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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/284532954
Manejo e conservação do solo e da água - guia de estudos
Technical Report · January 2015
DOI: 10.13140/RG.2.1.3609.2241
CITATIONS
5
READS
19,515
4 authors, including:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Surface complexation modeling View project
Unmanned Aerial Vehicles (UAVs) for Soil Security View project
Marx Leandro Naves Silva
Universidade Federal de Lavras (UFLA)
252 PUBLICATIONS   3,853 CITATIONS   
SEE PROFILE
Diego Antonio França de Freitas
Universidade Federal de Viçosa (UFV)
46 PUBLICATIONS   358 CITATIONS   
SEE PROFILE
Bernardo Cândido
Instituto Agronômico de Campinas
39 PUBLICATIONS   87 CITATIONS   
SEE PROFILE
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https://www.researchgate.net/publication/284532954_Manejo_e_conservacao_do_solo_e_da_agua_-_guia_de_estudos?enrichId=rgreq-4185f0b28cc33a0ae9a6fb718bb03595-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4NDUzMjk1NDtBUzoyOTkzMzg0NTE0Mzk2MTdAMTQ0ODM3OTI1NjQ5MA%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/publication/284532954_Manejo_e_conservacao_do_solo_e_da_agua_-_guia_de_estudos?enrichId=rgreq-4185f0b28cc33a0ae9a6fb718bb03595-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4NDUzMjk1NDtBUzoyOTkzMzg0NTE0Mzk2MTdAMTQ0ODM3OTI1NjQ5MA%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/project/Surface-complexation-modeling-2?enrichId=rgreq-4185f0b28cc33a0ae9a6fb718bb03595-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4NDUzMjk1NDtBUzoyOTkzMzg0NTE0Mzk2MTdAMTQ0ODM3OTI1NjQ5MA%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/project/Unmanned-Aerial-Vehicles-UAVs-for-Soil-Security?enrichId=rgreq-4185f0b28cc33a0ae9a6fb718bb03595-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4NDUzMjk1NDtBUzoyOTkzMzg0NTE0Mzk2MTdAMTQ0ODM3OTI1NjQ5MA%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/institution/Universidade_Federal_de_Lavras_UFLA?enrichId=rgreq-4185f0b28cc33a0ae9a6fb718bb03595-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4NDUzMjk1NDtBUzoyOTkzMzg0NTE0Mzk2MTdAMTQ0ODM3OTI1NjQ5MA%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/institution/Instituto_Agronomico_de_Campinas?enrichId=rgreq-4185f0b28cc33a0ae9a6fb718bb03595-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4NDUzMjk1NDtBUzoyOTkzMzg0NTE0Mzk2MTdAMTQ0ODM3OTI1NjQ5MA%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Bernardo-Candido?enrichId=rgreq-4185f0b28cc33a0ae9a6fb718bb03595-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4NDUzMjk1NDtBUzoyOTkzMzg0NTE0Mzk2MTdAMTQ0ODM3OTI1NjQ5MA%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Bernardo-Candido?enrichId=rgreq-4185f0b28cc33a0ae9a6fb718bb03595-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4NDUzMjk1NDtBUzoyOTkzMzg0NTE0Mzk2MTdAMTQ0ODM3OTI1NjQ5MA%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf
Universidade Federal de Lavras – UFLA
Centro de Educação a Distância – CEAD
MANEJO E CONSERVAÇÃO 
DE SOLO E DA ÁGUA
GUIA DE ESTUDOS
Marx Leandro Naves Silva
Diego Antônio França de Freitas 
Bernardo Moreira Cândido
Anna Hoffmann Oliveira
Lavras/MG
2015
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Ficha catalográfica elaborada pela Coordenadoria de Processos Técnicos da 
Biblioteca Universitária da UFLA
Manejo e conservação do solo e da água : guia de estudos / Marx Leandro 
Naves Silva ... [et al.]. – Lavras : UFLA, 2015.
74 p. : il.
Uma publicação do Centro de Educação a Distância da Universidade 
Federal de Lavras.
Bibliografia.
1. Erosão hídrica. 2. Tecnologia conservacionista. 3. Qualidade do solo. 4. 
Conservação de estradas. 5. Terraceamento. I. Silva, Marx Leandro Naves. II. 
Universidade Federal de Lavras. III. Título. 
 CDD – 631.45
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Governo Federal
Presidente da República: Dilma Vana Rousseff
Ministro da Educação: Renato Janine Ribeiro
Universidade Federal de Lavras
Reitor: José Roberto Soares Scolforo
Vice-Reitora: Édila Vilela Resende von Pinho
Pró-Reitor de Pós-Graduação: Alcides Moino Júnior
Centro de Educação a Distância
Coordenador Geral: Ronei Ximenes Martins
Curso de Extensão Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável
Coordenadores do Curso: Daniel Carvalho de Rezende, Marcelo Márcio
Romaniello e Luiz Cláudio Paterno Silveira
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Manejo e Conservação de Solo e da Água
5
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................7
2. SUSTENTABILIDADE DO USO DOS RECURSOS SOLO E ÁGUA .................8
2.1. Manejo de solos em agroecossistemas .......................................................8
2.2. Conceitos de gestão e manejo sustentável em agroecossistemas .............8
3. ATRIBUTOS FÍSICOS .......................................................................................10
3.1. Textura ........................................................................................................10
3.2. Estrutura do solo ........................................................................................11
3.3. Consistência do Solo .................................................................................12
3.4. Retenção e movimento de água no solo ....................................................13
3.5. Compactação e descompactação do solo .................................................16
3.5.1. Compactação do solo .........................................................................16
3.5.2. Descompactação do solo ....................................................................174. EROSÃO DO SOLO ..........................................................................................20
4.1. Erosão hídrica ...........................................................................................20
4.1.1. Erosão pelo impacto da gota de chuva ...............................................21
4.1.2. Erosão laminar ....................................................................................21
4.1.3. Erosão em sulcos ...............................................................................22
4.1.4. Erosão por deslocamento de massa ..................................................22
4.1.5. Erosão em queda ................................................................................23
4.1.6. Erosão em pedestal ............................................................................23
4.1.7. Voçorocas ...........................................................................................23
4.2. Erosão pelo vento (Eólica) .........................................................................24
4.2.1. Controle da erosão eólica ...................................................................25
4.3. Taxa de formação e tolerância de perdas de solo por erosão hídrica .......26
4.4. Erosão hídrica e impactos ambientais .......................................................27
5. PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS, SISTEMAS DE PREPARO E 
MANEJO DO SOLO ..............................................................................................28
5.1. Práticas conservacionistas .........................................................................28
5.1.1. Práticas Vegetativas ...........................................................................28
5.1.1.1. Rotação de culturas .....................................................................28
5.1.1.2. Culturas em faixas de rotação .....................................................29
5.1.1.3. Culturas em faixas de retenção ...................................................29
5.1.1.4. Culturas de proteção e adubação verde ......................................30
5.1.2. Práticas mecânicas .............................................................................31
5.1.2.1. Cultivo em contorno ou plantio em nível ......................................31
5.1.2.2. Terraceamento .............................................................................32
5.1.2.3. Canais escoadouros, paralelos e divergentes .............................36
5.1.2.4. Estabilização de voçorocas .........................................................36
5.1.3. Práticas edáficas .................................................................................37
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Manejo e Conservação de Solo e da Água
6
5.1.3.1. Ajustamento da capacidade de uso .............................................38
5.1.3.2. Controle de queimadas ................................................................38
5.1.3.3. Adubação Verde ..........................................................................39
5.1.3.4. Adubação orgânica ......................................................................40
5.1.3.5. Adubação química .......................................................................42
5.1.3.6. Calagem ......................................................................................42
5.1.3.7. Fosfatagem ..................................................................................43
5.1.3.8. Gessagem ...................................................................................44
5.2. Sistemas de preparo e manejo do solo convencional e conservacionista .44
5.2.1. Cultivo mínimo ....................................................................................45
5.2.2. Plantio direto .......................................................................................46
5.2.3. Integração dos sistemas lavoura, floresta e pecuária ........................47
6. CONSERVAÇÃO DO SOLO EM ESTRADAS E CARREADORES E 
BACIAS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA ......................................................................49
6.1. Conservação do solo em estradas e carreadores .....................................49
6.1.1. Causas da erosão hídrica em estradas ..............................................49
6.1.2. Controle da erosão em estradas não pavimentadas ..........................51
6.1.3. Carreadores e caminhos .....................................................................51
6.1.4. Planejamento ......................................................................................52
6.2. Bacias de captação de água ......................................................................53
6.2.1. Declividade da estrada .......................................................................53
6.2.2. Intensidade máxima de precipitação ..................................................53
6.2.3. Erodibilidade do solo ...........................................................................54
6.2.4. Cálculo de espaçamento entre bacias ................................................54
6.2.5. Cálculo do volume de água captado nos trechos de estradas ...........55
6.2.6. Cálculo do volume da bacia de captação de água .............................55
6.2.7. Cálculo da profundidade e do raio da bacia de captação de água .....56
6.2.8. Locação e construção das bacias de captação de água ....................56
6.3. Recomendações gerais .............................................................................57
6.3.1. Leito e laterais das estradas ...............................................................57
6.3.2. Taludes de estradas ............................................................................57
6.3.3. Manutenção das estradas e bacias de captação de água ..................58
6.3.4. Dados para suporte orçamentário ......................................................58
7. INDICADORES DA QUALIDADE DO SOLO EM SISTEMAS DE MANEJO .....59
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................63
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Manejo e Conservação de Solo e da Água
7
1. INTRODUÇÃO
Ao observarmos a paisagem da maioria dos ecossistemas terrestres nosso 
olhar é geralmente tomado pela vegetação exuberante, animais interessantes, rios 
e lagos ou picos rochosos de extraordinária beleza. Quando se fala em conserva-
ção ambiental logo pensamos em animais, plantas e água. Raramente nos lem-
bramos que essas plantas e animais tiram seu sustento de outro material e que a 
qualidade e a quantidade da água também dependem desse mesmo material, esse 
material é o solo. Por estar geralmente coberto por vegetação, ele tende a passar 
despercebido da maioria das pessoas. No entanto, o solo influencia diretamente 
no homem, animais, plantas e água. Mesmo em ambientes urbanos, a influência 
do solo é sentida ao se realizarem construções, drenos para as águas pluviais e 
depósitos de lixo. 
O solo influencia até mesmo a vida nos oceanos, pois essa depende dos nu-
trientes minerais trazidos pelas águas dos rios. Não é por acaso que a maior parte 
dos animais marinhos está concentrada ao longo dos continentes, sendo a parte 
central dos oceanos verdadeiros desertos. É justo, portanto, como já feito, consi-
derar o solo como o quarto reino da natureza, de igual importância aos minerais, 
plantas e animais.
Por ocupar uma posição central na maioria dos ecossistemas terrestres, ao 
classificarmos um determinado solo estamos também caracterizando um determi-
nado ambiente, um ecossistema específico e completo. Ao estudarmos as relações 
entre diferentes solos numa paisagem, estamos também caracterizando as rela-
ções entre os diferentes ambientes existentes naquele dado local. 
O objetivo com este texto é levar ao leitor noções de conservação do solo e 
da água. Vamos abordar temas como a sustentabilidade do uso dos recursos solo e 
água. Abordaremos tópicos básicos de física do solo, notadamente os aspectos deretenção e movimento da água no solo, compactação e descompactação (mecâni-
ca e com cultivos) dos solos. Abordaremos também os conceitos e tipos de erosão 
hídrica. Abordaremos os sistemas de preparo, manejo e práticas conservacionistas 
do solo e da água; terraços e bacias de captação de água de chuva; conserva-
ção de estradas e carreadores. Discutiremos os atributos indicadores da qualidade 
do solo no contexto da sustentabilidade dos sistemas agrícolas. Faremos também 
uma abordagem das técnicas de integração lavoura, pecuária e floresta visando ao 
menor impacto ambiental e melhor retorno econômico.
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Manejo e Conservação de Solo e da Água
8
2. SUSTENTABILIDADE DO USO DOS RECUR-
SOS SOLO E ÁGUA 
2.1. Manejo de solos em agroecossistemas
O manejo de agroecossitemas, considerando a preservação ambiental, apa-
rece no início deste século como a emergência de um processo de mudança de 
paradigma, a fim de se prevenir a degradação dos recursos naturais. Tal ação exige 
maior capacitação por parte de toda a sociedade, de modo urgente e estratégico. 
Nesse contexto, o desenvolvimento sustentável representa uma formulação míni-
ma proposta pelas Nações Unidas, como um estilo de desenvolvimento capaz de 
garantir as necessidades das atuais gerações sem comprometer as futuras, envol-
vendo conceitos que têm sido bastante discutidos, englobando contribuições de 
vários setores da sociedade, sendo bastante relevante o estudo e aplicação desses 
conceitos em termos práticos e operacionais. 
O sistema solo é definido sob uma perspectiva ambiental como uma unidade 
ecológica funcional da superfície da terra, que inclui sedimentos e rochas perme-
áveis e águas subterrâneas. O solo apresenta neste enfoque várias funções, tais 
como produção de biomassa; fibras e proteínas; proteção ambiental; filtragem e 
transformação; banco genético e fluxo gênico; suporte infraestrutural de superfícies 
rurais, urbanas, industriais e tráfego; depósito de resíduos; fonte de matéria-prima 
e ainda patrimônio cultural. 
Essas funções, quando mal manejadas, deixam o solo sujeito à degradação, 
que pode ou não apresentar caráter reversível. As consequências diretas da degra-
dação é a redução da produtividade das culturas e aumento de problemas ambien-
tais como erosão, assoreamento de cursos de água, falta de água e poluição do 
ecossistema. Em muitos casos desencadeiam reações que, em última análise, cul-
minarão com empobrecimento, geração de fome e desemprego. A perda da susten-
tabilidade do ecossistema pode provocar, entre outros efeitos, o êxodo rural, com o 
agravamento de problemas sociais no meio urbano. Desse modo, o uso sustentado 
do solo passa a ser uma questão de sobrevivência das populações. 
2.2. Conceitos de gestão e manejo sustentável em 
agroecossistemas
Gestão e manejo sustentável representam um conjunto de medidas e procedi-
mentos que visam reduzir e controlar os impactos introduzidos ao ambiente, tornan-
do simples o entendimento da estreita relação entre a prática e a sustentabilidade. 
Pela gestão e manejo sustentável busca-se qualidade de vida, o que “a priori” não 
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Manejo e Conservação de Solo e da Água
9
poderia coexistir com condições de miséria e fome em uma população. A gestão e 
manejo ambiental são, portanto, um meio para que se aumente a qualidade de vida 
do ambiente, não sendo difícil de entender que, neste contexto, devem também ser 
satisfeitas as necessidades básicas de sobrevivência dos seres humanos. 
Uma série de conceitos de gestão e manejo sustentável tem sido desenvolvi-
da, sendo que a ideia central está associada ao uso equilibrado dos recursos dos 
ecossistemas. A definição de indicadores da qualidade do solo constitui importante 
instrumento para avaliação da sustentabilidade do sistema como um todo. Esses 
indicadores, no entanto, devem ser compreendidos dentro de um contexto multidis-
ciplinar, uma vez que, além dos aspectos físicos, químicos e biológicos, também 
estão inseridos os aspectos econômicos e sociais. 
A medida prática de execução do conceito de gestão e manejo sustentável 
deve considerar a série de normas propostas pela ISO 14.000, uma versão ambien-
tal da ISO 9.000, que trata da gestão da qualidade através de normas destinadas 
a repercutir em todos os aspectos das atividades do setor agrícola. No caso em 
questão, relativas à conservação e qualidade do solo, relevantes para o manejo 
sustentável de agroecossistemas. 
Esses Sistemas de cultivos, que muitas vezes utilizam recursos naturais, 
como o solo e a água, devem adaptar-se às novas normas, aplicando princípios de 
gestão e manejo ambiental em consonância com o desenvolvimento sustentável. A 
tendência nos dias atuais é que sejam assegurados níveis de qualidade ambiental 
na exploração de recursos naturais e na extração de matérias-primas utilizadas 
nos produtos oferecidos aos consumidores. Isso pode representar forte agente de 
pressão sobre fornecedores, produtores e governos. 
Os países de regiões tropicais provavelmente enfrentarão as maiores difi-
culdades para certificar seus produtos, visando à competitividade no mercado in-
ternacional com a globalização da economia. Esses países estão vulneráveis ao 
protecionismo e restrições impostas por países desenvolvidos, por possuírem os 
ecossistemas mais preservados e com maior biodiversidade do mundo. Entre ou-
tros, pode-se citar o uso desenfreado de defensivos e a ocupação dos grandes 
ecossistemas (biomas) com lavouras, que quando mal manejadas, contribuem para 
a poluição, a aceleração do processo erosivo e a redução da área de ecossistemas 
típicos, citando-se como exemplo, as veredas, o pantanal, o cerrado e a mata atlân-
tica. Esse quadro aponta para a necessidade do país investir na gestão e manejo 
sustentável dos sistemas agrícolas para a garantia da certificação de seus produtos 
e serviços, de acordo com as normas vigentes internacionais, adquirindo condições 
que garantam a competitividade de produtos e serviços no mercado globalizado.
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Manejo e Conservação de Solo e da Água
10
3. ATRIBUTOS FÍSICOS
Os atributos físicos dos solos são basicamente textura e estrutura, que depen-
dem da composição química, mineralógica e microbiológica, que definem o movi-
mento e a retenção de água e ar no solo e a consistência do solo.
3.1. Textura
Refere-se à distribuição de partículas por tamanho que, misturadas em di-
ferentes proporções, resulta em diferentes classes texturais (Figura 1). A textura, 
também chamada granulometria do solo, está relacionada à resistência dos mine-
rais constituintes das rochas ao intemperismo. Minerais menos resistentes normal-
mente são transformados em outros minerais de diferentes composições, conse-
quentemente reduzindo em tamanho, passando a fazer parte de frações mais finas 
do solo. Já aqueles de maior resistência permanecem inalterados ou sofrem pouca 
alteração, ficando como parte dos constituintes mais grosseiros ou da fração areia 
do solo. Os fragmentos maiores do que dois milímetros são chamados de frag-
mentos grosseiros, incluindo-se cascalho (2 a 20 mm), calhaus (20 a 200 mm) e 
matacões (> 200 mm). Partículas de tamanho entre 0,05 e 2 mm são classificadas 
como areia; as partículas da fração silte variam de 0,002 a 0,05 mm de diâmetro, 
e as partículas menores de 0,002 mm constituem a fração argila do solo (Ferreira, 
2010).
Solos de textura mais grosseira (arenosos) apresentam poros maiores e 
maior movimentação de água, o que pode causar a lixiviação (remoção) de nutrien-
tes para além da zona radicular das plantas. Partículas de argila (principalmente 
os silicatos de alumínio) tendem a apresentar formato de placas, possibilitando o 
surgimento de estruturas que conferem menor permeabilidade. De maneira geral, 
solos de texturas mais finas (argilosos) apresentam menor permeabilidade, exce-
tuando-se alguns latossolos (solos mais velhos) mais ricos em óxidosde ferro e 
alumínio, em que a disposição das partículas em agregados mais arredondados 
garante boa permeabilidade, apesar do elevado teor de argila. Solos siltosos tam-
bém apresentam reduzida capacidade de infiltração de água e, neste caso, menor 
resistência à erosão e predisposição ao encrostamento superficial. O Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) através de instrução normativa nº 2, 
de 9 de outubro de 2008, estabelece critérios para uso da textura na liberação de 
financiamento agrícola, conforme Tabela 1.
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Figura 1 – Classes texturais de acordo com as proporções de argila, silte e areia dos solos.
Tabela 1 – Classificação da textura conforme Instrução normativa do MAPA.
Tipos de 
Solos
Classes Critérios
1 Arenosa Argila > 10% até 15%
Argila >15% então % Areia menos 
% Argila > 50%
2 Média Argila 15% até 35% % Areia menos % Argila < 50%
3 Argilosa Argila > 35% ----
3.2. Estrutura do solo
Refere-se ao arranjo das partículas em unidades maiores chamadas agre-
gados. A união das partículas tem a participação de agentes cimentantes, princi-
palmente compostos orgânicos que são produtos da decomposição de vegetais e 
outros resíduos orgânicos no solo e de exudatos dos organismos. Partículas de 
areia não se agregam facilmente, portanto, solos arenosos possuem estrutura fraca 
ou mesmo ausência de estrutura, ao passo que solos argilosos tendem a formar 
agregados mais estáveis. Os solos podem apresentar diferentes formas e tama-
nhos de unidades estruturais (Figura 2), de acordo com a composição ou processo 
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de formação a que foram submetidos. Solos bem estruturados possuem agregados 
ou torrões maiores que não se desfazem com as operações de preparo e são mais 
resistentes à ação de chuvas ou ventos. Maiores informações sobre a estrutura do 
solo podem ser consultadas em Ferreira (2010).
Figura 2 – Tipos de unidades estruturais dos solos.
3.3. Consistência do Solo
A facilidade de se preparar ou trabalhar o solo sem que este perca a estrutura 
(seja pulverizado ou compactado) é conhecida como friabilidade. Existem solos que, 
apesar de conterem água, podem oferecer resistência ao preparo. Esses solos, via 
de regra, são também pegajosos quando molhados ou duros, quando secos. Por 
outro lado, há solos que são mais facilmente trabalhados, sem que estejam duros, 
quando estão com baixos teores de água ou pegajosos, quando o teor de água é 
mais elevado. A friabilidade é, portanto, determinada pela estrutura e umidade do 
solo, sendo uma manifestação das forças de coesão (interação sólido - sólido) ou 
adesão (interação sólido - líquido). A Figura 3 ilustra a manifestação dessas forças 
em relação ao teor de água no solo. Solos arenosos são mais friáveis, relativa-
mente aos solos argilosos. Exceção se faz aos latossolos ricos em óxidos de ferro 
e alumínio, cuja estrutura granular lhes confere maior friabilidade. Se os solos são 
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trabalhados fora da faixa de umidade que lhes confere friabilidade, corre-se o risco 
de degradação da estrutura, pulverizando, se o solo estiver seco ou compactando, 
se o solo estiver com umidade suficiente para torná-lo relativamente mais plástico 
(faixa de umidade logo acima daquela que corresponde à de friabilidade). Na Fi-
gura 3, para uma mesma força aplicada, o solo mais friável é aquele representado 
pela linha escura (SOLO 2). Nesse caso, a faixa de umidade ideal para preparo é 
mais ampla, relativamente àquele solo representado pela linha clara (SOLO 1).
Fo
rç
a d
e A
tra
çã
o
Coesão
Adesão
SOLO 2
SOLO 1
SECO ÚMIDO üüü MUITO 
üüü
SATURADO
Figura 3 – Relação entre conteúdo de água e forças de coesão e adesão no solo – consis-
tência (Kohnke, 1968).
3.4. Retenção e movimento de água no solo
A boa estruturação permite o movimento de água e ar pelo solo. O conteúdo 
de ar e de água depende da presença de espaço poroso. O ar no espaço poroso 
é indispensável para fornecer oxigênio para às raízes das plantas. Água, também 
indispensável para as plantas, ocupa o restante do espaço poroso do solo. A rela-
ção entre o conteúdo de ar e água não é fixa. Após uma chuva pesada todo o es-
paço poroso pode estar ocupado com água. Em alguns casos, o excesso de água 
não é drenado do solo e pode causar a morte das plantas não tolerantes à falta de 
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oxigênio. Por outro lado, a falta de água causa o murchamento que também leva 
as plantas à morte. A baixa umidade do solo entre aquela condição que provoca 
murchamento e morte das plantas e o máximo de umidade que o solo consegue 
reter, depois de cessado o movimento gravitacional, é chamada capacidade de 
armazenamento de água. Maiores detalhes sobre água no solo e na planta podem 
ser consultados em Jong van lier (2010) e Libardi (2010).
A infiltração de água no solo depende da porosidade. Poros de tamanho me-
nor (microporos) são responsáveis pela retenção da água no solo, enquanto os 
poros maiores permitem a passagem da água para camadas mais profundas. Re-
tenção de água representa a força que o solo (matriz sólida) faz atraindo moléculas 
de água (Figura 4). Quanto mais próximo da superfície da partícula, maior a força 
atrativa sobre as moléculas e água. Por outro lado, quanto mais distante as molé-
culas de água estiverem da superfície das partículas, maior a influência da força 
da gravidade sobre as mesmas. Em outras palavras, para que a água seja retirada 
do solo há necessidade de força. O próprio peso da água (puxado para baixo pela 
atração gravitacional) constitui-se na principal força capaz de drenar o solo. Caso a 
força exercida pela matriz sólida seja menor do que o próprio peso da água, e caso 
não haja nenhuma camada de impedimento ao movimento da água, haverá drena-
gem e, portanto, a água adicionada à superfície infiltrará no solo. O tamanho dos 
poros representa a proximidade com a matriz sólida. Microporos são aqueles com 
diâmetro menor do que 0,05 mm e macroporos são aqueles com diâmetro maior do 
que esse valor. 
A quantidade de enxurrada à superfície do solo depende diretamente da ca-
pacidade de infiltração de água. Quando a intensidade da chuva excede a capaci-
dade de infiltração do solo, haverá formação de enxurrada. A água sempre procura 
o caminho mais fácil para satisfazer a força da gravidade. A infiltração de água no 
solo e a geração de enxurrada por uma dada chuva são ilustradas na Figura 5. A 
capacidade de infiltração de água no solo é inicialmente mais elevada, quando o 
solo encontra-se seco, e diminui, à medida que o espaço poroso é ocupado. Com 
o decorrer do tempo, a velocidade de infiltração atinge um valor aproximadamente 
constante, que está relacionado à permeabilidade do solo; esse valor é tido como 
velocidade básica de infiltração de água no solo. O Departamento de Agricultu-
ra dos Estados Unidos (USDA) propõe sete classes relativas de permeabilidade 
do solo, cujos limites, adaptados para o sistema métrico, são representados na 
Tabela 2.
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Figura 4 – Ilustração de macro e microporos do solo e sua influência na drenagem ou re-
tenção de água.
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Figura 5 – Relação de dependência entre tempo e velocidade de infi ltração de água no 
solo (Adaptado de Hillel, 1970).
Tabela 2 – Limites aproximados de permeabilidade para defi nição das classes de permea-
bilidade dos solos (Adaptado de USDA, 1951).
Classe Limites mm h-1
Lenta
1. Muito lenta < 1,25
2. Lenta 1,25 – 5,0
Moderada
3. Moderadamente lenta 5,0 – 25,0
4. Moderada 25,0 – 75,0
5. Moderadamente rápida 75,0 – 150,0
Rápida
6. Rápida 150,0 – 250,0
7. Muitorápida >250
3.5. Compactação e descompactação do solo
3.5.1. Compactação do solo
A compactação de solo é um processo de perda da porosidade do solo, que 
pode ser gerado pelo manejo incorreto da lavoura e pelo uso intensivo de máquinas 
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agrícolas. As características de solos compactados são: baixa taxa de infiltração de 
água, intensificação de enxurradas, raízes deformadas, degradação da estrutura e 
alta resistência do solo às operações de preparo. Em consequência sintomas de 
deficiência de água nas plantas são evidenciados mesmo em situações de curta 
estiagem.
Constatada a existência de camada compactada indica-se abrir pequenas 
trincheiras (30 x 30 x 50 cm), visando detectar o limite inferior da camada através 
do aspecto morfológico da estrutura do solo, da forma e da distribuição do sistema 
radicular das plantas e/ou da resistência ao toque com instrumento pontiagudo. 
Normalmente, o limite inferior da camada compactada não ultrapassa 25 cm de 
profundidade, sendo que o limite superior é frequentemente detectado a partir de 
5 a 7 cm da superfície. Maiores informações sobre compactação do solo pode ser 
consultado em Silva et al. (2010).
3.5.2. Descompactação do solo
O solo compactado atrapalha o crescimento das plantas e o desenvolvimento 
das raízes. No Brasil Central, na região dos Chapadões, o processo é associado 
também ao monocultivo de culturas e problemas relacionados à qualidade do solo. 
A questão pode estar relacionada ao emprego incorreto do sistema plantio direto, 
possivelmente no manejo da rotação de culturas entre plantas de cobertura e a cul-
tura comercial. Aliado ao monocultivo, os produtores vêm fazendo o plantio sem o 
preparo do solo, que é uma prática do plantio direto. Mas, na verdade, ele não está 
cumprindo com os preceitos do sistema, que inclui rotação de culturas e também 
a cobertura permanente do solo por plantas ou palha. Um sistema é considerado 
conservacionista quando o solo está permanentemente coberto em mais de 30%. 
A adoção correta do plantio direto seria uma das maneiras de reverter o pro-
cesso da compactação do solo. Para isso, o produtor deve respeitar três impor-
tantes premissas: o não revolvimento do solo, a rotação de culturas e a cobertura 
vegetal. As espécies vegetais utilizadas de cobertura com grande quantidade de 
massa, tanto na parte aérea quanto na parte radicular, torna o solo rico em carbono 
e, portanto, menos suscetível à compactação. 
Existem também técnicas mecânicas que podem ser utilizadas para reverter 
à compactação do solo. Podemos lançar mão de práticas, como a escarificação 
ou a subsolagem, mas a sua utilização de forma isolada não é duradoura e não 
tem efeito por várias safras. Se não houver a incorporação de matéria orgânica a 
descompactação não será duradoura, por isso recomenda-se, sobretudo a ado-
ção de plantas com sistema radicular muito abundante (gramíneas) e ou pivotante 
(leguminosas).
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Para descompactar o solo indica-se usar implementos de escarificação con-
tendo hastes com ponteiras estreitas (não superior a 8 cm de largura), reguladas 
para operar imediatamente abaixo da camada compactada. O espaçamento entre 
as hastes deve ser de 1,2 a 1,3 vezes a profundidade de trabalho. A descompac-
tação deve ser realizada em condições de solo com baixa umidade. Os efeitos be-
néficos dessa prática dependem do manejo adotado após a descompactação. Em 
sequência às operações de descompactação do solo é indicada a semeadura de 
culturas, que apresentem grande produção de massa vegetal em elevada densida-
de de plantas e de sistema radicular abundante, caso contrário, tal prática mecâni-
ca terá efeito de curta duração. Em geral, havendo intensa produção de biomassa 
em todas as safras e controle do tráfego de máquinas na lavoura, a escarificação 
do solo não necessitará ser repetida.
A compactação é uma das principais causas de decréscimo da produtividade 
dos solos agrícolas. A escarificação mecânica tem sido sugerida para reduzir a 
compactação do solo em áreas sob sistema de plantio direto consolidada. Outra 
opção para aliviar a compactação é o uso de plantas de cobertura com sistema 
radicular pivotante e bem desenvolvido, como o nabo-forrageiro, com capacidade 
de crescer em camadas compactadas, formar bioporos estáveis e melhorar os atri-
butos físicos do solo (Nicoloso et al., 2008).
Estudos desenvolvidos por Nicoloso et al. (2008) avaliando a eficiência do 
método mecânico (escarificador) e do método biológico (nabo-forrageiro) de des-
compactação do solo ou de ambos associados, em promover a melhoria dos atri-
butos físicos de um Latossolo de textura muito argilosa e o rendimento de grãos 
da cultura da soja manejada sob plantio direto. Segundo os autores os tratamentos 
não afetaram significativamente a densidade do solo em nenhuma das camadas 
avaliadas, no entanto os tratamentos aveia-preta em semeadura direta e consórcio 
de nabo-forrageiro e aveia-preta em solo escarificado duplicaram os valores de 
macroporosidade do solo na média da camada 0–0,20 m, com efeitos mais pronun-
ciados nas camadas mais superficiais do solo. 
Os tratamentos consórcio de nabo-forrageiro e aveia-preta em semeadura 
direta e consórcio de nabo-forrageiro e aveia-preta em solo escarificado reduziram 
a resistência do solo à penetração em relação ao tratamento aveia-preta em seme-
adura direta, enquanto o tratamento aveia-preta em solo escarificado teve compor-
tamento intermediário. Os tratamentos consórcio de nabo-forrageiro e aveia-preta 
em solo escarificado e consórcio de nabo-forrageiro e aveia-preta em solo escari-
ficado aumentaram, em média, 46,6 % a lâmina de água infiltrada em relação aos 
tratamentos aveia-preta em semeadura direta e aveia-preta em solo escarificado. 
O maior rendimento de grãos de soja foi observado no tratamento consórcio de 
nabo-forrageiro e aveia-preta em solo escarificado (3,73 Mg ha-1), que não diferiu 
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significativamente do consórcio de nabo-forrageiro e aveia-preta em semeadura 
direta (3,49 Mg ha-1). 
A escarificação mecânica do solo teve efeito temporário e não foram constata-
das melhores condições físicas do solo após nove meses, com exceção do aumen-
to da porosidade total e macroporosidade do solo na camada 0–0,05 m. Por outro 
lado, a escarificação biológica aumentou a macroporosidade do solo, diminuiu sua 
resistência à penetração e melhorou a infiltração de água. A escarificação mecâ-
nica foi uma alternativa eficiente em melhorar as condições físicas do Latossolo 
textura muito argilosa quando associada à escarificação biológica, que preveniu a 
reconsolidação do solo.
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4. EROSÃO DO SOLO
Sob condições naturais, a lenta perda de sedimentos pelo processo erosivo 
é responsável por esculpir a superfície sólida do planeta, tratando-se, portanto, 
de um processo natural que se desenvolve através dos séculos ou milênios. Esse 
fenômeno é chamado erosão geológica ou normal e constitui-se em agente de for-
mação de paisagens.
A paisagem é a expressão dos fatores de formação do solo (clima, material 
de origem, organismos e tempo). Em área de topografia plana, a erosão geológica 
é basicamente causada pelo vento, enquanto que em topografia mais movimenta-
da a água, pelo impacto de gotas e arraste pela enxurrada, é a principal causa de 
formação da paisagem. 
Ao contrário da erosão geológica, a erosão acelerada é um fator de destruição 
de paisagens. Alguns autores sugerem que cerca de 20 cm de solo perdidos pela 
erosão perdemos de 200 a 2000 anos de trabalho da natureza.
Erosão inclui a desagregação, transporte de material de solo pela água ou 
vento e deposição. Desde o Grand Canyon (Rio Colorado nos Estados Unidos) ou 
asplanícies do Rio Nilo (Egito), às pequenas voçorocas e sulcos das propriedades 
agrícolas e áreas urbanas, todas atestam a força da água e/ou do vento no proces-
so de erosão. As águas ricas em sedimentos em suspensão durante as grandes 
chuvas mostram o solo sendo levado. A força da água pode transportar grandes 
quantidades de solo. No Brasil, o estado de São Paulo perde anualmente cerca de 
130 milhões de toneladas de terra, o que representa 25% daquilo que perde o país 
como um todo. 
Algumas áreas erodidas chegam a perder toda a camada superficial e, em 
alguns casos, parte do subsolo, depreciando o valor da terra, não somente pelo fato 
de torná-la improdutiva, mas pelo elevado grau de dificuldade na recuperação e 
impossibilidade de reincorporação ao processo produtivo. A erosão representa um 
impacto irreversível quando resulta em perdas de solo mais rapidamente do que o 
processo de formação consegue repor. Práticas agrícolas de controle da erosão, 
como o cultivo em nível e terraceamento podem diminuir a erosão, como será dis-
cutido posteriormente. 
4.1. Erosão hídrica 
A energia das gotas de chuva, que promove o deslocamento de partículas do 
solo, é agente primário da erosão, particularmente em solos descobertos. As par-
tículas podem ser lançadas a mais de 0,5 m de altura e 1,5 m de distância da sua 
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posição original. A quantidade de energia imposta pelas gotas supera aquele da 
enxurrada, desconsiderando-se a turbulência da enxurrada. Dependendo da resis-
tência do solo a erosão se manifesta de diferentes formas.
4.1.1. Erosão pelo impacto da gota de chuva
Esta forma de erosão resulta do impacto da gota sobre a superfície do solo, 
conhecida também como salpicamento, e atua diretamente sobre agregados fracio-
nando-os em partículas e agregados menores. Grande quantidade de sedimentos 
é atirada ao ar, chegando a promover perdas de 50 a 90 vezes maior do que as 
causadas pela enxurrada (Schwab et al., 1993). A relação entre erosão, momento 
da chuva e a energia é determinada pela massa das gotas, a distribuição de tama-
nho, a forma, a velocidade e a direção das gotas. A relação entre intensidade de 
chuva e a energia pode ser expressa, de acordo com Wischmeier & Smith, (1958), 
por:
E = 0,119 + 0,0873 log10I
onde E: energia cinética em MJ (ha-mm)-1, 
I: intensidade da chuva mm h-1
Alguns fatores afetam a direção e a distância do salpicamento de sedimentos 
pelas gotas. Em terrenos declivosos, os sedimentos são lançados mais distantes 
no sentido do declive, comparativamente ao sentido oposto, não somente devido 
à distância percorrida, mas também pelo ângulo de impacto da gota com a super-
fície. Velocidade de vento, cobertura vegetal e rugosidade da superfície do terreno 
também são fatores que afetam a relação gota e salpicamento de sedimentos. A 
cobertura vegetal é a forma mais eficiente de proteção contra essa forma de erosão 
hídrica.
4.1.2. Erosão laminar
A erosão em lençol, superficial, laminar ou entre sulcos, caracteriza-se por 
desgastar uniformemente a superfície do solo em finas camadas, resultante do 
fluxo superficial da água. Estudos empregando técnicas de microfotografia indicam 
que essa forma de erosão raramente ocorre. Na verdade, ocorre a formação de 
pequenos sulcos. A constante troca de posição desses microscópicos sulcos dão 
a falsa impressão de que a erosão está desgastando uniformemente a superfície 
do terreno. A combinação de erosão por salpicamento e erosão laminar resulta na 
erosão entre sulcos.
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Essa forma de erosão é, muitas vezes, imperceptível em seu estágio inicial. 
Entretanto, em estágios avançados, o solo apresenta cores mais claras, a enxurra-
da apresenta sedimentos em suspensão, há decréscimo no rendimento das colhei-
tas e, finalmente, há o afloramento das raízes das plantas perenes. Essa forma de 
erosão pode chegar a atingir o horizonte C dos solos. Para efeito de classificação 
do grau de comprometimento do solo faz-se uma comparação do solo erodido com 
uma situação do mesmo solo em condições preservadas (sem a ocorrência da 
erosão) como, por exemplo, uma área de cultivo comparada a uma área de preser-
vação adjacente. 
4.1.3. Erosão em sulcos
A erosão em sulcos, em canais ou em ravinas caracteriza-se pela presença de 
sulcos sinuosos que se localizam ao longo dos declives em consequência das cor-
rentes de água (enxurrada) que escorrem sobre o terreno por ocasião das chuvas 
intensas (ou de chuvas cuja intensidade supera a capacidade de infiltração de água 
no solo). Muitas vezes, a erosão laminar evolui para a erosão em sulcos, embora 
nem sempre seja o início desta forma de erosão. 
Muitos fatores podem determinar o estabelecimento da erosão em sulcos. 
Deve-se, no entanto, salientar que a aração acompanhando o declive do terreno é 
um poderoso aliado da erosão em sulcos. 
Além de desgastar e empobrecer o solo, como qualquer outra forma de ero-
são, a erosão em sulcos em estágio avançado representa um grave impedimento 
ao preparo do solo e aos cultivos, devido às dificuldades impostas ao tráfego de 
máquinas. 
4.1.4. Erosão por deslocamento de massa
Essa forma de erosão pela água é muito comum nos terrenos arenosos. Os 
solos menos estruturados são particularmente sujeitos à erosão por deslocamen-
to de massa. Geralmente, se processa nos sulcos deixados pela enxurrada que 
são, comumente, tortuosos. A corrente de água atrita fortemente com as margens 
sinuosas, provocando os desmoronamentos. Com o decorrer do tempo, os sulcos 
podem evoluir para voçorocas. 
A essa forma de erosão são atribuídos os desmoronamentos de aterros de es-
tradas e os bruscos desabamentos, resultantes da erosão subterrânea, que formam 
grandes galerias e culminam com desabamentos, muitos deles em áreas urbanas. 
Algumas voçorocas podem ter origem nessa forma de erosão. Áreas de aterro mal 
estabilizadas estão, particularmente, sujeitas a essa forma de erosão hídrica. Esse 
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tipo de erosão hídrica está associada a grandes catástrofes ocorridas no Brasil em 
Petrópolis e Teresópolis no RJ e em SC no Vale do Itajaí.
4.1.5. Erosão em queda
A erosão em queda é relativamente de pequena importância agrícola. Essa 
forma de erosão se manifesta, principalmente, em canais escoadouros, quando a 
água se precipita de um barranco, formando uma pequena queda-d’água. Essa 
queda provoca o solapamento da base do barranco, ocasionando desmoronamen-
tos periódicos que determinam a formação de um sulco que progride no sentido 
contrário do sentido da corrente da água. Essa forma de erosão tem maior impor-
tância em taludes de voçorocas e de estradas não pavimentadas por também se-
rem locais de ocorrência de queda-d’água.
4.1.6. Erosão em pedestal
Trata-se da formação de pequenos pedestais em locais protegidos por pe-
quenas pedras, agregados resistentes ou pedaços de material vegetal. Nesse caso 
há a remoção de sedimentos ao redor desses “escudos”, principalmente por sal-
picamento de partículas, em solos de pouca ou nenhuma estruturação ou mesmo 
horizonte C exposto. 
4.1.7. Voçorocas
Canais ou gargantas profundas causadas pela água. As voçorocas represen-
tam uma evolução da erosão em sulcos e o deslocamento de massa, onde não 
são tomadas medidas para remediação das destas. Outras causas do surgimento 
de voçorocas são a mineração desordenada, a falta de manutenção em cortes 
de estradas e o surgimento de pequenos sulcos na parte baixa de encostas que 
evoluem, encosta acima e lateralmente, por deslocamento de massa ou quedas. 
Alguns solos são notadamente mais susceptíveis a essa forma de erosão, prin-
cipalmente aqueles cujo horizonte B e/ou C friáveis e pouco espessos. Por outro 
lado, solos com horizonte B argílico são, comparativamente, mais resistentes a 
essa forma de erosão.Algumas regiões se destacam pela ocorrência de voçorocas, 
como Morro do Ferro (distrito de Oliveira), Cachoeira do Campo, Nazareno, Lavras 
e São João Del Rei, localizados nas regiões dos Campos das Vertentes e sul do 
estado de Minas Gerais (Martins et al. 2011, Gomide et al. 2011). Nesses casos, 
associações de latossolos nas partes mais elevadas das encostas com cambisso-
los nas partes mais baixas têm sido apontadas como agravante no surgimento de 
voçorocas (Silva et al., 1993).
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24
Estudos conduzidos por Gomide et al. (2014), de caracterização da vegetação 
presente em diferentes segmentos das voçorocas, leito, terço médio sem vegeta-
ção e terço médio com vegetação, além de um fragmento com vegetação nativa, 
localizado próximo às áreas das voçorocas e adotado como referência. Na área da 
voçoroca 3, realizou-se o estudo nos locais em que foram implantados eucalipto e 
candeia (Eremanthus erythropappus), sendo esses segmentos aqui denominados 
como terço médio com eucalipto e terço médio com candeia. A erosão hídrica im-
pactou a cobertura vegetal, bem como alguns dos atributos do solo, especialmente 
nos segmento terço médio sem vegetação, onde a vegetação foi eliminada, em 
razão, principalmente, da redução dos valores de diâmetro médio geométrico dos 
agregados e condutividade hidráulica do solo saturado e aos baixos teores de Ca+2 
e Mg+2 trocáveis, K+ e P disponíveis e matéria orgânica. Houve predomínio das fa-
mílias Poaceae, Melastomataceae e Gleicheniaceae, as quais foram responsáveis 
pelo recobrimento de mais de 90% das áreas das voçorocas. As áreas de voçoro-
cas apresentaram predominantemente vegetação de plantas pioneiras, indicando 
que elas se encontram em estádio sucessional inicial.
4.2. Erosão pelo vento (Eólica)
A erosão eólica consiste no transporte das partículas do solo pela ação do 
vento, em suspensão, por rolamento de partículas ou aos saltos. Partículas me-
nores de 0,1mm de diâmetro são normalmente transportadas em suspensão. Par-
tículas do tamanho da areia (0,5 – 2,0 mm) são transportadas por rolamento à 
superfície. Partículas intermediárias são transportadas ora em suspensão, ora por 
rolamento (saltos). 
Essa forma de erosão é de grande importância em regiões onde a velocidade 
do vento predominantemente são superiores a 15 km h-1, a 30 cm da superfície. 
Ventos com velocidade inferior a esta são considerados não erosivos para solos mi-
nerais. No Brasil, a erosão eólica está restrita as áreas planas no litoral, do planalto 
central, nordeste e no sul. A região de Alegrete, RS está entre as áreas com grande 
incidência de erosão eólica, entretanto esse tipo de erosão não é expressivo no 
Brasil.
Em várias regiões da África, parte das terras tem perdido a vegetação devido 
à seca, superpastoreio e uso de práticas inadequadas nos cultivos. Isso tem re-
sultado em extensas áreas com erosão eólica. A região das Planícies dos Estados 
Unidos já passou por quatro sérios períodos de erosão eólica desde a ocupação, 
no século XVII. Em áreas de baixa pluviosidade (< 300 mm de chuva por ano), os 
solos não apresentam umidade suficiente para suportar as culturas. Em várias 
dessas áreas os agricultores plantam as culturas esperando por chuva. Quando as 
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chuvas não vêm, eles aram novamente a terra, preparando para outro plantio. Daí, 
o solo solto e seco fica exposto, favorecendo a erosão eólica. 
Algumas práticas de conservação do solo e tipos de manejo da terra ajudam 
na prevenção contra a erosão. A adoção dessas, isoladamente ou em conjunto, 
depende do estudo da viabilidade e eficiência das mesmas, o que é definido pela 
cultura, tipo de solo, topografia e poder aquisitivo do agricultor.
4.2.1. Controle da erosão eólica
A erosão eólica pode ser reduzida se o solo for protegido contra o vento, em 
estruturas vegetais conhecidas como quebra ventos. A melhor forma de proteção é 
a colocação ou manutenção de faixas de vegetação de porte mais alto a espaços 
regulares com a função de diminuir a velocidade do vento. 
As práticas de preparo do solo para plantio e o próprio plantio deixam o solo 
exposto ao vento. Os quebra-ventos reduzem a velocidade dos ventos, consequen-
temente, reduzindo a quantidade de solo transportado. Em alguns casos, fileiras 
de arvores são plantadas (Tabela 3); em outros, a alternância de faixas da cultura 
de porte baixo e alto, e diferentes densidades de plantio, ajudam a controlar essa 
forma de erosão. 
Tabela 3 – Espécies arbóreas utilizadas como quebra-vento em áreas cultivadas.
Nome popular Nome científico
Eucalipto Eucalyptus sp.
Jambolão Syzygium cumini
Alamo Piramidal Populus nigra
Alstonia Alstonia macrophylla
Cedrinho ou cipreste Cupressus lusitana
Grevílea Arbórea Grevillea robusta
Melaleuca Folha Larga Melaleuca leucadendron
Pinus Pinus illiotiis
Sansão do Campo Mimosa caesalpiniaefolia
Vime Piramidalis Salix nigra
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4.3. Taxa de formação e tolerância de perdas de solo por 
erosão hídrica
A determinação da taxa de formação de solo é dificultada por depender da 
interação de vários fatores e processos de formação do solo. Nas regiões tropicais, 
onde os fatores climáticos condicionam um intenso processo de intemperismo, es-
tima-se que a taxa de formação do solo é de 2,5 cm em 30 anos. Para condições 
menos intensas a taxa é de 2,5 cm em 300 a 1000 anos (Lal, 1984). Segundo 
Hudson (1995), a taxa de formação de um solo é de cerca 120 a 400 anos, para a 
formação de uma camada de 1 cm, em outras palavras são necessárias de 12.000 
a 40.000 anos para a formação de 1 m de solo. Segundo Buol et al. (1973), a taxa 
de formação de solo para o mundo pode variar de 0,01 a 7,7 mm ano-1. Dunne et 
al. (1978), estimaram que a taxa de formação de solo para o Quênia é de 0,01 a 
0,02 mm ano-1 para as regiões úmidas e inferior a 0,01 mm ano-1 para as regiões 
semiáridas.
Segundo Resende et al. (1988), os ganhos por intemperização (taxa de for-
mação de solo) são maiores nos solos eutróficos, com minerais facilmente intempe-
rizáveis, quer sejam planos ou acidentados. Nos acidentados, as perdas e ganhos 
são grandes. Em alguns casos, as produções são elevadas mesmo sem a adição 
de adubos e corretivos, porém, mantendo-se em níveis compensadores por poucos 
anos. Nos solos distróficos, os ganhos por intemperização são geralmente muito 
pequenos, devido à ausência ou à quase ausência de minerais primários facilmen-
te intemperizáveis que possam constituir fonte de nutrientes para as plantas. A 
uma taxa de intemperização de 2,7 mm ano-1, supondo uma densidade do solo de 
1,3 g cm-3, ter-se-á ganhos de solos de cerca de 3,51 kg m-2 ano-1, ou seja, 35,1 t ha-
1, uma taxa correspondente a uma erosão acelerada, isto é, altas taxas de erosão 
podem ser compensadas por intemperização equivalente (Resende et al. 1988).
No cálculo da taxa de formação dos solos devem ser consideradas as proprie-
dades físicas e químicas, as características morfológicas e a profundidade efetiva 
do solo. O tipo de horizonte diagnóstico presente também é um importante ponto 
a ser considerado, podendo apresentar atributos favoráveis ou desfavoráveis ao 
desenvolvimento das raízes e, consequentemente, na sustentabilidade dos solos. 
A taxa de formação do solo é utilizada para estimar a tolerância de perdas de solo. 
Quando as perdas excedem a taxa de formação do solo significa que o manejo 
adotado não é sustentável por um longo período para essas condições. Numa si-
tuação ideal, as perdas por erosão devem ser compensadas pelo acréscimo dado 
pela formação de novo material do solo.
Resultados práticos ainda são poucos registrados na literatura. Entretanto, 
alguns resultados podem ser encontrados. Para solos agrícolas a FAO (1965), ad-
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mite perdas da ordem de 12,5 t ha-1 ano-1 para solos profundos, permeáveis e bem 
drenados, e 2 a 4 t ha-1 ano-1 para solos rasos ou impermeáveis. 
4.4. Erosão hídrica e impactos ambientais
Atualmente, existe uma grande preocupação em relação às perdas de nu-
trientes, defensivos e carbono orgânico e à poluição ambiental, oriundas da erosão 
hídrica em sistemas agrícolas. As perdas de matéria orgânica, macro e microele-
mentos podem comprometer a produtividade das culturas, devido à diminuição da 
fertilidade do solo, causar aumento do custo de adubação, além de impactos no 
meio ambiente, como assoreamento e poluição de mananciais, comprometendo a 
qualidade e a biodiversidade das águas. Dessa forma a erosão hídrica causa im-
pactos ambientais, econômicos e sociais. 
A presença do carbono orgânico é de grande importância para que o solo 
apresente boas condições físicas, químicas e biológicas. Os teores de carbono 
orgânico é um dos indicadores de qualidade do solo em sistemas agrícolas. Per-
das de matéria orgânica por erosão têm grande importância para os processos 
de poluição de mananciais, na medida em que a biodegradação de compostos 
orgânicos em rios e lagos eleva a demanda bioquímica de oxigênio, colocando em 
perigo a vida aquática. A aplicação de biossólidos na agricultura é também motivo 
de preocupação em virtude da possibilidade de movimentação de nitratos e metais 
pesados nos sedimentos. 
Os defensivos presentes no solo arrastado pela erosão, quando atingem cur-
sos de água e/ou são depositados em áreas de preservação, poderão ser liberados 
com a mudança das condições físico-químicas do meio. O transporte de pesticidas 
na água por escoamento superficial ou enxurrada, tem sido considerado como um 
dos maiores meios de contaminação de rios e lagos. No deflúvio, a água carrega 
substâncias solúveis ou adsorvidas nas partículas de solo erodido. 
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5. PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS, SISTE-
MAS DE PREPARO E MANEJO DO SOLO
5.1. Práticas conservacionistas
5.1.1. Práticas Vegetativas
Uma boa cobertura vegetal é a forma mais eficiente de controle da erosão. 
A parte aérea da vegetação protege o solo contra o impacto das gotas de chuva e 
dificulta o movimento da enxurrada. Já o sistema radicular confere ao solo maior 
resistência à desagregação e ao transporte de partículas, além de melhorar as con-
dições de infiltração de água no solo, notadamente das gramíneas. 
As práticas vegetativas de controle da erosão podem ser usadas em associa-
ção com métodos mecânicos descritos posteriormente. Dependendo da declivida-
de e da natureza do solo, as práticas vegetativas podem, sem a necessidade de 
práticas mecânicas, controlar eficientemente a erosão. 
As principais práticas vegetativas para conservação do solo e da água são: 
rotação de culturas, culturas em faixas de rotação e de retenção, pastagens, reflo-
restamento e adubação verde. A vegetação é utilizada, ainda, para o controle da 
erosão em sulcos, estabilização de canais escoadouros, quebra-ventos e estabili-
zação de voçorocas. 
5.1.1.1. Rotação de culturas
Rotação de cultura consiste na sucessão mais ou menos regular de diferentes 
culturas numa mesma gleba ou faixa do terreno. A rotação de culturas tem como 
benefícios: a) evitar o esgotamento do solo em determinados nutrientes, favorecen-
do o uso mais equilibrado das reservas nutricionais do solo; b) reduzir a incidência 
de doenças e pragas; c) melhorar a agregação do solo, com o emprego de plantas 
com diferentes sistemas radiculares; c) redução da erosão, quando o sistema de 
rotação é feito em faixas, com as faixas de culturas mais densas atuando como 
dissipadores de energia da enxurrada.
No caso de redução de incidência de doenças e pragas, muitos patógenos 
ficam preservados na palhada das culturas de uma safra para outra. Dessa forma, 
quando se cultiva uma cultura sobre seus restos, a possibilidade de incidência de 
doenças aumenta. Outro aspecto também benéfico da rotação de culturas é a diver-
sificação de atividades que contribui para a redução de riscos da atividade agrícola. 
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A rotação entre gramíneas e leguminosas é benéfica para ambas. A legumino-
sa tem capacidade de fixar nitrogênio atmosférico. Por outro lado, seu sistema radi-
cular, do tipo pivotante, é menos eficiente na agregação do solo, comparativamente 
as gramíneas. O resultado final da rotação deve ser sempre a redução na perda de 
solo e água, em relação às perdas que ocorreriam se o solo fosse cultivado conti-
nuamente com a mesma cultura. 
A rotação de culturas varia com a natureza do solo, condições econômicas, 
sistema de manejo e especialização agrícola da região. O sistema de rotação que 
inclui uma cultura principal, grãos, por exemplo, e gramíneas ou consorciação de 
gramíneas e leguminosas, pode ser considerado básico. No entanto, deve-se ana-
lisar, para cada região, as possibilidades de rotação que melhor se adequar à re-
alidade econômica e social, tanto em termos de quais culturas utilizar quanto em 
termos de melhor época de implantação, para que os principais objetivos possam 
ser alcançados. 
5.1.1.2. Culturas em faixas de rotação
Entre os fatores que influenciam na erosão está o comprimento da rampa ou 
lançante. A enxurrada em rampas muito longas aumenta em volume e velocidade, 
aumentando a energia à medida que desce a encosta (rampa). Consequentemen-
te, o seu poder erosivo aumenta com o comprimento da rampa. O cultivo em fai-
xas, a exemplo do terraceamento, parcela a rampa em segmentos mais curtos. No 
caso de faixas de culturas de diferentes densidades de parte aérea, essas atuam 
como dissipadores de energia ao longo da encosta, reduzindo o poder erosivo da 
enxurrada. 
Essa prática consiste na disposição das culturas em faixas niveladas, de lar-
guras variáveis e alternadas. As culturas com diferentes densidades de plantio são 
plantadas em faixas alternadas de forma a se constituírem em obstáculos contra a 
enxurrada.
5.1.1.3. Culturas em faixas de retenção
A faixa de retenção é uma prática que diminui a erosão por obstruir o caminho 
da enxurrada. Trata-se do plantio, geralmente de gramíneas como cana-de-açúcar, 
capim napier, erva cidreira, etc., que não sejam plantas invasoras, em faixas com 
distância também definida como no caso de terraços. A faixa de retenção é consti-
tuída de 3 a 5 linhas da planta protetora, em espaçamento bem mais reduzido do 
que o geralmente recomendado no plantio convencional dessas espécies. 
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Em declives mais suaves essa prática garante eficiente controle da erosão. As 
faixas podem também ser empregadas em adição aos terraços, quando cultivadas 
logo após o camalhão destes, garantindo maior estabilidade e eficiência dessa prá-
tica mecânica no controle da erosão. Essas faixas, permanentes ou temporárias, 
não fazem parte do plano de rotação, frequentemente são dedicadas à produção 
de forragem. Em condições especiais, poderiam se prestar para frutas silvestres, 
principalmente, para alimentação e abrigo da fauna. 
As faixas de retenção, uma vez instaladas, apresentam vantagem de cons-
tituir um guia permanente para as mobilizações do solo e para o plantio em nível. 
Essa prática conservacionista é recomendada para terrenos plantados com cul-
turas anuais ou perenes e, especialmente, para declives irregulares, onde alguns 
pontos necessitam de proteção especial. Faixas de retenção, geralmente, dispen-
sam cuidados especiais de manutenção, podendo haver necessidade, apenas, de 
replantes nas falhas que por ventura tenham ocorrido no início da instalação. 
5.1.1.4. Culturas de proteção e adubação verde
Cultura de proteção tem a função de proteger o terreno da ação de chuva e 
ventos durante o período de entressafra da cultura principal. Geralmente,se em-
prega alguma espécie de leguminosa que, além da proteção, garante boa fixação 
biológica de nitrogênio. As leguminosas produzem matéria orgânica de fácil decom-
posição, relativamente às gramíneas, o que as torna excelente adubo verde. Adubo 
verde é a prática de se enterrar no solo o tecido vegetal verde, evidentemente, não 
decomposto. Se o solo apresentar condições apropriadas para a decomposição, o 
material assim adicionado propiciará maior capacidade de produção agrícola, por 
melhorar a condição de estruturação e aumentar a quantidade de nutrientes, princi-
palmente nitrogênio. A escolha da cobertura vegetal depende de condições locais, 
preço e uso das eventuais colheitas. A cultura ideal para servir como adubo verde 
deverá apresentar crescimento rápido, fornecer boa cobertura e ser tolerante à de-
ficiência nutricional ou à toxidez de alumínio. Plantas de raízes abundantes e que 
ofereçam boa cobertura vegetal são ideais como plantas de cobertura e adubação 
verde. 
Entre as espécies recomendadas como adubo verde estão as leguminosas: 
trevo, crotalária, ervilhaca, alfafa, caupi; e entre as não leguminosas: azevém, cen-
teio e aveia. A escolha da espécie vegetal a ser usada como cobertura ou adubo 
verde depende da região. Quando incorporadas ao solo, no caso das gramíneas, 
há necessidade de aplicação de adubo nitrogenado para evitar que os microrga-
nismos retirem esse elemento do solo para a decomposição dos restos vegetais. A 
produção de sementes mantém uma boa cobertura. Os cortes periódicos produzem 
grande quantidade de matéria orgânica na superfície do solo, que constitui impor-
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tante barreira contra o impacto de gotas de chuvas e a incidência direta de raios 
solares, propiciando menor amplitude de variação de temperatura na superfície do 
solo, o que melhora as condições para desenvolvimento de organismos.
5.1.2. Práticas mecânicas
5.1.2.1. Cultivo em contorno ou plantio em nível
O cultivo em contorno, também conhecido como plantio em nível, consiste 
em dispor as fileiras de plantas e realizar todas as operações de cultivo em sentido 
transversal à declividade do terreno, em curvas de nível ou linhas em contorno. 
Todos os trabalhos culturais em um solo, do preparo à colheita, devem ser feitos 
acompanhando as curvas de nível do terreno, sempre associando às demais prá-
ticas. Essa prática pode ser utilizada isoladamente no controle da erosão apenas 
em terrenos em declividade menor que 3% e em pequeno comprimento de rampa 
(Pruski et al., 2006).
No cultivo em contorno, o preparo do solo e a semeadura aumentam a rugosi-
dade orientada oposta ao sentido do declive, proporcionando assim o aumento do 
armazenamento e da infiltração de água no solo. Além disso, o cultivo em contorno 
filtra os sedimentos, retarda o início da enxurrada e reduz o volume de escoamento 
superficial e as perdas de solo (Bertoni & Lombardi Neto, 2010). A rugosidade ao 
acaso, caracterizada pela ocorrência aleatória de microelevações e microdepres-
sões na superfície do solo, também reduz as perdas de solo e água, pois aumenta 
a retenção superficial da água da chuva. Quando o preparo do solo é feito no sen-
tido do declive, o processo erosivo é acelerado, pois os sulcos e as linhas das cul-
turas formam corredores, por onde a água desce livremente e adquire velocidade 
suficiente para causar erosão, principalmente nos solos de baixa infiltração (Pires 
& Souza, 2003).
Além de permitir um bom controle da erosão do solo, devido à redução do 
volume de escoamento superficial, o cultivo em contorno proporciona a redução do 
tempo gasto nos tratos culturais, dependendo da declividade do terreno e do tipo de 
solo e economia de combustível nos tratos culturais, devido ao fato de a máquina 
trabalhar em velocidade mais uniforme, reduzindo as trocas de marcha.
O plantio em nível forma os pequenos sulcos através da encosta. A água é 
armazenada nos sulcos e, por isso, mais água é infiltrada e menos água é escoada. 
O escoamento que realmente ocorre é normalmente mais lento e menos erosivo. 
Esse tipo de cultivo reduz a erosão de chuvas de baixa ou média intensidade, mas 
oferece muito pouco ou nada de proteção contra tempestades pesadas capazes de 
inundar os sulcos formados pelo cultivo. De acordo com Troeh & Thompson (2007), 
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na média, cultivo em nível diminui a perda de solo em, aproximadamente, 50% em 
encostas leves (2 a 7% de declive e comprimento moderado). O escoamento de 
encostas com menos de 2% não é um problema, exceto em casos em que a per-
meabilidade do solo é muito menor do que as taxas de chuva. Plantio em nível é 
menos benéfico em encostas mais planas do que em encostas leves. As encostas 
mais íngremes armazenam água nas depressões atrás dos pequenos cumes que, 
por serem menores, são mais fáceis de transbordar e menos eficazes no controle 
do escoamento. A eficácia de cultivo em nível nas encostas moderadas pode ser 
incrementada usando semeadoras ou outros implementos que produzem superfí-
cies ásperas.
Quando é utilizado sem nenhuma outra prática, em terrenos de topografia 
acidentada, em regiões de chuvas intensas ou em solos de grande erodibilida-
de, há um aumento do risco de formação de sulcos de erosão, pois as pequenas 
leiras, rompendo-se, podem soltar a água que estava acumulada e o volume da 
enxurrada aumentando cada vez mais em cada leira sucessiva causa um prejuízo 
acumulativo.
Entre as práticas vegetativas, o preparo do solo, o plantio e a execução de 
todos os trabalhos acompanhando as curvas de nível (cultivo em contorno) cons-
tituem-se em atividade indispensável para a conservação do solo, devendo sem-
pre serem associadas às demais práticas, quaisquer que sejam as condições do 
terreno.
5.1.2.2. Terraceamento
Terraços são canais e camalhões de terra, construídos em nível (sem gradien-
te) ou em desnível (com gradiente), no sentido perpendicular à direção do declive. 
Essa prática tem sido usada há séculos em países carentes em áreas de topografia 
mais plana. Muitos fatores, como o comprimento da encosta no sentido do declive, 
o tipo de solo, tipos de cultura a ser cultivada e quantidade de chuvas determinam 
a necessidade e eficiência dos terraços, bem como a distância entre eles e as di-
mensões dos mesmos são estruturas dimensionadas em toda sua etapa (Pruski et 
al., 2006).
O terraceamento é uma das práticas de controle da erosão hídricas mais di-
fundidas entre os agricultores. Consiste na construção de terraços (estruturas com-
postas de um canal e um dique ou camalhão), no sentido transversal à declividade 
do terreno, formando obstáculos físicos capazes de reduzir a velocidade do esco-
amento e disciplinar o movimento da água sobre a superfície do terreno (Bertoni & 
Lombardi Neto 1990; Bertolini et al. 1994; Pruski et al., 2006; Pruski et al. 2009).
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Esse sistema pode ser descrito como um conjunto de terraços adequada-
mente espaçados, com o objetivo de reter e infiltrar ou conduzir, com velocidade 
controlada, o escoamento superficial para fora da área protegida, sendo a eficiên-
cia desse sistema dependente do correto dimensionamento do espaçamento entre 
terraços e de sua seção transversal (CODASP, 1994).
Práticas como plantio em nível, rotação de culturas, controle das queimadas 
e manutenção da cobertura morta na superfície do solo, são de fundamental impor-
tância para se obter maior eficácia no sistema de terraceamento.
Terraço é normalmente muito efetivo. Muitos terraços são tão velhos quanto 
os Romanos na Europa, os Incas na América do Sul e os povos do sudeste asiático. 
Esses e outros povos antigos fizeram muitos declives parecerem escadarias gigan-
tescas, construindo terraços de cima para baixo. Muitos desses terraços elimina-
ram completamente o efeito do declivepor meio de paredes de pedras verticais. 
O terraceamento de áreas agrícolas tem por objetivo reduzir o comprimento da 
rampa onde se processa o escoamento superficial, reduzindo a velocidade desse 
e, consequentemente, a tensão de cisalhamento, que ocasiona a liberação e o ar-
raste das partículas de solo. Assim, a erosão do solo pode ser bastante reduzida 
ou até mesmo evitada. O aumento da infiltração de água no solo também é um dos 
objetivos visados quando da construção de terraços, principalmente dos terraços 
em nível.
Abaixo, algumas vantagens que podem ser conseguidas com a adoção do 
terraceamento em áreas agrícolas:
a) redução da velocidade e do volume do escoamento superficial;
b) redução das perdas de solo, água, defensivos e insumos;
c) aumento da umidade do solo, uma vez que há maior infiltração de água;
d) redução da vazão de pico dos cursos-d’água e aumento da recarga de água 
no lençol freático;
e) amenização da topografia, melhoria das condições de mecanização das áre-
as agrícolas, melhor programação de plantio e colheita.
5.1.2.2.1. Tipos de terraços
Os terraços podem ser classificados de diversas formas: quanto à função, 
construção, tamanho, faixa de movimentação de terra e forma, conforme a seguir 
especificados (Bertoni & Lombardi Neto 1990; Bertolini et al. 1994; Pruski et al., 
2006; Pruski et al. 2009):
Quanto à função, os terraços são assim classificados: 
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a) Terraço de infiltração: construído com o canal em nível (sem gradiente) e as 
extremidades bloqueadas, de modo que a água decorrente do escoamento 
superficial seja retida e infiltrada no solo do canal.
b) Terraço de drenagem: construído com o canal em desnível (com gradiente), 
acumulando o excedente de água e conduzindo-o para fora da área protegida 
em um canal escoadouro ou bacias de captação de água.
Quanto à construção, dividem-se em:
a) Terraço do tipo Nichols: construído movimentando a terra sempre de cima 
para baixo, formando um canal triangular. A sua principal desvantagem, entre-
tanto, é que a faixa onde é construído o canal não pode ser aproveitada para 
o cultivo. O tipo de equipamento mais recomendado para a construção desse 
tipo de terraço é o arado reversível.
b) Terraço do tipo Mangum: construído pela movimentação de terra tanto de 
cima para baixo como de baixo para cima. Esse terraço apresenta canal mais 
largo e raso, além de maior capacidade de armazenamento de água que o 
terraço do tipo Nichols. Pode ser construído com arados fixos, sendo a sua 
construção em terrenos com declividade menor.
Quanto à faixa de movimentação de terra, têm-se:
a) Terraço de base estreita: apresenta faixa de movimentação de terra de até 3 
m de largura, sendo seu uso recomendado em locais em que não seja pos-
sível implantar terraços de base média ou larga. Esses terraços podem ser 
feitos somente com ferramentas manuais, tração animal, grade ou plaina e 
maquinário de pequeno porte, não devem ser construídos em áreas de ex-
ploração extensiva. Seu uso fica restrito, portanto, a pequenas propriedades 
localizadas em áreas muito declivosas.
b) Terraço de base média: apresenta faixa de movimentação de terra de 3 a 6 m 
de largura. Seu uso é recomendado para pequenas ou médias propriedades, 
onde haja maquinaria de pequeno ou médio porte. Não pode ser cultivado no 
seu camalhão. 
c) Terraço de base larga: a movimentação de terra ocorre ao longo de uma faixa 
de 6 a 12 m de largura. Seu uso é recomendável para o controle mecânico da 
erosão em terrenos de relevo plano a suave ondulado, em declives não supe-
riores a 12 %. O alto custo de construção desse tipo de terraço é compensado 
por cultivar-se em toda a sua superfície e por ser a sua manutenção feita no 
próprio preparo normal do solo. Na sua construção utiliza-se o maquinário 
específico, conhecido como grade terraceadora.
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Quanto à forma têm-se:
a) Terraço comum: é usado em terrenos com declividade inferior a 18%. Uma vez 
que grande parte das culturas de exploração econômica no Brasil é implanta-
da em declividades inferiores a 18%, constitui o tipo de terraço mais utilizado. 
Esses terraços, dependendo da maneira como são construídos, podem sofrer 
variações na sua forma, originando o terraço embutido, o murundum e outros. 
b) Terraço embutido: é construído normalmente com motoniveladora ou com tra-
tor de lâmina frontal, de modo que o canal tenha a forma triangular, ficando o 
talude que separa o canal do camalhão praticamente na vertical. Apresenta 
pequena área inutilizada para o plantio e como característica a grande profun-
didade do canal.
c) Terraço murundum: é geralmente construído com a utilização de trator com 
lâmina frontal, sendo requerido, para a sua construção, o movimento de gran-
de volume de terra. Caracteriza-se por um camalhão bastante alto (que pode 
ser de mais de 2,0 m) e um canal triangular. Apresenta, devido à grande mo-
vimentação de terra, custo elevado em relação aos outros tipos de terraço. 
Em virtude da elevada altura do camalhão, representa grande obstáculo para 
o trânsito de máquinas. O grande volume de terra requerido para a sua cons-
trução provém, em boa parte, das camadas mais superficiais do solo (mais 
férteis), o que reduz o rendimento da cultura na faixa situada imediatamente a 
montante do camalhão, motivada pela remoção do solo ou em alguns casos, 
por problemas de encharcamento por períodos longos.
d) Terraço em patamar: é utilizado em terrenos com declividade superior a 18%, 
constituído de plataforma, onde é plantada a cultura, e de um talude, que deve 
ser estabilizado com revestimento de gramíneas ou pedras. Em virtude da 
sistematização realizada na área, esse terraço, além de controlar a erosão, 
facilita as operações agrícolas. Podem ser de sequeiro e de irrigação. Os 
patamares podem ser contínuos (semelhantes a terraços) ou descontínuos 
(banquetas individuais).
Existem procedimentos para locação dos terraços que podem ser em nível e 
em desnível, sendo este último com gradiente constante ou progressivo, em função 
da infiltração da água e da coesão do solo. O espaçamento também deve ser cal-
culado em função da cultura, preparo e manejo do solo, declividade erodibilidade 
do solo. Os canais são também dimensionados em função das chuvas máximas, 
classe de solo e susceptibilidade à erosão hídrica (Bertoni & Lombardi Neto 1990; 
Bertolini et al. 1994; Pruski et al., 2006; Pruski et al. 2009).
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5.1.2.3. Canais escoadouros, paralelos e divergentes
Em solos de permeabilidade baixa ou média, os terraços devem apresentar 
um gradiente que pode ser constante ou progressivo para escoamento do excesso 
da água. Os terraços com gradiente (também chamados terraços de drenagem) 
necessitam de canal escoadouro, para o escoamento seguro da água, proveniente 
dos terraços encosta abaixo, sem que a água cause erosão no interior deste. Para 
essa finalidade podem ser usadas depressões naturais do terreno, desde que não 
haja risco de erosão nestas ou podem ser construídos com a finalidade de escoa-
mento de água. Em ambos os casos, alguns cuidados como vegetação e colocação 
de dissipadores de energia da água devem ser tomados.
Os canais paralelos são construídos nas estradas não pavimentadas, com o 
objetivo de drenar a água depositada no leito da estrada, esses canais orientam a 
água para as bacias de captação de água. Esses canais têm a função de evitar a 
erosão nas áreas vicinais da estrada.
Os canais divergentes têm a função de assegurar a proteção de áreas situ-
adas a jusante ou a montante das áreas cultivadas, degradadas em estágio de 
recuperação e de preservação permanente.
5.1.2.4. Estabilização de voçorocas
O termo voçoroca (ou boçoroca) tem origem na língua Tupi Guarani que sig-
nifica “fenda cavada pelas enxurradas”.Esse termo é, portanto, apropriado para 
designar a causa do problema que é o escorrimento superficial e concentrado da 
água ao longo de uma encosta. Entretanto, mesmo aquele observador mais desa-
tento percebe que as voçorocas parecem ser mais abundantes em umas regiões 
do que em outras. Esse fato leva a conclusão de que outros fatores, além da enxur-
rada, estão envolvidos no processo. A maior ou menor facilidade de estabilização 
dessa forma de erosão depende dos mesmos fatores envolvidos no processo de 
formação das voçorocas. A dificuldade de estabilização é maior naquelas áreas 
com solos mais susceptíveis a erosão hídrica.
O processo de estabilização deve ser iniciado pelo desvio ou interrupção da 
água que entra na área da voçoroca através de enxurradas. A quantidade de água 
é uma função do comprimento da área a montante da voçoroca. Devem ser implan-
tadas práticas para a redução da enxurrada nessas áreas, de forma a se prevenir 
que enxurradas continuem entrando na voçoroca. Após o desvio da água, deve-se 
suavizar os taludes no interior da voçoroca, notadamente aqueles cuja massa de 
solo tenha facilidade para desabar. Após esse procedimento inicia-se a implantação 
de paliçadas, que se constituem de peças de madeira ou bambu gigante dispostos 
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a intervalos regulares no fundo da voçoroca, de forma a reter os sedimentos que 
certamente ainda estarão sendo transportados pelo escoamento de água gerado 
dentro da voçoroca. A etapa seguinte será a vegetação de fundo e encostas dentro 
da voçoroca. Espécies arbóreas de crescimento rápido, com boa adaptação regio-
nal e bambu são recomendados para essa etapa. Árvores frutíferas também pode-
rão ser plantadas. Em todos os casos, as covas, adubação das covas e a irrigação 
são etapas necessárias para o estabelecimento de vegetação. 
Na formação da paliçada empregamos estacas de bambu gigante de cerca de 
1,5 m são cortados e os gomos furados e cheios com água. Em seguida os buracos 
nos gomos são fechados e o pedaço de bambu é fincado um ao lado do outro para 
a formação da paliçada. A água propicia o desenvolvimento inicial do bambu. Com 
o passar do tempo as paliçadas se transformam em moitas de bambu. Espécies 
de bambu com menor diâmetro de colmo podem ser plantadas nas encostas das 
voçorocas. Em Morro do Ferro, distrito de Oliveira-MG são empregadas paliçadas 
para obstrução da enxurrada e retenção de sedimentos no interior de voçorocas e 
as encostas são vegetadas com bambu mais fino.
É comum em voçorocas o surgimento de água corrente no fundo. Nesse caso, 
é aconselhável a construção de um ou mais drenos, no sentido do fluxo da água, 
para disciplinar esse fluxo e torná-lo mais perene, antes das práticas de estabili-
zação apresentadas anteriormente. Esses drenos são valas de cerca de 40cm de 
largura por cerca de 50 cm de profundidade (quando possível) onde são deitadas 
varas de bambu até cerca de 10-15 cm da superfície da vala. Cobre-se a vala com 
terra. Os espaços entre as varas de bambu servirão de dreno para a água. Pedras 
também poderão ser empregadas para enchimento das valas. 
5.1.3. Práticas edáficas
São as práticas conservacionistas que, com modificações no sistema de culti-
vo, além do controle de erosão, mantêm ou melhoram a fertilidade do solo (Bertoni 
& Lombardi Neto, 2010). Segundo Pruski et al. (2006), esse conjunto de medidas 
está resumido em três princípios básicos: ajustamento à capacidade de uso, con-
trole das queimadas, adubação e correção do solo.
Essas práticas têm ação indireta sobre o processo erosivo, atuando em me-
lhorias das condições do solo, como aumento dos teores de matéria orgânica, agre-
gação, permeabilidade, porosidade e cobertura vegetal.
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5.1.3.1. Ajustamento da capacidade de uso
O termo “ajustamento da capacidade de uso” refere-se ao fato de que cada 
solo tem um limite máximo de possibilidade de uso, além do qual não poderá ser 
explorado sem os riscos de erosão. Em outras palavras, as culturas certas devem 
estar nos lugares certos, para evitar um grande uso do solo e potencial risco de 
erosão. Os solos com declive acentuado (20 a 45%), por exemplo, têm capacidade 
de serem usados, no máximo, para pastagem ou reflorestamento, sendo desacon-
selhável o uso com culturas que necessitam de aração. Por outro lado, os solos 
profundos e permeáveis, com declives suaves, podem ter várias utilizações, pois 
nestes a suscetibilidade à erosão geralmente é pequena (Bertoni & Lombardi Neto, 
1990; Lepsch et al. 1991; Pruski et al., 2006; Silva et al. 2013).
5.1.3.2. Controle de queimadas
A queimada reduz a cobertura vegetal, responsável por dissipar a energia da 
queda da chuva e obstrui os poros do solo, aumentando o escorrimento superficial 
(Heringer et al., 2002). O maior volume de escorrimento, associado com o decrésci-
mo na taxa de infiltração, explica o aumento nas perdas de solo em áreas queima-
das (Hester et al., 1997). As substâncias hidrofóbicas formadas durante a queima 
tornam-se fortemente cimentadas na camada subsuperficial do solo (Giovannini et 
al., 1987), podendo resultar na formação de camadas repelentes à água e aumento 
do potencial de perdas por erosão (Macedo, 1995).
Estudo feito por Heringer et al. (2002) demonstrou que a queima frequente e 
contínua das pastagens naturais promove a redução nos teores de magnésio, au-
menta a acidez potencial e reduz a cobertura e umidade nas camadas superficiais 
do solo em relação às práticas de manejo sem queima.
Sendo assim, práticas de manejo sem queima são mais conservacionistas em 
termos de manutenção dos níveis de fertilidade do solo.
Em consonância com os estudos mostrando o depauperamento do solo em 
virtude das queimadas, podemos dizer que de modo geral e nas circunstâncias em 
que vem sendo utilizada, a queimada só poderá contribuir para o empobrecimento 
das terras, com reflexos evidentes na degradação das áreas agricultáveis. O pouco 
restante são as cinzas e, como ainda poderão ser arrastadas pela chuva ou pelo 
vento, conclui-se que os campos ou lavouras, submetidos ao processo de queima 
periódica, vão ficando cada vez mais pobres, em consequência do enfraquecimen-
to do próprio solo. 
Portanto, os seguintes aspectos podem ser considerados como desfavoráveis 
na utilização de queimadas:
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• consumo de matéria orgânica do solo;
• eliminação dos microrganismos da camada superficial do solo;
• volatilização das substâncias necessárias à nutrição das plantas;
• alta propensão ao aumento da erosão, em virtude da exposição do solo;
• redução da capacidade produtiva do solo.
5.1.3.3. Adubação Verde
É a incorporação, ao solo, de plantas cultivadas para esse fim ou de outras 
vegetações cortadas quando ainda estão verdes para serem enterradas. Essas 
plantas protegem o solo contra a ação direta da chuva quando estão vivas e, depois 
de enterradas, melhoram as condições físicas do solo pelo aumento de conteúdo 
de matéria orgânica do solo (Bertoni & Lombardi Neto, 2010), cuja magnitude varia 
com a quantidade e com a qualidade do adubo verde, condições edafoclimáticas e 
práticas culturais utilizadas (Ventura et al., 1993).
Constitui uma das formas mais baratas e acessíveis de repor a matéria or-
gânica ao solo, promovendo a melhoria das suas condições físicas e estimulando 
os processos físicos, químicos e biológicos do solo. Segundo Pruski (1996), com o 
emprego de métodos de cultivo reduzido, como o plantio direto, os restos de plantas 
de adubação verde podem ser deixados sobre a superfície, sendo paulatinamente 
incorporados ao solo por via biológica, trazendo resultados ainda mais favoráveis.
O uso combinado de adubos minerais e de adubação verde constitui uma 
prática de manejo por meio da qual se procura preservar a qualidade ambiente semprescindir da obtenção de produtividade elevada para as culturas. De acordo com 
Peterson & Varvel (1989) e Rekhi & Bajwa (1993), a associação entre fontes orgâni-
cas e minerais é capaz de aumentar o rendimento das culturas, comparativamente 
ao uso exclusivo de uma única fonte.
Segundo Fageria (1983), a capacidade intrínseca de produção agrícola dos 
solos está íntima e diretamente relacionada com seus teores de matéria orgânica e 
de nitrogênio; entretanto, é difícil manter um nível satisfatório de ambos na maioria 
dos solos cultivados. Assim, os métodos de adição e de manutenção de matéria 
orgânica devem ser considerados com antecipação em todos os programas de 
manejo dos solos cultivados.
As leguminosas utilizadas como adubo verde apresentam a vantagem adi-
cional de ser capazes de fixar simbioticamente o nitrogênio do ar. Entretanto, as 
plantas não leguminosas também são adequadas para a adubação verde e contri-
buem para evitar o deslocamento ou a lixiviação de nutrientes do solo, para o seu 
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enriquecimento em matéria orgânica e para inibir o desenvolvimento de plantas 
daninhas (Pruski et al., 2006).
Lombardi Neto (1994) destaca as principais funções da adubação verde:
• proteger a camada superficial do solo contra o sol e agentes erosivos;
• manter elevadas taxas de infiltração de água pelo efeito combinado do siste-
ma radicular e da cobertura vegetal;
• promover grande e contínuo aporte de massa vegetal ao solo de maneira a 
manter ou até mesmo elevar, ao longo dos anos, o teor de matéria orgânica;
• atenuar a amplitude térmica e reduzir a evaporação, aumentando a disponibi-
lidade de água para as culturas;
• romper camadas adensadas e promover a aeração e estruturação do solo, 
induzindo ao “preparo biológico do solo”;
• reciclar nutrientes, translocando, por intermédio do sistema radicular, os que 
se encontram em camadas profundas para as camadas superficiais do solo, 
tornando-os novamente disponíveis para as culturas de sucessão;
• reduzir a lixiviação de nutrientes, retendo-os na fitomassa e liberando-os de 
forma gradual durante a decomposição do tecido vegetal;
• adicionar nitrogênio ao solo através da fixação biológica pelas leguminosas;
• reduzir a população de ervas daninhas por meio do efeito supressor e/ou, 
alelopático ocasionado pelo rápido crescimento inicial e exuberante desenvol-
vimento de massa vegetal;
• melhorar a dinâmica física e química do solo, ativando o ciclo de muitas espé-
cies de macrorganismos e, principalmente, microrganismos do solo.
• apresentar múltiplos usos na propriedade.
5.1.3.4. Adubação orgânica
Adubação orgânica pode ser entendida como a prática de aplicação de adu-
bos orgânicos, que podem ser descritos como fertilizantes volumosos de baixo 
valor nutritivo. A composição total de nutrientes desses materiais geralmente não 
ultrapassa 10 a 20% dos fertilizantes comerciais e a concentração e disponibilidade 
dos nutrientes são pouco conhecidas. Com relação a esses inconvenientes, esses 
materiais vêm sendo usados, através dos séculos, para melhorar a fertilidade do 
solo e fornecer elementos minerais às plantas, principalmente fósforo, potássio e 
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nitrogênio, sendo este último, normalmente, o de maior interesse (Pruski et al., 
2006).
O emprego de fertilizantes orgânicos está associado, também, à melhoria das 
propriedades físicas do solo, como retenção de água e diminuição da densidade 
do solo, estabelecimento de microrganismos benéficos (Doran, 1995; Drinkwater et 
al., 1995), redução da população de patógenos, aumento da matéria orgânica do 
solo e da capacidade de troca de cátions (Bulluck et al., 2002). Nesses benefícios 
ainda se incluem estabilização do pH, melhoria na taxa de infiltração e agregação 
do solo (Stamatiadis et al., 1999; Lima, 2001). Enfim, a adição de compostos orgâ-
nicos tem contribuído para a excelência da qualidade do solo, que especialmente 
nos cultivos orgânicos tem promovido sustentabilidade nesse sistema de produção 
(Silva et al., 2005).
Em relação à fertilidade do solo, há relatos de aumentos do valor de pH e dos 
teores de MO, P, K, Ca e Mg após a utilização de resíduos orgânicos (Mazur et al., 
1983; Alves et al., 1999; Abreu et al., 2000; Abreu et al., 2002; Oliveira et al., 2002). 
Os aumentos obtidos variam de acordo com o solo, tipo de experimento (campo 
ou casa de vegetação), composição química do composto, grau de maturação e 
quantidades aplicadas (Mantovani et al., 2005).
Estudos conduzidos por Mazur et al. (1983) constataram, em um Latossolo 
Amarelo, aumento de 57% no teor de P disponível com a aplicação do equivalente 
a 30 t.ha-1 de composto de lixo. Abreu et al. (2002) verificaram em amostras de 21 
solos ácidos, incrementos no teor de P disponível que variaram de 29 a 417% com 
a adição de 60 t.ha-1 do adubo orgânico. Quanto ao pH, os aumentos relatados para 
a camada arável (0 - 20 cm) estão entre 0,7 e 1,8 unidade a cada 60 t ha-1 de com-
posto de lixo aplicadas (Alves et al., 1999; Abreu et al., 2000; Oliveira et al., 2002). 
Wong et al. (1998) verificaram que, entre vários adubos orgânicos, o composto de 
lixo foi o que apresentou o maior efeito corretivo. Segundo Abreu et al. (2000), uma 
aplicação de 60 t.ha-1 de composto de lixo, em condições de campo, tem efeito se-
melhante ao da adição de 2 t.ha-1 de calcário.
A composição química do composto de lixo é bastante variável e, entre os nu-
trientes presentes no adubo orgânico, o Ca é o que está em maiores concentrações 
(Berton et al., 1991). Cravo et al. (1998) obtiveram, para compostos de diferentes 
locais do Brasil, as seguintes concentrações, em g.kg-1: 160 a 317 de MO; 93 a 
275 de C; 8 a 15 de N; 2 a 4 de P; 3 a 11 de K; 18 a 36 de Ca; e 2 a 5 de Mg. Além 
dos efeitos no solo, o uso de composto de lixo urbano pode propiciar aumento de 
produção e maior acúmulo de nutrientes nas plantas (Alves et al., 1999; Costa et 
al., 2001). Esses estudos focaram resíduos urbanos, mas além deles são conside-
rados adubos orgânicos os diversos tipos de tortas e resíduos animais e industriais.
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5.1.3.5. Adubação química
A manutenção e o restabelecimento contínuo dos níveis de fertilidade do solo, 
por meio de um plano racional de adubação, devem fazer parte de qualquer progra-
ma de conservação de solo. A adubação química é necessária para repor regular-
mente os nutrientes retirados pelas culturas, de forma a manter um nível adequado 
desses elementos nutritivos essenciais. Quando ocorre queda de fertilidade, há 
diminuição do rendimento da cultura e redução do nível de proteção do solo pela 
cobertura vegetal, acarretando aumento da erosão hídrica.
É, sem dúvida, mais econômico repor regularmente as pequenas diminuições 
de fertilidade sofridas pelo solo, de forma a manter sempre um nível mínimo neces-
sário de elementos nutritivos essenciais, do que, após vários anos, tentar restaurar, 
de uma só vez, depois que o solo já está empobrecido. Em geral as adubações são 
praticadas visando ao aumento de produção da cultura, mas, na realidade, assegu-
ram a manutenção da fertilidade do solo (Bertoni & Lombardi Neto, 2010).
Os elementos nutritivos essenciais que usualmente necessitam ser fornecidos 
ao solo, sob a forma de fertilizantes, são o nitrogênio, o fósforo e o potássio. Outros 
elementos secundários, como o cálcio, magnésio, enxofre, boro, cobre, manganês, 
zinco e o ferro, são, em geral, fornecidos com os próprios fertilizantes empregados 
para fornecer os três elementos principais (Marques, 1950).
Entretanto, de acordo com Voisin (1960), citado por Primavesi (1986) o adu-
bo é um instrumento maravilhoso quando bem aplicado, mas é um perigo quando 
usado indevidamente. O elevado custo dos corretivos e fertilizantes, o risco de con-
taminaçãoambiental e os efeitos colaterais da sua aplicação exigem seu emprego 
com o máximo critério técnico.
5.1.3.6. Calagem
Os solos brasileiros, em sua maioria, são ácidos, com pH abaixo de 6,0. Es-
ses solos, além de apresentarem, geralmente, elementos tóxicos às plantas, como 
o alumínio, apresentam baixa disponibilidade de nutrientes essenciais ao seu de-
senvolvimento. Nos solos ácidos, o desenvolvimento de microrganismos é bastante 
reduzido, principalmente de bactérias fixadoras do nitrogênio atmosférico (Bertoni 
& Lombardi Neto, 2010) e geralmente apresentam alumínio e manganês em nível 
tóxicos, além de deficiências de cálcio, magnésio e fósforo (Veloso et al., 1992).
O cultivo agrícola dos solos ácidos exige a aplicação de corretivos agrícolas, 
os quais ao elevarem seu pH, neutralizam o efeito dos elementos tóxicos e forne-
cem cálcio e magnésio como nutrientes. Segundo Alcarde (1983; 1985) os mate-
riais que podem ser usados na correção da acidez dos solos são os que contêm 
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como constituintes neutralizantes ou princípios ativos, óxidos, hidróxidos, carbona-
tos e silicatos de cálcio e/ou de magnésio, tais como; calcário dolomítico, calcário 
calcinado, óxido de cálcio ou de magnésio, hidróxido de cálcio, hidróxido de mag-
nésio e escórias.
O calcário dolomítico é o mais utilizado devido à sua relativa frequência e 
abundância e por constituir fonte de Ca e Mg. O calcário calcinado também pode 
ser usado como corretivo. Esse é obtido pela calcinação parcial do calcário, em que 
nem todos são decompostos, apresentando óxidos e carbonatos de Ca e Mg em 
sua constituição (Veloso et al., 1992). Produtos de características e propriedades 
intermediárias entre o calcário e a cal (Alcarde, 1983; 1985), como possíveis subs-
titutos do calcário, são diversos subprodutos de indústrias. Entre esses as escórias, 
subprodutos das indústrias do ferro e do aço, cujos componentes neutralizantes 
são os silicatos de cálcio e magnésio, comportam-se semelhantemente aos calcá-
rios (Wutke & Gargantini, 1962; Camargo, 1972) e apresenta escórias com teores 
relativamente elevados de micronutrientes, podendo, em alguns casos, justificar 
seu uso como corretivo e fertilizante.
Considerando-se o benefício trazido pela correção da acidez do solo às cul-
turas, pode-se concluir que a calagem proporciona melhor crescimento vegetal e 
maior cobertura do solo, o que reflete em maior proteção contra o impacto das go-
tas da chuva, diminuindo, portanto, as perdas de solo e água pela erosão.
5.1.3.7. Fosfatagem
A fosfatagem trata-se de prática corretiva, com o objetivo de se corrigir (ele-
var) o teor de P, potencializando a adubação fosfatada de plantio. Por promover o 
maior desenvolvimento do sistema radicular e devido à relação de compatibilização 
N/P, a prática da fosfatagem proporciona maior desempenho da adubação nitroge-
nada (Vitti et al., 2005).
Essa prática deve ser adotada em solos arenosos (teor de argila < 25%), que 
apresentam menor fixação de P, e com teores baixos desse nutriente (P resina < 10 
mg DM-3), utilizando a mesma área total, após o preparo profundo do solo, antes da 
gradagem de nivelamento. Utilizar como fonte de P2O5 o superfosfato simples ou 
produtos equivalentes como fosfatos reativos, superfosfato triplo, termofosfatos ou 
multifosfato magnesiano nas dosagens de 100 a 150 kg de P2O5 ha
-1 (Vitti & Mazza, 
2002).
As principais consequências da fosfatagem são:
• maiores volumes de P em contato com o solo (> fixação);
• maior volume de solo explorado pelas raízes;
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• maior absorção de água e de nutrientes;
• melhor convivência com pragas do solo.
5.1.3.8. Gessagem
O gesso agrícola (CaSO4.2H20) é um subproduto da obtenção do ácido fos-
fórico, utilizado na fabricação de superfosfato triplo e fosfatos de amônio (MAP e 
DAP). O gesso não corrige a acidez, isto é, não aumenta o pH do solo. Assim sen-
do, não substitui o calcário, mas completa o seu efeito, reduzindo a fitotoxicidade 
do alumínio em profundidade (Veloso et al., 1992). O gesso aumenta a quantidade 
de cálcio nas camadas superficiais (Pavan et al., 1982; Vitti et al., 1985) quando 
adequadamente aplicado (Alcarde, 1988), isto é, o gesso é um fertilizante que leva 
cálcio e enxofre ao solo. Além de fornecer enxofre às plantas o gesso complexa o 
Al3+ subsuperficial eliminando esta acidez, possibilitando um maior desenvolvimen-
to radicular e consequentemente maior tolerância aos veranicos (Moraes et al., 
1998). Seu uso propicia também que outros nutrientes, como o magnésio e potás-
sio, sejam arrastados para as camadas mais profundas, mas a quantidade desses 
depende tanto da quantidade de gesso aplicado e da textura do solo. 
O gesso pode ser utilizado como um restaurador dos atributos físicos benéfi-
cos do solo, por agir como floculante da argila, o gesso dificulta a formação de cros-
tas na superfície do solo, contribuindo para o aumento da capacidade de infiltração 
de água no seu perfil do solo, o que reduz o escoamento superficial e a erosão 
hídrica (Pruski et al., 2006).
5.2. Sistemas de preparo e manejo do solo convencional e 
conservacionista
Métodos de preparo do solo convencional, via de regra, requerem o uso inten-
sivo de máquinas e equipamentos para as operações de preparo, plantio e controle 
de ervas daninhas. Normalmente, o solo é arado e gradeado duas ou três vezes 
antes do plantio. A aração, que revolve o solo, tem vários efeitos desejáveis, como 
o controle de ervas. Os resíduos de cultivos anteriores são incorporados ao solo e, 
depois de decompostos, irão contribuir para a agregação. Após a aração, o solo é 
trabalhado com discos ou grades para destorroamento, retirada de eventuais ervas 
daninhas e preparo da superfície para receber as sementes. Após o plantio, algu-
mas ervas daninhas são controladas pelo cultivo entre as linhas de plantio. Cada 
uma dessas operações tem um custo, além de degradar a estrutura do solo e expor 
à erosão hídrica e eólica.
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Mais recentemente, a evolução dos herbicidas e equipamentos agrícolas tem 
levado à adoção de formas de cultivo que protegem o solo contra a erosão hídrica. 
O cultivo mínimo é uma prática que emprega menos operações mecanizadas para 
o controle de ervas daninhas e preparo do solo para plantio. Herbicidas seletivos 
são usados para o controle das ervas daninhas antes e após o plantio. Várias for-
mas de cultivo conservacionistas são empregadas.
a) Aração seguida de redução nas práticas subsequentes. Em alguns casos a 
aração é seguida de plantio.
b) Cultivo somente nas faixas que receberão as sementes. O restante da área é 
deixado com resíduos da cultura anterior.
c) Plantio direto sobre os resíduos da cultura anterior ou alguma vegetação ex-
clusiva para a produção de massa. Essa prática requer o uso de equipamen-
tos apropriados para cortar a palhada, sulcar o solo no local da semente, adu-
bar e controlar as ervas daninhas, tudo em uma só operação. Atualmente, o 
plantio direto vem sendo expandido em diversas regiões do país. Esse tipo de 
manejo confere ao solo, além de maior proteção contra a erosão, maior acú-
mulo de matéria orgânica e melhoria de condições físicas e químicas, além 
de diminuir a amplitude de variação na temperatura do solo, favorecendo a 
atividade biológica, principalmente em regiões tropicais.
5.2.1. Cultivo mínimo
A técnica de cultivo mínimo consiste em um preparo mínimo do solo. Esse tipo 
de cultivo é indicado para locais onde não se verifica forte compactação, problemas 
com barreiras químicas, que necessitariam de calagem, gessagem ou a existência 
de pragas de solo. 
De maneira isolada, a presença da cobertura do solo por resíduos vegetais é 
o fator mais importante na dissipação da energia de impacto das gotas da chuva 
na superfíciedo solo, visto que ela pode evitar a desagregação de suas partículas. 
Além disso, resíduos vegetais em contato direto com a superfície do solo são efi-
cazes na redução da carga de sedimentos no escoamento superficial ou enxurrada 
(Bertol et al., 2007). Desse modo, sistemas de manejo conservacionistas, como o 
cultivo mínimo, que promovam pequena ou nenhuma movimentação mecânica do 
solo, manutenção de maior parte dos resíduos culturais sobre a superfície e eleva-
ção da rugosidade superficial são mais eficazes do que os não conservacionistas 
no controle das perdas de solo e água por erosão hídrica (Cogo et al., 1984; Beutler 
et al., 2003).
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As vantagens do cultivo mínimo em relação ao convencional são (Santiago & 
Rossetto, 2007):
• possibilidade de plantio em épocas chuvosas, o que pode significar a anteci-
pação do plantio em até alguns meses; 
• utilização mais intensa da área de plantio, já que o intervalo entre a colheita e 
o replantio é menor; 
• redução da erosão hídrica; 
• redução do uso de máquinas, implementos e combustível.
5.2.2. Plantio direto
O plantio direto é o sistema de manejo de solo que engloba todos os requisi-
tos favoráveis à preservação ambiental e à sustentabilidade dos sistemas agríco-
las. É o único sistema de cultivo que oferece a possibilidade de uma cobertura do 
solo ininterrupta por plantas em crescimento ou restos vegetais, protegendo-o do 
impacto das gotas de chuva e assim da erosão. Uma cobertura do solo adequada 
geralmente só é obtida através de rotação de culturas apropriadas e pela inclusão 
de espécies de adubação verde produtoras de massa vegetal abundante. O plantio 
direto é executado na prática, no Brasil, desde 1972. Depois de algumas dificulda-
des iniciais, entre 1977/78, com um retrocesso da área cultivada por esse sistema, 
superaram-se os principais obstáculos que impediam um rápido desenvolvimento 
do mesmo. Em fins de 1985 estimou-se uma área cultivada de 800.000 ha. Atual-
mente, o plantio direto vem se expandido por todo o país, notadamente na região 
dos cerrados e no Norte e Nordeste do Brasil, região conhecida como MATOPIBA, 
pólo agrícola que envolve os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, co-
nhecido como a nova fronteira agrícola, amplia suas lavouras e se impõe enquanto 
“quarto maior produtor” de grãos do Brasil. Com 4,5 milhões de hectares dedicados 
à soja e ao milho e uma colheita estimada em 14,4 milhões de toneladas, a região 
fica atrás apenas dos centros produtivos que correspondem aos estados de Mato 
Grosso (líder nacional em área em volume), Paraná (segundo colocado em volume 
e terceiro em área no verão) e Rio Grande do Sul (segundo colocado em área e ter-
ceiro em volume. O Brasil apresenta uma das maiores áreas cultivadas do mundo 
neste sistema. 
Para garantir bons resultados na implantação do plantio direto é necessário 
cumprir, na propriedade agrícola, alguns quesitos como: participação em eventos 
ligados ao plantio direto; uso de implementos apropriados; uso e manejo de her-
bicidas apropriados e conhecimento técnico. Também o solo deve ser corrigido e 
manejado adequadamente. A presença de cobertura morta suficiente é requisito 
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básico para uma boa proteção do solo. Plantas daninhas de difícil controle devem 
ser eliminadas. 
O parque de implementos no plantio direto deve incluir, além de semeadeiras 
específicas, um pulverizador bem calibrado e uma roçadeira. A oferta variada e a 
rápida disponibilidade de herbicidas apropriados possibilitam um eficiente controle 
de plantas daninhas para o agricultor. O agricultor deve ter bom conhecimento so-
bre propriedades, modo de ação e dosagem dos herbicidas, bem como saber iden-
tificar corretamente as plantas daninhas existentes em sua propriedade e dominar 
as técnicas de aplicação para obter êxito no controle das plantas daninhas. Falhas 
de conhecimento em qualquer uma dessas áreas podem interferir na operacionali-
zação do sistema, com consequentes prejuízos na produção. Todas as possibilida-
des de diminuição de emprego de herbicidas devem ser esgotadas. Deve-se apro-
veitar sempre o efeito supressor de plantas daninhas e de aumento de rendimento 
da adubação verde e da rotação de culturas. 
O plantio direto é adequado tanto para grandes propriedades como para pe-
quenas. Em pequenas propriedades o controle de plantas daninhas deve ser feito 
por uma adubação verde, com espécies adequadas e pela rotação de culturas ou 
ainda a eliminação das invasoras através de capina manual. Sistemas de imediata 
aplicação prática foram desenvolvidos no estado de Santa Catarina empregando-
se tração animal e semeadeira manual. O grau de instrução e formação técnica 
do agricultor é mais importante do que o tamanho da propriedade. O alto nível de 
gerenciamento é básico para o sistema de plantio direto (Derpsch et al. 1991). 
A vantagem mais importante do plantio direto é o controle eficiente da erosão 
hídrica. Esse aspecto ocasionou um questionamento do uso de terraços no siste-
ma plantio direto. Entretanto, a função do terraço não é apenas reter os sedimentos 
oriundos da erosão hídrica, mas manter a água no sistema e organizar o uso do 
solo, sendo assim não é recomendado à retirada dos terraços. Além da vantagem de 
redução da erosão o plantio direto associado aos terraços de base larga aumenta o 
armazenamento de água no solo, importante nos períodos de déficit hídrico. O plan-
tio direto também proporciona a melhora dos atributos físicos, reduz a oscilação da 
temperatura do solo, aumenta a atividade biológica do solo, aumenta o estoque de 
carbono, mantêm, em longo prazo, os níveis da fertilidade do solo. Em termos opera-
cionais o sistema propicia uma redução no tempo de trabalho, redução na potência 
do trator, rendimentos mais altos e mais estáveis, bem como maior economicidade.
5.2.3. Integração dos sistemas lavoura, floresta e pecuária 
A integração lavoura, floresta e pecuária (ILPF) pode ser definida como a 
diversificação, rotação, consorciação e/ou sucessão das atividades de agricultura 
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e de pecuária dentro da propriedade rural, de forma harmônica, constituindo um 
mesmo sistema, de tal maneira que há benefícios para ambas. Possibilita, como 
uma das principais vantagens, que o solo seja explorado economicamente durante 
todo o ano ou pelo menos, na maior parte dele, favorecendo o aumento na oferta de 
grãos, carne e leite a um custo mais baixo, devido ao sinergismo que se cria entre 
a lavoura e a pastagem (Alvarenga & Noce, 2005).
A integração ILPF promove a recuperação de áreas de pastagens degrada-
das agregando, na mesma propriedade, diferentes sistemas produtivos, como os 
de grãos, fibras, carne, leite e energia. Busca melhorar a fertilidade do solo com a 
aplicação de técnicas e sistemas de plantio adequados para a otimização e a in-
tensificação de seu uso. Dessa forma, permite a diversificação das atividades eco-
nômicas na propriedade e minimiza os riscos de frustração de renda por eventos 
climáticos ou por condições de mercado. 
A integração também reduz o uso de agroquímicos, a abertura de novas áreas 
para fins agropecuários e o passivo ambiental. Possibilita, ao mesmo tempo, o au-
mento da biodiversidade e do controle dos processos erosivos com a manutenção 
da cobertura do solo. Aliada a práticas conservacionistas, como o plantio direto, se 
constitui em uma alternativa econômica e sustentável para elevar a produtividade 
de áreas degradadas. 
A integração lavoura pecuária na agricultura familiar possui grande importân-
cia no setor produtivo, principalmente pelo favorecimento do uso intensivo do solo. 
Nas regiões-alvo predominam pequenas propriedades, nas quais a produção de 
leite é uma alternativa interessante para a inclusão social, sustentabilidadedo setor 
e para assegurar a sobrevivência do homem no campo.
No sudoeste do Paraná, mais de 80% das pequenas propriedades fazem inte-
gração lavoura - pecuária na produção de leite. A utilização dessa integração exige 
um bom planejamento de utilização da área e amplo conhecimento em sistema de 
produção agrícola integrada. O produtor precisa quebrar os tabus e compreender 
que a entrada de animais em áreas de lavouras, quando realizada de maneira ade-
quada, não afeta o desempenho das culturas sucessoras destinadas à produção 
de grãos. Esse sistema envolve muitas variáveis e demanda ainda estudos comple-
mentares, cujos resultados ao serem aplicados pelos agricultores podem tornar a 
integração lavoura - pecuária uma prática de alto benefício econômico e ambiental. 
O sucesso desse sistema de integração está diretamente associado à produção de 
biomassa para plantio direto e alimentação animal. Por essa razão, os produtores 
e profissionais da área de ciência agrárias precisam conhecer, cada vez mais, seu 
uso correto (Assmann, Soares & Assmann, 2008). 
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6. CONSERVAÇÃO DO SOLO EM ESTRADAS 
E CARREADORES E BACIAS DE CAPTAÇÃO 
DE ÁGUA
6.1. Conservação do solo em estradas e carreadores
6.1.1. Causas da erosão hídrica em estradas
Em uma bacia hidrográfica, as principais fontes de sedimentos e deslizamen-
tos de terra são as estradas (Megahan & Ketcheson, 1996; Larsen & Parques, 1997; 
Pires & Souza 2003; Oliveira 2006; Oliveira et al. 2010a; Oliveira et al. 2010b). A in-
tensidade da erosão está relacionada principalmente a: a) fatores físicos, como tipo 
de solo, geologia e precipitação; b) densidade de estradas, pois as taxas de erosão 
são diretamente relacionadas com o comprimento total destas em uma bacia, con-
siderando-se uma ótima densidade entre 30 a 40 m ha-1; c) padrão e construção 
da estrada, como largura, inclinação dos barrancos laterais e instalações de dre-
nagem; e d) localização da estrada, em relação a cursos-d’água, solos sensíveis 
e declividade, sendo que quanto maior a declividade e o comprimento de rampa, 
maior a velocidade da enxurrada e o processo erosivo (Seixas, 1997).
Os maiores impactos são causados durante ou logo após a construção e ma-
nutenção de estradas, é na fase de preparo do solo e colheita (Machado & Souza, 
1990; Fontana et al., 2007). Estima-se que mais de 90% da produção de sedimen-
tos em áreas florestais são provenientes da construção e má manutenção de estra-
das para exploração e baldeio de toras (Neary & Hornbeck, 1994). 
A construção das estradas representa a fase de maior impacto para o solo, 
elevando a taxa natural de erosão em aproximadamente 120 vezes, mesmo em 
áreas de maior declives não perturbadas (Machado & Souza, 1990). Durante o 
primeiro ano após a construção da estrada, a produção de sedimentos é muito 
alta, considerando que o material não está consolidado e decresce rapidamen-
te com o tempo. A maior parte dessas estradas é de baixo padrão construtivo, 
formadas geralmente por material rochoso natural de composição granular sem 
aglutinantes, onde refinamentos tais como pavimentação, estruturas de drenagem 
e manutenções periódicas são geralmente mínimos. Esse método de construção 
é mais econômico e satisfaz as necessidades das empresas (Patric & Kidd, 1981). 
Entretanto, pelo simples fato de eliminar a cobertura vegetal e impermeabilizar o 
solo, seja pela compactação ou cobertura asfáltica, as estradas constituem um 
forte fator predisponente à erosão, sendo sensíveis aos danos causados por uso 
intenso e condições climáticas (Dietz et al., 1983). Com a faixa central da estrada 
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impermeabilizada, as águas acumulam às margens e são direcionadas morro abai-
xo, concentrando grande força destrutiva e de arraste de solo. Nessa circunstância 
são danificados acostamentos, taludes de corte e aterro e, consequentemente, a 
pista. Há ainda, nas áreas adjacentes, o desenvolvimento intenso da erosão hídrica 
identificado pela formação de voçorocas. O aporte de sedimentos oriundos dessas 
áreas promove o assoreamento de rios e lagos, comprometendo a qualidade da 
água e alterando a vida aquática, principalmente pela eutrofização das águas (Gar-
cia et al., 2003, Morschel et al., 2004; Kolka & Smidt, 2004).
As atividades que podem se aproximar da construção na quantidade e exten-
são dos distúrbios e podem prolongar os efeitos ambientais para ecossistemas ad-
jacentes, são relativas às de manutenção (Lugo et al., 2000). A operação de nivela-
mento é necessária à manutenção da estrada e tem grande potencial de produção 
de sedimentos, sendo a motoniveladora o equipamento utilizado na sua execução. 
Fontana et al. (2007) determinaram uma perda média de solo da ordem de 341 Mg 
ha-1, decorrente do nivelamento da estrada.
As operações mecanizadas e seu respectivo tráfego, necessários à realização 
da colheita de madeira podem causar a degradação da estrutura do solo e estão 
tão relacionados com o uso sustentável dos mesmos quanto os sistemas de mane-
jo adotados (Oliveira et al., 2004). Isso ocorre por não existir um controle rígido da 
umidade no momento de realização das operações e ausência de informações a 
respeito da capacidade de suporte de carga do solo.
Na região centro leste do estado de Minas Gerais, Oliveira (2006) e Oliveira 
et al. 2010b observaram que, entre as faixas de declive as perdas de solo nas es-
tradas florestais variaram de 8,65 a 21,17 Mg seção-1, para as faixas de 0 a 4% e 
superior a 12% de declividade, respectivamente. Os valores de erosividade nesta 
região são considerados críticos, principalmente para os meses de dezembro, ja-
neiro e fevereiro. Dessa forma, as elevadas perdas nesses segmentos podem ser 
atribuídas à alta erosividade da chuva no período, associada à baixa infiltração da 
água e à drenagem inadequada, que alteram as características de resistência do 
solo, favorecendo, com isso, elevadas perdas em função da erosão. Ao avaliar as 
perdas de solo provenientes de estradas florestais na região Sul do Brasil, Corrêa 
et al. (2007) observaram uma média de 4,65 Mg ha-1 em quinze meses de monitora-
mento. Ao estimar a erosão em áreas adjacentes, além dos trechos de estradas de 
uso florestal, Corrêa & Dedecek (2009) observaram que as perdas de solo prove-
nientes dos trechos de estrada avaliados corresponderam a 99% das perdas totais 
observadas no experimento.
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6.1.2. Controle da erosão em estradas não pavimentadas
A solução dos problemas de erosão oriunda das estradas, geralmente se ba-
seia nos princípios da prevenção, os quais contemplam planejamento e construção 
criteriosos, problemas potenciais e medidas preventivas como parte normal dos 
procedimentos de construção da estrada; e da correção, em que há o reparo de 
uma situação que originalmente não foi considerada no planejamento (Oliveira et 
al. 2010a). 
A prevenção é o melhor caminho, por ser mais eficiente (Machado & Souza, 
1990) e bem mais econômica que as medidas necessárias à recuperação, quando 
possível, de avarias causadas pela falta de um gerenciamento adequado. As me-
didas preventivas podem ser realizadas através da minimização da extensão total 
das estradas, da locação das estradas em relação à topografia e aos solos, da mi-
nimização das superfícies expostas da estrada através do alinhamento apropriado 
e da instalação adequada de bueiros e outras obras (FAO, 1989).
As atividades de conservação são concentradas no controle das erosões, da 
vegetação que toma taludes e invade as estradas, na manutenção do pavimento 
e das obras de drenagem e nos problemas causados pelas quedas de pedras e 
escorregamentos que atingem as pistas de rolamento (Bellia et al., 2005).
6.1.3. Carreadores e caminhos
A distribuição racional dos caminhos é uma prática básica na conservaçãodo 
solo e da água já que muitas medidas se fundamentam na correta distribuição das 
estradas. A racionalização dos caminhos significa colocá-los ao máximo, próximo 
do contorno, ou seja, em nível. Assim, Pires & Souza (2003) recomendam a loca-
ção e construção de estradas e carreadores principais em nível, com largura de 5 
a 6 m e uma ligeira inclinação (0,05%) no sentido do barranco. Os carreadores que 
fazem a ligação entre os nivelados (carreadores em pendente) devem ser inclina-
dos e desencontrados, com 3 a 4 m de largura, evitando que esses carreadores, 
dispostos sem interrupção, formem uma rampa muito comprida que aumentaria a 
velocidade e o volume da enxurrada, favorecendo a erosão dentro do carreador. 
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) recomenda que 
todos os pontos de descarga no terreno natural e recebam proteções contra ero-
são, através da disposição de brita, grama ou caixas especiais de dissipação de 
energia (DNIT, 2005). Nos casos em que houver risco de transporte de sedimentos 
deverão ser previstas caixas de deposição de sólidos, as quais deverão receber 
manutenção periódica.
De acordo com Klassen (2006), um bom manejo da água deve ser prioridade 
na implantação das estradas florestais. A água que escorre dos carreadores em 
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pendente deve ser desviada para bacias de captação ou caixas de retenção devi-
damente dimensionadas. Pode ser ainda retirada para os terraços, para um lado 
ou os dois lados do canal, por meio de pequenos canais de desvio, se constituindo 
numa importante medida de controle da erosão. O revestimento dos carreadores 
com vegetação rasteira também é uma medida necessária à devida conservação 
das estradas (Oliveira et al. 2010a).
6.1.4. Planejamento
Em geral, o planejamento é feito de tal forma que, por ocasião da implanta-
ção sejam construídas estradas primárias, necessárias nos tratos culturais e, por 
ocasião da colheita, haja a construção complementar de estradas secundárias e 
trilhas ou ramais, com finalidades respectivas de dividir a área cultivada em áreas 
de exploração e servir de caminhos para o trânsito de máquinas dentro da colheita 
(Oliveira et al. 2010a). 
A colheita mecanizada é influenciada diretamente pela distribuição e densi-
dade da rede de estradas secundárias. Conforme as condições do terreno e a es-
trutura da área cultivada, é possível determinar o ponto ótimo entre densidade de 
estradas e distâncias de colheita, a rede viária principal é a interação das estradas 
primárias, secundárias, trilhas e ramais, que permite efetuar a colheita sem causar 
danos ao abastecimento (Oliveira et al. 2010a). 
O recomendado é que, no mínimo, 6% da área total do empreendimento se-
jam reservadas para estradas, sendo que, de forma geral quanto maior a densida-
de de estradas, menor a distância de circulação na ocasião da colheita (Santa’anna 
et al., 2000). São consideradas informações básicas para o planejamento: o conhe-
cimento da topografia, geologia, solo, hidrologia do terreno, manejo e o clima da 
região, principalmente precipitação (Sant’anna et al., 2000). 
É fundamental, ainda, um desenho adequado da plataforma, infraestrutura 
de drenagem e revestimento primário constituído por material de qualidade e es-
pessura suficiente para suportar as altas cargas induzidas pelo tráfego (Baesso & 
Gonçalves, 2003). 
As taxas de erosão estão diretamente relacionadas com o comprimento total 
das estradas de uma bacia. Assim, o princípio básico de proteção e controle de 
danos ambientais nessas obras é a redução máxima da densidade de estradas e 
da faixa terraplanada, visando diminuir a perda de solo superficial (Oliveira 2006; 
Oliveira et al. 2010a; Oliveira et al. 2010b). 
Um planejamento adequado contempla a abertura de estradas em densidade 
tal que não represente impacto e garanta a sustentabilidade do manejo aplicado 
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(Hendrison, 1989), sendo 30 a 40 m ha-1 considerada uma densidade ótima (Sei-
xas, 1997). 
O planejamento, locação e construção deverão considerar então: a seleção 
econômica do padrão de estradas; parâmetros técnicos; inclinação do terreno; cál-
culo da drenagem necessária; faixas de segurança; mínimo movimento de terra 
nos cortes e aterros; largura máxima; cálculo do desenvolvimento das curvas verti-
cais e horizontais; perfis longitudinais e transversais adequados (Braz et al., 1998). 
6.2. Bacias de captação de água
As bacias de captação de água conhecidas como barraginhas têm a função 
de captar as águas de escoamento dos terraços, canais divergentes e estradas. Ao 
dimensionar as bacias de captação de água, deve-se considerar o máximo esco-
amento superficial que pode ocorrer nos segmentos de estrada com declividade e 
comprimento de rampa definidos, a capacidade de infiltração de água no solo do 
local que irá receber o escoamento para permitir a captação e o armazenamento e 
posterior infiltração da água advinda das estradas ou outras estruturas.
6.2.1. Declividade da estrada
Temos que considerar as declividades dos segmentos de estradas, que em-
bora não contribua para o aumento do volume da água, determina variações na 
velocidade desta, motivo pelo qual o espaçamento entre as bacias deve sofrer 
reduções, diminuindo a capacidade erosiva da água e aumentando a segurança do 
sistema. 
As bacias de captação de água são recomendadas para estradas com declivi-
dade até 20% (12º), acima desse limite sua implantação torna-se dispendiosa, além 
de comprometer a segurança da estrutura. Nos trechos de estradas superiores a 
20% (12º) será necessária a locação de calhas, bueiros e escadas hidráulicas, ob-
jetivando o direcionamento do fluxo de enxurrada, dissipando a energia cinética e 
evitando a erosão hídrica. 
6.2.2. Intensidade máxima de precipitação
 São definidas como o conjunto de chuvas originadas em um mesmo evento 
meteorológico, cuja intensidade ultrapassa certo valor. Esses eventos podem variar 
de minutos até algumas horas. Ao dimensionar as bacias de captação de água, os 
terraços e os canais (escoadouros e divergentes), é exigido o uso das precipitações 
intensas, ocorridas no local de interesse, para definição da chuva de projeto a partir 
do qual é obtida a vazão e o volume crítico a ser utilizado. 
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Os valores de precipitação intensa considerados no dimensionamento apre-
sentam períodos de retorno de 10 anos, o qual julgamos que seja uma boa reco-
mendação para conferir segurança e economia à implantação do sistema, conforme 
equação de intensidade, duração e frequência da precipitação conforme represen-
tação abaixo (Pruski et al. 2006 e Pruski et al. 2009). 
Através do programa PLÚVIO 2.1 (Pruski et al. 2006) pode-se calcular os pa-
râmetros da equação para a região e o período de retorno de interesse. Segundo 
Bertolini et al. (1993) a intensidade máxima média de precipitação (Im), para um 
período de retorno de 10 anos, na região em estudo é de 105 mm em 24 horas.
Im = K T
a/(t + b)c (1)
Em que:
Im é a intensidade máxima média de precipitação, mm h
-1;
T é a período de retorno, anos;
t é a duração da precipitação, min.;
K, a, b, c são os parâmetros relativos à localidade.
6.2.3. Erodibilidade do solo
A erodibilidade do solo expressa a sua resistência à erosão hídrica, assim na 
Tabela 4 (Bertolini et al. 1993) os solos foram classificados em quatro grupos de re-
sistência à erosão hídrica em função de suas características físicas e morfológicas. 
6.2.4. Cálculo de espaçamento entre bacias
O sistema de bacia de captação de água foi dimensionado considerando-se 
bacias em série ao longo das estradas. A recomendação do cálculo de espaçamen-
to entre bacias deve considerar a declividade da estradae a resistência do solo à 
erosão hídrica (erodibilidade – fator K). O espaçamento entre bacias foi determina-
do empregando a fórmula para espaçamento entre terraços proposta por Bertoni 
(1959), conforme a Equação 2. 
EH = 45,18 * K * D-0,42 (2)
Em que:
EH = espaçamento entre bacias, em m;
K = fator de resistência do solo à erosão, adimensional; 
D = declividade, em %.
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Tabela 4 – Grupos de resistência à erosão hídrica para as principais classes de solos.
6.2.5. Cálculo do volume de água captado nos trechos de estradas
O volume da enxurrada a ser retido pela bacia foi calculado pela Equação 3:
VT = EH * L * I (3)
Em que:
EH = espaçamento entre bacias, em m;
L = largura da estrada, em m;
I = intensidade da chuva em 24h, em m.
6.2.6. Cálculo do volume da bacia de captação de água
A geometria das bacias de captação de água pode ser de vários formatos, en-
tretanto o formato mais utilizado é o da calota de uma esfera. O volume correspon-
dente a bacias de formato de uma calota de uma esfera é definido pela Equação 4:
VB = π * P2 (R – (P/3) (4)
Em que:
P = profundidade da bacia, em m;
R = raio da bacia, em m;
O volume total (VT) é igual ao volume da bacia (VB).
VT = VB
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6.2.7. Cálculo da profundidade e do raio da bacia de captação de 
água
A profundidade e o raio da bacia foram determinados pelas Equações 5 e 6, 
respectivamente;
Deduções:
Sen (45°) = 0,707
Cos (45°) = 0,707
Relação R/P = 0,707/(1-0,707) = 2,41
Maior inclinação do talude = 100%
Talude = 1/1
P = (VB/6,52)1/3 (5)
Em que:
P = profundidade, em m;
VB = volume, em m3:
R = 2,41 * P (6)
Em que:
R= raio, em m;
P= profundidade, em m.
6.2.8. Locação e construção das bacias de captação de água
Para locar uma bacia de captação de água, devem-se considerar as particula-
ridades de cada trecho da estrada. Porém, de modo geral, tira-se uma perpendicu-
lar à linha lateral da estrada, desta traça-se a linha que é a bissetriz do ângulo. Essa 
bissetriz corresponderá ao canal de admissão à bacia e o diâmetro da bacia. Nessa 
bissetriz são marcados dois pontos básicos: a distância da margem da estrada à 
bacia, que corresponde ao canal de admissão, deve ser tal que a declividade fique 
em torno de 1 a 3%. O segundo ponto será a referência para locação do raio e da 
circunferência da bacia. Através de um piquete localizado neste segundo ponto, 
amarra-se uma linha de comprimento igual ao raio previamente escolhido e loca-se 
a circunferência da bacia.
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Após a etapa de locação define-se a profundidade e o raio da bacia e inicia-
se o trabalho de perfuração desta. A melhor época para construção das bacias de 
captação de água é após o período das chuvas que estende de abril a outubro 
(inverno). Utilizar a hidrossemeadura nos talude das bacias de captação, seguindo 
as recomendações de correção com calagem, adubação e uso de espécies vege-
tais utilizadas como plantas de cobertura recomendadas para a região (gramíneas 
leguminosas e outras).
6.3. Recomendações gerais
6.3.1. Leito e laterais das estradas
São feitos camalhões ao longo das estradas para quebrar a energia cinética 
da enxurrada e orientar o escoamento para estruturas receptoras. O espaçamento 
entre camalhões é definido em função da erodibilidade do solo e a declividade da 
estrada, conforme definido no cálculo de espaçamento entre bacias de captação de 
água. Na instalação dos camalhões escarificar a faixa de solo em que será locado 
o camalhão para possibilitar maior aderência no solo. 
Quando necessário utilizar estruturas denominadas paliçadas (barreiras de 
estacas de eucalipto) ao longo de lançantes de estradas, espaçadas conforme di-
mensionamento para locação de bacias de captação. Em situações críticas de solo 
adotar estruturas de alvenaria como: canais revestidos com lona, calhas, tubula-
ções de concreto ou PVC, bueiros e escadas dissipadoras de energia. Em alguns 
trechos de estradas serão necessárias elevação do leito e suavização dos taludes. 
A estrada deve receber um revestimento do leito com material sólido, no caso, 
recomenda-se utilizar pavimentos alternativos (pedrisco de granito, borra siderúr-
gica, cascalho e outros), sendo que o revestimento deve atingir uma espessura de 
0,05 m. Os materiais granulados indicados para revestimento devem ser resisten-
tes e ter dimensão superior a 2,5 cm, objetivando a infiltração e drenagem da água 
para as laterais da estrada. O leito da estrada deve ter o formato convexo com 
inclinação de 2 a 8% no sentido do centro para as laterais.
6.3.2. Taludes de estradas
Utilizar a hidrossemeadura em algumas situações críticas de talude, seguindo 
as recomendações de correção, adubação e uso de espécies vegetais recomenda-
das para a região. As leguminosas recomendadas para vegetação de taludes são 
as seguintes: feijão guandu, crotalária, feijão de porco, amendoim bravo, mucuna 
preta, soja perene; e as gramíneas são as seguintes: brachiaria, capim vetiver, 
grama batatais, capim cidreira e outras plantas nativas da região. A inclinação dos 
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taludes deve ser na faixa de 2:1 a 3:1. Na ocasião de correções no leito da estrada 
com o uso de máquinas com lâminas (moto niveladora), evitar o corte da saia do 
talude. A exposição do horizonte C torna o talude suscetível ao deslocamento ou 
escorregamento de massa. Em alguns casos e necessário o estabelecimento de 
dissipadores de energia da enxurrada.
6.3.3. Manutenção das estradas e bacias de captação de água
Após a implantação do sistema, em virtude da movimentação de terra no leito 
da estrada, correção de taludes, abertura de canal de admissão e da construção da 
bacia, é comum nas primeiras chuvas carregarem sedimentos. Em virtude disso, 
recomenda-se, para maior eficiência do sistema, efetuar manutenção anual, proce-
dendo a remoção de sedimentos da bacia, no período de seca, ocasião em que se 
pode efetuar também uma escarificação no fundo, visando melhorar a infiltração de 
água no solo. A área adjacente às bacias deve ser vegetada com espécies de porte 
rasteiro (grama batatais, brachiaria e outras) e o trânsito de animais na área das 
bacias deve ser eliminado através de cercas.
6.3.4. Dados para suporte orçamentário
Segundo informações de literatura na escolha do maquinário deve-se optar 
pelo uso da pá carregadeira ou retroescadeira, com rodas, que aumenta em até 
três vezes o rendimento em relação ao trator de esteira. Há, ainda, outras vanta-
gens, como: deslocamento próprio, agilidade, facilidade de manutenção e grande 
número de equipamentos disponíveis no mercado. Ajustes de campo serão neces-
sários nos dimensionamentos para uma melhor disposição das bacias de captação 
de água. O orçamento deve ser realizado no volume de corte e aterro em detrimen-
to as horas máquinas.
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7. INDICADORES DA QUALIDADE DO SOLO 
EM SISTEMAS DE MANEJO
Apesar da atuação progressiva e contínua dos agentes de formação do solo 
sobre os mais variados materiais de origens presentes na crosta terrestre, o solo é 
classificado como um recurso natural não renovável na escala de tempo humana, 
o que sustenta uma justificativa bastante razoável para se evitar a degradaçãodo 
solo com perda de sua qualidade.
Encontra-se na literatura várias definições sobre qualidade do solo. Larson & 
Pierce (1996) a definem como a capacidade do solo funcionar dentro dos limites 
do ecossistema e interagir positivamente com o ambiente externo. Para esses au-
tores, a qualidade do solo varia consideravelmente tanto em pequena quanto em 
grande escala, apresentando caráter dinâmico, podendo ser diminuída, mantida ou 
aumentada, e expressa tanto atributos inerentes ao solo como a habilidade do solo 
em interagir com estímulos aplicados.
Algum rumo para a pesquisa em regiões tropicais de países em desenvolvi-
mento foi apontado recentemente por Lal (2000), e incluem práticas de manejo do 
solo para garantir a produção de alimentos com o mínimo de riscos para o ambien-
te. O quadro mundial atual apresentado pelo autor é preocupante, uma vez que 
indica redução das áreas produtivas per capita, severa escassez do recurso água e 
elevados riscos de degradação do solo, seja através da erosão hídrica ou poluição 
química, aliados à descapitalização do produtor e fraco apoio institucional.
O interesse por parte da comunidade científica em conhecer como os solos 
variam naturalmente em qualidade, a extensão em que problemas de qualidade do 
solo podem ser mitigados e como a qualidade do solo está mudando em resposta a 
práticas de manejo do solo são destacados por Larson & Pierce (1996).
A consequência imediata da degradação dos atributos do solo é o estabe-
lecimento acelerado da erosão do solo que constitui a principal ameaça à sus-
tentabilidade dos sistemas agrícolas, afetando o solo, o seu potencial produtivo e 
o meio ambiente. Esses autores citam que os solos apresentam variabilidade de 
recuperação, existindo carência de dados para estimar o grau e o tipo de impacto 
causado nos diferentes sistemas de manejo do solo. Assim, neste tópico vamos 
discutir alguns atributos de solo que apresentam potencial de indicadores da qua-
lidade do solo em relação à erosão hídrica, produtividade e o meio ambiente. Para 
serem utilizados na prática os indicadores da qualidade do solo devem atender aos 
seguintes critérios (Doran & Parkin, 1994):
a) contemplar propriedades e processos físicos, químicos e biológicos do solo;
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b) ser acessível a muitos usuários, fácil medição e reprodutibilidade metodológica;
c) ser aplicáveis em condições de campo e apresentar alta correlação com me-
didas de laboratório;
d) possuir critérios definidos de quantificação e interpretação dos valores;
e) ser sensíveis às variações de manejo e de clima;
f) permitir avaliações de curto, médio e longo prazos;
g) constar em bancos de dados já existentes.
Os atributos considerados indicadores de mudanças na qualidade do solo 
devem ter a capacidade de serem sensíveis ao manejo numa escala de tempo que 
permita a verificação de suas alterações, assim são classificados em efêmeros, 
intermediários e permanentes e os indicadores de mudanças devem ser sensíveis 
ao manejo, de modo que as alterações sejam detectadas em tempo adequado, ou 
seja, é desejável que esteja numa posição intermediária entre aqueles conside-
rados como permanentes (mineralogia e textura) e efêmeros (temperatura, pH e 
conteúdo de água). Na Tabela 5 são apresentados vários indicadores físicos, quí-
micos e biológicos sugeridos por diversos autores que podem ser utilizados para 
avaliação da qualidade do solo em sistemas de manejo. 
A avaliação da qualidade dos solos agrícolas é importante para definição e 
adoção de práticas de manejo que garantam a sustentabilidade socioeconômica e 
ambiental (Freitas et al. 2012). Estudos desenvolvidos por Cândido et al. (2015), 
utilizando dois métodos de indexação dos indicadores de qualidade denominados 
Índice de Qualidade Integrado (IQI) e Índice de Qualidade Nemoro (IQN) foram 
utilizados para avaliar a qualidade de solo em áreas experimentais de plantio de 
eucalipto. A seleção dos indicadores foi feita a partir de nove indicadores de quali-
dade do solo: diâmetro médio geométrico, permeabilidade à água, matéria orgâni-
ca, macro e microporosidade, volume total de poros, densidade do solo, resistência 
à penetração e índice de floculação, que estão relacionados à erosão hídrica. Os 
tratamentos constituíram de eucalipto plantado em nível, com e sem a manuten-
ção dos resíduos, em desnível e solo descoberto, em dois biomas distintos, cujas 
vegetações nativas são Cerrado e Floresta. Os índices de qualidade do solo (IQS) 
apresentam alta correlação com a erosão hídrica. Entre os sistemas manejados, o 
Eucalipto com manutenção do resíduo apresenta valores mais elevados em ambos 
os índices, ressaltando-se a importância da cobertura vegetal e manutenção da 
matéria orgânica para conservação do solo e da água em sistemas florestais. Os 
IQS apresentam alto coeficiente de correlação inversa com as perdas de solo e 
água. Em locais com as maiores taxas de erosão hídrica apresentam também os 
menores valores de IQI e IQN. Assim, os índices testados permitem avaliar com 
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eficácia os efeitos dos manejos adotados sobre a qualidade do solo em relação à 
erosão hídrica.
Tabela 5 – Indicadores físicos, químicos e biológicos da qualidade do solo em sistemas de 
manejo 
Indicadores Atributos
FÍSICOS
Textura do solo, profundidade do solo, profundidade de raízes, 
densidade do solo, porosidade do solo, encrostamento super-
ficial, compactação do solo, permeabilidade do solo à água, 
capacidade de retenção de água no solo, temperatura do solo, 
módulo de ruptura, limites de consistência, índice de agregação, 
estabilidade de agregados, estrutura do solo e resistência do 
solo à penetração.
MORFOLÓGICOS
Observações de campo da estrutura, porosidade do solo, ati-
vidade da fauna e flora no solo e cor do solo, cheiro do solo e 
observações em lâminas micromorfológicas.
QUÍMICOS
Carbono orgânico total (COT), nitrogênio orgânico total, pH, 
PCZ, condutividade elétrica, disponibilidade de nutrientes, ni-
trogênio mineral (NH4
+, NO3
-), fósforo, potássio, capacidade de 
troca de cátions, saturação de bases, saturação por alumínio, 
presença de metais pesados, presença de elementos radioati-
vos e presença de defensivos.
BIOLÓGICOS
Carbono da biomassa microbiana (COBM), nitrogênio e outros 
nutrientes da biomassa microbiana, nitrogênio potencialmen-
te mineralizáveis, respiração do solo (RS), relação entre COT/
COBM, relação RS/COBM, taxa de decomposição de resíduos 
biológicos e população microbiana (fungos, micorrizas e outros). 
Maiores detalhes em Moreira & Siqueira (2002).
A degradação da qualidade do solo, da água e da floresta é um problema 
ambiental muito crítico que o Brasil está enfrentando atualmente, o qual reflete di-
retamente nos segmentos da segurança, do alimento, do econômico, do social e do 
político. As soluções desses problemas, como vêm sendo demonstradas, são tec-
nicamente possíveis, mas os efeitos dessas degradações muitas vezes persistem 
ou se estabelecem novamente devido à falta de consciência e educação ambiental. 
Assim, o primeiro passo seria a aplicação de um diagnóstico participativo, seguido 
da implantação de um programa de conscientização e educação ambiental, cujo 
tema central poderia ser o controle e estabilização da erosão, e a partir desse 
tema construir uma consciência dos danos causados pela degradação do solo, 
água e floresta. Como a implantação desse programa possui caráter permanente, 
a continuidade das ações seria conduzida pelas organizações locais que forem ca-
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pacitadas e articuladas para esse fim com apoio técnico das instituições parceiras. 
Os resultados produzidos deveriam ser divulgados numa tentativa de extensão do 
programa de conscientização e valorização do solo, água e floresta.
A partir dessaconscientização outras medidas deveriam ser implementadas. 
Entre essas destacam-se a recuperação das matas ciliares, matas de galeria, topos 
de morros, várzeas e veredas; fomento e implementação de práticas de conserva-
ção dos solos – plantio em nível, terraceamento e bacias de captação; adoção do 
plantio direto; manejo sustentado das pastagens e introdução de sistemas agrosil-
vipastoris e agroflorestal nos entornos de ecossistemas frágeis; monitoramento da 
qualidade do solo em sistemas de manejo; obrigatoriedade de recomposição de re-
serva florestal legal para as classes de solos de uso inferiores; estímulo e subsídios 
à recuperação das áreas degradadas; conservação de nascentes; análise crítica 
da legislação agrícola em suas interfaces com a questão ambiental, tendo em vista 
o aprimoramento, a revisão e a compatibilização dos instrumentos legais vigentes 
e seu mais amplo conhecimento; criação de comissão com ampla participação de 
todos os segmentos da sociedade para aperfeiçoamento e adaptação segundo os 
interesses regionais das leis ambientais; criação de parques em bacias hidrográfi-
cas municipais com função exclusiva de captação de água, proteção ambiental e 
lazer; e adoção das bacias hidrográficas, através dos comitês de bacias, e como 
unidades de planejamento e gestão ambiental (Silva & Curi, 2001).
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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