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Direito Constitucional (curso avançado) – Turma Regular 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Constitucional – Remédios 
Constitucionais 
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Sumário 
SUMÁRIO 2 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 3 
(1) RECADO INICIAL 3 
(2) PRIMEIRAS PALAVRAS 5 
(3) REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS DE NATUREZA ADMINISTRATIVA (NÃO JURISDICIONAL) 6 
(3.1) DIREITO DE PETIÇÃO – ART. 5º, XXXIV, “A”, CF/88, C/C LEI Nº 4.898/1965 6 
(3.2) DIREITO À OBTENÇÃO DE CERTIDÕES – ART. 5º, XXXIV, “B”, CF/88; C/C LEI Nº 9.051/1995 8 
(4) REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS DE NATUREZA JURISDICIONAL 11 
(4.1) HABEAS CORPUS - HC (ART. 5º, LXVIII E LXXVII, CF/88) 12 
(A) INTRODUÇÃO 12 
(B) LEGITIMIDADE (ATIVA E PASSIVA) 15 
(C) ESPÉCIES 19 
(D) CABIMENTO 21 
(E) PROCEDIMENTO 25 
(F) CABIMENTO DO HABEAS CORPUS COLETIVO 26 
(4.2) MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL (ART. 5º, LXIX, CF/88 E LEI Nº 12.016/2009) 29 
(A) INTRODUÇÃO 29 
(B) CABIMENTO 30 
(C) HIPÓTESES DE RESTRIÇÃO DE CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL 36 
(D) LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA 39 
(E) PRAZO PARA A IMPETRAÇÃO DO MANDADO DE SEGURANÇA 41 
(F) OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE O MANDADO DE SEGURANÇA 42 
(4.3) MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (ART. 5º, LXX, CF/88) 44 
(A) INTRODUÇÃO 44 
(B) CABIMENTO 45 
(C) LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA 47 
(4.4) MANDADO DE INJUNÇÃO (ART. 5º, LXXI, CF/88 E LEI Nº 13.300/2016) 51 
(A) CONCEITO 51 
(B) REQUISITOS PARA O CABIMENTO 57 
(C) LEGITIMIDADE 60 
(D) PROCEDIMENTO 64 
(E) O DEBATE ACERCA DOS EFEITOS DA DECISÃO CONCESSIVA DE INJUNÇÃO 65 
(4.5) HABEAS DATA - HD (ART. 5º, LXXII, CF/88 C/C LEI Nº 9.507/1997) 73 
(A) INTRODUÇÃO 73 
(B) CABIMENTO 74 
(C) LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA 79 
(D) PROCEDIMENTO 84 
(4.6) AÇÃO POPULAR- AP (ART. 5º, LXXIII, CF/88; LEI Nº 4.717/1965) 85 
(A) INTRODUÇÃO 85 
(B) CONCEITO 86 
(D) REQUISITOS 89 
(E) LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA 90 
(5) QUESTÕES RESOLVIDAS EM AULA 98 
(6) OUTRAS QUESTÕES: PARA TREINAR 122 
(7) RESUMO DIRECIONADO 146 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 157 
 
 
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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
(1) Recado inicial 
Caro aluno, seja muito bem-vindo em mais uma aula nossa de Direito Constitucional! É com imensa 
alegria que lhe apresento neste encontro um tema central em seu edital: os “Remédios 
Constitucionais”, tanto os de natureza administrativa, como aqueles que têm natureza jurisdicional. 
Talvez você estranhe um pouco o título desse assunto, pensando: “mas ‘remédios’ para quais doenças? 
Que metáfora é essa que a professora está usando?”. 
Não se preocupe, pois ao longo dessa aula, ficará bem claro para você que tais “remédios” são as 
garantias existentes na nossa Constituição que protegem as pessoas contra possíveis, ou já 
concretizadas, violações de direitos protegidos. 
Segundo nossa Constituição Federal, temos dois tipos de garantias (ou “remédios”): os de natureza 
não jurisdicional (ou administrativa) e os de natureza jurisdicional. Como exemplares dos primeiros 
temos: (i) o direito de petição e (ii) o direito à obtenção de certidões. Como exemplares do segundo 
tipo, temos: (i) o habeas corpus, (ii) o habeas data, (iii) o mandado de segurança, (iv) o mandado de 
injunção e (v) a ação popular. 
Vamos tratar de cada um deles. Mas, antes, visualize nosso objeto de estudo no esquema posto 
abaixo: 
 
GARANTIAS 
(ou remédios 
constitucionais) 
De natureza não 
jurisdicional 
(ou administrativa)
Direito de petição 
Direito à obtenção de 
certidões 
De natureza 
jurisdicional
Habeas corpus
Habeas data
Mandado de segurança 
Mandado de injunção 
Ação popular 
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E para você confirmar a importância de ter memorizado quais são os remédios constitucionais, 
sugiro observar as questões postas abaixo: 
Questões para fixar 
[FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Polícia - Tarde] Considerando a Constituição da 
República Federativa do Brasil de 1988, assinale a alternativa que NÃO representa um remédio 
constitucional: 
A Direito de petição. 
B) Mandado de injunção. 
C) Ação popular. 
D) Princípio da dignidade da pessoa humana. 
E) Direito à certidão. 
Comentário: 
A alternativa que você deverá assinalar é a ‘d’, pois é a única que não traz um remédio constitucional, mas, 
sim, um princípio fundamental constante do art. 1°, III, CF/88. 
Gabarito: D 
[FJG - RIO - 2013 - SMA-RJ - Assessor Jurídico] Constitui remédio constitucional previsto na Constituição da 
República: 
A) a medida cautelar fiscal 
B) a ação reivindicatória 
C) a desapropriação 
D) o habeas data 
Comentário: 
Claro que nossa alternativa correta é a ‘d’: o habeas data é o único remédio constitucional previsto na 
Constituição Federal de 1988 (em seu art. 5º, LXXII) que foi mencionado pela questão. 
Gabarito: D 
[UEM - 2018 - UEM - Advogado] Não se trata de ação constitucional: 
A) Mandado de Segurança, individual ou coletivo. 
B) Ação popular. 
C) Habeas corpus. 
D) Desapropriação. 
E) Habeas data. 
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Comentário: 
Todas as alternativas trazem uma ação constitucional, com exceção daquela constante da letra ‘d’, que trata 
de um ato da Administração Pública e, por essa razão, deve ser assinalada. 
Gabarito: D 
 
(2) Primeiras palavras 
Relembrar a definição de certas palavras e expressões é sempre uma boa maneira de começarmos 
nossa aula, já que isso nos dará a base necessária para seguirmos no estudo do tema. 
 Assim, inicio esse nosso diálogo relembrando uma distinção que já comentamos em nossa aula 
sobre a “Teoria Geral dos Direitos e das Garantias Fundamentais”. Naquela ocasião, afirmamos que os 
“direitos” representam disposições declaratórias, por meio das quais nossa Constituição nos assegura 
bens e vantagens. Por outro lado, as “garantias” são disposições assecuratórias que, em defesa dos 
direitos, limitam o poder, isto é, são os instrumentos através dos quais vamos assegurar/tutelar o 
exercício dos direitos (preventivamente) ou prontamente reparar alguma situação de violação. 
 Nesta aula, vou acrescentar um ponto bastante importante: vamos diferenciar as garantias 
fundamentais dos remédios constitucionais. Entenda que estes últimos constituem espécies do gênero 
“garantia”. Afinal, uma vez consagrado um direito, a sua garantia correspondente nem sempre 
constituirá um remédio constitucional. Em certas situações, a garantia poderá já estar contida na própria 
norma que prevê o direito. Vou exemplificar e isso facilitará sua compreensão: conforme determina o 
inciso VI do art. 5°, é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos 
cultos religiosos – eis o direito – garantindo-se na forma da lei a proteção aos locais de culto e suas garantias 
(eis a garantia para o exercício do direito). Vamos ilustrar mais uma vez essa distinção, agora com outro 
inciso do art. 5°, o XXXVII, que prevê o direito ao juízo natural (eis o direito) –, sendo vedada a instituição 
de juízo ou tribunal de exceção (eis a garantia). 
 Bom, agora que você já se lembrou do que é “direito”, do que é “garantia” e, mais!, aprendeu que 
os “remédios constitucionais” são espécies de garantias, vamos seguir para a conceituação que a 
doutrina e o STF dão para a expressão “Remédios Constitucionais”. Veja o que diz o Ministro Luís Roberto 
Barroso: 
Osremédios constitucionais são garantias instrumentais destinadas à proteção dos direitos 
fundamentais previstos na Constituição Federal. Servem como instrumentos à disposição das pessoas 
para reclamarem, em juízo, uma proteção a seus direitos, motivo pelo qual são também conhecidos 
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como ações constitucionais. 
Segundo Uadi Lâmmego Bullos1, os remédios seriam os 
(...) meios constitucionais postos ao dispor dos indivíduos e das coletividades para provocar a 
intervenção das autoridades competentes, com vistas à defesa de um direito lesado ou ameaçado de 
lesão por ilegalidade ou abuso de poder. 
Por fim, entenda que a expressão “remédios constitucionais” é usada no sentido de que eles seriam 
os meios para corrigirmos atos viciados, impugnando-os, se for o caso, de sorte que possamos recuperar 
a saúde da liberdade pública lesionada ou ameaçada de lesão. 
(3) Remédios constitucionais de natureza administrativa (não 
jurisdicional) 
São chamados de “remédios constitucionais de natureza administrativa” aqueles que não são 
exercidos junto ao Poder Judiciário, mas sim por via administrativa, perante autoridades 
administrativas de quaisquer dos poderes do Estado. Segundo a Constituição Federal, temos dois: (i) o 
direito de petição e (ii) o direito à obtenção de certidões como remédios de natureza não jurisdicional. 
 Vamos conhece-los! 
(3.1) Direito de petição – art. 5º, XXXIV, “a”, CF/88, c/c Lei nº 
4.898/1965 
Diz o art. 5º, XXXIV, “a”, CF/88: 
XXXIV - São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição 
aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. 
Vamos começar entendendo o que é o “Direito de Petição”. Peticionar significa apresentar, perante 
uma autoridade pública, um pedido (ou um requerimento ou uma solicitação de providências ou uma 
reclamação ou protesto), no intuito de pleitear certo direito, de efetivar determinada pretensão. Sua 
finalidade é a de comunicar ao Poder Público a realização de um ato ilícito ou praticado com abuso, para 
que as medidas cabíveis possam ser tomadas. 
Algumas características desse “remédio”: 
(i) é um instrumento informal (somente exige-se que a petição seja feita por escrito),de índole 
 
1 .BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 574. 
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democrática, o que significa que o eventual endereçamento à autoridade errada (incompetente) não 
tornará a petição nula, devendo tal autoridade encaminha-la para o local adequado; 
(ii) pode ser exercido independentemente da presença de um advogado (ou seja independe de 
capacidade postulatória - o que significa que um indivíduo pode peticionar mesmo que não esteja 
representado por um advogado); 
(iii) permite ao sujeito exercer sua cidadania, pois ele estará atuando em prol de interesses pessoais 
ou coletivos, em benefício da sociedade ou, até mesmo, de terceiros; 
(iv) o sujeito que apresentar a petição não precisa ter sofrido uma lesão a um direito seu; ele pode 
agir para defender a ordem constitucional ou o interesse público. 
Como este é um “remédio” que tem cabimento sempre que for necessária a defesa de direitos ou 
quando for constatada a prática, por parte de agentes dos Poderes Públicos, de uma ilegalidade ou de 
um abuso de poder, trata-se de uma garantia que poderá ser fruída por todos, ou seja, por pessoas 
naturais (nacionais ou estrangeiras), bem como por pessoas jurídicas, independentemente do 
pagamento de taxas. 
O destinatário deste direito de petição será qualquer órgão ou autoridade do Poder Público, ou seja, 
pode este pertencer ao Poder Executivo, Legislativo, Judiciário e até mesmo ao Ministério Público. 
Ressalte-se, mais uma vez, não ser primordial que o pedido seja direcionado ao órgão competente, pois 
é incumbência daquele que erroneamente o receber encaminhá-lo à verdadeira autoridade competente. 
Ademais, importante lembrar, caro aluno, que não existe previsão expressa em nossa Constituição 
que obrigue a autoridade pública a responder a petição, não havendo, igualmente, indicação de uma 
sanção em razão do silêncio. Em outros países da América Latina, como a Colômbia e o Equador, existe 
um dever de oferecer resposta para a autoridade que recebe a petição. 
A maioria dos doutrinadores pátrios, no entanto, opina no sentido de que existe uma garantia 
constitucional implícita que assegura ao cidadão o direito de obter resposta sobre sua petição 
protocolada. Assim, diante de uma recusa injustificada ou até mesmo da inércia das autoridades em 
analisar e oferecer resposta ao pleito do peticionário, ele poderá valer-se de outro remédio constitucional 
para desafiar essa ausência de resposta/providência/solução: o mandado de segurança, conforme 
disposto no art. 5º, LXIX, da CF/88. Portanto, em havendo violação do direito constitucional de petição 
aos Poderes Públicos (omissão em ofertar resposta) estaremos diante de um verdadeiro desvio de poder, 
a ser desafiado em mandado de segurança. 
Antes de avançarmos e começarmos a falar do direito de obtenção de certidões (nosso próximo 
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remédio constitucional), vejamos algumas questões de provas: 
Questões para fixar 
[FUNDATEC - 2014 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco 2 - Adaptada] Com relação aos 
direitos e garantias fundamentais, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal, julgue a seguinte 
assertiva: 
A todos é assegurado o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade 
ou abuso de poder, independentemente do pagamento de taxas. 
Comentário: 
A assertiva apresentada está correta, sendo a reprodução quase literal do art. 5°, XXXIV, CF/88! O direito de 
petição independe de pagamento de taxas e pode ser exercido por qualquer pessoa, e independe do 
pagamento de taxas. 
Gabarito: Certo 
[Quadrix - 2017 - CRMV-DF - Agente Administrativo] Acerca dos direitos e das garantias fundamentais 
previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item que se segue. 
É assegurado a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes 
Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. 
Comentário: 
Outra assertiva verdadeira, novamente baseada na literalidade do texto constitucional! O direito de petição 
será cabível sempre que existir a necessidade de defender direitos ou quando for detectada ilegalidade ou 
abuso de poder por parte de agentes do Poder Público. Poderá ser exercido por todos, ou seja, por pessoas 
físicas ou jurídicas, independentemente do pagamento de taxas. 
Gabarito: Certo 
 
(3.2) Direito à obtenção de certidões – art. 5º, XXXIV, “b”, CF/88; c/c 
Lei nº 9.051/1995 
O direito à obtenção de certidões encontra-se amparado no art. 5º, XXXIV, “b”, CF/88, assegurando 
a todos “a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de 
situações de interesse pessoal”. 
Veja que tal direito, que está regulamentado pela Lei nº 9.051/1995, é um remédio constitucional que 
pode ser manejado, independentemente do pagamento de qualquer taxa, por qualquer pessoa, física ou 
jurídica, nacional ou estrangeira, tendo por destinatário qualquer órgão ou autoridade da Administração 
Pública, direta ou indireta. 
O intuito é conseguir do Poder Público uma certificação formal (como se fosse um atestado) que 
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comprove uma situação, que confirme e valide um determinado fato. 
A certidão é, portanto, um documento que atesta e valida uma ocorrência (por exemplo: a data e o 
local de nascimento, bem como a filiação – nome da mãe e, por vezes, do pai – de alguém; a data, o local e 
nome do cônjuge numa certidão de casamento). 
Deste modo, meu caro aluno, sempre que o titular do direito tiver o legítimo interesse na obtenção 
de uma certidão, a ser expedida pelo Poder Público, para defesa de seus direitos ou, ainda, para 
esclarecimento de situações de interesse pessoal, notamos que será cabível o direito de certidão 
protegido constitucionalmente. Vale observar que o legitimado deverá demonstrar claramente o seu 
legítimo interesse, ou seja, a existência de um direito individual ou da sociedade, tutelado pelo 
ordenamento, que necessita da certidão para ser protegido2. 
Mas, como vimos na aula sobre a “Teoria Geral dos Direitos Fundamentais”, não existem direitos ou 
garantias absolutas. Lembra-se disso? Pois bem. Aqui não será diferente! Portanto, se estivermos diante de 
alguma hipótese constitucional de sigilo (em que a publicidade poderia comprometer a segurança da 
sociedade ou do Estado), o remédio da certidão não será cabível. 
Além disso, o direito de certidão abrange somente fatos já ocorridos, não podendo ser utilizado com a 
finalidade de realizar prognósticos de eventos futuros e, por isso, incertos. Pois aí não tem Direito 
Constitucional que possa nos auxiliar! 
Agora um detalhe importante: a lei que regulamenta a garantia que estamos estudando determina 
que a certidão solicitada deverá ser produzida e entregue no prazo máximo de 15 dias. Vejamos o que diz 
o art. 1º da referida lei: “as certidões para a defesa e esclarecimentos de situações, requeridas aos órgãos 
da Administração centralizada ou autárquica, às empresas públicas, às sociedades de economia mista e às 
fundações públicas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, deverão ser expedidas no 
prazo improrrogável de quinze dias, contado do registro do pedido no órgão expedidor”. 
E, em ocorrendo por parte da Administração Pública a negativa ilegal da produção da certidão, o 
remédio constitucional cabível será o mandado de segurança. Nesse sentido, a omissão em expedir a 
certidão solicitada configura abuso de poder, sanável pela via judicial, por meio desse outro remédio que 
ainda vamos estudar. 
Agora, como é que o seu examinador vai tentar lhe confundir na prova? Bom, ele vai sugerir que no 
 
2. Nesse sentido, estabelece o artigo 22 da Lei nº 9.051/1995: “Nos requerimentos que objetivam a obtenção das certidões a 
que se refere esta Lei, deverão os interessados fazer constar esclarecimentos relativos aos fins e razões do pedido”. 
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caso da não expedição ilegal da certidão por parte do órgão público, deveria o indivíduo ingressar com 
um habeas data (art. 5º, LXIII, CF/88). Seria o caso? Não! Isso porque, nessa hipótese, o impetrante (a 
pessoa que deseja a certidão e não a conseguiu) já possui o acesso à informação sem obstáculos 
administrativos, e nem tem o interesse em retificar ou complementar com anotação tais informações. O 
que o sujeito deseja, tão somente, é obter a certidão. Logo, o único remédio constitucional cabível é 
mesmo o mandado de segurança. Creio que a impossibilidade de usar o habeas data neste caso ficará 
mais clara quando estivermos estudando este outro remédio constitucional. Prometo voltar neste tema! 
Mas já vamos verificar como o assunto aparece em prova: 
Questão para fixar 
[IBADE - 2017 - PC-AC - Delegado de Polícia Civil - Adaptada] Acerca dos instrumentos de tutela das 
liberdades, previstos na CRFB/88, julgue o item: 
A repartição pública que obstruir o direito de certidão deverá ser compelida, mediante habeas data, a 
concedê-lo, sob pena de os seus titulares serem responsabilizados civil e criminalmente. 
Comentário: 
A assertiva é claramente falsa! Em caso de a repartição pública obstruir o direito de certidão, deverá ser 
impetrado o remédio “mandado de segurança”, como você bem sabe. 
Gabarito: Errado 
 
Meu convite a você neste momento é para resolvermos juntos mais algumas questões sobre esses 
dois primeiros remédios que estudamos. Vamos verificar juntos como eles são cobrados nas provas. Isso 
lhe dará o traquejo necessário para vencer as questões sobre esse tema e conquistar seu merecido cargo! 
Questões para fixar 
[EJEF - 2009 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros] Marque a alternativa CORRETA: 
Determinado servidor público, ocupante de cargo efetivo no Estado, mediante requerimento administrativo 
pediu documento público de informação sobre sua contagem de tempo de serviço, para fins de 
aposentadoria, conforme esclareceu. Sem qualquer justificativa, o requerimento permanece sem despacho 
há 90 (noventa) dias. 
O servidor poderá valer-se de medida judicial para defender especificamente seu direito de: 
A) petição. 
B) ampla defesa. 
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C) certidão. 
D) aposentadoria. 
Comentário: 
A nossa alternativa correta é a ‘c’, uma vez que o direito de certidão é o remédio constitucional hábil para a 
obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de situação de 
interesse pessoal. 
Gabarito: C 
[IBFC - 2013 - IDECI - Advogado - Adaptada] Julgue a assertiva com relação a remédios constitucionais 
previstos na Constituição Federal de 1988: 
São a todos assegurados, após o pagamento da correspondente taxa, a obtenção de certidões em 
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. 
Comentário: 
A assertiva é claramente incorreta. De acordo com o art. 5º, XXXIV, são a todos assegurados, 
independentemente do pagamento de taxas, (...) a obtenção de certidões em repartições públicas, para 
defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. 
Gabarito: Errado 
[ESAF - 2012 - PGFN - Procurador - Adaptada] Sobre o direito fundamental à informação previsto na 
Constituição, julgue o item: 
São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões em 
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. 
Comentário: 
Item verdadeiro, pois está de acordo com o art. 5º, XXXIV, “b”, CF/88. 
Gabarito: Certo 
 
(4) Remédios constitucionais de natureza jurisdicional 
Os remédios constitucionais de natureza jurisdicional, como o próprio nome já esclarece, são aqueles 
que serão exercidos junto ao Poder Judiciário, no intuito de garantir o exercício de direitos 
constitucionais. Como já noticiei no item (1), nossa Constituição Federal prevê os seguintes remédios: (i) 
o habeas corpus, (ii) o habeas data, (iii) o mandado de segurança, (iv) o mandado de injunção e (v) a ação 
popular. 
A partir de agora, iremos analisar cada um deles com suas particularidades, a começar pelo habeas 
corpus. 
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(4.1) Habeas corpus - HC (art. 5º, LXVIII e LXXVII, CF/88) 
(A) Introdução 
Caro aluno, você já bem sabe que a cada direito constitucionalmente previsto corresponde uma certa 
garantia. Um importante direito que possuímos no art. 5° da CF/88 é a liberdade de locomoção, inscrita 
no inciso XV nos seguintes termos: “É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo 
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecerou dele sair com seus bens”. Sua garantia 
correspondente é o habeas corpus (HC), importante remédio constitucional que, por intermédio de 
ordem judicial, vai amparar a liberdade de locomoção, fazendo cessar qualquer ameaça ou coação que a 
comprometa. 
 Em nosso país, este remédio constitucional surgiu de maneira incisiva no Código de Processo 
Criminal de 1832 (ainda durante o período imperial), cujo texto normativo dizia: “Todo o cidadão que 
entender que ele ou outrem sofre uma prisão ou constrangimento ilegal em sua liberdade terá o direito 
de pedir uma ordem de habeas corpus ao seu favor”. 
Hoje, nossa Constituição democrática de 1988 prevê, em seu art. 5º, LXVIII, tal remédio 
constitucional com os seguintes termos: “conceder-se-á ‘habeas-corpus’ sempre que alguém sofrer ou se 
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso 
de poder”. Não há dúvidas de que é um writ, ou “remédio”, capaz de fazer cessar/parar, a ameaça ou 
coação à liberdade de ir, vir e permanecer do indivíduo. 
Vejamos questões que cobram exatamente essa ligação entre o direito (liberdade de locomoção) e a 
garantia (HC): 
Questões para fixar 
[FEPESE - 2013 - SJC-SC - Agente de Segurança Socioeducativo] Em relação aos direitos e às garantias 
fundamentais previstos na Constituição da República de 1988, quando alguém sofrer ou se achar ameaçado 
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, caberá: 
A) Habeas data 
B) Habeas corpus 
C) Mandado de injunção 
D) Mandado de segurança 
E) Ação direta interventiva 
Comentário: 
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Claro que nossa alternativa correta é a ‘b’. O habeas corpus, previsto no art. 5º, LXVIII da CF/88, é o remédio 
constitucional adequado para a defesa do direito da liberdade de locomoção do indivíduo que esteja 
sofrendo coação ou ameaça por abuso de poder ou ilegalidade. 
Gabarito: B 
[UPENET/IAUPE - 2015 - Facepe - Analista de Gestão de Ciência e Tecnologia - Geral] Qual é o remédio 
constitucional destinado a garantir o direito de locomoção diante de ilegalidade ou abuso de poder? 
A) Mandado de injunção 
B) Mandado de segurança 
C) Habeas corpus 
D) Habeas data 
E) Ação popular 
Comentário: 
Novamente deve ter sido bem tranquilo para você optar pelo HC na alternativa ‘c’. O habeas corpus, previsto 
no art. 5º, LXVIII da CF/88, é o remédio constitucional hábil para a defesa do direito de locomoção do 
indivíduo que esteja sofrendo coação ou ameaça por abuso de poder ou ilegalidade. 
Gabarito: C 
[UECE-CEV - 2016 - DER-CE - Procurador Autárquico - Adaptada] Julgue o item a seguir: 
Na forma do texto constitucional, conceder-se- á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. 
Comentário: 
O item está correto, sendo a transcrição do inciso LXVIII do art. 5°, CF/88. O habeas corpus é o remédio 
constitucional adequado para a defesa do direito de locomoção que está sob violência ou ameaça de 
violência. 
Gabarito: Certo 
[FUNCAB - 2014 - SEDS-TO - Analista Socioeducador - Direito] Remédio jurídico constitucional que será 
concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade 
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder é denominado: 
A) mandado de segurança. 
B) habeas data. 
C) habeas corpus. 
D) ação popular. 
Comentário: 
Nossa resposta, claro, está na letra ‘c’! 
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Gabarito: C 
 
No mais, caro aluno, saiba que o HC é um remédio de natureza penal, procedimento especial (a 
decisão será proferida mais rapidamente, pois o rito será sumário – andamento mais célere), é isento de 
custas (gratuito, conforme prevê o art. 5°, LXXVII, CF/88: “São gratuitas as ações de habeas corpus e 
habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania”). 
E para encerrarmos essa introdução, vou lhe apresentar alguns termos que usaremos bastante nessa 
aula (tanto no estudo do HC, quanto de outros remédios). Começo com “impetração”: significa o ato de 
ajuizar (impetrar) um remédio constitucional. Já o “impetrante” é o autor da ação. Aquele que for o 
beneficiado do remédio (o indivíduo em favor de quem o remédio é impetrado) será chamado de 
“paciente”. Um detalhe: o impetrante pode ser o paciente (quando ajuíza o remédio em nome próprio) 
ou pode não haver coincidência entre eles (uma pessoa ser a impetrante, outra o paciente). Já a 
autoridade que pratica a ilegalidade ou o abuso de poder (contra quem se ajuíza o remédio) será 
denominada de “autoridade coatora” ou “impetrada”. 
Em resumo, temos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPETRAÇÃO Ato de ajuizar (impetrar) um 
remédio constitucional 
IMPETRANTE Autor da Ação 
PACIENTE 
Aquele que será o beneficiado 
pelo remédio 
AUTORIDADE COATORA 
(Impetrada) 
Autoridade que pratica a 
ilegalidade ou abuso de poder 
O impetrante pode ser o 
paciente quando ajuíza a 
ação em nome próprio 
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(B) Legitimidade (ativa e passiva) 
A expressão “legitimidade ativa” representa o rol de pessoas que poderão ajuizar/propor/apresentar 
determinada ação/recurso/remédio perante o Poder Judiciário. 
No caso do habeas corpus podemos dizer que a legitimidade é universal, pois qualquer pessoa, 
nacional ou estrangeira3, independentemente de capacidade civil, política ou profissional, de idade, de 
sexo, profissão, estado mental, tem legitimidade para ingressar com o HC, em benefício próprio ou até 
mesmo alheio. 
Muito importante destacar que não há, sequer, a necessidade de advogado4 para a impetração do 
remédio: um sujeito comum, que não seja advogado e que não esteja representado por um, pode 
impetrar HC na defesa do seu direito (ou do direito de outra pessoa física) à liberdade de locomoção. 
Sobre a desnecessidade de advogado para a impetração de HC, veja as questões e comprove que 
este é um ponto que sua banca vai explorar com constância: 
Questões para fixar 
[FGV - 2013 - TJ-AM - Analista Judiciário - Qualquer Área de Formação - Adaptada] Sobre a disciplina do 
habeas corpus, julgue a assertiva: 
O registro como advogado é exigido para a impetração do habeas corpus, admitindo-se, todavia, o seu 
manejo por estudantes de direito inscritos como estagiários na Ordem dos Advogados do Brasil. 
Comentário: 
O HC é um remédio muito relevante e de índole democrática tão marcante, que dispensa a representação 
por advogado. Qualquer pessoa, portanto, poderá impetra-lo, para defender a própria liberdade de 
locomoção, bem como a de outrem. Deste modo, você bem sabe caro aluno, a assertiva é falsa. 
Gabarito: Errado 
[UERR - 2011 - SEJUC - RR - Agente Penitenciário - Adaptada] Em relação ao habeas corpus julgue a assertiva: 
Necessariamente deverá ser interposto por advogado. 
Comentário: 
Claramente falsa afirmação, pois o HC pode ser interposto por uma pessoa comum (que não seja advogado, 
tampouco esteja representada por um) na defesa da liberdade de locomoção própria ou de outra pessoa 
física. 
 
3. O estrangeiro, inclusive o não residente no Brasil, também poderá impetrar habeas corpus, desde que a petição seja redigida 
em português, conforme jurisprudência firmada no STF. 
4. A jurisprudência do STF entende que quando o réu já possui advogado constituído, terceiros não poderão impetrar o habeas 
corpus em favor dele. 
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Gabarito: Errado 
[INSTITUTO CIDADES - 2008 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho - 1ª Fase - 1ª Etapa - Adaptada] José, 
residente em Mangaratiba, se envolve numa briga com o dono da confecção onde trabalhava em Angra dos 
Reis e é preso. A mulher de José, estudante de Direito, impetra habeas corpus em favor dele. Julgue o item: 
A mulher de José não poderia impetrar habeas corpus, por se tratar de ato privativo de advogado e depender 
de outorga de poderes. 
Comentário: 
Mais um item falso! O habeas corpus é remédio constitucional cuja propositura independe da presença de 
advogado, como já sabemos. 
Gabarito: Errado 
 
Retomando os comentários sobre a legitimidade, até mesmo as pessoas jurídicas poderão impetrar 
o writ, desde que em benefício de um terceiro que seja uma pessoa física, pois não cabe habeas corpus 
em favor de pessoa jurídica (já que as PJs não são titulares do direito à liberdade de locomoção e não 
podem ser “presas”, certo?). Em outras palavras: a pessoa jurídica pode ser impetrante do HC, nunca 
paciente. Já as pessoas físicas são impetrantes e pacientes. 
O Ministério Público também será legitimado para impetrar o HC em favor de pessoa física, e até 
mesmo o juiz poderá concedê-lo de ofício, desde que não o faça contra ato próprio, o que nos parece 
lógico (não faria sentido um juiz conceder uma ordem de prisão ilegal, violando a liberdade de locomoção 
de uma pessoa e, na sequência, esse próprio juiz impetrar um HC em favor daquela mesma pessoa!). 
Vou encerrar os comentários da legitimidade ativa citando o Min. Alexandre de Moraes, que diz que 
“a legitimidade para ajuizamento do habeas corpus é um atributo da personalidade, (...) sendo uma 
verdadeira ação penal popular” e verificando algumas questões que já exploraram esse ponto da matéria: 
Questões para fixar 
[NCE-UFRJ - 2015 - PC-DF - Delegado de Polícia - Adaptada] Sobre os remédios constitucionais, julgue a 
assertiva apresentada: 
O habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa física, desde que nacional, sendo vedada a sua 
utilização por pessoa jurídica, ainda que em favor de pessoa física, e pelo Ministério Público. 
Comentário: 
A assertiva apresentada é falsa. Isso porque estrangeiros também podem manejar essa ação constitucional, 
da mesma forma que uma pessoa jurídica, desde que ela esteja atuando em benefício alheio (de uma pessoa 
física). No mais, o MP também pode impetrar o HC em favor de um paciente. 
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Gabarito: Errado 
[MPE-PR - 2011 - MPE-PR - Promotor de Justiça] Examine a afirmação abaixo: 
O Habeas corpus pode ser proposto em favor de pessoa jurídica. 
Comentário: 
Uma vez que o habeas corpus tem o condão de proteger o direito de locomoção, de forma intuitiva podemos 
concluir que o paciente será, necessariamente, uma pessoa física. Pode marcar a assertiva como falsa! 
Gabarito: Errado 
[MPE-MS - 2015 - MPE-MS - Promotor de Justiça Substituto] O habeas corpus pode ser impetrado por: 
I. Pessoa física. 
II. Pessoa jurídica. 
III. Estrangeiro não domiciliado no Brasil. 
IV. Analfabeto, bastando que alguém assine por ele. 
A) Apenas I está correta. 
B) I e II estão corretas. 
C) I e III estão corretas. 
D) I e IV estão corretas. 
E) Todas estão corretas. 
Comentário: 
Como a legitimidade ativa no habeas corpus é universal, qualquer do povo, nacional ou estrangeiro, 
independentemente de capacidade civil, política ou profissional, de idade, de sexo, profissão, estado 
mental, tem legitimidade para ingressar com o remédio, em benefício próprio ou alheio – lembrando que as 
pessoas jurídicas poderão impetrar HC, desde que em benefício de terceiro (pessoa física). Portanto, como 
todas as assertivas estão corretas, pode marcar a letra ‘e’. 
Gabarito: E 
 
Quanto à legitimidade passiva, o impetrado (ou autoridade coatora) do habeas corpus será aquele 
que praticar a coação ou ilegalidade ao direito de locomoção do paciente. Normalmente, será uma 
autoridade, como um magistrado, um delegado, um membro de Tribunal ou até mesmo um integrante 
do Ministério Público. Entretanto, em alguns raros casos, o habeas corpus poderá ser impetrado também 
contra atos de particulares, em face de patente ilegalidade. É o que ocorre, por exemplo, nas relações 
paciente-hospital, em que o estabelecimento condiciona a liberação do paciente ao pagamento das 
despesas médico-hospitalares (o que é indevido, pois cercear a liberdade de locomoção de alguém em 
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razão de dívidas financeiras é ato ilegal, que se sujeita à correção judicial por meio do HC). Vou lhe 
mostrar questões que bem ilustram este tópico: 
Questões para fixar 
[FEC - 2010 - ANS - Temporário Superior 1 - Direito] Diretor de estabelecimento hospitalar particular impede 
que paciente receba alta, uma vez que este não efetuou o pagamento das despesas por ele realizadas. Nesta 
hipótese: 
A) pode o paciente impetrar mandado de segurança contra o diretor do estabelecimento, por violação ao 
seu direito líquido e certo de contestar o valor das despesas. 
B) pode o paciente impetrar habeas corpus contra o diretor do estabelecimento. 
C) não cabe a impetração de habeas corpus, uma vez que o estabelecimento é particular. 
D) deve o paciente efetuar o pagamento das despesas, e depois ajuizar a competente ação de repetição de 
indébito, se o valor cobrado for indevido. 
E) o paciente deve ajuizar ação ordinária com pedido de antecipação de tutela, uma vez que não é cabível o 
habeas corpus. 
Comentário: 
Foi fácil assinalar a letra ‘b’, certo? Este é o clássico (e muito corriqueiro) exemplo em que a autoridade 
coatora do HC é um particular. O paciente poderá, portanto, impetrar habeas corpus, visando assegurar o 
seu direito de locomoção, e a autoridade coatora será o diretor do estabelecimento. 
Gabarito: B 
[CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público] Julgue o item: 
O sujeito passivo do habeas corpus será a autoridade pública, pois somente ela tem a prerrogativa de 
restringir a liberdade de locomoção individual em benefício do interesse público ou social, razão pela qual 
não se admite sua impetração contra ato de particular. 
Comentário: 
Como você bem sabe, o item é falso, haja vista a possibilidade de a autoridade coatora tanto poder ser um 
agente público quanto um particular. 
Gabarito: Errado 
 
Bom, e quanto ao paciente, já sabemos que somente pode ser uma pessoa física (aquela que sofre a 
ameaça ou a lesão à sua liberdade e será beneficiada pela ordem). Como já dito anteriormente, não 
caberá habeas corpus em favor da pessoa jurídica, cujos interesses poderão ser tutelados na esfera 
criminal unicamente por meio de mandado de segurança. Também não há que se falar em habeas corpus 
para tutela de animais irracionais. 
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(C) Espécies 
Tradicionalmente, caro aluno, podemos apontar duas espécies de habeas corpus: (i) o 
repressivo, também conhecido como liberatório, pois a liberdade de locomoção já está violada, e o 
intuito é conseguir a expedição de um alvará de soltura; (ii) o preventivo, que será usado quando existir 
um risco iminente à liberdade – seu objetivo é o de obter o chamado salvo conduto, para evitar que o 
risco se concretize e que a violência atinja o direito protegido. 
Sobre o cabimento do habeas corpus preventivo, vale destacar que a jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ) tem entendido pela necessária existência de fundado receio de que o paciente 
possa vir a sofrercoação ilegal ao seu direito de liberdade de locomoção; não sendo cabível, portanto, o 
remédio constitucional quando houver mero receio infundado de coação tida como ilegal5 6. 
Para além dessas duas espécies mais clássicas de habeas corpus, importante lembrar que este 
também poderá ser suspensivo, aplicável na hipótese de a ordem de prisão já ter sido decretada, porém 
o mandado ainda estar pendente de cumprimento; almejando-se, assim, a expedição de um 
contramandado de prisão. 
E para memorizar tais espécies, veja o esquema posto abaixo7: 
 
5. TÁVORA, Nestor; Alencar, Rosmar Rodrigues Alencar. Curso de Direito Processual Penal. 10ª Ed. Salvador: Juspodvim, 2015, 
p. 1466. 
6. HC 27.373, STJ, Sexta Turma, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10/06/2010. 
7. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 535. 
 
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No mais, não custa lhe mostrar como o tema pode aparecer em prova, certo? Veja só: 
Questão para fixar 
[VUNESP - 2012 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento] A base do habeas corpus, 
uma ação de natureza constitucional, é assegurar a liberdade do indivíduo (direito de ir e vir), ameaçada pelo 
chamado constrangimento ilegal. Existem três modalidades desta ação: a) o habeas corpus preventivo, 
interposto antes do constrangimento, visa impedir a ocorrência deste último; b) o habeas corpus suspensivo, 
a ser utilizado pelo indivíduo quando já consumado o constrangimento ilegal e, por fim; c) o habeas corpus 
episódico, cabível quando o constrangimento ilegal é praticado por particular. De acordo com o texto, é 
correto afirmar que: 
A) o habeas corpus é uma ação de natureza administrativa e não constitucional. A presença do habeas corpus 
na Constituição vigente, de 1988, é absolutamente acidental. 
B) o habeas corpus preventivo não existe mais. Trata-se de construção doutrinária largamente aceita até a 
primeira metade do século XX. 
C) para impetrar o habeas corpus suspensivo é preciso constituir advogado. 
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D) não existe o habeas corpus episódico. 
Comentário: 
A alternativa que deverá ser marcada é a letra ‘d’. Sabemos que o habeas corpus poderá ser impetrado de 
forma preventiva, suspensiva ou repressiva, em face de ilegalidades ou abuso de poder do Poder Público e, 
em raros casos, em face de particular. Sabemos, também, que as modalidades de HC são: preventivo, 
repressivo e suspensivo. Ademais, em nenhum caso precisamos de advogado para a impetração deste 
remédio constitucional. E, por fim, não se esqueça que o HC é uma ação constitucional, prevista 
conscientemente na CF/88, como remédio constitucional de altíssima estatura, pois protege um 
importantíssimo direito, que é a liberdade de locomoção. 
Gabarito: D 
 
(D) Cabimento 
Lembre-se, meu caro aluno, que já aprendemos que o habeas corpus tem por finalidade a tutela de um 
direito muito específico, que é a liberdade de locomoção – que é o direito de ir, vir, estar e permanecer, 
conforme extraímos da leitura do art. 5º, inciso XV, CF/88. Terá cabimento, portanto, contra ilegalidade ou 
abuso de poder que afete o direito de locomoção do paciente. A admissibilidade do habeas corpus 
pressupõe a existência, mesmo que de forma acidental, de um risco à liberdade de locomoção da 
pessoa. Por outro lado, se não existir tal risco, é sinal de que o direito em jogo deve ser tutelado pelo 
mandado de segurança ou outro remédio constitucional compatível com a demanda. 
Também já estudamos que o remédio ora em estudo será cabível não apenas quando o direito de 
liberdade de locomoção já houver sido violado (HC repressivo), mas também quando ele se encontrar 
efetivamente ameaçado de ser violado (HC preventivo). 
A tutela em questão é obtida por meio de ordem judicial expedida por juiz ou Tribunal, que faz cessar 
a ameaça ou a efetiva coação à liberdade de locomoção. 
O Código de Processo Penal (CPP), mais precisamente em seu art. 648, explicita as hipóteses de 
cabimento do habeas corpus. Conforme o citado dispositivo, a coação considerar-se-á ilegal quando: 
(i) Não houver justa causa: justa causa é a necessidade de lastro probatório mínimo dando 
sustentabilidade à investigação penal. Por consequência, não havendo justa causa para o procedimento 
investigativo ou para o processo judicial, eles devem ser trancados, é dizer, sumariamente eliminados. Já 
a ausência de justa causa para a prisão cautelar, qualquer que seja ela (prisão em flagrante, preventiva 
ou temporária), importa manifesta ilegalidade, merecendo relaxamento. 
(ii) Alguém estiver preso por mais tempo que determina a lei: a limitação temporal da prisão cautelar 
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ainda não é uma constante no Brasil. O projeto do novo Código de Processo Penal (PL 156), tem o intuito 
de prever uma dosagem temporal à subsistência da prisão cautelar. Atualmente, entretanto, a prisão 
temporária é a única prisão provisória que possui prazo especificado de duração (art. 2º da Lei nº 
7.960/1989). Superado o prazo, e persistindo o cárcere, a prisão passa a ser manifestamente ilegal, 
cabendo o habeas corpus com intuito de obter o relaxamento da prisão. 
(iii) Quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo: a garantia constitucional da 
competência é o escudo protetivo da legitimidade do ato. Deste modo, não só a ordem prisional 
decretada por autoridade incompetente deve ser combatida, mas também não é aceitável que o 
processo tramite perante autoridade diversa da estabelecida na norma (ofensa ao princípio do juiz 
natural), e até mesmo o inquérito policial não deve transcorrer perante autoridade destituída de 
atribuição. 
(iv) Houver cessado o motivo que autorizou a coação: a manutenção da prisão cautelar exige estrita 
necessidade, consubstanciada pela coexistência do fumus comissi delicti e do periculum libertatis. Se as 
hipóteses normativas que autorizariam a prisão cautelar desaparecem, a medida, inicialmente legal, 
passa a ser desnecessária, exigindo-se a sua revogação, ou eventualmente a concessão de liberdade 
provisória (art. 310 do CPP). 
(v) Não for admitida a prestação de fiança, nos casos em que a lei autoriza: uma vez preenchidos os 
requisitos legais, a fiança deve ser vista como um direito, e a denegação arbitrária pode caracterizar, 
inclusive, abuso de autoridade. De regra, a fiança é obtida por requerimento à autoridade que preside a 
persecução penal, seja o delegado, nos crimes com pena de até 4 anos de privação da liberdade (art. 322 
do CPP), ou o juiz. Havendo denegação do delegado, o mais comum é apresentar requerimento, por 
petição autônoma, ao juiz. Já se o magistrado denega, nada impede que se insista no requerimento perante 
a autoridade. Nos dois casos, nada impede o manejo imediato do habeas corpus, para que se arbitre a fiança 
almejada. 
(vi) O processo for manifestamente nulo: havendo nulidade na investigação em juízo (art. 564 do CPP), 
impetra-se habeas corpus com o intuito de que o vício seja declarado, e o processo ordinariamente será 
refeito a partir do nascimento do defeito apresentado. Os atos que decorrem do ato viciado também 
devem ser reconstruídos, pois estarão contaminados, em face da extensão objetiva do dano (princípio 
da consequencialidade). 
(vii) Extinta a punibilidade: as hipóteses de extinção da punibilidade estão consignadas no art. 107 do 
Código Penal, e importam na coisa julgada material, pois definitivamente não mais poderá haver sanção 
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pelo fato praticado, já que a possibilidade de punição está extinta. Podem ser declaradas a qualquer 
tempo, ex officio pela autoridade judicial (art. 61 do CPP). Nada impede, entretanto, que sejam objeto do 
habeas corpus. 
Importante ressaltar que esse rol previsto no art. 648 CPP é meramente exemplificativo, pois dizer o 
contrário acarretaria em contribuir para a desvalorização do direito fundamental consagrado 
constitucionalmente, e claramente não é esta a ideia da norma jurídica em comento, não é mesmo? 
Vamos estruturar, nesse momento, algumas importantes considerações do STF e da doutrina sobre 
o cabimento e o não cabimento do HC: 
(i) O STF entende que o HC é cabível ainda quando a ofensa (ou ameaça) à liberdade de locomoção seja 
indireta, vale dizer, quando do ato impugnado puder resultar a imposição de pena de detenção ou 
reclusão da pessoa. É o que se passa nos casos em que o HC é utilizado para impedir eventual quebra de 
sigilo fiscal ou bancário que possa resultar na prisão do indivíduo no curso de um processo criminal. Nas 
palavras da nossa Corte Suprema: “O habeas corpus é medida idônea para impugnar decisão judicial que 
autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal, haja vista a possibilidade destes 
resultarem em constrangimento à liberdade do investigado” (AI 573623 QO/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
31.10.2006). 
(ii) Agora, tome muito cuidado, meu caro aluno, se por ventura a quebra do sigilo for determinada no 
curso de um processo administrativo: neste caso, o HC não poderia ser manejado, haja vista o fato de 
um procedimento desta natureza jamais resultar em restrição à liberdade de locomoção (o remédio 
constitucional que poderia ser utilizado, neste cenário, é o mandado de segurança). Em conclusão: o HC 
não poderá ser utilizado para impugnar medida que determina a quebra de sigilo bancário, fiscal ou 
telefônico, se dela não puder resultar condenação à pena privativa de liberdade; por outro lado, se dessa 
medida que determina a quebra de sigilo puder resultar imposição de pena de privação de liberdade, aí 
será cabível o manejo do HC. 
(iii) Outra consideração indispensável de se fazer neste momento do estudo é a de que não é cabível 
habeas corpus em se tratando de prisão disciplinar militar, por expressa disposição constitucional 
(art. 142, § 2º, da CF/88: “Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares”). 
Entretanto, entende-se que apesar de não ser possível a impetração do remédio para se discutir o 
mérito da punição disciplinar, sua interposição tem cabimento para se impugnar a forma/legalidade 
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da punição como ocorre quando autoridade incompetente autorizou a prisão8. 
(iv) Um interessante precedente do Superior Tribunal de Justiça em que se concedeu parcialmente ordem 
de habeas corpus9 foi o seguinte: o paciente teve a suspensão do seu passaporte determinada no bojo de 
uma ação executiva cível e o Tribunal considerou que a decisão que decretou a medida restringiu de 
forma desproporcional e não razoável o direito fundamental de ir e vir do executado. A Corte, entretanto, 
não conheceu o remédio em relação à suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) determinada 
no mesmo processo, por considerar que esta medida coercitiva não representava ameaça à liberdade de 
locomoção e, por isso, não poderia ser impugnada via habeas corpus. Conforme o voto do Ministro Luis 
Felipe Salomão, relator do caso, a suspensão da CNH não violou o direito de ir e vir do condutor, que 
seguiu podendo ir para todo e qualquer lugar, desde que não o fizesse dirigindo um veículo. O condutor 
poderia locomover-se por meio de transporte público, por exemplo. 
(v) O habeas corpus também será cabível para impugnar medidas cautelares de natureza pessoal 
diversas da prisão; quando estas forem onerosas ao paciente e puderem ser convertidas em prisão se 
descumpridas (a ameaça à liberdade de locomoção configura-se em razão do fato de eventual 
descumprimento de qualquer das obrigações impostas pelo juízo criminal ao réu puder resultar na 
decretação de prisão preventiva). 
(vi) A respeito do não cabimento de habeas corpus quando da inexistência de ofensa à liberdade de 
locomoção, o Supremo Tribunal Federal já editou três importantes súmulas, valendo a transcrição delas 
nesse nosso estudo: 
– Súmula 693: “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa ou relativo a 
processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.” Ex.: Crime de porte 
de drogas. Afinal, se a única pena prevista não pode atingir a liberdade de locomoção, o HC não poderá 
mesmo ser utilizado. 
– Súmula 694: “Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda 
de patente ou de função pública.” 
– Súmula 695: “Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade” – claro, pois, se 
 
8. Nesse sentido, conforme jurisprudência do STF, a proibição não abrange os chamados pressupostos de legalidade da sanção 
disciplinar – hierarquia, poder disciplinar, ato ligado à função e pena suscetível de ser aplicada (HC 70.648, Rel. Ministro 
Moreira Alves, e RE 338.840-RS, Rel. Ministra Ellen Gracie, 19.8.2003). 
9. STJ - RHC 97.876-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 05/06/2018 e noticiado no Informativo 
631. 
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o HC tem o intuito de tutelar a liberdade de locomoção, não faria sentido usar o remédio se a pena já está 
extinta, vale dizer, quando não há mais nenhuma limitação à liberdade ou ameaça à ela. 
(vii) Por não verificar risco à liberdade de locomoção, a jurisprudência Supremo Tribunal Federal é no 
sentido do não cabimento do remédio para tutelar direito à visita (ou seja, não cabe HC para pleitear o 
direito à visita íntima). Em razão disso, a 2ª Turma da Corte não concedeu ordem de habeas corpus10 em 
junho de 2017 à genitora de dois detentos que teve negado seu direito de visitá-los de forma direta ao 
ser barrada na porta detecção de metal por possuir uma prótese metálica em seu corpo, razão pela qual 
a visita só foi autorizada por meio do parlatório. 
(viii) O remédio constitucional também será incabível nos casos em que o preso venha a impetrá-lo para 
questionar a legalidade de medida administrativa que o proíbe de receber visitas11. 
(ix) O habeas corpus também não é entendido como medida processual adequada para tutelar o direito 
de visita a menor cuja guarda se disputa judicialmente12. 
(E) Procedimento 
Acerca do procedimento do habeas corpus, é preciso destacar que este remédio constitucional segue 
um rito especial, extremamente informal13 e célere, em razão da imensa importância do direito 
(liberdade de locomoção) que ele pretende defender. 
Assim, não há necessidade da observância de nenhum rigor formal na feitura da petição de habeas 
corpus. O Poder Judiciário já aceitou HC escrito à mão, em folha de caderno e até em papel higiênico (!). 
Sabe-se que algumas pessoas já impetraram um corpus christi (ao invés de um habeas corpus) pedindo a 
liberdade e o Poder Judiciário aceitou a petição, afinal, a formalidade é o de menos, a preservação do 
importantíssimo direito à liberdade de locomoção interessa bem mais! 
Também sobre o procedimento, é importante destacar que não há previsão nem na Constituição 
 
10. HC 128.057, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ Ac. Min. Alexandre de Moraes, 1ªTurma, julgado em 06/06/2017 e noticiado 
no informativo 871. 
11. HC 99.369 AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, 2ª Turma, julgado em 18/08/2009. 
12. HC 145.118-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, 2ª Turma, julgado em 06/10/2017. 
13. É possível inferir a informalidade do próprio dispositivo processual que disciplina as regras de tramitação de interposição. 
Conforme o artigo 654 do Código de Processo Penal: “Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, 
em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. § 1º A petição de habeas corpus conterá: a) o nome da pessoa 
que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; b) a declaração 
da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor; c) a assinatura 
do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder escrever, e a designação das respectivas 
residências”. 
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Federal, nem em lei, acerca da concessão de liminar em habeas corpus. No entanto, a concessão de 
liminar é admitida, mesmo diante da omissão normativa, usando-se por analogia as regras da liminar em 
mandado de segurança. 
E antes que você questione o que é uma liminar, eu já explico: é uma ordem judicial precária (não é 
definitiva) que é proferida rápida e imediatamente no intuito de proteger com a urgência devida um 
direito que, sem a concessão da liminar, pode sofrer danos de impossível ou difícil reparação. 
Sobre a concessão de liminar, veja o que diz o art. 300, do Código de Processo Civil (CPC): “A tutela 
de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o 
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”. 
Perceba, meu caro aluno, que uma liminar, para ser concedida, depende da presença de dois 
pressupostos: 
(i) A probabilidade do direito: essa expressão, que antigamente era designada como “fumus boni juris” 
(ou “fumaça do bom direito”), significa que o pedido feito na liminar deve ter alguma plausibilidade 
jurídica, ou seja, o pedido feito pelo impetrante deve aparentar ter razão e fundamento jurídico. 
(ii) O perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo: antes intitulado de “periculum in mora” (risco 
da demora), significa que deve haver perigo em esperarmos o (quase sempre demorado) provimento 
final, pois tal espera pela prestação jurisdicional pode gerar, possivelmente, um dano irreparável ou de 
difícil reparação. 
Pois bem. Em conclusão, admitimos a concessão de liminar em HC, ainda que não haja previsão 
normativa expressa. E fazemos isso para homenagear uma faceta tão importante do direito à liberdade, 
que é a de locomoção (o direito de ir, vir, ficar, permanecer...). 
(F) Cabimento do habeas corpus coletivo 
Além do habeas corpus comum, individual, temos que discutir a possibilidade de concessão do 
habeas corpus coletivo, em situações nas quais temos vários pacientes sofrendo semelhante violação 
(ou ameaça) à liberdade de locomoção e todos aguardam proteção do remédio constitucional que 
estamos estudando. 
Começo lhe informando que não há previsão expressa de cabimento de habeas corpus coletivo em 
nosso ordenamento jurídico (o art. 5°, LXVIII, CF/88 somente indica o cabimento de HC individual). 
Entretanto, nossa Corte Suprema (o STF) entende que referida omissão normativa não é impedimento 
para o conhecimento desse tipo de remédio. Primeiramente porque existem dois dispositivos legais que, 
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ainda que indiretamente, revelam a possibilidade de habeas corpus coletivo ser concedido: o art. 654, § 
2º e o art. 580, ambos do Código de Processo Penal (CPP). Senão vejamos. 
O art. 654, § 2º do CPP prevê que compete aos juízes e tribunais expedir ordem de habeas corpus de 
ofício; por seu turno, o art. 580, do mesmo CPP, permite que a ordem concedida em determinado habeas 
corpus seja estendida para todos que se encontram na mesma situação. Portanto, da reunião destes dois 
artigos podemos concluir que os juízes ou até mesmo os tribunais podem estender para todos que se 
encontrem na mesma situação a ordem de habeas corpus concedida individualmente em favor de uma 
única pessoa. Incrível, não? Isso nos faz crer na Justiça. Situações iguais sendo tratadas de modo 
semelhante. 
Outro argumento que pode ser catalogado, e que já foi pelo tratado pelo Supremo Tribunal Federal 
no RE 612.043/PR, é o de que a ação coletiva emerge, atualmente, como sendo talvez a única solução 
viável para garantir o efetivo acesso à Justiça de grupos mais vulneráveis do ponto de vista social e 
econômico. 
E para não restar nenhuma dúvida acerca da possibilidade jurídica de ser concedido o habeas corpus 
coletivo, passemos à análise da decisão proferida pela 2ª Turma do STF, por maioria de votos, em 
fevereiro de 2018, no sentido de conceder habeas corpus (HC 143.641) coletivo para determinar a 
substituição da prisão preventiva14 pela domiciliar, sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas 
alternativas previstas no artigo 319 do CPP, de todas as mulheres presas, gestantes, puérperas ou mães 
de crianças com até 12 anos sob sua guarda ou pessoa com deficiência, listadas no processo pelo 
Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) e outras autoridades estaduais, enquanto perdurar tal 
condição, excetuados os casos de crimes praticados por elas mediante violência ou grave ameaça, contra 
seus descendentes ou, ainda, em situações excepcionalíssimas, as quais deverão ser devidamente 
fundamentadas pelos juízes que denegarem o benefício. 
Não há dúvidas de que a prisão preventiva (não definitiva) que confina mulheres grávidas em 
estabelecimentos prisionais precários tira delas o acesso a programas de saúde pré-natal, assistência 
regular na gestação e no pós-parto, e, ainda, priva as inocentes crianças de condições adequadas ao seu 
desenvolvimento, constituindo-se em tratamento desumano, cruel e degradante, que viola diversos 
postulados constitucionais relacionados à individualização da pena, à vedação de penas cruéis e, ainda, 
 
14. Prisão preventiva é aquela que ainda não é definitiva. Da qual ainda cabe recurso. 
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ao respeito à integridade física e moral da presa. 
Foi por isso que o STF conheceu o HC Coletivo neste caso, e protegeu milhares de mulheres e, em 
especial, seus filhos. 
Enfim, caro aluno, antes de passarmos ao estudo do nosso próximo remédio constitucional, vamos 
resolver algumas questões finais, para efetivarmos aquilo que mais recomendo: conhecermos mais e 
melhor o modo como o tema pode ser cobrado e aprendermos, na prática, como resolver os desafios que 
nossa banca vai impor nas provas! 
Questões para fixar 
[UERR - 2011 - SEJUC - RR - Agente Penitenciário] Em relação ao habeas corpus assinale a alternativa correta: 
A) Necessariamente deverá ser interposto por advogado; 
B) O direito brasileiro contemplou apenas o preventivo; 
C) Poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem; 
D) O direito brasileiro contemplou apenas o repressivo. 
Comentário: 
Com previsão no art. 5º, LXVIII da CF/88, o habeas corpus apresenta-se como o remédio constitucional hábil 
para a defesa do direito de locomoção, ameaçado ou tolhido por ilegalidade ou abuso de poder. Sendo 
assim, poderá ser impetrado de forma preventiva (quando se tratar de ameaça ao direito de locomoção) ou 
de forma repressiva (quando já existe a violência ao direito de locomoção). Deste modo, jápodemos 
desconsiderar as alternativas ‘b’ e ‘d’. E como poderá ser interposto por qualquer indivíduo, nacional ou 
estrangeiro, independentemente de capacidade profissional, civil ou política, não há obrigatoriedade de ser 
interposto, necessariamente, por advogado, razão pela qual a alternativa ‘a’ não deverá ser marcada. Por 
fim, a alternativa ‘c’ é a correta e deverá ser marcada como nossa resposta: o habeas corpus poderá ser 
impetrado por qualquer pessoa, como já falamos, que tenha por objetivo proteger direito de locomoção em 
benefício próprio ou alheio. 
Gabarito: C. 
[FCC - 2015 - DPE-RR - Oficial de Diligência] O habeas corpus: 
A) pode ser impetrado por qualquer pessoa, mas somente em seu favor. 
B) pode ser preventivo. 
C) não pode ser concedido de ofício. 
D) não pode ser impetrado pelo Ministério Público, por falta de interesse de agir. 
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E) pode ser impetrado em defesa da sociedade, para rever decisão injusta. 
Comentário: 
Nossa alternativa correta é a da letra ‘b’. O habeas corpus poderá ser preventivo quando o direito de 
locomoção estiver sob ameaça, ou seja, quando o risco à liberdade de locomoção for iminente. Todas as 
demais alternativas são falsas: 
- Na alternativa ‘a’ o erro deriva da afirmação de que o HC somente pode ser impetrado por uma pessoa em 
seu favor. Sabemos que o impetrante e o paciente podem ser pessoas distintas, caso em que o impetrante 
estará atuando em favor de terceiro. 
- Na assertiva da letra ‘c’, o erro consiste em não considerar como possível (porque é!) a concessão do HC de 
ofício pelo magistrado que percebe a ameaça ou violação à liberdade de locomoção. 
- A assertiva ‘d’ peca ao desconsiderar o MP como legitimado. 
- Na letra ‘e’, o equívoco foi o de mencionar que o HC existe para defender a sociedade. Em verdade, é um 
remédio constitucional que tutela pessoas físicas que estão sofrendo ou se acham ameaçadas de sofrer 
violência em sua liberdade de locomoção. 
Gabarito: B. 
 
(4.2) Mandado de segurança individual (Art. 5º, LXIX, CF/88 e Lei nº 
12.016/2009) 
(A) Introdução 
Saiba, meu caro aluno, que o mandado de segurança é uma criação brasileira, não havendo similar 
no direito estrangeiro15. Foi introduzido em nosso ordenamento pela Constituição de 1934, sendo 
mencionado pela Constituição de 1946 e, após, pela Carta autoritária de 1967. Atualmente, é tutelado 
pela Constituição da República de 1988, por meio do art. 5º, LXIX, CF/88. Nas palavras de Uadi Bulos, 
a garantia não nasceu de uma hora para outra. Foi fruto de ingente trabalho doutrinário e 
jurisprudencial, num período em que o jurisdicionado começava a sentir o sabor da liberdade de 
locomoção física e os meios de defender-se contra o arbítrio do Poder Público.16 
Trata-se de uma ação constitucional de viés civil, independente da natureza do ato que está sendo 
impugnado, seja ele administrativo, jurisdicional, criminal, eleitoral ou trabalhista. O rito é o 
sumário especial (mais célere, portanto). 
 
15. TEMER. Michel. Elementos de direito constitucional. 17ª ed. São Paulo: Malheiros, p. 179. 
16. BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 575. 
 
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Tem como finalidade a proteção de direitos líquidos e certos contra ato de autoridade ou de quem 
exerça funções públicas, isto é, não se admite o MS em face de particular que esteja em atividade própria. 
O mandado de segurança atua como verdadeira garantia fundamental, sendo um remédio muito 
relevante em um Estado Democrático de Direito. 
O MS está devidamente regulamentado por norma infraconstitucional. Primeiramente, em 
momento anterior à Constituição Federal de 1988, foi disciplinado pela Lei nº 1.533/1951. Em 2009 foi 
publicada a Lei nº 12.016, que passou a ser o diploma legal regulamentador do instrumento – e essa lei 
nova revogou a anterior (Lei nº 1.533/1951), além de outras normas que diziam respeito ao mandado de 
segurança. 
Em resumo, com esse breve histórico apresentado, deve-se ter em mente, antes de avançar para o 
próximo item, que o intuito do Estado, desde a introdução do remédio no Direito brasileiro, sempre foi o 
de conferir ao cidadão instrumentos capazes de evitar ou combater eventuais ilegalidades ou abuso do 
poder. 
(B) Cabimento 
Vamos iniciar nossa análise sobre o cabimento verificando o que diz o texto constitucional: 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por 
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for 
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
Da leitura do dispositivo constitucional, percebe-se que o mandado de segurança constitui remédio 
a ser utilizado quando direito líquido e certo do indivíduo for violado por ato de autoridade 
governamental (autoridade pública de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, e das respectivas autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de 
economia mista) ou de agente de pessoa jurídica privada que esteja, por delegação, no exercício de 
atribuição do Poder Público, contra o qual não seja oponível habeas corpus ou habeas data. 
Vamos avaliar juntos cada aspecto do cabimento do MS. 
Começo lhe lembrando que o mandado de segurança é um remédio constitucional de caráter 
residual, uma vez que somente poderá ser impetrado para amparar direito líquido e certo que não disser 
respeito ao direito de locomoção (habeas corpus) e ao direito ao acesso e/ou retificação de informações 
pessoais (habeas data). Para exemplificar, pense no caso de a liberdade de associação estar sendo violada 
(ou ameaçada) por alguma ilegalidade ou arbitrariedade por parte do Poder Público: como não é o caso 
de se usar HC ou HD, em havendo direito líquido e certo, o indivíduo poderá usar o MS. 
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Este tópico, referente ao caráter residual do remédio, é um dos mais exigidos em prova quando se 
trata de avaliarmos a incidência do MS nos concursos públicos. Vou ilustrar elencando uma série de 
questões que exploraram o assunto. Vejamos: 
Questões para fixar 
[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Assinale a alternativa correta, de acordo com 
o texto constitucional vigente: 
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, amparado ou não por habeas 
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
Comentário: 
Eis uma alternativa falsa. Uma vez que o mandado de segurança é um remédio constitucional de natureza 
residual, não será cabível quando o direito for tutelado por habeas corpus ou habeas data. A expressão 
“amparado ou não” por HC ou HD comprometeu o item. 
Gabarito: Errado 
[NC-UFPR - 2017 - UFPR - Médico - Clínico Geral - Adaptada] Sobre os remédios constitucionais previstos 
pela Constituição, julgue o item: 
O mandado de segurança pode ser impetrado para assegurar direito líquido e certo, facultando-se a 
impetração concomitante de habeas corpus e de habeas data. 
Comentário: 
O item apresentado é falso. O mandado de segurança, previsto no art. 5º, LXIX da CF/88, tem natureza 
residual e somente será cabível quando o direito líquido e certo não for amparado por habeas corpus ou 
habeas data. 
Gabarito: Errado 
[UEG - 2006 - TJ-GO - Técnico Judiciário -Administrador de Empresas - Adaptada] Sobre os denominados 
writs constitucionais, julgue o item: 
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, amparável por habeas corpus ou 
habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de 
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
Comentário: 
A assertiva torna-se falsa pela presença de uma palavra: “amparável”. Sabemos que o mandado de 
segurança será cabível, conforme art. 5º, LXIX da CF/88, quando se pretender a proteção de direito líquido 
e certo não amparado pelo habeas corpus ou pelo habeas data. 
Gabarito: Errado 
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[CESPE - 2016 - ANATEL - Técnico em Regulação] Com relação ao exposto, julgue o item a seguir: 
Considere que um estado federado, no uso de sua competência normativa, elabore lei que impeça, 
arbitrariamente, em tempo de paz, a liberdade de locomoção em seu território. Nesse caso, caberá ao 
indivíduo impetrar mandado de segurança para garantir o exercício do direito constitucional mencionado. 
Comentário: 
O item apresentado é falso, uma vez que o mandado de segurança será o remédio adequado quando o 
impetrante pretender a proteção de direito líquido e certo não amparado pelo habeas corpus ou pelo habeas 
data, conforme dispõe o art. 5º, LXIX da CF/88. No caso em tela, como a questão trata da liberdade de 
locomoção, inscrita no art. 5°, XV, CF/88, o remédio que deverá ser manejado é o HC, não o MS. 
Gabarito: Errado 
[FCC - 2006 - SEFAZ-PB - Auditor Fiscal de Tributos Estaduais - Prova 1 - Adaptada] Considere a afirmação 
em relação aos instrumentos constitucionais de garantia dos direitos fundamentais: 
 Será concedido mandado de segurança para o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de caráter público. 
Comentário: 
O item é claramente falso. O mandado de segurança será concedido para a proteção de direito líquido e 
certo não amparado pelo habeas corpus ou pelo habeas data, conforme dispõe o art. 5º, LXIX da CF/88. Na 
hipótese apresentada pela assertiva, caberá habeas data, uma vez que se pretende conhecer informações 
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de caráter público, conforme 
dispõe o art. 5º, LXXII da CF/88. 
Gabarito: Errado 
[FUNCAB - 2016 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil] Nos termos dos direitos e deveres individuais e coletivos, 
previstos na Constituição Federal, é correto afirmar: 
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
Comentário: 
Alternativa correta, consoante a previsão do art. 5º, LXIX da CF/88. 
Gabarito: Certo 
[CESPE - 2018 - IPHAN - Auxiliar Institucional - Área 1] A respeito dos direitos e das garantias fundamentais, 
julgue o item seguinte: 
O mandado de segurança é o remédio constitucional adequado para garantir o acesso à informação 
constante de banco de dados de entidades governamentais, uma vez que o direito à informação é direito 
líquido e certo. 
Comentário: 
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O item apresentado é falso! O remédio constitucional adequado para garantir o direito líquido e certo de 
acesso à informação constante de banco de dados de entidades governamentais é o habeas data, previsto 
no art. 5º, LXXII da CF/88. O mandado de segurança, art. 5º, LXIX da CF/88, será utilizado para a proteção 
de direito líquido e certo não amparado pelo habeas data e habeas corpus. 
Gabarito: Errado 
[ESAF - 2004 - MRE - Assistente de Chancelaria - Prova 2] Se o chefe de uma repartição pública impede, 
injustamente, um servidor de ingressar no recinto da repartição, onde estão dados importantes para o 
servidor, armazenados no computador da mesa em que trabalhava, esse servidor poderá insurgir-se contra 
a determinação do chefe por meio de: 
A) mandado de segurança. 
B) habeas corpus. 
C) habeas data. 
D) mandado de injunção. 
E) ação penal pública. 
Comentário: 
Nossa alternativa correta é a da letra ‘a’: o servidor público deverá insurgir-se contra o ato do chefe da 
repartição por meio de mandado de segurança, remédio constitucional utilizado para a proteção de direito 
líquido e certo não protegido por habeas corpus e habeas data. Uma vez que não há violação de direito de 
locomoção, o habeas corpus (art. 5º, LXXII da CF/88) não poderá ser impetrado. Tampouco houve 
indeferimento, ou omissão, em atender pedido de informação de dados pessoais que estejam registros ou 
bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, razão pela qual não poderá ser 
apresentado habeas data (art. 5º, LXXII da CF/88). O mandado de injunção (art. 5º, LXXI da CF/88), 
apresentado na alternativa ‘d’, se presta a combater a síndrome da inefetividade das normas constitucionais, 
o que não se apresenta no caso em tela. Por fim, a ação popular (art. 5º, LXXIII da CF/88) é o instrumento 
judicial de exercício da soberania, que viabiliza que o cidadão controle a legalidade de atos administrativos 
e impeça lesividades. Por essa razão, a alternativa ‘e’ também não poderá ser marcada. 
Gabarito: A 
 
Vejamos, agora, o que significa “direito líquido e certo”. Essa expressão tem natureza processual e, 
segundo a doutrina, significa aquele direito que pode ser demonstrado independentemente de posterior 
dilação probatória (ou seja, não haverá abertura de prazo para produção de provas: a prova é pré-
constituída). O impetrante do MS tem o ônus de demonstrar a existência do direito em que se funda sua 
pretensão já com os documentos que acompanham a petição inicial do mandado de segurança. 
Conforme tradicional conceituação de Hely Lopes Meirelles17, largamente utilizada pela doutrina e 
 
17. MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de segurança, ação popular, ação civil pública, mandado de injunção e “habeas data”. São 
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jurisprudência: 
Direito líquido e certo é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e 
apto a ser exercido no momento da impetração. Por outras palavras, o direito invocado, para ser 
amparável por mandado de segurança, há de vir expresso em norma legal e trazer em si todos os 
requisitos e condições de sua aplicação ao impetrante; se a sua existência for duvidosa; se a sua 
extensão ainda não estiver delimitada; se o seu exercício depender de situações e fatos ainda 
indeterminados, não rende ensejo à segurança, embora possa ser defendido por outros meios 
judiciais. 
Todavia, aluno, existe uma exceção a essa regra, não sendo essa pré-constituição probatória exigida 
de maneira absoluta: na hipótese do art. 6º, § 1º, da Lei nº 12.016/2009, estabeleceu-se que, “no caso em 
que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou estabelecimento público ou 
em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, 
preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará, 
para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias”; assim, segunda a letra da lei “o escrivão extrairá 
cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição”. 
No mais, lembremos que a expressão “direito líquido e certo” não se refere à necessidade de que o 
direito seja induvidoso, conformesaliente a súmula 625, do STF: “Controvérsia sobre matéria de direito 
não impede concessão de mandado de segurança”. Assim, pouco importa se a questão jurídica é muito 
complexa, intrincada ou se é controvertida: o importante é que a matéria de fato que será discutida no 
MS esteja certa, isto é, que já exista prova pré-constituída que a certifique. 
Avalie comigo algumas questões sobre esse tema: 
Questões para fixar 
[RHS Consult - 2016 - Prefeitura de Paraty - RJ - Procurador] A impetração do mandado de segurança deve 
fundamentar-se: 
A) Em alegações que dependam de dilação probatória. 
B) Em recursos administrativos. 
C) Na natureza civil da ação constitucional. 
D) Na hipótese de ajuizamento. 
E) No conceito de direito líquido e certo. 
 
Paulo: Malheiros, 15ª ed. 1994, 28ª ed. 2005, p. 11. 
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Comentário: 
Uma vez que o condão do mandado de segurança é a proteção de um direito líquido e certo, não amparado 
pelo habeas corpus e pelo habeas data, art. 5º, LXIX da CF/88, deverá a impetração de tal remédio fundar-se 
exatamente no conceito de direito líquido e certo, capaz de ser demonstrado independentemente de 
ulterior dilação probatória. Deste modo, nossa assertiva correta é a letra ‘e’. 
Gabarito: E 
[2013 - FGV- OAB] Em relação aos remédios constitucionais, julgue a assertiva: 
O mandado de segurança somente pode ser impetrado quando as questões jurídicas forem incontroversas. 
Comentário: 
A assertiva é falsa. Consoante entendimento do STF, firmado na súmula 625 do STF, a controvérsia sobre a 
matéria de direito não impedirá a concessão de mandado de segurança. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2013 - STM - Juiz] Julgue o item: 
É incabível mandado de segurança quando houver controvérsia sobre a matéria de direito invocada no 
mandamus. 
Comentário: 
O item é falso! O direito invocado no âmbito do mando de segurança deve ser líquido e certo em relação à 
matéria de fato. A matéria de direito, por mais complexa que seja, não impede que seja analisada no 
mandado de segurança. 
Gabarito: Errado 
[FUNDEP - 2014 - DPE / MG - Defensor Público - Adaptada] Julgue o item: 
A controvérsia sobre matéria de direito impede a concessão de mandado de segurança, instituto de defesa 
de direito certo e incontestável. 
Comentário: 
Outro item falso, consoante dispõe a súmula 625 do STF. 
Gabarito: Errado 
 
Por fim, vale destacar que devemos entender como “autoridade pública” todas as pessoas físicas 
que exerçam alguma atividade estatal, investidas de poder decisório, necessário para poder rever o ato 
tido por ilegal ou abusivo. Incluem-se nessa definição, por exemplo, os agentes políticos e os servidores 
públicos em sentido amplo. Mas, embora o MS seja destinado à defesa de direitos contra atos de 
autoridade, a doutrina e a jurisprudência consideram legítima a sua utilização contra ato praticado por 
particular no exercício de atividade delegada (para ilustrar um particular no exercício de função pública, 
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pense no diretor de uma instituição de ensino particular). 
(C) Hipóteses de restrição de cabimento do mandado de segurança 
individual 
Afirma a legislação que, uma vez preenchidos os requisitos, a admissibilidade do mandado de 
segurança estará garantida. Entretanto, existem casos em que não será cabível o mandado de 
segurança, seja por restrição legal, ou até mesmo por entendimento jurisprudencial. 
 Portanto, podemos afirmar que há hipóteses de restrição de cabimento do mandado de segurança 
individual. Nesse sentido, podemos afirmar que não será cabível o remédio, quando se tratar: 
(i) De atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade 
de economia mista e de concessionárias de serviço público (art. 1º, § 2º, Lei nº 12.016/2009). 
(ii) De ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução 
(art. 5º, I, Lei nº 12.016/2009). Nesse caso, dispõe o interessado de meio próprio e efetivo de impugnação 
do ato (já que o recurso com efeito suspensivo garante que nenhuma situação jurídica será modificada 
até que seja proferida a decisão). Nada impede, todavia, que a parte deixe esgotar o prazo recursal, para 
então impetrar, diretamente, o mandado de segurança. Da mesma forma, poderia impetrá-lo caso o 
recurso administrativo fosse recebido apenas em seu efeito devolutivo. Ressalta-se que, mesmo 
existindo o recurso administrativo com efeito suspensivo, se houver omissão ilegal ou abusiva da 
administração, caberá mandado de segurança, nos moldes da súmula nº 429 do STF (dispõe que “a 
existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança 
contra omissão de autoridade”). Ademais, o mero pedido de reconsideração na via administrativa não 
interrompe o prazo para o mandado de segurança, conforme a súmula nº 430 do STF. 
(iii) De decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo (art. 5º, II, Lei nº 12.016/2009). 
Conforme redação da nova Lei nº 12.016/2009, entende-se que há impedimento para utilização do 
remédio contra decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo (já que o recurso com efeito 
suspensivo garante que nenhuma situação jurídica será modificada até que seja proferida a decisão). Isso 
não impede, contudo, o cabimento contra ato judicial, ainda que passível de recurso (sem efeito 
suspensivo). 
 (iv) De decisão judicial transitada em julgado (art. 5º, III, Lei nº 12.016/2009). Tal hipótese não estava 
prevista na lei anterior que disciplinava o mandado de segurança, contudo, o entendimento já havia sido 
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explicitado pela jurisprudência do STF18. O impedimento leva à conclusão de que o instrumento do 
mandado de segurança não é hábil para substituir o mecanismo adequado para superar a coisa julgada 
(que é a ação rescisória). Há, todavia, uma exceção: caso a decisão seja teratológica (absurda), dotada de 
ilegalidade ou nulidade manifesta, mesmo não cabível o recurso, caberá (ainda que excepcionalmente) 
mandado de segurança19. 
(v) De lei em tese (é aquela de efeitos gerais e abstratos, ou seja, que apresenta generalidade e 
abstração). O mandado de segurança não é o meio idôneo para impugnar lei abstrata e genérica, mas 
apenas e tão somente os atos da administração pública que causem lesão ou ameaça de lesão a direito 
de um ou mais administrados em particular20. Contudo, importante ressaltar que a jurisprudência tem 
permitido o cabimento de mandado de segurança para combater leis de efeitos concretos, ou seja, 
leis em sentido formal, pois são editadas pelo Poder Legislativo, mas constituem verdadeiros atos 
administrativos em sentido material (no que diz respeito ao conteúdo), sem o caráter de abstração e 
generalidade, uma vez que destinadas a reger relações de pessoas determinadas. 
Exemplificativamente: leis que criam Municípios e suprimem distritos; leis de isenções fiscais; leis que 
proíbem determinadas condutas; decretos de desapropriação; leis de planificação urbana e decretos 
de nomeação ou exoneração. 
(vi) De ato interna corporis. Para o STF, não cabe mandado de segurança contra matéria privada, interna, 
de cunho particular das Casas Legislativas. O contrário infringiria um valor muito caro ao ordenamento: 
o princípio da separação de Poderes. 
(vii) De substituição de ação popular ou ação de cobrança. Conforme a súmula nº 101 do STF21, o 
mandado de segurança não substitui a ação popular e, consoante a súmula nº 269da Suprema Corte22, 
também não substitui ação de cobrança. 
E, para encerrarmos este tópico, vejamos algumas questões que já cobraram as considerações que 
foram aqui apresentadas: 
 
 
 
18. STF, súmula nº 268: “Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado”. 
19. FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 1ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 361. 
20. Nesse sentido, justifica-se o enunciado da súmula nº 266 do STF: “Não cabe mandado de segurança contra lei em tese”. 
21. STF, súmula nº 101: “O mandado de segurança não substitui a ação popular”. 
22. STF, súmula nº 269: “O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança”. 
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Questões para fixar 
[CESPE - 2013 - TJ-MA - Juiz] Quando praticados por administradores de empresas públicas e de sociedades 
de economia mista, os atos de gestão comercial pode ser objeto de mandado de segurança. 
Comentário: 
O item é falso, pois contraria o texto do art. 1º, § 2º, da Lei 12.016/09 que regulamenta o mandado de 
segurança: “Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço 
público.” Consoante o STJ, tal se justifica pois: “os atos de gestão não possuem o requisito da supremacia, 
por isso são meros atos da administração e não atos administrativos, sendo que a Administração e o 
Particular encontram-se em igualdade de condições, em que o ato praticado não se submete aos princípios 
da atividade administrativa, tampouco exercido no exercício de função pública, não se vislumbrando ato de 
autoridade.” (REsp 1078342/ PR). 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2015 - TJ - DF -Juiz de Direito Substituto] À luz da Lei n.º 12.016/2009, julgue o item, a respeito do 
mandado de segurança: 
É cabível mandado de segurança contra ato de gestão comercial praticado por administrador de empresa 
pública, de sociedade de economia mista e de concessionária de serviço público. 
Comentário: 
Item falso, uma vez que não caberá mandado de segurança contra atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionária de serviço 
público, conforme preceitua o art. 1º, §2º da Lei 12.016/09. 
Gabarito: Errado 
[IESES - 2017 - CEGÁS - Analista de Gestão - Advogado - Adaptada] No Mandado de segurança previsto no 
inciso LXIX do artigo 5º da Constituição Federal, julgue as assertivas: 
- Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
- Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de 
empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. 
Comentário: 
Ambas as assertivas são verdadeiras, pois harmônicas com as disposições do art. 5º, LXIX da CF/88 e do art. 
1º, §2º da Lei 12.016/09. 
Gabarito: Certas 
[VUNESP - 2017 - Câmara de Mogi das Cruzes - SP - Procurador Jurídico - Adaptada] São meios específicos 
de controle judicial da Administração: o mandado de segurança, a ação popular, o habeas corpus, o habeas 
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data e o mandado de injunção. Com relação ao mandado de segurança, é correto afirmar que: 
O mandado de segurança é substitutivo de ação de cobrança. 
Comentário: 
O item apresentado é falso. Por força da súmula nº 269, STF: “O mandado de segurança não é substitutivo 
de ação de cobrança”. 
Gabarito: Errado 
 
(D) Legitimidade ativa e passiva 
Quanto à legitimidade ativa, caro aluno, ela pertence ao detentor do direito líquido e certo não 
amparado por habeas corpus ou por habeas data, podendo este ser qualquer pessoa física – brasileiros 
ou estrangeiros, residentes ou não no País – ou pessoa jurídica – nacional ou estrangeira, privada ou 
pública –, alguns órgãos públicos com capacidade processual (caso das Mesas das Casas Legislativas, 
Chefia dos Executivos, Chefia do Tribunal de Contas, Ministério Público), agentes políticos, além de 
outros entes despersonalizados com capacidade processual (e exemplo do espólio e da massa falida). 
O legitimado passivo, por outro lado, será denominado de autoridade coatora, que vem a ser aquela 
que pratica ou ordena a execução ou a inexecução do ato a ser impugnado via mandado de segurança. 
Importante frisar que os “meros executores” do ato, que cumprem ordens advindas da autoridade 
coatora, não são considerados legitimados passivos na ação de mandado de segurança. 
Verifiquemos juntos como esse item referente à legitimidade pode ser explorado em sua prova: 
Questões para fixar 
[CESPE - 2012 - MPE - TO - Promotor de Justiça] Julgue a assertiva com relação aos direitos e garantias 
fundamentais: 
Ao estrangeiro residente no exterior não é assegurado o direito de impetrar mandado de segurança. 
Comentário: 
O item apresentado é falso. O estrangeiro, residente na RFB ou não, poderá valer-se do mandado de segurança 
para assegurar um direito líquido e certo seu, não amparado por HC ou HD. 
Gabarito: Errado 
[FUNDEP - 2015 - CORECON - Advogado - Adaptada] Considere a seguinte afirmativa sobre a legitimação 
no âmbito das ações constitucionais: 
Admite-se em algumas hipóteses a impetração de mandado de segurança por órgãos públicos. 
Comentário: 
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A afirmativa apresentada está correta. O legitimado ativo para impetração do mandado se segurança será 
aquele que detém o direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD, não importando se é brasileiro ou 
estrangeiro, residente ou não no Brasil, ou pessoa jurídica nacional ou estrangeira, privada ou pública. 
Alguns órgãos públicos com capacidade processual (caso das Mesas das Casas Legislativas, Chefia dos 
Executivos, Chefia do Tribunal de Contas, Ministério Público), agentes políticos, além de outros entes 
despersonalizados com capacidade processual (e exemplo do espólio e da massa falida), também possuem 
legitimidade ativa para impetrar o writ. 
Gabarito: Certo 
[CESPE - 2011 - TJ - ES - Juiz Substituto - Adaptada] Com relação aos direitos e garantias fundamentais e às 
ações constitucionais previstas em favor da defesa desses direitos, julgue a assertiva: 
São sujeitos passivos do mandado de segurança, além das autoridades públicas, os agentes de pessoas 
jurídicas com atribuições de poder público. 
Comentário: 
Assertiva verdadeira. De acordo com o que prevê o art. 5º, LXIX da CF/88, os agentes de pessoas jurídicas 
que exercem atribuições de poder público poderão ser sujeitos passivos em mandado de segurança. 
Gabarito: Certo 
[TRT 8ªR - 2013 - Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva: 
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas-
corpus ou habeas-data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica ou pessoa física no exercício de atribuições do Poder Público. 
Comentário: 
Conforme disposição do art. 5º, LXIX da CF/88, o mandado de segurança será concedido visando a proteção 
de direito líquido e certo que não seja amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica (e não 
física)no exercício de atribuições do Poder Público. Deste modo, o item apresentado é falso 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2014 - MPE-AC - Promotor de Justiça] O ato estatal que nega, ilegalmente, o fornecimento de 
informações englobadas pelo direito de certidão não pode ser questionado por meio de mandado de 
segurança, ante o seu caráter subsidiário frente ao habeas data. 
Comentário: 
A assertiva é falsa. O direito de obter certidão (art. 5º, XXXIV, ‘b’, da CF) mencionado na assertiva, não se 
confunde com o direito de acessar ou retificar informações pessoais protegido pelo habeas data. Assim, 
considerando que o mandado de segurança é ação constitucional que tem aplicação subsidiária, sendo 
cabível para proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD, será o instrumento adequado 
para questionar a legalidade do não fornecimento de certidão. 
Gabarito: Errado 
 
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(E) Prazo para a impetração do mandado de segurança 
O prazo para impetração do mandado de segurança é de cento e vinte dias, contados do 
conhecimento oficial pelo interessado do ato a ser impugnado, conforme dispõe o art. 23 da Lei nº 
12.016/2009. 
Trata-se de prazo decadencial, o que implica dizer que, após iniciado o trâmite processual, não se 
interrompe mais, tampouco se suspende. À luz do art. 5º, LXIX, CF/88, o Supremo Tribunal Federal já se 
manifestou dizendo ser este prazo constitucional – conforme súmula nº 632, do STF: “É constitucional 
lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de segurança”. 
Caso o legitimado ativo perca o prazo de 120 dias para impetrar o MS, o direito ainda poderá ser 
protegido, mas com uma ação diferente, de rito ordinário, não mais pelo remédio célere que o MS 
representa. 
Questão para fixar 
[Quadrix - 2016 - CRO - PR - Procurador Jurídico] “[...] Conceder-se-á mandado de segurança para proteger 
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela 
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições 
do Poder Público. (Constituição Federal de 1988). Considerando o texto constitucional acima indicado, bem 
como as considerações doutrinárias sobre o aludido remédio constitucional, julgue o item: 
De acordo com a doutrina majoritária, e jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o mandado de 
segurança observa prazo decadencial de 120 dias, contados a partir da data em que o interessado tiver 
conhecimento do ato a ser impugnado. 
Comentário: 
Assinalou o item como verdadeiro? Ótimo! De fato, existe prazo para a impetração do mandado de 
segurança e ele é de cento e vinte dias, contados do conhecimento oficial pelo interessado do ato a ser 
impugnado, de acordo com o que prevê o art. 23 da Lei nº 12.016/2009. Lembremos, ainda, que é um prazo 
decadencial, o que significa que, após iniciado o trâmite processual, não se interrompe mais, tampouco pode 
ser suspenso. 
Gabarito: Certo 
 
Sobre o tema, algumas reflexões devem ser ventiladas: 
(i) caso o writ seja impetrado dentro do prazo adequado (de cento e vinte dias), todavia em juízo não 
competente, sendo o mesmo remetido ao juízo competente, a Suprema Corte já se posicionou no 
sentido de que não há caducidade vez que a impetração se deu no curso do lapso temporal possível; 
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(ii) se o mandamus for impetrado preventivamente, tendo em vista ameaça de lesão a direito líquido e 
certo, não há que se falar em prazo decadencial de cento e vinte dias, eis que, enquanto perdurar a ameaça, 
haverá a possibilidade de interposição do mandado de segurança; 
(iii) na hipótese de o mandado de segurança ser interposto contra omissão de certa autoridade, não 
haverá prazo decadencial a ser observado caso a administração não esteja sujeita a prazo para praticar o 
ato. Assim, enquanto durar a omissão caberá o mandado de segurança. Por outro lado, se a 
administração estiver sujeita a prazo para a prática de determinado ato, findo o mesmo sem a sua 
realização, inicia-se a contagem do prazo decadencial de cento e vinte dias para o manejo do writ; 
(iv) já se manifestou o STJ no seguinte sentido: “O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de 
mandado de segurança no qual se discuta regra editalícia que tenha fundamentado eliminação em 
concurso público é a data em que o candidato toma ciência do ato administrativo que determina sua 
exclusão do certame, e não a da publicação do edital”23. 
(F) Outras informações sobre o mandado de segurança 
Bom, meu caro aluno, vamos encerrar nosso estudo desse remédio tratando de alguns últimos 
aspectos que podem ser explorados em sua prova! Vejamos: 
(i) O procedimento do mandado de segurança será especial, de rito sumaríssimo, no qual o objeto 
principal do remédio é a anulação de ato ilegal ou abusivo de direito líquido e certo, ou a determinação 
da prática do ato omitido pela respectiva autoridade coatora competente ou mesmo uma ordem de não 
fazer. 
(ii) A concessão da liminar é direito subjetivo do autor, sendo o juiz obrigado a concedê-la se estiverem 
preenchidos os requisitos processuais. Assim, o magistrado, ao despachar a inicial, ordenará que se 
suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado 
puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida. Contudo, vale informar que a Lei nº 
12.016/2009 traz em seu bojo exceções legais, que deverão ser observadas pelo juiz (são situações nas 
quais os requisitos da “probabilidade do direito” e “o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do 
processo” estão presentes mas, ainda assim, a lei não admite liminar em mandado de segurança): 
(A) para a compensação de créditos tributários; 
(B) para a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior; 
 
23. REsp 1.266.278-MS, Corte Especial, DJe 10/5/2013. REsp 1.124.254-PI, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 1º/7/2014. 
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(C) para a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou extensão 
de vantagens ou pagamento de qualquer natureza (art. 7º, § 5º da Lei nº 12.016/2009). 
 Entenda que a opção do legislador em vedar a concessão de liminar nestes casos se deve ao fato 
de estarmos diante de matérias de extrema relevância, que não devem ser resolvidas de forma precária, 
por intermédio de medida liminar. Pense só, meu caro aluno: quando há a compensação de créditos 
tributários, um ente da federação (União, Estado-membro, DF ou Município) “desculpa” um débito que 
o contribuinte possui a partir de um crédito que ele tenha. Para ilustrar, visualize um cenário no qual o 
contribuinte deve uma quantia referente ao IR (imposto de renda), mas é credor de valores em razão de 
um outro tributo: neste caso, ele usaria o crédito para compensar o débito. 
(iii) Em maio de 2013, no julgamento do RE 669.367, o Plenário do STF, por maioria, decidiu que a 
desistência do mandado de segurança é possível, sendo uma prerrogativa de quem o propõe e pode 
ocorrer a qualquer tempo, sem anuência da parte contrária e independentemente de já ter havido 
decisão de mérito, ainda que favorável ao autor da ação. De acordo com o entendimento da maioria dos 
ministros, o mandado de segurança é uma ação dada ao cidadão contra o Estado e, portanto, não gera 
direito a autoridade pública considerada coatora, pois seria “intrínseco na defesa da liberdade do 
cidadão”. 
(iv) Por último, saiba que no processo domandado de segurança não há condenação ao pagamento 
de honorários advocatícios (ônus de sucumbência), o que significa que em caso de o impetrante não 
obter judicialmente a procedência do seu pedido (isto é, se ele ‘perder’), ele não será condenado a pagar 
as despesas que a outra parte (impetrado) teve com advogado. Quer ver uma questão de prova sobre 
isso? 
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[Quadrix - 2016 - CRO - PR - Procurador Jurídico - Adaptada] “[...] Conceder-se-á mandado de segurança 
para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável 
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público. (Constituição Federal de 1988). Considerando o texto constitucional acima 
indicado, bem como as considerações doutrinárias sobre o aludido remédio constitucional, julgue o item: 
Nos termos da jurisprudência do STF, não cabe condenação em honorários de advogado na ação de 
mandado de segurança. 
Comentário: 
Item verdadeiro! De fato, não há tal condenação. 
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Gabarito: Certo 
 
(4.3) Mandado de segurança coletivo (Art. 5º, LXX, CF/88) 
(A) Introdução 
À luz de nossa atual Constituição Federal, podemos afirmar que o mandado de segurança é um 
gênero, que se fraciona em duas espécies: o mandado de segurança individual e o coletivo. A 
conceituação do mandado de segurança coletivo, por isso, é a mesma do mandado de segurança 
individual. Também se apresenta como uma ação constitucional de natureza civil e de procedimento 
especial, que visa tutelar direito líquido e certo. 
Mas então, você me pergunta: “Qual é a diferença central entre eles, professora?”. Bom, como no 
mandado de segurança coletivo o foco é a coletividade e a proteção de seus direitos (coletivos e 
individuais homogêneos), e no MS individual a atenção é sobre o sujeito considerado em sua 
individualidade, eu diria que as duas diferenças significativas entre eles residem no objeto e na 
legitimação ativa. 
Não é à toa, portanto, que a doutrina tradicionalmente afirma que o mandado de segurança coletivo 
nada mais é do que a possibilidade de impetrar o mandado de segurança individual por intermédio da 
tutela jurisdicional coletiva. 
A Lei nº 12.016/2009 deixou firmado, de maneira expressa, que o mandado de segurança protege os 
direitos coletivos e os individuais homogêneos, mas não os direitos difusos. É o que indica o art. 21, 
parágrafo único: 
(i) Coletivos, assim entendidos, para efeito da Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja 
titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica 
básica. 
(ii) Individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito da Lei, os decorrentes de origem comum e 
da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. 
A limitação determinada pela lei ao não abarcar os direitos difusos é duramente criticada pela 
doutrina, ao argumento de que a lei está vedando, inadequadamente, a tutela dos direitos difusos por 
meio do mandado de segurança coletivo. Deve-se ressaltar, no entanto, que alguns autores consideram 
que o entendimento posto na lei é a tradução do que vem sendo defendido nos Tribunais Superiores, que 
descartam o uso do mandado de segurança coletivo como substituto da ação popular. Nesse sentido é a 
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súmula 101 do STF: “O mandado de segurança não substitui a ação popular”. Discordamos. Em nossa 
percepção, o art. 21 da Lei nº 12.016 é de constitucionalidade duvidosa, pois deveria sim abarcar os 
direitos difusos a partir da incidência do princípio da máxima efetividade do dispositivo constitucional 
que prevê a garantia do MS. 
Por último, em que pese não termos uma definição constitucional acerca do intuito e do objeto do 
MS coletivo, podemos apontar pra ele uma tríplice finalidade: 
(1) fortalecer as organizações classistas, eis que ele permite a defesa de direitos dos membros ou 
associados, por exemplo, das associações e das entidades de classe; 
(2) facilitar o acesso à justiça; 
(3) evitar o acúmulo de demandas idênticas, pois a ação permite a substituição de diversos mandados de 
segurança individuais por um único de caráter coletivo. 
(B) Cabimento 
O mandado de segurança coletivo poderá ser utilizado nas mesmas hipóteses de cabimento do MS 
individual. Assim, possui por finalidade a proteção de direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, quando o paciente sofrer lesão ou ameaça a direito, por ação ou omissão da 
autoridade. 
Vale lembrar que o mandado de segurança coletivo não se destina à tutela de direitos de um 
indivíduo em particular, devendo ser utilizado apenas para a tutela de direitos coletivos em sentido 
amplo. Não é necessário, contudo, que esse remédio coletivo busque tutelar o direito da totalidade dos 
associados do impetrante, bastando que se destine à tutela de algum direito coletivo de uma parcela 
deles (para exemplificar, pensemos em um cenário no qual o sindicato ingressa com MS coletivo para 
defender direito referente à aposentadoria, o que vai abranger, tão somente, seus filiados inativos). 
Aliás, o STF tem até uma súmula sobre isso, que é a de nº 630, que diz: “A entidade de classe tem 
legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma 
parte da respectiva categoria”. Esse aspecto, aliás, é bastante explorado em prova. Vejamos como: 
 
 
 
 
 
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Questões para fixar 
[CESPE - 2013 - TJ-RN - Juiz - Adaptada] A respeito do mandado de segurança, julgue a assertiva: 
A entidade de classe não tem legitimidade para propor mandado de segurança coletivo se a pretensão 
veiculada interessar a apenas parte da categoria representativa. 
Comentário: 
Identificou essa assertiva como falsa? Conforme preceitua a súmula 630, do STF, a entidade de classe tem 
legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte 
da respectiva categoria. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2012 - DPE-AC - Defensor Público - Adaptada] A respeito do entendimento sumulado do STF no 
que se refere a mandado de segurança, julgue o item: 
As entidades de classe não têm legitimidade para impetrar mandado de segurança caso a pretensão 
veiculada interesse apenas a parte da categoria representada. 
Comentário: 
O item apresentado é falso: conforme prevê o enunciado da súmula 630 do STF, a entidade de classe será 
legitimada para impetrar o mandado de segurança coletivo ainda que a pretensão interesse apenas a uma 
parte da categoria. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - TJ - PB - 2015 - Juiz Substituto - Adaptada] Julgue o item a respeito da tutela constitucional das 
liberdades: 
Determinada organização sindical impetrou mandado de segurança coletivo para defesa de interesse de 
parte da categoria de profissionais a ela vinculados. Nessa situação, o magistrado deverá reconhecer a 
ilegitimidade ativa, pois é imprescindível, para o conhecimento do remédio constitucional, que a pretensão 
veiculada interesse a toda a categoria ligada à organização sindical. 
Comentário: 
A assertiva deverá ser julgada como falsa. O fato de existir envolvimento de direito apenas de parte do 
quadro social não afasta a legitimidade da organização sindical. 
Gabarito: Errado 
 
 
 
 
 
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Direito Constitucional (curso avançado) – Turma Regular(C) Legitimidade ativa e passiva 
De todos os pontos que estudaremos juntos sobre o MS coletivo, saiba que a legitimidade ativa será, 
sem dúvida, o mais cobrado. A chance de cair em sua prova é imensa. Portanto, vamos logo visitar o 
dispositivo constitucional para sabermos de uma vez quem pode ajuizar esse remédio coletivo! 
Conforme preceitua o art. 5º, LXX, da Constituição Federal, o mandado de segurança coletivo poderá 
ser impetrado por: 
(a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
(b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento 
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. 
Bom, definidos os legitimados, façamos agora algumas considerações adicionais sobre eles: 
(i) Eis um primeiro ponto muito importante que deve ser aqui destacado: de acordo com o STF, o 
requisito de funcionamento há pelo menos 1 (um) ano aplica-se somente às associações, não existindo 
para as entidades de classe ou sindicatos. Assim, o sindicato e a entidade de classe somente precisam 
estar legalmente constituídos e terem por objetivo a defesa de interesses de seus membros ou 
associados. 
Ademais, fique atento, pois o examinador vai trocar esse prazo de um ano o tempo todo. Veja: 
Questões para fixar 
[FEPESE - 2014 - MPE - SC -Procurador do Estado - Adaptada] De acordo com o disposto no art. 5º da 
Constituição Federal, julgue o item: 
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no 
Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos dois anos, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. 
Comentário: 
Assertiva falsa! Para que a associação seja legitimada para impetrar mandado de segurança coletivo, basta 
que esteja em funcionamento há, pelo menos, um ano (e não dois, como diz a assertiva), de acordo com a 
previsão do art. 5o, LXX, alínea 'b' da CF/88. 
Gabarito: Errado 
[TRT 2ªR - 2011 - TRT 2ªR - Juiz do Trabalho– Adaptada] Analise as assertivas abaixo dentre os direitos e 
deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal: 
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical, entidade de classe 
legalmente constituída há pelo menos dois anos, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. 
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Comentário: 
Para que a associação seja legítima para apresentar o mandado de segurança coletivo, bastará que esteja 
em funcionamento há, pelo menos, um ano, conforme prevê art. 5º, LXX, alínea ‘b’ da CF/88. Sendo assim, 
a assertiva deverá ser marcada como falsa. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2009 - MMA - Agente Administrativo] Julgue o item: 
Associação com seis meses de constituição pode impetrar mandado de segurança coletivo. 
Comentário: 
O item é claramente falso. Para que as associações possam ingressar com mandado de segurança coletivo 
em favor de seus associados, a CF/88 exige que estas estejam legalmente constituídas e em funcionamento 
há, pelo menos, um ano (art. 5º, LXX, ‘b’, da CF). Vale lembrar que os demais legitimados ativos (partido 
político com representação no Congresso Nacional, entidade de classe e organização sindical) não precisam 
observar essa regra. A assertiva, portanto, está incorreta. 
Gabarito: Errado 
[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Analise o item de acordo com o texto 
constitucional vigente e, na sequência, marque V ou F: 
Tem legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo partido político constituído e em 
funcionamento há pelo menos um ano; qualquer organização sindical, entidade de classe ou associação em 
defesa dos interesses de seus membros ou associados. 
Comentário: 
O item é falso. O partido político, para ser considerado legitimado para impetrar mandado de segurança, 
deverá ter representação no Congresso Nacional, não sendo aplicada, aqui, a regra prevista para as 
associações, que deverão ter sido constituídas e estar em funcionamento há, pelo menos, um ano, conforme 
art. 5º, LXX, alínea ‘b’ da CF/88. 
Gabarito: Errado 
 
(ii) Outro detalhe relevante: no que diz respeito aos partidos políticos, a Constituição Federal exige que 
eles estejam representados no Congresso Nacional. Como o Congresso Nacional é formado por duas 
Casas Legislativas, Câmara dos Deputados e Senado Federal, é suficiente que o partido impetrante tenha 
um único parlamentar como representante, podendo ser na Câmara dos Deputados, ou no Senado 
Federal. Assim, o Partido Político, para ter representação no Congresso Nacional – configurando, assim, 
sua legitimidade ativa – necessita apenas de um único Deputado Federal ou de um único Senador da 
República, não havendo a exigência de ele possuir membros do Poder Legislativo nas duas Casas para se 
consolidar sua legitimidade. 
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Não poderá impetrar mandado de segurança coletivo, portanto, o partido político que não tiver 
representantes no Congresso Nacional, e que os tenha apenas em uma Assembleia Legislativa de Estado, 
ou na Câmara Legislativa do Distrito Federal ou na Câmara Municipal. 
Vejamos algumas questões sobre o assunto: 
Questões para fixar 
[TRT 8ªR - 2013 - TRT 8ªR -Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva: 
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por qualquer partido político ou por organização 
sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um 
ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. 
Comentário: 
A assertiva é falsa! Para que o partido político tenha legitimidade para impetrar o mandado de segurança, 
deverá estar representado no Congresso Nacional por força do que prevê o art. 5º, LXX, ‘a’ da CF/88. 
Gabarito: Errado 
[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Quanto aos direitos e garantias fundamentais 
previstos na Constituição da República, julgue o item: 
O mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado por partido político registrado no Tribunal Superior 
Eleitoral e por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. 
Comentário: 
O item é falso. O partido político, para ser legitimado para a impetração do mandado de segurança, deverá 
ter representação no Congresso Nacional, conforme art. 5º, LXX, alínea ‘a’ da CF/88. 
Gabarito: Errado 
 
(iii) É também importante ressaltar que, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal 
não é necessária a autorização expressa dos membros da entidade para a impetração do mandado de 
segurança coletivo. Existe até uma súmula do STF sobre isso, que é de nº 629, que diz: “A impetração de 
mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da 
autorização destes”. Portanto, no mandado de segurança coletivo aplicamos um instituto chamado de 
substituição processual, no qual o interesse invocado pertence a uma categoria, mas quem é parte do 
processo é o impetrante (a entidade de classe, por exemplo), que não depende da autorização 
expressamente dada por seus membros para atuar. 
 
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Questões para fixar 
[TRT 15ªR - 2011 - TRT 15ªR - Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva: 
Conforme entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal, a impetração de mandado de segurança 
coletivo por entidade de classe em favor de seus associados não dependede autorização destes. 
Comentário: 
A assertiva está correta, de acordo com o que prevê a Súmula 629 do STF, a impetração de mandado de 
segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes (súmula 
629: “A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados 
independe da autorização destes”). 
Gabarito: Certo 
[CESPE - 2013 - TRT 5ªR - BA - Juiz do Trabalho] Acerca dos tipos de ação previstos na CF para a tutela das 
liberdades, julgue a assertiva: 
A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe é hipótese de legitimidade ativa 
extraordinária e independe de autorização dos associados, figurando a entidade, nesse caso, como 
substituto processual. 
Comentário: 
A assertiva está correta pois está de acordo com o que determina o art. 5º, LXX, ‘b’ da CF/88. 
Gabarito: Certo 
 
Vale, ainda, destacar que a previsão do inciso XXI, do art. 5º, CF/88, que estabelece que “as entidades 
associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial 
ou extrajudicialmente” é uma exigência constitucional que não se aplica no caso de uso do mandado de 
segurança coletivo. 
(iv) Ainda acerca da legitimidade, vale destacar que os Estados membros não são dotados de 
legitimidade ativa para a propositura de mandado de segurança coletivo contra a União, alegando defesa 
de interesses das populações residentes nas respectivas unidades federadas. Além de não estarem 
arrolados na legitimidade ativa constitucionalmente prevista (no art. 5º, LXX), os Estados não são 
propriamente órgãos de representação ou de gestão de interesses da população24. 
Eis uma interessante questão do CESPE que já explorou este entendimento: 
 
 
24. Vide MS nº 21.059/RJ. 
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Questões para fixar 
[CESPE - 2012 - AGU - Advogado] À luz da jurisprudência do STF, julgue o item relativo aos denominados 
remédios constitucionais: 
De acordo com o entendimento do STF, o estado-membro não dispõe de legitimidade para propor, contra 
a União, mandado de segurança coletivo em defesa de supostos interesses da população residente na 
unidade federada. 
Comentário: 
Item correto, consoante dispõe o art. 5º, LXX, “a” e “b”, CF/88, são legitimados para impetrar mandado de 
segurança coletivo o partido político com representação no Congresso Nacional, organização sindical, 
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em 
defesa dos interesses de seus membros ou associados. De acordo com o que preceitua o STF, o Estado-
membro não dispõe de legitimidade para propor, contra a União, mandado de segurança coletivo em defesa 
de supostos interesses da população residente na unidade federada, afinal este ente político da federação 
não é um órgão de representação ou de gestão de interesses da população. Nesse sentido: MS 21.059, STF. 
Gabarito: Certo 
 
E, para finalizarmos o tópico, em breve síntese, não custa mencionar que a legitimidade passiva do 
mandado de segurança coletivo é mesma que já vimos nessa aula para o mandado de segurança 
individual. 
(4.4) Mandado de injunção (Art. 5º, LXXI, CF/88 e Lei nº 13.300/2016) 
(A) Conceito 
Você já deve ter ouvido falar no mandado de injunção, certo? É também uma ação (ou remédio) 
constitucional, de natureza civil e de procedimento especial, previsto no inciso LXXI do art. 5° da CF/88, 
atualmente regulamentada pela Lei nº 13.300 (de junho de 2016). 
Qual a finalidade do MI? É a ação que pretende concretizar o exercício de direitos, liberdades 
constitucionais ou prerrogativas inerentes à nossa nacionalidade, soberania ou cidadania, que estão 
inviabilizados porque falta uma norma regulamentadora. Possui o intuito, portanto, de combater a 
síndrome de inefetividade das normas constitucionais, protegendo os direitos subjetivos que não se 
concretizam e não estão sendo exercidos em razão da falta de norma regulamentadora. 
Podemos, portanto, apontar o mandado de injunção como o “remédio” empregado para “curar” uma 
“doença” denominada “síndrome de inefetividade das normas constitucionais”, normas estas que, logo 
de imediato, no momento em que a Constituição Federal de 1988 foi promulgada, não foram capazes de 
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produzir todos os seus efeitos essenciais, dependendo, para tanto, de uma lei infraconstitucional 
posterior. E como essa lei regulamentadora não foi editada, os direitos/liberdade que a CF prevê seguem 
inviabilizados. 
Saiba, caro aluno,, que a maioria esmagadora das questões de provas, quando cobrarem o MI, tão 
somente exigirão de você o conhecimento acerca da função do remédio (quando e para que ele pode ser 
usado). Então, atente-se a isso: o MI discute a falta de norma regulamentadora que inviabiliza o exercício 
de um direito/liberdade/prerrogativa previsto na Constituição Federal. As questões que elenco a seguir 
lhe darão uma noção exata da importância desse tópico: 
Questões para fixar 
[IBADE - 2018 - Prefeitura de João Pessoa - PB - Agente de Controle Urbano - Adaptada] O remédio 
constitucional cabível sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos 
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, 
consiste no(a): 
A) mandado de segurança. 
B) habeas corpus. 
C) ação popular. 
D) mandado de injunção. 
Comentário: 
O remédio constitucional adequado quando a falta de uma norma regulamentadora torna inviável o 
exercício de direitos e liberdades previstos no texto constitucional é, sem dúvida alguma, o mandado de 
injunção, com previsão no art. 5º, LXXI da CF/88. Pode assinalar a letra ‘d’. 
Gabarito: D 
[PR-4 UFRJ - 2017 - UFRJ - Assistente em Administração - Adaptada] Sobre os direitos e garantias 
fundamentais, consagrados na Constituição Federal de 1988, julgue o item a seguir: 
Conceder-se-á mandado de injunção para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público. 
Comentário: 
A assertiva apresentada é falsa! O mandado de injunção (art. 5º, LXXI da CF/88) será cabível sempre que a 
ausência, seja total ou parcial, de uma norma, impeça o exercício de algum direito ou liberdade previsto na 
Constituição Federal. Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público, deverá ser 
impetrado o habeas data (art. 5º, LXXII da CF/88). 
Gabarito: Errado 
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[FUNDATEC - 2017 - IGP-RS - Perito Criminal - Engenharia Civil] A Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988 disponibiliza uma ação sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania 
e à cidadania. Essa ação denomina-se: 
A) Ação civil pública. 
B) Ação popular. 
C) Mandado de injunção. 
D) Mandado de segurança. 
E) Habeas data. 
Comentário: 
Sempre que a falta de uma norma regulamentadora tornar inviável o exercício de direitos e liberdades 
constitucionais, bem como as prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, deverá ser 
impetrado o mandado de injunção, previsto no art. 5º, LXXI da CF/88. Sendo assim, nossa alternativa correta 
é a da letra ‘c’. 
Gabarito:C 
[IBADE - 2017 - SEJUDH - MT - Agente Penitenciário - Masculino/Feminino] O remédio constitucional que 
deve ser utilizado sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania 
corresponde ao(à): 
A) ação civil pública. 
B) habeas corpus 
C) mandado de injunção 
D) mandado de segurança. 
E) ação popular. 
Comentário: 
O mandado de injunção, constante na alternativa ‘c’, é nossa resposta. 
Gabarito: C 
[IMA - 2017 - Prefeitura de Penalva - MA - Procurador Municipal - Adaptada] Nos termos da Constituição 
Federal de 1988, acerca dos direitos e garantias individuais e coletivos, julgue a assertiva: 
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à igualdade, à soberania e à 
cidadania. 
Comentário: 
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A assertiva está falsa. É quase a previsão exata do art. 5º, LXXI da CF/88, mas a palavra igualdade (no lugar 
de “nacionalidade”) a torna equivocada. 
Gabarito: Errado 
[FUNDATEC - 2014 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco 2 - Adaptada] Com relação aos 
direitos e garantias fundamentais, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal, julgue a seguinte 
assertiva: 
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à cidadania, à nacionalidade 
e à soberania. 
Comentário: 
Assertiva correta! Mais uma vez, a previsão exata do art. 5º, LXXI da CF/88. 
Gabarito: Certo 
[CESPE - 2012 - STJ - Técnico Judiciário- Adaptada] Analise e julgue a assertiva posta abaixo: 
O mandado de injunção garante ao impetrante o direito de conhecer as informações relativas à sua pessoa 
constantes de registros ou bancos de entidades governamentais ou de caráter público. 
Comentário: 
A afirmação é falsa pois enuncia função pertencente ao habeas data. O mandado de injunção, na verdade, é 
ação constitucional que se presta a resolver as omissões do Poder Público em editar as normas 
regulamentadoras dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania (art. 5º, LXXI, CF). 
Gabarito: Errado 
[Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ - 2015 - Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Analista Legislativo - 
Orçamento e Finanças] De acordo com as normas previstas na Constituição Federal, sempre que a falta de 
norma regulamentadora tornar inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, caberá: 
A) habeas data 
B) mandado de injunção 
C) mandado de segurança 
D) habeas corpus 
Comentário: 
Nossa alternativa correta é a letra ‘b’: o mandando de injunção, previsto no art. 5º, LXXI da CF/88, é o 
instrumento constitucional a ser manejado neste caso. 
Gabarito: B 
[IBFC - 2017 - TJ-PE - Analista Judiciário - Função Judiciária - Adaptada] Sobre os Remédios Constitucionais 
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existentes no ordenamento jurídico brasileiro, analise o item abaixo: 
É possível a impetração de mandado de injunção quando uma norma regulamentadora dificulta o exercício 
dos direitos e liberdades dispostos na Constituição, bem como prerrogativas vinculadas unicamente à 
soberania e cidadania. 
Comentário: 
A assertiva é falsa! O mandado de injunção será cabível diante da ausência, total ou parcial, de norma que 
regulamente direitos e liberdades previstos no texto constitucional (e não diante da existência de norma que 
dificulte o exercício do direito); lembrando que o MI será usado para proteger prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, soberania e cidadania (e não só as duas últimas, como a assertiva mencionou). 
Gabarito: Errado 
[IBGP - 2015 - Prefeitura de Belo Horizonte - MG - Auditor - Engenharia Civil - Adaptada] Sobre os remédios 
constitucionais, julgue o item: 
O mandado de injunção é o instrumento adequado para viabilizar direito assegurado em lei, mas que não 
possui regulamentação. 
Comentário: 
O item é falso! O mandado de injunção é o instrumento adequado para viabilizar liberdades e direitos 
assegurados no texto constitucional, bem como as prerrogativas inerentes à cidadania, soberania e 
nacionalidade. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2014 - TJ-DF - Juiz] Julgue o item: 
De acordo com o entendimento firmado no STF, o mandado de injunção é remédio destinado a suprir lacuna 
ou ausência de regulamentação de direito previsto em norma infraconstitucional. 
Comentário: 
A assertiva é falsa! Para que o mandado de injunção possa ser impetrado, os direitos e liberdades que não 
estão sendo exercidos por ausência de norma regulamentadora deverão estar previstos no texto 
constitucional, e não em norma infraconstitucional. Portanto, esse remédio constitucional não é cabível 
quando o direito não for garantido pela Constituição. Em outras palavras, o erro da questão está em apontar 
que o mandado de injunção pode ser usado para concretizar direitos previstos em normas 
infraconstitucionais (aquelas que se encontram abaixo da Constituição), pois na verdade essa ação se presta 
para concretizar um direito apenas previsto na Constituição. 
Gabarito: Errado 
 
Quanto à existência do MI Coletivo, vale destacar que muito embora a CF/88 não traga previsão 
expressa de sua existência, é uma modalidade que foi construída doutrinária e jurisprudencialmente, 
especialmente pelo STF. No ano de 2016, quando foi editada a lei regulamentadora do remédio (que é a 
Lei nº 13.300, de junho daquele ano), o MI na modalidade coletiva ganhou referência legislativa expressa 
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(no art. 12 da lei), dissipando qualquer dúvida ou controvérsia quanto à sua existência. E, claro, esse 
assunto é objeto de prova, veja só: 
Questões para fixar 
[IBADE - 2017 - SEJUDH/MT - Agente Penitenciário] O remédio constitucional que deve ser utilizado sempre 
que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e 
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania corresponde ao(à): 
O mandado de injunção pode ser ajuizado coletivamente, embora inexista previsão expressa na CRFB/88. 
Comentário: 
A assertiva está correta! O mandado de injunção pode ser individual ou coletivo, muito embora o texto 
constitucional de 1988 não faça referência expressa à modalidade coletiva dessa ação, a qual foi fruto de 
construções doutrinárias e jurisprudenciais, especialmente por parte do STF. Em 2016, contudo, o mandado 
de injunção coletivo foi, enfim, consagrado pelo ordenamento jurídico brasileiro, na Lei nº 13.300 (art. 12) 
que regulamentou o remédio. 
Gabarito: Certo 
[UPENET/IAUPE - 2015 - Facepe - Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia - Administrativa] Qual é a 
ação constitucional usada em um caso concreto, individual ou coletivamente, com a finalidade de o Poder 
Judiciário dar ciência ao Poder Legislativo sobre a ausência de norma regulamentadora, que torne inviável 
o exercício dos direitos e garantias constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania 
e cidadania? 
A) Mandado de injunção 
B) Mandado de segurança 
C) Habeas corpus 
D) Habeas data 
E) Ação popular 
Comentário: 
Segundo o que dispõe a CF, em seu art. 5º, LXXI, o mandado de injunção (na modalidade individual ou 
coletiva) será concedidosempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos 
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
Portanto, a assertiva que deve ser assinalada é a constante da letra ‘a’. 
Gabarito: A 
 
 
 
 
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(B) Requisitos para o cabimento 
De acordo com o já citado art. 5º, inciso LXXI, CF/88, o mandado de injunção será cabível sempre que 
a ausência de norma regulamentadora tornar inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais, 
bem como das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania. Nos termos do art. 2º da 
Lei nº 13.300/2016: 
Art. 2º. Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Parágrafo único. Considera-se 
parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador 
competente. 
Da leitura combinada da lei e da Constituição, você pode concluir, caro aluno, que existem três 
requisitos para que referido remédio seja validamente utilizado: 
(i) O primeiro é o seguinte: precisamos estar diante de uma norma constitucional que, sozinha (sem 
uma lei que a regulamente), não é capaz de produzir todos os seus efeitos essenciais. E justamente 
porque a regulamentação ainda não foi editada (o Poder Público está sendo omisso), o exercício do 
direito, da liberdade ou da prerrogativa inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania fica inviável. 
Um breve comentário acerca desse específico requisito antes de passarmos aos dois próximos: o 
único parâmetro cabível para a propositura do mandado de injunção são as normas constitucionais de 
eficácia limitada, desde que impositivas e não meramente facultativas. Isso quer dizer que normas 
constitucionais de aplicabilidade imediata e direta (como as de eficácia plenas e as de eficácia contidas) 
não são parâmetro válido, já que o direito, liberdade ou prerrogativa por elas assegurado é efetivo 
independentemente de qualquer regulamentação infraconstitucional. Do mesmo modo, se estivermos 
frente a uma norma constitucional de eficácia limitada facultativa, vale dizer, dotada de aplicabilidade 
indireta e mediata, mas esta preconizar uma faculdade (e não uma obrigação) para o legislador produzir 
a regulamentação, também não poderá ser manejado o mandado de injunção. Segundo o STF: 
“Tratando-se de mera faculdade conferida ao legislador, que ainda não a exercitou, não há Direito 
Constitucional já criado, e cujo exercício esteja dependendo de norma regulamentadora” (MI 444-QO, 
Rel. Min. Sydney Sanches, STF). 
(ii) Como segundo requisito temos o seguinte: a efetiva omissão, total ou parcial25, do Poder Público 
 
25. Lembremos que a possibilidade de o MI ser ajuizado em caso de omissão parcial foi expressamente trazida pelo parágrafo 
http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=444&CLASSE=MI%2DQO&cod_classe=375&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=M&EMENTA=1765
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em editar as normas infraconstitucionais regulamentadoras. Sobre este requisito, convém comentar que 
a omissão não há de ser imputada unicamente ao Poder Legislativo, mas a todos os Poderes Públicos 
responsáveis pela regulamentação da Constituição que, não necessariamente, há de ser feita por “lei”, 
podendo ser efetivada por outros atos normativos. 
(iii) Por fim, como terceiro requisito podemos mencionar o nexo (a relação) entre a falta de norma e o 
não exercício do direito/da liberdade constitucional. Isso significa que o sujeito não exerce o direito ou a 
liberdade constitucional não porque ele não queria ou não faça jus ao direito, mas sim porque a norma 
constitucional não está regulamentada – pois, se ela estivesse, ele poderia exercer. 
 
REQUISITOS PARA A IMPETRAÇÃO DO MANDADO DE INJUNÇÃO 
Norma constitucional de 
eficácia limitada desprovida de 
regulamentação 
Efetiva omissão, total ou 
parcial, do Poder Público 
Nexo entre a falta de 
norma e o não exercício do 
direito/liberdade 
 
Como esses requisitos caem em prova? Vejamos: 
Questões para fixar 
[DIRECTA - 2013 - Prefeitura de Angatuba - SP - Procurador Jurídico - Adaptada] 
Os três requisitos constitucionais para o mandado de injunção são: norma constitucional de eficácia 
limitada, prevendo direitos, liberdade constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania 
e à cidadania; falta de norma regulamentadora, tornando inviável o exercício dos direitos, liberdades e 
prerrogativas e; abuso de poder. 
Comentário: 
A assertiva é falsa. O abuso de poder não é um dos requisitos para que o mandado de injunção seja acionado. 
Deverá existir, entretanto, a efetiva omissão, total ou parcial, do Poder Público. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2012 - Promotor de Justiça - MPE/TO - 2012 – Adaptada] Julgue a assertiva com relação aos direitos 
e garantias fundamentais: 
Para o cabimento do mandado de injunção, é imprescindível a existência de um direito previsto na CF que 
 
único do art. 2º da Lei nº 13.300/2016. 
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não esteja sendo exercido por ausência de norma infraconstitucional regulamentadora. 
Comentário: 
A assertiva é verdadeira. Conforme dispõe o art. 5º, LXXI da CF/88, o mandado de injunção será concedido 
sempre que a ausência de uma norma tornar inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais. 
Deve-se, pois, comprovar o nexo causal (a relação) entre a falta de norma e o não exercício do direito). 
Gabarito: Certo 
 
Outros pontos merecedores da nossa atenção no que se refere ao cabimento são os seguintes: 
(a) o STF já decidiu que a não regulamentação (a ausência de norma) não acaba com a simples 
apresentação do projeto de lei ao Poder Legislativo. Isso significa que a inércia que autoriza a 
propositura do MI se mantém mesmo quando o projeto já está tramitando mas não foi, ainda, objeto da 
deliberação e conversão em lei. Assim, a inertia deliberandi (demora em deliberar e transformar em lei o 
projeto que visa regulamentar a norma constitucional) autoriza a propositura de MI para discutir a mora. 
(b) Sobre o objeto do MI Coletivo, é bom frisar que a Lei nº 13.300/2016 (no art. 12, em seu parágrafo 
único), determina que os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de injunção 
coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou 
determinada por grupo, classe ou categoria. Nesse sentido, nota-se que o MI Coletivo visa proteger os 
direitos que não podem ser individualizados (os chamados direitos difusos, coletivos e individuais 
homogêneos). 
(c) O mandado de injunção é ação transitória, que só se justifica enquanto houver a omissão. Assim, a 
orientação do STF se pacificou “pela prejudicialidade do mandado de injunção com a edição da norma 
regulamentadora então ausente”. Em outro posicionamento do STF, temos: “Considerando que a falta 
de norma regulamentadora (CF/88, art. 5º, LXXI) é pressuposto de admissibilidade do mandado de 
injunção, a jurisprudência desta Corte se firmou no sentido de que a edição do diploma reclamado pela 
Constituição leva à perda de objeto do mandado de injunção” (grifo nosso)26. A Lei nº 13.300, editada 
em 23 de junho de 2016, adotou este entendimento do STF, expressamente, no parágrafoúnico do seu 
art. 11: “Estará prejudicada a impetração se a norma regulamentadora for editada antes da decisão, caso 
em que o processo será extinto sem resolução de mérito”. Vou apresentar uma questão de prova 
ilustrativa do modo como o assunto pode ser exigido em seu concurso: 
 
26. MI 3.709-DF, relatado pelo Min. Roberto Barroso. Julgamento em 13.08.2014. 
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Questão para fixar 
[CESPE - 2015 - TJ - PB - Juiz Substituto] Analise e julgue posto a seguir: 
Após a impetração de mandado de injunção, pendente de julgamento, o diploma legal objeto da reclamação 
foi promulgado. Nessa situação, a ação não estará prejudicada por ser possível, na via processual, discutir 
pretensão do interessado de sanar a lacuna normativa no período pretérito à edição da lei regulamentadora. 
Comentário: 
Item errado! O STF entende que extrapola os limites do mandado de injunção a pretensão de resolver o 
problema da lacuna normativa do período anterior à edição da lei regulamentadora (MI 1.011 AgR). 
Importante mencionar que no entendimento do STF (MI 3709 AgR), a edição do diploma reclamado pela 
Constituição ocasiona a perda de objeto do mandado de injunção. Vale ressaltar que o parágrafo único, do 
art. 11, da Lei nº 13.300/2016, determinou que estará prejudicada a impetração se a norma regulamentadora 
for editada antes da decisão, caso em que o processo será extinto sem resolução de mérito 
Gabarito: Errado 
 
(C) Legitimidade 
Qualquer pessoa, física ou jurídica, que esteja impedida de exercer os direitos e as liberdades 
constitucionais, assim como de suas prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania, em 
razão de omissão do Poder Público em editar normas regulamentadoras que confiram efetividade às 
normas constitucionais, poderá figurar no polo ativo do mandado de injunção. Não basta, pois, a ausência 
de norma regulamentadora; é preciso, ainda, que o legitimado ativo comprove que o não exercício do 
direito/liberdade/prerrogativa é consequência direta da inexistência da regulamentação (nexo causal). 
Nesse sentido decidiu o STF: 
Para ser cabível o mandado de injunção, não basta que haja eventual obstáculo ao exercício de direito 
ou liberdade constitucional em razão de omissão legislativa, mas concreta inviabilidade de sua plena 
fruição pelo seu titular. Daí por que há de ser comprovada, de plano, a titularidade do direito (...) e a 
sua inviabilidade decorrente da ausência de norma regulamentadora do direito constitucional.27 
O art. 3º da Lei nº 13.300/2016, tratando do tema, definiu: “São legitimados para o mandado de 
injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das 
liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2º (...)”. 
 
 
27. MI 2.195-AgR, voto da Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 23-2-2011, Plenário, DJE de 18-3-2011. 
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Questões para fixar 
[CEPERJ - 2013 - SEPLAG-RJ - Analista Executivo - Perfil 1] Rui, médico, vê-se diante de situação em que 
pretende exercer um direito fundamental, mas que não possui norma regulamentadora. Trata- se de norma 
cujo tema é atinente à competência da União. Nesse caso, o meio para reconhecer o direito do cidadão será 
o (a): 
A) Habeas corpus 
B) Mandado de Segurança 
C) Habeas data 
D) Mandado de Injunção 
E) Ação Popular 
Comentário: 
Rui é uma pessoa física, que deverá impetrar mandado de injunção (letra ‘d’), instrumento constitucional 
hábil quando a falta de norma regulamentadora impede o exercício de liberdades e direitos previstos no 
texto constitucional, conforme art. 5º, LXXI da CF/88. 
Gabarito: D 
[ESAF -2016 – ESAF – ANAC - Analista Administrativo] João, residente no Brasil, brasileiro nato, ante a falta 
de norma regulamentadora, está sendo coibido de exercitar prerrogativa inerente à sua nacionalidade. 
Assim, João, nos termos da Constituição Federal, deverá propor: 
a) ação popular. 
b) mandado de injunção. 
c) ação civil pública. 
d) mandado de segurança. 
e) habeas data 
Comentário: 
Nossa alternativa correta é a letra ‘b’. Segundo o que dispõe a CF, em seu art. 5º, LXXI, o mandado de 
injunção será concedido sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos 
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
Portanto, nos termos da Constituição Federal, João deverá propor o mandado de injunção. 
Gabarito: B 
[CESPE - 2017 - Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador do Município] A respeito das normas 
constitucionais, do mandado de injunção e dos municípios, julgue o item subsequente: 
Pessoa jurídica pode impetrar mandado de injunção. 
Comentário: 
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A assertiva é verdadeira! Qualquer pessoa, física ou jurídica, que esteja impedida de exercer liberdades e 
direitos previstos no texto constitucional, em razão de omissão do Poder Público em editar normas 
regulamentadoras que confiram efetividade às normas constitucionais (art. 3º, primeira parte, Lei 
13.300/2016), poderá impetrar mandado de injunção. 
Gabarito: Certo 
[VUNESP - 2017 - Câmara de Mogi das Cruzes - SP - Procurador Jurídico] Uma servidora municipal exerceu, 
desde 22 de outubro de 1986, a função de dentista na municipalidade, atuando em ambiente insalubre. A 
autora ressaltou que a inexistência de lei complementar inviabilizava o exercício do direito à aposentadoria, 
implementado o período consentâneo com o desgaste decorrente do contato com agentes nocivos à saúde, 
com portadores de moléstias infectocontagiosas humanas e materiais e objetos contaminados. No caso 
hipotético em tela, a ação cabível para obtenção da aposentadoria especial é: 
a) o mandado de segurança. 
b) a ação declaratória. 
c) o mandado de injunção. 
d) o habeas data. 
e) o mandado de segurança coletivo. 
Comentário: 
Nossa alternativa correta é a da letra ‘c’. Perceba que a falta de norma regulamentadora tornou inviável a 
obtenção da aposentadoria especial (art. 40, § 4º, III, CF/88) a que a servidora tem direito (vide súmula 
vinculante 33), razão pela qual deve ser impetrado o mandado de injunção (art. 5º, LXXI da CF/88) – 
instrumento constitucional cabível para viabilizar o exercício de direitos, liberdades constitucionais ou 
prerrogativas inerentes à nossa nacionalidade, soberania ou cidadania, inviabilizados pela falta de norma 
regulamentadora. 
Gabarito: C 
 
A legitimidade ativa engloba, igualmente, as coletividades (sindicatos e associações) e o Ministério 
Público28. 
Sobre as coletividades, lembremos que o STF, em sua jurisprudência, sempre reputou válida a 
impetração do mandado de injunção coletivo, por analogia ao mandado de segurança coletivo. 
Atualmente, os artigos 1º e 12 da Lei nº 13.300/2016, em harmonia com o que dispõe a doutrina e a 
jurisprudência do STF, trazem a previsão do MI Coletivo, nos seguintes termos: 
 
28. Nos termos do art. 6º, VIII da Lei Complementar nº 75/1993: “Compete ao Ministério Público da União: promover outras 
ações, nelas incluído o mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos 
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, quando difusos 
os interesses a serem protegidos”. 
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Art. 1º. Esta Lei disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo, 
nos termos do inciso LXXI do art. 5º da Constituição Federal. 
Art. 12: O mandado de injunção coletivo, pode ser promovido29: 
I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da 
ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis; 
II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de 
direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária; 
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e 
prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus 
estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial; 
IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção 
dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma do 
inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal. 
Vê-se que a Lei nº 13.300/2016 reproduz parte das normas contidas no art. 21 da Lei nº 12.016/2009, 
que disciplina o MS, mas inova ao consagrar (a já aceita jurisprudencialmente) legitimidade do MP e da 
Defensoria Pública (o que não ocorre com a lei do MS). 
A legitimidade passiva, por outro lado, será sempre do órgão, autoridade ou entidade pública 
(pessoa estatal) responsável por viabilizar os direitos previstos na Constituição Federal, tendo em vista 
que o mandado de injunção tem por objetivo suprir omissão do Poder Público em relação às normas 
constitucionais. 
Ainda que eventuais particulares sejam beneficiados pela falta de regulamentação, eles não poderão 
figurar no polo passivo do mandado de injunção, eis que os mesmos não possuem o dever de editar 
quaisquer normas, vale dizer, eles não emitem comandos normativos. Esse posicionamento foi 
confirmado pela Lei nº 13.300/2016, em seu art. 3º, ao dispor que: 
São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que 
se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2º e, como 
impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora. 
 
29. Vale destacar que o rol dos legitimados ativos do mandado de injunção coletivo é mais amplo do que o rol de legitimados 
aptos à propositura do mandado de segurança coletivo (inscrito no art. 21 da Lei nº 12.016/2009), valendo destacar a 
legitimidade do Ministério Público e da Defensoria Pública. 
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Questão para fixar 
[CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça] Julgue o item: 
O polo passivo do mandado de injunção jamais poderá ser ocupado por particular. 
Comentário: 
Assertiva correta. No polo passivo do mandado de injunção deverá figurar sempre o órgão ou entidade 
responsável pela elaboração do ato normativo e nunca um particular (ainda que ele esteja se beneficiando 
da omissão), visto que este não possui o dever de editar normas (criar leis). 
Gabarito: Certo 
 
(D) Procedimento 
O mandado de injunção, como já mencionado, foi previsto pelo poder constituinte originário (poder 
responsável pela feitura da Constituição) no art. 5º, LXXI, do Texto Constitucional e, durante muitos anos, 
não foi editada sua lei regulamentadora. 
O curioso nesta situação é que seria cabível, à época, mandado de injunção contra a falta de norma 
regulamentadora.... do próprio mandado de injunção! Seria no mínimo interessante ver tal processo 
sendo julgado! 
Nossa Corte Suprema, todavia, já havia se manifestado, repetidas vezes, no sentido de que mesmo 
diante da inexistência da lei já era possível impetrar mandado de injunção em razão de ser o inciso LXXI 
do art. 5º autoaplicável. 
Enquanto não era editada a lei do mandado de injunção (atualmente a Lei nº 13.300/2016), aplicava-
se, por analogia, as regras procedimentais do mandado de segurança – em razão do disposto na Lei nº 
8.038/1990, que trazia a determinação, em seu art. 24, parágrafo único, que no mandado de injunção 
deveria ser observado, no que coubesse, as normas do mandado de segurança, enquanto não era editada 
legislação específica. A lei, portanto, que servia de parâmetro procedimental para o mandado de 
injunção era a Lei nº 12.016/2009, que regula o processamento do mandado de segurança. 
No entanto, com décadas de atraso, foi confeccionada a Lei nº 13.300/2016, que disciplina o processo 
e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo. O procedimento do mandado de 
injunção, portanto, é atualmente regido por este diploma que, inclusive, prevê em seu art. 14 que: 
“Aplicam-se subsidiariamente ao mandado de injunção as normas do mandado de segurança, 
disciplinado pela Lei nº 12.016, de 7 de agosto de 2009, e do Código de Processo Civil, instituído pela Lei 
nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, e pela Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015, observado o disposto em 
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seus arts. 1.045 e 1.046”. 
Quanto à possibilidade de concessão de liminar no mandado de injunção, a jurisprudência tradicional do 
STF continua firme no sentido de que não é cabível a concessão no mandado de injunção30, sob a justificativa 
de que a liminar ultrapassaria os limites da decisão final prolatada no próprio writ. 
Em outras palavras, a inadmissibilidade da liminar no mandado de injunção é justificada como 
decorrência do reconhecimento de que se nem mesmo o provimento final do remédio seria capaz de 
suprir a omissão constitucional, o que dizer de um provimento provisório e preliminar! Em nossa 
percepção, todavia, referido posicionamento (que impede a concessão da cautelar) somente se 
justificava em face da adoção da teoria não concretista para a decisão definitiva. Como o STF passou a 
consagrar a teoria concretista (confirmada em 2016 pela Lei regulamentadora do MI, conforme 
estudaremos no item relacionado aos efeitos do mandado de injunção – próximo item desta aula), já não 
faz mais sentido a inadmissibilidade da cautelar em sede de mandado de injunção, razão pela qual 
entendemos ter esse posicionamento se tornado ultrapassado e contraditório. 
Seguindo os ditames da Lei nº 13.300, a petição inicial deverá preencher os requisitos estabelecidos 
pela lei processual e indicará, além do órgão impetrado, a pessoa jurídica que ele integra ou aquela a que 
está vinculado (art. 4º). Quando não for transmitida por meio eletrônico, a petição inicial e os 
documentos que a instruem serão acompanhados de tantas vias quantos forem os impetrados (art. 4º, § 
1º). Quando o documento necessário à prova do alegado encontrar-se em repartição ou estabelecimento 
público, em poder de autoridade ou de terceiro, havendo recusa em fornecê-lo por certidão, no original, 
ou em cópia autêntica, será ordenada, a pedido do impetrante, a exibição do documento no prazo de 10 
(dez) dias, devendo, nesse caso, ser juntada cópia à segunda via da petição (art. 4º, § 2º). E se a recusa 
em fornecer o documento for do impetrado, a ordem será feita no próprio instrumento da notificação 
(art. 4º, § 3º). 
(E) O debate acerca dos efeitos da decisão concessiva de injunção 
Extremamente importante, meu caro aluno, é a discussão doutrinária/jurisprudencial/legislativa 
referente aos efeitos da decisão que concede o mandado deinjunção. 
Sobre o tema, algumas posições foram construídas em nossa Suprema Corte e traduzidas, com 
precisão, pelo Ministro Néri da Silveira do STF). Nas palavras do Ministro: 
 
30. Como precedentes, podemos mencionar o MI nº 283-DF, o MI nº 342-SP, e o MI nº 542-SP, todos julgados pelo STF. 
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Há, como sabemos, na Corte, nos julgamentos dos mandados de injunção, três correntes: a 
majoritária, que se formou a partir do mandado de injunção nº 107, que entende deva o Supremo 
Tribunal Federal, em reconhecendo a existência da mora do Congresso Nacional, comunicar a 
existência dessa omissão, para que o Poder Legislativo elabore a lei. Outra corrente, minoritária, 
reconhecendo a mora do Congresso Nacional, decide, desde logo, o pedido do requerente do 
mandado de injunção e provê sobre o exercício do direito constitucionalmente previsto. Por último, 
registro minha posição, que é isolada: partilho do entendimento que a Constituição, por via de 
mandado de injunção, quer assegurar aos cidadãos o exercício de direitos e liberdades, contemplados 
na Carta Política, mas dependentes de regulamentação. Adoto posição que considero intermediária. 
Entendo que se deva também, em primeiro lugar, comunicar ao Congresso Nacional a omissão 
inconstitucional, para que ele, exercitando sua competência, faça a lei indispensável ao exercício do 
direito constitucionalmente assegurado ao cidadão. Compreendo, entretanto, que, se o Congresso 
não fizer a lei, em certo prazo que se estabeleceria na decisão, o Supremo Tribunal pode tomar 
conhecimento da reclamação da parte, quanto ao prosseguimento da omissão, e, a seguir, dispor a 
respeito do direito in concreto. (Grifos nossos). 
Em síntese, o Ministro identificou a existência de duas correntes básicas, denominadas (A) 
“concretista” e (B) “não concretista”, sendo que a primeira delas se subdivide em duas outras: (A.1) 
“geral” e (A.2) “individual”, e esta última subdivisão, por sua vez, também se subdivide em (A.2.1) 
“direta” e (A.2.2) “intermediária”. O esquema31 estruturado abaixo organiza essas diferentes correntes 
para sua melhor visualização: 
 
 
 
31. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 578. 
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Vejamos os comentários doutrinários pertinentes a cada uma delas: 
(B) A teoria “não concretista”, que tradicionalmente foi adotada pela maioria dos Ministros do STF, 
preceitua ser a decisão concessiva da injunção possuidora de natureza exclusivamente declaratória, 
tendo por objeto apenas o reconhecimento, por meio de sentença, da omissão na edição da norma 
regulamentadora. 
Dessa forma, e em homenagem ao princípio da separação de Poderes, a sentença judicial só 
declara a mora, mas não implementa o exercício do direito para o autor da ação, apenas recomendando 
ao legislador (ou a outro órgão do Poder Público) que o faça. Referida corrente, portanto, iguala os 
efeitos do mandado de injunção à ação direta de inconstitucionalidade por omissão. 
Na doutrina, tal corrente é defendida, por exemplo, por Manoel Gonçalves Ferreira Filho32, que 
acredita não ser possível conferir ao mandado de injunção um alcance maior que o previsto para a ação 
direta de inconstitucionalidade por omissão, não cabendo ao Poder Judiciário suprir a omissão 
inconstitucional, normatizando as situações de forma individual ou genérica. 
(A) Em contrapartida, a teoria “concretista” preceitua que a sentença que concede a injunção não 
possui apenas natureza declaratória da omissão legislativa ou administrativa, mas também 
constitutiva, uma vez que viabiliza o exercício do direito, pendente de regulamentação 
infraconstitucional, até que sobrevenha a norma complementadora. A corrente concretista pode ser 
subdividida em duas subespécies: 
(A.1) “concretista geral”, para a qual a sentença judicial produz efeitos erga omnes, permitindo a 
viabilização do exercício do direito para todos, até que sobrevenha a norma pendente, pelo órgão ou 
autoridade competente. Nesses termos, a decisão da Corte implicaria em concretização da norma 
genérica e abstratamente para todas as pessoas que se incluem na situação. O STF rechaçou essa 
corrente, sob afirmativa de que a mesma feriria o princípio da separação dos Poderes, uma vez que a 
extensão de efeitos para todos colocaria a Suprema Corte em posição semelhante à do legislador, vale 
dizer, na posição de legislador positivo; 
(A.2) “concretista individual”, segundo esta, a decisão concessiva da injunção deve viabilizar o 
direito previsto constitucionalmente mas com eficácia inter partes. Nesse sentido, essa corrente não 
acata a eficácia erga omnes da decisão, restringindo-a a decisão às partes do caso concreto. A corrente 
 
32. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 33ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 321. 
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concretista individual é corroborada pela maioria da doutrina33. Pode ser fracionada em: 
(A.2.1) concretista individual “direta”: para a qual o Poder Judiciário deve implementar o direito 
de forma imediata, sendo desnecessário aguardar que o órgão ou a autoridade competente se 
disponham a fazê-lo; 
(A.2.2) concretista individual “intermediária” que entende que o Poder Judiciário não deve 
viabilizar o direito de forma imediata, mas sim reconhecer a mora e dar ciência ao órgão ou autoridade 
impetrada (competente para regulamentar) a fim de que a solução seja apresentada. Caso o prazo 
transcorra sem que a omissão seja suprida, isto é, em caso de persistência da letargia, aí sim o órgão 
julgador da injunção deve tomar as providências pertinentes para a concretização do direito, liberdade 
ou prerrogativa inerente à nacionalidade, cidadania ou soberania. 
Vejamos agora os apontamentos jurisprudenciais sobre o tema. 
A tese “não concretista”, que aproxima em demasia os efeitos do mandado de injunção aos da ação 
direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO – ver art. 103, § 2º, CF/88), consolidou-se no início 
da década de 90 do século passado, mas já foi abandonada pelo Supremo Tribunal Federal, 
especialmente em razão do passar dos anos e a da verificação por parte da Corte de que seu apelo ao 
legislador não surtia efeito, que o Congresso não dava devida atenção a essa demanda normativa. 
Foi então que, numa autêntica virada jurisprudencial, o STF passou a prolatar sentenças com perfil 
normativo-aditivo, isto é, decisões geradoras de efeitos que viabilizam imediatamente o exercício de 
direitos previstos constitucionalmente, mesmo que ainda dependentes de complementação 
legislativa. 
Essa mudança paradigmática consolidou-se no Supremo Tribunal Federal a partir do julgamento 
de alguns mandados de injunção coletivos, em outubro de 2007, que tinham por objeto garantir aos 
servidores públicos o exercício do direito de greve, conforme previsão do art. 37, VII, CF/88. O caso 
envolveu os mandados de injunção nº 670, nº 708 e nº 712, ajuizados, respectivamente, pelo Sindicato 
dos Servidores Policiais Civis do Estado do Espírito Santo, pelo Sindicato dos Trabalhadores em 
Educação do Município de João Pessoa e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do 
Estado do Pará. Nestes, a decisão da Corte não apenas reconheceu a omissão legislativa quanto ao 
dever de editar norma regulamentadora daquele direito, como também viabilizou imediatamenteo 
 
33. Como exemplo, podemos citar SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 28ª ed. São Paulo: Malheiros, 
2007, p. 450. 
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seu exercício, determinando, por maioria de votos, que fosse aplicada a todos os servidores públicos, 
no que coubesse, a lei de greve do setor privado (Lei nº 7.783/1989), até que fosse editada norma 
específica para o setor público. 
Em inequívoco ativismo judicial, as decisões prolatadas em referidos mandados de injunção 
viabilizaram o exercício imediato do direito de greve a todos os servidores públicos (eficácia erga 
omnes), e não apenas àqueles representados pelos sindicatos autores, recusando o STF a mera eficácia 
inter partes para suas decisões que envolveram a hipótese. Nesses julgados, portanto, o Pretório 
Excelso adotou, excepcionalmente e por maioria, a polêmica teoria “concretista geral”, garantindo de 
forma imediata o exercício do direito, mas com efeito para todos. 
A justificativa para a adoção extraordinária da tese concretista geral na hipótese envolvendo a 
greve no serviço público fundamentou-se não só pela passagem do tempo (afinal, quando a Corte 
resolveu promover a alteração de seu posicionamento, quase vinte anos já haviam transcorrido sem 
que a inércia dos Poder Públicos na regulamentação do texto constitucional houvesse sido vencida), 
bem como pela mudança na composição do STF, que trouxe novos Ministros dispostos a romper com 
a tradição da corrente não concretista para viabilizar e efetivar os direitos e liberdade assegurados pela 
Constituição, mas até então desprovidos de eficácia em virtude da ausência de regulamentação. 
O fato é que após essa marcante e controversa decisão a Corte parece ter firmado o abandono da 
postura “não concretista” em prol da “concretista”, o que restou comprovado em decisões 
posteriores, como aquela proferida no julgamento do MI 721-DF, na qual o plenário da Corte discutia a 
ausência de regulamentação da aposentadoria especial dos servidores públicos (conforme 
determinação constitucional do art. 40, § 4º, CF/88) e concluiu pela aplicação das normas do regime 
geral da previdência (art. 57 da Lei nº 8.213/1991). Neste caso, entretanto, a Corte adotou a corrente 
concretista individual direta, mantendo os efeitos da decisão adstritos às partes da ação. 
Ademais cumpre informar que o STF autorizou34 que os relatores decidam monocraticamente casos 
idênticos aos já apreciados pelo plenário. Em 2016, essa autorização foi expressamente inserida na Lei 
nº 13.300/2016, no § 2º do art. 9º: “Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos 
aos casos análogos por decisão monocrática do relator”. 
Para ilustrar a corrente concretista, vale destacar que o STF editou, em abril de 2014, a súmula 
 
34. No julgamento de questão de ordem no MI 795-DF, STF, Rel. Min. Carmén Lúcia. 
 
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vinculante nº 33, no intuito de ofertar solução jurídica aos sucessivos mandados de injunção coletivos 
impetrados por entidades de classe representantes de servidores públicos que visavam suprir a lacuna 
originada da ausência de regulamentação do art. 40, § 4º, III, CF/88. O enunciado é o seguinte: “Aplicam-
se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da previdência social sobre 
aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei 
complementar específica”. 
Restou, pois, assegurada – com efeito vinculante para os demais órgãos do Poder Judiciário e a 
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal – a aposentadoria 
especial dos servidores públicos que, durante sua jornada laboral, são submetidos a condições 
prejudiciais à saúde e à integridade física. 
Destarte, um servidor público que exerça atividade sob condição especial que lhe prejudica a saúde 
ou a integridade física poderá requerer que lhe seja concedida a aposentadoria especial em 
conformidade com as regras do regime geral da previdência social, no que couber. E se o pedido lhe 
for negado, administrativamente, ao argumento de que não há lei complementar editada para 
regulamentar a matéria, ele poderá (a fim de ver atendida sua pretensão) valer-se, judicialmente, da 
reclamação (art. 103-A, § 3º, CF/88) ajuizada diretamente no STF. 
Após a digressão doutrinária e jurisprudencial acerca dos efeitos do MI, cumpre-nos trazer os 
apontamentos legais sobre o tema. 
Como já noticiamos amplamente nesta aula, em junho de 2016 foi editada a Lei regulamentadora do 
MI (nº 13.300) e, em seu artigo 8º, a norma determinou, sobre os efeitos da sentença concessiva, o 
seguinte: 
Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: 
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; 
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das 
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação 
própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. 
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando 
comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo 
estabelecido para a edição da norma. 
Da previsão legal podemos concluir que o legislador fez uma opção central pela adoção da teoria 
concretista intermediária, na qual o órgão do Poder Judiciário deverá determinar um prazo razoável 
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para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora, havendo dispensa dessa 
determinação naqueles casos em que referido prazo já foi determinado e, ainda assim, o impetrado 
manteve-se omisso. Destarte, a depender do caso, a teoria a ser aplicada será a concretista direta, 
naqueles casos em que restar comprovada a mora na viabilização no exercício do direito já discutido em 
ação anterior. 
Doutrinariamente, todavia, há quem defenda que o inciso I do art. 8º (que exige que o Poder 
Judiciário, primeiro, fixe um prazo para a regulamentação) não representa uma fase obrigatória a ser 
cumprida pelo órgão judicial, ao argumento de que não poderia o Legislador impedir o Judiciário de 
cumprir sua função constitucional, promovendo a regulamentação, em virtude de estar violando o 
escopo constitucional da ação, que é o de promover uma tutela jurisdicional efetiva. Nas palavras de 
Olavo Vianna Alves Ferreira: 
(...) ultrapassados mais de vinte e sete anos da vigência da Constituição de 1988 não poderá o 
legislador, por meio dos incisos I e II do art. 8º da Lei do Mandado de Injunção, obrigar o Judiciário a 
não cumprir diretamente com seu dever constitucional de suprir as omissões via o writ em estudo. Em 
outras palavras, não constitui fase obrigatória, imposta ao Judiciário, a concessão de prazo para que 
o impetrado promova a regulamentação, após o deferimento do mandado de injunção, o que 
acarretaria verdadeira denegação da justiça. A adoção de tese contrária consagra o absurdo: o 
impetrado omisso no cumprimento do dever de regulamentar direitos e liberdades constitucionais, 
por mais de vinte e sete anos, precisará de mais prazo e o Judiciário não poderia cumprir sua missão 
constitucional. A norma infraconstitucional não pode criar requisito para o Judiciário suprir omissão, 
cumprindo sua missão constitucional de conceder tutelajurisdicional efetiva35. 
 
A sentença no mandado de injunção terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até 
o advento da norma regulamentadora (coisa julgada temporária). Nos termos do § 1º do art. 9º da Lei do 
MI, poderá, todavia, ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente 
ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração. 
O art. 13 da Lei do MI ainda determina que no mandado de injunção coletivo a sentença fará coisa 
julgada limitadamente às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria 
substituídos pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1º e 2º do art. 9º. O parágrafo único do 
 
35. ALVES FERREIRA, Olavo Augusto Vianna. Mandado de Injunção. 1ª ed. Salvador: Juspodivm, 2016 p. 147. 
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dispositivo finaliza informando que: “O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em 
relação aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer 
a desistência da demanda individual no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da 
impetração coletiva”. 
Vejamos como este tema tem sido explorado nas provas: 
Questões para fixar 
[CESPE - 2014 - MPE-AC - Promotor de Justiça] Julgue o item: 
No âmbito do mandado de injunção, a atual jurisprudência do STF adota a posição não concretista em 
defesa apenas do reconhecimento formal da inércia do poder público para materializar a norma 
constitucional e viabilizar o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes 
à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
Comentário: 
Item incorreto. A teoria do efeito não concretista era adotada pela STF até o ano de 2007. Segundo este 
entendimento, a decisão proferida em sede de mandado de injunção apenas declarava a mora legislativa, 
ou seja, a impontualidade do poder público na regulamentação de um direito. Disso não resultava nenhum 
efeito prático, pois o poder omisso não ficava obrigado a legislar e o dono do direito permanecia sem os 
meios para o seu exercício. Atualmente, contudo, o entendimento do STF é outro e corresponde à teoria do 
efeito concretista, segundo a qual ao julgar o mandado de injunção, além de declarar a mora do poder 
omisso, a Corte torna o direito exercitável, tornando-o concreto. 
Gabarito: Errado. 
[CESPE - 2015 - AGU - Advogado da União] No que se refere a ações constitucionais, julgue o item 
subsequente: 
De acordo com o atual entendimento do STF, a decisão proferida em mandado de injunção pode levar à 
concretização da norma constitucional despida de plena eficácia, no tocante ao exercício dos direitos e das 
liberdades constitucionais e das prerrogativas relacionadas à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
Comentário: 
Item verdadeiro. A partir de outubro de 2007 o STF passou a adotar a teoria concretista quanto aos efeitos 
do mandado de injunção, prolatando sentenças geradoras de efeitos que viabilizam imediatamente o 
exercício de direitos previstos constitucionalmente, mesmo que ainda dependentes de complementação 
legislativa. Nesse mesmo sentido é a determinação dos artigos 8º e 9° da Lei nº 13.300/2016. 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
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(4.5) Habeas data - HD (Art. 5º, LXXII, CF/88 c/c Lei nº 9.507/1997) 
(A) Introdução 
Para você bem entender esse remédio, preciso lhe contar um pouco da história dele. Foi concebido 
pela nossa Assembleia Nacional Constituinte, enquanto elaborava a atual Constituição (de 1988), como 
sendo um instrumento importante para conceder às pessoas o acesso aos dados constantes dos bancos 
de informações dos órgãos governamentais, para que elas pudessem saber quais dados o Estado havia 
reunido sobre elas e, em caso de erro ou inveracidade, poderem solicitar a alteração. 
 Claro que o momento histórico explica a criação desse remédio: eram os arquivos do Governo Militar 
que reuniam as informações (por vezes falsas ou obtidas de modo ilegal) que representavam a matéria-
prima que alimentava a perseguição política. Mas como as pessoas ordinariamente não tinham acesso a 
esses arquivos, elas nunca sabiam quais elementos informativos o Estado havia reunido a respeito delas, 
tampouco poderiam verificar se eram dados verdadeiros ou falsos. E, se as informações fossem 
mentirosas, também não havia nenhum instrumento que permitisse à pessoa pedir a correção. 
Enfim, foi neste cenário de transição de regime (do ditatorial para o democrático) que o HD surgiu. 
Os membros da nossa Assembleia Constituinte voltaram seus olhos para o passado, concluíram que um 
remédio constitucional deveria tutelar e amparar a esfera íntima dos indivíduos contra: (i) uso abusivo 
dos registros de dados pessoais coletados por meios fraudulentos, desleais ou ilícitos; (ii) introdução 
nesses registros de dados sensíveis (assim chamados os de origem racial, opinião política, filosófica ou 
religiosa, filiação partidária e sindical, orientação sexual etc.); (iii) conservação de dados falsos ou com 
fins diversos daqueles autorizados em lei. 
História já contada, vejamos como foi feita a previsão do HD em nossa Constituição Federal de 1988, 
no inciso LXXII do art. 5°: conceder-se-á habeas data: (A) para assegurar o conhecimento de informações 
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público”; e “(B) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo 
por processo sigiloso, judicial ou administrativo”. 
Pela redação da Constituição36, vê-se logo que é um remédio que possui duas finalidades centrais: 
(a) permitir que a pessoa tenho acesso as informações relativas a si mesma, constantes de registros (ou 
bancos de dados) de entidades governamentais ou de caráter público; 
 
36. A lei que regulamenta o HD (9.507/1997) vai trazer mais uma hipótese de cabimento do remédio, como veremos no próximo 
item. 
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(b) permitir que a pessoa retifique (corrija) dados, se não preferir fazê-lo por processo sigiloso, judicial 
ou administrativo. 
Os próximos itens vão lhe ajudar a entender quem (e em quais hipóteses) poderá manejar o HD. 
Vamos em frente! 
(B) Cabimento 
O habeas data é uma ação (ou um remédio) constitucional de natureza civil37 e procedimento 
especial. A lei que o regulamenta é Lei nº 9.507/1997. 
Qual é o intuito desse remédio? Você já deve ter percebido que ele tem uma correlação muito direta 
com o direito de informação, certo? Seria importante, no entanto, já lhe adiantar que o HD não tutela o 
direito genérico a obter informações (esse direito, inscrito no inciso XXXIII38 do art. 5° é tutelado pelo 
mandado de segurança) mas , sim, tão somente, o direito que o sujeito tem de conhecer (ou corrigir) 
informações próprias, que estão em registros ou bancos de dados específicos. 
Assim, o direito genérico à informação (constante do art. 5°, XXXIII) é um direito fundamental de 
obter informações do Poder Público, que será exercitado na via administrativa e se relaciona não com 
informações pessoais (da própria pessoa), mas sim com informações que são interesse geral ou coletivo. 
Nesse caso, havendo recusa no fornecimento de certidões, ou informações de terceiros ou de interesse 
coletivo ou geral, o remédio cabível será o mandado de segurança. 
 Veja o resumo que estruturei no esquema abaixo, paravocê não confundir o cabimento do HD 
com a defesa do direito genérico de obter informações: 
 
37. O HC tem natureza penal, lembra disso? 
38. Art. 5°, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011) 
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Bom, sigamos agora verificando quando o HD será cabível. A Constituição lista pra nós duas hipóteses 
nas quais esse remédio poderá ser usado. A 1ª é para viabilizar o conhecimento de uma informação própria, 
isto é, ter acesso aos dados que foram reunidos sobre si mesmo. A 2ª é para a retificação, ou seja, para que 
o sujeito que já conhece a informação, mas sabe que ela é equivocada, possa pedir sua alteração. 
Existe uma 3ª hipótese de cabimento do HD que não foi trazida pela Constituição – e sim pela Lei nº 
9507/1997 –, que é a anotação de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável, e que 
esteja sob pendência judicial ou amigável. O art. 7º, III, da Lei nº 9.507/1997, assim estabelece: “Conceder-
se-á habeas data: III – para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação 
sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável”. O STF considerou 
constitucional a previsão legal, conforme julgamento no HD nº 1-DF. No mesmo sentido é a posição da 
doutrina majoritária, para quem tal hipótese legal de cabimento do HD é constitucional, visto que ampliou 
e não restringiu ou mesmo aboliu os direitos defendidos e resguardados no art. 5º, LXXII, CF/88. 
Vou ilustrar um cenário em que o HD seria cabível para a feitura de uma anotação ou complementação 
de dados. Imagine que ‘A’ seja assaltado e toda a sua documentação, inclusive bancária (talão de cheques 
e cartões) seja subtraída. Logo após, o autor do furto se aproveita do fato de estar de posse desses 
documentos e fraudulentamente faz inúmeras dívidas em nome de ‘A’. Por não ter saldo suficiente no 
banco para cobrir as compras e gastos do larápio, o nome de ‘A’ é enviado aos cadastros de devedores. ‘A’ 
já tem conhecimento dessa situação (não precisa ter acesso à informação) e sabe que a inscrição é 
verdadeira (não deseja corrigir nenhum dado). Mas quer anotar no cadastro as informações de que tais 
dívidas estão sendo discutidas (as vezes judicialmente). Ou seja, o que ele pretende no caso é 
Direito 
Genérico à 
informação 
Art. 5º, 
XXXIII, 
CF/88
Direito fundamental de obter 
informações do Poder Público, 
exercitado na via administrativa (as 
informações podem estar 
relacionadas a interesse particular, 
geral ou coletivo)
A tutela deste 
direito é feita 
pelo 
mandado de 
segurança 
Habeas 
data
Art. 5º, 
LXXII, 
CF/88
Conhecer ou retificar informações 
relativas a si mesmo
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complementar a anotação, como se dissesse: “Você que está consultando meu nome no cadastro de 
devedores, saiba que realmente eu devo esses valores, mas o motivo é ...”. Pronto! Está anotada a 
explicação. 
E para você memorizar as 3 hipóteses de cabimento do HD (as 2 que estão na CF/88 e 1 que está na Lei 
nº 9.507/1997), veja o esquema39 organizado abaixo: 
 
Bom, mas agora que você já entendeu que a informação deve ser própria (sobre a pessoa do 
impetrante) e que o sujeito poderá pedir para (i) conhecer a informação pessoal, ou (ii) corrigi-la, ou (iii) 
fazer uma anotação para complementa-la, precisamos entender onde essa informação pode estar 
guardada para o HD ser cabível. 
A Constituição diz assim: “(...) registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público”. Vamos entender o que isso quer dizer. Primeiro, vamos lembrar que “registros ou bancos de 
dados das entidades governamentais”, representam os assentamentos (as anotações) de informações que 
os órgãos dos Poderes Públicos armazenam sobre as pessoas. 
E para entendermos o outro tipo de banco de dados ou registros (a CF fala em “ou de caráter público”) 
vamos ler o art. 1° da Lei nº 9.507/1997, que define como de caráter público “todo registro ou banco de 
dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de 
uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações.” Ou seja, são bancos de 
dados geridos por pessoas privadas, mas tem caráter público, pois as informações ali armazenadas não 
ficam guardadas em sigilo, elas são partilhadas com o público. Para exemplificar, pense nos serviços de 
proteção ao crédito (SPC ou Serasa), nos quais pessoas jurídicas privadas (que não integram os Poderes 
Públicos) reúnem informações sobre bons e maus pagadores. Mas esses dados não são só reunidos em um 
 
39. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 585. 
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banco de dados para ficarem ali guardados. Esses dados podem ser partilhados com as pessoas em geral. 
Se você é um lojista, por ex., você pode ter acesso a esses dados antes de fechar um contrato com um 
cliente (você verifica primeiro nesses registros de proteção ao crédito se ele é ou não mau pagador). 
Dando continuidade à nossa análise sobre o cabimento do HD (quando ele poderá ser utilizado), já 
sabemos que: (i) a informação deve ser própria (sobre a pessoa do impetrante) e que o sujeito poderá pedir 
para (a) conhecer a informação pessoal, ou (b) corrigi-la, ou (c) fazer uma anotação para complementa-la; 
e (ii) que essa informação deve estar em um registro ou banco de dados de uma entidade governamental 
ou de uma entidade privada que dê publicidade a esses dados (que os divulgue). 
Agora vamos trazer mais um elemento para você compreender quando o HD poderá ser utilizado: o 
impetrante deve comprovar o “interesse de agir”, isto é, ele deverá na petição inicial de HD mostrar que 
houve recusa por parte da autoridade administrativa competente em apresentar (ou corrigir ou anotar) 
as informações pessoais40 ou então que ele não recebeu uma resposta dentro do prazo previamente 
estabelecido pela lei. É o que nos indica o art. 8º da Lei nº 9.507/1997, que estabelece que a petição inicial 
deverá ser instruída com prova: 
- da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; 
- da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou 
- da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2º do art. 4º ou do decurso de mais de quinze dias 
sem decisão. 
Esquematicamente, temos41: 
 
 
 
40. Nesse sentido, súmula nº 2 do STJ: “Não cabe o habeas data (CF, Art. 5º, LXXII, letra a) se não houve recusa de informações 
por parte da autoridade administrativa”. 
41. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 590. 
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Quer ver uma questão sobre a necessária comprovação desse requisito (interesse de agir)? Vamos 
lá! 
Questão para fixar 
[FGV - 2013 - OAB - Adaptada] Em relação aos remédios constitucionais, julgue a assertiva: 
O habeas data pode ser impetrado ainda que não haja negativaadministrativa em relação ao acesso a 
informações pessoais. 
Item incorreto. A negativa administrativa do acesso à informação é um requisito indispensável à propositura 
do HD, de acordo com o art. 8º da Lei 9.507/1997 e a Súmula 2 do STJ. 
Comentário: 
Item incorreto. A negativa administrativa do acesso à informação é um requisito indispensável à propositura 
do HD, de acordo com o art. 8º da Lei 9.507/1997 e a Súmula 2 do STJ. 
Gabarito: Errado 
 
E para encerrarmos este tópico acerca do cabimento do HD, quero lhe informar, caríssimo aluno, que 
o HD não é instrumento correto para que se possa ter acesso aos autos de um processo administrativo. 
Neste caso, o remédio constitucional ser manejado é o mandado de segurança. A questão abaixo vai lhe 
mostrar como esse tópico costuma ser explorado em prova: 
Questão para fixar 
[CESPE - 2015 - TJ-PB - Juiz Substituto - Adaptada] Na assertiva seguinte é apresentada uma situação 
hipotética seguida de assertiva a ser julgada com base na jurisprudência do STF a respeito da tutela 
constitucional das liberdades: 
Uma empresa impetrou habeas data para obter vista dos autos de representação, na qual fora citada, 
apresentada por terceiro perante a corte de contas do estado. Nessa situação, à luz do entendimento do 
STF, o magistrado não deverá admitir a ação, já que o habeas data não se revela meio idôneo para obter 
vista de processo administrativo. 
Comentário: 
Assertiva correta. Conforme decisão proferida pelo STF no habeas data nº 90, tal remédio não se revela 
como meio idôneo (adequado) para se obter vista de processo administrativo. 
Gabarito: Certo 
 
 
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(C) Legitimidade ativa e passiva 
O writ (remédio) poderá ser impetrado por qualquer pessoa, tanto natural quanto jurídica, seja 
nacional ou estrangeira42, para ter acesso às informações a seu respeito (ou para pedir a correção delas 
ou a anotação de algum dado complementar). 
Note que, ao contrário do que se vimos em nosso estudo do HC, em que uma pessoa jurídica podia 
ser a impetrante mas não a paciente, no HD a pessoa jurídica pode ser a impetrante na busca por acesso 
(ou retificação) de informações sobre si mesma. O examinador tentará lhe confundir sobre a 
possibilidade de pessoa jurídica ser legitimada ativa no HD. Não caia nessa! Resolva comigo as próximas 
questões, ilustrativas desse ponto: 
Questões para fixar 
[TRT 1ªR - 2010 - TRT 1ªR - Juiz] Julgue o item: 
Como a garantia constitucional do habeas data tem por finalidade disciplinar o direito de acesso a 
informações constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público 
relativo a dados pessoais pertinentes à pessoa do impetrante, a pessoa jurídica não tem legitimidade para o 
ajuizamento desse tipo de ação. 
Comentário: 
O HD pode ser ajuizado tanto por pessoa física, nacional ou estrangeira, quanto por pessoa jurídica. Estas 
últimas também têm direito de conhecer (ou retificar ou anotar) informações próprias, constantes de bancos 
de dados ou registros de entidades governamentais ou de caráter público. Sendo assim, a assertiva 
apresentada é falsa. 
Gabarito: Errado 
[FUNDEP - 2015 - CORECON-MG – Advogado - Adaptada] Considere a seguinte afirmativa sobre a 
legitimação no âmbito das ações constitucionais: 
O habeas data pode ser ajuizado tanto por pessoa física quanto por pessoa jurídica. 
Comentário: 
Assertiva correta. O habeas data pode ser impetrado por qualquer pessoa, tanto natural quanto jurídica, seja 
nacional ou estrangeira, para ter acesso às informações a seu respeito. 
Gabarito: Certo 
 
 
42. Residente ou não no Brasil, desde que seja observado, como requisito, a escrita da petição inicial em português. 
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Um ponto muito importante sobre a legitimidade é o seguinte: o caráter personalíssimo do HD. Sabe 
o que isso significa? O HD só pode ser impetrado para o acesso, retificação ou anotação de informações 
relativas à pessoa do próprio impetrante e não de terceiros. Ou seja, o HD não é o remédio a ser usado 
para você obter informações acerca de outras pessoas, ou informações de interesse coletivo ou geral. O 
interessado vai ajuizar a ação em seu próprio nome no intuito de proteger interesse próprio. 
Veja que interessantes essas questões, que bem ilustram esse ponto: 
Questões para fixar 
[CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Advogado] O correntista Y pretende obter dados sobre a conta-corrente de 
sua genitora na instituição financeira W. Para isso, realiza o devido requerimento que vem a ser indeferido 
pelo gerente da agência onde a conta deveria ser cadastrada. Diante disso, Y impetra habeas data contra a 
instituição financeira. Sobre o habeas data, tem-se que: 
A) é instituto restrito à prestação de informações pessoais, não podendo ser utilizado por terceiros 
B) é instituto substitutivo de ação com preceito condenatório para obtenção de perdas e danos 
C) pode ser utilizado por pessoa física para acesso de informações de pessoa jurídica. 
D) deve ser acessado por ente de núcleo familiar desde que autorizado por procuração. 
Comentário: 
Muito interessante essa questão, concorda? Será que por meio do HD o sujeito conseguiria obter da 
instituição financeira informações acerca da conta bancária da sua mãe? Claro que não! A letra ‘a’ é nossa 
resposta justamente por nos lembrar do caráter personalíssimo da ação. 
Gabarito: A 
[CESPE - 2013 - TRT 5ªR-BA - Juiz do Trabalho - Adaptada] Acerca dos tipos de ação previstos na CF para a 
tutela das liberdades, julgue a assertiva: 
Caso órgão público negue, ilegalmente, a determinada pessoa informação de terceiros e de interesse 
coletivo, caberá a impetração de habeas data. 
Comentário: 
Alternativa incorreta, visto que o habeas data somente poderá ser impetrado para o acesso, retificação ou 
anotação de informações relativas à pessoa do próprio impetrante e não para o acesso de informações a 
respeito de terceiros ou informações de interesse geral ou coletivo. Se o órgão público se recusou 
ilegalmente a entregar tais informações, o sujeito poderá pensar em pleiteá-las em juízo via mandado de 
segurança, pois o HD não pode ser usado. 
 
Gabarito: Errado 
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[TRT 8ªR - 2013 - Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva: 
Conceder-se-á “habeas-data” para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante ou de sua família, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou 
de caráter público. 
Comentário: 
Notou o erro deste item? O habeas data sempre será impetrado para o acesso, retificação ou anotação de 
informações relativas à pessoa do próprio impetrante e não de terceiros, mesmo que sejam familiares. 
Gabarito: Errado 
[FGV - 2011 - OAB] O habeas data não pode ser impetrado em favor de terceiro PORQUE visa tutelar direito 
à informação relativa à pessoa do impetrante. A respeito do enunciado acima é correto afirmar que: 
A) ambas as afirmativas são verdadeiras, e a primeira justifica a segunda. 
B) a primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa. 
C) a primeira afirmativa é falsa, e a segunda é verdadeira. 
D) ambas as afirmativas são falsas. 
Comentário: 
Pode assinalar a letra ‘a’, caro aluno. Considerando que o HD é uma ação destinada a assegurar o 
conhecimento (ou a retificação ou anotação) de informações relativas à pessoa do impetrante (art. 5º, LXXII, 
da CF/88), ela tem caráter de ação personalíssima e, portanto, não pode ser impetrada em favor de terceiros.Gabarito: A 
 
No entanto, preciso lhe informar que existem entendimentos jurisprudenciais (dos tribunais) 
reconhecendo exceções a essa ideia de que no HD somente a própria pessoa pode usar o remédio para 
ter acesso às suas próprias informações. Essas exceções surgiram em causas referentes à transmissão de 
direitos em havendo o falecimento do titular dos dados. Nesse contexto, o extinto TFR (Tribunal Federal 
de Recursos43) reconheceu a legitimidade dos herdeiros do de cujus (falecido) e do cônjuge supérstite 
(sobrevivente) para a correção de dados do morto. O STJ também já se manifestou pela possibilidade de 
o cônjuge sobrevivente ser parte legítima para propor habeas data com o objetivo de obter informações 
do de cujus. 
Uma outra importante consequência que podemos extrair do caráter personalíssimo dessa ação 
constitucional é a impossibilidade de a Administração negar acesso às informações requeridas pelo 
 
43. Hoje já não existe mais. 
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impetrante sob o fundamento de que tais informações são sigilosas. Ora, no âmbito habeas data, as 
informações a que se pretende ter acesso dirão sempre respeito a dados pessoais do impetrante, não se 
admitindo segredo com relação a ele. Afinal, se as informações são sobre mim, ou eu já as conheço (e aí 
não faz sentido em falar em sigilo para proteger o Estado ou a sociedade) ou, se eu não as conhecer, elas 
são falsas (porque se são sobre mim, eu tenho que saber do que tratam). Portanto, estamos diante de 
um direito do indivíduo que garante a acessibilidade de todo e qualquer dado ou informação que diga 
respeito a si próprio. 
Quanto à legitimidade passiva, tendo em vista que referido remédio tem por finalidade dar 
conhecimento e/ou retificar informações constantes de registro ou de banco de dados, tanto de 
entidades governamentais, como de particulares que tenham caráter público, são justamente tais 
entidades que podem ser sujeitos passivos do habeas data, desde que possuam informações relativas ao 
impetrante. O polo passivo será preenchido, portanto, conforme a natureza jurídica do banco de dados. 
Se o registro ou banco de dados pertencer a entidade governamental, o sujeito passivo será a pessoa 
jurídica que compõe a administração direta e indireta do Estado. Por outro lado, pertencendo o registro 
ou banco de dados a entidade privada de caráter público, a entidade não governamental, portanto 
privada, figurará no polo passivo da ação. 
Cumpre registrar, ainda, caro aluno, interessante manifestação do STF, na qual nossa Corte Suprema, 
ao julgar o mérito de recurso extraordinário44 pela sistemática da repercussão geral, reconheceu o habeas 
data como instrumento processual adequado para a obtenção, pelo próprio contribuinte, dos dados 
concernentes ao pagamento de tributos constantes de sistemas informatizados de apoio à arrecadação 
dos órgãos da administração fazendária. Neste caso, a empresa impetrante pretendia obter todas as 
informações relativas a débitos constantes em seu nome, bem como de todos os pagamentos efetuados 
que constassem das bases de dados de apoio ao controle da arrecadação federal utilizadas pela 
Secretaria da Receita Federal, em especial o sistema SINCOR. O direito ao acesso a tais informações foi 
reconhecido pelo Plenário do STF sob o argumento de que “aos contribuintes foi assegurado 
constitucionalmente o direito de conhecer as informações que lhes digam respeito em bancos de dados 
públicos ou de caráter público, em razão da necessidade de preservar o status de seu nome, 
planejamento empresarial, estratégia de investimento e, em especial, a recuperação de tributos pagos 
indevidamente”. 
 
44. RE 673.707, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário, julgado em 17/06/2015. 
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Vamos treinar esse ponto com uma questão: 
Questão para fixar 
[FCC - 2015 - TCE-AM - Auditor] Para a obtenção, pela via judicial, pelo próprio contribuinte, de dados 
relativos ao pagamento de tributos, constantes de sistemas informatizados dos órgãos de administração 
fazendária: 
A) não cabe ajuizar ação de caráter mandamental. 
B) cabe impetrar mandado de segurança. 
C) cabe impetrar habeas corpus. 
D) cabe impetrar mandado de injunção. 
E) cabe impetrar habeas data. 
Comentário: 
A letra ‘e’ está correta. Conforme o art. 5º, LXXII, a, CF/88, conceder-se-á habeas data para assegurar o 
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados 
de entidades governamentais ou de caráter público. Segundo entendimento do STF (RE 673.707, relatado 
pelo Min. Luiz Fux, julgado em junho de 2015), o habeas data é a garantia constitucional adequada para a 
obtenção, pelo próprio contribuinte, dos dados concernentes ao pagamento de tributos constantes de 
sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da administração fazendária. 
Gabarito: E 
 
Finalmente, em outro interessante julgamento, o STJ entendeu que o habeas data não é via adequada 
para obter acesso aos dados contidos em Registro de Procedimento Fiscal, pois se trata de documento 
interno de uso privativo da Receita Federal, contendo o registro das atividades dos auditores fiscais. 
Conforme explicitado na ementa do julgado, “por definição, é documento de uso privativo da Receita 
Federal, não tem caráter público nem pode ser transmitido a terceiros; e, de outro lado, não contém 
somente informações relativas à pessoa do impetrante, mas, principalmente, informações sobre as 
atividades desenvolvidas pelos auditores fiscais no desempenho de suas funções. Nessa linha, o acesso a 
esse documento pode, em tese, obstar o regular desempenho do poder de polícia da Receita Federal”45. 
Assim, não possuindo caráter público, nem podendo ser transmitido a terceiros, o habeas data não é a via 
adequada para que o impetrante tenha acesso às informações constantes do Registro de Procedimento 
 
45. REsp 1.411.585-PE, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 05/08/2014, noticiado no Informativo 548. 
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Fiscal. 
(D) Procedimento 
Quanto ao procedimento do HD, ele está delimitado pela Lei nº 9.507/1997, que prevê duas fases, 
sendo a 1ª uma fase administrativa prévia à propositura da ação judicial. Esta fase pré-judicial visa 
demonstrar a existência do “interesse de agir”, requisito exigido pela jurisprudência (ver súmula 02, STJ) 
e pela legislação (art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 9.507/1997). 
(i) Fase administrativa (ou pré-judicial): nesta, o interessado solicita administrativamente a informação, 
a retificação, a anotação ou explicação sobre um dado exato constante do banco de dados. O 
requerimento será apresentado ao órgão ou entidade depositária do registro ou banco de dados e, se 
houver recusa ou o transcurso do prazo de dez ou quinze dias (a depender da hipótese) sem qualquer 
resposta, será viável a impetração do habeas data, eis que atendida a condição da ação, qual seja, o 
“interesse de agir”. 
Nota-se que, somente quando ultrapassada sem sucesso a fase administrativa é que a fase judicial 
poderá ser inaugurada. 
Por fim, uma última observação sobre a fase administrativa do habeas data: como a Lei nº 9.507/1997 
permite ao interessado o ingresso em juízo diante da demora de resposta, é possível que a fase 
administrativa seja superada em razão da omissão e o habeas data tenha sido proposto. Mas se no cursodo trâmite do remédio a informação for apresentada, a ação perderá, de modo superveniente, seu 
objeto, havendo “extinção terminativa por carência superveniente (falta de interesse)”.46 
(ii) Fase judicial: A fase judicial inicia-se com o legitimado ativo impetrando o habeas data, isto é, 
acionando o órgão judiciário competente conforme normativa constitucional e também à luz do art. 20, 
Lei nº 9.507/1997. 
A petição inicial apresentada deverá preencher os requisitos dos arts. 319 a 321 do CPC e será 
apresentada em duas vias (os documentos que instruírem a primeira serão reproduzidos por cópia na 
segunda), nos termos do art. 8º da Lei nº 9.507/1997. 
E como já sabemos, a petição inicial de HD deverá comprovar (art. 8º, parágrafo único, Lei nº 
9.507/1997): 
- a recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; 
 
46. NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Ações Constitucionais. 1ª ed. São Paulo: Método, 2011, p. 339. 
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- a recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou 
- a recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2º do art. 4º ou do decurso de mais de quinze dias 
sem decisão. 
Finalmente, cumpre recordar que nos processos de habeas data (assim como nos de habeas corpus) 
o impetrante possui isenção de custas e despesas judiciais (art. 5º, LXXVII, CF/88). No mais, ao contrário 
do que se passa no HC (que não precisa de advogado), no HD a presença do advogado é indispensável. 
Em resumo: 
 GRATUIDADE ASSISTÊNCIA ADVOCATÍCIA 
HABEAS DATA Ação gratuita Precisa de Advogado 
HABEAS CORPUS Ação gratuita Prescinde de Advogado 
 
(4.6) Ação Popular- AP (Art. 5º, LXXIII, CF/88; Lei nº 4.717/1965) 
(A) Introdução 
Chegamos em nosso último remédio constitucional desta aula! Que bom! Vamos finalmente 
conhecer a tão citada (e cobrada!) Ação Popular! 
É uma ação cuja expressão que a identifica (“ação popular”) deriva do fato de atribuir-se ao povo, 
ou a uma parcela dele (os cidadãos), legitimidade para pleitear a proteção jurisdicional de interesse 
que não lhe pertence individualmente, mas que pertence à coletividade. Por meio dessa ação, será 
possível a qualquer cidadão se valer desse instrumento capaz de defender interesses da coletividade, 
da coisa pública – res publica. 
Em nosso ordenamento jurídico, a AP foi prevista pela primeira vez, e com o perfil que possui até 
hoje, na nossa Constituição de 1934. Ausente na Constituição de 1937, a ação foi disciplinada em todas 
as Constituições pátrias posteriores. 
Na Constituição Federal de 1988 a previsão expressa da ação encontra-se no art. 5º, LXXIII, CF/88, 
que estabelece que 
qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio 
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e 
ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais 
e do ônus da sucumbência. 
Foi neste documento constitucional que o objeto da ação foi ampliado, para abranger, além da 
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anulação de atos lesivos ao patrimônio público, os de entidade de que o Estado participe e os atos lesivos 
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
Antes de fechar essa introdução, quero lhe informar duas coisas importantes: (i) a regulamentação 
infraconstitucional da ação foi feita pela Lei nº 4.717/1965, elaborada antes da promulgação da 
Constituição Democrática de 1988, mas recepcionada (recebida como válida) pela mesma, já que com 
ela possui compatibilidade material; (ii) ao contrário das demais ações constitucionais já apresentadas 
nesta aula, que seguem trâmite processual especial, na ação popular o procedimento será ordinário 
(art. 7º, Lei nº 4.717/1965). 
(B) Conceito 
A ação popular é um instrumento judicial de exercício direto da soberania, com caráter cívico, que 
viabiliza que o cidadão controle a legalidade dos atos administrativos e impeça as lesividades, fazendo 
valer seu direito subjetivo a um Governo honesto, desprovido de corrupção e desvios. Consiste, portanto, 
na possibilidade de os cidadãos integrantes da coletividade invocarem a tutela jurisdicional no intuito de 
preservar os interesses coletivos. 
É, portanto, uma garantia constitucional política e revela-se como uma forma de participação do 
cidadão na vida pública, no exercício de uma função que lhe pertence primariamente (lembra do 
parágrafo único do art. 1°, que diz que todo o poder emana do povo?). Parece-me tão claro o intuito da 
nossa Constituição em estimular os cidadãos a fiscalizarem eventuais lesões ao patrimônio público via 
ação popular que o próprio inciso LXXIII do art. 5° explicita que ainda que a ação seja julgada 
improcedente, o autor, salvo se ficar comprovado que ele agiu de má fé, não terá a obrigação de pagar 
custas judiciais e o ônus da sucumbência (que é o pagamento dos honorários advocatícios da outra 
parte). 
No mais, referida ação – que é uma ação (ou remédio) constitucional de natureza civil – tem por 
objetivo principal anular ou declarar a nulidade de um ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
Veja como essa ação pode ser exigida em prova: 
 
 
 
 
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Questões para fixar 
[IF-TO - 2018 - IF-TO - Assistente de Aluno] A Constituição Federal, traz proteção especial aos direitos e 
deveres individuais e coletivos. Neste contexto de proteção, a Carta Magna prevê rol de ações popularmente 
chamadas de remédios constitucionais. Assim, considerando o artigo 5º da CF/88, marque a alternativa 
correta para a ação que visa anular ato do Reitor do Instituto Federal de São Paulo, supostamente lesivo ao 
patrimônio da entidade, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural: 
A) Mandado de Segurança. 
B) Mandado de Injunção. 
C) Ação Civil Pública. 
D) Ação Popular. 
E) Habeas corpus. 
Comentário: 
A ação popular, com previsão no art. 5º, LXXIII da CF/88, é a ação constitucional adequada para a anulação 
de atos considerados lesivos ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural. Sendo assim, a alternativa que deverá ser marcada como correta é a letra ‘d’. 
Gabarito: D 
[CETRO - 2015 - MDS - Atividades Técnicas Especializada de Complexidade Gerencial - Nível V] Tito, ao 
verificar a ocorrência de uma situação lesiva à moralidade administrativa, busca, no artigo 5º da Constituição 
Federal de 1988, a ação judicial adequada a ser proposta com o objetivo de anular o ato lesivo. Assinale a 
alternativa que apresenta o nome do remédio constitucional cabível para a situação retratada: 
A) Ação Popular. 
B) Mandado de Segurança. 
C) Habeas corpus. 
D) Habeas data. 
E) Mandado de Injunção. 
Comentário: 
Tito, verificando que há situação lesiva à moralidade administrativa, poderá apresentar ação popular, que 
encontra previsão no art. 5º, LXXIII da CF/88. Eis um instrumento constitucional cabível quando o objetivo 
for anular ato lesivo ao patrimônio público ou entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada 
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus de sucumbência. Sendo assim, nossa alternativa correta é a letra 
‘a’. 
Gabarito: A 
 
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[UDESC - 2018 - UDESC - Técnico Universitário de Suporte - Adaptada] A Constituição Federal Brasileira é 
o mais expressivo e rico arsenal jurídico na enunciação do sistema processual e de seus valores, 
estabelecendo tanto garantias constitucionais do processo quanto de jurisdição constitucional das 
liberdades. No tocante à jurisdição constitucional das liberdades, há expressa previsão de remédios 
processuais que são elevados à dignidade constitucional. Com relação aos remédios constitucionais, julgue 
a assertiva: 
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio 
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e de ônus 
da sucumbência. 
Comentário: 
A assertiva apresentada está correta pois apresenta a literalidade do inciso LXXIII do art. 5º da CF/88. 
Gabarito: Certo 
 
Assim como vimos para o mandado de segurança, a ação popular também pode ser de duas espécies! 
Será preventiva, quando for ajuizada antes da efetivação dos efeitos danosos ao patrimônio público, ou 
repressiva, quando o intuito da propositura da ação é anular os atos lesivos, conseguir o ressarcimento 
dos danos ocasionados e a recomposição do patrimônio público lesado. Veja o esquema47: 
 
 
 
 
 
 
47. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 593. 
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(D) Requisitos 
Aqui não há muito mistério. São dois os requisitos para a impetração legítima e adequada da ação 
popular: um subjetivo e um objetivo. São eles: 
(i) requisito subjetivo: ser cidadão. A ação popular somente poderá ser proposta pelo cidadão48, aquele 
nacional que possui capacidade eleitoral ativa, ou seja, é eleitor e está com as obrigações eleitorais em 
dia. 
(ii) requisito objetivo: lesão (ou ameaça de lesão) ao patrimônio público, por ilegalidade ou imoralidade. 
 O esquema49 abaixo sintetiza essas informações: 
 
 
 
Vale frisar que a doutrina tradicional preceituava que além de lesivo ao patrimônio, o ato também 
deveria ser ilegal. Entretanto, a Constituição Federal de 1988 também faz menção explícita à locução 
“ofensa à moralidade administrativa”, como uma das hipóteses de cabimento da ação popular. Reforça 
tal ideia o art. 37, caput, CF/88, que expressamente relaciona a moralidade como um dos princípios ao 
qual a Administração Pública está sujeita. Com base na Constituição atual, pois, entendemos que a 
imoralidade, por si só, já constitui fundamento suficiente para a propositura da ação popular, 
independentemente da demonstração da ocorrência de ilegalidade50. 
 
48. O cidadão, nacional eleitor, age em nome próprio defendendo o interesse do Poder Público. 
49. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 595. 
50. A jurisprudência do STF sobre o tema é pacífica e recentemente foi reafirmada: “Direito Constitucional e Processual Civil. 
Ação popular. Condições da ação. Ajuizamento para combater ato lesivo à moralidade administrativa. Possibilidade. Acórdão 
que manteve sentença que julgou extinto o processo, sem resolução do mérito, por entender que é condição da ação popular 
a demonstração de concomitante lesão ao patrimônio público material. Desnecessidade. Conteúdo do art. 5º, inciso LXXIII, 
da Constituição Federal. Reafirmação de jurisprudência. Repercussão geral reconhecida. 1. O entendimento sufragado no 
acórdão recorrido de que, para o cabimento de ação popular, é exigível a menção na exordial e a prova de prejuízo material 
aos cofres públicos, diverge do entendimento sufragado pelo Supremo Tribunal Federal. 2. A decisão objurgada ofende o art. 
5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal, que tem como objetos a serem defendidos pelo cidadão, separadamente, qualquer 
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Nas palavras precisas de Maria Sylvia Zanella di Pietro 
Quanto à imoralidade, sempre houve os que a defendiam como fundamento suficiente para a ação 
popular. Hoje, a ideia se reforça pela norma do artigo 37, caput, da Constituição, que inclui a 
moralidade como um dos princípios a que a Administração Pública está sujeita. Tornar-se-ia letra 
morta o dispositivo se a prática de ato imoral não gerasse a nulidade do ato da Administração. Além 
disso, o próprio dispositivo concernente à ação popular permite concluir que a imoralidade se 
constitui em fundamento autônomo para propositura da ação popular, independentemente de 
demonstração de ilegalidade, ao permitir que ela tenha por objeto anular ato lesivo à moralidade 
administrativa.51 
Vale destacar, também, que a ausência de atuação do Poder Público também pode figurar como 
objeto da ação popular. Em outras palavras, eventual ato omissivo que esteja produzindo prejuízo ao 
patrimônio público também pode ser questionado através dessa ação constitucional. Nesse sentido, o 
STJ afirmou ser a ação popular meio jurídico hábil para impugnar atos administrativos omissivos ou 
comissivos causadores de danos ao meio ambiente. No julgamento do REsp. 889.766/SP52, a 2ª Turma 
daquele Tribunal confirmou a viabilidade da ação popular proposta em face à omissão do Estado em 
promover condições de melhoria na coleta do esgoto em estabelecimento penitenciário, cujos dejetos 
eram despejados em um córrego ocasionando danos ambientais. 
(E) Legitimidade ativa e passiva 
Neste ponto também não teremos dificuldades. Mas já fica o alerta de que a legitimidade ativa é o 
aspecto mais cobrado nas provas de concursos públicos. Portanto, atenção às informações que virão a 
seguir! 
Bom, a legitimidade ativa para a propositura de ação popular, como já sabemos, pertence ao 
cidadão, indivíduo dotado de capacidade eleitoral ativa e que esteja em dia com suas obrigações 
eleitorais. A condição de cidadão será comprovada com a juntada do título de eleitor ou com documento 
que lhe corresponda. 
“E no caso dos portugueses equiparados?” — você pode estar se questionando. Para começar: 
 
ato lesivo ao patrimônio material público ou de entidade de que o Estado participe, ao patrimônio moral, ao cultural e ao 
histórico. 3. Agravo e recurso extraordinário providos. 4. Repercussão geral reconhecida com reafirmação da jurisprudência.” 
STF, ARE 824.781, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/08/2015. 
51. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 19ª ed. São Paulo: Atlas, 2006, p. 752, apud FIGUEIREDO DANTAS, 
Paulo Roberto de. Direito Processual Constitucional. São Paulo: Atlas, 2009, p. 309. 
52. STJ, 2ª Turma, REsp. 889.766/SP, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 04/10/2007. 
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lembra bem quem são eles? O art. 12, § 1º, CF/88 prevê que os portugueses serão equiparados aos 
brasileiros naturalizados ainda que não tenham se submetido ao procedimento de naturalização, desde 
que residam em caráter permanente no Brasil e desde que haja reciprocidade em favor de brasileiros com 
residência permanente em Portugal. Pois bem, como eles são equiparados aos naturalizados (são 
tratados como se naturalizados fossem), poderão ajuizar ação popular sim, desde que demonstrem a 
condição que os autoriza a exercer esse direito político atravésda apresentação do certificado de 
equiparação do gozo dos direitos políticos e título de eleitor. 
Agora, para evitar as surpresas na sua prova, já vamos estruturar aqui aqueles que não poderão 
figurar no polo ativo da ação popular: 
(i) os estrangeiros, mesmo que residentes no território nacional; 
(ii) os apátridas, 
(iii) as pessoas jurídicas, conforme a súmula nº 365, STF53; 
(iv) os brasileiros que estejam com seus direitos políticos suspensos ou perdidos, nos termos do art. 15, 
CF/88; 
(v) o Ministério Público. 
 
 
Sobre o Ministério Público, claro que a impossibilidade de figurar no polo ativo como autor da ação 
decorre de seu óbvio não enquadramento no conceito de cidadão. Cumpre, todavia, noticiar que o MP 
 
53. STF, súmula nº 365: “Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular”. 
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atuará na ação como custos legis (parte pública autônoma), a fim de assegurar que o processo tramite 
regularmente. Nesse sentido, deverá acompanhar a ação, apressando a produção das provas e 
promovendo a responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer 
hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores (art. 6º, § 4º, Lei nº 4.717/1965). 
Além disso, muito embora não possa propor a ação, pode ser que o MP assuma o polo ativo da 
mesma se o autor dela desistir ou abandonar a causa (art. 9º, Lei nº 4.717/1965). 
O Ministério Público terá, ainda, legitimidade ativa para a execução na ação popular, pois caso 
decorridos sessenta dias da publicação da sentença condenatória de segunda instância, sem que o autor 
ou terceiro promova a respectiva execução, o representante do Ministério Público a promoverá nos trinta 
dias seguintes, sob pena de falta grave (art. 16, Lei nº 4.717/1965). 
Outro ponto importante sobre essa ação constitucional, é que ela poderá ser proposta em qualquer 
localidade, tendo em vista que a condição de cidadão é nacional. 
Por último, vale informar que até mesmo o maior de dezesseis anos mas menor de dezoito anos que 
já possuir capacidade eleitoral ativa (porque se alistou como eleitor) poderá ajuizar a ação popular. A 
doutrina diverge54, todavia, acerca da necessidade, ou não, de esse menor (relativamente incapaz para o 
direito civil) ser assistido nesse ajuizamento. Parece-nos que a melhor doutrina é aquela que propugna 
pela desnecessidade da assistência prestada por outrem, haja vista ser esta uma prerrogativa inerente 
ao exercício dos direitos políticos e, nesse contexto, se para votar o menor não precisa estar assistido, 
para propor a ação também não precisará, pois é este ato só mais uma das manifestações do exercício 
da cidadania, para a qual ele está habilitado.55 
Para fecharmos a parte referente à legitimidade ativa, lhe convido para analisarmos juntos algumas 
questões. Vou começar com uma clássica “pegadinha” das provas de concursos públicos: 
 
 
 
 
 
54. Pela imprescindibilidade da assistência temos Mancuso, para quem a capacidade eleitoral que o maior de dezesseis e 
menor de dezoito anos possui concede ao interessado a capacidade de ser parte e não a capacidade de estar em juízo. 
MANCUSO, Rodolfo Camargo. Ação popular: proteção do erário, do patrimônio público, da moralidade administrativa e do meio 
ambiente. 4ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001. 
55. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 33ª ed. atual. São Paulo: Malheiros, 2010, p. 463. 
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Questões para fixar 
[FUNDATEC - 2014 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco 2 - Adaptada] Com relação aos 
direitos e garantias fundamentais, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal, julgue a seguinte 
assertiva: 
Qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público 
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência. 
Comentário: 
Notou o erro? O item é claramente falso em razão de a ação popular somente poder ser proposta apenas 
por cidadão, ou seja, por pessoa que se encontra em pleno gozo dos seus direitos políticos. O examinador 
simplesmente trocou o termo “cidadão” pelo termo “pessoa” e isso foi, por óbvio, suficiente para tornar o 
item errado! 
Gabarito: Errado 
[IBFC - 2013 - IDECI - Advogado - Adaptada] Julgue a assertiva apresentada com relação a remédios 
constitucionais previstos na Constituição Federal de 1988: 
Qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público 
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência. 
Comentário: 
Mesmo erro da assertiva anterior. Já sabemos que a ação popular apenas poderá ser proposta por cidadão, 
não por qualquer pessoa. Isso quer dizer que terá legitimidade o indivíduo que esteja no pleno gozo dos seus 
direitos políticos, de acordo com o art. 5º, LXXIII da CF/88. Sendo assim, essa assertiva também é falsa. 
Gabarito: Errado 
[FDC - 2012 - Prefeitura de Belo Horizonte - MG - Analista - Administração] A exigência da condição de 
cidadania para que uma pessoa seja autora de uma demanda judicial está vinculada ao seguinte writ: 
A) mandado de segurança 
B) ação civil pública 
C) habeas corpus 
D) habeas data 
E) ação popular 
Comentário: 
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Aqui devemos marcar a alternativa ‘e’: sabemos que a legitimidade ativa para a apresentação de ação 
popular (art. 5º, LXXIII da CF/88) é exclusiva do cidadão, isto é, do nacional que esteja em pleno gozo dos 
seus direitos políticos. 
Gabarito: E 
[CESPE -2013 - TRT 5ºR - BA - Juiz do Trabalho] Acerca dos tipos de ação previstos na CF para a tutela das 
liberdades, julgue a assertiva: 
Estrangeiro residente no Brasil possui legitimidade ativa para ingressar com ação popular preventiva com o 
objetivo de evitar a prática de ato lesivo ao patrimônio público. 
Comentário: 
Conforme previsão do art. 5º, LXXIII da CF/88, a legitimidade ativa para a propositura da ação popular 
pertence somente ao cidadão, ou seja, ao nacional dotado de capacidade eleitoral ativa e que esteja em dia 
com suas obrigações eleitorais. Sendo assim, o estrangeiro, ainda que residente no Brasil, não tem 
legitimidade ativa para apresentar ação popular, tornando a assertiva apresentada falsa. 
Gabarito: Errado 
[UFLA - 2018 - UFLA - Administrador] Joaquim Silva, brasileiro, morador da cidade de Belo Horizonte, 
procurou aconselhamento jurídico pois tomara conhecimento de um ato lesivo ao patrimônio público e ao 
meio ambiente e gostaria de saber, como cidadão, se seria parte legítima para propor algum tipo de ação 
visando anular tal ato. Neste caso, tendo as previsões da Constituição de República Federativa do Brasil de 
1988: 
A) Joaquim poderia propor ação popular visando à anulação do ato. 
B) Joaquim poderia impetrar mandado de segurança para buscar a anulação do ato. 
C) Joaquim poderia requerer, perante autoridade competente, o habeas corpus para a anulação do ato. 
D) Joaquim nada poderia fazer, por se tratar de questão restrita à atuação exclusiva do Ministério Público. 
Comentário: 
Joaquim, ao tomar conhecimentode ato lesivo ao patrimônio público, poderia propor ação popular, com 
previsão no art. 5º, LXXIII da CF/88. Deste modo, a alternativa ‘a’ deverá ser marcada. É importante frisar, 
entretanto, que Joaquim só poderá propor a ação popular visando anular o ato lesivo ao patrimônio porque 
é cidadão, ou seja, porque está no pleno gozo dos seus direitos políticos. 
Gabarito: A 
[FCC - 2012 - TRT 11ªR - Analista Judiciário] Eriberto, cidadão que habitualmente aprecia a fachada de um 
prédio público antigo, que foi construído ano de 1800, soube que, apesar de tombado por ser considerado 
patrimônio histórico e cultural, a autoridade pública resolveu demoli-lo ilegalmente para, no local, edificar 
um prédio moderno. Eriberto imediatamente procurou a autoridade pública suplicando que não o 
demolisse, mas seus pleitos não foram atendidos, então, para anular ato lesivo, segundo a Constituição 
Federal, poderá: 
A) impetrar mandado de segurança individual. 
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B) impetrar mandado de segurança coletivo, desde que apoiado por abaixo assinado com, no mínimo, 
trezentas assinaturas. 
C) impetrar mandado de segurança coletivo, desde que apoiado por abaixo assinado com, no mínimo, 
quinhentas assinaturas. 
D) impetrar mandado de segurança coletivo, desde que apoiado por abaixo assinado com, no mínimo, 
setecentas assinaturas. 
E) propor ação popular. 
Comentário: 
Uma vez que o intuito de Eriberto é a proteção do patrimônio público, não caberá a impetração de mandado 
de segurança, remédio destinado à proteção de direito líquido e certo não amparado pelo habeas corpus e 
habeas data (razão pela qual não poderemos assinalar a alternativa ‘a’). Caberá, deste modo, a propositura 
de ação popular, prevista no art. 5º, LXXIII da CF/88, que prevê que qualquer cidadão (ou seja, pessoa no 
pleno exercício de seus direitos políticos) será parte legítima para a sua propositura, visando anular ato lesivo 
ao patrimônio público ou de entidade de que o estado participe, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas 
judiciais e do ônus da sucumbência. 
Gabarito: E 
[MPT - 2015 - MPT- Procurador do Trabalho - Adaptada] Analise as seguintes proposições a respeito das 
ações constitucionais, julgue as assertivas: 
(i) A ação popular está presente no sistema jurídico brasileiro de forma contínua desde a Constituição de 
1946. 
(ii) A ação popular tem como único legitimado o cidadão, assim considerado aquele registrado como eleitor 
no pleno gozo de seus direitos políticos. 
Comentário: 
Ambas as assertivas estão corretas. A ação popular, da forma como a conhecemos, foi prevista pela primeira 
vez na Constituição de 1934, ausentando-se na Constituição de 1937 e disciplinada em todas as Constituições 
posteriores (vimos isso na introdução dessa parte da aula). Será legitimado ativo qualquer cidadão, ou seja, 
qualquer pessoa em gozo de seus direitos políticos, sendo a prova da cidadania feita com o título eleitoral 
ou documento que a ele corresponda. 
Gabarito: I) Certo / II) Certo 
[FGV - 2013 - OAB - Adaptada] Em relação aos remédios constitucionais, julgue a assertiva: 
A ação popular pode ser impetrada por pessoa jurídica. 
Comentário: 
A assertiva é falsa! De acordo com a previsão do art. 5º, LXXIII da CF/88, apenas o cidadão, ou seja, apenas 
o indivíduo no pleno exercício de seus direitos políticos, é parte legítima para propor a ação popular. 
Gabarito: Errado 
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[CESPE - 2009 - MMA - Agente Administrativo] Analise o item a seguir: 
Um promotor de justiça, no uso de suas atribuições, poderá ingressar com ação popular. 
Comentário: 
Mais um item falso. A Constituição Federal confere legitimidade ativa para a propositura de ação popular 
apenas para cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, nos termos do art. 5º, LXXIII da CF/88. Deste modo, o 
Ministério Público não poderá ingressar com Ação Popular. Entretanto, aprenda uma coisa importante 
sobre essa matéria: o MP poderá assumir e dar andamento ao processo a fim de garantir a proteção do 
patrimônio público em caso de desistência da ação por parte do autor. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2010 - MPE-SE - Promotor de Justiça] Julgue o item: 
Se o autor da ação popular dela desistir, o MP poderá, estando presentes os devidos requisitos, dar-lhe 
prosseguimento. 
Comentário: 
Item verdadeiro! Ainda que a Constituição não tenha conferido legitimidade ativa para o Ministério Público 
ingressar com ação popular (art. 5º, LXXIII da CF/88), o art. 9º da Lei nº 4.717/1965 (que regulamenta a AP) 
permite que o órgão assuma e dê andamento ao processo em casos de desistência da ação por parte do 
autor. 
Gabarito: Certo 
[CESPE - 2013 - IBAMA - Analista Ambiental] Considere que uma organização não governamental (ONG), 
cujo objetivo social seja a preservação do cerrado, constate que um grande produtor rural obteve, do órgão 
ambiental competente, licença para desmatar uma grande extensão de determinada área de proteção 
ambiental. 
Nessa situação hipotética, no intuito de evitar danos ao meio ambiente, a ONG deverá ajuizar ação popular, 
pleiteando a nulidade do ato administrativo que concedeu a licença ambiental. 
Comentário: 
O item é incorreto. A ONG não possui legitimidade ativa para a propositura da ação popular, reservada 
apenas para cidadãos, ou seja, indivíduos que estão em pleno exercício de seus direitos políticos, conforme 
previsão do art. 5º, LXXIII da CF/88. 
Gabarito: Errado 
 
Quanto à legitimidade passiva, pode-se dizer que a ação normalmente será proposta em face56: 
 
56. Art. 6º, Lei nº 4.717/1965: “A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º, 
contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato 
impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo”. 
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(i) das pessoas jurídicas de direito público, cujo patrimônio se procura proteger, bem como suas 
entidades autárquicas e quaisquer outras pessoas jurídicas que sejam subvencionadas pelos cofres 
públicos (ver art. 1º, Lei nº 4.717/1965); 
(ii) dos responsáveis pelo ato lesivo, vale dizer, autoridades diretamente responsáveis pelo ato que está 
sendo impugnado, administradores e demais funcionários57; 
(iii) beneficiários diretos do ato ou contrato lesivo. 
 
 
57. Ressalte-se que os membros do Tribunal de Contas que somente tenham apreciado o ato não compõem o polo passivo da 
ação, exatamente por não serem diretamente responsáveis pelo que está sendo impugnado (REsp nº 171.317, Rel. Min. Edson 
Vidigal, STJ). 
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(5) Questões resolvidas em aula 
QUESTÃO 01 
[FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Polícia - Tarde] Considerando a Constituição da 
República Federativa do Brasil de 1988, assinale a alternativa que NÃO representa um remédio 
constitucional: 
A Direito de petição. 
B) Mandado de injunção. 
C) Ação popular. 
D) Princípio da dignidade da pessoa humana. 
E) Direito à certidão. 
QUESTÃO 02 
[FJG - RIO - 2013 - SMA-RJ - Assessor Jurídico] Constitui remédio constitucional previsto na Constituição 
da República: 
A) amedida cautelar fiscal 
B) a ação reivindicatória 
C) a desapropriação 
D) o habeas data 
QUESTÃO 03 
[UEM - 2018 - UEM - Advogado] Não se trata de ação constitucional: 
A) Mandado de Segurança, individual ou coletivo. 
B) Ação popular. 
C) Habeas corpus. 
D) Desapropriação. 
E) Habeas data. 
QUESTÃO 04 
[FUNDATEC - 2014 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco 2 - Adaptada] Com relação 
aos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal, julgue a 
seguinte assertiva: 
A todos é assegurado o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder, independentemente do pagamento de taxas. 
QUESTÃO 05 
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[Quadrix - 2017 - CRMV-DF - Agente Administrativo] Acerca dos direitos e das garantias fundamentais 
previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item que se segue: 
É assegurado a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes 
Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. 
QUESTÃO 06 
[IBADE - 2017 - PC-AC - Delegado de Polícia Civil - Adaptada] Acerca dos instrumentos de tutela das 
liberdades, previstos na CRFB/88, julgue o item: 
A repartição pública que obstruir o direito de certidão deverá ser compelida, mediante habeas data, a 
concedê-lo, sob pena de os seus titulares serem responsabilizados civil e criminalmente. 
QUESTÃO 07 
[EJEF - 2009 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros] Marque a alternativa CORRETA: 
Determinado servidor público, ocupante de cargo efetivo no Estado, mediante requerimento 
administrativo pediu documento público de informação sobre sua contagem de tempo de serviço, para 
fins de aposentadoria, conforme esclareceu. Sem qualquer justificativa, o requerimento permanece sem 
despacho há 90 (noventa) dias. 
O servidor poderá valer-se de medida judicial para defender especificamente seu direito de 
A) petição. 
B) ampla defesa. 
C) certidão. 
D) aposentadoria. 
QUESTÃO 08 
[IBFC - 2013 - IDECI - Advogado - Adaptada] Julgue a assertiva com relação a remédios constitucionais 
previstos na Constituição Federal de 1988: 
São a todos assegurados, após o pagamento da correspondente taxa, a obtenção de certidões em 
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. 
QUESTÃO 09 
[ESAF - 2012 - PGFN - Procurador - Adaptada] Sobre o direito fundamental à informação previsto na 
Constituição, julgue o item: 
São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões em 
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. 
 
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QUESTÃO 10 
[FEPESE - 2013 - SJC-SC - Agente de Segurança Socioeducativo] Em relação aos direitos e às garantias 
fundamentais previstos na Constituição da República de 1988, quando alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de 
poder, caberá: 
A) Habeas data 
B) Habeas corpus 
C) Mandado de injunção 
D) Mandado de segurança 
E) Ação direta interventiva 
QUESTÃO 11 
[UPENET/IAUPE - 2015 - Facepe - Analista de Gestão de Ciência e Tecnologia - Geral] Qual é o remédio 
constitucional destinado a garantir o direito de locomoção diante de ilegalidade ou abuso de poder? 
A) Mandado de injunção 
B) Mandado de segurança 
C) Habeas corpus 
D) Habeas data 
E) Ação popular 
QUESTÃO 12 
[UECE-CEV - 2016 - DER-CE - Procurador Autárquico - Adaptada] Julgue o item a seguir: 
Na forma do texto constitucional, conceder-se- á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de 
poder. 
QUESTÃO 13 
[FUNCAB - 2014 - SEDS-TO - Analista Socioeducador - Direito] Remédio jurídico constitucional que será 
concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua 
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder é denominado: 
A) mandado de segurança. 
B) habeas data. 
C) habeas corpus. 
D) ação popular. 
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QUESTÃO 14 
[FGV - 2013 - TJ-AM - Analista Judiciário - Qualquer Área de Formação - Adaptada] Sobre a disciplina do 
habeas corpus, julgue a assertiva: 
O registro como advogado é exigido para a impetração do habeas corpus, admitindo-se, todavia, o seu 
manejo por estudantes de direito inscritos como estagiários na Ordem dos Advogados do Brasil. 
QUESTÃO 15 
[UERR - 2011 - SEJUC - RR - Agente Penitenciário - Adaptada] Em relação ao habeas corpus julgue a 
assertiva: 
Necessariamente deverá ser interposto por advogado. 
QUESTÃO 16 
[INSTITUTO CIDADES - 2008 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho - 1ª Fase - 1ª Etapa - Adaptada] 
José, residente em Mangaratiba, se envolve numa briga com o dono da confecção onde trabalhava em 
Angra dos Reis e é preso. A mulher de José, estudante de Direito, impetra habeas corpus em favor dele. 
Julgue o item: 
A mulher de José não poderia impetrar habeas corpus, por se tratar de ato privativo de advogado e 
depender de outorga de poderes. 
QUESTÃO 17 
[NCE-UFRJ - 2015 - PC-DF - Delegado de Polícia - Adaptada] Sobre os remédios constitucionais, julgue a 
assertiva apresentada: 
O habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa física, desde que nacional, sendo vedada a sua 
utilização por pessoa jurídica, ainda que em favor de pessoa física, e pelo Ministério Público. 
QUESTÃO 18 
[MPE-PR - 2011 - MPE-PR - Promotor de Justiça] Examine a afirmação abaixo: 
O Habeas corpus pode ser proposto em favor de pessoa jurídica. 
QUESTÃO 19 
[MPE-MS - 2015 - MPE-MS - Promotor de Justiça Substituto] O habeas corpus pode ser impetrado por: 
I. Pessoa física. 
II. Pessoa jurídica. 
III. Estrangeiro não domiciliado no Brasil. 
IV. Analfabeto, bastando que alguém assine por ele. 
A) Apenas I está correta. 
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B) I e II estão corretas. 
C) I e III estão corretas. 
D) I e IV estão corretas. 
E) Todas estão corretas. 
QUESTÃO 20 
[FEC - 2010 - ANS - Temporário Superior 1 - Direito] Diretor de estabelecimento hospitalar particular 
impede que paciente receba alta, uma vez que este não efetuou o pagamento das despesas por ele 
realizadas. Nesta hipótese: 
A) pode o paciente impetrar mandado de segurança contra o diretor do estabelecimento, por violação 
ao seu direito líquido e certo de contestar o valor das despesas. 
B) pode o paciente impetrar habeas corpus contra o diretor do estabelecimento. 
C) não cabe a impetração de habeas corpus, uma vez que o estabelecimento é particular. 
D) deve o paciente efetuar o pagamento das despesas, e depois ajuizar a competente ação de repetição 
de indébito, se o valor cobrado for indevido. 
E) o paciente deve ajuizar ação ordinária com pedido de antecipação de tutela, uma vez que não é cabível 
o habeas corpus. 
QUESTÃO 21 
[CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público] Julgue o item: 
O sujeito passivo do habeas corpus será a autoridade pública, pois somente ela tem a prerrogativa de 
restringir a liberdade de locomoção individual em benefício do interesse público ou social, razão pela qual 
não se admite sua impetração contra ato de particular. 
QUESTÃO 22 
[VUNESP - 2012 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento] A base do habeas 
corpus, uma ação de natureza constitucional,é assegurar a liberdade do indivíduo (direito de ir e vir), 
ameaçada pelo chamado constrangimento ilegal. Existem três modalidades desta ação: a) o habeas 
corpus preventivo, interposto antes do constrangimento, visa impedir a ocorrência deste último; b) o 
habeas corpus suspensivo, a ser utilizado pelo indivíduo quando já consumado o constrangimento ilegal 
e, por fim; c) o habeas corpus episódico, cabível quando o constrangimento ilegal é praticado por 
particular. De acordo com o texto, é correto afirmar que: 
A) o habeas corpus é uma ação de natureza administrativa e não constitucional. A presença do habeas 
corpus na Constituição vigente, de 1988, é absolutamente acidental. 
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B) o habeas corpus preventivo não existe mais. Trata-se de construção doutrinária largamente aceita até 
a primeira metade do século XX. 
C) para impetrar o habeas corpus suspensivo é preciso constituir advogado. 
D) não existe o habeas corpus episódico. 
QUESTÃO 23 
[UERR - 2011 - SEJUC - RR - Agente Penitenciário] Em relação ao habeas corpus assinale a alternativa 
correta: 
A) Necessariamente deverá ser interposto por advogado; 
B) O direito brasileiro contemplou apenas o preventivo; 
C) Poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem; 
D) O direito brasileiro contemplou apenas o repressivo. 
QUESTÃO 24 
[FCC - 2015 - DPE-RR - Oficial de Diligência] O habeas corpus: 
A) pode ser impetrado por qualquer pessoa, mas somente em seu favor. 
B) pode ser preventivo. 
C) não pode ser concedido de ofício. 
D) não pode ser impetrado pelo Ministério Público, por falta de interesse de agir. 
E) pode ser impetrado em defesa da sociedade, para rever decisão injusta. 
QUESTÃO 25 
[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Assinale a alternativa correta, de acordo 
com o texto constitucional vigente: 
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, amparado ou não por habeas 
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública 
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
QUESTÃO 26 
[NC-UFPR - 2017 - UFPR - Médico - Clínico Geral - Adaptada] Sobre os remédios constitucionais previstos 
pela Constituição, julgue o item: 
O mandado de segurança pode ser impetrado para assegurar direito líquido e certo, facultando-se a 
impetração concomitante de habeas corpus e de habeas data. 
QUESTÃO 27 
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[UEG - 2006 - TJ-GO - Técnico Judiciário - Administrador de Empresas - Adaptada] Sobre os 
denominados writs constitucionais, julgue o item: 
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, amparável por habeas corpus 
ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
QUESTÃO 28 
[CESPE - 2016 - ANATEL - Técnico em Regulação] Com relação ao exposto, julgue o item a seguir: 
Considere que um estado federado, no uso de sua competência normativa, elabore lei que impeça, 
arbitrariamente, em tempo de paz, a liberdade de locomoção em seu território. Nesse caso, caberá ao 
indivíduo impetrar mandado de segurança para garantir o exercício do direito constitucional 
mencionado. 
QUESTÃO 29 
[FCC - 2006 - SEFAZ-PB - Auditor Fiscal de Tributos Estaduais - Prova 1 - Adaptada] Considere a 
afirmação em relação aos instrumentos constitucionais de garantia dos direitos fundamentais: 
 Será concedido mandado de segurança para o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de caráter público. 
QUESTÃO 30 
[FUNCAB - 2016 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil] Nos termos dos direitos e deveres individuais e 
coletivos, previstos na Constituição Federal, é correto afirmar: 
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública 
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
QUESTÃO 31 
[CESPE - 2018 - IPHAN - Auxiliar Institucional - Área 1] A respeito dos direitos e das garantias 
fundamentais, julgue o item seguinte: 
O mandado de segurança é o remédio constitucional adequado para garantir o acesso à informação 
constante de banco de dados de entidades governamentais, uma vez que o direito à informação é direito 
líquido e certo. 
QUESTÃO 32 
[ESAF - 2004 - MRE - Assistente de Chancelaria - Prova 2] Se o chefe de uma repartição pública impede, 
injustamente, um servidor de ingressar no recinto da repartição, onde estão dados importantes para o 
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servidor, armazenados no computador da mesa em que trabalhava, esse servidor poderá insurgir-se 
contra a determinação do chefe por meio de: 
A) mandado de segurança. 
B) habeas corpus. 
C) habeas data. 
D) mandado de injunção. 
E) ação penal pública. 
QUESTÃO 33 
[RHS Consult - 2016 - Prefeitura de Paraty - RJ - Procurador] A impetração do mandado de segurança 
deve fundamentar-se: 
A) Em alegações que dependam de dilação probatória. 
B) Em recursos administrativos. 
C) Na natureza civil da ação constitucional. 
D) Na hipótese de ajuizamento. 
E) No conceito de direito líquido e certo. 
QUESTÃO 34 
[2013 - FGV- OAB] Em relação aos remédios constitucionais, julgue a assertiva: 
O mandado de segurança somente pode ser impetrado quando as questões jurídicas forem 
incontroversas. 
QUESTÃO 35 
[CESPE - 2013 - STM - Juiz] Julgue o item: 
É incabível mandado de segurança quando houver controvérsia sobre a matéria de direito invocada no 
mandamus. 
QUESTÃO 36 
[FUNDEP - 2014 - DPE / MG - Defensor Público - Adaptada] Julgue o item: 
A controvérsia sobre matéria de direito impede a concessão de mandado de segurança, instituto de 
defesa de direito certo e incontestável. 
QUESTÃO 37 
[CESPE - 2013 - TJ-MA - Juiz] Quando praticados por administradores de empresas públicas e de 
sociedades de economia mista, os atos de gestão comercial pode ser objeto de mandado de segurança. 
QUESTÃO 38 
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[CESPE - 2015 - TJ - DF -Juiz de Direito Substituto] À luz da Lei n.º 12.016/2009, julgue o item, a respeito 
do mandado de segurança: 
É cabível mandado de segurança contra ato de gestão comercial praticado por administrador de empresa 
pública, de sociedade de economia mista e de concessionária de serviço público. 
QUESTÃO 39 
[IESES - 2017 - CEGÁS - Analista de Gestão - Advogado - Adaptada] No Mandado de segurança previsto 
no inciso LXIX do artigo 5º da Constituição Federal, julgue as assertivas: 
- Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública 
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
- Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores 
de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. 
QUESTÃO 40 
[VUNESP - 2017 - Câmara de Mogi das Cruzes - SP - Procurador Jurídico - Adaptada] São meios 
específicos de controle judicial da Administração: o mandado de segurança, a ação popular, o habeas 
corpus, o habeas data e o mandado de injunção. Com relação ao mandadode segurança, é correto afirmar 
que: 
O mandado de segurança é substitutivo de ação de cobrança. 
QUESTÃO 41 
[CESPE - 2012 - MPE - TO - Promotor de Justiça] Julgue a assertiva com relação aos direitos e garantias 
fundamentais: 
Ao estrangeiro residente no exterior não é assegurado o direito de impetrar mandado de segurança. 
QUESTÃO 42 
[FUNDEP - 2015 - CORECON - Advogado - Adaptada] Considere a seguinte afirmativa sobre a 
legitimação no âmbito das ações constitucionais: 
Admite-se em algumas hipóteses a impetração de mandado de segurança por órgãos públicos. 
QUESTÃO 43 
[CESPE - 2011 - TJ - ES - Juiz Substituto - Adaptada] Com relação aos direitos e garantias fundamentais 
e às ações constitucionais previstas em favor da defesa desses direitos, julgue a assertiva: 
São sujeitos passivos do mandado de segurança, além das autoridades públicas, os agentes de pessoas 
jurídicas com atribuições de poder público. 
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QUESTÃO 44 
[TRT 8ªR - 2013 - Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva: 
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas-
corpus ou habeas-data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública 
ou agente de pessoa jurídica ou pessoa física no exercício de atribuições do Poder Público. 
QUESTÃO 45 
[CESPE - 2014 - MPE-AC - Promotor de Justiça] O ato estatal que nega, ilegalmente, o fornecimento de 
informações englobadas pelo direito de certidão não pode ser questionado por meio de mandado de 
segurança, ante o seu caráter subsidiário frente ao habeas data. 
QUESTÃO 46 
[Quadrix - 2016 - CRO - PR - Procurador Jurídico] “[...] Conceder-se-á mandado de segurança para 
proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável 
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público. (Constituição Federal de 1988). Considerando o texto constitucional acima 
indicado, bem como as considerações doutrinárias sobre o aludido remédio constitucional, julgue o item: 
De acordo com a doutrina majoritária, e jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o mandado de 
segurança observa prazo decadencial de 120 dias, contados a partir da data em que o interessado tiver 
conhecimento do ato a ser impugnado. 
QUESTÃO 47 
[Quadrix - 2016 - CRO - PR - Procurador Jurídico - Adaptada] “[...] Conceder-se-á mandado de segurança 
para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no 
exercício de atribuições do Poder Público. (Constituição Federal de 1988). Considerando o texto 
constitucional acima indicado, bem como as considerações doutrinárias sobre o aludido remédio 
constitucional, julgue o item: 
Nos termos da jurisprudência do STF, não cabe condenação em honorários de advogado na ação de 
mandado de segurança. 
QUESTÃO 48 
[CESPE - 2013 - TJ-RN - Juiz - Adaptada] A respeito do mandado de segurança, julgue a assertiva: 
A entidade de classe não tem legitimidade para propor mandado de segurança coletivo se a pretensão 
veiculada interessar a apenas parte da categoria representativa. 
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QUESTÃO 49 
[CESPE - 2012 - DPE-AC - Defensor Público - Adaptada] A respeito do entendimento sumulado do STF 
no que se refere a mandado de segurança, julgue o item: 
As entidades de classe não têm legitimidade para impetrar mandado de segurança caso a pretensão 
veiculada interesse apenas a parte da categoria representada. 
QUESTÃO 50 
[CESPE - TJ - PB - 2015 - Juiz Substituto - Adaptada] Julgue o item a respeito da tutela constitucional 
das liberdades: 
Determinada organização sindical impetrou mandado de segurança coletivo para defesa de interesse de 
parte da categoria de profissionais a ela vinculados. Nessa situação, o magistrado deverá reconhecer a 
ilegitimidade ativa, pois é imprescindível, para o conhecimento do remédio constitucional, que a 
pretensão veiculada interesse a toda a categoria ligada à organização sindical. 
QUESTÃO 51 
[FEPESE - 2014 - MPE - SC -Procurador do Estado - Adaptada] De acordo com o disposto no art. 5º da 
Constituição Federal, julgue o item: 
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no 
Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e 
em funcionamento há pelo menos dois anos, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. 
QUESTÃO 52 
[TRT 2ªR - 2011 - TRT 2ªR - Juiz do Trabalho– Adaptada] Analise as assertivas abaixo dentre os direitos e 
deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal: 
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical, entidade de classe 
legalmente constituída há pelo menos dois anos, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados. 
QUESTÃO 53 
[CESPE - 2009 - MMA - Agente Administrativo] Julgue o item: 
Associação com seis meses de constituição pode impetrar mandado de segurança coletivo. 
QUESTÃO 54 
[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Analise o item de acordo com o texto 
constitucional vigente e, na sequência, marque V ou F: 
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Tem legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo partido político constituído e em 
funcionamento há pelo menos um ano; qualquer organização sindical, entidade de classe ou associação 
em defesa dos interesses de seus membros ou associados. 
QUESTÃO 55 
[TRT 8ªR - 2013 - TRT 8ªR -Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva: 
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por qualquer partido político ou por organização 
sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. 
QUESTÃO 56 
[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Quanto aos direitos e garantias 
fundamentais previstos na Constituição da República, julgue o item: 
O mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado por partido político registrado no Tribunal 
Superior Eleitoral e por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e 
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. 
QUESTÃO 57 
[TRT 15ªR - 2011 - TRT 15ªR - Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva: 
Conforme entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal, a impetração de mandado de 
segurança coletivo por entidade de classe em favor de seus associados não depende de autorização 
destes. 
QUESTÃO 58 
[CESPE - 2013 - TRT 5ªR - BA - Juiz do Trabalho] Acerca dos tipos de ação previstos na CF para a tutela 
das liberdades, julgue a assertiva: 
A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe é hipótese de legitimidade ativa 
extraordinária e independe de autorização dos associados, figurando a entidade, nesse caso, como 
substituto processual. 
QUESTÃO 59 
[CESPE - 2012 - AGU - Advogado] À luz da jurisprudência do STF, julgue o item relativo aos denominados 
remédios constitucionais: 
De acordo com o entendimento do STF, o estado-membro não dispõe de legitimidade para propor, 
contra a União, mandado de segurança coletivo em defesa de supostos interesses da população 
residente na unidade federada. 
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QUESTÃO 60 
[IBADE - 2018 - Prefeitura de João Pessoa - PB - Agente de Controle Urbano - Adaptada] O remédio 
constitucional cabível sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos 
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania, consiste no(a): 
A) mandado de segurança. 
B) habeas corpus. 
C) ação popular. 
D) mandado de injunção. 
 
QUESTÃO 61 
[PR-4 UFRJ - 2017 - UFRJ - Assistente em Administração - Adaptada] Sobre os direitos e garantias 
fundamentais, consagrados na Constituição Federal de 1988, julgue o item a seguir: 
Conceder-se-á mandado de injunção para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa 
do impetrante, constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público. 
QUESTÃO 62 
[FUNDATEC - 2017 - IGP-RS - Perito Criminal - Engenharia Civil] A Constituição da República Federativa 
do Brasil de 1988 disponibiliza uma ação sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania. Essa ação denomina-se: 
A) Ação civil pública. 
B) Ação popular. 
C) Mandado de injunção. 
D) Mandado de segurança. 
E) Habeas data. 
QUESTÃO 63 
[IBADE - 2017 - SEJUDH - MT - Agente Penitenciário - Masculino/Feminino] O remédio constitucional 
que deve ser utilizado sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos 
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania corresponde ao(à): 
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A) ação civil pública. 
B) habeas corpus 
C) mandado de injunção 
D) mandado de segurança. 
E) ação popular. 
QUESTÃO 64 
[IMA - 2017 - Prefeitura de Penalva - MA - Procurador Municipal - Adaptada] Nos termos da Constituição 
Federal de 1988, acerca dos direitos e garantias individuais e coletivos, julgue a assertiva: 
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à igualdade, à soberania 
e à cidadania. 
QUESTÃO 65 
[FUNDATEC - 2014 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco 2 - Adaptada] Com relação 
aos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal, julgue a 
seguinte assertiva: 
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à cidadania, à 
nacionalidade e à soberania. 
QUESTÃO 66 
[CESPE - 2012 - STJ - Técnico Judiciário- Adaptada] Analise e julgue a assertiva posta abaixo: 
O mandado de injunção garante ao impetrante o direito de conhecer as informações relativas à sua 
pessoa constantes de registros ou bancos de entidades governamentais ou de caráter público. 
QUESTÃO 67 
[Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ - 2015 - Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Analista Legislativo - 
Orçamento e Finanças] De acordo com as normas previstas na Constituição Federal, sempre que a falta 
de norma regulamentadora tornar inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, caberá: 
A) habeas data 
B) mandado de injunção 
C) mandado de segurança 
D) habeas corpus 
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QUESTÃO 68 
[IBFC - 2017 - TJ-PE - Analista Judiciário - Função Judiciária - Adaptada] Sobre os Remédios 
Constitucionais existentes no ordenamento jurídico brasileiro, analise o item abaixo. 
É possível a impetração de mandado de injunção quando uma norma regulamentadora dificulta o 
exercício dos direitos e liberdades dispostos na Constituição, bem como prerrogativas vinculadas 
unicamente à soberania e cidadania. 
QUESTÃO 69 
[IBGP - 2015 - Prefeitura de Belo Horizonte - MG - Auditor - Engenharia Civil - Adaptada] Sobre os 
remédios constitucionais, julgue o item: 
O mandado de injunção é o instrumento adequado para viabilizar direito assegurado em lei, mas que não 
possui regulamentação. 
 
QUESTÃO 70 
[CESPE - 2014 - TJ-DF - Juiz] Julgue o item: 
De acordo com o entendimento firmado no STF, o mandado de injunção é remédio destinado a suprir 
lacuna ou ausência de regulamentação de direito previsto em norma infraconstitucional. 
QUESTÃO 71 
[IBADE - 2017 - SEJUDH/MT - Agente Penitenciário] O remédio constitucional que deve ser utilizado 
sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania corresponde 
ao(à): 
O mandado de injunção pode ser ajuizado coletivamente, embora inexista previsão expressa na 
CRFB/88. 
QUESTÃO 72 
[UPENET/IAUPE - 2015 - Facepe - Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia - Administrativa] Qual 
é a ação constitucional usada em um caso concreto, individual ou coletivamente, com a finalidade de o 
Poder Judiciário dar ciência ao Poder Legislativo sobre a ausência de norma regulamentadora, que torne 
inviável o exercício dos direitos e garantias constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, 
soberania e cidadania? 
A) Mandado de injunção 
B) Mandado de segurança 
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C) Habeas corpus 
D) Habeas data 
E) Ação popular 
QUESTÃO 73 
[DIRECTA - 2013 - Prefeitura de Angatuba - SP - Procurador Jurídico - Adaptada] 
Os três requisitos constitucionais para o mandado de injunção são: norma constitucional de eficácia 
limitada, prevendo direitos, liberdade constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania; falta de norma regulamentadora, tornando inviável o exercício dos direitos, 
liberdades e prerrogativas e; abuso de poder. 
QUESTÃO 74 
[CESPE - 2012 - Promotor de Justiça - MPE/TO - 2012 – Adaptada] Julgue a assertiva com relação aos 
direitos e garantias fundamentais: 
Para o cabimento do mandado de injunção, é imprescindível a existência de um direito previsto na CF 
que não esteja sendo exercido por ausência de norma infraconstitucional regulamentadora. 
QUESTÃO 75 
[CESPE - 2015 - TJ - PB - Juiz Substituto] Analise e julgue posto a seguir: 
Após a impetração de mandado de injunção, pendente de julgamento, o diploma legal objeto da 
reclamação foi promulgado. Nessa situação, a ação não estará prejudicada por ser possível, na via 
processual, discutir pretensão do interessado de sanar a lacuna normativa no período pretérito à edição 
da lei regulamentadora. 
QUESTÃO 76 
[CEPERJ - 2013 - SEPLAG-RJ - Analista Executivo - Perfil 1] Rui, médico, vê-se diante de situação em que 
pretende exercer um direito fundamental, mas que não possui norma regulamentadora. Trata- se de 
norma cujo tema é atinente à competência da União. Nesse caso, o meio para reconhecer o direito do 
cidadão será o (a): 
A) Habeas corpus 
B) Mandado de Segurança 
C) Habeas data 
D) Mandado de Injunção 
E) Ação Popular 
QUESTÃO 77 
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[ESAF -2016 – ESAF – ANAC - Analista Administrativo] João, residente no Brasil, brasileiro nato, ante a 
falta de norma regulamentadora, está sendo coibido de exercitar prerrogativa inerente à sua 
nacionalidade. Assim, João, nos termos da Constituição Federal, deverápropor: 
a) ação popular. 
b) mandado de injunção. 
c) ação civil pública. 
d) mandado de segurança. 
e) habeas data 
QUESTÃO 78 
[CESPE - 2017 - Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador do Município] A respeito das normas 
constitucionais, do mandado de injunção e dos municípios, julgue o item subsequente: 
Pessoa jurídica pode impetrar mandado de injunção. 
QUESTÃO 79 
[VUNESP - 2017 - Câmara de Mogi das Cruzes - SP - Procurador Jurídico] Uma servidora municipal 
exerceu, desde 22 de outubro de 1986, a função de dentista na municipalidade, atuando em ambiente 
insalubre. A autora ressaltou que a inexistência de lei complementar inviabilizava o exercício do direito à 
aposentadoria, implementado o período consentâneo com o desgaste decorrente do contato com 
agentes nocivos à saúde, com portadores de moléstias infectocontagiosas humanas e materiais e objetos 
contaminados. No caso hipotético em tela, a ação cabível para obtenção da aposentadoria especial é: 
a) o mandado de segurança. 
b) a ação declaratória. 
c) o mandado de injunção. 
d) o habeas data. 
e) o mandado de segurança coletivo. 
QUESTÃO 80 
[CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça] Julgue o item: 
O polo passivo do mandado de injunção jamais poderá ser ocupado por particular. 
QUESTÃO 81 
[CESPE - 2014 - MPE-AC - Promotor de Justiça] Julgue o item: 
No âmbito do mandado de injunção, a atual jurisprudência do STF adota a posição não concretista em 
defesa apenas do reconhecimento formal da inércia do poder público para materializar a norma 
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constitucional e viabilizar o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
QUESTÃO 82 
[CESPE - 2015 - AGU - Advogado da União] No que se refere a ações constitucionais, julgue o item 
subsequente: 
De acordo com o atual entendimento do STF, a decisão proferida em mandado de injunção pode levar à 
concretização da norma constitucional despida de plena eficácia, no tocante ao exercício dos direitos e 
das liberdades constitucionais e das prerrogativas relacionadas à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania. 
QUESTÃO 83 
[FGV - 2013 - OAB - Adaptada] Em relação aos remédios constitucionais, julgue a assertiva: 
O habeas data pode ser impetrado ainda que não haja negativa administrativa em relação ao acesso a 
informações pessoais. 
Item incorreto. A negativa administrativa do acesso à informação é um requisito indispensável à 
propositura do HD, de acordo com o art. 8º da Lei 9.507/1997 e a Súmula 2 do STJ. 
QUESTÃO 84 
[CESPE - 2015 - TJ-PB - Juiz Substituto - Adaptada] Na assertiva seguinte é apresentada uma situação 
hipotética seguida de assertiva a ser julgada com base na jurisprudência do STF a respeito da tutela 
constitucional das liberdades: 
Uma empresa impetrou habeas data para obter vista dos autos de representação, na qual fora citada, 
apresentada por terceiro perante a corte de contas do estado. Nessa situação, à luz do entendimento do 
STF, o magistrado não deverá admitir a ação, já que o habeas data não se revela meio idôneo para obter 
vista de processo administrativo. 
QUESTÃO 85 
[TRT 1ªR - 2010 - TRT 1ªR - Juiz] Julgue o item: 
Como a garantia constitucional do habeas data tem por finalidade disciplinar o direito de acesso a 
informações constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público relativo a dados pessoais pertinentes à pessoa do impetrante, a pessoa jurídica não tem 
legitimidade para o ajuizamento desse tipo de ação. 
QUESTÃO 86 
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[FUNDEP - 2015 - CORECON-MG – Advogado - Adaptada] Considere a seguinte afirmativa sobre a 
legitimação no âmbito das ações constitucionais: 
O habeas data pode ser ajuizado tanto por pessoa física quanto por pessoa jurídica. 
QUESTÃO 87 
[CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Advogado] O correntista Y pretende obter dados sobre a conta-corrente 
de sua genitora na instituição financeira W. Para isso, realiza o devido requerimento que vem a ser 
indeferido pelo gerente da agência onde a conta deveria ser cadastrada. Diante disso, Y impetra habeas 
data contra a instituição financeira. Sobre o habeas data, tem-se que: 
A) é instituto restrito à prestação de informações pessoais, não podendo ser utilizado por terceiros 
B) é instituto substitutivo de ação com preceito condenatório para obtenção de perdas e danos 
C) pode ser utilizado por pessoa física para acesso de informações de pessoa jurídica. 
D) deve ser acessado por ente de núcleo familiar desde que autorizado por procuração. 
QUESTÃO 88 
[CESPE - 2013 - TRT 5ªR-BA - Juiz do Trabalho - Adaptada] Acerca dos tipos de ação previstos na CF para 
a tutela das liberdades, julgue a assertiva: 
Caso órgão público negue, ilegalmente, a determinada pessoa informação de terceiros e de interesse 
coletivo, caberá a impetração de habeas data. 
QUESTÃO 89 
[TRT 8ªR - 2013 - Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva: 
Conceder-se-á “habeas-data” para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante ou de sua família, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais 
ou de caráter público. 
QUESTÃO 90 
[FGV - 2011 - OAB] O habeas data não pode ser impetrado em favor de terceiro PORQUE visa tutelar 
direito à informação relativa à pessoa do impetrante. A respeito do enunciado acima é correto afirmar 
que: 
A) ambas as afirmativas são verdadeiras, e a primeira justifica a segunda. 
B) a primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa. 
C) a primeira afirmativa é falsa, e a segunda é verdadeira. 
D) ambas as afirmativas são falsas. 
QUESTÃO 91 
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[FCC - 2015 - TCE-AM - Auditor] Para a obtenção, pela via judicial, pelo próprio contribuinte, de dados 
relativos ao pagamento de tributos, constantes de sistemas informatizados dos órgãos de administração 
fazendária: 
A) não cabe ajuizar ação de caráter mandamental. 
B) cabe impetrar mandado de segurança. 
C) cabe impetrar habeas corpus. 
D) cabe impetrar mandado de injunção. 
E) cabe impetrar habeas data. 
QUESTÃO 92 
[IF-TO - 2018 - IF-TO - Assistente de Aluno] A Constituição Federal, traz proteção especial aos direitos e 
deveres individuais e coletivos. Neste contexto de proteção, a Carta Magna prevê rol de ações 
popularmente chamadas de remédios constitucionais. Assim, considerando o artigo 5º da CF/88, marque 
a alternativa correta para a ação que visa anular ato do Reitor do Instituto Federal de São Paulo, 
supostamente lesivo ao patrimônio da entidade, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural: 
A) Mandado de Segurança. 
B) Mandado de Injunção. 
C) Ação Civil Pública. 
D) Ação Popular. 
E) Habeas corpus. 
QUESTÃO 93 
[CETRO - 2015 - MDS - Atividades Técnicas Especializada de Complexidade Gerencial - Nível V] Tito, ao 
verificar a ocorrência de uma situação lesiva à moralidade administrativa, busca, no artigo 5º da 
Constituição Federal de 1988, a ação judicial adequada a ser proposta com o objetivo de anular o ato 
lesivo. Assinale a alternativa que apresenta o nome do remédio constitucional cabível para a situação 
retratada: 
A) Ação Popular. 
B) Mandado de Segurança. 
C) Habeas corpus. 
D) Habeas data. 
E) Mandado de Injunção. 
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QUESTÃO 94 
[UDESC - 2018 - UDESC - Técnico Universitário de Suporte - Adaptada] A Constituição FederalBrasileira 
é o mais expressivo e rico arsenal jurídico na enunciação do sistema processual e de seus valores, 
estabelecendo tanto garantias constitucionais do processo quanto de jurisdição constitucional das 
liberdades. No tocante à jurisdição constitucional das liberdades, há expressa previsão de remédios 
processuais que são elevados à dignidade constitucional. Com relação aos remédios constitucionais, 
julgue a assertiva: 
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio 
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e de 
ônus da sucumbência. 
QUESTÃO 95 
[FUNDATEC - 2014 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco 2 - Adaptada] Com relação 
aos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal, julgue a 
seguinte assertiva: 
Qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio 
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do 
ônus da sucumbência. 
QUESTÃO 96 
[IBFC - 2013 - IDECI - Advogado - Adaptada] Julgue a assertiva apresentada com relação a remédios 
constitucionais previstos na Constituição Federal de 1988: 
Qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio 
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do 
ônus da sucumbência. 
QUESTÃO 97 
[FDC - 2012 - Prefeitura de Belo Horizonte - MG - Analista - Administração] A exigência da condição de 
cidadania para que uma pessoa seja autora de uma demanda judicial está vinculada ao seguinte writ: 
A) mandado de segurança 
B) ação civil pública 
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C) habeas corpus 
D) habeas data 
E) ação popular 
QUESTÃO 98 
[CESPE -2013 - TRT 5ºR - BA - Juiz do Trabalho] Acerca dos tipos de ação previstos na CF para a tutela 
das liberdades, julgue a assertiva: 
Estrangeiro residente no Brasil possui legitimidade ativa para ingressar com ação popular preventiva com 
o objetivo de evitar a prática de ato lesivo ao patrimônio público. 
QUESTÃO 99 
[UFLA - 2018 - UFLA - Administrador] Joaquim Silva, brasileiro, morador da cidade de Belo Horizonte, 
procurou aconselhamento jurídico pois tomara conhecimento de um ato lesivo ao patrimônio público e 
ao meio ambiente e gostaria de saber, como cidadão, se seria parte legítima para propor algum tipo de 
ação visando anular tal ato. Neste caso, tendo as previsões da Constituição de República Federativa do 
Brasil de 1988: 
A) Joaquim poderia propor ação popular visando à anulação do ato. 
B) Joaquim poderia impetrar mandado de segurança para buscar a anulação do ato. 
C) Joaquim poderia requerer, perante autoridade competente, o habeas corpus para a anulação do ato. 
D) Joaquim nada poderia fazer, por se tratar de questão restrita à atuação exclusiva do Ministério Público. 
QUESTÃO 100 
[FCC - 2012 - TRT 11ªR - Analista Judiciário] Eriberto, cidadão que habitualmente aprecia a fachada de 
um prédio público antigo, que foi construído ano de 1800, soube que, apesar de tombado por ser 
considerado patrimônio histórico e cultural, a autoridade pública resolveu demoli-lo ilegalmente para, 
no local, edificar um prédio moderno. Eriberto imediatamente procurou a autoridade pública suplicando 
que não o demolisse, mas seus pleitos não foram atendidos, então, para anular ato lesivo, segundo a 
Constituição Federal, poderá: 
A) impetrar mandado de segurança individual. 
B) impetrar mandado de segurança coletivo, desde que apoiado por abaixo assinado com, no mínimo, 
trezentas assinaturas. 
C) impetrar mandado de segurança coletivo, desde que apoiado por abaixo assinado com, no mínimo, 
quinhentas assinaturas. 
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D) impetrar mandado de segurança coletivo, desde que apoiado por abaixo assinado com, no mínimo, 
setecentas assinaturas. 
E) propor ação popular. 
QUESTÃO 101 
[MPT - 2015 - MPT- Procurador do Trabalho - Adaptada] Analise as seguintes proposições a respeito das 
ações constitucionais, julgue as assertivas: 
(i) A ação popular está presente no sistema jurídico brasileiro de forma contínua desde a Constituição de 
1946. 
(ii) A ação popular tem como único legitimado o cidadão, assim considerado aquele registrado como 
eleitor no pleno gozo de seus direitos políticos. 
QUESTÃO 102 
[FGV - 2013 - OAB - Adaptada] Em relação aos remédios constitucionais, julgue a assertiva: 
A ação popular pode ser impetrada por pessoa jurídica. 
QUESTÃO 103 
[CESPE - 2009 - MMA - Agente Administrativo] Analise o item a seguir: 
Um promotor de justiça, no uso de suas atribuições, poderá ingressar com ação popular. 
QUESTÃO 104 
[CESPE - 2010 - MPE-SE - Promotor de Justiça] Julgue o item: 
Se o autor da ação popular dela desistir, o MP poderá, estando presentes os devidos requisitos, dar-lhe 
prosseguimento. 
QUESTÃO 105 
[CESPE - 2013 - IBAMA - Analista Ambiental] Considere que uma organização não governamental (ONG), 
cujo objetivo social seja a preservação do cerrado, constate que um grande produtor rural obteve, do 
órgão ambiental competente, licença para desmatar uma grande extensão de determinada área de 
proteção ambiental. 
Nessa situação hipotética, no intuito de evitar danos ao meio ambiente, a ONG deverá ajuizar ação 
popular, pleiteando a nulidade do ato administrativo que concedeu a licença ambiental. 
 
 
 
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GABARITO 
1 – D 
2 – D 
3 – D 
4 – V 
5 – V 
6 – F 
7 – C 
8 – F 
9 – V 
10 – B 
11 – C 
12 – C 
13 – C 
14 – F 
15 – F 
16 – F 
17 – F 
18 – F 
19 – E 
20 – B 
21 – F 
22 – D 
23 – C 
24 – B 
25 – F 
26 – F 
27 – F 
28 – F 
29 – F 
30 – V 
31 – F 
32 – A 
33 – E 
34 – F 
35 – F 
36 – F 
37 – F 
38 – F 
39 – V 
40 – F 
41 – F 
42 – V 
43 – V 
44 – F 
45 – F 
46 – V 
47 – V 
48 – F 
49 – F 
50 – F 
51 – F 
52 – F 
53 – F 
54 – F 
55 – F 
56 – F 
57 – V 
58 – V 
59 – V 
60 – D 
61 – F 
62 – C 
63 – C 
64 – F 
65 – V 
66 – F 
67 – B 
68 – F 
69 – F 
70 – F 
71 – V 
72 – A 
73 – F 
74 – V 
75 – F 
76 – D 
77 – B 
78 – V 
79 – C 
80 – V 
81 – F 
82 – V 
83 – F 
84 – V 
85 – F 
86 – V 
87 – A 
88 – F 
89 – F 
90 – A 
91 – E 
92 – D 
93 – A 
94 – V 
95 – F 
96 – F 
97 – E 
98 – F 
99 – A 
100 – E 
101 – I) V / II) V 
102 – F 
103 – F 
104 – V 
105 – F 
 
 
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(6) Outras questões: para treinar 
(A) QUESTÕES CESPE 
QUESTÃO 01 
[CESPE - 2018 - TCM-BA - Auditor Estadual de Infraestrutura] O cidadão que entender que seu direito 
líquido e certo foi violado por ato de agente do tribunal de contas que atuava no exercício de suas funções 
poderá se valer do remédio constitucional denominado: 
A) mandado de injunção. 
B) ação popular. 
C) mandado de segurança. 
D) ação civil pública. 
E) ação rescisória. 
QUESTÃO 02 
[CESPE - 2015 - FUB - Auditor] Julgue o item subsecutivo, acerca dos direitos e deveres individuais e 
coletivos, dos direitos sociais, dos direitos de nacionalidade, dosdireitos políticos e dos partidos políticos: 
A ação popular — pertencente à categoria dos direitos políticos do cidadão — é um remédio 
constitucional que se manifesta como exercício da soberania popular e como instrumento da democracia 
direta. 
QUESTÃO 03 
[CESPE - 2013 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa] Ao constatar que o 
esgoto produzido em uma edificação que sediava um órgão da administração pública era lançado 
diretamente no principal rio da cidade, um cidadão local, inconformado com tal situação de descaso com 
o meio ambiente, decidiu pleitear, pela via judicial, a obtenção de medida que protegesse o meio 
ambiente da agressão constatada. Nessa situação hipotética, para requerer a medida protetiva 
pretendida, o referido cidadão deverá impetrar: 
A) habeas corpus. 
B) ação popular. 
C) mandado de segurança coletivo. 
D) habeas data. 
E) mandado de injunção. 
QUESTÃO 04 
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[CESPE - 2013 - TCE-RS - Oficial de Controle Externo] Considerando que cidadania pode ser definida 
como condição de pessoa que, como membro de um Estado, se acha no gozo de direitos que lhe 
permitem participar da vida política, julgue o seguinte item, com base no disposto na CF: 
Sendo a obtenção de certidões em repartição pública que objetivem o esclarecimento de situações de 
interesse pessoal um direito assegurado a todas as pessoas, caso haja negativa, na via administrativa, 
em atender à solicitação de emissão desse tipo de certidão, o interessado poderá impetrar mandado de 
segurança pleiteando sua emissão. 
QUESTÃO 05 
[CESPE - 2013 - DPE-DF - Defensor Público] No que se refere ao mandado de segurança coletivo e à ação 
popular, julgue o item seguinte à luz do entendimento dos Tribunais: 
Para que a legitimidade de entidade de classe seja reconhecida em sede de mandado de segurança 
coletivo, é imprescindível a demonstração de que a pretensão tenha sido veiculada no interesse de toda 
a categoria, e não de apenas parte dela. 
QUESTÃO 06 
[CESPE - 2013 - DPE-DF - Defensor Público] Em relação aos direitos e deveres individuais e coletivos, ao 
habeas data e aos princípios de interpretação das normas constitucionais, julgue o item subsequente: 
Qualquer pessoa é parte legítima para impetrar habeas data, em seu favor ou de outrem, visando 
conhecer ou retificar informações constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público. 
QUESTÃO 07 
[CESPE - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Juiz do Trabalho - Adaptada] Acerca dos tipos de ação previstos 
na CF para a tutela das liberdades, julgue as assertivas apresentada: 
I- Caso órgão público negue, ilegalmente, a determinada pessoa informação de terceiros de interesse 
coletivo, caberá a impetração de habeas data. 
I- Estrangeiro residente no Brasil possui legitimidade ativa para ingressar com ação popular preventiva 
com o objetivo de evitar a prática de ato lesivo ao patrimônio público. 
III - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe é hipótese de legitimidade 
ativa extraordinária e independe de autorização dos associados, figurando a entidade, nesse caso, como 
substituto processual. 
QUESTÃO 08 
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[CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador] Com relação aos direitos e garantias fundamentais, julgue o item 
a seguir: 
As pessoas jurídicas são destinatárias dos direitos e das garantias fundamentais constantes da 
Constituição Federal, inclusive para impetração, em nome próprio, de mandado de segurança, habeas 
data e habeas corpus. 
QUESTÃO 09 
[CESPE - 2012 - TJ-RO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça] No que se refere aos direitos e às garantias 
fundamentais previstos nas normas constitucionais, julgue a assertiva: 
O habeas corpus é o remédio constitucional que abriga não só o direito de ir e vir, mas também qualquer 
outro direito líquido e certo não abrangido por mandado de segurança e habeas data. 
QUESTÃO 10 
[CESPE - 2012 - TJ-PI - Juiz - Adaptada] Julgue a assertiva com referência aos direitos e garantias 
fundamentais e às ações constitucionais: 
O habeas data é ação que se destina a assegurar o conhecimento de informações pessoais constantes de 
registro de bancos de dados governamentais ou de caráter público, mas que não dá ensejo à retificação 
de dados errôneos deles constantes. 
QUESTÃO 11 
[CESPE - 2018 - SEFAZ-RS - Assistente Administrativo Fazendário] Autoridade pública do tribunal de 
justiça de determinado estado vetou, durante um mês, a retirada de autos dos processos em trâmite 
naquele tribunal por advogados atuantes nas causas, alegando que tal medida seria necessária para 
melhorar a organização dos servidores do órgão, que estavam realocando os autos dos processos nas 
salas do tribunal. Considerando que a medida tomada por essa autoridade foi ilegal, a Ordem dos 
Advogados do Brasil local ajuizou ação constitucional a fim de proteger direito líquido e certo da classe 
de advogados, que foram prejudicados ao terem sido impedidos de exercer suas atividades profissionais. 
Nessa situação hipotética, a OAB impetrou: 
A) habeas corpus. 
B) habeas data. 
C) mandado de injunção. 
D) mandado de segurança coletivo. 
QUESTÃO 12 
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[CESPE - 2015 - MPU - Técnico do MPU - Segurança Institucional e Transporte - Conhecimentos 
Específicos] Os direitos fundamentais arrolados pela CF balizam o trabalho do servidor público. 
Considerando as disposições constitucionais insculpidas nos artigos que vão do 5.º ao 15, julgue o item 
subsecutivo: 
É assegurado o acesso às informações de interesse particular retidas pelos órgãos públicos. 
QUESTÃO 13 
[CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Técnico Judiciário - Administrativo] Acerca de constituição 
e de direitos e garantias, julgue o item a seguir à luz da norma constitucional e da interpretação 
doutrinária sobre a matéria: 
Todos os brasileiros natos têm legitimidade para propor ação popular e para denunciar irregularidades 
ao Tribunal de Contas da União. 
QUESTÃO 14 
[CESPE - 2015 - MPOG - Analista Técnico Administrativo - Cargo 2] Acerca dos princípios fundamentais 
e dos direitos e deveres individuais e coletivos, julgue o item a seguir: 
A ação popular deve ser proposta somente por partido político com representação no Congresso 
Nacional. 
QUESTÃO 15 
[CESPE - 2019 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco II] Acerca das ações 
constitucionais, assinale a opção correta: 
A) Mandado de injunção destina-se a regulamentar normas constitucionais de eficácia contida e de 
eficácia limitada. 
B) Ação popular pode ser ajuizada por pessoa física ou jurídica, podendo figurar como réus a 
administração pública e pessoa física ou jurídica que tenha causado danos ao meio ambiente e(ou) ao 
patrimônio público, histórico e cultural. 
C) Nas ações de habeas corpus, o juiz está adstrito à causa de pedir e aos pedidos formulados. 
D) Mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político legalmente constituído e em 
funcionamento há pelo menos um ano. 
E) Habeas data pode ser impetrado tanto por pessoa física, brasileira ou estrangeira, quanto por pessoa 
jurídica, sendo uma ação isenta de custas. 
 
 
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(B) QUESTÕES FCC 
QUESTÃO 01 
[FCC - 2017 - TRE-PR - Analista Judiciário - Análise de Sistemas - Adaptada] Julgue o item subsequente: 
Ao disciplinar direitos e garantias fundamentais, aConstituição Federal assegura a gratuidade de habeas 
data e habeas corpus, destinados à tutela de direitos individuais, e, salvo comprovada má-fé do autor, a 
isenção de custas processuais e ônus da sucumbência na ação popular, que tem por escopo a anulação 
de ato lesivo ao patrimônio público e à moralidade administrativa, entre outros interesses de natureza 
transindividual. 
QUESTÃO 02 
[FCC - 2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa] A Constituição Federal, ao 
disciplinar direitos e garantias fundamentais, assegura gratuidade às ações de: 
A) habeas data e mandado de injunção. 
B) habeas data, habeas corpus, mandado de injunção, mandado de segurança, e, na forma da lei, aos atos 
necessários ao exercício da cidadania. 
C) mandado de injunção e mandado de segurança. 
D) habeas data, mandado de segurança, e, na forma da lei, aos atos necessários ao exercício da cidadania. 
E) habeas data, habeas corpus e, na forma da lei, aos atos necessários ao exercício da cidadania. 
QUESTÃO 03 
[FCC - 2014 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Tecnologia da Informação] Julgue o item: 
Dentre os direitos e garantias individuais e coletivos previstos na Constituição Federal, encontra-se a 
garantia do mandado de segurança para a proteção do direito de ir e vir. 
QUESTÃO 04 
[FCC - 2014 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista Judiciário - Área Administrativa - Adaptada] Considere e 
julgue a seguinte afirmativa: 
É cabível a impetração de habeas data em caso de violação do direito fundamental assegurado a todos 
de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse geral, ainda que, 
neste último caso, não diga respeito especificamente à pessoa do impetrante. 
QUESTÃO 05 
[FCC - 2018 - MPE-PE - Técnico Ministerial – Administrativa - Adaptada] De acordo com o que estabelece 
a Constituição Federal acerca dos Direitos e Garantias Fundamentais, julgue a assertiva: 
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São gratuitas as ações de habeas corpus, habeas data e mandado de segurança, bem como, na forma da 
lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. F 
QUESTÃO 06 
[FCC - 2013 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Técnico Judiciário - Área Administrativa - Adaptada] A respeito dos 
Direitos e Garantias Fundamentais, considere a seguinte assertiva: 
São gratuitas as ações de habeas data e habeas corpus, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício 
da cidadania. 
QUESTÃO 07 
[FCC - 2012 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Arquivologia] Ao instrumento jurídico destinado 
a assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante nos registros e bancos de 
dados de entidades públicas dá- se o nome de: 
A) habeas data. 
B) honoris causa. 
C) data venia. 
D) data tópica. 
E) data crônica. 
QUESTÃO 08 
[FCC - 2010 - SJCDH-BA - Agente Penitenciário] Considere: 
I. Retificação de dados quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. 
II. Defesa de direitos, contra ilegalidade ou abuso de poder e obtenção de certidões. 
Tais situações são protegidas, respectivamente, pelo: 
A) habeas data e direito de petição. 
B) mandado de injunção e mandado de segurança. 
C) ação popular e mandado de injunção. 
D) habeas data e habeas data. 
E) direito de petição e mandado de segurança. 
 QUESTÃO 09 
[FCC - 2009 - TRE-PI - Técnico Judiciário - Programação de Sistemas - Adaptada] Considere e julgue a 
seguinte assertiva a respeito dos Direitos e Garantias fundamentais: 
Conceder-se-á habeas-data para assegurar o conhecimento de informações relativas a terceiros, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. 
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QUESTÃO 10 
[FCC - 2008 - TRF - 5ª REGIÃO - Analista Judiciário - Tecnologia da Informação] É direito e garantia 
fundamental do cidadão que está sofrendo violência em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou 
abuso de poder, se valer do: 
A) habeas corpus. 
B) mandado de segurança. 
C) mandado de injunção. 
D) habeas data. 
E) juízo ou tribunal de exceção. 
QUESTÃO 11 
[FCC - 2015 - MPE-PB - Técnico Ministerial - Diligências e Apoio Administrativo] No tocante aos direitos 
e deveres individuais e coletivos, considere: 
I. São a todos assegurados, mediante o pagamento prévio de taxas, o direito de petição aos Poderes 
Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. 
II. São a todos assegurados, mediante o pagamento prévio de taxas, a obtenção de certidões em 
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. 
III. Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas. 
De acordo com a Constituição Federal, está correto o que se afirma APENAS em: 
A) I e II. 
B) I e III. 
C) II e III. 
D) I. 
E) III. 
QUESTÃO 12 
[FCC - 2006 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Analista Judiciário - Área Judiciária - Adaptada] Analise e julgue o 
item apresentado a seguir: 
O Direito de Petição previsto na Constituição Federal é extensivo a todos, nacionais ou estrangeiros, 
mediante o pagamento de taxas. 
QUESTÃO 13 
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[FCC - 2006 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário - Área Judiciária] Quanto aos Direitos e Deveres 
Individuais e Coletivos, previstos na Constituição Federal, julgue a assertiva a seguir: 
São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas o direito a petição aos Poderes 
Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. 
QUESTÃO 14 
[FCC - 2007 - TRF - 1ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Área Administrativa - Adaptada] Considere a hipótese 
que: 
1. Implique sempre falta de norma regulamentadora que torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas como as inerentes à nacionalidade. 
2. Vise à anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe. 
As medidas constitucionais aplicáveis a esses casos são, respectivamente, 
A) mandado de injunção e ação popular. 
B) mandado de segurança e mandado de injunção. 
C) habeas data e mandado de segurança. 
D) habeas data e ação civil pública. 
QUESTÃO 15 
[FCC - 2016 - AL-MS - Consultor de Processo Legislativo ] Heitor, brasileiro, 25 anos, em pleno exercício 
de seus direitos cívicos e políticos, procurou seu advogado para saber qual a medida judicial cabível em 
face do Estado X para que este seja condenado a deixar de lançar esgoto in natura ou com potencial 
poluente produzido pela Penitenciária Estadual no rio que passa em frente da sua residência. Heitor foi 
instruído a ajuizar 
A) ação popular, visando a anular o ato da Administração pública lesivo ao meio ambiente, que determina 
o procedimento acima anunciado, ficando, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus 
da sucumbência. 
B) habeas data, a fim de evitar maiores prejuízos ao meio-ambiente e à população local, ficando, salvo 
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. 
C) mandado de injunção, a fim de evitar maiores prejuízos ao meio-ambiente e à população local, 
ficando, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. 
D) ação popular, visando a anular o ato da Administração pública lesivo ao meio ambiente, que determina 
o procedimento acima anunciado, ficando, salvo comprovada má-fé, isento do ônus da sucumbência, 
mas deverá arcar com as custas judiciais. 
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E) mandado de injunção, a fim de evitar maiores prejuízos ao meio-ambiente e à população local, 
ficando, salvo comprovada má-fé, isento do ônus da sucumbência, mas deverá arcar com as custas 
judiciais. 
 
 
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GABARITO COMENTADO 
(A) QUESTÕES CESPE 
QUESTÃO 01 
[CESPE - 2018 - TCM-BA - Auditor Estadual de Infraestrutura] O cidadão que entender que seu direito 
líquido e certo foi violado por ato de agente do tribunal de contas que atuava no exercício de suas funções 
poderá se valer do remédio constitucional denominado: 
A) mandado de injunção. 
B) ação popular. 
C) mandado de segurança. 
D) ação civil pública. 
E) ação rescisória. 
Comentário: 
A nossa alternativa correta é a ‘c’! Pois o mandado de segurança é o remédio constitucional adequado 
para assegurar o exercício de direito líquido e certo, violado por ato de autoridade governamental. Tal 
remédio, entretanto, possui caráter residual, ou seja, caberá quando a o direito violador não puder ser 
amparado por habeas corpus ou habeas data. 
QUESTÃO 02 
[CESPE - 2015 - FUB - Auditor] Julgue o item subsecutivo, acerca dos direitos e deveres individuais e 
coletivos, dos direitos sociais, dos direitos de nacionalidade, dos direitos políticos e dos partidos políticos: 
A ação popular — pertencente à categoria dos direitos políticos do cidadão — é um remédio 
constitucional que se manifesta como exercício da soberania popular e como instrumento da democracia 
direta. 
Comentário: 
Estamos diante de uma assertiva correta. A ação popular é instrumento judicial de exercício direto da 
soberania, capaz de viabilizar o cidadão a realizar o controle de legalidade dos atos administrativos, 
impedindo lesões ao patrimônio público ou a entidades de que o Estado participe, protegendo a 
moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural. Encontra previsão no 
art. 5º, LXXIII da CF/88 (regulada pela Lei 4.717/65) e poderá ser impetrado apenas por quem é cidadão, 
ou seja, por aquele que está em pleno exercício de seus direitos políticos. 
QUESTÃO 03 
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[CESPE - 2013 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa] Ao constatar que o 
esgoto produzido em uma edificação que sediava um órgão da administração pública era lançado 
diretamente no principal rio da cidade, um cidadão local, inconformado com tal situação de descaso com 
o meio ambiente, decidiu pleitear, pela via judicial, a obtenção de medida que protegesse o meio 
ambiente da agressão constatada. Nessa situação hipotética, para requerer a medida protetiva 
pretendida, o referido cidadão deverá impetrar: 
A) habeas corpus. 
B) ação popular. 
C) mandado de segurança coletivo. 
D) habeas data. 
E) mandado de injunção. 
Comentário: 
Nossa reposta é a da letra ‘b’, já que a ação popular, como já sabemos, caracteriza-se como instrumento 
judicial de exercício direto da soberania, que viabiliza o cidadão a realizar o controle de legalidade dos 
atos administrativos, impedindo lesões ao patrimônio público ou de entidades de que o Estado participe, 
protegendo à moralidade administrativa, o meio ambiente (como é o caso da hipótese apresentada) e o 
patrimônio histórico e cultural. Sua previsão constitucional está no art. 5º, LXXIII da CF/88, enquanto a 
lei infraconstitucional que a regula é a 4.717/65. 
QUESTÃO 04 
[CESPE - 2013 - TCE-RS - Oficial de Controle Externo] Considerando que cidadania pode ser definida 
como condição de pessoa que, como membro de um Estado, se acha no gozo de direitos que lhe 
permitem participar da vida política, julgue o seguinte item, com base no disposto na CF: 
Sendo a obtenção de certidões em repartição pública que objetivem o esclarecimento de situações de 
interesse pessoal um direito assegurado a todas as pessoas, caso haja negativa, na via administrativa, 
em atender à solicitação de emissão desse tipo de certidão, o interessado poderá impetrar mandado de 
segurança pleiteando sua emissão. 
Comentário: 
Eis uma questão clássica sobre remédios constitucionais! No caso apresentado, o mandado de segurança 
será o remédio mais adequado para pleitear a emissão de certidão que objetive o esclarecimento de 
situação de interesse pessoal, sendo a assertiva verdadeira. Isso porque o habeas data não será cabível, 
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pois o que se pleiteia não é a informação, sua retificação ou a inclusão de nova informação, mas, sim, a 
expedição de certidão onde constam tais informações. 
QUESTÃO 05 
[CESPE - 2013 - DPE-DF - Defensor Público] No que se refere ao mandado de segurança coletivo e à ação 
popular, julgue o item seguinte à luz do entendimento dos Tribunais: 
Para que a legitimidade de entidade de classe seja reconhecida em sede de mandado de segurança 
coletivo, é imprescindível a demonstração de que a pretensão tenha sido veiculada no interesse de toda 
a categoria, e não de apenas parte dela. 
Comentário: 
Este é um item incorreto. Conseguiu identificar o porquê? Ora, para que o mandado de segurança 
coletivo possa ser impetrado pela entidade de classe, não é necessário que a pretensão seja veiculada no 
interesse de toda a categoria, podendo, conforme previsão da Súmula 630 do STF, ser veiculada apenas 
a uma parte da respectiva categoria, in verbis: "a entidade de classe tem legitimação para o mandado de 
segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria". 
QUESTÃO 06 
[CESPE - 2013 - DPE-DF - Defensor Público] Em relação aos direitos e deveres individuais e coletivos, ao 
habeas data e aos princípios de interpretação das normas constitucionais, julgue o item subsequente: 
Qualquer pessoa é parte legítima para impetrar habeas data, em seu favor ou de outrem, visando 
conhecer ou retificar informações constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público. 
Comentário: 
O item é claramente falso. Afinal, o habeas data é remédio constitucional hábil ao conhecimento e 
retificação de informações próprias do impetrante. Ou seja, tem caráter personalíssimo, não podendo 
ser impetrado em favor de outrem (de terceiros). 
QUESTÃO 07 
[CESPE - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Juiz do Trabalho - Adaptada] Acerca dos tipos de ação previstos 
na CF para a tutela das liberdades, julgue as assertivas apresentada: 
I- Caso órgão público negue, ilegalmente, a determinada pessoa informação de terceiros de interesse 
coletivo, caberá a impetração de habeas data. 
I- Estrangeiro residente no Brasil possui legitimidade ativa para ingressar com ação popular preventiva 
com o objetivo de evitar a prática de ato lesivo ao patrimônio público. 
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III - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe é hipótese de legitimidade 
ativa extraordinária e independe de autorização dos associados, figurando a entidade, nesse caso, como 
substituto processual. 
Comentário: 
Com exceção do item III, as demais assertivas podemos assinalar como falsas. O habeas data, como 
sabemos, é ação constitucional personalíssima, ou seja, sempre será impetrado para o acesso, retificação 
ou anotação de informações relativas à pessoa do próprio impetrante e não de terceiros. No que tange a 
ação popular, somente poderá ser proposta pelo cidadão,aquele que possui capacidade eleitoral ativa, 
ou seja, é eleitor e está com as obrigações eleitorais em dia, não pode ser proposta por estrangeiro, 
mesmo que residente no país. Em relação ao mandado de segurança coletivo impetrado por entidade de 
classe, realmente a legitimidade ativa é extraordinária, pois o legitimado atuará em nome próprio, mas 
em defesa de interesses coletivos de terceiros, independendo de autorização, conforme preceitua a 
súmula 629 do STF (“A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor 
dos associados independe da autorização deste”). 
QUESTÃO 08 
[CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador] Com relação aos direitos e garantias fundamentais, julgue o item 
a seguir: 
As pessoas jurídicas são destinatárias dos direitos e das garantias fundamentais constantes da 
Constituição Federal, inclusive para impetração, em nome próprio, de mandado de segurança, habeas 
data e habeas corpus. 
Comentário: 
As pessoas jurídicas, como já sabemos, são destinatárias de direitos e garantias fundamentais no limite 
de sua natureza, ou seja, muito embora sejam consideradas titulares de vasto rol de direitos, alguns são 
exclusivos das pessoas físicas. Nesse sentido, pessoas jurídicas podem impetrar mandado de segurança 
para a proteção de um direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data, podendo 
impetrar este último para ter acesso a informações a seu respeito. Quando ao habeas corpus, não há que 
se falar em pessoa jurídica figurando como paciente, isto porque tal remédio tem o condão de garantir a 
liberdade de locomoção, direito não inerente a pessoas jurídicas (que, em razão de sua natureza, não se 
locomovem). Sendo assim, a assertiva é falsa. 
QUESTÃO 09 
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[CESPE - 2012 - TJ-RO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça] No que se refere aos direitos e às garantias 
fundamentais previstos nas normas constitucionais, julgue a assertiva: 
O habeas corpus é o remédio constitucional que abriga não só o direito de ir e vir, mas também qualquer 
outro direito líquido e certo não abrangido por mandado de segurança e habeas data. 
Comentário: 
A assertiva é claramente falsa, pois habeas corpus tem por finalidade a tutela unicamente do direito de 
locomoção, conforme se depreende da leitura do dispositivo constitucional (art. 5º, inciso LXVIII, CF/88). 
Terá, portanto, cabimento contra abuso de poder ou ilegalidade que afete o direito de locomoção do 
paciente. Lembrando que o remédio constitucional de natureza residual é o MS. 
QUESTÃO 10 
[CESPE - 2012 - TJ-PI - Juiz - Adaptada] Julgue a assertiva com referência aos direitos e garantias 
fundamentais e às ações constitucionais: 
O habeas data é ação que se destina a assegurar o conhecimento de informações pessoais constantes de 
registro de bancos de dados governamentais ou de caráter público, mas que não dá ensejo à retificação 
de dados errôneos deles constantes. 
Comentário: 
Conseguiu identificar que essa assertiva é falsa? O habeas data é o remédio constitucional, de natureza 
personalíssima, adequado para que o impetrante, seja ele pessoa natural ou jurídica, possa obter acesso 
às suas informações constantes em bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público 
e, ainda, retificá-las. O habeas data será hábil, ainda, para que sejam feitas anotações nos assentamentos 
do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob 
pendência judicial ou amigável. 
QUESTÃO 11 
[CESPE - 2018 - SEFAZ-RS - Assistente Administrativo Fazendário] Autoridade pública do tribunal de 
justiça de determinado estado vetou, durante um mês, a retirada de autos dos processos em trâmite 
naquele tribunal por advogados atuantes nas causas, alegando que tal medida seria necessária para 
melhorar a organização dos servidores do órgão, que estavam realocando os autos dos processos nas 
salas do tribunal. Considerando que a medida tomada por essa autoridade foi ilegal, a Ordem dos 
Advogados do Brasil local ajuizou ação constitucional a fim de proteger direito líquido e certo da classe 
de advogados, que foram prejudicados ao terem sido impedidos de exercer suas atividades profissionais. 
Nessa situação hipotética, a OAB impetrou: 
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A) habeas corpus. 
B) habeas data. 
C) mandado de injunção. 
D) mandado de segurança coletivo. 
Comentário: 
A Ordem dos Advogados do Brasil impetrou, no caso apresentado, um mandado de segurança coletivo, 
com fulcro no art. 5º, LXX, alínea ‘b’ da CF/88. Não poderia ser impetrado habeas corpus (uma vez que 
tal remédio se presta a proteger a liberdade de locomoção) e nem o habeas data (que tem por objetivo 
garantir o acesso às informações, retificação de informações ou anotação de informações sempre 
referente à pessoa do impetrante). No que tange ao mandado de injunção, este seria cabível caso a 
ausência de uma norma impedisse o exercício de liberdades e direitos previstos no texto constitucional. 
Nossa resposta, portanto, encontra-se na letra ‘d’. 
QUESTÃO 12 
[CESPE - 2015 - MPU - Técnico do MPU - Segurança Institucional e Transporte - Conhecimentos 
Específicos] Os direitos fundamentais arrolados pela CF balizam o trabalho do servidor público. 
Considerando as disposições constitucionais insculpidas nos artigos que vão do 5.º ao 15, julgue o item 
subsecutivo: 
É assegurado o acesso às informações de interesse particular retidas pelos órgãos públicos. 
Comentário: 
A assertiva está correta. O acesso às informações, bem como a sua retificação e inclusão, desde que 
próprias do impetrante, retidas pelos órgãos públicos, será assegurado pelo habeas data, previsto no art. 
5º, LXXII da CF/88. 
QUESTÃO 13 
[CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Técnico Judiciário - Administrativo] Acerca de constituição 
e de direitos e garantias, julgue o item a seguir à luz da norma constitucional e da interpretação 
doutrinária sobre a matéria: 
Todos os brasileiros natos têm legitimidade para propor ação popular e para denunciar irregularidades 
ao Tribunal de Contas da União. 
Comentário: 
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A assertiva apresentada é falsa. Para que o indivíduo seja legítimo para propor ação popular deverá 
ostentar, necessariamente, a condição de cidadão, ou seja, estar em pleno exercício de seus direitos 
políticos, de acordo com o previsto no art. 5º, LXXIII da CF/88. 
QUESTÃO 14 
[CESPE - 2015 - MPOG - Analista Técnico Administrativo - Cargo 2] Acerca dos princípios fundamentais 
e dos direitos e deveres individuais e coletivos, julgue o item a seguir: 
A ação popular deve ser proposta somente por partido político com representação no Congresso 
Nacional. 
Comentário: 
Eis um item falso! A ação popular terá como legitimado ativo, necessariamente, o cidadão, ou seja, 
aquele indivíduo dotado de capacidade eleitoral ativa e que esteja em dia com suas obrigações eleitorais. 
Partido político não tem legitimidade para propor ação popular. 
QUESTÃO 15 
[CESPE - 2019 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco II] Acerca das ações 
constitucionais, assinale a opção correta: 
A) Mandado de injunção destina-se a regulamentar normas constitucionais de eficácia contida e de 
eficácia limitada. 
B) Ação popular pode ser ajuizada por pessoa física ou jurídica, podendo figurar como réus a 
administração pública e pessoa física ou jurídica que tenha causado danos ao meio ambiente e(ou) ao 
patrimônio público, histórico e cultural. 
C) Nas ações de habeas corpus, o juiz está adstrito à causade pedir e aos pedidos formulados. 
D) Mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político legalmente constituído e em 
funcionamento há pelo menos um ano. 
E) Habeas data pode ser impetrado tanto por pessoa física, brasileira ou estrangeira, quanto por 
pessoa jurídica, sendo uma ação isenta de custas. 
Comentário: 
A letra 'e' é a nossa resposta. Afinal, o writ poderá ser impetrado por qualquer pessoa, tanto natural 
quanto jurídica, seja nacional ou estrangeira (residente ou não no Brasil, desde que seja observado, como 
requisito, a escrita da petição inicial em português), para ter acesso às informações a seu respeito. 
Lembremos, ainda, que realmente a ação de HD é gratuita, em razão do disposto no art. 5°, LXXVII. 
Vamos verificar o erro das demais assertivas? 
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- Letra 'a': mandado de injunção é ação constitucional que visa regulamentar norma constitucional de 
eficácia limitada, tão somente. Normas constitucionais de eficácia contida já são possuidoras de 
aplicabilidade direta e imediata, não dependendo de regulamentação normativa ulterior para 
produzirem plenamente os seus efeitos. 
- letra 'b': não podemos assinalar, pois é uma alternativa dissonante do que prevê o art. 5º, LXXIII, no 
sentido de que o cidadão (e somente ele) é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato 
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de 
custas judiciais e do ônus da sucumbência. 
- letra 'c': a assertiva está em desarmonia com o CPP, que permite que no habeas corpus o órgão 
competente para seu julgamento não esteja vinculado à causa de pedir e aos pedidos formulados, sendo 
possível a concessão da ordem no sentido diverso do pleiteado e, ainda, a concessão de ofício (in verbis: 
“Art. 654, § 2º Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, 
quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal. 
- Letra 'd': Consoante prevê o art. 5º, LXX, ‘a’, CF/88 o mandado de segurança coletivo realmente pode 
ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional – não havendo, entretanto, 
a necessidade de o partido comprovar que está constituído e em funcionamento há pelo menos 1 ano (tal 
requisito aparece no art. 5°, LXX na alínea ‘b’, para a associação legalmente constituída). 
 
(B) QUESTÕES FCC 
QUESTÃO 01 
[FCC - 2017 - TRE-PR - Analista Judiciário - Análise de Sistemas - Adaptada] Julgue o item subsequente: 
Ao disciplinar direitos e garantias fundamentais, a Constituição Federal assegura a gratuidade de habeas 
data e habeas corpus, destinados à tutela de direitos individuais, e, salvo comprovada má-fé do autor, a 
isenção de custas processuais e ônus da sucumbência na ação popular, que tem por escopo a anulação 
de ato lesivo ao patrimônio público e à moralidade administrativa, entre outros interesses de natureza 
transindividual. 
Comentário: 
Conforme previsão do art. 5º, LXXVII da CF/88, são gratuitas as ações de habeas data e habeas corpus. 
Quanto à ação popular, cuja finalidade foi bem descrita pela banca, será isenta de custas processuais e 
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ônus da sucumbência, salvo se comprovada má-fé do autor, de acordo com previsão do art. 5º, LXXIII da 
CF/88. Destarte, o item apresentado pelo examinador está correto! 
QUESTÃO 02 
[FCC - 2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa] A Constituição Federal, ao 
disciplinar direitos e garantias fundamentais, assegura gratuidade às ações de: 
A) habeas data e mandado de injunção. 
B) habeas data, habeas corpus, mandado de injunção, mandado de segurança, e, na forma da lei, aos atos 
necessários ao exercício da cidadania. 
C) mandado de injunção e mandado de segurança. 
D) habeas data, mandado de segurança, e, na forma da lei, aos atos necessários ao exercício da cidadania. 
E) habeas data, habeas corpus e, na forma da lei, aos atos necessários ao exercício da cidadania. 
Comentário: 
A alternativa que devemos assinalar é a ‘e’, pois está em perfeita harmonia com a previsão do art. 5º 
LXXVII da CF/88, que nos informa serem gratuitas as ações de habeas data e habeas data, e, na forma da 
lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. 
QUESTÃO 03 
[FCC - 2014 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Tecnologia da Informação] Julgue o item: 
Dentre os direitos e garantias individuais e coletivos previstos na Constituição Federal, encontra-se a 
garantia do mandado de segurança para a proteção do direito de ir e vir. 
Comentário: 
É claro que devemos marcar o item como falso, pois sabemos que o instrumento hábil para a proteção 
do direito de ir e vir (liberdade de locomoção) é o habeas corpus, previsto no art. 5º, LXVIII da CF/88 
(conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou 
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder). O mandado de segurança, 
por sua vez, é um remédio constitucional residual, adequado para a proteção de direito líquido e certo 
não amparado pelo habeas data e pelo habeas data. 
QUESTÃO 04 
[FCC - 2014 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista Judiciário - Área Administrativa - Adaptada] Considere e 
julgue a seguinte afirmativa: 
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É cabível a impetração de habeas data em caso de violação do direito fundamental assegurado a todos 
de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse geral, ainda que, 
neste último caso, não diga respeito especificamente à pessoa do impetrante. 
Comentário: 
O habeas data é um remédio constitucional de caráter personalíssimo, que tutela o direito de o 
impetrante conhecer informações relativas à sua própria pessoa, constantes de registros ou bancos de 
dados de entidades governamentais ou de caráter público, ou retificar dados próprios, quando não se 
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. Destarte, como a afirmativa trata do 
direito genérico à obtenção de informação (“XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo 
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da 
sociedade e do Estado), tutelado pelo MS, deve ser considerada falsa. 
QUESTÃO 05 
[FCC - 2018 - MPE-PE - Técnico Ministerial – Administrativa - Adaptada] De acordo com o que estabelece 
a Constituição Federal acerca dos Direitos e Garantias Fundamentais, julgue a assertiva: 
São gratuitas as ações de habeas corpus, habeas data e mandado de segurança, bem como, na forma da 
lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. 
Comentário: 
A assertiva está equivocada, pois, segundo o art. 5º, LXXVII, CF/88, são gratuitas as ações de habeas 
corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. Nesse sentido, a 
questão se tornou falsa ao afirmar que o mandado de segurança também é uma ação gratuita. 
QUESTÃO 06 
[FCC - 2013 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Técnico Judiciário - Área Administrativa - Adaptada] A respeito dos 
Direitos e Garantias Fundamentais, considere a seguinte assertiva: 
São gratuitas as ações de habeas data e habeas corpus, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício 
da cidadania. 
Comentário: 
Claro que a assertiva apresentadaestá correta! De acordo com previsão do art. 5º, LXXVII da CF/88, serão 
gratuitas as ações de habeas data e habeas corpus, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da 
cidadania. 
QUESTÃO 07 
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[FCC - 2012 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Arquivologia] Ao instrumento jurídico destinado 
a assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante nos registros e bancos de 
dados de entidades públicas dá- se o nome de: 
A) habeas data. 
B) honoris causa. 
C) data venia. 
D) data tópica. 
E) data crônica. 
Comentário: 
Sem dúvida a alternativa que deverá ser marcada é a letra ‘a’: o habeas data se apresenta como remédio 
constitucional adequado para a obtenção, retificação ou inserção de informações constantes em bancos 
de dados ou registros de entidades governamentais ou de caráter público. É importante mencionar, 
ainda, que tal ação tem caráter personalíssimo, ou seja, o impetrante apenas poderá requerer, inserir ou 
retificar informações próprias/pessoais. Foi uma questão interessante, mas que lhe exigiu muito pouco 
(só o conhecimento do nome da ação constitucional). 
QUESTÃO 08 
[FCC - 2010 - SJCDH-BA - Agente Penitenciário] Considere: 
I. Retificação de dados quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. 
II. Defesa de direitos, contra ilegalidade ou abuso de poder e obtenção de certidões. 
Tais situações são protegidas, respectivamente, pelo: 
A) habeas data e direito de petição. 
B) mandado de injunção e mandado de segurança. 
C) ação popular e mandado de injunção. 
D) habeas data e habeas data. 
E) direito de petição e mandado de segurança. 
Comentário: 
Considerando que a retificação de dados, presentes em registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público, desde que sejam próprios do impetrante, poderá ser alcançada 
por intermédio do habeas data (art. 5°, LXXII) e que a defesa de direitos, contra ilegalidade ou abuso de 
poder, bem como a obtenção de certidões, só é possível em razão do exercício do direito de petição e do 
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direito de obtenção de certidões (ambos previstos no inciso XXXIV do art. 5°), a alternativa que deverá 
ser marcada é a ‘a’. 
 QUESTÃO 09 
[FCC - 2009 - TRE-PI - Técnico Judiciário - Programação de Sistemas - Adaptada] Considere e julgue a 
seguinte assertiva a respeito dos Direitos e Garantias fundamentais: 
Conceder-se-á habeas-data para assegurar o conhecimento de informações relativas a terceiros, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. 
Comentário: 
Ao contrário do que nos diz a assertiva, o habeas data (art. 5º, LXXII) é o remédio constitucional adequado 
para assegurar o conhecimento, retificação e inserção de informações relativas apenas a pessoa do 
impetrante (ação personalíssima). Sendo assim, é um item falso. 
QUESTÃO 10 
[FCC - 2008 - TRF - 5ª REGIÃO - Analista Judiciário - Tecnologia da Informação] É direito e garantia 
fundamental do cidadão que está sofrendo violência em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou 
abuso de poder, se valer do: 
A) habeas corpus. 
B) mandado de segurança. 
C) mandado de injunção. 
D) habeas data. 
E) juízo ou tribunal de exceção. 
Comentário: 
É claro que marcaremos a alternativa ‘a’ como correta. Conforme art. 5º, LXVIII da CF/88, caberá habeas 
corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade 
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. 
QUESTÃO 11 
[FCC - 2015 - MPE-PB - Técnico Ministerial - Diligências e Apoio Administrativo] No tocante aos direitos 
e deveres individuais e coletivos, considere: 
I. São a todos assegurados, mediante o pagamento prévio de taxas, o direito de petição aos Poderes 
Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. 
II. São a todos assegurados, mediante o pagamento prévio de taxas, a obtenção de certidões em 
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. 
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III. Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas. 
De acordo com a Constituição Federal, está correto o que se afirma APENAS em: 
A) I e II. 
B) I e III. 
C) II e III. 
D) I. 
E) III. 
Comentário: 
Apenas está correta a afirmação apresentada no item III, uma vez que não há que se falar em prévio 
pagamento de taxas para o exercício do direito de petição e direito à obtenção de certidões (leia 
novamente o inciso XXXIV do art. 5°: “XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de 
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoa”. 
QUESTÃO 12 
[FCC - 2006 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Analista Judiciário - Área Judiciária - Adaptada] Analise e julgue o 
item apresentado a seguir: 
O Direito de Petição previsto na Constituição Federal é extensivo a todos, nacionais ou estrangeiros, 
mediante o pagamento de taxas. 
Comentário: 
O item apresentado é falso. O direito de petição independe do pagamento de taxas para ser exercido. 
QUESTÃO 13 
[FCC - 2006 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário - Área Judiciária] Quanto aos Direitos e Deveres 
Individuais e Coletivos, previstos na Constituição Federal, julgue a assertiva a seguir: 
São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas o direito a petição aos Poderes 
Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. 
Comentário: 
Item verdadeiro, em perfeita e completa consonância com o art. 5°, XXXIV, ‘a’, CF/88. 
QUESTÃO 14 
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[FCC - 2007 - TRF - 1ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Área Administrativa - Adaptada] Considere a hipótese 
que: 
1. Implique sempre falta de norma regulamentadora que torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas como as inerentes à nacionalidade. 
2. Vise à anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe. 
As medidas constitucionais aplicáveis a esses casos são, respectivamente, 
A) mandado de injunção e ação popular. 
B) mandado de segurança e mandado de injunção. 
C) habeas data e mandado de segurança. 
D) habeas data e ação civil pública. 
Comentário: 
Já sabemos que, por força do art. 5º, LXXI da CF/88, sempre que uma falta de norma regulamentadora 
implicar ou tornar inviável o exercício de liberdades e direitos previstos no texto constitucional, bem 
como impedir o exercício das prerrogativas inerentes à nacionalidade, o remédio constitucional a ser 
impetrado é o mandado de injunção. 
Por outro lado, o remédio constitucional adequado à anular ato considerado lesivo ao patrimônio público 
ou a entidade de que o Estado participe é a ação popular, prevista no art. 5º, LXXIII da CF/88. É importante 
lembrar que a ação popular só poderá ser proposta por cidadão, ou seja, por pessoa no pleno exercício 
de seus direitos políticos. 
Deste modo, nossa alternativa correta e que deverá ser marcada é a da letra ‘a’. 
QUESTÃO 15 
[FCC - 2016 - AL-MS - Consultor de Processo Legislativo ] Heitor, brasileiro, 25 anos, empleno exercício 
de seus direitos cívicos e políticos, procurou seu advogado para saber qual a medida judicial cabível em 
face do Estado X para que este seja condenado a deixar de lançar esgoto in natura ou com potencial 
poluente produzido pela Penitenciária Estadual no rio que passa em frente da sua residência. Heitor foi 
instruído a ajuizar 
A) ação popular, visando a anular o ato da Administração pública lesivo ao meio ambiente, que determina 
o procedimento acima anunciado, ficando, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus 
da sucumbência. 
B) habeas data, a fim de evitar maiores prejuízos ao meio-ambiente e à população local, ficando, salvo 
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. 
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C) mandado de injunção, a fim de evitar maiores prejuízos ao meio-ambiente e à população local, 
ficando, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. 
D) ação popular, visando a anular o ato da Administração pública lesivo ao meio ambiente, que determina 
o procedimento acima anunciado, ficando, salvo comprovada má-fé, isento do ônus da sucumbência, 
mas deverá arcar com as custas judiciais. 
E) mandado de injunção, a fim de evitar maiores prejuízos ao meio-ambiente e à população local, 
ficando, salvo comprovada má-fé, isento do ônus da sucumbência, mas deverá arcar com as custas 
judiciais. 
Comentário: 
Heitor, no caso apresentado pelo enunciado, foi instruído a ajuizar ação popular (art. 5º, LXXIII da CF/88), 
remédio constitucional hábil a viabilizar ao cidadão (ou seja, pessoa no pleno exercício de seus direitos 
políticos, condição ostentada por Heitor) o controle de legalidade dos atos administrativos, impedindo 
lesividades. Cumpre destacar que, salvo comprovada má-fé, o autor ficará isento de custas judiciais e 
ônus de sucumbência. Sendo assim, nossa alternativa correta é a letra ‘a’ (e não a letra ‘d’, que também 
prevê a ação popular como o remédio constitucional adequado, mas dita que o autor arcará com as custas 
judiciais). 
 
 
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(7) Resumo direcionado 
 Remédios Constitucionais 
 
 
 
 
 
 
Garantias 
(ou Remédios 
Constitucionais) 
 
 
 
 
 
 Remédios constitucionais de natureza administrativa (não jurisdicional) 
 
 Direito de petição – art. 5º, XXXIV, “a”, CF/88, c/c Lei nº 4.898/1965 
 
 
Conceito 
 
 
 
Finalidade 
 
 
 
 
Características 
 
 
 
 
Peticionar significa apresentar, perante uma autoridade pública, um pedido (ou um 
requerimento ou uma solicitação de providências ou uma reclamação ou protesto), no 
intuito de pleitear certo direito, de efetivar determinada pretensão. 
 
Comunicar ao Poder Público a realização de um ato ilícito ou praticado com abuso, para 
que as medidas cabíveis possam ser tomadas. 
 
(i) É um instrumento informal de índole democrática. 
(ii) Pode ser exercido independentemente da presença de um advogado. 
(iii) Permite ao sujeito exercer sua cidadania, pois ele estará atuando em prol de 
interesses pessoais ou coletivos, em benefício da sociedade ou, até mesmo, de terceiros. 
(iv) O sujeito que apresentar a petição não precisa ter sofrido uma lesão a um direito 
próprio seu; ele pode agir para defender a ordem constitucional ou o interesse público. 
(i) De natureza não jurisdicional 
 
(ii) De natureza jurisdicional 
 
- Direito de Petição 
- Direito à obtenção de certidões 
 
- Habeas Corpus 
- Habeas Data 
- Mandado de Segurança 
- Mandado de Injunção 
- Ação Popular 
 
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Legitimidade 
 
 
Destinatário 
 
 
 Direito à obtenção de certidões – art. 5º, XXXIV, “b”, CF/88; c/c Lei nº 9.051/1995 
 
Legitimidade 
 
 
Destinatário 
 
 
Objetivo 
 
 
Requisito 
 
 
Recusa 
 
 Remédios constitucionais de natureza jurisdicional 
 
 Habeas Corpus - HC (Art. 5º, LXVIII e LXXVII, CF/88) 
 
Objetivo 
 
 
Características 
Conseguir do Poder Público uma certificação formal (como se fosse um atestado) que 
comprove uma situação, que confirme e valide um determinado fato. 
Demonstrar claramente o seu legítimo interesse, ou seja, a existência de um direito 
individual ou da sociedade, tutelado pelo ordenamento, que necessita da certidão para 
ser protegido. 
 
Trata-se de uma garantia que poderá ser fruída por todos, ou seja, por pessoas naturais 
(nacionais ou estrangeiras), bem como por pessoas jurídicas, independentemente do 
pagamento de taxas. 
Qualquer órgão ou autoridade do Poder Público, ou seja, pode este pertencer ao Poder 
Executivo, Legislativo, Judiciário e até mesmo ao Ministério Público. 
Pode ser manejado, independentemente do pagamento de qualquer taxa, por qualquer 
pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira. 
Qualquer órgão ou autoridade da Administração Pública, direta ou indireta. 
Amparar a liberdade de locomoção, fazendo cessar qualquer ameaça ou coação que a 
comprometa. 
- Natureza penal. 
- Possui procedimento especial. 
- É isento de custas. 
Ocorrendo, por parte da Administração Pública, a negativa ilegal da produção da 
certidão, o remédio constitucional cabível será o mandado de segurança. 
 
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Termos 
importantes 
 
 
 
 
 
Legitimidade 
ativa 
 
 
 
 
 
Legitimidade 
passiva 
 
 
 
 
 
 
 
Espécies 
 
 
 
 
 
Cabimento 
- Impetração: ato de ajuizar (impetrar) um remédio constitucional. 
- Impetrante: autor da ação. 
- Paciente: aquele que será o beneficiado pelo remédio (necessariamente uma pessoa 
física). 
- Autoridade coatora: autoridade que pratica a ilegalidade ou abuso de poder. 
O impetrado (ou autoridade coatora) do habeas corpus será aquele que praticar a coação 
ou ilegalidade ao direito de locomoção do paciente. 
- Em alguns casos o habeas corpus poderá ser impetrado também contra atos de 
particulares, em face de patente ilegalidade. É o que ocorre, por exemplo, nas relações 
paciente-hospital, em que o estabelecimento condiciona a liberação do paciente ao 
pagamento das despesas médico-hospitalares. 
Terá cabimento, portanto, contra ilegalidade ou abuso de poder que afete o direito de 
locomoção do paciente. A admissibilidade do habeas corpus pressupõe a existência, 
mesmo que de forma acidental, de um risco à liberdade de locomoção da pessoa. 
- É universal, pois qualquer pessoa (física ou jurídica), nacional ou estrangeira, 
independentemente de capacidade civil, política ou profissional, de idade, de sexo, 
profissão, estado mental, tem legitimidade para ingressar com o HC, em benefício 
próprio ou até mesmo alheio. 
- O Ministério Público também será legitimado para impetrar o HC em favor de pessoa 
física, e até mesmo o juiz poderá concedê-lo de ofício, desde que não o faça contra ato 
próprio. 
Obs.: não há a necessidade de advogado para a impetração do remédio. 
(i) Habeas corpus repressivo: também conhecido como liberatório, pois a liberdade de 
locomoção já está violada, e o intuito é conseguir a expedição de um alvará de soltura. 
(ii) Habeas corpus preventivo: será usado quando existir um risco iminente à liberdade 
– seu objetivo é o de obter o chamado salvo conduto, para evitar que o risco se concretize 
e que a violência atinja o direito protegido. 
(iii) Habeas corpus suspensivo: aplicável na hipótese de a ordem de prisão já ter sido 
decretada, porém o mandado ainda estar pendente de cumprimento; almejando-se, 
assim,a expedição de um contramandado de prisão. 
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Procedimento 
 
 
Cabimento do 
habeas corpus 
coletivo 
 
 Mandado de Segurança Individual – MS (Art. 5º, LXIX, CF/88 e Lei nº 12.016/2009) 
 
Objetivo 
 
 
 
Características 
 
 
 
 
 
Cabimento 
 
 
 
 
Conceito de 
direito líquido e 
certo 
 
 
 
 
 
O habeas corpus segue um rito especial, extremamente informal e célere, em razão da 
imensa importância do direito (liberdade de locomoção) que ele pretende defender. 
Será cabível em situações nas quais temos vários pacientes sofrendo semelhante 
violação (ou ameaça) à liberdade de locomoção e todos aguardam proteção do remédio 
constitucional que estamos estudando. 
Proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando 
o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de 
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
- Natureza cível. 
- Possui rito sumário especial. 
- Não se admite o MS em face de particular que esteja em atividade própria. 
- Constitui remédio a ser utilizado quando direito líquido e certo do indivíduo for violado 
por ato de autoridade governamental ou de agente de pessoa jurídica privada que esteja, 
por delegação, no exercício de atribuição do Poder Público, contra o qual não seja 
oponível habeas corpus ou habeas data. 
- É um remédio constitucional de caráter residual, uma vez que somente poderá ser 
impetrado para amparar direito líquido e certo que não disser respeito ao direito de 
locomoção (habeas corpus) e ao direito ao acesso e/ou retificação de informações 
pessoais (habeas data). 
 
Significa aquele direito que pode ser demonstrado independentemente de posterior 
dilação probatória (ou seja, não haverá abertura de prazo para produção de provas: a 
prova é pré-constituída). 
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Legitimidade 
ativa 
 
 
 
Legitimidade 
passiva 
 
 
 
Prazo para 
impetração 
 
 
 
 Mandado de segurança coletivo (Art. 5º, LXX, CF/88) 
 
 
Distinção entre 
MS coletivo e 
individual 
 
 
 
Finalidade 
 
 
 
 
 
Será denominado de autoridade coatora, que vem a ser aquela que pratica ou ordena a 
execução ou a inexecução do ato a ser impugnado via mandado de segurança. 
Pertence ao detentor do direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou por 
habeas data, podendo este ser qualquer pessoa física – brasileiros ou estrangeiros, 
residentes ou não no País – ou pessoa jurídica – nacional ou estrangeira, privada ou 
pública –, alguns órgãos públicos com capacidade processual (caso das Mesas das Casas 
Legislativas, Chefia dos Executivos, Chefia do Tribunal de Contas, Ministério Público), 
agentes políticos, além de outros entes despersonalizados com capacidade processual (e 
exemplo do espólio e da massa falida). 
- O prazo para impetração do mandado de segurança é de cento e vinte dias, contados 
do conhecimento oficial pelo interessado do ato a ser impugnado, conforme dispõe o 
art. 23 da Lei nº 12.016/2009. 
- Trata-se de prazo decadencial, o que implica dizer que, após iniciado o trâmite 
processual, não se interrompe mais, tampouco se suspende. 
(1) Fortalecer as organizações classistas, eis que ele permite a defesa de direitos dos 
membros ou associados, por exemplo, das associações e das entidades de classe. 
(2) Facilitar o acesso à justiça. 
(3) Evitar o acúmulo de demandas idênticas, pois a ação permite a substituição de 
diversos mandados de segurança individuais por um único de caráter coletivo. 
- MS coletivo: tem como foco a coletividade e a proteção de seus direitos (coletivos e 
individuais homogêneos). 
- MS individual: tem como foco o sujeito considerado em sua individualidade. 
- Não se admite o MS em face de particular que esteja em atividade própria. 
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Cabimento 
 
 
 
 
 
Legitimidade 
ativa 
 
 
 
 
Legitimidade 
passiva 
 
 
 Mandado de injunção (Art. 5º, LXXI, CF/88 e Lei nº 13.300/2016) 
 
 
Conceito 
 
 
 
Finalidade 
 
 
 
Cabimento 
 
Será cabível sempre que a ausência de norma regulamentadora tornar inviável o 
exercício de direitos e liberdades constitucionais, bem como das prerrogativas inerentes 
à nacionalidade, soberania e cidadania. 
Concretizar o exercício de direitos, liberdades constitucionais ou prerrogativas inerentes 
à nossa nacionalidade, soberania ou cidadania, que estão inviabilizados porque falta uma 
norma regulamentadora. 
 
Será denominado de autoridade coatora, que vem a ser aquela que pratica ou ordena a 
execução ou a inexecução do ato a ser impugnado via mandado de segurança. 
(i) Partido político com representação no Congresso Nacional. 
(ii) Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados. 
Obs.: de acordo com o STF, o requisito de funcionamento há pelo menos 1 (um) ano 
aplica-se somente às associações, não existindo para as entidades de classe, sindicatos 
ou partidos políticos. 
- O mandado de segurança coletivo poderá ser utilizado nas mesmas hipóteses de 
cabimento do MS individual. Assim, possui por finalidade a proteção de direito líquido e 
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o paciente sofrer lesão 
ou ameaça a direito, por ação ou omissão da autoridade. 
- Não se destina à tutela de direitos de um indivíduo em particular, devendo ser utilizado 
apenas para a tutela de direitos coletivos em sentido amplo. 
É uma ação (ou remédio) constitucional, de natureza civil e de procedimento especial, 
previsto no inciso LXXI do art. 5° da CF/88, atualmente regulamentada pela Lei nº 13.300 
(de junho de 2016). 
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Requisitos para a 
impetração do 
mandado de 
injunção 
 
 
Legitimidade 
Ativa 
 
 
 
 
Legitimidade 
Passiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Qualquer pessoa, física ou jurídica, que esteja impedida de exercer os direitos e as 
liberdades constitucionais, assim como de suas prerrogativas inerentes à nacionalidade, 
soberania e cidadania, em razão de omissão do Poder Público em editar normas 
regulamentadoras que confiram efetividade às normas constitucionais, poderá figurar 
no polo ativo do mandado de injunção. 
- Engloba as coletividades (sindicatos e associações) e o Ministério Público. 
(i) Norma constitucional de eficácia limitada desprovida de regulamentação. 
(ii) Efetiva omissão, total ou parcial, do Poder Público. 
(iii) Nexo entre a falta de norma e o não exercício do direito/liberdade. 
Será sempre do órgão, autoridade ou entidade pública (pessoa estatal) responsável por 
viabilizar os direitos previstos na Constituição Federal, tendo em vista que o mandado de 
injunção tem por objetivo suprir omissão do Poder Público em relação às normas 
constitucionais (o particular, ainda que beneficiado pela omissão, nunca será legitimado 
passivo no MI). 
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Efeitos da 
concessão do 
mandado de 
injunção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Reconhecida a mora legislativa, o mandado de injunção será deferido e terá como 
objetivo: (i) determinar prazo razoável para que o impetradopromova a edição da norma 
regulamentadora; (ii) estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, 
das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que 
poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida 
a mora legislativa no prazo determinado (ver o art. 8º, da Lei nº 13.300/2016). 
 
- Teoria não concretista: o Poder Judiciário se limita a, tão somente, reconhecer que há 
inércia do Poder Público em regulamentar o tema e comunicar ao órgão competente a 
existência de uma omissão inconstitucional. 
 
 
 
- Teoria concretista: sempre 
que os pressupostos 
constitucionalmente exigidos 
para a impetração do 
mandado de injunção 
estiverem presentes, o Poder 
Judiciário deverá reconhecer 
a omissão inconstitucional e, 
na sequência, viabilizar o 
exercício e a efetiva 
concretização do direito. 
- Teoria “concretista geral”: a decisão judicial no 
mandado de injunção deveria produzir efeitos erga 
omnes (ou seja, para todos). 
 
 
 
 
- Teoria concretista 
individual: a decisão 
prolatada pelo Poder 
Judiciário somente 
pode alcançar aquele 
que impetrou o MI, ou 
seja, possui efeitos 
“inter partes”. 
- Individual direta: o Poder 
Judiciário, ao julgar a 
procedência do MI, vai 
concretizar o direito do 
autor de forma imediata. 
- Individual intermediária: 
o Poder Judiciário não 
poderá viabilizar o direito 
de forma imediata, 
devendo, primeiro, 
reconhecer a mora e dar 
ciência ao órgão ou 
autoridade impetrada, 
fixando um prazo para que 
possam apresentar a 
regulamentação. 
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 Habeas data - HD (Art. 5º, LXXII, CF/88 c/c Lei nº 9.507/1997) 
 
Conceito 
 
 
Finalidade 
 
 
 
Cabimento 
 
 
 
 
Requisitos para a 
impetração do 
habeas data 
 
 
 
 
A petição inicial 
deverá ser 
instruída com 
prova 
 
 
 
 
 
 
 
(i) Para obter acesso às informações referente à pessoa do impetrante. 
(ii) Promover a retificação de informações referentes à pessoa do impetrante. 
(iii) Proceder à anotação de informações relativas à pessoa do impetrante. 
(a) permitir que a pessoa tenho acesso as informações relativas a si mesma, constantes 
de registros (ou bancos de dados) de entidades governamentais ou de caráter público. 
(b) permitir que a pessoa retifique (corrija) dados, se não preferir fazê-lo por processo 
sigiloso, judicial ou administrativo. 
É uma ação (ou um remédio) constitucional de natureza civil e procedimento especial. 
(i) A informação deve ser própria (sobre a pessoa do impetrante). A ação é 
personalíssima. 
(ii) A informação deve estar em um registro ou banco de dados de uma entidade 
governamental ou de uma entidade privada que dê publicidade a esses dados (que os 
divulgue). 
(iii) O impetrante deve comprovar o “interesse de agir”, isto é, ele deverá na petição 
inicial de HD mostrar que houve recusa por parte da autoridade administrativa 
competente em apresentar (ou corrigir ou anotar) as informações pessoais ou então que 
ele não recebeu uma resposta dentro do prazo previamente estabelecido pela lei. 
- Da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão. 
- Da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão. 
- Da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2º do art. 4º ou do decurso de 
mais de quinze dias sem decisão. 
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Legitimidade 
Ativa 
 
 
 
 
 
Legitimidade 
Passiva 
 
 
 
 
 
Procedimento 
 
 
 
 
 Ação Popular- AP (Art. 5º, LXXIII, CF/88; Lei nº 4.717/1965) 
 
 
Conceito 
 
 
 
Finalidade 
 
- Qualquer pessoa, tanto natural quanto jurídica, seja nacional ou estrangeira, para ter 
acesso às informações a seu respeito (ou para pedir a correção delas ou a anotação de 
algum dado complementar). 
- O HD só pode ser impetrado para o acesso, retificação ou anotação de informações 
relativas à pessoa do próprio impetrante e não de terceiros. 
- Reconhece-se a legitimidade dos herdeiros do de cujus (falecido) e do cônjuge 
supérstite (sobrevivente) para a correção de dados do morto. 
- O cônjuge sobrevivente tem legitimidade para propor habeas data com o objetivo de 
obter informações do de cujus. 
Tendo em vista que o habeas data tem por finalidade dar conhecimento e/ou retificar 
informações constantes de registro ou de banco de dados, tanto de entidades 
governamentais, como de particulares que tenham caráter público, são justamente tais 
entidades que podem ser sujeitos passivos do habeas data, desde que possuam 
informações relativas ao impetrante. 
(i) Fase administrativa (ou pré-judicial): nesta, o interessado solicita 
administrativamente a informação, a retificação, a anotação ou explicação sobre um 
dado exato constante do banco de dados. 
(ii) Fase judicial: A fase judicial inicia-se com o legitimado ativo impetrando o habeas 
data, isto é, acionando o órgão judiciário competente conforme normativa 
constitucional e também à luz do art. 20, Lei nº 9.507/1997. 
Obs.: É uma ação gratuita e necessita de advogado. 
É uma ação (ou remédio) constitucional de natureza civil que tem por objetivo principal 
anular ou declarar a nulidade de um ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
É um instrumento judicial de exercício direto da soberania, com caráter cívico, que 
viabiliza que o cidadão controle a legalidade dos atos administrativos e impeça as 
lesividades, fazendo valer seu direito subjetivo a um Governo honesto, desprovido de 
corrupção e desvios. 
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Espécies 
 
 
 
 
Requisitos para a 
impetração da 
ação popular 
 
 
 
Legitimidade 
Ativa 
 
 
 
Não poderão 
figurar no polo 
ativo da ação 
popular 
 
 
 
 
 
Legitimidade 
Passiva 
 
 
 
(i) Requisito subjetivo: ser cidadão. A ação popular somente poderá ser proposta pelo 
cidadão, aquele nacional que possui capacidade eleitoral ativa, ou seja, é eleitor e está 
com as obrigações eleitorais em dia. 
(ii) Requisito objetivo: lesão (ou ameaça de lesão) ao patrimônio público, por ilegalidade 
ou imoralidade. 
- Pertence ao cidadão, indivíduo dotado de capacidade eleitoral ativa e que esteja em dia 
com suas obrigações eleitorais. 
- A condição de cidadão será comprovada com a juntada do título de eleitor ou com 
documento que lhe corresponda. 
(i) os estrangeiros, mesmo que residentes no território nacional. 
(ii) os apátridas. 
(iii) as pessoas jurídicas, conforme a súmula nº 365, STF. 
(iv) os brasileiros que estejam com seus direitos políticos suspensos ou perdidos, nos 
termos do art. 15, CF/88. 
(v) o Ministério Público. 
(i) Pessoas jurídicas de direito público, cujo patrimônio se procura proteger, bem como 
suas entidades autárquicas e quaisquer outras pessoas jurídicas que sejam 
subvencionadas pelos cofres públicos (ver art. 1º, Lei nº 4.717/1965). 
(ii) Os responsáveis pelo ato lesivo, vale dizer, autoridades diretamente responsáveis 
pelo ato que está sendo impugnado, administradores e demais funcionários. 
(iii) Beneficiários diretos do ato ou contrato lesivo. 
- Preventiva: quando for ajuizada antes da efetivação dos efeitos danosos ao patrimônio 
público. 
- Repressiva: quando o intuito da propositura da ação é anular os atos lesivos, conseguir 
o ressarcimento dos danos ocasionados e a recomposição do patrimônio público lesado. 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Malheiros, 2017. 
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal anotada. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 
MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019. 
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de 
Direito Constitucional. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 41ª ed. atual. São Paulo: Malheiros, 
2018. 
SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. 9ª ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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