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REALIZAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO ASSESSORIA TÉCNICA GIUSEPPE CALABRO FILHO – 2023/ 2022 RICARDO DE LIMA ARMOND – 2022 VANDERLEI ASSAF MOGHETTI - 2021 DIAGRAMAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO PICTORAMA DESIGN Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros E73s Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros de transportes / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de Ensino Técnico / Assessoria técnica de Giuseppe Calabro Filho. -- 5.ed. -- Rio de Janeiro: ENS, 2023. 22,8 Mb ; PDF 1. Seguros transportes. I. Calabro Filho, Giuseppe. II. Título. 0022-2675 CDU 368.2(072) É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola. 5a EDIÇÃO RIO DE JANEIRO 2023 A ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um mercado de seguros, previdência complementar, capitalização e resseguro cada vez mais qualificado. Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem sólida trajetória acadêmica. A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a competitividade é cada vez maior. Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros. SEGUROS DE TRANSPORTES 1. ASPECTOS GERAIS DE SEGUROS DE TRANSPORTES 10 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 11 Conhecendo os personagens 12 DIVISÃO DA CARTEIRA DE SEGUROS DE TRANSPORTES 19 Seguros de Transportes 20 Seguros de Responsabilidade Civil do Transportador 21 CONTRATO DE SEGURO DE TRANSPORTES 21 INTERESSE SEGURÁVEL 22 CONTRATOS DE COMPRA E VENDA E INCOTERMS 24 Obrigatoriedade da Contratação do Seguro de Transportes de Bens 29 INSTRUMENTOS DE UM CONTRATO DE SEGUROS DE TRANSPORTES 30 Questionário 31 Proposta 31 Apólice 32 Averbação 34 Endosso 35 Fatura ou Conta Mensal 35 Certificado de Seguro 36 CONCEITOS UTILIZADOS EM SEGUROS DE TRANSPORTES 36 Limite Máximo de Garantia (LMG) 37 Prazo para Pagamento do Prêmio 38 Franquia e Participação Obrigatória do Segurado (POS) 38 Critérios de Taxação 40 SUMÁRIO INTERATIVO SEGUROS DE TRANSPORTES Importância Segurada 40 Moeda do Seguro 41 Vistoria 42 FIXANDO CONCEITOS 1 43 2. CONDIÇÕES GERAIS E COBERTURAS BÁSICAS DOS SEGUROS DE TRANSPORTES 46 CONDIÇÕES GERAIS 47 Condições contratuais padronizadas 47 Prejuízos Não Indenizáveis 48 Bens e/ou Mercadorias Não Compreendidos no Seguro 48 Pagamento do Prêmio 49 Prazo do Seguro 49 Regulação e Liquidação de Sinistros 50 CONCORRÊNCIA DE APÓLICES 50 SUB-ROGAÇÃO DE DIREITOS 50 RESCISÃO E CANCELAMENTO 51 OBRIGAÇÕES DO SEGURADO 51 PERDA DE DIREITOS 53 COBERTURAS BÁSICAS 54 COBERTURA BÁSICA RESTRITA C 56 COBERTURA RESTRITA B 57 COBERTURA BÁSICA AMPLA A 57 PREJUÍZOS NÃO INDENIZÁVEIS (RISCOS NÃO COBERTOS) 58 RISCOS SUJEITOS À CONSULTA PRÉVIA E ESTIPULAÇÃO NA APÓLICE (COBERTURAS A, B E C) 59 Início e Fim dos Riscos (Coberturas Básicas A, B e C) 60 FIXANDO CONCEITOS 2 62 SEGUROS DE TRANSPORTES 3. COBERTURAS ADICIONAIS DOS SEGUROS DE TRANSPORTES 65 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 66 COBERTURA ADICIONAL DE FRETE E/OU SEGURO 67 COBERTURA ADICIONAL DE DESPESAS 67 COBERTURAS ADICIONAIS DE TRIBUTOS (MERCADORIAS IMPORTADAS) 68 COBERTURA ADICIONAL DE LUCROS ESPERADOS 69 COBERTURA ADICIONAL PARA EMBARQUES AÉREOS SEM VALOR DECLARADO 70 COBERTURA ADICIONAL PARA CLASSIFICAÇÃO DE NAVIOS EM VIAGENS INTERNACIONAIS 70 COBERTURA ADICIONAL DE RISCOS DE GREVES 71 COBERTURA ADICIONAL DE RISCOS DE GUERRA PARA EMBARQUES AQUAVIÁRIOS E AÉREOS 72 FIXANDO CONCEITOS 3 74 4. SEGURO OBRIGATÓRIO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO DE CARGA (RCTR-C) 76 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 77 RISCOS COBERTOS 78 RISCOS NÃO COBERTOS 79 BENS OU MERCADORIAS NÃO COMPREENDIDOS NO SEGURO 81 COBERTURAS DE BENS OU MERCADORIAS SUJEITOS A CONDIÇÕES PRÓPRIAS 82 COMEÇO E FIM DOS RISCOS 82 APÓLICE DE RCTR-C 83 AVERBAÇÕES 83 Averbação Simples 83 SEGUROS DE TRANSPORTES IMPORTÂNCIA SEGURADA E LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA 84 ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE 85 COBERTURAS ADICIONAIS DO SEGURO DE RCTR-C 86 Cobertura Adicional de Operações de Carga/Descarga/Içamento 86 Cobertura Adicional para Viagem Rodoviária com Percurso Complementar Fluvial 86 Cobertura Adicional para Extensão de Cobertura ao Valor dos Impostos Suspensos e/ou Benefícios Internos 87 Cobertura Adicional para o Transporte de Cargas Excepcionais/Especiais 87 CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DO SEGURO OBRIGATÓRIO DE RCTR-C 87 CRITÉRIOS DE TAXAÇÃO 90 FRANQUIA E PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO 92 PRÊMIO 92 FIXANDO CONCEITOS 4 94 5. SEGURO FACULTATIVO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO POR DESAPARECIMENTO DE CARGA (RCF-DC) 97 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 98 RISCOS COBERTOS 99 RISCOS NÃO COBERTOS 100 BENS NÃO COMPREENDIDOS NO SEGURO 100 COBERTURA DE BENS OU MERCADORIAS SUJEITOS A CONDIÇÕES PRÓPRIAS 101 COMEÇO E FIM DOS RISCOS 101 APÓLICE DE RCF-DC 102 IMPORTÂNCIA SEGURADA E LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA 102 CRITÉRIOS DE TAXAÇÃO 102 PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO (POS) 103 AVERBAÇÕES 104 PRÊMIO 104 SEGUROS DE TRANSPORTES COBERTURAS ADICIONAIS DO SEGURO DE RCF-DC 105 Cobertura Adicional de Roubo no Depósito do Transportador 105 CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DO SEGURO DE RCF-DC 105 FIXANDO CONCEITOS 5 108 6. PROCESSOS DE SINISTROS NOS SEGUROS DE TRANSPORTES 111 CONCEITO BÁSICO DE SINISTROS 112 APURAÇÃO DE DANOS 113 Tipos de Vistoria 114 REGULAÇÃO 116 Perda Total 116 Salvados 117 LIQUIDAÇÃO 118 FIXANDO CONCEITOS 6 120 7. GERENCIAMENTO DE RISCOS 122 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 123 GERENCIAMENTO DE RISCO 124 Tipos de Gerenciamento de Riscos 124 Principais Mecanismos 125 Consulta a Cadastro de Motoristas e Proprietários de Veículos de Transportes Terrestres de Cargas 125 Rastreamento, Monitoramento e Roteirização 125 Escolta 126 FIXANDO CONCEITOS 7 129 ESTUDOS DE CASO 131 GLOSSÁRIO 134 SEGUROS DE TRANSPORTES ANEXOS 139 Anexo 1 – Modelo de proposta de seguro de transportes 139 Anexo 2 – Modelo de apólice avulsa de seguro de transporte internacional 140 Anexo 3 – Exemplo de de Avaria Grossa 143 Anexo 4 – Modelo de apólice de seguro RCTR-C 146 Anexo 6 – Certificado de Seguro de Transportes 152 Anexo 7 – Coberturas básicas dos Seguros de Transportes 153 Anexo 8 – Coberturas adicionais dos Seguros de Transportes 154 Anexo 9 – Cláusulas específicas para Seguros de Transportes 155 Anexo 10 – Tarifa nacional – Terrestre (rodoviário/ferroviário) – Cobertura C 156 Anexo 11 – Modelo de questionário para análise de aceitação – RCTR-C e RCF-DC 157 GABARITO 160 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 163 10 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES 01 ■ Refletir sobre os modais de transportes e os elementos que precedem a demanda por seguros de transportes, que irão gerar a necessidade e/ou obrigação de seguro, bem como influenciar na tomada de decisão quanto à sua contratação, considerando as cláusulas contratuais aplicadas em transações de compra e venda. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Compreender os conceitos utilizados nos seguros de transportes e seus ramos, analisando situações práticas e considerandoos principais elementos de uma operação de transporte. ⊲ CONSIDERAÇÕES INICIAIS ⊲ DIVISÃO DA CARTEIRA DE SEGUROS DE TRANSPORTES ⊲ CONTRATO DE SEGURO DE TRANSPORTES ⊲ INTERESSE SEGURÁVEL ⊲ CONTRATOS DE COMPRA E VENDA E INCOTERMS ⊲ INSTRUMENTOS DE UM CONTRATO DE SEGUROS DE TRANSPORTES ⊲ CONCEITOS UTILIZADOS EM SEGUROS DE TRANSPORTES ⊲ FIXANDO CONCEITOS 1 TÓPICOS DESTA UNIDADE ASPECTOS GERAIS de SEGUROS de TRANSPORTES 11 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES CONSIDERAÇÕES INICIAIS Por definição, o Seguro de Transportes é um contrato pelo qual a segura- dora se obriga a indenizar o segurado quanto aos prejuízos decorrentes de danos materiais causados à carga durante o transporte. Antes de começarmos, que tal você dar uma olhada no esquema a seguir? Ele vai te mostrar, de forma bem simplificada, um esquema global com os principais elementos de uma operação que, normalmente, precede e demanda um Seguro de Transportes. FIGURA 1: PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA OPERAÇÃO Necessidade e Obrigação de Seguro Seguro do Transportador (RC) COMPRA VENDA OU TRANSFERÊNCIA CONTRATO DE COMPRA E VENDA NOTA FISCAL OU DOCUMENTO EQUIVALENTE Ato desencadeador da Operação TRANSPORTE Define as condições da Transação Estabelece, entre outros, o INCOTERM a ser aplicado (ou seja, quem tem responsabilidade por frete, seguro, entre outros) Definição do tipo de MODAL VEÍCULO PRÓPRIO TRANSPORTADOR (PF/PJ) Necessidade de Seguro Seguro de Embarcador Terceirização da etapa de transporte CONTRATO DE TRANSPORTE/ CONHECIMENTO DE EMBARQUE Fonte: os autores (2019). 12 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES A carteira de Transportes reúne todos os seguros que visam cobrir os riscos relacionados às viagens nacionais e internacionais, por quaisquer modais de transportes e também os Seguros de Responsabilidade Civil dos Transportadores de Carga. Nesse material trataremos basicamente, dos dois principais ramos da carteira de transporte que se relacionam com as figuras do embarcador e transportador. Já em relação aos Seguros de Responsabilidade Civil dos Transportado- res, falaremos apenas sobre os seguros mais comercializados, que são: ■ Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviá- rio de Cargas, comumente denominado pela sigla “RCTR-C”, de contratação obrigatória. ■ Seguro de Responsabilidade Civil Facultativo por Desapare- cimento de Carga, conhecido como “RCF-DC”, destinado aos transportadores rodoviários de carga. — Conhecendo os personagens: Embarcador Normalmente, é o dono das mercadorias que necessita do desloca- mento dos produtos entre dois pontos da cadeia de suprimentos. Operador Logístico É o responsável por promover os recursos a fim de realizar as ati- vidades de logística de forma eficiente, como a gestão de trans- porte, o armazenamento das mercadorias/produtos e o controle de estoque. Gestão de transportes O operador logístico atua fortemente no setor de transportes. Entre suas principais funções nesse segmento, é possível destacar: » Prestação de serviço de transportes para terceiros; » Capacitação de transportadoras; » Sistematização técnica à chamada de transportadoras; » Monitoramento das atividades realizadas pelas transpor- tadoras frente aos parâmetros estabelecidos; » Análise e efetivação de pagamentos de fretes; » Formulação e expedição de relatórios de acompanha- mento na prática dos serviços. 13 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Despachante Aduaneiro É o profissional, com poder outorgado pelo exportador ou importa- dor, que se encarrega de apresentar, para Alfândega, a documen- tação estabelecida nas normas tributárias, relativas ao despacho aduaneiro de importação ou exportação. Transportadoras Empresas que fazem as entregas de cargas e de encomendas. Além disso, essas empresas atuam em diversos locais de uma cidade, estado ou país, sendo responsáveis por fazer o envio de cargas de um ponto para outro no território nacional. Comissários de Avarias Profissional preparado para atender o responsável pela carga segurada, sendo contratado, na maioria dos casos, pelas segura- doras. Além disso, pode também trabalhar em nome do embarca- dor, destinatário ou transportador. Modal Modal é o meio de transporte que será utilizado no transporte de cargas. É importante que você perceba que uma operação pode envolver mais de um modal. Os modais mais comuns são: ■ Aquaviário – Todos aqueles em que os meios de transportes se deslocam por água, podendo ser: » Marítimo de longo curso (pelo mar); » Cabotagem, pelo mar, entre portos nacionais ao longo da costa; » Fluvial (por rios navegáveis); e » Lacustre (por lagos/lagoas navegáveis). ■ Aéreo – Todos aqueles em que os meios de transportes se deslocam pelo ar. Basicamente, estamos falando de aeronaves, devidamente regulamentadas pelos órgãos nacionais e internacionais de aviação. ■ Terrestres – Todos aqueles em que os meios de transportes se deslocam por terra, podendo ser: » Rodoviário; e » Ferroviário. No Brasil, por razões de políticas de infraestrutura, o modal mais utilizado é o rodoviário. 14 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES 65% TKU: tonaladas quilômetros úteis 15% 11% 5% 0% Distribuição do sistema logístico brasileiro Veja como é formado o panorama de movimentação de cargas no Brasil Rodoviário 1.548 bilhões de TKU Ferroviário 356,8 bilhões de TKU Cabotagem 249,9 bilhões de TKU Hidroviário 125,3 bilhões de TKU Dutoviário 106,1 bilhões de TKU Aeroviário 106,1 bilhões de TKU 4% Agência Brasil Total bilhões de TKU 2.386,7 Fonte: Plano Nacional de Logística – PNL / Ministério da Infraestrutura. Importante Diferença entre transporte multimodal e intermodal O termo multimodal refere-se a um transporte combinado, ou seja, é a utilização de mais de um modo de transporte, com operações de transbordo realizadas por um único prestador de serviço, por meio de um documento único emitido pelo operador de trans- porte multimodal (OTM). No processo de transporte multimodal que utiliza contêiner, a carga permanece no mesmo contêiner durante toda a viagem. Ou seja, nessa forma de transporte, não há manuseio da mercadoria durante a operação. Já no processo intermodal, o transporte é feito por pelo menos dois meios diferentes e com a emissão de vários documentos de transporte. Ou seja, caracteriza-se pela emis- são individual de documento de transporte para cada modal, bem como pela divisão de responsabilidade entre os transportadores. 15 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Os ramos de seguro abrangidos por toda a carteira de transportes estão demonstrados no esquema a seguir: FIGURA 2: RAMOS DE SEGUROS Visto que a estrutura de modais em nossa país é predominantemente rodoviá- rio, estudaremos, nos capítulos 4 e 5, respectivamente, o RCTR-C e RCF-DC. É importante ressaltar que o RCA-C (Responsabilidade Civil do Armador-Carga) e o RCTF-C (Responsabilidade Civil do Transportador Ferroviário de Carga) vêm ganhando importância em nossa economia, e precisamos acompanhar o ritmo desse crescimento. Aquaviário TRANSPORTES Terrestre Aéreo Terrestre Aéreo Aquaviário Terrestre Aéreo Responsabilidade Civil do Operador de Transporte Multimodal – Carga (RCOTM-C) Responsabilidade Civil do Transportador Ferroviário – Carga (RCTF-C) Responsabilidade Civil do Transportador Intermodal – Carga (RCTI-C) Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário – Carga (RCTR-C) Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário – Carga Viagem Internacional (RCTR-VI) Responsabilidade Civil do Transportador Aquaviário de Carga (RCA-C) Responsabilidade Civil do Transportador Aéreo – Carga (RCTA-C) Responsabilidade Civil Facultativa por Desaparecimento de Carga (RCF-DC) Transportes Responsabilidade do Transportador InternacionaisNacionais Exportação Aquaviário Importação 16 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES ImportanteOs Seguros de Transportes Internacionais referem-se às viagens realizadas do Brasil para o exterior (exportações) e do exterior para o Brasil (importações). O tipo de Seguro de Transporte a ser contratado depende basicamente de três fatores: ■ Responsável pela Contratação » Embarcador, » Transportador. ■ Natureza da Operação » Nacional, » Internacional. ■ Modais Utilizados » Aquaviário, » Terrestre, e » Aéreo. Considerando ainda o processo logístico, é importante ressaltar alguns pontos relevantes para o estudo das operações realizados no mercado: Embalagem Protege o que vende, e vende o que protege. A embalagem: acondiciona, protege, conserva, transporta e armazena pro- dutos ao longo das diversas cadeias de suprimentos. A embalagem é a reunião de quatro competências: Marketing, Design, Logística e Meio Ambiente. A logística trata a questão das embalagens da forma que ela merece, trata- -se de um recipiente de proteção, agrupamento e facilitador no transporte. Primárias Envolvem diretamente o produto; é aquela que os clientes tocam e da qual extraem as informações contidas acerca do produto. Secundárias Protegem a primária; geralmente, são embalagens maiores que compactam poucos produtos e são utilizadas para transporte e manipulação manual. Por exemplo, a caixa do chocolate Bis. 17 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Terciárias Caixas de papelão, madeira e plástico, também muito utilizadas na movimentação manual e de transporte, pois compacta um maior número de produtos em seu interior. Quaternárias Facilitam a movimentação, concentram maior unidades. Por exem- plo, os paletes. Ainda que abertos, acondicionam caixas de pape- lão e podem facilitar o deslocamento de lugares ou, até mesmo, a transposição de um lugar a outro. Quinto Nível Conteinerizadas usadas em longas distâncias. Muito utilizadas no transporte internacional/nacional aquaviário. O Contêiner O contêiner é adaptado para ser utilizado em transportes de navios, trens e caminhões, além de ser conhecido como cofre de carga – afinal, nele, estão instalados dispositivos de segurança previstos por legislações nacio- nais e internacionais. Quanto ao transporte marítimo, é importante entender que o contêiner não é uma embalagem. O contêiner utilizado no transporte marítimo é parte da embarcação. Dimensões do modelo 20 pés são: Tamanho externo é de 6.069 m de comprimento X 2.380 m de lar- gura X 2.591 m de altura, com capacidade máxima de 34.000 kg. Dimensões do modelo de 40 pés são: Externa: 12.192 m de comprimento X 2.230 m de largura X 2.591 m de altura, com capacidade máxima de 45.000 kg e 67m³. Os con- têineres podem ser utilizados em cargas secas, frigorificadas, líquidas, gasosas, em transportes de máquinas, entre outros. Amarração da Carga Importante aspecto de segurança. A Resolução 552 (01/01/17), do Conse- lho Nacional de Trânsito (Contran), regulamenta a amarração de cargas no Brasil e proíbe, entre outras coisas, a utilização de cordas para amarração, sendo substituídas por cintas, correntes ou cabos de aço. 18 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Consolidação da Carga Consiste em alocar mercadorias pequenas para formar um único e maior montante. Dessa forma, o seu armazenamento e transporte são agilizados, podendo ser realizada durante a coleta, armazenagem ou até na distribui- ção dos fretes. Cross Docking É um tipo de preparação de pedidos em que a mercadoria é distribuída diretamente ao usuário sem passar por um período de armazenamento prévio. Pouco importa se os produtos são matérias-primas, artigos acaba- dos ou componentes destinados a fábricas, lojas físicas ou clientes finais. Ad Valoren (ou Frete Valor) É uma taxa cobrada dentro da tabela de fretes que representa o custo do seguro da carga. Seu cálculo é feito pela porcentagem da mercadoria sobre o valor da Nota Fiscal da carga transportada, agregada ao custo de frete. Canais de parametrização de importação (Receita Federal) I – Verde Desembaraço automático da mercadoria, dispensados o exame documental e a verificação da mercadoria. II – Amarelo Exame documental e, não sendo constatada irregularidade, efe- tuado o desembaraço aduaneiro, dispensada a verificação da mercadoria. III – Vermelho Desembaraçada após a realização do exame documental e da conferência física da mercadoria. IV – Cinza Verificação da mercadoria e a aplicação de procedimento espe- cial de controle aduaneiro, para verificar elementos indiciários de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da merca- doria, conforme estabelecido em norma específica. A mercadoria poderá ficar retida por até 180 dias para que o indício de fraude seja investigado. 19 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Zona Primária É a parte interna de portos, aeroportos, recintos da alfândega e locais habi- litados na fronteira terrestre pela autoridade aduaneira para operações de carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de passa- geiros, vindo ou indo ao exterior. Zona Secundária Também podem ser conhecidas como Porto Seco, EADI ou Estação Adua- neira do Interior, que são recintos alfandegados de uso público nos quais são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, com controle feito pela Receita Federal. Existem, no Brasil, cerca de 63 portos secos. EADI (Entreposto Aduaneiro do Interior) Também conhecido como porto seco. DIVISÃO DA CARTEIRA DE SEGUROS DE TRANSPORTES A carteira de Seguros de Transportes é dividida basicamente em duas partes: Seguro de Transportes e Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador. A partir de agora, vamos falar separadamente de cada uma dessas partes porque entender a diferença entre uma e outra é fundamental para a com- preensão desta disciplina. Basicamente, o Seguro de Transportes é contratado pelo próprio embar- cador do bem ou da mercadoria, enquanto que o Seguro de Responsabi- lidade Civil do Transportador é contratado pela empresa transportadora do bem ou mercadoria de propriedade de terceiros (embarcador, empresa de Logística), cuja contratação é específica e atende a necessidades dife- rentes, conforme esclarecido pela Carta Circular nº 2/2015 da Susep, cuja leitura recomendamos. 20 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES — Seguros de Transportes É o seguro contratado pelo embarcador ou destinatário (recebedor), ou seja, pessoa física ou jurídica que possui interesse direto na mercadoria ou nos bens transportados. O segurado é, em geral, o proprietário da carga, mas também pode ser uma empresa de logística deslocando um bem ou uma mercadoria de propriedade de sua contratante. O seguro de transportes também pode ser contratado por quem tem algum interesse direto na mercadoria, como credores ou financiadores da compra da mercadoria (comum nas transações internacionais de compra e venda de bens e mercadorias). Esse seguro tem por objetivo repor ao segurado os prejuízos causados aos seus bens e/ou mercadorias durante o processo de transporte, de acordo com a cobertura contratada e conforme o modal utilizado. O segurado aqui é o embarcador ou destinatário da mercadoria. O Seguro de Transportes pode ser: Nacional Para operações de compra ou venda feitas exclusivamente dentro do território nacional. Ou seja, com origem e destino no Brasil. Internacional Para operações de compra ou venda feitas com origem ou destino fora do território nacional. As operações de transporte internacional, por sua vez, são subdivididas de acordo com sua origem: Importação Quando a venda e transporte da mercadoria têm origem fora do território nacional e o destino é o Brasil. Exportação Quando a venda e o transporte da mercadoria se originam no terri- tório brasileiro, tendo como destino qualquer outro país. 21 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES — Seguros de Responsabilidade Civil do Transportador Esse tipo de seguroé contratado obrigatoriamente e exclusivamente pelo transportador e cobre a responsabilidade pelo transporte da mercadoria de terceiro durante o período de viagem. Existe um tipo de seguro de responsabilidade do transportador que é facultativo, o RCF-DC, complementar ao RCTR-C. Mas não se preocupe, falaremos dele com detalhes mais adiante. O segurado aqui é o transportador, mas o beneficiário do seguro é o Embarca- dor ou destinatário, contratante do transporte ou seus consignatários. Os Seguros de Responsabilidade Civil do Transportador são subdivididos de acordo com o modal de transporte utilizado (rodoviário, aéreo, ferroviá- rio, aquaviário). O Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador mais comercializado no Brasil, o Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga, é conhecido por sua sigla RCTR-C e pertence ao modal Rodoviário. Falare- mos sobre esse seguro mais à frente. CONTRATO DE SEGURO DE TRANSPORTES O contrato de seguro de Transportes surge, na maioria das vezes, em decorrência de dois outros tipos de contratos que o antecede: Contrato de compra e venda Documento que formaliza a transação comercial entre um ven- dedor e um comprador, estabelecendo as obrigações entre as partes contratantes. Conhecimento de Embarque Documento que formaliza a contratação do frete, que contém as características do bem ou mercadoria e o percurso do transporte e a confirmação da entrega daquele bem ou mercadoria ao trans- portador pelo embarcador. 22 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Portanto, esse é o documento que faz prova da entrada da merca- doria no meio de transporte, essencial para o seguro, e que será emitido de acordo com o modal escolhido. A exceção à regra da existência de contrato anterior ao contrato de Seguro de Transporte ocorre quando, por exemplo, há simples transferência de mercadorias entre filiais de uma mesma empresa utilizando veículos próprios. Nesses casos, emite-se uma nota fis- cal de simples remessa, inexistindo o conhecimento de embarque, já que não haverá a figura do transportador. Importante ■ Contrato de compra e venda: representado pela nota fiscal ou fatura comercial; e ■ Contrato de transporte de mercadorias: representado pelo conhecimento de embarque ou de frete ou de transporte. INTERESSE SEGURÁVEL Os Seguros de Transportes e de Responsabilidade Civil do Transportador se diferenciam pelo interesse segurável. No primeiro, o Seguro de Transportes, pode ser contratado por quem deti- ver a propriedade ou posse direta sobre o bem ou a mercadoria transpor- tada, pois, nessa hipótese, o segurado possui interesse em preservá-los contra os riscos inerentes à viagem, podendo ser: ■ o dono da mercadoria ou embarcador; ■ o credor ; ou ■ o agente logístico. Portanto, os Seguros de Transportes nacionais e internacionais não podem, em nenhuma hipótese, ser contratados pelo transportador ou outro depositário, porque o Seguro de Transporte visa garantir o interes- se da pessoa física ou jurídica que tem interesse segurável (propriedade, posse, entre outros) sobre a carga. O Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador de Carga, por sua vez, não poderá ser contratado pelo embarcador da mercadoria, ape- nas por empresas transportadoras devidamente legalizadas e habilitadas pelas normas em vigor. Credor É o agente financeiro que tem por garantia o bem/mercadoria objeto do transporte, podendo exigi-lo do devedor para saldar sua dívida. 23 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES O interesse segurável do embacador ou do transportador será definido pelo contrato que deu origem à necessidade de deslocamento do bem ou mercadoria, pois nele será determinada a responsabilidade das partes. Para que você entenda melhor, veja esse exemplo: o contrato de compra de um veículo importado determinará as obrigações do vendedor para o transporte desse bem, desde a fábrica até o local de destino final, poden- do o comprador (proprietário) assumir parte da obrigação do transporte e pelo seguro desde a origem até o local final. Para finalizarmos esta seção, observe o esquema a seguir, que represen- ta as relações que precedem o contrato de Seguros de Transportes e o de Responsabilidade Civil do Transportador: FIGURA 3: RELAÇÕES QUE PRECEDEM OS CONTRATOS : OPERAÇÃO DE COMPRA E VENDA DE TRANSPORTE Contrato de compra e venda nota fiscal ou outro documento equivalente Contrato de transporte Conhecimento de embarque ou outro documento equivalente Seguro de transporte Único embarque ou vários embarques Seguro de responsabilidade civil do transportador Vários embarques Fonte: os autores (2021). O mercado não oferece coberturas de apólices avulsas aos transportado- res rodoviários em razão da característica de operação ser dinâmica, o que pressupõe a cobertura para vários embarques realizados. 24 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES CONTRATOS DE COMPRA E VENDA E INCOTERMS Com o incremento do comércio global, houve a necessidade de padroni- zação dos contratos de compra e venda. Nesses contratos estão definidas as responsabilidades pela contratação do Seguro de Transporte, sejam elas do vendedor ou do comprador da mercadoria. Essas cláusulas padrão são conhecidas pela sigla Incoterms. Os Incoterms surgiram em 1936, quando a Câmara Internacional do Comér- cio – CCI –, com sede em Paris, interpretou e consolidou as diversas for- mas contratuais que vinham sendo utilizadas no comércio internacional. Como as mudanças no comércio internacional evoluem com o avanço do comércio global, os Incoterms – International Commercial Terms ou termos do Comércio Internacional – são revisados e atualizados a cada 10 anos. A mais nova revisão ocorreu em 2020. Os Incoterms servem para definir, na estrutura de um contrato de compra e venda internacional, os direitos e obrigações recíprocos do exportador/ vendedor e do importador/comprador, estabelecendo um conjunto padrão de definições e determinando regras e práticas neutras, como onde o exportador deverá entregar a mercadoria, quem pagará o frete ou quem será o responsável pela contratação do seguro. É válido lembrar que os costumes e as leis variam de acordo com cada país, por isso, a padronização das regras de comércio evita problemas de interpretação das partes contratantes quanto ao custo e risco das transações. Assim, é possível reconhecer a necessidade de padronizar previamente o entendimento do vendedor e do comprador quanto às tarefas necessárias para deslocamento da mercadoria, desde o local de origem até o local de destino (zona de consumo). Esse deslocamento de mercadorias e bens pode ser resumidos pelos pas- sos representados a seguir: Saiba mais Indicamos a leitura do livro Incoterms 2020, que pode ser obtido, gratuitamente, no sítio do ICC, em: https://2go.iccwbo.org/ incoterms-2020-eng- config+book_version-Book/. Elaboração: Câmara de Comércio Internacional, https://2go.iccwbo.org/incoterms-2020-eng-config+book_version-Book/. https://2go.iccwbo.org/incoterms-2020-eng-config+book_version-Book/. https://2go.iccwbo.org/incoterms-2020-eng-config+book_version-Book/. 25 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES FIGURA 4: DESLOCAMENTO DE MERCADORIAS E BENS 1. Embalagem e marcação. 2. Carregamento. 3. Transporte interno (país do exportador). 4. Desembaraço aduaneiro na exportação (partida). 5. Movimentação em terminal (partida). 6. Seguro da viagem principal; transporte da viagem principal. 7. Movimentação em terminal (chegada). 8. Desembaraço aduaneiro na exportação (chegada); 9. Transporte interno no destino. 10. Descarga no destino. Fonte: os autores (2021). No ano 2020, foi realizada uma atualização dos Incoterms. Essa atualização levou em consideração o crescimento das zonas de livre comércio, o aumento de comunicações eletrônicas em transações comerciais e as mudanças nas prá- ticas relativas ao transporte de mercadorias,além de oferecer uma visão mais simples e mais clara dos 11 incoterms, que são divididos em grupos, você pode observar no quadro a seguir. 26 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES QUADRO 1: ATUALIZAÇÃO DOS INCOTERMS Grupo E (Oigem / Partida) EXW Ex Works Grupo F (Livre no Transporte) FCA FAS FOB Free Carrier Free Alongside Ship Free on Board Grupo C (Transporte Principal Pago) CPT CIP CFR CIF Carriage Paid to Carriage and Insurance Paid to Cost and Freight Cost, Insurance and Freight Grupo D (Chegada) DAP DPU DDP Delivered at Place Delivered at Place Unloaded Delivered Duty Paid Fonte: os autores (2021). Neste material, iremos estudar apenas os três Incoterms mais utilizados no Brasil, procurando apresentar os níveis de responsabilidade de cada uma das partes envolvidas no contrato de compra e venda. São eles: ■ EX (Ex Works). ■ FOB (Free On Board). ■ CIF (Cost, Insurance and Freight). O quadro a seguir traz a síntese da distribuição das responsabilidades na relação entre comprador/importador e vendedor/exportador durante o deslocamento das mercadorias ou bens, desde a origem até o destino. Observe que, para cada modalidade, há diferenças entre as responsabili- dades do vendedor, sinalizadas com a cor preta, e as responsabilidades do comprador, sinalizadas com a cor cinza. 27 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES QUADRO 2: TABELA INCOTERMS 2021 CUSTOS EX FOB CIF Embalagem e marcação Carregamento Transporte interno (país do exportador) Desembaraçado aduaneiro na exportação (partida) Movimentação em terminal (partida) Seguro de viagem principal Transporte de viagem principal Movimentação em terminal (chegada) Desembaraçado aduaneiro na exportação (entrada) Transporte interno no destino Descarga no destino Modalidade de transporte Qualquer Marítimo Marítimo Transferência de riscos: do vendedor para o comprador No local de origem Ao cruzar a murada do na- vio, no porto de embarque Comprador Vendedor Fonte: os autores (2021). Preste atenção no resumo a seguir. Nele, você vai encontrar listadas as obrigações assumidas pelas partes do contrato de compra e venda, de acordo com o Incoterms especificado. A seguir, apresentamos o resumo das obrigações assumidas pelas partes do contrato de compra e venda, de acordo com o Termo Internacional de Comércio especificado. 28 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES QUADRO 3: RESUMO DAS OBRIGAÇÕES DE CONTRATAR FRETE E SEGURO NOS PRINCIPAIS TIPOS DE CONTRATO DE COMPRA E VENDA CONTRATO PROVIDÊNCIAS DO VENDEDOR Exportador PROVIDÊNCIAS DO COMPRADOR Importador EXW (Ex Works) Entregar a mercadoria ao comprador no seu estabelecimento. Contratar o seguro e o transporte (frete), a partir do estabelecimento do vendedor. FOB (Free on Board) Contratar o transporte interno e o seguro até o porto de embarque, in- clusive a colocação da carga a bordo (dentro) do navio. Contratar o transporte e o seguro, principais, do porto de embarque (com a carga já a bordo) até o local de destino. CIF (Cost, Insurance and Freight) Contratar o transporte e o seguro do início até o porto de destino final. Contratar o transporte até o destino final. Fonte: os autores (2021). Você percebeu que, quando comparadas as responsabilidades atribuídas aos termos acima descritos, a Cláusula Ex Works é aquela que impõe a menor quantidade de obrigações ao vendedor e maiores obrigações ao comprador? Por outro lado, o Incoterm CIF é o tipo que determina ao vendedor o maior número de obrigações em comparação ao Incoterm anteriormente citado. Para que não fique nenhuma dúvida, dê uma olhada no exemplo a seguir. Considere que um exportador brasileiro de soja do Centro-Oeste tem a intenção de vender sua produção agrícola para Shanghai, na China, esco- ando-a via Porto de Santos. Nesse caso, o contrato internacional celebrado entre o vendedor/exportador brasileiro e o comprador/importador chinês prevê no Contrato a aplicação do Incoterm FOB (free on board). Nessa hipótese, a empresa brasileira ficará responsável por contratar o frete em território nacional (transporte interno) desde o local da produção, além do seguro, até o porto de embarque (Porto de Santos), inclusive a colocação da carga a bordo (dentro) do navio que fará o transporte de Santos (SP) até o porto de Shangai, na China. Em contrapartida, na hipótese acima descrita, o importador deverá con- tratar o transporte principal (do Brasil até a China), além do seguro desse trajeto, bem como do Porto de Shanghai até o local de destino. 29 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Saiba mais Apesar de as bases dos contratos de Incoterms serem gerais, algumas disposições es- peciais incluídas pelas partes no contrato prevalecem sobre as regras do Incoterm. Por- tanto, ainda que adotem determinado Incoterm, as partes contratantes podem estipular variações ou adições em relação a elas, atendendo às necessidades de seus negócios e às conveniências do momento. — Obrigatoriedade da Contratação do Seguro de Transportes de Bens Seguro de Transporte Nacional As pessoas jurídicas de direito público ou privado são obrigadas a segurar os bens e as mercadorias de sua propriedade contra os riscos de força maior e caso fortuito inerentes aos transportes rodoviários, ferroviários, aéreos e aquaviários. Essa obrigatoriedade encontra-se disposta no art. 12 do capítulo VI do Decreto nº 61.867/1967, combinado com o inciso III do art. 2o do Decreto 85.266/1980. Esta modalidade de seguro é regulamentada pela Circular Susep 354, de 2007. Mesmo considerando que os conceitos de força maior e caso fortuito são excludentes de responsabilidade dos transportadores, podemos dizer, que no campo prático, a diferenciação é de pouca relevância. Assim, o manual adotou a seguinte definição: Força maior/caso fortuito Acontecimento inevitável, irresistível, imprevisto e independente da vontade humana. Exemplo: roubo com utilização de arma, tempestade, furacão, inundação, queda de raio, entre outros fenômenos da natureza. Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador O art. 10, no capítulo IV do Decreto nº 61.867/1967, também estabelece que as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que se incumbi- rem do transporte de carga e mercadorias de terceiros, são obrigadas a con- 30 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES tratar Seguro de Responsabilidade Civil em garantia contra perdas e danos que sobrevenham às cargas que lhes tenham sido confiadas para transporte em território nacional, contra a emissão de conhecimento de embarque. Segundo o mesmo decreto, os transportadores são obrigados a segurar suas responsabilidades contra riscos que não se enquadrem como força maior ou de caso fortuito. . Importante Essas normas estão em vigor até hoje. Em 05 de janeiro de 2007, o art. 13 da Lei 11.442 ratificou os dispositivos do Decreto nº 61.867/1967, mantendo a obrigatoriedade da contratação do seguro prevista no artigo 20 da Lei 73/1966. Seguros de Importação e Seguros de Exportação A contratação dessas modalidades de seguro não é obrigatória. O que vai determinar a necessidade de contratar o seguro para as mercadorias importadas ou exportadas será a modalidade do contrato de Compra e Venda praticado pelas partes envolvidas – Incoterms. Estas modalidades de seguro também são regulamentadas pela circular Susep nº 354/ 2007. INSTRUMENTOS DE UM CONTRATO DE SEGUROS DE TRANSPORTES Os documentos fundamentais para efetuar o contrato de Seguros de Transportes são o questionário, a proposta, a apólice, o endosso, a aver- bação e a fatura ou conta mensal. Falaremos detalhadamente sobre cada um deles a seguir. Também podemos acrescentar a essa lista o certificado de seguro, usado em Seguros de Transportes Internacionais – Exportações. Quando falamos em instrumentos de contratação, estamos nos referindoaos documentos oficiais de uma seguradora que irão permitir que o con- trato de Seguros de Transportes exista. Saiba mais Leia a Resolução CNSP 197, de 16 de dezembro de 2008, que trata do tema contratação de seguro no exterior. 31 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES — Questionário Um dos documentos mais utilizados para iniciar uma negociação de um Seguro de Transportes é o Questionário para Análise de Aceitação – Anexo 10. O questionário é o documento que acompanha a proposta em que o segurado responde a perguntas feitas pela seguradora sobre o risco. Cada seguradora tem o seu modelo, mas, de modo geral, as informações solicitadas são as mesmas. O questionário contém todas as informações necessárias para a análise do risco e, ao solicitar a cotação à seguradora, ele é utilizado para acompa- nhar a proposta de seguro. É a partir dos elementos desse questionário que a seguradora avalia as condições do risco, faz o enquadramento necessário e decide se irá ou não assumi-lo e qual o prêmio adequado aquela operação. O preenchimento correto e completo do questionário, com informações pre- cisas e claras sobre o risco, pode evitar que a seguradora venha a fazer outros questionamentos. Além disso, também permite que a cotação ou proposta a ser apresentada esteja adequada às necessidades do segurado. Contudo, recomenda-se que o questionário, após preenchido adequada- mente com as informações sobre o risco a ser proposto, seja assinado pelo segurado e corretor. Além de servir para avaliação e enquadramento do risco pela Seguradora trata-se de um documento oficial das informações fornecidas pelo segurado. — Proposta A proposta (Anexo 1) é o documento que contém todas as informações acerca dos riscos propostos, inclusive as condições particulares, especiais e demais cláusulas do contrato de seguro. Normalmente, ela é emitida pela seguradora ou pelo corretor, mas sempre deve ser assinada pelo interes- sado em contratar o seguro e também pelo corretor. A proposta precisa refletir fielmente tudo o que foi negociado com o segu- rado, culminando na cotação que a seguradora lhe apresentou. Ao assinar a proposta, o segurado concordará com tudo o que estiver ali descrito e, por esse motivo, é importante que ele se certifique de estar assinando a proposta que contém as condições negociadas. Algumas seguradoras podem se recusar a apresentar uma proposta ou cotação por falta de informações ou informações imprecisas. Podem, ain- Saiba Mais A qualidade das informações a cerca das operações dos clientes serão importantes para definição da proposta em termos de condições e também a precificação. Dessa forma, deve-se observar: a) Tipo de mercadorias – tipo e aplicação; b) Valores por embarques e somatório mensal (volumetria); c) Regiões de operação (viagens); d) Tipo de gerenciamento de risco utilizado; e) Experiência em termos de sinistralidade (acidente e roubos) nos últimos 12 meses. 32 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES da, elaborar uma proposta com condições que não condizem com o risco ou não atendam às necessidades do segurado. A proposta do Seguro de Transportes não segue um modelo específico, pois cada seguradora adota um critério de elaboração. Prazo de Aceitação da Proposta pela Seguradora A seguradora dispõe de 7 (sete) dias corridos, nos casos de propostas para seguros de apólices avulsas e de 15 (quinze) dias corridos, nos demais seguros, contados a partir da data do recebimento da proposta, para recu- sar, por escrito, o risco que lhe foi proposto. Entretanto, no caso de solicitação de documentos complementares, para análise e aceitação do risco, ou alteração proposta, o prazo de 15 dias ficará suspenso e voltará a correr a partir da data em que a documentação solicitada for entregue. Atenção A ausência de manifestação da seguradora, por escrito, com relação a esses prazos caracteriza a aceitação tácita (automática) do risco proposto. Ou seja, caracteriza a con- tratação da proposta de seguro apresentada. — Apólice A apólice é um instrumento básico que formaliza a contratação de um seguro. É na apólice que são registradas as condições e taxas dos Seguros de Transportes e sua forma de operação. As apólices de Seguros de Transportes possuem uma página de capa, cha- mada frontispício, na qual estão dispostos: os dados do segurado, a identi- ficação da sucursal ou filial da seguradora, além do ramo e do número da apólice. Quando a apólice for avulsa, constará, também, o prêmio do seguro. Ao frontispício é anexada uma especificação de seguro, que é separada por itens (limite de responsabilidade, garantias/riscos cobertos, objeto do seguro). Também devem ser anexadas à apólice todas as cláusulas e con- dições de cobertura que forem ratificadas em seu texto. 33 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Nos Seguros de Transportes, são utilizados quatro tipos de apólices: Apólice Avulsa A apólice avulsa (Anexo 2) visa à cobertura de um único embarque, con- templando toda a especificação da mercadoria segurada (marca, núme- ro de série, espécie, quantidade, embalagem, valor, meio de transporte, locais de início e destino, cobertura, taxas, prêmio e importância segurada). A contratacão desta apólice é recomendada para empresas que não efetu- am embarques com frequência. As apólices contêm as condições gerais, especiais e particulares aplicáveis ao embarque efetuado pelo segurado. Apólice de Averbação ou Aberta A apólice de averbação, ou aberta, é a forma mais utilizada e recomen- dada para segurados que efetuam embarques com frequência ao longo da vigência, em datas incertas e imprevisíveis, com valores segurados variáveis e igualmente imprevisíveis. As apólices também contêm as con- dições gerais, especiais e particulares que regem todos os embarques efetuados pelo segurado. A especificação das mercadorias seguradas constará das averbações, que poderão ser emitidas pelo segurado em formulário impresso ou por meio eletrônico mediante acordo prévio com a seguradora. Apólice Anual com Prêmio Fracionado (ou Apólice Ajustável) A apólice anual com prêmio fracionado, ou simplesmente apólice ajus- tável, é aquela destinada a cobrir diversos embarques, com prêmio fixo ou ajustável. A importância segurada e o prêmio inicial serão calculados com base em esti- mativa anual de embarques, fornecida pelo segurado. O prêmio nor- malmen- te é cobrado em até 11 parcelas, a critério do segurador. Em geral, o ajustamento do prêmio é feito ao final da vigência da apólice, ou em períodos menores, se assim for negociado, e tem base nos embarques efetivamente realizados pelo segurado, que se compromete a informá-los mensalmente à seguradora. Nessa apólice também poderá ser negociada a entrega, ao término da vigência, da relação dos embarques realizados. 34 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Apólice Sem Averbação para Empresas de Pequeno Porte (micro e pequenas empresas) Algumas seguradoras do mercado brasileiro, pensando em simplificar a con- tratação do seguro de transportes para micro e pequenas empresas, desen- volvem o seguro sem a necessidade de averbação. No processo de subs- crição, as seguradoras definem um valor máximo de faturamento anual para definição do porte da empresa. Trata-se de relevante modelo de negócio que visa à inclusão de empresas que tem sua importância no cenário econômico. — Averbação A averbação é o ato de o segurado informar à seguradora, por qualquer meio de comunicação acordado entre as partes, a realização dos seus embarques no caso de apólices abertas. Das averbações devem constar os principais dados sobre o embarque: data de saída, local de início e destino, identidade do veículo transportador, importância segurada, coberturas ou garantias pretendidas, tipo de merca- doria, embalagem. O mais importante a ser observado em relação às averbações são seus prazos de entrega. Isso porque nãoentregar a averbação dentro do prazo estabelecido nas condições do seguro pode acarretar perda do direito à indenização pelo segurado. Nos Seguros de Transportes, geralmente, adota-se um dos seguintes tipos de averbação: Simples Deve ser entregue à seguradora antes do início do embarque. Reco- mendada a segurados com reduzida frequência de embarques; Simplificada Pode ser entregue à seguradora até o dia 15 do mês subsequente ao da realização ou da data de chegada das viagens, no caso de transportes de importação. Indicada para segurados que possuam considerável volume de embarques. A averbação simplificada é apresentada em forma de relação de embarques, contendo todas as informações relativas aos embar- ques efetuados pelo segurado. Nos Seguros de Transportes Nacionais são utilizadas averbações simples e/ou simplificadas. 35 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Nos Seguros de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carta (RCTR-C), são utilizadas apenas averbações simples, estando proibi- das as averbações simplificadas, conforme Resolução CNSP 247/2011. Todavia, nos Seguros de Transportes Internacionais, as averbações obede- cem as regras um pouco diferenciadas. ■ Nas importações são utilizadas averbações provisórias, definitivas e provisórias únicas. ■ Nos Seguros de Transporte Internacional de Exportação são uti- lizadas averbações do tipo simples, e a utilização da averbação simplificada pode ser negociada. A maioria das seguradoras criou sistemas informatizados para que o segurado proceda à comunicação de embarques por meio de averbações eletrônicas. Esses sistemas consistem no envio às seguradoras, pelos segurados, de infor- mações sobre os embarques às seguradoras, por meio de coletor de dados ou redes de informática, inclusive pela Internet. A transmissão de arquivos também é utilizada, agilizando a comunicação dos embarques e, consequen- temente, o trabalho operacional dos segurados e das seguradoras. — Endosso É o documento emitido pela seguradora para complementar, prorrogar, cancelar ou realizar qualquer tipo de alteração no contrato de seguro em vigor. Uma vez emitido, o endosso passa a ser parte integrante e insepa- rável da apólice. — Fatura ou Conta Mensal É o documento emitido pela seguradora para cobrança do prêmio do seguro nas apólices por averbação. As faturas são emitidas mensalmente e compre- endem o somatório dos prêmios das averbações entregues à seguradora. — Certificado de Seguro É utilizado nos Seguros de Exportação e tem a finalidade de comprovar, junto ao importador ou bancos financiadores, que o seguro foi contratado. O certificado é quase uma averbação, pois dele deverão constar todos os dados sobre o embarque, como em uma averbação. Ele deve ser solicita- do pelo segurado, sempre antes do início do risco. Saiba mais Veja um modelo de averbação utilizado nos Seguros de Transportes no Anexo 4. 36 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES O certificado de seguro (Anexo 5) é usado somente em Seguros de exportações e tem a finalidade de comprovar a contratação do segu- ro, por parte do exportador, a contratação do seguro para bancos finan- ciadores, compradores de mercadorias (importadores) ou terceiros com algum interesse nos bens. Essa comprovação será necessária quando o contrato de compra e venda estabelecer que a contratação do seguro deve ser feita pelo vendedor (exportador), como nos contratos na modalidade CIF. Importante O certificado de seguro obedece a um modelo padronizado e é acompanhado de ins- truções em português e inglês sobre como o recebedor das mercadorias deve proce- der em caso de sinistro. Se houver o pedido formal do cliente junto à seguradora/corretor, pode-se emitir o cer- tificado também para as operações de importação. CONCEITOS UTILIZADOS EM SEGUROS DE TRANSPORTES Muitos conceitos e terminologias utilizados no Seguro de Transportes são comuns a outros tipos de seguros, mas alguns guardam certas parti- cularidades. Veja a seguir a definição de limite máximo de garantia (LMG), prazo para pagamento do prêmio, franquia e participação obrigatória do segurado (POS), critérios de taxação, importância segurada, moeda do seguro e vistoria. — Limite Máximo de Garantia (LMG) Entende-se por limite máximo de garantia (LMG) de uma apólice o valor máximo para a qual a seguradora garante cobertura, por viagem, em um mesmo meio de transporte ou por acúmulo de bens ou mercadorias, decorrentes de uma ou mais viagens, ainda que tal acúmulo não seja do conhecimento do segurado. 37 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Importante Entende-se por Limite Máximo de Garantia (LMG) – previsto na apólice. O LMG corres- ponde ao limite de responsabilidade da apólice em cada embarque/veículo/viagem ou por acúmulo em qualquer local coberto pela apólice. Saiba mais: Além do LMG, temos ainda o LMI e o IS. Veja o que significa cada uma dessas siglas: Limite Máximo de Garantia (LMG): valor máximo garantido pela seguradora em um mes- mo embarque/veículo/viagem ou por acúmulo em qualquer local coberto na apólice. Limite Máximo de Indenização (LMI): é um valor estipulado na apólice em que, na hipótese de a soma das indenizações pagas atingir tal limite, a apólice será automatica- mente cancelada. Importância Segurada (IS): é o valor averbado pelo segurado, em conformidade com os conhecimentos de embarques rodoviários emitidos pelo segurado ou outro documento da mesma importância e conteúdo, entregues no modo de averbações à seguradora. Para melhor compreensão, vamos considerar o seguinte exemplo em uma operação de transportes: 1) Mesma data de viagem; 2) Um veículo com 100 mil reais em viagem de São Paulo para Rio de Janeiro; 3) Outro veículo com 100 mil reais em viagem de Santa Catarina para Minas Gerais; 4) Outro veículo com 100 mil reais em viagem de Pernambuco para Fortaleza; 5) Considerando que os três veículos se envolvam em sinistros cobertos pelo seguro, em que o LMG ou LMI tenha sido contra- tados em 100 mil reais; 6) No LMG, haverá cobertura para as três viagens; 7) No LMI, haverá cobertura para 100 mil, e a apólice e/ou cobertu- ra será automaticamente cancelada. 38 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Importante A aceitação de eventuais embarques de valor superior ao LMG constante na apólice dependerá de concordância da seguradora, prévia e expressa, que deverá ser consul- tada, por escrito, pelo menos três dias úteis antes do início da viagem ou do acúmulo. Muitas vezes, as ampliações que são feitas por endosso referem-se apenas a deter- minados embarques e acabam sendo chamadas de embarques esporádicos. Após a conclusão da viagem, a apólice retorna automaticamente aos limites anteriores. — Prazo para Pagamento do Prêmio O prêmio do seguro deve ser pago até o 30º (trigésimo) dia após a emis- são da fatura ou nota de seguro, exceto para as apólices avulsas, cujo prêmio deve ser pago à vista e antes do início do risco. — Franquia e Participação Obrigatória do Segurado (POS) Em algumas modalidades são aplicadas franquias, já em outras modalida- des são utilizadas participações obrigatórias dos segurados (POS). Vale esclarecer que a franquia à qual estamos nos referindo corresponde ao valor inicial fixado no contrato, cuja responsabilidade é do segurado e está associada à perda parcial. Já a POS é o percentual fixado sobre even- tual sinistro, podendo ou não ser associado a um valor mínimo. Nesse ponto, cabe esclarecer a diferença entre franquia e POS: A franquia é representada por um percentual definido na contratação do seguro e é calculada sobre o valor da IS do embarque – por exemplo, 2% sobre o valor da Importância Segurada. Já a POS é a participação do segurado sobre o prejuízo – por exemplo, 10% calculado sobre o valor do prejuízo apurado em eventual sinistro. Em relação à POS nos Seguros de Transportes Nacionais, temos uma situ- ação diferente para cada tipo deviagem: 39 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Viagens terrestres Geralmente não se aplicam franquias, exceto quando previamen- te negociadas com o segurado. Atualmente, o mais praticado é a aplicação de POS (Participação Obrigatória do Segurado), em especial quando o risco proposto envolver mercadorias conside- radas de alta atratividade para o roubo, como: ■ Autopeças; ■ Aparelhos celulares, partes e acessórios; ■ Bebidas; ■ Brinquedos; ■ Calçados; ■ Charque e carnes in natura; ■ Confecções e tecidos; ■ Couro beneficiário; ■ Eletrodomésticos/eletrônicos; ■ Leite em pó ou condensado; ■ Medicamentos; ■ Óleos comestíveis; ■ Óleos lubrificantes; ■ Pneus e câmaras de ar; e ■ Tintas. Essa relação de mercadorias pode variar entre as seguradoras, que, de modo geral, possuem um número muito maior de merca- dorias postas sob sua cobertura. Viagens aquaviárias São utilizadas franquias dedutíveis, aplicáveis ao valor do embarque, que variam de 1% a 3% em função da mercadoria e da embalagem. Viagens aéreas Não são aplicadas franquias nem POS, exceto quando negociado com o segurado. Já nos Seguros de Transportes Internacionais, temos: Importação Para as viagens terrestres, aquaviárias e aéreas são utilizadas franquias dedutíveis, aplicáveis ao valor total do embarque e que variam de 1% a 3% em função da mercadoria e da embalagem. Comentário Nos Seguros de Exportação, não são utilizadas franquias, pois, em geral, os beneficiários são compradores no exterior e dificilmente aceitam a aplicação de franquias que acabam por ser deduzidas de suas indenizações, em caso de verificação do risco. 40 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Exportação Usualmente, não são aplicadas franquias ou POS, exceto nos casos preestabelecidos entre seguradora e segurado. — Critérios de Taxação Com o fim do monopólio do resseguro, as seguradoras passaram a poder firmar contratos com o ressegurador de sua preferência, o que trouxe para elas uma liberdade tarifária, ou seja, a possibilidade de adotarem critérios próprios para taxar um risco de transporte. — Importância Segurada A importância segurada, estipulada pelo segurado, deve corresponder ao valor real do objeto segurado (custo) constante da nota fiscal, fatura ou outro documento hábil, mas não implica reconhecimento, por parte da seguradora, de prévia determinação de seu valor real. A definição da importância segurada nos Seguros de Transportes apresen- ta algumas peculiaridades. Ao valor da nota fiscal podem ser adicionadas outras verbas seguráveis, mediante a contratação de coberturas adicio- nais, que são: ■ Frete e/ou seguro. ■ Despesas. ■ Lucros esperados. ■ Tributos para mercadorias importadas (impostos, taxas e contribuições). Os valores relativos às verbas seguráveis deverão ser separadamente dis- criminados na apólice ou averbação. Exemplo Vejamos como seria um seguro em que o contratante optasse por todas as coberturas adicionais: Custo (nota fiscal) R$ 90.000,00 Frete R$ 10.000,00 Despesas R$ 10.000,00 Lucros Esperados R$ 11.000,00 Tributos R$ 40.000,00 Importância segurada total R$ 161.000,00 41 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Importante O exemplo mostrado anteriormente é mais comum de se observar em Seguros de Transportes Internacionais de Importação, pois, para haver inclusão das coberturas de Lucros Esperados e Tributos nos Seguros de Exportação, é necessária a solicitação expressa do importador. Nos Seguros de Transportes Nacionais também não é muito comum a contratação des- tas coberturas adicionais, uma vez que, ao emitir a nota fiscal, o vendedor já considerou o seu lucro, bem como os impostos incidentes sobre o produto. Na hipótese de contratação do seguro com importância segurada inferior ao valor real do objeto segurado (averbação com valor a menor), será aplicado rateio, e o segura- do, para todos os fins e efeitos, será considerado segurador da diferença e participará proporcionalmente dos prejuízos verificados. Se, por ocasião de um sinistro, a seguradora detectar que houve exagero na importân- cia segurada (averbação com valor maior), poderá reduzi-la (IS) ao valor real do objeto segurado, sem a devolução de prêmio. — Moeda do Seguro Os Seguros de Transportes Nacionais, seja qual for o modal de transpor- te, e os Seguros de Responsabilidade Civil dos Transportadores deve- rão ser sempre contratados em moeda corrente, ou seja, em reais. A importância segurada é informada em reais, e os prêmios, pagos na mes- ma moeda. Eventuais indenizações decorrentes de sinistros também serão liquidadas da mesma forma. Seguro de Importação O Seguro de Importação, por envolver relações comerciais com outros países, permite ao segurado optar por duas formas para contratar a sua apólice: em moeda nacional ou moeda estrangeira. Veja a diferença entre essas duas formas a seguir. Em moeda nacional Nesta opção, ocorre a conversão dos valores que se encontram em moeda estrangeira nos documentos de compra e venda, bem como no conhecimento de transporte. A conversão é realizada considerando-se a paridade do câmbio vigente na data de saída do meio de transporte. 42 UNIDADE 1 SEGUROS DE TRANSPORTES Toda e qualquer indenização será sempre paga ao segurado/ beneficiário, no Brasil, em moeda corrente. Caso haja necessidade de se fazer uma substituição do bem avariado, todos os custos para transferência do numerário para o exterior correrão por conta do importador. Nessa modalidade, não existe cobrança do IOF. Em moeda estrangeira Nessa opção, o segurado tem o direito de declarar a importância segurada na moeda estrangeira original (exemplo: dólar, euro, libra). Nessa modalidade não existe cobrança do IOF. A cobrança do prêmio e a liquidação de sinistros em moeda estran- geira estarão subordinadas às normas estabelecidas pelo Banco Central, por meio da Circular nº 3.691/2013, que permite às segu- radoras a manutenção de contas em moeda estrangeira, conforme previsto no art. 187 do normativo. Atenção O pagamento do prêmio do seguro em moeda estrangeira obedecerá ao previsto no art. 118, inciso I da Circular 3.691 do Bacen. “O prêmio e a indenização relativos ao contrato de seguro celebrado em moeda estrangeira, inclusive de crédito a exportação, são pagos por transferência ban- cária, em moeda estrangeira, com utilização de recursos disponíveis no exterior ou mediante celebração e liquidação de contrato de câmbio, efetivando- se a entrega da moeda estrangeira para crédito na conta da empresa seguradora.” — Vistoria Nos Seguros de Transportes, não são realizadas vistorias prévias, pois seria inviável devido à grande movimentação de cargas que é realizada diariamente. A vistoria só é realizada em caso de sinistros para apuração dos danos, conforme veremos adiante. 43 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES FIXANDO CONCEITOS 1 Marque a alternativa correta: 1. Os seguros de transportes podem ser contratados para quaisquer tipos de modais utilizados no transporte de carga. O tipo de transporte conhecido por “cabotagem” se refere às viagens realizadas: (a) Em rodovias e/ou ferrovias. (b) Entre aeroportos internacionais. (c) Em rios e lagos ou lagoas navegáveis. (d) Pelo mar, entre portos nacionais ao longo da costa. (e) Em viagens internacionais marítimas. 2. O transporte de mercadorias pode envolver mais de um modal de transporte (terrestre, aéreo, marítimo). Assinale a alternativa que apre- senta o tipo de transporte combinado que se caracteriza pela emissão individual dos documentos de transporte para cada modal utilizado, bem como pela divisão de responsabilidade entre os transportadores. (a) Transporte Rodofluvial. (b) Transporte Multimodal. (c) Transporte Rodoaéreo. (d) Transporte Flexível. (e) Transporte Intermodal. 3. Os seguros de transportes nacionais e internacionais podem ser con- tratados por quem detiver a propriedade ou possedireta sobre o bem ou a mercadoria transportada, ou seja, por quem possui o interesse em preservar seus bens contra os riscos inerentes ao transporte, entre os quais podemos citar: (a) O transportador rodoviário. (b) O importador de uma mercadoria. (c) O transportador marítimo. (d) O operador portuário. (e) O fiel depositário. 44 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES 4. De acordo com o Decreto nº 61.867/1967, as pessoas jurídicas de direi- to público ou privado são obrigadas a segurar os bens e as mercadorias de sua propriedade contra os riscos de força maior e caso fortuito ine- rente ao transporte desses bens e mercadorias. Considerando as moda- lidades de seguros transportes existentes, o seguro que essas pessoas jurídicas precisam contratar é o seguro de: (a) Responsabilidade Civil de Transporte de Carga. (b) Responsabilidade Civil decorrente de caso fortuito ou força maior. (c) Transporte Nacional. (d) Transporte Internacional. (e) Riscos empresariais (compreensivo). 5. Uma indústria de doces que, além de fabricá-los, também faz a distri- buição em todo o Brasil pode ser definida, no mercado de seguros, como: a) Embarcador. b) Operador logístico. c) Despachante aduaneiro. d) Transportador. e) Comissário de avarias. 6. Um empresário brasileiro resolveu negociar a compra de produtos ele- trônicos da China para revender no Brasil. A operação foi realizada entre o Porto de Ningbo (China) e porto de Santos (Brasil). Com base nas informa- ções, é correto afirmar que se trata de uma operação de: a) Importação por cabotagem. b) Exportação por cabotagem. c) Importação marítima. d) Exportação marítima. e) Importação fluvial e lacustre. 7. Qual o objeto adaptado para ser utilizado em transportes de navios, trens e caminhões, sendo conhecido como cofre de carga, porque nele estão instalados dispositivos de segurança previstos por leis nacionais e internacionais? a) Embalagem primária. b) Contêiner. c) Caixa de madeira. d) Amarração de carga. e) Embalagem secundária. 45 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES 8. Os embarcadores emitem notas fiscais, enquanto os transportadores emitem: a) Nota promissória. b) Termo de compromisso. c) Nota fiscal de simples remessa. d) Conhecimento do embarque. e) Oferta de crédito. 9. Qual é o contrato de compra e venda em que o comprador/importador no Brasil assume a responsabilidade em todo o percurso, da origem até o destino final? a) FOB. b) CIF. c) EXW. d) FAS. e) CFR. 10. Um dos documentos mais utilizados para iniciar a negociação de um seguro de transportes bem como conhecer a operação do cliente é deno- minado: a) Proposta. b) Questionário. c) Apólice. d) Averbação. e) Endosso. Consulte o gabarito clicando aqui. 46 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES 02 ■ Conhecer as principais cláusulas das condições gerais e específicas dos Seguros de Transportes, considerando situações práticas da comercialização de seguros de transportes. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Compreender o funcionamento e a aplicabilidade das principais coberturas básicas e das cláusulas específicas dos Seguros de Transportes, analisando situações práticas. ⊲ CONDIÇÕES GERAIS ⊲ CONCORRÊNCIA DE APÓLICES ⊲ SUB-ROGAÇÃO DE DIREITOS ⊲ RESCISÃO E CANCELAMENTO ⊲ OBRIGAÇÕES DO SEGURADO ⊲ PERDA DE DIREITOS ⊲ COBERTURAS BÁSICAS ⊲ COBERTURA BÁSICA RESTRITA C ⊲ COBERTURA RESTRITA B ⊲ COBERTURA BÁSICA AMPLA A ⊲ PREJUÍZOS NÃO INDENIZÁVEIS (RISCOS NÃO COBERTOS) ⊲ RISCOS SUJEITOS À CONSULTA PRÉVIA E ESTIPULAÇÃO NA APÓLICE (COBERTURAS A, B E C) ⊲ FIXANDO CONCEITOS 2 TÓPICOS DESTA UNIDADE CONDIÇÕES GERAIS e COBERTURAS BÁSICAS dos SEGUROS de TRANSPORTES 47 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES CONDIÇÕES GERAIS As condições gerais possuem cláusulas que regulamentam os direitos e as obrigações do segurado e da seguradora. Uma única condição geral aplica-se aos Seguros de Transportes nacionais e internacionais, independentemente da modalidade de transporte (terres- tre, aérea ou aquaviária). — Condições contratuais padronizadas Por meio da Circular Susep nº 621, de 12 de fevereiro de 2021, a Susep revogou a Circular Susep nº 265, de 16 de agosto de 2004, que dispunha sobre planos padronizados e planos não padronizados. As condições contratuais padronizadas são de uso facultativo pelas socie- dades seguradoras e se referem a normativos ainda vigentes, que serão progressivamente revisados e revogados, seguindo os objetivos estraté- gicos de simplificar a regulação dos mercados e promover um ambiente favorável ao desenvolvimento de um mercado competitivo, transparente, inovador e com maior cobertura. Atenção As condições contratuais padronizadas do seguro de transporte foram originariamente elaboradas de forma a abranger tanto o ramo 0621 (transporte nacional) quanto o ramo 0622 (transporte internacional). A atual legislação estipula que os planos de seguro de transporte contemplem apenas um desses ramos. Em consequência, as condições con- tratuais padronizadas devem ser revisadas de forma a se adequarem a cada ramo. Vale a pena ler na íntegra Circular Susep nº 354/2007, que disponibiliza no sítio da Susep as condições contratuais do plano padronizado para o Seguro de Transportes https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/circular-susep-n-621-de-12-de-fevereiro-de-2021-303756056 48 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES — Prejuízos Não Indenizáveis Para fins desse seguro, consideram-se prejuízos não indenizáveis aqueles expressamente convencionados nas condições especiais, que fazem par- te integrante e inseparável desta apólice, bem como: a) Medidas sanitárias, desinfecções ou fumigações, invernada, quarentena, demora, estadia e sobrestadia em porto, imprópria preparação do navio para o carregamento, flutuações de preço e perda de mercado. b) Atos decorrentes de riscos políticos, de crédito e de garantia financeira. — Bens e/ou Mercadorias Não Compreendidos no Seguro Este item estabelece que não podem ser segurados em Transportes os seguintes bens e/ou mercadorias: ■ Qualquer bem, quando compreender outros riscos além dos exclu- sivamente de Transporte. ■ Filmes e/ou equipamentos cinematográficos, fotográficos e simi- lares, quando abrangerem os riscos de permanência em cinemas, estúdios, filmotecas, depósitos ou lojas de vendedores ou locado- res e locais de filmagens. ■ Bens de terceiros recebidos para transporte. ■ Dinheiro (em moeda ou papel), cheques, contas e comprovantes de débito; metais preciosos e semipreciosos e suas ligas, trabalha- das ou não, pedras preciosas, semipreciosas e pérolas, em geral, engastadas ou não; notas e notas promissórias; cartões de crédito, cartões telefônicos, cartões de estacionamento em geral; talões de cheques, vales e outros assemelhados e registros; títulos, apó- lices, diamantes industriais, documentos e obrigações de qualquer espécie e escrituras; bilhetes de loteria, selos e estampilhas; salvo pelo seu valor material (intrínseco). ■ Bens em exposições, quando estiver incluído o risco de perma- nência no local de exposição. ■ Joias, salvo quando se tratar de bagagem, nos termos da cobertu- ra básica para Seguros de Bagagem. Também não poderão ser segurados em Transportes os bens e/ou mer- cadorias listados a seguir, a não ser que haja estipulação expressa, conti- da na especificação da apólice, mediante inclusão de cobertura adicional ou cláusula específica, confirmando a cobertura. São eles: 49 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES ■ Equipamentos móveis, nos casos de autolocomoção. ■ Mercadorias em devolução ou redespachadas. ■ Mercadorias e/ou bens usados. ■ Mercadorias sem valor declarado no conhecimento de embarque. ■ Mercadorias embarcadas em navios com denominação a avisar. ■ Chapas galvanizadas e/ou folhas de ferro zincadas (folha de flan- dres), sempre que o documento de compra estabelecer especifi-cações inferiores às mínimas previstas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), quanto a peso, aderência e uniformi- dade da camada de zinco. ■ Mercadorias transportadas no convés do navio. ■ Material radioativo. ■ Mercadorias embarcadas em navios com as seguintes características: » Estejam excluídos da 1a classe das sociedades de classificação reconhecidas ou de classes desconhecidas. » Tenham mais de 20 anos (a contar a partir do ano de constru- ção do navio, inclusive conforme seu registro de classificação) ou de idade desconhecida. » Tenham menos de 1.000 toneladas de arqueação bruta TAB. » Não tenham autopropulsão. » Sejam construídos com outros materiais que não sejam ferro ou aço. » Sejam utilizados em linhas regulares de características des- conhecidas. — Pagamento do Prêmio A data limite para o pagamento do prêmio à vista ou da primeira parcela não poderá ultrapassar o 30o (trigésimo) dia da emissão da apólice, endos- so, fatura ou conta mensal. — Prazo do Seguro Nas apólices de Transportes, deverão sempre constar as datas de início e fim da vigência do seguro. No caso de apólice aberta, a vigência normalmente é de 12 (doze) meses, mas a seguradora pode, a seu critério, emitir apólices com vigência inferior a esse prazo. 50 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES As apólices terão início e término de vigência às 24 horas das datas indi- cadas na proposta. Não havendo data especificada na proposta, valerá a data de entrada da proposta na seguradora. Nas apólices do tipo avulsa, o prazo do seguro será o tempo de duração da viagem, o que não é possível especificar em apólice. — Regulação e Liquidação de Sinistros De acordo com o disposto nas condições padronizadas estabelecidas pela Circular no 354/2007, a seguradora é obrigada a pagar em dinheiro o prejuízo resultante do risco assumido ou, caso haja concordância com o segurado, poderá repor o bem objeto da cobertura contratada. Importante observar as regras contidas na Circular 621, de 2021, da Susep. Valor do Objeto Segurado O valor do objeto segurado é o valor de custo constante na fatura comer- cial ou documento equivalente. Na falta da fatura comercial ou documento equivalente, o custo deve corresponder ao valor de mercado do objeto segurado no local e data do embarque. CONCORRÊNCIA DE APÓLICES Quando, na data da ocorrência de um sinistro, existirem outros seguros garan- tindo os mesmos riscos previstos nesse contrato, a seguradora contribuirá apenas com a quota de indenização das perdas e dos danos sofridos pelo segurado na proporção existente entre a importância que houver garantido para os riscos ocorridos e a totalidade da importância segurada por todas as apólices em vigor naquela data. SUB-ROGAÇÃO DE DIREITOS Efetuado o pagamento da indenização, o comprovante valerá como ins- trumento de cessão, a seguradora ficará sub-rogada, até o valor da inde- nização paga, em todos os direitos e ações do segurado contra aqueles que, por ato, fato ou omissão, tenham causado os prejuízos indenizados pela seguradora ou para eles concorrido. 51 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o dano for causado pelo côn- juge do segurado, seus descendentes ou ascendentes, consanguíneos ou afins. É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em prejuízo do segurador, os direitos de sub-rogação. RESCISÃO E CANCELAMENTO O contrato de Seguros de Transportes pode ser rescindido, total ou par- cialmente, a qualquer tempo, por iniciativa de quaisquer das partes contra- tantes, mas sempre com concordância recíproca, ressalvados os riscos em curso, ou seja, as viagens já iniciadas. O seguro poderá ser cancelado nas seguintes situações: ■ Quando ocorrer o não pagamento do prêmio. ■ Decorrido o prazo de seis meses sem que o segurado tenha aver- bado qualquer embarque. ■ No caso de falência ou liquidação judicial ou extrajudicial da empresa segurada. Na prática, as seguradoras comunicam previamente a intenção de cancelar uma apólice em um prazo mínimo de 30 dias. OBRIGAÇÕES DO SEGURADO São obrigações a serem cumpridas pelo segurado, seus empregados e agentes, em caso de sinistro coberto pelas condições do seguro: ■ Dar imediato aviso à seguradora, por escrito, sobre todo e qual- quer sinistro, inclusive declaração de avaria grossa, mesmo que o fato seja público e notório. ■ Independentemente das medidas legais e administrativas a que está sujeito, tomar todas as providências para defesa, salvaguar- da e preservação do objeto segurado, bem como para minorar as consequências do sinistro e, ainda, agir em conformidade com as instruções que receber da seguradora. 52 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES Os eventuais desembolsos decorrentes das providências anterior- mente mencionadas, bem como as despesas ou custos de salva- mento devidos a terceiros, serão de responsabilidade da segura- dora até o limite da importância segurada. ■ Instruir seu pedido de indenização com os documentos compro- batórios da causa, natureza e extensão da perda ou dano material sofrido pelo objeto segurado. ■ Assegurar que todos os direitos contra transportadores, depositá- rios ou terceiros estejam devidamente preservados e exercidos, observado o disposto na legislação em vigor. A seguradora reembolsará o segurado por quaisquer despesas que tenham sido efetuadas, de maneira correta e razoável, no cumpri- mento das obrigações previstas até o limite da importância segurada. ■ Havendo indícios de perdas, avarias, violação, falta de peso ou qual- quer outra forma de dano às mercadorias seguradas, antes da retira- da dos armazéns de descarga, deverá ser efetuada a vistoria obriga- tória para a constatação do montante da perda, roubo ou avaria. No caso de avaria ou falta em mercadorias importadas, obriga-se o segurado (ou seus prepostos) a requerer, dentro do mais curto prazo e antes do desembaraço aduaneiro, a competente vistoria aduaneira, a menos que haja expressa dispensa dessa providên- cia por parte da seguradora. A vistoria será realizada em conjunto com o representante da segu- radora, do transportador e da entidade responsável que detiver a guarda ou custódia das mercadorias. Devem ser observados prazos e procedimentos previstos nas condições especiais do seguro. Nos casos de mercadorias importadas, a seguradora não se res- ponsabilizará por despesas normais ou extraordinárias com guarda, vigilância, capatazias e armazenagens que venham a incidir sobre o objeto segurado, salvo no caso em que essas despesas sejam, direta e exclusivamente, decorrentes de vistoria aduaneira não dispensada. Muito embora ainda conste das Condições Gerais como uma obriga- ção do segurado, a Vistoria Aduaneira foi extinta pela Lei Ordinária 12.350/2010; portanto, as seguradoras deixaram de exigir tal providência. ■ Agir com razoável presteza em todas as circunstâncias que esti- verem sob seu controle. As medidas tomadas pelo segurado ou pela seguradora com o objetivo de salvar, proteger ou recuperar o objeto segurado não serão consideradas como renúncia ou acei- tação de abandono, nem de outro modo prejudicarão os direitos de qualquer parte. 53 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES O segurado obriga-se, ainda, a: ■ Comunicar à seguradora, com exatidão, todas as circunstâncias que, por algum modo, direta ou indiretamente, possam influir na aceitação do seguro ou na fixação da taxa do prêmio, não apenas contemporâneas à contratação, mas também as que se tenham verificado, ou cuja verificação for previsível durante a vigência da apólice. ■ Dar aviso imediato à seguradora, por escrito, ao longo de toda a vigência da apólice, acerca de toda e qualquer alteração relati- va às informações contidas na proposta de seguro que originou a emissão da apólice, bem como toda e qualquer circunstância que, direta ou indiretamente, possa influirno estado do risco, alte- rando-o, modificando-o ou ampliando-o, além de toda e qualquer circunstância cujo conhecimento possa ser útil para a seguradora atuar, por ações diretas ou mediante orientações, a fim de evitar a caracterização de sinistro ou o agravamento dos riscos. PERDA DE DIREITOS Além dos casos previstos em lei e nas condições da apólice, a seguradora ficará isenta de qualquer obrigação decorrente do contrato de seguro se: ■ O segurado fizer declarações falsas ou incompletas, ou, ainda, se omitir circunstâncias do seu conhecimento capazes de influir na aceitação da proposta. ■ O segurado deixar de cumprir as obrigações convencionadas na apólice. ■ O sinistro for devido à culpa grave ou dolo do segurado e/ou do beneficiário do seguro que, agindo em nome do próprio segu- rado, ou com o seu conhecimento, tenham contribuído para a causa do sinistro. ■ O segurado fizer uso de qualquer comunicação fraudulenta ou de má-fé. ■ O segurado, por qualquer meio, procurar obter benefícios ilícitos do seguro. ■ O segurado se recusar a apresentar qualquer documentação que seja exigida pela seguradora, para o correto esclarecimento do fato ocorrido. ■ O segurado não declarar à seguradora a existência de quaisquer outros seguros que garantam, contra os mesmos riscos, os bens segurados. 54 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES ■ O segurado não comunicar, imediatamente, à seguradora a efetiva- ção posterior de outros seguros, conforme definido no item anterior. ■ Houver a inobservância ou negligência do consignatário ou de seus representantes no cumprimento das obrigações que tenham como propósito evitar ou reduzir perdas, bem como assegurar o direito de ressarcimento da seguradora contra transportadores, depositários ou outras partes envolvidas em sinistro indenizável pelas coberturas do seguro. COBERTURAS BÁSICAS Existem, ao todo, 23 coberturas básicas disponíveis, à escolha do segura- do, que variam em função da amplitude dos riscos cobertos e/ou da mer- cadoria ou bem a ser segurado. Veja alguns exemplos: ■ Cobertura ampla para mercadorias/bens congelados. ■ Cobertura restrita para mercadorias/bens congelados. ■ Cobertura ampla para batata e outros bulbos raízes. ■ Cobertura ampla para madeiras. São três principais coberturas básicas disponíveis: ■ Cobertura básica restrita C. ■ Cobertura básica restrita B. ■ Cobertura básica ampla A. Essas coberturas podem ser contratadas para praticamente todo tipo de mercadoria, exceto para aquelas que possuem uma cobertura específica. No Anexo 6 deste manual, estão relacionadas todas as coberturas básicas disponíveis. Para analisarmos cada uma das coberturas básicas, é necessário enten- dermos antes os conceitos e as características da avaria grossa, uma vez que se trata de um evento incluído em praticamente todas as coberturas básicas dos Seguros de Transportes e em algumas coberturas adicionais. Avaria grossa ou avaria comum Avaria grossa ou avaria comum é o dano, sacrifício ou gasto extraordinário feito, deliberadamente, pelo capitão e principais membros da tripulação para salvar o navio e/ou a carga transpor- tada de um perigo iminente, comum a ambos. 55 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES Os procedimentos de avaria grossa, no Brasil, são regulados pelo Código Comercial Brasileiro. A avaria grossa tem dois objetivos básicos: ■ O salvamento do navio e/ou da carga. ■ A continuação da viagem programada até o porto de des- tino, no próprio navio ou por outros meios, com o carrega- mento total ou parcial, perfeito ou avariado. Os prejuízos classificáveis como avaria grossa podem ser dividi- dos, de acordo com suas origens, em sacrifícios e despesas. Sacrifícios são danos materiais sofridos por um bem, seja devido a um ato direto ou em consequência de ato de avaria grossa, provocados intencio- nalmente para que se salve do perigo o restante dos interesses envolvi- dos na aventura marítima comum. Um bom exemplo disso é o lançamento de parte da carga ao mar para aliviar o peso do navio e salvar a expedição (este ato é denominado alijamento da carga). Despesas são os gastos extraordinários realizados para salvar o navio, a carga, o frete ou todo o conjunto que compõe a expedição marítima. Observe esse exemplo de despesas: despesas com a contratação extra- ordinária de um rebocador para salvar a expedição em caso de perigo imi- nente de colisão, encalhe ou outro dano, em virtude da perda da máquina propulsora do navio. O sacrifício ou a despesa que resulta em avaria grossa deve ser feito para a segurança comum, contra risco imediato e grave, presente, atual e certo que afete a expedição marítima, e não apenas o navio. O sacrifício imposto deve ser deliberado, ou seja, provocado por decisão expressa do capitão e dos principais tripulantes. É necessário, também, que o sacrifício apresente resultado útil, ou seja, pelo sacrifício imposto devem ser salvos, no todo ou em parte, navio e mercadoria. Para que as cargas possam ser liberadas após a avaria grossa, indepen- dentemente da conclusão de todos os procedimentos de regulação, o armador tem o direito de exigir uma garantia dos embarcadores, ou seja, só entregar a carga mediante fiança que garanta o pagamento posterior, eventualmente devido pelo proprietário da carga. Essa fiança, em princí- pio, deve ser paga através de depósito em dinheiro. Na prática, entretanto, é substituída por um termo de compromisso. Os danos e despesas ocasionados pela avaria grossa são repartidos, pro- porcionalmente, entre o navio, o frete e a carga. Alijamento É o lançamento ao mar de mercadorias ou partes da embarcação. É, geralmente, praticado em ocasiões de perigo para evitar mal maior e, por isso, constitui caso típico de avaria grossa. 56 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES O levantamento dos danos e despesas da avaria grossa é feito por um pro- fissional especializado em avarias marítimas, chamado árbitro regulador. Cabe a ele calcular as partes devidas a cada um dos interessados, isto é, navio e cargas, na liquidação do sinistro. Para conhecer um exemplo de avaria grossa, acesse o anexo 3 desta apostila. COBERTURA BÁSICA RESTRITA C A cobertura básica restrita C cobre, basicamente, os prejuízos que o segu- rado venha a sofrer em consequência de perdas e danos causados ao objeto segurado, descrito na apólice e averbações, exclusivamente por: ■ Incêndio, raio ou explosão. ■ Encalhe, naufrágio ou soçobramento do navio ou embarcação. ■ Capotagem, colisão, abalroamento, tombamento ou descarrila- mento de veículo terrestre. ■ Abalroamento, colisão ou contato do navio, embarcação, aeronave ou veículo de terra com qualquer objeto externo que não seja água. ■ Colisão, queda e/ou aterrissagem forçada da aeronave devida- mente comprovada. ■ Descarga da carga em porto de arribada. ■ Carga lançada ao mar. ■ Perda total de qualquer volume durante as operações de carga e descarga do navio. ■ Perda total decorrente de fortuna do mar e de arrebatamento pelo mar. ■ Sacrifício de avaria grossa e despesas de salvamento. ■ Despesas que o segurado venha a ser obrigado a pagar ao trans- portador, por força da cláusula de “Colisão por Ambos Culpados”. ■ Despesas de remessa do objeto segurado para seu destino cor- reto, quando, em decorrência de um risco coberto pelo seguro, o trânsito segurado terminar em um porto ou local que não seja o mesmo para o qual o objeto segurado estiver destinado. Porém, neste caso, não são aplicáveis as despesas de avaria grossa ou as despesas de salvamento, nem as despesas resultantes de culpa, insolvência ou inadimplemento financeiro do segurado ou seus empregados. 57 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES Podemos dizer, assim, que a Cobertura Básica Restrita “C” garante perdas e danos às mercadorias decorrentes de acidentes com o meio de transporte. COBERTURA RESTRITA B A cobertura restritaB envolve as mesmas perdas e danos relacionados na cobertura restrita C, acrescidos dos seguintes riscos: ■ Inundação, transbordamento de cursos de água, represas, lagos ou lagoas durante a viagem terrestre. ■ Desmoronamento ou queda de pedras, terras, obras de arte de qualquer natureza, ou outros objetos, durante a viagem terrestre. ■ Terremoto, erupção vulcânica. ■ Entrada de água do mar, lago ou rio no navio, embarcação, veículo, contêiner, furgão (liftvan) ou local de armazenagem. ■ Perda total ou parcial decorrente de fortuna do mar e/ou arrebata- mento pelo mar. ■ Perda total de qualquer volume durante as operações de carga e descarga de qualquer meio de transporte. Em resumo, a cobertura básica restrita “B” garante perdas e danos às mer- cadorias decorrentes de acidentes com o meio de transporte, incluindo eventos decorrentes de atos da natureza. COBERTURA BÁSICA AMPLA A Diferentemente das coberturas restritas C e B, que necessitam especificar quais riscos estarão cobertos, na Cobertura Ampla A, são cobertos todos os riscos de perdas ou danos materiais sofridos pelo objeto segurado em con- sequência de quaisquer causas externas, com exceção daquelas expres- samente excluídas na cláusula de prejuízos não indenizáveis. Isto é, estará coberto aquilo que não for excluído expressamente pela apólice. Esse tipo de cobertura também abrange sacrifício de avaria grossa, des- pesas de salvamento, de remessa e aquelas causadas por força da cláu- sula de “colisão por ambos culpados”. 58 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES PREJUÍZOS NÃO INDENIZÁVEIS (RISCOS NÃO COBERTOS) A cobertura básica ampla A e as coberturas básicas restritas B e C não garantem, em hipótese alguma, perdas e danos ou despesas, direta ou indiretamente, causados por: ■ Atos ilícitos do segurado, beneficiários e/ou de seus representan- tes ou prepostos. ■ Vazamento comum, perda e/ou diferença natural de peso ou volu- me e desgaste natural do objeto segurado. ■ Insuficiência ou inadequação de embalagem ou preparação impró- pria do objeto segurado. Inclui-se no conceito de embalagem o acondicionamento em contêiner ou liftvan, quando tal acondicio- namento for realizado antes do início da cobertura do presente seguro ou quando feito pelo segurado ou seus prepostos. ■ Vício próprio ou decorrente da natureza do objeto segurado. ■ Atraso, mesmo que seja causado por risco coberto, exceto des- pesas indenizáveis sob cobertura de avaria grossa e despesas de salvamento. ■ Insolvência ou inadimplemento financeiro dos proprietários, admi- nistradores, fretadores ou operadores do navio ou aeronave. ■ Falta de condições de navegabilidade do navio ou embarcação, e/ou inaptidão do navio, da embarcação, da aeronave, do veículo, do contêiner ou de liftvan, ou de outro meio de transporte utilizado, para transportar, com segurança, o objeto segurado, se o segura- do ou seus prepostos tiverem conhecimento de tais condições de inavegabilidade ou inaptidão no momento em que o objeto segu- rado é embarcado. A seguradora relevará qualquer violação das garantias implícitas de navegabilidade e aptidão para transportar com segurança o objeto segurado até o seu destino final, a menos que o segurado ou seus prepostos tenham conhecimento dessa falta de condições de navegabilidade ou capacidade. ■ Uso de qualquer arma de guerra, fissão e/ou fusão, atômica ou nuclear, ou outra reação similar, ou força ou matéria radioativa. ■ Poluição, contaminação e perigo ambiental causados pelo objeto segurado. ■ Danos morais. ■ Multas, assim como obrigações fiscais e/ou judiciais. 59 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES ■ Quaisquer eventos durante a permanência do objeto segurado nos armazéns de propriedade, administração, controle ou influên- cia do segurado, do embarcador, do consignatário, do destinatário, do despachante ou de seus agentes, representantes ou prepostos. ■ Ato terrorista, independentemente de seu propósito, quando reconhe- cido como atentatório à ordem pública pela autoridade competente. ■ Armas químicas, biológicas, bioquímicas, eletromagnéticas e de ataque cibernético. ■ Falha ou mau funcionamento de qualquer equipamento e/ou progra- ma de computador e/ou sistema de computação eletrônica de dados em reconhecer e/ou corretamente interpretar e/ou processar e/ou distinguir e/ou salvar qualquer data como a real e exata data de calen- dário, ainda que continue a funcionar corretamente após aquela data. ■ Aflatoxina, nos seguros de amendoim, castanhas, amêndoas, ave- lãs, nozes, soja e outros grãos. ■ Quebra de filamento nos seguros de lâmpadas. ■ Oxidação e ferrugem nos seguros de arame, ferro, aço, zinco, folhas de flandres e metais em geral. ■ Variação de temperatura. ■ Paralisação de máquinas frigoríficas ou motores de refrigeração, por qualquer causa. Além das exclusões acima, acrescentam-se para as coberturas restritas B e C: ■ Danificação ou destruição voluntária do objeto segurado, ou parte dele, por ato ilícito de qualquer pessoa ou pessoas, inclusive atos de má-fé, vandalismo e sabotagem. RISCOS SUJEITOS À CONSULTA PRÉVIA E ESTIPULAÇÃO NA APÓLICE (COBERTURAS A, B e C) Os riscos listados a seguir poderão estar cobertos no seguro mediante consulta prévia à seguradora e expressa estipulação na apólice, formali- zada por inclusão de cláusula especificando a cobertura e o pagamento de prêmio adicional: ■ Transbordo e desvio de rota voluntários. 60 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES ■ Guerra, guerra civil, revolução, rebelião, insurreição ou comoção civil delas resultantes, ou qualquer ato de hostilidade de/ou contra uma potência beligerante. ■ Captura, apreensão, arresto, restrição ou detenção (exceto pirata- ria), e suas consequências, ou qualquer tentativa visando a essas atividades. ■ Confisco, nacionalização, requisição ou apropriação antecipada. ■ Minas, torpedos e bombas ou outras armas de guerra abandonadas. ■ Grevistas, trabalhadores em lockout, pessoas participantes de dis- túrbios trabalhistas, tumultos ou comoções civis. ■ Greve, lockouts, distúrbios trabalhistas, tumultos ou comoções civis. ■ Obrigações tributárias. Exclusivamente para a cobertura básica restrita B acrescentam-se mais dois riscos: ■ Roubo oriundo de assalto à mão armada ou desaparecimento de carregamento total do veículo devidamente comprovado por registro policial. ■ Extravio de volumes inteiros, quando o transporte não for efetuado em veículos do próprio segurado. — Início e Fim dos Riscos (Coberturas Básicas A, B e C) Observados os riscos constantes da cobertura contratada, o início da cobertura acontece no momento em que a mercadoria começa a ser carre- gada no lugar mencionado para o princípio do trânsito, continua durante o seu curso ordinário e termina quando ocorrer uma das situações a seguir: ■ A mercadoria for entregue no armazém do consignatário, ou em outro armazém ou em outro lugar de estocagem, no destino indi- cado na apólice ou averbação. ■ A mercadoria for entregue em qualquer outro armazém ou lugar de estocagem antes, ou no destino indicado na apólice ou averba- ção, e que o segurado tenha escolhido para: » Armazenamento diferente do usado no curso normal do trân- sito; ou » Colocação ou distribuição. 61 UNIDADE 2 SEGUROS DE TRANSPORTES ■ Ao fim de 60 dias, após completada a descarga da mercadoria segurada no porto de destino final; ou ■ Ao fim de 30 dias, após completada a descarga da mercadoria segurada no aeroporto final de descarga; ou ■ Ao fim de 30 dias, após a chegada do veículo terrestre à fronteira entre países, nos casos de viagens internacionais, e, ao fim de dez dias, após a chegada do veículo terrestre à localidade de destino, em caso de viagens nacionais; ou ■ Com a venda ou transferência de direitos sobre o objeto segurado, antes do término da viagem, salvo estipulação em contrário; ou ■ Como fato que primeiro ocorrer entre as possibilidades previstas nos itens anteriores. 62 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES FIXANDO CONCEITOS 2 Marque a alternativa correta 1. De acordo com as Condições Gerais dos Seguros de Transportes Nacionais e Internacionais, alguns bens e mercadorias não estão com- preendidos nestes seguros, dentre eles podemos citar: (a) Matéria prima para fabricação de medicamentos. (b) Produtos agrícolas. (c) Pedras preciosas e semipreciosas. (d) Carne “in natura” de qualquer tipo. (e) Eletroeletrônicos em geral. 2. Efetuado o pagamento de uma indenização nos seguros de transportes, o comprovante valerá como instrumento de cessão. O instrumento legal que permite que a seguradora ingresse com ações de ressarcimento con- tra aqueles que, por ato, fato ou omissão, tenham causado os prejuízos indenizados pela seguradora ou para eles concorrido é denominado: (a) Sub-rogação de diretos. (b) Substituição de direitos. (c) Ação regressiva. (d) Acordo judicial. (e) Procuração. 3. Uma empresa importadora de bebidas precisa contratar o seguro de transportes de seus produtos e necessita que a cobertura garanta perdas e danos por quaisquer tipos de avarias, independentemente de acontecer algum acidente com o meio de transporte e que também inclua o roubo, furto ou extravio. A cobertura Básica mais recomendada para essa empre- sa seria a cobertura Básica: (a) Restrita C (b) Restrita B (c) Ampla A (d) Especial nº 5 (e) Compreensiva de roubo 63 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES 4. De acordo com a cláusula de Início e fim dos riscos das coberturas bási- cas dos seguros de transportes, caso ocorra a venda ou transferência de direitos sobre o objeto segurado, antes do término da viagem, a cobertura do seguro: (a) Será mantida normalmente até o destino final. (b) Se encerrará, salvo estipulação em contrário. (c) Permanecerá somente até o próximo ponto de parada. (d) Será cancelada desde o início do risco. (e) Será mantida durante a armazenagem da mercadoria no porto. 5. O exportador brasileiro contratou o seguro de exportação no Brasil, e, durante uma viagem de exportação, houve prejuízos em razão da flutua- ção de preço e perda de mercado. É correto afirmar que o prejuízo: a) Não será indenizado. b) Tem cobertura na garantia básica C. c) Tem cobertura na garantia básica B. d) Tem cobertura na garantia básica A. e) Tem cobertura na garantia adicional de despesas. 6. Nos seguros de apólices por averbação, em que são emitidas as faturas para a cobrança do prêmio, as seguradoras concedem o prazo de: a) 7 dias. b) 15 dias. c) 25 dias. d) 30 dias. e) 45 dias. 7. No Seguro de Transportes, em qual hipótese a seguradora ficará isenta de qualquer obrigação decorrente do contrato de seguro? a) Se o segurado procurar obter benefícios ilícitos do seguro. b) Se ocorrer um acidente envolvendo o meio de transporte. c) Se acontecer um roubo da mercadoria transportada. d) Se houver um acidente durante a permanência das mercadorias em aduana. e) Se ocorrer a avaria grossa. 64 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES 8. A avaria grossa ou comum é o grande acidente que tem amparo nos seguros de transportes. O capitão deve tomar decisões no sentido de pro- teger navio, carga e tripulação. O alijamento, uma dessas decisões, é defi- nido como: a) Socorro prestado por outro navio. b) Lançamento de mercadorias ou partes da embarcação ao mar. c) Acidente aéreo. d) Acidente ferroviário. e) Acidente rodoviário. 9. É um prejuízo não indenizável no seguro de transportes: a) Insuficiência ou inadequação de embalagem. b) Encalhe. c) Capotagem. d) Descarga em porto de arribada. e) Avaria Grossa. 10. O início da cobertura acontece no momento em que a mercadoria começa a ser carregada no lugar mencionado para o princípio do trânsito, continua durante o seu curso ordinário e termina no marítimo ao fim de: a) 15 dias após completada a descarga. b) 30 dias após completada a descarga. c) 45 dias após completada a descarga. d) 60 dias após completada a descarga. e) 120 dias após completada a descarga. Consulte o gabarito clicando aqui. 65 UNIDADE 3 SEGUROS DE TRANSPORTES 03 ■ Reconhecer as principais coberturas adicionais dos Seguros de Transportes compreendendo o funcionamento e a aplicabilidade dessas coberturas, sendo capaz de oferecer a melhor cobertura adicional ao segurado de acordo com o risco. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ⊲ CONSIDERAÇÕES INICIAIS ⊲ COBERTURA ADICIONAL DE FRETE E/OU SEGURO ⊲ COBERTURA ADICIONAL DE DESPESAS ⊲ COBERTURAS ADICIONAIS DE TRIBUTOS (MERCADORIAS IMPORTADAS) ⊲ COBERTURA ADICIONAL DE LUCROS ESPERADOS ⊲ COBERTURA ADICIONAL PARA EMBARQUES AÉREOS SEM VALOR DECLARADO ⊲ COBERTURA ADICIONAL PARA CLASSIFICAÇÃO DE NAVIOS EM VIAGENS INTERNACIONAIS ⊲ COBERTURA ADICIONAL DE RISCOS DE GREVES ⊲ COBERTURA ADICIONAL DE RISCOS DE GUERRA PARA EMBARQUES AQUAVIÁRIOS E AÉREOS ⊲ FIXANDO CONCEITOS 3 TÓPICOS DESTA UNIDADE COBERTURAS ADICIONAIS dos SEGUROS de TRANSPORTES 66 UNIDADE 3 SEGUROS DE TRANSPORTES CONSIDERAÇÕES INICIAIS As coberturas adicionais para os Seguros de Transportes são adotadas em complemento às condições gerais e às coberturas básicas contratadas pelos segurados. Ao todo, são 20 coberturas adicionais. Entre essas, as mais utilizadas são: ■ Cobertura Adicional de Frete e/ou Seguro. ■ Cobertura Adicional de Despesas. ■ Cobertura Adicional de Tributos (Mercadorias Importadas). ■ Cobertura Adicional de Lucros Esperados. ■ Cobertura Adicional para Embarques Aéreos sem Valor Declarado. ■ Cobertura Adicional para Classificação de Navios em Viagens Internacionais. ■ Cobertura Adicional de Riscos de Greves. ■ Cobertura Adicional de Riscos de Guerra para Embarques Aqua- viários e Aéreos. Atenção A relação completa das coberturas adicionais encontra-se no Anexo 7. 67 UNIDADE 3 SEGUROS DE TRANSPORTES COBERTURA ADICIONAL DE FRETE E/OU SEGURO Essa Cobertura Adicional garante ao segurado o reembolso do frete e/ou do seguro por ele pago caso ocorra dano material aos bens segurados como consequência de qualquer um dos riscos garantidos pelas cobertu- ras contratadas. Os valores segurados relativos a essa cobertura adicional serão os corres- pondentes aos valores reais gastos pelo segurado no pagamento de frete e/ou seguro. COBERTURA ADICIONAL DE DESPESAS Para fins dessa cobertura, o valor a ser estabelecido na apólice deverá ser definido em termos percentuais, como 10% do somatório de custo e frete. Esse percentual, na verdade, pode ser escolhido livremente pelo segura- do. Porém, se for superior a um determinado valor (geralmente 10%), em caso de sinistro, será obrigatória a sua comprovação. Riscos Cobertos A Cobertura Adicional de Despesas estabelece que, mediante o paga- mento de prêmio adicional e discriminação de verba própria na apólice, quando esta for avulsa ou na averbação, as coberturas contratadas são estendidas às despesas direta e exclusivamente vinculadas às operações de despacho, desembaraço e translado do objeto segurado. Isso acontece em virtude da ocorrência de danos materiais aos bens segu- rados como consequência de qualquer um dos riscos garantidos pelas coberturas contratadas e desde que a seguradora tenha indenizado ou reconhecido a responsabilidade com relação a esses danos. Prejuízos Não Indenizáveis Além dos prejuízos previstos na cobertura básica contratada, não são admitidas como despesas seguráveis aquelas relativas a custos financei- ros de qualquer espécie, ainda que exigidos na carta de crédito. Importante O percentual mínimo para Cobertura Adicional de Despesas pode variar entre as seguradoras. 68 UNIDADE 3 SEGUROS DE TRANSPORTES Liquidação de Sinistros Além das regras para liquidação de sinistros contidas em suas respectivas condições de contratação do seguro,é importante observar que, se o valor segurado a título de despesas for superior ao valor estabelecido na espe- cificação da apólice, o segurado precisa comprovar a integral efetivação dessas despesas por meio de documentos hábeis, que serão exigidos por ocasião da regulação do sinistro. COBERTURAS ADICIONAIS DE TRIBUTOS (MERCADORIAS IMPORTADAS) Essa cobertura é concedida mediante pagamento de prêmio adicional e discriminação de verba própria na apólice avulsa ou averbação. O objetivo da Cobertura Adicional de Tributo (mercadorias importadas) é garantir ao segurado o reembolso dos tributos incidentes sobre o objeto segurado, em virtude da ocorrência de danos materiais aos bens segu- rados como consequência de qualquer um dos riscos garantidos pelas coberturas contratadas e desde que a seguradora tenha indenizado ou reconhecido a responsabilidade com relação a esses danos. A cobertura concedida por esta cláusula limita-se ao valor segurado decla- rado separadamente por tributo, e é ratificada na apólice, como: ■ Imposto de Importação – II; ■ Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI; ■ Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre as Prestações de Serviços de Transporte e de Comunicação – ICMS; ■ PIS; e ■ COFINS. Para os efeitos dessa Cobertura Adicional, são abrangidos pela cobertura do seguro os tributos expressamente discriminados e ratificados na apó- lice, incidentes sobre o objeto segurado, devidos e efetivamente pagos pelo segurado ou pelo importador e por eles não recuperáveis da Fazenda Nacional ou Estadual. 69 UNIDADE 3 SEGUROS DE TRANSPORTES Início e Fim dos Riscos Por se tratar de Seguro de Tributos, a cláusula da cobertura básica contra- tada é aplicada, exclusivamente, às ocorrências comprovadamente havidas com o objeto segurado, após o seu desembaraço aduaneiro e antes do ter- mo final de cobertura desse seguro. Na hipótese de perdas ou danos decorrentes de incêndio, no armazém do porto ou aeroporto de descarga, a cobertura do seguro relativo ao valor declarado como Imposto de Importação (II) não será prejudicada, mesmo que o sinistro tenha ocorrido antes do desembaraço aduaneiro. Os valores a serem discriminados, na apólice avulsa ou averbação, deve- rão corresponder aos valores efetivamente recolhidos pelo segurado, a título desses impostos. COBERTURA ADICIONAL DE LUCROS ESPERADOS A Cobertura Adicional de Lucros Esperados visa cobrir o risco da perda do lucro esperado pelo segurado com a comercialização ou industrializa- ção dos objetos segurados, em virtude da ocorrência de danos materiais causados como consequência de qualquer um dos riscos garantidos pelas coberturas contratadas e desde que a seguradora tenha indenizado ou reconhecido a responsabilidade com relação a esses danos. Importante Para a concessão da cobertura adicional de lucros esperados, deverá haver o paga- mento de prêmio adicional e discriminação de verba própria, na apólice ou averbação. Essa discriminação deve ser percentual (geralmente 10% sobre o somatório de custo, frete e despesas) quando a apólice for do tipo aberta. É importante observar que, se o valor segurado a título de lucros esperados for superior ao valor estabelecido na especificação da apólice, obriga-se o segurado, em caso de sinistro, a comprovar sua razoabilidade. Importante A cobertura dos impostos é relevante para as ocorrências posteriores à nacionalização (acidente e roubo), por isso, é fundamental alertar o cliente sobre a importância da contratação. 70 UNIDADE 3 SEGUROS DE TRANSPORTES COBERTURA ADICIONAL PARA EMBARQUES AÉREOS SEM VALOR DECLARADO Mediante pagamento de prêmio adicional, essa cobertura revoga a limi- tação da responsabilidade da seguradora em virtude daquela prevista para os transportadores aéreos pela Convenção de Montreal e pelo Códi- go Brasileiro de Aeronáutica, nos casos de embarques aéreos, sem valor declarado, no conhecimento de embarque. Isso significa que a seguradora será responsável pelo valor integral averba- do, mesmo não tendo sido declarado no conhecimento de embarque aéreo. COBERTURA ADICIONAL PARA CLASSIFICAÇÃO DE NAVIOS EM VIAGENS INTERNACIONAIS Essa Cobertura Adicional estende a cobertura do seguro aos embarques marítimos de mercadorias embarcadas em navios que possuam as seguin- tes características: ■ Estejam excluídos da pirmeira classe das sociedades de classificação reconhecidas ou de classes desconhecidas. ■ Tenham mais de 20 anos (a contar a partir do ano de constru- ção do navio, conforme seu registro de classificação) ou de idade desconhecida. ■ Tenham menos de 1.000 toneladas de arqueação bruta (TAB). ■ Não tenham autopropulsão. ■ Sejam construídos com outros materiais que não sejam ferro ou aço. ■ Sejam utilizados em linhas regulares de características desconhecidas. Saiba mais Para as viagens internacionais, a Convenção de Montreal estabelece como Limite Máximo de Indenização pelas empresas de transportes aéreos, nos casos de embarque aéreo sem valor declarado da mercadoria no conhecimento de transporte, o correspondente a 17 Direitos Especiais de Saque por quilograma de mercadoria transportada. 71 UNIDADE 3 SEGUROS DE TRANSPORTES COBERTURA ADICIONAL DE RISCOS DE GREVES Riscos Cobertos Mediante pagamento de prêmio adicional, a seguradora toma, a seu cargo, as perdas e danos que sobrevenham ao objeto segurado, causados por: ■ Grevistas, lockout, pessoas participando em distúrbios trabalhistas, tumultos ou comoções civis. ■ Greve, lockout, distúrbios trabalhistas, tumultos ou comoções civis. Ainda estão abrangidos por essa cobertura adicional o sacrifício de avaria grossa e despesas de salvamento, ajustadas ou determinadas de acordo com o contrato de afretamento e/ou a lei e costumes brasileiros que as regulem, e que tenham sido incorridas para evitar a perda proveniente de um risco coberto por essa cobertura adicional. Prejuízos Não Indenizáveis Além das exclusões constantes das demais coberturas contratadas, a cobertura adicional de risco de greve não cobre, em hipótese alguma, per- das, danos e despesas consequentes, direta ou indiretamente, de: ■ Má conduta intencional do segurado; ■ Falta total, parcial ou obtenção de mão de obra de qualquer natu- reza que seja resultante de qualquer greve, lockout, distúrbio traba- lhista, tumulto ou comoção civil; ■ Qualquer reclamação com base na perda ou frustração da viagem ou aventura. ■ Guerra, guerra civil, revolução, rebelião, insurreição ou comoção civil delas resultantes, ou qualquer ato de hostilidade de, ou con- tra, uma potência beligerante. Prazo de Cancelamento A Cobertura Adicional de Riscos de Greves poderá ser cancelada, ressal- vados os riscos em curso, mediante aviso prévio, por escrito, com antece- dência mínima em relação ao embarque: ■ Para viagens de ou para os Estados Unidos da América do Norte: 48 horas. ■ Para demais viagens: 7 (sete) dias. 72 UNIDADE 3 SEGUROS DE TRANSPORTES COBERTURA ADICIONAL DE RISCOS DE GUERRA PARA EMBARQUES AQUAVIÁRIOS E AÉREOS Riscos Cobertos ■ Guerra, guerra civil, revolução, rebelião, insurreição ou comoção civil delas resultantes, ou qualquer ato de hostilidade de, ou con- tra, uma potência beligerante. ■ Captura, apreensão, arresto, restrição ou detenção, decorrentes de riscos cobertos no item anterior, e suas consequências ou qual- quer tentativa visando a essas atividades. ■ Minas, torpedos e bombas abandonados ou outras armas de guer- ra abandonadas. ■ Confisco, nacionalização, requisição ou apropriação antecipada. Saiba mais Nos embarques aquaviários, esse seguro também cobre avaria grossa e despesas de salvamento, ajustadas ou determinadas de acordo com o contrato de afretamento e/ou a lei e os costumes brasileiros que as regulem e que tenham sido incorridas para evitar perdasou danos provenientes de risco coberto por essa cobertura adicional. Prejuízos Não Indenizáveis Além das exclusões constantes das demais coberturas contratadas, esse seguro não cobre, em hipótese alguma, perdas, danos e despesas conse- quentes, direta ou indiretamente, de qualquer reclamação com base na perda ou frustração da viagem ou aventura. Prazo de Cancelamento Essa Cobertura Adicional Riscos de Guerra poderá ser cancelada pela seguradora, ressalvados os riscos em curso, mediante aviso prévio, por escrito, que não poderá exceder o prazo de 7 (sete) dias de antecedência, em relação ao embarque. 73 UNIDADE 3 SEGUROS DE TRANSPORTES Além das coberturas adicionais avaliadas neste capítulo, é importante mencionar a existência de algumas cláusulas específicas que são relevan- tes para personalizar os seguros que serão oferecidos aos clientes. Nesse sentido, segue uma tabela com as principais cláusulas e seus objetivos: CLÁUSULA ESPECÍFICA OBJETIVO Para averbação provisória única para os seguros de importação. Simplificar o processo de averbação, em que o cliente pode fazer uma estimativa anual de importações. De franquia e/ou POS – participação obrigatória do segurado. Estabelecer valores ou percentuais que serão aplicados sobre os prejuízos, e deverá ter destaque no processo de negociação. De Dispensa do Direito de Regresso – DDR. Estabelecer uma negociação entre embarcador e trans- portadora sobre a responsabilidade da contratação do seguro, bem como a adoção sobre as regras de gerencia- mento de riscos. Para cobertura de avarias e/ou danos que ocorram com as mercadorias sem, necessariamente, terem como fato gerador o acidente envolvendo o meio de transportes. Personalizar a cobertura para o cliente de forma mais expansiva, na qual eventuais avarias ocorridas durante as viagens tenham amparo no seguro. Normalmente, as seguradoras estabelecem LMI (limite máximo de indeniza- ção) específico, franquia e exigência de aviso de sinistro de forma pontual para que a seguradora possa avaliar causa, natureza e extensão dos prejuízos. Para cobertura de limpeza de pista ou atendimento emergencial em caso de acidente rodoviário. No formato de reembolso ou atendimento pela própria seguradora, refere-se ao apoio ao cliente para minimizar possíveis danos ambientais em casos de acidentes durante o transporte. Importante As seguradoras têm inovado em algumas coberturas e/ou serviços que são essenciais às operações dos clientes, de modo que é relevante estarmos em sintonia com as se- guradoras para personalizar os produtos de forma abrangente. Nesse sentido, o papel do corretor de seguros se torna fundamental. 74 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES FIXANDO CONCEITOS 3 Marque a alternativa correta 1. Para que a seguradora assuma a responsabilidade pelo valor integral averbado, mesmo não tendo sido declarado no conhecimento de embar- que aéreo, é necessária a contração da cobertura adicional de: (a) Riscos de greves. (b) Classificação de navios. (c) Embarque aéreo sem valor declarado. (d) Lucros esperados. (e) Frete e/ou seguro. 2. A Cobertura Adicional de Greves cobre as perdas e os danos que sobre- venham ao objeto segurado, direta ou indiretamente causados em função de uma greve. No entanto, não estão cobertas quaisquer perdas, danos e despesas consequentes, direta ou indiretamente, de: (a) Tumultos. (b) Comoção Civil. (c) Trabalhadores em Lockout. (d) Distúrbios trabalhistas. (e) Qualquer reclamação com base na perda ou frustração da viagem. 3. Para garantir a cobertura por perdas e danos decorrentes de confis- co, nacionalização, requisição ou apropriação antecipada, é necessário a inclusão, na apólice de seguro transportes, da Cobertura Adicional de: (a) Riscos de Greves. (b) Embarque Aéreo sem Valor declarado. (c) Riscos de Guerra. (d) Lucros Esperados. (e) Tributos para Mercadorias Exportadas. 75 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES 4. A cobertura adicional de tributos é muito relevante, pois, normalmente, após a nacionalização, ainda existe um trecho rodoviário pelo qual a mer- cadoria precisa ser transportada para chegar ao destino final. A cobertura adicional de tributos abrange: a) IOF. b) IPTU. c) ITR. d) ICMS. e) CSLL. 5. A cobertura adicional de embarques aéreos sem valor declarado para as viagens internacionais tem como base a Convenção de: a) Antuérpia. b) Montreal. c) Lisboa. d) Madri. e) Paris. 6. A cobertura adicional de classificação de navios estende a cobertura do seguro aos embarques marítimos de mercadorias embarcadas em navios que: a) Pesem mais de 1.000 toneladas. b) Sejam construídos com ferro e aço. c) Tenham mais de 20 anos. d) Sejam utilizados em rotas regulares e conhecidas. e) Tenham sociedade classificadora. Consulte o gabarito clicando aqui. 76 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTES 04 ■ Reconhecer os riscos cobertos e os não cobertos pelo seguro de RCTR-C, compreendendo o funcionamento desse tipo de seguro. ■ Identificar as coberturas adicionais do seguro de RCTR-C, considerando o risco do segurado. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ⊲ CONSIDERAÇÕES INICIAIS ⊲ RISCOS COBERTOS ⊲ RISCOS NÃO COBERTOS ⊲ BENS OU MERCADORIAS NÃO COMPREENDIDOS NO SEGURO ⊲ COBERTURAS DE BENS OU MERCADORIAS SUJEITOS A CONDIÇÕES PRÓPRIAS ⊲ COMEÇO E FIM DOS RISCOS ⊲ APÓLICE DE RCTR-C ⊲ AVERBAÇÕES ⊲ IMPORTÂNCIA SEGURADA E LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA TÓPICOS DESTA UNIDADE SEGURO OBRIGATÓRIO de RESPONSABILIDADE CIVIL do TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO de CARGA (RCTR-C) ⊲ ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE ⊲ COBERTURAS ADICIONAIS DO SEGURO DE RCTR-C ⊲ CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DO SEGURO OBRIGATÓRIO DE RCTR-C ⊲ CRITÉRIOS DE TAXAÇÃO ⊲ FRANQUIA E PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO ⊲ PRÊMIO ⊲ FIXANDO CONCEITOS 4 77 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTES CONSIDERAÇÕES INICIAIS O seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Car- ga, ou RCTR-C, cobre a responsabilidade civil do transportador por even- tuais perdas ou danos, sofridos pelos bens ou mercadorias de terceiros que lhe são entregues para transporte rodoviário no território nacional e pelos quais os transportadores tornam-se responsáveis. Trata-se de um seguro de contratação obrigatória pelas transportadoras, conforme vimos no início deste manual. No seguro de RCTR-C, o segurado será sempre o transportador rodoviário de carga, devidamente registrado no Registro Nacional de Transportado- res Rodoviários de Carga (RNTRC) da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A responsabilidade do transportador é expressa no contrato de transporte. Nesse contrato o transportador possui a obrigação de receber, transportar, conservar e entregar no local de destino os bens ou mercadorias entre- gues para transporte nas mesmas condições em que os recebeu. A cobertura básica restringe-se aos danos sofridos pela carga causados diretamente por acidentes (colisão, capotamento, tombamento e incêndio) com o veículo transportador em vias permitidas para o uso. Esse seguro também prevê o reembolso das despesas de socorro e salva- mento efetuadas pelo segurado, visando evitar o sinistro e minimizar os danos, limitado o montante da indenização e do reembolso ao valor da Importância Segurada do embarque. Não são cobertas as perdas da carga resultante de roubo, extravio ou simples manipulação da carga. Podemos dizer que não existe responsa- bilidade do transportador em casos de culpa do próprio embarcador, vício próprio da carga transportada, casos fortuitos ou de força maior. Você Sabia? As seguradoras realizam a consulta no site da antt. gov.br, por meio do CNPJ, para identificar se o registro encontra-se ativo. Vale a pena ler na íntegra Indicamos a leitura da Resolução CNSP nº 219/2010, que dispõe sobre o RCTR-C. antt.gov.br antt.gov.br 78 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTESVeja os exemplos abaixo para entender melhor cada um dos casos: ■ Caso fortuito/Força maior – danos à carga por queda de raios em tempestades; roubo da carga através de assalto à mão armada. ■ Culpa do próprio embarcador – carga transportada em embala- gens inadequadas. ■ Vício próprio: Carga de soja embarcada com mofo. Existe a possibilidade de contratação de coberturas adicionais que se refe- rem a operações especiais, como carga e descarga de mercadorias ou até mesmo içamento, e ainda cláusulas específicas que se referem a determi- nadas cargas, como animais vivos ou objetos de arte. Saiba mais Para efeito do contrato de Seguro RCTR-C, os motoristas são considerados prepostos do segurado. Vale lembrar que as mercadorias de propriedade do segurado (transportador) não pode- rão ser incluídas nesse seguro, já que se trata de seguro contratado para cobrir a respon- sabilidade do segurado por danos causados aos bens e/ou mercadorias de terceiros. RISCOS COBERTOS O Seguro de RCTR-C cobre a responsabilidade civil do transportador por eventuais perdas ou danos sofridos pelos bens ou mercadorias de terceiros, entregues para transporte contra a emissão de conhecimento do embarque. Tais perdas ou danos estarão cobertos, desde que ocorram durante o transporte e sejam causados diretamente por: ■ Colisão, capotagem, abalroamento e/ou tombamento do veículo transportador; e ■ Incêndio ou explosão no veículo transportador. O Seguro RCTR-C cobre a responsabilidade do transportador por even- tuais perdas ou danos sofridos pelos bens ou mercadorias em consequên- cia de: incêndio ou explosão nos depósitos, armazéns ou pátios usados pelo segurado, nas localidades de início, pernoite, baldeação e destino da viagem, mesmo que tais bens ou mercadorias encontrem-se fora do veículo transportador. 79 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTES Atenção A Cobertura do Seguro RCTR-C não é interrompida quando o tráfego pela rodovia sofrer interrupções por motivo de obras de conservação, desmoronamento de taludes (terreno inclinado) ou por efeito de fenômenos da natureza, ou, ainda, por solução de continuidade e, quando na falta de pontes ou viadutos, houver necessidade da utiliza- ção de serviços regulares de balsas ou embarcações congêneres, adequadas para a transposição de cursos de água. O pagamento das perdas e danos de que trata o seguro de RCTR-C será feito, pela seguradora, diretamente ao terceiro proprietário dos bens ou mercadorias, com a anuência do segurado. Esse seguro não pode ser contratado coletivamente, devendo as apólices ser individualizadas por segurado. É proibida a emissão de mais de uma apólice desse seguro na mesma, ou em outra seguradora, salvo nas seguintes situações: I – Quando o segurado possuir filiais, em algum estado da Federação, não cobertas pela apólice principal, e desde que fique caracteri- zado, em cada uma das apólices adicionais, o local de início da viagem. II – Quando as apólices adicionais forem específicas para um deter- minado tipo de mercadoria, não abrangida pela apólice principal. III – Quando o valor do embarque for superior ao Limite Máximo de Garantia por veículo/acúmulo e, consultada a seguradora, esta tiver recusado o risco, desde que a consulta e a recusa tenham sido formuladas dentro dos prazos previstos na apólice principal. IV – Quando as apólices adicionais forem estipuladas por um determi- nado embarcador, em nome do transportador, nos termos da Lei nº 11.442/2007. RISCOS NÃO COBERTOS De acordo com o art. 4o das condições gerais, o Seguro RCTR-C exclui a cobertura da responsabilidade do transportador pelas perdas ou danos provenientes direta ou indiretamente de: 80 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTES ■ Dolo em ato praticado, exclusiva e comprovadamente, pelo segu- rado ou beneficiário do seguro ou pelo representante de um ou de outro. Se o segurado for pessoa jurídica, a exclusão se aplica aos sócios controladores da empresa segurada, aos seus dirigentes e administradores legais, aos beneficiários e, também, aos represen- tantes de cada uma dessas pessoas. ■ Inobservância das disposições que disciplinam o transporte de carga por rodovia. ■ Contrabando. ■ Comércio e/ou embarque ilícitos ou proibidos; mau acondiciona- mento, insuficiência ou impropriedade da embalagem. ■ Medidas sanitárias ou desinfecções; fumigações; invernada, qua- rentena, demora, contratos e convenções de outra natureza; flu- tuações de preço e perda de mercado. ■ Vício próprio ou da natureza dos objetos transportados; influência da temperatura; mofo; diminuição natural de peso, exsudação; roe- duras ou outros estragos causados por animais, vermes, insetos ou parasitas. ■ Terremotos, ciclones, erupções vulcânicas e, em geral, quaisquer convulsões da natureza. ■ Arresto, sequestro, detenção, embargo, penhora, apreensão, con- fisco, ocupação, apropriação, requisição, nacionalização ou des- truição decorrente(s) de qualquer ato de autoridade, de direito ou de fato, civil ou militar; presa ou captura, hostilidades ou operações bélicas, quer tenham sido precedidas de declaração de guerra ou não; guerra civil, revolução, rebelião, insurreição ou consequentes agitações civis, bem como pirataria, minas, torpedos, bombas e outros engenhos de guerra. ■ Greves, lockouts, tumultos, motins, arruaças, desordens e quais- quer outras perturbações da ordem pública. ■ Radiações ionizantes ou contaminação pela radioatividade de qualquer combustível nuclear ou de qualquer resíduo nuclear, resultante de combustão de matéria nuclear. ■ Extravio, quebra, derrame, vazamento, arranhadura, amolgamento, amassamento, má arrumação e/ou mau acondicionamento, água doce ou de chuva, oxidação ou ferrugem, mancha de rótulo, para- lisação de máquinas frigoríficas, furto, roubo total ou parcial; con- taminação ou contato com outras mercadorias, a não ser que se verifiquem em virtude de ocorrência prevista e coberta nos termos do Título I das condições gerais. ■ Acidentes ocorridos com veículos transportadores em vias proibidas ao trânsito de veículos automotores pelas autoridades competentes. Fumigação Polvilhamento de produto químico que venha causar dano à carga. Invernada Período de recolhimento por ordem de autoridade sanitária. Arresto Apreensão judicial de bem, em virtude de dívida, para garantia de execução. Lockout É a interrupção transitória das atividades empresariais por iniciativa de seus dirigentes, também conhecida como greve dos patrões e greve patronal. Amolgamento Amassamento. 81 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTES ■ Acidentes ocorridos com veículos transportadores com excesso de carga, peso ou altura, desde que tal(is) excesso(s) seja(m) a cau- sa determinante do evento. ■ Multas, assim como obrigações fiscais, tributárias e/ou judiciárias, à exceção do valor dos impostos suspensos e/ou benefícios inter- nos relativos aos bens ou mercadorias transportados, desde que contratada a cobertura adicional específica, prevista na Resolução no 123/2005. ■ Operações de carga e descarga, com ou sem içamento, a não ser que seja contratada a cobertura adicional específica. ■ Ato terrorista, independentemente de seu propósito, quando reconhe- cido como atentatório à ordem pública pela autoridade competente. Essa também expressamente excluída desse seguro a cobertura da res- ponsabilidade do segurado por danos morais e lucros cessantes, oriundos de qualquer causa, ainda que de ocorrência prevista e coberta nos termos do Capítulo I – Condições Gerais do Seguro de RCTR-C. BENS OU MERCADORIAS NÃO COMPREENDIDOS NO SEGURO Conforme previsto nas condições gerais, os bens e/ou mercadorias que não estão compreendidos pela cobertura do Seguro RCTR-C são os seguintes: ■ Apólices, bilhetes de loteria, cartões de crédito, cartões telefônicos e cartões de estacionamento em geral. ■ Cheques, contas, comprovantesde débitos e dinheiro, em moeda ou papel. ■ Diamantes industriais, documentos e obrigações de qualquer espécie, e escrituras. ■ Joias, pérolas em geral, pedras preciosas ou semipreciosas, metais preciosos e semipreciosos e suas ligas (trabalhadas ou não), notas e notas promissórias. ■ Registros, títulos, selos e estampilhas. ■ Talões de cheque, vales-alimentação e vales-refeição. 82 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTES COBERTURAS DE BENS OU MERCADORIAS SUJEITOS A CONDIÇÕES PRÓPRIAS De acordo com o art. 6º das condições gerais do Seguro de RCTR-C, está sujeito a condições próprias, devidamente discriminadas na apólice e median- te inclusão de cláusula específica, o transporte das seguintes mercadorias: ■ Objetos de arte (quadros, esculturas, antiguidades e coleções). ■ Mudanças de móveis e utensílios (residenciais ou de escritório). ■ Animais vivos. ■ Contêineres. ■ Veículos trafegando por meios próprios. Para ratificação da cobertura de bens ou mercadorias sujeitos a condições próprias, é necessária a inclusão de cláusula específica, conforme iremos abordar à frente. COMEÇO E FIM DOS RISCOS Os riscos assumidos pelo transportador têm início no momento em que os bens ou mercadorias são recebidos por ele no local de início da viagem contratada e terminam no momento em que são entregues ao destinatário, no local de destino da viagem, ou quando depositados em juízo, se o des- tinatário não for encontrado. O segurado deve exigir que o destinatário confira, contra recibo, os bens ou mercadorias entregues, sob pena de perda da garantia, em caso de reclamações posteriores. A Cobertura do Seguro RCTR-C se estende aos percursos urbanos e suburbanos de coleta e entrega dos bens ou mercadorias, quando efetua- dos pelo segurado como complementares à viagem principal, comprova- dos pelo documento fiscal do embarcador ou pela minuta de despacho. Os riscos de incêndio ou explosão durante a permanência dos bens ou mercadorias nos depósitos, armazéns ou pátios usados pelo segurado têm um prazo de cobertura de 15 dias, contados da data de entrada do bem ou mercadoria nesses locais. 83 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTES APÓLICE DE RCTR-C A apólice de RCTR-C (Anexo 3) é emitida em conformidade com as decla- rações constantes da proposta de seguro, que passa a fazer parte inte- grante do contrato de seguro, conforme vimos na unidade 1. O segurado tem a obrigação de comunicar por escrito à seguradora, qual- quer alteração que ocorra nos dados constantes da proposta original do seguro, com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, a contar da data de início da vigência da alteração pretendida. Cabe à seguradora pronunciar-se, dentro de três dias úteis após o recebi- mento da comunicação, sobre sua aceitação ou não. A ausência de mani- festação da seguradora, por escrito, caracterizará a aceitação tácita da alteração proposta. Não é admitida a presunção de que a seguradora possa ter conhecimen- to de circunstâncias que não constem da proposta e daquelas que não tenham sido comunicadas, posteriormente, por escrito. AVERBAÇÕES No Seguro RCTR-C, somente poderá ser adotada a averbação do tipo sim- ples, por força do art. 2o da Resolução CNSP 247/2011. — Averbação Simples O segurado assume a obrigação de comunicar à seguradora todos os embarques abrangidos pela apólice. Essa comunicação deve ser realiza- da antes da saída do veículo transportador, com base nos conhecimentos emitidos, em rigorosa sequência numérica, mediante a transmissão ele- trônica do arquivo do Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), no padrão estabelecido na legislação, ou documento fiscal equivalente. Após a averbação do seguro, nos casos em que for obrigatória a emissão do Manifesto Eletrônico do Documentos Fiscais (MDF-e), deve o segurado, mediante transmissão eletrônica, efetuar a entrega do arquivo completo no padrão estabelecido na legislação, também em rigorosa sequência numérica e antes do início da viagem. 84 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTES Importante O conhecimento de embarque (contrato de transporte) é um documento imprescindível ao despacho da mercadoria. A mercadoria transportada só é entregue ao destinatá- rio mediante a apresentação do conhecimento original de embarque. É obrigação do transportador rodoviário examinar a carga embarcada e registrar, no conhecimento de embarque, as ressalvas necessárias sobre o estado da mercadoria que recebeu. A comunicação do embarque também poderá ser feita por meio de trans- missão eletrônica, diariamente, mediante acordo prévio com a seguradora. O não cumprimento do compromisso de averbar todos os embarques abrangidos pela apólice, quaisquer que sejam seus valores, isentará a seguradora de efetuar o pagamento de qualquer indenização decorrente desse seguro, ainda que o embarque sinistrado tenha sido averbado. A obrigação de realizar a averbação é do segurado, mas é muito importan- te que o corretor de seguros apoie o cliente no cumprimento dessa obri- gação, desde o momento da implantação e durante a vigência da apólice. O segurado assume a obrigação de fornecer à seguradora os elementos e provas que lhe forem solicitados para a verificação do fiel cumprimento da obrigação de averbar todos os embarques realizados. IMPORTÂNCIA SEGURADA E LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA A importância segurada a ser indicada na averbação deverá ser igual ao valor dos bens ou mercadorias constantes do conhecimento de embarque ou manifesto de carga. A seguradora fixará, nas condições particulares da apólice, o Limite Máximo de Garantia por acúmulo (acidente, incêndio ou explosão em armazém). Esse limite máximo de garantia poderá ser elevado, desde que o segurado dê aviso, por escrito, à seguradora, com antecipação mínima de três dias úteis, contados da data de embarque. A seguradora deverá se pronunciar no prazo de até três dias úteis após o recebimento da comunicação sobre a aceitação ou não do risco propos- to. A ausência de manifestação por escrito da seguradora caracterizará a aceitação tácita do risco proposto. 85 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTES Os impostos suspensos e/ou benefícios internos podem ser incluídos no seguro mediante a contratação de cobertura adicional, desde que esses valores constem expressamente do conhecimento do embarque. ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE A seguradora ficará isenta de toda e qualquer responsabilidade ou obriga- ção perante o segurado, não sendo devido qualquer pagamento ao tercei- ro prejudicado (proprietário das mercadorias), ou reembolso ao segurado, quando este: ■ Praticar qualquer fraude e/ou falsidade que possa ter influenciado na aceitação do risco ou nas condições do seguro. ■ Não observar os prazos previstos nas normas e na legislação em vigor e/ou não cumprir quaisquer das obrigações contratuais e/ou legais relacionadas ao objeto do contrato de seguro. ■ Agir de má-fé com relação à ocorrência de um sinistro e aos danos causados por ele, desviando ou ocultando, no todo ou em parte, os bens ou mercadorias sinistrados. ■ Dificultar qualquer exame necessário para a ressalva de direitos em relação a terceiros ou para a redução dos riscos e/ou prejuízos. ■ Não se enquadrar na definição de Transportador Rodoviário de car- ga, conforme disposto nas condições gerais do Seguro RCTR-C. ■ Agravar intencionalmente o risco. Saiba mais Nos casos de embarques acima do Limite Máximo de Garantia (LMG) e/ou de bens ou mer- cadorias não cobertos pela apólice, o segurado deverá solicitar a anuência da seguradora com antecedência de 72 (setenta e duas) horas. Ao final desse prazo, a seguradora deverá se pronunciar pela aceitação ou não do pedido. Esse procedimento se chama Embarque Esporádico. 86 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTES COBERTURAS ADICIONAIS DO SEGURO DE RCTR-C O segurado deverá solicitar expressamente a inclusão da cobertura adicio- nal desejada,e a seguradora deverá se pronunciar sobre sua aceitação ou não dentro dos seguintes prazos: a) Quinze dias após o recebimento da comunicação, quando se tratar de seguro novo. b) Três dias úteis após o recebimento da comunicação, quando a apólice já estiver em vigor, situação em que a inclusão da cobertu- ra será feita mediante emissão de endosso. A ausência de manifestação, por escrito, da seguradora, dentro dos prazos acima citados caracterizará a aceitação tácita do risco proposto, ou seja, a inclusão da cobertura adicional. — Cobertura Adicional de Operações de Carga/Descarga/Içamento É uma cobertura apropriada para transportadores que realizam transportes de máquinas e equipamentos pesados. Ela garante a cobertura da responsabilidade do segurado em virtude de danos materiais sofridos pelos bens ou mercadorias durante as operações de carga e descarga, com ou sem içamento, desde que tais operações sejam executadas exclusivamente por aparelhagem e máquinas especiais, adequadas à natureza e ao peso da carga. — Cobertura Adicional para Viagem Rodoviária com Percurso Complementar Fluvial Essa cobertura adicional estende a cobertura do seguro aos percursos flu- viais complementares ou preliminares à viagem rodoviária nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima. Observe, a seguir, os condicionantes da concessão dessa cobertura: ■ O transporte hidroviário deve ser parte integrante do transporte rodoviário, como seu complemento. ■ Os riscos garantidos no percurso fluvial serão os mesmos que, por analogia, se enquadram no conceito dos riscos cobertos das con- dições gerais. 87 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTES — Cobertura Adicional para Extensão de Cobertura ao Valor dos Impostos Suspensos e/ou Benefícios Internos Essa cobertura adicional estende a cobertura do seguro ao valor dos impostos suspensos e/ou benefícios internos, no caso de transporte de mercadorias que, por disposições legais, gozem de benefícios fiscais (geralmente mercadorias destinadas à exportação). Observe as condições da concessão dessa cobertura: ■ O valor dos impostos suspensos e/ou benefícios internos deverá constar expressamente do conhecimento de embarque. — Cobertura Adicional para o Transporte de Cargas Excepcionais/Especiais Para fins desta cobertura são consideradas cargas excepcionais/especiais todas aquelas de grandes dimensões (largura, comprimento e altura) e/ou peso que, diante de suas peculiaridades, somente possam trafegar em veí- culos apropriados e mediante autorização especial de trânsito, expedida pelos órgãos competentes. Os danos materiais cobertos por essa cobertura devem ocorrer durante o transporte e devem ter sido causados diretamente por: ■ Operações de carga e descarga, com ou sem içamento. ■ Deslizamento ou tombamento da carga. ■ Amassamento ou amolgamento da carga. ■ Má arrumação e/ou mau acondicionamento da carga. CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DO SEGURO OBRIGATÓRIO DE RCTR-C Existem cinco cláusulas específicas: transporte de mudanças de móveis e utensílios, transporte de animais vivos, transporte de objetos de arte, trans- porte de contêineres e transporte de veículos trafegando por meios próprios. 88 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTES As cláusulas específicas do Seguro RCTR-C garantem e regulamentam a cobertura dos bens e mercadorias sujeitos às seguintes condições: Cláusula específica para Transporte de Mudanças de Móveis e Utensílios (Residenciais ou de Escritório) Concede cobertura ao transporte de móveis e utensílios, enten- dendo-se como tais o conjunto de todos os objetos que guarne- cem uma residência ou escritório, quer acondicionados ou não, desde que seu valor seja, separadamente, mencionado no conhe- cimento de embarque ou documento fiscal equivalente. Porém, não se enquadram no conceito de móveis e utensílios quaisquer objetos que se destinem a fins comerciais ou represen- tem valores negociáveis, como apólices, bilhetes de loteria, car- tões de crédito, cartões telefônicos, cartões de estacionamento em geral, cheques, contas, comprovantes de débito e dinheiro, em moeda ou papel, diamantes industriais, documentos e obrigações de qualquer espécie, escrituras, joias e pedras preciosas ou semi- preciosas, metais preciosos e semipreciosos e suas ligas (trabalha- das ou não), notas, notas promissórias, pérolas em geral, registros, selos e estampilhas, talões de cheque, títulos, vales-alimentação, vales-refeição, valores e objetos de arte (quadros, esculturas, anti- guidades e coleções). Os objetos de arte poderão ser enquadrados no conceito de mudança, desde que seu valor total seja, no máximo, equivalente a 10% do valor total da mudança. O segurado tem a obrigação de efetuar o seguro sobre o valor de todos os móveis e utensílios, objetos de transporte que compõem a mudança, no estado em que se encontram. Antes do início dos riscos, deverá ser anexada ao conhecimento de embarque uma relação específica ou documento equivalente contendo todos os bens e/ou objetos do transporte, com a anota- ção dos seus respectivos valores unitários. Na falta de declaração dos valores unitários, a indenização refe- rente a cada objeto não poderá ultrapassar 1% do valor total segu- rado para o embarque. Cláusula específica para Transporte de Animais Vivos A cobertura concedida por esta cláusula se destina a cobrir a res- ponsabilidade do segurado em virtude de morte ou fuga de aves ou outros animais vivos, desde que transportados em veículos adequados, e que tenham sido diretamente causadas pelos riscos cobertos previsto nas condições gerais do Seguro RCTR-C. 89 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTES Em caso de morte, inclusive decorrente de sacrifício do animal, obje- to do seguro, a seguradora somente será responsável pelos prejuí- zos devidamente comprovados por documento hábil, emitido por autoridade pública competente, do qual conste a causa mortis. Nos casos de fuga de animais, a responsabilidade da seguradora ficará limitada a ¾ do valor segurado para cada animal. Se o(s) animal(ais) for(em) recapturado(s), os desembolsos neces- sários e razoáveis, decorrentes das providências tomadas pelo segurado ou seus prepostos, serão também reembolsados pela seguradora, na proporção de ¾ dessas despesas, cujo total fica limitado a 50% do valor segurado para cada animal. Essa cláusula não se aplica a animais reprodutores e/ou de raça, cuja cobertura ficará sujeita à inspeção prévia e avaliação por peri- to designado pela seguradora. Cláusula específica para Transporte de Objetos de Arte Estende a cobertura concedida pela apólice ao transporte de obje- tos de arte, tais como quadros, esculturas, antiguidades e coleções. Os objetos de arte somente poderão ser transportados em veícu- los de carroceria fechada, de propriedade do segurado, e conduzi- dos por motorista empregado do segurado, sob pena de nulidade da pre- sente cobertura. Deverá ser anexada ao conhecimento de embarque, antes do início dos riscos, uma relação específica, contendo todos os objetos de arte segurados, com a anotação de seus respectivos valores unitários. Cláusula específica para Transporte de Contêineres Mediante a contratação dessa cláusula, a cobertura concedida pela apólice estende-se ao transporte de contêineres que sejam de pro- priedade de terceiros, conforme disposto nas condições gerais. Além dos riscos não cobertos relacionados nas condições gerais do Seguro de RCTR-C, está expressamente excluída a cobertura da responsabilidade do segurado por danos materiais provenien- tes direta ou indiretamente do uso, desgaste ordinário e/ou dete- rioração gradual dos contêineres. O segurado se obriga a indicar o número, a marca e o valor correspon- dentes na documentação fiscal hábil que acompanhar o contêiner. Cláusula específica para Transporte de Veículos Tra- fegando por Meios Próprios Essa cláusula garante a cobertura da responsabilidadedo segura- do pelo transporte de veículos terrestres automotores, de proprie- dade de terceiros, trafegando por meios próprios. 90SEGUROS DE TRANSPORTES UNIDADE 4 O segurado se obriga a indicar a marca, o modelo, o tipo, o ano, o chassi, a placa (se cabível) e a importância segurada dos veí- culos a serem transportados na documentação fiscal hábil que os acompanhar. Para os efeitos dessa cobertura, a importância segurada de cada veículo deverá ser igual ao valor constante da nota fiscal (no caso de veículos novos, zero km, sem licença) ou igual ao valor constan- te em tabela de referência, divulgada em jornais de grande circu- lação ou em revistas especializadas (no caso de veículos usados), estipulada nas condições particulares das apólices. É importante salientar que os motoristas que conduzirão os veícu- los objeto dessa cláusula específica deverão ter vínculo contratual com o segurado. CRITÉRIOS DE TAXAÇÃO Nos Seguros de RCTR-C, as taxas da cobertura básica variam de acordo com a origem e o destino da mercadoria transportada, conforme Tabela Referencial de Taxas (Quadro 4). Para as coberturas adicionais, existem taxas específicas, exceto para impostos suspensos – em que se aplica a mesma taxa da cobertura bási- ca e para as cláusulas especiais utilizam-se agravações sobre a taxa da cobertura básica. Exemplo de como utilizar a tabela de Taxas por Percurso: Um embarque saindo do Rio de Janeiro com destino a São Paulo, no valor de R$ 100.000,00. Origem: Rio de Janeiro Destino: São Paulo Valor: R$ 100.000,00 Taxa: 0,04% Prêmio deste embarque: R$ 40,00 (R$ 1000.000,00 × 0,04%) QUADRO 4: CONDIÇÕES GERAIS PARA O SEGURO OBRIGATÓRIO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO – CARGA TABELA DE TAXAS POR PERCURSO, APLICADA AO RCTR-C 91 AC AL AP AM BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA PB PR PE PI RJ RN RS RO RR SC SP SE TO Acre 0,04 0,3 0,26 0,09 0,3 0,28 0,18 0,26 0,18 0,28 0,12 0,16 0,22 0,24 0,3 0,24 0,3 0,26 0,26 0,3 0,28 0,05 0,14 0,26 0,24 0,3 0,23 Alagoas 0,3 0,04 0,16 0,3 0,06 0,07 0,14 0,11 0,14 0,1 0,2 0,22 0,11 0,14 0,05 0,18 0,05 0,08 0,14 0,05 0,22 0,26 0,32 0,2 0,16 0,05 0,12 Amapá 0,26 0,16 0,08 0,26 0,16 0,11 0,14 0,22 0,14 0,09 0,2 0,26 0,2 0,09 0,16 0,22 0,16 0,09 0,22 0,16 0,28 0,22 0,3 0,24 0,2 0,16 0,13 Amazonas 0,09 0,3 0,26 0,08 0,3 0,28 0,2 0,28 0,2 0,28 0,18 0,2 0,24 0,24 0,3 0,26 0,3 0,24 0,28 0,3 0,3 0,09 0,09 0,28 0,26 0,32 0,2 Bahia 0,3 0,06 0,16 0,3 0,05 0,08 0,14 0,08 0,14 0,1 0,16 0,18 0,09 0,12 0,07 0,14 0,06 0,08 0,1 0,08 0,18 0,26 0,32 0,16 0,12 0,06 0,11 Ceará 0,28 0,07 0,11 0,28 0,08 0,04 0,18 0,14 0,18 0,07 0,24 0,24 0,16 0,1 0,05 0,22 0,06 0,07 0,18 0,05 0,26 0,26 0,32 0,24 0,2 0,08 0,13 Distrito Federal 0,18 0,14 0,14 0,2 0,14 0,18 0,03 0,09 0,05 0,16 0,07 0,08 0,06 0,12 0,16 0,09 0,16 0,18 0,09 0,18 0,11 0,14 0,26 0,09 0,06 0,12 0,07 Espírito Santo 0,26 0,11 0,22 0,28 0,08 0,14 0,09 0,03 0,09 0,16 0,14 0,12 0,05 0,2 0,12 0,09 0,12 0,14 0,04 0,14 0,12 0,22 0,32 0,1 0,07 0,09 0,14 Goiás 0,18 0,14 0,14 0,2 0,14 0,18 0,05 0,09 0,05 0,16 0,07 0,08 0,06 0,12 0,16 0,09 0,16 0,18 0,09 0,18 0,11 0,14 0,26 0,09 0,06 0,12 0,08 Maranhão 0,28 0,1 0,09 0,28 0,1 0,07 0,16 0,16 0,16 0,06 0,2 0,24 0,16 0,09 0,11 0,24 0,1 0,07 0,2 0,1 0,28 0,24 0,32 0,26 0,2 0,11 0,11 Mato Grosso 0,12 0,2 0,2 0,18 0,16 0,24 0,07 0,14 0,07 0,2 0,06 0,07 0,1 0,14 0,22 0,11 0,22 0,18 0,14 0,24 0,16 0,09 0,24 0,12 0,11 0,18 0,1 Mato Grosso do Sul 0,16 0,22 0,26 0,2 0,18 0,24 0,08 0,12 0,08 0,24 0,07 0,05 0,09 0,18 0,24 0,07 0,24 0,2 0,09 0,26 0,11 0,14 0,26 0,09 0,07 0,2 0,14 Minas Gerais 0,22 0,11 0,2 0,24 0,09 0,16 0,06 0,05 0,06 0,16 0,1 0,09 0,04 0,18 0,14 0,07 0,14 0,14 0,05 0,14 0,1 0,2 0,3 0,08 0,05 0,1 0,13 Pará 0,24 0,14 0,09 0,24 0,12 0,1 0,12 0,2 0,12 0,09 0,14 0,18 0,18 0,08 0,14 0,2 0,12 0,09 0,2 0,12 0,26 0,2 0,28 0,22 0,18 0,14 0,12 Paraíba 0,3 0,05 0,16 0,3 0,07 0,05 0,16 0,12 0,16 0,11 0,22 0,24 0,14 0,14 0,04 0,2 0,05 0,08 0,16 0,05 0,24 0,28 0,32 0,22 0,18 0,05 0,13 Paraná 0,24 0,18 0,22 0,26 0,14 0,22 0,09 0,09 0,09 0,24 0,11 0,07 0,07 0,2 0,2 0,03 0,2 0,2 0,06 0,22 0,06 0,2 0,3 0,04 0,04 0,16 0,18 Pernambuco 0,3 0,05 0,16 0,3 0,06 0,06 0,16 0,12 0,16 0,1 0,22 0,24 0,14 0,12 0,05 0,2 0,04 0,08 0,16 0,05 0,24 0,26 0,32 0,24 0,16 0,05 0,12 Piauí 0,26 0,08 0,09 0,24 0,08 0,07 0,18 0,14 0,18 0,07 0,18 0,2 0,14 0,09 0,08 0,2 0,08 0,06 0,16 0,08 0,24 0,22 0,3 0,22 0,18 0,09 0,1 Rio de Janeiro 0,26 0,14 0,22 0,28 0,1 0,18 0,09 0,04 0,09 0,2 0,14 0,09 0,05 0,2 0,16 0,06 0,16 0,16 0,02 0,18 0,1 0,22 0,32 0,08 0,04 0,12 0,14 Rio Grande do Norte 0,3 0,05 0,16 0,3 0,08 0,05 0,18 0,14 0,18 0,1 0,24 0,26 0,14 0,12 0,05 0,22 0,05 0,08 0,18 0,04 0,26 0,28 0,32 0,24 0,18 0,06 0,13 Rio Grande do Sul 0,28 0,22 0,28 0,3 0,18 0,26 0,11 0,12 0,11 0,28 0,16 0,11 0,1 0,26 0,24 0,06 0,24 0,24 0,1 0,26 0,03 0,24 0,32 0,04 0,07 0,2 0,2 Rondônia 0,05 0,26 0,22 0,09 0,26 0,26 0,14 0,22 0,14 0,24 0,09 0,14 0,2 0,2 0,28 0,2 0,26 0,22 0,22 0,28 0,24 0,04 0,1 0,22 0,2 0,28 0,2 Roraima 0,14 0,32 0,3 0,09 0,32 0,32 0,26 0,32 0,26 0,32 0,24 0,26 0,3 0,28 0,32 0,3 0,32 0,3 0,32 0,32 0,32 0,1 0,08 0,32 0,3 0,32 0,24 Santa Catarina 0,26 0,2 0,24 0,28 0,16 0,24 0,09 0,1 0,09 0,26 0,12 0,09 0,08 0,22 0,22 0,04 0,24 0,22 0,08 0,24 0,04 0,22 0,32 0,03 0,05 0,18 0,18 São Paulo 0,24 0,16 0,2 0,26 0,12 0,2 0,06 0,07 0,06 0,2 0,11 0,07 0,05 0,18 0,18 0,04 0,16 0,18 0,04 0,18 0,07 0,2 0,3 0,05 0,02 0,14 0,14 Sergipe 0,3 0,05 0,16 0,32 0,06 0,08 0,12 0,09 0,12 0,11 0,18 0,2 0,1 0,14 0,05 0,16 0,05 0,09 0,12 0,06 0,2 0,28 0,32 0,18 0,14 0,04 0,11 Tocantis 0,23 0,12 0,13 0,2 0,11 0,13 0,07 0,14 0,08 0,11 0,1 0,14 0,13 0,12 0,13 0,18 0,12 0,1 0,14 0,13 0,2 0,2 0,24 0,18 0,14 0,11 0,06 Nota: será aplicada a taxa de 0,015% às viagens dentro do perímetro urbano e/ou suburbano das cidades, bem como às realizadas nas Regiões Metropolitanas (supramencionadas). SEGUROS DE TRANSPORTES UNIDADE 5 92 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTES FRANQUIA E PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO Nos sinistros de RCTR-C decorrentes da cobertura básica, não são aplica- das franquias e nem POS (Participação Obrigatória do Segurado). Para algumas coberturas adicionais e/ou especiais, as seguradoras costu- mam aplicar uma POS ou franquia: ■ Cobertura Adicional de Operações de Carga/Descarga/Içamento – POS de 2%, incidentes sobre o total do prejuízo reclamado. ■ Cobertura Adicional para o Transporte de Cargas Excepcionais/ Especiais – POS de 2%, incidentes sobre o total do prejuízo recla- mado; e ■ Cláusula Específica para Transporte de Veículos Rodando por Meios Próprios – franquia dedutível de 1,5%, aplicável sobre o valor do veículo. É importante lembrar que esses percentuais podem sofrer alterações de uma seguradora para outra ou conforme negociação com o segurado. PRÊMIO No ato da emissão da apólice, é cobrado um prêmio inicial (depósito), calculado sobre o valor estipulado como Limite Máximo de Garantia (LMG), previamente acordado pelas partes, de forma facultativa, por ocasião da emissão de uma apólice de averbação, correspondente a uma estimativa do prêmio total, calcu- lado com base em uma previsão das movimentações dos negócios do segura- do vinculadas à apólice de averbação, durante todo o período de sua vigência. O prêmio inicial será reajustado sempre que o segurado solicitar aumento do LMG. O valor atualizado do prêmio inicial (depósito) será creditado para o segu- rado em sua última fatura de pagamento, referente à vigência da apólice. Haverá também a estipulação de um Prêmio Mínimo Mensal (PMM). Esse PMM é a garantia mínima de fatura estabelecida pela seguradora. Sempre que o prêmio mensal das averbações não atingir esse valor, será cobrado o valor mínimo de fatura constante da apólice. 93 UNIDADE 4 SEGUROS DE TRANSPORTES O prêmio mensal, por sua vez, é calculado sobre o valor dos bens ou mercadorias declarados nas averbações, mediante a aplicação das taxas previstas em umaTabela Referencial de Taxas RCTR-C e nas respectivas coberturas adicionais, quando houver. Qualquer indenização, por força do contrato de seguro somente passa a ser devida depois de feito o pagamento do prêmio até a data-limite previs- ta para tal fim na nota de seguro. A data-limite para pagamento do prêmio (inicial ou mensal) não pode- rá ultrapassar o 30o dia da emissão da apólice, da fatura ou do endosso. Se a data limite vencer em dia sem expediente bancário, o pagamento do prêmio deverá ser efetuado no 1o dia útil subsequente. Se não houver a quitação da respectiva nota de seguro dentro do prazo referido (endosso), o contrato ou aditamento a ele referente ficará, automa- ticamente e de pleno direito, cancelado. Se ocorrer algum sinistro dentro do prazo para pagamento do prêmio, sem que este se encontre efetuado, o direito à indenização não ficará prejudi- cado se ele for pago ainda no prazo limite. A cobrança do prêmio será feita através de fatura ou conta mensal e correspondente nota de seguro, englobando todo o movimento averbado pelo segurado no mês. Prêmio Mínimo Mensal O PMM é cobrado mesmo que não haja movimentação de averbações do segurado, obje- tivando a manutenção da apólice. O valor estipulado na apólice deve ser acrescido de IOF e juros (adicional de fracionamento) se for o caso. A cobrança e/ou o pagamento do PMM de manutenção não desobrigam o segurado de averbar todos os embarques que se constituem objeto do seguro. A falta de averbação implicará a aplicação da perda de direitos ao segurado. O pagamento do prêmio mínimo não garante ao segurado o pagamento de indeniza- ção, que dependerá da análise e regulação do sinistro, nos termos da apólice e condi- ções do seguro. A cobrança do Prêmio Inicial, mais conhecido como Prêmio Depósito, caiu em desuso, não sendo mais realizada no mercado de seguros. Existe apenas a sua menção no contra- to com a indicação de Isento. 94 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES FIXANDO CONCEITOS 4 Marque a alternativa correta 1. O seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Car- ga, ou RCTR-C, cobre a responsabilidade civil do transportador por even- tuais perdas ou danos sofridos pelos bens ou mercadorias de terceiros. No entanto, o transportador estará isento de responsabilidade em casos de culpa do próprio embarcador, por exemplo: (a) Colisão do veículo transportador. (b) Incêndio no depósito do transportador. (c) Tombamento do veículo transportador. (d) Explosão do veículo transportador. (e) Danos à carga por queda de raios em tempestades. 2. Cobertura básica do Seguro RCTR-C restringe-se aos danos sofridos pela carga causados diretamente por acidentes envolvendo o veículo transportador. Desse modo, podemos afirmar que não estarão cobertos nesse seguro as perdas e os danos resultantes de: (a) Colisão. (b) Capotamento. (c) Incêndio do veículo. (d) Extravio da carga. (e) Tombamento. 3. De acordo com as Condições Gerais do seguro de RCTR-C, a cobertura para o transporte de alguns tipos de mercadoria está sujeita às condições próprias, devidamente discriminadas na apólice e mediante inclusão de cláusula específica. Entre essas mercadorias, podemos citar: (a) Produtos Agrícolas. (b) Objetos de Arte. (c) Apólices de seguro. (d) Instrumentos musicais. (e) Cartões de crédito. 95 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES 4. Conforme estabelecido nas Condições Gerais dos seguros de RCTR-C, a seguradora ficará isenta de toda e qualquer responsabilidade ou obriga- ção perante o segurado, não sendo devido qualquer pagamento ao tercei- ro prejudicado, quando o segurado: (a) Avisar imediatamente sobre um sinistro ocorrido. (b) Agir com presteza na preservação dos bens sinistrados. (c) Agravar intencionalmente o risco. (d) Observar todas as obrigações do contrato de seguro. (e) Apresentar toda documentação relativa ao um sinistro. 5. O seguro obrigatório de RCTR-C não garante: a) Capotamento. b) Tombamento. c) Vício próprio. d) Incêndio no veículo. e) Colisão. 6. No Seguro RCTR-C, quais categorias de bens e mercadorias estão sujei- tas a condições próprias? a) Eletrônicos. b) Alimentos. c) Embalagens. d) Mudanças. e) Confecções. 7. Uma transportadora, ao contratar o seguro de RCTR-C, e indagou o cor- retor de seguros sobre o prazo de cobertura de incêndio em depósitos, e o corretor afirmou que tal prazo é de: a) 3 dias. b) 7 dias. c) 10 dias. d) 15 dias. e) 30 dias. 96 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES 8. A averbação é um obrigação muito importante do segurado para garan- tir a cobertura. No seguro de RCTR-C, a averbação que deve ser realizada antes do embarque é denominada de: a) Simples. b) Simplificada. c) Provisória. d) Definitiva. e) Provisória única. 9. No seguro de RCTR-C, qual o fator considerado como critério de taxação? a) O veículo. b) A mercadoria. c) A origem e o destino. d) O perfil do motorista. e) O modal. 10. No seguro de RCTR-C, a cobrança do prêmio ocorre por meio de fatu- ras, nas quais a seguradora concede, para pagamento, o prazo de: a) 3 dias. b) 5 dias. c) 7 dias. d) 15 dias. e) 30 dias. Consulte o gabarito clicando aqui. 97 UNIDADE 5 SEGUROS DE TRANSPORTES 05 ■ Compreender o funcionamento do seguro RCF-DC, identificando os riscos cobertos e não cobertos, bem como as coberturas adicionais desse tipo de seguro. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ⊲ CONSIDERAÇÕES INICIAIS ⊲ RISCOS COBERTOS ⊲ RISCOS NÃO COBERTOS ⊲ BENS NÃO COMPREENDIDOS NO SEGURO ⊲ COBERTURA DE BENS OU MERCADORIAS SUJEITOS A CONDIÇÕES PRÓPRIAS ⊲ COMEÇO E FIM DOS RISCOS ⊲ APÓLICE DE RCF-DC ⊲ IMPORTÂNCIA SEGURADA E LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA TÓPICOS DESTA UNIDADE SEGURO FACULTATIVO de RESPONSABILIDADE CIVIL do TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO por DESAPARECIMENTO DE CARGA (RCF-DC) ⊲ CRITÉRIOS DE TAXAÇÃO ⊲ PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO (POS) ⊲ AVERBAÇÕES ⊲ PRÊMIO ⊲ COBERTURAS ADICIONAIS DO SEGURO DE RCF-DC ⊲ CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DO SEGURO DE RCF-DC ⊲ FIXANDO CONCEITOS 5 98 UNIDADE 5 SEGUROS DE TRANSPORTES CONSIDERAÇÕES INICIAIS O Seguro de Responsabilidade Civil Facultativa por Desaparecimento de Carga, ou simplesmente RCF-DC, como o próprio nome sugere, é um seguro facultativo e só pode ser contratado em conjunto com o RCTR-C. Nesse seguro, está coberto o desaparecimento total de carga – desde que ocorra concomitantemente com o desaparecimento do veículo transporta- dor –, assim como o roubo oriundo de assalto à mão armada. O RCF-DC garante ao segurado, até o valor da Importância Segurada, o reembolso das reparações pecuniárias pelas quais, por disposições legais, for ele responsável pelas perdas ou danos causados a bens de terceiros que lhe tenham sido entregues para transporte, decorrente dos Riscos Cobertos previstos nas condições gerais. Refere-se, ainda, a bens transportados por rodovias em território nacional, mediante a garantia dos conhecimentos de embarque. De acordo com as condições gerais dos Seguros de RCF-DC, o segurado, no contrato de seguro, é o transportador rodoviário de carga, devidamen- te inscrito no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC) da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a exemplo do que é exigido no Seguro de RCTR-C. 99 UNIDADE 5 SEGUROS DE TRANSPORTES Saiba mais Atualmente, os Seguros de RCF-DC encontram-se regulamentados pela Circular Susep no 422/2011. Sua movimentação se faz por averbações, da mesa forma que ocorre no Seguro de RCTR-C. Sua comercialização é em conjunto com a apólice de RCTR-C e somente em apólices abertas. Não estão cobertos nesse seguro a responsabilidade do segurado por danos corpo- rais, danos morais e/ou lucros cessantes decorrentes de qualquer causa, ainda que previstos nas Condições Gerais. RISCOS COBERTOS Desde que averbados no seguro de RCTR-C, os bens e mercado-rias decorrentes do desaparecimento da carga podem também ser cobertos no RCF-DC em consequência de: ■ Desaparecimento total da carga, concomitantemente com o do veículo transportador, durante o transporte, em decorrência de: » Apropriação indébita e/ou estelionato. » Furto simples ou qualificado. » Extorsão simples ou mediante sequestro. ■ Roubo durante o trânsito, entendendo-se como tal o desapareci- mento total ou parcial da carga, desde que o autor do delito tenha assumido o controle do veículo transportador, mediante grave ameaça ou emprego de violência; ■ Roubo de bens ou mercadorias carregados nos veículos transpor- tadores, durante a sua permanência no interior dos depósitos ou da área do terreno onde estiverem localizados os depósitos do segurado, ou sob seu controle e/ou administração, desde que tais depósitos tenham sido previamente relacionados na apólice e que sejam observadas, cumulativamente, as seguintes condições: » Os bens ou mercadorias carregados estejam acompanhados do respectivo conhecimento de transporte rodoviário de carga e/ou de outro documento hábil; e » Os referidos bens ou mercadorias não tenham permanecido, no depósito, por mais de 15 dias corridos. Vale a pena ler na íntegra Circular Susep 422/2011 100 UNIDADE 5 SEGUROS DE TRANSPORTES ■ Roubo praticado durante viagem fluvial complementar à viagem rodoviária, exclusivamente na Região Amazônica, desde que haja abertura de inquérito policial e ocorra o desaparecimento total ou parcial da carga, concomitantemente ou não com o do veículo no qual as cargas foram embarcadas. RISCOS NÃO COBERTOS O Seguro de RCF-DC não cobre o desaparecimento total ou parcial da carga, mesmo que decorrente de risco coberto, quando estiver associado: ■ A dolo praticado, exclusiva e comprovadamente, pelo segurado ou beneficiário do seguro ou pelo representante de um ou de outro. No caso de pessoa jurídica, a exclusão se aplica aos sócios contro- ladores da empresa segurada, aos seus dirigentes e administrado- res legais, aos beneficiários e também aos representantes de cada uma dessas pessoas. ■ A bens ou mercadorias contrabandeados, ainda que parcialmente, roubados ou furtados, ou ainda, cuja comercialização e/ou embar- que sejam proibidos ou de natureza ilícita. BENS NÃO COMPREENDIDOS NO SEGURO Não estão abrangidos pela cobertura desse seguro: ■ O veículo transportador. ■ Apólices, bilhetes de loteria, cartões de crédito, cartões telefônicos e cartões de estacionamento em geral. ■ Ações, cheques, contas, comprovantes de débitos, conhecimen- tos, ordens de pagamento, saques e dinheiro em moeda ou papel. ■ Diamantes industriais, documentos e obrigações de qualquer espécie, além de escrituras. ■ Joias, pérolas em geral, pedras preciosas ou semipreciosas, metais preciosos e semipreciosos, e suas ligas (trabalhadas ou não), notas e notas promissórias. ■ Registros, títulos, selos e estampilhas. 101 UNIDADE 5 SEGUROS DE TRANSPORTES ■ Talões de cheque, vales-alimentação, vales-refeição e similares. ■ Cargas radioativas e cargas nucleares. ■ Aqueles não averbados no Seguro Obrigatório de Responsabilida- de Civil do Transportador Rodoviário – Carga (RCTR-C). ■ Quaisquer outros bens ou mercadorias, relacionados na apólice, mediante acordo entre partes. Consequentemente, são seguráveis no Seguro RCF-DC todos os bens não relacionados acima, com exceção, evidentemente, dos bens de proprieda- de do próprio segurado. COBERTURA DE BENS OU MERCADORIAS SUJEITOS A CONDIÇÕES PRÓPRIAS Estão sujeitos a taxas e condições próprias, devidamente discriminadas na apólice e mediante inclusão de cláusula específica, os bens ou mercado- rias a seguir mencionados: ■ Objetos de arte (quadros, esculturas, antiguidades e coleções). ■ Mudanças de móveis e utensílios (residenciais ou de escritório). ■ Animais vivos. ■ Contêineres. ■ Veículos trafegando por meios próprios. COMEÇO E FIM DOS RISCOS Os riscos assumidos têm início no momento em que os bens ou mercado- rias são colocados no veículo transportador, no local de início da viagem contratada, e terminam quando são retirados do veículo transportador no local de destino da mesma viagem. Essa cobertura também abrange as operações de coleta e entrega, com- provadas pelo documento fiscal ou pela minuta de despacho. 102 UNIDADE 5 SEGUROS DE TRANSPORTES O segurado deve exigir que o destinatário confira, contra recibo, os bens ou mercadorias entregues, sob pena de perda da garantia do seguro, em caso de reclamações posteriores. A cobertura concedida pelo Seguro de RCF-DC se estende aos percursos urbanos e suburbanos de coletas e entregas dos bens ou mercadorias que são efetuadas pelo segurado como complementares à viagem principal, desde que comprovadas pelo documento fiscal do embarcador ou pela minuta de despacho. APÓLICE DE RCF-DC O segurado não poderá manter mais do que uma apólice desse seguro, seja em uma ou mais seguradoras, sob pena de suspensão de seus efeitos e perda do direito à restituição do prêmio que houver pago. Não obstante, será permitida a emissão de mais de uma apólice para as mesmas situações previstas para o Seguro de RCTR-C, como vimos na unidade 5. IMPORTÂNCIA SEGURADA E LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA A Importância Segurada corresponde aos valores dos bens ou mercadorias declarados nos conhecimentos de embarque e será indicada nas averba- ções. Essa importância representará os prejuízos máximos indenizáveis pela seguradora em caso de sinistro amparado pelas coberturas do seguro. CRITÉRIOS DE TAXAÇÃO Geralmente, aplicam-se taxas únicas, que são definidas pelas seguradoras com base no perfil de cada risco proposto. Saiba mais A apólice do Seguro RCF- DC tem sua vigência limitada a um ano. Sua movimentação se faz por averbações e somente por contratos de apólices abertas. 103 UNIDADE 5 SEGUROS DE TRANSPORTES Algumas mercadorias são consideradas específicas, pois possuem atrati- vidade ao roubo. Para essas mercadorias poderá ser negociada a aplica- ção de uma taxa mais agravada (mais cara). Algumas mercadorias consideradas específicas: ■ Armas, armamentos e munições. ■ Autopeças. ■ Brinquedos. ■ Calçados. ■ Charque e carnes in natura. ■ Confecções e tecidos. ■ Couro beneficiado. ■ Cigarro. ■ Eletrodomésticos/eletrônicos. ■ Leite em pó ou condensado. ■ Medicamentos. ■ Óleos comestíveis. ■ Óleos lubrificantes. ■ Pneus e câmaras de ar. ■ Tintas. É importante entender que a relação de mercadorias específicas pode variar entre as seguradoras. PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO (POS) Pelas características dos riscos cobertos pelo Seguro de RCF-DC, aplica-se a POS em praticamente todos os seguros contratados. O mais comumente praticado pelas seguradoras é o chamado escalona- mento da POS, aplicando-se percentuais crescentes a partir do primeiro sinistro, mas sempre com um valor mínimo, conforme o exemplo abaixo: ■ 1o sinistro: 5%, com mínimo de R$ 500,00. ■ 2o sinistro: 10%, com mínimo de R$ 1.000,00. ■ 3o sinistro em diante: 20%, com mínimo de R$ 1.500,00. 104 UNIDADE 5 SEGUROS DE TRANSPORTES Importante Os percentuais da POS e o seu valor mínimo podem variar. Essa variação percentual tam- bém pode ser fixada a partir de um determinado número de sinistros. Ocorre, por exemplo, a partir do quarto ou quinto sinistro, porém o mais comum é a partir do terceiro sinistro. Os valores mínimos pretendem evitar que sejam feitas várias pequenas reclamações, que podem vir a prejudicar o resultado da apólice. AVERBAÇÕES São adotadas as mesmas averbações de RCTR-C, ou seja, apenas averba- ção simples. PRÊMIO O Seguro de RCF-DC prevê o mesmo sistema de cobrança de prêmios que o Seguro de RCTR-C, ou seja, é cobrado um prêmio mínimo mensal. O prêmio mensal será calculado aplicando-se às importâncias seguradas das averbações ataxa ou taxas previstas na apólice. O prêmio deverá ser pago até o 30º dia após a emissão da fatura mensal. O não pagamento do prêmio no prazo estipulado implicará o cancelamen- to automático da apólice sem qualquer restituição de prêmios já pagos. 105 UNIDADE 5 SEGUROS DE TRANSPORTES COBERTURAS ADICIONAIS DO SEGURO DE RCF-DC — Cobertura Adicional de Roubo no Depósito do Transportador É a extensão da cobertura do seguro para cobrir a responsabilidade do segurado por perdas e danos materiais sofridos pelos bens ou mercado- rias por ele transportados, decorrentes de roubo em seu depósito. O roubo de bens ou mercadorias depositados que ainda não tenham sido carregados no veículo transportador somente estará abrangido se o autor do delito tiver agido mediante grave ameaça ou emprego de violência con- tra a pessoa e desde que sejam observadas, cumulativamente, as seguin- tes disposições: ■ As mercadorias ou bens depositados estejam acompanhados do respectivo conhecimento de transporte rodoviário de carga e/ou de outro documento hábil. ■ Os locais de depósito do segurado tenham sido relacionados, pre- viamente, na apólice. ■ As mercadorias ou bens não tenham permanecido em depósito por mais de 15 dias. CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DO SEGURO DE RCF-DC As cláusulas específicas regulam a cobertura das mercadorias sujeitas a condições próprias e são as mesmas aplicadas ao Seguro de RCTR-C: ■ Cláusula específica para transporte de mudanças de móveis e utensílios (residenciais ou de escritório). ■ Cláusula específica para transporte de animais vivos. ■ Cláusula específica para transporte de objetos de arte. ■ Cláusula específica para transporte de contêineres. ■ Cláusula específica para transporte de veículos trafegando por meios próprios. 106 UNIDADE 5 SEGUROS DE TRANSPORTES QUADRO 5: DEMONSTRATIVO – SEGUROS DE RCTR-C E RCF-DC ESPECIFICAÇÕES RCTR-C RCF-DC Riscos Cobertos ■ Colisão, capotagem, tombamento e/ou abalroamento, incêndio e explosão do veículo transportador. ■ Incêndio ou explosão nos armazéns, pátios, pernoites, baldeação, mesmo fora dos veículos transportadores (não cobre queda de raio). ■ Apropriação indébita e estelionato, furto simples ou qualificado, extorsão simples ou mediante sequestro. ■ Desaparecimento total ou parcial da carga. ■ Roubo de bens ou mercadorias carregados nos veículos transportadores, durante sua permanência no interior dos depósitos do segurado. ■ Roubo praticado durante viagem fluvial complementar à viagem rodoviária, exclusivamente na Região Amazônica. Bens Não Compreendidos no Seguro ■ Apólices, bilhetes de loteria, cartões de crédito, cartões telefônicos e cartões de estacionamento. ■ Cheques, contas, comprovantes de débito e dinheiro. ■ Diamantes industriais, documentos e obrigações de qualquer espécie e escrituras. ■ Joias, pérolas, pedras preciosas e semipreciosas, metais preciosos e semipreciosos e suas ligas e notas promissórias. ■ Registros, títulos, selos e estampilhas. ■ Talões de cheque, vales-alimentação e vales-refeição. ■ O veículo transportador. ■ Apólices, bilhetes de loteria, cartões de crédito, cartões telefônicos e cartões de estacionamento em geral. ■ Ações, cheques, contas, comprovantes de débitos, conhecimentos, ordens de pagamento, saques, e dinheiro em moeda ou pape. ■ Diamantes industriais, documentos e obrigações de qualquer espécie, e escrituras. ■ Joias, pérolas em geral, pedras preciosas ou semipreciosas, metais preciosos e semipreciosos e suas ligas (trabalhadas ou não), e notas promissórias. ■ Registros, títulos, selos e estampilhas. ■ Talões de cheque, vales-alimentação, vales-refeição e similares. ■ Cargas radioativas e cargas nucleares. ■ Aqueles não averbados no Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário – Carga (RCTR-C). ■ Quaisquer outros bens ou mercadorias relacionados na apólice, mediante acordo entre partes. Condições Próprias ■ Objetos de arte (quadros, esculturas, antiguidades e coleções). ■ Mudanças de móveis e utensílios (residenciais ou de escritório). ■ Animais vivos. ■ Contêineres. ■ Veículos trafegando por meios próprios. ■ Objetos de arte (quadros, esculturas, antiguidades e coleções). ■ Mudanças de móveis e utensílios (residenciais ou de escritório); ■ Animais vivos. ■ Contêineres. ■ Veículos trafegando por meios próprios. Averbações ■ Simples – antes da saída do embarque. ■ Idênticas às de RCTR-C. 107 UNIDADE 5 SEGUROS DE TRANSPORTES Critério de Taxação ■ Varia de acordo com os estados da Federação, de origem e destino da viagem segurada. Para coberturas adicionais e mercadorias sujeitas a condições próprias, existem critérios específicos. ■ Taxas únicas ou diferenciadas se o seguro envolver mercadorias consideradas específicas (mais visadas para roubo). Prêmio ■ Cobrança mensal por fatura. ■ Prêmio depósito cobrado sobre o valor do LMG, atualizado e devolvido na última fatura. ■ Cobrança mensal por fatura. ■ Prêmio depósito cobrado sobre o valor do LMG, atualizado e devolvido na última fatura. Franquia/ Participação Obrigatória ■ Cobertura Adicional de Operações de Carga/Descarga/Içamento: POS de 2% sobre os prejuízos reclamados. ■ Cobertura adicional para o Transportes de Cargas Excepcionais/Especiais: POS de 2% sobre os prejuízos reclamados. ■ Cláusula específica para Transporte de Veículos Rodando por Meios Próprios: franquia dedutível de 1,5%, aplicável sobre o valor do veículo. ■ Geralmente escalonadas de forma crescente (5%, 10% e 20%). 108 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES FIXANDO CONCEITOS 5 Marque a alternativa correta 1. O Seguro de Responsabilidade Civil Facultativa por Desaparecimen- to de Carga, ou simplesmente RCF-DC, como o próprio nome sugere, é um seguro de contatação facultativa para o transportador rodoviário. No entanto, esse seguro só pode ser contratado em conjunto com seguro de: (a) Transporte Internacional de Importação. (b) Transporte Intermodal de Carga. (c) Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga – RCTR-C. (d) Transporte Multimodal de Carga. (e) Transporte Nacional. 2. A cobertura básica do seguro de RCF-DC cobra o roubo praticado durante viagem fluvial complementar à viagem rodoviária, desde que: (a) Haja abertura de inquérito policial. (b) Ocorra o desaparecimento concomitante da embarcação transportadora. (c) As mercadorias estejam fora do caminhão. (d) O(s) autor(es) do delito utilize(m) arma de fogo. (e) Tenha ocorrido o encalhe da embarcação. 3. De acordo com as condições gerais dos seguros de RCF-DC, o segura- do é o transportador rodoviário de carga, devidamente inscrito no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC), do agente regulador denominado(a): a) ANTT. b) Susep. c) ANAC. d) CNSP. e) CVM. 109 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES 4. No seguro de RCF-DC, existe cobertura para: a) Colisão. b) Tombamento. c) Capotamento. d) Incêndio. e) Desaparecimento total da carga concomitantemente com o veículo transportador. 5. Determinada transportadora, com apólice de RCF-DC em vigência durante alguns anos, procurou o corretor de seguros porque conseguiu um novo cliente/embarcador que trabalha com diamantes e deseja saber se está coberto. O corretor deve informar que: a) Diamantes são bens não compreendidos no seguro. b) Há cobertura em caso de acidente envolvendo o veículo transportador. c) Para ter garantia, deve-se contratar uma cobertura adicional. d) Há cobertura no caso de roubo. e) Há cobertura no caso de apropriação indébita. 6. O critério de taxação no seguro de RCF-DC considera qual fator? a) Origem e destino (viagem). b) Tipo de veículo. c) Tipo de mercadoria. d) Perfil das estradas. e) Participação Obrigatória do Segurado. 7. No seguro de RCF-DC,a Participação Obrigatória do Segurado (POS) é: a) Escalonada. b) Sem aplicação. c) De acordo com o tipo de veículo. d) A partir do valor das mercadorias. e) De acordo com a cobertura adicional contratada. 110 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES 8. No seguro de RCF-DC, a taxa é negociada conforme o tipo de merca- doria. As mercadorias consideradas específicas são aquelas mais visadas para roubo. É um exemplo de mercadoria específica: a) Máquinas industriais. b) Algodão. c) Morangos. d) Calçados. e) Produtos químicos. 9. No RCF-DC, a cobertura de roubo em depósito garante as mercadorias desde que não permaneçam nos depósitos por mais de: a) 3 dias. b) 5 dias. c) 7 dias. d) 10 dias. e) 15 dias. 10. Com relação ao seguro de RCF-DC, é relevante orientar o segurado sobre o prazo para solicitar alterações na apólice em vigor, especialmente o aumento esporádico do limite. Sendo assim, é fundamental reconhecer que o prazo referido é de: a) 1 dia. b) 2 dias. c) 3 dias. d) 10 dias. e) 15 dias. Consulte o gabarito clicando aqui. 111 UNIDADE 6 SEGUROS DE TRANSPORTES 06 ■ Entender os processos de sinistros nos Seguros de Transportes, reconhecendo o trabalho do comissário de avarias e o funcionamento de cada etapa de um processo de sinistros de seguros de Transportes ou de RCTR-C. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ⊲ CONCEITO BÁSICO DE SINISTROS ⊲ APURAÇÃO DE DANOS ⊲ REGULAÇÃO ⊲ LIQUIDAÇÃO ⊲ FIXANDO CONCEITOS 6 TÓPICOS DESTA UNIDADE PROCESSOS de SINISTROS nos SEGUROS de TRANSPORTES 112 UNIDADE 6 SEGUROS DE TRANSPORTES CONCEITO BÁSICO DE SINISTROS Sinistro é a ocorrência do risco (evento) previsto no contrato de seguro e que produz perdas ou danos ao objeto segurado. O processo de sinistro é o conjunto de documentos necessários para que se possa regular e liquidar o sinistro, ou seja, é o meio pelo qual podemos examinar a cobertura, os procedimentos, o cálculo da indeni- zação e a documentação. As seguradoras, na fase inicial do processo, costumam fazer algumas ava- liações conforme transcrito abaixo: ■ Os documentos que comprovam que as operações comercial e de transporte devem ser coerentes e compatíveis com o seguro contratado. ■ O risco ocorrido deve estar previsto na apólice. ■ A importância segurada não pode ser inferior ao valor real do obje- to segurado e nem superior ao valor máximo admitido como segu- rável (hipótese em que a importância segurada e a indenização são reduzidas). ■ Definição de data e local da ocorrência. ■ Verificação da existência, ou não, de ressalva nos conhecimentos de transporte (mercadorias que embarcam já danificadas ou faltando peso ou volume), bem como se houve transporte no convés a risco do embarcador, hipótese em que o sinistro pode ficar a descoberto. ■ Identificação das provas de que a averbação foi entregue dentro do prazo ou de que o prêmio da apólice avulsa foi pago antes do sinistro. 113 UNIDADE 6 SEGUROS DE TRANSPORTES ■ Ter a confirmação de que estão documentadas as ações relativas a: » Protesto contra os responsáveis pelos danos. » Convocação de vistoriador. » Proteção e preservação dos bens (por exemplo, no caso de um tombamento na estrada, pode ser necessária a contrata- ção de um frete complementar para a proteção dos salvados, evitando saques por populares). O processo de sinistro abrange três etapas ou operações interdependen- tes: a apuração de danos, a regulação e a liquidação. APURAÇÃO DE DANOS A etapa de apuração dos danos causados por um sinistro consiste, basica- mente, no levantamento da causa, natureza e extensão das avarias. Nessa fase é feito o levantamento da documentação que deverá compor o processo de sinistro. A documentação varia conforme o caso e os principais documentos são: ■ Nota fiscal. ■ Fatura comercial. ■ Nota de transferência. ■ Conhecimentos (aéreos, marítimos ou terrestres). ■ Manifestos de carga. ■ Listas de peças (packing lists). ■ Apólice. ■ Averbação. ■ Fatura. ■ Certificado de seguro. ■ Endossos. ■ Declaração dos armadores (naufrágios). ■ Certificados de vistoria. ■ Auto de arbitragem (sinistros ferroviários). ■ Certidões policiais. ■ Declarações de depositários (casos de incêndio em armazém) 114 UNIDADE 6 SEGUROS DE TRANSPORTES ■ Atestado de extravio. ■ Certidões de portos ou aeroportos. ■ Reclamação dos beneficiários. A seguradora poderá exigir atestados ou certidões de autoridades com- petentes, bem como o resultado de inquéritos ou processos instaurados em virtude do fato que produziu o sinistro, sem prejuízo do pagamento da indenização no prazo devido. Alternativamente, a seguradora poderá solicitar cópia da certidão de abertura de inquérito que porventura tiver sido instaurado. Essa etapa também é chamada de vistoria, por ser esse o procedimento mais comum para a apuração dos danos. Qualquer perda ou avaria deverá ser sempre verificada em conjunto com os representantes da seguradora, do transportador e da entidade respon- sável que detiver a guarda ou custódia das mercadorias. — Importante Qualquer que seja a forma de apuração de danos, seu objetivo é apenas descrevê-los, identificar suas causas e definir a sua extensão, e nunca decidir se estão ou não cobertos pelo seguro contratado. Dependendo da natureza da ocorrência, as causas dos danos podem ser apuradas por meio de declarações feitas por transportadores, certidões de autoridades aeronáuticas, navais e/ou policiais, registros efetivados por instituições oficiais (corpo de bombeiros, autoridades sanitárias, patrulhas rodoviárias). Tipos de Vistoria A forma de apuração de danos de um sinistro depende da sua causa, natureza e extensão. Uma das formas mais utilizadas é a vistoria, definida como o ato de ver. Os prejuízos são constatados por meio de exame do objeto sinistrado, com a presença dos envolvidos. Vale lembrar que a intervenção do vistoriador, cujas funções se limitam à apuração da causa, da natureza e da extensão do sinistro, não implica prévio reconhecimento de responsabilidade da seguradora para com o segurado. Em casos de perda total, pode ou não ser cabível a vistoria. 115 UNIDADE 6 SEGUROS DE TRANSPORTES No caso de extravio de volumes inteiros, a vistoria é impossível, pois não há possibilidade de se vistoriar algo que desapareceu. O mesmo se pode dizer na maioria dos casos de naufrágio ou de destruição total de aeronave que conduzia bens não localizados. Ao examinar objetos não destruídos totalmente, é fundamental que se faça vistoria nos remanescentes ou salvados, isso se for viável, técnica e economicamente. Na situação de perda total por avaria grossa não se podem vistoriar os bens jogados ao mar. Todavia, nada impede que se vistoriem os bens dani- ficados pela ação de salvamento. Pode-se, por exemplo, constatar danos causados por água usada para apagar incêndio a bordo. Considera-se, basicamente, a existência de dois tipos de vistorias: ■ Particular ou administrativa, feita pelos comissários de avarias. ■ Judicial, feita por peritos nomeados por juiz. Vistoria Particular A vistoria particular ou administrativa é realizada pelo comissário de ava- rias. Esse profissional é preparado e legalmente habilitado para emitir cer- tificados de vistorias em formulário padrão aprovado pelo segurador. Cabe ao comissário orientar o segurado sobre como proceder com relação aos salvados e documentos necessários à regulação do sinistro. A vistoria pode ser feita no local do acidente e nos depósitos para onde forem transportados os bens avariados. A vistoria particular ou administrativa é prevista nas condições gerais dos Seguros de Transportes. Vistoria Judicial A vistoria particular pode ser objeto de contestação por parte dos interes- sados. Os resultados afetam o segurado importador e os transportadores ou depositários responsabilizados pelos danos. Assim, a vistoriajudicial só é realizada se não houver acordo entre os inte- ressados, com base nas vistorias oficial e/ou particular, e deverá ser previa- mente autorizada pela seguradora. O laudo de vistoria judicial que vier a ser emitido, desde que aprovado pelo juiz, é considerado como sentença e prevalece sobre o certificado de vistoria particular ou administrativa. 116 UNIDADE 6 SEGUROS DE TRANSPORTES REGULAÇÃO Na etapa da regulação, a seguradora analisa o certificado de vistoria e solicita informações e/ou documentos ao segurado/comissário de avarias, se for o caso. A regulação é, em linhas gerais, a apuração de informações sobre as cir- cunstâncias em que ocorreu o sinistro, a fim de que se possam verificar a existência de cobertura e a extensão dos danos. Em seguida, são feitas as seguintes verificações: ■ Se há coerência entre as informações contidas nos documentos do seguro, nota fiscal, conhecimentos de embarque, laudos periciais. ■ Se foram cumpridos ou não os prazos de entrega das averbações, pagamento do prêmio e protesto. ■ Se a natureza do sinistro tem cobertura de seguro, observadas as condições/garantias da apólice. ■ Se há viabilidade de ressarcimento pelo transportador ou terceiros responsáveis. — Importante A regulação tem por objetivo verificar se o sinistro está ou não coberto. Caso o sinistro esteja coberto, é necessário calcular a indenização, que abrange: ■ Os prejuízos sofridos pelo objeto. ■ As despesas inerentes (apuração de danos, socorro e salvamento). ■ No caso de reembolso de despesas efetuadas no exterior, deverão ser aceitos para liquidação de sinistro os documentos na língua do país de origem do gasto (art. 45 da Circular 621 da Susep de 2021). Perda Total Durante a regulação pode-se apurar a perda total que ocorre sempre que o prejuízo indenizável for igual ou superior a 75% do valor do objeto segurado (Perda Total Construtiva) ou quando o objeto segurado é des- truído de tal forma que deixa de ter suas características (Perda Total Real). 117 UNIDADE 6 SEGUROS DE TRANSPORTES Nesse sentido, pode-se concluir que a Perda Total se dá de duas formas: 1. Perda total construtiva É a Perda Total que ocorre sempre que o prejuízo indenizável for igual ou superior a 75% do valor do objeto segurado. 2. Perda total real Quando o objeto segurado é destruído de tal forma que deixa de ter suas características. O conceito de perda total poderá ser aplicado volume por volume, desde que esses volumes sejam suscetíveis de avaliação em separado e não se trate de mercadorias a granel, sem embalagem ou que constituam uma unidade, ou, ainda, volumes faturados, englobadamente, sem discrimina- ção do conteúdo e do valor de cada um deles. Mesmo que não tenha havido identificação individual na respectiva fatura comercial ou documento equivalente, quando o volume for suscetível de avaliação em separado, e constituído indivisivelmente pelo conteúdo e sua respectiva embalagem, o conceito de perda total poderá ser aplicado volume por volume. — Salvados Outra etapa importante durante a regulação é identificação e proteção dos salvados existentes com vistas a evitar a agravação dos prejuízos. O segurado não tem o direito de abandonar à seguradora objetos salva- dos ou danificados, qualquer que seja a extensão dos prejuízos verifica- dos, exceto nos casos previstos nas condições contratadas. A seguradora poderá, de comum acordo com o segurado, diligenciar para aproveitamento dos salvados, o que, no entanto, não implicará reco- nhecimento, por parte da seguradora, de que o sinistro esteja coberto. Ao final, é elaborado o relatório da regulação e calculada a indenização devida. Importante ■ A regulação, no seu sentido restrito, é a análise dos documentos relativos ao risco, ao seguro e ao sinistro para fins de levantamento dos prejuízos indenizáveis. ■ Um sinistro só pode ser encerrado sem indenização se ficar demonstrado que não há cobertura ou que os prejuízos encontram-se abaixo da franquia. Compete à segu- radora comprovar tais fatos. 118 UNIDADE 6 SEGUROS DE TRANSPORTES LIQUIDAÇÃO A liquidação é a etapa final do processo de sinistro. Em linhas gerais, a liquidação é a etapa de pagamento dos valores equivalentes aos prejuízos cobertos pela apólice suportados pelo segurado. De acordo com as condições gerais do Seguro de Transportes, a segura- dora é obrigada a pagar em dinheiro o prejuízo resultante do risco assumi- do ou, caso haja uma concordância com o segurado, poderá repor o bem. É importante também atentar para os contratos de compra e venda, e de transporte, bem como recorrer a especialistas para a apuração exata dos prejuízos. Apurados os danos e concluído o processo de regulação, cabe, então: ■ Definir quanto deve ser pago. ■ Verificar quem deve receber. ■ Negociar eventuais salvados. ■ Tentar o ressarcimento por parte dos causadores do sinistro. As condições gerais para Seguros de Transportes estabelecem que, uma vez entregue, pelo segurado, toda a documentação exigida para a perfei- ta instrução do processo de sinistro, a seguradora efetuará o pagamen- to da indenização no prazo máximo de 30 dias. No entanto, esse prazo será suspenso e terá sua contagem reiniciada no caso de solicitação de outros documentos, além daqueles considerados básicos para a liquida- ção de sinistros. A Indenização abrange o valor do prejuízo sofrido pelo proprietário dos bens, deduzida a franquia, se cabível. Existem ainda outros valores que podem vir a ser pagos por ocasião da liquidação do sinistro: ■ O prejuízo sofrido pelo proprietário dos bens, deduzida a franquia, se cabível. ■ O custo de apuração dos danos (honorários e despesas dos visto- riadores comissários de avarias). ■ Os gastos efetivados com medidas de preservação, proteção e salvamento. ■ A contribuição em avarias grossas. Indenização Entende-se por indenização o valor que deve ser pago em consequência do sinistro. 119 UNIDADE 6 SEGUROS DE TRANSPORTES A indenização e demais valores devem ser pagos a quem de direito, a saber: ■ Pelos prejuízos à carga: o respectivo proprietário/segurado ou quem ele designar expressamente. ■ Por despesas: o comissário de avarias e/ou o próprio dono da carga, se provar que pagou, a quem de direito, tais despesas. ■ Por contribuição de avaria grossa: o armador ou o árbitro regulador. ■ Outras entidades: no caso de mercadorias exportadas. Exemplo: bancos financiadores ou importadores estrangeiros. Saiba mais Na liquidação de sinistros de Seguros de RC do Transportador de Carga, a seguradora liquidará o sinistro, pagando diretamente ao terceiro reclamante, com a devida anuên- cia do segurado, mas poderá autorizar o segurado a efetuar o pagamento, ficando, no entanto, obrigada a reembolsá-lo no prazo de 10 (dez) dias úteis, a contar da apresenta- ção do comprovante desse pagamento. Liquidação de Sinistros nos Seguros Contratados em Moeda Estrangeira Nos seguros em moeda estrangeira, deverão ser observadas as seguintes regras no pagamento das indenizações, conforme estabe- lecido no art. 205 da Circular Bacen 3.691/2013: “Para o pagamento, no país, da indenização de seguro em moeda estrangeira contratado no país, a sociedade seguradora deve emitir ordem de pagamento em moeda estrangeira diretamente ao beneficiário, que promoverá a celebração e/ou a liquidação de contrato de câmbio.” Tanto os sinistros relativos a Transportes quanto aqueles ligados à Respon- sabilidade Civil dos Transportadores envolverão a análise da observância das cláusulas contratuais constantes da apólice. Importante Pagamento a mais de um beneficiário Nos casos em que houver interesse no objeto segurado de mais de um beneficiário, a indenização ou despesa com si- nistros referidos, nessa cláusula, será paga a eles na proporção dos seus interesses, conforme o domicílio do beneficiário. 120 FIXANDO CONCEITOSSEGUROS DE TRANSPORTES FIXANDO CONCEITOS 6 Marque a alternativa correta 1. Em um processo de sinistro de transporte, a etapa que consiste, basi- camente, no levantamento da causa, natureza e extensão das avarias é a etapa de: (a) Regulação. (b) Liquidação. (c) Indenização. (d) Pagamento. (e) Apuração de danos. 2. A etapa de Apuração de Danos, nos sinistros de transportes, também é chamada de vistoria, por ser esse o procedimento mais comum para a verificação dos prejuízos, considerando-se, basicamente, a existência de dois tipos de vistoria, que são: (a) Vistoria Aduaneira e Vistoria Oficial. (b) Vistoria Particular ou Administrativa e Vistoria Judicial. (c) Vistoria Prévia e Vistoria Complementar. (d) Vistoria Conjunta e Vistoria Fiscal. (e) Vistoria Provisória e Vistoria Definitiva. 3. O levantamento da causa, natureza e extensão das avarias de um sinis- tro de transporte é realizado por meio de uma vistoria. Existe um profis- sional devidamente preparado e legalmente habilitado para emitir certifi- cados de vistoria, bem como a orientar o segurado sobre como proceder com relação aos salvados e documentos necessários à regulação do sinis- tro. Esse profissional é o: (a) Comissário de avarias. (b) Despachante aduaneiro. (c) Agente de carga. (d) Árbitro Regulador. (e) Subscritor de risco. 121 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES 4. Na etapa de apuração de danos, a seguradora define causa, natureza e extensão dos prejuízos. A vistoria judicial é feita por qual agente? a) Comissário de avarias. b) Perito nomeado pelo juiz. c) Árbitro regulador. d) Corretor de seguros. e) Técnico da seguradora. 5. Analise as proposições a seguir: ( ) No seguro de transportes fazem parte da indenização os prejuízos e as despesas inerentes ao sinistro. ( ) A perda total construtiva atinge 75% de prejuízos, mas não 100%. ( ) Após a entrega de toda a documentação, a seguradora deve res- peitar o prazo máximo de 30 dias para o fechamento do sinistro. Agora, marque a opção correta sobre quais proposições são verda- deiras ou falsas: a) VFV b) FVF c) VVV d) FFF e) VVF Consulte o gabarito clicando aqui. 122 UNIDADE 7 SEGUROS DE TRANSPORTES 07 ■ Conhecer as medidas de gerenciamento de risco mais exigidas pelas seguradoras, aplicando tais medidas na comercialização dos Seguros de Transportes. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ⊲ CONSIDERAÇÕES INICIAIS ⊲ GERENCIAMENTO DE RISCO ⊲ FIXANDO CONCEITOS 7 TÓPICOS DESTA UNIDADE GERENCIAMENTO de RISCOS 123 UNIDADE 7 SEGUROS DE TRANSPORTES CONSIDERAÇÕES INICIAIS Considerando que os riscos são dinâmicos e em face da necessidade de prevenção aos riscos de acidente, roubo e avarias, o gerenciamento de ris- cos é uma etapa importante na logística e, como consequência, nos seguros de transportes. O gerenciamento de riscos é de responsabilidade dos clien- tes, ou seja, das organizações, mas os seguradores, corretores de seguros e as gerenciadoras de riscos atuantes no mercado (empresas especializadas neste segmento) têm papéis relevantes no aspecto de apoio, orientação é, até mesmo, no oferecimento de produtos e serviços. Neste capítulo, trataremos de forma resumida do Gerenciamento de Riscos, uma vez que, na prática, os profissionais envolvidos ou que pretendam se envolver nessa área devem investir maior tempo na pesquisa e busca do conhecimento, bem como em sua atualização nas práticas do dia a dia. Um caminho interessante é buscar informações na ISO 3100. No ano de 2009, foi publicada a ISO 31000 Risk Management – Principles and Guidelines, que foi traduzida integralmente para o português e publicada como Norma Brasi- leira ABNT NBR ISO 31000. Essa norma internacional e sua tradução para o português tiveram uma segunda edição publicada em 2018. A ISO 31000 estabelece diretrizes para a gestão de riscos sem caráter mandatório, ou seja, sua aplicação não é obrigatória. No entanto, por seu caráter internacional, suas diretrizes são seguidas pelos países que têm representação nessa organização. 124 UNIDADE 7 SEGUROS DE TRANSPORTES GERENCIAMENTO DE RISCO Entende-se por Gerenciamento de Riscos (GR) o conjunto de técnicas que visa eliminar ou, pelo menos, reduzir ao mínimo os efeitos de perdas. Para isso, um Programa de Gerenciamento de Risco (PGR) deve buscar atacar e tratar as causas e os fatores concorrentes de exposições, usando, para isso, toda ordem disponível e razoável de recursos humanos e mate- riais (incluindo-se tecnologias). Os principais objetivos do GR sob o ponto de vista dos seguradores são: ■ Melhorar resultados da carteira de seguros. ■ Agregar valor para os segurados. ■ Certificar gerenciadoras de risco e tecnologias. ■ Dar suporte às áreas de subscrição. ■ Criar sinergia com o departamento de sinistros. ■ Realizar auditoria em processos de subscrição, sinistros e geren ciadoras de riscos. — Tipos de Gerenciamento de Riscos Os procedimentos de GR se dividem em: Corretivo Consiste no cruzamento das informações apuradas nos even- tos com as características da operação, não só identificando o fator causador como também alinhando novos procedimentos, treina- mentos e adequações. Preventivo É o conjunto de ações que visa garantir melhorias na operação e minimização de perdas que possam vir a ocorrer. Fiscalizador São as inspeções para verificação do cumprimento dos procedi- mentos estabelecidos. Com a elevação substancial da sinistralidade, principalmente em razão do roubo de carga, várias empresas vêm se especializando em gerencia- mento de riscos de transportes de carga. 125 UNIDADE 7 SEGUROS DE TRANSPORTES Existem várias empresas especializadas em gestão de risco que são capa- zes de apresentar aos embarcadores ou aos transportadores planos de gerenciamento de risco específicos e de acordo com suas necessidades. — Principais Mecanismos Com um resultado tão crítico, as seguradoras exigem certos cuidados por parte dos clientes. Para isso, elas determinam a adoção de mecanismos que reduzam os riscos de ocorrência de sinistros, em especial os de roubo e furto das cargas seguradas. Alguns dos principais mecanismos atualmente adotados por todos os sujeitos envolvidos na operação de transportes para viabilizar a aceitação de riscos pelas seguradoras são: ■ Consulta a cadastro de motoristas e proprietários de veículos de transportes terrestres de cargas. ■ Rastreamento, monitoramento e roteirização. ■ Escolta. — Consulta a Cadastro de Motoristas e Proprietários de Veículos de Transportes Terrestres de Cargas Essa consulta é organizada e gerenciada por empresas especializadas. A consulta pode ser realizada no banco de dados das gerenciadoras e com agilidade, permitindo que os clientes tomem as decisões sobre a con- tratação ou não dos profissionais. Uma vez efetuada, o segurado conhe- cerá o perfil do futuro contratado para transportar sua carga, evitando-se, assim, surpresas desagradáveis. Os cadastros possuem informações sobre motoristas, ajudantes, veículos e seus proprietários. — Rastreamento, Monitoramento e Roteirização Esses mecanismos permitem o acompanhamento do veículo por todo o trajeto da viagem. 126 UNIDADE 7 SEGUROS DE TRANSPORTES No contexto dos sistemas de gerenciamento de transportes, a introdução dos sistemas de rastreamento, monitoramento e roteirização de veículos representa importante inovação na área. Cada um desses elementos pode ser definido como: Rastreamento Consiste na localização por satélite, rádio ou telefonia celular, com o apontamento das coordenadas geográficas de latitude e longitude e acompanhamento dos veículos por todo o trajeto a ser percorrido; Monitoramento É geralmente realizado por empresa especializada. Essa empresa recebe o sinal da empresa de rastreamento e passa a acompa- nhar a viagem trecho a trecho, identificando com precisão, além de sua localização,a rua onde o veículo se encontra. O monitoramento possibilita também a obtenção de outros dados, como consumo de combustível, número de ocupantes da cabine de veículos e peso da carga transportada. Ele possibilita ainda a adoção de medidas que podem vir a evitar a perda de uma carga por roubo, acionando por exemplo, os dispo- sitivos de segurança “embarcados” (corte de combustível, trava de rodas, trava de baús) e também as autoridades policiais, imediata- mente após a identificação de uma situação problema (parada não programada, desvio de rota, abertura de portas e baú, entre outros). Roteirização Define as melhores rotas possíveis por onde os veículos devem circular para chegar ao seu destino, tentando evitar ao máximo locais de alto risco ou, pelo menos, buscando alertar para horários mais seguros. — Escolta Em determinados casos, faz-se necessária a utilização de escolta, além do rastreamento e do monitoramento, o que dependerá da mercadoria trans- portada e do percurso previsto para o veículo. É importante que você saiba, entretanto, que todas as providências relacio- nadas à implantação de gerenciamento do risco devem partir do próprio interessado (embarcador ou transportador). A empresa contratada irá, primeiramente, fazer um levantamento completo da operação, não só da parte de transportes, mas também de toda a movi- mentação da carga, desde a sua origem. Você Sabia? Existem operações em que o uso de tecnologia denominada “isca eletrônica” pode viabilizar projetos em que aumenta a possibilidade de recuperação de mercadorias. É aconselhável o Corretor de Seguros obter informações junto às gerenciadoras de riscos, bem como fornecedores de tecnologias para auxiliar os clientes nos planos de gerenciamento de riscos. 127 UNIDADE 7 SEGUROS DE TRANSPORTES Às vezes, o problema está localizado nas dependências do contratante, e não durante o transporte. Nesse caso, a gerenciadora de risco irá fornecer subsídios para a solução do problema e também para viabilizar a operação de transporte com o respectivo seguro. Veja a seguir um esquema simplificado que ajudará você a entender o cenário de gerenciamento de risco. FIGURA 5: GERENCIAMENTO DE RISCO – ANÁLISE DA LOGÍSTICA DO CLIENTEGERENCIAMENTO DE RISCO – ANÁLISE DA LOGÍSTICA DO CLIENTE Fábricas Distribuidores CD Distribuição Exportação Fornecedores de matéria-prima Importação Armazéns Portos FIGURA 6: GERENCIAMENTO DE RISCO – RASTREAMENTOGERENCIAMENTO DE RISCO – RASTREAMENTO Veículos e cargas monitorados pela central de monitoramento Equipes realizam inspeção visual, buscando identificar detalhes da situação de emergência Alguns fatores são monitorados e rastrea- dos pelos clientes ou gerenciadoras de riscos, tais como: abertura de portas, desvio de rotas, paradas em locais suspeitos dentre outros estabelecidos no PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos. Equipe informada da situação, realiza procedimentos (bloqueios, acionamento de órgãos de segurança pública, equipes de apoio e empresas de escolta) Ações coordenadas para localizar e apreender as mercadorias e o veículo Operador faz confirmação através de senhas e contrassenhas. Se a situação de emergência é confirmada, os procedimentos de pronta resposta são iniciados 128 UNIDADE 7 SEGUROS DE TRANSPORTES Em resumo, podemos citar alguns passos relevantes no processo de Gerenciamento de Riscos: PASSO 1 – Identificação e análise das exposições a perdas Levando em consideração: a) mercadorias e aplicação; b) tipo de frota (se própria ou terceirizada); c) rotas realizadas; d) horário das viagens; e) recursos humanos; f) tecnologia. PASSO 2 – Exame das técnicas de gestão de riscos acidentais disponíveis a) tecnologia; b) processos; c) pessoas. PASSO 3 – Seleção do melhor conjunto de técnicas Em face dos riscos e da disponibilidade de recursos (investimento). PASSO 4 – Implantação das técnicas escolhidas Estabelecimento do cronograma de tarefas com os papéis e as responsa- bilidades estabelecidos de forma clara, transparente e com compromisso. PASSO 5 – Monitoramento e melhoria do Programa de Gestão de Riscos Como os riscos são dinâmicos, a propositura do monitoramento e melhoria constantes são fundamentais. 129 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES FIXANDO CONCEITOS 7 Marque a alternativa correta 1. O procedimento que consiste no cruzamento das informações apuradas nos eventos com as características da operação, não só identificando o fator causador como também alinhando novos procedimentos, treinamen- tos e adequações é denominado: (a) Gerenciamento de Risco Corretivo. (b) Gerenciamento de Risco Fiscalizador. (c) Gerenciamento de Risco Preventivo. (d) Planejamento de Risco Autônomo. (e) Estudo preliminar. 2. Existe um mecanismo utilizado no Gerenciamento de Risco em transpor- tes que possibilita a adoção de medidas que podem evitar a perda de uma carga por roubo – por exemplo, acionando, os dispositivos de segurança “embarcados”, tais como: corte de combustível, trava de rodas, trava de baús, entre outros. Tal mecanismo é denominado: (a) Cadastro de motoristas. (b) Liberação remota. (c) Fiscalização ativa. (d) Monitoramento. (e) Escolta armada. 3. O gerenciamento de riscos em transportes é de suma importância para a prevenção de acidentes e roubo. Nesse contexto, o mecanismo que con- siste em acompanhar a viagem trecho a trecho é denominado: a) Cadastro. b) Rastreamento. c) Monitoramento. d) Escolta ostensiva. e) Escolta velada. 130 FIXANDO CONCEITOS SEGUROS DE TRANSPORTES 4. Existe um mecanismo de gerenciamento de riscos em que o segurado pode conhecer o perfil dos motoristas, ajudantes e proprietários dos veícu- los. Qual é esse mecanismo? a) Consulta ao cadastro. b) Rastreamento. c) Monitoramento. d) Escolta. e) Roteirização. 5. No gerenciamento de riscos, qual passo visa iniciar o processo, conside- rando, dentre outros, as rotas realizadas e o horário das viagens? a) Identificação e análise de risco. b) Exame das técnicas. c) Escolha das técnicas. d) Implantação. e) Monitoramento. Consulte o gabarito clicando aqui. 131 ESTUDOS DE CASOS SEGUROS DE TRANSPORTES ESTUDOS DE CASO Caso 1 A empresa Bites & Bytes, fabricante de produtos eletroeletrônicos, jamais contratou um Seguro de Transportes para suas cargas, apesar de sempre se responsabilizar pela entrega de seus produtos a seus clientes. Eram contratadas transportadoras para realizar tais transportes (coletas/entre- gas) no território brasileiro, ficando o seguro por conta dessas empresas. Ao longo dos anos, os negócios da Bites & Bytes cresceram e, consequen- temente, o seu volume de embarques, o que trouxe mais gastos com as transportadoras, as quais passaram a cobrar um frete maior, alegando que seus custos com seguro e gerenciamento de risco haviam aumentado. Você é chamado à empresa para prestar assessoria e apresentar uma solução em seguros, de forma que seja possível para a Bites & Bytes con- tratar sua própria apólice de seguros e, ao mesmo tempo, reduzir os custos de frete, seguro e gerenciamento de risco, que se tornaram altos demais com as transportadoras. Apresente um modelo de seguro no qual a empresa embarcadora possa contratar o seu seguro e, ao mesmo tempo, obter a redução de seus gas- tos com as transportadoras, sem, é claro, prejudicar a relação comercial com estas transportadoras, abordando: 1) tipo de seguro a ser contratado; 2) coberturas a serem oferecidas; 3) como obter um custo menor do que o pago aos transportadores; 4) o que fazer em relação ao gerenciamento de risco, uma vez que, para o tipo de produto da empresa, ele é indispensável; e 5) como manter as transportadoras na operação sem que se sintam prejudicadas. Caso 2 Você é o corretor de seguros da empresa Geradores S/A, cuja atividade é o aluguel de geradores. A empresa possui uma apólicede Seguro de Transportes nacionais há muitos anos em uma seguradora, sem sinistros. A entrega e o retorno dos equipamentos alugados são de sua responsabi- lidade, cujo transporte é realizado por frota própria. 132 ESTUDOS DE CASOS SEGUROS DE TRANSPORTES Os equipamentos são transportados sem embalagem, presos sobre cami- nhões do tipo prancha. A cobertura da apólice é a restrita C, tendo em vista que os equipamentos são usados. Cobre basicamente os danos à carga decorrentes de aciden- tes com o veículo transportador. Em uma determinada viagem, ao trafegar por uma avenida, a carga colidiu com um galho de uma árvore que estava projetada sobre a avenida, cau- sando danos ao gerador. O segurado abriu o sinistro, e a estimativa dos prejuízos era de R$ 200.000,00. Após analisar os fatos e o relato do ocorrido, a seguradora negou a indeni- zação, justificando que não houvera acidente com o veículo transportador, mas apenas com a carga, e, como a cobertura era a restrita C, o risco não estava coberto. Desenvolva uma defesa para apresentar à seguradora na tentativa de reverter a situação, a fim de que o segurado possa receber a indenização. Caso 3 Uma transportadora recentemente constituída busca orientações sobre os seguros que deve contratar. Com relação à sua operação, sabe-se que possui cinco veículos próprios; eventualmente contrata motoristas autôno- mos (carreteiros); pretende transportar as mercadorias pela região sudeste do país; os principais tipos de mercadorias que transporta são alimentos, eletrônicos e máquinas. 1) Que outras informações adicionais sobre o perfil da transportadora são necessárias para recomendar os seguros mais adequados? a) Coberturas: b) Limites de coberturas: c) Coberturas básicas: d) Coberturas adicionais: e) Averbação: f) Gerenciamento de Riscos: 133 ESTUDOS DE CASOS SEGUROS DE TRANSPORTES Caso 4 Uma transportadora contratou o seguro de RCTR-C, em seu primeiro ano de existência, bem como de contratação do seguro. Durante a vigência da apólice, ela foi contatada para transportar uma máquina pesada, devendo, para tanto, realizar operações de carga, descarga e içamento. Ao final da operação (no destino), ao executar a descarga e o içamento, houve um acidente que gerou um prejuízo de 400 mil reais. Nessa situação, qual a cobertura indicada e como a transportadora deve proceder para que o prejuízo tenha cobertura? Consulte o gabarito clicando aqui. 134 GLOSSÁRIO SEGUROS DE TRANSPORTES GLOSSÁRIO TERMOS TÉCNICOS DE SEGUROS DE TRANSPORTES* Abandono – faculdade que tem o segurado de, em determinadas condi- ções, fazer ao segurador o abandono das coisas seguradas e reclamar a indenização total. Aceitação – aprovação da proposta apresentada pelo segurado e a emis- são da competente apólice. Agravação do risco – circunstâncias que aumentam a intensidade ou a probabilidade da ocorrência do risco assumido pelo segurador, indepen- dentes ou não da vontade do segurado. Alijamento – é o lançamento ao mar de mercadorias ou de partes da embarcação. É, normalmente, praticado em ocasiões de perigo para evitar mal maior e, por isso, constitui caso típico de avaria grossa. Apólice – instrumento do contrato de seguro que contém as condições gerais e cláusulas que o regem, assim como as informações sobre o objeto ou bem segurados. Arrebatamento – ato de arrebatar; arrancar; tirar com violência. Arresto – apreensão judicial da coisa, em virtude de dívida, para a garantia da sua execução. Arribada – diz-se do ato de entrada de um navio ou embarcação em um porto que não o de escala ou de destino. A reentrada no porto de saída também é considerada arribada. A arribada pode ser voluntária ou forçada. Voluntária é aquela que é feita por simples vontade ou capricho do capitão ou comandante. Forçada é aquela provocada por motivo de força maior. Ato doloso – ato intencional, praticado com o intuito de prejudicar outrem. Ato ilícito – toda ação ou omissão voluntária, negligência, imperícia ou imprudência que viole direito alheio ou cause prejuízo a outrem. Avaliação – na contratação do seguro, é a determinação do valor do obje- to a segurar. Na liquidação dos sinistros, é a determinação dos prejuízos causados pelo risco coberto. Avaria – termo empregado, no Direito Comercial, para designar os danos às mercadorias. Avaria grossa – dano ou gasto extraordinário feito com o propósito deli- berado de salvar o que for possível do navio ou da carga transportada com resultado útil. * Circular Susep 178, de 26/12/2001. 135 GLOSSÁRIO SEGUROS DE TRANSPORTES Avaria particular – acontece quando a ocorrência do risco segurado oca- siona apenas a perda ou diminuição de parte ou fração do objeto segurado. Aviso – comunicação da ocorrência de um sinistro que o segurado é obri- gado a fazer ao segurador, assim que tenha dele conhecimento. Beligerante – que faz guerra ou está em guerra; nações ou governos que guerreiam. Bens – todas as coisas, direitos e ações que podem ser objeto de propriedade. Cancelamento – é a dissolução antecipada do seguro, de comum acordo, ou em razão do pagamento de indenização ao segurado. O cancelamento decidido só pelo segurado ou pela seguradora, quando o contrato o per- mite, chama-se rescisão. Cancelamento automático – resulta da falta de pagamento do prêmio nos prazos estipulados. Cancelamento integral – dissolução do contrato de seguro antes que tenha produzido qualquer efeito. Este cancelamento obriga à devolução de prêmio. Capatazia – custos relativos à atividade de movimentação de mercadorias nas instalações de uso público, compreendendo recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para conferência aduaneira, manipu- lação, arrumação e entrega, quando efetuados por aparelhamento portuário. Caso fortuito – acontecimento imprevisto e independente da vontade humana, cujos efeitos não são possíveis evitar ou impedir. Exemplos: tem- pestade, furacão, inundação, queda de raio. Causa – no seguro, é o antecedente indispensável de qualquer acidente ou sinistro. Cobertura adicional – corresponde à cobertura de outros riscos, além daqueles cobertos automaticamente pela cobertura básica e contra os quais o segurado, opcionalmente, pode se garantir, mediante o pagamen- to de prêmio adicional. Cobertura básica – corresponde aos riscos básicos contra os quais é automaticamente oferecida a cobertura do ramo de seguro. Comissão – porcentagem sobre os prêmios recebidos com que as segu- radoras remuneram o trabalho de agentes e corretores. Comissário de avarias – profissional indicado para realizar os trabalhos de apuração da causa, natureza e extensão das avarias. Condições gerais – conjunto de cláusulas contratuais que estabelece obrigações e direitos do segurado e da seguradora. 136 GLOSSÁRIO SEGUROS DE TRANSPORTES Contrato de afretamento – contrato pelo qual o aluguel de navios é celebrado e no qual estão especificadas todas as condições referentes ao acordo. O fretador pode ser aquele que aluga navios para explorá-los comercialmente ou um exportador ou importador com o qual o espaço de carga do navio fica comprometido. Corretor de seguro – profissional habilitado e autorizado a angariar e pro- mover contratos de seguros, remunerado mediante comissões estabeleci- das nas tarifas. Dano – no seguro, é o prejuízo sofrido pelo segurado, indenizável ou não, de acordo com as condições do contrato de seguro. Danos morais – toda e qualquer ofensa ou violação que não venha a ferir os bens patrimoniais de uma pessoa, mas os seus princípios de ordem moral, como os que se referem à sua liberdade, à sua honra, à sua pessoa ou à sua família. Dolo – artifício fraudulento empregado, pelo segurado, para constituir à seguradora uma obrigação que esta não assumiu. Se provado, cancela automaticamente o seguro. Endosso – documento pelo qual o segurado e o segurador alteramdados, modificam condições de uma apólice ou a transferem a outrem. Força maior – acontecimento inevitável e irresistível, ou seja, o evento que poderia ser previsto, porém não controlado ou evitado. Fortuna do mar – denominação dada a todos os eventos oriundos de casos fortuitos ou força maior acontecidos no mar ou por causa do mar. Franquia – porcentagem predeterminada nas apólices, que a seguradora deduz da indenização devida ao segurado. Franquia dedutível – aquela que o segurador sempre deduz, ainda quan- do o prejuízo excede a porcentagem determinada. Furto qualificado – subtração, para si ou para outrem, de coisa alheia móvel, sem ameaça ou violência à pessoa, mas deixando vestígios, seja pela des- truição de obstáculos, abuso da confiança ou emprego de chave falsa. Furto simples – subtração, para si ou para outrem, de coisa alheia móvel, sem ameaça ou violência à pessoa, e sem deixar vestígios. Garantia – designação genérica dos riscos assumidos pelo segurador. Também é empregada como sinônimo de cobertura. Importância segurada – quantia manifestada na apólice como o valor do contrato, representando o limite máximo de responsabilidade do segurador. Indenização – reparação devida ao segurado. Pode ser prestada pela reposição do bem ou em dinheiro. 137 GLOSSÁRIO SEGUROS DE TRANSPORTES Liquidação de sinistros – processo de apuração dos prejuízos sofridos pelo segurado. Tem por finalidade fixar a responsabilidade do segurador e as bases das indenizações. Liquidador, ajustador ou regulador – técnico indicado, pelos segurado- res, para proceder à liquidação dos sinistros. Negligência – omissão, descuido ou desleixo no cumprimento de encargo ou obrigação. No seguro, é considerada, especialmente, na prevenção do risco ou minoração dos prejuízos. Objeto do seguro – designação genérica de qualquer interesse segura- do; sejam coisas, pessoas, bens, responsabilidades, obrigações, direitos ou garantias. Ocorrência – no seguro, é qualquer caso ou acontecimento que altera ou agrava o risco e deve ser comunicado ao segurador. Prejuízo – qualquer dano ou perda que reduz, na quantidade ou qualida- de, o valor dos bens. Aplicado em apólices cobrindo responsabilidade, o termo significa pagamentos feitos em nome do segurado. Prêmio – importância paga pelo segurado ou estipulante proponente à seguradora, em troca da transferência do risco a que ele está exposto. Prescrição – no seguro, é a perda da ação para reclamar os direitos ou a extinção das obrigações previstas nos contratos, em razão do transcurso dos prazos fixados em lei. Proponente – pessoa que pretende fazer o seguro, preenchendo e assi- nando uma proposta. Proposta – documento preenchido e assinado pelo proponente, na for- mação do seguro, no qual estão contidos os dados que devem constar da apólice, além de informações verdadeiras e completas sobre os riscos a serem cobertos. Pro rata – cálculo do prêmio do seguro, em proporção aos dias de vigên- cia do contrato. Reclamação – apresentação, pelo segurado, ao segurador, do seu pedi- do de indenização. A reclamação deve vir acompanhada de prova da ocorrência do risco, do seguro do bem e também do prejuízo sofrido pelo reclamante. Rescisão – rompimento do seguro antes do término. Risco – evento cuja ocorrência desperta a responsabilidade do segurador. Risco agravado – aquele que, em virtude de qualquer deficiência ou característica intrínseca, apresenta maiores probabilidades de sinistro. 138 GLOSSÁRIO SEGUROS DE TRANSPORTES Riscos excluídos – riscos que o contrato retira da responsabilidade do segurador. Os riscos excluídos podem ser genéricos, quando enumerados nas condições gerais da apólice, e específicos, quando constam das con- dições especiais. Roubo – subtração, para si ou para outrem, de coisa móvel alheia, median- te grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade sua resistência. Salvados – coisas com valor econômico que escapam ou sobram do sinistro. Segurado – pessoa física ou jurídica que, tendo interesse segurável, con- trata o seguro em seu benefício pessoal ou de terceiro. Segurador – aquele que emite uma apólice, assumindo a responsabili- dade dos riscos dela constantes, mediante o pagamento de prêmio pelo segurado. Seguro – contrato mediante o qual uma pessoa denominada segurador obriga-se, frente ao recebimento de um prêmio, a indenizar outra pessoa, denominada segurado, do prejuízo resultante de riscos futuros, previstos no contrato. Sinistro – ocorrência do risco previsto no contrato (apólice). Soçobramento – Ato ou efeito de soçobrar (fazer que naufrague ou nau- fragar); virar de borco. Sub-rogação – direito que a lei confere, ao segurador que pagou a indeni- zação ao segurado, de assumir seus direitos contra terceiros, responsáveis pelos prejuízos indenizados. Taxa – elemento necessário à fixação do prêmio. Transbordo – passar a carga de um meio de transporte para outro. Vício próprio ou intrínseco – condição natural de certas coisas, que as tornam suscetíveis à destruição ou avaria, sem intervenção de qualquer causa externa. Vistoria de sinistro – inspeção efetuada por peritos habilitados, após o sinistro, de modo a verificar e estabelecer os danos ou prejuízos sofridos pelo objeto segurado. 139 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES ANEXOS — Anexo 1 – Modelo de proposta de seguro de transportes roterroC od arutanissA lageL etnatneserpeR uo etnenoporP od arutanissA ataD e lacoL ogidóC .60omaR .50 07. Proposta no Vigência da Apólice 08. Das 24:00 h 09. Às 24:00 h 10. Tipo de Apólice 1 Aberta 2 Avulsa Em caso de renovação, informar sobre a apólice anterior 11. Seguradora 12. Sucursal 13. Apólice 14. Item 15. Vencimento 01. Proponente Tipo de Pessoa 02. Tipo 03. CPF/CGC 04. Por conta de 1 – Física 2 – Jurídica 05. Tipo 06. CPF/CGC 01. Endereço PEC .40odatsE .30edadiC .20 05. Telefone 06. Prazo de Pagamento 1 30 Dias 2 45 Dias ogidóC .01arodarboC aicnêgA .90ogidóC .80rodarboC ocnaB .70 PESUS ogidóC .20roterroC .10 03. Código Interno 04. Inspetoria 05. Comissão 06. No Ata de Sorteio Ano 07. Data da Ata 08. Cosseguro 1 Sim (conforme anexo) 2 Não Para Tipo de Apólice Aberta Âmbito do Transporte Internacional 1. Importação 2. Export. 01. Códigos Meios de Transporte 1. Marítimo 2. Fluvial 7. Demais 3. Lacustre 4. Rodoviário 8. Rodofluvial 5. Ferroviário 6. Aéreo 02. Códigos 05. Mercadorias a serem Averbadas Garantia(s) 06. Garantias Solicitadas oãçabreva ed adeoM .80 edadilibasnopseR ed etimiL .70 1 R$ 2 Só Moeda Estrangeira 3 Qualquer Moeda 1. O proponente abaixo assinado declara assumir a responsabilidade pela exatidão das respostas declaradas neste documento, embora não sejam escritas por seu próprio punho, e reconhece que qualquer reticência, declaração falsa ou errônea produzirá a caducidade do seguro. Declara, ainda, ter conhecimento das condições gerais e particulares da apólice de seguro, aceitando-as incondicionalmente. Obriga-se, outrossim, a aceitar a apólice que for emitida em conformidade com a presente, bem como a pagar o prêmio devido. 2. As propostas serão obrigatoriamente assinadas pelo interessado, seu representante legal ou corretor registrado. A seguradora fornecerá ao proponente protocolo que identifique data e hora do recebimento da proposta. O eventual recebimento antecipado do prêmio, no todo ou em parte, não caracterizará a responsabilidade da seguradora. O início da cobertura do risco constará do documento emitido e coincidirá com a aceitação da proposta ou indicações nela expressa. Para efeito de indenização, aplicar-se-á o disposto na cláusula pagamento de prêmio, das condições gerais da apólice. 140 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES — Anexo 2 – Modelo de apólice avulsa de seguro de transporte internacional Dados do Segurado Nome: CNPJ: Órgãos Emissores Nome: CNPJ: Nome: CNPJ:Dados do Seguro Importância Segurada 1) US$ a) US$ ..................................... Custo (FOB) b) US$ ..................................... Frete c) US$ ..................................... Despesas d) US$ ..................................... Lucros Esperados e) US$ ..................................... Impostos OU 2) R$ a) R$ ....................................... Custo (FOB) b) R$ ....................................... Frete c) R$ ....................................... Despesas d) R$ ....................................... Lucros Esperados e) R$ ....................................... Impostos Objeto do Seguro Viagens Meio de Transportes Data de Saída CNPJ 99.999.999/0001-99 141 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES Riscos Cobertos COBERTURA BÁSICA: Consideram-se riscos cobertos os prejuízos que o segurado venha a sofrer oriundos de todos os riscos de perda ou dano material sofridos pelo objeto segurado, em consequência de quaisquer causas externas de conformidade com a cobertura básica ampla (A). COBERTURAS ADICIONAIS: Acham-se incluídas no presente seguro as coberturas adicionais abaixo relacionadas, observada, ainda, a Cláusula XIV – Liquidação de Sinistros, das condições gerais, que condiciona à comprovação do valor do objeto segurado. a) Cobertura Adicional de Despesas – 10% de Custo e Frete b) Cobertura Adicional de Lucros Esperados – 10% de Custo, Frete e Despesas c) Cobertura Adicional de Impostos sobre Mercadorias Importadas d) Cobertura Adicional de Riscos de Greves para Embarques Aquaviários e Terrestres e) Cobertura Adicional de Riscos de Guerra para Embarques Marítimos f) Cobertura Adicional de Classificação de Navios Taxas Básica: ........, sobre os valores das alíneas “a”, “b”, “c” e “d” acima. ........, sobre o valor da alínea “e” acima. Adicional de Guerra e Greves: .......... sobre os valores das alíneas “a”, “b”, “c” e “d” acima. .......... sobre o valor da alínea “e” acima. Adicional de Classificação de Navios ou Adicional de Embarque Aéreo sem Valor Declarado ........ sobre os valores das alíneas “a” e “b” acima. Franquia Aplicar-se ao presente seguro uma franquia dedutível de ......... nos termos da cláusula específica de Franquia para Seguros de Transportes Internacionais e Nacionais (Exceto Operações Isoladas e Transportes Terrestres Nacionais). Participação Obrigatória do Segurado O presente seguro está isento de participação obrigatória. Cláusula de Dispensa de Direito de Regresso Aplicável somente ao percurso rodoviário principal, inicial ou complementar às viagens marítimas. “Não obstante a Cláusula XVIII Sub-rogação de Direitos, das condições gerais do referido seguro, declaramos que não exerceremos o direito de regresso contra a Transportadora Ltda. e/ou seus prepostos em sinistros indenizados por esta seguradora, exceto se forem decorrentes de: • riscos cobertos pelos Seguros de RCTR-C; • de roubo no depósito dos transportadores de mercadorias, com permanência superior a 15 dias; • de incêndio em armazém dos transportadores de mercadorias, com permanência superior a 30 dias; • dolo, culpa grave ou má-fé do transportador e/ou seus prepostos; • inobservância das leis que disciplinam o transporte rodoviário de carga; • má conservação de lonas ou similares e/ou do veículo transportador. A concessão mencionada nesta cláusula limita-se a prejuízos indenizados por esta seguradora até o valor máximo de R$ ............., por evento. 142 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES Gerenciamento de Risco Obrigatoriedade de consulta ao Cadastro de Motoristas e Proprietários de Veículos Automotores – Cláusula no 1 e obrigatoriedade de utilização de veículos rastreados por satélite para todos os embarques. O descumprimento de qualquer das condições estabelecidas implicará a perda do direito à indenização em caso de sinistro. Cláusulas Particulares COBERTURA PARA CONTÊINER A cobertura da presente apólice estende-se ao transporte de contêiner, observando-se as condições a seguir: a) tanto o valor do contêiner quanto sua identificação deverão constar no conhecimento de transporte; b) ao averbar o embarque, o segurado considere o valor total do conhecimento (somatório dos valores correspondentes aos bens ou mercadorias transportadas, acrescido do valor do contêiner); c) em caso de sinistro, a indenização será paga em moeda nacional ao proprietário do contêiner ou, a título de reembolso ao segurado, tomando por base o valor do contêiner usado declarado em nota fiscal/conhecimento de embarque; d) nenhuma indenização poderá ser superior ao valor do contêiner declarado na averbação; e) nos prejuízos indenizáveis por esta cláusula, haverá aplicação de uma POS de 5% (cinco por cento) sobre o total dos prejuízos por evento, observando o valor mínimo de R$ 2.500,00. Cláusula Adicional de Exclusão de Armas Químicas, Biológicas, Bioquímicas, Eletromagnéticas e Ataque Cibernético Não obstante o que em contrário possam dispor as condições gerais e especiais do presente seguro, fica entendido e concordado que, para efeito indenitário, não estarão cobertos perdas, danos, responsabilidades ou despesas direta ou indiretamente causados por ou atribuídas a ou resultantes de: – qualquer arma química, biológica, bioquímica ou eletromagnética; – utilização ou operação, como um meio de causar prejuízo, de qualquer computador, sistema de computador, programa de computador, vírus de computador ou processo ou qualquer outro sistema eletrônico. Pagamento dos Sinistros À vista e sem desconto, após a apresentação dos documentos comprobatórios da responsabilidade da seguradora, observado o disposto na cláusula específica para Seguros Transportes de Viagens Internacionais Contratados em Moeda Estrangeira. Pagamento de Prêmio O presente seguro foi pago através do recibo provisório no 123.345, no valor de R$ 1.060,34, em 12/09/2002. Vistorias Deverão ser requeridas a esta companhia, observadas as disposições da alínea “e” da Cláusula XX – Obrigações do Segurado das Condições Gerais e Cláusula 6 – Vistorias da Cobertura Básica Ampla (A). Declaração O presente seguro está isento do Imposto sobre Operações de Seguro, de acordo com o que dispõe a Resolução B.C.B. no 1.301, de 06/04/90. 143 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES Cosseguro Fazem parte do presente seguro as companhias seguradoras a seguir relacionadas: OÃÇAPICITRAP SAIHNAPMOC Condições/Cláusulas Aplicáveis Ratificam-se os dizeres das cláusulas específicas, bem como os das condições gerais, ficando entendido e acordado que as condições particulares prevalecem sobre as específicas e estas sobre as gerais. Condições Gerais; Cobertura Básica Ampla (A); Cobertura Adicional de Despesas; Cobertura Adicional de Lucros Esperados; Cobertura Adicional de Impostos sobre Mercadorias Importadas; Cobertura Adicional de Riscos de Greves para Embarques Aquaviários e Terrestres; Cobertura Adicional de Riscos de Guerra para Embarques Marítimos; Cobertura Adicional de Classificação de Navios; Cláusula Específica para Seguros Transportes de Viagens Internacionais Contratados em Moeda Estrangeira; Cláusula Específica para Aparelhos, Máquinas e Equipamentos; Cláusula Específica para Mercadorias Transportadas em Contêineres Padrão ISO; Cláusula Específica de Franquia para Seguros de Transportes Internacionais e Nacionais (Exceto Operações Isoladas e Transportes Terrestres). — Anexo 3 – Exemplo de de Avaria Grossa Encalhe do ‘Ever Given’: o mais complexo caso de Avaria Grossa dos tempos modernos O navio “Ever Given” foi desencalhado, o canal de Suez retornou às ativi- dades e muitos acharam que seria a última vez que ouviríamos falar sobre o assunto. Entretanto, na última semana, mais de vinte mil empresas com carga a bor- do do navio “Ever Given” dormiram e acordaram com a surpresa de que o proprietário da embarcação havia declarado avaria grossa. Surgindo uma dúvida para muitos: afinal de contas, o que é avaria grossa? 144 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTESA avaria grossa é um antigo instituto do Direito Marítimo que prevê que todos os sacrifícios e despesas intencionais, extraordinárias e razoavel- mente feitas e incorridas para salvar o navio, carga e outras propriedades a bordo, e qualquer frete que esteja em risco de um perigo comum, devem ser compartilhados por esses interesses na proporção de seus respectivos valores no final da viagem. O instituto foi criado como forma de mitigar e compartilhar os riscos envol- vidos em uma aventura marítima, diante de todas as intempéries da nature- za. Servindo, também, como incentivo à exploração do transporte marítimo, ora, estamos falando de uma atividade de alto risco em que navios muitas vezes transportam carga mais valiosa que a própria embarcação, sendo necessário instrumentos que permitam o compartilhamento de riscos. Apesar de não haver possíveis danos à carga e os danos ao navio parece- rem mínimos, ainda resta o custo da operação de salvamento que deman- dou a utilização de 13 rebocadores e duas dragas, bem como possíveis pedidos de indenização de uma variedade de interesses. Na realidade, o encalhe do “Ever Given” está se desenhando um dos mais complexos casos de Avaria Grossa dos tempos modernos. A LLodys List já divulgou que o caso possui um potencial de litígio envolvendo mais de 20.000 contêineres, com alguns possuindo até 20 consignatários distintos. Do outro lado, temos a própria autoridade do Canal de Suez, que pleiteia US$ 1 bilhão de indenização, e outros armadores que tiveram suas embar- cações retidas durante diversos dias em razão do encalhamento no canal. Além de possível dano a cargas perecíveis nos navios que aguardavam passagem. Esse cenário fez o proprietário da embarcação “Ever Given” ingressar com ação judicial em Londres visando assegurar limitação de responsabilidade contra todas as possíveis partes que ficaram prejudicadas com a paralisa- ção do Canal de Suez. Sem dúvidas, o mercado securitário deverá sofrer enorme pressão com as primeiras demandas e com a busca de segurados por uma mitigação de prejuízos. Diante da declaração de avaria grossa, será designado o regulador da ava- ria, que avaliará o valor de cada carga a bordo e aplicará uma fórmula que determina a contribuição financeira de cada proprietário da carga. A contribuição é considerada como Cargo Lien por boa parte da legislação estrangeira, bem como pela legislação brasileira. Assim, consignatários precisarão apresentar uma garantia de sua contribuição à avaria grossa para poderem receber a mercadoria. Entretanto, o custo total do sinistro para seus proprietários provavelmen- te levará algum tempo para ser determinado, principalmente se envolver 145 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES reivindicações de terceiros, o que significa que os reguladores poderão permanecer incapazes de fixar o índice de contribuição, o que poderá acarretar maior lentidão para a liberação das cargas. E aqui entram as seguradoras, pois os consignatários que tiverem contrata- do apólice de seguro poderão solicitar que seja apresentada uma Carta de Garantia do pagamento de eventual contribuição que venha a ser regulada em sede de avaria grossa, e assim, acelerar a liberação de carga. Já os consignatários sem seguro ficarão em situação extremamente delica- da, pois terão que aguardar a regulamentação ser finalizada para poderem apresentar garantia em dinheiro, o que poderá demorar meses. Enquanto isso, a carga provavelmente permanecerá retida em razão do lien existente. Para se ter noção, o último grande caso de avaria grossa declarada foi o do navio ”Maersk Honam“, em que o regulador de avarias avaliou a garantia de salvamento fixada em 42,5% do valor da carga e 11,5% como um depó- sito de avaria grossa. Portanto, para cargas avaliadas em US$ 100.000, o depósito para obter a liberação da carga foi de US$ 54.000, permitindo, justamente, que o arma- dor exerça seu direito ao cargo lien, inclusive podendo vir a vender a carga caso o depósito, caução ou garantia não seja apresentado pelo proprietá- rio da carga. A grande verdade é que o caso do navio “Ever Given” deverá repercutir por diversos anos. Ainda não é possível sequer prever o prejuízo sofrido por todas as partes, muito menos a quantidade de “claims” que serão apre- sentados em diversas jurisdições e tribunais. Estamos somente diante da ponta do iceberg que, em um futuro próximo, deverá se revelar em sua totalidade. Os próximos anos deverão ser de enorme dor de cabeça e uma longa batalha jurídica por todos aqueles envolvidos na aventura marítima da embarcação, além de todas as outras partes que possam ter vindo a sofrer danos em razão do encalhamento. Quem viver, viverá! Como diria o grande poeta: Navegar é preciso! E, sem dúvida alguma, continuaremos a navegar! Larry Carvalho é advogado e árbitro com vasta experiência em litígios e ênfase em transporte marítimo. Fonte: CARVALHO, Larry. Encalhe do ‘Ever Given’: o mais complexo caso de Avaria Grossa dos tempos modernos. Portos e Navios. 14 abr. 2021, 14:31. Disponível em: https://www.portose- navios.com.br/artigos/artigos-de-opiniao/encalhe- -do-ever-given-o-mais-complexo-caso-de-avaria- -grossa-dos-tempos-modernos. Acesso em: 27 jan. 2023. Nota: O texto original foi revisado e corrigido pela Escola Nacional de Seguros, mantendo-se seu sentido e as ideias do autor. https://www.portosenavios.com.br/artigos/artigos-de-opiniao/encalhe-do-ever-given-o-mais-complexo-caso-de-avaria-grossa-dos-tempos-modernos https://www.portosenavios.com.br/artigos/artigos-de-opiniao/encalhe-do-ever-given-o-mais-complexo-caso-de-avaria-grossa-dos-tempos-modernos https://www.portosenavios.com.br/artigos/artigos-de-opiniao/encalhe-do-ever-given-o-mais-complexo-caso-de-avaria-grossa-dos-tempos-modernos https://www.portosenavios.com.br/artigos/artigos-de-opiniao/encalhe-do-ever-given-o-mais-complexo-caso-de-avaria-grossa-dos-tempos-modernos 146 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES — Anexo 4 – Modelo de apólice de seguro RCTR-C CNPJ 99.999.999/0001-99 Dados do Segurado Nome: CNPJ: Órgãos Emissores :JPNC :emoN Nome: CNPJ: Dados do Seguro Importância Segurada Corresponderá aos valores integrais de bens ou mercadorias declarados nos conhecimentos de transportes ou outro documento hábil, objeto das averbações e representará, em qualquer hipótese, o prejuízo máximo indenizável em um sinistro, respeitada a responsabilidade assumida pela seguradora, constante do tópico “Limite de Responsabilidade” abaixo. Prazo do Seguro A presente apólice vigorará pelo prazo de 1 (um) ano, a partir das 24:00 h do dia ___/___/___ até às 24:00 h do dia ___/___/___. Objeto do Seguro Bens ou mercadorias pertencentes a terceiros, entregues ao segurado para transportes, sob conhecimento rodoviário de cargas. Viagens/Meio de Transportes Dentro do território brasileiro, por via pública ou rodovia, através de veículos licenciados e em perfeito estado de funcionamento de propriedade do segurado ou de terceiros, dirigidos por motoristas – empregados ou agregados ou de terceiros contratados (autônomos e carreteiros), devidamente habilitados, incluindo percursos fluviais na região amazônica. 147 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES Riscos Cobertos COBERTURAS BÁSICAS: Nos termos do art. 1o das condições gerais para o Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário – Carga. COBERTURAS ADICIONAIS: Mediante solicitação prévia do segurado, estão abrangidas pelo presente seguro as seguintes coberturas adicionais: Cobertura Adicional de Operações de Carga/Descarga/Içamento Em conformidade com o disposto nesta cobertura, estão garantidas as perdas ou danos às mercadorias objeto deste seguro, durante as operações de carga e descarga, com ou sem içamento, efetuadas pelo segurado, desde que tais operações sejam executadas por aparelhagem e máquinas especiais adequadas à natureza e ao peso da carga transportada. Cobertura Adicionalpara Viagem Rodoviária com Percurso Complementar Fluvial A cobertura deste seguro está estendida aos percursos fluviais nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima, ficando entendido e acordado que: – os riscos garantidos no percurso fluvial são os mesmos que, por analogia, se enquadram no conceito de riscos cobertos das condições gerais deste seguro; e – torna-se obrigatório que o transporte hidroviário faça parte integrante do transporte rodoviário, como seu complemento. Começo e Fim dos Riscos Os riscos assumidos na presente apólice, durante o transporte propriamente dito, têm início no momento em que os bens ou mercadorias são colocados no veículo transportador, no local do início da viagem contratada. Terminam quando são retirados do veículo transportador, no local de destino da mesma viagem. Os riscos de incêndio ou explosão, durante a permanência dos bens ou mercadorias nos depósitos, armazéns ou pátios usados pelo segurado, conforme definido no art. 2o das condições gerais, têm um prazo de cobertura de 15 (quinze) dias, improrrogáveis, contados da data da entrada naqueles depósitos, armazéns ou pátios. A cobertura concedida por esta apólice estende-se aos percursos urbanos e suburbanos de coleta e entrega de bens ou mercadorias, efetuadas pelo segurado como complementares à viagem principal, comprovadas pelo documento fiscal do embarcador ou pela minuta de despacho. Taxas Básicas: Conforme tarifa em vigor, respeitando-se suas eventuais alterações. Adicionais: Serão aplicadas as taxas da tarifa em vigor, respeitando-se suas eventuais alterações, a saber: – Cobertura Adicional de Operações de Carga e Descarga: 0,10% (por operação) – Cobertura Adicional de Operações de Carga e Descarga, com Içamento: (0,15% por operação) – Cobertura Adicional para Viagem Rodoviária com Percurso Complementar Fluvial: 0,02%. Limite de Responsabilidade por Evento O limite máximo de responsabilidade desta seguradora é de R$ .................. (............................................de reais), por evento em qualquer local coberto por esta apólice. Os embarques com valores superiores ao acima estipulado somente estarão cobertos mediante consulta prévia a esta seguradora, por escrito, com antecedência mínima de três dias úteis antes do início dos riscos e após expressa autorização desta seguradora e/ou IRB. 148 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES Averbações Os embarques devem ser comunicados à seguradora através de averbações eletrônicas, transmitidas antes do início das viagens (dia e hora), sob pena de perda do direito à indenização, no caso de sinistro em que se constate a inobservância do procedimento aqui escrito. Prêmio Mínimo Não obstante o prêmio resultante da aplicação da taxa de seguro às importâncias seguradas, fica entendido e concordado que o prêmio líquido mensal não poderá ser inferior a R$ 1.000,00 (Um mil reais). Cláusula Adicional de Exclusão de Armas Químicas, Biológicas, Bioquímicas, Eletromagnéticas e Ataque Cibernético Não obstante o que em contrário possam dispor as condições gerais e especiais do presente seguro, fica entendido e concordado que, para efeito indenitário, não estarão cobertas as perdas, danos, responsabilidades ou despesas direta ou indiretamente causadas por ou atribuídas a, ou resultantes de: – qualquer arma química, biológica, bioquímica ou eletromagnética; – utilização ou operação, como um meio de causar prejuízo, de qualquer computador, sistema de computador, programa de computador, vírus de computador ou processo, ou qualquer outro sistema eletrônico. Cláusula Revisional Cláusula de revisão facultando à seguradora a revisão trimestral das condições concedidas para a apólice, quando o somatório de sinistros/indenizações/despesas/honorários/despesas de comercialização (condição comercial: comissão + desconto) for superior a 85% do valor do prêmio emitido. Cosseguro Fazem parte do presente seguro as companhias seguradoras a seguir relacionadas: OÃÇAPICITRAP SAIHNAPMOC Pagamento dos Sinistros Em reais, à vista e sem desconto, contra a apresentação dos documentos comprobatórios de responsabilidade da seguradora conforme Capítulos XV e XIX das condições gerais desta apólice. Pagamento de Prêmio Os prêmios serão pagos pelo segurado, dentro dos prazos estabelecidos no Capítulo XIX – Pagamento do Prêmio das Condições Gerais, através da rede bancária, contra entrega da respectiva fatura, endosso e/ou aditivo emitidos por esta companhia. Fica entendido e concordado que os prêmios cobrados através das faturas, endossos e/ou aditivos também estarão sujeitos à cobrança de juros, que constarão da respectiva fatura, endosso e/ou aditivo de seguro. Podem, ainda, ser cobrados juros de mora, caso a respectiva fatura, endosso e/ou aditivo não seja pago no prazo predeterminado na nota de seguro. 149 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES Condições/Cláusulas Aplicáveis Ratificam-se os dizeres das seguintes cláusulas anexas, que fazem parte integrante e inseparável da presente apólice. – Condições Gerais para o Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário – Carga; – Cobertura Adicional de Operações de Carga/Descarga/Içamento; – Cobertura Adicional para Viagem Rodoviária com Percurso Complementar Fluvial; – Cláusula Específica de Averbação Eletrônica. 150 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES Anexo 5 – Modelo de Averbação de Seguros de Transportes CNPJ 99.999.999/0001-99 n ecilópA :odarugeS o n oãçabrevA : o: Tipo de Averbação: N amitlÚ avitinifeD airósivorP o da averbação provisória: Avisa-se o embarque abaixo para ser segurado de acordo com o termos da apólice. Meio de Transporte :rodatropsnart olucíev od oãçacifitnedI :etropsnarT ed opiT Marítimo Lacustre Fluvial oeréA oiráivorreF oiráivodoR Conhecimento de embarque com valor declarado? lanoicida moc oãN lanoicida mes oãN miS Viagem Segurada :adías ed ataD :síap/odatse/edadic/otroP oicínI :adagehc ed ataD :síap/odatse/edadic/otroP onitseD Objeto do Seguro :megalabmE :edaditnauQ :acraM Mercadoria: 151 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES Garantias :)%( aiuqnarF :aitnaraG :sairótagirbo seõçidnoC Moeda do Seguro Moeda do seguro: Câmbio da moeda do seguro: Câmbio dólar norte-americano: Valores Segurados/Prêmio Item Verbas na moeda do seguro Taxa Básica % Adicional GTM/GMCC Total Prêmio na moeda do seguro Custo Frete Subtotal Despesas Subtotal Lucros Esperados Subtotal Impostos oivan ed oãçacifissalc ed lanoicidAlatoT Classificação de navios Total na moeda do seguro Taxa média Prêmio total Código do Corretor: Nome do Corretor: arodaruges an otnemibecer ed obmiraC :ataD ____________________________________ Assinatura do segurado 152 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES — Anexo 6 – Certificado de Seguro de Transportes 153SEGUROS DE TRANSPORTES ANEXOS — Anexo 7 – Coberturas básicas dos Seguros de Transportes NÚMERO TIPO DE COBERTURA 001 Cobertura Básica Restrita (C) 002 Cobertura Básica Restrita (B) 003 Cobertura Básica Ampla (A) 004 Cobertura Restrita para Embarques de Mercadorias/Bens Acondicionados em Ambiente Refrigerados 005 Cobertura Ampla para Embarques de Mercadorias/Bens Acondicionados em Ambiente Refrigerados 006 Cobertura Restrita para Mercadorias/Bens Congelados 007 Cobertura Ampla para Mercadorias/Bens Congelados 008 Cobertura Ampla para Bovinos Incluindo Reprodução 009 Cobertura Ampla para Animais Vivos (Exceto Embarques Aéreos de Aves Vivas) 010 Cobertura Ampla para Seguros de Transportes Aéreos de Aves Vivas 011 Cobertura Ampla para Batata e Outros Bulbos-Raízes 012 Cobertura Ampla para Embarques a Granel (Aquaviários e Terrestres) 013 Cobertura Restrita para Transporte de Óleo (Petróleo) a Granel (Embarques Aquaviários e Terrestres) 014 Cobertura Restrita para Carvão (Embarques Aquaviários e Terrestres) 015 Cobertura Restrita para Madeiras (Carga no Convés) 016 Cobertura Ampla para Madeiras(Carga não Acondicionada no Convés) 017 Cobertura Restrita para Borracha Natural (Excluindo Látex Líquido) 018 Cobertura Restrita para Juta 019 Cobertura para Seguros de Operações Isoladas 020 Cobertura para Seguros de Bagagem 021 Cobertura para Seguros de Mercadorias Conduzidas por Portadores 022 Cobertura para Seguros de Mostruários sob a Responsabilidade de Viajantes Comerciais 023 Cobertura para Seguros de Transportes de Títulos em Malotes 154 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES — Anexo 8 – Coberturas adicionais dos Seguros de Transportes NÚMERO TIPO DE COBERTURA 200 Cobertura Adicional de Frete e/ou de Seguro 201 Cobertura Adicional de Despesas 202 Cobertura Adicional de Tributos (Mercadorias Importadas) 203 Cobertura Adicional de Tributos (Mercadorias Exportadas) 204 Cobertura Adicional de Lucros Esperados 205 Cobertura Adicional para Mercadorias em Devolução ou Redespachadas 206 Cobertura Adicional para Embarques Aéreos sem Valor Declarado 207 Cobertura Adicional para Embarques em Navios com Denominação a Avisar em Viagens Nacionais 208 Cobertura Adicional para Classificação de Navios em Viagens Internacionais 209 Cobertura Adicional de Transbordo e Desvio de Rota 210 Cobertura Adicional de Riscos de Greves 211 Cobertura Adicional de Riscos de Guerra para Embarques Aquaviários e Aéreos 212 Cobertura Adicional de Prorrogação de Prazo de Duração dos Riscos 213 Cobertura Adicional de Extensão de Cobertura e Abertura de Volumes 214 Cobertura Adicional de Benefícios Internos 215 Cobertura Adicional de Destruição 216 Cobertura Adicional para Mercadorias Transportadas em Veículos do Segurado 217 Cobertura Adicional de Roubo (somente com a Cobertura Básica Restrita B) 218 Cobertura Adicional de Extravio (somente com a Cobertura Básica Restrita B) 219 Cobertura Adicional para os Riscos de Quebra (somente com a Cobertura Básica Ampla A) 155 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES — Anexo 9 – Cláusulas específicas para Seguros de Transportes NÚMERO TIPO DE CLÁUSULA 301 Cláusula Específica para Bens Usados 302 Cláusula Específica para Embarques Aéreos sem Valor Declarado 303 Cláusula Específica para Seguros de Importação Chapas Galvanizadas e/ou Folhas de Ferro Zincadas (Folha de Flandres) 304 Cláusula Específica para Embarques Efetuados no Convés dos Navios 305 Cláusula Específica de Averbações para os Seguros Transportes de Importação 306 Cláusula Específica de Averbações Simplificadas para os Seguros Transportes de Importação 307 Cláusula Específica de Averbação Provisória Única para os Seguros Transportes de Importação 308 Cláusula Específica de Averbações para os Seguros Transportes de Exportação e Transportes Nacionais 309 Cláusula Específica de Averbações Simplificadas para os Seguros de Transportes Nacionais e para os Seguros de Exportação 310 Cláusula Específica de Franquia para os Seguros de Transportes Internacionais e Nacionais (Exceto Operações Isoladas e Transportes Terrestres Nacionais) 311 Cláusula Específica de Participação Obrigatória/Franquia para os Seguros de Operações Isoladas e Transportes Terrestres Nacionais 312 Cláusula Específica para Aparelhos, Máquinas e Equipamentos 313 Cláusula Específica para Quebra (faltas) em Mercadorias a Granel 314 Cláusula Específica para Mercadorias Transportadas em Contêineres “Padrão Iso” 315 Cláusula Específica de Estipulação de Seguros de Transportes 316 Cláusula Específica de Beneficiário 317 Cláusula Específica de Dispensa do Direito de Regresso 156 — Anexo 10 – Tarifa nacional – Terrestre (rodoviário/ferroviário) – Cobertura C AC AL AP AM BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA PB PR PE PI RJ RN RS RO RR SC SP SE TO 1. AC 0,100 0,750 0,650 0,230 0,750 0,700 0,450 0,650 0,450 0,700 0,300 0,400 0,550 0,600 0,750 0,600 0,750 0,650 0,600 0,750 0,700 0,130 0,350 0,650 0,550 0,750 0,450 2. AL 0,100 0,400 0,750 0,150 0,180 0,350 0,280 0,350 0,250 0,500 0,550 0,280 0,350 0,130 0,450 0,130 0,200 0,350 0,130 0,550 0,650 0,800 0,500 0,400 0,130 0,300 3. AP 0,200 0,650 0,400 0,280 0,350 0,550 0,350 0,230 0,500 0,650 0,500 0,230 0,400 0,550 0,400 0,230 0,550 0,400 0,700 0,550 0,750 0,600 0,500 0,400 0,330 4. AM 0,200 0,750 0,700 0,500 0,700 0,500 0,700 0,450 0,500 0,600 0,500 0,750 0,650 0,750 0,600 0,700 0,750 0,750 0,230 0,230 0,700 0,650 0,800 0,500 5. BA 0,150 0,200 0,350 0,200 0,340 0,250 0,400 0,450 0,230 0,300 0,180 0,350 0,150 0,200 0,250 0,200 0,400 0,650 0,800 0,400 0,300 0,150 0,280 6. CE 0,100 0,450 0,350 0,440 0,180 0,600 0,600 0,400 0,250 0,130 0,550 0,150 0,180 0,450 0,130 0,650 0,650 0,800 0,600 0,500 0,200 0,330 7. DF 0,050 0,230 0,060 0,300 0,180 0,200 0,150 0,300 0,400 0,230 0,400 0,400 0,230 0,450 0,280 0,350 0,650 0,230 0,150 0,300 0,070 8. ES 0,060 0,230 0,400 0,350 0,300 0,130 0,500 0,300 0,230 0,300 0,350 0,100 0,350 0,300 0,550 0,800 0,250 0,170 0,230 0,270 9. GO 0,060 0,270 0,180 0,200 0,140 0,300 0,400 0,160 0,400 0,400 0,170 0,450 0,270 0,350 0,650 0,220 0,140 0,300 0,150 10. MA 0,150 0,500 0,500 0,400 0,230 0,280 0,600 0,250 0,180 0,500 0,250 0,700 0,600 0,800 0,650 0,500 0,280 0,260 11. MT 0,150 0,180 0,250 0,350 0,550 0,280 0,550 0,450 0,350 0,600 0,400 0,230 0,600 0,300 0,280 0,450 0,230 12. MS 0,150 0,230 0,450 0,600 0,180 0,600 0,500 0,230 0,650 0,280 0,350 0,650 0,230 0,180 0,500 0,260 13. MG 0,050 0,450 0,350 0,180 0,350 0,350 0,130 0,350 0,250 0,500 0,750 0,200 0,130 0,250 0,150 14. PA 0,200 0,350 0,500 0,300 0,230 0,500 0,300 0,650 0,500 0,700 0,550 0,450 0,300 0,300 15. PB 0,100 0,500 0,130 0,200 0,400 0,130 0,600 0,700 0,800 0,550 0,450 0,130 0,330 16. PR 0,050 0,500 0,500 0,150 0,550 0,150 0,500 0,750 0,100 0,100 0,400 0,250 17. PE 0,100 0,200 0,400 0,130 0,600 0,650 0,800 0,590 0,400 0,130 0,300 18. PI 0,100 0,400 0,200 0,600 0,550 0,750 0,550 0,450 0,230 0,250 19. RJ 0,050 0,450 0,250 0,500 0,800 0,200 0,100 0,300 0,210 20. RN 0,100 0,650 0,700 0,800 0,600 0,450 0,150 0,330 21. RS 0,050 0,600 0,800 0,100 0,180 0,500 0,390 22. RO 0,100 0,250 0,550 0,450 0,700 0,310 23. RR 0,200 0,800 0,750 0,800 0,600 24. SC 0,050 0,130 0,450 0,290 25. SP 0,050 0,350 0,210 26. SE 0,100 0,280 27. TO 0,060 Para as viagens nos Seguros de Transportes Terrestres, feitas nos perímetros urbanos ou suburbanos das cidades, aplicar-se-á taxa de 0,015%. 157 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES — Anexo 11 – Modelo de questionário para análise de aceitação – RCTR-C e RCF-DC CNPJ 99.999.999/0001-99 JPNCASERPME AD LAICOS OÃZAR ENOFODATSEEDADICEDES AD OÇEREDNE FAX INSCR. ESTADUAL REG. DNER CATEGORIA ESPECIALIDADE DATA DA CONSTITUIÇÃO PRÉDIO PRÓPRIO SEDE? QUANTIDADE DE FUNCIONÁRIOS QUANTIDADE DE FILIAIS OTATNOCTENRETNIOTNEMARUTAFLAICOS LATIPAC %%SEROTERID UO SOICÓS 31 42 ETNERROC ATNOCAICNÊGAOCNAB FROTA CAMINHÕES REBOCADORES REBOQUES UTILITÁRIOS AUTOMÓVEIS MOTOS QUANTIDADE DE VEÍCULOS MONITORADOS POR SATÉLITE CAMINHÕES REBOCADORES UTILITÁRIOS Outros VIAGENS % SORIETERRAC% SODAGERGA% AIRPÓRP ATORF BENS E MERCADORIAS TRANSPORTADAS % – CREPOPIT% – CREPOPIT SOCINÔRTELEORTELESARBIF/SOIF/OÃDOGLA SIETXÊT SOIFOINÍMULA OHNATSESOVIV SIAMINA ARMAS/ARMAMENTOS/MUNIÇÕES LÂMPADAS ARTIGOS DE HIGIENE E LIMPEZA LEITE EM PÓ, CONDENSADO OU LONGA VIDA LENARG A SOVISORROC SODIUQÍLSOCIFÁRGOTOF SOGITRA 158 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES SAIRÁTINAS SAÇUOLSAÇEP OTUA LAREG ME SODARUTAFUNAMSOHLIRDAL/SOJELUZA SODASEP SOTNEMAPIUQE E SANIUQÁMUAHLACAB SOTNEMACIDEMSADIBEB SOILÍSNETU E SIEVÓM/SAÇNADUMSODEUQNIRB DOMÉSTICOS SETIEZA E LEVÍTSEMOC OELÓODAICIFENEB ÉFAC ETNACIFIRBUL OELÓSOÃRG ME ÉFAC SAHLIPAIRETISSAC CDs (COMPACT DISC) E LDs (LASER DISC) PNEUS E CÂMARAS DE AR SOICÍTNEMILA SOTUDORPETALOCOHC SODACIFIROGIRF SOTUDORPSORRAGIC )ETESSAC SATIF( SOCIFÁRGONOF SOTUDORPERBOC COMPUTADORES, PERIFÉRICOS E ACESSÓRIOS PRODUTOS SIDERÚRGICOS )OTANAICOSI ID ONEULOT( I.D.TSODICET E SEÕÇCEFNOC SOIRÓSSECA E SERALULEC SENOFELETSOCITÉMSOC OTNEMICORBIF ED SAHLETODAICIFENEB UO URC ORUOC SALOCÍRGA SOTNEMELPMI E SEROTARTLATNEDEMERC SEZINREV E SATNITSALOCÍRGA SOVISNEFED SOLUCÍEVOTIEFEUQIL SÁG SONALP SORDIVLENARG A LEVÁMALFNI ELETRODOMÉSTICOS DESCRIÇÃO DE CARGAS COMPLETAS: TIPO EMBARCADOR DE PARA PERCURSO(*) VALOR MÉDIO (*) – COLETA/VIAGEM PRINCIPAL/ENTREGA PERCURSOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS DE PARA % DE PARA % DE PARA % DE PARA % DE PARA % DE PARA % POSSUI TRÁFEGO MÚTUO? QUAIS EMPRESAS? DE PARA TIPO DE MERCADORIA VALOR MÉDIO 159 ANEXOS SEGUROS DE TRANSPORTES SEGUROS CIA CORRETOR TIPO AVERBAÇÃO VENCIMENTO APL. MÊS REF. RCTR-C PRÊMIO VALOR MERCADORIA QUANT. VIAGENS TAXA MÉDIA DESCONTO L.M.R RCF-DF PRÊMIO PRÊMIO POS OUTROS TAXA FINAL L.M.R. SINISTROS DOS ÚLTIMOS 12 MESES DATAS RAMO MERCADORIA LOCAL VALOR PROPOSTA L.M.R. RAMO TAXA P O S VEÍCULO DEPÓSITO :OTNEMAGAP ED OZARP:OTNEMARUTAF PRÊMIO MÍNIMO: (INFORMAR SOMENTE SE FOR SUPERIOR A R$ 1.000,00) GERENCIAMENTO DE RISCO MERCADORIA: NORMAS E PROCEDIMENTOS OBSERVAÇÕES: )OBMIRAC ERBOS( ETNENOPORP OD ARUTANISSAATAD E LACOL 160 GABARITO SEGUROS DE TRANSPORTES GABARITO Fixando Conceitos UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 UNIDADE 4 1 – D 1 – C 1 – C 1 – E 2 – E 2 – A 2 – E 2 – D 3 – B 3 – C 3 – C 3 – B 4 – C 4 – B 4 – D 4 – C 5 – A 5 – A 5 – B 5 – C 6 – C 6 – D 6 – C 6 – D 7 – B 7 – A 7 – D 8 – D 8 – B 8 – A 9 – C 9 – A 9 – C 10 – B 10 – D 10 – E UNIDADE 5 UNIDADE 6 UNIDADE 7 1 – C 1 – E 1 – A 2 – A 2 – B 2 – D 3 – A 3 – A 3 – C 4 – E 4 – B 4 – A 5 – A 5 – C 5 – A 6 – C 7 – A 8 – D 9 – E 10 – C 161 GABARITO SEGUROS DE TRANSPORTES Estudos de Caso Caso 1 Resposta: (lembrando que não existe resposta 100% correta: é um caso no qual o entendimento da matéria e o bom-senso devem prevalecer). 1) Seguro de Transportes Nacionais. 2) Cobertura básica ampla A mais os riscos adicionais de greves. 3) Descobrindo o custo cobrado pelos transportadores e negocian- do com a seguradora um seguro cotado a um “preço” (taxa) menor. 4) Buscar, na seguradora, uma relação de empresas que operem com gerenciamento de risco e, em conjunto com o segurado, entrar em contato para negociar a implantação de um PGR (plano de gerenciamento de risco). 5) Negociar, com a seguradora, a concessão da DDR (dispensa do direito de regresso), na qual as transportadoras não sejam aciona- das em sinistros cobertos pela apólice do embarcador. Caso 2 Em uma das possíveis opções de resposta, o primeiro ponto a ser aborda- do é a sinistralidade. O segurado está há vários anos na empresa e é o pri- meiro sinistro. A possibilidade de pagamento da indenização por interesse comercial deve ser cogitada pelo corretor junto à seguradora. Caso 3 1) Deve-se levantar mais informações sobre as mercadorias, valo- res transportados, experiência de sinistros anteriores, se houver, e verificar se o cliente tem algum plano de GR. a) RCTR-C acidentes; RCF-DC roubo. b) Com os valores em mãos, deve-se definir o LMG /LMI. c) Acidente e roubo. d) OCD/I, fluvial, impostos suspensos, carga especial e as merca- dorias sujeitas às condições próprias. e) Averbação: simples antes do risco. f) É possível trabalhar com cadastro, rastreamento e escolta. 162 GABARITO SEGUROS DE TRANSPORTES Caso 4 A cobertura adicional a ser aplicada é Operação de Carga, Descarga e Içamento. A transportadora deve comunicar o sinistro, oportunamente, para que a seguradora realize a avaliação. É importante sempre avaliar se os equi- pamentos usados na operação são compatíveis em relação ao peso e às dimensões. 163 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SEGUROS DE TRANSPORTES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DI GROPELLO, Giulio, et al. Princípios da técnica de resseguro: resseguro financeiro e derivativos em resseguro. Colaboração de Giovanni Manghetti. Tradução de Maria Elena Bidino. Rio de Janeiro: Funenseg, 1997. 231 p. (Tradução de Principi di tecnica riassicurativa: la riassicurazione finanziaria e iderivati in riassicurazione). ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino e Produtos. Direito e legislação de seguro de transportes. Assessoria técnica de Jonas Stipp de Andrade. 5. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2007. 66 p. ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Segu- ros de transportes e de responsabilidade civil do transportador. Assessoria técnica de Raphael Saydi Macedo Mussi. 12. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2015. 182 p. ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Segu- ros de transportes e de responsabilidade civil do transportador. Assessoria técnica de Raphael Saydi Macedo Mussi. 13. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2016. 184 p. ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros de transportes e de responsabilidade civil do transportador. Asses- soria técnica de Luiz André Ferreira Lima. 14. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2017. 192 p. ESCOLA DE NEGOCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros de transportes. Assessoria tecnica de Vanderlei Assaf Moghetti. 3. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2021. 157 p. ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Gerenciamento de Riscos. Assessoria técnica de Luiz Macoto Sakamoto. 4. ed. Rio de Janeiro: ENS, 2022. 92 p. ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros- de transportes. Assessoria técnica de Giuseppe Calabro Filho e Ricardo de Lima Armond. 4. ed. Rio de Janeiro: ENS, 2022. MIRANDA FILHO, Ferdinand Verardy. O que você deve saber sobre ava- ria grossa. Rio de Janeiro: FEMAR, 1995. 121 p. Sites www.susep.gov.br www.irbbrasilre.com www.iccbrasil.org/ www.agenciabrasil.ebc.com.br http://www.susep.gov.br/ http://www.irbbrasilre.com http://www.iccbrasil.org/ https://agenciabrasil.ebc.com.br/ Considerações Iniciais RISCOS COBERTOS RISCOS NÃO cobertos BENS NÃO compreendidos NO SEGURO COBERTURA DE BENS OU MERCADORIAS SUJEITOS A CONDIÇÕES PRÓPRIAS COMEÇO E FIM DOS RISCOS APÓLICE DE RCF-DC IMPORTÂNCIA SEGURADA E LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA CRITÉRIOS DE TAXAÇÃO PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO (POS) AVERBAÇÕES PRÊMIO COBERTURAS ADICIONAIS DO SEGURO DE RCF-DC Cobertura Adicional de Roubo no Depósito do Transportador CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DO SEGURO DE RCF-DC FIXANDO CONCEITOS 6 PROCESSOS de SINISTROS nos SEGUROS DE TRANSPORTES CONCEITO BÁSICO DE SINISTROS APURAÇÃO DE danos Tipos de Vistoria REGULAÇÃO Perda Total Salvados LIQUIDAÇÃO FIXANDO CONCEITOS 7 ASPECTOS da COMERCIALIZAÇÃO dos SEGUROS DE TRANSPORTES Considerações Iniciais GERENCIAMENTO DE RISCO Tipos de Gerenciamento de Riscos Principais Mecanismos Consulta a Cadastro de Motoristas e Proprietários de Veículos de Transportes Terrestres de Cargas Rastreamento, Monitoramento e Roteirização Escolta FIXANDO CONCEITOS 8 estudos de caso glossário anexos Anexo 1 – Modelo de proposta de seguro de transportes Anexo 2 – Modelo de apólice avulsa de seguro de transporte internacional Anexo 3 – Modelo de apólice de seguro RCTR-C Anexo 4 – Modelo de Averbação de Seguros de Transportes Anexo 5 – Certificado de Seguro de Transportes Anexo 6 – Coberturas básicas dos Seguros de Transportes Anexo 7 – Coberturas adicionais dos Seguros de Transportes Anexo 8 – Cláusulas específicas para Seguros de Transportes Anexo 10 – Modelo de questionário para análise de aceitação – RCTR-C e RCF-DC gabarito Referências Bibliográficas Anexo 3 - Modelo de apólice de seguro RCTR-C Considerações Iniciais RISCOS COBERTOS RISCOS NÃO cobertos BENS NÃO compreendidos NO SEGURO COBERTURA DE BENS OU MERCADORIAS SUJEITOS A CONDIÇÕES PRÓPRIAS COMEÇO E FIM DOS RISCOS APÓLICE DE RCF-DC IMPORTÂNCIA SEGURADA E LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA CRITÉRIOS DE TAXAÇÃO PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO (POS) AVERBAÇÕES PRÊMIO COBERTURAS ADICIONAIS DO SEGURO DE RCF-DC CoberturaAdicional de Roubo no Depósito do Transportador CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DO SEGURO DE RCF-DC FIXANDO CONCEITOS 6 PROCESSOS de SINISTROS nos SEGUROS de TRANSPORTES CONCEITO BÁSICO DE SINISTROS APURAÇÃO DE danos Tipos de Vistoria REGULAÇÃO Perda Total Salvados LIQUIDAÇÃO FIXANDO CONCEITOS 7 ASPECTOS da COMERCIALIZAÇÃO dos SEGUROS DE TRANSPORTES Considerações Iniciais GERENCIAMENTO DE RISCO Tipos de Gerenciamento de Riscos Principais Mecanismos Consulta a Cadastro de Motoristas e Proprietários de Veículos de Transportes Terrestres de Cargas Rastreamento, Monitoramento e Roteirização Escolta FIXANDO CONCEITOS 8 estudos de caso glossário anexos gabarito Referências Bibliográficas Considerações Iniciais RISCOS COBERTOS RISCOS NÃO cobertos BENS NÃO compreendidos NO SEGURO COBERTURA DE BENS OU MERCADORIAS SUJEITOS A CONDIÇÕES PRÓPRIAS COMEÇO E FIM DOS RISCOS APÓLICE DE RCF-DC IMPORTÂNCIA SEGURADA E LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA CRITÉRIOS DE TAXAÇÃO PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO (POS) AVERBAÇÕES PRÊMIO COBERTURAS ADICIONAIS DO SEGURO DE RCF-DC Cobertura Adicional de Roubo no Depósito do Transportador CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DO SEGURO DE RCF-DC FIXANDO CONCEITOS 6 PROCESSOS de SINISTROS nos SEGUROS de TRANSPORTES CONCEITO BÁSICO DE SINISTROS APURAÇÃO DE danos Tipos de Vistoria REGULAÇÃO Perda Total Salvados LIQUIDAÇÃO FIXANDO CONCEITOS 7 GERENCIAMENTO de RISCOS dos SEGUROS de TRANSPORTES Considerações Iniciais GERENCIAMENTO DE RISCO Tipos de Gerenciamento de Riscos Principais Mecanismos Consulta a Cadastro de Motoristas e Proprietários de Veículos de Transportes Terrestres de Cargas Rastreamento, Monitoramento e Roteirização Escolta FIXANDO CONCEITOS 8 estudos de caso glossário anexos gabarito Referências Bibliográficas ASPECTOS GERAIS de SEGUROS de TRANSPORTES Considerações iniciais Conhecendo os personagens: DIVISÃO DA CARTEIRA DE SEGUROS DE TRANSPORTES Seguros de Transportes Seguros de Responsabilidade Civil do Transportador CONTRATO DE SEGURO DE TRANSPORTES iNTERESSE SEGURÁVEL CONTRATOS DE COMPRA E VENDA E INCOTERMS Obrigatoriedade da Contratação do Seguro de Transportes de Bens INSTRUMENTOS DE UM CONTRATO DE SEGUROS DE TRANSPORTES Questionário Proposta Apólice Averbação Endosso Fatura ou Conta Mensal Certificado de Seguro CONCEITOS UTILIZADOS EM SEGUROS DE TRANSPORTES Limite Máximo de Garantia (LMG) Prazo para Pagamento do Prêmio Franquia e Participação Obrigatória do Segurado (POS) Critérios de Taxação Importância Segurada Moeda do Seguro Vistoria FIXANDO CONCEITOS 1 CONDIÇÕES GERAIS e COBERTURAS BÁSICAS dos SEGUROS de TRANSPORTES cONDIÇÕES GERAIS Condições contratuais padronizadas Prejuízos Não Indenizáveis Bens e/ou Mercadorias Não Compreendidos no Seguro Pagamento do Prêmio Prazo do Seguro Regulação e Liquidação de Sinistros CONCORRÊNCIA DE APÓLICES SUB-ROGAÇÃO DE DIREITOS RESCISÃO E CANCELAMENTO OBRIGAÇÕES DO SEGURADO PERDA DE DIREITOS COBERTURAS BÁSICAS COBERTURA BÁSICA RESTRITA C COBERTURA RESTRITA b COBERTURA básica ampla a PREJUÍZOS NÃO INDENIZÁVEIS (RISCOS NÃO COBERTOS) RISCOS SUJEITOS À CONSULTA PRÉVIA E ESTIPULAÇÃO NA APÓLICE (COBERTURAS A, B e C) Início e Fim dos Riscos (Coberturas Básicas A, B e C) FIXANDO CONCEITOS 2 COBERTURAS ADICIONAIS dos SEGUROS de TRANSPORTES Considerações Iniciais COBERTURA ADICIONAL DE FRETE E/OU SEGURO COBERTURA ADICIONAL DE DESPESAS COBERTURAS ADICIONAIS DE TRIBUTOS (MERCADORIAS IMPORTADAS) COBERTURA ADICIONAL DE LUCROS ESPERADOS COBERTURA ADICIONAL PARA EMBARQUES AÉREOS SEM VALOR DECLARADO COBERTURA ADICIONAL PARA CLASSIFICAÇÃO DE NAVIOS EM VIAGENS INTERNACIONAIS COBERTURA ADICIONAL DE RISCOS DE GREVES COBERTURA ADICIONAL DE RISCOS DE GUERRA PARA EMBARQUES AQUAVIÁRIOS E AÉREOS FIXANDO CONCEITOS 3 SEGURO OBRIGATÓRIO de RESPONSABILIDADE CIVIL do TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO de CARGA (RCTR-C) Considerações iniciais RISCOS COBERTOS RISCOS NÃO COBERTOS BENS OU MERCADORIAS NÃO COMPREENDIDOS NO SEGURO coberturas de BENS OU MERCADORIAS SUJEITOS A CONDIÇÕES PRÓPRIAS COMEÇO E FIM DOS RISCOS APÓLICE de rctr-c AVERBAÇÕES Averbação Simples IMPORTÂNCIA SEGURADA e LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA ISENÇÃO de RESPONSABILIDADE COBERTURAS ADICIONAIS DO SEGURO DE RCTR-C Cobertura Adicional de Operações de Carga/Descarga/Içamento Cobertura Adicional para Viagem Rodoviária com Percurso Complementar Fluvial Cobertura Adicional para Extensão de Cobertura ao Valor dos Impostos Suspensos e/ou Benefícios Internos Cobertura Adicional para o Transporte de Cargas Excepcionais/Especiais CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DO SEGURO OBRIGATÓRIO DE RCTR-C CRITÉRIOS DE TAXAÇÃO FRANQUIA E PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO PRÊMIO FIXANDO CONCEITOS 4 DESAPARECIMENTO DE CARGA (RCF-DC) SEGURO FACULTATIVO de RESPONSABILIDADE CIVIL do TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO por Considerações Iniciais RISCOS COBERTOS RISCOS NÃO cobertos BENS NÃO compreendidos NO SEGURO COBERTURA DE BENS OU MERCADORIAS SUJEITOS A CONDIÇÕES PRÓPRIAS COMEÇO E FIM DOS RISCOS APÓLICE DE RCF-DC IMPORTÂNCIA SEGURADA E LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA CRITÉRIOS DE TAXAÇÃO PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO (POS) AVERBAÇÕES PRÊMIO COBERTURAS ADICIONAIS DO SEGURO DE RCF-DC Cobertura Adicional de Roubo no Depósito do Transportador CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DO SEGURO DE RCF-DC FIXANDO CONCEITOS 5 PROCESSOS de SINISTROS nos SEGUROS de TRANSPORTES CONCEITO BÁSICO DE SINISTROS APURAÇÃO DE danos Tipos de Vistoria REGULAÇÃO Perda Total Salvados LIQUIDAÇÃO FIXANDO CONCEITOS 6 GERENCIAMENTO de RISCOS Considerações Iniciais GERENCIAMENTO DE RISCO Tipos de Gerenciamento de Riscos Principais Mecanismos Consulta a Cadastro de Motoristas e Proprietários de Veículos de Transportes Terrestres de Cargas Rastreamento, Monitoramento e Roteirização Escolta FIXANDO CONCEITOS 7 estudos de caso glossário anexos Anexo 1 – Modelo de proposta de seguro de transportes Anexo 2 – Modelo de apólice avulsa de seguro de transporte internacional Anexo 3 – Exemplo de de Avaria Grossa Anexo 4 – Modelo de apólice de seguro RCTR-C Anexo 6 – Certificado de Seguro de Transportes Anexo 7 – Coberturas básicas dos Seguros de Transportes Anexo 8 – Coberturas adicionais dos Seguros de Transportes Anexo 9 – Cláusulas específicas para Seguros de Transportes Anexo 10 – Tarifa nacional – Terrestre (rodoviário/ferroviário) – Cobertura C Anexo 11 – Modelo de questionário para análise de aceitação – RCTR-C e RCF-DC gabarito Referências Bibliográficas