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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA
Interpretação e intelecção de textos e Elementos do processo de comunicação...............2
Caderno de Questões.......................................................................................................6
Os implícitos textuais: inferências, depreensões, pressupostos e subentendidos............11
Caderno de Questões.....................................................................................................13
Fatores da textualidade: coesão, coerência e intertextualidade......................................15
Caderno de Questões.....................................................................................................18
Reconhecimento de tipos e gêneros textuais...................................................................30
Caderno de Questões.....................................................................................................34
Estratégias argumentativas e Funções da linguagem.....................................................42
Caderno de Questões.....................................................................................................45
A linguagem figurada: figuras e vícios de linguagem....................................................51
Caderno de Questões.....................................................................................................55
Semântica: sinônimos, antônimos, homônimos, parônimos; polissemia; conotação e
denotação.........................................................................................................................62
Caderno de Questões.....................................................................................................64
Acentuação Gráfica.........................................................................................................70
Caderno de Questões.....................................................................................................76
Ortografia e acentuação...................................................................................................82
Caderno de Questões.....................................................................................................86
Estrutura e formação de palavras (processos de formação de palavras)........................90
Caderno de Questões.....................................................................................................97
Morfologia: as 10 classes morfológicas........................................................................102
Caderno de Questões...................................................................................................190
Sintaxe da oração: termos essenciais, integrantes e acessórios. Sintaxe do período
composto: relações de coordenação, subordinação e emprego de conectores..............191
Caderno de Questões...................................................................................................195
Concordância verbal e nominal.....................................................................................200
Caderno de Questões...................................................................................................208
Regência verbal e nominal............................................................................................212
Caderno de Questões...................................................................................................217
Emprego do acento grave: crase....................................................................................221
Caderno de Questões...................................................................................................225
Emprego e colocação dos pronomes oblíquos...............................................................229
Caderno de Questões...................................................................................................233
Emprego dos sinais de pontuação..................................................................................236
Caderno de Questões...................................................................................................240
Reconhecimento de frases corretas e incorretas (correção
gramatical).....................................................................................................................245
Caderno de Questões...................................................................................................258
ANEXO Correspondência oficial: Manual de Redação da Presidência da
República.......................................................................................................................262
Caderno de Questões...................................................................................................452
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Atendimento pré-hospitalar do politraumatizado: ABCDE do trauma, transporte do
politraumatizado, cinemática do trauma, prevenção do trauma, resgate veicular........459
Atendimento de urgência e emergência frente a distúrbios cardiovasculares,
neurológicos, metabólicos, respiratórios, gineco-obstétricos, pediátricos e
psiquiátricos...................................................................................................................461
Traumatismos não-intencionais, violência e suicídios..................................................463
Atendimento ao trauma cranioencefálico, de coluna, músculo-esquelético, torácico e
abdominal......................................................................................................................463
Situações especiais de ressuscitação: hipotermia, afogamento, parada cardíaca associada
ao trauma, choque elétrico e eletrocussão.....................................................................464
Princípios gerais de biossegurança................................................................................465
Aspectos éticos e deontológicos do exercício da enfermagem......................................471
Vítima com queimadura, Hemorragias (venosa e arterial), Feridas e intoxicação
exógena..........................................................................................................................472
Estados de choque: etiologia e quadro clínico...............................................................475
Avaliação do coma (escala de Glasgow) Código "Q"...................................................476
Alfabeto Fonético..........................................................................................................476
Ética e Legislação Profissional......................................................................................477
Caderno de Questões...................................................................................................479
LÍNGUA PORTUGUESA
1
ELEMENTOS DO PROCESSO DE
COMUNICAÇÃO
INTERPRETAÇÃO E
INTELECÇÃO TEXTUAL
2
INTERPRETAÇÃO E INTELECÇÃO TEXTUAL
Leia os quadrinhos.
1. Nessa tira, há duas personagens em situação de diálogo.
a) No primeiro quadrinho, quem é a personagem que fala, ou seja,
quem é o locutor?
b) Ainda no primeiro quadrinho, quem faz o papel de ouvinte, ou
seja, de interlocutor?
2. Quem exerce o papel de locutor e o de interlocutor no segundo
quadrinho?
3.Ambas as personagens, quando são locutoras, têm uma
mensagem para transmitir. Qual éa mensagem de cada uma?
4.Somente no terceiro quadrinho o diálogo entre as personagens
faz sentido. É nele que se constrói o humor da tira. Explique como
e por quê.
Na tira, as personagens estabelecem um diálogo para a
comunicação de suas ideias. A comunicação tem como objetivo a
transmissão de mensagens. É necessário que exista a intenção de
comunicar e a possibilidade de uma interação – efeito perceptível
na reação de um dos participantes em relação ao outro –, para que
haja a comunicação.
MENSAGEM
é a informação (sinais codificados, língua, no contexto) que um
emissor (locutor) transmite a um receptor (interlocutor) por
meio de um canal.
COMUNICAÇÃO
ocorre quando a mensagem transmitida é decodificada, ou seja,
quando ela é compreendida.
CÓDIGO, LÍNGUA E LINGUAGEM
Veja os quadrinhos a seguir:
1. Procure descrever o que faz a personagem Rose nesta
sequência de quatro quadrinhos.
2. Em que quadrinho se estabelece o humor da tira? Como
ele acontece?
3. De que recursos o quadrinista se utilizou para transmitir
sua mensagem?
CONCEITUAÇÃO
O autor emprega alguns códigos, que são sistemas de sinais ou de
símbolos preestabelecidos entre emissor e receptor, para comunicar
suas ideias. Assim, existem sistemas de sinais em forma gráfica
(letras – que podem formar outros sistemas de sinais, como
palavras e textos –, algarismos– que podem formar números mais
ou menos complexos –, sinais de trânsito com letras, etc.), em
forma sonora (sons da voz humana, de instrumentos, etc.) e em
forma visual (gestos, sinais de trânsito com imagens, expressões
fisionômicas, fotos, pinturas, etc.). Como vimos na tira, uma letra
(Z) pode ser símbolo de sono, assim como um som (apito de
fábrica) pode ser símbolo de entrada ou saída de trabalho e uma
imagem (punho com mão fechada) pode simbolizar revolta. Essas
formas podem aparecer mescladas, desde que utilizem códigos
previamente conhecidos por locutor e interlocutor. As línguas
constituem os códigos mais empregados na comunicação; em
nosso país, esse código é a língua portuguesa.
CÓDIGO
É um sistema de sinais preestabelecido entre emissor (locutor) e
receptor (interlocutor) empregado para a transmissão de
mensagens.
LÍNGUA
Leia a seguinte tira.
Na
tira,
Calvin
comunica ao pai a posição nada confortável que ele, pai, tem na
“empresa” familiar. Embora o filho tente pressioná-lo, a situação
parece não mudar, pois o pai de Calvin não se deixa abalar com a
informação e continua lendo despreocupadamente o jornal,
frustrando o menino em seu objetivo: ganhar um DVD.
Observe que a intenção de Calvin está claramente expressa por
meio de palavras já conhecidas, por isso é compreendida pelo pai e
por nós, leitores. O uso de um mesmo código, ou seja, a língua
portuguesa, é que permite essa perfeita integração.
3
A língua é um instrumento de comunicação, ou seja, é um sistema
de sinais vocais e, muitas vezes, gráficos, pertencente a uma
comunidade ou a um grupo social. A língua, portanto, pode sofrer
modificações apenas pela ação da comunidade e não de um único
indivíduo.
A língua expressa-se por meio de palavras, faladas ou escritas,
porém conhecer o significado das palavras, ou seja, ter um bom
vocabulário não garante um melhor desempenho na combinação
dessas mesmas palavras.
É necessário conhecer, também, determinadas leis de combinação
entre elas, para que haja clareza na sua organização e na expressão
do pensamento. Veja, neste exemplo, a falta de sentido da frase:
Na eficaz mais comunicação é palavra instrumento o a.
A compreensão da frase não foi possível, porque as palavras estão
soltas e não obedecem a algumas leis de combinação básicas
dentro do português do Brasil, como, por exemplo, a ordem SVO,
sujeito-verbo-objeto, típica da língua portuguesa e de tantas outras.
Observe agora:
A palavra é o instrumento mais eficaz na comunicação.
Considerada um bem público e coletivo, a língua existe
independentemente de nós; portanto, um só indivíduo não pode
criá-la ou modificá-la. Ela constitui uma espécie de contrato
estabelecido entre as pessoas para uso comum e apresenta
mudanças em sua evolução.
LÍNGUA
é um sistema de sinais comum a todos os indivíduos de uma
determinada comunidade
LINGUAGEM
Observe o cartum e a tira seguintes.
Em seu cartum, Quino sugere, por meio de linguagem não-verbal
(ou visual), que os homens de negócios estão proibidos de ter
sentimentos porque não há tempo para isto. O poste com o coração
interditado simboliza a proibição de afeto, e um dos executivos,
olhando preocupado para o relógio, representa a falta de tempo,
sempre precioso no mundo dos negócios.
Na tira, a comunicação entre Zoé e sua mãe ocorre por meio de
linguagem verbal e não-verbal. A garota emite sons de satisfação,
simbolizados pelas letras HMM em negrito, e troca palavras com
sua mãe sobre a qualidade das almôndegas. O que parecia
inicialmente ser um elogio, na verdade é uma crítica, causadora do
humor da tira.
Os seres humanos têm a capacidade de representar o pensamento
por meio de sinais codificados que permitem a comunicação e a
interação entre eles. Essa capacidade chama-se linguagem.
As várias formas de linguagem criadas pelo ser humano podem ser
identificadas em dois grupos: o da linguagem verbal, como a
língua, que tem a palavra por sinal, e o das linguagens não-verbais,
como a música, que tem o som por sinal, a dança, que tem o
movimento por sinal, a mímica, que tem o gesto por sinal, a
pintura, a fotografia e a escultura, que têm a imagem por sinal, etc.
As linguagens verbais e não-verbais podem se misturar, a exemplo
da tira e do cartum já vistos.
LINGUAGEM
é a propriedade do ser humano de representar o pensamento por
meio de sinais codificados com o intuito de comunicar-se com
outro ser humano.
Abordagem popular
A interpretação de texto é uma habilidade essencial que nos
permite compreender, analisar e extrair significado das
informações escritas. Trata-se da capacidade de entender o que um
texto comunica, identificar ideias principais, inferir significados
4
implícitos e conectar informações. Ao dominar essa habilidade,
torna-se mais fácil absorver conhecimento, comunicar-se de forma
eficaz e tomar decisões fundamentadas. A interpretação de texto
não se limita apenas à compreensão literal das palavras, mas
envolve a capacidade de contextualizar, questionar e extrair o
verdadeiro sentido por trás do texto. É uma ferramenta valiosa em
diversas áreas da vida, desde a educação até o ambiente
profissional e pessoal.
Texto é um conjunto coerente de enunciados, os quais podem
serem escritos ou orais. Trata-se de uma composição de signos
codificada sob a forma de um sistema e que forma uma unidade de
sentido.
O texto tem intenção comunicativa: através dos seus signos,
procura transmitir uma determinada mensagem que adquire sentido
de acordo com o contexto.
O que é contexto?
É a situação concreta a que o texto se refere, logo todo texto tem
um contexto. Há diferentes tipos de contextos (social, político,
cultural, estético, esportivo, educacional, histórico...) e sua
identificação é fundamental para que se possa compreender bem o
texto.
Compreensão e Interpretação
Compreensão ou Intelecção de Texto – Consiste em analisar o
que realmente está escrito, ou seja, coletar dados do texto.
Interpretação de Texto – Consiste em saber o que se infere
(conclui) do que está escrito.
Compreensão (está no texto):
Segundo o texto...
O autor/narrador do texto diz que...
O texto informa que...
No texto...
Interpretação (está fora do texto): Depreende-se, infere-se,
Conclui-se...
O texto permite deduzir que...
É possível subentender-se a partir do texto que...
Qual a intenção do autor quando afirma que...
MAPA MENTAL – Interpretação de Textos
Fonte: Jaula Cursos, 2023
5
CADERNO DE QUESTÕES – INTERPRETAÇÃO E
INTELEÇÃO TEXTUAL, ELEMENTOS DE
COMUNICAÇÃO.
Questão 1
Observe o seguinte texto:
“A auditoria ambiental é uma ferramenta de gestão ambiental
definida pela norma NBR ISO 14.010 como um “processo
sistemático e documentado de verificação, executado paraobter e
avaliar, de forma objetiva, evidências de auditoria para determinar
se as atividades, eventos, sistemas de gestão e condições
ambientais específicos ou as informações relacionadas a estes
estão em conformidade com os critérios de auditoria e para
comunicar os resultados deste processo ao cliente”. Assim, é
considerado um procedimento realizado por profissionais técnicos
ou empresas terceirizadas, gerido por um auditor líder e executado
por uma equipe preparada, visando avaliar o desempenho e o
comprometimento ambiental de empresas e indústrias.” (Auditoria
ambiental – M.C.R.Manzano).
O texto começa por uma definição do que é “auditoria ambiental”.
Assinale a afirmação incorreta sobre a forma dessa definição.
a) Uma definição se inicia sempre por um vocábulo de conteúdo
geral que, nesse caso, é “ferramenta”.
b) Após o termo geral, há uma especificação de seu significado
que, nesse caso, é “de gestão ambiental”.
c) Dentro da definição inicial ocorre a presença de uma segunda
definição mais específica do termo inicial.
d) A indicação da norma legal tem a função de garantir a
existência desse tipo de auditoria.
e) Após o texto da segunda definição, há uma maior explicitação
dos termos da definição legal.
Questão 2
Texto
“Quando deve ocorrer uma auditoria empresarial?
É preciso se livrar da convicção de que uma auditoria só é
necessária quando as coisas não vão bem – porque ela deve ser
feita quando está tudo bem, quando tudo está em perfeitas
condições, pois isso pode garantir a ordem nos negócios a longo
prazo
Quanto maior a empresa, mais provável é que os pontos-chave
exijam auditorias completas e frequentes – isso pode ser feito por
especialistas internos qualificados ou consultores externos.
Para determinar se sua empresa precisa de uma auditoria,
considere se as informações em uma área específica são
suficientemente transparentes, claras e seguras. Se não,
definitivamente indica a necessidade de uma análise aprofundada.
Outra orientação muito importante é conversar com os
funcionários. Eles sabem melhor do que ninguém se os processos
são seguidos e se os requisitos burocráticos e legais são
cumpridos. Portanto, comece uma conversa.”
(Redator Ponto Tel / 20/10/2021)
Sobre a pergunta que dá título ao texto, é correto afirmar que a
resposta a ela dada
a) afirma a necessidade de solicitar aos funcionários a permissão
de realizar-se uma auditoria válida.
b) contraria uma ideia amplamente aceita.
c) aconselha a realização de auditorias quando as informações de
uma área específica são transparentes, claras e precisas.
d) mostra a geral desinformação sobre o tema.
e) indica que há necessidade de auditoria mesmo que as coisas não
vão bem na empresa.
Questão 3
Texto
“Estamos em 2022 e, neste momento, a maioria das transações
bancárias, segundo o Banco Central, é realizada na modalidade
Pix. Essa modalidade já superou a TED e o DOC.
Sabemos que no Brasil existe muita sonegação, muitas empresas,
principalmente as menores, não declaram tudo aquilo que
movimentam. Porém, do outro lado da mesa, está a Receita
Federal — com supercomputadores e com analistas bem treinados
para auditar as milhares de informações que chegam aos bancos
de dados do órgão.
As Secretarias de Fazenda Estaduais e as Prefeituras estão se
modernizando cada vez mais (é o caso do DF, que possui a Malha
Fiscal), com o uso de tecnologia para tratamento das informações
recebidas através das obrigações acessórias, a fim de evitar a
sonegação fiscal por parte das empresas e não deixar de arrecadar
tributos.
A Receita Federal, através do sistema SPED (Sistema Público de
Escrituração Digital), montou uma verdadeira armadilha para as
pessoas físicas e jurídicas que não declaram suas movimentações
financeiras.
O que antes era feito em papel passou a ser digital e online, ou
seja, hoje em dia a Receita Federal pode identificar uma operação
clandestina antes mesmo de ser concluída.
E, a partir de 2023, será possível cruzar a movimentação bancária
gerada pelas empresas (de qualquer porte) com as informações
repassadas pelas instituições financeiras, intermediadores
financeiros e instituições de pagamento para arrecadar os tributos
devidos nessas operações.
Não importa a forma de transferência utilizada pelas empresas,
TED, DOC, Pix etc. Tudo será informado para o fisco e, como já
dissemos, no caso do Pix, a informação será retroativa.”
(Arvi Consultoria)
Observe o primeiro parágrafo desse texto:
“Estamos em 2022 e, neste momento, a maioria das
transações bancárias, segundo o Banco Central, é
realizada na modalidade Pix. Essa modalidade já superou
a TED e o DOC.”
Sua função textual é a de
a) informar aos leitores menos avisados sobre as diversas
modalidades de operações financeiras.
b) destacar a importância do Pix como operação financeira, no
momento em que vivemos.
c) mostrar o descrédito de algumas modalidades de operações
financeiras diante do sucesso do Pix.
d) antecipar alguns perigos advindos da grande movimentação
financeira por meio do Pix.
e) localizar uma discussão no momento presente, a fim de mostrar
a atualização das instituições no processo de fiscalização.
Questão 4
Leia este texto para responder à questão.
Cantiga para não Morrer
Quando você for embora,
moça branca como a neve,
me leve.
Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.
6
Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.
E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.
GULLAR, Ferreira. Obra poética. Vila Nova de Famalicão: Quasi,
2003. p. 248.
Esse poema expressa, sobretudo, o desejo do eu lírico de
a) acreditar que a moça branca de neve voltará para ele um dia.
b) permanecer na vida da moça branca de neve de alguma forma.
c) viver a paixão pela menina branca de neve antes que ela vá
embora.
d) superar o sofrimento provocado pela perda da moça branca de
neve.
e) lutar para que a menina branca de neve fique ao seu lado para
sempre.
Questão 5
Leia este texto para responder à questão.
Ano-Novo
Meia-noite. Fim
de um ano, início
de outro. Olho o céu:
nenhum indício.
Olho o céu:
o abismo vence o
olhar. O mesmo
espantoso silêncio
da Via-Láctea feito
um ectoplasma
sobre a minha cabeça:
nada ali indica
que um ano novo começa.
E não começa
nem no céu nem no chão
do planeta:
começa no coração.
Começa com a esperança
de vida melhor
que entre os astros
não se escuta
nem se vê
nem pode haver:
que isso é coisa de homem
esse bicho
estelar
que sonha
(e luta)
GULLAR, Ferreira. Obra poética. Vila Nova de Famalicão: Quasi,
2003. p. 401.
O eu lírico apresenta nesse poema a visão de que a (s)
a) passagem do tempo transforma o homem em um ser desiludido.
b) motivação para a vida está em acreditar nos rituais de
passagem.
c) silenciosa chegada de um novo ano esconde frustrações e
derrotas.
d) boas-novas de um ano que se inicia são prenunciadas pelos
astros.
e) expectativas geradas pela virada de ano são uma construção
humana.
Questão 6
Leia o texto, abaixo, e assinale a alternativa que apresenta a
interpretação correta.
Sonhar
Sonhar... Algo tão simples e tão complexo. Quando criança o
sonho consiste em ter um brinquedo “do momento”, na
adolescência o sonho é ser aceito em vários grupos e na fase adulta
são inúmeros os sonhos, alguns sonham em encontrar o amor para
a vida toda, casar, ter filhos e, quando aposentados, viajar. Outros
sonham em ter um “belo emprego”, conhecer o mundo, ir em
muitas festas, ter alguém para que se sintam completos. Há aquelas
pessoas que juntam os dois sonhos descritos anteriormente e ainda
existe aquele sonhador que não foi citado aqui. Um cientista é um
sonhador, busca por novidades/descobertas que farão um bem para
a humanidade; o dançarino sonha com seu novo número e cada vez
quer chegar mais próximo a perfeição; o médico, ainda em estudo,
sonha em cuidar e salvar vidas...
Cada um tem o sonho que pode sonhar!
Cada um tem o sonho que pode realizar!
E se não puder realizaro tal sonho que mude o sonho, planeje tudo
novamente, com novos rumos, novas forças, seja uma nova pessoa.
O importante não é o sonho em si, o importante é não parar de
sonhar, tente de novo e de novo e de novo; planeje quantas vezes
forem necessárias e, um dia, concretizar-se-á!
No trecho: “Algo tão simples e tão complexo.” A autora quis dizer:
a) que é impossível definir o que é sonho.
b) que o sonho tem uma definição simples.
c) que mesmo sendo algo tão comum tem muitos outros itens a
serem trabalhados/explicados.
d) que o sonho está sendo comparado porque utilizou a palavra
“algo”.
e) que por ser simples e complexo não há dificuldade em definir.
Questão 7
Observe o seguinte texto:
“A auditoria ambiental é uma ferramenta de gestão ambiental
definida pela norma NBR ISO 14.010 como um “processo
sistemático e documentado de verificação, executado para obter e
avaliar, de forma objetiva, evidências de auditoria para determinar
se as atividades, eventos, sistemas de gestão e condições
ambientais específicos ou as informações relacionadas a estes estão
em conformidade com os critérios de auditoria e para comunicar os
resultados deste processo ao cliente”. Assim, é considerado um
procedimento realizado por profissionais técnicos ou empresas
terceirizadas, gerido por um auditor líder e executado por uma
equipe preparada, visando avaliar o desempenho e o
comprometimento ambiental de empresas e indústrias.” (Auditoria
ambiental – M.C.R.Manzano).
O texto começa por uma definição do que é “auditoria ambiental”.
Assinale a afirmação incorreta sobre a forma dessa definição.
a) Uma definição se inicia sempre por um vocábulo de conteúdo
geral que, nesse caso, é “ferramenta”.
b) Após o termo geral, há uma especificação de seu significado
que, nesse caso, é “de gestão ambiental”.
c) Dentro da definição inicial ocorre a presença de uma segunda
definição mais específica do termo inicial.
d) A indicação da norma legal tem a função de garantir a
existência desse tipo de auditoria.
e) Após o texto da segunda definição, há uma maior explicitação
dos termos da definição legal.
Questão 8
Dentre as diversas substâncias psicoativas, a nicotina e o álcool são
as únicas que têm uso recreativo permitido no Brasil e na maioria
dos países do mundo ocidental. Entretanto o consumo legalizado
não implica desregulação. A proibição de venda para menores de
18 anos é um exemplo, e a punição para quem dirige bêbado, outro.
Em relação ao último, o brasileiro ainda demonstra uma atitude
irresponsável que pode ser fatal.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 25.12.2022. Adaptado)
O tópico frasal do texto apresentado é:
a) Dentre as diversas substâncias psicoativas...
b) ... a nicotina e o álcool são as únicas que têm uso recreativo
permitido no Brasil e na maioria dos países do mundo ocidental.
c) Entretanto o consumo legalizado não implica desregulação.
d) A proibição de venda para menores de 18 anos é um exemplo, e
a punição para quem dirige bêbado, outro.
e) Em relação ao último, o brasileiro ainda demonstra uma atitude
irresponsável que pode ser fatal.
7
Questão 9
Leia a tira para responder à questão.
A conclusão a que chega o tigre no último quadro pode ser
explicada pelo fato de o pai de Calvin
a) preferir sair para compras inúteis a passar tempo com o filho.
b) ter anunciado ao filho cada passo que estava por executar.
c) revelar hábitos tidos hoje como incomuns por Calvin e o tigre.
d) querer que o filho seja um consumidor de livros como ele.
e) ter dito que sairia com a finalidade de ler um livro ao ar livre.
Questão 10
Texto
Contratempos do tempo
As coisas que para nós se passam em câmera lenta, numa vida
inteira, os Anjos as veem em ritmo acelerado. E com certeza mal
contêm o riso, como nós agora diante dos primeiros jornais
cinematográficos: oh! aquelas paradas elétricas, aqueles enterros
epilépticos, aqueles ministros, e reis, e povo, agitando-se
automaticamente como bonecos a quem deram corda... Não, assim
não há grandeza e dignidade possível. Toda a epopeia napoleônica
transcorrida, digamos, em um só quarto de hora, seria de um
cômico e de um absurdo irresistíveis.
E as nossas vidas então, já por si tão ridículas?
(Mário Quintana. Da preguiça como método de trabalho)
No texto, o ponto de vista do narrador é de que
a) a grandeza da História precisa ser registrada pelas câmeras.
b) a vida pela ótica das câmeras se torna ainda mais ridícula.
c) a sensibilidade humana se potencializa com o ritmo acelerado.
d) a câmera resgata a essência espiritual dos seres humanos.
e) a comicidade advém das coisas que se passam em câmera lenta.
Questão 11
Atenção: Leia o trecho do romance “Esaú e Jacó”, de Machado de
Assis, para responder à questão.
Visões e reminiscências iam assim comendo o tempo e o espaço ao
conselheiro Aires, a ponto de lhe fazerem esquecer o pedido de
Natividade; mas não o esqueceu de todo, e as palavras trocadas há
pouco surdiam-lhe das pedras da rua. Considerou que não perdia
muito em estudar os rapazes. Chegou a apanhar uma hipótese,
espécie de andorinha, que avoaça entre árvores, abaixo e acima,
pousa aqui, pousa ali, arranca de novo um surto e toda se despeja
em movimentos. Tal foi a hipótese vaga e colorida, a saber, que se
os gêmeos tivessem nascido dele talvez não divergissem tanto nem
nada, graças ao equilíbrio do seu espírito. A alma do velho entrou a
ramalhar não sei que desejos retrospectivos, e a rever essa hipótese,
ele pai, estes meninos seus, toda a andorinha que se dispersava
num farfalhar calado de gestos.
(Adaptado de: ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. São Paulo:
Companhia das Letras, 2012)
Depreende-se do texto que o conselheiro Aires se considerava uma
pessoa:
a) preguiçosa.
b) distraída.
c) rancorosa.
d) submissa.
e) equilibrada.
Questão 12
Mudança bem notável produz no homem a passagem do estado
natural ao civil, substituindo em seu proceder a justiça ao instinto,
e dando às suas ações a moralidade de que antes careciam; é só
então que a voz do dever sucede ao impulso físico, e o direito, ao
apetite; o homem que, até ali, só pusera em si mesmo os olhos
vê-se impelido a obrar segundo outros princípios, e a consultar a
razão antes que os afetos. Embora se prive nesse estado de muitas
vantagens, que a natureza lhe dera, outras obtém ainda maiores;
suas faculdades se exercem e se desenvolvem; suas ideias se
ampliam, seus sentimentos se enobrecem, sua alma toda inteira a
tal ponto se eleva que, se os abusos desta nova condição não o
degradassem muitas vezes a uma condição inferior à
primeira, deveria abençoar continuamente o instante feliz que para
sempre o arrancou do estado de natureza, e fez de um animal
estúpido e limitado um ser inteligente, um homem.
(Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social. Adaptado)
É correto afirmar que o texto discorre sobre
a) as vantagens da vida em estado de natureza.
b) a tradição de renunciar a atos de civilidade.
c) os efeitos da aquisição do estatuto civil.
d) as etapas a vencer para conquistar o sucesso.
e) a decadência dos que renunciam ao estado natural.
Questão 13
Leia o cartum.
O cartum tem seu efeito de sentido de humor associado
a) ao sentido conotativo de palavras empregadas para propor
medidas que evitem enchentes.
b) a um trocadilho para deixar implícito conformismo com a
inércia das autoridades.
c) a um jogo de palavras para expressar uma crítica a situações que
invariavelmente ocorrem.
d) ao sentido conotativo de “alagar”, contrastando com o sentido
denotativo de “alegar”.
e) a palavras cujo sentido se assemelha, pelo fato de apresentarem
formas semelhantes.
Questão 14
Texto para a questão.
8
A lua foi ao cinema
A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.
Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!
Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava para ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.
A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
– Amanheça, por favor!
A lua foi assistira um filme. Nesse filme,
a) o cinema passava a ser engraçado.
b) a história da estrela era engraçada.
c) era engraçado não ter namorado.
d) o namorado da estrela era engraçado.
e) uma estrela não tinha namorado.
Questão 15
O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto declarou certa vez:
“O capital é como água. Sempre flui por onde encontra menos
obstáculos”.
Assinale a afirmativa correta sobre os componentes e a estrutura
desse pensamento.
a) O segundo período é uma redundância do primeiro, já que
expressam o mesmo pensamento.
b) A comparação do primeiro período é explicada no segundo.
c) O primeiro período expressa uma causa cuja consequência é
expressa no segundo período.
d) Enquanto o primeiro período é expresso em linguagem
figurada, o segundo é expresso em linguagem lógica.
e) O segundo período expressa uma conclusão do que é expresso
no período anterior.
Questão 16
As marcas de textualidade citadas no programa de Língua
Portuguesa são a coesão, a coerência e a intertextualidade. Observe
a seguinte declaração do apresentador Faustão:
“Esse negócio de sucesso é bonito, mas você não vive em função
disso. O cemitério está cheio de caras de sucesso. Quero uma vida
mais simples do que um copo d’água”.
Assinale a opção que exemplifica intertextualidade.
a) Esse negócio de sucesso é bonito.
b) ...mas você não vive em função disso.
c) O cemitério está cheio de caras de sucesso.
d) Quero uma vida mais simples...
e) ...mais simples do que um copo d’água.
Questão 17
Veja a seguinte descrição: “Fábio é um rapaz bonito: cabelo louro
esvoaçante, esteticamente desgrenhado, olhos claros sobre um
nariz afilado, lábios finos, tórax largo, cintura estreita e pernas
alongadas, numa figura que em nada faz adivinhar sua bondade
interior”.
Sobre a estratégia descritiva desse texto, assinale a
afirmativa correta.
a) As características fornecidas são todas do aspecto físico.
b) A descrição segue o plano do todo para as partes.
c) A estrutura descritiva vai de longe para perto.
d) A descrição mostra traços positivos e negativos de Fábio.
e) O personagem é descrito no tempo passado.
Questão 18
Assinale a opção com duas ações em sequência que mostram uma
relação de causa e consequência.
a) João olhou o cartaz e teve vontade de ir ao cinema.
b) Choveu durante a noite e as ruas ficaram alagadas.
c) Cada vez que via as fotos, começava a chorar.
d) Viu a paisagem e lembrou-se da cidade onde nascera.
e) Jogou na loteria e imaginou o que faria com aquela fortuna.
Questão 19
Um participante de uma prova náutica se perde com seu barco em
função de um forte vento; ao desembarcar em um local
desconhecido, pergunta a um habitante do local:
— Onde estou?
— Numa ilha – respondeu o outro.
Sobre a eficiência comunicativa desse diálogo, o comentário
correto é que o habitante da ilha
a) prestou as informações necessárias solicitadas.
b) deu informações relevantes ao navegador.
c) foi bastante claro nas informações prestadas.
d) não auxiliou o interlocutor em sua localização.
e) forneceu as informações pedidas de forma clara.
Questão 20
Nas frases a seguir, há uma busca pela precisão da informação.
Assinale a opção que apresenta a frase em que isso é obtido por
meio de uma quantificação precisa.
a) Duas dúzias de bananas foram compradas na esquina.
b) Perto de dez mil pessoas estavam na manifestação.
c) Esse programa foi oferecido a cerca de 500 alunos.
d) Menos de uma centena de candidatos se apresentaram.
e) Numerosos incêndios ocorreram no verão.
9
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
D B B B E C D B C B
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E C C E B C B B D A
10
OS IMPLÍCITOS TEXTUAIS
11
OS IMPLÍCITOS TEXTUAIS
Pressupostos e subentendidos são informações implícitas num
texto, não expressas formalmente, apenas sugeridas por marcas
linguísticas ou pelo contexto. Cabe ao leitor, numa leitura
proficiente, ir além da informação que se encontra explícita,
identificando e compreendendo as informações implícitas, ou seja,
lendo nas entrelinhas.
Os pressupostos são de mais fácil identificação, estando sugeridos
no texto. Os subentendidos são deduzidos pelo leitor, sendo da sua
responsabilidade.
Exemplos:
- Heloísa está cansada de ser professora.
Pressuposto: Heloísa é professora.
Subentendido: Talvez porque o salário é baixo ou há muita
indisciplina.
- Infelizmente, meu marido continua trabalhando fora do país
Pressuposto: O marido está trabalhando fora do país e a mulher
não está satisfeita com essa situação.
Subentendido: Talvez por ter melhor salário fora do país ou por
não encontrar trabalho no seu país.
Pressupostos
Os pressupostos são informações implícitas adicionais, facilmente
compreendidas devido a palavras ou expressões presentes na frase
que permitem ao leitor compreender essa informação implícita. O
enunciado depende dessa pressuposição para que faça sentido.
Assim, o pressuposto é verdadeiro e irrefutável.
Exemplos de pressupostos:
- Decidi deixar de comer carne.
Pressuposto: A pessoa comia carne antes.
- Finalmente acabei minha monografia.
Pressuposto: Demorou algum tempo para terminar a monografia.
- Alunos que estudam de manhã costumam ter melhor rendimento.
Pressuposto: Há alunos que não estudam de manhã.
- Desde que ela mudou de casa, nunca mais a vi.
Pressuposto: Costumava vê-la antes dela mudar de casa.
Marcas linguísticas que facilitam a identificação de pressupostos:
● Verbos que indicam fim, continuidade, mudança e
implicações: começar, continuar, parar, deixar, acabar,
conseguir,...
● Advérbios: felizmente, finalmente, ainda, já, depois,
antes,...
● Pronome introdutório de orações subordinadas adjetivas:
que
● Locuções que indicam circunstâncias: depois que, antes
que, desde que, visto que,...
Subentendidos
Os subentendidos são insinuações, informações escondidas,
dependentes da interpretação do leitor. Não possuem marca
linguística, sendo deduzidos através do contexto comunicacional e
do conhecimento que os destinatários têm do mundo. Podem ser ou
não verdadeiros e podem ser facilmente negados, visto serem
unicamente da responsabilidade de quem interpreta a frase.
Exemplos de subentendidos:
- Quando sair de casa, não se esqueça de levar um casaco.
Subentendido: Está frio lá fora.
- Já tenho a garganta seca de tanto falar.
Subentendidos: Quero beber um copo de água ou quero parar de
falar neste momento.
- Você vai a pé para casa agora?
Subentendidos: Eu posso lhe dar uma carona ou é perigoso andar
a pé na rua a estas horas.
Inferência na leitura
Inferência é o resultado de um processo cognitivo por meio do qual
uma assertiva é feita a respeito de algo desconhecido, tendo como
base uma observação. No dia a dia, é possível, por exemplo,
inferir a riqueza de uma pessoa pela observação do seu modo de
vida, a gravidade de um acidente de trânsito pelo estado dos
veículos envolvidos e o sabor de um alimento pelo seu aroma.
A inferência revela-se como uma conclusão de um raciocínio, uma
expectativa, fundamentada em um indício, uma circunstância ou
uma pista. Assim, fundamentando-se em uma observação ou em
uma proposição são estabelecidas algumas relações – evidentes ou
prováveis – e chega-se a uma conclusão decorrente do que se
captou ou julgou.
A concepção de que a inferência representa uma ligação entre duas
ideias é assumida desde a Antiguidade. Esse termo vem do latim
medieval “inferre” e designa o fato de duas proposições se
interligarem, sendo que, nessa conexão, a antecedente implica a
consequente. Inferir é uma atividade associativa que pressupõe
uma ordem, uma sequência entre as proposições.
Na leitura de um texto, o resultado da compreensão depende da
qualidade das inferências geradas. Os textos possuem informações
explícitas e implícitas; existem sempre lacunas a serem
preenchidas. O leitor infere ao associar as informações explícitas
aos seus conhecimentos prévios e, a partir daí, gera sentido para o
que está, de algum modo, informado pelo texto ou através dele. A
informação fornecida direta ou indiretamente é uma pista que ativa
uma operação de construção de sentido. Portanto, ao contráriodo
que muitos acreditam, a inferência não está no texto, mas na
leitura, e vai sendo construída à medida que leitores vão
interagindo com a escrita.
As ideias, impressões e conhecimentos arquivados na memória dos
indivíduos têm relação direta com a capacidade de inferir: quanto
maior a quantidade de informações arquivadas, mais apta a pessoa
está para compreender um texto. Assim, os conhecimentos
adquiridos, as experiências vividas, tudo o que está registrado em
sua mente contribui para o preenchimento das lacunas textuais.
Considerando que nem sempre a inferência gerada conduz a uma
compreensão adequada, uma vez que são muitos os elementos
envolvidos nessa complexa rede, e que variadas são as
possibilidades cognitivas de se lidar com as informações, é
12
importante na alfabetização a mediação do professor. Promover a
antecipação ou predição de informações, acionar conhecimentos
prévios, verificar hipóteses são algumas das estratégias que ele
pode ensinar os alunos a realizarem para que eles tenham boa
compreensão leitora. O certo é que o processo inferencial ocorre
com grande dinamismo e conduz o leitor a organizar
constantemente as informações para processar e compreender o
que lê. Esse processo pode ser ensinado por meio de estratégias
que conduzem à explicitação dos implícitos, ao preenchimento de
lacunas com informações que emergem com base em pistas
textuais associadas ao conhecimento de mundo que tais pistas
requisitam e, além disso, à exclusão ou confirmação de hipóteses
cuja pertinência depende de comprovação. A informação inferida
não está no texto, mas só pode ser acessada por meio dele.
Depreensão
O que é Depreensão:
Compreensão, obter o conhecimento de, entendimento.
CADERNO DE QUESTÕES – OS IMPLÍCITOS
TEXTUAIS.
Questão 1
Qual das seguintes opções melhor descreve os implícitos textuais?
A) Informações explicitamente declaradas no texto.
B) Significados ocultos que podem ser inferidos pelo leitor.
C) Afirmações diretas e literais do autor.
D) Conclusões diretas baseadas em evidências.
E) Descrições superficiais sem profundidade.
Questão 2
O que são pressupostos em um texto?
A) Afirmações explícitas que o autor faz.
B) Ideias centrais que resumem o texto.
C) Informações que podem ser inferidas a partir do texto.
D) Suposições subjacentes que sustentam o argumento do autor.
E) Detalhes irrelevantes mencionados no texto.
Questão 3
Como os leitores podem inferir depreensões a partir de um texto?
A) Analisando o vocabulário complexo do autor.
B) Ignorando detalhes sutis do texto.
C) Examinando a estrutura gramatical do texto.
D) Fazendo conexões lógicas entre informações apresentadas.
E) Aceitando todas as informações explicitamente declaradas.
Questão 4
O que são subentendidos em um texto?
A) Informações explícitas fornecidas pelo autor.
B) Pistas que não têm relevância para a compreensão do texto.
C) Suposições que não podem ser verificadas.
D) Significados implícitos que o autor não expressa diretamente.
E) Conclusões óbvias sem necessidade de inferência.
Questão 5
Quais são as implicações de uma inferência bem-sucedida?
A) Compreensão total e inequívoca do texto.
B) Limitação na interpretação do texto.
C) Maior clareza nas informações apresentadas no texto.
D) Capacidade de ler superficialmente sem análise adicional.
E) Melhor compreensão das intenções do autor.
Questão 6
Como os pressupostos diferem das inferências em um texto?
A) Os pressupostos são explícitos, enquanto as inferências são
implícitas.
B) As inferências são suposições, enquanto os pressupostos são
conclusões.
C) Os pressupostos são deduções lógicas, enquanto as inferências
são suposições.
D) As inferências são necessárias para compreender os
pressupostos.
E) Não há diferença significativa entre os dois.
Questão 7
Qual é o papel dos implícitos textuais na interpretação de um
texto?
A) Facilitar a compreensão superficial do texto.
B) Tornar o texto mais confuso e ambíguo.
C) Fornecer informações redundantes.
D) Enriquecer a compreensão do texto, permitindo inferências mais
profundas.
E) Reduzir a capacidade do leitor de interpretar o texto.
Questão 8
Em que medida os subentendidos podem ser influenciados pela
perspectiva do leitor?
A) Não têm relação com a perspectiva do leitor.
B) São completamente imutáveis, independentemente da
perspectiva.
C) Podem ser interpretados de maneiras diferentes com base na
perspectiva do leitor.
D) São sempre interpretados da mesma forma, independentemente
da perspectiva.
E) Dependem exclusivamente da intenção do autor, não da
perspectiva do leitor.
Questão 9
Como os implícitos textuais contribuem para a habilidade de leitura
crítica?
A) Tornando a interpretação do texto mais fácil.
B) Reduzindo a necessidade de análise textual.
C) Exigindo que o leitor confie apenas nas informações explícitas.
D) Permitindo ao leitor ir além do texto e fazer conexões
significativas.
E) Limitando a compreensão do leitor apenas ao que está
explicitamente declarado.
Questão 10
Qual é a importância de reconhecer os implícitos textuais na
comunicação eficaz?
A) Não têm impacto na comunicação.
B) Facilitam a transmissão de informações de maneira clara e
completa.
C) Complicam a comunicação, tornando-a menos precisa.
D) Reduzem a necessidade de inferência por parte do receptor.
E) São irrelevantes para a compreensão do significado do texto.
13
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
B D D D E D D C D B
14
COESÃO
15
COESÃO
Coesão textual se refere à articulação entre os componentes
de um texto. Ela pode ser referencial (retomada de algum item
do texto) ou sequencial (relação semântica entre enunciados).
Os mecanismos coesivos estão restritos à estrutura do texto.
Já a coerência textual considera não só tais mecanismos, mas
também o contexto.
O QUE É COESÃO TEXTUAL?
Chamamos de “coesão” a relação entre elementos de um texto
de forma a auxiliar na sua compreensão. Desse modo, a
coesão textual é um dos elementos responsáveis pela
coerência textual. Contudo, ela está limitada à estrutura do
texto, pois não considera os elementos extralinguísticos.
Como exemplo, vamos analisar o seguinte trecho do conto A
nova Califórnia, de Lima Barreto (1881-1922):
“Ninguém sabia donde viera aquele homem. O
agente do Correio pudera apenas informar que
acudia ao nome de Raimundo Flamel, pois assim era
subscrita a correspondência que recebia. E era
grande. Quase diariamente, o carteiro lá ia a um dos
extremos da cidade, onde morava o desconhecido,
sopesando um maço alentado de cartas vindas do
mundo inteiro, grossas revistas em línguas
arrevesadas, livros, pacotes...”
Observe que os elementos destacados promovem a coesão do
texto:
Em “acudia”, está implícita a expressão “aquele
homem”, mencionada anteriormente.
“Pois” indica uma explicação para o fato de o agente
do Correio informar que o homem se chamava
Raimundo Flamel.
pronome “que” se refere à correspondência.
Em “recebia”, está implícito o pronome “ele”,
referente a Raimundo Flamel, já mencionado.
Em “era”, está implícita a palavra
“correspondência”, já mencionada.
advérbio “lá” se refere a “um dos extremos da
cidade”, bem como o pronome relativo “onde”.
TIPOS DE COESÃO TEXTUAL
- Coesão referencial
É quando um elemento do texto alude a outro. Essa relação
pode ocorrer, por exemplo, por meio de:
- Artigo
Uma chaga da cultura brasileira é a corrupção.
Nesse caso, o artigo indefinido “uma” se refere a uma
informação subsequente, isto é, a corrupção. Já os artigos
definidos, normalmente, fazem referência a um elemento
anterior:
Ao perceber a aproximação de um homem, fiquei com medo.
Mas o homem passou por mim sem sequer me olhar.
- Pronome
Dilermando tirou férias. Ele não suportava mais a sua rotina.
Nesse exemplo, o pronome “ele” faz referência a
“Dilermando”. Outros pronomes também podem fazer
retomadas em um texto, sejam eles:- demonstrativos
- possessivos
- indefinidos
- interrogativos
- relativos
- Numeral
As caixas de morango estão sobre a mesa. Duas são para o
seu avô.
Nesse enunciado, o numeral “duas” se refere às caixas de
morango.
- Elipse
Minha amiga viajou no fim de semana. Não queria se
encontrar comigo.
Nesse caso, o pronome “ela”, que faz referência à “minha
amiga”, está implícito: “[Ela] não queria se encontrar
comigo”.
- Advérbio
Ficou encolhido no cantinho do quarto. Ali se sentia um
pouco mais seguro.
Nesse exemplo, o advérbio “ali” se refere ao “cantinho do
quarto”.
- Coesão sequencial
Tem a ver com a relação semântica entre (partes de)
enunciados durante um sequenciamento de ideias no texto, e
pode ocorrer, por exemplo, por meio de:
repetição lexical:
As horas passavam, passavam, passavam.
repetição da estrutura sintática:
O menino pede água. A menina pede comida. E o avô pede
descanso.
paráfrase:
Não se pode permitir o uso ilícito dessa tecnologia, ou seja,
é preciso criar leis que limitem o uso dela.
conexão:
- Se comprarmos uma casa, podemos nos livrar do
aluguel.
- Júlio chorou porque o filme era triste.
- Ela não quer sair, então, precisamos chamar a
polícia.
- Quando a chuva começou, eu estava no meio do
caminho.
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- Vou à farmácia enquanto você faz o almoço.
- Conforme o médico, nosso filho tem uma doença
rara.
- Irina está com febre alta, além disso, está se
queixando de dor de cabeça.
- Eles foram educados comigo, mas deixaram
transparecer a raiva.
- Não tenho tempo, portanto, não posso ajudar você
agora.
DIFERENÇAS ENTRE COESÃO E COERÊNCIA
A coesão se refere aos mecanismos gramaticais ou lexicais
que permitem a ligação entre elementos da estrutura
linguística de um texto. Já a coerência tem relação com o(s)
sentido(s) desse texto. Portanto, os mecanismos de coesão
podem auxiliar na formação do(s) sentido(s).
No entanto, a coesão está restrita à estrutura linguística,
enquanto a coerência depende, também, dos elementos
extralinguísticos. Desse modo, aspectos cognitivos e
socioculturais, por exemplo, podem interferir na construção
de sentido(s) durante a recepção de um texto, que pode ser
verbal, não verbal, escrito ou oral."
17
CADERNO DE QUESTÕES – COESÃO
Questão 1
Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos
chegou após uma série de contágios entre línguas. Partiu da
Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela
Europa, além do vírus propriamente dito, dois vocábulos
virais: o italiano influenza e o francês grippe. O primeiro era
um termo derivado do latim medieval influentia, que
significava “influência dos astros sobre os homens”. O
segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper, isto é,
“agarrar”. Supõe-se que fizesse referência ao modo violento
como o vírus se apossa do organismo infectado.
RODRIGUES, S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov.
2011.
Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é
preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus elementos.
Nesse texto, a coesão é construída predominantemente pela
retomada de um termo por outro e pelo uso da elipse. O
fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é:
A) “[...] a palavra gripe nos chegou após uma série de
contágios entre línguas.”
B) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe [...].”
C) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval
influentia, que significava ‘influência dos astros sobre os
homens’.”
D) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper
[...].”
E) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como
o vírus se apossa do organismo infectado.”
Questão 2
O senso comum é que só os seres humanos são capazes de rir.
Isso não é verdade?
Não. O riso básico — o da brincadeira, da diversão, da
expressão física do riso, do movimento da face e da
vocalização — nós compartilhamos com diversos animais.
Em ratos, já foram observadas vocalizações ultrassônicas —
que nós não somos capazes de perceber — e que eles emitem
quando estão brincando de “rolar no chão”. Acontecendo de
o cientista provocar um dano em um local específico no
cérebro, o rato deixa de fazer essa vocalização e a brincadeira
vira briga séria. Sem o riso, o outro pensa que está sendo
atacado. O que nos diferencia dos animais é que não temos
apenas esse mecanismo básico. Temos um outro mais
evoluído. Os animais têm o senso de brincadeira, como nós,
mas não têm senso de humor. O córtex, a parte superficial do
cérebro deles, não é tão evoluído como o nosso. Temos
mecanismos corticais que nos permitem, por exemplo,
interpretar uma piada.
Disponível em: http://globonews.globo.com (Adaptado)
A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre
as partes do texto. Analisando o trecho “Acontecendo de o
cientista provocar um dano em um local específico no
cérebro”, verifica-se que ele estabelece com a oração seguinte
uma relação de
A) finalidade, porque os danos causados ao cérebro têm por
finalidade provocar a falta de vocalização dos ratos.
B) oposição, visto que o dano causado em um local específico
no cérebro é contrário à vocalização dos ratos.
C) condição, pois é preciso que se tenha lesão específica no
cérebro para que não haja vocalização dos ratos.
D) consequência, uma vez que o motivo de não haver mais
vocalização dos ratos é o dano causado no cérebro.
E) proporção, já que à medida que se lesiona o cérebro não é
mais possível que haja vocalização dos ratos."
Questão 3
O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o
Botafogo procurava fazer uma forte marcação no meio campo
e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os
zagueiros rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o
time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar à
área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo
na frente da sua área.
No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após
cruzamento da direita de Ibson, a zaga alvinegra rebateu a
bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na
jogada e cabeceou por cima do goleiro Renan. Ronaldo
Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o
fundo da rede quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0.
Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com
(adaptado).
O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato
Carioca de futebol, realizado em 2009, contém vários
conectivos, sendo que
a) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a
zaga alvinegra ter rebatido a bola de cabeça.
b) enquanto tem um significado alternativo, porque conecta
duas opções possíveis para serem aplicadas no jogo.
c) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os
fatos observados no jogo em ordem cronológica de
ocorrência.
d) mesmo traz ideia de concessão, já que “com mais posse de
bola”, ter dificuldade não é algo naturalmente esperado.
e) por causa de indica consequência, porque as tentativas de
ataque do Flamengo motivaram o Botafogo a fazer um
bloqueio.
Questão 4
Sobre a coesão textual, estão corretas as seguintes
proposições:
I. A coesão textual está relacionada com os componentes da
superfície textual, ou seja, as palavras e frases que compõem
um texto. Esses componentes devem estar conectados entre si
em uma sequência linear por meio de dependências de ordem
gramatical.
II. A coesão é imaterial e não está na superfície textual.
18
Compreender aquilo que está escrito dependerá dos níveis de
interação entre o leitor, o autor e o texto. Por esse motivo, um
mesmo texto pode apresentar múltiplas interpretações.
III. Por meio do uso adequado dos conectivos e dos
mecanismos de coesão, podemos evitar erros que prejudicam
a sintaxe e a construçãode sentidos do texto.
IV. A coesão obedece a três princípios: o princípio da não
contradição; princípio da não tautologia e o princípio da
relevância.
V. Entre os mecanismos de coesão estão a referência, a
substituição, a elipse, a conjunção e a coesão lexical.
a) Apenas V está correta.
b) II e IV estão corretas.
c) I, III e V estão corretas.
d) I e III estão corretas.
e) II, IV e V estão corretas.
Questão 5
Manuel Bandeira
Filho de engenheiro, Manuel Bandeira foi obrigado a
abandonar os estudos de arquitetura por causa da tuberculose.
Mas a iminência da morte não marcou de forma lúgubre sua
obra, embora em seu humor lírico haja sempre um toque de
funda melancolia, e na sua poesia haja sempre um certo toque
de morbidez, até no erotismo. Tradutor de autores como
Marcel Proust e William Shakespeare, esse nosso Manuel
traduziu mesmo foi a nostalgia do paraíso cotidiano mal
idealizado por nós, brasileiros, órfãos de um país imaginário,
nossa Cocanha perdida, Pasárgada.
Descrever seu retrato em palavras é uma tarefa impossível,
depois que ele mesmo já o fez tão
bem em versos.
Revista Língua Portuguesa, n° 40, fev. 20
A coesão do texto é construída principalmente a partir do (a):
a) repetição de palavras e expressões que entrelaçam as
informações apresentadas no texto.
b) substituição de palavras por sinônimos como “lúgubre” e
“morbidez”, “melancolia” e “nostalgia”.
c) emprego de pronomes pessoais, possessivos e
demonstrativos: “sua”, “seu”, “esse”, “nosso”, “ele”.
d) emprego de diversas conjunções subordinativas que
articulam as orações e períodos que compõem o texto.
e) emprego de expressões que indicam sequência,
progressividade, como “iminência”, “sempre”, “depois”.
GABARITO
1 2 3 4 5
E C D C C
19
COERÊNCIA E
INTERTEXTUALIDADE
20
COERÊNCIA
Agora que você já sabe um pouco mais sobre coesão, é preciso
estar atento sobre o que é coerência. A coerência textual é o que
garante que o seu texto seja entendido, garantindo o encadeamento
das ideias. Coesão e coerência são elementos textuais que estão
sempre juntos, pois os elementos textuais presentes na coesão
garantem a coerência. A falta de coerência afeta o sentido de um
texto, fazendo com que ele não seja compreendido pelo leitor.
Apesar da coerência ser um elemento único, ela pode ser feita de
algumas maneiras:
1. Coerência Narrativa: a ordem lógica das ações é obedecida. É
mais comum em histórias.
Exemplo: “Ele ligou à noite para acalmar o desespero dela. Sentou
no sofá de couro já gasto, acendeu a luz do abajur na sala já escura.
Chamou por querida, clamou por perdão. Relatou o dia e prometeu
reduzir os hiatos que os separava. A conversa deu fome. Ele
levantou e procurou os últimos vestígios do jantar. Ela ficou
saciada com um copo de leite quente preparado enquanto ele lhe
fazia juras que seriam quebradas na manhã seguinte.
2. Coerência Argumentativa: para que a coerência seja mantida,
deve-se utilizar argumentos, dados e opiniões. Para que o texto seja
entendido, também é preciso manter uma ordem cronológica.
Exemplo: “A violência escolar é um problema que envolve toda a
comunidade. Do núcleo familiar ao convívio em sociedade, é o
Estado, contudo, o responsável por oferecer as condições
necessárias para a redução do problema até a sua quase
eliminação”.
3. Coerência Descritiva: são utilizados detalhes do ambiente e das
pessoas, aproximando o leitor do texto, fazendo com que ele
“visualize” cada detalhe.
Exemplo: “Fazia tão calor naquele dia, que as roupas pareciam
aderir à pele. Cada passo na calçada era um desafio ao bem-estar
devido à temperatura do ladrilho. Mesmo assim, saiu mais cedo e
foi fazer as compras de aniversário para a surpresa da noite. Nem
mesmo o calor seria suficiente para impedir a festa.”
INTERTEXTUALIDADE
A intertextualidade é a relação de semelhança que um texto
estabelece com outro texto usado como modelo. Pode ser usado
como um recurso que valoriza e amplia o conhecimento dos textos
existentes.
Para haver intertextualidade, é necessário que um texto, chamado
de texto-fonte, influencie a produção de outro texto, chamado de
intertexto.
Um exemplo de intertextualidade é o poema Europa, França e
Bahia, de Oswald de Andrade:
“Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!”
O trecho do poema acima é uma paródia da Canção do Exílio, de
Gonçalves Dias, o texto-fonte usado como modelo por Oswald de
Andrade:
“Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.”
Tipos e exemplos de Intertextualidade
Há muitas maneiras de produzir intertextos. Os tipos de
intertextualidade são: alusão, citação, epígrafe, paródia, paráfrase,
pastiche, bricolagem, tradução.
Vejamos o que são e exemplos dos tipos de intertextualidade mais
comuns.
Alusão
Alusão é a remissão que um texto faz a outro texto de forma um
pouco difícil de perceber.
Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
Exemplo de alusão:
A música As Curvas da Estrada de Santos, de Roberto Carlos e
Erasmo Carlos, foi o texto-fonte usado na música Coração
Selvagem, de Belchior.
TEXTO-FONTE
"Se acaso numa curva eu me lembro do meu mundo
Eu piso mais fundo
Corrijo num segundo
Não posso parar" (trecho da música As Curvas da Estrada de
Santos, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos)
ALUSÃO
"Talvez eu morra jovem, alguma curva no caminho" (frase retirada
da música Coração Selvagem, de Belchior)
Citação
Citação é o acréscimo de parte(s) de um texto em outro texto.
A citação, geralmente, vem expressa no meio de um texto entre
aspas e itálico, identificando-a facilmente. Caso a parte de um texto
seja copiada e não seja usada uma marca que diferencie os textos, a
cópia é considerada plágio.
Do Latim, o termo “citação” (citare) significa convocar.
Exemplo de citação:
No texto abaixo, recorremos às palavras deTiphaine Samoyault
para reforçar a importância das marcas que diferenciam a citação e
o plágio.
A citação é o tipo de intertextualidade mais usado pelos estudantes.
No Enem, a citação enriquece a redação, mas é preciso atenção
para deixá-la identificável, pois, "a ausência total de tipografia
própria transforma a citação em plágio, cuja definição mínima
poderia ser a citação sem aspas, a citação não marcada."
(SAMOYAULT, 2008, p. 49)
21
Epígrafe
Epígrafe é uma frase usada no princípio de obras, resenhas e
monografias, que tem alguma relação com o que é discutido no
texto que vem a seguir.
Do grego, o termo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi”
(posição superior) e “graphé” (escrita).
Exemplo de epígrafe:
Abaixo, uma frase de Florence Nightingale, destacada enfermeira
inglesa, que poderia ser usadas em um trabalho da área da saúde.
“A enfermagem é uma arte, e para realizá-la como arte, requer uma
devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de
qualquer pintor ou escultor.”
Paródia
Paródia é a transformação de um texto em outro texto. Geralmente,
aparece em forma irônica, com caráter humorístico.
Do grego (parodès) a palavra “paródia” é formada pelos termos
“para” (semelhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia)
semelhante a outro”. Esse recurso é muito utilizado pelos
programas humorísticos.
Exemplo de paródia:
O poema de Casimiro de Abreu, Meus Oito Anos, escrito no século
XIX, é um dos textos que gerou inúmeros exemplos de
intertextualidade, como é o caso da paródia de Oswald de Andrade
Meus Oito Anos, escrito no século XX.
TEXTO-FONTE
“Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!” (Meus oito anos, de Casimiro de Abreu)
PARÓDIA
“Oh que saudades que eu tenho
Daaurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra!
Da rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais” (Meus oito anos, de Oswald de Andrade)
Paráfrase
Paráfrase é a recriação de um texto já existente mantendo a mesma
ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização de
outras palavras.
O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), significa a
“repetição de uma sentença”.
Exemplo de paráfrase:
A música Monte Castelo, da banda Legião Urbana, cita versículos
bíblicos.
TEXTO-FONTE
"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver
amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine."
(Versículo 1 do capítulo 13 do livro de 1 Coríntios da Bíblia)
PARÁFRASE
"Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria" (trecho da música Monte Castelo, da
banda Legião Urbana)
Intertextualidade explícita e implícita
A relação estabelecida entre os textos pode decorrer de um
processo explícito (evidente) ou implícito (subentendido).
A Intertextualidade é explícita quando o texto indica o texto-fonte
usado como modelo, enquanto é implícita quando o texto não faz
essa indicação.
Exemplos de intertextualidade explícita: citação, tradução,
referência.
Exemplos de intertextualidade implícita: alusão, paródia,
paráfrase.
CADERNO DE QUESTÕES – COERÊNCIA E
INTERTEXTUALIDADE.
Questão 1
Mudança bem notável produz no homem a passagem do estado
natural ao civil, substituindo em seu proceder a justiça ao instinto,
e dando às suas ações a moralidade de que antes careciam; é só
então que a voz do dever sucede ao impulso físico, e o direito, ao
apetite; o homem que, até ali, só pusera em si mesmo os olhos
vê-se impelido a obrar segundo outros princípios, e a consultar a
razão antes que os afetos. Embora se prive nesse estado de muitas
vantagens, que a natureza lhe dera, outras obtém ainda maiores;
suas faculdades se exercem e se desenvolvem; suas ideias se
ampliam, seus sentimentos se enobrecem, sua alma toda inteira a
tal ponto se eleva que, se os abusos desta nova condição não o
degradassem muitas vezes a uma condição inferior à
primeira, deveria abençoar continuamente o instante feliz que para
sempre o arrancou do estado de natureza, e fez de um animal
estúpido e limitado um ser inteligente, um homem.
(Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a passagem – Mudança bem notável
produz no homem a passagem do estado natural ao civil,
substituindo em seu proceder a justiça ao instinto, e dando às suas
ações a moralidade de que antes careciam. – está reescrita com
mais clareza, com coesão e coerência, segundo princípios de
organização sintática e pontuação.
22
a) Mudança bem notável no homem produz a passagem do estado
natural ao civil, substituindo, a justiça em seu proceder, o instinto,
para dar às suas ações, antes, a moralidade de que careciam.
b) Bem notável mudança produz a passagem do estado natural ao
civil, no homem; substitui a justiça para o instinto em seu proceder,
também dando a moralidade às suas ações de que antes careciam.
c) No homem, mudança bem notável a passagem do estado natural
ao civil produz, e substitui ao instinto, a justiça em seu proceder,
além de dar, antes, a moralidade às suas ações de que careciam.
d) Mudança no homem bem notável produz a passagem do estado
natural ao civil, em seu proceder substituindo a justiça ao instinto e
dando a moralidade às suas ações de que antes careciam.
e) A passagem do estado natural ao civil produz, no homem,
mudança bem notável; em seu proceder, a justiça substitui o
instinto e dá às suas ações a moralidade de que careciam antes.
Questão 2
A transformação digital, que já é uma realidade nas empresas
brasileiras, mudou a maneira de comunicação entre trabalhadores e
patrões. E esse relacionamento através de novas ferramentas e
aplicativos, como WhatsApp e Telegram, por exemplo, está se
transformando em verdadeiro perigo. Isso porque está cada vez
mais comum trabalhadores levarem para a Justiça do Trabalho
prints e registros de conversas de WhatsApp como prova de que
foram assediados moralmente. E a Justiça, por sua vez, condena a
empresa.
O mundo das novas tecnologias pode ser a redenção para as
empresas, quando fomentam e estimulam seus negócios, mas
também pode ser um poderoso instrumento de destruição de suas
imagens, caso seus líderes e gestores não compreendam o poder
que essas ferramentas têm, atualmente, para o bem e para o mal.
DANTAS, J. M.; PASTORE, J. E. G. Os riscos do assédio
moral virtual. In: Hoje em Dia. Opinião, 24 ago. 2028.
Disponível em: https://www.hojeemdia.com.br/opiniao/opiniao/
os-riscos-do-assedio-moral-virtual-1.916913.
Acesso em: 25 ago. 2022.
O autor estabelece uma coerência entre os argumentos usados para
sustentar sua tese ao
a) comprovar que funcionários são vítimas de assédios em todos
os canais comunicativos.
b) indicar que toda relação de trabalho culmina em algum tipo de
assédio pelo empregador.
c) relacionar as novas ferramentas de comunicação aos perigos do
uso incorreto feito delas.
d) demonstrar que empregados mal-intencionados levam empresas
à justiça indevidamente.
Questão 3
Para o leitor considerar o texto coerente e recuperar a crítica
realizada pelo texto, é necessário acionar, prioritariamente, dois
fatores de coerência:
a) a conotação e a situacionalidade.
b) o conhecimento enciclopédico e as inferências.
c) a intertextualidade e as relações cotextuais.
d) o conhecimento linguístico e as regras constitutivas do gênero
Questão 4
Assinale a alternativa cujo texto pode ser concluído pela frase “foi
sancionada uma nova lei que permite que hemocentros requisitem
dados disponíveis nos órgãos públicos, com o objetivo de auxiliar
na localização de doadores de medula cujos dados estejam
desatualizados no banco de doadores” sem prejuízo da coerência.
a) É importante que o maior número de pessoas possível se
cadastre como doador de medula e mantenha atualizados os seus
dados junto aos hemocentros para poderem ser contatados, pois
b) Cerca de 50% dos doadores de medula óssea cadastrados no
Brasil não são localizados quando surge um paciente compatível
precisando do transplante e, por esse motivo,
c) Maria recebeu a notícia de que é necessário, em primeiro lugar,
identificar um doador de medula compatível e disposto a realizar o
procedimento, visto que
d) A maior parte dos transplantes de medula óssea realizados no
país são feitos por doadores não aparentados, ou seja, por pessoas
cadastradas nos bancos de dados dos hemocentros, todavia,
e) Júlio cadastrou-se como doador de medula óssea em um
hemocentro de sua cidade há cerca de seis anos e, desde então,
mudou-se de casa duas vezes e alterou seu número de telefone, já
que
Questão 5
Então a luz da lua se estendeu sobre todos, as estrelas brilharam
ainda mais no céu, o mar ficou de todo manso (talvez que Iemanjá
tivesse vindo também ouvir a música) e a cidade era como que um
grande carrossel onde giravam em invisíveis cavalos os Capitães da
Areia. Neste momento de música eles sentiram-se donos da cidade.
E amaram-se uns aos outros, se sentiram irmãos porque eram todos
eles sem carinho e sem conforto e agora tinham o carinho e o
conforto da música.
AMADO, Jorge. Capitães da areia. São Paulo: Companhia das
Letras, 2009.
Considerando os elementos estruturais do parágrafo, dadas as
afirmativas acerca da coesão e coerência textuais,
I. Em: “Então a luz da lua se estendeu sobre todos,
as estrelas brilharam ainda mais no céu, o mar ficou de
todo manso”, os vocábulos em destaque são hiperônimos
de “céu”.
II. Em: “onde giravam em invisíveis cavalos os Capitães
da Areia”, o pronome destacado retoma a expressão
antecedente “cidade”. Trata-se de uma referência
anafórica.
III. As palavras destacadas em: "o mar ficou de todo
manso (talvez que Iemanjá tivesse vindo também ouvir a
música)”
funcionam como operadores argumentativos, os quais
contêm noções semânticasde dúvida e de inclusão,
respectivamente.
verifica-se que está/ão correta/s
a) II, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
Questão 6
No trecho: “Não tenho nada contra homossexuais. Tenho,
inclusive, um grande amigo que é, e ele é até inteligente”. Podemos
perceber um erro de:
a) Pontuação
b) Coerência
c) Continuidade
d) Coesão
Questão 7
O relatório está pronto, porém o estou finalizando até agora.
A frase acima é um exemplo de redação com problemas de:
a) Coerência textual
b) Coesão textual
c) Pontuação
d) Ortografia
Questão 8
Poema de Sete Faces
Quando nasci, um anjo torto
23
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. São Paulo:
Companhia das Letras, 2013.
Sobre o poema de Drummond, avalie as seguintes afirmações:
I - Em “O homem atrás do bigode / é sério, simples e
forte./ Quase não conversa”, o registro “homem” será
retomado elipticamente no segundo período.
II - Em “Mundo mundo vasto mundo, /mais vasto é meu
coração./ Eu não devia te dizer/ mas essa lua/ mas esse
conhaque...”, o pronome "esse" recupera
anaforicamente "Mundo".
III - Em “As casas espiam os homens / que correm atrás
de mulheres. / A tarde talvez fosse azul, / não houvesse
tantos desejos”, o termo “tantos” retoma “homens,
mantendo a coesão e a coerência textual no poema.
IV - Em “Quando nasci, um anjo torto / desses que vivem
na sombra / disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida”, o
emprego de "ser" se justifica pela relação que mantém
com “anjo”.
V - Em “Quando nasci, um anjo torto / desses que vivem
na sombra...”, verifica-se que "torto" funciona como um
adjetivo, pois qualifica o seu termo antecedente.
Assinale a alternativa que apresenta APENAS as afirmações
corretas.
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I e V.
e) IV e V.
Questão 9
A ordem natural das coisas
Rap de Emicida
A merendeira desce, o ônibus sai
Dona Maria já se foi, só depois é que o sol nasce
De madrugada que as aranha desce no breu
E amantes ofegantes vão pro mundo de Morfeu
E o sol só vem depois
O sol só vem depois
É o astro rei, okay, mas vem depois
O sol só vem depois
Álbum AmarElo. Sony Music, 2019.
No rap de Emicida, a principal estratégia de coerência
caracteriza-se pela
a) progressão temática.
b) referência ao mito de Morfeu.
c) utilização do refrão.
d) fusão entre língua falada e escrita.
Questão 10
Observe o seguinte texto argumentativo, produzido por um leitor
de um jornal francês a respeito da visita do Papa ao país:
“Eu me indigno que se possa lançar a ideia de que só os católicos
paguem taxas pela visita do Papa. Já se viu que as famílias sem
filhos se recusem a pagar impostos pela educação nacional, ou as
pessoas que não possuem carros deixar de pagar pela manutenção
das estradas nacionais?”
Aquela reação, entre as dadas abaixo, que mostra coerência lógica
com o tema, é:
a) Todo mundo deve pagar; de fato, a religião católica, na medida
em que ela faz parte de nossa cultura, interessa a todos;
b) Não é preciso pagar: o governo que custeie visitas de líderes
religiosos;
c) A Igreja faria melhor se não programasse essas viagens do Papa,
contando com a ajuda de outros;
d) Deve-se pagar, afinal de contas, o Papa vem aqui raramente;
e) Que os católicos paguem: se eles acham caro, que encontrem
uma religião mais barata.
Questão 11
O vestiário japonês
Um evento do porte da Copa do Mundo tem sempre mais a mostrar
do que a bola rolando. Nem tudo o que importa acontece apenas
dentro do gramado, ante as câmeras e os holofotes. Pode-se marcar
gols em pontos diferentes do estádio. É o caso da seleção japonesa,
que estreou com uma vitória inesperada sobre a Alemanha, um
feito de arregalar os olhos, mas deu show mesmo foi no vestiário.
Até a FIFA se impressionou.
Ao término da partida contra a seleção alemã, os jogadores
japoneses voltaram para o vestiário, tiraram seus uniformes,
dobraram, guardaram, devolveram os cabides a seus lugares, e a
julgar pela foto do local, também lamberam o chão, escovaram as
paredes, passaram um pano nos armários. Mesmo esgotados pelos
90 minutos em que correram, suaram, driblaram e marcaram em
campo, sobrou energia para deixar a sala onde guardaram seus
pertences igualzinha a uma locação de propaganda de material de
limpeza. Cheguei a pensar que eram patrocinados pelo Pinho Sol e
não pela Adidas.
Nas arquibancadas, viu-se o mesmo comportamento, como se fosse
uma ação orquestrada. Assim que o juiz apitou o final da partida,
os torcedores japoneses comemoraram do jeito que sabem: sem
exaltação frenética, e sim com as boas maneiras que trouxeram de
casa. Recolheram copos, garrafas, embalagens e colocaram tudo
em sacos de lixo. Estaria havendo uma competição paralela no
Catar? Se a disputa for pelo povo mais bem educado, nem
precisamos chegar ao domingo, dia 18 de dezembro, para saber
quem levanta a taça.
24
Isso tudo faz lembrar o famoso discurso que um ex-almirante da
Marinha americana, William H. McRaven, fez em 2014: “Se você
quer mudar o mundo, comece arrumando sua cama pela manhã”.
Infelizmente, em sociedades escravagistas como a nossa, a
tendência é pensar que não precisamos fazer pequenos serviços
quando há gente sendo paga para fazer por nós. O Japão baniu a
escravidão oficialmente em 1590, o que explica, em parte, seu
avanço exemplar. Os Estados Unidos, em 1865. O Brasil, o último
da fila, em 1888 — datas para registros em livros de História, pois
sabemos que se a mente continua intoxicada pela ideia de que a
sociedade é dividida entre pessoas superiores e inferiores, a
exploração não cessará nem hoje, nem nunca.
Portanto, juntemos o cocô que nosso cachorro fez na calçada, já
que a rua é de todos e não só de alguns. Coloquemos no bolso o
papel de bala que largamos displicentemente no chão do estádio,
lavemos o prato da pipoca e o copo de cerveja que deixamos sobre
a pia, entre outras oportunidades diárias de fortalecer nosso caráter.
São os gols que qualquer um de nós pode marcar, em vez de apenas
se sentar em frente à tevê para assistir aos gols dos outros.
(MEDEIROS, Martha. O vestiário japonês. Jornal O Globo, 2022.
Disponível em
https://oglobo.globo.com/ela/martha-medeiros/coluna/2022/12/ove
stiario- japones.ghtml. Acesso em: 04/12/2022. Adaptado.)
O conceito de intertextualidade está relacionado ao “diálogo” que
se estabelece entre dois textos diferentes. Ocorre quando um faz
referência a outro que preexistia, inspirando-se em sua forma ou
mensagem para criar um novo discurso. A intertextualidade pode
se dar de forma explícita ou implícita. Considerando essas
informações, selecione a passagem que apresenta um exemplo de
intertextualidade explícita.
a) “Estaria havendo uma competição paralela no Catar?” (3º§)
b) “Se você quer mudar o mundo, comece arrumando sua cama
pela manhã.” (4º§)
c) “Cheguei a pensar que eram patrocinados pelo Pinho Sol e não
pela Adidas.” (2º§)
d) “Um evento do porte da Copa do Mundo tem sempre mais a
mostrar do que a bola rolando.” (1º§)
Questão 12
Ainda sobre o texto da questão acima (11) responda:
“A ____________ é a responsável por fazer com que uma
sequência linguística seja considerada texto, pois é por meio dela
que as relações sintático-gramaticais, semânticas e pragmáticaspoderão ser estabelecidas, a fim de formar uma unidade global de
sentido. A ____________ auxilia nesse processo, mas não é
responsável pelo fenômeno da textualidade, uma vez que não é
necessária nem suficiente para isso.” Assinale a alternativa que
apresenta os fatores de textualidade que completam correta e
sequencialmente a afirmativa anterior.
a) coerência / coesão
b) situacionalidade / aceitabilidade
c) intencionalidade / inteligibilidade
d) intertextualidade / informatividade
Questão 13
Nos fragmentos abaixo, pode-se verificar a ocorrência de
intertextualidade.
Mundo, mundo, vasto mundo
Se eu me chamasse Raimundo
Seria uma rima, não seria uma solução
ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1964. Fragmento.
Ah, Carlos! Às vezes, por um mero segundo,
Eu me chamo Raimundo!
E continuo buscando a solução.
SERRA, M.H.M.D. Os dias são todos iguais. In: LERIA, A.M.B.
at al. Poemdemia. Cuiabá: Carlini&Caniato, 2020. Fragmento.
Acerca da intertextualidade, analise as assertivas que seguem e
assinale a alternativa CORRETA:
I - A intertextualidade implícita cita expressamente o
texto-fonte.
II - A intertextualidade pode ocorrer por meio da
reiteração de imagens e também através da repetição da
estrutura.
III - Na intertextualidade, os textos se revisitam, dando
origem a outros textos, nos quais pode-se notar a presença
do texto-fonte.
IV - Dentre os tipos de intertextualidade, estão a paráfrase,
a paródia, a alusão e a citação.
Estão CORRETAS as assertivas:
a) I e III apenas.
b) II e IV apenas.
c) I, II e III apenas.
d) II, III e IV apenas.
e) I, II, III e IV.
Questão 14
Leia os fragmentos de textos a seguir para responder à questão.
Texto I
Trecho do poema Canção do Exílio (1843)
“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores."
Gonçalves Dias
Texto II
Trecho do Hino Nacional Brasileiro (1909)
"Do que a terra mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida no teu seio mais amores."
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.”
Joaquim Osório Duque Estrada
Os dois textos, escritos em momentos históricos e culturais
diferentes, enfocam a paisagem brasileira. Analisando-os,
conclui-se que
a) o texto II faz uma alusão ao texto I, de modo implícito, numa
comparação.
b) o texto II realiza uma intertextualidade por paráfrase com o
texto I.
25
c) o texto II realiza uma intertextualidade por paródia com o texto
I.
d) ambos os textos apresentam a paisagem brasileira ironicamente.
e) o texto II faz um plágio explícito do poema de Gonçalves Dias.
Questão 15
As opções a seguir apresentam cinco frases cujo tema é o futebol.
Assinale a opção em que a frase faz intertextualidade com um
ditado popular.
a) A grande área é o cemitério dos árbitros.
b) Se concentração ganhasse jogo, o time do presídio era sempre
campeão.
c) Em futebol, o pior cego é o que só vê a bola.
d) O melhor lugar para se defender é na grande área – do
adversário.
e) O juiz de futebol é o único ladrão que rouba e sai protegido pela
polícia.
Questão 16
‘Te amo’ é resposta brasileira
à dificuldade de amar em português
Foi por Sérgio Rodrigues, que leio sempre com prazer nesta Folha,
que soube que uma página de internet dedicada ao português
desaconselha o uso da expressão “te amo” porque “não se pode
começar frase com pronome oblíquo átono”.
Ora, a formulação “te amo” é uma excelente resposta brasileira à
dificuldade de amar em português. No português de Portugal nós
dizemos “amo-te”, uma palavra essa sim verdadeiramente átona
que, dita com o sotaque europeu, parece mais um rosnado do que
um arrebatamento apaixonado.a
Boas alternativas são difíceis de encontrarb. Em tempos propus a
substituição de “amo-te” por “estimo-te intensamente”, esperando
que a aliteração do t animasse a declaração, até por remeter para o
som festivo das latas que se costumam atar ao carro dos
recém-casados.
A minha sugestão não foi bem-sucedida. Ninguém aceitou passar a
estimar intensamente, e o problema é tão gravec que, muitas vezes,
por falta de alternativas satisfatórias, falantes de português decidem
cair nos braços da língua inglesa, caso de Marisa Monte quando
celebremente declarou “amor, I love you”.d
Mas a opção brasileira por “te amo” merece encorajamento, e não
repúdio. Ao contrário do que sugere a página citada por Sérgio
Rodrigues, a expressão “te amo” não começa com um pronome
átono. Ou melhor, talvez comece se for eu a proferi-la com o
sotaque portuguêse. Mas um brasileiro não diz “te amo”. Diz “tchi
amo”.
E “tchi” não é átono, é tônico. Tônico como um gin tônico, tanto
que parece o som de um copo a bater no outro. “Tchi amo” é uma
declaração de amor e um brinde. Ainda agora o amor começou e
quem o declara já está a brindar a ele.
É uma excelente alternativa. Pelo menos, muito melhor do que
“estimo-te intensamente”.
(Ricardo Araújo Teixeira. Em:
https://www1.folha.uol.com.br/colunas, 08. 04. 2023. Adaptado)
Koch e Travaglia (1990) afirmam que o fenômeno da
intertextualidade é muito comum entre as matérias jornalísticas de
um mesmo dia ou de uma mesma semana, na música popular, em
nossas apropriações de provérbios e ditos populares, em textos
literários, publicitários etc. Os autores indicam ainda que as
relações entre textos podem ser explícitas ou implícitas.
(Anna Christina Bentes, “Linguística Textual”. Em: Mussalim e
Bentes [orgs.], 2005, v. 1)
No texto, exemplifica o conceito de intertextualidade explícita a
seguinte passagem:
a) ... parece mais um rosnado do que um arrebatamento
apaixonado.
b) Boas alternativas são difíceis de encontrar.
c) Ninguém aceitou passar a estimar intensamente, e o problema é
tão grave...
d) ... caso de Marisa Monte quando celebremente declarou “amor,
I love you”.
e) Ou melhor, talvez comece se for eu a proferi-la com o sotaque
português.
Questão 17
O Imperador da Língua Portuguesa
Quem entra no santuário de Santo Antônio em Franca pode ver à
esquerda do altar principal grande mural que mostra o padroeiro
pregando aos peixesa. Antônio de Lisboa em Portugal e de Pádua
no Brasil, o célebre orador tem seu aparelho fonador exposto como
relíquia no santuário da cidade italiana de Padova, à qual acorrem
milhares de fiéis ao longo do ano e especialmente na data de
nascimento do patrono, 13 de junho.
A biografia impressiona. Ele nasceu em Lisboa, em 1195, numa
família de escrivães que serviam à Corte. Fez os primeiros estudos
com brilhantismo e se tornou agostiniano ainda muito jovem. Um
encontro com Francisco de Assis o impactou tanto que ele se filiou
à ordem franciscana, ainda em implantação. Viveu apenas 36 anos,
transitou entre Portugal e Itália, protagonizou milagres para alguns
e apenas lendas para outros.
Conta-se que Antônio falava em Rimini (cidade litorânea do que
ainda viria a ser o território italiano) a um grupo de ateus, tentando
convertê-los ao cristianismo.b Entretanto, sendo desconsiderado e
ironizado, afastou-se e buscou uma praia do Adriático,
conclamando os peixes a ouvi-lo. Foi com espanto que os presentes
viram assomar à superfície peixes de vários tamanhos, nadando de
um lado para outro à procura de seus semelhantes para com eles se
juntarem. E assim o fazendo, agruparam-se por espécie e
colocaram a cabeça para fora da água a fim de ouvir melhor o
pregador.
Cerca de cinco séculos depois, outro Antônio, de sobrenome
Vieira, também pregador, igualmente de origem portuguesa, mas
pertencente a outra ordem religiosa, a dos jesuítas, tomou a
narrativa popular como tema para uma de suas mais célebres peças
literáriasc, o “Sermão de Santo Antônio aos Peixes”, proferido no
dia 13 de junho de 1661, no Maranhão. Os dois Antônios estavam
separados por quinhentosanos, mas unidos por uma nacionalidade,
a lusitana; um talento, a oratória; e uma causa maior, o
cristianismo.d Lisboeta, Antônio Vieira veio ainda criança para o
Brasil com a família que estava a serviço da Corte. [...] Talvez por
ser neto de africana, desde cedo manifestou interesse pela
diversidade humana, por hábitos diferentes e línguas estrangeiras.
Em trabalho missionário durante oito anos no Pará e Maranhão
aprendeu sete idiomas indígenas e ficou conhecido junto das tribos
como “Pai Grande”, por defender os índios de maus tratos aos
quais eram submetidos pelos colonos portugueses.
O “Sermão de Santo Antônio aos Peixes” é perfeita expressão
barroca, onde mediante argumentação poderosa e belas imagens de
potente plasticidade, o autor condena de forma enfática a
escravização do índio.e
[...]
Antônio Vieira foi banido do Maranhão em 1661. Fixou-se então
na Bahia e fez algumas viagens diplomáticas à Europa. Retornou
de vez ao nosso país no final da vida, para ordenar, editar e
publicar seus 200 sermões e outras peças literárias. Morreu em
Salvador, num dia de junho, 17, aos 89 anos.
26
Neste mês de coincidências, que celebra algumas datas referentes à
nossa cultura, uma delas o dia 10 dedicado à Língua Portuguesa,
falou-se na mídia e nas redes sociais sobre Luís de Camões e
Fernando Pessoa. Nada vi sobre o Padre Vieira, a quem o
magnífico poeta de “Mensagem” chamou, com justiça e
conhecimento de causa, “Imperador da Língua Portuguesa”.
Texto adaptado de: Fonte: O
Imperador da Língua Portuguesa (sampi.net.br). Acesso em: 02 de
jul. 2023.
Para o trabalho de leitura, em sala de aula, é necessário orientar os
alunos no sentido de estabelecerem relações, reportando, muitas
vezes, a outros textos. Assinale a alternativa em que o trecho
evidencia uma intertextualidade existente no texto.
a) “Quem entra no santuário de Santo Antônio em Franca pode ver
à esquerda do altar principal grande mural que mostra o padroeiro
pregando aos peixes.”
b) “Conta-se que Antônio falava em Rimini (cidade litorânea do
que ainda viria a ser o território italiano) a um grupo de ateus,
tentando convertê-los ao cristianismo.”
c) “Cerca de cinco séculos depois, outro Antônio, de sobrenome
Vieira, também pregador, igualmente de origem portuguesa, mas
pertencente a outra ordem religiosa, a dos jesuítas, tomou a
narrativa popular como tema para uma de suas mais célebres peças
literárias […].”
d) “Os dois Antônios estavam separados por quinhentos anos, mas
unidos por uma nacionalidade, a lusitana; um talento, a oratória; e
uma causa maior, o cristianismo.”
e) “O “Sermão de Santo Antônio aos Peixes” é perfeita expressão
barroca, onde mediante argumentação poderosa e belas imagens de
potente plasticidade, o autor condena de forma enfática a
escravização do índio.”
Questão 18
O avesso da pele – Jeferson Tenório
Um romance sobre identidade e as complexas relações raciais,
sobre violência e negritude, O avesso da pele é uma obra
contundente no panorama da nova ficção literária brasileira.
Vencedor do Prêmio Jabuti na categoria “Romance Literário”.
O avesso da pele é a história de Pedro, que, após a morte do pai,
assassinado numa desastrosa abordagem policial, sai em busca de
resgatar o passado da família e refazer os caminhos paternos. Com
uma narrativa sensível e por vezes brutal, Jeferson Tenório traz à
superfície um país marcado pelo racismo e por um sistema
educacional falido, e um denso relato sobre as relações entre pais e
filhos.
O que está em jogo é a vida de um homem abalado pelas
inevitáveis fraturas existenciais da sua condição de negro em um
país racista, um processo de dor, de acerto de contas, mas também
de redenção, superação e liberdade. Com habilidade incomum para
conceber e estruturar personagens e de lidar com as complexidades
e pequenas tragédias das relações familiares, Jeferson Tenório se
consolida como uma das vozes mais potentes e estilisticamente
corajosas da literatura brasileira contemporânea.
“Não é de graça que Tenório, além de autor premiado, é tão bem
acolhido pelo público e pela crítica. Ele não faz turismo, safári
social, na desgraça geral do país, não faz da crítica à desigualdade
um truque, um atalho apelativo e barato, panfletário, para ter mais
aceitação, reconhecimento. Estamos diante de um escritor que,
correndo todos os riscos, sabe arquitetar uma boa trama e encantar
o leitor. Por muitas vezes durante a leitura eu disse para mim
mesmo: como ele consegue construir personagens tão reais e fáceis
de serem amados? Eu agradeço, a literatura brasileira agradece.” ―
Paulo Scott.
“Através de um profundo mergulho em seus personagens, ‘O
avesso da pele’ consegue abordar as questões centrais da sociedade
brasileira. E o mais potente nisso tudo é que, aqui, o real e as
reflexões partem sempre de dentro pra fora.” ― Geovani Martins.
Disponível em:
<https://www.amazon.com.br/avesso-pele-Jeferson-
Ten%C3%B3rio/dp/8535933395>. Acesso em: 03 set. 2023.
Os dois parágrafos finais do texto trazem, entre aspas, as falas de
dois outros sujeitos, Paulo Scott e Geovani Martins. Este recurso
de construção textual pode ser classificado como
a) situacionalidade.
b) intertextualidade.
c) intencionalidade.
d) informatividade.
Questão 19
O senso comum propala que há poucos ingênuos na sociedade
contemporânea. Acresce de forma provocadora que as honrosas
exceções, tão merecedoras de admiração, confirmam a regra de que
“todo mundo tem um preço”. A generalização, porém, é abusiva.
Por quê? Porque supõe que corromper-se seja um traço congênito
dos homens. Ora, se muitos prevaricam, o mesmo não pode ser dito
de todos. Afinal, as condições históricas não propiciam iguais
tentações a cada um de nós. De um lado, nem todas as sociedades
humanas instigam seus agentes a transgredir os padrões morais
com a mesma intensidade; de outro, nem todas as pessoas estão à
mercê das mesmas tentações para se corromper. Nesse sentido, ao
incitar ambições e ao aguçar apetites, as sociedades em que
prevalecem relações mercantis abrigam mais seduções do que as
sociedades não mercantis.
Resumidamente: expõem mais as consciências à prova e, em
consequência, contabilizam mais violações dos códigos morais.
Ademais, ainda que se aceite que todo mundo tenha um “preço”, a
pressuposição só faz sentido em termos virtuais.
Afinal, nem todos estão ao alcance do canto das sereias. Dizendo
sem rodeio: muitos não são corrompidos porque não vale a pena
suborná-los!
E isso coloca em xeque a anedota desesperançada do filósofo
Diógenes, que se achava exilado em Atenas: munido de uma
lanterna em plena luz do dia, procurou em vão um homem honesto.
Ora, convenhamos: será que ninguém naquela cidade-estado,
absolutamente ninguém, merecia crédito? Não parece lógico; é
uma fábula que não deve ser levada ao pé da letra. Qual então o seu
mérito? Denunciar a depravação moral que então grassava. De
qualquer modo, ponderemos: nem todos os atenienses possuíam
cacife o bastante para vender a alma ao diabo.
(Robert H. Srour. Ética empresarial. Adaptado)
Para responder a esta questão, considere o texto de Robert H. Srour
e a charge de Lor.
27
(Lor. Os desmandamentos.)
É correto afirmar que o cotejo desses textos aponta haver entre eles
relações de
a) interdependência, pois ambos expõem objetivamente suas teses.
b) analogia, replicando ideias implícitas e corrigindo desvios de
conteúdo.
c) descontinuidade, centradas na questão do poder ilimitado das
corporações.
d) intertextualidade, abordando o aspecto temático de diferentes
pontos de vista.
e) coesão e coerência baseadas no emprego de expressões típicas
da lógica textual.
Questão 20
As marcas de textualidade citadas no programa de Língua
Portuguesa são a coesão, a coerência e a intertextualidade. Observe
a seguinte declaração do apresentador Faustão:
“Esse negócio de sucesso é bonito, mas você não vive em função
disso. O cemitério está cheio de caras de sucesso. Quero uma vida
mais simples do que um copo d’água”.
Assinale a opção que exemplifica intertextualidade.
a) Esse negóciode sucesso é bonito.
b) ...mas você não vive em função disso.
c) O cemitério está cheio de caras de sucesso.
d) Quero uma vida mais simples...
e) ...mais simples do que um copo d’água.
28
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
E C B B B B A D A A
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B A D B C D C B D C
29
TIPOLOGIA TEXTUAL
E GÊNEROS TEXTUAIS
30
TIPOLOGIA TEXTUAL
As tipologias textuais são os tipos de textos criados em
determinados contextos e que vão depender da intenção e
necessidade de comunicação das pessoas.
A tipologia textual é dividida em cinco tipos de textos:
1. Tipologia narrativa (narração): contar uma história
incluindo tempo, espaço e personagens envolvidos.
2. Tipologia descritiva (descrição): descrever uma pessoa,
um objeto, um local, um acontecimento.
3. Tipologia dissertativa (dissertação): defender uma ideia
e expor uma opinião através de argumentações.
4. Tipologia expositiva (exposição): apresentar um
conceito, uma ideia, ou informar sobre algo.
5. Tipologia injuntiva (injunção): ensinar ou instruir sobre
algo com o objetivo de levar a uma ação.
Tipologia narrativa (narração)
A narração significa contar uma história, acontecimentos e
ações de personagens dentro de um espaço e um tempo
determinado.
Através de um enredo (história) é relatado por um narrador os
acontecimentos e ações de maneira linear ou não linear.
Assim, se o enredo seguir uma sequência cronológica, trata-
se de um enredo linear. Do contrário, se existir uma mistura
entre o passado, o presente e o futuro, estamos diante de um
enredo não linear.
Para facilitar o entendimento, podemos resumir os elementos
da narrativa da seguinte forma:
O quê? - revela a história, o assunto central da trama.
Quem? - são as personagens envolvidas na trama e que
podem ser principais (protagonistas) e secundárias
(coadjuvantes).
Quando? - indica o momento em que a história se passa.
Onde? - representa o local (espaço) onde a narrativa ocorre,
que podem ser ambientes físicos ou psicológicos.
Por quem? - aquele que conta a história é o narrador (foco
narrativo). Ele pode fazer parte da história (narrador
personagem) ou não participar dela (narrador observador ou
narrador onisciente).
Características da tipologia narrativa
Revela a sequência de acontecimentos de uma história;
Os fatos e as ações são relatados por um narrador (foco
narrativo) que participa ou não da trama;
Presença de personagens principais (protagonistas), que
aparecem com maior frequência e são mais importantes
na história, e personagens secundários (coadjuvantes);
Marcação de tempo (tempo cronológico) através de datas
e momentos históricos, ou o tempo individual de cada
personagem (tempo psicológico);
Indicação do local onde se desenvolve a história e que
podem ser físicos (reais ou imaginários) ou psicológicos
(na mente das personagens).
Exemplos de textos da tipologia narrativa
Os principais exemplos de textos narrativos são:
Crônicas
Contos
Romances
Fábulas
Novelas
Esses tipos de narração contém todos os elementos da
narrativa: um enredo contado por um narrador, um espaço e
um tempo definido, além de incluir personagens na trama.
Tipologia descritiva (descrição)
A descrição representa o ato de descrever algo e que pode ser
uma pessoa, um objeto, uma paisagem, um local.
Quando utilizamos a tipologia descritiva, buscamos
apresentar as principais características de algo. O que pode
ser feito de duas maneiras: descrição objetiva e descrição
subjetiva.
Na descrição objetiva não há um juízo de valor, uma opinião,
ou mesmo impressões subjetivas sobre o que está sendo
observado. A imparcialidade (visão neutra) é uma das
principais características desse tipo de descrição. Ela busca
apontar de maneira muito realista e verossímil os atributos de
algo (alto, baixo, claro, escuro, longo, curto).
Já na descrição subjetiva, a opinião, as apreciações e as
emoções de quem está descrevendo aparece de forma muito
nítida, por exemplo, pelo uso de muitos adjetivos. Nesse caso,
o objetivo é valorizar a forma do texto com o intuito de
influenciar os leitores através de um juízo de valor sobre o
que está sendo observado.
Veja abaixo exemplos das descrições objetiva e subjetiva:
Descrição objetiva: A Basílica de São Marcos, localizada em
Veneza, é repleta de mosaicos. (Não há uma opinião sobre o
que está sendo observado)
Descrição subjetiva: A deslumbrante Basílica de São
Marcos, localizada em Veneza, é repleta
de belíssimos mosaicos. (Pelo uso dos adjetivos, nota-se as
impressões do autor)
Características da tipologia descritiva
Aponta os principais atributos e aspectos de algo;
Realiza um retrato verbal sobre algo;
Valoriza os detalhes, os pormenores e as minúcias;
Utiliza muitos adjetivos para detalhar o objeto descrito;
Usa verbos de ligação (ser, estar, parecer) para demostrar
o objeto descrito;
Presença de verbos no pretérito imperfeito e no presente
do indicativo para descrever cenas;
Recorre às metáforas e comparações que permitem uma
melhor imagem mental do que está sendo descrito.
Exemplos de textos da tipologia descritiva
Os principais exemplos de textos descritivos são:
Retratos falados
Diários
Notícias
Biografias
Todos eles são textos descritivos, em que há um retrato verbal
realizado pelo autor (emissor).
Tipologia dissertativa (dissertação)
A dissertação é, de maneira geral, um tipo textual opinativo e
argumentativo. Além disso, pode ser persuasivo, já que tem
como intuito defender uma ideia ou um conceito sobre
31
determinado assunto através de argumentações pautadas em
dados, estatísticas e exemplos concretos.
Os autores que utilizam essa tipologia textual pretendem
convencer seus leitores com base nas suas opiniões. Essas
opiniões são fundamentadas em pesquisas que realizaram ou
em conhecimentos que possuem sobre o tema.
Vale ressaltar que a opinião deve ser apresentada na terceira
pessoa do plural (nós, eles) e não na primeira pessoa do
singular (eu).
Embora em sua maioria os textos dissertativos sejam
argumentativos, há também outra subcategoria denominada
de textos dissertativos-expositivos. Nesse caso, as ideias,
conclusões e conceitos apresentados são expostos de maneira
neutra e imparcial, sem que o autor mostre sua opinião.
Características da tipologia dissertativa
Textos escritos na terceira pessoa do plural (nós, eles);
Presença de apreciações, opiniões e juízos de valor do
autor do texto;
Foco na formação da opinião do leitor, persuadindo-o;
Uso da norma culta (linguagem formal);
Recorre à coerência e à coesão para criar uma
argumentação lógica e bem conectada pelos elementos
coesivos;
Utilização de dados, exemplos e estatísticas de outras
pesquisas para corroborar suas ideias;
Explicações fundamentadas em outros autores, por
exemplo, para a defesa do tema com mais propriedade.
Exemplos de textos da tipologia dissertativa
Os principais exemplos da textos dissertativos são:
Artigos
Monografias
Resenhas
Ensaios
Editoriais
Todos eles são escritos com uma linguagem formal e
pretendem apresentar (textos dissertativos-expositivos) ou
defender uma ideia sobre determinado assunto, convencendo
o leitor (textos dissertativos-argumentativos).
Tipologia expositiva (exposição)
A exposição é um tipo textual que apresenta informações
sobre determinado assunto. Diferente dos textos
argumentativos, que utiliza opiniões para defender uma ideia,
essa tipologia tem como foco as informações apresentadas de
maneira coerente e imparcial, sem opiniões que tentem
convencer o leitor.
Esse tipo textual pode ser produzido de duas maneiras:
textualmente (através de um texto) ou oralmente (atravésda
fala).
Para entender melhor, vamos pensar no seminário da escola
em que as duas modalidades da tipologia expositiva são
utilizadas (escrita e oral). A apresentação projetada no
PowerPoint é um texto expositivo escrito, enquanto a
explicação do tema pelos alunos é feita através da fala das
pessoas, configurando um texto expositivo oral.
Características da tipologia expositiva
Textos escritos ou orais sem opiniões do autor;
Uso de uma linguagem clara e direta;
Produções textuais informativas e objetivas, sem juízo de
valor;
Uso de informações, dados e referências para expor o
tema;
Recorre à conceituação e definição para explicar os
temas;
Utiliza comparações e enumerações para facilitar o
entendimento.
Exemplos de textos da tipologia expositiva
Os principais exemplos de textos expositivos são:
Palestras
Entrevistas
Seminários
Verbetes de dicionários
Verbetes enciclopédicos
Todos eles apresentam informações objetivas, ou seja, isentas
de subjetividades e duplas interpretações.
Tipologia injuntiva (injunção)
A injunção é um tipo textual que pretende instruir ou ensinar
alguém a fazer algo, por isso, apresenta uma sucessão de
informações que podem estar organizadas em pequenos
parágrafos ou numerada em passos.
A ideia central é levar a uma ação por parte do receptor (ou
leitor) que recebe a mensagem.
Esses textos precisam ser claros e objetivos para não gerar
dúvidas ou duplas interpretações em quem está lendo. Pense,
por exemplo, no manual de instruções de um móvel. O
objetivo é indicar um passo a passo de tudo o que deve ser
feito, como deve ser feito e quais ferramentas serão
necessárias para realizar essa tarefa.
Características da tipologia injuntiva
Visam instruir ou ensinar algo à alguém;
Foco na explicação e no método para a realização de
algo;
Textos objetivos, sem espaço para outras interpretações;
Uso da linguagem simples e objetiva, e, por vezes,
técnica;
Presença da linguagem formal, baseada na norma culta;
Utilização de verbos no imperativo, que denotam ordem.
Exemplos de textos da tipologia injuntiva
Os principais exemplos de textos injuntivos são:
Propagandas
Manuais de instruções
Bulas de remédios
Receitas culinárias
Regulamentos
A grande semelhança entre eles é que todos oferecem
instruções, dando informações e indicações sobre algum
procedimento.
32
GÊNEROS TEXTUAIS
Gêneros textuais são as diferentes formas de texto usadas para
transmitir as mensagens que pretendemos aos seus receptores.
São exemplos de gêneros textuais: crônicas, contos, notícias,
bilhetes, listas de compras e receitas.
Tipos e gêneros textuais
Os gêneros textuais são classificados conforme a sua função
comunicativa. Eles são produzidos com linguagens e
estruturas diferentes, ou seja, cada gênero textual recorre a
um tipo de texto.
Há muitos gêneros textuais, enquanto há cinco tipos de texto:
narrativo, descritivo, argumentativo, expositivo e injuntivo.
Gêneros textuais de texto narrativo
Os textos narrativos apresentam ações de personagens no
tempo e no espaço. A estrutura da narração é dividida em:
apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.
Exemplos de gêneros textuais narrativos:
Romance
Novela
Crônica
Conto
Contos de Fada
Fábula
Lenda
Biografia
Autobiografia
Anedota
Gêneros textuais de texto descritivo
Os textos descritivos se ocupam em relatar e expor
determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa
forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem
ou apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do
locutor (emissor).
Exemplos de gêneros textuais descritivos:
Diário
Relato (viagens, históricos, etc.)
Notícia
Currículo
Lista de compras
Cardápio
Anúncio de classificados
Gêneros textuais de texto argumentativo
Os textos argumentativos são aqueles encarregados de expor
um tema ou assunto por meio de argumentações. São
marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo
que tentam persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida
em três partes: tese (apresentação), antítese
(desenvolvimento), nova tese (conclusão).
Exemplos de gêneros textuais argumentativos:
Editorial Jornalístico
Resenha
Artigo de opinião
Ensaio
Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado
Gêneros textuais de texto expositivo
Os textos expositivos possuem a função de expor determinada
ideia, por meio de recursos como: definição, conceituação,
informação, descrição e comparação.
Exemplos de gêneros textuais expositivos:
Seminários
Palestras
Conferências
Entrevistas
Trabalhos acadêmicos
Enciclopédia
Verbetes de dicionários
Ata
Gêneros textuais de texto injuntivo
O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é
aquele que indica uma ordem, de modo que o locutor
(emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor
(receptor). Por isso, geralmente apresenta verbos no
imperativo.
Exemplos de gêneros textuais injuntivos:
Propaganda
Receita culinária
Bula de remédio
Manual de instruções
Regulamento
33
https://www.todamateria.com.br/o-que-e-romance/
https://www.todamateria.com.br/cronica/
https://www.todamateria.com.br/conto/
https://www.todamateria.com.br/contos-fadas/
https://www.todamateria.com.br/fabula/
https://www.todamateria.com.br/biografia/
https://www.todamateria.com.br/autobiografia/
https://www.todamateria.com.br/genero-textual-anedota/
https://www.todamateria.com.br/genero-textual-diario/
https://www.todamateria.com.br/genero-textual-noticia/
https://www.todamateria.com.br/texto-editorial/
https://www.todamateria.com.br/resenha/
https://www.todamateria.com.br/artigo-de-opiniao/
https://www.todamateria.com.br/o-ensaio-como-genero-textual/
https://www.todamateria.com.br/como-fazer-uma-monografia/
https://www.todamateria.com.br/seminario/
https://www.todamateria.com.br/genero-textual-entrevista/
https://www.todamateria.com.br/genero-textual-ata/
CADERNO DE QUESTÕES – TIPOLOGIA TEXTUAL
E GÊNEROS TEXTUAIS
Questão 1
Leia o texto a seguir para responder à questão.
A ciência e a tecnologia como estratégia de
desenvolvimento
Um dos principais motores do avanço da ciência é a
curiosidade humana, descompromissada de resultados
concretos e livre de qualquer tipo de tutela ou orientação. A
produção científica movida simplesmente por essa
curiosidade tem sido capaz de abrir novas fronteiras do
conhecimento, de nos tornar mais sábios e de, no longo prazo,
gerar valor e mais qualidade de vida para o ser humano.
Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos
permite analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos
podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico
do ser humano, ao longo de sua história é, sem dúvida
alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade
construiu até aqui. Suas realizações estão presentes desde o
domínio do fogo até as imensas potencialidades derivadas da
moderna ciência da informação, passando pela domesticação
dos animais, pelo surgimento da agricultura e indústria
modernas e, é claro, destaco a melhora da qualidade de vida
de toda a humanidade no último século.
Além da curiosidade humana, outro motor importantíssimo
do avanço científico é a solução de problemas que afligem
toda a humanidade. Viver mais tempo e com mais saúde,
trabalhar menos e ter mais tempo disponível para o lazer,
reduzir as distâncias que nos separam de outros seres
humanos – seja por meio de mais canais de comunicação ou
de melhores meios de transporte – são alguns dos desafios e
aspirações humanas para os quais, durante séculos, a ciência
e a tecnologia têm contribuído.
Uma pessoanascida no final do século 18, muito
provavelmente morreria antes de completar 40 anos de idade.
Alguém nascido hoje num país desenvolvido deverá viver
mais de 80 anos e, embora a desigualdade seja muita, mesmo
nos países mais pobres da África subsaariana, a expectativa
de vida, atualmente, é de mais de 50 anos. A ciência e a
tecnologia são os fatores chave para explicar a redução da
mortalidade por várias doenças, como as doenças infecciosas,
por exemplo, e o consequente aumento da longevidade dos
seres humanos.
Apesar dos seus feitos extraordinários, a ciência e,
principalmente, os investimentos públicos em ciência e
tecnologia parecem enfrentar uma crise de legitimação social
no mundo todo. Recentemente, Tim Nichols, um reconhecido
pesquisador norte-americano, chegou a anunciar a “morte da
expertise”, título de seu livro sobre o conhecimento na
sociedade atual. Fala-se muito disso com interesse no
desenvolvimento de toda a humanidade. O que ele descreve
no livro é uma descrença do cidadão comum no
conhecimento técnico e científico e, mais do que isso, um
certo orgulho da própria ignorância sobre vários temas
complexos, especialmente sobre qualquer coisa relativa às
políticas públicas. [...]
[...] Para a revista Nature, portanto, os cientistas e as
organizações científicas deveriam sair de suas bolhas, olhar
com mais empenho para as oportunidades e os problemas
sociais e procurar meios pelos quais a ciência possa ajudar a
resolvê-los. A revista citou como exemplo o Projeto Genoma,
cujos impactos positivos já foram fartamente documentados.
Mesmo assim, a revista questiona até que ponto as
descobertas do projeto – e os medicamentos e tratamentos
médicos dali derivados – beneficiam toda a sociedade ou
apenas alguns poucos que possuem renda suficiente para
pagar por essas inovações.
[...]Nesta sociedade desigual, repleta de problemas, é preciso
desenvolver e legitimar a atividade científica e tecnológica.
Portanto, a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é
muito mais complexa do que a pergunta simplória sobre qual
seria a utilidade prática da produção científica. Ela passa por
uma série de questões, tais como de que forma a ciência e as
novas tecnologias afetam a qualidade de vida das pessoas e
como fazer com que seus efeitos sejam os melhores
possíveis? Quais são as condições sociais que limitam ou
impulsionam a atividade científica? Como ampliar o acesso
da população aos benefícios gerados pelo conhecimento
científico e tecnológico? Em que medida o progresso
científico e tecnológico contribui para mitigar ou aprofundar
as desigualdades socioeconômicas? Em face das novas
tecnologias, cada vez mais capazes de substituir o ser humano
nas suas atividades repetitivas, como será o trabalho no
futuro? Essas são as questões cruciais para a ciência e a
tecnologia nos dias de hoje.
Adaptado: Publicado em 11/07/2019 - Última modificação
em 23/12/2020 https://www.ipea.gov.br
De acordo com a tipologia textual, a intenção do autor foi:
a) dissertar sobre a importância da ciência e da tecnologia
para o desenvolvimento humano.
b) relatar sobre os impactos positivos da ciência e da
tecnologia na vida das pessoas.
c) narrar os fatos sobre empreendimentos científicos e
tecnológicos ao longo da história.
d) descrever alguns resultados concretos de produção
científica no atual século.
e) informar um fato pontual sobre benefícios e desafios da
pesquisa científica no mundo.
Questão 2
Leia o texto a seguir.
A ideia de uma ciência moderna desenvolvida a partir do
século XVII esteve profundamente associada a dois pilares: a
matematização e a experimentação. Entendemos que esses
dois pilares estão estreitamente ligados à questão dos
instrumentos: se por um lado é por meio destes que se
permitiu observar a natureza e realizar os experimentos
34
necessários, por outro, aperfeiçoou a exatidão das dimensões,
das distâncias, e dos ângulos observados no mundo natural.
Essa mudança de paradigma científico foi denominada
posteriormente pelos estudiosos das ciências (historiadores,
filósofos e sociólogos, principalmente) de Revolução
Científica.
Embora o entendimento de que a ciência era produzida pelos
grandes gênios de forma individual e praticamente monástica
já não encontre mais embasamentos na bibliografia
contemporânea, ainda tal questão se apresenta com certa
dificuldade. Ao considerar uma determinada Revolução,
geralmente associamos personagens e muitas vezes
instrumentos que demonstrem a especificidade daquela
ruptura. Podemos tomar como exemplo a Primeira Revolução
Industrial e sua associação à máquina a vapor e a James
Watts.
Em relação à Revolução Científica do século XVII, alguns
cientistas são comumente elencados como representativos
desse período, dentre os quais, destacamos Johannes Kepler
(1571 - 1630), Galileu Galilei (1564 - 1642) e Isaac Newton
(1643 -1727). Esses três cientistas possuíam uma
característica em comum: o uso, estudo ou desenvolvimento
de um instrumento científico específico: o telescópio. Para o
historiador das ciências italiano Paolo Rossi, o telescópio está
no rol dos mais importantes instrumentos científicos
desenvolvidos no século XVII, juntamente com o
microscópio, o termômetro, o barômetro, a bomba
pneumática e o relógio de precisão [...].
DALL’OLIO, Rafael Luis dos Santos.
O Telescópio e a Revolução Científica do século XVII.
Khronos,
Revista de História da Ciência, nº 13, p. 45-60, junho de
2022. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/khronos/article/view/198661/18
5420. Acesso em: 15 set. 2022.
Em relação à tipologia textual desse excerto, pode-se afirmar
que há o predomínio de passagens:
a) narrativas.
b) descritivas.
c) poéticas.
d) dissertativas.
e) injuntivas.
Questão 3
Leia o excerto a seguir.
“Depois de dois anos estudando em Paris, o médico Oswaldo
Gonçalves Cruz (1872-1917) voltou ao Brasil em 1899 e teve
uma agenda cheia. Em outubro desse ano ele foi chamado
para ajudar a conter um surto de peste bubônica em Santos,
no litoral paulista. Em 1900, começou a construir na cidade
do Rio de Janeiro um instituto que depois ganhou seu nome e
se transformou em uma das principais instituições de
produção de vacinas e de pesquisa do país. À frente do
Departamento de Saúde Pública, ele combateu as epidemias
de febre amarela e varíola, ganhando prestígio nacional e
internacional, até a saúde debilitada fazê-lo se mudar para
Petrópolis, na região serrana do estado do Rio, onde foi
prefeito por alguns meses [...].
Além dos relatórios e dos artigos científicos, as ideias, o dia
a dia e a trajetória profissional de Oswaldo Cruz estão
refletidos nas 342 cartas que ele escreveu para a família, 583
para instituições públicas e outras 259 trocadas entre ele e
outros cientistas de outubro de 1899 ao fim de 1916, quando
renunciou ao cargo de prefeito de Petrópolis por estar com a
saúde bastante frágil. [...]”
FIORAVANTI, Carlos. Em cartas, a história de cientistas.
Pesquisa Fapesp, setembro de 2022. Memória. Disponível
em: https://revistapesquisa.fapesp.br/em-cartas-a-historia-
de-cientistas/. Acesso em: 15 set. 2022.
Em relação à tipologia textual desse excerto, pode-se afirmar
que há o predomínio de passagens:
a) narrativas.
b) descritivas.
c) injuntivas.
d) argumentativas.
e) expositivas.
Questão 4
Texto
O casamento da Lua
O que me contaram não foi nada disso. A mim, contaram-me
o seguinte: que um grupo de bons e velhos sábios, de mãos
enferrujadas, rostos cheios de rugas e pequenos olhos
sorridentes, começaram a reunir-se todas as noites para olhar
a Lua, pois andavam dizendo que nos últimos cinco séculos
sua palidez tinha aumentado consideravelmente. E de tanto
olharem atravésde seus telescópios, os bons e velhos sábios
foram assumindo um ar preocupado e seus olhos já não
sorriam mais; puseram-se, antes, melancólicos. E contaram-
me ainda que não era incomum vê-los, peripatéticos, a
conversar em voz baixa enquanto balançavam gravemente a
cabeça.
E que os bons e velhos sábios haviam constatado que a Lua
estava não só muito pálida, como envolta num permanente
halo de tristeza. E que mirava o Mundo com olhos de um tal
langor e dava tão fundos suspiros – ela que por milênios
mantivera a mais virginal reserva – que não havia como
duvidar: a Lua estava pura e simplesmente apaixonada. Sua
crescente palidez, aliada a uma minguante serenidade e
compostura no seu noturno nicho, induzia uma só conclusão:
tratava-se de uma Lua nova, de uma Lua cheia de amor, de
uma Lua que precisava dar. E a Lua queria dar-se justamente
àquele de quem era a única escrava e que, com desdenhosa
gravidade, mantinha-a confinada em seu espaço próprio,
usufruindo apenas de sua luz e dando azo a que ela fosse
motivo constante de poemas e canções de seus menestréis, e
até mesmo de ditos e graças de seus bufões, para distraí-lo em
suas periódicas hipocondrias de madurez.
Pois não é que ao descobrirem que era o Mundo a causa do
sofrimento da Lua, puseram-se os bons e velhos sábios a dar
gritos de júbilo e a esfregar as mãos, piscando-se os olhos e
35
dizendo-se chistes que, com toda franqueza, não ficam nada
bem em homens de saber... Mas o que se há de fazer?
Frequentemente, a velhice, mesmo sábia, não tem nenhuma
noção do ridículo nos momentos de alegria, podendo mesmo
chegar a dançar rodas e sarabandas, numa curiosa volta à
infância. Por isso perdoemos aos bons e velhos sábios, que se
assim faziam é porque tinham descoberto os males da Lua,
que eram males de amor. E males de amor curam-se com o
próprio amor – eis o axioma científico a que chegaram os
eruditos anciãos, e que escreveram no final de um longo
pergaminho crivado de números e equações, no qual fora
estudado o problema da crescente palidez da Lua.
(MORAES, Vinícius de. Para viver um grande amor: crônicas
e poemas. São Paulo: Companhia das Letras, 1991, p. 52-53,
excerto.)
O fragmento “um grupo de bons e velhos sábios, de mãos
enferrujadas, rostos cheios de rugas e pequenos olhos
sorridentes”, do ponto de vista da tipologia textual, tem
predominantemente características:
a) narrativas.
b) descritivas.
c) argumentativas.
d) injuntivas.
e) dissertativas.
Questão 5
BOLO DE CENOURA
INGREDIENTES
MASSA:
1/2 xícara (chá) de óleo
3 cenouras médias raladas
4 ovos
2 xícaras (chá) de açúcar
2 e 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 colher (sopa) de fermento em pó
COBERTURA:
1 colher (sopa) de manteiga
3 colheres (sopa) de chocolate em pó
1 xícara (chá) de açúcar
1 xícara (chá) de leite
MODO DE PREPARO
MASSA:
Em um liquidificador, adicione a cenoura, os ovos e o óleo,
depois misture.
Acrescente o açúcar e bata novamente por 5 minutos
Em uma tigela ou na batedeira, adicione a farinha de trigo e
depois misture novamente.
Acrescente o fermento e misture lentamente com uma colher.
Asse em um forno preaquecido a 180° C por
aproximadamente 40 minutos.
COBERTURA:
Despeje em uma tigela a manteiga, o chocolate em pó, o
açúcar e o leite, depois misture.
Leve a mistura ao fogo e continue misturando até obter uma
consistência cremosa, depois despeje a calda por cima do
bolo.
A receita de bolo de cenoura faz uso da seguinte tipologia
textual:
a) Narrativo.
b) Descritivo.
c) Injuntivo.
d) Dissertativo.
e) Expositivo.
Questão 6
O IMPACTO DA TECNOLOGIA EM NOSSAS VIDAS
Vivemos o ápice da influência tecnológica no mundo e não
tem como negar. Estamos conectados o tempo todo, seja pelo
celular ou computador. O impacto da tecnologia em nossas
vidas é extremamente visível. Mas, isso é algo bom ou ruim?
A tecnologia facilita muito a nossa rotina e é um ótimo
entretenimento. Com apenas uns cliques, compartilhamos
coisas pessoais, entramos em contato com aquele parente
distante, descobrimos uma nova música e assistimos a vários
episódios de determinada série, mesmo off-line.
Conseguimos armazenar milhares de músicas na palma de
nossas mãos, temos televisões com a maior definição de
imagem existente, guardamos todos os tipos de fotos e
documentos pessoais na nuvem e podemos acessá-los a
qualquer hora e em qualquer lugar.
Há alguns anos, não tínhamos o hábito de olhar o celular
assim que acordávamos, ou passar a noite inteira em claro
vagando pelas redes sociais. Hoje em dia, se uma tragédia
acontecer há milhares de quilômetros de distância de onde
estamos, sabemos instantaneamente. A tecnologia modificou
completamente nosso cotidiano, trazendo muitos benefícios e
alguns malefícios também.
O lado ruim é que estamos tão ligados nas nossas vidas
online, que esquecemos de manter o contato off-line. Não
prestamos mais atenção no mundo a nossa volta, não
conversamos mais pessoalmente.
Por recebermos tantas informações o tempo todo, tornamo-
nos mais desatentos. Parece que não podemos ficar sem
encontrar coisas novas, é um pecado deixar o celular de lado,
ficamos dependentes dessa conexão.
Outros pontos ruins são os problemas de visão que foram
desenvolvidos nos últimos anos por ficar muito tempo vendo
a tela do celular e os problemas de audição por ouvir coisas
muito altas no fone de ouvido.
A obesidade também é um fator que vem encadeando essas
mudanças de hábito. As pessoas ficam a maior parte de seu
tempo sentadas, por conta da comodidade de comprar on-line,
não precisam mais ir até a loja, nem sair para pedir o almoço,
pois existem vários aplicativos para isso.
Segundo a OMS, o sedentarismo está presente em 23% dos
adultos; já nos mais jovens, esse índice é de 81%.
Consequência direta do uso de videogames, celulares e
computadores.
36
É importante ter um planejamento de quantas horas por dia
você vai dedicar à tecnologia, para não perder o foco e a
produtividade. Apesar de ser algo incrível, ela também pode
trazer consequências sérias e permanentes a nossa saúde.
Como todas as outras coisas, ela deve ser apreciada com
moderação.
Disponível em: https://www.madeinweb.com.br/o-impacto-
da-tecnologia-emnossas -vidas/Adaptado
A tipologia textual de maior predominância no texto
apresentado é:
a) Descrição.
b) Narração.
c) Injunção.
d) Exposição.
e) Dissertação.
Questão 7
Leia o texto a seguir para responder a questão.
Educação profissional para o século XXI
Novo Ensino Médio facilitará a integração dos jovens à
sociedade do trabalho, com impactos sociais relevantes.
*Por Horácio Lafer Piva, Pedro Passos e Pedro
Wongtschowski
05/08/2023
O Novo Ensino Médio (NEM) entrou no debate público neste
ano e foi alçado a um patamar compatível a sua importância.
A etapa final da educação básica é complexa por muitas
razões, sendo momento delicado de transição à vida adulta. É
também a etapa que tem os piores resultados de aprendizagem
e índices altos de evasão. Não há bala de prata em políticas
públicas; não se chega facilmente a consensos em problemas
complexos. Mas há um ponto específico que merece atenção
redobrada nas alterações que podem ser feitas após a
conclusão da acertada consulta pública realizada pelo
Ministério da Educação (MEC), que ouviu estudantes e
professores.
Primeiramente, vale dizer que o NEM traz avanços que não
podem retroceder. Destacamos aqui três pilares
importantíssimos: a ampliação da carga horária, a
flexibilização curricular para atender à diversidade de anseios
de aprofundamento e vocações das juventudes e a expansão
da Educação Profissional e Tecnológica (EPT), modalidade
possível de ser mais conectada com asdemandas do século
XXI que podem impulsionar a inserção profissional e a renda
dos jovens.
A EPT não pode ser vista como ponto de chegada da
formação, mas como opção que precede e cria oportunidades
para o ingresso no ensino superior ou no mercado de trabalho.
Isso é fundamental para um país mais próspero e justo. E
também urgente para uma geração inteira de jovens que hoje
ainda vê poucas opções para seu futuro.
Dada a relevância que a formação técnica e profissional pode
ter para o ensino médio e para o país, são preocupantes
algumas propostas apresentadas no debate público, por serem
capazes de impor um freio relevante na expansão do ensino
técnico. Elas dizem respeito à mudança na divisão de tempos
entre a parte do ensino médio comum a todos (chamada de
“formação geral básica”) e a constituída por opções de trilhas
formativas (“chamada de itinerários formativos”).
Há um consenso expressivo de que a regra atual, que restringe
a parte comum do currículo ao máximo de 1.800 horas (das 3
mil horas totais ao longo dos três anos), é um equívoco.
Dependendo de como esse número for ampliado, pode causar
grandes prejuízos à articulação da EPT com o ensino médio.
Isso porque pode impedir que os cursos técnicos de nível
médio sejam trabalhados na carga horária total de 3 mil horas.
Caso exija-se um mínimo de 2.400 horas para a parte comum
a todos os estudantes, restariam apenas 600 horas para os
itinerários formativos, inviabilizando um curso técnico dentro
das 3 mil horas.
Há soluções no debate que dão conta de superar os desafios
atuais, sem prejudicar o avanço do EPT. E, também
importante, dando flexibilidade aos estados para que possam
pensar diferentes arranjos para seu ensino médio. As
propostas do Conselho Nacional de Secretários de Educação
(Consed) têm ido nesta linha.
O NEM representa uma grande oportunidade para a
valorização da formação profissional dos jovens e, portanto,
para o desenvolvimento inclusivo do país que não podemos
perder. Mais que atender às demandas de um setor industrial
e de serviços ávidos por jovens de boa formação, na sua busca
contínua por aumento de produtividade, facilitará a
integração dos jovens à sociedade do trabalho, com impactos
sociais relevantes e redução do grave problema do
desemprego nessa faixa etária.
Na reta final do debate sobre o NEM, o Brasil tem a chance
de alcançar um desenho de política muito melhor que o
originalmente proposto, mas mantendo os avanços trazidos.
Em especial, a possibilidade de expandirmos para valer as
oportunidades oferecidas aos jovens de cursar a EPT ao longo
do ensino médio. O MEC acertou em abrir uma consulta
pública e ampliar o diálogo. O mais importante, porém, reside
na forma como a concluirá. Disso depende o futuro de
milhões de estudantes. E, também, do próprio país.
Fonte: *Horácio Lafer Piva, Pedro Passos e Pedro
Wongtschowski são empresários. https://oglobo.globo.com
Em relação à tipologia textual, esse texto é
predominantemente:
a) descritivo;
b) opinativo;
c) narrativo;
d) injuntivo;
e) prescritivo.
Questão 8
Leia o texto abaixo e responda a questão proposta.
Em 1984, às vésperas de completar 82 anos, Carlos
Drummond de Andrade se despedia da crônica, um dos
gêneros que ajudou a consagrá-lo como um dos grandes
escritores brasileiros.
CIAO
Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso
notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar
exibia a cada manhã a primeira página de um jornal
modestíssimo, porém jornal. Não teve dúvida. Entrou e
ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o
pessoal da redação. O homem olhou-o, cético, e perguntou:
— Sobre o que pretende escrever?
37
— Sobre tudo. Cinema, literatura, vida urbana, moral, coisas
deste mundo e de qualquer outro possível.
O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se
dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente de graça,
topou. Nasceu aí, na velha Belo Horizonte dos anos 20, um
cronista que ainda hoje, com a graça de Deus e com ou sem
assunto, comete as suas croniquices. Comete é tempo errado
de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois chegou o momento
deste contumaz rabiscador de letras pendurar as chuteiras
(que na prática jamais calçou) e dizer aos leitores um ciao-
adeus sem melancolia, mas oportuno.
Creio que ele pode gabar-se de possuir um título não
disputado por ninguém: o de mais velho cronista brasileiro.
Assistiu, sentado e escrevendo, ao desfile de 11 presidentes
da República, mais ou menos eleitos (sendo um bisado), sem
contar as altas patentes militares que se atribuíram esse título.
Viu de longe, mas de coração arfante, a Segunda Guerra
Mundial, acompanhou a industrialização do Brasil, os
movimentos populares frustrados mas renascidos, os ismos de
vanguarda que ambicionavam reformular para sempre o
conceito universal de poesia; anotou as catástrofes, a Lua
visitada, as mulheres lutando a braço para serem entendidas
pelos homens; as pequenas alegrias do cotidiano, abertas a
qualquer um, que são certamente as melhores.
Viu tudo isso, ora sorrindo ora zangado, pois a zanga tem seu
lugar mesmo nos temperamentos mais aguados. Procurou
extrair de cada coisa não uma lição, mas um traço que
comovesse ou distraísse o leitor, fazendo-o sorrir, se não do
acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que às vezes
se torna cronista do seu umbigo, ironizando-se a si mesmo
antes que outros o façam.
Crônica tem essa vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata
do editorialista, forçado a definir uma posição correta diante
dos grandes problemas; não exige de quem a faz o nervosismo
saltitante do repórter, responsável pela apuração do fato na
hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização
suada em economia, finanças, política nacional e
internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se
possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo, o
religioso, o econômico etc., mas a crônica de que estou
falando é aquela que não precisa entender de nada ao falar de
tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou
comentários precisos que cobramos dos outros. O que lhe
pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva
determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial e
desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o
absurdo e a vadiação de espírito. Claro que ele deve ser um
cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou
não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse
pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da
imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos
do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais do que isso seria
pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de
atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do
coletivo.
Com esse espírito, a tarefa do croniqueiro estreado no tempo
de Epitácio Pessoa (algum de vocês já teria nascido nos anos
a.C. de 1920? duvido) não foi penosa e valeu-lhe algumas
doçuras. Uma delas ter aliviado a amargura de mãe que
perdera a filha jovem. Em compensação alguns anônimos e
inominados o desancaram, como a lhe dizerem: “É para você
não ficar metido a besta, julgando que seus comentários
passarão à História”. Ele sabe que não passarão. E daí?
Melhor aceitar as louvações e esquecer as descalçadeiras.
Foi o que esse outrora-rapaz fez ou tentou fazer em mais de
seis décadas. Em certo período, consagrou mais tempo a
tarefas burocráticas do que ao jornalismo, porém jamais
deixou de ser homem de jornal, leitor implacável de jornais,
interessado em seguir não apenas o desdobrar das notícias
como as diferentes maneiras de apresentá-las ao público.
Uma página bem diagramada causava-lhe prazer estético; a
charge, a foto, a reportagem, a legenda bem feitas,o estilo
particular de cada diário ou revista eram para ele (e são)
motivos de alegria profissional. As duas grandes casas do
jornalismo brasileiro ele se orgulha de ter pertencido — o
extinto Correio da Manhã, de valente memória, e o Jornal do
Brasil, por seu conceito humanístico da função da Imprensa
no mundo. Quinze anos de atividade no primeiro e mais 15,
atuais, no segundo, alimentarão as melhores lembranças do
velho jornalista.
E é por admitir esta noção de velho, consciente e alegremente,
que ele hoje se despede da crônica, sem se despedir do gosto
de manejar a palavra escrita, sob outras modalidades, pois
escrever é sua doença vital, já agora sem periodicidade e com
suave preguiça. Ceda espaço aos mais novos e vá cultivar o
seu jardim, pelo menos imaginário.
Aos leitores, gratidão, essa palavra-tudo.
(ANDRADE, C. Drummond de. Fonte https://
www.revistabula.com/4103-a-ultima-cronica-dedrummond/)
Quanto à tipologia textual, o texto “Ciao” está estruturado
basicamente como uma narração. O que não descarta,
todavia, ocorrerem trechos dissertativos/argumentativos, ou
mesmo descritivos.
Considerando-se, então, as características discursivas das 3
tipologias, pode-se afirmar que é predominantemente
dissertativo/argumentativo o trecho:
a) “Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso
notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar
exibia a cada manhã a primeira página de um jornal
modestíssimo, porém jornal.” (§ 1).
b) “O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se
dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente de graça,
topou.” (§ 4).
c) “Viu tudo isso, ora sorrindo ora zangado, pois a zanga tem
seu lugar mesmo nos temperamentos mais aguados.” (§ 6).
d) “Crônica tem essa vantagem: não obriga ao paletó-e-
gravata do editorialista, forçado a definir uma posição correta
diante dos grandes problemas;” (§ 7).
e) “Em certo período, consagrou mais tempo a tarefas
burocráticas do que ao jornalismo, porém jamais deixou de
ser homem de jornal,” (§ 9).
Questão 9
A MAGIA DAS CÉLULAS
38
Quando eu tinha sete anos de idade, subi em uma caixa na
sala de aula para espiar pela lente de um microscópio.
Para minha decepção, a única imagem que vi foi a da luz
refletida. Aos poucos consegui conter minha ansiedade e
ouvir as explicações da senhora Novak sobre como regular o
foco. Então, algo tão dramático aconteceu que modificou
completamente minha vida: vi um protozoário. Fiquei
hipnotizado. O barulho das outras crianças ficou distante e me
senti sozinho na sala. Todo o meu ser pareceu mergulhar no
mundo alienígena das células, algo que até hoje é mais
interessante para mim do que qualquer filme feito por
computador.
Na inocência de minha mente infantil, eu via aquele
organismo não como uma célula, mas como uma pessoa em
tamanho diminuto, um ser pensante e consciente. Para mim,
ele não estava nadando a esmo, mas sim cumprindo uma
missão, embora eu não soubesse como descrever isso tudo
naquela época. Fiquei observando seus movimentos ao redor
de um grupo de algas. Nesse instante, o grande pseudópodo
de uma ameba desengonçada também começou a se mover.
(...)
Naquela tarde corri para casa e contei, esbaforido, minha
descoberta à minha mãe. Usando todos os poderes de
persuasão que a idade me permitia, implorei e bajulei até
conseguir que ela comprasse um microscópio para mim.
Passava horas maravilhado com aquele mundo alienígena do
outro lado da lente.
Mais tarde, na faculdade, passei a usar um microscópio
eletrônico, mil vezes mais potente. A diferença é mais ou
menos como a dos telescópios que os turistas usam para ver
cenas da cidade do alto dos edifícios comerciais em relação
aos do tipo Hubble, que transmitem imagens do espaço
sideral.
Entrar na ala de microscópios de um laboratório é como uma
cerimônia iniciática para estudantes que aspiram a se tornar
biólogos. O portal desse mundo maravilhoso é uma porta
giratória preta como aquelas que isolam as salas escuras de
revelação de filmes fotográficos.
Até hoje me lembro da primeira vez que passei por ela. Era
uma divisória entre dois mundos: minha vida de estudante e
meu futuro como cientista pesquisador. Quando a porta
terminou de girar, eu me vi em uma sala grande e escura,
iluminada apenas por pequenas lâmpadas vermelhas de
segurança. Enquanto meus olhos se adaptavam à escuridão,
fiquei assombrado com o que vi. As luzes vermelhas refletiam
a superfície espelhada de uma imensa coluna de aço
inoxidável com lentes eletromagnéticas que subiam até o teto
no centro da sala e na base da coluna havia um grande painel
de controle que lembrava os de um Boeing 727, cheio de
chaves, botões, medidores e luzes indicadoras.(...) Tive a
nítida impressão de estar entrando na sala de comando da
nave U.S.S. Enterprise. Mas aparentemente aquele era o dia
de folga do capitão Kirk, pois quem estava à frente dos
comandos era um dos meus professores, ocupado com o
complexo processo de colocar uma amostra de tecido
orgânico em uma câmara de vácuo no centro da coluna de
metal.
Enquanto os minutos passavam, comecei a ter a mesma
sensação que tive aos sete anos de idade, quando vi uma
célula pela primeira vez. (...)
LIPTON, Bruce H. A biologia da crença. Texto adaptado.
O texto lido, “A magia das células”, segundo a tipologia
textual, é caracterizado como um texto narrativo porque:
a) os parágrafos costumam ser caracterizados pelo
predomínio dos verbos de ação, retratando o posicionamento
dos personagens mediante o desenrolar do enredo, bem como
pela indicação de elementos circunstanciais referentes à
trama: quando, por que e como ocorreram os fatos.
b) a história é contada através de uma sequência de ações
reais ou imaginárias. É construída em volta de elementos
como o espaço, tempo, personagem, enredo e narrador. Sua
principal finalidade é informar e esclarecer o leitor através da
exposição rigorosa e clara de um determinado assunto ou
tema.
c) os parágrafos normalmente costumam ser assim
distribuídos: introdução, desenvolvimento e conclusão. Visa
persuadir e convencer o leitor a concordar com o
posicionamento do autor.
d) a história apresenta descrição pormenorizada de algo ou
alguém, levando o leitor a criar uma imagem mental do objeto
a ser descrito. Ora é objetiva ora mais subjetiva, focando
apenas aspectos mais importantes.
e) instrui o leitor acerca de um procedimento, fornecendo-lhe
várias informações que condicionam a sua conduta,
incitando--o a agir. Utiliza predominantemente verbos no
infinitivo, imperativo ou presente do indicativo com
indeterminação do sujeito.
Questão 10
Texto 4
Entrevista concedida ao jornalista Júlio Lerner, em 1 de
fevereiro de 1977, para o programa “Panorama”, da TV
Cultura, de São Paulo.
De minha sala até o saguão dos estúdios tenho que percorrer
cerca de 150 metros. Estou tão aturdido com a possibilidade
de entrevistá-la que mal consigo me organizar naquela curta
caminhada. Talvez falar sobre “A Paixão Segundo G.H”…
Ou quem sabe sobre “A Maçã no Escuro” e “Perto do Coração
Selvagem”… Vou recordando o que Clarice escreveu. Será
que li tudo? Em apenas cinco minutos consegui um estúdio
para entrevistá-la.
São quatro e quinze da tarde e disponho de apenas meia hora.
Às cinco entra ao vivo o programa infantil e quinze minutos
antes terei de desocupar o estúdio. Estou correndo e antes
mesmo de vê-la a pressão do tempo começa a me massacrar.
Não terei condições de preparar nada antes, nem mesmo
conversar um pouco. Não poderei sequer tentar criar um
clima adequado para a entrevista. Eu odeio a TV brasileira!
Só meia hora para ouvir Clarice. O pessoal da técnica foi
novamente generoso e se empenhou para conseguir essa
brecha. Olho o relógio, nãoconsigo me organizar, estou
correndo, olho novamente o relógio. Estou desconcertado,
atinjo o saguão dos estúdios e a vejo ali, dez metros adiante,
Clarice de pé ao lado de uma amiga, perdida no meio do
vaivém dos cenários desmontados, de diversos equipamentos
e de técnicos que falam alto, no meio de um grande alvoroço.
39
Paro diante dela, estou um pouco ofegante, estendo-lhe a mão
e sou atravessado pelo olhar mais desprotegido que um ser
humano pode lançar a semelhante. Ela é frágil, ela é tímida, e
eu não tenho condições para explicar que o problema do
tempo elevou meus níveis de ansiedade. Clarice me apresenta
Olga Borelli, entramos e a conduzo ao centro do pequeno
estúdio. Peço para que ela sente numa poltrona de couro de
tonalidade café-com-leite. Clarice segura apenas um maço de
Hollywood e uma caixa de fósforos, providencio um cinzeiro,
os refletores malditos são ligados. Clarice me olha. O olhar
de Clarice me interroga, só disponho de uma única câmera, o
olhar de Clarice suplica, Olga se ajeita numa lateral
escurecida, chega Miriam, a estagiária do programa e fica
encolhida e calada, o calor está ficando insuportável e o ar-
condicionado não está ajustado, são apenas quatro e vinte,
Clarice tenta me dizer alguma coisa, mas não falo com ela,
preocupado em ajustar uma questão de iluminação, o hálito
da fornalha já nos atinge a todos, devemos ter agora no
estúdio uns 50 ou 60 graus, maldita TV, bendita TV do
terceiro mundo que me possibilita estar agora frente a frente
com ela, Clarice me olha melindrosa, assustada e seu olhar
me pede para que a tranquilize.
“OK, Júlio, tudo pronto”, a voz metálica vem da caixa dos
alto-falantes. Peço a toda equipe para sair, cabo man,
iluminador, assistente de estúdio, agradeço. Clarice percebe
que caiu numa arapuca e já não há como voltar atrás. Peço
silêncio e depois de uns dez segundos ecoa um “gravando”.
Não conversamos antes e disponho apenas de 23 minutos.
Estou completamente desconcertado, fico um minuto em
silêncio fitando Clarice. Estou oco, vazio, não sei o que dizer.
Clarice me olha curiosa, mas vigilante, defendida. Sou o
senhor do castelo e — prepotente — guardo comigo a chave
desta prisão. Ninguém pode entrar ou sair sem meu expresso
consentimento. Todos devem se submeter à minha autoritária
vontade.
A fornalha arde, meu coração dispara, minha boca está seca e
debaixo destes tirânicos mil sóis sou o maior dos tiranos.
Começa a entrevista. A entrevista avança. Seus olhos azuis-
oceânicos revelam solidão e tristeza. Clarice está nua, não há
perdão, Clarice agora está encapotada, ela se deixa agarrar,
mas logo escapa, e volta, e me pega, e me sugere o longe, o
não dizível, depois se cala. E quando nada mais espero, ela
volta a falar. Faço uma antientrevista, pausas, silêncios,
Clarice agora está fugindo para uma galáxia inabitada e
inatingível, mas volta em seguida e, tolerante, suporta toda a
minha limitação.
Acho que ela vai se levantar a qualquer instante e me dizer:
“Chega!”. Clarice pressente que por trás de meu sorriso
aparentemente compreensivo e de minha fala suave esconde-
se um ser diabólico autodenominado “repórter” e que quer
possuir sua intimidade. Seu corpo exprime receios, ela me
afasta, mas de novo me atrai, suas pernas se cruzam e se
descruzam sem parar e telegrafam que de repente ela poderá
se levantar e partir.
Fonte: https://www.revistabula.com/503-a-ultima-
entrevista-de-clarice-lispector, acesso em fevereiro de 2020
A construção de uma aula perpassa por diferentes momentos,
exatamente como o emprego, leitura e discussão dos
múltiplos textos acima trabalhados, especialmente escolhidos
em diferentes gêneros e tipos, tendo o intuito de:
a) criticar e desmerecer uma temática, mostrando predileção
por uma tipologia textual mais voltada à norma-padrão.
b) esmiuçar uma temática, explorando linguagem, escolha
vocabular e a caracterização de cada gênero/tipo.
c) correlacionar como adequado ou inadequado cada tipo e
cada gênero utilizados em sala.
d) exibir a riqueza de interpretações de múltiplos textos,
mesmo as incoerentes.
e) associar diferentes estilos de produção textual ao uso
prescritivo de gramática.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A D A B C E B D A B
40
41
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
42
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Leia a charge.
O quadrinista ironiza a situação de desemprego globalizado
apresentando uma imensa fila de desempregados (com seus
respectivos currículos) que dá volta ao mundo.
Na charge, o humor aparece quando uma das pessoas se queixa de
outra por não obedecer à ordem na fila. Observe que o falante utiliza
a linguagem verbal para estabelecer um contato com o receptor: “Ei!
Furar fila não vale!!”.
No processo de comunicação, os interlocutores têm sempre uma
intenção ou objetivo, por isso a linguagem modifica-se de acordo
com a situação. A linguagem verbal é constituída por diferentes
elementos com determinadas funções.
Existem seis elementos no ato de comunicação: o locutor ou
emissor (a pessoa que fala), o interlocutor ou receptor (a pessoa
com quem se fala), o canal ou contato (o som e o ar, o meio físico),
o referente ou contexto (o assunto), o código (a língua) e a
mensagem ou texto (a conversa). A cada um desses componentes
corresponde uma das seis funções de linguagem, respectivamente:
emotiva, conativa, fática, referencial, metalinguística e poética.
Funções da linguagem: emotiva (locutor), conativa (interlocutor),
fática (canal), referencial (contexto), metalinguística (a própria
língua) e poética (texto).
FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA
Veja.
SE EU MORRESSE AMANHÃ!
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu pendera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n´alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito,
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
AZEVEDO, Manuel Antônio Álvares de.
Se eu morresse amanhã! In: BANDEIRA,
Manuel, org. Antologia dos poetas
brasileiros: poesia da fase romântica. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.
O eu lírico do poema de Álvares de Azevedo expressa suas emoções,
suas opiniões e seu estado de espírito. Por isso, os verbos e pronomes
estão na 1ª pessoa: Se eu morresse amanhã!, Fechar meus olhos
minha triste irmã, Minha mãe de saudades morreria, Quanta glória
pressinto em meu futuro!, Eu pendera chorando..., Não me batera
tanto amor no peito,.
Na função emotiva ou expressiva, a ênfase é dada no locutor (ou
emissor) da mensagem.
A linguagem é subjetiva, centrada na primeira pessoa verbal. É
comum, nesse tipo de função, o uso de reticências, exclamações e
interjeições, pontuações que expressam emotividade.
FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA
Leia o anúncio publicitário.
Observe que a principal intenção do emissor é convencer os
interlocutores a doar revistas que já leram para escolas de menor
recurso.
A linguagem persuasiva da publicidade destaca os benefícios éticos
da campanha: atitudes que têm o poder de mudar totalmente uma
história; todas trazem informações valiosas; incentivando o aluno a
gostar de ler; o futuro do Brasil agradece.
A função conativa ou apelativa ocorre quando o foco está no
interlocutor (ou receptor), a quem se deseja influenciarpela
mensagem.
Em geral, quando predomina a função conativa, o pronome pessoal
desloca-se do eu para você, ocorrendo o emprego de verbos no modo
imperativo, como no texto do anúncio: Presenteie; Doe; Ofereça;
Estimule; Jogue sua revista na escola.
FUNÇÃO FÁTICA OU DE CONTATO
Observe.
Na função fática, o objetivo do emissor é estabelecer a comunicação
e manter aberto o canal. Essa função ocorre em situações do dia-a-
dia, sempre que iniciamos contato verbal: Tudo bem?, Como vai?,
Boa tarde!, Está frio, não?, Pronto?.
43
FUNÇÃO REFERENCIAL OU DENOTATIVA
Leia este texto.
ETERNA VIGILÂNCIA
Um robô voador de 13,6 cm e 12 gramas com câmara sem fio é a
nova arma para os pais monitorarem seus filhos. Controlado por
computador, o protótipo da japonesa Seiko Epson pode ajudar na
busca de sobreviventes entre os destroços de acidentes e terremotos.
O aparelho tem autonomia de voo de apenas três minutos. Essa
capacidade deve aumentar antes de o produto ganhar as ruas dentro
de dois anos.
IstoÉ, São Paulo, 25 ago. 2004.
O texto descreve a criação de um robô voador controlado por
computador, que permite a localização de pessoas. A linguagem é
direta e objetiva, pois comunica aos leitores fatos da realidade.
A função referencial ocorre quando se põe ênfase no referente (ou
contexto), ou seja, quando há uma informação objetiva a ser
transmitida. Normalmente se emprega a terceira pessoa verbal, pois
se fala de algo ou de alguém: O aparelho tem autonomia... É comum
em textos jornalísticos e científicos.
Função metalinguística
O que se destaca na função metalinguística é o código, que é
utilizado para explicar a si mesmo.
Ocorre metalinguagem quando a intenção do texto (linguístico ou
visual) é explicar ou pedir explicação sobre algum elemento (ou
todos eles) que o constitui (ou constituem).
Palavras, nas aulas e verbetes de dicionários, explicam outras
palavras; imagens, nos quadrinhos, podem explicar palavras
(linguagem mista); filmes podem explicar o cinema; um poema pode
explicar a poesia de um poeta. Nesses casos, há metalinguagem.
Função poética
Leia este poema.
o sumo do suco do extrato grosso espesso concentrado
da palavra leve aérea perfumado o ar onde soa o mar
onde ecoa o mar onde escoa a palavra mar onde escorra
a palavra porra até o óvulo ouvido da próxima palavra
pessoa
ANTUNES, Arnaldo. Boa companhia:
poesia. São Paulo: Companhia das
Letras, 2003.
Observe a preocupação do poeta com a organização do texto. Houve
uma seleção e combinação das palavras, de forma especial e
particular. O objetivo do emissor não está na informação, mas no
trabalho com a construção da mensagem. Por isso, as palavras do
texto realçam a sonoridade e sugerem belas imagens; como sumo
que representa a essência da palavra concentrada de significado, e
que se espalha leve no ar.
A função poética pode ser explorada em verso e em prosa, e não só
em textos literários, mas também em anúncios publicitários e na
linguagem cotidiana.
Na função poética, o objetivo do emissor é o trabalho com a
construção da mensagem.
A função poética pode ser explorada em verso e em prosa, mas
também em anúncios publicitários e na linguagem cotidiana.
Pode haver mais de uma função num mesmo texto, mas, em geral,
uma determinada função é predominante e distingue o tipo de
mensagem. Leia o esquema com as correspondências entre os
elementos de comunicação e as funções de linguagem.
44
CADERNO DE QUESTÕES – FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Questão 1
Leia a definição e selecione a qual Função da Linguagem, a qual ela
pertence: “Essa função da linguagem é usada para transmitir
informação objetiva em referência à realidade. Prioriza dados
concretos, fatos e circunstâncias. É encontrada, comumente, em
notícias de jornal, discurso científico e qualquer exposição de
conceitos. O foco é o assunto ao qual a mensagem se refere”.
a) Função referencial ou denotativa.
b) Função expressiva ou emotiva.
c) Função fática.
d) Função conativa ou apelativa.
e) Função metalinguística.
Questão 2
Leia o texto a seguir e assinale a alternativa correta em relação à
produção textual nos fatores de textualização. Esses fatores têm por
enfoque linguístico: coerência, coesão, pragmáticas,
intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e
intertextualidade. Agora, observe a definição e escolha a qual fator
ela se refere: “ Esse fator está relacionado ao texto para estabelecer
um discurso coeso e coerente a fim de cumprir seu objetivo
comunicativo, uma vez que o texto é um instrumento da intenção do
produtor para alcançar seu objetivo o receptor.
a) Pragmática.
b) Retórica.
c) Intencionalidade.
d) Aceitabilidade.
e) Intertextualidade.
Questão 3
Assinale a frase abaixo que exemplifica a função conativa da
linguagem.
a) A sorte favorece a mente bem-preparada.
b) Se você acha que tem 50% de chance de sucesso, vá atrás.
c) Sucesso é uma palavra à procura de definição pessoal.
d) Minha terra tem palmeiras onde cantavam os sabiás.
e) A disciplina é a parte mais importante da vida militar.
Questão 4
A frase abaixo cuja função de linguagem é metalinguística, é:
a) Esperteza é quando você acredita só em metade do que você
ouve. Genialidade é quando você sabe em qual metade acreditar;
b) Um homem sábio criará mais oportunidades do que ele acha;
c) Nunca confunda movimento com ação;
d) Deus ajuda a quem se ajuda;
e) Originalidade não consiste em dizer o que ninguém disse antes,
mas em dizer exatamente o que você pensa por si próprio.
Questão 5
Numa de suas famosas crônicas, Machado de Assis faz o seguinte
comentário: “Há um bom costume na Índia que eu quisera ver
adotado no resto do mundo, ou pelo menos aqui no Rio de Janeiro.
A visita não é que se despede; é o dono da casa que a manda
embora”.
Como ocorre em todo ato comunicativo, a linguagem nele
empregada mostra uma função predominante; neste caso, a função
predominante da linguagem é
a) metalinguística, pois concentra o foco no significante linguístico.
b) fática, pois focaliza o contato social entre os interlocutores.
c) referencial, pois reproduz dados da realidade.
d) conativa, pois seu interesse está no convencimento do leitor.
e) emotiva, pois se dirige às emoções do emissor.
Questão 6
O que é redação oficial
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela
qual o Poder Público redige comunicações oficiais e atos
normativos. Neste Manual, interessa-nos tratá-la do ponto de vista
da administração pública federal.
A redação oficial não é necessariamente árida e contrária à evolução
da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com objetividade
e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto
jornalístico, da correspondência particular etc.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Manual de
Redação da Presidência da República. Casa Civil, Subchefia
de Assuntos Jurídicos; Coordenação de Gilmar Ferreira
Mendes, Nestor José Forster Júnior [et al.]. – 3. ed., rev., atual.
e ampl. – Brasília: Presidência da República, 2018. p. 16.
Considerando a linguagem empregada no texto, é correto afirmar:
a) A função predominante nesse texto é a conotativa, visto que seu
objetivo primordial é instruir o leitor sobre as regras da redação
oficial da presidência.
b) Como o foco do texto se concentra na relação entre o autor e o
receptor, por meio das instruções do Manual, a função da linguagem
predominante é a fática.
c) Por seu aspecto informativo, a função da linguagem empregadano texto é a denotativa, que tem como uma de suas características a
ausência de subjetividade.
d) A função apelativa é aquela que se destaca no texto, uma vez que
manuais são textos injuntivos por natureza e demandam uma
linguagem subjetiva e persuasiva.
Questão 7
Considerando as características e o objetivo do texto anterior, a
função da linguagem a ele associada é aquela que
a) informa o público sobre fatos culturais recentes.
b) tenta emocionar o leitor por meio da linguagem.
c) busca persuadir o interlocutor a tomar uma ação.
d) objetiva manter aberto um canal de comunicação.
Questão 8
45
No texto 2A1-II, o emprego do vocábulo “Ei” demonstra o uso da
função da linguagem cujo objetivo é estabelecer a comunicação com
o interlocutor da mensagem.
Essa função é denominada
a) fática.
b) conativa.
c) metalinguística.
d) referencial.
Questão 9
Qual função da linguagem é predominante no excerto abaixo?
“Existem estrelas que andam à deriva no universo ‘como almas
perdidas’, segundo a Nasa. E a luz que elas emitem é tão fraca que a
agência espacial americana a descreve como ‘neblina
fantasmagórica’. Estamos falando de estrelas que, ao contrário das
mais conhecidas, não residem em uma galáxia. Elas perambulam há
bilhões de anos por aglomerados que reúnem milhares de galáxias,
segundo um novo estudo realizado com imagens do telescópio
espacial Hubble.
Mas como as estrelas errantes foram arrancadas das suas galáxias de
origem?
Estudar essas ‘almas perdidas’ é importante, segundo a astrônoma
espanhola Mireia Montes, do Instituto de Astrofísica das Ilhas
Canárias.
Montes pesquisa a luz fraca emitida pelas estrelas errantes, chamada
de luz intra-aglomerado. Ela explicou à BBC News Mundo, o
serviço em espanhol da BBC, que esse brilho suave pode revelar não
só a estrutura dos aglomerados de galáxias, mas também a natureza
de um dos maiores mistérios do universo: a matéria escura. [...]”
a) Conativa.
b) Poética.
c) Referencial.
d) Metalinguística.
e) Fática.
Questão 10
Em relação à diferença entre linguagem e metalinguagem, numerar
a 2ª coluna de acordo com a 1ª e, após, assinalar a alternativa que
apresenta a sequência CORRETA:
(1) Linguagem.
(2) Metalinguagem.
( ) Não apresenta unidades estruturais e não pode ser estruturada no
nível do saber idiomático; nem por isso, seu estudo deixa de merecer
o cuidado da ciência.
( ) É um meio sistemático de comunicar ideias ou sentimentos por
intermédio de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais etc.
( ) Nela se pode manifestar uma técnica, um saber próprio em uma
determinada tradição linguística.
a) 1 - 1 - 2.
b) 1 - 2 - 1.
c) 2 - 1 - 2.
d) 2 - 2 - 1.
Questão 11
E isso começa assim que você o liga.
Predomina no texto da imagem acima a função da linguagem
a) referencial, pois trata de noções e informações conceituais.
b) conativa, porque orienta o comportamento do leitor.
c) emotiva, pois o autor expressa seu sentimento em relação ao
iPhone.
d) metalinguística, pois o objetivo da mensagem é falar da própria
linguagem.
e) fática, porque o texto coloca em evidência o canal de
comunicação.
Questão 12
Considerando-se a metalinguagem, analisar os itens abaixo:
I. A metalinguagem não apresenta unidades estruturais nem pode ser
estruturada no nível do saber idiomático; nem por isso seu estudo
deixa de merecer o cuidado da ciência.
II. A metalinguagem pode manifestar uma técnica, um saber próprio
em uma determinada tradição linguística.
III. A metalinguagem é um uso linguístico cujo objeto é também
uma linguagem; por exemplo, quando se fala de palavras e seus
componentes ou de orações.
Está(ão) CORRETO(S):
a) Somente os itens I e III.
b) Somente os itens II e III.
c) Somente os itens I e II.
d) Nenhum dos itens.
e) Todos os itens.
Questão 13
A frase abaixo que exemplifica a função metalinguística da
linguagem, é:
a) Os homens ilustres têm a terra inteira como sepultura;
b) Se a obra não é útil, a glória é uma estupidez;
c) Facilite uma boa ação, pois é o mesmo que praticá-la;
d) Ele é um pensador: isto é, ele sabe como tornar as coisas mais
simples do que elas são;
e) As coisas são exatamente o que aparentam ser e atrás delas... não
há nada.
Questão 14
As funções de linguagem fazem parte do conteúdo desta prova; a
frase abaixo que documenta a função de linguagem denominada
conativa, ou seja, a que pretende influenciar o receptor, é:
a) Eu sempre quis ser igualzinha à Barbie. É por isso que clareio o
cabelo até ficar branco;
b) Gosto de meus braços musculosos, aspecto atlético e cintura fina.
Detesto é a camada de gordura que cobre tudo isso;
c) O mundo abre passagem ao homem que sabe para onde está indo;
d) A rosa vive uma hora e o espinheiro, cem anos;
e) Quando ouvir falar bem de um amigo, conte isso a ele.
Questão 15
Provérbios e anedotas são textos que apresentam a seguinte função
da linguagem.
46
a) fática.
b) referencial.
c) poética.
d) expressiva.
e) emotiva.
Questão 16
As asserções posteriores têm o intuito de destacar certos aspectos
que permitem discernir o conceito e as características da
metalinguagem, sendo correto afirmar:
a) Na metalinguagem, seu objeto se difere da linguagem.
b) A linguagem primária tem por objeto uma linguagem.
c) A metalinguagem pode demonstrar um saber próprio em uma
determinada tradição linguística.
d) A metalinguagem nunca pode ser entendida como uma técnica.
e) A metalinguagem é constituída por unidades estruturais.
Questão 17
A Cinza das Horas
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
— Eu faço versos como quem morre.
No poema de Manuel Bandeira, tem-se a ocorrência da função
poética da linguagem, que é percebida nas combinações sonoras e
rítmicas. Ao analisar o texto, entretanto, percebe-se também a
presença da função expressiva. Em quais dos versos essa função se
manifesta?
a) “Meu verso é sangue. “Tristeza esparsa... remorso vão...”
Volúpia ardente...” /
b) “Eu faço versos como quem chora” /” Meu verso é sangue.
Volúpia ardente...”
c) “Deixando um acre sabor na boca. "/ “— Eu faço versos como
quem morre.”
d) “Fecha o meu livro, se por agora” /“Não tens motivo nenhum de
pranto”
e) “Eu faço versos como quem chora” / “Fecha o meu livro, se por
agora”
Questão 18
Qual é a função da linguagem predominante no meme abaixo?
a) Fática.
b) Referencial.
c) Metalinguística.
d) Poética.
e) Apelativa.
Questão 19
Que falta eu sinto de um bem
Que falta me faz um xodó
Mas como eu não tenho ninguém
Eu levo a vida assim tão só
Eu só quero um amor
Que acabe o meu sofrer
Um xodó pra mim do meu jeito assim
Que alegre o meu viver
[...]
Há mensagens em que, além da exploração da linguagem conotativa,
o emissor expressa sentimentos ou emite sensações a respeito do que
diz ao receptor. Considerando-se a linguagem desse texto, verifica-
se que as funções utilizadas são
a) poética e emotiva.
b) poética e conativa.
c) fática e expressiva.
d) poética e referencial.
e) fática e metalinguística.
Questão 20
Deixe de lado esse baixo astral
Erga a cabeça, enfrente o mal
Que agindo assim será vital
Para o seu coração
É que em cada experiência
Se aprende uma lição.
Eu já sofri por amar assim
Me dediquei, mas foi tudo em vão
[...]
Nos dois primeirosversos da letra da canção, a função da linguagem
predominante é a
a) fática.
b) emotiva.
c) conativa.
d) referencial.
e) metalinguística.
Questão 21
Observe o texto abaixo:
47
“Promoção imperdível! Confira as melhores ofertas!”
Nesse texto, a linguagem tem a função
a) Poética.
b) Emotiva.
c) Conativa.
d) Referencial.
e) Fática.
Questão 22
Sobre as Funções da Linguagem, analise o texto abaixo:
“Os médicos recomendam uma alimentação saudável e a realização
de exercício físico diário.”
Trata-se de um texto cuja linguagem tem a função
a) expressiva ou emotiva.
b) conativa ou apelativa.
c) poética.
d) referencial ou denotativa.
e) fática.
Questão 23
Uma das funções da linguagem é a chamada função metalinguística,
que se destina a esclarecer significados do próprio código, ou seja, a
língua empregada na mensagem.
Assinale a opção que mostra a frase que exemplifica essa função.
a) Conheço muitos que não puderam quando deviam, porque não
quiseram quando podiam.
b) O mistério não é um muro onde a inteligência esbarra, mas um
oceano onde ela mergulha.
c) O que é uma erva daninha senão uma planta cujas virtudes ainda
não foram descobertas?
d) Solidão é uma ilha com saudade de barco.
e) Enfiar o dedo no anel ou enfiar o anel no dedo, eis um problema
difícil.
Questão 24
Entre as funções de linguagem há uma, que se denomina conativa,
marcada pelo interesse maior voltado para o receptor da mensagem.
Assinale a frase que exemplifica esse tipo de função.
a) Aquilo que se cala ainda pode ser dito; mas aquilo que foi dito já
não pode ser calado.
b) Ações falam mais alto que as palavras.
c) Os olhos gritam o que os lábios temem dizer.
d) Fale de acordo com o que pensa e aja de acordo com o que fala.
e) Comunicação é a arte de ser entendido.
Questão 25
A função fática da linguagem tem como principal objetivo:
a) informar ou referenciar algo.
b) explicar o conteúdo da mensagem.
c) convencer o leitor a fazer algo.
d) transmitir sentimentos e emoções.
e) estabelecer ou manter a comunicação.
Questão 26
Artigo da Lei 3808 com alterações: Art. 13 – Transgressão
Disciplinar é qualquer violação dos princípios da ética, dos deveres
e das obrigações policiais militares, na sua manifestação elementar
e simples, e qualquer omissão ou ação contrária aos preceitos
estatuídos em leis, regulamentos, normas ou disposições, deste que
não constituam crime.
Os textos, conforme sejam seus objetivos, exploram as diversas
funções da linguagem. Na redação do artigo, sobressai a função
a) emotiva, comprovada na exploração de adjetivos como
“Disciplinar” e “elementar.
b) metalinguística, evidenciada basicmente na extensa definição de
“Transgressão Disciplinar”.
c) conativa, marcada na exploração de um verbo de estado comum
na fixação de conceitos em geral.
d) fática, na abordagem enfática construída como advertência
educativa aos policiais militares em geral.
e) referencial, atestada na intenção de persuadir os policiais
militares para o comportamento disciplinado.
Questão 27
A questão se refere ao texto de Mário Quintana.
Das utopias
Se as coisas são inatingíveis...ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas!
Mário Quintana revela, no poema Das utopias, um trabalho com a
linguagem, por exemplo, por meio das rimas – “ora/fora”, “querê-
las/estrelas” –, cujo objetivo é próprio da função
a) fática.
b) poética.
c) conativa.
d) referencial.
Questão 28
Administração Pública
A Administração é a ciência que trata das organizações, e sua
história remonta ao ano 5.000 a.C. Segundo Granjeiro (2006), a ideia
central de administração é a ação corretamente calculada para
realizar determinados objetivos desejados. A administração é a ação
humana cooperativa com alto grau de racionalidade.
Administração Pública abrange a ciência, a disciplina, as normas, a
estrutura e as técnicas administrativas aplicadas ao meio público. A
Administração compreende todo o aparato existente (estrutura e
recursos; órgãos e agentes; serviços e atividades) à disposição dos
governos para a concretização dos objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil, para a realização de seus objetivos
políticos, para a prestação de serviços públicos e para o alcance do
objetivo maior e primordial do Estado: a promoção do bem comum
da coletividade.
Sobre o texto 2, julgue cada afirmativa a seguir como V (verdadeira)
ou F (falsa) nos espaços entre parênteses.
( ) No texto 2, predomina a função denotativa da linguagem.
( ) No primeiro parágrafo do texto, a palavra “que” (sublinhada)
deve ser classificada como um pronome relativo.
( ) As três ocorrências da palavra “para” sublinhadas no texto
poderiam ser substituídas por “afim de”.
A alternativa que apresenta a sequência correta é:
a) V – V – V.
b) F – F – F.
c) V – V – F.
d) F – V – F.
Questão 29
A linguagem tem múltiplas funções; a frase abaixo em que a função
da linguagem empregada é a de abordar a própria linguagem
(metalinguagem) é:
a) Para salvar seu crédito, você deve esconder a sua ruína;
48
b) Colhe as rosas enquanto estão vivas; amanhã, já não estarão
como hoje;
c) Em geral, logo que uma coisa se torna útil deixa de ser bela;
d) Se você tiver que ser atropelado por um carro, é melhor que seja
por uma Ferrari;
e) O não produz inimigos; o sim, falsos amigos.
Questão 30
A imagem acima apresenta uma função da linguagem predominante:
a) emotiva.
b) conativa.
c) referencial.
d) poética.
e) fática.
Questão 31
Leia o texto a seguir:
“portaria”
substantivo feminino
1. portão ou porta principal de convento
2. átrio de um convento
3. recinto logo após a porta ou o portão de entrada, onde fica
instalado o porteiro de um edifício de apartamentos, de uma
repartição pública ou de uma instituição de qualquer natureza
4. cargo ou ofício de porteiro
5. o próprio porteiro
6. documento emitido por autoridade administrativa contendo
ordens, instruções sobre aplicação de leis, recomendações, normas
de execução de serviços, nomeações, demissões, punições etc.
Com relação à função da linguagem predominante no texto
“portaria”, assinale a alternativa correta.
a) Predomínio da função metalinguística.
b) Predomínio da função conativa.
c) Predomínio da função referencial.
d) Predomínio da função emotiva.
e) Predomínio da função fática.
Questão 32
O elemento da comunicação que é destacado pela função fática é:
a) O canal.
b) O código.
c) O receptor.
d) A mensagem.
Questão 33
Qual a função de linguagem predominante no texto?
a) Referencial.
b) Apelativo.
c) Emotivo.
d) Metalinguístico.
Questão 34
As funções da linguagem são formas de utilização da linguagem de
acordo com a situação de comunicação.
No texto, predomina a função
a) poética, com foco na mensagem.
b) fática, que destaca o canal da comunicação.
c) conativa, com objetivo de influenciar o receptor.
d) emotiva, cuja subjetividade do emissor é evidente.
e) metalinguística, em que o código linguístico é o destaque.
Questão 35
O excerto contextualiza a questão. Leia-o atentamente.
Fundo do mar, em algum ponto do planeta. Na luminosidade difusa,
partículas mínimas – fragmentos de plantas, micro- organismos,
grãos erguidos do chão arenoso – dançam nas águas uma dança a
que ninguém assiste. Tudo é silêncio e quietude no fundo do mar,
esse mar eterno.
A função comunicativa desse excerto de texto é:
a) Instruir ações que levem o leitor ao encontro da tranquilidade.
49
b) Expor o conceito de “silêncio”, comparando-o com o “fundo do
mar”.
c) Argumentar a favorda paz que se pode encontrar apenas no fundo
do mar.
d) Descrever uma cena, para que o leitor possa criar uma imagem
mental dela
Questão 36
Analise a frase abaixo.
A garota ralou o joelho no asfalto no momento em que caiu.
A frase acima apresenta linguagem
a) conotativa.
b) subjetiva.
c) figurada.
d) poética.
e) denotativa.
Questão 37
A função referencial, também chamada de função denotativa, tem
como principal objetivo transmitir uma informação, ou seja,
informar sobre um determinado assunto. Sendo assim, são
características da função referencial, EXCETO:
a) apresenta a opinião do emissor.
b) utiliza orações estruturadas na ordem direta.
c) evita elementos subjetivos e emotivos.
d) informa sobre a realidade, tendo como base fatos e dados
concretos.
e) transmite uma informação de forma clara, objetiva e direta.
Questão 38
O estudo das funções da linguagem depende de seus fatores
principais. Destacamos cada um deles em particular:
-emissor - quem fala ou transmite uma mensagem a alguém;
-receptor - (ou interlocutor) - quem recebe a mensagem;
-mensagem - a informação ou o texto transmitido pelo emissor;
-código - o sistema de sinais que permite a compreensão da
mensagem;
-referente - o contexto ou o assunto da mensagem.
Partindo desses elementos, o linguista russo Roman Jakobson
elaborou seus estudos acerca das funções da linguagem para a
análise e produção de textos. Em todo processo de comunicação, a
linguagem é expressa de acordo com a função que se deseja
enfatizar. No momento em que se estabelece uma comunicação
verbal, um dos elementos apresentados prevalece e determina uma
das funções.
A partir dessa concepção, qual das funções é caracterizada pelo uso
da linguagem que se refere a ela mesma, isto é, o emissor explica um
código utilizando o próprio código?
a) Metalínguistica.
b) Referencial.
c) Fática.
d) Emotiva.
e) Poética.
Questão 39
Dentro dos estudos da comunicação, temos as Funções da
Linguagem. Sabendo que cada função se relaciona com um elemento
da comunicação, analise as afirmativas, atribuindo (V) para
verdadeira e (F) para falsa:
( ) A função metalinguística está centrada no emissor da mensagem.
( ) Na função poética, o enunciado tem o foco na mensagem.
( ) A função emotiva busca manter o canal de comunicação ativo.
( ) Na função fática, o código é o centro do enunciado.
A ordem CORRETA, de cima para baixo, é:
a) V - F - V - F.
b) V - V - F - V.
c) F - F - V - F.
d) F - F - V - V.
e) F - V - F - F.
Questão 40
Essa charge cumpre uma função social de natureza
a) publicitária.
b) educativa.
c) humorística.
d) comercial.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
A C B A C C C A C C B
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
E D E C C B E A C C D
23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
E D C B B C E B A A B
34 35 36 37 38 39 40
C D E A A E B
50
A LINGUAGEM FIGURADA
FIGURAS E VÍCIOS DE
LINGUAGEM
51
FIGURAS DE LINGUAGEM
Chama-se figura de linguagem ao recurso de expressão que
consiste no emprego da linguagem de maneira diferente da usual,
seja no que diz respeito ao sentido, à posição ou à combinação das
palavras. Por exemplo, na frase O menino não tem um teto para
abrigar-se, a palavra teto refere-se a casa; trata-se de uma figura de
linguagem chamada metonímia, que representa o todo (casa) pela
parte (teto).
Há três tipos de figuras de linguagem: figuras de palavras ou
tropos, figuras de pensamento e figuras de construção, também
chamadas de figuras de sintaxe. Vejamos o emprego de cada uma.
Figuras de palavras ou tropos
As figuras de palavras (ou tropos) consistem na mudança do
sentido real das palavras para seu sentido figurado. São figuras de
palavras: a comparação, a metáfora, a catacrese, a metonímia
ou sinédoque, a perífrase ou antonomásia e a sinestesia.
Comparação
Consiste na comparação entre dois elementos por meio de suas
características comuns. Normalmente, a comparação é estabelecida
por uma conjunção comparativa (como, tal qual, assim como, etc.):
Metáfora
Consiste no emprego de uma palavra fora de seu sentido próprio,
tendo como base uma comparação subentendida, já que a
conjunção comparativa não aparece claramente:
Catacrese
É a utilização de um termo fora de seu sentido próprio por não
haver uma palavra apropriada para expressar o que se pretende. É,
na verdade, uma metáfora de uso corrente:
Havia comentários interessantes na orelha do livro.
Os pés da mesa não suportaram o peso das caixas.
Alguns viajantes descansavam próximo ao leito do rio.
Concluídas as negociações, a comitiva embarcou no avião.
Metonímia ou sinédoque
Consiste na substituição de um termo por outro com o qual mantém
uma estreita relação de significado (o continente pelo conteúdo, o
que está fora pelo que está dentro, a parte pelo todo ou o todo pela
parte):
Perífrase ou antonomásia
É o emprego de uma expressão que identifica coisa ou pessoa,
salientando suas qualidades ou um fato notável pelo qual ela é
conhecida:
O país do futebol acredita em seus filhos. (Brasil)
A dama do teatro brasileiro foi indicada para o Oscar. (Fernanda
Montenegro)
Quincas Borba é uma das obras-primas do Bruxo do Cosme
Velho. (Machado de Assis)
Sinestesia
Consiste na mistura de sensações que produzem forte sugestão:
O vento frio e cortante balançava os trigais dourados e macios que
se estendiam pelo campo. (tato + visão + tato)
Figuras de pensamento
As figuras de pensamento caracterizam-se por apresentar ideias
diferentes daquelas que normalmente a palavra ou expressão
sugere na frase. As principais figuras de pensamento são a
antítese, o eufemismo, a ironia, a hipérbole, a prosopopeia,
personificação ou animização, a gradação, a apóstrofe e o
paradoxo ou oxímoro.
Antítese
Consiste no emprego de palavras ou expressões de sentidos opostos
para caracterizar um mesmo elemento, que acabam por realçar o
contraste de significados.
Observe estes exemplos:
Escrevo porque amanhece, e as estrelas lá no céu lembram letras
no papel, quando o poema me anoitece.
LEMINSKI, Paulo. Os melhores poemas. São Paulo: Global, 1997
De vós me aparto, ó vida! Em tal mudança! Sinto vivo da morte o
sentimento. [...] Oh! Como se me alonga, de ano em ano, a
peregrinação casada minha! Como se encurta, e como ao fim
caminha.
CAMÕES, Luís de. Poesia completa. Rio de Janeiro: Aguilar,
1989.
Não desejei senão estar ao sol ou à chuva – Sentir calor e frio e
vento, E não ir mais longe.
PESSOA, Fernando. Os melhores poemas. São Paulo: Global,
1994.
52
Eufemismo
Consiste na suavização da linguagem, evitando-se o emprego de
palavras ou expressões consideradas desagradáveis por quem
enuncia o discurso:
Ironia
Consiste em se dizer o contrário do que se pensa, normalmente
com intenção sarcástica:
Hipérbole
Caracteriza-se pelo exagero da linguagem, a fim de intensificar
uma ideia.
Prosopopeia, personificação ou animização
Consiste na atribuição de características humanas a seres
inanimados ou irracionais:
Gradação
Consiste em organizar uma sequência de ideias em sentido
crescente ou decrescente:
Apóstrofe
É a invocação ou chamamento de alguém ou de alguma coisa.
Corresponde estilisticamente ao vocativo.
Ai Nise amada! Se este meu tormento, Se estes meus sentidíssimos
gemidos.
COSTA, Cláudio Manuel da. Poemas escolhidos. Rio de Janeiro:
Ediouro, 1997.
Senhor, escutai meu estrondoso medo.
PRADO, Adélia. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.
Alegres campos, verdes arvoredos, claras e frescas águas de
cristal, que em vós os debuxais ao natural.
CAMÕES, Luís de. Poesia completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1989
Paradoxo ou oxímoro
Trata-se de uma antítese com maior intensidade no contraste de
ideias, e que mais reúne (ou associa) do que opõe as ideias
contrastantes:
Amor é um fogo que arde sem se ver, É ferida que dói e não se
sente;
CAMÕES, Luís de. Poesia completa. Rio de Janeiro: Aguilar,
1989.
Figuras de construçãoou de sintaxe
As figuras de construção ou de sintaxe caracterizam-se por
apresentar determinadas mudanças na estrutura comum das
orações.
São figuras de construção: a anástrofe, o hipérbato, a elipse, o
zeugma, o pleonasmo, o polissíndeto, o assíndeto, o anacoluto, a
anáfora, a aliteração e a silepse.
Anástrofe
É a inversão da ordem normal dos termos da oração. Trata-se,
normalmente, de uma inversão simples do sujeito e do predicado:
Hipérbato
Trata-se de uma inversão mais complexa do que a anástrofe,
porque a alteração na ordem dos termos da oração é mais
acentuada:
53
Vendo o triste pastor que com enganos lhe fora assi negada a sua
pastora,
CAMÕES, Luís de. Poesia completa. Rio de Janeiro: Aguilar,
1989.
Ordem direta: o triste pastor vendo que a sua pastora lhe fora
negada assi com enganos.
De repente estala-me sobre os ouvidos
Como um clarim a meu lado, o velho grito, mas agora irado,
metálico.
PESSOA, Fernando. Os melhores poemas. São Paulo: Global,
1994.
Ordem direta: o velho grito estala-me sobre os ouvidos, de
repente, como um clarim a meu lado, mas agora irado, metálico.
Elipse
É a omissão de uma ou mais palavras, sem que se comprometa o
sentido da frase:
Mas o tempo é firme. O boi é só.
No campo imenso [vê-se] a torre de petróleo.
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Poesia completa e prosa.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973.
Em frente do meu leito, em negro quadro A minha amante dorme.
[Ela] É uma estampa De bela adormecida.
ÁLVARES DE AZEVEDO. Antologia poética. Rio de Janeiro:
Ediouro, 1996.
Zeugma
É a omissão de uma ou mais palavras já expressas anteriormente na
frase:
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte [é] estranheza
e solidão.
FERREIRA GULLAR. Poemas escolhidos. Rio de Janeiro:
Ediouro, 1989.
Há um retrato na parede [há] um espinho no coração, [há] uma
fruta sobre o piano e [há] um vento marítimo com cheiro de peixe,
tristeza, viagens...
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Poesia completa e prosa.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973.
Pleonasmo
Consiste na repetição de um termo, para realçar seu sentido:
nas tardes da fazenda há muito azul demais.
MORAES, Vinicius de. Antologia poética. São Paulo: Companhia
das Letras, 1992.
A mim me enerva o ardor com que ela vibra.
A flor que atiraste agora,
quisera trazê-la ao peito;
MEIRELES, Cecília. Obra poética. Rio de Janeiro: Aguilar, 1972.
Atenção
• Conforme veremos adiante, há casos em que a repetição
desnecessária cria um pleonasmo vicioso, caracterizando um vício
de linguagem:
O elevador subiu para cima com excesso de pessoas. Os alunos
entraram para dentro da sala rapidamente.
Polissíndeto
Consiste na repetição de um conectivo (geralmente a conjunção
coordenativa aditiva e) entre termos ou orações:
E a névoa e flores e o doce ar cheiroso
Do amanhecer na serra,
E o céu azul e o manto nebuloso
Do céu de minha terra.
ÁLVARES DE AZEVEDO. Poesias completas. Rio de Janeiro:
Ediouro, 1996.
Assíndeto
Consiste na ausência de conectivo entre termos ou orações:
Erguem os colos, [e] voltam as cabeças:
Param o ledo canto:
Move-se o tronco, [e] o vento se suspende.
GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. Rio de Janeiro:
Ediouro, 2000.
Anacoluto
Consiste na modificação da estrutura regular de uma oração, em
que se introduz uma palavra ou expressão que fica solta, sem
ligação sintática com os outros termos dessa oração:
Essas criadas de hoje, não se pode confiar nelas.
MACHADO, Aníbal. A morte da porta-estandarte e outras
histórias. Rio de Janeiro: José Olympio, 1994.
Eu, não me importa a desonra do mundo.
CASTELO BRANCO, Camilo. Amor de perdição. Rio de Janeiro:
Ediouro, 1989.
Anáfora
Consiste na repetição de uma ou mais palavras para dar ênfase a
uma ideia. É muito usada em poesia:
Nem um minuto se passa,
Nem um inseto esvoaça,
Nem uma brisa perpassa
Sem uma lembrança aqui
FAGUNDES VARELA. Poemas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1988.
Meu Deus, me dá cinco anos.
Me dá um pé de fedegoso com formiga preta,
Me dá um Natal e sua véspera.
PRADO, Adélia. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.
Aliteração
Consiste na repetição de um mesmo fonema para realçar
determinado som ou dar ritmo à oração ou verso:
Sino de Belém, pelos que inda vêm!
Sino de Belém bate bem-bem-bem-bem.
BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro:
Aguilar, 1974.
Vozes veladas, veludosas vozes, volúpias dos violões, vozes
veladas, vagam nos velhos vórtices velozes dos ventos, vivas, vãs,
vulcanizadas.
CRUZ E SOUZA. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro,
1982
Silepse
Consiste na concordância feita com um termo que está
subentendido, e não com o termo que aparece claro na oração.
Como já vimos no capítulo 24, há três tipos de silepse: de gênero,
número e pessoa.
54
VÍCIOS DE LINGUAGEM
O emprego incorreto de certas palavras ou expressões, de maneira
que provoque interpretações sem sentido, erros gramaticais ou sons
desagradáveis, é chamado de vício de linguagem.
São considerados vícios de linguagem: a ambiguidade ou
anfibologia, a cacofonia ou cacófato, o barbarismo, o
estrangeirismo, o pleonasmo vicioso, o arcaísmo, a colisão, o
solecismo, o eco, o hiato e o preciosismo ou rebuscamento.
Ambiguidade ou anfibologia
Falta de clareza que acarreta duplo sentido:
Luciana e Carlos foram à festa e levaram sua irmã. Irmã de
Luciana ou de Carlos?
Venceu o Atlético o São Paulo. Quem venceu, o Atlético ou o São
Paulo?
Cacofonia ou cacófato
União de duas palavras, formando uma terceira de sentido
inconveniente:
A irmã de Virgínia não era como ela.
Deu vinte reais por cada CD.
Mande-me já a procuração assinada.
A boca dela abriu-se num grito angustiante.
Barbarismo
Pronúncia e/ou grafia incorretas de uma palavra ou expressão:
• “pégada”, em vez de pegada;
• “cidadões”, em vez de cidadãos;
• “proporam”, em lugar de propuseram;
• “rúbrica”, em vez de rubrica;
• “circuíto”, em vez de circuito;
• “húmido”, em lugar de úmido;
• “casa germinada”, em lugar de casa geminada.
Estrangeirismo
Palavra ou expressão estrangeira empregada no lugar de um termo
correspondente na língua portuguesa. De acordo com a origem, o
estrangeirismo pode ser classificado em: galicismo ou francesismo
(do francês), anglicismo (do inglês), castelhanismo (do espanhol) e
italianismo (do italiano).
Ele não conhece seu métier. (francesismo)
A empresa contratou um novo gerente de marketing. (anglicismo)
Mudou o consultório para o segundo piso do prédio.
(castelhanismo)
Fez tamanho imbroglio que ninguém entendeu o que dizia.
(italianismo)
Muitas palavras estrangeiras já foram aportuguesadas e
incorporadas à nossa língua:
menu (cardápio) buquê (ramalhete)
chofer (motorista) drinque (bebida)
biquíni (roupa de banho) bibelô (objeto de decoração)
coquetel (bebida ou pequena
reunião)
lanche (merenda)
Pleonasmo vicioso
Repetição desnecessária de um termo ou expressão:
entrar para dentro sair para fora
subir para cima levantar para cima
grande maioria o vento matinal da manhã
Arcaísmo
Palavra ou expressão já ultrapassada:
• “frecha”, em lugar de flecha;
• “fremosa”, em lugar de formosa;
• “vosmecê”, em lugar de você.
Colisão
Efeito sonoro desagradável, criado pela repetição de fonemas
consonantais idênticos:
O rato roeu a roupa do rei de Roma.
O que se sabe sobre seus sonhos só nos surpreende.
Solecismo
Erro de sintaxe, seja de concordância, de regência ou de colocação:
Recebe-se formulários de imposto de renda. (recebem-se)
A viagem dependia que ainda houvesse passagens. (dependia de
que)
O contrato implica em uma multa, se for desfeito. (implica uma
multa)
Necessitam-se de bons digitadores. (necessita-se)
Me traga o jornal de hoje. (traga-me)
Eco
Efeito desagradável provocado pela sequência de palavras com a
mesma terminação. É uma espécie de rima na prosa:
Seu andar e seu falar faziam-nos sonhar.
A aflição e a tensão durante a recepção causaram-lhe profunda
comoção.
Hiato
Efeito sonoro desagradável provocado pelo emprego de uma
sequência de vogais:
A plateia homenageia o cantor com faixas cheias de palavras
apaixonadas.
Preciosismo ou rebuscamento
Linguagem afetada, artificiale, muitas vezes, vazia de ideias:
Seu gesto altruísta e empreendedor ensombrece a existência dos
demais mortais, que o têm como a figura máxima de nossa
empresa, baluarte de nossas vitórias.
CADERNO DE QUESTÕES – FIGURAS DE LINGUAGEM
Questão 1
“Mas ao limpar nossos armários e gavetas corre o risco de nos
deixar despidos.”
55
O trecho em destaque nesse período valeu-se da figura de
linguagem denominada
a) metáfora.
b) metonímia.
c) pleonasmo.
d) comparação.
e) ambiguidade.
Questão 2
Dentro da área de estilística, há o recurso linguístico das “figuras
de linguagem”, emprego de um termo com sentido
diverso/diferente do que é convencionalmente usado, a sua
finalidade é a de alcançar um efeito mais convincente na
comunicação.
Leia o excerto de Dom Casmurro (1997, p.57) e observe os termos
em destaque: “Como eu quisesse falar também para disfarçar o
meu estado, chamei algumas palavras cá de dentro, e elas acudiram
de pronto, mas de atropelo, e encheram-me a boca sem poder sair
nenhuma. O beijo de Capitu fechava-me os lábios.” Assinale a
alternativa correta em relação à figura de linguagem.
a) onomatopeia.
b) metáfora.
c) prosopopeia ou personificação.
d) anáfora.
e) sinestesia.
Questão 3
Fragmento 2 – Um bom roteiro para diagnosticarmos a crise ou os
acertos da escola (e do seu currículo) está na clareza de seu escopo
e de sua origem – dos sentidos das metáforas que a constroem.
Em relação a figuras de linguagem, avalie os conceitos de
metáfora, de metonímia e de sinédoque, levando em conta o que
Platão e Fiorin trazem em sua obra “Lições de texto: leitura e
redação”:
I. Metáfora é, pois, a alteração do sentido de uma palavra, pelo
acréscimo de um significado segundo, quando entre o sentido de
base e o acrescentado há uma relação de semelhança, de
intersecção, isto é, quando eles apresentam traços semânticos
comuns.
II. Metonímia é, pois, a alteração do sentido de uma palavra ou de
uma expressão pelo acréscimo de um significado segundo a um
significado primeiro, quando entre ambos existe uma relação de
contiguidade, de inclusão, de implicação, de interdependência, de
coexistência.
III. Sinédoque é um tipo de metonímia: ocorre quando se usa a
parte para designar o todo ou vice-versa.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
Questão 4
Assinale a frase que se estrutura a partir de uma antítese entre seus
componentes.
a) A agricultura planta e os bancos colhem.
b) Quanto mais eu trabalho, mais sorte eu tenho.
c) Trabalho é para as pessoas que não sabem pescar.
d) Todo homem trabalhador tem sempre uma oportunidade.
e) A gente ganha pouco, mas se diverte.
Questão 5
Para responder a questão, leia o trecho do poema de Manuel
Bandeira.
Há que tempo que não te vejo!
Não foi por querer, não pude,
Nesse ponto a vida me foi madrasta,
Recife.
Mas não houve dia em que te não sentisse dentro de mim:
Nos ossos, nos olhos, nos ouvidos, no sangue, na carne,
Recife.
Não como és hoje,
Mas como eras na minha infância,
Quando as crianças brincavam no meio da rua
(Não havia ainda automóveis)
E os adultos conversavam de cadeira nas calçadas
(Continuavas província, Recife)
Ao evocar Recife, o poeta recorre sobretudo à seguinte figura de
linguagem:
a) pleonasmo.
b) antítese.
c) ironia.
d) personificação.
e) eufemismo.
Questão 6
Considerados como termos que se referem a ideias
distintas/opostas no texto, os pares de palavras calor x frio e verão
x inverno são exemplos do uso figurativo da linguagem conhecido
como:
a) Hipérbole.
b) Antítese.
c) Antonomásia.
d) Oxímoro.
Questão 7
Leia estes versos da Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, e
responda à questão.
Nosso céu tem mais estrelas
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
No último verso, o verbo ficou implícito, caracterizando a presença
da seguinte figura de linguagem:
a) anáfora.
b) zeugma.
c) elipse.
d) polissíndeto.
e) metonímia.
56
Questão 8
Na tirinha acima, a expressão “morrendo de inveja” é classificada
como:
a) uma hipérbole.
b) uma perífrase.
c) uma catacrese.
d) um eufemismo.
e) uma metonímia.
Questão 9
Em todas as opções abaixo há a presença de comparações ou
metáforas; o motivo de tais comparações só está adequadamente
identificado em:
a) O prazer é o deus do mundo / o prazer estar em todos os lugares;
b) Sexo e morte são as molas das emoções humanas / as molas
podem promover muita ou pouca propulsão;
c) Todo homem é um herói para alguém / que serve de apoio nos
problemas;
d) A imaginação é a louca da casa / a imaginação vista como
oposta à razão;
e) A fama, o crédito e a honra são como nuvens no céu / distantes
do ser humano.
Questão 10
Talvez a figura de linguagem mais conhecida de todos os leitores
seja a metáfora ou comparação; a opção abaixo em que a
comparação realizada é acompanhada de sua explicação, é:
a) A página aberta da vida é bela; porém mais bela é a página ainda
fechada;
b) Não sei como é a alma de um criminoso, mas a alma do homem
honesto, do homem bom, é um inferno;
c) A protelação é como um cartão de crédito: é muito divertido até
você receber a conta;
d) País que desvaloriza o dólar é como se roubasse a casa do
vizinho;
e) A burocracia é a reação à falta de paixão.
Questão 11
Sofismo ou sofisma significa um pensamento ou retórica que
procura induzir ao erro, apresentada com aparente lógica e sentido,
mas com fundamentos contraditórios e com a intenção de enganar.
“"Quem não trabalha tem muito tempo livre. Se tempo é dinheiro,
quem não trabalha é rico."”
O sofismo acima adota qual tipo de procedimento:
a) Associação relativa.
b) Enumeração incorreta.
c) Correlação precisa.
d) Generalização indevida.
e) Relação positiva.
Questão 12
Na frase abaixo, ocorre a seguinte figura de linguagem:
"Lia muito Machado de Assis na época da faculdade."
a) metonimia.
b) metáfora.
c) perifrase.
d) eufemismo.
e) zeugma.
Questão 13
Uma das estratégias de diminuir o ser humano é usar para ele
vocábulos empregados somente ou também para coisas
(reificação); a frase abaixo em que foi empregado esse processo, é:
a) Apesar de craque, em alguns jogos Pelé parecia desligado;
b) Nem toda pessoa domina os nervos;
c) Os professores não perdem a paciência facilmente;
d) Havia grande quantidade de pessoas na festa;
e) Os artistas prometeram fazer um bom show.
Questão 14
57
O humor desse meme se baseia no uso do(a):
a) eufemismo.
b) hipérbole.
c) metáfora.
d) paradoxo.
e) metonímia.
Questão 15
Figuras de linguagem, também chamadas figuras de estilo, são
recursos especiais de que se vale quem fala ou escreve, para
comunicar à expressão mais força e colorido, segundo Cegalla.
Avalie as definições que seguem sobre figuras de linguagem:
I. Perífrase é uma expressão que designa os seres por meio de
algum de seus atributos ou de um fato que o celebrizou.
II. Sinestesia é a transferência de percepções da esfera de um
sentido para a de outro, do que resulta uma fusão de impressões
sensoriais de grande poder sugestivo.
III. Polissíndeto: ocorre esta figura quando efetuamos a
concordância não com os termos expressos, mas com a ideia a eles
associada em nossa mente.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
Questão 16
Figuras de linguagem são recursos estilísticos utilizados na
linguagem oral e escrita que aumentam a expressividade da
mensagem.
Nesse sentido, analise a frase abaixo.
"As mãos que dizem adeus são pássaros que vão morrendo
lentamente." (Mário Quintana)
Qual figura de linguagem pode ser observada na frase?
a) Ironia.
b) Metonímia.
c) Metáfora.
d) Hipérbole.
e) Sinestesia.
Questão 17
Assinale a alternativa que contém a figura de linguagem presente
no texto abaixo.
Os oceanos poluídos pedem socorro
as algas marinhas gemem inconformadas
os peixes e os golfinhos se consolam
E o céu só olha, e nada pode fazer.
a) eufemismo
b) hipérbole
c) antítese
d) prosopopeia
Questão 18
Na expressão “o movimento pesado dos elefantes”, é possível
identificaruma figura estilística chamada de:
a) Anástrofe
b) Assíndeto
c) Elipse
d) Hipálage
e) Hipérbato
Questão 19
Assinale a alternativa em que ocorre metonímia.
a) A razão é a luz na escuridão.
b) Não foi possível embarcar no ônibus naquele ponto.
c) O rei das selvas ainda não foi extinto.
d) Aquele médico é um bisturi excepcional.
e) No doce caminho que percorri, ouvi cantarem os pássaros no
calor da manhã.
Questão 20
A liberdade como problema
A torneira seca
(mas pior: a falta de sede)
A luz apagada
(mas pior: o gosto
do escuro)
A porta fechada
(mas pior: a chave por dentro).
Em todos os versos desse poema, as duas figuras de linguagem que
predominam são
a) ironia e pleonasmo.
b) paradoxo e zeugma.
c) sinestesia e hipérbole.
d) elipse e onomatopeia.
e) polissíndeto e anáfora.
Questão 21
“Você não vai acreditar: comprei um Michelangelo”.
Na oração citada, podemos constatar a presença da seguinte figura
de linguagem:
a) Metáfora.
b) Catacrese.
c) Perífrase.
d) Metonímia.
e) Sinestesia
Questão 22
“Se alguém diz a você que está tomando uma decisão realista, você
logo entende que ele resolveu fazer alguma coisa ruim.”
Essa frase refere-se a uma figura de linguagem denominada
eufemismo, em que se apresenta uma coisa ruim por meio de
expressões mais brandas.
Assinale a frase em que ocorre um eufemismo.
a) “Nem toda obra publicada é uma boa leitura.”
b) “Tudo que existe tem uma boa razão para existir.”
c) “Meu time deixou de classificar-se para a final da
Libertadores.”
d) “O que é necessário jamais é ridículo.”
e) “Um homem com um relógio sabe que horas são.”
Questão 23
As opções a seguir apresentam frases que mostram uma visão
irônica da educação, à exceção de uma. Assinale-a.
a) “Cultura enriquece. Pergunte aos donos de escolas.”
b) “O estudo é a luz do mundo. Por isso, não estude, economize
energia.”
c) “Eu passei no meu curso de Ética. Eu colei, claro.”
d) “Se você não pode entender este texto, agradeça a seu
aprendizado.”
e) “Se você acha a educação cara, tente a ignorância.”
Questão 24
Assinale a opção que apresenta o provérbio que não mostra uma
comparação.
a) “Homem sem mulher é arvore sem frutos”
b) “Os homens são como tapetes; às vezes precisam ser
sacudidos.”
c) “Um sábio sem obra é o mesmo que uma nuvem sem chuva.”
d) “A sorte não é como a roupa que se veste e despe.”
e) “As pegadas na areia não são deixadas por quem fica sentado.”
58
Questão 25
Marque a alternativa que contém um exemplo da figura de
linguagem conhecida como ironia:
a) O aluno João Roberto não está mais entre nós.
b) Você vai acabar torrando neste sol.
c) Eu morro antes de voltar nesta espelunca.
d) Uau, que maravilha: fim de mês e o gás acaba!
Questão 26
Há duas figuras que se mostram muito próximas: a comparação ou
símile e a metáfora. Assinale a frase que mostra uma metáfora e
não uma comparação.
a) Amar em segredo é como ter asas e não poder voar.
b) A admiração é o amor congelado.
c) Saudade é tal qual um espinho cheirando a flor.
d) O casamento é o mesmo que uma tragédia em dois atos: civil e
religioso.
e) Charme é como o toque da borboleta em uma pétala de rosa.
Questão 27
Assinale a frase que mostra uma comparação.
a) Ter muitos amigos é o mesmo que não ter amigos.
b) Seja um bom vizinho e não me deixe sozinho.
c) Seja cortês com todos, sociável com muitos, íntimo de poucos,
amigo de um e inimigo de nenhum.
d) As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por
acaso que elas permanecem.
e) O destino escolhe suas relações. Você escolhe seus amigos.
Questão 28
Na frase “O doce som da sua voz me encantava.”, temos a figura
de linguagem:
a) antítese.
b) metáfora.
c) metonímia.
d) perífrase .
e) sinestesia.
Questão 29
Assinale a frase que mostra uma antítese, ou seja, uma oposição de
significado.
a) O inferno está cheio de boas intenções ou desejos.
b) Sou ateu, mas me comporto como se Deus existisse.
c) O homem é aquilo que ele acredita.
d) A bênção do pai consolida a casa dos filhos.
e) Tudo que pode ser dito, pode ser dito com clareza.
Questão 30
Todas as frases abaixo se iniciam por uma metáfora ou uma
comparação.
Assinale a única dessas frases em que está ausente uma explicação
para a metáfora.
a) “Tu és o arquiteto do teu próprio destino. Trabalha, espera e
ousa!”.
b) “Todo homem é uma divindade disfarçada, um deus que se faz
de tolo”.
c) “O casamento é uma grande instituição, mas eu não estou
preparada para as instituições”.
d) “O casamento é como uma praça sitiada: os que estão fora
querem entrar e os que estão dentro querem sair”.
e) “O ocioso é como um relógio sem os dois ponteiros: inútil se
caminha ou se está parado”.
Questão 31
Contribui para o efeito de humor da tirinha o recurso
a) à metonímia.
b) à antítese.
c) à personificação.
d) ao eufemismo.
e) ao pleonasmo.
Questão 32
Contribui também para o efeito de humor da tirinha o recurso à
seguinte figura de linguagem:
a) personificação.
b) eufemismo.
c) antítese.
d) pleonasmo.
e) hipérbole.
Questão 33
“A liberdade, como a vida, só a merece quem deve conquistá-la a
cada dia!”
Essa frase exemplifica um caso de linguagem figurada que é
um(a):
a) pleonasmo, com a repetição da palavra “liberdade” por meio do
pronome pessoal em “a merece”;
b) hipérbole, com a expressão “deve conquistá-la a cada dia”, já
que indica um exagero;
c) elipse do termo “liberdade” no segmento “só a merece quem
deve conquistá-la”;
d) ironia na comparação “como a vida”, igualando duas realidades
muito diferentes: a liberdade e a vida;
e) anacoluto com o termo inicial “liberdade”, já que ele não mostra
continuidade sintática na frase.
Questão 34
Em todas as opções abaixo há exemplos de metáforas.
Assinale a opção em que a metáfora se encontra explicitada.
a) O moço que não chorou é um selvagem, e o velho que não quer
rir é um tolo.
b) O suicídio é um roubo ao gênero humano.
c) Nossa morte é nossa boda com a eternidade.
d) O povo é como uma cera mole, tudo depende da mão que o
modele.
e) A verdadeira pátria do homem é a infância.
Questão 35
Em relação às figuras de linguagem, assinalar a alternativa que
apresenta o recurso utilizado na oração abaixo:
Felicidade é receber pouco e trabalhar muito.
a) Ironia.
b) Prosopopeia.
c) Eufemismo.
d) Sinestesia.
59
Questão 36
Leia:
Mamãe vestida de rendas/ Tocava piano no caos/ Uma noite abriu
as asas/ cansada de tanto som,/ Equilibrou-se no azul,/ De tonta não
mais olhou/ Para mim, para ninguém!/ Cai no álbum de
retratos. (Murilo Mendes)
Toda a linguagem poética dos versos acima retrata um fato posto
em relevo pela seguinte figura de linguagem:
a) antítese.
b) hipérbole.
c) eufemismo.
d) prosopopeia.
Questão 37
Assinale a alternativa que contém a mesma figura de linguagem
que se faz presente em: ... sábado era seu, mas ele queria que sua
mulher e seu filho estivessem em casa enquanto ele tomava o seu
sábado. (Clarice Lispector)
a) “a fazenda dormia num silêncio recluso, a casa estava de luto...”
(Raduan Nassar)
b) “Parecia feita de canto e dança, de sol e luar, era de cravo e
canela.” (Jorge Amado)
c) “A palavra e a forma serão a tábua onde boiarei sobre vagalhões
de mudez.” (Clarice Lispector)
d) “Nunca sei ao certo/ Se sou um menino de dúvidas/ Ou um
homem de fé/ Certezas o vento leva/ Só dúvidas permanecem de
pé” (Paulo Leminski)
Questão 38
Assinale a frase publicitária que se apoia em uma hipérbole
(linguagem figurada, expressão de exagero).
a) Um televisor para olhar e admirar!
b) Suco Brilhante; com toda a energia do sol!
c) Príncipe veste hoje o homem de amanhã!
d) Conhaque Tiradentes; o conhaque de Minas!
e) Renault®: o carro que é um avião!
Questão 39
“Na bolsa global, a todo ciclo de oba-oba corresponde um surto de
epa-epa.” Maria da Conceição Tavares
Considerando o contexto, as duas onomatopeias desse pensamento
têm os seguintes valores:
a) surpresa / alegria.
b) alegria / espanto.
c) espanto /comemoração.
d) comemoração / tristeza.
e) tristeza / surpresa.
Questão 40
Na imagem abaixo, identifica-se a presença da seguinte figura de
linguagem:
a) Hipérbato.
b) Eufemismo.
c) Elipse.d) Paradoxo.
e) Metáfora.
60
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
A C E A D B B A D C D
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
A A D C C D D D E D C
23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
E E D B A E D C C A A
34 35 36 37 38 39 40
D A C A B B E
61
SEMÂNTICA E INTERAÇÃO
(SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS)
62
Significação das Palavras
A Semântica, área da Linguística que estuda o significado das
línguas naturais, subdivide-se em vários tipos, de acordo com as
variadas visões dos especialistas nessa área. Desta forma, há a
semântica textual, formal, lexical, discursiva, cognitiva, dentre
outras, ligadas por um ponto comum: em todas elas o objeto de
estudo é o significado.
Semântica Ciência empírica, descritiva, que tem por objeto o estudo
da relação dos signos com aquilo que eles significam, numa língua
dada, i.e., estudo das palavras no que respeita seus significados.
A semântica interessa-se, portanto, pelo estudo das relações entre as
expressões linguísticas e os conceitos mentais associados a elas,
sendo importante ressaltar o grande impulso dado ao estudo da
linguagem a partir do século XX.
SINÔNIMO E ANTÔNIMO
SINÔNIMO
São palavras diversas na escrita, mas semelhantes ou idênticas na
significação. Há autores que as dividem em “sinônimos perfeitos” e
“sinônimos imperfeitos”. Não adotamos essa classificação porque a
consideramos falha, uma vez que distinguir o que é “perfeito” do
que é “imperfeito” em questões semânticas é assunto assaz
controvertido. Observe alguns sinônimos:
PALAVRA SINÔNIMO
Olhar Ver
Habitar Morar
Cavalo Corcel
Colóquio Diálogo
Lábio Beiço
Cara Rosto
Bom Misericordioso
Gritar Bradar
Entender Compreender
Mortal Letal
Oposição Antítese
Bonito Belo
ANTÔNIMO
São palavras que apresentam sentidos totalmente opostos. Observe
alguns exemplos:
PALAVRA ANTÔNIMO
Bonito Feio
Alegre Triste
Ordem Anarquia
Natural Artificial
Simétrico Assimétrico
Ignorância Sabedoria
Homonímia e paronímia
A homonímia se refere à capacidade das palavras serem
homônimas (som igual, escrita igual, significado diferente),
homófonas (som igual, escrita diferente, significado diferente) ou
homógrafas (som diferente, escrita igual, significado diferente).
Exemplos de palavras homônimas:
• rio (curso de água) e rio (verbo rir);
• caminho (itinerário) e caminho (verbo caminhar).
Exemplos de palavras homófonas:
• cem (100) e sem (indica falta)
• senso (sentido) e censo (levantamento estatístico)
Exemplos de palavras homógrafas:
• colher (talher) e colher (apanhar);
• acerto (correção) e acerto (verbo acertar);
A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de
forma parecida, mas que apresentam significados diferentes.
Exemplos de palavras parônimas:
• Comprimento (tamanho) e cumprimento (saudação);
• Imigrar (entrar num novo país) e emigrar (sair do seu
país).
Polissemia e monossemia
A polissemia indica a capacidade de uma palavra apresentar uma
multiplicidade de significados, conforme o contexto frásico em que
ocorre. A monossemia indica que determinadas palavras
apresentam apenas um significado.
Exemplos de palavras polissêmicas:
• Cabeça (parte do corpo humano e líder do grupo, com
origem comum na palavra em latim capitia);
• Letra (símbolo de escrita e documento substituto de
dinheiro, com origem comum na palavra em latim littera).
Exemplos de palavras monossêmicas:
• Estetoscópio (instrumento médico);
• Eneágono (polígono com nove ângulos).
Denotação e conotação
A denotação indica a capacidade das palavras apresentarem um
sentido literal e objetivo. A conotação indica a capacidade das
palavras apresentarem um sentido figurado e simbólico.
Exemplos de palavras com sentido denotativo:
• O navio atracou no porto.
• A anta é um mamífero.
Exemplos de palavras com sentido conotativo:
• Você é o meu porto.
• Pense pela sua própria cabeça, sua anta!
Hiperonímia e hiponímia
A hiperonímia e a hiponímia indicam a capacidade das palavras
estabelecerem relações hierárquicas de significado. Um hiperônimo,
palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um
hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito.
Fruta é hiperônimo de morango.
Morango é hipônimo de fruta.
Exemplos de hiperônimos:
• ferramenta
• ave
Exemplo de hipônimos:
• martelo, serrote, alicate, enxada, chave de fenda,...
• papagaio, gaivota, bem-te-vi, arara, coruja,...
Formas variantes
As formas variantes se referem a palavras que possuem mais do que
uma grafia correta, sem que haja alteração do seu significado.
Exemplos de formas variantes:
• abdome e abdômen;
• bêbado e bêbedo;
• embaralhar e baralhar;
• enfarte e infarto;
63
CADERNO DE QUESTÕES – SIGNIFICAÇÃO DAS
PALAVRAS
Questão 1
Em “O risco do parlamentar ser detido e cassado é iminente”, as
palavras sublinhadas podem ser substituídas, sem que haja perda de
sentido, respectivamente, por
a) propínquo, urgente.
b) extinto, acentuado.
c) cancelado, impendente.
d) anulado, proeminente.
Questão 2
Leia a seguinte frase de um economista:
“Preço” e “valor” significam a mesma coisa, mas “não tem preço” e
“não tem valor” são antônimos.
O pensamento abaixo que mostra uma estruturação apoiada em
antônimos, é:
a) A dor é uma advertência, assim como os pequenos prejuízos nos
negócios nos ensinam a ser prudentes;
b) Não se acomode com a maré mansa, uma grande onda pode estar
se preparando;
c) Acelerar demais a economia acaba levando a uma derrapagem
perigosa;
d) O comércio internacional não é um jogo de damas, é um jogo de
interesses;
e) A concorrência é uma prática dolorosa, mas produz ótimos
resultados.
Questão 3
Assinale a alternativa que NÃO apresenta um sinônimo para a
palavra “exame”:
a) arguição.
b) estudo.
c) análise.
d) inquirição.
e) verborreia.
Questão 4
Texto
Soneto de separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Do ponto de vista semântico, o autor utiliza, no decorrer do texto,
um importante jogo de linguagem que encerra um paradoxo no
poema. Esse efeito é marcado pela predominância do recurso de
linguagem chamado de
a) ambiguidade.
b) homonímia.
c) polissemia.
d) antonímia.
e) sinonímia.
Questão 5
As palavras “muito” e “pouco”, retiradas da tirinha, podem ser
classificadas como:
a) sinônimos.
b) homônimos.
c) homógrafos.
d) impróprias.
e) antônimos.
Questão 6
Em “O texto do aluno era muito prolixo, por isso não foi escolhido.”,
o termo sublinhado apresenta como antônimo:
a) Grandioso.
b) Mal feito.
c) Conciso.
d) Admirável.
Questão 7
Complete as frases com a grafia correta das palavras e, em seguida,
indique a opção CERTA.
O da empresa não quis prestar esclarecimentos sobre a
situação.
É preciso correr! O perigo é .
Não há motivo para corrigir o que foi dito, por isso tudo o que
já falei sobre o assunto.
a) diligente - eminente - ratifico
b) dirigente - iminente - ratifico
c) dirigente - eminente - retifico
64
d) diligente - iminente - retifico
Questão 8
Um dos problemas mais comuns da escrita é a troca entre parônimos.
Assinalea opção em que isso ocorre com a palavra sublinhada.
a) A sobremesa estava boa, mas a calda poderia estar um pouco
menos doce.
b) Os deputados, reunidos extraordinariamente na Câmara,
decidiram não apreciar o projeto.
c) Todos os recrutas fizeram a marcha em movimento acelerado.
d) O Prefeito decidiu deferir a solicitação dos moradores.
e) Naquela conjetura socialmente problemática, o melhor era evitar
o combate.
Questão 9
Conforme preconiza Cegalla, avalie as afirmações que seguem sobre
a significação das palavras:
I. Sinônimos são palavras de sentido igual ou aproximado. Embora
irmanados pelo sentido comum, os sinônimos diferenciam-se,
entretanto, uns dos outros, por matizes de significação e certas
propriedades que o escritor não pode desconhecer.
II. Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia, e às vezes
a mesma grafia, mas significação diferente.
III. Parônimos são palavras parecidas na escrita e na pronúncia.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
Questão 10
Assinalar a frase em que a palavra homônima sublinhada está
empregada de forma INCORRETA:
a) O prefeito dirigiu os cumprimentos aos familiares das vítimas.
b) Conforme esperado, delatou o empregador.
c) Com cuidado, guardou todos os alimentos na dispensa da
cozinha.
d) O juiz absolveu o réu.
Questão 11
O Estado tem por obrigação coibir o de entorpecentes.
Outra medida muito discutível seria a da maconha como
medida de combate aos entorpecentes. Atualmente, a maioria
dos policiais são de usuários com pequenas quantias de
drogas.
Complete as lacunas corretamente do ponto de vista ortográfico:
a) tráfego – descriminalização – fragrantes
b) tráfico – discriminalização – fragrantes
c) tráfico – descriminalização – flagrantes
d) tráfego – descriminalização – flagrantes
e) tráfico – discriminalização – flagrantes
Questão 12
Quanto ao emprego da palavra homônima sublinhada em cada frase,
analisar os itens abaixo:
I. Aquela sessão de cinema passou o filme do BTS.
II. A taxa de impostos aumentou nos últimos anos.
III. A atleta ficou em cesto lugar na competição.
IV. A criança estava sozinha em casa e acendeu o fogo.
Está(ão) CORRETO(S):
a) Somente um item.
b) Somente dois itens.
c) Somente três itens.
d) Todos os itens.
Questão 13
Assinale a frase em que houve confusão entre parônimos ou
homônimos, provocando o aparecimento de uma inadequação
vocabular.
a) A lição sabemos de cor. Só nos resta aprender / apreender.
b) A melhor hora de consertar o telhado é quando o tempo está bom
/ concertar.
c) O taxista nunca deixa de aferir o taxímetro / auferir.
d) O artista fez a sessão de seus direitos autorais / cessão.
e) É necessário prover a despensa com mantimentos / prever.
Questão 14
Em todas as frases abaixo há uma antítese. Aquela frase em que as
palavras em antítese estão, respectivamente, no sentido lógico e no
sentido figurado, é:
a) Um homem cheio de si é sempre vazio;
b) Provar que eu estou certo seria admitir que eu poderia estar
errado;
c) Encontrar defeito é fácil, mas fazer melhor pode ser difícil;
d) As pessoas não são contra você; são apenas a favor delas;
e) O marido saiu de casa para entrar numa nova relação.
Questão 15
Considere a alternativa onde há uso de linguagem conotativa:
a) O casal trocou beijos apaixonados.
b) Assistiu ao show ao lado da esposa.
c) Abra sua conta na agência do centro da cidade.
d) A cantora é sinônimo de romantismo no ar.
e) A professora estava muito bem acompanhada.
Questão 16
Leia o poema para responder à questão.
naquela época
ainda não era possível ligar e desligar
pessoas
e você era obrigado a
conversar pessoalmente
brigar pessoalmente
amar pessoalmente
mentir pessoalmente
e demitir pessoas pessoalmente
a vida era muito mais difícil
e bela
Há expressão empregada em sentido figurado nos versos:
a) ainda não era possível ligar e desligar/ pessoas
b) e você era obrigado a/ conversar pessoalmente
c) amar pessoalmente/ mentir pessoalmente
d) a vida era muito mais difícil/ e bela
Questão 17
Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam
a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle.
Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros
engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque
a essência dos pássaros é o voo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas
amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem
para voar. Ensinar o voo; isso elas não podem fazer, porque o voo já
65
nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser
encorajado.
Sobre o fragmento de texto abaixo:
“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.”
É CORRETO afirmar que nele
a) existe uma linguagem conotativa.
b) existe uma linguagem denotativa.
c) gaiolas simbolizam liberdade.
d) asas representam aprisionamento.
e) tanto gaiolas como asas oportunizam aos pássaros liberdade de
agir.
Questão 18
Sobre Denotação e Conotação, assinale a alternativa CORRETA.
a) Essa criança fala pelos cotovelos – trata-se de um texto
denotativo.
b) A mochila de Thiago é bastante velha – esse texto se utiliza de
linguagem conotativa.
c) Luciana é fera em vôlei – esse texto se utiliza de linguagem
conotativa.
d) Aquele computador é referência em tecnologia – trata-se de um
texto conotativo.
e) Buscava sempre se apoiar no braço do sofá – esse texto se utiliza
de linguagem denotativa.
Questão 19
Leia o trecho abaixo:
Uma pessoa pode ter uma infância triste e mesmo assim chegar a ser
muito feliz na maturidade... Da mesma forma pode nascer num berço
de ouro e sentir-se enjaulada pelo resto da vida. (Charles Chaplin)
Sobre esse trecho, Chaplin se utilizou, em algum momento, de uma
linguagem conotativa. Assinale a alternativa que apresenta um termo
que indica conotação.
a) Infância.
b) Maturidade.
c) Berço.
d) Enjaulada.
e) Resto.
Questão 20
Assinale a frase que está integralmente construída com linguagem
lógica.
a) A verdadeira dimensão de um homem vem do modo como ele
trata quem não pode fazer nada por ele.
b) A vida é um eco. Se você não gosta do que está recebendo,
observe o que está emitindo.
c) Em boca fechada não entra mosca.
d) O silêncio é um texto fácil de ser lido errado.
e) Num mundo culto temos uma conduta florida, e num mundo
inculto temos discursos floridos.
Questão 21
O processo criativo
“A capacidade criadora do ser humano depende não apenas de
condições inatas do indivíduo, como também de sua inteligência,
suas experiências e conhecimentos anteriores acumulados, sem
esquecer o ambiente sociocultural em que vive.
Para que ele possa produzir criativamente, é indispensável o auxílio
de dados existentes em sua memória, dados estes que servirão de
alimento à imaginação criadora. Esta os reconstrói, recompõe e
reorganiza pela crítica e pela análise, fazendo sínteses que se
manifestam nas “invenções”, ou “criações”.
O espírito humano tem capacidade de reviver imagens
armazenadas, associá-las e combiná-las para chegar a determinados
objetivos, como no caso da produção publicitária inventiva.
A invenção resulta também de mecanismos de associação. O
espírito humano não cria elementos do nada, mas vale-se de
experiências anteriores e, a partir delas, inova-as”.
Assinale a alternativa correta. Em “...dados estes que servirão
de alimento à imaginação criadora”, a palavra sublinhada pode ser
substituída por:
a) subsistência, comida.
b) estímulo, prato.
c) fomento,estímulo.
d) mantimento, iguaria.
Questão 22
Assinale a frase que se estrutura integralmente em linguagem lógica.
a) Você só consegue explicar aquilo que entendeu.
b) Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral.
c) Uma ideia que não se põe em prática é um sonho.
d) Criar é matar a morte.
e) Ideias são como crianças: as nossas são sempre maravilhosas.
Questão 23
“A segurança pública, de forma conceitual, é uma atividade que deve
ser prestada pelos órgãos estatais e pela comunidade como um todo
que visa proteger a cidadania, de forma a prevenir e controlar atos
de criminalidade. Sendo que essa prestação efetiva garante o
exercício pleno da cidadania nos limites da lei. Dada a importância
constitucional desse serviço é que se conclui que o mesmo não pode
ser executado de qualquer forma e sim de modo satisfatório, pois,
quando não o é, a sociedade fica sujeita a diversos tipos de violência
em diversas proporções, em que bens jurídicos como o patrimônio e
a vida são gravemente violados. Por conseguinte, instituindo-se um
caos de agressividade.”
Assinale a frase opinativa sobre o texto que está construída com
sentido figurado.
a) O texto é claro como água.
b) O texto mostra opiniões seguras.
c) O texto é curto, mas preciso.
d) O texto traz informações de valor.
Questão 24
Analise a frase a seguir.
“O conceito ‘bom’ tem muitos significados. Por exemplo, se um
homem acertasse sua avó a uma boa distância, ele seria um bom
atirador, mas não necessariamente um bom homem.”
Assinale a opção que apresenta uma característica da linguagem
dessa frase.
a) a polissemia.
b) a ambiguidade.
c) a redundância.
d) o paralelismo.
e) a expressividade.
Questão 25
Com relação à semântica da palavra "xadrez" nos diferentes
contextos, assinale a opção CORRETA.
I - "O xadrez é um jogo de tabuleiro, sendo também considerado
como esporte. É disputado entre dois jogadores, utilizando-se de um
tabuleiro e 16 peças, sendo representadas por peões, torres, cavalos,
bispos, um rei e uma rainha."
II - "A roupa xadrez é essencial em qualquer guarda-roupa."
66
III - "Estava preso no xadrez / Quando ouvi a notícia / Que a minha
sentença / Era um ano e seis meses"
a) No item I a palavra "xadrez" poderia ser interpretada de mais de
uma maneira, o que torna a frase estruturalmente ambígua.
b) Constitui um caso de sinonímia, por possuir sentidos
aproximados.
c) Apresenta vários sentidos, constituindo, assim, um caso de
polissemia.
d) É um caso de antonímia, pois apresenta sentidos contrários entre
si.
Questão 26
O efeito de sentido da charge é provocado pelo uso da palavra
“rede”, que representa um(a):
a) antítese por aproximar ideias opostas da palavra “rede” - mundo
real pobre x mundo virtual rico.
b) eufemismo por suavizar a expressão de uma ideia desagradável
por outra mais agradável.
c) ironia por apresentar um sentido oposto do significado literal da
palavra com objetivo crítico.
d) polissemia por apresentar significados diferentes da palavra
“rede” conforme o contexto.
e) antonímia por exprimir a ideia contrária de “rede de internet” com
“rede de descanso”.
Questão 27
A frase em que os termos destacados podem ser compreendidos com
um só significado, sem possibilidade de polissemia ou ambiguidade,
é:
a) Estes dois livros custaram vinte reais;
b) Marcos é como um filho meu;
c) Anunciaram a criação do novo ministério;
d) A viagem para a Europa é muito cara;
e) Fátima cuida hoje ainda de sua mãe
Questão 28
A tirinha em questão apresenta um recurso de linguagem que
ocasiona o humor no texto.
Assinale a alternativa que indica corretamente qual é esse recurso.
a) Polissemia.
b) Comparação.
c) Inferência.
d) Hipérbato.
e) Ironia.
Questão 29
A maioria das palavras mostra vários significados (polissemia), o
que também ocorre com as preposições.
Indique a frase em que a preposição COM tem o significado de
“companhia”.
a) A história se repete. Essa é das coisas erradas com ela.
b) Feliz o povo cuja história se lê com aborrecimento.
c) Ou você está comigo ou está contra mim.
d) O progresso começa com a crença de que o necessário é possível.
e) O presidente, com os ministros, chegou pontualmente à festa.
Questão 30
Assinale a frase em que as duas palavras sublinhadas mostram o
mesmo sentido.
a) A maior de todas as artes é a arte de viver juntos.
b) A viagem da descoberta consiste não em achar novas paisagens,
mas em ver com novos olhos.
c) Tudo com moderação, incluindo a moderação.
d) A gente não vai mais lá porque é gente demais.
e) As celebridades vivem fugindo da celebridade.
Questão 31
Considerando o desenvolvimento cognitivo da criança de maneira
coerente e epistemológica relacionado à aquisição da leitura e escrita
por meio dos processos de alfabetização e letramento, analise as
afirmativas a seguir.
I. A criança no processo de alfabetização precisa estar em contato
com diferentes suportes textuais; vale salientar que apenas o contato
com gêneros diversificados não garante que o aluno se alfabetize, ou
seja, não o fará leitor ou escritor, é necessária a participação em
atividades que explorem seus usos e funções sociais de forma
significativa e contextualizada no uso de práticas cotidianas.
II. O professor alfabetizador, sob a égide do alfabetizar letrando,
poderá oportunizar ao educando um momento de discussão sobre o
67
gênero recado e explicitar a sua função social de maneira
contextualizada.
III. O ensino, pautado nas concepções do alfabetizar letrando,
culminou em diferentes reflexões voltadas para a distinção entre os
processos de alfabetização e letramento, embora sejam processos
distintos e indissociáveis, caminham sempre juntos.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
Questão 32
Numere a ordem dos períodos, de modo que assegure coesão e
coerência ao parágrafo.
Depois, assinale a alternativa que apresenta a sequência numérica
correta de cima para baixo.
( ) a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a
eficiência – dá ao cidadão uma percepção de que o serviço público
é de qualidade.
( ) Estes, por sua vez, querem receber um serviço de qualidade.
( ) Ao final das análises, concluiu-se que todas as variáveis
apresentadas na pesquisa são importantes na percepção do usuário.
( ) Os serviços públicos estão disponíveis a todos os cidadãos.
( ) Conclui-se, a partir dessa segunda análise, que ter servidores bem
treinados e cumprir os princípios da lei – artigo 37 da Constituição
Federal:
( ) Assim, o objetivo deste texto foi identificar o conceito de
qualidade que mais influencia a percepção dos usuários quanto à
qualidade do serviço público.
( ) Como não é possível realizar todas as ações pertinentes às
variáveis independentes de uma só vez, realizou-se a análise da
regressão.
a) 1 – 2 – 7 – 3 – 6 – 4 – 5
b) 6 – 3 – 5 – 1 – 7 – 2 – 4
c) 1 – 4 – 7 – 3 – 2 – 5 – 6
d) 7 – 2 – 4 – 1 – 6 – 3 – 5
e) 7 – 2 – 5 – 1 – 4 – 6 – 3
Questão 33
Leia as frases a seguir.
1- A esquizofrenia, ou distúrbio da mente dividida, é marcada por
surtos em que o mundo real acaba substituído por delírios e
alucinações.
2- Apesar de serem esses os sintomas mais famosos da condição,
geralmente ela se inicia com uma simples apatia no final da
adolescência e no começo da vida adulta.
3- Os cientistas do final do século XIX foram buscar inspiração na
língua grega para caracterizar um transtorno que, até então, ficava
jogado no limbo da loucura.
4- Por meio da junção dos termos esquizo, dividir no idioma dos
filósofos clássicos, e frenia, algo próximo de mente, eles deram um
nome perfeito paraa doença que atinge 1% da população do planeta.
5- A esquizofrenia é investigada há décadas, mas segue cheia de
mistérios.
Unindo as frases em um único parágrafo, com coesão e coerência, a
ordem correta é:
a) 5, 1, 3, 2, 4
b) 3, 4, 1, 2, 5
c) 1, 2, 4, 5, 3
d) 5, 4, 1, 3, 2
Questão 34
A sequência dos enunciados em um texto não pode ser aleatória sob
o ponto de vista linguístico, discursivo ou cognitivo.
Assinale a alternativa correta em relação ao assunto.
a) É necessário discutir, primeiramente, se o texto é uma unidade da
langue (do sistema da língua) ou da parole (do uso da língua).
b) O texto, a partir de sua criação, torna-se independente do seu
contexto, considerando que a língua tem autonomia sintática,
semântica e cognitiva.
c) São imprescindíveis e inevitáveis as operações tipicamente
linguísticas como a sintaxe, a morfologia e a fonologia, embora a
análise textual não deva parar nesses aspectos, pois até eles mesmos
podem ser comandados por orientações discursivas.
d) Um texto é uma unidade processual, um evento com pluralidade
semântica e, depois de criado, torna-se um artefato linguístico per si.
e) Realizar um estudo do texto como motivação para análises
metalinguísticas pode ser o ponto- chave para incentivar o aluno a
escrever, buscando sua autoria com base nos autores consagrados
pela literatura.
Questão 35
Leia o texto a seguir e assinale a alternativa correta:
O conceito de gestão escolar foi introduzido na educação no período
da redemocratização política nos anos 1980. Tem suas origens no
conceito de "administração escolar", significando também, de modo
geral, "utilização racional dos recursos para a realização de
fins"(Paro, 2000, p. 123).
Freitas, (2007 p. 502) aponta que o conceito de gestão escolar surgiu
no momento de crítica ao "caráter conservador e autoritário"da
administração escolar para evidenciar "seu compromisso com a
transformação social e com a democratização do ensino e da escola".
Distinto, embora complementar, do conceito de gestão educacional,
gestão escolar diz respeito à organização das unidades educacionais,
das escolas, enquanto gestão educacional refere-se à gestão dos
sistemas educacionais em todos os níveis. Vieira (2007, p. 61)
esclarece que gestão escolar nos remete à "abrangência dos
estabelecimentos de ensino", enquanto a gestão educacional se situa
no "espaço das ações de governo".
a) Não existe progressão textual entre os parágrafos.
b) A ordem dos parágrafos pode ser alterada sem causar
inadequações de ordem gramatical.
c) A progressão textual entre os parágrafos depende do uso de
elementos coesivos com destaque para as conjunções.
d) A ordem dos parágrafos não pode ser alterada sem prejuízo para
os processos de referenciação presentes no texto.
e) A ordem dos parágrafos depende, no texto, do emprego dos
pronomes relativos.
Questão 36
Cozinhar é um ato de amor
Cozinhar para outras pessoas é um admirável ato de amor. É o
momento em que damos tudo de nós para preparar algo saboroso a
fim de agradar ao próximo e trazer felicidade e conforto por meio do
alimento.
Em família, talvez estejamos acostumados demais a ver nossa avó,
nossa mãe ou nosso pai, companheiro ou companheira preparando o
almoço, jantar ou um lanche, e nem percebemos quanta doação está
envolvida nesse ato. Todos nós sabemos que quando preparamos
comida para outras pessoas o maior pagamento que podemos receber
por nossos esforços é ver as pessoas apreciarem o que preparamos.
Alimentar as pessoas é um ato que vai além das necessidades
biológicas do corpo. Não se trata apenas de colocar a comida na
frente delas. Mesmo que muitas pessoas não percebam, cozinhamos
com o coração tanto quanto com as mãos, porque geralmente quando
68
cozinhamos para outras pessoas é para deixá-las mais felizes. Da
mesma forma, tudo isso também vale se cozinharmos apenas para
nós mesmos.
No 3o parágrafo do texto, a frase – ...um ato que vai além das
necessidades biológicas do corpo –, a expressão necessidades
biológicas significa
a) amizades e confraternizações.
b) correria e cansaço.
c) alimentação rica em vegetais.
d) alimentação e nutrição.
Questão 37
Passei no açougue para comprar meio quilo de carne para bife. Os
preços era 24 e 28. Fiquei nervosa com a diferença dos preços. O
açougueiro explicou-me que o filé é mais caro. Pensei na desventura
da vaca, a escrava do homem. Que passa a existência no mato, se
alimenta com vegetais, gosta de sal mas o homem não dá porque
custa caro. Depois de morta é dividida. Tabelada e selecionada. E
morre quando o homem quer. Em vida dá dinheiro ao homem. E
morta enriquece o homem. Enfim, o mundo é como o branco quer.
Eu não sou branca, não tenho nada com estas desorganizações.
No texto, os termos “desventura” e “Tabelada”
significam, correta e respectivamente:
a) insensatez, precificada.
b) imprudência, apreçada.
c) desilusão, quantificada.
d) infortúnio, tarifada.
e) prosperidade, especificada.
Questão 38
Analise o fragmento a seguir, retirado de uma redação escolar.
“Amanhã, eu irei diretamente a uma livraria e comprarei esse livro,
que passará a fazer parte de minha biblioteca.”
O contexto de produção desse segmento utiliza uma série de
vocábulos cujos significados não são fixos, mas podem variar
conforme a situação comunicativa.
Assinale a opção que apresenta o termo de significação variável,
dependente da situação.
a) Amanhã.
b) diretamente.
c) livraria.
d) fazer parte.
e) biblioteca.
Questão 39
Todas as frases abaixo trazem termos relacionados à ação de pensar
ou de se expressar; a frase abaixo em que o termo destacado está
empregado de forma adequada à situação, é:
a) A conferência foi proferida no auditório do Liceu;
b) A oração foi declamada pelo sacerdote;
c) O acusado nunca foi proclamado culpado;
d) O produto foi anunciado secretamente;
e) Podíamos referendar os erros cometidos.
Questão 40
TEXTO I
TOADA
Vem, morena, ouvir comigo essa cantiga Sair por essa vida
aventureira. Tanta toada eu trago na viola Pra ver você mais feliz.
Escuta o trem de ferro alegre a cantar Na reta da chegada pra
descansar No coração sereno da toada, bem querer. Tanta saudade
eu já senti, morena, Mas foi coisa tão bonita, Da vida nunca vou me
arrepender. (...)
(Compositores: Jose Renato Botelho Moschkovich/Claudio Jose
Moore Nucci/Jose Lontra Fagundes Filho)
Considere as seguintes definições da palavra toada:
I- Ação ou efeito de toar.
II- Notícia infundada, boato.
III- Som indistinto de vozes ou de instrumentos.
IV- Cantiga de melodia simples e repetitiva, texto curto, sentimental
ou brejeiro, com estrofe ou refrão.
Aplica(m)-se ao Texto I, acima, as definições:
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I e IV.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
C B E D E C B E E C C
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
C D E D A A C D A C A
23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
A A C D D A E C A D B
34 35 36 37 38 39 40
C B D D A A D
69
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
70
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Leia a tira.
CALVIN
a) Como o autor da tira explorou o humor nesse texto?
b) Na sua opinião, as pessoas precisam ser organizadas?
Explique por quê.
Observe agora as seguintes palavras extraídas da tira: está, estúpido,
armário. Em cada palavra, umas das sílabas é pronunciada com
maior intensidade, com mais força. Trata-se da sílaba tônica, que
está marcada por acento gráfico.
Nem toda sílaba tônica é marcada com acento gráfico (casaco, por
exemplo). Então, como saber se uma palavra leva acento? Leia as
regras de acentuação a seguir.A acentuação gráfica das palavras, na língua portuguesa, obedece às
regras de acentuação apresentadas a seguir.
OXÍTONAS
As palavras são oxítonas quando a última sílaba da palavra é a sílaba
tônica, como: jacaré, cipó, cantar, anzol...
São naturalmente oxítonas, não necessitando de acentuação gráfica,
as palavras terminadas em:
-r: ligar, falar, beber, pior, amor,…
-l: azul, animal, hotel, abril, futebol,…
-z: feliz, raiz, feroz, xadrez, capaz,…
-x: pirex, xarox, durex, duplex, botox,…
-i: gibi, guarani, bisturi, bacuri, caqui,…
-u: maracatu, xampu, caju, bambu, tutu,…
-im: pudim, cetim, amendoim, jardim, enfim,…
-um: comum, jejum, bebum, algum, nenhum,…
-om: batom, edredom, bombom, cupom, marrom,..
Palavras oxítonas acentuadas graficamente
Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em -a(s), -e(s), -o(s).
Exemplo:
Vatapá(s) - Jacaré(s) - rê(s) - maiô(s) - có(s)
Também são acentuadas as palavras oxítonas com mais de uma
sílaba terminadas em -em, -ens. Exemplos:
Vintém – anéis - herói(s)
A acentuação gráfica é feita através de sinais diacríticos que,
sobrepostos às vogais, indicam a pronúncia correta das palavras no
que respeita à sílaba tônica e no que respeita à modulação aberta ou
fechada das vogais.
Os sinais diacríticos, que englobam os acentos gráficos e os sinais
gráficos auxiliares, permitem a correta representação da linguagem
falada na linguagem escrita, possibilitando também uma mais fácil
leitura e compreensão do conteúdo escrito.
Oxítonas terminadas em vogais tônicas:
Sofá – dominó – purê - crochê
Oxítonas terminadas no ditongo nasal -em ou -ens:
Mantém – porém – também - harém
Oxítonas terminadas nos ditongos abertos -ói, -éu, -éi:
Chapéu – papéis – heróis - corrói
PAROXÍTONAS
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em -l, -n, -r, -x, -
ei(s), -i(s), -us, -ão(s), -ã(s), -on(s), -um, -uns e -ps. Exemplos:
Difícil – sêmen – caráter – fênix – pônei(s) – táxi(s) – vírus –
órgão(s) – órfã(s) – próton(s) – álbum – fóruns – bíceps –
aéreo(s)
Regras de acentuação das palavras paroxítonas
As palavras são paroxítonas quando a penúltima sílaba da palavra é
a sílaba tônica, como: adorável, órgão, perfume, mesa,…
As palavras paroxítonas não são geralmente acentuadas e
representam a maioria das palavras da língua portuguesa.
Palavras paroxítonas acentuadas graficamente
Paroxítonas terminadas em -r:
Ímpar – cadáver – caráter
Paroxítonas terminadas em -l:
Fóssil – réptil – têxtil
Paroxítonas terminadas em -n:
Hífen – éden - dólmen
Paroxítonas terminadas em -x:
Córtex – tórax – fênix
Paroxítonas terminadas em -ps:
Bíceps - fórceps
71
Paroxítonas terminadas em -ã, -ãs, -ão, -ãos:
Órfã – órgão – sótão
Paroxítonas terminadas em -um, -uns, -om, -ons:
Álbum – fórum - prótons
Paroxítonas terminadas em -us:
Vírus – húmus - bônus
Paroxítonas terminadas em -i, -is:
Júri – íris - tênis
Paroxítonas terminadas em -ei, -eis:
Jóquei – hóquei – fizésseis
Acentuação das paroxítonas e o Novo Acordo Ortográfico
Com a entrada em vigor do atual acordo ortográfico, alguns
acentos foram abolidos nas palavras paroxítonas:
acento agudo nos ditongos abertos oi e ei;
acento agudo na vogal i e na vogal u quando precedidas
de ditongos;
acento circunflexo nos ditongos oo e ee.
Escrita depois do acordo ortográfico
Palavras com oi:
Jiboia – boia – paranoia – heroico – joia
Palavras com ei:
Ideia – europeia – alcateia – geleia – plateia
Palavras com i ou u:
Baiuca - feiura
Palavras com oo:
Abençoo – perdoo – voo – magoo – enjoo
Palavras com ee:
Eles deem (antes: eles dêem)
Eles creem (antes: eles crêem)
Eles leem (antes: eles lêem)
Eles veem (antes: eles vêem)
ATENÇÃO
Nas palavras paroxítonas, não se acentuam os ditongos
abertos -ei e -oi. Exemplos:
Geleia – centopeia – androide - joia
As palavras paroxítonas terminadas em -n não são
acentuadas no plural (-ns). Exemplos:
Hifens – polens - sêmens
As palavras paroxítonas terminadas em -em, -ens não são
acentuadas. Exemplos
Item – mentem – jovens – imagens
PROPAROXÍTONAS
Acentuam-se todas as palavras proparoxítonas. Exemplos:
Álgebra – pólvora – lúcido – relâmpago - trânsito
Também são acentuadas as palavras terminadas em ditongo
crescente (seguido ou não -s) que pode ser pronunciado como hiato.
Exemplos:
Área – idôneo – glórias – espécies – mágoa – trégua - vácuo
Regra de acentuação das palavras proparoxítonas
As palavras são proparoxítonas quando a antepenúltima sílaba da
palavra é a sílaba tônica, como: pássaro,
cantássemos, gráfico, pêssego…
Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas graficamente.
Acento diferencial
Com a entrada do Novo Acordo Ortográfico, alguns acentos
diferenciais foram abolidos, outros se mantiveram inalterados.
O acento foi abolido nas palavras pára, pólo, pêlo e pêra, ficando
para, polo, pelo e pera.
Exemplos:
Para onde ele foi?
Para de fazer isso, por favor!
O acento mantém-se nas palavras pôr, pôde, têm e vêm,
diferenciando as mesmas de por, pode, tem e vem.
Exemplos:
Você vai pôr a caixa aqui?
Por onde ele foi?
Acentos gráficos e sinais gráficos auxiliares
Acento agudo (´)
É um acento gráfico que indica que a sílaba é tônica e que a vogal
deve ser pronunciada de forma aberta, como em:
pé;
máquina;
música;
revólver;
…
Acento circunflexo (^)
É um acento gráfico que indica que a sílaba é tônica e que a vogal
deve ser pronunciada de forma fechada ou nasalada:
antônimo;
estômago;
lâmpada;
pêssego;
…
Acento grave (`)
É um acento gráfico colocado apenas sobre a vogal a, indicando que
há crase, ou seja, a contração da preposição a com outra palavra. É
usado em poucas palavras:
à;
àquele;
àquela;
àquilo;
…
Til (~)
É um sinal gráfico auxiliar de escrita, usado na vogal a e na vogal o
para indicar nasalização. Nem sempre indica a tonicidade da sílaba:
72
manhã;
coração;
põe;
órgão;
órfão;
bênção;
…
Trema (¨)
É um sinal gráfico auxiliar de escrita, usado, desde a entrada em
vigor do Novo Acordo Ortográfico, apenas em substantivos próprios
estrangeiros e palavras derivadas destes:
Müller;
mülleriano;
…
Apóstrofo (')
É um sinal gráfico auxiliar de escrita que indica a supressão de
fonemas em palavras:
copo-d'água;
pau-d'óleo;
…
Oxítonas: última sílaba tônica – VOCÊ
Paroxítonas: penúltima sílaba tônica – HISTÓRIA
Proparoxítonas: antepenúltima sílaba tônica – MÉDICO
Monossílabos: possuem uma única sílaba e ela é tônica – MÊS
TONICIDADE REGRA EXEMPL
O
OXÍTONAS
Acentuar as terminadas em:
A(S), E(S). O(S), EM
(ENS)
Canapé
Irajá
Mocotó
PAROXÍTONAS
Não acentuar as terminadas
em: A(S), E(S). O(S), EM
(ENS). Acentuar as
terminadas em
LINUSPSÂRUMUNSON
XÃO
Acentuar ditongo crescente.
Júri
Fácil
Bíceps
Vírus
Caráter
Lápis
PROPAROXÍTON
AS
Todas são acentuadas Bárbaros
Semáforo
Óculos
MONISSÍLABOS Acentuar os terminados em:
A(S), E(S). O(S)
Pá
Três
Nó
HIATOS
Acentuam-se as vogais -i e -u tônicas dos hiatos quando ficam
sozinhos na sílaba ou são seguidas de s. Exemplos:
Paraíso – uísque – ciúme - balaústre
ATENÇÃO
As vogais -i ou -u não são acentuadas quando:
- Embora fiquem sozinha na sílaba, são seguidas de -nh.
Exemplos:
Rainha – ventoinha
- Embora fiquem sozinhas na sílaba, são seguidas de – nh.
Exemplos:
Rainha - ventoinha
- Embora fiquem sozinhas na sílaba, em palavras paroxítonas, são
antecedidas por ditongos. Exemplos:
Taoismo – baiuca - feiura
Não se acentua a primeira vogal tônica dos hiatos oo e ee. Exemplos:
Coo – enjoo - veem - leem
ACENTO DIFERENCIAL
É empregado para diferenciarapenas as seguintes palavras
paroxítonas:
Pôde (verbo por na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do
indicativo) para distingui-la de pode (3ª pessoa do singular do
presente do indicativo)
Não são diferenciadas por acento as palavras:
Para (preposição) e para (verbo parar)
Pelo (substantivo), pelo (verbo pelar) e pelo (antiga preposição per
+ o).
VERBO
Os verbos ter e vir são acentuados, no presente do indicativo, na
forma da terceira pessoa do plural, para diferenciá-la da forma da
terceira pessoa do singular. Exemplos:
Ele tem – eles têm – ele vem – eles vêm
ATENÇÃO
Os verbos derivados de ter e vir seguem a regra de acentuação das
oxítonas terminadas em -em; a terceira pessoa do plural tem acento
circunflexo para diferenciar-se da terceira pessoa do singular (acento
agudo). Exemplos:
ele mantém — eles mantêm ele provém — eles provêm
73
EMPREGO DE POR QUE, POR QUÊ, PORQUE E
PORQUÊ
Contextualização
Leia a tira.
Na tira, Helga chama o marido para uma conversa, em tom nada
amistoso, segundo Hagar. Enquanto ela faz uma severa crítica ao
marido, ele mantém-se quieto e assustado. É somente após a crise
final da mulher que ele se indaga a razão de ela aturá-lo. Apesar de
seus defeitos, Hagar parece reagir de forma diferente.
Observe, na pergunta feita a Helga, agora em meditação, que ele
“sugere” uma possível resposta para o impasse dela. O humor reside
na atitude ausente de Hagar, que não compreende as queixas da
mulher e lhe faz uma pergunta evasiva, o que deixa Helga confusa.
No texto, a palavra porque é empregada com sentidos e grafias
diferentes.
No segundo quadrinho da tira, Hagar empregou a palavra porque, ao
explicar que o tom de voz de Helga sugeria-lhe problemas. Já no
penúltimo quadro, Helga usa por que, no início de uma pergunta, e
por quê no final. Observe ainda, no último quadrinho, que Hagar
também emprega por que na pergunta dirigida a Helga.
Leia as informações a seguir e saiba quando empregar por que, por
quê, porque e porquê.
Por que
a) Por (preposição) + que (advérbio interrogativo) – usa-se
em perguntas diretas e indiretas e equivale a por qual
motivo ou por qual razão.
Por que a água do mar é salgada?
Não sei por que o setor da saúde no país é tão precário.
b) Por (preposição) + que (pronome relativo) – substitui pelo
qual e suas flexões:
O bancário obteve a promoção por que tanto lutou.
c) por (preposição) + que (conjunção subordinativa
integrante) — inicia oração subordinada substantiva e
equivale a para que:
O escritor mostrou-se interessado por que lêssemos seu livro.
Por quê
Usa-se somente no final de frases:
Exemplo:
A matéria jornalística não ficou pronta por quê?
Porque
Funciona como conjunção coordenativa explicativa, subordinativa
adverbial causal ou final, e equivale a pois, uma vez que, já que,
como, para que, a fim de que.
Exemplos:
Leve-lhe um agasalho, porque a noite está fria.
A economia está em crise porque o preço do petróleo aumentou.
Não fales alto porque eles não te escutem.
Porquê
Emprega-se como substantivo, precedido de artigo ou pronome.
Equivale a motivo, causa, razão:
Exemplos
Ignoro o porquê de sua partida.
A ministra mencionou outro porquê da mudança de horário.
74
Emprego do hífen
Leia a charge
O humor dessa charge aproxima uma circunstância econômico-
social (a crise trabalhista) a outra que é relacionada à língua
portuguesa. O chargista soube aproveitar essa situação, fazendo um
jogo de palavras com o significado de emprego, que na charge
significa uso (do hífen) e serviço, trabalho. Observe que o chargista
não emprega o hífen (ou traço de união) em seu texto, entre o verbo
(precisa) e o pronome (se). Nesse caso, o emprego desse sinal é
obrigatório. Saiba agora por quê.
Conceituação
Leia a seguir as regras de uso do hífen.
a) Separar sílabas. Exemplos:
pneu-mo-ni-a an-si-o-sa com-pa-nhi-a
b) Ligar os pronomes oblíquos a verbos. Exemplos:
estimá-lo conservar-se-á deixa-se ficar
c) Unir palavras compostas. Exemplos:
luso-brasileiro amarelo-ouro ano-luz
d) Ligar os sufixos -açus, -mirim e -guaçu a palavras terminadas em
vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a
distinção gráfica dos dois elementos. Exemplos:
sabiá-guaçu capim-açu
e) Ligar topônimos:
• iniciados por grã ou grão. Exemplo:
Grã-Bretanha
• iniciados por verbo. Exemplo:
Passa-Quatro (município de MG)
• em que há artigo entre os elementos. Exemplo:
Baía-de-Todos-os-Santos
f) Unir palavras compostas que designam espécies botânicas e
zoológicas. Exemplos:
erva-doce estrela-do-mar
g) Unir palavras compostas cujo primeiro elemento é além, aquém,
recém, sem. Exemplos:
além-túmulo aquém-terra recém-chegado sem-teto
h) Unir o advérbio mal a palavras iniciadas por vogal ou h.
Exemplos:
mal-amado mal-estar mal-habituada
i) Após ante-, anti-, arqui-, auto-, contra-, extra-, hiper-, infra-, inter-
, intra-, micro-, neo-, proto-, pseudo-, semi-, sobre-, sub-, super-,
supra-, ultra-, se o segundo elemento:
• inicia por h. Exemplos: anti-horário neo-hispânico proto-história
semi-hospitalar super-homem sub-humano
• tiver a mesma última vogal do primeiro elemento. Exemplos:
anti-inflamatório arqui-inimigo micro-organismo semi-interno
j) Ligar circum- e pan- a palavras iniciadas por vogal, h, m oun.
Exemplos: circum-adjacente circum-navegação pan-americano pan-
helenismo pan-mágico
l) Ligar hiper-, inter- e super- a palavras iniciadas por r. Exemplos:
hiper-resistente inter-regional super-real
m) Ligar x-, vice-; e pós-, pré- e pró- tônicos independentemente da
letra com que se inicia a palavra à qual se ligam. Exemplos: ex-
presidiário vice-líder pós-moderno pré-vestibular pró-saúde
n) Ligar os prefixos ad- sob- e sub- a palavras que se iniciam por
consoante igual à consoante final do prefixo. Exemplos: ad-digital
sob-bosque sub-base sub-bloco
o) Ligar os prefixos ab-, ad-, ob-, sob- e sub- a palavras iniciadas por
r. Exemplos: ab-rogar ad-renal ob-repção sob-roda sub-raça
ATENÇÃO
Não se emprega o hífen:
• nas palavras em que o primeiro elemento termina em vogal e o
segundo elemento começa por r ou s.
Exemplos:
contrarregra pseudossábio semirreta ultrarromantismo
• nas palavras em que o primeiro elemento termina em vogal e o
segundo elemento começa por vogal diferente.
Exemplos:
autoavaliação bioética infraestrutura intrauterino
75
CADERNO DE QUESTÕES – ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Questão 1
“Atravessei a vila que dá saída(1) ao meu prédio(2), e vi o gato. Todo
branco, só(3) a cauda preta e duas manchinhas mínimas(4) na testa.
Os olhos, azul cerúleo(5).”
A palavra que recebe acento por ser proparoxítona foi destacada e
numerada em
a) (1).
b) (2).
c) (3).
d) (4).
e) (5).
Questão 2
Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados por
serem paroxítonos.
a) Disponíveis, áreas, prédios
b) São Sebastião, além, comunitárias
c) Saúde, áreas, públicas
d) Proliferação, construída, regularização
e) Alimentação, Guará, dá
Questão 3
RENDA VARIÁVEL
A renda variável, como o próprio nome sugere, é um investimento
em que o rendimento não é garantido. Diferente da poupança, na
qual você sempre ganha, em um investimento de renda variável,
você pode ganhar ou perder, perder até o capital principal, ou seja, o
capital que foi investido inicialmente.
Quando pensamos em renda variável, pensamos imediatamente em
ações, elas são o investimento mais característico da renda variável.
Ao comprar uma única ação, o comprador se torna sócio dessa
empresa.
É muito simples investir, basta criar uma conta em uma corretora ou
banco que ofereça o serviço de Home Broker.Esse sistema permite
monitorar o fluxo de negócios da Brasil Bolsa Balcão, a bolsa
brasileira ou B3 como é conhecida.
Após a abertura da conta, é hora de escolher uma empresa para
investir, geralmente, as empresas maiores e mais seguras pagam
menos dividendos e as empresas menores e menos estáveis
procuram atrair mais acionistas pagando mais.
Há milhares de vídeos na internet explicando como investir, mas
cuidado, além do risco inerente da renda variável, esses vídeos não
são sugestões de investimentos. É melhor ser precavido e procurar
uma consultoria especializada.
Analise atentamente as palavras: “variável”, “sugere” e “sócio”
e assinale a alternativa correta em referência à acentuação e
tonicidade.
a) “variável” e “sugere” são palavras paroxítonas, já “sócio” é uma
palavra proparoxítona.
b) “sócio” é uma palavra oxítona, por sua vez, “variável” e “sugere”
são palavras proparoxítonas.
c) “variável”, “sugere” e “sócio” são palavras proparoxítonas.
d) “variável”, “sugere” e “sócio” são todas palavras paroxítonas.
e) “variável”, “sugere” e “sócio” são palavras oxítonas.
Questão 4
Observe os vocábulos: “negócios”, “santuário” e “ciências”. A
seguir, assinale a alternativa correta em referência à acentuação
e à ortografia.
a) “negócios” e “ciências” são palavras paroxítonas, já “santuário”
é uma palavra proparoxítona.
b) “ciências” é uma palavra oxítona, já “negócios” e “santuário” são
palavras paroxítonas.
c) “negócios”, “ciências” e “santuário” são palavras paroxítonas.
d) “negócios”, “ciências” e “santuário” são palavras
proparoxítonas.
e) “negócios”, “ciências” e “santuário” são palavras oxítonas.
Questão 5
Assinale a opção em que uma das palavras acentuadas graficamente
NÃO deveria estar acentuada em razão de mudança das regras de
acentuação no Novo Acordo Ortográfico.
a) "Num ato heróico, aquele homem salvou a vida de seis pessoas
numa tragédia".
b) "O guaraná ali melando o chão, melando minha mão, eu
procurando um pedaço de pano para limpar o estrago e ao mesmo
tempo derramando lágrimas como se estivesse vivendo uma
tragédia."
c) "Aqui você encontra uma enorme variedade de papéis coloridos,
perolizados, metalizados, texturizados, decorados e muito mais."
d) "Não consigo por o livro na estante. Terei que deixá-lo aqui na
mesa."
Questão 6
Assinale a alternativa em que todas as palavras estão acentuadas
corretamente.
a) Campainha, egoísta, saúde, falência, sótão.
b) Campaínha, egoista, saude, falência, sotão.
c) Campainha, egoísta, saude, falencia, sotao.
d) Campainha, egoista, saúde, falencia, sótao.
e) Campaínha, egoísta, saude, falência, sótão.
Questão 7
Assinale a alternativa em que todas as palavras estão acentuadas
corretamente.
a) A ideia de fazer um mau negócio o atormentava.
b) Toda vez que viajo de micro-onibus, sinto enjôo.
c) Ele tirou o chapeu para seu herói.
d) Os lojistas tem todos os tipos de papéis de parede.
e) Fica mais facil se começar pelo inicio do têxto.
Questão 8
Texto
O mundo está em constante evolução. Coisas que antes eram
impossíveis aos nossos olhos, hoje são consideradas comuns no
nosso cotidiano e até mesmo indispensáveis. Anos atrás era
inacreditável imaginar que com um pequeno ap arelho em mãos
conseguiríamos acessar praticamente qualquer conteúdo que
quiséssemos de qualquer lugar do mundo, não é verdade? Essa e
outras mudanças foram possíveis graças à tecnologia e à forma como
ela avança cada vez mais.
Impactos gerados pela tecnologia
Essas mudanças impactam também o comportamento do ser
humano, que tem que aprender a acompanhar essa evolução e
conviver com novas tecnologias. Essa adaptação traz consigo uma
série de benefícios, como melhora na qualidade de vida, acesso
rápido e fácil ao conhecimento, simplificação da troca de
informações e a quebra de várias barreiras da comunicação. Outro
fator de destaque é a inclusão social. Constantemente surgem novas
tecnologias que auxiliam na rotina de pessoas com deficiências
físicas e cognitivas, ajudando que essas pessoas tenham mais
facilidade para se inserir na sociedade e tenham um padrão de vida
melhor.
76
A tecnologia durante a pandemia do Covid-19
É importante também ressaltar que durante a pandemia do Covid-19
foi notório que a tecnologia desempenhou um papel fundamental,
não somente para indivíduos mas também para organizações. Ela
possibilitou que relações fossem mantidas mesmo que à distância;
contribuiu para o fácil acesso e a divulgação de informações
importantes, ajudou para que negócios sobrevivessem e outros até
mesmo crescessem ainda mais, como foi o caso do e-commerce.
https://www.infornet.com.br/blog/a-importancia-da-tecnologia-no-
nosso-cotidiano/ Acesso em 04/02/2023.
No tocante à Acentuação, analise os itens abaixo:
I. “Coisas que antes eram IMPOSSÍVEIS aos nossos
olhos...” a tonicidade do termo destacado recai na
antepenúltima sílaba, razão por que é acentuado.
II. “Anos atrás era INACREDITÁVEL imaginar que com
um pequeno aparelho em mãos...” o acento do termo
destacado se justifica por ser paroxítona terminada em “l”.
III. Essas mudanças impactam TAMBÉM o
comportamento do ser humano...” acentua se o termo
destacado por ser uma paroxítona terminada em “em”.
IV. “...para que NEGÓCIOS sobrevivessem e outros até
mesmo crescessem ainda mais...” o acento do termo
destacado se justifica por ser paroxítona terminada em
ditongo crescente.
Estão CORRETOS apenas
a) II e III.
b) I, III e IV.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) I e III.
Questão 9
Atenção: o texto a seguir refere-se próxima questão.
“Dessa forma, são apresentados os aspectos que envolvem esse
serviço público, como o trabalho da polícia e o sistema das prisões.
Além disso, é evidenciada a política brasileira que se torna um
empecilho à garantia de uma sociedade mais segura. É importante
ressaltar que nesse trabalho será evidenciada a violência que tem
como praticantes agentes que delinquem reiteradamente e que são
réus de diversos processos penais.”
Assinale a opção que mostra vocábulos que são acentuados em
função da mesma regra de acentuação gráfica.
a) público / política.
b) polícia / será.
c) além / réus.
d) é / à.
Questão 10
Assinale a alternativa em que as palavras tenham sido acentuadas
considerando as mesmas regras que levou ao acento
em repórter, desânimo, escarcéu, respectivamente.
a) abdômen, fórceps, rodapés.
b) pôster, mágica, Ilhéus.
c) cônsul, empírico, papéis.
d) caráter, silêncio, céu.
Questão 11
Assinale a alternativa cuja palavra sublinhada se encontra
devidamente grafada, considerando-se a presença ou a ausência do
acento gráfico.
a) Muito se fabrica no polo industrial da região onde moro.
b) O residêncial que inauguraram já apresentou problemas de
infraestrutura.
c) Os candidatos do concurso não podem assinar a prova
com rúbrica.
d) Aquele jovem que esta na porta da padaria é meu irmão.
e) Minha mãe sempre se médica sem passar por um especialista.
Questão 12
Texto 2
Para responder a questão, baseie-se no texto acima.
Quanto aos aspectos morfológicos e fonéticos assinale a única
alternativa errada.
a) A palavra alcateia está erroneamente empregada, uma vez que
palavras paroxítonas, terminadas com o ditongos EI, aberto,
perderam o acento agudo.
b) Apenas a palavra onibus se encontra graficamente errada, devido
a ser palavra proparoxítona e ter de receber o acento gráfico.
c) Duas palavras se encontram graficamente erradas: uma por vir
sem o referido acento, e outra, por o ter perdido com a reforma
ortográfica vigente.
d) A locução de peixe possui um adjetivo equivalente. O adjetivo é
formado diretamente da língua latina: písceo.
e) O grau superlativo sintético de pobre é paupérrimo, advindo do
latim, mas também existe pobríssimo.
Questão 13
Assinalar a alternativa CORRETA quantoà acentuação da palavra:
a) Abençõe.
b) Remígio.
c) Abalavel.
d) Platéia.
Questão 14
Atenção! O texto a seguir serve de base para responder às questão.
(Fonte: https://vejasp.abril.com.br/coluna/arte-ao-redor/15-
tirinhas-mafalda-quino/. Acesso em 22/12/2022)
Em “E daí?” (2º quadrinho), o termo destacado recebe acento em
obediência à chamada “regra do hiato”. O único termo
que NÃO obedece a essa regra e, portanto, foi
acentuado INCORRETAMENTE é:
a) Açaí.
b) Feiúra.
c) Moído.
d) Saúva.
77
Questão 15
Atenção! O texto abaixo serve de base para responder à questão:
A Raposa e o Corvo
Um Corvo roubou um queijo e com ele fugiu para o alto de uma
árvore. Uma Raposa, ao vê-lo, desejou tomar posse do queijo para
comer. Colocou-se ao pé da árvore e começou a louvar a beleza e a
graça do Corvo, dizendo:
– Com certeza és formoso, gentil e nenhum pássaro poderá ser
comparado a ti desde que tu cantes.
O Corvo, querendo mostrar-se, abriu o bico para tentar cantar,
fazendo o queijo cair. A Raposa abocanhou o petisco e saiu
correndo, ficando o Corvo, além de faminto, ciente de sua
ignorância.
(Fonte: https://www.pensador.com/fabulas_mais_conhecidas_de_e
sopo_com_moral/. Acesso em 22/11/2022. Com adaptações)
Das palavras abaixo, retiradas do texto, a única acentuada por seguir
determinada regra sobre monossílabos tônicos é:
a) além.
b) pé.
c) ignorância.
d) poderá.
Questão 16
Qual das palavras, abaixo, ao perder o acento agudo, continua a
existir na Língua Portuguesa?
a) carismático.
b) concêntrico.
c) sinônimo.
d) espetáculo.
e) público.
Questão 17
Crônica da vida que passa
Às vezes, quando penso nos homens célebres, sinto por eles toda a
tristeza da celebridade.
A celebridade é um plebeísmo. Por isso deve ferir uma alma
delicada. É um plebeísmo porque estar em evidência, ser olhado por
todos inflige a uma criatura delicada uma sensação de parentesco
exterior com as criaturas que armam escândalo nas ruas, que
gesticulam e falam alto nas praças. O homem que se torna célebre
fica sem vida íntima: tornam‐se de vidro as paredes de sua vida
doméstica; é sempre como se fosse excessivo o seu traje; e aquelas
suas mínimas ações – ridiculamente humanas às vezes – que ele
quereria invisíveis, côa‐as a lente da celebridade para espetaculosas
pequenezes, com cuja evidência a sua alma se estraga ou se enfastia.
É preciso ser muito grosseiro para se poder ser célebre à vontade.
Depois, além dum plebeísmo, a celebridade é uma contradição.
Parecendo que dá valor e força às criaturas, apenas as desvaloriza e
as enfraquece. Um homem de gênio desconhecido pode gozar a
volúpia suave do contraste entre a sua obscuridade e o seu gênio; e
pode, pensando que seria célebre se quisesse, medir o seu valor com
a sua melhor medida, que é ele próprio. Mas, uma vez conhecido,
não está mais na sua mão reverter à obscuridade. A celebridade é
irreparável. Dela como do tempo, ninguém torna atrás ou se desdiz.
E é por isto que a celebridade é uma fraqueza também. Todo o
homem que merece ser célebre sabe que não vale a pena sê‐lo.
Deixar‐se ser célebre é uma fraqueza, uma concessão ao baixo‐
instinto, feminino ou selvagem, de querer dar nas vistas e nos
ouvidos.
Penso às vezes nisto coloridamente. E aquela frase de que “homem
de gênio desconhecido” é o mais belo de todos os destinos, torna‐se‐
me inegável; parece‐me que esse é não só o mais belo, mas o maior
dos destinos.
(PESSOA, Fernando. Páginas íntimas e de autointerpretação.
Lisboa: Edições Ática, [s.d.]. p. 66‐67.)
Dentre os pares apresentados, indique aquele em que as palavras
possuem a mesma justificativa para a acentuação.
a) só – além
b) gênio – evidência
c) escândalo – inegável
d) plebeísmo – doméstica
Questão 18
Conforme as regras de acentuação gráfica, há INCORREÇÃO em
a) Os economistas preveem recessão global em 2023.
b) Ele não pôde sair do trabalho mais cedo.
c) Você pode pôr mais água no meu copo?
d) O teatro tem estréia prevista para janeiro.
e) Os diretores retêm os talentos na empresa.
Questão 19
Leia o texto e responda o que se pede no comando da questão:
ECO LÓGICO.
Se aos pássaros perguntares, Quem polui os nossos ares, Onde os
pulmões se consomem, o eco, lógico, responde: ... o homem ...
homem ... homem ...
E o húmus de nosso chão. Que resta pro nosso pão logo após uma
queimada o eco, lógico, responde: ... quase nada ... quase nada ...
O que era o Saara? A Amazônia o que será? Um futuro muito
incerto? O eco, lógico, responde: ... só deserto ... só deserto.
O que resta desmatando, O que sobra devastando ao homem
depredador? O eco, lógico, responde: ... só a dor...a dor ... a dor
Que precisa a natureza pra manter sua beleza e amainar a sua dor?
O eco. lógico, responde: ... mais amor ... amor ... amor.
(Autor desconhecido)
Marque a alternativa em que as palavras paroxítonas são acentuadas
por regras diferentes:
a) lápis, pássaro.
b) Amazônia, húmus.
c) só,após.
d) lógico, húmus.
e) pássaro.Amazônia.
Questão 20
Considerando-se a acentuação, numerar a 2ª coluna de acordo com
a 1ª e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência
CORRETA:
(1) Oxítona.
(2) Paroxítona.
(3) Proparoxítona.
(_) Analgésico.
(_) Vírus.
(_) Chá.
a) 3 - 2 - 1.
b) 1 - 3 - 2.
c) 2 - 1 - 3.
d) 2 - 3 - 1.
Questão 21
Está ERRADA a acentuação em:
a) Lápis.
78
b) Caráter.
c) Alvará.
d) Sózinho.
Questão 22
De acordo o último Acordo Ortográfico, houve mudanças na
acentuação de algumas palavras.
Assinale a alternativa INCORRETA sobre a mudança nas
acentuações:
a) O acento agudo foi abolido nas palavras paroxítonas que trazem
os ditongos “ei” e “oi” na sílaba tônica.
b) O sinal gráfico trema [ ̈] era utilizado sobre a letra “u” quando
pronunciada nas sílabas “gue”, “gui”, “que” e “qui”.
c) Não se acentua mais o “i” e o “u” tônicos das palavras
paroxítonas, quando vêm depois de hiato.
d) Não se acentua mais o “u” tônico dos verbos como “averiguar”,
“apaziguar”, “arguir”.
e) O acento circunflexo foi retirado das palavras em que ocorrem as
vogais duplas “oo” e “ee”.
Questão 23
Analise e escolha a opção em que as palavras são acentuadas
graficamente de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica:
a) caráter - réptil.
b) fórceps - sótãos.
c) ônus - nêutrons.
d) beribéri - jóquei.
e) saudáveis - bárbaro.
Questão 24
Leia o texto V e responda a questão.
Texto V
Geografia:
A área do município é de 687.348 km². Faz divisa ao norte com
Montes Claros de Goiás, ao sul com Iporá, ao leste com Jaupaci e ao
oeste com Arenópolis. Sua densidade demográfica é de 3,61
habitante por quilometro quadrado. A Renda Per Capita em 2017 (a
soma de todas as riquezas dividido pela população) é de R$
19.636,56. O Índice de Desenvolvimento Básico da Educação
(IDEB) recebeu nota 6,8 (2015) nos anos iniciais do ensino
fundamental. A frota de veículos (automóveis, motos e caminhões)
em 2018 foi de 1003. Com pequena diferença, a maioria da
população é do sexo masculino. A distância de Diorama para a
capital Goiânia é de 245 quilômetros de Goiânia. [Ipsis literis]
Disponível em: https://diorama.go.gov.br/pagina/id/2/?historia-
domunicipio. html. Acesso em: 07 out. 2022.
No trecho “Sua densidade demográfica é de 3,61 habitante
por quilometro quadrado.”, a palavra sublinhada deveria ser
a) acentuada, porque é uma proparoxítona e em Português todas elas
são acentuadas.
b) escrita sem acento, porque houve Acordo Ortográfico com
mudanças.
c) acentuada, porque é uma paroxítona e em Português todas elas
são acentuadas.
d) escrita sem acento, porque é uma paroxítona, sem regra a ser
aplicada.
Questão 25
Atente aos vocábulos retirados do texto, tendo como foco
a ACENTUAÇÃO, leia as quatro afirmativas a seguir e assinale
a ÚNICAalternativa em que que TODAS as quatro palavras
seguem SEQUENCIALMENTE as classificações fornecidas.
(I) A primeira palavra é oxítona.
(II) A segunda palavra é paroxítona.
(III)A terceira palavra é proparoxítona.
(IV)A quarta palavra é um monossílabo tônico.
a) (I) imobiliário: (II) têm; (III) crédito; (IV) além.
b) (I) imobiliário; (II) crédito; (III) além; (IV) têm.
c) (I) além; (II) imobiliário; (III); crédito; (IV) têm.
d) (I) têm; (II) crédito; (III) imobiliário; (IV) além.
e) (I) crédito; (II) imobiliário; (III); têm; (IV) além.
Questão 26
Assinale a alternativa em que todas as palavras
estejam corretamente acentuadas.
a) Aleátorio / afável / habíl / modéstia
b) Aleátorio / áfavel / habíl / modestía
c) Aleatório / afável / hábil / modéstia
d) Aleatório / áfavel / hábil / modestía
Questão 27
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à
acentuação, assinale a alternativa correta.
a) Os museus no país encontram-se em um processo inulidivél de
deterioração.
b) Nesse caso, os itens falta de produção e preço estão
indissosiávelmente ligados.
c) Aprender a lidar com a IA é futuro inescápavel para todos nós
aqui presentes.
d) Caíram em si quando o programa bateu todos os recordes de
audiência.
Questão 28
Alguns muita influência, mas, ainda assim, não as
chaves para operar grandes mudanças.
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à
acentuação e ao contexto, assinale a alternativa que
preenche correta e respectivamente as lacunas.
a) têm / detêm
b) tem / detém
c) tem / detêm
d) têm / detém
Questão 29
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à
acentuação, assinale a alternativa correta.
a) Não gosto quando as pessoas usam muitas alegórias, é
insuportável!
b) A tentativa de reconciliação foi risível na melhor das hipóteses.
c) Essas novidades da inteligência artificíal são certamente
incríveis.
d) Foi rápido! Era preciso apenas colocar a rúbrica em cada página.
Questão 30
Todas as palavras são acentuadas graficamente, EXCETO:
a) arvore.
b) chapeu.
c) geleia.
d) maiusculo.
Questão 31
Investigando a morte: passo a passo de uma autópsia
Tudo começa com o especialista revendo os dados do histórico
médico do paciente, antes mesmo do começo do procedimento. A
requisição da autópsia é um documento extremamente importante,
que transfere ao médico patologista a responsabilidade de executar
o procedimento e emitir o atestado de óbito. [...]
Ao fim do exame necroscópico o patologista emite o atestado de
óbito com a identificação e as causas da morte. Com esse documento
em mão, a família consegue retirar a certidão de óbito em um
cartório e sepultar seu ente.
Disponível em: <https://www.sbp.org.br/>. Acesso em: 22 fev.
2023, com adaptações.
79
No que diz respeito à acentuação gráfica, assinale a alternativa em
que as duas palavras são acentuadas conforme a mesma regra
gramatical.
a) “histórico”; “certidão”
b) “requisição”; “cartório”
c) “mão”; “é”
d) “identificação”; “óbito”
e) “médico”; “necroscópico”
Questão 32
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à
acentuação, assinale a alternativa correta.
a) O que eu quería mesmo era ver o por do sol.
b) Perguntou se substituíriamos a mercadoria.
c) O técnico não percebeu que caíramos no treino.
d) Uní-vos para remediar o que está aquém do esperado.
Questão 33
Em que alternativa, das orações, abaixo, o uso do acento agudo está
correto?
a) A assembléia teve início às duas da tarde, mas muitos deputados
não compareceram.
b) “Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus
projetos de vida, e não para impressionar os outros”.
c) Vamos tomar uma cerveja na baiúca!
d) A beleza e a feiúra são uma miragem, pois os outros sempre
acabam vendo nosso interior.
e) “Honrar exemplos ilustres não é o mesmo que subscrever suas
idéias.
Questão 34
Assinale a alternativa em que as duas palavras são proparoxítonas.
(Obs.: Não foram usados propositadamente os acentos gráficos.)
a) hieroglifo - rubrica
b) filantropo - levedo
c) interim - crisantemo
d) juniores - prototipo
Questão 35
Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente
acentuadas.
a) idéia - anéis - rústico - propósito
b) bênção - colméia - heróico - amável
c) chapéus - sóis - vatapá - beneficiário
d) históricos - extraordinário - víssemos - estréiam
Questão 36
Assinale a alternativa na qual todos os vocábulos devem ser
acentuados graficamente.
a) saude • feiura • historia
b) voo • existencia • geleia
c) anzois • bonus • abdomen
d) voce • cipo • assembleia
e) taxi • avo • paranoico
Questão 37
Marque a alternativa sem erro de acentuação gráfica:
a) tapête
b) úrubu
c) idéia
d) orfão
e) dólar
Questão 38
A Nova Ortografia modificou algumas regras de acentuação.
Marque a única alternativa cujas palavras perderam a acentuação
pelo mesmo motivo:
a) Raul, Açu, bau.
b) Paranoico, heroi, Coreia.
c) Ideia, joia, diarreia.
d) Corticoide, gonorreia, doi.
Questão 39
Assinale a alternativa em que ambas as palavras estão acentuadas
em conformidade com a norma-padrão.
a) Solicitamos que os técnicos que lêem as provas em braile sejam
alocados nas salas do segundo andar, onde há mais espaço.
b) As seqüências de leitura permitiram que os jovens tivessem uma
ampliação de conhecimentos sobre a literatura romântica.
c) O rítmo dos trabalhos era tranquilo e, por essa razão, a
produtividade da fábrica não exauria a capacidade física de seus
funcionários.
d) Era comum nos romances o amor proibido entre uma plebéia e
um príncipe, o que implicava muitas reviravoltas até o final feliz do
casal.
e) A saúva é formiga presente em quase todos os países da
América. Costuma cortar folhas e carregá-las para dentro de seus
ninhos.
Questão 40
Por serem oxítonas terminadas em E, acentuam-se as seguintes
palavras:
a) café e cafuné.
b) cafundó e cipó.
c) vatapá e preá.
d) chapéu e escarcéu.
e) céu e léu.
Questão 41
À luz da norma-padrão, o plural da frase “Ele comprará um troféu e
um álbum para o filho” será:
a) Eles comprarão uns trofeis e uns albuns para os filhos.
b) Eles comprarão uns troféis e uns álbuns para os filhos.
c) Eles comprarão uns trofeus e uns albuns para os filhos.
d) Eles comprarão uns troféus e uns álbuns para os filhos.
Questão 42
oração que conta com todas as palavras devidamente acentuadas de
acordo com a norma-padrão é:
a) Eles tem muitas ideias para oferecer aos franceses e ingleses.
b) Eles têm muitas ideias para oferecer aos franceses e ingleses.
c) Eles têm muitas idéias para oferecer aos franceses e ingleses.
d) Eles têm muitas idéias para oferecer aos francêses e inglêses.
Questão 43
Assinale a alternativa na qual nenhuma palavra deve ser
graficamente acentuada.
a) saude • ansia • voo
b) moqueca • saudavel • textil
c) abençoo • album • robozinho
d) paranoico • feiura • abençoo
e) armazem • joia • ideia
Questão 44
A palavra “número” é acentuada. Assinale a palavra que também é
acentuada.
a) Inteligente.
b) Magico.
c) Decimal.
d) Fatura.
e) Minuto.
80
Questão 45
Disponível em:
<https://educacao.uol.com.br/album/mobile/2015/10/01/a-
reforma-ortografica-e-os- quadrinhos.amp.htm>. Acesso em: 27
mar.2023 (Adaptado).
Considerando as informações dos quadrinhos, dadas as afirmativas
sobre a acentuação gráfica,
I. Os ditongos abertos eram acentuados sempre que
coincidiam com a sílaba tônica das palavras.
II. Deixaram de receber acento gráfico os ditongos abertos
das palavras paroxítonas.
III. As palavras citadas nos quadrinhos deixaram de receber
acento agudo devido à mudança da regra dos hiatos.
verifica-se que está/ão correta/s
a) II, apenas.
b)III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
D A A D A A A C A B
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
A B B B B E B D B A
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
D C A A C C D A B C
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
E C B C C C E C E A
41 42 43 44 45
D B D B C
81
ORTOGRAFIA OFICIAL
82
ORTOGRAFIA OFICIAL
Leia a charge a seguir.
Você concorda com o que diz a personagem na charge? Escrever
bem é apenas impressionar os leitores? Reflita um pouco sobre isso,
antes de iniciar a leitura deste capítulo.
Na verdade, causar uma boa impressão ao falar ou ao escrever é
apenas a ponta do iceberg quando nos referimos ao domínio que se
pode ter de uma determinada língua. Melhor do que apenas
impressionar seus interlocutores é, de fato, garantir a compreensão
do que dizemos ou escrevemos.
No primeiro capítulo, vimos que há variedades linguísticas que não
necessariamente correspondem à norma culta. O uso dessas
variedades é natural, porque toda língua é dinâmica, e depende de
vários fatores, tais como a situação de interlocução e o estilo pessoal,
entre outros. Mas todas as línguas contam com uma referência-
padrão — a norma culta —, usada nas situações formais de
interlocução e nas formas escritas em textos acadêmicos, certos
jornais, revistas e livros. A norma culta prevê um modo correto de
escrever as palavras. É sobre isso que vamos nos deter neste
capítulo.
Ortografia vem do grego orthós: correta, e grafia: escrita. Como
usuário da língua portuguesa, você não precisa se preocupar em
decorar todas as regras que indicam as formas corretas de escrever
as palavras.
Elas serão apreendidas com o tempo, por meio do uso frequente e
das consultas ao dicionário. Vale lembrar que a ortografia, como a
língua, também muda, mas muito lentamente:
Ortografia é a parte da gramática que trata da escrita correta das
palavras.
Como você sabe, para registrarmos as palavras na escrita usamos
letras, que representam os fonemas.
ALFABETO
Veja estes quadrinhos:
Brincando com os sentidos das palavras que retratam seres e
períodos históricos extintos (pterodáctilo e jurássico), o desenhista
aponta a dificuldade de escrever termos que não usamos com
frequência.
O conjunto de letras de uma língua é chamado de alfabeto. O
alfabeto da língua portuguesa apresenta vinte e seis letras:
A letra h, embora não represente nenhum fonema, é empregada no
início de algumas palavras, no final de certas interjeições e nos
dígrafos ch, nh e lh. Exemplos:
hálito higiene hiena ah! oh! chiado punho bolha
As letras k, w e y são empregadas apenas em nomes próprios
estrangeiros e seus derivados e em siglas, símbolos e palavras
adotadas como unidades de medida de uso internacional:
k: km (quilômetro) John Kennedy Hong Kong
w: darwinismo Wagner kW (quilowatt)
y: Disneylândia Pink Floyd lorde Byron
EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS
a) Emprega-se a letra z:
• em palavras derivadas de outras grafadas com z. Exemplos:
Feliz – felizardo zelo - zelador
• em substantivos abstratos femininos terminados em -ez e -eza,
derivados de adjetivos. Exemplos:
Grávida – gravidez esperto - esperteza
• em palavras terminadas em -izar (verbos) e -ização (substantivos),
derivadas de certos substantivos. Exemplo:
Colono – colonizar - colonização
b) Emprega-se a letra s:
• nos sufixos -ês, -esa, -isa, -osa, -oso e -ense. Exemplos:
Freguês consulesa poetisa gasosa oleoso cearense
• em palavras derivadas de outras que têm s no fim do radical.
Exemplos:
Dose – dosagem – liso – alisar – análise - analisar
• em todas as formas dos verbos querer e pôr, que têm s, e seus
compostos. Exemplos:
Quis – quiseram – pus – puseram - repusesse
• em substantivos derivados de verbos terminados em -nder ou -ndir.
Exemplos:
Pretender – pretensão expandir - expansão
c) Emprega-se a letra x:
• depois de ditongo. Exemplos:
feixe caixa
• depois da sílaba inicial en-. Exemplos:
enxada enxurrada
Atenção
Palavras derivadas de outras que tenham ch mantêm o ch.
Exemplos:
83
encharcar (de charco) enchente (de cheio) enchiqueirar (de
chiqueiro)
• depois da sílaba inicial me-. Exemplos:
mexer mexerico
Atenção
Mecha e seus derivados são escritos com ch.
d) Emprega-se a letra j:
• em palavras derivadas de outras que já tenham j. Exemplos:
cerejeira (de cereja) lojista (de loja)
• nas formas dos verbos terminados em -jar e -jear. Exemplos:
velejei (velejar) almeje (almejar) lisonjeie (lisonjear)
• em vocábulos de origem ameríndia (sobretudo tupi) ou africana.
Exemplos:
maracujá pajé jiboia jiló jirau
e) Emprega-se a letra g:
• em vocábulos formados pelo sufixo -gem. Exemplos:
paisagem coragem mensagem
Atenção
Pajem, laje e lambujem com j.
• em vocábulos terminados em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio.
Exemplos:
pedágio colégio prestígio relógio refúgio
• em vocábulos derivados de outros já grafados com g. Exemplos:
mugir — mugido fingir — fingimento agitar — agitação
NOTAÇÕES LÉXICAS
A língua portuguesa utiliza alguns sinais gráficos para indicar a
pronúncia correta das palavras e auxiliar na escrita. Esses sinais
recebem o nome de notações léxicas. São utilizadas as seguintes
notações léxicas na escrita da língua portuguesa.
Acento agudo (‘)
Emprega-se sobre as vogais tônicas a, e e o, para indicar o som
aberto, sobre as vogais fechadas i e u, se forem tônicas, e sobre o e
fechado de alguns ditongos nasais em e ens:
As palavras aí estão, uma por uma: porém minha alma sabe mais.
MEIRELES, Cecília. Obra poética. Rio de Janeiro: Aguilar, 1972.
Acento grave (`)
O acento grave indica unicamente a crase, ou seja, a fusão do artigo
a com a preposição a:
Certo não, quando ao catar palavras: a pedra dá à frase seu grão
mais vivo.
NETO, João Cabral de Melo. Antologia poética. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1979.
Acento circunflexo (^)
É empregado sobre as vogais tônicas a, e e o para indicar o timbre
fechado:
Eu sem você
Não tenho porquê
Porque sem você Não sei nem chorar [...]
MORAES, Vinicius de & POWELL, Baden. Samba em prelúdio.
In: Vivendo Vinicius ao vivo. São Paulo: BMG / RCA, s/d.
Til (~)
O til indica a nasalidade das vogais a e o:
Pelo sertão não se tem como
não se viver sempre enlutado
NETO, João Cabral de Melo. Agrestes; poesia (1981-1985). Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
Cedilha
Emprega-se na letra c, antes das vogais a, o e u, para estabelecer o
seu valor fonético de /s/:
Já reparei que no teu peito
soluça o coração bem feito
De você
ANDRADE, Mário de. Melhores poemas. São Paulo: Global,
1997.
Apóstrofo (‘)
É empregado para indicar a supressão de um fonema na palavra,
para se evitar a repetição ou a cacofonia:
Mas na minh’alma tudo se derrama... Entanto nada foi só ilusão!
CARNEIRO, Mário de Sá. Dispersão. Coimbra: Presença, 1939
Hífen (-)
Emprega-se para unir, principalmente, palavras compostas,
prefixos e formas verbais a pronomes:
Morte ao burguês-mensal!
Ao burguês-caiena! Ao burguês-tílburi!
ANDRADE, Mário de. Melhores poemas. São Paulo: Global,
1997.
Emprego do Hífen
Leia a charge
84
O humor dessa charge aproxima uma circunstância econômico-
social (a crise trabalhista) a outra que é relacionada à língua
portuguesa. O chargista soube aproveitar essa situação, fazendo um
jogo de palavras com o significado de emprego, que na charge
significa uso (do hífen) e serviço, trabalho. Observe que o chargista
não emprega o hífen (ou traço de união) em seu texto, entre o verbo
(precisa) e o pronome (se). Nesse caso, o emprego desse sinal é
obrigatório. Saiba agora por quê.Conceituação
Leia a seguir as regras de uso do hífen.
a) Separar sílabas. Exemplos:
pneu-mo-ni-a an-si-o-sa com-pa-nhi-a
b) Ligar os pronomes oblíquos a verbos. Exemplos:
estimá-lo conservar-se-á deixa-se ficar
c) Unir palavras compostas. Exemplos:
luso-brasileiro amarelo-ouro ano-luz
d) Ligar os sufixos -açus, -mirim e -guaçu a palavras terminadas em
vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a
distinção gráfica dos dois elementos. Exemplos:
sabiá-guaçu capim-açu
e) Ligar topônimos:
• iniciados por grã ou grão. Exemplo:
Grã-Bretanha
• iniciados por verbo. Exemplo:
Passa-Quatro (município de MG)
• em que há artigo entre os elementos. Exemplo:
Baía-de-Todos-os-Santos
f) Unir palavras compostas que designam espécies botânicas e
zoológicas. Exemplos:
erva-doce estrela-do-mar
g) Unir palavras compostas cujo primeiro elemento é além, aquém,
recém, sem. Exemplos:
além-túmulo aquém-terra recém-chegado sem-teto
h) Unir o advérbio mal a palavras iniciadas por vogal ou h.
Exemplos:
mal-amado mal-estar mal-habituada
i) Após ante-, anti-, arqui-, auto-, contra-, extra-, hiper-, infra-, inter-
, intra-, micro-, neo-, proto-, pseudo-, semi-, sobre-, sub-, super-,
supra-, ultra-, se o segundo elemento:
• inicia por h. Exemplos: anti-horário neo-hispânico proto-história
semi-hospitalar super-homem sub-humano
• tiver a mesma última vogal do primeiro elemento. Exemplos:
anti-inflamatório arqui-inimigo micro-organismo semi-interno
j) Ligar circum- e pan- a palavras iniciadas por vogal, h, m oun.
Exemplos: circum-adjacente circum-navegação pan-americano pan-
helenismo pan-mágico
l) Ligar hiper-, inter- e super- a palavras iniciadas por r. Exemplos:
hiper-resistente inter-regional super-real
m) Ligar x-, vice-; e pós-, pré- e pró- tônicos independentemente da
letra com que se inicia a palavra à qual se ligam. Exemplos: ex-
presidiário vice-líder pós-moderno pré-vestibular pró-saúde
n) Ligar os prefixos ad- sob- e sub- a palavras que se iniciam por
consoante igual à consoante final do prefixo. Exemplos: ad-digital
sob-bosque sub-base sub-bloco
o) Ligar os prefixos ab-, ad-, ob-, sob- e sub- a palavras iniciadas por
r. Exemplos: ab-rogar ad-renal ob-repção sob-roda sub-raça
ATENÇÃO
Não se emprega o hífen:
• nas palavras em que o primeiro elemento termina em vogal e o
segundo elemento começa por r ou s.
Exemplos:
contrarregra pseudossábio semirreta ultrarromantismo
• nas palavras em que o primeiro elemento termina em vogal e o
segundo elemento começa por vogal diferente.
Exemplos:
autoavaliação bioética infraestrutura intrauterino
85
CADERNO DE QUESTÕES – ORTOGRAFIA OFICIAL
Questão 1
Dentre as palavras, abaixo, aquela que está grafada de forma
incorreta é:
a) ansioso.
b) propenso.
c) beneficiente.
d) intercessão.
e) pajé.
Questão 2
Assinale a alternativa que não apresenta nenhum erro de ortografia.
a) O filme “Dama de Ferro” conta com um elenco jigantesco.
b) Vale apena assistir o filme.
c) O filme versa sobre política entre outras coisas.
d) Agente deveria assistir ao filme.
Questão 3
Famoso é grafado com –s, assim como
a) visinho.
b) naturesa.
c) cauteloso.
d) certesa.
Questão 4
Assinale a alternativa que apresenta uma sentença
gramaticalmente correta, no que diz respeito à ortografia.
a) Ele mau havia chegado e já saiu logo em seguida.
b) Novas regras serão adotadas apartir de fevereiro deste ano.
c) Finalmente ele admitiu que houve fraude no processo.
d) Ele é bastante decidido e não costuma olhar para traz.
e) É importante que você utilize o sinto.
Questão 5
Assinale a alternativa que apresenta uma sentença
gramaticalmente correta, no que diz respeito à ortografia.
a) Cancelaram a sessão solene na qual os ministros estariam
presentes.
b) Parece que faltou bom censo na decisão tomada pelo cordenador.
c) O concerto dos aparelhos eletrônicos vai fica muito caro.
d) Os músicos foram aplaudidos ao fin do conserto.
e) Eles mereçem nosso reconhecimento por seu trabalho.
Questão 6
Assinale a alternativa na qual todas as palavras apresentadas estão
grafadas corretamente.
a) ferrujem; garagem; pedágio
b) barragem; pajem; refúgio
c) hegemonia; hereje; engessar
d) arranjo; fuligem; gorgear
e) relógio; garajem; jejum
Questão 7
Assinale a alternativa em que todos os vocábulos
estão corretamente grafados.
a) chícara, xerife, xará
b) enxaqueca, enchente, mexer
c) enxofre, deboche, mecherico
d) encharcar, enxurrada, chará
e) puxar, mochila, xuxu
Questão 8
As questões notacionais da Língua Portuguesa se referem, entre
outras coisas, a palavras e expressões que frequentemente provocam
dúvidas em relação à sua ortografia.
A esse respeito, assinale a opção ortograficamente correta.
a) A cerca de vinte carros enguiçados na avenida.
b) Os livros foram vendidos há cerca de dez semanas.
c) Os clientes esperaram o médico a cerca de duas horas.
d) O padre falou por horas há cerca do pecado original.
e) Os policiais estavam acerca de cem metros do assaltante.
Questão 9
Todas as palavras estão corretamente grafadas em:
a) Restou somente o descanço de vigorosas rochas adormecidas.
b) Não tenho a pretenção de saber muito acerca de coisas antigas.
c) Eu simplesmente não acho que ela tem a intenção de fazer isso.
d) O forte era uma construção grandiosa, remanecente de alguma
guerra antiga contra os galeses.
Questão 10
Assinale a alternativa que preenche corretamente as respectivas
lacunas abaixo, de acordo com a norma-padrão da língua
portuguesa.
1. Entenda o que está por de cada comportamento.
2. A Giovana sempre muitos livros da escola.
a) traz / trás
b) traz / traz
c) detrás / traz
d) de trás / trás
Questão 11
Assinale a alternativa em que todas as palavras estejam corretamente
grafadas de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
a) Passaram-se 31 anos até que outra mulher assumisse esse mesmo
lugar de prestíjio
b) Consequência de seu perfil discreto, disciplinado e exigente,
pouco se sabia sobre a sua vida privada.
c) Durante seu percurço no serviço público, manteve-se longe dos
holofotes.
d) A firmeza e serenidade que manteve durante os embates
parlamentares mais difícieis da reforma foram talhadas por sua
história de vida sofrida.
Questão 12
De acordo com o novo guia ortográfico, assinale a
alternativa incorreta.
a) Palavras terminadas em “oo”, “eem” não levam acento. Ex.
enjoo, creem.
b) Não há acento nos ditongos “ei”, “oi”. Ex: ideia, heroico.
c) As oxítonas levam acento: Ex: chapéus, heróis.
d) Usa-se o trema. Ex: tranqüilo, agüentar.
e) Não há acento em “para”, do verbo parar.
Questão 13
Observe as colunas abaixo. Na segunda coluna, em cada nome,
existe uma lacuna. Esta deve ser
preenchida CORRETAMENTE com uma das letras indicadas na
primeira coluna.
(z)
(s)
(j)
(g)
( ) Parali_ar
( ) Apra_ar
( ) Ti_ela
( ) _ia
( ) A_ia
( ) Li_eiro
86
Assinale a alternativa que indica a sequência CORRETA.
a) s/z/g/j/z/g
b) s/z/j/g/z/j
c) z/s/j/g/z/j
d) s/z/g/j/j/g
e) z/s/g/j/z/j
Questão 14
Atenção: o texto a seguir refere-se a próxima questão.
Problemas da segurança pública
“Esse trabalho científico se destina a realizar uma análise sobre a
situação da segurança pública do Brasil, enfatizando suas falhas.
Sendo abordada a violência que assola o meio social, bem como o
sentimento de impunidade. Dessa forma, são apresentados os
aspectos que envolvem esse serviço público, como o trabalho da
polícia e o sistema das prisões. Além disso, é evidenciada a política
brasileira que se torna um empecilho àgarantia de uma sociedade
mais segura. É importante ressaltar que nesse trabalho será
evidenciada a violência que tem como praticantes agentes que
delinquem reiteradamente e que são réus de diversos processos
penais.”
(Jus.com.br / 28-07-2015)
A seguinte palavra empregada no texto mostra duplicidade de
formas gráficas igualmente corretas:
a) análise / análize.
b) enfatizando / enfatisando.
c) aspecto / aspeto.
d) assola / açola.
Questão 15
São formas variantes apenas as palavras existentes na alternativa:
a) Inapto e inepto.
b) Inserto e incerto.
c) Conserto e concerto.
d) Cociente e quociente.
e) Curto e culto.
Questão 16
O Chapeleiro Maluco
O Chapeleiro Maluco, também chamado de Chapeleiro Louco é um
personagem de Alice no País das Maravilhas. Ele é o melhor amigo
da Lebre Maluca e é visto pela primeira vez na cena mais famosa do
filme, A Festa do Chá.
O Chapeleiro Maluco é residente do País das Maravilhas e o melhor
amigo da Lebre Maluca, como mencionado acima. Juntos, os dois
geralmente se envolvem em festas de chá; a maioria dos quais são
para comemorar seus "Desaniversários". Enquanto o Chapeleiro é
alto, excêntrico e louco como o resto dos moradores do País das
Maravilhas, ele também é bastante charmoso, e pode ser bem-
educado de vez em quando, especialmente quando se lida com os
visitantes, como Alice. De acordo com o Chapeleiro, ele e a Lebre
nunca receberam elogios em seu canto, e eles são geralmente os
únicos atendentes nas festas frequentes de desaniversário,
aparentemente fazendo os desterrados no reino do País das
Maravilhas. Isso é mais provável devido a suas palhaçadas
arrogantes e personas, assim como o fato de que ambos são,
especialmente o Chapeleiro Maluco, encrenqueiros, embora
inocentes. Isso pode ser visto quando o Chapeleiro Maluco faz uma
tentativa de "consertar" o relógio do Coelho Branco.
Como disse antes, uma das características do Chapeleiro Maluco
inclui ser bastante carismático. Ele tende a usar termos como "minha
querida" quando se refere a Alice, é mostrado para ser cortês, e é em
geral o lado mais amável do duo que é o próprio e a Lebre Maluca,
que é muito mais ruidoso e franco.
Fonte: https://disneyprincesas.fandom.com/ptbr/
wiki/Chapeleiro_Maluco
O Chapeleiro Maluco e a Lebre são vistos pela última vez quando
Alice tenta escapar da Rainha e de seus guardas, parando a garota,
insistindo que ela se junte a eles para uma xícara de chá (...) assim
como a palavra “xícara” é grafada, corretamente, com x, também
segue a mesma regra:
a) pixar.
b) coxilar.
c) deboxe.
d) engraxar.
e) xuxu.
Questão 17
Barbarismos ortográficos ocorrem quando as palavras são grafadas
em desobediência à lei ortográfica vigente. Marque a alternativa em
que NÃO ocorre desvio da norma culta.
a) privilégio – enxergar – ansioso.
b) espontaneidade – subzídio – meteorologia.
c) paralização – análise – pesquisa.
d) quizer – recensiador – prazerosamente.
e) pretencioso – impecilho – piscina.
Questão 18
Analise a afirmativa a seguir.
Esse fato não é um para de .
Marque a alternativa que preenche CORRETA e respectivamente
as lacunas.
a) impecilho / contensão / despezas
b) empecilho / contenção / despezas
c) impecilho / contenção / despesas
d) empecilho / contensão / despesas
e) empecilho / contenção / despesas
Questão 19
A escrita das palavras está de acordo com o padrão culto da língua
portuguesa em
a) digladiar – empecilho – disenteria – cataclismo – adivinhar.
b) degladiar – empecilho – disenteria – cataclismo – advinhar.
c) digladiar – impecilho – desinteria – cataclisma – adivinhar.
d) digladiar – empecilho – desinteria – cataclismo – advinhar.
e) degladiar – empecilho – disenteria – cataclisma – adivinhar.
Questão 20
Texto
Até o momento, não há um remédio eficaz contra o vírus da dengue.
No entanto, o tratamento é realizado à base de analgésicos e
antitérmicos e pode ser feito no , com orientação para
retorno ao serviço de saúde. Indica-se hidratação oral com aumento
da ingestão de água, sucos, chás, soros caseiros etc. Não devem ser
usados medicamentos com ou derivados do ácido acetilsalicílico
(AAS) e anti-inflamatórios derivados (como a dipirona), por
aumentar o risco de . No que se refere à dengue
hemorrágica, o tratamento é realizado a partir de internação
hospitalar do paciente.
A prevenção da doença pode ser feita de duas formas. Uma pela
redução ou controle de infestação pelo mosquito, medida que tem
sido promovida e realizada nos últimos anos pelo Ministério da
Saúde, que sempre solicita ajuda e da população. A
outra seria a utilização de uma vacina eficaz. No entanto, ainda não
está disponível para aplicação em larga escala uma vacina
tetravalente, ou seja, a qual deverá imunizar contra os quatro tipos
de vírus dengue. Os resultados até então obtidos não permitem
definir com certeza quando vacinas estarão disponíveis para a
doença, restando, como alternativa, as medidas de combate aos
vetores.
(Fonte: Fiocruz - adaptado.)
87
Assinalar a alternativa que preenche as lacunas do
texto CORRETAMENTE:
a) domicílio | hemorragias | conscientização
b) domicilio | emorragias | concientização
c) domicilio | hemoragias | consientização
d) domissílio | hemorrajias | conscientização
Questão 21
Em “Até mesmo o ex-ministro Magri poderia ter sua imagem
retocada quando ele disse que aquele Plano era imexível”, as letras
maiúsculas nos termos em destaque foram empregadas para indicar
a) dois substantivos próprios de alto conceito político.
b) um substantivo próprio e um adjetivo pátrio.
c) um substantivo próprio e um nome consagrado por sua
importância.
d) um substantivo próprio e uma norma política.
Questão 22
Ocorre ERRO de ortografia em:
a) Aonde você quer ir?
b) Eles não veem muito bem de longe, são míopes.
c) Já chega de criar impecilho.
d) Os papéis estão muito bem definidos.
Questão 23
As icônicas cabines telefônicas de Londres podem ganhar uma
nova e inusitada função
O plano inicial é que duas cabines telefônicas na Coventry Street,
em Londres, sejam convertidas em máquinas de venda automática,
funcionando 24 horas por dia, 7 dias por semana. As cabines
desativadas seriam ___________ e preenchidas com bebidas e
lanches.
A idealizadora do projeto, Nuriyeh Popalzi, que apresentou o pedido
de planejamento em nome do Esquema de Apoio ao Jovem
Empreendedor, disse que os quiosques estão em mau estado e
atraindo comportamento ___________.
Escrevendo ao Conselho da Cidade de Westminster, Nuriyeh disse
que os estandes icônicos seriam consertados e reformados para
deixá-los em boas condições, inclusive dando a eles uma nova
camada de tinta vermelha. Ela espera que as reformas tenham um
efeito ___________ na comunidade local. O projeto, no entanto,
ainda está em fase de análise.
(Fonte: Hypeness - adaptado.)
Assinalar a alternativa que preenche as lacunas do texto:
a) esvaziadas I antissocial I positivo
b) esvasiadas I antisocial I pozitivo
c) esvaziadas I antisocial I pozitivo
d) esvasiadas I antiçocial I positivo
Questão 24
Analise a frase a seguir e com base nessa informação marque a
alternativa que contém um erro ortográfico:
“Homônimos são os vocábulos que possuem pronúncia e/ou
grafia iguais, mas significados diferentes.”
a) Márcio colocou a sela no cavalo hoje pela manhã.
b) Quando for sair, favor cerrar a porta, obrigado.
c) O IBGE realizou um censo que definiu a quantidade de membros
em cada família.
d) O concelho de Lisboa aprovou a abertura do concurso público.
e) O objetivo da reunião é consertar os erros cometidos semana
passada.
Questão 25
Todo astronauta precisa de grande capacidade de
________________ e controle de __________________ .
As palavrasque completam corretamente a frase acima são:
a) adapitação – expectativas.
b) adaptassão – espectativas.
c) adaptação – expectativas.
d) adaptação – espectativas.
e) adaptação – esspectativas.
Questão 26
Quanto à ortografia, assinale a alternativa correta.
a) O evento beneficiente da associação foi um sucesso de público.
b) O site de metereologia ficou fora do ar o dia todo.
c) Durante a nossa vida profissional, podemos encontrar diversos
empecilhos.
d) Renato não consegue reconhecer que passou uma infância repleta
de previlégios.
Questão 27
A audiência de foi por todas as emissoras.
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à
ortografia, assinale a alternativa que preenche corretamente as
lacunas.
a) reconciliação / focalizada
b) reconsiliação / focalizada
c) reconsiliação / focalisada
d) reconciliação / focalisada
Questão 28
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à
ortografia, assinale a alternativa correta.
a) A discução foi tão acirrada que precisou ser adiada para dias
depois.
b) Os juristas consideraram que a medida não se assenta em
nenhuma lei.
c) Seria preciso analisar outras formas de resolver a questão
inuzitada.
d) Anteriormente, nenhum advogado quizera pegar o caso
mensionado.
Questão 29
Todas as palavras são escritas com G, EXCETO:
a) can__ica.
b) está__io.
c) prestí__io.
d) reló___io.
Questão 30
O ______________ da produção não foi bem utilizado e era possível
sentir o cheiro dos alimentos estragados de longe. A empresa ainda
não sabe se conseguirá superar mais esse ____________.
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à
ortografia, assinale a alternativa que preenche corretamente as
lacunas.
a) escedente / revéz
b) excedente / revéz
c) escedente / revés
d) excedente / revés
Questão 31
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à
ortografia, assinale a alternativa correta.
a) Contrariando as espectativas, a crise durou apenas alguns meses.
b) Sinais de melhora já podiam ser vizualizados poucos meses
depois.
c) Ainda assim, foi difícil evitar a apreensão que tomou o paciente.
d) Depois de muitos exames, constatou-se a recuperação da
contorsão.
Questão 32
De acordo com as normas gramaticais de ortografia, marque a
sequência com todos os vocábulos corretos:
88
a) pixar, mecher, lonje, exigir, atrasado.
b) cinqüenta, microondas, beje, iorgute, paralisar.
c) pesquiza, asia, prezado, ancioso, suspense.
d) subsídio, excesso, compreensão, necessidade, jeito.
e) lage, análize, exigir, giboia, lastro.
Questão 33
Assinale a alternativa em que todas as palavras devem ser
completadas com a letra indicada entre parênteses.
a) influ__; bas__lar; arr__amento; requ__sito (i)
b) __iboia; man__ericão; vare__ista; trá__icas (j)
c) encai__ar; en__ugar; capi__aba; apetre__os (x)
d) exce__ão; interce__ão; absten__ão; expan__ão (ç)
Questão 34
Analise o fragmento abaixo:
Pessoas que na...eram e cre...eram em cenários políticos,
sociais, econômicos e tecnológicos distintos estão o tempo
todo intera...indo. Elas possuem hábitos influenciados por
esses fatores, e na Educação não é diferente. Nas escolas de
Educação Básica, professores, em sua maioria das gerações
baby boomers, X e Y, se misturam com os estudantes das
gerações Z e Alpha – as duas últimas consideradas nativas
digitais. Apesar de de...afiadora, essa coexistência é
extremamente enriquecedora.
(Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/21591/ensino-
e-mais-eficiente-quando-dialoga-com-o-perfil-geracional-do-aluno
– texto adaptado).
Considerando a correta ortografia das palavras em Língua
Portuguesa, assinale a alternativa que
preenche, correta e respectivamente, as lacunas pontilhadas do
fragmento.
a) sc – c – j – s
b) c – sc – g – z
c) c – c – j – z
d) sc – sc – g – s
e) sc – c – j – z
Questão 35
A única palavra corretamente grafada é:
a) Entorpecente.
b) Acessor.
c) Insencível.
d) Encejar.
e) Decender.
Questão 36
[...] Vários fatores interferem para o sucesso ou o fracasso de um
empreendimento. Uns controláveis, outros incontroláveis, ou seja,
não dependem somente da habilidade ou do conhecimento do gestor,
ainda que isso ajude. Empreender é se comprometer com o sucesso
de cada uma de suas decisões. Pessoas e recursos estão envolvidos
nesse processo. O importante é descobrir o que você sabe fazer
melhor do que os outros, porque seu sucesso está intimamente ligado
a isso. É possível trabalhar com alegria e ser muito bem-sucedido
em qualquer atividade, desde que se tenha conhecimento. Dessa
forma, é preciso despertar o indivíduo, é preciso aguçar sua
curiosidade, a fim de estimular seu aprimoramento contínuo.
Texto extraído e adaptado da obra Marketing Estratégico para
Organizações e Empreendedores, de Marcelo Zenaro e Maurício
Fernandes Pereira.
Assinale a alternativa a seguir que não apresenta nenhum erro
ortográfico em relação ao contexto de cada uma das sentenças.
a) O tráfico em São Paulo é responsável por inúmeros atrasos de
funcionários.
b) A camareira precisou revisar seu turno com sua amiga.
c) A mãe da vítima ficou inconformada com a dilação da sentença
do assassino.
d) O mergulhador precisou imergir porque seu cilindro de oxigênio
sofreu avaria.
e) O fazendeiro sabe arriar o cavalo perfeitamente.
Questão 37
Assinale a alternativa em que a frase está em conformidade com a
ortografia da língua portuguesa.
a) A exitação das crianças é compreensível justamente pela pouca
idade delas.
b) A alça do cesto vinha de baixo dele e não das bordas como em
cestos comuns.
c) De uma aldeia não era possível visualisar o que estava
acontecendo na outra.
d) A susseção de acontecimentos naquela noite hoje não passa de
lembrança.
e) A choradera era uma demonstração de recusa que os pais não
aceitavam.
Questão 38
Em relação à ortografia, assinalar a alternativa CORRETA:
a) Almoço.
b) Aufinete.
c) Altomóvel.
d) Aumejar.
Questão 39
Considerando a ortografia oficial da língua portuguesa, analisar os
itens abaixo:
I. Nascença.
II. Espectativa.
III. Choça.
IV. Enxerto.
Estão grafados CORRETAMENTE:
a) Somente os itens I e II.
b) Somente os itens I e III.
c) Somente os itens I, III e IV.
d) Somente os itens II, III e IV.
Questão 40
Assinale a opção em que todas as palavras estão corretas do ponto
de vista ortográfico:
a) chuchu, jeito, concessões, discrição
b) xuxu, jeito, concessões, discrição
c) xuxu, geito, conseções, discreção
d) chuchu, geito, concessões, discreção
e) chuchu, jeito, conseções, discrição
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C C C C A B B C C C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B D A C D D A E A A
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
D C A D C C A B A D
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
C D A D A C B A C A
89
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS
PALAVRAS
90
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
Leia a tirinha a seguir.
No texto, o quadrinista criou humor, ao explorar duas palavras que
mantêm uma semelhança: lado e colaterais. Como Hagar sentia uma
dor lateral, o médico tentou diagnosticá-la, relacionando-a aos
efeitos colaterais do remédio. O jogo entre essas palavras ocorre
devido à formação e ao significado de ambas.
Quanto à formação, a locução de lado corresponde ao adjetivo lateral
do qual se origina colateral, e que têm um elemento comum: a forma
latina latus. Observe que, em relação ao significado, essas palavras
referem- -se a posições marginais que cercam o meio ou o centro de
algo. Por extensão, os efeitos colaterais de um remédio
correspondem aos efeitos que aparecem ao lado ou junto (co +
laterais) àquelesdesejados. Portanto, o conhecimento dos elementos
formadores de palavras ou dos morfemas favorece a compreensão
do texto.
A seguir, vamos tratar mais detalhadamente desses elementos que
constituem as palavras.
A palavra apresenta em sua estrutura diferentes elementos. As
unidades significativas formadoras das palavras chamam-se
morfemas ou elementos mórficos (do grego morphé: forma). Cada
um desses elementos de composição mínima e indivisível fornece
um significado à palavra formada.
Se voltarmos à palavra colateral e nos detivermos no morfema co,
percebemos que o morfema mudou o significado da palavra, assim
como acontece nas palavras co-seno, co-tangente e cooperar.
Morfemas são as unidades mínimas significativas da palavra
Concluindo, as palavras podem apresentar em sua estrutura os
seguintes elementos mórficos: radical, afixo, desinência, vogal
temática, vogal e consoante de ligação. Vejamos caso por caso.
Radical
Constitui o elemento estrutural básico da palavra, que expressa seu
significado e não apresenta variação. Exemplos:
lat-eral co-lat-eral lat-eralidade
O radical dessas palavras está destacado. As palavras que têm um
morfema comum ou um mesmo radical formador de uma mesma
família chamam-se palavras cognatas. Exemplos:
vidr-o vidr-aça vidr-aceiro en-vidr-açar
Há palavras que apresentam somente o radical. Exemplos:
sol voz gol sabor
Afixo
É o elemento que se junta ao radical e forma uma nova palavra com
significado diferente. Como vimos em colateral, houve o acréscimo
do morfema co, que significa junto, concomitante; e também do
morfema al, cuja ideia é de relação. O afixo anexado antes do
radical chama-se prefixo; quando colocado depois do radical, é
chamado de sufixo. O sufixo pode mudar a classe gramatical a que
originalmente pertence o radical.
Veja mais estes exemplos:
Desinência
Esse morfema, que indica as flexões dos nomes e dos verbos, sempre
aparece no final das palavras variáveis, ou seja, que variam na forma
(por exemplo, verbos, substantivos, etc.). As desinências nominais
caracterizam as variações dos substantivos, adjetivos e certos
pronomes quanto ao gênero (masculino e feminino) e número
(singular e plural). Observe:
As desinências verbais indicam as variações dos verbos, que são
de:
pessoa (primeira, segunda e terceira);
número (singular e plural);
tempo (presente, passado e futuro);
modo (indicativo, subjuntivo e imperativo).
Veja:
91
Vogal temática
Tem a função de ligar o radical às desinências, além de formar
algumas classes de palavras.
A vogal temática pode ser nominal ou verbal. A verbal indica a
conjugação do verbo: primeira conjugação (vogal a), segunda
conjugação (vogal e) e terceira conjugação (vogal i). Observe:
Vogais temáticas nominais são as vogais átonas finais -a, -e, -o que,
unidas a radicais nominais (paroxítonos ou proparoxítonos), se
referem a um substantivo ou adjetivo. Veja os exemplos:
A vogal temática nominal não indica o gênero gramatical, pois pode
ocorrer tanto em palavras de gênero masculino, como de feminino.
Exemplos: o poeta; a corte.
ATENÇÃO
A união do radical com a vogal temática é chamada de tema.
Exemplos:
A vogal temática nem sempre aparece, por isso existem palavras
atemáticas. Se não houver vogal temática, o tema e o radical são
iguais. Exemplos:
Vogal e consoante de ligação
São elementos que unem determinados radicais a certos sufixos, para
facilitar ou ainda possibilitar a leitura de determinada palavra. Não
representam morfemas, já que não têm nenhum significado. Veja os
exemplos:
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
Leia os quadrinhos.
Texto do primeiro quadrinho: -Meu pé está dormente.
Texto do terceiro quadrinho: - e sonhante.
O personagem Garfield é famoso por sua constante preguiça, por
isso quase sempre ele está dormindo.
1. Observe os dois primeiros quadrinhos e relacione-os,
explicando o que ocorre
2. No terceiro quadrinho, Garfield continua deitado. Por que
ele pensa que seus pés estão sonhantes?
3. Que recurso o quadrinista usou para nos sugerir essas
ideias?
4. A conclusão de Garfield, no último quadrinho, confirma
que seus pés sonham o impossível — fazê-lo andar. Você
já se sentiu sonhando com o improvável? Esclareça sua
resposta.
92
Muitas vezes as palavras existentes não expressam integralmente os
sentimentos ou as ideias, por isso são criados novos vocábulos.
Observe que o quadrinista criou uma palavra mais expressiva, no
terceiro quadrinho; o adjetivo sonhante, que se forma como
dormente. Sonhante origina-se do verbo sonhar e recebe o sufixo -
nte. A necessidade de comunicação gera situações como essa da tira;
por isso, existem dois processos básicos de formação de palavras,
chamados derivação e composição.
Derivação
Leia o trecho do poema a seguir.
CASO PLUVIOSO
[...]
Não me chovas, maria, mais que o justo chuvisco de um momento,
apenas susto.
Não me inundes de teu líquido plasma, não sejas tão aquático
fantasma!
Eu lhe dizia — em vão — pois que maria quanto mais eu rogava,
mais chovia.
E chuveirando atroz em meu caminho, o deixava banhado em triste
vinho.
[...]
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa . Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 2002.
a) Nos versos iniciais do poema, o eu lírico pede a uma mulher para
que não “chova” tanto. Observe a linguagem figurada do texto, antes
de responder às questões. Na sua opinião, quem seria essa mulher
que o eu lírico chama de Maria?
b) No texto, o nome da mulher é escrito em letra minúscula. Por quê?
c) Na 1a estrofe, por que o eu lírico roga à mulher que não chore?
d) Na 2a estrofe, o eu lírico passa a suplicar à mulher. Por quê?
e) Como termina esse caso pluvioso, apesar dos apelos do eu lírico?
f) No texto, o poeta explorou várias palavras relacionadas a coisas
líquidas. Identifique-as e explique por quê.
g) Que palavras dentre essas mencionadas na questão anterior têm o
mesmo radical? Identifique-o
Observe que as palavras chuvisco (diminutivo) e chuveirando
originam- -se do substantivo chuva e são formadas com o acréscimo
de sufixos -isco e -ndo. São, portanto, palavras derivadas, e
caracterizam a formação de palavras por derivação.
Veja ainda estes exemplos:
água — aguaceiro; aquático; desaguar; desaguadouro vinho —
vinhedo; vinhateiro; vinhoso; vinheiro
Como você observou, novas palavras são formadas pelo processo de
derivação, com o acréscimo de sufixos (aguaceiro), de prefixos
(desaguar) ou de prefixos e sufixos (desaguadouro).
Formação de palavras é o conjunto de processos da
Morfossintaxe que permitem a criação de vocábulos novos com
base em radicais.
Ocorre derivação quando se forma uma nova palavra (derivada),
a partir de uma palavra primitiva, com o acréscimo de prefixo
e/ou sufixo. Esses afixos muitas vezes modificam o significado
da palavra e também a classe gramatical.
Derivação prefixal ou prefixação
Acrescenta-se um prefixo a um radical ou a uma palavra primitiva,
cujo sentido se altera.
Derivação sufixal ou sufixação
Acrescenta-se um sufixo ao radical ou a uma palavra primitiva, que
pode mudar de significado ou de classe gramatical.
Derivação parassintética ou parassíntese
Resulta do acréscimo simultâneo de um prefixo e de um sufixo a um
mesmo radical ou à palavra primitiva. Em geral, as palavras
parassintéticas originam-se de substantivos ou de adjetivos e
formam nomes e, sobretudo, verbos. É importante destacar que, por
meio desse processo, se for retirado o prefixo ou o sufixo, não restará
uma palavra com sentido completo. Veja:
Derivação prefixal e sufixal
Acrescenta-se um prefixo e um sufixo a um mesmo radical em
sequência, ou seja, os afixos não são anexados ao mesmo tempo.
Mesmo que não haja o prefixo ou o sufixo, a palavra já apresenta um
sentido completo.
Derivaçãoregressiva
Suprime-se a parte final de uma palavra primitiva e, por meio dessa
redução, obtém-se uma palavra derivada. Formam-se
principalmente substantivos a partir de verbos, em geral da primeira
e da segunda conjugações. Por essa razão, esses substantivos são
chamados deverbais e expressam sempre o nome de uma ação. Faz-
se a substituição da desinência verbal por uma das vogais temáticas
nominais -a, -e ou -o.
Há casos em que é o verbo que se forma a partir do substantivo,
quando esse substantivo representa objeto ou substância e não
exprime ação. Portanto, o verbo constitui a palavra derivada, e o
substantivo é a palavra primitiva. Veja:
Derivação imprópria
Mudança de classe gramatical, sem que haja modificação em sua
forma. Observe:
93
Composição
Leia a charge.
a) Descreva o ambiente e as personagens do texto e comente
a intenção do chargista ao caracterizá-las.
b) Relacione o título da charge às ideias desenvolvidas no
texto, observando o sentido das palavras
c) Como o chargista enfatiza sua sátira social?
d) Na charge, os ricos estão cercados por guarda-costas, que
também pode significar embarcação destinada a defender
as águas costeiras. Associe esse fato às palavras da
personagem e exponha suas ideias sobre as consequências
da disparidade social em nosso país.
Observe na charge a palavra guarda-costas. Na sua composição,
notam-se duas palavras (verbo + substantivo) que se unem para
formar uma palavra composta com nova significação. A formação
de guarda-costas não se originou de sufixação ou prefixação, mas
sim pela justaposição de dois outros vocábulos.
Ocorre composição quando se unem duas ou mais palavras ou
radicais, para a formação de uma palavra composta, com nova
significação
Composição por justaposição
As palavras ou radicais se unem sem nenhuma alteração fonética ou
gráfica, ou seja, conservam a mesma pronúncia e escrita, sendo
ligados, ou não, por hífen. Veja alguns exemplos:
Composição por aglutinação
As palavras ou radicais fundem-se e ocorre a perda ou a alteração
fonológica na sua forma ou fonética. Observe as modificações nos
vocábulos a seguir:
A composição ocorre também com o uso de radicais que não têm
sentido independente na língua, geralmente radicais gregos e latinos.
As palavras assim formadas chamam-se compostos eruditos.
Exemplos:
Dentre os componentes eruditos, há os helenismos (radicais gregos)
e os latinismos (radicais latinos), que são considerados, por
conveniência, compostos por aglutinação. Exemplos:
Outros processos de formação das palavras
Leia a tira.
a) No texto, a senhora que recepciona a professora e os alunos no
museu comete um equívoco. Comente a crítica do quadrinista,
baseando-se nesse fato, na fala e na reação das personagens.
b) Releia os empréstimos linguísticos empregados no segundo
quadrinho. Que estrangeirismos de uso mais frequente você
conhece, e qual a sua opinião sobre a invasão de termos estrangeiros
em nossa língua?
Entre os outros processos de formação de palavras estão os
estrangeirismos, os hibridismos, as abreviaturas, as onomatopeias,
os neologismos, as siglas e as palavras-valise. A seguir, veremos
cada um deles.
Estrangeirismos (empréstimos linguísticos)
Na tira do Menino Maluquinho, ocorrem dois exemplos de
estrangeirismos: yes e come on.
Atualmente o inglês norte-americano é a maior fonte de
empréstimos em nossa língua.
Muitas vezes ocorre um aportuguesamento gráfico fonológico das
palavras estrangeiras que se incorporam ao idioma, como em xampu,
futebol, abajur, boate. Há casos em que as palavras não se alteram e
devem ser escritas com algum destaque (geralmente itálico): show,
shopping, air-bag, workaholic, check-out.
Os empréstimos linguísticos devem ocorrer apenas quando
necessário; portanto é inaceitável usá-los em excesso.
Estrangeirismos são os empréstimos linguísticos provenientes
de línguas estrangeiras em diferentes épocas.
94
Hibridismo
Leia o seguinte texto, adaptado de uma propaganda:
“Um grande automóvel não precisa necessariamente ser um
automóvel grande”.
A palavra automóvel é composta por dois elementos de origens
diferentes: auto, que vem do grego, e móvel, do latim.
Veja esses outros exemplos:
surfista (inglês e grego)
reportagem (inglês e latim)
sociologia (latim e grego)
sambódromo (quimbundo ou umbundo e grego)
O hibridismo ocorre quando há a combinação ou a união de
palavras em cuja formação entram elementos de línguas
diferentes.
Abreviação ou redução vocabular
O termo metrô que aparece neste quadrinho é uma abreviação para
metropolitano. O fenômeno da abreviação ou redução vocabular é
muito comum na língua oral, e mesmo na escrita, por ser mais fácil
e rápido. É uma maneira de economizar tempo.
Leia mais estes exemplos:
A abreviação resulta da eliminação de um segmento da palavra
para se obter uma forma mais curta, que tem o mesmo significado
da palavra original.
A forma reduzida é empregada principalmente na linguagem
coloquial para expressar certos sentimentos como preconceito,
carinho ou desprezo. Veja o exemplo:
É muita neura para uma pessoa só!
Na frase, neura é uma forma abreviada de neurose, e tem um sentido
pejorativo.
Usa-se também hoje um prefixo ou um elemento de uma palavra
composta em substituição ao termo completo. Nesse último caso, a
forma abreviada deve estar num contexto, para compreensão do
significado.
Exemplos:
Onomatopeia
Leia a história em quadrinhos.
As histórias em quadrinhos costumam reproduzir os sons da
natureza, dos animais, de barulhos como máquinas de datilografia,
de lavar roupa, etc. Nesse exemplo, splsh caracteriza o som de Dudu
caindo na água. Quando uma nova palavra é criada a partir da
reprodução destes sons, tem-se uma onomatopeia.
Exemplos:
Onomatopeia é a imitação de sons, ruídos e vozes de animais
que são reproduzidos pela formação de uma palavra nova.
Neologismo
Texto do primeiro quadrinho: Eu estava pensando...nunca tive um
bip.
Texto do segundo quadrinho: Em toda a minha vida, nunca fui
bipado.
Texto do terceiro quadrinho: Apesar de terem buzinado pra mim
muitas vezes.
Você já deve ter percebido que bip é uma onomatopeia, pois
reproduz o barulho do aparelho. Como você classificaria bipado, que
aparece na tira acima? É um termo inventado, derivado de bip, certo?
Termos de recente criação na língua, sejam eles de conhecimento
geral ou utilizados em particular por algum escritor, são
considerados neologismos.
Exemplos de palavras recém-criadas: internauta, deletar.
Neologismos são palavras criadas recentemente ou usadas com
um novo significado, para atender às necessidades de expressão
dos usuários da língua. Chama-se neologismo semântico a
palavra alterada apenas no seu sentido: marginal (malfeitor ou
rua), tira (policial ou HQ), figura (gravura ou pessoa estranha).
Siglonimização
Finalmente, o Brasil deixa de recorrer ao FMI para refinanciar sua
dívida.
Manchetes parecidas com esta ocuparam as primeiras páginas de
grandes jornais do país no último ano. Observe que a palavra
destacada, sigla para Fundo Monetário Internacional, é
extremamente familiar a nós, brasileiros, e há muito faz parte de
nosso vocabulário cotidiano.
A exemplo da abreviação vocabular, o processo de formação de
siglas (siglonimização) está cada vez mais generalizado. Você
certamente é capaz de lembrar inúmeros exemplos de siglas.
Observe:
95
IOF - Imposto sobre Operações Financeiras
CPF - Cadastro de Pessoas Físicas.
PT - Partido dos Trabalhadores
Muitas vezes, as siglas passam a integrar o vocabulário, são
flexionadas e formam novas palavras. Exemplo:
petistas — membros do Partido dos Trabalhadores
As siglas resultam da combinação das letras iniciais das palavras
que formam um nome.
Palavra-valise
Na capa deste livroum termo chama a atenção: showrnalismo.
Trata-se de um acoplamento formado por show e jornalismo, cujo
significado é exatamente o subtítulo do livro, “a notícia como
espetáculo”. Se você reparar bem, a palavra jornalismo, embutida
nesta nova palavra, leva-nos a pensar na sua deturpação pelo
espetáculo ou sensacionalismo.
Observe mais estes exemplos:
A palavra-valise é formada tanto na linguagem coloquial, como
no padrão culto, pela fusão de duas palavras; no processo, ao
menos uma sofre truncamento.
Consulte no Apêndice, ao final do livro, a relação dos principais
radicais, prefixos e sufixos gregos e latinos.
96
CADERNO DE QUESTÕES – ESTRUTURA E FORMAÇÃO
DE PALAVRAS
Questão 1
Atenção: Leia o trecho do romance “Esaú e Jacó”, de Machado de
Assis, para responder à questão.
Visões e reminiscências iam assim comendo o tempo e o espaço ao
conselheiro Aires, a ponto de lhe fazerem esquecer o pedido de
Natividade; mas não o esqueceu de todo, e as palavras trocadas há
pouco surdiam-lhe das pedras da rua. Considerou que não perdia
muito em estudar os rapazes. Chegou a apanhar uma hipótese,
espécie de andorinha, que avoaça entre árvores, abaixo e acima,
pousa aqui, pousa ali, arranca de novo um surto e toda se despeja
em movimentos. Tal foi a hipótese vaga e colorida, a saber, que se
os gêmeos tivessem nascido dele talvez não divergissem tanto nem
nada, graças ao equilíbrio do seu espírito. A alma do velho entrou
a ramalhar não sei que desejos retrospectivos, e a rever essa
hipótese, ele pai, estes meninos seus, toda a andorinha que se
dispersava num farfalhar calado de gestos.
(Adaptado de: ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. São Paulo:
Companhia das Letras, 2012)
Um vocábulo também pode ser formado quando passa de uma classe
gramatical a outra, sem a modificação de sua forma. É o que se
denomina derivação imprópria. Constitui exemplo de derivação
imprópria o termo sublinhado em:
a) “andorinha que se dispersava num farfalhar calado de gestos”.
b) “a ponto de lhe fazerem esquecer o pedido de Natividade”.
c) “Considerou que não perdia muito em estudar os rapazes”.
d) “Chegou a apanhar uma hipótese”.
e) “A alma do velho entrou a ramalhar não sei que desejos
retrospectivos”.
Questão 2
Coração de Dom Pedro I chega ao Brasil para
Bicentenário da Independência
O coração de Dom Pedro I chegou ao Brasil na manhã desta
segunda-feira (22), para as comemorações do Bicentenário da
Independência.
O recipiente com o órgão embalsamado do antigo imperador
pousou na Base Aérea de Brasília em uma aeronave da Força Aérea
Brasileira (FAB).
Em uma viagem cujas despesas foram assumidas pelo Brasil, é a
primeira vez que o coração deixa Portugal desde a morte de Dom
Pedro I, em 1834.
LOPES, Léo; AMARAL, Luciana. Coração de Dom Pedro I
chega ao Brasil para Bicentenário da Independência. In: CNN
Brasil. Nacional, 22 ago. 2022. Disponível em: https://www.
cnnbrasil.com.br/nacional/coracao-de-dom-pedro-i-chega-ao-
brasil-para-bicentenario-da-independencia/.
Acesso em: 22 ago. 2022.
O termo destacado no texto é formado pelo processo de
a) composição por justaposição.
b) composição por aglutinação.
c) derivação parassintética.
d) derivação imprópria.
Questão 3
Considerando-se a formação das palavras, assinalar a alternativa que
apresenta uma palavra que NÃO é formada por derivação
parassintética:
a) Emagrecer.
b) Entediado.
c) Esbugalhar.
d) Casebre.
Questão 4
Considerando a formação de palavras da língua portuguesa,
marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após,
assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) Os prefixos são mais independentes que os sufixos, pois
se originam, em geral, de advérbios ou de preposições que
têm ou tiveram autonomia na língua, especialmente em
casos de formação por composição.
( ) O sufixo aumentativo pode juntar-se apenas ao radical
de um substantivo, como em caldeirão, dentuço,
grandalhão, etc.
( ) Na derivação de palavras conhecida como regressiva, a
palavra derivada amplia a primitiva.
a) C - C - E.
b) E - E - C.
c) C - E - E.
d) E - C - C.
Questão 5
Atenção! O texto a seguir serve de base para responder às questão.
(Fonte: https://vejasp.abril.com.br/coluna/arte-ao-redor/15-
tirinhas-mafalda-quino/. Acesso em 22/12/2022)
Os vocábulos “gostar” e “gosta” aparecem no texto. Neles
identificamos um elemento mórfico em comum:
a) A consoante de ligação.
b) O radical.
c) A desinência de infinitivo.
d) A desinência de gênero feminino.
Questão 6
Marque a alternativa em que NÃO há relação entre a palavra e a sua
formação.
a) consumo – derivação regressiva.
b) realizar – derivação sufixal.
c) compor – derivação prefixal.
d) passatempo – composição por aglutinação.
e) segunda-feira – composição por justaposição.
Questão 7
Assinale a alternativa que apresenta palavra com sufixo formador de
origem.
a) orgulhoso.
b) capitalismo.
c) brasileiro.
d) advocacia.
e) livraria.
Questão 8
Leia o texto e responda o que se pede no comando da questão:
ECO LÓGICO.
Se aos pássaros perguntares, Quem polui os nossos ares, Onde os
pulmões se consomem, o eco, lógico, responde: ... o homem ...
homem ... homem ...
E o húmus de nosso chão. Que resta pro nosso pão logo após uma
queimada o eco, lógico, responde: ... quase nada ... quase nada ...
97
O que era o Saara? A Amazônia o que será? Um futuro muito
incerto? O eco, lógico, responde: ... só deserto ... só deserto.
O que resta desmatando, O que sobra devastando ao homem
depredador? O eco, lógico, responde: ... só a dor...a dor ... a dor
Que precisa a natureza pra manter sua beleza e amainar a sua dor?
O eco. lógico, responde: ... mais amor ... amor ... amor.
(Autor desconhecido)
Sabendo que "eco" e "logia'' são radicais, o processo de formação de
ecologia é:
a) composição por aglutinação.
b) derivação sufixal.
c) derivação parassintética.
d) composição por justaposição.
e) derivação imprópria.
Questão 9
Art. 1º. A Academia Paralímpica Brasileira, também identificada
pela sigla APB, foi fundada em 2010 pelo Comitê Paralímpico
Brasileiro (CPB). A APB tem sua sede junto ao CPB, localizado em
São Paulo - SP, no Centro Parao-límpico Brasileiro; Rodovia dos
Imigrantes Km 11,5. Sua duração é por tempo indeterminado.
[Disponível
em: https://www.cpb.org.br/academiaparalimpica/apresentação Ac
esso em: 22 dez. 2022]
O termo “Paralímpica”, adotado pelo Comitê Paralímpico
Brasileiro, resulta do seguinte processo de formação de palavras:
a) Composição por aglutinação.
b) Composição por justaposição.
c) Derivação prefixal.
d) Derivação sufixal.
Questão 10
No prefácio de um de seus livros, o escritor modernista Mário de
Andrade escreveu: “Mas todo este prefácio, com todo o disparate
das teorias que contém, não vale coisíssima nenhuma”.
Sobre o curioso vocábulo “coisíssima”, é correto afirmar que:
a) o sufixo -íssima aparece ligado a um substantivo e não a um
adjetivo, como de hábito;
b) a formação do vocábulo indica intensidade;
c) o vocábulo formado indica a noção de quantidade incontável;
d) o sufixo utilizado no vocábulo corresponde, por tratar-se de um
substantivo, ao sufixo aumentativo -ão;
e) a palavra formada é comumente empregada na linguagem erudita
pelo fato de o sufixo empregado ser culto.
Questão 11
DISTÂNCIA TEM CURA
Em quase trinta anos atendendo doentes em cadeias, jamais ouvi um
desaforo, uma palavra áspera, uma reivindicação mal-educada. Às
vezes, fica difícil acreditar que pessoas tão respeitosas com o médico
tenham cometido os crimes que constam de seus prontuários.
Profissão caprichosa a medicina, capazde criar empatia mútua entre
dois estranhos em questão de minutos.
A tendência natural é a de nos aproximarmos de pessoas da mesma
classe social, com gostos, ideias, posições políticas e estilos de vida
semelhantes aos nossos. Embora esse formato de convivência nos
traga conforto, não abre espaço para o contraditório nem dá acesso
a modos de pensar e de viver radicalmente diferentes. Impossível
imaginar como eu chegaria aos 73 anos se não fosse a experiência
nos presídios, mas sei que saberia menos medicina e desconheceria
aspectos da alma humana aos quais só tive acesso porque me dispus
a chegar perto daqueles que a sociedade tranca atrás de grades.
O fascínio infantil pelo mundo marginal que me conduziu ao
Carandiru ainda persiste. Não faço esse trabalho voluntário que me
toma um período da semana há tantos anos por motivações religiosas
ou engajamento ideológico de qualquer natureza — sou avesso a
religiões e ideologias —, mas porque posso dispor desse tempo e
manter aceso o interesse pela complexidade das interações humanas,
sem o qual viver perde o encanto.
(VARELLA, Drauzio. Prisioneiras. São Paulo: Companhia das
Letras, 2017, ed. Ebook.)
É CORRETO afirmar sobre a estrutura das seguintes palavras
empregadas no texto:
a) faço – apresenta vogal temática de verbo de terceira conjugação
– i –.
b) médico – não se vê a desinência de gênero da palavra.
c) ouvi – apresenta vogal temática de verbo de primeira conjugação
– a –.
d) aproximarmos – não se vê a desinência de número da palavra.
e) chegaria – chega (radical + vogal temática); – ria (desinência
modo-temporal).
Questão 12
Assinale a alternativa que registra a palavra que tem o sufixo
formador de advérbio.
a) censitário.
b) consideravelmente.
c) recenseador.
d) sociedade.
e) população.
Questão 13
Qual das palavras abaixo apresenta uma formação parassintética?
a) calejar
b) enlouquecer
c) fazendeiro
d) meninice
e) insensibilidade
Questão 14
Conforme Cegalla, analise as assertivas abaixo a respeito de
formação de palavras:
I. Os substantivos que derivam dos verbos chamam-se pós-
verbais ou deverbais.
II. Há dois processos gerais para a formação de palavras na
língua portuguesa: a derivação e a composição.
III. Na derivação regressiva, substitui-se um prefixo e/ou
sufixo por uma desinência verbal.
IV. Onomatopeias, hibridismos, reduções, aglutinações e
justaposições são processos que consistem na associação de
radicais para a formação de vocábulos cujos significados se
relacionam ao sentido de cada radical empregado.
Quais estão corretas?
a) Apenas I e II.
b) Apenas III e IV.
c) Apenas I, II e III.
d) Apenas II, III e IV.
e) I, II, III e IV.
Questão 15
Assinale a alternativa que aponta o correto processo de formação das
duas palavras.
a) indispor - jogador (derivação sufixal)
b) desvalorização - amaciar (derivação prefixal)
c) planalto - emudecer (derivação parassintética)
d) passatempo - televisão (composição por justaposição)
Questão 16
Assinale a alternativa que aponta o correto processo de formação das
duas palavras.
a) indispor - jogador (derivação sufixal)
b) desvalorização - amaciar (derivação prefixal)
c) planalto - emudecer (derivação parassintética)
d) passatempo - televisão (composição por justaposição)
98
Questão 17
Assinale a alternativa que define correta e sequencialmente os
processos de formação das seguintes
palavras: ressaltar, dentista, empobrecer, debate, passatempo e vina
gre
a) derivação imprópria, derivação sufixal, derivação regressiva,
derivação parassintética, composição por aglutinação e composição
por justaposição.
b) derivação sufixal, derivação imprópria, derivação parassintética,
derivação regressiva, composição por aglutinação e composição por
justaposição.
c) derivação parassintética, derivação imprópria, derivação sufixal,
derivação regressiva, composição por justaposição e composição
por aglutinação.
d) derivação prefixal, derivação sufixal, derivação parassintética,
derivação regressiva, composição por justaposição e composição
por aglutinação.
e) composição por aglutinação, composição por justaposição,
derivação imprópria, derivação regressiva, derivação sufixal e
derivação prefixal.
Questão 18
A palavra ENDOVENOSO é formada por:
a) combinação
b) intensificação
c) reduplicação
d) hibridismo
e) abreviação
Questão 19
Sobre a definição do processo de formação das palavras nos itens:
I. Infernal = derivação prefixal
II. Aterrado = derivação parassintética
De acordo com a Norma Culta da Língua Portuguesa, pode-se
afirmar que:
a) O processo de formação está correto nos itens I e II.
b) O processo de formação está incorreto nos itens I e II.
c) O processo de formação está correto apenas no item I.
d) O processo de formação está correto apenas no item II.
Questão 20
As palavras “passatempo” e “pontapé” são formadas a partir de qual
processo?
a) Composição por aglutinação.
b) Composição por justaposição.
c) Derivação prefixal.
d) Derivação sufixal.
e) Derivação parassintética.
Questão 21
Assinale a alternativa em que todas as palavras foram escritas com
prefixo.
a) Automóvel – desfazer – sujeira – dentista.
b) Beleza – enraizar – entardecer – casarão.
c) Infeliz – antebraço – refazer – preconceito.
d) Moleque – bexiga – árvore – plantação.
e) Injúria – anoitecer – desemprego – felicidade
Questão 22
Analise as orações a seguir e assinale a alternativa correta quanto ao
processo de formação das palavras destacadas.
a) Gosto de curtir o entardecer ao seu lado – derivação prefixal.
b) Sou zero em Ciências – derivação imprópria.
c) Comprei um guarda-sol para nossa viagem – derivação sufixal.
d) Ele queria entrevistar o famoso a qualquer custo – derivação
parassintética.
e) Melhor temperar a salada com vinagre e sal – derivação sufixal.
Questão 23
Um dos processos de formação de palavras, em Língua Portuguesa,
ocorre por composição, subdividindo-se em justaposição e
aglutinação. Marque a opção com palavras formadas somente por
aglutinação:
a) pernalta, passatempo, couve-flor.
b) salário-família, girassol, aguardente.
c) vaivém, planalto, embora.
d) aguardente, embora, pernilongo.
e) girassol, cor-de-rosa, boquiaberto.
Questão 24
Em termos morfológicos, a palavra “cafezinho” foi criada por meio
do processo de:
a) composição por justaposição
b) composição por aglutinação
c) derivação prefixal
d) derivação sufixal
Questão 25
Segundo preconiza Cegalla, analise as assertivas a seguir a respeito
de estrutura e formação de palavras, assinalando V, se verdadeiras,
ou F, se falsas.
( ) Raiz é o elemento originário e irredutível em que se
concentra a significação das palavras, consideradas pelo
ângulo histórico. Geralmente monossilábica, a raiz encerra
sentido lato e geral, comum às palavras da mesma família
etimológica.
( ) Radical é o elemento básico e significativo das palavras,
consideradas sob o aspecto gramatical e prático, dentro da
língua portuguesa atual. Acha-se o radical despojando-se a
palavra de seus elementos secundários (quando houver).
( ) Vogais e consoantes de ligação são fonemas que, em
certas palavras derivadas ou compostas, se inserem entre os
elementos mórficos, em geral por motivos de eufonia, isto
é, para facilitar a pronúncia de tais palavras.
( ) Cognatos são vocábulos que procedem de uma raiz
comum. Tais palavras constituem uma família etimológica.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para
baixo, é:
a) V – V – V – V.
b) V – F – V – F.
c) F – F – V – V.
d) F – V – F – F.
e) F – F – F – F.
Questão 26
A palavra “improvável” possui o prefixo “im”, que indica sentido
de:
a) Duplicidade.
b) Superioridade.
c) Negação.
d) Inferioridade.
Questão 27
Nos versos: “Nossas roupas comuns dependuradas/ na corda qual
bandeirasagitadas/ parecia um estranho festival” (Sílvio Caldas e
Orestes Barbosa), as palavras agitadas e festival são formadas por:
a) derivação parassintética.
b) derivação sufixal.
c) derivação imprópria.
d) derivação regressiva.
Questão 28
Leia o trecho do conto e responda a questão.
Sobrou pra mim
Ruth Rocha
Quando eu tinha uns 8 anos, mais ou menos, eu morava com minha
avó e com a irmã dela, tia Emília. Nossa rua era sossegada, quase
não passava carro nem caminhão.
99
Eu ia à escola de manhã e de tarde eu fazia minhas lições e ia pra rua
brincar com meus amigos.
Às cinco e meia em ponto minha avó me chamava para tomar banho
e rezar, minha avó e minha tia rezavam todas as tardes às seis horas.
Depois do jantar ficávamos na sala, eu, lendo, minha avó e minha tia
bordando ou costurando.
Televisão a gente só via uma vez ou outra. Minha avó me deixava
ver jogos de futebol ou basquete, mas tinha horror a novelas e a
programas de auditório. Era chato de matar!
[...]
A palavra “sossegada” é formada por:
a) Derivação sufixal.
b) Derivação prefixal.
c) Derivação imprópria.
d) Derivação parassintética.
Questão 29
Sobre o processo de formação das palavras nos itens:
I. Palidez = Derivação sufixal
II. Percurso = Derivação prefixal
Pode-se afirmar que:
a) O processo de formação está correto nos itens I e II.
b) O processo de formação está incorreto nos itens I e II.
c) O processo de formação está correto apenas no item I.
d) O processo de formação está correto apenas no item II.
Questão 30
Leia o texto para responder a questão.
Falta de reconhecimento leva mais profissionais experientes a pedir
demissão
Falta de reconhecimento é o principal motivo que leva profissionais
com mais experiência a pedir demissão, indica um estudo da
empresa de tecnologia para recursos humanos Pulses com dados de
mais de 145 mil funcionários de empresas no Brasil.
Segundo a pesquisa, a que VOCÊ RH teve acesso com
exclusividade, quando não se sentem reconhecidos e valorizados
pela companhia ou quando não veem perspectivas de crescimento,
os profissionais apresentam cinco vezes mais risco de pedir
demissão. Se acreditam que as recompensas recebidas pelos seus
esforços não são justas, o risco é 2,5 vezes maior.
Para a geração X, reconhecimento é importante. Esses profissionais
costumam ocupar cargos de maior responsabilidade, então, é natural
que direcionem suas energias para dar continuidade ao
desenvolvimento que já conquistaram. Concorda?
Veja mais sobre o estudo clicando no link da bio e depois sobre a
imagem que ilustra esta postagem.
Disponível em https://www.instagram.com/p/CmwME20OGfk/
Assinale a alternativa que apresenta uma palavra de derivação
prefixal e sufixal.
a) Reconhecimento.
b) Desenvolvimento.
c) Profissional.
d) Crescimento.
Questão 31
Leia o texto para responder a questão.
Qual a função da primeira-dama no Brasil?
Oficialmente, nenhuma. Não há como a primeira-dama assumir um
cargo para o qual não foi eleita. No entanto, há uma tradição de as
esposas dos presidentes brasileiros se envolverem em programas
sociais e ações beneficentes, tudo feito de forma voluntária. Até
porque não há salário previsto para os cônjuges dos chefes do
Executivo.
Michelle Bolsonaro, por exemplo, atuou na inclusão social de
pessoas com deficiência. Sua antecessora, Marcela Temer, foi
embaixadora do programa Criança Feliz, voltado à primeira infância
(até os 6 anos de idade).
No Brasil, esse costume vem de 1942. Foi quando Darcy Vargas
(esposa de Getúlio) criou a Legião Brasileira de Assistência (LBA).
A instituição visava ajudar as famílias dos soldados brasileiros
enviados à Segunda Guerra Mundial, com recursos doados por
empresários. A implementação da LBA em cada estado da federação
ficou a cargo das primeiras-damas estaduais. Após o fim do conflito,
a associação passou a atender famílias necessitadas – mas manteve
a tradição de ser presidida pelas esposas dos governadores.
Essa imagem positiva de engajamento em boas causas foi maculada
em 1991, quando, sob direção de Rosane Collor, a LBA sofreu
denúncias de desvio de verba. A tal ponto que a Legião foi extinta
no primeiro dia de mandato de Fernando Henrique Cardoso, em
janeiro de 1995.
Disponível em https://www.instagram.com/p/CmrJAlPr0Dy/
Assinale a alternativa que apresenta um vocábulo de derivação
sufixal.
a) Presidente.
b) Antecessor.
c) Oficialmente.
d) Mandato.
Questão 32
Observe o uso do morfema des- no vocábulo grifado no trecho
abaixo.
“Afastem-se, influenciadores. Todos nós já vimos pessoas jovens e
fotogênicas promovendo moda, comida ou serviços para seus muitos
seguidores no TikTok e no Instagram. Mas agora chegou uma nova
geração de ‘desinfluenciadores’, dizendo que o materialismo e as
tendências superfaturadas não estão mais na moda.”
MUÑOZ-LEDO, Rocío. Esqueça os influenciadores digitais, vêm aí
os “desinfluenciadores”; entenda. CNN Brasil, 17 de junho de
2023. Disponível em:
https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/esquecaos-
influenciadores-digitais-vem-ai-os-desinfluenciadores-entenda/.
Acesso em: 17 jun. 2023
Agora, assinale a alternativa em que a partícula des- NÃO apresenta
um significado semelhante ao que foi veiculado pela palavra
destacada no excerto acima.
a) “Em um feriadão prolongado, como o de Carnaval, é bem comum
‘chutar o balde’ e se preocupar apenas com a curtição. Passada a
folia, o corpo começa a sentir os sinais dos descuidos.” (Metrópoles,
23/02/23)
b) “A desmontagem da passarela da RS-240, junto à BR- 116,
causará restrições pontuais no trânsito ao longo deste final de
semana.” (GZH, 24/03/23)
c) “Um novo estudo, apoiado por uma colaboração multidisciplinar
global, com cerca de 70 pesquisadores de 15 países, mostra que
o desequilíbrio energético da Terra continua a crescer.” (Meteored,
03/06/23)
d) “Jack Teixeira é o protagonista do maior escândalo de
espionagem nos Estados Unidos em décadas. Ele é descendente de
portugueses -- os avós deles eram da Ilha dos Açores, e parentes dele
já foram militares nos EUA.” (g1, 14/04/23)
e) “Yasmin Brunet, de 34 anos de idade, tem feito uma série
de desabafos em seu Twitter. Nesta segunda-feira (17), a modelo foi
enigmática e publicou ‘tem umas coisas que a gente descobre que
era melhor nem saber’.” (Quem, 17/04/23)
Questão 33
O processo de formação da palavra “Docussérie” é:
a) derivação prefixal.
b) derivação sufixal.
c) derivação parassintética.
d) composição por aglutinação.
e) composição por justaposição.
Questão 34
Dentre as palavras a seguir, aquela que é formada por meio de um
processo de composição por justaposição é:
a) "casulo".
b) "chuvisco".
c) "enlouquecimento".
d) "vitória-régia".
e) "aguardente".
Questão 35
Qual das palavras a seguir apresenta formação por derivação
parassintética?
a) Inadequação
100
b) Planalto
c) Século
d) Esverdear
e) Musculação
Questão 36
Considerando-se a variação de número dos artigos definidos e
indefinidos em concordância com o contexto, preencher as lacunas
da 2ª coluna de acordo com as palavras da 1ª e, após, assinalar a
alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
(1) Uma.
(2) Umas.
(3) A.
(4) As.
(_) ____ pacientes chegaram mais cedo à clínica, enquanto
outras chegaram bastante atrasadas.
(_) Ao menos _____ explicação para esse equívoco se faz
necessária.
(_) ____ encomendas chegaram atrasadas.
(_) ____ jovem foi à aula, tal como costumava fazer todas
as manhãs.
a) 1 - 2 - 3 - 4.
b) 3 - 2 - 1 - 1.
c) 2 - 3 - 2 - 3.
d) 2 - 1 - 3 - 2.
e) 2 - 1 - 4 - 3.
Questão 37
Em qual alternativa é possível verificar um artigo indefinido singular
feminino?
a) a
b) uns
c) umas
d) os
e) uma
Questão 38
Assinale a frase em que o artigo sublinhado mostra valor diferente
do de posse.
a) O lutador trazia o rosto ferido.
b) O policial estava com a farda rasgada.c) O monge estava absorto com as meditações.
d) O estudante não trouxe a mãe para a festa.
e) Na loja, a mulher viu os celulares na vitrine.
Questão 39
Os artigos definidos indicam uma realidade conhecida; a frase
abaixo em que o artigo sublinhado acompanha uma realidade que é
do conhecimento do leitor ou ouvinte, não por seu conhecimento de
mundo, mas por ter sido mencionado antes, é:
a) Alguns indígenas aproximaram-se da canoa, mas a um pedido do
comandante, os índios se afastaram;
b) O carro entrou no estacionamento do prédio com os faróis
acesos;
c) O dicionário tinha as páginas amareladas por ser antigo;
d) Quando os piratas esconderam o imenso tesouro na ilha, não
esperavam que a riqueza fosse atrair a atenção de outros navegantes;
e) Um baralho é um objeto interessante e as figuras nele inseridas
mostram valor histórico.
Questão 40
Entre as opções a seguir, assinale aquela em que o aumentativo
sublinhado perdeu o valor de aumentativo, designando uma outra
realidade.
a) O entregador tocou a campainha e esperou no portão.
b) O fazendeiro tinha um cachorrão para vigiar a plantação.
c) O panelão da feijoada já estava sobre o fogão.
d) O apartamento tinha um varandão na frente.
e) Na parte de trás, havia um terrenão para o plantio de frutas.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A C D C B D C D A A
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E D B B A D D D B B
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
C B D D A C B A A A
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
C D D D D E E E A A
101
MORFOLOGIA: AS 10 CLASSES
MORFOLÓGICAS
102
SUBSTANTIVO
103
SUBSTANTIVO
Leia o poema.
DE GRAMÁTICA E DE LINGUAGEM
E havia uma gramática que dizia assim: “Substantivo (concreto) é
tudo quanto indica Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta”. Eu
gosto é das cousas. As cousas, sim!... As pessoas atrapalham. Estão
em toda parte. Multiplicam-se em excesso. As cousas são quietas.
Bastam-se. Não se metem com ninguém. Uma pedra. Um armário.
Um ovo. (Ovo, nem sempre, Ovo pode estar choco: é inquietante...)
As cousas vivem metidas com as suas cousas. E não exigem nada.
Apenas que não as tirem do lugar onde estão. E João pode neste
mesmo instante vir bater à nossa porta. Para quê? não importa: João
vem! E há-de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão. Amigo ou
adverso... João só será definitivo Quando esticar a canela. Morre,
João... [...]
No poema, Mário Quintana desenvolve determinadas reflexões
sobre a linguagem gramatical. A partir de um conceito linguístico, o
poeta discorre sobre seus gostos e impressões sobre as pessoas.
a) Que argumentos do eu lírico justificam sua preferência pelas
coisas e não pelas pessoas?
b) Pode-se depreender do texto que o eu lírico é avesso à convivência
humana, em especial devido às reações imprevisíveis das pessoas.
Na sua opinião, o silêncio e a solidão são as melhores companhias?
Justifique.
c) No último verso, o poeta emprega uma expressão coloquial:
esticar a canela. Que efeito essa mudança de registro confere ao
verso? O que significa essa expressão?
d) Releia os três primeiros versos do poema. Observe que o autor se
baseou num conceito gramatical ao criar o texto. Seguindo a mesma
ideia, identifique, no poema, “tudo quanto indica pessoa, animal ou
cousa”.
e) Você verificou que o autor diferencia pessoas — que são
inquietantes —, de coisas — que são quietas. Mas as palavras que
denominam as pessoas, coisas e animais pertencem à mesma classe
gramatical. Observe no texto e explique para que servem essas
palavras. Justifique sua resposta com exemplos pessoais.
Há palavras que nomeiam os seres vivos ou animados (pessoas,
animais e plantas): Mário Quintana, peixe, violeta; e os seres
inanimados (coisas e objetos): pedra, caneta. Como você leu no
poema, essas palavras são chamadas substantivos e, numa definição
mais ampla que a do texto, pode-se dizer que:
Substantivos são palavras que dão nome aos seres (reais ou
imaginários), nos quais se incluem as pessoas, lugares e
instituições, bem como estados, qualidades, ações e noções
tomados como seres.
CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
Quanto a sua formação, os substantivos são classificados em simples
ou compostos e primitivos ou derivados.
Substantivos simples
Apresentam um só radical em sua estrutura. Exemplos: pão, trigo,
renda, anos, vida.
Substantivos compostos
São formados por mais de um radical em sua estrutura. Exemplos:
fruta- -pão, porta-voz, pé-de-moleque, pernilongo.
Substantivos primitivos
São aqueles que dão origem a outras palavras, ou seja, não provêm
de nenhum outro radical da língua. Exemplos: vida, jeito, pão, trigo,
fundo, forno.
Substantivos derivados
São formados de outros radicais da língua. Exemplos: solidariedade
(de solidário), padaria (de pão), comunidade (de comum),
liquidificador (de líquido), bateria (de bater), assadeira (de assar).
Os substantivos classificam-se, quanto àquilo a que fazem
referência, em comuns ou próprios, concretos ou abstratos e
coletivos.
Substantivos comuns
Referem-se, de uma maneira geral, a qualquer ser de uma mesma
espécie. Exemplos: pessoa, programa, fermento, empresário,
trabalho.
Substantivos próprios
Designam determinado ser (ou lugar) entre outros da mesma espécie,
de uma maneira individual ou particular. São escritos com letra
maiúscula. Exemplos: São Paulo, Fundo Social de Solidariedade,
Programa Padarias Artesanais, Mário Quintana, Brasil.
Substantivos concretos
Nomeiam seres com existência própria, ou seja, seres que não
dependem de outros para existir. Esses seres podem ser reais ou
imaginários, tais como criaturas fantásticas ou divindades.
Exemplos: liquidificador, pessoa, trigo, mula-sem-cabeça,
lobisomem, saci-pererê, Iemanjá.
Substantivos abstratos
Nomeiam ações, estados, qualidades e sentimentos que não têm
existência própria, isto é, só existem em função de outro ser.
Exemplos: solidariedade, ajuda, bondade, confiança, mágoa.
Substantivos coletivos
Referem-se a um conjunto de seres de uma mesma espécie, mesmo
quando empregados no singular, e representam um tipo de
substantivo comum. Exemplos: elenco (atores), multidão (pessoas),
acervo (obras artísticas), cinemateca (filmes), buquê (flores), corja
(malfeitores), fauna (animais de uma região), antologia (textos
selecionados), enxoval (roupas), molho (chaves), frota (navios,
aviões, veículos em geral).
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
Flexão de gênero
Em geral, a flexão de gênero em português é feita com a troca de -o
por -a, ou com o acréscimo da vogal -a, no final da palavra:
Consideram-se masculinos os substantivos aos quais é possível
antepor os artigos o ou um e as formas pronominais meu, teu, seu.
Exemplos:
São femininos os substantivos diante dos quais é possível empregar
os artigos a ou uma e as formas pronominais minha, tua, sua.
Exemplos:
Nem sempre a terminação -o ou -a indica o gênero masculino ou
feminino. Observe os exemplos:
104
Não se deve confundir o gênero da palavra com o sexo do ser, porque
todos os substantivos possuem gênero, quer se refiram a seres,
objetos ou coisas, como: o pai, o remédio (gênero masculino); a mãe,
a música (gênero feminino).
Substantivos biformes
Chamam-se biformes ou heterônimos os substantivos que
apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino
Substantivos uniformes
Os substantivos que apresentam uma única forma para os dois
gêneros são chamados uniformes.
Os substantivos uniformes classificam-se em epicenos,
sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
Epicenos
Designam animais e algumas plantas, e são invariáveis. Diferencia-
se o sexo pelo emprego da palavra machoou fêmea. Observe:
Também é possível concordar as palavras macho e fêmea em gênero
com o substantivo a que se referem: pulga macho ou pulga macha,
jacaré fêmea ou jacaré fêmeo.
Sobrecomuns
Referem-se a seres humanos; para determinar a variação de gênero,
usam-se as expressões do sexo masculino ou do sexo feminino.
Veja:
Comuns de dois gêneros
Admitem a mesma forma para o masculino e para o feminino. Para
diferenciar seu gênero, colocamos antes ou depois deles um artigo,
pronome adjetivo ou adjetivo. Exemplos:
Mudança de gênero e de significado
Há substantivos que mudam de sentido quando se troca o gênero.
São chamados de substantivos de gênero aparente. Veja estes
exemplos.
Além de mudar gênero e significado, alguns destes pares de palavras
homônimas também podem ter origem (raiz etimológica) diferente.
Exemplo: o lente vem do verbo ler, isto é, o lente é aquele que lê; a
lente vem de lens, lentilha em latim, isto é, a lente lembra uma
lentilha.
Substantivos de gênero vacilante
Certos substantivos oferecem dúvida quanto ao gênero. Veja qual é
a forma recomendada de alguns deles.
São masculinos:
São femininos:
São masculinos e femininos:
Flexão de número
Plural dos substantivos simples
Acrescenta-se -s:
a) aos substantivos terminados em vogal e ditongos crescentes ou
decrescentes. Exemplos:
b) aos substantivos terminados em -n. Exemplos:
Aos substantivos terminados em -r, -s ou -z , acrescenta-se -es.
Exemplos:
105
Atenção
• Alguns substantivos terminados em -r mudam sua sílaba tônica no
plural. Exemplos:
• Os substantivos terminados em -s só recebem -es se forem oxítonos
ou monossílabos tônicos. Exemplos:
• Se forem paroxítonos ou proparoxítonos, permanecem invariáveis.
Exemplos:
Nos substantivos terminados em -l, precedidos de -a, -e, -o ou -u,
substitui-se o -l por -is. Exemplos:
Atenção
Exceções: mal – males, cônsul – cônsules, real – réis (moeda antiga).
Nos substantivos oxítonos terminados em -il, troca-se o -l por -is:
fuzil – fuzis canil – canis barril – barris
Atenção
• Quando são paroxítonos, muda-se o -il para -eis:
* Existem também as formas réptil e projetil (oxítonas). Nesse caso
o plural é répteis e projetis.
Aos substantivos terminados em -ão, acrescenta-se -s. Exemplos:
Ou troca-se:
• -ão por -ães. Exemplos:
• -ão por ões. Exemplos:
Atenção
Alguns substantivos terminados em -ão apresentam mais de uma
forma no plural. Nesses casos, a forma terminada em -ões é a mais
usada. Exemplos:
Nos substantivos terminados em -zito e -zinho, pluraliza-se o
substantivo primitivo, elimina-se o -s e coloca-se o sufixo no plural.
Veja os exemplos:
Os substantivos terminados em -x são invariáveis. Exemplos:
o clímax – os clímax o tórax – os tórax a fênix – as fênix
Atenção
Exceções: o cálix ou cálice – os cálices, o códex ou códice – os
códices, o xerox – os xeroxes.
Nos substantivos terminados em -m, troca-se -m por -ns. Exemplos:
Atenção
• Há substantivos que se empregam apenas no plural. Exemplos:
• Os nomes de letras, de certos números ou nomes próprios de
pessoas flexionam-se normalmente. Exemplos:
• Há substantivos que mudam o timbre da vogal tônica no plural.
Esse fenômeno se chama metafonia. Podem apresentar o metafonia.
o tônico fechado no singular e do aberto no plural. Observe:
• Há substantivos cuja vogal o tônica se mantém fechada no singular
fechada e no plural. Exemplos:
• Existem substantivos que mudam de sentido quando usados no
plural. Exemplos:
Sua volta foi um bem para a família. (felicidade) Casaram-se com
separação de bens. (patrimônio) O operário recebeu a féria irrisória
do dia. (remuneração) Passar as férias no campo foi relaxante.
(período de descanso) O índio possui um forte sentimento de honra.
(dignidade) Seus amigos prestaram-lhe as honras na solenidade de
posse. (homenagens)
Plural dos substantivos compostos
Veja, a seguir, os processos de formação do plural dos substantivos
compostos, cujos elementos podem ou não vir ligados por hífen.
Se não houver hífen, os substantivos compostos flexionam-se como
um substantivo simples. Exemplos:
106
Pluralizam-se as partes dos substantivos compostos formadas por
palavras variáveis (substantivos, adjetivos e numerais ordinais), e
não se flexionam as partes formadas por palavras invariáveis
(verbos e advérbios) nem os radicais e prefixos que formam o
substantivo composto ligado por hífen. Exemplos:
Quando as palavras que compõem o substantivo composto vierem
ligadas por preposição (de, do, sem, etc.), pluraliza-se somente a
primeira palavra. Exemplos:
pães-de-ló águas-de-colônia pores-do-sol mulas-sem-cabeça
Quando o substantivo composto for formado por palavras repetidas
ou por onomatopeias, pluraliza-se somente a segunda palavra.
Exemplos:
reco-recos tico-ticos pingue-pongues tique-taques bem-te-vis
lufa-lufas
Atenção
• Há substantivos compostos que já têm a segunda palavra no plural:
mestre-de-obras — mestres-de-obras saca-rolhas — saca-rolhas
• Nos substantivos compostos de sentidos contrários, nenhuma
palavra se flexiona:
• Certos substantivos compostos apresentam mais de uma forma no
plural:
• As formas apocopadas grão, grã e bel não são flexionadas:
• Há substantivos compostos que não variam no plural:
• Flexiona-se só o primeiro elemento do substantivo composto, mas
admite-se pluralizar ambos, quando o segundo expressa semelhança,
finalidade ou limita o primeiro. Nesse caso, o substantivo composto
é formado por dois substantivos:
Flexão de grau
No exemplo, você pôde perceber que, além da flexão de gênero e de
número, os substantivos podem ser flexionados quanto ao grau,
expressando aumento ou diminuição.
A ideia de aumento ou de diminuição pode ser expressa de uma
forma sintética ou de uma forma analítica.
Para a forma sintética basta acrescentar um sufixo aumentativo ou
diminutivo ao substantivo. Exemplos:
Para a forma analítica, emprega-se uma palavra (adjetivo) que dá a
ideia de aumento ou de diminuição, junto ao substantivo. Exemplos:
Atenção
• Em geral, faz-se o aumentativo sintético aumentativo sintético c
aumentativo sintético om os sufixos -ão ou -zão. Exemplos: dentão,
pezão, etc.; e o diminutivo sintético, com os sufi- diminutivo
sintético xos -inho ou -zinho. Exemplos: dentinho, pezinho, etc.
Entretanto, há outros sufixos usados na formação do aumentativo e
do diminutivo. Exemplos: vagalhão, copázio, balaço, cabeçorra,
canzarrão, corpanzil, festança, etc. (aumentativos); ruela, vilarejo,
burrico, rapazola, velhote, farolete, riacho, etc. (diminutivos).
• Certos sufixos indicativos de aumentativo ou diminutivo
expressam, às vezes, um sentido depreciativo ou pejorativo, de
grosseria ou de zombaria. Exemplos: beiçorra, orelhudo, mulherona,
poetastro, jornaleco, livreto, gentinha, etc.
• Há alguns sufixos indicativos de diminutivo que podem acrescentar
ao substantivo uma ideia de carinho, de ternura. Exemplos: filhinho,
docinho, coraçãozinho, etc.
• Há substantivos que perderam o sentido gradativo de aumento ou
de diminuição. Exemplos: cartão, portão, papelão, folhinha
(calendário), etc.
107
CADERNO DE QUESTÕES –SUBSTÂNTIVO
Questão 1
Entre as opções a seguir, assinale aquela em que o aumentativo
sublinhado perdeu o valor de aumentativo, designando uma outra
realidade.
a) O entregador tocou a campainha e esperou no portão.
b) O fazendeiro tinha um cachorrão para vigiar a plantação.
c) O panelão da feijoada já estava sobre o fogão.
d) O apartamento tinha um varandão na frente.
e) Na parte de trás, havia um terrenão para o plantio de frutas.
Questão 2
Assinale a opção que exemplifica a seguintemudança de classe nas
palavras: substantivos comuns que passaram a substantivos próprios
e substantivos próprios que passaram a comuns.
a) Campina Grande / celular.
b) Fortaleza / felicidade.
c) Pouso Alegre / santo.
d) Três Corações / champanha.
e) Recife / canário.
Questão 3
Ao se referir ao irmão no aumentativo, “irmãozão”, a menina
demonstra
a) independência, sugerindo que pode dispensar a ajuda dele.
b) apreço, revelando seu reconhecimento por ele tê-la ajudado.
c) desagrado, tendo em vista que ele nem sempre se dispõe a
colaborar.
d) rivalidade, pelo fato de ele ser mais velho do que ela.
e) despeito, constatando que o irmão se mostra mais sábio do que
ela.
Questão 4
Assinale a alternativa em que há um substantivo cuja mudança de
gênero NÃO altera o seu significado.
a) cisma – capital.
b) águia – rádio.
c) grama – cura.
d) cabeça – moral.
e) agente – praça.
Questão 5
Com relação aos substantivos coletivos, analise os itens a seguir e,
ao final, assinale a alternativa correta:
I – bactérias /colônia.
II – burros /burricada.
III – cães / cáfila.
a) Apenas o item I é verdadeiro.
b) Apenas o item II é verdadeiro.
c) Apenas o item III é verdadeiro.
d) Apenas os itens I e II são verdadeiros.
e) Todos os itens são verdadeiros.
Questão 6
Em qual alternativa o plural está CORRETO?
a) Irmões.
b) Pãos.
c) Girassoles.
d) Olhares.
Questão 7
Em qual das alternativas abaixo há um substantivo?
a) Embelezar.
b) Bonita.
c) Flor.
d) Graciosa.
Questão 8
Sobre as formas plurais dos substantivos, analisar os itens abaixo:
I. Ônibus
II. Pés
III. Cidadões
IV. Gentis
Estão CORRETOS:
a) Somente os itens I, II e IV.
b) Somente os itens II e III.
c) Somente os itens I, III e IV.
d) Somente os itens I e II.
Questão 9
Considerando o uso do hífen nos substantivos compostos, analise as
seguintes sentenças:
I. A educação é a mola-mestra do desenvolvimento.
II. A editora-chefe solicitou um parecer ao juiz.
III. O ofício-padrão foi encaminhado ao Ministério.
IV. O bem-estar é desejável por todos.
A sentença que contém a forma INCORRETA do uso do hífen nos
substantivos compostos é:
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
Questão 10
A respeito dos graus aumentativo e diminutivo, numerar a 2ª coluna
de acordo com a 1ª e, após, assinalar a alternativa que apresenta a
sequência CORRETA:
(1) Grau aumentativo.
(2) Grau diminutivo.
( ) Homenzarrão.
( ) Bocarra.
( ) Livreco.
( ) Ilhota.
a) 1 - 1 - 2 - 2.
b) 1 - 2 - 1 - 1.
c) 2 - 1 - 1 - 2.
d) 2 - 2 - 1 - 1.
Questão 11
No que diz respeito aos substantivos coletivos, assinale a
alternativa incorreta:
a) tecidos / fardo.
b) quadriênio / quarenta anos.
c) poemas narrativos / romanceiro.
d) ônibus / frota.
e) munições / arsenal.
Questão 12
Assinale a alternativa em que o substantivo é feminino.
a) herpes
b) profeta
c) mascote
d) telegrama
e) champanha
108
Questão 13
Quanto ao gênero dos substantivos, assinale a alternativa em que
todos pertencem ao mesmo grupo.
a) capivara - criatura - girafa - formiga (epicenos)
b) sultana - sacerdotisa - baronesa - condessa (biformes)
c) vítima - pessoa - testemunha - imigrante (sobrecomuns)
d) indivíduo - jovem - estudante - cônjuge (comuns de dois
gêneros)
Questão 14
O feminino de "pagão" ocorre da mesma forma que o feminino de:
a) Charlatão.
b) Solteirão
c) Barão.
d) Leão.
e) Patrão.
Questão 15
Em relação ao aumentativo, assinalar a alternativa CORRETA:
a) Casebre.
b) Fogaréu.
c) Mureta.
d) Vozita.
Questão 16
Marque a alternativa em que não há uma correta correspondência
entre a palavra masculina e seu respectivo feminino:
a) pavão e pavoa
b) marajá e marani
c) cavalheiro e amazona
d) tabelião e tabelioa
e) papa e papisa
Questão 17
Plural de ANCIÃO é:
a) Anciãos
b) Anciões
c) Anciães
d) Todas as alternativas acima
Questão 18
Nas frases abaixo há dois substantivos sublinhados; aquela frase em
que o segundo desses substantivos é adequado ao coletivo
anteriormente sublinhado, é:
a) Quando um batalhão se separa, os foliões ficam afastados uns
dos outros;
b) Quando um cardume cai na rede, os peixes se debatem durante
algum tempo;
c) Quando um enxame se assusta, as hienas podem tornar-se
agressivas;
d) Quando uma biblioteca se incendeia, as estantes perdidas são
irrecuperáveis;
e) Quando chega uma junta, seus engenheiros são bem recebidos.
Questão 19
Entre os cinco pares de vocábulos a seguir, assinale aquele que
mostra uma forma aumentativa do substantivo indicado, sem
possibilidade de a forma aumentativa indicar uma realidade
diferente.
a) papel / papelão.
b) caixa/ caixão.
c) orelha / orelhão.
d) pescoço / pescoção.
e) barriga / barrigão.
Questão 20
Como é formado o aumentativo analítico dos substantivos?
a) Por meio de prefixos que sugerem grandeza, como, por exemplo,
“super” na palavra “supersimpática”.
b) Com a repetição do termo para realçar sua intensidade, como, por
exemplo, na frase “ela era linda, linda”.
c) Com o acréscimo de um sufixo “íssimo”, por exemplo, como se
nota na palavra “inteligentíssimo”.
d) Com a inclusão de um sufixo indicativo de aumento, como ocorre
na palavra “calhamaço”.
e) Com o uso do adjetivo “grande”, ou de outros de mesmo sentido,
como, por exemplo, em “pedra enorme”.
Questão 21
A questão desta prova é elaborada a partir de pequenos textos e
pretendem avaliar sua capacidade em interpretar e compreender
textos, assim como em redigir de forma correta e adequada.
Muitas vezes, na escrita, substantivamos algumas palavras; assinale
a frase a seguir em que não ocorre nenhuma substantivação.
a) Há nas mudanças certo alívio, ainda que seja para pior.
b) Há apenas um dever: o de sermos felizes.
c) A felicidade é um agora sem nenhuma pressa.
d) Felicidade é um como, não um quê.
e) O confiar nos outros tem seus riscos.
Questão 22
Leia as frases a seguir.
1. O Ministério Público realiza por ano inúmeros acórdãos.
2. Os cirurgiões garantiram que nada mais havia a fazer.
3. Todos temos certamente guardiãos a nos proteger.
4. Os documentos foram cedidos graças à intervenção dos tabeliães.
Os substantivos grifados estão corretamente pluralizados nas frases
a) 1, 2 e 4, apenas.
b) 2, 3 e 4, apenas.
c) 1, 2 e 3, apenas.
d) 1 e 4, apenas.
e) 2 e 3, apenas.
Questão 23
Na oração "Ele não vai emprestar o computador ao Paulo", a função
morfológica do núcleo do objeto indireto é
a) preposição.
b) substantivo.
c) verbo.
d) pronome.
e) advérbio.
Questão 24
Em relação à flexão nominal, analisar os itens abaixo:
I. “Abaixo-assinados” é o plural de “abaixo-assinado”.
II. O plural de “grã-cruz” é “grã-cruzes”.
III. “Cavalos-vapores” é o plural de “cavalo-vapor”.
Está(ão) CORRETO(S):
a) Somente o item I.
b) Somente o item II.
c) Somente o item III.
d) Somente os itens I e II.
e) Todos os itens.
Questão 25
Considerando-se a flexão de gênero, analisar os itens abaixo:
I. O feminino de “estudante” é “aprendiz”.
II. O feminino de “cão” é “cadela”.
III. O feminino de “visconde” é “duquesa”.
Está(ão) CORRETO(S):
a) Somente o item I.
b) Somente o item II.
c) Somente os itens I e III.
d) Somente os itens II e III.
e) Todos os itens.
Questão 26
Assinale a frase a seguir que é construída sem qualquer palavra
substantivada.
a) Os deuses certamente não revelaram tudo aos mortais desde o
princípio, mas, procurando, os homens encontram pouco a pouco o
melhor.
109
b) A ciência consiste em substituir o saber que parecia seguro por
uma teoria, ou seja, por algo problemático.
c) São todos descobridores ruins, que pensam que não há terra
quando conseguem ver apenas o mar.
d) A descoberta consiste em ver o que todos viram e em pensar o
que ninguém pensou.
e) O provar os frutos da árvore da ciênciafoi proibido por Deus.
Questão 27
Em relação à flexão de grau dos substantivos, assinalar a alternativa
cuja palavra está no diminutivo:
a) Colheraça.
b) Luzerna.
c) Glóbulo.
d) Copázio.
e) Orelhona.
Questão 28
Em relação à flexão das palavras, marcar C para as afirmativas
Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que
apresenta a sequência CORRETA:
(---) O plural de “fácil” é “fácils”.
(---) “Feijão” é o singular de “feijões”.
(---) O plural de “cão” é “cães”.
a) C - C - E.
b) E - C - E.
c) E - E - C.
d) C - E - E.
e) E - C - C.
Questão 29
Quanto à flexão de gênero, assinalar a alternativa INCORRETA:
a) Sacerdote - sacerdotisa.
b) Conde - conda.
c) Diácono - diaconisa.
d) Poeta - poetisa.
Questão 30
Em relação à flexão de número, analisar os itens abaixo:
I. O plural da palavra “pagão” é “pagãos”.
II. A palavra “guardião” flexiona-se de duas formas diferentes para
formar o plural: “guardiães” e “guardiões”.
a) Os itens I e II estão corretos.
b) Somente o item I está correto.
c) Somente o item II está correto.
d) Os itens I e II estão incorretos.
Questão 31
“E da minha fidelidade não se deveria duvidar; pois, tendo-a sempre
observado, não devo aprender a rompê-la agora; e quem foi fiel e
bom por quarenta e três anos, como eu, não deve poder mudar de
natureza: da minha fidelidade e da minha bondade é testemunha a
minha pobreza.”
Nesse pensamento, o autor utiliza os adjetivos “fiel e bom” e, em
seguida, os substantivos correspondentes “fidelidade” e “bondade”.
A opção abaixo em que os dois adjetivos citados mostram
substantivos adequados é:
a) sensato e esperto / sensatez e espertez;
b) claro e escuro / clareza e escureza;
c) alto e gordo / altura e magrura;
d) fundo e profundo / fundeza e profundeza;
e) liso e áspero / lisibilidade e asperidade.
Questão 32
“Todas as atividades do espírito cessariam se os jovens ficassem, um
dia, contentes com o que existe.”
Muitas palavras desse pensamento estão no plural. Assinale a opção
que apresenta a forma errada de plural.
a) coração / corações.
b) cidadão / cidadões.
c) situação / situações.
d) vulcão / vulcões.
e) publicação / publicações.
Questão 33
A frase: “Cecília estava ansiosa para conhecer a pinacoteca”,
apresenta o coletivo de:
a) Perfumes.
b) Carros.
c) Quadros.
d) Vinhos.
e) Queijos.
Questão 34
Quanto ao gênero, assinale a alternativa em que não há substantivo
sobrecomum.
a) Sandy foi um ídolo adolescente dos anos 90.
b) O pianista foi fortemente aplaudido pela plateia.
c) O mundo das celebridades atrai a muitos pelo glamour.
d) A pessoa que conhece o bom caminho dificilmente trilhará fora
dele.
Questão 35
Leia o trecho do texto, analise as palavras em destaque e responda
corretamente.
“Sempre pisa no tomate, só fala abobrinha, vive
arranjando pepino, mas na hora H se mostra um banana”.
Quanto ao gênero os termos são, respectivamente.
a) Masculino, feminino, masculino, substantivo de dois gêneros
b) Feminino, feminino, masculino, feminino
c) Substantivo de dois gêneros, feminino, masculino, feminino
d) Masculino, feminino, Substantivo de dois gêneros, masculino
e) Masculino, masculino, feminino, feminino
Questão 36
Assinale a alternativa em que a flexão de gênero e de número dos
substantivos em destaque está correta.
a) O oficial colheu o depoimento do aldeão.
A oficiala colheu os depoimentos dos aldeões.
b) O maestro compôs uma verdadeira obra-prima!
A maestrina compôs verdadeiras obra-primas!
c) Em suas viagens, o frei nunca esquecia o guarda-chuva.
Em suas viagens, a freira nunca esquecia os guardas- -chuvas.
d) Naquele poema, as angústias do poeta evidenciam-se no refrão.
Naquele poema, as angústias da poeta evidenciam-se nos refrãos.
Questão 37
Assinalar a alternativa que apresenta um substantivo concreto:
a) Flor.
b) Produção.
c) Beleza.
d) Vingança.
Questão 38
Em relação à flexão de grau dos substantivos, marcar C para as
afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa
que apresenta a sequência CORRETA:
( ) O aumentativo de “floco” é “flóculo”.
( ) O diminutivo de “rio” é “riacho”.
a) C - C.
b) E - C.
c) C - E.
d) E - E.
Questão 39
Assinalar a alternativa que apresenta um substantivo concreto:
a) Flor.
b) Produção.
c) Beleza.
110
d) Vingança.
Questão 40
O substantivo feminino singular que aparece no texto da charge é
a) exame.
b) colesterol.
c) obesidade.
d) videogame.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
A D B E D D C A A A B
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
C B A B C D B E E A A
23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
B D B D C E B A B B C
34 35 36 37 38 39 40
B A A A B A C
111
ARTIGO E NUMERAL
112
ARTIGO E NUMERAL
ARTIGO
Leia a tira.
No texto, o padre faz o sermão com base num provérbio chinês:
Se queres matar a fome de alguém não lhe dês o peixe, ensina-o a
pescar.
a) Interprete o sentido do provérbio que deu origem ao texto dos
quadrinhos.
b) Explique o novo conteúdo transmitido pelo provérbio na tira.
c) Tente explicar a diferença existente entre o o e os um que
aparecem destacados na frase:
Como diz o ditado “Dê um peixe a um homem...”
Releia os quadrinhos e observe que o padre emprega a forma o
ditado porque se trata de um provérbio determinado. O sentido dos
substantivos peixe e homem, da primeira parte do provérbio, é
indeterminado, daí usarmos um, que se aplica a qualquer peixe e a
qualquer homem.
Agora explique a diferença de sentido entre as construções
destacadas:
... ele nunca mais entrará numa igreja.
Ele nunca mais entrará na igreja.
Artigos são palavras variáveis em gênero e número que
antecedem os substantivos, determinando-os de modo particular
ou de modo genérico.
Classificação e flexão dos artigos
Há dois tipos de artigos.
Artigos definidos
São aqueles que determinam ou definem o substantivo de modo
preciso, particular, ou porque se pode precisá-lo no contexto ou
porque se pressupõe um conhecimento prévio sobre ele. Flexionam-
se em gênero e número. São definidos os artigos o, a, os e as.
Exemplos:
O padre ofereceu o agasalho vermelho ao mendigo que estava à
beira do rio.
A enfermeira de plantão conduziu o paciente recém-operado à sala
de exames do terceiro andar.
Artigos indefinidos
São aqueles que determinam o substantivo de modo impreciso, vago.
Acompanham nomes aos quais não se havia feito referência anterior.
Flexionam-se em gênero e número. São indefinidos os artigos um,
uma, uns e umas. Exemplos:
Um país inteiro não pode ser derrotado por um mosquito.
O cachorro tinha umas pintas no focinho e uns calombos na cabeça.
Substantivação das palavras
Qualquer vocábulo, expressão ou frase pode sofrer substantivação.
Para isso, basta que se coloque um determinativo (artigo ou pronome
adjetivo) antes dela. Veja alguns exemplos de substantivação com o
artigo como determinativo:
NUMERAL
Leia o texto.
SUPERFAXINEIROS
Estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que em três
anos haverá sete vezes mais robôs domésticos. Serão quatro milhões
contra os 607 mil de 2003 — a maioria cortadores de grama e
aspiradores de pó. Brinquedos robóticos como o cão Aibo, da Sony,
já são quase 700 mil. Apesar dos humanoides que já cantam e até
dançam, ainda estamos longe da eficiente Rosie, do desenho
animado The Jetsons. Em 2007, a ONU diz que haverá 75 mil
serviçais eletrônicos, contra os 21 mil que hoje fazem segurança,
mexem em lixo tóxico e ordenham vacas. Estima-se que só no finalda década os robôs poderão cuidar de idosos e portadores de
deficiência.
a) De acordo com o texto, quais são os objetivos da criação de robôs
domésticos?
b) Releia a seguinte frase do texto:
... em três anos haverá sete vezes mais robôs domésticos.
Explique o que as palavras destacadas expressam.
c) Qual expressão da questão b indica aumento múltiplo da unidade?
Dê outro exemplo em uma frase.
d) Localize no texto outras expressões (palavras ou números) que
exerçam o mesmo papel, ou seja, indiquem quantidade. Identifique
o substantivo a que se referem ou que substituem.
Observe que nas expressões levantadas existem números
representados por palavras (três, sete, quatro milhões, mil) e por
algarismos (607, 2003, 700, 2007, 75, 21).
As palavras do texto que expressam quantidade são chamadas de
numerais.
O numeral que acompanha um substantivo recebe o nome de
numeral adjetivo. Exemplo: três anos. Quando substitui o
substantivo, chama-se numeral substantivo. Exemplo: Marina
recebeu o triplo do que pensava.
Numeral é a palavra que indica uma quantidade definida de
pessoas ou coisas, ou o lugar que elas ocupam numa série.
Classificação dos numerais
Os numerais podem ser cardinais, ordinais, multiplicativos ou
fracionários.
Cardinais
Indicam número ou quantidade. Exemplo:
Na volta da praia, passamos por quatro pedágios
Ordinais
Indicam ordem ou posição numa sequência. Exemplo: O jogador
brasileiro foi eleito o melhor artilheiro pela terceira vez.
Multiplicativos
Indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é
multiplicada. Exemplo:
A piscina nova é o dobro da outra.
Fracionários
Indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é dividida.
Exemplo:
O médico recomendou-lhe meia colher do cereal ao dia.
113
Há também numerais que designam um conjunto, mas referem-se a
um número exato de seres ou coisas. Alguns gramáticos
classificam essas palavras como numerais coletivos. Leia a seguir
uma lista de numerais coletivos:
Atenção
• Não se deve confundir o numeral cardinal um com o artigo
indefinido um. O numeral expressa quantidade, não tem plural e
varia somente em gênero (um, uma). O artigo expressa uma ideia
vaga, indefinida, e flexiona-se em gênero (um, uma) e em número
(uns, umas). A identificação é feita pelo contexto. Observe:
Havia um gerente em cada setor. (numeral)
(Havia apenas um gerente em cada setor.)
A manifestação foi interrompida por um policial. (artigo)
(Um policial qualquer interrompeu a manifestação.)
• Como vimos em Contextualização, não confunda algarismo com
numeral. De acordo com o Dicionário Houaiss, algarismo é um sinal
usado para a representação gráfica dos números, enquanto numeral
é uma classe de palavras.
114
Flexão dos numerais
Os numerais cardinais um, dois e os que representam centenas a
partir de duzentos variam em gênero; os numerais cardinais
terminados em -ão variam em número; os restantes são invariáveis.
Exemplos:
uma criança, duas garrafas, duzentas pessoas, seis milhões, dez
milhões, quatro trilhões.
Os numerais ordinais variam em gênero e em número. Exemplos:
Os dois times de minha cidade conseguiram as primeiras vitórias
no sétimo campeonato nacional entre clubes.
Algarismo Numerais
Arábicos Romanos Ordinais Multiplicativos Fracionários
1 I Primeiro - -
2 II Segundo Dobro, duplo, dúplice Meio ou metade
3 III Terceiro Triplo, tríplice Um terço
4 IV Quarto Quádruplo Um quarto
5 V Quinto Quíntuplo Um quinto
6 VI Sexto Sêxtuplo Um sétimo
7 VII Sétimo Sétuplo Um sétimo
8 VIII Oitavo Óctuplo Um oitavo
9 IX Nono Nônuplo Um nono
10 X Décimo Décuplo Um décimo
11 XI Décimo primeiro Undécuplo Um onze avos
12 XII Décimo segundo Duodécuplo Um doze avos
13 XIII Décimo terceiro - Um trezes avos
14 XIV Décimo quarto - Um catorze avos
15 XV Décimo quinto - Um quinze avos
16 XVI Décimo sexto - Um dezesseis avos
17 XVII Décimo sétimo - Um dezessete avos
18 XVIII Décimo oitavo - Um dezoito avos
19 XIX Décimo nono - Um dezenove avos
20 XX Vigésimo - Um vinte avos
30 XXL Trigésimo - Um trinta avos
40 XXX Quadragésimo - Um quarenta avos
50 XL Quinquagésimo - Um cinquenta avos
60 L Sexagésimo - Um sessenta avos
70 LX Septuagésimo - Um setenta avos
80 LXXX Octogésimo - Um oitenta avos
90 XC Nonagésimo - Um noventa avos
100 C Centésimo - Centésimo
200 CC Ducentésimo - Ducentésimo
300 CCC Trecentésimo - Trecentésimo
400 CD Quadringentésimo - Quadringentésimo
500 D Quingentésimo - Quingentésimo
600 DC Sexcentésimo - Sexcentésimo
700 DCC Septingentésimo - Septingentésimo
800 DCCC Octingentésimo - Octingentésimo
900 CM Nongentésimo - Nongentésimo
1.000 M Milésimo - Milésimo
10.000 �̅� Dez milésimos - Um dez mil avos
100.000 𝑐 ̅ Cem milésimos - Um cem mil avos
1.000.000 �̅� Milionésimo - Um Milionésimo
1.000.000.000 �̅̅� Bilionésimo - Um bilionésimo
115
A oitava nadadora da nossa equipe chegou em vigésimo terceiro
lugar.
Os numerais multiplicativos flexionam-se em gênero e em número
quando usados como adjetivo, e não se flexionam, quando
empregados como substantivos. Exemplos:
O carteador costuma fazer apostas duplas e triplas. (valor de
adjetivo)
Esta empresa produziu o triplo do ano anterior. (valor de
substantivo)
Os numerais fracionários variam em número, de acordo com os
cardinais que expressam a quantidade de frações. Exemplos:
Atenção
• O numeral fracionário meio concorda em gênero e número com o
substantivo ao qual se refere. Observe:
• A palavra meio permanece invariável quando é advérbio,
modificando adjetivos:
• Há numerais que podem se flexionar em grau quando se quer dar
ênfase a uma ideia. Veja os exemplos:
Emprego dos numerais
Na leitura dos algarismos romanos que vêm após substantivos que
indicam séculos, nomes de papas ou reis e partes de uma obra,
empregam-se numerais ordinais até décimo e, depois, numerais
cardinais. Exemplos:
Na Idade Média, no século IX (século nono), predominou o
Cristianismo na Europa.
Henrique VIII (Henrique oitavo), rei da Inglaterra, foi casado com
Ana Bolena.
No capítulo II (capítulo segundo), estudamos fonema e letra.
O volume XII (volume doze) desta coleção traz biografias de
pintores.
Atenção
• Se o algarismo vier antes do substantivo, é lido sempre como
numeral ordinal. Exemplos:
O V episódio (quinto episódio) do romance é surpreendente.
O XI capítulo (décimo primeiro capítulo) pareceu-me mais longo.
Na enumeração de leis, decretos, artigos, avisos, circulares, portarias
e outros textos oficiais com algarismos arábicos, eles são lidos como
numerais ordinais até o nono e como cardinais a partir de dez.
Exemplos: O governo baixou a portaria 8ª (portaria oitava).
Conforme o artigo 15 (artigo quinze) não houve infração.
Na enumeração de páginas, folhas, textos, casas, apartamentos e
similares com algarismos arábicos, eles são lidos como numerais
cardinais. Exemplos:
Releiam, na página 112 (cento e doze), o texto 6 (seis). O
apartamento 803 (oitocentos e três) foi alugado. Morava no quarto
9 (nove) da pensão.
Atenção
• Se o algarismo vier antes do substantivo, é lido como numeral
ordinal. Exemplo:
A 6ª (sexta) folha do jornal aborda um assunto polêmico.
Os numerais multiplicativos são pouco usados, com exceção de
dobro, triplo e duplo. As demais formas são substituídas pelo
cardinal acompanhado da palavra vezes. Exemplos:
nove vezes (nônuplo)
sete vezes (sétuplo)
Para indicar o primeiro dia de cada mês, emprega-se o ordinal
primeiro e não o cardinal um:
No dia primeiro de maio comemora-se o dia do trabalhador.
Consideram-se numerais as formas zero,ambos e ambas.
O botão zero foi acionado pelo astronauta.
Deixou ambos sem nenhuma saída.
Atenção
• Existe a forma enfática para ambos: deixou ambos os dois sem
nenhuma saída.
• As formas corretas dos numerais cardinais correspondentes aos
algarismos 50, 3 e 1 são cinquenta, três e um. Não existe a forma
cincoenta. As formas treis e hum são admitidas apenas no
preenchimento de cheques para evitar falsificações.
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CADERNO DE QUESTÕES – ARTIGO E NUMERAL
Questão 1
Os infográficos são representações visuais de informação. Eles
explicam, por meio de ilustrações, diagramas e números, entre
outros, fatos que o texto ou a foto não conseguem detalhar com a
mesma eficiência.
A esse respeito, leia o infográfico seguinte.
Questão 2
Em “Ele ocupou o 80º lugar no concurso.”, a leitura do numeral
ordinal em destaque é:
a) Oitavo.
b) Octingentésimo.
c) Octogésimo.
d) Octagésimo.
Questão 3
Assinale a alternativa que apresenta um numeral:
a) Eu estava triste, até que um certo alguém cruzou o meu caminho.
b) Uma boa educação é importante para formar o caráter do
indivíduo.
c) Foi um presente te encontrar!
d) Fui à livraria e comprei somente um livro, embora eu quisesse
comprar mais.
e) Hoje faz um lindo dia!
Questão 4
Assinale a alternativa na qual a frase não apresenta um número
ordinal.
a) Ele foi o primeiro da turma a acertar todas as questões.
b) Ana passou em décimo terceiro lugar no vestibular.
c) Felipe foi o segundo neto da família que nasceu no Brasil.
d) Paguei apenas um terço da dívida.
Questão 5
Leia atentamente e responda. “A Lua se formou há
aproximadamente 4.500.000.000 de anos”. Assinale a alternativa
que apresenta a escrita do numeral acima.
a) Quatro mil e quinhentos.
b) Quarenta e cinco mil.
c) Quatrocentos e cinquenta.
d) Quatro bilhões e quinhentos milhões.
Questão 6
Sobre o emprego dos numerais, assinale a alternativa verdadeira.
I- O numeral cardinal indica quantidade, o numeral ordinal indica
ordem, posição.
II- O numeral posicionado depois do substantivo até X – lê-se como
cardinal, acima de X – lê-se como ordinal.
III- Na leitura e na escrita {por extenso} dos cardinais, usa-se “e”
entre as centenas e as dezenas e também entre as dezenas e as
unidades.
a) O item I é incorreto.
b) O item II é incorreto.
c) O item III é incorreto.
d) Os itens I e II são incorretos.
e) Os itens I e III são incorretos.
Questão 7
Das frases, abaixo, apresentadas, há presença de numeral em:
a) Comi apenas um biscoito.
b) Em um tempo como este, é muito bom sair.
c) Falei umas verdades para ela.
d) Enquanto uns riem, outros choram.
e) Preciso consultar um astrólogo.
Questão 8
Assinale a alternativa que apresente um numeral ordinal.
a) Levou meia dúzia de meia.
b) Pensou em mil coisas, mas nada disse.
c) Ficou em oitavo lugar na competição.
d) Temos somente essa mesa disponível para duas pessoas.
Questão 9
A forma ordinal do numeral "quatro mil novecentos e setenta e
quatro" é:
a) quarto milésimo nongentésimo septuagésimo quarto.
b) quarto milésimo nonagésimo septuagésimo quarto.
c) quarto milésimo nono centésimo septuagésimo quarto.
d) quadrilésimo nongentésimo septuagésimo quarto.
e) quadrilésimo nonagésimo septuagésimo quarto.
Questão 10
Leia o texto abaixo para responder a questão.
Ontem de noite, vivenciando uma potente imersão no pujante polo
de produção intelectual chamado caixinha do chaveiro, me dei conta
de uma questão linguística pouco discutida: número só muda o
gênero até o dois. Um, uma, dois, duas. Três, tresa? Quatro, quatra?
Cinca? Seisa? Seta? Oita? Nova? Nada.
Por alguma razão para além dos estreitos limites da minha têmpera
intelectual, uma laranja e um limão merecem ser tratados no
feminino e no masculino. Mas se trouxerem pra roda família e
amigos, possivelmente terão de se contentar com o genérico
masculino. Por que será que o povo, este “inventa línguas”, acha
importante tratar duas rebimbocas da parafuseta como moças e vinte
e sete na indefinição?
Tá, é verdade. Num país em que falta comida, justiça, caráter e tantos
outros itens de primeira necessidade, a escassez mais grave
certamente não é a de palavras. Mas é aquele negócio: mesmo numa
guerra, tendo um tempinho, convém escovar os dentes. De modo que
seguirei aqui tentando adubar a nossa querida flor do Lácio.
Pela leitura do primeiro parágrafo, é correto afirmar que os
numerais
a) precisam romper com determinados dogmas que, quase sempre,
são utilizados como instrumento de preconceito.
b) expressam grande pobreza linguística, haja vista a limitação de
gênero dos primeiros algarismos.
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c) dão um bom exemplo do quanto que as questões relacionadas a
gênero alcançam as mais diversas áreas.
d) demonstram o machismo patriarcal dos primeiros matemáticos
ocidentais.
Questão 11
Considerando-se a variação de número dos artigos definidos e
indefinidos em concordância com o contexto, preencher as lacunas
da 2ª coluna de acordo com as palavras da 1ª e, após, assinalar a
alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
(1) Uma.
(2) Umas.
(3) A.
(4) As.
(_) ____ pacientes chegaram mais cedo à clínica, enquanto outras
chegaram bastante atrasadas.
(_) Ao menos _____ explicação para esse equívoco se faz
necessária.
(_) ____ encomendas chegaram atrasadas.
(_) ____ jovem foi à aula, tal como costumava fazer todas as
manhãs.
a) 1 - 2 - 3 - 4.
b) 3 - 2 - 1 - 1.
c) 2 - 3 - 2 - 3.
d) 2 - 1 - 3 - 2.
e) 2 - 1 - 4 - 3.
Questão 12
Em qual alternativa é possível verificar um artigo indefinido singular
feminino?
a) a
b) uns
c) umas
d) os
e) uma
Questão 13
Assinale a frase em que o artigo sublinhado mostra valor diferente
do de posse.
a) O lutador trazia o rosto ferido.
b) O policial estava com a farda rasgada.
c) O monge estava absorto com as meditações.
d) O estudante não trouxe a mãe para a festa.
e) Na loja, a mulher viu os celulares na vitrine.
Questão 14
Os artigos definidos indicam uma realidade conhecida; a frase
abaixo em que o artigo sublinhado acompanha uma realidade que é
do conhecimento do leitor ou ouvinte, não por seu conhecimento de
mundo, mas por ter sido mencionado antes, é:
a) Alguns indígenas aproximaram-se da canoa, mas a um pedido do
comandante, os índios se afastaram;
b) O carro entrou no estacionamento do prédio com os faróis
acesos;
c) O dicionário tinha as páginas amareladas por ser antigo;
d) Quando os piratas esconderam o imenso tesouro na ilha, não
esperavam que a riqueza fosse atrair a atenção de outros navegantes;
e) Um baralho é um objeto interessante e as figuras nele inseridas
mostram valor histórico.
Questão 15
Leia os itens sobre artigo, veja se são (C) corretos ou (I) incorretos
e assinale a alternativa correta.
( ) “Certa vez, passando por uma praça, encontrei um menino
chorando. A praça estava deserta e o menino, sozinho, as mãos
e os cabelos sujos de terra”. As palavras destacadas são artigos.
( ) Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para dar
aos seres um sentido determinado, ou indeterminado. Indica, ao
mesmo tempo, o gênero e o número dos substantivos.
( ) Os artigos indefinidos se antepõem a substantivos que designam
seres definidos, determinados. São eles: um, uma, uns, umas.
( ) Os artigos definidos se antepõem a substantivos que designam
seres indefinidos, indeterminados. São eles: o, a, os, as.
( ) Os artigos podem unir-se às preposições a, de, em e por, formando
combinações e contrações antes de substantivos.
a) C – C – C – C – I.
b) C – I – I – C – C.
c) C – C – I – I – C.
d) I – C – I – C – C.
e) C – C – C – C – C.
Questão 16
No trecho “É assim que boa parte das pessoas passa o dia”, qual
palavra é um artigo?
a) É.
b) Boa.
c) Pessoas.
d) Passa.
e) O.
Questão 17