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AS RAÍZES DA REFORMA PROTESTANTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 AS RAÍZES DA REFORMA PROTESTANTE 
 
 
 
 A influência da teologia luterana e do movimento conceituada como 
―Reforma‖, é de grande relevância e abrangência na análise da mentalidade 
religiosa ocidental. A reforma protestante foi um movimento reformista cristão no 
inicio do século XVI por Martinho Lutero quando através da suas 95 teses em 
31 de outubro de 1517 na poda igreja do castelo de Wittenberg,protestou contra 
diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana propondo uma reforma no 
catolicismo romano os princípios fundamentais da reforma como cinco solas . 
Porém alguns historiadores discordam frontalmente deste fato. 
 Assegurou Gottfried Fitzer, no livro Was Luther wirklichsagte: que nunca 
houve a propalada exposição pública das ―noventa e cinco teses‖ de Lutero. É 
uma coisa também confirmada por dois historiadores, Erwin Iserloh e KIemens 
Houselmann. Do relato de Johannes Schneider, um criado de Lutero, é que se 
extraiu de maneira errada e fantasiosa, a notícia da afixação das teses. Não 
encontramos, em seu manuscrito, nenhuma referência a este fato. Escreveu 
apenas:"No ano de 1517, Lutero apresentou em Wittenberg, sobre o EIba, 
segundo a antiga tradição da universidade, certas sentenças para discussão, 
porém modestamente e sem haver desejado insultar ou ofender alguém" . Foi tudo 
uma farsa que engana os protestantes até hoje. Sabe-se que esta lenda foi 
inventada mais tarde, após a morte de Lutero, pelo alemão Melanchthon, em 
1546. Provou-se que ele, Melanchthon, em 1517, estava na cidade de Tünbigen, e 
não em Wittenberg. 
 
Em uma carta datada de [21] de Novembro de 1518 ao Eleitor 
Frederico, Lutero declara, "...Alguns mentirosos entre nós 
falsamente declaram que eu assumi a disputa sobre as 
Indulgências por conselho de sua Graça, quando o fato é que nem 
meus amigos mais próximos ficaram sabendo disto". Ele também 
declara que antes das 95 Teses se tornarem públicas, ele enviou 
duas cartas (ao Arcebispo de Magdeburgo / Mainz e o Bispo de 
Brandenburgo). Então, dos próprios relatos de Lutero, ele nunca 
menciona pregar as 95 Teses na porta de Wittenberg. William 
Pauck nota,"...Lutero, que teve a tendência de falar livremente de 
sua carreira e que, em seus últimos anos, amava relembrar velhas 
histórias, nunca mencionou o incidente. Além do mais, não há 
nenhuma outra fonte contemporânea que suporta a velha história" 
[Olin, John (ed.) Luther, Erasmus and the Reformation]. 
 
 Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando 
uma revolução religiosa iniciada na Alemanha estendendo se pela Suíça ,França 
,Países Baixos ,Reino Unido , e algumas portas do Leste Europeu principalmente 
os países Bálticos e a Ungria. 
 Para contextualizarmos as raízes da reforma protestante realizada por 
Lutero, cabe compreender a realidade que o povo se encontrava, e essa nada 
mais é que a hegemonia da Igreja católica, a qual controlava o setor religioso, 
cultural, político e principalmente econômico. Conforme o autor Vicentino (1997): 
 
Atuando em todos os níveis da vida social, a Igreja estabeleceu 
normas, orientou comportamentos e, sobretudo, imprimiu nos 
ideais do homem medieval os valores teológicos e cultural da 
época isto é, cultura religiosa. Enfatizando ainda que o envolto 
pelo idealismo religioso, o clero transmitia à população uma visão 
de mundo que lhe era conveniente e adequada forjando a 
mentalidade da época, reforçando o predomínio dos senhores 
feudais, justificando os privilégios estabelecidos e oferecidos ao 
povo, em troca, a promessa do paraíso celestial. 
 
 
 O Sacro Império e a Igreja Católica disputavam o poder na região, 
produzindo alguns conflitos. Grande proprietária de terras, a Igreja alemã 
continuava vinculada ao mundo feudal, explorando os camponeses e impedindo o 
desenvolvimento do comércio e, conseqüentemente, da burguesia. Além disso, 
em razão da sua grande força nas questões temporais, a corrupção e a 
decadência moral da Igreja assumiam grandes proporções na Alemanha. A 
sociedade, de maneira geral, a via de forma muito negativa. 
 Um setor do cristianismo medieval que recebe destaque, em relação à 
Reforma, é o comércio religioso. A venda de indulgencias (Segundo dicionário 
informal, indulgencia seria: ―A pessoa que queria o perdão de Deus, então ela 
tinha que comprar o perdão de Deus”), o poder político nas mãos dos senhores 
feudais e clero gera grande riqueza para a Igreja e submissão dos fiéis. 
 O autor Angers (Vicentino, 1997, p.111) reflete sobre o pensamento 
medieval que os religiosos da época afirmavam: ―Deus quis que, entre os homens, 
uns fossem senhores e outros servos, de tal maneira os senhores estejam 
obrigados a venerar e amar a Deus, e que os servos estejam obrigados a amar e 
venerar seu senhor.‖ 
Vicente (1997, p. 151) continua seu esclarecimento expondo a ideia de interesses 
econômicos presentes no Sacro Império: 
 
No Sacro Império, o clero estava submisso aos soberanos, que 
nomeavam – investiam- os bispos ou exerciam dura pressão para 
impor candidatos de sua escolha, muitas vezes pessoas 
interessadas apenas nas vantagens materiais do cargo, não 
raramente corruptas e indignas do cargo clerical que ocupavam. 
 
 
 Diante deste contexto, começam manifestações que vão contra a 
mentalidade imposta pela Igreja Católica Apostólica, na maioria das vezes 
repreendidas pela própria igreja. As raízes da Reforma Protestante podem ser 
buscadas na Idade Média, quando ocorreram uma série de tentativas de 
reformular a religião. 
 As ideias propostas por esses movimentos se baseavam na contradição 
das normas ditadas pela igreja, como esclarecem Nogueira e Capellari (2010, p. 
176) 
 
Desde a idade Média, já existiam movimentos religiosos que 
contestavam a autoridade do clero e da Igreja. Homens como o 
francês Pedro Valdo, o Teólogo inglês John Wycfiffe e o teólogo 
boêmio Jan hus deram origem a movimentos como os valdenses, 
lolardos e hussistas, respectivamente. Os Valdenses acreditavam 
que a Biblia- e não a Igreja – era a única fonte de verdade. Os 
lolardos e os hussistas criticavam a riqueza do alto clero e 
propunham o retorno aos ideais de pobreza do Cristo e da Igreja 
primitiva. 
 
Por isso, em outubro de 1517, o monge agostiniano (portanto, membro da 
Igreja Católica) e professor universitário Martinho Lutero (1483 – 1546) afixou na 
porta da catedral de Wittenberg 95 teses e que denunciava e protestava contra a 
venda de indulgências. 
O reformador alemão sempre pensou que o catolicismo era algo que podia 
ser consertado. E esse foi seu grande erro: jamais declarar publicamente que tal 
movimento procedeu da mente política do imperador Constantino, visando a se 
locupletar da fé cristã em seu proveito próprio e de Roma. E foi assim que 
conseguiu alastrar e perpetuar o imperialismo romano através de uma falsa 
religião. Na verdade, Lutero apenas fez uma divisão, e não uma reforma, pois 
continuou com as crenças católicas, que eram baseadas no paganismo, e não nas 
Escrituras 
Mas, considerando estas modificações, a liturgia de Lutero variava 
bem pouco da Missa Católica. Lutero meramente tentou salvar 
aquilo que representava o elemento ―cristão‖ da antiga liturgia 
católica. Por conseguinte, se alguém comparar a liturgia de 
adoração elaborada por Lutero com a liturgia de Gregório, verá 
que é praticamente a mesma! Basicamente, Lutero reinterpretou 
muitos dos rituais da Missa. Mas, ele preservou o cerimonial, 
julgando-o apropriado.Por exemplo, Lutero manteve o ato que 
marcava o ponto culminante da Missa Católica: Quando o 
sacerdote levanta o pão e o cálice e os consagra. Ele meramente 
reinterpreta o significado deste ato. A prática de consagrar o pão eo cálice, elevando-os, teve início no século XIII. É uma prática 
construída principalmente com base na superstição. Contudo 
continua sendo observada por muitos pastores em nossos dia. 
 
Segundo as próprias palavras de Lutero; ―Nunca foi nossa intenção eliminar 
completamente o culto litúrgico a Deus, mas purificar o que já está em uso dos 
vínculos que o corrompem...‖. Tragicamente, Lutero não se deu conta de que o 
vinho novo não pode ser guardado em odres velhos. Em nenhum momento Lutero 
(e nenhum outro dos principais reformadores) demonstrou desejo de voltar às 
práticas da igreja do século I que estavam inseridas na cultura hebraica. Estes 
homens meramente se dedicaram a reformar a teologia da igreja católica, ou seja 
continuaram a propagar o paganismo, dentro da religião cristianismo, agora 
―reformado‖. 
Outro grande prejuízo que as idéias reformadores de Lutero trouxeram às 
toda cristandade ―reformada‖, foi o seu forte antissemitismo, e sua aversão à Lei 
de Deus (Torá). Estas doutrinas errôneas forma tão prejudiciais, quanto à idolatria 
e apostasia católica que ele tanto criticou, pois mesmo eu agora o povo estivesse 
com as Escrituras em mãos, pensavam ter, agora liberdade para interpretar e 
obedecer como queriam. 
Dentre os cristãos, o protestantismo tem como um de seus 
principais princípios a interpretação privada ou juízo privado dos 
textos bíblicos fruto da Reforma Protestante, quando Lutero, em 
outubro de 1520, enviou seu escrito "A Liberdade de um Cristão" 
ao Papa, acrescentando a frase significativa "Eu não me submeto 
a leis ao interpretar a palavra de Deus". Isso posteriormente 
acabou originando o direito fundamental de liberdade religiosa, 
bem como a própria idéia de democracia. 
 
Foi desta idéia que surgiram a maior parte das denominações divergente 
uma da outra, sendo que cada uma tem a sua própria interpretação, e arroga à si 
ser detentora da verdade: 
O princípio Sola Scriptura (só a Bíblia como regra de fé e prática), 
corretamente relembrado na reforma, não deve ser entendido 
simploriamente. Só a Escritura no sentido de ser somente ela 
como nossa base primordial de vida cristã. Mas, nunca Só a 
Escritura como se ela fosse um simples livro de receitas. Por 
exemplo, apesar dos reformadores destacarem o sacerdócio 
universal dos crentes e o princípio de qualquer pessoa poderia ter 
acesso a Bíblia e a sua compreensão clara, os reformadores e 
seus sucessores entenderam que um grupo seleto de estudiosos 
da palavra deveria pesquisá-la a fundo e facilitar seu entendimento 
para os leigos. É perigoso se entender que as compreensões e 
implicações da Palavra são facilmente dedutíveis e consensuais. 
Não tem sido assim em toda a história da igreja. 
 
O início das interpretações errôneas a respeitos das Escrituras e mais 
tarde, a grande confusão religiosa foi, de certa forma, a Reforma, pois apenas deu 
algo valiosíssimo nas mãos de pessoas que não foram instruídas para 
manuseá-la. Seria, em uma comparação: dar um bisturi para alguém operar uma 
pessoa, sem nunca ter estudado medicina. 
 
 Desta forma, certo é transcorrer sobre dois principais movimentos e seus 
autores, cujas raízes originaram a Reforma Protestante do século XVII. 
 
 Teólogo Boêmio John Huss: 
 
 
John Huss (1369 — 1415) padre Teólogo Tcheco, contrários ao 
pensamento clerical, sua doutrina encontrou solo fértil na Boêmia. 
Ela se baseava na justiça social e expressava a insatisfação de 
todos os cidadãos tchecos. Na época, a agitação envolveu todas 
as camadas sociais. A maior parte da população estava insatisfeita 
com a política financeira e de poder das autoridades eclesiásticas: 
negociantes e mestres artesãos disputavam as riquezas oriundas 
da mineração de prata, os camponeses queriam libertar-se da 
servidão feudal e os nobres tentavam assegurar os seus 
privilégios. 
 
 
 Seguindo a ideia de Barbara Fischer: ―Jan Hus só reconhecia a autoridade 
da Bíblia nas questões da fé, repudiava os tribunais da Inquisição e os juízes 
terrenos. Um verdadeiro herege que suscitava a cólera e o ódio das autoridades 
eclesiásticas.‖ 
 
Estudioso das doutrinas de John Wycliff, de quem adotava 
algumas ideais, Huss passou a pregar em seus sermões que a 
bíblia era a grande autoridade dentro do cristianismo e o grande 
paradigma para a vida do cristão, contrapondo-se à autoridade da 
hierarquia eclesiástica. Defendia que a comunhão do pão e do 
vinho deveria ser oferecida a todos os fiéis. Além disso, Jan Huss 
pregava a ideia de uma Igreja pobre contra a opulência que 
apresentava a Igreja católica. Para eles, os esforços realizados 
pelo homem na Terra deveriam aproximá-lo do mundo perfeito de 
Deus. 
 
 
 Huss, passou a enfocar a bíblia em detrimento ao poder da Igreja, visando 
justiça social e igualdade entre os fiéis. Sua ideologia prefigurou o ensaio a 
reforma protestante ocorrida no século XVII. 
 
Jan Huss antecipou várias críticas às doutrinas e à prática da 
Igreja Católica que ficariam célebres com Lutero e Calvino. Dentre 
elas, é interessante destacar sua oposição à venda de 
indulgências e à riqueza da Igreja, bem como à comunhão ser 
restrita ao corpo eclesiástico, não sendo oferecida aos demais 
crentes, principalmente os de origem popular. 
 
 A insistência de Jan, mostra que tal medida tomada pela igreja era 
significativamente radical, eliminando as ideias opostas a imposição do mesmo. 
Tais atos, custaram-lhe a vida, conforme relata ainda a autora Fisher: “Em 1414, 
Hus foi convocado a se apresentar ao Concílio de Constança e a renegar a sua 
doutrina. O reformador negou-se a cumprir a exigência. No dia 6 de julho de 1415, 
Hus foi então morto na fogueira.” 
 
 
 Teólogo Inglês John Wycliffe : 
 
John Wycliffe (1324-1383), teólogo e eclesiástico, ainda no século 
XIV, foi o precursor inglês da Reforma Protestante. Condenou a 
riqueza do clero e defendeu a abolição do dízimo: para ele, a 
Igreja deveria se manter com as doações voluntárias. Também 
defendia uma espécie de sacerdócio universal dos "eleitos", 
passando por cima da hierarquia católica, e repudiava a prática 
das indulgências, a adoração aos santos e às relíquias, e a 
peregrinação. Wycliffe também contestou alguns sacramentos, em 
especial a crisma e a eucaristia, por refutar o conceito de 
transubstanciação. 
 
 
 Cabe salientar sua forte influência sobre o Reinado Inglês, conforme segue: 
 
Era pároco em Lutterworth, no condado de Yorkshire, na 
Inglaterra, e também era funcionário do rei inglês, tendo enorme 
influência sobre este, principalmente quando o assunto era a 
mediação com o clero. Wycliffe foi contemporâneo dos embates 
teológicos e filosóficos nominalistas, que influenciariam 
grandemente o pensamento moderno, inclusive o 
teológico/reformista. 
 
 
Há que se destacar ainda que Wycliffe, descontente com o poder católico, 
teve outras críticas importantes, as quais influenciaram Lutero na Reforma que 
ocorreria no século XVII. ―Uma das últimas ações de Wycliffe foi tentar traduzir a 
Bíblia para o inglês, tal como o faria Lutero, ao traduzir a Bíblia para o alemão no 
século XVI‖ 
Segue outros pontos criticados peças atitudes de Wycliffe: 
 
Outro ponto importante das críticas de Wycliffe foi a defesa da 
―autoridade suprema‖ das Escrituras e da não interferência da 
opinião papal sobre elas e sobre a tradição cristã. Esse princípio 
atacava a autoridade do papa como sendo representante de 
Pedro, na Terra, e portador da ―chave da Igreja‖. Wycliffe chegou a 
qualificar alguns papas de anticristos por conta disso.Um de seus 
principais tratados foi o De veritate Sacrae Scripturae (Da 
veracidade nas Sagradas Escrituras), publicado em 1378. Para 
Wycliffe, ao contrário do papa, as escrituras eram infalíveis. Essa 
tese influenciou tanto o luteranismo quanto o calvinismo e suas 
ramificações. 
 
 
Assim como tantos outros, e centenas de populares que se opuseram ao 
poder dopapado, Wycliffe foi mais uma vítima das atrocidades efetuadas pela 
Igreja Católica. Em 1428, as teorias de Wycliffe foram consideradas heréticas e 
seus restos foram exumados, queimados e jogados no rio por ordem do papa. 
 
 
 
1.1 O contexto cultural 
 
 
 Como em toda análise histórica, não se pode deixar de considerar o 
ambiente cultural de sua eclosão. Um dos motivos do surgimento da Reforma 
Protestante foi o Renascimento, pois esse, como o nome já diz, foi um renascer 
em vários aspectos. 
O Renascimento teve o efeito de possibilitar a aceitação de 
conceitos e de visões de mundo diferentes daqueles impostos pela 
Igreja Católica, ao quebrar o quase monopólio intelectual que a 
Igreja exercia na Idade Média. (SALOMÃO, 2008,) 
 
 Esse período foi uma mudança de mentalidade, conforme esclarece Cotrim 
(1999, p.150): 
 
 O movimento intelectual e cultural que caracterizou a transição da 
mentalidade medieval para a mentalidade moderna ficou 
conhecimento como Renascimento‖. O objetivo do mesmo era 
trazer à tona a cultura antiga greco-romana que havia se 
desfalcado no período medieval por instruções da Igreja que 
imperava. ―Esse termo originou-se da vontade de muitos artistas e 
intelectuais dos séculos XV E XVI de recuperar ou retomar a 
cultura antiga, greco-romana, que esmorecera na Idade Média. 
(COTRIM, 1999, p.150). 
 
 
 Entretanto, qual é a relação do renascimento com a Reforma protestante? 
A resposta é simples. No período medieval os ideais da igreja prevaleciam, as 
pessoas estavam dentro de um sistema controlado pelo cristianismo. No entanto, 
com a expansão dos humanistas, houve a contribuição para a Reforma, causando 
parte da decadência do significativo poder católico, abrindo portas para 
questionar, para não tornar as ideias medievais o centro de tudo, mas sim a busca 
pela inteligência humana em explicar o que antes era ocultado. 
 Este movimento representou, portanto, uma profunda ruptura com um modo 
de vida mergulhado nas sombras do fanatismo religioso, para então despertar em 
uma esfera materialista e antropocêntrica. Agora o centro de tudo se deslocava do 
Divino para o Humano, daí a vertente renascentista conhecida como humanismo. 
 Este, assim como o contexto econômico, também se passa por uma série 
de transformações. O renascimento, expresso anteriormente foi o contexto cultural 
vigente nesse período. Como a igreja foi ficando enfraquecida, a cultura não é 
mais voltada ao ser superior proposto pela Igreja, e sim ao homem e suas 
essências. 
 
Na vertente humanista da renascença, o Homem é a peça 
principal, agora ocupando o lugar antes impensável do próprio 
Criador. Este aspecto antropocentrista se prolonga por pelo menos 
um século em toda a Europa Ocidental.‖ 
Além do Antropocentrismo, o Renascimento também introduz 
princípios hedonistas – a busca do máximo prazer no momento 
presente, como tesouro maior do Homem – e individualistas – a 
exaltação do indivíduo e de sua suprema liberdade dentro do 
grupo social -, bem como o otimismo e o racionalismo. 
 
 
 Esses esclarecimentos mostram como ocorreu a mudança da mentalidade 
na sociedade atual. Além deste, também ocorreu o renascimento cientifico, 
havendo avanços para as pesquisas e também, busca pela explicação do 
universo. 
 
Nas ciências, o Renascimento foi marcado pelo desenvolvimento 
do espirito critico, racionalista, disposto a examinar livremente os 
problemas. Formou-se assim um novo perfil de cientista, oposto ao 
obediente religioso que em tudo acreditava, baseado na fé. O 
cientista deveria submeter o mundo a métodos de analises 
racionais. Antes de estabelecer 
Crenças e de tirar conclusões, era preciso observar 
cuidadosamente, investigar, fazer experiências, medir. (COTRIM, 
1999, p.156) 
 
 
 Segundo Cotrim (1999) os principais cientistas do renascimento foram: 
 
-Leonardo da Vinci (1452-1519), o qual empreendeu diversas 
realizações cientificas, como exemplo o desenho do primeiro mapa 
do mundo focalizando a América, desenhou a anatomia do corpo 
humano, entre outros; 
-Nicolau Copérnico (1548-1600), defendia que o universo infinito e 
que seu centro não estava em parte alguma. Afirmava que Deus 
deu origem ao universo, e por suas ideais, morreu em uma 
fogueira por um tribunal da Inquisição; 
-Paracelso (1493-1541), estudos no campo da medicina; 
-Miguel SErvet (1511-1553) descobriu o funcionamento da 
circulação sanguínea, dissecando cadáveres, o que era proibido, 
levando a morte em uma fogueira pelo tribunal da inquisição; 
 -Galileu Galilei (1564-1662) desenvolveu o telescópio e através 
de suas pesquisas, confirmou a validade da teoria de Copérnico. 
Com isso foi acusado por um tribunal da inquisição, e para se livrar 
de tal julgamento, viu-se obrigado a negar suas descobertas 
cientificas. É considerado o pai da física. 
 
 Houve também o renascimento artístico, que segundo a Nova enciclopédia 
Barsa (2002) surgiu na Itália. Essa, de acordo com Nova enciclopédia Barsa 
(2002, p.292-293) se baseava na: 
 
Observação do mundo visível e em uma série de princípios 
matemáticos e racionais, como equilíbrio, harmonia e perspectiva. 
Pouco a pouco foram sendo substituídas as expressivas formas 
góticas por novas linhas em conformidade com os modelos da 
antiguidade clássica. 
 
 
 Segundo (Cotrim 1999) os principais artistas foram: 
 
Na Itália: Leonardo da Vinci (1452-1519), Rafael Sanzio 
(1483-1520), Miguel Ãngelo Buonarroti (Michelangelo, 1475-1564), 
Ticiano ( 1477-1576); 
Na França: François Rabelais (1494-1553), Miguel de Montaigne 
(1533-1592); 
Na Inglaterra: Thomas Morus (1478-1535), William Shakespeare 
(1564-1616); 
Na Alemanha: ALbrecthDurer( 1471-1528), Hans Holbein 
(1497-1553); 
Portugal: Luís Vaz de Camões (1524-1580); 
Países Baixos; Desidério Erasmo (1466-1536), Van Eyck ; 
Espanha: Miguel de Cervantes (1547-1616); 
 
 Através da arte e dos intelectuais da época, houve um grupo de pessoas 
que se beneficiavam através do patrocínio dado a eles. Esses eram os mecenas, 
que adquiriram significativo lucro neste período. 
Os estudiosos e artistas do Renascimento foram financiados por 
ricos banqueiros, comerciantes e nobres do norte e do centro da 
Itália. Eram os chamados mecenas, ou seja, pessoas financiavam 
e protegiam o trabalho de artistas e cientistas. Para os mecenas, o 
financiamento de atividades intelectuais e artísticas passou a 
representar uma forma de obter status social. As obras de arte 
embelezavam e davam prestígio ás cidades, o que as levava a 
competir para contratar os melhores artistas da época. 
 Os principais mecenas da época foram: ―Lourenço de Medici (banqueiro 
italiano), Come de Medici (banqueiro e político italiano), Galeazzo Maria Sforza 
(duque de Milão) e Francisco I (rei da França).‖ 
 
1.2 O contexto Econômico 
 
 Cabe lembrar o contexto histórico no qual a reforma protestante aconteceu. 
Esse foi na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, durante a transição 
do feudalismo para o capitalismo. Esse caracterizou-se com o declínio dos feudos 
o surgimento das cidades estados. O protestantismo foi imposto a força na 
Europa por motivos meramente políticos, não religiosos. Os reformadores 
negociaram com os governos para terem apoio. 
 
Entre um dos fatores de grande relevância que assinalaram esse 
período de transformações podemos destacar o novo contexto 
econômico do período. No ambiente das cidades, os comerciantes 
burgueses eram malvistos pela Igreja. 
 
Sabe-se que o feudalismo era marcado por um modo de produção entre 
clero, nobres e servos. Os servos eram propriedades de um senhor, compunham 
a sociedade mais baixa e penalizada, trabalhavam em um feudo e não poderiam 
ser vendidos. 
 
Na sociedade feudal cada grupo social detinha uma função. O 
clero cumpria a função da salvação da alma de todos, a nobreza 
deveria proteger a todos e os servos deveriam trabalhar para 
sustentar a todos. Assim se justificavaa exploração do servo e a 
necessidade dele seguir os desígnios da Igreja. 
 
 
 Com o surgimento da burguesia comercial, o servo é atraído a este, 
procurando um novo modo de vida e trabalho, fazendo com que o sistema feudal 
decaía. 
No plano social, ao lado dos problemas já levantados, importa 
verificar o crescimento de um novo grupo: a burguesia comercial, 
residente em cidades que tendiam para uma expansão cada vez 
maior, pois passaram a atrair os camponeses e os elementos 
―marginais‖ da sociedade feudal. 
 
 O contexto religioso também influencia o econômico, pois no período feudal 
a igreja era uma forte aliada da política e detentora dos lucros. Logo, com a 
reforma de Lutero, os indivíduos passam a questionar a religiosidade que estavam 
vivendo. 
 
Tantas desgraças afetaram profundamente as mentes dos homens 
europeus, traduzindo-se em novas necessidades espirituais (uma 
nova concepção do homem e do mundo) e religiosas (a igreja 
Católica não conseguia atingir tão facilmente os fiéis, necessitados 
de uma teologia mais dinâmica). 
 
 
 
 Diante disso, o clero e a igreja iam perdendo seu poder, dando lugar a um 
novo contexto econômico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. O IDEALIZADOR DA REFORMA PROTESTANTE: LUTERO 
 
 
 Muito é atribuído à pessoa de Lutero, quando se fala em Reforma 
Protestante, apesar de que, como foi explanado, houveram muitos outros teólogos 
que talvez de forma ainda mais audaciosa tiveram a mesma postura. Contudo 
foram silenciados, e alguns pagaram a insubordinação à Igreja Católica Apostólica 
Romana, com a própria vida. 
 Diante de um sistema autoritário e de domínio do alto clero, e em meio a 
grandes mudanças que ocorriam na Europa no final da idade média, dentre elas o 
surgimento do Humanismo no por volta do séc. XIII e o Renascimento, montou-se 
o palco a atuação por parte de um monge alemão chamado Martinho Lutero. O 
Idealizador da Reforma. De acordo com (Veiga 1989, pag. 27): 
 
Desde o século XIV, algumas pessoas da própria Igreja vinham 
tentando combater a corrupção e retomar as preocupações com o 
mundo espiritual. O alto clero, no entanto, não dava muita atenção 
as críticas, ou então procurava reprimi-las. Muitos dessidentes 
foram classificados como hereges e punidos com a morte na 
fogueira. 
 
 
 Assim sendo, as críticas passaram a se intensificar em meio ao 
descontentamento da sociedade obrigando a alto clero a rever a postura. (Veiga 
1989, pag. 27) relata: 
 
Nesse contexto, as críticas contra a postura da Igreja Católica 
intensificavam-se. Por isso pode se dizer que a atitude polêmica 
adotada pelo monge alemão Martinho Lutero (1483-1546) diante 
da Igreja, em 1517, foi, na verdade, uma síntese de todas as 
mudanças que ocorriam na Europa naquele tempo. 
 
. 
 Lutero foi destacado em uma revolta que já existia, pois a Reforma foi muito 
mais política e econômica do que religiosa, porém teve reflexos no campo 
teológico quase irreparáveis. 
 
 
2.1 Vida monástica e acadêmica 
 
 
 A Reforma protestante teve impressa a ideologia de Lutero. Assim como 
um pai vê sua genética estampada no rosto do filho, este movimento leva a 
essência de seu genitor. Martinho Lutero, o idealizador da Reforma Protestante, 
conseguiu passar aos seus simpatizantes e mais tarde militantes exatamente a 
sua forma de pensar, trazendo assim uma grande ramificação ao Cristianismo 
quase homogêneo até aqui, devido à imposição da igreja Católica. Muitos 
movimentos surgiram, mas foram abafados pelo poder de Roma, porém Lutero 
conseguiu se sobressair, isso pela influência que exercia como monge católico, o 
que nunca deixou de ser: 
 
Martinho ou Martim, em alemão Martin Luther, em latim Martinus 
Lutherus ,Teólogo e reformador alemão , nasceu em Eisleben, 
Turíngia, 1483. De família camponesa abastada, fez estudos em 
Magdeburg em 1497, Eisleben em 1498 depois Erfurt, onde se 
diplomou professor de filosofia (1505); Ingressou em seguida, na 
ordem dos agostinianos. 
 
 
 Apesar do grande feito de Martinho Lutero em traduzir a Bíblia, surgindo 
assim muitas dissidências de grupos que analisaram as Escrituras e encontraram 
a verdade, suas doutrinas ―misturadas‖ com sua a origem pagã de Roma, trouxe 
tanto prejuízo quanto o catolicismo romano. Lutero imprimiu a Biblia, porém 
entregou com ela, as ―lentes de Roma‖, sendo que manteve a interpretação 
babilônica de uma Escritura judaica. 
 Praticamente todas as seitas protestantes endossam os mesmos credos: os 
credos de Nicéia e Atanasiano — e esses professam algumas das mesmíssimas 
doutrinas que o catolicismo tem ensinado por séculos, como a Trindade, o 
descanso dominical, a imortalidade da alma e o inferno de fogo. 
 Tais ensinos anti-bíblicos deram ao povo um quadro distorcido a respeito 
do Eterno e Seu propósito. Em vez de ajudar as pessoas na sua busca do Deus 
verdadeiro, as numerosas seitas e denominações que surgiram em resultado do 
livre espírito da Reforma protestante apenas as dirigiram a muitas diferentes 
direções. De fato, a diversidade e a confusão levaram muitos a questionar a 
própria existência do Eterno e suas Leis. Tão logo Lutero tomou o poder, se 
revelou um tremendo anti-semita, bem com sua pregação de ―Sola Fide‖ (somente 
pela fé) levou muitos a desprezarem a observância das Leis do Eterno como 
requisito para a salvação. 
 
 Lutero nunca deixou de ser católico, pois tanto seu embasamento 
doutrinário, quanto sua liturgia, seguiram conforme sua formação religiosa.Lutero 
era completamente idólatra, devotado à Maria, e crente em todas as doutrinas 
tradicionais marianas. 
 Veremos, por meio de fontes escritas pelo próprio Lutero, o que os fatos 
históricos nos revelam: 
 
Deus não recebeu sua divindade de Maria; todavia, não segue que 
seja conseqüentemente errado afirmar que Deus foi carregado por 
Maria, que Deus é filho de Maria, e que Maria é a Mãe de Deus. 
Ela é a Mãe verdadeira de Deus, a portadora de Deus. Maria 
amamentou o próprio Deus; ele foi embalado para dormir por ela, 
foi alimentado por ela, etc. Para o Deus e para o Homem, uma só 
pessoa, um só filho, um só Jesus, e não dois Cristos. Assim como 
o seu filho não são dois filhos… Mesmo que tenha duas 
naturezas.‖. 
 
 
Lutero tinha o propósito de reformar a Igreja Católica, não criar uma nova 
igreja. Esse propósito foi alcançado em muitos sentidos, pois a Igreja Católica, 
com o passar dos anos, se abriu para muitas das reformas reivindicadas por 
Lutero e outros. Além disso, em muitos aspectos os reformados nunca deixaram 
de ser ―católicos‖ — ou na aparência ou na própria essência. 
É uma lástima que mesmo os dissidentes da Reforma protestante, 
conhecidos hoje como ―evangélicos‖, não tem a menor ideia de que as doutrinas 
adotadas por suas denominações carecem, quase que totalmente de 
embasamento bíblico, e foram formuladas em concílios católicos, de influência 
mais evidente do gnosticismo grego e do paganismo mitraico. A vasta maioria dos 
evangélicos do Brasil não veria nada de evangélico em Lutero ao ler os livros que 
ele escreveu. Em contraste, a maioria dos católicos veria nele um ―católico.‖ 
 
 
2.2 Educação Agostiniana 
 
 
 O precursor da Reforma Protestante na Europa, fez parte da ordem 
agostiniana. Devido à incontestável influência desta ordem, bem como do próprio 
Agostinho na teologia de Lutero, cabe esclarecer sobre quem foi o chamado 
―Santo Agostinho‖ e sua influencia da chamada ―Patrística‖ em todo o 
Cristianismo. Patrística é o nome dado à filosofia cristã dos primeiros sete séculos, 
elaborada pelos Padres da Igreja , os primeiros teóricos —- daí "Patrística" —- e 
consiste na elaboração doutrinal das ―verdades de fé‖ do Cristianismo e na sua 
defesa contra os ataques dos "pagãos" e contra as ―heresias‖. 
 
O termo "patrologia" ou ―patrística‖ quer expressar sobretudo o 
estudo histórico e literário (vida e obras) dos escritores antigos.Certo número de historiadores, a fim de incluir todos os autores da 
Igreja, sejam ortodoxos sejam heterodoxos, preferem falar de 
"História da literatura cristã" (Harnnack) ou "eclesiástica" 
(Berdenhewer), título adotado por numerosas obras 
contemporâneas, de origem e tendências diversas; Na origem, 
"patrística" era um adjetivo, subentendendo teologia. 
 
 
 E foi nesta perspectiva que Lutero teve a sua formação religiosa, e assim 
influenciou todo o protestantismo, ou seja que as raízes da tão aclamada Reforma, 
tem total origem pagã, tanto quanto a igreja Católica Apostólica Romana, à quem 
muitos evangélicos passionais chamam de ―Grande meretriz‖, sem se dar conta de 
sua filiação e identidade total com a mesma. Dada a relevância dos escritos de 
Agostinho para o Império Romano, a Patrística divide-se em três períodos: antes 
de Agostinho, durante e pós Agostinho. Ele ―reconciliou‖ profundamente a filosofia 
de Platão, tal como fora influenciado pelo misticismo intelectual de Plotino, com a 
teologia cristã e publicou diversas obras, incluindo Da Cidade de Deus (c. 426 
d.C.) e Confissões (c. 399 d.C.), que tratam do equilíbrio entre o bem e o mal no 
mundo e da bondade inerente a todos os seres criados por Deus. Essa 
―reconciliação‖ se chama sincretismo religioso, pois mistura verdades bíblicas 
com conceitos politeístas, haja vista que Platão adorava Zeus e todo Panteão de 
divindades gregas, além de crer na doutrina da ―Transmigração das Almas‖ 
(Reencarnação). 
 Embora Platão, que viveu no século IV a.C., não tenha sido o criador da 
visão dicotômica do ser humano, pois, suas raízes se encontram no politeísmo e 
doutrinas esotéricas da Índia e da Pérsia antiga,onde ele buscou suas inspirações. 
Foi ele quem estabeleceu uma formulação teórica consistente para a defesa do 
―dualismo‖. Para entendermos seu pensamento é necessário compreendermos a 
distinção que ele faz entre as idéias e as coisas: 
As coisas pertencem ao mundo sensível, caracterizado como 
mutável, temporal, caduco, descambando facilmente para o 
ilusório. Já as idéias pertencem a um outro mundo, o da realidade 
divina, eterna e imutável. A verdadeira realidade encontra-se 
unicamente além das aparências sensíveis, no mundo das idéias. 
As coisas do mundo material não passam de cópias muito 
imperfeitas deste mundo real. Os dois mundos estão presentes no 
homem: na alma (mundo das idéias) e no corpo (mundo das 
coisas). O corpo, como coisa que é, participa imperfeitamente de 
uma idéia, enquanto que a alma pertence ao mundo eterno e 
divino das idéias. 
 
 Segundo Platão, a morte é o grande amigo da alma, que é por ela libertada 
do corpo. Foi ele o grande inspirador de Santo Agostinho na formulação de suas 
teses teológicas que, ainda hoje, são acatadas e observadas pelo catolicismo 
romano e pela absoluta maioria do cristianismo dito protestante ou evangélico. 
 
2.3 O declarado pensamento antissemita 
 
 Lutero era tão contrário à Torá, e ao povo de Israel, que queria tirar no 
Canon bíblico o livro de Tiago, de Ester, e o Apocalipse. Ele diz: 
 
O livro de Ester, eu lanço no Elba. Eu sou como um inimigo para o 
livro de Ester, que eu gostaria que não existisse, pois Judaíza 
demais e tem em si uma grande dose de loucura pagã.‖ Ainda diz: 
―É de muito pouco valor é o Livro de Baruque, quem quer que seja 
o digno Baruque‖. ―… A epístola de São Tiago é uma epístola 
cheia de palha, porque não contém nada evangélico. 
 
 O pai da Reforma Protestante odiava o livro de Ester porque este fala do 
livramento do Deus de Israel à seu povo de um extermínio antissemita que na 
verdade era um dos idéias de Lutero. Ele ordenou o extermínio do povo judeu, 
ignorando o que a Palavra fala sobre que amaldiçoa o Seu povo: ―Abençoarei 
aqueles que te abençoarem, e amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem; todas 
as famílias da terra serão benditas em ti.‖Gênesis 12:3. Isarel sempre foi e sempre 
será o povo de Deus, a menina dos Seus olhos, e quem amaldiçoa este povo, tem 
no mínimo um espírito contrário ao Espírito do Deus de Jacó. Umas de suas 
célebres frases: ―Todo o decálogo se nos deve apagar dos olhos e da alma, a nós 
tão perseguidos e molestados pelo diabo.‖ (De Wette, IV, 213, apud Franca, IRC: 
187) 
O antissemitismo de Lutero, é mais do que declarado: 
 
Os judeus são demônios jovens condenados ao inferno. .Queime 
suas sinagogas. Proibam- nos todos os que mencionei acima. 
Force-os a trabalhar e tratem-nos com todo o tipo de gravidade, 
como fez Moisés no deserto e matou três mil … Se isso não 
adianta, temos de levá-los fora como cães raivosos, de modo que 
não podemos ser participantes de sua blasfêmia abominável e de 
todos os seus vícios, e tendo em vista que não pode merecer a ira 
de Deus e ser condenado com eles. Tenho feito o meu dever. 
Vamos todos nos assegurar de que cada um faz o dele. Eu estou 
desculpado. 
 
 Os ensinamentos de Lutero não são os ensinamentos do Messias, nem da 
Torá. Mas como é que tantas pessoas seguiram e seguem o autor destes 
obscuros e sombrios ensinamentos? Existe apenas uma explicação: Eles não 
percebem o que Lutero – o Lutero real – na verdade, ensinou. Se o fizessem, 
veriam que muitas das idéias do pai da Reforma contrariam as Escrituras e bom 
senso. Se a Teologia de Lutero contraria as Escrituras ele foi, também de certa 
forma um ―falso profeta‖, pois misturou verdades bíblicas com a mentira. 
 A simpatia dos nazistas por Lutero, nos declaram muito sobre sua 
influencia: 
 
[...] os escritos posteriores de Lutero, atacando os judeus, eram 
tão virulentos que os nazistas os citavam freqüentemente. De fato, 
Julius Streicher argumentou durante sua defesa no julgamento de 
Nuremberg que nunca havia dito nada sobre os judeus que Martim 
Lutero não tivesse dito 400 anos antes. 
 
O próprio Hitler considerou Lutero uma das três maiores figuras da 
Alemanha, juntamente com Frederico, "o Grande", e Richard Wagner. 
Além da sua soberba rejeição ao povo escolhido de Deus (Israel), Lutero 
rejeitou toda cultura bíblica (Hebraica), como tinha aprendido de seus pais 
católicos, e agora colocava as traduções da Bíblia nas mãos das pessoas, porém 
já com sua interpretação pré-formulada , com altas doses de antissemitismo e 
forte influência da Teologia da Substituição (teoria que diz ter a igreja tomado o 
lugar de Israel). 
Diversos historiadores (entre os quais se destacam William L. Shirer e 
Michael H. Hart ) sugerem que a influência de Lutero tenha auxiliado a aceitação 
do nazismo na Alemanha pelos protestantes no século XX. Shirer fez a seguinte 
observação em Ascensão e queda do Terceiro Reich: 
É difícil compreender a conduta da maioria dos protestantes nos 
primeiros anos do nazismo, salvo se estivermos prevenidos de 
dois fatos: sua história e a influência de Martinho Lutero (para 
evitar qualquer confusão, devo explicar aqui que o autor é 
protestante). O grande fundador do protestantismo não foi só 
anti-semita apaixonado como feroz defensor da obediência 
absoluta à autoridade política. Desejava a Alemanha livre de 
judeus (…) – conselho que foi literalmente seguido quatro séculos 
mais tarde por Hitler, Göring e Himmler. 
 
Sobre a fé luterana, a Confissão de Augsburgo diz que ―nada existe que 
seja discordante das Escrituras, ou da Religião Católica, ou mesmo da ―Igreja‖ 
Romana, conforme essa falsa igreja é conhecida à base de escritores‖. De fato, a 
fé luterana, conforme delineada na Confissão de Augsburgo, incluía doutrinas 
antibíblicas como a Trindade, o descanso dominical a alma imortal e o tormento 
eterno, bem como práticas tais como o batismo de bebês e feriados e festas 
religiosas. Tendo considerado as três principais correntes da Reforma — 
Luterana, Calvinista e Anglicana — temos de parar para avaliar o que a Reforma 
realizou. Inegavelmente, ela mudou o rumo da história no mundo ocidental. ―O 
efeito da Reforma foi aferventar no povo uma sede de liberdade e de cidadaniamais elevada e mais pura. Onde quer que a causa protestante se expandisse, ela 
tornava as massas mais cônscias de seus direitos‖, escreveu John F. Hurst em 
seu livro Short Historyof the Reformation (Breve História da Reforma). Muitos 
estudiosos crêem que a civilização ocidental como hoje a conhecemos teria sido 
impossível sem a Reforma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. AS PRINCIPAIS QUESTÕES DOUTRINÁRIAS DA REFORMA 
PROTESTANTE 
 
Pode-se dizer que a Reforma protestante, foi um movimento mais político 
do que religioso, ainda que política religião quase nunca se separam, pois ambas 
tem o mesmo objetivo e finalidade: o domínio e o poder. Grande parte dos 
protestantes não sabem, mas, a revolta de Lutero, por causa de um homem 
(Tetzel), foi sinistramente estendida a toda Igreja, por incitação de príncipes 
interessados em apoderar-se do patrimônio da Igreja. Foram estes que 
patrocinaram os atos e as sandices de Lutero contra o Papa, a Igreja Católica, 
para poderem casar-se várias vezes e ampliarem seus domínios. Lutero os bem 
atendeu. 
Mesmo assim, aparentemente a Reforma surgiu de uma discordância 
teológica de Lutero em relação às indulgências e à autoridade papal, e todos os 
sentidos, ainda que, percebe-se que Lutero, assim que se viu na liderança de um 
grande movimento que lhe atribuía autoridade, teve a mesma atitude do clero 
romano. Uma de suas frases: "A Razão deveria ser destruída em todos os 
cristãos. Ela é o maior inimigo da Fé. Quem quiser ser um cristão deve arrancar os 
olhos de sua Razão". Ou seja, que Lutero, da mesma forma que sua mãe 
espiritual, a Igreja Romana, não fazia questão da racionalidade a respeito de seus 
ensinos e de seu comportamento arbitrário. 
A igreja luterana matou e perseguiu os batistas na Alemanha e em 
todos os países que ela se tornou a igreja oficial do país. No ano 
de 1525 Lutero ordenou a morte de mais de cem mil anabatistas 
no sul da Alemanha. Seu ódio aos batistas estava fundamentado 
no fato que estes, por obedecerem a Bíblia, nunca o aceitou como 
um servo de Deus. 
 
 
 Vale salientar algo que os protestantes desconhecem: o Papa São Damaso 
definiu e canonizou quais e quantos eram os livros sagrados do VT e do NT, no 
ano 382 dC; O católico Gutemberg imprimiu a Bíblia entre 1450 e 1456, ela já 
continha os sete livros que Lutero rejeitou. Lutero só nasceria posteriormente, no 
ano de 1483, para em 1534 lançar sua bíblia com sete livros do VT removidos de 
suas posições, e mais tarde a mentira de que a Igreja os colocou no Concílio de 
Trento (1546). Para desmascará-lo, provando que a Bíblia fiel contém os livros 
removidos por Lutero, basta folhear a bíblia de Gutemberg, (na Biblioteca Nacional 
tem uma), impressa quase um século antes do Concílio de Trento. Na verdade 
Lutero removeu estes livros porque estes batiam de frente contra a sua nova 
doutrina, que é contra a caridade e a esmola. Dubiamente, o próprio Lutero 
traduziu para o alemão todos os livros que removeu e os colocou no final de sua 
bíblia. Todos os outros ―reformadores‖ protestantes também possuíam essas 
bíblias da forma que Lutero arranjou. Só séculos mais tarde os protestantes viriam 
a arrancar de vez os sete livros que Lutero pôs no final do livro. Isso muito 
protestante desconhece. 
Lutero desde sua ascensão como reformador mostrou todo autoritarismo que 
havia denunciado e condenado por parte do papado. 
 
Já no início, as posições de Lutero, levou-o a ser co-responsável 
pelo extermínio de milhares de pessoas: Vendo Lutero, que outro 
protestante, Thomas Münzer crescia, pôs-se ao lado das 
autoridades e descarregou como uma bomba, o seu escrito 
enfurecido... Um documento cheio de inclemência e de ódio, só 
compreensível como uma arma de combate contra o diabo, que 
Lutero via em Münzer e nos seus... Sufocaram a revolução dos 
camponeses com crueldade que mesmo naqueles rudes tempos 
causou horror. O furor, as torturas, as violências e as batalhas, 
pareciam que não teriam mais fim; pelo menos 30.000 
camponeses perderam a vida. 
 
 
 A Reforma protestante, teve um desfecho sangrento, bem como tantas 
outras guerras que foram travadas ― em nome de Deus‖. 
 
No dia 6 de maio de 1527, quando saquearam Roma, cerca de 
quarenta mil homens espalharam o terror, a violência e a morte. 
Eram seis mil espanhóis, quatorze mil italianos e vinte mil 
alemães. Quase todos luteranos, esses últimos, indivíduos 
perversos, gananciosos, desprovidos de qualquer escrúpulo. 
Mataram, roubaram, estupraram, esfolaram, torturaram, 
esmagaram crianças contra as paredes e praticaram toda sorte de 
atrocidade aos gritos de:―VIVA LUTERO, O NOSSO PAPA!!!‖ 
Conforme disse Maurice Andrieux, esse ataque a Roma "superou 
em atrocidade todas as tragédias da História", até mesmo a 
destruição de Jerusalém e a tomada de Constantinopla. Os 
cadáveres ficaram por toda a cidade e o rio Tibre coberto de 
corpos apodrecendo. Citamos aqui, as palavras do ―reformador‖, 
dirigidas aos príncipes da Alemanha:―Esmagai! Degolai! 
Trespassai de todo modo! Matar um revoltoso é abater um cão 
danado.‖ Um conselho adotado quando os lansquenetes luteranos 
se desembestaram pelas ruas de Roma.Confessava o 
―reformador‖: 
―Eu, Martinho Lutero, exterminei os camponeses revoltados, 
ordenei-lhes os suplícios, que o seu sangue recaia sobre mim, 
mas o faço subir até Deus, pois foi ele quem me mandou falar e 
agir como agi e falei‖. 
Centenas de rebeldes, segundo Goethe, foram torturados, 
empalados, esquartejados e queimados vivos. A Alemanha, disse 
o autor de Hermann e Dorotéia, parecia um açougue onde a carne 
humana tinha preço vil. 
 
 
3.1 A liturgia protestante 
 
 
 Antes de ser analisada a liturgia protestante, é necessário aclarar o fato 
de que, assim como toda a cultura romana impôs muita coisa, ou a maior parte de 
costumes e doutrinas totalmente fora do contexto das Escrituras, e o termo liturgia 
é uma deles.A liturgia protestante tem suas raízes principais na Missa Católica. 
 
 Segundo o historiador Will Durant, a Missa Católica foi ―baseada nos 
místicos rituais de purificação dos gregos‖. Durant destaca que a Missa estava 
profundamente mergulhada tanto no pensamento mágico pagão como no drama 
grego. 
 
A mente grega, moribunda, teve uma sobrevida na teologia e 
liturgia da igreja; o idioma grego, após reinar por séculos sobre a 
filosofia, chegou a ser o veículo da literatura e do ritual cristão; o 
misticismo grego foi passado adiante pelo impressionante 
misticismo da Missa. 
 
 Lutero quis mudar alguma coisa da liturgia católica, no sentido de que a 
ideia centra não deveria mais ser a Eucaristia, e sim o sermão, ou seja, uma nova 
ideia estava sendo proclamada, e sua mensagem precisava ser ouvida. O ponto 
culminante da Missa Católica, sempre foi a Eucaristia, também conhecida como 
―Comunhão‖, ―Ceia do Senhor‖ ou ―Santa Ceia‖. Tudo é direcionado para o 
momento mágico em que o sacerdote parte o pão e o distribui para as pessoas. 
Desde Gregório o Grande (540-604) a igreja católica ensinava que Jesus Cristo é 
novamente sacrificado através da Eucaristia. 
 Lutero tirou a centralização deste ritual, porém não o exterminou. A 
intenção de Lutero, era trazer de volta o sofisma dos primeiros séculos do 
Cristianismo, ou seja, usar todas as técnicas de retórica para convencer seus fiéis 
de que estava com a verdade. 
 
Então, em 1523, Lutero enunciou sua própria revisão da Missa 
Católica, revisão essa que é o fundamento de toda adoração 
protestante. O núcleo dela é: em vez da Eucaristia, Lutero colocou 
a pregação no centro da reunião. 
 
 A ideia de Lutero da pregação como ponto culminante do culto de adoração 
permanece até nossos dias. Todavia tal crença não tem nenhuma procedência 
bíblica. Como disse um historiador, ―O púlpito é o trono do pastor protestante‖. É 
por esta razão que os ministros protestantes ordenados são comumente 
chamados de ―pregadores‖.―O púlpito é o trono do pastor protestante‖. 
 
Apesar dessas modificações, a liturgia de Lutero variava bem 
pouco da Missa Católica. Basicamente, Lutero reinterpretou muitos 
dos rituais da Missa, mas preservou o cerimonial, julgando-o 
apropriado. Ele manteve, por exemplo, o ato que marcava o ponto 
culminante da Missa Católica: quando o sacerdote levanta o pão e 
o cálice e os consagra. 
 
 
 Podemos entender, que a Missa de Lutero manteve os mesmos problemas 
da Missa Católica: os paroquianos continuaram sendo espectadores passivos 
(com a exceção de poderem cantar), e toda liturgia era dirigida por um clérigo 
ordenado (o pastor tomando o lugar do sacerdote). Embora falasse muito sobre 
―sacerdócio de todos os crentes‖, Lutero nunca abandonou a prática de ordenação 
do clero. Sob a influência de Lutero, o pastor protestante simplesmente substituiu 
o sacerdote católico. 
 
 
3.2 Os pontos em comum com a igreja católica apostólica romana 
 
 
 Os pontos em comum da igreja luterana e a Igreja Católica Apostólica 
Romana, são muitos, mas principalmente a essência, ou seja, um sistema de 
domínio e controle, que tem como objetivo afastar os homens de uma comunhão 
direta com Deus, colocando-se como mediadores entre Deus e os homens. 
 
Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso 
Salvador.Que quer que toda a humanidade seja liberta, e venham 
ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus, e um só 
Mediador entre Deus e os homens, Yeshua, o Messias, um ser 
humano. 
(1 Timóteo 2:3-5) 
 
 Esta libertação da humanidade é uma libertação de todo o tipo de 
opressão, sendo que a religião é um dos piores tipos de opressão, pois tira o 
direito do ser humano se relacionar diretamente com o Criador, através da 
obediência aos seus preceitos. 
 É necessário, antes de tudo, entender que tanto os sistemas políticos, 
econômicos e religiosos de mundo tem um só nascedouro ideológico, bem como 
um só objetivo: escravizar seres humanos e projetar semi-deuses, ou seja, o alvo 
é contrariar o que o Eterno estabeleceu como normativa de uma sociedade justa 
(Torá)e subjugar os mais fracos em um sistema piramidal. A religião vive de 
imposição e controle do poder. Religião e Poder sempre formaram uma espécie 
de binômio em quase todas as Sociedades. 
 Nos tempos Bíblicos a palavra "religião" não existia, tanto é que não é 
citada nenhuma vez em nenhum da Torá, pois não existe esta palavra no idioma 
hebraico, mas apesar disso, a prática religiosa existia sim, no modo que cada um 
tinha em servir a um deus pagão movido por crendices e superstições. Quem 
aboliu a língua hebraica, a liturgia judaica, a interpretação dos textos, certos 
mandamentos e estatutos como a guarda do shabat (sábado) e a celebração das 
festas bíblicas foi o catolicismo de Roma, não os crentes messiânicos da época de 
Atos dos apóstolos. Até o século segundo, a chamada Congregação de Yeshua, 
congregava judeus e gentios em suas sinagogas. 
 Em todos os sentidos, Lutero criou apenas mais um sistema religiosos. Não 
levou o povo à verdade, à ―Teshuvá‖ (retorno aos caminhos do Eterno) pois 
continuou a pregar as doutrinas católicas, manteve os sacramentos, e em 
momento algum admitiu que as Escrituras tem uma origem hebraica (judaica), e 
que à eles foram confiadas às Palavras de Deus.‖ 
 Mostra a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e os seus juízos a Israel. 
Não fez assim a nenhuma outra nação; e quanto aos seus juízos, não os 
conhecem. Louvai ao Senhor.(Salmos 147:19,20) 
 
 
3.3 A Bíblia Impressa e seus Efeitos Resultantes 
 
 É inegável o fato de que a Reforma protestante tirou o monopólio católico 
de interpretação da Bíblia, e isto foi algo extremamente positivo, pois a opressão 
religiosa que a maioria do povo vinha sofrendo era algo assombroso. As 
atrocidades praticada pela Igreja Católica em nome da religião durante a idade 
Média, não tinham mais limites. 
 Poucas instituições no mundo ao longo da história são responsáveis por 
tantos crimes e acobertamentos de crimes como a Santa Igreja Católica. O farto 
cardápio inclui desde mortes na fogueira a pedofilia. Para o imaginário popular, a 
Igreja é imaculada e se situa num patamar de santidade, portanto, imune aos 
pecados temporais. Isso se deve em parte à imagem que a instituição forjou ao 
longo dos tempos, algumas vezes cobrando preço de sangue e traumas 
irrecuperáveis. 
 
Com a invenção das famigeradas cruzadas, os cavaleiros da fé 
saquearam, torturaram e mataram milhares de seres humanos. Eliminaram os 
homens do mau para impor a Santa Verdade. Em 1099, por exemplo, ao entrar 
em Jerusalém para expulsar os muçulmanos, os líderes da cruzada, massacraram 
70 mil pessoas. O rei Luiz, da França, tido como um santo católico tinha uma 
prática mais sutil: levava os blasfemadores a pelourinhos e os matava com ferros 
em brasas, que transpassavam suas línguas. Segundo ele, esses não voltariam a 
blasfemar. 
 Em 1231, a Igreja fundou a sua máquina de extermínio: a Santa Inquisição. 
Por ela passaram quase 1 milhão de pessoas, essencialmente hereges, judeus, 
muçulmanos e ―bruxos‖. Precursor de Hitler, o religioso Diego Rodrigues Lucero 
queimou vivos 107 judeus convertidos ao cristianismo. Isso sem falar na cobrança 
de indulgências, loteamento do céu e aplicação de preços monetários para que os 
fiéis chegassem ao Paraíso. Tudo em nome de Deus. 
 
 Todo este cenário, estava realmente além do tolerável, além dos motivos 
políticos que desencadearam a Reforma protestante. A idéia de Lutero era o 
livre-exame. A Igreja era considerada incompetente para salvar o homem; por isso 
sua interpretação das Sagradas Escrituras não era válida: Lutero queria que todos 
os homens tivessem acesso à Bíblia (por isso a traduziu do latim para o alemão, 
uma coisa tão revolucionária e pioneira que a bíblia se tornou um padrão para a 
língua alemã). Todo homem poderia interpretar a Bíblia segundo sua própria 
consciência, emancipando-se no plano da ideologia religiosa. 
 Apesar do grande feito de Martinho Lutero em traduzir a Bíblia, surgindo 
assim muitas dissidências de grupos que analisaram as Escrituras e encontraram 
a verdade, suas doutrinas ―misturadas‖ com sua a origem pagã de Roma, trouxe 
tanto prejuízo quanto o catolicismo romano. Além de que, mesmo tendo a Bíblia 
impressa, os beneficiados com esse feito, apenas passaram a ler um livro, como 
já foi mencionado, ―com as lentes‖ de Roma, sem voltar ao sentido original, à 
mentalidade hebraica das Escrituras, tornando esse fato em uma confusão de 
conceitos ainda maior. 
 Praticamente todas as seitas protestantes endossam os mesmos credos: os 
credos de Nicéia e Atanasiano — e esses professam algumas das mesmíssimas 
doutrinas que o catolicismo tem ensinado por séculos, como a Trindade, o 
descanso dominical, a casa do Eterno ser um lugar a imortalidade da alma e o 
inferno de fogo. Tais ensinos anti-bíblicos deram ao povo um quadro distorcido a 
respeito do Eterno e Seu propósito. 
 Em vez de ajudar as pessoas na sua busca do Deus verdadeiro, o Deus de 
Israel, as numerosas seitas e denominações que surgiram em resultado do livre 
espírito da Reforma protestante apenas as dirigiram a muitas diferentes direções, 
e nesta multipluraridade de conceitos, nenhum levou o povo de volta para 
Jerusalém, de onde procede a palavra de Adonai. 
 
E irão muitos povos, e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, 
à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e 
andemos nas suas veredas; porque de Sion sairá a lei, e de 
Jerusalém a palavra do Senhor‖ (Is 2,3; Miq 4,2). 
 
 Estes e muitos outros versículos nos mostram que devemos nos voltar à 
cidade eterna e aos povo judeu, que desde a antiguidade conserva o caminho 
santo. Quando Yeshua diz, em Mateus 11:29, sobre o seu jugo e sobre 
encontrarmos descanso para nossas almas, ele se referia ao que está escrito em 
Jeremias 6.16:―Assim diz o Senhor:Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai 
pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis 
descanso para as vossas almas...‖ 
 Ou seja, cumprir a Torá, voltar ao Caminho estabelecido pelo Eterno é o 
que trará descanso para nossas almas! Jesus (Yeshua) veio restaurar este 
caminho, pois ele é a própria Torá. Porém a teologia de Lutero levou seus 
dissidentes para muito longe disso. Vejamos alguns de seus graves desvios da 
palavra de Deus: 
 
Se és um pregador da graça, então pregue uma graça verdadeira, 
e não uma falsa; se a graça existe, então deves cometer um 
pecado real, não fictício. Deus não salva falsos pecadores. Seja 
um pecador e peque fortemente, mas creia e se alegre em Cristo 
mais fortemente ainda...Se estamos aqui (neste mundo) devemos 
pecar...Pecado algum nos separará do Cordeiro, mesmo 
praticando fornicação e assassinatos milhares de vezes ao dia. 
 
Ninguém odiava mais os Mandamentos de Deus do que ele, e o 
protestante Bretano, registrou esta frase daquele que seria o fundador do 
protestantismo: "Todos os mandamentos devem ser abolidos. São mandamentos 
de Satanás" 
De fato, a diversidade e a confusão levaram muitos a questionar a própria 
existência do Eterno e suas Leis. Tão logo Lutero tomou o poder, se revelou um 
tremendo anti-semita, bem com sua pregação de ―SolaFide‖ (somente pela fé) 
levou muitos a desprezarem a observância das Leis do Eterno como requisito para 
a salvação. 
 
 
3.4 As principais correntes teológicas pós-Reforma 
 
O mundo nunca mais foi o mesmo após este grande movimento que bem 
conhecemos como a Reforma. Mas, na realidade, como já foi exposto, não foi um 
movimento perfeito em vários aspectos, até mesmo quanto aos seus objetivos 
principais. Especialmente na Inglaterra havia uma preocupação por parte dos 
crentes de que a Reforma não houvesse se estendido o suficiente. Os Reis da 
Inglaterra tinham controle sobre a Igreja e podiam tolerar que houvesse uma 
reforma dentro dela, mas não queriam permitir a reforma de coisas vindas do 
Catolicismo, e que já estavam estabelecidas. O receio deles era que se a Igreja se 
reformasse totalmente, na Inglaterra e na Escócia, eles perderiam o poder. 
Após a Reforma e com o livre acesso às Escrituras, surgiram dia após dia, 
pensadores e as mais diversas linhas de teólogos protestantes, dentre os quais se 
destacam João Calvino (,1509- 1564) Jacó Armínio (1560 - 1609), John Knox 
(1514- 1572). 
Principal pensamento de João Calvino: 
Um dos pontos principais e relevantes na Teologia de Calvino é a respeito 
da doutrina da salvação. 
 
A teologia reformada fundamenta-se no tema central da soberania de 
Deus. Toda a realidade está sob domínio supremo de Deus. Essa Sua Soberania 
significa governo, significa que Deus governa sua criação com absoluto poder e 
autoridade. Ele determina o que vai acontecer, e acontece. Deus não fica 
alarmado, frustrado ou derrotado pelas circunstâncias, pelo pecado ou pela 
rebeldia de suas criaturas. 
Para combater esta linha de pensamento surgiu a teologia chamada de 
arminianismo. 
A posição de Jacob Armínio (1560-1609) e seus seguidores – 
freqüentemente conhecidos como remonstrantes – quanto à graça, o livre-arbítrio, 
à predestinação e à perseverança dos crentes. Armínio era um teólogo calvinista 
holandês que, em todos aqueles pontos nos quais a tradição reformada diferia da 
católica ou da luterana, continuou sendo calvinista. É importante recordar isso, 
visto que freqüentemente se diz que o arminianismo é o contrário do calvinisrno, 
quando na realidade tanto Arrnínio como seus seguidores eram calvinistas em 
todos os pontos, exceto nos que debatiam. Além disso, é necessário notar que o 
debate envolvia também o interesse de um dos grupos em sublinhar o calvinismo 
estrito a fim de salvaguardar a independência recentemente conquistada do país, 
enquanto que o outro buscava posições que tornassem mais fácil para o país 
comercializar com outros que não fossem estritamente calvinistas. Em parte, por 
essa razão, os calvinistas estritos fundamentavam seus argumentos sobre as 
Escrituras, e o princípio da justificação só pela graça, construindo sobre isso um 
sistema rigidamente lógico e racional, enquanto seus opositores desenvolveram 
argumentos igualmente coerentes fundamentados sobre os princípios geralmente 
aceitos da religião – razão pela qual em certo modo foram precursores do 
racionalismo. 
 
As teorias de Armínio foram adotadas por vários teólogos de tradição 
reformada que não estavam dispostos a levar seu calvinismo às consequências 
que Dordrecht as havia levado. O mais destacado entre eles foi João Wesley 
(1703-91). Entre os batistas ingleses, aqueles que aceitaram o arminianismo 
receberam o nome de ―batistas gerais‖, porque insistiam que Cristo morreu por 
todos, enquanto que aqueles que ensinavam a expiação limitada foram chamados 
―batistas particulares‖. 
É neste cenário que um movimento de grande influência no meio 
evangélico até hoje conhecido como ―Puritanos" aparecem. Depois da Reforma, 
na Inglaterra e na Escócia seguiu-se um período de recessão e esfriamento. Para 
usar uma figura do Prof. Latoretti, durante a Reforma veio aquela grande onda 
espiritual que depois foi seguida por uma baixa no fervor do povo. Havia um 
grande grupo na Inglaterra e na Escócia que tinha um desejo profundo de ver uma 
reforma completa na vida da Igreja. 
O sentido original do termo ―puritano‖ apontava para a purificação da 
igreja, na medida que os puritanos queriam descartar os elementos arquitetônicos, 
litúrgicos e cerimoniais que consideravam conflitantes com a simplicidade bíblica. 
Por exemplo, eles objetavam contra o sinal da cruz no batismo e a genuflexão 
para receber a Santa Ceia. 
A Bíblia, interpretada no espírito dos teólogos reformados continentais, era 
considerada a única fonte legítima para a doutrina, liturgia, governo eclesiástico e 
espiritualidade pessoal. Incentivavam a leitura doméstica da Bíblia de Genebra 
(1560), uma edição comentada. Além da pregação expositiva regular aos 
domingos, havia a instrução dos membros em seus lares durante a semana. 
Deram grande ênfase à preparação de ministros pregadores (ex: Emmanuel 
College, em Cambridge). 
A ênfase prática da teologia puritana levou-a a dar grande atenção à ética 
pessoal e social em casos de consciência, discussões sobre vocação e o 
relacionamento entre a família, a igreja e a comunidade no propósito redentor de 
Deus. A reforma do culto e da prática religiosa popular, ouvindo e obedecendo a 
palavra de Deus, bem como a santificação do tempo convergiram no 
desenvolvimento do sabatarianismo, um dos legados mais duradouros da teologia 
puritana aplicada. 
 Os puritanos eram estritos defensores da teologia reformada, que 
inicialmente tinham em comum com a Igreja da Inglaterra (os Trinta e Nove Artigos 
ensinavam a doutrina reformada da Ceia do Senhor e afirmavam a predestinação). 
Depois que muitos anglicanos adotaram uma posição mais arminiana (1620s), os 
puritanos defenderam vigorosamente o calvinismo devido à sua afirmação 
intransigente da graça imerecida de Deus. Alguns puritanos, como William 
Perkins, William Ames e John Owen, deram importante contribuição para o 
desenvolvimento da ortodoxia reformada. 
Os puritanos escreveram e produziram muito material teológico. Foram 
eles os responsáveis pela famosa Confissão de Fé de Westminster, que até hoje é 
a confissão de fé de igrejas presbiterianas e batistas reformadas. A firmeza com 
que defendiam suas convicções, o rigor teológico e exegético de suas obras, o 
modo de vida frugal, austero e simples que defendiam, valeu-lhes uma reputação 
de gente inflexível, sisuda, pudica, e obtusa, especialmente depois que caíram em 
desgraça política na Inglaterra e se desviaram para uma religião legalista e 
introspectiva após o período de Cromwell, desembocando no não conformismo.O movimento puritano foi um momento importante na história da Igreja. 
Apesar de ter passado, sua teologia permanece viva nos documentos históricos 
de denominações reformadas e na vasta literatura que os pastores puritanos 
deixaram. Charles Spurgeon e Martyn Lloyd-Jones são considerados, entre 
outros, como últimos remanescentes do que havia de melhor no puritanismo. Em 
nossos dias, todavia, um interesse crescente pela teologia puritana, sua piedade, 
devoção e espiritualidade tem crescido cada vez mais, não somente no Brasil, 
como especialmente no exterior. Uma editora inglesa – a Banner ofTruthTrust foi a 
responsável pela reimpressão de obras de puritanos famosos como John Owen, 
John Flavel, Jonathan Edwards. Muitas delas têm sido traduzidas e publicas no 
Brasil. Além disso, autores modernos têm se colocado dentro da tradição puritana, 
como J.I. Packer, R.C. Sproul, John MacArthur, entre outros. 
Apesar de toda esta contribuição, nem os reformadores, nem os 
movimentos dissidente fizeram uma volta ao primeiro século, onde a pureza das 
Escrituras prevalecia, e não o direcionamento humano. Todas as tentativas de se 
livrar do paganismo romano, dentro desta perspectiva não tiveram êxito, pois, a 
maioria nunca quis aprender com o o povo hebreu (consequênciada da Teologia 
da substituição), e nunca pode entender o real contexto em que a Bíblia foi escrita. 
Uma mentalidade ocidental, renegando as origens e a cultura das Escrituras e de 
seu Senhor (Yeshua) que sempre foi judeu e veio para a restauração da casa de 
Israel. 
Todos estes conceitos foram tirados das crenças politeístas que 
dominavam a mentalidade Greco-romana dos ―Pai da Igreja‖,e com isso, muitas 
festas pagãs forma adicionadas ao calendário cristão, com a intenção de 
conquistar os povos através do sincretismo religioso. Tanto a mistura de 
elementos e conceitos pagãos eram inclusos, como ao mesmo tempo, se 
promovia uma verdadeira ―campanha‖ para que as tradições hebraicas fossem 
esquecidas e substituídas. 
Enquanto muitos teólogos ocidentais nos apresentam um Jesus com 
características romanas, as Escrituras nos mostram, que o Messias, que morreu 
para a salvação da raça humana, era judeu. Há neste fato um grande contra 
senso, pois se quisermos entender os fatos sobre a vida de Yeshua (conhecido 
como Jesus). A figura central dos escritos do BritHadashá (Novo Testamento), é 
Yeshua o Messias. Ele era um judeu, filho de uma judia, nasceu em Beit-Lechem 
(Belém), viveu em Natzaret, ensinou na Galil (Galiléia), e enfim, morreu e 
ressuscitou em Yerushalayim (Jerusalém), tudo isso em Eretz-Ysarel, a terra dada 
por Deus ao povo hebreu. Além disso, Yeshua nunca deixou de ser judeu, muito 
menos de praticar tudo que era da tradição hebraica. 
Não foram os judeus que escolheram D-us, foi D-us que escolheu o povo 
hebreu e que por sua vontade o formou, a partir de Avraham, Isaac, Jacob, José e 
Moisés (Moshe) para ser na terra a semente da palavra de D-us, a semente de 
uma civilização superior à época em que conquistaram Canaã, época em que 
eram rodeados por povos politeístas, bárbaros e de costumes contrários aos 
valores divinos.Não foi também o povo judeu que escolheu a lei (Toráh), foi D-us 
que a deu como instrução, através de Moshe, não foi portanto o povo Judeu que 
inventou a Torá. Mas acima de tudo, não foram os judeus que inventaram o 
Messias para salvar o mundo, foi D-us que fez deste povo, o Seu povo escolhido 
para trazer a mensagem de salvação a toda a humanidade carente da verdade e 
da palavra de D-us, que então só estava confiada aos judeus. 
 Portanto os cristãos devem ver Jesus como o Messias, um salvador, 
vindo dar a conhecer a toda a humanidade a Toráh, aos não judeus, sendo que 
quando vier o Messias esperado pelo povo judeu, pelos cristãos e até 
muçulmanos, aí sim o Messias (Mashaiah) se dará a conhecer a toda a 
humanidade, que O reconhecerá, e pois não serão os judeus a converterem-se ao 
cristianismo, ou a outra qualquer religião, mas sim a humanidade se converterá 
indubitavelmente a praticar A Torá. 
Porém século de teologia romana pagã e antissemita, resultaram em uma 
grande confusão religiosa. O pensamento ocidental, baseado na cultura grega, 
permite que cada um tenha seu próprio entendimento à respeito da Bíblia, porém, 
isto dá margem à ―verdades relativas‖, o que é totalmente contrário ao conceito 
das Escrituras. 
 
 
3.5 A teologia da Substituição 
 
 
A Teologia da Substituição, foi o fruto mais amargo que a Patrística 
produziu ao mundo ocidental, e Lutero, como um bom seguidor da doutrina de 
Santo Agostinho, difundiu estes conceitos como ninguém. 
 O principal objetivo desta teologia, é tirar o lugar de Israel, como povo 
escolhido, bem como dizer que o Tanach (Antigo testamento), foi anulado e não 
deve ser observado. 
Até mesmo o termo ―Velho Testamento‖, ou ―Antigo Testamento‖, foi 
colocado por eles de maneira pejorativa, com a mensagem de que não tem mais 
valor para os crentes de hoje. O uso desse termo ―Velho Testamento‖ é contrário 
até mesmo ao ensinamento do próprio Jesus, que disse que não veio revogar a 
Lei, ou Torá, mas cumpri-la. Por que então dizer que é um testamento velho? Por 
que chamar de velho algo que até mesmo o ―fundador‖ do Cristianismo disse que 
não veio revogá-lo? Além disso, essa nomenclatura também carrega 
implicitamente uma outra ideologia, que é a Teologia da Substituição, que diz que 
o povo judeu, Israel, foi substituído pelo Israel ―espiritual‖, que seria a ―Igreja de 
Cristo‖, além da substituição da Lei de Moisés pela ―Lei de Cristo‖, dando a 
entender que Yeshua aboliu a Torá. 
Essa teoria, juntamente com a teoria do deicídio (teoria que acusa os 
judeus de terem matado ―Deus‖, ou Jesus), serviu de base e justificativa para 
milhares de assassinatos de judeus ao longo desses dois mil anos. Além de 
Yeshua (Jesus), nenhum dos escritores do chamado ―Novo Testamento‖, renegou 
o Tanach (Antigo Testamento), principalmente Shaul (Paulo), que nunca deixou de 
ser rabino (mestre da Torá). 
Não há dúvidas de que Shaul (este é o nome original do apóstolo Paulo) 
era um exímio cumpridor da Torah e dos profetas, e mantinha sua cultura 
hebraica intacta das influencias gentílicas, não razão em acusá-lo de traidor do 
judaísmo, como temos aprendido que, aquele que tem uma tradução tendenciosa 
da BritHadasha (Novo Testamento) em português ou do latim e grego, ou que ver 
rav. Shaul desta forma pejorativa. Devemos atentar para os detalhes, que foram 
expostos na Bíblia de que: 
1º Shaul fala em sua língua e todos fazem silencio. 
2º Shaul fala de sua linhagem judaica farisaica. 
3º Shaul afirma ter um formação na escola de um grande renomado 
Rabino (Gamaliel). 
Acenando com a mão para pedir silêncio, Paulo começou a falar 
em hebraico, dizendo: ―Homens, irmãos e pais, ouvi agora a minha 
defesa perante vós. . . . Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, 
mas educado nesta cidade, aos pés de Gamaliel, instruído 
segundo o rigor da Lei ancestral, zeloso por Elohim, assim como 
todos vós sois neste dia. (Atos 22:1-3) 
Estes são pontos fundamentais para afirmar que o apóstolo Shaul 
era um judeu autentico e servo de Yeshua.É bem verdade que 
Deus escolheu Paulo para ser o emissário das ―boas novas‖ aos 
gentios, e esta escolha soberana do Eterno, não foi confortável 
para ele, pois como um brilhante discípulo de gamaliel, 
esperava-se que o rabino Shaul, se destacasse entre o seu povo, 
Israel, como mais um grande ensinador. Ser ensinado por 
Gamaliel era um privilégio de poucos em Isarel, e somente isso 
demonstrava a linha de ensinos de Paulo, baseada na Torá. 
Gamaliel era um bem-conhecido fariseu. Era neto de Hilel, o 
Velho, que fundara uma das duas grandes escolas de pensamento 
dentro do judaísmo farisaico.[1] O método de ensino de Hilel era 
considerado mais tolerante do que o do seu rival, Shamai. Depois 
da destruição do templode Jerusalém em 70 EC, BetHilel (Casa 
de Hilel) era preferida a BetShamai (Casa de Shamai). A Casa de 
Hilel tornou-se a expressão oficial do judaísmo, visto que todas as 
outras seitas desapareceram com a destruição do templo de 
Jerusalém. As decisões de BetHilel servem muitas vezes de base 
para a lei judaica na Míshina, que se tornou o fundamento do 
Talmude, e a influência de Gamaliel, pelo visto, era um grande 
fator na sua predominância. Gamaliel era tão estimado, que foi o 
primeiro a ser chamado de raban, título superior ao de rabino. 
 
Enfim, são inúmeras as referência e repetições feitas pelos autores do 
BritHadashá (Novo Testamento) de trechos do Tanach, Antigo Testamento. Além 
disso, durante os primeiros 50 anos da era cristã, os apóstolos tinham em mãos 
somente o Tanach, que foi traduzido por ―Escritura‖, para basear seus 
ensinamentos, como vemos no livro de Atos: 
E logo, de noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia; 
tendo eles ali chegado, foram à sinagoga dos judeus. Ora, estes 
eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a 
palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras 
para ver se estas coisas eram assim. (Atos 17: 10-11) 
 
Também quando Paulo fala à Timóteo sobre ―toda Escritura é divinamente 
inspirada‖, estava se referindo ao Antigo Testamento, pois nessa época o Novo, 
ainda não tinha sido escrito. Sendo assim, porque foi colocado durante séculos 
que o Antigo Testamento não estaria mais em vigor? Pelo simples fato que de na 
Torá está toda Lei de Deus. A Torá é o espelho que nos mostra o pecado. A 
teologia da substituição não só tirou o a Torá (espelho), como passou a dizer que 
a Nova Aliança é o tempo da graça, e que não há mais Lei. Porém nisto há uma 
grande contradição bíblica, como vemos no comentário de Ellen White: 
Jesus, nosso Substituto, consentiu em sofrer pelo homem a 
penalidade da lei transgredida. Ele revestiu Sua divindade com a 
humanidade, tornando-Se assim o Filho do homem, o Salvador e 
Redentor. O próprio fato da morte do amado Filho de Deus para 
remir o homem revela a imutabilidade da lei divina. Quão 
facilmente, do ponto de vista do transgressor, Deus poderia ter 
abolido Sua lei provendo assim um meio pelo qual o homem 
pudesse ser salvo e Cristo permanecesse no Céu! A doutrina que 
ensina a liberdade, pela graça, para transgredir a lei é uma ilusão 
fatal. Todo transgressor da lei de Deus é um pecador, e ninguém 
pode ser santificado enquanto vive em pecado conhecido. 
 
A Bíblia é a norma para provar as alegações de todos os que professam 
santificação. Jesus orou que Seus discípulos fossem santificados pela verdade, e 
Ele diz: "A Tua palavra é a verdade" (João 17:17); ao passo que o salmista 
declara: "A Tua lei é a verdade." Sal. 119:142. Todos aqueles a quem Deus está 
guiando manifestarão elevada consideração pelas Escrituras nas quais é ouvida 
Sua voz. Todos estes versículos se referem à veracidade e à importância da Lei 
de Deus para a nossa salvação. 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
 Esta pesquisa veio comprovar, que assim como aumenta a confusão 
religiosa, há um crescimento do pensamento sectarista, presente em cada 
denominação religiosa, fazendo com que cada uma arrogue à si, ser detentora da 
verdade bíblica. Porém, o que a maioria não percebe é que a verdade da 
Palavra é absoluta, e que não há ―muitas verdades‖, e sim uma só. 
 Quando nos voltamos às raízes hebraicas das Escrituras, vemos que a 
Igreja romana, conseguiu paganizar a mentalidade dos denominados cristãos no 
ocidente, em suas diferentes correntes teológicas, levando os fiéis para longe da 
real compreensão da essência da mensagem divina para a salvação, e para o 
crescimento espiritual. Até mesmo o nome de nosso Messias foi mudado, bem 
como quase todas as ordenanças bíblicas sofreram alterações através de 
tendenciosas traduções. 
 Se todos voltássemos ao primeiro século, para entender a forma de como 
Jesus e os discípulos viveram, não teremos uma real compreensão do sentido de 
sermos Igreja do Senhor. Toda competição de ―impérios religiosos‖ que usurpam o 
poder, levando membros sub serventes à obediência cativa, sem questionamento, 
pois o povo dominado pela mentalidade romana, sempre foi reprimido e ameaçado 
por questionar. Comprova-se, através desta pesquisa, que há uma grande 
diferença entre uma renovação e uma reforma. Quando somos renovados, o 
sincretismo religioso perde a ação na nossa fé, e obtemos crescimento espiritual 
para sermos verdadeiros discípulos do nosso Messias.E não sendo como cegos 
guiando cegos, sem o aval das Escrituras. 
 
 
 
 
 
 
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