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Aplicação de testes de instrumentos financeiros de dívida, de capital e de investimentos avaliados pelo MEP Apresentação Você sabia que o exame de auditoria aplicado sobre os investimentos tem como objetivo o desenvolvimento dos trabalhos já determinados de forma antecipada? Isso é denominado programa de auditoria. Sua finalidade é prevenir trabalhos desnecessários ou que não correspondam às metas estabelecidas. Dentro do programa de auditoria estão definidos os possíveis testes que serão aplicados com relação aos instrumentos financeiros de dívida e de capital e sobre os investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os procedimentos essenciais para o desenvolvimento da auditoria, as possibilidades de um controle interno dentro do controle de investimentos e os métodos de trabalho dos auditores na aplicação de suas funções. Ao final desta unidade, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Verificar os critérios considerados primordiais para a realização da auditoria.• Identificar as possibilidades de adoção de controles internos no controle dos investimentos.• Reconhecer os procedimentos aplicados pelos auditores na execução do seu trabalho.• Desafio Você iniciou suas atividades na entidade Super Micro Ltda. e, em seguida, foi convidado para participar do quadro de auditores internos da empresa. Após algumas capacitações, você compreendeu melhor o processo de auditoria e foi agendada a primeira, na qual você participaria auxiliando na execução dos trabalhos. Durante a auditoria de investimentos que abordava os instrumentos financeiros, você observou que uma das aplicações realizadas pelo setor financeiro da empresa havia sido realizada pelo valor de R$ 3.000.000,00, mas não constatou nenhum documento de autorização por parte da diretoria que indicasse que a aplicação poderia ser feita. Realizando alguns questionamentos aos diretores, com base nas demonstrações financeiras, você verificou que a aplicação estava correta e autorizada, mas não havia nenhum documento que confirmasse o fato. Com base no conhecimento que você adquiriu nas capacitações realizadas sobre os procedimentos de auditoria, responda de forma dissertativa o que você recomendaria para alinhar os procedimentos da empresa. Indique onde houve a falha envolvendo o setor financeiro e a diretoria com relação à aplicação realizada. Infográfico O infográfico apresenta os testes de instrumentos financeiros e investimentos. Serão apresentado alguns métodos para a elaboração dos papéis de trabalho. Confira! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conteúdo do livro A execução dos processos de auditoria é determinada buscando-se a eficiência do controle interno dos investimentos e a matéria abrangente. Se o controle interno for considerado adequado, os testes de auditoria podem ser efetivados em datas medianas ao encerramento, bastando que o auditor efetue métodos opcionais que garantam o valor do encerramento. Acompanhe o capítulo Aplicação de testes de instrumentos financeiros de dívida, de capital e de investimentos avaliados pelo MEP, base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura! AUDITORIA A CONTÁBIL AVANÇADA Aplicação de testes de instrumentos � nanceiros de dívidas, de capital e de investimentos avaliados pelo MEP Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Veri� car os critérios considerados primordiais para a realização da auditoria. Identi� car as possibilidades de adoção de controles internos no con- trole dos investimentos. Reconhecer os procedimentos aplicados pelos auditores na execução do seu trabalho. Introdução Você sabia que o exame de auditoria aplicado sobre os investimentos tem como objetivo o desenvolvimento dos trabalhos já determinados de forma antecipada? Isso é denominado programa de auditoria. Sua finalidade é prevenir trabalhos desnecessários ou que não correspondam às metas estabelecidas. Dentro do programa de auditoria estão definidos os possíveis testes que serão aplicados com relação aos instrumentos financeiros de dívida e de capital, e sobre os investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial. Neste texto, você vai estudar os procedimentos essenciais para o desenvolvimento da auditoria, as possibilidades de um controle interno dentro do controle de investimentos e os métodos de trabalho dos auditores na aplicação de suas funções. Critérios primordiais para a realização de auditorias Teste dos instrumentos financeiros de dívida Para o teste aplicado em instrumentos fi nanceiros de dívida, é necessário obter ou elaborar um papel de trabalho que contenha o saldo das contas relativas a aplicações fi nanceiras, ou seja, aos ativos circulante e não circulante. Para isso, se usa como base a data do término do exercício social. Também é preciso fornecer os seguintes dados por aplicação: Essência do título; Local custo perante os títulos; Data da execução; Data estipulada para a restituição, já definida no título ou intuito da entidade; Taxa de rendimentos, incluindo juros e correção monetária; Dinheiro aplicado; Dinheiro referente aos rendimentos provisionados; Preço de mercado. O auditor precisa conferir o montante das colunas relativo ao valor aplicado e aos rendimentos provisionados. Também é fundamental para o desenvolvi- mento dos seus trabalhos que se confirme o total das colunas previstas com o razão emitido pela contabilidade. Além disso, é necessário examinar toda a documentação que será usada como suporte para as aplicações. Também é preciso que se tenha a carta de confirmação da instituição custo perante o título. Isso serve para que seja possível confrontar as informa- ções disponibilizadas pelo cliente que está sendo auditado com as que foram acordadas mediante contrato de investimento. Se a entidade que está sendo auditada tiver posse do título, basta examiná-lo por intermédio de extrato de movimentação. 93Aplicação de testes de instrumentos financeiros de dívidas... A carta de confirmação precisa apresentar as seguintes informações: Se o título pertence à instituição; Se o título em questão é de propriedade da entidade que está sendo auditada; Se existe algum ônus sobre o título. A seguir, você poderá observar alguns procedimentos que devem ser obedecidos. Eles são os mesmos apresentados nas cartas de confirmação de saldos de contas movimento: a) Realize a conferência do nome da instituição, das respectivas datas em que foram efetuadas as aplicações. Também resgate a taxa de rendi- mento e a quantia em dinheiro que foi empregada juntamente com a documentação que serve de suporte. b) Se for possível, questione a administração da entidade quanto à intenção do resgate dos respectivos títulos. c) Analise se as aplicações foram ordenadas de forma devida no balanço patrimonial. d) Analise se a taxa de rendimentos está de acordo com o mercado. e) Efetue a conferência dos cálculos relativos aos rendimentos que foram provisionados. f) Confira a classificação dos rendimentos, ou seja, se os mesmos foram ordenados como receitas financeiras. g) Se for aplicável, verifique o resgate em data posterior à do teste, exa- minando aviso bancário e extrato bancário a fim de conferir o crédito. h) Examine as aplicações financeiras que foram efetuadas e resgatadas durante o exercício. i) Verifique: ■ Os valores que foram registrados a débito nas contas de aplicações financeiras e também os débitos efetuados de maneira direta no extrato bancário relacionado às respectivas aplicações financeiras que geralmente correspondem a valores superiores e arredondados. ■ A documentação utilizada como suporte para a aplicação e o resgate. Auditoria contábill avançada 94 ■ A razoabilidade da taxa derendimentos com relação ao mercado. É preciso examinar os cálculos da receita e a devida contabilização em receitas financeiras. j) Verifique o fluxo diário referente aos saldos bancários mediante extratos ou controles internos, para o exercício. Além disso, realize um confronto com a necessidade de desembolso, com o intuito de confirmar se as sobras temporárias de caixa são aplicadas de maneira correta, de acordo com as políticas internas da entidade. k) Averigue a ordenação dos títulos, ou seja, se estão em negociação, disponíveis para a venda e conservados até o seu vencimento. l) Examine o ajuste a valor justo e a contabilização correspondente aos títulos que estão em negociação, isto é, o ajuste que foi registrado no resultado e os títulos disponíveis para a venda, ou seja, o ajuste efetuado na conta “ajustes de avaliação patrimonial”, já deduzidas as referidas tributações. Os instrumentos financeiros são de uso de entidade financeira e não financeira, inde- pendente do porte, para vários fins. É importante você compreender que algumas empresas apresentam uma carteira longa de instrumentos e negociam quantidades extensas de transações. Já outras empresas podem possuir poucas transações de instrumentos financeiros. Teste dos instrumentos financeiros de capital Para que se possam desenvolver testes sobre os instrumentos fi nanceiros de capital, o auditor deve elaborar papeis de trabalho que forneçam, de forma específi ca, o seguinte: O detalhamento de cada um dos investimentos; A verificação do saldo inicial do período, em que constem as quantidades de ações ou quotas e o valor; O que foi adquirido no período com relação às quantidades de ações ou quotas e o valor; 95Aplicação de testes de instrumentos financeiros de dívidas... As baixas efetuadas no período relativas às quantidades de ações ou quotas e o valor; Os saldos finais no encerramento do período, também relativos às quantidades de ações ou quotas e o valor; O respectivo valor da venda efetuada de investimentos que foram bai- xados no período; O lucro ou prejuízo correspondente à baixa dos investimentos, ou seja, o valor referente à venda diminuído o valor contábil; A cotação no mercado e o ajuste a valor de mercado; Os lucros ou dividendos que foram lançados no período como receita; O local físico dos investimentos. Na ocorrência de estarem penhorados, fornecer detalhes com o intuito de inserção nas notas explicativas. É de extrema importância verificar a soma referente ao montante das co- lunas do papel de trabalho. Uma das etapas afirma que é necessário verificar as ações para se certificar de que as mesmas foram classificadas de maneira correta para negociação, isto é, com o ajuste a valor de mercado compreendido no resultado do exercício e disponibilidade para venda. Ou seja: é fundamental verificar se o ajuste pelo preço de mercado foi lançado na conta “ajuste de avaliação patrimonial”, já deduzido de tributação. O auditor precisa examinar os saldos iniciais do período em confronto com os papeis de trabalho do exercício anterior. Também deve conferir o montante das colunas relativas ao saldo do fim do período, o lucro ou prejuízo pela baixa de investimentos, os lucros ou dividendos que foram lançados como receitas e o ajuste a valor de mercado em contrapartida com o razão contábil pertencente ao mesmo período. As compras, as baixas e o valor de venda referentes aos investimentos precisam ser comparados com a documentação que afirme tais fatos. Você deve saber que tais transações foram autorizadas de acordo com os limites de competência determinados pela entidade que está sendo auditada. Auditoria contábill avançada 96 A coluna referente ao papel de trabalho de cotação no mercado precisa ser compa- rada com divulgações efetivadas pela bolsa de valores. Você precisa estar atento à necessidade de investigar se os investimentos tiveram sua avaliação em conformidade com os princípios de contabilidade. O auditor deve argumentar sobre a intenção de alienação das aplicações com os administradores da entidade. É relevante conferir se as aplicações estão dispostas no ativo circulante e não circulante, conforme a intenção. Também cabe ao auditor examinar as transações incorridas posteriores ao encerramento das demonstrações financeiras. O objetivo disso é garantir que nenhuma aplicação ordenada no ativo não circulante tenha sido alienada. Ainda é necessário que sejam conferidos os lucros ou dividendos lançados como receita em um período com a respectiva documentação que comprove o fato, analisando se todos os valores de fato foram contabilizados. Você deve verificar: As divulgações frequentes das bolsas de valores; As demonstrações financeiras da entidade investida; As atas referentes a reuniões de acionistas da entidade investida; A necessidade de obter dados de confirmação diretamente da entidade investida. Também é preciso analisar se os investimentos estão penhorados. Isso é importante e pode ser efetivado mediante conversas com os administradores combinadas com os métodos de confirmação física de títulos juntamente aos custodiantes, bem como por meio de auditoria de passivos. 97Aplicação de testes de instrumentos financeiros de dívidas... Teste dos investimentos avaliados pelo MEP Nos testes realizados para investimentos avaliados pelo Método de Equiva- lência Patrimonial (MEP), também é preciso que se elabore ou que se consiga, mediante a entidade que será auditada, papel de trabalho que forneça alguns detalhes específi cos. Por exemplo: A característica de cada investimento, com informações sobre a compa- nhia, a essência da ação, o percentual de participação, entre outros dados; O saldo inicial do período referente às quantidades de ações ou quotas e o valor; As compras relativas ao período que abordem as quantidades de ações ou quotas e o valor; As baixas efetuadas no período com relação às quantidades de ações ou quotas e o valor; Os dividendos auferidos ou creditados; O ajuste da equivalência patrimonial; O saldo final no encerramento do período, envolvendo as quantidades de ações ou quotas e o valor; O valor referente à venda de investimentos que foram baixados no período; O lucro ou prejuízo relacionado à baixa dos investimentos, ou seja, o valor efetivo da venda, reduzido o valor contábil. Na ocorrência de ágio na entidade, é preciso evidenciar no papel de trabalho a provisão constituída ocasionalmente e o referido teste de recuperabilidade. Você deve fazer isso conforme o CPC 01 (R1) (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2010), que aborda redução e valor recuperável de ativos. Observe outros procedimentos que os auditores devem utilizar no desen- volvimento do seu trabalho: Auditoria contábill avançada 98 a) Conferir o cálculo das colunas do papel de trabalho. b) Verificar o saldo inicial em contrapartida com os papeis de trabalho do ano anterior. c) Verificar o montante das colunas do saldo final do referido período e do lucro ou prejuízo oriundo da venda em confronto com o razão contábil, considerando o mesmo período. d) Comparar a documentação suporte das compras, baixas e também o valor das vendas dos investimentos. e) Examinar de modo físico os títulos que correspondem aos investimentos ou adquirir confirmação por escrito por meio de carta de confirmação, na situação em que os títulos estiverem em poder de terceiros. f) Na ocorrência de dividendos pagos ou creditados, verificar os cálculos e examinar toda documentação que seja comprobatória, demonstrações financeiras auditadas e atas resultantes de reuniões de acionistas. g) No ajuste da equivalência patrimonial, é preciso aplicar os seguintes métodos: ■ Analisar se o investimento atende a todas as exigências legais para ser registrado mediante esse método. Verificar a existência de outros investimentos que possam estar avaliados pelo método de valor justo, porém deveriamestar avaliados pela equivalência patrimonial. ■ Adquirir demonstrações financeiras que já foram auditadas da en- tidade investida. ■ Verificar se as demonstrações financeiras da entidade investida foram apuradas de acordo com a data do balanço da entidade investidora ou 60 dias antes. ■ Observar se o patrimônio líquido da entidade investida sofreu ajuste para outras situações, caso aplicáveis: ■ Fatos extraordinários que aconteceram no período compreendido entre a data da apuração do patrimônio líquido da entidade inves- tida e a data do término das demonstrações financeiras da entidade investidora; ■ Métodos contábeis diferentes entre investida e investidora; ■ Resultados não realizados. ■ Efetuar a conferência do cálculo referente ao ajuste da equivalência patrimonial, ou seja, ao patrimônio líquido ajustado da investida que deve ser multiplicado pelo percentual de participação. ■ Apontar o valor do ajuste referente à equivalência patrimonial na demonstração do resultado. 99Aplicação de testes de instrumentos financeiros de dívidas... h) Sendo a primeira avaliação pela equivalência patrimonial, observar se na aquisição do investimento foi realizada a distribuição referente ao valor de compra em ágio e equivalência patrimonial. Para isso, se examina o cálculo resultante e se verificam as demonstrações financeiras que passaram por auditoria da investida. Revisão do controle interno As técnicas de controle interno relacionadas aos investimentos precisam for- necer controle físico e contábil para os bens. O controle físico visa a garantir a segurança dos investimentos, com o intuito de prevenir perdas, furto ou uso inadequado. Esse controle se obtém, em caso de títulos, assegurando-os fora da entidade, isto é, em um banco, por exemplo. Na ocorrência de a própria entidade decidir realizar a segurança de tais títulos, eles devem ser alocados adequadamente em cofre ou similar. No máximo duas pessoas devem conseguir acessar os títulos. Uma delas não pode conseguir, sozinha, se apropriar deles. Além disso, você deve saber que os controles contábeis dos investimentos e o lucro originário destes últimos necessitam solicitar prestação de contas dos investimentos individuais. A efetuação dos registros precisa ser realizada por pessoas que não tenham acesso aos investimentos ou registros realizados pela contabilidade. É preciso elaborar critérios para análise da guarda relativa ao lucro de investimentos. Também é possível elaborar uma programação do lucro que se deseja atingir com o referido investimento para um período estimado. Nesse caso, esse lucro tem de poder ser confrontado com o que foi efetuado. A venda de investimentos deve ser resguardada e as vendas, aquisições, lucros e prejuízos necessitam ser metodicamente contabilizados por intermédio de métodos compatíveis. Auditoria contábill avançada 100 O controle interno possui como finalidades: Obter dados adequados. Incentivar o respeito e a sujeição às políticas da administração. Guardar os ativos. Melhorar a eficiência e eficácia operacionais. A revisão do controle interno possui o intuito de estabelecer para o auditor a medida de confiança empregada no controle interno. Isso serve para que se consiga definir os métodos de auditoria que precisam ser usados, o instante pertinente para sua execução e a sua dimensão. Os controles internos são diferentes de uma entidade para outra, pois dependem dos riscos que a entidade possui quanto à sua materialidade, da quantidade de pessoas existentes nela e dos seus investimentos. Mesmo com essa disparidade relativa ao controle interno de diferentes entidades, é imprescindível o mínimo de controle interno, visando a uma segurança necessária. Considerando que o controle interno é fundamental, você pode verificar a seguir alguns pontos fortes relativos a ele: Distribuição de funções entre a custódia de investimentos e o processo de escrituração. Segurança, mediante uso de cofres de aluguel acessíveis para no máximo duas pessoas, situação em que estas devem ser independentes entre si. Processo de autorização para compra e baixa de investimentos. Controle mediante planilhas de acompanhamento no caso das entidades investidas. Efetuação da contagem frequente realizada por pessoa independente da que realiza a precação de investimentos da guarda física. 101Aplicação de testes de instrumentos financeiros de dívidas... Procedimentos de auditoria No processo de auditoria, alguns critérios são extremamente relevantes para que se consiga atingir os objetivos determinados. Isso depende da mensuração do controle interno e da materialidade compreendida. A seguir, observe os critérios que o auditor poderá utilizar para o desen- volvimento do seu trabalho: Exame físico: Realização da contagem física dos investimentos, se for possível. Confirmação: Confirmação dos investimentos. Confirmação dos investimentos guardados por terceiros. Confirmação os adiantamentos que foram cedidos. Documentos originais: Exame de documentos relacionados às aquisições efetuadas e às vendas efetivas; atas de assembleias realizadas e contratos fechados. Cálculos: Cálculo relacionado à participação acionária; à equivalência patrimonial e à relativa provisão para perdas. Escrituração: Exames do razão referente à conta de investimentos, do razão da conta de receitas e do razão da contabilização, conforme período de competência. Investigação: Exames específicos dos documentos que envolvem as aquisições; das vendas e dos documentos que abrangem as autorizações e aprovações das transações efetivas. Auditoria contábill avançada 102 Inquérito: Esclarecimento relacionado às aquisições ou vendas de investimentos efetuados; investigação referente à situação patrimonial das entidades investidas. Registros auxiliares: Testes relacionados ao razão analítico de investimentos e do diário auxiliar referente ao número de ações. Correlação: Ligação das aquisições de investimentos efetuados com o disponível ou o passivo; relação da equivalência patrimonial que foi registrada com o resultado. Observação: Ordenação apropriada dos investimentos. Verificação dos princípios contábeis. Verificação dos controles existentes sobre os investimentos. 103Aplicação de testes de instrumentos financeiros de dívidas... COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 01 (R1): redução ao valor recuperável de ativos. Brasília, DF, 2010. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/ CPC/Documentos- -Emitidos/ Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=2>. Acesso em: 05 fev. 2017. Leituras recomendadas ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. IAPN 1000: guia prático da auditoria de instrumentos financeiros. Brasília, DF, 2012. Disponível em: <http://cfc.org.br/tecnica/ normas-brasileiras-de-contabilidade/>. Acesso em: 22 jan. 2017. CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013. PEREZ JUNIOR, J. H. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e procedimentos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010. Referência Auditoria contábill avançada 106 Dica do professor O vídeo a seguir aponta a forma mais precisa sobre a auditoria nos investimentos, abordando especificamente os testes de instrumentos financeiros de dívidas, de capital e nos investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial. Assista ao vídeo! Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/1d5da65d8e59f2bd79b30a225dde58e1 Exercícios 1) Sobre o teste de instrumentos financeiros de dívida, selecione a opção correta. A) É essencial para a aplicação do trabalho do auditor que se confirme o montante das colunas previstascom o razão emitido pela contabilidade. B) A carta de confirmação deve mostrar se o método de equivalência patrimonial foi obedecido. C) Conferir os cálculos dos rendimentos que foram excluídos é um dos procedimentos que precisam ser obedecidos. D) Outro procedimento considerado importante se refere à análise da classificação das taxas e a verificação se elas foram classificadas como receitas. E) Dentre as funções do auditor está a análise do fluxo mensal referente aos saldos bancários através de extratos ou controle interno. 2) Avalie as afirmativas e indique a correta. A) O auditor deve elaborar papéis de trabalho que detalhem, entre outras informações, somente os saldos iniciais relativos às quantidades de ações ou quotas e o valor. B) É dispensável a verificação do cálculo relacionado ao montante das colunas do papel de trabalho. C) As compras, baixas e o valor de venda relacionado aos investimentos devem ser confrontados com o razão contábil, não sendo preciso outras conferências. D) É preciso realizar exames físicos sobre os investimentos que envolvem as ações ou quotas, acompanhado do colaborador depositário. E) É importante verificar se as aplicações estão demonstradas no passivo circulante e não circulante. 3) Quanto ao teste dos investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial, analise as alternativas e identifique a correta. A) Na elaboração dos papéis de trabalho, é preciso considerar as baixas realizadas no período relativo às quantidades de ações ou quotas e o valor. B) Outro critério importante a ser considerado na elaboração dos papéis de trabalho é o saldo final no início do período, envolvendo as quantidades de ações ou quotas e o valor. C) O auditor deve examinar os títulos que correspondem aos investimentos mediante relatórios e questionamentos feitos aos colaboradores. D) Referente ao ajuste da equivalência patrimonial, um dos métodos se refere a obter demonstrações financeiras que ainda não foram auditadas da entidade investida. E) Se for a primeira avaliação pela equivalência patrimonial, deve ser observado se, na aquisição do investimento, foi efetuada a divisão relativa ao valor de venda em ágio e equivalência patrimonial. 4) Verifique as afirmativas relacionadas aos procedimentos de auditoria e indique a opção correta. A) No processo de confirmação são conferidos os investimentos, os investimentos mantidos por terceiros e os adiantamentos adquiridos. B) É preciso examinar os documentos referentes a compras realizadas, documentação de vendas, atas de assembleias e contrato. C) Os testes relativos ao razão sintético de investimentos pertencem ao procedimento de auditoria de registros auxiliares. D) O auditor deve verificar os controles existentes somente sobre a venda das ações. E) É função do auditor examinar o razão da conta de investimentos, o razão das receitas e da contabilização de acordo com os pagamentos. 5) Com relação ao conteúdo de revisão do controle interno, aponte a alternativa correta. A) O controle físico tem por finalidade garantir a segurança dos investimentos, mas não consegue prevenir possíveis perdas. B) Os registros podem ser efetuados por qualquer colaborador, mesmo tendo ou não acesso aos investimentos. C) Se a própria entidade decidir fazer a segurança dos títulos, eles precisam ser mantidos de maneira correta, como em cofres, por exemplo. D) É impossível desenvolver uma programação do lucro que se pretende atingir com o referido investimento considerando um período estimado. E) O processo de aprovação referente à compra e à baixa de investimentos pode ser considerado um ponto fraco no controle interno, pois pode limitar os rendimentos dos investimentos. Na prática Eliana trabalha na empresa WK Auditoria há quatro meses. Alguns processos ainda são desconhecidos a ela, pois ainda está tomando conhecimento de todas as suas funções para desenvolvê-las corretamente. Eliana é auxiliar no processo de auditoria da empresa e, sempre que auditorias são realizadas, ela acompanha o grupo de profissionais para ir se habituando às situações e aos métodos utilizados por eles. Durante a auditoria realizada em um cliente, ela percebeu que seus colegas faziam uso de um documento no qual constavam todos os pontos que deveriam abordar, simulando um check list. O documento usado pelos auditores que analisavam os investimentos incluía os seguintes pontos que deveriam ser verificados com relação à existência do investimento, os direitos, a valorização e a integridade: Eliana verificou também a existência de outros testes que pertencem aos métodos adotados pela auditoria e que precisam ser efetuados para que os objetivos sejam atingidos, como estes: Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Instrumentos financeiros Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Serviços de Auditoria e Asseguração na Prática Stuart, Iris Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Pronunciamento técnico CPC 14 Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Avaliação de investimento pelo Método de Equivalência Patrimonial (MEP) Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. http://www.sinescontabil.com.br/monografias/artigos/Instrumentos-financeiros-1.pdf http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/229_relatorio_da_audpub_CPC_14.pdf https://www.inesul.edu.br/professor/arquivos_alunos/doc_1344399485.pdf Auditoria de imobilizado Apresentação O Ativo Iimobilizado, que está classificado no Ativo Não Circulante, corresponde a uma parcela significativa de ativos de uma entidade organizacional. Quando se trata de uma indústria, por exemplo, os bens são utilizados por vários anos e permanecem por um tempo prolongado na empresa, pois são utilizados no desenvolvimento da atividade fabril da empresa. Tais ativos são apropriados por todos os custos a eles vinculados, tais como a sua aquisição, instalação, depreciação ou manutenção, que servem de base para que o bem possa ser utilizado. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre os procedimentos utilizados pela auditoria no desenvolvimento dos trabalhos no imobilizado, além de conhecer as normas e processos contábeis nesse tipo de auditoria e reconhecer a avaliação do custo do imobilizado. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir os métodos adotados pela auditoria na realização dos trabalhos no imobilizado.• Identificar normas e procedimentos contábeis na auditoria de imobilizado.• Reconhecer o processo de mensuração de custo do imobilizado.• Desafio Você é um dos auditores designados para a realização da auditoria de imobilizado na empresa Orlando Navegação. Foram preparados os papéis de trabalho, incluindo o razão relativo ao período em que constam todos os imobilizados da empresa. Com base no que foi detalhado, disserte sobre qual erro foi cometido envolvendo procedimentos e normas contábeis com relação aos imobilizados. Identifique como você constatou essa falha e qual procedimento deve ser feito pela auditoria. Observe que a auditoria será realizada nas duas embarcações atracadas no porto para a inspeção. Infográfico O infográfico aponta os objetivos da auditoria de imobilizado. Além disso, traz exemplos de bens e procedimentos do controle interno destes bens. Confira! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conteúdo do livro O estudo dos elementos que compõe o Ativo Imobilizado leva em consideração o custo de aquisição e a correspondente depreciação pertinente aos diferentes tipos de ativos adquiridos pela empresa. O processo de auditoria existe para confrontar se os elementos estruturais dos ativos (valor de aquisição, quantidade, tempo de vida útil, tempo de depreciação, entre outros) estão deacordo com as regras e procedimentos legais instituídos para assegurar a integridade patrimonial das organizações. Desta forma será abordado os métodos adotados, além de normas e procedimentos contábeis e o processo de mensuração do custo do imobilizado. Boa leitura. AUDITORIA CONTÁBIL AVANÇADA Aline Alves Auditoria de imobilizado Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: De� nir os métodos adotados pela auditoria na realização dos trabalhos no imobilizado. Identi� car as normas e procedimentos contábeis na auditoria de imobilizado. Reconhecer o processo de mensuração de custo do imobilizado. Introdução Você sabia que o ativo imobilizado geralmente corresponde a uma parcela relevante dos ativos de uma entidade? Quando se trata de uma indústria, por exemplo, os bens são utilizados por vários anos e acabam ficando por tempo prolongado na empresa, sendo usados na manutenção das suas atividades, e não destinados para a venda. Tais ativos são apropriados por todos os custos vinculados a sua aquisição ou instalação para que o bem possa ser utilizado. Neste texto, você vai estudar os procedimentos utilizados pela audito- ria no desenvolvimento dos trabalhos no imobilizado, além de conhecer as normas e processos contábeis nesse tipo de auditoria e reconhecer a avaliação do custo do imobilizado. Normas contábeis, objetivos e definições da auditoria do imobilizado Normas contábeis Os bens do ativo imobilizado geralmente correspondem a uma parte considerá- vel dos ativos de uma entidade. Pode-se afi rmar que os ativos são apropriados com todos os custos que estão ligados à sua aquisição ou à sua instalação. Dessa forma, o respectivo bem pode ser utilizado. Os bens do ativo imobilizado são deduzidos de depreciação. Ela corresponde à apropriação do custo e da despesa, que em decorrência diminuem o valor contábil do bem. O processo de depreciação existe em consequência da vida útil estipulada para o bem. Em conformidade com os princípios contábeis, você deve registrar o valor dos bens do ativo imobilizado como custo ou despesa nos períodos contábeis em que eles são utilizados pela entidade. A disposição do ativo imobilizado no balanço patrimonial está no grupo do ativo não circulante. Os critérios básicos de divulgação exigem a publicação dos bens nas demonstrações financeiras, nas categorias fundamentais de bens. Nesse sentido, é necessário dar destaque para o custo e a depreciação acumulada, os critérios de depreciação, a vida útil do bem, os ônus reais formados, a responsabilidade considerável atribuída de aquisição, o fluxo das contas do custo e da depreciação acumulada no período. É preciso observar as contas pertencentes ou vinculadas ao ativo imobilizado conforme a ocasião de sua auditoria. Você deve saber que estão vinculados ao ativo imobilizado, entre outros: Custo; Depreciação acumulada do bem; Despesa de depreciação; Despesa relativa à manutenção e reparos; Valor referente à venda dos bens do ativo imobilizado; Valor contábil dos bens do ativo imobilizado que foram baixados. Auditoria contábill avançada 108 O CPC 01 (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2010) estabelece que a entidade precisa testar para a recuperabilidade o valor contábil dos bens do ativo imobilizado. Ante a possibilidade de o valor contábil ser maior que o valor recuperável, será ne- cessário constituir provisão para perda. A NBC T 19.1 – Ativo Imobilizado (CONSELHO FEDERAL DE CON- TABILIDADE, 2012) foi aprovada por meio da Resolução CFC nº 1.177/09 (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009). No entanto, a Re- solução CFC nº 1.329/11 (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2011) modificou a sigla e a numeração da Norma NBC T 19.1 para NBC TG 27. Essa norma regulamenta os ativos imobilizados. Objetivos da auditoria do imobilizado A fi nalidade da Norma NBC TG 27 (CONSELHO FEDERAL DE CONTA- BILIDADE, 2009) é defi nir o tratamento contábil para ativos imobilizados. Dessa forma, os usuários das demonstrações contábeis conseguem distinguir os dados sobre o investimento da empresa em seus ativos imobilizados, assim como suas modifi cações. Os pontos fundamentais que você deve observar na contabilização do ativo imobilizado correspondem ao reconhecimento dos ativos, à defi nição dos seus valores contábeis e aos respectivos valores referentes à depreciação e perdas mediante desvalorização. É necessário reconhecer essas perdas em relação aos valores. Você deve utilizar a norma na contabilização de ativos imobilizados. Contudo, não pode aplicá-la quando outra norma requerer ou possibilitar um tratamento contábil diferente. Dessa forma, a Norma NBC TG 27 (CONSELHO FEDERAL DE CON- TABILIDADE, 2009) não se aplica quando houver: (a) ativos imobilizados classificados como mantidos para venda de acordo com a NBC TG 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada; (b) ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola (ver a NBC TG 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola); 109Auditoria de imobilizado (c) reconhecimento e mensuração de ativos de exploração e avaliação (ver a NBC TG sobre Exploração e Avaliação de Recursos Minerais); ou (d) direitos sobre jazidas e reservas minerais tais como petróleo, gás natural, carvão mineral, dolomita e recursos não renováveis semelhantes. Na auditoria, o campo de exame do ativo imobilizado contempla os direitos que tenham por itens bens com destino à manutenção das atividades da entidade ou aplicados com esse intuito. Você deve incluir neles os que são de natureza industrial ou comercial, relacionados à Lei Societária. É importante que você saiba também que dentro dessa concepção legal são considerados terrenos, construções, instalações, benfeitorias ou aprimoramentos, máquinas, equipa- mentos, ferramentas, embarcações, móveis e utensílios, aeronaves, veículos, jazidas ou direitos de exploração, florestamento e reflorestamento, construções em processo, bens intangíveis e benfeitorias em imóveis de terceiros. Os testes de auditoria também compreendem peças ou equipamentos des- tinados à execução nas imobilizações cuja vida útil prolongada fundamente o tratamento. O exame efetuado pelo auditor inclui ainda as contas retificadoras do ativo imobilizado que se relacionam às depreciações, amortizações e exaustões. Definições da auditoria do ativo imobilizado Analise a seguir alguns conceitos que são comuns e usuais nas auditorias e que estão dispostos na NBC TG 27 (CONSELHO FEDERAL DE CONTA- BILIDADE, 2009): Auditoria contábill avançada 110 Valor contábil: corresponde ao valor pelo qual um ativo é reconhecido depois do processo de dedução da depreciação e da perda por redução ao valor recuperável acumulado. Custo: se refere ao valor efetivamente pago em espécie ou ao valor justo de algum outro recurso fornecido para obter um ativo na data da sua aquisição ou concepção. Pode ser ainda, em tal situação, o valor conferido ao ativo quando primeiramente reconhecido em conformidade com as disposições características das demais normas. Valor depreciável: se refere ao custo de um ativo ou a qualquer valor que venha a suprir o custo, diminuído o seu valor residual. Depreciação: representa a disposição ordenada do valor depreciável de um ativo durante sua vida útil. Valor específico: considerando, no caso da entidade, o valor que está em uso, corresponde ao valor presente dos fluxos de caixa que a em- presa espera: ■ Adquirir mediante o uso contínuo de um ativo e com a alienação no término da sua vida útil; ■ Incorrer para o pagamento de um passivo. Valor justo: corresponde ao valor pelo qual um ativo pode ser negociado entre partes interessadas, entendedoras do negócio e autônomas entre si. Não há elementos que obriguem a liquidação da transação ou que indiquem uma transação compulsória. Perda por redução ao valor recuperável: representa o valor cujo valor contábil referente a um ativo ou deuma unidade geradora de caixa ultrapassa seu valor recuperável. Ativo imobilizado tangível: corresponde ao elemento que é mantido para fins de uso na produção ou para fornecer produtos ou serviços, bem como para aluguel a outros ou para fins administrativos. Também se refere a um ativo imobilizado que se pretende usar por mais de um período. Os ativos imobilizados tangíveis são bens de propriedade da entidade palpáveis, ou seja, que podem ser tocados. Exemplo são os imóveis, as máquinas, entre outros. Equivalem aos direitos que visam bens corpóreos designados ao reparo das atividades da empresa ou pra- ticados com essa finalidade. Isso inclui os resultantes de transações que transfiram a ela os privilégios, os riscos e o monitoramento desses bens. Valor recuperável: corresponde ao maior valor entre o valor justo, diminuídos os custos relativos à venda de um ativo, e seu valor em uso. Valor residual de um ativo: representa o valor previsto que a entidade teria mediante a venda do ativo, posterior à dedução das despesas pre- 111Auditoria de imobilizado vistas correspondentes à venda. Contudo, apenas se o ativo já tivesse atingido a condição esperada para o fim de sua vida útil. Vida útil: é o tempo durante o qual a entidade estima utilizar o ativo. Também pode ser a quantidade de unidades produzidas ou semelhantes que a empresa estima obter mediante o uso do respectivo bem. A seguir, você pode conferir exemplos de bens que são classificados no ativo imobilizado: Terrenos Edifícios Máquinas Instalações Móveis e utensílios Bibliotecas Veículos Computadores Ferramentas Construções em andamento Adiantamentos a fornecedores para aquisição de bens do ativo imobilizado Métodos adotados pela auditoria Revisão do controle interno A revisão do controle interno possui o intuito de determinar ao auditor a credibilidade que foi empregada no controle interno. O objetivo disso é es- tabelecer os métodos de auditoria, a dimensão dos trabalhos e o instante em que serão executados. Os tipos de controle interno mudam de uma empresa para outra. Contudo, é relevante que a empresa defina pontos fortes de controle que lhe forneçam segurança. A seguir, observe exemplos de pontos fortes de controle interno que podem ser visualizados no ativo imobilizado: Auditoria contábill avançada 112 Contagem física frequente, em que se possam conferir: ■ A classificação que deve conter numeração identificada por plaquetas, localização, entre outros. ■ A descrição que especifique o nome do bem, seu tamanho e demais informações pertinentes. ■ O método de aquisição do bem, detalhando fornecedor e nota fiscal, por exemplo. ■ O custo de aquisição que apresente o valor da nota fiscal, informações sobre seguro do transporte, frete, despesas alfandegárias, se houver, e outros dados que forem necessários. ■ Informações relativas à duração e aos custos de reparo dos bens. ■ Taxa de depreciação. ■ Fluxo em reais referente ao custo e de depreciação acumulada. ■ Informação de baixa com dados do comprador, valor de venda, entre outras. O controle físico de bens oferece dados que favorecem a compra de outro bem e evidenciam valores de baixas e apuração dos inventários físicos. Isso facilita a localização do bem, das sobras, faltas e outros dados importantes. Balanceamento frequente. Controle de autorização de compras e vendas de imobilizados. Controle de transferência, baixas e obsolescência. Restrições relativas à capitalização de valores e vida útil. Divisão de tarefas nos setores de compras e de recebimento dos bens. O auditor deverá verificar se os controles internos apresentados pela empresa são eficazes, medir os possíveis riscos e apontar os métodos de auditoria praticáveis para a elaboração de opinião pertinente. 113Auditoria de imobilizado Custos iniciais, subsequentes e componentes de custo Custos iniciais Os elementos do ativo imobilizado podem ser obtidos por motivos ambientais ou relacionados à segurança. Você deve saber que a compra de ativos imobilizados não refl ete no aumento direto das vantagens econômicas futuras de qualquer elemento exclusivo já existente do ativo imobilizado. Tais elementos do ativo imobilizado são classifi cados para o reconhecimento como ativo. Isso ocorre pois possibilitam à empresa obter vantagens econômicas futuras referentes aos ativos indicados anteriormente acima das vantagens; contudo, como se ela não tivesse contraído esses elementos. Custos subsequentes Conforme os fundamentos do reconhecimento, a entidade, no valor contábil de um elemento do ativo imobilizado, não calcula os custos referentes ao reparo frequente do elemento. Em vez disso, reconhece tais custos no re- sultado, quando incorridos. Os custos considerados no reparo periódico são especialmente aqueles relativos à mão de obra e às mercadorias consumíveis, situação em que é possível inserir os custos de pequenas peças. O objetivo de tais despesas normalmente é detalhado como reparo e manutenção dos elementos relacionados ao ativo imobilizado. Uma parcela referente a elementos do ativo imobilizado pode solicitar manutenção durante períodos regulares. Por exemplo: um veículo que é uti- lizado no transporte de pessoas e que em algum momento pode precisar de um reparo nas peças que permitem sua atuação. Também se podem obter elementos de ativo imobilizado com o intuito de realizar a recolocação habitual com menor frequência. Auditoria contábill avançada 114 A circunstância para que se possa continuar a operar um elemento do ativo imobilizado pode ocorrer mediante manutenção periódica relevante. Isso independe da troca ou não das peças desse elemento, pois a inspeção tem o intuito de buscar possíveis falhas antes que elas apareçam. Após a vistoria considerada fundamental ocorrer, se reconhece o custo no valor contábil do elemento do ativo imobilizado como uma recolocação. Isso se os métodos de reconhecimento forem suficientes. Componentes de custo Observe os itens que o custo de um elemento do ativo imobilizado contem- pla: a) O valor de aquisição, somados os tributos de importação e os tributos não recuperáveis relativos à compra, depois da redução referente aos descontos comerciais e abatimentos. b) Todo custo contraído diretamente para que o ativo imobilizado esteja em condições de uso. c) A previsão inicial referente aos custos de desmontagem e remoção do elemento e de reparação do local onde o ativo está situado. Os custos correspondem à responsabilidade em que a empresa incorre quando o elemento é obtido ou quando ela o utiliza por um período para fins distintos de fabricação de estoque. Mensuração de custo O custo de um elemento do ativo imobilizado é compatível com o valor à vista na data do reconhecimento. Na ocorrência de o prazo de pagamento ultrapassar os prazos normais de crédito, a distinção existente entre o valor equivalente à vista e o montante dos pagamentos precisa ser reconhecida mediante despesa com juros no decorrer do período. Isso não ocorre caso ela seja suscetível de capitalização, conforme a NBC TG 20 – Custos de Empréstimos (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2012). 115Auditoria de imobilizado Com relação à avaliação do custo do ativo imobilizado, observe (CONSE- LHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009): Um ativo imobilizado pode ser adquirido por meio de permuta por ativo não monetário, ou conjunto de ativos monetários e não monetários. Os ativos objetos de permuta podem ser de mesma natureza ou de nature- zas diferentes. O texto a seguir refere-se apenas à permuta de ativo não monetário por outro; todavia, o mesmo conceito pode ser aplicado a todas as permutas descritas anteriormente. O custo de tal item do ativo imobilizado é mensurado pelo valor justo a não ser que (a) a operação de permuta não tenha natureza comercial ou (b) o valor justo do ativo recebido e do ativo cedido não possam ser mensurados com segurança. O ativo adquirido é mensuradodessa forma mesmo que a entidade não consiga dar baixa imediata ao ativo cedido. Se o ativo adquirido não for mensurável ao valor justo, seu custo é determinado pelo valor contábil do ativo cedido. É preciso que a empresa estabeleça se a operação de troca possui natureza comercial. Para isso, ela deve observar o quanto seus fluxos de caixa futuros passarão por alterações por consequência da operação. O auditor precisar saber que a operação de permuta terá essência comercial quando: A composição dos fluxos de caixa do ativo auferido for distinta da composição dos fluxos de caixa do ativo ofertado; O valor específico para a empresa de parte das suas atividades sofrer reflexos mediante alterações decorrentes da permuta; Apresentar alteração relevante nos itens citados, referente ao valor justo dos ativos permutados. Auditoria contábill avançada 116 O custo de um elemento constante no ativo imobilizado conservado por arrendatário por meio de operação de arrendamento mercantil financeiro é definido conforme a NBC TG 06 – Operações de Arrendamento Mercantil (CONSELHO FEDERAL DE CON- TABILIDADE, 2012). O valor contábil de um elemento relativo ao ativo imobilizado pode ser diminuído mediante apoios governamentais, em conformidade com a NBC TG 07 – Subvenção e Assistência Governamentais (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2012). Depois do reconhecimento com o ativo, é necessário evidenciar o elemento do ativo imobilizado ao custo. Para isso, se deve observar a redução da depreciação e a perda mediante redução ao valor recuperável acumulado, conforme NBC TG 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2012). Reavaliação de Bens Até 31.12.2007, por meio da Lei 6.404/76 - conhecida como Lei das S/A, declarava no artigo 8º, a possibilidade de se avaliarem os bens (ativos) de uma entidade (empresa) através de seu valor de mercado, chamando isto de reavaliação. A partir de 01/Jan/2008 a Reserva de Reavaliação foi extinta pelo advento da Lei 11.638/2007, e desta forma ficou impossibilitado a reavaliação de bens pelo valor de mercado, a partir de um laudo de avaliação, emitido por peritos ou empresas da área. Desta maneira os bens pertencentes ao Ativo Imobilizado no Brasil, sofrem apenas a correção monetária com base em seu custo original, visando manter o poder aquisitivo no decorrer do tempo. 117Auditoria de imobilizado COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 01 (R1): redução ao valor recuperável de ativos. Brasília, DF, 2010. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos- -Emitidos/ Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=2>. Acesso em: 13 fev. 2017. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TG - Geral: normas completas. Brasília, DF, 2012. Disponível em: <http://www.portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/ uplo- ads/2012/12/NBC_TG_GERAL_ COMPLETAS_271112.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2017. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº 1.329/11. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <http://cfc.org.br/sisweb/ sre/docs/RES_1329.doc>. Acesso em: 13 fev. 2017. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº 1.177/09. Brasília, DF, 2009. Disponível em: <cfc.org.br/sisweb/sre/docs/ RES_1177.doc>. Acesso em: 24 jan. 2017. Leituras recomendadas ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas brasileiras de contabilidade. Brasília, DF, c2013. Disponível em: <http://www.portalcfc.org.br/coordenadorias/ camara_tec- nica/normas_ brasileiras_de_contabilidade/>. Acesso em: 24 jan. 2017. CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013. DANTAS, I. Depreciação, amortização e exaustão do ativo imobilizado intangível: con- tabilidade societária e fiscal. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2016. PEREZ JUNIOR, J. H. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e procedimentos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010. PORTAL DE CONTABILIDADE. Ativo imobilizado. São Paulo, 2007. Disponível em: <http:// www.portaldecontabilidade.com.br/ guia/imobilizado.htm>. Acesso em: 24 jan. 2017. 120Auditoria de imobilizado Dica do professor O vídeo a seguir apresenta os bens que são examinados e estão classificados no imobilizado, sobre o controle interno e os campos abordados pelo auditor. Assista! Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/389be00384b8b453ac06d894e1b40e8c Exercícios 1) Dentre as questões apresentadas sobre o Ativo Imobilizado, avalie cada sentença e aponte qual é a alternativa correta. A) Os bens do ativo imobilizado são deduzidos de depreciação que representa os ganhos relativos com o uso do bem. B) A depreciação existe em virtude da vida útil estipulada para o bem. C) Os custos estão relacionados ao ativo imobilizado que está disposto no ativo circulante do balanço patrimonial. D) Os bens do ativo imobilizado representam, normalmente, a parte de menor importância dos ativos de uma entidade. E) O valor contábil dos bens que foram baixados não tem relação com as contas do ativo imobilizado. 2) Alguns pontos são abordados na verificação dos objetivos da auditoria do imobilizado. Analise as alternativas e indique a correta. A) O objetivo da Norma NBC TG 27 é orientar os usuários sobre como realizar aplicações financeiras na entidade através das informações das demonstrações contábeis. B) Os pontos relevantes que precisam ser verificados na contabilização do ativo imobilizado contemplam também a apuração dos passivos. C) A área de testes de auditoria do ativo imobilizado corresponde aos direitos que tenham bens com designação à manutenção das atividades da empresa ou executados com este objetivo. D) Os exames de auditoria desconsideram peças ou equipamentos que são destinados à aplicação nas imobilizações. E) As contas retificadoras não entram no exame de auditoria. 3) Com relação aos conceitos usuais no ativo imobilizado e comuns aos auditores, analise e identifique a única resposta correta. A) O valor depreciável corresponde ao custo do ativo ou valor que substitua o custo, somados ao valor residual. B) O valor recuperável se refere ao menor valor entre o valor justo somado aos custos da venda de um ativo e seu valor em uso. C) Os ativos imobilizados tangíveis correspondem aos bens de propriedade de terceiros e não corpóreos que são emprestados à entidade. D) O valor justo compreende o valor pelo qual um ativo pode ser acordado entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de itens que exijam a liquidação da transação. E) O ativo imobilizado tangível corresponde a um bem que se pretende utilizar por determinado período. 4) Verifique as afirmativas sobre o controle interno e aponte a opção correta. A) As espécies de controle interno são as mesmas para todas as empresas, qualquer que seja o seu segmento. B) Os dados relativos ao tempo de duração e aos custos de manutenção dos bens não são relevantes. C) A distribuição de funções nas áreas de compras e de recebimento dos bens representa um ponto forte no controle interno do imobilizado. D) No processo de contagem física de bens, o critério que abrange a aquisição do bem é irrelevante. E) Na descrição do respectivo bem, se estiver detalhado somente o nome do bem, já é satisfatório e considerado um ponto forte de controle interno na contagem física. 5) A partir das afirmativas apresentadas, responda qual a questão correta. A) A reavaliação de bens deve ser realizada levando em conta seu custo original de aquisição e a correção monetária correspondente. B) A frequência das reavaliações independe de modificações dos valores justos do ativo imobilizado que está sendo reavaliado. C) Alguns itens do ativo imobilizado sofrem modificações variáveis e importantesno valor justo, precisando de reavaliação mensal. D) Os itens do ativo imobilizado são reavaliados separadamente. E) O valor justo referente a terrenos e edifícios normalmente é determinado a partir de fatos baseados no mercado. Na prática Mariana é estagiária do famoso jornal “Notícias da Hora”, no qual atua realizando a publicação de artigos e acompanhando alguns de seus colegas em trabalho. Ela foi convidada para acompanhar Joana, uma jornalista mais antiga da empresa, em uma entrevista com o presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), na qual abordaria o tema de auditoria do imobilizado. A estagiária acompanharia a entrevista, mas poderia sugerir questões à Joana, caso não fossem abordadas. A jornalista questionou o presidente do CFC sobre os papéis de trabalho do auditor que foram detalhados pelo entrevistado, dando o devido valor de cada um dos procedimentos para o alcance dos objetivos da auditoria. Entre outros assuntos, a jornalista questionou sobre o custo inicial dos ativos imobilizados, o que também foi explicado pelo presidente, mas Mariana, por não compreender muito sobre a área contábil, mostrou-se confusa perante os conceitos. Ao constatar isso no semblante da menina, ele imaginou que mais pessoas poderiam não compreender. Por isso, detalhou com mais precisão, usando um bom exemplo para esclarecer o assunto. Mariana compreendeu que se a empresa não atendesse a estas exigências, não conseguiria continuar desenvolvendo suas atividades, já que essas benfeitorias estão vinculadas ao ativo imobilizado, que é responsável pelo desenvolvimento operacional da empresa, mesmo que estas benfeitorias não elevem de modo direto os privilégios futuros econômicos de itens já existentes do ativo imobilizado. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Auditoria interna operacional em bens patrimoniais Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Controle do ativo imobilizado Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Reorganização patrimonial - Levantamento e emplaquetamento Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/dEiBuD7Cvz0?rel=0 https://www.youtube.com/embed/8h8J2JI9m8w?rel=0 https://www.youtube.com/embed/DCT2WqmyFTM?rel=0 A auditoria nos métodos de depreciação, amortização e exaustão Apresentação Você sabia que, em se tratando da primeira auditoria, é necessário que o auditor concentre suas verificações referentes às adições do imobilizado com relação a um exercício? É função do auditor realizar análises dos débitos lançados no exercício com o auxílio da documentação que gerou os registros, assegurando que os lançamentos efetuados pela entidade correspondem, de fato, ao aumento do imobilizado e que os lançamentos foram apropriados de maneira correta. O auditor deve estar atento para a existência de lançamentos indevidos, pois podem estar registrados no ativo imobilizado alguns lançamentos que deveriam estar em despesas. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a diferença entre depreciação, amortização e exaustão, reconhecer os critérios para cálculo de depreciação e baixa de imobilizado e indicar os procedimentos adotados na realização da auditoria no imobilizado. Ao final desta unidade, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar a diferença entre depreciação, amortização e exaustão.• Reconhecer os critérios para o cálculo de depreciação e baixa de imobilizado, ou seja, se estes foram executados adequadamente, e sua contabilização. • Indicar os procedimentos adotados na realização da auditoria no imobilizado, com foco na depreciação, amortização e exaustão. • Desafio Você está executando a auditoria do imobilizado na empresa Desk Haup e precisa averiguar se as depreciações evidenciadas nas demonstrações financeiras estão adequadas. Para isso, solicita os relatórios contábeis referentes ao segundo semestre do ano anterior, para conferir os cálculos apresentados e as taxas de aplicação na depreciação. As informações que você obtém mediante o relatório são as seguintes: A Desk Haup fez aquisição referente a móveis e utensílios pelo valor de R$ 8.000,00 em 03 de julho de 2016. Tais equipamentos seriam alocados na recepção do prédio administrativo. Repare que bens relativos a móveis e utensílios têm vida útil de 10 anos. A partir das informações apresentadas, realize o cálculo referente à depreciação que deve ser aplicada sobre a aquisição dos bens, demonstre como é realizado o cálculo e apresente a contabilização da depreciação calculada. Infográfico O infográfico mostra os procedimentos de auditoria na depreciação, exaustão e amortização. Confira! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conteúdo do livro O ativo imobilizado contempla bens e direitos que estão ordenados em três grandes grupos. O primeiro deles corresponde a bens que não estão sujeitos à depreciação ou a exaustão, como os terrenos. O segundo corresponde aos bens que estão submetidos à depreciação, como edificações, máquinas e ferramentas. O terceiro tem relação com os bens submetidos à exaustão, como recursos minerais e florestais. Para aprender mais, leia o capítulo A auditoria nos métodos de depreciação, amortização e exaustão, base téorica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura! AUDITORIA CONTÁBIL AVANÇADA Aline Alves A auditoria nos métodos de depreciação, amortização e exaustão Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identi� car a diferença entre depreciação, amortização e exaustão. Reconhecer os critérios para cálculo de depreciação e baixa de imo- bilizado, ou seja, avaliar se eles foram executados adequadamente e sua contabilização. Indicar os procedimentos adotados na realização da auditoria no imobilizado, com foco em depreciação, amortização e exaustão. Introdução Você sabia que, na primeira auditoria, o auditor deve concentrar suas verificações referentes às adições relativas ao imobilizado em um exercí- cio? Também é função do auditor realizar análises referentes aos débitos lançados no exercício com o auxílio da documentação que gerou os registros. Assim, ele assegura que os lançamentos efetuados pela entidade de fato correspondem ao aumento do imobilizado e que os mesmos foram apropriados de maneira correta. Além disso, o auditor deve estar atento à existência de lançamentos indevidos. Isso é importante pois lançamentos que deveriam estar em despesas podem ser registrados no ativo imobilizado. Processo de depreciação, amortização e exaustão Processo de depreciação A Resolução CFC nº 1.136/08 aprovou a NBC T 16.9 – Depreciação, Amorti- zação e Exaustão (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008). Essa norma estabelece os métodos e procedimentos para o registro contábil relativo à depreciação, à amortização e à exaustão. A norma apresenta alguns conceitos importantes (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008): Depreciação: corresponde à redução do valor dos bens tangíveis por meio de desgaste ou perda resultante de uso, ações da natureza ou obsolescência. Amortização: representa a diminuição do valor aplicado na compra de direitos de posse ou qualquer outro. Isso inclui os ativos intangíveis, com existência ou exercício de tempo limitado, cujo item se refira a bens de uso mediante prazo legal ou com acordo limitado. Exaustão: representa a diminuição do valor, oriunda de exploração, dos re- cursos minerais, florestais e demais recursos naturais considerados esgotáveis. Valor bruto contábil: se refere ao valor do bem que está registrado conta- bilmente, em data definida, deduzido da respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada.Valor depreciável, amortizável e exaurível: corresponde ao valor carac- terístico de um ativo subtraído do seu valor residual. Valor líquido contábil: se refere ao valor do bem lançado contabilmente, em data definida, subtraído da respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada. Valor residual: corresponde ao total líquido esperado pela empresa, com segurança razoável, adquirido mediante um ativo no término de sua vida útil econômica, já deduzidas as despesas aguardadas para sua alienação. Vida útil econômica: demonstra o espaço de tempo determinado ou previsto, pelo qual se aguarda adquirir movimentos de benefícios futuros relativos a um ativo. Você pode compreender melhor o processo de depreciação a partir dos artigos 305 a 323, dispostos no Decreto nº 3.000/1999 (BRASIL, 1999): 123A auditoria nos métodos de depreciação, amortização e exaustão Art. 307. Podem ser objeto de depreciação todos os bens sujeitos a des- gaste pelo uso ou por causas naturais ou obsolescência normal, inclusive: I – edifícios e construções, observando-se que (Lei nº 4.506, de 1964, art. 57, § 9º): a) a quota de depreciação é dedutível a partir da época da conclusão e início da utilização; b) o valor das edificações deve estar destacado do valor do custo de aquisição do terreno, admitindo-se o destaque baseado em laudo pericial; II – projetos florestais destinados à exploração dos respectivos frutos (Decreto-Lei nº 1.483, de 6 de outubro de 1976, art. 6º, parágrafo único). Parágrafo único. Não será admitida quota de depreciação referente a (Lei nº 4.506, de 1964, art. 57, §§ 10 e 13): I – terrenos, salvo em relação aos melhoramentos ou construções; II – prédios ou construções não alugados nem utilizados pelo pro- prietário na produção dos seus rendimentos ou destinados a revenda; III – bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obras de arte ou antiguidades; IV – bens para os quais seja registrada quota de exaustão. Art. 308. No cálculo da depreciação dos bens do ativo imobilizado das concessionárias de serviços portuários, serão também levados em conta os valores correspondentes a investimentos feitos no porto pelo poder concedente, diretamente ou por órgão descentralizado, ou a in- vestimentos feitos por conta de custeio, visando à reposição, substituição ou conservação dos bens objeto dos projetos de obras aprovados pelo Departamento Nacional de Transportes Aquaviários (Decreto-Lei nº 973, de 20 de outubro de 1969, art. 1º, §§ 2º e 3º, e Lei nº 6.222, de 10 de julho de 1975, art. 4º). Parágrafo único. No caso de novos investimentos a serem feitos pelas concessionárias de serviços portuários e que resultarem em parcela de capital reconhecido, o Ministro de Estado da Fazenda poderá fixar, para determinados bens, o respectivo período de vida útil (Decreto-Lei nº 973, de 1969, art. 10). A grande parte dos bens pertencentes ao ativo imobilizado possui vida útil restrita. Os terrenos são uma exceção. A vida útil se refere ao período pelo qual o bem será usado pela entidade em situações normais. Os elementos que res- tringem a vida útil de um bem correspondem à deterioração e à obsolescência. Auditoria contábill avançada 124 A deterioração compreende o desgaste físico do bem. Já a obsolescência representa o bem que se tornou obsoleto em virtude do desenvolvimento de inovações tecnológicas ou de melhoria dos processos. A depreciação está vinculada ao processo de deterioração e obsolescência. Você deve levar em consideração que um bem pode ser usado por 15 anos, no entanto sua vida útil é estipulada em 10 anos. Nesse sentido, se avalia que após esse período o bem passa a ser economicamente inviável e, por esse motivo, a entidade terá que obter um bem novo. Os bens do ativo imobilizado possuem uma vida útil limitada. Por isso, os princípios contábeis – nesse caso o princípio da prudência – determinam que as despesas incorridas no momento da sua compra sejam apropriadas à despesa ou ao custo (estoque) nos exercícios contábeis relativos ao seu uso. Para realizar os cálculos referentes às depreciações, o profissional contábil faz uso de duas variáveis. Uma corresponde ao período de vida útil e outra ao método de destinar o valor do bem nos exercícios contábeis. Você pode conferir o tempo de vida útil referente às principais categorias de bens do ativo imobilizado. A tabela que determina o tempo de vida útil de um bem pode ser visualizada mediante a Instrução de Trabalho INT/VPCI nº 004/2012 (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2012a): Edifícios: 25 anos Máquinas: 10 anos Instalações: 10 anos Móveis e utensílios: 10 anos 125A auditoria nos métodos de depreciação, amortização e exaustão Veículos: 5 anos Ferramentas: 5 anos Computadores: 5 anos O método de depreciação usado demonstra quanto dos benefícios econô- micos futuros a empresa consumiu. É preciso que o método de depreciação aplicado ao ativo seja conferido ao final de cada exercício. Na ocorrência de modificações relevantes no padrão de consumo estimado, o método de depreciação deverá ser modificado para que reflita essa alteração. A respectiva variação precisa ser registrada como mudança na perspectiva contábil, conforme a NBC T 19.11 – Políticas Contá- beis, Mudanças de Estimativa e Retificação de Erro (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2012b). Existem diversos métodos de depreciação que são aplicados ao ativo imo- bilizado. Esses métodos correspondem ao método de linha reta, dos saldos decrescentes e de unidades produzidas. A depreciação mediante o método linear ocasiona despesa constante durante a vida útil do ativo. Isso se o valor residual não se modificar. No método dos saldos decrescentes, a despesa decrescente é resultante do tempo de vida útil do bem. Já o método de unidades produzidas resulta em despesa que tem base no uso ou na produção prevista. A empresa escolhe o método que contemple o padrão do consumo referente aos benefícios econô- micos futuros previstos integrados no ativo. O referido método é executado constantemente entre os períodos; contudo, pode variar em função de ocorrer modificação nesse padrão. Processo de amortização Em conformidade com a Lei das Sociedades por Ações (artigo 183) (BRASIL, 1976), a redução do valor dos itens do imobilizado necessita ser registrada frequentemente na conta de amortização. Isso se aplica quando a redução se referir à perda do valor empregado na aquisição de direitos de propriedade industrial ou comercial e a qualquer perda ou exercício com prazo limitado, em que a fi nalidade seja de uso por prazo legal ou que tenha sido acordada de modo limitado. Os métodos utilizados na amortização são os mesmos aplicados na de- preciação referente aos imobilizados, que são reduzidos ao longo do período. Também se incluem aí situações de benfeitorias em propriedades de terceiros, nas quais a amortização deverá ser considerada mediante prazo contratual. Auditoria contábill avançada 126 Contudo, isso não se aplica se sua vida útil for menor do que o prazo definido em contrato. A amortização contempla a relevância correspondente à recuperação do capital aplicado sobre bens intangíveis. Também considera a recuperação dos recursos aplicados em gastos que favoreçam a formação do resultado de mais de um exercício social, que deve ser lançada como custo ou encargo, em cada exercício. A seguir, você pode ver exemplos de bens intangíveis sujeitos à amortização e pertencentes ao ativo não circulante: a) Marcas e patentes; b) Fórmulas ou métodos de fabricação, direitos autorais, aprovações ou concessões; c) Ponto comercial; d) Benfeitorias efetuadas em prédios de terceiros; e) Custo de projetos técnicos; f) Despesas pré-operacionais, pré-industriais, de organização, reorgani- zação, reestruturação ou remodelação de organizações. Processo de exaustão A exaustão contempla a importância relativa à redução do valor dos recursos naturais não renováveis – ou seja, minerais e outros– decorrente da sua exploração. Essa importância precisa ser registrada como custo ou encargo, conforme cada período de apuração. Além disso, esse processo precisa obedecer às mesmas condições dos cálculos dos encargos de depreciação e amortização. Assim, se deve observar o custo de aquisição ou análise referente aos recursos explorados. A quota anual terá sua definição conforme a quantidade da produção no período e a sua relação com a potência conhecida da mina. Também pode estar em conformidade com o prazo de permissão estabelecido pela autoridade governamental. A Lei das Sociedades por Ações (BRASIL, 1976) reconhece que a redução do valor dos itens do imobilizado necessita ser registrada usualmente na conta de exaustão. Isso quando se referir à perda do valor relativo à exploração de direitos que tenham por finalidade os recursos minerais ou florestais, ou ainda bens que foram aplicados nessa exploração. 127A auditoria nos métodos de depreciação, amortização e exaustão A finalidade da exaustão é dividir o custo relativo aos recursos naturais durante o tempo em que forem extraídos. O procedimento de cálculo de exaustão normalmente usado corresponde à quantidade de unidades extraídas, até mesmo de bens aplicados na exploração. Processo de baixas Em algum momento, os bens deixam de ser utilizados na manutenção das atividades da entidade. Isso ocorre devido à sua deterioração ou obsolescência, por terem sidos colocados à venda ou ainda vendidos. Nesses casos, você deve baixar esses bens das contas do ativo imobilizado. O valor referente à baixa corresponde ao valor pelo qual o bem está registrado no ativo, isto é, o custo menos o valor correspondente à depreciação acumulada. Você deve lançar o valor referente à baixa do bem em uma conta de despesa. Se ocorrer uma venda, é necessário lançar o valor correspondente à alienação em uma conta de receita. Assim, você deve estimar os dois valores no grupo de contas de outras receitas e outras despesas por meio do resultado das operações continuadas da entidade. Com relação ao processo de cálculo de baixa, analise o seguinte: Custo: o reconhecimento do custo de aquisição ocorre mediante registro individual do bem. Depreciação acumulada: é necessário calcular a taxa referente à de- preciação acumulada relativa a um período existente entre a data de aquisição e a data do balanço correspondente ao exercício anterior. Para Auditoria contábill avançada 128 descobrir o valor da depreciação, é preciso multiplicar o valor do bem pela taxa acumulada de depreciação. Se tiver ocorrido depreciação no exercício em que foi efetuada a baixa, o valor da depreciação também deverá ser baixado. A seguir, você pode verificar um exemplo de contabilização referente a uma baixa: Quando houver recebimento referente a uma venda efetuada: ■ Débito – Caixa/bancos conta movimento ■ Crédito – Ganhos ou perdas de capital Quando houver baixa do valor contábil do bem: ■ Débito – Ganhos ou perdas de capital ■ Crédito – Móveis e utensílios Quando houver baixa da depreciação acumulada do bem: ■ Débito – Depreciação acumulada de móveis e utensílios ■ Crédito – Ganhos ou perdas de capital Critérios para divulgação No processo de divulgação, é necessário que as demonstrações contábeis apresentem, para cada categoria do ativo imobilizado: a) Os métodos de avaliação usados para definir o valor contábil bruto. b) Os critérios de depreciação usados. c) A vida útil e as taxas de depreciação usadas. d) O valor contábil bruto e a depreciação acumulada, considerando o início e o término do período. e) A conciliação relativa ao valor contábil no início e no término do período, em que sejam apresentados (CONSELHO FEDERAL DE CONTABI- LIDADE, [2011]): ■ (i) Adições; (ii) Baixas; (iii) Aquisições por meio de combinações de negócios; (iv) Aumentos ou reduções decorrentes de reavaliações nos termos dos parágrafos 44, 54 e 55 e perdas por redução ao valor 129A auditoria nos métodos de depreciação, amortização e exaustão recuperável de ativos (se houver) reconhecidas ou revertidas direta- mente no patrimônio líquido de acordo com a NBC TSP 21; (v) Perdas por desvalorização de ativos, reconhecidas no resultado de acordo com a NBC TSP 21; (vi) Reversão das perdas por desvalorização de ativos, reconhecidas no resultado de acordo com a NBC TSP 21; (vii) Depreciações; (viii) Variações cambiais líquidas geradas pela conversão das demonstrações contábeis da moeda funcional (cor- rente) para a moeda de apresentação (na qual o balanço é elaborado), incluindo a conversão de uma operação estrangeira para a moeda de apresentação da entidade; e (ix) Outras alterações. Processos de auditoria Em atendimento aos objetivos dos exames específi cos nesta área, os métodos de auditoria precisam atender aos seguintes critérios: Mensuração dos bens, incluindo a correção monetária. Existência, propriedade e posse do bem. Ocasional existência de ônus. Métodos e dimensão das depreciações ou amortizações. Se for a primeira auditoria realizada em um cliente, será preciso abordar todo o imobilizado e efetuar a conferência do controle paralelo e contábil. Depois de realizada a primeira auditoria e obedecendo a esse método de abrangência, você pode efetuar as demais por meio de amostragem. Para fins de controle, em função do inventário anual, é necessário que os exames incluam os bens do ativo imobilizado para afirmar sua existência, localização, uso e conservação. As contas do imobilizado precisam estar em conformidade com os controles patrimoniais da entidade. Se não existirem controles, é necessário manter relatórios por meio de planilhas que comprovem as despesas de depreciação e amortização contabilizadas. Da mesma maneira, se deve verificar mediante o razão contábil se estão corretos os registros de aquisição do imobilizado. Também é necessário conferir se no processo de vendas foram feitas as baixas das depreciações e o custo contábil dos bens vendidos. Auditoria contábill avançada 130 Observe a seguir alguns dos erros mais relevantes que podem ser constatados na auditoria do imobilizado: A inexistência de relatório do ativo imobilizado. No confronto de informações, as incongruências entre o relatório entregue aos auditores e as informações constantes na contabilidade. A ocorrência de bens do ativo imobilizado estarem contabilizados como despesas a fim de reduzir IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). A apuração das despesas no ativo imobilizado com o objetivo de aprimorar o resultado. A existência de contabilização no imobilizado sem documentação que comprove o registro. A contabilização sem deduzir o crédito do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços). O registro de um bem que está obsoleto ou não está em poder da entidade no balanço. As taxas de depreciação incorretas. Os bens integralmente depreciados, porém que seguem sendo indevidamente depreciados. Os bens que foram vendidos e que não são baixados. Os procedimentos de auditorias compreendem realizar testes de fluxo do imobilizado, isto é, analisar se as aquisições e as baixas estão em con- cordância com a documentação existente. Nessa situação, será preciso que o auditor requisite o razão contábil relativo ao período ou ano. Ele contém a movimentação referente às aquisições e baixas do imobilizado. Assim, por meio de amostragem, o auditor pode conferir os valores que são consideráveis. Se o razão contábil estiver contabilizado demonstrando montantes mensais decorrentes do sistema de controle do ativo imobilizado, o auditor deverá solicitar o razão analítico para comparar os documentos. É preciso examinar, por intermédio de amostragem, se a entidade realiza a baixa devida referente ao custo e à depreciação dos bens vendidos. Por exem- plo, na venda de um veículo será necessário efetuar a baixa na contaveículos, referente ao valor pelo qual o veículo foi adquirido. Na conta de depreciação de veículos, deve constar o valor que foi depreciado referente ao bem vendido. Por meio do controle do ativo imobilizado, por amostragem, é importante confirmar se a entidade realiza a depreciação dos bens corretamente. É pos- 131A auditoria nos métodos de depreciação, amortização e exaustão sível verificar, por meio dos artigos 305 a 323 do RIR/99 (BRASIL, 1999), o tratamento referente às depreciações. Com relação aos papeis de trabalho, o auditor poderá elaborar um resumo em que conste o saldo inicial do exercício social, somadas as aquisições e di- minuídas as baixas. Assim, ele obtém o saldo final no encerramento do período e o relaciona com o razão contábil ou analítico relativo ao ativo imobilizado. Além disso, os papeis de trabalho devem conter as análises realizadas sobre as contas do ativo imobilizado. Ainda é importante que você saiba que, na ocorrência do cálculo, a menor depreciação para o exercício em vigor não terá como ser compensada no exercício posterior. Esse processo ocorre dessa maneira porque é necessário observar as taxas anuais máximas referentes à depreciação. Nos procedimentos realizados pela auditoria, é necessário selecionar os elementos que serão examinados. É preciso observar se o montante relativo aos elementos sujeitos à seleção corresponde ao montante da coluna referente à aquisição do papel de trabalho de fluxo de contas. Exame efetuado nas depreciações No exame efetuado nas depreciações, você deve: Analisar se a vida útil definida para cada tipo de bem é adequada e está conforme com relação ao exercício anterior. Verificar se as benfeitorias realizadas em imóveis de terceiros são amortizadas conforme o prazo referente ao contrato de aluguel. Observar se o critério de depreciação é adequado aos princípios con- tábeis e se está consistente com o exercício anterior. Analisar a razoabilidade da ordenação da depreciação e apontá-la nas contas de razão de custo de produção e despesa do período. Realizar o cálculo geral da depreciação, que deve ser feito por conta. Auditoria contábill avançada 132 Testes efetuados nas baixas O auditor precisa escolher, por meio de registros contábeis, elementos que devem ser examinados. É preciso realizar os seguintes procedimentos: Investigar registros individuais e verificar os cálculos do custo e também da depreciação acumulada. Examinar a autorização para a baixa, de acordo com o determinado no manual interno da entidade. Em situação de venda, examinar a documentação que comprove o fato, reconheça o valor da venda na conta de “receita na venda de bens do ativo imobilizado” e analise se o respectivo valor da venda é adequado ao bem que foi vendido. Realizar a seleção de bens que foram vendidos, iniciando pela conta de receita na venda de bens do ativo imobilizado. Além disso, analisar se foi realizada a baixa do valor contábil dos bens vendidos no ativo imobilizado. Analisar se o valor referente às baixas, conforme o papel de trabalho de fluxo das contas, está em conformidade com o saldo da conta de valor contábil de bens do ativo imobilizado baixados. 133A auditoria nos métodos de depreciação, amortização e exaustão BRASIL. Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999. Brasília, DF, 1999. Disponível em: <ht- tps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ decreto/D3000.htm>. Acesso em: 24 jan. 2017. BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Brasília, DF, 1976. Disponível em: <ht- tps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ decreto/D3000.htm>. Acesso em: 24 jan. 2017. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Instrução de trabalho INT/VPCI nº 004/2012. Brasília, DF, 2012a. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/ wp-content/uplo- ads/2013/04/CFC_INT_VCPI-004_2012_ DEPRECIACAO_Final.pdf>. Acesso em: 06 fev. 2017. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TG - Geral: normas completas. Brasília, DF, 2012b. Disponível em: <http://www.portalcfc.org.br/wordpress/ wp-content/ uploads/2012/12/ NBC_TG_GERAL_COMPLETAS_271112.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2017. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TSP 17 – Ativo imobilizado. Brasília, DF, [2011]. Disponível em: <http://cfc.org.br/wp-content/ uploads/2016/02/NBC_TSP_17. pdf>. Acesso em: 16 fev. 2017. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº. 1.136/08. Brasília, DF, 2008. Disponível em: <https://goo.gl/2OzlN3>. Acesso em: 16 fev. 2017. Leituras recomendadas ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013. DANTAS, I. Depreciação, amortização e exaustão do ativo imobilizado intangível: con- tabilidade societária e fiscal. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2016. NEVES, S. Contabilidade avançada e análise das demonstrações financeiras. 11. ed. São Paulo: Frase, 2002. PEREZ JUNIOR, J. H. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e procedimentos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010. PORTAL DE AUDITORIA. Auditoria imobilizado. Curitiba, 2016. Disponível em: <http:// www.portaldeauditoria.com.br/tematica/auditoria-balanco_auditoria-imobilizado. htm>. Acesso em: 26 jan. 2017. PORTAL DE CONTABILIDADE. Ativo imobilizado. São Paulo, 2007. Disponível em: <http:// www.portaldecontabilidade.com.br/ guia/imobilizado.htm>. Acesso em: 24 jan. 2017. PORTAL DE CONTABILIDADE. Baixa de bens ou direitos dos ativos de natureza perma- nente. São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/ guia/baixabenspermanente.htm>. Acesso em: 27 jan. 2017. Auditoria contábill avançada 136 Dica do professor O vídeo a seguir mostra de forma clara os conceitos de depreciação, amortização e exaustão, esclarecendo também sobre o processo de baixa dos bens e quando ele deve ser realizado. Assista! Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/a9440d903bb1957b5ccfd640b462f1e9 Exercícios 1) Sobre a depreciação, analise as opções e indique a correta. A) O valor referente a edificações é somado ao valor do custo de aquisição do terreno, mediante um laudo pericial. B) A depreciação é aplicada também em terrenos. C) A vida útil de um bem representa o período em que o bem estiver mantido na empresa. D) Os princípios contábeis estabelecem que as despesas incorridas durante a compra do bem sejam apropriadas à receita nos exercícios contábeis relativos ao seu uso. E) A depreciação representa a diminuição do valor dos bens tangíveis por meio do seu desgaste ou perda oriunda do uso, ações da natureza ou obsolescência. 2) As alternativas a seguir tratam sobre a amortização. Marque a correta. A) Os critérios de amortização são diferentes dos aplicados na depreciação. B) A amortização representa a importância correspondente à recuperação do capital aplicado sobre bens tangíveis. C) O valor referente à redução do valor dos elementos do imobilizado deve ser registrado normalmente na conta de amortização. D) As despesas pré-industriais não são sujeitas à amortização. E) Fórmulas ou critérios de produção, direitos autorais, autorizações ou concessões não são elementos amortizados. 3) Leia com atenção as alternativas apresentadas e identifique a correta. A) O objetivo da exaustão é distribuir o custo relacionado aos recursos naturais durante o tempo em que forem extraídos. B) Os bens que não são mais usados na manutenção das atividades da entidade não precisam ser baixados das contas do ativo imobilizado. C) Os métodos de cálculo de exaustão geralmente utilizados se referem às unidades restituídas, até mesmo a bens aplicados na exploração. D) Dentro do procedimento de cálculo de baixa de bens, é desnecessário verificar seu custo de aquisição. E) Os bens que são colocados àvenda não necessitam ser baixados do imobilizado, somente após a venda ser efetivada. 4) Analise as questões que tratam sobre os métodos de divulgação das demonstrações contábeis referentes a cada classe do ativo imobilizado e indique a alternativa correta. A) Deve ser apresentada a conciliação do valor contábil somente relativa ao término do exercício. B) Na conciliação do valor contábil, são apresentadas as reversões de receitas através da desvalorização de ativos, reconhecidas no resultado. C) A divulgação deve apresentar, através das demonstrações contábeis, os métodos referentes à mensuração que determina o valor de aquisição do bem. D) Através dos critérios de divulgação, devem ser apresentados nas demonstrações contábeis os métodos de depreciação utilizados. E) São demonstradas mediante a conciliação do valor contábil as vendas efetuadas através de combinação de negócios. 5) Sobre os processos de auditoria do imobilizado, qual é a alternativa correta? A) Se for a primeira auditoria realizada em um cliente, será preciso pesquisar somente parte do imobilizado. B) Na inexistência de controles, é necessário manter relatórios através de planilhas que indiquem a depreciação e amortização que deveriam ser computadas, o que ocorrerá somente quando a empresa definir os controles internos. C) Os procedimentos de auditorias contemplam a aplicação de testes de fluxo do imobilizado, nos quais analisa-se se as aquisições e as baixas estão em concordância com a documentação existente. D) O controle do ativo imobilizado por amostragem é relevante, mas não comprova se a entidade efetua a depreciação dos bens da forma correta. E) Se o cálculo da depreciação for feito a menor para o exercício em vigor, ele poderá ser compensado no exercício seguinte. Na prática A empresa Iluminação Total realizou a venda de um veículo a vista por R$ 180.000,00 em 30 de junho de 2009. O veículo que foi vendido foi adquirido pela empresa em 01 de janeiro de 2006 pelo valor de R$ 130.000,00. A empresa faz uso do método de linha reta para depreciação, ou seja, o custo do bem é dividido em função do tempo, considerando para o veículo o tempo de vida útil de 5 anos. Cálculo da depreciação acumulada do veículo até 31/12/2008 = 20% ao ano, ou seja, somando os três anos a taxa de depreciação acumulada será de 60%. Analise as informações apresentadas e observe como é realizada a contabilização da baixa de bens do ativo imobilizado: A partir dos valores apresentados você poderá verificar como são realizadas as contabilizações das baixas dos bens, conforme segue: 1-Crédito – Imobilizado custo R$ 130.000,00 1-Débito – Imobilizado depreciação acumulada R$ 91.000,00 2-Débito – Banco R$ 180.000,00 1-Débito – Resultado valor contábil da venda de bens do ativo imobilizado baixados R$ 39.000,00 2-Crédito – Resultado valor venda de bens do ativo imobilizado R$ 180.000,00 1-Lançamento referente à baixa do valor contábil do bem do ativo imobilizado. 2-Lançamento referente à contabilização da receita. A empresa Iluminação Total realizou a venda de um veículo a vista por R$ 180.000,00 em 30 de junho de 2009. O veículo que foi vendido foi adquirido pela empresa em 01 de janeiro de 2006 pelo valor de R$ 130.000,00. A empresa faz uso do método de linha reta para depreciação, ou seja, o custo do bem é dividido em função do tempo, considerando para o veículo o tempo de vida útil de 5 anos. Cálculo da depreciação acumulada do veículo até 31/12/2008 = 20% ao ano, ou seja, somando os três anos a taxa de depreciação acumulada será de 60%. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Contabilidade - Baixa de bens do ativo imobilizado Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Depreciação, amortização e exaustão Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/exrjoxzY27k?rel=0 https://www.youtube.com/embed/wwBQvDDQ-bI?rel=0 Correção monetária do balanço Apresentação Você sabia que a extinção da correção monetária do balanço que entrou em vigor através da Lei no 9.249/95 fez com que as entidades não reconhecessem mais os efeitos ocasionados pela inflação sobre o patrimônio e os resultados? Essas mudanças refletiram de forma significativa, passando a evidenciar distorções no patrimônio e no resultado. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre os procedimentos utilizados pela auditoria, vai analisar os efeitos causados com o fim da correção monetária de balanço e identificar as maneiras de aplicação da correção monetária. Ao final desta unidade, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer as possibilidades de aplicação da correção monetária.• Analisar os impactos ocasionados com o término da obrigatoriedade da aplicação da correção monetária de balanço. • Identificar os procedimentos de auditoria utilizados para verificar a aplicação da correção monetária do balanço. • Desafio Vamos considerar a inexistência de inflação para o mês de maio de 2016. Deste modo, não foi preciso realizar a correção monetária do balanço. Contudo, existiu uma variação cambial da moeda estrangeira, que tinha no início do mês a taxa de US$ 2,80 e passou a ser de US$ 3,10. Considerando a correção monetária de balanço, apresente a aplicação da taxa de conversão da moeda sobre os valores iniciais e finais das respectivas contas apresentadas no demonstrativo contábil pelo método indireto. A empresa CCL apresenta o balanço desta maneira: Infográfico O infográfico mostra a legislação e os tipos de testes da correção monetária do balanço. Confira! Conteúdo do livro Os reflexos da inflação sobre as demonstrações contábeis eram identificados e ajustados através da correção monetária do balanço que buscava transformar valores históricos em moeda com poder aquisitivo, com a finalidade de reduzir as distorções. A modificação ocorreu com os objetivos de derrubar a inflação e elevar o poder aquisitivo, almejando o equilíbrio econômico. Acompanhe o capítulo Correção monetária do balanço, base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura! AUDITORIA CONTÁBIL AVANÇADA Aline Alves Correção monetária do balanço Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer as possibilidades de aplicação da correção monetária. Analisar os impactos ocasionados pelo término da obrigatoriedade da aplicação da correção monetária de balanço. Identi� car os procedimentos de auditoria utilizados para veri� car a aplicação da correção monetária do balanço. Introdução Você sabia que a extinção da correção monetária do balanço, que entrou em vigor por meio da Lei nº 9.249/95, fez com que as entidades não reco- nhecessem mais os efeitos ocasionados pela inflação sobre o patrimônio e os resultados? Essas mudanças refletiram de forma significativa, passando a evidenciar distorções no patrimônio e no resultado. Neste texto, você vai estudar os procedimentos utilizados pela au- ditoria. Além disso, vai poder analisar os efeitos causados pelo fim da correção monetária de balanço e identificar as maneiras de aplicação da correção monetária. Conceito e aspectos históricos A Lei nº 9.249/95 (BRASIL, 1995), artigo 4, revogou a correção monetária referente às demonstrações fi nanceiras. Ou seja, vetou o uso de qualquer sistema de correção monetária de demonstrações fi nanceiras, até mesmo para fi ns societários. U N I D A D E 3 O saldo do lucro inflacionário acumulado, restante em 31 de dezembro de 1995 e ajustado até essa data, será efetivado conforme as normas prescritas na legislação em vigor. Já para a apuração de cálculos relativos aos lucros inflacionários posteriores a esse período, os valores referentesa ativos que estavam impostos à correção monetária em 31 de dezembro de 1995 precisarão ser informados por meio de registro específico na contabilidade da pessoa jurídica. Os bens e direitos que foram adquiridos até o período de 31 de dezembro de 1995 tiveram seu custo de aquisição ajustados monetariamente conforme a lei vigente até essa data. Para isso, se usou como base o valor referente à UFIR (Unidade Fiscal de Referência) em vigor em 1º de janeiro de 1996. Ou seja, a partir dessa data não se pôde aplicar a correção monetária. A CMI (Correção Monetária Integral) tem por objetivo a correção das distorções ocasionadas por consequência dos preços altos. Também é utilizada como técnica para aprimorar a mensuração da situação da entidade, por inter- médio das demonstrações contábeis em moeda de poder aquisitivo constante. A correção monetária foi considerada, durante um longo período, uma fonte de dados relevante para a elaboração e a análise das demonstrações contábeis. A finalidade da correção monetária é manter os efeitos da inflação sobre os itens patrimoniais. Assim, as demonstrações contábeis podem ter valor para fins gerenciais e apresentar a real situação econômico-financeira da entidade. A correção monetária de balanço corresponde aos efeitos da inflação sobre as contas patrimoniais. Dessa maneira, corresponde a perdas e ganhos monetários que vão elevar ou reduzir o lucro do exercício. As perdas e ganhos monetários referentes a ativos e passivos dizem respeito às contas da demons- tração dos resultados que possuem ligação direta com os itens patrimoniais. A correção monetária foi gerada com o intuito de restaurar o poder de aquisição dos ativos das entidades. A inflação representa a elevação do índice de preços, que corresponde à média ponderada dos demais preços. A correção monetária está ligada direta- mente à inflação. Nesse cenário, esta possuiu, durante um período, relevância Auditoria contábill avançada138 no resultado recebido pelas entidades, já que os balanços eram ajustados mediante os índices inflacionários apresentados pelo Governo. Se você considerar um período de diminuição ou aumento abundante do poder de compra, no qual a inflação ou a deflação é desenfreada, não pode considerar a moeda como medida adequada de avaliação das demonstrações contábeis. Falhas no processo de correção monetária de valores do ativo Os efeitos da correção monetária correspondem ao impacto do resultado do exercício e do Balanço Patrimonial, mediante a atualização monetária das contas existentes no Ativo Não Circulante e no Patrimônio Líquido. No período em que a legislação esteve vigente, outras contas que não estão classifi cadas nos grupos relatados foram consideradas sujeitas à atualização monetária, conforme você pode observar nestes exemplos: Imóveis que não estão classificados no ativo imobilizado. Aplicações efetuadas em ouro. Adiantamento a fornecedores relativo a bens passíveis de correção monetária. Aplicações em consórcios. Adiantamentos para aumento futuro de capital. Na perspectiva prática, você pode considerar o esquema contábil usado conforme esta descrição: a) As contas do ativo que fossem corrigidas resultariam, em contrapartida, em um crédito na conta correção monetária classificado na conta de resultado. b) O valor referente ao ajuste do capital precisava ser contabilizado como crédito na conta de correção monetária. 139Correção monetária do balanço c) A correção efetuada nas outras contas do patrimônio líquido ocorria mediante débito na conta de correção monetária e crédito na referida conta de patrimônio líquido, motivo do ajuste. d) No término do período, na ocorrência de a conta correção monetária evidenciar saldo credor, ele refletiria uma receita na demonstração do resultado. e) E na situação contrária, apresentando um débito na conta correção monetária, representaria uma despesa na demonstração do resultado. Houve altas taxas de inflação e também progresso relativo às informações demandadas pelos diversos tipos de usuários internos e externos à organização. Como resultado disso, algumas das falhas iniciais da técnica oficial da corre- ção monetária ainda em vigor passaram a evidenciar distorções consideradas relevantes nas linhas representativas dos componentes da demonstração do resultado. Assim, foi preciso adotar um sistema mais amplo de reconhecimento dos reflexos da inflação nas demonstrações contábeis. Ele foi denominado correção monetária integral e tinha por finalidade fornecer informações complementares. Observe a conceituação referente à variação patrimonial resultante da inflação. Ela é a diferença entre: a) A alteração correspondente ao valor nominal do patrimônio líquido decorrente de ajustes de correção monetária. Isso inclui os que foram empregados ou oriundos de variação cambial, referentes ao ativo e ao passivo não circulante. b) O ajuste referente à correção monetária que deve ser atribuído ao pa- trimônio líquido para que este sustente sua integridade. Em situações reais, é consequência de uma conjuntura inflacionária. A mutação patrimonial resultante da inflação corresponde à desigualdade entre o crescimento considerável do patrimônio líquido, por consequência de ajustes de correção monetária ou variação cambial do ativo e do passivo não circulante, e o que precisaria evoluir para fins de conservar sua integridade. Essa diferença constitui a mutação ocorrida no patrimônio líquido em virtude da inflação. Auditoria contábill avançada140 A mutação patrimonial oriunda da inflação também pode ser resultante da avaliação da variação ocorrida para cada elemento do ativo e do passivo não circulante. Observe que essa alteração pode ter estas consequências: A apresentação referente à evolução de um elemento patrimonial por meio das atualizações monetárias resultantes de disposições legais ou contratuais, ou ainda de correção monetária atribuída. A evolução necessária em um elemento patrimonial de longo prazo para que sua expressão não seja alterada. Por definição, a taxa de crescimento a considerar, ou seja, a taxa de inflação. No segundo método usado para definir a mutação patrimonial resultante da inflação, se reconhecem imediatamente os ganhos ou perdas gerados devido à inflação, convenientes a créditos ou débitos da entidade. O resultado da correção monetária, em conformidade com a Lei nº 6.404/76 (BRASIL, 1976), não corresponde devidamente ao ganho ou à perda real em que a entidade incorreu devido à existência de um processo inflacionário. Você deve considerar somente as contrapartidas nomeadas de correções monetárias atribuídas, isto é, aquelas que se fazem refletir mediante o ativo não circulante e o patrimônio líquido. As compensações das correções monetárias, ou ainda variações cambiais relativas a saldos credores ou devedores correspondentes a empréstimos e financiamentos, devem ser registradas como receitas ou despesas operacionais. Isso em concordância com o Decreto-lei nº 1.598/77, artigo 18, conforme você pode observar a seguir (BRASIL, 1977): Variações Monetárias Art. 18 – Deverão ser incluídas no lucro operacional as contrapartidas das variações monetárias, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis, por disposição legal ou contratual, dos direitos de crédito do contribuinte, assim como os ganhos cambiais e monetários realizados no pagamento de obrigações. 141Correção monetária do balanço Parágrafo único – As contrapartidas de variações monetárias de obrigações e as perdas cambiais e monetárias na realização de créditos poderão ser deduzidas para efeito de determinar o lucro operacional. Procedimentos de auditoria Alterações patrimoniais resultantes da inflação, consequências da correção monetária e do lucro inflacionário O Decreto-lei nº 1.598/77 (BRASIL, 1977) estabelece que uma parcela do lucro infl acionário ocorrido no exercício social deveria ser efetuada no períodoseguinte. Por meio do Decreto-lei nº 1.598/77 (BRASIL, 1977), é permitido ao contribuinte diferir o pagamento do imposto de renda correspondente à parcela não efetuada do lucro infl acionário. A correção monetária do ativo não circulante do estoque de imóveis desig- nados à venda não deve corresponder a ganho ou perda, ou seja, a qualquer lucro ou prejuízo. Você deve saber que o lucro inflacionário corresponde à: Elevação do valor nominal de elementos do ativo, em consequência da inflação, a taxas superiores à da inflação. Elevação do valor nominal de elementos do passivo não circulante, devido à existência da inflação, a taxas reduzidas com relação à inflação. Para o reconhecimento das origens dos lucros inflacionários, você precisa observar os créditos e débitos. Também deve considerar os demais valores monetários do ativo e do passivo não circulante. Auditoria contábill avançada142 Espécies e particularidades da atualização monetária A fi nalidade da atualização monetária corresponde à identifi cação da perda do poder aquisitivo da moeda nacional em virtude da infl ação relacionada aos elementos patrimoniais da entidade. O registro por intermédio do valor histórico perde sua relevância se a eco- nomia tem grau elevado de inflação e passa por grande modificação relativa ao poder aquisitivo da moeda nacional. Durante um período específico com inflação, os itens que possuem essência monetária, estimando os disponíveis, realizáveis e exigíveis, são manifestados em situações em que a moeda tem poder aquisitivo em vigor ou bem perto disso. Os elementos considerados não monetários podem ser evidenciados por intermédio de valores que contemplem períodos diferentes por moedas com vasta diversidade de poder aquisitivo. A correção monetária das demonstrações contábeis corresponde ao procedimento de adequar a atualização referente a valores evidenciados por ativos, que correspondem a bens e direitos, e a valores passivos vinculados ao patrimônio líquido, que são subordina- dos à desvalorização. A finalidade da correção monetária das demonstrações contábeis não é gerar lucro ou prejuízo para a empresa. Ela tem o objetivo de demonstrar os números atualizados, ou seja, equivalentes ao ajuste a valor presente, por exemplo. Os impactos das variações podem ser verificados por meio da apuração do resultado do exercício anual. Eles são apresentados nas depreciações e amorti- zações de um número reduzido de ativos ou ainda na baixa de ativos adquiridos há algum tempo, nesse caso, os estoques da entidade. A consequência líquida referente às variações resultantes das mutações no poder aquisitivo da moeda varia bastante de uma entidade para as demais. Tal diferença dependerá dos investimentos efetuados em ativos e passivos monetários. É importante que você perceba que diversos contadores se preocupam com o índice elevado de inflação em vários países. Isso também ocorre com encarregados fiscais e administradores, que buscam o melhoramento dos processos com a finalidade de avaliar de modo exato a posição financeira e a consequência das transações das entidades em uma economia inflacionária. Contudo, também é importante que você atente ao fato de que poucos países 143Correção monetária do balanço fizeram adoção de sistemas para identificação dos reflexos da inflação nas demonstrações financeiras. Poucos países adotaram técnicas com a finalidade de reduzir as distorções geradas. Dessa forma, as práticas contábeis dos outros países passaram a buscar o desen- volvimento dos critérios referentes às técnicas de identificação da inflação nas de- monstrações contábeis. Essas demonstrações são consideradas um instrumento de regulamentação pelas autoridades. Os procedimentos de auditoria correspondem a técnicas que devem ser usadas pelo auditor durante seu trabalho. Essas técnicas possibilitam evidenciar provas convincentes que servirão como base para a opinião deles sobre as demonstrações contábeis. O auditor deve realizar testes de observância que buscam verificar a segurança dos processos relativos ao controle interno da entidade, que vão demonstrar a sua eficácia e cumprimento. Os testes substantivos efetuados pelo auditor têm por finalidade evidenciar a suficiência. Assim, confirmam a exatidão e a validade das informações fornecidas pelo sistema contábil da entidade. Observe como esses testes estão divididos: Testes de transações e saldos. Procedimentos de revisão analítica. No exame do ativo imobilizado, era preciso verificar as baixas, observando, para aprovação, cálculo e registro do custo, depreciação, correção monetária e resultado. Auditoria contábill avançada144 A seguir, você pode conferir os itens que se devem identificar para cada área das demonstrações contábeis: a) Relações patrimoniais: as transações que correspondem à movimentação das contas de ativos, passivos e patrimônio líquido. b) Relações de resultado: as transações que correspondem a reflexos nas contas de resultado, receitas e despesas. Correções, transferências, baixas e liquidações Os critérios que tratam sobre os ajustes, baixas, liquidações e transferências de valores, referentes às contas impostas ao regime de correção monetária, estão defi nidos e podem ser verifi cados por meio do Decreto-lei nº 1.598/ 77 (BRASIL, 1977), mediante os artigos 43 e 48. Analise o que está definido no Decreto-lei nº 1.598/ 77, artigo 43 (BRASIL, 1977): Art 43 – Na transposição para o Razão Auxiliar dos lançamentos da escri- turação do exercício da correção, os valores registrados serão convertidos para número de ORTN mediante sua divisão pelo valor nominal de uma ORTN, observadas as seguintes normas: I – os ajustes, baixas, liquidações ou transferências de valores oriundos de exercício anterior, assim como as transferências, no exercício, entre contas sujeitas a correção, serão convertidos para ORTN pelo valor nominal desta no mês do balanço do exercício anterior; II – os valores acrescidos às contas no exercício da correção serão convertidos para ORTN pelo valor nominal desta no mês do acréscimo ou, se o Razão Auxiliar for escriturado em partidas trimestrais, pelo valor médio mensal da ORTN no trimestre; III – os ajustes, baixas, liquidações ou transferências de valores acresci- dos, no exercício da correção, às contas do investimento, ativo diferido e patrimônio líquido, serão deduzidos dos acréscimos, na ordem cronoló- gica destes, e convertidos para ORTN pelo valor nominal desta no mês ou no trimestre em que forem deduzidos; IV – o valor de patrimônio líquido de investimento em coligada ou controlada transferido do exercício anterior e as reduções desse valor durante o exercício da correção, inclusive pelo recebimento de lucros ou dividendos, serão convertidos para ORTN pelo valor nominal desta no mês do balanço do exercício anterior. 145Correção monetária do balanço Você deve saber ainda que ocultar o uso da correção monetária que seria devida não causaria reflexos, integralmente, no resultado do exercício. Essa situação ocorre dessa maneira porque a omissão referente ao uso da correção monetária, que poderia modificar o resultado operacional ou não operacional, é corrigida. Isso é feito por intermédio da inexistência da apuração da correção monetária apropriada, na definição do resultado da correção monetária. Auditoria contábill avançada146 BRASIL. Decreto-lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977. Brasília, DF, 1977. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ decreto-lei/Del1598.htm>. Acesso em: 30 jan. 2017. BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Brasília, DF, 1976. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/L6404compilada.htm>. Acesso em: 07 fev. 2017. BRASIL. Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Brasília, DF, 1995. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/L9249.htm>. Acesso em: 29 jan. 2017. Leituras recomendadas ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo.7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. BALAMINUT. Princípios fundamentais de contabilidade: princípio da atualização monetá- ria. Piracicaba: Boletim Contábil, [c2017]. Disponível em: <http://www.boletimcontabil. com.br/ gestao/contabil/principios.php>. Acesso em: 16 fev. 2017. CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013. MARQUES, J. A. V.; GRZESZEZESZYN, G.; SCHVARZ SOBRINHO, R. Impacto da ausência de correção monetária na análise da rentabilidade das empresas: caso Copel. Rev. CRCPR, ano 27, n. 136, 2003. Disponível em: <http://www.crcpr.org.br/new/content/ publicacao/ revista/revista136/ impacto_da_ausencia.htm>. Acesso em: 29 jan. 2017. NEVES, S. Contabilidade avançada e análise das demonstrações financeiras. 11. ed. São Paulo: Frase, 2002. PEREZ JUNIOR, J. H. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e procedimentos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 147Correção monetária do balanço Dica do professor O vídeo a seguir apresenta os impactos causados com a Lei no 9.249/95, que deu fim à correção monetária de demonstrações financeiras, com foco no balanço. Assista! Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/9da1442de44d2ec76de55ceff55bda01 Exercícios 1) Sobre a correção monetária de balanço, avalie as questões correspondentes ao conceito e marque a correta. A) O tratamento relativo aos bens e direitos que foram adquiridos, considerando o período de 31 de dezembro de 1995, deve ter seu custo de aquisição ajustado monetariamente pela UFIR. B) A sigla UFIR representa a Unidade Fiscal do Imposto de Renda. C) A extinção da correção monetária de demonstrações financeiras ocorreu mediante a Lei no 9.249/95. D) A UFIR entrou em vigor a partir de 1o de dezembro de 1996. E) A sigla CMI se refere à Comissão Mobiliária Integral. 2) Verifique as afirmativas e indique a correta. A) A CMI tem por finalidade a correção das distorções causadas por consequência dos preços altos. B) A correção monetária foi considerada por muito tempo uma fonte irrelevante de dados para a contabilidade. C) A finalidade da correção monetária é elevar consideravelmente os reflexos da inflação sobre os itens patrimoniais. D) É possível afirmar que a correção monetária pretende omitir a situação atual econômica da entidade. E) Perdas e ganhos monetários relativos a ativos e passivos correspondem às contas da demonstração dos resultados que estão vinculadas diretamente com as despesas. 3) Avalie as opções e identifique a correta. A) Mesmo no período em que a legislação esteve vigente, os imóveis classificados no ativo imobilizado não estão sujeitos à atualização monetária. B) As contas ajustadas do ativo resultariam em contrapartida, um débito na conta correção monetária classificada em conta patrimonial. C) A correção realizada nas demais contas do patrimônio líquido ocorria através do débito na conta de correção monetária e crédito na conta do patrimônio líquido, motivo do ajuste. D) O valor correspondente ao ajuste do capital devia ser registrado como débito na conta de ativo não circulante. E) A variação patrimonial decorrente da inflação se refere à diferença de como reduziu de forma considerável o patrimônio líquido. 4) Analise as questões que tratam sobre as alterações patrimoniais decorrentes da inflação, as implicações da correção monetária e do lucro inflacionário. Após, indique a única correta. A) As correções monetárias do ativo não circulante do estoque de imóveis destinados à venda precisam se referir a ganho ou perda. B) Na conciliação do valor contábil, são demonstradas as reversões de despesas através da desvalorização de ativos, identificados no resultado. C) Mediante o Decreto-lei no 1.499/77, é estabelecido que uma parcela do lucro inflacionário ocorrido no exercício social precisaria ser realizada no período anterior. D) O lucro inflacionário representa aumento do valor nominal de itens do ativo, em virtude da inflação, as taxas superiores à da inflação. E) O lucro inflacionário também representa o aumento do valor nominal de itens do passivo circulante, devido à existência da inflação, a taxas reduzidas com relação à inflação. 5) Analise as opções que abordam sobre as características da atualização monetária e aponte a correta. A) O registro mediante o valor histórico ganha sua relevância, sendo que a economia tem nível elevado de inflação. B) Os reflexos das alterações podem ser observados mediante a apuração do resultado do exercício semestral. C) É relevante destacar a preocupação de contadores com o índice reduzido de inflação em vários países. D) Alguns países escolheram técnicas com o objetivo de reduzir as distorções geradas. E) As práticas contábeis dos demais países passaram a desconsiderar a evolução dos métodos relacionados às técnicas de identificação da inflação nas demonstrações contábeis. Na prática Ana Laura recém entrou na empresa SSP Auditoria para trabalhar na área contábil, auxiliando diretamente nas auditorias internas. Com a finalidade de ampliar seu conhecimento, buscou pesquisar sobre as mudanças ocorridas nas auditorias já realizadas, desde as mais antigas até as mais atuais. Através das informações encontradas, ela compreendeu que a correção monetária tinha por objetivo elevar o poder de aquisição dos ativos das entidades e havia sido usada com eficácia ao longo dos anos. Após a extinção da correção monetária legal, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) redigiu a IN 248/96, passando a ser facultativo o uso da correção monetária integral. A partir da não obrigatoriedade, grande parte das entidades deixou de fazer uso do método, fazendo com que as informações contábeis se perdessem. Mesmo com a modificação da legislação, a correção monetária era usada e foi extinta, passando a ser opcional. A correção monetária referente aos demonstrativos contábeis era relevante, pois representava um instrumento primordial no fornecimento de dados confiáveis, auxiliando nas decisões tomadas por gestores. Assim, proporcionava situações futuras promissoras à entidade. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: O IMPACTO DA NÃO CORREÇÃO MONETÁRIA NA CONTABILIDADE GERENCIAL. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. O Impacto do Fim da Correção Monetária no Resultado das Companhias Brasileiras de Capital Aberto e na Distribuição de Dividendos: Estudo Empírico no Período Pós-Plano Real. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.intercostos.org/documentos/congreso-07/Trabajo138.pdf https://pdfs.semanticscholar.org/ddc2/e46f6e2deac91c78349961d72a19e7cc90dd.pdf