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Definir decídua materna, concepto, DPP (cálculo do DPP) e relacionar com a idade gestacional que a Maria Eduarda está Decídua Materna • Após a implantação do embrião, o tecido conjuntivo endometrial sofre mudanças profundas. Os fibroblastos da lâmina própria aumentam de tamanho, tornam-se arredondados e exibem características de células produtoras de proteínas. Eles são então chamados de células deciduais, e o endométrio inteiro recebe o nome de decídua. Esta pode ser dividida em três porções: decídua basal, situada entre o embrião e o miométrio; decídua capsular, entre o embrião e o lúmen uterino; e decídua parietal, no restante da mucosa uterina Concepto • Concepto é composto pelo embrião e seus anexos ou membranas associadas. O concepto inclui todas as estruturas embrionárias e extra-embrionárias que se desenvolvem a partir do zigoto. Portanto, inclui o embrião e também a parte embrionária da placenta e suas membranas associadas — âmnio, saco coriônico e saco vitelino. DPP • A Regra de Naegele é uma forma padronizada de calcular a data provável de parto (DPP) de uma gestante. Ela funciona subtraindo-se três meses e adicionando sete dias à data da última menstruação (DUM). Como saber a data pelo ultrassom? • Caso não saiba a data da última menstruação ou queira confirmar com mais precisão sobre a data do parto, o obstetra pode usar o ultrassom, que permite observar os parâmetros do crescimento, e comparar estes dados com uma tabela que indica quais as características e tamanhos o bebê deve apresentar em cada semana de gestação. Além disso, como complemento, o médico pode fazer a medição da altura do útero e observar os movimentos do bebê e batimentos cardíacos, para confirmar a possível data do parto. Idade Gestacional • Idade gestacional é vagamente definida como o número de semanas entre o primeiro dia do último período menstrual normal da mãe e o dia do parto. Mais precisamente, a idade gestacional é a diferença entre 14 dias antes da data da concepção e o dia do parto. A idade gestacional não é a idade embriológica real do feto, mas é o padrão universal entre obstetras e neonatologistas para discutir a maturação fetal. • Estimativas da idade gestacional podem basear-se em - Data da concepção - Primeiro dia do último período menstrual e duração do ciclo - Ultrassonografia fetal - Parâmetros físicos após o nascimento (p. ex., usando a classificação de Ballard) Explicar como ocorre a implantação e relacionar com a formação do disco embrionário bilaminar • A implantação compreende a adesão do embrião às células do epitélio endometrial, seguida pela penetração do embrião na mucosa uterina. O processo começa ao redor do 7º dia, e, em torno do 9º ou 10º dia após a ovulação, o embrião está inteiramente imerso no endométrio, do qual receberá proteção e nutrição durante a gravidez. O ÚTERO NO MOMENTO DA IMPLANTAÇÃO • Durante a implantação, a mucosa uterina está na fase secretória, período no qual as glândulas e artérias uterinas se tornam espiraladas e o tecido, espessado. Como resultado, podem ser reconhecidas no endométrio 3 camadas: uma camada compacta superficial, uma camada esponjosa intermediária e uma camada basal fina. Normalmente, o blastocisto humano se implanta no endométrio ao longo da parede anterior ou posterior do corpo uterino, onde ele fica encaixado entre as aberturas das glândulas. Implantação no Revestimento Uterino • Aproximadamente 6 a 7 dias após a fertilização, o embrião começa a fazer uma firme adesão com o revestimento epitelial do endométrio. Logo depois, ele afunda no estroma endometrial, e o seu local original de penetração no endométrio se fecha pelo epitélio, semelhante à cicatrização de uma lesão cutânea. • A implantação bem-sucedida necessita de preparação e coordenação pelo embrião e pelo endométrio. As complexas preparações hormonais do endométrio que começaram no fim do período menstrual, têm como objetivo proporcionar um ambiente celular e nutricional adequado para o embrião. Mesmo antes de o contato efetivo ser feito entre embrião e endométrio, o epitélio uterino secreta no líquido uterino, citocinas e quimiocinas que facilitam o processo de implantação. Ao mesmo tempo, os receptores de citocinas aparecem na superfície do trofoblasto. A dissolução da zona pelúcida sinaliza a prontidão do embrião para começar a implantação • O 1º estágio da implantação consiste na adesão do blastocisto expandido ao epitélio endometrial. A superfície apical das células epiteliais endometriais expressa várias moléculas de adesão que possibilitam que a implantação ocorra em um estreito tempo de 20 a 24 dias do ciclo menstrual ideal. Correspondentemente, as células trofoblásticas do blastocisto em pré-implantação também expressam moléculas de adesão na sua superfície. O blastocisto adere ao epitélio endometrial pela mediação dos ligantes de pontes. • O próximo estágio da implantação é a penetração no epitélio uterino. Em primatas, o trofoblasto celular sofre mais uma etapa na sua diferenciação pouco antes do seu contato com o endométrio. Na área ao redor da massa celular interna, as células derivadas do trofoblasto celular se fusionam para formar um sinciciotrofoblasto multinucleado. Embora somente uma pequena área do sinciciotrofoblasto seja evidente no início da implantação, essa estrutura logo rodeia todo o embrião. Pequenas projeções do sinciciotrofoblasto se inserem entre as células do epitélio uterino. Elas se espalham pela superfície epitelial da lâmina basal, subjacente ao epitélio endometrial, para formar uma placa trofoblástica achatada. Dentro de quase 1 dia, projeções sinciciotrofoblásticas da pequena placa trofoblástica começam a penetrar a lâmina basal. O sinciciotrofoblasto inicial é um tecido altamente invasivo, e rapidamente se expande e escava o seu caminho no estroma endometrial. Por volta de 10 a 12 dias após a fertilização, o embrião está completamente embebido no endométrio. O local da penetração inicial é inicialmente marcado por uma área nua ou um tampão acelular e posteriormente selado pelas células epiteliais uterinas em migração • Conforme a implantação inicial continua, as projeções do sinciciotrofoblasto invasor envolvem partes dos vasos sanguíneos endometriais maternos. Ele escava as paredes dos vasos, e o sangue materno começa a encher lacunas isoladas que foram formadas no trofoblasto. Processos trofoblásticos entram nos vasos sanguíneos e compartilham complexos juncionais com as células endoteliais. No período em que as lacunas cheias de sangue são formadas, o trofoblasto não é mais tão invasivo como era durante os primeiros dias. O vazamento de sangue do útero nesse estágio pode produzir “manchas”, que às vezes são mal interpretadas como sendo um período menstrual anormal. • Enquanto o embrião penetra no endométrio, e algumas células citotrofoblásticas se fundem no sinciciotrofoblasto,as células estromáticas semelhantes a fibroblastos do endométrio edematoso incham, com o acúmulo de glicogênio e de gotículas lipídicas. Essas, chamadas de células deciduais, são aderentes e formam uma matriz celular maciça que primeiro envolve o embrião em implantação e mais tarde ocupa parte do endométrio. • Frequentemente, um blastocisto falha em aderir ao endométrio, e a implantação não ocorre. A falha de implantação é um problema grave nos procedimentos de fertilização in vitro e transferência do embrião, para os quais a taxa de sucesso da implantação dos embriões transferidos permanece em cerca de 25% a 30% Estágio de Duas Camadas Germinativas • Antes da implantação do embrião no endométrio inicial, na 2ª semana, alterações começam a ocorrer na massa celular interna e no trofoblasto. À medida que células da massa celular interna rearranjam-se em uma configuração epitelial, uma fina camada de células surge ventralmente à massa celular principal. A camada superior principal de células é conhecida como o epiblasto e a camada inferior é denominada de hipoblasto ou endoderme primitivo. • Estudos em embriões de camundongos mostraram que logo que chegam ao estágio de 64 células, algumas células da massa celular interna expressam o fator de transcrição nanog, enquanto outros expressam Gata 6. As células que expressam nanog representam precursores do epiblasto, e aquelas que expressam Gata 6 vão formar o hipoblasto. De acordo com a hipótese do “tempo de dentro-tempo de fora”, aquelas células que entram na massa celular interna inicial tendem a expressar nanog, que perpetua sua pluripotência. Possivelmente devido à influência do fator de crescimento de fibroblasto-4, secretado por estas primeiras chegadas à massa celular interna, os imigrantes posteriores são inclinados a expressar Gata 6. As células que expressam Gata 6 produzem moléculas que aumentam suas propriedades adesivas, e elas caminham para a superfície inferior da massa celular interna para formar um fino epitélio, o hipoblasto. Aquelas células Gata 6 que não conseguem alcançar a superfície da massa celular interna sofrem apoptose. As células que expressam nanog da massa celular interna também assumem uma configuração epitelial, formando o epiblasto. Entre o epiblasto e o hipoblasto forma-se uma lâmina basal. • Células do hipoblasto que se tornam translocadas para a extremidade anterior do embrião demonstrou possuir poder de sinalização. As células secretam as moléculas de sinalização, lefty-1 e Cerberus-1, que inibem a atividade das moléculas de sinalização, nodal e Wnt, no epiblasto sobrejacente, mas possibilitam a expressão nodal e Wnt-3 no epiblasto posterior. Isto representa a 1ª expressão clara de polaridade anteroposterior no embrião. Constitui também 2 domínios de sinalização dentro do embrião inicial. O endoderme visceral anterior logo começa a induzir a formação tanto da cabeça como do cérebro anterior e inibe a formação de estruturas posteriores. Na porção posterior do epiblasto, a atividade de sinalização nodal estimula a formação da linha primitiva. Após o hipoblasto tornar-se uma camada definida, e o epiblasto assumir configuração epitelial, a matriz da massa celular interna é transformada em um disco bilaminar, com o epiblasto na superfície dorsal e o hipoblasto na superfície ventral. • O epiblasto contém células que constituem o embrião e tecidos extraembrionários. A camada seguinte a surgir após o hipoblasto é o âmnio, uma camada de ectoderme extraembrionário que envolve todo o embrião em uma câmara cheia de fluído denominada cavidade amniótica. • Enquanto o embrião inicial está mergulhando no endométrio (9 dias após a fertilização), células do hipoblasto começam a se espalhar e revestir a superfície interna do citotrofoblasto com uma camada contínua de endoderme extraembrionário denominada de endoderme parietal. Quando a difusão do endoderme estiver concluída, uma vesícula, chamada de saco vitelino primário, toma forma. Neste ponto, o complexo embrionário consiste em um disco germinativo bilaminar, que está localizado entre o saco vitelino primário, que se localiza na superfície ventral e a cavidade amniótica, na superfície dorsal. Pouco tempo depois de sua formação, o saco vitelino primário torna-se constringido, formando um saco vitelino secundário e deixa para trás um remanescente do saco vitelino primário • Cerca de 12 dias após a fertilização, outro tecido extraembrionário, o mesoderme extraembrionário, começa a surgir. As primeiras células mesodérmicas extraembrionárias parecem surgir de uma transformação das células endodérmicas parietais. Estas células mais tarde juntam-se às células mesodérmicas extraembrionárias, que se originaram da linha primitiva. O mesoderme extraembrionário torna-se o tecido que sustenta o epitélio do saco vitelino e do âmnio e também das vilosidades coriônicas, que surgem a partir de tecidos trofoblásticos. O suporte oferecido pelo mesoderme extraembrionário não é apenas mecânico, mas também trófico, pois o mesoderme serve de substrato através do qual os vasos sanguíneos suprem os vários epitélios de oxigênio e nutrientes. Explicar porque não ocorre o processo de rejeição • Um dos principais mistérios da gravidez é o porquê de o feto e a placenta, que são imunologicamente distintos da mãe, não serem reconhecidos como tecidos estranhos e rejeitados pelo sistema imunológico da mãe. Várias explicações gerais têm sido sugeridas para explicar a tolerância incomum da mãe à presença prolongada do embrião imunologicamente estranho durante a gravidez. • A 1ª possibilidade é que os tecidos fetais, especialmente da placenta, que constituem a interface direta entre o feto e a mãe, não apresentem antígenos estranhos para o sistema imunológico da mãe. Até certo ponto, esta hipótese é verdadeira, pois nem o sinciciotrofoblasto nem o citotrofoblasto não viloso expressam as duas principais classes de antígenos de histocompatibilidade maior que desencadeiam a resposta imune do hospedeiro na rejeição de enxertos teciduais estranhos característicos. Estes antígenos estão presentes, no entanto, nas células do feto e nos tecidos estromais da placenta. No entanto, outros antígenos menores são expressos em tecidos trofoblásticos. Além disso, por causa de interrupções na barreira da placenta, células sanguíneas vermelhas e brancas fetais são encontradas circulando no sangue materno. Estas, devem ser capazes de sensibilizar o sistema imunológico da mãe. • Uma 2ª grande possibilidade é que o sistema imunológico da mãe seja paralisado de alguma forma durante a gravidez, para que ele não reaja com os antígenos fetais aos quais ele é exposto. No entanto, a mãe é capaz de gerar uma resposta imunológica a infecções ou enxertos de tecidos estranhos. Ainda existe a possibilidade de uma repressão seletiva da resposta imunológica aos antígenos fetais, embora a resposta de incompatibilidade de Rh mostre que isto nem sempre é verdade. • Uma 3ª possibilidade é de que as barreiras deciduais locais evitem tanto o reconhecimento imunológico do feto pela mãe quanto a chegada das células imunológicas competentes da mãe até o feto. Novamente, existem evidências do funcionamento de uma barreira imunológica decidual, mas em um número significativo de casos, sabe-se que a barreira pode ser violada por trauma ou doença. • Uma 4ª possibilidade é que as moléculas formadas na superfície da placenta fetal sejam capazes de inativar as células T ou outras células imunológicas localmente que poderiam rejeitar o embrião ou que poderiam paralisar a resposta imunológica celular local. • Simultaneamente com a reação decidual, os leucócitos que infiltraram o estroma endometrial durante a fase progestacional tardia do ciclo endometrial secretam aIL-2, que impede o reconhecimento materno do embrião como um corpo estranho durante os estágios iniciais da implantação. Um embrião é antigenicamente diferente da mãe e consequentemente deveria ser rejeitado por uma reação imunológica celular semelhante ao tipo que rejeita um transplante de coração ou rim incompatível. Uma função primária da reação decidual aparentemente é fornecer um local imunologicamente privilegiado para proteger o embrião em desenvolvimento de ser rejeitado, mas uma compreensão real de como isto é conseguido resistiu a anos de investigação intensiva Identificar as estruturas anexas, descrever seu desenvolvimento histofuncional e citar o que elas vão gerar. Âmnio • À medida que o embrião sofre dobramentos cefalocaudal e lateral, a membrana amniótica envolve o corpo do embrião como um balão cheio de fluido, permitindo que o embrião fique suspenso em um meio líquido durante todo o período da gravidez. O fluido amniótico serve como um amortecedor contra danos mecânicos para o feto; além disso, ele acomoda o crescimento, permite os movimentos fetais normais e protege o feto de aderências. • A fina membrana amniótica consiste em uma única camada de células ectodérmicas extraembrionárias revestida por mesoderme extraembrionário não vascularizado. Mantendo o ritmo do crescimento fetal, a cavidade amniótica constantemente se expande até que seu conteúdo de fluido atinja um máximo de 1 L por volta de 33 a 34 semanas • Há 2 fases na produção de líquido amniótico. A 1ª engloba as primeiras 20 semanas de gestação, durante as quais a composição do líquido amniótico é bastante semelhante à dos fluidos fetais. Durante este período, a pele fetal é não queratinizada, e há evidências de que fluido e eletrólitos são capazes de se difundir livremente através do ectoderme embrionário da pele. Além disso, a própria membrana amniótica secreta fluidos, e componentes do soro materno passam através da membrana amniótica. Com o avanço da gravidez, ocorrem alterações na fonte de líquido amniótico. Há cada vez mais contribuições da urina fetal, filtração a partir dos vasos sanguíneos maternos próximos ao córion liso e, possivelmente, a filtração a partir de vasos fetais no cordão umbilical e na placa coriônica. • No 3º trimestre de gravidez, o fluido amniótico se renova completamente a cada 3 horas. Embora a maior parte do fluido amniótico seja trocada através da membrana amniótica, a deglutição fetal é um mecanismo importante no final da gravidez. Durante o período fetal, urina excretada do feto contribui para o fluido amniótico. • Tradicionalmente, membrana amniótica era descartada junto com a placenta e outros tecidos extraembrionários depois do nascimento. Nos últimos anos, foram encontradas importantes utilidades médicas para as membranas amnióticas. Devido às propriedades anti-inflamatórias e antiangiogênicas do âmnio, folhas de âmnio têm sido utilizadas para cobrir uma grande variedade de feridas e superfícies queimadas, especialmente na cirurgia oftálmica. O âmnio, bem como o fluido amniótico, tem mostrado ser uma das principais fontes de células-tronco, as quais possuem capacidade de se diferenciarem em tipos celulares de cada uma das três camadas germinais. Saco vitelino • O saco vitelino é formado ventralmente ao embrião bilaminar, quando o âmnio aparece dorsalmente ao disco embrionário. O saco vitelino humano tem sido considerado como uma estrutura vestigial com relação à nutrição; algumas evidências indicam que, antes da circulação placentária ser estabelecida, os nutrientes, tais como o ácido fólico e vitaminas A, B12 e E, estão concentrados no saco vitelino e são absorvidos por endocitose. A ocorrência dessa forma de nutrição histotrófica durante o período de neurulação pode desempenhar um papel na prevenção de defeitos do tubo neural • Quando aparece pela 1ª vez, o saco vitelino está sob a forma de um hemisfério delimitado na região equatorial pela parede dorsal do intestino primitivo. À medida que o embrião cresce e sofre o dobramento lateral e a curvatura ao longo do eixo craniocaudal, a conexão entre saco vitelino e intestino em formação se torna atenuada, na forma de um pedúnculo progressivamente estreitado ligado a um saco vitelino mais esférico na sua extremidade distal. Nas semanas seguintes, o pedúnculo vitelínico torna-se muito longo e atenuado, à medida que é incorporado ao corpo do cordão umbilical. O próprio saco vitelínico se move para mais perto da placa coriônica da placenta • Endoderme do saco vitelino é revestido externamente por um mesoderme extraembrionário bem vascularizado. As células encontradas em cada uma destas camadas contribuem com componentes vitais para o corpo do embrião. Durante a 3ª semana, células germinativas primordiais tornam-se reconhecíveis no revestimento do saco vitelino. Essas células migram para a parede do intestino e para o mesentério dorsal em seu caminho para as gônadas, onde se diferenciam em ovogônias/espermatogônias. • Enquanto isso, grupos de células mesodérmicas extraembrionárias na parede do saco vitelino se organizam em ilhotas sanguíneas, e muitas destas células se diferenciam em células sanguíneas primitivas. A hematopoese extraembrionária continua no saco vitelino até aproximadamente a sexta semana, quando a atividade de formação sanguínea se transfere para locais intraembrionários, especialmente o fígado. • Com a formação do tubo intestinal, o local de fixação do pedúnculo vitelínico torna-se menos proeminente, até que ele perde efetivamente o contato com o intestino. Alantoide • O alantoide surge como uma evaginação ventral do intestino posterior revestida por endoderme. Semelhante ao saco vitelino, o alantoide em humanos retém apenas uma função secundária, neste caso a respiração. Nos seres humanos, essa função é realizada pelos vasos sanguíneos que se diferenciam da parede mesodérmica do alantoide. Estes vasos formam o arco circulatório umbilical, que consiste nas artérias e nas veias que abastecem a placenta • O alantoide propriamente dito, que consiste em pouco mais do que um cordão de células endodérmicas, é incorporado ao cordão umbilical. Posteriormente no desenvolvimento, a parte proximal do alantoide (chamada de úraco) é contínua com a bexiga urinária em formação. Após o nascimento, este se transforma em um cordão fibroso denso (ligamento umbilical mediano), que vai da bexiga urinária até a região umbilical Cordão Umbilical • O pedúnculo embrionário originalmente com uma base larga se alonga e torna-se mais estreito com o avanço da gravidez. O cordão umbilical se torna o canal para os vasos umbilicais, que atravessam o seu comprimento entre o feto e a placenta. • O cordão umbilical encontra-se geralmente torcido muitas vezes. A torção pode ser vista por exame macroscópico dos vasos sanguíneos umbilicais. Em cerca de 1% das gestações a termo, verdadeiros nós ocorrem no cordão umbilical. Se eles se apertarem como resultado dos movimentos fetais, eles podem causar anoxia e até mesmo a morte do feto.• Um cordão umbilical contém duas veias umbilicais se a veia umbilical direita não sofrer sua degeneração normal. Aproximadamente 0,5% dos cordões umbilicais maduros contêm apenas uma artéria umbilical. Esta condição está associada a uma incidência de 15% a 20% de defeitos cardiovasculares associados no feto. Descrever o processo de formação da placenta • A formação do complexo placentário representa cooperação entre tecidos extraembrionários do embrião e tecidos endometriais da mãe. Após a finalização da implantação, o trofoblasto que circunda o embrião sofreu uma diferenciação em 2 camadas: o citotrofoblasto interno e o sinciciotrofoblasto externo. As lacunas no trofoblasto em rápida expansão já se encheram de sangue materno, e as células do tecido conjuntivo do endométrio já passaram pela reação decidual (contendo quantidades elevadas de glicogênio e lipídios), em resposta à invasão trofoblástica. Formação das Vilosidades Coriônicas • No início da implantação, tecidos trofoblásticos não apresentam características morfológicas consistentes e, este é chamado o período pré-viloso. Ao final 2ª semana, projeções citotrofoblásticas chamadas de vilosidades primárias começam a tomar forma. Tempo depois, um núcleo mesenquimal aparece dentro da vilosidade em expansão, ponto no qual é chamada de vilosidade secundária. Ao redor do núcleo da vilosidade secundária encontra-se uma camada de células citotrofoblásticas, por fora está o sinciciotrofoblasto. Uma vilosidade secundária se torna terciária quando vasos sanguíneos penetram seu núcleo e ramos recém-formados. • A vilosidade é banhada em sangue materno. Um desenvolvimento posterior da ponta da vilosidade ocorre quando a coluna celular citotrofoblástica se expande e penetra a camada sinciciotrofoblástica. Estas células citotrofoblásticas apoiam-se sobre as células deciduais maternas e se espalham de modo a formar uma camada celular completa conhecida como capa citotrofoblástica, que circunda o complexo embrionário. As vilosidades que emitem extensões citotrofoblástica são conhecidas como vilosidades de ancoragem porque representam os pontos de fixação entre complexo embrionário e tecidos maternos. • O embrião, ligado pelo cordão umbilical fica efetivamente suspenso na cavidade coriônica. A cavidade coriônica é delimitada pela placa coriônica, que consiste em um mesoderme extraembrionário coberto com trofoblasto. As vilosidades coriônicas se estendem para fora da placa coriônica e sua cobertura trofoblástica apresenta-se contínua com a cobertura da placa coriônica. As vilosidades e a superfície exterior da placa de coriônica são banhadas em um mar de sangue materno de troca constante. Devido a isso, a placenta humana é designada como do tipo hemocorial. • Embora as vilosidades coriônicas sejam estruturalmente complicadas, é conveniente comparar a estrutura básica de um complexo viloso ao sistema radicular de uma planta. A vilosidade de ancoragem é equivalente à raiz central principal; através da coluna celular citotrofoblástica, se liga ao complexo viloso da capa citotrofoblástica externa. Os ramos não aderidos das vilosidades flutuantes oscilam livremente no sangue materno que preenche o espaço entre a placa coriônica e a capa citotrofoblástica externa. Todas as superfícies das vilosidades, da placa coriônica e da capa citotrofoblástica em contato com o sangue materno são delimitadas por camada contínua de sinciciotrofoblasto Estabelecimento da Circulação Uteroplacentária • Uma das características essenciais da interface materno-embrionária em desenvolvimento é o estabelecimento de uma circulação uteroplacentária que serve como o meio para trazer alimento e oxigênio e para remover os resíduos do embrião. Isto se dá pela erosão das paredes das artérias espiraladas do útero e suas modificações, para que essas artérias possam aumentar o fluxo de sangue com baixa pressão para banhar a superfície sinciciotrofoblástica da placenta. Células citotrofoblásticas invasivas especializadas, migrando para fora das vilosidades de ancoragem, invadem artérias espiraladas e causam grandes modificações em suas paredes secretando uma matriz extracelular especializada e deslocando elementos celulares normais das artérias espiraladas. As artérias se tornam mais amplas, mas o sangue que escapa de suas extremidades abertas sai a uma pressão mais baixa que a pressão arterial normal. O 1º fluido materno que banha o trofoblasto embrionário não é altamente celular, e a tensão de oxigênio é baixa. Eritrócitos fetais contêm hemoglobina embrionária, que está adaptada para se ligar ao oxigênio em baixa tensão. • A hipóxia estimula as células citotrofoblásticas a sofrerem mitose. Esta pode ser uma das condições ambientais que servem como base para o crescimento do citotrofoblasto durante o período embrionário inicial. Após 12 semanas, quando o sangue materno no espaço placentário contém grande número de eritrócitos e é altamente oxigenado, os eritrócitos fetais, através da troca de isoforma, começam a produzir hemoglobina fetal, que exige uma maior tensão de oxigênio para se ligar de forma eficiente ao oxigênio. O sangue materno que deixa as artérias espiraladas passa livremente através de espaços intervilosos e banha superfícies das vilosidades. O sangue materno é então captado pelas extremidades abertas das veias uterinas, que também penetram na capa citotrofoblástica Relações Macroscópicas dos Tecidos Coriônicos e Deciduais • Dias após a implantação, células estromais do endométrio sofrem reação decidual. Depois que células estromais intumescem como resultado do acúmulo de glicogênio e lipídios no citoplasma, passam a ser conhecidas como células deciduais. A reação decidual se espalha por todas células estromais nas camadas superficiais do endométrio. As decíduas maternas recebem nomes topográficos com base em suas localizações com relação ao embrião. • O tecido decidual que cobre o embrião e sua vesícula coriônica é a decídua capsular, ao passo que a decídua que se situa entre a vesícula coriônica e a parede do útero é a decídua basal. Com o crescimento contínuo do embrião, a decídua basal tornase incorporada ao componente materno da placenta definitiva. A decídua remanescente, que consiste no tecido endometrial decidualizado nas laterais do útero não ocupadas pelo embrião, é a decídua parietal. • O córion é definido como camada composta do trofoblasto e do mesoderme extraembrionário subjacente. O córion forma uma cobertura completa que envolve o embrião, o âmnio, o saco vitelino e pedúnculo do embrião. Durante o período após a implantação, as vilosidades primárias e secundárias se projetam quase uniformemente a partir de toda a superfície exterior da vesícula coriônica. A formação de vilosidades terciárias é assimétrica, e a invasão do núcleo citotrofoblástico das vilosidades primárias pelo mesênquima e pelos vasos sanguíneos embrionários ocorre nas vilosidades primárias localizadas mais proximamente à decídua basal. Como estas vilosidades continuam a crescer e ramificar, as vilosidades localizadas no lado oposto da vesícula coriônica não conseguem se manter e se atrofiam. A região que contém vilosidades coriônicas em proliferação e que se torna a placenta é o córion frondoso. O restante do córion, que ao final se torna liso, é o córion liso • O crescimento total da vesícula coriônica, com a sua projeção para o lúmen uterino, empurra a decídua capsular para mais longe dos vasos sanguíneos do endométrio. Ao final do 1º trimestre, a própria decídua capsular sofre uma atrofia acentuada. No mês seguinte,porções da decídua capsular atrofiada começam a desaparecer e deixar o córion liso em contato direto com a decídua parietal no lado oposto do útero. Por volta da metade da gravidez, a decídua capsular já se fusionou com os tecidos da decídua parietal, obliterando assim efetivamente a cavidade uterina inicial. Enquanto o córion liso e a decídua capsular estão passando por uma atrofia progressiva, a placenta evolui para sua forma definitiva e atua como o principal local de troca entre a mãe e o embrião. Formação e Estrutura da Placenta Madura • A placenta consiste em um componente fetal e um materno. O componente fetal é a parte da vesícula coriônica representada pelo córion frondoso. Formado pela parede do córion, chamada de placa coriônica, e as vilosidades coriônicas que surgem a partir dessa região. O componente materno é representado pela decídua basal. O espaço entre os componentes fetal e materno da placenta é ocupado por sangue materno que circula livremente. Para manter a sua função principal como órgão mediador de trocas entre os sistemas circulatórios fetal e materno, a estrutura geral da placenta é organizada para fornecer uma área superficial muito grande para esta troca. • O lado fetal da placenta é brilhante, devido à presença da membrana amniótica. Do lado fetal, a fixação do cordão umbilical à placa coriônica e os grandes ramos placentários das artérias e da veia umbilical que irradiam a partir dele são evidentes. O lado materno da placenta é opaco e é subdividido em lóbulos. Sulcos entre lóbulos são ocupados por septos placentários, que surgem a partir da decídua basal e se estendem em direção à placa basal. Identificar os serviços prestados pela rede de atenção materno-infantil (três níveis) e enfatizar o programa do nível regional • A Linha de Cuidado Materno Infantil da Secretaria de Estado da Saúde tem como finalidade a organização da atenção e assistência nas ações do pré-natal, parto, puerpério e o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças, em especial no seu primeiro ano de vida. • A redução da mortalidade materno-infantil em especial a materna são resultados de diversas ações, tais como: organização dos processos de atenção, acolhimento precoce das gestantes no pré-natal, estratificação de risco e vinculação da gestante, conforme estratificação de risco, ao hospital mais adequado para atender o seu parto, bem como o processo de capacitação dos profissionais de saúde. • Tendo em vista as mudanças ocorridas no perfil das gestantes desde a implantação da rede materno-infantil, identificou-se a necessidade de revisar e atualizar os critérios para estratificação de risco das gestantes, a fim de qualificar a atenção ao pré-natal em todo o Estado do Paraná. • Diante disso, a equipe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher coordenou o processo de revisão da estratificação de risco gestacional de forma colaborativa com profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS), Atenção Ambulatorial Especializada (AAE) e Atenção Hospitalar Especializada (AHE), bem como consultou diversas áreas técnicas da SESA, especialmente as Regionais de Saúde, além da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná (SOGIPA). A revisão, que hora se apresenta, passou ainda por consulta no Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná (COSEMS/PR) e Comissão de Saúde da Mulher do Conselho Estadual de Saúde do Paraná (CES/PR) A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada prioritária do usuário na rede e coordena o cuidado nos outros níveis de atenção. A APS é desenvolvida nos 295 municípios do Estado, e é esperado que desenvolvam as seguintes atividades nesta linha de cuidado: • Busca ativa das gestantes e às crianças menores de dois anos; • Oferta de grupo de gestantes vinculado às consultas de pré-natal para socialização de informações e dúvidas; • Oferta de atenção à puericultura em grupo para socialização de informações e dúvidas; • Oferta de pré-natal em quantidade e qualidade necessárias; • Vinculação das gestantes a serviços em que o parto ocorra de modo seguro; • Encaminhamento da gestante de alto risco a outros níveis de atenção; • Oferta de atenção à criança até dois anos (puericultura); • Oferta de atenção às demandas pontuais e de urgência para gestantes e crianças durante todo o período de funcionamento da UBS; • Visita domiciliar aos RN e gestantes em até uma semana após o parto; • Avaliação do RN e puérpera na UBS de acordo com o calendário de consultas de puericultura e nas intercorrências;