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FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL CAMILA NATALIA PRADO DOS SANTOS PSICOPEDAGOGIA CLINICA E OS INSTRUMENTOS DE DIAGNOSTICO E DE INTERVENÇÕES São Paulo 2017 FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS CAMILA NATALIA PRADO DOS SANTOS PSICOPEDAGOGIA CLINICA E OS INSTRUMENTOS DE DIAGNOSTICO E DE INTERVENÇÕES Monografia apresentada á Faculdade Campos Elíseos, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia Clínica, sob supervisão da orientadora: Prof.Fatima Ramalho Lefone. São Paulo 2017 FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS CAMILA NATALIA PRADO DOS SANTOS PSICOPEDAGOGIA CLINICA E OS INSTRUMENTOS DE DIAGNOSTICO E DE INTERVENÇÕES Monografia apresentada á Faculdade Campos Elíseos, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia Clínica, sob supervisão da orientadora: Prof.Fatima Ramalho Lefone. Aprovado pelos membros da banca examinadora em ___/___/___.com menção ____ (________________). Banca Examinadora _________________________________ _________________________________ São Paulo 2017 6 RESUMO Este trabalho busca levantar pontos importantes sobre o psicopedagogo e a sua atuação no campo clínico, foram levadas em consideração um breve relato sobre o que é o psicopedagogo em um âmbito histórico e geral, utilizando como apoio teorias de alguns autores conhecidos na área da educação. Utilizando-se dos pontos de identificação da psicopedagogia no processo de diagnóstico do individuo foram demonstrados, neste artigo, e intervenções que possibilitem um trabalho efetivo. Para isso, descreveu-se os primeiros passos para uma atuação profissional do psicopedagogo. Palavras-chave: Psicopedagogia Clínica, Educação Especial, Diagnósticos e Intervenções 7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 8 1.1 OBJETIVOS .................................................................................................. 9 1.1.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................... 9 1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................... 9 1.2 JUSTIFICTIVA ............................................................................................... 9 1.3 PROBLEMA .................................................................................................. 10 2 CONSIDERAÇÕES INCIAIS SOBRE A PSICOPEDAGOGIA .......................... 11 2.1 TRAJETÓRIA PERCORRIDA DA PSICOPEDAGOGIA ................................ 12 2.2 LEGISLAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA ........................................................ 14 3 PSICOPEDAGOGO .......................................................................................... 15 3.1 FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO ........................................................... 15 3.2 ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL ................................. 17 4 O DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÕES NA PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA ...... 18 4.1 PROCEDIMENTOS INICIAIS ......................................................................... 18 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 19 8 1 INTRODUÇÃO A Psicopedagogia é uma área de estudo que propõe estudar os problemas de diferentes campos das Ciências Humanas: tais com a Psicologia, a Psicanálise, a Filosofia, a Psicologia, a Pedagogia, a Neurologia, entre outros. Tem como objetivo conhecer e compreender os variados processos envolvidos no aprender humano. A Psicopedagogia se preocupa com questões sobre o desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo, que estão compreendidas na aprendizagem. Portanto, explica Santos (2010), é uma profissão que nasce de uma proposta de interdisciplinaridade. O papel do psicopedagogo realiza sua função através de uma proposta de interdisciplinaridade, como nos explica Santos (2010). A autora pontua que cabe ao psicopedagogo não somente propor: “atividades e treinamentos para indivíduos com problemas de aprendizagem e comportamento baseados em teorias comportamentais, como sugere a Psicologia Educacional, nem definir métodos, técnicas e estratégias de ensino como propõe a Pedagogia, mas cabe-nos ocupar um lugar que está na inter-relação da ensinagem e da aprendizagem" (p.1) Santos afirma que o papel da psicopedagogia é: identificar problemas no processo de aprendizagem do estudante, tanto quanto trabalhar para a superação das dificuldades apresentadas. Utilizando instrumentos, técnicas e metodologias específicas e articulando conhecimentos nas diferentes áreas, o psicopedagogo intervém mediando no processo de aprendizagem. Podendo ser aplicada em caráter preventivo e\ou terapêutico, esta área de conhecimento multidisciplinar, foca-se em compreender o movimento de construção cognitiva no processo de aprendizagem das crianças, adolescentes e de adultos. O psicopedagogo exerce função na modalidade institucional e clínica. Sendo que na clínica atua como terapeuta, utilizando ou não a uma equipe multidisciplinar, desenvolvendo intervenções para a superação de dificuldades de aprendizagem. Institucionalmente (centros educacionais, hospitalares, empresariais, etc.), o psicopedagogo desenvolvendo o papel de Assessor Psicopedagógico. Segundo Porto (2006 p.107) “A psicopedagogia é uma área de estudo nova, voltada para o atendimento de sujeitos que apresentam problemas de aprendizagem.” (...) O autor acentua também que “cabe à Psicopedagogia o objetivo de resgatar uma visão mais global do processo de aprendizagem e dos problemas 9 desses processos”. Dessa forma, é necessário conhecer e refletir sobre os meios que a psicopedagogia utiliza para detectar problemas de aprendizagem e suas respectivas intervenções. Este trabalho apresentará os diagnósticos e intervenções utilizadas na Psicopedagogia Clínica, apresentando os fundamentamos e conhecimentos em bibliografias que abordam teorias e práticas psicopedagogicas. A partir de uma abordagem qualitativa, como metodologia da pesquisa, buscou-se levantar bibliografias que abordam o tema e assim ter uma pesquisa bem fundamentada em autores da área. 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 OBJETIVO GERAL Apresentar diagnósticos e intervenções utilizadas na psicopedagogia clínica. 1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Compreender o que é a Psicopedagogia Clínica; Conhecer diagnósticos e intervenções utilizadas na psicopedagogia clínica; 1.2 JUSTIFICATIVA Atualmente há um volume expressivo de pesquisas na área da educação especial, cursos de pós-graduação e entre outros, porém a educação especial e/ou “diferentes” nem sempre tiveram este olhar voltado para essa realidade. Relativamente, poucas vezes o que não era tido como normal pode participar da escola ou se acreditava que tal sujeito poderia aprender. No campo acadêmico, percebem-se vários estudos sobre a dimensão de como a criança, jovem e /ou adulto aprende e também do modo como às praticas educativas podem interferir no processo de ensino-aprendizagem. Diante disto, o presente trabalho acadêmico tem como tema a contextualização da Psicopedagogia Institucional. Em busca de respostas, as quais geram interesse em pesquisar sobre o tema, problemática do assunto busca responder ao questionamento: De que modo a Psicopedagogia Clínica pode contribui para o desenvolvimento de crianças, jovens e 10 adultos? Pois, trata da importância mudança de praticas no ensino infantil e fundamental, no sentido de mostrarcomo psicopedagogo traz benefícios para o desenvolvimento da aprendizagem que o foco do estudo. Sendo assim, o principal objetivo deste trabalho, é contextualizar a Psicopedagogia Institucional. Tal objetivo partiu da hipótese de que todos podem aprender e ampliar sua capacidade de desenvolvimento na aprendizagem no processo educacional. Nesta perspectiva, pretende-se elucidar algumas situações sendo elas os objetivos específicos: Compreender o que é a Psicopedagogia Clínica; Conhecer os diagnósticos e intervenções utilizados por psicopedagogos. A partir de uma abordagem qualitativa, como metodologia da pesquisa, buscou-se levantar bibliografias que abordam o tema e assim ter uma pesquisa bem fundamentada em autores da área. O trabalho também traz o perfil do psicopedagogo e sua área de atuação atual. 1.3 PROBLEMA Quais formas de diagnósticos e intervenções utilizados por psicopedagogos? 11 2 CONSIDERAÇÕES INCIAIS SOBRE A PSICOPEDAGOGIA 2.1 Trajetória Percorrida da Psicopedagogia A Psicopedagogia surge a partir da necessidade de se investigar a origem dos problemas de aprendizagem com o foco na metodologia de ensino aplicada. Sendo assim, é uma área que recorre aos saberes da Psicologia, e através dessa união de ciência e de tantas outras como, a linguística, atingir um maior grupo de alunos com problemas de aprendizagem. O verbete Psicopedagogia é registrado no dicionário escolar da língua portuguesa Aurélio na pagina 721 como “aplicação da psicologia experimental à pedagogia”. Ou seja, a explicação simples porem desta forma simples diz diretamente o que é a psicopedagogia, utilizar os saberes teóricos de forma aplicada. Desde seu surgimento no século XIX na Europa, a psicopedagogia é um resultado de várias áreas (Educação, Filosofia e Medicina), mas seu proposito continua o mesmo, buscar soluções para os fracassos escolares. Tais fracassos foram durante muito tempo tratado com falta de entendimentos e os alunos encaminhados para diversos profissionais. Há alguns anos atrás, a falta de clareza a respeitos de problemas de aprendizagem fazia com que os alunos com dificuldades fossem encaminhados concomitantemente para profissionais das mais diversas áreas de atuação. (SCOZ, 92, p.2) As evoluções das áreas cientificam, fez com que os olhares se voltassem para a deficiência nas áreas educacionais e fossem mais bem estudados e a criação de subsídios para um melhor trabalho dos envolvidos (professores) e assim surge o profissional que irá trabalhar de forma global e consciente sobre o individuo que necessita de uma ação educacional para que assim possa adquirir um determinado conhecimento. Assim, os atendimentos antes dispersos entre varias pessoas poderiam centra-se num só profissional, facilitando o vinculo do aluno com o processo de aprendizagem e o resgate do prazer de aprende e desenvolver-se. (SCOZ, 92, p.2) 12 Durante o seu desenvolvimento, a psicopedagogia vem se estruturando e possuindo mais embasamentos teóricos e leis o que faz com a área se torna mais consolidada. Este é uma função de mais importância da Psicopedagogia, pois estuda e trata o processo de aprendizagem e dificuldades, e deverá incorporar vários campos do conhecimento, aproximando-os e harmonizando-os. “Psicopedagogia deve estar presente no enfrentamento dos problemas e cruciais da educação brasileira, assumindo uma atuação consciente e comprometida” (SCOZ, 1992). 2.2 Legislação da Psicopedagogia A Psicopedagogia no Brasil está regulamentada oficialmente desde a década de 70 em diversas instituições escolares, o MEC (Ministério de Educação) órgão publico do governo federal é o responsável por instituir e administrar os cursos de pós-graduação e especialização. A carga horária mínima de 360 horas, seguindo orientação da ABPp estabelecidas nas Diretrizes Básicas de Formação dos Psicopedagogos no Brasil. Os profissionais que procuram esses cursos são constituídos por professores que buscam apropriar-se do estudo do processo de ensino-aprendizagem, objetivando atuar nos seguintes campos: clínico e/ou institucional (seja escola, hospital ou empresa/organização) além de pesquisadores na área. Conforme ao critério estabelecido no Projeto de Lei que regulamenta o exercício da atividade em Psicopedagogia atualmente tramitando no Congresso Nacional prevê em seu texto original: "Art. 2º Poderão exercer a atividade de Psicopedagogia no País: I - os portadores de diploma em curso de graduação em Psicopedagogia expedido por escolas ou instituições devidamente autorizadas ou credenciadas nos termos da legislação pertinente; II - os portadores de diploma em Psicologia, Pedagogia, Fonoaudiologia, ou Licenciatura que tenham concluído curso de especialização em Psicopedagogia, com duração mínima de 600 horas e carga horária de 80% na especialidade". (Projeto de Lei nº 3.124, de 1997). A Psicopedagogia tem como objeto de estudo a aprendizagem, e a compreensão e intervenção nos problemas de aprendizagem. Tem caráter 13 interdisciplinar, pois conta com a contribuição de outras áreas do conhecimento, dentre eles: psicologia, fonoaudiologia, medicina em suas especificidades. O decreto nº 54.769, de 17 de janeiro de 2014 da cidade de São Paulo, regulamenta a implantação de assistência psicopedagogia na rede de ensino da cidade, com o objetivo de diagnosticar, intervir e prevenir problemas de aprendizagem tendo como enfoque o educando e as instituições de educação infantil e ensino fundamental. Parágrafo Único - A Psicopedagogia no contexto escolar visa intervir no processo de aprendizagem, sendo seu objeto de atuação o educando em seu processo de construção do conhecimento. Art. 2º A assistência psicopedagógica tem por objetivo diagnosticar, intervir e prevenir problemas de aprendizagem tendo como enfoque os educandos e as unidades educacionais de educação infantil e de ensino fundamental da Rede Municipal de Ensino. (Decreto nº 54.769, de 17 de janeiro de 2014, São Paulo/SP). Normalizar a atividade da Psicopedagogia é o que se objetiva, tendo como principal proposito oficializar o que já está legitimado socialmente e em decorrência disto a normatização da formação e do exercício profissional, além de estender este atendimento à população de baixa renda visando à melhoria da educação e prevenção da saúde. 3. PSICOPEDAGOGO 3.1 Formação do psicopedagogo A construção da área da psicopedagogia deu-se a partir dos anos 50 e 60, diante da necessidade de se realizar um estudo mais global e consistente dos problemas educacionais de aprendizagem. Historicamente vimos que os problemas de aprendizagem durante muito tempo foi associado à defasagem e os problemas e aprendizagem seriam provocados por alterações no organismo. Dirigia-se a médicos para tratamentos e atribuía-se o "não aprender” a doenças, como fobias e psicoses, tais tratados na área da psicologia. Na medida em que foram se estudando as dificuldades apresentadas, que se originou a Psicopedagogia, uma área que atua tanto no campo da psicologia como 14 na pedagogia. Conforme coloca Scoz (1992), “eis o importante papel da psicopedagogia, que definimos como a área que estuda e lida com o processo e aprendizagem e suas dificuldades e que, numa ação profissional, deve englobar vários campos do conhecimento, integrando-os e sintetizando-os”. Os primeiros cursos de Psicopedagogia surgem da década de 70, em cursos de pós-graduação, presentes, psicólogos, pedagogos e educadores, buscando entender e auxiliar as dificuldades escolares. A Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), é o órgão representativo dos psicopedagogos, entende que o curso de Psicopedagogia deve formar profissionais para garantir a aprendizagem como direito de todos. A formação do psicopedagogo pode ocorrer em níveis de graduaçãoe de pós-graduação latu sensu (especialização) e stricto sensu (mestrado profissional) A formação do psicopedagogo ocorre em níveis de graduação e de pós- graduação lato sensu (especialização) e stricto sensu (mestrado profissional). 4.1. Formação na Pós-graduação lato sensu – Especialização Esta formação pauta-se pelas exigências da Resolução CNE/CES nº 1, de 8 de junho de 2007 acrescidas das recomendações que emanam da especificidade da formação do psicopedagogo. As disciplinas que fundamentam a formação do psicopedagogo (introdutória, específicas, eletivas e de orientação) devem estar articuladas por meio da pesquisa e da atuação supervisionada, culminando com a apresentação da monografia, trabalho de conclusão de curso ou artigo científico. 4.2. Formação na Graduação: A formação na graduação baseia-se na Resolução CNE/CP 28/2001 acrescidas das recomendações que emanam da especificidade da formação do psicopedagogo. As disciplinas que fundamentam a formação do psicopedagogo (introdutória, específicas, eletivas e de orientação) devem estar articuladas por meio da pesquisa e da atuação supervisionada, culminando com a apresentação da monografia ou artigo científico. 4.3. Formação na Pós-graduação Stricto Sensu - Mestrado Profissional: A formação em nível de mestrado profissional deve respeitar a portaria normativa n° 7 de 22 de junho de 2009 - CAPES*. O curso deverá ter no máximo 4 semestres ou 2 anos e tem como objetivo a “capacitação para a prática profissional avançada e transformadora de procedimentos, visando atender demandas sociais, organizacionais ou profissionais e do mercado de trabalho”. O Mestrado Profissional deverá preencher 5 quesitos: 1) proposta; 2) corpo docente; 3) corpo discente e trabalhos de conclusão; 4) produção intelectual e profissional destacada; 5) inserção social, além da infraestrutura para o ensino, pesquisa. 15 A formação culmina com a apresentação da dissertação. *dispõe sobre o mestrado profissional no âmbito da fundação e coordenação de aperfeiçoamento de nível superior - Capes 4.4. Formação em EAD: A formação do psicopedagogo na modalidade EAD, não contempla as exigências específicas dessa modalidade de ensino. Segundo o Decreto nº 5.622/2005 que regulamenta o artigo 80 da LDB 9.394/96 em suas disposições gerais: Art. 1º. Caracteriza-se a educação à distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. §1º. A educação a distância organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares para as quais deve estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais. A formação do psicopedagogo na modalidade EAD semipresencial é possível, desde que preservados os princípios desta formação. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA. Diretrizes Básicas da Formação de Psicopedagogos no Brasil. São Paulo, 12 de dezembro de 2008). Entende-se primeiramente que o psicopedagogo deve se formar de forma a garantir a aprendizagem como direito de todos, com maior nível de qualidade, de seriedade e de comprometimento com suas ações. 3.2 Atuação da Psicopedagogia Clínica A atuação do profissional da psicopedagogia clínica vem se configurando ao longo do tempo, pois ela visa além do atendimento clinico, mas também a instituição escolar como todo, estando sempre à frente à realidade educacional brasileira. “A escola cai ainda no extremo oposto quando, por falta de conhecimento adequado, ignora os problemas cuja resolução foge ao seu alcance. Escondendo-se atrás de uma mascara de bons sentimentos e idealismo, acaba por discriminar da mesma forma os alunos que tem problemas e não são tratados. Dessa maneira, bloqueia qualquer iniciativa para prevenir, suprimir ou reduzir o sofrimento de algumas crianças. Não compreende suas dificuldades, nem intervém de forma eficaz para eliminá-las.” SCOZ, 1992, p. 3). É nesse espaço que a psicopedagogia institucional irá atuar, fazendo parceria com a escola e professores, dando apoio para a implantação de novas metodologias de ensino, e encontrar caminhos para possibilitar a aprendizagem efetiva, descobrindo alternativas e possíveis ações educativas. 16 4. O DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÕES NA PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA 4.1 Procedimentos Iniciais O diagnóstico na psicopedagogia clínica pode-se se dar em dois momentos, individual ou em grupo, visto que é preciso deixar claro que tal se dar após uma investigação inicial, como também dispor de um tempo acordado entre as partes antes da realização de quaisquer diagnósticos, pois tal so se dará após a relização de alguns momentos. “No diagnóstico individual, as constantes que estimo mais importantes são: a) Objetivo- para determinar se existem ou não dificuldades de aprendizagem e as causas que as provocam, n caso de existirem; b) Número de entrevistas – a ser determinado sobre a vase dos resultados que vão sendo obtidos durante o diagnostico; c) Duração das entrevistas; d) Sequencia do processo: 1. Entrevistas com o cliente, 2. Entrevista de anamnese com os pais ou adultos responsáveis no caso de crianças, adolescentes ou adultos com muitas dificuldades, 3. Entrevista devolutiva ao paciente e sua família.”(VISCA, Jorge. 2010, p.62). Esses passos são importantes, pois dará ao psicopedagogo se o cliente/paciente fara os encontros individualmente ou em grupo. Em seguinte a esses procedimentos o profissional deverá pensar em como se dará esses encontros, quantas vezes na semana, qual o temo necessários, para determinar as causas que afetam a aprendizagem do individuo. No caso se os atendimentos se deem em grupo, o psicopedagogo deverá se atentar em como o individuo se comporta diante do grupo. Para que aconteça o diagnóstico e as intervenções efetivas, é primordial que o profissional deixe claro para a família do atendido os fatores necessários que a mesma deve realizar para o sucesso dos procedimentos, realizando um contrato (verbal ou não) das ações que se espera da família. Visca, 2010 coloca que “para os contratos de diagnóstico, deve-se estabelecer o “não-processo” ou as constantes dentro das quais o profissional vai operar. Isso oferece um marco de segurança indispensável para ambas as partes”. 17 4.2 O diagnóstico Jorge Visca (2010), trás que o diagnóstico psicopedagógico pode ser estudados a partir de três níveis de abordagem: o metacientífico, o cientifico e o técnico. Cada um corresponde a uma área de conhecimento, Filosofia, Descritiva e Empírico. Porem, embora diferentes eles são complementares, pois enquanto um estuda o individuo em sua forma filosófica o outro realiza uma ação exploratória. “A complementariedade, o grau de inclusão e as especificidades desses três níveis são comparáveis à teoria das linguagens: como a linguagem diz-se algo, mas esta linguagem mostra algo e, sobre o que mostra, pode-se dizer algo que, por sua vez, mostrará e assim sucessivamente”.(VISCA, 2010) O psicopedagogo deve seguir os níveis, voltando sempre o pensamento para o diagnostico, mas também deve se orientar pelo seu discernimento, criatividade e espontaneidade, assim enxergará de forma empírica causas da defasagem do individuo. São três elementos que configuram a matriz diagnóstica trazida por Visca (2010), são elas: a) diagnostico propriamente dito; b) o prognostico; c) as indicações. Cada um contém elementos que norteiam o trabalho. Resulta a seguinte orientação; D ia g n ó s ti c o p ro p ri a m e n te d it o Descrição e localização contextual; Sintomas Descrição e explicação do momento histórico atual; Descrição e explicação histórica; Desvios e assíncronas. P ro g n o sti c o Sem agentes corretores; Com agentes corretores ideais; Com agentes corretores possíveis In d ic a ç õ e s Gerais; Específicas. VISCA, Jorge/ Clínica Psicopedagogia: Epistemologia Convergente. 2010. 18 Seguindo dessa forma, começando com a consulta inicial, entrevista com os pais e fornecendo os resultados, encerra-se a matriz do diagnóstico e inicia-se o prognostico e as indicações. E após esse processo começam as intervenções (ou não) no processo de aprendizagem do individuo. 4.3 As intervenções O processo do diagnóstico nada mais é que a verificação se o individuo possui algum tipo de dificuldade na aprendizagem, pois após essa investigação o psicopedagogo abre um leque de possibilidades de intervenções e da inicio ao processo de aprendizagem. Pois o foco do diagnóstico é o obstáculo que o individuo encontra em seu processo de aprender. Posteriormente ao diagnostico global, pois no processo diagnostico o psicopedagogo investigou a família, a escola e outros grupos que o individuo é participante, busca organizar um trabalho em conjunto com as diversas áreas da psicopedagogia e traçar um plano de trabalho. O psicopedagogo pode utilizar uma equipe multidisciplinar (psicólogos, fonoaudiólogos) para que conjunto pense e trabalhem voltados no individuo e em sua dificuldade. A intervenção adotada interfere no processo de aprender do individuo, com o objetivo de compreendê-lo, de explicitá-lo ou corrigi-lo. Introduzir novos elementos para o sujeito pensar, poderá levar à quebra de um padrão anterior de relacionamento com o mundo das pessoas e das ideais. As intervenções psicopedagógicos podem utilizar vários mecanismos, ou até mesmo uma fala, uma interpretação que o psicopedagogo realiza na escola em crianças com dificuldades de aprendizagem, com a finalidade de desvelar um padrão de relacionamento, uma relação com o mundo e, portanto, com o conhecimento. São duas dimensões que as intervenções podem ocorrem, são elas de forma institucional escolar ou clínica, e também podem atual de forma terapêutica e preventiva, com relação aos alunos e toda a comunidade escolar. A atuação psicopedagogia como nos aponta Souza (2000), envolve diversas atividades realizadas dentro e fora da escola. A autora destaca o papel de mediação do ensino de conteúdos que a escola tem ao interpor entre a criança e o mundo social e desta forma fazer com que esta criança aprenda. É a interferência que um profissional realiza sobre o processo de desenvolvimento e/ou aprendizagem do 19 sujeito, o qual pode estar apresentando problemas de aprendizagem. (SOUZA, 2000, p. 115). Souza (2000) “Intervenção psicopedagógico: como e o que planejar?”, destaca algumas modalidades de intervenção: a) Recuperação dos conteúdos escolares que estão deficitários (examinar novamente os conteúdos escolares e os hábitos de aprendizagem); b) Orientação de estudos – (organização, disciplina, etc.); c) Brincadeiras, jogos de regras, dramatizações - (objetivo de promover afeto, personalidade); d) Encaminhamento pela escola ao profissional que irá atender clinicamente; e) Busca de instrumentos que possam auxiliar o processo de aprendizagem e desenvolvimento, no que se refere à inteligência e afetividade. BOSSA (1994) destaca outros recursos para a intervenção, referindo-se a Provas de Inteligência (Wisc); Testes Projetivos; Avaliação perceptomotora (Teste Bender); Teste de Apercepção Infantil (CAT.); Teste de Apercepção Temática(TAT.); também, refere-se a Provas de nível de pensamento (Piaget); Avaliação do nível pedagógico (nível de escolaridade); Desenho da família; Desenho da figura Humana; H.T.P - Casa, Arvore e Pessoa (House, Tree, Person); Testes psicomotores: Lateralidade; Estruturas rítmicas. As alternativas para uso do psicopedagogo são muitas e estão sendo colocadas no mercado, como vimos anteriormente, a área da psicopedagogia é recente e vem se estruturando ao longo do tempo. Além de fornecer material, também há editoras e instituições que promovem cursos para orientar a utilização dos mesmos, e isso beneficia a avaliação e intervenção psicopedagógico. 20 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 21 REFERÊNCIAS BRASIL, MINISTÉRIO DA AÇÃO SOCIAL. Coordenadoria Nacional Para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: MAS/ CORDE, 1994 BIANCHETTI, Lucídio. FREIRE, Ida. (Orgs). Um olhar sobre a diferença: Interação, trabalho e cidadania. Campinas, SP: Papirus, 2012. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio Júnior: dicionário escolar da língua portuguesa/coordenação de Marina Baird Ferreira e Margarida dos Anjos; ilustrações Axel Sande – 2ª ed. – Curitiba: Positivo, 2011. HONORA, Márcia, FRIZANO, Mary Lopes Esteves. Livro ilustrado de Língua Brasileira de Sinais: Desvendando a Comunicação Usada pelas Pessoas Com Surdez. São Paulo – SP Ciranda Cultural, 2009. SANTOS, Marinalva Batista Dos. Quem É O Psicopedagogo Institucional Numa Instituição De Nível Superior?. Disponível Em: http://www.psicopedagogia.com/ Acesso em: 10 de Janeiro 2017. SCOZ, Beatriz Judith Lima; BARONE, Leda Maria Codeço; CAMPOS, Maria Célia Malta; MENDES, Monica Hoehne, (Orgs). Psicopedagogia – contextualização, formação e atuação profissional. Porto Alegre, Ater Medica, 1992. SOUZA, M. T. C.C. Intervenção psicopedagógica: como e o que planejar? In: SISTO, F.F. Atuação psicopedagógica e aprendizagem escolar. Vozes, 2000, p.113-125. PORTO, Olívia. Psicopedagogia Institucional: Teoria, Prática E Assessoramento Psicopedagógico. Editora Wak,2006. 22 VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagogia: Epistemologia Convergente. – Jorge Visca. Segunda edição. Tradução: Laura Monte Serrat Barbosa. São José dos Campos, Pulso Editorial, 2010. 160p. CÓDIGO DE ÉTICA DA ABPP, In: Revista Psicopedagogia. São Paulo. v.12, Nº25, p.36-37, ABPp,1993. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA. Diretrizes Básicas da Formação de Psicopedagogos no Brasil. São Paulo, 12 de dezembro de 2008 ABPP Associação Brasileira de Psicopedagogia. 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