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2016 Curitiba-PR Empreendedorismo Patrícia Teresinha Correa Fiori Manfré Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paraná Atribuição - Não Comercial - Compartilha Igual INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ – EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para a rede e-Tec Brasil. Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Odacir Antonio Zanatta Reitor pro tempore Marcos Paulo Rosa Chefe de Gabinete Sérgio Garcia dos Martires Pró-Reitor de Ensino Carlos Alberto de Ávila Pró-Reitor de Administração Marcelo Estevam Pró-Reitor de Extensão, Pesquisa e Inovação Eliane Aparecida Mesquita Pró-Reitor de Gestão de Pessoas Marcos Antonio Barbosa Diretor Geral de Educação a Distância Kriscie Kriscianne Venturi Diretor de Ensino e Desenvolvimento de Recursos Educacionais Gisleine Bovolim Diretora de Planejamento e Administração Vania Carla Camargo Coordenadora de Ensino dos Cursos Técnicos Lucilene Fátima Baldissera Coordenadora de Design Educacional Lídia Emi Ogura Fujikawa Designer Educacional Kenedy Rufino Designer Instrucional Hilton Thiago Preisni Viviane Motim Diagramador Walter Rodrigues Benigno dos Santos Linda Marchi Talita Inaba Revisão Everton Moraes Iconografia Marlon Anjos Ilustração Ester dos Santos Oliveira Lídia Emi Ogura Fujikawa Projeto Instrucional Diego Windmoller Projeto Gráfico Apresentação e-Tec Brasil Prezado estudante, Bem-vindo à Rede e-Tec Brasil! Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma das ações do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. O Pronatec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a po- pulação brasileira, propiciando um caminho de acesso mais rápido ao emprego. É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias promotoras de ensino técnico como os Institutos Federais, as Secretarias de Educação dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colégios Tecnológicos e o Sistema S. Assim, a Educação a Distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros. A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país, incentivando os estudantes a concluir o Ensino Médio e realizar uma formação e atualização contínuas. Os cursos são ofertados pelas instituições de educação profissional e o atendimento ao estudante é realizado tanto nas sedes das instituições quanto em suas unidades remotas, os polos. Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, sendo capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética. Nós acreditamos em você! Desejamos sucesso na sua formação profissional! Ministério da Educação Março de 2016 Nosso contato etecbrasil@mec.gov.br Indicação de ícones Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual. Fique atento! Indica o ponto de maior relevância no texto. Pesquise! Orienta ao estudante que desenvolva atividades de pesquisa, que complementem seus estudos em diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, livros e outras. Glossário Indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. Você sabia? Oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Pratique! Apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado. Design do componente Unidade Unidade Unidade Unidade Unidade 1 3 5 2 4 Empreender é conhecer Conceituando empreendedorismo A importância do empreendedor para empresas modernas Empreendedorismo no Brasil Empreendedorismo corporativo Desenvolvimento econômico e empreendedorismo Atitudes e comportamentos empreendedores nas organizações Processo: a prática do empreendedorismo corporativo Inovação Inovar e inventar Fonte de inovação Tipos de inovação Saber para empreender Líder, gerente e empreendedor Características empreendedoras (do empreendedor) Mitos sobre empreendedorismo Osportunidades Identificando oportunidades Como ter uma ideia 13 14 16 18 29 30 32 33 43 44 46 48 21 22 24 25 37 38 40 Unidade Unidade Unidade Unidade Unidade 6 8 10 7 9 Aspectos mercadológicosMacroambiente e microambiente Plano de marketing Empreendedorismo Social Sustentabilidade em ação Características do empreendedorismo social Empreendedorismo Social e Empreendedorismo de Negócios Visão geral do empreendedorismo Marotivação Tipos de empreendedores Alguns empreendedores de sucesso Planejamento e empreendedorismo Gestão empresarial Classificação das empresas Modelos de gestão Plano de negócios Conceito e importância do plano de negócios Processo e elaboração do plano de negócios 75 76 78 61 62 64 65 81 82 84 85 67 68 69 72 53 54 55 Querido(a) estudante, Em meio a tantos desafios, precisamos encontrar lugar para ser - cada vez mais - ativos, alegres, conhecedores. Empreender é, sem dúvida, ser algo a mais, é ir além das possi- bilidades, é ver o que ainda não foi visto, e, acima de tudo, é compartilhar este conheci- mento e descobertas com as pessoas. Aprender é o que o ser humano faz durante toda a sua existência! Mesmo quando não se está em um ambiente educacional, as pessoas aprendem o tempo todo. E você, querido aluno, está um passo à frente, pois tem consciência da sua aprendizagem e está buscando ser mais. Portanto, aproveite esta oportunidade que a vida lhe está proporcio- nando. Seja otimista, sem deixar de ser realista. Tenha em mente que sozinho ninguém vai muito longe. Por isso, interaja com seus co- legas, professores, amigos e familiares. Leia, estude, pesquise, e utilize de maneira total o material disponibilizado. Crie sua rede de relacionamento, mantendo contato com as pessoas, e se especializando naquilo que você sabe fazer de melhor. Acima de tudo, participe ativamente! Aproveite bem os momentos de reflexão dos as- suntos selecionados e distribuídos neste livro ao longo das dez unidades. Seja seu próprio empreendedor. Utilize seu tempo para se qualificar mais. Palavra da autora Querido(a) estudante! A organização deste livro propõe uma visão geral sobre empreendedorismo e de como esta disciplina é importante não somente para sua vida profissional, mas também para a sua vida pessoal. Os conteúdos estão sequencialmente organizados para que você possa compreender a trajetória desta importante ferramenta de administração e se apropriar dos conhecimen- tos necessários para se tornar um empreendedor. Realize a leitura com atenção, faça as atividades propostas e pesquise não só o que lhe foi proposto, mas vá além, desde já inicie sua prática empreendedora, não perca tempo! Participe dos fóruns e se conecte, crie sua rede de contatos. Lembre-se de que a questão essencial não é “o quanto ocupado você está”, mas “com o que você está ocupado”, pensamento de Oprah Winfrey, apresentadora de televisão e empresária estadunidense. Temos nela um belo exemplo de empreendedorismo a ser estudado. Aproveite para se aprofundar nos conteúdos que achar mais importante para seu cresci- mento pessoal e profissional. Desde já dedique um tempo diáriopara leitura e pesquisa. Boa sorte nesta nova fase! A autora. Apresentação do componente curricular Unidade Empreender é conhecer 1 Fonte: Freepik 14 Empreendedorismo Nesta unidade vamos ver o significado, surgimento e a importância do empreende- dorismo nos dias de hoje. A história do empreendedorismo no Brasil e os tipos de empreendedor compõem esta primeira parte que dá início aos estudos sobre empre- endedorismo. O mercado globalizado exige das pessoas e das empresas uma resposta imediata às constantes mudanças, assim, o empreendedor é muito requisitado neste meio. Ainda que este não seja um conceito novo, ele é atual. E entender essas transformações, mudanças e história são importantes para o melhor aproveitamento dos conheci- mentos que virão na sequência das unidades. Conceituando empreendedorismo Para o Dicionário Michaelis (2008), empreender é “empreendedor que se aventura à realização de coisas difíceis ou fora do comum”. Podemos entender, também, que empreender tem a ver com fazer a coisa certa em meio ao caos, en- xergar o que outros ainda não viram. No ambiente corporativo, empresarial ou de negócios, empreender está relacionado com agregar valor às coisas, objetos ou serviços, à criação de empresas ou de novos produtos, ou ainda ao fato de saber identificar oportunidades transformando-as rentáveis. Isso sugere que para ser empreendedor é preciso ter atitude, responsabilidade e, principalmente, compromisso. Fonte: Freepik Empreender diz respeito a resolver um problema ou situação complicada. Ou seja, empreender é criar algo novo, não sendo necessariamente algo inédito, mas uma ação inovadora, diferente, inusitada. 15Unidade 1 – Empreender é conhecer Para melhor entender o que é empreendedorismo, também é importante saber o que é ser empreendedor. De acordo com Chiavenato (2012, p. 11), o termo empreendedor foi utilizado pela primeira vez em 1725, pelo economista Richad Cabtillon que concei- tuou empreendedor como um indivíduo que assume riscos. Atualmente, empreendedor é o sujeito que faz as coisas acontecerem em meio às situações adversas, assumindo riscos calculados e transformando-os em oportunidades de negócios. “Empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos fatos e tem a visão futura da organização.” (DORNELLAS, 2001, p. 1). Ainda, segundo Dornellas (2001, p. 22), podemos perceber que empreendedorismo é o envolvimento entre pessoas e processos que, em conjunto, transformam ideias e oportunidades. Pessoas e/ou organizações que trabalham juntas, conseguem implementar uma ideia por meio da aplicação de criatividade, da capacidade de transformação e do desejo de transformar o risco em chances reais de lucratividade e de desenvolvimento. Fonte: Freepik Também podemos entender que empreendedorismo é o reflexo da prática de criar novos negócios, ou de revitalizar negócios já existentes (CHIAVENATO, 2012, p. 11). Ou seja, o novo pode ser criado a partir do zero, ou de uma situação já existente em que se consegue ver o inédito no meio da confusão e do caos. Em ambos os casos empreender significa surpreender, gerando produtos e/ou serviços de qualidade, tendo o lucro como objetivo final. Para Friedrich Von Hayek (1959, apud. Chiavenato, 2012, p. 14), empreendedorismo en- volve não apenas risco, mas, sobretudo, conduz a um processo de descoberta das condi- ções produtivas e das oportunidades de mercado por parte dos próprios autores sociais. 16 Empreendedorismo Agora que você já teve acesso aos conceitos básicos de empreendedorismo, é hora de fixar o conteúdo. Para isso, leia o artigo “Empreendedorismo: Conceito e Definições”. Disponível em: https://seer.imed.edu.br/index.php/revistasi/article/view/612> A importância do empreendedor para empresas modernas O fato de que o simples ato de abrir uma empresa não significa que esta terá sucesso, dentre outros motivos, gera o interesse pelo empreendedorismo nas organizações. Essa percepção do mercado dá início a um processo de identificação de oportunidades no mundo dos negó- cios, que parte de um olhar sobre o cliente e/ou consumidor, buscando entender o que ele precisa, e que ainda não lhe foi oferecido. E ainda, qual a melhor maneira das pessoas terem acesso a esse produto ou serviço, de forma que supra suas necessidades de consumir. Fonte: Freepik A competitividade e a crescente mudança de situação e de cenário econômico forçam as empresas e os indivíduos a reagirem mais rapidamente, e com foco para atender um pú- blico que precisa de alguma coisa, mas ainda não sabe o que é. Um dos fatores que cria essa ne- cessidade – ainda não percebida por empresas, pessoas e clientes – é o fenômeno globalização. O empreendedorismo e o empreendedor são muito importantes para o mercado, pois geram novas oportunidades de trabalho e movimentam a economia. Sem fronteiras e com um alto nível de competitividade, o mundo globalizado aumenta a exigência de agilidade e assertividade nas transações e relações realizadas por aqueles que estão conectados nele. Assim, o empreendedorismo e o empreendedor assumem um papel importante não somente no equilíbrio dessas transações, mas também na geração de novas oportunidades e de ideias inovadoras. 17Unidade 1 – Empreender é conhecer Conforme afirma Dornellas (2008, p. 6) “o momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que estão eliminando bar- reiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando con- ceitos econômicos criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade.” Autores como Hisrich, Peters, Shepherd (2008, p. 06) entendem que o empreendedo- rismo tem função importante na criação e no crescimento dos negócios, e também no crescimento e na prosperidade de nações e regiões. É fazer a roda girar, movimentar e alavancar recursos para o crescimento geral, ou seja, o sujeito cresce junto com a socie- dade representada por empresas e clientes. Fonte: Freepik O texto a seguir representa bem a importância do empreendedorismo e do empreende- dor para a sociedade: “A capacidade de empreender, é alavancada quando há alguém por perto que ins- pira, estimule e incentiva. Mais que isso, você energiza e impulsiona como se fosse uma verdadeira locomotiva. Quando não está à frente puxando, você está atrás em- purrando”. (CHIAVENATO, 2012, dedicatória à Rita, p. 1). A importância de um empreendedor está acima de tudo na sua presença, tanto nas organizações, como individualmente na sociedade, e seu papel pode ser tanto à frente abrindo caminhos, ou na base organizando e direcionando processos. 18 Empreendedorismo Empreendedorismo no Brasil Antes da década de 90, o termo empreendedorismo não era muito conhecido pelos bra- sileiros. Sua inserção no cenário empresarial ocorreu por meio de iniciativas de entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (SEBRAE) e Sociedade Brasileira para Exportação de Software (Softex), cujo objetivo é auxiliar os micros e peque- nos empresários a iniciar o negócio com suporte e consultoria na sua área de atuação. Segundo Dornellas (2008, p.11), passados vinte anos, o cenário de empreendedorismo no Brasil mudou muito, e as ações podem ser comparadas com a de países, como os Estados Unidos, em que há em torno de 2.000 escolas que ensinam sobre empreendedorismo. Para entender um pouco mais sobre o cenário do empreendedorismo no Brasil, vamos buscar um pouco de história. Relatório GEM 2014 Em 1999, surgiu o projeto Global Entrepreneurship Monitor (GEM), uma parceria entre a London Business School e o Babson College, com a participação inicial de 10 países nos es- tudos referente às ações empreendedoras realizadas em seus territórios. A partir daí mais de 100 países se associaram ao projeto, que hoje constitui o maior estudo em andamento sobreo empreendedorismo no mundo. O projeto tem como objetivo compreender o pa- pel do empreendedorismo no desenvolvimento econômico dos países. O Brasil participa deste esforço desde 2000, onde a pesquisa é conduzida pelo Instituto Brasileiro da Quali- dade e Produtividade (IBQP) e conta com o apoio técnico e financeiro do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Desde 2011, o Centro de Empreende- dorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas tornou-se parceiro acadêmico do projeto. (GEM 2014 – Empreendedorismo no Brasil, Relatório Executivo, p. 5). Os estudos anuais do GEM ajudaram no entendimento de que a abertura de novas empresas não é suficiente para alavancar o desenvolvimento econômico de uma região ou país. Mas é preciso que as organizações estejam focando oportunidades de mercado. Eles também apon- taram para duas definições de empreendedorismo: o de oportunidade e o de necessidade. Quadro 1.1 - Empreendedorismo de Oportunidade X Empreendedorismo de Necessidade EMPREENDEDORISMO DE OPORTUNIDADE EMPREENDEDORISMO DE NECESSIDADE O empreendedor é visionário sabe aonde quer chegar, cria uma empresa com planejamento prévio, tem em mente o crescimento que quer buscar para a empresa e visa à gera- ção de lucros, empregos e riqueza. Está totalmente ligado ao desenvolvimento econômico. O candidato a empreendedor se aventura na jornada empre- endedora mais por falta de opção, por estar desempregado e não ter alternativa de trabalho. São negócios criados informal- mente, sem planejamento adequado e muitos fracassam rápi- do, não gerando desenvolvimento econômico e agravando as estatísticas de criação e mortalidade dos negócios. Fonte: Dornellas (2008, p. 13) 19Unidade 1 – Empreender é conhecer Historicamente no Brasil, o empreendedorismo de necessidade possui índices mais altos em relação ao empreendedorismo de oportunidade. Porém, esse cenário vem sofrendo modificações, e há indícios de uma reversão de tendência, ou seja, os brasileiros estão mais atentos às oportunidades e buscam mais o planejamento e análise de riscos, antes de abrir ou implementar seus negócios. Para Dornellas (2008, p. 13), o empreendedorismo no Brasil não está melhor porque os brasileiros pre- cisam quebrar o paradigma de que a pessoa em- preendedora tem sorte, e desmistificar a ideia de que homens e mulheres são vencedores por meios inexplicáveis. Além disso, devem entender que su- cesso não é uma questão de sorte, mas que na ver- dade homens e mulheres comuns podem vencer e gerar riqueza a partir da competência e planeja- mento, utilizando objetivos claros e bem definidos. Lembre-se de que você faz parte da população que possui capacidade empreendedora. Vamos lá, surpreenda-se! Para saber mais sobre as atualizações do empreendedorismo no Brasil e os relatórios GEM, leia o texto “Empreendedorismo no SEBRAE”, disponível em: < http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/tipoconteudo/empreendedorismo?codTema=2> Resumo Vimos o significado de empreender e empre- endedorismo, e compreendemos que em- preendedor é quem faz as coisas acontece- rem, assume riscos calculados e transforma-os em oportunidades de negócios. Também vimos que a importância do empreendedorismo e do empreendedor para o mercado está relacionada a novas oportunidades de traba- lho, geração de empregos e a movimentação da economia. Apresentamos um breve histórico do empreendedorismo no Brasil. E agora é hora de praticar e ampliar os estudos sobre o assunto. A avaliação do Brasil no Relatório GEM, de 2015, p. 18, aponta um cenário empreendedor bem otimista, em que 54% do povo brasileiro possui capacidade empreendedora, sendo a criatividade e a resiliência, características marcantes dos brasileiros, as quais favorecem o empreendedorismo no país, mesmo diante de um mercado tão incerto. Você encontrará mais informações sobre o empreendedorismo no site do IMED, acessando < https://seer.imed.edu.br/index. php/revistasi> 20 Empreendedorismo Pratique Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira: Empreendedor Empreendedorismo de Oportunidade Empreendedorismo de Necessidade ( ) Aventura-se na jornada empreendedora mais por falta de opção. ( ) Quando se tem visão, sabe aonde quer chegar, está totalmente ligado ao desenvolvimento econômico. ( ) Quem faz as coisas acontecerem em meio às situa- ções adversas, assumindo riscos calculados e transfor- mando-os em oportunidades de negócios. Unidade Saber para empreender 2 Fonte: Freepik/alekksall 22 Empreendedorismo As características de um empreendedor, um gerente/administrador e um líder neces- sitam ser conhecidas para que possamos identificá-las e usá-las a nosso favor. Dentro do empreendedorismo existem mitos e verdades que precisam ser avaliados para evitar erros e impulsionar os acertos. Nesta unidade, serão abordados os conceitos e os conhecimentos necessários a res- peito do empreendedorismo, que ajudarão no correto entendimento de termos, de situações e de ações que fazem bons empreendedores. Líder, gerente e empreendedor As diferenças e/ou semelhanças entre as pessoas tidas como líder, gerente (administra- dor) e empreendedoras basicamente se resumem nas atitudes que cada um deve ter de acordo com a posição que ocupa. Não há a pretensão de exaltar ou diminuir uma em relação à outra, mas há a intenção de identificar as responsabilidades, compromissos e o modo de agir de cada posição ou situação ocupada. Fonte: Pixabay/Clker-Free-Vector-Images Liderança está diretamente relacionada à habili- dade de influenciar positivamente as pessoas. O líder é um sujeito carismático que conquista as pessoas visando atingir objetivos comuns, inspi- rando confiança por meio da força do caráter. Liderar significa conquistar as pessoas, envolvê- -las de forma que coloquem seu coração, mente, espírito, criatividade e excelência a serviço de um objetivo (HUNTER, 2004, p. 52). O líder necessariamente não é chefe, gerente ou ocupa cargo de status, mas certamente é um entusiasta que envolve a todos na solução de desafios e conquistas de metas. Um líder pode ser também ao mesmo tempo um empreendedor, pois a necessidade do fazer, operacionalizar, precisa da função do influenciar, para que o agir se concretize em bons resultados. 23Unidade 2 – Saber para empreender As definições de gerente/administrador e empreendedor são mais fáceis de serem confundidas, até porque essas posições podem e, em muitos casos, são ocupadas pela mesma pessoa. A seguir, analise um quadro com as definições de cada cargo e posição. Quadro 2.1 - Definição de Gerente/Administrador e Empreendedor GERENTE / ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR Trabalha com a eficiência e o uso efetivo dos recursos para atingir metas e objetivos. A chave é adaptar-se às mudanças. O padrão de trabalho implica análise racional. Opera dentro da estrutura de trabalho existente. Trabalho centrado em processo que leva em consideração o meio em que ele se desenvolve. Estabelece uma visão e objetivos, e identifica os recursos para tor- ná-los realidade. A chave inicia as mudanças. O padrão de trabalho implica imaginação e criatividade. Define tarefas e funções que criem uma estrutura de trabalho, centrado na criação de processos resultantes de uma visão diferenciada do meio. Fonte: Filion (2000, p.3) Outro conceito a respeito de gerência está na abordagem clássica ou processual, que tem foco na impessoalidade, na organização e na hierarquia, e propõe que o trabalho do gerente/administrador ou a arte de administrar se concentre nos atos de pla- nejar, organizar, dirigir e controlar (DORNELLAS, 2008, p. 15). Plano de Negócios Fonte: Freepik De qualquer forma, o foco desta unidade é o empreendedor, que para Chiavenato (2012, p. 14), é o sujeito que transforma ideias em realidade, e não busca somente seu próprio benefício, mas também o da0 comunidade e o da sociedade. 24 Empreendedorismo Agora quevocê já sabe a definição de líder, gerente/administrador e empreendedor, sugiro que se conecte com essas posições, lendo mais sobre o assunto. Como dica de leitura, sugiro o livro O Monge e o Executivo, uma história sobre a essência da liderança. Características empreendedoras (do empreendedor) Para visualizar uma oportunidade ou realizar uma ação empreendedora, é preciso possuir algumas características, que qualificam como empreendedor quem as possui ou as consegue adquirir. Vamos a elas. • Percepção de Chiavenato O empreendedor consegue fazer coisas acontecerem por ser dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar e aproveitar oportuni- dades, nem sempre claras e definidas. Por ter criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor demonstra imaginação e perseverança, aspectos que, combinados adequadamente, habilitam-no a transformar uma ideia simples em algo que produza resultados concretos e bem-sucedidos no mercado (CHIAVENATO, 2012, p. 27). É quase como dizer que o empreendedor pensa ‘fora da casinha’, ele se prepara para o que irá acontecer a partir da sua percepção e planejamento, e mesmo que não dê certo na primeira vez, busca outras formas de alcançar o objetivo, sem perder a vontade, o entusiasmo, mas realiza suas ações com cautela e atenção, para que o risco esteja dentro da margem calculada. • Percepção de Dornellas O empreendedor de sucesso possui características extras, além dos atributos do ad- ministrador, e alguns atributos pessoais que, somados a características sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa, de uma ideia, surge uma inovação, e desta uma empresa (DORNELLAS, 2008, p. 17). 25Unidade 2 – Saber para empreender Em resumo, as características de uma pessoa empreendedora, segundo este autor, são as de pessoas visionárias, que sabem tomar decisões e explorar ao máximo as opor- tunidades. Estes são determinados, dinâmicos, dedicados, otimistas e apaixonados pelo que fazem. Além disso, são independentes e constroem o próprio destino, ficam ricos, são líderes e formadores de equipes, são bem relacionados e organizados, não se cansam de planejar, possuem conhecimento, assumem riscos calculados, e principalmente, criam valor para a sociedade. Mitos sobre empreendedorismo Empreendedores são vistos como pessoas de sorte, e não de competência. Seus esforços são confundidos com falta de alternativa, quando na verdade, eles têm energia e dispo- sição no agir em prol da conclusão daquilo que foi planejado. Fonte: Freepik Dornellas resumiu alguns mitos e verdades a respeito do empreendedor. Vejamos a seguir. Quadro 2.2 - Mitos e verdades a respeito do empreendedor MITOS VERDADES Empreendedores são natos, nascem para o sucesso. A maioria dos empreendedores nasce com certo nível de inteligência, empreendedores de sucesso acumulam habilidades relevantes, experi- ências e contatos com o passar dos anos. Empreendedores são “jogadores” que assumem riscos altíssimos. Calculam os riscos, evitam os que são desnecessários, compartilham o risco com outros e o dividem em “partes menores”. Empreendedores são “lobos solitários” e não conseguem trabalhar em equipe. São ótimos líderes, criam equipes, desenvolvem um bom clima de relacionamento no trabalho com parceiros, clientes, fornecedores e demais envolvidos. 26 Empreendedorismo Quadro 2.2 - Mitos e verdades a respeito do empreendedor O sucesso do processo de empreendedorismo depende de uma boa ideia. Além de uma boa ideia, precisa ter muito planejamento, trabalho e persistência, mesmo que os resultados não sejam os esperados. Fonte: Dornelas (2008, p. 21 e 22). Ainda segundo Dornelas (2008, p. 23), existe o mito de que empreendedorismo não pode ser ensinado ou aprendido, que a pessoa nasce empreendedor, dotado das carac- terísticas empreendedoras. Porém, a cada dia que passa, aumenta o entendimento de que o processo empreendedor pode ser ensinado e compreendido por qualquer sujeito, que esteja disposto a aprender. O perfil do empreendedor e de como ele administra as adversidades do seu negócio, pode sim garantir o sucesso de seu empreendimento, desmistificando também a afirma- ção de que sucesso depende de sorte. Fonte: Rgbstock/woodsy Chiavenato (2012, p. 10) nos fala que há um mito de que o empreendedor apresenta como resultado uma nova empresa para divulgar seus produtos. A verdade é que ele pode também estar dentro das empresas, e neste caso, será chamado de intraempreendedor - quem tem um espírito empreendedor, que se de- dica totalmente ao negócio, mesmo não sendo ele o dono da empresa, mas sim um colaborador. Resumo Nesta unidade conhecemos as diferenças e semelhanças entre líder, gerente/administra- dor e empreendedor. O primeiro possui habilidades de influenciar; o segundo trabalha com a eficiência e o uso efetivo dos recursos; e o terceiro concentra na criação de pro- cessos resultantes de uma visão diferenciada do meio. Um empreendedor é bem visto em qualquer posição, já que suas características são essenciais para o mundo dos negócios. 27Unidade 2 – Saber para empreender Vimos também que empreendedores possuem características específicas para visualizar uma oportunidade ou realizar uma ação empreendedora. E que no mundo dos negócios há alguns mitos e verdades em relação às pessoas empreendedoras, e que estas podem desenvolver suas características empreendedoras tanto como donos de empresas quan- tos colaboradores dentro delas. Pratique Apresente algumas características para: líder, gerente/administrador e empreendedor. Unidade Empreendedorismo corporativo 3 Fonte: Freepik/kreativkolors 30 Empreendedorismo As ações empreendedoras acontecem em qualquer ambiente organizacional, e o empreendedor se destaca tanto individualmente como no coletivo. O desenvolvimento econômico de uma sociedade depende da qualidade de empre- sas e de profissionais nelas existentes. Assim, a atenção às necessidades comporta- mentais e a prática das ações empreendedoras no ambiente coorporativo são o foco desta unidade. Desenvolvimento econômico e empreendedorismo A este ponto dos estudos você já sabe que empreendedorismo está relacionado direta- mente à criação, às novas ideias e à identificação de oportunidades, mas acima de tudo a ações planejadas e a riscos assumidos para que o novo dê lugar ao “bom para todos”, empresa-cliente-fornecedor. Sabemos também que o fenômeno globalização tem sido um dos fatores para que as empresas busquem o diferente e se destaquem no mercado, equilibrando três importan- tes itens em seus produtos e/ou serviços: preço, qualidade e inovação. Porém, em um passado não muito distante, eram as grandes empresas que detinham grande parte da produção dos produtos e dos serviços produzidos em uma sociedade. Essas praticavam uma gestão que conhecemos como tradicional, por estar voltada a processos, a recursos e a manufaturas. O que não configura como certo ou errado, sucesso ou fracasso, mas em processos burocráticos, que algumas vezes não refletem a necessidade e a agilidade que o mercado exige. Dornelas (2008, p. 5) define como “velho” o modelo econômico de grandes empre- sas, caracterizadas por possuírem muitos ativos físicos, grande quantidade de funcio- nários, muitas sedes, imóveis e maquinários, nas quais o que prevalece é o poder da produção em grande escala e o tamanho físico, e que criam barreiras para entrada de pequenas empresas. Assim para continuarem competitivas e se manterem firmes no mercado, as grandes em- presas também buscaram inovar, trazendo para dentro de seu quadro de funcionários, pessoas empreendedoras, com intuito não só de se manterem no mercado, mas de se 31Unidade 3 – Empreendedorismo corporativo manterem competitivas, inovando e se especia- lizando tecnologicamente, e para isso é preciso aplicar os conceitos-chave relacionados ao em- preendedorismo. A buscapela inovação é uma realidade de todas as empresas, independentemente de seu porte e abrangência no mercado. Assim, o velho precisa dar lugar ao novo. Dornelas (2008, p. 5) define o “novo” como o modelo econômico, no qual as em- presas são mais ágeis, flexíveis e com respostas rápidas às demandas do mercado. Aliado a tantas exigências mercadológicas, como a proximidade com o cliente e a antecipação de sua necessidade para melhor atendê-lo, está o crescente aumento do consumo, em que a excelência está no aten- dimento rápido, de qualidade e de preço justo. Por isso, a busca por pessoas empreendedoras dentro das empresas têm crescido, e o intraem- preendedorismo, estudado na unidade anterior, tem ganhado força. Diante dessa crescente busca por pessoas empreendedoras para atender às novas exigências mercadológicas, o empreendedorismo impulsiona o desenvolvimento eco- nômico, proporciona pessoas e empresas a se renovarem, e assim continuem geran- do emprego e renda, permitindo que a economia siga seu curso. O empreendedorismo, segundo Dornelas (2008, p. 9), passa a ser um fator crítico para o desenvolvimento econômico, pois não está restrito apenas à criação de novos negócios, comumente relacionado a pequenas empresas, mas pode e deve ser em- pregado pelas organizações existentes como forma de sistematizar seus processos internos para a geração das inovações empresariais. Para se aprofundar nas questões relacionadas à inovação, sugiro que leia o texto “Empreendedorismo corporativo: uma nova estratégia para a inovação em organizações contemporâneas”, que está disponível em: <http://www.iniciativaempreendedora.org.br/pub/biblioteca/Empreendedorismo%20Corporativo.pdf> O empreendedorismo corporativo em uma organização é um meio de estimular os indivíduos que acreditam que algo pode ser de um modo diferente e melhor. (HISRICH, PETERS & SHEPHERD, 2014. p. 29). Conceitos básicos do empreendedorismo: busca de oportunidade, inovação, fazer diferente, criação de valor (DORNELAS, 2008, p. 17 e 18). 32 Empreendedorismo Atitudes e comportamentos empreendedores nas organizações A primeira ação empreendedora dentro de uma organização ocorre em sua administra- ção: permitir e criar um ambiente que proporcione aos funcionários se percebe- rem empreendedores, ou que possam desenvolver atitudes empreendedoras. Fonte: Freepik De acordo com Hisrich, Peters & Shepherd (2014, p. 30), a empresa precisa abrir es- paço para que seus funcionários possam agir em quatro situações-chaves: • Na criação de um novo empreendimento, ou seja, criar algo novo dentro da organi- zação (produto ou serviço). • Na ação do espírito de inovação, desenvolvimento e aperfeiçoamento de produtos, a partir da implantação de novos métodos e procedimento de produção, tendo a tecnologia como principal aliada. • Na autorrenovação, mudanças de estratégias, reorganização dos processos para per- mitir a inovação. • Na proatividade, liberdade para tomada de decisões com agilidade e flexibilidade, assumindo riscos na busca de oportunidades. 33Unidade 3 – Empreendedorismo corporativo Atitudes de envolvimento direto com clientes, como efetuar a escuta dos consumidores sobre suas necessidades, bem como coletar feedback dos produtos e serviços a eles ofe- recidos, são empreendedoras e importantes de serem adotadas pelas empresas. Outras atitudes e comportamentos empreendedores que uma organização pode adotar são apresentados a seguir por Dornelas (2008, p. 15): "Estabelecer e cultivar redes de relacionamentos internos (network), recrutar para as equipes de projetos pessoas multifuncionais, energéticas, comprometidas, autocon- fiantes, e ainda possibilitar o desenvolvimento de carreira a essas pessoas, bem como recompensas para as inovações propostas." O quadro a seguir resume bem as mudanças de atitudes, da administração e gestão de pessoas, em relação aos funcionários dentro das empresas. Quadro 3.1 - Gestão de Pessoas Até agora Para o futuro Fazer as pessoas trabalharem bem Mobilizar a energia e a motivação do pessoal Treinar e controlar pessoal Desenvolver líderes, renovar o capital humano Remunerar pessoal Recompensar e envolver o pessoal no sucesso Acabar com disputas internas Lutar unidos contra a competição certa Escolher as pessoas certas Conseguir a mistura correta de qualidades Fonte: Costa, Cericato & Melo (2007) A verdade que vem se revelando aos líderes em- preendedores é que o maior patrimônio das empresas vem se mostrando ser os seus fun- cionários, pois com suas atitudes e comporta- mentos empreendedores estão redesenhando o cenário econômico, social e cultural da sociedade. Processo: a prática do empreendedorismo corporativo A inovação é a chave que abre as portas para o empreendedorismo. Ela é impulsionada a partir de fatores externos, ambientais, sociais, de aptidão pessoal ou pela somatória de todos eles. Assim, o empreendedor ou intraempreendedor parte da percepção desses Para se apropriar mais deste conteúdo, leia o artigo da Revista de Negócios: “Empreendedorismo corporativo: conceitos e aplicações”, de José Carlos Assis Dornelas. Disponível em: <http://gorila.furb.br/ojs/ index.php/rn/article/view/289/276>. 34 Empreendedorismo fatores para inovar, ou seja, criar produtos e/ou serviços que irão suprir a lacuna do con- sumidor, atribuindo-os valor agregado, gerando emprego e renda, assim, movimentando o mercado dos negócios. De acordo com Dornelas (2008, p. 27), o processo empreendedor consiste basicamente em quatro etapas, conforme segue: • Identificar e avaliar a oportunidade • Desenvolver o plano de negócios: business plan • Determinar e captar recursos • Gerenciar a empresa criada Identificação Desenvolvimento Captura Implementação Figura 3.1 – Situações de oportunidades Fonte: Dornelas (2008, p. 27, adaptado) Quadro 3.2 - Processo Empreendedor IDENTIFICAR E AVALIAR A OPORTUNIDADE DESENVOLVER O PLANO DE NEGÓCIOS DETERMINAR E CAPTAR OS RECURSOS NECESSÁRIOS GERENCIAR A EMPRESA CRIADA Criação e abrangência da oportunidade, valores percebidos e reais da opor- tunidade, riscos e retornos da oportunidade versus ha- bilidades e metas pessoais, situações dos competidores. Sumário executivo. O con- ceito do negócio. Equipe de gestão. Mercado e competi- dores. Marketing e vendas. Estrutura e operação. Análise estratégica. Plano financeiro. Anexos. Recursos pessoais, recursos de amigos e de parentes (angels), capitalistas de risco, bancos, governo, incubadoras. Estilo de gestão, fatores críticos de sucesso, iden- tificar problemas atuais e potenciais, implementar um sistema de controle, profis- sionalizar a gestão, entrar em novos mercados. Fonte: Dornelas (2008, p. 27, adaptado de HISRICH, 1998). O processo do intraempreendedor consiste na abertura que a organização proporcionar para que a inovação aconteça, e então os funcionários possam transformá-la em opor- tunidade, e em novos produtos e serviços. 35Unidade 3 – Empreendedorismo corporativo AS PESSOAS Novos processos Novos negócios Mudança de culturaCriatividade Figura 3.2 - O processo do empreendedorismo corporativo Fonte: Dornelas (2004). Para fixar os assuntos desta unidade, analise os slides na apresentação: “Empreen- dedorismo Corporativo”, disponível em: <http://pt.slideshare.net/Leonardo_Dias/ empreendedorismo-corporativo-14302554> Resumo Para acompanhar o mercado e continuar sendo competitiva, as empresas e organizações estão se abrindo ao empreendedorismo, permitindo que seus profissionais mostrem suas ideias e auxiliem no crescimento e na consolidação de seus negócios. O processo do empreendedorismo corporativo vem se consolidando e abrindo espaço para atitudes mais inovadoras por parte de seus funcionários, impulsionando as empre- sas ao desenvolvimento econômico do mercado e da sociedade. Pratique • O que podemos entender como empreendedorismo corporativo? • Quais são as etapas para desenvolvero processo do empreendedorismo corporativo? Estrutura organizacional flexível Espírito Empreendedor Unidade Oportunidades 4 Fonte: Freepik 38 Empreendedorismo O momento certo para se empreender poderia até ser um problema, mas não é! Nesta unidade veremos os conceitos de oportunidades e de ideias, e aprenderemos a identificar as oportunidades existentes dentro do mundo dos negócios. É preciso estar atento ao que acontece ao nosso redor, observar, ter paciência, mas também é preciso ser arrojado e buscar ser diferente, com cautela e com planejamento. Identificando oportunidades De acordo com McMullen-Shepher (apud. HISRICH, PETERS, SHEPHERD, 2014, p. 21), os motores da ação empreendedora são o conhecimento e a motivação, mas é a opor- tunidade que abre os caminhos para que esta ação aconteça e se materialize. Para ajudar no entendimento da afirmação acima, vamos ao conceito de oportunidade: Oportunidade é a qualidade de oportuno. Ocasião, altura, ensejo, conveniência. Caminhos, futuro, perspectivas. (Dicionário Aurélio.com/Agosto 2016) Por isso, a identificação da oportunidade é um dos principais atributos do em- preendedor. E é desse “empreendedor também a responsabilidade de agarrá-la, e bus- car os recursos necessários para transformá-la em um negócio lucrativo” (DOLABELA, 1999, p.44). O reconhecimento de oportunidades exige do empreendedor certa habilidade, pois, às vezes, é necessário associá-lo à tecnologia ou a um saber específico: a uma aplica- ção comercial. Ou seja, o empreendedor deve saber transformar um conhecimento específico ou uma aplicação em algo de fácil utilização, e, então, colocar esse novo produto ou serviço à disposição de clientes e consumidores. Conforme os autores Bessant e Tidd (2009, p. 73), a oportunidade pode ser resumida como a capacidade de sintetizar conhecimento cien- tífico em discernimento de mercado. Podemos definir oportunidade como a prática de observar, analisar, calcular e estudar o mercado, em busca de fendas/ brechas para implementação de um novo produto ou serviço. 39Unidade 4 – Oportunidades Para que o empreendedor identifique uma oportunidade, ele deve demonstrar um es- forço sistemático em definir, em construir ou formular um problema (BESSANT e TIDD, 2009, p. 67). Assim, podemos entender que a construção de oportunidade é um con- ceito geral do objetivo ou da direção a se tomar, e que pode ser construída de maneira abrangente, rápida e eficaz. Fonte: Freepik Normalmente a oportunidade descreve a área básica de necessidade ou desafio em que os esforços da pessoa responsável pela resolução do problema deverá se concentrar para resolver, permanecendo aberto o suficiente para permitir que novas perspectivas surjam, abrindo espaços para geração de ideias. Para Chiavenato (2012, p. 89), uma oportunidade para muitos empreendedores pode significar também a criação de uma nova empresa, assim ele considera quatro vertentes como potenciais situações para criação de um novo empreendimento: OFERTA DE UM NOVO PRODUTO E/OU SERVIÇO. DESENVOLVIMENTO DE UMA NOVA TECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO DE UM NOVO MERCADO. DESENVOLVIMENTO DE NOVO BENEFÍCIOS. Figura 4.1 - Situações de oportunidades Fonte: IFPR (2016) 40 Empreendedorismo O empreendedor precisa ficar atento aos sinais do mercado e às situações que apresentem necessidade de ação rápida, em responder às novas exigências do consumidor, substituir o produto ou serviço que não atende mais o cliente, descobrir algo novo que o mer- cado anseie e apresentar a solução no tempo certo, pois as oportunidades têm prazo de validade, as- sim é preciso ficar atento à janela de oportunidade. É importante agir de forma a identificar as oportu- nidades para acertar no tempo, atender o merca- do com o produto e/ou serviço adequado, e que seja bem aceito. Por isso, é preciso abrir a mente à ocorrência de boas ideias buscando transformá-las em potenciais oportunidades. Como ter uma ideia Ser criativo é ter ideias, é ser livre para pensar, ser espontâneo para descobrir as respostas aos questionamentos que vão surgindo a cada novo desafio. A geração de ideias inclui a geração de opções de respostas para um problema. Assim, podemos entender que a ideia pode ser um sinônimo de solução. Pelo menos no mun- do dos negócios essa comparação pode ser feita sem medo de errar, pois ”a ideia é a base para o negócio” (BESSANT & TIDD, 2009, p. 70-76). Para se aprofundar nos temas relacionados às oportunidades, sugiro que leia o artigo “Empreendedorismo: identificando oportunidades”, disponível em: <https://marcoarbex.files.wordpress.com/2013/10/texto-para-aula_ identificacao-de-oportunidades.pdf>. Fonte: Freepik Janela de oportunidade Período de tempo em que o ambiente é favorável para os empreendedores explorarem determinada oportunidade de negócio (HISRICH, PETERS & SHEPHERD, 2014, p. 51) É primordial que o empreendedor participe de eventos diversos (feiras, exposições, congressos, etc.), leia publicações, vá a reuniões, palestras e afins que fazem referência ao negócio de seu interesse, dialogue com concorrentes, clientes, funcionários sobre produtos e serviços a respeito de falhas e acertos, e acompanhe tendências de economia e política, por exemplo. 41Unidade 4 – Oportunidades Para que um empreendimento siga seu curso de sucesso ou de descoberta, ele obrigato- riamente passa pelo processo de criação de ideias. Ideia é a representação que se forma no espírito; percepção intelectual; pensamento; lembrança; memória; plano; intenção; fantasia. (Dicionário Aurélio.com/Agosto 2016) Assim, não é preciso o empreendedor ser um sonhador nato, ou ser uma máquina de fabricar ideias. A verdade é que existem métodos que ajudam na geração e na testagem de novas ideias. Bessant e Tidd (2009, p. 76) e Hisrich, Peters & Shepherd (2014, p. 77) apresentam algu- mas formas de produzir novas ideias a partir de um problema, desafio ou objetivo: • Grupo de discussão Grupo de pessoas que se reúne para fornecer informações em um formato estruturado umas às outras. • Brainstorming (tempestade de ideias) O grupo se reúne para obter ideias e soluções, por meio de uma explosão de ideias, em que não se é permitido crítica, comentários negativos, mas que estimula a improvisação, incentiva ao maior número de ideias, pois a ideia de um pode estimular e produzir uma nova ideia para o outro; deve ser um encontro leve e divertido. • Brainstorming invertido Método de grupo para obter novas ideias, concentrando-se nos aspectos negativos. Ba- seia-se na descoberta de falhas, com a colocação da pergunta: “De que modo essa ideia pode fracassar?”. • Análise de inventário de problemas O objetivo é gerar novas ideias e soluções, concentrando-se nos problemas. • Solução criativa de problemas Método para obter novas ideias, concentrando-se nos problemas. 42 Empreendedorismo Todos os métodos (já citados) podem ser utiliza- dos, tanto para a busca de novas ideias, como para testar as ideias já formuladas, com o objetivo de acertar na sua implantação. Assim como a oportunidade, a ideia também pos- sui um tempo para que produza a ajuda necessária para gerar respostas às necessidades do mercado. Sugiro que leia os capítulos 1 e 2 do “Manual para Jovens Sonhadores”, e reflita a respeito do processo de gerar ideias. Esse texto está disponível em: <http://dadfb8d64f2373606af3-db7f02e570d80d0241281a0332479b26.r98.cf1.rackcdn.com/ manualparajovenssonhadores.pdf>. Resumo A prática de alguns métodos de geração de ideias faz com que o empreendedor consiga visualizar as oportunidades para implementar o seu negócio, produto ou serviço no mer- cado. Há oportunidades para todos, mas é preciso ficar atento ao tempo, para agir no momento certo, e assim conseguir maior eficiência na implementação da ideia. Pratique • O que podemos entender por a) Oportunidade b) Ideia Um nova ideia deve ser implementada no menorprazo possível, para não perder sua identidade de inédita. Quando uma ideia é muito discutida sem uma definição final agilizada, ela pode ficar escassa, e perder sua função de solução de problemas e correção de falhas. Unidade Inovação 5 Fonte: Freepik 44 Empreendedorismo A geração de ideias é o primeiro passo para iniciar o processo de inovação, que con- tinuará seguindo seu fluxo, respeitando mais algumas etapas, antes de ser divulgado o produto final. Portanto, entender a diferença entre inovar e inventar e saber sobre as fontes e os tipos de inovação são os focos desta unidade. Veremos de forma sistemática que inovar é possível e está acessível a todos os empreendedores. Inovar e Inventar Muitos autores atribuem o sucesso do empreendimento à inovação, consideram-na a “cereja do bolo”. É a inovação que torna a ideia interessante e atrativa, e, por sua vez, gera oportunidade de negócio. Podemos entender que inovar, ou inovação, não se trata somente de criar algo novo, mas de melhorar e aumentar a qualidade de algo que já existe – pode ser um produto, um serviço, um processo, um fluxo, ou todos eles juntos. Fonte: Freepik Ainda podemos atribuir à inovação a capacidade de pensar e recriar para um mesmo pro- duto e/ou serviço, processo e/ou fluxo existentes, uma nova utilização a eles no mercado ou dentro da empresa, de forma que gere oportunidade, valor agregado e lucratividade. 45Unidade 5 – Inovação Porém, precisamos ter em mente que inovar é diferente de inventar, e por isso, Dornelas (2008, p. 18) nos ajuda com tais definições: Empreendedor que utiliza sua criatividade aliada às suas habilida- des gerenciais e conhe- cimentos dos negócios para identificar oportu- nidades e inovar. Pessoa que não tem compromisso de criar algo com fins econômi- cos, sua motivação é a criação, a descoberta e nada mais. Figura 5.1 – Inovador x Inventor Fonte: Dornelas (2008, p. 18, adaptado) Segundo Bessant e Tidd (2009, p. 105), para que a inovação aconteça, é preciso a co- operação de diferentes pessoas, pois é necessário que haja trabalho em equipe com o envolvimento de vários profissionais, e que acon- teça de maneira produtiva e criativa dentro de uma empresa. Para que uma inovação tenha êxito, Drucker diz que os empreendedores precisam buscar, de for- ma deliberada, as fontes de inovação, as mudan- ças e sintomas que iniciam oportunidade. A prática da inovação pode ser adquirida por meio de técnicas e exercícios para desenvolver um comportamento criativo, como, por exemplo, o hábito de tentar encontrar novas ideias, novas formas de apresentar ideias antigas, de identificar problemas e inconsistência nos produtos e servi- ços oferecidos aos clientes e consumidores (DO- LABELA, 1999, p. 92). Para Cruz (2008, p. 74), a busca contínua pela inovação leva o empreendedor a aceitar e a acreditar na intuição como fonte de ideias. Outros exemplos de formas para produção de novas ideias estão descritos na Unidade 4. A inovação é a ferramenta específica dos empreendedores, o meio pelo qual exploram a mudança como oportunidade para um negócio ou um serviço diferente. Ela é passível de ser apresentada como uma disciplina, que pode ser aprendida, que pode ser exercitada (Peter Drucker apud. BESSANT, TIDD, 2009, p. 58). Pessoas empreendedoras devem buscar a prática da inovação, por meio de ações proativas, e esta prática deve ser uma atividade comum aos empreendedores e intraempreendedores (DORNELAS, 2008, p. 18). 46 Empreendedorismo Fonte: Freepik Inovações importantes têm tanta probabilidade de surgir a partir de uma análise de sintomas de mu- dança, como também da aplicação de um novo conhecimento resultante de uma grande desco- berta científica. Fonte de inovação Sendo a inovação essencial ao processo criativo, aprendemos que é possível buscar for- mas de produção de novas ideias. Agora, veremos que encontrar as fontes do processo inovador também está ao alcance do empreendedor. Peter Drucker (apud. DORNELAS, 2008, p. 19) apresenta o processo de inovação siste- mática, o qual se refere a sete fontes para a identificação de oportunidade inovadora. As quatro primeiras estão visíveis ao olhar do empreendedor, porque estão concentradas dentro da empresa: 1. O inesperado O sucesso inesperado, o fracasso inesperado, o evento externo inesperado. É preciso saber lidar com esses “acasos’ e entender quando podem se tornar uma oportunidade, efetuando análise por meio de questionamentos a cerca do acontecimento. Aprofunde seus conhecimentos na área de inovação, lendo “A política de inovação”, disponível no link a seguir. <http://www.eco.unicamp.br/docprod/ downarq.php?id=3268&tp=a>. 47Unidade 5 – Inovação 2. A incongruência Entre a realidade como ela é de fato, e a realidade como se presume ser, ou como ‘deve- ria ser’, buscar responder os porquês das diferenças. 3. A inovação baseada na necessidade do processo Reorganizar a sequência de execução de atividades para alcançar agilidade e qualidade. 4. Mudanças na estrutura do setor industrial ou na estrutura do mercado E assim, identificar o que os desprevenidos não estão vendo como possibilidade de inser- ção de produto e/ou serviço novo. Fonte: Freepik As outras três fontes para a oportunidade inovadora necessitam que o empreendedor olhe para as mudanças ocorridas fora da empresa ou do setor: 1. Mudanças demográficas, de população, de público, de clientes e consumidores, quem são eles. 2. Mudanças em percepção, disposição e significado, o que esta nova população, quer, e o que ela procura. 3. Conhecimento novo, tanto científico como não científico, o que eu sei, aprendi ou descobri de novo que pode ser útil e incrementar meu produto e/ou serviço. O olhar atento do empreendedor ao que acontece à sua volta é que faz toda diferença, e o destaca no mercado de trabalho e no mundo dos negócios. 48 Empreendedorismo O quadro a seguir traz algumas inovações ocorridas no século passado, que fazem parte do nosso dia a dia e não ousamos ficar sem, mas que podem se revelar como fontes de novas oportunidades e processo de inovação. Quadro 5.1 - Inovações do século XX Ano Invenção 1903 Avião motorizado 1915 Teoria geral da relatividade de Einstein 1923 Aparelho televisor 1928 Penicilina 1937 Náilon 1943 Computador 1945 Bomba atômica 1947 Transistor 1953 Descoberta da estrutura do DNA abre caminho para a engenharia genética 1957 Sputnik, o primeiro satélite 1958 Laser 1961 O homem vai ao espaço 1967 Transplante de coração 1969 O homem chega à Lua; início da Internet; Boeing 747 1970 Microprocessador 1989 World Wide Web 1993 Clonagem de embriões humanos 1997 Primeiro animal clonado: ovelha Dolly 2000 Sequência do genoma humano Fonte: Dornelas (2008, p. 6) Tipos de Inovação Inovar significa apresentar o novo, o diferente, o inédito, tanto na criação como na recriação, ou seja, é possível sim transformar produtos, serviço, fluxo e processos já existentes a se tornarem inéditos aos olhos de consumidores e mercado. Para Chiavenato, há vários tipos de inovação, mas por hora vamos nos concentrar em três delas: 1. Incremental Melhoria e/ou modificação de produtos, processos, serviços e atividades de produção e distribuição existentes, mas de maneira incremental e contínua. É continuar fazendo o que se sabe, mas melhor e com mais qualidade, agregando cada vez mais valor. 49Unidade 5 – Inovação 2. Radical Disponibiliza novos produtos ou serviços, ou processos e fluxos que causam mudança significativa, trazem rápidas e profundas mudanças, e tendem a criar novos valores de mercado. 3. Disruptiva ou revolucionárias Surpreende mercado e clientes, pois preenche o espaço deixado pelas grandes empresas e fabricantes, mas que com o tempo vai agregando valor e gerando concorrência. A inovação está associada à sobrevivência e ao cres- cimento da empresa, por isso é importante desta- carque a busca por ideias é só o começo do processo inovador; na sequência é necessário geri-lo de maneira ativa, iniciando com a geração de ideias, depois realizando a seleção das melhores e finalizando com a implementação (BESSANT & TIDD, 2015, p. 55). Busca: análise do cenário interno e externo, à pro- cura de sinais relevantes sobre ameaças e oportuni- dade de mudança. Seleção: decisão, levantamento e considerações de como a empresa pode se desenvolver melhor, e responder a esses sinais. Implementação: transfor- mar a ideia inicial em algo novo e lançar o produto e/ou serviço no mercado, e resolver os pro- blemas que possam existir. Captura de valor por meio da ino- vação: construção de conhecimento e melho- rias das formas de como o processo é gerido. Figura 5.2 - Processo de gestão da inovação Fonte: Bessant & Tidd (2015, p. 55, adaptado) Um negócio inovador é aquele que vive e respira “fora da caixa”. Não se trata apenas de boas ideias, mas de uma combinação de boas ideias, palestras sobre inovação da equipe motivada e compreensão instintiva daquilo que seu cliente deseja (BRANSON & DTI, 1998, apud. BRESSANT & TIDD, 2009, p. 27) 50 Empreendedorismo A mudança pode acontecer de várias formas, e se apresentar em diferentes momentos do processo de criação de ideias. Pensar em fazer diferente não é sinônimo somente de produtos e serviços, o novo pode também ser implementado em outros setores da em- presa (BESSANT & TIDD, 2009, p. 25 e 26): Inovação de produ- to: mudanças nos produtos e/ou ser- viços que uma em- presa oferece Inovação de proces- so: mudanças na for- ma como os produ- tos e/ou serviços são criados e entregues Inovação de posição: mudanças no contex- to em que produtos e/ ou serviços são intro- duzidos no mercado Inovação de paradig- ma: mudanças nos modelos mentais sub- jacentes que orientem o que a empresa faz Figura 5.3 - As quatro dimensões da inovação Fonte: Bessant & Tidd (2009, p. 25 e 26, adaptado) Resumo A inovação é a chave do empreendedorismo. É por meio dela que as coisas acontecem e se con- solidam no mundo dos negócios. A prática da inovação pode ser adquirida por qualquer em- preendedor, desde que, este esteja disposto a conhecer suas fontes, os tipos e formas de ges- tão do processo de inovar. Pois inovar não é o mesmo que inventar, mas é buscar o novo, o novo inédito ou o novo recriado, que atenda o consumidor, um determinado público ou um mercado específico. Para refletir sobre o tema estudado, sugiro a leitura do livro “A Fábrica dos Sonhos”, da página 26 a 29, de Carlos Cauduro. Disponível em: <https://d17oy1vhnax1f7.cloudfront. net/items/302u3r3B411G272i3Y1k/A- Fabrica-dos-Sonhos.pdf >. 51Unidade 5 – Inovação Pratique • Diferencie inovar de inventar. • Quais são as quatro dimensões da inovação? Unidade Plano de Negócios 6 Fonte: Freepik 54 Empreendedorismo Os requisitos necessários para ser um empreendedor e os passos para ter sucesso já nos foram apresentados nas unidades anteriores. Porém, vimos que empreender significa também assumir riscos - riscos calculados e previstos - que precisam ser pen- sados como processo de preparação para iniciar qualquer negócio empreendedor. Por isso, precisamos aprender a planejar os riscos: o que prever, como e por que o plano de negócios é importante para o sucesso do empreendimento. Cada passo aplicado e posto em ação é fundamental para o negócio sair da ideia e gerar bons resultados reais. Conceito e importância do plano de negócios Um dos principais componentes para transformar sonho em realidade, sem dúvida, é o planejamento. As pessoas são movidas por sonhos, objetivos, vontades e desejos. E as empresas também. A diferença está somente na constituição desta pessoa, ou seja, física ou jurídica. A pessoa física é o sujeito como conhecemos, homens e mulheres, regidos pela conduta do código civil. A pessoa jurídica é a empresa criada pelo sujeito, que possui outras con- dutas e normas, regidas, neste caso, pelo código comercial. Porém, ambas têm algo em comum, que sãos os sonhos e objetivos a serem realizados, e para isso acontecer de forma assertiva e com sucesso, utilizamos o planejamento. Claro que para a pessoa física se trata de algo mais simples, não tão complexo, mas se temos um objetivo, precisamos traçar um plano para atingi-lo. Fonte: Freepik 55Unidade 6 – Plano de Negócios Para as empresas, a construção de um plano é um pouco mais abrangente, não dá pra ficar somente com os prazos e investimentos, se faz necessário analisar mais dados e combinar mais informações. Assim, temos algumas definições de plano de negócios: O plano de negócios é a ferramenta que suporta a gestão da informação (DEUTS- CHER, 2010, p. 6). Um plano de negócios, antes de ser um caminho que norteia as atividades desenvolvidas pelo empreendedor, tende a retratar, com o aprofundamento necessário, os passos da estruturação do sucesso (MARSHALL JUNIOR, et al., 2014, p. 5). O plano de negócios é fundamental ao iniciar um novo empreendimento, pois servirá como um guia para o empreendedor, e como um instrumento para obter o capital e o financiamento necessário. (HISRICH, PETERS & SHEPHERD, 2014, p. 178). Ele é um documento que descreve os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado. (SEBRAE, 2013, p.13). Portanto, se há interesse do empreendedor ou do intraempreendedor de que sua ideia ou projeto de inovação dê certo, o próximo passo é construir um plano de negócios. Como dica de leitura sobre Planos de Negócios, deixo o livro “Bel Pece - A Menina do Vale Verde: como o empreendedorismo pode mudar sua vida”. Disponível em: <http://www.fanap.br/Documentos/AMeninadoVale-BelPesce.pdf> Processo e elaboração do plano de negócios Uma das finalidades do plano de negócios é atrair investidores, ou seja, recursos fi- nanceiros para iniciar e manter o empreendimento funcionando e rentabilizando sua produção ou serviço. 56 Empreendedorismo Desta forma, para Deutscher (2010) um dos primeiros passos é identificar e registrar, organizadamente, as informações importantes como resumo da oportunidade: o resul- tado nas análises de mercado e da empresa, comportamento do mercado, recursos da empresa, posicionamento que a empresa irá adotar e a necessidade de capital. Análise do Maercado Panorama, dinâmi- ca, concorrência, ameaças e oportunidades Figura 6.1 - Processo de elaboração de um plano de negócios Fonte: Deutscher, (2010, p. 19) 57Unidade 6 – Plano de Negócios Outra possibilidade de iniciar a construção de um plano de negócio é descrita pelo SE- BRAE (2013, p. 20), que indica a preparação e registro de um breve relato do negócio com suas principais características, como: Após a identificação e a organização das principais informações da empresa e da propos- ta empreendedora, passa-se para a confecção do documento Plano de Negócios. A orientação é que o plano de negócios seja lido por funcionários, investidores, agentes financeiros, fornecedores, clientes e consultores (HISRICH, PETERS & SHEPHERD, 2014, p. 177). O futuro e o direcionamento do empreendimento e seu sucesso, depende também daqueles que participam do processo e, por isso, todos precisam visualizar o caminho para remarem na mesma direção. Fonte: IFPR (2016) O SEBRAE apresenta a estrutura que deve conter um plano de negócios, a qual, no final, irá ajudá-lo a responder a seguinte pergunta: “Vale a pena abrir, manter ou ampliar o meu negócio?” (SEBRAE, 2013, p. 14) 58 Empreendedorismo A estrutura do plano de negócios deve conter: 1. Sumário Executivo Resumo da oportunidade, dados dos empreendedores, experiência profissional e atri- buições, dados do empreendimento, missão da empresa,setores de atividades, forma jurídica, enquadramento tributário, capital social e fonte de recursos. 2. Análise de mercado Estudo dos clientes, dos concorrentes e dos fornecedores. 3. Plano de marketing Descrição dos principais produtos e serviços, preço, estratégias promocionais, estrutura de comercialização e localização do negócio. 4. Plano operacional Layout, capacidade produtiva/comercial/de serviços, processos operacionais, necessidade de pessoal. 5. Plano Financeiro Estimativa dos investimentos fixos, capital de giro, investimentos pré-operacionais, inves- timento total (resumo), estimativa do faturamento mensal, estimativa do custo unitário da matéria-prima, materiais diretos e terceirização, estimativa dos custos de comercia- lização, apuração dos custos e/ou mercadorias vendidas, estimativa dos custos de mão de obra, estimativa de custos com depreciação e custos fixos operacionais mensais, de- monstrativo de resultados, indicadores de viabilidade, ponto de equilíbrio, lucratividade, rentabilidade e prazo de retorno do investimento. 6. Construção de Cenários Analisar situações que podem vir a acontecer, como atraso no início das atividades, vo- lume inicial das vendas inicial abaixo do esperado, possíveis reações da concorrência, recursos financeiros insuficientes, estratégia de marketing equivocada, dentre outras. Vai depender do negócio escolhido e, quanto mais cenários forem previstos, maiores as chances de reação no mercado. 59Unidade 6 – Plano de Negócios 7. Avaliação estratégica Detectar os pontos fortes e fracos da empresa iniciada, ou do novo produto/serviço ofe- recido. Pensar nos aspectos favoráveis e desfavoráveis do negócio, dos proprietários e do mercado. (SEBRAE, 2013, p.109). 8. Avaliação do Plano de Negócios Mapear todas as etapas e acompanhar sua evolução, com um olhar atencioso para se certificar que o plano está sendo seguido, desta forma, é possível se antever aos proble- mas, antecipando as soluções. Figura 6.2 – Como elaborar um Plano de Negócios Fonte: SEBRAE (2016) Atenção à atualização do Plano sempre que houver alteração de cenário ou de qualquer outro componente previsto na estrutura mencionada acima. Para informações detalhadas sobre o passo a passo da elaboração e construção do Plano de Negócios, consulte o site SEBRAE na guia “Como elaborar um Plano de Negócios”, disponível em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/5f6dba19baaf17a98b4763d4327b fb6c/$File/2021.pdf> 60 Empreendedorismo Resumo O plano de negócios é uma ferramenta muito importante para o empreendedor que ne- cessita analisar o máximo de informações possíveis, para identificar riscos e transformar ideias e oportunidades em sucesso de mercado e rentabilidade. A elaboração do plano de negócios fornece o mapa geral do empreendimento, de forma organizada e sistema- tizada, em que todos os envolvidos no processo possam tomar conhecimento. Pratique • Identifique a importância do plano de negócios para o empreendimento e para o empreendedor. • Quais são os componentes da estrutura do plano de negócios? Unidade Empreendedorismo social 7 Fonte: IFPR (2016) 62 Empreendedorismo O planeta Terra como tudo que nele existe é finito, e cabe a nós, seres humanos, criarmos condições de sobrevivência e convivência, para que nossos recursos e nossas relações sejam as mais duradouras possíveis. No empreendedorismo não seria diferente, a sustentabilidade e a preocupação social também são fontes de oportunidades para novos negócios. Porém, são ações pen- sadas no bem-estar de todos, na conservação de valores, no resgaste da dignidade, enfim, veremos que desenvolvimento é sinônimo de evolução consciente, e que o futuro se controla hoje. Sustentabilidade em ação O momento atual é de pensar em ações sustentáveis, condições favoráveis para a preser- vação dos recursos naturais do planeta para assegurar a vida nele existente. Por isso, ao pensarmos no social, no coletivo, nas relações e mudanças de atitudes, estamos pensan- do também em um modo de vida mais sustentável. Pensar e planejar situações diferenciadas, com objetivos e propósitos bem definidos, é o que o empreendedor sabe fazer de melhor, desta forma, cabe também ao empreen- dedorismo atuar nas causas sociais e sustentáveis da comunidade. Fonte: Freepik 63Unidade 7 – Empreendedorismo Social Para entender melhor sobre o assunto, vamos conhecer o que alguns autores têm a nos dizer. O Empreendedorismo Sustentável está focado em preservar a natureza, o suporte de vida e da comunidade, ou seja, na sustentabilidade ocorre a busca de oportuni- dades percebidas de criar novos produtos, processos e serviços. O Empreendedo- rismo Sustentável está focado em gerar ganhos que incluam não somente a ação empreendedora, mas também benefícios econômicos a indivíduos, à economia, à sociedade e ao desenvolvimento (HISRICH, PETERS & SHEPHERD, 2014, p. 20). Percebe-se que social e sustentável são praticamente sinônimos, pois ambos têm o mes- mo fim, o de promover a vida. Alguns autores irão tratar o assunto como Empreende- dorismo Social, e outros como Empreendedorismo Sustentável, mas o fato é que o nome não altera o conteúdo, que é ação empreendedora em favor de mudanças signifi- cativas que beneficiam as relações pessoais e com o meio ambiente. Fonte: Freepik Precisamos pensar no desenvolvimento susten- tável como uma das questões mais pertinentes da contemporaneidade, e o empreendedorismo pode ter um impacto positivo sobre ele. Isso sig- nifica que ações empreendedoras podem, ao mesmo tempo, sustentar e desenvolver (HISRICH, PETERS & SHEPHERD, 2014, p. 20). Podemos entender que o momento é de evolução, de mudanças com propósitos que transcendam seus objetivos, que produzam ondas de benefício invisíveis, mas que se convertam no bem-estar para a comunidade, sociedade. O Empreendedorismo Sustentável está focado em preservar a natureza, o suporte de vida e a comunidade (sustentabilidade) (HISRICH, PETERS & SHEPHERD, 2014, p. 20) 64 Empreendedorismo O Empreendedorismo Social surge pela necessidade, e não pela oportunidade, pois tem como objetivo a busca por soluções de problemas sociais, de transformação de valores, e de qualidade de vida para uma comunidade ou uma região específica. Saiba mais sobre o empreendedorismo social no Brasil, lendo o texto de Edson Marques Oliveira. Disponível em: <http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v7_n2/rev_fae_v7_n2_02.pdf> Veja a relação entre o empreendedorismo sustentável e o processo empreendedor no texto de Anna Karina Boszczowski, Rivanda Meira Teixeira, disponível em: <http://periodicos.pucminas.br/index.php/economiaegestao/article/view/P.1984-6606.2012v12n29p109> Características do empreendedorismo social Conforme estudamos na unidade 2, o empreendedor se difere do líder e do gerente/ administrador pela sua capacidade criativa e inovadora, de transformar oportunidades em bons negócios, que favorecem todos os envolvidos no processo. Porém, o Empreendedor Social tem um diferencial em relação ao empreendedor de ne- gócios que, de acordo com Melo Neto e Froés (2002, p. 34), “não é qualquer um que pode ser um empreendedor social. O empreendedorismo social é um misto de ciência e arte, racionalidade e intuição, ideia e visão, sensibilidade social e pragmatismo responsá- vel, utopia e realidade, força inovadora e praticidade”. Fonte: Freepik A inovação do Empreendedorismo Social está na capacidade criativa e responsável de pen- sar o novo, a partir de uma situação problema, de forma a gerar valor econômico sim, mas o foco principal é o social, é a efetivação da prática da solidariedade, criação de valores relacionados à dignidade do ser humano, e da manutenção dos recursos naturais. 65Unidade 7 – Empreendedorismo Social Empreendedores sociais são agentes de intercambiação da sociedade por meio de: proposta de criação de ideias úteis pararesolver problemas sociais, combinando prá- ticas e conhecimentos de inovação, criando assim novos procedimentos e serviços; criação de parcerias e formas/meios de autossustentabilidade dos projetos; transfor- mação das comunidades graças às associações estratégicas; utilização de enfoques baseados no mercado para resolver os problemas sociais; identificação de novos mer- cados e oportunidades para financiar uma missão social (OLIVEIRA, 2004, p.11). No artigo “Práticas sustentáveis de empreendedorismo social”, o autor Paulo Cezar Ri- beiro Silva apresenta um resumo de algumas características e habilidades do empreende- dor social, conforme alguns autores da área do Empreendedorismo: Quadro 7.1 Características e habilidades do empreendedor social Características / Habilidades Referência Cooperativos, visão social, habilidade de comunicação, empáticos, criatividade na solução de problemas reais, forte fibra ética, pragmáticos. Johnson (2000) Sinceros, paixão, clareza, confiança pessoal e organizacio- nal, planejamento, habilidade para improviso. Boschee (2008) Criativos, líderes. Melo Neto & Fróes (2002) Inovadores, arrojados, transparentes. Dees (1998) Fonte: Ribeiro da Silva (2011, p. 5). Em geral, as características comuns dos empreendedores sociais, não se distanciam mui- to das dos empreendedores de negócios, pois ambos apontam ideias inovadoras, enxer- gam oportunidades onde outros não veem nada, combinam risco e valor com critério e sabedoria. Os empreendedores estão acostumados a resolver problemas concretos, são visionários com sentido prático, porém o empreendedor social busca como diferente a motivação da melhoria de vida das pessoas, e trabalha 24 horas do dia para conseguir seu objetivo social (OLIVEIRA, 2004, p.11). Empreendedorismo Social e Empreendedorismo de Negócios Para ser considerado empreendedorismo social, a empresa deve atuar com a responsabilidade de mudança e de transformação social, apoiada por uma missão que sustente o seu valor e sua atua- ção na comunidade. É preciso ter clareza que Empreendedorismo Social não é o mesmo que responsabilidade social empresarial. A doação e/ou investimentos de empresas em ações e projetos sociais comunitários, não configuram como empreendedorismo social. 66 Empreendedorismo Para Melo Neto e Fróes (2002, p. 60) o empreendedorismo social difere do empreen- dedorismo de negócios em dois aspectos. Em primeiro lugar, por não produzir bens e serviços para vender, mas para solucionar problemas sociais; e em segundo lugar, é dire- cionado não somente ao mercado, mas para segmentos populacionais em situações de risco social, como exclusão social, pobreza e vulnerabilidades. Quadro 7.2 – Empreendedorismo de Negócios X Empreendedorismo Social Empreendedorismo de Negócios Empreendedorismo Social É individual É coletivo Produz bens e serviços para o mercado Produz bens e serviços para comunidade Foco no mercado Foco na busca de soluções para os problemas sociais Sua medida de desempenho é o lucro Sua medida de desempenho é o impacto social Visa satisfazer as necessidades dos clientes e ampliar as potencialidades do negócio Visa resgatar pessoas da situação de risco social e promovê-las Fonte: Melo Neto & Fróes (2002, p.11) Resumo O empreendedor social possui características es- pecíficas, assim, além da ação inovadora, criati- va e da busca do desenvolvimento, é preciso ter também responsabilidade social e produzir bens e serviços sustentáveis. O Empreendedorismo Social tem foco na ação solidária, e no regaste da dignidade das pessoas que se encontram em situações de vulnerabilida- de social. Pratique • Qual é o foco do Empreendedorismo Social? • Indique três características do empreendedor social. Para saber mais, e conhecer modelos de empresas e negócios do Desenvolvimento sustentável e empreendedorismo, sugiro a leitura de “Desenvolvimento sustentável e empreendedorismo”, disponível em: <http://www.regepe.org.br/index.php/ regepe/article/view/119/64>, e também de “Práticas sustentáveis de empreendedorismo social”, disponível em: <http://www. craes.org .br /a rqu ivo/ar t igotecn ico/ a r t igos_prat i cas_sustentave i s_de_ empreendedorismo.pdf>. Além de visitar o site da Endeavor Brasil <https://endeavor. org.br/empreendedorismo-social/>. Unidade Planejamento e empreendedorismo 8 Fonte: Freepik 68 Empreendedorismo O bom funcionamento dos negócios e o sucesso do empreendimento, bem como a efetivação do planejamento, dependem da organização administrativa/financeira que a futura, ou atual empresa, receberá de seus administradores. Por isso, o empreendedor atuando ou não como líder e/ou gerente, precisa compre- ender a gestão empresarial, conhecer sua importância, sua organização, sua estrutu- ra e suas formas de gestão. Gestão empresarial O primeiro passo do empreendedor para iniciar sua ação empreendedora é identificar o seu ne- gócio, o produto ou serviço que irá disponibili- zar ao seu público, mercado ou comunidade. Seja qual for a ação empreendedora adotada pela empresa, essa necessitará também de uma organi- zação administrativa que suporte todo o planeja- mento e execução das atividades organizacionais. Quadro 8.1 - Estrutura e componentes básicos organizacionais ESTRUTURA COMPONENTE Institucional Missão, Visão, Valores Administração Planejamento, Controle, Gerenciamento Organização Estrutura, Organograma, Autoridade, Responsabilidade Informação O que / por que / onde / quem / como / quanto / quando, mapea- mento dos processos, procedimentos, cronograma. Capital Humano Treinamento, Seleção, Harmonização, Cultura, Comportamento. Fonte: A autora (2016) A partir da estrutura organizacional básica é possível iniciar o processo de gestão, que conforme Bisinoto (2014, p. 45) e Almeida, & Coelho et all (2013, p. 15), compreende quatros passos: Para que haja gestão empresarial, é necessário que antes a empresa estruture seu processo administrativo. Toda empresa, por menor que seja, necessita ter uma estrutura organizacional mínima, que compreende alguns componentes, conforme nos apresenta Figueiredo (1995, p. 3). 69Unidade 8 – Planejamento e Empreendedorismo PLANEJAMENTO Definir a missão; formular os objetivos; definir os planos para alcançá-los; programar as atividades. 01 CONTROLE Definir padrões; monitorar o desempenho; avaliar o desempenho; ação corretiva. ORGANIZAÇÃO Dividir o trabalho; designar as atividades; agrupar as atividades em órgãos e cargos; alocar os recursos; definir autoridade e responsabilidade. DIREÇÃO Designar as pessoas; coordenar os esforços; comunicar; motivar; liderar; orientar. Figura 8.1 - O processo de gestão Fonte IFPR (2016) O processo de gestão empresarial tem por finalidade auxiliar líderes, gerentes e empre- endedores no planejamento, na organização, na direção e no controle dos processos, de modo que os resultados desejados sejam alcançados com sucesso. Classificação das empresas De acordo com Chiavenato (2012, p. 76), as empresas existem para produzir algo, ou pres- tar algum serviço para a sociedade. Contudo, toda empresa possui uma área de atuação, ou ramo de atividade, que podem ser industriais, comerciais ou prestadoras de serviços. 70 Empreendedorismo Ramos de atividade Industrial Produção de bens de consumo ou bens de produção mediante a transformação de matérias-primas em mercadorias ou produtos acabados. Exemplos: indústrias têxtil, farmacêutica, automotiva, dentre outras. Comercial Venda de mercadorias ou produtos acabados. São classificadas em: • Comércio Varejista, quando a venda é diretamente ao consumidor. Exemplos: supermercados, restaurantes, e lojas em geral. Comércio Atacadista, quando compram do produtor (indústria) e vendem para o varejo (intermediário entre indústria e consumidor). Exemplos: Distribuidoras de revistas, atacado de pro- dutos alimentícios, vestuários, materiais de construção, dentreoutros. Prestadora de Serviços Oferecem trabalhos especializados como transporte, educação, saúde, comunicação, lazer, serviços de manutenção, e outros. Exemplos: bancos, escolas, hospitais, hotéis, escritórios de advocacia, de contabilidade, consultoria, etc. Fonte: Adaptado de Chiavenato (2012) Além do ramo de atividade, é possível classificar as empresas levando em consideração outros critérios como: quantidade de funcionários, faturamento anual, finalidade, quan- tidade de proprietários, setor de atuação e tamanho ou porte. Definido conforme a quantidade de funcionários que as empresas podem possuir, o SEBRAE utiliza as informações do IBGE para a classificação. Os quadros a seguir demons- tram os possíveis tipos de classificação das empresas. Quadro 8.2 - Classificação das empresas por porte Indústria Comércio e Serviços Microempresa Até 19 empregados Até 9 empregados Pequena empresa De 20 a 99 empregados De 10 a 49 empregados Média empresa De 100 a 499 empregados De 50 a 99 empregados Grande empresa Mais de 500 empregados Mais de 100 empregados Fonte: SEBRAE (2016) 71Unidade 8 – Planejamento e Empreendedorismo A classificação do porte e tamanho da empresa também serve para fins bancários, ações de tecnologia, exportação e outros. Se lembrarmos da unidade 6, verificaremos que um dos itens do plano de negócios diz respeito ao financiamento e a capacidade orçamentária da empresa. Portanto, se o empreendimento necessitar de investimento de terceiros, será necessário apresentar as informações referentes à quantidade de funcionários e projeção de faturamento, ou faturamento real. Em relação ao faturamento, as empresas possuem outra classificação, que por ora, apre- sentaremos a divulgada pelo BNDES. Contudo, vale registrar que os estados da Federação possuem certa autonomia para estabelecer as alíquotas de seus impostos e, por isso, os va- lores de faturamento podem variar de Estado para Estado, conforme a lei estadual vigente. Quadro 8.3 - Classificação do porte da empresa em relação ao faturamento Classificação Receita operacional bruta anual Microempresa Menor ou igual a R$ 2,4 milhões Pequena empresa Maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões Média empresa Maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões Média/grande empresa Maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões Grande empresa Maior que R$ 300 milhões Fonte: BNDES (2016) A classificação do porte das empresas foi definida nas circulares nº 11/2010 e 34/2011. Outras formas de classificação das empresas você pode ver no quadro a seguir. Quadro 8.4 - Outros critérios de classificação das empresas CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO Setor Primário – Agricultura Secundário – Indústria Terciário - Prestação de Serviços Proprietários Empresa Individual Sociedade por quotas Responsabilidade Limitada Sociedade Anônima Tamanho Microempresa Macroempresa Pequena Empresa Empresa de Médio Porte Grande Empresa Finalidade Sem sim lucrativo Com fim lucrativo Fonte: Adaptado de Moiseichyk (2011) 72 Empreendedorismo As informações fornecidas até o momento são importantes para que os empreende- dores, líderes ou gerentes/administradores possam escolher o modelo de gestão que desejam implantar na empresa. Modelos de gestão Os modelos de gestão estão organizados em: tradicionais, novos modelos (ou contempo- râneos) e emergentes. Em cada um dos modelos, há uma subdivisão de possibilidades que podem ser adotadas de acordo com a necessidade empresarial. Cabe às lideranças, gestores e empreendedores decidir qual se aproxima mais do negócio e dos objetivos da empresa. Figura 8.2 - Cenário ambiental da Evolução dos Modelos de Gestão Fonte: Adaptado de SERPRO (s.d.) Como dica de leitura sobre o planejamento do empreendedorismo, deixo o livro “Introdução à Gestão de Organizações”. 73Unidade 8 – Planejamento e Empreendedorismo Resumo A gestão de uma empresa depende exclusiva- mente da sua organização. Ao ter estratégias e objetivos bem definidos, planificados no plano de negócios e no planejamento estratégico, a ação empreendedora terá tudo para obter sucesso. Pratique • Informe os passos do processo de gestão. • Identifique os critérios para a classificação das empresas. Para informações mais detalhadas de cada modelo de gestão, aconselhamos a pesquisa em livros, apostilas e artigos, referente ao assunto, que diz respeito mais ao mundo administrativo do que empreendedor. Unidade Aspectos mercadológicos 9 Fonte: Freepik 76 Empreendedorismo Um aspecto importante em que o empreendedor precisa ficar atento, diz respeito ao mercado. O espaço em que a ação empreendedora será instalada possui grandes influências nos negócios. Todavia, se for de conhecimento do empreendedor as informações referentes ao macro e microambiente, bem como a construção de um plano de marketing, os im- pactos nos negócios tendem a ser menores, ou quase zero. Macroambiente e microambiente A ação empreendedora dentre tantos fatores como inovação, oportunidade, criatividade, riscos assumidos e gestão, também depende do mercado. Por isso, conhecer o mercado dos negócios é primordial para a execução do empreendedorismo. De acordo com Hisrich, Peters & Shepherd (2014, p. 49), conhecer o mercado permite ao empreendedor a realização de uma análise profunda dos problemas enfrentados pelos clientes. Com base no conhecimento partilhado entre clientes e empreendedor, é pos- sível identificar e oferecer uma solução mais satisfatória dos produtos disponibilizados a clientes e a consumidores. Conhecimento de mercado é estar de posse de informações, de tecnologia, de know-how e de competência para analisar um mercado e seus clientes (HISRICH, PETERS & SHEPHERD, 2014, p. 49) O mercado também pode ser compreendido como o ambiente em que o empreen- dimento está inserido. Uma empresa faz parte da comunidade, portanto influencia e é influenciada por aquilo que está aos seus arredores, externa e internamente. E, de- pendendo do produto ofertado e do cliente que se quer ter, pode ir além das fronteiras municipais, estaduais e nacionais. Conforme Chiavenato (2012, p. 60) o ambiente é divido por dois aspectos, geral e restri- to, assim são conhecidos como macroambiente e microambiente. 77Unidade 9 – Aspectos mercadológicos ClientesFornecedores Agências Reguladoras Figura 9.1 - Macro e Microambiente Fonte: Adaptado de Chiavenato (2012) São muitas as variáveis a serem analisadas no ambiente, e todas causam grandes impac- tos nas empresas e nos negócios, conforme visto na figura 9.1. Por isso, foram divididas dentro do macro e do microambiente, assim temos: Variáveis do Macroambiente Econômicas, sociais, tecnoló- gicas, culturais, legais, demo- gráficas e ecológicas. Outros aspectos mercado- lógicos importantes que precisam ser observados pelo empreendedor são: os preços, as tendências, o volume de vendas e as mudanças de cenários. Para profundar mais seus conhecimentos, a respeito deste assunto, leia o Capítulo 2 do livro Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor, de Idalberto Chiavenato. MICROAMBIENTE Concorrentes MACROAMBIENTE Variáveis tecnológicas ORGANIZAÇÃO 78 Empreendedorismo Plano de marketing Tão importante como ter um produto ou serviço para disponibilizar ao mercado, é saber como ofertá-lo ao cliente e consumidor. Em outras palavras, a empresa precisa vender sua mercadoria, o seu serviço. Para a divulgação de empresas e negócios, que parece ser simples, mas não é, comumente utiliza-se a propaganda e a promoção. O marketing é uma área, um setor ou um departamento da empresa responsável pela divulgação e visibilidade dos negócios aos consumidores e clientes. Conforme Skacel (2005, p. 9) a conquista de novos clientes, bem como manutenção deles, dependerá da satisfação que eles obtiverem com o produto ou serviço, ofertado pela empresa. Marketing é a geração de lucro por meio do gerenciamentodos recursos e atividades que determinarão e satisfarão as necessidades e desejos das pessoas que compram produtos e serviços. (SKACEL, 2005, p. 9). Para Kotler (2000, p. 108), é necessário pensar em um planejamento de marketing, porque traz para a empresa formas de analisar as oportunidades e realizar pesquisas de mercado, o que ajuda no planejamento, nas implementações e nos controles necessários aos negócios e sua oferta de produtos e serviços. De acordo com Skacel (2005, p. 10), para se ter sucesso em qualquer trabalho mercado- lógico é preciso ter os seguintes elementos: Um produto orientado para as necessidades e os desejos do consumidor Uma organização de marketing que seja efi- ciente para colocar o produto em contato com o consumidor Um plano de marketing que identifique estraté- gias e responsabilida- des para implementar programas de ação a fim de conseguir os re- sultados almejados Ainda segundo Skacel (2000, p. 13), não se pode confundir plano de marketing com planejamento de marketing, pois o primeiro trata-se de um documento que detalha as ações e objetivos específicos de um ambiente, enquanto o segundo refere-se a qualquer processo que responda às necessidades organizacionais do marketing na empresa. Para ajudar no entendimento do plano de marketing, Skacel (2000, p. 15) define os seis passos para desenvolver um bom plano de marketing. 79Unidade 9 – Aspectos mercadológicos Concentre as informações básicas corretamente. Organize uma lista de problemas e oportunidades. Conquistar o cliente e fidelizá-lo são exem- plos de metas do empreendedor, que precisa conhecer o processo e o plano de marketing para realizar esta tarefa tão importante para a consolidação da ação empreendedora. Resumo O marketing é uma importante ferramenta organizacional, que auxilia na conquista dos objetivos da ação empreendedora. O conhecimento do todo na empresa é necessário para a assertividade dos negócios, e isso inclui conhecer também os aspectos externos e internos do mercado, os quais influenciam a empresa na sua operação e sobrevivência. Sugiro a leitura do livro “Plano de Marketing: o que deve conter e como preparar” de Robert K. Skacel. Estabeleça os objetivos específicos. Pense em estratégias. Prepare o orçamento. 80 Empreendedorismo Por isso, é preciso ficar atento à maneira em que o produto e/ou serviço deverá ser ofer- tado aos clientes e no mercado. Pratique • Quais são as variáveis do macroambiente? E as do microambiente? • Liste os seis passos para realização do plano de marketing. Unidade Visão geral do empreendedorismo 10 Fonte: Freepik/dooder 82 Empreendedorismo A capacidade motivacional é individual e é uma das características de pessoas empre- endedoras. Por meio da motivação, colaboradores são vistos como capital humano, corresponsáveis pelo sucesso da empresa. Pessoas motivadas são responsáveis por grandes feitos. Saber sobre os tipos de em- preendedores e conhecer empreendedores de sucesso pode também auxiliar no pro- cesso de automotivação. Motivação Temos a certeza de que uma pessoa empreendedora é também uma pessoa visionária, inovadora, que faz coisas diferentes e encanta outras pessoas com suas ideias e sua ca- pacidade de enfrentar as situações com foco na solução. Sabemos também que empreendedorismo pode ser aprendido, desde que a pessoa es- teja aberta a novas descobertas e, principalmente, motivada. A motivação é um ingrediente importantíssimo para os empreendedores, como também é para as pessoas de um modo geral. Com motivação, fazemos coisas extraordinárias, mas também precisamos dela para fazermos as coisas do dia a dia, senão acabamos por levar uma vida mecanizada, sistematizada, automática. Fonte: Freepik 83Unidade 10 – Visão geral do empreendedorismo No mundo dos negócios e no ambiente organizacional, a motivação tem um papel im- portante, e muitas vezes, é o foco da organização. Ter pessoas motivadas na equipe é ter pessoas capacitadas e comprometidas com seu trabalho, mas também com seu reflexo em todo processo. Maricilia Volpato e Silmara Cimbalista escreveram a seguinte afirmação: “O processo de motivação nos indivíduos se dá de forma intrínseca, em que cada um desenvolve impulsos motivacionais distintos em momentos diferentes, reconhecendo que estas forças afetam diretamente a maneira de encarar o trabalho e suas próprias vidas” (VOLPATO E CIMBALISTA, 2002 p. 78). Ser uma pessoa motivada depende muito mais das ações internas do que das externas. Em ou- tras palavras, cada um é responsável, único e ex- clusivamente pelo seu processo de motivação. O ambiente externo tem pouca ou quase nenhuma influência sobre as pessoas, no que diz respeito à motivação. Sobre isso, Maricilia Volpato e Silmara Cimbalista, dizem que “o que distingue as em- presas inovadoras, das demais, é a que estas valorizam o potencial e o conhecimento de seus colaboradores, transformando-os em competitividade empresarial.” (VOLPATO E CIMBALISTA, 2002, p. 83). Fonte: Freepik No ambiente empresarial acontece o mesmo, e os empreendedores, líderes e gerentes que conseguem identificar em suas equipes, pessoas com esta capacidade de automotivação aflorada, conseguem também elevar a capacidade produtiva da empresa. 84 Empreendedorismo Quando há o reconhecimento dos colaboradores como fonte de inovação e receita, e não como custo de pessoal, os recursos humanos passam a ser considerados como ca- pital humano, em que a perda de um colaborador significará também baixo rendimento, caso não fique um substituto tão motivado quanto o que saiu. Tipos de empreendedores Em uma entrevista concedida à Priscila Zuini (Revista Exame.com, 2014), José Dornelas, fala sobre seu livro “Empreendedorismo para Visionários”, em que ele procura demons- trar “que o comportamento empreendedor pode existir em várias pessoas, independen- te da atividade dela” (DORNELAS, ano) Conforme visto na Unidade 1, Dornelas classifica os empreendedores em dois grupos, empreendedores por necessidade, que empreendem para sobreviver, por falta de opção; e os empreendedores por oportunidade, que identificam o potencial de cres- cimento, assumem riscos e investem em produtos e serviços. Conforme o perfil e a motivação de cada pessoa, Dornelas aponta os seguintes tipos de empreendedores: Informal O empreendedor deste perfil trabalha para garantir o suficiente para viver, tem um risco relativamente baixo e não tem muitos planos para o futuro. Cooperado Trabalha ligado a cooperativas, como artesãos, sendo o trabalho em equipe primordial para sua meta de crescer e se tornar independente. Também dispõe de poucos recursos e assume baixo risco. Individual Trabalha sozinho, e assim como o informal, está ligado à necessidade de sobrevivência. Não tem projeto de crescer. 85Unidade 10 – Visão geral do empreendedorismo Franqueado e o franqueador Muitos desconsideram o franqueado como empreendedor, mas a iniciativa de comandar o negócio, mesmo que uma franquia, deve ser levada em conta. Geralmente, procuram uma renda mensal média e o retorno do investimento. Do outro lado, está o franquea- dor, responsável por construir uma rede por meio de sua marca. Social A vontade de fazer algo bom pelo mundo, aliada à vontade de ganhar dinheiro, move este empreendedor. O trabalho em equipe é primordial e o objetivo é mudar o mundo e inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo. Corporativo Também chamado de intraempreendedor, é um colaborador dentro de uma instituição, mas que possui atitudes inovadoras, como criação de novos projetos e/ou produtos e serviços. Seu principal objetivo é crescer na carreira, com promoções e bônus. Público Variação do corporativo para o setor governamental. Existem muitos funcionários pú- blicos preocupados em utilizar melhor os recursos e inovar nos serviços básicos. Sua motivação está ligada ao fato de conseguir provar queseu trabalho é nobre e tem valor para a sociedade. Do conhecimento Buscam a realização profissional e reconhecimento, por meio de seu conhecimento. Abre uma empresa por estilo de vida ou porque pensa grande, é o que mais se apro- xima do visionário. Alguns empreendedores de sucesso Com tantas informações fornecidas até o momento, é de se pensar: é possível ser um empreendedor de sucesso? Pessoas conseguem conciliar informações, inovar, planejar, motivar e oportunizar negócios vindouros e de resultados? 86 Empreendedorismo Em meio a tantas variáveis e condições desfavoráveis, pessoas empreendedoras conse- guem se destacar e produzir o diferente. Conheça alguns exemplos citados pela Editoria Novo Negócio Start up (2016): 1. Luis Seabra (Sócio-fundador da Natura) O empreendedor começou o seu negócio com uma pequena fábrica, sete funcionários e um fusca, em São Paulo, na Rua Oscar Freire. Com a perspectiva de que o negócio iria crescer, Luis agregou mais dois sócios ao seu empreendimento Pedro Passos e Guilher- me Leal. Um dos principais fatores para que a marca fosse aderida pelos brasileiros foi a forma que ela encontrou para falar com os clientes, o que era novidade na época, pois surgiu o ‘’Jeito Natura’’ de ser, oferecendo simplicidade e produtos de qualidade. 2. Abilio Diniz (Presidente do Grupo Pão de Açúcar) Este empresário é uma das maiores referências, destaca-se por saber planejar o seu ne- gócio, fazer reajustes quando necessário e persistir nos seus objetivos. Nos anos de 1990, Abílio sofreu uma profunda crise na sua rede de empreendimento, sendo necessário fazer uma reforma administrativa, o que o ajudou a reposicionar o negócio no mercado. 3. Robinson Shiva (Fundador do China in Box) Graduado em Odontologia, logo após a conclusão da faculdade decidiu não ser dentista. Criou o primeiro delivery do Brasil de comida chinesa na caixa, em Maringá, no Paraná, tornando-se um dos maiores empreendedores de sucesso no Brasil. O negócio se destacou por ser inovador. 4. Daniel Mendez (Fundador da Sapore) Nascido no Uruguai, Daniel Mendez veio para o Brasil quando jovem com o objetivo tra- balhar e alcançar um lugar de destaque no ramo de alimentação, fundou a Sapore, que chegou à beira da falência. Mas, Daniel soube sair da crise, reestruturar o negócio, não desistir e conseguiu fazer com que a marca voltasse a faturar. 5. Alexandre Costa (Fundador da Cacau Show) Alexandre Costa se beneficiou da tradição empreendedora da sua família, desde peque- no comprava chocolates pra revender. Mostrando persistência, Alexandre Costa voltou 87Unidade 10 – Visão geral do empreendedorismo a empreender aos 17 anos, passando a vender chocolate em um ponto comercial, que batizou de “Cacau Show’’. 6. Edivan Costa (Fundador da SEDI) Outro empreendedor de sucesso é Edivan Costa. Inicialmente, saiu da favela de Belo Ho- rizonte para ser jogador de futebol, trabalhou como office-boy, devido a sua dedicação na empresa e a excelência com a qual exercia as suas atividades, angariou promoções e passou a ocupar cargos importantes. Ao longo do tempo, obteve oportunidade de trabalhar no setor de regularizações de documentos e legalização de empresas, e hoje comanda uma grande empresa nesta área. 7. Guilherme Paulus (Fundador da CVC – Turismo) Guilherme Paulus teve a ideia de criar a CVC depois de ler o livro “O Maior Vendedor do Mundo”, de Og Mandino, que traz a história de um simples guardador de camelos que ficou rico a partir do seu trabalho. Guilherme credita seu sucesso à sua paixão pelo trabalho, o que o ajudou a nunca desistir, mesmo nos momentos mais difíceis. 8. Pedro Chiamulera (Fundador da ClearSale) Pedro Chiamulera tem uma história de vencedor. Ingressou a sua carreira como atleta olímpico na categoria de atletismo, representando o Brasil em duas Olimpíadas. Depois de abandonar o es- porte, encontrou o estudioso Bernardo Lustosa, que o ajudou a criar a empresa ClearSale, focada na área de fiscalização digital. Resumo O ramo do empreendedorismo é promissor e há espaço para todos. Você pode empre- ender em qualquer lugar, e de várias formas. Com motivação, foco, persistência e plane- jamento, qualquer objetivo pode ser alcançado! Acesse o site a seguir e conheça os dez livros essenciais para quem está começando a empreender. <http://exame.abril.com.br/pme/ noticias/10-livros-essenciais-para-quem-esta- comecando-a-empreender/fullscreen>. 88 Empreendedorismo Pratique • O que é motivação? • Identifique os tipos de empreendedores. 89 Finalizando No mundo há oportunidades para todos! Não somos iguais, mas temos objetivos. E se o seu objetivo é de ser um empreendedor, você estará no caminho certo se praticar o que aprendemos nestas 10 unidades, com foco, motivação, persistência e planejamento, muito planejamento. Boa Sorte! 91 Referências ANDREASSI, TALES. Empreendedorismo Corporativo. GV-executivo, v. 4, n. 3, ago-out, 2005. AURÉLIO. Dicionário Aurélio. Disponível em: <https://dicionariodoaurelio.com/ Acesso em: 17 out. 2016. BERNHOEFT, Renato. Como tornar-se um empreendedor (em qualquer idade). São Paulo: Nobel, 1996. 144 p. BESSANT, John. TIDD, Joe. Gestão da Inovação. 5. ed. Bookman. Porto Alegre: 2015. 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Especialista em Planejamento e Gerenciamento Estratégico e Psicopedagoga, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Atualmente, trabalha na Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais como docente. Trabalhou com administração e concessão de crédito pessoal, atuando na área contábil. Possui conhecimento no Sistema SAP. Atuou como coordenadora de equipe, com atividades de suporte a canais de vendas, implantação de sistemas de automação, treinamento e confecção de manual de utilização, gerenciamento de contratos e processos, controle orçamentário e logístico, e gerenciamento de comissões. Em 2009 ingressou na área de Educação com ênfase em Tecnologia Educacional, Educação Infantil Bilíngue e na Educação de crianças em situações de vulnerabilidade.