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Gestão de Empresas Introdução Caro(a) aluno(a), nesta unidade, serão apresentados, inicialmente, os principais conceitos que envolvem as teorias da administração. O tópico inicial discutirá sobre os aspectos históricos da administração e as principais in�uências da Revolução Industrial para a formação do conceito que compreendemos, hoje, como administração. O segundo tópico abordará conceitos importantes para a compreensão do que é administração, bem como serão tratadas as características principais de uma organização, além das funções de um gerente e suas responsabilidades. O terceiro tópico será destinado à discussão dos princípios gerais da administração, que foram desenvolvidos na Era Industrial, tendo importante papel na determinação da forma de agir de um administrador. Também, neste tópico, serão discutidas, de maneira breve, o histórico das teorias administrativas, desde seu surgimento até as teorias contemporâneas. Ótimo estudo! Unidade I Fundamentos Iniciais da Administração Administração e História De acordo com Chiavenato (2010), desde os primórdios da humanidade, o homem se associou a outros indivíduos, na tentativa de atingir seus objetivos conjuntos e comuns, o que não seria possível de acontecer de maneira isolada e individualizada. Na busca por esses objetivos, essas associações humanas deram origem às empresas rudimentares na pré- história, em que indivíduos se reuniam para a produção de bens simples. No entanto, as empresas modernas, como conhecemos hoje, tiveram origem, principalmente, a partir da Revolução Industrial, no �nal do século XVIII, que se estendeu até meados do século XX. Ainda de acordo com Chiavenato (2010), a Revolução Industrial desenvolveu-se em duas fases distintas. A primeira fase desenvolveu-se entre os anos de 1780 e 1860, dando início à transformação de pequenas o�cinas de artesanato e manufatura em pequenas fábricas com atividades mecânicas. O trabalho do homem, do animal e da roda d´água é substituído pelo trabalho da máquina, surgindo o sistema Figura 1.1 - Panorama Industrial Fonte: Floralset / 123RF. fabril. O antigo artesão doméstico transforma-se no operário e a pequena o�cina patronal cede lugar à fábrica e usina. Os produtos tornam-se gradativamente melhores e mais baratos devido a intensi�cação da produção. As novas oportunidades de trabalho provocaram verdadeiras migrações das áreas agrícolas e consequente urbanização ao redor dos centros industriais (CHIAVENATO, 2010, p. 11). Segundo Chiavenato (2014), a primeira fase da Revolução Industrial ocorreu em quatro etapas, conforme o quadro a seguir. Fase Características 1ª fase Mecanização da indústria e da agricultura; Invenção da máquina de �ar, criada em 1767; Criação do tear hidráulico em 1769; Invenção do tear mecânico em 1785; Desenvolvimento do descaroçador de algodão em 1792; Todas essas invenções substituíram o trabalho do homem e da força motriz muscular do homem, do animal ou da roda de água. Eram máquinas grandes e pesadas, mas com incrível superioridade sobre os processos manuais de produção da época. 2ª fase Aplicação da força motriz à indústria; A força elástica do vapor, descoberta por Denis Papin, no século XVII, �cou sem aplicação até 1776, quando Watt inventou a máquina a vapor; Com a aplicação do vapor às máquinas, iniciaram-se grandes transformações nas o�cinas, nos transportes, nas comunicações e na agricultura. 3ª fase Desenvolvimento do sistema fabril; O artesão e sua pequena o�cina patronal desaparecem para ceder lugar ao operário, às fábricas e usinas, baseadas na divisão do trabalho; Surgiram novas indústrias em detrimento da atividade rural; A migração de massas humanas das áreas agrícolas para as proximidades das fábricas provocou a urbanização. 4ª fase Aceleramento dos transportes e das comunicações; A navegação a vapor surgiu em 1807 e logo depois as rodas propulsoras foram Quadro 1.1 - As quatro fases da primeira fase da Revolução Industrial Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014, p. 36). A segunda fase da Revolução Industrial aconteceu entre 1860 e 1914. Foi nesse período que a indústria iniciou o aperfeiçoamento das práticas de trabalho e das atividades dos operários. Além disso, também iniciava-se uma grande transformação nos meios de comunicação (telégrafo e rádio) e de transporte (estrada de ferro, automóvel e avião). Segundo Chiavenato (2014), alguns aspectos sobre a segunda fase são importantes: Substituição do ferro pelo aço como material industrial básico; Substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo como fontes de energia; Desenvolvimento da maquinaria automática e da especialização do trabalhador; Crescente domínio da indústria pela ciência; Transformações radicais nos transportes e nas comunicações; Desenvolvimento de novas formas de organização capitalista; Expansão da industrialização desde a Europa até o Extremo Oriente (CHIAVENATO, 2014, p. 37). A intensa “maquinização” das atividades e das o�cinas causou a fusão das pequenas o�cinas, que passaram a fazer parte de outras maiores e, posteriormente, foram transformadas em fábricas. Neste momento, grandes transformações ocorreram na forma de execução das atividades. O operário foi substituído pela máquina nas tarefas em que se podia automatizar e acelerar pela repetição. Com o aumento dos mercados, decorrente da redução dos preços e popularização dos produtos, as fábricas passaram a exigir substituídas por hélices; A locomotiva a vapor foi aperfeiçoada, surgindo a primeira estrada de ferro na Inglaterra (1825), depois nos Estados Unidos (1829), e no Japão (1832); Outros meios de comunicação apareceram com grande rapidez: Morse inventou o telégrafo elétrico (1835), o selo postal (1840), o telefone por Graham Bell (1876). Já eram esboçados os primeiros sinais do enorme desenvolvimento econômico, social, tecnológico e industrial. grandes contingentes humanos. A mecanização do trabalho levou à divisão do trabalho e à simpli�cação das operações, substituindo os ofícios tradicionais por tarefas automatizadas e repetitivas que podiam ser executadas por operários sem quali�cação e com facilidade de controle (CHIAVENATO, 2014, p. 37). A Revolução Industrial foi, sem dúvida, um dos acontecimentos que mais impactaram o desenvolvimento do que nós entendemos, atualmente, por uma empresa ou organização. Segundo Chiavenato (2014, p. 38), vários fatores contribuíram para que hoje tenhamos essa percepção, sendo os principais: (1) A ruptura das estruturas corporativas da Idade Média; (2) O avanço tecnológico e a utilização das descobertas e do progresso cientí�co na produção industrial; (3) Substituição da forma artesanal para a industrial de produção. Assim como a Revolução Industrial marcou o surgimento da era industrial e uma lenta substituição dos modos de produção, podemos considerar que, a partir dos anos de 1990, o mundo industrial e dos negócios passou a sofrer in�uências de outra revolução, a chamada Era da Informação, que tornou o ambiente empresarial muito mais dinâmico e com mudanças cada vez mais rápidas e profundas. Nesse novo cenário, as empresas que vinham de uma era menos veloz precisaram se adequar à nova realidade. Portanto, caro(a) aluno(a), antes de aprofundarmos nossos estudos sobre os aspectos históricos da administração, é importante que tenhamos uma ideia breve sobre as principais diferenças entre as Eras Industrial e da Informação, conforme indicado no quadro a seguir. Era Industrial Era da Informação Fábrica – empresa física; Máquinas e equipamentos; Empresa virtual e em rede; Computadores e terminais; Quadro 1.2 - As características da Era Industrial e da Era da Informação Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014, p. 13). A partir do quadro anterior, é possível, caro(a) acadêmico(a), ter uma breve percepção de dois pontos: a administração e as empresas apresentam características praticamente antagônicas e bipolares. No entanto, ao pensarmos nesses dois momentos, como parte de um eixocontínuo, temos diversos momentos em que as organizações e a forma de geri-las mudaram signi�cativamente. Nos capítulos posteriores deste livro, veremos as principais teorias e modelos de gestão empresarial; por agora, é importante que façamos uma breve abordagem histórica das empresas, tomando, como base, o breve levantamento histórico já apresentado. Estabilidade e permanência; Manter o status quo; Mão de obra braçal; Trabalho individual e isolado; Gerência tradicional; Impor ordens e comandos; Capital �nanceiro; Especialização e foco em uma única atividade. Mudança e instabilidade; Mudar e inovar; Conhecimento; Trabalho em equipe e participativo; Liderança, Coaching e Mentoring; Conquistar colaboração; Capital intelectual; Flexibilidade, multifuncionalidade e polivalência. 1ª Fase artesanal Da antiguidade até a criação da máquina a vapor, por James Watt. Até 1780 2ª Fase de transição do artesanato para a industrialização É o período em que as pequenas o�cinas se preparam para a introdução da tecnologia a vapor. 1780- 1860 3ª Fase do desenvolvimento industrial É o período em que as indústrias crescem e desenvolvem-se, ganhando poder frente ao governo. 1860- 1914 Quadro 1.3 - As fases da história das empresas Fonte: Adaptado de Chiavenato (2004, p. 26). Cada uma dessas fases representa um período importante na evolução histórica das empresas e da administração. Nesse sentido, o momento que estamos vivenciando compreende a fase da globalização, que iniciou em meados dos anos 80, com a abertura econômica dos mercados, tornando o mundo como possível consumidor de qualquer produto, sendo que, no Brasil, esse fenômeno foi potencializado em meados dos anos 90, a partir da abertura do mercado nacional para o mundo, possibilitando que empresas estrangeiras se instalassem no país e comercializassem seus produtos e serviços, competindo, diretamente, com os produtos nacionais. 4ª Fase do gigantismo industrial Maturidade das indústrias que se �rmaram como grande força motriz da sociedade da época. 1914- 1945 5ª Fase moderna Período em que as nações se destacam por deter o conhecimento industrial e de surgimento de novos materiais básicos. 1945- 1980 6ª Fase da globalização Surge uma nova revolução, agora, a da informação, como diferencial competitivo das organizações. Após 1980 Conceitos Iniciais Para termos uma melhor compreensão sobre o conceito da administração, é importante que tenhamos claro alguns dos termos mais usuais e recorrentes da prática da administração, assim como no entendimento da administração enquanto ciência e disciplina de estudos. Desse modo, no decorrer desta unidade, aprofundaremos alguns dos conceitos importantes, como a administração, a organização, o gerente, a e�ciência, a e�cácia, dentre outros. Administração De acordo com Chiavenato (2014), o termo administração vem do latim ad (direção) e minister (subordinação), e pode signi�car a realização de uma atividade sob o comando de uma terceira parte. Com o passar do tempo, o termo passou a abranger o ato de de�nir objetivos de uma organização e de transformá-lo, posteriormente, em ação. Ainda segundo Chiavenato (2014), a conceituação de administração varia de acordo com cada autor e pesquisador do tema. É importante, portanto, que tenhamos claro, para nossos estudos, a compreensão de algumas das principais de�nições de administração, conforme o Quadro 1.4. Autor De�nição Samuel C. Certo (1970) Alcançar objetivos pelo trabalho com e por intermédio de pessoas e outros recursos organizacionais. James, Stoner, Freeman & Gilbert Jr. (1995) Planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização e utilizar todos os recursos organizacionais disponíveis para alcançar objetivos organizacionais de�nidos. Schermerhorn (1996) Planejar, organizar, liderar e controlar o uso de recursos para alcançar objetivos de desempenho. Quadro 1.4 - Principais de�nições de administração Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014, p. 11). Diante do quadro anterior, nota-se que, na maioria das de�nições, as ações de planejamento, organização, liderança e controle estão envolvidas; no entanto, não podemos considerar que a administração envolve apenas essas ações. De acordo com Chiavenato (2014), a administração está imersa em ambientes mutáveis, onde exigem tomadas de decisões constantes durante todo o processo. Organização Sem dúvidas, caro(a) aluno(a), podemos a�rmar que o ser humano é completamente dependente das organizações. Se pararmos, por um instante, para analisar a nossa rotina diária, vamos notar que as organizações estão envolvidas em grande parte de nossas atividades ou, até mesmo, em todas elas. Por exemplo, ao acordar, pela manhã, possivelmente, você inicia o dia utilizando serviços e produtos fornecidos por organizações diferentes, desde a água, para seu banho, até o tradicional pão francês, que comemos; ambos os serviços ou produtos foram criados e oferecidos por alguma empresa. Ao sair para o seu trabalho, seja como colaborador(a) ou proprietário(a) de seu próprio negócio, você precisará se relacionar com outras organizações, além de utilizar os serviços e produtos criados por elas. Por meio desses exemplos, percebemos que todo o nosso dia está cercado de bens fornecidos por empresas de nossa região ou, até mesmo, de empresas que �cam “do outro lado do mundo”. Dessa forma, cabe a nós, re�etir sobre o que vem a ser uma organização. Antes de continuarmos e aprofundarmos sobre o conceito, peço para que você faça uma breve re�exão e tente compreender o que é e o que envolve uma organização. Para Maximiano (2000, p. 91), “uma organização é uma combinação de recursos que procura deliberadamente realizar algum tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos)”. Ainda de acordo com o autor, uma Daft (1993) Alcançar objetivos organizacionais de maneira e�caz e e�ciente graças ao planejamento, à organização, à liderança e ao controle dos recursos organizacionais. Montana & Charnov (2003) Ato de trabalhar com e por intermédio de outras pessoas para realizar os objetivos da organização, bem como de seus membros. organização pode ser compreendida como um sistema (Figura 1.2). Para Daft (2008, p.10), “as organizações são: entidades sociais; orientadas por metas; projetadas como sistema de atividades deliberadamente estruturadas e coordenadas; e ligadas ao ambiente externo”. Com base na �gura anterior, notamos que, ao compreendermos uma organização como sistema, três componentes estão envolvidos, sendo eles: recursos, organização e os objetivos. Objetivos Segundo Maximiano (2000), uma organização é criada com orientações para a realização de objetivos, que normalmente estão classi�cados em dois grupos: os produtos e os serviços. Uma organização pode ter como objetivo o desenvolvimento e a produção de produtos de modo exclusivo, assim como, apenas a prestação de serviços, ou ambos, ao mesmo tempo. Como exemplo, temos uma montadora de veículos, o qual produz e comercializa seus bens, da mesma maneira que presta serviços de assistência técnica e de treinamentos para seus revendedores. De acordo com Maximiano (2000), as organizações podem apresentar dois objetivos, o de longo prazo e o de curto prazo. O primeiro se refere à missão Figura 1.2 - Uma organização é um sistema que transforma recursos em produtos Fonte: Maximiano (2000, p. 92). da empresa e está diretamente relacionado ao futuro da organização a longo prazo; já o segundo tipo se relaciona à produção e venda de uma determinada quantidade de produtos. Figura 1.3 - Exemplos de produtos Fonte: George Tsartsianidis / 123RF. Figura 1.4 - Exemplo de serviço Fonte: Luckybusiness / 123RF. Recursos As pessoas são, sem dúvidas, o maior recurso de uma organização, pois elas auxiliam no ato de atingir os objetivos de uma empresa, transformando os recursos materiais (matéria-prima) em produtos acabados. Para tanto, são utilizados outros recursos no processo, como os recursos �nanceiros(capital da própria empresa ou de terceiros) e as informações, que são, para as organizações contemporâneas, um dos principais ativos. Divisão do trabalho Segundo Maximiano (2000), cada pessoa é responsável pelo desenvolvimento de uma atividade especí�ca, possibilitando que as limitações individuais para o desempenho das atividades sejam supridas por meio da especialização das pessoas. Podemos compreender, como especialização das atividades, um processo complexo, porém necessário, para o desenvolvimento dos produtos e serviços com maior qualidade e um menor tempo. Nas unidades posteriores, deste material, serão apresentadas as teorias administrativas que possibilitaram e aperfeiçoaram o processo de especialização e de divisão de tarefas. Processo de transformação Para compreendermos os processos de transformações que acontecem em uma organização, é importante que tenhamos compreendido o que vem a ser um processo. De acordo com Maximiano (2000, p. 93), um processo é um conjunto ou sequência de atividades interligadas [...] é uma ordenação especí�ca das atividades de trabalho no tempo e no espaço, com começo, �m, inputs (entradas ou recursos) e outputs (saídas) claramente identi�cados. Ainda de acordo com o autor, é possível identi�car processos comuns para a grande maioria das empresas, sendo eles: PRODUÇÃO Representa a transformação da matéria-prima em acabado, por meio da utilização de outros recurs exemplo, pessoas, máquinas e equipamentos. ADMINISTRAÇÃO DE ENCOMENDAS É o processo de transformação de pedidos feito p cliente em sua entrega. ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMA É a disponibilidade de pessoas para o desenvolvi atividades da empresa; pode iniciar com a contra colaborador ou até seu desligamento. Adaptado: Autora Assim, foi possível compreender, de maneira mais aprofundada, o que é uma organização e quais são os seus componentes. E�ciência e E�cácia Para Maximiano (2011), um dos objetivos de uma organização é transformar um conjunto de recursos em produtos ou serviços, objetivando atender às necessidades ou resolver problemas de seus consumidores. É possível mensurar se a empresa possui um bom desempenho na solução de problemas das partes interessadas, quando ela consegue utilizar seus recursos de maneira e�ciente e e�caz. No entanto, é importante que tenhamos claro o signi�cado desses dois termos, que são bastante utilizados no meio empresarial. De acordo com Maximiano (2011), e�ciência e e�cácia podem ser compreendidas como: E�cácia: usado para indicar que a organização atinge seus objetivos, ou seja, o resultado do processo está de acordo com o esperado tanto pela empresa quanto pelas demais partes envolvidas. E�ciência: o termo é utilizado para indicar que a empresa utiliza muito bem os seus recursos; quanto mais produtiva é uma organização, mais podemos considerá-la e�ciente. Uma organização pode ser e�ciente e e�caz, tornando-se efetiva, assim como pode tornar-se ine�ciente e ine�caz, dependendo diretamente da forma em que é administrada. É, portanto, papel da administração assegurar que a empresa seja efetiva – e�ciente e e�caz (MAXIMIANO, 2011). Gerentes Nas organizações contemporâneas, normalmente, as atribuições inerentes ao administrador são desempenhadas pelos gerentes funcionais. No entanto, ao pararmos para analisar as atribuições de um gerente em seu dia a dia, quais seriam essas atividades? Para Maximiano (2000), a rotina de um gerente apresenta ações variadas, não sendo padronizadas e de curta duração, conforme podemos identi�car no Quadro 1.5. Figura 1.5 - Exemplo de e�ciência Fonte: Ewastudio / 123RF. Atividades Descrição/exemplo Quadro 1.5 - Atividades de um gerente Fonte: Adaptado de Maximiano (2000, p. 30). Além de compreendermos, brevemente, as atividades que um gerente executa em seu dia a dia, é importante que tenhamos claro quais as competências que um gerente deve possuir para desempenhar sua função. As competências podem variar de organização para organização; no entanto, é possível descrever, de maneira genérica, três competências básicas: conhecimentos, habilidade e atitudes (MAXIMIANO, 2000). Conhecimentos: os conhecimentos de um gerente incluem todas as técnicas e informações que possui para o desempenho de seu cargo, Tomar decisões e resolver problemas O fornecedor deixa de fazer a entrega e é preciso encontrar um substituto; um cliente importante pediu concordata e o caixa da empresa será afetado. Processar informações Ler a correspondência, as notícias de economia, �nanças, os resumos providenciados pela empresa, os relatórios de atividades dos funcionários, escrever um relatório para apresentar aos superiores. Representar a empresa Fazer um discurso durante uma comemoração, comparecer ao Tribunal em nome da empresa, fazer contatos com autoridades para defender os interesses da empresa, assinar correspondência e documentos em nome da empresa. Administrar pessoas Selecionar novos funcionários, autorizar um funcionário a frequentar um curso, resolver con�itos e tomar decisões sobre demissões e admissões. Cuidar da própria carreira Estudar, adquirir novas habilidades e informações, procurar estabelecer e manter relações com pessoas importantes da empresa, manter-se atualizado com as inovações. assim como conhecimentos sobre o comportamento humano e técnicas de administração. Habilidades: as habilidades gerenciais são divididas em três categorias: técnicas, humanas e conceituais. As habilidades técnicas se relacionam à atividade propriamente dita do gerente, ou seja, ter habilidade para execução de sua função. As habilidades humanas abrangem a compreensão das necessidades humanas e seus comportamentos. Por �m, a habilidade conceitual abrange a capacidade do gerente de lidar com a complexidade da organização e agir de maneira estratégica. Essas habilidades atuam de maneira integrada, conforme Figura 1.6. Atitude: “As atitudes são competências que permitem às pessoas interpretar e julgar a realidade e a si próprios [...] as atitudes estão na base das doutrinas administrativas e da cultura organizacional” (MAXIMIANO, 2000, p. 44). Para Chiavenato (2014), a atitude representa o estilo do indivíduo de realizar as coisas, a forma de motivar, de liderar e de comunicar. Esta é a característica que possibilita o administrador ser um agente de mudanças na organização e no ambiente. Figura 1.6 - Habilidades gerenciais e níveis hierárquicos Fonte: Chiavenato (2014. p. 4). Teorias da Administração Para falarmos de maneira introdutória e geral sobre as teorias da administração, é importante partirmos de uma premissa básica: tudo, em administração, depende da situação e da circunstância, ou seja, tudo o que envolve uma organização é relativo aos contextos tanto internos quanto externos a ela. A partir dessa premissa, caro(a) estudante, podemos compreender a razão pela qual existem tantas teorias voltadas à compreensão da administração. Cada uma dessas teorias tenta explicar, à sua maneira e a partir de sua perspectiva, os melhores meios e as melhores ferramentas a serem aplicados em cada circunstância especí�ca. Ao longo deste tópico, caro(a) aluno(a), faremos uma breve explanação das teorias administrativas que surgiram ao longo dos séculos e, nas unidades posteriores, serão feitos os devidos aprofundamentos. Segundo Chiavenato (2014), cada teoria desenvolvida busca criar um modelo de ação ou forma de pensamento que oriente as ações e decisões a serem tomadas na organização, buscando evitar que a atividade do administrador esteja baseada em palpites e tentativas de acerto e erro, sem a devida orientação cientí�ca. “Teorias cientí�cas são declarações que predizem como o mundo real vai responder quando provocado de certa maneira. E o que con�rma ou nega qualquer teoria é a resposta que o mundo dá a ela” (CHIAVENATO, 2014, p. 16). Dentro do conjunto de teorias desenvolvidas para o campo da administração, é importante ressaltar que cada uma apresenta características particulares. Cada teoria administrativasurgiu para atender a uma necessidade na execução da atividade e sempre enfatiza um ponto ou característica especí�ca de uma organização. De acordo com Chiavenato PENSE NISSO A Teoria A teoria nem sempre é uma verdade pronta, acabada e de�nitiva. Ela é construída e associada à prática e está sujeita a constantes reelaborações, a partir da crítica e da experiência. A teoria somente é adequada quando exprime a realidade e quando favorece a prática. Por isso, ela é reformada continuamente, provocando novas ideias, incursões e rede�nições. Toda teoria somente é válida quando nos servimos dela para ultrapassá-la e chegar a um patamar mais elevado. Isso chama-se inovação. O administrador não pode se limitar a um pragmatismo super�cial e ao desprezo pelo conhecimento. Para tanto, deve pensar e re�etir sobre sua própria realidade, agitar ideias, plantar indagações, problemas e questões, ou buscar teorias gerais que o ajudem a desenvolver conceitos e modelos capazes de proporcionar sucesso na pro�ssão, sobretudo, re�etir sobre a realidade no sentido de transformá-la continuamente. E para melhor! O administrador precisa ser um agente ativo de transformação social de nossas organizações. Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014, p. 16). (2014), as teorias podem estar divididas em seis, que são principais, sendo elas: as tarefas, a estrutura, as pessoas, o ambiente, a tecnologia e a competitividade, conforme melhor descrito no quadro a seguir. Ênfase Teorias administrativas Principais enfoques Tarefas Administração Cientí�ca Racionalização do trabalho no nível operacional; Estrutura Clássica Organização formal; Princípios gerais da administração; Neoclássica Funções do administrador; Burocracia Organização formal burocrática; Racionalidade organizacional; Estruturalista Múltipla abordagem; Organização formal e informal; Análise intraorganizacional e análise interorganizacional; Pessoas Relações humanas Organização informal; Motivação, liderança, comunicações e dinâmica de grupo; Comportamento organizacional Estilos de administração; Teoria das decisões; Integração dos objetivos organizacionais e individuais; Desenvolvimento organizacional Mudança organizacional planejada; Abordagem de sistema aberto; Ambiente Estruturalista Análise intraorganizacional e Quadro 1.6 - Principais Teorias Administrativas e seus principais enfoques Fonte: Chiavenato (2014, p. 21). De acordo com o Quadro 1.6, a teoria geral da administração surgiu a partir das teorias que davam ênfase nas tarefas (atividades executadas pelos operários em uma fábrica). Após essa primeira etapa, a preocupação dos autores passou a ser a ênfase na estrutura (formato organizacional e distribuição das atividades) e a ênfase nas pessoas (papel das pessoas na organização), que surgiu como resposta à ênfase exagerada na estrutura, sem considerar os aspectos humanos na empresa. Posteriormente, evidenciou-se a ênfase no ambiente (o meio circundante da organização) e os estudos com ênfase na tecnologia (aparato tecnológico utilizado pela organização na produção de bens), que precederam as teorias desenvolvidas com ênfase na competitividade. análise ambiental; Abordagem de sistema aberto; Contingência Análise ambiental (imperativo ambiental); Abordagem de sistema aberto; Tecnologia Contingência Administração da tecnologia (imperativo tecnológico); Competitividade Novas abordagens Caos e complexidade; Aprendizagem organizacional; Capital intelectual; Sustentabilidade. ANOS TEORIAS 1903 Administração Cientí�ca 1909 Teoria Burocrática 1916 Teoria Clássica Quadro 1.7 - Quando nasceram as principais teorias do pensamento administrativo Fonte: Chiavenato (2014, p. 22). Caro(a) estudante, com o Quadro 1.7, podemos perceber, de maneira clara, a evolução do pensamento administrativo, bem como o ano de surgimento das principais teorias. Nesta unidade, discutimos aspectos e conceitos importantes sobre a administração e sua história; também pudemos conhecer, de forma breve, as principais teorias desenvolvidas sobre a administração e as principais diretrizes a serem traçadas sobre o tema. Dessa forma, teremos o embasamento necessário para as próximas discussões. 1932 Teoria das Relações Humanas 1947 Teoria Estruturalista 1951 Teoria dos Sistemas 1953 Abordagem Sociotécnica 1954 Teoria Neoclássica 1957 Teoria Comportamental 1962 Desenvolvimento Organizacional 1972 Teoria da Contingência 1990 Novas Abordagens 2000 Caos e Complexidade 2005 Competitividade e Sustentabilidade INDICAÇÃO DE LEITURA Livro: Gestão do amanhã: Tudo que você precisa saber sobre gestão, inovação e liderança para vencer na 4ª revolução industrial Ano: Sandro Magaldi e José Salibi Neto Editora: Gente ISBN: 9788545202295 Sinopse: O que �zeram empresas, como a Net�ix, Airbnb e Uber, assumirem o lugar de companhias e modelos de negócios aparentemente consagrados e indestrutíveis? O que nos reserva o futuro? Embora muito tenha-se falado sobre esses novos players do mercado, há, ainda, inúmeras dúvidas sobre como será o futuro do mundo corporativo, com seus diversos modelos de empresas e negócios, muitos dos quais ainda se consideram inabaláveis. O fato, porém, é que, diariamente, o mundo passa por mudanças em todas as áreas. Hoje, coabitam, no mesmo momento, o novo – representado pelas novas tecnologias, inovações e rupturas – com o clássico, o tradicional, forjado ao longo de séculos de convivência e desenvolvimento humano. Considerações Finais No estudo dos fundamentos da administração estudamos sua história e principalmente as duas fases da revolução industrial. A primeira fase que se deu entre os anos de 1780 a 1860 e a segunda fase de 1860 a 1914. A primeira fase tem o marco da transmutação de pequenas o�cinas de artesanato e manufaturas em pequenas fábricas, com atividades já mecanizadas, enquanto que, a segunda fase é marcada pelo aperfeiçoamento das práticas de trabalho e atividades dos operários nas indústrias. De 1914 em diante os estudiosos da área chamaram de era industrial, já de 1990 em diante chamaram de Era da informação, visto que o mundo empresarial �cou mais dinamizado, com mudanças rápidas e profundas. O termo administração vem do latim ad (direção) e minister (subordinação). Entre os autores Samuel C. Certo (1970), James, Stoner, Freeman & Gilbert Jr. (1995), Schermerhorn (1996), Daft (1993) e Montana & Charnov (2003), que de�niram a administração, existem semelhanças que são: o planejamento, a liderança, controle, recursos organizacionais e pessoas. Hoje, com a era da informação, os principais aspectos são: trabalho em equipe, conquistar a colaboração, �exibilidade, multifuncionalidade, polivalência, dinâmica, inovação e mudança. Atividade A Revolução Industrial foi um dos momentos históricos mais importantes para sociedade em geral e para o desenvolvimento das práticas da administração, bem como a compreensão de uma organização. A primeira fase da Revolução Industrial ocorreu em quatro principais fases. Sobre essas fases, assinale a alternativa correta. Na primeira fase da Revolução Industrial, ocorreu a migração em massa da população rural. Na segunda fase, deram início a grandes transformações nas o�cinas, nos transportes, nas comunicações e na agricultura. Na quarta fase, o artesão e sua pequena fase desaparecem para ceder lugar aos operários e às fábricas. Desde a primeira fase já eram esboçados os primeiros sinais do grande desenvolvimento econômico, social, tecnológico e industrial. Durante a terceira fase, houve aceleramento dos transportes e das comunicações. Toda organização é criada para o atendimento de determinados objetivos. Quanto a isso, as organizações atuam como um sistema que possui recursos, organização e objetivos. Nesse contexto, analise as a�rmativas a seguir. I - Os objetivos normalmente estão divididos em dois principais grupos: produtos e serviços; II - A organização é o processo de transformação da matéria-prima em bens �nais;III - Os recursos representam a matéria de saída do sistema organizacional, podendo ser humanos, materiais, �nanceiros e informação. É correto o que se a�rma em: I, II e III, apenas. I e II, apenas. I e III, apenas. II e III, apenas. III, apenas. Atualmente, as atividades e funções de um administrador são desempenhadas, em uma empresa, por um gerente funcional, que tem como responsabilidade a condução das atividades, recursos e pessoas de um determinado setor. As competências que um gerente deve ter variam, de acordo com cada empresa; no entanto, três competências são apresentadas como necessárias para um gerente: conhecimento, habilidades e atitude. Nesse contexto, analise as a�rmativas abaixo e assinale a a�rmação correta. I - Os conhecimentos são divididos em três categorias: técnicos, humanos e conceituais. II - As atitudes representam o estilo do indivíduo realizar as coisas, de motivar, liderar e comunicar. III - A habilidade voltada à compreensão do comportamento humano é a habilidade técnica. I e II, apenas. II, apenas. I e III, apenas. III, apenas. II e III, apenas. Introdução Caro(a) aluno(a), nesta unidade, serão abordados os temas mais relevantes dos últimos anos das teorias administrativas. No tópico primeiro, serão discutidas as principais características e in�uências da abordagem clássica. No segundo tópico, serão apresentados os principais aspectos da abordagem humanística e da escola das relações humanas. No tópico seguinte, algumas considerações importantes sobre a abordagem comportamental, que buscou compreender fatores in�uenciadores do comportamento humano nas organizações. No tópico quatro, discutiremos a teoria sistêmica, que passou a enxergar a empresa como um sistema aberto. Por �m, no último tópico, serão apresentadas as tendências das teorias da administração e as principais ferramentas para que as empresas se adaptem ao contexto dinâmico em que estão inseridas. Unidade II Evolução das Teorias Administrativas Abordagem Clássica Como já descrito nos tópicos anteriores, caro(a) aluno(a), sabemos que a administração é uma atividade que surgiu desde que o homem começou a viver em comunidade. No entanto, a compreensão da administração, enquanto ciência e passível de mensuração, ocorreu a partir da Revolução Industrial, no século XVIII. Segundo Maximiano (2000), a partir desse período, algumas fábricas começaram a praticar diversos conceitos que se tornaram universais no século XIX. Um dos conceitos mais importantes adotados pelas fábricas foi apresentado, de maneira mais clara, no livro “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, em 1776, em que a�rmava que a divisão do trabalho era fundamental para uma fábrica se tornar mais e�ciente. Nesse contexto, algumas teorias surgiram para orientar a prática da administração durante décadas, sendo que as principais teorias das abordagens clássicas são: Escola da Administração Cientí�ca, Teoria Clássica e Teoria Burocrática. Veremos os principais aspectos de cada uma delas nos tópicos a seguir. Escola da Administração Cientí�ca Antes de iniciarmos os estudos especí�cos sobre a escola da administração cientí�ca, é importante termos a compreensão do contexto que proporcionou as condições para o surgimento dessa escola. Segundo Coltro (2015, p. 56), o que caracterizava o sistema fabril do século XIX eram aspectos, como: A organização ad hoc; A gestão descentralizada; As relações informais entre empregadores e empregados; e Os trabalhos casualmente de�nidos e atribuídos. No entanto, no �nal do mesmo século, as condições das indústrias foram se alterando e um novo cenário começou a se formar: houve o aumento da concorrência, o surgimento de novas tecnologias de produção e a interferência dos governos e dos sindicatos no sistema produtivo. Ainda de acordo com Coltro (2015), notou-se que a indústria tinha um potencial maior do que o que estava sendo usado até então, assim, o foco voltou-se às tarefas e procedimentos de produção. Nesse cenário, surge a Escola da Administração Cientí�ca que, foi assim nomeada, por ter como uma de suas características mais marcantes a tentativa de aplicação de métodos da ciência às atividades operacionais da administração, na busca da máxima e�ciência industrial, métodos cientí�cos eram aplicados ao chão de fábrica (CHIAVENATO, 2014b). Ainda de acordo com Chiavenato (2014b), um dos expoentes mais evidentes da Escola Clássica da Administração Cientí�ca foi Frederick Winslow Taylor (1856-1915). Taylor foi um engenheiro de formação e começou as suas atividades pro�ssionais no chão de fábrica, de modo a identi�car problemas que buscaria resolvê-los mais tarde, ao assumir cargos de che�a. Uma das questões que orientou os trabalhos de Taylor foi a busca pela máxima e�ciência do sistema produtivo, buscando atingir a máxima rentabilidade para o patrão e a remuneração justa para o empregado. Assim, caro(a) estudante, a história de Taylor, com a administração, pode ser dividida em dois períodos, conforme a seguir. Primeiro Período de Taylor De acordo com Chiavenato (2014b), o primeiro período de Taylor está diretamente relacionado à publicação do livro “Shop management”, de 1903, em que primava pela racionalização do trabalho do funcionário por meio dos estudos realizados sobre tempos e movimentos. A atividade do operário era decomposta em atividades menores, na tentativa de encontrar o processo SAIBA MAIS O método cartesiano O ponto de partida de Taylor foi a aplicação dos princípios da tecnologia e sua época ao trabalho manual. Procurou aplicar às operações manuais os mesmos princípios que os projetistas aplicavam às operações das máquinas no século XIX. Para tanto, identi�cava o trabalho a ser feito, decompondo-o em suas operações individuais, de�nia a maneira certa de realizar cada operação, reunia cada operação e, �nalmente, reunia as operações na sequência que permitia fazê-lo mais rapidamente e com maior economia de tempo e movimentos. O método cartesiano está na base do raciocínio. Tudo isso parece hoje comum, mas foi a primeira vez que se deu atenção ao trabalho manual. Ao longo da história da humanidade, o trabalho sempre foi considerado um fato natural e consumado. Fonte: Chiavenato (2014b, p. 44). mais e�ciente na produção de determinados produtos. A essência de Taylor, neste primeiro período, pode ser mais bem visualizada no quadro a seguir. Quadro 2.1 - Essência da Administração em Shop Management Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014b, p. 45). Podemos notar a preocupação de Taylor nas tarefas dos operários e as formas de criar condições para aumento da produtividade. Segundo período de Taylor O segundo período de Taylor está relacionado à publicação do livro “The Principles of Scienti�c Management”, de 1911, chegando à conclusão de que o trabalho do operário deve ter acompanhamento e suporte da organização como um todo; a partir daí, Taylor desenvolveu estudos sobre a administração geral. De acordo com Chiavenato (2014b, p. 81), Taylor apresenta três principais males que afetavam toda indústria: Vadiagem sistemática dos operários, que reduziam a produção para manter seus salários. Para Taylor, existem três causas determinantes da vadiagem no trabalho: Essência da Administração em Shop Management - O objetivo da administração é pagar salários melhores e reduzir custos de produção; - Para tal objetivo, a administração deveria aplicar métodos cientí�cos de pesquisa para formular princípios e estabelecer processos padronizados que permitam o controle das operações fabris; - Os empregados devem ser cienti�camente selecionados e colocados em seus cargos com condições de trabalhos adequadas; - Os empregos devem ser cienti�camente treinados para aperfeiçoar suas aptidões e executar uma tarefa para que a produção normal seja cumprida; - A administração precisa criar uma atmosfera de cooperação com os trabalhadores para garantir a permanência desse ambiente psicológico. o O engano, que vem da época imemorial e está disseminado entreos trabalhadores, especi�camente no fato de que um rendimento maior do homem e da máquina terá como resultado o desemprego de grande número de operários. o O sistema defeituoso da administração, comumente em uso, que força os operários à ociosidade no trabalho, a �m de melhor proteger seus interesses. o Os métodos empíricos ine�cientes, utilizados nas empresas, que fazem o operário desperdiçar grande parte de seu esforço de tempo. Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua realização. Falta de uniformidade das técnicas e métodos de trabalho. Ainda de acordo com Chiavenato (2014b), na busca por soluções para esses males, Taylor escreveu o livro “Principles of Scienti�c Management”, no qual apresentou a administração como ciência, que substitui o empirismo, e a tentativa e erro na prática das atividades, trazendo soluções cientí�cas para os problemas produtivos da empresa. Para Taylor: A organização e a administração devem ser estudadas e tratadas cienti�camente, não empiricamente. A improvisação deve ceder lugar ao planejamento, e o empirismo, à ciência – a ciência da administração [...]. Taylor procurou aplicar administração cientí�ca nos padrões de produção: padronização de máquinas e ferramentas, métodos e rotinas para execução de tarefas e prêmios de produção para incentivar a produtividade (CHIAVENATO, 2014a, p. 58). Segundo Chiavenato (2014a), uma das principais contribuições de Taylor, para a administração e o sistema produtivos, foi o método que �cou conhecido como Organização Racional do Trabalho (ORT). A ORT surgiu para estabelecer padrões de produção, uma vez que, quando não existe padrão de produção, a tendência é que cada operário desenvolva as suas atividades da forma que lhe convier. Isso possibilita o surgimento de muitos erros de produção e muito tempo desperdiçado no processo. Com a ORT, os operários seriam treinados sob as mesmas orientações e o processo produtivo passaria a ter maior homogeneidade. Os aspectos mais importantes da ORT, de acordo com Chiavenato (2014a), são: Análise do trabalho e do estudo de tempos e movimentos: o trabalho deve ser executado por meio da divisão e subdivisão de todos os movimentos necessários, para a execução das atividades. Uma das principais vantagens desse método consiste na eliminação dos movimentos humanos inúteis para produção, os operários devem ser selecionados de forma racional, de�ne normas, padrões de trabalho etc. Estudo da fadiga humana: a administração cientí�ca pretendia executar as atividades de forma a racionalizar os movimentos, buscando eliminar os que produzem fadiga. Divisão do trabalho e especialização do operário: algumas consequências dos estudos feitos sobre tempos e movimentos se referem à divisão do trabalho e à alta especialização do operário. Desenho de cargos e tarefas: desenhar um cargo é especi�car as atividades que deverão ser desenvolvidas pelo ocupante do cargo. Incentivos salariais e prêmios de produção: os planos de incentivos salariais surgem para incentivar o operário a executar as atividades de acordo com o planejado. Conceito de homo economicus: segundo este princípio, todo homem é in�uenciado exclusivamente por recompensas �nanceiras e materiais. Ou seja, o homem não procura o emprego porque gosta dele, mas, sim, como meio de ganhar a vida. Condições ambientais de trabalho: veri�cou-se que não são apenas pelos métodos de trabalho e pelos incentivos salariais que o operário buscará a máxima e�ciência, mas aspectos como condições de bem- estar físico, disposição do layout e adequação das ferramentas ao uso, também são fatores importantes. Padronização: a ORT também primou pela padronização dos métodos e processos do trabalho na intenção de reduzir a variabilidade e diversidade no processo produtivo. Para Taylor, de acordo com Maximiano (2011), a administração cientí�ca apresenta quatro princípios principais, conforme indicado no Quadro 2.2: Princípios da Administração Cientí�ca Quadro 2.2 - Princípios da Administração Cientí�ca Fonte: Adaptado de Maximiano (2011, p. 57). Princípios Básicos de Ford Henry Ford possivelmente é o mais conhecido dos precursores da administração cientí�ca. Ford iniciou a sua vida pro�ssional como mecânico e, em 1903, deu início a Ford Motors Co. A sua ideia era tornar o carro um produto popular, acessível até mesmo aos próprios mecânicos que os produziam, já que, naquela época, os carros eram produtos de luxo e destinado apenas aos consumidores milionários. De acordo com Chiavenato (2014a), entre 1905 e 1910, Ford foi o responsável por uma das maiores transformações no processo produtivo da época – a produção em massa, ou seja, maior volume de produtos acabados a um preço menor. Ford também foi responsável por outras transformações na administração industrial, como a redução da jornada de trabalho de 12 para 8 horas diárias e estipulou um salário mínimo de cinco dólares por dia. Segundo Chiavenato (2014a), para se obter um sistema produtivo acelerado com um trabalho ritmado, coordenado e econômico, Ford adotou três princípios básicos, conforme mostra o quadro a seguir. Desenvolver uma ciência para cada elemento do trabalho, para substituir o velho método empírico. Selecionar cienti�camente e depois treinar, instruir e desenvolver o trabalhador, que, no passado, escolhia seu próprio trabalho e treinava-se o melhor que podia. Cooperar sinceramente com os trabalhadores, de modo a garantir que o trabalho seja feito de acordo com princípios da ciência que foi desenvolvida. Existe uma divisão quase igual de trabalho e de responsabilidade entre a administração e os trabalhadores. A administração se incumbe de todo trabalho para o qual esteja mais bem preparada que os trabalhadores, enquanto no passado quase todo o trabalho e a maior parte da responsabilidade recaía sobre a mão de obra. Princípios básicos de Ford Quadro 2.3 - Princípios básicos de Ford Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014a, p. 67). Ford foi um dos responsáveis pela popularização dos carros no início do século XX, tornando-os acessíveis até mesmo para os operários que trabalhavam na fábrica da Ford Motors. Para atingir esse objetivo, os carros da Ford eram todos da cor preta e não havia diferenciação de modelos, tornando, assim, o produto mais barato para o consumidor �nal. Escola Clássica da Administração De acordo com Maximiano (2011), Henry Fayol é um dos personagens mais importantes da Escola Clássica da Administração. No ano de 1916, Fayol publicou o livro “Administração Geral e Industrial” e apresentou algumas conceituações importantes sobre administração: a administração é função distinta das demais funções da empresa, como �nanças, produção e distribuição; a administração compreende cinco funções: planejamento, Princípio de intensi�cação Diminuir o tempo de duração com a utilização imediata dos equipamentos e das matérias- primas e a rápida colocação do produto no mercado. Princípio de economicidade Reduzir, ao mínimo, o volume do estoque da matéria-prima em transformação, fazendo com que o automóvel fosse pago à empresa antes de vencido o prazo de pagamento dos salários e da matéria-prima adquirida. A velocidade de produção deve ser rápida: “o minério sai da mina no sábado e é entregue ao consumidor sob a forma de carro na terça-feira à tarde”. Princípio da produtividade Aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período (produtividade) por meio da especialização e da linha de montagem. O operário ganha mais, e o empresário tem maior produção. organização, comando, coordenação e controle (MAXIMIANO, 2011, p. 72). De acordo com Maximiano (2011), Fayol compreendia a administração como uma atividade comum para todas as atividades e empreendimentos humanos, que, em maior ou menor grau, sempre precisam dos cinco processos apresentados anteriormente (planejamento, organização, comando, coordenação e controle). Ainda de acordo com o autor, Fayol dividiu a empresa em seis funções, conformea �gura a seguir. Fayol ainda sugeriu que a função administrativa fosse a mais importante de todas as outras apresentadas. De acordo com Maximiano (2011, p. 72), de�niu cada um de seus cinco componentes (planejamento, organização, comando, coordenação e controle) da seguinte forma: Planejamento: examinar o futuro e traçar um plano de ação a médio e longo prazo. Organização: montar uma estrutura humana e material para realizar o empreendimento. Comando: manter o pessoal em atividade em toda a empresa. Figura 2.1 - Funções da empresa Fonte: Maximiano (2011, p.72). Coordenação: reunir, uni�car e harmonizar toda a atividade e esforço. Controle: cuidar para que tudo se realize de acordo com os planos e as ordens. Uma das contribuições mais signi�cativas de Fayol, para a administração e para a teoria clássica, foi a elaboração dos 14 princípios que devem ser seguidos pelos gestores para uma administração e�caz (Quadro 2.4). Princípios básicos de Fayol I Divisão do trabalho Designação de tarefas especí�cas para cada pessoa, resultando na especialização das funções e separação dos poderes. II Autoridade e responsabilidade A primeira é o direito de mandar e o poder de se fazer obedecer. A segunda, a sanção – recompensa ou penalidade – que acompanha o exercício do poder. III Disciplina Respeito aos acordos estabelecidos entre a empresa e seus agentes. IV Unidade de comando De forma que cada pessoa tenha apenas um superior. V Unidade de direção Um só chefe e um só programa para um conjunto de operações que visam ao mesmo objetivo. VI Interesse geral Subordinação do interesse individual ao interesse geral. VII Remuneração do pessoal De forma equitativa, com base tanto em fatores internos quanto externos. VIII Centralização Equilíbrio entre a concentração de poderes de decisão no chefe, sua capacidade de enfrentar suas responsabilidades e a iniciativa dos subordinados. Quadro 2.4 - Os princípios de administração de Fayol Fonte: Maximiano (2011, p. 74). Princípios Gerais da Administração A administração é uma ciência que não pode ser compreendida a partir de uma perspectiva rígida e imutável. Por ser uma ciência social, deve estar sempre buscando adequar-se à realidade vivenciada. Desde seu início, de acordo com Chiavenato (2009), a administração se baseou em princípios gerais que eram adaptáveis a situações diferentes. Esses princípios representavam normas, regras ou receitas de comportamento aos administradores. Ainda de acordo com Chiavenato (2009), durante a Era Industrial, os princípios gerais eram: Princípio da divisão do trabalho e da especialização: todo trabalho deve ser dividido e fragmentado, permitindo que os funcionários se tornem especialistas em alguma atividade. Por meio desse princípio, as pessoas devem executar apenas uma atividade e ocupar uma função. Como consequência da especialização, tem-se a divisão do trabalho, em que um mesmo produto, para ser produzido, passa nas mãos de IX Cadeia escalar Hierarquia – a série dos chefes do primeiro ao último escalão, dando-se aos subordinados de chefes diferentes a autonomia para estabelecer relações diretas. X Ordem Um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar. XI Equidade Tratamento das pessoas com benevolência e justiça, não excluindo a energia e o rigor quando necessários. XII Estabilidade do pessoal Manutenção das equipes como forma de promover seu desenvolvimento. XIII Iniciativa Faz aumentar o zelo e a atividade de agentes. XIV Espírito de equipe Desenvolvimento e manutenção da harmonia dentro da força de trabalho. diversos funcionários, sendo que cada um executa uma atividade especí�ca. Atualmente, é difícil imaginarmos uma empresa nessas condições, haja vista a velocidade em que as mudanças ocorrem, no meio organizacional. Princípio da autoridade e responsabilidade: a autoridade está normalmente vinculada à estrutura hierárquica da organização, em que o superior possui autoridade sobre as atividades desempenhadas pelos seus subordinados. Para o exercício da autoridade, presume-se o poder de dar ordens e de exigir obediência. “O enunciado deste princípio é de que deve haver uma linha de autoridade e de responsabilidade claramente de�nida, conhecida e reconhecida por todos, desde o topo até a base da organização empresarial” (CHIAVENATO, 2009, p. 21). Princípio da hierarquia ou cadeia escalar: a hierarquia organizacional representa o nível de autoridade e responsabilidade que uma pessoa possui dentro da empresa. Assim, quanto maior o nível hierárquico, maior o volume de responsabilidade e autoridade. De acordo com Chiavenato (2009), os níveis hierárquicos de uma PENSE NISSO Homem X Cachorro “A fábrica do futuro terá apenas dois empregados: um homem e um cachorro. O homem estará lá para alimentar o cachorro; e o cachorro, para impedir que o homem toque no computador”. Fonte: Oliveira (2013, p. 8). organização são sobrepostos, formando uma pirâmide, em que no topo está a diretoria da empresa (nível estratégico ou decisório), logo abaixo, encontra-se o nível gerencial (nível tático, gerencial ou intermediário) e, na base da pirâmide, tem-se a supervisão (nível operacional), conforme indicado na �gura a seguir. No �nal do século XX, as empresas adotaram medidas para a redução dos níveis hierárquicos intermediários (downsinzing), aproximando a alta administração à parte operacional da organização. Princípio da unidade de comando: um funcionário deve estar subordinado a apenas um chefe imediato, assim, estará submetido a apenas uma fonte de ordens para execução de suas atividades. Princípio da amplitude administrativa: este princípio se refere ao número de colaboradores que um gestor deve ter sob seu comando, pois, para geri-los, de maneira e�caz, cada chefe precisa de um número limitado de subordinados. Valendo a ressalva que, de acordo com esse princípio, quanto maior o nível de especialidade do empregado, menor deve ser o número de colaboradores que um chefe deve ter sob seu comando, sendo que o inverso também é correto, ou seja, quanto menor o nível de especialidade dos empregados, maior pode ser a Figura 2.2 - Os níveis organizacionais de uma empresa Fonte: Chiavenato (2009, p. 22). quantidade de funcionários sob a che�a de um único gestor, pois trata- se de subordinados padronizados e que requerem o mesmo tipo de atenção. Princípio da de�nição: a autoridade e as responsabilidades de cada pessoa são previamente determinadas e formalmente divulgadas. Este princípio tem como principal característica a de�nição de quem é quem e de quem se reporta a quem. Esses princípios prescritivos e normativos orientaram a administração até meados do século XX e indicava o melhor comportamento do administrador. Por meio desses princípios, a administração da empresa buscava atingir a máxima e�ciência, conforme demonstrado na Figura 2.3. Os princípios não são aplicáveis às organizações contemporâneas, devido ao contexto altamente mutável; é necessário que o administrador tenha �exibilidade para lidar com as adversidades que surjam no desempenho de suas atividades. As áreas da administração Figura 2.3 - Os velhos princípios gerais da administração Fonte: Chiavenato (2009, p. 24). Após compreendermos os princípios gerais da administração, é importante que saibamos as áreas de atuação da administração. A partir dessas áreas, poderemos compreender os impactos que as teorias da administração e os modelos de gestão têm sobre a empresa e seu modo de atuação. Como vimos anteriormente, uma empresa busca atingir seus objetivos por meio de recursos, os chamados recursos empresariais, que, de acordo com Chiavenato (2009), são divididos em cinco: Recursos materiais ou físicos: correspondem ao primeiro fator de produção, a natureza. Exemplos: prédios, edifícios, máquinas, equipamentos, instalações, matérias-primas, dentre outros. De maneira resumida, assume-se que são todos os meios materiais ou físicos de produção. Recursos �nanceiros: são os meios �nanceiros que custeiamas operações da empresa, podendo ser próprios, oriundos da própria empresa, de seus investidores ou de terceiros, como instituições �nanceiras. Recursos humanos: são as pessoas que trabalham na empresa, como os diretores, gerentes, supervisores e operários. Na era industrial, os recursos humanos eram conhecidos como mão de obra, por estarem diretamente relacionados ao trabalho braçal; no entanto, atualmente, podem ser chamados de talentos organizacionais. Recursos mercadológicos: são os meios pelos quais a empresa entra em contato com o seu ambiente externo, principalmente, seus consumidores potenciais e seus meios de distribuição. Fazem parte dos recursos mercadológicos: as vendas, pesquisa de mercado, promoção, propaganda, logística etc. Recursos administrativos: têm a �nalidade de coordenar os demais recursos. Normalmente, são compostos pela direção, gerência e supervisão da empresa. De acordo com Chiavenato (2009), para que uma empresa gerencie esses cinco recursos, normalmente, utilizam-se cinco áreas básicas, cada qual administrando uma área ou um recurso empresarial especí�co, sendo: produção ou operações, marketing, �nanças, recursos humanos e administração geral (Figura 2.4). Conforme pode ser percebido na �gura anterior, prezado(a) estudante, cada área está direcionada ao recurso com mesma nomenclatura. Os recursos humanos, por exemplo, são geridos pela área de recursos humanos e, assim, sucessivamente. Escola Burocrática Caro(a) acadêmico(a), segundo Chiavenato (2014b), Max Weber é um dos principais expoentes da escola Burocrática. Os conceitos desenvolvidos por ele ainda são de grande importância para o estudo sobre o tema, por isso é importante que saibamos algumas de suas características, para continuarmos a compreender a burocracia. Ao contrário do que normalmente se imagina, quando se fala em burocracia, no contexto organizacional, não podemos compreender como um grande volume de papelório e procedimentos que atrasam as atividades a serem desenvolvidas pela empresa, pois a ideia de burocracia de Weber era a busca pela e�ciência. Assim, não é difícil perceber que o leigo passou a utilizar o conceito de burocracia às atividades que não funcionam ou que são demasiadamente demoradas. Todavia, para Weber, burocracia tem um signi�cado Figura 2.4 - Os recursos empresariais e respectivas áreas básicas de atuação Fonte: Chiavenato (2009, p. 26). completamente contrário, ou seja, é apenas por meio dela que a organização consegue atingir a máxima e�ciência, a partir das seguintes características, de acordo com Chiavenato (2014b): Assim, podemos perceber, caro(a) aluno(a), que o modelo burocrático busca controlar todo aspecto humano dentro da organização, para ter a capacidade de prever, caso algo esteja fora do planejado. Caráter legal das normas e regulamentos A burocracia está diretamente relacionada às normas e aos regulamentos que descrevem, de maneira detalhada, a forma como as ações devem ocorrer. Abordagem Humanística Segundo Chiavenato (2014a), a abordagem humanística ou a teoria das relações humanas surgiu nos Estados Unidos, como consequência dos resultados encontrados com a pesquisa de Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo. Ainda de acordo com o autor, a abordagem humanística surgiu em confronto ou em oposição aos princípios da teoria clássica da administração, que voltava a sua atenção às atividades dos operários, em busca da máxima e�ciência. Alguns fatos são considerados as razões precursoras da abordagem humanística, como podemos veri�car no Quadro 2.5 abaixo. Figura 2.5 - Abordagem humanística no ambiente de trabalho Fonte: Mark Bowden / 123RF. Fator Descrição Necessidade de humanizar e democratizar a Libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a Quadro 2.5 - Abordagem humanística da administração Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014a, p. 104). Segundo Chiavenato (2014a), uma das principais in�uências, para o desenvolvimento da teoria das relações humanas, foi a experiência de Hawthorne, iniciada em 1927, na indústria Western Electric Company, localizada em Chicago. O objetivo da pesquisa era encontrar uma correlação entre a iluminação do ambiente de trabalho e a produtividade dos colaboradores. Os resultados encontrados indicaram que os fatores in�uenciadores à produtividade eram de natureza psicológica e não apenas do ambiente físico de trabalho. Após essa descoberta, houve a iniciativa de tentar eliminar ou minimizar tais fatores, o que acabou estendendo a pesquisa até o ano de 1932. Experiência de Hawthorne Prezado(a) estudante, a experiência de Hawthorne foi dividida em quatro fases, que serão explicadas a seguir. administração. aos novos padrões de vida do povo americano. Nesse sentido, a Teoria das Relações Humanas se revelou um movimento tipicamente americano e voltado para a democratização dos conceitos administrativos. Desenvolvimento das ciências humanas. Principalmente a psicologia, bem como a sua crescente in�uência intelectual e suas primeiras aplicações à organização industrial, as ciências humanas vieram demonstrar a inadequação dos princípios da Teoria Clássica. Ideias de John Dewey e Kurt Lewin. Fundamentais para o humanismo na administração. Elton Mayo é o fundador da escola. Dewey e Lewin também contribuíram para a sua concepção, e a sociologia de Pareto foi fundamental. Conclusões da experiência de Hawthorne. Realizada entre 1927 e 1932, sob a coordenação de Elton Mayo, que puseram em xeque os principais postulados da Teoria Clássica da administração. Primeira Fase da Experiência de Hawthorne Na primeira etapa da pesquisa, foram criados dois grupos de trabalhadores que faziam o mesmo trabalho e em condições idênticas. A única variável seria a intensidade da luz, em um dos grupos a luz era variável, quanto que, para o outro, era constante. Os observadores não conseguiram identi�car nenhuma relação entre a intensidade da iluminação com a produtividade dos operários, o que foi possível veri�car foi a in�uência de uma variável difícil de ser isolada – o fator psicológico. Assim, com a primeira fase da experiência de Hawthorne, foi possível veri�car que o fator psicológico se sobrepõe ao �siológico (CHIAVENATO, 2014a). Segunda Fase da Experiência de Hawthorne Nesta fase, foi criado um grupo de observação (grupo experimental) com cinco mulheres que montavam os relés, enquanto outra operária entregava as peças para abastecer o trabalho, e havia o grupo de provas, que estava em controle mais intenso. Ambos os grupos estavam sob a observação constante de um supervisor e, de acordo com Chiavenato (2014b), os resultados encontrados estavam, novamente, relacionados ao fator psicológico: As operárias preferiam trabalhar na sala onde a supervisão era mais branda e sem o controle rígido, pois conseguiam trabalhar com menos ansiedade. Em um ambiente amistoso, onde a conversa entre as operárias era permitida, a satisfação do trabalho era maior. As operárias não temiam o supervisor, pois o viam como orientador. As mulheres faziam amizades entre si, o que criava um ambiente de equipe. O grupo de operárias desenvolveu objetivos comuns. Terceira Fase da Experiência de Hawthorne Após perceber uma grande diferença entre os dois grupos de trabalho (de experimento e de controle) da fase anterior, na terceira etapa, os pesquisadores se voltaram na tentativa de compreender as relações humanas no ambiente de trabalho e a sua relação com a produtividade. Foi identi�cado que a empresa sabia muito pouco sobre os seus colaboradores e, assim, iniciou um programa de entrevistas (Interviewing Program), com o intuito de conhecer as atitudes e sentimentos dos empregados, assim como ouvir sobre os tratamentos que recebiam dos seus superiores (CHIAVENATO, 2014a). Quarta Fase da Experiência de Hawthorne Na quarta fase, foi escolhida uma equipe experimental para executar o seu trabalho em condições idênticas ao próprio departamento. Um observador �cava dentro da sala e um entrevistadorfazia as entrevistas no grupo do lado de fora da sala de trabalho. O pagamento dos funcionários era feito de acordo com a produção do grupo e só aumentava caso houvesse um aumento total na produção. O grupo começou a estipular normas de conduta dentro do próprio grupo, por exemplo: assim que o nível normal de produção era atingido, o ritmo de trabalho reduzia e o funcionário que mantivesse um nível elevado de produção sofria punições simbólicas dos demais trabalhadores. De acordo com Chiavenato (2014a), com esta quarta fase, foi possível conhecer mais acerca das relações informais de trabalho. Conclusões da Experiência de Hawthorne Segundo Chiavenato (2014a,), a experiência de Hawthorne formulou o embasamento para os princípios básicos da Escola das Relações Humanas. As principais conclusões podem ser visualizadas no Quadro 2.6. Conclusão Descrição O nível de produção é resultante da integração social. O nível de produção não é determinado pela capacidade física ou �siológica do empregado, mas por normas sociais e expectativas grupais. É a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e e�ciência. Comportamento social dos empregados. O comportamento do indivíduo se apoia totalmente no grupo. Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos. A qualquer desvio das normas grupais, o trabalhador sofre punições sociais ou morais dos colegas. Recompensa e sanções sociais. O comportamento dos trabalhadores está condicionado às normas e aos padrões sociais. Os operários que produzem acima ou abaixo da norma Quadro 2.6 - Conclusões da Experiência de Hawthrone Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014a, p. 108). A partir do quadro anterior, é possível percebermos, caro(a) aluno(a), que a escola das relações humanas rompeu com as crenças que a escola clássica socialmente determinada perderam o respeito e a consideração dos colegas. Os operários preferiram produzir menos – e ganhar menos – a pôr em risco as suas relações amistosas com os colegas. Grupos informais. Enquanto os clássicos se preocupavam com aspectos formais da organização (como autoridade, responsabilidade, especialização, estudos de tempos e movimentos, departamentalização etc.), os autores humanistas se concentravam nos aspectos informais da organização (grupos informais, comportamento social dos empregados, crenças, atitudes, motivações etc.). Relações humanas. No local de trabalho, as pessoas participam de grupos sociais dentro da organização e mantêm-se em uma constante interação social. Para explicar o comportamento humano nas organizações, a Teoria das Relações Humanas passou a estudar essa interação social. Importância do conteúdo do cargo. A especialização não é a maneira mais e�ciente de divisão do trabalho. Embora não tenham se preocupado com esse aspecto, Mayo e seus colaboradores veri�caram que a especialização proposta pela teoria clássica não cria a organização mais e�ciente. O conteúdo e a natureza do trabalho têm in�uência sobre o moral do trabalho. Ênfase nos aspectos emocionais. Os elementos emocionais não planejados e irracionais do comportamento humano merecem atenção especial da teoria das relações humanas. Daí a denominação de sociólogos da organização aos autores humanistas. tinha sobre produtividade e apresentou novas perspectivas sobre a motivação no trabalho. Abordagem Comportamental Para Chiavenato (2014b), a abordagem comportamental da administração trouxe novas perspectivas para a teoria da administração, sendo elas: abordagem das ciências do comportamento; o abandono das teorias que se voltaram excessivamente às normativas e prescrições de comportamento (teoria clássica, teoria das relações humanas e da burocracia) e incorporação no contexto organizacional de comportamentos explicativos e descritivos e não impositivos. Ainda de acordo com Chiavenato (2014b), a teoria comportamental da administração teve origem por diversas razões, conforme indica o Quadro 2.7. Origens da Teoria Comportamental da Administração A oposição ferrenha e de�nitiva da Teoria das Relações Humanas (ênfase nas pessoas) em relação à Teoria Clássica (ênfase nas tarefas e na estrutura organizacional) caminhou lentamente para um segundo estágio: a Teoria Comportamental. Esta passou a representar uma nova tentativa de síntese da teoria da organização formal com o enfoque das relações humanas. A Teoria Comportamental representa um desdobramento da Teoria das Relações Humanas, com a qual se mostra crítica e severa, reformulando seus conceitos e rejeitando suas concepções ingênuas e românticas. A Teoria Comportamental critica a Teoria Clássica, colocando-se como uma antítese da teoria da organização formal, dos princípios de administração do conceito de autoridade formal e do mecanismo dos autores clássicos. A Teoria Comportamental incorporou a Sociologia da Burocracia, ampliando o campo da teoria administrativa. Entretanto, mostra-se muito crítica com relação ao “modelo de máquina” que esta adota para representar a organização. Em 1947, o livro O Comportamento Administrativo, de Herbert A. Simon – que constitui o início da Teoria das decisões e um forte Quadro 2.7 - Origens da Teoria Comportamental da administração Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014b p.278). De acordo com Maximiano (2011, p. 156), a Teoria Comportamental tem diversos antecedentes que merecem compreensão como fontes originárias dessa teoria, sendo eles: “o movimento pelo bem-estar dos trabalhadores; a psicologia industrial; o estudo do fator humano no papel dos gerentes e o estudo da dinâmica de grupo e da liderança”. Por �m, a experiência de Hawthorne deu origem à escola das relações humanas (Figura 2.6). Ao analisar a Figura 2.6, podemos identi�car que o enfoque comportamental da administração teve várias fontes que in�uenciaram o seu surgimento. Segundo Maximiano (2011), o movimento pelo bem-estar do trabalhador teve origem ou ganhou força no período da Revolução Industrial, em que as condições de trabalho eram precárias. Outro aspecto in�uenciador foi o estudo do fator humano no papel dos gerentes, desenvolvido por Chester Barnard, que foi um executivo nos anos 30 e ataque às Teorias Clássicas e das Relações Humanas – inaugura a Teoria Comportamental. Figura 2.6 - Raízes do enfoque comportamental Fonte: Maximiano (2011, p. 209). desenvolveu estudos sobre o comportamento dos administradores no ambiente de trabalho. Ainda de acordo com o autor, por meio da psicologia industrial, voltaram-se os estudos no desenvolvimento de testes para a organização das pessoas dentro da empresa. Por �m, caro(a) acadêmico(a), outro aspecto importante que deve ser ressaltado é a dinâmica de grupo e liderança, na qual teve como seu principal protagonista o pesquisador Kurt Lewin. O estudo realizado neste período buscou compreender três tipos de liderança: autoritário, democrático e liberal (laissez-faire). A partir de então, cabia analisar quais eram os impactos que os estilos de liderança causavam nos indivíduos pesquisados. Partindo da Teoria Comportamental, foram desenvolvidas novas teorias sobre o comportamento humano e os fatores motivacionais individuais, que in�uenciam os indivíduos no contexto organizacional. Um dos principais estudos sobre o tema foi desenvolvido por Maslow, o qual apresentou a motivação humana por meio de uma pirâmide hierárquica dividida em dois níveis: as necessidades primárias (necessidades �siológicas e de segurança) e as necessidades secundárias (necessidades sociais, de estima e de autorrealização), conforme mostra a �gura a seguir. Figura 2.7 - Hierarquia das necessidades segundo Maslow Fonte: Maximiano (2014, p. 325). A hierarquia das necessidades proposta por Maslow, como visto anteriormente, está dividida em níveis. Para o indivíduo passar para a necessidade no nível superior, deve necessariamente atender as necessidades do nível anterior. Chiavenato (2014a) explica cada uma dessas necessidades, conformeo Quadro 2.8 a seguir. Quadro 2.8 -Teoria das necessidades de Maslow Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014a, p. 323). Necessidade �siológica Representa o nível mais baixo da pirâmide, porém de vital importância. Neste nível, estão as necessidades de alimentação (sede e fome, por exemplo), de abrigo (proteção contra o ambiente externo), dentre diversas outras. De maneira resumida, podemos compreender as necessidades �siológicas como as necessárias para a sobrevivência do indivíduo, para sua autopreservação. Necessidade de segurança Este grupo de necessidades representa a busca por segurança do indivíduo, ou seja, a procura por proteção do ambiente, a estabilidade e a fuga. O indivíduo só passa a se preocupar com o atendimento destas necessidades a partir do momento em que as necessidades �siológicas foram atendidas. Necessidades sociais É o primeiro nível das necessidades secundárias, no qual o indivíduo, após atender as necessidades primárias, busca satisfazer suas necessidades secundárias, iniciando pelas sociais (associação, participação, aceitação, troca de amizades e afeto etc.). Necessidade de estima Este grupo de necessidades pode ser compreendido como a forma em que o indivíduo se enxerga e se avalia (autoapreciação, autocon�ança, necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e de consideração). Necessidade de autorrealização Estas necessidades estão no topo da estrutura hierárquica, assim sendo, o indivíduo, para chegar neste nível, deve, necessariamente, ter passado pelos níveis anteriores. Este grupo de necessidades está relacionado ao autodesenvolvimento da pessoa. A teoria das necessidades desenvolvida por Maslow não foi con�rmada cienti�camente, portanto alguns estudiosos a descartaram como uma teoria válida. No entanto, é importante ter conhecimento dessa estrutura para orientar o trabalho do administrador. De acordo com Chiavenato (2014a), complementarmente aos estudos desenvolvidos por Maslow, Frederick Herzberg, desenvolveu-se outra teoria sobre o comportamento humano nas organizações, a teoria dos dois fatores, sendo eles os fatores higiênicos (ou fatores extrínsecos) e os fatores motivacionais (ou fatores intrínsecos). Quadro 2.9 - Fatores higiênicos e fatores motivacionais Fonte: Chiavenato (2004, p. 125). Podemos perceber, caro(a) aluno(a), que o enfoque comportamental da administração apresenta informações importantes para o administrador, tanto na condução de sua equipe de trabalho quanto na busca pelo atendimento da necessidade dos colaboradores. Fatores higiênicos Fatores motivacionais Condições que rodeiam o empregado enquanto trabalha, englobando condições físicas e ambientais de trabalho, salário, benefícios sociais, políticas da empresa, tipo de supervisão recebido, clima de relações entre a direção e os empregados, regulamentos internos, oportunidades existentes. São os fatores tradicionalmente utilizados pelas organizações para se obter motivação. Conteúdo do cargo, tarefas e deveres relacionados com o cargo em si. São os fatores motivacionais que produzem efeito duradouro de satisfação e de aumento de produtividade em níveis de excelência, isto é, acima dos níveis normais. O termo “motivação”, para Herzberg, envolve sentimentos de realização, crescimento e reconhecimento pro�ssional manifestados por meio do exercício das tarefas e atividades que oferecem su�ciente desa�o e signi�cado para o trabalhador. Abordagem Sistêmica De acordo com Chiavenato (2014b), a Teoria Geral dos Sistemas (TGS) surgiu em meados dos anos de 1960, a partir da pesquisa realizada pelo Biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy. Segundo Chiavenato (2014b, p. 392), os pressupostos dessa teoria são: Existe uma tendência para integração entre duas ciências: as naturais e sociais. Esta integração sugere uma interação em direção à teoria dos sistemas. A teoria dos sistemas é o modo mais abrangente de estudar os campos não físicos do conhecimento cientí�co, como as ciências sociais. Esta teoria desenvolve princípios uni�cadores que atravessam verticalmente os universos particulares das diversas ciências envolvidas, visando ao objetivo da unidade da ciência. A teoria dos sistemas conduz a uma integração na educação cientí�ca. Chiavenato (2014b) a�rma que a Teoria Geral dos Sistemas se fundamenta em três premissas básicas: PENSE NISSO A Teoria Geral dos Sistemas Bertalanffy critica a visão que se tem do mundo dividido em diferentes áreas, como Física, Química, Biologia, Psicologia, Sociologia, dentre outras. São divisões arbitrárias, com fronteiras solidamente de�nidas e espaços vazios (áreas brancas) entre elas. A natureza não está dividida em nenhuma dessas partes. A Teoria Geral dos Sistemas a�rma que se devem estudar os sistemas globalmente, envolvendo todas as interdependências de suas partes. A água é diferente do hidrogênio e do oxigênio que a constituem. O bosque é diferente das suas árvores. Fonte: Chiavenato (2014b, p. 392). Premissa Descrição Os sistemas existem dentro de sistemas Cada sistema é constituído de subsistemas e, ao mesmo tempo, faz parte de um sistema maior, o suprassistema. Cada sistema pode ser detalhado em seus subsistemas componentes e assim por diante. Também o suprassistema faz parte de um suprassistema maior. Esse encadeamento parece ser Quadro 2.10 - Premissas básicas Teoria Geral do Sistema Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014b, p. 392). Caro(a) aluno(a), para prosseguirmos com as análises sobre a teoria geral dos sistemas, é importante que tenhamos compreendido o que é, de fato, um sistema. Existem diversas de�nições sobre sistemas, no entanto, algumas características se tornam comum entre os autores, como a compreensão de que um sistema denota um conjunto de elementos interdependentes, mas que interagem formando um conjunto organizado (CHIAVENATO, 2014a). Para Maximiano (2011, p. 308), sistema “[...] é um todo complexo ou organizado; é um conjunto de partes ou elementos que formam um todo unitário ou complexo. Um conjunto de partes que interagem e funcionam como todo é um sistema”. Ainda de acordo com o autor, qualquer compreensão sobre sistema tem-se de englobar o entendimento de alguns pontos especí�cos, como um sistema compreende entidades, denominadas partes, elementos ou componentes, assim como que todo sistema compreende uma espécie de relação ou interação das partes. in�nito. As moléculas existem dentro de células, as quais existem dentro de tecidos, que compõe os organismos, e assim por diante. Os sistemas são abertos É uma decorrência da premissa anterior. Cada sistema existe dentro de um meio ambiente constituído por outros sistemas. Os sistemas abertos são caracterizados por um processo in�nito de intercâmbio com o seu ambiente para trocar energia e informação. As funções de um sistema dependem de sua estrutura Cada sistema tem um objetivo que constitui seu papel no intercâmbio com outros sistemas no meio ambiente. Características de Sistema Como dito anteriormente, caro(a) estudante, um sistema é um conjunto de elementos que estão interligados e, por consequência, formam um todo. De acordo com Chiavenato (2014a), esse todo apresenta características que não seriam encontradas em seus elementos isolados, ou seja, a formação do todo traz elementos que não existiriam caso o todo não fosse formado. Para Bertalanffy apud Chiavenato (2014b, p. 393), “sistema é um conjunto de unidades reciprocamente relacionadas, decorrem dois conceitos: de propósito (ou objetivo) e de globalismo (ou totalidade)”, sendo que ambos retratam características de um sistema: Propósito ou objetivo: um sistema pode apresentar um ou mais objetivo ou propósito. Os elementos que interagem em um sistema se relacionam na busca de um objetivo ou �nalidade. Globalismo ou totalidade: qualquer mudança que ocorra em qualquer unidade do sistema afetará, consequentemente, as outras unidades do sistema. O efeito total dessas mudanças ocasionará em PENSENISSO A Teoria Geral dos Sistemas Na Teoria dos Sistemas, o foco muda e passa das partes para a organização das partes, reconhecendo as interações das partes como processos não estáticos, mas dinâmicos e constantes. Fonte: Coltro (2015, p. 206). um ajustamento de todo o sistema. “O sistema reage globalmente a qualquer estímulo produzido em qualquer unidade” (CHIAVENATO, 2014b, p. 394). Tipos de Sistema Existe uma grande variedade de tipologia de sistemas, que podem variar de acordo com a sua constituição (físicos ou abstratos) ou de acordo com a natureza (fechados ou abertos), conforme Quadro 2.11. Tipo de sistemas Descrição Sistema físico ou concreto São compostos por equipamentos, maquinaria, objetos e coisas reais. São denominados hardware. Podem ser descritos em termos quantitativos de desempenho. Sistema abstrato ou conceitual Compostos por conceitos, �loso�as, planos, hipóteses e ideias. Os símbolos representam atributos e objetivos, que, muitas vezes, só existem no pensamento das pessoas. São denominados software. Sistema aberto Apresentam relações de intercâmbio com o ambiente por meio de inúmeras entradas e saídas. Trocam matéria e energia regularmente com o meio ambiente. São adaptativos, isto é, para sobreviver devem reajustar-se constantemente às condições do meio ambiente e sua estrutura é otimizada quando o conjunto de elementos do sistema se organiza por meio de uma operação adaptativa. Sistema fechado Não apresentam intercâmbio com o ambiente que o circunda, pois são herméticos a toda in�uência ambiental. Não recebem in�uência do ambiente nem o in�uenciam. Não recebem nenhum recurso externo e nada produzem que seja enviado para fora. Quadro 2.11 - Tipos de sistemas Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014b, p. 395). O conceito de sistema aberto pode ser aplicado a uma organização, pois podemos considerar que o ambiente e a organização interagem constantemente, seja com os clientes, fornecedores, concorrentes, entidades sindicais, órgãos governamentais e outros agentes externos à organização. De forma resumida, podemos compreender um sistema aberto como um conjunto de partes que interagem entre si. Tendências As teorias da administração têm pouco mais de cem anos de história e já têm passado por profundas mudanças e adaptações. Podemos dizer que a mais nova alteração que vem acontecendo no contexto organizacional está diretamente relacionada à Era da informação. A partir dos anos de 1990, por consequência ao desenvolvimento tecnológico e da tecnologia da informação (TI), o capital �nanceiro cede espaço para o capital mais valioso de uma organização, o intelectual, ou seja, o conhecimento passou a ser o ativo mais valioso de uma empresa (CHIAVENATO, 2004). Ainda de acordo com Chiavenato (2004), as organizações entraram na era da informação por causa do desenvolvimento da tecnologia da informação, que modi�cou a forma das pessoas e das empresas se relacionarem entre si. A TI ajudou na globalização da economia, assim como na globalização das informações e vem, nos últimos anos, apontando as diretrizes e tendências para novos modelos de gestão. É possível, a partir desse contexto, caro(a) aluno(a), identi�car temas que apontam as principais diferenças entre a velha e a nova economia, conforme apresentado no Quadro 2.12. Figura 2.8 - Tendências de Gestão Fonte: Markus Mainka / 123RF. Tema Descrição Conhecimento A nova economia é uma economia do conhecimento, graças à TI. Apesar da inteligência arti�cial e da TI, o conhecimento é criado por pessoas. O conteúdo de conhecimento integrado em produtos e serviços está crescendo na forma de edifícios e casas inteligentes etc. Digitalização A nova economia é uma economia digital. A nova mídia é a internet. A informação está em formato digital em bits. A TI permite trabalhar um incrível volume de informações comprimidas e transmitidas na velocidade da luz. Virtualização Na transformação da informação analógica para digital, as coisas físicas podem tornar-se virtuais, como a empresa virtual, o escritório virtual, a realidade virtual etc. Molecularização A nova economia é uma economia molecular. A antiga corporação foi desagregada e substituída por moléculas dinâmicas e grupos de indivíduos e entidades que foram a base da atividade econômica. Integração A nova economia está interligada em rede, integrando grupos que são conectados a outros para criar riquezas. As novas estruturas organizacionais em rede são horizontais e conectadas pela internet. Desintermediação As funções de intermediário entre produtor e consumidor são eliminadas devido às redes digitais e ao comércio eletrônico. As informações são online, e produtores e compradores se conectam entre si, dispensando intermediários. Convergência Na nova economia, o setor econômico predominante deixou de ser a indústria automobilística para ser a mídia, para a qual convergem as indústrias de Quadro 2.12 - Diferenças entre a nova e a velha economia Fonte: Adaptado de Chiavenato (2004, p. 452). Nessa direção, para Chiavenato (2004), a era da informação trouxe instantaneamente ao seu surgimento vários desa�os às organizações, principalmente no que diz respeito à velocidade das mudanças. Nesse contexto, quanto mais veloz for a empresa no processo de adaptação às mudanças, maior será a possibilidade de superação sobre os seus concorrentes. Para auxiliar as organizações nesse processo, algumas teorias trouxeram importantes ferramentas empresariais na tentativa de lidar com a grande quantidade de mudanças ocorridas no ambiente organizacional, dentre as principais estão: a melhoria contínua, a qualidade total, computação, a comunicação e o conteúdo pautado em computador e telecomunicações digitais. Inovação A nova economia é uma economia pautada em inovações. Tornar os produtos obsoletos é o lema das organizações. Assim, os ciclos de vida dos produtos estão se tornando cada vez menores. Produ-consumo A distinção entre consumidor e produtor está �cando pouco nítida. Na internet, o consumidor torna-se produtor de mensagens, contribui para discussões, faz test-drives em carros ou escaneia o produto no outro lado do mundo. Imediatismo Na economia pautada em bits, o imediatismo é básico ao sucesso empresarial, e a nova empresa é uma empresa em tempo real. O intercâmbio eletrônico de dados (EDI = electronic data interchange) interliga sistemas de computadores entre fornecedores e clientes para proporcionar concomitância de decisões e ações. Globalização A nova economia é uma economia global e planetária. Os negócios e o conhecimento não conhecem fronteiras. Discordância Questões sociais sem precedentes estão emergindo, provocando traumas e con�itos que precisam ser administrados. reengenharia, benchmarking e gestão de projetos. O Quadro 2.13, a seguir, apresenta as principais características de cada uma dessas teorias. Teoria Características Melhoria contínua A melhoria contínua é uma técnica de mudança organizacional suave e contínua, centrada nas atividades em grupo de pessoas. Visa à qualidade dos produtos e serviços em programas de longo prazo que privilegiam a melhoria gradual, por meio da colaboração e participação das pessoas. Kaizen é uma palavra que signi�ca um processo de gestão e uma cultura de negócios e passou a signi�car aprimoramento contínuo e gradual. O Kaizen é uma �loso�a de melhoria contínua de todas as pessoas da organização. Fazer melhor, sempre. Qualidade total A qualidade total é uma decorrência da aplicação da melhoria contínua. Para Deming, a qualidade deve ter como objetivo as necessidades do usuário, presentes e futuras. Já para Juran, qualidade é a adequação à �nalidade ou ao uso. A qualidade total estende o conceito de qualidade para toda a organização, desde o pessoal de escritório e do chão de fábrica até a cúpula em um envolvimento total. A qualidade total se aplica a todas as áreas e níveis da organização, e deve começar no topo da empresa.Reengenharia A reengenharia está preocupada em fazer Quadro 2.13 - Teorias contemporâneas Fonte: Adaptado de Chiavenato (2004, p. 454 a 465). É possível, portanto, caro(a) aluno(a), compreender, por meio do quadro anterior, as principais teorias e técnicas administrativas que foram cada vez mais com cada vez menos. Seus três componentes são pessoas, TI e processos. Reengenharia signi�ca fazer uma nova engenharia da estrutura organizacional. Uma reconstrução e não apenas uma reforma total ou parcial da empresa. Reengenharia não se trata de melhorar processos já existentes, mas a sua total substituição por processos inteiramente novos. Benchmarking Surgiu em 1979 como um processo contínuo de avaliar produtos, serviços e práticas dos concorrentes mais fortes e daquelas empresas que são reconhecidas como líderes empresariais. O benchmarking ensina as organizações a pesquisar os fatores-chave que in�uenciam a produtividade e a qualidade. Gestão de projetos O projeto é um desa�o de�nido para criar um único produto ou serviço. É temporário porque cada projeto tem um começo de�nido e um �nal de�nido. Único porque o produto ou serviço é diferente e distinto dos demais produtos ou serviços. Os projetos são meios para responder aos requisitos que não podem ser atendidos dentro dos limites operacionais normais das organizações. desenvolvidas, no intuito de auxiliar as organizações a se adaptarem à nova realidade econômica de mudanças intensas e frequentes. INDICAÇÃO DE LEITURA Livro: A ética protestante e o espírito do capitalismo Autor: Max Weber Ano: 1905 Editora: Companhia das letras ISBN: 8535904700 Sinopse: O estudo analisa a gênese da cultura capitalista moderna e sua relação com a religiosidade puritana adotada por igrejas e seitas protestantes dos séculos XVI e XVII: a partir de observações estatísticas, Weber constatou que os protestantes de sua época eram, de um modo geral, mais bem-sucedidos nos negócios do que os católicos. Os últimos ajustes ao estudo foram feitos no ano da morte do autor, quando o texto passou a fazer parte dos Ensaios reunidos de sociologia da religião. Considerações Finais Conclui-se que as abordagens principais da evolução da administração são: abordagem clássica, abordagem humanística, abordagem comportamental e abordagem sistêmica. A escola da administração cientí�ca foi nomeada assim por ter como uma de suas características voltadas para tentativa de aplicação de métodos da ciência às atividades operacionais da administração, na busca da máxima e�ciência industrial, métodos cientí�cos etc. Diante do entendimento acima, tem-se a escola burocrática, tendo Max Weber como um dos pioneiros principais. A escola burocrática que trabalha apenas por meio da ideia que é necessário a burocracia, para que a organização consiga atingir a máxima e�ciência. A escola humanística que, por sua vez, tinha basicamente a visão dos grupos informais (grupos informais, comportamento social dos empregados, crenças, atitudes, motivações etc.), relações humanas, a importância do conteúdo do cargo e aspectos emocionais do empregado. Por �m, a abordagem comportamental que focava na abordagem das ciências do comportamento; o abandono das teorias que se voltaram excessivamente às normativas e prescrições de comportamento (teoria clássica, teoria das relações humanas e da burocracia) e incorporação no contexto organizacional de comportamentos explicativos e descritivos e não impositivos. Atividade Ford foi um dos principais personagens da escola clássica da administração e desenvolveu diversas práticas que contribuíram para a evolução do pensamento administrativo. No entanto, uma contribuição de grande importância foram os três princípios de Ford. Sobre esses princípios, analise as assertivas a seguir. I. O princípio de intensi�cação busca aumentar o tempo de produção, primando pela qualidade. II. O princípio da economicidade busca reduzir, ao mínimo, o volume de estoque da matéria prima. III. O princípio da produtividade busca aumentar a capacidade produtiva. É correto o que se a�rma em: I, apenas. II e III, apenas. I e II, apenas. III, apenas. I e III, apenas. Max Weber é considerado um dos principais pensadores da escola burocrática da administração. Através de seus estudos, Weber acreditava que apenas a partir da burocracia é que seria possível atingir a máxima e�ciência organizacional. Nesse contexto, assinale a alternativa correta. O caráter legal das normas e regulamentos estão diretamente relacionadas à comunicação escrita da empresa. O caráter racional e a divisão do trabalho descrevem detalhadamente que cada funcionário deve fazer e qual é o seu papel dentro da organização. A competência técnica e a meritocracia indicam que o corpo administrativo da organização não é o dono dos meios de produção. A hierarquia da autoridade indica que o comportamento humano, dentro da organização, é altamente previsível. A pro�ssionalização dos participantes indica que o funcionário somente cumpre as atividades que deseja. A teoria das relações humanas ou abordagem humanística teve sua origem a partir das pesquisas desenvolvidas por Elton Mayo. Sua pesquisa �cou conhecida como Experiência de Hawthorne, em que buscou identi�car os fatores que in�uenciavam a produtividade dos operários. Nesse contexto, analise as assertivas a seguir. Com a primeira fase da experiência, foi possível identi�car que o fator psicológico se sobrepunha ao �siológico. Na segunda fase, veri�cou-se que os operários apresentavam maiores resultados quando estavam sob a supervisão de um gestor autoritário. Na quarta fase, foi desenvolvido um programa de entrevistas para que a empresa pudesse ter mais informações sobre os seus colaboradores. É correto o que se a�rma em: I e II, apenas. I, apenas. II e III, apenas. III, apenas. I, II e III. Introdução Caro(a) aluno(a), nesta unidade, iremos discutir pontos importantes sobre a prática da administração e as características mais relevantes sobre o ambiente organizacional. No primeiro tópico, aprofundaremos nossa compreensão sobre os processos da administração no contexto empresarial (planejamento, organização, direção e controle). No tópico seguinte, abordaremos o processo decisório, quais as suas principais características e a sua relevância para a atividade do administrador. Já, no terceiro tópico, aprofundaremos nossos conhecimentos sobre a comunicação organizacional e os principais componentes que envolvem o processo de comunicação. Por �m, no quarto e último tópico, discutiremos sobre as origens dos con�itos organizacionais e as principais formas de administrá- los. Ótimo estudo! Unidade III Administração e as Organizações Processos Organizacionais Caro(a) aluno(a), anteriormente nós discutimos alguns dos principais aspectos relacionados à escola clássica da administração. Como já vimos, um de seus principais expoentes, o engenheiro francês Henry Fayol, tornou- se um dos responsáveis pelo desenvolvimento dos processos administrativos (planejamento, organização, execução e controle), que, segundo ele, são os processos mais importantes de uma organização. Neste tópico, portanto, voltaremos toda nossa atenção a uma descrição mais detalhada dos processos apresentados por Fayol, no início do século XX. Planejamento Segundo Maximiano (2011), o processo de planejamento está relacionado à capacidade do indivíduo ou da organização de lidar com situações do futuro: Figura 3.1 - Processos e Planejamento Fonte: Rawpixel / 123RF. Além de ser um processo de tomar decisões, o planejamento é uma dimensão das competências intelectuais [...] para a moderna psicologia, o processo de planejamento é uma função cognitiva superior, uma forma re�nada de inteligência (MAXIMIANO, 2011, p. 79). Processo de Planejamento O processo de planejamento é composto por três etapas: dados de entrada, processo de planejamento e elaboração de planos (Figura 3.2). Cada etapa envolve uma série de atividades que vai ajudarna de�nição do curso de ação. Segundo Maximiano (2011), em cada uma dessas etapas, podem existir erros e acertos que impactam diretamente no resultado do processo, conforme visto a seguir: Aquisição dos dados de entrada: a partir dos dados de entrada é possível identi�car as necessidades, ameaças, oportunidades ou situações que mereçam atenção do administrador da organização. Processamento dos dados de entrada: o processamento de dados pode ser considerado o ponto mais importante do processo de planejamento, pois, por meio de dados de entrada, novas informações são produzidas e auxiliam futuramente no processo de tomada de decisão. Preparação de um plano: esta etapa representa o resultado do processo, em que são elaborados os planos que orientam o curso das tomadas de decisões e ações da organização. Objetivos Segundo Maximiano (2011), o termo objetivo é corriqueiro e de extrema importância para o administrador, no desempenho de suas atividades, pois é a partir dele que a organização orientará todas as suas ações e recursos. Ainda de acordo com o autor, podemos compreender os objetivos organizacionais como “os resultados desejados, que orientam o intelecto e ação. São os �ns, propósitos, intenções ou estados futuros que as pessoas e as organizações pretendem alcançar, por meio da aplicação de esforços e recursos” (MAXIMIANO, 2011, p. 81). Tipos de planos Os planos, de acordo com Maximiano (2011), podem ser classi�cados por meio de diversos critérios. No entanto, um dos mais utilizados pelos administradores é a classi�cação dos planos em temporários (extingue-se quando os objetivos são alcançados) e permanentes (são planos que auxiliam a empresa na condução dos negócios e não são eliminados no atingimento dos objetivos; existem enquanto a empresa existir). Níveis de planejamento Organizacional Figura 3.2 - Processo de planejamento Fonte: Maximiano (2011, p. 80). Segundo Oliveira (2010), existem três níveis de planejamento organizacional: estratégico, tático e operacional. Este nível de planejamento “é de responsabilidad mais altos da empresa e diz respeito tanto à form objetivos quanto à seleção dos cursos de ação –e a serem seguidos para sua consolidação ”(OLIVEI p. 17). Segundo Oliveira (2010b), é desenvolvido pelos n intermediários da organização, ou seja, os gerent funcionais (operações, marketing, finanças, recur humanos, etc). “É o que formaliza, principalmente através de doc escritos, os processos administrativos estabelecid desenvolvimento das organizações” (OLIVEIRA, 20 Normalmente, é de responsabilidade dos coorde supervisores da organização. Adaptado: Autora Organização Segundo Maximiano (2011, p. 83), após o planejamento das ações da organização, é necessário que seja feita a organização dos recursos antes da execução, isto é, “o processo de organizar tem como resultado o ordenamento das partes de um todo, ou a divisão de um todo em partes ordenadas, segundo algum tipo de critério tem uma estrutura”. O processo de organização, assim como em todos os outros processos, é um momento em que decisões precisam ser tomadas, na intenção de de�nir a melhor ação a ser seguida, ou seja, a melhor maneira de alocar as pessoas, recursos materiais, �nanceiros etc. O processo de organização passa por algumas etapas principais, conforme indicado pelo Quadro 3.1, a seguir. Etapa Descrição Divisão do trabalho Divisão do trabalho é o processo por meio do qual uma tarefa é dividida em partes ou unidades; cada uma das quais é atribuída a uma pessoa ou grupo de pessoas. Nas organizações, as unidades de trabalho são chamadas, genericamente, de departamentos. Cada departamento realiza uma parte do trabalho total, que é necessário para a realização dos objetivos. A divisão do trabalho permite, às organizações, realizar objetivos complexos. De�nição de responsabilidades Depois de identi�car as unidades de trabalho, as responsabilidades são de�nidas. Responsabilidades são as obrigações ou deveres das pessoas pela realização de tarefas ou atividades. O conjunto das tarefas pelas quais uma pessoa é responsável chama- se cargo. Um cargo consiste em um conjunto de tarefas ou atividades que uma pessoa deve desempenhar. De�nições dos níveis de autoridade Depois de dividir o trabalho, é preciso atribuir autoridade às pessoas ou às unidades de trabalho. Autoridade é o direito legal que os chefes ou gerentes têm de dirigir ou comandar o comportamento dos integrantes de sua equipe, chamados subordinados, colaboradores ou funcionários, dependendo do tipo de organização. Desenho da estrutura organizacional Todas as decisões sobre divisão do trabalho, responsabilidades e autoridades se resumem na estrutura organizacional. A estrutura organizacional mostra a autoridade e as responsabilidades das pessoas, como indivíduos e como integrantes de grupos. Além disso, a estrutura organizacional é um conceito representado pelo grá�co chamado organograma. Departamentalização A forma de dividir as tarefas entre os departamentos depende de princípios chamados critérios de Quadro 3.1 - Etapas do processo de organização Fonte: Adaptado de Maximiano (2011, p. 83 -89). Execução O processo de execução, de acordo com Maximiano (2011), consiste em executar as atividades e ações de�nidas no processo inicial de planejamento. É utilizado grande volume de recursos materiais, �nanceiros e de pessoas, por exemplo. “Muitas vezes, planejamento e execução se sobrepõem. Os planos evoluem na medida em que a execução avança, sendo detalhados e modi�cados, para incorporar novas decisões e para implementar ações corretivas” (MAXIMIANO, 2011, p. 89). Esse processo pode ser compreendido a partir da Figura 3.3. departamentalização. O modo mais simples de departamentalização é o que se baseia no critério funcional, que pode ser usado tanto pelas organizações de grande quanto de pequeno porte. Figura 3.3 - Processo de planejamento Fonte: Maximiano (2011, p. 91). Controle O processo de controle auxilia a administração a visualizar se as atividades estão sendo executadas de acordo com o que esperado, ou seja, se estão atingindo os resultados previstos. De acordo com Maximiano (2011, p.91), "Controlar, em essência, é um processo de tomar decisões que tem por �nalidade manter um sistema na direção de um objetivo, com base em informações contínuas sobre as atividades do próprio sistema e sobre o objetivo". Ainda de acordo com o mesmo autor, o processo de controle apresenta alguns elementos importantes, tais como: de�nição de padrões de controle, aquisição de informações, comparação e ação corretiva, e recomeço do ciclo de planejamento. Cada uma das etapas será descrita no Quadro 3.2, a seguir. Quadro 3.2 - Etapas do processo de controle Fonte: Adaptado de Maximiano (2011, p. 91-93). O processo de controle, segundo Maximiano (2011), pode sofrer variações, de acordo com o nível hierárquico, sendo: controle estratégico, controles administrativos e controle operacional. Etapa Descrição De�nição de padrões de controle Para controlar, é preciso saber o que deve ser controlado. A de�nição e o conhecimento de padrões de controle permitem avaliar, e�cazmente, o desempenho e tomar decisões corretas. Os padrões de controle são resultantes do processo de planejamento e re�etem os objetivos. Aquisição de informações O processo de controle depende de informações sobre as atividades que estão sendo executadas e seus resultados. De�nidos e conhecidos os padrões de controle, a segunda etapa do processo de controle consiste em conhecer o andamento das atividades. Comparação e ação corretiva Na etapa seguinte do processo de controle, a informação sobre o desempenho real é comparada aos objetivos ou padrões. Com base nessa comparação, pode-se iniciar uma ação para corrigir ou reforçar a atividade ou desempenho. Recomeço do ciclo de planejamento A informação produzida pelo processo de controle permite tomar decisões sobre novos objetivos e novos padrões de controle. Planejamentoe controle são funções complementares. Frequentemente, só é possível planejar e partir de informações de controle, e não de projeções ou previsões sobre o futuro. A Tomada De Decisão Prezado(a) acadêmico(a), na unidade anterior, vimos as principais características do processo administrativo e pudemos perceber que todas as etapas do processo exigem, do administrador ou do gerente, uma grande capacidade de tomada de decisão. Neste tópico, manteremos nossa atenção na complexa atividade de tomar decisões. De acordo com Sobral e Peci (2013), os administradores precisam tomar muitas decisões diariamente, tanto na tentativa de resolver problemas da organização quanto para aproveitar as oportunidades de negócios. Assim, a qualidade das decisões tomadas pelo administrador é que determinará os caminhos que a empresa seguirá. Ainda de acordo com os autores, esse processo é complexo e demanda, do administrador, uma alta capacidade de avaliar cenários e identi�car a melhor opção para a organização, em um determinado cenário. Apesar da grande di�culdade do processo, a decisão deve ser sempre tomada, uma vez que a omissão pode ser mais prejudicial do que uma decisão equivocada. A seguir, discutiremos os principais aspectos dos fundamentos de tomada de decisão. Figura 3.4 - Tomada de decisão Fonte: Jantra Suktaworn / 123RF. Fundamentos da Tomada de Decisão Como dito anteriormente, prezado(a) aluno(a), a tomada de decisão é uma das atividades mais importantes no dia a dia de um administrador, assim, é importante que tenhamos a de�nição de decisão clara. Segundo Sobral e Peci (2013, p. 145): Uma decisão pode ser descrita, de forma simplista, como uma escolha entre alternativas ou possibilidades, com o objetivo de resolver um problema ou aproveitar uma oportunidade. Contudo, a tomada de decisão não é um processo trivial e fácil, pois associada a cada alternativa de decisão está a incerteza de suas consequências e impactos. Estas limitações têm conduzido o homem a uma busca de novas ferramentas e modelos para ajudá-lo a decidir. Desde a interpretação de astros e oráculos até os so�sticados modelos de inteligência arti�cial, foi percorrido um longo caminho. A tomada de decisão passou a ser encarada, ao longo do tempo, como a essência do trabalho de um administrador, cabendo a ele (administrador ou gerente), decidir sobre todas as áreas ou funções da organização (Quadro 3.3). Neste contexto, alguns pesquisadores da área assumem a tomada de decisão e a atividade do administrador como sinônimos, dada a importância do tema para a área. Área funcional Decisões Finanças ● Quais são os objetivos �nanceiros da organização? ● Que investimentos devem ser priorizados? ● Como devemos �nanciar a atividade da organização? ● Qual a política de distribuição de dividendos? Marketing ● Qual a estratégia de distribuição mais adequada aos objetivos da organização? ● Que tipo de incentivos devemos usar com a equipe de vendedores? ● Que tipo de campanha publicitária é mais adequada para esse produto? ● Como podemos avaliar e controlar o desempenho da equipe de vendedores? Recursos humanos ● Que política salarial deve ser instituída na organização? ● Devemos ter um processo de recrutamento interno e externo? ● Qual é o estilo de liderança mais e�caz? ● Que ações de treinamento são necessárias para aumentar a produtividade? Produção e operações ● Que fornecedores devemos usar? ● Qual o volume de produção que devemos planejar para o próximo mês? ● Como podemos organizar o layout de produção para otimizar o processo? ● Qual o sistema de controle do processo produtivo mais adequado para garantir a qualidade dos produtos? Quadro 3.3 - Funções da administração e cultura organizacional Fonte: Sobral e Peci (2013, p. 147). Como vimos anteriormente, a tomada de decisão remete à escolha de alternativas, frente a um determinado problema ou oportunidade. Assim, o processo da tomada de decisão de um administrador envolve três variáveis: a certeza, a incerteza e o risco. Todo administrador precisa ter consciência de avaliar todas as variáveis, a cada decisão a ser tomada, uma vez que vão impactar na qualidade da decisão. Vamos analisar cada uma dessas variáveis a seguir, conforme Sobral e Peci (2013). Certeza: um cenário de certeza, para o tomador de decisão, pode ser considerado o ideal, pois não haveria dúvidas de qual decisão seria a mais adequada para a organização. Em condições de certeza, o administrador tem o conhecimento dos objetivos a serem atingidos e as fontes de informações seriam con�áveis. Para compreendermos melhor, utilizo um exemplo de investimento; a tomada de decisão sobre o investimento de recursos �nanceiros é um grande desa�o ao administrador. Se houver erro na decisão, a empresa pode perder grande volume de dinheiro, assim, um cenário de certeza seria o administrador ter conhecimento todos os investimentos possíveis e quais não gerariam condições de perdas. Riscos: toda decisão está sujeita a um risco, e a função do administrador é buscar mecanismos para reduzi-lo, evitando que a decisão crie resultados prejudiciais à empresa. Para Sobral e Perci (2013, p. 147), risco é “uma situação na qual não é possível prever com certeza os resultados associados a cada alternativa, mas há informação su�ciente para estimar suas probabilidades de ocorrência”. Na busca de minimizar os impactos dos riscos, é possível que o administrador utilize ferramentas para auxiliar na tomada de decisão, como um gestor de marketing, que utiliza de sistemas de informações para estimar os resultados esperados. Incertezas: nesta situação, o administrador não tem acesso às informações necessárias para a tomada de decisão e não consegue prever, de maneira mais concreta, quais as possibilidades de resultado. Assim, o processo de decisão está vulnerável às incertezas do contexto. Uma das atividades do gestor é tentar diminuir as incertezas que cercam a decisão e buscar decidir de maneira menos arriscada e mais assertiva. Processo Decisório Caro(a) aluno(a), segundo Sobral e Perci (2013), apesar de conseguirmos compreender a decisão como uma avaliação de alternativas, não é su�ciente para entendermos o processo decisório, pois contemplam seis principais processos, sendo: (1) identi�cação da situação; (2) diagnóstico da situação; (3) desenvolvimento de alternativas; (4) avaliação de alternativas; (5) seleção e implementação; e (6) monitoramento e feedback. Este processo será melhor descrito a seguir, na Figura 3.5: Identi�cação da Situação A primeira etapa do processo decisório consiste em diagnosticar ou identi�car uma situação em que alguma decisão deve ser tomada. Normalmente, essa condição ocorre quando o administrador veri�ca uma oportunidade ou um problema a ser resolvido, que in�uenciará diretamente o curso da organização. Para Caravantes, Caravantes e Kloeckner (2005), uma ferramenta bastante útil para auxiliar o administrado a identi�car situações que iniciem o processo de decisão é a Matriz SWOT, que tem como objetivo identi�car as forças e fraquezas (ambiente interno da empresa), oportunidades e ameaças (ambiente externo à empresa). Figura 3.5 - O processo decisório Fonte: Sobral e Peci (2013, p. 151). Análise e diagnóstico da situação Após o administrador identi�car a existência de um problema ou de uma oportunidade, torna-se necessário que a atenção esteja voltada ao processo de diagnosticar a situação real para, a partir daí, gerar alternativas de solução. De acordo com Sobral e Peci (2013, p. 152), essa etapa do processo decisório consiste no estabelecimento dos objetivos que se pretende alcançar com a decisão e na análise das causas que estão na origem da situação. Sem objetivos claros, é difícil pensar em alternativas que permitam resolver os problemas ou aproveitar as oportunidades. Desenvolvimento de alternativas PENSE NISSO Etapa de Decisão Reconhecer e diagnosticar uma situação é a etapa na qual fatores individuais podem e efetivamente entram em cena. Predisposições emotivos pessoais in�uenciam a maneira pela qual se interpreta a situação da decisão. Fonte: Caravantes, Caravantes e Kloeckner (2005, p. 447). A terceira etapa do processo decisório está no desenvolvimento de alternativas para a resolução de um problema ou aproveitamento de uma oportunidade para a empresa. Segundo Sobral e Peci (2013), neste momento do processo decisório, há dois grandes desa�os para o administrador. O primeiro consiste em criar alternativas válidas, ou seja, se a decisão será efetivada a partir das alternativas criadas, para atender a situação problema; se as alternativas não forem adequadas ou condizentes à realidade da empresa, independentemente da decisão do administrador, o resultado não será satisfatório. O segundo desa�o consiste em resistir; é a tendência em tentar encontrar uma resposta rápida ao problema e, por esta razão, escolher a primeira alternativa viável, antes de efetuar uma pesquisa mais aprofundada. Em consonância com Caravantes, Caravantes e Kloeckner (2005), uma das principais ferramentas que auxiliam o administrador a criar alternativas adequadas é a técnica de brainstorming, que consiste em reunir pessoas em um ambiente livre de julgamentos e incentivá-las a propor soluções. Complementarmente, Sobral e Peci (2013, p. 153) sugerem outros dois métodos. O primeiro é o con�ito construtivo, que é a “criação de um clima que facilite a discussão aberta de assuntos, para que a diversidade de opiniões e experiências possibilite um entendimento mais amplo de questões e geração de ideias inovadoras e criativas”. O segundo método é o con�ito afetivo, que pode afetar o processo de tomada de decisão, quando as características pessoais das pessoas envolvidas no processo criem tensão e inibam a cooperação entre as partes. É perceptível, portanto, caro(a) acadêmico(a), que a qualidade das alternativas criadas nesta etapa do processo decisório pode interferir no resultado do processo. Sendo assim, algumas orientações auxiliam o administrador, na elaboração das alternativas: Devem ser abrangentes: representa um maior número de possibilidades variadas. Devem ser genuínas: representa uma alternativa possível, e não uma sugestão fraca, sem embasamento. Devem ser exequíveis: as alternativas devem ser passíveis de aplicação e estar de acordo com as possibilidades da organização. Devem ser numerosas: um maior número de alternativas possibilita uma análise mais aprofundada para a tomada de decisão. Segundo Sobral e Peci (2013), caso a alternativa não atenda essas condições, deve ser repensada a sua importância e, se necessário, retirada da lista de possibilidades. Avaliando as alternativas De acordo com Caravantes, Caravantes e Kloeckner (2005), após a etapa de levantamento das alternativas, é necessário que o administrador faça uma avaliação criteriosa de cada uma delas. A primeira consiste em avaliar a viabilidade, satisfação e aceitabilidade das consequências das alternativas (Figura 3.5). Já, na segunda etapa, deve-se dar continuidade ao processo de coletar informações para as alternativas, na tentativa de identi�car a real potencialidade de contribuição à resolução do problema ou de aproveitar, ao máximo, uma oportunidade. O ponto crucial deste processo é buscar a previsão dos resultados, de longo e curto prazo, gerados pelas alternativas. Seleção e Implementação da Melhor Alternativa Nesta etapa, cabe, ao administrador, escolher a melhor alternativa para a organização. Para Sobral e Peci (2013, p. 158), “o administrador deve escolher aquela que melhor se adapte aos objetivos e valores da organização e que permita resolver o problema ou aproveitar a oportunidade que estiver na origem da decisão”. Ainda de acordo com os autores, o sucesso da implementação depende de alguns fatores, dentre os Figura 3.6 - Avaliando alternativas Fonte: Caravantes, Caravantes e Kloeckner (2005, p. 448). principais está a forma que o administrador comunica a decisão tomada. No momento da comunicação, deve-se deixar claro o benefício da alternativa escolhida. Quadro 3.4 - Comunicação da decisão Fonte: Adaptado de Sobral e Peci (2013, p. 159). Monitoramento e Feedback Prezado(a) aluno(a), a última etapa do processo decisório é o monitoramento e feedback da alternativa escolhida. A importância desta fase está em avaliar se a decisão está em acordo com os objetivos da organização e, dessa forma, julgar se serão necessários ajustes ou a tomada de uma nova decisão. Ação Descrição Demonstrar compreensão Os envolvidos devem sentir que participaram, de forma genuína, no processo decisório, o que facilita a aceitação da decisão �nal. Explicar as razões Explicar as razões que levaram a escolha de uma alternativa em detrimento de outra: a clari�cação dos motivos que estão na base da decisão aumenta a con�ança de que ela foi tomada em benefício da organização como um todo. Declarar suas expectativas Declarar as expectativas com relação aos resultados e consequências esperados com a decisão: todos os envolvidos devem entender a decisão e seus impactos. Comunicação Organizacional A partir deste momento, trataremos de um dos assuntos mais importantes do contexto organizacional e vida em sociedade como um todo: a comunicação. Segundo Robbins e Judge (2014), nenhum grupo formado por pessoas poderia estar organizado ou até mesmo existir se não houvesse a comunicação para compartilhamento de informações e ideias. Complementarmente, Chiavenato (2014, p. 203) a�rma que “toda organização funciona a partir dos processos de comunicação. A dinâmica organizacional somente é possível quando a organização assegura que todos os seus membros estejam devidamente conectados e integrados”. Antes de aprofundarmo-nos nas características do processo de comunicação, é importante que façamos uma breve abordagem dos principais conceitos do termo comunicação, conforme o Quadro 3.5. Figura 3.7 - Comunicação organizacional Fonte: Rawpixel, 123RF. Quadro 3.5 - De�nições de comunicação Fonte: Chiavenato (2014, p. 206). Diante das de�nições apresentadas no quadro anterior, podemos perceber que, apesar da existência de de�nições distintas sobre comunicação, algumas similaridades podem ser vistas, como a existência de uma ou mais pessoas no processo e a noção de compartilhamento, seja de uma ideia ou de uma informação. Para podermos estudar mais afundo os processos que envolvem a comunicação, é importante que saibamos qual a sua função. Segundo Robbins (2005) e Chiavenato (2014), existem quatro funções principais: o controle, a motivação, a expressão emocional e as informações, conforme descritas no Quadro 3.6, a seguir: De�nições de comunicação Comunicação signi�ca a transferência e compreensão da mensagem. Comunicação é a transferência de informação e signi�cado de uma pessoa para outra. Comunicação é geralmente descrita como um �uxo de mensagens entre um emissor para um destinatário, utilizando um canal. O destinatário pode ou não responder com uma mensagem (retroação). Em algum ponto do processo, o ruído – algo que afeta o processo – pode ocorrer e limitar a e�cácia da comunicação. Comunicação é o processo de compartilhar informação com outras pessoas. A informação aqui é de�nida como um pensamento ou ideia que uma pessoa quer compartilhar com outra. Comunicação organizacional é o processo pelo qual as entidades intercambiam informações e estabelecem um entendimento comum. Nome da primeira linha 01 Nome da primeira linha 02 Nome da primeira linha 03 Quadro 3.6 - Funções da Comunicação Fonte: Adaptado de Robbins (2005, p. 232). Assim, segundo Robbins (2009), todas as funções da comunicação são de extrema importância e nenhuma delas deve se sobrepor umas às outras. Funções Descrição Controle A comunicação age no controle do comportamento das pessoas de diversas maneiras. As organizações possuem hierarquias e orientações formais que devem ser seguidas pelos funcionários. Quando estes são informados de que devem, por exemplo, comunicar qualquer problema de trabalhoprimeiramente ao seu superior imediato, seguir à risca suas instruções de trabalho ou ainda adequar-se às políticas da empresa, a comunicação está desempenhando uma função de controle. Motivação A comunicação facilita a motivação por esclarecer, aos funcionários, o que deve ser feito, qual a qualidade do seu desempenho e o que fazer para melhorá-lo. O estabelecimento de metas especí�cas, o feedback do progresso em relação a elas e o reforço do comportamento desejável estimulam a motivação e requerem comunicação. Expressão emocional Para muitos funcionários, seu grupo de trabalho é sua fonte primária de interação social. A comunicação que ocorre dentro do grupo é um mecanismo fundamental para que seus membros expressem suas frustrações ou sentimentos de satisfação. A comunicação, portanto, fornece o meio para a expressão emocional de sentimentos e para a satisfação de necessidades sociais. Informações A função �nal desempenhada pela comunicação se relaciona a seu papel como facilitadora de tomada de decisões. Ela proporciona as informações de que as pessoas e os grupos precisam para tomar decisões ao transmitir dados para que se identi�quem e avaliem alternativas. Desse modo, podemos assumir que ocorre a interação entre todas as funções ou em parte delas. O Processo de Comunicação Para Robbins e Judge (2014), antes que o processo de comunicação inicie, é imprescindível que exista um propósito, ou seja, uma razão pela qual seja necessária a integração entre duas ou mais partes. Para Chiavenato (2014), o processo de mensagem é iniciado com o propósito e, a partir deste momento, o emissor transmite a mensagem a um receptor. Para que isso ocorra, é necessário que a mensagem seja codi�cada e transmitida por meio de um canal, que leva a mensagem ao receptor, o qual a decodi�ca. O processo de comunicação, de acordo com Robbins e Judge (2014), possui oito elementos: (1) o emissor ou fonte; (2) codi�cação; (3) o canal; (4) decodi�cação; (5) o receptor; (6) os ruídos; e (7) feedback. Esses elementos interagem entre si, formando o processo de comunicação, conforme mostra a Figura 3.8. Caro(a) aluno(a), cada elemento do processo de comunicação é importante para que a mensagem seja emitida, recebida, compreendida de maneira Figura 3.8 - Processo de comunicação Fonte: Chiavenato (2014, p. 208). e�ciente e atinja o propósito de sua criação, vejamos cada uma delas. Elemento Descrição Emissor ou Fonte É o emissor ou comunicador que inicia a comunicação por meio da codi�cação de um pensamento. A fonte envia uma mensagem, sendo ela, a mensagem, o produto físico codi�cado pelo emissor. A mensagem é a fala, quando falamos; ou o texto escrito, quando escrevemos. A mensagem é afetada pelo código ou grupo de símbolos que usamos para transmitir o signi�cado. Cada mensagem precisa ter um conteúdo para ser transmitida. Codi�cação Para que a mensagem seja transmitida, ela precisa ser codi�cada, ou seja, seus símbolos devem ser traduzidos em uma forma (escrita ou verbal) que possa ser transmitida adequadamente pelo canal escolhido. Canal É o veículo ou a mídia pelo qual a mensagem é encaminhada. O canal é o portador da mensagem e é selecionado pelo emissor. É o meio que existe fora do comunicador e que pode ser percebido por todos. O veículo pode ser o discurso oral, a documentação escrita, a tecnologia da informação, pode, ainda, ser formal (quando estabelecido pela organização) ou informal (como as redes sociais ou pessoais que são espontâneas e nada têm a ver com a organização). Decodi�cação Para que a mensagem (escrita ou verbal) seja recebida, seus símbolos devem ser traduzidos para que possam ser compreendidos pelo receptor. A decodi�cação é um processo no qual a mensagem é traduzida na mente do receptor. Quando a comunicação é correta, a ideia ou imagem mental resultante corresponde à ideia ou imagem mental do emissor. Receptor É o sujeito ou destinatário a quem a mensagem se dirige. É o destino �nal da comunicação. Retroação (feedback) O elo �nal do processo de comunicação é a retroação. Quando o receptor decodi�ca a mensagem e a retorna ou Quadro 3.7 - Elementos do processo de comunicação Fonte: Chiavenato (2014, p. 208). A comunicação organizacional pode ser dividida em diferentes formas: as redes formais, as redes de rumores, e as redes dos meios eletrônicos, que são utilizados com o objetivo de facilitar a comunicação (ROBBINS, 2009). Redes formais de pequenos grupos: essa forma de comunicação pode ser subdividida em três modelos: rede em cadeia (segue rigidamente o modelo formal de comando), rede em roda (depende da existência de uma �gura central, para que, dessa forma, conduza a comunicação existente na organização) e rede de todos os canais (a comunicação ocorre entre todos os membros do grupo; comunicam, de maneira ativa, uns com os outros). Rede de rumores: a rede de rumores é considerada um modo informal de comunicação em uma organização. Apesar de ser informal, é um canal importante, pois grande parte dos funcionários toma conhecimento das notícias por meio desse canal. Esse tipo de comunicação tem três principais características: (1) a direção da empresa não a controla; (2) os funcionários consideram esse modelo altamente con�ável de comunicação; e (3) serve para atender os interesses dos próprios funcionários que utilizam esse meio. Comunicação eletrônica: o modo de comunicação atual nas organizações é diretamente in�uenciado pela tecnologia de informação, que proporcionou ferramentas até pouco tempo desconhecidas, como e-mail (correio eletrônico que reduziu signi�cativamente o volume de memorandos diários, por exemplo); mensagem instantânea (entre computadores e celulares, tem tornado- se cada vez mais popular no mundo corporativo); redes intranets e extranets (as intranets são redes privadas e o acesso é restrito às devolve, temos a retroação. A retroação ou feedback con�rma o sucesso na transmissão da mensagem, como originalmente pretendida. A retroação determina se a compreensão foi ou não alcançada. Ruído Refere-se aos fatores internos ou externos que podem distorcer uma mensagem ou provocar alguma forma de interferência ou intromissão no processo. O ruído pode ocorrer em qualquer etapa do processo de comunicação. pessoas que trabalham na empresa, já as extranets são redes que conectam uma empresa aos seus fornecedores, clientes e parceiros). Videoconferência: pode ser considerada uma extensão da intranet e da extranet e permite que os funcionários de empresas façam reuniões, mesmo estando em localidades diferentes, por meio de vídeo e áudio. Caro(a) estudante, estes são os principais modelos de comunicação organizacional. Cada um apresenta características importantes para o bom funcionamento da empresa e de uma comunicação e�caz. PENSE NISSO Toda vez que transmitimos uma mensagem verbal, enviamos também uma mensagem não-verbal. Fonte: Robbins (2009, p. 139). Gestão de Con�itos O contexto organizacional é um ambiente propício para o surgimento de con�itos entre as pessoas que o integram. Muitas vezes, os interesses dos indivíduos são divergentes ou contrários, o que pode ser fonte originária de con�itos. Segundo Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 437), o con�ito pode ser compreendido como “um processo que tem início quando alguém percebe que outra parte afeta, ou pode afetar, negativamente alguma coisa que considera importante”. Ainda de acordo com os autores, essa de�nição é ampla e envolve diversos fatores que podem originar con�itos no ambiente organizacional, como objetivos divergentes entre as pessoas, diferentes interpretações da realidade e desacordos genéricos. Complementarmente, Chiavenato (2014, p. 275) a�rma que podemos trazer outra compreensão sobre con�ito, que pode ser entendido como “discórdia, divergência, dissonância, controvérsia ou antagonismo [...]. O con�ito envolve o uso do poder no confronto, ou seja, nas disputas em torno de interesses contraditórios”. Já, para Newstrom(2008, p. 251), “o con�ito é um processo interpessoal que surge de discordâncias em torno das metas Figura 3.9 - Con�itos organizacionais Fonte: Michal Bednarek / 123RF. a serem obtidas ou dos métodos utilizados para alcançá-las”. Algumas de�nições sobre con�ito podem nos orientar na compreensão do conceito, conforme mostra o Quadro 3.8, a seguir. Quadro 3.8 - Conceituações de Con�ito Fonte: Chiavenato (2014, p. 276). Nessa perspectiva, segundo Chiavenato (2014), existem algumas situações em uma organização que possibilitam o surgimento dos con�itos, que são as condições antecedentes dos con�itos, em que os gestores devem estar atentos para desestruturá-las e evitar que, de fato, ocorram. Ainda de acordo com o autor, existem três condições antecedentes, sendo: Autores Conceituações de Con�ito Miles (1980) Con�ito é um processo de oposição e confronto que pode ocorrer entre indivíduos ou grupos nas organizações, quando as partes exercem poder na busca de metas ou objetivos valorizados e obstruem o progresso de uma ou mais das outras metas. Robbins (2002) Con�ito ocorre uma das partes – seja indivíduo ou grupo – tenta alcançar seus próprios objetivos interligados com alguma outra parte e esta interfere naquela que procura atingir seus objetivos. Assim, o con�ito é muito mais que um simples desacordo ou desavença: constitui uma interferência ativa ou passiva, mas deliberada para impor um bloqueio sobre a tentativa da outra parte de alcançar seus objetivos. Chiavenato (2005) Con�ito é um processo que tem início quando uma das partes percebe que a outra parte afeta, ou pode afetar, negativamente, alguma coisa que a primeira considera importante. Schmidt e Kochan (1972) Con�ito mostra um comportamento aparente que surge de um processo na qual uma unidade procura alcançar seus próprios interesses nos seus relacionamentos com outras por meio de interferência deliberada por algum motivo, pelo menos por uma das partes. Quando a interferência não é deliberada, as unidades não estão em con�ito. Diferenciação: surge quando “os objetivos e interesses diferentes dos demais grupos da organização. Daí, a percepção de objetivos e interesses diferentes e talvez incompatíveis” (CHIAVENATO, 2014, p. 276). Recursos compartilhados e limitados: é característica de uma organização possuir recursos limitados para a realização de suas operações. Assim, a necessidade de compartilhamentos desses recursos pode ser uma condição que precede um con�ito, uma vez que duas ou mais equipes podem lutar pelos mesmos recursos. Interdependência de atividades: a interdependência de grupos em uma organização ocorre quando as atividades, de um determinado grupo, só podem ser realizadas quando as atividades de outro grupo estão concluídas. Assim, é inevitável a interdependência dentro de uma organização e a grande possibilidade de con�itos que a acompanha. É possível perceber, caro(a) aluno(a), que a gestão de con�itos em uma organização se baseia na premissa de que, desestruturando as condições precedentes de um con�ito, é possível evitar que o con�ito ocorra e gere prejuízos para a organização, tanto �nanceiros quanto de relacionamentos ou de processos. Figura 3.10 - As condições antecedentes do con�ito Fonte: Chiavenato (2014, p. 277). Processo de Con�ito O processo de con�ito, de acordo com Robbins (2005), pode ser compreendido como um processo de cinco estágios, sendo: Estágio I: oposição potencial ou incompatibilidade; Estágio II: cognição e personalização; Estágio III: intenções; Estágio IV: comportamento; Estágio V: consequências. Esses estágios estão representados na Figura 3.11. Estágio I: Oposição Potencial ou Incompatibilidade No primeiro estágio, de acordo com Robbins (2005), é que surgem as condições propícias para que o con�ito se desenvolva, as quais estão Figura 3.11 - O processo de con�ito Fonte: Robbins (2005, p. 328). distribuídas em três categorias genéricas: comunicação, estrutura e variáveis pessoais. A comunicação pode ser a origem de con�ito, pois as diferentes conotações das palavras, os jargões, a troca insu�ciente de informações e os ruídos no canal de comunicação são obstáculos para a comunicação e potenciais condições antecedentes para os con�itos (ROBBINS, 2005, p. 328). Os con�itos, originados a partir da estrutura, referem-se a alguns aspectos principais, como o tamanho e o nível de especialidade dos grupos da organização, o tempo em que o funcionário faz parte da empresa, a idade dos colaboradores e o nível de rotatividade. Por �m, as variáveis pessoais também podem ser a origem dos con�itos, já que cada indivíduo possui suas características de personalidade, as quais podem ser con�itantes com os demais membros da empresa. Estágio II: Cognição e Personalização Neste estágio, as partes envolvidas compreendem quais são as razões originárias do con�ito. Essa compreensão ocorre por meio de dois pontos. O primeiro é a percepção (as partes precisam ter a consciência da existência do con�ito, no entanto, apenas ter o conhecimento do con�ito não signi�ca que ele se concretize) e o segundo é o sentimento (quando as partes presentes no con�ito se envolvem emocionalmente surgem sentimentos de tensão, ansiedade, frustração ou hostilidade). Estágio III: Intenções Segundo Robbins (2005), as intenções representam as decisões que são tomadas para determinado modo de agir, conforme a Figura 3.12, a seguir. De acordo com a �gura anterior, o esforço para identi�cação das ações de administração de con�itos se divide em duas dimensões: a cooperação (tentativa de uma das partes de atender os interesses da outra parte) e a�rmação (tentativa de uma das partes de atender seus próprios interesses). A partir dessas duas dimensões, surgem cinco possibilidades de administração de con�itos, sendo, de acordo com Robbins (2005): Competir: uma das pessoas busca atender a seus próprios interesses na resolução do con�ito. Colaborar: é a busca de um resultado que bene�cie as partes envolvidas no con�ito. Evitar: tentativa de livrar-se do problema ou suprimi-lo. Acomodar-se: uma das partes cede aos interesses do outro para a manutenção da relação harmoniosa. Conceder: existe uma concessão de ambas ou de uma das partes, para gerar um resultado que bene�cie os envolvidos, assim, não existem ganhadores e perdedores. Estágio IV: Comportamento Figura 3.12 - Dimensões das intenções para a Administração de Con�itos Fonte: Robbins (2005, p. 331). Neste estágio, o con�ito torna-se visível, pois surgem as declarações, ações e as reações das partes que estão envolvidas no con�ito. Segundo Robbins (2005, p. 332), “Esses comportamentos são tentativas explícitas de implementar as intenções de cada uma das partes con�itantes. Mas os comportamentos possuem uma qualidade de estímulo que os diferencia das intenções”. Estágio V: Consequências A disputa entre as partes integrantes do con�ito gera consequências. Essas consequências, de acordo com Robbins (2005), podem ser classi�cadas como funcionais e disfuncionais. As consequências funcionais resultam em melhorias no desempenho do grupo (aumentam a qualidade das decisões e estimulam a criatividade e inovação, por exemplo). Já, as consequências disfuncionais interferem negativamente no desempenho do grupo (descompasso na comunicação e diminuição da coesão do grupo, por exemplo). SAIBA MAIS Liderança e Gestão de Con�itos Administrar con�itos é uma tarefa que, geralmente, causa melindres e resistências. As pessoas evitam, postergam e, muitas vezes, não fazem nada para resolver, a�nal, confrontar um problema não é muito agradável. O texto integral está disponível em: <http://www.manufaturaemfoco.com.br/lideranca-e-gestao-de- con�itos/ >. Fonte: Luchini (on-line). http://www.manufaturaemfoco.com.br/lideranca-e-gestao-de-conflitos/ Conclui-se, desse modo, que os processos organizacionais de Fayol denominados de processos administrativos, são: planejamento, organização, execução e controle. Pela complexidade da tomadade decisões, o administrador precisa ter capacidade de avaliar cenários internos e externos de curto, médio e longo prazo e identi�car a melhor INDICAÇÃO DE LEITURA Poder da decisão: na vida, nos relacionamentos, no trabalho e no cotidiano Autor: Anselm Grun Ano: 2014 Editora: Vozes ISBN: 8532647707 Sinopse: Muitos têm di�culdades para tomar decisões, tanto no que diz respeito às coisas simples do dia a dia quanto àquelas que podem transformar uma vida inteira. Por meio deste livro, Anselm Grün nos dá coragem para con�armos em nossa capacidade de fazer as escolhas certas. Ele aborda os empecilhos que podem impedir nossa liberdade e alegria de decidir, ao mesmo tempo em que aponta a importância de ouvir, também, os sentimentos e o senso de responsabilidade. No livro, o autor ressalta a importância de estarmos conscientes de nossos desejos e necessidades, pois serão o fundamento para decisões acertadas e apresenta alguns rituais e exercícios que contribuirão para simpli�car a tomada de decisão. opção para a organização. Assim, o processo de tomada de decisão de um administrador envolve três variáveis: certeza, incerteza e risco. No processo decisório tem-se seis instrumentos processuais para melhorar na avaliação do processo decisório: (1) identi�cação da situação; (2) diagnóstico da situação; (3) desenvolvimento de alternativas; (4) avaliação de alternativas; (5) seleção e implementação; e (6) monitoramento e feedback. Enquanto que, dentro dos processos que envolvem a comunicação existem quatro principais que são: o controle, a motivação, a expressão emocional e as informações. O controle, basicamente, é a parte burocrática de uma organização, que visa adequação com a política da empresa. A motivação facilita a motivação, em razão dos esclarecimentos de metas, processos, planejamento etc. A expressão emocional é o meio que os funcionários expressam seus sentimentos. As informações dentro das comunicações são facilitadoras para tomada de decisões. Atividade O planejamento organizacional é uma das atividades mais importantes a serem desenvolvidas pelos administradores e pode ser dividido em três níveis: estratégico, tático e operacional. Nesse contexto, analise as a�rmativas abaixo. I - O planejamento estratégico é de responsabilidade dos níveis intermediários da organização. II - O planejamento nível tático é desenvolvido pelos gerentes funcionais da organização. III - O planejamento operacional é de responsabilidade dos coordenadores e supervisores. É correto o que se a�rma em: I, apenas. II e III, apenas. II, apenas. I e III, apenas. I, II e III. A comunicação organizacional é a atividade que possibilita a transmissão de ideias e informações entre as pessoas. No contexto organizacional não é diferente e este ainda apresenta algumas funções que são primordiais para um administrador. Sobre as funções da organização, analise as a�rmativas abaixo. I - Com a função de controle, a comunicação age no controle do comportamento das pessoas. II - Com a função de motivação, a comunicação atua como um facilitador para a motivação humana. III - A comunicação é um inibidor da expressão emocional do funcionário. É correto o que se a�rma em: I, apenas. I e II, apenas. II, apenas. III, apenas. I e III, apenas. O processo de tomada de decisão pode ser considerado a atividade mais importante a ser executada por um gestor organizacional. O processo de tomada de decisão é extremamente complexo, devido à quantidade de variáveis que a in�uência, como a certeza, o risco e a incerteza. Nesse contexto, analise as a�rmativas abaixo. I - Em condição de certeza, o administrador tem conhecimento dos objetivos a serem atingidos e a probabilidade de erro é reduzida ou nula. II - A variável risco só ocorre em organizações de pequeno porte. III - Em um cenário de incerteza, o administrador tem acesso a todas as informações necessárias, ainda assim, toda decisão é incerta. É correto o que se a�rma em: I e II, apenas. I, apenas. II, apenas. III, apenas. I e III, apenas.