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Educação Capítulo 1 Física 6 ENSINO FUNDAMENTAL - 6O ANO Lucas Vieira Coordenação editorial Multi Marcas Editoriais Ltda. Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE Tel.: (81) 3447.1178 CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37 Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis- são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação. 6o ano do Ensino Fundamental Lucas Vieira Editor Lécio Cordeiro Revisão de texto Departamento Editorial Capa e projeto gráfico Amanda Travassos, Christiana Pacis e Sophia Karla Diagramação Sophia Karla Ilustrações Rafael Silva Direção de arte Elto Koltz Educação Capítulo 1 Física O conteúdo deste livro está adequado à proposta da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017, do Ministério da Educação. JogoS: Aspectos gerais Vamos dialogar? 1Capítulo Olá! Neste capítulo, estudaremos alguns aspectos rela- cionados aos jogos. Provavelmente você já participou de al- guns deles com os seus amigos e parentes ou até mesmo sozi- nho. Mas você saberia explicar para alguém “o que é jogo”? De quais você já participou? Como são jogados? Quem os inven- tou e quando foram criados? Será que os seus pais e os seus avós também conhecem esses jogos? Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos- so diálogo neste capítulo. Vamos lá? Sa b in o P ar en te | Sh u tt er st o ck .c o m 6 Educação Física 6 o Ano Como podemos definir jogo? A primeira impressão que temos é a de que é algo simples de se explicar, con- corda? Então, realize uma pesquisa perguntando aos seus familiares e à sua comu- nidade escolar o que significa jogo. 1. Escreva no espaço abaixo as respostas que você encontrou. Resposta pessoal. Conceituar jogo realmente não é fácil, pois se trata de um fenômeno que pode ter muitos significados. Mas, apesar da sua complexidade, podemos concordar que o jogo é uma invenção do homem e faz parte da sua cultura corporal, que foi acumulada ao longo dos anos. A figura abaixo é uma reprodução da obra Jogos infantis, criada por Pieter Bruegel, importante pintor flamenco, em 1560, na Europa. O artista, que viveu durante o período do Renascimento, retrata nessa obra aproximadamente 250 pessoas, entre crianças e adultos, envolvidas em 84 jogos diferentes. AT IV ID AD E Jogos infantis, óleo sobre madeira, 118x161cm, de Pieter Bruegel, o Velho. A obra retrata, em miniatu- ras, atividades lúdicas comuns do período medieval. Atualmente é exibida no Museu Kunsthistorisches, em Viena, Áustria. G o o gl e A rt P ro je ct 7Educação Física6 o Ano Estudiosos do assunto afirmam que, nesse período do século XVI, não havia uma separação tão notável, como observamos hoje, entre os jogos dos adultos e os das crianças — ambos poderiam vivenciá-los. 2. Você conhece algum jogo que tanto os adultos quanto as crianças podem par- ticipar hoje em dia? Escreva o(s) nome(s) dele(s) abaixo. Resposta pessoal. 3. Observando a pintura Jogos infantis com bastante atenção, tente identificar os jogos que você conhece e escreva o nome de cada um deles a seguir. Resposta pessoal. 4. Como essa tela apresenta 84 jogos diferentes, talvez você não tenha notado alguns que são bem presentes no nosso país. Por isso, observe as figuras a seguir, que foram retiradas da pintura que você acabou de analisar, e verifique se reco- nhece o que cada uma delas representa. Ao fazer isso, preencha as lacunas abaixo com o nome do seu respectivo jogo. AT IV ID AD E b)a) c) pula-sela pião maria-cadeira G o o gl e A rt P ro je ct 8 Educação Física 6 o Ano Certamente você reconheceu vários jogos e percebeu que muitos deles exis- tem até hoje — apesar das centenas de anos que se passaram desde a pintura do quadro —, o que reafirma a tese de que o jogo é um elemento da cultura corporal da humanidade, construído pouco a pouco por homens e mulheres durante a história. Quais são as características de um jogo? Muitas vezes, quando estamos tentando elaborar um conceito para algo, des- crevemos as suas características, concorda? Então, pensando nos jogos enquanto um elemento cultural, quais seriam essas características? O que tem em comum boa parte dos jogos? É possível afirmar que a liberdade dos participantes, as regras e o prazer são aspectos que estão sempre presentes. Para que uma prática seja considerada como jogo, as pessoas precisam par- ticipar por livre e espontânea vontade, não por obrigação. O participante tem o direito de escolher jogar ou não, e isso é o que permite, inclusive, que as pessoas possam desistir de participar da atividade a qualquer momento. a) b) 5. Em qual das figuras a seguir você identifica essa característica? Espera-se que os alunos identifiquem a figura B. Quando um grupo decide jogar aquele velho futebol de rua por um perío- do de tempo, por exemplo, está vivenciando um jogo. Porém, seguramente, não podemos dizer o mesmo de uma situação em que atletas de futebol estão dispu- tando uma partida oficial por sua equipe, pois eles não dispõem dessa liberdade. Na verdade, estão cumprindo o seu contrato de trabalho. As regras, por sua vez, representam outro aspecto marcante nos jogos, pois todos eles as possuem, certo? AT IV ID AD E A . R IC A R D O | Sh u tt er st o ck .c o m m ik ke el l | S h u tt er st o ck .c o m 9Educação Física6 o Ano Mesmo com o passar dos anos, os jogos de tabuleiro, o dominó, o baralho, etc. ainda são muito presentes no dia a dia das pessoas. AT IV ID AD E AT IV ID AD E 6. Se você discorda, cite abaixo pelo menos dois jogos que não possuem regras. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que não há jogo sem regras. As regras têm uma presença tão forte nos jogos que, muitas vezes, somos ca- pazes de identificá-los apenas ouvindo-as ou lendo-as. Inclusive, o artista pernam- bucano Petrúcio Amorim, renomado compositor e intérprete da música nordes- tina, em uma das suas músicas (Tareco e mariola), canta que “o jogador conhece o jogo pela regra”. Será? Vamos verificar se esse dito popular se confirma? 7. Leia as regras abaixo e responda a que jogo cada uma se refere. a) Não se pode pisar na “casa” onde a pedrinha está; é preciso saltar (de um pé só) por cima delas, percorrendo todas as “casas”, até chegar ao “céu”. Amarelinha. Professor, dependendo do local em que os alunos vivem, é possível que conheçam esse jogo por outro nome. b) O objetivo do jogo é acertar, com a bola, todos os participantes da equipe ad- versária. Se a bola atingir um participante e, em seguida, tocar o chão, ele deverá pegar a bola e se dirigir para a “área do morto”. Queimado. Professor, dependendo do local em que os alunos vivem, é possível que conheçam esse jogo por outro nome. So lit ai re | Sh u tt er st o ck .c o m 10 Educação Física 6 o Ano AT IV ID AD E 8. A respeito das regras do futebol de rua, citado anteriormente, o escritor gaú- cho Luis Fernando Verissimo, um dos mais respeitados cronistas brasileiros, es- creveu um texto muito interessante. Leia-o com atenção. Futebol de rua Pelada é o futebol de campinho, de terreno baldio. Mas existe um tipo de fu- tebol ainda mais rudimentar do que a pelada. É o futebol de rua. Perto do futebol de rua qualquer pelada é luxo e qualquer terreno baldio é o Maracanã em jogo noturno. Se você é homem, brasileiro e criado em cidade, sabe do que eu estou falando. Futebol de rua é tão humilde que chama pelada de senhora. Não sei se alguém, algum dia, por farra ou nostalgia, botou num papel as regras do futebol de rua. Elas seriam mais ou menos assim: DA BOLA – A bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma bolade futebol serve. No desespero, usa-se qualquer coisa que role, como uma pedra, uma lata vazia ou a merendeira do seu irmão menor, que sairá correndo para se queixar em casa. No caso de se usar uma pedra, lata ou outro objeto con- tundente, recomenda-se jogar de sapatos. De preferência os novos, do colégio. Quem jogar descalço deve cuidar para chutar sempre com aquela unha do dedão que estava precisando ser aparada mesmo. Também é permitido o uso de frutas ou legumes em vez da bola, recomendando-se nestes casos a laranja, a maça, o chuchu e a pera. Desaconselha-se o uso de tomates, melancias e, claro, ovos. O abacaxi pode ser utilizado, mas aí ninguém quer ficar no golo. DAS GOLEIRAS – As goleiras podem ser feitas com, literalmente, o que estiver à mão. Tijolos, paralelepípedos, camisas emboladas, os livros da escola, a merendei- ra do seu irmão menor, e até o seu irmão menor, apesar dos seus protestos. Quando o jogo é importante, recomenda-se o uso de latas de lixo. Cheias, para aguentarem o impacto. A distância regulamentar entre uma goleira e outra dependerá de discus- são prévia entre os jogadores. Às vezes esta discussão demora tanto que quando a distância fica acertada está na hora de ir jantar. Lata de lixo virada é meio golo. DO CAMPO – O campo pode ser só até o fio da calçada, calçada e rua, calça- A primeira bola de fute- bol foi feita de couro cur- tido, e a câmara de ar era uma bexiga de boi. FO TO G R IN | Sh u tt er st o ck .c o m 11Educação Física6 o Ano da, rua e a calçada do outro lado e — nos clássicos — o quarteirão inteiro. O mais comum é jogar-se só no meio da rua. DA DURAÇÃO DO JOGO – Até a mãe chamar ou escurecer, o que vier pri- meiro. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia. DA FORMAÇÃO DOS TIMES – O número de jogadores em cada equipe varia, de um a 70 para cada lado. Algumas convenções devem ser respeitadas. Ruim vai para o golo. Perneta joga na ponta, à esquerda ou à direita dependendo da perna que faltar. De óculos é meia-armador, para evitar os choques. Gordo é beque. DO JUIZ – Não tem juiz. DAS INTERRUPÇÕES – No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada numa destas eventualidades: » Se a bola for para baixo de um carro estacionado e ninguém conseguir tirá-la. Mande o seu irmão menor. » Se a bola entrar por uma janela. Neste caso os jogadores devem esperar não mais de 10 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isto não ocorrer, os jogadores devem designar voluntários para bater na porta da casa ou aparta- mento e solicitar a devolução, primeiro com bons modos e depois com amea- ças de depredação. Se o apartamento ou casa for de militar reformado com cachorro, deve-se providenciar outra bola. Se a janela atravessada pela bola estiver com o vidro fechado na ocasião, os dois times devem reunir-se rapida- mente para deliberar o que fazer. A alguns quarteirões de distância. » Quando passarem pela calçada: 1) Pessoas idosas ou com defeitos físicos. 2) Senhoras grávidas ou com crianças de colo. 3) Aquele mulherão do 701 que nunca usa sutiã. Se o jogo estiver empate em 20 a 20 e quase no fim, esta regra pode ser ig- norada e se alguém estiver no caminho do time atacante, azar. Ninguém mandou invadir o campo. » Quando passarem veículos pesados pela rua. De ônibus para cima. Bicicletas e Volkswagen, por exemplo, podem ser chutados junto com a bola e se entrar é golo. DAS SUBSTITUIÇÕES – Só são permitidas substituições: » No caso de um jogador ser carregado para casa pela orelha para fazer a lição. » Em caso de atropelamento. DO INTERVALO PARA DESCANSO – Você deve estar brincando. DA TÁTICA – Joga-se o futebol de rua mais ou menos como o Futebol de ver- dade (que é como, na rua, com reverência, chamam a pelada), mas com algumas 12 Educação Física 6 o Ano importantes variações. O goleiro só é intocável dentro da sua casa, para onde fu- giu gritando por socorro. É permitido entrar na área adversária tabelando com uma Kombi. Se a bola dobrar a esquina é corner. DAS PENALIDADES – A única falta prevista nas regras do futebol de rua é atirar um adversário dentro do bueiro. É considerada atitude antiesportiva e pu- nida com tiro indireto. DA JUSTIÇA ESPORTIVA – Os casos de litígio serão resolvidos no tapa. VERISSIMO, Luis Fernando. Futebol de rua. In: O rei do rock. Rio de Janeiro: Globo, 1996. 9. Você já jogou o futebol de rua? Em sua opinião, o cronista conseguiu retratar bem esse jogo? Analise o texto e destaque duas regras que você já vivenciou ao jogá-lo. Espera-se que o aluno identifique, no texto de Luis Fernando Verissimo, pelo me- nos duas regras que já viveu ao jogar o futebol de rua. Presente em várias nacionalidades, o futebol de rua é um jogo que reúne crianças, jovens e adultos. PARA REFLETIR! De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil, que é a principal lei do nosso país, “homens e mulheres são iguais em direitos e em obrigações”. Dentre esses direitos, estão o acesso à cultura e ao lazer. Portanto, homens e mulheres; meninos e me- ninas têm os mesmos direitos de jogar qualquer que seja o jogo. Dessa forma, precisamos superar a ideia de que existem os jogos “só para meninas” ou “só para meninos”, pois ambos têm o mesmo direito de desfrutar desses conhecimen- tos que foram socialmente construídos e historicamente acumulados pela humanidade. É preciso nos afastar de qualquer tipo de preconceito. Pense nisso! su n si n ge r | s h u tt er st o ck .c o m 13Educação Física6 o Ano VOCÊ SABIA? A Constituição da República Federativa do Brasil é considerada o livro da cidadania. Entre outras informações, ela contém os direitos e os deveres do povo brasileiro. É muito importante que os conheçamos para que possamos cobrá-los dos nossos governantes. Você pode ter acesso à Constituição Federal, gratuitamente, acessando o link abaixo: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm Tomando a crônica de Luis Fernando Verissimo como exemplo, podemos no- tar que as regras de alguns jogos são flexíveis, isto é, são passíveis de serem mo- dificadas. Os próprios jogadores têm o poder de adaptá-las às condições da sua realidade. Por exemplo, no caso do futebol de rua, “a bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma bola de futebol serve”. 10. Em qual das situações abaixo você identifica que há a possibilidade de os joga- dores se reunirem para discutir as regras previamente? AT IV ID AD E Situação 1 Situação 2 Espera-se que o aluno perceba que, na situação 1, há a possibilidade de os jogado- res se reunirem para discutir as regras previamente. Y an L ev | Sh u tt er st o ck .c o m A amarelinha também é conhecida em algumas regiões do Brasil como academia, maré, sapata ou avião. A fr ic a St u d io | s h u tt er st o ck .c o m m u zs y | S h u tt er st o ck .c o m http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 14 Educação Física 6 o Ano A Situação 1 retrata um jogo que, em algumas regiões do Brasil, é conhecido por sete cortes. Não existe número mínimo ou máximo de participantes. O seu ob- jetivo é acertar a bola nos demais colegas. Porém, só é possível golpear a bola após a sétima vez consecutiva que ela for jogada para o alto pelo grupo. No entanto, em uma situação em que os participantes apresentam dificuldades técnicas para levantar a bola e, por isso, não conseguem atingir o número de sete levantamen- tos consecutivos, sem deixar a bola cair no chão, é possível discutir e combinar a mudança da regra. Uma sugestão que geralmente aparece nesses casos é a dimi- nuição do número de levantamentos exigidos de 7 para 5 ou para 3, dependendo das habilidades técnicas e características do grupo. Já a Situação 2 revela uma partida oficial de voleibol. Nesse caso, não há a possibilidade de mudança de regras antes ou durante a partida, pois elas são de- terminadas pelaFederação Internacional de Voleibol (FIVB). Assim, as suas regras se apresentam de forma inflexível e são as mesmas em todos os países do mundo. Esta é uma das características do esporte: a presença das federações. O esporte é um dos temas que você estudará neste ano. Portanto, fique ligado, pois jogo e esporte são fenômenos diferentes. Outro elemento que conseguimos identificar no jogo é o prazer. Geralmente, quem participa de um jogo vivencia a ludicidade. Já ouviu falar nisso? A ludicidade está presen- te nas práticas que despertam a sensação de prazer, satisfação, contentamento. A palavra lúdico tem origem no latim ludus, que significa divertimento, distração. Os jogos lúdicos são importante ferramenta para o desenvolvimento de diversas habilidades das crianças. Sh ch er b ak ov Il ya | Sh u tt er st o ck .c o m 15Educação Física6 o Ano AT IV ID AD E 11. Você já sentiu essa sensação prazerosa durante a participação em algum jogo? Tente descrevê-la. Resposta pessoal. PARA REFLETIR! Apesar de alguns jogos serem naturalmente competitivos, como o sete cortes, pre- cisamos lembrar que, para que eles possam acontecer, é necessária a participação de ou- tras pessoas. Portanto, também devemos nos preocupar com o outro enquanto estamos jogando. No caso do jogo sete cortes, por exemplo, devemos medir a força com a qual iremos golpear a bola em direção ao colega para não o machucar. Nesse sentido, é funda- mental compreendermos que, sem o outro, muitas vezes não há jogo. Não podemos nos esquecer disso! Como podemos classificar os jogos? Certamente, você já jogou diferentes jogos e notou que cada um deles apre- senta particularidades. Conhecemos jogos em que é necessária a utilização de implementos, como bolas (futebol de rua, sete cortes, queimado, etc.) ou pedras (amarelinha, sete pedras, etc.); jogos em que não se usam implementos, como os diferentes tipos de pega (pega pegou, pega macaco, pega congelou, pega ajudou, pega corrente, pega novela, pega acocorou e outros tantos pegas que a criati- vidade dos sujeitos possa elaborar); jogos que acontecem em ambiente virtual (jogos eletrônicos); jogos que são disputados em ambiente aquático e jogos que ocorrem sobre uma mesa (damas, baralho, uno, etc.). Pensando nisso, seria pos- sível classificá-los? 16 Educação Física 6 o Ano 12. Como você classificaria os jogos? Descreva abaixo. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que há várias formas de se clas- sificar os jogos e que tais classificações estabelecem relação com as particularida- des que esses jogos apresentam. Por exemplo: jogos com bola, jogos de velocida- de, jogos cooperativos, jogos competitivos, jogos culturais, jogos adaptados, jogos de tabuleiro, jogos antigos, jogos modernos, jogos coletivos, jogos individuais, etc. Existe uma infinidade de possíveis classificações para os jogos, pois se trata de um fenômeno bastante complexo. Uma das formas de classificá-los pode ser: jogos populares e jogos de salão. Os jogos populares são aqueles notoriamente conhecidos por um povo, ensi- nados de geração para geração, com regras que podem ser criadas e alteradas pelos próprios participantes e cujos nomes variam de acordo com a região em que são jogados. Não se sabe ao certo quem, quando ou onde foi criada boa parte deles. Muito presentes no dia a dia de diversas pessoas, os jogos de realidade virtual exis- tem em várias moda- lidades, desde os que proporcionam simu- lações de atividades simples a complexas narrativas que envol- vem completamente os participantes. AT IV ID AD E L ig h tF ie ld S tu d io s | S h u tt er st o ck .c o m 17Educação Física6 o Ano Lembra-se do quadro Jogos Infantis, pintado por Pieter Bruegel, na Europa, em 1560? Pois bem, a obra retrata vários jogos populares que até hoje são vivenciados no continente europeu e em outros locais do mundo — inclusive, vários deles são jogados aqui no Brasil. Supomos que os imigrantes europeus, quando aqui chega- ram, trouxeram consigo a sua cultura e, portanto, os jogos que conheciam, os quais foram propagados em solo brasileiro ao longo dos anos. Ao viajar pelas diferentes regiões do nosso país, de dimensão continental, não é difícil encontrarmos o mesmo jogo popular sendo chamado de formas dife- rentes. Por exemplo, em Pernambuco, determinado jogo popular é conhecido por queimado, já na Paraíba esse mesmo jogo é chamado de baleado; em Santa Catari- na se chama mata-mata; em Goiás, carimbada; no Paraná, bola queimada e no Rio Grande do Sul, caçador. Também é possível perceber que o mesmo jogo popular pode variar de nome dentro do próprio estado. Por exemplo, no litoral pernambucano, chama-se quei- mado, já no interior do estado é conhecido por matou-morreu. 13. Quais outros jogos populares você conhece que possuem mais de um nome? Escreva no espaço a seguir. Resposta pessoal. AT IV ID AD E 18 Educação Física 6 o Ano AT IV ID AD E Os jogos populares apresentam regras que, muitas vezes, são criadas e modi- ficadas de acordo com a realidade e o interesse de quem os joga. Em uma partida de queimado, por exemplo, cujo objetivo é acertar a bola em todos os participan- tes da equipe oposta, há a possibilidade de uma série de alterações de regras, as quais devem ser previamente acordadas pelo grupo. 14. Observe a situação abaixo e apresente uma proposta de modificação de regras que torne o jogo mais dinâmico para os participantes. Ao jogarem queimado, as duas equipes notaram que a partida estava bastan- te monótona e iria demorar muito para terminar, pois, pelo fato de a bola estar muito murcha, os jogadores conseguiam segurá-la facilmente, sem que ela caísse no chão. Uma das regras que foi acertada anteriormente pelo grupo dizia que se um jogador da equipe A arremessasse a bola em um jogador da equipe B e este conse- guisse segurar a bola, sem que ela caísse no chão, o jogo continuava normalmente. Ou seja, os participantes só seriam “queimados” se a bola os atingisse e, em seguida, caísse no chão. Vale lembrar que essa era a única bola que eles tinham. Resposta pessoal. Uma das possibilidades para solucionar o problema seria a cria- ção da seguinte regra: se um jogador da equipe A arremessar a bola em um jogador da equipe B e este segurá-la, sem deixá-la cair no chão, o jogador da equipe A que arremes- sou a bola será “queimado”. São exemplos de jogos populares: pula sela, futebol de rua, sete cortes, pega pegou, amarelinha, pular corda, etc. Certamente você conhece vários outros. As brincadeiras de pega são, provavelmente, as mais po- pulares entre as crianças.Sy d a P ro d u ct io n s | S h u tt er st o ck .c o m 19Educação Física6 o Ano 15. Cite mais três exemplos de jogos populares. Resposta pessoal. 16. Agora que você estudou os jogos populares e entendeu o seu conceito, cumpra as tarefas seguintes. a) Explique o conceito de jogos populares para os seus parentes de maior idade, de preferência seus avós, pais e tios. b) Faça uma entrevista com eles, perguntando-lhes sobre quais eram os jogos po- pulares que eles jogaram/jogam. Resposta pessoal. c) Escreva o nome de dois jogos que eles citaram e como cada um deles era jogado. Resposta pessoal. AT IV ID AD E 20 Educação Física 6 o Ano Pular corda é um jogo que pode envolver pessoas de diversas idades, além de ser uma atividade utilizada em exercícios físicos. Os jogos de salão apresentam regras que dificilmente variam. Inclusive, em alguns deles, elas vêm fixadas na própria “caixa” como um manual de instrução. Normalmente, esses são os jogos que acontecem sobre uma superfície plana (mesa, chão, etc.). Alguns possuem tabuleiros com marcações específicas (damas, gamão, ludo, etc.), outros não (dominó, por exemplo). Nesses jogos, geralmente o participante é representado por uma ou mais peças pequenas, como no xadrez, no Jogo da Vida e no Banco Imobiliário.É possível construir alguns jogos de salão com material alternativo, como no jogo da velha, damas, dominó e resta um. Utilizando criatividade e autonomia, é possível inventar novos jogos de salão. No xadrez, cada jogador é representado por dezesseis peças. A m o rn S u ri ya n | Sh u tt er st o ck .c o m O rl a | S h u tt er st o ck .c o m 21Educação Física6 o Ano Jogos de estratégia, como batalha naval, reinventam-se e permanecem presentes de geração a geração. Nos últimos anos, com o avanço da tecnologia, um tipo de jogo de salão vem sendo bastante vivenciado pelas crianças, jovens e adultos no mundo inteiro: os jogos eletrônicos, tema das nossas próximas aulas. 17. Certamente você conhece vários jogos de salão, além dos que foram citados. Cite mais três exemplos no espaço abaixo. Resposta pessoal. Sugestão: jogo da memória, War, Imagem e Ação, batalha naval, pega-varetas, pebolim, sinuca, quebra-cabeças, etc. A T IV ID AD E VOCÊ SABIA? Diferentemente dos jogos populares, os jogos de salão, em sua maioria, são produtos de uma indústria que vem crescendo bastante. No Brasil, algumas empresas da iniciativa privada chegam a faturar milhões de reais, anualmente, com a produção e a venda desses jogos. Nesse contexto mercadológico, diferentes jogos de salão foram criados ao longo dos anos, assim como foram se adaptando às mudanças ocorridas na sociedade. Um bom exem- plo é o do conhecido jogo Banco Imobiliário — presente nas prateleiras das lojas há mais de 40 anos —, que recentemente teve o seu “dinheiro de papel” substituído por máquina de cartão de crédito e débito. R u sl an G al iu lli n | Sh u tt er st o ck .c o m 22 Educação Física 6 o Ano PARA REFLETIR! Em função dos altos impostos que são cobrados pelo governo brasileiro, muitas em- presas terceirizam a sua produção de jogos de salão. Para reduzir os seus custos e, conse- quentemente, aumentar os seus lucros, elas contratam indústrias na China para fabrica- rem os seus produtos e enviarem para o Brasil. No entanto, como essa lógica de produção chinesa em larga escala se preocupa muito mais com os aspectos quantitativos, muitas vezes acaba acontecendo uma perda no padrão de qualidade dos jogos. Além disso, há uma série de casos de denúncias de trabalho escravo nesse processo. Essas informações nos levam a refletir sobre a importância e a possibilidade do rea- proveitamento de alguns materiais, que seriam descartados no lixo, para construirmos alguns dos nossos jogos de salão. É possível, por exemplo, produzir um jogo de damas de boa qualidade utilizando poucos materiais recicláveis como: um pedaço de madeira (ou qualquer outra superfície plana rígida), 12 tampinhas de garrafa de uma mesma cor e mais 12 de uma cor diferente. Dessa forma, estaremos contribuindo com a diminuição da compra (consumo) de um novo jogo e, por consequência, com a diminuição da sua produção por parte das empre- sas. Além disso, estaremos exercitando a nossa consciência ambiental. Pense nisso! Em alguns jogos, como da- mas, tampinhas de garrafa PET e papelão substituem facilmente as peças e o ta- buleiro encontrados no mer- cado, mantendo a tradição das atividades e ajudando a sustentabilidade. ha n o h ik i | S h u tt er to ck .c o m 23Educação Física6 o Ano 18. Em casa, solicite a ajuda de um parente ou de um amigo para produzir um jogo de damas, utilizando apenas materiais recicláveis. Traga o jogo na próxima aula para jogar com os seus colegas de turma. 19. Explique o conceito de jogos de salão para os seus parentes de maior idade e, em seguida, pergunte-lhes quais eram os jogos de salão que eles jogavam/jogam. Escreva, nas linhas a seguir, os nomes de dois jogos que eles citaram e como cada um deles era jogado. Resposta pessoal. 20. Agora que estudou acerca do jogo, você terá uma nova oportunidade de res- ponder à nossa pergunta inicial: se um amigo lhe perguntasse “o que é um jogo?”, o que você responderia? Escreva abaixo. Resposta pessoal. Espera-se que, após o estudo da lição, o estudante compreenda o jogo como uma invenção do homem, um elemento da sua cultura corporal, que foi socialmente produzida e acumulada ao longo dos anos. Que entenda o fato de o jogo apresentar características particulares que o diferem do esporte e que eles podem ser classificados de diferentes formas. AT IV ID AD E PARA REFLETIR! Os jogos são um elemento importante para a vida. Por meio deles, é possível conhecer a cultura do seu povo e de outros povos, estabelecer relações sociais e exercitar-se. E o melhor: é possível fazer tudo isso por meio da ludicidade que as atividades proporcionam. Sendo o jogo um fenômeno da cultura corporal da humanidade, é fundamental que nós atuemos como propagadores dessa cultura, ensinando-os para os nossos amigos, pa- rentes e demais pessoas. Se não fizermos isso, talvez um dia eles desapareçam das ruas, das escolas, ficando apenas nas pinturas. Pense nisso! Educação Capítulo 2 Física 6 ENSINO FUNDAMENTAL - 6O ANO Lucas Vieira Coordenação editorial Multi Marcas Editoriais Ltda. Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE Tel.: (81) 3447.1178 CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37 Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis- são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação. 6o ano do Ensino Fundamental Lucas Vieira Editor Lécio Cordeiro Revisão de texto Departamento Editorial Capa e projeto gráfico Amanda Travassos, Christiana Pacis e Sophia Karla Diagramação Sophia Karla Ilustrações Rafael Silva Direção de arte Elto Koltz Educação Capítulo 2 Física O conteúdo deste livro está adequado à proposta da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017, do Ministério da Educação. 24 Educação Física 6 o Ano esporte: da origem às modalidades atuais Vamos dialogar? 2Capítulo Olá! Você já ouviu falar em esporte, não é mesmo? O que você conhece sobre a origem dessa atividade? Você saberia explicar para uma pessoa o que ele é e quais são as suas prin- cipais características? Sabia que o acesso ao esporte é um di- reito seu? Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos- so diálogo neste capítulo. Vamos lá! Li d er in a | S h u tt er st o ck .c o m 25Educação Física6 o Ano Origem do esporte 1. Se alguém te pedisse para falar da origem do esporte, qual a história que você contaria? Escreva com as suas palavras o que você conhece sobre a história desse fenômeno. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno, utilizando apenas seus conhecimentos prévios, apresente um breve texto sobre a história do esporte. É importante estudarmos a origem dos fenômenos sociais que vivenciamos nos dias atuais para que entendamos que eles não surgiram em um “passe de má- gica”, mas que são resultado de um processo de transformações que ocorreram ao longo da história da humanidade. Desde as primeiras civilizações, os seres humanos criaram práticas corporais, por exemplo, jogos que tinham como objetivo o lazer, a diversão. Selos dos anos 1960, impressos na Hungria, em homenagem aos jogos olímpicos de Roma. n ef ta li | S h u tt er st o ck .c o m AT IV ID AD E 26 Educação Física 6 o Ano Com o passar dos séculos, diversos jogos foram criados em diferentes regiões do Planeta, passando a fazer parte da cultura dos povos e se popularizando cada vez mais. Em um dado momento histórico, vários séculos antes de Cristo, quando al- guns desses jogos deixaram de ser disputados com o objetivo de lazer e passaram a incorporar outros elementos mais complexos, como a profissionalização, o fenô- meno esportivo passou a existir. Em 1500a.C., em Creta, já existia a prática do pugilis- mo, mais conhecido como boxe. Escritos mostram que, por volta de 450 a.C., alguns homens já eram pagos por representantes de suas cidades para participarem de competições de corrida, por exemplo. Participar dessas disputas passou a ser o trabalho desses sujeitos, tornando-os o que hoje conhecemos por atletas profissionais. No entanto, o termo esporte só vai aparecer bem depois. Foi no século XV, na Grã-Bretanha, que a palavra sport foi registrada pela primeira vez. O termo surgiu para definir os jogos que passaram a ter as suas regras institucionalizadas. Nesse momento, surgem as primeiras instituições esportivas. Alguns jogos, que antes tinham as suas regras definidas pelos seus próprios participantes, passaram a ter as regras determinadas por instituições organizado- ras. A partir desse momento, eles foram transformados em modalidades esporti- vas, ou seja, foram esportivizados. Esse fenômeno de esportivização tomou força entre os séculos XVII e XIX, na Europa, com influência da Revolução Industrial e do desenvolvimento da socieda- de capitalista. Com o passar dos anos, outras práticas corporais como lutas, danças e ginás- ticas também foram esportivizadas. R . L em ie sz ek | Sh u tt er st o ck .c o m 27Educação Física6 o Ano O judô é um exemplo de luta que passou por esse processo. Inicialmente desen- volvido para fins educativos, passou a ser esporte olímpico décadas depois. As suas regras passaram a ser estabelecidas pela Federação Internacional de Judô (IJF). Como vemos, a institucionalização de práticas corporais está intimamente li- gada à origem do esporte. 2. O filme Dodgeball: a true underdog story, ou Com a bola toda, como foi lançado no Brasil, em 2004, apresenta uma comédia em que há um torneio de dodgeball. Essa modalidade esportiva, regulamentada pela World Dodgeball Federation (WDBF) e pela World Dodgeball Association (WDA), é muito praticada nos Estados Unidos da América (EUA). Ela se assemelha a um jogo popular muito vivenciado no Brasil e que provavelmente você já jogou. Assista ao filme e faça um texto sobre o tema da esportivização de jogos, relacio- nando o dodgeball com o jogo popular praticado no Brasil. Inclua no seu texto: a) as principais diferenças entre as suas regras; b) a presença da instituição esportiva que promove o torneio. Conceituando esporte 3. Se algum colega lhe perguntasse “o que é esporte”, o que você responderia? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno apresente um conceito simples acerca do tema e que, após o estudo do capítulo, ele possa ampliar o conceito apresentado. E sp er a- se q u e o a lu n o id en ti fi q u e q u e o d od ge ba ll é u m a fo rm a d e es p o rt iv iz aç ão d o q u ei m ad o /q u ei m ad a/ ca ça - d o r e p er ce b a q u e h á d if er en ça s en tr e as s u as r eg ra s, p o r ex em p lo , a q u an ti d ad e d e b o la s em jo go e a li m it a- çã o d o n ú m er o d e p ar ti ci p an te s. Antigamente, a ginástica artística, ou olímpica, era praticada apenas por ho- mens. Hoje, conta com as categorias masculina e feminina. AT IV ID AD E sp o rt po in t | S h u tt er st o ck .c o m 28 Educação Física 6 o Ano A natação é a única atividade física recomendada para crianças menores de 3 anos. Ela ajuda em seu desenvolvi- mento e previne doenças respiratórias. Existem várias formas de se conceituar o esporte, e uma delas é explicando as suas características. 4. Em sua opinião, quais são as características que o esporte apresenta? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno apresente características gerais como regras, jogadores, competição, busca por medalhas, treinamento, etc. AT IV ID AD E Como você leu anteriormente, estamos falando de um fenômeno que foi social- mente construído por homens e mulheres ao longo da história. Assim como o jogo, a luta, a dança e a ginástica, o esporte faz parte da cultura corporal da humanidade. Ele é uma prática corporal que envolve, entre outras características: a comparação do desempenho dos participantes e as regras estabelecidas por instituições. A ginástica rítmica é uma modalidade olímpica que surgiu da mistura de danças clássicas e dos exer- cícios em grupo com coreografias. Esse fenômeno pode ser vivenciado por meio de várias modalidades, por exemplo, o futebol, o futsal, o vôlei, o basquete, o handebol, a natação, o atletismo, o judô, o xadrez, o badminton, o dodgeball, etc. Existem centenas de modalidades esportivas no mundo. Se rg ii So b o le vs ky i | S h u tt er st o ck .c o m w et er 7 7 7 | Sh u tt er st o ck .c o m 29Educação Física6 o Ano Nas provas de velocidade do atletismo, a com- paração se dá com base no tempo em que cada participante terminou a prova. No futsal, a comparação se dá com base no número de gols. 5. Será que alguma modalidade esportiva não envolve a comparação do desem- penho entre os participantes? Descreva no espaço abaixo pelo menos uma moda- lidade em que isso não ocorre. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno compreenda que a comparação do de- sempenho entre os participantes é uma característica fundamental do fenômeno esportivo, sem a qual ele não pode existir. AT IV ID AD E Em todas elas, há a comparação de desempenho entre os participantes. Po- rém, a forma como esse desempenho é medido pode variar de uma modalidade para outra. Vejamos a seguir como isso ocorre em algumas delas. Cada modalidade esportiva possui um conjunto de regras. São orientações que os participantes precisam conhecer para praticar determinada modalidade. As regras existem por vários motivos, dentre eles: tentar garantir a segurança dos participantes e informar sobre o que é permitido e o que é proibido durante a disputa. VOCÊ SABIA? Certamente você já ouviu, ou até mesmo já pronunciou, a expressão “a regra é cla- ra!”. Esse bordão foi popularizado pelo ilustre Arnaldo Cezar Coelho, o primeiro brasilei- ro a arbitrar uma final de Copa do Mundo de futebol. Ex-árbitro da Fifa e ex-comentarista de arbitragem das transmissões futebolísticas pela Rede Globo de Televisão, atuou por 08 copas do mundo de futebol ao lado de Galvão Bueno. Com suas explicações didáticas, Arnaldo contribuiu para que o público passasse a entender um pouco mais sobre as re- gras que a Fifa instituiu para essa modalidade esportiva. Ju re M ak ov ec | Sh u tt er st o ck .c o m M in D o f | S h u tt er st o ck .c o m 30 Educação Física 6 o Ano Ao tomar conhecimento das regras de determinada modalidade esportiva, os participantes passam a disputá-la sob os mesmos princípios e isso sugere que há uma condição de igualdade de chances entre eles. Sem os juízes, cada atleta estaria livre para seguir, ou não, as regras estabeleci- das para o esporte que pratica. 6. A seguir, é possível visualizar três regras da primeira partida de basquete da his- tória. Observe-as e responda à seguinte pergunta: qual o propósito dessas regras? » A bola pode ser arremessada em qualquer direção com uma ou com ambas as mãos. » A bola pode ser tapeada para qualquer direção com uma ou com ambas as mãos (nunca usando os punhos). » Um jogador não pode correr com a bola e deve arremessá-la do ponto onde a pegou. Exceção será feita ao jogador que receber a bola quando estiver cor- rendo a uma boa velocidade. Espera-se que o aluno identifique que o objetivo dessas regras se aproxima dos “propósitos das regras” apresentados anteriormente. AT IV ID AD E VOCÊ SABIA? Basicamente falando, a função social das regras das modalidades esportivas é infor- mar “o que pode” e “o que não pode” se fazer durante a disputa. Não foi à toa que o apre- sentador esportivo brasileiro Galvão Bueno popularizou o bordão pode isso, Arnaldo?. Com essa expressão, ele perguntava aocomentarista Arnaldo Cezar Coelho se deter- minado lance, ocorrido numa partida de futebol, estava de acordo com as regras da Fifa. M ax is po rt | Sh u tt er st o ck .c o m 31Educação Física6 o Ano 7. Cite três regras de uma modalidade esportiva de sua preferência. Resposta pessoal. Diferentemente dos jogos populares, em que os próprios jogadores podem criar e alterar as regras para jogar, como vimos no capítulo sobre o jogo, nas mo- dalidades esportivas os atletas profissionais não possuem esse poder. As normas das modalidades esportivas são estabelecidas por instituições como as associações, federações e confederações esportivas. Quem nunca ouviu falar na Fifa, não é mesmo? A Federação Internacional de Futebol é quem gerencia como acontecem as disputas do futsal, do futebol de areia e do futebol de campo, uma das modalidades esportivas mais populares do mundo. Sede da Fifa em Zurique, Suíça. A Associação Interna- cional de Federações de Atletismo foi fundada em 17 de julho de 1912 e se chamava Federação Internacional de Atle- tismo Amador. Sua sede está situada em Mônaco, na França, desde 1993. Outro exemplo de uma instituição dessa natureza é a IAAF, a Associação In- ternacional de Federações de Atletismo, que conta com mais de 200 países filiados. Y u ri T u rk ov | Sh u tt er st o ck .c o m D en is K u va ev | Sh u tt er st o ck .c o m 32 Educação Física 6 o Ano Foram as instituições esportivas que inventaram as práticas corporais? Não! As instituições esportivas não inventaram as modalidades esportivas que administram. Então, como estas surgiram e por que aquelas ditam as regras? Para entender sobre questões tão importantes e que remetem à origem do esporte, leia atentamente o texto a seguir que narra, de uma forma bem simples, o surgimento das instituições esportivas. Em um dado momento da história da humanidade, pessoas de certa comu- nidade inventaram determinado jogo. Com o passar dos anos, ele se popularizou bastante e passou a fazer parte da cultura daquele local. E o tempo passou... Até que se percebeu que esse jogo tinha se popularizado tanto que já estava sendo praticado em várias comunidades de diversos países. Porém, devido às características e preferências de cada comunidade, ele era disputado de formas diferentes em cada uma delas. Cada comunidade criou o seu próprio conjunto de regras para jogar esse mesmo jogo. Embora houvesse muitas regras que se parecessem, também havia as que se diferenciavam. Olhando para esse jogo de grande popularidade, alguns representantes de cada comunidade perceberam que essa prática corporal poderia lhes render bons lucros. Então, eles decidiram realizar um evento competitivo entre as equipes que representavam essas comunidades. Mas como fazer uma competição de um jogo que era praticado de formas diferentes? Foi quando perceberam que era necessá- rio padronizar as suas regras para que ele pudesse ser disputado da mesma forma por todas as equipes do evento. Nesse momento, esses representantes fundaram uma instituição e, por meio dela, determinaram quais eram as regras que seriam válidas no seu evento. Assim, eles institucionalizaram as regras do jogo. O Comitê Olímpico Internacional (COI) é uma organização não governamental fundada por Pierre de Coubertin em 1894. Atualmente, o objetivo do COI é administrar e legislar sobre os esportes olímpicos, além de outros objetivos. Sua sede está localizada em Lausanne, na Suíça. https://www.libremercado.com/2013-03-21/el-coi-y-las-olimpia- das-un-negocio-de-8000-millones-de-dolares-1276485402/ 33Educação Física6 o Ano Com isso, o antigo jogo passou a ter as suas regras padronizadas, dando a im- pressão de que se tratava de algo novo com novas regras e que ele havia sido cria- do por essa instituição. Para participar de tal evento competitivo, as equipes passaram a ser obrigadas a se filiar à instituição e a disputar esse jogo de acordo com essas “novas regras”. Ao longo dos anos, o evento foi se popularizando juntamente com o “novo jogo”, e a instituição que o promovia obteve cada vez mais comunidades filiadas e, consequentemente, mais lucro. De tempos em tempos, nos momentos que considera interessante, a institui- ção modifica as regras, e, por sua vez, os praticantes passam a segui-las. Em síntese, essa instituição se apropriou de um patrimônio histórico-cultural da humanidade, deu-lhe uma “nova roupagem” e passou a vendê-lo como se fosse seu. Mas, como vimos, nunca foi! 8. Em que momento, na história lida, o jogo popular passou a ser esporte? Espera-se que o aluno perceba que o jogo popular, retratado na história, passou a fazer parte da lógica do esporte quando teve as suas regras institucionalizadas. AT IV ID AD E PESQUISA Estamos na porção de terra chamada de “país do futebol”, não é mesmo? Por isso, sempre ouvimos falar da instituição esportiva que gerencia essa modalidade, a Fifa. Tendo em vista que não foi a Fifa que inventou o futebol, por que será que ela detém o poder para modificar as regras dessa modalidade esportiva? Já pensou em como essa ins- tituição surgiu? Responda a essas duas perguntas. Sugestão de leitura: “O futebol não é da Fifa”. Texto de Alberto Suzano, publicado no dia 29 de maio de 2015, disponível no código abaixo. https://www.esquerdadiario.com.br/spip.php?page=gacetilla-articulo&id_article=1192 Espera-se que o aluno perceba que a Fifa é uma instituição que se apropriou do futebol, reformulou as suas regras e passou a promover eventos com o objetivo de popularizar essa prática corporal e, consequentemente, aumentar os seus lucros. Diferenças entre esporte e jogo Como você já notou, embora esporte e jogo apresentem semelhanças, eles não são sinônimos, são práticas corporais diferentes. https://www.esquerdadiario.com.br/spip.php?page=gacetilla-articulo&id_article=1192 34 Educação Física 6 o Ano Alguns jogos se assemelham a esportes, como o futebol e o basquete de rua, mas seu objetivo vai além de uma competição, pois eles proporcionam momentos de pra- zer e descontração aos participantes. Como podemos classificar as modalidades esportivas? São inúmeras as possibilidades de classificação para as modalidades esporti- vas. Geralmente as classificamos com base em suas características, por exemplo: I. Coletivas e individuais. II. Olímpicas e não olímpicas. III. Terrestres, aquáticas e aéreas. IV. Com bola e sem bola. V. Modernas e contemporâneas. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que é um dos documentos que orientaram a produção deste livro, determina a seguinte especificação: EXEMPLOS MARCA Patinação de velocidade, atletismo, remo, ciclismo. PRECISÃO Bocha, curling, golfe, tiro com arco, tiro esportivo. INVASÃO Basquetebol, frisbee, futebol, futsal, futebol americano, handebol, hóquei sobre grama, polo aquático, rúgbi. TÉCNICO- -COMBINATÓRIAS Ginástica artística, ginástica rítmica, nado sincroni- zado, patinação artística, saltos ornamentais. REDE/PAREDE Voleibol, vôlei de praia, tênis de campo, tênis de mesa, badminton, peteca. Pelota, basca, raquetebol, squash. CAMPO E TACO Beisebol, críquete, softbol. COMBATE Judô, boxe, esgrima, taekwondo. 9. Com base no que você leu até aqui, quais foram as principais diferenças que você percebeu entre esses dois fenômenos? Espera-se que, pelo menos, o aluno perceba que as regras dos jogos podem ser modificadas conforme o interesse dos participantes, já as regras dos esportes são determinadas pelas instituições esportivas. AT IV ID AD E J ac o b L u n d | Sh u tt er st o ck .c o m 35Educação Física6 o Ano 10. Como você organizaria as modalidades esportivas? Crie um tipo de classifica- ção e o descreva abaixo. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que há várias formas de se clas- sificar as modalidades esportivas e que tais classificações estabelecem relação com as particularidadesque essas práticas corporais apresentam. AT IV ID AD E VOCÊ SABIA? O Comitê Olímpico Internacional (COI) é o órgão que define quais modalidades espor- tivas poderão (ou não) entrar para o quadro da competição que acontece a cada quatro anos: os Jogos Olímpicos. Mais de 30 modalidades esportivas fazem parte desse grande evento. Em 2020, o COI incluiu, por unanimidade de votos, cinco novas modalidades que poderão garantir mais medalhadas para cada nação. São elas: a escalada, o surfe, o karatê, o skate e o beisebol. Para conhecer as modalidades que foram disputadas nos primeiros Jogos Olímpicos rea- lizados no Brasil, acesse o link abaixo: https://infograficos.estadao.com.br/esportes/jogos-olimpicos/2016/modalidades/guia A partida de tênis mais longa da história durou 11 horas e aconteceu em 2010, no torneio de Wimbledon, Reino Unido. Os atletas John Isner (EUA) e Nicolas Mahut (FRA) disputaram 980 pontos em 183 jo- gos, terminando com o norte-americano vitorioso. 11. Sabendo que o acesso ao esporte é um direito seu e que ele deve ser garantido pelos governantes do seu estado, realize a seguinte atividade: a) Cite o(s) espaço(s) público(s) destinado(s) à prática esportiva que se localiza(m) próximo à região em que você mora ou estuda. Resposta pessoal. AT IV ID AD E E SB P ro fe ss io n al | Sh u tt er st o ck .c o m https://infograficos.estadao.com.br/esportes/jogos-olimpicos/2016/modalidades/guia 36 Educação Física 6 o Ano b) Quais são as opções de prática esportiva que ele(s) oferece(m)? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno informe as opções de práticas esportivas desses locais, por exemplo: quadra com tabelas para basquete, pista para corrida, etc. c) Quais são as modalidades esportivas que as pessoas realizam nesse(s) espa- ço(s)? Resposta pessoal. d) Olhando para esse(s) local(ais), você sente falta de alguma opção de prática esportiva que gostaria de realizar com frequência? Por exemplo, Marcos percebe que na pracinha do seu bairro não há tabelas de basquete, mas ele gostaria de praticá-lo. Resposta pessoal. e) Em sua opinião, esse(s) espaço(s) público(s) está(ão) em plenas condições de uso ou sucateado(s)? Resposta pessoal. f) Caso esteja(m) sucaetado(s), o que fazer para que ele(s) seja(m) reformado(s), ampliado(s) ou mantido(s) em condições de uso? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno aponte para a opção da reivindicação co- letiva junto aos governantes responsáveis. g) Combine antecipadamente com o seu professor a possibilidade de convidar um líder comunitário do bairro onde a sua escola se localiza para participar de uma roda de debate sobre as condições dos espaços públicos destinados à prática de esportes que existam nas redondezas da escola. 37Educação Física6 o Ano Quando quadras e espaços públicos destinados a esportes não estão em bom estado de conservação, como na imagem, há uma maior possibilidade de desinteresse da população pela atividade esportiva. 12. Como você já sabe, é de responsabilidade dos governantes a promoção de polí- ticas públicas que garantam o direito ao esporte. Você conhece ou já participou de algum projeto ou programa de esportes oferecido gratuitamente? Cite-o(s) abaixo. Resposta pessoal. VOCÊ SABIA? O Governo Federal, atualmente, oferta dois programas de esportes para a popula- ção: o Programa Segundo Tempo (PST) e o Programa Esporte e Lazer da Cidade (Pelc). O PST oferece, no contraturno escolar, a prática de modalidades esportivas para estudantes de diversas faixas etárias. O programa é dividido em 03 categorias: Padrão: para crianças e adolescentes entre 06 e 17 anos. Paradesporto: pessoas com deficiência a partir de 06 anos de idade. Universitário: alunos das universidades. Já o Pelc ocorre por meio da implantação de núcleos de esportes em regiões urba- nas, rurais e comunidades de povos indígenas. As suas atividades acontecem nas praças, quadras, ginásios esportivos, campos de futebol e clubes das comunidades. Se um desses programas for ofertado próximo da sua comunidade, experimente, participe! AT IV ID AD E M ak si m ili an | Sh u tt er st o ck .c o m 38 Educação Física 6 o Ano O arco e flecha, instrumento utilizado pelos indígenas como arma para caça, pesca e rituais, também é considerado modalidade esportiva praticada entre aldeias. Nas Olimpíadas, o esporte é chamado de tiro com arco. PESQUISA Faça uma pesquisa com o objetivo de saber quais são os projetos sociais de prática espor- tiva que são ofertados próximos à sua comunidade. Caso não haja nenhum atualmente, pesquise sobre quais já existiram na sua região. Em seguida, comente sobre ele(s) aqui. Resposta pessoal. Deseja-se que, com essa pesquisa, o aluno identifique os projetos sociais que existem próximos à sua comunidade e em qual é ofertada a prática de modalidades esportivas. Além disso, espera-se que, ao constatar a existência do projeto social, o aluno reflita sobre a possibilidade de participar dele. esportes de marca: avaliando o desempenho ce lio m es si as s ilv a | S h u tt er st o ck .c o m Educação Capítulo 3 Física 6 ENSINO FUNDAMENTAL - 6O ANO Lucas Vieira Coordenação editorial Multi Marcas Editoriais Ltda. Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE Tel.: (81) 3447.1178 CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37 Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis- são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação. 6o ano do Ensino Fundamental Lucas Vieira Editor Lécio Cordeiro Revisão de texto Departamento Editorial Capa e projeto gráfico Amanda Travassos, Christiana Pacis e Sophia Karla Diagramação Sophia Karla Ilustrações Rafael Silva Direção de arte Elto Koltz Educação Capítulo 3 Física O conteúdo deste livro está adequado à proposta da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017, do Ministério da Educação. 39Educação Física6 o Ano esportes de marca: avaliando o desempenho Vamos dialogar? 3Capítulo Olá! Neste capítulo, estudaremos sobre os esportes de marca. Você já ouviu falar neles? Quais são os esportes de marca e as principais características deles que você conhece? Próximo à sua comunidade, há algum espaço público em que é possível praticá-los? Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos- so diálogo neste capítulo. Vamos lá! D ie go B ar b ie ri | Sh u tt er st o ck .c o m 40 Educação Física 6 o Ano CONTEXTUALIZANDO O karatê, o judô e o taekwondo são modalidades esportivas que ajudam na disciplina e concentração daqueles que as praticam. Antes de começarmos o estudo sobre os esportes de marca, é preciso lembrar que eles fazem parte de um fenômeno maior: o esporte. O esporte é algo complexo e existe há muitos e muitos anos. Assim como o jogo, a luta, a dança e a ginástica, faz parte da cultura corporal da humanidade. Ele é uma prática que envolve, entre outras características: a comparação do desem- penho dos participantes e as regras estabelecidas por instituições. Esse fenômeno pode ser vivenciado por meio de várias modalidades, como o futebol, o vôlei, a natação, o atletismo, o judô, o xadrez, o badminton, etc. Há centenas de modali- dades esportivas no mundo. Existem várias formas de se classificar as modalidades esportivas. Como vimos, a BNCC as classifica em: a) esportes de marca; b) esportes de precisão; c) esportes de inva- são; d) esportes técnico-combinatórios; e) esportes de rede/parede; f) esportes de campo e taco; e g) esportes de combate. Mas, independentemente da forma como as suas modalidades são classificadas, o esporte é um direito de cada cidadão brasileiro, garantido pela Constituição Federalde 1988. Lembre-se disso! Li km an U la d zi m ir | Sh u tt er st o ck .c o m 41Educação Física6 o Ano O que são esportes de marca? Você se lembra de que uma das características do fenômeno esportivo é a comparação do desempenho entre os participantes? E que a forma como esse desempenho é medido pode variar de uma modalidade para outra? Pois bem! Os esportes de marca são as modalidades em que o participante tem o seu desempe- nho medido em segundos, metros ou quilos. Em seguida, esse resultado é compa- rado com os dos demais participantes da modalidade. 1. Após entender o conceito anteriormente apresentado, observe as práticas cor- porais a seguir, nomeia-as e circule apenas aquelas que podem ser consideradas como esportes de marca. AT IV ID AD E a) c) e) b) d) f) Futebol Halterofilismo Salto em altura Canoagem Vôlei Natação E sp er a- se q u e, a o s e ap ro p ri ar d o c o n ce it o a p re se n ta d o n o t ó p ic o an te ri o r, o a lu n o i d en ti fi q u e q u e, d en tr e as p rá ti ca s co rp o ra is d a q u es tã o 1 , a s q u e p o d em s er c o n si d er ad as e sp o rt es d e m ar ca s ão ap en as a c an o ag em , o h al te ro fi lis m o , s al to e m a lt u ra e a n at aç ão . m ak ie n i, m im o h e, m av o , P h o to P ro C o rp , S to ck ph o to V id eo , B ru n o R o sa | Sh u tt er st o ck .c o m 42 Educação Física 6 o Ano VOCÊ SABIA? Segundos, metros e quilogramas são unidades de medida. Elas foram criadas para podermos quantificar grandezas físicas como o tempo, o comprimento e a massa. Cada unidade de medida é representada por um símbolo. Por exemplo, a utilizada para medir a massa de pessoas e objetos é o quilograma, representado pelo símbolo kg. 2. Quais são as unidades de medidas utilizadas para aferir o desempenho dos par- ticipantes dos esportes de marca abaixo? a) c) d) b) AT IV ID AD E AT IV ID AD E Durante as disputas dos esportes de marca, os participantes tentam ser os mais rápidos, os mais fortes ou irem o mais longe/alto. São exemplos desses es- portes: as provas do atletismo, o remo, a canoagem, o ciclismo, o halterofilismo, a natação, etc. 3. Cite dois exemplos de esportes de marca que ainda não foram mencionados neste capítulo. Espera-se que o aluno, ao se apropriar do conceito dos esportes de marca, pes- quise, descubra e cite outros exemplos de práticas corporais dessa natureza, por exemplo, o automobilismo e a patinação de velocidade. Quilograma Metro Metro Segundo C P D C P re ss , t h el ef ty , D en is K u va ev , J am ie R o ac h | Sh u tt er st o ck .c o m 43Educação Física6 o Ano VOCÊ SABIA? Você sabe qual é o lema das Olimpíadas? Não? Ele tem tudo a ver com os esportes de marca. Citius, Altius, Fortius — que, em português, significa mais rápido, mais alto, mais forte — é considerado o lema das Olimpíadas. O seu objetivo é motivar os atletas a darem o melhor de si durante a competição, tentando superar os seus limites. Estudiosos afirmam que a expressão foi criada pelo Padre Henri Didon, que era ami- go daquele que é considerado o fundador das Olimpíadas da era moderna, o Barão Pierre de Coubertin. Os anéis coloridos e entrelaça- dos que formam o símbolo das Olimpíadas representam a união dos cinco continentes em prol do esporte. PESQUISA Pierre de Coubertin é uma figura marcante que compõe a história do esporte da era moderna. Faça uma pesquisa com o objetivo de descobrir quem foi essa personalidade e quais foram as suas contribuições para a prática esportiva. VOCÊ SABIA? No esporte, existe uma medalha chamada Pierre de Coubertin. Ela foi criada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), em 1964, para premiar os participantes que de- monstrassem os ideais do olimpismo durante a competição, como a amizade, a solidarie- dade e o fair play (jogo limpo). Ela é considerada a honraria mais alta do esporte. C re at iv e P h o to C o rn er | Sh u tt er st o ck .c o m 44 Educação Física 6 o Ano Assim como em todas as ações do dia a dia, a ética no esporte deve prevalecer em detri- mento de um bom resultado individual. PESQUISA Sabia que existe um atleta brasileiro de uma modalidade esportiva de marca que foi premiado com a medalha Pierre de Coubertin? Realize uma pesquisa com o objetivo de responder a estas duas perguntas: a) Quem é o único atleta brasileiro premiado com tal medalha? Vanderlei Cordeiro de Lima. b) Qual foi o fato marcante que esse atleta vivenciou numa Olimpíada que o fez receber esse mérito? Na Olimpíada de Atenas, em 2004, Vanderlei Cordeiro de Lima liderava a prova da maratona, quando um irlandês invadiu a pista e o segurou, prejudicando o seu desempenho na corrida. Mesmo assim, o maratonista continuou a prova e a terminou em 3º lugar. Nunca reinvindicou o 1o lugar. Pouquíssimos atletas possuem essa medalha. Um deles é o alemão Luz Long, que ajudou o seu próprio adversário durante a competição do salto em distância, na Olimpíada de Berlim, em 1936. Conta-se que Luz Long deu orientações para o norte-americano Jesse Owens que acabaram ajudando-o a ser o campeão da prova. Luz Long ficou em segundo lugar. Outro que recebeu a tão rara medalha foi o velejador canadense Lawrence Lemieux. Na Olimpíada de Seul, em 1988, esse participante prestou socorro a dois atletas de Cingapu- ra durante a competição. Ao perceber que o forte vento tinha virado a embarcação da dupla, o canadense abandonou temporariamente a prova que estava disputando para ajudá-los. D ie go B ar b ie ri | Sh u tt er st o ck .c o m 45Educação Física6 o Ano Os recordes esportivos Os recordes esportivos são registros dos melhores resultados de atletas em competições. Embora não seja uma exclusividade dos esportes de marca, a busca da quebra de recordes é uma característica marcante nessas modalidades. A seguir, veremos exemplos de recordes mundiais que foram registrados du- rante competições de diferentes esportes de marca, assim como os atletas que os alcançaram. MODALIDADE RECORDE ATLETA NACIONALIDADE COMPETIÇÃO Atletismo 100 m rasos (masculino) 9,58s Usain Bolt Jamaica Campeonato mun- dial de Atletismo de 2009. Atletismo 100 m rasos (feminino) 10,49s Florence Griffith-Joyner Estados Unidos Olimpíadas de 1988. Atletismo Salto em altura (masculino) 2,45 m Javier Sotomayor Cuba Salamanca, 1993. Atletismo Salto em altura (feminino) 2,09 m Stefka Kostadinova Bulgária Campeonato mun- dial de Atletismo de 1987. Halterofilismo (masculino) 474 kg Lasha Talakhadze Geórgia Mundial de Haltero- filismo de 2018. Halterofilismo (feminino) 333 kg Lulu Zhou China Olimpíadas de 2012. Para um atleta, quebrar um recorde pode significar escrever o seu nome na história do esporte. Além disso, ele pode conquistar fama e contratos de trabalho que podem lhe render altos valores, mas não tão altos quanto os das empresas que o contratam. No sistema de sociedade capitalista em que vivemos hoje, nós presenciamos a mercadorização do esporte. As grandes empresas se apropriam desse fenômeno para incentivar o consumo dos seus produtos e, assim, movimentar um mercado altamente lucrativo. Todo esse mercado é maximizado pelos meios de comunica- ção de massa, como a televisão e a Internet, que exercem grande influência na so- ciedade. 46 Educação Física 6 o Ano Marcas como Nike, Adidas, Puma, etc. são grandes patrocinadoras de atletas e eventos esportivos. VOCÊ SABIA? Em 2008, na Olimpíada de Pequim, na China, os únicos patrocinadores do velocista Usain Bolt eram a empresa de material esportivo Puma e a companhia telefônica jamai- cana Digicel. Porém, após quebrar os recordes mundiais das provas dos 100 m e 200 m rasos nessa competição, Bolt passou a ter vários outros patrocínios, como Gatorade, Visa, etc.Usain Bolt foi garoto propaganda de mar- cas como Gatorade e Visa, além de ser o único personagem pago no jogo Temple Run. To oy kr u b | Sh u tt er st o ck .c o m V er ve ri d is V as ili s | S h u tt er st o ck .c o m 47Educação Física6 o Ano Depois de atingir esses recordes, o atleta passou a receber até 400 mil dólares só para aparecer em competições. A cada recorde conquistado, Bolt recebia prêmios e bônus dos seus patrocinadores. O seu melhor tempo são os 9,58 segundos nos 100 m rasos. Esse é o recorde mundial da prova. Ele realizou essa façanha no Campeonato Mundial de Atletismo de 2009, em Ber- lim, na Alemanha. Já se passaram mais de 10 anos e nenhum outro atleta conseguiu al- cançar essa marca. Hoje, aposentado das pistas de corrida, Bolt é considerado o maior velocista da história do atletismo e o atleta mais bem pago da sua modalidade esportiva, chegando a faturar 32,5 bilhões de dólares num único ano, de acordo com a revista Forbes. Será que um dia alguém conseguirá superar a marca de Usain Bolt na prova dos 100 m rasos? 4. Você conhece a prova dos 100 m rasos do atletismo, não é mesmo? A atividade que iremos fazer agora se assemelha a ela. Estabeleça um ponto de partida e um de chegada. Pode ser de um poste de ilumi- nação pública até o outro, por exemplo. É interessante considerar que a distância média entre um poste e outro, numa via pública, é de 35 m. Em seguida, com a ajuda de um relógio com cronômetro, registre o tempo que você leva para percorrer essa distância e escreva aqui: . Em três tentativas, esforce-se para realizar esse percurso no menor tempo pos- sível. Não se esqueça de registrar o tempo em que você conseguiu terminar cada prova, pois esses números representam o seu desempenho. Tentativa 01: Tentativa 02: Tentativa 03: Ao final, compare os seus resultados e descubra qual foi o melhor entre eles. Esse pode ser o seu recorde pessoal. AT IV ID AD E R es p o st as p es so ai s. E sp er a- se q u e, p o r m ei o d es sa a ti vi d ad e, o a lu n o r ec o n h eç a a ca ra ct er ís ti ca d o s es p o rt es d e m ar ca r ef e- re n te à c o m p ar aç ão d o d es em p en h o r eg is tr ad o e m s eg u n d o s, b em c o m o p er ce b a q u e o s eu r ec o rd e re p re se n ta o li m it e d o se u d es em p en h o . 48 Educação Física 6 o Ano 5. Essa é uma atividade para ser realizada em dupla. Ela se assemelha à prova do salto em distância do atletismo. Em companhia de um(a) amigo(a) e com a ajuda de uma fita métrica ou de uma trena, faça uma linha horizontal, de aproximadamente 30 cm, no chão. Essa linha pode ser feita, por exemplo, com um graveto no chão de terra, com uma fita adesi- va num piso, com um giz ou outro objeto no chão da rua, etc. Peça ao(a) seu(ua) amigo(a) que se localize próximo a essa linha e fique atento(a) para registrar o resultado do seu salto com a ajuda da fita métrica ou trena. O de- safio é saltar, sobre a linha, o mais longe possível. É recomendado fazer uma pe- quena corrida até chegar à linha, mas não é permitido pisar nela. Em seguida, faça o mesmo por seu(ua) amigo(a) e registre o resultado do salto de- le(a). Lembrando que os saltos devem ser medidos da linha horizontal até o ponto em que vocês aterrissaram. Logo após, compare o seu resultado com o dele(a). Seu resultado: Resultado do(a) seu(ua) amigo(a): R es p o st as p es so ai s. E sp er a- se q u e, p o r m ei o d es sa at iv id ad e, o a lu n o r ec o n h eç a a ca ra ct er ís ti ca d o s es - p o rt es d e m ar ca r ef er en te à c o m p ar aç ão d o d es em - p en h o r eg is tr ad o e m m et ro s. 49Educação Física6 o Ano PARA REFLETIR! Ao presenciarmos o fenô- meno esportivo, não é difícil ouvirmos falar em “superação de limites”, não é mesmo? Mas até que ponto vale a pena ir para superar os limites do nosso corpo? Já pensou sobre isso? Você já deve ter assistido a uma histórica cena que a mí- dia veicula como um exemplo de superação de limites. A cena de uma maratonista se aproximando da linha de chegada cambaleando, “tropeçando nas próprias pernas”. Na ocasião, os paramédicos estavam próximos à atleta que, embora perceptivelmen- te debilitada, recusou atendimento. Assim, eles precisaram aguardar que ela ultrapassas- se a linha de chegada para poderem realizar os devidos procedimentos, pois, caso eles a tocassem antes do término da prova, ela seria desclassificada. O fato ocorreu na primeira maratona feminina da história das Olimpíadas, em Los Angeles (1984). Nessa prova, a suíça Gabrielle Andersen-Scheiss não venceu a disputa, mas entrou para a história do esporte como um símbolo de superação, determinação e perseverança. Mas qual a opinião de médicos especialistas sobre o acontecimento? De acordo com o Doutor em Cardiologia Nabil Ghorayeb, em matéria publicada pelo Globo Esporte, no final da maratona a atleta sofreu um grave quadro de hiponatremia (queda do sódio no sangue). Isso lhe causou alterações cardiovasculares, metabólicas e cerebrais, provocan- do a sua dificuldade de locomoção. Conforme o doutor, Gabrielle Andersen correu sérios riscos de comprometer sua saúde por não ter sido atendida pelos médicos durante a pro- va — poderia ter ficado com sequelas para o resto da vida. Diante desse acontecimento de 1984, a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) alterou a regra da competição, passando a permitir que os atletas re- cebessem auxílio médico durante a prova, sem serem desclassificados, e nomeou esse artigo (regra) de “Andersen-Scheiss”, em homenagem à atleta suíça. O caso da maratonista nos permite refletir sobre as nossas atitudes durante a prática de diversas práticas corporais. É preciso conhecer os limites do nosso corpo e respeitá- -los. Pense nisso! Na prática de qualquer esporte, é preciso reconhecer o limite do corpo para que o atleta não coloque em risco a sua saúde. D en is K u va ev | Sh u tt er st o ck .c o m 50 Educação Física 6 o Ano 6. Assista à reportagem do Globo Esporte sobre o caso de Gabrielle Andersen na Olimpíada de Los Angeles de 1984. Em seguida, apresente a sua opinião sobre a decisão da atleta de não aceitar a ajuda médica durante a prova. https://globoplay.globo.com/v/4159323/ Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que, mesmo tendo entrado para a história das Olimpíadas, com sua atitude a atleta poderia ter a saúde comprome- tida para o resto da vida. Portanto, não foi uma ação prudente. As praças públicas são locais em que é possível experimentar alguns esportes de marca como as provas do atletismo que envolvem corridas, saltos, arremes- sos ou lançamentos. Próximo à sua escola existem espaços públicos assim? Se sim, usufrua deles! Se não, converse com o seu professor sobre a possibilidade de você e a sua turma entrarem em contato com os órgãos responsáveis e, assim, reivindi- carem esse espaço, pois esse é um direito seu garantido em lei! Lembre-se disso! A n to n io S al av er ry | Sh u tt er st o ck .c o m https://globoplay.globo.com/v/4159323/ Educação Capítulo 4 Física 6 ENSINO FUNDAMENTAL - 6O ANO Lucas Vieira Coordenação editorial Multi Marcas Editoriais Ltda. Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE Tel.: (81) 3447.1178 CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37 Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis- são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação. 6o ano do Ensino Fundamental LucasVieira Editor Lécio Cordeiro Revisão de texto Departamento Editorial Capa e projeto gráfico Amanda Travassos, Christiana Pacis e Sophia Karla Diagramação Sophia Karla Ilustrações Rafael Silva Direção de arte Elto Koltz Educação Capítulo 4 Física O conteúdo deste livro está adequado à proposta da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017, do Ministério da Educação. 51Educação Física6 o Ano ginástica de condicionamento físico: força, resistência, Flexibilidade e equilíbrio Vamos dialogar? 4Capítulo Olá! Neste capítulo, estudaremos a ginástica de condicio- namento físico. O que você conhece sobre esse tema? Você sabe qual o significado da palavra ginástica ou já ouviu falar na modalidade de condicionamento físico? Quais são as formas de ginástica e os exercícios físicos que você conhece? Você sabia que cada uma delas pode exigir diferentes capacidades físicas do nosso corpo? Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos- so diálogo neste capítulo. Vamos lá! M ar id av | Sh u tt er st o ck .c o m 52 Educação Física 6 o Ano Ginástica Antes de iniciarmos o diálogo sobre a ginástica de condicionamento físico, é preciso destacar que ela faz parte de um fenômeno maior, a ginástica, que é uma das práticas que fazem parte da cultura corporal da humanidade há mi- lhares de anos. Estudiosos afirmam que a palavra ginástica deriva dos termos gregos gymnikos, que se refere a exercícios do corpo, e gymnós, que significa nu. Assim, para os gregos antigos, ela significava a arte de exercitar o corpo nu. Até o século XIX, diversas práticas (corridas, caminhadas, exercícios militares, etc.), realizadas com o objetivo de exercitar o corpo, eram compreendidas como ginástica. Interessante é que esse fato histórico ainda influencia a forma como as pes- soas se expressam nos dias atuais, pois não é difícil ouvirmos pessoas dizendo que estão “fazendo ginástica” no momento em que estão realizando uma caminhada, por exemplo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é recomendável que os pra- ticantes de atividade física adotem níveis adequados de exercícios durante toda a vida. Realizando atividade física por, no mínimo 30 minutos, todos os dias, há a redução do risco de doenças cardiovasculares. Além dos exercícios físicos, o que não podemos deixar de lado é uma ali- mentação saudável e o consumo regular água, pois, antes do exercício — a falta de carboidrato na atividade física pode causar perda de massa muscular, cansaço precoce, queda de rendimento e performance. Portanto, entre uma e duas horas antes do início do treino, é aconselhável consumir alimentos ricos em carboidra- tos, como tubérculos (batata, cará, inhame), massas, aveia, granola, entre outros; durante o exercício — é importante manter o corpo hidratado, no entanto, sem excesso; e após o exercício — é importante que a energia gasta durante o exercício seja reposta, então, neste momento também devem estar presentes os alimentos que são fonte de carboidratos, que nos fornecem energia mais rapidamente. Além de também ingerirmos alimentos que são fonte de proteínas, como leite e iogurte desnatados e queijos magros, porque essas proteínas serão responsáveis pela re- cuperação e pela regeneração muscular. 53Educação Física6 o Ano VOCÊ SABIA? Na época em que os seus avós estavam na escola, a disciplina que hoje conhecemos por Educação Física era chamada de Ginástica. Pergunte aos seus avós ou parentes de maior idade se eles confirmam essa informação. A sociedade da Grécia Antiga tinha uma aproximação cultural muito forte com a exercitação do corpo e com a nudez. Não é difícil encontrarmos estátuas gregas que mostram homens despidos ou mulheres semidespidas. Um belo exemplo é a famosa es- tátua Discóbolo, do escultor grego Míron. A obra, que apresenta um atleta nu, momentos antes de lançar um disco, foi produ- zida em torno de 455 a.C. Hoje em dia, ela é considerada o símbolo da Educação Física. PARA REFLETIR! Praticamente tudo o que vemos na sociedade de hoje é resultado de um longo pro- cesso histórico de transformações. Por isso, é importante conhecermos o passado para podemos entender melhor a realidade em que vivemos atualmente. Pense nisso! A estátua de Discóbolo, de Míron, era originalmente esculpida em bronze. Hoje, existem várias cópias espalhadas pelo mundo. Na imagem, réplica localizada em Tsarskoye Selo, antiga residência da família imperial russa. Catherine Park, São Petersburgo, Rússia. A rt -P er fe ct | Sh u tt er st o ck .c o m 54 Educação Física 6 o Ano Possibilidades de classificação da ginástica Com o passar das décadas, diversas formas de ginástica foram criadas pela humanidade. Hoje em dia, existe uma grande variedade delas. Podemos classificá-las de diferentes formas. Entre as várias possibilidades estão: » Ginásticas esportivas: são as modalidades de ginástica que fazem parte do fenômeno esportivo e caracterizam-se pela comparação do desempenho dos participantes. Elas são ao mesmo tempo ginástica e esporte. São exemplos: gi- nástica acrobática, ginástica aeróbica esportiva, ginástica artística, ginástica rítmica, ginástica de trampolim. Algumas delas são esportes olímpicos, como é o caso da ginástica artística, rítmica e de trampolim. » Ginásticas de condicionamento físico: caracterizam-se pela exercitação cor- poral com o objetivo de melhoria da condição física. São exemplos: ginástica aeróbica, ginástica localizada, ginástica laboral, hidroginástica, musculação, etc. » Ginásticas de conscientização corporal: também conhecidas como ginásti- cas alternativas, são práticas que englobam movimentos suaves e proporcio- nam uma melhor percepção sobre o próprio corpo. Durante essas práticas corporais, é comum a preocupação com a postura da coluna vertebral e com a respiração. A ginástica chinesa, a ioga e o tai chi chuan são exemplos dessa modalidade. 1. Nomeie cada uma das imagens a seguir conforme a modalidade de ginástica esportiva que ela representa. Para lhe ajudar nessa tarefa, sugerimos que você realize uma pesquisa. AT IV ID AD E Ginástica acrobática Ginástica aeróbica Ginástica de trampolim a) b) c) St o ck im ag e | S h u tt er st o ck .c o m Jo h n L u m b | Sh u tt er st o ck .c o m fr an ti c0 0 | Sh u tt er st o ck .c o m 55Educação Física6 o Ano Ginástica aeróbica Ioga Tai chi chuan Hidroginástica Ginástica laboral Ginástica localizada a) a) c) b) b) d) 2. Nomeie cada uma das imagens a seguir conforme a ginástica de condiciona- mento físico que ela representa. 3. Nomeie cada uma das imagens a seguir conforme a ginástica de conscientiza- ção corporal que ela representa. D ea n D ro b o t, M ar ci n B al ce rz ak , N o m ad _S o u l, B o ja n M ili n ko v | S h u tt er st o ck .c o m fiz ke s | S h u tt er st o ck .c o m co w ar d lio n | Sh u tt er st o ck .c o m 56 Educação Física 6 o Ano Ginástica de condicionamento físico Durante a história, a humanidade criou diferentes formas de ginástica. Den- tre elas, estão aquelas que alguns estudiosos classificam como ginásticas de con- dicionamento físico. Nessas formas de ginástica, em geral, os praticantes realizam movimentos corporais com o objetivo de melhorar a sua condição física. São exemplos de ginásticas de condicionamento físico: ginástica aeróbica, gi- nástica localizada, ginástica laboral, hidroginástica, musculação, etc. Capacidades físicas e exercícios Força, resistência, flexibilidade e equilíbrio são exemplos de capacidades físi- cas que o nosso corpo possui. É natural que determinadas pessoas tenham algumas dessas capacidades mais aprimoradas do que outras, pois elas podem ser melhoradas com a prática regular de exercícios físicos, entre outros fatores. A força muscular pode ser entendida como a capacidade que permite que o nosso corpo vençauma resistência. Por exemplo, para empurrarmos um sofá de um lugar para outro, precisamos exercer uma força contra ele para podermos ven- cer a sua resistência e fazermos com que ele se mova. Geralmente utilizamos essa capacidade física ao realizar ações de empurrar, tracionar, elevar. Um exemplo de exercício físico com o qual podemos melhorar a nossa força muscular é o de flexão de braços. Experimente! Para as pessoas que nunca experimenta- ram, esse exercício pode ser um pouco difícil de realizar. so la r2 2 | Sh u tt er st o ck .c o m 57Educação Física6 o Ano A flexão de braços com o apoio dos joelhos no solo pode ser uma alter- nativa para quem está realizando esse exercício pela pri- meira vez. 4. Analise as imagens abaixo. Em seguida, marque com um X aquelas em que o(s) praticante(s) está(ão) realizando exercícios com o objetivo principal de melhorar a capacidade de força muscular. AT IV ID AD E X X a) c) b) d) A vi lik a | S h u tt er st o ck .c o m fiz ke s | S h u tt er st o ck .c o m B ig n ai | Sh u tt er st o ck .c o m kh o am ar ti n | Sh u tt er st o ck .c o m Lu ck y B u si n es s |S h u tt er st o ck .c o m 58 Educação Física 6 o Ano A flexibilidade muscular está relacionada com o grau de amplitude em que conseguimos realizar determinados movimentos. Quanto maior a nossa capaci- dade de flexibilidade, maior a amplitude do movimento. Por exemplo, algumas pessoas conseguem colocar as palmas das mãos no chão, sem flexionar os joelhos, enquanto outras não conseguem sequer tocar os dedos do pé. Mas, como toda capacidade física, a flexibilidade é um elemento que pode ser melhorado com a prática de exercícios físicos. Cada corpo carrega uma memória muscular que o faz ser mais ou menos flexível ao longo dos anos. 59Educação Física6 o Ano Os famosos alongamentos são exercícios que contribuem para melhorar a fle- xibilidade. Existem vários exercícios de alongamento para as diversas regiões do nosso corpo. Experimente! Fazer pausas durante o dia para se alongar evita que dores musculares apareçam e atrapalhem as atividades a serem desenvolvidas. 5. Analise as imagens abaixo. Em seguida, marque com um X aquelas em que o(s) praticante(s) está(ão) realizando exercícios com o objetivo principal de melhorar a capacidade de flexibilidade. AT IV ID AD E a) c) b) d) X X Ja co b L u n d , fi zk es , F la m in go Im ag es , H al fp o in t | S h u tt er st o ck .c o m 60 Educação Física 6 o Ano VOCÊ SABIA? A falta de exercícios de alongamento pode ocasionar o encurtamento dos músculos, podendo diminuir a amplitude dos movimentos do corpo, gerar desconfortos e até dores. É importante realizarmos alongamentos semanalmente. Porém, é preciso lembrar que cada pessoa tem um grau diferente de flexibilidade, por isso é fundamental respeitar os limites do corpo para não se machucar. A nossa flexibilidade irá melhorar de forma lenta e gradual, logo os resultados não aparecerão “do dia para a noite”. Vejamos algumas orientações para uma sessão de alongamentos: » Faça um pré-aquecimento. Pode ser uma pequena caminhada de 5 a 10 minutos. Essa ação contribuirá para evitar possíveis lesões. » Alongue-se até sentir uma sensação de tensão. Se sentir dor, volte até a posição que se sentir confortável. Especialistas alertam que os alongamentos não devem ser dolorosos. » Mantenha-se em cada exercício por 15 a 45 segundos. » Evite balançar-se durante o exercício. A resistência é a capacidade física que permite nos manter realizando um exercício por determinado tempo. Quanto mais a temos, por mais tempo conse- guimos nos exercitar. A depender do exercício que estamos realizando, nosso organismo pode solicitar diferentes tipos de resistência. Por exemplo, durante uma corrida de 4 km, o nosso cor- po solicitará a resistência cardiorrespiratória. Já na realização do exercício da prancha abdominal, durante 30 segundos, precisaremos da resistência muscular localizada. Ex- perimente! A resistência cardiorrespiratória é uma das principais capa- cidades físicas que devemos buscar melhorar, pois ela con- tribui para a diminuição dos riscos de doença do coração. Com a prancha lateral, é possível trabalhar, em cada lado, alguns músculos do corpo, identificando possíveis fra- quezas e resolvendo-as antes que se tornem crônicas. E SB P ro fe ss io n al | Sh u tt er st o ck .c o m D u d ar ev M ik h ai l | S h u tt er st o ck .c o m 61Educação Física6 o Ano É importante lembrar que dificilmente um exercício irá requerer apenas uma capacidade física para a sua execução. Muitas vezes, para realizarmos um simples exercício, são necessárias várias capacidades físicas. Na prancha abdominal late- ral, por exemplo, é preciso força para elevar o corpo, equilíbrio para não sair da posição e resistência para permanecer durante o tempo desejado. 6. Analise as imagens abaixo. Em seguida, marque um X naquelas em que o(s) pra- ticante(s) está(ão) realizando exercícios com o objetivo principal de melhorar a capacidade de resistência. AT IV ID AD E Burpee a) b) X X Agachamento O equilíbrio é a capacidade física de manter-se numa determinada posição sobre uma base. O exercício do “avião”, que mostraremos na imagem a seguir, con- tribui para melhorar essa nossa capacidade física. Experimente! so la r2 2 | Sh u tt er st o ck .c o m so la r2 2 | Sh u tt er st o ck .c o m 62 Educação Física 6 o Ano Na imagem, prática de ioga que utiliza o exercício do “avião”. O exercício na terceira idade é importante, pois nela te- mos uma natural redução da capacidade de equilíbrio, o que pode aumentar os riscos de quedas. Todas as formas de exercitação do corpo que foram apresentadas até aqui fazem parte da cultura corporal da humanidade que foi construída, pouco a pouco, com o passar dos séculos. Boa parte desses exercícios pode ser realizada em casa, nas praças, na escola. Experimente! Aproprie-se dessa cultura e desfrute desse conhecimento! PARA REFLETIR! É importante vivenciarmos as ginásticas de condicionamento físico e os diversos exercícios que estão presentes nessas práticas, pois, além de podermos melhorar as nos- sas capacidades físicas, ampliamos nosso conhecimento sobre a nossa cultura corporal. Vale lembrar que essas práticas corporais não são patrimônio exclusivo das acade- mias de ginástica, mas de toda a humanidade. Portanto, é preciso que haja espaços públi- cos e de qualidade que também possibilitem a vivência dessas práticas corporais. Esse é um dos deveres dos nossos governantes e um direito nosso garantido pela Constituição da República Federativa do Brasil, principal lei do nosso país. Lembre-se disso! Desde 2010, a Educação Física faz parte do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A seguir, analise e responda a questão da prova de que trata sobre capa- cidades físicas. sa b th ai | Sh u tt er st o ck .c o m R o b er t K n es ch ke | Sh u tt er st o ck .c o m 63Educação Física6 o Ano 7. (Enem – Adaptada) O desenvolvimento das capacidades físicas (qualidades mo- toras passíveis de treinamento) ajuda na tomada de decisões em relação à melhor execução do movimento. AT IV ID AD E A capacidade física predominante no movimento representado na imagem é: a) a velocidade, que permite ao músculo executar uma sucessão rápida de gestos em movimentação de intensidade máxima. b) a resistência, que admite a realização de movimentos durante considerável pe- ríodo de tempo, sem perda da qualidade da execução. c) a flexibilidade, que permite a amplitude máxima de um movimento, em uma ou mais articulações, sem causar lesões. d) a agilidade, que possibilita a execução de movimentos rápidos e ligeiros com mudanças de direção. e) o equilíbrio, que permite a realização dos mais variados movimentos, com o ob- jetivo desustentar o corpo sobre uma base. U fa B iz P h o to | Sh u tt er st o ck .c o m Educação Capítulo 5 Física 6 ENSINO FUNDAMENTAL - 6O ANO Lucas Vieira Coordenação editorial Multi Marcas Editoriais Ltda. Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE Tel.: (81) 3447.1178 CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37 Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis- são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação. 6o ano do Ensino Fundamental Lucas Vieira Editor Lécio Cordeiro Revisão de texto Departamento Editorial Capa e projeto gráfico Amanda Travassos, Christiana Pacis e Sophia Karla Diagramação Sophia Karla Ilustrações Rafael Silva Direção de arte Elto Koltz Educação Capítulo 5 Física O conteúdo deste livro está adequado à proposta da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017, do Ministério da Educação. 64 Educação Física 6 o Ano Dança: expressão corporal milenar Vamos dialogar? 5Capítulo Olá! Neste capítulo, faremos uma introdução aos estudos da dança. O que você sabe sobre a dança e quais são as que você conhece? O que você percebe que há em comum entre elas? Quais são os seus principais aspectos e como podemos classificá-las? Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos- so diálogo neste capítulo. Vamos lá! ra 2 s tu d io | Sh u tt er st o ck .c o m 65Educação Física6 o Ano Dança Assim como o jogo, a luta, a ginástica e o esporte, a dança faz parte da cultura corporal da humanidade e foi construída pouco a pouco ao longo dos anos. Dançar pode ser entendido como uma forma de expressão corporal que a humanidade inventou para representar os diferentes aspectos da vida. Por meio de tal atividade, é possível transmitir sentimentos que podem ser vivenciados na religião, no trabalho, na escola, nos costumes, na guerra, etc. Com o passar dos séculos, diferentes formas dessa expressão corporal foram cria- das. Cada uma delas se caracteriza por gestos rítmicos que expressam significados. VOCÊ SABIA? Você já deve ter ouvido falar em “dança da chuva”, não é mesmo? Mas será que ela realmente existe ou existiu? Estudos do Departamento de Teatro e Dança da Universidade do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos da América (EUA), afirmam que diversos povos antigos realizavam ri- tuais em que um grupo de pessoas dançava com o objetivo de pedir chuva aos seus deuses. Esse ritual era presente na cultura dos povos egípcios, maias, astecas e de tribos indí- genas de vários locais do continente americano. Porém, o ritual ocorria de forma diferen- te em cada um deles. Em alguns, as pessoas dançavam em círculos, já em outros poderia ser em zigue-zague. Além disso, o ritmo e os gestos realizados durante a dança também variavam de acordo com a cultura dos povos. Até hoje a “dança da chuva” é realizada em diferentes locais do mundo. No Brasil, por exemplo, em períodos de seca, algumas comunidades indígenas ainda praticam esse ritual. Não há garantia de que se consiga, de fato, “fazer chover”. O importante é que, todas as vezes que ela é praticada, a cultura de um povo está sendo resgatada e propagada ao longo da História. V IA R P R O s tu d io | Sh u tt er st o ck .c o m 66 Educação Física 6 o Ano Indígenas da tribo Pataxó em ritual de dança. Apresentação do espe- táculo Dom Quixote na sede do balé Bolshoi em Joinville, Paraná, consi- derada a cidade da dança no Brasil. Breve histórico da dança A dança faz parte da história da humanidade desde os tempos mais remotos. É possível comprovar essa informação com as pinturas rupestres pré-históricas em paredes de cavernas espalhadas pelo mundo. Com o passar dos séculos, homens e mulheres utilizaram a dança para diver- sas finalidades, por exemplo: reverenciar os deuses de suas crenças, festejar, inte- ragir socialmente, trabalhar, divertir-se, expressar os mais variados sentimentos, etc. Na Idade Média, houve um fato bem marcante que repercutiu na forma como algumas pessoas veem a dança nos dias atuais: durante tal período histórico, a Igreja proibiu as pessoas de dançarem. Com o passar dos anos, essa proibição foi perdendo força, e mais estilos de dança foram criados, por exemplo, o balé. ce lio m es si as s ilv a | S h u tt er st o ck .c o m D is po n ív el e m : h tt p: // m em o ri a. eb c. co m .b r/ ag en ci ab ra si l/ si - te s/ _a ge n ci ab ra si l/ fil es /g al le ry _a ss is t/ 2 7 /g al le ry _a ss is t7 1 9 4 4 0 / A B r2 5 0 4 1 3 D SC _0 0 3 .jp g http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/sites/_agenciabrasil/files/gallery_assist/27/gallery_assist719440/ABr250413DSC_003.jpg http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/sites/_agenciabrasil/files/gallery_assist/27/gallery_assist719440/ABr250413DSC_003.jpg http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/sites/_agenciabrasil/files/gallery_assist/27/gallery_assist719440/ABr250413DSC_003.jpg 67Educação Física6 o Ano Hoje é muito comum encontrar aulas de dança entre as atividades ofere- cidas nas academias. É possível notar que, com o tempo, os movimentos espontâneos das danças foram dando espaço para conjuntos de movimentos previamente treinados, ou seja, as coreografias. Desde sempre, as danças foram aprendidas e ensinadas, o que permitiu a pro- pagação desse conhecimento ao longo do tempo. Com o advento da sociedade capitalista, elas passaram a ter finalidade pro- fissional, ganhando cada vez mais força. Nesse sistema social, praticamente tudo se torna produto de um mercado a ser consumido. Os conhecimentos da dança passaram, cada vez mais, a ser entendidos como uma mercadoria capaz de ser vendida. Muitas vezes, essa comercialização se dá na relação patrão (dono da aca- demia de dança), professor (funcionário) e aluno (cliente). O primeiro é quem detém o capital para abrir e gerenciar o negócio. O segundo é o que se apro- priou do conhecimento da dança e, por isso, é capaz de ensiná-lo (vendê-lo). E o último é o que deseja aprender (comprar), portanto necessita pagar para ter acesso a esse conhecimento que foi historicamente produzido e acumulado pela humanidade. n ik it ab u id a | S h u tt er st o ck .c o m No entanto, nem sempre é necessário pagar para aprender ou assistir a de- terminada dança. Atualmente, várias delas podem ser aprendidas por diferentes meios, por exemplo: nas escolas, nas ruas, nas praças, nos programas e projetos governamentais, em videoaulas disponíveis gratuitamente na Internet, etc. Hoje em dia, entre outras tantas finalidades, ela também é bastante utilizada para fins terapêuticos. Muitas vezes, é vista como um tratamento que pode trazer benefícios para a saúde do praticante, assim como todo exercício físico praticado regularmente. 68 Educação Física 6 o Ano PARA REFLETIR! Com base em registros arqueológicos, estudiosos afirmam que as primeiras dan- ças da história da humanidade tinham fins religiosos. Os povos antigos a utilizavam para agradecer aos seus deuses, reverenciá-los, invocá-los, etc. Porém, na Idade Média, devido à forma como algumas danças eram praticadas, a Igreja proibiu essa prática corporal. Esse fato marcou tanto a história da humanidade que até hoje divide opiniões dentro e fora da igreja. A Bíblia, lida e vendida no mundo inteiro, é o principal livro do cristianismo. Nela, a palavra dança aparece várias vezes, quase sempre associada a ocasiões felizes e com o objetivo de louvar a Deus, como podemos ver em Salmos 150:4-6: “Louvem-no com tamborins e danças, louvem-no com instrumentos de cordas e com flautas, louvem-no com címbalos sonoros, louvem-no com címbalos ressonantes.Tudo o que tem vida louve o Senhor! Aleluia!”. A Bíblia não condena a dança. Esta é uma prática corporal que deve ser desfrutada por todas as pessoas, tanto por aquelas que desejam viver conforme as escrituras sagra- das quanto por aquelas que não são religiosas. 1. Certamente você já assistiu ou presenciou pessoas dançando, não é mesmo? Desse modo, você possui algum conhecimento sobre essa atividade. Em sua opi- nião, o que é dança? Responda com as suas palavras. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno apresente os seus conhecimentos pré- vios sobre o fenômeno dança e que, ao longo do capítulo, possa ampliá-lo. 2. Durante a vida cotidiana, uma pessoa pode usufruir das danças para diversas finalidades. Por meio de sua prática, é possível se divertir, trabalhar, buscar me- lhorar o condicionamento físico, interagir socialmente, etc. Na sua vida, para quais fins você já utilizou ou utiliza a dança? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno reflita sobre as possibilidades de uso da dança em sua vida. AT IV ID AD E 69Educação Física6 o Ano A capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura arte marcial, esporte e dança. Na foto, roda de capoeiristas em Salvador, Bahia. A prática do balé ajuda a criança a melhorar sua disciplina, concentração, além de sua coordenação motora e sua confiança. PARA REFLETIR! Vivemos em uma sociedade que, infelizmente, ainda se mostra preconceituosa sobre vários temas, como raça, religião, gênero, orientação sexual, etc. A nossa sociedade costuma rotular algumas atividades como “só para meninas” ou “só para meninos”. De acordo com alguns, “meninos devem vestir azul” e “meninas devem vestir rosa”; eles devem jogar futebol, enquanto elas devem jogar vôlei. No caso da dança, esse tipo de preconceito alcança os meninos que praticam certas modalidades como o balé, pois, para parte da sociedade, essa é uma “dança para meninas”. E isso acaba afastando muitos deles dessas atividades. As danças fazem parte da cultura corporal da humanidade, portanto devem ser des- frutadas por todos, independentemente do sexo ou gênero. Pense nisso! C as si o h ab ib | Sh u tt er st o ck .c o m Ia ko v F ili m o n ov | Sh u tt er st o ck .c o m 70 Educação Física 6 o Ano 3. Qual a sua opinião sobre o caso de meninos que sofrem preconceito por pra- ticarem determinadas danças? Se você é a favor ou contra, apresente seus argu- mentos. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno reflita sobre o assunto e apresente seus argumentos. 4. Cite o maior número de danças que você conhece e grife aquelas que você já praticou em algum momento da sua vida. Resposta pessoal. Como podemos classificar a dança? Desde as primeiras civilizações, homens e mulheres criaram diferentes dan- ças, com as mais diversas particularidades. Não existe apenas uma forma de classificá-las. Dentre as várias possibilida- des existentes, temos: » Danças urbanas: Também conhecidas como street dance, são aquelas que sur- giram em guetos e centros urbanos. Em geral, são praticadas em espaços pú- blicos. Alguns exemplos: hip-hop dance, breaking dance, popping, etc. » Danças de salão: Geralmente são executadas em pares. Exemplos: forró, samba de gafieira, salsa, valsa, etc. AT IV ID AD E BBoy/BGirl é o nome dado a quem pra- tica o breaking, dança que representa o hip-hop.on ei n ch pu n ch | Sh u tt er st o ck .c o m 71Educação Física6 o Ano AT IV ID AD E 5. Lançado em 2018, o filme Battle, ou Batalhas, como foi chamado no Brasil, permite-nos refletir sobre o aspecto cultural que envolve a dança. No longa- -metragem, a personagem principal, com grande experiência em uma dança de salão, passa a praticar uma modalidade urbana. Assista ao filme e responda às seguintes perguntas: a) Qual a dança de salão que a personagem principal pratica? Balé. b) Qual a dança urbana que ela passou a praticar? Hip-hop freestyle. c) Quais as características mais marcantes que você identificou na dança de salão apresentada no filme? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno destaque a existência de gestos padroni- zados; a necessidade de se seguir uma coreografia. d) Quais as características mais marcantes que você identificou na dança urbana apresentada no filme? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno destaque a possibilidade de criação dos gestos rítmicos. e) Quais as principais diferenças que você conseguiu identificar entre essas duas danças? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno destaque diferenças sociais e culturais. 72 Educação Física 6 o Ano 6. Com base nos conceitos apresentados anteriormente, analise cada uma das ima- gens a seguir e identifique se ela faz referência a uma dança urbana ou de salão. Dança urbana: Popping Dança de salão: Samba de gafieira Dança de salão: Forró Dança urbana: Breakdance H el d er A lm ei d a | S h u tt er st o ck .c o m K le b er C o rd ei ro | Sh u tt er st o ck .c o m P el ev in a K si n ia | Sh u tt er st o ck .c o m C ar lo s E . S an ta M ar ia | Sh u tt er st o ck .c o m 73Educação Física6 o Ano 7. Observando as danças apresentadas pelas imagens anteriores, quais são as ca- racterísticas que você consegue identificar que estão presentes na maior parte delas? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno apresente uma resposta informando ele- mentos como música, pessoas, gestos corporais, ritmo, etc. Elementos da dança Embora elas possam ser realizadas de forma individual, em duplas ou em gru- pos, as danças apresentam elementos que são comuns a todas elas, por exemplo: » Ritmo: envolve a cadência de movimentos. » Espaço: refere-se ao ambiente físico onde os praticantes se movimentam. En- volve formas, trajetos, direções, etc. » Gestos: são movimentos que expressam significados. Dança urbana: Hip-hop freestyle Dança de salão: Valsa C ar lo s E . S an ta M ar ia | Sh u tt er st o ck .c o m al ys ta | Sh u tt er st o ck .c o m 74 Educação Física 6 o Ano 8. Cada alternativa a seguir descreve uma dança. Realize uma pesquisa para des- cobrir à qual cada trecho se refere. Em seguida, encontre-as no caça-palavras logo abaixo. a) Dança urbana em que o praticante realiza movimentos semelhantes aos de um robô. b) Dança de salão que geralmente é praticada em casamentos, pelos noivos, e em festas de formaturas, pelos formandos e seus respectivos pares. c) Dança de salão com característica cultural muito forte. Bastante vivenciada no Nordeste do Brasil no período das festas juninas. d) Dança urbana que faz parte da cultura hip-hop. AT IV ID AD E K U I L L A R Ó F A U A B B E P W U B P D B F A R Ó F A B A U R O M A R A C O G R O R J W L S B N O O C R U L J E I K D B G Ó S P L P U F E F O R A O P S A M B K C W B O G B A J F W A K P D A N C A O B R E A K D A N C E M A R V A L S A Z A 75Educação Física6 o Ano 9. (Enem) A dança é um importante componente cultural da humanidade. O fol- clore brasileiro é rico em danças que representam as tradições e a cultura de várias regiões do País. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históri- cos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras e caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras simples e populares), figurinos e cenários representativos. SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Educação Física. São Paulo: 2009 (adaptado) A dança, como manifestação e representação da cultura rítmica, envolve a ex- pressão corporal própria de um povo. Considerando-a como elemento folclórico, a dança revela: a) manifestações afetivas, históricas, ideológicas, intelectuais e espirituais de um povo, refletindo seu modo de expressar-se no mundo. b) aspectos eminentemente afetivos, espirituais e de entretenimento de um povo, desconsiderando fatos históricos. c) acontecimentos do cotidiano, sob influência mitológica e religiosa de cada re- gião, sobrepondoaspectos políticos. d) tradições culturais de cada região cujas manifestações rítmicas são classifica- das em um ranking das mais originais. e) lendas, que se sustentam em inverdades históricas, uma vez que são inventa- das, e servem apenas para a vivência lúdica de um povo. K R IT F O TO | Sh u tt er st o ck .c o m Educação Capítulo 6 Física 6 ENSINO FUNDAMENTAL - 6O ANO Lucas Vieira Coordenação editorial Multi Marcas Editoriais Ltda. Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE Tel.: (81) 3447.1178 CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37 Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis- são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação. 6o ano do Ensino Fundamental Lucas Vieira Editor Lécio Cordeiro Revisão de texto Departamento Editorial Capa e projeto gráfico Amanda Travassos, Christiana Pacis e Sophia Karla Diagramação Sophia Karla Ilustrações Rafael Silva Direção de arte Elto Koltz Educação Capítulo 6 Física O conteúdo deste livro está adequado à proposta da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017, do Ministério da Educação. 76 Educação Física 6 o Ano Luta: cultura corporal da humanidade Vamos dialogar? 6Capítulo Olá! Neste capítulo, faremos uma introdução aos estudos da luta. Provavelmente, você já assistiu ou praticou alguma; mas saberia explicar o que ela é? O que sabemos sobre a his- tória, as modalidades e quais são as principais características dessa atividade? Quais são as principais ações que realizamos e os cuidados que devemos ter ao lutar? Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos- so diálogo neste capítulo. Vamos lá! M as te r1 3 0 5 | Sh u tt er st o ck .c o m 77Educação Física6 o Ano O que é luta? A luta faz parte da cultura corporal da humanidade desde sempre. Pode ser entendida como uma disputa em que o contato corporal entre os participantes é inevitável. Como acontece em toda disputa, o objetivo é vencer o adversário. Porém, o que a diferencia das demais práticas é que nela os envolvidos realizam ações com a intenção de atacar e/ou controlar o corpo do seu oponente, além de defender-se dos golpes aplicados por ele. Em algumas delas, são utilizados objetos como espadas, bastões, lanças, nunchaku, etc. Essas ações de ataque, controle e defesa se expressam em forma de movi- mentos corporais como chutes, socos, empurrões, torções, imobilizações, esqui- vas, bloqueios, etc. Com o passar dos séculos, várias formas de luta foram criadas e aperfeiçoa- das nas diversas regiões do mundo. 1. Durante a sua vida, você certamente experimentou ou assistiu a alguma práti- ca corporal que as pessoas chamaram de luta, não foi mesmo? Então, você possui certo conhecimento sobre o assunto. Explique com as suas palavras o que você entende por luta. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno apresente um conceito que envolva ações de ataque e defesa. 2. Com base no conceito de luta apresentado anteriormente, analise as imagens abaixo e marque com um X aquelas que representam essa prática corporal. AT IV ID AD E a) d) b) e) c) X X X D r. G ila d F is ku s, Iu ri i O sa d ch i, M ic ro ge n , S at yr en ko , L St o ck St u d io | Sh u tt er st o ck .c o m 78 Educação Física 6 o Ano a) c) b) d) 3. Durante a luta, os envolvidos realizam ações com a intenção de atacar e/ou controlar o corpo do seu oponente, além de defender-se dos golpes aplicados por ele. Observe as imagens a seguir e responda: qual a intenção dos movimentos dos praticantes A e/ou B? A A AA A A A A B B B B B B Atacar Controlar Atacar Atacar Defender-se Controlar Atacar Como era a luta na Pré-História? Estudos da Universidade de Pernambuco (UPE) afirmam que a luta está pre- sente na vida humana desde os primórdios. No entanto, ela apresenta caracterís- ticas diferentes em cada período histórico. Na Pré-História, por exemplo, a luta aparece como uma necessidade cotidia- na. Naquela época, em que homens e mulheres eram nômades, necessitava-se lu- tar para sobreviver. Fazia-se necessário atacar animais para se obter alimento, travar batalhas pela liderança do grupo, combater outros povos na disputa por melhores territó- V lad im ir V asiltvich , Ju peter, spo rtpo in t, E sfilP la | Sh u ttersto ck.co m 79Educação Física6 o Ano Com o domínio da técnica de fundição, foi possível ao ser humano fabricar diversos objetos, não só armas. rios, etc. Durante essas disputas, era preciso realizar movimentos com o objetivo de atacar o corpo dos seus oponentes (humanos ou animais), ao mesmo tempo que se defendia dos ataques deles. Nesse contexto, foram criadas armas rudimentares para ajudar durante essas disputas, por exemplo, arco e flechas, lanças, facas e machados feitos com madei- ra, ossos e pedras. Pinturas rupestres presentes em cavernas espalhadas pelo mundo retratam tal época. Vale lembrar também que, naquele período, a humanidade ainda não havia inventado a forma de escrita que conhecemos hoje. Ao longo dos anos, os povos passaram a aperfeiçoar o modo como lutavam. Essas formas de luta foram cada vez mais treinadas e ensinadas para os demais in- tegrantes dos povoados com o intuito de prepará-los para possíveis guerras con- tra outros povos, dando origem aos primeiros exércitos. À medida que o tempo passava, homens e mulheres conseguiram dominar outros conhecimentos, como o fogo. O manuseio desse elemento lhes permitiu aprimorar as armas utilizadas nessas disputas, com o auxílio da fundição do metal, surgem, por exemplo, armas como flechas e lanças com pontas metálicas. 4. O filme 10.000 a.C., lançado em 2008, representa bem como a luta fazia parte da vida do ser humano no período da Pré-História. Assista ao longa-metragem e responda às perguntas a seguir. a) Os personagens principais utilizam a luta para quais finalidades? Sobrevivência (defesa da tribo, busca por alimento). AT IV ID AD E yo n gy u t ru kk ac h at su w a | S h u tt er st o ck .c o m 80 Educação Física 6 o Ano Como era a luta na Antiguidade? Na Antiguidade, período em que grande parte da humanidade já havia aban- donado a maneira de vida nômade, a luta passou, cada vez mais, a ser utilizada para outras finalidades, por exemplo: propagar a cultura do povo; exercitar o cor- po; participar de competições; defesa pessoal; entretenimento; arte marcial, etc. Na sociedade da Grécia Antiga, por exemplo, os gregos iam até os ginásios praticar lutas como uma maneira de exercitar o corpo e/ou para treinar com foco nas competições de luta dos Jogos Olímpicos da Antiguidade. Tais lutas eram ensi- nadas de geração para geração. Estudiosos relatam, pelo menos, três modalidades de luta praticadas na Gré- cia Antiga: » Pále: Prática corporal muito popular na época, assemelhava-se à luta greco- -romana ou ao wrestling que conhecemos hoje. Não eram permitidos golpes como socos ou chutes; os participantes tentavam agarrar o oponente para derrubá-lo. O objetivo da disputa era fazer com que o outro tocasse os om- bros no chão. Essa prática corporal foi registrada em várias obras de arte da época. b) Ao lutarem, os personagens realizam diferentes movimentos corporais com a intenção de atacar e/ou controlar o corpo dos seus oponentes, além de defender- -se dos golpes deles. Cite uma cena do filme em que é possível identificar esses movimentos. Exemplos: caça ao mamute; combate final entre escravizados e escravizadores. c) Quais são os objetos utilizados pelos personagens principais para ajudá-los du- rante as lutas e de que eram feitos? Lanças, facas e machados confeccionados com ossos, madeirae pedras. d) A forma de luta que os personagens praticam no filme se assemelha a alguma modalidade que você conhece? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que, na Pré-História, as formas de lutas eram primitivas, diferentes das que conhecemos hoje. 81Educação Física6 o Ano Mesmo que muitos enxerguem o boxe como uma luta essencialmente mascu- lina, muitas são as mulheres que o pra- ticam, seja como atividade física seja na modalidade profissional. » Pýgme (ou pygmachia): Nela os praticantes utilizavam-se dos punhos para atacar o oponente, por isso também era chamada de pugilato — parecia bastante com o boxe atual. Durante a disputa, havia a presença de socos, esquivas, bloqueios, etc. Estudos descrevem o uso de sacos de areia em seus treinamentos, assim como a utilização de faixas ao redor dos seus punhos (como se fossem luvas). VOCÊ SABIA? Sabia que até o livro mais vendido e lido do mundo inteiro, a Bíblia, faz menção ao pýgme? Observando a Bíblia na versão NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje), vemos que na sua primeira carta à igreja de Corinto, na Grécia, o apóstolo Paulo escreveu: “Tam- bém sou como um lutador de boxe que não perde nenhum golpe” (1 Coríntios: 9:26b). De acordo com historiadores, Paulo aproveitava a cultura local para pregar mensa- gens que fossem entendidas com maior facilidade pelo seu público. Por isso, utilizou o exemplo do boxe grego (o pýgme) em uma das suas explicações. A palavra pugilista deriva do termo grego pux, que significa punho. As modalidades de luta que são realizadas — principalmente — com o uso dos punhos também são conhecidas como pugilismo. Por isso, os praticantes do boxe atual também são chamados de pugilistas. » Pancrácio: Envolvia movimentos corporais presentes no pále, no pýgme e em outras modalidades de luta. Incluía socos, chutes, cotoveladas, joelhadas, tor- ções, derrubadas, cabeçadas, imobilizações, esquivas, etc. Assemelhava-se ao que conhecemos hoje por MMA (Mixed Martial Arts). Estudos apontam que, nessa modalidade de luta, apenas algumas ações não eram permitidas, como colocar os dedos nos olhos do oponente, atacar a região genital, morder, etc. Ja co b L u n d | Sh u tt er st o ck .c o m 82 Educação Física 6 o Ano O brasileiro Anderson Silva, à esquerda, é um dos atletas de MMA com maior fama. Apelidado de Spider, o lutador manteve-se invicto por 7 anos. Na Roma Antiga, a luta ganha uma conotação de entretenimento. Por vários anos, os governantes romanos promoveram lutas entre “escravos X escravos” e “escravos X animais ferozes” para divertir o povo. Durante o evento, os organiza- dores também distribuíam pão para os espectadores. Essas lutas eram realizadas em diferentes arenas, sendo a mais conhecida de- las o Coliseu (um dos principais pontos turísticos da Itália nos dias atuais). Os escravos lutadores eram chamados de gladiadores e forçados a lutar por sua vida e por sua liberdade. De acordo com estudos do College of New Rochelle, nos Estados Unidos, embora fossem escravos, eles recebiam treinamentos de luta. Por trás desses “espetáculos” e de “tanta generosidade” dos governantes, es- tava a intenção de conquistar o apoio da população. É nesse período histórico que surge a famosa expressão política do pão e circo. Ela foi criada pelo poeta romano Juvenal, que viveu por volta do ano 100 d.C. A intenção do poeta era criticar essa política do governo romano que distraía o povo, dando-lhe comida e entretenimento com o objetivo de afastá-lo dos assuntos políticos. Maior anfiteatro do mundo, o Coliseu de Roma é um dos símbolos da cidade italiana. Na Antigui- dade, suas arquibancadas eram divididas de acordo com as classes sociais: o pódio, para as classes altas; a maeniana, para a classe média; e os pórticos, para a classe baixa. A n d re L u iz M o re ir a | S h u tt er st o ck .c o m P au lo V ile la | Sh u tt er st o ck .c o m 83Educação Física6 o Ano sugestão Vencedor de cinco Oscars, o filme Gladiador, lançado no ano 2000, retrata de forma emocionante como a luta dos gladiadores acontecia nas arenas, no período da Roma Anti- ga. Assista ao filme e amplie os seus conhecimentos sobre o assunto. PARA REFLETIR! A política do pão e circo foi uma estratégia utilizada pela classe dominante da Roma Antiga para alienar a população trabalhadora. Por meio dos “espetáculos” que envolviam lutas entre gladiadores, que muitas vezes morriam nas arenas, os governantes tentavam fazer o povo esquecer os problemas que aquela comunidade enfrentava na época. Em outras palavras, eles ofereciam lutas corporais como entretenimento para que as demais classes sociais não realizassem lutas políticas em prol de uma sociedade melhor. Hoje em dia, você consegue identificar algum evento ou ação dos nossos governan- tes que se assemelha à política do pão e circo romana? Pense nisso! Espera-se que o aluno debata exemplos como: shows de artistas fa- mosos em festas municipais, a Copa do Mundo de futebol da Fifa, as lutas do MMA, etc. Luta e arte marcial significam a mesma coisa? Ainda na Antiguidade, diferentes formas de luta foram aperfeiçoadas para se- rem utilizadas em guerras contra outros povos. É aí que as práticas corporais que chamamos de artes marciais ganham mais ênfase. Estudos revelam que a expressão arte marcial tem origem greco-romana e re- fere-se à arte da guerra. A palavra marcial é originada da palavra Marte, que, para os gregos, representava o deus da guerra. Além de serem desenvolvidas para fins militares (fins de guerra), outra forte característica das artes marciais é que cada uma delas carrega a essência filosófica e cultural do povo que a criou, muitas vezes sendo praticadas como uma filosofia de vida. A sociedade de Esparta, na Grécia Antiga, ficou marcada na história da huma- nidade por sua cultura e filosofia voltadas para as artes marciais. O seu povo ficou conhecido como um povo guerreiro, vencedor de diversas batalhas. 84 Educação Física 6 o Ano Estátua em home- nagem ao rei Leô- nidas de Esparta, Grécia. 5. Há muito tempo, o cinema tem se dedicado a retratar histórias que envolvem as artes marciais, como os filmes 300, Troia, O grande dragão branco, O clã das ada- gas voadoras, etc. Um dos mais conhecidos com essa temática envolvendo ado- lescentes é o Karatê Kid, lançado em 2010. O filme conta a história de Dre Parker, que se muda com sua mãe para a China. Lá, terá de lidar com as provocações de Cheng, que sabe muito bem lutar kung fu. A partir disso, Dre recorre ao senhor Han, o zelador de seu prédio e um mestre do kung fu, para treiná-lo. Agora que já sabe um pouco dessa história, assista ao filme e responda às seguintes perguntas. a) Em quais cenas é possível perceber que a luta faz parte da cultura dos chine- ses? Resposta pessoal. b) Os personagens utilizam a luta para quais finalidades? Propagação da cultura, treinamento, guerras. c) A forma de luta que os personagens principais praticam no filme se parece com alguma modalidade atual que você conhece? Escudos de metal, espadas. AT IV ID AD E n n d rl n | Sh u tt er st o ck .c o m 85Educação Física6 o Ano d) Que lição a respeito da prática de artes marciais você pode tirar do filme? Resposta pessoal. Nas mais variadas regiões do mundo, homens e mulheres desenvolveram di- ferentes formas de luta que, ao longo dos anos, passaram a fazer parte da sua filo- sofia de vida. O kung fu, o karatê e o taekwondo são exemplos de modalidades que foram criadas com essas características. Portanto, podem ser chamadas de artes marciais. Outro exemplo de arte marcial são as lutas desenvolvidas pelos samurais. Por que as artes marciais passaram a ser cada vez menos utilizadas nas guerras? Com o passar do tempo, a humanidade aprimorou as armas utilizadas nas guerras entre os povos. Cada vez mais, as espadas, as flechas e as lanças foram dando lugar àsarmas com pólvora, como espingardas, revólveres e canhões. Essa evolução armamentista influenciou a forma como as batalhas passaram a acon- tecer, fazendo com que algumas artes marciais fossem cada vez menos utilizadas durante as guerras. 6. O filme O último samurai, lançado em 2003, protagonizado por Tom Cruise, re- trata as artes marciais e a cultura dos samurais. No longa-metragem, também é possível observar como a chegada das armas de fogo tem influência na guerra. Amplie os seus conhecimentos de uma forma divertida, assista ao filme! Em se- guida, faça uma síntese, em seu caderno, do que você aprendeu sobre as artes marciais dos samurais. 7. De acordo com as aprendizagens que teve até aqui, você já entendeu que luta e arte marcial não significam a mesma coisa. Portanto, explique quais são as princi- pais diferenças entre esses dois fenômenos. Espera-se que o aluno se aproxime do entendimento de que toda arte marcial é uma luta, mas que nem toda luta é uma arte marcial. Esta envolve, além dos movimentos que a categoriza como uma luta, características culturais e filosóficas do povo que a desenvolveu para ser utilizada no combate contra outros povos (guerras). AT IV ID AD E 86 Educação Física 6 o Ano Na esgrima, são utili- zadas 3 armas brancas: florete, espada e sabre. Os pontos acontecem quando um adversário toca a roupa do outro com a arma. Essas regras foram incluídas por vários motivos, dentre eles tentar garantir a segurança dos participantes. Atualmente, existem inúmeras modalidades de luta corporal, como as várias que já foram citadas neste capítulo, huka huka, capoeira, aikido, krav maga, kickboxing, etc. Assim como a dança, o jogo, o esporte e a ginástica, a luta faz parte da cultura 8. Considerando os conceitos de luta e arte marcial, apreendidos durante este capítulo, analise as alternativas abaixo e assinale V para verdadeiro e F para falso. a) F Toda luta é uma arte marcial. b) V Toda arte marcial é uma luta. c) F Toda luta é uma arte marcial, mas nem toda arte marcial é uma luta. d) V Toda arte marcial é uma luta, mas nem toda luta é uma arte marcial. Como a luta se mostra nos dias atuais? Com o decorrer dos anos e com o advento do capitalismo, algumas lutas pas- saram pelo processo de esportivização, ou seja, passaram a ser luta e esporte ao mesmo tempo. Alguns estudiosos passaram a considerá-las como modalidades esportivas de combate. São exemplos de modalidades esportivas de combate: wrestling, judô, sumô, boxe, jiu-jitsu, muay thai, esgrima, etc. Nesse contexto, essas lutas assumiram as características do fenômeno espor- tivo como: comparação do desempenho dos participantes e regras estabelecidas por instituições. Fo to ko st ic | Sh u tt er st o ck .c o m 87Educação Física6 o Ano 9. Considerando os conceitos de luta e modalidade esportiva de combate apreen- didos durante este capítulo, analise as alternativas abaixo e assinale V para verda- deiro e F para falso. a) F Toda luta é uma modalidade esportiva de combate. b) V Toda modalidade esportiva de combate é uma luta. c) V Toda modalidade esportiva de combate é uma luta, mas nem toda luta é modalidade esportiva de combate. d) F Toda luta é uma modalidade esportiva de combate, mas nem toda modali- dade esportiva de combate é uma luta. corporal da humanidade, que foi construída pouco a pouco com o passar dos sé- culos, portanto deve ser estudada, aprendida e ensinada de geração em geração. Vale lembrar que o acesso à cultura é um direito de todos os cidadãos brasileiros, conforme consta no texto da Constituição Federal de 1988. Como podemos classificar as lutas? Existem diferentes maneiras de se classificar as lutas, por exemplo: de curta distância; de média distância; de longa distância; olímpicas; não olímpicas; que en- volvem armas; que não envolvem armas; orientais; ocidentais; indígenas; esporti- vas; não esportivas... Enfim, as possiblidades são incontáveis. Neste livro didático, seguiremos a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a qual classifica as lutas em: » Lutas do Brasil: aquelas praticadas pelo território brasileiro. » Lutas do mundo: referem-se às modalidades de lutas que nos são menos fa- miliares. Já houve prisão e trabalho forçado para os praticantes de capoeira na época da Primeira República (1889–1930). AT IV ID AD E C R E A T IS TA | Sh u tt er st o ck .c o m 88 Educação Física 6 o Ano 10. Escreva quais são as lutas que você ou as pessoas da sua comunidade geral- mente praticam. Resposta pessoal. AT IV ID AD E PARA REFLETIR! Devemos lutar com o outro ou contra o outro? É preciso lembrar que, para podermos lutar, precisamos do outro. Por isso, é necessário vermos nosso “oponente” como alguém de que precisamos e que também precisa de nós para praticar essa atividade. Nesse sen- tido, é interessante pensarmos em “lutar com”, e não “contra” o outro. Portanto, é preciso valorizar a integridade física do(a) nosso(a) colega de luta, respei- tando as normas de segurança de cada modalidade e o nível de conhecimento possuído pelo sujeito que está lutando conosco naquele momento. Pense nisso! C h at ch ai S o m w at | Sh u tt er st o ck .c o m Educação Capítulo 7 Física 6 ENSINO FUNDAMENTAL - 6O ANO Lucas Vieira Coordenação editorial Multi Marcas Editoriais Ltda. Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE Tel.: (81) 3447.1178 CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37 Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis- são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação. 6o ano do Ensino Fundamental Lucas Vieira Editor Lécio Cordeiro Revisão de texto Departamento Editorial Capa e projeto gráfico Amanda Travassos, Christiana Pacis e Sophia Karla Diagramação Sophia Karla Ilustrações Rafael Silva Direção de arte Elto Koltz Educação Capítulo 7 Física O conteúdo deste livro está adequado à proposta da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017, do Ministério da Educação. 89Educação Física6 o Ano PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA URBANAs Vamos dialogar? 7Capítulo Olá! Neste capítulo, estudaremos as práticas corporais de aventura. Quais delas você conhece? Como poderíamos classificá-las? Elas podem nos oferecer algum risco? Quais os cuidados que devemos ter ao experimentá-las? Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos- so diálogo neste capítulo. Vamos lá! b ar ry m aa s | S h u tt er st o ck .c o m 90 Educação Física 6 o Ano O que podemos chamar de práticas corporais de aventura? As práticas corporais de aventura são aquelas que envolvem riscos controla- dos. Nelas estão presentes situações de imprevisibilidade causadas pelo ambien- te desafiador em que geralmente ocorrem. Embora nem todas sejam esportes, essas práticas corporais são comumente conhecidas como esportes de risco, esportes alternativos, esportes extremos, es- portes radicais, etc. 1. Considerando o conceito apresentado anteriormente, analise as imagens a se- guir e marque com um X aquela que pode ser considerada uma prática corporal de aventura. a) c) X b)AT IV ID AD E Exemplos de práticas corporais de aventura As práticas corporais de aventura fazem parte da cultura corporal da huma- nidade, produzida por homens e mulheres, em diferentes regiões do Planeta, ao longo de vários séculos. Conheceremos algumas modalidades dessas atividades por meio das imagens a seguir. RapelSkate R av e N IK , M o to rt io n F ilm s, J ac o b L u n d | Sh u tt er st o ck .c o m o n ei n ch pu n ch | Sh u tt er st o ck .c o m pe d ro sa la | Sh u tt er st o ck .c o m 91EducaçãoFísica6 o Ano Arvorismo Slackline Parkour Patins Corrida de carrinho de rolimã Pesca esportiva Tirolesa Mergulho ar ep o rt er | Sh u tt er st o ck .c o m C h ek yr av aa | Sh u tt er st o ck .c o m C h ri st ia n B er tr an d | Sh u tt er st o ck .c o m M ak sy m F es en ko | Sh u tt er st o ck .c o m er m es s | S h u tt er st o ck .c o m D zm it ro ck | Sh u tt er st o ck .c o m C id C id aR iu s | S h u tt er st o ck .c o m Ju kk is | Sh u tt er st o ck .c o m 92 Educação Física 6 o Ano Patinete Paraquedismo Ski na neve Escalada Bungee jump Rafting Como podemos classificar as práticas corporais de aventura? As práticas corporais de aventura podem ser classificadas de diferentes ma- neiras. Não existe apenas uma forma correta de realizar essa tarefa. Toda classificação é feita com base em um critério. Por exemplo, se desejar- mos um agrupamento pautado em “artefatos com rodas”, poderemos incluir nessa categoria as práticas com skate, bicicleta, carrinho de rolimã, patinete, patins, en- tre outros. Tudo vai depender do parâmetro que utilizarmos. T ar as H ip p | S h u tt er st o ck .c o m zh u ko vv vl ad | Sh u tt er st o ck .c o m pa rk 1 6 8 8 | Sh u tt er st o ck .c o m C h ri st ia n B er tr an d | Sh u tt er st o ck .c o m es al ie n ko | Sh u tt er st o ck .c o m m .k ru | Sh u tt er st o ck .c o m 93Educação Física6 o Ano praticadas em terra praticadas na água praticadas no ar Corrida de aventura SUP (sigla em inglês que significa remo em pé) Asa-delta Mountain Bike Surfe Balonismo AT IV ID AD E Classificação Classificação Classificação R es p o st a p es so al . E sp er a- se q u e o a lu n o c ri e cl as si fi ca - çõ es c o m b as e n as s em el h an ça s ap re se n ta d as e n tr e as p rá ti ca s co rp o ra is . P o r ex em p lo , a s te rr es tr es , a s aq u át i- ca s, a s aé re as , e tc . Neste livro didático, é adotada a classificação apresentada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a qual utiliza o critério do ambiente de que essas prá- ticas corporais necessitam para serem realizadas: » Práticas corporais de aventura na natureza: corrida orientada, corrida de aventura, corridas de mountain bike, rapel, tirolesa, arborismo, escalada, ca- noagem, surfe, stand up paddle (SUP), kitesurf, asa-delta, balonismo, bungee jump, paraquedismo, pesca esportiva, parapente, etc. » Práticas corporais de aventura urbanas: parkour, skate, patins, bike, corrida com carrinho de rolimã, slackline, etc. No entanto, é interessante destacar que muitas dessas práticas corporais po- dem ser realizadas tanto na natureza quanto em ambientes urbanos, como é o caso do rapel, do bungee jump, da escalada, do slackline, etc. 2. Observe as características das práticas corporais de aventura a seguir, identifi- que as semelhanças entre elas e crie um critério para classificá-las. | Sh u tt er st o ck .c o m SueC Aniwat phromrungsee, Jorge A. Russell, Soloviova Liudmyla, TuiPhotoEngineer, anatoliy_gleb | Shutterstock.com 94 Educação Física 6 o Ano 3. Quais são as práticas corporais de aventura que você já experimentou? Escreva cada uma delas e classifique-as em de aventura na natureza ou urbanas. Resposta pessoal. Quais os cuidados necessários para as práticas corporais de aventura? Sempre que estivermos iniciando em uma prática corporal de aventura, é fundamental nos lembrarmos de que, antes de aprendermos a correr, foi preciso aprendermos a andar. Então, devemos ir com calma, pois, caso contrário, podere- mos nos machucar. Como vimos, uma das características marcantes dessas atividades são os riscos controlados. Ao experimentá-las, devemos ficar atentos aos possíveis ris- cos que elas podem apresentar, tentando minimizá-los com atitudes prudentes e com o uso de equipamentos de segurança. Capacetes, joelheiras e cotoveleiras, por exemplo, são alguns aparatos que podem nos ajudar a diminuir os riscos causados por possíveis acidentes durante algumas práticas corporais de aventura. Alguns praticantes precisam tomar ainda mais cuidado, como mulheres grá- vidas, pessoas com hipertensão arterial ou indivíduos cardiopatas, pois podem apresentar complicações de saúde durante algumas práticas mais intensas. Por isso, é fundamental realizar exames médicos antes de iniciarem qualquer modali- dade esportiva. 4. Por mais simples que uma prática corporal de aventura pareça ser, há sem- pre riscos que necessitam ser controlados. Observe as imagens a seguir e, em seu caderno, identifique quais são os possíveis riscos que estas atividades po- dem trazer aos seus praticantes. Em seguida, informe como eles poderiam ser diminuídos ou controlados. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno identifique que o uso dos devidos equipamentos de proteção (capacete, joelheira, luva, etc.) é indispensável para diminuir os riscos presentes nas práticas cor- porais de aventura. AT IV ID AD E AT IV ID AD E 95Educação Física6 o Ano a) b) c) PESQUISA Pesquise quais são as práticas corporais de aventura que podem apresentar mais ris- cos para os seus praticantes. Em seguida, realize as seguintes atividades: 1. Crie um ranking com as cinco modalidades que você considerou como mais arriscadas. 2. Descreva como cada uma delas funciona. 3. Por último, classifique-as como práticas corporais de aventura na natureza ou urbanas. Resposta pessoal. VOCÊ SABIA? Uma das práticas corporais de aventura mais arriscadas que a humanidade criou ao longo da sua história se chama Wing Walking. Você já ouviu falar nela? Wing Walking significa caminhar sobre as asas. Nessa modalidade, os praticantes an- dam sobre as asas de um avião em movimento. Você teria coragem para isso? A execução mais antiga des- sa modalidade data de 1911, na Inglaterra, sobre um avião biplano. Paul Higley, Strahil Dimitrov, UfaBizPhoto | Shutterstock.com R u sl an s G o le n ko vs | Sh u tt er st o ck .c o m 96 Educação Física 6 o Ano Práticas corporais de aventura viciam? Durante algumas práticas corporais (de aventura ou não), o nosso corpo libe- ra várias substâncias químicas, dentre elas a adrenalina, a endorfina e a dopamina. A adrenalina é liberada quando estamos nos preparando para iniciar a ativi- dade, geralmente em situações que misturam medo e tensão. Nesse momento, muitas vezes temos aumento da frequência cardíaca, dilatação das pupilas, sen- sação de “boca seca”, etc. A endorfina, por sua vez, é liberada durante a prática corporal, dando-nos uma boa sensação de alívio das dores geradas pela própria atividade. Ao término da prática corporal, o nosso cérebro libera a dopamina, possibili- tando-nos sensações de prazer. E é justamente essa a sensação que muitos aman- tes de aventura buscam. O preocupante é que alguns acabam desenvolvendo dependência da dopami- na. Quanto mais o seu corpo a libera, mais ele a deseja. Estudos do departamento de psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo afirmam que a falta dessa substância em seu organismo pode causar-lhes depressão, ansiedade ou atitudes agressivas, assim como ocorre com alguns dependentes químicos quando estão longe das drogas. Tornarmo-nos dependentes dessas práticas para nos sentirmos bem é peri- goso, pois, em vez de melhorarmos nossa qualidade de vida por meio dessas expe- riências corporais, poderemos desenvolver problemas psicológicos e sociais. PARA REFLETIR! Você já ouviu aquele velho ditado que diz que “tudo em excesso faz mal”? Pois é! Ele se aplica a praticamente tudo em nossa vida, inclusive quando o assunto é a vivência das práticas corporais de aventura. É importante usufruirmos dessas atividades, porém de forma moderada e prudente, sempre analisando os possíveis riscos que elas apresentame identificando como pode- mos minimizá-los. Pense nisso!