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Módulo 11
Reformas Religiosas do Século XVI 
As Causas do Movimento Reformista
A transição do sistema feudal para o sistema capitalista transformou a mentalidade do indivíduo. A quebra da estrutura do sistema feudal fez surgir a necessidade de uma nova religião, mais adaptada ao espírito acumulador e empresarial do capitalismo. 
A burguesia necessitava de uma religião que estimulasse a acumulação de capital, colocando a burguesia em paz com a sua consciência religiosa.
Ao mesmo tempo, os reis, centralizando o poder, procuraram transformar a religião e a Igreja em instrumentos de sua autoridade, pois, na medida em que combatiam o poder papal, assumiam o controle das igrejas e de seus bens. 
Os humanistas cristãos tiveram consciência do baixo nível intelectual e da corrupção do clero. Procuravam o verdadeiro cristianismo na leitura e comentário do Antigo e do Novo Testamento, bem como na tradição dos grandes escritores cristãos antigos. 
A Reforma Protestante
Teve início com Martinho Lutero em 1517, na Alemanha, quando ele protestou contra a venda de indulgências e aproveitou para fazer outras críticas à estrutura eclesiástica. Combatido pelo papado, Lutero foi condenado pelo imperador Carlos V na Dieta de Worms e somente escapou da execução porque se refugiou na Saxônia, junto ao duque Frederico, o Sábio.
Uma nova Assembleia foi reunida em Spira, em 1529. O imperador Carlos V impôs o catolicismo romano aos príncipes, que se rebelaram. Daí o nome “protestante”. 
Em 1555, na Dieta de Augsburgo, estabeleceu-se a teoria de que cada príncipe deveria determinar a religião dos súditos. Terminava assim, a primeira guerra de religião na Alemanha.
Martinho Lutero
Carlos V
A doutrina luterana
A salvação para o luteranismo, não se alcança pelas obras, e sim pela fé, pela confiança na bondade de Deus, pelo sofrimento interior do fiel. O culto é um contato direto entre fiel e Salvador; somente salmos e leituras da Bíblia.
Lutero conservou apenas dois sacramentos: o batismo e a eucaristia. 
João Calvino e a Reforma em Genebra
Calvino estudou em Novon. Assimilou os ensinamentos luteranos e por isso foi obrigado a refugiar-se em Estrasburgo, por volta de 1534. Retirou-se depois para Bâle, onde publicou sua principal obra, Instituição Cristã, que se tornou a constituição de sua reforma. 
Calvino instalou-se em Genebra em 1536, dando início a reforma naquela cidade.
A reforma de Calvino foi bastante radical. Implantou uma censura rígida na cidade, dirigindo-a por meio de Ordenações Eclesiásticas. A igreja reformada tinha um Consistório que dirigia a política religiosa e moral de Genebra.
A reforma de Calvino espalhou-se em Gênova, França, Holanda e Escócia. 
A doutrina calvinista
Para Calvino, a salvação é conseguida pela predestinação, que a condiciona totalmente à vontade de Deus. O amor ao trabalho, o espírito de economia e eventualmente a riqueza material são indícios de escolha divina para a salvação. Somente os sacramentos do batismo e da eucaristia fora conservados. O culto é de absoluta simplicidade. Não há imagens, apenas uma Bíblia que deve ser comentada.
João Calvino
Henrique VIII e as Causas da Ruptura com a Igreja Católica
Em 1527, o rei da Inglaterra, Henrique VIII, pretendeu casar-se com uma dama da corte. Ana Bolena, e, tendo o papa se negado a anular o seu casamento anterior com Catarina de Aragão, tia do imperador Carlos V, rompeu com o papado, casando-se com Ana Bolena.
Em 1534, o Parlamento inglês promulgou o Ato de Supremacia, pelo qual Henrique VIII tornava-se chefe supremo da Igreja na Inglaterra.
Dessa forma, a Igreja Anglicana tornou-se uma igreja nacional, separada de Roma. Nenhuma reforma foi efetuada na doutrina ou no culto.
O casamento dos padres foi permitido.
Maria Tudor foi uma rainha inglesa católica que perseguiu aos calvinistas e anglicanos restaurando o catolicismo inglês.
Foi somente com Elizabeth que se estabeleceu definitivamente a Reforma na Inglaterra. Confirmou-se a superioridade do rei nos assuntos religiosos e completou-se a separação de Roma.
A doutrina anglicana
Salvação pela predestinação, apoio das Sagradas Escrituras, supressão dos laços com Roma, preservação da hierarquia, conservação de dois sacramentos, presença espiritual de Cristo na eucaristia, supressão do sacrifício da missa e preservação da liturgia foram as modificações introduzidas.
A Reforma Católica
Por ocasião do início da Reforma Protestante, havia dentro da Igreja Católica uma disputa entre o papado e o Concílio, envolvidos numa luta pelo controle da Igreja. Isso impediu a pronta ação contra o protestantismo, que teve uma expansão tão rápida e tão fulminante, que a Igreja Católica finalmente percebeu que poderia ser completamente destruída. Daí a necessidade de uma reorganização interna. 
O surgimento da Sociedade de Jesus, destinada a apoiar o papa, permitiu a convocação do Concílio de Trento, no qual se adotaram as principais medidas de defesa da Igreja Católica. O Concílio conservou a doutrina tradicional, manteve a autoridade do papa e criou os seminários para melhorar a formação do clero.
Confirmou-se o já existente Tribunal da Inquisição e foi criado o Índice dos Livros Proibidos. 
As Repercussões da Reforma
No plano econômico, a Reforma Calvinista trouxe consigo a ideia da predestinação (Deus elegia previamente os fiéis para a salvação) e de que um dos sinais da escolha divina era o êxito profissional, a riqueza. Tal concepção adaptava-se perfeitamente à ética capitalista, ao ideal de acumulação e de investimentos.
Politicamente, os reis e príncipes transformaram a Reforma em instrumento de luta pelo poder, pois o rompimento com a Igreja tornava-os mais fortes.
A Contrarreforma
Conjunto de medidas destinadas a combater o protestantismo, por meio da educação, da catequese e da Inquisição. No primeiro caso, o que se pretendia era difundir o ensino nas regiões atingidas pela Reforma, de modo a recuperar pelo menos as novas gerações. No segundo caso, a intenção era conseguir novos adeptos para a Igreja nas terras recém-descobertas no Novo Mundo.
Finalmente cabia à Inquisição (ou Tribunal do Santo Ofício) perseguir, nos países que ainda não tivessem sido dominados pela Reforma, os adeptos das novas doutrinas. A perseguição era feita de maneira cruel e servia aos propósitos do poder político nos Estados em que ela se realizou (Espanha, Portugal e Itália)

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