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Sumário
Endodontia ................................................................................................................................................... 4
Anatomia dental ........................................................................................................................................... 4
Incisivo central superior- canais .................................................................................................................... 5
Cirurgia de acesso .................................................................................................................................... 7
Principais instrumentais em endodontia ....................................................................................................... 9
Limas endodônticas ................................................................................................................................ 10
Normas de estandardização ................................................................................................................... 11
Flexibilidade dos instrumentais ............................................................................................................ 12
Tipos de lima .......................................................................................................................................... 13
Lima K ................................................................................................................................................. 13
Lima Flexofile ...................................................................................................................................... 13
Limas Hedstroem ................................................................................................................................ 13
Limite de trabalho endodôntico & odontometria .......................................................................................... 15
Odontometria .......................................................................................................................................... 16
Técnicas radiografias .............................................................................................................................. 17
Incidência excêntrica ........................................................................................................................... 17
Técnica de Clark ................................................................................................................................. 18
Pulpectomia ............................................................................................................................................ 19
Preparo químico cirúrgico do canal radicular-PQC ..................................................................................... 20
Técnicas de instrumentação ....................................................................................................................... 20
Técnica seriada (Paiva e Antoniazzi) ...................................................................................................... 20
Técnica escalonada (step-back) ............................................................................................................. 21
Técnica do preparo progressivo (Crown down) ....................................................................................... 21
Preparo químico ......................................................................................................................................... 21
Substancias química .................................................................................................................................. 23
Hipoclorito de sódio ................................................................................................................................ 23
Protocolo de irrigação ativa- Easy Clean .................................................................................................... 24
Resumo dos passos cirúrgicos e substâncias usadas ................................................................................ 25
Anatomia dental voltada para endodontia ................................................................................................... 26
Incisivo central superior .......................................................................................................................... 26
Incisivo lateral superior ........................................................................................................................... 26
Incisivo central inferior ............................................................................................................................ 26
Incisivo lateral inferior ............................................................................................................................. 27
Canino superior ....................................................................................................................................... 27
Canino inferior......................................................................................................................................... 27
1° pré molar superior .............................................................................................................................. 27
2° pré molar superior .............................................................................................................................. 28
1° pré molar inferior ................................................................................................................................ 28
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1° molar superior ..................................................................................................................................... 28
2° molar superior ..................................................................................................................................... 29
1° molar inferior....................................................................................................................................... 30
2° molar inferior....................................................................................................................................... 31
Obturação................................................................................................................................................... 33
Instrumentação rotatória em endodontia .................................................................................................... 36
Movimento reciprocante ............................................................................................................................. 37
Prevenção e tratamento dos acidentes e complicações endodônticas ....................................................... 39
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Endodontia
"Endo" significa "dentro ou interno", "odóntos"
quer dizer "dente", e "ia" significa ação. Ou seja,
a endodontia é uma especialidade destinada ao
diagnóstico, tratamento e prevenção das doenças
que atingem a parte interna do dente: a polpa, a
raiz e os tecidos periapicais, que envolvem a raiz.
O tratamento de canal consiste na limpeza
interna do dente. O objetivo dessa limpeza é a
remoção tanto de tecido inflamado, como
também a remoção de tecido contaminado em
alguns casos.
O tratamento endodôntico é indicado para
pacientes nos quais a cárie chega até a polpa do
dente, que acaba comprometendo a raiz.
De uma maneira geral, a intervenção do
endodontista é necessária para prevenir a
ocorrência de infecções graves e para evitar a
necrose completa, levando à perda dentária.
Anatomia dental
Cavidade pulpar: é um espaço localizado no
interior do dente, ocupado pela polpa dental,
sendo dividido em duas porções:
Câmara pulpar Canal radicular
Paredes:
Teto
Assoalho
Mesial e distal
Vestibular e lingual
Canal radicular é o espaço ocupado pela polpa
radicular iniciando se no assoalho da câmara e
terminando ao nível nível forame apical
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O canal comentário (CDC) é onde o tratamento
endodôntico deve finalizar.
Normalmente o forame se localiza mais voltado
para distal, pois os nervos se originam na região
posterior.
Forame apical
Os canais radiculares reproduzem a forma
exterior da raiz
A forma e o números de canais são
determinados pelas paredes dentinarias
do canal.
Os canais laterais podem ser encontrados
em todos os dentes.
Canal principal e suas ramificações
É o canal a ser feito o tratamento endodôntico
Incisivo central superior- canais
Dois dos dentes mais simples de tratar
endodonticamente são os incisivos centrais
superiores (esquerdo ou direito) devido a grande
possibilidade de haver só um canal.
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Muito raramente (15% de chances) há a
presença de dois canais radiculares em um
incisivo central, no entanto quando há, sempre
seram dois canais vestibular e lingual.
Observe que o dente na imagem 1 (face
vestibular e lingual) possui a raiz estreita,
impossibilitando a presença de dois canais disto-
linguais, enquanto o mesmo dente na imagem 2
(face distal e mesial) se apresenta muito mais
calibroso possibilitando ver a presença de um
canal na face vestibular e outro na lingual, por
isso denomina-se canais vestíbulo-linguais e não
mesio-distais.
‘’Para que o tratamento endodôntico seja
adequadamente executado, é imprescindível o
conhecimento tridimensional da anatomia dental
incluindo o número de raízes, número de canais,
localização dos mesmos, formato da cavidade
pulpar além das possíveis curvaturas e
singularidades anatômicas que podem ser
encontradas nos diferentes casos a serem
tratados.’’
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Cirurgia de acesso
Também chamada de abertura coronária, a
cirurgia de acesso possibilita aumento do campo
de visão pra posterior obturação do canal
radicular. É o procedimento através da qual se
expõe a câmara pulpar e remove-se todo o seu
teto.
Etapas operatórias
1. Zona de eleição (ponto de eleição)
2. Forma de contorno
3. Direção de penetração
4. Remoção do teto
5. Forma de conveniência
6. Desgaste compensatório
1. Zona de eleição
Área onde se deve iniciar a abertura. Sempre
mantendo a integridade das áreas de reforço da
estrutura dental (cúspides, cristas marginais,
pontes de esmalte, cíngulo). Lembrando que o
acesso em dentes anteriores sempre será na
face lingual ou palatina.
Uma técnica comum para identificar será feito a
abertura é fazer um jogo da velha dividindo o
dente
Pontas diamantadas esféricas de haste longa-
1012 HL
2. Forma de contorno
A forma de contorno deve ser semelhante ao
formato da coroa
3. Direção de penetração
Trajeto a ser seguido desde o ponto de eleição
até a câmara pulpar, em sua porção mais
conveniente e segura. Fase que permite atingir o
interior da câmara pulpar.
Realizado em esmalte e depois em
dentina em direção a área de maior
volume
Em dentes unirradiculados (anteriores)
deverá ser correspondente ao longo eixo.
Broca: 1014 e 1012 HL em alta rotação
Até a sensação de ‘’cair no vazio’’
4. Remoção do teto
Para remoção do teto da câmara pulpar
usaremos uma broca com ponta inativa como a
3081 e broca Endo-Z em alta rotação
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Para sabermos se o teto foi totalmente removido,
pegue uma sonda 5 e insira na cavidade, se a
sonda enroscar, o teto não foi totalmente
removido e precisa de mais desgaste.
5. Forma de conveniência
Alisamento e divergência das paredes
6. Desgaste compensatório
Remoção de interferências destinaria que
estejam atrapalhando o acesso direto do canal
como ombro lingual/palatino.
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Principais instrumentais em endodontia
Explorador n°47
Explorador n°5
Pontas diamantadas 1012 e 1914
Ponta diamantada 1012 HL (haste longa)
Ponta diamantada 3082 (possui ponta
inativa e usada para remover teto pulpar)
Endo Z (possui ponta inativa e é mais
comumente usada em dentes posteriores)
Brocas Gates Glidden
Existem seis tipos de brocas que são usadas
para preparar a entrada do canal. É possível
reconhecer a numeração pela quantidade de
ranhuras localizadas na haste. (baixa rotação)
Broca largo
Parecidas com as Gates, porém essas possuem
a parte ativa maior. (baixa rotação)
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Limas endodônticas
Possuem a função de realizar o preparo
biomecânico do canal radicular.
As limas possuem três tamanhos diferentes:
21mm
25 mm
31 mm
Porém, a parte ativa de todas sempre terá 16mm,
variando somente o tamanho do intermediário.
São feitas de aço inoxidável (uma liga metálica
formada pela mistura de ferro e cromo)
Quanto ao ângulo de corte, a que possui menor
ângulo possui maior ângulo de corte portando a
triangular corta mais.
Guia de penetração
Possui dois tipos:
Ativa: com poder de corte na ponta
Passiva: sem poder de corte
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Normas de estandardização
Em 1746, começava a surgir os primeiros
instrumentais endodônticos quando os dentistas
da época começaram a perceber que ao
removerem a polpa, os sintomas dos pacientes
sumiam.
Os primeiros instrumentos eram feitos a partir de
cordas de violão, piano, relógio etc.
Em 1838, Edward Mayard, começou a produzir
instrumentais endodônticos.
Em 1960, começou a ser estabelecidas normas
de padronização desde instrumentais criando as
normas de estandardização, sã elas:
Numeração do instrumento
Cor do cabo
Comprimento da parte ativa
Diâmetro do instrumento
1. Numeração dos instrumentos
Vão do 6 ao 140
Podemos adquirir dois tipos de caixas:
Caixas de cor única: você terá 6 limas de
um determinado número e uma
determinada cor.
Todas as limas de
numero 6 possuem a
cor rosa, independem
da marca.
Caixas coloridas: você terá 6 limas, uma
de cada número, portanto, uma de cada
cor sendo sempre branco, amarelo,
vermelho, azul, verde e preto,
respectivamente.
2. Cor do cabo
Em uma caixa de limas coloridas sempre teremos
a lima de cor branca representando a menor
numeração da caixa e a de lima preta
representando a de maior, independente de sua
numeracao
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Limas da série especial ou extra série: uma
caixa somente com limas da mesma cor
#6: rosa
#8: cinza
#10: roxo
3. Comprimento da parte ativa
Independente da marca, cor ou numeração a
parte ativa sempre terá 16 mm enquanto o
intermediário poderá ter diferentes tamanhos.
4. Diâmetro dos instrumentos
O vértice ou ponta do guia de penetração
constitui o D-Zero ("D0") que possui natureza
puntiforme. Distando um milímetro de "D0",
encontra-se o "D1". Distando dois milímetros de
"D0", encontra-se o "D2" e assim por diante.
A intersecção da parte ativa do instrumento com
o intermediário constitui o diâmetro chamado de
"D16".
Questão: temos uma lima 50 e queremos saber o
D0 e D16 da mesma
Têm-se uma lima 50, então nosso D0 será =0,50
.
Sabemos que a cada milímetro, o diâmetro
aumenta 2mm, portando se temos 16mm de
comprimento total da lima teremos um aumento
de +32mm até chegar ao D16
(2mm×16mm=32mm)
.
Portando podemos adicionar 32mm ao nosso D0
e teremos o valor do nosso D16, que equivale
0,82 (32mm+D0{0,50}= 0,82)
=
Agorasabemos que o D0 da lima 50 é 0,50 e o
D16 é 0,82.
Na ultima pagina desse capitulo teremos tabelas
demonstrativas da conicidade de alguns tipos de
lima.
Flexibilidade dos instrumentais
Forma de secção e classificação por série
São divididas em 3 séries:
1° série: 15, 20, 25, 30, 35, 40
2° série: 45, 50, 55, 60, 70, 80
3° série: 90, 100, 110, 120, 130 e 140
Observe que as limas aumentam de 5 em 5,
porém a partir da lima 60, aumentará de 10 em
10.
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Tipos de lima
Lima K
Nesse tipo de lima teremos secção
quadrangular na 1°série e secção
triangular na 2º série
Ângulo de corte 60°
Guia de penetração ativo
Estes instrumentos apresentam seção reta
transversal de formato quadrangular do
instrumento no 6 até o no 40, sendo triangular
para todos os diâmetros maiores.
A identificação deste tipo de instrumento é feita
pela impressão de um quadrado vazio na
extremidade do cabo com o número do diâmetro
da ponta (x10-2 mm) em seu interior como na
figura abaixo:
Lima Flexofile
Nesse timo teremos secção triangular
Ângulo de corte de 60°
Ângulo helicoidal 30° a 45°
Guia de penetração inativo
Fabricados por torção apresentando seção reta
transversal triangular. Apresentam menos massa
metálico do que os instrumentos K
convencionais, com maior flexibilidade por
consequência. A identificação deste tipo de
instrumento é feita pela impressão de um
quadrado cheio na extremidade do cabo com o
número do diâmetro da ponta (x10-2 mm) em seu
interior
Limas Hedstroem
Diferentemente das outras, está apresenta
secção transversal circular ou em vírgula e por
isso apresenta no cabo uma bolinha.
As limas tipo Hedstroem (H) são fabricadas em
aço inoxidável ou em NiTi por meio de usinagem
de a partir de haste de seção reta transversal
circular. Os seus números variam de 8 a140. A
parte de trabalho apresenta 16 mm, como as
limas tipo K. A parte de trabalho se caracteriza
por se apresentar como cones sobrepostos com
a base voltada para o cabo do instrumento. A
ponta destes instrumentos se apresenta como
um cone circular. A seção do instrumento após
usinagem apresenta-se no formato de uma
vírgula. Estes instrumentos apresentam grande
poder de corte por limagem, porém não devem
ser utilizados em movimento de alargamento nem
sob tensão sobre as paredes do canal (Lopes e
Siqueira, 2010). A identificação deste tipo de
instrumento é feita pela impressão de um círculo
vazio na extremidade do cabo com o número do
diâmetro da ponta (x10-2 mm) em seu interior
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Limite de trabalho endodôntico &
odontometria
O tratamento endodôntico é necessário quando a
polpa sofre uma agressão e se torna incapaz de
promover sua própria reparação
Quais situações histológicas?
Polpa morta (mortificação devido à presença e
intensidade de agentes agressores)
Polpa viva (trabalhos protéticos e inserção de
núcleo metálico, viva, mas é incapaz de se
regenerar)
Objetivo do tratamento:
Manter o dente na cavidade bucal para devolver
a função do mesmo.
Determinação do limite apical
1. Conhecer variações anatômicas
2. Conhecer alterações fisiológicas
3. Reconhecer alterações patológicas
4. Conhecer aspectos radiográficos e suas
limitações
1. Variações anatômicas do forame
Nem sempre o forame sairá para o vértice, 48%
das vezes sairá pela face distal
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Após vários estudos concluiu-se que a distancia
do CDC ao forame principal é de 0,5 a 1mm além
de o CDC não ser um sitio estável.
2. Alterações fisiológicas
Observe que o canal radicular do dente senil vai
estreitando enquanto o canal comentário vai
ficando mais comprido também.
3. Alteração patológica da anatomia
apical
Rarefação óssea- reabsorção óssea ao redor da
ponta da raiz
Pode haver além da reabsorção óssea,
reabsorção do ápice dental.
Respeitar o limite apical controla os agentes
agressores aos tecidos periapicais.
A agressão pode ser:
Físicas- limas, material obturador.
Química- substância irrigadora
Biológicas- bactérias e seus subprodutos
Odontometria
Odontometria, no contexto da odontologia, é a
determinação do comprimento do dente para fins
endodônticos.
Ao decorrer de todo o procedimento são feitas três
radiografias:
Supomos que um paciente chegou ao consultório e
se fez necessário realizar o tratamento
endodôntico. Então foi retirada uma primeira
radiografia e a partir dela acharemos o CAD que
neste caso deu 19mm:
1. Achar CAD (primeira radiografia)
CAD- Comprimento aparente do dente
Medição do comprimento do dente a partir da
primeira radiografia
2. Diminuir 3mm do CAD
Essa manobra evita a potência apical
(ultrapassar o ápice)
O segundo passo, é diminuir 3mm como uma
medida de segurança do CAD. A partir disso
encontraremos um novo valor denominado de
CRI:
CRI- Comprimento real do instrumento
CRI = CAD - 3
CRI = 19 - 3
CRI = 16mm
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3. Usaremos o valor do CRI para colocar
a lima no canal e faremos uma nova
tomada radiográfica (segunda
radiografia.
4. Ao revelarmos a radiografia,
mediremos a distancia do ápice do
dente até a ponta da lima e este será o
X:
Nesse caso o valor do X é de 4mm.
Ao somarmos o X ao CRI vamos obter um novo
valor chamado de CRD (comprimento real do
dente)
CRD = CRI + X
CRD = 16 + 4
CRD = 20mm
5. Sendo assim reduziremos do valor do
CRD 1mm (quando a polpa estiver
morta) e 1.5mm (quando a polpa estiver
viva).
Polpa morta= -1mm
Polpa morta= -1.5mm
Ao reduzirmos esse valor, iremos obter o ultimo
valor chamado de CRT (comprimento de
trabalho).
Supomos que a polpa do paciente estava morta
então tiraremos 1mm
CRT = CRD-1mm
CRT = 20 - 1
CRT = 19mm
CRT é a medida que vamos colocar na lima para
fazer a instrumentação e a obturação do caso.
É obtido a partir da redução e em torno de 1mm
do comprimento real do dente (por conta do ápice
radiográfico VS ápice real)
6. Confirmação de odontometria (terceira
radiografia)
Formula:
Achar CAD (comprimento aparente do
dente)
CAD - 3mm = CRI (comprimento real do
instrumento)
Achar X (distância da ponta da lima ao
ápice)
X + CRI = CRD (comprimento real do
dente)
CRD - (1 ou 1.5)= CRT (comprimento real
de trabalho)
Técnicas radiografias
Incidência excêntrica
Deslocamento do cone para apical
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Técnica de Clark
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Esvaziamento dos canais radiculares
Etapa do tratamento na qual se promove a
remoção do conteúdo do interior do canal
radicular, que pode estar viva ou morta.
Quando a polpa está viva, mas inflamada, a
remoção do tecido é chamada de pulpectomia.
Quando a polpa está morta e necrosada, os
resíduos restantes são removidos por um
procedimento chamado penetração desinfetante.
Ao removermos uma polpa necrosada devemos
tomar cuidado para não adentrar a lima do limite
CDC e levar bactérias para o sistema circulatório.
Isso pode gerar patologias perirradiculares
graves como angina de Ludwig.
Pulpectomia
Dividida em duas fases
1. Pulpotomia: Remoção da polpa coronária com
brocas e curtas de haste longa
2. Pulpectomia propriamente dita: Remoção do
canal com limas
Esvaziamento por remoção integral- quando o
canal é amplo e volumoso é possível remover
todo a polpa de uma vez.
Deve se fazer descolamento da polpa (CRT) com
lima tipo K de pequeno diâmetro.
Deve se fazer a pulpectomia com lima tipo
Hedstroen e1/4 de volta com tração contra as
paredes.Esvaziamento por esmagamento ou
fragmentação- remoção de todo o tecido pulpar
de canais atrésicos ou curvos.
Nestes casos não é possível fazer esvaziamento
por remoção integral
O Esvaziamento será realizado
concomitantemente ao PQC
Sequência técnica do tratamento
1. Diagnóstico
2. Exame clínico
3. Radiografias
4. Anestesia
5. Isolamento absoluto
6. Cirurgia de acesso+ preparo do terço
cervical para remição do ombro
7. Exploração (CAD-3mm)
8. Odontometria
9. Esvaziamento
Necropulpectomia ou penetração desinfecção
Consiste em limpar e irrigar o canal aos poucos
em direção ao ápice pulpar simultaneamente à
neutralização de seu conteúdo séptico tóxico,
prevenindo extravasamento destes elementos
para os tecidos periapicais.
Sequência técnica do tratamento
1. Neutralização inicial de conteúdo da
câmara pulpar com hipoclorito 1%
(irrigação) até que a solução fique
transparente. Preencher novamente a
câmara pulpar com solução irrigadora.
2. 2. Inserção de lima fina (#10) com
pequenos movimentos de penetração e
agitação avançando por terços.
Irrigar, aspirar e inundar.
Objetivo: aumentar a superfície de contato
entre o tecido neurótico e o hipoclorito
neutralizando o.
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Preparo químico cirúrgico do canal radicular-
PQC
Preparo químico cirúrgico é dividido
Sanificação (Desinfecção, limpeza e
modelagem)
Químico
Irrigação final
Sanificação
Limpeza: Remoção de matéria orgânica viva ou
em decomposição
Desinfecção: Remoção de micro-organismos
Modelagem: Ampliar o canal e volume para
posterior obturação.
Instrumentação
Tipo K
Tipo K Flexível
Tipo Hedstroen
Técnicas de instrumentação
Técnica seriada (Paiva e Antoniazzi)
1° instrumento: confirmação do CRT
Instrumentação de todo o conduto até o CRT.
Em uma polpa viva usaremos quatro limas sendo
que a ultima realizaremos o movimento de
preparo apical. No caso de polpa morta
usaremos 5 limas sendo que a ultima será para
preparo apical.
Todos os instrumentos até CRT
Instrumentação é feita em todo o conduto ao
mesmo tempo com movimento de tração em
todas as paredes do canal.
Qual a importância do preparo ou batente apical?
Apoia e limita o material obturador
Evita o extravasamento do cone de
guta percha
Melhora o selamento do canal com a
adaptação apical do cone obturador
21
A importância de pré curvar a lima
Técnica escalonada (step-back)
Indicada para canais curvos
Após a lima #25 faz se o recuo anatômico ou
determinado (1mm) para iniciar a lima seguinte
Passar a lima memória (25#) entre os
instrumentos para não acumular raspas de
dentina no terço apical.
A- Inserção da lima de memória #25 até CRT
B- Inserção da próxima lima, no caso #30 até
onde der
C- Inserção da lima de memória #25 até CRT
D- Inserção da lima #35 até onde der
E- Inserção da lima de memória #25 até CRT
F- Inserção da lima #40 até onde der
G- Inserção da lima de memória #25 até CRT
H- Inserção da lima 45
I- Inserção da lima de memória #25 até CRT
Técnica do preparo progressivo (Crown down)
Abertura coronária
Preparo da câmara pulpar
Preparo do orifício de entrada do canal
Odontometria (instrumento memória +4-
instrumento de memoria usado na
odontometria é o que couber no canal
radicular)
Canais curvos
Nesse caso, a lima usada na odontometria foi a
#25, então as próximas quatro limas serão
30,35,40 e 45. A lima 45 será usada:
1. Lima #25 até o CRT
2. Lima #45 até onde der
3. Lima #25 até CRT
4. Lima #40 até onde der
5. Lima #25 até CRT
6. Lima #35 até onde der
7. Lima #25 até CRT
8. Lima #30 até onde der
9. Lima #25 até CRT
10. Lima #30 até CRT
Lembrando que a cada inserção deve se irrigar e
limpar quimicamente o canal.
Preparo químico
O maior desafio da endodontia são os canais
contaminados, pois a chance de contaminação
dos tecidos adjacentes dobra.
Na imagem abaixo temos o canal em vermelho
representando as partes que a lima limpou
mecanicamente e em verdes áreas que só
podem ser limpas quimicamente, pois não há
alcance do instrumental.
Objetivo das substâncias químicas
Umectar paredes dentinárias para maior
rapidez e uniformidade da limpeza
Emulsionar os detritos pra tornar possível
sua remoção
Remoção de matéria orgânica e
inorgânica como restos pulpares e raspas
dentinárias.
22
A regra é que substâncias polares dissolvem ou
se misturem em substâncias polares, e que
substâncias apolares somente em outras
substâncias apolares.
Para que haja a possibilidade de mistura entre
duas moléculas de polos diferentes, é necessário
a inserção de tensoativos ou surfactantes.
Essas substâncias têm como função diminuir a
tensão superficial de soluções aquosas e ligar se
a gordura proporcionando a limpeza das
superfícies.
Emulsões são micelas emulsionadas no líquido.
Para que a limpeza de alguma superfície seja
possível é necessário haver o encontro das
micelas com a gordura dentro
microscopicamente, podemos fazer isso de
grosso modo, esfregando ou aumentando a
temperatura e gerando assim a quebra de tensão
superficial.
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Substancias química
Hipoclorito de sódio
Hipoclorito de sódio
Dissolve a matéria orgânica
Solubiliza substâncias proteicas a partir
da desnaturação proteica
Ação rápida, pois possui baixa tensão
superficial, garantindo uma boa
umectação.
Possui ação detergente sobre as gorduras
Bactericida
Reações químicas:
Reação que acontece no frasco- O equilíbrio
química dinâmico da solução aquosa de
hipoclorito de sódio
A mistura do hipoclorito com a água forma o
hidróxido de sódio e ácido hipocloroso. Essas
substâncias encontrarem moléculas de gordura
elas fazem sabão e diminuem a tensão
superficial.
Soluções de hipoclorito e suas
concentracções
0,5%- líquido de Dakin
1%- líquido de Milton
2,5% solução de Labarraque
5%- soda clorada duplamente com entrada ou
solução de Grossman
Águas sanitárias: solução de hipoclorito de sódio
a 2,5 a 4% (teores variáveis)
Desinfetantes diversos: solução de hipoclorito de
sódio a 25-30% (teores variáveis)
Deve ser mantido em temperatura ambiente,
protegido da luz e em vidro ou plástico âmbar.
Cuidados a ter:
Irritante para tecidos periapicais
Irritante para pele e mucosa
Gosto desagradável
Alvejante de roupas
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Peróxido- peróxido de hidrogênio/peróxido de
ureia
Alta tensão superficial
Antimicrobianos
Agentes oxidantes
Por possuir alta tensão superficial precisa ser
associado ao hipoclorito.
Peróxido+ hidrogênio (reação de
Grossman,1943) = formação de macrobolhas
instantaneamente
Endo PTC
Composição:
Peróxido de uréia (10%)
Possui ação desinfetante
Quando neutralizado por NaOCl libera oxigênio
nascente e compostos de cloro ativo
(antimicrobiano)
+
Tween 8/detergente (15%)
Auxilia a limpeza e diminui a tensão superficial do
creme
Liga-se a gordura= ação detergente (umectação-
absorção- emulsificção)
+
Carbowax/ veículo (75%)
Torna a reação entre o peróxido de ureia e o
hipoclorito mais lenta com a formação de
microbolhas= produz efervescência contínua e
duradoura.
Endo PTC (pesado)+ hipoclorito
Usados durante o preparo químico cirúrgico
Após a cirurgia de acesso
Inserir o Endo PTC com uma seringa e agulha de
ponta romba na câmara pulpar
Gotejar NaOCl 1% na câmara pulpar
Agitar o conteúdo com uma lima- efervescência
Introduzir a lima do canal radicular para realizar a
PQC com movimento de instrumentação
A efervescência do Endo PTC duraráno canal
mais ou menos 15 minutos. Quando terminar,
adiciona se hipoclorito.
Só há a necessidade de adicionar mais Endo
PTC ao canal quando não há mais efervescência
com adição somente do hipoclorito.
Quelantes
Primeiro vamos entender o que é a Smear Layer
ou também chamada de lama dentinária. É uma
camada superficial de detritos orgânicos e
inorgânicos (raspas de dentina, fragmentos de
polpa, substâncias químicas e micro-
organismos).
A não remoção da smear layer implica em:
Obstrução dos túbulos dentinários
Redução da permeabilidade dentinária
Dificuldade na penetração de
medicamentos
Prejudica adesividade e adaptação dos
materiais obturadores
Os metais presentes nos dentes são retirados por
uma substância chamada EDTA que apresenta
seletividade por metais pesados como cromo,
ferro, zinco, etc. E no caso do dente, retira o
cálcio.
Protocolo de irrigação ativa- Easy Clean
1. Hipoclorito de sódio 1%
Adicionar 5ml no canal e instrumentar com easy
clean em baixa rotação, aspirar e repetir o
processo por 3x no total. Totalizando 15 ml.
2. EDTA-T ativado
Adicionar 5ml no canal e instrumentar com easy
clean em baixa rotação, aspirar e repetir o
processo por 3x no total. Totalizando 15 ml.
25
3. Hipoclorito de sódio 1%
Adicionar 5ml no canal e instrumentar com easy
clean em baixa rotação, aspirar e repetir o
processo por 3x no total. Totalizando 15 ml.
Resumo dos passos cirúrgicos e substâncias
usadas
1. Uso do NaOCl:
Cirurgia de acesso
Penetração desinfetante
Pulpectomia
2. Uso do NaOCl + Endo PTC:
Preparo químico cirúrgico
3. Uso de Hipoclorito, EDTA e novamente
hipoclorito, respectivamente:
Irrigação final (depois do PQC e antes da
obturação)
26
Anatomia dental voltada para endodontia
Antes de realizar a cirurgia de acesso é preciso
ter conhecimento da anatomia de cada dente,
neste capitulo abordaremos detalhadamente
cada grupo de dentes e suas particularidades.
Incisivo central superior
Número de raízes: 1
Número de canais: 1
Formato de raiz: cônico-piramidal
Câmara pulpar: maior diâmetro mésio-distal
Maior diâmetro no sentido mesio-distal e mais
estreita no sentido vestíbulo-palatal
Abertura coronária e direção de trepanação:
Incisivo lateral superior
Número de raízes: 1
Número de canais: 1 em 97% e 2 canais em
3% dos casos devido ao achatamento mesio
distal da raiz fazendo com que talvez haja a
bifurcação do canal ( sendo um canal
vestibular e lingual).
Raiz com curvatura apical para distal.
Abertura coronária igual para todos os incisivos.
Incisivo central inferior
Número de raiz: 1
Número de canais: 1 em 73% dos casos e 2
em 26% dos casos (sendo um canal vestibular
e outro lingual)
Menor dente de toda a arcada
Formato da raiz achatada no sentido mésio-
distal (por isso maior no sentido vestíbulo
lingual)
27
Incisivo lateral inferior
Número de raiz: 1
Número de canais: 1 canal em 84% das vezes
e 2 em 15% (sendo um vestibular e outro
lingual)
Menor dente de toda a arcada
As características do ILI são iguais ao ICI, no
entanto o ILI possui dimensões maiores.
Formato da raiz: achatada no sentido mésio-
distal.
Canino superior
Número de raízes: 1
Número de canais: 1
Canal único e amplo
Dente mais longo da arcada
Formato da raiz cônico piramidal, semelhantes
à raiz do incisivo central superior.
Abertura coronária e direção de trepanação:
Canino inferior
Número de raízes: 1 em 94% dos casos e
2% em 6% dos casos
Número de canais: 1 canal em 88% dos
casos e 2 em 11% (sendo canal vestibular e
outro lingual).
Formato da raiz: achatada no sentido mésio-
distal.
1° pré molar superior
Número de raizes: 1 raiz em 35% dos casos,
2 raízes em 61% dos casos e 3 raízes raízes
3,5% dos casos.
Número de canais: 1 canal em 8,3% dos
casos, 2 canais em 84,2% dos casos e 3
cansi em 7,5% dos casos (sendo um canal
vestibular e outro lingual quando houver 2
canais/ um canal mesio vestibular, outro
mesio lingual e outro disto lingual quando
houver 3 canais)
Câmara pulpar achatada no sentido mésio-
distal e alongada no sentido vestibulo-palatal.
28
2° pré molar superior
Número de raiz: 1 raiz em 95% dos casos e
5% dos casos
Número de canais: 1 canal em 53% dos casos
e 2 canais em 46% dos casos (sendo um
canal vestibular e outro lingual)
Abertura coronária:
1° pré molar inferior
Número de raíz: 1 raiz em 82% dos casos e 2
em 18% dos casos.
Número de canais: que canal em 66% dos
casos, 2 canais em 32% dos casos e 3 canais
em 2% dos casos (sendo um canal vestibular
e outro lingual)
Quando tem mais de um canal é de difícil
tratamento
Abertura coronária:
1° molar superior
Número de raízes: três em 100% das vezes
(Raiz mésio-vestibular, raiz disto vestibular
e raiz palatal)
Números de canais: três canais em 30%
das vezes e 4 canais em 70% dos casos (a
raiz mesio-vestibular pode ter 2 canais).
Observe que a bossa distal é mais saliente que
a vestibular
29
Raízes do 1° molar superior
Duas raízes vestibulares e uma palatina
Raiz mésio vestibular ampla no sentido
vestíbulo palatal e achatada mésio distalmente.
Raiz disto vestibular possui formato cônico e é
menor em tamanho que a mésio vestibular.
Raiz palatal é a única e volumosa tendo formato
cônico.
Quando houver 4 canais, dois deles estarão na
raiz mésio vestibular e o quarto canal se chamará
de mésio palatino.
Canais do 1° molar superior
Canal palatal: amplo e de fácil acesso com
secção circular ou ovoide
Canal disto vestibular: bastante atrésico, seu
caminho varia bastante.
Canal mésio
vestibular: igual a
raiz mésio vestibular,
é bastante achatado
ano sentido mésio
distal.
Canal mésio-palatal:
está presentes na
raiz mesial de 70%
dos casos
Cirurgia de acesso:
Ponto de eleição na fosseta central
Triangulo de Marmasse (localizar canal DV)
Achar o canal mais fácil (palatino) e em seguida
o segundo mais fácil (mésio vestibular e/ou
mésio palatino) e traçar uma linha imaginaria
entre os dois.
Traçar um semi circulo de um canal a outro, o
canal disto vestibular estará nesse desenho
imaginário.
2° molar superior
Número de raízes: 3 em 100% das vezes (raiz
mésio-vestibular, raiz disto vestibular e raiz
palatal)
30
Número de canais
3 canais em 50% dos casos
4 canais em 50% dos casos (a raiz mésio
vestibular pode ter dois canais e é normal ter
uma fusão das raízes; é normal se ter uma
fusão das raízes)
1° molar inferior
Numero de raízes: 2 raízes em 97% dos casos
e 3 raízes em 3% (sendo uma raiz mesial e
outra raiz distal)
Número de canais: 2 canais em 8% dos casos,
3 canais em 78% dos casos e 4 canais em
14% dos casos.
Tanto a raiz mesial quanto a distal podem
apresentar dois canais.
Canais do 1° molar inferior
A raiz que apresenta canal único irá ter o
canal amplo e de forma ovoide no sentido
vestíbulo lingual
A raiz que apresenta dois canais irá ter
condutor atrésicos e curvos.
É mais comum apresentar 3 canais, sendo
dois dele mesiais (mésio vestibular e mésio
lingual
Quando houver 3 canais a forma de contorno será
trapezoidal, enquanto com 4 canais, será
quadrangular.
Observe que ele possui três cúspides na
vestibular
Observe que o molar é amplo em ambos os lados
E a facemesial possui um achatamento de
dentina, devido há maior porcentagem de haver
dois canais que foram separados por esse
achatamento nessa face.
Variações anatômicas do molar inferior
Terceiro canal na raiz mesial entre o Canal
mésio vestibular e mésio lingual, chamado de
Canal médio mesial.
31
Quando há um canal em direção a furca,
chamamos o de canal cavo-inter-radicular.
Devido à fusão dos condutos temos o chamado
Canal em C que acontece em apenas 5% dos
segundo molares inferiores. Pode acontecer mais
frequentemente em pacientes orientais.
2° molar inferior
Número de raízes: 2 raízes em 98,5% dos
anos e 3 raízes em 1,5 dos casos (sendo
uma raiz distal e outra mesial)
Número de canais: 2 canais em 16,2% dos
casos, 3 canais em 72,5% dos casos e 4
canais em 11,3 dos casos.
Semelhante ao 1° molar, mas com
dimensões reduzidas.
Abertura coronária
1. Ponto de eleição
Irá depender do dente, sempre evitando
estruturas de reforço como pontes de esmalte.
No molar inferior, por exemplo, o ponto de
eleição será na fossula mesial.
2. Broca esférica ao longo eixo do dente até a
sensação de cair no vazio.
3. Trocar para Endo Z para remoção do teto
pulpar sem comprometer o assoalho. A ponta
precisa ser inativa por esse motivo e o
movimento do instrumento dev ser de mesial
pra distal.
4. Forma de contorno: deve seguir o formato dos
canais. Por exemplo, em um molar superior
será triangular, pois existe um coisa canais na
vestibular e um na lingual.
32
5. Remoção do teto pulpar. Passar a sonda
e desgastar até não sentir o teto pulpar.
Erros na abertura coronária
1. Remoção insuficiente do teto pulpar, sem
retirar todo o teto não é possível ver todos os
canais. Na primeira imagem ainda há teto, na
segunda se pode ver o assoalho, pois o teto
já foi desgastado o suficiente.
2. Deformação do assoalho, geralmente
causado por não trocar a ponta diamantada
usada durante a abertura coronária por uma
de ponta inativa na etapa seguinte de dar a
forma de contorno. A ponta diamantada pode
desgastar parte do assoalho
3. Perfurar assoalho pulpar: acontece quando
não se troca de broca após a abertura. Deve
se trocar por uma 3082 ou Endo Z.
33
Obturação
A obturação é a etapa final do tratamento com
objetivo de perpetuar o saneamento obtido
durante o PQC e MIC selando o canal por todos
os seus limites (região apical, marginal e
cervical).
A necessidade do selamento se dá porque
quando o espaço está vazio o canal pode liberar
um fluido tecidual estagnado tóxico que alimenta
microrganismos, gerando inflamações ao
periapice e a inflamação por sua vez também
produz mais fluido, entrando em um ciclo vicioso
infeccioso.
Fases do tratamento endodôntico
1. Cirurgia de acesso
2. Odontometria e esvaziamento
3. Preparo químico cirúrgico (PQC)
4. Medição intracanal (MIC)
5. Obturação do sistema de canais
Deve-se respeitar o limite do tratamento
endodôntico da etapa 2 a 5.
O momento oportuno para obturação é 72 horas
após o PQC (em polpa morta) ou logo após o
PQC (polpa viva)
Também, o paciente deve se encontrar sem dor e
sem sintomas, a palpação apical e percussão
devem ser assintomáticas, além de não poder ter
edemas, mobilidade, exsudato e sangue.
Requisitos do material obturador ideal
Selar hermeticamente o canal radicular
Não irritar os tecidos
Não expandir ou encolher
Ser insolúvel a fluidos tissulares
Radiopaco sem alterar a cor das
estruturas dentais
Ser de fácil remoção
Materiais presentes:
Sólidos
Cone de prata
Cone de guta percha
Cone de resina
Requisitos
Estabilidade dimensional
Radiopacidade
Tolerância tecidual
Insolúvel aos líquidos corporais
Cimentos:
Óxido de zinco
Hidróxido de cálcio
Ionomero de vidro
Silicone
Resinosos
Requisitos
Deve ter selamento, adesividade,
biocompatibilidade, antimicrobiano, insolúvel e
radiopaco
Cone de guta percha é o material mais usado
Cones de guta percha
20% matriz
60% oxido de zinco
10% sulfato de bário
10% outros
O Cone possui boa adaptação, tolerância
tecidual, estabilidade dimensional e é facilmente
removido.
34
Cimento
O cimento obturador tem a função de unir os
cones entre si e estes com as paredes dos
canais, preenchendo as irregularidades e
promovendo selamento hermético do sistema de
canais
Podem ter base de:
Oxido de zinco e eugenol
Hidróxido de cálcio
Cimento ionomero de vidro
Resina (AH Plus padrão ouro)
Cerâmica
Técnica de obturação
1. Irrigação e aspiração final com hipoclorito
e EDTA para que haja permeabilidade.
2. Escolha do Cone principal ou mestre
3. Prova do Cone
Medir o cone com a régua endodôntica de acordo
com CRT, fazer uma marca no cone com a pinça
e em seguida inserir no canal:
Em seguida, analisar visualmente se a medida do
Cone até a marcação corresponde a borda incisal
ou oclusal do Cone
Teste tátil: após inserir o cone no canal, puxar
suavemente com a pinça, se houver resistência
(travamento na porção apical), significa que o
cone se adaptou a dimensão do canal.
Teste radiográfico: visualizar se o cone se adapta
ao canal pela radiografia.
4. Secagem: cone de papel absorvente, se o
cone usado for 35, usar cone de papel 35.
Secar até o cone deixar de sair molhado do canal
5. Espatulação com AH Plus.
Usando a proporção de 1:1, criar uma pasta e em
seguida usar o próprio cone para pincelar as
paredes até afloração de cimento na câmara
pulpar
35
6. Acomodação lateral dos cones
secundários nos espaços que sobraram.
Dos mais finos e longos para mais finos e
robustos.
Tirar a radiografia da qualidade
7. Realizar corte com calcador de Paiva
aquecido com o maçarico.
Em seguida com o condensador frio, realizar a
técnica de condensação vertical (empurrar em
direção ao ápice)
8. Limpeza final. Limpar com álcool ou licor
de Hoff
9. Selamento provisório.
Pode ser feito com a inserção de uma bolinha de
algodão e cotozol e depois CIV restaurador.
10. Radiografia final para controle do pós-
operatório averiguando se houve
neoformação óssea
36
Instrumentação rotatória em endodontia
Limas de níquel Titânio (1992)
Flexibilidade
Novos desenhos
Superelasticidade
Diferentes conicidades, secção transversal,
ângulos helicoidais
Velocidade controlada: 250-500 rpm
Número menor de instrumentos para
instrumentação
Motores endodônticos
Diferença da lima manual para rotatória
Enquanto a lima manual aumenta 0,2mm do D0
para o D1, a rotatória aumenta 0,6mm.
A principal vantagem da rotatória é que ela
desgasta mais, tornando desnecessário o uso de
várias limas como no uso das manuais.
37
Antes de abordarmos do que se trata o
‘’movimento reciprocante’’ iremos relembrar as
principais diferenças da instrumentação rotatória
para manual:
A lima manual é fabricada de aço
inoxidável, material rígido que dificulta o
PQC em canais curvos.
A lima rotatória: feita de níquel titânio,
material mais flexível possibilitando um
PQC mais seguro e rápido em canais
curvos.
Na instrumentação rotatória a lima manual
não é dispensada. A lima manual (10 ou
15) realiza abertura do canal para
posterior uso da rotatória.
A lima rotatória precisa ser usada em um
motor endodôntico especial que gira de
200 a 900 rpm
Movimento reciprocanteÉ um movimento rotatório alternativo que
consiste em movimentos no sentido horário e
anti-horário, em diferentes anulações.
O movimento recíprocante foi descoberto por
Gassan Yared quando o pesquisador descobriu
que o movimento reduz a incidência de fratura
por fadiga torsional; maior número de ciclo até a
fratura e o uso único de uma lima, além de gerar
menor contaminação cruzada.
Movimento da Lima reciprocante
Vai 170º em sentido horário e volta 50º em
sentido anti-horário, andando no total 120º
Lima do tipo Reciproc
Também usada em motor endodôntico porem
muda sua angulação
Vai 150º em sentido horário e volta 30º em
sentido anti-horário, andando no total 120º
Todas as limas reciprocantes devem ser
descartáveis,
38
Princípios para utilização
Movimentos suaves de "bicada" ou
vaivém
Penetre no canal sempre com o
instrumento em movimento
Não penetre mais que 1mm de cada vez
Aplique sempre suave pressão
Nunca force o instrumento reciprocamente
Proibido
Proibido permanecer com o instrumento
acionado por mais de 2 segundos no
mesmo ponto do canal
Realizar mais de 3 movimentos de bicada
sem retirar o instrumento do canal, limpá-
lo e realizar a irrigação.
39
Prevenção e tratamento dos acidentes e
complicações endodônticas
O profissional deve ter conhecimento anatômico
das cavidades pulpares, conhecer os
instrumentais e cinemática, realizar preparo
correto do canal além da obturação adequada.
Enquanto o paciente deve ser informado do
ocorrido e esclarecido sobre a opção de
tratamento, nunca esconder o ocorrido. Após o
acidente o profissional deve fazer um
planejamento minucioso de como será o
tratamento posterior.
Prevenção: reconhecer limitações e saber limites
básicos
Acidentes podem surgir em qualquer fase do
tratamento endodôntico, sendo q grande maioria
de origem iatrogênia:
Degraus
Separação do instrumento
Perfuração
Extratavasamento de material obturador
Alteração cromática coronária
Fratura coronorradiculares
Complicações: podem advir dos acidentes
ocorridos, ou serem inerentes aos dentes
Curvaturas acentuadas
Canais calcificados
Canais atrésicos
Rizogenese incompleta
Reabsorções
Principais problemas:
Problemas na análise radiográfica
Problemas encontrados durante o
isolamento
Perfuração coronária ou radicular
Localização e negociação com canais
calcificados
Acidentes no PQC
Problemas relacionados com obturação
Retratamento ou cirurgia paraendodôntica
Dificuldade no gerenciamento das
urgências
Importância do isolamento absoluto
Exclusão da umidade do campo
operatório
Retração e proteção dos tecidos moles a
fim de promover acesso a área a ser
operada
Melhor visibilidade do campo operatório
Proteção do paciente contra aspiração e
deglutição acidental de pequenos
instrumentos, restos de materiais ou
fármacos utilizado
Minimização da transmissão de moléstias
contagiosas (Hepatite, AIDS, Covid etc.)
A ausência do isolamento pode permitir
deglutição e aspiração
Medidas preventivas
Proteção das roupas do paciente de
salpicos de hipoclorito que possam
ocorrer
Tanto o paciente quanto o dentista devem
usar óculos
Acidentes de cirurgia de acesso por:
Abertura insuficiente
Desgaste acentuado
Remoção do material restaurador
Fratura das brocas
Perfuração
Calcificação (como na imagem abaixo)
40
Acidentes endodônticos
Localização e negociação com canais
calcificados
Acidente no PQC (perfuração da raiz)
Acidentes durante o PQC são causados por
degraus, falsos canais, e perfuração durante s
instrumentação.
Falso canal
Formação de um canal dentinário sem
comunicação com o ligamento periodontal
Erro de instrumentação
Criado a partir de um degrau
Dificuldades de remoção do material
obturador de canais atresiados, de canais
curvos com pequenos de curvaturas de
segmentos apicais de canais obstruídos
(raspas de dentina, fragmentos metálicos)
Degrau
Uso inadequado dos instrumentais
Abertura coronária incorreta como a
remoção do teto
Dificuldade em remover material
obturador em retratamento de canais.
Falta de desgastaste compensatório como
remover proeminências de dentina
Preparo cervical inadequado
Irrigação ineficiente
Subinstrumentação
Preparo do canal aquém do CRT (O
instrumento endodôntico não atua em
toda a extensão do comprimento de
trabalho do canal radicular)
Causada por erros na determinação do
comprimento de trabalho e perda da
referência incisal ou oclusal durante a
instrumentação no comprimento de
trabalho; movimento de limagem aquém
do CRT; obturação do segmento apical do
canal radicular por detritos oriundos da
instrumentação por limagem
Deficiente volume de solução química
auxiliar presente no interior do canal
durante a instrumentação.
Compactação de dentina
Causas: falhas na irrigação/aspiração e
desrespeito ao ponto de referência pela
falta de stops necessários
Conduta: irrigar e aspirar, pegar uma lima
fina pré curvada e calibrada e retomar ao
CRT.
Sobre instrumentação
Também denominada arrombamento do
foram apical, é a instrumentação do canal
até ou além da abertura foraminal
Descuidos na determinação e
manutenção do CRT.
Acidente ocorre em canais retilíneo
Em canais curvos o arrombamento do
forame apical é denominado Transporte
apical externo (zip)
41
Acidentes em endodontia
Fratura de instrumentos
Cinemática incorreta
Força excessiva
Escolha inadequada
Excesso de uso
Uso do Micromega para captura de limas
fraturadas
A outra alternativa para remoção de um lima
fraturada no canal é trançar três limas ou com
ultrassom
O instrumento rotatório fratura por motivos como
fadiga cíclica.
Complicações na irrigação e aspiração
Excesso de pressão apical
Injeção de liquido no tecido periapical
Enfisema
Acumulo de detritos com a irrigação
insuficiente
Descoloração na roupa do paciente
Pré-requisitos para extravasamento NaOCl via
forame apical
Forames apicais amplos
Contrição apical destruída
Instrumentação
Reabsorção
Pressões excessivas durante a irrigação
Travamento da agulha
Sintomas
Dor imediata
Enfisema imediato (acúmulo de gás
dentro dos tecidos moles)
Possível edema extenso comprometendo
metade da face decorrente ao processo
inflamatório
Hemorragia no canal radicular
Hemorragia intersticiais com hemorragia
de pele e mucosa (equimose)
Gosto de cloro e irritação na garganta
Infecções secundárias
Possibilidade de parestesia
Terapêutica quando acontece
Informar paciente gravidade
Controlar a dor (anestesia, analgésicos)
Em casos graves encaminhar ao hospital
Compressas frias na região extraoral pra
reduzir edema e depois de um dia
compressas quentes para circulação
Controle diário da sensibilidade
Antibióticos: não obrigatórios, apenas
quando há risco de infecção secundária.
42
Conclusão da terapia endodôntica com
soro fisiológico ou clorexidina
Obturação
Dificuldade na seleção do cone principal
Condensação lateral deficiente
Subobturação
Sobreobturação
Faria radicular, condensação radicular
excessiva43
Técnica de Clark
É uma técnica radiológica usada principalmente
na disciplina de endodontia para visualização e
dissociação de canais sobrepostos.
A técnica difere da convencional (ortorradial) em
que o canhão de radiação é apontado direto para
o objeto, enquanto na técnica de Clark o canhão
é distalizado ou mesializado para que os dois
canais apareçam sobre a o filme radiográfico.
Os observadores 1,2 e 3 representam a posição
do canhão e a imagem reproduzida pelo filme
radiográfico a depender de como iremos
posiciona-lo e o objeto A e B representam os
canais sobrepostos.
O observador 1 representa o canhão
posicionado para técnica ortorradial. Note que a
imagem que o observador 1 vê é somente do
objeto que está na frente, a mesma coisa nesse
tipo de radiografia, o filme registra somente o
objeto mais próximo
O observador 2 e 3 representam o canhão
mesializado ou distalizado para técnica de Clark.
Note que a imagem que o observador consegue
ver os dois objetos mudando o lugar da onde
está posicionado.
Como saber se a radiografia foi mesializada
ou distalizada?
A partir do grampo conseguimos descobrir essa
informação.
Observe as duas asas do grampo sinalizadas por
1 ou 2, a asa que estiver mais próxima do ápice é
sempre a asa palatina ou lingual.
Logo a asa 1 será a asa palatina ou lingual e a 2
será a asa vestibular.
Sabemos também que o objeto que está mais
longe do canhão acompanha a direção do
mesmo (distal ou mesial). Sabendo que o grampo
44
1 (objeto mais longe) está para mesial,
concluímos que o canhão foi mesializado.
E quanto aos canais?
Como saber qual canal é o vestibular ou
palatino?
Nós sabemos que a asa 1 está na palatina logo o
canal mais próximo a ela será o canal palatino.
Canal 1= palatino e canal 2= vestibular.
Agora vamos analisar outra radiografia:
O grampo se encontra no primeiro pré-molar,
sabemos que a asa palatina sempre se
encontrará mais perto do ápice, logo podemos
identificar a asa palatina (1) e a vestibular (2).
O grampo palatino se encontra mais para mesial,
logo a radiografia foi mesializada.
E quanto aos canais?
Sabemos qual é a asa do grampo palatino (1),
então o canal palatino será o mais próximo ao
grampo palatino (1) e sabemos que a radiografia
foi mesializada, logo o canal mais voltado para o
a mesial é o palatino.
Canal 1= palatino e canal 2= vestibular
Agora vamos analisar outra radiografia:
Trata se de um primeiro molar superior conhecido
por ter três raízes e três canais na maioria dos
casos.
Com o dado de que o grampo mais próximo do
ápice será sempre o palatino já conseguimos
dissociar um dos grampos.
Com o outro dado de que o grampo palatino
acompanha a direção do feixe concluímos que a
radiografia foi distalizada, pois o grampo palatino
se encontra mais para distal.
Para interpretar essa radiografia, vamos
relembrar a anatomia desse dente:
Três raízes (raiz mésio-vestibular, raiz disto
vestibular e raiz palatal) com 4 canais em
70% dos casos (a raiz mésio-vestibular
pode ter 2 canais).
45
Durante a odontometria, é possível enxergar as
três raízes com uma radiografia ortorradial, no
entanto é necessário executar a técnica de Clark
para ver o quarto canal na raiz mésio vestibular,
pois nessa raiz se encontram dois canais (mésio
vestibular/MV1 e mésio palatino/MV2)
Quanto às raízes?
Com base nos dado que descobrimos
anteriormente de que a radiografia foi distalizada,
sabemos que a raiz palatina está mais para a
distal, logo sabemos qual das três raízes é a
palatina. Sobraram duas raízes vestibulares, a
raiz mais voltada para mesial será a mésio-
vestibular e a mais voltada para a distal será
disto-vestibular.
Vamos para o ultimo exemplo agora!
Trata se de um molar inferior, caso seja
necessário retorne ao capitulo de Anatomia
dental para relembrar.
Observe que só é possível ver uma asa do
grampo, essa asa está próxima ao ápice, logo ela
só pode se tratar da asa lingual
A radiografia foi mesializada.
Com os conhecimentos que temos sobre o molar
inferior (pág. 30) sabemos que ele possui duas
raízes e três canais sendo uma raiz mesial e
outra distal e na raiz mesial temos um canal
mésio lingual e outro mésio vestibular.
46