Prévia do material em texto
Questão 1/10 - Análise de Textos Literários: Prosa Examine o seguinte excerto textual: “[...] É durante a segunda metade do século XIX que o gênero [romance] alcança seu apogeu [...]. Aos realistas e naturalistas coube perseguir a exatidão monográfica dos estudos científicos dos temperamentos e dos meios sociais. [...] estendem-se as pesquisas teóricas que procuram encontrar na gênese da obra de arte, nas circunstâncias psicológicas e sociais que cercam o artista, os mistérios da criação e, consequentemente, a natureza e a função da personagem”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: BRAIT, Beth. A personagem. 4. ed. São Paulo: Ática, 1990. p. 38. Tendo em vista o excerto de texto anterior e os conteúdos abordados no livro-base, A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre as correntes de pensamento que influenciaram a produção literária, bem como a produção crítica da segunda metade do século XIX, examine as sentenças abaixo e aponte a alternativa correta: Nota: 10.0 A O estruturalismo e pós-estruturalismo. B O formalismo e o new criticism. C O iluminismo e o neo-classicismo. D O liberalismo e o marxismo. E O positivismo e o determinismo. Você assinalou essa alternativa (E) Você acertou! Comentário: A alternativa correta é a letra (e), pois: “Avançando para a segunda metade do século XIX, a filosofia positivista e o determinismo científico afetaram a atividade crítica, assim como contaminaram a criação literária. As análises se coloriram de razões causais, consideradas inescapáveis, explicadas por forças históricas, geográficas e sociais” (livro-base, p. 71). Questão 2/10 - Análise de Textos Literários: Prosa Leia o fragmento de texto: “[...] com Barthes, Greimas, Genette, Todorov e Bremond, a narrativa encontrou-se invariavelmente no centro de estudos de índole teórica que procuravam [...] atingir e descrever as categorias ‘universais’ que regem a enunciação do discurso. E isso porque, de fato, o legado teórico-metodológico do Estruturalismo contemplava de forma muito mais generosa o domínio do discurso e das suas condições de produção [...]”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: REIS, Carlos; LOPES, Ana Cristina M. Dicionário de narratologia. Coimbra: Livraria Almedina, 1990. p. 5. Partindo do fragmento de texto e dos conteúdos tratados no livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos sobre o objeto de estudo da narratologia, considere as proposições a seguir e assinale a alternativa que aponta corretamente suas categorias constitutivas: Nota: 10.0 A Personagem, narrador, tempo e espaço. Você assinalou essa alternativa (A) Você acertou! Comentário: A alternativa correta é a letra (a), pois: “[...] na prosa de ficção o acontecimento não é a questão central. É o modo como se dá a tessitura da intriga que garante o sucesso ou o fracasso da obra. A percepção desse modo de produzir os efeitos esperados de uma narrativa de ficção [...] provocou a especialização de uma vertente da teoria literária que se denomina narratologia – definida como o estudo das categorias constitutivas da narrativa, a saber, personagem, narrador, tempo e espaço –, cujo desenvolvimento se deu sobremaneira na segunda metade do século XX” (livro-base, p. xx). B Autor, personagem, enredo e espaço. C Tempo e espaço. D Autor e leitor E Enredo, narrador e personagem. Questão 3/10 - Análise de Textos Literários: Prosa Atente para a afirmação: “[...] o que chamamos romance histórico é um gênero narrativo híbrido, surgido de um processo de combinação entre história e ficção. [...]. E embora desperte mais interesse ao homem contemporâneo que quaisquer outras formas mais objetivas de linguagem, não se deve esquecer de que o substantivo nessa expressão é o romance. Assim, por mais que ele se sustente em fatos ou personagens históricos, trata-se de romance, ou seja, de ficção”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ESTEVES, Antônio R. O romance histórico brasileiro contemporâneo (1975-2000). São Paulo: Ed. UNESP, 2010. p. 30,31. Considerando a afirmação e os conteúdos tratados no livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre a constituição da personagem no romance histórico, assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A O discurso romanesco, que se apresenta como biografia, autobiografia ou memórias está se tornando cada vez menos frequente nas obras atuais. B No romance histórico tradicional, as personagens históricas ocupam posições de centralidade na narrativa: elas são tratadas como protagonistas das ações. C Ao produzir um romance histórico, o ficcionista não tem qualquer compromisso com a “verdade histórica”, podendo, ou não, subverter os discursos históricos oficiais. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! Comentário: A alternativa é verdadeira, pois: “[...] o ficcionista não tem nenhum compromisso com a chamada verdade histórica; ele pode subverter, ou não, os discursos biográficos e históricos correntes” (p. 87). Apropriada pela ficção, deverá guardar coerência em relação ao cenário narrativo para o qual foi transposta, independentemente de correspondência com a imagem construída pela História ou que a sociedade tem dela, o que não quer dizer que o espelhamento sem distorção também não possa ocorrer” (p. 88). D No romance histórico, a personagem que é apropriada pela ficção é a mesma personagem referencial da História, mas o conflito relacionado a ela pode mudar. E O espelhamento sem distorção da personagem histórica não tem lugar no romance histórico. Questão 4/10 - Análise de Textos Literários: Prosa Atente para a citação: “[...] o contrato da ficção não exige um corte radical e irreversível com o mundo real, podendo (devendo, até, de acordo com concepções teórico-epistemológicas de índole sociológica) o texto ficcional remeter ao mundo real, numa perspectiva de elucidação que pode chegar a traduzir-se num registro de natureza didática”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: REIS, Carlos; LOPES, Ana Cristina M. Dicionário de narratologia. Coimbra: Livraria Almedina, 1990. p. 154. Em conformidade com a citação e com os conteúdos apresentados no livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre a distinção entre narrativa ficcional e narrativa não ficcional, analise as assertivas que seguem e indique a alternativa que aponta corretamente uma das condições determinantes para tal distinção: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A O que determina a diferença entre os dois tipos de narrativa é a possibilidade de comprovação sobre a existência concreta de um determinado lugar. B Na prosa de ficção, as personagens são criadas pelo autor, isto é, não é possível encontrar registros documentais sobre elas fora do universo ficcional. Você assinalou essa alternativa (B) C A intencionalidade do autor é determinante para a distinção entre a narrativa ficcional e a narrativa não ficcional. Comentário: A alternativa (c) está correta, tendo em vista que: “A primeira condição apontada como determinante da ficcionalidade é a intencionalidade. Algumas vezes, na prática analítica, dizemos que as intenções do autor pouco ou nada devem contar. Não é o caso quando se trata de qualificar uma obra como ficcional ou negar-lhe esse caráter: ‘entende-se que o fator primeiro da ficcionalidade é a colocação ilocutória do autor e o seu intuito de construir um texto na base de uma atitude de fingimento’ [...]. Mais uma vez, não podemos transportar o que é do cotidiano para a discussão sobre a criação artística. Nesse caso, não podemos transferir um juízo que é de um padrão de comportamento. Sempre nos ensinaram que o fingimento é uma atitude moralmente condenável, mas tal não vale para o ficcionista, que adota ou deve adotar deliberadamente o fingimento” (livro-base, p. 31). As demais alternativas estão incorretas,uma vez que tais assertivas não determinam o caráter ficcional ou não de uma narrativa. D A sequência cronológica dos fatos é determinante para que o leitor saiba se uma obra é ficcional ou não. E A biografia, bem como qualquer narrativa sobre uma ou mais personalidades históricas, não admite ficcionalidade, pois tratam de pessoas do mundo referencial que existiram em determinada época. Questão 5/10 - Análise de Textos Literários: Prosa Observe a passagem de texto abaixo: “O retrato do rei é a narrativa da Guerra dos Emboabas, na qual paulistas e portugueses se defrontaram, no início do século XVIII, pelo controle da região do ouro na Minas Gerais. No centro desta empolgante história, paira o mistério do desaparecimento do retrato de d. João V, a única coisa que talvez pudesse ter evitado o colapso da ordem e o derramamento de sangue”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: MIRANDA, Ana. O retrato do rei. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. [Contracapa]. De acordo com a passagem de texto acima e com os conteúdos tratados no livro-base, A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre o “termo” que teoricamente é utilizado para tratar “do que conta”, por exemplo, um romance, observe as seguintes proposições e sinalize a alternativa correta: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Caracterização. B Trama. Você assinalou essa alternativa (B) C Enredo. D Fábula. Comentário: Está correta a alternativa (d), tendo em vista que: “[...] quando nos perguntam sobre o que conta o romance, o filme ou o episódio da minissérie, somos capazes, para usar termos teóricos, de informar sobre a fábula. Para contarmos o enredo, precisaríamos saber a obra de cor e reproduzi-la tal e qual. Há duas variantes dessa terminologia: trama e intriga. Por vezes o uso é indiferenciado. Alguns teóricos reservam o termo trama para o sentido de ‘enredo’ e intriga para o de ‘fábula’. As ações narradas podem também ser chamadas de história” (livro-base, p. 53). E Drama. Questão 6/10 - Análise de Textos Literários: Prosa Examine o trecho de texto: “[...] a grande obra de arte literária (ficcional) é o lugar em que nos defrontamos com seres humanos de contornos definidos e definitivos, em ampla medida transparentes, vivendo situações exemplares de um modo exemplar (exemplar também no sentido negativo). Como seres humanos, encontram-se integrados num denso tecido de valores de ordem cognoscitiva, religiosa, moral, político-social e tomam determinadas atitudes em face desses valores”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ROSENFELD, Anatol. Literatura e personagem. In: CANDIDO, Antonio et al. A personagem de ficção. 9. ed. São Paulo: Perspectiva, 1995. p. 45. Tendo por referência o trecho de texto e de acordo com os conteúdos do livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre “a personagem”, sabe-se que é um dos principais elementos constitutivos da narrativa. Analise a única alternativa correta: Nota: 10.0 A A difusão do estudo da personagem, no Brasil, contou com a iniciativa pioneira dos integrantes da Semana de Arte Moderna de 1922. B A crítica marxista buscou explicar o modo de ser das personagens pelo modo de ser do autor. C O caráter modelar do herói, com efeitos moralizantes, é desprezado nas narrativas de ficção medievais. D A crítica biográfica surge no século XXI, buscando explicar o comportamento das personagens em razão de seus aspectos biográficos e do meio em que vivem. E Em qualquer tipo de narrativa de ficção, a personagem é quem promove ou sofre as ações relatadas. Você assinalou essa alternativa (E) Você acertou! Comentário: A alternativa está correta, pois “Quem promove ou sofre as ações relatadas na prosa ficcional é a personagem. Esse componente da narrativa desde cedo mereceu a atenção dos teóricos, condicionados à importância do herói. A lição da Antiguidade grega, calcada no princípio da imitação, a mimesis aristotélica, herdada pelo poeta latino Horácio, que associou ao entretenimento a função pedagógica da arte poética, teve longo curso. Nas narrativas medievais, entrando na Idade Moderna, acentuam-se o caráter modelar do herói, com efeitos moralizantes” (livro-base, p. 70). Questão 7/10 - Análise de Textos Literários: Prosa Considere a citação: “O anti-herói não se define como a personagem que carrega defeitos ou taras, ou comete delitos e crimes, mas a que possui debilidade ou indiferenciação de caráter, a ponto de assemelhar-se a toda a gente. [...] Na verdade, o herói identifica-se por atos de grandeza no bem ou no mal, enquanto o anti-herói não alcança emprestar altitude ao seu comportamento, seja positivo, seja negativo”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 1974. p. 29. Tendo em conta a citação e os conteúdos abordados no livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre a personagem caracterizada como “anti-herói”, analise as assertivas e assinale a correta. Nota: 10.0 A O uso do termo herói indica que essa personagem será heroica no sentido épico. B O aparecimento do anti-herói resultou da progressiva desmitificação do herói romântico, ou seja, de sua crescente humanização. Você assinalou essa alternativa (B) Você acertou! Comentário: A alternativa está correta, pois “a expressão anti-herói é usada para acentuar a condição do indivíduo oprimido pelas forças sociais ou ambientais, cujas reações são anuladas por outros poderes. Seu estatuto decorre da desmistificação do herói romântico” (livro-base, p. 83). C Na estrutura narrativa, a posição do anti-herói é, do ponto de vista funcional, totalmente diferente da posição do herói, pois o anti-herói atua como antagonista. D A personagem caracterizada como anti-herói foi marcante e frequente na produção anterior ao Renascimento; a partir daí, a figura do herói prevaleceu. E O herói romântico é marcado pela desqualificação, banalização, defeitos e limitações. Questão 8/10 - Análise de Textos Literários: Prosa Leia o fragmento de texto: “Rejeitando qualquer dogmatismo reducionista que originaria uma classificação rígida e estática, os formalistas russos conceberam o gênero literário como uma entidade evolutiva, cujas transformações adquirem sentido no quadro geral do sistema literário e na correlação deste sistema com as mudanças operadas no sistema social, e por isso advogaram uma classificação historicamente descritiva dos gêneros”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: SILVA, Vitor Manuel de Aguiar e. Teoria da Literatura. Coimbra: Livraria Almedina, 1999. p. 371. Partindo do fragmento de texto e dos conteúdos abordados no livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre a teoria dos gêneros e o fato de René Wellek e Austin Warren estabelecerem distinções entre a “teoria clássica” e a “teoria moderna”, assinale a alternativa correta. Nota: 10.0 A A descrição é uma característica atribuída à teoria clássica dos gêneros. B As regras prescritas pela teoria clássica dos gêneros apresentam um acentuado autoritarismo. C A moderna teoria dos gêneros, contrariamente à teoria clássica, possui um caráter evidentemente descritivo. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! Comentário: “Uma das obras do século XX fundamentais para o estudo do campo que estamos examinando, Teoria da literatura [...], de René Wellek e Austin Warren, faz uma advertência que merece atenção: ‘Qualquer pessoa interessada pela teoria dos gêneros deve ter cuidado em não confundir as diferenças entre a teoria ‘clássica’ e a moderna. A teoria clássica é normativa e prescritiva, embora as suas ‘regras’ não contenham o ridículo autoritarismo que tantas vezes lhe é atribuído. [...]. A moderna teoria dos gêneros é claramente descritiva. Não limita o número das espécies possíveise não prescreve regras aos autores. Admite que as espécies tradicionais possam ‘misturar-se’ e produzir uma espécie nova [...]. Reconhece que os gêneros podem ser construídos tanto numa base de englobamento ou ‘enriquecimento’ como de ‘pureza’. Em lugar de sublinhar a distinção entre as várias espécies interessa-se [...] em descobrir o denominador comum de uma espécie, os seus processos e objetivos literários’ [...]” (livro-base, p. 34). D A moderna teoria dos gêneros não admite a mistura entre os gêneros tradicionais, mas reconhece a existência de novas espécies de textos literários. E Para René Wellek e Austin Warren a teoria clássica evoluiu ao longo dos anos até se tornar equivalente à teoria moderna. Questão 9/10 - Análise de Textos Literários: Prosa Leia o fragmento de texto a seguir: “[...] a criação de um vigoroso mundo imaginário, de personagens ‘vivas’ e situações ‘verdadeiras’, já em si de alto valor estético, exige em geral a mobilização de todos os recursos da língua, assim como de muitos outros elementos da composição literária, tanto no plano horizontal da organização das partes sucessivas, como no vertical das camadas; enfim, de todos os meios que tendem a constituir a obra de arte literária”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ROSENFELD, Anatol. Literatura e personagem. In: CANDIDO, Antonio et al. A personagem de ficção. 9. ed. São Paulo: Perspectiva, 1995. p. 37. Partindo do fragmento de texto acima e dos conteúdos apresentados no livro-base, A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre o modo de funcionamento do romance, sabe-se que, ao longo do século XX, vários teóricos se ocuparam do estudo da personagem. Sendo assim, leia as sentenças abaixo e assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A No século XX, as pesquisas teóricas buscam um conhecimento das especificidades do romance, particularmente da personagem, como um ser de linguagem. Você assinalou essa alternativa (A) Você acertou! Comentário: A alternativa (a) está certa, uma vez que: “O século XX trouxe intensa pesquisa sobre o modo de funcionamento da forma romanesca, concomitantemente à profunda renovação no plano da criação. Beth Brait cita, em A personagem [...] nomes como James Joyce, Marcel Proust, Franz Kafka, Virginia Woolf e Thomas Mann como responsáveis por essas renovações, escritores entre os quais, eventualmente, alguns ofereceram também contribuição à reflexão teórica. Há consciência de que a personagem é uma criação na linguagem. Busca-se desvendar os mecanismos da sua constituição e ensaia-se o estabelecimento de tipologias que deem conta de sua variedade” (livro-base, p. 71). As letras (b) e (d) estão incorretas, pois: segundo Beth Brait, “Essas transformações, que correm paralelas às grandes transformações do texto poético, coincidem com uma violenta reação contra o factualismo das indagações biográficas e das pesquisas de fonte” (BRAIT, p. 39). A letra (c) também está incorreta, uma vez que as reflexões teóricas do século XX concernentes à personagem não objetivaram redefinir os gêneros literários clássicos. Por fim, a alternativa (e) está incorreta, porque é a partir da metade do século XVIII que surge a “visão psicologizante que entende personagem como a representação do universo de seu criador” (BRAIT, p. 37). B Os teóricos da literatura buscaram, ao longo do século XX, promover o factualismo das indagações biográficas sobre a origem das personagens. C No século XX, as reflexões teóricas sobre as personagens objetivaram redefinir os gêneros literários clássicos com o fim de incluir novos tipos. D Os teóricos da literatura e os excepcionais criadores de personagens buscaram, ao longo do século XX, valorizar o factualismo das pesquisas de fonte. E As pesquisas teóricas sobre a personagem do século XX promovem um novo olhar sobre essa instância da narrativa, sugerindo análises mais psicologizantes. Questão 10/10 - Análise de Textos Literários: Prosa Considere a citação: “Nesse método [preconizado por Henry James] como explica W. Y. Tindall, o autor tem uma função bem específica, e extremamente discreta: ‘não o que ele observa, mas o observador observando é o assunto, e a mente deste o nosso teatro’. Para indicar esse personagem central, em cuja mente se apresentam os acontecimentos, Henry James se vale de diversos termos. Ora o chama de ‘center’, ‘register’ ou ‘reflector’ ora de ‘sentient subject’, ou ainda ‘perceiver’, ‘vessel of consciousness’, mirror’, ‘center light’”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CARVALHO, Alfredo Leme Coelho de. Foco narrativo e fluxo da consciência: questões de teoria literária. São Paulo: Pioneira, 1981. p. 24. Tendo em conta a citação e os conteúdos tratados no livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre o entendimento de Henry James a respeito do narrador do romance, assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A De acordo com Henry James, o narrador deve intervir e fazer digressões, a fim de desviar o foco do leitor da personagem central da história. B Para Henry James, sem fazer interferências nem digressões que desviem a atenção da história, o narrador deve parecer impessoal. Você assinalou essa alternativa (B) Você acertou! Comentário: A alternativa correta é a letra (b), tendo em vista que: “Na opinião de James, o narrador do romance deve parecer impessoal, sem interferências e sem digressões que desviem a atenção da história. Ligia Chiappini Moraes Leite [...] afirma que o ideal, para ele, e para muitos teóricos que o sucedem, ‘é a presença discreta de um narrador que [...] possa dar a impressão ao leitor que a história se conta a si própria, de preferência, alojando-se na mente de uma personagem que faça o papel de Refletor de suas ideias’. A pesquisadora nota que assim se dá ‘o desaparecimento estratégico do Narrador, disfarçado numa terceira pessoa que se confunde com a primeira’ [...]” (livro-base, p. 112, 113). As demais alternativas estão incorretas, pois afirmam exatamente o contrário do entendimento de Henry James sobre o narrador do romance. C Para Henry James, a interferência do autor no romance é bem-vinda, sobretudo quando ela se faz de maneira direta, alterando os rumos da narrativa. D No que se refere ao romance, Henry James defende a narrativa em primeira pessoa, por considerá-la desfavorável à dispersão. E Henry James é favorável à aproximação da ficção ao drama. A seu ver, o ideal é uma alternância de narrativa e diálogo, sem descrição alguma.