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Isabela Alves P5 – ODONTOLOGIA UNINASSAU/RN RESINA COMPOSTA EM DENTES POSTERIORES • Ao falar em Resina composta em dentes posteriores, é indispensável falar sobre o manejo desta, bem como o conhecimento anatômico dos elementos em questão.. Ela é mais complexa do que a incrementação de resina composta em dentes anteriores; • Para utilizar as resina compostas, é necessário um conhecimento prévio sobre os sistemas adesivos. Sistemas adesivos - É necessária a utilização correta dos sistemas adesivos, a fim de que seja evitada a queda da restauração e/ou sensibilidade pós-operatória ou dor. - Geralmente esse tipo de falha é decorrente do sistema adesivo, principalmente com a utilização do sistema adesivo convencional de dois passos, onde as etapas críticas de lavar e secar a cavidade determinam o sucesso ou insucesso do tratamento restaurador. - Por esses e outros motivos, os estudos e mercado odontológico apostou muito na simplificação desses sistemas adesivos, buscando sempre a melhoria e facilidade. Evolução: 1 . Sis temas ades ivos convenc ionais Necessitavam previamente do condicionamento com ácido fosfórico a 37%. - Convencional de 3 passos = condicionamento ácido +, primer + adesivo; - Convencional de 2 passos = condicionamento ácido + primer e adesivo Apesar da evolução relacionada a diminuição de etapas, em todos os sistemas de adesivo convencional há risco de falha associado a lavagem do ácido e secagem controlada da dentina, que é um dos principais motivos do insucesso do tratamento restaurador. 2. Sistemas ades ivos autocondic ionantes Incorporação do ácido no primer e eliminação das etapas críticas de lavagem e secagem. A própria composição desses adesivos conta com pH ácido, que é capaz de desmineralizar o dente para criar sua própria via de difusão e entrada desse sistema adesivo. - Autocondic ionantes de 2 passos : primer acídico + adesivo hidrofóbico; São tidos como os mais eficiente/padrão ouro, pois apesar de eliminarem as etapas críticas de lavagem e secagem, mantêm a aplicação do adesivo hidrofóbico separado. - Autocondicionantes de passo único: primer acídico e adesivo em um único frasco. Quando realizar uma restauração? - A depender da profundidade cavitária não é necessito restaurar! Cavidade em que o meio se adequa; lesões que estão em estágios iniciais não necessitam de restauração, apenas a utilização de métodos não invasivos para tratamento. - Em casos com cavitações já formadas, com lesões cariosas mais evoluídas é possível realizar uma restauração utilizando as resinas compostas. Evoluções das resinas compostas - Resistência ao desgaste; Inc ialmente as res inas não tinham res is tênc ia ao desgaste, ou seja, ou elas se desgastavam muito rápido, ou eram extremamente duras e desgastavam o dente antagonista. - Falha de união à dentina; - Contração de polimerização; Dentística laboratorial Isabela Alves P5 – ODONTOLOGIA UNINASSAU/RN Apesar das evoluções, ainda é cons iderado um dos principais problemas das resinas em dentes posteriores até os dias de hoje. Essa contração está relac ionada com o fator C, que é o fator de configuração cav itár ia/número de paredes aderidas ao dente. - Manchamento superficial - Disponibilidade de cores Classificação das técnicas - Técnica direta = abertura da cavidade; isolamento; proteção pulpar; sistema adesivo e restauração.; - Técnica semi-direta = dentes parcialmente destruídos (ex: perda de duas cúspides), mas com condições estruturais de segurar uma restauração. Nesses casos, deve-se realizar o preparo do dente, moldagem do paciente e obtenção do modelo, seguido pela confecção em resina composta da coroa parcial pelo próprio dentista. Entretanto, é realizado fora da boca do paciente. Vantagens: elimina o problema de contração de polimerização, obtém uma excelente escultura, excelente acabamento e polimento e melhor tratamento ao paciente. - Técnica indireta = utilizada em pacientes com grande destruição coronária, ou que apresenta tratamento endodôntico no dente, que não apresenta mais estruturas (perda de algumas cúspides). Diante dessa situação, não será possível trabalhar de forma direta, sendo necessário colocar um pino no paciente e fazer o repara para coroa total, em seguida realizar a moldagem do paciente e enviar esse modelo de gesso para o laboratório confeccionar uma coroa cerâmica para em seguida ser realizada a cimentação. Indicações de restaurações em resina composta (direta) - Necessidade de restaurações estéticas; - Selamento de cicatrículas e fissuras (em casos de prevenção de prevenção de progressão de cárie); - Restaurações de lesões oclusais e/ou proximais de tamanho pequeno a médio; - Substituição de restaurações oclusais e/ou proximais de tamanho pequeno a médio (trocar amálgama por resina); - Restaurações de dentes posteriores fraturados. - Restabelecimento de contato interproximal em dentes posteriores com diastemas. Isabela Alves P5 – ODONTOLOGIA UNINASSAU/RN Contra-indicações - Dentes antagonistas com restaurações cerâmicas (porcelana); As primeiras porcelanas apresentavam um índice de dureza muito alto, e acabavam desgastando os dentes antagonistas com resina composta. Atualmente não é um problema tão relevante, já que as cerâmicas hoje em dia já apresentam um nível de dureza mais cons iderável , que não causam tanto prejuízo. - Extensão da área a ser restaurada maior do que a metade da distância intercuspídea; - Envolvimento de uma ou mais cúspide no preparo. Quais os limites das restaurações com resina em dentes posteriores? - Estresse oclusal excessivo; - Impossibilidade de isolamento; A restauração pode até ser realizada, desde que seja realizado um bom isolamento relativo, uti l izando fio retrator com hemostático, abridores bucais, algodão em rolete, sugador, etc . - Alto risco de desenvolver doença cárie; Deve ser analisada a condição de saúde bucal do pac iente e realizar a adequação do meio para receber a resina composta. - Ausência de esmalte; Quanto mais crítico for uma classe I I muito extensa, mesmo que não tenha invadido espaço biológico, mais compl icado será a adesiv idade dessa restauração. - Possibilidade de manchamento superficial. Pr incipalmente relacionado ao tipo de res ina uti l izado , associado a falta de acabamento e polimento, além da subpol imerização das res inas . Vantagens - Preparo mais conservador limitados à remoção da lesão cariosa, comparado ao amálgama; - Restaurações mais estéticas; - Reforço remanescente dental; - Facilidade de reparo; - Custo inferior às cerâmicas. Desvantagens - Contração de polimerização das resinas compostas; Entretanto, nos dias atuais já se conhecem mecanismo para diminuir ainda mais essa contração de pol imerização. - Baixa resistência ao desgaste das resinas compostas Atualmente não é um problema mais tão relevante, pois a maioria das resinas já conta com res is tênc ia a esse desgaste. Seleção da resina composta 1. Híbridas; 2. Micro-híbridas; 3. Nanoparticuladas; Isabela Alves P5 – ODONTOLOGIA UNINASSAU/RN 4. Bulk-flowable ou Bulk-fill - As resinas microparticuladas e macroparticuladas entraram em desuso. - Atualmente a maioria das resinas utilizadas são as microhíbridas, entretanto, as que apresentam melhores performances não as nanoparticuladas. Resinas microhíbridas - Combinação de partículas micro (0,04 µm) + partículas maiores (0,04 a 1 µm); - Uso universal (dentes anteriores e posteriores); - Boas propriedades mecânicas e boa lisura superficial. Resinas nanoparticuladas - Nanopartículas de sílica (5 a 75 nm); - Tamanho 10x inferior às partículas das resinas microhíbridas; - Cargas aglomeradas (volume percentual 60 a 66%); - Excelentes propriedades mecânicase ótima lisura de superfície; Estresse de polimerização – consequências: - Infiltração marginal; - Manchamento marginal; - Cárie secundária; - Flexão de cúspides; - Trincas no esmalte; - Sensibilidade pós-operatória. Esse estresse de polimerização apresenta forte relação com o fator C. Fator C - Se trata da razão entre o número de superfícies aderidas pelo número de superfícies livres existentes na cavidade. - Quanto mais paredes a minha resina estiver em contato antes ou durante a fotopolimerização, pior é. A competição da força de contração e da resistência adesiva entre dente e resina será muito grande. - Quanto maior o fator C, maior o risco de contração de polimerização/estresse de polimerização. - Para que o fator C não comprometa a restauração, deve-se realizar a técnica incremental (caso esteja trabalhando com uma resina convencional). Resinas Bulk - São resinas que apresentam monômeros específicos na sua composição, que modulam a polimerização, ou seja, conseguem se acomodar com mais tranquilidade. - Inclusão de diferentes cargas inorgânicas (fibras de vidro) = Ao polimerizar, essa luz deve chegar até o fundo da incrementação de resina, por esse motivo foi realizada essa inclusão diferentes cargas inorgânicas/partículas transparentes – de vidro. Entretanto, elas deixam a restauração com uma cor acincentada/translúcidas. - Por esse motivo, essas resinas são usadas apenas e dentes posteriores. - Esse tipo de resina pode ser incrementado em até 4mm a 5mm de espessura, não causando nenhum problema de contração de polimerização. Isabela Alves P5 – ODONTOLOGIA UNINASSAU/RN - Em casos de utilização de uma resina normal, a espessura desse incremento de resina para não ter o efeito de contração de polimerização deve ser de 2mm 1 . Tipo Bulk Flow – é uma resina mais fluída para trabalhar de algumas formas específicas 2 . Tipo Bulk Fi l l . – apresentam as mesmas características de viscosidade das resinas convencionais FLOW CONVENCIO NAL CONVENCIO NAL BULK FLOW BULK FILL Ind icação Linear ou restaurado ra Restaurado ra Base – substituto da dentina Restaurador a Técnica de i nserção Incrementa l máximo de 1mm Incrementa l máximo de 2mm Incremen tal único até 4mm Incremental único até 4mm Es tética Intermediá ria – cores vita Melhor – mais opções Pior (muito translúcid a) Pior (muito translúcida e monocromá tica) Polimento Bom Bom Não realiza Bom Contração de polimeriza ção Maior (3 a 5%) Maior (2,5 a 5%) Intermedi ária (1 a 1,4%) Menos de 1% Evi dência ci entífica Intermediá ria Maior Intermedi ária Limitada Técnica de estratificação livre/incremental - Essa técnica é realizada colocando vários pequenos incrementos dentro da cavidade e fotopolimerizando, dessa maneira reduzindo o fator C e, consequentemente, a contração de polimerização, além de já ir devolvendo a anatomia do dente. - Principal técnica para diminuir o fator de contração. É importante que a última camada seja única, ajudando no polimento. - A incrementação deve ser realizada por cúspide perdida/cada cúspide não pode passar de 2mm e deve ser seguida de polimerização; - Nessa técnica existem duas formas de incrementação: 1 . Obl íqua = não se une parede vestibular com parede lingual e palatina; 2 . Horizontal = incrementos na horizontal. Protocolo clínico de restauração de uma cavidade oclusal: 1 . Verificar a presença de contatos oclusais (para ver se a destruição está em área de contato); 2 . Anestes ia 3 . Profi lax ia prévia para desorganizar o biofi lme; 4 . Seleção de cores das res inas (técnica do botão) ; Isabela Alves P5 – ODONTOLOGIA UNINASSAU/RN 5. I solamento; 6 . Preparo cav itár io; 7 . Condicionamento ácido – 30s em esmalte e 15s em dentina (caso esteja trabalhando com um adesivo convencional) 8. Lavagem e secagem; Lavagem de 15 a 20 segundos e secagem controlada da dentina com bolinhas de algodão ou papel absorvente, para evitar o colapso das fibras colágenas. 9. Apl icação do s is tema ades ivo; Aplicação da primeira camada do adesivo, jato de ar a uma distância de 20cm por 10s; aplicação da segunda camada, jato de ar novamente e polimerização. 10. Inserção da res ina (incrementos incialmente de dentina/opaca, em seguida de esmalte/translúcida); 1 1 . Pol imerização; 12 . Ajustes oc lusais ; 13 . Acabamento e pol imento.