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Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
FILIAÇÃO 
 
FILIAÇÃO -> Relação de parentesco consanguíneo, em primeiro grau e em linha reta, que liga uma pessoa àquelas que 
a geraram, ou a receberam como se a tivessem gerado. 
É a relação jurídica que liga o filho a seus pais. 
 
A filiação deve ser consignada no Registro Civil de cada pessoa, sempre que conhecida, no momento de se lavras o 
assentamento cartorário, ou a qualquer tempo em que se tornem certas a paternidade e a maternidade, por presunção, 
reconhecimento ou investigação judicial. 
 
EVOLUÇÃO DA FILIAÇÃO 
Antes da promulgação da Constituição de 1988, existia a separação entre filhos legítimos e filhos ilegítimos e filhos 
naturais e filhos espúrios. 
 
Filhos legítimos -> Eram os que procediam do casamento. 
Filhos ilegítimos -> Eram gerados fora do casamento. 
 
Filhos naturais -> Gerados pelos pais casados, quando estes tinham possibilidade de gerar filhos. Tinha um valor muito 
maior na vigência do Código Anterior, exatamente em razão da separação e diferenciação entre os filhos. 
Espúrios -> Gerados em casais impedidos de casar. Estes poderiam ser adulterinos ou incestuosos. 
 
• A legitimação do filho era um dos efeitos do casamento. Assim, o CC previa a possibilidade de conferir aos 
filhos havido antes do casamento os mesmos direitos e qualificações dos filhos legítimos, como se assim 
houvessem sido concebidos. 
 
Atualmente, afastou-se toda essa diferenciação. Considera-se todos os filhos iguais em qualificações e em direitos. 
 
Art. 1.596, CC: Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos 
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. 
 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
Art. 227, §6º, CF: Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os 
mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à 
filiação. 
 
O texto constitucional em vigor habilita-se a consagrar o princípio da isonomia entre os filhos, ao 
pretender estabelecer um novo perfil na filiação, de completa igualdade entre todas as antigas 
classes sociais de perfilhação, trazendo a prole para um único e idêntico degrau de tratamento, e 
ao tentar derrogar quaisquer disposições legais que ainda ousassem ordenar em sentido contrário 
para diferenciar a ascendência dos pais. 
- Rolf Madaleno, 2023 
Hoje, são reconhecidas as filiações: 
• Natural 
• Adotiva 
• Socioafetiva 
• Por inseminação artificial 
 
PRESUNÇÃO LEGAL DE PATERNIDADE 
Presume o legislador que o filho da mulher casada foi fecundado por seu marido. Assim, o simples fato do 
nascimento estabelece o vínculo jurídico entre a mãe e o filho e se a mulher for casada, estabelece-se, também, a 
paternidade. 
 
Art. 1.597: Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: 
I – nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal; 
II – nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, 
separação judicial, nulidade e anulação do casamento; 
III – havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; 
IV – havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de 
concepção artificial homóloga; 
V – havido por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido. 
 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
IMPORTANTE! A paternidade socioafetiva também pode ser configurada durante a gestação. Conforme indica Lobo 
(2023), pai é marido ou o companheiro que aceita a paternidade do filho, ainda que nascido antes do prazo de 180 dias 
do início da convivência, sem questionar a origem genética, consolidando-se o estado de filiação. 
 
Para Madaleno (2023), com o avanço da tecnologia, pouca importância deveria ser atribuída à presunção de paternidade 
quando contestada pelos meios científicos de identificação genética, uma vez respeitados os prazos de impugnação e 
ponderadas as dissenções doutrinárias e jurisprudenciais sobre a prescrição, decadência ou imprescritibilidade da 
impugnação de paternidade. Isso porque a presunção surge em um momento em que não era possível comprovar 
o elo paterno. 
 
A presunção pater is est é uma presunção legal, imposta pelo legislador como meio de provar a 
paternidade diante da impossibilidade de demonstrar de outra forma a relação paterno-filial, e assim 
expressa uma regra imperativa, vinculada à própria instituição do casamento, cuja união é tida como 
sagrada e institucionalmente regulada, dela advindo as obrigações dos esposos, de coabitação e de 
fidelidade, e se presentes estes deveres a filiação é naturalmente presumida, até prova em 
contrário, que na atualidade alcança absoluta certeza científica, tornando obsoletos todos os demais 
sistemas existentes. 
- Madaleno, 2023 
 
Filhos na constância do casamento -> Os filhos obtidos na constância do casamento são considerados descendentes 
do marido. 
 
I – 180 dias depois de estabelecida a convivência conjugal 
• Contados da efetiva convivência 
 
II – 300 dias após a dissolução da sociedade por morte, separação judicial, nulidade ou anulação 
• Período de gestação 
 
Sobre a filiação na reprodução assistida -> Verifica-se que são possibilidades previstas pelos incisos III, IV e V do 
dispositivo acima. 
 
III – Fecundação post mortem 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
• Realizada com sêmen conservado 
• Deve haver autorização do marido 
• Não se pode falar em direitos sucessórios 
 
IV – Fecundação homóloga – fertilização in vitro e inseminação artificial 
• Embrião excedentário 
• Originados de gameta da mãe e do pai genéticos, sejam casados ou companheiros 
de união estável10. O esperma utilizado é do próprio marido. 
 
Sobre a barriga de aluguel: A lei apenas prevê a filiação presumida nos casos em que a gestação ocorre de forma 
homóloga. Ou seja, a gestante é a mesma que teve seu gameta fecundado. 
Nos casos em que se adota o método de barriga de aluguel, o filho será juridicamente da mulher que gerou a criança e 
haverá presunção de paternidade do marido desta, se ela for casada. Não existirá a presunção prevista. 
O CFM prevê a possibilidade de barriga de aluguel nas hipóteses em que exista problemas médicos que impeça a 
gestação da doadora genética. Deve a parturiente, no entanto, pertencer à família da doadora genética, num parentesco 
até o segundo grau. 
 
IV – Fecundação heteróloga – Inseminação artificial 
• Neste caso, o gameta masculino não é o do marido 
• O marido deve ter dado permissão 
• Paternidade de fundamento moral 
 
Na esteira desse entendimento, salienta Zeno Veloso que “é princípio universalmente seguido o de 
que o marido que teve conhecimento e consentiu na inseminação artificial com esperma de um 
terceiro não pode, depois, impugnar a paternidade... Seria antijurídico, injusto, além de imoral e 
torpe, que o marido pudesse desdizer-se e, por sua vontade, ao seu arbítrio, desfazer um vínculo 
tão significativo, para o qual aderiu, consciente e voluntariamente”. 
 - Gonçalves, 2023 
 
 
10 Trata-se de uma regra que deve ser seguida. Se não for (barriga de aluguel), o filho será juridicamente da mulher que gerou a criança 
e haverá presunção de paternidade do marido desta, se ela for casada. 
O CFM prevê a possibilidade de barriga de aluguel nas hipóteses em que exista problemas médicos que impeça a gestação da doadora 
genética. Deve a parturiente, no entanto, pertencer à família da doadora genética, num parentesco até o segundo grau. 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
Outras informações sobre a presunção: 
• É juris tantum, de forma que se admite prova em contrário e poderá o pai contestá-la mediante ação negatória 
de paternidade,que é imprescritível (art. 1.601, CC)11. 
 
• Não incidirá se o filho nascer antes dos 180 dias de convivência conjugal. 
 
• Não incidirá se comprovada a impotência do cônjuge para gerar (art. 1.599, CC). Neste caso, a patologia deve 
ocorrer depois de estabelecida a convivência conjugal e no prazo atribuído ao momento da concepção. 
 
• Não é elidida nem na hipótese de confissão de adultério, conforme art. 1.600, do CC. 
 
OBSERVAÇÃO: O Código não inclui a união estável no regime das presunções de paternidade, restringindo-as aos filhos 
nascidos do casamento. Trata-se de ponto muito discutido na doutrina. A jurisprudência, no entanto, vem decidindo pela 
aplicação das regras também à união estável. 
 
PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE PELA RECUSA -> Para a jurisprudência brasileira, a recusa em fornecer amostra para 
a realização de exames de paternidade configura um elemento de prova a ser confrontado com outras informações 
processuais, a fim de ser identificado se existe ou não paternidade. No fim, a recusa em fornecer o material para 
exame genético representa forte indício da paternidade. 
 
FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA 
 
A filiação socioafetiva passou a ser reconhecida a partir da nova estruturação da família brasileira, que passou a dar 
maior importâncias aos laços afetivos. A descendência genética não mais é tão valorizada, sendo a ligação de afeição 
algo muito mais importante para as famílias brasileiras. 
 
A paternidade ou a maternidade consanguínea podem registrar um elo biológico, mas em nada 
expressam um vínculo paterno ou materno com os pais doadores do material genético. Verdadeiros 
pais são aqueles que criam seus dependentes como filhos, com ou sem o registro civil e se também 
registram a prole, consignam por escrito seu afeto e sua dedicação parental. 
 
11 O CC/1916 considerava uma presunção absoluta, a qual não mais é necessária em razão do avanço da biologia e da tecnologia. 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
- Madaleno, 2023 
Com a relevância jurídica que passou a ter o afeto, o vínculo biológico e a adoção deixaram de ser 
os únicos indicativos da paternidade, que pose de formar, também, a partir da relação de convivência 
da criança com quem exerce de fato as funções e autoridade parentais, tendo o STF reconhecido, 
ainda, a possibilidade de reconhecimento desta modalidade sem a exclusão da paternidade biológica 
dos assentamentos civil, que ficou conhecida como multiparentalidade [...]. 
- Francisco, 2021 
 
O Código Civil em si não prevê esse tipo de filiação. No entanto, a jurisprudência vem destacando e valorizando a 
chamada posse do estado de filho. 
 
POSSE DO ESTADO DE FILHO -> A criança é tratada pelo indivíduo como se filho fosse, inexistindo qualquer 
diferenciação com relação aos filhos biológicos. 
Ex.: Levar à escola, chamar de filho, cuidar e dar atenção, etc. 
 
ADOÇÃO À BRASILEIRA -> Homens registram os filhos de suas namoradas ou companheiras como se fossem seus 
pais biológicos. 
 
→ A filiação socioafetiva da adoção, por exemplo, pressupõe o estabelecimento de laços de afeto desenvolvidos 
entre o que promoveu o registro e a pessoa registrada como filho, sem que necessariamente tenha ciência da 
veracidade ou falsidade do registro de filiação. 
 
→ Segundo Paulo Lobo o reconhecimento do genitor biológico não pode prevalecer sobre a paternidade construída 
na convivência familiar, que frequentemente ocorre entre a mãe que registrou o filho e outro homem, com 
quem casou ou estabeleceu união estável, e que assumiu os encargos da paternidade. 
 
→ O REsp. n. 1.328.380 estabelece que, além de existir o estado de posse de filho, é preciso que, por parte daquele 
que despende afeto, clara e inequívoca intenção de ser concebido como pai/mãe daquela criança. 
 
→ A filiação socioafetiva, para ser reconhecida, independe de registro. No mais, é preciso que exista boa-fé 
objetiva no relacionamento interposto entre a criança e o pai. 
 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
→ Para a desconstituição do vínculo de paternidade socioafetiva, aplica-se o prazo decadencial do art. 1.614 do CC. 
Ou seja, prescreve o direito quatro anos após atingida a maioridade do menor12. 
 
→ Provimento CNJ nº 83/2019: O cartório deve atestar a existência do vínculo afetivo da paternidade ou 
maternidade socioafetiva mediante apuração objetiva por intermédio da verificação de elementos concretos. 
 
OBSERVAÇÃO: Apesar de a questão da paternidade ser mais latente, também existem casos de reconhecimento de 
maternidade socioafetiva. Um exemplo é o julgamento do REsp. n. 1.000.356/SP. A mulher registrou uma recém-
nascida que não era sua filha biológica e a criou como se realmente fosse sua filha. Neste caso, reconheceu-se que não 
havia como desfazer uma ação levada a efeito em ato solene e de reconhecimento público, de quem um dia declarou 
ser mãe da criança, valendo-se de uma verdade socialmente construída. 
 
IMPORTANTE! O STF vem reconhecendo a possibilidade de se reconhecer o pai socioafetivo e o pai biológico ao mesmo 
tempo (multiparentalidade). 
 
IMPUGNAÇÃO DA PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE 
 
CC/1916 -> A presunção de paternidade era mais rigorosa, não podendo ser ilidida nem mesmo se comprovado o 
adultério da mulher. De acordo com o art. 340 do Diploma, o marido só podia contestar a paternidade do filho nascido 
de sua mulher se provasse que, no período em que esta engravidou, encontrava-se fisicamente impossibilitado de 
coabitar com ela ou já estavam legalmente separados. 
 
CC/2002 -> Suprimiu todas as limitações à contestação da paternidade e declarou imprescritível a ação negatória 
(art. 1.601, CC), levando em conta o avanço da ciência. 
São algumas previsões que mitigam o conceito de presunção da paternidade: 
 
➢ Ação negatória de paternidade 
➢ Ação de impugnação da paternidade ajuizada pelo filho, com base em erro ou falsidade do registro (art. 1.604) 
➢ Investigação da paternidade, com possibilidade de proposição contra homem casado. 
Nesta hipótese, o filho pode investigar a paternidade em face de terceiros que, se acolhida, compromete aquela 
presunção. 
 
12 ATENÇÃO: O direito à descobrir quem é o pai biológico da criança é imprescritível, nos termos do art. 27 do ECA. 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
➢ Permissão de retificação dos registros de nascimento anteriores à Lei 8.560/92; 
➢ Imprescritibilidade do direito ao reconhecimento do estado de filiação. 
➢ A impotência sexual pode ilidir a presunção de paternidade. 
 
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE -> Destina-se a excluir a presunção legal de paternidade conferida ao homem. 
Tem por objeto negar o status de filho ao que goza da presunção decorrente da concepção na constância do casamento. 
 
Art. 1.601, CC: Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua 
mulher, sendo tal ação imprescritível. 
Parágrafo único: Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na 
ação. 
 
→ Legitimidade ativa: Privativa do marido (art. 1.601). Uma vez iniciada, pode ser transmitida aos herdeiros. 
→ Legitimidade passivo: Filho e mãe. A mãe entra no polo ativo em razão de ter feito o registro da criança. Se o 
filho é falecido, a ação é movida contra os herdeiros. 
 
IMPUGNAÇÃO13 DE MATERNIDADE/PATERNIDADE -> É possível na hipótese dos arts. 1.604 e 1.608 do CC. 
 
Art. 1.604, CC: Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, 
salvo provando-se erro ou falsidade do registro. 
 
Art. 1.608, CC: Quando a maternidade constar do termo do nascimento do filho, a mãe só poderá 
contestá-la, provando a falsidade do termo, ou das declarações nele contidas, 
 
→ Não é privativa, podendo ser ajuizada pelo próprio filho, por exemplo. 
→ A contestação sempre deve estar fundada em hipótese de invalidade dos ato jurídicos, que o direitoacolhe, tais 
como erro, dolo, coação. 
 
13 IMPORTANTE! A ação negatória se difere da impugnação. A primeira tem por objeto negar o status de filho ao que goza da presunção 
decorrente da concepção na constância do casamento. A segunda visa negar o fato da própria concepção, ou provar a suposição de parto, 
para afastar a condição de filho, como nas hipóteses de troca de crianças em maternidades, de simulação de parto e introdução maliciosa 
na família da pessoa portadora do status de filho e de falsidade ideológica do assento de nascimento. 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
→ Sobre o art. 1.604: Uma vez realizado o registro, não há como impugná-lo, salvo provando erro ou falsidade 
do apontamento de nascimento, porquanto a filiação é provada pelo assentamento do nascimento, tornando 
público o vínculo paterno e tornando a paternidade uma verdade sociológica. 
 
 
INVESTIGAÇÃO DA PATERNIDADE 
 
AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE -> O filho tem direito ao ajuizamento de ação para que seja 
reconhecida sua paternidade. 
 
Art. 1.614, CC: O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode 
impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação. 
 
O filho menor pode impugnar o reconhecimento de sua paternidade, nos quatro anos que se seguirem à sua maioridade, 
ou à emancipação. Neste caso, a impugnação seria para compatibilizar o registro civil e sua personalidade com a 
paternidade biológica. 
 
OBSERVAÇÃO: Apesar da imprescritibilidade deste direito, há um limite ético para aqueles que querem o 
reconhecimento da paternidade tão somente para fins sucessórios. 
 
PROVA DA FILIAÇÃO 
A filiação prova-se pela certidão de nascimento. 
 
Art. 1.603, CC: A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil. 
 
O registro torna público o nascimento e estabelece presunção de veracidade das declarações 
efetuadas. Exigem os arts. 50 e 52 da Lei dos Registros Públicos que todo nascimento ocorrido no 
território nacional seja levado a registro, no lugar em que tiver ocorrido o parto ou no lugar da 
residência dos pais, dentro do prazo de 15 dias, pelo pai, em primeiro lugar, ou, na falta ou 
impedimento deste, pela mãe e, sucessivamente, pelo parente mais próximo, pelos administradores 
de hospitais ou os médicos e parteiras, por pessoa idônea da casa em que ocorrer o parto e pela 
pessoa encarregada da guarda do menor. 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
- Gonçalves, 2023 
A filiação comprovada pelo registro de nascimento possui presunção, podendo-se apenas vindicar estado contrário se 
comprovado erro ou falsidade de registro. 
 
Art. 1.604, CC: Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, 
salvo provando-se erro ou falsidade do registro. 
 
Caso falte o termo de nascimento, por algum motivo, prova-se a filiação pelos meios previstos pelo art. 1.605, 
CC. 
 
Outros meios de prova da filiação são os previstos pelo art. 1.609, do CC. Tratam-se das hipóteses em que ocorre o 
reconhecimento voluntário dos filhos havidos fora do casamento. 
 
RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE 
FILHOS DE PAIS CASADOS -> Não precisam ser reconhecidos, uma vez que a paternidade será presumida. Caso não 
seja providenciado o registro, o filho poderá ajuizar ação de prova de filiação. 
 
FILHOS HAVIDOS FORA DO CASAMENTO -> Devem ser reconhecidos. Isso porque, embora exista o vínculo biológico, 
falta o vínculo jurídico de parentesco, que apenas surge a partir do reconhecimento. 
É possível reconhecer a maternidade ou paternidade de filho havido fora do casamento, no próprio termo de nascimento 
ou por escritura pública/testamento (art. 1.607, CC). 
 
O reconhecimento pode ser voluntário ou judicial. Qualquer que seja sua forma, o ato de reconhecimento é 
declaratório. 
Produz alguns efeitos de cunho moral e patrimonial. Quais sejam: 
 
➢ Estabelecimento do vínculo de parentesco, de forma ex tunc; 
➢ Efeito declarativo; 
➢ Modificação nos registros civis; 
➢ Produção do direito a alimentos; 
➢ Efeitos sucessórios; 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
➢ O filho havido fora do casamento não poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro (art. 1.611, 
CC); 
➢ Depende do consentimento do filho, se de maior. Fica sujeito à impugnação, se menor, nos quatro anos que se 
seguirem à cessação da incapacidade (art. 1.614, CC). 
➢ O reconhecimento é incondicional; 
➢ Tem validade erga omnes; 
➢ É irrevogável, mas é anulável 
 
OBSERVAÇÃO – A COISA JULGADA NA INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE: Para os adeptos da relativização da coisa 
julgada, só irá ocorrer, no âmbito das ações de investigação e de contestação da paternidade e de maternidade, se no 
processo tiverem sido produzidas todas as provas permitidas em lei, notadamente o exame genético de DNA, tendo em 
conta a prevalência do princípio da dignidade humana. Dessa forma não farão coisa julgada as ações investigatórias ou 
contestatórias de filiação nas quais não foram produzidas todas as provas, sobretudo diante da ausência do exame 
genético, por todas as razões apontáveis (inexistência da técnica, falta de recursos, recusa justificada ou injustificada 
ao exame, falsidade da prova realizada). No entanto, não se trata de posição consolidada. Inexiste consenso entre os 
juristas sobre o assunto. 
 
IMPORTANTE! O homem casado não reconhece o filho havido de sua esposa. Ele o registra. Se o registro não ocorrer 
dentro do prazo legal, estabelecido pelo art. 50 da Lei nº 6.015/73, ocorre o reconhecimento tardio. 
 
RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO 
 
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito: 
I - no registro do nascimento; 
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório; 
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado; 
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o 
objeto único e principal do ato que o contém. 
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu 
falecimento, se ele deixar descendentes. 
 
Observações sobre o reconhecimento voluntário: 
→ Exige a capacidade do agente. Ou seja, os menores de 16 anos não podem reconhecer voluntariamente 
seus filhos. Neste caso, o reconhecimento apenas pode ser feito mediante ação judicial; 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
 
→ Pode ser feito a qualquer tempo, mesmo antes do nascimento e após a morte; 
 
→ Não configura negócio jurídico. Assim, quaisquer termos e condições são considerados ineficazes; 
 
→ É ato jurídico unilateral e personalíssimo; 
 
→ Gera efeitos pela mera manifestação; 
 
→ Nos casos de reconhecimento de filhos maiores de idade, é preciso o consentimento destes; 
 
→ AÇÃO ANULATÓRIA DE RECONHECIMENTO: Uma vez realizado o registro civil de reconhecimento, seu conteúdo 
é havido por verdadeiro e opera contra todos. Apenas pode ser modificado por meio de ação de anulação, 
reforma ou desconstituição do que consta no assento. 
 
RECONHECIMENTO JUDICIAL 
O filho não reconhecido voluntariamente pode obter o reconhecimento judicial por meio da ação de investigação de 
paternidade. 
 
→ Ação de estado, de natureza declaratória e imprescritível14; 
 
→ Direito personalíssimo e indisponível15 da criança; 
 
→ Os efeitos da sentença que declara a paternidade são os mesmos do reconhecimento voluntário e também ex 
tunc16; 
 
→ Legitimidade ativa: Do filho que pretende ser reconhecido. 
 
→ Legitimidade passiva: Pai ou mãe que está sendo investigado. 
 
14 Súmula 149 STJ: É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de petição de herança. Esta prescreve em 10 anos, 
a contar do momento em que foi reconhecida a paternidade. 
15Por ser indisponível, a mãe não pode desistir do curso da ação. Se o maior desistir da ação ele não estará renunciando ao direito à 
filiação. 
16 Súmula 277, STJ: Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir da citação. 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
Observação: Se o filho reconhecido move ação contra o alegado pai biológico, instaura-se um litisconsórcio 
passivo unitário e necessário, tendo em vista que a eventual procedência da pretensão acarretará o 
cancelamento do registro de nascimento em relação ao pai jurídico, que devem assim, ser incluído no polo 
passivo. 
 
→ Ao contrário do CC/1916, o CC/2002 não especifica hipóteses em que cabe a investigação da paternidade. 
 
RECONHECIMENTO X REGISTRO 
O reconhecimento diverge do registro. O registro é o ato de registrar a criança, fazendo constar o nome dos genitores. 
Sobre o assunto: 
→ O Registro é precedido da comprovação do nascimento – Lei nº 12.662/2012 
 
→ O pai tem um prazo para registrar o filho havido de sua esposa. Caso o prazo não seja respeitado, ocorre o 
reconhecimento tardio da filiação; 
 
→ A esposa poderá comparecer ao cartório sozinha para registrar a criança. Uma vez apresentando a certidão 
de casamento, o nome de seu marido será lançado no registro como sendo pai da criança17. 
 
→ Quando os pais não forem casados, ambos devem comparecer pessoalmente ao cartório, a fim de que seus 
nomes constem como genitores do registrando. Outra opção é um deles comparecer e apresentar declaração 
de reconhecimento de paternidade/anuência à efetivação do registro. 
 
 
 
17 Efeito da presunção de paternidade.

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