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CONTABILIDADE GERAL UNIDADE 2 A estrutura do balanço patrimonial é bastante padronizada, contendo os ativos, os passivos e o patrimônio líquido da empresa em um dado período de tempo, além do mais, ainda é possível subdividir os ativos e passivos em circulantes e não-circulantes. O Balanço Patrimonial das empresas é estruturado de acordo com normas estabelecidas pela legislação brasileira, recentemente, com o advento da Lei nº 11.638/07 e Medida Provisória nº 449/08, o Balanço Patrimonial sofreu uma mudança na sua estrutura e forma de apresentação, tais mudanças visam a adequação às melhores práticas contábeis internacionais - (IASB) International Accounting Standards Board. A globalização dos negócios e o crescimento dos investimentos diretos estrangeiros, somados à formação de blocos econômicos, trazem consigo a necessidade de se ter um conjunto de normas contábeis internacionais que viabilizem a comparação de informações entre companhias de um mesmo grupo ou de grupos distintos no Brasil e no mundo. Como sabemos, o Balanço Patrimonial é composto por duas colunas. A coluna da esquerda, que representa o Ativo, e a da direita, que representa o Passivo e o Patrimônio Líquido, até a unidade anterior, elaborávamos o Balanço Patrimonial sem nenhuma preocupação com relação à ordem e organização das contas, colocando as contas de forma desordenada, certamente teremos dificuldades em analisar as informações do balanço. Trata-se de um relatório que elenca todos os ativos e passivos da empresa, mostrando a situação contábil e financeira da organização. É muito provável que, se você já abriu uma empresa ou liderou um negócio, tenha ouvido falar do balanço patrimonial. As principais mudanças introduzidas no Balanço Patrimonial podem ser vistas comparativamente assim, as principais mudanças são as seguintes: apresentação do ativo em dois grandes grupos de contas: o Ativo Circulante e o Ativo não Circulante; apresentação do passivo em três grandes agrupamentos de contas: o Passivo Circulante, o Passivo não Circulante e o Patrimônio Líquido; extinção da nomenclatura Ativo Permanente, substituindo-a pela nomenclatura Ativo não Circulante; criação do subgrupo Intangível no Ativo não Circulante, cujos itens que o compõem serão destacados do Imobilizado; Entre outros fatores. O Ativo Circulante corresponde à relação de bens e direitos que a empresa possui e que poderá transformar em dinheiro no prazo de até um ano, após o término do exercício social (normalmente em 31/12). São classificados aqui o dinheiro em caixa ou no banco, as aplicações financeiras, as duplicatas a receber (clientes), os estoques, enfim, todos os bens e direitos que se transformarão em dinheiro no curto prazo. O Ativo Circulante é o grupo que gera dinheiro para a empresa pagar suas contas no curto prazo, assim, curto prazo, na contabilidade, corresponde normalmente ao período de até um ano, após o término do exercício social. Se efetuarmos uma venda a nosso cliente com prazo de 90 dias (curto prazo), teremos então uma duplicata a receber, que será classificada no Ativo Circulante. O Ativo Não Circulante corresponde aos itens que serão realizados ou transformados em dinheiro a longo prazo, normalmente em período superior a um ano, após o termino do exercício social. Se efetuarmos uma venda a nosso cliente com prazo de recebimento estabelecido para daqui a 450 dias (longo prazo), temos então uma duplicata a receber a ser classificada no Ativo Realizável a Longo Prazo. Além do ativo realizável a longo prazo, o “Ativo Não Circulante” compreende também outros elementos patrimoniais que dificilmente se transformarão em dinheiro, pois não se destinam à venda e são elementos utilizados como meio de produção ou meios para se obter renda para a empresa. São geralmente destinados à geração e manutenção das atividades operacionais da empresa, são os bens e direitos dos quais a empresa não tem intenção de se desfazer, tais ativos são adquiridos para a geração de recursos e manutenção de suas atividades. Logicamente, o fato de um ativo ser classificado como permanente não proíbe a organização de vendê-lo, afinal, a contabilidade deve registrar os fatos para gerar informações e não impor regras. Fazem parte ainda: Investimentos – os investimentos são aplicações que não têm relação direta com as atividades da empresa, porém, são permanentes. Imobilizado – no imobilizado são classificados os bens destinados à manutenção da atividade principal da empresa, ou seja, os bens que auxiliam a empresa na geração e manutenção de sua atividade operacional. Intangível – a Lei 11.638/07, complementada pela MP 449/08, eliminou a figura do Ativo diferido e inseriu o grupo “Ativo Intangível.” Foi uma das alterações mais significativas nas adaptações das práticas contábeis brasileiras para as práticas internacionais da contabilidade. Assim, são considerados ativos intangíveis os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção das atividades empresariais. Portanto, não são bens físicos, que são tangíveis, mas sim, direitos incorpóreos (sem corpo, sem físico) que têm valor econômico para a empresa e que produzem resultados futuros. O Passivo é dividido em duas partes, organizadas de acordo com o grau de exigibilidade: o passivo circulante e o passivo exigível a longo prazo. O Passivo Circulante é composto pelas dívidas que a empresa possui e que deverão ser pagas em período menor do que um ano. Veja em detalhes quais as características dos três diferentes tipos de ativos circulantes: operacionais, cíclicos e líquidos. 1. Ativos circulantes operacionais São os bens diretamente relacionados a procedimentos operacionais que acontecem dentro da organização e, consequentemente, de extrema importância para o seu funcionamento. O principal exemplo de ativo circulante operacional são as contas a receber. 2. Ativos circulantes cíclicos São gerados a partir das atividades realizadas no dia a dia da empresa e, portanto, influenciam em sua rotina financeira, entre eles, destaque para mercadorias que fazem parte do giro de estoque, adiantamentos de fornecedores e duplicatas (a depender das condições, sobre as quais falaremos mais adiante). 3. Ativos circulantes líquidos São bens conquistados através de investimentos de curto prazo. Vale observar que bens conquistados por investimentos de médio e longo prazo, cujo retorno demora um ano ou mais para acontecer, já não podem ser considerados ativos circulantes, mas sim ativos não circulantes líquidos. Exemplos de ativos circulantes contas a receber dos clientes (valores referentes às vendas); inventário e estoque (itens disponíveis para venda); dinheiro em conta ou caixa; despesas antecipadas; títulos a receber; juros a receber; investimentos a curto prazo Agora, compreenda o que são os ativos não circulantes. Ativos não circulantes Justamente por serem “ativos”, os bens não circulantes têm papel igualmente importante para a empresa e sua saúde financeira, ao contrário dos ativos circulantes, estes têm baixa liquidez e demoram muito mais tempo para serem transformados em algum tipo de rendimento ou entrada em caixa. Exemplos de ativos não circulantes São exemplos desse grupo: carros e imóveis; equipamentos e componentes da infraestrutura da empresa; empréstimos a receber depois de um ano ou mais; e investimentos a médio e longo prazo. Esse último item pode definir bem um ativo não circulante. Ativos intangíveis, como o valor da marca e propriedade intelectual, também são considerados não circulantes. O PLANO DE CONTAS É chamado de “plano de contas” o conjunto de contas criado pelo contador, para atender às necessidades de registro das transações dos eventos econômicos, de forma a possibilitar a construção dos principais relatórios contábeis e atender a todos os usuários da informação contábil esse conjunto de contas é chamado de “plano de contas”, porque, na realidade, ele é criado antecipadamente ao uso de tais contas, por isso, o contador tem de planejar a estruturaçãodo “plano de contas”, de maneira que a sua principal ferramenta seja criada para lhe possibilitar o melhor dos resultados no trato com as informações contábeis. Um “plano de contas” contábil tem como função principal possibilitar adequada forma de controle do patrimônio da entidade contabilizada, essa forma de controle se fará pelo registro de todas as transações dos eventos econômicos, em “contas” através dos livros contábeis de maneira que se tenha, rápida e precisamente, o valor e a descrição dos elementos patrimoniais da entidade, além do valor da descrição dos principais fatores de gastos e recebimentos, podemos dizer que a função básica de um “plano de contas” é promover o registro das transações dos eventos econômicos de forma a criar condições ótimas de classificação e acumulação de dados, facilitando a tomada de decisão. O contador, quando vai montar o “plano de contas” da entidade que está sob sua responsabilidade, deverá ter em mente certos parâmetros, com o intuito de construir sua ferramenta da melhor forma possível, esses cuidados têm como base os principais usuários da informação contábil. Apesar de ser sua função registrar os fatos, o contador não pode impor sua vontade na elaboração de um plano de contas, deve sempre consultar seus usuários, partindo do conhecimento total dos objetivos da empresa e de suas atividades principais, feito isso, podemos listar alguns cuidados básicos na elaboração de um plano de contas: deve atender primariamente às necessidades específicas de cada empresa e às necessidades de informação dos principais usuários dos relatórios; a classificação deve partir do geral para o particular; deve ser codificado; os agrupamentos devem ser feitos pensando nos relatórios que deles se originarão; os títulos das contas utilizados devem refletir imediatamente os elementos patrimoniais que representam – devem ser claros e sucintos deve ter flexibilidade (margem para ampliação) e operacionalidade. O que é razonete? O razonete é um desenho feito por contadores para visualizar os débitos e créditos de determinada conta, dessa forma, é possível analisar a situação financeira e as movimentações realizadas rapidamente, é uma ferramenta e uma representação gráfica em forma de "T" bastante utilizados por contadores. A técnica é bastante simples: 1.desenha-se um “T” maiúsculo; 2.acima do traço horizontal coloca-se o nome da empresa; 3.ao lado esquerdo do traço vertical são discriminados os débitos (como ativos); 3.ao lado direito, os créditos (como o patrimônio líquido). Essa demonstração tem finalidade didática, pois não serve como documento oficial de demonstração contábil. Sabemos que o Patrimônio Líquido das entidades representa a riqueza líquida desta entidade, assim, a riqueza líquida pode variar por duas causas principais, que são: ● A primeira é o investimento inicial de capital feito pelos proprietários e seus aumentos posteriores. Pode também haver diminuições provocadas por desinvestimentos de capital, quando da retirada ou da saída de um proprietário da sociedade. ● Outra forma de haver variações no patrimônio líquido é pelo confronto das receitas e despesas que ocorrem em um determinado período. Sendo assim, o que vem a ser receitas e o que vem a ser despesas? Contabilmente, receita pode ser entendida como a entrada de elementos para o Ativo da empresa, provenientes de venda de produtos, mercadorias ou pela prestação de serviços, vendas essas que estão ligadas diretamente às atividades operacionais das empresas e consideradas como sendo os elementos positivos do resultado. Despesa é todo o gasto de caráter geral, relacionado com a administração e vendas, como por exemplo: juros, multas, material de escritório, etc. A diferença entre despesa e custo é que a despesa não pode ser diretamente relacionada com o produto final, para a contabilidade, uma despesa representa uma diminuição do ativo e aumento do passivo; e assim como as receitas provocam uma aumento do patrimônio líquido, as despesas diminuem o valor do mesmo. As despesas podem ser divididas em antecipadas e não operacionais. Despesas antecipadas são as pagas antecipadamente e que serão consideradas como despesas no decorrer do exercício seguinte, como seguros a vencer. Despesas não operacionais são aquelas decorrentes de transações não incluídas nas atividades principais ou acessórias que constituam objeto da empresa. A comparação entre receitas e despesas ocorre na apuração do resultado do exercício, que é o saldo do confronto entre elas, depois de um ciclo de operações em uma empresa, se o resultado for positivo a empresa teve lucro, se o resultado for negativo a empresa teve prejuízo. As Normas Brasileiras de Contabilidade NBC T 1, que tratam da Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, trazem mais detalhado o conceito de “receita”, como segue: A definição de receita abrange tanto receitas propriamente ditas como ganhos. A receita surge no curso das atividades ordinárias de uma entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos, royalties e aluguéis. Receitas são todos os recursos provenientes da venda de mercadorias ou de uma prestação de serviços, porém nem todos são oriundos de vendas ou prestações de serviços. Receita pública. As receitas não necessariamente se limitam as empresas, existem também as receitas do Governo, chamadas de receita pública, é o montante total em dinheiro recolhido pelo Tesouro Nacional, incorporado ao patrimônio do Estado, que serve para custear as despesas públicas e as necessidades de investimentos públicos. Em Contabilidade de Ganhos é uma abordagem baseada em princípios de contabilidade e de gestão abrangentes que fornece aos gestores informações de apoio à decisão para a melhoria da rentabilidade da empresa. Embora a CG não seja um assunto tão novo, ainda é inovador para a contabilidade gerencial. Ganhos representam outros itens que se enquadram na definição de receita e podem ou não surgir no curso das atividades ordinárias da entidade, representando aumentos nos benefícios econômicos e, como tal, não diferem, em natureza, das receitas. Ganhos incluem, por exemplo, aqueles que resultam da venda de ativos não correntes. A definição de receita também inclui ganhos não realizados; por exemplo, os que resultam da reavaliação de títulos negociáveis e os que resultam de aumentos no valor de ativos a longo prazo. Os aumentos no Ativo são visualizados no caixa, se as receitas forem à vista, e/ou em duplicatas a receber de clientes, se as receitas forem realizadas a prazo. Já as despesas, consideradas os elementos negativos do resultado, correspondem ao consumo de bens ou serviços que direta ou indiretamente ajudam a produzir receitas, ou seja, é o sacrifício que a empresa arca para a obtenção de receita. As Normas Brasileiras de Contabilidade NBC T 1, que tratam da Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, trazem mais detalhado o conceito de “despesa”, como segue: Já as despesas, consideradas os elementos negativos do resultado, correspondem ao consumo de bens ou serviços que direta ou indiretamente ajudam a produzir receitas, é o sacrifício que a empresa arca para a obtenção de receita. A definição de despesas abrange perdas assim como as despesas que surgem no curso das atividades ordinárias da entidade. As despesas que surgem no curso das atividades ordinárias da entidade incluem, por exemplo, o custo das vendas, salários e depreciação. Geralmente, tomam a forma de um desembolso ou redução de ativos como caixa e equivalentes de caixa, estoques e ativo imobilizado. Perdas representam outros itens que se enquadram na definição de despesas e podem ou não surgir no curso das atividades ordinárias da entidade, representando decréscimos nos benefícios econômicos e, como tal, não são de natureza diferente das demais despesas, assim, não são consideradas como um elemento à parte nesta Estrutura Conceitual.Perdas incluem, por exemplo, as que resultam de sinistros como incêndio e inundações, assim como as que decorrem da venda de ativos não correntes. A definição de despesas também inclui as perdas não realizadas, por exemplo, as que surgem dos efeitos dos aumentos na taxa de câmbio de uma moeda estrangeira com relação aos empréstimos a pagar em tal moeda. Quando as perdas são reconhecidas na demonstração do resultado, elas são geralmente demonstradas separadamente, pois sua divulgação é útil para fins de tomada de decisões econômicas. As perdas são geralmente demonstradas líquidas das respectivas receitas. As despesas, por sua vez, provocam diminuições no Ativo, quando pagas, e/ou aumentos no passivo quando geradas e não pagas. O Patrimônio das empresas está em constante movimento, em função dos acontecimentos que ocorrem diariamente. Esses acontecimentos podem ser divididos em dois grupos, os quais passaremos a estudá-los a partir desse tópico. São eles: ● Atos administrativos. ● Fatos administrativos. Os Atos administrativos são os acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam alterações no Patrimônio. Por exemplo, admissão de empregados, assinaturas de contratos de compras, de vendas e de seguros diversos, aval de títulos, fiança em favor de terceiros, entretanto, alguns atos administrativos poderão provocar alterações futuras no Patrimônio da empresa. Por esse motivo, devem ser registrados através das Contas que registram tais atos e que não provocam mudanças na situação atual do balanço patrimonial, essas contas são chamadas de contas de Compensação. Os Fatos administrativos Fato administrativo é aquele que provoca modificação no Patrimônio da entidade, sendo, por isso, objeto de contabilização através de conta patrimonial ou conta de resultado, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. São os acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. Por modificarem o Patrimônio, devem ser contabilizados através das Contas Patrimoniais e das Contas de Resultado, os fatos administrativos podem ser classificados em três grupos: ● Fatos permutativos. ● Fatos modificativos. ● Fatos mistos. Os Fatos permutativos são aqueles que permutam os elementos componentes do Ativo e/ou do Passivo, sem modificar o valor do Patrimônio Líquido. Pode ocorrer troca entre os elementos do Ativo, entre os elementos do Passivo e entre ambos ao mesmo tempo. Partindo do Balanço apresentado, suponhamos que na empresa Cia. Os Fatos modificativos são aqueles que acarretam alterações, para mais ou para menos, no Patrimônio Líquido, ou seja, modificam a situação líquida do balanço patrimonial, como você pôde observar, os fatos permutativos envolvem apenas as Contas Patrimoniais, sem provocar alteração alguma no Patrimônio Líquido, porém, os fatos modificativos envolvem Contas de Resultado (Receitas e Despesas) e, consequentemente, alteram o Patrimônio Líquido. Os Fatos Mistos envolvem, ao mesmo tempo, um fato permutativo e um fato modificativo. Podem, portanto, acarretar alterações no Ativo e no Patrimônio Líquido, ou no Passivo e no Patrimônio Líquido, ou no Ativo, no Passivo e no Patrimônio Líquido ao mesmo tempo, os fatos mistos podem acarretar aumento ou diminuição no Patrimônio: Primeiramente, veremos um exemplo de aumento, partindo da Situação Patrimonial anterior.