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1 Laís Flauzino | OFTALMOLOGIA | 7°P MEDICINA Refração 1M3 – REFRAÇÃO REFRAÇÃO: O físico define a refração como a mudança de direção dos raios conforme eles encontram interfaces entre materiais com diferentes índices de refração. Na oftalmologia clínica, o termo refração é empregado para descrever o processo de mensuração do erro refrativo de um paciente e para determinar a correção ideal necessária para focalizar os raios de luz de objetos distantes e próximos na retina e proporcionar uma visão nítida e confortável para o paciente. ESTADOS REFRATIVOS DO OLHO: No olho normal, os raios de luz paralelos, que provém dos objetos entram no olho através da córnea, atravessam os meios transparentes do olho e são focalizados exatamente na retina, condição conhecida como EMETROPIA. Os objetos entram no olho através da córnea, atravessam o humor aquoso, cristalino e vão ser focalizados na retina – emetropia. A córnea e o cristalino atuam como lentes, focalizando a luz sobre a retina. As células especializadas da retina transformam o estímulo luminoso em impulso nervoso, que é transmitido ao cérebro para criar as imagens que enxergamos. AMETROPIA é a condição em que um olho é incapaz de focalizar os raios emitidos por um objeto distante. Origem das palavras: Emetropia: Medida perfeita. (do grego “eu”=boa + “metros”=medida + “ops”=olho: “boa medida do olho”) Ametropia: Medida imperfeita. (do grego, o prefixo "a"=negação + “eu”=boa + “metros”=medida + “ops”=olho: “não tem boa medida do olho”) As 3 condições básicas que podem produzir ametropia são: • Miopia (deficiência visual para longe) • Hipermetropia (deficiência visual para perto e longe) – longe é mais de 6 m de distância • Astigmatismo MIOPIA: MIOPIA é o distúrbio visual decorrente da focalização da imagem ANTES da retina. Paciente míope consegue ver objetos próximos com nitidez, mas os distantes são visualizados como se estivessem embaçados (desfocados). O ponto focal é formado antes por: a - Excesso de poder dióptrico positivo do cristalino; b - Excesso de curvatura da córnea e, por conseguinte, de seu poder dióptrico positivo; c - Excessivo alongamento do globo ocular; mais comum* d - Combinação dos fatores anteriores. O olho é muito grande, então a imagem não consegue se formar perfeitamente atras da retina, então se forma antes. HIPERMETROPIA: HIPERMETROPIA é o distúrbio visual decorrente da focalização da imagem DEPOIS da retina. Paciente hipermétrope tem dificuldade para visualizar objetos próximos, porém visualiza mais claramente a longas distâncias Principal causa é porque o olho do hipermétrope é um pouco menor do que o normal. Outras causas 2 Laís Flauzino | OFTALMOLOGIA | 7°P MEDICINA incluem situações onde a córnea e/ou o cristalino apresentam alterações no seu formato que diminuem o seu poder refrativo, como a megalocórnea, onde a córnea é mais plana do que deveria ser. A lente convergente vai trazer os raios mais para perto do olho. ASTIGMATISMO: O astigmatismo é causado pelo formato irregular da córnea ou do cristalino, que podem não ter o mesmo raio de curvatura em todos os meridianos, formando uma imagem em vários focos. Uma córnea normal é redonda e lisa. Nos casos de astigmatismo, existe essa aberração na superfície que faz com que a luz se refrate por vários pontos da retina em vez de se focar em apenas um. Um paciente com astigmatismo, visualiza os objetos próximos e longes distorcidos. O astigmatismo é hereditário e pode ocorrer em conjunto com a miopia, hipermetropia ou presbiopia. O pct não consegue ter miopia e hipermetropia junto. Mas miopia e astigmatismo ou hiper e astigmatismo sim. Por isso que existem óculos com 2 tipos de grau – esférico, cilindro. E o astigmatismo sempre tem um eixo, e varia de 5 a 180°. ERROS REFRACIONAIS - TRATAMENTO • Óculos • Cirurgia refrativa: idade, fatores de exclusão Paciente acima de 21 anos não costuma ter progressão da ametropia – as vezes quando é relacionado à córnea ou cristalino até pode continuar progredindo, mas em relação ao tamanho do olho não. Depois da pré-adolescência não crescemos mais e o olho é da mesma forma. Então aos 21 anos libera para cirurgia curativa, que é quando o grau estabiliza. Depois dos 40 anos todos passam a ter 2 tipos de graus – um pra longe e um para perto. PRESBIOPIA: PRESBIOPIA é a perda progressiva da capacidade de acomodação do cristalino causada pelo processo natural de envelhecimento. Surge por volta dos 40 anos e geralmente apresenta- se como uma dificuldade na realização de trabalho visual de perto, como a leitura (celular) “Braço curto” Ocorre na presença de miopia, hipermetropia e astigmatismo. Outro tipo de grau – não é considerado ametropia. Presbiopia ou vista cansada. O músculo ciliar, que segura o cristalino, deixando-o maior ou menor e ajuda a ver objetos longe e perto – com o passar da idade, o músculo e o cristalino vão perdendo essa acomodação. CERATOCONE: É uma doença bastante prevalente na oftalmologia clínica. De difícil diagnóstico – pct não tem tantos sintomas no início. Córnea fica mais frágil e fina, prejudicando a acuidade visual. Caracteriza-se pelo afinamento da córnea central ou paracentral, progressivo, que promove um abaulamento anterior em formato de cone. 3 Laís Flauzino | OFTALMOLOGIA | 7°P MEDICINA • História familiar (6 - 8%) • Início da doença na puberdade, com progressão lenta • Bilateral (> 90% casos) porém assimétrica. • Sinais e sintomas: Baixa acuidade visual e paciente corrigido que não atinge 100% de visão, astigmatismo miótico progressivo, mudanças frequentes na prescrição de óculos, diminuição da tolerância ao uso de lentes de contato, assimetria na acuidade visual e sinais biomicroscópicos. • Associações: Sd Down, doença atópica, prolapso da válvula mitral, Sd Marfan e hábito de coçar os olhos. Tratamento: 1. Orientar paciente a não coçar os olhos 2. Corrigir erros de refração com óculos e lentes de contato 3. Procedimento de crosslinking – endurecimento da córnea 4. Cirurgia de implante de segmento de anel intracorneano 5. Cirurgia de transplante de córnea