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502 Infarto Agudo do Miocárdio - Avaliação e Inclusão do Paciente Cardiopata... Quadro 20.6 - Contraindicações clinicas para a reabilitação cardíaca em Daci. internado e paciente externo aciente Angina instável Pressão sistólica em repouso > 200mmHg ou pressåo diastólica em repouso> 110mmi deverão ser avaliadas diariamente mHg Queda ortostática de pressão arterial > 20mmHg com sintomas Estenose aórtica significativa Doença sistêmica aguda com febre Arritmias arteriais ou ventriculares descontroladas Taquicardia sinusal descontrolada (> 120 bpm) Insuficiência cardíaca congestiva descompensada Bloqueio atrioventricular de 30 grau (sem marca-passo) Pericardite ou miocardite ativa Embolia recente Tromboflebite Alteração em repouso do segmento ST (> 2mm) Diabetes descontrolada (glicose sanguínea em repouso > 400mg/dL) Afecções ortopédicas graves que poderiam tornar o exercicio proibitivo A progressão de atividades, após o período de repouso, deve ter início de acordo com a tolerância do paciente. Na enfermaria, os sinais vitais devem continuar sendo controlados antes, du- rante e após o atendimento fisioterapêutico. Nessa etapa do atendimento, pode-se fazer uso do frequencímetro de pulso para auxiliar a controlar a FC; o gasto ca- lórico pode atingir até 4MET, ou seja, intensidade de esforço correspondente às várias atividades usuais do dia a dial,10, 12,13 Prescrição da fase I Os programas de exercícios estruturados e formalizados (Tabela 20.2) nem sempre são possíveis de serem aplicados de forma completa, por causa da menor auraya da permanência hospitalar, mas continuam sendo referência para a prescriçao u esforço na fase I da RCV2.10 Os exercícios são protocolados com relação ao tipo, à intensidade e à repeu e seu gasto calórico é estimado em MET. Como a prescriç�o é individual. ela também dependerá das condições do paciente (evolução clínica), ao dimentos realizados e das adaptações a cada etapa. Recomendações para a prescrição: tição proce Intensidade: - FC < 120bpm ou FC repouso + 20bpm. Infarto Agudo do Miocárdio Avaliação e Inclusão do Paciente Cardiopata... 503 Tabela 20.2 Programa hospitalar progressivo de atividades fisicas (fase l) Local Etapas Programação das atividades Gasto calórico (MET) Paciente deitado UCO 1 1-2 Exercicios respiratórios Exercicios ativos de extremidades Exercicios ativo-assistidos de cintura, cotovelos e joelhos Paciente sentado Exercicios respiratórios associados aos 2 UCO 1-2 MMSS Exercicios de cintura escapular Exercicios ativos de extremidades Paciente deitado Exercicios ativos de joelhos e coxofemoral Paciente em pé Enfermaria 2-3 Conduta anterior Exercicios ativos de MMSS Alongamento ativo de MMII Iniciar deambulação: 35m (2 3min), no ritmo do paciente 4 Paciente em pé Enfermaria 2 3 Alongamento ativo de MMSS e MMII Exercicios ativos de MMSS (movimentos diagonais e circundação) Deambulação: 70m (3 5min) Paciente em pé Enfermaria 3-4 Conduta anterior Alongamento ativo de MMSS e MMII Rotação de tronco e pescoço Deambulação: 140m (6 -8 min) Paciente em pé Enfermaria 4 6 Alongamento ativo de MMSS e MMIl Exercícios ativos de MMSS associados à caminhada Descer escada lentamente e retornar de elevador cerca de 8 degraus Deambulação: 210m (8 10min) Continuação da 68 etapa Descer e subir escada lentamente 7 Enfermaria 3-4 Receber orientações finais para alta hospitalar MET equiva a A metabólico; MMIl = músculos inferiores; MMSS = músculos superiores; UCO = unidade coro- do O Protocolo da Emory University School of Medicine e Mayo Clinics&.12, 504 Infarto Agudo do Miocárdio - Avaliação e Inclusão do Paciente Cardiopata.. Indice de percepcão de esforço de Borg: <4 (escala de 0-10) modificada. < 13 (escala de 6-20) convencional. Duração: no infcio do programa, de 5 a lomin ate 20 a 30min (aumentan. progressivamente com a evolução do protocolo). Frequência: início duas a quatro vezes ao dia (tempo menor) até uma duas vezes ao dia (duração maior). tando a a Além da FC, deve-se observar o paciente e as respostas cardiocirculatórias ao esforço, caso apresente sinais de intolerância, o atendimento deve ser interromni do-s. A manifestação de intolerância ou complicaçOes sao impedimentos tem- porários, deve-se iniciar ou retornar ao programa assim que o problema for contornadol3° (Quadro 20.5). Em geral, os critérios para encerrar uma sessão de exercícios para pacientes intermados são semelhantes ou ligeiramente mais conservadores que aqueles ado- tados para encerrar um teste de esforço submáximo89. Os exercícios de músculos superiores (MMSS), associados aos exercícios respiratórios, auxiliam na prevenção das complicações pulmonares em decorên- cia, muitas vezes, dos quadros de congestão pulmonar no pós-infarto do miocár dio; esses exercícios e os exercícios isométricos devem ser prescritos, porém, com cuidado, pois envolvem maior demanda de O2 pelo miocárdio. Com relação aos alongamentos, eles também devem ser bem orientados pela facilidade de desen- cadearem a manobra de Valsalva e a elevação da PAI,11,12 Controle da intensidade Embora se utilize o programa de etapas para prescrição dos exercícios, o uso da FC ortostática de repouso somada de 10 a 20bpm ou FC de 120bpm são índices predeterminados apropriados da intensidade para esses pacientes interromperem o esforço2.6,13,14 Pelo fato de o comportamento da FC poder estar sob efeito de medicações. como betabloqueador, bloqueadores dos canais de cálcio e não servir como refe rência, o uso da escala de sensação subjetiva de cansaço ou escala de Borg é encorajado: índice de percepção de esforço de Borg (IP Borg). Antes da alta hospitalar, os pacientes com infarto do miocárdio não complica- do devem realizar teste de esforço submáximo ou sintoma limitante, com o obje tivo de avaliar a eficácia do regime de tratamento medicamentoso, estratificaçao de risco para evento subsequente, determinar a capacidade funcional e auxiliar elaboraç�o de programa de exercícios após a alta hospitalar e na programagao fase I1 8.9 (Tabela 20.3). Nogueira et al.", estudando pacientes após IAM e teste da caminhada de o min, concluiram ser esse teste um importante instrumento para avaliação no no da alta hospitalar e auxílio no planejamento das orientações. omento