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Educação especial: conceituação e histórico Gabriela Ma�ei Moreira Malagolli Descrição O percurso histórico da Educação Especial e da Educação Inclusiva no Brasil e no mundo e seu desenvolvimento como área do conhecimento teórico e prático na Educação Escolar. Propósito A compreensão do percurso histórico da Educação Especial e da Educação Inclusiva é fundamental para os futuros psicopedagogos por ampliar o repertório científico e conceitual que poderá estruturar as intervenções de apoio às instituições, famílias e pessoas com necessidades educacionais especiais. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 1 of 74 01/09/2023 11:29 Objetivos Módulo 1 A história da Educação Especial e Inclusiva Conhecer o histórico da Educação Especial e da Educação Inclusiva. Módulo 2 Conceituando integração e inclusão Identificar as diferenças entre os conceitos de integração e de inclusão. Módulo 3 A Educação Inclusiva Analisar os princípios e os desafios da Educação Inclusiva. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 2 of 74 01/09/2023 11:29 Introdução Há séculos o debate sobre a exclusão e a inclusão pauta-se na questão da natureza humana. O desafio está na concepção, na percepção e no entendimento do que seria a natureza humana. Em nosso país, a inclusão social não está garantida. Nota-se que a cultura das diferenças ainda é fortemente empregada, mantendo a segregação social que persiste no Brasil. Vamos estudar o processo de inclusão social compreendendo que o grande desafio da sociedade é a convivência com a diversidade, uma vez que as diferenças são inerentes aos seres humanos. Esse pressuposto traz consigo formas de conceber as particularidades, criando a necessidade de se repensar os espaços para atender toda a diversidade que compõe a sociedade. Também estudaremos o processo histórico que envolveu a pessoa com deficiência e as medidas para oportunizar o conhecimento dos aspectos facilitadores e dos recursos institucionais ou de materiais que conduzem a vida da pessoa com deficiência. Para tanto, apresentaremos os conceitos de integração e inclusão, destacando suas diferenças quanto à perspectiva, à filosofia e às práticas a eles subjacentes. Devemos pensar no desenvolvimento de estratégias para a formação da pessoa de forma comprometida com a transformação social, um desenvolvimento atrelado ao currículo escolar que siga o conteúdo clássico com dinamicidade e um modelo de gestão democrático, com foco na formação e no acompanhamento da equipe, sustentado por uma rede de apoio especializada. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 3 of 74 01/09/2023 11:29 1 - A história da Educação Especial e Inclusiva Ao �nal deste módulo, você será capaz de conhecer o histórico da Educação Especial e da Educação Inclusiva. Das primeiras concepções à defesa dos direitos Primeiros movimentos para pessoas com de�ciência Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 4 of 74 01/09/2023 11:29 Cidadão é a pessoa que usufrui dos direitos e dos deveres civis e políticos em um determinado país (HOUAISS, 2004). Porém esta concepção, nem sempre é vivida conforme a realidade. Até o século XVIII, ao se deparar com pessoas com deficiência, a sua condição era explicada ou entendida de acordo com as razões do misticismo, da religião ou dos poderes sobrenaturais. Apesar dos avanços da ciência, esta não era utilizada para explicar as causas da deficiência, apenas influenciava na pouca compreensão e na aceitação das diferenças individuais, o que justificava a exclusão social. A sociedade escondeu, segregou e excluiu as pessoas com deficiência ao negar e a não oferecer serviços que pudessem suprir suas necessidades. Conforme o pesquisador Mazzotta (1996), terminologias como Pedagogia dos Anormais, Pedagogia Curativa e Pedagogia da Assistência Social eram utilizadas nos primeiros atendimentos de pessoas com deficiência, inicialmente na Europa e depois na América do Norte. Por essas terminologias, depreende-se que o atendimento estava vinculado à rotulação, ao estereótipo, à terapia, ao abrigo ou assistência. Pesquisas identificaram que entre os séculos XVII e XVIII surgiram, embora timidamente, estudos e instituições para pessoas com deficiência. A primeira pesquisa a tratar do tema da Educação Escolar das pessoas com deficiência foi de autoria do francês Jean-Paul Bonet, em 1620, com o título Redação das letras e arte de ensinar os mudos a falar. Já a primeira instituição fundada para a educação de pessoas surdas teve como responsável Charles M. Eppée, em Paris, no ano de 1770. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 5 of 74 01/09/2023 11:29 Charles-Michel de L'Epée. Também foi Eppée quem inventou o método dos sinais, que na época era usado para completar o alfabeto manual e caracterizar objetos que passavam despercebidos pelas pessoas que apresentavam necessidades especiais. O livro mais relevante de Eppée foi A verdadeira maneira de instruir os surdos-mudos, publicado em 1776 (MAZZOTTA, 1996). Comentário Os trabalhos de Eppée ficaram conhecidos e, com o tempo, foram utilizados na Inglaterra por Thomas Braidwood (1715-1806) e na Alemanha, por Samuel Heinecke (1729-1790). Esses dois pesquisadores fundaram institutos educacionais para pessoas surdas. A leitura labial foi um método elaborado por Heinecke e se caracterizava por ser contrário ao método dos sinais. Valentin Hauy (1745-1822) foi outro estudioso que colaborou para instituições voltadas a pessoas com deficiência. Ele fundou o Institute Nationale dês Jeunes Aveugles (Instituto Nacional dos Jovens Cegos, em Paris, em 1784. Hauy era conhecido por utilizar pontos em relevo para o ensino de cegos, método reconhecido pela Academia de Ciências de Paris, um importante órgão que acompanhava o desenvolvimento de projetos científicos pelo país. Valentin Hauy conquistou a sociedade com suas pesquisas e, anos mais tarde, recebeu a visita de um oficial do exército francês, Charles Barbier, oferecendo aos professores um método de escrita, expressa por pontos Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 6 of 74 01/09/2023 11:29 oferecendo aos professores um método de escrita, expressa por pontos salientes, que ele adaptou do sistema de transmissão de mensagens nos campos de batalhas (MAZZOTTA, 1996). Uma década depois, Louis Braille chegou ao Instituto Nacional dos Jovens Cegos. Ficou cego de um olho ainda na infância ao se envolver em um acidente na oficina do seu pai. A infecção comprometeu o outro olho, desencadeando a cegueira total. Ao procurar o Instituto, Louis Braille adaptou o método de escrita oferecido por Charles Barbier e criou o sistema Braille, que se caracteriza por seis pontos salientes que possibilitam 63 combinações. Letras do Alfabeto Braille. Ainda hoje esse é o método considerado mais assertivo para as necessidades das pessoas cegas (MAZZOTTA, 1996). No começo do século XIX, inicia-se o atendimento educacional para as pessoas com deficiência intelectual. Um renomado médico, Jean Marc Itard (1774-1838), ficou curioso ao saber da notícia de um menino que estava sob os cuidados de uma pessoa numa aldeia próximo à floresta de Aveyron, no Sul da França. Ao conhecer o menino, pensou ser importante estudar o seu nível de inteligência. Após um longo período de aproximação, Itard concluiu que se tratava de um caso excepcional de privação cultural, ou seja, o Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 7 of 74 01/09/2023 11:29 menino foi abandonado quandocriança e passou um período considerável longe da sociedade, adquirindo hábitos e rotinas de animais selvagens. Itard publicou a conclusão do seu estudo em 1801 em um artigo chamado De l`éducation d`un homme sauvage, em que se mostrava contrário à conclusão do médico alienista Philippe Pinel, que não acreditava que o menino pudesse ser educado. A história ficou conhecida como “Selvagem de Aveyron” (MOREIRA, 2011). Inspirado por seu professor Itard, Edward Seguin (1812-1880) prosseguiu com suas pesquisas e, além de fundar um instituto para crianças com deficiência intelectual na França, planejou, desenvolveu e implantou um currículo de atividades pautado em cores e músicas, contemplando treinamento motor e sensorial. A experiência resultou, em 1846, na publicação do livro Traitement moral, hygiène et éducation des idiots Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 8 of 74 01/09/2023 11:29 idiots. Comentário A comunidade científica da época não acolheu a obra e Seguin viajou para os Estados Unidos, onde publicou Treatment by the psysiological method. Neste livro, discorreu sobre um programa de atividades pedagógicas (MOREIRA, 2011). No mesmo período, o médico Johann J. Guggenbuhl (1816-1883) se destacou por desenvolver uma estratégia que contemplava tratamento médico e educacional nos Alpes Suíços, com base em exercícios de treinamento sensorial. Algum tempo depois, Maria Montessori (1870-1956), uma médica italiana, aprimorou os programas de Itard e Seguin ao defender atividades pedagógicas que valorizavam a autoeducação. Utilizava materiais didáticos que incluíam miniaturas, peças fabricadas em madeira colorida como blocos e encaixes, letras e números em relevo, entre outros materiais adaptados por faixa etária e considerando as etapas do desenvolvimento da criança. A proposta de Montessori se estendeu pela Europa e Ásia (MAZZOTTA, 1996). Método Montessori Nos Estados Unidos, no final do século XIX surgiram as primeiras Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 9 of 74 01/09/2023 11:29 instituições para pessoas com deficiência intelectual. 1829 O instituto New England Asylum for the Blind, instituto para crianças cegas, é fundado em Massachusetts. 1848 Também em Massachusetts, é instalado o primeiro colégio interno público, onde se utilizava o método desenvolvido por Seguin. 1850 A partir deste ano, nota-se o aumento de escolas voltadas para crianças com deficiência. 1896 Já se aproximando de um movimento de integração social e educacional, é inaugurada a Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 10 of 74 01/09/2023 11:29 Em 1928, a médica belga Alice Descoeudres (1877-1963) se destacou ao propor atividades educativas em ambiente natural. Ela defendia o desenvolvimento de tarefas individuais e em grupo em especial para a estimulação de pessoas com deficiência auditiva, visual e cognitiva. Alguns anos mais tarde, em 1940, nos Estados Unidos, pais de crianças com deficiência se reuniram e fundaram a National Association for Retarded Children (Narc). O objetivo era apoiar e acompanhar o atendimento oferecido nos primeiros anos de escolarização de crianças com deficiência em escolas públicas. Foi por influência da Narc que surgiu no Brasil a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). O quadro a seguir ilustra os períodos e os movimentos aqui expostos. Período Local Autor 1620 França Jean-Paul Bonet 1770 França Charles M. Eppée 1729-1790 Alemanha Samuel Heinecke 1784 Paris Valentin Hauy e educacional, é inaugurada a primeira classe especial em escola pública nos Estados Unidos (MOREIRA, 2011). Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 11 of 74 01/09/2023 11:29 1819 Paris Charles Barbier 1829 França Louis Braille 1774-1838 França Jean Marc Itard 1812-1880 França Edward Seguin 1816-1863 Alpes Suíços Johann J. Guggenbuhl 1870-1956 Itália Maria Montessori Final do século XIX Estados Unidos 1928 Bélgica Alice Descoeudres Moreira, 2011, p. 9-10. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 12 of 74 01/09/2023 11:29 Moreira, 2011, p. 9-10. Durante a primeira metade do século XX, o conceito de deficiência estava relacionado às características de inatismo, ou seja, as explicações para a deficiência se apoiavam nas causas orgânicas, explicadas por questões ocorridas no início do desenvolvimento e que dificilmente seriam modificadas (MARCHESI; MARTÍN, 1995). Inatismo Concepção de que as capacidades nascem com os indivíduos e não são adquiridas, isto é, não necessitam da experiência ou da aprendizagem. Essa concepção trouxe duas consequências: a necessidade da detecção do distúrbio, cuja ideia se sustentava nas pesquisas sobre testes de inteligência, e a conscientização de que essa clientela precisava de atenção educacional especial. Essas consequências impulsionaram a criação das primeiras escolas de Educação Especial. A partir da década de 1940, a incurabilidade da deficiência começou a ser questionada. Os testes de inteligência ainda vigoravam, mas já despontavam estudos sobre a importância da influência das questões sociais e culturais sobre o desenvolvimento e a aprendizagem, questionando a condição da deficiência e a ausência de estimulação adequada às práticas pedagógicas inadequadas ou Processo histórico dos serviços de atendimento às pessoas com de�ciência no Brasil Educação das pessoas com Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 13 of 74 01/09/2023 11:29 Educação das pessoas com de�ciência no Brasil dos séculos XVIII e XIX No Brasil, as ideias liberais do final do século XVIII e do começo do século XIX influenciaram a educação das crianças com deficiência. Para entendermos esse processo, é preciso recorrermos à história da Educação Básica no nosso país. Com a mesma proposta de Portugal, a Santa Casa de Misericórdia aqui no Brasil atendia crianças pobres ou abandonadas que permaneciam sob os cuidados dos religiosos até os 7 anos de idade. Depois dessa idade, as meninas eram encaminhadas para o Seminário da Glória, onde permaneciam até encontrarem um pretendente ou uma possibilidade de casamento. Os meninos eram enviados para outro local, o Seminário de Sant'Ana. Lá ficavam até conseguirem uma oportunidade de trabalho. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (Portugal), fundada em 1498, foi pioneira no uso da roda de expostos ou roda dos enjeitados no final do século XV. O mecanismo de madeira, embutido na parede de igrejas ou instituições de caridade, recebia crianças cujos pais não podiam criá- las. Isso também ocorreu nas Santas Casas no Brasil. Roda dos expostos. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 14 of 74 01/09/2023 11:29 Constituída por uma caixa dupla de formato cilíndrico, com uma janela aberta para o lado externo, a caixa recebia a criança após um cilindro ser rodado para o interior dos muros. Instituto Benjamin Constant Em 1854, na cidade de Rio de Janeiro, foi fundado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, que mais tarde teve o seu nome alterado para Instituto Benjamin Constant (IBC). A criação do Instituto foi influenciada por José Álvares de Azevedo, um brasileiro que estudou em Paris no Instituto dos Jovens Cegos, já citado aqui, fundado por Valentin Hauy. Instituto Nacional de Educação Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 15 of 74 01/09/2023 11:29 Instituto Nacional de Educação de Surdos Em 1857, três anos depois, o Instituto Nacional dos Surdos- Mudos foifundado por influência do Marquês de Abrantes e também renomeado, anos depois, como Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) (JANNUZZI, 2006). Essas duas instituições, apesar do intermédio de pessoas influentes da sociedade, ainda apresentavam atendimento precário. Em 1874, havia o seguinte cenário: • de uma população de 15 mil pessoas cegas, apenas 35 eram atendidas; • de um total de mais de 11 mil pessoas surdas, apenas 17 foramm matriculadas. Diante desse cenário, uma nova perspectiva despontou no I Congresso de Instrução Pública, em 1883, que apresentou como sugestão um currículo de formação de professores para pessoas cegas e surdas. Em 1878, apenas cerca de 2% da população era escolarizada, mesmo diante da Constituição de 1824 que garantia instrução primária gratuita para todos. Essa mesma Constituição, no entanto, privava do direito político a pessoa com deficiência, ou seja, entre outras questões, a pessoa com deficiência não podia votar (JANNUZZI, 2006). A educação das pessoas com deficiência ainda não era prioridade para os governos. Naquela época, é provável que somente as crianças com deficiências severas fossem encaminhadas para instituições especializadas. Em 1874, há registros de pessoas com deficiência intelectual no Hospital Juliano Moreira, em Salvador, Bahia. No entanto, há pesquisas Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 16 of 74 01/09/2023 11:29 Hospital Juliano Moreira, em Salvador, Bahia. No entanto, há pesquisas que contestam a presença desse público no hospital e revelam que a primeira escola para pessoas com deficiência surgiu no Pavilhão Bourneville, fundado em 1903 no Rio de Janeiro (JANNUZZI, 2006). Comentário O atendimento para pessoas com deficiência intelectual, física e visual no ensino regular se iniciou em 1887, na Escola México, situada na cidade de Rio de Janeiro. O ensino fundamental, até então a primeira modalidade da Educação Básica, era precário e não havia um programa de acompanhamento para sua conclusão, visto que a elite podia contratar professores particulares. Nesse cenário, os trabalhos sobre deficiência intelectual do médico Desiré Magloire Bourneville começaram a ficar conhecidos e fizeram com que o atendimento na rede regular de ensino estivesse presente no final do século XIX. A partir da Proclamação da República, em 1889, deu-se a implantação de escolas para pessoas com deficiência nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Médicos, psicólogos e professores começaram a se organizar em associações para discutir formas de concretizar atuações na área (JANNUZZI, 2006). Vários registros de atendimentos para pessoas com deficiência foram resgatados. Apesar desses movimentos, a análise da primeira Constituição da República em 1891 sinaliza que o Estado foi gradativamente se eximindo de sua responsabilidade com a Educação, ou seja, a presença do Estado foi ficando cada vez menor nesse setor e, assim, organizações particulares se mobilizaram para implantar instituições especializadas no atendimento às pessoas com deficiências (KASSAR, 2004). Foi neste contexto que o Instituto Pestalozzi foi criado, no Rio Grande do Sul, em 1926, apontado como a primeira instituição particular especializada no país. Educação das pessoas com Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 17 of 74 01/09/2023 11:29 de�ciência no século XX No começo do século XX, a sociedade começou a demonstrar interesse pela educação das pessoas com deficiência. Trabalhos científicos e técnicos foram publicados primeiramente por médicos. Comentário Em 1900, no IV Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia, no Rio de Janeiro, Carlos Fernandes Eiras apresentou o estudo chamado Da educação e tratamento médico-pedagógico dos idiotas. As publicações seguiram e, em 1917, Vieira de Mello publicou Débeis mentais na escola pública e Higiene escolar e pedagogia (JANNUZZI, 2006). Na primeira metade do século XX, Mazzotta (1996) aponta que havia apenas 40 estabelecimentos públicos de ensino regular que ofereciam atendimento escolar especial para pessoas com deficiência intelectual em todo o país. O quadro a seguir mostra o levantamento que o autor fez acerca das instituições de Educação Especial que surgiram na época, bem como do tipo de deficiência que atendiam. Atendimento para pessoas com deficiência visual Período Local Nome da instituição 1854 Rio de Janeiro Instituto Benjamin Constant — IBC 1928 São Paulo Instituto de Cegos Padre Chico Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 18 of 74 01/09/2023 11:29 1946 São Paulo Fundação para o Livro do Cego no Brasil Atendimento para pessoas com deficiência auditiva Período Local Nome da instituição 1929 Campinas/SP Instituto Santa Terezinha 1951 São Paulo Escola Municipal de Educação Infantil e de 1º Grau para Deficientes Auditivos Helen Keller 1954 São Paulo Instituto Educacional São Paulo — IESP Atendimento para pessoas com deficiência física Período Local Nome da instituição 1931 São Paulo Santa Casa de Misericórdia de São Paulo 1943 São Paulo Lar-Escola São Francisco Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 19 of 74 01/09/2023 11:29 Francisco 1950 São Paulo Associação de Assistência à Criança Defeituosa — AACD Atendimento para pessoas com deficiência intelectual Período Local Nome da instituição 1926 Porto Alegre/RS Instituto Pestalozzi de Canoas 1935 Belo Horizonte/MG Instituto Pestalozzi de Minas Gerais 1948 Rio de Janeiro Sociedade Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro 1952 São Paulo Sociedade Pestalozzi de São Paulo 1954 Rio de Janeiro Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - Apae do Rio de Janeiro 1961 São Paulo Associação de Pais e Amigos dos Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 20 of 74 01/09/2023 11:29 1961 São Paulo Excepcionais - Apae de São Paulo Moreira, 2011, p. 17. O estudo apresentado até aqui nos leva a algumas considerações: A partir da década de 1930, a industrialização alavancou o crescimento das cidades e, como consequência, a preocupação com a escolaridade da população tornou-se presente no governo. Essa preocupação vinha acompanhada das exigências nas indústrias e fábricas para a execução de tarefas específicas. Nesse contexto, pela primeira vez se estabelece que a União deveria traçar as diretrizes para a educação nacional, seria também de sua competência e dos estados e municípios oferecer educação pública de qualidade na Educação Básica. Construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 21 of 74 01/09/2023 11:29 Com a Constituição Brasileira de 1946, divulga-se a concepção de educação como direito de todos. Em 1961, afirmou-se legalmente essa concepção e, nessa época, já havia no país uma organização de atendimentos que contemplava instituições particulares de caráter assistencial e algumas classes especiais na rede pública de ensino. Ensino em braile. Após a Ditadura Militar, o governo brasileiro começou a discutir os Planos Nacionais de Educação. A Reforma nº 5.692 de 1971 concebe a educação como necessária para o progresso da sociedade e organiza, de forma mais sistemática, o plano de ensino no país. Com o processo de redemocratização, é promulgada a Constituição de 5 de outubro de 1988. Os ideais defendidos pela Constituição inspiram a discussão de outros documentos: o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html#22 of 74 01/09/2023 11:29 A Constituição defende o atendimento do aluno com deficiência no ensino regular e o ECA garante proteção e direitos às crianças e aos adolescentes. A LDB, por sua vez, apresenta a educação como dever da família e do Estado. A publicação desses documentos exigiu que políticas governamentais fossem mobilizadas, mas não necessariamente concretizadas. Comentário As instituições assistenciais passaram a ter que assumir a responsabilidade dos serviços sociais. O Estado, conforme já discutido aqui, foi reduzindo, de forma gradativa, a intervenção, a atuação e o apoio junto aos setores educacionais públicos. A história da Educação Especial aqui desenhada nos remete a algumas análises. Atualmente são comuns os discursos que valorizam as associações privadas para o cumprimento de funções sociais. Nesse ideário, elas são fortalecidas ao serem concebidas como “parceiras” entre os setores públicos e privados (KASSAR, 2004). A participação das pessoas com deficiência no planejamento, no desenvolvimento e na execução de serviços destinados a elas é um desafio que se coloca para uma sociedade que almeja a democracia. Apesar dessa dificuldade, percebem-se alguns indicativos de movimentos organizados por grupos de pessoas com deficiência, Capa da Constituição do Brasil de 1988. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 23 of 74 01/09/2023 11:29 movimentos organizados por grupos de pessoas com deficiência, refletidos nas conquistas que estão elencadas na Constituição Federal de 1988 e nas Deliberações Estaduais (MAZZOTTA, 1996). A história da Educação Especial e da Educação Inclusiva A história da Educação Especial e da Educação Inclusiva. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 24 of 74 01/09/2023 11:29 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Durante a primeira metade do século XX, a deficiência ainda era explicada majoritariamente por causas orgânicas, ou seja, as causas estavam circunscritas no início do desenvolvimento e, assim, dificilmente seriam modificadas. Acreditava-se que as possibilidades de intervenção eram poucas. Esse cenário trouxe duas consequências: Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 25 of 74 01/09/2023 11:29 Parabéns! A alternativa D está correta. Em meados do século XX, as concepções sobre a deficiência ainda eram explicadas pelo inatismo, ou seja, a deficiência nascia com a pessoa e nada poderia ser feito para mudar tal cenário. Esse contexto trouxe como consequência a necessidade de detecção do distúrbio e o atendimento educacional especial, sinalizando, embora ainda timidamente e com raízes segregacionistas, o início da preocupação com a Educação Especial, mas sem a consciência de que a formação docente deveria ter investimentos para atuar com equidade e intencionalidade pedagógica. A O investimento e a formação especializada de professores. B A defesa dos direitos sociais às pessoas com deficiência e a formação de professores especializados. C A formação especializada de professores e o investimento em cursos de orientação às famílias. D A necessidade de detecção do distúrbio e o atendimento educacional especial. E O movimento de inclusão social e a formação especializada de professores. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 26 of 74 01/09/2023 11:29 Questão 2 No Brasil, o interesse pelas causas sociais e educacionais das pessoas com deficiência começou a revelar alguns sinais somente no começo do século XX, com muito atraso em relação a outros países. Esse interesse se deve aqui, em parte: Parabéns! A alternativa B está correta. Na contramão do que já acontecia há vários anos em outros países, o Brasil sinalizou o interesse pelas causas sociais e educacionais das pessoas com deficiência somente no início do século XX. O interesse despontou no cenário brasileiro a partir dos trabalhos A Pelo surgimento das escolas especiais. B Pelos trabalhos científicos e técnicos publicados, primeiramente pelos médicos. C Pelo surgimento dos cursos específicos de licenciatura e Educação Especial. D Pela defesa dos direitos sociais e educacionais. E Pela conscientização social e das políticas públicas. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 27 of 74 01/09/2023 11:29 interesse despontou no cenário brasileiro a partir dos trabalhos científicos e técnicos publicados, em um primeiro momento, pela classe médica. 2 - Conceituando integração e inclusão Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as diferenças entre os conceitos de integração e de inclusão. Integração e inclusão Vamos retomar na história da luta da pessoa com deficiência pela inserção na sociedade um dos movimentos que marcou a sua trajetória: a segregação. Compreende-se aqui segregação como afastamento, separação, distanciamento social e físico em decorrência de uma Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 28 of 74 01/09/2023 11:29 separação, distanciamento social e físico em decorrência de uma condição do sujeito - nesse caso, a deficiência. Ao resgatarmos a história, constatamos que as explicações sobre as causas da deficiência nas pessoas mudavam de acordo com o período, conforme a seguir (MOREIRA, 2011, p. 22): Anterior à Idade Média Explicações causais Atitudes sociais Aspectos de subumanidade Eliminação e abandono Idade Média Explicações causais Atitudes sociais Determinantes sobrenaturais: • Castigo divino • Eleição divina • Possessão demoníaca Proteção ou maus tratos Século XVII a XIX Explicações causais Atitudes sociais Determinantes orgânicos: • Hereditariedade • Lesões ou disfunções Segregação social Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 29 of 74 01/09/2023 11:29 Século XX Explicações causais Atitudes sociais Multideterminação Normalização e integração Final do século XX e início do XXI Explicações causais Atitudes sociais Influências múltiplas Inclusão Segundo Mendes (1995) e Pessoti (1984), estudiosos relataram que fatores genéticos ou lesões e disfunções cerebrais seriam as causas da deficiência nas pessoas. A sociedade então entendia que as intervenções não seriam eficazes para potencializar a qualidade de vida das pessoas que se encontravam nessas condições. Essas explicações representavam um avanço na época em que foram formuladas, visto que nos séculos anteriores as causas da deficiência tinham explicações de cunho religioso ou místico, reverberando, em alguns momentos, no extermínio das pessoas com deficiência. Amparada pelos argumentos mais recentes, a sociedade indicava, defendia e justificava a internação das pessoas com deficiência em instituições para doentes mentais ou leprosários. Essas instituições não mantinham propósitos assistencialistas e muito menos educacionais. Os indivíduos eram abandonados “à própria sorte”. O importante é que estavam segregados da sociedade e dessa forma não representariam um incômodo para os espaços públicos. As pessoas com deficiência Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 30 of 74 01/09/2023 11:29 um incômodo para os espaços públicos. As pessoas com deficiência eram isoladas e segregadas do convívio social (MENDES, 1995). As pessoas com deficiência eram consideradas uma classe parasita: sem autonomia e sem independência para garantir o próprio sustento. Causavam um desgosto inconsolável, insegurança e desespero à família. Eram vistas como uma ameaça e um perigo para a comunidade.Relembrando No século XIX, o médico Itard desenvolveu os seus estudos com o menino Victor, conhecido como “o selvagem de Aveyron”. Concluiu que se tratava de uma situação de privação cultural, afirmando que a causa da deficiência da criança não era orgânica, mas sim social. Contudo, naquele momento, Itard representou uma voz solitária, conflitante e incompatível com o que a sociedade defendia na época, mas suas conclusões renderam importantes frutos para as pesquisas desenvolvidas nos anos seguintes. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 31 of 74 01/09/2023 11:29 Mas como esses indivíduos passaram de segregados para integrados na sociedade? Como essas concepções e ações foram alteradas? Para entendermos esse processo, é importante novamente retomarmos as questões históricas. No final do século XIX e início do século XX, uma nova concepção sobre a deficiência passa a ser discutida. Diante da ampliação de vagas nas escolas pública para atender o processo de industrialização acelerado nas cidades, surge um novo desafio: o que fazer com o estudante que não acompanha os processos de ensino- aprendizagem, mas que não aparenta características de deficiência de fundo orgânico. As explicações de cunho unicamente organicista já não respondiam mais aos questionamentos da sociedade sobre as condições de desenvolvimento e de aprendizagem da pessoa com deficiência. A concepção de que as deficiências e dificuldades na aprendizagem podem ser causadas por questões não somente biológicas, mas também sociais e culturais, toma forças no período de 1930 a 1940. Essa nova abordagem sobre as causas e condições da deficiência exigiu da sociedade um outro posicionamento, alterando as antigas ações de segregação. Surge então o movimento de integração social que buscava aproximar as pessoas com deficiência nos diversos contextos sociais, como a família, o lazer, a educação e o trabalho. Essa nova forma de compreender o desenvolvimento e as condições da deficiência contribuiu para a construção de conceitos específicos para o cultivo dos processos sociais, entre eles, o princípio da normalização, que veremos a seguir. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 32 of 74 01/09/2023 11:29 Princípio de normalização O princípio de normalização teve sua gênese nos países escandinavos e questionava o atendimento oferecido às pessoas com deficiência nas instituições residenciais, que não ofereciam um estilo de vida comum às demais pessoas inseridas na sociedade. O pressuposto básico da normalização era a ideia de que a pessoa com deficiência teria o direito intransferível de vivenciar os estilos de vida próprios à sua cultura, defendendo, portanto, a “normalização dos estilos de vida”. Ainda defendia a ideia de que essas pessoas tinham o direito de participar de atividades em grupos com idades equivalentes. Normalizar não era tornar a pessoa com deficiência “normal”, mas normalizar as oportunidades (MENDES, 2006). Dos países escandinavos, esse princípio foi difundido para os demais países da Europa e para a América do Norte, influenciando as propostas de Wolf Wolfensberger (1934-2011). Esse pesquisador criou um termo Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 33 of 74 01/09/2023 11:29 de Wolf Wolfensberger (1934-2011). Esse pesquisador criou um termo que substituiu o conceito de “normalização dos estilos de vida” para “normalização de serviços”, acreditando na ideia de que os ambientes adequados seriam aqueles vivenciados pela maioria das pessoas. Durante o período de 1960 e 1970, a normalização gerou um grande movimento contrário à institucionalização. Essa proposta estimulou inúmeras ações que tinham a intenção de manter ou promover comportamentos, experiências e vivências o mais próximo possível do que era considerado, visto e aceitável como normal, oferecendo outros espaços para a integração das pessoas com deficiência (SASSAKI, 1997). Princípio de mainstreaming Na década de 1980, com a evolução do movimento integração, em contraposição ao movimento da segregação, surge o princípio de mainstreaming. Esse conceito é usado no Brasil e tem como objetivo oferecer aos estudantes os serviços educacionais disponíveis na comunidade como classes regulares e/ou aulas de disciplinas como Artes, Educação Física, Música ou atividades extracurriculares. A proposta de mainstreaming significa uma ação contrária à institucionalização, ao reivindicar processos que pudessem oferecer ao estudante com deficiência intelectual a possibilidade de acompanhar aulas com conteúdos diferentes em turmas variadas. Exemplo De acordo com o princípio de mainstreaming, a pessoa com deficiência poderia participar da aula de matemática com a turma do primeiro ano, a aula de língua portuguesa com a turma do terceiro ano e aula de educação física com a turma de quarto ano, por exemplo. Dessa forma, o estudante teria a oportunidade de ter as suas necessidades de aprendizagem assistidas (SASSAKI, 1997). Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 34 of 74 01/09/2023 11:29 Os princípios de normalização e de mainstreaming permitiram o desfrute de espaços e de experiências até então não alcançados, ampliando os processos de socialização e de aprendizagem na escola regular. Caberia ao professor avaliar o aluno com necessidade educacional específica de acordo com o Plano Educacional Individualizado (PEI). Comentário Os países que aderiram ao movimento da integração escolar viram-se diante da necessidade da criação de um serviço anexo ao sistema de ensino, ou seja, um sistema de Educação Especial nas escolas do ensino regular, em que o público era formado por estudantes com deficiência e os professores de Educação Especial que os acompanhavam. O sistema educacional manteve-se sem alteração alguma, estudantes e seus professores precisavam mobilizar os próprios recursos para atender às regras e ao funcionamento do sistema regular. Esse contexto lhes assegurava o direito a um lugar na escola regular, embora segregado, enquanto para o sistema não era necessário efetivar mudanças. Se professores e estudantes não conseguissem se adaptar, seriam excluídos. Os princípios de normalização e mainstreaming foram importantes movimentos que possibilitaram uma nova abordagem e a exigência de novas ações diante dos serviços e da rede de apoio aos estudantes com deficiência. Esse cenário era um avanço em relação às questões de segregação, mas ainda estava distante da inclusão efetiva. A proposta de integração presumia a inserção da pessoa com deficiência na sociedade, mas desde que ela mobilizasse os seus recursos, as suas demandas e as suas disposições para superar as barreiras físicas, programáticas e atitudinais que a sociedade possui. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 35 of 74 01/09/2023 11:29 Nesse sentido, a integração pressupunha um esforço unilateral da pessoa com deficiência, da família e de seus amigos. Ou seja, a pessoa com deficiência e sua rede de apoio teriam que se esforçar, mobilizar os próprios recursos e desenvolver as próprias estratégias para participar dos ambientes, processos e projetos sociais. Princípio médico da de�ciência O princípio médico da deficiência era a concepção vigente no movimento de integração. De acordo com Fletcher (1996, apud SASSAKI, 1997), a deficiência era considerada um “problema da pessoa” e, portanto, ela teria que estimular as próprias capacidades buscando o “tratamento” ou a “cura” para poder participar dos espaços sociais. Esse modelo tem sido o responsável até hoje pela resistência e pelo preconceito da sociedade em aceitar a necessidade de oferecerespaços, convivência e experiências para todas as pessoas, considerando as condições específicas de desenvolvimento e de aprendizagem de todos. De acordo com Sassaki (1997), a integração social ocorreria de três formas: Pela inserção da pessoa com deficiência nos espaços físicos e sociais por esforços pessoais e profissionais próprios sem a modificação da sociedade. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 36 of 74 01/09/2023 11:29 Pela inserção da pessoa com deficiência que necessita de adaptação específica para estudar. Pela inserção da pessoa com deficiência em ambiente separados dos demais, como a escola especial. A proposta da integração pouco exigiu da sociedade quanto à alteração de conceitos, procedimentos e atitudes. A sociedade apenas tolerou a presença das pessoas com deficiência, desde que elas fossem capazes de: • adaptar-se aos serviços especializados; • acompanhar os procedimentos tradicionais já existentes; • superar obstáculos nos ambientes físicos; • conviver com os rótulos impostos à sua condição; • exercer papéis sociais individuais, mesmo que sem autonomia e ou independência. Nessas condições, comunidades de apoio às pessoas com deficiência continuaram a lutar por equidade social, reivindicando o abandono do modelo médico da deficiência que sustenta o princípio da integração que, por sua vez, elegeu que são as pessoas que devem se adaptar à sociedade e não a sociedade a elas. O movimento de integração desenvolveu conceitos pré-inclusivistas que foram lapidados com o passar dos tempos. É preciso considerar que, em movimentos sociais que demandam grandes mudanças, os processos são dinâmicos, mas durante um período as ideias de Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 37 of 74 01/09/2023 11:29 processos são dinâmicos, mas durante um período as ideias de integração e inclusão coexistem, até que, aos poucos, os princípios de integração fiquem enfraquecidos e os de inclusão sejam fortalecidos (SASSAKI, 1997). Princípio da inclusão As primeiras discussões sobre o princípio da inclusão ocorrem nos Estados Unidos, em 1975, com a Lei Pública nº 94.142 de 1975, baseada na ideia de que as crianças podem aprender juntas com acompanhamento especializado na Educação Inclusiva. Muito tempo depois, esse princípio manifestou alguns sinais no Brasil, embora de forma muito tímida. Foi só a partir de década de 1990 que se percebeu um processo de transição do movimento da integração para o da inclusão, baseado no modelo social da deficiência (MRECH, 2010). Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 38 of 74 01/09/2023 11:29 Diferentemente do modelo médico, o princípio da inclusão destaca que os “problemas” não estão na pessoa com deficiência, mas sim na sociedade que cria barreiras, causando entraves no desempenho dos papéis sociais desses sujeitos. A sociedade se ampara em ambientes restritivos, em políticas discriminatórias, em padrões de normalidade, em objetos e bens físicos inacessíveis, em pré-requisitos atingíveis somente por parte da população e na desinformação sobre necessidades especiais pautadas por práticas discriminatórias em muitos setores da atividade humana (SASSAKI, 1997). A sociedade deve eliminar as barreiras, para que todas as pessoas possam ter acesso a todos os lugares e serviços, possibilitando o desenvolvimento pessoal, social, educacional e profissional. Porém, o discurso da mudança não garante que a inclusão ocorra. Para que haja inclusão, são necessárias quatro condições que configuram a base das ideias inclusivistas. São elas: autonomia, independência, empowerment e equiparação de oportunidades. Autonomia Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 39 of 74 01/09/2023 11:29 A condição de autonomia é observada quando a pessoa tem domínio de si e capacidade de governar-se pelos próprios meios nos diversos ambientes dos quais participa, preservando ao máximo a sua privacidade e a sua dignidade. A autonomia pode variar, dependendo do controle que a pessoa demonstra sobre os ambientes que ela deseja ou necessita frequentar (SASSAKI, 1997). A variação da autonomia depende do grau de prontidão físico- social da pessoa com deficiência e da realidade de um determinado ambiente físico-social. Por exemplo: uma pessoa com mobilidade reduzida pode ser autônoma ao andar de ônibus e chegar à faculdade, enquanto uma pessoa que usa cadeira de rodas pode ter menor autonomia para utilizar o transporte público e chegar à faculdade. A maior ou menor autonomia depende tanto das condições da deficiência quanto dos suportes que os ambientes oferecem. É a capacidade de decidir sem depender de outras pessoas, como família ou profissionais especializados. A variação do grau de independência depende da quantidade e da qualidade das informações aliadas à autodeterminação e à prontidão da pessoa com deficiência. As situações da vida podem ser: • pessoais: quando envolve a privacidade e a dignidade da pessoa; • sociais: relacionadas ao convívio com outra pessoa; • econômicas: referentes às questões financeiras da pessoa. Autonomia Independência Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 40 of 74 01/09/2023 11:29 • econômicas: referentes às questões financeiras da pessoa. Essas variações criaram as expressões “independência pessoal, social e financeira” (SASSAKI, 1997). A autodeterminação e a prontidão podem ser desenvolvidas e aprendidas; quanto mais cedo as pessoas forem estimuladas e tiverem oportunidade de exercê-las melhor, pois dessa forma poderão desempenhar os seus papéis sociais com mais fluidez, segurança e autoestima. Este terceiro conceito que compõe a inclusão tem sido utilizado no Brasil sem tradução, por ser consagrado na comunidade empresarial — houve tentativas de traduzi-lo como “empoderamento”. O termo significa “o processo pelo qual uma pessoa, ou um grupo de pessoas, usa seu poder pessoal inerente à sua condição — por exemplo, deficiência, gênero, idade, cor — para fazer escolhas e tomar decisões, assumindo assim o controle de sua vida” (SASSAKI, 1997, p. 38). Os conceitos de empowerment e de independência são interdependentes. O ser humano possui poder pessoal, ou seja, o livre arbítrio, a capacidade de decidir por suas opções, escolhas e ações. No entanto, em algumas situações, as famílias, as instituições e até os profissionais não aceitam ou desconhecem que as pessoas com deficiência também têm poder pessoal e podem decidir por elas mesmas. Muitas vezes essas instâncias ignoram as opiniões, concepções e vivências das pessoas com deficiência e assumem o controle da vida do outro, impactando na trajetória do outro. O movimento da inclusão defende e luta para que o poder pessoal das pessoas com deficiência seja reconhecido e respeitado pela sociedade. Empowerment Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 41 of 74 01/09/2023 11:29 A inclusão pressupõe que a sociedade se adapte, promovendo e garantindo a autonomia, a independência e o empowerment, viabilizando assim a equiparação de oportunidades, quarto componente da inclusão. De acordo com a Organização das Nações Unidas (1993), no documento “Normas sobre a equiparação de oportunidades para pessoas com deficiência”, essas normas são definidas como os serviços, as atividades, a informação e a documentação à disponibilidade de todos. Embasados nos conceitos apresentados de autonomia e independência, como essas condições estão relacionadas? Exemplo Uma pessoa que utiliza cadeira de rodas e que precisa entrar em um estabelecimento que não possui acesso adaptadonecessitará de auxílio, portanto, não é autônoma. Porém, ela pode ser independente para pedir auxílio às pessoas à sua volta para entrar no estabelecimento, além de ser capaz de orientar as pessoas de como fazer isso. Outra situação: uma pessoa com deficiência visual pode ter condições financeiras de frequentar um restaurante, contudo, se o restaurante não oferece o acesso adaptado para o cardápio, a fim de que a pessoa possa fazer as suas escolhas e pedidos, ela não terá autonomia, somente independência financeira. Assim, o ideal é que a inclusão proporcione, promova e garanta meios de desenvolvimento e de execução das atividades com autonomia e independência aos indivíduos. Até o momento estamos discutindo a ideia de inclusão Equiparação de oportunidades Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 42 of 74 01/09/2023 11:29 Até o momento estamos discutindo a ideia de inclusão social como um processo no qual a sociedade se adapta para poder incluir todas as pessoas em seus diversos contextos, entre eles, a escola (SASSAKI, 1997). A prática da inclusão busca compreender as diferenças individuais e respeitá-las, valorizando as especificidades de desenvolvimento e de aprendizagem de cada indivíduo e estimulando a convivência na diversidade humana por meio da aceitação, da cooperação e do senso de coletividade. A inclusão pressupõe a mudança social, transformando-a quanto a seus conceitos, seus procedimentos e suas atitudes. Amparados nos preceitos da inclusão social, devemos compreender a inclusão educacional, ou seja, a busca pela promoção da autonomia, da independência, do “empoderamento” e da equiparação de oportunidades no contexto escolar. As adaptações nos espaços físicos, na apresentação do conteúdo, na prática docente e na formação da equipe gestora mostram-se essenciais. Essas questões são embasadas pelas políticas públicas, que norteiam as políticas educacionais que, por sua vez, impactam no trabalho docente. Se as políticas públicas estiverem coerentes com os pressupostos da inclusão, elas contribuirão para a mudança social e educacional, efetivando e incentivando as práticas na escola. Atenção! Os conceitos de integração e de inclusão são opostos e pertencem a fases diferentes na história da Educação Especial. É compreensível que as concepções e as práticas sejam distintas, antagônicas e conflitantes. Não podemos utilizar as terminologias como se fossem sinônimos. Veja a diferença entre esses dois conceitos, segundo Moreira (2011, p.34): Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 43 of 74 01/09/2023 11:29 p.34): Integração Modelo: médico da sociedade. Pressuposto: as pessoas com deficiência devem se adaptar à sociedade. Inclusão Modelo: social da deficiência Pressuposto: A sociedade deve buscar se adaptar e diminuir barreiras para atender as pessoas com deficiência. Princípios e desa�os da Educação Inclusiva Neste vídeo a partir do relato de estudos e pesquisas, a professora reflete sobre os princípios da Educação Inclusiva, bem como sobre os seus maiores desafios. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 44 of 74 01/09/2023 11:29 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 45 of 74 01/09/2023 11:29 Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 No final do século XIX e início do século XX, uma nova preocupação e concepção sobre a deficiência começa a ser discutida na sociedade: com o aumento das vagas nas escolas públicas (para atender uma demanda social/industrial), começam a notar que alguns alunos não acompanhavam os processos de ensino- aprendizagem, mas não possuíam nenhuma deficiência aparente. Diante disso, perceberam que as explicações organicistas não atendiam mais as demandas educacionais. Sendo assim: A Retomou-se o movimento segregacionista, aconselhando as famílias desses alunos a ficarem em casa. B A escola iniciou um processo de orientação às famílias, exigindo um diagnóstico médico. C A formação de professores ganha grande impulso, com a criação de cursos de licenciatura voltados para a área da Educação Especial. D A sociedade instalava o movimento da inclusão social e educacional, garantindo o direito à educação com equidade para todas as pessoas. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 46 of 74 01/09/2023 11:29 Parabéns! A alternativa E está correta. Diante do atendimento de um público cada vez mais variado e eclético na escola, notou-se que havia alunos que, por algum motivo, não conseguiam acompanhar o processo educacional, mas não possuíam nenhuma deficiência associada. A explicação organicista da deficiência não era mais convincente. Era preciso considerar outras demandas, que incluíam questões sociais e culturais. Esse cenário não estava relacionado à instalação de uma sociedade mais justa e equânime. Os cursos de formação de professores ainda não discutiam a inclusão educacional e as famílias ainda tinham poucos esclarecimentos sobre o que acontecia com o filho. Questão 2 A sociedade passou por várias mudanças. Resgatando o percurso histórico da luta pelos direitos sociais da pessoa com deficiência, nota-se que o discurso da mudança não garante a inclusão. Para que ela ocorra, são necessárias algumas condições: E A concepção de que as deficiências e as dificuldades na aprendizagem podem ser causadas não somente por questões biológicas, mas também sociais e culturais toma força no período de 1930 e 1940. A Autonomia, independência, empowerment e equiparação de oportunidades. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 47 of 74 01/09/2023 11:29 Parabéns! A alternativa A está correta. O discurso da mudança não garante que a inclusão. Para ocorrer a inclusão, é necessário garantir quatro condições: autonomia, independência, empowerment e equiparação de oportunidades. Elas são consideradas a base das ideias inclusivistas. A formação de professores está pressuposta na equiparação de oportunidades, bem como a orientação às famílias. B Investimento na formação de professores e orientação às famílias. C Autonomia e independência da pessoa com deficiência. D Empowerment e equiparação de oportunidades. E Independência da pessoa com deficiência e equiparação de oportunidades. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 48 of 74 01/09/2023 11:29 3 - A Educação Inclusiva Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar os princípios e os desa�os da Educação Inclusiva. Necessidades educacionais especiais As adaptações curriculares são importantes e necessárias para atender as demandas de aprendizagem de cada estudante. É preciso atentar a seus interesses, suas motivações, além de considerar suas capacidades intelectuais e seus conhecimentos. Os diferentes níveis de desempenho acadêmico em uma mesma sala de aula devem ser vistos como um recurso para os agrupamentos produtivos, possibilitando ao professor organização de díades, tríades ou grupos maiores para reduzir as dificuldades e garantir a potencialização das habilidades. Nesse sentido, as necessidades educacionais podem ser identificadas em várias situações, decorrentes de condições individuais, econômicas ou socioculturais dos estudantes (NABUCO, 2010; HEREDERO, 2010). Há que se considerar: Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 49 of 74 01/09/2023 11:29 (NABUCO, 2010; HEREDERO, 2010). Há que se considerar: Condições físicas,intelectuais, sociais, emocionais e sensoriais diferenciadas. Deficiências e superdotação. Crianças que são obrigadas a trabalhar ou que vivem nas ruas. Crianças que pertencem a grupos nômades. Crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais. Crianças em situação de vulnerabilidade psíquica e social pertencentes a grupos desfavorecidos ou Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 50 of 74 01/09/2023 11:29 A expressão “necessidades educacionais especiais” está relacionada a crianças e jovens que apresentam elevada capacidade ou dificuldade para aprender, não necessariamente associada com deficiência. Qualquer pessoa, em algum momento da vida, pode apresentar necessidade educacional especial e requerer da escola uma adaptação para acessibilidade ao currículo. Atenção! A expressão “necessidades educacionais especiais” surgiu para evitar os efeitos negativos que alguns termos estavam causando, como excepcionais, subnormais, anormais, incapacitados, e deslocou o foco do estudante para o sistema educacional. Outra questão que merece ser discutida são as associações errôneas feitas entre necessidades educacionais e fracasso escolar. Costumou- se por muito tempo atribuir as causas das dificuldades escolares exclusivamente aos alunos, eximindo a escola de sua responsabilidade pelo processo de aprendizagem. O fracasso escolar era explicado como problema do estudante ou das dificuldades e carências advindas do meio socioeconômico ou da família desestruturada. Várias são as influências que recaem sobre a criança no seu processo de aprendizagem, mas não se pode considerar como determinantes os seus aspectos orgânicos, psíquicos e socioculturais. Há ainda outro termo que frequentemente é associado às necessidades educacionais da pessoa com deficiência, refere-se às necessidades educativas especiais (NEE). As NEE podem ser: marginalizados. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 51 of 74 01/09/2023 11:29 educativas especiais (NEE). As NEE podem ser: • permanentes - exigem adaptações no currículo escolar; • temporárias - exigem adaptação às necessidades do aluno em determinado momento do seu desenvolvimento. Na Educação Especial, o ensino é focado nos alunos com deficiência. Quando se considera a Educação Inclusiva, todos os alunos têm a oportunidade de aprenderem juntos. Na Educação Especial muitos são os esforços empregados para superar as contradições sociais, que impedem a inclusão efetiva. Alguns desses esforços são refletidos nos pressupostos de interatividade e relatividade. Este pressuposto diz respeito às redes de influência entre a família e a escola. Ambos se caracterizam como microssistemas independentes, com rotinas específicas, dinâmicas particulares e hábitos próprios. A família é o primeiro ambiente socializador da criança, seguido pela escola. No entanto, quando esses dois contextos se inter-relacionam, temos a configuração do mesossistema, em que as trocas são construídas, produzidas e desenvolvidas considerando a influência entre dois ambientes socializadores diferentes. As reuniões de pais com professores, as tarefas escolares e o acompanhamento da rotina escolar do filho pela família são exemplos de ações que consideram a configuração do mesossistema (MOREIRA-MALAGOLLI, 2014). Pressuposto da interatividade Pressuposto de relatividade Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 52 of 74 01/09/2023 11:29 Este pressuposto diz respeito à transitoriedade das dificuldades de aprendizagem. Em um dado momento, pode ser que as dificuldades de aprendizagem sejam influenciadas pelas particularidades do estudante; em outro momento, pelos elementos do contexto escolar e social. Pode acontecer que em um determinado período da vida, a criança passe por situações estressoras na família, como presenciar discussões entre os pais. Esse evento pode desenvolver maior vulnerabilidade psíquica, influenciando o seu desempenho acadêmico. Em outro momento, essa criança pode passar por um evento adverso na escola, como o período de provas. O olhar sensível da equipe pedagógica para acompanhar, apoiar e acolher a criança nessas circunstâncias é essencial para a compreensão das suas dificuldades e para o desenvolvimento de projetos e processos que possam potencializar os seus recursos e minimizar adversidades. Currículo escolar O currículo escolar deve ser organizado com base no projeto político pedagógico (PPP) da escola, para organizar o desenvolvimento das atividades escolares (VEIGA, 1998). Assim, ele contempla ações que sugerem o que, quando e como ensinar, bem como as questões que envolvem a avaliação (SASSAKI, 2009). O PPP define a prática escolar operacionalizando o currículo que, por sua vez, viabilizará o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos. Em Pressuposto de relatividade Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 53 of 74 01/09/2023 11:29 uma escola que se orienta pela perspectiva da gestão democrática visando à Educação Inclusiva, é essencial que a equipe e a comunidade se envolvam na sua construção, com diálogos constantes sobre a operacionalização. Para tanto, o gestor deve organizar um grupo de trabalho com representantes da comunidade e da escola, a fim de que o documento possa ser redigido e periodicamente revisado em conjunto. Para viabilizar o processo de aprendizagem de estudantes com necessidades especiais, o currículo precisa contemplar “o que, como e quando aprender, as estratégias de ensino mais eficientes e como e quando avaliar”. No entanto, não basta apenas tornar o currículo acessível. É preciso investir na formação docente, prever reuniões pedagógicas periódicas com pautas formativas, organizando os momentos para o planejamento (no início do ano letivo) e o replanejamento (para o período pós-férias), acompanhando e assessorando as práticas Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 54 of 74 01/09/2023 11:29 período pós-férias), acompanhando e assessorando as práticas pedagógicas em um movimento de articulação entre os objetivos de aprendizagem de cada área do conhecimento, as redes de apoio e as necessidades dos alunos. Esse processo deve preservar a intencionalidade pedagógica, visando à equidade e à qualidade do ensino. Veja, a seguir, algumas adaptações curriculares realizadas na escola. São aquelas que podem ser facilmente realizadas pelo professor e se constituem em pequenos ajustes no contexto normal de sala de aula. Estas adaptações objetivam facilitar o processo de ensino e aprendizagem, mediante agrupamento de estudantes, organização das aulas e dos períodos para a realização das atividades. O agrupamento de estudantes se refere à organização de duplas, trios ou grupos maiores de acordo com o desempenho acadêmico. Um estudante com maior facilidade pode auxiliar outro com maior dificuldade. Estão voltadas para as estratégias que priorizam os conteúdos e enfatizam as capacidades e habilidades básicas de atenção, concentração, memorização, participação e adaptabilidade do estudante, além da sequência pormenorizada, reforço da aprendizagem e reorganização dos conteúdos menos relevantes. Adaptações organizativas Adaptações relativas aos objetivos e conteúdos Adaptações avaliativas Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 55 of 74 01/09/2023 11:29 Referem-se à seleção de métodos e instrumentos utilizados para avaliar o estudante, pensando na forma como atender às suas especificidades e necessidades. Estão associadas à forma como os componentes curriculares serão ensinados, como alteração de métodos,adaptação de materiais, recursos de apoio e sugestão de atividades complementares e prévias, mediante um roteiro de estudo. Estão voltadas para os ajustes no tempo destinado para a realização e conclusão das atividades e no período programado para alcançar determinados objetivos. Além das adaptações elencadas até aqui, e que podem ser realizadas pelo professor, há também adaptações que podem ser subdivididas em: Adaptações voltadas para os objetivos Sugerem a reorganização de objetivos básicos e a introdução de objetivos específicos. Adaptações de procedimentos didáticos Adaptações na temporalidade Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 56 of 74 01/09/2023 11:29 Adaptações que se referem aos conteúdos Dizem respeito à introdução de novos temas e à reestruturação de conteúdos que podem ser abordados em outro momento da trajetória escolar do estudante. Adaptações de metodologia Estão voltadas para a introdução de métodos específicos que atendam a demandas do estudante e propiciem as alterações nos procedimentos didáticos e a organização espacial em sala de aula. Adaptações de avaliação Referem-se aos ajustes nos objetivos, nos conteúdos e na modalidade da avaliação, ou seja, se o estudante será avaliado por prova escrita, seminário, trabalho de compensação de atividade ou outro meio que a equipe pedagógica julgar pertinente. Adaptações na temporalidade São os ajustes temporais, para que o estudante se aproprie dos conhecimentos e das habilidades propostas. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 57 of 74 01/09/2023 11:29 Deve-se atentar para o fato que as adaptações curriculares não devem se desenvolver apenas entre na instância imediata do processo de ensino e aprendizagem, ou seja, entre o professor e o estudante, mas antes devem ser validadas no projeto político pedagógico (PPP), aprovadas pela equipe pedagógica e dialogadas com a família. São ajustes feitos no currículo de forma geral, objetivando a sua flexibilização para atender as necessidades dos estudantes. Caracterizada a área de adaptações curriculares, podemos pensar em alguns apoios para favorecer ou viabilizar a sua eficácia (BRASIL, 2015). São exemplos de apoios: Professores Itinerantes, de sala de recursos, de apoio. As pessoas Familiares, amigos, profissionais da escola e da rede de apoio como monitores, docentes de apoio, coordenador pedagógico e professores. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 58 of 74 01/09/2023 11:29 Os recursos físicos Materiais e ambientais. As atitudes Os valores, as crenças, os princípios. As políticas públicas Deliberações e decisões políticas, legais, administrativas. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 59 of 74 01/09/2023 11:29 Os apoios se diferenciam pela intensidade e podemos caracterizá-los em quatro níveis: intermitentes, limitados, extensivos e pervasivos. São os de pouca duração como os que ocorrem em momentos de crise e que podem ser mediados pela equipe pedagógica. Os recursos De natureza técnica e tecnológica. Os especialistas Programas e serviços de atendimento genéricos e especializados. Apoio de natureza intermitente Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 60 of 74 01/09/2023 11:29 de crise e que podem ser mediados pela equipe pedagógica. Possuem tempo determinado e com fim definido, por exemplo, o reforço pedagógico. Ocorrem em ambientes definidos e possuem tempo ilimitado, como os atendimentos em sala de recursos ou de encaminhamento para atendimento psicopedagógico. São constantes, com alta intensidade e longa duração, recomendados para os estudantes com deficiências mais graves ou múltiplas deficiências, que envolvem a participação constante da rede de apoio, sobretudo dos profissionais especializados, na escola e em casa, propondo, acompanhando e subsidiando recursos, atividades e projetos para tornar o currículo acessível. Quanto ao reforço pedagógico, é importante lembrar que a escola, ao oferecer esse apoio, deve esclarecer à família e ao estudante os motivos do encaminhamento, conscientizando-os e tranquilizando-os de que se refere a um recurso para potencializar as habilidades já desenvolvidas ou em processo de desenvolvimento. Apoio de caráter limitado Apoios extensivos Apoios pervasivos Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 61 of 74 01/09/2023 11:29 Comentário A escola deve ainda ter nesse recurso um motivo de apoio ao trabalho do professor regente, articulando os conteúdos e metodologias em prol de objetivos comuns. Por fim, a comunidade escolar em geral deve ter ciência de que o reforço pedagógico é um recurso à aprendizagem que pode ser ofertado para todos os alunos, não os discriminando ou estereotipando-os. Processos de avaliação, promoção e retenção A avaliação é o processo que oferece ao professor, mediante indicadores qualitativos e quantitativos, elementos para delinear as ações do seu trabalho. A concepção de avaliação deve estar contemplada no projeto político pedagógico da escola, respaldando o funcionamento da equipe docente e técnica, o currículo, o clima organizacional e o modelo de gestão. É mediante a avaliação que o professor organiza a sua prática, de�nindo as atividades pedagógicas. A avaliação ainda oferece o feedback para o estudante sobre as habilidades que ele já possui e as que precisa desenvolver, nos aspectos intelectual, motor, socioemocional e de comunicação. Ainda quanto ao estudante, é fundamental que o docente considere o estilo de aprendizagem de cada um na sala de aula, envolvendo os aspectos de motivação, atenção, concentração e memorização. Ao pensarmos no processo avaliativo, deve-se considerar o ambiente da sala de aula no que concerne a: metodologias, organização, Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 62 of 74 01/09/2023 11:29 sala de aula no que concerne a: metodologias, organização, procedimentos didáticos, atuação do professor, relações interpessoais, individualização do ensino, condições físico-ambientais e flexibilidade curricular. A avaliação também requer o envolvimento do contexto familiar. O processo avaliativo deve se pautar nas atitudes e expectativas com relação ao estudante, na participação na escola, no apoio propiciado ao estudante e à sua família, nas condições socioeconômicas, nas possibilidades e pautas educacionais e na dinâmica familiar. Esses elementos devem compor as orientações e os diálogos constantes com a família, em um processo que permita a escuta e o acolhimento dos responsáveis. A avaliação oferece recursos para a equipe pedagógica pensar na promoção ou na retenção de estudantes. As adaptações devem ocorrer somente quando forem necessárias. Alguns aspectos devem ser Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 63 of 74 01/09/2023 11:29 observados para orientar a promoção ou a retenção dos estudantes com necessidades especiais: A verificação da possibilidade de o estudante ter acesso às situações escolares regulares e com menor número possível de necessidade de apoio especial. A valorização de sua permanência com os colegas que favoreçam o seu desenvolvimento, comunicação, autonomia e aprendizagem. A habilidade de competência curricular para atingir os objetivos e atender aos critérios de avaliação previstos no currículo adaptado. O efeito emocional da promoção ou da retenção para o estudante e sua família. Educação especial: conceituação e históricohttps://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 64 of 74 01/09/2023 11:29 Princípios e desa�os da Educação Inclusiva Neste vídeo a partir do relato de estudos e pesquisas, a professora reflete sobre os princípios da Educação Inclusiva, bem como sobre os seus maiores desafios. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 65 of 74 01/09/2023 11:29 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Pensar e discutir Educação Inclusiva pressupõe elementos essenciais para a equidade dos processos, envolvendo a pessoa com necessidades educacionais especiais, a família, a equipe escolar e a rede de apoio especializada. Esses elementos dizem respeito: A A um modelo de gestão democrática na escola, com foco na formação e no acompanhamento da equipe e com a participação de uma rede de apoio que poderá prestar assessoria e orientação à instituição. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 66 of 74 01/09/2023 11:29 Parabéns! A alternativa A está correta. Educação Inclusiva pressupõe elementos essenciais para a equidade dos processos. Esse contexto envolve não somente a pessoa com deficiência e a sua família, mas a escola e a sociedade de modo geral. Nesse sentido, a escola como instituição social tem um papel fundamental, pois, apoiada em uma gestão democrática, deverá focar na formação e no acompanhamento da equipe e dos docentes. A formação e o acompanhamento serão fundamentados também na rede de apoio, com assessoria e orientação para o aprimoramento das práticas. Questão 2 B À necessidade de um laudo médico na escola e à orientação às práticas docentes. C À necessidade de um laudo médico na escola e orientação para que a família siga as orientações para o ajustamento social e educacional do filho. D À formação especializada dos docentes, com foco no atendimento individualizado somente. E À formação e ao acompanhamento da equipe pautado no prognóstico médico. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 67 of 74 01/09/2023 11:29 A concepção e a efetivação das práticas na escola devem estar fundamentadas no projeto político pedagógico (PPP), construído de forma democrática, atendendo com intencionalidade pedagógica os anseios dos atores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Em um contexto de Educação Inclusiva, essa premissa não se altera. Ou seja, o PPP contempla ações que sugerem: Parabéns! A alternativa E está correta. A gestão democrática na escola está relacionada à construção de um projeto político pedagógico (PPP) que responda aos anseios sociais, com a defesa e a efetivação das práticas com intencionalidade pedagógica e equidade para as oportunidades que se abrem na instituição para a comunidade. Neste sentido, o PPP deve assegurar o que, quando e como ensinar e avaliar, A O que e quando ensinar. B Quando e como avaliar. C O que e quando avaliar. D Quando e como ensinar. E O que, quando e como ensinar e avaliar. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 68 of 74 01/09/2023 11:29 considerando todos os alunos. Considerações �nais Vimos que há diferenças conceituais entre os movimentos da integração e da inclusão sobretudo no campo da Educação Escolar. Mesmo diante dos investimentos, a situação dos sistemas educacionais brasileiros ainda revela dificuldades para atender as necessidades de todos os alunos. A organização do currículo regular talvez esteja evidenciando pouca eficácia para superar as restrições do sistema ou compensar as limitações dos alunos. Diante desse contexto, é pertinente rever os cursos de formação de professores com base em um projeto articulado com o incentivo à pesquisa científica e a escuta às escolas. Dar voz aos professores, atores diretos no processo de acompanhamento da aprendizagem dos alunos, pode favorecer o debate e o diálogo com práticas pedagógicas bem-sucedidas e revelar situações que exigem a correção da rota no processo de ensino e aprendizagem. Ainda é necessário fazer articulações constantemente com a rede de apoio, pensando na família, em busca da compreensão das preferências, dos hábitos, das rotinas e da dinâmica da casa, mas também contemplando os profissionais especializados, com vistas a alinhar a linguagem, as estratégias e os procedimentos em prol da acessibilidade ao currículo e da promoção do desenvolvimento e da aprendizagem do estudante. Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 69 of 74 01/09/2023 11:29 Podcast Agora, a especialista Gabriela Maffei finaliza refletindo sobre os movimentos da integração e da inclusão e as mudanças atitudinais no campo da educação escolar. Explore + Para saber mais sobre os tratados neste conteúdo, leia os artigos: Educação de excepcionais no periódico Mensagem da APAE (1963-1973): uma pedagogia para a modelagem e ajustamento social,de Giovani Ferreira Bezerra e Alessandra Cristina Furtado. Como autoras trazem o cenário e as concepções sobre a deficiência subjacentes à época. História da Educação, 9 abr. 2020. Disponível no portal SciELOBrasil. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil,de Enicéia Gonçalves Mendes. A autora, referência na área, analisa o processo de Educação especial: conceituação e histórico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02405/index.html# 70 of 74 01/09/2023 11:29 Gonçalves Mendes. A autora, referência na área, analisa o processo de inclusão escolar no país a partir dos pressupostos dos direitos sociais e das políticas públicas. Revista Brasileira de Educação, v 11, nº 33, dez. 2006. Disponível no portal SciELO Brasil. Atitudes sociais de professores em relação à inclusão: formação e mudança, deCamila Mugnai Viera e Sadao Omote. Os autores discutem a importância da formação profissional em um debate campo de amplo. Revista Brasileira de Educação, Espec. 27, jul. 2021. Disponível no portal SciELO Brasil. 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