DIREITO CIVIL - Da Imputação do Pagamento

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DIREITO CIVIL
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PROF. ALESSANDRA VIEIRA
Da Imputação do Pagamento
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DIREITO CIVIL
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IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO
A imputação do pagamento consiste na indicação ou determinação da dívida a ser quitada, 
quando uma pessoa se encontra obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um 
só credor, e efetua pagamento não suficiente para saldar todas elas.
Assim, aqui temos a situação do devedor que deve várias importâncias ao mesmo credor.
Assim se três dívidas são, respectivamente, de cinquenta; cem e duzentos reais, e o devedor 
remete cinquenta reais ao credor, a imputação poderá ser feita em qualquer delas.
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor,tem o 
direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
Como vimos, a imputação do pagamento consiste na operação pela qual o devedor de dois ou 
mais débitos da mesma natureza a um só credor; o próprio credor ou a lei, indicam qual deles o 
pagamento extinguirá, por ser este insuficiente para solver a todos.
A imputação do pagamento pressupõe os seguintes requisitos:
a) Existência de duas ou mais dívidas;
b) Identidade de credor e de devedor;
c) Igual natureza dos Débitos;
d) Dívidas líquidas (certas quanto à existência e determinadas quanto ao objeto);
e) Dívidas vencidas (exigíveis);
f) insuficiência do pagamento para resgatar todos os débitos.
Como vimos, a imputação pressupõe a identidade de credor e devedor e a existência de dois ou 
mais débitos, exceto quando a dívida única vence juros, caso em que imputa-se o pagamento 
primeiro nos juros vencidos e, depois, no capital (art. 354 do CC).
Exige, também, que as dívidas sejam da mesma natureza.
Se uma delas for de dinheiro, e a outra consistir na entrega de algum bem, havendo o pagamento 
de certa quantia, não haverá necessidade de imputação do pagamento.
É necessário, por fim, que a importância entregue ao credor a título de pagamento seja 
suficiente para extinguir ao menos uma das diversas dívidas, pois do contrário estar-se-ia 
constrangendo o credor a receber pagamento parcial, a despeito da proibição constante no art. 
314 do CC.
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Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o 
pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação 
feita pelo credor,salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.
Imputação do pagamento pelo credor:
A imputação por indicação do credor ocorre quando o devedor não declara qual das dívidas 
quer pagar. O direito é exercido na própria quitação.
Desta forma, ter-se-á a imputação do pagamento pelo credor quando o devedor não utilizar seu 
direito de indicar o débito, que será resgatado com o pagamento, aceitando a quitação de um 
deles, feita no instante do pagamento, desde que não haja coação ou dolo por parte do credor.
Ex: A) deve a quantia de R$ 20.000,00 a título de empréstimo; R$ 10.000,00 por locação 
predial e R$ 10.000,00 em razão de compra de um relógio, e somente efetua o pagamento no 
valor de R$ 20.000,00 sem indicar quais os débitos que pretende quitar.
B) imputa o valor pago por A no débito advindo do mútuo e não nos alusivos à locação e à 
compra, como pretendia A, embora não tivesse manifestado, oportunamente, tal vontade.
O devedor somente poderá impugnar judicialmente a quitação dada se provar a violência ou 
dolo do credor, que, se prevalecendo do direito de imputação do pagamento, o tenha feito por 
meios escusos.
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois 
no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.
Imputação do Pagamento em uma única dívida: A imputação do pagamento requer vários 
débitos, mas, excepcionalmente, a lei a admite havendo um único débito se esse vencer em 
juros.
Assim sendo, havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos e, 
depois, no capital, salvo convenção em sentido contrário ou se o credor vier a passar quitação 
por conta do capital, permanecendo subsistente os juros.
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, 
esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e 
vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.
Neste caso, temos a imputação pordeterminação legal se o devedor não fizer aindicação do 
art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação (art. 355 do CC).
Verifica-se, assim, que o credor que não fez a imputação no momento de fornecer a quitação 
não poderá fazê-lo posteriormente,verificando-se, então, a imputação legal.
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CRITÉRIOS DA IMPUTAÇÃO LEGAL:
a) Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos (art. 354 do 
CC);
b) Entre dívidas vencidas e não vencidas, a imputação far-se-á nas primeiras;
c) Se algumas forem líquidas e outras ilíquidas, a preferência recairá nas primeiras,segundo a 
ordem de seu vencimento (art. 355 do CC);
d) Se todas forem líquidas e vencidas ao mesmo tempo, considerar-se-á paga a mais onerosa, 
conforme estatui o mesmo dispositivo legal.
Obrigação mais onerosa é aquela que contém juros; cláusula penal; àquela sobre a qual pesa 
algum gravame, como hipoteca ou outro direito real.