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INSTRUMENTAÇÃO 
BIOMÉDICA 
Bruna Gerardon Batista
Fases das análises 
clínicas laboratoriais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever as fases de análises clínico-laboratoriais e os procedimentos 
a elas associados.
 � Listar os principais erros pré-analíticos.
 � Enumerar os principais erros analíticos e pós-analíticos.
Introdução
A garantia da qualidade em um laboratório clínico está relacionada à ideia 
de assegurar que o produto final de suas atividades, ou seja, o resultado 
do exame liberado em laudo, seja confiável, já que servirá de base para 
o diagnóstico clínico do paciente, para o acompanhamento de alguma 
terapia que está sendo realizada ou para a prevenção de alguma doença. 
Para que essa qualidade esteja presente em todos laudos, é necessário 
conhecer cada fase relacionada com a análise de uma amostra bioló-
gica, de modo que possam ser detectados possíveis erros, conhecidos 
como não conformidades, que são a base para melhorias nos processos 
envolvendo todas as fases.
Neste capítulo, você vai conhecer as etapas envolvidas na realização 
de um exame laboratorial que são: pré-analítica, analítica e pós-analítica.
Neste capítulo, você vai estudar as fases envolvidas na realização de 
um exame laboratorial e os procedimentos de cada uma delas. Também 
vai ver os principais erros que podem ocorrer em cada fase.
Análises clínico-laboratoriais: 
fases e procedimentos
O Ministério da Saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA), classifica o processo de análises clínicas em três fases — pré-
-analítica, analítica e pós-analítica —, que são divididas conforme a ordem 
de realização de um exame. Sendo assim, a prática laboratorial é o conjunto 
de exames e testes realizados a pedido do médico visando a um diagnós-
tico, uma confirmação de uma patologia ou um check-up (exames de rotina). 
É importante, na rotina de um laboratório, que sejam adotados métodos pa-
dronizados e validados, para que tenhamos resultados confiáveis ao finalizar 
um laudo. Desde o cadastro do exame solicitado até a liberação do laudo, é 
de extrema importância que os profissionais sigam as padronizações de todos 
os processos por eles realizados, compreendendo a importância de cada fase. 
Fase pré-analítica
A fase pré-analítica é caracterizada como a fase pré-teste e está relacionada 
com (COSTA; MORELI, 2012):
 � solicitação/requisição do exame;
 � orientação;
 � preparação e identificação do paciente;
 � coleta da amostra biológica;
 � utilização de sequência apropriada de tubos de acondicionamento da 
amostra;
 � identificação de tubos do paciente;
 � triagem;
 � acondicionamento e transporte da amostra até o processamento do 
material para a análise. 
Essa fase vem ganhando bastante importância, já que, atualmente, é a fase 
em que se concentra a maior parte dos erros laboratoriais. É na fase pré-analítica 
que são disponibilizadas para o paciente as instruções escritas e verbais, com 
uma linguagem acessível para que as orientações sobre o preparo e a coleta 
de amostras possam ser completamente compreendidas. 
Fases das análises clínicas laboratoriais2
Os processos padronizados nessa fase incluem: 
 � solicitação de documento de identificação com foto do paciente para 
o seu cadastro; 
 � a aplicação de critérios de rejeição de amostras (hemólise ou coágulo 
observados no tubo de sangue, tubo com vazamento de amostra, amostra 
sem identificação, amostra de fezes contendo urina, amostras enviadas 
em swab sem recipiente de transporte adequado, entre outras); 
 � inclusão de informações com relação às restrições; 
 � preenchimento completo do cadastro do paciente (nome, sexo, idade, 
telefone, médico solicitante, data e hora do atendimento, horário da 
coleta, exames solicitados e informações adicionais, quando necessá-
rio — por exemplo, uso de medicamento, ciclo menstrual, indicação/
observação clínica);
 � indicação de data prevista para a entrega do laudo.
A identificação de uma amostra deve ser feita no momento da coleta, sem-
pre com a informação adicional sobre quem foi o profissional que a realizou. 
Fase analítica
A fase analítica se refere à etapa de execução do exame. Ela envolve a verifi-
cação de instrumentos e equipamentos, reagentes e suas condições; sistemas 
de informática com dados de interface; e critérios de verificação dos resultados 
(valores de referência, unidade de medição, limitações técnicas, observações 
pertinentes). Essa fase é bastante beneficiada pelo processo de automação 
laboratorial, tendo em vista a grande quantidade de equipamentos para dosagens 
bioquímicas/hematológicas/imunológicas, por exemplo, que estão disponíveis 
e já são realidade de laboratórios de pequeno, médio e grande porte. 
A presença de automação em vários setores de um laboratório torna possível 
um controle de qualidade mais detalhado, fornecendo resultados mais precisos 
e exatos, além de minimizar a chance de erros de pipetagem de reagentes, 
por exemplo, pois o procedimento manual pode variar de profissional para 
profissional e ocasionar e um erro analítico. Atualmente, essa fase é a que 
menos apresenta erros relacionados à sua execução.
3Fases das análises clínicas laboratoriais
Fase pós-analítica
A última fase, a pós-analítica, engloba os processos de liberação do laudo e 
as ações posteriores a ele. Ela tem início após a obtenção de resultados válidos 
das análises para a interpretação do solicitante. 
O laudo emitido deve ser legível, sem rasuras, escrito em língua portuguesa, 
datado e assinado por um profissional de nível superior, legalmente habilitado. 
Esse laudo deve ainda conter:
 � identificação do laboratório, com endereço e telefone; 
 � identificação do profissional que liberou o exame, com o respectivo 
registro profissional no conselho da classe; 
 � nome e registro de identificação do paciente, com a data da coleta e a 
emissão do laudo; 
 � nome do exame, com o tipo de amostra e método utilizado na sua 
realização; 
 � valor do resultado, com o respectivo valor de referência e limitações 
da metodologia. 
Por fim, todos os dados brutos referentes ao laudo, como suas cópias, 
devem ser arquivados por um período de cinco anos.
Quando um exame tem o resultado medido em um laboratório de apoio, o respon-
sável pela liberação do laudo pode adicionar comentários de interpretação ao texto 
fornecido por esse laboratório, considerando o estado do paciente e o contexto global 
dos exames. Quando for aceita uma amostra analisada com restrição, essa informação 
também deve estar inserida no laudo, como, por exemplo, amostra hemolisada, 
ictérica ou lipêmica. Com relação os laudos de análises sorológicas utilizadas para 
o diagnóstico de HIV, esses devem estar de acordo com a Portaria do Ministério da 
Saúde n.º 59, de 28 de janeiro de 2003, suas atualizações ou outro instrumento legal 
que venha a substituí-la. 
Fases das análises clínicas laboratoriais4
Erros da fase pré-analítica
O erro de um diagnóstico é uma ameaça à vida de um paciente. Estima-se 
que 70% dos diagnósticos são feitos a partir de exames laboratoriais (GUI-
MARÃES et al., 2011), por isso, um erro ocorrido em um processo das fases 
de realização de um exame pode gerar graves consequências, especialmente 
quando o resultado do exame irá definir um diagnóstico.
A fase pré-analítica se inicia com a solicitação do exame, passando pela 
obtenção de informações relevantes do paciente, coleta, identificação, ar-
mazenamento, transporte, recebimento das amostras biológicas, critérios de 
aceitação e rejeição dessas amostras, sempre contando com um sistema de 
rastreabilidade eficiente dessas informações. Apesar da padronização dos 
processos no laboratório clínico, inclusive dos envolvidos na fase pré-teste, 
entre 68 e 93% dos erros laboratoriais encontrados estão relacionados com a 
falta de padronização e treinamento dos profissionais, e cerca de 40 a 70% se 
encontram na fase pré-analítica(SOUZA et al., 2017).
Na fase pré-analítica, há possibilidade de inúmeros erros que estão rela-
cionados aos seguintes procedimentos: 
 � Solicitação equivocada do médico: os principais erros são aqueles que 
ocorrem quando o médico busca por informações para o diagnóstico 
de uma doença e o exame que é solicitado não é específico para tal 
finalidade. Esses erros dependem da experiência do clínico frente às 
diferentes patologias e respectivos testes que irão ajudá-lo a eviden-
ciar um diagnóstico. Aliada a isso está a requisição escrita com letras 
ilegíveis por parte do médico, o que gera erros na hora da realização 
do cadastro na recepção do laboratório.
 � Obtenção de informações relevantes do paciente: os principais erros 
são aqueles que não incluem informações com relação ao tempo de 
jejum, prática de atividade física, uso de medicamentos, já que esses 
dados poderão influenciar e comprometer a exatidão dos resultados. 
As informações coletadas do paciente com relação ao tempo de jejum, 
por exemplo, são dependentes da veracidade, por parte do indivíduo, 
no momento que essas informações são solicitas; por isso, expor ao 
paciente o que pode ou não afetar o resultado do exame pode dimi-
nuir as chances de fornecimento de informações equivocadas. Um 
dos processos de maior impacto na ocorrência de erros pré-analíticos 
envolve as informações que são repassadas ao paciente no momento 
5Fases das análises clínicas laboratoriais
anterior à realização dos seus exames, isso porque, caso esse indivíduo 
não compreenda a importância do preparo para a coleta, ele não irá 
colaborar, fornecendo as informações solicitadas.
 � Coleta e identificação de amostras: nesse processo os principais erros 
são relacionados à distribuição do sangue coletado na ordem correta 
de tubos, visto que alterar essa ordem pode causar contaminações da 
amostra, que interferem no resultado final. Outro erro comum na coleta 
é com relação ao volume de sangue inserido em um tubo, que pode 
provocar, posteriormente, falta de homogeneização correta desses tubos 
contendo a amostra. Ainda, é na coleta que ocorrem os erros de troca 
de paciente — por exemplo, quando há na sala de espera dois pacientes 
com o mesmo nome, é sempre necessário chamar o paciente para a sala 
da coleta pelo nome completo, conferindo com documento contendo 
foto para identificação.
 � Transporte e armazenamento de amostras: um erro comum aqui rela-
tado é a falta de refrigeração de amostras que precisam dessa condição, 
oriunda de um transporte em maleta sem condições para tal finalidade.
Mais erros que também podem ocorrer nessa fase podem ser observados 
na Figura 1.
Figura 1. Principais erros da fase pré-analítica.
Fases das análises clínicas laboratoriais6
Por mais que exista padronização nessa fase, é difícil realizar o monitora-
mento dos erros para que estratégias de melhorias possam ser implementadas, 
porque muitos erros ocorrem fora do laboratório. A requisição, por exemplo, 
depende muito da escrita do médico e da coerência do exame solicitado com 
o resultado que ele pretende analisar, além de depender do próprio paciente e 
da forma como guarda a solicitação até entregá-la à recepção, para a realiza-
ção do cadastro. A forma como a requisição é guardada pode, muitas vezes, 
danificá-la e assim dificultar a visualização da escrita (RODRIGUES, 2016).
Na coleta, a padronização do processo pode ser facilitada com o treinamento 
dos profissionais, que devem receber, de forma contínua, informações sobre 
a importância da identificação prévia de um tubo com o nome do paciente, a 
influência da distribuição correta do sangue nos respectivos tubos, a causa da 
hemólise na coleta e o armazenamento adequado das amostras. 
Não menos importantes são os possíveis erros decorrentes do tempo de 
garroteamento, que não deve ter seu uso prolongado por mais de 1 minuto, pois 
acarreta concentração de analitos na amostra a ser coletada, podendo alterar 
os resultados, que não serão fidedignos à condição do paciente. Outras fontes 
de erro relacionam-se à ação de dar “tapinhas” na veia, um antigo hábito que 
os profissionais realizavam, acreditando que facilitaria o acúmulo de sangue 
no local e, consequentemente, a localização do vaso. Tal hábito pode gerar, 
por exemplo, alteração nas contagens plaquetárias. O toque ou sopro da área 
de coleta após a antissepsia também pode gerar erros, pois irá contaminar o 
local novamente, anulando o processo anterior.
A coleta sanguínea em via de acesso venoso próxima de cateter de infusão 
pode ocasionar resultados incorretos pela contaminação da amostra com os 
fluidos infundidos (diluindo a amostra a ser coletada). 
A coleta de sangue para o exame de hemocultura requer cuidados minu-
ciosos, visto que deve-se minimizar a interferência de contaminantes, que 
ocorrem caso a antissepsia não seja feita de forma adequada. Além disso, 
deve-se observar o volume adequado de sangue que será inserido no frasco 
(fator de extrema importância para que se possa recuperar um microrganismo). 
Atualmente, os comitês de normatização recomendam coletar em dois a três 
frascos (frasco aeróbio e anaeróbio), a partir de amostras coletadas de forma 
simultânea (sem intervalos de tempo), mas em punções de locais diferentes. 
Em pacientes adultos, recomenda-se a coleta de 8 a 10 mL de sangue venoso 
por frasco (deve-se conferir as recomendações específicas do fabricante). Em 
crianças, recomenda-se coletar duas amostras, cada uma contendo de 1 a 3 
mL de sangue. Em recém-nascidos (RNs), o volume de sangue coletado deve 
ser de 0,5 a 1 mL (não mais do que 1% do volume total de sangue da criança).
7Fases das análises clínicas laboratoriais
A coleta para exame de gasometria, que consiste na análise dos gases 
sanguíneos, também requer cuidados especiais. Essa coleta pode ser tanto de 
sangue venoso quanto arterial e deve ser realizada em condições ventilatórias 
estabilizadas por, aproximadamente, 30 minutos. Podem ser utilizadas seringas 
com heparina líquida com “baixa concentração” de sódio (não muito recomen-
dada, por resultar em redução de íons) ou seringas preparadas com heparina 
de lítio jateada na parede, com “balanceamento” de íons, comercialmente 
disponíveis, que têm por finalidade minimizar os efeitos da queda de íons 
na amostra. Os comitês internacionais de padronização têm recomendado o 
uso de seringas específicas para a coleta de gasometria e eletrólitos, a fim de 
reduzir erros causados pela diluição do sangue com o uso de heparina líquida 
e a inadequada determinação dos íons.
Para a padronização do transporte de amostras, principalmente quando 
são oriundas de um posto de coleta e levadas para uma área analítica externa 
(central técnica de processamento das amostras), deve ser observado o tempo 
máximo permitido para isso, além da temperatura que essa amostra deve ser 
conservada durante o transporte. Para o transporte, geralmente, utiliza-se 
uma maleta identificada, com controle de temperatura. Observe no Quadro 1 
alguns exemplos de critérios de armazenamento e transporte de amostras. 
Amostra Exame Armazenamento e transporte
Sangue 
total
Hemograma Temperatura ambiente por até 4 horas
Hemocultura Temperatura ambiente por até 2 horas
Gasometria Temperatura ambiente 
por até 30 minutos
Soro
Setor de bioquímica 
e imunologia
Temperatura ambiente por até 4 horas
Urina
Exame comum 
de urina
Temperatura ambiente por até 2 horas
Urina
Dimorfismo 
eritrocitário
Temperatura ambiente 
por até 30 minutos
Fezes
Exame 
parasitológico
Refrigeração quando a análise será 
realizada em tempo superior a 24 horas
Quadro 1. Armazenamento e transporte de amostras biológicas
(Continua)
Fases das análises clínicas laboratoriais8
Quadro 1. Armazenamento e transporte de amostras biológicas
Amostra Exame Armazenamento e transporte
Esperma
Espermograma O tempo entre a coleta e a análise 
não pode ultrapassar 30 minutos
Secreções Cultura Temperatura ambiente por até 2 horas
(Continuação)
Oserros podem ocorrer em qualquer uma das fases de realização de um exame. O não 
atendimento a uma variável, ou seja, o erro, é denominado de não conformidade. 
Quando ocorre a identificação de um erro é descrita uma não conformidade, sendo 
fundamental que o laboratório conheça e entenda as variáveis envolvidas para que 
possam ser adotadas medidas de ação corretivas e de prevenção, buscando a elimi-
nação e recorrência do erro (TEIXEIRA; CHICOTE; DANEZE, 2016).
Erros analíticos e pós-analíticos
A fase analítica é a fase de execução do exame. Nessa etapa ocorrem, apro-
ximadamente, 15% dos erros, sendo os mais comuns:
 � Falha na calibração e manutenção de equipamentos: todo equipa-
mento analítico, anteriormente ao seu processo de implementação dentro 
do laboratório de análises clínicas, passa por um processo de validação. 
Posterior a isso, para que se mantenham os resultados confiáveis obtidos 
na validação, é necessário um controle com relação à calibração desse 
equipamento, assim como a manutenção preventiva, para que se evitem 
erros de dosagens de analitos.
 � Variações de energia elétrica: por mais que a calibração e a manu-
tenção de equipamentos sejam realizadas de forma correta, pequenas 
variações que ocorrem no fornecimento de energia elétrica podem 
gerar erros aleatórios no processo de análise, visto que os equipamentos 
são dependentes de uma fonte elétrica estável, podendo interferir em 
9Fases das análises clínicas laboratoriais
parâmetros associados, como, por exemplo, a leitura espectrofotométrica 
de uma reação;
 � Água reagente fora das especificações técnicas: esses erros estão, 
frequentemente, relacionados com o armazenamento inadequado da 
água, podendo ser classificada como um interferente na realização 
do exame.
 � Erros na diluição de calibradores e controles: quando é necessária a 
diluição de calibradores ou controles, o analista clínico deve ter atenção 
e conhecer o solvente necessário para esse processo, assim como a 
quantidade ideal de solvente para a correta diluição.
 � Insumos mal acondicionados e/ou degradados: essa falha é observada, 
principalmente, quando há falta de refrigeração de insumos ou a não 
observância de seu prazo de validade.
 � Aspiração de bolhas de ar, microcoágulos ou fibrina: esse é um 
erro aleatório — aquele que, em uma série de medições repetidas nas 
mesmas condições, não é possível prever o resultado de uma nova 
medição com base nos valores obtidos anteriormente — oriundo da 
automação laboratorial. Está envolvido com os equipamentos utilizados 
para a realização do exame.
 � Interferentes: substâncias que estão presentes na amostra e que irão 
acarretar um resultado de valor não condizente com a real situação do 
paciente. A hemólise e a lipemia são exemplos.
 � Estabilidade prejudicada da amostra: toda amostra biológica, seja 
ela sangue total, seja soro, urina, entre outros, tem sua estabilidade 
individual, e os erros ocorrem pela não observação desse parâmetro 
no momento da análise.
 � Temperatura ambiente ou de reação inadequadas: a área técnica do 
laboratório clínico necessita de uma temperatura constante, adequada 
para o bom funcionamento dos equipamentos que ali operam, assim 
como para a manutenção da correta temperatura de reação. Caso essas 
condições sofram alterações, isso pode resultar em erros; por exemplo, 
se um exame que necessita de um período de incubação em determinada 
temperatura não for cumprido, o resultado será falho.
 � Erros em cálculos e em diluições da amostra: algumas vezes é ne-
cessário fazer um cálculo manualmente para a realização de diluições. 
Na maioria das vezes, o próprio equipamento automatizado já realiza 
essa diluição, porém, quando é necessária intervenção manual, o ana-
lista deve ter atenção redobrada, para minimizar a ocorrência de erros.
Fases das análises clínicas laboratoriais10
Uma ação para minimizar a ocorrência de erros nessa fase é realizar o 
controle interno de qualidade (uso de soros-controle e de calibradores), que 
deve anteceder às análises do dia, a fim de verificar se o que será dosado tem 
a garantia de precisão e exatidão. O controle deve verificar a calibração dos 
equipamentos e indicar o momento em que é necessário realizar ações corre-
tivas, quando surgir uma não conformidade. A automatização do laboratório 
clínico reduz a imprecisão de dosagens, assim como aumenta a confiabilidade 
das mesmas.
Após a coleta e a realização da análise dos dados começa a fase pós-
-analítica. Assim que o resultado final é extraído do sistema analítico, de 
forma manual ou informatizada, o laudo é confeccionado e interpretado pelo 
médico. Os erros nessa fase variam entre 19 a 47% e os mais comuns englobam:
 � Laudos incompletos: são aqueles em que faltam informações sobre o 
laboratório, sobre o exame (valor de referência e metodologia utilizada), 
sobre o paciente ou até mesmo falta descrição de informações relevantes 
da análise, como, por exemplo, observações com relação à análise em 
amostra inadequada.
 � Resultados ilegíveis: atualmente, com a automação no laboratório, 
esses erros são inaceitáveis. Na maioria das vezes, o laudo é digital, 
impresso, produzido e gerado por sistemas de informática, o que torna 
visível o resultado final e não depende da escrita do analista, facilitando 
a posterior compreensão da leitura.
 � Transcrição inadequada dos resultados: esse erro está bastante re-
lacionado com processos manuais, nos quais há a necessidade de que 
o analista escreva manualmente determinado resultado.
 � Falhas na impressão e/ou transmissão do laudo: em laboratórios com 
processo de liberação e impressão de laudo automatizado (interface-
amento), é necessário que o profissional verifique se o que está sendo 
impresso realmente confere com o exame do paciente, visto que podem 
ocorrer falhas no sistema.
 � Unidades erradas: refere-se ao uso incorreto de unidades de concen-
tração que sucedem o valor absoluto.
 � Erros nos valores de referência: por mais que haja uma padronização 
de laudos, ocasionalmente, podem ocorrer falhas ou até mesmo troca 
de valores de referência de determinado exame.
 � Interpretação equivocada dos resultados: esse erro está relacionado 
com o médico, que, após a observação dos resultados, toma as devidas 
providências com relação à saúde do paciente.
11Fases das análises clínicas laboratoriais
A padronização dos processos dessa fase envolve os cálculos das dosagens 
e a análise de consistência dos resultados pelo analista (verificar se o resultado 
obtido é compatível com a situação do paciente; caso seja possível, verificar o 
prontuário médico — situação bastante comum em laboratório hospitalar — 
ou os resultados anteriores do paciente), com a posterior liberação do laudo. 
Na sequência, ocorre o armazenamento da amostra do paciente pelo período 
necessário, assim como a transmissão e o arquivamento dos resultados pelo 
período de cinco anos, de maneira que seja possível realizar o seu rastreamento 
facilmente.
Vimos que a fase pré-analítica é a maior responsável pela 
ocorrência de erros laboratoriais e, por mais que haja pa-
dronizações dos processos com o auxílio da tecnologia, 
as não conformidades persistem. No link a seguir você 
encontra um estudo que discrimina esses erros e também 
traz recomendações para evitá-los.
https://qrgo.page.link/CnmPa
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada – RDC 
nº 302, de 13 de outubro de 2005. Dispõe sobre Regulamento Técnico para funcionamento 
de Laboratórios Clínicos. Brasília, DF, 2005. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/
documents/10181/2718376/RDC_302_2005_COMP.pdf/7038e853-afae-4729-948b-
ef6eb3931b19. Acesso em: 24 set. 2019.
COSTA, V. G.; MORELI, M. L. Principais parâmetros biológicos avaliados em erros na fase 
pré-analítica de laboratórios clínicos: revisão sistemática. Jornal Brasileiro de Patologia 
e Medicina Laboratorial, v. 48, n. 3, p. 163−168, 2012. Disponível em: http://www.scielo.
br/pdf/jbpml/v48n3/a03v48n3.pdf.Acesso em: 24 set. 2019.
GUIMARÃES, A. C. et al. O laboratório clínico e os erros pré-analíticos. Revista HCPA, v. 31, 
n. 1, p. 66−72, 2011. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/hcpa/article/view/13899/11507. 
Acesso em: 24 set. 2019.
Fases das análises clínicas laboratoriais12
RODRIGUES, P. H. S. Fase pré-analítica laboratorial: erros e recomendações. 2016. 
Monografia (Especialização em Análises Clínicas) – Universidade Federal do Pa-
raná, Curitiba, 2016. Disponível em: https://www.acervodigital.ufpr.br/bitstream/
handle/1884/51564/R%20-%20E%20-%20PEDRO%20HENRIQUE%20DA%20SILVA%20
RODRIGUES.pdf?sequence=1. Acesso em: 24 set. 2019.
SOUZA, D. S. et al. Os principais erros na fase pré-analítica em laboratório de análises 
clínicas. In: CONGRESSO NACIONAL DE CONHECIMENTO, 11., 2017, Porto Seguro. Anais 
eletrônicos... Disponível em: https://conaccones.com.br/2017/anais/anais/assets/uploads/
trabalhos/08042017_140859.pdf. Acesso em: 24 set. 2019.
TEIXEIRA, J. C. C.; CHICOTE, S. R. M.; DANEZE, E. R. Não conformidades identificadas 
durante as fases pré-analítica, analítica e pós-analítica de um laboratório público de 
análises clínicas. Nucleus, v. 13, n. 1, p. 251−260, 2016. Disponível em: http://nucleus.
feituverava.com.br/index.php/nucleus/article/view/1503/1982. Acesso em: 24 set. 2019.
13Fases das análises clínicas laboratoriais

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