatório agudo contínuo causado pelo vírus, consequentemente, gerando uma
redução nos seus níveis circulantes. Outro parâmetro de extrema relevância para
análise de pacientes com COVID-19 é a Ferritina, seu aumento foi observado em
32
53% dos casos. Esses valores significativamente aumentados nos pacientes
podem ter relação com quadros severos, podendo ou não, estar relacionados a
comorbidades ou idade avançada.
Sabe-se que a Ferritina pode ter um aumento significativo em condições
inflamatórias/infecciosas como é o caso do vírus SARS-CoV-2. O resultado da
média dos valores de ferritina nesta pesquisa foi elevado, com um valor médio de
520 ng/mL, o qual pode ser observado na Tabela 1. O valor aumentado da ferritina
também contribui para disfunção imunológica, inflamação e estado de
hipercoagulação.
Em consonância com os achados observados, Zhou et. al. (2020)
descreveu que o aumento da retenção e armazenamento de ferro na ferritina nos
macrófagos contribui para a queda característica nas concentrações séricas de
ferro e um aumento nas concentrações séricas de ferritina, conforme observado
em uma resposta de fase aguda. O resultado líquido será uma disponibilidade
diminuída de ferro para a eritropoiese e, como resultado, um agravamento
adicional da anemia.
Como já citado anteriormente, os mecanismos utilizados pelo SARS-CoV-2
sob a Série Vermelha ainda não foram completamente esclarecidos. No entanto,
os níveis elevados de ferritina, em conjunto com baixos níveis de ferro sérico,
indicam uma possível anemia por inflamação, a qual pode contribuir para agravar
o quadro clínico devido à redução no fornecimento de oxigênio aos tecidos
periféricos. Quanto ao RDW, sugere-se que o estado hiperinflamatório causado
pela Covid-19 pode influenciar a resposta da medula óssea à eritropoietina,
resultando em alterações na estrutura das hemácias, aumentando sua fragilidade
e variabilidade de tamanho.
4.2 Série Branca
Observou-se, posteriormente, os resultados apresentados na série branca,
com foco em específico no Leucograma. A análise centrou-se, sobretudo, nas
diferenciações celulares encontradas, assim como no perfil dos pacientes
33
afetados pelo vírus. Inicialmente, destaca-se a importância da verificação da
Leucometria, para que a posteriori possa ser visualizado e discutido as mudanças
na diferenciação celular leucocitária.
Ao analisar o laudo referente a Leucometria dos 1088 pacientes
acometidos com COVID-19, através do Gráfico 2, foi perceptível que quase
metade destes, cerca de 45%, estavam com Leucopenia, ou seja, com um
número de leucócitos abaixo do valor de referência, 28% apresentou Leucocitose,
isto é, uma quantidade de Leucócitos acima do valor de referência. Por fim, 27%
apresentou uma leucometria normal, dentro dos valores esperados.
Gráfico 2 - Perfil de Leucometria observado nos laudos analisados.
Fonte: Autoria Própria, 2023.
Por meio dos dados fornecidos no Leucograma, é possível obter uma visão
sistêmica e abrangente sobre a resposta imune do paciente. Isso é evidenciado
tanto pela contagem total de leucócitos quanto pela contagem diferencial, que
permite avaliar os valores individuais de cada tipo de glóbulo branco (Failace,
2015). Dessa maneira, ao observar os resultados apresentados no Leucograma é
possível visualizar uma heterogeneidade em relação aos números encontrados,
34
demonstrando que a doença age de diferentes modos em cada um dos
indivíduos, diferindo-os de acordo com outras condições de saúde apresentadas.
Ao longo da infecção pelo SARS-CoV-2, os leucócitos apresentam
alterações significantes - em número e função - a qual variam em curso e
gravidade da doença. Sendo assim, a série branca se torna um forte marcador na
busca de um prognóstico confiável. De forma geral, na fase inicial da doença, a
contagem de leucócitos se mostra com configuração normal ou discretamente
reduzida, esse fato pode ser visualizado nos diversos tipos de pacientes. A
depender do grau da doença e avanço da mesma, passa a ocorrer modificações
quantitativas nas células brancas, sendo elas, diminuição significativa de
leucócitos - leucopenia -, ou aumento - leucocitose. Vale salientar que esses
exames são repetidos ao longo de todo o período de internação do paciente, nos
casos que demandam hospitalização, servindo como acompanhamento de
evolução do quadro (Fleury, 2020).
Em uma pesquisa realizada por Henry et al. (2020), foi mencionado que
pacientes com Covid-19 grave possuem propensão significativa para um aumento
na contagem de Leucócitos, indicando, dessa maneira, agravamento clínico e
maior risco de resultados adversos. Ainda neste estudo, foi possível visualizar que
a Leucocitose demasiada era advinda da quantidade exacerbada de neutrófilos. O
Autor justifica que os pacientes que mais tiveram essas observaçõeschegaram a
óbito, sendo um achado de extrema importância na prática clínica.
Divergentemente ao estudo supracitado anteriormente, a qual evidencia a
leucocitose, a pesquisa de Guan et al. (2020) demonstra que os indivíduos que
apresentaram a doença grave apresentaram leucopenia e linfopenia (contagem
de linfócitos reduzidos) mais marcantes em comparação com os que tinham a
forma leve da doença. Essa diminuição progressiva dos leucócitos é atribuída à
redução do número de linfócitos, a qual sofre invasão contínua do SARS-CoV-2,
levando a sua proliferação e subsequente morte. De acordo com as Diretrizes
para o Diagnóstico e Tratamento da Infecção pelo Novo Coronavírus, a diminuição
35
progressiva dos linfócitos é usada como um indicador clínico de alerta precoce de
casos graves e críticos (Ministério da Saúde, 2023).
Em conformidade com as informações citadas previamente, é nítido a
heterogeneidade no comportamento da doença, então diferentes tipos de caso
podem ser apresentados. Nesse sentido, é importante compreender que os
quadros de leucocitose e leucopenia são passíveis de acontecer em pacientes
com doenças infecciosas, de modo que é um resultado esperado em
pacientes com a Covid-19. A leucocitose, por sua vez, pode acontecer devido
a uma infecção do organismo ou na presença de algum agente estranho, como é
o caso do SARS-CoV-2, agente esse, que as células de defesa estão tentando
combater. Já a leucopenia, pode ocorrer em casos de infecção, desnutrição e
também pela presença de doenças autoimunes (Lima, 2021).
Essas alterações significativas, a qual foram previamente supracitadas,
podem ser explicadas ao relacioná-las, ainda mais, com a contagem diferencial de
leucócitos. Haja visto que a leucocitose pode ser explicada primariamente pela
neutrofilia, que está relacionada aos casos severos da doença. Os neutrófilos, por
sua vez, compõem a maior parte dos leucócitos no sangue periférico de adultos
saudáveis e desempenham um papel crucial na ativação do sistema imunológico.
Eles representam a linha de defesa celular mais significativa durante infecções,
dessa maneira, podendo se apresentarem de forma imatura, através de células
encontradas na linhagem mielóide, sendo elas, sucessivamente, mieloblasto,
promielócito, mielócito, metamielócito, bastão e, por fim, a célula mais madura
destas supracitadas, os neutrófilos segmentados. No entanto, é importante
observar que os neutrófilos também foram reportados como mediadores de
efeitos prejudiciais ao hospedeiro durante infecções (Naumenko et al., 2018).
Sendo assim, é nítido que a contagem diferencial é de suma importância
para um detalhamento mais coerente do quadro clínico do paciente. Dessa
maneira, a análise dos laudos, referente aos 1088 pacientes, observada no
Gráfico 3, demonstra a presença de Neutrofilia em 47% dos casos - aumento de
neutrófilos no sangue; em 68% dos casos foi observado a Linfopenia - diminuição
36
dos linfócitos no sangue; cerca de 28% apresentou Monocitose - aumento do
número de monócitos no sangue; em 17% dos casos houve Monocitopenia -
diminuição do número de monócitos; e em 21% dos pacientes foi possível
visualizar a Eosinopenia - diminuição de eosinófilos.
Gráfico 3 - Prevalência das alterações na contagem diferencial observadas nos
laudos analisados.
Fonte: Autoria Própria, 2023.
Além dos dados já apresentados, a qual descrevem um quadro homogêneo
em relação a neutrófilos, linfócitos e eosinófilos, e heterogêneo relacionado aos
monócitos, também foi possível visualizar um Desvio a Esquerda, ou seja, existe a
presença de células imaturas na corrente sanguínea, isso se deve, sobretudo, a
necessidade de mais células no controle de defesa e/ou consumo de neutrófilos,
fazendo com que a medula óssea libere premeditadamente células imaturas, ou,
como conhecidas, não segmentadas (Fleury, 2020).
A elevação dos neutrófilos, constatada em 47% dos casos, manifesta-se
nos primeiros dias da infecção e tende a diminuir antes ou imediatamente após o
tratamento. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, a neutrofilia desempenha
um papel crucial na fisiopatologia da Covid-19, uma vez que essas células
infiltram os capilares pulmonares, resultando em extravasamento para o espaço
37
alveolar, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da Síndrome Respiratória
Aguda Grave (Fiocruz, 2020).
Durante o curso da COVID-19 os neutrófilos são ativados de forma
persistente e isso desencadeia uma superprodução, fazendo com que os mesmos
se acumulem nos tecidos, podendo gerar, dessa maneira, oclusão vascular e
microtrombos, no tecido pulmonar, no fígado e nos rins. Buscando informações
mais claras acerca do comportamento dos neutrófilos, foi sugerido que a
neutrofilia estaria associada a quadros de infecções bacterianas secundárias,
devido à imunossupressão causada pelo vírus SARS-CoV-2, mas a maioria dos
pacientes apresentava neutrofilia no estágio inicial da doença, dos quais não
haviam sido detectadas infecções bacterianas (Cavalcante et al., 2021).
A linfopenia, por sua vez, configura-se como uma alteração muito comum
na COVID-19, com uma estimativa de prevalência em 68% dos pacientes, como
pode ser observado no estudo em questão. Essa é a anormalidade mais
frequentemente observada, com um impacto, principalmente, na afecção dos
linfócitos T. Pressupõe que a redução no número de linfócitos pode ocorrer por
duas causas distintas: a primeira delas está associada à invasão direta dos
linfócitos pelo SARS-CoV-2, seguida pela lise celular; a segunda causa envolve a
atrofia de órgãos linfáticos secundários devido à intensa atividade de citocinas,
interrompendo a rotatividade linfocitária e levando à apoptose dessas células.
Ademais, é visto que a linfopenia contribui para progressão da doença grave
(Fleury, 2020).
Em alguns outros estudos, como é o caso de Tan et al. (2020) foi
visualizado que ao decorrer da doença, com a passagem de casos leves para
casos graves, houve uma diminuição gradual da porcentagem de linfócitos
circulantes. Além do mais, em sua pesquisa foi descrito que quando a doença
começou a melhorar, a porcentagem de linfócitos também começou a aumentar
para níveis normais ou quase normais. Sendo assim, ficou claro que os pacientes
que tiveram níveis persistentes de linfopenia, geralmente tinham um mau
prognóstico.
38
A contagem de neutrófilos e linfócitos desempenha um papel crucial na
predição de desfechos, sendo mais elevada em pacientes graves. Além disso, a
razão entre o aumento de neutrófilos e a diminuição de linfócitos também se
apresenta aumentada, indicando a presença concomitante de neutrofilia e
linfopenia nestes pacientes. O estado inflamatório das pessoas acometidas pelo
vírus provavelmente contribui para o aumento da apoptose de linfócitos e
recrutamento adicional de neutrófilos, de forma a elevar a razão supracitada
(Martins et al., 2019)
Em relação aos monócitos, não existem estudos conclusivos sobre as
condições as quais possam afetá-los. Visto isso, é nítido uma presença
heterogênea, a qual 25% dos pacientes apresentam Monocitose, 17%
apresentam Monocitopenia, e 58% possuem número normais destas células
sanguíneas. Sendo assim, a viabilidade de monócitos como biomarcadores
prognósticos se mantém controversa, mesmo diante de alterações morfológicas e
funcionais nessas células, como o tamanho maior e fenótipo inflamatório.
No mais, a contagem de monócitos no sangue periférico varia de acordo
com o estágio da doença e sofrem divergências nos diferentes estudos. Sun S. et
al. (2020), relataram que a contagem de monócitos em pacientes internados na
UTI foi menor do que em pacientes com doença leve. Matic et al. (2020) e Zhang
D. et al. (2020), informaram que a contagem de monócitos estava dentro do
intervalo de referência, porém, eram células maiores e estavam relacionadas a
um fenótipo inflamatório. Já Pirsalehi et al. (2021), mostrou que houve monocitose
nos pacientes em estado grave, no entanto, não foiuma descoberta
estatisticamente significativa (Coradi e Vieira, 2021).
A elevação no número de monócitos na Covid-19 é notável ao ser
comparada a outros tipos de infecções, como é o caso da Influenza. No entanto,
também pode ser observado uma diminuição dos monócitos, especialmente em
indivíduos mais graves, enquanto outros sequer mostram diferença em
comparação a indivíduos saudáveis. Contudo, a falta de consenso entre as
39
evidências atuais impede uma avaliação definitiva da capacidade prognóstica
dessas observações (Meidaninikjeh et al., 2021).
A presença aumentada de Eosinófilos, por sua vez, no hemograma
geralmente está associada a um marcador infeccioso. Entretanto, em 21% dos
casos de pacientes com Covid-19, observa-se uma eosinopenia, ou seja,
indicativo de uma diminuição no número de eosinófilos, considerada um fator ruim
de prognóstico e frequentemente presente em pacientes graves. Alguns estudos
sugerem, como é o caso de Liu et al. (2020) que a presença de eosinofilia -
número aumentado de eosinófilos - em pacientes acometidos com o vírus pode
ser indicativo de recuperação.
Os eosinófilos desempenham um papel significativo na resposta imune
adaptativa e na imunidade inata, apresentando capacidade pró-inflamatória e
destrutiva. Sendo eles, os principais leucócitos encontrados em infecções
parasitárias e reações alérgicas, podem também desempenhar funções vitais no
organismo na defesa contra vírus e bactérias, pelo fato de sintetizar, armazenar e
liberar uma gama de citocinas pró-inflamatórias. A eosinopenia na COVID-19 é
um mecanismo ainda um pouco incerto, mas é provável que seja causada pelo
aumento da migração dessas células nas vias aéreas e aos locais infectados pelo
vírus (Pereira et al., 2021).
Em última análise, é visto que a infecção por Covid-19 está associada a
uma tempestade de citocinas, caracterizada pelo desequilíbrio nas respostas
imunológicas, resultando em uma elevada liberação de fatores pró-inflamatórios,
especialmente em pacientes críticos, o que causa, dessa maneira, diversas
mudanças na contagem diferencial de células brancas (Brandão, 2020).
4.3 Série Plaquetária e D-Dímero
As Plaquetas, relacionadas a outros fatores, como é o caso do D-Dímero,
são os principais responsáveis pela coagulação sanguínea. Isso, de fato, ressalta
a importância da monitorização deste índice hematológico relacionado a doenças,
haja visto possíveis alterações que possam causar coágulos ou, até mesmo,
40
hemorragias. Nesse contexto, a análise de possíveis casos de trombocitopenia ou
trombocitose deve ser realizada.
Quando se trata, especificamente, do Covid-19 e dos quadros plaquetários
analisados, vistos no Gráfico 4, é perceptível que cerca de 58% dos pacientes
apresentaram Trombocitopenia, ou seja, redução no número de plaquetas
presentes no sangue e cerca de 21% dos pacientes apresentou Trombocitose,
aumento no número de plaquetas no sangue, os outros 21% estavam dentro do
número de referência normal. Além do supracitado, também foi possível a
observação, em 31% dos casos totais, de plaquetas imaturas. Essas alterações
mencionadas tem despertado interesse como possíveis marcadores de gravidade,
bem como prognóstico da doença, haja visto a associação do vírus com a
formação de trombos e complicações trombóticas.
Gráfico 4 - Prevalência das alterações plaquetárias observadas nos laudos analisados.
Fonte: Autoria Própria, 2023.
*Fração Plaquetas imaturas: IPF.
Em pacientes positivados para COVID-19, a alteração mais frequente na
série plaquetária é a trombocitopenia, presente em 58% dos casos. Importante
41
destacar que a incidência dessa condição varia conforme a gravidade da doença;
em casos mais leves, a contagem de plaquetas pode permanecer normal ou
levemente elevada, como observado em 21% dos pacientes. Geralmente, os
casos mais críticos são aqueles que apresentam complicações e,
consequentemente, a plaquetopenia (diminuição do número de plaquetas).
Para compreensão do comprometimento das plaquetas é necessário
relacioná-las com a atuação do SARS-CoV-2 no organismo. O vírus, por sua vez,
infecta células epiteliais pulmonares, resultando na liberação de citocinas
inflamatórias, dessa maneira, o sistema microvascular pulmonar é danificado,
levando a ativação anormal do sistema de coagulação, consequentemente,
resultando em vasculites pulmonares - processo inflamatório na parede do vaso
sanguíneo. Ademais, é visto que a coagulopatia associada ao vírus pode se
comportar como uma Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD), a qual é
uma síndrome adquirida, caracterizada pela ativação anormal e excessiva de
trombina e fibrina no sangue circulante. Esses achados podem ter um impacto
substancial na disfunção dos pacientes acometidos (Fleury, 2020).
Diversos estudos têm evidenciado uma associação marcante entre a
trombocitopenia e a gravidade da infecção pelo SARS-CoV-2. Da mesma
maneira, Neto et al. (2020) descreve que a melhoria da trombocitopenia nesses
pacientes tem se mostrado um indicador positivo de recuperação clínica e de
maior sobrevida. Desse modo, as evidências sugerem que a trombocitopenia
pode funcionar como um biomarcador confiável de gravidade e de piora clínica
durante a internação hospitalar em indivíduos infectados pelo SARS-CoV-2,
especialmente considerando a ampla disponibilidade do exame.
Outra alteração identificada em pacientes com COVID-19 é a presença de
uma maior fração de plaquetas imaturas (IPF, %), indicando uma associação da
doença com uma produção aumentada de plaquetas jovens em resposta a um
consumo plaquetário elevado (Sorendino et al., 2021). Na pesquisa conduzida,
33% dos laudos evidenciaram a presença de plaquetas imaturas, sugerindo que
essas podem ser observadas mesmo em pacientes com contagens plaquetárias
42
dentro da faixa de normalidade. Sabe-se que as plaquetas imaturas são mais
funcionais, o que representa um possível mecanismo para explicar os eventos
trombóticos observados na COVID-19.
Ainda em relação à coagulação, outro parâmetro de grande relevância e
importância no contexto da Covid é o D-Dímero, a qual se trata do produto da
degradação de fibrina, em outras palavras, é um componente específico formado
durante o processo de degradação de coágulos. No Gráfico 5 é possível observar
que 57% dos pacientes positivados para o vírus SARS-CoV-2 apresentou um
aumento significativo na quantidade de Dímeros D no sangue.
Gráfico 5 - Aumento de D-dímero observadas nos laudos analisados.
Fonte: Autoria Própria, 2023.
A disfunção da coagulação tem-se revelado como uma das principais
causas de morte em pacientes com COVID-19 grave, e há evidências de que
esses pacientes apresentam uma rápida evolução para Coagulação Intravascular
Disseminada. Contudo, é notável que as anormalidades da coagulação surgem
precocemente nos pacientes afetados pela doença, demonstrando que estão
presentes também em pacientes com estágio leve, isso pode ser evidenciado pelo
43
aumento significativo dos níveis de D-Dímero ao longo da doença. Essa elevação
sugere que as complicações tromboembólicas podem estar diretamente
relacionadas à rápida deterioração respiratória observada nesses pacientes
(Fleury, 2020).
Ao vislumbrar os dados de coagulação apresentados, foi nítido que a
Trombocitopenia e o aumento do D-Dímero são prevalentes em pacientes
acometidos. Para tanto, a Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia
recomendou a utilização de tromboprofilaxia com heparina de baixo peso
molecular em todos os pacientes internados com COVID-19, bem como,
incentivou a monitorização regular dos níveis de D-Dímero e a contagem de
plaquetas. A presença conjunta de trombocitopenia e aumento do D-Dímero
sugere uma possível elevação no quadro de gravidade em pacientes com
COVID-19.
44
5. CONCLUSÃO
Na literatura foram relatadas diversas alterações nos parâmetros
hematológicos de pacientes diagnosticados com COVID-19, sendo a maioria
relacionada a anormalidadesquantitativas, tanto em índices fornecidos no
hemograma quanto em parâmetros calculados a partir dele. Nesse sentido, é
admissível concluir que a realização do Hemograma, aliada ao Ferro Sérico,
Ferritina e D-Dímero é de extrema importância para o detalhamento de um
prognóstico da doença.
Adicionalmente, é crucial ressaltar que a interpretação dos resultados
fornecidos no laudo pode indicar o provável estágio da doença, assim como a
gravidade do quadro apresentado. Além disso, a realização periódica desses
exames possibilita o acompanhamento da profilaxia empregada, com o intuito
principal de averiguar o avanço efetivo dos resultados, o qual contribui para a
recuperação da saúde do paciente.
No que diz respeito a outros testes relacionados a Covid-19, como é o caso
do RT-PCR por exemplo, é possível observar que apresentam algumas limitações,
uma vez que não constituem um diagnóstico direto e que podem ter seus
resultados influenciados pelo tempo de infecção. Isso ocorre porque as
quantidades de anticorpos produzidas nos primeiros dias da infecção são baixas,
o que pode resultar na não detecção desses anticorpos nos testes. Sendo assim,
o Hemograma completo, relacionado a níveis de ferro sérico, ferritina e d-dímero
se tornam ótimos aliados na determinação da doença, bem como, no
acompanhamento da mesma.
É importante destacar que a realização de todos esses testes demanda a
execução em laboratórios especializados, conduzidos por profissionais
devidamente treinados, em condições experimentais específicas e em
conformidade com os padrões de segurança biológica apropriados. Este
cuidadoso processo assegura a precisão e confiabilidade dos resultados obtidos,
garantindo a integridade e a segurança tanto dos profissionais envolvidos quanto
dos pacientes.
45
Por fim, de forma geral, é nítida a conclusão da presença de alterações nos
níveis hematológicos, a qual descrevem padrões de modificações causados pelo
SARS-CoV-2 nos pacientes. Em relação ao leucograma, é visto que o mesmo
tem-se mostrado o mais afetado, o que justifica, de fato, a fisiopatologia da
doença, que cursa com uma inflamação generalizada, porém, não o único, uma
vez que alterações eritrocitárias e plaquetárias também já foram descritas e são
de extrema importância para um diagnóstico confiável. No mais, averigua-se a
necessidade de acompanhamento de níveis de Ferritina e D-dímero como
marcadores de inflamação mais séria e comprovação de casos mais graves.
Levando todas essas informações em consideração, os grupos em geral da área
de saúde podem tomar decisões mais rápidas e assertivas para cada caso de
Covid-19, a fim de evitar evolução para formas graves da doença.
46
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