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12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 1/20 Aula 04 Possibilidades Textuais Olá, nesta aula, você entenderá a importância dos gêneros textuais e sua utilização na vida social. Apresentaremos noções fundamentais para que você perceba como os textos se entrelaçam, estabelecendo entre si relações de sentido. Bom estudo! Gêneros Discursivos 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 2/20 De acordo com Blancafort e Valls (1999 apud FERRAZ, 2005, p. 43) o problema da classi�cação dos discursos e a necessidade de estabelecer unidades, tipologias ou classi�cações é algo inerente à forma do pensamento humano de entender a realidade que o cerca. As autoras ainda acrescentam que, apesar de tais categorias facilitarem a compreensão dos fenômenos da linguagem, também podem dar uma visão deformada deles. Explicam que isso ocorre quando se aplicam, de forma não crítica e mecânica, esquemas prévios a fenômenos novos, o que �ca mais evidente quando se trata de atividades socioculturais que estão sujeitas à variação intercultural e intracultural. Em outras palavras, o que pode ser considerado como um “tipo” muito claro e recorrente, em um contexto social determinado, pode não ser tão claro em outro. As autoras tomam como razão plausível para essa busca por classi�cação e tipi�cação o reconhecimento de que há realmente uma tendência regular nos comportamentos discursivos dos seres humanos. Isso prova terem as pessoas uma necessidade semelhante em explicar o mundo a si próprias, de transmitir valores e crenças, de polemizar e discutir etc. Mas se existem diferenças na maneira como representamos e verbalizamos essas atividades, existem também semelhanças que nos permitem lançar propostas para a descrição, a classi�cação e a análise dos fenômenos discursivos. Blancafort e Valls (1999) falam que o conceito de gênero e de tipo de texto são de natureza próxima e, portanto, são conceitos que se confundem. Como gênero mostra-se um conceito difícil de delimitar, seu uso é estendido para classi�car grande parte dos produtos culturais em que o uso da palavra é fundamental. Atualmente, aplica-se também às novas tecnologias de comunicação: gêneros cinematográ�cos (comédia, musical, drama etc.), televisivos (reality shows, talk shows, novela etc.) ou radiofônicos (entrevistas, conversas etc.). Para exempli�car melhor o processo de classi�cação de gêneros discursivos, as autoras citam Aristóteles (2011) como o pioneiro na classi�cação de gêneros discursivos, pois ele lança em sua obra Retórica três tipos de discurso: Forenses ou Jurídicos. Deliberativos ou Políticos. Epidícticos ou de Ocasião. Tal classi�cação atendia aos discursos em uso na vida pública de seu tempo: orais e diante de uma audiência, portanto, referentes aos âmbitos da vida institucional. Esse critério com base nas práticas discursivas existentes é mantido até hoje como fundamental para estudar os gêneros discursivos. Blancafort e Valls (1999) a�rmam que levar em conta o âmbito (contexto) em que um gênero é produzido implica considerar os seguintes aspectos: Finalidades. Atores. Temas próprios desse âmbito (contexto). 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 3/20 Formas verbais e não verbais. Observamos que as colocações das autoras deixam evidente a relação entre a re�exão sobre os gêneros discursivos e a função que desempenham na vida social. Questionam também o surgimento de “novos gêneros”, nem sempre sendo tão novos. Esse fato já fora notado por Bakhtin (1997), que falava na “transmutação” dos gêneros e na assimilação de um gênero por outro, gerando novos. A modernidade e o avanço da tecnologia favorecem o surgimento de formas inovadoras, mas não absolutamente novas, como, por exemplo, o telefonema, que apresenta similaridade com a conversação face a face, e o e-mail (correio eletrônico), que tem nas cartas e nos bilhetes os seus antecessores. Contudo as cartas eletrônicas constituem um novo gênero com identidade própria. Como complemento à sua discussão sobre gêneros discursivos, Blancafort e Valls (1999) tecem comentários acerca da preocupação de Bakhtin sobre o tema, que procuramos esquematizar na �gura seguinte: Bases para o estudo de gênero discursivo de acordo com Bakhtin 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 4/20 A relação entre os elementos esboçados no esquema acima levou Bakhtin a considerar mais estreitamente o conceito de “gênero” e o “estilo funcional”, este último chamado mais tarde de registro. Conforme Bakhtin, há quatro aspectos que determinam um gênero: os temas; a estrutura interna; o registro ou estilo funcional utilizado; a relativa estabilidade do todo (ligada às mudanças históricas e estilos da língua e gêneros discursivos). Além disso, Bakhtin (1997 apud FERRAZ, 2005, p. 47) fazia a distinção entre os gêneros primários ou simples (a conversação e suas formas) e os secundários ou complexos, derivados dos primeiros e produtos da elaboração intelectual (literários, jornalísticos e cientí�cos). Em seus estudos, ele ressalta a pouca importância dada aos gêneros primários ou simples, já que neles residem as informações necessárias para descobrir a importância da situação, das �nalidades e da relação de um enunciado com enunciados anteriores e as expectativas de resposta (verbal ou não verbal, imediata ou atrasada) que cada enunciado gera. Em suma, Bakhtin a�rma que um gênero concreto se pode descrever ou analisar em termos da maneira especí�ca em que se concretizam e se articulam com seus componentes: a situação, os participantes, as �nalidades, as funções, a organização estrutural interna, o tom, os instrumentos verbais e não verbais e as formas de interação e de interpretação que caracterizam e regulam uma classe de eventos. E é a partir da análise empírica dos eventos particulares que se pode descobrir e descrever os gêneros em torno dos quais se organiza a vida cotidiana, tanto a privada quanto a pública e institucional de um grupo cultural concreto. 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 5/20 Nesse sentido, Marcuschi (2003, p. 20) ressalta uma característica dos gêneros em sua de�nição sobre eles, o exercício do poder: Os gêneros são atividades discursivas socialmente estabilizadas que se prestam aos mais variados tipos de controle social e até mesmo ao exercício de poder. Pode-se, pois, dizer que os gêneros textuais são a nossa forma de inserção, ação e controle social. Toda e qualquer atividade discursiva se dá em algum gênero que não é decidido ad hoc, como já lembrava Bakhtin ([1953]1979) em seu célebre ensaio sobre os gêneros do discurso. (Marcuschi, 2003, p. 20). Além da ênfase na força dos gêneros textuais, Marcuschi (2003, p. 21) a�rma ainda que os gêneros modernos, que surgiram no século XX, criaram formas comunicativas próprias com um certo hibridismo que desa�am as relações entre oralidade e escrita, uma vez que tiveram como meio propagador as diversas mídias, fato que permitiu uma maior integração entre os vários tipos de semioses: signos verbais, sons, imagens e formas em movimento, o que caracteriza os gêneros compostos por textos multimodais. Assim, os gêneros textuais se caracterizam e se de�nem por aspectos sociocomunicativos – para agir sobre o mundo e dizer o mundo, constituindo-o de algum modo – e funcionais. Mas isso nãoquer dizer que se despreza a forma, pois, em muitos casos, são as formas que determinam o gênero e, em outros, as funções. Marcuschi (2003, p. 25) resume, com propriedade, que “gêneros são formas verbais ou ação social relativamente estáveis, realizadas em textos situados em comunidades de práticas sociais e domínios discursivos especí�cos”. A expressão “domínio discursivo” designa uma esfera ou instância de produção discursiva ou de atividade humana que propicia o surgimento de discursos bastante especí�cos, como os discursos jurídico, jornalístico, religioso, político, econômico e tantos outros que existem no cotidiano e que se têm como meio divulgador em “suporte”, isto é, o ambiente ou meio material pelo qual os gêneros são divulgados. Vejamos o exemplo seguinte: 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 6/20 Esse texto consiste em propaganda veiculada para promover a conscientização dos leitores de diversas revistas sobre problemas na relação entre o ser humano e o ambiente. Vejamos como o gênero publicitário passa por uma releitura em um livro didático, no qual ganha uma função diferenciada de sua original e serve de suporte para o trabalho de interpretação textual. Intertextualidade Para análise desse texto, propaganda do Greenpeace, Bou Maroun (2007) diz que é requerida dos alunos leitura e�ciente da imagem por meio da intertextualidade. A autora prossegue discorrendo sobre a relação intertextual estabelecida com a conhecida historinha infantil da Chapeuzinho Vermelho, na qual há um bosque cheio de árvores e de �ores, em oposição ao discurso do Greenpeace, que trata do desmatamento progressivo das �orestas. Essa relação se faz por meio da Propaganda do Greenpeace 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 7/20 imagem: uma menininha vestida com uma capa vermelha e levando uma cesta passeia por uma �oresta desmatada e pelo texto: “Você não quer contar esta história para seus �lhos, quer?”. Sugere-se com o pronome “esta” a existência de uma outra história, diferente dessa, a ser contada. Interdiscursidade A interdiscursividade é expressa com a utilização do enunciado “contar esta história para seus �lhos”, típico do discurso literário, em que uma das práticas reside no fato de os pais contarem a seus �lhos enredos clássicos da literatura infantil. Essa amostra revelou intencionalidade na escolha da personagem Chapeuzinho Vermelho para representar o mundo ideal, sem destruição da natureza, e das árvores cortadas para simbolizar o mundo real, marcado pela deserti�cação, pelo aumento da temperatura da Terra e pela extinção de espécies animais (como, por exemplo, o lobo, que não aparece na imagem), resultados do desmatamento irresponsável da Floresta Amazônica. Isso mostra que os elementos em uma imagem são colocados de forma motivada e não aleatória e que a imagem é construída de acordo com o interesse do produtor do signo e, por isso, pode veicular valores ideológicos. Como o efeito desejado é conscientizar os leitores sobre os riscos do desmatamento das �orestas, a referência à conhecida história de Chapeuzinho Vermelho nos ajuda a imaginar, de modo mais concreto, como um mundo devastado seria um lugar horrível para se viver. Paráfrase 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 8/20 Quando há uma fusão de vozes em um texto que se identi�ca com o outro, sem quebrar-lhe a continuidade, temos a paráfrase, a intertextualidade das semelhanças. Na paráfrase sempre se conservam as ideias do texto original. O que se inclui são comentários, ideias e impressões de quem faz a paráfrase. E se a paráfrase “é a representação de um texto ou fragmento de texto com outra forma e (hipoteticamente) o mesmo sentido básico”, então é necessária uma boa compreensão do texto original para se fazer uma boa paráfrase. Conforme Othon Garcia (2000), paráfrase consiste no desenvolvimento explicativo (ou interpretativo) de um texto. Corresponde a uma espécie de tradução dentro da própria língua, em que se diz, de maneira mais clara, num texto B o que contém um texto A. (OTHON GARCIA, 2000). Ao se fazermos uma paráfrase, estamos fazendo uma transformação da parte formal do texto, vocabulário e estrutura da frase, sem, contudo, provocar modi�cações das ideias ou acréscimo de informações. Por isso, resumos e explicações são considerados paráfrases. Os textos acadêmicos e cientí�cos utilizam a paráfrase para explicar, esclarecer textos, enquanto a religião e a arte a utilizam para manter a ideologia dominante ou transmitir novas ideologias interessantes à classe dominante. A essa etapa chamaremos de levantamento textual dos referenciais. A redação �nal é a união desses referenciais, tendo o redator o cuidado especial de unir ideias a�ns, de acordo com a identidade e a evolução do texto base. Vejamos um exemplo: Texto Base Acontece, porém, que existem “erros” que chocam e “erros” que não chocam. Comecemos pelos que não chocam. Em uma situação informal, praticamente não se nota que houve um “erro”, se ouvimos alguém dizer: “tá fazeno frio”. Por outro lado, são considerados ignorantes aqueles que dizem: “nós foi ou os menino chegou”. Por que isso ocorre? É que uma dessas formas já não distingue falantes, já que falantes de todos os grupos sociais a utilizam”. Como ocorre no primeiro exemplo. “A outra forma distingue falantes, porque certos grupos a utilizam e outros, não! (POSSENTI, 1996). 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 9/20 Texto Paráfrase De acordo com Possenti (1996), porque são utilizadas por todos os grupos sociais, algumas formas linguísticas não são consideradas erradas, como a omissão de fonema em “fazeno”, ao passo que outras formas, como a não concordância em “nois foi”, são consideradas sinais de ignorância por não serem empregadas por todos os grupos de falantes Os dois textos tratam de um mesmo assunto: a variação linguística, a forma como as pessoas percebem o “erro linguístico”. Além de tratarem do mesmo assunto, também têm em comum as ideias apresentadas, ou seja, que a forma de se receber a variação linguística está relacionada com a aceitação pela comunidade. Em outras palavras ou parafraseando essa explicação: alguns “erros linguísticos” são aceitos porque são usados por falantes de todas as comunidades de falantes, e outros não são porque são restritos a um grupo. Agora veja o texto a seguir: O Eclipse do Sol Capitão ao Sargento-ajudante: – Sargento! Dando-se amanhã um eclipse do Sol, determino que a companhia esteja formada, Com uniforme de campanha, no Campo de exercício, onde darei explicações em torno do raro fenômeno que não acontece todos os dias. Se por acaso chover, nada se poderá ver e neste caso �ca a companhia dentro do quartel. Sargento-ajudante ao Sargento de Dia: – Sargento, de ordem de meu capitão, amanhã haverá um eclipse do sol, em uniforme de campanha. Toda a companhia terá de estar formada no campo de exercício - onde seu capitão dará as explicações necessárias, o que não acontece todos os dias. Se chover, o fenômeno será mesmo dentro do quartel! Sargento de Dia ao Cabo: – Cabo, o nosso capitão fará amanhã um eclipse do sol no campo de exercício. Se chover, o que não acontece todos os dias, nada se poderá ver. Em uniforme de campanha o capitão dará a explicação necessária, dentro do quartel. Cabo aos Soldados: 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula410/20 – Soldados, amanhã para receber o eclipse que dará a explicação necessária sobre o nosso capitão, o fenômeno será em uniforme de exercício. Isto, se chover dentro do quartel, o que não acontece todos os dias. O que aconteceu com o texto acima? Não basta saber escrever com correção e dominar as regras gramaticais. Para uma comunicação e�ciente, é preciso observar um conjunto de fatores: o vocabulário, sua adequação ao interlocutor, levando em conta o nível intelectual, o conhecimento e a faixa etária do público; o objetivo da comunicação, as circunstâncias e o canal usado. Em se tratando de comunicação oral, a postura e gesticulação e o tom de voz interferem bastante no processo, pois a forma como passamos a mensagem também determina sua compreensão. Nesse texto “O eclipse do sol”, vimos que a sua transmissão não foi bem recebida e, assim, não foi feita uma paráfrase oral �el ao sentido do texto original. Isso gerou a corrupção do sentido, durante o processo. Entretanto, a questão da correção não se reduz aos erros de ortogra�a, mas diz respeito também ao problema da adequação ou inadequação dos usos à situação de comunicação ou ao gênero que está sendo empregado. Há outras impropriedades: frases ou períodos truncados, violações de relações discursivas ao se produzir um texto: a hipercorreção, a falsa análise do enunciado, a falsa analogia, a impropriedade lexical. Por exemplo, o uso de uma variedade popular num gênero em que se exige a norma culta, como o texto acadêmico, ou o uso de termos chulos numa situação de comunicação em que sua utilização causa estranheza e constrangimento. É preciso considerar que há realizações linguísticas que, por descuido ou por falsa análise realizada pelo falante, contrariam as regras de organização do sistema linguístico ou não cumprem adequadamente a função de comunicar. Esses fatos são sentidos principalmente na escrita. Para que seu texto seja bem compreendido é importante observar a ortogra�a das palavras, evitando incoerências. Uma troca de letra ou de pontuação pode provocar ambiguidade ou alterar o teor da mensagem. Assim como a pontuação incorreta. Não se trata apenas de uma questão formal, implica mudança no sentido do que se quer dizer. Veja o exemplo do texto “Uma questão de pontuação” a seguir. Uma Questão de Pontuação Um homem rico estava muito mal, pediu papel e pena e escreveu assim: "Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres." 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 11/20 A quem deixaria ele a fortuna? O sobrinho fez a seguinte pontuação: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres." A irmã chegou em seguida e pontuou assim: "Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres." O alfaiate pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres." Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, esperto, fez esta interpretação: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres." Para �nalizarmos, vamos entender um pouco mais acerca do que é, quais tipos, como planejar e produzir resenhas. Resenha A resenha é um gênero textual em que se propõe a construção de relações entre as propriedades de um objeto analisado, descrevendo-o e enumerando aspectos considerados relevantes sobre ele. Nela, o resenhador não disserta sobre um tema, mas tece considerações sobre um tema já tratado por outro autor. É um gênero textual de origem opinativa e, portanto, reúne comentários de origem pessoal e julgamentos do resenhador sobre o valor do que é analisado. O objeto resenhado pode ser de qualquer natureza: pode ser um livro técnico, um romance, um �lme, um álbum, uma peça de teatro, uma partida de futebol, inclusive uma corrida de Fórmula 1. Uma resenha pode ser “descritiva” e/ou “crítica”. O objetivo da resenha é divulgar objetos de consumo cultural – livros, �lmes peças de teatro, entre outros. Por isso, podemos a�rmar que ela tem um caráter efêmero, pois “envelhece” rapidamente, muito mais que outros textos de natureza opinativa que se mantêm com o tempo. Como um gênero textual, uma resenha nada mais é do que um texto em forma de síntese que expressa a opinião do autor sobre um determinado fato cultural. É um texto que, além de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele, tece uma crítica, apontando os aspectos positivos e negativos. É, portanto, um texto de informação e de opinião, que também é denominado recensão crítica. Mas, cuidado! 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 12/20 A resenha crítica não deve ser vista ou elaborada mediante um resumo a que se acrescenta, ao �nal, uma avaliação ou crítica. A atitude crítica deve permear todo o texto, resultando num texto em que o resumo e a voz crítica do resenhista se interpenetram. O leitor não pode perceber a divisão, como se fosse um apêndice, por isso o resenhista deve, desde o início, fazer a avaliação crítica enquanto resume o assunto para o seu interlocutor. Entretanto, deve cuidar para manter um estilo que capte a atenção do leitor. Como uma síntese, a resenha deve ir direto ao ponto, mesclando momentos de pura descrição com momentos de crítica direta. O resenhista que conseguir equilibrar perfeitamente esses dois pontos terá escrito a resenha ideal. Sendo a resenha um gênero necessariamente breve, outro cuidado a ser tomado é evitar a super�cialidade. Nosso texto precisa mostrar ao leitor as principais características do fato cultural, sejam elas boas ou ruins. Existem basicamente os seguintes tipos de resenha: crítica, descritiva e temática. Veja a seguir algumas instruções que guiarão você a desenvolver cada uma delas. Tipos de Resenha Resenha crítica 1. Identi�que a obra: coloque os dados essenciais da obra que você vai resenhar. Se for um livro, coloque os dados bibliográ�cos; se for um �lme, busque esses dados na �cha técnica. 2. Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto a ser resenhado; é o momento de você fazer uma síntese do assunto. Mas, cuidado: apenas descreva o conteúdo, sem ser prolixo ou detalhista. Não revele os segredos do texto. 3. Descreva a estrutura da obra: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo; se for um �lme, comente sobre os eixos da produção. 4. Descreva o conteúdo: aqui sim, utilize de três a cinco parágrafos para resumir claramente o texto resenhado; mas isso não signi�ca que não deve se posicionar criticamente. 5. Analise de forma crítica: nessa parte, você vai dar sua opinião. Argumente baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações ou até utilizando explicações que foram dadas em aula. Dê asas ao seu senso crítico. 6. Recomende a obra: você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de analisar para quem o texto realmente é útil (se for útil para alguém). A quem você recomendaria a obra? Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda, no interesse de um público. 7. Identi�que o autor: dê as suas credenciais. Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi resenhada e não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e de algumas 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 13/20 outras obras doescritor ou pesquisador. Isso desperta no leitor um especial interesse em conhecer mais sobre o autor resenhado. 8. Assine e identi�que-se: agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e suas credenciais. Exemplo: Fulano de Tal. Acadêmico do Curso de Jornalismo da... Resenha descritiva Na resenha acadêmica descritiva, os passos são exatamente os mesmos, excluindo-se o passo de número 5. Como o próprio nome já diz, a resenha descritiva apenas descreve, não expõe a opinião o resenhista. Resenha temática Finalmente, na resenha temática, você fala de vários textos que tenham um assunto (tema) em comum. Os passos são um pouco mais simples: 1. Apresente o tema: diga ao leitor qual é o assunto principal dos textos que serão tratados e o motivo por você ter escolhido esse assunto. 2. Resuma os textos: utilize um parágrafo para cada texto, diga logo no início quem é o autor e explique o que ele diz sobre aquele assunto. 3. Conclua: você acabou de explicar cada um dos textos, agora é sua vez de opinar e tentar chegar a uma conclusão sobre o tema tratado. 4. Mostre as fontes: coloque as referências bibliográ�cas de cada um dos textos que você usou. 5. Assine e identi�que-se: coloque seu nome e uma breve descrição do tipo “Acadêmico do Curso de Jornalismo do IESB”. Concluindo Fazer uma resenha parece muito fácil à primeira vista, mas devemos tomar muito cuidado, pois, dependendo do lugar, resenhistas podem fazer um livro mofar nas prateleiras ou transformar um �lme em um verdadeiro fracasso. As resenhas são ainda, além de um ótimo guia para os apreciadores da arte em geral, uma ferramenta essencial para acadêmicos que precisam selecionar quantidades enormes de conteúdo em um tempo relativamente pequeno. A resenha possui enorme relevância no meio cientí�co-acadêmico: ao analisar pesquisas, publicações e trabalhos acadêmicos, compilar informações sobre suas bibliogra�as e emitir juízo de valor a respeito deles, ela contribui para desenvolver o conhecimento de docentes e discentes. Antecipando-lhes o acesso ao conteúdo e ao valor de obras novas, auxilia-os na triagem da melhor bibliogra�a para seus estudos. 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 14/20 Acima de tudo, porém, a resenha contribui para a formação da opinião de seus leitores. Quando lemos textos que examinam um livro, por exemplo, defrontamo-nos com distintos conceitos, olhares e posições, nos quais são elencados argumentos e identi�cadas restrições a tal publicação; a partir disso podemos, com mais propriedade, traçar posturas crítica e analítica próprias. Quando há uma fusão de vozes em um texto que se identi�ca com o outro, sem quebrar-lhe a continuidade, temos a paráfrase, a intertextualidade das semelhanças. Na paráfrase sempre se conservam as ideias do texto original. O que se inclui são comentários, ideias e impressões de quem faz a paráfrase. E se a paráfrase “é a representação de um texto ou fragmento de texto com outra forma e (hipoteticamente) o mesmo sentido básico”, então é necessária uma boa compreensão do texto original para se fazer uma boa paráfrase. Conforme Othon Garcia (2000), paráfrase consiste no desenvolvimento explicativo (ou interpretativo) de um texto. Corresponde a uma espécie de tradução dentro da própria língua, em que se diz, de maneira mais clara, num texto B o que contém um texto A. (OTHON GARCIA, 2000). Paráfrase 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 15/20 Ao se fazermos uma paráfrase, estamos fazendo uma transformação da parte formal do texto, vocabulário e estrutura da frase, sem, contudo, provocar modi�cações das ideias ou acréscimo de informações. Por isso, resumos e explicações são considerados paráfrases. Os textos acadêmicos e cientí�cos utilizam a paráfrase para explicar, esclarecer textos, enquanto a religião e a arte a utilizam para manter a ideologia dominante ou transmitir novas ideologias interessantes à classe dominante. A essa etapa chamaremos de levantamento textual dos referenciais. A redação �nal é a união desses referenciais, tendo o redator o cuidado especial de unir ideias a�ns, de acordo com a identidade e a evolução do texto base. Vejamos um exemplo: Texto Base Acontece, porém, que existem “erros” que chocam e “erros” que não chocam. Comecemos pelos que não chocam. Em uma situação informal, praticamente não se nota que houve um “erro”, se ouvimos alguém dizer: “tá fazeno frio”. Por outro lado, são considerados ignorantes aqueles que dizem: “nós foi ou os menino chegou”. Por que isso ocorre? É que uma dessas formas já não distingue falantes, já que falantes de todos os grupos sociais a utilizam”. Como ocorre no primeiro exemplo. “A outra forma distingue falantes, porque certos grupos a utilizam e outros, não! (POSSENTI, 1996). Texto Paráfrase De acordo com Possenti (1996), porque são utilizadas por todos os grupos sociais, algumas formas linguísticas não são consideradas erradas, como a omissão de fonema em “fazeno”, ao passo que outras formas, como a não concordância em “nois foi”, são consideradas sinais de ignorância por não serem empregadas por todos os grupos de falantes Os dois textos tratam de um mesmo assunto: a variação linguística, a forma como as pessoas percebem o “erro linguístico”. Além de tratarem do mesmo assunto, também têm em comum as ideias apresentadas, ou seja, que a forma de se receber a variação linguística está relacionada com a aceitação pela comunidade. Em outras palavras ou parafraseando essa explicação: alguns “erros linguísticos” são aceitos porque são usados por falantes de todas as comunidades de falantes, e outros não são porque são restritos a um grupo. 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 16/20 Agora veja o texto a seguir: O Eclipse do Sol Capitão ao Sargento-ajudante: – Sargento! Dando-se amanhã um eclipse do Sol, determino que a companhia esteja formada, Com uniforme de campanha, no Campo de exercício, onde darei explicações em torno do raro fenômeno que não acontece todos os dias. Se por acaso chover, nada se poderá ver e neste caso �ca a companhia dentro do quartel. Sargento-ajudante ao Sargento de Dia: – Sargento, de ordem de meu capitão, amanhã haverá um eclipse do sol, em uniforme de campanha. Toda a companhia terá de estar formada no campo de exercício - onde seu capitão dará as explicações necessárias, o que não acontece todos os dias. Se chover, o fenômeno será mesmo dentro do quartel! Sargento de Dia ao Cabo: – Cabo, o nosso capitão fará amanhã um eclipse do sol no campo de exercício. Se chover, o que não acontece todos os dias, nada se poderá ver. Em uniforme de campanha o capitão dará a explicação necessária, dentro do quartel. Cabo aos Soldados: – Soldados, amanhã para receber o eclipse que dará a explicação necessária sobre o nosso capitão, o fenômeno será em uniforme de exercício. Isto, se chover dentro do quartel, o que não acontece todos os dias. O que aconteceu com o texto acima? Não basta saber escrever com correção e dominar as regras gramaticais. Para uma comunicação e�ciente, é preciso observar um conjunto de fatores: o vocabulário, sua adequação ao interlocutor, levando em conta o nível intelectual, o conhecimento e a faixa etária do público; o objetivo da comunicação, as circunstâncias e o canal usado. Em se tratando de comunicação oral, a postura e gesticulação e o tom de voz interferem bastante no processo, pois a forma como passamos a mensagem também determina sua compreensão. Nesse texto “O eclipse do sol”, vimos que a sua transmissão não foi bem recebida e, assim, não foi feita uma paráfraseoral �el ao sentido do texto original. Isso gerou a corrupção do sentido, durante o processo. Entretanto, a questão da correção não se reduz aos erros de ortogra�a, mas diz respeito também ao problema da adequação ou inadequação dos usos à situação de comunicação ou ao gênero que está sendo empregado. Há outras impropriedades: frases ou períodos truncados, violações de 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 17/20 relações discursivas ao se produzir um texto: a hipercorreção, a falsa análise do enunciado, a falsa analogia, a impropriedade lexical. Por exemplo, o uso de uma variedade popular num gênero em que se exige a norma culta, como o texto acadêmico, ou o uso de termos chulos numa situação de comunicação em que sua utilização causa estranheza e constrangimento. É preciso considerar que há realizações linguísticas que, por descuido ou por falsa análise realizada pelo falante, contrariam as regras de organização do sistema linguístico ou não cumprem adequadamente a função de comunicar. Esses fatos são sentidos principalmente na escrita. Para que seu texto seja bem compreendido é importante observar a ortogra�a das palavras, evitando incoerências. Uma troca de letra ou de pontuação pode provocar ambiguidade ou alterar o teor da mensagem. Assim como a pontuação incorreta. Não se trata apenas de uma questão formal, implica mudança no sentido do que se quer dizer. Veja o exemplo do texto “Uma questão de pontuação” a seguir. Uma Questão de Pontuação Um homem rico estava muito mal, pediu papel e pena e escreveu assim: "Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres." A quem deixaria ele a fortuna? O sobrinho fez a seguinte pontuação: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres." A irmã chegou em seguida e pontuou assim: "Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres." O alfaiate pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres." Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, esperto, fez esta interpretação: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres." Para �nalizarmos, vamos entender um pouco mais acerca do que é, quais tipos, como planejar e produzir resenhas. 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 18/20 Resenha A resenha é um gênero textual em que se propõe a construção de relações entre as propriedades de um objeto analisado, descrevendo-o e enumerando aspectos considerados relevantes sobre ele. Nela, o resenhador não disserta sobre um tema, mas tece considerações sobre um tema já tratado por outro autor. É um gênero textual de origem opinativa e, portanto, reúne comentários de origem pessoal e julgamentos do resenhador sobre o valor do que é analisado. O objeto resenhado pode ser de qualquer natureza: pode ser um livro técnico, um romance, um �lme, um álbum, uma peça de teatro, uma partida de futebol, inclusive uma corrida de Fórmula 1. Uma resenha pode ser “descritiva” e/ou “crítica”. O objetivo da resenha é divulgar objetos de consumo cultural – livros, �lmes peças de teatro, entre outros. Por isso, podemos a�rmar que ela tem um caráter efêmero, pois “envelhece” rapidamente, muito mais que outros textos de natureza opinativa que se mantêm com o tempo. Como um gênero textual, uma resenha nada mais é do que um texto em forma de síntese que expressa a opinião do autor sobre um determinado fato cultural. É um texto que, além de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele, tece uma crítica, apontando os aspectos positivos e negativos. É, portanto, um texto de informação e de opinião, que também é denominado recensão crítica. Mas, cuidado! A resenha crítica não deve ser vista ou elaborada mediante um resumo a que se acrescenta, ao �nal, uma avaliação ou crítica. A atitude crítica deve permear todo o texto, resultando num texto em que o resumo e a voz crítica do resenhista se interpenetram. O leitor não pode perceber a divisão, como se fosse um apêndice, por isso o resenhista deve, desde o início, fazer a avaliação crítica enquanto resume o assunto para o seu interlocutor. Entretanto, deve cuidar para manter um estilo que capte a atenção do leitor. Como uma síntese, a resenha deve ir direto ao ponto, mesclando momentos de pura descrição com momentos de crítica direta. O resenhista que conseguir equilibrar perfeitamente esses dois pontos terá escrito a resenha ideal. Sendo a resenha um gênero necessariamente breve, outro cuidado a ser tomado é evitar a super�cialidade. Nosso texto precisa mostrar ao leitor as principais características do fato cultural, sejam elas boas ou ruins. Existem basicamente os seguintes tipos de resenha: crítica, descritiva e temática. Veja a seguir algumas instruções que guiarão você a desenvolver cada uma delas. Tipos de Resenha Resenha crítica 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 19/20 1. Identi�que a obra: coloque os dados essenciais da obra que você vai resenhar. Se for um livro, coloque os dados bibliográ�cos; se for um �lme, busque esses dados na �cha técnica. 2. Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto a ser resenhado; é o momento de você fazer uma síntese do assunto. Mas, cuidado: apenas descreva o conteúdo, sem ser prolixo ou detalhista. Não revele os segredos do texto. 3. Descreva a estrutura da obra: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo; se for um �lme, comente sobre os eixos da produção. 4. Descreva o conteúdo: aqui sim, utilize de três a cinco parágrafos para resumir claramente o texto resenhado; mas isso não signi�ca que não deve se posicionar criticamente. 5. Analise de forma crítica: nessa parte, você vai dar sua opinião. Argumente baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações ou até utilizando explicações que foram dadas em aula. Dê asas ao seu senso crítico. 6. Recomende a obra: você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de analisar para quem o texto realmente é útil (se for útil para alguém). A quem você recomendaria a obra? Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda, no interesse de um público. 7. Identi�que o autor: dê as suas credenciais. Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi resenhada e não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e de algumas outras obras do escritor ou pesquisador. Isso desperta no leitor um especial interesse em conhecer mais sobre o autor resenhado. 8. Assine e identi�que-se: agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e suas credenciais. Exemplo: Fulano de Tal. Acadêmico do Curso de Jornalismo da... Resenha descritiva Na resenha acadêmica descritiva, os passos são exatamente os mesmos, excluindo-se o passo de número 5. Como o próprio nome já diz, a resenha descritiva apenas descreve, não expõe a opinião o resenhista. Resenha temática Finalmente, na resenha temática, você fala de vários textos que tenham um assunto (tema) em comum. Os passos são um pouco mais simples: 1. Apresente o tema: diga ao leitor qual é o assunto principal dos textos que serão tratados e o motivo por você ter escolhido esse assunto. 2. Resuma os textos: utilize um parágrafo para cada texto, diga logo no início quem é o autore explique o que ele diz sobre aquele assunto. 3. Conclua: você acabou de explicar cada um dos textos, agora é sua vez de opinar e tentar chegar a uma conclusão sobre o tema tratado. 4. Mostre as fontes: coloque as referências bibliográ�cas de cada um dos textos que você usou. 12/07/2022 15:48 Tecnologia da Informação e Produção de Textos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG542/unidade-4/aula4 20/20 5. Assine e identi�que-se: coloque seu nome e uma breve descrição do tipo “Acadêmico do Curso de Jornalismo do IESB”. Concluindo Fazer uma resenha parece muito fácil à primeira vista, mas devemos tomar muito cuidado, pois, dependendo do lugar, resenhistas podem fazer um livro mofar nas prateleiras ou transformar um �lme em um verdadeiro fracasso. As resenhas são ainda, além de um ótimo guia para os apreciadores da arte em geral, uma ferramenta essencial para acadêmicos que precisam selecionar quantidades enormes de conteúdo em um tempo relativamente pequeno. A resenha possui enorme relevância no meio cientí�co-acadêmico: ao analisar pesquisas, publicações e trabalhos acadêmicos, compilar informações sobre suas bibliogra�as e emitir juízo de valor a respeito deles, ela contribui para desenvolver o conhecimento de docentes e discentes. Antecipando-lhes o acesso ao conteúdo e ao valor de obras novas, auxilia-os na triagem da melhor bibliogra�a para seus estudos. Acima de tudo, porém, a resenha contribui para a formação da opinião de seus leitores. Quando lemos textos que examinam um livro, por exemplo, defrontamo-nos com distintos conceitos, olhares e posições, nos quais são elencados argumentos e identi�cadas restrições a tal publicação; a partir disso podemos, com mais propriedade, traçar posturas crítica e analítica próprias.