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Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Introdução Tópicos importantes: · A multimorbidade + alterações da senescência presentes em diversos idosos podem corroborar para o mascaramento de diversos sinais e sintomas clássicos · Osteoartrite e sequelas de AVE podem mascarar dispneia aos esforços de pacientes com insuficiência cardíaca congestiva. · Menor limiar de dor + neuropatias + uso de psicofármacos alteram percepções dolorosas na angina do peito e do infarto agudo do miocárdio · Síndromes Geriátricas → condições clínicas comuns entre os idosos que não se enquadram em categorias distintas de doenças → é a unificação de múltiplas rotas patogênicas que interagem entre si → delirium por exemplo · Subpopulação de idosos institucionalizados em instituições de longa permanência para idosos → apresentam normalmente condições clínicas para a manifestação de sintomas e sinais comuns em estados infecciosos; Mau prognóstico → normalmente seguida por óbito! · Apresentam temperatura basal baixa ⇒ tendo mai casos de hipotermia ⇒ sinal grave e de mau Quais são os fatores predisponentes para que as doenças se manifestem de modo atípico? · Idade avançada · Diminuição da reserva funcional dos órgãos e sistemas · Incapacidade de manter a homeostase · Percepções equivocadas sobre o envelhecimento · Multimorbidade · Incapacidade funcional · Deficiência cognitiva · Polifarmácia · Fragilidade · Imunodepressão Quais são as apresentações clínicas não específicas que podem indicar doenças graves e potencialmente fatais em idosos? · Mudanças cognitivas e delirium · Sensação de desconforto ou de que algo não está bem · Astenia · Anorexia · Quedas recorrentes · Perdas de capacidade funcional e em atividades da vida diária → quanto mais incapacitado e frágil o idoso for, maior a probabilidade de sintomas inespecíficos como delirium e incotinência urinária dominarem o quadro clínico! · Instalação de incontinência urinária · Taquipneia · Alterações de +- 2ºC da temperatura basal Alguns fatores de confusão: · Exames laboratoriais alterados ⇒ 10% dos idosos apresentam alterações laboratoriais sem ter obrigatoriamente alguma doença; · Pacientes sintomáticos, mas com exames laboratoriais normais; · Exemplos: encontro de valores anormais de velocidade de hemossedimentação (VHS), creatinina sérica, autoanticorpos na ausência de doença e a ausência de leucocitose em pacientes com infecções graves, respectivamente; Infecções Quais são os sinais e sintomas atípicos em idosos com infecções? · Astenia, anorexia, quedas, alterações cognitivas e taquipneia; delirium · 80+ tem menos admissão hospitalar por pneumonia com febre/tosse do que com delirium pq o envelhecimento altera os reflexos de tosse e altera a termorregulação corporal; · Existem critérios aplicáveis na clínica desses pacientes para verificar o estado febril: · Roghman → decréscimo de 0,15 a cada década de visa na temperatura basal média ⇒ 70+ apresentariam, em média, temperaturas em torno de 36,0°C (36,8° [20 anos de idade] – 0,75 [5 décadas de vida × 0,15°] = 36,05°C) · Critério de Yoshikawa e Norman → considera febre aumentos maiores ou iguais a 1,1 ºC da temperatura basal em idoso · Se a temperatura basal média do paciente for de 36,0°C, aumentos dela acima de 37,1°C serão definidos como estado febril. Doenças CV O que muda o padrão sintomatológico cardiovascular dos idosos em relação com os adultos jovens”? · Idosos mantêm o débito cardíaco adequado em condições basais até mesmo durante atividade física → isso faz com que durante quadros de estresse como infecções e perioperatórios → mais chance de descompensação cardiocirculatória · Papel de medicamentos que possuem potencial efeitos colaterais cardiovasculares · Multimorbidades fazem com que os pacientes não tenham sintomas clássicos como dispneia aos esforços. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA · Sintomas inespecíficos → confusão mental, depressão, fadiga, perda de peso e imobilidade · Insuficiência cardíaca sistólica → parece mais com padrão clássico da doença→ piora progressiva da sintomatologia diurna e da dispneia paroxística noturna · Insuficiência cardíaca diastólica → sintomatologia oposta a sistólica, visto que a instalação é mais abrupta de sintomas → esse tipo é mais comum em idosos 🚨 em casos de sobreposição das cardiopatias é necessário avaliação ecocardiográfica para definir padrão e gravidade da insuficiência cardíaca INSUFICIÊNCIA CORONARIANA · Sintomas: dispneia súbita ou piora dela sem dor torácica (um dos primeiros sintomas de doença arterial coronariana em idosos) → a ausência de dor está associada a redução da sensibilidade visceral durante o envelhecimento e da associação a doenças como diabetes melito que aumenta o limiar de dor desses pacientes; · Pacientes de 70 e 80 anos podem apresentar infartos do miocárdio clinicamente silenciosos ou com outros sintomas inespecíficos: confusão mental, vertigem, síncope e epigastralgias ARRITMIAS · 5% dos idosos apresentam fibrilação atrial crônica · Deformidades torácicas próprias do envelhecimento (cifoses e escolioses) dificultam a ausculta cardíaca · Quais arritmias mais frequentes? Fibrilação atrial, bradicardia · Manifestações de fibrilação atrial crônica → ataques isquêmicos transitórios ou acidentes vasculares encefálicos → pode provocar ausência de sístole atrial (corrobora para enchimento ventricular diastólico (o que agrava quadros de insuficiência cardíaca diastólica) · Fibrilação atrial pode ser manifestação de insuficiência cardíaca quando associada a declínio cognitivo recente ou perda de capacidade nas atividades da vida diária · Bradicardia: tonturas, síncopes e turvação de visão → logo, deve-se aferir pulso arterial por pelo menos 1 minuto e , em casos sem outras causas desses sintomas, fazer exame de Holter (ECG 24H)! HIPERTENSÃO E HIPOTENSÃO ARTERIAL · Para melhor diagnóstico devemos sistematizar de diferentes maneiras! · 1º devemos tentar associar a interferência medicamentosa na pressão (efeitos colaterais); · 2º Pressões arteriais elevadas, mas sem lesão de órgão alvo → sugestivo de pseudo hipertensão em idosos → devemos fazer manobra de Osler → artérias radial e/ou braquial palpáveis mesmo em valores pressóricos maiores do que o estimado pelo sistólico → manguito fica incapaz de comprimir a artéria pq ela tá mais calcificada e com isso pressão aferida fica maior que a intra-arterial. · 3º Hipertensão arterial de início recente, de rápida evolução e de difícil tratamento → hipertensão renovascular · Hipertensão arterial sistólica associada abaixo níveis pressóricos diastólicos merece investigação de insuficiência aórtica (valvulopatia de difícil ausculta pela característica de seu sopro e por alterações da caixa torácica do idoso; · 4º Tonturas, síncopes ou quedas → hipotensão postural → deve-se mensurar a pressão arterial em duas posições (deitado, sentado ou em pé → caso haja diferença de pelo menos 20 mmHg na pressão sistólica e/ou 10 mmHg na diastólica nas duas posições + sintomas → confirma HP! MEDICAMENTOS COM POTENCIAIS EFEITOS CV Embolismo Pulmonar Principais causas de morte não definida clinicamente em idosos → 40% dos casos diagnóstico-se EP em estudo necrológico Quais as apresentações atípicas e diagnóstico clínico de embolismo pulmonar no idoso? · Dispneia, taquicardia e taquipneia nas primeiras 24 horas → os idosos apresentam menos dor torácica como sintoma primários, tosse e hemoptise também (lembrar dos reflexos e limiar de dores diminuídos) → esses sintomas apenas sob constância de suspeita de fatores de risco Quais são os fatores de risco para os idosos? · Obesidade (IMC> 27); imobilidade (2 ou + dias acamados nas 2 semanas que antecederam a avaliação), neoplasias e antecedentes de trombose venosa e/ou de embolismo pulmonar Exames: · ECO e RX de tórax → permitem diagnósticos diferenciais como isquemias miocárdicas e broncopneumonias Abdome Agudo Geralmente, o exame físico é pobre e os exames laboratoriais normais ou pouco alterados! · A imunossenescência reduz a capacidade de reações a infecções, assim como a perda das barreiras naturais como pele e mucosas + diminuição da percepção dolorosa + uso de determinados medicamentos Medicamentos podem mascarar e podem piorar o quadro clínico → AINEs ( + risco de sangramento e/ou perfuração da doença ulcerosa péptica); CE ( risco de sangramento e reduzem resposta inflamatória a infecções; opióides ( mascaram a dor e aumentam o risco de abdome agudo obstrutivo); betabloqueadores (bloqueiam a taquicardia como sinal de infecção) · Outros: antibióticos, metformina, digitálicos, antidepressivos, anticolinérgicos → alto potencial de desenvolver cólicas, vômitos, diarréia, constipação intestinal, distensão abdominal e retenção urinária que simulam quadro abdominal agudo! Quais as causas de obstrução intestinal? · Intestino delgado → hérnias - aderências ; neoplasias - massas e cálculos biliares · Intestino grosso → neoplasias - massas ; divertículos e vólvulo Quais causas extra-abdominais de dor abdominal? · Quanto mais idoso maior a chance de uma doença apresentar manifestações em outro sistema ou aparelho diferente do seu local de acometimento! · Pulmonares → Pneumonias, embolia pulmonar, empiema, pneumotórax · Cardíacas → IAM, endocardites, IC · Endocrinológicas →Cetoacidose diabética, hipercalcemia, crise adrenal · TGU → Nefrites, pielonefrites, prostatites · Infecciosas: Herpes-zóster Como investigar a dor abdominal no idoso e fazer diagnóstico diferencial? · Avaliar as 4 grandes categorias →infecção, obstrução mecânica, doença vascular e dor abdominal não específica Quais os sinais e sintomas e as dificuldades diagnósticas na dor abdominal? · História : · Febre e alterações eletrolíticas pouco significativas · Déficits cognitivos e demências – transtornos psiquiátricos · Polifarmácia – opiáceos e benzodiazepínicos – intoxicações · Distúrbios auditivos e da linguagem · Avaliação clínica: · Ausência de febre apesar de infecção bacteriana grave e indicação cirúrgica · Risco quatro vezes maior de hipotermia · Ausência de leucocitose apesar de indicação cirúrgica · Percepção alterada da dor e menor localização dela apesar de indicação cirúrgica · Comorbidades · Reação peritoneal menor devido à fraqueza da musculatura abdominal · Supressão da taquicardia por doença cardiovascular ou medicamentos Quais exames podem me ajudar nisso? · RX de abdome → avaliar presença de ar na cavidade abdominal e vísceras, sinais de obstrução (semi oclusões e oclusões, vólvulo), calcificação de aorta e tratamento para ver corpos estranhos · USG → aneurisma de aorta, doença biliar e doença pélvica ACHADOS LABORATORIAIS X DOR ABDOMINAL Doenças Endocrinometabólicas DM Devido aos fatores do envelhecimento é muito difícil eu suspeitar de diabetes em um idoso não previamente diagnosticado → orienta-se a realização de glicemia de jejum para rastreio, pois apenas com a detecção precoce é possível prevenir ou retardar as complicações tardias, evitar perdas funcionais e garantir a qualidade de vida ao idoso; · Deve-se se atentar as principais complicações: as vasculares · Quadro clínico: · os sintomas clássicos são raros · Sinais e sintomas atípicos → incontinência urinária ou infecção urinária reincidente, fadiga, perda de peso, tonturas, quedas, declínio cognitivo, depressão fraqueza muscular e sintomas de neuropatia periférica; · Delirium e o coma → podem ser devidos a quadros de cetoacidose ou hiperosmolares · 🚨 Quadros de demência vascular e Alzheimer são relacionados com o diabetes · Diversas síndromes geriátricas podem estar relacionadas com o quadro de diabetes →logo diante de qualquer síndrome geriátrica → deve-se investigar diabetes! · Salienta-se que infecções e lesões em pés →bem comum em diabéticos TIREOIDE: · Quadro atípico da doença tireoidiana → Apatia, fragilidade, desânimo, fadiga, alterações de trânsito intestinal, anorexia, perda de apetite e fraqueza muscular proximal Predominando as queixas cardiovasculares como insuficiência cardíaca, fibrilação atrial, angina de recente começo; · 50% dos pacientes com hipertireoidismo têm miopatia → pq há atrofia da musculatura esquelética principalmente em quadril e panturrilha! · Nos quadros de fraqueza muscular e declínio funcional insidiosos, a função tireoidiana deve ser avaliada! · Quadro atípico de hipotireoidismo : quadro insidioso com alteração de peso e ânimo, disfunção cognitiva ( confusão e agitação), artralgia, cãibras, anorexia ⇒ está como causa de investigação de demência; · O que é eutireoidiano doente? → Alterações laboratoriais indicam disfunção glandular de ido a doenças sistêmicas graves · Pq é tão difícil diagnóstico? É difícil interpretar resultados laboratoriais em idosos porque eles têm muitas comorbidades e uso de medicamentos que podem interferir na função tireoidiana ou no carreamento de hormônios (amiodarona, lítio, estrogênio, corticosteróides etc.). · Apresentação mais frequente do hipotireoidsomo é a subclínica → não há sinais e sintomas, mas o hormônio TSH está alto ( mas com os valores de T3 e T4 normais) → pele seca, perda de memória, pensamento alentecido, fraqueza muscular, fadiga, cãibras, intolerância ao frio, obstipação intestinal e alterações da voz O · No exame físico de tireoide pode ser que a glândula evolua como bócio mergulhante →dificulta palpação PARATIREOIDES Hiperparatireoidismo: mais prevalente em homens, mais frequente em idosos e aumenta com a idade · Etiologias mais comuns → adenoma benigno, hiperplasia e carcinoma de paratireóide → pode ser secundário a IRC · Quadro clínico típico → queixas de hipercalcemia → dores pela remodelação anormal óssea, cálculos renais pela hipercalciúria, dores abdominais pelo íleo metabólico e depressão · Sintomas inespecíficos →fraqueza, fadiga, dificuldade de concentração, déficit cognitivo leve e depressão → mais comuns em idosos principalmente os neuropsiquiátricos; Hipoparatireoidismo: sintomas de hipocalcemia → < 2,8 mg/dl · Agudo → predominam espasmos musculares, tetania, parestesias e convulsões; · Crônico → déficit visual por catarata · Convulsões e/ou o delirium → podem levar ao diagnóstico pq a dosagem de cálcio sérico faz parte dos protocolos de investigação Neoplasias Sinais e sintomas de doença consumptiva: inapetência, perda não intencional de peso, fadiga, depressão, anemia, desnutrição, caquexia, metástases, fragilidade, quedas, declínio funcional e imobilidade, alterações endócrinas e hidroeletrolíticas → SÍNDROME DE FRAGILIDADE PODE SE APRESENTAR DA MESMA FORMA! 🚨 Atentar a alteração de trânsito intestinal, queixas urogenitais não explicadas, tumorações e ulcerações, quadros compressivos, dores ósseas, aumento de volume abdominal, icterícia, fraturas patológicas. · BÔNUS: quadros depressivos, síndromes paraneoplásicas → neuropatias e as alterações endócrinas e hidroeletrolíticas → como a síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético; · A idade do paciente, por si só, não deve servir como impedimento para a realização de pesquisa periódica de neoplasias, mesmo antecipando possíveis dificuldades terapêuticas! Iatrogenia 🚨 Todo sinal ou sintoma de instalação subsequente ao início de novo medicamento ou aumento de dose deve levantar a suspeita de ser causa farmacológica → hipotensão ortostática e/ou quedas → indução de progressiva imobilidade! · Deve-se se atentar ao consumo excessivo ou retirada abrupta de fármacos ⇒ desenvolvimento de estados confusionais agudos ( benzodiazepínicos) Quando pensar em iatrogenia? Paciente apresentar de forma aguda ou subaguda → declínio funcional, confusão mental, déficit cognitivo, distúrbios comportamentais, síntomas depresivos, queixas de tonturas, alterações da marcha e do equilíbrio, quedas repetidas, incontinência urinária e/ou fecal