Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

Educação especial: conceituação e histórico
Gabriela Ma�ei Moreira Malagolli
Descrição
O percurso histórico da Educação Especial e da Educação Inclusiva no
Brasil e no mundo e seu desenvolvimento como área do conhecimento
teórico e prático na Educação Escolar.
Propósito
A compreensão do percurso histórico da Educação Especial e da
Educação Inclusiva é fundamental para os futuros psicopedagogos por
ampliar o repertório científico e conceitual que poderá estruturar as
intervenções de apoio às instituições, famílias e pessoas com
necessidades educacionais especiais.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
1 of 74 01/09/2023 11:29
Objetivos
Módulo 1
A história da Educação Especial e
Inclusiva
Conhecer o histórico da Educação Especial e da Educação Inclusiva.
Módulo 2
Conceituando integração e inclusão
Identificar as diferenças entre os conceitos de integração e de
inclusão.
Módulo 3
A Educação Inclusiva
Analisar os princípios e os desafios da Educação Inclusiva.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
2 of 74 01/09/2023 11:29
Introdução
Há séculos o debate sobre a exclusão e a inclusão pauta-se na
questão da natureza humana. O desafio está na concepção, na
percepção e no entendimento do que seria a natureza humana.
Em nosso país, a inclusão social não está garantida. Nota-se que
a cultura das diferenças ainda é fortemente empregada,
mantendo a segregação social que persiste no Brasil.
Vamos estudar o processo de inclusão social compreendendo
que o grande desafio da sociedade é a convivência com a
diversidade, uma vez que as diferenças são inerentes aos seres
humanos. Esse pressuposto traz consigo formas de conceber as
particularidades, criando a necessidade de se repensar os
espaços para atender toda a diversidade que compõe a
sociedade. Também estudaremos o processo histórico que
envolveu a pessoa com deficiência e as medidas para oportunizar
o conhecimento dos aspectos facilitadores e dos recursos
institucionais ou de materiais que conduzem a vida da pessoa
com deficiência. Para tanto, apresentaremos os conceitos de
integração e inclusão, destacando suas diferenças quanto à
perspectiva, à filosofia e às práticas a eles subjacentes.
Devemos pensar no desenvolvimento de estratégias para a
formação da pessoa de forma comprometida com a
transformação social, um desenvolvimento atrelado ao currículo
escolar que siga o conteúdo clássico com dinamicidade e um
modelo de gestão democrático, com foco na formação e no
acompanhamento da equipe, sustentado por uma rede de apoio
especializada.

Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
3 of 74 01/09/2023 11:29
1 - A história da Educação Especial e Inclusiva
Ao �nal deste módulo, você será capaz de conhecer o histórico da
Educação Especial e da Educação Inclusiva.
Das primeiras concepções à
defesa dos direitos
Primeiros movimentos para pessoas
com de�ciência
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
4 of 74 01/09/2023 11:29
Cidadão é a pessoa que usufrui dos direitos e dos deveres civis e
políticos em um determinado país (HOUAISS, 2004). Porém esta
concepção, nem sempre é vivida conforme a realidade. Até o século
XVIII, ao se deparar com pessoas com deficiência, a sua condição era
explicada ou entendida de acordo com as razões do misticismo, da
religião ou dos poderes sobrenaturais.
Apesar dos avanços da ciência, esta não era utilizada para explicar
as causas da deficiência, apenas influenciava na pouca
compreensão e na aceitação das diferenças individuais, o que
justificava a exclusão social. A sociedade escondeu, segregou e
excluiu as pessoas com deficiência ao negar e a não oferecer
serviços que pudessem suprir suas necessidades.
Conforme o pesquisador Mazzotta (1996), terminologias como
Pedagogia dos Anormais, Pedagogia Curativa e Pedagogia da
Assistência Social eram utilizadas nos primeiros atendimentos de
pessoas com deficiência, inicialmente na Europa e depois na América
do Norte. Por essas terminologias, depreende-se que o atendimento
estava vinculado à rotulação, ao estereótipo, à terapia, ao abrigo ou
assistência.
Pesquisas identificaram que entre os séculos XVII e XVIII surgiram,
embora timidamente, estudos e instituições para pessoas com
deficiência.
A primeira pesquisa a tratar do tema da Educação Escolar das pessoas
com deficiência foi de autoria do francês Jean-Paul Bonet, em 1620,
com o título Redação das letras e arte de ensinar os mudos a falar. Já a
primeira instituição fundada para a educação de pessoas surdas teve
como responsável Charles M. Eppée, em Paris, no ano de 1770.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
5 of 74 01/09/2023 11:29
Charles-Michel de L'Epée.
Também foi Eppée quem inventou o método dos sinais, que na época
era usado para completar o alfabeto manual e caracterizar objetos que
passavam despercebidos pelas pessoas que apresentavam
necessidades especiais. O livro mais relevante de Eppée foi A verdadeira
maneira de instruir os surdos-mudos, publicado em 1776 (MAZZOTTA,
1996).
Comentário
Os trabalhos de Eppée ficaram conhecidos e, com o tempo, foram
utilizados na Inglaterra por Thomas Braidwood (1715-1806) e na
Alemanha, por Samuel Heinecke (1729-1790). Esses dois
pesquisadores fundaram institutos educacionais para pessoas surdas.
A leitura labial foi um método elaborado por Heinecke e se caracterizava
por ser contrário ao método dos sinais.
Valentin Hauy (1745-1822) foi outro estudioso que colaborou para
instituições voltadas a pessoas com deficiência. Ele fundou o Institute
Nationale dês Jeunes Aveugles (Instituto Nacional dos Jovens Cegos,
em Paris, em 1784. Hauy era conhecido por utilizar pontos em relevo
para o ensino de cegos, método reconhecido pela Academia de Ciências
de Paris, um importante órgão que acompanhava o desenvolvimento de
projetos científicos pelo país.
Valentin Hauy conquistou a sociedade com suas pesquisas e, anos mais
tarde, recebeu a visita de um oficial do exército francês, Charles Barbier,
oferecendo aos professores um método de escrita, expressa por pontos
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
6 of 74 01/09/2023 11:29
oferecendo aos professores um método de escrita, expressa por pontos
salientes, que ele adaptou do sistema de transmissão de mensagens
nos campos de batalhas (MAZZOTTA, 1996).
Uma década depois, Louis Braille chegou ao Instituto Nacional dos
Jovens Cegos. Ficou cego de um olho ainda na infância ao se envolver
em um acidente na oficina do seu pai. A infecção comprometeu o outro
olho, desencadeando a cegueira total. Ao procurar o Instituto, Louis
Braille adaptou o método de escrita oferecido por Charles Barbier e criou
o sistema Braille, que se caracteriza por seis pontos salientes que
possibilitam 63 combinações.
Letras do Alfabeto Braille.
Ainda hoje esse é o método considerado mais assertivo para as
necessidades das pessoas cegas (MAZZOTTA, 1996).
No começo do século XIX, inicia-se o atendimento educacional para as
pessoas com deficiência intelectual.
Um renomado médico, Jean Marc Itard (1774-1838), ficou curioso ao
saber da notícia de um menino que estava sob os cuidados de uma
pessoa numa aldeia próximo à floresta de Aveyron, no Sul da França. Ao
conhecer o menino, pensou ser importante estudar o seu nível de
inteligência. Após um longo período de aproximação, Itard concluiu que
se tratava de um caso excepcional de privação cultural, ou seja, o
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
7 of 74 01/09/2023 11:29
menino foi abandonado quandocriança e passou um período
considerável longe da sociedade, adquirindo hábitos e rotinas de
animais selvagens.
Itard publicou a conclusão do seu estudo em 1801 em um artigo
chamado De l`éducation d`un homme sauvage, em que se mostrava
contrário à conclusão do médico alienista Philippe Pinel, que não
acreditava que o menino pudesse ser educado. A história ficou
conhecida como “Selvagem de Aveyron” (MOREIRA, 2011).
Inspirado por seu professor Itard, Edward Seguin (1812-1880)
prosseguiu com suas pesquisas e, além de fundar um instituto para
crianças com deficiência intelectual na França, planejou, desenvolveu e
implantou um currículo de atividades pautado em cores e músicas,
contemplando treinamento motor e sensorial. A experiência resultou, em
1846, na publicação do livro Traitement moral, hygiène et éducation des
idiots
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
8 of 74 01/09/2023 11:29
idiots.
Comentário
A comunidade científica da época não acolheu a obra e Seguin viajou
para os Estados Unidos, onde publicou Treatment by the psysiological
method. Neste livro, discorreu sobre um programa de atividades
pedagógicas (MOREIRA, 2011).
No mesmo período, o médico Johann J. Guggenbuhl (1816-1883) se
destacou por desenvolver uma estratégia que contemplava tratamento
médico e educacional nos Alpes Suíços, com base em exercícios de
treinamento sensorial.
Algum tempo depois, Maria Montessori (1870-1956), uma médica
italiana, aprimorou os programas de Itard e Seguin ao defender
atividades pedagógicas que valorizavam a autoeducação. Utilizava
materiais didáticos que incluíam miniaturas, peças fabricadas em
madeira colorida como blocos e encaixes, letras e números em relevo,
entre outros materiais adaptados por faixa etária e considerando as
etapas do desenvolvimento da criança. A proposta de Montessori se
estendeu pela Europa e Ásia (MAZZOTTA, 1996).
Método Montessori
Nos Estados Unidos, no final do século XIX surgiram as primeiras
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
9 of 74 01/09/2023 11:29
instituições para pessoas com deficiência intelectual.
1829
O instituto New England Asylum
for the Blind, instituto para
crianças cegas, é fundado em
Massachusetts.
1848
Também em Massachusetts, é
instalado o primeiro colégio
interno público, onde se utilizava
o método desenvolvido por
Seguin.
1850
A partir deste ano, nota-se o
aumento de escolas voltadas
para crianças com deficiência.
1896
Já se aproximando de um
movimento de integração social
e educacional, é inaugurada a
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
10 of 74 01/09/2023 11:29
Em 1928, a médica belga Alice Descoeudres (1877-1963) se destacou
ao propor atividades educativas em ambiente natural. Ela defendia o
desenvolvimento de tarefas individuais e em grupo em especial para a
estimulação de pessoas com deficiência auditiva, visual e cognitiva.
Alguns anos mais tarde, em 1940, nos Estados Unidos, pais de crianças
com deficiência se reuniram e fundaram a National Association for
Retarded Children (Narc). O objetivo era apoiar e acompanhar o
atendimento oferecido nos primeiros anos de escolarização de crianças
com deficiência em escolas públicas. Foi por influência da Narc que
surgiu no Brasil a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
(Apae).
O quadro a seguir ilustra os períodos e os movimentos aqui expostos.
Período Local Autor
1620 França Jean-Paul Bonet
1770 França Charles M. Eppée
1729-1790 Alemanha Samuel Heinecke
1784 Paris Valentin Hauy
e educacional, é inaugurada a
primeira classe especial em
escola pública nos Estados
Unidos (MOREIRA, 2011).
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
11 of 74 01/09/2023 11:29
1819 Paris Charles Barbier
1829 França Louis Braille
1774-1838 França Jean Marc Itard
1812-1880 França Edward Seguin
1816-1863 Alpes Suíços
Johann J.
Guggenbuhl
1870-1956 Itália Maria Montessori
Final do século XIX Estados Unidos
1928 Bélgica Alice Descoeudres
Moreira, 2011, p. 9-10.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
12 of 74 01/09/2023 11:29
Moreira, 2011, p. 9-10.
Durante a primeira metade do século XX, o conceito de deficiência
estava relacionado às características de inatismo, ou seja, as
explicações para a deficiência se apoiavam nas causas orgânicas,
explicadas por questões ocorridas no início do desenvolvimento e que
dificilmente seriam modificadas (MARCHESI; MARTÍN, 1995).
Inatismo
Concepção de que as capacidades nascem com os indivíduos e não são
adquiridas, isto é, não necessitam da experiência ou da aprendizagem. Essa
concepção trouxe duas consequências: a necessidade da detecção do
distúrbio, cuja ideia se sustentava nas pesquisas sobre testes de
inteligência, e a conscientização de que essa clientela precisava de atenção
educacional especial. Essas consequências impulsionaram a criação das
primeiras escolas de Educação Especial.
A partir da década de 1940, a incurabilidade da deficiência começou a ser
questionada. Os testes de inteligência ainda vigoravam, mas já despontavam estudos
sobre a importância da influência das questões sociais e culturais sobre o
desenvolvimento e a aprendizagem, questionando a condição da deficiência e a
ausência de estimulação adequada às práticas pedagógicas inadequadas ou
Processo histórico dos
serviços de atendimento às
pessoas com de�ciência no
Brasil
Educação das pessoas com
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
13 of 74 01/09/2023 11:29
Educação das pessoas com
de�ciência no Brasil dos séculos
XVIII e XIX
No Brasil, as ideias liberais do final do século XVIII e do começo do
século XIX influenciaram a educação das crianças com deficiência. Para
entendermos esse processo, é preciso recorrermos à história da
Educação Básica no nosso país.
Com a mesma proposta de Portugal, a Santa Casa de Misericórdia aqui
no Brasil atendia crianças pobres ou abandonadas que permaneciam
sob os cuidados dos religiosos até os 7 anos de idade. Depois dessa
idade, as meninas eram encaminhadas para o Seminário da Glória, onde
permaneciam até encontrarem um pretendente ou uma possibilidade de
casamento. Os meninos eram enviados para outro local, o Seminário de
Sant'Ana. Lá ficavam até conseguirem uma oportunidade de trabalho.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (Portugal), fundada em 1498, foi
pioneira no uso da roda de expostos ou roda dos enjeitados no final do
século XV. O mecanismo de madeira, embutido na parede de igrejas ou
instituições de caridade, recebia crianças cujos pais não podiam criá-
las. Isso também ocorreu nas Santas Casas no Brasil.
Roda dos expostos.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
14 of 74 01/09/2023 11:29
Constituída por uma caixa dupla de formato cilíndrico, com uma janela
aberta para o lado externo, a caixa recebia a criança após um cilindro
ser rodado para o interior dos muros.
Instituto Benjamin Constant
Em 1854, na cidade de Rio de Janeiro, foi fundado o Imperial
Instituto dos Meninos Cegos, que mais tarde teve o seu nome
alterado para Instituto Benjamin Constant (IBC). A criação do
Instituto foi influenciada por José Álvares de Azevedo, um
brasileiro que estudou em Paris no Instituto dos Jovens Cegos, já
citado aqui, fundado por Valentin Hauy.
Instituto Nacional de Educação
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
15 of 74 01/09/2023 11:29
Instituto Nacional de Educação
de Surdos
Em 1857, três anos depois, o Instituto Nacional dos Surdos-
Mudos foifundado por influência do Marquês de Abrantes e
também renomeado, anos depois, como Instituto Nacional de
Educação de Surdos (INES) (JANNUZZI, 2006).
Essas duas instituições, apesar do intermédio de pessoas influentes da
sociedade, ainda apresentavam atendimento precário. Em 1874, havia o
seguinte cenário:
• de uma população de 15 mil pessoas cegas, apenas 35 eram
atendidas;
• de um total de mais de 11 mil pessoas surdas, apenas 17 foramm
matriculadas.
Diante desse cenário, uma nova perspectiva despontou no I Congresso
de Instrução Pública, em 1883, que apresentou como sugestão um
currículo de formação de professores para pessoas cegas e surdas.
Em 1878, apenas cerca de 2% da população era escolarizada,
mesmo diante da Constituição de 1824 que garantia instrução
primária gratuita para todos. Essa mesma Constituição, no entanto,
privava do direito político a pessoa com deficiência, ou seja, entre
outras questões, a pessoa com deficiência não podia votar
(JANNUZZI, 2006).
A educação das pessoas com deficiência ainda não era prioridade para
os governos. Naquela época, é provável que somente as crianças com
deficiências severas fossem encaminhadas para instituições
especializadas.
Em 1874, há registros de pessoas com deficiência intelectual no
Hospital Juliano Moreira, em Salvador, Bahia. No entanto, há pesquisas
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
16 of 74 01/09/2023 11:29
Hospital Juliano Moreira, em Salvador, Bahia. No entanto, há pesquisas
que contestam a presença desse público no hospital e revelam que a
primeira escola para pessoas com deficiência surgiu no Pavilhão
Bourneville, fundado em 1903 no Rio de Janeiro (JANNUZZI, 2006).
Comentário
O atendimento para pessoas com deficiência intelectual, física e visual
no ensino regular se iniciou em 1887, na Escola México, situada na
cidade de Rio de Janeiro. O ensino fundamental, até então a primeira
modalidade da Educação Básica, era precário e não havia um programa
de acompanhamento para sua conclusão, visto que a elite podia
contratar professores particulares. Nesse cenário, os trabalhos sobre
deficiência intelectual do médico Desiré Magloire Bourneville
começaram a ficar conhecidos e fizeram com que o atendimento na
rede regular de ensino estivesse presente no final do século XIX.
A partir da Proclamação da República, em 1889, deu-se a implantação
de escolas para pessoas com deficiência nos estados de São Paulo, Rio
Grande do Sul e Rio de Janeiro. Médicos, psicólogos e professores
começaram a se organizar em associações para discutir formas de
concretizar atuações na área (JANNUZZI, 2006). Vários registros de
atendimentos para pessoas com deficiência foram resgatados.
Apesar desses movimentos, a análise da primeira Constituição da
República em 1891 sinaliza que o Estado foi gradativamente se
eximindo de sua responsabilidade com a Educação, ou seja, a presença
do Estado foi ficando cada vez menor nesse setor e, assim,
organizações particulares se mobilizaram para implantar instituições
especializadas no atendimento às pessoas com deficiências (KASSAR,
2004). Foi neste contexto que o Instituto Pestalozzi foi criado, no Rio
Grande do Sul, em 1926, apontado como a primeira instituição particular
especializada no país.
Educação das pessoas com
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
17 of 74 01/09/2023 11:29
de�ciência no século XX
No começo do século XX, a sociedade começou a demonstrar interesse
pela educação das pessoas com deficiência. Trabalhos científicos e
técnicos foram publicados primeiramente por médicos.
Comentário
Em 1900, no IV Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia, no Rio de
Janeiro, Carlos Fernandes Eiras apresentou o estudo chamado Da
educação e tratamento médico-pedagógico dos idiotas. As publicações
seguiram e, em 1917, Vieira de Mello publicou Débeis mentais na escola
pública e Higiene escolar e pedagogia (JANNUZZI, 2006).
Na primeira metade do século XX, Mazzotta (1996) aponta que havia
apenas 40 estabelecimentos públicos de ensino regular que ofereciam
atendimento escolar especial para pessoas com deficiência intelectual
em todo o país.
O quadro a seguir mostra o levantamento que o autor fez acerca das
instituições de Educação Especial que surgiram na época, bem como do
tipo de deficiência que atendiam.
Atendimento para pessoas com deficiência visual
Período Local
Nome da
instituição
1854 Rio de Janeiro
Instituto Benjamin
Constant — IBC
1928 São Paulo
Instituto de Cegos
Padre Chico
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
18 of 74 01/09/2023 11:29
1946 São Paulo
Fundação para o
Livro do Cego no
Brasil
Atendimento para pessoas com deficiência auditiva
Período Local
Nome da
instituição
1929 Campinas/SP
Instituto Santa
Terezinha
1951 São Paulo
Escola Municipal
de Educação
Infantil e de 1º
Grau para
Deficientes
Auditivos Helen
Keller
1954 São Paulo
Instituto
Educacional São
Paulo — IESP
Atendimento para pessoas com deficiência física
Período Local
Nome da
instituição
1931 São Paulo
Santa Casa de
Misericórdia de
São Paulo
1943 São Paulo
Lar-Escola São
Francisco
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
19 of 74 01/09/2023 11:29
Francisco
1950 São Paulo
Associação de
Assistência à
Criança Defeituosa
— AACD
Atendimento para pessoas com deficiência intelectual
Período Local
Nome da
instituição
1926 Porto Alegre/RS
Instituto Pestalozzi
de Canoas
1935 Belo Horizonte/MG
Instituto Pestalozzi
de Minas Gerais
1948 Rio de Janeiro
Sociedade
Pestalozzi do
Estado do Rio de
Janeiro
1952 São Paulo
Sociedade
Pestalozzi de São
Paulo
1954 Rio de Janeiro
Associação de Pais
e Amigos dos
Excepcionais -
Apae do Rio de
Janeiro
1961 São Paulo
Associação de Pais
e Amigos dos
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
20 of 74 01/09/2023 11:29
1961 São Paulo
Excepcionais -
Apae de São Paulo
Moreira, 2011, p. 17.
O estudo apresentado até aqui nos leva a algumas considerações:
 A partir da década de 1930, a industrialização
alavancou o crescimento das cidades e, como
consequência, a preocupação com a escolaridade
da população tornou-se presente no governo. Essa
preocupação vinha acompanhada das exigências
nas indústrias e fábricas para a execução de tarefas
específicas. Nesse contexto, pela primeira vez se
estabelece que a União deveria traçar as diretrizes
para a educação nacional, seria também de sua
competência e dos estados e municípios oferecer
educação pública de qualidade na Educação
Básica.
Construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
21 of 74 01/09/2023 11:29
 Com a Constituição Brasileira de 1946, divulga-se a
concepção de educação como direito de todos. Em
1961, afirmou-se legalmente essa concepção e,
nessa época, já havia no país uma organização de
atendimentos que contemplava instituições
particulares de caráter assistencial e algumas
classes especiais na rede pública de ensino.
Ensino em braile.
 Após a Ditadura Militar, o governo brasileiro
começou a discutir os Planos Nacionais de
Educação. A Reforma nº 5.692 de 1971 concebe a
educação como necessária para o progresso da
sociedade e organiza, de forma mais sistemática, o
plano de ensino no país. Com o processo de
redemocratização, é promulgada a Constituição de
5 de outubro de 1988. Os ideais defendidos pela
Constituição inspiram a discussão de outros
documentos: o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) e a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB).
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#22 of 74 01/09/2023 11:29
A Constituição defende o atendimento do aluno com deficiência no
ensino regular e o ECA garante proteção e direitos às crianças e aos
adolescentes. A LDB, por sua vez, apresenta a educação como dever da
família e do Estado. A publicação desses documentos exigiu que
políticas governamentais fossem mobilizadas, mas não
necessariamente concretizadas.
Comentário
As instituições assistenciais passaram a ter que assumir a
responsabilidade dos serviços sociais. O Estado, conforme já discutido
aqui, foi reduzindo, de forma gradativa, a intervenção, a atuação e o
apoio junto aos setores educacionais públicos.
A história da Educação Especial aqui desenhada nos remete a algumas
análises. Atualmente são comuns os discursos que valorizam as
associações privadas para o cumprimento de funções sociais. Nesse
ideário, elas são fortalecidas ao serem concebidas como “parceiras”
entre os setores públicos e privados (KASSAR, 2004).
A participação das pessoas com deficiência no planejamento, no
desenvolvimento e na execução de serviços destinados a elas é um
desafio que se coloca para uma sociedade que almeja a democracia.
Apesar dessa dificuldade, percebem-se alguns indicativos de
movimentos organizados por grupos de pessoas com deficiência,
Capa da Constituição do Brasil de 1988.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
23 of 74 01/09/2023 11:29
movimentos organizados por grupos de pessoas com deficiência,
refletidos nas conquistas que estão elencadas na Constituição Federal
de 1988 e nas Deliberações Estaduais (MAZZOTTA, 1996).
A história da Educação
Especial e da Educação
Inclusiva
A história da Educação Especial e da Educação Inclusiva.

Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
24 of 74 01/09/2023 11:29
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Durante a primeira metade do século XX, a deficiência ainda era
explicada majoritariamente por causas orgânicas, ou seja, as
causas estavam circunscritas no início do desenvolvimento e,
assim, dificilmente seriam modificadas. Acreditava-se que as
possibilidades de intervenção eram poucas. Esse cenário trouxe
duas consequências:
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
25 of 74 01/09/2023 11:29
Parabéns! A alternativa D está correta.
Em meados do século XX, as concepções sobre a deficiência ainda
eram explicadas pelo inatismo, ou seja, a deficiência nascia com a
pessoa e nada poderia ser feito para mudar tal cenário. Esse
contexto trouxe como consequência a necessidade de detecção do
distúrbio e o atendimento educacional especial, sinalizando,
embora ainda timidamente e com raízes segregacionistas, o início
da preocupação com a Educação Especial, mas sem a consciência
de que a formação docente deveria ter investimentos para atuar
com equidade e intencionalidade pedagógica.
A
O investimento e a formação especializada de
professores.
B
A defesa dos direitos sociais às pessoas com
deficiência e a formação de professores
especializados.
C
A formação especializada de professores e o
investimento em cursos de orientação às famílias.
D
A necessidade de detecção do distúrbio e o
atendimento educacional especial.
E
O movimento de inclusão social e a formação
especializada de professores.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
26 of 74 01/09/2023 11:29
Questão 2
No Brasil, o interesse pelas causas sociais e educacionais das
pessoas com deficiência começou a revelar alguns sinais somente
no começo do século XX, com muito atraso em relação a outros
países. Esse interesse se deve aqui, em parte:
Parabéns! A alternativa B está correta.
Na contramão do que já acontecia há vários anos em outros países,
o Brasil sinalizou o interesse pelas causas sociais e educacionais
das pessoas com deficiência somente no início do século XX. O
interesse despontou no cenário brasileiro a partir dos trabalhos
A Pelo surgimento das escolas especiais.
B
Pelos trabalhos científicos e técnicos publicados,
primeiramente pelos médicos.
C
Pelo surgimento dos cursos específicos de
licenciatura e Educação Especial.
D Pela defesa dos direitos sociais e educacionais.
E Pela conscientização social e das políticas públicas.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
27 of 74 01/09/2023 11:29
interesse despontou no cenário brasileiro a partir dos trabalhos
científicos e técnicos publicados, em um primeiro momento, pela
classe médica.
2 - Conceituando integração e inclusão
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as diferenças entre os
conceitos de integração e de inclusão.
Integração e inclusão
Vamos retomar na história da luta da pessoa com deficiência pela
inserção na sociedade um dos movimentos que marcou a sua trajetória:
a segregação. Compreende-se aqui segregação como afastamento,
separação, distanciamento social e físico em decorrência de uma
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
28 of 74 01/09/2023 11:29
separação, distanciamento social e físico em decorrência de uma
condição do sujeito - nesse caso, a deficiência.
Ao resgatarmos a história, constatamos que as explicações sobre as
causas da deficiência nas pessoas mudavam de acordo com o período,
conforme a seguir (MOREIRA, 2011, p. 22):
Anterior à Idade Média
Explicações causais Atitudes sociais
Aspectos de subumanidade Eliminação e abandono
Idade Média
Explicações causais Atitudes sociais
Determinantes sobrenaturais:
• Castigo divino
• Eleição divina
• Possessão demoníaca
Proteção ou maus tratos
Século XVII a XIX
Explicações causais Atitudes sociais
Determinantes orgânicos:
• Hereditariedade
• Lesões ou disfunções
Segregação social
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
29 of 74 01/09/2023 11:29
Século XX
Explicações causais Atitudes sociais
Multideterminação Normalização e integração
Final do século XX e início do XXI
Explicações causais Atitudes sociais
Influências múltiplas Inclusão
Segundo Mendes (1995) e Pessoti (1984), estudiosos relataram que
fatores genéticos ou lesões e disfunções cerebrais seriam as causas da
deficiência nas pessoas. A sociedade então entendia que as
intervenções não seriam eficazes para potencializar a qualidade de vida
das pessoas que se encontravam nessas condições.
Essas explicações representavam um avanço na época em que foram
formuladas, visto que nos séculos anteriores as causas da deficiência
tinham explicações de cunho religioso ou místico, reverberando, em
alguns momentos, no extermínio das pessoas com deficiência.
Amparada pelos argumentos mais recentes, a sociedade indicava,
defendia e justificava a internação das pessoas com deficiência em
instituições para doentes mentais ou leprosários. Essas instituições não
mantinham propósitos assistencialistas e muito menos educacionais.
Os indivíduos eram abandonados “à própria sorte”. O importante é que
estavam segregados da sociedade e dessa forma não representariam
um incômodo para os espaços públicos. As pessoas com deficiência
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
30 of 74 01/09/2023 11:29
um incômodo para os espaços públicos. As pessoas com deficiência
eram isoladas e segregadas do convívio social (MENDES, 1995).
As pessoas com deficiência eram consideradas uma classe parasita:
sem autonomia e sem independência para garantir o próprio sustento.
Causavam um desgosto inconsolável, insegurança e desespero à
família. Eram vistas como uma ameaça e um perigo para a comunidade.Relembrando
No século XIX, o médico Itard desenvolveu os seus estudos com o
menino Victor, conhecido como “o selvagem de Aveyron”. Concluiu que
se tratava de uma situação de privação cultural, afirmando que a causa
da deficiência da criança não era orgânica, mas sim social. Contudo,
naquele momento, Itard representou uma voz solitária, conflitante e
incompatível com o que a sociedade defendia na época, mas suas
conclusões renderam importantes frutos para as pesquisas
desenvolvidas nos anos seguintes.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
31 of 74 01/09/2023 11:29
Mas como esses indivíduos passaram de segregados para integrados
na sociedade? Como essas concepções e ações foram alteradas?
Para entendermos esse processo, é importante novamente retomarmos
as questões históricas. No final do século XIX e início do século XX, uma
nova concepção sobre a deficiência passa a ser discutida. Diante da
ampliação de vagas nas escolas pública para atender o processo de
industrialização acelerado nas cidades, surge um novo desafio: o que
fazer com o estudante que não acompanha os processos de ensino-
aprendizagem, mas que não aparenta características de deficiência de
fundo orgânico.
As explicações de cunho unicamente organicista já não respondiam
mais aos questionamentos da sociedade sobre as condições de
desenvolvimento e de aprendizagem da pessoa com deficiência. A
concepção de que as deficiências e dificuldades na aprendizagem
podem ser causadas por questões não somente biológicas, mas
também sociais e culturais, toma forças no período de 1930 a 1940.
Essa nova abordagem sobre as causas e condições da deficiência
exigiu da sociedade um outro posicionamento, alterando as antigas
ações de segregação. Surge então o movimento de integração social
que buscava aproximar as pessoas com deficiência nos diversos
contextos sociais, como a família, o lazer, a educação e o trabalho. Essa
nova forma de compreender o desenvolvimento e as condições da
deficiência contribuiu para a construção de conceitos específicos para o
cultivo dos processos sociais, entre eles, o princípio da normalização,
que veremos a seguir.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
32 of 74 01/09/2023 11:29
Princípio de normalização
O princípio de normalização teve sua gênese nos países escandinavos e
questionava o atendimento oferecido às pessoas com deficiência nas
instituições residenciais, que não ofereciam um estilo de vida comum às
demais pessoas inseridas na sociedade.
O pressuposto básico da normalização era a ideia de que a pessoa com
deficiência teria o direito intransferível de vivenciar os estilos de vida
próprios à sua cultura, defendendo, portanto, a “normalização dos
estilos de vida”. Ainda defendia a ideia de que essas pessoas tinham o
direito de participar de atividades em grupos com idades equivalentes.
Normalizar não era tornar a pessoa com deficiência
“normal”, mas normalizar as oportunidades (MENDES,
2006).
Dos países escandinavos, esse princípio foi difundido para os demais
países da Europa e para a América do Norte, influenciando as propostas
de Wolf Wolfensberger (1934-2011). Esse pesquisador criou um termo
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
33 of 74 01/09/2023 11:29
de Wolf Wolfensberger (1934-2011). Esse pesquisador criou um termo
que substituiu o conceito de “normalização dos estilos de vida” para
“normalização de serviços”, acreditando na ideia de que os ambientes
adequados seriam aqueles vivenciados pela maioria das pessoas.
Durante o período de 1960 e 1970, a normalização gerou um grande
movimento contrário à institucionalização. Essa proposta estimulou
inúmeras ações que tinham a intenção de manter ou promover
comportamentos, experiências e vivências o mais próximo possível do
que era considerado, visto e aceitável como normal, oferecendo outros
espaços para a integração das pessoas com deficiência (SASSAKI,
1997).
Princípio de mainstreaming
Na década de 1980, com a evolução do movimento integração, em
contraposição ao movimento da segregação, surge o princípio de
mainstreaming. Esse conceito é usado no Brasil e tem como objetivo
oferecer aos estudantes os serviços educacionais disponíveis na
comunidade como classes regulares e/ou aulas de disciplinas como
Artes, Educação Física, Música ou atividades extracurriculares.
A proposta de mainstreaming significa uma ação contrária à
institucionalização, ao reivindicar processos que pudessem oferecer ao
estudante com deficiência intelectual a possibilidade de acompanhar
aulas com conteúdos diferentes em turmas variadas.
Exemplo
De acordo com o princípio de mainstreaming, a pessoa com deficiência
poderia participar da aula de matemática com a turma do primeiro ano,
a aula de língua portuguesa com a turma do terceiro ano e aula de
educação física com a turma de quarto ano, por exemplo. Dessa forma,
o estudante teria a oportunidade de ter as suas necessidades de
aprendizagem assistidas (SASSAKI, 1997).
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
34 of 74 01/09/2023 11:29
Os princípios de normalização e de mainstreaming permitiram o desfrute
de espaços e de experiências até então não alcançados, ampliando os
processos de socialização e de aprendizagem na escola regular. Caberia
ao professor avaliar o aluno com necessidade educacional específica de
acordo com o Plano Educacional Individualizado (PEI).
Comentário
Os países que aderiram ao movimento da integração escolar viram-se
diante da necessidade da criação de um serviço anexo ao sistema de
ensino, ou seja, um sistema de Educação Especial nas escolas do
ensino regular, em que o público era formado por estudantes com
deficiência e os professores de Educação Especial que os
acompanhavam.
O sistema educacional manteve-se sem alteração alguma, estudantes e
seus professores precisavam mobilizar os próprios recursos para
atender às regras e ao funcionamento do sistema regular. Esse contexto
lhes assegurava o direito a um lugar na escola regular, embora
segregado, enquanto para o sistema não era necessário efetivar
mudanças. Se professores e estudantes não conseguissem se adaptar,
seriam excluídos.
Os princípios de normalização e mainstreaming foram importantes
movimentos que possibilitaram uma nova abordagem e a exigência
de novas ações diante dos serviços e da rede de apoio aos
estudantes com deficiência. Esse cenário era um avanço em relação
às questões de segregação, mas ainda estava distante da inclusão
efetiva.
A proposta de integração presumia a inserção da pessoa com
deficiência na sociedade, mas desde que ela mobilizasse os seus
recursos, as suas demandas e as suas disposições para superar as
barreiras físicas, programáticas e atitudinais que a sociedade possui.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
35 of 74 01/09/2023 11:29
Nesse sentido, a integração pressupunha um esforço unilateral da
pessoa com deficiência, da família e de seus amigos. Ou seja, a pessoa
com deficiência e sua rede de apoio teriam que se esforçar, mobilizar os
próprios recursos e desenvolver as próprias estratégias para participar
dos ambientes, processos e projetos sociais.
Princípio médico da de�ciência
O princípio médico da deficiência era a concepção vigente no
movimento de integração. De acordo com Fletcher (1996, apud
SASSAKI, 1997), a deficiência era considerada um “problema da pessoa”
e, portanto, ela teria que estimular as próprias capacidades buscando o
“tratamento” ou a “cura” para poder participar dos espaços sociais.
Esse modelo tem sido o responsável até hoje pela resistência e pelo
preconceito da sociedade em aceitar a necessidade de oferecerespaços, convivência e experiências para todas as pessoas,
considerando as condições específicas de desenvolvimento e de
aprendizagem de todos.
De acordo com Sassaki (1997), a integração social ocorreria de três
formas:

Pela inserção da pessoa com deficiência nos espaços físicos e sociais
por esforços pessoais e profissionais próprios sem a modificação da
sociedade.

Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
36 of 74 01/09/2023 11:29
Pela inserção da pessoa com deficiência que necessita de adaptação
específica para estudar.

Pela inserção da pessoa com deficiência em ambiente separados dos
demais, como a escola especial.
A proposta da integração pouco exigiu da sociedade quanto à alteração
de conceitos, procedimentos e atitudes. A sociedade apenas tolerou a
presença das pessoas com deficiência, desde que elas fossem capazes
de:
• adaptar-se aos serviços especializados;
• acompanhar os procedimentos tradicionais já existentes;
• superar obstáculos nos ambientes físicos;
• conviver com os rótulos impostos à sua condição;
• exercer papéis sociais individuais, mesmo que sem autonomia e ou
independência.
Nessas condições, comunidades de apoio às pessoas com deficiência
continuaram a lutar por equidade social, reivindicando o abandono do
modelo médico da deficiência que sustenta o princípio da integração
que, por sua vez, elegeu que são as pessoas que devem se adaptar à
sociedade e não a sociedade a elas.
O movimento de integração desenvolveu conceitos pré-inclusivistas que
foram lapidados com o passar dos tempos. É preciso considerar que,
em movimentos sociais que demandam grandes mudanças, os
processos são dinâmicos, mas durante um período as ideias de
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
37 of 74 01/09/2023 11:29
processos são dinâmicos, mas durante um período as ideias de
integração e inclusão coexistem, até que, aos poucos, os princípios de
integração fiquem enfraquecidos e os de inclusão sejam fortalecidos
(SASSAKI, 1997).
Princípio da inclusão
As primeiras discussões sobre o princípio da inclusão ocorrem nos
Estados Unidos, em 1975, com a Lei Pública nº 94.142 de 1975,
baseada na ideia de que as crianças podem aprender juntas com
acompanhamento especializado na Educação Inclusiva. Muito tempo
depois, esse princípio manifestou alguns sinais no Brasil, embora de
forma muito tímida. Foi só a partir de década de 1990 que se percebeu
um processo de transição do movimento da integração para o da
inclusão, baseado no modelo social da deficiência (MRECH, 2010).
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
38 of 74 01/09/2023 11:29
Diferentemente do modelo médico, o princípio da
inclusão destaca que os “problemas” não estão na
pessoa com deficiência, mas sim na sociedade que
cria barreiras, causando entraves no desempenho dos
papéis sociais desses sujeitos.
A sociedade se ampara em ambientes restritivos, em políticas
discriminatórias, em padrões de normalidade, em objetos e bens físicos
inacessíveis, em pré-requisitos atingíveis somente por parte da
população e na desinformação sobre necessidades especiais pautadas
por práticas discriminatórias em muitos setores da atividade humana
(SASSAKI, 1997).
A sociedade deve eliminar as barreiras, para que todas as pessoas
possam ter acesso a todos os lugares e serviços, possibilitando o
desenvolvimento pessoal, social, educacional e profissional. Porém, o
discurso da mudança não garante que a inclusão ocorra.
Para que haja inclusão, são necessárias quatro condições que
configuram a base das ideias inclusivistas. São elas: autonomia,
independência, empowerment e equiparação de oportunidades.
Autonomia 
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
39 of 74 01/09/2023 11:29
A condição de autonomia é observada quando a pessoa tem
domínio de si e capacidade de governar-se pelos próprios meios
nos diversos ambientes dos quais participa, preservando ao
máximo a sua privacidade e a sua dignidade. A autonomia pode
variar, dependendo do controle que a pessoa demonstra sobre os
ambientes que ela deseja ou necessita frequentar (SASSAKI,
1997).
A variação da autonomia depende do grau de prontidão físico-
social da pessoa com deficiência e da realidade de um
determinado ambiente físico-social. Por exemplo: uma pessoa
com mobilidade reduzida pode ser autônoma ao andar de ônibus
e chegar à faculdade, enquanto uma pessoa que usa cadeira de
rodas pode ter menor autonomia para utilizar o transporte
público e chegar à faculdade. A maior ou menor autonomia
depende tanto das condições da deficiência quanto dos suportes
que os ambientes oferecem.
É a capacidade de decidir sem depender de outras pessoas,
como família ou profissionais especializados. A variação do grau
de independência depende da quantidade e da qualidade das
informações aliadas à autodeterminação e à prontidão da
pessoa com deficiência. As situações da vida podem ser:
• pessoais: quando envolve a privacidade e a dignidade da
pessoa;
• sociais: relacionadas ao convívio com outra pessoa;
• econômicas: referentes às questões financeiras da pessoa.
Autonomia
Independência 
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
40 of 74 01/09/2023 11:29
• econômicas: referentes às questões financeiras da pessoa.
Essas variações criaram as expressões “independência pessoal,
social e financeira” (SASSAKI, 1997). A autodeterminação e a
prontidão podem ser desenvolvidas e aprendidas; quanto mais
cedo as pessoas forem estimuladas e tiverem oportunidade de
exercê-las melhor, pois dessa forma poderão desempenhar os
seus papéis sociais com mais fluidez, segurança e autoestima.
Este terceiro conceito que compõe a inclusão tem sido utilizado
no Brasil sem tradução, por ser consagrado na comunidade
empresarial — houve tentativas de traduzi-lo como
“empoderamento”. O termo significa “o processo pelo qual uma
pessoa, ou um grupo de pessoas, usa seu poder pessoal inerente
à sua condição — por exemplo, deficiência, gênero, idade, cor —
para fazer escolhas e tomar decisões, assumindo assim o
controle de sua vida” (SASSAKI, 1997, p. 38).
Os conceitos de empowerment e de independência são
interdependentes. O ser humano possui poder pessoal, ou seja, o
livre arbítrio, a capacidade de decidir por suas opções, escolhas
e ações. No entanto, em algumas situações, as famílias, as
instituições e até os profissionais não aceitam ou desconhecem
que as pessoas com deficiência também têm poder pessoal e
podem decidir por elas mesmas. Muitas vezes essas instâncias
ignoram as opiniões, concepções e vivências das pessoas com
deficiência e assumem o controle da vida do outro, impactando
na trajetória do outro. O movimento da inclusão defende e luta
para que o poder pessoal das pessoas com deficiência seja
reconhecido e respeitado pela sociedade.
Empowerment 
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
41 of 74 01/09/2023 11:29
A inclusão pressupõe que a sociedade se adapte, promovendo e
garantindo a autonomia, a independência e o empowerment,
viabilizando assim a equiparação de oportunidades, quarto
componente da inclusão. De acordo com a Organização das
Nações Unidas (1993), no documento “Normas sobre a
equiparação de oportunidades para pessoas com deficiência”,
essas normas são definidas como os serviços, as atividades, a
informação e a documentação à disponibilidade de todos.
Embasados nos conceitos apresentados de autonomia e independência,
como essas condições estão relacionadas?
Exemplo
Uma pessoa que utiliza cadeira de rodas e que precisa entrar em um
estabelecimento que não possui acesso adaptadonecessitará de
auxílio, portanto, não é autônoma. Porém, ela pode ser independente
para pedir auxílio às pessoas à sua volta para entrar no estabelecimento,
além de ser capaz de orientar as pessoas de como fazer isso.
Outra situação: uma pessoa com deficiência visual pode ter condições
financeiras de frequentar um restaurante, contudo, se o restaurante não
oferece o acesso adaptado para o cardápio, a fim de que a pessoa
possa fazer as suas escolhas e pedidos, ela não terá autonomia,
somente independência financeira. Assim, o ideal é que a inclusão
proporcione, promova e garanta meios de desenvolvimento e de
execução das atividades com autonomia e independência aos
indivíduos.
Até o momento estamos discutindo a ideia de inclusão
Equiparação de oportunidades 
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
42 of 74 01/09/2023 11:29
Até o momento estamos discutindo a ideia de inclusão
social como um processo no qual a sociedade se
adapta para poder incluir todas as pessoas em seus
diversos contextos, entre eles, a escola (SASSAKI,
1997).
A prática da inclusão busca compreender as diferenças individuais e
respeitá-las, valorizando as especificidades de desenvolvimento e de
aprendizagem de cada indivíduo e estimulando a convivência na
diversidade humana por meio da aceitação, da cooperação e do senso
de coletividade. A inclusão pressupõe a mudança social,
transformando-a quanto a seus conceitos, seus procedimentos e suas
atitudes.
Amparados nos preceitos da inclusão social, devemos compreender a
inclusão educacional, ou seja, a busca pela promoção da autonomia, da
independência, do “empoderamento” e da equiparação de oportunidades
no contexto escolar. As adaptações nos espaços físicos, na
apresentação do conteúdo, na prática docente e na formação da equipe
gestora mostram-se essenciais.
Essas questões são embasadas pelas políticas públicas, que norteiam
as políticas educacionais que, por sua vez, impactam no trabalho
docente. Se as políticas públicas estiverem coerentes com os
pressupostos da inclusão, elas contribuirão para a mudança social e
educacional, efetivando e incentivando as práticas na escola.
Atenção!
Os conceitos de integração e de inclusão são opostos e pertencem a
fases diferentes na história da Educação Especial. É compreensível que
as concepções e as práticas sejam distintas, antagônicas e conflitantes.
Não podemos utilizar as terminologias como se fossem sinônimos.
Veja a diferença entre esses dois conceitos, segundo Moreira (2011,
p.34):
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
43 of 74 01/09/2023 11:29
p.34):
Integração
Modelo: médico da
sociedade.
Pressuposto: as
pessoas com
deficiência devem se
adaptar à sociedade.
Inclusão
Modelo: social da
deficiência
Pressuposto: A
sociedade deve buscar
se adaptar e diminuir
barreiras para atender
as pessoas com
deficiência.
Princípios e desa�os da
Educação Inclusiva
Neste vídeo a partir do relato de estudos e pesquisas, a
professora reflete sobre os princípios da Educação Inclusiva, bem como
sobre os seus maiores desafios.


Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
44 of 74 01/09/2023 11:29
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
45 of 74 01/09/2023 11:29
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
No final do século XIX e início do século XX, uma nova preocupação
e concepção sobre a deficiência começa a ser discutida na
sociedade: com o aumento das vagas nas escolas públicas (para
atender uma demanda social/industrial), começam a notar que
alguns alunos não acompanhavam os processos de ensino-
aprendizagem, mas não possuíam nenhuma deficiência aparente.
Diante disso, perceberam que as explicações organicistas não
atendiam mais as demandas educacionais. Sendo assim:
A
Retomou-se o movimento segregacionista,
aconselhando as famílias desses alunos a ficarem
em casa.
B
A escola iniciou um processo de orientação às
famílias, exigindo um diagnóstico médico.
C
A formação de professores ganha grande impulso,
com a criação de cursos de licenciatura voltados
para a área da Educação Especial.
D
A sociedade instalava o movimento da inclusão
social e educacional, garantindo o direito à
educação com equidade para todas as pessoas.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
46 of 74 01/09/2023 11:29
Parabéns! A alternativa E está correta.
Diante do atendimento de um público cada vez mais variado e
eclético na escola, notou-se que havia alunos que, por algum
motivo, não conseguiam acompanhar o processo educacional, mas
não possuíam nenhuma deficiência associada. A explicação
organicista da deficiência não era mais convincente. Era preciso
considerar outras demandas, que incluíam questões sociais e
culturais. Esse cenário não estava relacionado à instalação de uma
sociedade mais justa e equânime. Os cursos de formação de
professores ainda não discutiam a inclusão educacional e as
famílias ainda tinham poucos esclarecimentos sobre o que
acontecia com o filho.
Questão 2
A sociedade passou por várias mudanças. Resgatando o percurso
histórico da luta pelos direitos sociais da pessoa com deficiência,
nota-se que o discurso da mudança não garante a inclusão.
Para que ela ocorra, são necessárias algumas condições:
E
A concepção de que as deficiências e as
dificuldades na aprendizagem podem ser causadas
não somente por questões biológicas, mas também
sociais e culturais toma força no período de 1930 e
1940.
A
Autonomia, independência, empowerment e
equiparação de oportunidades.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
47 of 74 01/09/2023 11:29
Parabéns! A alternativa A está correta.
O discurso da mudança não garante que a inclusão. Para ocorrer a
inclusão, é necessário garantir quatro condições: autonomia,
independência, empowerment e equiparação de oportunidades. Elas
são consideradas a base das ideias inclusivistas. A formação de
professores está pressuposta na equiparação de oportunidades,
bem como a orientação às famílias.
B
Investimento na formação de professores e
orientação às famílias.
C
Autonomia e independência da pessoa com
deficiência.
D Empowerment e equiparação de oportunidades.
E
Independência da pessoa com deficiência e
equiparação de oportunidades.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
48 of 74 01/09/2023 11:29
3 - A Educação Inclusiva
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar os princípios e os
desa�os da Educação Inclusiva.
Necessidades educacionais
especiais
As adaptações curriculares são importantes e necessárias para atender
as demandas de aprendizagem de cada estudante. É preciso atentar a
seus interesses, suas motivações, além de considerar suas capacidades
intelectuais e seus conhecimentos.
Os diferentes níveis de desempenho acadêmico em uma mesma sala de
aula devem ser vistos como um recurso para os agrupamentos
produtivos, possibilitando ao professor organização de díades, tríades
ou grupos maiores para reduzir as dificuldades e garantir a
potencialização das habilidades. Nesse sentido, as necessidades
educacionais podem ser identificadas em várias situações, decorrentes
de condições individuais, econômicas ou socioculturais dos estudantes
(NABUCO, 2010; HEREDERO, 2010). Há que se considerar:
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
49 of 74 01/09/2023 11:29
(NABUCO, 2010; HEREDERO, 2010). Há que se considerar:
 Condições físicas,intelectuais, sociais, emocionais
e sensoriais diferenciadas.
 Deficiências e superdotação.
 Crianças que são obrigadas a trabalhar ou que
vivem nas ruas.
 Crianças que pertencem a grupos nômades.
 Crianças de minorias linguísticas, étnicas ou
culturais.
 Crianças em situação de vulnerabilidade psíquica e
social pertencentes a grupos desfavorecidos ou
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
50 of 74 01/09/2023 11:29
A expressão “necessidades educacionais especiais” está relacionada a
crianças e jovens que apresentam elevada capacidade ou dificuldade
para aprender, não necessariamente associada com deficiência.
Qualquer pessoa, em algum momento da vida, pode apresentar
necessidade educacional especial e requerer da escola uma adaptação
para acessibilidade ao currículo.
Atenção!
A expressão “necessidades educacionais especiais” surgiu para evitar
os efeitos negativos que alguns termos estavam causando, como
excepcionais, subnormais, anormais, incapacitados, e deslocou o foco
do estudante para o sistema educacional.
Outra questão que merece ser discutida são as associações errôneas
feitas entre necessidades educacionais e fracasso escolar. Costumou-
se por muito tempo atribuir as causas das dificuldades escolares
exclusivamente aos alunos, eximindo a escola de sua responsabilidade
pelo processo de aprendizagem. O fracasso escolar era explicado como
problema do estudante ou das dificuldades e carências advindas do
meio socioeconômico ou da família desestruturada.
Várias são as influências que recaem sobre a criança
no seu processo de aprendizagem, mas não se pode
considerar como determinantes os seus aspectos
orgânicos, psíquicos e socioculturais.
Há ainda outro termo que frequentemente é associado às necessidades
educacionais da pessoa com deficiência, refere-se às necessidades
educativas especiais (NEE). As NEE podem ser:
marginalizados.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
51 of 74 01/09/2023 11:29
educativas especiais (NEE). As NEE podem ser:
• permanentes - exigem adaptações no currículo escolar;
• temporárias - exigem adaptação às necessidades do aluno em
determinado momento do seu desenvolvimento.
Na Educação Especial, o ensino é focado nos alunos com deficiência.
Quando se considera a Educação Inclusiva, todos os alunos têm a
oportunidade de aprenderem juntos. Na Educação Especial muitos são
os esforços empregados para superar as contradições sociais, que
impedem a inclusão efetiva. Alguns desses esforços são refletidos nos
pressupostos de interatividade e relatividade.
Este pressuposto diz respeito às redes de influência entre a
família e a escola. Ambos se caracterizam como microssistemas
independentes, com rotinas específicas, dinâmicas particulares e
hábitos próprios. A família é o primeiro ambiente socializador da
criança, seguido pela escola.
No entanto, quando esses dois contextos se inter-relacionam,
temos a configuração do mesossistema, em que as trocas são
construídas, produzidas e desenvolvidas considerando a
influência entre dois ambientes socializadores diferentes. As
reuniões de pais com professores, as tarefas escolares e o
acompanhamento da rotina escolar do filho pela família são
exemplos de ações que consideram a configuração do
mesossistema (MOREIRA-MALAGOLLI, 2014).
Pressuposto da interatividade 
Pressuposto de relatividade 
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
52 of 74 01/09/2023 11:29
Este pressuposto diz respeito à transitoriedade das dificuldades
de aprendizagem. Em um dado momento, pode ser que as
dificuldades de aprendizagem sejam influenciadas pelas
particularidades do estudante; em outro momento, pelos
elementos do contexto escolar e social. Pode acontecer que em
um determinado período da vida, a criança passe por situações
estressoras na família, como presenciar discussões entre os
pais. Esse evento pode desenvolver maior vulnerabilidade
psíquica, influenciando o seu desempenho acadêmico. Em outro
momento, essa criança pode passar por um evento adverso na
escola, como o período de provas.
O olhar sensível da equipe pedagógica para acompanhar, apoiar
e acolher a criança nessas circunstâncias é essencial para a
compreensão das suas dificuldades e para o desenvolvimento de
projetos e processos que possam potencializar os seus recursos
e minimizar adversidades.
Currículo escolar
O currículo escolar deve ser organizado com base no projeto político
pedagógico (PPP) da escola, para organizar o desenvolvimento das
atividades escolares (VEIGA, 1998). Assim, ele contempla ações que
sugerem o que, quando e como ensinar, bem como as questões que
envolvem a avaliação (SASSAKI, 2009).
O PPP define a prática escolar operacionalizando o currículo que, por
sua vez, viabilizará o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos. Em
Pressuposto de relatividade 
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
53 of 74 01/09/2023 11:29
uma escola que se orienta pela perspectiva da gestão democrática
visando à Educação Inclusiva, é essencial que a equipe e a comunidade
se envolvam na sua construção, com diálogos constantes sobre a
operacionalização. Para tanto, o gestor deve organizar um grupo de
trabalho com representantes da comunidade e da escola, a fim de que o
documento possa ser redigido e periodicamente revisado em conjunto.
Para viabilizar o processo de aprendizagem de estudantes com
necessidades especiais, o currículo precisa contemplar “o que, como e
quando aprender, as estratégias de ensino mais eficientes e como e
quando avaliar”. No entanto, não basta apenas tornar o currículo
acessível.
É preciso investir na formação docente, prever reuniões pedagógicas
periódicas com pautas formativas, organizando os momentos para o
planejamento (no início do ano letivo) e o replanejamento (para o
período pós-férias), acompanhando e assessorando as práticas
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
54 of 74 01/09/2023 11:29
período pós-férias), acompanhando e assessorando as práticas
pedagógicas em um movimento de articulação entre os objetivos de
aprendizagem de cada área do conhecimento, as redes de apoio e as
necessidades dos alunos. Esse processo deve preservar a
intencionalidade pedagógica, visando à equidade e à qualidade do
ensino.
Veja, a seguir, algumas adaptações curriculares realizadas na escola.
São aquelas que podem ser facilmente realizadas pelo professor
e se constituem em pequenos ajustes no contexto normal de
sala de aula. Estas adaptações objetivam facilitar o processo de
ensino e aprendizagem, mediante agrupamento de estudantes,
organização das aulas e dos períodos para a realização das
atividades. O agrupamento de estudantes se refere à
organização de duplas, trios ou grupos maiores de acordo com o
desempenho acadêmico. Um estudante com maior facilidade
pode auxiliar outro com maior dificuldade.
Estão voltadas para as estratégias que priorizam os conteúdos e
enfatizam as capacidades e habilidades básicas de atenção,
concentração, memorização, participação e adaptabilidade do
estudante, além da sequência pormenorizada, reforço da
aprendizagem e reorganização dos conteúdos menos relevantes.
Adaptações organizativas 
Adaptações relativas aos objetivos e conteúdos 
Adaptações avaliativas 
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
55 of 74 01/09/2023 11:29
Referem-se à seleção de métodos e instrumentos utilizados para
avaliar o estudante, pensando na forma como atender às suas
especificidades e necessidades.
Estão associadas à forma como os componentes curriculares
serão ensinados, como alteração de métodos,adaptação de
materiais, recursos de apoio e sugestão de atividades
complementares e prévias, mediante um roteiro de estudo.
Estão voltadas para os ajustes no tempo destinado para a
realização e conclusão das atividades e no período programado
para alcançar determinados objetivos.
Além das adaptações elencadas até aqui, e que podem ser realizadas
pelo professor, há também adaptações que podem ser subdivididas em:
Adaptações voltadas para os objetivos
Sugerem a reorganização de objetivos básicos e a introdução
de objetivos específicos.
Adaptações de procedimentos didáticos 
Adaptações na temporalidade 
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
56 of 74 01/09/2023 11:29
Adaptações que se referem aos conteúdos
Dizem respeito à introdução de novos temas e à reestruturação
de conteúdos que podem ser abordados em outro momento da
trajetória escolar do estudante.
Adaptações de metodologia
Estão voltadas para a introdução de métodos específicos que
atendam a demandas do estudante e propiciem as alterações
nos procedimentos didáticos e a organização espacial em sala
de aula.
Adaptações de avaliação
Referem-se aos ajustes nos objetivos, nos conteúdos e na
modalidade da avaliação, ou seja, se o estudante será avaliado
por prova escrita, seminário, trabalho de compensação de
atividade ou outro meio que a equipe pedagógica julgar
pertinente.
Adaptações na temporalidade
São os ajustes temporais, para que o estudante se aproprie dos
conhecimentos e das habilidades propostas.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
57 of 74 01/09/2023 11:29
Deve-se atentar para o fato que as adaptações curriculares não devem
se desenvolver apenas entre na instância imediata do processo de
ensino e aprendizagem, ou seja, entre o professor e o estudante, mas
antes devem ser validadas no projeto político pedagógico (PPP),
aprovadas pela equipe pedagógica e dialogadas com a família. São
ajustes feitos no currículo de forma geral, objetivando a sua
flexibilização para atender as necessidades dos estudantes.
Caracterizada a área de adaptações curriculares, podemos pensar em
alguns apoios para favorecer ou viabilizar a sua eficácia (BRASIL, 2015).
São exemplos de apoios:
Professores
Itinerantes, de sala de recursos, de apoio.
As pessoas
Familiares, amigos, profissionais
da escola e da rede de apoio
como monitores, docentes de
apoio, coordenador pedagógico
e professores.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
58 of 74 01/09/2023 11:29
Os recursos físicos
Materiais e ambientais.
As atitudes
Os valores, as crenças, os
princípios.
As políticas públicas
Deliberações e decisões
políticas, legais, administrativas.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
59 of 74 01/09/2023 11:29
Os apoios se diferenciam pela intensidade e podemos caracterizá-los
em quatro níveis: intermitentes, limitados, extensivos e pervasivos.
São os de pouca duração como os que ocorrem em momentos
de crise e que podem ser mediados pela equipe pedagógica.
Os recursos
De natureza técnica e
tecnológica.
Os especialistas
Programas e serviços de
atendimento genéricos e
especializados.
Apoio de natureza intermitente 
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
60 of 74 01/09/2023 11:29
de crise e que podem ser mediados pela equipe pedagógica.
Possuem tempo determinado e com fim definido, por exemplo, o
reforço pedagógico.
Ocorrem em ambientes definidos e possuem tempo ilimitado,
como os atendimentos em sala de recursos ou de
encaminhamento para atendimento psicopedagógico.
São constantes, com alta intensidade e longa duração,
recomendados para os estudantes com deficiências mais graves
ou múltiplas deficiências, que envolvem a participação constante
da rede de apoio, sobretudo dos profissionais especializados, na
escola e em casa, propondo, acompanhando e subsidiando
recursos, atividades e projetos para tornar o currículo acessível.
Quanto ao reforço pedagógico, é importante lembrar que a escola, ao
oferecer esse apoio, deve esclarecer à família e ao estudante os motivos
do encaminhamento, conscientizando-os e tranquilizando-os de que se
refere a um recurso para potencializar as habilidades já desenvolvidas
ou em processo de desenvolvimento.
Apoio de caráter limitado 
Apoios extensivos 
Apoios pervasivos 
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
61 of 74 01/09/2023 11:29
Comentário
A escola deve ainda ter nesse recurso um motivo de apoio ao trabalho
do professor regente, articulando os conteúdos e metodologias em prol
de objetivos comuns. Por fim, a comunidade escolar em geral deve ter
ciência de que o reforço pedagógico é um recurso à aprendizagem que
pode ser ofertado para todos os alunos, não os discriminando ou
estereotipando-os.
Processos de avaliação, promoção e
retenção
A avaliação é o processo que oferece ao professor, mediante
indicadores qualitativos e quantitativos, elementos para delinear as
ações do seu trabalho. A concepção de avaliação deve estar
contemplada no projeto político pedagógico da escola, respaldando o
funcionamento da equipe docente e técnica, o currículo, o clima
organizacional e o modelo de gestão.
É mediante a avaliação que o professor
organiza a sua prática, de�nindo as atividades
pedagógicas.
A avaliação ainda oferece o feedback para o estudante sobre as
habilidades que ele já possui e as que precisa desenvolver, nos aspectos
intelectual, motor, socioemocional e de comunicação. Ainda quanto ao
estudante, é fundamental que o docente considere o estilo de
aprendizagem de cada um na sala de aula, envolvendo os aspectos de
motivação, atenção, concentração e memorização.
Ao pensarmos no processo avaliativo, deve-se considerar o ambiente da
sala de aula no que concerne a: metodologias, organização,
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
62 of 74 01/09/2023 11:29
sala de aula no que concerne a: metodologias, organização,
procedimentos didáticos, atuação do professor, relações interpessoais,
individualização do ensino, condições físico-ambientais e flexibilidade
curricular.
A avaliação também requer o envolvimento do contexto familiar. O
processo avaliativo deve se pautar nas atitudes e expectativas com
relação ao estudante, na participação na escola, no apoio propiciado ao
estudante e à sua família, nas condições socioeconômicas, nas
possibilidades e pautas educacionais e na dinâmica familiar. Esses
elementos devem compor as orientações e os diálogos constantes com
a família, em um processo que permita a escuta e o acolhimento dos
responsáveis.
A avaliação oferece recursos para a equipe pedagógica pensar na
promoção ou na retenção de estudantes. As adaptações devem ocorrer
somente quando forem necessárias. Alguns aspectos devem ser
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
63 of 74 01/09/2023 11:29
observados para orientar a promoção ou a retenção dos estudantes
com necessidades especiais:
 A verificação da possibilidade de o estudante ter
acesso às situações escolares regulares e com
menor número possível de necessidade de apoio
especial.
 A valorização de sua permanência com os colegas
que favoreçam o seu desenvolvimento,
comunicação, autonomia e aprendizagem.
 A habilidade de competência curricular para atingir
os objetivos e atender aos critérios de avaliação
previstos no currículo adaptado.
 O efeito emocional da promoção ou da retenção
para o estudante e sua família.

Educação especial: conceituação e históricohttps://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
64 of 74 01/09/2023 11:29
Princípios e desa�os da
Educação Inclusiva
Neste vídeo a partir do relato de estudos e pesquisas, a
professora reflete sobre os princípios da Educação Inclusiva, bem como
sobre os seus maiores desafios.

Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
65 of 74 01/09/2023 11:29
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Pensar e discutir Educação Inclusiva pressupõe elementos
essenciais para a equidade dos processos, envolvendo a pessoa
com necessidades educacionais especiais, a família, a equipe
escolar e a rede de apoio especializada. Esses elementos dizem
respeito:
A
A um modelo de gestão democrática na escola, com
foco na formação e no acompanhamento da equipe
e com a participação de uma rede de apoio que
poderá prestar assessoria e orientação à instituição.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
66 of 74 01/09/2023 11:29
Parabéns! A alternativa A está correta.
Educação Inclusiva pressupõe elementos essenciais para a
equidade dos processos. Esse contexto envolve não somente a
pessoa com deficiência e a sua família, mas a escola e a sociedade
de modo geral. Nesse sentido, a escola como instituição social tem
um papel fundamental, pois, apoiada em uma gestão democrática,
deverá focar na formação e no acompanhamento da equipe e dos
docentes. A formação e o acompanhamento serão fundamentados
também na rede de apoio, com assessoria e orientação para o
aprimoramento das práticas.
Questão 2
B
À necessidade de um laudo médico na escola e à
orientação às práticas docentes.
C
À necessidade de um laudo médico na escola e
orientação para que a família siga as orientações
para o ajustamento social e educacional do filho.
D
À formação especializada dos docentes, com foco
no atendimento individualizado somente.
E
À formação e ao acompanhamento da equipe
pautado no prognóstico médico.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
67 of 74 01/09/2023 11:29
A concepção e a efetivação das práticas na escola devem estar
fundamentadas no projeto político pedagógico (PPP), construído de
forma democrática, atendendo com intencionalidade pedagógica os
anseios dos atores envolvidos no processo de ensino e
aprendizagem.
Em um contexto de Educação Inclusiva, essa premissa não se
altera. Ou seja, o PPP contempla ações que sugerem:
Parabéns! A alternativa E está correta.
A gestão democrática na escola está relacionada à construção de
um projeto político pedagógico (PPP) que responda aos anseios
sociais, com a defesa e a efetivação das práticas com
intencionalidade pedagógica e equidade para as oportunidades que
se abrem na instituição para a comunidade. Neste sentido, o PPP
deve assegurar o que, quando e como ensinar e avaliar,
A O que e quando ensinar.
B Quando e como avaliar.
C O que e quando avaliar.
D Quando e como ensinar.
E O que, quando e como ensinar e avaliar.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
68 of 74 01/09/2023 11:29
considerando todos os alunos.
Considerações �nais
Vimos que há diferenças conceituais entre os movimentos da
integração e da inclusão sobretudo no campo da Educação Escolar.
Mesmo diante dos investimentos, a situação dos sistemas educacionais
brasileiros ainda revela dificuldades para atender as necessidades de
todos os alunos. A organização do currículo regular talvez esteja
evidenciando pouca eficácia para superar as restrições do sistema ou
compensar as limitações dos alunos.
Diante desse contexto, é pertinente rever os cursos de formação de
professores com base em um projeto articulado com o incentivo à
pesquisa científica e a escuta às escolas. Dar voz aos professores,
atores diretos no processo de acompanhamento da aprendizagem dos
alunos, pode favorecer o debate e o diálogo com práticas pedagógicas
bem-sucedidas e revelar situações que exigem a correção da rota no
processo de ensino e aprendizagem.
Ainda é necessário fazer articulações constantemente com a rede de
apoio, pensando na família, em busca da compreensão das
preferências, dos hábitos, das rotinas e da dinâmica da casa, mas
também contemplando os profissionais especializados, com vistas a
alinhar a linguagem, as estratégias e os procedimentos em prol da
acessibilidade ao currículo e da promoção do desenvolvimento e da
aprendizagem do estudante.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
69 of 74 01/09/2023 11:29
Podcast
Agora, a especialista Gabriela Maffei finaliza refletindo sobre os
movimentos da integração e da inclusão e as mudanças atitudinais no
campo da educação escolar.

Explore +
Para saber mais sobre os tratados neste conteúdo, leia os artigos: 
Educação de excepcionais no periódico Mensagem da APAE
(1963-1973): uma pedagogia para a modelagem e ajustamento
social,de Giovani Ferreira Bezerra e Alessandra Cristina Furtado. Como
autoras trazem o cenário e as concepções sobre a deficiência
subjacentes à época. História da Educação, 9 abr. 2020. Disponível no
portal SciELOBrasil.
A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil,de Enicéia
Gonçalves Mendes. A autora, referência na área, analisa o processo de
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
70 of 74 01/09/2023 11:29
Gonçalves Mendes. A autora, referência na área, analisa o processo de
inclusão escolar no país a partir dos pressupostos dos direitos sociais e
das políticas públicas. Revista Brasileira de Educação, v 11, nº 33, dez.
2006. Disponível no portal SciELO Brasil.
Atitudes sociais de professores em relação à inclusão: formação e
mudança, deCamila Mugnai Viera e Sadao Omote. Os autores discutem
a importância da formação profissional em um debate campo de amplo.
Revista Brasileira de Educação, Espec. 27, jul. 2021. Disponível no portal
SciELO Brasil.
A função social da escola em discussão, sob a perspectiva da
Educação Inclusiva,de Débora Dainez e Ana Luiza Bustamante Smolka.
As autoras lançam luz à importância da escola como espaço de
discussão, debate, análise e defesa da Educação Inclusiva. Educ.
Pesqui. 45, 20 abr. 2019. Disponível no portal SciELOBrasil.
Referências
BRASIL. Decreto nº 10.502, de 30 de setembro de 2020. Institui a
Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com
Aprendizado ao Longo da Vida. Consultado na internet em: 20 ago.
2021.
BRASIL. Lei Nº 13.146, de 6 de julho de 2015.Institui a Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com
Deficiência). Consultado na internet em: 20 ago. 2021.
HEREDERO, Eladio Sebastian.A escola inclusiva estratégias para fazer
frente a ela: comoadaptações curriculares.Acta Scientiarum.Educação,
v. 32, nº 2, p. 193-208, 2010.Consultado na internet em: 23 nov.2021.
HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Minidicionário Houaiss da língua
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
71 of 74 01/09/2023 11:29
HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Minidicionário Houaiss da língua
portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.
JANNUZZI, G.S.M. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios
ao início do século XX. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 2006.
KASSAR, M.C.M. Uma leitura da Educação Especial no Brasil. In: GAIO,
R.; MENEGHETTI, R.G.K. Caminhos pedagógicos da Educação Especial.
(orgs.). Rio de Janeiro: Vozes, 2004, p. 19-42.
MARCHESI, A.; MARTÍN, E. Da terminologia do distúrbio às
necessidades educacionais especiais. In: COLL, C.; PALÁCIOS, J.;
MARCHESI, A. Desenvolvimento psicológico e educação:necessidades
educativas especiais e aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1995, p.7-23.
MAZZOTTA, M.J.S. Educação Especial no Brasil: história e políticas
públicas. São Paulo: Cortez, 1996.
MENDES, E. G. Aradicalização do debate sobre inclusão escolar no
Brasil.Revista Brasileira de Educação, v. 11, nº 33, set./dez.
2006.Consultado na internet em: 23 nov. 2021.
MENDES, E. G. Deficiência mental: a construção científica de um
conceito e a realidade educacional. Tese (Doutorado em Psicologia).
Universidade de São Paulo, USP, 1995.
MOREIRA, G. M. Aspectos históricos da Educação Especial. In:
Educação Inclusiva: princípios e práticas. Centro Universitário UniSEB
Interativo, 2011, p. 131-154.
MOREIRA-MALAGOLLI, G.M.Condições de enfrentamento de
adversidades em escolares do EnsinoFundamental. Tese (Doutorado
em Educação Escolar). Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara,
Universidade Estadual Paulista, 2014.
MRECH, Leny Magalhães.O que é Educação Inclusiva?Faculdade de
Educação da Universidade de São Paulo.Consultado na internet em: 14
atrás. 2021.
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
72 of 74 01/09/2023 11:29
atrás. 2021.
NABUCO, M.Práticas institucionais e inclusãoescolar. Cadernos de
Pesquisa,v.40, nº 139, p. 63-74, 2010.Consultado na internet em: 23 nov.
2021.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU).Resolução nº 48/96, de 20
de dezembro de 1993. Definir como normas para equiparação de
oportunidades para pessoas com deficiência, 1993.Consultado na
internet em: 23 nov. 2021.
PESSOTI,eu. Deficiência mental: da superstição à ciência. São Paulo:
Edusp, 1984.
SASSAKI, R. K.Inclusão: acessibilidade no lazer, trabalho e
educação.Revista Nacional de Reabilitação (Reação), Ano XII, mar./abr.,
p. 10-16, 2009.Consultado na internet em: 23 nov. 2021.
SASSAKI, R. K.Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de
Janeiro: WVA, 1997.
VEIGA, Ilma Passos da.Projeto político pedagógico da escola: uma
construçãocoletiva.Em: VEIGA, Ilma Passos da (org.).Projeto político
pedagógico da escola: uma construçãopossível. Campinas: Papirus,
1998, p.11-35.
Material para download
Clique no botão abaixo para fazer o download do
conteúdo completo em formato PDF.
Download material
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
73 of 74 01/09/2023 11:29
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
O que você achou do conteúdo?
Relatar problema
Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#
74 of 74 01/09/2023 11:29
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()

Mais conteúdos dessa disciplina