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DISCIPLINA DE LIBRAS – AULA 02 ASPECTOS LINGUÍSTICOS E GRAMATICAIS As línguas de sinais se diferenciam das orais, principalmente, devido à modalidade de produção e percepção. Elas são conhecidas pela construção de sua base de sinalização alicerçada em parâmetros próprios, que criam uma estrutura gramatical distinta, mas possuem fonética, fonologia, morfologia, sintaxe e semântica, assim como as línguas orais. ● A Língua Brasileira de Sinais (Libras) tem sua origem na Língua de Sinais Francesa, em uma relação similar à que a Língua Portuguesa possui com o português falado em Portugal ● Além disso, a língua de sinais sofre influências culturais com o passar dos anos e, como qualquer outra, possui expressões (sinais) que diferem de acordo com a localidade (regionalismos). ● A seguir, você pode ver a diferença entre as línguas orais e as de sinais. Oral-auditiva = Falar — escutar Gesto-visual = Sinalizar — olha Arbitrariedade versus iconicidade muitos pensam incorretamente que cada sinal realizado é como um desenho, o qual precisa ter relação direta com o seu referente, porém, isso não pode ser considerado como regra. Classificadores Os classificadores são uma estratégia linguística que busca passar determinado significado ou mensagem, moldando sinais, incorporando personagens ou apenas usando a criatividade espacial para transmitir algum entendimento. Eles podem utilizar as configurações de mãos para expressar, por exemplo, o plural de algo (vários copos), e aparecer em situações de nível semântico (significado), sintático (organização e estrutura da frase) e morfológico (gênero, plural, modo, tamanho, etc.). ● 1. Descritivos: descrevem paisagens, prédios, imagens, entre outros. ● 2. Especificadores: são uma descrição mais detalhada sobre alguma coisa, descrevendo visualmente a forma, a textura, o tamanho, o cheiro, etc. do objeto, do corpo de uma pessoa ou de animais. ● 3. Plural: são as configurações de mãos ou o sinal que substituem o objeto que se deseja descrever, sendo repetidas diversas vezes para passar a ideia de plural. Por exemplo, vários copos. ● 4. Instrumental: é a incorporação de personagem descrevendo a ação ao utilizar um determinado instrumento. Por exemplo, usar um martelo. ● 5. De corpo: descreve a ação por meio da expressão facial e/ou corporal dos seres que se deseja especificar. Por exemplo, um gato afiando as unhas. O classificador não é considerado uma mímica, apesar de utilizar esse recurso espacial para auxiliar no entendimento da mensagem, porque ele se apoia ou usa os parâmetros das línguas de sinais na produção de significado linguístico, e a mímica não os utiliza. Parâmetros das línguas de sinais A língua de sinais é muito mais complexa do que somente aprender sinais ou fazer alguns gestos, pois deve-se ter a capacidade visuoespacial, a qual tem sua base estruturada nos cinco parâmetros básicos dessa língua. Como a Língua Portuguesa ou qualquer outra oral, ela possui alguns elementos básicos, como: • configuração de mãos; • ponto de articulação ou localização; • movimento; • orientação/direcionalidade das mãos; • expressão facial e/ou corporal. Como já mencionado, as línguas de sinais utilizam a modalidade gesto-visual e são consideradas naturais, assim como as línguas orais, pois surgiram por meio da interação espontânea entre os seus usuários. Elas possuem uma estrutura gramatical singular que, apesar das diferenças, apresenta níveis de conhecimento gramatical fonológico, morfológico, semântico, sintático e pragmático. Nível fonético-fonológico A fonética estuda a produção do sinal a fim de descrever cada parte (configuração de mãos, localização, movimento etc.) que o compõe, contudo, sem analisar o sentido dessa produção. A fonologia se preocupa com a análise dos sinais e de suas variações, verificando como são organizados na mente do sinalizante, as regras de uso, quando e onde são usados, bem como se houve mudança e/ou alteração de sentido. Nível fonético-fonológico A fonética estuda a produção do sinal a fim de descrever cada parte (configuração de mãos, localização, movimento etc.) que o compõe, contudo, sem analisar o sentido dessa produção. A fonologia se preocupa com a análise dos sinais e de suas variações, verificando como são organizados na mente do sinalizante, as regras de uso, quando e onde são usados, bem como se houve mudança e/ou alteração de sentido. Nível morfológico Em caráter morfológico, existem algumas questões bem específicas das línguas de sinais. As línguas orais utilizam o “s” para designar plural, o sufixo “inha” ou “inho” para diminutivos, e o “o” e “a” para os gêneros masculino e feminino; já as de sinais têm outras formas de expressar esses itens morfológicos. Nível sintático As línguas orais possuem estruturas sintáticas que podem variar bastante, sendo uma das mais comuns na Língua Portuguesa a construção sujeito — verbo — objeto (SVO). eu ir casa (SVO); eu casa ir (SOV); ir casa eu (VOS); casa eu ir (OSV). Nível semântico e pragmático Quanto à semântica e à pragmática em línguas de sinais, precisa-se entender o que significa cada uma delas. A semântica foca no estudo linguístico em nível lexical, que abrange a relação de polissemia, sinonímia, antonímia e parônimos dos sinais, bem como no nível de sentença, o qual estuda a estrutura e a ambiguidade de frases. 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