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ser
el Côr"C'nêl
gente criando o futuro
Presidente do Conselho de Administração Janguiê Diniz
Diretor-presidente Jânyo Diniz
Diretoria Executiva de Ensino Adriano Azevedo
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos Joaldo Diniz
Diretoria de Ensino a Distância Enzo Moreira
Autoria José Janguiê Bezerra Diniz
Organizadora Lilian da Silva Almeida Moura
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DINIZ, José Janguiê BezeITa.
Empreendedorismo.
ISBN: 978-65-81507-30-5
!.Empreender. II.Tecnologia. ili.Inovação.
o
\
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da
área de conhecimento trabalhada.
Unidade 1 - Definições de empreendedorismo
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 13
Definições de empreendedorismo .................................................................................... 14
Origens do pensamento empreendedor .................................................................... 19
Tipos de empreendedorismo ....................................................................................... 20
Diferenças entre o empreendedor e intraempreendedor ............................................. 25
Vantagens e desvantagens ......................................................................................... 31
Descrevendo as características do perfil do empreendedor ...................................... 32
Diferenças e similaridades entre o empreendedor e o executivo não empreendedor .. 36
É possível a prender a ser empreendedor? ...................................................................... 42
Sintetizando ........................................................................................................................... 44
Referências bibliográficas ................................................................................................. 45
Unidade 2 - Entenda a globalização e o empreendedorismo no Brasil
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 47
Entendendo a globalização ................................................................................................ 48
Globalização empresarial ............................................................................................ 49
Vantagens e riscos da globalização .......................................................................... 50
Papel do empreendedor e do intraempreendedor na globalização ..................... 52
Empreendedorismo no Brasil ............................................................................................ 53
Fatores que influenciam e fomentam o empreendedorismo ................................. 57
Quem são os novos empreendedores? ..................................................................... 58
O empreendedorismo feminino ................................................................................... 60
O empreendedorismo digital ....................................................................................... 63
Startups ........................................................................................................................... 67
Descrevendo e definindo: empreendedores e intraempreendedores ........................ 68
Clientes ........................................................................................................................... 68
Fornecedores ................................................................................................................. 74
Concorrentes ................................................................................................................. 75
Sintetizando ........................................................................................................................... 77
Referências bibliográficas ................................................................................................. 78
EMPREENDEDORISMO •
Unidade 3 - Definições de empreendedorismo
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 81
Planejamento estratégico .................................................................................................. 82
Análise de mercado ...................................................................................................... 89
Análise de cenários ...................................................................................................... 91
Análise ambiental (micro e macroambiente) ........................................................... 95
Aprendendo a construir a Matriz SWOT ................................................................... 97
A importância da criatividade e da inovação para a criação de produtos e
serviços ........................................................................................................... 99
Principais tipos de organização ...................................................................................... 100
Indústria, comércio e serviços ................................................................................. 101
Governamental ou Estatal .......................................................................................... 103
Empresa não governamental .................................................................................... 104
Modelo de empresas: individual, micro e pequenas empresas e empresas de gran-
de porte ................................................................................................................................. 105
Sintetizando ......................................................................................................................... 109
Referências bibliográficas ............................................................................................... 11 O
EMPREENDEDORISMO •
Unidade 4 - Plano de negócios e apresentação do empreendimento ao mercado
Objetivos da unidade ......................................................................................................... 113
Identificando as oportunidades de negócio ................................................................. 114
Qual é o negócio, mercado e pesquisa de mercado? ........................................... 118
Qual é o produto/serviço e o melhor caminho a seguir? ...................................... 121
Quais são as oportunidades e os riscos do negócio? .......................................... 123
Comootimizar as suas chances de sucesso? ........................................................ 125
Importância do cliente e análise cuidadosa do produto ...................................... 125
Construindo o plano de negócios .................................................................................... 127
Como elaborar um plano de negócios ..................................................................... 129
Gestão estratégica ...................................................................................................... 137
Fontes de financiamento ................................................................................................... 139
Como definir o investimento inicial .......................................................................... 141
Fontes de financiamento e linhas de crédito ......................................................... 141
Apresentando o seu empreendimento ao mercado ..................................................... 143
Sintetizando ......................................................................................................................... 148
Referências bibliográficas ............................................................................................... 149
EMPREENDEDORISMO •
Apresentação
Nos dias de hoje, torna-se cada vez mais evidente o crescimento e a importân
cia do empreendedorismo. Isso ocorre porque as pessoas perdem seus empregos
e precisam arranjar outras maneiras de rendimento, ou até mesmo porque elas
querem mudar de profissão, descobrem habilidades para executar novas ativida
des e querem colocar seus sonhos em prática.
Sendo assim, os motivos que levam pessoas a empreender são inúmeros.
Entretanto, sabemos que essa atitude, além de muito corajosa, requer o uso de
algumas ferramentas importantes de apoio à ação empreendedora, como conhe
cimentos sobre o segmento no qual se quer empreender, informações sobre os
clientes, o mercado, dentre outras.
Tendo isso em mente, neste curso aprenderemos a desenvolver característi
cas empreendedoras facilmente identificadas no empreendedor, como ousadia,
perseverança, persistência, etc. Falaremos também sobre o intraempreendedor,
ou seja, sobre aquele que empreende dentro das organizações por meio de no
vas soluções para produtos e serviços, utilizando a tecnologia para trazer mais
competitividade para a empresa. O intraempreendedor não precisa ser o dono do
próprio negócio, pois ele empreende dentro de uma organização e gera inovações,
desenvolvendo, desse modo, o empreendedorismo corporativo.
Por fim, mostraremos os tipos de empreendedorismo, como o empreendedo
rismo social é importante para o desenvolvimento de uma sociedade e como essa
atitude pode potencializar e maximizar os resultados organizacionais.
EMPREENDEDORISMO •
O professor Joséjanguiê Bezerra Diniz
é doutor (2003), mestre (1998) e bacha
rel (1987) em Direito pela Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE) e gra
duado em Letras (1987) pela Universi
dade Católica de Pernambuco (UNICAP).
Trabalhou durante toda sua graduação Infantil ao Ensino Pré-vestibular. Atual
e, antes de se formar, montou seu pri- mente, é Fundador e Presidente do Con
meiro escritório. Depois disso, atuou selho de Administração do grupo Ser
como Juiz Federal do Trabalho do TRT - Educacional.
6ª Região, como Procurador do Trabalho Além disso, possui mais de 20 livros pu
do Ministério Público da União e como blicados. Dentre eles, sua autobiografia
professor de Direito. Transformando sonhos em realidade - a
Sua vida profissional começou cedo e, trajetória do e x -engraxate que chegou à
de certa forma, sempre esteve envol- lista da Forbes, publicada em 2015, além
vido com a área educacional. Em 1994, de livros sobre estratégias para se obter
fundou um dos cursos preparatórios sucesso e sobre empreendedorismo.
para concursos mais qualificados de
Recife e, em 1998, fundou uma escola Currículo Lattes:
que até hoje atende alunos da Educação <http://lattes.cnpq.br/7165319815990198.>
Dedico esta obra primeiramente a Deus por me conceder sabedoria, aos meus
Mestres, que me ajudaram no meu desenvolvimento intelectual, e aos meus
familiares, que tanto me apoiam e acreditam em meu potencial.
EMPREENDEDORISMO •
A professora Lilian da Silva Almeida
Moura é licenciada em Pedagogia pela Uni
nove (2017), mestre em Gestão de Pessoas
e Organizações pela Umesp (2012), possui
extensão internacional pela University of
La Verne na área de Marketing, Strategic
Executive Management (2007), é especia
lista em Marketing de Serviços pela Unip
(2006), em Gestão Empresarial pela Fecap
(2005) e bacharel em Administração com
ênfase em Comércio Exterior também pela
Uninove (2000). É docente do ensino su
perior há 12 anos, ministrando disciplinas
de Marketing, RH e Administração. Tem
vasta experiência na área comercial com
empresas multinacionais para serviços de
análise de crédito e serviços financeiros.
Experiência em projetos de inclusão social,
ministrando cursos de Administração para
pessoas com deficiência física e auditiva.
Currículo Lattes:
<http://lattes.cnpq.br/8788172995479158>
EMPREENDEDORISMO •
UNIDADE
�
�
ser
educacional
Objetivos da unidade
@ Permitir a compreensão do termo empreendedorismo e os tipos existentes;
® Entender diferenças e similaridades entre empreendedor e
intraempreendedor;
@� Perceber as características do empreendedor e do administrador.
Tópicos de estudo
� Definições de empreendedorismo
• Origens do pensamento empre
endedor
• Tipos de empreendedorismo
@ Diferenças entre o empreende
dor e intraempreendedor
• Vantagens e desvantagens
� Descrevendo as características
do perfil do empreendedor
• Diferenças e similaridades
entre o empreendedor e o execu
tivo não empreendedor.
• É possível aprender a ser em
preendedor?
EMPREENDEDORISMO •
••
Definições de empreendedorismo
O que é empreender? Poderíamos ficar horas e horas tentando achar
uma única definição para esse termo. Entretanto, o verbo agir é o que me
lhor define seu significado.
Quando falamos de empreendedorismo, muitos verbos podem surgir,
tais como sonhar, realizar, fazer algo novo, desenvolver, revolucionar, exe
cutar, criar, dentre outros. Todavia, a ação é o que concretiza qualquer
um desses verbos ou desejos. Nesse sentido, empreender pode ser en
tendido como tirar uma ideia do papel e colocar as "mãos na massa" para
executá-la.
O empreendedor é aquele que transforma seus sonhos em realidade e
que não desiste de seus projetos.
CITANDO
"Empreendedores são indivíduos que apresentam características e competên
cias para idealizar, sonhar, ousar, criar e condu zir um negócio com sustenta
bilidade, perenidade e lucrativida de. É um in divíduo que munido de uma forma
extraordinária que surge do seu interior, transforma pensamentos em ação e
sonhos em realidade. E não desperdiça oportunidades" (Fonte: DINIZ, sd).
Outro estudioso da área, José Dornelas, em seu livro Empreendedorismo:
transformando ideias em negócios, escrito em 2016, afirma que o empreende
dorismo está relacionado com a criação de um novo negócio que envolve pes
soas, processos e transforma ideias em oportunidades.
No passado, o empreendedor já foi visto como um grande influenciador da
economia, introduzindo novos produtos e serviços no mercado e, consequen
temente, criando novas formas de empresas, bem como oportunidades em
momentos difíceis.
O empreendedor é uma pessoa dinâmica, que sonha e realiza, tem um
espírito revolucionário e ansiedade por colocar novas ideias em prática.
Além disso, ele não tem medo de correr riscos e ir atrás de seus sonhos, pois
tem, em sua essência, a criatividade e a usa para criar novas coisas.
É claro que também não podemos empreender de qualquer jeito, sem dire-
ção, ou seja, precisamos de um norte, de planejamentoe necessitamos saber
como as coisas devem ser feitas para que alcancemos o sucesso. Entretanto, é
EMPREENDEDORISMO •
importante lembrar que os empreendedores nem sempre vencem na primeira
tentativa. Desse modo, errar, acertar e, principalmente, não desistir fazem par
te do aprendizado do empreendedor.
Além disso, o empreendedor tem muitas responsabilidades, sendo que,
se dedicar e investir na criação de novos negócios é uma delas. Gerar tra
balhos, empregos e fazer a diferença são outras responsabilidades de igual
importância.
DIAGRAMA 1. EMPREENDEDOR TEM MUITAS RESPONSABILIDADES
'
.. il
O termo empreendedor vem da palavra francesa entrepreneur e significa
aquele que assume riscos e faz algo novo. Muitos acreditam que não conse
guem empreender por acharem que esse perfil corajoso e cheio de audácia é algo
inato, ou seja, a pessoa nasce empreendedora. Não é totalmente errado pensar
desta forma, porém Dolabela, em um de seus cursos sobre empreendedorismo,
defende que todos nascemos empreendedores.
De certa forma, essa afirmação pode ser consoladora. De acordo com o
autor, nascemos todos empreendedores, mas uns têm mais habilidades do
que outros devido aos estímulos recebidos do ambiente em que crescemos,
ou seja, da escola, da comunidade, dos relacionamentos e, principalmente, da
família. Sendo assim, podemos aprender a desenvolver tais características se
formos mais estimulados ou buscarmos esse desenvolvimento.
EMPREENDEDORISMO •
O empreendedorismo é o resultado da ação do empreendedor. Em ou
tras palavras, é aquilo colocado em prática que gera lucros e riquezas para a
empresa e o país. A prática ficou conhecida em 1950 pelo economista fran
cês Joseph Schumpeter, que classificava empreendedores como pessoas de
sucesso por meio da criatividade e inovação. Deste modo, empreendedo
rismo deve ser considerado um dos principais fatores que desenvolvem
economicamente uma nação.
Podemos afirmar que o empreendedor é estimulado pela família. Dessa for
ma, se você nasceu em uma família de empreendedores, você terá maior pro
pensão de se tornar um empreendedor, ou seja, se temos algum exemplo de em
preendedorismo na família, é bem provável que possamos desenvolver a ideia
de empreender. Se não temos nenhum exemplo, a tendência é buscarmos por
empregos que nos deem mais estabilidade, como empregos de carteira assinada
e concursos públicos.
Consideramos, assim, que o empreendedorismo é uma questão cultural,
ou seja, é uma cultura passada de pai para filho. Portanto, se o pensamento do
pai for negativo em relação ao processo de empreender, vendo a atividade como
capitalista, nociva e gananciosa, os filhos terão a mesma imagem do empreende
dorismo. E, por acharem que isto não é legal, não acharão importante empreen
der e irão buscar outras opções de trabalho.
ASSISTA
Assista a um trecho de um curso que preparei, que
aborda a questão do empreendedorismo como questão
cultural.
Há autores que defendem que todos podem empreender, pois se trata de
uma habilidade que pode ser desenvolvida, e não um traço de personalidade.
Nesse sentido, pode-se usar como ferramenta de desenvolvimento a busca de
conceitos e teorias, e não apenas se prevalecer da própria intuição e imagina
ção. É de extrema importância que o empreendedor, além de ter um sonho,
busque condições para empreender, ou seja, adquira habilidades e competên
cias básicas para se tornar um bom empreendedor.
Essas primeiras definições nos levam a refletir que o empreendedorismo é:
EMPREENDEDORISMO •
DIAGRAMA 2. UM MIX
�
Que pode trazer
lucratividade e
benefícios, tanto
para o reahzador
quando para as
pessoas envolvi das
atingidas por essa
realização.
Além disso, podemos falar em "iluminação divina", que não diz respeito a uma
religião específica, mas sim à ligação com Deus, com o ético, o moral e o correto.
Quando você faz as coisas certas, tudo começa a correr bem. Diante de tudo isso,
surge uma pergunta: empreender é uma ciência, um dom ou uma arte?
Empreender é desenvolver o dom interior que se transforma na arte de criar,
fazer e acontecer com ousadia, determinação, coragem, motivação e criatividade.
Com a prática, o dom é desenvolvido e, assim, se transforma em arte.
Dessa forma, precisamos empreender em nossas vidas antes de empreen-
DIAGRAMA 3. EMPREENDER É
EMPREENDEDORISMO •
dermos nos negócios, ou seja, é preciso olhar primeiro o que estamos fazendo,
como administramos nossas finanças pessoais, nossos relacionamentos, nossa
vida profissional, ter organização e planejamento antes de se aventurar no mun
do dos negócios.
O estudioso Chiavenato, em seu livro Empreendedorismo, dando asas ao es
pírito empreendedor, publicado em 2008, nos mostra que o empreendedor faz
coisas, tem sensibilidades diversas e consegue transformar ideias em realidade.
Na verdade, o empreendedor é a pessoa que consegue fazer as
co isas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os ne
gócios, tino fi nanceiro e capacidade de identificar oportunidades.
Com esse arsenal, transforma ideias em realidade para benefício
próprio e para o benefício da comunidade. Por ter criat ividade e
um alto nível de energia, o empreendedor demonstra imagina
ção, perseverança, aspectos que, combinados adequadamente, o
habi l itam a transformar uma ideia simples e mal estruturada em
algo concreto e bem-sucedido no mercado (p. 7).
Ao buscarmos desenvolver estas habilidades com dedicação e força de von
tade, poderemos empreender em algo que acreditamos.
Sendo assim, é importante que o empreendedor possa responder algumas
questões que darão o direcionamento ao seu projeto e suas ações. No Quadro 1,
é possível ver algumas dessas questões.
A diferença do não empreendedor, nestes casos, é que ele não age, ou seja,
QUADRO 1. PERGUNTAS FUNDAMENTAIS PARA QUEM DESEJA EMPREENDER
Quais são suas características pessoais?
Que tipo de empreendedor você é?
Qual é a sua necessidade de realização?
Qual é a sua disposição para assumir riscos?
Qual é o seu grau de autoconfiança?
Você tem conhecimento sobre o segmento?
Qual é seu planejamento estratégico?
Fonte: CHIAVENATO, 2008, p.13. (Adaptado).
EMPREENDEDORISMO •
só sonha e não tira seus sonhos do
papel, não tem atitude. Muitas vezes,
esse comportamento é caracterizado
pelo medo.
O medo é um sentimento muito im
portante em nossas vidas, pois nos dá
um senso de responsabilidade quanto
àquilo que fazemos. Entretanto, não
podemos deixar que esse sentimento
nos domine, pois não conseguiremos
fazer nada o que queremos, ou seja,
iremos idealizar muito mais do que
realizar.
O .. -0-r"- -n- - -P--�-rn- -nt- - -,-P-- -P--n _ _ _ _ _ _ _ _,,,,,,,
O estudioso Chiavenato, em sua obra Empreendedorismo, dando asas ao
espírito empreendedor, publicada em 2008, afirma que "O empreendedo
rismo tem sua origem na reflexão de pensadores econômicos dos séculos
XVIII e XIX, conhecidos como defensores do laissez-faire ou liberalismo eco
nômico" (p. 5).
Esse princípio defendia que as forças livres de mercado e da concorrên
cia influenciavam a economia da região. E o empreendedorismo, ao trazer
novos negócios, era visto como um grande impulsionador da economia.
Não só o Liberalismo estudou o empreendedorismo, mas também outras
ciências, como a Sociologia, a Psicologia, a Antropologia, as escolas dos econo
mistas behavioristas e dos precursores da teoria de Traços da Personalidade.
O sociólogo Max Weber buscou analisar a economia e o empreendedorismo
e desenvolveu a Teoria do Carisma. Essa teoria identificava um perfil especial
de ser humano, que tinha seguidores exclusivamente pela sua personalidade ex
traordinária. Para Max, esse perfil apenas teria funcionado como um promotor
de mudanças nos estágios iniciais da humanidade.
EMPREENDEDORISMO •
Em sua obra A ética protestante e o espírito do capitalismo, republicadaem
1967, Weber traz duas visões sobre o empreendedor: a primeira com o foco no
desenvolvimento do empreendedorismo depois da Reforma Protestante e a
segunda enfatiza como a orientação da religião ajudou no desenvolvimento de
uma atitude clara e positiva sobre ganhar dinheiro e o trabalho, dando ênfase
para o assunto.
A psicologia realizou vários estudos sobre o perfil do empreendedorismo.
Alguns dos estudiosos da época foram David McClelland, com a tese central
sobre o empreendimento. Everett E. Hagen defendia que o empreendedor se
formava a partir das necessidades dos locais onde crescem e vivem enquanto
minorias na sociedade.
Todavia, entende-se que até hoje muitos estudiosos trabalham o tema de em
preendedorismo, contribuindo para o conhecimento e interpretação do tema .
O . .,....Ti_l_S ___ m _______________ _
Já vimos que o empreendedorismo é um fenômeno muito importante em um
país, pois é capaz de contribuir para o seu desenvolvimento, com o objetivo de
melhorar a vida das pessoas que lá vivem.
O empreendedorismo é dividido em:
DIAGRAMA 4. TIPOS DE EMPREENDEDORISMO
É o empreendimento
que não visa o lucro, os
empreendedores trabalham
para melhorar a qualidade
de vida das pessoas em um
determinado local ou da
sociedade;
�
EMPREENDEDORISMO •
Além disso, o assunto pode ter uma visão sociológica que possui a seguinte
classificação:
Primeiro setor: Estado;
Segundo setor: empresas de forma geral;
Setor 2,5: empreendimentos sociais que visam lucro e ge
ram benefícios sociais;
Terceiro setor: empresas sem fins lucrativos (ONGs
e OSCIPs).
Dessa forma, o empreendedorismo social de pri
meira ordem ou grandeza tem o objetivo social de,
por meio de recursos e investimentos, realizar sonhos
sustentáveis para minimizar o sofrimento dos outros, dando aos que pre
cisam uma oportunidade de mudar seu status quo e sua situação social.
O empreendedorismo social tem por base a responsabilidade social das
empresas.
No empreendedorismo de primeira ordem ou grandeza existe uma
preocupação com o outro. Ele não visa o lucro, ou seja, é puramente social.
O empreendedorismo exclusivamente social é um braço do
empreendedorismo tradicional, do qual os empreendedo
res, em vez de trabalhar para criar uma empresa, objetivan
do vender produtos ou serviços, cujo foco pr incipal seja ge
rar lucro para aumentar o patrimônio da corporação e gerar
riqueza para o empreendedor, ut i l izam recursos fi nanceiros,
emocionais, criativos, inovadores, etc (DIN IZ, sd).
O empreendedorismo exclusivamente social tem o objetivo de transformar
a vida das pessoas por meio de ações inovadoras e sem contar com muitos re
cursos, apenas com ideias e vontade de melhorar a qualidade de vida de alguém
ou de uma comunidade. Ele busca desenvolver soluções para diversos problemas
sociais, econômicos, culturais, éticos, dentre outros.
Podemos classificar estes empreendimentos como Instituições sem Fins Lu
crativos, como é o caso das ONGs e OSCIPs.
Os estudiosos Melo Neto e Froes, no livro Responsabilidade social e cidadania
empresarial: a administração do terceiro setor, publicado em 2002, afirmam que o
empreendedorismo social possui algumas características:
EMPREENDEDORISMO •
• trabalhar para um coletivo inte
grado, visando melhor qualidade de
vida;
• produzir bens e serviços que
ajudam no desenvolvimento e no
sustento da comunidade;
• tem foco em buscar soluções
que tragam melhoria no cotidiano;
• como medida de desempenho,
avaliam qual é o impacto causado na
transferência do nível social;
• resgatar pessoas da situação de
risco social.
Neste sentido, podemos falar de
vá rias ações desenvolvidas por pes
soas para contribuir com a mudança de um lugar ou comunidade para me
lhor até se tornar uma política pública.
Como exemplo, podemos aprender com o modelo de empreendedoris
mo aplicado na Pastoral da Criança, que tinha como objetivo diminuir a
mortalidade infantil por meio de visitas de voluntários às famílias caren
tes, orientando mães a cuidarem melhor de seus filhos. Foi um excelente
trabalho realizado pela pediatra Ora. Zilda Arns Neumann.
ASSISTA
Para saber mais sobre o trabalho da Pastoral da Criança e
sobre empreendedorismo social, assista ao vídeo.
O segundo modelo de empreendedorismo social, chamado de segunda or
dem ou grandeza, também pode ser chamado de empreendimentos ou negó
cios sociais, empreendimentos ou negócios de impacto positivo ou empreendi
mentos ou negócios com causa.
O objetivo dos empreendimentos ou negócios sociais é auferir valiosa con
tribuição para a sociedade.
EMPREENDEDORISMO •
A empresa com finalidade lucrativa pode possuir, ao mesmo tempo, uma
proposta de valor social voltada para oferecer produtos ou serviços demanda
dos por determinado público-alvo, ou seja, o modelo de atuação é o mesmo,
mas o cerne do negócio tem a ver com a resolução de um problema social:
[ . . . ] também é um braço do empreendedorismo no qual os em
preendedores criam empresas objetivando vender serviços ou
produtos no arfam principal de auferir lucros e dividendos e por
via de consequência aumentar o patrimônio do empreendedor
e da corporação (DINIZ, sd).
Dessa forma, a responsabilidade social deve ser percebida como o dever da
organização em auxiliar a sociedade no alcance de seus objetivos, mostrando
que não visa apenas explorar recursos econômicos e humanos, mas também
contribuir com o desenvolvimento social.
Sendo assim, o simples fato de abrir uma empresa e torná-la lucrativa
faz parte de uma responsabilidade social. O comprometimento da empresa
em ter um bom desempenho econômico deve ser a sua primeira responsa
bilidade social.
Assim, notamos que a responsabi
lidade social corporativa demonstra
o impacto de suas ações em todos na
organização, clientes, funcionários,
acionistas, fornecedores, concorren
tes, dentre outros.
Além disso, a responsabilidade so
cial assumida de forma consistente e
inteligente pela empresa pode contri
buir de forma decisiva para a susten
tabilidade e o desempenho empresa
rial. A busca pelo retorno financeiro
das empresas não deve inibir que ela
atue com responsabilidade social na
quilo que ela faça e que gere valor
para a população, visando o bem-es
tar da sociedade.
EMPREENDEDORISMO •
Em outras palavras, a busca por lucros não impede que o empreendimento
social vise o bem-estar da sociedade, pois essa pode ser a própria essência do
empreendimento.
Este tipo de empreendedorismo tem o objetivo de impulsionar a empresa para
impactar de forma positiva na vida das pessoas para que a comunidade e o am
biente no qual a empresa está inserida tenham uma melhor qualidade de vida,
oferecendo valiosa contribuição para a sociedade onde atua.
Inicialmente, ele pensa em formas de sustentar e oferecer lucros para a empre
sa por meio da venda de produtos e serviços, uma vez que ela não possui nenhum
patrocínio ou doações para seu projeto de empreendedorismo social. Posterior
mente, desenvolve ações com o objetivo de gerar valores sociais.
O empreendedorismo de segunda ordem ou grandeza começa a partir da cria
ção de uma empresa que tem finalidade lucrativa, mas possui uma proposta de
valor que pensa na comunidade, com o objetivo de melhorar sua qualidade de vida
e procurando realizar, se possível, uma transformação social.
O modelo de atuação dos dois tipos de empreendedorismo social não é o mes
mo, mas a parte central do negócio está voltada para uma resolução de algum
problema social, como educação, saúde, segurança, moradia, dentre outros.
Deste modo, podemos analisar o exemplo do grupo Ser Educacional, que está
sediado está sediado em Recife e é mantenedor, além da UNINASSAU, de outras
quatro Instituições de Ensino - UNINABUCO, UNAMA, UNIVERITAS e UNIVERITAS/
UNG. Atualmente, a empresa está entre os seis maiores grupos educacionaisdo
Brasil, sendo o maior do Norte e no Nordeste.
O grupo Ser Educacional realiza um trabalho eficiente e de qualidade no cam
po educacional, promovendo aos seus alunos maior desenvolvimento cultural e
p rofissiona 1.
o
\
CURIOSIDADE
O grupo Ser Educacional é um dos maiores grupos de ensino superior do
Brasil. De acordo com o Anuário Época Negócios 360º Melhores Empresas
do Brasil 2018, a instituição de ensino está entre as melhores empresas de
educação do país, com 3ª posição no segmento de sustentabilidade devido
às melhorias no consumo de energia elétrica e água. Além disso, a instituição
obteve destaque em outros projetos relacionados ao impacto pós-consumo,
plano de descarte consciente e reciclagem.
EMPREENDEDORISMO •
O desenvolvimento sustentável é uma das questões mais pertinentes no
mundo contemporâneo. Esse tipo de ação empreendedora pode trazer impac
tos positivos sobre um problema social e, ao mesmo tempo, pode sustentar e
desenvolver tanto uma empresa quanto a comunidade.
Isso quer dizer que o empreendedorismo sustentável tem foco na preserva
ção da natureza, ou seja, a vida. Suas ações também impactam a comunidade,
buscando uma vida mais sustentável por meio de produtos, processos e servi
ços com o objetivo de gerar ganhos.
Um dos exemplos que podemos referenciar é a Natura: por meio da susten
tabilidade e preocupação com a natureza, a empresa possui linhas de produtos
de cosméticos ecológicos, como é o caso da linha Ekos Natura. Além disso, ela
faz questão de divulgar que não realiza testes em animais.
Figura 1. Linha Ekos Natura. Fonte: Divulgação Natura.
Esse tipo de posicionamento da empresa fortalece sua marca e promove maior
credibilidade em seus produtos, atraindo mais clientes e maior competitividade.
O .. Diferenças entre o empreendedor e intraempreendedor
O empreendedor e o intraempreendedor têm o objetivo fazer a diferen
ça, revolucionar e enxergar o futuro como ninguém. Todavia, o segundo está
dentro de uma empresa e executa mudanças e inovações em produtos e servi
ços, maximizando a lucratividade da organização.
No caso do empreendedor, temos o perfil daquele que cria o seu próprio
negócio, buscando se diferenciar dos produtos e serviços já existentes,
trazendo novidades e benefícios para a sociedade e, consequentemente,
EMPREENDEDORISMO •
lucro para a sua empresa. Para isso, ele detecta uma oportunidade e cria,
correndo riscos que devem ser calculados. Na verdade, o empreendedor
corre riscos para conseguir realizar seus sonhos e atingir seus objetivos.
Desta forma, é possível identificar facilmente um empreendedor quando
identificamos algumas características, pensadas pelo estudioso Dornelas
em seu livro Empreendedorismo: transformando ideias em negócios, publica
do em 2016:
1. tem iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz;
2. utiliza os recursos disponíveis de forma criativa, transformando o am
biente social e econômico no qual vive;
3. aceita assumir os riscos calculados e a possibilidade de fracassar.
O empreendedor deve estar alinhado a todas as funções que demandam a
criação de um novo negócio.
Além disso, também existe o empreendedor revolucionário, que é aquele
que cria novos mercados, como foi o caso de Bill Gates, criador da Microsoft.
Entretanto, a maioria dos empreendedores empreendem em negócios já exis
tentes, proporcionando êxito e sucesso.
Uma característica importante de pessoas empreendedoras é que elas
vivem "sempre no futuro", usando o presente como ferramenta para o seu
futuro. Esta visão de negócios é o que irá impulsionar a empresa até onde o
empreendedor deseja chegar.
Desse modo, o empreendedor
acompanha atentamente as tendên
cias e os ciclos de negócios no am
biente macroeconômico, prevendo
ciclos favoráveis e minimizando a s
surpresas, permanecendo conec
tado às fontes de relacionamentos
diretos e indiretos no seu ramo de
negócios.
Pinchot Ili fala que o intraempreen
dedorismo está relacionado ao am
biente interno da instituição e busca
desenvolver, de forma criativa e inova-
EMPREENDEDORISMO •
dora, produtos, serviços, técnicas e estratégias para a organização, cujo foco é
a melhoria contínua, competitividade, melhor per formance, a busca pelo cresci
mento e a sustentabilidade.
Dessa forma, intraempreendedoris
mo é a ação empreendedora interna na
empresa. Os colaboradores que atuam
para empreender dentro da organiza
ção são chamados de intraempreen
dedores e fazem parte do processo
de empreendedorismo interno. Atual
mente, é levado tanto em consideração
a manutenção do capital intelectual
nas organizações, pois este capital é
base essencial para a sobrevivência da
empresa, sustentabilidade e rentabili
dade. Com ele, é possível o desenvol
vimento de metodologias, produtos e
serviços que tragam maior competiti
vidade para a organização e, consequentemente, o aumento do market share
(participação de mercado).
lntraemprededorismo deve ser considerado uma modalidade do em-
preendedorismo.
Consiste numa atuação empreendedora dos colaboradores da em
presa, rea lizada no ambiente interno da instituição de forma criativa
e inovadora com o intuito de criar não apenas novos negócios, mas
sobretudo outras atividades e orientações inovadoras, como desen
volvimento de novos produtos, serviços, tecnologias, técnicas admi
nistrativas, estratégias e posturas competitivas (DINIZ, sd).
Trata-se de uma atuação proativa que vem se tornando cada vez mais co
mum dentro das organizações que buscam pela competitividade. Com esse ob
jetivo, as empresas permitem que seus colaboradores intraempreendedores
tenham uma análise do cenário em que atuam e possam criar e desenvolver
produtos e serviços que melhor respondam, de forma eficiente e rápida, às
necessidades e demandas do mercado.
EMPREENDEDORISMO •
Os intraempreendedores, por outro lado, não precisam se preocupar ou
temer em apresentar suas ideias para seus superiores, pois a cultura da em
presa empreendedora está voltada para a busca de melhoria contínua e, con
sequentemente, melhores negócios para a organização.
As características do intraempreendedor são as mesmas do empreende
dor: ousadia, atenção às novas ideias, criatividade, inovação, determina
ção, dedicação, persistência, autoconfiança, otimismo, proatividade, pai
xão pelo que se faz, resiliência, dentre outras.
Muitas organizações têm demonstrado um interesse cada vez maior pelo
perfil intraempreendedor de seus colaboradores. Isso ocorre porque os indiví
duos intraempreendedores desejam, com uma certa frequência, criar sempre
algo novo, gerando vantagem competitiva e competitividade. Além de criar algo
novo, eles querem assumir responsabilidades e têm uma necessidade de li
berdade dentro do ambiente de trabalho.
Portanto, para que as empresas
estimulem este perfil dentro de seu
ambiente de trabalho, devem ter uma
cultura desenvolvida para este obje
tivo, permitindo que seus colabora
dores possam ousar mais, criar mais
e visualizarem seu trabalho como se
fosse seu próprio negócio. Caso con
trário, esses indivíduos se sentirão
frustrados e desmotivados, baixando o índice de produtividade ou até mesmo
buscando emprego em outras organizações.
Essa nova busca de significado e a impaciência relacionada vem
causando um descontentamento sem precedentes nas organi
zações estruturadas. Quando o significado não é encontrado
dentro da organização, os indivíduos procuram uma instituição
que o ofereça (HISRICH; PETERS; SHEPERD, 2014, p. 1 1 8).
O empreendedorismo corporativo vem para estimular seus colaboradores a
serem intraempreendedores ou até mesmo para identificar tais características
nos colaboradores da organização que possuem necessidade e desejo de mudar
as coisas na empresa, seja produtos ou processos.
EMPREENDEDORISMO •
O empreendedorismo dentro das organizaçõesse reflete mais nas atividades
empreendedoras, como por orientações vindas da alta administração.
Os autores Hisrich, Peters e Sheperd, que escreveram e publicaram o livro
Empreendedorismo em 2014, afirmam que empreender consiste nos quatro ele
mentos-chave: novo empreendimento, espírito de inovação, autorrenovação e
proatividade.
DIAGRAMA 5. OS QUATRO ELEMENTOS-CHAVE DO EMPREENDEDORISMO
NOVO EMPREENDIMENTO
Está relacionado à criação
de um novo negócio
dentro da empresa. Pode
ser realizado por meio da
redefinição de produtos
e serviços ofertados pela
organização;
ESPÍRITO DE INOVAÇÃO
U âliza a inovação tecnológica
para inovar produtos e
serviços ofertados pela
empresa, aperfeiçoando
seus métodos e
procedimentos em busca de
mais qualidade;
AUTORRENOVAÇÃO
Relacionado à renovação
organizacional, por meio de
novas ideias da empresa,
como uma nova estratégia,
novos conceitos, mudanças;
PROATIVIDADE
Está relacionada à ação,
aceitar riscos, ser ousado e
competitivo.
Percebemos que para ser empreendedor é preciso ter disposição e boa per
cepção das coisas que acontecem ao nosso redor, no intuito de criar algo novo e
ter lucratividade a partir deste projeto.
As empresas já existentes também podem ser empreendedoras e buscar
novas oportunidades, se renovando sempre. Para que isto aconteça, seus ad
ministradores precisam ter o controle da organização e criar ambientes que
encorajem seus colaboradores a empreender, ou seja, a se tornarem intraem
preendedores. Precisam criar uma cultura empreendedora, voltada para promo
ver esses tipos de comportamento, dando oportunidade para seus colaborado
res manifestarem suas ideias.
A estratégia da empresa deve estar voltada para a busca de oportunidades,
não apenas pensar no futuro, mas analisar as situações que acontecem no pre
sente e projetar cenários futuros. Isso demonstra a atitude e posicionamento da
organização frente às inovações que acontecem.
EMPREENDEDORISMO •
As empresas administradas de forma empreendedora são facilmente identi
ficadas e demonstram seu diferencial competitivo fr ente às organizações tr adi
cionais. Elas possuem uma or ientação empreendedora e conseguem enxergar
as opor tunidades mesmo quando outras empresas só enxergam crise.
As empresas empreendedoras possuem muitas caracter ísticas impor tan
tes que as tornam diferentes, como possuir uma boa rede de comunicação
interna e externa, ou seja, além de boa comunicação com seus funcionários
na empresa, também é bem relacionada com seus fornecedores, clientes, con
correntes, dentre outr os.
Já nas empresas mais tradicionais, percebe-se uma hierarquia mais forma
lizada e inflexível, sendo a empresa mais burocr ática e com uma cultura mais
engessada. A rotina é evidente em todos os pr ocessos. Não conseguem res
ponder com r apidez às demandas geradas pelo mercado, mas são mais eficien
tes do que inovadoras à sua maneira.
Quando falamos das empresas empreendedoras, identificamos dentro dela
o perfil de intr aempreendedores que repr esentam um novo valor para a or
ganização, ou seja, essas pessoas promovem novo comportamento, trazem o
"novo" para a or ganização, novas ideias, novas formas de ver e fazer as coisas
acontecerem.
Tal pr ática tem gerado um impacto
positivo para os dois, empresa e cola
borador, pois faz com que os intraem
preendedores sejam mais valorizados
e r ecompensados por suas inovações.
Assim, dizemos que estas empresas
são or ientadas para um sistema de re
compensa, ou seja, recompensam os
funcionários que trazem novas ideias e
novas soluções que geram resultados
para a organização.
É fácil identificar mos, na empresa tr adicional, recompensas voltadas apenas
para gerência e alguns cargos de responsabilidade. Esse compor tamento não
promove um ambiente empreendedor, tampouco estimula seus funcionár ios
a trazerem algo novo para a empresa, pois o mérito é sempre o da hier arquia.
EMPREENDEDORISMO •
Dentro das organizações mais tradicionais, hierarquias rígidas com muitos
cargos acabam promovendo o medo das pessoas em desenvolver novas ideias.
Desse modo, elas acabam se conformando com que já existe e realizam suas
funções, mesmo contrariadas ou insatisfeitas. Esse é um ponto negativo para
organizações com este perfil, pois o nível de produtividade é baixa.
Algumas características do empreendedor e do intraempreendedor podem
ser vistas no Quadro 2.
QUADRO 2. PERFIL DO EMPREENDEDOR E DO INTRAEMPREENDEDOR
Perspectiva
Estar atento às novas oportunidades.
Assumir riscos calculáveis.
Construir patrimônio sólido.
Ser negociador interna e externamente.
Persistir na adversidade.
Exercer papel social importante.
Manter-se atualizado.
Acumular e compartilhar experiências.
Inserir-se em redes de relacionamento.
�
Significado de interação
Extrapolar as funções e tarefas do cargo.
Ampliar sua inserção nos resultados.
Negociar interna e externamente.
Exercer gerenciamento compartilhado.
Conhecer o ramo de negócios da corporação.
Inserir-se em redes internas e empreendedoras.
Gerenciar o afunilamento das inovações para o
resultado.
Subordinados funcionais.
Inserir-se em redes de relacionamento.
Não existem diferenças entre o perfil do empreendedor e do intraempreen
dedor, o que difere é o ambiente no qual eles atuam. Dessa forma, o empreende
dor atua para o desenvolvimento de sua empresa e o intraempreendedor para o
desenvolvimento da empresa de outra pessoa.
O empreendedor é aquele que deseja ter seu próprio negócio, se reinventar,
contribuir com a sociedade, criar algo que traga benefícios às pessoas que utilizam
seus produtos e serviços.
O intraempreendedor, por sua vez, também possui as mesmas características,
mas está realizando atividades dentro da empresa de outra pessoa.
EMPREENDEDORISMO •
As vantagens de ser dono do próprio negócio é que você mesmo pode
ditar as regras, tomar decisões importantes e assumir riscos. Em outras pa
lavras, você é o seu próprio patrão e pode aumentar ou não os rendimentos
de sua empresa conforme sua administração. O empreendedor tem liberda
de, não tanto em relação às regras de uma empresa, mas liberdade para agir
e colocar em prática seus sonhos, testar suas competências e habilidades e
não se limitar.
Alguns acham que o empreendedor está preso à empresa, mas isto não é
verdade. Na realidade, trata-se de um ponto de vista distorcido.
O empreendedorismo te prende, mas a diferença é que ele te
prende naqui lo que é seu, naqui lo que você ama. Ora, amigos,
para mim, a prisão do empreendedorismo é temporária. Você se
prende no início para posteriormente conquistar a sua verdadei
ra liberdade pessoal e financeira (DINIZ, sd).
O intraempreendedor, por sua vez, não precisa assumir os mesmos ris
cos que o empreendedor. Ele tem seu salário e benefícios garantidos no final
do mês e pode mudar de empresa se quiser. Entretanto, ele tem que possuir
muita persuasão para convencer o dono da empresa de suas ideias. Vai pre
cisar se conformar em aceitar regras, burocracias impostas pela organiza
ção em que trabalha e vai sempre depender da aprovação de alguém, ou
melhor dizendo, do dono da empresa.
O .. Descrevendo as características do perfil do empreendedor
Para ser empreendedor, é preciso
motivação. A motivação surge inter
namente, ou seja, é de cada pessoa.
Refere-se à forma como as pessoas
sentem e têm vontade de realizar coi
sas. É inexplicável, pois relaciona-se
com as necessidades internas de cada
um, proporcionando uma sensação
de prazer e bem-estar pessoal, tanto
emocional quanto espiritual.
EMPREENDEDORISMO •
A motivação acrescenta sentido e significado ao que se quer fazer. Torna mais
fácil encarar os obstáculos e dificuldades, transformando-os em oportunidades
geradoras de negócio e lucratividade. Aumenta o nível de resiliência, persistência
e toda dedicaçãoque ele terá para realizar seu objetivo com paixão.
É algo que impele o comportamento e a ação, além de toda euforia, alegria
e esforço que traz ao empreendedor ao se criar um novo empreendimento.
Também causa satisfação pelas perspectivas, visão de futuro e o compartilha
mento do novo negócio entre a migos e fa milia res.
Será que a decisão de se tornar um empreendedor pode ocorrer por acaso?
Não é difícil encontrarmos empreendedores que, ao serem questionados
qual o motivo da criação de suas empresas, respondem: "não sei, foi por acaso,
de repente tive que abrir uma empresa".
Podemos entender que essa situação pode ser advinda de mu itos fatores
internos ou externos. Por exemplo, uma pessoa que perdeu seu emprego e
que precisou montar um negócio para sobreviver, ou até mesmo aquele que,
por influência dos pais, familiares ou amigos, optou por abr ir uma empresa,
empregando aquilo que ele faz de melhor. Há também os insatisfeitos com
seu trabalho e querem trocar de profissões e até mesmo aqueles que, ao
buscarem conhecimento, despertaram a visão para uma nova oportunidade
de "ganhar d inheiro".
ASSISTA
A Fábrica de Bolo Vovó Alzira nasceu de uma ne
cessidade. O início da matéria Receita de sucesso:
conheça a história da Fábrica de Bolo Vó Alzira mos
tra como uma senhora de 60 anos criou um negócio
que, 1 1 anos após o início de suas atividades, possui
mais de 200 franquias. O vídeo mostra também outras
histórias de sucesso, como a de Rosana Magri e de
Flávia Raiai.
Quando o assunto é inovação, o processo de empreender é voltado para o
termo de inovação tecnológica. Nesse caso, as inovações tecnológicas têm sido
um grande diferencial, influenciando o desenvolvimento econômico mundial.
Para entender melhor este cenário, o autor sugere a análise dos fatores explici
tados no Diagrama 1 .
EMPREENDEDORISMO •
DIAGRAMA 6. FATORES DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Tecnologia
Know how
(saber como)
conhecimento
�
Fonte: SMILOR; GILL, 1986 apud DORNELAS, 2016. (Adaptado).
O estudioso Chiavenato, que escreveu o livro Empreendedorismo, dando asas ao
espírito empreendedor em 2008, afirma que o empreendedor precisa possuir três
características básicas: necessidade de realização, disposição para assumir riscos e
autoconfiança.
1 . Necessidade de realização: refere-se à necessidade que faz com que a pes
soa coloque em prática seu sonho e se realize. Essa intensidade muda de pessoa
para outra. Às vezes, quando criança, alguns empreendedores já conseguem de
monstrar esta característica.
2. Disposição para assumir riscos: relaciona-se com não ter medo de enfrentar
os obstáculos e os desafios, além de apostar em suas ideias, correndo o risco para que
elas se tornem realidade. Entretanto, o empreendedor deve ter em mente que não se
deve assumir altos riscos sozinho, ou seja, os riscos podem ser compartilhados.
3. Autoconfiança: enxergar os desafios como oportunidades e acreditar que
eles podem dar certo.
Em primeiro lugar, é importante saber as razões pelas quais as pessoas se en
gajam em um negócio. Essas razões podem ser muitas, e é preciso entender como
cada uma delas motiva o comportamento empreendedor.
EMPREENDEDORISMO •
QUADRO 3. RAZÕES QUE ENGAJAM OS EMPREENDEDORES
�
Forte desejo de ser seu próprio patrão, de ter interdependência e não receber ordens de outros, fundamen
tando-se apenas em seu talento pessoal, chamando isso de espírito empreendedor.
Oportunidade de trabalhar naquilo que gosta em vez de trabalhar como subalterno apenas para ter segurança
de um salário mensal e férias a cada ano.
Sentimento de que é possível desenvolver a sua própria iniciativa sem o guarda-chuva do patrão.
Desejo pessoal de reconhecimento e de prestígio.
Poderoso impulso para acumular riquezas e oportunidade de ganhar mais do que quando era simples empregado.
Descoberta de uma oportunidade que outros ignoram ou subestimam.
Desafio de aplicar recursos próprios e habilidades pessoais em um ambiente desconhecido.
Fonte: CHIAVENATO, 2008, p. 18. (Adaptado).
O empreendedor, antes de iniciar seus negócios, também precisa ter von
tade de trabalhar duro, saber se comunicar e ser organizado, ter orgulho
daquilo que faz e, consequentemente, possuir e manter boas relações, assumir
desafios calculáveis e saber tomar decisões. Precisa trabalhar com metas e fazer
de tudo para alcançá-las. Isso exige muita dedicação, concentração, busca de
informações, planejamento, flexibilidade, dentre outros.
Como já falamos anteriormente, algumas características dos empreendedo
res não são inatas e nem inerentes, ou seja, podem ser desenvolvidas e adqui
ridas. Tais características são inúmeras, como ousadia, atenção às novas ideias,
criatividade, inovação, determinação, autoconfiança, persistência, motivação,
dentre outras.
O empreendedor tem como parâmetro seguir aquilo que ele acredita ser uma
oportunidade de negócio. Como as oportunidades são um conjunto de fontes de
incerteza, os empreendedores precisam ter um discernimento para analisá-las e
decidir se querem correr o risco e apostar no que acreditam que pode dar certo.
No entanto, a dúvida e o medo podem atrapalhar o empreendedor na análise
de uma grande oportunidade. Por isso, ele precisa de outras ferramentas que o
auxiliem na decisão, como informações sobre mercado, o produto ou serviço,
identificar quais são os clientes potenciais, valor i nicial de investimento, em
quanto tempo será ROi (retorno sobre o investimento), dentre outros.
Alguns autores afirmam que o empreendedor pensa de modo diferente das
outras pessoas, ou seja, de acordo com uma situação, ele pode raciocinar de
forma diferente dentro de um ambiente de decisões.
EMPREENDEDORISMO •
O empreendedor não tem medo de tomar decisões em situações inseguras,
com riscos, pressões, incertezas. Este comportamento está na alma do em
preendedor, como se ele quisesse pagar para ver o que vai acontecer, e o seu
sentimento é de motivação e positividade, ele anseia por algo novo. Portanto, o
empreendedor é uma pessoa que também investe em emoções e as utiliza na
tomada de decisões e desenvolvimento de seus projetos.
Nem todos pensam desta forma. Muitos, em momentos de crise, preferem
desistir, "não trocar o certo pelo duvidoso", optam pelo "pingar do que secar"
e acabam por continuar na zona de conforto. A mudança incomoda, faz com
que você encontre novas formas de fazer aquilo que estava fazendo, mas nem
todos gostam de mudança.
Os empreendedores são dinâmicos, flexíveis, engajados, determinados,
persistentes, características que influenciam diretamente na tomada de deci
são. Possuem uma mentalidade empreendedora.
Dessa forma, a mentalidade empreendedora faz com que o empreendedor
tenha capacidade de detectar, agir e se movimentar, mesmo sob incertezas.
O .. Diferenças e similaridades entre o empreendedor e o
� ��, 1 f" ern nded r
Muito se estuda sobre o assunto para entender quais são as características e
comportamentos que diferem um perfil do outro, ou seja, o que o empreendedor
tem que o administrador não tem e vice-versa.
DIAGRAMA 7. EMPREENDEDOR X NÃO EMPREENDEDOR
EMPREENDEDOR
Sonha e coloca muita determinação para transformar
seu sonho em uma realidade que, inclusive, possa trazer
lucratividade. Além disso, ele estabelece metas, tem
disciplinas para atingir seu obj etivo e muito trabalho. É visionário, corre riscos e acredita em seu projeto;
�
NÃO EMPREENDEDOR
Ele sonha, mas não age. Permanece sempre sonhando.
Tem medo, falta coragem e não toma iniciativa. O não
empreendedor vive sempre no presente, seguindo as
regras do passado, e acaba por não pensar no futuro.
EMPREENDEDORISMO •
ASSISTA
A diferença do empreendedor e do executivo não
empreendedor.
Alguns estudos classificam que o
administrador dentro da empresa tem
o papel de administrar, planejar, orga
nizar, dirigir, controlar, dentre outros.Esses estudos estão embasados no
conceito de administração científica,
ou seja, nos princípios da administra
ção de Henry Ford, que falava sobre a
arte de administrar.
Nesse sentido, os administradores se
diferem em dois aspectos: nível da hie
rarquia em que ocupam, o que propor
ciona um nível de responsabilidade con
forme o cargo, e o conhecimento que
detêm para exercerem suas funções.
O administrador também tem uma visão de trabalho gerencial focado nos
papéis dos gerentes, que variam conforme cada organização. Esses papéis se
referem ao posicionamento interpessoal do administrador e requerem habili
dades como liderança, se referem aos contextos informacionais e aos papéis
decisórios na empresa.
O administrador também assume papéis em grupos sociais, ou seja, precisa
ser bom orador e intermediador.
De acordo com a abordagem referente às atividades do administrador, no
que diz respeito ao uso do processo de pessoalidade e relacionamento pes
soal, o administrador deve ter uma postura relativamente fraca, podendo
ser forte quando se trata do foco na empresa e ações conjuntas, bem como
na utilização da hierarquia.
O empreendedor de sucesso possui características extras, pensadas inicial
mente por Dornelas em seu livro Empreendedorismo: transformando ideias em ne
gócios, publicado em 2016. Essas características podem ser vistas no Quadro 4.
EMPREENDEDORISMO •
QUADRO 4. CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDEDORES DE SUCESSO
EMPREENDEDORISMO •
São otimistas e
apaixonados pelo o
que fazem
São independentes e
constroem o próprio
destino
Ficam ricos
São líderes e formado
res de equipes
São bem relacionados
(networking)
São organizados
Planejam, planejam,
planejam
Possuem
conhecimento
O amor pelo trabalho é o principal combustível que os mantêm
cada vez mais animados e autodeterminados, tornando-os os
melhores vendedores de seus produtos e serviços, pois sabem
como ninguém como fazê-lo.
Querem criar algo novo e determinar os próprios passos, abrir os
próprios caminhos, ser o próprio patrão e gerar empregos.
Ficar rico não é o principal objetivo dos empreendedores. Eles
acreditam que o dinheiro é consequência do sucesso dos negócios.
Os empreendedores têm um senso de liderança incomum e são
respeitados e adorados por seus funcionários, pois sabem valo
rizá-los, estimulá-los e recompensá-los, formando um time em
torno de si.
Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que
os auxilia no ambiente externo da empresa, junto a clientes, for
necedores e entidades de classe.
Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais,
humanos, tecnológicos e financeiros de forma racional, procuran
do o melhor desempenho para o negócio.
Os empreendedores de sucesso planejam cada passo de seu
negócio, desde o primeiro rascunho do plano de negócios até a
apresentação do plano a investidores, definição das estratégias
de marketing do negócio, sempre tendo como base a forte visão
de negócio que possuem.
São sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois enten
dem que, quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio,
maior será a chance de êxito.
EMPREENDEDORISMO •
Fonte: DORNELAS, 2016, p. 21. (Adaptado).
Muitos estudos revelam que existem muitos pontos em comum entre o
administrador e o empreendedor, pois o empreendedor é um administra
dor. Todavia, o empreendedor é menos limitado e mais visionário do que o
administrador.
Mesmo com essas diferenças entre o empreendedor e o executivo não
empreendedor, é importante frisar que muitos executivos também são em
preendedores, mesmo exercendo a função de executivos.
As diferenças entre empreendedor e administrativo podem ser compara
das em cinco dimensões distintas de negócio: orientação estratégica, aná
lise das oportunidades, comprometimento dos recursos, controle dos
recursos e estrutura gerencial, em que o administrador fica voltado para a
organização de recursos e o empreendedor fica voltado para a definição de
contextos.
Outro diferencial é que o empreendedor conhece muito sobre o seu negó
cio, muito mais do que um administrador que está adminis
trando uma empresa de outra pessoa. Para adquirir esse
conhecimento, é preciso tempo e experiência. No entan
to, são fatores-chave para que uma empresa não entre
em falência com poucos anos de vida.
Há, ainda, alguns mitos sobre o assunto.
Esses mitos foram abordados por Dornelas
em seu livro Empreendedorismo: transfor
mando ideias em negócios, publicado em
201 6:
EMPREENDEDORISMO •
MIT0 1
Empreendedores são natos,
nascem para o sucesso.
Realidade: empreendedores
acumulam, com o passar dos
anos, conhecimentos, habilidades
e experiências que podem ser
desenvolvidas e adquiridas;
MITO 2
Empreendedores são
"jogadores" que assumem
riscos altíssimos.
Realidade: assumem riscos
calculados, evitando riscos
desnecessári os;
MIT0 3
Empreendedores são "lobos
solitários" e não conseguem
trabalhar em equipe.
Realidade: são ótimos líderes de
equipes, promovem excelentes
relacionamentos, tanto internos
quanto externos (colegas, clientes,
fornecedores, entre outros). São
grandes negociadores.
QUADRO 5. COMPARAÇÃO ENTRE GERENTES TRADICIONAIS E EMPREENDEDORES
1
1
1
1
1
Tema
Motivação
principal
Referência de
tempo
Atividade
Status
Como vê o risco
Falhas e erros
Decisões
A quem serve
Histórico familiar
Relacionamento
com outras pessoas
�
Curto prazo, gerenciando orçamen
tos semanais, mensais etc e com
horizonte de planejamento anual.
Delega e supervisiona.
Preocupa-se com o status e como é
visto na empresa.
Com cautela.
Tenta evitar erros e surpresas.
Geralmente concorda com seus
superiores.
Aos outros (superiores).
Membros da família trabalham em
grandes empresas.
A hierarquia é a base do
relacionamento.
Fonte: HISRICH, 1 998 apud DORNELAS, 2016. p. 22.
Sobreviver e atingir cinco a
dez anos de crescimento do
negócio.
Envolve-se diretamente.
Não se preocupa com status.
Assume riscos calculados.
Aprende com erros e falhas.
Segue seus sonhos e toma
decisões.
A si próprio e a seus clientes.
Membros da família possuem
pequenas empresas ou já cria
ram algum negócio.
As transações e acordos são a
base do relacionamento.
EMPREENDEDORISMO •
Nosso país tem histórias de grandes empreendedores que tiveram uma ideia,
colocaram seu sonho em prática e acreditaram que podia dar certo. Nem sempre
o sonho do empreendedor dá certo na primeira tentativa. Muitas vezes, ele coloca
em prática e vai aprimorando suas técnicas por meio de conhecimentos. Existem
muitas empresas que começaram do nada, de um sonho, em pequenos lugares
e hoje são potências internacionais, como o empreendedor Bill Gates, que iniciou
sua empresa Microsoft em uma pequena garagem.
Será que o empreendedorismo pode ser ensinado ou até mesmo aprendido
pelas pessoas?
Segundo alguns relatos de anos anteriores, isso era impossível. Naquele tem
po, acreditava-se que o empreendedorismo era inato, ou seja, uma característica
que nascia com a pessoa, um atributo de sua personalidade e, assim, ela estava
predestinada ao sucesso.
As demais pessoas que não pos
suíam estas características não eram
estimuladas a empreender. Sendo as
sim, acabavam sendo desencorajadas
quando tinham vontade de realizar al
gum sonho empreendedor.
Atualmente, este discurso mudou
bastante. Acredita-se cada vez mais que
o processo empreendedor possa ser
ensinado e entendido por qualquer pessoa, como já falamos anteriormente.
É claro que ainda temos os empreendedores inatos e com sucesso, porém te
mos aqueles empreendedores que se arriscaram, buscaram conhecimento e cor
reram atrás de seus sonhos. Podemos falar de grandes mitos empreendedores,
como Bill Gates, Sílvio Santos, Steve Jobs, dentre tantos outros que tiveram uma
empresa sustentávele duradoura.
Ao buscar conhecimento sobre seu próprio negócio, o empreendedor está
buscando ser um empresário de sucesso. O conhecimento é um parceiro constan
te do empreendedor, que o ajudará a gerar riquezas para si e para o país.
EMPREENDEDORISMO •
Além disso, muitas universidades e escolas técnicas disponibilizam cursos so
bre empreendedorismo para pessoas que querem desenvolver e aprimorar seus
conhecimentos sobre o assunto. Entretanto, é preciso ficar atento ao que essas
instituições ensinam para ver se o conhecimento está realmente alinhado ao pro
pósito de desenvolver empreendedores.
No Quadro 6, idealizado por Dornelas, estudioso e autor do livro Empreendedo
rismo: transformando ideias em negócios, publicado em 2016, é possível ver a classi
ficação das habilidades requeridas de um empreendedor.
Habilidades
técnicas
As habilidades
gerenciais
As características
pessoais
QUADRO 6. HABILIDADES DO EMPREENDEDOR
�
Estão relacionadas à escrita, à fala, a ouvir as pessoas, buscar in
formações importantes para o negócio, desenvolver o trabalho em
equipe e buscar conhecimento sobre o que se pretende fazer, como
qual será o seu diferencial e o know-how técnico na área de atuação.
Envolvem criação, desenvolvimento e gerenciamento da empresa, bem
como os departamentos que ela possui: Marketing, Recursos Humanos,
Finanças, dentre outros. Ser bom negociador e ter controle da adminis-
tração da empresa.
Estão relacionadas a todos aqueles que fazem de alguém um empre
endedor.
EMPREENDEDORISMO •
Sintetizando •
Nesta unidade, estudamos o significado de empreendedorismo e os seus
tipos. Pudemos perceber a importância de empreender como fonte de geração
de riqueza para um país e para a lucratividade do negócio.
Para isto acontecer, é relevante que se tenha uma boa administração e con
trole da empresa. Caso contrário, o empreendedor não conseguirá alcançar
seus objetivos.
Vimos também as características dos empreendedores e intraempreen
dedores e pudemos analisar como tais características contribuem para o em
preendedorismo organizacional, o que tem despertado o interesse de algumas
organizações.
Os intraempreendedores são capazes de trazer novas ideias e desenvol
ver algo novo para empresa, aumentando sua competitividade, respondendo
rapidamente às demandas de mercado e desenvolvendo uma vantagem com
petitiva. Isso mostra que as empresas já existentes também podem ser em
preendedoras.
Outro fator importante foi entender como se formam os empreendedores
e analisar suas características, sua forma de ver, pensar e agir sobre os fatos
ocorridos.
Por fim, pudemos evidenciar que o empreendedor não precisa ser um so
nhador sem estratégias e organização, pelo contrário: ele precisa ser uma pes
soa de coragem, assumir riscos calculados e, se possível, dividir esses riscos. É
uma pessoa inspiradora que transforma sonhos em realidade.
EMPREENDEDORISMO •
Referências bibl iográficas
••
BERNARD!, L. A. Empreendedorismo e armadilhas comportamentais: cau
salidades, emoções e complexidade. São Paulo: Atlas, 2015.
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WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Pio
neira, 1967.
EMPREENDEDORISMO •
UNIDADE
�
�
ser
educacional
Objetivos da unidade
@ Permitir a compreensão da globalização
e do cenário brasileiro para promover o
empreendedorismo;
-� Entender quem são os novos
empreendedores e como estão aproveitando
as informações do cenário para desenvolver
seus projetos;
@ Entender o setor de empreendedorismo
digital e suas modalidades.
Tópicos de estudo
0 Entendendo a globalização
• Globalização empresarial
• Vantagens e riscos da
globalização
o Descrevendo e definindo:
empreendedores e
intraempreendedores
• Papel do empreendedor
e do intraempreendedor na
globalização
< : Empreendedorismo no Brasil
• Fatores que influenciam e
fomentam o empreendedorismo
• Quem são os novos
empreendedores?
• O empreendedorismo feminino
• O empreendedorismo digital
• Startups
• Clientes
• Fornecedores
• Concorrentes
EMPREENDEDORISMO •
••
Entendendo a globalização
O tema globalização, embora pareça novo, é um processo antigo. Não
conseguimos precisamente definir o seu início, entretanto, quando falamos
das trocas de bens e serviços no início da produção e da moeda, estamos
falando de globalização.
Se formos mais atrás na história e mencionarmos o processo de migração
de pessoas, estamos falando de um movimento que contribuiu para o proces
so de globalização. Nesse sentido, podemos aproximar o processo da globali
zação com o rompimento de fronteiras, processo no qual as pessoas ganham
maior proximidade e conseguem fazer negócios ou criar relacionamentos.
Com o tempo, a globalização, em parceria com a tecnologia, foi tomando
novos formatos. À medida que as nações iam se relacionando e se desenvol
vendo, vivenciavam um processo de globalização. Outro fator importante foi a
criação de empresas multinacionais, que romperam fronteiras e conseguiram
importar ou exportar mercadorias para outros países que não fosse o seu e,
assim, trabalhar com novos mercados.
Dessa forma, o comércio internacional tem crescido ao longo dos tempos,
isso porque as facilidades de comunicação, transportes e investimentos aca
bam promovendo o setor e realizando a globalização dos países envolvidos.
Os blocos econômicos surgiram com o objetivo de incentivar o relaciona
mento comercial entre seus países membros e, por outro lado, acabaram res
tringindo a negociação com outros países que estavam fora dele, tais como
Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), Mercado Comum do
Sul (Mercosul), Mercado Comum Árabe (MCA), Brasil, Rússia, Índia, China e Áfri
ca do Sul (BRICS), dentre outros.
A inovação tecnológica quebrou a distância entre países e pessoas, assim
como promoveu a diminuição de custos com transportes e ligações de telefo
nes celulares, contribuindo para a globalização.
O estudioso Lacombe, em seu livro Administração fácil, publicado em 2011,
defende que a globalização dá ênfase aos aspectos econômicos e comerciais,
permeando todas as atividades humanas, influindo nas culturas, comporta
mentos e valores de todos os povos.
Vejamos o que o autor tem a dizer sobre o assunto:
EMPREENDEDORISMO •
[. .. ] integração crescente de todosos mercados (financeiros, de pro
dutos, serviços, mão de obra, etc.), bem como dos meios de comu
nicação e de transportes de todos os países do planeta. Também é
o processo em que a vida social nas sociedades sofre influência cada
vez maiores de todos os países, incluindo os aspectos políticos, econô
micos, cultura is, artísticos, moda, meios de comunicação, etc (p. 213).
Sendo assim, a importância da globalização para o desenvolvimento de um
país, das pessoas e, inclusive, para a contribuição da sua cultura é primordial.
No desenvolvimento da globalização, o que pode ter maior promoção lu
crativa para as organizações é a quebra de barreiras para criar negócios com
públicos distantes.
Além disso, alguns estudos revelam que a globalização empresarial pode
ser dividida em quatro possibilidades:
DEMANDA
:(.
DIAGRAMA 1. A GLOBALIZAÇÃO EMPRESARIAL PODE SER
DIVIDIDA EM QUATRO POSSIBILIDADES:
OFERTA
ESTRATÉGIA
COMPETIÇÃO
EMPREENDEDORISMO •
Entendendo cada uma das possibilidades, fica mais claro para o empreen
dedor definir sua estratégia e orientar seu planejamento estratégico.
A globalização pode proporcionar muitas vantagens. Com a quebra de bar
reiras que minimizam a distância entre pessoas e empresas, por exemplo, é
possível realizar negócios mais dinâmicos e lucrativos para todos os envolvidos.
Algumas das vantagens são:
DIAGRAMA 2. VANTAGENS DA GLOBALIZAÇÃO
EMPREENDEDORISMO •
Entretanto, ela pode trazer também alguns riscos, caso os envolvidos não
estejam atentos, tais como:
• Livre fluxo de recursos financeiros: aumento das especulações influen
cia no risco da economia de um país e, consequentemente, influencia nas deci
sões da empresa quanto à atuação e investimento;
• Diminuição da soberania dos países: países em blocos econômicos de
vem seguir regras elaboradas conjuntamente com outros países e isso, às ve
zes, influencia na sua soberania, pois são obrigados a seguir os tratados inter
nacionais;
• Velocidades diferentes da globalização: diferenças de velocidade entre
os planos financeiro, com transações rápidas e dinâmicas, econômico, com in
tegração realizada a partir dos blocos econômicos, político, com a globalização
ainda mais atrasada, e social;
• Empobrecimento cultural: a globalização cria a exclusão de culturas, cos
tumes locais e regiões, prevalecendo uma cultura global e homogeneizada;
• Riscos da padronização: padronizar produtos e serviços dependentes
das culturas, costumes, hábitos etc.
Percebemos, desse modo, que a
globalização é um processo inevitável
e transformador. Do ponto de vista
financeiro, é possível perceber que a
globalização promove transações rápi
das e dinâmicas, além do surgimento
de novos produtos no setor.
Para o setor produtivo das organi
zações, a globalização foi um avanço,
uma vez que ela promove a competitividade entre as empresas e, consequen
temente, melhora a qualidade de seus produtos e serviços, aumentando a par
ticipação de mercado e explorando novos segmentos e públicos.
Todavia, ao olharmos para outros fatores, como o político e o social, conse
guimos perceber uma diferença que a globalização ainda não pode solucionar.
Muitos não têm acesso a ferramentas importantes que promovem a globali
zação e o setor político, por exemplo, que ainda é muito burocratizado e não
consegue atender as demandas da sociedade.
EMPREENDEDORISMO •
O .. Papel do empreendedor e do intraempreendedor na
i7 �-
º cenário da globalização pode ser muito motivador e desafiante para o
empreendedor e o intraempreendedor.
Em relação às influências da globalização no setor financeiro e produtivo, o
empreendedor tem papel fundamental em analisar os acontecimentos e ten
dências, olhando para as oportunidades e transformando-as em negócios ge
radores de lucro.
Elas são vistas com uma importância extrema para o desenvolvimento das
empresas, que gerarão empregos nos locais onde estiverem inseridas.
DIAGRAMA 3. EMPREENDEDOR E INTRAEMPREENDEDOR
. . 1· - -
�
EMPREENDEDORISMO •
Esse tipo de ação permite que a empresa se reinvente por meio de novos
produtos e serviços que atendam de forma rápida e efetiva as demandas e
necessidades de um determinado público-alvo.
Destaco o importante papel do intraempreendedor dentro das organizações para
que elas sejam sustentáveis e tenham competitividade. Sendo assim, o intraempreen
dedor possui um papel imprescindível para o crescimento e a sustentabilidade das
empresas.
Quando a empresa tem um intraempreendedor trabalhando para que ela
seja inovadora no mercado, ela ganha maior evidência se comparada com as
demais de seu segmento; isto permite maior credibilidade e o fortalecimento
de sua marca. O empreendedor, por sua vez, realizando o mesmo papel com
sua empresa, conseguirá os mesmos objetivos, permitindo que a organização
tenha maior competitividade por meio de uma vantagem competitiva, ou seja,
o seu diferencial. Chamamos este tipo de ação de estratégia empreendedora.
EXEMPLIF ICANDO
A Gol Transportes Aéreos revolucionou o mercado aéreo nacional com
uma estratégia empreendedora quando optou por trabalhar com o con
ceito de baixo custo e tarifa baixa (/ow cost), modelo que ainda não era
usado no Brasil. Para que isto fosse possível, deveria ter um custo mais
baixo e desenvolveu muitas estratégias para reduzir seu custo, como
voos fretados. Ganhou reconhecimento nacional e, atualmente, é uma das
maiores empresas de transportes da América Latina, transportando mais
de 75 milhões de passageiros por ano com domínio de 40% do mercado
doméstico nacional.
As empresas que trabalham com uma estratégia empreendedora usam a
inovação para trazer produtos e serviços diferentes ao mercado e acabam ten
do maior visibilidade.
O Empreendedorismo no Brasil ••
Por mais que o Brasil seja um dos maiores países voltados para o empreende-
darismo, empreender no país é algo desafiador e extremamente difícil por vários
motivos, tais como mão de obra desqualificada, maior carga tributária do mundo,
EMPREENDEDORISMO •
maiores taxas de juros, ser um dos países mais corruptos e extremamente burocrá
tico, dentre outros.
Além disso, há no país uma atenção especial para o tema empreendedorismo
no que diz respeito à criação de pequenas empresas duradouras e a necessidade de
diminuir a taxa de mortalidade dessas empresas. Isso porque o empreendedorismo
movimenta a economia e gera empregos para a sociedade.
O índice de mortalidade das pequenas empresas que abrem e fecham em pouco
período de vida é muito grande no país, potencializando a preocupação para o tema.
Muitos fatores influenciam diretamente esse problema, principalmente no que se
diz respeito à economia do país. Outros fatores importantes são a globalização, a
necessidade de inovação para ter competitividade, a necessidade de investir na em
presa para ela se manter no mercado, dentre outros.
Ainda, segundo pesquisas do Sebrae realizadas entre 2016 e 2017, o empreende
dorismo no Brasil é exercido de forma atabalhoada, ou seja, sem qualquer critério,
disciplina ou responsabilidade social. Atualmente, existem 52 milhões de pessoas
que possuem seu próprio negócio no país. Dentro do BRICS (Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul), o país ocupa o primeiro lugar do ranking.
Dessa forma, o empreendedorismo é um fator importante para o desenvolvimen
to de um país, para geração de riquezas, empregos e, consequentemente, contribui
para o desenvolvimento como principal promotor do avanço econômico e social.
Em 2017, o projeto Global Entrepreneurship Monitor - GEM, com o apoio do Se
brae, criou um relatório com o resultado de suas pesquisas referentes ao empreen
dedorismo no Brasil. Para entendermos seu resultado, é importante conhecermos
a classificação dos empreendedores dentro da pesquisa:
• Nascentes: indivíduos donos de um negócio que ainda estão começando
e não pagaramsalários ou qualquer outra forma de remuneração aos donos
por mais de três meses;
• Novos: são donos de empreendimentos que já conseguiram remunerar de
alguma forma o proprietário por um período superior a três meses e inferior a
42 meses, ou seja, 3,5 anos;
• Estabelecidos ou consolidados: são donos de empreendimentos que conse
guem remunerar seus proprietários com um período superior a 42 meses.
Tanto os empreendedores nascentes como os novos são considerados em
preendedores iniciais.
EMPREENDEDORISMO •
TABELA 1. EMPREENDEDORES NO BRASIL
ESTÁGIO
Total de empreendedores
(18 a 64 anos)
Iniciais
Novos
Nascentes
Estabelecidos
TAXAS (Percentual)
1 6,3
Fonte: SEBRAE - GEM Brasil, 2017, p. 1 O. (Adaptado).
ESTIMA TIVA (Unidades)
22.093.966
22.337.649
A Tabela 1 nos informa que, entre os empreendedores brasileiros de 18 e 64
anos, 36,4% possuem um negócio próprio. Os novos empreendedores repre
sentam 16,3%, os iniciantes ou nascentes representam 4,4% e, por fim, os já
estabelecidos representam o total de 16,5%.
A taxa de sobrevivência das empresas é influenciada pelos desafios viven
ciados. Todavia, segundo pesquisa do GEM, houve uma alteração nos percen
tuais das empresas com dois anos de vida.
GRÁFICO 1. TAXA DE SOBREVIVÊNCIA DE EMPRESAS DE DOIS ANOS:
90
ao
70
6(1
50
30
20
10
D
2110a
Fonte: SEBRAE, 2016, p. 16. (Adaptado).
EVOLUÇÃO NO BRASIL
2009 2010 2011 2012
- Ano de constituição da empresa
EMPREENDEDORISMO •
O Gráfico 1 mostra que 76,6% das empresas brasileiras criadas em 2012 so
breviveram por até dois anos. Como é possível observar no gráfico, foi a maior
taxa de sobrevivência de empresas com até dois anos no período de 2008 a 2012.
A pesquisa também nos apresenta dados referentes à taxa de mortalidade,
ou seja, empresas que abrem e não conseguem sobreviver mais de dois anos
de existência, conforme mostra Gráfico 2.
GRÁFICO 2. TAXA DE MORTALIDADE DE EMPRESAS DE DOIS ANOS:
EVOLUÇÃO NO BRASIL
•----
45,8
2008 2009
----•----·
24,2
23,4 23,8
2010 2011 2012
- Ano de constituição da empresa
Fonte: SEBRAE, 2016, p. 17. (Adaptado).
A taxa de mortalidade complementa a taxa da sobrevivência das empre
sas. Assim, conforme resultado da pesquisa realizada pelo Sebrae, a taxa de
mortalidade das empresas com até dois anos caiu de 45,8% entre as empre
sas nascidas em 2008 para 23,4% entre as empresas nascidas em 2012. Conse
quentemente, a taxa de sobrevivência demonstrada no Gráfico 1 aumentou.
ASSISTA
Este vídeo explica detalhadam ente o que é a taxa de mor
talidade das empresas e quais são os fatores importantes
que influenciam esse cenário.
EMPREENDEDORISMO •
O Fatores que influenciam e fomentam o ••
e
O empreendedorismo no Brasil é uma prática constante e faz parte da cul
tura do país, estimulada por muitos fatores. Um dos fatores que mais estimula
tal prática é viver sob constantes momentos de crise. Dessa forma, o brasi
leiro é mais estimulado a abrir seu próprio negócio quando está passando por
uma situação financeira complicada, como o desemprego, e precisa de alguma
forma suprir a renda que recebia.
É possível também identificar uma maior concentração de perfis em
preendedores nas grandes cidades, pois a concentração de empresas é
maior e, consequentemente, o número de desempregados, assim como as
oportunidades, são maiores.
Desse modo, quando não há muitas alternativas para voltar ao merca
do de trabalho, os funcionários demitidos passam a criar novos negócios,
mesmo sem contar com experiência e conhecimento do ramo. Sendo as
sim, criam apenas com o que receberam de sua rescisão, Fundo de Garan
tia, dentre outros investimentos. Em outras palavras, essas pessoas pas
sam a se ver como donos e patrões de maneira muito abrupta e precisam
saber administrar muito bem sua empresa para que ela não caia no índice
de falência com pouco tempo de vida.
Com tudo isso, o conhecimento é imprescindível para um empreende
dor de sucesso. Sem ele, é impossível que o negócio dê certo. Além disso, o
conhecimento não é limitado, pois o bom empreendedor busca informações
de todos os fatores que envolvem seu negócio. Além de obter informações e
conhecimento do seu ramo de atuação, deve conhecer seu
público-alvo, concorrentes, fornecedores, mercados,
dentre outros.
Muita gente tem vontade de abrir seu próprio ne
gócio. Entretanto, em muitos casos, devido à
falta de informações tão importantes, es-
sas pessoas acabam desistindo. Um gran-
de empreendedor deve ter como base de
sua empresa três pilares importantes:
EMPREENDEDORISMO •
DIAGRAMA 4. OS TRÊS PILARES DE UM GRANDE EMPREENDEDOR
�
Além disso, tanto no meio acadêmico quanto nas áreas de interesse no
tema, existem muitas discussões que buscam o desenvolvimento de pesquisas
para melhor entender o assunto, assim como o desenvolvimento de alguns pro
gramas importantes voltados para o público empreendedor. Como exemplo,
podemos citar o Programa Brasil Empreendedor, criado em 1999 pelo Governo
Federal com o objetivo de capacitar mais de um milhão de empreendedores
brasileiros, incluindo o desenvolvimento de plano de negócios e planejamento
financeiro, como captação de recursos.
O empreendedor continua o mesmo, com as mesmas características, pen
samentos e com o desejo de transformar o seu sonho em realidade.
Nesse sentido, trata-se de um perfil com criatividade, inovação, persistên
cia, flexibilidade, busca pelo conhecimento, resiliência etc. São pessoas extre
mamente focadas e persistentes, e possuem o objetivo de criar negócios que
tragam benefícios aos usuários e, consequentemente, lucratividade.
Os empreendedores de sucesso são aqueles que passam a vida estudando,
aprimorando seus conhecimentos e buscando informações para colocar em
prática seu projeto. Essas informações estão relacionadas ao seu próprio ne
gócio, sobre os concorrentes, os clientes e o mercado.
Além disso, é importante mencionar que o empreendedor atual precisa
buscar muito mais informações do que o empreendedor de antes. Isto ocorre
devido à livre concorrência e à alta competitividade das empresas.
EMPREENDEDORISMO •
Portanto, é preciso ter conhecimento para sobreviver no mercado, en
tender o segmento dentro do qual se atua, conhecer o cliente, seus gos
tos e comportamentos, bem como saber quem são os seus concorrentes,
quais estratégias estão sendo desenvolvidas por eles e quais são os for
necedores que podem permitir que seu produto ou serviço tenha mais
qualidade e diferencial de mercado.
Também é necessário saber como realizar parcerias produtivas e estar
atualizado com a economia do país, bem como a cultura das pessoas que con
sumirão seus produtos, os fatores climáticos que podem influenciar sua pro
dução, quais as legislações possíveis que sua empresa deve seguir para evitar
o pagamento de multas e perder dinheiro, dentre outros.
Do ponto de vista socioeconômico, de acordo com pesquisas realizadas
pelo CONAJE (Confederação Nacional de Jovens Empresários):
• Sudeste
• Sul
• Nordeste
• Centro-oeste
• Norte
DIAGRAMA 5. O JOVEM EMPREENDEDOR BRASILEIRO
�
26 A35 ANOS
•
ENSINO SUPERIOR
ÁREA DE
SERVIÇOS ,
18 A 20 ANOS
1
e
ENSINO MÉDIO
57,9% .n,, 1%
'f!E::!E!"" ÁREADE
:;::::, COMÉRCIO
EMPREENDEDORISMO •
As mulheres têm conquistado
grande representatividade no seg
mento empreendedor. U m dos fato
res im portantes revelados para que
isso ocorra é o fato de muitas mulhe
res sustentarem a casa atualmente.
O Sebrae informou, no relatório es
pecial de empreendedorismo femin i
no no Brasil, publicado em 2019, que
nos últimos dois a nos esse número
subiu de 38% para 45% de famílias
sustentadas por mulheres. Outro
fator importante é que elas querem
ficar ma is perto dos filhos sem deixar
de trabalhar. Por isso, passam a em
preender de casa. Há também outros
casos,como aqueles de mulheres
que optam por empreender para au
mentar a renda famil iar ou para ter
i n dependência financeira.
Além disso, 9,3 milhões de mulheres estão a frente de um negócio atual
mente, com uma representatividade de 34% dos negócios formais e informais.
Ainda de acordo com o relatório, essas mulheres empreendedoras, além de
serem mais jovens do que os homens, também possuem um nível de escolari
dade maior quando comparadas com homens que possuem Ensino Médio ou
Superior com pleto ou incompleto. Todavia, o salário a inda é menor se compa
rado ao empresário homem.
Outro obstáculo vivenciado pelas empreendedoras diz respeito ao acesso
ao crédito e l inhas de financiamento. Os homens ainda possuem maior acesso
e as mulheres pagam juros maiores quando conseguem crédito, mesmo com
u m índice de inadimplência menor.
O relatório ainda aponta que as mulheres empreendedoras representam
EMPREENDEDORISMO •
48% das MEls (Microempresas Individuais) e que a maioria, ou seja, 55,4%, rea
liza sua atividade laboral de casa.
Por fim, o relatório faz menção a uma pesquisa realizada pelo GEM em
2018, que comparou a proporção de mulheres entre empreendedoras ini
ciais em 49 países e constatou que o Brasil ficou em 7° lugar no ranking,
conforme mostra Gráfico 3.
GRÁFICO 3. MULHERES/HOMENS EMPREENDEDORES INICIAIS NO MUNDO
1.2
1
0.8
0.6
0.4
0.2
... .,, ..,
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Fonte: GEM, 2018 apud SEBRAE, 2019. (Adaptado).
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� ...
O Sebrae aponta que ainda existem muitas informações referentes às
mulheres empreendedoras, como também alguns desafios encontrados
por elas. Segundo o estudo, 96% das mulheres empreendedoras possuem
um único trabalho, o que possibilita maior dedicação ao seu negócio.
Além disso, a informalidade ainda é alta entre elas, sendo
que dois terços dos empreendimentos ainda não
estão formalizados. A pesquisa revelou, também,
que as mulheres preferem trabalhar sem sócios e
que o porte dos negócios femininos é menor do que
os negócios masculinos. Por fim, atualmente, quase
metade das MEls são de mulheres, tendo um cresci-
mento gradual entre os anos de 201 O a 2016, conforme
mostra o Gráfico 4.
EMPREENDEDORISMO •
GRÁFICO 4. DISTRIBUIÇÃO DE MEi POR GÊNERO (2010 A 2016)
Distribuição de MEi por gênero
o-o-o-e-e-e-e
2010 2011 2012
Homens
2013 2014 2015 2016
(1 Mulheres
Fonte: SEBRAE, 2019 apud SEBRAE, 2017. (Adaptado).
Os segmentos atua ntes das mu lheres são diversos. Entretanto, a maior con
centração da sua atuação está nos segmentos relacionados à beleza, moda e
a l imentação, conforme Tabela 2.
TABELA 2. SEGMENTOS ATUANTES DAS MULHERES EMPREENDEDORAS NO BRASIL
% DE MEi SETOR
COMÉRCIO
INDÚSTRIA
INDÚSTRIA
DESCRIÇÃO
Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal.
Confecção, sob medida, de peças do vestuário, exceto roupas íntimas.
Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas
sob medida.
Fabricação de produtos diversos não especificados anteriormente.
Fonte: SEBRAE, 2017 apud SEBRAE, 2019. (Adaptado).
EMPREENDEDORISMO •
Analisamos, então, que o empreendedorismo feminino pode ser visto
como um outro fenômeno do empreendedorismo que se concentra mais
na necessidade de ter uma renda e na falta de preparo para iniciar um
empreendim ento.
Ter dados e analisar o segmento feminino é fundamental para trazer infor
mações relevantes a várias áreas que possam desenvolver produtos e serviços
que atendam às necessidades femininas, como a área de crédito. Pesquisas
revelam que as mulheres que empreendem se preocupam muito com carreira,
maternidade, apoio do parceiro, da família e apoio financeiro. Além disso, cons
tatou-se que elas sofrem preconceitos e enfrentam alguns desafios no momen
to de abrir a própria empresa, ocasionando em um nível maior de solidão na
hora de empreender.
Pesquisas realizadas pela Instituição Rede Mulher Empreendedora entre os
anos de 2016, 2017 e 2018 revelam que as mulheres empreendedoras ainda preci
sam desenvolver algumas habilidades, como saber delegar tarefas e funções, bem
como aprender a desenvolver um planejamento financeiro. Por outro lado, são mui
to otimistas, o que torna tudo à sua volta melhor, vivem se capacitando para enten
der melhor do seu negócio e possuem bom networking (relacionamento).
o
\
CURIOS IDADE
Uma empregada doméstica, um taxista e dois atendentes do McOona ld's,
sendo um deles a presidente da empresa Leila Velez, transformaram um
sonho em realidade. A empresa Beleza Natural, que nasceu a partir de ex
perimentos para resolver um problema de descontentamento com cabelos
crespos e ondulados, atende mais de 100 m i l clientes por mês atualmente
e está para se tornar uma empresa multinacional.
O . _o ___ P-_P-_d_P-__ �_o_d ____ ------------
º empreendedorismo digital vem se transformando em um fenômeno e em
uma tendência das empresas empreendedoras.
Conforme o IBGE, pesquisas realizadas em 2016 apontavam para o percentual
de 69,3% dos brasileiros com acesso à internet. Esse número vem aumentando
gradativamente, ao mesmo tempo que aumenta o número de pessoas que com
pram celulares, pois os aplicativos facilitam o acesso às lojas virtuais.
EMPREENDEDORISMO •
Nesse sentido, a internet, cada vez mais acessível e simplificada, vem promo
vendo a entrada de novos empreendedores neste setor. Consequentemente, a
ampliação das possibilidades neste ambiente está cada vez mais forte no em
preendedorismo digital:
[ ... ] neste contexto, podemos definir empreendedorismo digital
como um ato de criar e desenvolver um negócio que funcione es
sencialmente na internet de forma digital, e que tenha a maioria
de seus processos e procedimentos realizados neste ambiente,
tendo a tecnologia como instrumento essencial de inovação para
performance, sustento e perenidade do negócio (minuto 4:40).
Desse modo, os negócios virtuais têm obtido muitas facilidades que promo
vem o empreendimento. O espaço virtual otimiza os negócios virtuais, pois pos
sui alguns princípios importantes, tais como:
Baixo investimento
inicial para começar
e operacionalizar o
negocio.
DIAGRAMA 6. PRINCIPIOS IMPORTANTES
�
Alta escalabilidade: a alta conectividade do ambiente virtual
é capaz de acessar pessoas diferentes, em diferentes locais
no mundo inteiro e, consequentemente, maiores transações
negociais e maior lucratividade.
Maior dinamismo nas negociações
on-line. evitando encontros
enfadonhos.
········- Facilidade
de acesso à
internet.
EMPREENDEDORISMO •
Grandes exemplos de empresas que trabalham seguindo esses princí-
pios são: Amazon, Dafiti, Net Shoes, Mercado Livre e empresas que traba
lham 100% pelo comércio eletrônico.
Além disso, são muitas as ferra
mentas dos negócios digitais: e-com
merce, portais de cursos on-line, blogs
de conteúdo, web TVs, vídeos etc.
Todavia, o Brasil ainda tem muito
a crescer no quesito inovação. Con
forme o IGI (Índice Global de Inova
ção) de 2018, o Brasil ocupa 64º lugar
no ranking mundial. O 1° lugar ficou
com a Suíça, que ocupa a mesma po
sição pelo sétimo ano consecutivo.
Um dos motivos do ranking brasi
leiro é o investimento muito baixo para
a área de Pesquisa de Ciência, Tecno
logia e Inovação, que recebe 1 o/o do
PIB. Países como Estados Unidos, por
exemplo, possuem um investimento de 2,7% do PIB, quase três vezes maior doque o do Brasil.
As principais cidades que são Polos Tecnológicos de referência no Brasil são:
• Recife - Porto Digital
• Porto Alegre - TecnoPuc
• Belo Horizonte - San Pedro Valley
• São José dos Campos: Parque Tecnológico
• Florianópolis: Capital da Inovação
• Santa Rita do Sapucaí: Vale da Eletrônica
• Campinas: Fundação UNICAMP
• São José dos Campos: ITA
Os parques tecnológicos têm o objetivo de reunir universidades e empresas
em um espaço em comum para desenvolver produtos e serviços inovadores.
A Figura 1 apresenta um mapa dos parques tecnológicos estabelecidos e em
andamento.
EMPREENDEDORISMO •
Norte
AC 01
AM 03
AP 01
PA 04
RO 01
TO 04
Total: 14
Nordeste
AL 10
BA 11
Centro-Oeste CE 05
DF 06 MA 02
GO 05 PB 05
MT 06 PE 12
MS 09 PI 05
Total: 26 RN 03
SE 03
Total: 56
PR 24
se 17 Sudeste
RS 82 ES 05
Total: 123 MG 26
RJ 27
Total no Brasil: SP 62
339 incubadoras Total: 120
Figura 1. Parques tecnológicos no Brasil Fonte: DORNELAS, 2016. (Adaptado).
As empresas que vivem nesta área chamada de incubadora são chamadas
de empresas incubadoras. Elas são auxiliadas para começar a iniciar seu próprio
negócio com significativo grau de inovação. Neste ambiente, elas encontram su
porte técnico, administrativo, mercadológico e gerencial. Além disso, as pessoas
EMPREENDEDORISMO •
envolvidas podem realizar cursos de Empreendedorismo e têm acesso a novas
tecnologias. Com este suporte, o empreendimento é acompanhado desde a sua
fase inicial, tendo todo o auxílio para seu planejamento e desenvolvimento.
As incubadoras favorecem a ação empreendedora e o desenvolvimento nas
principais áreas importantes para o negócio: gestão empresarial e tecnológica,
marketing e vendas, contabilidade, apoio jurídico, dentre outras.
0-.-
rt
-�-----------------·-·
Diferentemente do empreendedorismo tradicional, temos as startups. Elas
utilizam amplamente as inovações tecnológicas de ponta, especialmente as
tecnologias de inovação e comunicação, que auxiliam o mercado a satisfazer
suas demandas, acelerando consideravelmente os empreendimentos ligados
à tecnologia.
O conceito de startup se firmou no Brasil e está voltado exclusivamente
para a modalidade de empreendedorismo digital. Desse modo, startup pode
ser considerada como um modelo de negócio inovador, rápido, dinâmico,
que tenha escalabilidade e com o propósito de gerar muita lucratividade
para o empreendedor.
DIAGRAMA 7. STARTUPS
�
EMPREENDEDORISMO •
Entretanto, a facilidade do negócio consiste na abrangência de pessoas que
ele pode rapidamente atingir a um custo muito baixo (escalabilidade). Não à
toa, a maioria das startups são digitais.
De acordo com matéria divulgada pela EBC, "Startups crescem no Brasil
e consolidam nova geração de empreendedores", publicada em 2018, pes
quisas realizadas pela ABStartups (Associação Brasileira de Startups) mos
tram que a quantidade de empresas cadastradas na associação aumentou
de 2.519 no ano de 2012 para 5.147 no ano de 2017. Atualmente, o número
é de mais de 12.000 empresas atuantes nesta modalidade, dentre elas a
Nubank, PagSeguro e a 99 que, segundo a associação, valem mais de um
bilhão de dólares.
O Descrevendo e definindo: empreendedores e
intraempreendedores
••
Para os empreendedores e intraempreendedores, desenvolver produtos e
serviços para atender os clientes é requisito básico. Desse modo, ambos precisam
analisar o mercado, as pessoas, as tendências e projetar suas ideias, desenvolvendo
soluções para a empresa que beneficiem a sociedade.
Tanto empreendedores quanto intraempreendedores pos
suem características semelhantes, tendo como única dife
rença o local de trabalho onde atuam. Um está focado em
desenvolver sua própria empresa e o outro está
dentro da empresa. Contudo, a premissa básica
é a mesma: desenvolver soluções que tra
gam rentabilidade para o empreendedor.
º ____________________ •.....,,• IS P-�
Para este novo objeto de estudo, continuaremos a nos embasar em meus
estudos ao longo de minha carreira e na obra de Dantas, em seu livro Gestão da
Informação sobre a satisfação dos consumidores/clientes: condição primordial na
orientação para o mercado, publicado em 2014.
A essência da empresa é viver para atender as necessidades de seus clien-
EMPREENDEDORISMO •
tes. Seguindo essa linha de raciocínio, devemos tratar o cliente como se fôsse
mos seu médico em mesa de cirurgia: com o maior cuidado e atenção possí
vel para que tudo ocorra bem.
DIAGRAMA 8. CONSUMIDORES E CLIENTES
.....i
OS CONSUMIDORES
SÃO DEFINIDOS COMO
AQUELES QUE COMPRAM
PRODUTOS E SERVIÇOS
DE UMA EMPRESA
PARA O USO PRÓPRIO
OU DE TERCEIROS.
ALÉM DISSO, QUEM
CONSOME O PRODUTO
OU SERVIÇO ADQUIRIDO
É CLASSIFICADO COMO
USUÁRIO.
�
EMPREENDEDORISMO •
Nesse sentido, podemos entender que o cliente é o maior motivador do ne
gócio da empresa. Em outras palavras, não existe empresa sem cliente. Desse
modo, é importante que ele seja o cerne da organização, do seu planejamento,
do desenvolvimento de produtos e dos serviços.
O lucro da empresa é muito importante, mas mais importante ainda é quando
as duas partes ganham, ou seja, empresa e cliente, pois com esta ação ela acaba
por fidelizá-los. E como fazer com que o cliente ganhe também? É de extrema im
portância que a empresa adote um comportamento e uma postura ética, baseados
em princípios e com responsabilidade social, entregue o que o produto divulgou em
suas ações de marketing e não faça propagandas enganosas que frustrem o cliente.
Desse modo, a empresa cria mecanismos para surpreender o cliente quando o
conhece. Em outras palavras, quando ela entende seu perfil e comportamento de
compra, pode desenvolver produtos e serviços que atendam suas necessidades.
O empreendedor deve ter os olhos sempre voltados para este fator. Antiga
mente, as empresas desenvolviam um produto, o lançavam no mercado e anali
savam se o cliente poderia comprá-lo ou não. Dessa forma, as grandes empresas
ditavam as regras, criando seus produtos e serviços sem precisar da opinião do
público, independentemente de conhecerem seus comportamentos e gostos.
Atualmente, com a concorrência acirrada e a busca pela competitividade, a pos
tura das empresas mudou e deve ser assim. As empresas procuram responder
rapidamente às necessidades de seus clientes, buscando como parceiras a ino
vação e a tecnologia, conseguindo, assim, ter vantagem competitiva de mercado.
Empresas podem realizar pesquisas de mercado para entender seu público
-alvo. Além disso, elas podem realizar pesquisas de satisfação do cliente, ques
tionando fatores importantes como qualidade, atendimento, facilidades, locali
zação e perguntar ao cliente o que ele deseja comprar. Com estas informações,
os empreendedores podem desenvolver seus produtos e serviços de maneira
diferenciada, atraindo novos clientes e fidelizando os que já estão "em casa".
Visar o lucro é condição fundamental para a empresa no sistema capitalista.
Entretanto, quando todos os envolvidos ganham, ou seja, clientes, fornecedores
e parceiros, o processo se torna ainda mais interessante, pois esta preocupação
reflete uma ação de responsabilidade social que todas as empresas deveriam ter.
Quando se tem um pensamento voltado para a responsabilidade social, coi
sas importantes são levadas em consideração, como:
EMPREENDEDORISMO •
DIAGRAMA 9. RESPONSIBILIDADE SOCIAL
�
Sem clientes/consumidores não há organizações que sobrevivam, pois é de
les que provém todo o recurso para empresa sobreviver e investir. Portanto, não
adianta ter investimentos em instalações, equipamento e tecnologia de ponta se a
empresa não tiver clientes/consumidores que comprem seus produtos e serviços.
Quando a empresa consegue classificar seus clientes e separá-los, ela con
segue entregar melhor seus produtos e serviços. Ela pode classificarpor fato
res de afinidade; em marketing, chamamos essa ação de segmentação e ela
consiste na seleção ou separação de clientes por fatores de maior familiarida
de/afinidade. Exemplos de segmentação podem ser vistos em: faixa etária,
localização, profissão, faixa salarial, comportamento, hábitos, hobbies,
tamanho da família, religião, personalidade, dentre outros.
EMPREENDEDORISMO •
Muitos estudos revelam que, sem clientes/consumidores nenhuma empre
sa ou organização se justifica. Por isso, é de extrema importância entender o
seu comportamento, necessidades e desejos.
A Tabela 3 mostra as diferenças entre necessidades e desejos.
TABELA 3. NECESSIDADES E DESEJOS DOS CONSUMIDORES
�
NECESSIDADE DESEJO
COMER
DORMIR
RESPIRAR
RELACIONAR-SE
SEXUALMENTE
COMUNICAR-SE
BEBER
EVACUAR
URINAR
EXERCITAR-SE
LOCOMOVER-SE
DIVERTIR-SE
LOCALIZAR-SE
NO TEMPO
PROTEGER-SE
INFORMAR-SE
/ / . _.
' .
/ / '
• •
/ em umá chúrrascaríá de' referêncía. · /
. , · · ' ,.- / / . / .
. ·
/ ,
em um colchão ortopédico.
em um parque.
ir a um motel de luxo.
por meio de um celular de últi ma geração.
vinhos importados.
em um banheiro limpo com bacias de mármore.
em um ambiente esterilizado e agradável.
com um personal trainer.
em um carro de luxo importado.
em festas noturnas e viagens internacionais.
por meio das horas de um relógio importado.
com uma jaqueta de couro.
por meio de assinatura de jornais e revistas eletrônicas.
Fonte: DANTAS, 2014, p. 15. (Adaptado).
A Tabela 3 mostra que todos temos necessidades, mas os desejos podem
ser diferentes. Nesse sentido, quando o empreendedor tem estas informações,
consegue desenvolver produtos e serviços de sua empresa para que o cliente
faça suas escolhas.
No caso da Tabela 3, poderíamos realizar outro exercício, colocando marcas
de empresas na área de desejos. Dessa forma, fica mais fácil compreender as
estratégias de marketing direcionadas para o cliente e futuros consumidores.
Para entendermos as necessidades dos clientes, é necessário analisar a
questão do desejo, que está direcionado para a obtenção de uma satisfação
referente à compra. Os desejos podem ser despertados e estimulados pelas
empresas. Quando os empreendedores possuem as informações necessárias
sobre o comportamento e hábito dos consumidores, conseguem desenvolver
estratégias de marketing para despertar o desejo dos clientes. Quem nesta vida
nunca comprou por impulso, achando que estava precisando de algo quando
EMPREENDEDORISMO •
na verdade nem era tão importante assim?
Desse modo, a prática do marketing na empresa estimula as necessidades
e desejos das pessoas por meio das ferramentas de comunicação, como as
propagandas, aguçando a vontade do consumidor de possuir aquele produ
to. O esforço da equipe de marketing consiste em sensibilizar aquele cliente/
consumidor para adquirir seu produto ou serviço por meio das evidências dos
diferenciais que ele pode proporcionar ao consumidor. As marcas existem para
chamar a atenção das pessoas e, consequentemente, realizar seus desejos e
satisfazer suas necessidades.
A empresa pode perder clientes por diversos fatores, como péssimo atendi
mento, mudança do local, o produto ou serviço não supre suas necessidades,
falta de qualidade, dentre outros. Por isso, o empreendedor precisa ficar atento
à gestão de clientes, promovendo a sua satisfação e respondendo rapidamente
às suas necessidades para que ele não busque produtos substitutos no mercado.
GRÁFICO 5. POR QUE AS EMPRESAS PERDEM CLIENTES?
�
** * * *
• Mau atendimento
• 1 nsatisfação
• Concorrência
Influência de terceiros
Mudam-se
Morrem
Fonte: BERG, 2014. (Adaptado).
Dessa forma, o empreendedor precisa ficar atento a esses fatores e, diante
dos resultados, desenvolver estratégias que eliminem a perda de cliente.
EMPREENDEDORISMO •
O .. 1---n--�-�-e--o-�-----------------------
Os fornecedores são muito importantes para a organização, pois permitem
que a empresa delegue algumas atividades para criar parcerias. Eles podem
ser fornecedores de diversas áreas, como de matéria-prima ou um insumo
para a fabricação e produção de mercadoria, mão de obra terceirizada, ser
viços de cobrança etc. Podemos terceirizar outras áreas, tais como marketing,
produção, dentre outras.
DIAGRAMA 10. TERCEIRIZAÇÃO
�
TEM SIDO UMA ESTRATÉGIA UTILIZADA
PELAS EMPRESAS COM O OBJETIVO
DE TRANSFERIR À OUTRA EMPRESA,
ATIVIDADES "MEIO",
1
TAMBÉM CONHECIDA
PELA EXPRESSÃO INGLESA
OUTSOURCING;
5
EMPREENDEDORISMO •
A importância de parcerias para as empresas é muito grande. Atualmente,
as empresas têm utilizado este tipo de estratégia para, além de otimizar seus
processos, promover ações de marketing e atrair novos clientes.
No entanto, o empreendedor precisa se atentar ao controle dos processos
envolvidos na parceria. É importante que se conheça o fornecedor, analise seu
histórico de mercado, se ele trabalha com produtos de qualidade, é ético etc. A
importância de ter esse tipo de informação ocorre devido ao fato de que qualquer
fator sobre o fornecedor, seja ele negativo ou positivo, influencia diretamente na
marca da empresa, podendo até diminuir a sua participação de mercado.
As empresas optam pela terceirização para terem mais autonomia e quali
dade em seus produtos e serviços com uma redução de custo e otimização de
tempo para analisar outras atividades "fins" da empresa.
o
\
CURIOSIDADE
A Nike, em 2014, se envolveu em um escândalo de mão de obra escrava
que repercutiu negativamente em sua marca. Desde 1 996, a empresa
precisa lidar com fornecedores que trabalham com mão de obra escrava
na confecção de seus produtos. Para evitar tal situação, a empresa criou
cargos de fiscalização em todas as etapas do processo, fiscalizando até
mesmo os padrões de saúde e de segurança das empresas fornecedoras.
0---�--e-
-s--------------------•
São chamadas concorrentes as empresas que vendem produtos e serviços se
melhantes, dividindo um segmento de mercado. É importante que o empreende
dor conheça quais seus concorrentes, o que eles estão fazendo, quais estratégias
estão desenvolvendo, quais os diferenciais de seus produtos ou serviços, qual o
seu percentual de marketing share (participação de mercado), dentre outros.
A partir desta análise da concorrência, ele pode averiguar quem é o seu
concorrente mais direto, que pode ser uma grande ameaça para a sua empre
sa. Para obter mais informações, o empreendedor pode realizar uma pesquisa
de mercado com o objetivo de coletar algumas informações, tais como:
• Pontos principais dos concorrentes, como preço, qualidade, localização,
serviço de entrega, garantia estendida, atendimento, dentre outros;
• Avaliar a estrutura do concorrente, se é mais enxuta ou não, como quadro
de funcionários e as áreas importantes da organização;
EMPREENDEDORISMO •
• Analisar quais necessidades apresentadas pelos clientes que não estão
sendo atendidas pelo concorrente para que se possa criar um produto ou ser
viço com o objetivo de atendê-las.
o
\
CURIOS IDADE
A Uber entrou no Brasil em 2014 e revolucionou o segmento de trans
porte público, tendo como seu concorrente direto o táxi. Para entrar no
mercado, a empresa analisou o cenário e percebeu que tinha um público
disposto a pagar por um serviço melhor, como também pessoas que que
riam trabalhar utilizando seus próprios carros. A empresa desenvolveu
várias estratégias de serviços, revolucionando o setor. A Uber realizou
pesquisa de mercado, criou um aplicativo para unir pessoas e meios
de transporte, é uma empresa de tecnologia e facilitou o acesso mais
barato ao transporte público.
EMPREENDEDORISMO •
Sintetizando •
Nessa unidade, estudamos o desenvolvimento da globalização, sua impor
tância e vimos como ela impacta as relações no mundo, fazendo com que em
presas possam comercializar seus produtose serviços com seu público-alvo
a qualquer distância. A globalização permitiu o rompimento de barreiras, in
clusive para transações comerciais, financeiras, troca de informações e conhe
cimentos. Pudemos perceber a importância deste processo para a empresa,
principalmente para as empresas do empreendedorismo digital, como é o caso
das startups.
Para que tudo ocorra bem, é de extrema importância que as empresas co
nheçam o ambiente no qual estão inseridas, como o mercado, os clientes, a
cultura local, a política, seus concorrentes, fornecedores, dentre outros. Esse
conhecimento direciona o planejamento estratégico do empreendimento para
que se obtenha êxito na busca do seu objetivo.
Vimos também a importância do empreendedorismo feminino, como ele
vem crescendo no país e quais são os fatores motivadores que impulsionam
esse crescimento. Esse fenômeno tem trazido uma opção de emprego ou ren
da extra, principalmente para as mulheres que desejam uma independência
financeira, reconhecimento de carreira e que querem acompanhar o cresci
mento de seus filhos, tendo maior flexibilidade de horário.
Outro fator importante foi entender como funcionam as startups e quais os
apoios para o seu desenvolvimento. Além disso, analisamos a importância da
tecnologia e da inovação para êxito dos empreendimentos.
Por fim, demonstramos que, embora o cenário brasileiro seja um ambiente
desafiador e que tem muito a crescer, muitas pessoas acreditam no país e não
enxergam isto como um problema. Não à toa, estamos entre os países que
mais empreendem no mundo, embora ainda possamos nos aprimorar mais no
quesito inovação e desenvolver novos negócios que beneficiem a população e
gerem riqueza para a empresa e para o empreendedor, ajudando no desenvol
vimento do nosso país.
EMPREENDEDORISMO •
Referências bibl iográficas
••
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EMPREENDEDORISMO •
---· Sobrevivência das empresas no Brasil. Brasília: out. 2016. Disponível
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EMPREENDEDORISMO •
UNIDADE
�
�
ser
educacional
Objetivos da unidade
-t� Definir a importância do planejamento estratégico e sua importância para
sua organização;
� Explicar como esta estratégia irá auxiliar o empreendedor a tirar suas ideias
do papel e colocá-las em prática;
�� Aplicar e analisar o processo e, caso necessário, compor novas estratégias
para atingir o objetivo da empresa;
� Entender as d iferenças entre os diversos tipos de empresa.
Tópicos de estudo
� Planejamento estratégico
• Análise de mercado
• Análise de cenários
• Análise ambiental (micro e
macroamb iente)
1t Principais tipos de organização
• Indústria, comércio e serviço
• Governamental ou Estatal
• Empresa não governamental
• Aprendendo a construir a Matriz $' Modelo de empresas: individual,
SWOT microempresas,pequenas
• A importância da criatividade empresas e empresas de grande
e inovação para a criação de porte
produtos e serviços
EMPREENDEDORISMO •
••
Planejamento estratégico
Para a empresa sobreviver e se sustentar, é necessário um planejamento
estratégico de suas decisões e ações. Da mesma forma, um empreendedor que
tem uma excelente ideia e deseja colocá-la em prática também precisa planejar
suas ações, como o momento em que elas serão colocadas em prática, qual o
público-alvo de seu negócio, dentre outras decisões que precisam ser tomadas.
Nesse sentido, é possível dizer que ele precisa se planejar. Dessa forma, o
planejamento estratégico vai ao encontro desta necessidade, uma vez que pre
tende auxiliar o empreendedor a tomar decisões estratégicas. O planejamento
é um conhecimento que deve ser contínuo, constante e aplicado às decisões
estratégicas que a empresa deve tomar.
O conhecimento é uma característica dos dias atuais e de um mundo em cons
tante mudança. Sendo assim, o empreendedor deve estar em constante aprendi
zado para planejar e administrar a sua empresa.
CITANDO
"[ ... ] a necessidade de um aprendizado contínuo e constante consiste em uma
característica de um mundo em constante mudança, cujo aprendizado adquirido
fica obsoleto rapidamente."
Fonte: DINIZ, A Arte de Empreender.
Além disso, é importante que o empreendedor saiba gerenciar os negócios
da empresa como se fosse sua carteira de investimentos. Saber avaliar os pon
tos fortes e fracos do negócio considerando a atuação de mercado frente ao
crescimento e ao posicionamento da empresa e, diante disso, pensar em de
senvolver estratégias que atendam cada objetivo da empresa.
É possível afirmar que as empresas só conseguirão sobreviver se elas se rein
ventarem, pois não existe outra forma de responder às mudanças de mercado e do
comportamento dos consumidores. Dessa forma, é necessário basear suas estraté
gias para que atendam às demandas em constante transformação.
A reinvenção passa por diversas ações a começar pela reflexão
constante em como sobreviver em e ameaças radicais, indagan
do-se constantemente o que pode aniqui lar a empresa. E buscar
respostas rápidas e eficazes. (D INIZ, sd).
EMPREENDEDORISMO •
Para que a empresa possa definir estes tipos de estratégias e atender às
necessidades dos clientes, ela pode contar com o planejamento estratégico
para desenvolver e escolher as melhores estratégias que orientarão a empresa
a atingir seu objetivo.
Considera-se o planejamento estratégico como um documento formal que
contém os planos e ações desenvolvidas para cada objetivo a ser realizado.
Desse modo, a empresa pode ter um planejamento estratégico geral, mas tam
bém pode desenvolver um planejamento para cada objetivo ou meta que ela
pretende alcançar.
Qualquer empresa pode realizar o seu planejamento estratégico, independen
temente de seu tamanho. Na verdade, o planejamento estratégico é para ajudar
a empresa e o empreendedor a se direcionar e crescer no mercado, sendo, dessa
maneira, um instrumento essencial para o empreendedor e para a administra
ção organizacional. Esse planejamento deve conter passo a passo das ações que
devem ser tomadas e, assim, orientar de forma eficaz os envolvidos no processo.
Estudos revelam que muitas empresas, principalmente as menores, não
utilizam o planejamento estratégico, muitas vezes por não o conhecerem ou
por achá-lo muito complexo. Isso pode ser um erro. Na tentativa de acertar e
errar, se a empresa tem um planejamento do que fazer, pode tomar decisões
mais sábias que tragam bons resultados e evitar muitos momentos de conflito
ocorridos pela falta do conhecimento e da ferramenta.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO AVALIAR O PROGRESSO
® IMPLEMENTAÇÃO
s ALOCAR RECURSOS •
,.© ESTABELECER UMA META
@ RECOLHER INIORMAÇÕEl
Figura 1. Etapas do planejamento estratégico. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/07/2019. (Adaptado).
EMPREENDEDORISMO •
O planejamento estratégico tem o objetivo de ordenar as ideias dos em
preendedores ou administradores da empresa, de forma que se possa criar
uma visão do caminho que se deve seguir, o qual chamamos de estratégia.
Em outras palavras, o objetivo do planejamento estratégico é orientar as
decisões para que elas possam trazer resultados positivos para a organização
quando transformadas em ações, como fidelizar clientes, atrair novos consumi
dores e permitir maior participação de mercado.
Para a empresa sobreviver, é preciso cativar o cliente de forma cada vez
mais especial e diferenciada, olhando para os fatores decisivos que tornarão
sua proposta atraente. Essa proposta pode ser elaborada por meio do planeja
mento estratégico da empresa.
EXEMPLIFICANDO
Para atingir com eficiência seus resultados, a Samsung leva à
risca seu planejamento estratégico. Quando a empresa cogi ta
novos produtos, devem responder a uma pergunta funda-
mental: ele surpreende o cliente? Com base na resposta, ela
elabora um plano de ação para garantir que seus produtos
cheguem ao seu público-alvo e formula um planejamento
estratégico. Nesta entrevista, o gerente de produtos Renato
Citrini explica, dentre outras coisas, a mentalidade da empre-
sa ao construir produtos.
Para entendermos melhor como deve ser o processo de planejamento es
tratégico, observe o Diagrama 1 que demonstra o seu fluxo.
DIAGRAMA 1. EMPREENDEDOR TEM MUITAS RESPONSABILIDADES
�
Fonte: KOTLER, KELLER, 2006, p. 43. (Adaptado).
EMPREENDEDORISMO •
O Diagrama 1 nos mostra que devemos planejar o que fazer com a empresa,
desenvolvendo estratégias e plano de ação alinhados aos seus objetivos e me
tas. Em seguida, vem a fase da implementação, na qual é necessário organizar
o que deve ser feito. Por último, é necessário controlar, mensurando os re
sultados, diagnosticando a situação da empresa e alterando estratégias, caso
necessário. Isto é um processo contínuo.
Desse modo, um bom planejamento estratégico permite aos empreende
dores e gestores maior visão e percepção do seu negócio e, assim, definir quais
os planos de ação para atingirem seus objetivos. Permite também otimizar me
lhor seus recursos, analisar qual o melhor caminho a seguir, pensar em alter
nativas e corrigir as estratégias quando necessário.
Existem muitas outras formas defendidas por vários autores para estabele
cer o planejamento estratégico. No entanto, o que mais abrange a estratégias
são os seguintes pontos:
DIAGRAMA 2. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
dd
EMPREENDEDORISMO •
No Diagrama 3 é possível conhecer quatro fatores importantes para o de
senvolvimento da estratégia da organização.
DIAGRAMA 3. AS QUATRO ATIVIDADES DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO QUE
LEVAM A ESTRUTURAR A ESTRATÉGIA DE UMA ORGANIZAÇÃO
�
Fonte: ALMEIDA, 201 O. (Adaptado).
Não existe uma ordem para se colocar em prática os pontos apresentados
pelo Diagrama 3, o importante é que sejam analisados e praticados conforme
os objetivos organizacionais.
Outro fator importante no desenvolvimento da estratégia é a definição da
missão da empresa. A missão é a razão de sua existência e vai nortear todas as
diretrizes do planejamento estratégico.Junto com a missão, também desenvol
vemos os valores organizacionais e a visão de uma empresa. A visão deve
também estar estabelecida no planejamento estratégico, como um objetivo
que deve ser alcançado.
De maneira geral, ao realizarmos a análise dos aspectos internos organizacio
nais, precisamos identificar quais são os fatores de sucesso da empresa em seu
segmento. Esses fatores também são conhecidos como Fatores Críticos de Suces
so (FCS) e são determinantes para a vantagem competitiva de uma organização.
Podemos ter como fatores de sucesso um excelente serviço de entrega, variedade
de produtos ofertados, ótimo atendimento ao cliente, dentre outros.
EMPREENDEDORISMO •
o
\
CURIOS IDADE
O restaurante Outback possui muitos diferenciais,como atendimento
personalizado, variedade de pratos, ambiente diferenciado e agradável,
promoções de produtos, happy hours, brindes para aniversariantes, locali
zação privi legiada, etc. Para entender se realmente a empresa possui um
FCS, elas devem ser comparadas aos seus concorrentes, ou seja, com os
serviços de empresas do mesmo segmento e anal isar se são superiores
ou não, identificando os pontos fortes e fracos da empresa, com o objetivo
de maximizar os pontos fortes e minimizar os pontos fracos.
Ao analisar o FCS, podemos também nos atentar para os pontos fracos da em
presa em relação aos concorrentes. Por exemplo: uma empresa de telefonia que
não tem um bom atendimento ao cliente pode acumular protocolos de reclama
ção, fazendo com que seus clientes optem por comprar produtos concorrentes.
DIAGRAMA 4. PASSOS PARA ANÁLISE DOS ASPECTOS INTERNOS
- -- -
�
Comparação
dos FCS com os
concorrentes
--
Fonte: ALMEIDA, 201 O, p. 1 O. (Adaptado).
-
- Estratégias
(aumentar
pontos fortes
e diminuir
pontos fracos)
No entanto, existe uma relação de pontos fracos que podem ser atribuídos
a qualquer organização, como atraso na entrega de relatórios, dificuldade de
entender e atender às necessidades dos clientes, atraso na entrega de mer
cadorias, falta de flexibilização na forma de pagamento, falta de qualidade na
produção de produtos, etc.
Por conta disso, a formulação do planejamento estratégico depende do estudo
das variáveis internas e externas para que a empresa possa tomar decisões mais
assertivas. Esta ação, denominada também diagnóstico organizacional, precisa
da informação de cada área da organização e levar em conta os dados das variá
veis para tomada de decisão, demonstradas no Quadro 1.
EMPREENDEDORISMO •
QUADRO 1. ESTUDO PARA O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Quadro 1. Estudo para o planejamento estratégico
AMBIENTE ORGANIZACIONAL
versus NEGÓCIOS:
Conjuntura econômico socio
política - tendências futuras.
• aspectos econômicos: es
pecíficos de maior impacto no
negócio;
• competição: forças e fra
quezas;
• mercado atual: tendências
futuras;
• oportunidades oferecidas
pelo mercado: tendências
futuras;
• mercado internacional: se
a empresa opera com outros
mercados, analisar mesmos
fatores;
• conclusões.
AMBIENTE ORGAN IZACIO
NAL INTERNO:
Impactos da conjuntura
econômico sociopolítica;
• situação atual: lucratividade,
forças e fraquezas, nível de
produtividade;
• posicionamento: perante
a competição e perante o
mercado;
• oportunidades a serem
aproveitadas;
• linhas de produto;
• análise da estrutura orga
nizacional;
RECURSOS:
. capital;
. finanças;
. tecnologia;
. máquinas/equipamentos;
. instalações;
• conclusões.
Modelos de Decisões Estratégicas - Metas
IAL TERNÁTIVAS ,' // . / / .•' / . / // .
/
// / .· .· .
··
Negó�io:- ��pan�ão-� dive��ific:ção (novâ frentes.de negódo{ aquisiçõe�); retraçi�: novos .·
.·
r / ,' . •• / / . , • e·- • • ;
• . / • • prod1;1tós; �ésa!ivação'de produtos .�té . ,, .,/
M�réa�o·: cresciment� nÓs mercados onde atua;.conÇ1uistar novás merc�dós; sefeção de//
rriercados;- redução dé awáção; 'novos enfóques mercadológicós etc. // .· ··
.· ,/ . ··
Co�petição: �egofiar tâtias de mércad'o, melhorâr a qualiciade·élos produtos competitivo�.
l�nçar novos prÓdutos, co�petir com p_reço�.mais-baixos etc. // .· .· / . . ·
. , ., ... ,· , / . . - / / . ·" ,- _.·· _.· , -· F,inanças: aUme_ntar FªPit�I; projetar, ríov9s inyestimént9s, re�úzir. cust9s. aymen!ar a pro-
dutividadé', otimizar recu·rsos;' novas apliêaçõés teé
.
nológicas' etc. ·· .· /'
.
Organi�ação: �eest�uturar a o,rg�n!zação (total � u , em alg�mas ár_eas), _rá�io,na'lizar -� tra-
bal�entralizar(de�5;��{.!1l iza�,- rí'ovo enfoque gérenéial,, novas" especializáções, mudançás
rias. instalaç!5�s_ ejvJ
,
,.
/
. ·
Lucro:]Rroi ecão1de, taxasíde, 1 ucratividade .. -. w�- . . . . . _ __ _... • .
Fonte: LUCENA, 2017, p. 147. (Adaptado).
EMPREENDEDORISMO •
Como viver em uma era na qual o
mercado se mostra cada vez mais mul
tidisciplinar e competitivo? Essa per
gunta aparentemente s imples, requer
uma resposta complexa.
Pr imeiramente, precisamos en
tender sobre q ua I era ele está fa
lando. De acordo com suas ide ias e
explicações, a nova era é uma nova
sociedade. Deixamos de ser uma
sociedade merame nte globaliza
da, ou uma aldeia global, para nos
transformarmos e m uma sociedade
tecnotrônica, tecnológica, digital
e disruptiva. Esse t ipo de sociedade
vem exigir a inda mais do empreen
dedor, que precisa estar atual izado
e trazer soluções rápidas para res
ponder às demandas dos clientes.
Caso contrário, é possível que ele perca, por falta de visão estratégica,
excelentes oportunidades.
Portanto, é imprescindível que o empreendedor busque informações im
portantes para complementar o seu conhecimento. Essas informações podem
ser adquiridas por meio de uma análise de mercado. E o mais importante é
que essa análise esteja alinhada com os princípios e valores dessa nova era.
Dessa forma, é possível afirmar que estamos na era da 4ª Revolução Indus
trial, ou seja, as demandas atuais são muito d iferentes daquelas de anos pas
sados. A revolução tecnológica, u m dos fatores primordiais desta revolução,
deve ser acompanhada bem de perto, uma vez que é por meio dela que novos
comportamentos, hábitos e necessidades dos consumidores surgem. Portan
to, a empresa deve estar atenta a estes fenômenos.
Por conta disso, a análise de mercado tem como principal objetivo:
EMPREENDEDORISMO •
DIAGRAMA 5. ANÁLISE DE MERCADO E SEU PRINCIPAL OBJETIVO
�
Analisar esses dados, de clientes e concor•
rentes para auxiliar na tomada de decisões
estratégicas
•
Também permite determinar a atratividade
de um mercado para os participantes
atuais e potenciais.
Segue, no Quadro 2, informações para direcionar melhor a compreensão so
bre os dados que o empreendedor pode obter por meio da análise de mercado.
QUADRO 2. INFORMAÇÕES DA ANÁLISE DE MERCADO
Mercado
Tamanho e crescimento
Lucratividade
Estrutura de custo
Sistema de distribuição
Tendências
Fatores-chave de sucesso
Fonte: AAKER, 2012. (Adaptado).
. . .
Área de negócios, intensidade da concorrência, ameaças de
novos entrantes e produtos substitutos.
Principais componentes de custo versus os tipos de concor
rentes.
Canais de vendas.
Comportamento do consumidor, inovações, etc.
Vantagem competitiva, estratégia e competência dos concor
rentes.
EMPREENDEDORISMO •
Outro fator importante é o nível total de vendas, ou seja, desenvolver uma
estratégia de vendas de produtos ou serviços para ter participação significativa
de mercado. Para isto, é primordial conhecer o tamanho do mercado no qual
se atua, seu comportamento, clientes potenciais, perfil dos clientes, produtos,
concorrentes etc.
Além de se conhecer o tamanho de mercado, se faz necessário entender
sua dimensão, ou seja, se ele pode ser explorado, se tem potencial para novos
produtos e serviços, se o segmento está em alta de vendas, se o mercado está
saturado, etc. Com estas informações, o empreendedor pode analisar se deve
investir no segmento por meio de estratégias que tragam lucros para a empresa
ou se deve investir em outro negócio.
o 411 ' . .... " r.:I! ' • <: •
Para este estudo vamos nos basear na obra de Pasquale, que falou sobre
cenários em seu livro Marketing Business to Business, publicado em 2006.
A análise de cenários é uma técnica utilizada por administradores e em
preendedores com o intuito de auxiliar a empresa a visualizar o futuro, permi
tindo um melhor preparo para elaboração de suas estratégias.
Para isso, as empresas precisam conhecer, inicialmente, quem são os seus
concorrentes, o que eles estão fazendo de diferente e qual a estratégia usam
para atrair novos clientes.
ASSISTA
Quem são os competidores atuais, o que eles fazem,com quem competem? Você conhece seus concorren
tes? Quais são as suas estratégias? Neste vídeo, eu
respondo de maneira cirúrgica a essas perguntas.
Fonte: DINIZ, A Arte de Empreender.
Enfrentar desafios, incertezas e instabilidades que influenciam o negócio já
faz parte da rotina do empreendedor. No entanto, é importante analisar bem
esses fatores para conseguir oportunidades de negócio. O empreendedor pre
cisa estar preparado e atualizado.
Uma dessas preparações consiste na importância de se conhecer o cliente e
EMPREENDEDORISMO •
estar conectado com a clientela para observar tendências de consumo e atender
às necessidades do público-alvo de forma criativa e inovadora. Com base nessas
necessidades, a análise de cenário permite ao empresário identificar e analisar
as oportunidades futuras e definir qual melhor estratégia a ser empregada.
Podemos entender, então, que a análise de cenário está relacionada a even
tos futuros. Esses eventos são possíveis acontecimentos sociais, políticos, eco
nômicos, demográficos, culturais, legais, ecológicos e tecnológicos no ambien
te onde a empresa está inserida.
Um exemplo clássico dos dias atuais diz respeito à inovação tecnológica. As
empresas que vendem seus produtos e serviços estão cada vez mais preocu
padas em se aproximar e entender a necessidade do cliente, promovendo a ele
mais conforto e comodidade na hora da compra, pois entendem que isto é um
diferencial na hora da escolha por parte do consumidor. Por outro lado, a so
ciedade também está demandando este comportamento, principalmente nas
grandes cidades, onde as pessoas vivem correndo e vivem atrasadas.
Com base neste cenário, muitas empresas passaram a diversificar o seu
canal de vendas por meio da internet e aplicativos, proporcionando rapidez,
comodidade, flexibilidade e conforto ao cliente.
O empreendedor deve ser amigo do cliente, criar laços para melhor conhe
cê-lo e surpreendê-lo. Com essa proximidade, é possível analisar as informa
ções fornecidas pelos clientes em relação a seus hábitos de compra e gostos.
Isso permite pensar em futuros negócios que sejam rentáveis para a empresa
e que surpreendam o cliente.
Para elaboramos a análise de cenários eficaz, é preciso levar em considera
ção alguns itens importantes:
• quanto maior for o número de informações sobre o cenário futuro do ne
gócio em análise, mais dados o empreendedor terá;
• avaliar todas as possíveis oportunidades que podem ser geridas, confor-
me as informações coletadas;
• verificar quais são as áreas de maior interesse para gerir as oportunidades;
• considerar todas as incertezas e gerar alternativas sobre elas;
• as informações coletadas devem ser sistematizadas para que o em
preendedor possas analisá-las, avaliá-las e interpretá-las quando achar
necessário;
EMPREENDEDORISMO •
• todos os conceitos, percepções e pontos de vista sobre a análise das infor
mações devem ser respeitados e analisados;
• analisar possíveis preocupantes situações futuras;
• cruzar as informações, ou seja, dados econômicos, comportamentos, ten
dências, dentre outros;
• evitar buscar as alternativas de concorrentes. Caso contrário, a empresa
não será inovadora;
• examinar alternativas estratégicas dos concorrentes para saber o que ele
está fazendo de diferente que pode influenciar na estratégia da empresa, como
um novo produto ou serviço que aumente a sua participação de mercado;
• elaborar planos e estratégias flexíveis à luz das incertezas.
Além disso, o planejamento estratégico depende muito da análise dos cená
rios para ter credibilidade, pois permite que o responsável tenha mais confian
ça na sua formulação e aplicação.
QUADRO 3. UTILIDADE DA ANÁLISE DE CENÁRIOS
�
Efetuar o planejamento em bases de elevada realidade.
Criar consciência empresarial sobre os aspectos macroambientais desfavoráveis e imutáveis,
bem como sobre aqueles que a empresa poderá modificar.
Consolidar as oportunidades do planejamento com base nas oportunidades presentes no mac
roambiente.
alinhamento
Rlanejamento.
Fonte: SILVA et ai, 2006, p. 33. (Adaptado).
A análise de cenários tem o objetivo de permitir ao responsável pelo plane
jamento estratégico e ao empreendedor uma visão futura e, assim, desenvol
ver estratégias focadas nestas tendências, direcionando também o desenvolvi
mento de produtos e serviços.
EMPREENDEDORISMO •
As marcas que acompanharem a mudança de cenários conseguirão ofere
cer produtos sempre atrativos, diferenciados e personalizados aos seus clien
tes e potenciais clientes, considerando que essa estratégia é fundamental para
que a empresa não entre em falência.
Cada negócio possui um tipo de cenário, que deve ser bem definido pelo
empreendedor. Essas variedades dependem muito do segmento escolhido
para atuar e podem ser específicas de cada segmento. Se estivermos falando
de empresas que trabalham com exportação e importação de mercadoria, por
exemplo, tudo que influencia a moeda estrangeira, como a alta do dólar, são
variáveis que impactam a empresa, assim como as regras de comércio do país
com o qual ela comercializa.
Umas das características importantes para o planejamento é pensar sobre
variáveis importantes do segmento da empresas e possíveis variáveis que po
dem afetar a gestão organizacional, conforme mostra o Quadro 4.
QUADRO 4. TÓPICOS PARA ANÁLISE DE CENÁRIOS
Grandes turbulências
Grandes incertezas
Grandes
ambiguidades
Dados estatísticos óti
mos
Dados estatísticos ques
tionáveis
Grave elevação de
custos
Grave escassez de
matéria
prima
Fortes intervenções do
Estado
Fortes intervenções
sociais
Inflação, deflação, maior desemprego, queda ou aumento de con
sumo, aumento ou queda dos juros, greves, taxa do dólar etc.
Desemprego alto e maior consumo devido a baixos juros na
poupança ou estocagem por receio de inflação.
São considerados ótimos devido à seriedade da fonte de infor
mações.
Não utilizar para decisões no PE devido à baixa credibilidade da
fonte.
Taxas de importação ou exportação, escassez por elevada deman
da, difícil mão de obra etc.
Entressafra, falta da base por razões ecológicas ou de produção e
importação restrita por lei.
Novas regras fiscais ou tributárias, proibições de venda ou pro
dução.
Grandes turbulências
EMPREENDEDORISMO •
Graves deficiências
tecnológicas
Tecnologia ainda desconhecida, muito cara, ausente no Brasil, ne
cessidade de contratar estrangeiros.
Fortes modificações no
nível do consumo Devido ao modismo, o consumo cairá ou aumentará.
Fonte: SILVA et ai , 2006, p.35. {Adaptado).
O mundo está passando por mui
tas transformações. A era digital
trouxe muitas facilidades e também
muitos desafios. Nesta era disrupti
va, digital e conectada, as empresas
precisam estar atentas a todas as in
formações importantes para o desen
volvimento de estratégias primordiais
para o seu sucesso. Em outras pala
vras, as empresas precisam de muita
criatividade e inovação para sobrevi
verem a este cenário caótico de com
petição acirrada pelo cliente.
Sendo assim, o empreendedor
pode contar com a análise ambien
tal para poder desenvolver estratégias e tomar decisões mais assertivas. Uma
análise ambiental ou análise do ambiente empresarial é a análise do ambiente
no qual a empresa está inserida. Essa análise é dividida em análise do ma
croambiente e análise do microambiente.
A análise do macroambiente é composta pelas variáveis de fora da empresa,
ou seja, variáveis externas que influenciam o ambiente interno da organização.
Elas podem alterar a forma como empresa vende seus produtos e serviços, sua
produção, dentre outros aspectos.
As variáveis externas incontroláveis são as variáveis econômicas, sociais,
culturais, demográficas, políticas, tecnológicas, legais e ecológicas. Chamamos
essas variáveis de variáveis incontroláveis porque a empresa não possui controle sobre ela. O Quadro 5 mostra algumas dessas variáveis.
EMPREENDEDORISMO •
'
Variáveis
Econômicas
Sociais
Culturais
Demográficas
Políticas
Tecnológica
Legais
Ecológicas
QUADRO 5. VARIÁVEIS DO MACROAMBIENTE
�
Exemplos
Crescimento do P.IB, balança comercial, taxa de inflação, taxa de juros,
estabilidade monetária, mercado de caRitais, distribuição de renda etc.
Estrutura socioeconômica, condições de vida, estilo de vida, sistema
de valores, estrutura política etc.
Níveis de escolaridade, grau de alfabetizaçã características da
. .
• •
ção educacional, estrut . . . ,. . . . .. . .
de comunicação etc .
Legislação (tributária, trabalhista, comercial).
Fonte: PASQUALE, 2006, p. 23. (Adaptado).
A análise do macroambiente também nos permite analisar quem são os
concorrentes, quais são suas estratégias de competição e quem pode entrar
ou sair no mercado.
Na análise do microambiente, por sua vez, as variáveis podem influenciar
os públicos internos e externos da empresa. Pode interferir na qualificação da
mão de obra e do atendimento, nas regras e políticas internas e no relaciona
mento com o cliente, conforme mostra o Quadro 6.
Econômicas
Interno
QUADRO 6. VARIÁVEIS DO MACROAMBIENTE
Públicos
Consumidores/clientes, fornecedores, distribuidores, governo, sindi
catos, associações de classe, veículos de comunicação, concorrentes,
comunidade e outros.
• •
Fonte: PASQUALE, 2006, p. 24. (Adaptado).
EMPREENDEDORISMO •
As variáveis do microambiente, chamadas de controláveis, estão na "mão"
da empresa para tomar ações para mudar ou manter as variáveis, e suas estra
tégias influenciam diretamente tanto dentro da organização, colaboradores,
quanto fora, seus clientes.
A matriz SWOT é uma matriz simples utilizada pelas organizações como
base do planejamento estratégico. Sua sigla vem das seguintes palavras em
inglês strenghts, weaknesses, opportunities e threats e tem como objetivo a aná
lise do ambiente externo (oportunidades e ameaças) e a análise do ambiente
interno (forças e fraquezas) da organização.
Figura 2. Análise SWOT. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 16/08/2019. (Adaptado).
A análise do ambiente externo é composta pelas variáveis de oportunidades
e ameaças. Esta análise permite que o empreendedor olhe para o ambiente fora
da empresa e verifique quais são as possíveis oportunidades de negócio, bem
como as ameaças que podem interferir na empresa. Dessa forma, com base nes
tas informações, é possível desenvolver estratégias organizacionais.
Kotler e Keller, grandes pesquisadores de marketing, no livro Administra
ção de Marketing, publicado em 2006, evidenciam a importância deste tipo de
análise para o reconhecimento de novas oportunidades.
EMPREENDEDORISMO •
O processo do planejamento estratégico com a análise SWOT nos permite
não apenas identificar as oportunidades, como também formular a estratégia,
planejar as ações, implementá-las e acompanhá-las. Ao medir os resultados, a
empresa irá ter o feedback necessário para tomada de decisões estratégicas.
A outra análise diz respeito às variáveis internas, forças e fraquezas organi
zacionais. Quando falamos em forças, podemos nos referir ao que a empresa
tem de melhor, ou seja, o seu diferencial. As fraquezas, por sua vez, dizem res
peito ao que a empresa precisa melhorar ou eliminar para ter mais qualidade.
As forças ou pontos positivos de uma empresa pode ser:
• excelente atendimento ao cliente;
• localização privilegiada;
• forma de pagamento facilitada;
• entrega rápida de mercadoria;
• atendimento exclusivo de pós-venda;
• qualidade de produto;
• marca forte e consolidada;
• colaboradores bem treinados e capacitados;
• bom clima organizacional de trabalho.
As fraquezas ou pontos fracos são todas as características que repercu
tem de forma negativa para a empresa e promovem, assim, uma desvantagem
competitiva, uma vez que geram insatisfação no cliente e fazem com que ele
opte pelo produto ou serviço do concorrente. Alguns deles são:
• alto índice de reclamação;
• demora na entrega da mercadoria;
• atendimento ruim ao cliente;
• problemas de qualidade na execução do produto/serviço;
• falta de capacitação da mão de obra.
Os empreendedores precisam e devem olhar para as suas características,
evidenciar os pontos fortes e eliminar os pontos fracos. Para isto, é necessário
uma análise constante das ações organizacionais, verificar o que está dando
certo e o que está dando errado, pensar em soluções para maximizar os impac
tos de seus pontos fortes e minimizar os de seus pontos fracos.
Os pontos fortes permitem à empresa um diferencial, ou seja, uma vanta
gem competitiva frente aos seus concorrentes.
EMPREENDEDORISMO •
O A importância da criatividade e da inovação para a •• c r
Vamos entender melhor a importância da criatividade e da inovação, prin
cipalmente quando as empresa realizam análises de cenários futuros e preci
sam se destacar no mercado.
No diagrama abaixo é possível entender que que a criatividade e a inova
ção são duas coisas diferentes:
DIAGRAMA 6. CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
�
Sendo assim, a criatividade consiste em um instrumento essencial para
criar coisas e processos.
Ainda, é importante ressaltar que as empresas que não olharam para o fu
turo ou não pensaram em realizar nenhum planejamento estratégico com base
nos cenários para poder desenvolver um produto ou serviço que atendesse às
demandas de mercado não inovaram e faliram. Isso aconteceu com grandes
empresas multinacionais que eram detentoras do segmento que atuavam.
ASSISTA
Algumas empresas perderam mercado para seus concor
rentes por não terem inovado em seus produtos ou servi
ços. Este vídeo mostra a importância de se estar atento às
tendências e inovações tecnológica para criar produtos ou
serviços diferenciados e inovadores, surpreendendo os seus
clientes e potenciais clientes.
EMPREENDEDORISMO •
A era em que vivemos, chamada de Era Digital, vem afetando direta
mente a vida das pessoas físicas e jurídicas. Desse modo, é de suma impor
tância que o empreendedor esteja atento a essas transformações.
A criatividade é fundamental para elaboração de estratégias, cria
ção de cargos, nos relacionamentos, nas formas de pensar, idealizar, agir,
concretizar, etc. Podemos dizer que é por meio dela que o empreendedor
identifica uma oportunidade e cria meios para persegui-la e concretizá-la.
Pode ser um engano do empresário associar a inovação apenas à tec
nologia ou às estratégias de comunicação quando na verdade, elas são
ferramentas para a inovação.
A inovação empresarial é um mo
delo de sistema de gestão que deve
constatar, de forma rápida e eficaz,
os desejos, os desafios, demandas
e necessidades apresentados pelos
clientes atuais e potenciais.
Para inovar, é preciso prestar
atenção e, principalmente, escutar
o cliente, identificar suas necessida
des, desejos e atendê-los de forma surpreendente e encantadora. Por isso,
a análise de cenários é tão importante para o planejamento estratégico:
dá mais segurança para o empreendedor, orientando-o nas possíveis cria
ções com o foco de atender o cliente e suas necessidades, a fim de trazer
resultados positivos e rentáveis para a organização.
O Principais tipos de organização ••
Neste tópico, falaremos sobre os principais tipos de organização e como
elas são classificadas. Para isto, precisamos esclarecer o que é
ramo de atividade de uma empresa.
Ramo de atividade diz respeito à área na qual a empresa
pretende atuar. É de extrema importância que o empreen
dedor tenha isto muito bem definido, pois ela está relacio
nada aos produtos e serviços da empresa.
EMPREENDEDORISMO •
DIAGRAMA 7. CATEGORIAS DO RAMO DE ATIVIDADE
�
De maneira geral, o ramo de atividade pode se concentrar basicamente
em três categorias, que pode se dividir em inúmeras subcategorias:/Ili\
INDÚSTRIA COMÉRCIO
Além disso, uma empresa, inde
pendentemente de seu ramo de ati
vidade, pode também ser pública ou
privada. Empresas públicas são aque
las geridas pelo Estado e podem se di
SERVIÇOS
vidir entre Estatal e Governamental. As empresas privadas, por sua vez, po
dem pertencer a diversos segmentos e funcionar das mais variadas maneiras.
Em relação ao tamanho e ao capital da empresa, podemos dividi-las entre
micro e pequenas empresas e empresas de grande porte.
•
P- � ru
O empreendedor deve saber qual o ramo que pretende atuar: ele pode
ser um prestador de serviço, desenvolver o seu próprio produto e fabricá-lo
ou apenas realizar a venda de produtos já fabricados por outras empresas.
EMPREENDEDORISMO •
DIAGRAMA 8. RAMO DE ATUAÇÃO
l i \
G·
�
O Quadro 7 mostra alguns exemplos de subcategorias de empresas nes
ses três ramos.
EMPREENDEDORISMO •
QUADRO 7. CLASSIFICAÇÃO DE RAMO, TIPO E ATIVIDADE
Ramo
Indústria
Comércio
Serviços
�
Tipo
· Fábricas de foupa( móveis,- artesan-
/ / / / / / / atos, carros,.computadores, dentre
/ / / 9ufroy/ / / //
Supermercados, lojas de roupas, lo
jas de autopeças, loja de brinquedos,
dentre outros.
Cinema, lava rápido, lavanderia, es
cola, faculdade, dentre outros.
Atividade
Gráfica, fa1çad�. vestuário, bebi-
â/ 1-✓ ,.- / � _✓ d / / , a, a 1mentos, mecarnca, entre
/ /' /lut�o{ / / /
Acessórios, alimentos, com
bustíveis, tecidos, sapatos, den
tre outros.
Transporte, turismo, saúde, laz
er, segurança, dentre outros.
A empresa Governamental ou Estatal é um tipo de empresa que perten
ce ao governo e é controlada total ou parcialmente por algum nível de gover
no municipal, estadual ou federal.
O objetivo de se criar este tipo de empresa é administrar os recursos
estratégicos do país, garantindo que a população tenha acesso a eles.
As estatais possuem uma administração indireta, ou seja, embora sejam
empresas do governo, elas não são administradas diretamente por ele. Na
verdade, o governo delega tarefas e atividades para as estatais, que pode
ocorrer via nomeação de cargo ou concurso público.
Outro fator interessante é que embora elas pertençam ao Estado, o gover
no pode não ser o seu dono totalitário, ou seja, eles abrem a empresa para os
acionistas privados e podem receber ganhos por ela.
Existem dois tipos diferentes de estatais: a empresa pública e a de socie
dade de economia mista. Vamos aprender um pouco sobre cada uma delas.
• Empresa pública: pertence integralmente ao governo, ou seja, ele é dono
de 100% das ações da empresa, sendo sua administração totalmente pública. A
Justiça Federal, neste caso, é nomeada a responsável por qualquer irregularida
de apresentada pela empresa. Exemplos: Caixa Econômica Federal e os Correios.
· Sociedade de economia mista: neste caso, o Estado não é o único dono
destas estatais, ou seja, são abertas para acionistas privados com ações co
mercializadas na Bolsa de Valores. Os acionistas participam da administração
EMPREENDEDORISMO •
da empresa por meio de votação e têm direito a participação nos lucros. O
Estado também pode ser dono total da empresa, mas suas ações podem ser
comercializadas na Bolsa de Valores e lucros para os acionistas onde parte
majoritária das ações é do governo. Exemplos: Petrobrás e Banco do Brasil.
ONGS são organizações não governamentais sem fins lucrativos cujo ob
jetivo é realizar diversos tipos de ações solidárias para um público específico.
Podem atuar em diversas áreas, como saúde, educação, assistência social,
economia, dentre outros. Atuam tanto no local onde estão inseridas como
também no âmbito estadual, nacional e internacional. A ONG não pertence
ao Estado, mas oferta serviços sociais que de assistência à sociedade.
De acordo com o Sebrae, ONGs são associações civis sem fins lucrativos de
direito privado, interesse público e que possui algumas características:
DIAGRAMA 9. ONGS
�
trabalha com livre adesão e autonomia de
voluntários associados à ONG;
as iniciativas na área pública não são
realizadas pelo governo;
as iniciativas de origem privada não visam
lucros;
EMPREENDEDORISMO •
Uma OSCIP é uma qualificação jurídica atribuída a diferentes tipos de entida
des privadas que atuam em áreas típicas do setor público com interesse social e
podem ser financiadas pelo Estado ou pela iniciativa privada sem fins lucrativos.
Está prevista no ordenamento jurídico e, por isso, pode realizar parcerias
e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos, ou seja, fede
ral, estadual e municipal, permitindo que as doações realizadas possam ser
abatidas do Imposto de Renda.
Nem toda ONG é uma OSCIP, mas toda OSCIP é uma ONG. Isto ocorre porque
a figura de ONG não existe na forma jurídica, ou seja, ela é classificada como
associação. Ela é usada apenas para identificar empresas do terceiro setor que
atuam sem fins lucrativos com o objetivo de realizar interesses públicos.
No caso da OSCIP, seu reconhecimento jurídico é legal, pois tem exigências
legais na prestação de serviços, que deve seguir prestando contas de todo o
dinheiro público recebido.
•
Modelo de empresas: individual, micro e pequenas em
presas e empresas de grande porte
Depois de desenvolver o seu plano de negócio e saber qual o segmento que
deseja atuar, o empreendedor precisa definir o tipo de empresa que pretende
abrir. Desse modo, é necessário dizer que existe um perfil de empresa alinhado
para cada negócio. O Quadro 8 mostra quais são os possíveis tipos e formatos
jurídicos para as empresas.
Tipo
MEi - Microem
preendedor
Individual
QUADRO 8. FORMATO JURÍDICO DA EMPRESA
�
Classificação
EMPREENDEDORISMO •
. - .. . . .. . - . - . . . .. . - .. . ..
Sociedade
Empresarial
Sociedade Simples
É possível a atuação coletiva entre dois ou mais sócios, sendo sua
responsabilidade limitada ao capital social.
,,,� .'
sócie>,s, sendo s_ua
.-· / ,
O porte da empresa pode ser definido como microempresa, empresa de
pequeno porte e sem enquadramento. Também temos as empresas de grande
porte, nacionais e multinacionais.
• Empresário Individual: este modelo de empresa é voltado para o em
preendedor que deseja abrir o seu próprio negócio sozinho, ou seja, sem cons
tituir sociedade. A única pessoa responsável pela empresa é o próprio dono.
Seus bens individuais passam a estar à disposição da empresa. Se a empre
sa contrair dívidas, os bens estarão à disposição para saudá-las e vice-versa,
quando adquiridas dívidas pessoais. Outro fator importante é que o nome co
mercial da empresa deve ser composto pelo nome inteiro do dono, ou com
abreviações, podendo ou não acrescentar outro nome que indique o seu ramo
de atividade ou produtos. Pode ser enquadrado como microempresa .
• Microempreendedor individual (MEi): tem um faturamento anual de até
R$ 81.000,00. Possui CNPJ (cadastro nacional de pessoa jurídica) e pode emitir
nota fiscal normalmente. Pagando as taxas regularmente, tem direito ao auxí
lio-doença e licença-maternidade. Também trabalha sozinho e por conta, sem
sociedade.
• Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI): neste caso,
a empresa também está sob responsabilidade de uma pessoa, mas seus bens
e capitais não estão disponíveis para a empresa se contrair dívida. Para abrir
este tipo de empresa, exige-se que o empreendedor tenha um capital social
100 vezes maior do que o salário mínimo vigente no país na época da abertura
da empresa. O empresário só pode constituir apenas uma EIRELI em seu nome
e as normas são as mesmas que regem as sociedades limitadas.
• Sociedade Limitada (LTDA): se enquadram nesta modalidade de empre-
sa aquelas que possuem dois sócios e oferecem bens e serviços de maneira
EMPREENDEDORISMO •
organizada. Para abrirem este formato de empresa, os sócios precisam compa
recer à Junta Comercial de seu estado erealizar uma inscrição. Devem elaborar
um contrato social, definindo claramente que são os membros da sociedade,
participação e distribuição de lucros entre eles. Nesta modalidade, as contas
da empresa são separadas das contas pessoais dos sócios. Cada membro pos
sui uma limitação de responsabilidade dentro da sociedade de acordo com o
capital social aplicado de cada sócio. Assim, respondem de maneira limitada
referente às dívidas contraídas pela empresa.
• Sociedade Anônima: nesta modalidade, utiliza-se as ações para distribuir
o capital social da empresa. Os sócios são chamados de acionistas e suas res
ponsabilidades dentro da organização variam conforme o número de ações
que têm. Neste caso, 25% dos lucros classificados como dividendos são divi
didos entre os acionistas. O restante deve ser destinado para uma reserva da
empresa. Ela pode ser uma empresa de capital aberto, com ações negociadas
na bolsa de valores, ou de capital fechado, que não negocia na bolsa de valores.
• Sem fins lucrativos: trata-se de empresas que trabalham com ações so
ciais e não visam lucro.
• Microempresa (ME): deve ter faturamento bruto de 360 mil ou menos por
ano e podem utilizar a tributação Simples Nacional.
· Empresa de Pequeno Porte (EPP), Médio e G rande Porte: são empresas
com rendimento acima de 360 mil e de até R $ 3.600.000,00. Em relação ao seu
tamanho, é possível dizer que, no ramo do comércio e de serviços, as empresas
pequenas possuem de 1 O a 49 funcionários, as de tamanho médio contam com 50
a 99 funcionários e as de grande porte possuem mais de 100 pessoas trabalhando.
QUADRO 9. POR FATURAMENTO
Tipos FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempreendedor Individual até R$ 60.000,00
Microempresa acima de R$ 60.000,00 até R$ 360.000,00
Empresa de Pequeno Porte acima de R$ 360.000,00 até R$ 3.600.000,00
EMPREENDEDORISMO •
QUADRO 10. POR QUANTIDADE DE FUNCIONÁRIOS
Tipos
Microempresa
Pequena Empresa
Média Empresa
Grande Empresa
FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Indústria
até 1 9 pessoas ocupadas
de 20 a 99 pessoas ocu
padas
de 100 a 499 pessoas ocu
padas
500 pessoas ocupadas ou
mais
Comércio e Serviços
., • 1
• 1 • 1 ., 1 1 ., 1 .,
de 1 O a 49 pessoas ocu
padas
de 50 a 99 pessoas ocu
padas
100 pessoas ocupadas ou
mais
Os Quadros 9 e 1 O demonstram as classificações das empresas frente ao fatu
ramento e número de funcionários, tanto na área da indústria quanto comércio e
serviços.
1
EMPREENDEDORISMO •
Sintetizando •
Nesta unidade, foi possível perceber a importância do Planejamento Estra
tégico para a sobrevivência da empresa. Essa ferramenta ajuda o empreende
dor a tirar suas ideias do papel para colocá-las em prática.
Vimos todos os pontos primordiais do planejamento estratégico, passando
pela análise de mercado, construção da matriz SWOT, análise de micro e ma
croambiente e a importância da criatividade e da inovação na criação e geren
ciamento de empresas.
Dessa forma, trata-se de um processo primordial para atingir metas e resul
tados. Por isso, é necessário levar em consideração os dados atuais da empre
sa, como cenário, perfil de clientes, tipo de produtos e serviços, concorrentes
e fornecedores.
No entanto, a prática do planejamento estratégico é mais recorrente nas
grandes empresas, ainda que a utilização desta ferramenta seja ineficiente na
maioria dos casos. Fazer uso do planejamento estratégico é fundamental para
conseguir aquela vantagem competitiva tão esperada.
Além disso, vimos e falamos também sobre os principais tipos de empresa e
suas áreas de concentração, com o objetivo de fazer com que você, aluno, con
siga criar um planejamento estratégico sólido para qualquer tipo de empresa.
Por fim, apresentamos os modelos de empresas, levando em consideração
o tamanho e a rentabilidade de cada tipo. Dessa forma, é possível pensar em
uma estratégia alinhada a seu objetivo.
EMPREENDEDORISMO •
Referências bibl iográficas
••
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EMPREENDEDORISMO •
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EMPREENDEDORISMO •
UNIDADE
�
�
ser
educacional
Objetivos da unidade
%} Definir a importância do plano de negócios para a tomada de decisões;
@ Explicar e identificar as etapas para a elaboração do plano de negócios;
® Conhecer, identificar e analisar quais as melhores fontes de investimento
para captar recursos e colocar o projeto em prática;
� Entender a necessidade de se preparar antes de apresentar o
empreendimento ao mercado.
Tópicos de estudo
u Identificando as oportunidades de o Construindo o plano de negócios
negócio • Como elaborar um plano de
• Qualé o negócio, mercado e negócios
pesquisa de mercado? • Gestão estratégica
• Qual é o produto/serviço e o
melhor caminho a seguir?
• Quais são as oportunidades e os
riscos do negócio?
• Como otimizar suas chances de
sucesso?
• Importância cliente e análise
cuidadosa do produto
C· Fontes de financiamento
• Como definir o investimento
inicial
• Fontes de financiamento e
linhas de crédito
o Apresentando seu
empreendimento ao mercado
EMPREENDEDORISMO •
••
Identificando as oportunidades de negócio
Quando o empreendedor deseja colocar seu sonho em prática, antes de
tudo, ele deve procurar identificar as oportunidades de mercado. Em outras
palavras, é preciso analisar o mercado e detectar a possibilidade de vender
um produto ou um serviço que pode ser bem aceito pelos consumidores e que
tenha ligação com a realização de um sonho pessoal.
Levando em consideração que todo empreendedor tem uma ideia que deseja
colocar em prática, é importante fazer uma análise da viabilidade do negócio para
ele tenha lucro, sustentabilidade e perenidade. O empreendedor de sucesso
deve buscar conhecimento por meio do estudo e que essa é a única forma de se
ter um empreendimento de sucesso:
CITANDO
"O estudo que proporciona conhecimento e visa substituir uma mente vazia por
uma mente aberta é o passaporte para o futuro, pois é capaz de abrir nossos
horizontes e nos mostrar caminhos jamais conhecidos".
Fonte: DINIZ, A Arte de Empreender:
Além disso, é possível dizer que as ideias dos empreendedores podem surgir de
muitas maneiras. O empreendedor pode ter uma experiência pessoal e, a partir dis
so, ver a possibilidade de refinar produtos e serviços com um conceito diferenciado.
Muitas vezes, o seu hobby pode fazer com que ele desenvolva uma ideia para ter
lucratividade. Em outro momento, pode ser que tenha uma ideia do nada, por meio
de alguma observação para mudar a vida de alguém ou de algum processo.
Quando nenhum desses momentos citados acontecem para o empreende
dor e ele continua com vontade de ter seu próprio empreendimento, é possível
realizar pesquisas, analisando o mercado, produtos, serviços e, a partir desta
análise, criar seu próprio negócio.
É importante afirmar que essa análise, considerada o primeiro passo para a
realização de um empreendimento, deve ser realizada com muita cautela, pois
todo o negócio depende disso. Durante esse passo, muitos empreendedores ain
da não têm condições de investir em uma pesquisa. Dessa forma, o que podem
fazer é montar um negócio que já exista ou procurar um nicho de mercado espe
cífico e começar do zero por meio de um plano de negócios.
EMPREENDEDORISMO •
Muitas vezes, o empreendedor identifica um mercado que acredita ser im
portante e que não possui atuação de concorrência. Neste caso, é necessário
tomar muito cuidado, pois pode ser que seja algo que ninguém ainda tenha pres
tado atenção ou pode ser um segmento sem potencial. Por isso, nestes casos, a
cautela deve ser maior e a análise precisa ser mais criteriosa.
O que o empreendedor deve ter em mente é:
DIAGRAMA 1. A MENTE DE UM EMPREENDEDOR
�
Independentemente do o
cenário econômico, mudanças e
turbulências sempre ocorrerão .
... - .. , "
, \
1 ...._ ___ _
\
t adequar sua empresa a essas variá
veis para que o empreendimento tenha
,sucesso.
E imprescindível que o ,empreendedor
saiba quem é o seu cliente e o que
vender para ele; seu comportamento,
costume!'>. perfil. ,ou seja. saber quem
são os seus verdadeiros clientes.
Outra característica importante que não
pode ser deixada de lado pelo o empreen
dedor é a capacidade de criar e inovar .
.... • .....
f \
\ I ..... ....
EMPREENDEDORISMO •
São muitas as oportunidades que existem no mercado e muitos os segmen
tos que podem ser explorados. No entanto, o empreendedor deve estar atento
ao que permite realizar seu sonho. Caso contrário, ele não terá motivação e pai
xão pelo seu negócio, características primordiais e imprescindíveis ao sucesso
do empreendimento.
A paixão é o combustível da motivação pessoal. É um sentimento profundo
que impulsiona o empreendedor a definir objetivos desafiadores e a usar a cria
tividade para atingi-los.
Além dessas coisas, a paixão também não permite distrações para desper
diçar o tempo do empreendedor, mantendo-o no foco; inspirar outras pessoas;
desenvolver a concentração, a autoconfiança e a motivação.
Um ponto importante a ser destacado é que o empreendedor não pode ape
nas sonhar: ele precisa planejar e pensar no futuro. Nesse sentido, não adianta
apenas ter um sonho, pois não existe empreendimento de sucesso sem um pla
nejamento eficaz. Em outras palavras, é necessário criar métodos e colocar o pla
no de negócios em ação. Sendo assim, a visão de futuro permite ao empreende
dor que elabore passos importantes para atingir seu objetivo e que desenvolva
estratégias, orientando sua empresa em momentos de crise para que ela tenha
êxito em suas decisões.
DIAGRAMA 2. A VISÃO DE FUTURO
�
É O DESENVOLVIMENTO DE UM
OBJETIVO A LONGO PRAZO QUE
VAI NORTEANDO E ORIENTANDO
: l A� AÇÕE� NO PRESENTE. ASSIM,
E POSSIVEL AVALIAR SE ESSAS
AÇÕES ESTÃO CONDIZENTES COM
A VISÃO DE FUTURO.
EMPREENDEDORISMO •
O empreendedor precisa desenvolver visão a longo pra
zo e não pode ser imediatista diante dos acontecimentos
vividos pelo seu empreendimento.
O sucesso, a sustentabilidade e a perenidade de qual
quer empreendimento dependem da visão a lon
go prazo, ou seja, o empreendedor não pode
ser imediatista, pois as coisas não acontecem
da noite para o dia. Tem que ser sempre visio
nário e mediatista.
A maioria dos empreendedores consideram essa estratégia como um plano
de vida. Sendo assim, muitos são os cuidados que o empreendedor deve ter na
hora de buscar informações para abrir seu próprio negócio. Para isso, é neces
sário encontrar respostas para as seguintes perguntas:
• Quais são as oportunidades e os nichos de mercado que podem ser ex-
plorados?
• Quais são os produtos e serviços com concorrentes?
• O que eles têm de diferencial e quais suas deficiências?
• Quais produtos e serviços que possuem demanda de mercado?
• Quem são e como são os clientes deste segmento? Qual a ideia de valor
para eles?
• Como criar valor para o cliente? Como ser competitivo?
• Quais os fornecedores potenciais?
• Quais os concorrentes e como eles agem?
• Quais os riscos do negócio?
• Qual o potencial e prazo para que o negócio tenha sustentabilidade?
Essas questões podem trazer informações relevantes para o plano de negó-
cios do futuro empreendedor, dando a ele um direcionamento do que fazer, a
quem atender, o que vender, de que forma vender, dentre outras informações
importantes.
É sempre bom que o empreendedor tenha o maior número de informações
possíveis. Informação nunca é demais, ela auxilia o empreendedor a formar
uma opinião e a montar a sua estratégia de ação. Porém, é importante que a
fonte das informações seja segura e fidedigna.
EMPREENDEDORISMO •
O empreendedor precisa ter em mente o negócio sobre o qual irá atuar e ter
foco para que o empreendimento tenha sucesso. Para isso, é preciso identificar al
guns aspectos do negócio, conforme orienta o estudioso Chiavenato em seu livro
Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor, publicado em 2008:
• O que produzir?
• Como produzir?
• Onde produzir?
• Quais produtos/serviços?
• Para quem?
• Em que volume?
• Por qual preço?
• Com quais características únicas?
• Com quais vantagens competitivas?
O empreendedor deve ter as respostas para as perguntas, pois isso fará
com que ele tenha um norte em relação ao negócio que deseja empreender. O
importante é que ele cruze suas experiências com as necessidades de mercado
e que possa trazer algo diferente e inovador.
Dessa forma, não adianta apenas experiência, pois muitas vezes o empreen
dedor faz umacoisa muito bem que, no entanto, é produzida pelo mercado. O
ideal é que as suas experiências consigam atender às necessidades de seus
clientes de forma criativa e inovadora, proporcionando
uma vantagem competitiva para o empreendimento.
Também é necessário definir em qual mercado o
empreendimento irá atuar, se é mercado local, físico
ou virtual, para que possa elaborar estratégias de ven
das e atendimento ao cliente.
A definição de mercado também pode
ter relação com um segmento, como mer
cado de imóveis, mercado de industrial,
dentre outros. Em outras palavras, trata-se
de um ambiente que gera negócios por ter, de um lado a oferta e a procura de
outro.
EMPREENDEDORISMO •
O mercado pode ser de oferta quando as empresas possuem muitos pro
dutos a oferecer, maior do que a procura pelos consumidores. Para que estes
produtos sejam vendidos, estratégias de promoção de vendas são realizadas,
como promoções.
Quando o mercado é de procura ou demanda, existe um número grande
de consumidores procurando e querendo o produto e as empresas não conse
guem atendê-los. Para diminuir a demanda, muitas empresas utilizam estraté
gias de preço, aumentando o valor do produto.
QUADRO 1. A SITUAÇÃO DA OFERTA E PROCURA DE MERCADO
�
Fonte: CHIAVENATO, 2008, p. 74. (Adaptado).
Sendo assim, é no mercado que o empreendedor consegue avaliar o com
portamento de seus clientes e o que eles precisam. Desse modo, analisa-se
como se comportam seus concorrentes, assim como o impacto de suas ações
referentes à estratégia de preço, de marketing, inovação, dentre outros. Por
isso, o empreendedor deve ficar sempre atento ao que acontece no mercado,
uma vez que ele impacta diretamente nas estratégias organizacionais.
É possível identificar também o mercado concorrente, no qual ficam todas
as empresas que vendem produtos e serviços similares aos do negócio do em-
EMPREENDEDORISMO •
preendedor. Outro mercado identificado é o mercado fornecedor, representa
do pelo conjunto de pessoas ou empresas que oferecem meios para o desen
volvimento e a finalização do produto do empreendedor, como matéria-prima,
mão de obra, equipamentos, materiais, dentre outros.
Todos os mercados merecem atenção especial do empreendedor. No caso
do mercado consumidor, entender seu cliente, conhecer seus comportamen
tos e seu perfil de compra auxiliam a desenvolver estratégias para atender es
tas necessidades. Com base nessas informações, o empreendedor pode criar
produtos e serviços diferenciados e inovadores, saindo a frente do concorrente
e obtendo uma vantagem competitiva.
DIAGRAMA 3. TIPOS DE MERCADO
�
Ao analisar o é importante que o
empreendedor conlleça as estratégias dos seus compe
tidores e como os clientes estão reagindo a elas. Se ele
sempre lança produtos e serviços inovadores. como faz
para captar clientes, como atende seus clientes. promoção
de vendas, dentre outros. Essas informações também
orientam o empreendedor a desenvolver produtos dife
renciados de seus concorrentes e atender o maior número
de consumidores, aumentando o seu market share.
EMPREENDEDORISMO •
Além disso, a pesquisa de mercado é uma ferramenta muito importante
para a obtenção de informações relacionadas ao perfil do concorrente, dos
clientes em potencial, etc.
CITANDO
"Vale a pena investir em pesquisas de mercado, tanto para
sondar a concorrência e o que ela está oferecendo quanto
para conhecer melhor os seus futuros clientes e o que eles
querem."
Fonte: DINIZ, A Arte de Empreender.
A busca de informações pode ser proporcionada de duas formas:
• pesquisa direta ou fonte direta de informação: realizada por meio de ques
tionários ou entrevistas pessoais diretamente com os clientes e fornecedores;
• pesquisa indireta ou fonte de informação indireta: podem ser coleta
das por meio de pesquisas realizadas em anuários do IBGE, revistas técnicas
especializadas, empresas especializadas em pesquisa de mercado, opinião de
outras pessoas, indicação, dentre outros.
Por estarem mais próximas do cliente, as fontes diretas são as mais adequa
das. No entanto, o empreendedor também pode utilizar das duas formas de pes
quisa para ter mais assertividade nas informações. O importante é que os em
preendedores se utilizem das informações do estudo de mercado para ter uma
orientação mais focada sobre seu negócio para elaborar as diretrizes e analisar as
melhores estratégias que trarão lucro para a organização de forma sustentável.
Sem esse estudo, as empresas não têm condições de competir com efi
ciência, pois ficariam à deriva e sem saber ao certo o que fazer. Sendo assim,
quando estes estudos não são realizados, muitas empresas acabam perdendo
muito e podem ir à falência com pouco tempo de vida. Por isso, quanto maior
o estudo e mais detalhado for, mais informações o empreendedor terá para
tomar as suas decisões de forma assertiva e confiável.
o Ou I P. ca • C:P UI .
A empresa precisa definir se vai trabalhar com produtos (material tangível)
ou serviços (material intangível). Isso é possível após identificação do negócio,
da análise de mercado e da definição do mercado no qual se deseja atuar.
EMPREENDEDORISMO •
Cada produto ou serviço apresenta características diferentes e, consequen
temente, as estratégias de vendas, produção, preço e marketing deverão estar
alinhadas ao seu formato.
No Quadro 2, é possível ter uma noção sobre como os clientes e a empresa
pensam nos preços dos produtos ou serviços.
QUADRO 2. COMO OS PREÇOS SÃO VISUALIZADOS PELO CLIENTE E PELA EMPRESA
Como o cliente estima o preço Como a empresa determina o preço
Fonte: CHIAVENATO, 2008, p. 77. (Adaptado).
Todos os componentes são importantes, principalmente os que são visua
lizados pelos consumidores, pois determinam a percepção de valor frente o
produto ou serviço ofertado.
Além disso, o empreendedor pode seguir e se enveredar por diversos caminhos.
No entanto, alguns fatores são primordiais antes de colocar a ideia em prática.
• escolha do tipo de atividade: pesquisas e análises de mercado trazem
informações importantes para o empreendedor decidir em qual ramo de ati
vidade pode atuar;
• analise seus conhecimentos: experiências sobre o ramo de atividade es
colhido e quais competências ainda precisam ser adquiridas;
• recursos financeiros: analise a viabilidade do negócio, o recurso finan
ceiro que precisa para investir e o retorno sobre o investimento, ou seja, em
quanto tempo o empreendimento poderá lhe proporcionar retorno financeiro;
• relação entre experiência pessoal e profissional: importante ter o ali
nhamento entre as duas experiências que irão proporcionar mais conhecimen
tos e informações para o desenvolvimento de estratégias. Caso isto não acon
teça, é importante que o empreendedor busque como alternativa fontes de
informações sobre o negócio;
EMPREENDEDORISMO •
• analise o mercado: antes de tomar qualquer decisão, analise criteriosa
mente o mercado, como o perfil do cliente, os fornecedores, estratégias dos
concorrentes, dentre outros;
• administração: é preciso saber administrar seu negócio, olhar e avaliar
os recursos financeiros para que seu empreendimento tenha sucesso;
• faça economias: analise todas as possibilidades que possam gerar eco
nomias, principalmente no início de empreendimento. Observe os processos e
métodos e busque evitar custos e despesas desnecessárias.
Tendo isso em mente, é possível dizer que é muito importante que a empre
sa corte custos e despesas desnecessárias para o sucesso do empreendimento.
Todo negócio possui riscos e potencialidades. As potencialidades são vis
tas por meio de perspectivas de como o negócio pode prosperar e os riscos
são analisados como possíveis percalços que a empresa venha a sofrer. Nesse
sentido, as empresas possuem três condições para tomarem decisões estraté
gicas: condição de incerteza, risco e condição de certeza.Nas condições de incertezas, a
empresa tem pouco conhecimento e
informação do que pode acontecer,
dificultando a estimar o grau e a pro
babilidade do evento e suas possíveis
consequências. Quando falamos de
risco, a empresa já possui um nível de
conhecimento para saber o que pode
acontecer e como ela deverá agir. No
entanto, ainda são probabilidades e
que podem gerar diversas interpreta
ções. Ao verificarmos as condições de certeza, a empresa tem ciência dos fa-
tos que irão acontecer e como acontecerão, analisando os impactos que serão
trazidos à organização.
Como falamos, o risco é uma possibilidade de perda e pode ser classificado
da seguinte maneira:
EMPREENDEDORISMO •
DIAGRAMA 4. TIPOS DE RISCOS
�
É CONSEQUÊNCIA DE FATORES
REFERENTES AO NEGÓCIO DA
..
:l
EMPRESA, COMO ATIVIDADE,
.. OPERAÇÃO, PRODUTO OU
SERVIÇO, DEMANDA POR
PRODUTOS, DENTRE OUTROS;
ESTÁ RELACIONADO AO
MODO COMO OS RECURSOS
.. FINANCEIROS DO CAPITAL DE
..
:l TERCEIROS SÃO EMPREGADOS E
COMO SÃO REMUNERADOS AOS
ACIONISTAS.
Ainda, quando o risco econômico é elevado, deve-se procurar reduzir o ris
co financeiro, evitando alto endividamento e baixando a proporção de capital
de terceiros. Assim, o grande desafio é manter o equilíbrio entre os dois riscos.
O retorno financeiro é o próprio lucro que a empresa venha a ter com a ven
da de seus produtos e serviços. E, ao contrário do risco, é sempre uma possibi
lidade de ganho. O grande desafio para o empreendedor é aumentar o lucro,
diminuindo os custos. Desse modo, o empreendedor precisa saber cortar cus
tos e despesas desnecessárias para a sustentabilidade do empreendimento.
As empresas podem utilizar de muitas estratégias para aumentarem seus
lucros, como redução de custos, investimentos mais rentáveis, administrar os
EMPREENDEDORISMO •
recursos com mais eficiência, trocar serviços por custos mais baixos mas sem
interferir muito na qualidade, rever fornecedores, substituir matéria-prima,
terceirizar alguns departamentos e mão de obra, dentre outros.
QUADRO 3. OS RISCOS E AS POTENCIALIDADES DOS NEGÓCIOS
Riscos
Fonte: CHIAVENATO, 2008, p. 90. (Adaptado).
. . .
�
Potencialidades
• Oportunidades de mercado;
• Vantagens quanto aos concorrentes;
• Facilidades de fornecimento;
• Expansão do mercado consumidor;
• Perfil excelente de produto/serviço.
Para as empresas otimizarem as chances de sucesso no mercado, é necessá
rio muita informação, conhecimento e foco.
As informações e conhecimento permitem que as empresas sejam mais as
sertivas no desenvolvimento de estratégias e tomada de decisões. Por isso, elas
precisam obter o maior número de informações possíveis de fontes confiáveis
para que desenvolvam um plano de negócio e possam colocá-lo em prática.
O foco deve ser sempre no cliente. Analisar seus comportamentos, seus hábi
tos de compra, suas necessidades, desejos e buscar, em parceria com a criativi
dade e inovação, desenvolver produtos e serviços que respondam rapidamente
e de forma eficiente e eficaz às demandas do mercado.
O . _l_m __ rt_â_n-ci_a_,t __ l_i_n_t_e_�-n-�-li_P-_cu_i_d-ad_s_a_d_o_p_r_o_du_t_o_
É importante que a empresa saiba para quem ela está vendendo, ou melhor,
qual é seu público-alvo, onde ele está, quanto ganha, como vive, etc. Todas essas
informações ajudam a empresa a satisfazer o cliente e, consequentemente, a
fidelizá-lo.
EMPREENDEDORISMO •
Assim, ela consegue elaborar sua proposta de valor, os preços de produtos
e serviços, seus canais de vendas e a promoção de vendas que venha a utilizar,
buscando a sustentabilidade e o sucesso do negócio.
DIAGRAMA 5. A IMPORTÂNCIA DA ESTRATÉGIA DAS EMPRESAS
�
• . estratégia • . - • -
- • - focada no client
responsabilidade
perfil de compras
•
falindo
sem muita
EMPREENDEDORISMO •
Toda empresa deve se colocar no lugar do cliente, ou seja, pensar em como ele ana
lisaria seu produto ou serviço. O que motiva o cliente a comprar da sua empresa? Qual é
sua percepção de valor? Por que ele prefere você a seus concorrentes? O que a empresa
precisa fazer para promover satisfação no cliente e fazer com que ele volte a comprar e
indicar para outras pessoas, seus produtos e serviços?
Atualmente, as pessoas buscam produtos com qualidade a preços acessíveis.
A Era Digital permitiu que todas as informações estejam facilmente disponíveis
para quem quiser. Assim, os clientes sabem mais dos produtos do que os pró
prios vendedores da empresa.
Portanto, a qualidade do produto, do atendimento, facilidade de pagamento
e de entrega podem trazer grandes diferenciais para a empresa frente a seus
concorrentes, fazendo com que ela seja mais competitiva no mercado.
QUADRO 4. PRODUTOS E CARACTERÍSTICAS
�
Padrões internos para o produto
Vida média do produto
Desempenho do produto
Qualidade;
Segurança: o P-roduto P-rovoca danos às
pessoas ou crianças?
Design: o produto é fácil de usar ou
manejar?
Produtos concorrentes;
Produtos substitutos;
Padrões internos de excelência.
Eficácia: o produto faz o que realmente
se propõe a fazer?
Garantia: é suficiente ou apenas ra
zoável?
Disponibilidade de serviços de atendi
mento;
Preço: o investimento de compra do cli
ente vale a pena?
O Construindo o plano de negócios ••
Todo empreendedor que deseja abrir uma empresa precisa construir
um plano de negócios, uma vez que ele se trata de um instrumento com
passo a passo sobre como colocar uma empresa para funcionar.
Ele auxilia a empresa a caminhar, dando orientação sobre as coisas
EMPREENDEDORISMO •
que devem ser seguidas e ajudan
do a empresa a não sair dos trilhos.
Um bom plano de negócio auxilia o
empreendedor a tomar as melhores
decisões e ajuda a enfrentar alguns
erros que a empresa venha a ter, di
recionando melhor seus esforços.
Além disso, ele também pode ajudar
a empresa a atrair novos investido
res, fornecedores e a criar parcerias.
O plano de negócios também é
conhecido como Business Plan. O
objetivo dele é descrever a ideia do
empreendimento e dar direções de
como a ideia deve ser colocada em
prática, por meio do levantamento
de todos os elementos importantes
que podem afetar o empreendimen
to. Os elementos levantados estão relacionados ao que deve ser produzido
pela empresa, além de trazer informações sobre para quem produzir, mer
cado, concorrentes, dentre outros.
O SEBRAE, em seu artigo denominado "Tudo o que você precisa saber
para criar seu plano de negócio", publicado em 2019, nos chama a atenção
para a importância do plano de negócios:
O plano de negócios é o instrumento ideal para traçar um re
trato do mercado, d o produto e das atitudes do empreende
dor. É por meio dele que o empreendedor tem info rmações
detalhadas d o seu ramo de atividade, produtos e serviços,
c l ientes, concorrentes, fornecedores e, pr inc ipalmente, pon
tos fortes e fracos do negócio, contr ibuindo para a identifi
cação da viabi l idade de sus ideia e da gestão da empresa.
Assim, se o empreendedor buscar seguir fielmente o plano de negó
cios, terá as orientações necessárias para decisões importantes que im
pactarão diretamente em seu empreendimento.
EMPREENDEDORISMO •
Para este objeto estudo, nos basearemos no manual do Sebrae intitulado
Como elaborar um plano de negócios, publicado em 2013. Esse material traz infor
mações importantes para o empreendedor sobre como desenvolver o plano de
negócios de forma eficiente.
O plano de negócios é um documento com informações relevantes sobre o em
preendimento que auxilia o empreendedor nas tomadas de decisões. Sendo assim,
para elaborar um bom plano de negócios, se faz necessário seguir alguns passos.
1. Principais pontos que devem estar relacionados no plano de negócios.
Para a elaboração do plano de negócios, é importante que a empresa siga as
etapas do seguinte sumário executivo:
DIAGRAMA 6. ESTAPAS SUMÁRIO EXECUTIVOPARTE 1
�
Resumo dos principais pontos do plano de
negócios: . , , ·
Dados dos empreendedores:
relacionada à
- - - - - - -- - - - - - - - - ,
EMPREENDEDORISMO •
DIAGRAMA 6. ESTAPAS SUMÁRIO EXECUTIVO PARTE 2
�
1 1 , - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ·
2. Análise do mercado
O planejamento estratégico começa sempre com a análise de mercado.
Desse modo, o plano de negócios considera a análise de mercado uma das
análises mais importantes para se montar as estratégias a empresa. Ela está
dividida em três partes:
EMPREENDEDORISMO •
DIAGRAMA 7. ANÁLISE DO MERCADO
EMPREENDEDORISMO •
3. Plano de marketing
O plano de marketing é muito importante para a empresa, pois é por meio
dele que os produtos e serviços são divulgados. Ele permite a comunicação en
tre empresa e cliente, define qual a melhor estratégia de vendas dos produtos e
serviços e quais os canais de distribuição mais adequados para cada um deles.
O plano de marketing é desenvolvido em cinco fases:
DIAGRAMA 8. PLANO DE MARKETING
�
1 2
3
EMPREENDEDORISMO •
DIAGRAMA 9. PLANO OPERACIONAL
EMPREENDEDORISMO •
5. Plano financeiro
Esta parte do planejamento de negócios é um pouco mais detalhada e exten
sa do que as demais. Sua composição engloba investimento fixo, capital de giro
e investimentos pré-operacionais.
Além disso, o plano também deve conter o planejamento financeiro detalha
do para o período em que o negócio ainda não estiver dando lucro.
DIAGRAMA 10. PLANO FINANCEIRO PARTE 1
•• • • ••
. . • -
• •
•• 1 . . . . ... . ..
• • • • ••
. . • - - - •• 1 . . . . ..... ....
�
�de a todo o valor
investido no negocio (investimentos fixos, capital de giro e
investimentos pré-operacionais).
- .
-
. . : •...• ·,
lstlmaliva dofaturamentD mensal da
.. . .. - ....
, ... - .. , 1 •· -- - - -· ' , .. -..
•• • • • •
. . . .
1 . . . . . . . . . .. . - ...
•• • • ••
. . . .
1 . . . - - -. . .
• lt • • •
EMPREENDEDORISMO •
DIAGRAMA 10. PLANO FINANCEIRO PARTE 2
�
. . •
·
··-
. _ , ., .· • , . , todos os gastos
para efetivar a vénda dos prodÚtos, incluindo pagamentos e
comissões da equipe de vendas.
• • • •
•• 1 . . . .
• - - • #
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nesta etapa a empresa deve apurar o CMD - Custos
com Materiais Diretos (para a indústria) ou o CMV - Custo das
Mercadorias Vendidas (para o comércio) . •• • •
• •
. . . .
1 •• • - - -. . .
• • • - #
. . . •• • • •
, _ , · , , _ todos os custos que
envolvem o colaborador na empresa. Os salários, pagamen
tos dos benefícios legais, encargos sociais, etc .
• - - - •• 1 . . . . .
·
-·
: · · .. _ · _ _ :· , análise dos custos envol
vendo a depreciação. de maquinários por conta de idade e da
necessidade de substituição. É o reconhecimento da perda de
valor do bem. •• • •
•
••
. .
1 •• • - - -. . . . .. - . "
•• • • ••
, , refere-se ao . . -
•
-
•
•• 1 . . . . . - .. "
pagam-ento das Ôbrigat�riedade; da empr�sa', indépendente
mente dos resultados financeiros que ela obteve, tais como
água, luz, contador, dentre outros .
. _ . , · · refere-se à prevenção de lucro
ou" prejuízo.
•·· · -
. . . •
• • •
•• 1 . . . . ... -"
· , • , . • · · · · · indicador informando o tem-
po que a empresa terá retorno sobre aquilo que investiu.
•• • •• ••
. .
1 •• - •• -. . . . ·---·
•• • • • ••
. .
1 •• •• - -. . . . .. - . ,.
EMPREENDEDORISMO •
6. Construção de cenários
Uma análise de tendências com base em informações do mercado para a
criação de novos produtos e serviços que respondam de forma rápida e eficiente
às demandas do mercado.
7. Avaliação estratégica: refere-se à análise da estratégia utilizando a matriz
F.O.F.A. ou S.W.O.T.: ferramenta utilizada para detectar pontos fortes e fracos, opor
tunidades e ameaças. Assim, com base nestas informações, a empresa pode criar e
desenvolver estratégias que a direcionem e auxiliem sua participação de mercado.
QUADRO 5. MATRIZ F.O.F.A. OU S.W.O.T.
Forças Oportunidades
Fonte: SEBRAE, 2003, p. 109. (Adaptado).
EMPREENDEDORISMO •
8. Avaliação do plano de negócio: avaliar se o plano de negócios está alinhado
e se responde as dúvidas da empresa, preparando o empreendedor para colocar
seu sonho em prática.
Desse modo, o plano de negócio não tem o objetivo de garantir sucesso da em
presa, mas auxilia na tomada de decisões para que a empresa busque seus resulta
dos e alcance seus objetivos.
É muito importante que as organizações planejem suas ações, principalmen
te quando se pensa em um cenário de muita concorrência no qual as empresas
precisem de uma vantagem competitiva para serem percebidas pelo seu público
-alvo e, assim, sobreviverem.
Sendo assim, ao falarmos de gestão estratégica, conseguimos perceber
que se trata de uma ferramenta que norteia as organizações rumo ao patamar
que pretendem chegar - por meio de orientações primordiais para que elas
alcancem resultados.
Gestão estratégica é o processo sistemático de gerenciamento para acompa
nhar as ações que geram oportunidades de crescimento ao empreendimento e
que precisam ser monitoradas e avaliadas.
Para se adotar uma estratégia organizacional, é importante que as empresas
definam os rumos que pretendem seguir. Portanto, precisam ter sua missão,
visão, metas e objetivos bem definidos.
Além disso, toda empresa precisa estar preparada para as situações não tão
positivas que possam surgir, como situações ambientais (variáveis políticas, eco
nômicas, tecnológicas, climáticas, culturais e demográficas) que interferem dire
tamente na gestão da empresa.
Por fim, as empresas precisam se atentar principalmente
para o comportamento de seus clientes. Nos dias de hoje,
percebemos um comportamento diferenciado do consumi
dor, com foco na rapidez, comodidade, conforto e se
gurança na aquisição de mercadorias. As pessoas
estão dependentes de ferramentas digitais para
realizarem suas compras e pesquisas, exigindo que
EMPREENDEDORISMO •
as empresas desenvolvam ferramentas de marketing para atender esta necessi
dade. Portanto, uma decisão estratégica na área de vendas ou marketing basea
da neste comportamento pode lhe trazer grandes retornos lucrativos.
Independentemente do tamanho do empreendimento, ele deve ser compe
titivo, sustentável, proporcionar crescimento aos seus stakeholders (clientes, for
necedores, acionistas, etc.) e ao mercado. Para isso, é de suma importância uma
boa gestão estratégica, bem monitorada, principalmente pelo líder da empresa.
Definindo missão, visão e valores
Toda empresa precisa ter definido sua missão, visão e
valores para que se consiga desenvolver sua estratégia
empresarial.
A missão corresponde à essência da organiza
ção, ou seja, o motivo pelo qual ela existe e seu
propósito. A visão significa o lugar onde ela quer
chegar. Em outras palavras, representa seus planos
a longo prazo. Os valores, por sua vez, dizem respeito à identidade da empresa,
suas crenças e a forma como ela se posiciona no mercado.
QUADRO 6. DIFERENÇAS ENTRE MISSÃO E VISÃO
Missão Visão
.. ... ··
. . ·•'/ Inclui o negócio da empresa;·· É o sonho do negócio;
É o_ po�to·de parti�a;/ .. ·· . ·
/ É o lugar para onde vamos;
É o documento de.identidade da, empré'sa;/ É o passaporte para o futuro;
identifica ;;que� somos"; , ' / / Projeta "quem desejamos ser";
✓ , / , .- /
Dá o ,rÚm9•á· empresa;· Fornece energia para a empresa;
É or'íentaéiora( . .
/
,.-Tef'T) ó' foco do ,presente para o-fÚturó;
.-' / �. ✓-· _.... / / Tem vocação-para a eternidade.//
_,/ ,-
.- _., . · /,· ,•
////
É inspiradora;
Tem o foco no futuro;
É mutável, conforme os desafios.
Fonte: CHIAVENATO, 2008, p, 147. (Adaptado),
A definição destes três fatores é importante, pois eles direcionam o plane
jamento estratégico da organização, auxiliando os empreendedores a chega
rem ao seu objetivo e a trazerem osmelhores resultados.
EMPREENDEDORISMO •
EXEMPLIFICANDO
A Disney, um dos maiores parques de diversão do mundo, tem como
missão alegrar as pessoas; como visão, criar um mundo em que todos
possam se sentir como crianças; e como valores, o não ceticismo. Criativi-
dade, sonhos e imaginação. Atenção fanática aos detalhes. Preservação
e controle da Magia Disney. Se pararmos para pensar, a Disney tem uma
estratégia organizacional bem alinhada à sua missão, visão e valores:
procura fazer as pessoas felizes independentemente da sua idade e criou
um local onde qualquer pessoa possa voltar a ser criança e viver em um
mundo cheio de magias.
•
Fontes de financiamento
Para "dar certo", todo negócio precisa de um planejamento e saber se ele é
viável, ou seja, se tem procura e se o produto ou serv iço vende. Para o negócio
se tornar viável, o empreendedor precisa tomar muitas decisões importantes e,
para tomar as decisões mais apropriadas, o empreendedor precisa de um guia
que o oriente no processo decisório.
Esse guia ajuda o empreendedor a identificar e potencializar as oportuni
dades de mercado, identificar as ameaças e tentar neutralizá-las para que não
atrapalhe suas estratégias e buscar entender o que o cliente busca como valor
em seu produto. Assim, pode desenvolver produtos e serv iços que atendam às
necessidades de seus consumidores.
Por isso, fatores importantes como o que produzir, como produzir, para
quem produzir e por que produzir são perguntas primordiais para direcionar o
empreendedor em suas decisões estratégicas.
Um projeto de viabilidade financeira busca saber quando a empresa se torna
rentável e lucrativa a partir do volume de vendas que ela realiza. Com base nisto, a
empresa precisa descobrir qual é o seu volume para buscar os recursos financeiros.
Sendo assim, algumas perguntas podem nortear o empreendedor em seu
levantamento de informações:
• Qual o seu volume de vendas? Quanto se vende?
• Qual o volume de compras? E quanto se compra?
• Qual o capital inicial para o investimento para começar a produção?
• Quais e quantas máquinas, equipamentos e materiais são necessários para
a elaboração do produto?
EMPREENDEDORISMO •
• Qual o tamanho do nosso quadro de pessoal?
• Qual o tamanho de espaço físico necessário?
Existem dois tipos de custos que a empresa precisa conhecer: custos fixos
e custos variáveis. Os custos fixos são os custos da empresa que permanecem
inalterados, como aluguéis, seguros, depreciação, dentre outros. Os custos va
riáveis, por sua vez, são custos diretamente relacionados com o volume de pro
dução da empresa ou a sua atividade, como materiais, matérias-primas, salários
e encargos sociais, dentre outros.
DIAGRAMA 11 . TIPOS DE CUSTOS
�
Somente por meio da análise dos custos fixos e variáveis é possível calcular
o ponto de equilíbrio da empresa (break-even-point), estágio em que a empre
sa não apresenta nem lucro e nem prejuízo. Por meio da análise do ponto de
equilíbrio, a empresa consegue saber o quanto ela precisa vender para se tornar
lucrativa e evitar o prejuízo.
Em um empreendimento novo, é muito difícil encontrar o ponto de equilíbrio,
pois a empresa ainda não tem sua carteira de clientes. Portanto, no início dos
empreendimentos, a empresa tem mais despesas do que lucros.
EMPREENDEDORISMO •
Todo empreendimento precisa de recursos financeiros para começar. Definir
o valor do investimento inicial é primordial para que a empresa comece a colo
car seu projeto em andamento. Sem nenhum recurso, é muito difícil iniciar suas
atividades.
O valor deste recurso é um grande desafio para o empreender. Por ainda
não ter muita experiência, pode subestimar o real valor que deve ter em caixa
para começar seu negócio. Sendo assim, o empreendedor precisa saber perfei
tamente como será a sua produção inicial, quais ferramentas ou maquinários
precisará, o local de instalação da empresa, a quantidade de pessoas para de
senvolvimento de produtos, dentre outros.
Investir no início de todo negócio é uma situação complicada, pois a
empresa tem mais despesas do que lucros. Desse modo, precisa fazer um
planejamento em relação ao tempo de retorno sobre o investimento, tam
bém conhecido como ROi.
Assim, um planejamento financeiro detalhado e minucioso é muito impor
tante para fazer a empresa deslanchar nos primeiros meses até que as vendas
passem a trazer lucro para o empreendedor e para os investidores.
Todos aqueles que investem na empresa assumem o risco inicial e esperam
um determinado retorno maior do que o valor que foi investido.
Todo negócio, para começar a funcionar, precisa de um capital investido. Mui
tas vezes, o empreendedor não possui o capital suficiente e preci-
sa de alternativas para fazer seu empreendimento andar.
Tendo isso em mente, é possível dizer que existem algumas
alternativas para o empreendedor conseguir o investimento
necessário. Apesar da mais conhecida ser o banco, é
possível encontrar outras fontes.
Dessa forma, o empreendedor pode buscar o ca
pital inicial para começar a operacionar sua empresa
pelos seguintes meios:
EMPREENDEDORISMO •
DIAGRAMA 12. MEIOS PARA OPERACIONAR A EMPRESA PARTE 1
�
C1p1tal p1 op, 10 investimento próprio ou de acionistas da
empresa; •• • • •••
. .
1 •• -
•
•• . . . . .. - ... "
•• • • ••
. . • • • • •• 1 . . . . .. -... Capital ele terceiros. empréstimos, debêntures, ações;
P ,11 t 1c I p.i,,10 ,1c 1011<•, 1" o empreendedor que estiver disposto
a vender parte de seu negócio pode contar com o investimen
to de acionistas; •• • • •••
. .
1 •• •••• . . . . ·---·
lnvest111, ,•1 .. 1,1,. pessoas dispostas a investirem em um
projeto, contribuindo para o desenvolvimento da empresa na
sua fase de início;
Fundo ele 1J1vest1nwnto pessoas jurídicas investem
em uma empresa por acreditarem em seu potencial
lucrativo; •• • • •••
. .
1 ••• - - • . . . . .........
,·· · .. . .
·♦·
. . . . . . . . . '
·, , . :
·
···· . ... ... . . •···--:
• • • • ••
. . •
• •
• ·• 1 . . . . .. _ -... "
lnv1 <,t1J11,• 11to rol, t1vo captação de recursos de investidores e
empreendedores pela internet;
Agencias r 1, -.. ,,·., dependendo do modelo de
negócio, como pesquisa e inovação, é possível obter
linhas de crédito por meio das agências de fomento; •• • • ••
. . . .
1 • •
• •
•• . . . . ___ .,
. . •• • • ••
• •
•
•
.. 1
ilNDI alguns investimentos a longo prazo também podem . . . . . . . . . ser conseguidos com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social);
Fundos Const1tuc1ona1s se o empreendimento
estiver localizado nas regiões Centro-Oeste, Nordeste
e Norte, ainda é possível contar com Fundos Consti
tucionais;
••• • •••
. .
1 · ·-. - -. . . . · - - -·
EMPREENDEDORISMO •
DIAGRAMA 12. MEIOS PARA OPERACIONAR A EMPRESA PARTE 2
••• • •
. . . - -
• •
•• 1 . . . ··- ··
�
- - - -
PNMPO atividades produtivas de pequeno porte também
podem contar com a liberação de crédito do PNMPO (Progra
ma Nacional de Microcrédito Produtivo e Orientado);
CNPq e Finep os negócios que buscam promover inovação ou lidam com
alguns tipos de pesquisa podem tentar obter crédito pelo CNPq (Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e pela Finep (Finan
ciadora de Estudos e Projetos). além das agências de fomento estaduais;
•• • • •••
. .
1 . . ... . . . . ... .. -
•• • • ••
. . • -
•
•
·• 1 . . . . .......
Fintech·s: uma outra opção recente no mercado é buscar
o capital investido nas Fintech · s (financeiras tecnológicas)
que foram criadas com o objetivo de dar créditos a pessoas
jurídicas e físicas a juros menores do que as instituições
financeiras;
f', o�t·r esse tipo de crédito é ideal para empresas que buscam se moder
nizar ou crescer; •• • •• ••
. .
1 •• ••• . .
•• • • •
. . . •
•
• • •• 1 . . . . . . .. .
. . ·--··
l nst1tu1çoes Bancarias. créditos em bancose instituições
financeiras.
O empreendedor precisa apenas ter claro qual a sua missão, o seu negócio e
o tempo do retorno sobre o investimento.
O .. Apresentando o seu empreendedimento ao mercado
Começar a empreender não pode ser uma decisão tomada por impulso, ou
seja, trata-se de algo que exige preparo e planejamento contínuo. Tendo isso em
mente, não existe sorte no empreendedorismo.
Sorte para mim consiste na junção de uma série de elementos. Ela nada mais
é do que a conjugação de conhecimentos, habilidades, competências, determina
ção, muito trabalho, oportunidade e iluminação divina.
EMPREENDEDORISMO •
Assim, após a definição do seu negócio, qual o ramo de atividade, o que ven
der e para quem vender e a formalização do empreendimento, chega o grande
momento de muito trabalho e muito cuidado: o momento de apresentar o seu
negócio para o mercado.
Nesse momento, é preciso segurar a ansiedade e tomar todo cuidado, pois
uma estreia errada pode por em risco todo o negócio. Por conta disso, vamos
analisar alguns fatores importantes e primordiais para que a empresa tenha
uma entrada triunfal.
Alguns preparas são necessários. A equipe deve ser treinada e preparada
para atender o seu cliente e é preciso verificar se a produção está em ordem,
bem como as vendas e as finanças.
DIAGRAMA 13. PREPARAÇÃO DE EQUIPE
�
O EMPREENDEDOR PRECISA SABER
EMPREENDEDORISMO •
As corporações são feitas de bens materiais e imateriais, ativos tangíveis
e intangíveis, como os bens móveis, imóveis, produtos, marca, branding, etc.,
mas principalmente elas são feitas de recursos humanos, o chamado capital
intelectual.
As organizações possuem muitas demandas e precisam ter agilidade e cria
tividade para responder rapidamente às exigências de mercado, o que faz com
que as empresas voltem seu foco para a inovação de produtos e serviços.
Por isso, as empresas têm se preocupado com o mercado, com a concor
rência acirrada e em atender o cliente cada vez melhor, percebendo que a apli
cação do conhecimento em suas estratégias pode trazer um diferencial. Por
isso, elas precisam se transformar em verdadeiras organizações do conheci
mento, compartilhando informações para utilizar suas próprias competências
e tornando essa prática uma estratégia rentável.
Esse tipo de ambiente desafiador faz com que as pessoas se identifiquem
com a organização e queiram permanecer na empresa. Além disso, os colabo
radores passam a torcer pela empresa e a "vestir sua camisa". Como é possível
perceber, essa postura influencia na produtividade, no comprometimento e na
satisfação.
É importante ressaltar que os colaboradores são o bem mais importante de
uma organização. São eles que podem dar sustentabilidade e perenidade (ou
não) a uma empresa. Por isso, o sucesso de qualquer empresa está inexoravel
mente ligado à contratação de recursos humanos de primeira qualidade, moti
vados, criativos e inovadores e comprometidos com o futuro, sustentabilidade,
perenidade e a rentabilidade da empresa.
Dessa forma, quanto mais colaboradores engajados e
comprometidos, mais garantido está o sucesso da em
presa e o sucesso dos colaboradores, ou seja, as duas
partes ganham.
Preparação da produção
O empreendedor deve procurar um
cal adequado para o desenvolvimento dos
produtos ofertados ao mercado. Além
disso, deve verificar tudo que será neces
sário para a finalização do produto, como
EMPREENDEDORISMO •
maqu1nanos, equipamentos, matérias-primas, mão de obra, fornecedores,
tecnologia, estoque mínimo para atender a demanda inicial, dentre outros.
QUADRO 7. FATORES DE LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL E LOCALIZAÇÃO COMERCIAL
Localização industrial Localização comercial
Fonte: CHIAVENATO, 2008, p. 178. (Adaptado).
O ideal para o empreendimento é que o empreendedor consiga adequar a
empresa, unificando os dois fatores apresentados no Quadro 7.
Preparação do marketing
O marketing está relacionado à comercialização e venda de produto e ser
viços. Por isso, é preciso analisar onde serão apresentados e disponibilizados
estes produtos, se espaço físico ou virtual. Além disso, é tarefa da equipe de
marketing definir como deve ser:
Disponibilização
dos redutos
DIAGRAMA 14. PREPARAÇÃO DO MARKETING
Leiaute
Iluminação
Banheiro
Estacionamento
EMPREENDEDORISMO •
Preparação das finanças
É importante se atentar para o controle dos primeiros rendimentos das ven
das. Se faz necessário analisar sua alocação, pois muitos empreendedores, ao
receberem os primeiros valores oriundos das primeiras vendas, passam a uti
lizá-lo para uso pessoal. Sendo assim, o empreendedor não deve misturar as
finanças pessoais com as da empresa. Ele deve ter um controle separado e, se
possível, não utilizar a renda inicial nos primeiros meses, para que a empresa
possa fazer um caixa para usos mais necessários posteriormente.
Além disso, é preciso ter em mente que empreender não se trata apenas
de ter um sonho e colocá-lo em prática: é preciso preparação e planejamento.
Portanto, o empreendedor, nesta fase inicial do projeto de apresentar a empresa
ao mercado, precisa trabalhar muito e ir adaptando sua empresa conforme a
resposta de seus potenciais clientes.
EMPREENDEDORISMO •
Sintetizando •
Muitas pessoas possuem o sonho do próprio negócio. Sonhar é fácil e im
portante, pois a primeira característica do empreendedor é sonhar. O sonho
impulsiona ação e motiva o comportamento empreendedor. No entanto, não
apenas de sonhos vive uma empresa: é preciso planejamento, estratégia, ob
servação, conhecimento, parcerias, dentre muitas outras coisas.
Tendo isso em mente, vimos que é preciso desenhar um plano de ação para
colocar o sonho em prática e torná-lo um empreendimento. Para alguns, o so
nho vira um pesadelo, mas isso não é um problema para o empreendedor que
adora um desafio e acredita em seu sonho.
Vimos também que o plano de negócios orienta o empreendedor a tomar
decisões importantes sobre seu negócio. Para isso, ele precisa de muitas in
formações, como analisar o mercado e conhecer seu cliente, fornecedores e
concorrentes. Além disso, precisa ter uma estratégia de marketing para divul
gar seu produto ou serviço e persuadir o cliente a comprá-lo e deve contar com
uma boa equipe de pessoas treinadas para atender o cliente e orientá-lo.
Em seguida, vimos que o empreendedor precisa possuir uma produção de
qualidade que atenda às demandas de mercado, além do controle financeiro
da empresa, principalmente no começo, uma vez que as coisas são muito mais
difíceis no início das atividades, com a empresa tendo mais despesas do que
receitas por ainda não ter volume alto de vendas.
Por fim, falamos brevemente sobre fontes de financiamento e linhas de cré
dito.
Assim, se o empreendedor buscar fazer tudo direito, com calma e profissio
nalismo, verá terá a realização de um sonho concretizada em um empreendi
mento que pode ter muito sucesso.
EMPREENDEDORISMO •
Referências bibl iográficas
••
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