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Exame vascular periférico Sistema vascular periférico ● três subsistemas: sistema arterial, sistema venoso e sistema linfático ● drenagem venosa dos membros inferiores: ○ sistemas venosos superficial e profundo ■ sistema venoso superficial: veias safenas magna e parva ■ sistema venoso profundo: veias tibiais anteriores, tibiais posteriores e fibulares que se reúnem formando a veia poplítea Semiologia arterial Doenças arteriais obstrutivas e dilatações aneurismáticas: principais afecções DOR: ocorre somente com o esforço muscular desencadeado pela deambulação dor, cansaço, câimbra que cessam imediatamente com a interrupção da atividade muscular → claudicação intermitente fase avançada: dor no repouso e parestesias geralmente nas porções mais distais associada à queixa de pele fria e alterações de cor variando entre palidez intensa, cianose e, eventualmente, rubor, conforme a posição pendente Úlceras isquêmicas e gangrenas são quadros terminais da doença arterial obstrutiva crônica periférica (DAOP) úlceras isquêmicas são extremamente dolorosas, exceto em diabéticos, surgem espontaneamente ou após pequeno trauma, de difícil cicatrização, rasas e de fundo pálido gangrena seca gangrena úmida ou infectada Exame físico exame clínico cardíaco exame do pulso carotídeo: porção medial do músculo esternoclidomastoideo com o pescoço do paciente ligeiramente rodado para o lado contralateral, evitando-se manipulação vigorosa do local para não induzir reflexo vagal inspeção estática: cor, abaulamentos pulsáteis ou não - termos relativos à perfusão nomeados como corado, pálido, cianótico e ruborizado são percebidos nessa fase do exame inspeção dinâmica: prova de Buerger (manobra da palidez de elevação) consiste em elevar os membros, durante cerca de 1 minuto, com o paciente deitado e fazê-lo, em seguida, sentar-se com os membros pendentes - membro isquêmico fica pálido em grau variável e leva mais de 10 segundos para recuperar a cor palpação: temperatura e estado trófico da musculatura e pele - subclávios: fossa supraclavicular com o paciente deitado - axilar: porção anterior da axila com o membro superior flexionado e a mão espalmada na região axilar - braquial: terço distal do braço em sua porção medial entre os tendões dos músculos bíceps e tríceps - radial (lateral) e ulnar (medial) devem ser examinados no punho - aórtico: linha mediana abdominal, acima da cicatriz umbilical, palpando profundamente contra a projeção anterior da coluna lombar - femoral: prega inguinal a meio caminho entre a sínfise púbica e a crista ilíaca anterossuperior - poplíteo: cavo poplíteo através de manobra bimanual envolvendo o joelho do paciente e realizando discreta flexão deste - pedioso: no dorso do pé, lateral ao tendão extensor longo do hálux - tibial posterior: região retromaleolar medial Índice tornozelo braquial(ITB) Consiste no registro de pressão de artérias distais (pediosa ou tibial posterior) com auxílio de um aparelho USG com Doppler - Insufla-se o manguito de pressão convencional no terço distal da panturrilha até o desaparecimento do fluxo arterial caracterizado pelo Doppler e, em seguida, desinsufla-se o manguito; o ressurgimento do som determina a pressão distal - Registra-se a pressão da artéria braquial - pressão maleolar / pressão braquial = ITB indivíduo normal: 0,9 a 1,3 pacientes com claudicação: abaixo de 0,9 Semiologia linfática Edema: queixa mais comum nas doenças de origem linfática, é de longa duração, é do tipo duro, pouco depressível e proteico Dor súbita em trajetos linfáticos + febre + mal-estar geral + surgimento de um trajeto longo, estreito e retilíneo vermelho = linfangite aguda Edema duro, pouco depressivo, de resolução lenta, associado a pele pálida, sugere o edema linfático conhecido como linfedema Semiologia venosa A doença venosa crônica predominante são as varizes de membros inferiores dor: sintoma comum, suportável, em peso, em queimação ou desconforto nas pernas que se agrava na época do calor, quando o indivíduo fica muito tempo de pé ou no período pré menstrual na mulher Outras manifestações podem estar presentes: prurido, cãimbras e edema discreto de tornozelo O edema, na doença varicosa, é vespertino e discreto no início e, com o correr do tempo, se torna mais intenso e duradouro O prurido sobre os trajetos venosos e no terço distal da perna aparece nas varizes de longa duração e nos casos de insuficiência venosa crônica associado a manifestações mais graves, como eczema de estase, hiperpigmentação (dermite ocre), e culmina com úlcera venosa Hiperpigmentação ou dermite ocre: ocorre na região do tornozelo, mas que pode se estender para a perna, deve-se ao depósito de hemossiderina, produto de degradação das hemácias extravasadas no interstício quando há IVC complicações: - tromboflebite superficial, caracterizada pela dor súbita e intensa sobre um trajeto venoso associado a processo inflamatório localizado - TVP: dor aguda atinge grupos musculares da panturrilha piorando nos movimentos de extensão, flexão e deambulação, acompanhado de empastamento muscular, e edema assimétrico Classificação Exame físico paciente de pé Nos casos em que se procuram sinais de TVP dos MMII, o decúbito dorsal é mais conveniente inspeção estática: deve-se solicitar ao paciente que gire em torno de si por 360° Pesquisar a presença de dilatações varicosas Rubor: erisipela cianose: tromboses venosas maciças (flegmasia cerulea dolens) palidez por vasoespasmo: TVP ileofemoral não maciça (flegmasia alba dolens) A úlcera venosa é o grau máximo da alteração trófica da IVC, também chamada úlcera de estase: são superficiais com bordas cortadas abruptamente, o fundo é liso, avermelhado quando a úlcera está limpa, mas quando infectada apresenta exsudato seropurulento, pouco dolorosa, circundadas pela hiperpigmentação ou dermite ocre palpação: pode-se notar aumento da temperatura da pele sobre os novelos varicosos Na TVP: aumento discreto da temperatura da pele + edema, principalmente unilateral + empastamento muscular sinais de Homans, Babcok e Lowemberg - Homans: solicita-se ao paciente fazer a dorsoflexão do pé ativa ou passivamente; se o paciente referir dor na panturrilha, o resultado será positivo - Babcok: por meio da palpação manual da panturrilha - Lowemberg: com o emprego de esfignomanômetro junto à panturrilha