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2 SUMÁRIO 1. Veículos de Duas Rodas ................................................................................ 3 1.1. Símbolos e Comandos de uma Motocicleta .............................................. 3 1.2. Inspeções Periódicas ................................................................................ 4 1.3. Cuidados Especiais ................................................................................... 5 1.4. Capacete ................................................................................................... 7 1.5. Postura Adequada ao Conduzir a Motocicleta .......................................... 8 1.5.1. Nas Curvas ...................................................................................................... 9 1.6. Transporte Remunerado de Carga ........................................................... 9 1.6.1. Limites Máximos do Dispositivo Tipo Fechado (Baú) ............................. 10 1.6.2. Limites Máximos do Dispositivo Tipo Aberto (Grelha)............................ 10 1.7. Acidentes com Motociclistas ................................................................... 11 1.8. Semirreboques ........................................................................................ 12 1.9. Motofrete ................................................................................................. 13 2. Veículos de Quatro ou mais Rodas ............................................................ 14 2.1. Mecânica ................................................................................................. 14 2.2. Motor ....................................................................................................... 15 2.3. Órgãos Fixos ........................................................................................... 17 2.4. Órgãos Móveis ........................................................................................ 18 2.5. Tempos do Motor .................................................................................... 20 2.6. Órgãos de Comando ............................................................................... 22 2.7. Sistema de Alimentação ......................................................................... 23 2.8. Sistema de Ignição.................................................................................. 25 2.9. Sistema de Lubrificação .......................................................................... 26 2.10. Sistema de Arrefecimento ou Refrigeração ............................................ 27 2.10.1. Refrigeração a Água: ................................................................................... 27 2.10.2. Refrigeração a Ar.......................................................................................... 28 2.11. Sistema de Transmissão ......................................................................... 28 2.12. Sistema de Suspensão ........................................................................... 30 2.13. Sistema de Direção ................................................................................. 33 2.14. Sistema Elétrico ...................................................................................... 34 2.15. Sistema de Escapamento ....................................................................... 35 2.16. Sistema de Freio ..................................................................................... 35 2.17. Pneu ........................................................................................................ 36 3 1. Veículos de Duas Rodas De fato, os veículos de 2 (duas) rodas apresentam algumas vantagens em relação aos veículos de 4 (quatro) rodas, tais como: menor consumo de combustível, maior facilidade de deslocamento e estacionamento, menor valor para aquisição etc. Porém, a condução de veículos de 2 (duas) rodas requer extremo cuidado e atenção. Nos acidentes, os motociclistas geralmente sofrem graves lesões – pois seus corpos não se encontram envolvidos por uma carroçaria de aço. As lesões mais comuns são fraturas múltiplas, hemorragias, fratura na coluna e traumatismo craniano. Observação: O capacete protege a parte externa da cabeça, ou seja, a caixa craniana. Porém, dependendo do impacto que a cabeça do motociclista recebe, no momento do acidente, as suas partes internas podem se lesionar (podendo até se deslocarem) causando, assim, um trauma cranioencefálico. 1.1. Símbolos e Comandos de uma Motocicleta Assim como os condutores de carros, os motociclistas devem ter total conhecimento sobre o significado dos símbolos do painel de instrumentos, bem como de todos os comandos a ele disponibilizados quando na condução, parada e estacionamento de sua motocicleta, como por exemplo: - a manete da embreagem é acionada com a mão esquerda; Observação: A embreagem não deve apresentar uma folga superior a 2 cm (dois centímetros). - o freio dianteiro é acionado por meio da manete do lado direito; Observação: O freio não deve apresentar uma folga superior a 1 cm (um centímetro). - a troca de marcha é feita com o pé esquerdo; - o freio traseiro é acionado com o pé direito. Observação: 4 Para maior segurança, ao parar, o motociclista deverá apoiar-se por meio do pé esquerdo (no chão), pois o pé direito deverá ser mantido no pedal de freio. - dentre outros tantos comandos e seus respectivos meios de acionamento. Vejamos: 1.2. Inspeções Periódicas Antes de sair com a motocicleta, o motociclista deve fazer uma inspeção nos seus equipamentos e dispositivos de segurança. O óleo do motor (óleo lubrificante) é naturalmente consumido durante o uso da motocicleta. Assim, o motociclista deve sempre inspecionar seu nível antes de pilotar (se necessário, complete até o nível recomendado). O nível de óleo é verificado por meio da tampa/vareta e deve estar entre a marca do nível superior e nível inferior existente na tampa/vareta. O motociclista deve trocar o óleo e limpar a tela do filtro de acordo com as recomendações do fabricante. 5 A adequada regulagem dos retrovisores também é extremamente importante. Para isso, o motociclista deve sentar-se na motocicleta (em local plano) e virar os espelhos até obter o melhor ângulo de visão. O motociclista deve utilizar constantemente os retrovisores, além de olhar sobre os ombros (para ter visão da área que o retrovisor não alcança). Também deve ser verificado: - se a quantidade de combustível será suficiente para o percurso pretendido; - o funcionamento de todas as lâmpadas (farol, luz de freio, setas etc.); - as condições e a lubrificação dos cabos de embreagem e freio; - o estado, a lubrificação e a folga da corrente de transmissão (que não deve apresentar uma folga superior a dois centímetros). - o estado e a calibragem dos pneus (utilizar a calibragem recomendada pelo fabricante – seguir o manual do proprietário); - as condições das lonas, das pastilhas e do fluido de freio. 1.3. Cuidados Especiais Veja e seja visto – o motociclista jamais deve se colocar nos “pontos cegos” ou “pontos mortos” dos motoristas (pontos onde o motorista, de dentro do carro, não consegue enxergar o motociclista). 6 À noite e em dias chuvosos, o motociclista deve usar, de preferência, roupas claras – para que os motoristas e demais motociclistas possam enxergá-lo com mais facilidade. Durante o percurso, o motociclista não deve fixar o olhar em um só ponto. Deve movimentar os olhos constantemente - ter uma atenção difusa. Vale ressaltar que o motociclista não deve emprestar a motocicleta a pessoas inexperientes. Além disso, para maior proteção do corpo, tanto o motociclista quanto o passageiro devem utilizar calçado fechado, luvas de motociclismo e roupas de tecido grosso e resistente. O farol deve estar aceso durante o dia e durante a noite,ao transitar com a motocicleta. O motociclista e o passageiro devem utilizar somente capacetes com selo externo ou etiqueta interna, comprovando a certificação do produto, pelo Inmetro. 7 1.4. Capacete Para conduzir veículos de duas rodas nas vias públicas, é obrigatório o uso de capacete motociclístico pelo condutor e passageiro. O capacete deve estar certificado por organismo acreditado pelo INMETRO (de acordo com regulamento de avaliação da conformidade por ele aprovado). O capacete deve, também, conter o selo de identificação da conformidade do INMETRO ou uma etiqueta interna com a logomarca do INMETRO (a etiqueta também pode ser afixada no sistema de retenção). Vale lembrar que o capacete deve estar dentro do prazo de validade (geralmente 3 anos). Além disso, deve apresentar viseira ou, na ausência desta, óculos de proteção (aquele que permite ao usuário a utilização simultânea de óculos corretivos ou de sol), em boas condições de uso. Capacetes certificados: É proibido o uso de óculos de sol, óculos corretivos ou de segurança do trabalho (EPI), de forma singular, em substituição aos óculos de proteção. Quando o veículo estiver em circulação, a viseira (ou óculos de proteção) deverá estar posicionada de forma a dar proteção total aos olhos – deverá estar abaixada para possibilitar a proteção total frontal dos olhos, considerando-se um plano horizontal, permitindo-se, no caso dos capacetes com queixeira, uma pequena abertura para garantir a circulação de ar. Quando o veículo estiver imobilizado na via, independentemente do motivo, a viseira poderá ser totalmente levantada, devendo ser imediatamente restabelecida a posição frontal aos olhos quando o veículo for colocado em movimento. No caso dos capacetes modulares, além da viseira, a queixeira deverá estar totalmente abaixada e travada. A viseira é fabricada nos padrões cristal, fumê light, fumê e metalizadas. Para o uso noturno, somente a viseira cristal é permitida, as demais são para o uso exclusivo diurno. 8 É proibida a aposição de película na viseira do capacete e nos óculos de proteção. O motociclista, assim como o passageiro, deve escolher um capacete de cor clara e com os adesivos refletivos de segurança (obrigatórios nas partes traseiras e laterais do capacete). O capacete tem de estar devidamente afixado à cabeça do motociclista (e passageiro) pelo conjunto formado pela cinta jugular e engate, por debaixo do seu maxilar inferior. Os capacetes que não estão devidamente presos à cabeça dos motociclistas (e passageiro) costumam se soltar em casos de acidentes – o que leva a vítima a sofrer lesões mais graves na cabeça. 1.5. Postura Adequada ao Conduzir a Motocicleta O Motociclista deve: a) manter a cabeça em posição vertical, olhando para frente; b) manter os braços e ombros relaxados, semi-inclinados de forma que os cotovelos apontem para baixo; c) manter as mãos em nível mais alto que os punhos; d) sentar-se próximo ao tanque (firme o tanque com as pernas) para maior estabilidade e melhor dirigibilidade (o motociclista conseguirá virar o guidom sem esforço dos ombros); e) manter os pés paralelos ao chão, durante o percurso. 9 1.5.1. Nas Curvas a) moto e condutor inclinados: técnica que dá maior estabilidade e segurança; é utilizada nos casos de curvas abertas, velocidade mais baixa, pista seca e limpa. b) moto não inclinada e condutor inclinado: técnica que permite que o pneu da moto mantenha maior área de contato com a pista evitando derrapagem. É utilizada nos casos de chuva, pista suja (areia, resíduos etc.), pista de terra, curva fechada e ao perceber que a velocidade é maior que a compatível para a curva. c) moto inclinada e condutor não inclinado: técnica que dá maior capacidade de direcionamento em menor tempo; é utilizada para manobras rápidas, como desvio de buracos, pedras etc. Observação: antes de desviar de obstáculos na pista, o motociclista deve verificar os retrovisores. 1.6. Transporte Remunerado de Carga Para o transporte remunerado de carga, as motocicletas e motonetas deverão ser registradas na categoria “aluguel” (placas vermelhas e caracteres brancos) e a espécie alterada para “carga”. Na motocicleta e motoneta poderão ser instalados dispositivos permanentes ou removíveis, tipo fechado (baú) ou aberto (grelha), para transporte de cargas, desde que obedecidas as especificações do fabricante do veículo no tocante à instalação e ao peso máximo admissível. 10 1.6.1. Limites Máximos do Dispositivo Tipo Fechado (Baú) Largura – 60 cm (sessenta centímetros). Comprimento – não poderá exceder a extremidade traseira do veículo. Altura – 70 cm (setenta centímetros) de sua base central, medida a partir do assento do veículo. Observação: O equipamento do tipo fechado (baú) deve conter faixas retrorrefletivas de maneira a favorecer a visualização do veículo durante sua utilização diurna e noturna. 1.6.2. Limites Máximos do Dispositivo Tipo Aberto (Grelha) Largura – 60 cm (sessenta centímetros). Comprimento – não poderá exceder a extremidade traseira do veículo. Altura – a carga acomodada no dispositivo não poderá exceder a 40 cm (quarenta centímetros) de sua base central, medida a partir do assento do veículo. 11 Observação: As dimensões da carga a ser transportada não podem extrapolar a largura e o comprimento da grelha. A posição do dispositivo e a forma de fixação do objeto a ser transportado não podem interferir na utilização, na montagem ou no funcionamento de nenhum equipamento original do veículo. Quando o dispositivo ocupar parcialmente o assento do veículo, não será permitido o transporte de passageiro. O condutor deverá permanecer visível aos condutores dos demais veículos em circulação na via. Os dispositivos de iluminação e sinalização, assim como a placa de identificação do veículo, deverão manter-se visíveis e inalterados. Nas motocicletas e motonetas é permitida a utilização de alforjes, bolsas ou caixas laterais, com limite máximo de: Largura – não poderá exceder as dimensões máximas dos veículos, medida entre a extremidade do guidom ou das alavancas de freio à embreagem, a que for maior, conforme especificação do fabricante do veículo. Comprimento – não poderá exceder a extremidade traseira do veículo. Altura – não superior à altura do assento em seu limite superior. O condutor de motocicleta e motoneta utilizadas para transporte remunerado de cargas deverá usar colete para favorecer a sua visualização durante sua utilização diurna e noturna. Nenhum objeto deve ser preso no guidom da motocicleta. O motociclista não deve deixar exceder a capacidade de carga da motocicleta. A bagagem deve estar bem fixada e seu peso deve ser mantido próximo ao centro da motocicleta. Os pneus devem ser calibrados de acordo com o peso colocado sobre a motocicleta (verificar o manual do fabricante). 1.7. Acidentes com Motociclistas Ao se deparar com um motociclista acidentado, de capacete, o socorrista deve verificar se ele está conseguindo respirar sem dificuldades. Caso o motociclista apresente sinais de parada respiratória ou caso ele apresente dificuldade para respirar (em razão do capacete), o socorrista, com o auxílio de mais uma pessoa, deve retirá-lo, com o máximo de cuidado possível. 12 Primeiramente, um dos socorristas deve imobilizar a cabeça da vítima, segurando por baixo do capacete (para evitar lesão na medula cervical). Em seguida, o outro socorrista deve abrir a viseira do capacete para retirar objetos móveis que estejam em seu interior, soltar a jugular e, vagarosamente, puxar o capacete da cabeça da vítima. Logo após retirar o capacete, deverá verificar o que será necessário fazer e prestar os primeiros socorros. Observação: “O capacete só deve ser retirado quandoa sua manutenção trouxer risco de vida para a vítima”. 1.8. Semirreboques As motocicletas e motonetas dotadas de motor com mais de 120 cc poderão tracionar semirreboques especialmente projetados para uso exclusivo desses veículos e devidamente homologados pelo Denatran. Os semirreboques devem apresentar: - Número de identificação veicular (VIN – gravado na estrutura do semirreboque). - Ano de fabricação do veículo (gravado em 4 (quatro) dígitos). - Plaqueta com os dados de identificação do fabricante, tara, lotação, PBT e dimensões (altura, comprimento e largura). - Equipamentos obrigatórios (para-choque traseiro; lanternas de posição traseira, de cor vermelha; protetores das rodas traseiras; freio de serviço; lanternas de freio, de cor vermelha; iluminação da placa traseira; lanternas indicativas de direção traseira, de cor âmbar ou vermelha; pneu que ofereça condições de segurança). Dimensões do semirreboque, com ou sem carga: Largura máxima – 1,15 m (um metro e quinze centímetros). Altura máxima – 90 cm (noventa centímetros). 13 Comprimento total máximo (incluindo a lança de acoplamento) – 2,15 m (dois metros e quinze centímetros). 1.9. Motofrete As motocicletas e motonetas destinadas ao transporte remunerado de mercadorias (motofrete) somente poderão circular nas vias com autorização emitida pelo órgão ou pela entidade executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto: I – registro como veículo da categoria de aluguel; II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado no chassi do veículo, destinado a proteger o motor e a perna do condutor em caso de tombamento; III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas; IV – inspeção semestral, para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança. A instalação ou incorporação de dispositivos para transporte de cargas deve estar de acordo com a regulamentação. É proibido o transporte de combustíveis, produtos inflamáveis ou tóxicos e de galões por motofrete, com exceção do gás de cozinha e de galões contendo água mineral, desde que com o auxílio de sidecar. Observação: “Desrespeitar as normas anteriores constitui infração grave sujeita a multa e apreensão do veículo para regularização”. Independente das exigências anteriores, aos Estados e aos Municípios compete aplicar as exigências previstas em seus regulamentos, para as atividades de motofrete no âmbito de suas circunscrições. 14 2. Veículos de Quatro ou mais Rodas Os condutores devem ter total conhecimento sobre o funcionamento, o significado dos símbolos do painel de instrumentos, bem como de todos os comandos a ele disponibilizados para condução, parada e estacionamento de seu veículo. Também é importante saber sobre a função de cada uma das peças que, somadas, proporcionam movimento, força, redução de velocidade, parada e estabilidade ao seu veículo. Esse conhecimento é importante para evitar acidentes e para manutenção do correto funcionamento do veículo, de forma a preservá-lo. Vejamos, primeiramente, a simbologia dos comandos e dispositivos do veículo – que normalmente é disposto ao condutor no “painel de instrumentos”. 2.1. Mecânica Mecânica: ciência que estuda as leis do movimento e do equilíbrio. 15 Para melhor compreensão da mecânica de um veículo, é necessário dividi-la nos seguintes grupos: A) MOTOR – responsável pelo movimento do veículo. B) TRANSMISSÃO – transmite a força do motor para as rodas. Observação: A roda que recebe a força do motor é denominada “roda motriz”. C) SUSPENSÃO – responsável pelo conforto (reduz trepidações) e estabilidade do veículo. D) DIREÇÃO – responsável pelo direcionamento do veículo. E) RODAS, PNEUS E FREIO. F) SISTEMA ELÉTRICO. G) CARROÇARIA – lataria do veículo. Observações: • as carroçarias são feitas de aço galvanizado ou alumínio (em alguns veículos); • a maioria dos carros modernos tem uma estrutura de carroçaria monobloco. 2.2. Motor Motor é o aparelho capaz de transformar uma energia qualquer em energia mecânica. Espécies de motores, de acordo com seu funcionamento: - motor movido a ar; - motor movido a água; - motor elétrico; - motor térmico; - motor nuclear. Observação: Os veículos que transitam nas vias públicas apresentam motores elétricos ou motores térmicos. 16 Motor elétrico: é quando a energia mecânica que ele fornece provém de um circuito elétrico (baterias ou cabos elétricos). Tem a grande vantagem de não poluir o meio ambiente. Motor térmico: é quando a energia mecânica que ele fornece provém de uma fonte calorífica – transforma o calor desenvolvido pela combustão (queima) de combustíveis (gasolina, óleo, carvão, gás, álcool, querosene, benzina etc.) em energia mecânica. É o motor mais utilizado nos veículos. O motor térmico divide-se em: 17 a) motor térmico a vapor – a combustão ocorre, continuamente, em um local nitidamente separado do motor (geralmente chamado de fornalha). Isso permite que seja utilizado qualquer combustível (sólido ou líquido). Observação: Os motores a vapor foram utilizados nos primeiros veículos automotores. b) motor térmico de combustão interna (motores utilizados atualmente) – a combustão ocorre dentro do motor, na parte superior de um local chamado cilindro. Para a combustão é utilizada a mistura oxigênio X combustível. Observação: A parte superior do cilindro, onde ocorre a combustão, é denominada câmara de combustão. O motor térmico de combustão interna apresenta órgãos (peças) que não se movimentam (órgãos fixos) e órgãos (peças) que se movimentam (órgãos móveis). 2.3. Órgãos Fixos (aqueles que não se movimentam) A) BLOCO DO MOTOR OU BLOCO DE CILINDROS: parte mais pesada do motor, fabricada, geralmente, em ferro fundido e que serve para alojar os cilindros e prender grande parte dos órgãos anexos. Tipos de bloco: o tipo de bloco varia de acordo com a posição dos cilindros; são eles: I. em linha: cilindros assentados em linha e em posição vertical (mais usado nos veículos atuais); II. em V: cilindros dispostos em dois planos que formam um “V”; III. boxer: cilindros horizontalmente opostos; IV. radial: cilindros em vários planos em forma de estrela (usados em aviões, veículos de combate etc.). B) CABEÇOTE OU TAMPÃO: parte superior do motor, parafusado no bloco. Em seu interior encontramos a câmara de combustão (ou câmara de explosão) onde a mistura ar X combustível é queimada. No cabeçote estão alojadas as válvulas e velas (ou bicos injetores – se o veículo for movido a óleo diesel). 18 C) CÁRTER: parte inferior do motor. É onde se concentra o óleo lubrificante (no cárter há um bujão que possibilita o total escoamento do óleo – no momento da troca, feita, em geral, a cada 5.000 km (cinco mil quilômetros)). D) CILINDROS OU CAMISAS: peças cilíndricas, de aço especial, com a parte interna polida, onde a mistura (ar X combustível) é admitida, comprimida e queimada. Os cilindros são prensados dentro do bloco do motor e servem para guiar os êmbolos (pistões) em seus movimentos, sempre retilíneos, de vai e vem. A pequena parte superior do cilindro se localiza no cabeçote do motor e é chamada de câmara de combustão – local onde ocorre a combustão da mistura ar X combustível. O diâmetro interno do cilindro e o curso (trajeto) do pistão definem a cilindrada do motor. Devido a alta temperatura a que são submetidos, os cilindros devem ser refrigerados a ar ou a água – daí a importância do sistema de refrigeração. E) MANCAIS FIXOS: peças de aço parafusadas na parte inferior do bloco do motor, servindo para prender a árvore de manivela (virabrequim). Também são conhecidos por “casquilhos fixos”. F) JUNTAS DE VEDAÇÃO: vedam as partes do motor. As juntas podem ser de amianto (localizada entre o cabeçote e o bloco) e de cortiça (localizadaentre o bloco e o cárter). 2.4. Órgãos Móveis (aqueles que se movimentam dentro do bloco do motor) A) ÊMBOLO OU PISTÃO: peça móvel, acoplada à biela, que se desloca no interior do cilindro. A pressão (produzida pela inflamação da mistura ar X combustível) exercida na cabeça do pistão faz com que ele se movimente linearmente no interior do cilindro. O trajeto do êmbolo (pistão), no interior do cilindro, é denominado “curso do êmbolo” e suas posições são: ponto morto superior (PMS) e ponto morto inferior (PMI). O êmbolo apresenta menor diâmetro na parte superior para compensar a dilatação provocada pelo calor das sucessivas explosões. 19 Observações: O êmbolo (ou pistão) possui 3 (três) ranhuras horizontais para receber os “anéis de segmento” que servem para evitar a perda de compressão no interior do cilindro e impedir a queima de óleo lubrificante – os anéis ajustam o pistão no cilindro. Os anéis são: - de compressão – veda a câmara de combustão para melhor aproveitamento da energia gerada com a queima da mistura ar x combustível; - raspador de óleo – raspa o óleo lubrificante do interior do cilindro; - de lubrificação – lubrifica o interior do cilindro deixando, por ele, uma película de óleo. B) BIELA: serve para prender o pistão na árvore de manivela (virabrequim). A biela possibilita a transformação dos movimentos retilíneos do pistão em movimentos de rotação contínua da árvore de manivela (virabrequim). A biela é acoplada à árvore de manivela por meio dos mancais móveis. Observação: O número de pistões e de bielas é proporcional ao número de cilindros, ou seja, 4 (quatro) cilindros = 4 (quatro) pistões e 4 (quatro) bielas. C) MANCAIS MÓVEIS: servem para acoplar a biela na árvore de manivela. Também são conhecidos por “casquilhos móveis”. D) PINO DO ÊMBOLO: serve para prender o pistão na biela. E) ÁRVORE DE MANIVELA (VIRABREQUIM): é a peça vital de coordenação dos tempos do motor e da captação do trabalho útil do motor. Tem, também, a função de movimentar as peças dos órgãos de comando. O virabrequim fica preso ao bloco do motor pelos mancais fixos. Na parte da frente do virabrequim há uma engrenagem de movimentação 20 da árvore de comando das válvulas e do comando do distribuidor (sem-fim). Na parte de trás do virabrequim localiza-se o volante do motor. F) VOLANTE DO MOTOR: peça circular, pesada, que auxilia no equilíbrio dos movimentos do virabrequim. Do volante do motor sai o movimento para as rodas do veículo (o conjunto de embreagem, que pertence ao sistema de transmissão, é acoplado ao volante do motor). “O movimento dos pistões (geralmente 4) gira o virabrequim que, por sua vez, gira o volante do motor que, por sua vez, gira o disco de embreagem – que, juntamente com as demais peças do sistema de transmissão, levam a força do motor para as rodas”. Sabemos que os pistões se movimentam dentro dos cilindros – movimento do pistão é o espaço que ele percorre do “ponto morto superior” ao “ponto morto inferior” (e vice-versa). Como se dá esse movimento? Consideremos um motor de 4 (quatro) cilindros (que é o mais comum); os 4 (quatro) pistões estão presos à mesma manivela (virabrequim). Portanto, se um pistão se movimenta, os outros se movimentarão. O movimento de um pistão ocorre devido a uma explosão que acontece sobre ele (na câmara de combustão) – que o pressiona e o faz se deslocar de uma extremidade do cilindro para a outra. Porém, para que haja a explosão, a mistura ar X combustível deverá entrar na câmara de combustão e ser comprimida – daí vem a necessidade dos pistões se moverem simultaneamente, pois cada um estará em um determinado tempo, realizando uma determinada função, quais sejam: “admissão, compressão, combustão (explosão) e escapamento (escape).” 2.5. Tempos do Motor Em cada cilindro acontece um tempo do motor. 21 Admissão – a válvula de admissão se abre, a de escapamento permanece fechada, o pistão desce e o gás entra na câmara de combustão (o virabrequim gira 180º - meia volta). Compressão – as válvulas permanecem fechadas, o pistão sobe e comprime o gás (o virabrequim gira 180º - meia volta). Explosão – as válvulas permanecem fechadas, a vela solta faísca, ocorre a explosão e o pistão desce (o virabrequim gira 180º - meia volta). Escape – a válvula de admissão permanece fechada, a de escapamento se abre, o pistão sobe e o gás queimado sai da câmara de combustão (o virabrequim gira 180º - meia volta). Sendo assim, sempre um dos cilindros estará no tempo de “combustão” e essa combustão (que ocorre alternadamente em cada um dos cilindros) é que faz com que os outros 3 (três) pistões se movimentem no cilindro (pois o virabrequim vai mexer) e realizem os demais tempos do motor (admissão, compressão e escapamento). Portanto: • em cada cilindro ocorrem os 4 (quatro) tempos; • nos 4 (quatro) cilindros ocorrem alternadamente e simultaneamente os 4 (quatro) tempos, ou seja: enquanto um cilindro está no tempo de admissão, o outro está no tempo de compressão, o outro está no tempo de combustão e o outro está no tempo de escapamento. Em cada cilindro há 1 (uma) vela e 2 (duas) válvulas (admissão e escapamento). Assim, em um motor de 4 (quatro) cilindros há 4 (quatro) velas e 8 (oito) válvulas. Há motores de 4 (quatro) cilindros que apresentam 4 (quatro) válvulas em cada cilindro (duas de admissão e duas de escapamento) – são os famosos motores de 16 (dezesseis) válvulas. No motor a gasolina e a álcool, a ignição se dá por centelha (faísca produzida pela vela) e a formação da mistura ar X combustível se realiza de fora do cilindro – no carburador ou 22 na unidade de comando eletrônico (se o veículo for de injeção eletrônica). Esse motor é conhecido por motor de ciclo Otto. No motor a diesel a ignição se dá por meio da injeção, em alta pressão, de combustível (óleo diesel) diretamente na câmara de combustão. Desse modo, a formação da mistura ar X combustível ocorre dentro do cilindro. Esse motor é conhecido por motor de ciclo Diesel. Vimos que as válvulas (admissão e escapamento) devem abrir no momento correto: no tempo de admissão (em que abre a válvula de admissão para a entrada da mistura explosiva) e no tempo de escapamento (em que abre a válvula de escapamento para a saída dos gases queimados). As válvulas e todo o seu mecanismo de acionamento recebem o nome de “órgãos de distribuição do motor” ou “órgãos de comando”. 2.6. Órgãos de Comando As peças que compõem os órgãos de comando são: A) árvore ou eixo de comando de válvulas (árvore de ressaltos); B) tuchos com hastes; C) balancins; D) válvulas. Para cada válvula existe um ressalto no eixo de comando que, por meio dos tuchos, hastes e balancins, abrirão e fecharão as válvulas no momento correto. Para que as válvulas possam abrir e fechar no momento correto, o eixo de comando de válvulas é sincronizado com o virabrequim (ambos ligados por uma correia – conhecida por “correia dentada”). O eixo de comando de válvulas também é responsável pelo movimento de todos os demais órgãos de comando: 23 - a bomba de óleo lubrificante; - a bomba de combustível; - o distribuidor. Para que o motor possa funcionar são necessários 4 (quatro) sistemas: sistema de alimentação, sistema de ignição, sistema de lubrificação e sistema de arrefecimento (refrigeração). 2.7. Sistema de Alimentação Conduz o combustível (que está no tanque) e o ar atmosférico (oxigênio) até a parte superior do cilindro – câmara de combustão. Peças: Tanque de Combustível: armazena o combustível. Tubulações: tubos de cobre que conduzem o combustível do tanque ao carburador (ou unidade de comando eletrônico). Bomba de Combustível: dá pressão no combustível para que ele possa sair do tanque e chegar ao carburador (ou unidade de comando eletrônico). Seu funcionamento é mecânico. Filtro de Ar:filtra o ar que será misturado ao combustível. Filtro de Combustível: filtra o combustível que será misturado ao ar. Carburador: realiza a mistura explosiva: ar X combustível. Tubo ou Coletor de Admissão: conduz o gás (mistura explosiva) do carburador até a câmara de combustão. 24 Observação: A octanagem do combustível representa o seu poder antidetonante, ou seja, a capacidade da mistura gasosa resistir a elevadas pressões sem entrar em combustão espontânea. Funcionamento: a bomba suga o combustível que, por meio das tubulações, chega ao carburador e se mistura com o ar, formando um gás. Por meio do coletor de admissão, o gás sai do carburador e entra na câmara de combustão – onde explodirá. Observações: • Injeção eletrônica: atualmente grande parte dos veículos, a gasolina e a álcool, utilizam a injeção eletrônica de combustível, que é um sistema de alimentação controlado por uma unidade de comando eletrônico. Este sistema calcula, automaticamente, a quantidade de combustível necessária para o funcionamento do motor. Isto permite o controle da mistura ar X combustível com melhor performance na combustão, redução da emissão de gases poluentes, facilidades nas partidas do motor e eliminação do afogador e do carburador. • A mistura ideal para o motor funcionar perfeitamente bem é denominada mistura ótima. Será ótima quando se encontrar na seguinte proporção: veículo a gasolina: 15/01 (quinze partículas de oxigênio para uma de gasolina); veículo a álcool: 09/01 (nove partículas de oxigênio por uma de álcool). • Se a quantidade de ar for maior do que a indicada anteriormente, a mistura será considerada pobre ou muito pobre. Se a quantidade de ar for menor do que a indicada acima, a mistura será considerada rica ou muito rica. Esses tipos de mistura impossibilitam o correto funcionamento do motor. • A gasolina líquida não queima. Para queimar, é necessário que ela esteja sob forma de vapor. Por isso, é necessário que o combustível seja otimizado, diluído no comburente para ser dividido em minúsculas partículas – vaporizando-se e queimando-se totalmente. 25 • Nos veículos a diesel o carburador é substituído pela bomba injetora – não há produção de gás, pois o próprio combustível é injetado na câmara de combustão (a mistura ar X combustível ocorre dentro da câmara de combustão). • Atualmente, os veículos apresentam sistema de alimentação flex (flex fuel, bicombustível, total flex) e multicombustível. 2.8. Sistema de Ignição Produz faísca por meio da vela de ignição. Peças: 1 - Bateria: acumulador de energia. 2 - Chave de Ignição: aciona todos os elementos que consomem energia. 3 - Bobina de Ignição: transforma a baixa voltagem da energia, que vem da bateria, em alta voltagem. 4 - Distribuidor: nele está o rotor que distribui a alta voltagem da bobina para as velas de ignição. Contém condensador (que aumenta a tensão da energia que vem da bobina) e platinado (que abre e fecha o circuito). 5 - Velas de Ignição: montadas na parte superior do cilindro (câmara de combustão), com a função de produzir centelha (faísca) de alta voltagem (cerca de 18000 a 25000 volts). 6 - Fios de Alta Voltagem ou Cabos de Ignição: cabos que levam a alta voltagem do distribuidor às velas. Funcionamento: Ao ligar a chave de ignição a energia passa da bateria para a bobina – que aumenta a sua voltagem. Da bobina a energia, de alta voltagem, chega até o distribuidor que a distribui, alternadamente, para as velas (para que possam soltar faísca e provocar explosão dentro da câmara de combustão). Observação: Ao ligar a chave de ignição, parte da energia vai para o motor de arranque (motor de partida). Ao receber a energia, o motor de arranque gira o volante do motor (por meio do contato em sua cremalheira) para dar o movimento inicial aos pistões. Isso porque é necessário que um dos pistões desça sugando a mistura ar X combustível, de forma que no momento em que as velas soltarem as primeiras 26 faíscas haja gás no interior de pelo menos uma das câmaras de combustão e ocorra a primeira explosão (e o motor passe a funcionar sem a necessidade do motor de arranque). 2.9. Sistema de Lubrificação Evita o desgaste das peças do motor, pois reduz o atrito entre elas. Peças: 1 – Cárter: reservatório do óleo. 2 – Pescador do óleo: se encontra dentro do cárter e afixado na bomba de óleo. Serve para sugar o óleo do cárter e enviá-lo para o motor – manda para a galeria superior (cabeçote), que em seguida desce para o bloco. 3 – Bomba de óleo: mantém o óleo circulando pelo motor – em seus canais de lubrificação. 4 – Válvula reguladora (interruptor do óleo): regula e indica a pressão do óleo no motor. 5 – Filtro de óleo: elimina as impurezas (resíduos de carvão e partículas metálicas) do óleo. O filtro de óleo deve ser trocado junto com o óleo – em geral, a cada 5000 km. 6 – Canais de lubrificação: orifícios, existentes no cabeçote e bloco, que permitem que o óleo circule pelo motor. 7 – Galeria superior: parte superior do motor (cabeçote) que recebe o óleo enviado pela bomba de óleo. 27 Funcionamento: A bomba de óleo, por meio do pescador de óleo, suga o óleo que se encontra armazenado no cárter. O óleo, sugado, passa pelo filtro de óleo e sobe até chegar à galeria superior (cabeçote). Chegando à galeria superior, o óleo alcança os canais de lubrificação e desce pelo bloco. Ao passar pelo bloco, o óleo lubrifica as peças internas do motor e em seguida cai novamente no cárter – recomeçando todo o processo. 2.10. Sistema de Arrefecimento ou Refrigeração Evita o superaquecimento do motor, para não fundir. Esse sistema mantém as peças do motor em uma temperatura relativamente baixa: 75º a 80º C. Tipos de refrigeração: a água e a ar. 2.10.1. Refrigeração a Água Peças: Radiador: refrigera a água que vem quente do motor. Reservatório de Compensação: mantém o nível de água no radiador. Atualmente, existem fluidos anticorrosivos recomendados para serem colocados no reservatório de compensação (misturando com a água), para maior conservação das peças do sistema de refrigeração. Bomba de Água: mantém a água circulando no sistema de arrefecimento. Ventilador: é acionado (por sensores de temperatura) quando a pressão de vento que o veículo recebe, em sua dianteira, não é suficiente para refrigerar a água que está no radiador. Assim, o ventilador provoca a passagem de ar pelo radiador, esfriando a água. 28 Válvula Termostática: regula a temperatura ideal da água para um bom funcionamento do motor. Mangueiras: transporta a água do radiador para o motor e do motor para o radiador. Câmara de Água ou Canais de Arrefecimento: orifícios existentes no cabeçote e no bloco, que permitem que a água passe dentro do motor, para refrigerá-lo. Funcionamento: No interior do motor existem canais de arrefecimento, cheios de água. Quando o motor começa a funcionar, a água, em seu interior, vai se esquentando. Essa água quente sai do motor e, por meio de mangueiras, é conduzida até o radiador – que a refrigera. A bomba d’água é que a impulsiona para circulação no sistema. 2.10.2. Refrigeração a Ar (por ser pouco eficiente, não está sendo mais utilizada nos automóveis nacionais) Ventoinha – o sistema de refrigeração a ar apresenta essa única peça que tem a função de produzir ar (a ventoinha). O ar que ela produz é direcionado diretamente para os cilindros do motor. Observação: Os motores radiais são refrigerados a ar. 2.11. Sistema de Transmissão Transmite a força do motor para as rodas do veículo. Peças: Embreagem: conecta e desconecta (por meio do disco de embreagem) o motor ao sistema de transmissão. Permite unir o motor em rotação a uma transmissão parada. 29 Observação: Pisando no pedal da embreagem o disco de embreagem desencosta do volantedo motor; tirando o pé da embreagem o disco de embreagem encosta no volante do motor. Portanto, para jogar a força do motor para as rodas é necessário que o condutor do veículo solte o pedal da embreagem. Caixa de Câmbio (caixa de transmissão, caixa de marcha): serve para aumentar e diminuir a velocidade do veículo e possibilitar as manobras com utilização da marcha à ré. Alavanca de Câmbio: permite que o condutor troque de marcha. Eixo Cardan ou Árvore de Transmissão: usado em veículos com tração traseira e motor na frente. Serve para levar a força do motor, que está na frente do veículo, para o diferencial, que se encontra atrás do veículo. Diferencial: produz uma mudança, em ângulo reto, na direção da força, e direciona a força até as rodas, por meio dos semieixos. Servem também para compensar as diferenças de velocidade das rodas, nas curvas. Semieixo ou Semiárvore: conduz a força que sai do diferencial até as rodas. Juntas Homocinéticas: servem para transmitir a força, que se encontra nos semieixos, às rodas de forma constante, sem variações e vibrações. TIPOS DE TRANSMISSÃO: 30 Mecânica – o condutor seleciona e faz a troca de todas as marchas, manualmente – tem sistema de embreagem convencional. Semiautomática – o condutor apenas seleciona as mudanças de marcha – não tem sistema de embreagem convencional. Automática – as marchas são selecionadas e trocadas automaticamente, de acordo com a velocidade do veículo e com a utilização do acelerador – não tem sistema de embreagem convencional. 2.12. Sistema de Suspensão Reduz as trepidações que resultam do contato das rodas com o solo, além de proporcionar segurança, pois compreende todos os elementos que participam da estabilidade e da firmeza do veículo. Tipos: • De eixo rígido – as rodas (direita e esquerda) são ligadas, transversalmente, por uma peça rígida (eixo) que as tornam dependentes uma da outra. • De eixos (ou rodas) independentes – cada roda é ligada ao chassi por sistema de braços articulados, no sentido vertical. É mais segura, pois a passagem de uma das rodas por um obstáculo, por ser independente das outras rodas, não causa desvio lateral e o veículo permanece em sua trajetória. • Pneumática – baseia-se na elasticidade dos gases comprimidos em uma câmara. Faz com que a altura do veículo permaneça constante em relação ao solo. Peças: Eixo Dianteiro: principal peça da suspensão dianteira, onde serão agregadas as demais peças. Amortecedor: absorve os impactos e as vibrações causadas pelas irregularidades das vias, além de manter o veículo o mais estável possível. Molas (helicoidais): dão, ao veículo, suavidade de rodagem. Braços Oscilantes: absorvem as irregularidades da via, em cada roda em separado. Estabilizador: diminui a tendência ao balanço do veículo e dá mais estabilidade. Manga de eixo: ponta do eixo, aonde vai o cubo de freio e da roda. Ponteiras (Pivô): ligam os braços oscilantes nas mangas de eixo. 31 Batentes: evitam atritos entre as peças do sistema de suspensão. Eixo Traseiro: principal peça da suspensão traseira. Rodas e Pneus. Observações: É importante que o condutor faça o balanceamento e o alinhamento das rodas de seu veículo. O alinhamento e o balanceamento das rodas são fundamentais para a garantia de uma maior vida útil dos pneus e a segurança dos passageiros e do condutor do veículo. O balanceamento (compensação feita para equilibrar o conjunto pneus e rodas, que consiste na aplicação de contrapesos de chumbo na roda) evita vibrações (trepidações) no volante, perda de estabilidade do veículo e desgaste irregular dos pneus. Portanto, deve ser feito sempre que o pneu for desmontado da roda (para o conserto), na troca do pneu por um novo, quando o volante apresentar vibrações, no caso de desgaste irregular dos pneus e nas manutenções preventivas (a cada 10.000 km). O alinhamento (correção dos ângulos na suspensão e direção – pivôs e terminais) também proporciona maior estabilidade e dirigibilidade do veículo, além de evitar o desgaste irregular e prematuro dos pneus. É aconselhável nos casos de troca dos pneus, no seu desgaste irregular ou prematuro, quando o veículo estiver “puxando” para um dos lados, ao realizar o rodízio dos pneus e nas revisões (a cada 10.000 km). No alinhamento é verificada a “geometria da suspensão”, onde se averigua cambagem, divergência e convergência das rodas. Cambagem: inclinação da roda do veículo em relação ao plano horizontal do solo. Quando a parte superior da roda estiver inclinada para fora a cambagem será considerada positiva. Quando a parte superior da roda estiver inclinada para dentro a cambagem será considerada negativa. A cambagem deve estar dentro dos valores estabelecidos pelo fabricante do veículo, pois caso esteja fora dos valores originais poderá ocorrer perda de estabilidade do veículo, desgaste irregular dos pneus, aumento de consumo de combustível, perda da dirigibilidade, dentre outros 32 problemas. A leitura do “ângulo de camber” faz parte da geometria da suspensão, utilizada para o adequado alinhamento da suspensão de um veículo. Divergência: é quando a distância entre a parte anterior das rodas (do lado esquerdo e direito) é maior do que a distância da parte posterior dessas mesmas rodas. Olhando o veículo, de frente, notamos que a roda do lado direito e a roda do lado esquerdo ficam viradas para dentro. Convergência: é quando a distância entre a parte posterior das rodas (do lado esquerdo e direito) é maior do que a distância da parte anterior dessas mesmas rodas. Olhando o veículo, de frente, notamos que a roda do lado direito e a roda do lado esquerdo ficam viradas para fora. O ângulo de giro das rodas deve ser o especificado pelo fabricante, pois caso esteja fora das recomendações os pneus podem se arrastar nas curvas, causando 33 desgaste irregular dos mesmos, perda de estabilidade e perda da dirigibilidade do veículo. 2.13. Sistema de Direção Transmite os movimentos do volante para as rodas dianteiras, direcionando o veículo. A direção é um dos mais importantes componentes de segurança do veículo, um dos responsáveis pela dirigibilidade. Peças: Volante de Direção: direciona o veículo. Árvore da Direção (Coluna da Direção): faz a ligação do volante à caixa de direção. Caixa de Direção (Setor de Direção): recebe todo o comando do volante e o transfere para as rodas, oferecendo, junto com o sistema de suspensão, alinhamento ao veículo e absorção de impactos. Observação: Atualmente, inúmeros veículos são equipados com caixa de direção hidráulica – o que torna o volante mais leve para virar, melhorando a dirigibilidade e o conforto aos condutores. É necessário, neste caso, que o condutor esteja atento no nível de óleo (no reservatório de óleo para direção hidráulica). Barras da Direção: faz ligação da caixa de direção com as rodas, por meio das ponteiras. Estabilizador de Direção: dá maior estabilidade direcional ao veículo. Rodas e Pneus. Observação: Folgas no sistema de direção fazem o veículo “puxar” para os lados, podendo levar o condutor a perder o seu controle. 34 2.14. Sistema Elétrico Gera e armazena toda energia que será utilizada pelo veículo. Peças: Bateria: tem a função de armazenar a energia gerada pelo gerador (alternador) e fornecê- la às peças e aos dispositivos que necessitarem. Observação: Os polos da bateria podem apresentar oxidações, fazendo com que a energia deixe de ser transmitida. O condutor deve fazer a limpeza dos polos oxidados utilizando bicabornato de sódio (diluído em água), “laranjinha capeta” ou limão. Gerador, Alternador ou Dínamo: transforma a energia mecânica em energia elétrica, que será armazenada pela bateria. Regulador de Voltagem (Relé): controla a tensão elétrica do gerador (alternador). Motor de Arranque: aciona o volantedo motor proporcionando o movimento inicial do motor. Caixa de fusível: os fusíveis impedem a passagem de excesso de corrente elétrica, impedindo assim que os componentes do sistema se queimem. Observações: No sistema elétrico entram todas as demais peças envolvidas com energia, tais como: distribuidor, velas, bobina, farol, setas, buzina, som, limpador de para-brisa etc. No sistema elétrico está contido o sistema de iluminação do veículo que é fundamental tanto para o condutor enxergar bem o seu trajeto como para ser visto por todos os outros usuários da via – garantindo, assim, a segurança no trânsito. 35 2.15. Sistema de Escapamento Reduz o nível de poluição do ar e sonora emitido pelos veículos. Peças: coletor de escapamento, tubo de descarga (escapamento), conversor catalítico (catalisador), silenciador de ruído do motor. 2.16. Sistema de Freio Permite reduzir a velocidade e imobilizar o veículo. O sistema de freio se desgasta com o uso do veículo e tem sua eficiência reduzida. Peças: Pedal de Freio: peça que aciona todo o sistema de freio. Tirante: conduz a pressão da força utilizada pelo condutor, ao pisar no pedal de freio, até o cilindro mestre. Cilindro Mestre: converte a força aplicada ao pedal de freio em pressão hidráulica, que é transmitida a todo o sistema, de maneira uniforme, por meio do fluido de freio. Fluido de freio: óleo de freio. Conduíte: conduz o fluido de freio para os cilindros auxiliares. Cilindro Auxiliar: encontrado próximo às rodas; recebe o fluido de freio, aumenta sua pressão e aciona as sapatas ou pinças, com as lonas ou pastilhas de freio. Disco de Freio: recebe o atrito das pastilhas para imobilização ou parada do veículo. 36 Sapatas com Lonas de freio (freio a tambor): peças que acionam as rodas por meio do tambor de freio. Pinças com Pastilhas de freio (para freio a disco): peças que acionam as rodas por meio do disco de freio. Tambor e Disco: peças finais do sistema de freio que permitem a imobilização ou redução da velocidade do veículo. Observação: Freio a disco: a pressão hidráulica fecha as pinças que pressionam as pastilhas no disco de freio. Freio a tambor: a pressão hidráulica abre os patins que pressionam as lonas no tambor de freio. 2.17. Pneu Para maior segurança e resistência, os pneus são compostos de vários componentes. São eles: Talões: cabos de aço, revestidos de cobre (para evitar oxidação), que servem para manter o pneu fixado no aro da roda. Carcaça: é a armadura do pneu, composta de lonas e fibras (cordonéis) de poliéster, nylon ou aço. Serve para reter o ar (sob pressão) que suporta o peso total do veículo. A carcaça determina o formato do pneu e a sua resistência às deformações. Observação: As fibras podem estar dispostas em posição transversal (pneu radial), em posição oblíqua (pneu diagonal) ou em posição paralela (pneu cinturado), em relação à banda de rodagem do pneu. Flancos: envolvimento da carcaça, que lhe fornece a rigidez necessária. 37 Cintas Estabilizadoras: feixe de cintas que são dimensionadas para suportar o peso da carga, quando o pneu estiver em movimento. Parede Lateral: parte da carcaça que vai da banda de rodagem aos talões. Banda de Rodagem: parte de borracha que entra em contato com o solo. Sulcos ou Frisos: desenhos ou texturas, da banda de rodagem, que possibilita a tração, segurança e conforto, ao transitar. Os sulcos permitem que a banda de rodagem se agarre firmemente à superfície da pista e drene a água e outros materiais nela existentes. Ombro: parte da banda de rodagem que serve como apoio do pneu nas curvas e manobras. Com o tempo, pela ação do oxigênio do ar atmosférico, os pneus se deterioraram e sua borracha passa a não apresentar mais a resistência necessária à utilização. Por isso, dentre os fabricantes de pneu, ficou estabelecido que o seu prazo de validade fosse de 5 (cinco) anos. Para que o estepe também seja utilizado (pois, após 5 (cinco) anos ele vencerá, mesmo estando aparentemente bom) e para que haja um desgaste por igual entre todos os pneus do veículo, é importante que seja feito o rodízio.