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ÉTICA E MORAL UMA REFLEXÃO SOBRE A ÉTICA E OS PADRÕES DE MORALIDADE OCIDENTAL 
 
Israel Alexandria 
 
 
1 A MORALIDADE ENQUANTO OBJETO DA ÉTICA Gosto não se discute. Correntemente essa 
frase é utilizada quando se quer estabelecer a ideia de que gosto é algo radicalmente subjetivo 
e imutável. Ora, a imensa variedade de sujeitos com preferências e opiniões distintas entre si e 
o fato de um mesmo sujeito mudar de preferências e opiniões fazem prova de que a complexa 
estrutura psíquica humana é capaz de aprender e de modificar o que se aprendeu. 
SUBJETIVIDADE não combina com IMUTABILIDADE, logo a frase em questão é contraditória. 
Diz-se também que PERSONALIDADE vem da natureza. Quando atribuímos à natureza a 
existência de alguma coisa, estamos simplesmente dizendo que esta coisa não foi criada pela 
cultura, nasce-se com ela. Não há necessidade de aprender o que é natural. O natural é inato. 
Essa coisa chamada personalidade é inerente à pessoa. Pessoa e personalidade vêm da mesma 
palavra: persona. Ninguém nasce pessoa. Ninguém se refere a um bebê como “aquela pessoa”, 
pois se sabe que personalidade tem a ver com um sistema mais ou menos definido de gostos, 
preferências que se vai adquirindo com o tempo. Embora as preferências e as condições que 
formam a personalidade sejam tão subjetivas e mutáveis, há uma constante que não podemos 
desprezar. É o princípio do prazer. Todo ser dotado de sensibilidade tem a propensão natural de 
afastar o que lhe está associado à dor e buscar o que lhe é prazeroso. O gato morde o homem 
que lhe pisa a cauda e o vegetal cresce em direção ao sol. Para o gato é bom que não lhe pisem 
na cauda. Para a planta, é bom crescer em direção ao sol. O ser humano não foge a essa regra. 
O bebê humano é capaz de manifestar sua percepção de prazer e dor e essa capacidade não se 
perde com a idade. O que muda é a forma como se dá essa manifestação e o objeto do prazer 
ou o da dor que, por sua vez, dependem das circunstâncias. O que permanece imutável é o 
fato dos sujeitos estarem sempre buscando o que lhes parece bom, e afastando o que lhes 
parece mal. É sobre esses dois conceitos que trata a ética. A ética é uma ciência comprometida 
com a busca aprofundada das relações entre o homem e os conceitos de bem e de mal. Trata-
se de uma ciência da qual LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 1 | A ÉTICA E A MORAL 28 não 
podemos nos esquivar, pois o bem e o mal, o certo e o errado impregnam nossa conduta 
prática. Embora a maioria não pense no assunto, o comportamento humano é uma contínua 
resposta às questões éticas. É nesse ponto que nasce a distinção entre ética e moral. O 
dicionarista e pensador Nicola Abbagnano (1901-1990) afirma que MORAL é “atinente à 
conduta” (1982: 652), enquanto a ÉTICA é “a ciência com vistas a dirigir e disciplinar a mesma 
conduta” (1982: 360). A moral seriam as regras práticas, e a ética, o fundamento teórico da 
moral. Diz-se moral aristotélica, moral kantiana para enfatizar os respectivos aspectos práticos; 
ética aristotélica, ética kantiana estariam mais relacionados aos seus aspectos teóricos. Alguns 
autores, entretanto, ressaltam que, embora haja uma infinidade de morais: moral cristã, moral 
judaica, moral platônica, moral kantiana etc., a ética seria uma só. É que, sendo esta uma 
ciência, trabalha apenas com conceitos universais. Basicamente, são três os modelos de 
moralidade: aristocrático, utilitarista e kantiano. 2 A MORAL ARISTOCRÁTICA A moral 
aristocrática visa fazer com que o indivíduo se aproxime, cada vez mais, de um homem ideal e 
transcendente. Nesse sentido, são morais aristocráticas a moral judaica, baseada no modelo de 
homem de fé (Abraão), a moral cristã, no amor ao próximo (Jesus), a moral platônica, no 
ascetismo (filósofo-rei), a moral budista, na eliminação dos desejos (Buda). Mas, na maioria das 
vezes, esses modelos ideais são apenas descrições sem referências a nomes de personagens 
históricos. A moral aristocrática propõe que cada indivíduo seja dotado das virtudes adequadas 
(a palavra virtude vem de virtu, que significa força) para imitar o modelo ou um ideal de vida 
proposto. A felicidade plena é obtida quando o indivíduo realiza o ideal proposto. Quanto mais 
virtuoso for o indivíduo, maior o seu grau de felicidade. Sócrates (470-399 a.C.) inventou o 
ideal cínico (palavra derivada de canino), cuja principal virtude é o desprezo às comodidades, 
às riquezas e às convenções sociais, enfim a tudo aquilo que afasta o homem da simplicidade 
natural de que dão exemplo os animais (no caso o cão). Cínico é aquele que vive o 
descaramento da vida canina. Relata-se que Sócrates caminhava nos mercados apenas para 
saber do que ele não precisava. Outros curiosos relatos envolvendo Diógenes, tais como o da 
“visita do imperador”, “a mão e a cuia”, “a lanterna” etc., indicam que este teria sido o maior 
cínico da história. Platão (428-348 a.C.) propôs o ideal asceta. A prática da ascese consiste em 
viver na contemplação do mundo das ideias ao tempo que se afasta de tudo o que é corpóreo. 
“É evidente que o trabalho do filósofo consiste em se ocupar mais particularmente que os 
demais homens em afastar sua alma do contato com o corpo” (Platão: Fédon, 65, a). O sábio 
educa-se para a morte, ou seja, para o dia em que sua alma se separará definitivamente do 
corpo, migrando para o outro mundo. TÓPICO 1 | ENTENDENDO A ÉTICA E A MORAL 29 
FONTE: . Aristóteles (384-322 a.C.) definia o homem ideal como aquele que consegue pôr em 
prática tanto a sua animalidade natural como a sua sociabilidade natural, pois o homem é um 
animal social por natureza. "Mesmo quando não precisam da ajuda dos outros, os homens 
continuam desejando viver em sociedade." (Aristóteles. Política: III, 6). Reprimir a animalidade 
ou a sociabilidade distancia o homem da felicidade. Para encontrar um termo médio entre 
essas duas naturezas, o homem vale-se da razão. Os estoicos são outro exemplo de moral 
aristocrática. No séc. IV a.C. Acredita-se que o nome estoico tenha sido inspirado no local onde 
Zenão de Cício (335-263 a.C.) ensinava: os pórticos (stoa, em grego). Costuma-se atribuir a 
razão do surgimento dessa doutrina ao fato da cidade de Atenas haver perdido sua 
independência para os macedônicos, prolongada depois pelo Império Romano. O estoicismo 
foi uma espécie de refúgio espiritual, uma via filosófica para se conseguir a independência em 
nível individual. Não obstante, o estoicismo atravessou séculos, sendo adotado pelos cristãos e 
até pelo imperador romano Marco Aurélio (121-180 d.C.). Segundo os estoicos, nenhum 
evento acontece por acaso (teoria da necessidade). Até mesmo o trajeto de uma folha que se 
desprende da árvore já foi milimetricamente traçado pelo Logos, princípio inteligente do 
cosmos. O ideal de sabedoria estoica é a completa apatia: indiferença-acomodação diante dos 
acontecimentos da vida, é o que revela Sêneca (4 a.C. 65 d.C.), um dos expoentes do 
estoicismo. Toda a vida é uma escravidão. É preciso, pois, acostumar-se à sua condição, 
queixando-se o menos possível e não deixando escapar nenhuma das vantagens que ela possa 
oferecer: nenhum destino é tão insuportável que uma alma razoável não encontre qualquer 
coisa para consolo. Vê-se frequentemente um terreno diminuto prestar-se, graças ao talento 
do arquiteto, às mais diversas e incríveis aplicações, e um arranjo hábil torna habitável o menor 
canto. Para vencer os obstáculos, apela à razão: verás abrandar-se o que resistia, alargar-se o 
que era apertado e os fardos tornarem-se mais leves sobre os ombros que saberão suportá-los. 
(1973: 216) UNIDADE 1 | A ÉTICA E A MORAL 30 Não se interprete indiferença por alienação: 
um sábio pode engajar-se na vida política até mesmo porque estava escrito. Nesse ponto, os 
povos muçulmanos parecem estar em franco acordo com a doutrina estoica, pois regularmente 
repetem a expressão maktub (estava escrito), particípio passado do verbo catab(escrever). A 
virtude do sábio é o controle absoluto de suas emoções. Segundo sua parenética (termo que 
diz respeito aos aconselhamentos práticos), quando as circunstâncias tornam impossível o 
controle das emoções, é aconselhável a prática do suicídio. Epicuro de Samos (341-270 a.C.) 
criou o modelo de sábio epicurista: o homem que pratica plenamente a virtude da ataraxia 
(despreocupação; ausência de aborrecimentos, de dores ou medos). Nem a posse das riquezas 
nem a abundância das coisas nem a obtenção de cargos ou o poder produzem a felicidade e a 
bem-aventurança; produzemna a ausência de dores, a moderação nos afetos e a disposição de 
espírito que se mantenha nos limites impostos pela natureza. FONTE: Disponível em: . Acesso 
em: 15 dez. 2007. A ausência de perturbação e de dor são prazeres estáveis; por seu turno, o 
gozo e a alegria são prazeres de movimento, pela sua vivacidade. Quando dizemos, então, que 
o prazer é fim, não queremos referir-nos aos prazeres dos intemperantes ou aos produzidos 
pela sensualidade, como creem certos ignorantes, que se encontram em desacordo conosco ou 
não nos compreendem, mas ao prazer de nos acharmos livres de sofrimentos do corpo e de 
perturbações da alma. (Epicuro,1993: 25). Efetivamente, a ideia de que os epicuristas 
pregavam a volúpia do corpo é falsa. Eles praticavam uma espécie de otimismo profilático que 
se aproxima muito do famoso "jogo do contente" da personagem Poliana. Eram iconoclastas 
em relação aos mitos sobre morte, religião e política. Isolados em jardins afastados das 
agitações da vida citadina, cultivavam a amizade (a prática de viver em seletos círculos de 
amigos era considerada condição fundamental na vida do sábio TÓPICO 1 | ENTENDENDO A 
ÉTICA E A MORAL 31 epicurista). O modus vivendi de Epicuro e seus discípulos foi chamado de 
aurea mediocritas (mediocridade dourada) por Horácio. 3 A MORAL UTILITARISTA A moral 
utilitarista caracteriza-se pela ausência do transcendente e de modelos a priori a serem 
imitados. Todas as ações devem ser medidas pelo bem maior para o maior número. Ao definir 
o utilitarismo, o filósofo irlandês Francis Hutcheson (1694-1746) assim se expressa: "a melhor 
ação é aquela que produz a maior felicidade ao maior número de pessoas." O utilitarismo é a 
moral dos números. Nicolau Maquiavel (1469-1527), pensador italiano, tem sobre si a culpa de 
haver defendido que os fins justificam os meios, embora, segundo o Dicionário de Filosofia de 
Abbagnano (1962: 614), tal máxima tenha origem jesuíta. A injustiça que recai sobre Maquiavel 
vem da dificuldade que se tem de separar o mero descrever e o opinar. Ele tinha horror a 
governos de ocasiões, golpes sucessivos, casuísmos, enfim à política do dia a dia que tanto 
permeava a agitada vida nos bastidores políticos de Florença. Em O Príncipe ele faz uma 
descrição em forma de aconselhamento, com base em seus conhecimentos de história, da 
conduta do governante que pretende permanecer no poder por um tempo relativamente 
longo, mas chega mesmo a confessar que, para atingir tal permanência, o ideal seria que as 
coisas não ocorressem da forma como a história demonstrara. Não obstante, a tradição nos 
legou o termo maquiavélico como designativo de um modelo que se firmou como um dos 
marcantes exemplos de moral utilitarista: a que visa um maior número de dias no poder. 
Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo inglês, parte do princípio de que quanto menor for o 
número de invasões, mortes violentas e desapossamentos mútuos, mais feliz será a espécie 
humana. Esta condição só pode ser arranjada com a existência de um contrato social e de um 
Leviatã. Vamos explicar melhor: Para Hobbes, o homem é, naturalmente, o lobo do homem 
(homo homini lupus), ou seja, não é um ser naturalmente cordial e sociável, não está 
naturalmente aparelhado para sentir-se incomodado com a dor alheia quando sua 
sobrevivência está em jogo. "Se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo em 
que é impossível ela ser gozada por ambos, eles se tornam inimigos." (Hobbes, 1651: 43). 
Relegados ao estado de natureza, os homens promovem uma guerra de todos contra todos 
(bellum omnium contra omnes), guerra inútil porque põe em risco a própria conservação 
humana. Os homens, portanto, perceberam e admitiram entre si a vantagem em cada um 
reprimir sua animalidade natural em prol de uma mútua convivência pacífica, bem mais útil, 
produtiva, confortável e segura. A civilização nasce desse contrato social. Essa nova situação, 
entretanto, só pode ser mantida com a existência de um Leviatã (monstro amedrontador e 
forte) que se expressa preferencialmente na figura de um rei, comandante autoritário e único 
que gera em todos o sentimento generalizado de medo da punição, garantindo assim a 
continuidade do Estado civil. UNIDADE 1 | A ÉTICA E A MORAL 32 A base da moral utilitária de 
Hobbes sofreu inúmeras críticas, a principal partiu de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), 
filósofo suíço, que via na animalidade humana não lobos e sim cordeiros. Tais quais cordeiros 
livres, os homens, no estado de natureza, vivem em plena felicidade. Foi a civilização que fez 
com que muitos cordeiros se tornassem violentos e pensassem ser lobos. A soberania do 
Leviatã não é desejável porque, além de retirar do homem a sua liberdade natural, 
impossibilita a construção de uma liberdade civil, que só é possível quando a vontade geral é 
soberana. A conquista da liberdade civil estaria na reeducação por meio de leis "corderiais" 
que, metaforicamente, fizessem com que os cordeiros reconhecessem que são cordeiros. 
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2007. Ainda a respeito da dicotomia lobo/cordeiro 
há outras observações curiosas. Para Frederich Nietzsche (1844-1900), filósofo alemão, a 
natureza produz homenslobos e homens-cordeiros e não podemos ignorar que lobos estão 
aparelhados para devorar cordeiros. Quando só restarem lobos, as forças naturais produzirão 
superlobos que devorarão antigos lobos numa progressão infinita de vidas cada vez mais 
fortes. A moral nietzschiana é a da exuberância da força e do vitalismo das potências naturais 
ou super-humanas. É uma moral que pretende ir além do bem e do mal (se é que isso é 
possível). Nietzsche afirma que dicotomia entre bem e mal não passa de invencionice 
resultante do ressentimento e da fraqueza dos cordeiros. "Toda moral é [...] uma espécie de 
tirania contra a 'natureza' e também contra a 'razão'". (Nietzsche, 1886: 110). Michel Foucault 
(1926-1984) diria que lobos e cordeiros habitam cada um de nós e ambos teriam desenvolvido 
estratégias de sobrevivência que tornariam extremamente complexa a luta entre os dois, uma 
complexidade tal que o cordeiro, em determinados momentos, poderia estar sob a condição 
de ataque. Nesse caso a questão moral só poderia ser definida dentro de um contexto muito 
específico, onde se levariam em conta os sujeitos envolvidos, suas estratégias, suas relações de 
poder... Foucault é o criador da microética. TÓPICO 1 | ENTENDENDO A ÉTICA E A MORAL 33 4 
A MORAL KANTIANA A moral kantiana é a concebida por Immanuel Kant (1724-1804), filósofo 
prussiano. Sua intuição principal foi que o indivíduo deve estar livre para agir "não em virtude 
de qualquer outro motivo prático ou de qualquer vantagem futura, mas em virtude da ideia de 
dignidade de um ser racional que não obedece a outra lei senão àquela que ele mesmo 
simultaneamente se dá" (Kant, 1785: 16). A ação moral exige a autonomia do agente. Ser 
autônomo é obedecer a si mesmo ou ao que vem de dentro. É o inverso do heterônomo (o que 
obedece a ordem do outro, obedece ao que vem de fora). Não se pode falar em ética sem 
autonomia, pois a ação heterônoma (cuja vontade vem de fora) não é uma ação ética. A moral 
aristocrática e a utilitarista não são eticamente válidas porque dependem de algo exterior: a 
primeira, de ideais transcendentes e a segunda, de ideais imanentes. Para realizara 
autonomia, a ação moral deve obedecer apenas ao imperativo categórico: o bom senso interior 
que todos nós temos de perceber que não somos instrumentos e sim agentes. Nunca 
instrumentalizar o homem é a exigência maior do imperativo categórico. Kant fornece uma 
regra para saber se uma decisão nossa obedece ou não ao imperativo categórico: indague a si 
mesmo se a razão que te faz agir de determinada maneira pode ser convertida em lei universal, 
válida para todos os homens. Se não puder, esta tua ação não é digna de um ser racional, não é 
eticamente boa porque te falta a autonomia, estás agindo premido por circunstâncias 
exteriores a ti. O bem ético é um bem em si mesmo. Ao realçar a exigência da autonomia da 
ação moral, Kant desperta a questão da liberdade ética. O conceito de liberdade ética parte da 
distinção entre ação reflexa e ação deliberada. A ação deliberada é aquela que resulta de uma 
decisão, de uma escolha, é o mesmo que ação autônoma. A ação reflexa é "instintiva", 
independe da vontade do agente. Apenas as ações deliberadas podem ser analisadas sob o 
ponto de vista ético. Voltemos ao exemplo do gato que morde o homem que lhe pisou a cauda. 
O gato tentou afastar o que lhe era um mal, mas não podemos dizer que ele escolheu morder o 
homem. Logo, não se pode dizer que o gato agiu de forma imoral ou antiética. A questão da 
liberdade ética pode ser assim resumida: Levando-se em conta que somos animais e 
ocasionalmente agimos de forma reflexa, em que condições nossa ação pode ser considerada 
uma ação deliberada? Henri Bergson (1859-1941) e Jean-Paul Sartre (1905-1980) respondem a 
essa pergunta de forma radical: O livre-arbítrio é a qualidade que melhor define o homem. A 
própria condição humana exige que todo ato humano seja um ato de escolha, seja uma ação 
deliberada. O homem está condenado à liberdade porque nunca pode decidir não escolher. 
Diante da consciência de que nos vemos forçados a realizar algo por imposição exterior, pass

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